segunda-feira, 22 de agosto de 2011

TRATADO TEOLOGICO -PARTE I







TRATADO TEOLOGICO
CRISTIANISMO
E
SUAS DIVERSAS
ORIGENS NA IGREJA

-  FRANREZ  -











SER CRISTÃO
NÃO É TRINDADE,
NÃO É UNICIDADE
NÃO É RELIGIOSIDADE
É SER DISCÍPULO DE JESUS
É ANDAR COMO ELE ANDOU
É AMAR COMO ELE AMOU
É SER COMO JESUS CRISTO  
ATOS.11:26


Desde a criação do mundo, satanás tem lutado contra a obra de Deus; sempre quando Deus fazia alguma coisa, ele procurava, destruir ou mudar, por exemplo: Deus fez o homem perfeito e puro, satanás através da sedução, do engano e da mentira, levou o homem a pecar, destruindo assim a imagem incorruptível conforme Deus o tinha criado mudando o destino da humanidade. Outro exemplo foi quando Abel oferecia um sacrifício que agradava a Deus, satanás foi e incitou Caim a matá-lo. E ainda um terceiro exemplo foi no deserto quando Moisés ficou ausente do povo na presença de Deus, durante quarenta dias, satanás usando suas estratégias levou o povo à prostituição e à idolatria. Em toda a História eclesiástica o inimigo sempre tentou destruir, corromper e contaminar o povo de Deus, e muitas vezes infelizmente obteve êxito. Ao estudar sobre a história da cristandade até o presente, claramente vêem as mesmas astutas ações satânicas, perseguindo a igreja de Cristo. A pergunta é: Qual é a estratégia do inimigo? Temos como resposta - A infiltração e a substituição.

Investigando a história da igreja, constatamos que houve grandes controvérsias doutrinárias nos primeiros dois séculos da existência da igreja. A tentativa de alguns líderes religiosos da época por solucionar essas divergências ideológicas que ameaçavam o cristianismo com uma completa desintegração doutrinária: acabaram por desviar a igreja dos verdadeiros ensinamentos que Cristo comissionara aos seus apóstolos.

Ao compararmos as igrejas na atualidade, verificamos que as mesmas controvérsias doutrinárias as quais estão relacionadas entre a doutrina da Trindade que apresenta três pessoas distintas na divindade e a Unicidade que afirma a existência de um único Deus em três manifestações, continuam a subdividir a igreja em nossos dias. Para melhor compreensão e esclarecimento da doutrina cristã, focalizaremos o período da história da igreja que trouxe tantas mudanças a sã doutrina, e buscaremos na fonte que nos trará o esclarecimento e o conhecimento da verdade, fonte esta que são as Escrituras Sagradas.

A meta deste livro não é meramente ensinar o dogma de uma denominação, mas sim revelar as mudanças que houve na doutrina apostólica, trazendo acréscimos na teologia Cristã com interpretações Filosóficas e Ontológicas; como também mostrar o que a Palavra de Deus realmente ensina. Meu desejo é que cada pessoa estude o conteúdo deste livro com oração, comparando os pontos de vista expressados com a Bíblia. Ao mesmo tempo peço a Deus que unja e ilumine a mente do leitor diante do conteúdo deste e dos textos bíblicos que serão usados, para que se possa entender corretamente sua revelação. A letra mata, mas o Espírito vivifica (II Cor 3:6).

O Espírito de Deus nos ensinará e nos guiará em toda a verdade (João 14:26; 16:13). Tenho certeza que este livro saciará aqueles corações

O PERÍODO DO GRANDE DECAIMENTO
A infiltração e substituição foram as estratégias que Satanás usou para atingir os ensinamentos de Cristo, confundindo a fé Cristã. Todos sabemos que Jesus foi a fonte viva da inspiração pessoal, da qual se originou o Cristianismo. Seus discípulos, especialmente os Apóstolos continuaram sua grande obra no poder do Espírito Santo, que trabalhava dentro deles guiando-os em toda verdade. Como o próprio Apóstolo Paulo afirmou, "... anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;" 1 Cor.2:1 e 4 e ainda, ". . . não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade." II Cor.4.2. Mas depois da morte de todos os Apóstolos, gradualmente a verdadeira inspiração se tornou rara e aumentou a inspiração falsa, a inspiração do intelecto. Paulo já tinha advertido contra os perigos do psiquismo usurpar o lugar da inspiração verdadeira. Isto deu forma a um grande perigo para a Igreja, quando tantos reivindicaram a experiência de verdades espirituais que se debatiam com interpretações, ideologias, ensinamentos que se originavam somente do intelecto, ou para ser mais claro, da inteligência humana. O pior de tudo era que os homens, diante da extravagância da falsa inspiração, e sentindo a incapacidade de distinguir entre o verdadeiro e o falso, procuraram dogmas já formulados que ocupassem o lugar da inspiração Espiritual.

Dos anos 150 d.C. em diante já não se falava mais nas manifestações do Espírito Santo, como experiência espiritual e pessoal na vida dos crentes pelo motivo de infiltração de práticas contrárias à palavra de Deus, e passaram a cristalizar suas doutrinas, e a formular intelectualmente suas crenças. Com o nascimento da doutrina do intelecto e do dogma, apareceram a intolerância e o sectarismo - o culto à forma em vez do culto ao Espírito.

A Igreja estava subdividida com vários tipos de ensinamentos assim chamados de heréticos. Os defensores da ortoxia enumeravam e refutavam as heresias, fazendo nascer argumentos teológicos abstrusos e sutilezas de definição metafísica. Infelizmente esta parte da Teologia Cristã nasceu não da inspiração, mas da contestação; seu caráter era defensivo e negativo e faltava-lhe aquele elemento construtivo, a manifestação e inspiração do Espírito Santo que os guiaria em toda verdade conforme lemos em João 16:13 "... aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade;...".

No período do grande decaimento que se estendia do final do século II ao III, novas filosofias e ensinamentos já estavam abalando a igreja. Rituais da lei introduzidos, credos e doutrinas dos homens estavam combatendo a sã doutrina, como disse o apóstolo Paulo: "Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina, mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias rias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (II Tm. 4: 3,4). Já estava sendo ministrado, em alguns lugares o batismo de criança e o batismo por imersão sendo substituído pelo batismo por aspersão.

Convém, desde logo chamar a atenção para a profunda diferença existente entre o caráter das doutrinas do oriente e as que se desenvolveram no ocidente.

A expansão do cristianismo na bacia do mediterrâneo fez -se, na atualidade, com o emprego do grego para exprimir sua doutrina. Ireneu, apesar de viver na Gália, era portador da tradição oriental e escreveu em grego. Não obstante, à medida que o cristianismo se difundia e se instalava na parte ocidental do império, levava a formação de uma teologia ocidental, cada vez mais distinta da orienta;, a primeira de caráter mais jurídico, institucional e realista, centralizava-se sobre problemas que dizem respeito mais de perto à vida cristã prática: o homem, a liberdade, a graça, a predestinação, a fé e as obras, etc... ; a segunda girava-se em torno de altos problemas especulativos e místicos: são principalmente as doutrinas Cristológicas e Trinitárias. (1)

CONTROVÉRSIAS DOUTRINAIS EM ROMA
Como capital do império, Roma era o centro onde se encontravam todos os inovadores e discutiam-se os grandes problemas que começavam a agitar a cristandade. Limitar-nos-emos a expor a questão das relações entre Deus Pai e Jesus Cristo, que emergiu com particular acuidade. Achar a solução ao problema em pauta: como entender a existência de dois seres divinos, quando a divindade era uma por definição?

O monarquianismo dinâmico, pregado em Roma por Teodoto em finais do século II, oferecia ao problema uma resposta muito simples. Segundo ele, Jesus era meramente um homem sobre quem descera a Cristo no momento do batismo no Jordão. A posição desta teologia, quanto a Jesus, era que declaravam-no um ser inferior e subordinado a Deus. Teodoto foi excomungado, mas sua doutrina perdurou até cerca de 235d.C. Tratava-se da retomada do adocianismo; Porém essa teologia entrava em contradição por demais flagrante com a tradição do cristianismo primitivo, que situava Jesus Cristo na esfera divina.

O monarquianismo modalista deu sua resposta de acordo com a sua doutrina cuja afirmação fundamental consistia no seguinte: que o Pai e o Filho são apenas dois modos de existência do mesmo ser, duas formas diferentes sob as quais se apresentava um Deus Unico. Os representantes dessa doutrina foram Praxéias, Noeto, Sabélio, Epígono, Cleomenes, Marcelis de Ancyra e Comodiano.Cada um desses mantiveram a convicção da deidade plena de Jesus Cristo e que não havia nenhuma distinção de pessoas na deidade. Do nome de Sabélio derivou a designação sabelianismo dada por vezes a essa doutrina.

A teologia de Hipólio situa-se entre essas duas respostas, caracterizando-se como uma tentativa de manter a multiplicidade das pessoas divinas sem atentar contra a unicidade de Deus. Para tanto, retornou a doutrina de Logos, antes desenvolvida pelos Apologistas e por Ireneu: embora no princípio Deus estivesse sozinho, trazia em si o Logos, sua razão; no momento da criação, engendrara seus Logos, para que se torna-se o artífice dessa criação: mais tarde o Logos encarnava-se, tornando-se realmente o filho de Deus. Se o monarquismo (único Deus) fora censurado por negar a multiplicidade das pessoas divinas, Hipólito foi acusado de ensinar a existência de dois deuses (diteismo), já que, visando defender a multiplicidade das pessoas, arriscava-se a negar a unidade divina (monoteísmo). Além disso, deve-se assinalar o caráter claramente subordinacionista da doutrina de Hipólito, pois nela o Logos , era de fato apenas uma divindade secundaria e inferior.(2)

Como vimos, havia muitas controvérsias doutrinárias acerca da natureza de Deus e a relação entre o Pai e o Filho. Muitos aceitam a definição tradicional do cristianismo, apresentado pela doutrina da Trindade. Porém, nos primeiros séculos do cristianismo, esta formulação de nenhuma maneira significou a resposta definitiva. Na realidade, A Nova Enciclopédia Católica diz que no segundo século d.C. "uma solução Trinitária ainda estava no futuro" e esse dogma Triitário "não foi solidamente estabelecido... antes do fim do quarto século"(3). O próprio fato de haver necessidade dos antigos católicos terem de realizar repetidas vezes concílios sobre a mesma questão básica (Nicéia - 325; Constantinopla - 381; Efeso - 431; Calcedônia - 451) demonstra amplamente que não havia solidez na doutrina da Trindade. Acredito que a luta era por tentar entender e expressar em termos filosóficos e ontológicos gregos a experiência cristã da irresistível confluência do humano e do divino em Jesus de Nazaré (Yeshua ha Notzri).

A TEOLOGIA AFRICANA.

Na passagem do século II ao III, surgiu na África a primeira teologia ocidental de expressão Latina. Foi obra de Tertuliano, que estabeleceu seu vocabulário e suas formulações iniciais.

Tertiuliano retomou a tradição dos apologistas gregos que defendiam a tolerância do cristianismo pelo Império. Nas suas conclusões teologicas, em especial nas questões trinitárias e cristológicas. Cunhou e empregou pela primeira vez a palavra trindade, a tri unidade de pessoas, afirmou que a unidade de Deus é indivisível, embora distribuída em três pessoas numericamente distintas, E que cada uma das pessoas desta trindade é Deus, visto que da mesma substância dando início assim a pronúncia Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Tais palavras infiltradas por Tertuhano se tornariam o vocabulário da teologia latina, no futuro.

Tertuliano também escreveu uma obra chamada "prescrição dos hereges", cujo titulo se afasta tanto quanto possível do ensinamento de Cristo sobre o amor e a tolerância. Tanto Tertuliano, como Irineu e o aluno deste, Hipólito, eram os mais notáveis expoentes do dogmatismo defensivo e as vezes ofensivo, que ao refutar as chamadas heresias perdia de vista os ensinamentos vivos de Cristo e lançava os fundamentos de uma ortodoxia intolerante , destinada a obscurecer a verdade viva da inspiração Crista.

O essencial do ensinamento de Cristo obscurecido pelo não essencial e dogmático. Ambos declaravam como se a forma de crer que eles apresentavam fosse o ensinamento original de Cristo e a crença universal da Igreja, onde quer que existisse. (11)

Tertuliano usava a objeção mais comum feita contra o monarquianismo modalista chamando-a de doutrina Patripasiana; quer dizer, ela implicava que o Pai sofreu e morreu. Na verdade Ele foi o primeiro em acusar aos modalistas, interpretando o modamismo a significar que o Pai é o mesmo que o Filho. Mas isto significaria que o Pai morreu, uma impossibilidade clara. Deste modo, Tertuliano buscava ridicularizar e refutar ao modalismo, Mas os historiadores aceitando a discussão de Tertuliano como a verdade, identificaram a doutrina do modalismo como Patripasianismo. Porém, Praxeas exphcou que enquanto Jesus era o Pai encarnado, Jesus morreu quanto a Sua humanidade, como o Filho. Evidentemente Sabélio negou a acusação de que o modalismo era a mesma coisa que o Patripasianismo. (12)

O debate inteiro pode ser solucionado facilmente se for reconhecido que o modalismo não ensinava, da mesma maneira que Tertuliano concluía que o Pai é o Filho, mas que o Pai está no Filho. Como Comodiano disse, "o Pai entrou no Filho, um Deus em todos os lugares"(13), De um mesmo modo, Sabélio explicou que o Logos não era o Filho mas que era vestido pelo Filho (14). Outros modalistas explicavam que o Filho sofreu, enquanto que se compadeceu o Pai ou "sofreu com o filho"(15), Ao dizer isto eles queriam dizer que o Filho, o homem Jesus, sofreu e morreu. O Pai, o Espírito de Deus dentro de Jesus, não poderia ter sofrido nem ter morrido em qualquer sentido físico, mas, no entanto Ele deve ter sido afetado ou participado no sofrimento da carne. Por conseguinte, Zeferino disse, "conheço a um só Deus, Jesus Cristo, e aparte dEle não conheço a nenhum outro que nasceu ou que poderia sofrer.. .Não era o Pai que morreu senão o Filho"(16). Destas declarações. Parece estar claro que os modalistas mantiveram que o Pai não era carne mas que o vestiu ou Se manifestou em carne. Só morreu a carne , mas o Espírito eterno não morreu. Portanto, o Patripasianismo é um termo enganoso e incorreto que não se pode usar para definir ao monarquianismo modalista. (Veja mais sobre Tertuliano e sua crença no Capítulo 3).

A FILOSOFIA MÍSTICA CHEGA  A IGREJA CRISTÃ
Através da história vemos como a filosofia grega, egípcia e asiática, procuravam se misturar com os ideais Cristãos, Com o passar do tempo, isso acabou por acontecer. Por muitos e diferentes canais, chegou o Neoplatonismo a Igreja Cristã. A filosofia do misticismo encontrada em Plotino aclamado como " Pai do misticismo", de muitos modos influenciou a teologia Cristã. Para dar apenas um exemplo, éem Plotino que primeiro foi encontrado uma exposição, dotada como inteligível acerca da Trindade, e é nele que se lê sobre o Filho que precede do Pai e , todavia, da mesma substância que o Pai. As discussões teológicas do Concílio de Nicéia certamente adquiriram inspiração com os ensinamentos de Plotino. Durante vinte seis anos, ensinou em Roma, onde veio a morrer no ano 270 d.C. Em seus escritos se encontrava muitos ensinamentos que são proclamados pelo movimento da "Nova Era".

No ramo alexandrino da escola, encontramos as doutrinas de Plotino expostas pelo grande filósofo do sexo feminino, Hipátia, e seu discípulo, o bispo cristão Sinésio; a escola ateniense produziria o gênio de Proclo que, pelos seus escritos, e pelos de seu seguidor Dionisio, o Areopagita, influenciaria a teologia cristã dos tempos vindouros. Mais importante que tudo, talvez, foi a introdução das idéias neoplatônicas por meio da obra de Agostinho. Foi nos escritos neoplatônicos que Agostinho (mais conhecido como Santo Agostinho) primeiro achou satisfação e, embora mais tarde o Cristianismo se tenha tornado para ele a verdade suprema, permanece em seus escritos a influência platônica. No entanto, a obra de Agostinho a respeito da Trindade é distintamente plotiniana quanto ao seu caráter; a exemplo de Plotino Agostinho deriva a Trindade, no homem, da Divina Trindade e ainda alcança a compreensão da Trindade superior por Sua manifestação em sua própria consciência. A descrição feita por Agostinho sobre a Caminho místico e o estado de União , em suas Confissões , assemelha-se em todos os pontos ao que se encontra em Plotino. Nem foi Agostinho o único entre os místicos cristãos que encontrou uma linguagem apropriada às suas experiências nos escritos de Plotino e de seus discípulos. Poderíamos citar uma longa lista de nomes, desde Basilio, Gregório de Nissa e Genádio até Escoto Erigena, Mestre Eckhardt e Tomás de Aquino. (17)

Will Durant escreveu: "O paganismo assumiu muitas formas no século IV: mitraísmo, neo platonismo, estoicismo, cinicísmo e cultos locais à deuses dos campos ou das cidades. O mitraísmo havia perdido terreno, porém o neoplatonismo constituía ainda uma forma na religião e filosofia. As doutrinas às quais Plotino havia dado uma forma sombria - a de um espírito trino (Trindade) que encerrava toda a realidade, a de um Logos ou divindade intermediária que tinha feito o trabalho da criação.. ."(l8) Portanto, em grande partes das explicações da doutrina da Trindade encontramos vestígios de referências diretas às fontes neoplatônicas. Poderíamos dizer que as doutrinas de Plotino se tornaram a roupagem de todos misticismo intelectual e, ainda que a experiência mística se situe além das palavras, qualquer tentativa de descrevê-la reverterá necessariamente àquele que é chamado de Pai do Misticismo Cristão.  Constantino, Imperador pagão, político e ambicioso cujo interesse primordial era o poder, prestava culto a Hércules, depois passou a praticar o culto a Apoio, Sol invíctus, o qual disse ter tido uma visão na Gália no interior de um templo dedicado a Apoio, no verão de 310.

As razões que levaram Constantino a optar pelo Cristianismo foram pessoais e políticos. Sendo mais supersticioso do que religioso e mais temeroso perante o poder do Deus dos Cristãos do que movido por quaisquer ensinamentos religiosos, ansiava por identificar qual, dentre os deuses da época, era a "Máxima Divindade". Apoiar uma religião já amplamente estabelecida era um meio de impor unidade ao seu império periclitante.

A conversão formal de Constantino ao Cristianismo era motivada pela intenção de usar o cristianismo para fins politicos. Como oportunista teve grande sucesso. Como o Cristianismo já estava enraizado sob o sangue dos mártires da Igreja, Constantino assumiu uma atitude de franca proteção ao cristianismo, manifestando interesse na medida exata em que este poderia favorecer seus planos e contribuir para sua ascensão ao poder supremo. O objetivo de granjear para si o apoio dos cristãos residentes em Roma explicava porque em 312, ordenara que se aplicasse nos escudos dos soldados o signo da cruz, que os cristãos poderiam tomar como seu. De cunho tanto pagão quanto cristão, poderia fornecer a base religiosa para alicerçar o domínio universal.

Como pagão não queria deixar as práticas pagãs e ao mesmo tempo queria conquistar a confiança dos cristãos. Para conciliar a situação se esforçou para consolidar uma religião única, agrupando crença ou doutrinas, do judaísmo, paganismo e Cristianismo. Isto foi aceito igualmente por Cristãos e pagãos.

A Igreja que estava já sofrendo com as heresias que permearam sobre os ensinamentos, com a união de Constantino ao Cristianismo, levou-a a mergulhar na escuridão afastando-se com a verdadeira doutrina e entrando com a infiltração da Idolatria e práticas pagãs completamente contrárias aos ensinamentos e doutrinas da palavra de Deus.(1) A partir do Concilio de Nicéía, em 325, ouve muitas infiltrações e substituições no que se refere a respeito de prestação de culto e adoração, no meio de um panteão de deuses a religião de Roma confundiu-se mais ainda com aumento de adeptos, em particular os "cultos de mistérios" de Mitra, Cibele e aveneração de Apoio, o deus - sol. Mitra era adorado como criador e protetor da vida, Cibele era considerada como mãe dos deuses e dos homens e Apoio o deus -sol era o senhor do destino de Roma. A atração universal do cristianismo ajudou a suplantar, substituir ou infiltrar de forma camuflada no Cristianismo, o paganismo, tal como segue: Mitra foi substituído por Deus Pai criador, Cibele considerada mãe dos deuses e dos homens foi substituida pela Virgem Maria, e Apolo adorado como sol invictus por Constantino foi substituído por Cristo. Para Constantino o sol tinha-se rivalizado com Cristo e por isso a festa do Sol invictus que era celebrado a 25 de dezembro desde 274 foi retomada pela Igreja Católica como data para celebrar o nascimento de Cristo, por que desejava aproveitar a popularidade da data como um meio de atrair mais adeptos para a religião.

Constantino tinha mistificado a Igreja, e grande parte dos cristãos de Roma prestavam homenagem a ele. Fez construir uma grande coluna de Apolo, na qual o rosto da estátua fora alterada para representar o seu. Ali ficou ele com todos os atributos, e honras, para ser adorado pelos pagãos mitraístas e Cristãos ao mesmo tempo.

O Cristianismo era uma religião oriental, A filosofia grega dera-lhe uma forma aceitável a Europa. Os Mistérios ofereceram o quadro de referências espirituais do Cristianismo, assim como a Grécia ofereceu sua estrutura mental, e Roma, a física (sobre a Trindade).

O Imperador Constantino dedicou a grande cidade de "Nova Roma que é Constantinopla" a Santíssima Trindade e a Mãe de Deus. O assunto abordado aqui é encontrado na história do Império Bizantino que é chamado de história de infiltração de idéias orientais, até colorirem as tradições da Grécia e Roma e da reação periódica a essa infiltração. A respeito dela, as tradições grego-romana perduraram at final. (2)

É importante enfatizar que nenhum historiador tem certeza da conversão de Constantino ao Cristianismo pelo fato de nunca ter mudado de vida e atitude diante de sua nova crença.

Na grande batalha da doutrina trinitariana por tentar condenar a Unicidade, uma de suas acusações é: a doutrina da Unicidade é doutrina do Anticristo por que negam o Filho. Mas isto não é verdade. Creio que a esta altura da leitura, meu querido leitor já esta ciente que a doutrina da Unicidade não nega o Pai e nem o Filho. Ademais, a própria Escritura nos ensina que quando confessamos o Filho temos tanto o Pai quanto o Filho. Esse é um dos motivos porque invocamos o nome que o Filho recebeu no batismo. Vejamos o que nos diz 1 João 2:22,23: "Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Paz; e aquele que confessa o Filho, tem também o Pai", e também II João 9: "...quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho".
Portanto, ao confessarmos Jesus, confessamos o Filho e também o Pai. Ele mesmo disse em João 14:11: "Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim...” e também em João 10:30:
“Eu e o Pai somos um”. Nós temos a revelação de Jesus conforme disse em Mateus 11:27: "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai: e ninguém conhece o Filho, senão o Pai: e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar ".
Nós não negamos o Filho em nada e principalmente no batismo. Nós confessamos e invocamos o seu nome. Pois herdou um nome que é sobre todo o nome, e é somente neste nome que há remissão de pecados conforme Lucas 14:47 que diz: "E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém " e também I João 2:12 que diz: "Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados ".
Nós honramos tanto o Filho que não negamos o nome nem no batismo. Pois sabemos que ao invocar o nome do Filho no batismo, estamos honrando tanto o Filho quan o Pai, pois o Filho recebeu o nome do Pai (Jo 5:23; 17:6, 26 Filp 2:9; Col 3:17; Heb 1:4).
Nós cremos no Filho, pois crer no Filho é crer no Pai, e quem vê o Filho vê não o Filho mais vê o Pai e ainda quem recebe o Filho recebe o Pai (João 12:44,45; 13:20).

QUEM VOLTARÁ NAS NUVENS DO CÉU COM TODOS SEUS SANTOS?
Sinto um gozo transbordante em meu coração, quando penso na volta do Senhor Jesus; não somente pelo fato de o aguardar para a salvação (Heb 9:27) como também será um dia de revelação. Pois neste dia todos saberão quem realmente Jesus é. Em Mateus 25:31 esta escrito: "E quando Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória"; e II Tessalonicenses l:7 que diz: "E..quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder". Comparemos estes versículos com Zacarias 14:5 quando diz: “. ..então virá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor", e também o versículo 9 - "E o Senhor será rei sobre toda a terra: naquele dia um será o e um será o seu nome".
Este dia será um dia de revelação (1 Pe 1:7 c 13); será um dia conhecido do Senhor (Zac 14:6,7; Apoc 22:4,5); será o dia da gloriosa aparição do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (Tt 2:13); é chamado a vinda do dia de Deus (II Pe 3:12). Quando Jesus aparecer nos ares, vai ser mostrado o Único Poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores (1 Tim 6:14-16) e estaremos diante de nosso Deus e Pai que é nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (1 Tes 3:11 e 13). Em I Tessalonicenses 4:16 nós lemos: ‘Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido e com VOZ de arcanjo, e com a trombeta de Deus: e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”.
Portanto, Jesus é o Senhor Deus Todo-poderoso que era, que é, e que há de vir (Apoc 1:8; 4:8;11:17). Nós lemos em Atos 1:11: “ ... Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em rima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir", e também Hebreus 10:37: “Porque ainda um poucochinho de tempo, e o que há de rir virá, e não tardará”. Com isto podemos dizer “Ora vem, Senhor Jesus” (Apoc 22:20). Por última análise da doutrina da Trindade como já vimos, foi formulada nos primeiros tempos da igreja Católica Romana. Também constatamos que há confusão e contradição nessa doutrina que foi criada pelo homem numa mentalidade Ontologica e Filosófica. Ademais, tem deixado muitas perguntas sem resposta. A tentativa, por parte dos que creem na Trindade, de responder as questões, tem deixado muitas confusões na mente das pessoas. Irei mencionar apenas algumas das questões que não se encontram respostas para esta doutrina. Basta examinar o credo de Atanásio para concluir que esta doutrina apresenta definições confusas.
Enquanto escrevia este livro, recebi em minhas mãos a revista Chamada da Meia-Noite de novembro de 2001, que tinha como título ‘A Mulher Montada na Besta’. Um dos tópicos comentado era ‘A Paganização do Cristianismo’, que dizia o seguinte:
“Quando o Imperador Constantino supostamente tornou-se cristão, no ano 313 (algo que, na verdade, foi uma astuta manobra política), deu liberdade aos cristãos e deu status oficial ao cristianismo conjuntamente com o paganismo. Uma vez que a Igreja agora se tornara uma instituição religiosa absorvida pelo Império, Constantino, como imperador, precisava ser reconhecido como seu líder “de facto ". E como tal, ele convocou o primeiro concílio ecumênico, o de Nicéia, em 325, estabeleceu os assuntos a serem tratados, fez o discurso de abertura e o presidiu, não estando interessado na verdade do Evangelho, mas sim na unificação do seu império. Carlos Magno fez algo semelhante no Concílio de Chalon, 500 anos mais tarde. Constantino foi o primeiro ecumenista e introduziu o erro numa Igreja cristã já cansada de tanta perseguição.
Ao mesmo tempo em que dirigida a Igreja cristã, continuava encabeçando o sacerdócio pagão, celebrando cerimônias pagãs e endossando a edificação de templos pagãos, mesmo depois de começar a construir as primeiras igrejas cristãs.
Como chefe do sacerdócio pagão, ele era o Pontifex Maximus (sumo pontífice) e precisava de um título semelhante como cabeça da Igreja Cristã. Os crlstaos o honraram com o título de “bispo dos bispos”, enquanto Constantino preferiu dar a si mesmo o título de Vicarius Christ (vigário de Cristo). Ele queria dizer que era um “outro Cristo”, agindo no lugar de Cristo. Quando traduzido para o grego, podemos ver que Vicarius Christ significa literalmente Anticristo. Constantino era o protótipo do Anticristo profetizado na Escritura, o qual ainda está por vir.
Na Idade Média os bispos de Roma começaram a afirmar que eram os novos representantes de Cristo na terra. Exigindo que a Igreja do mundo inteiro ficasse sujeita ao seu governo, proibiram qualquer bispo de ser chamado “papa” (papai) e tomaram para si mesmos os três títulos de Constantino: “Pontifex Maximus, vigário de Cristo e bispo dos bispos, títulos que usam até hoje.. .0 reavivamento da religião de Roma será, sem dúvida, uma mistura de cristianismo e paganismo, como aconteceu sob Constantino e continuou daí por diante.” (1)

Esta mais do que provado que as origens dos Credos a partir do Credo de Nicéia, s e formulou de rituais e filosofias pagás, abrindo caminho à ação degradante e destruidora da verdadeira crença cristã. Foi então que veio a despontar no horizonte mental do Cristianismo um dos maiores erros de compreensão jamais concebidos pela mais crassa estupidez humana. Focalizando a Jesus como a Segunda Pessoa da Trindade, contida no simbólico ritual da iniciação egípcia perdendo a magnificência da verdadeira interpretação.
As ligeiras adições necessárias a intercalação desta errada teoria no Credo em formação, foram facilmente executadas e não tardou muito que começassem a ser lançadas por escrito algumas versões fragmentárias do mesmo. Assim, a opinião geralmente aceita de que o Credo é um conglomerado, que se formou gradualmente é verdadeira. Com isto é importante enfatizar que nenhum Credo formulado merece a tradição que atribui a sua autoria, aos doze Apóstolos.
O Credo formulado a partir do Concílio de Nicéia e os primitivos fragmentos constituíam recordações imperfeitas de uma tradição oral, e mostrou a sua inteira incompreensão, com o fato de lhe ter dado por fecho um anátema inteiramente estranho a seu espírito.
Todas as versões concordam em que os membros do Concílio de Nicéia eram, na maioria, fanáticos ignorantes e turbulentos reunidos principalmente na esperança de promover os seus interesses pessoais; não é de admirar que lhes tenha convindo mais, não o conceito mais amplo e sim o mais estreito, A maior parte das cláusulas ali tratada não passava de reprodução da fórmula egípcia de iniciação, que já existia há muitos séculos.
No seu todo, a doutrina da Trindade resume-se em definição, tal como segue:
“Não cremos em três deuses, mas, sim, a um só Deus. Mas no entanto, há três pessoas na divindade numericamente distintas, e cada uma delas é plena e completamente Deus, e não apenas um terço de Deus; proclamando Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Três Grandes Logoi (Espíritos), formados pelos Três Aspectos do Logos, apresentandose como a Primeira Pessoa do Logos, a Segunda Pessoa do Logos e a Terceira Pessoa do Logos. Assim, para nós as três Pessoas são juntamente, ‘coeternas e co-iguais, por serem a tríade superior que constitui a individualidade do próprio Logos solar. Em definição, concluem que um mais um e mais um, é igual a um. Todos devem reconhecer que cada Pessoa e por si mesma Deus e Senhor e ao mesmo tempo não crer que há três Deuses ou três Senhores. Com efeito, ‘há uma pessoa do Pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo’. No entanto, estas três Pessoas são, na realidade, aspectos de uma só. Inteiramente separadas, quando consideradas como Pessoas, cada uma delas em seu próprio plano, sem se relacionarem diagonalmente, pelo menos na aparência; cada uma delas, no entanto, se relaciona, consigo mesma, perpendicularmente, no nível onde as três são uma".

Toda a tentativa da doutrina da Trindade, é de pôr a Trindade na Unidade. Quando em seus cursos e estudos lhes pedem explicações mais satisfatórias, eles dizem: Por mais esforço, que se faça, nenhuma ilustração humana pode esclarecer este ‘mistério teológico’. E ainda definem: Está inteiramente além da nossa compreensão.
Sabe por que eles dizem isto? Porque nem eles sabem.
Esta doutrina misteriosa veio da igreja Católica Romana, que nasceu da infiltração da mitologia grega e rituais egípcios (filosofias pagãs), no cristianismo. Não basta simplesmente dizer: ‘ISTO É MISTERIO’. É isto o que os padres dizem.
Procurem um padre católico, e peça para ele explicar a Trindade. Ele vai dizer a mesma coisa: “A DOUTRINA DA TRINDADE É DOUTRINA DE MISTÉRIOS”, ‘NÃO HÁ PALAVRAS PARA A DESCREVER’, ‘ESTÃO MUITO A CIMA DE NOSSO PODER DE EXPRESSÃO OU COMPREENSÃO’.
No entanto, a Bíblia diz que tudo se encerra em Jesus Cristo. Nele o mistério divino está revelado. De capa a capa a Bíblia prega a existência de um único Deus e Senhor, Criador do céu e da terra, o qual para salvar a humanidade, manifestou-se em carne, e achado na forma humana, pelo fato de ter sido gerado foi chamado de Filho, possuindo em Si mesmo duas naturezas, a humana e a divina, o qual em sua natureza divina, era o Pai da eternidade; Deus forte que para nos salvar, entregou Sua condição humana para morrer pelos fossos pecados; e depois de ressuscitar seu corpo humano, subiu ao céu vindo logo a seguir, em Espírito para estar conosco, e em nós até a consumação dos séculos. Como evidência do que acabastes de ler, compare você mesmo os textos tal como segue: Isaias 45:5,6,7,12,18,19,22,23; Isaias 46:9; Isaias 48:12; Joel 2:27; Oséias 13:4; Malaquias 3:1; Mateus 1:23; João 14:9; João 14:18; Mateus 18:20; Hebreus 9:26-28; Apocalipse 11:17; Apocalipse 4:8,9 e Apocalipse 1:18.
Muitos estão ensinando em cursos bíblicos que nas Escrituras há duas doutrinas em aparente conflito e que nada deve ser feito para descobrir qual é a verdadeira, e que devemos sustentar ambas, mantendo cada uma em perfeito equilíbrio com a outra; nos acomodando com a situação sem procurar pesquisar, a fim de sermos esclarecidos. Outros nos púlpitos de suas igrejas, em programações de radio e televisão, estão dizendo que os apóstolos estavam errados, que desobedeceram a Jesus pelo fato de terem batizado em Seu nome. Ainda Outros de forma grotescas e ignorantes proclamam que os que crêem e pregam que Jesus Cristo é o único Deus verdadeiro que se fez carne, e que batizam no nome de Jesus Cristo são do diabo, anticristos, heréticos, satânicos, aberrações, etc...
Quero frisar que Os que estão dizendo tais coisas estão correndo o risco de estarem blasfemando contra o Espirito Santo, pelo motivo de dizerem que é do diabo algo que é revelado pelo Espírito Santo através das Escrituras.
Estão cometendo muitos erros desastrosos. Primeiro por dizerem que a Bíblia é discordante em suas doutrinas; segundo, por dizerem que os apóstolos estavam errados, sendo que eles pregaram e escreveram pela unção e inspiração do Espirito Santo (1 Tess 1:5; 2:3-5; II Cor 3:5,6; 4:2); e por terceiro, estão deixando muita gente com dúvidas no que diz respeito aos ensinamentos das Escrituras; porque ao dizerem que a Bíblia traz duas doutrinas conflitantes sem esclarecimento, e que os homens que as escreveram não eram :
dignos de confiança, por estarem em desobediência , conforme acham eles, colocam as Escrituras numa posição como se ela nao tivesse em total acordo em si mesma. Mas nós sabemos que não é assim porque, “toda a escrítura é divinamente inspírada “(II Tim 3:16), e que "os homens santos de Deus falararam inspirados pelo Espírito Santo “(11 Pe 1:21).

É A HORA DA VERDADE

Não podemos nos acomodar e continuar deixando que encubram a verdade com ensinamentos, que foram infiltrados na teologia cristã muito depois dos apóstolos, homens que só estavam interessados em defender seus egos filosóficos e ontológicos, aguçados por suas mentes pagãs. Esta na hora de deixarem as tradições de homens e se libertarem de toda RAIZ BABILONICA O povo de Deus precisa se separar de todo o Sistema Babilônico, e de todo o seu ensinamento. Tanto a doutrina da Trindade quanto a adoração de imagens, e tantas outras infiltrações místicas, veio deste Sistema Religioso Babilônico - a Igreja Católica Romana. Em Apocalipse 18:4, 5 esta escrito: "E ouvi outra voz do céu que dizia: Sai dela, povo meu,para que não sejas participantes dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque já os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela ". Todos os seus ensinamento sem fundamentos, com bases pagãs, são sustentados com a palavra ‘MISTÉRIO’. Veja o que diz Apocalipse 17:4,5 sobre isto: ‘E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas, e tinha na sua mão um Cálice de ouni cheio das abominações e da imundícia da sua Prostituição; E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das Prostituições e abominações da terra’:
Estes dias atrás, ouvi a respeito de uma pesquisa que declarava que muitas igrejas trinitarianas aceitariam se filiar novamente a igreja Católica, aceitando o papado como representante Supremo. Isto não é de se admirar, pois a igreja Católica Romana é a mãe da doutrina da Trindade, e é por ela que será governado o ecumenismo.

O TRINITARIANISMO NÃO RESPONDE
a) Quem era o Pai da criança que nasceu em Belém? A primeira pessoa o Pai ou a terceira pessoa o Espírito Santo? Pois a Bíblia diz:
“...achou-se ter concebido do Espírito Santo “ (Mt 1:18, 20; Lc 1:35). Qual deles é o verdadeiro Pai? Alguns trinitários dizem que o Espírito Santo somente foi um agente do Pai no processo da concepção - um processo que eles comparam a sembra artificial.
b) Se Deus já tinha um Filho no céu; como foi que Ele o gerou? Se desde a eternidade já existia o Filho unigênito (único gerado); como foi que isso aconteceu? Não teríamos que crer que Maria já existia também antes? Pois se já existia o Pai, o Filho, por que não a mãe?
c) Se existe três pessoas na divindade. Não teríamos que crer que há três Deuses, três Senhores, três Reis, três Espíritos e três Tronos? Pois se existes três com os mesmos atributos e são coeternos e coiguais, numericamente distintos, cada um numa função, proclamados como Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo e por muitos denominados como a Primeira Pessoa do Logos; a Segunda Pessoa do Logos e a Terceira Pessoa do Logos ou os Três Logois sendo que cada uma das Pessoas é Senhor; tudo lá no céu não teria de ser triplo?
d) Quantos Espírito há no céu? Deus o Pai é Espírito Go 4:24), o Senhor Jesus é Espírito (II Cor 3:1 7), e o Espírito Santo é por definiçãom um Espírito. No entanto, há um único Espírito (T Cor 12:13; Ef 4:4).
e) Se o Pai e o Filho são pessoas coiguais, por que orou Jesus ao Pai? Pode Deus orar à outro Deus?
f) Do mesmo modo, como pode o Filho saber tanto quanto o Pai? (Mt 24:36; Mc 13:32)
g) Do mesmo modo, como pode ser que o Filho não tem poder se o Pai não o dar a Ele? (Jo 5:19, 30; 6:38)
h) Do mesmo modo, que os outros versículos da Escritura que indicam a desigualdade entre o Filho e o Pai? (Jo 8:42; 14:28; I Cor 11:3)
i) Morreu “Deus o Filho”? A Biblia diz que o Filho morreu (Rom 5:10). Se for deste modo, Deus pode morrer? Ou pode morrer uma parte de Deus?
j) Como pode ter um Filho eterno quando a Bíblia fala do Filho gerado, deste modo claramente indicando que o Filho teve um começo? (Jo 3:16; Heb 1:5,6).
k) Se o Filho é eterno e se Ele existia quando foi feito a criação, quem era a sua mãe então? Nós sabemos que o Filho nasceu de uma mulher (Gal 4:4)
1) Se o Filho é eterno e imutável (invariável), como pode o Reino do Filho ter um fim? (I Cor 15:24-28).
m) Se ao responder às perguntas dizemos que só o filho humano de Deus estava limitado em conhecimento e em poder, e que Ele morreu , então, como podemos falar de “Deus o Filho”? Há dois Filhos?
n) A quem adoramos nós e a quem oramos nós? Jesus disse que nós deveríamos adorar o Pai
(Jo 4:21-24), mas Estevão orou a Jesus (At 7:59,60).
o) Há três Espíritos no coração do Cristão? O Pai, Jesus, e o Espírito todos moram dentro do Cristão (Jo 14:17-23; Rom 8:9; Ef 3:14- 17), Mas há um único Espírito (1 Cor 12:13; Ef 4:4).
p) Se Jesus se senta no trono, como pode sentar-se a destra de Deus? (Mc 16:19), ou esta Ele no seio do Pai? (Jo 1:18).
q) Jesus está na Deidade? Ou a Deidade está em Jesus? Colossenses 2:9 diz que a Deidade está em Jesus.
r) A luz de Mateus 28:19, por que sempre batizavam os apóstolos os judeus assim também como os gentios em nome de Jesus, e ainda batizavam de novo quando não tinham recebido o nome? (At 2:38; 8:16; 10:48; 19:5; 22:16; I Cor 1:13).
s) Quem levantou Jesus da morte? O Pai (Ef 1:20)?, ou Jesus (Jo 2:19-21)?, ou o Espírito (Rom 8:11)?
t) Se o Filho e o Espírito Santo são pessoas coiguais na Deidade, por que não é perdoado a blasfêmia contra o Espírito Santo e sim é perdoado a blasfêmia contra o Filho? (Luc 12:10).

u) Se o Espírito Santo é um coigual da trindade, por que sempre fala a Bíblia dEle como enviado do Pai ou de Jesus? (Jo 14:26; 15:26).
v) Sabe o Pai algo que o Espírito Santo não sabe? Se é deste modo, como podem eles serem coiguais? Só o Pai sabe o dia e a hora da segunda vinda de Cristo (Mc 13:32).
w) A Trindade fez o Antigo e o Novo pacto? Nós sabemos que Jeová o fez (Jer 31:31-34; Heb 8:7-13). Se Jeová é uma trindade, então o Pai, o Filho, e o Espírito todos tiveram que morrer para fazer eficaz o Novo pacto (Heb 9:16,17).
x) Se o Espírito procedeu do Pai, é o Espírito também o filho do Pai? Se não, por que não?
y) Se o Espírito procede do Filho, é o Espírito o neto do Pai? Se não, por que não?
z) Se existem três pessoas, a primeira e a terceira , vão ter de se ajoelhar perante a segunda? Pois a Biblia diz: ‘§Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra”(Filip 2:10).
aa) A quem deve ser dada a glória e o louvor: a Trindade ou a Jesus? Se for a Trindade onde estão os versículos? Se for para Jesus, eis os versículos: "E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial: a quem seja glória para todo sempre. Amém “(II Tim 4:18) - "Antes crescei na grata e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora como no dia da eternidade “(II Pe 3:18) - ‘Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória pois a ele eternamente. Amém “(Rom 1 1 :36).
bb) O que significa a palavra Anticristo?
cc) Se a palavra Anticristo significa contra Cristo; por que chamar de Anticristo, heresia, doutrina satânica, aqueles que crêem na totalidade de jesus Cristo quanto a Sua natureza Divina e humana?
dd) Se existe a Trindade como se explica os versículos contidos no Capítulo 4 deste livro juntamente com Isaias 48:12; 41:4: 44:6 com Apocalipse 1:8,17,18; 21:6,7 com Romanos 9:5; II Tessalonissenses 2:16 com Filipenses 2:10; Efésios 3:15; Atos 4:12 e Apocalipse 22:6 com o versículo 16?
ee) Qual o nome que se deve invocar para ser salvo?
ff) Ao ler em sua Bíblia os versículos a seguir, responda: Por que é errado invocar o nome de Jesus no batismo? Compare os versículos e responda: Joel 2:32 com referencia em Atos 2:21 e Romanos 10:13 - Atos 9:14-16 – Atos 7:59 - I Corintios 1:2 - II Timóteo 2:19 – Lucas 24:47 - I João 2:12 - Jeremias 31:33,34 - Malaquias 1:11,14 - Colossenses 3:17 e Atos 22:16.
gg) Se é errado batizar em nome de Jesus; por que a concordância de Mateus 28:19 leva para Lucas 24:47 e Atos 2:38?
hh) Comparando as passagens de Atos 2:38 Atos 8:12,16 - Atos 10:48 - Atos 19:5 – Romanos 6:3 Com Atos 4:11,1 2; por que é errado batizar em nome de Jesus Cristo sendo Ele Senhor do céu e da terra?
ii) Por que defender e continuar proclamando uma doutrina Católica Romana e refutar uma verdade bíblica?

Nós não somos seguidores da doutrina Ariana que negava a divindade de Jesus, como muitos nos acusam nas igrejas e estudos bíblicos; pois realmente cremos na preexistência de Jesus como foi evidenciado ao todo deste estudo.
A chave para compreensão da Unicidade é esta: Jesus Cristo possuía uma dualidade de natureza - humanidade e Divindade. Ele era o próprio Deus e perfeito homem. Como Deus Ele permanece eterno; como homem Ele permanece no tempo. Na qualidade de Filho, limitado pelo elemento tempo, tem um Propósito Triplo: (1) Redenção; (II) Mediação; (III) O Reinado do Milênio e o Julgamento.
Diante de tudo o que vimos e estudamos pelas Sagradas Escrituras sobre a Divindade e humanidade de Jesus; podemos dizer que:

a) Jesus em Sua natureza humana é:

O Filho que foi gerado, concebido, que nasceu e que foi dado (Isa 9:6; Mt 1:18; Lc 1:31 ,32 e 35).
O Cordeiro de Deus (Jo 1:29)
O enviado (Gál 4:4)
O Cristo, sofredor (Isa 53:7; Isa 50:6; Heb 13:12)
O homem que anunciou a verdade (Jo 8:40)
O servo (Lc 22:27; Filip 2:7) Era pobre (Lc 9:58)
O mediador (1 Tim 2:5)
O redentor (Heb 9:12; Gál 3:13; Mt 20:28)
O intercessor (Heb 7:25)
O que morreu por nós (Mc 8:31)
O pão vivo (Jo 6:35, 48 e 51)
O homem de dores (Isa 53:3,4; Lc 22:44)
A porta (Jo 10:9)
O caminho (Heb 10:19,20)
A raiz de Davi (Rom 1:3; II Tim 2:8; Apoc 5:5)
O exemplo (Jo 13:15; I Pe 2:21)

b) Jesus em Sua natureza Divina é:

Deus forte (Isa 9:6)
Pai da eternidade (Isa 9:6)
Criador cio 1:10,11 com Saim 102:25; Gên 2:4; Prov 16:4; Gol 1:16-18)
Senhor (1 Cor 1:2)
Senhor da glória (1 Cor 2:8; Tg 2:1 com Saim 24:7,10)
Jeová (Isa 40:3; Mt 3:3)
O ‘Eu Sou’ (Jo 8:58; At 9:5)
O Alfa e o Omega Princípio e o Fim (Isa 44:6 com Apoc 1:17; Isa 48:12; Apoc 1:8; Apoc 2:8; Apoc 21:6,7; Apoc 22:13)
Rei dos reis e Senhor dos senhores (1 Tim 6:15; Apoc 17:14)
Deus bendito eternamente (Rom 9:5)
Nosso Deus e Pai (II Tess 2:16)
O que era, o que é e que há de vir (Apoc 1:8)
Deus Todo-poderoso (Apoc 1 :8)
Deus dos santos profetas (Apoc 22:6 e vers. 16)
Verdadeiro Deus e vida eterna (Jer 10:10 com I Jo 5:20)
Único Salvador (Isa 43:11; Isa 45:21 com At 4:12)
Possuidor de um reino eterno (Heb 1:8)
Tudo em todos (Col 3:11)
O Supremo Pastor (Isa 40:10,11 com I Pe 5:4)
Jeová justiça nossa (Jer 23:5-8; I Cor 1:29-31; Jer 9:24)
Jeová acima de todos (Salm 97:9 com Jo 3:31)
Jeová dos Exércitos (Isa 6:1-3 com Jo 12:41-45; Isa 8:13,14 com I Pe 2:7,8)
Jeová que veio do Céu (ICor 15:47)
Grande Deus e Salvador (Osé 1:7 com Tit 2:13)
Deus que redime e purifica a igreja para si mesmo (Apoc 5:9 com Tit 2:14)
Único Dominador e Senhor nosso (Jud 4)
Emanuel - Deus conosco (Isa 7:14 com Mt 1:23)
E fonte de graça (II Tess 2:16)
Deus, para quem vive os Seus Santos (Gal 2:19 com II Cor 5:15)
Reconhecido como Deus por seus apóstolos (Jo 20:28)
Deus que ressuscita os mortos (Jo 6:54)
Deus que ressuscitaria a si mesmo dentre os mortos (Jo 2:19 e 21)
Senhor justo Juiz (Ecles 2:14; II Cor 5:10; I Cor 4:5; II Tim:8)
Seu nome é o nome de Deus revelado (Isa 2:6)
De acordo com o que temos visto, a Bíblia não ensina a doutrina da trindade, e o trinitarianismo contradiz a Bíblia. Não agrega benefício positivo à mensagem Cristã. Sem a doutrina da trindade que foi feito pelo homem nós podemos afirmar a Deidade de Jesus, a humanidade de Jesus, o nascimento virginal, a morte, a sepultura e a ressurreição de Cristo, a expiação, a justificação pela fé, a autoridade única da Escritura, e qualquer outra doutrina que é essencial ao verdadeiro Cristianismo. Nós aderimos estritamente à mensagem bíblica Que Jesus é o único Deus manifestado em carne. A aderência para Unicidade não significa uma negação que Deus veio em carne como o Filho ou uma negação que Deus cumpre os papéis de Pai e Espírito Santo. Por outro lado, a doutrina da trindade remove valor dos importantes tópicos bíblicos da Unicidade de Jesus e da absoluta Deidade de Jesus Cristo. Portanto, o Critianismo deveria parar de usar a terminologia triitária e deveria por ênfase novamente na mensagem básica da Bíblia. A maioria desses que crêem na Bíblia não pensam em fortes termos trínitários, então, uma transição do triitarianismo não muito difícil, pelo menos em um nível individual.
Por outro lado, a aderência rígida para a convicção da Unicidade traz muitas bênçãos. Põe a ênfase onde realmente se deve por sobre a importância da terminologia bíblica, o pensamento bíblico, e os tópicos bíblicos. Estabelece o Cristianismo como o verdadeiro herdeiro do Judaísmo e como uma crença verdadeiramente monoteísta. Nos faz lembrar que Deus nosso Pai e criador nos amou tanto que Ele se vestiu a Si mesmo de carne para vir como nosso Redentor. Nos faz lembrar que nós podemos receber este mesmo Criador e Redentor em nossos corações por meio de Seu próprio Espírito.
A Unicidade magnífica a Jesus Cristo, exalta Seu nome, reconhece quem realmente Ele é, e reconhece Sua deidade Plena. Exaltando a Jesus e a Seu nome na pregação e na adoração traz um movimento poderoso de Seu poder por meio de bênçãos, libertações, orações respondidas, milagres, curas e a salvação. Coisas maravilhosas acontecem quando alguém prega uma mensagem sobre a Deidade de Jesus, o nome de Jesus, e a Unicidade de Deus, mas é rara a vez que alguém se inspira em uma mensagem a cerca da trindade, e quando o faz, acaba terminando em Jesus.
Uma crença forte na Unicidade de Deus e a Deidade absoluta de Jesus Cristo é um elemento crucial na restauração da igreja para a verdadeira crença bíblica e o poder apostólico.


O DIA DA REVELAÇÃO
Este dia será um dia ‘singular’ conhecido do Senhor (Zac 14:7). Neste dia todos saberão que um é o Senhor e um é o seu nome (Zac 14:9). Isto acontecerá quando Jesus voltar a Jerusalém. Quando os exércitos das nações parecerem invencíveis, Jesus Cristo, pessoal e visivelmente, o único Deus verdadeiro, o Rei dos reis, o Senhor dos senhores, o Senhor dos Exércitos, voltará ao Monte das Oliveiras, fazendo com que este se fenda - "E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande: e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul E fugireis pelo vale dos meus montes (porque o vale dos montes chegará até Asel), e fugireis assim como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá então rirá o Senhor meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor” (Zac 14:4, 5; veja também Zac 14:16,17). Perante Ele se dobrará todo o joelho e toda língua confessará que Jesus é o Senhor (Isa 45:21-23; Rom 14:11; Filip 2:10; I Cor 12:3).
Hoje somos rejeitados, somos difamados, somos chamados de heréticos, anticristos por causa do nome de Jesus; porque fazemos menção do nome do Senhor Jesus em tudo, cumprindo Colossenses 3:17 quando diz: "E, quando fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus ". Não nos importamos com as injurias, nos entristecemos sim por muitos não conhecerem Jesus verdadeiramente. Nos alegramos por sofrermos pelo ‘nome Jesus’ - “Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” ( I Pe 4:14) e glorificamos a Deus com este ‘nome’, pois grande é o poder deste nome: "Ninguém há semelhante a ti, ó Senhor: tu és grande, e grande o teu nome em força "e, “...em todo o seu reino, ninguém há semelhante a ti" (Jer 10:6,7). Ademais, o próprio Jesus testificou de seu nome no livro de Marcos 16:17 quando disse: "E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão demônios,falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”.
Nos regozijamos, e nos orgulhamos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, porque: “Assim diz o Senhor”:
Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua forca, não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto, em me conhecer e saber que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas cousas me agrado, diz o Senhor" (Jer 9:23,24) e também II Pedro 3:18 que diz:
‘Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória. Assim agora, como no dia da eternidade. Amém “.
Este dia de revelação, chamado pela Escritura o ‘dia de nosso Senhor Jesus Cristo’, será a manifestação do Deus Todo-poderoso, de acordo com I Corintios 1:7,8 que diz: "De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo. O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo ", e Apocalipse 16:14,14 quando diz: "...os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo,. Para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso. Eis que venho como ladrão, Bem-aventurado aquele que vigiai, e guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas" (repare que estes quatros versículos falam a mesma coisa, pois é Jesus que vem como ladrão).
Por final sobre o dia da revelação, deixo para meditação Jeremias 31:33,34 que diz:

"...depois daqueles dias, diz o Senhor:porei a minha lei no seu interior;e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. li não ensinará alguém mais a seu próximo nem alguém a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor. porque todos me conhecerão, desde o mais pequeno deles até o maior, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados ".
(Veja também Apoc 21:3 a 7).
A ORIGEM DA IGREJA

A IGREJA teve sua ORIGEM na mente de Deus ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, mas não veio a existência até que CRISTO ascendeu aos céus.

No verão do terceiro ano do ministério de CRISTO, quando ISRAEL já o tinha praticamente rejeitado, quando a "sombra da CRUZ" se parecia projetar sobre ele, e sabendo que tendo "oferecido" o REINO esta oferta seria RETIRADA e a IGREJA seria estabelecida, desejando preparar seus discípulos para o que estava por vir, JESUS os levou até Cessaréia de Filipo, e ali lhes perguntou, de acordo com Mat. 16:13-20, "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?". Depois que ouviu os discípulos falar do que os homens diziam ser Ele, fez a pergunta, agora dirigida a eles, "E vós, quem dizeis que eu sou?". Simão Pedro respondeu, "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo", ao que JESUS respondeu, "... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei A MINHA IGREJA, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Lendo o versículo na forma literal não percebemos as palavras na sua mensagem e seu significado espiritual.

PEDRO no idioma Grego quer dizer "pedra" (pequena).

PETRA no idioma Grego quer dizer "pedra" mas no sentido de uma enorme massa de pedra, ou seja, ROCHA.

CRISTO é a ROCHA, portanto as palavras de JESUS simplesmente aludiram a confissão de Pedro, que diz "TU ÉS O CRISTO" - A ROCHA. Para confirmar isto, deixamos o próprio Apóstolo falar na sua epístola (I Pedro 2:4-8), aonde chama Ele (JESUS) de:

1) PEDRA VIVA (Vs. 4)

2) PEDRA PRINCIPAL DA ESQUINA (Vs. 6)

3) A PEDRA que os edificadores rejeitaram (reprovaram)(Vs. 7)

4) Para os incrédulos:

a) PEDRA DE TROPEÇO

b) ROCHA DE ESCÂNDALO

O Apóstolo Paulo diz em Ef. 2:20-22, "Edificados sobre o FUNDAMENTO dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a PEDRA PRINCIPAL DA ESQUINA; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para TEMPLO SANTO no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para "MORADA DE DEUS EM ESPÍRITO".

A FUNDAÇÃO da IGREJA aconteceu com a MORTE, RESSURREIÇÃO e ASCENSÃO de CRISTO, quando ele se tornou a ROCHA DA ESQUINA da fundação ou do FUNDAMENTO da IGREJA. Nesta PEDRA DA ESQUINA surgiu a IGREJA no Dia de Pentecostes com mais 120 pedras que amarravam bem o fundamento e naquele mesmo dia mais 3.000 (três mil) outras pedras foram colocadas na estrutura do EDIFÍCIO (a IGREJA - Atos 2,4). Poucos dias depois mais 5.000 (cinco mil) pedras foram acrescentadas ao glorioso EDIFÍCIO para morada de Deus em espírito. Assim, através dos séculos, até chegar a nós, milhões tem sido agregados e assim, "Sois edificados CASA ESPIRITUAL e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por JESUS CRISTO" (I Pedro 2:5). Quando JESUS disse a Pedro que edificaria Sua IGREJA na confissão de Pedro ("TU ÉS CRISTO" - A ROCHA), ele disse, em Mat. 16:18, "... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". Quer dizer, as portas do HADES o qual vemos em Lucas 16:26 que é, "... um grande ABISMO (que está dividido em duas partes)... de sorte que os que quisessem passar (de um lado para outro)... não poderiam." As chaves da porta desse lugar (o inferno) estão com JESUS (Apoc. 1:17-18), o que vem a ser um golpe muito grande na Igreja Católica Romana de que Pedro tem estas chaves.

As chaves que JESUS deu a Pedro são AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS (Mat. 16:19), e estas Pedro usou no Dia de Pentecostes para dar entrada ao Reino dos Céus - a IGREJA - a 3.000 (três mil) almas. Estas chaves são três:


1) Arrependimento

2) Batismo nas águas em NOME DO SENHOR JESUS CRISTO

3) Batismo com o Espírito Santo (Atos 2:38).

Então quem pertence a IGREJA? Se a IGREJA começou no Dia de Pentecostes e se completa no ARREBATAMENTO da SEGUNDA VINDA de CRISTO, o qual é a IGREJA que constituí a NOIVA de CRISTO? Por lógica os que entraram pela porta da qual pertencem as chaves de Atos 2:38. Apenas os que entrarem usando essas chaves entre o Dia de Pentecostes e o Arrebatamento na Segunda Vinda de CRISTO pertencem a Igreja.

A MISSÃO DA IGREJA

Desde que a IGREJA não é uma ORGANIZAÇÃO, mas sim um ORGANISMO, A IGREJA não é:

Um clube social,

Um lugar de lazer,

Um negocio para vender indulgências ou outras mercadorias,

Um reformatório para "reformar" viciados e outras espécies que ajudam só o corpo físico da pessoa. A obra social não é a missão da IGREJA (Mar. 14:7).

1) Nos dias que CRISTO andou na terra com seus discípulos o mundo era cheio de misérias e vícios, mas JESUS não organizou nenhuma agencia social ou reformatória, o que na verdade é obrigação do governo e do Estado e NÃO da IGREJA.

2) CRISTO mostrou que os males do mundo são causados pelo PECADO, e que o único caminho para a erradicação do pecado é pela REGENERAÇÃO do SER HUMANO, a começar de dentro do coração. Assim JESUS deu o EVANGELHO ao mundo.

3) A missão da IGREJA é a de levar o EVANGELHO a todo o mundo (Mar. 16:15; Rom 1:16).

4) O EVANGELHO não é um sistema de Ética, ou código de moral mas, sim, é o PODER de DEUS para SALVAÇÃO a TODOS os que CRÊEM.

5) O propósito do EVANGELHO não é o de salvar todo o mundo mas de salvar indivíduos que formarão o CORPO DE CRISTO, que é a IGREJA.

6) O grande erro que muitos tem feito é que tem tomado As Promessas que Deus fez a Israel apropriando-as ou aplicando-as a IGREJA, crendo assim que a IGREJA deve governar a sociedade, países ou o mundo. Estas Promessas são para Israel na Dispensação Milenial e não para a IGREJA.

Tão logo que a IGREJA entra em alianças com parlamentos, senados, congressos de deputados, governadores e prefeitos para ajudar a REFORMAR a sociedade, nega sua verdadeira MISSÃO que é pregar o EVANGELHO (o poder de Deus na Sua Palavra) a TODA CRIATURA, trocando sua missão de salvar as almas pela de reformar o homem físico carnal. Deste modo não poderá produzir os frutos para conseguir O HOMEM ESPIRITUAL.

O DESTINO DA IGREJA

A IGREJA será arrebatada, e este evento acontecerá em duas fases:

1) Os mortos em CRISTO

2) Os que estão vivos

I Tes. 4:16-17 diz, "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus;

a) e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro,

b) Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos ARREBATADOS JUNTAMENTE COM ELES nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares,

(Isto é, duas coisas acontecerão simultaneamente) e assim estaremos sempre com o Senhor.")

Enoque (Gen. 5:24) e Elias (II Reis 2:11) são "tipos" do "arrebatamento da IGREJA e seus santos." O quadro no Monte da Transfiguração são "tipos" da IGREJA já arrebatada estando com o Senhor nos ares (Mar. 9:2-9).

1) Moisés - o "tipo" dos santos ressuscitados.

2) Elias - o "tipo" dos santos arrebatados.

JESUS revelou isso a Marta em S. João 11:25,26, "Eu sou a RESSURREIÇÃO e a VIDA; quem crê em mim, ainda que esteja morto, VIVERÁ; e todo aquele que VIVE, e crê em mim, nunca morrerá..." Harmonize esta Escritura com o que disse Paulo em I Tes. 4:16-17 e verá que tudo encaixa perfeitamente.

No seu capitulo IMORTAL, acerca da RESSURREIÇÃO (I Cor. 15:1-58), depois de descrever a "ordem" da ressurreição (vs. 22-24), Paulo prossegue a nos dizer o que acontecerá com os SANTOS que estiverem vivos. "Eis aqui vos digo um mistério:...

1) nem todos dormiremos (morreremos),

2) mas todos seremos transformados,

3) Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a ultima trombeta; porque a trombeta soará,

a) e os mortos ressuscitarão incorruptíveis,

b) e nós seremos transformados.

4) Porque convém que:

a) isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade,

b) e isto que é mortal se revestir de imortalidade, então cumprisse- á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitoria?" (vs. 51-55) Somente aqueles que estarão vivos poderão gritar essas duas ultimas frases com todo o direito. Outra vez, veja como I Tes. 4:16-17 corresponde perfeitamente, declarando que o ARREBATAMENTO e a RESSURREIÇÃO serão duas coisas que acontecerão simultaneamente (Mat. 24:27).

Em II Cor. 5:1-4, expressando o seu anseio que é o mesmo de todos nós, os santos de CRISTO JESUS, Paulo diz, "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre (nosso corpo) deste tabernáculo se desfizer (morrer), temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos (neste corpo) desejando ser revestidos da nossa habitação, que é a do céu; Se todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo (corpo), gememos carregados; não porque queremos ser despidos (pela morte), mas revestidos (pela imortalidade), para que o mortal seja absorvido pela vida (o corpo seja transformado)." Em Fil. 3:11-14, "Para ver se de alguma maneira posso chegar a ressurreição dos mortos. Não que já a tenha alcançado... Prossigo para o ALVO, pelo PRÊMIO da soberana vocação de Deus em CRISTO JESUS." Em outras palavras, o PRÊMIO será para os que, sem morrer, possam ser trasladados (arrebatados).

A ÉPOCA DO ARREBATAMENTO

Tanto os que ensinam que a IGREJA irá passar pela GRANDE TRIBULAÇÃO, como os que ensinam que chegará até o meio dos sete anos da GRANDE TRIBULAÇÃO, quando o homem de pecado se manifestar - isto é, o ANTICRISTO se dá a conhecer - não conhecem que essa época é para os SANTOS, mas só para os SANTOS do povo JUDEU, e que é conhecida como o TEMPO de ANGUSTIA para JACÓ (Jer. 30:7) e da GRANDE TRIBULAÇÃO (Mat. 24:21). Portanto, a IGREJA não passa pelo período da GRANDE TRIBULAÇÃO que haverá aqui na terra, porque ela terá sido trasladada (os que morreram em Cristo) e arrebatada (os que estiverem vivos). E assim estaremos sempre com o Senhor (I Tes. 4:13-18).

A GRANDE TRIBULAÇÃO não é para o aperfeiçoamento da IGREJA, pois não tem nada a ver com a IGREJA. Esta estará com Cristo nos ares (atmosfera). A IGREJA é arrebatada quando começa a GRANDE TRIBULAÇÃO. A GRANDE TRIBULAÇÃO será aqui na terra para os JUDEUS. A IGREJA estará nesse período recebendo O Galardão nas Bodas do Cordeiro ( Mat. 22:1-14; Apoc. 4:1-2; 19:7-9). (Veja os capítulos da Segunda Vinda de Cristo.)

O JULGAMENTO DA IGREJA

1) Será para os CRENTES, pelas suas obras.

2) Será depois que a IGREJA for arrebatada.

3) Será no Tribunal de Cristo (II Cor. 5:10; I Cor. 3:11-15).

4) O resultado - um galardão.

Assim que vemos que o JULGAMENTO da IGREJA é para o futuro. II Cor 5:10 diz, "Porque todos (a IGREJA) devemos comparecer ante o TRIBUNAL DE CRISTO, para que cada um receba (galardão) segundo tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal."

a) Não será um julgamento no sentido de ACUSAÇÃO, mas no sentido de I Cor. 9:24-27, "... os que correm no estádio,... um só leva o PRÊMIO? Correi de tal modo que o alcanceis."

b) Não é um julgamento por pecados mas de OBRAS, como está descrito em I Cor. 3:11-15, o "fundamento... é JESUS CRISTO... se alguém formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um... o dia a declarará... e o fogo provará qual seja a obra de cada um."

c) O galardão (ou prêmio) será representado na coroação do CRENTE:

1) A coroa da VIDA (Tiago 1:12; Apoc:2:10).

2) A coroa de GLÓRIA (I Pedro 5:2-4).

3) A coroa de ALEGRIA (I Tes. 2:19,20; Fil. 4:1).

4) A coroa da JUSTIÇA (II Tim. 4:8).

5) A coroa INCORRUPTÍVEL (I Cor. 9:25).

Então vivamos preparados para o ARREBATAMENTO e o JULGAMENTO da IGREJA (I João 2:28).

AS BODAS DA IGREJA

Apoc. 19:7-9 diz, "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e damos-lhe glória: porque vindas são as BODAS DO CORDEIRO, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados a CEIA das BODAS DO CORDEIRO."

Notemos bem que não disse "as bodas da noiva", mas do CORDEIRO. Este grande evento não será tanto a consumação das "esperanças" da NOIVA, mas a consumação do PLANO DE DEUS, que Ele estabeleceu ANTES da fundação do mundo (Ef. 1:4).

Nas bodas dos reis daqui da terra nada poderia ser comparável ao INCOMPARÁVEL, pois nas BODAS DO CORDEIRO haverá a UNIÃO dos céus e da terra:

a) JESUS e dos céus;

b) a IGREJA foi tirada da terra.

Esta UNIÃO nunca será quebrada, pois o que Deus une que não o separe o homem (ou, o homem não o pode separar). Depois das BODAS DO CORDEIRO, quando JESUS (o esposo) tiver recebido o REINO, voltará a terra. Lhe será dado o TRONO DE DAVI no qual reinará aqui na terra por 1.000 (mil) anos (Apoc. 20: 1-6). Quando os mil anos se terminarem haverá o JUÍZO FINAL, o GRANDE TRONO BRANCO (Apoc. 20:11; 22:1-7).

FUNDAÇÃO HISTÓRICA E EXPANSÃO DO CRISTIANISMO

 CONDIÇÕES POLÍTICAS E RELIGIOSAS DA ÉPOCA:

O cristianismo não veio a preencher um vácuo religioso. Na época do seu surgimento, pairavam na mente dos homens, concepções várias do Universo, da religião, do pecado e da recompensa e punição. O cristianismo tinha de defrontar-se com elas e procurar ajustar-se. Não se tratava, portanto, de semear em solo virgem. As concepções já existentes forneciam muito do material a ser usado na formação da sua estrutura. Muitas dessas idéias feneceram e desapareceram do mundo moderno. Além dos diversos conceitos comuns a religião popular, o mundo a que se dirigiu o cristianismo devia muito a influencia especifica do pensamento grego. As idéias helênicas dominavam a inteligência do império Romano. Durante o período em que surgiu o cristianismo, os antigos sistemas filosóficos sofreram mudanças notáveis. A tendência ao sincretismo (conciliação dos princípios de várias doutrinas) era largamente difundida e as várias escolas influenciavam-se mutuamente. Por exemplo: a Ética rigorosa original dos estóicos foi modificada pela idéia do termo médio aristotélico. O celebre filósofo estóico Possidônio (135-51 a.C.) mostra influencia platônica. Foi, aliás um dos espíritos mais universais da antigüidade. O caráter sincretico do pensamento helênico torna-se evidente em muitos pais da Igreja. Pode-se dizer que ao tempo de Cristo, a tendência principal do pensamento mais refinado em Roma e nas províncias encaminhavam-se em direção ao monoteísmo panteísta, ao conceito de Deus como bom, contrastando com o caráter amoral das antigas divindades gregas e romanas: a crença numa providência divina, soberana, a idéia de que a verdadeira religião não consiste em cerimonias, mas em imitação das qualidades morais de Deus e é uma atitude mais humana para com as criaturas.

Faltavam a filosofia de então, dois exemplos que o cristianismo viria realçar, a saber: a certeza que só pode advir da crença numa revelação divina, e a idéia de lealdade a uma pessoa.

O povo em geral, no entanto, desfrutava de poucos benefícios advindos do pensamento filosófico. Campeava no seu meio a superstição mais crua. Se é verdade que o predomínio das velhas religiões da Grécia e de Roma diminuíra, não menos verdade é que o povo comum permanecia na crença em deuses muitos e senhores vários.

Cada cidade, cada profissão, a agricultura, a primavera, o lar, os eventos principais da existência, o casamento, o nascimento - tudo tinha o seu patrono na pessoa de um deus ou deusa (essas nações viriam mais tarde a aparecer na história cristã sob forma de veneração de santos). Advinhos e mágicos, especialmente os de raça judaica, faziam comércio próspero entre os ignorantes, que criam que a preservação do Estado estava condicionada a prática desses cultos pagãos.

Essas idéias populares não encontravam oposição da parte dos mais cultos, os quais em geral, admitiam que as velhas religiões tinham valor policial, e consideravam as cerimonias do Estado, como uma necessidade do homem comum. Sêneca expressou sem rodeios a opinião dos filósofos, ao declarar que "o homem sábio observa todos os costumes da religião, tais como ordenados pela Lei, e não como agradáveis aos deuses".

Eram as massas que apelavam os pregadores cínicos desse período. A corrupção moral do império favoreceu o reavivamento desse antigo credo de independência e auto-suficiência. Seu campeão fora Diogenes de Sinope (400-325 a.C.). Embora muitos desses pregadores intinerantes fossem grosseiros e mesmo obscenos, havia os que eram dignos de honra, como Dio Crisostomo (40-112 d.C.), que discursava contra o vício e a sensualidade, propunha a vida do campo como muito superior a do citadino abastado, e proclamava uma mensagem de harmonia mundial e verdadeira piedade, fundamentada na idéia universal e inata de Deus. Por razões patrióticas, os imperadores mais atilados procuravam fortalecer as religiões populares antigas e transformá-las em adoração do Estado e do seu chefe. Na verdade, foi nos dias da república que começou a deificação patriótica do Estado Romano. Já em 195 a.C., encontrava-se em Esmirna o culto da Dea Roma. Essa reverencia era favorecida pela popularidade do império nas províncias, já que ele assegurava um governo melhor do que o da republica. Em 29 a.C., Pergamo já dispunha de um templo dedicado a Roma e a Augusto. Espalhou-se rapidamente esse culto dedicado ao governante como corporificação do Estado, ou, melhor dizendo, ao seu "gênio" ou espírito que nele habitava. Criou-se logo um sistema sacerdotal patrocinado pelo Estado dividido e organizado em províncias, encarregado da celebração não só do culto como também dos jogos anuais em larga escala. Foi essa, provavelmente a organização de caráter religioso mais desenvolvida ao tempo do primeiro império; ainda esta, por ser verificado com exatidão o grau de influencia que exerceu sobre as instituições cristãs. Do ponto de vista do homem moderno, havia nesse sistema muito mais patriotismo do que religião. Mas a sensibilidade cristã primitiva considerava a adoração do imperador absolutamente irreconciliável com a lealdade a Cristo. A descrição da Igreja de Pergamo (Ap.2:13) e exemplo típico dessa opinião. Para os romanos, a recusa dos cristãos em render culto ao imperador parecia pura e simples traição, razão porque se iniciou a grande era dos mártires.

A necessidade que o homem tem de religião é muito mais profunda do que de filosofias ou cerimonias. A grande maioria dos que sentiam necessidade de ordem religiosa, simplesmente adotavam as religiões orientais, notadamente as que demonstravam preocupação com a redenção, marcada pelo misticismo e o sacramentismo.

Resumindo a situação do mundo pagão na época de Cristo, pode se dizer que eram evidentes certas necessidades religiosas, mesmo em meio a grande confusão e expressas em formas as mais variadas. Para fazer face as exigências da época, uma religião teria de pregar um Deus único e justo, embora deixasse lugar para inúmeros espíritos bons e maus. Teria de possuir uma relação definida da vontade de Deus, isto é, de uma Escritura dotada de autoridade como era o caso do judaísmo. Teria de inculcar nos seus seguidores a virtude da negação do mundo, baseada em ações morais agradáveis a vontade e a natureza do seu Deus. Teria de apontar uma vida futura repleta de recompensas e castigos. Deveria dispor de ritos simbólicos de iniciação e prometer efetivo perdão de pecados. Teria de possuir um Deus-redentor com o qual os homens pudessem unir-se mediante atos sacramentais. Deveria pregar a irmandade de todos os homens, ou, ao menos dos seus seguidores.

Por mais simples que fosse o seu começo, o cristianismo tinha de possuir tais características, ou delas apropriar-se, a fim de conquistar o Império Romano, ou tornar-se-ia uma religião universal. Em sentido muito mais amplo do que se pensava, o cristianismo surgiu "NA PLENITUDE DOS TEMPOS". Para os que crêem na providencia de Deus, é evidente a importância fundamental nessa preparação, por mais que se reconheça o fato de que algumas das características do cristianismo primitivo levavam o timbre e as limitações da época e tem de ser joeiradas (escolhidas) para que nele se percebam os elementos eternos.

ANTECEDENTES JUDAICOS

 O Desenvolvimento nos seis séculos anteriores ao nascimento de Cristo, foi determinado pelos eventos concretos da História. Desde a conquista de Jerusalém por Nabucodonozor, em 586 a.C., a Judéia estava sob controle político estrangeiro. Apesar de todas as intervenções políticas sofridas por esse povo, por tão longo tempo, não lhes foi tirada a convicção de que era uma nação eleita, "povo santo", que vivia sob o domínio da Lei santa de Javé.

A esperança Messiânica, nutrida tanto pelos fariseus como pelo povo em geral, era fruto da forte consciência nacional e da fé em Deus. Nos tempos da opressão nacional ela tornava ainda mais vigorosa. Tornara-se débil ao tempo do governo dos primeiros Macabeus quando uma dinastia temente a Deus trouxera independência ao povo. A tradição familiar, porém, foi abandonada pelos últimos Macabeus, Os romanos conquistaram o pais em 63 a.C. Do ponto de vista estritamente judaico, a situação em nada melhorou quando um aventureiro, pelo sangue, meio judeu, Herodes, filho do idumeu Antipater, governava como rei vassalo do poder romano, entre 37 a.C. e 4a.C.

O povo considerava-o instrumento dócil nas mãos dos romanos e, no fundo, um helenizante, apesar dos inegáveis serviços que prestou a prosperidade material do pais e da suntuosa reconstrução do templo por ele empreendida. Os herodianos eram odiados tanto pelos fariseus, quanto por Saduceus. Morto Herodes, seu reino foi dividido entre três dos seus filhos: Arquelau tornou-se tetrarca da Judéia, Samaria e Iduméia (4 a.C. - 6 d.C.); Herodes Antipas tetrarca da Galiléia e Peréia (4 a.C.-39 d.C.), e Felipe, tetrarca da região situada a leste e nordeste do mar da Galiléia, predominantemente pagã. Arquelau suscitou profundas inimizades, foi deposto pelo imperador Augusto e sucedido por um procurador romano. O ocupante deste cargo, entre 26 e 36 d.C. era Pôncio Pilatos.

Diante de condições políticas tão desalentadoramente adversas, parecia que só por intervenção divina mediante um Messias, e o estabelecimento de um reino de Deus, no qual floresceria um judaísmo libertado e poderoso, sob o governo de um Rei messiânico justo, de descendência davidica, reino esse para o qual concorreria todos os judeus dispersos pelo império romano. Seria o início de uma idade áurea. Para o judeu comum, era provável que isso significasse simplesmente a expulsão dos romanos por intervenção divina e a restauração do reino de Israel. Exemplo da crença dos judeus nessa intervenção divina, foi a pergunta dos discípulos ao Senhor, no monte da ascensão: "Restaurarás Tu neste tempo, o reino a Israel?"

O Caminho para JESUS foi preparado por João Batista, o precursor do Messias. De vida ascética, pregou na região do Jordão que o julgamento de Israel estava próximo e que o Messias estava prestes a chegar. Desprezando todo formalismo religioso e qualquer dependência em relação a descendência de Abraão, proclamava a mensagem dos antigos profetas: "Arrependei-vos, fazei justiça..." As instruções que dava aos vários tipos de ouvintes eram simples e radicalmente não legalistas. Batizava seus discípulos como sinal de purificação dos seus pecados. (O ato do batismo talvez simbolizasse submissão ao rio de fogo que se aproximava, pelo qual Deus haveria de purificar e redimir o mundo). Ensinava-lhes um tipo especial de oração. João Batista foi descrito por JESUS como o último dos profetas e um dos maiores entre eles. Embora muitos dos seus seguidores se tivessem tornado discípulos de JESUS, alguns deles continuaram independentes, sendo encontrados por Paulo, muitos anos mais tarde, no seu ministério, em Éfeso (At.19:4) João Batista descendia de uma geração sacerdotal, tanto por Isabel, como por Zacarias, ambos descendentes de Arão. Sua mãe, Isabel, era prima de Maria, mãe do Senhor, que era da tribo de Judá. O seu nascimento foi anunciado por um anjo de Deus, enquanto seu pai ministrava o sacerdócio, no templo. João Batista, em virtude de sua ascendência, poderia ter exercido o sacerdócio no Santo Templo, mas sentiu que outra era a sua vocação. Na verdade, desde o seu nascimento, João foi comissionado para ser o profeta do Altíssimo, o último do grupo dos profetas da Antiga Aliança (Mat 11.13; Luc 7.26-28), ou seja, mais do que um  profeta, João teve como missão sublime ser o precursor do tão esperado Messias. Como precursor, a sua obra era de promover o reavivamento espiritual de Israel, e assim, preparar a nação à vinda do Messias (Isa 40.3; Mal 3.1; 4.5-6; Luc 1.16-17). Esteve nos desertos em preparação até o dia em que se mostrou a Israel (Luc 1.89).  
   Aproximadamente no ano 27 d.C. (no ano 15 de Tibério César – Luc 3.1) veio a Palavra de Yahweh a João para que desse início ao seu ministério e, assim, João começou a percorrer o deserto da Judéia, ao redor do Jordão, pregando o «batismo de arrependimento», para o perdão dos pecados (Luc 3.2,3). João não tão somente pregava o batismo de arrependimento, mas também batizava os arrependidos. Por causa  do seu ministério de batizador, isto é, por batizar com água, é que recebeu o cognome de «Batista».
                                       
   João sabia que o problema dos judeus é que já se consideravam membros do Reino dos Céus, e, portanto, achavam desnecessário se preparar para a próxima fase. Já eram israelitas de nascimento. Abraão era seu pai. Eram filhos da Aliança. João, por conseguinte, viu-se obrigado a praticamente, excomungar a nação hebréia. Em primeiro lugar, denuncia-lhe os pecados e, em seguida, a convida a entrar pela porta do arrependimento (Mat 3.7-10).  João censurava os fariseus por dependerem da sua nacionalidade, como garantia da sua salvação (Luc 3.7,8). O arrependimento era um elemento comum a todos os batismos pelos judeus aos prosélitos que faziam (isto é, estes deveriam ser indivíduos arrependidos). A expressão «reino dos céus» deixara a nação judaica emocionada, mas a expressão «arrependei-vos» não teve muito efeito. A maioria dos judeus considerava o Reino apenas do ponto de vista político, e não espiritual. «Arrepender dos nossos pecados?» Nada disso! Somos descendentes de Abraão e nada há de errado conosco (João 8.33). Sabiam que eram servos dos romanos, mas não aceitavam e não sabiam que eram servos do pecado (João 8.34).
   Os judeus estavam familiarizados com as abluções cerimoniais. Era uma nação de sacerdotes (Êx 19.6); tinham muito contato com o Templo de Yahweh, qualquer impureza excluía-os do Santuário. O caminho da restauração passava pelo oferecimento de sacrifícios e pela lavagem em água. Quando um gentio, por exemplo, resolvia deixar o paganismo para obedecer a Lei de Moisés, somente seria aceito na comunidade israelita por um rito de iniciação; a circuncisão, o batismo ou a imersão em água, significando já estar limpo de todas as poluições pagãs.
   João impunha este tipo de batismo para reforçar sua mensagem de que a verdadeira espiritualidade não depende do legalismo e nem da identificação com alguma nacionalidade. Requerendo um batismo condicionado à conversão a um novo caminho. Evidentemente João, ao exigir a submissão ao batismo, colocava os judeus no mesmo nível dos pagãos; declarava-os impuros e necessitados de arrependimento (Mat 3.2,7-12).  O que dizer de Nicodemos que já  se julgava dentro do Reino? Foi necessário o Senhor Jesus dizer-lhe que, apesar de ser um estudioso da Lei e dos profetas, necessitava passar por uma renovação espiritual, precisava nascer de novo (João 3.5-9).
              
     Embora se inspirasse nos batismos precedentes (conforme já citados), o batismo de João distinguia-se, por «quatro traços» importantes, que são como se segue:
   1. Tinha um caráter já não ritual, mas moral; «Arrependei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo» (Mat 3.2). O batismo de João era praticamente um sinal exterior do arrependimento do pecado confessado pela pessoa batizada (Mat 3.6,8,11; Luc 3.10-14).
    2. Não se repetia o que lhe dava o caráter de iniciação. O batismo de João era um rito inteiramente preparatório e simbólico, que tinha o intuito de despertar os homens para a necessidade de arrependimento, a fim de que viessem a receber corretamente ao Messias e ao seu Reino.
   3. Tinha caráter escatológico, introduzindo o batizado no grupo dos que professavam uma esfera diligente do Messias, que estava para vir, e que constituíam, por antecipação, a Sua comunidade (Mat 3.2,11; João 1.19-34). O movimento de João Batista não era apenas o rompimento com um antigo sistema, também era um palco onde teria início um novo sistema, fundamentado sobre Jesus Cristo. Sem dúvida, João tinha consciência de que algo de extraordinário estava acontecendo, e que um povo precisava ser preparado para isso. João predisse de alguém que viria após dele mesmo, que batizaria com Espírito Santo e com fogo; e assim aconteceu um notável avanço no reino de Deus (João 1.26,27). A Sua eficácia era real, mas não sacramental, pois que dependia do julgamento divino, que assim estava para  vir na Pessoa do Messias, cujo o trigo (os que aceitassem o Evangelho – os batizados com Espírito Santo) seria recolhido no celeiro (Celestial) e a palha (os que rejeitassem o Evangelho – os batizados com Fogo) seria queimada num fogo inextinguível. Portanto, dependia da atitude de cada um, acolhimento ou resistência e rejeição do Evangelho de Jesus Cristo (Mat 3.10-13).
   4. Era uma iniciação que preparava para o Batismo Cristão que começou a ser realizado depois da ascensão de Jesus Cristo, precisamente em Pentecoste. Estritamente falando, o batismo de João, não era cristão, pois na verdade o batismo de João não era realizado por imersão, mas pelo derramamento de água sobre o indivíduo. O batismo cristão simboliza principalmente a nossa união com Cristo, em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rom 6.3,4). Os motivos pelos quais João batizava nada tinham a ver com as dos judeus, porque estava iniciando um novo movimento religioso, que eventualmente proveu o núcleo para a emergente Igreja cristã. Contudo, podemos estar certos de que a maioria dos discípulos de João não foi rebatizada quando começaram a seguir a Cristo, mas aqueles não tinham tomado conhecimento da vinda do Messias e sua obra, foram rebatizados como uma instrução no verdadeiro discipulado cristão, conforme se vê em Atos 19.1-7. É claro que, o simbolismo do Batismo Cristão, contém muitas outras realidades espirituais, «símbolo da nossa união com Cristo», «da aceitação da Salvação», etc. Vede sobre --> «Significados do Batismo».
           
     A Bíblia não informa se João e Jesus se conheciam antes, mas é verdade que João Batista diz em João 1.31, «Eu mesmo não o conhecia...». João era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (Luc 1.15-25). Era aparentado de Jesus, talvez primo (Luc 1.36). A palavra usada não indica qual a relação definida de parentesco. Provavelmente levavam vidas separadas: Jesus, em Nazaré; e, João no deserto da Judéia. Sabemos porém que, quando Jesus se apresentou para o batismo, João sentiu imediatamente a presença dAquele que não tinha quaisquer pecados a confessar-se. Como João recusasse a batizá-lo, Jesus assim aquietou seus protestos: «Deixa por enquanto, porque convém cumprir toda a justiça» (Mateus 3.13-15).
   Consideremos as seguintes razões do Batismo de Jesus:
   1) Para cumprir toda a justiça (v.15). Tendo João a princípio se recusado a batizá-lo, Jesus teve que explicar que era necessário «cumprir toda a justiça», pois, como Messias, viera sob a Lei (Gál 4.4). Portanto, teria de dar exemplo de plena obediência à Lei diante da nação israelita. Certamente este é o significado dessas palavras. Na verdade o maior cumprimento desta justiça tem em vista a sua impecabilidade. Ainda temos muitas coisas a aprender acerca de toda a justiça.
   2)  Para se identificar com os pecadores. Embora Jesus não precisasse do arrependimento de pecado (1 Ped 2.24), no entanto, foi batizado como nosso representante, assim também como nosso representante foi crucificado. Há uma delicada sugestão no fato de Jesus ter-se identificado com a humanidade pecadora: «E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus» (Luc 3.21). «Aquele que não conheceu pecado ele o fez pecado por nós; para que fôssemos feitos justiça de Deus» (2 Cor 5.21).
   3) Para publicamente confirmar e anunciar Seu Ministério. O batismo de Jesus marca a unção e  a sua aprovação da parte do Pai. Tal como os sacerdotes do A.T., isso aprovou o ministério de Jesus, à semelhança daqueles sacerdotes (Êx 29.4-7). No rito do batismo há um aspecto que depende do batizando, e que indica que ele está abandonando a velha vida e entrando em nova vida. Jesus estava fazendo exatamente isso, e talvez quisesse demonstrar esse fato. A despeito de não ter uma vida pecaminosa para abandonar, estava realmente iniciando uma nova vida, com uma missão específica, sob o poder e a orientação do Espírito Santo (Marc 1.12).
   Ao ser batizado, Jesus ingressa em nova época em Sua vida; dá início ao Seu Ministério Público. Não há registro algum, de que Ele tivesse curado ou pregado antes desse período. Estava em Nazaré, esperando a hora marcada. Assim como o batismo que Ele mesmo instituiria, marca a separação entre a velha e nova vida (o batismo cristão), o batismo que lhe ministrou João, assinalou-lhe o término da vida particular e o início do Seu Ministério Público.
   4) Para endossar a autoridade de João. Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar, também pelo exemplo, ser o Ministério de João proveniente do Céu (Mat 21.25). Jesus estava demonstrando que reconhecia a autoridade e missão de João Batista.

Dando continuidade aos antecedentes judaicos da IGREJA CRISTÃ, o seu Fundador, JESUS CRISTO, foi, segundo a carne, o maior de todos os judeus. O Evangelho de Mateus, registra sua genealogia, partindo de José (seu pai emprestado), para provar que ele descendia de Davi, portanto, com todo o direito de ser o Messias - Rei de Israel (Mat.1:1-17).

 O FUNDADOR DA IGREJA

Depois de ter sido batizado por João Batista (nesta oportunidade, Cristo recebeu a "unção" do Espírito Santo), JESUS imediatamente começou a pregar o Evangelho do Reino de Deus, e a curar os atribulados na Galiléia, granjeando desde logo grande número de seguidores dentre o povo. Reuniu ao redor de si um grupo pequeno de companheiros mais íntimos (os apóstolos), e um outro maior de discípulos menos chegados. Tendo iniciado o seu ministério de salvação aos trinta anos de idade, durante três anos e meio, Cristo palmilhou as terras da Palestina, da Galileia a Judéia, de Jerusalém a Síria, semeando a paz, o amor, a liberdade aos cativos; dando vista aos cegos, curando leprosos e paralíticos, expulsando os demônios e ressuscitando mortos. No ensino de JESUS, "o reino de Deus" subentende-se o reconhecimento da soberania e paternidade de Deus. Devemos amá-lo, e ao nosso próximo. O padrão ético do reino é o mais elevado que se possa conceber: "...Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste", implica em atitude absolutamente enérgica em relação ao "eu", é ilimitada disposição de perdoar em relação aos outros. O perdoar aos outros é condição necessária para que Deus nos perdoe. Quando Ele escolheu os seus primeiros seguidores os doze discípulos, que logo mais estavam consagrados "apóstolos" do Senhor, Cristo JESUS iniciava uma Nova Ordem: era a restauração da verdadeira adoração a Deus, em espírito e em verdade, uma religião diferente daquela conhecida e praticada tradicionalmente pelos escribas e fariseus, que consistia em formalidades, regras e costumes puramente dos homens, onde a verdadeira adoração ao Deus de Israel, estava apenas nas palavras dos patriarcas e profetas registradas no Torá, porém, longe da prática. Cristo dizia: "Misericórdia quero, e não sacrifício; amai a vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem." Era a lei do amor, da misericórdia, da liberdade, da sinceridade. Em lugar da religião de exterioridade, de obras meritórias e de cerimonias, JESUS apregoou a idéia de que a piedade consiste no amor ao próximo a um Deus que é Pai e a um próximo que é irmão - manifesto principalmente numa atitude do coração e da vida interior, tendo como fruto os atos externos. A força propulsora dessa vida é a lealdade ao próprio JESUS como revelação do Pai, o tipo da humanidade redimida.

Cristo dispensou a sabedoria dos sábios de seus dias (os escribas os principais dos fariseus, os sacerdotes e sumo-sacerdotes), para confiar a liderança da sua Igreja ao "pequeninos" ... Graças te dou, ó Pai! Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos! A atitude de JESUS, tal como a dos da sua época, era fortemente escatológica. Sentia Ele que, embora começasse agora, o Reino se manifestaria com poder muito maior no futuro próximo. O fim da presente época não parecia muito distante. Não há duvida de que muitos dos seus pronunciamentos e idéias encontram paralelo no pensamento religioso da época. Seu efeito global, porém, foi revolucionário. Ele os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas. JESUS podia dizer que o menor dos seus discípulos era maior do que João Batista, e que o céu e a terra haveriam de passar, mas não as suas palavras. Chamava a si os cansados e oferecia-lhes descanso. Aos que O confessassem diante dos homens, prometia que haveria de confessá-los diante do Pai. Declarava que "ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Afirmava que tinha autoridade para perdoar pecados, e proclamava-se Senhor do sábado que, no pensamento popular, era o que havia de mais sagrado na Lei dada por Deus ao povo judeu. De outro lado, não era menor a clareza com que sentia sua própria humanidade e limitações. Ele orava e ensinava os discípulos a orar. Declarava não saber o dia e a hora do fim do presente século, coisa que só o Pai conhecia. Não lhe competia resolver quem, quando da sua exaltação, havia de sentar-se a sua direita ou a sua esquerda. Orava para que se cumprisse não a sua vontade, mas a vontade do Pai. E, na agonia da cruz, clamou: Deus meu, pôr que me desamparaste?

Está nesses pronunciamentos o mistério da Sua pessoa. Sua humanidade é tão evidente quanto a sua divindade: Ele podia dizer: "EU E O PAI SOMOS UM; QUEM ME VÊ A MIM VÊ O PAI; ANTES QUE ABRAÃO EXISTISSE EU SOU". Na sua natureza divina, Ele podia: andar sobre o mar, como em terra seca; repreender o mar e o vento, e estes Lhe obedeciam; transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes para alimentar multidões; limpar leprosos, dar vista a cegos, ressuscitar mortos, e dar Vida Eterna aos que nEle cressem.

O que deu imensa significação ao que JESUS ensinava e era, foi a convicção dos seus discípulos de que a sua morte não era o fim, isto é, foi a fé na Sua Ressurreição. O "como" dessa convicção constitui um dos problemas históricos mais enigmáticos. O fato de tal convicção é, não obstante, irrefutável. Ao que parece, o primeiro de quem ela apossou foi Pedro (1Cor.15:5), o qual ao menos nesse sentido, foi o apóstolo que se constituiu em "pedra fundamental" da Igreja. Tal convicção era comum a todos os primeiros discípulos. Foi o ponto decisivo na conversão de Paulo. Transmitiu coragem aos discípulos dispersos, reuniu-os de novo e fez deles "testemunhas". De agora em diante, eles tinham um Senhor Ressurrecto, exaltado em glória, e no entanto, sempre interessado neles. Com um realismo muito mais profundo do que o judaísmo jamais imaginara, o Messias da Esperança judaica tinha de fato vivido, morrido e ressurgido novamente para sua salvação. Tais convicções tornaram-se ainda mais sólidas nas experiências do dia de Pentecostes.

A IGREJA NA ERA APOSTÓLICA

a) - O DERRAMAMENTO DO ESPIRITO SANTO

Conforme as últimas instruções do Senhor JESUS antes da sua ascensão (Atos Cap.1:1-8), os discípulos deveriam permanecer em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos do poder do Espírito Santo. Só assim estariam capacitados a iniciarem a Obra de evangelização.

O Capítulo 2 de Atos narra a descida do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos no Cenáculo, no Dia de Pentecostes, 10 dias após Sua ascensão, 50 dias após Sua ressurreição, em cumprimento a profecia do profeta Joel (2:28), acontecimento que despertou a curiosidade do povo judeu de várias partes do mundo que se encontravam em Jerusalém, para a festa de Pentecostes, exigindo, assim, a primeira pregação, feita por S. Pedro, da qual resultou a conversão de quase três mil almas (At.14-41).

No Capitulo 3, encontramos o primeiro milagre realizado pelos apóstolos, em nome de JESUS, confirmando a Sua obra. Este milagre seguido da segunda pregação por parte de Pedro e João, trazendo a conversão mais cinco mil almas, causou grande perturbação aos principais dos sacerdotes, levando-os a prenderem Pedro e João para serem interrogados perante o Sinédrio, tendo-os soltado no dia seguinte. Outra prisão é registrada no Cap. 5:17,18, quando os apóstolos foram soltos milagrosamente pelo anjo do Senhor, prosseguindo na santa missão, e a Igreja crescia maravilhosamente.

b) - A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO
O fato de os cristãos pregarem JESUS como o verdadeiro Messias, e o medo da conseqüente desconsideração do ritual histórico, levaram os judeus helenistas farisaicos ao ataque, de que resultou a morte do primeiro mártir cristão Estevão - apedrejado pela multidão. Conseqüência imediata foi uma dispersão da congregação de Jerusalém. Foi assim que a semente do cristianismo começou a ser semeada pela Judéia, Samaria e mesmo em regiões mais remotas, como Cesaréia, Damasco, Antioquia e a Ilha de Chipre. A paz relativa desfrutada pela Igreja de Jerusalém, logo após o martírio de Estevão, foi perturbada por uma perseguição mais severa instigada em 44d.C., por Herodes Agripa-I. Pedro foi preso, mas escapou milagrosamente; Tiago (apóstolo) foi decapitado. O pouco de verdade que se possa provar esteja implícita, na tradição de que os apóstolos deixaram Jerusalém doze anos após a crucificação, vincula-se a dispersão que se seguiu a essa perseguição. A liderança da Igreja em Jerusalém passou a Tiago, o irmão do Senhor, ate 63 d.C.

A perseguição que deu causa ao martírio de Estevão, teve também como conseqüência o fato de o cristianismo ter sido levado para além das fronteiras da Palestina. Missionários, cujos nomes ficaram esquecidos, pregaram Cristo aos seus irmãos de raça judaica.

Em Antioquia um fato novo viria acontecer: Capital da Síria, Antioquia era cidade de grande importância, notavelmente cosmopolita, verdadeira encruzilhada em que se encontravam gregos, sírios e judeus. Ali a nova fé foi pregada aos gregos, e o resultado consistiu no fato de o Evangelho espalhar-se entre homens de cepa gentílica. Começaram a ser apelidados de "cristãos" pelo populacho. Só por volta do século II é que os seguidores de Cristo começaram a aplicar essa designação a si mesmos, embora ela já antes se tivera tornado popular entre os pagãos. Antioquia não ficou sendo o ponto final do esforço de expansão dos cristãos. No ano 51 ou 52, na própria cidade de Roma, a atenção do governo dirigido por Cláudio, foi suscitada por alguns tumultos havidos entre os judeus da cidade, como conseqüência da pregação feita por missionários cristãos desconhecidos. Neste primeiro período porém, Antioquia foi o centro da expansão e ponto focal importante da atividade cristã.

Paulo, logo após sua conversão, pregou primeiramente na Arábia. Três anos após sua conversão visitou rapidamente Jerusalém, onde esteve com Pedro e Tiago, irmão do Senhor. Durante anos trabalhou na Síria, e na Cilícia, enfrentando perigos, sofrimentos e fraqueza física (2Cor Caps. 11 e 12). Não poderia ter deixado de pregar aos gentios. De Antioquia, partiu com Barnabé, em viajem missionária, que os levou a Chipre, Perga, Antioquia da Psidia, Icônio, Listra e Derbe. Foi essa a primeira viajem missionária, descrita nos capítulos 13 e 14 de Atos. Ao que parece, esse foi o esforço mais frutífero da História da Igreja. Como resultado, estabelecesse um grupo de congregações no Sul da Ásia menor, as quais Paulo mais tarde se dirigiria pelo nome de "Igrejas da Galáxia".

O crescimento da Igreja em Antioquia e o estabelecimento de congregações mistas em Chipre e na Galáxia fez com que assumisse maiores dimensões o problema da relação entre os gentios e a Lei.

A congregação de Antioquia era agitada por visitantes vindos de Jerusalém, que afirmavam: "Se não vos circuncidardes segundo o costume da Lei de Moisés, não podereis ser salvos" (At.15:4).

Paulo resolveu servir-se de um caso concreto para chegar a uma conclusão: levando consigo a Tito, um converso gentio não circuncidado, como exemplo concreto de cristianismo não legalista, foi com Barnabé a Jerusalém e entrevistou-se pessoalmente com os lideres da Igreja. O resultado dessa entrevista, de que participaram Pedro, João e Tiago (irmão do Senhor), foi o reconhecimento cordial da genuinidade do trabalho de Paulo entre os gentios, e um acordo no sentido de dividir o âmbito dos trabalhos: os lideres de Jerusalém continuariam a missão entre os judeus, mantendo evidentemente a Lei, enquanto Paulo e Barnabé levariam a mensagem aos gentios, dispensando a insistência da Lei (Gal. 2:1-10).

Qual seria a relação entre judeus e gentios numa Igreja mista? Poderiam judeus e gentios comer juntos? essa questão levou a uma forte discussão pública na congregação de Jerusalém, da qual resultou o conhecido "Concílio de Jerusalém" (provavelmente. ano 49).

Seguiram-se então os poucos anos de maior atividade missionária de Paulo, o período em que escreveu todas as suas Cartas.

Levando consigo a Silas, proveniente de Jerusalém, mas cidadão romano, Paulo separou-se de Barnabé, por causa da discordância com respeito a comida e a conduta de Marcos, primo de Barnabé. Durante uma viajem pela Galáxia, juntou-se a ele Timóteo Impedidos de trabalhar na região ocidental da Ásia Menor, Paulo e seus companheiros entraram na Macedonia, fundando Igrejas em Filipos e Tessalônica. Foram recebidos com frieza em Atenas e passaram dezoito meses em Corinto, onde obtiveram grande sucesso (provavelmente entre 51 e 53). Em Éfeso, onde o cristianismo já tinha se estabelecido, iniciou um ministério que durou três anos (53 a 56?). Apesar do sucesso que obteve, Paulo teve de enfrentar grande oposição e perigos tais, que chegou a desesperar da vida (2Cor.1:8). Ainda nos dias de Paulo, o Evangelho já havia expandido tanto, que ele chegou a escrever que o Evangelho havia chegado em todo o mundo (conhecido da época). Convém lembrar que entre os convertidos no dia de Pentecostes, havia judeus e prosélitos de cerca de 15 países ou regiões diferentes, desde a Líbia, Egito, Arábia, Síria, Ásia Menor, Bitinia e Ponto, Mesopotamia, Capadócia, Partos e Medas, Creta até Roma, de onde, sem dúvida alcançou o resto do mundo ocidental. É certo que o eunuco etíope levou o Evangelho para a sua terra, que por certo alcançou grande parte da África conhecida na época.

Pouco se sabe da vida dos outros apóstolos (exceto Pedro, João e Tiago, este último, martirizado logo no início da Igreja). Mesmo de Mateus, temos apenas o seu Evangelho, do qual não temos nenhuma informação precisa do ano em que foi escrito. Da pessoa de Mateus, nada mais se sabe. Tomé, segundo a tradição, trabalhou na Pérsia (possivelmente na Índia), onde sofreu o martírio. De Santo André, informam que sofreu o martírio na Acaia (Grécia). Dos demais, nada mais se informam, além de que o grupo permaneceu coeso, até o martírio.


A IGREJA NO PERÍODO PÓS-APOSTÓLICO

a) - O FIM DA ERA APOSTÓLICA

São desconhecidos os fatos referentes a vida da maioria dos apóstolos. A perseguição iniciada por Nero, foi feroz e restringiu-se aos limites da capital do império. Depois do grande incêndio de Roma, em julho de 64, levantaram-se, provavelmente por instigação de Nero, acusações que envolviam injustamente os cristãos. Nero queria com isso desviar os rumores que o apontavam como culpado. Inúmeros cristãos foram mortos em meio a horríveis torturas nos jardins do Vaticano, onde o imperador transformou o martírio dos cristãos em espetáculo público. Desde então, Nero passou a ser considerado o protótipo do Anti-Cristo pela tradição cristã. A Igreja romana, porém, não só sobreviveu a essa provação como fortaleceu-se. A destruição de Jerusalém, no ano 70, foi um evento de importância mais permanente, pois quase pôs fim a já decrescente influencia das congregações da Palestina sobre os aspectos mais vastos da Igreja. Tal colapso aliado ao rápido crescimento do número de conversos de origem pagã, logo fez com que a luta de Paulo em favor da liberdade, em relação a Lei judaica, perdesse sua importância. Antioquia, Roma, e, antes do fim do século, Éfeso, tornaram-se então os centros principais da expansão do cristianismo. Apesar de um ou outro indício reservado os quarenta anos entre 70 e 110, são até hoje um dos períodos mais obscuros da história da Igreja. Só temos a lamentar tal fato, pois essa foi uma época de rápidas mudanças na própria Igreja.


b) - A ENTRADA DE HERESIAS NA IGREJA

Quando mais tarde, os característicos da Igreja voltam a ser claramente identificados, nota-se que pouquíssimos traços distintivos deixados por Paulo estão presentes. Muitos outros missionários além de Paulo, hoje desconhecidos, devem ter trabalhado. Além disso, a penetração de idéias provindas de fontes outras que não as cristãs, sem dúvida trazidas por conversos de antecedentes pagãos, modificaram as crenças e as práticas cristãs, especialmente no que tange aos sacramentos, aos jejuns e ao surgimento das formulas litúrgicas (cerimonial do culto), e sem dúvida, também a interpretação errada da Teologia, com a crença na trindade, pois, essa doutrina começou a ser defendida, precisamente por "mestres cristãos" de formação pagã.

O CRISTIANISMO – IGREJA PRIMITIVA ( 100 –300)

CAUSAS DA PERSEGUIÇÃO

Políticas
Enquanto a Igreja Cristã fazia parte do judaísmo, que era religião licita, a Igreja sofreu pouco. Mas logo que foi distinguido do judaísmo foi classificada como seita, uma sociedade secreta, o cristianismo recebeu a interdição do estado romano que não admitia nenhum rival à obediência por parte de seus súditos. Tornou-se então, uma religião ilícita, uma religião ilegal, considerada como ameaça à segurança do estado romano.  A religião cristã, era rápido em crescimento, exigia exclusiva lealdade a Cristo, César era colocado em segundo plano e este era o temor dos lideres romanos, empenhados em preservar a cultura clássica dentro da estrutura do império estatal: como desleais ao Estado, para os romanos os cristãos estavam tentando fundar um estado dentro do estado o Corpo de Cristo, tinha de ceder a soberania exclusiva de César.  Muitas práticas cristãs pareciam confirmar as suas suspeitas da deslealdade básica cristãos ao Estado levantada pelas autoridades romanas:
- Os cristãos se recusavam terminantemente a oferecer incenso nos altares devotados ao culto ao imperador romano. Quem sacrificasse nesses altares, podia praticar uma segunda religião particular.
- Os cristãos também realizavam a maioria de suas reuniões à noite e em segredo. Para a autoridade romana isto deixava claro que se preparava uma conspiração contra a segurança do estado.
Religiosas
A religião romana era mecânica e externa. Tinha seus altares, ídolos, processionais, ritos e praticas que o povo venerava. Os romanos não se opunha a acrescentar um ídolo ao grupo do Panteão, desde que a divindade se subordinasse às pretensões de primazia feitas pela religião do Estado. Os cristãos não tinham ídolos e no seu culto nada havia para ser visto. Seu culto era espiritual e interno. Quando se opunham de pé e oravam de olhos fechados, suas orações não eram dirigidas a nenhum objeto visível. Para as autoridades romanas, acostumadas às manifestações materiais simbólica de seu deus, isto nada mais era do que ateísmo.
O sigilo dos encontros dos cristãos também suscitou ataques morais contra eles. O vulgo popular os acusou de incesto, de canibalismo e de praticas desumanas. Entendo equivocadamente o significado de “comer e beber" os elementos representativos do corpo de Cristo, o vulgo popular logo depreendeu que os cristãos matavam e comia crianças em sacrifício ao seu Deus. A expressão “beijo da paz” foi logo transformada em acusações de incesto e outras formas de conduta moral que repugnava à mente cultural romana. Pouca diferença fazia se estes boatos eram verdadeiros ou não.
Sociais
 Os que exerciam grande atrativo sobre as classes pobres e escravas, eram odiadas pelos líderes aristocráticos influentes da sociedade. Estes líderes os viam com desprezo, mas temiam sua influencia sobre as classes pobres. Os cristãos defendiam a igualdade entre todos homens (CI. 3:11), enquanto que o paganismo insistia na estrutura aristocrática da sociedade em que uns poucos privilegiados eram servidos pelos pobres e pelos escravos.
Econômicas
 A oposição que Paulo recebeu dos fabricantes de ídolos em Efeso, mais preocupados com o perigo que representava o cristianismo para seus negócios que com a ameaça possível ao culto de Diana (At. 19:27), é uma chave para a compreensão da reação daqueles cujos interesses do “ ganha - pão ” estavam ameaçados pelo avanço do cristianismo. Sacerdotes fabricantes de ídolos, videntes, pintores, arquitetos e escultores dificilmente se entusiasmaram com uma religião que ameaçasse seus meios de sustento.
No ano 250 em que a perseguição deixou de ser local e intermitente para se tornar generalizada e violenta, Roma entrava, segundo a contagem dos romanos, nos mil anos de sua fundação. Nesta época uma fome e uma agitação civil assolavam o Império; a opinião atribuía estes problemas à presença do cristianismo no império e o conseqüente abandono dos deuses. Há sempre um bom motivo para superstição quando se aproxima o fim de um milênio e os romanos nisto não foram melhores que as pessoas da Idade Média que viveram pouco antes do ano 1.000. A perseguição aos cristãos parecia, aos romanos, uma forma lógica de superar o problemas.
Tudo isto cooperou para justificar a perseguição dos cristãos na mente das autoridades. Nem todas as razões estiveram presentes em cada caso mas a pretensão de exclusividade por parte da religião cristã sobre a vida do cristão conflitava com o sincretismo pagão e sua exigência de lealdade exclusiva ao estado romano na maioria dos assuntos.

O CRISTIANISMO SOB INTERDIÇÃO ESTATAL, 100-250

A primeira perseguição organizada como resultado de uma política governamental definida começou na Bitínia durante a administração de Plínio, o Moço, por volta de 112. Plínio escreveu uma interessante carta ao Imperador Trajano, em que prestava informações sobre os cristãos, esboçava seu programa e pedia a Trajano uma opinião sobre o assunto. Dizia ele que “o contágio desta superstição” ou seja o cristianismo espalhava-se por vilas e regiões rurais como também por grandes cidades com tal velocidade que os templos ficavam geralmente vazios e os vendedores de animais para o sacrifício, ficaram empobrecidos. Quando alguém era denunciado como cristão, Plínio convocava o tribunal e lhe perguntava se era cristão. Se admitisse a acusação três vezes, o cristão era condenado à morte. Em sua resposta, Trajano assegurou a Plínio que ele estava certo em seu comportamento. Não se devia caçar os cristãos, mas se alguém dissesse que uma pessoa era cristã, esta deveria ser condenada, a menos que negasse ou adorasse os deuses dos romanos. Foi durante esta perseguição que Inácio morreu.
Outra perseguição aconteceu em Esmirna nos meados do segundo século. Marco Aurélio foi alertado sobre o cristianismo . inclinado a atribuir as calamidades de seu reino provocadas pela natureza e pelo homem ao crescimento do cristianismo, deu ordem para a perseguição aos cristãos. Justino Mártir, o grande apologista, sofreu o martírio em Roma durante esta perseguição.  

Já no declinar do primeiro século, especialmente na Ásia Menor, haviam se espalhado concepções que negavam a humanidade e a morte efetiva de JESUS, afirmando que Ele não viera na carne, mas sim, no aspecto de um fantasma, aparência docética (Já nos dias do Apóstolo João, corriam esses pensamentos. Confira 1Joao 1:1-3; 2:22; 4:2,3). Argumentavam que Cristo, na realidade apareceu e ensinou os seus discípulos mas, durante esse tempo era um ser celestial e não carne e sangue. Por volta do ano 135 a 160, surgiu ou foi se consolidando o agnosticismo (filosofia de auto-conhecimento de Deus).

O agnosticismo representava um enorme perigo para a Igreja. Solapava os fundamentos do cristianismo. O seu deus não é o Deus do A.T., o qual para eles era considerado um ser inferior e perverso. O seu Cristo não tivera encarnação, morte e ressurreição reais. Sua salvação restringia-se a uns poucos "iluminados".

A tradição cristã atribuía a Simão o magico, a fundação do gnosicismo. Porém, pouco se conhece de concreto a respeito de sua relação com esta doutrina. Mais provavelmente, cabe a pensadores "brilhantes" da época, tais como Satornilo de Antioquia (150), Basilides de Alexandria (130), e, com destaque especial, Valentino, que trabalhou em Roma entre 135 e 165 aproximadamente. A escola gnostica produziu ainda, entre muitos outros:

MARCIÃO (139), atacava toda sorte de judaísmo ou legalismo, afirmava que o Deus do A.T. não era o mesmo revelado no Cristo. O Deus do Antigo Testamento era um Deus justo e vingativo. Cristo e a manifestação docética do Deus bom e misericordioso, até então desconhecido. Por conseguinte, o A.T. e seu Deus tem de ser rejeitados pelos cristãos. Com seus seguidores, Marcião fundou uma Igreja separada, compilaram um cânon de livros sagrados, composto de dez epístolas de Paulo (omitindo as pastorais) e do Evangelho de Lucas. Eliminou desses livros todas as passagens que subentendessem que Cristo considerava o Deus do A.T. seu Pai, ou de alguma maneira relacionado com Ele. Dentre os movimentos vinculados ao agnosticismo, o de Marcião foi provavelmente o mais perigoso. Separava o cristianismo de suas raízes históricas de modo tão radical, quanto o fizeram as teorias gnosticas mais abstratas. Negava a encarnação real de Cristo e condenava o A.T. e seu Deus. As igrejas de Marcião espalharam-se muito notadamente no oriente, e existiram até o século V.

MONTANO, fundador do montanismo (156-200?). Ao contrário do gnosticismo, o montanismo foi um movimento de origem claramente cristã. Na maioria das Igrejas do século II, a primitiva esperança na próxima volta de Cristo, desaparecia. A consciência do Espírito, característica da Igreja Apostólica, praticamente extinguira-se. Com o declínio do sentido da ação constante e imediata do Espírito, ia crescendo a ênfase na sua importância como agente da revelação. Fora o Espírito Santo quem guiara os escritores do A.T. para o pensamento cristão do começo do século II, havia uma diferenciação entre o Espírito Santo e Cristo, mas eram ambos considerados Deus. Isso é evidente na fórmula batismal trinitária que, a essa época já estava substituindo a primitiva apostólica "EM NOME DE JESUS CRISTO".

Ao fim do século I e começo do século II a fórmula trinitária já era de uso freqüente. TERTULIANO, foi o mais fiel discípulo do montanismo. Converteu-se a essa doutrina por volta do ano 200, atraído por suas exigências ascéticas. Em Cartago, os seguidores de Tertuliano subsistiram até o tempo de Agostinho. Este Tertuliano, influente discípulo de Montano, foi o primeiro defensor público da doutrina da trindade. Como sempre, a doutrina não oferece segurança; os seus seguidores são inseguros na exposição da mesma.

Vejamos a teologia tertuliana que tenta ensinar a trindade: - "O Pai, o Filho e o Espírito Santo, todos são de um, por unidade de substancia, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que atribui a unidade numa trindade, colocando em ordem Pai, Filho e Espírito Santo. Três, contudo, não em substancia, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma mesma substancia e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo." Tertuliano descreve essas distinções da Divindade como pessoas. No pensamento de Tertuliano essa unidade de substancia é material, pois a influencia estóica é que estava sujeito era bastante para fazê-lo afirmar que Deus é corpo e que o espírito tem uma substancia corpórea de sua própria espécie, e que, por derivarem-se do Pai por emanação, o Filho e o Espírito Santo são subordinados a Ele. Tertuliano afirmava ainda:"Os simples, os quais constituem a maioria dos fieis, mostram-se perplexos diante da explanação dos "três em um", alegando que a sua própria fé os afasta da pluralidade de deuses existentes no mundo e os leva ao ÚNICO DEUS VERDADEIRO. Era-lhes difícil perceber a distinção entre a idéia trinitária e as afirmações triteistas. A obra de Tertuliano "Contra Praxeas", foi, sem dúvida, a responsável pela definição, e mais tarde a dogmatizacao da doutrina da trindade, sendo confirmada por um dos seus discípulos - Novaciano de Roma (240-250), no seu tratado sobre a trindade e Atanasio (325?).

NOVACIANO, chegava até a sugerir a idéia de uma "trindade social' Comentando o texto de João 10:30 "Eu e o Pai somos um", afirmava que Cristo disse: "uma só coisa". Entendem os hereges que Ele não disse: "uma pessoa", pois a palavra "um" no neutro, subentende o acordo social, e não a unidade pessoal. Como em todos os expoentes do pensamento trinitário, não poderia faltar, também a este, a dúvida da sua própria exposição, quando conclui: "Cristo era plenamente Deus e, ao mesmo tempo, plenamente homem".

Ainda entre os expoentes trinitários, encontramos Dionisio, bispo de Roma (259-268), que foi um ferrenho perseguidor dos sabelianos (que pregavam a Unicidade de Deus).

c) A GRANDE BATALHA TEOLÓGICA

Se por um lado a heresia em torno da interpretação da Doutrina de Deus, penetrava na Igreja, através de pensadores de formação pagã como vimos em Tertuliano, Cipriano, Montano e outros, defensores da doutrina da trindade, entre outras heresias, encontramos de outro lado, vozes firmes na defesa da Unicidade de Deus, como INÁCIO de Antioquia que professava o mesmo tipo de Cristologia encontrado no Evangelho de João. Afirma que o sangue de Cristo e o sangue de Deus; saúda os cristãos romanos em nome de JESUS Cristo nosso Deus". A idéia mais original de Inácio é a de que a encarnação foi a manifestação de Deus para revelar uma nova humanidade.

Antes de Cristo, o mundo estava sob o poder do diabo e da morte. Cristo trouxe a vida e a imortalidade. Já mais a frente, ao mesmo tempo de Cipriano, encontramos o líder mais notável da escola modalista, cujo nome ficou até hoje vinculado a esse pensamento cristológico:

SABÉLIO (de onde os unicistas são apelidados de sabelianos ou sabelitas), afirmava: "Pai, Filho e Espírito Santo" são um só e o mesmo. Pai, Filho e Espírito Santo, são nomes (títulos) do Deus único, que se manifesta de formas diferentes, segundo as circunstancias. Enquanto Pai, é o Legislador do A.T.; enquanto Filho, é encarnado; enquanto Espírito Santo, é o inspirador dos apóstolos. Mas é o mesmo e único Deus que assim aparece nessas relações sucessivas, e transitórias, exatamente como se pode a um mesmo indivíduo atribuir títulos diferentes, segundo os diversos papeis que represente. Embora tenha sido excomungado em Roma, Sabélio granjeou inúmeros seguidores no oriente, especialmente no Egito e na Líbia. Não deixou de influenciar consideravelmente o que viria a ser considerado a "CRISTOLOGIA ORTODOXA". A identificação absoluta entre Pai, Filho e Espírito Santo, por ele proposta, foi rejeitada, mas subentendia uma noção de igualdade que veio por fim, como no caso de Agostinho suplantar a idéia de subordinação do Filho e do Espírito Santo, que caracterizava a cristologia defendida por Tertuliano. Calixto, em sua explanação da Cristologia, explicava: Pai, Filho e Logos, são nomes do Espírito único e indivisível. Filho é a designação própria daquele que se tornou visível - JESUS, ao passo que o Pai e o Espírito que nele habitava. Essa presença do Pai em JESUS é o "Logos". CALIXTO asseverava claramente que o Pai não padecera na cruz, mas sofrera com os sofrimentos do Filho JESUS. No entanto, o Pai, "depois de tomar sobre Si a nossa carne elevou-a a natureza da divindade, mediante a união dela consigo e a fez "uma", de forma tal que O PAI E O FILHO DEVEM SER CONSIDERADOS "UM SÓ DEUS!".
O Imperador Décio subiu ao trono imperial ao tempo em que Roma completava o fim do primeiro milênio de uma história e numa época em que o Império cambaleava sob calamidades naturais e ataques internos e externos à sua estabilidade. Os cristãos foram tomados com uma perigosa ameaça ao estado por causa de seu rápido crescimento numérico e por sua aparente tentativa de se construírem num estado dentro do estado. Décio promulgou em edito em 250 que exigia pelo menos,uma oferta anual de sacrifício nos altares romanos aos deuses e à figura do Imperador. Aqueles que oferecessem este sacrifício recebiam um certificado chamado libellus. A igreja mais tarde, foi sacudida com o problema de como tratar aqueles que tinham negado a sua fé cristã para conseguir esses certificados. Felizmente para a igreja, a perseguição durou só até a morte de Décio, no ano seguinte, mas as torturas que Orígenes sofreu, mais tarde causaram sua morte.
Diocleciano, líder militar forte, chegou ao trono imperial no fim de um século marcado pela desordem política no Império Romano. Ele concluiu que somente uma monarquia forte salvaria o Império e sua cultura clássica. Em 285, pôs fim à monarquia do principado, criada por César Augusto em 27 A.C, pela qual o imperador e o senado dividiam o poder. Em sua opinião uma monarquia poderosa oferecia a única alternativa ao caos. Foi nesta situação histórica que aconteceu a mais dura perseguição enfrentada pelos cristãos. Os primeiros editos, com ordem de perseguição aos cristãos, foram promulgados em março de 303, Diocleciano ordenou o fim das reuniões cristãs, a destruição das igrejas, a deposição dos oficiais da Igreja, a prisão daqueles que persistissem em seu testemunho de Cristo e a destruição das Escrituras pelo fogo. O ultimo edito obrigou os cristãos a sacrificarem aos deuses pagãos sob pena de morte caso recusassem. Eusébio conta que as prisões ficaram tão cheias de líderes cristãos e crentes comuns que não havia lugar suficiente para os criminosos. Os cristãos foram punidos com o confisco de bens, exílio, prisões ou execuções à espada ou por animais ferozes. Os mais felizes eram enviados aos campos de trabalhos forçados, onde trabalhavam até a morte nas minas.
Constantino, seu sucessor, compreendeu que se o Estado não podia destruí-la pela força, o melhor seria usar a Igreja como aliado para salvar a cultura clássica. A Igreja e o Estado chegaram a um acordo que começou quando Constantino conseguiu o controle completo. Constantino; ( 274-337) teve uma visão de uma cruz no céu, com as seguintes palavras em latim; “ com este sinal, vencerás”. Ele derrotou os seus inimigos na batalha da ponte Mílvia sobre o rio Tibre. Embora a visão possa ter ocorrido, é evidente que o favorecimento da igreja por Constantino foi um expediente seu. A Igreja poderia servir como novo centro de unidade e salvar a cultura clássica e o Império. Constantino inaugurou uma política de favorecimento da Igreja cristã. Em 313, ele e Lícínio garantiram-lhe a liberdade de culto pelo Edito de Milão. Nos anos seguintes, Constantino promulgou outros editos, que tornavam possíveis a recuperação das propriedades confiscadas, o subsídios da Igreja pelo estado, a isenção ao clero do serviço público, a proibição de adivinhações e a separação do “Dia do Sol” (domingo), como um dia de descanso e culto. Ele tomou uma posição de liderança teológica no Concílio de Nicéia, em 325, quando arbitrou a controvérsia ariana. Apesar de o número de cristão não ultrapassar a um décimo da população do Império nesta época, eles exerceram uma influência no Estado bem maior do que se podia esperar pela quantidade de membros que possuía,
Constantino, em 330 fundou a cidade de Constantinopla. Este ato ajudou a dividir Oriente e Ocidente. Ele tornou o centro do poder político no oriente e o bispo de Roma, após 476, foi deixado com poder político além do espiritual.
Quando parecia que o cristianismo iria se tornar a religião do Estado, houve um retrocesso com a ascensão de Juliano em 361 ao trono imperial. Juliano fora forçado a aceitar o cristianismo formalmente, mas a morte de parentes seus nas mãos do governo cristão e o estudo que fez de filosofia em Atenas o levaram a se tornar um seguidor do Neoplatonismo. Ele retirou da Igreja Cristã os privilégios e restaurou a liberdade plena de culto. Todas as felicidades foram concedidas para ajudar no avanço da filosofia e da religião pagã. Felizmente para a Igreja, seu reinado foi curto e o retrocesso do desenvolvimento da Igreja, foi apenas temporário.
O Imperador Graciano renuncio ao titulo de Pontifex Maximus. Teodósio I promulgou em 380 um edito tornando o cristianismo a religião exclusiva do estado. Qualquer pessoa que seguisse outra forma de culto receberia a punição do estado. Em 392, o Edito de Constantinopla estabeleceu a proibição do paganismo. Em 459, Justiniano desferiu o golpe de misericórdia sobre o paganismo, quando determinou o fechamento da escola de filosofia de Atena.

 GOVERNO DA IGREJA ( 100-313 )

Foi no período entre 100 e 313 que a Igreja se viu forçada a pensar na melhor maneira pela qual poderia enfrentar a perseguição externa do estado romano e o problema interno do ensino herético e das conseqüentes decisões. Ela procurou cerrar fileiras através de procedimentos.
O Bispo Monarquiso.
Necessidades práticas e teóricas levaram à exaltação da posição do bispo em cada igreja, chegando ao ponto de as pessoas o virem e o reconhecerem como superior aos outros presbíteros aos quais seu oficio fora relacionado em tempos do Novo Testamento. A necessidade de uma liderança para enfrentar os problemas da perseguição e da heresia foi uma necessidade prática que acabou por ditar o aumento do poder do bispo. O desenvolvimento da doutrina da sucessão apostólica e a crescente exaltação da Ceia do Senhor foram fatores fundamentais neste aumento de poder. A elevação do bispo monárquico em meado do segundo século originou-se da honra especial devida ao bispo monárquico da Igreja em Roma.
O argumento inicial e mais importante apresentado desde cedo na história da Igreja, foi o de que Cristo deu a Pedro, presumivelmente o primeiro bispo de Roma, uma posição de primazia entre os apóstolos em função da suposta designação de Pedro como a rocha sobre qual edificaria a Sua igreja (Mt 16:18 ). Segundo Mateus ( 16:19) Cristo deu também a Pedro as chaves do reino dos céus e depois o comissionou especialmente para apascentar Seu rebanho (Jô: 21:15-19).
A Igreja Romana insiste desde tempos antigo que Cristo deu a Pedro um lugar especial de primeiro bispo de Roma e de líder dos apóstolos.
O prestigio histórico de Roma como a capital do Império levou a uma natural elevação da posição da igreja da capital. Muitos pais da Igreja Ocidental, como Clemente, Inácio, Irineu e Cipriano, destacaram a importância da posição do bispo, e no caso de Cipriano, do bispo de Roma. Embora todos os bispos fossem iguais, honra especial deveria ser dada ao bispo romano encarregado da cadeira de São Pedro. Embora todos os bispos estivessem numa linha de sucessão apostólica dos bispos desde o próprio Cristo, Roma merecia honra especial, porque, cria-se seu bispo continuava a linha sucessória desde Pedro.
 Desenvolvimento da regra de fé
O papel do bispo como garantia da unidade da Igreja foi reforçada pelo desenvolvimento de um credo. Um credo é uma declaração de fé para uso público. Os credos têm sido usados para testar a ortodoxia, identificar os crentes entre si e servir como um resumo claro das doutrinas essenciais da fé. Pressupõe uma fé viva da qual são expressão intelectual. Os credos denominacionais surgiram depois da reforma. Os credos conciliares ou universais elaborados por representantes de toda a igreja surgiram no período da controvérsia teológica entre 313 e 451. o primeiro tipo de credo foi o credo batismal de que o Credo do Apóstolos pode servir como exemplo. Deve-se ter sempre em mente que os credos são expressões relativas e limitadas da regra divina e absoluta de fé e prática contida na Bíblia. Textos bíblicos que favorecem a idéia de um credo são encontrados em Romanos 10:9-10, Corintios 15:4, I Timóteo 3:16.
Irineu e Tertuliano desenvolveram Regras de Fé para serem usadas na distinção entre Cristianismo e Gnosticismo.
O Credo dos Apóstolos é o mais antigo sumário das doutrinas essenciais da Escritura que possuímos. Alguns pensam que o Credo dos apóstolos surgiu da declaração abreviada de Pedro sobre Cristo em Mateus 16:16 e que foi usado como fórmula batismal desde cedo.
Cânon do Novo Testamento
O cânon, lista dos volumes pertencentes a um livro autorizado, surgiu como um reforço à garantia da unidade centralizada no bispo e à fé expressa num credo. O desenvolvimento do cânon foi um processo demorado, encerrado em 175, exceto para o caso de uns poucos livros cuja autoria era ainda discutida.
Algumas razões de ordem prática tornaram necessário que a igreja desenvolvesse a relação de livros que deveriam compor o Novo testamento, Heréticos, como Márcion estavam formando o seu próprio cânon das Escrituras e estavam levando o povo ao erro. Os cristãos perseguidos não estavam dispostos a arriscar suas vidas por um livro se não estivessem certos de que ele integrava o cânon das Escrituras. Como os apóstolos estavam saindo de cena, havia a necessidade de alguns registros que seriam reconhecidos como autorizados e dignos de uso na adoração.
O maior teste do direito de um livro estar no cânon era se ele tinha os sinais da apostolicidade. Era ele escrito por um apóstolo ou por alguém ligado intimamente aos apóstolos, como Marcos, o autor do Evangelho de Marcos que contou com a ajuda do apóstolo Pedro. A eficácia do livro na edificação quando lido publicamente e sua concordância com a regra da fé serviam de testes também. Na análise final, o que contava para a decisão sobre que livro deveria ser considerado canônico e dignos de serem incluídos no Novo Testamento era a verificação histórica de autoria ou influência apostólica ou a consciência universal da igreja dirigida pelo Espírito Santo.
Liturgia
Muitos convertidos vindos das religiões de Mistério também contribuíram para o desenvolvimento do conceito da separação do clero dos leigos, ao destacaram a santidade da posição dos bispos. A Ceia do Senhor e o Batismo tornaram-se ritos que somente poderiam ser dirigidos por um ministro credenciado. Ao se desenvolver a idéia da Ceia como um sacrifício a Deus, fortaleceu a santidade superior do  bispo comparado com os membros comuns da igreja. O desejo de ser batizado eram os únicos requisito, mas, ao final do segundo século, acrescentou-se um período probatório como catecúmeno a fim de provar a realidade da experiência do convertido. Neste período de provação, os catecúmos assistiam aos cultos no vestíbulo final do templo e não podiam cultuar no santuário. O batismo em geral era por imersão; às vezes por afusão ou aspersão. O batismo infantil, que Tertuliano criticava e Cipriano apoiava, e o batismo clínico (de doentes) surgiram neste período. O surgimento de um ciclo de festas no ano eclesiástico é também deste período.
A Páscoa, nascida da aplicação da Páscoa judaica à ressurreição de Cristo, parece ter sido a primeira destas festas. Só depois de 350, o  Natal foi aceito como uma festa cristã e, então purificado dos elementos pagãos que o compunham. A quaresma, um período de 40 dias, anteriores a Páscoa, de penitência e contenção dos apetites da carne, foi aceita como parte do ciclo litúrgico das igrejas depois da adoção do Natal.

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ (Da Igreja Apostólica a 313 e os primeiros séculos A.D.)
I. O nascimento de Cristo e os fundamentos da Igreja Primitiva
Jesus Cristo é o fundamento sobre o qual repousa o cristianismo. Existindo antes como Deus, ele veio ao mundo (se encarnou) e pregou a fé, o arrependimento, a salvação e o amor de Deus. Deu-se ainda, enquanto Deus encarnado, como sacrifício para morrer pela salvação da humanidade. Assim, ele se tornou não só Senhor da Igreja, mas também o Salvador do mundo.
A existência de Cristo e de sua igreja, o cristianismo, não é um evento isolado do mundo. Ele nasceu num tempo determinado, num contexto histórico determinado e em condições históricas determinadas que servem como pano de fundo para o estabelecimento da sua igreja. É exatamente nesse pano de fundo (Cristo e o contexto histórico em que nasceu) que podemos encontrar as melhores evidências e os melhores vestígios da atuação divina que transformou e deu forma à natureza e mensagem da igreja cristã.
1. A "Plenitude dos tempos"
Leia Marcos 1:15 e Gálatas 4:4. Estes textos revelam que Jesus Cristo não nasceu numa época qualquer, mas ao chegar a "plenitude dos tempos". Como as profecias messiânicas não apontam para uma data da vinda do Messias, não se podem interpretar esses textos como fazendo alusão ao cumprimento de uma profecia específica. De acordo com os estudiosos, a interpretação adequada de "plenitude dos tempos" é: "tempo certo", "momento ideal", "ocasião propícia" designada por Deus, mas não revelada nas profecias escritas.
Assim, temos a seguinte definição técnica para a expressão "plenitude dos tempos": época ou contexto histórico cuja realidade (acontecimentos) foi tremendamente favorável ao objetivo da vinda de Cristo ao mundo, que é a anunciação e propagação universal do Evangelho do Reino de Deus. A natureza dessa realidade é a uniformização cultural e política propiciada pelo sistema administrativo do império romano, somadas as outras contribuições religiosas (dos judeus) e culturais (dos gregos) que já faziam parte desse ambiente mundial. Não foram todas contribuições positivas, mas em muito contribuíram para levar o mundo uma a situação ideal na qual Cristo exerceria um impacto maior que não teria sido possível até então. Vejamos que realidade e contribuições foram essas.
2. O tempo do nascimento de Cristo
Jesus Cristo nasceu dentro do mundo romano. O mundo composto pelas nações mais conhecidas da época tinha caído sob o controle absoluto dos romanos. A Palestina, terra natal de Cristo, foi submetido pelos romanos no ano 63 a.C. O vasto território que reunia nações da Ásia, África e Europa caíra nas mãos de um mesmo domínio político, jurídico e econômico, o império romano. Chama-se império ao poder político-econômico e jurídico exercido sobre duas ou mais nações autônomas, mas que perderam a sua soberania em favor de uma outra (que as governa) por livre decisão ou à força.
De acordo com o calendário romano, que coloca a data da morte do rei Herodes no ano 4 a.C, o ano provável do nascimento de Cristo fica entre 7 e 3 a.C. Além de contada em documentos e obras de historiadores antigos, muitos deles contemporâneos de Jesus, a existência histórica do filho de Deus é totalmente afirmada e historiada pelos evangelhos no Novo Testamento. O cristianismo é também, por isso, um assunto da história da humanidade e a disciplina que estuda tudo aquilo que acontece e aconteceu com ele é a História do Cristianismo (ainda História Eclesiástica ou História da Igreja).


3. Unificação do mundo pelos romanos
A partir do ano 146 a.C. os romanos haviam unificado e dominado, com a força das armas, o vasto território que ia desde a área toda que se estendia desde as Colinas de Hércules, o atual Gibraltar, até os rios Tigres e Eufrates, da Bretanha até o Reno, o Norte da África, tudo isso e mais a região do Danúbio estavam sob o domínio do Império Romano, o palco em que inicia a história da Igreja de Cristo. Nascia o império romano. A política de unificação do mundo adotada pelos romanos era tal que facilitou muito o rápido crescimento da igreja primitiva na época dos apóstolos. Antes disso, por obra de outros impérios que também dominaram o mesmo mundo, dois outros fatores já haviam sido introduzidos nele e faziam parte da sua civilização. São a cultura grega e a religião judaica. Juntas, isto é, dominação política dos romanos, cultura grega e religião judaica, constituíram a realidade entendida pelos estudiosos como um "tempo altamente favorável" (=plenitude dos tempos) para a difusão do evangelho e sua rápida expansão. Contribuíram os seguintes elementos da administração central dos romanos, e outros que caracterizavam essa época: (a) Contribuição dos romanos. A Paz Romana (Pax Romana), a ordem e as estradas. O governo romano se preocupou em estabelecer paz e ordem social em todos as nações sob o seu domínio, planejou e construiu um excelente sistema viário (caminhos e rotas de navegação na terra, mar e rios) que interligava as várias regiões e nações. Além disso, concedeu cidadania a todos os cidadãos livres em todo o império e estendeu a obrigação do serviço militar a todos os cidadãos do sexo masculino.  O que existia, sob o governo dos romanos era um mundo semi-globalizado, unificado debaixo das mesmas leis válidas para todos os cidadãos, do mesmo sistema econômico e das mesmas determinações políticas. É verdade que no meio dessa unidade havia também problemas e maus costumes mundanos. Lutas internas pelo poder, responsável pelos comportamentos sanguinários das suas cortes e governantes, brutalidade humana exemplificada pelas suas diversões sanguinárias, escravidão, machismo, além de certa intolerância religiosa e devassidão dos costumes, levariam o império à decadência moral.
Veja a descrição que Paulo faz da imoralidade típica desse mundo em Romanos 1:18-32. Leia também atos 17:16-31. Qual é o problema fundamental para o homem? Existe, para Paulo, relação entre idolatria e imoralidade? Em que sentido?  (b) Contribuição dos gregos. A cultura grega é o segundo fator que mais contribuiu para a unidade do mundo romano. Por isso costuma se designar a civilização dessa época de greco-romana. Ela foi espalhada por toda a parte (na verdade imposta sistematicamente) entre os anos 338 e 146 a.C. pelas conquistas de Alexandre, o Grande. Desta cultura dos gregos o mundo da época herdou a língua (grega) e a filosofia (prática de refletir sobre a realidade do mundo e sobre as questões fundamentais da vida humana).  Língua. Do leste ao oeste do império romano falava-se a língua grega. Uma versão mais popular (vulgar), decorrente da mistura do grego com as línguas nativas, se tornou comum entre as populações. É o chamado grego koiné, falado também na Palestina e na grande maioria das regiões ao redor do mar Mediterrâneo. Todo o Novo Testamento foi escrito nessa língua e poderia ser lido em qualquer parte, e os apóstolos e os primeiros missionários pregaram em qualquer canto daquele mundo falando a língua grega. Filosofia. Séculos antes de Cristo, a filosofia grega levara ao descrédito a existência dos deuses adorados pelos seus antepassados. Por causa dela, e também da derrota das nações por Roma (e outros impérios antes deles), além do aumento do sofrimento no dia-a-dia (os nativos passaram a desconfiar da proteção dos deuses), em todo o império os velhos deuses perderam a sua autoridade e as pessoas começaram a enfrentar algumas questões básicas da vida: "quem sou eu?", "de onde venho?", "que destino nos espera?", "em que posso esperar?". De fato, o vácuo deixado pela queda dos deuses levou a difusão de dois elementos de compensação moral e espiritual: as filosofias da vida e as religiões de mistério (ocultismo, esoterismo, etc.), oriundas do leste (oriente). Tudo isso contribuiu para aprofundar a sede espiritual e a necessidade por um Deus verdadeiramente salvador. (c) Religiões e filosofias orientais de mistério. Essas religiões ensinavam que o mundo material é transitório e, para salvar-se, o homem precisa libertar-se dele e desenvolver a vida do espírito. A salvação está no alcance dos segredos da vida espiritual. A religião (qualquer que seja), graças a sua dedicação aos mistérios do espírito, leva qualquer homem à salvação. Isto exige iniciação no conhecimento dos mistérios ou da sabedoria oculta (=gnose) e desprezo pelos prazeres do corpo (=asceticismo). Em resumo, as religiões orientais promoveram no império a divulgação de uma nova moralidade (asceticismo), nova segurança para a vida (conhecimento) e nova esperança (salvação), e novo modelo de religiosidade para o qual todas as religiões ajudam (sincretismo). Até certo ponto, muito disso favoreceu o melhor entendimento da mensagem da salvação pela fé pregada pelos primeiros cristãos.
As religiões de mistério caracterizavam-se pelo seu panteísmo e dualismo. Descubra o significado destas duas doutrinas e compare-os com os ensinos bíblicos.
(d) Culto civil imperial. Com base na motivação religiosa comum do homem do mundo antigo, e também no pensamento e religiosidade do oriente (no Egito os faraós eram deuses), o senado romano estabeleceu, a partir do ano 27 a.C, o culto ao imperador. Considerando o imperador como pertence ao mundo divino (Augusto), estabeleceu como dever obrigatório de cada cidadão cultua-lo e dedicar-lhe sacrifícios como um deus. Depois ficou evidente que este culto servia melhor a finalidade de unificar os diversos povos do império romano através da lealdade política e cívica. Mais tarde muitos imperadores utilizarão a obrigatoriedade do culto do estado (civil) para perseguir os cristãos, a quem eles consideraram "inimigos" do bem do império. Como veremos, milagrosamente a perseguição se tornaram num fator de grande crescimento da igreja antiga.  Contribuição dos Judeus. A presença dos judeus no império foi vital para a expansão do Cristianismo no mundo daquela época. Basta notarmos que Jesus Cristo nasceu como judeu e que a igreja começou entre os judeus. No âmbito dos fatores catalogados como essenciais à idéia de "plenitude dos tempos", três foram as contribuições dos judeus: o livro sagrado (Antigo Testamento) e as sinagogas (lugares de culto a Javé).
(a) A Sinagoga e a diáspora. Com a invasão e derrota, pelos persas, dos dois reinos que compunham Israel no século sexto antes de Cristo, teve início um processo de dispersão do povo judeu pelo mundo que dura até hoje. É a chamada diáspora ou dispersão. Desde então, em todas as cidades importantes do mundo antigo existia uma colônia de judeus. E onde existiam judeus havia também uma ou várias sinagogas, onde os mestres e os escribas ensinavam as escrituras (Torá) e promoviam as cerimônias do culto judaico. (b) A esperança do Messias. É importante também perceber que a transplantação dos judeus para outras partes do mundo levou à decadência do culto javista, denunciada e combatida nos escritos dos profetas menores. Graças ao ministério desses profetas, foi retomado um despertamento espiritual baseado na esperança da vinda do Messias restaurador (um rei político vencedor, que castigaria os gentios e exaltaria os judeus) e na fidelidade e obediência à vontade de Deus. Como conseqüências os judeus, tanto na Palestina quanto na diáspora, começaram um movimento de revoltas (luta) por liberdade política e religiosa contra seus opressores políticos (Assírios, Macedônios e mais tarde Romanos) e uma proliferação de seitas religiosas internas que pregavam, cada uma à seu modo, o ideal de pureza espiritual. Sobre o movimento de revoltas judaicas, veja Lucas 13:1, Atos 5:36,37. NOTA: Antes do nascimento de Cristo surgiram no mundo antigo várias seitas judaicas que pregavam o ideal de pureza religiosa. As mais destacadas são os Fariseus (insistiram na pureza baseada na absoluta observância da lei mosaica, elaborando leis para a vida diária; tornou-se a mais popular), os Escribas (se notabilizaram por resguardar a pureza das escrituras e prática devida aos seus ensinamentos), os Saduceus (menos radicais, consideraram necessário contextualizar a religião judaica com os valores do mundo; adeptos da filosofia e cultura gregas, chegam a negar a imortalidade da alma e a ressurreição dos mortos) os Zelotes (baseavam suas motivações religiosas no cuidado e zelo espiritual em todos os detalhes da vida prática), os essênios (movimento espiritual radical que pregou a separação total do mundo e suas influências diabólicas; passaram a viver em cavernas ao longo do mar mediterrâneo - sendo Quram o local da comunidade mais destacada - onde aguardavam a vinda imediata do Messias) e os Sicários (para-militares que combatiam com táticas de guerrilha a presença dos opressores políticos na palestina). Apesar de estarem sob o domínio romano, Herodes o Grande negociou com os romanos e conseguiu garantir legalmente a liberdade de culto para os judeus da Palestina, bem como isenção da obrigação de sacrificar ao imperador. Governados pelo conselho de Jerusalém (=Sinédrio), a vida religiosa dos judeus girava em torno do templo de Jerusalém. Fora de Jerusalém, de mais importância para a vida prática tornou-se a sinagoga. Nelas os escribas ocupavam a liderança que os sacerdotes tinham no Templo em Jerusalém. (c) O Antigo Testamento. A Bíblia dos judeus é o Velho Testamento. No mundo romano já se utilizava também a versão grega dela chamada "Septuaginta", traduzida na primeira metade do século I a.C. (contagem de trás para frente) por um grupo de setenta eruditos judeus que trabalhavam na biblioteca pública da cidade de Alexandria (Egito), onde também existia a maior e mais importante comunidade judaica da dispersão. Foi essa tradução utilizada no ministério dos apóstolos.  (d) A teologia judaica. Em Alexandria surgiu também a primeira escola teológica judaica que tentou combinar os ensinos das escrituras com a Filosofia grega, prática também utilizada por alguns apóstolos como João e Paulo e, como veremos, por alguns pais na Igreja Primitiva. Para a compreensão do evangelho e sua aceitação entre as pessoas esclarecidas do império romano, este trabalho preliminar dos teólogos judeus em Alexandria (como Fílon) acabou representando uma contribuição fundamental.
Muitos gentios foram atraídos para o judaísmo já desde antes do nascimento de Cristo. Eram referidos como "os que temem a Deus" (sem deixar de ser gentios) ou "prosélitos", (aqueles que se convertiam completamente ao judaísmo). O livro de Atos informa que este grupo foi, muitas vezes, a ponte da igreja para o mundo pagão.
Cristo nasceu numa época muito favorável ("plenitude dos tempos") ao evangelho da salvação e à sua divulgação. Dominado pelos romanos, o mundo estava unificado em torno das mesmas leis, pacificado e cheio de facilidades para viajar de um ponto para outro por terra e mar. Os primeiros evangelistas e missionários que se levantaram na igreja primitiva viajavam através dessas estradas e rotas para alcançar o mundo distante, como cidadãos livres e protegidos pelas mesmas leis do mundo a alcançar. Falavam a língua comum aos demais povos submetidos por Roma (grego koiné) e pregavam às populações inteiras desiludidas pelos seus deuses e submetidos ao engano de filosofias vãs e da falsa religiosidade, que não saciavam a sede espiritual e a esperança por uma sorte melhor para o futuro. Além disso, ao viajarem de país em país, aldeia em aldeia, cidade em cidade, muitos missionários itinerantes na época antiga, como o apóstolo Paulo e Barnabé, procuravam primeiro as sinagogas judaicas onde liam e interpretavam as profecias messiânicas no Antigo Testamento, dando em seguida seu testemunho de salvação pela fé em Cristo Jesus. A providência divina utilizou todas as condições do mundo greco-romano em favor da expansão do reino de Deus ao nascer nele o salvador de todo o mundo.
II. A Igreja Primitiva e a situação dos primeiros cristãos
O cristianismo começou quando Jesus reuniu os primeiros discípulos e convidou-os a segui-lo. Com eles e por meio deles nasceu a igreja primitiva. Já vimos que Jesus é a causa e fundamento da existência dessa igreja. Para ela e em vista dela, ele chamara os discípulos como garantia de sua continuidade e da propagação do evangelho do reino ao mundo todo.
1. O Pentecoste e os primeiros cristãos
O Novo Testamento mostra que os discípulos constituíram-se em alicerces para a edificação da igreja. Podemos notar isto nas palavras dirigidas particularmente a Pedro (Mateus 16:18) e na profecia do comissionamento universal, sob a direção do Espírito Santo (Cf. Atos 1:8,9). A forma evidente da igreja se manifesta, portanto, a partir do evento do Pentecoste (Cf. Atos dos Apóstolos).  Neste dia os discípulos receberam o poder do Espírito Santo, que os capacitou com virtude e poder extraordinário para testemunhar ao mundo a salvação de Deus em Cristo Jesus. Foi assim que nasceu a primeira comunidade (igreja) cristã na cidade de Jerusalém, que a história considera de Igreja Primitiva.
2. Igreja Primitiva
A Igreja Primitiva reunia todos os primeiros seguidores de Jesus (incluídos os 12 apóstolos), que residiam Jerusalém ou os que lá permaneceram depois das festividades da Páscoa, evento em que Jesus fora preso, julgado, condenado e morto injustamente. A grande maioria deles esteve também no último encontro de Jesus com os seus discípulos, quarenta dias após sua ressurreição, no Monte das Oliveiras, onde receberam a promessa do Espírito Santo (Atos 1:1-19).  Lucas narra, em Atos, que depois do Pentecoste uma comunidade de crentes na ressurreição de Jesus, cheios do Espírito Santo, crescia na graça, na unidade da fé, na glorificação do Salvador, no conhecimento de Deus e em número (Atos 2). NOTA: Depois do Pentecoste o poder se manifestou entre os discípulos de maneira espetacular através dos dons de línguas, de operar milagres (como curar) e testemunhar destemidamente. Essas foram, sem dúvida, marcas muito próprias da igreja primitiva, que muitas vezes se repetem nalguns lugares e épocas ao longo da história da igreja cristã. Você acha que existe semelhança real entre a Igreja Primitiva e as igrejas cristãs na atualidade? Porque?
No início a Igreja Primtiva parecia uma seita judaica, vez que seus membros obedeciam ainda a lei mosaica, freqüentava fielmente o Templo e as sinagogas. Tanto assim que seus membros não eram chamados de cristãos. Isto só ocorreu alguns anos depois em Antioquia. A maioria era de judeus que acreditavam que o Messias era Jesus Cristo e que o seu reino já estava presente em Jesus. Parte desses judeus seguidores de Jesus provinha das comunidades judaicas da dispersão, que foram à Jerusalém nas festividades da Páscoa e se converteram no Pentecoste ou depois dele.  O Pentecoste foi muito importante, porque cumpriu uma importante profecia para a igreja de Cristo (Atos 1:8,9). Os crentes em Jesus receberam o poder e a virtude do Espírito Santo para testemunharem do Evangelho de Jesus até os confins da Terra. Apesar disso, infelizmente Atos nos informa que inicialmente eles ficaram em Jerusalém até que o desencadear de uma onda de perseguição os obrigou a fugir (Atos 8:1).
3. A perseguição dos cristãos pelos judeus
Passados os anos, a diferença entre os que acreditavam que Jesus era o Messias e os demais judeus em Jerusalém se tornou nítida. A separação absoluta entre a religião judaica e os crentes em Cristo como o Messias tornou-se inevitável.  A liderança religiosa judaica havia considerado abusiva a crença em Jesus como o Messias prometido aos judeus, e uma blasfêmia contra a lei mosaica a adoração de Jesus como o filho de Deus. O povo judeu esperava por um Messias-rei, um grande político guerreiro que os libertaria do jugo e poder dos romanos. E para eles, aquele Jesus filho de um carpinteiro e de uma camponesa, um homem que pregou amor aos inimigos, que combateu a religiosidade cerimonialista no Templo de Jerusalém, não era o Messias que a nação esperava.    Por isso, deram início a uma perseguição dos seus seguidores com vistas a impedir a propagação do seu evangelho. O primeiro incidente mais notável dessa perseguição foi a condenação de Estevão à morte, por apedrejamento, estabelecida pelo sumo sacerdote em Jerusalém. Assim como os demais cristãos, Estevão ensinava que Jesus é o Messias, crucificado e ressuscitado dentre os mortos pelo poder de Deus, para dar testemunho de Javé e para salvar os crentes.
4. A Igreja primitiva se espalha
Essa perseguição foi, até certo ponto, benéfica para a igreja. Deus aproveitou a oposição dos judeus ao crescimento da Igreja para espalhar os discípulos de Jesus pelo mundo fora de Jerusalém.  Na Palestina havia aumentado a instabilidade política e militar imediatamente após a morte de Cristo. Muitos judeus, cansados do jugo do romano, aderiram a movimentos armados e de insurreição pública contra Roma. Uma rebelião generalizada aconteceu no ano 70, quando então os romanos decidiram enviar uma expedição militar grande à região da Judéia, comandada pelo general romano Tito, e derrotaram os judeus. Em Jerusalém o tempo foi destruído e muitos habitantes debandaram para regiões distantes. Essas duas situações (perseguição judaica e fuga para outros territórios seguros), ajudaram a transplantar o evangelho para as regiões distantes de Jerusalém.
Muitos apóstolos saíram de Jerusalém por conta desses problemas e comandaram a evangelização em outras partes. Dados históricos do ministério dos doze, e dos milhares de missionários e pregadores itinerantes que alvoroçaram o mundo romano antigo, são escassos, praticamente inexistentes. Os mais conhecidos são aqueles que o próprio Novo Testamento descreve, bem como a literatura produzida pelos cristãos daquela época e que sobreviveu até hoje.  Em Antioquia, cerca de 500 km ao norte de Jerusalém, refugiados cristãos começaram a pregar não somente aos judeus, mas também aos gentios, que se convertiam ao evangelho cristão (Atos 11:19-21). Aí também se formou o primeiro núcleo da Igreja, cujos membros foram pela primeira vez chamados de "cristãos" (Atos 11:26). A Igreja de Antioquia foi também o primeiro centro missionário da história da igreja. Por inspiração do Espírito Santo, ela comissionou Saulo de Tarso e Barnabé enviando-os a pregar às regiões distantes, tanto para judeus quanto para os gentios (Atos 13:1-3).
5. Paulo, o maior missionário antigo
Paulo foi, particularmente, o maior missionário da Igreja Primitiva. Ex-fariseu e devotado a perseguir os cristãos, conheceu a Jesus numa viagem a Damasco para prender cristãos (Atos 9). Deste dia em diante o Espírito Santo tornou-lhe um apóstolo da igreja, com missão especial para evangelizar os gentios (Atos 11). Morreu como mártir crucificado em Roma, durante a perseguição de Nero, provavelmente no ano 67. Recomenda-se a leitura do quarto capítulo de O Cristianismo através dos séculos, de Earle E. Cairns (Edições Vida Nova), que oferece uma breve mas completa resenha histórica da vida, obra, método e pensamento desse grande apóstolo (missionário) aos gentios.    Primeiro trabalhou em Antioquia durante um ano, ao lado de Barnabé. Depois, em várias viagens, primeiro com Barnabé e depois com outros companheiros, Paulo levou o evangelho à ilha de Chipre, às várias cidades da Ásia Menor, à Grécia, à Roma, e talvez até à Espanha". Paulo pregava o evangelho da graça de Deus aos gentios (mas também aos judeus) nessas regiões. Não obrigava os gentios (pessoas não judias) a submeter as leis e costumes religiosos judaicos (como os demais apóstolos faziam) antes de batiza-los. Ele considerava a lei como substituída pela graça que veio através de Cristo, o único salvador.  Conflito com os Judeus. Os judeus da Palestina e mesmo na diáspora exigiam que os gentios convertidos ao judaísmo (os tementes a Deus) deveriam adotar também as práticas e costumes culturais dos judeus. Seguindo esse exemplo, os judeus cristãos da Palestina também acabaram fazendo questão de que os gentios convertidos ao cristianismo deveriam guardar todos os preceitos da lei judaica e dos seus costumes. Paulo, e também Barnabé, pregavam que o que importa é apenas a fé em Jesus. A divergência acabou se transformando em conflito de opinião entre os missionários dos gentios, Paulo em particular, e os judeus cristãos de Jerusalém (Atos 15:1-5; Gálatas 2:11-14). Para Paulo, o que importava não era a circuncisão e as demais tradições judaicas, mas a fé em Jesus Cristo (Gálatas 1 e 2).  A situação obrigou os líderes da Igreja (apóstolos) a convocar a primeira reunião geral da Igreja (Concilio) no ano 48 a.D., em Jerusalém, para se encontrar uma solução universal (válida para todas as comunidades cristãs nas diferentes partes) para as divergências. Decidiu-se, entre outras coisas, acabar com qualquer distinção, na Igreja, entre judeus e gentios (=não judeus). Veja as outras principais resoluções em Atos 15:6-29.  Depois do primeiro concílio, a igreja começou a crescer bastante entre os gentios e o número de cristãos judeus tornava-se cada vez menor. Por algum tempo mais alguns cristãos judeus da Palestina, sob a liderança de alguns apóstolos, retomaram a defesa da circuncisão para os gentios convertidos, a ponto de aparecerem divisões partidárias dentro das comunidades cristãs. Negavam a autoridade apostólica de Paulo e exaltavam a lei à custa do Evangelho. Mas, por causa da luta dos judeus contra os romanos, e da perseguição destes contra os cristãos, além do crescimento da igreja cristã gentílica, os judaizantes ficaram isolados e diminuíram. Os remanescentes fixaram-se depois na Síria, onde desapareceram por volta do século VII com a invasão dos árabes. A igreja primitiva já era uma realidade em amplo crescimento e seus membros destemidos missionários de Cristo.

CRONOLOGIA DOS EVENTOS NA IGREJA PRIMITIVA
(Datas aproximadas)
Pentecostes --------------------------------------------Ano 30
Conversão de Paulo ----------------------------------Ano 31
Fuga para Antioquia ---------------------------------Ano 43
Primeira viagem missionária de Paulo ------------Anos 45-47
Concilio de Jerusalém -------------------------------Ano 48.

As crenças dos cristãos primitivos eram muito simples: Todos os seus pensamentos sobre a vida cristã tinham como centro a pessoa de Cristo: Criam em Deus, o Pai; em Jesus como Filho de Deus, Senhor e Salvador; criam no Espírito Santo; criam no perdão dos pecados e na eminente 2a vinda de Jesus.
Crer, entretanto, que a Igreja Primitiva era imaculada e sem defeitos é um romantismo que não encontra respaldo na História da Igreja e nem no Novo Testamento. Aliás, o próprio Novo Testamento foi escrito tendo em vista as necessidades surgidas no dia a dia da Igreja. As epístolas, na maioria das vezes, foram escritas para corrigir a postura doutrinária de uma determinada igreja local ou para combater uma heresia incipiente (Gálatas . Escrita para combater os judaizantes; I e II Coríntios . Escritas para combater a frouxidão moral dos cristãos coríntios, bem como disciplinar o uso dos dons espirituais; I e II Tessalonicenses . Escritas para corrigir distorções no que diz respeito ao que aqueles cristãos acreditavam acerca da 2a vinda de Jesus.) O Apocalipse foi escrito para alentar uma igreja perseguida, demonstrando o senhorio de Jesus na História. Os Evangelhos foram escritos cerca de 60 a.D., uma vez que a geração que convivera com Jesus estava morrendo e o testemunho escrito é mais duradouro e menos susceptível a distorções que o testemunho oral.
Como dissemos, a formulação das doutrinas foi gerada pelos desvios da fé. A fim de definir os que de fato poderiam ser chamados de cristãos, a igreja, frente ao desafio das heresias, passou a sistematizar pontos doutrinários que exprimiam a “fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.”

As Perseguições O primeiro grande desafio da Igreja foram as perseguições. A princípio o governo romano considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, uma religião licita. Posteriormente, com o crescimento do Cristianismo, passou a ver a igreja como distinta do judaísmo. À medida que crescia, o Cristianismo passou a sofrer cada vez mais oposição por parte da sociedade pagã e do próprio Estado. A primeira grande perseguição movida pelo Império deu-se sob Nero. A partir daí, outras perseguições ocorreram, mas elas nem foram de cunho universal, nem de duração contínua. Muitas vezes dependia do governo provincial. Após Nero, Domiciano (90-95) moveu curta, mas feroz perseguição aos cristãos. Já no segundo século, o imperador Trajano estabeleceu a política que norteou as perseguições ao cristianismo: o Estado não deveria gastar seus recursos caçando os cristãos, mas os que fossem denunciados deveriam ser levados ao tribunal e instados a negar a Cristo e adorar os deuses romanos. Quem não o fizesse deveria ser condenado à morte. Dessa forma, a perseguição não tinha um caráter de política de Estado, mas estava sempre presente, posto que somente em 313 (séc IV) o cristianismo passou a ser considerada uma religio licita. Assim, vários foram os mártires cristãos nesse início da igreja: Simeão e Inácio, no período compreendido entre os reinados de Trajano e Antonino Pio; Policarpo e Justino, o Mártir, sob o reinado de Marco Aurélio; Leônidas, Perpétua e Felícitas, sob o reinado de Séptimo Severo; Cipriano e Sexto, durante a perseguição movida pelo imperador Valeriano. Perseguiram ainda a Igreja os imperadores Décio, Diocleciano e Galério Basicamente havia duas linhas de oposição ao Cristianismo: popular e erudita. A oposição popular estava baseada em rumores e falsas interpretações dos ritos cristãos. Era voz corrente entre o povo que os cristãos participavam de festas onde havia orgias com incestos, inclusive, interpretando mal o fato de os cristãos se chamarem de irmãos e praticarem o “ágape”. Cria também o povo que os cristãos comiam a carne de recém-nascidos, isto devido ao que ouviam falar sobre a Ceia, na qual comiam a carne de Jesus, juntamente com os relatos do nascimento de Cristo.
Já os homens cultos da época faziam acusações a partir da própria crença dos cristãos, tais como, “Por um lado dizem que é onipotente, que é o ser supremo que se encontra acima de tudo. Mas por outro o descrevem como um ser curioso, que se imiscui com todos os assuntos humanos, que está em todas as casas vendo o que se diz e até o que se cozinha. Esse modo de conceber a divindade é uma irracionalidade. Ou se trata de um ser onipotente, por cima de todos os outros seres, e portanto, apartado deste mundo; ou se trata de um ser curioso e intrometido, para quem as pequenezas humanas são interessantes.”
Ao povo em geral, a Igreja respondeu chamando-o a ver a conduta moral dos cristãos, muito superior à dos pagãos. Aos cultos e letrados, a igreja respondeu através dos Apologistas: Discurso a Diogneto, Aristides, Justino Mártir, Taciano (Discurso aos gregos), Atenágoras (Defesa dos Cristãos e Sobre a Ressurreição dos Mortos), Teófilo (Três livros a Autólico), Orígenes (Contra Celso), Tertuliano (Apologia), Minúcio Félix (Otávio).

As Heresias Ao lados das perseguições externas, o Cristianismo enfrentou um inimigo muito mais terrível, posto que interno, através de heresias, algumas delas propostas por líderes da própria igreja.
As primeiras heresias enfrentadas pela Igreja vieram dos judeus convertidos, problema já enfrentado por Paulo na igreja da Galácia. Os ebionitas, eram farisaicos em sua natureza. Não reconheciam o apostolado de Paulo e exigiam que os cristãos gentios se submetessem ao rito da circuncisão. No desejo de manterem o monoteísmo do Antigo Testamento, os ebionitas negavam a divindade de Cristo e seu nascimento virginal, afirmando que Ele só se distinguia dos outros homens por sua estrita observância da lei, tendo sido escolhido como Messias por causa de sua piedade legal.
Os elquesaítas, por sua vez, apresentavam um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. Rejeitavam o nascimento virginal de Cristo, mas julgavam-no um espírito ou anjo superior. A circuncisão e o sábado eram grandemente honrados; havia repetidas lavagens, sendo-lhes atribuídos poderes mágicos de purificação e reconciliação; a mágica e a astrologia eram praticadas entre eles. Com toda probabilidade se referem a essas heresias a Epístola aos Colossenses e I Timóteo.
O ambiente gentílico também forneceu sua cota de heresias que atingiram a Igreja. O Gnosticismo, muito embora não possuísse uma liderança unificada e se apresentasse como um corpo doutrinário amorfo, foi terrível para a Igreja. Já vemos um gnosticismo incipiente no próprio período apostólico (Cl 2.18 ss; I Tm 1.3-7; 6.3ss; II Tm 2.14-18; Tt 1.10-16; II Pe 2.1-4; Jd 4,16; Ap 2.6,15,20ss). Nesse período, Celinto ensinava uma distinção entre o Jesus humano e o Cristo, que seria um espírito superior que descera sobre Jesus no momento do batismo e tê-lo-ia deixado antes da crucificação. Vemos João combatendo indiretamente essa heresia em João 1.14; 20.31; I João 2.22; 4.2,15; 5.1,5-6 e II João 7. No segundo século, esses erros assumem uma forma mais desenvolvida, muito embora continuassem como um corpo amorfo. A bem da verdade poderíamos dizer que houve “gnosticismos”, mas há pensamentos comuns às várias correntes gnósticas. Gnosticismo vem do grego, “gnosis”, que significa “conhecimento”. Para os gnósticos, a salvação era alcançada através do conhecimento esotérico de mistérios, os quais só eram revelados aos iniciados. Dividiam a humanidade em “pneumáticos”, “psíquicos” e “hílicos”. Os primeiros eram a elite da igreja, os que alcançavam o conhecimento que leva à salvação; os seguintes, eram os cristãos comuns, que poderiam alcançar a salvação através da fé e das boas obras; os últimos eram os gentios, irremediavelmente perdidos.
Na cosmovisão gnóstica, tudo que era material era essencialmente mau, e o que era espiritual era essencialmente bom. Logo, o Deus do Novo Testamento não poderia ser o deus do Antigo Testamento. O deus do AT era tido como Demiurgo, o criador do mundo visível. Ainda na visão gnóstica, entre o Deus bondoso que se revelou em Cristo e o mundo material havia vários intermediários, através dos quais o homem poderia achegar-se a Deus. Sendo o corpo mau e o espírito bom, os gnósticos tendiam para dois extremos: alguns seguiam um ascetismo rigoroso, mortificando a carne, enquanto outros se lançavam na mais desregrada libertinagem.
Outra heresia que mereceu o combate da Igreja foi a heresia de Márcion, filho do bispo de Sinope, que parece ter tido duas grandes antipatias: Pelo Judaísmo e pelo mundo material. Ensinava Márcion, à semelhança dos gnósticos, que Iavé, o Deus do AT não era o Deus do NT, este, o Deus supremo. Iavé era um deus mau, ou pelo menos ignorante, vingativo, ciumento e arbitrário. O mundo material e suas criaturas eram criação de Iavé e não do Deus supremo. Este, entretanto, apiedou-se das criaturas de Iavé e enviou Jesus, que não nasceu de uma mulher, posto que isso faria com que passasse a ser criatura do deus inferior. Jesus surgiu como homem maduro no reinado de Tibério, na Galiléia.   Márcion rejeitou o Antigo Testamento, que até então eram as Escrituras aceitas na Igreja Cristã (o cânon do NT ainda não havia sido elaborado) por serem a palavra de Iavé, o deus inferior, e formulou um cânon para si e seus seguidores, que constava do evangelho de Lucas, expurgado do que ele considerava “judaísmo”, e das cartas de Paulo. Também ensinava Márcion que não haverá juízo final, posto que o Deus amoroso a todos perdoará. Negava a criação, a encarnação e a ressurreição final. Márcion chegou a formar uma igreja independente e seu ensino foi de um perigo terrível para a igreja, que na época não possuía um corpo doutrinário estabelecido e reconhecido por toda a cristandade.
Como se não bastasse essas heresias, houve também as heresias dos Montanistas e dos Monarquistas. Os montanismo surgiu na Frígia, por volta do ano 150. Montano afirmava que o último e mais elevado estágio da revelação já fora atingido. Chegara a era do Paracleto, que falava através de Montano, e que se caracterizava pelos dons espirituais, especialmente a profecia. Montano e seus colaboradores eram tidos como os últimos profetas, trazendo novas revelações. Eram ortodoxos no que diz respeito à regra de fé, mas afirmavam possuir revelações mais profundas que as contidas nas Escrituras. Faziam estritas exigências morais, tais como o celibato (quando muito, um único matrimônio), o jejum e uma rígida disciplina moral.
Já o monarquianismo estava interessado na manutenção do monoteísmo do AT. Seguiu duas vertentes: o monarquianismo dinâmico e o monarquianismo modalista. O primeiro estava interessado em manter a unidade de Deus, e estava alinhado com a heresia ebionita. Para eles, Jesus teria sido tomado de maneira especial pelo Logos de Deus, passando a merecer honras divinas, mas sendo inferior a Deus. O segundo também chamado de sabelianismo concebia as três manifestações ou ofícios como modos pelos quais Deus se manifestava aos homens. Reação da Igreja -  Face a essas ameaças, internas e externas, a igreja respondeu de várias formas. Já vimos que os apologistas responderam às acusações achacadas pelos filósofos e pessoas cultas ao cristianismo. No plano interno, a igreja primeiro tratou de definir um Cânon, ou seja, uma lista dos livros considerados inspirados. Nesse período, havia inúmeros evangelhos, cartas, apocalipses circulando nas mais diversas igrejas. Alguns eram lidos em certas igrejas e não eram lidos em outras. Como o desafio de Márcion e também da perseguição sob Diocleciano, onde uma pessoa encontrada com livros cristãos era passível de morte, era importante saber se o livro pelo qual o cristão estava passível de morte era realmente inspirado. Não houve um concílio para definir quais os livros nem quantos formariam o NT. Tal escolha se deu por consenso, tendo alguns livros sido reconhecidos com mais facilidade que outros. Definiu também a igreja regras de fé, sendo a mais antiga o chamado Credo Apostólico, o qual resumia aqueles pontos de fé que o cristão genuíno deveria subscrever, e era claramente unicista Paralelamente, a igreja percebeu que precisava organizar-se estruturalmente. Como nos mostra a "História da Igreja" após a destruição de Jerusalém, no ano 70, e a dispersão que esse acontecimento provocou aos cristãos que habitavam em Jerusalém (já a essa época, vários apóstolos haviam sido executados, e os que restaram também se dispersaram para as cidades gentílicas já cristianizadas, como Éfeso, Antioquia e outras), O período entre os anos 70 e 110, foi um dos mais obscuros da história da Igreja. Embora não haja registros históricos desse período, sabemos que foi marcado por rápidas mudanças na Igreja, isso pelos registros do período imediatamente posterior. Segundo os escritos do Apóstolo S. João (1° Carta) foi nesse período que começou a surgir o agnosticismo, que negava a manifestação de Cristo em corpo humano, e também negava a ressurreição do Senhor Jesus.
Quando mais tarde, os característicos da Igreja voltaram a ser identificados, pouquíssimos traços distintivos deixados pôr Paulo se acham presentes.
 Definiu então a sucessão apostólica e o bispo monárquico para garantir a unidade da igreja, surgindo então o que é chamado de Igreja Católica Primitiva, significando o termo“católica” universal. Visto isso, podemos, até aqui, fazer um resumo gráfico do início atribulado da Igreja Cristã no império romano:  Os Pais da Igreja O Estado Romano e as heresias encontraram adversários à altura no seio da Igreja Cristã, seja através de mártires anônimos, que deram suas vidas mas não negaram a Jesus, seja nos homens que começaram a formular as doutrinas muitas das quais esposamos até hoje. Devido a expansão do cristianismo para as regiões gentílicas pagãs) a penetração de idéias provindas de outras fontes não cristãs, trazidas por conversos de antecedentes pagãos, modificaram as crenças e as práticas cristãs, especialmente no que tange aos sacramentos, aos jejuns, e ao surgimento das formas litúrgicas (cerimonial do culto), e sem dúvida também a interpretação errada da Teologia, com a crença na trindade, tendo em vista que essa doutrina começou a ser defendida, precisamente por "Mestres Cristãos" de formação pagã. Estes homens são chamados de Pais da Igreja,cujos ensinos passamos a resumir: a)IRINEU:Nascido no Oriente e discípulo de Policarpo. Foi bispo de Lion. Escreveu Contra Heresias, no qual investe principalmente contra os gnósticos.
b)HIPÓLITO:Discípulo de Irineu; menos dotado que seu mestre; gostava mais das idéias filosóficas que Irineu. Provavelmente sofreu o martírio em Roma. Sua principal obra se chama Refutação de Todas as Heresias,na qual ele contesta os ensinos gnósticos.
c)Tertuliano:Homem de grande erudição, vívida imaginação e intensos sentimentos. De gênio explosivo, era naturalmente apaixonado na apresentação do cristianismo. Era advogado e introduziu termos e conceitos jurídicos na discussão teológica. Tendia a deduzir que todas as heresias provinham da filosofia grega, razão pela qual se tornou ardente opositor da filosofia. Seu fervor o levou a unir-se ao montanismo no final da vida. DEUS E O HOMEM: Consideravam que o erro fundamental dos gnósticos era a separação entre o verdadeiro Deus do Criador. Há um único Deus, Criador e Redentor. Deus deu a lei e revelou igualmente o evangelho. Esse Deus é trino, uma única essência que subsiste em três pessoas. Tertuliano foi o primeiro a asseverar a tri personalidade de Deus e a usar o termo “Trindade”. Em oposição aos monarquianos ele enfatizava o fato de que as três Pessoas são uma só substância, susceptível de número sem divisão.  A penetração de idéias provindas de outras fontes não cristãs, trazidas por conversos de antecedentes pagãos, modificaram as crenças e as práticas cristãs, especialmente no que tange aos sacramentos, aos jejuns, e ao surgimento das formas litúrgicas (cerimonial do culto), e sem dúvida também a interpretação errada da Teologia, com a crença na trindade, tendo em vista que essa doutrina começou a ser defendida, precisamente por "Mestres Cristãos" de formação pagã. Entretanto, não chegou à verdadeira declaração trinitariana, posto que concebia que uma Pessoa estaria subordinada às outras. O homem foi criado à imagem de Deus, sem imortalidade (sem perfeição), mas com a capacidade de recebê-la no caminho da obediência. O pecado é desobediência e produz a morte; a obediência produz a imortalidade. Em Adão, a raça humana inteira ficou sujeita à morte. Tertuliano afirmava que o mal tornou-se um elemento natural do homem, presente desde o nascimento, e que essa condição passa de uma geração à outra. É o primeiro indício da doutrina do pecado original. Já no fim do século II, e início do século III, a teologia trinitariana era defendida por alguns discípulos de Montano (156-200?).
Tertuliano, foi o mais fiel discípulo do montanismo. Este Tertuliano foi o primeiro defensor público da doutrina da trindade (185-200).

A teologia tertuliana assim ensina a trindade:
"O Pai, o Filho e o Espírito Santo, todos são um por unidade de substância, embora esteja oculto o ministério da dispensação que atribui a unidade numa trindade, colocando em ordem Pai, Filho e Espírito Santo. Três, contudo não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só essência e de um poder só, já que é de só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai Filho e Espírito Santo. Tertuliano descreve essas distinções da divindade como pessoas.
No pensamento dele essa unidade de substância é material, pois a influência estóica a que estava sujeito era bastante para fazê-lo afirmar que Deus é corpo, e que o Espírito tem uma substância corpórea de sua própria espécie, e que por derivarem-se do Pai. o Filho e o Espírito Santo são subordinados a Ele. Tertuliano afirmava: "os simples", os quais constituem a maioria dos fieis (à época) mostram-se perplexos diante da explanação dos "três em um", pois a sua fé os afasta da pluralidade de deuses existentes no mundo, e os leva ao ÚNICO DEUS VERDADEIRO. Era difícil para eles (os verdadeiros cristãos), fazer distinção entre a idéia trinitária e as afirmações "triteístas". ou seja: Os cristãos, monoteístas, não podiam, nem deviam aceitar a idéia de três deuses (politeísmo). A obra de Tertuliano "Contra Praxeas foi, sem dúvida, a responsável pela definição, e mais tarde a dogmatização da doutrina da trindade, sendo confirmada por um de seus discípulos Novaciano, de Roma (240-250), no seu tratado sobre a trindade, e Atanasio (325?), autor do "Credo Atanasiano", no qual os trinitarianos depositam cegamente a sua fé teológica até hoje.

O CREDO ATANASIANO: "Adoramos um Deus em trindade, e trindade em unidade.
Não confundimos as pessoas, nem separamos a substância. Pois a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. Mas o Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma divindade, glória igual e majestade co-eterna. Tal qual é o Pai, o mesmo são Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho é incriado e o Espírito santo é Incriado. O Pai é imensurável. o mesmo acontecendo com o Filho e o Espírito Santo. O Pai é eterno, o Filho é eterno, e o Espírito Santo é eterno. E não obstante, não há três eternos, e sim um eterno. Da mesma forma não há três seres incriados, nem três seres imensuráveis, mas um incriado e um imensurável. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, no entanto não há três seres onipotentes, mas sim um onipotente. Assim o Pai é Deus o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. no entanto, não há três Deuses, mas um só Deus (e assim, com os demais títulos e atributos de Deus, que são vistos em Cristo, ou manifestados pelo Espírito Santo). O Pai não foi feito de coisa alguma, nem criado, nem gerado. O Filho procede do Pai somente, não foi feito, não foi criado, mas foi gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Nessa trindade não existe primeiro nem último; maior nem menor. mas as três pessoas co-eternas são iguais entre si mesmas; de sorte que tanto a unidade na trindade, quanto a trindade na unidade devem ser adoradas.

Na verdade, esse "credo", não passa de uma intrincada confusão. Tudo o que nele está mostrando é que Deus é único, em três manifestações. Divide o eterno Deus em três pessoas; afirma não existir primeiro nem último; diz que cada uma das "pessoas" é "incriada", "eterna" imensurável, onipotente, no entanto, só há um possuidor desses atributos.

Como poderia um povo cristão, nascido do judeu, monoteísta, aceitar uma teologia de três Deuses?
É o que já mencionamos anteriormente, que a expansão do cristianismo trouxe para a Igreja, pensadores de origem pagã, como é o caso de Marciano, Montano, Tertuliano e Atanasio, entre outros. E esses pensadores, chamados de "Pais da Igreja", na sua maioria da região da Ásia menor, tiveram muita influência do paganismo estabelecido em Constantinopla e Roma (antiga Saturnia, sede do culto ao deus Saturno, e de Babilônia). Quando da destruição de Babilônia e expulsão de seus sacerdotes pagãos, estes se estabeleceram em Saturnia, que é Roma atual. Os babilônios adoravam uma trindade: Ninrode (Saturno), Semiramis (Ishtar, que é o planeta Vênus), e Tamuz, Filho de Ninrode.

Então para esses pensadores cristãos de origem pagã, não foi difícil assimilar os três títulos da Deidade, a uma "Trindade". Aproveitando-se do texto de Mat. 28:19 (mal interpretado), passaram a ensinar que o batismo nas águas devia ser na fórmula trinitária; mal interpretaram a Teologia do Logos, e passaram a ensinar que o Filho é eterno em sua existência, que o Espírito Santo é a terceira pessoa e outros erros dessa perigosa teologia. perigosa porque induz aos cristãos a aceitarem a fé politeísta.
A palavra "Trindade" não se encontra na Bíblia Sagrada. A doutrina foi introduzida na Igreja Cristã, pelos defensores do "Catolicismo Romano", entre eles Tertuliano, e mais tarde Atanasio. O dogma da trindade, foi oficializado por Constantino (primeiro Papa-imperador, de origem pagã), no Concílio de Nicéia (325 d.C.), Juntamente com outros dogmas adotados pela Igreja Católica. A Palavra "pessoas", quando usada para a Divindade, violenta a absoluta unicidade de Deus. Dividindo-se Deus em três pessoas, fazemos três deuses. o que significa "triteismo" não importando os argumentos em contrário.

Mais uma vez, voltamos a palavra hebraica c"Elohim", que os trinitários ensinam representar a "Trindade". Já mencionamos várias vezes neste estudo, que "a forma plural de "Elohim", representa a totalidade de poderes enfeixados em Deus. Elohim, portanto, significa: "O Todo-Poderoso".
"Elohim" foi vendido por trinta peças de prata (Zac.11:4,12,13)
"Elohim" foi traspassado no calvário (Zac 12:10)
"Elohim" voltará como Rei (Zac 14:5 ).
Todas estas referências Bíblicas a "Elohim". referem-se a Cristo. Donde podemos concluir: "Elohim" (Deus), que é o Pai, é o mesmo que se manifestou naquele que foi vendido e traspassado no Calvário, e que voltará como rei - J E S U S.

O ERRO DA DOUTRINA DA TRINDADE PROVOCA MUITA CONFUSÃO. A PESSOA E A OBRA DE CRISTO:
a)IRINEU: O Logos existira desde toda a eternidade e mediante a Encarnação, o Logos se fez o Jesus histórico, e daí por diante foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A raça humana, em Cristo, como o segundo Adão,é novamente unificada a Deus. A morte de Cristo como nosso substituto é mencionada, mas não ressaltada. O elemento central da obra de Cristo teria sido sua obediência, com o que foi cancelada a desobediência de Adão.
b)TERTULIANO: O Logos é uma Pessoa independente, gerada por Deus, da mesma substância que o Pai, embora difira deste quanto ao modo de existir como uma Pessoa distinta Dele.Houve um tempo em que o Filho não existia. O Pai é a substância inteira, mas o Filho é apenas parte dela, por ter sido gerado. Tertuliano, portanto, não conseguiu desvencilhar-se da teoria da subordinação, porém sua formulação foi importante na vinculação dos conceitos de “substância” e “pessoa” dentro da teologia.
No tocante ao Deus-homem e Suas duas naturezas, Tertuliano foi superior a todos os outros Pais, à exceção de Melito, ao fazer justiça para com a perfeita humanidade de Jesus e afirmar que cada uma de suas naturezas reteve os seus próprios atributos. Para Tertuliano não houve fusão, mas a conjunção das duas naturezas em Jesus. No tocante à morte de Cristo, embora enfático acerca de sua importância, não é muito claro, pois não ressalta a necessidade de satisfação penal, mas apenas a de arrependimento por parte do pecador. Seu ensino é permeado por certo legalismo. Ele fala da satisfação dos pecados cometidos após o batismo mediante arrependimento ou confissão. Por meio de jejuns e outras formas de mortificação, o pecador é capaz de escapar da punição eterna.
SALVAÇÃO, IGREJA E AS ÚLTIMAS COISAS :
a) IRINEU:Não foi totalmente claro em sua soteriologia. A fé é um pré-requisito para o batismo,entendendo-se fé não apenas como concordância intelectual da verdade, mas incluiria a rendição da alma, resultando numa vida santa. O homem seria regenerado pelo batismo; seus pecados seriam lavados e uma nova vida começaria dentro dele.
b) TERTULIANO:O pecador, pelo arrependimento, obtém a salvação pelo batismo. Os pecados cometidos após o batismo requerem satisfação mediante penitência, ficando cancelada a punição após o seu cumprimento. Antevê-se a base do sacramento católico-romano da penitência.
Com relação à igreja, voltavam ao judaísmo, identificando a igreja(comunhão dos santos) com a igreja visível (organização), atribuindo a esta a qualidade de canal da graça divina, fazendo com que a participação nas bênçãos da salvação dependesse de ser membro da Igreja visível. Devido à influencia do Velho Testamento, também passou para primeiro plano a idéia de um especial sacerdócio medianeiro.
Em relação à doutrina da ressurreição da carne, os Pais citados foram seus campeões, baseados na ressurreição de Jesus.

Os Pais Alexandrinos A Teologia Alexandrina, ou Escola de Alexandria, foi uma forma de teologia que apelou para a interpretação alegórica da Bíblia, e foi formada pela combinação extravagante entre a erudição grega e as verdades do evangelho. A Escola de Alexandria chegou até a lançar mão de especulações gnósticas na formulação de suas interpretações escriturísticas. Seus principais expoentes foram Clemente de Alexandria e Orígenes.
Clemente não era um cristão tão ortodoxo quanto Irineu ou Tertuliano, mas como os apologistas, buscava uma ponte entre a filosofia da época e a tradição cristã. Tinha como mananciais do conhecimento das coisas divinas tanto as Escrituras quanto a razão humana.
Orígenes nasceu em lar cristão e foi discípulo de Clemente, a quem sucedeu como catequista de Alexandria. Era o mais erudito dos pensadores da Igreja Primitiva e seus ensinos eram de natureza assaz especulativa. No final da vida foi condenado por heresia. Formulou o primeiro compêndio de teologia sistemática, chamado De Principiis. Nessa formulação,combateu tanto os gnósticos quanto os monarquianos. Conquanto tenha desejado ser ortodoxo, seus escritos traziam sinais identificativos do neo-platonismo, sem falar na sua interpretação alegórica, que abriu caminho para todas as formas de especulação e interpretação arbitrárias.

DEUS E O HOMEM - Orígenes alude a Deus como o Ser incompreensível, inestimável e impassível,que de nada necessita. Rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o Demiurgo ou o Criador deste mundo. Deus é uno e o mesmo no Velho e no Novo Testamento. Orígenes ensinou a doutrina da criação eterna. Também ensinou Orígenes que o Deus único é primariamente o Pai, que Se revela e opera através do Logos, o qual é pessoal e co-eterno com Deus Pai, gerado por Ele por um ato eterno. Para Orígenes o Filho é gerado e não produto de uma emanação ou divisão do Pai. Apesar disso, usa termos que subentendem haver subordinação do Filho ao Pai. Na encarnação, o Logos uniu-se a uma alma humana, que em sua preexistência se mantivera pura. As naturezas de Cristo são conservadas distintas, mas é sustentado que o Logos, pela Sua ressurreição e ascensão, deificou a Sua natureza humana.
Quanto ao Espírito Santo, o ensino de Orígenes se distancia ainda mais da mensagem bíblica. Ele fala do Espírito Santo como a primeira criatura feita pelo Pai, por meio do Filho. Além disso, o Espírito não opera na criação como um todo, e sim somente nos santos. O Espírito possui bondade por natureza,renova e santifica aos pecadores, e é objeto de adoração divina.
Os ensinos de Orígenes sobre o homem são bastante incomuns. A preexistência do homem está envolvida em sua teoria da criação eterna, pois a criação original consistiu exclusivamente de espíritos racionais, co-iguais e co-eternos. A atual condição do homem pressupõe uma queda preexistente da santidade para o pecado, o que deu oportunidade à criação deste mundo material. Os espíritos caídos agora se tornam almas e são revestidos de corpos. A matéria veio à existência com o propósito precípuo de suprir uma habitação e ser meio de disciplina e expurgo desses espíritos caídos.
Já Clemente não foi claro na sua exposição do Logos. Em algumas ocasiões ressaltava a subsistência pessoal do Logos, Sua unidade com o Pai e Sua geração eterna, e em outras O representa como a razão divina, subordinada ao Pai.Distingue ele entre o Logos de Deus e o Logos-Filho, que Se manifestou em carne.Clemente não tenta explicar a relação entre o Espírito Santo e as demais Pessoas da Trindade.

A PESSOA E A OBRA DE CRISTO Ambos ensinam que o Logos tomou a natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-se tornado um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não tenha conseguido evitar totalmente o docetismo. Dizia que Cristo comia, não porque precisasse de alimentos, mas para que Sua humanidade não fosse negada, além de ser incapaz das emoções de alegria e tristeza. Para Orígenes a alma de Cristo era preexistente, como todas as outras almas.
Acerca da obra de Cristo, Clemente alude à auto-rendição de Cristo como um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi a propiciação pelos pecados da humanidade. Sua ênfase foi de Cristo como Legislador e Mestre. A redenção não consistiria tanto em desfazer o passado, mas em elevar o homem a um estágio ainda mais alto do que o do homem antes da Queda.
Para Orígenes, Cristo foi um médico, um mestre, um legislador e um exemplo. Reconhecia também o fato de que a salvação dos crentes depende dos sofrimentos e da morte de Cristo. A morte de Cristo é apresentada como vicária,como uma oferta pelo pecado e como uma expiação necessária. Para Orígenes, a influência remidora do Logos se estenderia além desta vida, não somente osque tivessem vivido sobre a terra e morrido, porém, igualmente, todos os espíritos caídos, inclusive Satanás e seus anjos maus. Haverá uma restauração de todas as coisas.
A VERDADE DA UNICIDADE DE DEUS ESCLARECE TODAS AS DÚVIDAS.

- Quem era o pai do menino da manjedoura de Belém? O Pai, ou o Espírito Santo. Teve Cristo criança, dois pais?
- Como pode o Pai ser maior do que o Filho, se ambos são iguais? - Jo.10:30 "Eu e o Pai somos um" Jo. 14:23 "Meu Pai é maior que Eu".
- Deus ora? Como pode Ele ser Deus e ter que orar?
R.: Jesus Cristo, em sua natureza humana precisava orar; Ele era o Filho, gerado, portanto necessitava como todo homem, da ajuda divina.
- Pode Deus morrer? Como pode a "Segunda Pessoa" da divindade ter morrido ?
R.: Quem morreu foi o homem Jesus Cristo. Quando na cruz, Jesus exclamou: "Deus meu, Deus meu porque me desamparaste?" Era a sua natureza humana sentindo-se "esvaziada" do Eterno.
O Espirito Eterno, "Deus estava em Cristo", as Escrituras nos ensinam que fomos comprados com o sangue de Deus (Atos. 20:28).
- É Maria a mãe de Deus?
- Se já há três pessoas na divindade, o que poderia estar errado em se adicionar uma quarta? Porque não deificar Maria, como fez a Igreja católica?
- A quem devemos orar, e a quem devemos adorar? Ao Pai, ao Filho ou ao Espírito Santo.
- Quantos veremos lá no céu? Quantos tronos há no céu?
- Como pode o Filho, a "Segunda pessoa" da Divindade, não saber o tempo da Sua volta?
- Há três Espíritos habitando no coração do crente?
- Não haviam três no batismo de Jesus?
- Qual foi a glória que Cristo teve junto com o Pai, antes que o mundo existisse? (Jo 17:5, Ap. 13:8, Mat. 25:31, Zac 14:5, At 1:11, 1Tess 4:16, 2Tess 1:7, Judas 14, Ap. 1:7).
R.: Na eternidade, na mente e no propósito de Deus. a cruz e a coroa, já haviam acontecido, A vinda de Cristo ao mundo foi, a concretização do "Plano e Propósito de Deus para as Idades". Seria como se algum de nós, um dia sonhasse em realizar um empreendimento (por Exemplo: construirmos uma "Casa dos nossos sonhos") . Esse empreendimento teria sido planejado na nossa mente, com todos os detalhes, até que um dia, se as nossas possibilidades o permitissem, veríamos o "Sonho realizado". Para Deus, não foi um sonho. foi um "Desígnio" daquele que é eterno, e sabe de todas as coisas, e pode fazer tudo, pelo Seu grande poder. Deus É "onipotente, onipresente, e onisciente".

A DOUTRINA BIBLICA DA UNICIDADE DE DEUS

UNICIDADE. É a qualidade daquele que é único. O dicionário define o termo "único".
 Como: 1) que é um só;
2) de cuja espécie não existe outro;
3) exclusivo, excepcional;
4) a que nada é comparável
5) superior a todos os demais". é isso que Deus, o Senhor diz de Si. "Eu Sou Deus, e fora de mim não há outro"; há outro Deus além de mim? Não , não há outra Rocha que Eu conheça". Da verdade da unicidade de Deus, Os argumentos apresentados pelos teólogos trinitários, na tentativa de explicar a "trindade", na verdade, fornecem-nos mais subsídios para esclarecimento da "Unicidade de Deus". Aqui trataremos de esclarecer supostas contradições levantadas sobre textos bíblicos e dúvidas daqueles que desejam com mansidão e temor conhecer a Verdade da Palavra de Deus.
A Unicidade de Deus não foi produzida por concepção de nenhum "pensador judeu ou pagão. É Deus mesmo quem diz: "Ouve, Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor" (Deut 6:4).

Os Teólogos trinitários atribuem a Sabélio (cerca de 215a.D.) o que eles chamam de "Heresia", isto é a defesa da Unicidade de Deus. Na verdade Sabélio (que foi antecedido por Noeto, Epigono, Cleomenes, o bispo Zeferino, no período entre 180 a 217),ensinou a mais fiel cristologia do Logos, a mesma defendida pelos apóstolos Paulo e João. Eis o ensino de Sabélio:

Pai, Filho e Espírito Santo são um só e o mesmo. São os três títulos do Deus Único que se manifesta de formas diferentes. Segundo as circunstâncias. Enquanto Pai é o Legislador do Antigo Testamento, enquanto Filho, é encarnado, e enquanto Espírito Santo é o inspirador dos apóstolos. Mas é o mesmo e único Deus que assim aparece nessas relações sucessivas e transitórias, exatamente como se pode, a um mesmo indivíduo, atribuir diferentes títulos segundo os diversos papeis de Sabélio:

Tão bem conceituada foi a teologia defendida por Sabélio, que veio influenciar consideravelmente o desenvolvimento do que viria a ser a "Cristologia ortodoxa". A crítica derramada sobre Sabélio e os seus antecessores, era na realidade, política, por serem considerados "Monarquianos modalistas". ou "monarquianos dinâmicos". opostos aos "montanistas" (discípulos de Montano), como era o caso de Tertuliano, que conseguiu bastante influência com os "mestres" da Igreja, dada a sua habilidade literária.

Não entendemos porque os teólogos trinitários, encontram somente Sabélio, quando tantos outro influentes "Pais da Igreja" defenderam tão claramente a doutrina bíblica da Unicidade de Deus, citando por ex.: Inácio de Antioquia (110?), que foi discípulo do apóstolo João, que ensinava: O Sacrifício de Cristo é o sangue de Deus". Saudava os cristãos romanos em Jesus Cristo, nosso Deus, e afirmava que a Encarnação foi manifestação de Deus para revelar uma nova humanidade". Calixto, afirmava: "Pai, Filho e Logos, são nomes do Espírito único e indivisível; Filho é designação própria daquele que era visível, ao passo que Pai é o Espírito que nele habitava. Essa presença do Pai em Jesus é o Logos.

Contudo, a Teologia que ensina e prova biblicamente que Deus é um só, em três manifestações, não é de autoria de Sabélio, nem de nenhum outro intérprete do período pós-apostólico. Irineu, Sabélio e os demais aprenderam dos ensinos paulinos e Joaninos. Para Paulo, a identificação do Cristo exaltado com a sabedoria, o Logos, era não somente fácil, mas também natural. E a sabedoria, o Logos era forçosamente preexistente e devia ter estado sempre com Deus. Ele é o Espírito de Deus, a sabedoria de Deus; nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.

No Evangelho de João, a preexistência e a atividade criadora do Logos (a Palavra que se fez carne), merecem o mesmo lugar de destaque do pensamento de Paulo. Cristo é o Logos, o Verbo que estava com Deus, e o Verbo era Deus (Observemos: "O Verbo era Deus", não "um Deus").

Concluindo: Jesus Cristo é Deus. O Verdadeiro Deus e a Vida Eterna.

Na "oração Sacerdotal " (Jo 17:3) o Senhor Jesus declara:
"A Vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só por único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste".

Aqui Jesus está nos ensinando que é dever do cristão conhecer a Deus, único, e reconhece-lo em Jesus Cristo. Disto depende a Vida eterna. Ele é o verdadeiro Deus e a vida eterna






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