TRATADO TEOLOGICO
CRISTIANISMO
E
SUAS DIVERSAS
ORIGENS NA IGREJA
SER CRISTÃO
NÃO É TRINDADE,
NÃO É UNICIDADE
NÃO É RELIGIOSIDADE
É SER DISCÍPULO DE JESUS
É ANDAR COMO ELE ANDOU
É AMAR COMO ELE AMOU
É SER COMO JESUS CRISTO
ATOS.11:26
“Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo dei, como Eu disse a Moisés” Josué 1:3. Estas são palavras para um líder. São palavras de Deus para o continuador de uma grande obra de conquista – Josué, discípulo de Moisés e condutor do povo à Terra prometida. Nestas palavras, percebemos claramente que Josué, filho de Num, estava recebendo de Deus uma tremenda e sobrenatural unção de conquista, que facilitaria sobremaneira, a posse de territórios com êxito. Creio que este Ministério tem recebido a unção de conquista, Liberada da parte de Deus nosso Senhor Jesus Cristo. Uma tremenda unção para conquistar comunidades, cidades, povos e nações que virá, sem dúvida, transformar vidas através deste Ministério MACOMUTSJEC, e do PROJETO CÉUS (Cristãos Unidos para o Social), com, o Clube Geração Feliz, a Coopercidadã Cristã a Economia solidária, os Telecentroscristãos e outros projetos na área social, culminando assim na implantação de novas igrejas e treinamento de novos líderes em todas as regiões, com a unção de ousadia e coragem, santidade, fé perfeita, paixão pelas almas, transformação de vidas. Essa grande e poderosa unção de buscar, libertar, fundamentar, construir, conquistar de vez, na obra mais sublime e nobre que conhecemos e experimentamos todos os dias de nossa vida, que é a obra missionária poderosa e o serviço sociail na comunidade. Através dessa obra de Missões, experimentaremos todos os anos um crescimento, tanto na igreja local, como no campo missionário, que é sem dúvida, resultado da unção de conquista que recebemos e cremos. Estes estudos bíblicos são reflexos do que há no meu coração, e nos corações dos demais obreiros,líderes e nos nossos discípulos que estão engajando conosco nesta batalha. Reflexos de vida de santidade, fé perfeita, trabalho, compromisso, amor à visão, ao serviço do Senhor, zelo pela obra de Deus e amor pelas almas, cujo compromisso é alcançar as nações para o Senhor dos Senhores e Rei dos Reis, Jesus Cristo, a quem somos devedores eternamente. Espelha-te nestes estudos, e com certeza, crescerás abundantemente. Sê fiel em todos os princípios da Palavra de Deus explícitos nesses estudos e tua vida experimentará uma grande transformação e será exemplo de fé perfeita no discipulado. Com certeza, o Senhor já está te preparando para receber multidões de bênçãos e muitas almas no teu Ministério (receba!).
Que Deus vos abençoe grandemente.
A criação e implantação da visão do Ministério Missão Comunidade Apostólica Mundial das Testemunhas do Senhor Jesus Cristo, crescerá muito, as expectativas das pessoas, porém, haverá muito mais crescimento nos próximos anos. Um crescimento sem limites, com líderes de excelência, tratados e curados. Líderes com capacitação ministrada pelo próprio Espírito do Senhor Jesus Cristo nosso Único Deus. Como digo, o crescimento virá pelo trabalho dos Ministros, obreiros e discípulos. Você pode fazer parte desse grupo de discípulos que promoverá no poder do Senhor Jesus Cristo, o crescimento que o Senhor sonha para o nosso Ministério. O Ministério Missão Apostólica Comunidade Mundial das Testemunhas do Senhor Jesus Cristo é um grande ministério, para honra e glória de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, mas, um crescimento muito maior alcançará com o seu trabalho. Líder, você é precioso aos olhos de nosso Deus. O Senhor Jesus Cristo tem colocado à sua frente, uma mesa, um banquete. Não é mais hora de ficarmos embaixo dessa mesa, contentando-se com migalhas. Você é filho de Deus, chamado para anunciar as virtudes daquele que tirou você do império das trevas e o transportou para o seu Reino. É hora de crescimento, mas, esse crescimento virá com a sua oração, leitura da Palavra, prática da palavra e fé perfeita, santidade e atos proféticos. Fundamentados na palavra genuína do evangelho da salvadora graça e a verdade. Sem fé é impossível agradar a Deus. Sem santidade ninguém verá ao Senhor. Esses estudos foram elaborados e inspirados pelo Senhor Jesus Cristo para promover o crescimento espiritual dos seus discípulos sua igreja Noiva. Para desafiá-los a uma vida mais santa e reta diante de Dele e diante dos homens. Para você ter uma ministração abençoadora nas comunidades:
• Use os estudos com inteligência, debaixo de muita oração; • Ore durante a semana pelos discípulos;
• Leia o estudo todo previamente;
• Confira cada passagem bíblica citada;
• A introdução e a conclusão são sugestões. Você deve adaptá-las de acordo com os seus discípulos; sua comunidade, sua realidade, sem fugir do foco e conceitos doutrinários da visão
• Viva aquilo que você for pregar. Não seja hipócrita. Se você não estiver tentando viver os princípios indicados em cada estudo, correrá o risco de ser exigente demais, ou brando demais, além de cometer um pecado;
• Lembre-se, o Senhor Jesus é o verdadeiro líder de seu Ministério, você é um instrumento, um vaso para ser usado por Ele a fim de derramar vida às pessoas;
• Se você orar, O Senhor Jesus encherá a tua boca. De forma alguma você irá está despreparado. Você é um homem ou uma mulher de Deus, haja como tal. Ore com autoridade, leve cura física, tratamento da alma, libertação de espíritos imundos e santidade a sua comunidade, aos seus discípulos, por onde o Senhor lhe enviar. Deus abençoe você poderosamente. Você é um pai de multidões, uma mãe de multidões. Você não é estéril, mas sim, é um frutificador. Você terá, um Ministério abençoado e abençoador. Receba para glória do Senhor, de seu evangelho, do seu Reino. Amém!
Seu irmão e servo em Cristo
Franrez
OUTROS TÍTULOS DA DEIDADE APLICADOS AO SENHOR JESUS CRISTO:
Maravilhoso, Grande Deus e Salvador, O braço do Senhor,Conselheiro, Pai, Filho Esp. Santo, Luz do mundo, Deus forte, Santo, Sol da Justiça, Pai da eternidade, Jehovah o forte, Estrela da manha, Príncipe da Paz,Todo-Poderoso, Supremo, Pastor, Emanuel, Alfa e Omega. Príncipe da Salvação, Reis dos Reis, O princípio e o Fim, Autor, Consumador da Fé, Senhor dos Senhores, Vida eterna, Leão Tribo de Judá, Construtor, Torre forte, Deus Bendito, eterno, Deus sábio, Deus Único.
"J E S U S C R I S T O É T U D O E M T O D O S "
"Não é exagero dizer que nossa esperança de redenção do pecado, depende do fato da deidade de Jesus. Se Jesus Cristo fosse somente humano estaríamos ainda mortos em nossos pecados, separados de Deus, sem esperança neste mundo e sem auxilio no porvir. Por que nenhum homem poderia ser o salvador dos homens. É igualmente certo que, sendo Jesus Cristo Deus, antes de se tornar homem, o Deus que assim se manifestou em carne humana pode ser o salvador dos homens. Basta somente que esperemos em Cristo, em confiança e segurança, se soubermos além de qualquer dúvida que Ele É o Deus capaz de salvar. Por esta razão devemos sustentar que o fato da Deidade em nosso Redentor é um requisito indispensável a nossa Salvação".
"Se é Verdade que Deus é único, legítimo objeto de culto, o cristão inteligente adorará a Jesus Cristo como seu Salvador. O Honrá-lo como Senhor e Mestre".
"Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos".
"O verdadeiro cristão é aquele que levanta os olhos aos céus, e vê somente Jesus." "Cristianismo é Cristo. conhecê-lo adequadamente e ter vida eterna". "Não há outro nome dado debaixo dos céus, em que possamos ser salvos".
DOUTRINA DA SALVAÇÃO, AS IGREJAS E AS ÚLTIMAS COISAS
Os Pais alexandrinos ensinavam o livre-arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo. Deus oferece a salvação, e o homem tem a capacidade de aceitá-la. Apesar disso, Orígenes também alude à fé como graça divina. Seria um passo preliminar necessário à salvação. Mas isso representaria apenas uma aceitação inicial da revelação divina, precisando ser ainda elevado ao conhecimento e ao entendimento, daí prosseguindo para a prática de boas obras, que são o que realmente importam. Orígenes fala de dois modos de salvação, um mediante a fé (exotérico), e outro pelo conhecimento (esotérico). Certamente esses Pais não tinham a mesma concepção que o Apóstolo Paulo da fé e da justificação.
Orígenes considerava a Igreja como a congregação dos crentes, fora da qual não haveria salvação. Embora reconhecesse o sacerdócio universal dos cristãos, também dizia haver um sacerdócio separado e dotado de prerrogativas especiais. Orígenes e Clemente ensinavam que o batismo assinala o começo da nova vida na Igreja, bem como inclui o perdão dos pecados. Conforme ambos, o processo de purificação iniciado na vida do pecador na terra prossegue após a morte. O castigo seria o grande agente purificador e a cura para o pecado. Orígenes ensina que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo,o qual não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de purificação. Clemente afirmava que os pagãos tinham oportunidade de arrepender-se no hades, e também que a provação deles só terminaria no dia do juízo; Orígenes dizia que a obra remidora de Deus não cessaria enquanto todas as coisas não viessem a ser restauradas à sua primitiva beleza. A restauração de todas as coisas haveria de incluir o próprio Satanás e seus demônios. Apenas poucas pessoas entram imediatamente na plena bem-aventurança da visão de Deus; a grande maioria precisa passar por um processo de purificação após a morte (Vemos aqui o embrião da doutrina do Purgatório). Orígenes mostrou tendência por espiritualizar a ressurreição. Parece que ele considerava como ideal o estado incorpóreo, apesar de crer numa ressurreição corporal.
COMO SURGIU CONSTANTINO?
Constantino foi o imperador de Roma que acabou no ano 313 com a perseguição contra os cristãos nos 273 anos desde a morte de Jesus Cristo. O Imperador era o Senhor de todo o mundo civilizado da época. Os judeus e cristão esperavam que o Cristo viria para se tornar o Senhor do Mundo em vez dos Imperadores. Porém esta missão Jesus, o Cristo, a realizará na sua segunda vinda. Roma era uma pequenina vila fundada na Itália 753 anos antes de Cristo. Os primeiros povos da Itália eram originários da própria região do Mediterrâneo. Ao norte encontravam-se os lígures e no sul os sículos. Por volta do segundo milênio antes de Cristo começaram a chegar os verdadeiros ocupantes da Itália: os arianos. originários do centro da Europa espalharam-se pelo centro da península. Eram denominados de italiotas e se subdividiram em várias tribos: úmbrios, sabinios, picemios, équos, latinos, vulgos, campônios. Apartir século VIII a.C. os gregos estabeleceram colônias no sul, e ao norte entre os rios Arno e Tibre fixaram-se os etruscos, povos de origem ignorada provável asiática. A origem de Roma está envolta em lendas. Na sua obra Eneida, o poeta Virgílio afirma que os primeiros romanos descendiam de Enéas, herói de Tróia. Conta que quando os gregos destruíram Tróia, cerca de 1400 a .C. Enéas conseguiu fugir e chegou à Itália, onde teria fundado a cidade de Lavínia. Seu filho Ascânio fundou Alba Longa. Os seus descendentes, os irmãos gêmeos Rômulo e Remo, filhos da princesa alba Rea Sílvia, recém nascidos foram atirados ao Rio Tibre por ordem do Rei Amúlio usurpador do trono de Alba Longa do Rei Númitor, avô dos gêmeos. Criados por camponeses Rômulo e Remo voltaram a Alba Longa, destronaram Amúlio e recolocaram no trono Númitor. Receberam então a missão de fundar Roma no ano 753 a .C. O núcleo inicial de Roma foi uma de suas aldeias, a Roma Quadrata, minúscula fortaleza. construída pelos habitantes do Lácio (latinos e sabinos) para impedir as incursões dos povos etruscos. Os latinos se estabeleceram nos montes Palatino, Esquilino e Célio; os sabinos ocuparam o Quirinal e o Viminal e depois se estendeu sobre os montes Capitolino e Quirinal. Os proprietários da terra denominados de patrícios formavam a camada social dominante. Reuniam-se em torno do mesmo chefe e cultuavam o mesmo antepassado. O chefe de família tinha autoridade absoluta sobre todos os membros. Todos que não pertenciam a um clã eram considerados plebeus a camada de estrangeiros, artesãos comerciantes pequenos proprietários de terra. O regime de governo era monárquico. O rei era assessorado pelo Conselho dos Anciãos, denominado Senado, composto pelos chefes das famílias. A assembléia Cúria reunia os patrícios adultos. Numa Pompílio, sabino de origem, o segundo Rei, sucessor de Rômulo, organizou o culto religioso, contratou empresa construtora de asiáticos denominados de "colegiae fabrorum" para obras em Roma. A partir de 640 a .C. Roma passou a ser governada por reis etruscos. Tarquínio, o Soberbo, terceiro Rei etrusco foi deposto por um grupo de patrícios e expulso em 509 a .C. implantando a República profundamente aristocrática. Mas com o passar dos séculos ela foi se democratizando chegando a aproximar-se de uma República democrática muito semelhante à de Atenas. O monopólio do poder pelos patrícios, que controlavam o Senado, as decisões da Assembléia Centuriata e as principais magistraturas levou os plebeus a sucessivas revoltas. O Cônsul era o principal magistrado. Havia dois cônsules eleitos pela Assembléia Centuriata. Sua funções eram comandar o exército, convocar o Senado e presidir os cultos. Os seus mandatos eram de um ano. Em situações calamitosas indicavam um ditador com poder absoluto limitado a seis meses. Na 5ª e última vez que os plebeus se revoltaram entre 287-286 a .C. , os patrícios aceitaram que as leis votadas pela plebe na sua assembléia tivessem validade para todo o Estado: era a decisão da plebe ou plebiscito. As conquistas da plebe foram demoradas e difíceis. Mas por esta ocasião os progressos foram grandes. Havia mesmo a possibilidade da implantação de uma República democrática em Roma. Para isto bastaria que o Senado aprovasse as decisões da Assembléia da Plebe. Os romanos levaram 230 anos para conquistar toda a Itália. As primeiras guerras foram defensivas contra a cobiça dos seus vizinhos. Foram vencidos os volscos, os équos e os sabinos. As cidades latinas aliadas de Roma foram anexadas em 338 a .C.. No outro lado do Rio Tibre restava ainda o perigo dos etruscos, antigos dominadores de Roma. Mas em 395 a .C. os romanos conquistaram a cidade de Veios e em seguida anexaram toda Etrúria meridional. Penetrando pelo norte da península Itálica, os gauleses, povos de origem celta venceram os romanos em 387 a .C., liderados por Breno saquearam Roma com Exceção do Capitólio.
O passo seguinte dos romanos foi a conquista da fértil planície da Campânia dos samnitas em 303 a .C. Os romanos nas proximidades das cidades gregas foram atacados e sofreram várias derrotas. Mas recuperados os venceram em 265 a .C. e ocuparam Tarento em 272 a .C.
A anexação de toda Etrúria em 265 a .C. e a vitória sobre os gauleses da costa do Adriático deram aos romanos o controle total da Península Itálica. As conquistas romanas foram devidas às excelentes qualidade do seu exército. Não era permanente: compunha-se de cidadãos e camponeses patrícios e plebeus de 17 a 46 anos de idade, transformados temporariamente em soldados. De acordo com suas condições econômicas o soldado servia na infantaria ou na cavalaria. Dividia-se em legiões formadas por um efetivo 300 cavaleiros romanos e 300 homens fornecidos pelos aliados. Eram comandadas por tribunos militares. O comandante era o cônsul ou o ditador. Os cidadão sem recursos e proletários não podiam participar. A disciplina era severa; eram comuns as punições com trabalhos forçados, espancamento ou decapitação. Os soldados vitoriosos recebiam prêmios e honrarias. Os generais vitoriosos em caso de vitória de pouca importância recebiam a ovação, ou o triunfo em caso de grandes conquistas, o general entrava com o exército da cidade em direção ao Capitólio precedido por músicos, senadores, carregadores de espólios e pelos prisioneiros acorrentados. Por último num carro puxado por quatro cavalos, vinha vestido de púrpura com uma coroa na cabeça e um cetro de marfim na mão. Era a imagem viva do Júpiter Capitolino. O cerimonial terminava com um sacrifício, enquanto os chefes inimigos eram decapitados nas prisões. A conquista do Mediterrâneo Ocidental com três guerra denominadas de Púnicas começou em 264 a .C. e terminou em 146 a .C. contra a cidade de Cartago, a grande rival de Roma no norte da África, colônia fundada pelos fenícios em 814 a .C. superando em importância a própria cidade de Tiro na Fenícia principalmente quando a região sob o domínio do Império Persa. Os cartagineses dominavam o comércio nas ilhas do Mediterrâneo, na costa da Líbia e Marrocos. Chegaram a atingir a costa ocidental da África, a Bretanha e Noruega. A intervenção romana na Gália começou depois da Segunda Guerra Púnica ocasião em que foi conquistada a Gália Cisalpina. Em 120 a .C. a Gália do sul tornou-se província romana com o nome de Gália Narbonesa. A conquista do Mediterrâneo Oriental começou depois a segunda guerra púnica (218-202 a .C.) em que o Rei Felipe V da Macedônia auxiliara Aníbal contra os romanos que aproveitaram este pretexto para intervir na Macedônia e em todo Oriente Médio. A primeira guerra contra a Macedônia ocorreu entre 200 e 197 a .C.; Felipe V foi derrotado e todas as Cidades-Estado gregas tornaram-se independentes da Macedônia. O Rei Antíoco III da Síria instigado por Aníbal de Cartago invadiu a Grécia onde foi vencido e retirou-se para o seu reino. A segunda guerra aconteceu entre 172 e 168 a .C. provocada pela revolta de Perseu, filho de Felipe V. foi vencido em Pidna, aprisionado com toda a sua família e 200 000 macedônios todos escravizados. Entretanto Cartago ainda prosperava e os seus produtos eram encontrados na própria Itália fazendo concorrência aos produtos italianos. O Senado instigado pelos ricos proprietários de terra procuravam um pretexto para arruinar Cartago. A oportunidade apareceu quando os cartagineses reagiram contra as investidas do Reino da Numídia (Argélia) nas suas terras. Roma considerou esta atitude como violação do tratado de paz anterior. E por isso iniciou uma guerra que durou de 150 a 146 a .C. A última revolta dos macedônios e gregos em 146 a .C. terminou com a criação da Província da Macedônia à qual já estava anexada a Grécia. Ao morrer em 133 a .C. , sem deixar herdeiros, Átalo, rei de Pérgamo, legou todo seu reino como herança aos romanos, que passaram então a formar a Província da Ásia. A expansão romana continuou. As guerra contra os reinos do Ponto, Bitínia e Síria terminaram com anexação desses Estados como províncias. No Ocidente, as campanhas de Júlio César, que submeteram inteiramente a Gália, completaram as conquistas romanas na fase da República. O Egito foi conquistado no ano 30 a .C..
O período que vai de 133 . a 27 a .C. é um dos mais conturbados da história romana. É a fase da Guerra Civil que acabara com a República e criou o Império Romano. Este período iniciou com a tentativa de reforma dos Gracos, seguida dos governos de Mário e Sila, o Primeiro Triunvirato, a ditadura de Júlio César, e o Segundo Triunvirato de cuja desintegração surgiria o Império implantado oficialmente em 27 a .C..
Pompeu e Crasso tornaram-se cônsules no ano 70 a .C.. Crasso fez uma aliança com Pompeu e Júlio César no ano 60 a .C. formando o Primeiro Triunvirato. César conseguir para si pelo período de cinco anos, o comando de um exército para conquistar a Gália. Ele partiu em 58 a .C. para iniciar a conquista. Os gauleses resistiram bravamente. Depois de duros combates foram derrotados na Batalha de Alésia. Com os impostos cobrados aos gauleses, César organizou um exército poderoso. Na Conferência de Lucar em 55 a .C. o triunvirato foi reorganizado. Pompeu ficou com a Espanha, Crasso com Síria; e César com a Gália. Em 53 a .C. Crasso morreu em combate contra os partas (persas). Bandidos aterrorizavam em Roma. Pompeu dirigiu-se ao Senado que o nomeou cônsul único para restabelecer a ordem sem o colega Júlio, e exigiu que César desmobilizasse suas próprias tropas e que abandonasse os seus títulos. Em 49 a .C. depois de fracassarem as negociações de César com o Senado e com Pompeu, o Senado confiou a Pompeu a defesa da República contra as ambições de César que com o apoio de suas fiéis tropas na Gália invadiu a Itália. Ao atravessar o Rio Rubicão, limite da sua soberania, o rio que separa a Itália da Gália Cisalpina, disse "Alea jacta est!" (A sorte está lançada!).
Pompeu e uma parte do Senado se refugiaram na Grécia. César os perseguiu e vencendo-os na Batalha de Farsália em 49 a .C.. Pompeu conseguiu chegar ao Egito, onde foi assassinado pelos ministros do Faraó Ptolomeu. César desembarcou em Alexandria. Lá organizou uma conspiração que derrubou Ptolomeu e colocou no poder Cleópatra.
Em 47 a .C. dominou a Ásia, províncias governadas pelos aliados de Pompeu. Ao vencer Farneces disse "Veni, vidi, vici" ("Vim, vi, venci").
Retornou a Roma e de lá partiu para invadir a África, onde venceu os seguidores de Pompeu na Batalha de Tapsus. Recebido triunfalmente em Roma, César vitorioso nas batalhas, apoiado pelo exército e pela plebe urbana passou a acumular títulos: Sumo Pontífice, chefe da religião romana; Ditador Perpétuo, que lhe permitia reformar a constituição; Censor Vitalício, que lhe dava o direito de fazer a lista dos senadores; Poder Tribunício, que tornava a sua pessoa sagrada como os tribunos da plebe; Cônsul Vitalício, pelo qual podia exercer o Imperium, (comando do exército) em Roma e nas províncias; Com estes privilégios podia usar constantemente as vestes triunfais que o general usava durante o desfile de triunfo; sua estátua podia ser colocada nos templos, e ele mesmo podia ser honrado como um deus com o nome Júpiter Julius. Armado de tanto poder, César iniciou numerosas reformas. Acabou com a guerra civil, fez várias obras públicas, normalizou as finanças do governo, proibiu o abuso do luxo, diminuiu o número de cidadão com direito à distribuição de trigo gratuito. Obrigou os proprietários a empregar homens livres, promoveu colonias, reformou o calendário, atribuiu títulos de cidadãos romanos aos habitantes das províncias, chegando a introduzir gauleses no Senado e outras providências benquistas. Em 45 a .C. derrotou os últimos seguidores de Pompeu na Batalha de Munda, na Espanha. Entretanto César pretendia ser rei para tornar hereditários os seus poderes que já eram vitalícios o que significava o fim da República e do Senado. Então, César procurou a ajuda do General Marco Antônio, seu amigo para instigar os plebeus contra o Senado a fim de forçar o Senado a dar o título de rei ao ditador. Em 15 de fevereiro de 44 a .C. Antônio ofereceu a César um diadema de rei diante de numeroso público. Os murmúrios foram tão intensos que César teve de recusar o presente. Os defensores da República contrários à idéia de uma nova Monarquia, no dia 15 de Março de 44 a .C. chamaram César ao Senado para tratar de um assunto importante. Quando lá chegou um grupo de senadores se aproximou e o matou a punhaladas. Entre estes estava Brutus, seu filho adotivo. Ao vê-lo César proferiu "Até tu Brutus, meu filho". E não reagiu. Os assassinos de César não conseguiram o poder. O General Marco Antônio sublevou o povo contra eles. Leu em público o testamento de César que deixava ao povo de Roma toda a sua fortuna. Os conspiradores fugiram para o exterior. Enquanto isso, o Senado a conselho de Cícero entregava o poder ao sobrinho e herdeiro de Cesar, Caio Otávio, que estava na Grécia.. Otávio fez uma aliança com Marco Antônio e com Lépido, um rico banqueiro que forneceu dinheiro para a guerra contra os assassinos de César. Formaram o Segundo Triunvirato: Otávio ficou com as províncias da Sicília e da Africa; Antônio com a Gália Cisalpina; e Lépido com a Gália Narbonesa e a Espanha. Foi realizado um expurgo no Senado. Numerosos políticos considerados inimigos foram cassados inclusive Cícero que por ter escrito contra Antônio teve as suas mãos decepadas, e depois acabou sendo assassinado por Herêncio.. Os assassinos de César tinham se reunido na Macedônia. Antônio foi combatê-lo e derrotou Cássio e Bruto na Batalha de Filipos. Em 40 a .C. os triúnviros fizeram uma nova divisão do Império. Antônio ficou com o oriente; Lépido com a África; e Otávio com o Ocidente. A Itália foi considerada neutra. No ano seguinte foi feito um acordo com Sexto Pompeu, magnata que dominava o comércio de trigo africano. Ele recebeu a Sicília, a Córsega e a Sardenha para fornecer trigo a Roma. Dois anos depois, Antônio e Otávio fizeram um acordo para se livrarem de Pompeu. Antônio emprestou os seus navios a Otávio para atacar Pompeu que derrotado perdeu o seu comércio de trigo que passou ao controle de Lépido.
Para garantir o fidelidade de Antônio, Otávio arranjou o casamento de Antônio com sua irmã Otávia. Mas em 36 a .C. Antônio separou-se de Otávia para casar-se com Cleópatra. Antônio tinha deixado o seu testamento em Roma, guardado pelas vestais. Otávio se apoderou do testamento e viu que nele Antônio declarava que toda a sua herança ficava com Cleópatra, nomeada também regente de Cesarion, filho de Cleópatra e César, a quem Antônio considerava herdeiro. Otávio revoltou-se e partiu para combater Antônio. Em Ácio perto da Grécia, Antônio foi derrotado e fugiu com Cleópatra para o Egito. Otávio foi atrás. Quando suas tropas tomavam Alexandria, Antônio e Cleópatra suicidaram-se. Otávio apoderou-se do tesouro dos faraós acumulado durante milênios, e com esta fortuna organizou 70 legiões. Os celeiros egípcios cheios de trigo passaram a alimentar a plebe romana. Quando regressou a Roma, foi recebido em triunfo. A plebe o recebeu como verdadeiro deus e o Senado como salvador da República. Estava surgindo uma nova forma de governo. Um governo exercido pelo comandante do exército, o imperador. Otávio disfarçou o próprio poder. Manteve na aparência o regime republicano. Em Roma governava como cidadão e nas províncias como um comandante. O Senado cumulou-o de títulos para legalizar o seu poder.
Finalmente em 27 a .C. Otávio recebeu o título de Augusto, até então atribuído exclusivamente aos deuses. Esta data marca o fim da República e o inicio do principado. E por ocasião de sua morte em 14 d.C. recebeu a apoteose, o direito de ter lugar entre os deuses. A Palestina foi consquistada pelos romanos em 64 a .C. e anexada ao Reino da Judéia em 40 a .C.. Quando Cristo nasceu a 12 de Setembro do ano 5 a .C. em Belém da Judéia, o imperador romano era Augusto, o fundador do Império, e a Judéia era governada por Herodes, o Grande. Quando Herodes morreu em Fevereiro do ano 4 a .C., seus domínios foram divididos entre seus filhos. Herodes Antipas ficou com a Galiléia, província onde viveu Jesus. Quando foi crucificado a 5 de Abril do ano 30 em Jerusalém, o imperador era Tibério.Mas foi no governo do imperador Nero, figura ao lado, que se deu em 64 a primeira grande perseguição. Nero, para gozar do espetáculo de um incêndio grandioso, dedilhando a lira e entoando cânticos, mandou atear fogo a vários bairros de Roma. O historiador Tácito narra que para apaziguar os ânimos excitados, Nero trouxe os difamados como culpados, e lhes infligiu os mais requintados tormentos a homens detestados por seus crimes e que o povo designava com o nome de cristãos. Apoderaram-se de uma multidão imensa, sendo antes seu crime era mais o ódio que lhes votava o gênero humano do que o incêndio da cidade. Este primeiro edito estendeu-se fora de Roma. Em todas as partes do império, grande numero de cristãos foram supliciados. Em Roma, refere Tácito, Nero os mandava vestir com peles de animais, deixando depois que cães famintos os devorassem debaixo dos seus olhos; outros untados com resina e pez eram amarados a estacas; de noite atacavam fogo, para que como fachos, alumiassem os jardins reais assim como as ruas e praças. Via-se Nero passear de carro à luz destes archotes vivos. Entre as vítimas da perseguição, a historia menciona Pedro, o príncipe dos apóstolos, e Paulo, seu colega de pregação. Ambos eram dignas presas para o furor de Nero. Juntos foram arrojados na prisão Marmetina, onde converteram os carcereiros. A 29 de Junho, sofreram ambos o martírio. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. O lugar do seu suplicio se tornou celebre debaixo do apelido Confissão de São Pedro. E Paulo, por ser cidadão romano, pereceu pela espada, no caminho de Óstia, no lugar onde foi erguida a Igreja de São Paulo das Três Fontes. No lugar de sua sepultura, foi levantada fora dos muros a Basílica de São Paulo.
As perseguições se sucederam mais nove vezes num espaço de 249 anos. Não eram contínuas. Os imperadores que mandaram martirizar os Cristãos foram:
1ªcom Nero (54-68)em 64;
2ªcom Domiciano (81-96)em 94;
3ªcom Trajano (98-117)em 106;
4ªcom Marco Aurélio (161-180)em 166;
5ªcom Septímio Severo (193-211)em 202;
6ªcom Maximino da Trácia (235-238)em 235;
7ªcom Décio (249-251)em 249;
8ªcom Valeriano (253-260)em 257;
9ªcom Aureliano (270-275)em 274;
10ªcom Diocleciano (284-306) em 303.
Diocleciano, natural da Ilíria, (Iugoslávia) subiu ao trono em 284 com apoio do exército do Danúbio. Instituiu a Tetrarquia, um governo de quatro imperadores. Diocleciano ficou com o Oriente, fixando capital em Nicomédia (Bitínia). Confiou o Ocidente a Maximiano com capital em Milão. Estes dois imperadores se intitulavam Augustos. Cada um era ajudado por um imperador subalterno denominado César. Os césares, Galério designado por seu sogro Diocleciano e Constâncio, nomeado por seu sogro Maximiano, deviam substituir os imperadores depois de 20 anos e nomear dois novos césares. Constâncio Cloro ("o Pálido"), nomeado césar recebeu como missão a defesa da Bretanha, da Gália e da Espanha. Adepto do culto solar e favorável ao monoteísmo mostrou-se tolerante na aplicação do edito contra os cristãos em 303. Os cristãos das Gálias respiravam em paz sob o seu governo. "Que fidelidade terão com o imperador, aqueles que foram traidores e perjuros com o seu Deus?" dizia este príncipe. E, ato continuo, ele tirou o emprego aos oficiais cristãos que fraquejaram na perseguição, e expulsou-os do seu palácio. Galério fora quem movera a perseguição. Diocleciano hesitava em declarar guerra aos cristãos; o feroz Galério venceu os escrúpulos do velho imperador; quatro editos sucessivos prepararam a perseguição que se tornou geral em 303. Os primeiros editos obrigavam os cristãos a entregar os seus livros doutrinários. Enfim, o ultimo edito foi enviado a todos os governadores das províncias e executado em toda parte com uma violência extrema.
Foi uma carnificina nunca vista. A narração que nos deixou Eusébio, testemunha ocular e as provas que nos dão as "Actas dos mártires", atestam que esta perseguição foi a mais terrível. O Oriente e o Ocidente estavam entregues ao furor de três feras Diocleciano, Galério, Maximiano. Em Nicomédia residência de Diocleciano, uma multidão de oficiais do paço imperial foram mortos. Em Roma, as arenas do Coliseu viram o sangue cristão correr a jorros. Maximiano perseguia o Oriente. No Egito, o Nilo engulia todos os dias milhares de vitimas. Em todas as terras do império, foi uma guerra de extermínio. Enfim, Diocleciano julgou ter destruído e sepultado o Cristianismo; ele mandou levantar duas colunas de mármore em que se podiam ler os seguintes orgulhosos e triunfantes dizeres "o nome cristão está destruido" ("Nomine christianorum deleto"). Mas Galério no seu leito de morte em 311, roído, ainda vivo, pelos vermes, publicou um edito de tolerância que restituira aos cristãos a liberdade do seu culto, licença para erigir os seus templos, adquirir terra para as suas comunidades e eleger publicamente os seus ministros. Diocleciano tornou-se idiota, viu-se obrigado a abdicar em 1º de Maio de 305, e forçou seu colega a abdicar também. Foi plantar couves em Salone (Iuguslávia, Croácia) e no seu desespero deixou-se morrer de fome (313). Constâncio Cloro, tornando-se Augusto após a abdicação de Diocleciano e Maxmiano, sustentou a candidatura a césar de seu filho Constantino que tivera de sua concubina Helena. Maximiano Hércules, depois de falhar numa tentativa de assassínio de seu filho Maxêncio e de seu genro Constantino, foi encarcerado, e ali estrangulou-se em 310. Constancio Chloro, tendo morrido na Inglaterra durante uma campanha contra os pictos, povo da Escócia, seu filho Constantino, figura ao lado, foi proclamado augusto por seus soldados em 306 na idade de trinta e um anos. Era pagão ainda, mas já se dirigia ao Deus todo poderoso que seu pai nunca invocara debalde; acatava a religião de Cristo e longe de maltratar seus discípulos, ele os protegia. Maxêncio, proclamado Augusto em 308, tiranizava Roma e a Itália. Após o suicídio de Maximiano (310) e a morte de Galério (311), Constantino aliou-se a Licínio e houve luta com o seu rival. Constantino, com o exercito numeroso, marchou contra Maxêncio na Itália. Conforme a lenda, um pouco antes de transpor os Alpes, na véspera do combate ao meio-dia, Constantino, e com ele, o exercito inteiro, avistaram no céu no poente uma cruz luminosa trazendo ao redor a inscrição "In hoc signo vinces" ("Com este signo vencerás"). Na noite imediata, Jesus Cristo lhe apareceu com o mesmo sinal, ordenando-lhe que fizesse um estandarte segundo este. modelo, chamando-o "Labarum"; trazia estampado o monograma >P< = X P = K R (Cristo Rei) e a imagem do imperador e dos seus filhos. As legiões de Constantino levaram a bandeira sagrada.
As hostes inimigas foram desbaratadas em Turim e Verona; o ultimo combate se travou junto da ponte Múlvia em 312. Maxêncio vencido fugiu para. Roma e caindo no Tibre, afogou-se. Roma abriu suas portas ao triunfador. Adepto de uma religião solar monoteista foi levado a uma certa simpatia pelo cristianismo. Logo depois da sua vitoria, Constantino de acordo com Licínio, publicou a favor do cristianismo, o edito de Milão (313) que mandou ler em todas as províncias para a liberdade de culto. Considerou-se então chefe da Igreja, ao mesmo tempo o grande pontífice e mestre do paganismo. Sendo adorador do sol promulgou em 7 de Março de 321 o edito "que os juízes e os moradores das cidades devam descansar no venerável dia do sol (Domingo). Porém para aqueles que habitam nos campos conceda-se plena liberdade para praticarem a lavoura, visto não haver dia mais propício à semeadura de cereais e ao plantio de vinhas para que não passe a ocasião para tais trabalhos e o homem vinha ficar privado da liberalidade celestial". Governou com Licínio, mas depois tendo se indisposto contra ele, o derrotou (324) e mandou assassina-lo (325) restabelecendo assim a unidade imperial. Convocou o concílio em Nicea (325). Mandou executar seu filho e depois sua mulher (326). A convocação dos Concílios Ecumênicos iniciada sob o governo de Constantino era confirmada pelo Imperador que pagava todas as despesas da vinda, permanência e regresso dos membros do Concílio às respectivas dioceses. O Imperador comparecia aos Concílios ou então nomeava um delegado especial para defender os seus direitos e interesses. A presidência cabia ao bispo escolhido pelo Imperador. A indicação do lugar das reuniões era sua prerrogativa exclusiva.
Em 330 Constantino muda a capital do império para Constantinopla, e deixa a capital Roma para o Papa (Apo 13:2). Somente ao final de sua vida em 337 aos 62 anos converteu-se ao cristianismo sem dúvida conforme a crença de Ario.
AS HERESIAS PRIMITIVAS
Uma heresia constitui-se num movimento de idéias contrárias ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé, ou qualquer ato ou palavra ofensiva à religião. As perseguições que afligiram a Igreja Cristã nos primeiros três séculos começaram no tempo do seu fundador, pois o primeiro dos mártires da nova religião foi o próprio Jesus. Os judeus que o crucificaram continuaram a atacar seus seguidores. Tão acerba se tornou a disputa entre judeus e cristãos que os romanos, muitas vezes, tiveram de intervir para manter a paz. Mas depois do ano 70 d.C., quando os judeus sofreram severamente numa insurreição contra o domínio romano, não constituíram mais ameaça séria aos cristãos.
Ao mesmo tempo que sofria a pressão externa da perseguição, passava a Igreja por uma série de crises internas surgidas de incertezas, entre os próprios cristãos, quanto à exata definição de suas crenças. Os próprios ensinamentos de Jesus não haviam sido elaborados num sistema completo e estavam sujeitos a várias interpretações. Nenhum dos Apóstolos, igualmente, procurara expressar a mensagem da nova religião como um corpo sistemático de idéias. Cada missionário pregava sua própria versão do Cristianismo e cada congregação determinava suas próprias crenças. Alguns dos que haviam sido criados como judeus continuavam, após a conversão, a aderir à Lei Hebraica do Velho Testamento, ao passo que outros, que haviam sido pagãos, procuravam integrar sua nova religião com os costumes do culto pagão. Tais diferenças de crença e práticas davam origem a debates sobre o que era ortodoxo e o que era herético, isto é, sobre o verdadeiro e o falso em questão de ensinamento cristão.
Debates dessa espécie tornaram-se mais intensos quando o cristianismo entrou em contato com a filosofia grega, pois os gregos que residiam nas terras do Oriente helenístico davam tanta importância à compreensão quanto os judeus à retidão. À medida que se espalhava entre eles o Cristianismo, começaram a fazer perguntas que a Igreja era obrigada a responder, de modo que a Igreja, que até então se baseara quase inteiramente na fé, se via agora forçada a estabelecer explicações racionais para a crença cristã.
As fronteiras ideológicas do Cristianismo tornavam-se frágeis e se diluíam em tendências heterogêneas. Estas, ao se afirmarem, criaram uma confrontação inevitável entre as múltiplas interpretações doutrinárias e as várias tradições cristãs. Como todas as correntes reivindicavam a legitimidade apostólica, tratava-se de definir o que estaria de acordo ou contra a pregação tradicional dos Apóstolos. Essa confrontação veio a caracterizar a divisão entre elementos ortodoxos e heterodoxos no pensamento cristão elaborado. Tornara-se ortodoxia a tendência numérica e politicamente majoritária dentro do Cristianismo, que se impôs como a verdadeira Igreja, formuladora das normas de fé, prevalecendo em detrimento das posições divergentes minoritárias. As heresias representaram, relativamente ao corpo doutrinário constituído, tendências heterodoxas, movimentos dissidentes e grupos numericamente minoritários, quase sempre desligados da Igreja cristã majoritária, graças às excomunhões conciliares ou mesmo por sua própria iniciativa separatista. Do ponto de vista histórico, a ortodoxia triunfou como instituição jurídica e como política moderadora, fundada na primazia da Igreja Romana. Mas, do ponto de vista doutrinário, seu sucesso deveu-se a uma elaboração teológica mais consistente do que as numerosas crenças desorganizadas e freqüentemente incoerentes do desenvolvimento do pensamento cristão. Na verdade, a lógica da ortodoxia se firmou nos elementos fixos da tradição cristã: a doutrina fundamental primitiva, a revelação bíblica e a tradição oral, resumidas e definidas no Credo (encerra os artigos fundamentais da fé cristã). Ao lado disso, existiram no Cristianismo antigos elementos provenientes do contato com a cultura helênica, que adicionaram novidades filosóficas ao núcleo doutrinário. As correntes chamadas heréticas teriam se ressentido mais fortemente das influências pagãs, acabando por rejeitar doutrinas definidas pela comunidade eclesiástica majoritária e deteriorando o que se considerava conteúdo específico e original da fé cristã. Uma das controvérsias mais básicas referia-se à natureza de Cristo. A posição que a Igreja aceitava como ortodoxa era a de ser Jesus a um tempo Deus e homem, idêntico ao Pai Divino sem deixar de compartilhar dos atributos de um ser humano. Não obstante, certo número de cristãos continuava a manter crenças heréticas, umas negando que Jesus fosse homem, outras negando que ele fosse idêntico a Deus. Os docetistas, por exemplo, acreditavam que o corpo humano de Jesus era apenas um fantasma, e os nestorianos ensinavam que Deus apenas habitava no corpo de Jesus, como num templo. Os monofisitas, dos quais descendem os atuais coptas do Egito, os jacobitas da Síria e os cristãos da Armênia e da Abissínia, insistiam em que a natureza de Jesus era inteiramente divina. A mais forte da heresias era a liderada por Ário (aprox. 256-336), ascético e eloqüente sacerdote egípcio. Ensinava que Jesus não era da mesma natureza de Deus, mas também não era um homem como os demais; sua natureza, antes, era algo como a de um anjo - menos do que de deus e mais do que humano. Ário conquistou tantos adeptos dentro da Igreja que acerba disputa sobre seus ensinamentos logo ameaçou a paz de todo o Império. No interesse da tranqüilidade pública, o Imperador Constantino, portanto, tomou medidas para resolver a questão de qualquer modo. Em conseqüência, convidou os dirigentes da Igreja a se reunirem em Nicéia, e mais de trezentos bispos assim se reuniram para o primeiro concílio ecumênico da Igreja. Esse Concílio elaborou uma síntese da crença cristã, conhecida como o Credo de Nicéia, que definiu a natureza da Santíssima Trindade e condenou o arianismo como heresia. Apesar, porém, dessa condenação, o arianismo continuou a mostrar muita força, mas em 380, o governo imperial negou tolerância aos arianos e, em 381, outro concílio ecumênico, reunido em Constantinopla, reafirmou e ampliou as doutrinas trinitárias ortodoxas expressas no Credo de Nicéia. Daí por diante, o arianismo desapareceu em todo o Império. Outra grande disputa surgiu em torno do problema do bem e do mal. A mais desafiadora das heresias nascidas desse debate foi o gnosticismo, que apareceu pelos meados do segundo século. Como alguns dos cultos religiosos orientais, o gnosticismo traçava nítida separação entre a matéria, que é o mal, e o espírito, que é o bem. De acordo com esse conceito, os gnósticos encaravam o espírito divino como superior tanto ao deus do Antigo testamento como a Jesus, os quais se haviam preocupado com o mundo físico. E ensinavam que o caminho da redenção do homem passava pelo ascetismo e pelo misticismo, por meio dos quais seu espírito podia ser libertado do mal do mundo material e conduzido à união com o espírito divino. A Igreja ortodoxa condenou esses ensinamentos, que colocavam o Deus cristão abaixo de outro ser ainda mais espiritual, que declaravam não ser o homem responsável por suas ações uma vez que não podia existir mal moral, e que consideravam o ascetismo e o misticismo mais importantes do que a conduta dos homens para com seus semelhantes durante a vida terrena.
2 - Doutrinas Cristãs Básicas
As heresias surgidas em dissensão dos ensinamentos ortodoxos da Igreja testemunham a dificuldade da tarefa de definir as doutrinas da nova religião. Contudo, o desaparecimento gradual dessas heresias testemunha também o sucesso da Igreja na formulação das crenças que deveriam permanecer como o núcleo da doutrina cristã ortodoxa. Nessas disputas de supremacia e polêmicas teológicas, a Igreja de Roma exerceu um papel decisivo, na medida em que as posições doutrinárias da capital tendiam a se qualificar como verdadeiras. O Cristianismo romano conseguiu impor-se como ortodoxia no conjunto da cristandade, estendendo sua influência graças à constituição do conceito de sucessão apostólica, ou seja, à crença de ter o Príncipe dos Apóstolos como fundador de sua comunidade, à supremacia política enquanto capital e através da ajuda material às demais igrejas.
Dentre as principais doutrinas cristãs básicas tem-se, primeiro, a crença de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são membros iguais da Trindade que é Deus, sendo, cada um, uma expressão da perfeição; em segundo lugar, que Jesus era tanto Deus como homem, nascido de uma virgem, que morreu para redimir os outros homens e depois ressuscitou dos mortos; em terceiro, que todos os cristãos são membros de uma só Igreja, que está sob guia divina; em quarto, que o clero é o sucessor dos Apóstolos; e, em quinto, que, por meio da Igreja, os homens podem libertar-se do inferno e entrar na vida eterna do Céu. Sobre essas crenças, que constituem o núcleo de sua dogmática, a Igreja iria permanecer firme através de todos os séculos de sua existência.
3 - Os Primeiros Pensadores Cristãos
O pensamento teológico cristão é tão antigo quanto a primeira formulação da fé em Jesus, o Cristo. Os escritos do Novo Testamento representam os primeiros ensaios da reflexão teológica, reunidos na forma de testemunhos originais da fé. A história da teologia começa e se desenvolve a partir dessas fontes.
A primeira coleção de escritos teológicos surgidos depois do Novo Testamento é composta de documentos agrupados sob o título de Padres Apostólicos. Foi o estudioso francês Jean Cotelier quem assim os classificou no séc. XVII. Inicialmente faziam parte dessa coleção: a Epístola de Barnabé, a Carta de Clemente Romano, Cartas de Inácio de Antióquia, a Carta de Policarpo, e o Pastor de Hermas. Em 1765 foram incluídos na lista os fragmentos de Pápias e de Quadrato, e a Epístola a Diogneto. Mais tarde, em 1873, descobriu-se o Didaquê, concluindo-se com ele a coleção. São obras de estilo simples, interessadas em dar testemunho da vida cristã em face das perseguições a que era submetida a Igreja, com algumas indicações a respeito da estrutura eclesiástica incipiente.
Os cristãos, logo no início de sua história, foram considerados perigosos para o império. Ao combatê-los, as autoridades atribuíam-lhes inconsistência filosófica, moral e religiosa, acusando-os de minar os fundamentos da sociedade vigente. Enquanto os Padres Apostólicos se dedicavam à vida interna da Igreja e à elevação moral e espiritual dos seus membros, os apologistas atuavam na fronteira com o mundo e com o pensamento pagão. Em muitos casos davam a seus escritos uma forma legal, solicitando que as autoridades verificassem em que consistia o Cristianismo. As acusações contra os cristãos se referiam ao seu ateísmo e anarquismo (Justino, Apologia 5,6; 11,12), pois recusavam-se a participar dos cultos ao imperador e a servir ao Estado. Também eram acusados de licenciosidade por celebrarem a eucaristia secretamente à noite. Quadrato (125, provavelmente de Atenas), o mais antigo dos apologistas, apresentou ao imperador Adriano uma defesa da fé cristã, da qual se conhece apenas um trecho citado por Eusébio (Apologia 55). O movimento apologético do séc. II procurou defender a fé cristã junto às autoridades. Foram seus principais escritores Justino Mártir (105 - 165), que em suas Apologias e outras obras expõe a fé cristã, elaborando já certas doutrinas fundamentais, e Tertuliano (160 - 230), extremamente rígido em suas idéias, a ponto de terminar a vida na seita dos montanistas. Se há na teologia incipiente de Justino certo descrtino universalista e grande abertura ao diálogo com o mundo da cultura, já em Tertuliano o âmbito da fé se restringe ao puro domínio da Igreja e se distancia da vida civil.
O movimento gnóstico do séc. II buscava a união com Deus através de práticas secretas apenas conhecidas de iniciados. Acusava os cristãos de não possuir a verdade, comunicada por Jesus nos quarenta dias entre a Ressurreição e a Ascensão. Contra o gnosticismo não só escreveu Justino Mártir, mas principalmente Ireneu, bispo de Lyon (126 - 200). Sua obra principal chama-se Adversus Haereses (Contra os Heréticos) e se divide em cinco livros. É fonte preciosa para conhecer o pensamento gnóstico e cristão. Ireneu desenvolveu a doutrina da sucessão apostólica dos bispos, da Bíblia, dos credos e do batismo, como instrumento de defesa da fé cristã contra os ataques cada vez mais insistentes das heresias. Foi em Alexandria, porém, que se desenvolveram os primeiros grandes sistemas teológicos do cristianismo. Clemente (150 - 215) e Orígenes (185 - 254) procuraram relacionar a fé com o mundo filosófico e introduzir o pensamento cristão nos círculos intelectuais da sociedade. Orígenes é principalmente importante porque estabelece critérios para interpretação das Escrituras, encontrando no texto sagrado três significados distintos: o somático ou literal, o psíquico ou moral, e o místico ou espiritual. Pouco a pouco as discussões teológicas se vão concentrando em torno da pessoa de Jesus, o Cristo. Justino Mártir e os apologistas haviam empregado o conceito de lógos para comunicar à mentalidade filosófica grega as idéias fundamentais da teologia judaico-cristã a respeito de Jesus. A divindade do Cristo havia sido pressuposta desde o início do testemunho do Novo Testamento. Tertuliano e Ireneu haviam falado na Trindade. Orígenes dizia que entre as três pessoas divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), havia certa subordinação natural, muito embora não visse entre as pessoas qualquer diferença de substância. A noção de uma trindade transcendental parecia a muitos demasiadamente metafísica, com ressonâncias gnósticas. A pergunta fundamental da teologia era esta: como entender Jesus, o Cristo, à luz dessa trindade transcedental? Surgiu, então, o movimento chamado monarquismo (do gr. monárkhes, "soberano"), que ressaltava a unidade soberana de Deus em relação com o Cristo. Havia dois tipos principais de monarquismo: o dinâmico, que considerava o Cristo apenas homem, adotado por Deus, sem qualquer relação metafísica com o Pai; e o modalista, que considerava o Cristo realmente divino, idêntico ao Pai. Por detrás das preocupações dessas duas escolas estava o problema da salvação: como pode Jesus salvar se não for Deus? Como considerá-lo Deus se sofreu na cruz? Se Jesus é Deus, então Deus não é uno. Que lugar ocupa o Cristo na economia da salvação e da vida divina? Assim, foram inúmeras as doutrinas controversas que surgiram principalmente em torno da natureza do Cristo. Melhor se pode compreender quão difícil era a tarefa de distinguir entre a verdadeira doutrina cristã e a heresia, quando se verifica que os dois maiores apologistas da Igreja foram mais tarde condenados por haver propagado heresias. Um deles foi Orígenes (aprox. 185-254), famoso como mestre em Alexandria, nos princípios do terceiro século. Consciente da importância básica da Bíblia para o pensamento cristão, escreveu muito, tentando resolver alguns problemas que surgiam em sua interpretação. Depois de sua morte, todavia, certo número de seus ensinamentos foi posto em discussão e, 300 anos mais tarde, um concílio da Igreja decretou que seus escritos continham diversas doutrinas heréticas, que Orígenes inocentemente desenvolvera ao tentar harmonizar filosofia e teologia.
Falta similar foi encontrada na obra de Tertuliano (aprox. 160-230), zeloso homem da igreja que vivia em Cartago. Defensor apaixonado da Igreja, Tertuliano fez uso dos seus conhecimentos da lei e dos clássicos para refutar várias acusações de crime levantadas contra os cristãos e para demonstrar a superioridade religiosa e filosófica do cristianismo sobre as crenças pagãs. Foram, os dele, os primeiros escritos cristãos importantes em língua latina, que ele estabeleceu como a língua da Igreja nas terras ocidentais. Contudo, apesar da ardente retórica e da apaixonada convicção com que procurava sustentar a doutrina ortodoxa, também foi acusado de crenças heréticas. Crisóstomo (aprox. 344-407) - Criado em Antióquia, seus grandes dotes de graça e eloqüência como pregador levaram-no a ser chamado a Constantinopla, onde se tornou patriarca, ou arcebispo. Como os outros Apologistas, ele harmonizou o ensinamento cristão com a erudição grega, dando novos significados cristãos a antigos termos filosóficos, como a caridade. Em seus sermões, defendia uma moralidade que não fizesse qualquer transigência com a conveniência e a paixão, e uma caridade que conduzisse todos os cristãos a uma vida apostólica de devoção e de pobreza comunal. Essa piedosa mensagem, entretanto, tornou-o impopular na corte imperial e mesmo entre alguns membros do clero de Constantinopla, de modo que acabou sendo banido e morreu no exílio. Ambrósio (aprox. 330-397) - Como Bispo de Milão, conquistou influência em razão de sua dominadora personalidade assim como por seus escritos. A ele é atribuído o sucesso em obrigar o Imperador Teodósio a fazer penitência por seus pecados e, assim, a admitir que estava sujeito aos mesmos ditames morais que os demais cristãos. Essa realização dramática de Ambrósio muito fez para estabelecer a tradição ocidental de que o clero, como servidor da Igreja, tinha o poder de disciplinar mesmo os mais elevados dirigentes seculares. Ambrósio também ajudou a cristianizar e latinizar a herança do ensinamento pagão. Jerônimo (aprox. 347-419) - Seus dotes lingüísticos o predispuseram para sua obra principal - a tradução da Bíblia em latim literário, dos vários textos hebraicos e gregos existentes. Sua tradução, conhecida como a Vulgata, ou Bíblia do Povo, foi amplamente utilizada nos séculos posteriores como compêndio para o estudo da língua latina, assim como para o estudo das Escrituras.
Apolinário, de Laodicéia - Bispo no séc. IV, colocara-se a serviço da ortodoxia e se fizera acérrimo defensor das doutrinas rigorosamente ortodoxas de Atanásio. Em seu zelo pela fé tradicional, Apolinário inverteu o erro de Ário, ao afirmar que o lógos divino preenche o lugar da alma racional em Jesus. Em Cristo havia apenas a natureza divina. Sua doutrina foi condenada no Concílio de Constantinopla, em 381. A atitude divinizante de Apolinário era reflexo da atmosfera mística da Igreja cristã de Alexandria. Nestório, bispo de Constantinopla - Os cristãos de Antióquia e de Roma eram muito mais realistas que os do Oriente. Para os teólogos do Ocidente a salvação nada significaria, se Jesus não tivesse sido plenamente humano. O principal representante dessa tendência era Nestório, bispo de Constantinopla a partir de 428. Para ele a Virgem Maria não deveria ser chamada theotókos (Mãe de Deus), mas simplesmente theokýmõn ou theophóros, portadora do cristo. Ela havia concebido apenas um homem, que, mais tarde, pela graça de Deus, se havia tornado instrumento da divindade. Nestório fazia questão de não misturar a natureza humana com a divina, muito embora tivesse que ressaltar, para isso, o caráter inteiramente humano de Jesus.
4 - Ascetismo e Monasticismo
Não podemos esperar compreender o espírito da primitiva Igreja Cristã sem entender seus ideais de ascetismo e monasticismo.
Por trás do movimento monástico, achava-se o zeloso cristão empenhando-se fervorosamente para conseguir a união de sua alma com Deus, mesmo enquanto ainda a viver na terra, bem como de preparar-se para essa união após a morte. A fim de realizar tal união, fazer com que a alma dominasse o corpo, procedia a uma vida solitária. Isso significava ascetismo, renúncia completa de todas as tentações do mundo material, aceitação voluntária de sofrimentos e privações. Para alcançar esse desapego do mundo, devia ele viver em solidão ou juntar-se com pequeno número de outros de espírito e temperamento idênticos. O impulso para o ascetismo e o monasticismo não é peculiar ao cristianismo. Aparece em outras religiões, tanto antes como depois do tempo de Cristo, e entre alguns indivíduos que não professam qualquer religião. No terceiro e quarto séculos, outras influências deram acrescida força ao impulso para o ascetismo e o monasticismo e levaram esses ideais a uma realização prática. Uma delas foi a influência das filosofias dualistas do gnosticismo e do neoplatonismo. Ainda que a Igreja condenasse essas filosofias como pagãs ou heréticas, cristãos zelosos não podiam deixar de dar ouvidos a seus ensinamentos - que se pareciam com os da própria Igreja - de que o universo é a arena de luta entre o bem e o mal, de que o mundo material é o reino do mal e o mundo espiritual é o reino do bem, e de que os homens, portanto, deveriam esforçar-se para entrar no mundo do espírito. Outra influência, contudo, surgiu das novas circunstâncias em que se achou a própria Igreja, desde que o Cristianismo se tornara uma religião aceita e mesmo oficial. Não mais, como nos séculos anteriores, podia o cristão demonstrar seu zelo simplesmente aceitando o risco do martírio ou dedicar-se a propagar a fé como missionário. Agora, os que desejavam dar prova heróica de seu devotamento religioso deviam procurar provações maiores do que as que lhes viriam simplesmente em virtude de serem cristãos e continuarem a tomar parte nos empreendimentos normais do mundo, ou mesmo em seguir a vocação do sacerdócio.
A Igreja como instituição não estabeleceu o monasticismo. Foi ele um movimento de entusiasmo e auto-sacrifício, imbuído de um espírito de negação referente ao mundo cotidiano, movimento de leigos que a Igreja depois abençoou como integrado em seu próprio espírito.
Esse movimento deu origem à criação dos conventos, uma vez que para levar uma vida de ascetismo era preferível agrupar-se em comunidades monásticas do que viver solitários como eremitas. Regras foram estabelecidas exigindo dos monges votos de pobreza, castidade e obediência a seus superiores, uma rotina de orações e meditações e a realização de certa espécie de trabalho. As rotinas prescritas eram rigorosas, mas não permitiam que os monges exagerassem seu ascetismo, pois mostrava como ideal a autodisciplina, em vez do autocastigo.
5 - Por que o Cristianismo Triunfou?
Qualquer estudo do começo do Cristianismo deve salientar seu triunfo posterior, dentro apenas de quatro séculos após a morte de Jesus. E isso inevitavelmente suscita a pergunta: por que obteve ele esse triunfo?
O próprio Cristianismo oferece resposta à indagação: a Igreja considera-se uma instituição divina, fundada por Deus e sustentada para sempre pelo poder da Divina Providência. Mas esta resposta somente satisfaz os que compartilham da fé cristã num poder sobrenatural. Outras respostas, baseadas na razão e na história, e não na fé religiosa, também podem ser dadas.
Uma dessas razões do sucesso do Cristianismo encontra-se na época do seu aparecimento. No tempo em que Jesus pregou sua mensagem, os homens de toda parte do Império sentiam a necessidade de uma nova religião. Perdera-se a confiança nas antigas crenças religiosas. Nada restava delas, a não ser a crença vaga de que Deus devia ser um e onipotente, e de que a ética devia basear-se num bem absoluto.
Outra explicação do sucesso da nova religião é a força da Igreja como instituição. A Igreja mostrou-se sábia ao preferir abrir a todos os que quisessem ser admitidos nela o ingresso em sua fraternidade: mulheres e homens, ricos e pobres, escravos ou livres, sem distinção de raças. Foi sábia, também, em adaptar-se aos costumes dos tempos, em todas as questões que não comprometessem suas crenças fundamentais.
O devotamento da Igreja ao princípio da fraternidade dos homens submetidos a Deus explica mais do que a razão pela qual o Cristianismo substituiu as outras religiões do antigo mundo mediterrâneo.
HERESIAS PRIMITIVAS
PELAGIANISMO - Doutrina que, professada no século IV, por Pelágio e seus partidários, é a primeira heresia do Ocidente cristão. O pelagianismo repousa essencialmente na concepção de acordo com a qual o homem pode sempre escolher igualmente entre o bem e o mal. Para o exercício dessa escolha, pensam, o homem dispõe livremente do seu corpo e de seus membros. Sua vontade está sempre pronta a enfrentar a dupla opção e só é plenamente livre enquanto permanece capaz dessa escolha. Pelágio, que era uma asceta (religiosos que renunciavam o mundo e praticavam mortificação), não deixa de insistir no valor do homem e de sua autonomia.
Desenvolve a idéia de que o homem é a obra-prima de Deus, do qual recebeu, por um privilégio único, a razão, quer dizer, a consciência de seus atos. Assim, é a razão que permite ao homem dominar as outras criaturas e os seres que lhe podem ser superiores pela força. É a razão que lhe permite conhecer Deus.
Os pelagianos só admitem o pecado pessoal, negando a existência do pecado original. A natureza humana, segundo eles, não pecou. Pecou apenas o indivíduo. Não é possível que alguém peque para com outrem, assim como não é possível que um redima o outro. O homem, único autor de sua queda, é também único autor de sua regeneração. A redenção de Cristo não teve por objetivo cancelar um pecado coletivo e hereditário do gênero humano. A finalidade da redenção seria apenas a de neutralizar, pelo bom exemplo do segundo Adão, o mau exemplo do primeiro Adão. Assim como este arrastou o homem para a morte, pela sua desobediência orgulhosa, assim também Jesus Cristo mostrou, com sua obediência humilde, o caminho da ascensão espiritual ao Deus que tudo perdoa.
Naturalista e racionalizante, mas sempre profundamente religiosa, a doutrina pelagiana recusa ferozmente toda concepção do pecado como causa da morte, bem como a de uma fraqueza moral herdada de uma falta primeira. Concebe dessa forma a redenção, ensinando que o homem pode, em virtude tão-somente de seu esforço pessoal, atingir a santidade perfeita.
MANIQUEÍSMO - O maniqueísmo é uma gnose. Como toda gnose, é essencialmente fundada em um "conhecimento" que traz com ele próprio a salvação, salva por si mesmo, pelo fato de que, revelando ao homem sua origem, o que era e onde estava antes de ser "jogado" no mundo, o torna consciente do que é em sua realidade própria, explica-lhe sua condição presente e o modo de libertar-se dela, garantindo-lhe o que virá a ser, o que é chamado a tornar-se: conhecimento que é, antes de mais nada, conhecimento simultâneo de si mesmo e de Deus em si e que pretende ser um saber absoluto.
Essa gnose se exprime em forma mítica. O mito se desenvolve, pois, em três fases: um "momento anterior"ou "passado", no qual havia distinção, dualidade perfeita de duas substâncias (espírito e matéria, o bem e o mal, a luz e as trevas); um "momento médio"ou "presente", no qual a mistura se produziu e continua a durar; um "momento futuro" ou "final", em que a divisão primordial será restabelecida. Aderir ao maniqueísmo, consiste pois, em professar essa dupla doutrina dos "dois princípios"ou das "duas raízes" e dos "três tempos" ou dos "três momentos".
DONATISMO - O donatismo é um cisma que dividiu a Igreja, na África, durante três séculos e meio, do fim da perseguição de Diocleciano aos cristãos (a era dos mártires) à invasão árabe. Divergências inconciliáveis estabeleceram-se entre os cristãos a respeito da atitude a assumir em face dos crentes e mesmo dos bispos que haviam falhado durante a perseguição. O bispo Donato organizou o partido dos intransigentes, para os quais a validade dos sacramentos dependia da santidade dos ministros. Do lado católico, estavam os partidários de Roma, liderados por Ceciliano, que formou seu partido, e que disputava com Donato pela sede de Cartago. Sobre os sacramentos e a teologia da Igreja, reflexão da qual Santo Agostinho participou amplamente, estabeleceu que o Cristo é o verdadeiro autor dos sacramentos, e que o papel dos clérigos era intermediar os ritos (batismo, por exemplo), pois a santidade dos sacramentos é do Cristo.
ARIANISMO - O arianismo - do nome de Arios, padre de Alexandria, do começo do século IV, tradicionalmente considerado o pai dessa heresia - é uma reflexão doutrinária visando a aprofundar o dogma cristão da Trindade e a esclarecer o problema das relações, no interior do Ser de Deus, das três pessoas: Pai, Filho e Espírito. Essa corrente de pensamento, declarada herética a partir do Concílio de Nicéia (325), surgiu em reação à pretensão da Igreja Romana de absorver a pessoa do Filho na pessoa do Pai, enquanto os arianos combatiam a unidade e a consubstancialidade em três pessoas da Trindade e sustentava que o Verbo, tirado do nada, era muito inferior a Deus Pai. Consideravam Cristo como essencialmente perfeito, mas negavam a sua divindade. Esta doutrina, sustentada por vários imperadores de Constantinopla, como Constâncio Valente, contrabalançou durante algum tempo o poder do catolicismo. Foi condenada pelo Concílio de Niceia (325). O Concílio de Constantinopla (381) desferiu-lhe rude golpe. Logo após a igreja primitiva ter sido formada, ela foi cruelmente atacada pela infusão cabalista, gnóstica e pagã. Os falsos mestres segmentaram e corromperam as doutrinas cruciais da igreja, o que levou às diversas filosofias heréticas adotadas até mesmo por muitos daqueles que eram contados entre os "Pais da Igreja". Como resultado dessa conspiração satânica, as advertências contra os falsos mestres aparecem em todas as epístolas do Novo Testamento. Uma dessas advertência é sucintamente apresentada em 2 Pedro 2:1-2: "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade."
De acordo com uma estimativa, um quarto dos Pentecostais Americanos adere na doutrina conhecida como Unicidade.’ Na história da igreja, muitos têm formulado independentemente uma forma de teologia Unicista incluindo, por exemplo, os modalistas e os Sabelianos na era ante¬Nicena, Miguel Scheppe, (1531), John Miller (1876), Andrew Urshan (1910), R.E.McAlister, John Seheppe, e Frank Ewart (1913), e a Verdadeira Igreja de Jesus na China (1917). Conseqüentemente a teologia Unicista não pode ser analisada somente pelo desenvolvimento histórico do movimento moderno Unicista; devem ser dada atenção séria aos textos bíblicos que tem induzido o reaparecimento persistente dentro da Cristandade. Este trabalho identificará os dogmas distintos da teologia Unicista da perspectiva de um Pentecostal Unicista, e apresenta sua base bíblica, e compara-o com o trinitarianismo.
A doutrina Unicista pode ser apresentada sucintamente em duas propostas: (1) há um só Deus indivisível sem distinção de pessoas: (2) Jesus Cristo nEle está toda a plenitude da Divindade encarnada, Todos os títulos da Deidade podem ser aplicados para Ele e todos aspectos da personalidade divina estão manifestados nEle.
MONOTEÍSMO RADICAL
A base da teologia Unicista é um conceito radical de monoteísmo. Simplesmente declara, Deus é absolutamente e indivisivelmente um. Não há distinções ou divisões essencial em Sua natureza eterna, Todos os nomes e títulos da Deidade, tais como Elohim, Yahweh, Adonai, Pai, Verbo, Espírito Santo referem-se a um e o mesmo ser, ou - em terminologia trinitariana de uma pessoa. Qualquer pluralidade associada com Deus é somente uma pluralidade de atributos, títulos, papéis, manifestações, modos de atividades, ou relacionamentos do homem. Esta é a posição histórica de judaísmo. Tanto crentes Unicistas como judeus encontram a expressão clássica desta fé em Deuteronômio 6:4: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR”.Muitas outras passagens no Antigo Testamento, particularmente em Isaias, afirma o monoteísmo estrito e são interpretadas literalmente de modo a excluir qualquer pluralidade na Deidade. Por exemplo:
“... antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu SOU o SENHOR, e fora de mim não salvador.” (Isaias 43:10-11). “... eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim." (Isaias 46:9).
Nenhuma passagem no Antigo Testamento declara explicitamente a doutrina trinitariana; uma não pode derivá-la de uma exegese de somente textos do Antigo Testamento. Se a triplicidade é uma parte essencial da natureza de Deus, Ele não revelou isto para Seu povo escolhido. Se correto, o trinitarianismo é o único aspecto chave da natureza de Deus totalmente desconhecida no Antigo Testamento, mas revelada no Novo Testamento. Se Deus é uma trindade, então Abraão, o pai dos fiéis de todas épocas, não compreendeu a natureza da Deidade a quem ele adorava. Os crentes Unicistas dão as seguintes explicações para as passagens do Antigo Testamento que os trinitarianos citam quando aludem à trindade.
* O uso da palavra plural Elohim, não denota uma pluralidade de pessoas, mas é uma maneira característica para expressar a grandeza OU majestade na linguagem hebraica.
* O uso do plural divino na frase. “Façamos o homem à nossa imagem" pode ser examinado de várias maneiras (1) Deus conversando com os anjos (como os judeus explicam); (2) Deus tomando conselho com a Sua própria vontade (como em Efésios 1: 11): (3) um pronome simplesmente no plural que concorda com o substantivo plural Elohim; (4) um plural de majestade ou literário: ou (5) uma referência profética à manifestação futura do Filho de Deus. E importante notar que, em cumprimento a este versículo, Deus criou Adão como uma pessoa, com um corpo, mente, personalidade, espírito e vontade. (Gênesis 1:27) - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (sempre se referindo no singular)
* Referenciais ao Filho são profético do homem Cristo, apontando para a manifestação futura de Deus em carne.
* Referências ao Espírito de Deus, a Palavra de Deus e a sabedoria de
Deus não significa uma pluralidade de pessoas, assim como quando se fala do espírito, da palavra, ou sabedoria de um homem.
* Todas as teofanias do Antigo Testamento podem facilmente ser vista como
manifestações do único Deus, que é onipresente, onipotente. Enquanto a expressão, “o anjo do SENHOR” aparentemente é uma teofania em muitas pas¬sagens, ocasionalmente a frase denota um anjo literal distinguido de Deus.
* As atribuições a Deus de partes do corpo humano é antropomorfismo, já
que o único corpo físico permanente de um Deus que é Espírito é o do Filho de Maria.
* Freqüentemente os trinitarianos explicam que as passagens monoteísticas usadas para mostrar a Unicidade meramente falam da harmonia perfeita e da união dentro da trindade, e excluem uma pluralidade de divindades falsas; mas não uma pluralidade de pessoas no verdadeiro Deus. No entanto, nem os escritores bíblicos e nem os seus leitores originais entenderam assim. Além disso, este ponto de vista permitiria o politeísmo total, pois muitas divindades distintas poderiam viver em perfeita harmonia e união.
Os trinitarianos sugerem que a palavra hebraica usada para descrever a Unicidade de Deus é echad, que pode significar um em harmonia. Entretanto, também pode significar unicidade numérica absoluta, e é usada desta maneira muitas vezes nas Escrituras. E deve ser interpretada assim quando fere-se a Deus, ou então não excluiria o politeísmo como passagens em questão claramente pretendem. Até a importância que echad conota uma união de coisas plurais, significa a união dos atributos múltiplos de Deus.
Mudando para o Novo Testamento, os expoentes da Unicidade enfatizam a importância de exegetas na luz do contexto e cultura. Os oradores e escritores originais eram judeus estritamente monoteístas que não tinham pensado de introduzir uma nova e dramática revelação de pluralidade na Divindade. Nem escritores nem leitores pensavam em categorias trinitarianas, pois tanto a doutrina e a terminologia da trindade ainda não haviam sido formuladas. Muitas passagens do Novo Testamento confirmam o monoteísmo do Antigo Testamento. Nenhum dos testamentos usa a palavra trindade, ou associa a palavra três ou a palavra pessoas com a Deidade de maneira significativa. A única passagem que usa a palavra pessoa (hypostasis) em relação a Deus é Hebreus 1 :3, onde diz que o Filho é a expressa imagem da sua pessoa [Edição Revista e Corrigi da] - literalmente "substancia" - não uma pessoa ou substância separada de Deus.
Enquanto os trinitarianos reconhecem que a sua dou trina da Divindade é um mistério para mentes humanas que são finitas. Os adeptos Unicistas sustentam que a Unicidade de Deus não é mistério, porém é claramente revelada na Escritura para aqueles que crerem. Para estes, o verdadeiro mistério da Divindade é a Encarnação (1 Timóteo 3:16), e que tem sido revelado.
Avaliando a posição da Unicidade, é interessante notar as conclusões da The New Catholic Encyclopedia: "Há o reconhecimento da parte de exegetas e teólogos bíblicos... que não se deve falar de Trinitarianismo no Novo Testa mento sem sérias qualificações... a exegese do Novo Testa mento já provou que tanto as formas de expressão quanto a maneira de pensar é característica do desenvolvimento patrístico e conciliário teria sido algo desconhecido para as mentes e cultura dos escritores do Novo Testamento". Do mesmo modo, o teólogo Protestante Emíl Brunner escre veu. A própria doutrina da Trindade, entretanto, não é uma doutrina Bíblica e este fato não é por acaso, mas por necessidade. É o produto de reflexão teológica acerca do problema... A doutrina eclesiástica da Trindade não é somente o produto de genuíno pensamento Bíblico, mas também o produto de especulação filosófica, o que é distante do pensamento Bíblico.
A DEIDADE ABSOLUTA DE JESUS CRISTO
Teólogos Unicistas identificam Jesus Cristo como a encarnação do único Deus, baseando-se em uma interpretação literal de Colossenses 2:9-10 que diz, "Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados, Ele é o cabeça de todo principado e potestade.”
Todos os nomes e títulos da Deidade — assim como Yahweh, Pai e Espírito Santo - podem ser aplicados propriamente a Jesus. Jesus não é a mera encarnação de uma pessoa de uma Trindade, mas a encarnação de todo o caráter, qualidade e personalidade do único e indivisível Deus.
A Unicidade afirma em termos fortes que Jesus é Deus, o mesmo do Antigo Testamento, e sustenta que os escritores do Novo Testamento tencionavam isto quando chamavam Jesus de Deus. Isto é, o único e somente Deus do Antigo Testamento se encarnou como Jesus Cristo. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (11 Coríntios 5:19). Para usar a terminologia bíblica, Jesus é a imagem do Deus invisível. Deus manifesto em carne, nosso Deus e Salvador, e a expressa imagem da substância de Deus. W. A. Críswell, pastor da Primeira Igreja Batista de Dallas. Texas, e que no passado foi presidente da Convenção Batista do Sul, descreveu a deidade de Cristo em termos idênticos aos usados pelos unicistas nos seus Sermões Expositivos Sobre o Apocalipse.
Freqüentemente não entendo as pessoas que pensam que no céu verão três Deuses. Se você pensa que verá três Deuses, então o que os Muçulmanos dizem acerca de você é verdade, e que o seu vizinho Judeu diz acerca de você é verdade. Você não é um monoteísta, você é um politeísta. Você crê numa multiplicidade de Deus, plural. “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Conhecemos Deus como nosso Pai, conhecemos Deus como nosso Salvador e conhecemos Deus pelo Seu Espírito em nossos corações. Mas não há três Deuses. O verdadeiro Cristão é um monoteísta. Há um Deus”. Eu e o Pai somos um.” “Quem me vê a mim, vê o Pai.” É o Senhor Deus quem fala. É Ele a quem João viu quando voltou-se. O único Deus que você verá é o Senhor Deus a quem João viu na visão do candelabro. O único Deus que você sentirá é o Espírito do Senhor Deus em seu coração. O único Deus que existe: é o grande Pai de todos nós. O único Senhor Deus. é Cristo. No Antigo Testamento nós O chamamos de Jeová. No Novo Testamento, a Nova Aliança, nós O chamamos de Jesus. Hoje, o único grande Deus, apresenta-se em autoridade e em juízo e em dignidade judicial entre Suas Igrejas velando por nós. “Eu vi um semelhante [um grande símbolo místico] a Filho de homem É o próprio Senhor Deus que virá, pois Cristo Jesus é o Deus do Universo. Não veremos três Deus no céu. Nunca pense que na glória nós veremos Deus Nº 1 e Deus Nº 2 e Deus Nº 3. Não! Somente há um Senhor Deus. Nós O conhecemos como nosso Pai, nós (3 conhecemos como nosso Salvador, nós o conhecemos como o Espírito Santo em nossos corações.
Há um Deus e este é o grande Deus, que foi chamado no Antigo Testamento, Jeová, e, no Novo Testamento manifestado em carne, é chamado de Jesus. o Príncipe dos céus, aquele que virá .
A UNICIDADE ATRIBUI A JESUS TODOS
OS TÍTULOS DA DEIDADE
* Jesus é o Jeová do Antigo Testamento. Isto é estabelecido ao examinar muitas declarações do Antigo Testamento concernentes a Jeová que o Novo Testamento atribui a Jesus. Por exemplo, em Isaias 45:23 Jeová disse.
“Diante de mim se dobrará todo o joelho, e jurará toda língua, mas em
Romanos 14:10-11 e Filipenses 2:10-l1, Paulo aplica esta profecia à Cristo.
O Antigo Testamento descreve Jeová como Todo Poderoso. Eu sou, único Salvador. Senhor dos senhores, Primeiro e Ultimo, único Criador, único Santo, Redentor, Juiz, Pastor e Luz; no entanto o Novo Testamento atribui todos estes títulos a Jesus Cristo.
*Jesus é o Pai. “E o seu nome será... Deus Forte, Pai d a Eternidade,”
(Isaias 9:6). “Eu e o Pai somos um" (João 10:30). “O Pai está em mim, e eu estou no Pai” (João 10:38). Quem me vê a mim, vê o Pai” (João 14:9). Jesus é o pai os vencedores (Apocalipse 21:6-7), e Ele prometeu não deixar os Seus discípulos órfãos (João 14:18). A Bíblia atribui muitas obras a ambos, tanto ao Pai como a Jesus: ressuscitar o corpo de Cristo, enviar o Consolador, atrair os homens a Deus, responder orações, santificar crentes e ressuscitar os mortos.
* O Espírito Santo é literalmente O Espírito que estava em Jesus Cristo. “ 0 Espírito da verdade.., habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vos outros" (João 14:17-18). “O Senhor é o Espírito"
(II Coríntios 3:17). O Espírito Santo é o Espírito do Filho e o Espírito de Jesus Cristo (Gálatas 4:6: Filipenses 1:19). O Novo Testamento atribui as seguintes obras tanto a Jesus como ao Espírito Santo: mover sobre os antigos profetas, ressuscitar o corpo de Cristo, ser o Consolador, dar palavras aos crentes na hora da perseguição, interceder, santificar, e habitar nos crentes. Apesar de não rejeitar o trinitarianismo, Lewis Smedes reconheceu.
“A experiência do Espírito é a experiência com o Senhor. Na época atual, o Senhor é o Espírito.., O Espírito é Jesus, o que foi assunto, operando na terra... O Espírito é Cristo em sua função redentora... Isto sugere que nós não cumprimos o propósito bíblico ao insistir que o Espírito como uma pessoa que é separada da pessoa cujo nome é Jesus.
Finalmente, os que ensinam a Unicidade identificam Jesus como Aquele que se assenta no trono celestial, ao comparar a descrição de Jesus em Apocalipse 1 com o daquele assentado no trono em Apocalipse 4, e notar que "Deus e o Cordeiro” é um só ser em Apocalipse 22:3-4. Conforme Bernard Ramm, os trinitários são ambíguos quanto ao fato de verem um ser divino ou três seres divinos no céu, mas os crentes Unicistas rejeitam firmemente qualquer noção de três seres visíveis como triteismo.
Pai - Filho - Espírito Santo
Crer na Unicidade não significa negar o Pai, o Filho, e Espírito Santo. Ela simplesmente oferece definições não trinitária para estes termos bíblicos. O título de Pai refere-¬se ao papel de Deus como pai de toda a criação, pai do Filho unigênito e pai de todo o crente nascido de novo. O título de Filho refere-se à encarnação de Deus, pois o homem Cristo foi literalmente concebido pelo Espírito de Deus (Mateus 1 : 18-20; Lucas 1:35). O título de Espírito Santo descreve a característica fundamental da natureza de Deus. A santidade forma a base de Seus atributos morais, enquanto a espiritualidade forma a base dos Seus atributos não morais. O título especificamente refere-se a Deus em atividade, particularmente Seu trabalho de ungir, regenerar, e habitar no homem.
Portanto, a Unicidade afirma os múltiplos papéis e funções descritos pelos termos Pai, Filho e Espírito. No entanto, diferente do trinitarianismo, ela nega que estes três títulos reflitam uma triplicidade essencial na natureza de Deus e afirma que todos os títulos aplicam-se a Cristo simultaneamente. Os termos podem também ser entendido na revelação de Deus ao homem: Pai refere-se a Deus em seu relacionamento familiar com o homem; Filho refere-se a Deus manifestado em carne; e Espírito refere-se a Deus em atividade. Por exemplo, um homem pode ter três relacionamentos significativos ou funções - assim como administrador, professor, e conselheiro - e ainda ser uma só pessoa no pleno sentido da palavra. Deus não define-se e nem limita-se a uma triplicidade essencial. Como já vimos, a natureza divina de Jesus Cristo o Filho de Deus é identificado como o Pai e o Espírito Santo. Além do mais, o Pai e o Espírito Santo são identificados como um único e mesmo ser: o termo Espírito Santo descreve o que o Pai é, O Espírito Santo é literalmente o Pai de Jesus, desde que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. A Bíblia chama o Espírito Santo o Espírito de Jeová, o Espírito de Deus e o Espírito do Pai. A Bíblia atribui muitas das obras de Deus o Pai ao Espírito também, assim como ressuscitar Cristo e habitar, consolar, santificar e ressuscitar os santos.
Os que ensinam a Unicidade oferecem as seguintes explicações para passagens do Novo Testamento muitas vezes usadas para demonstrar a existência de uma Trindade.
* Referências no plural ao Pai e o Filho simplesmente fazem distinção entre a deidade e a humanidade de Cristo.
Outras referências a Deus no plural fazem distinção entre várias manifestações, atributos, papéis ou relacionamentos que o único Deus tem.
Por exemplo, II Coríntios 13:13 descreve três aspectos, atributos, ou obras de Deus ¬graça, amor, c comunhão - e os liga com nomes ou títulos que correspondem mais diretamente com estas qualidades ¬Senhor Jesus Cristo, Deus, e Espírito Santo. Assim também, em I Pedro 1:2 menciona a presciência de Deus Pai, a santificação do Espírito, e o sangue de Jesus.
* O batismo de Cristo não pretendia apresentar aos judeus devotos espectadores uma doutrina nova radical de pluralidade na Divindade, mas significativa a unção autorizada de Jesus como o Messias. Uma compreensão correta da onipresença de Deus dissipa qualquer noção que a voz celestial e a pomba requerem pessoas separadas.
* A descrição de Cristo do Espírito Santo com o “ou¬tro Consolador” em João
14 indica uma diferença de forma ou de relacionamento, isto é, Cristo em Espírito antes do que em carne.
* João 17 fala da união do homem Cristo com o Pai. Como um homem. Cristo era um com Deus em mente, propósito e vontade. e nós podemos ser um com Deus neste sentido. Entretanto, outras passagens ensinam que Cristo é um com Deus num sentido que nós não podemos ser, porque Ele é o próprio Deus.
* Dizer que Jesus está à mão direita de Deus não significa uma posição física de dois seres com dois corpos. pois Deus é um Espírito e não tem um
corpo físico fora de Jesus Cristo. Tal ponto de vista seria distinguível
do diteismo. Antes, a frase é uma expressão idiomática do Antigo Testamento, denotando que Cristo possui todo o poder, autoridade, e preeminência de Deus.
* As Epístolas de Paulo incluem tipicamente uma saudação tais como: "Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1:7). Isto enfatiza a necessidade de reconhecer não somente os papéis de Deus como Pai e Criador, mas também a revelação de Deus em carne como Jesus Cristo. A conjunção Grega kai pode significar mesmo”, identificando assim o Pai e Jesus como o mesmo ser. Em passagens semelhantes, tais como II Tessalonicenses 1:2 e Tito 2:13, deve-se aplicar a lei de Granville Sharp: Se dois substantivos próprios do mesmo gênero, número, e caso são ligados com kai, e se o primeiro tem o artigo definido e o segundo não, então ambos falam da mesma pessoa.
* “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo:” denota um relacionamento de aliança assim como " o Deus de Abraão.” Isto serve para nos lembrar das promessas que Cristo conquistou como um homem sem pecado, promessas do “Deus de Jesus Cristo,, que estão disponíveis àqueles que têm fé em Cristo.
* O kenosis de Cristo descrito em Filipenses 2:6-8 não significa que Cristo se esvaziou dos atributos divinos, como onipresença, onisciência e onipotência, senão Cristo seria meramente um semi-deus. O Espírito de Cristo reteve todos os atributos da deidade mesmo quando Ele manifestou todo o Seu caráter em carne. Esta passagem somente referem-se às limitações de Cristo imposta nEle relativa a Sua vida humana. O kenosis foi uma rendição voluntária de glória, dignidade e prerrogativas divinas, não uma abdicação de Sua natureza divina. A união de deidade e humanidade que era Jesus Cristo, era igual a Deus e procedia de Deus, mas se tornou humilde e obediente até a morte.
* A visão daquele sobre o trono e do Cordeiro em Apocalipse 5 é apenas simbólica. Aquele que se assenta no trono representa toda a Deidade, enquanto o Cordeiro representa o Filho em Seu papel sacrifical humano.
O Filho
Conforme temos visto, os expoentes da Unicidade explicam que o termo Filho fala da manifestação do único Deus em carne. Eles afirmam que Filho pode referir-se à natureza humana de Cristo somente (como em “o Filho morreu”) ou à união de deidade e humanidade (como em “o Filho voltará à terra em glória”). Entretanto, eles insistem que o termo não pode ser usado quando separado da encarnação de Deus; nunca pode apenas referir-se à deidade. Eles rejeitam o termo Deus Filho,” não bíblico, a doutrina do Filho eterno, e a doutrina da geração eterna. A frase “o Filho unigênito” não refere-se ao fato que o Filho foi gerado do Pai, por uma geração espiritual inexplicável, mas refere-se à concepção miraculosa de Jesus no ventre da virgem pelo Espírito Santo.
Para estabelecer o princípio da existência do Filho, os crentes Unicistas indicam as seguintes passagens das Escrituras: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente Santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35).
“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4). “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hebreus 1:5). Eles apontam para o tempo em que o papel distinto do Filho terminará, quando o propósito redentor para o qual Deus se manifestou em carne não existirá mais. Isto não implica que o corpo imortal glorificado de Cristo deixará de existir, mas que a obra de mediador e o reinado do Filho findarão. O papel do Filho será imergido pela grandeza de Deus, que permanecerá em Seu papel original como Pai. Criador. e Soberano de todas as coisas. “Então o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Coríntios 15:28).
Os crentes Unicistas enfatizam as duas naturezas de Cristo, usando este fato para explicar as referências no plural ao Pai e Filho contidas nos Evangelhos. Como Pai. Jesus as vezes agia e falava de Sua auto-consciênciadivina: como Filho Ele algumas vezes agia e falava de Sua autoconsciência humana.’4 As duas naturezas nunca entravam em conflito, porque elas estavam unidas em uma só pessoa. Apesar de darem ênfase às duas naturezas de Cristo, os que ensinam a Unicidade têm dado inadequada atenção à muitas áreas da Cristologia. Alguns têm feito declarações que parecem de Apolinário [que defendia o adocianismo, ou seja que Jesus foi adotado à posição de Filho de Deus: por um ato de Deus],pois deixam de definir e usam termos com precisão, mas estudiosos da Unicidade rejeitaram opressivamente esta implicação. A Unicidade se desenvolveu cuidadosamente, pode ser vista como compatível com a formulação Cristológica do Concílio de Calcedânia, isto é, que Cristo tem duas naturezas completas — deidade e humanidade — mas é somente uma pessoa. Entretanto, os crentes Unicistas não se baseiam nos credos para formular posições doutrinárias, mas baseiam-se apenas nas Escrituras, que revelam a plena deidade de Cristo, a plena humanidade de Cristo, e a união essencial e total de deidade e humanidade na Encarnação.
Em alguns casos, os crentes Unicistas têm tomado posições Cristológicas não somente inconsistente com a Calcedônia, mas também com a sua própria posição na Unicidade. Por exemplo, alguns têm explicado o clamor de Cristo na cruz, “Deus meu. Deus meu porque me desamparaste?” como sinal que o Espírito de Deus deixou Jesus naquele momento. Este ponto de vista não apenas destrói a união da pessoa de Cristo, mas também afeta a crença em sua deidade absoluta. E mais consistente ver isso como expressando a punição que Cristo sofreu quando Ele tomou sobre Si os pecados do mundo. Ele de fato provou a morte por todos os homens; Ele sentiu a separação total de Deus que o pecador sentirá na eternidade.
Entre os meios Unicistas existem várias opiniões acerca da possibilidade de Cristo pecar. Urna aplicação consistente de princípios da Unicidade indicaria que Cristo era irrepreensível. As vezes, alguém diz que Jesus conscientizou da Sua deidade ou tornou-se plenamente divino em algum momento de Sua vida adulta, como por exemplo em Seu batismo. Esta posição é inconsistente com as doutrinas Unicistas do Filho gerado. e da absoluta deidade de Cristo. e é portanto rejeitada pelo movimento.
Os que ensinam a Unicidade dão as seguintes explicações para dúvidas levantadas com respeito à Sua doutrina do Filho.
* De acordo com Hebreus 1:2, Deus criou o mundo através do Filho.
Certamente. o Espírito (Deus) que estava no Filho era também o Criador do mundo. Esta passagem também pode indicar que baseou a inteira obra da criação sobre a fritura manifestação do Filho. Deus na Sua presciência sabia que o homem pecaria, mas Ele também sabia que através do Filho o homem poderia ser salvo e poderia cumprir o propósito original de Deus na criação.
Como John
Milier declarou, "Apesar de Ele não tomar sobre Si a humanidade até a plenitude do tempo, no entanto Ele a usou. e agiu através dela, desde a eternidade".
* Hebreus 1:6, o Filho é chamado de primogênito ou primeiro a nascer. Uma interpretação deste versículo segundo Ário diria que Deus criou um Filho divino antes de qualquer coisa que Ele criou, porém isto não é inconsistente com a teologia da Unicidade, e este movimento rejeita firmemente qualquer forma de Arianismo. O Filho é o primogênito no sentido da humanidade:
(1) Ele é o Filho primogênito e o unigênito. tendo sido concebido pelo Espírito;
(2) A Encarnação existiu na mente de Deus desde o princípio e formou a base para todas as ações subseqüentes;
(3) Como homem.
Jesus é o primeiro a vencer o pecado, e é portanto O primogênito da família espiritual de Deus;
(4) Como homem. Jesus é o primeiro a vencer a morte, e é portanto o primogênito da ressurreição;
(5) Somente como primogênito tem a posição de preeminência. Jesus também é o cabeça de toda a criação e da igreja.
* Jesus existiu antes da Encarnação, não como Filho eterno mas como o eterno Espírito de Deus. O Filho foi enviado do Pai, mas esta terminologia simplesmente indica que o Pai estava colocando em ação o plano preexistente em um certo momento, e que o Filho foi divinamente apontado para concluir uma tarefa específica. Do mesmo modo. João Batista foi um homem enviado por Deus, mas ele não existiu antes da sua chegada ao mundo.
* As orações de Cristo representam a luta da vontade humana, submetendo-se à vontade divina. Elas representam Jesus orando de Sua auto-consciência humana e não da divina, pois Deus não precisa orar. Assim podemos explicar outros exemplos da inferioridade do Filho em poder e conhecimento. Se estes exemplos demonstram uma pluralidade de pessoas, eles estabelecem a subordinação de uma pessoa à outra, ao contrário da doutrina trinitariana de igualdade.
* Outros exemplos de comunicação, conversação ou expressão de amor entre Pai e Filho são explicados como comunicação entre as naturezas divina e humana de Cristo. Se usado para demonstrar urna distinção de pessoas; eles estabeleceriam centros de consciência separado na Divindade, que é de fato politeísmo.
O Logos
O Logos (Verbo) de João 1, não é equivalente ao título Filho na Teologia Unicista como é no trinitarianismo. O Filho está limitado à Encarnação, mas o Logos não está. O Logos é a auto-expressão de Deus, “a maneira de Deus de auto revelar-se” ou “Deus se expressando.” Antes da Encarnação, o Logos era o pensamento inexpressado ou o plano na mente de Deus, e era real como nenhum pensamento humano pode ser, devido a perfeita presciência de Deus, e no caso da Encarnação, devido a predestinação de Deus. No princípio, o Logos estava com Deus, não como uma pessoa separada mas com o próprio Deus — parte de Deus e pertencente a Deus, assim como um homem e sua palavra. Na plenitude do tempo Deus colocou carne no Logos; Ele expressou a Si mesmo em carne.
Teologia do Nome
A Unicidade dá farte ênfase à doutrina do nome de Deus como expressado tanto no Antigo como no Novo Testamento. Para as pessoas dos tempos bíblicos, “o nome é uma parte da pessoa, uma extensão da personalidade do individuo”. Especificamente, o nome de Deus representa a revelação da Sua presença, caráter, poder e autoridade. No Antigo Testamento, Yahweh (Jeová) era o nome redentor de Deus e o nome singular pelo qual Ele distinguiu-se dos deuses falsos. Todavia, no Novo Testamento, os que ensinaram a Unicidade afirmam que Deus acompanhou a revelação de Si próprio em carne com um novo nome. Este nome é Jesus, que inclui e toma o lugar de Yahweh, pois literalmente significa Yahweh — Salvador, ou Yahweh é Salvação. Apesar de outros levarem o nome Jesus, o Senhor Jesus Cristo é o único que realmente é o que o nome descreve.
Enquanto os trinitarianos vêem o nome Jesus como o nome humano de Deus Filho, os crentes Unicistas vêem este nome como o nome redentor de Deus no Novo Testamento, que tem o poder e a autoridade que a igreja necessita. Eles apontam para estas passagens das Escrituras: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). “E não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:1 2). “Por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10:43). “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira, e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2:9-10). “E tudo o que fizerdes, seja em palavras, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17).
Eles notam que a Igreja Primitiva orava, pregava, ensinava, curava os enfermos, operava milagres, expulsava demônios e batizava no nome de Jesus.
O nome de Jesus não é uma fórmula mágica: ele só tem efeito através da fé em Jesus e de um relacionamento com Ele. Todavia o Cristão deve usar o nome de Jesus falando em oração e no batismo, como uma expressão externa de fé em Jesus e obediência à Palavra de Deus.
FÓRMULA PARA O BATISMO NAS ÁGUAS
A teologia do Nome e a rejeição do trinitarianismo exige o uso de uma fórmula batismal Cristológica. O movimento Unicista ensina que o batismo nas águas deve ser administrado invocando o nome de Jesus. Geralmente, os títulos de Senhor ou Cristo, são usados como uma identificação adicional, como foi feito no Livro dos Atos. Expoentes da Unicidade mostram que cada vez que a Bíblia descreve a fórmula usada em um batismo, sempre descreve o nome de Jesus (Atos 2:38: 8:16; 10:48; 19:5: 22:16). Além destes relatos históricos no Livro de Atos, as epístolas usam muitas alusões à fórmula batismal do nome de Jesus (Romanos 6:4; I Coríntios 1:13; 6:11; Gálatas 3:27; Colossenses 2:12).
Mateus 28:19 dá atenção especial, porque é a única passagem bíblica que possivelmente poderia ser interpretada como uma alusão a qualquer outra fórmula. É explicado como segue:
* A gramática do versículo denota um nome singular, sendo que Jesus é ao mesmo tempo Pai, Filho e Espírito, e sendo que Ele veio em nome de Seu Pai e enviará o Espírito em Seu nome, o único nome de Mateus 28:19 tem que ser Jesus. Muitos trinitários reconhecem que o nome é singular e identificam-no como Yahweh. Crentes Unicistas mostram que o nome salvador de Deus no Novo Testamento não é Yahweh mas Jesus.
O contexto exige uma fórmula Cristológica. De fato. Cristo disse. ‘Eu tenho toda a autoridade, portanto ide e fazei discípulos, batizando- os em meu nome. Outra vez, muitos estudiosos trinitários reconhecem a força deste argumento. Conseqüentemente argumentam que este versículo não relata a ipsissima verba [palavra exata] de Jesus, mas que é uma paráfrase por Mateus ou mesmo uma mudança litúrgica feita por copistas. E importante notar que Fusébio muitas vezes citou este versículo perante o Concílio de Nicéia, dizendo "em meu nome." Outros trinitários propõem que a igreja originalmente não via este versículo como uma fórmula batismal. Para crentes Unicistas que aceitam as palavras de Mateus 28:19 como estão, isto não apresenta um problema textual; eles vêem as palavras existentes como uma descrição da fórmula do nome de Jesus.
* Os relatos paralelos da Grande Comissão em Marcos 16 e Lucas 24, ambos descrevem o nome de Jesus.
* A Igreja Primitiva, que incluía Mateus, cumpriu as instruções de Cristo, batizando em nome de Jesus.
Enquanto historiadores da Igreja de um modo geral concordam em que a fórmula original do batismo era realmente "em o nome de Jesus" nem todos os trinitarianos concordam que esta frase bíblica denota invocar oralmente o nome de Jesus. Os que ensinam a Unicidade acham que sim porque:
* Esta é a maneira mais natural e literal de ler.
* Em Atos 22:16. Ananias falou para Paulo invocar o nome do Senhor no batismo.
* Atos 15:7 e Tiago 2:7, indicam que o nome de Jesus foi invocado por cristãos em várias ocasiões específicas. Neste último versículo. The Amplified Bible [A Bíblia Amplificada versão no inglês] identifica isto como o batismo nas águas.
* Quando os discípulos oravam, impunham as mãos sobre os doentes e expulsavam demônios "em nome de Jesus,” eles sempre invocavam oralmente o nome (Atos 3:6; 16:18; 19:13).
* A frase realmente significa o poder e autoridade de Jesus, mas o poder e autoridade representado por um nome é sempre invocado por usar de fato o nome próprio.
* Se esta frase não descreve uma fórmula batismal, então nem Mateus 28:19, já que a construção gramatical é idêntica. Todavia, isto deixaria a igreja sem qualquer meio para distinguir o batismo cristão do batismo pagão, do batismo judaico de prosélitos, e do batismo de João.
* Apesar de haver diferenças nas palavras exatas ditas em cada relato batismal, todos (inclusive Mateus 28:19) descrevem o mesmo nome: JESUS.
A estratégia de Lúcifer desde os dias de Pedro não mudou. Os termos eram cristãos, mas as definições e práticas eram gnósticas ou pagãs. Esse sincretismo do puro cristianismo com as religiões ocultistas culminou com o advento de muitos grupos pseudo-cristãos e as seitas. O mais notável, é claro, foi evidenciado na ascensão da Igreja Católica Romana e do papado. Contrariamente à crença popular mal-orientada, os papas não são sucessores do apóstolo Pedro (não há uma evidência histórica verdadeira de que Pedro realmente esteve em Roma). Os papas são, entretanto, os sucessores do Imperador Romano Constantino. Foi Constantino quem legalizou o cristianismo com a esperança de unificar um Império fragmentado e decadente. Ele mudou a capital do império para Constantinopla em 330, deixando o bispo de Roma a cargo do Ocidente. (3) Ele próprio, entretanto, continuou adorando o deus-sol. Embora Constantino tenha permanecido pagão pelo resto de sua vida, manteve influência sobre os negócios do que tinha se transformado a igreja "estatal" no Império. (Essa influência foi evidenciada pelo fato de ter ele mesmo convocado o Concílio de Nicéia.) Posteriormente, Teodósio, o Grande, tornou o cristianismo a religião oficial do Império, e a participação na igreja tornou-se obrigatória por lei. (Podemos apenas imaginar o efeito que isso teve sobre o caráter espiritual da igreja.) (4) Neste ponto, os templos pagãos foram transformados em igrejas, as estátuas de Júpiter tornaram-se estátuas de Pedro, as imagens de Ísis e Vênus tornaram-se imagens da "virgem abençoada", e a mistura do paganismo com o cristianismo resultou nas diversas doutrinas sem base bíblica e as tradições da Igreja de Roma. Justiniano I (527-565), o maior de todos os imperadores, regulamentava todas as questões teológicas definindo o Bispo de Roma como o "líder de todas as santas igrejas", lançando assim a base legal para a supremacia papal. (5) O papado envolveu-se em intrigas políticas internacionais a partir de 678, com o assassínio do rei merovíngio Dagoberto II. A Igreja orquestrou o fim da Dinastia Merovíngia em uma tentativa fracassada de garantir o título de "Rei de Jerusalém" para o papa. (6) A autoridade papal foi então grandemente expandida em 750 com a assim chamada "descoberta" de um documento conhecido como a "Doação de Constantino" (em 1440, Lorenzo Valla provou que esse documento foi uma falsificação) (7) Esse suposto documento do ano 312 dava oficialmente ao bispo de Roma os símbolos e as vestes imperiais do Imperador, que tornaram-se propriedades da Igreja. Ele declarava que o bispo de Roma era o "Vigário de Cristo" e oferecia-lhe o status de Imperador. As vestes foram supostamente devolvidas a Constantino, que as vestia com permissão eclesiástica, mais ou menos como um empréstimo. (8) Com esse documento em mãos, a Igreja reivindicou o direito de coroar e depor os monarcas, e o papa tornou-se o supremo mediador entre Deus e os reis. (9)
A influência dos imperadores nos assuntos da Igreja para suportar uma máquina imperial que estava entrando em colapso resultou em uma profunda e rápida apostasia. Em poucos séculos, "o cristianismo transformou-se em algo totalmente diferente de seu início, como Jesus Cristo e seus apóstolos ensinaram. Tornou-se uma filosofia pagã sofisticada influenciada pelos ensinos sobre um Deus transcendente e onipotente." (10) Com essa infidelidade espiriitual veio uma espiral decadente na moralidade da hierarquia da Igreja Católica Romana. O poder absoluto começou a corromper absolutamente, e aqueles que se opunham aos ensinos da Igreja logo tornaram-se alvo da sua ira. A perseguição aos dissidentes tornou-se a ordem do dia, e a Igreja começou a encarcerar os "heréticos", e a confiscar suas propriedades. Em 1203, o papa Inocêncio III publicou um decreto da Inquisição para erradicar a heresia do sul da França e da Itália. (11) Inocêncio III, naquilo que chamou de "a realização que coroou seu papado", ordenou o massacre de 60.000 albigenses em um único dia. (12) Outros eventos documentados incluem o "Massacre da Noite de São Bartolomeu", em que 70.000 huguenotes (calvinistas franceses) foram assassinados em um único dia. (13) e o papa Martinho V (1417-31) ordenou que o rei da Polônia exterminasse os hussitas. (14) A Inquisição durou até 1870, englobando o papado de oitenta papas que nunca se arrependeram, nunca se retrataram, e nunca reconheceram qualquer erro por parte da Igreja em torturar e/ou assassinar milhões de vítimas inocentes.
A Igreja de Roma tinha, na verdade, desde sua formação, cessado de ser uma igreja verdadeira. O Estado tornou-se a entidade controladora dessa organização, e a sã doutrina foi substituída por uma síntese de paganismo com crenças cristãs. O resultado foi uma entidade em que um filho de Deus verdadeiramente redimido não poderia participar. Na verdade, muitos cristãos e igrejas individuais recusaram-se a participar no sistema de igreja/estado. Esses foram aqueles que ficaram conhecidos como anabatistas (rebatizadores), que mantinham o ensino bíblico do batismo após a salvação, rejeitavam o batismo infantil, o casamento civil, o governo religioso centralizado, e qualquer hierarquia eclesiástica acima da igreja local. Aqueles que defenderam essa posição e morreram por manter as doutrinas fundamentais da Palavra de Deus eram os verdadeiros cristãos, e suas igrejas eram as verdadeiras igrejas.
A Igreja de Roma é apenas um dos muitos exemplos de organizações que têm o nome de "igreja" mas exibem pouca ou nenhuma semelhança com a definição bíblica do termo. Entretanto, é preciso compreender que qualquer organização religiosa que afirme ser igreja precisa atender a certos critérios:
UMA IGREJA VERDADEIRA TEM SOMENTE JESUS CRISTO COMO SEU LÍDER E LEGISLADOR.
Uma igreja verdadeira somente deve aceitar como membro aqueles que professam fé salvadora em Jesus Cristo. No momento em que uma organização recebe como membro um único indivíduo que nega a fé em Jesus Cristo, essa organização deixa de ser uma igreja.
Uma igreja verdadeira, por meio da sua declaração de fé, precisa aderir às doutrinas fundamentais conforme ensinadas na Palavra de Deus. Essas doutrinas incluem a inerrância das Escrituras, a encarnação de Jesus Cristo, a divindade de Jesus Cristo, o sacrífico vicário de Jesus Cristo, a ressurreição física de Jesus Cristo, a justificação pela fé, e a promessa da vida eterna para aqueles que professam essa fé. (A Declaração de Fé de uma igreja verdadeira deve ser mais detalhada que essa relação, mas deve SEMPRE conter pelo menos esses princípios).
Uma igreja verdadeira precisa ser governada pelos métodos delineados nas Escrituras, com líderes, oficiais e administração conforme especificado no Novo Testamento.
Sim, uma igreja verdadeira é uma assembléia daqueles que compartilham uma experiência comum de fé em Jesus Cristo. Entretanto, é preciso elaborar um pouco mais que essa experiência é o resultado da operação da graça soberana de Deus exercida pelo arrependimento de um indivíduo por meio da fé no sangue derramado de Jesus Cristo para total perdão dos pecados. Além disso, uma observação particular precisa ser acrescentada que essa operação de Deus não é de forma alguma dependente de ser membro de uma igreja, participar em sacramentos religiosos, participar em atividades religiosas, contribuir com dinheiro para as causas religiosas, moralidade geral, ou outras boas obras do indivíduo. Esses indivíduos "nascidos de novo" são além disso ordenados pelas Escrituras a aderir aos ensinos doutrinários encontrados na Palavra de Deus (incluindo aqueles da pessoa de Jesus Cristo), e não aceitar ninguém na comunhão do corpo de crentes cuja profissão de fé omita esses ensinos doutrinários. Entretanto, Lúcifer é um enganador sutil, e os falsos mestres que enganosamente professam cristianismo genuíno infiltram-se e corrompem uma igreja verdadeira. Isso freqüentemente leva à apostasia final das igrejas locais e das organizações eclesiásticas. A palavra "apostasia" (um afastamento da verdade por parte daqueles que antes defendiam a verdade) encontra-se na Bíblia em 1 Timóteo 4:1:
"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."
Os cristãos certamente não podem dizer que não foram avisados. Entretanto, surge a seguinte questão: O que os cristãos devem fazer quando forem controntados pela infiltração enganosa dos falsos mestres? Além disso, o que devem os cristãos fazer quando os falsos mestres tiverem desviado ou enganado seus líderes ou outros membros do corpo da igreja?
O ataque de Lúcifer à igreja verdadeira desde o tempo da igreja primitiva tem sido enfrentado por duas estratégias distintas. A primeira é a idéia que aqueles que estão do lado da verdade devem permanecer no corpo eclesiástico e tentar reformá-lo, expondo o erro dentro da igreja. Isso é exatamente o que os líderes da Reforma Protestante tentaram fazer. O desejo deles era reformar a Igreja Católica; não desejavam se separar de Roma, mas a Igreja os excomungou. A segunda estratégia baseia-se na Doutrina Bíblica da Salvação. Quando um corpo eclesiástico afasta-se do ensino bíblico, aqueles que estão do lado da verdade escolhem obedecer as Escrituras e separar-se do corpo, em vez de tentar reformar a organização. Esse padrão pode ser visto durante toda a história da igreja organizada. Houve aqueles que tentaram reformar, e houve aqueles que se separaram. A Bíblia é bem clara que aqueles que erram na fé devem ser abordados e confrontados com relação ao erro, mas também é muito clara que chega um ponto em que aqueles que estão do lado da verdade precisam se separar:
"E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles." [Romanos 16:17]
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso." [2 Coríntios 6:14-18]
"Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu." [2 Tessalonicenses 3:6]
O forte domínio da Igreja Romana sobre a Civilização Ocidental durante a Idade das Trevas não pode ser apenas classificada como brutal. Qualquer ensino ou evidência contrária à doutrina de Roma foi destruído ou reprimido, e aqueles indivíduos que se opuseram foram forçados a viver na clandestinidade, ou foram exterminados. Como resultado, a Igreja Romana sufocou a aquisição generalizada do conhecimento acadêmico e conseguiu manter completo controle sobre uma sociedade intimidada. Esses membros da verdadeira igreja (valdenses, anabatistas, e outros) não somente foram forçados à clandestinidade, mas também foram virtualmente apagados das páginas da história secular (ou aparecem como uma mera nota de rodapé). Até mesmo as doutrinas desses primeiros fundamentalistas foram suprimidas e somente recentemente suas crenças doutrinárias, como o arrebatamento pré-milenar da igreja, foram evidenciadas por manuscritos encontrados. Além disso, as atrocidades do catolicismo fizeram do "cristianismo" uma praga na face da Terra, tanto para os historiadores, quanto para as pessoas praticantes de outras religiões. Para a população em geral, o controle severo do papado levou à sombra opressiva de ignorância, pobreza e miséria na Idade das Trevas. Todavia, a ambição do papado pelo poder levaria no final à diluição do impasse da Igreja Romana sobre a sociedade. Essa diluição começou quando o papa Urbano II estimulou o desejo de recuperar a Terra Santa para a Igreja. As cruzadas foram envidadas em 1099 para libertar a Terra Santa (especialmente Jerusalém) dos infiéis que ocupavam a região. Assim, o desejo da Igreja por Jerusalém levou à criação de uma entidade concorrente pelo poder econômico e político do mundo, os Cavaleiros Templários. Não apenas a Ordem dos Templários emergiu das Cruzadas como os banqueiros internacionais, mas também trouxe de volta para a aristocracia da Europa as religiões ocultistas condenadas pela Igreja.
O declínio do poder político da Igreja de Roma abriu a porta para o renascimento de filosofias da Grécia antiga, e culminou com o perído conhecido como Renascimento. Embora muitos se recordem dos estudos históricos da expansão das artes, as invenções e o avanço cultural dos anos de 1300 até 1500, poucos percebem que a então recém-descoberta libertação da opressão intelectual da Igreja Romana também produziu um crescimento do ocultismo, da magia e da astrologia. A Reforma Protestante terminou com o Renascimento, mas a infusão das ciências ocultas ressoou na mente e na alma da população ocidental. A fé religiosa ficou tão ferida em muitos que eles a abandonaram e adotaram o método científico de Aristóteles. Isso iniciou a ascensão da Idade da Razão e a corrupção da Reforma Protestante em meados do século XVIII. A Idade da Razão, liderada por homens como John Locke, na Inglaterra, e o francês Voltaire, foi um ataque direto às religiões cristãs. Na sombra da Reforma Protestante estavam aqueles conhecidos como batistas:
“Os primeiros batistas apareceram na Suiça por volta de 1523, onde foram perseguidos por Zwinglio (o insigne reformador) e pelos romanistas. Eles foram encontrados nos anos seguintes, 1525-1530, com muitas igrejas grandes, totalmente organizadas, no centro e no sul da Alemanha, e no Tirol, na Áustria.” Esses batistas não eram protestantes, pois tiveram muitas igrejas antes das Reforma. Mesmo assim, durante todo o século XVII, as perseguições aos batistas continuaram com carga total. Nesse tempo, a Alemanha era predominantemente luterana, a Escócia era presbiteriana, a Inglaterra era anglicana, e o restante da Europa era católica. Os reformadores deixaram de aprender os riscos de uma igreja vinculada ao Estado, e existia certamente grande risco de vida aos que se opunham à religião oficial do Estado - qualquer que tenha sido essa religião.
POR TRÁS DA REFORMA PROTESTANTE
A Reforma Protestante começou em 1517, quando Martinho Lutero divulgou suas 95 Teses em Wittenberg, Alemanha. O que levou ao movimento é mais complexo. O movimento foi condicionado pelos fatores políticos, sociais, econômicos, morais e intelectuais. Mas, acima de tudo, foi um movimento religioso liderado por homens interessados em uma reforma verdadeira do cristianismo.
O declínio do poder papal
O surgimento de monarquias nacionais nos séculos XIII a XV veio às custas do poder do papado. Este fato é ilustrado pela luta do Papa Bonifácio VIII com o rei da França, que resultou na humilhação e morte precoce do papa em 1303. O papado subseqüentemente estava localizado em Avinhão, França durante um período de aproximadamente 75 anos, conhecido na história como o Papado de Avinhão ou o Cativeiro Babilônico da igreja (1303-1377). Durante aquele tempo o papa foi dominado pela monarquia francesa. Esforços de restaurar o papado para Roma apenas provocaram, inicialmente, uma divisão, conhecida como o Grande Cisma. Papas rivais alegaram legitimidade até a situação finalmente se resolver em 1417.
Acontecimentos tão escandalosos na alta liderança da Igreja Católica Romana levaram ao aumento de corrupção e à perda de confiança na igreja. Muitos questionaram a autoridade absoluta reivindicada pelo papa. Outros clamavam cada vez mais por uma reforma da igreja nos “líderes e membros”.
Corrupção moral na liderança da igreja
Os anos antes da Reforma Protestante também foram marcados pela corrupção moral e o abuso de posição na igreja Católica Romana. O sacerdócio era culpado de vários abusos de privilégios e responsabilidades, inclusive simonia (usar as próprias riquezas ou influência para comprar uma posição eclesiástica), pluralismo (ocupar vários cargos simultaneamente) e absentismo (a falha em residir na paróquia onde deviam administrar). A prática do celibato que foi imposta pela igreja no sacerdócio muitas vezes era abusada ou ignorada, levando a conduta imoral por parte do clero. Padres ignorantes com mentes mundanas corromperam suas posições pela negligência e abuso de poder.
Durante o século XV, o mundanismo e a corrupção na igreja chegou ao pior. O problema da corrupção chegou até o papado.
Entre aqueles que pediam uma reforma da igreja estava o domiciano Giralamo Savonarola (1452-1498) de Florença, Itália. Este pregador impetuoso falou contra os morais corruptos dos líderes da cidade e dos abusos do papado. O povo foi ganho pela causa de Savonarola em Florença, mas devido a rivalidades religiosas e circunstâncias políticas, o movimento durou pouco. Savonarola foi enforcado e queimado por heresia em 1498.
PRIMEIROS MOVIMENTOS RELIGIOSOS DA REFORMA
Durante o final da Idade Média surgiram vários movimentos que desafiaram algumas das doutrinas básicas da Igreja Católica Romana. Muitos destes movimentos foram oficialmente condenados pela igreja como heresias e foram severamente oprimidos.
Os Albigensianos surgiram no sul da França no final do século XII e início do século XIII. Os Albigensianos (também chamados de Catari) seguiam um dualismo rigoroso semelhante ao antigo gnosticismo. Eles defendiam o Novo Testamento como o único padrão de autoridade — um desafio à autoridade alegada pelo papa. A seita tornou-se o objeto de uma campanha terrível de perseguição quando o Papa Inocêncio III lançou uma cruzada contra eles em 1204.
Um movimento conhecido como os Waldensianos provavelmente foi fundado no século XI por Pedro Waldo. Pregadores viajantes conhecidos como os Homens Pobres de Lyons enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia. Traduziram o Novo Testamento para a língua comum do povo, rejeitaram as doutrinas católicas do sacerdócio e purgatório, e defenderam à volta às Escrituras como a única autoridade na religião.
Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384), um professor bem-conhecido da Oxford, também desafiou a autoridade do papado. Durante o Papado de Avinhão, ele argumentou que todo o domínio legítimo vem de Deus e é caracterizado pela autoridade exercida por Cristo na terra – não de ser servido mas sim, de servir. Durante o Grande Cisma, Wiclif ensinou que a verdadeira igreja de Cristo, em vez de consistir em um papa e hierarquia da igreja, é um corpo invisível dos eleitos. Ele promoveu o estudo das Escrituras sobre a tradição da igreja. E ensinou que as Escrituras devem ser colocadas nas mãos dos eleitos, e na sua própria língua. Assim Wiclif fez uma tradução inglesa em aproximadamente 1384.
No fim, Wiclif foi condenado por heresia, mas sua influência continuou. Seus seguidores, chamados de lolardos espalharam seus ensinamentos como um movimento oculto na Inglaterra. Rejeitaram a doutrina da transubstanciação, a veneração de imagens, o celibato do clero e outras doutrinas católicas como abominações. Foram uma influência importante na Inglaterra na véspera da Reforma Protestante.
Uma outra voz precoce clamando pela reforma foi a de João Hus (1369-1415), um pregador e estudioso boêmio. Influenciado pelos escritos de Wiclif, Hus argumentou que a verdadeira igreja não era a instituição como definida pelo catolicismo, mas o corpo dos eleitos sob a liderança de Cristo. Ele insistiu que a Bíblia é a autoridade final pela qual o papa e qualquer cristão será julgado. Hus foi queimado por heresia em 1415, aproximadamente um século antes da resistência de Lutero em Wittenberg. O movimento Husita continuou a crescer depois da morte do seu líder, preparando o caminho para a Reforma Protestante.
Religião, movimentos místicos e pietistas
No final da Idade Média uma forma de misticismo religioso surgiu na Alemanha. Muitos dos místicos, como Meister Eckhart, enfatizaram temer o divino através da contemplação mística, em vez de através de uma abordagem racional à religião.
Outros, como Gerhard Groote, ensinaram uma abordagem mais prática ao cristianismo. Groote fundou os Irmãos da Vida Comum como um esforço de chamar seguidores a uma devoção e santidade renovadas. Seguiram a devotio moderna, uma vida de devoção disciplinada centralizada em meditar na vida de Cristo e seguir a mesma. A obra de mais influência desta escola de pensamento foi A Imitação de Cristo, escrita por Thomas à Kempis. Quando não se opuseram à igreja católica ou à hierarquia, o movimento criticava a corrupção da igreja. Seu ênfase no relacionamento pessoal com Deus parecia minimizar o papel da função sacramental da igreja. Escolas fundadas pelos Irmãos enfatizavam escolaridade e devoção e tornaram-se centros para a reforma. Muitos dos líderes da Reforma Protestante foram influenciados pelos seus ensinamentos.
O Renascimento
O Renascimento (ou Renascença) foi um movimento que constituiu a transição do mundo medieval para o mundo moderno. Começou no século XIV na Itália como resultado de um interesse renovado na cultura clássica ou humanística da Grécia e Roma. Estudiosos do Renascimento estudaram antigos manuscritos recuperados de um mundo que era decididamente mais secular e individualístico do que religioso e unido. Os artistas do período enfatizaram a beleza da natureza e do homem. A religião no Renascimento tornou-se menos importante conforme os homens voltaram sua atenção ao prazer do aqui e agora.
O Renascimento afetou os papas do período. Muitos dos “Papas do Renascimento”, como Júlio II (1441-1513), eram humanistas mais interessados na cultura clássica e arte do que em assuntos espirituais. Alguns, como Alexandre VI (1431-1503), viveram vidas notoriamente malvadas e escandalosas. Leão X (1475-1521), o filho de Lorenzo de’Medici e papa quando Martinho Lutero afixou as 95 Teses, uma vez disse que Deus lhe deu o papado, então ele ia “aproveitar”.
O Renascimento contribuiu para a Reforma de outras maneiras mais positivas. A invenção da prensa de impressão móvel por Johann Gutenberg, em aproximadamente 1456, forneceu um meio para a divulgação de idéias. Estudiosos do Renascimento ao norte dos Alpes dividiram muitos dos mesmos interesses – uma paixão pelas fontes antigas, uma ênfase no ser humano como indivíduo e uma fé nas capacidades racionais da mente humana. No entanto, esses “cristãos humanistas do norte” estavam menos interessados no passado clássico do que no passado cristão. Eles aplicaram as técnicas e os métodos do humanismo do Renascimento no estudo das Escrituras nas suas línguas originais, assim como o estudo dos “pais da igreja” como Augustinho. Sua preocupação principal com os seres humanos era pelas suas almas. Sua ênfase era étnica e religiosa em vez de estética e secular.
O resultado desta ênfase era um interesse num retorno às Escrituras e a restauração do cristianismo primitivo. Os humanistas bíblicos apontaram os maus na igreja da sua época e pediram uma reforma interna. Talvez quem teve mais influência foi Disidério Erasmo (aproximadamente 1466-1536). Conhecido como o “príncipe dos humanistas”, Erasmo usou sua ampla escolaridade para desenvolver um texto do Novo Testamento em grego, baseado em quatro manuscritos gregos que estavam disponíveis para ele. Como a ajuda da prensa de impressão, Erasmo publicou o texto grego do Novo Testamento em 1516. A capacidade de estudar a Bíblia na sua língua original encorajou uma comparação mais precisa da igreja dos seus dias com a igreja do Novo Testamento. Martinho Lutero, por exemplo, usou imediatamente o texto grego de Erasmo. Ele logo percebeu que a interpretação da Vulgata Latina em Mateus 4:17 de “pagar penitência” mais precisamente seria “arrepender-se”. Tal conhecimento contribuiu para uma percepção crescente de que o sistema sacramental não era apoiado pelas Escrituras.
Assuntos doutrinárias e autoridade religiosa
O assunto imediato que levou Lutero a afixar suas 95 propostas para debate em 1517 foi o abuso do sistema católico romano de indulgências. A doutrina de indulgências, inicialmente formulada no século XIII, era associada com o sacramento de penitência e a doutrina do purgatório. Enquanto acreditava-se que o sacramento fornecia perdão dos pecado e do castigo eterno, acreditava-se que havia uma satisfação temporal que o pecador arrependido teria que cumprir nesta vida ou no purgatório. A indulgência era um documento que a pessoa podia comprar por uma certa quantia de dinheiro que a livraria da punição temporal do pecado. Acreditava-se que os méritos excedentes de Cristo e dos santos seriam guardados numa “tesouraria de mérito” celestial da qual o papa podia tirar méritos para o benefício dos vivos. Em 1517 o dominicano Johann Tetzel estava vendendo uma indulgência plena especial (prometendo o perdão completo dos pecados) para conseguir dinheiro para a igreja. Metade do dinheiro seria dada ao Arcebispo Alberto, a quem o papa havia dado uma dispensa especial para ocupar dois cargos. O resto ajudaria a financiar o término do catedral de São Pedro em Roma. O protesto de Lutero inicialmente era contra o que via como o abuso do sistema de indulgências. Também era um desafio à autoridade papal que tornava tais abusos possíveis.
Depois de um tempo Lutero rejeitou todo o sistema sacramental católico romano. Mais do que qualquer outro fator, suas conclusões surgiram de seu estudo intensivo da Bíblia. A partir de aproximadamente 1513 até 1519 Lutero discursou sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg. Ele estava convicto de que a Bíblia era a única autoridade verdadeira na religião (sola scriptura), em oposição ao papa ou um conselho geral da igreja. Através do seu estudo ele percebeu que muitos dos aspectos do sistema teológico da Igreja Romana não eram baseados nas Escrituras. Lutero acreditava que havia resgatado a verdadeira essência do cristianismo nos seus ensinamentos de que a salvação é pela graça através da fé em Cristo (sola fide), e não através de um sistema de obras como manifestado no sistema sacramental católico. Ele desafiou o conceito católico do sacerdócio com a declaração de que o Novo Testamento ensinava o sacerdócio de crentes. Enquanto muitos outros fatores se combinaram para tornar a Reforma Protestante possível, acima de tudo era a crença dos reformadores em voltar à autoridade única da Bíblia que definiu o movimento. A que ponto conseguiram em fazer uma verdadeira reforma pode ser julgado pelo quanto aderiram a esse princípio.
A apostasia doutrinária entre os protestantes ergueu publicamente sua horrenda cabeça por volta de 1780. Frederich Schleiermacher, um jovem ministro alemão, apesar de ter negado a divindade e a morte vicária de Cristo, tornou-se conhecido como “O Pai da Teologia Moderna”: "... Como ministro e metafísico, Schleiermarcher entronizou em lugar da doutrina, 'o poder da própria consciência de Jesus' o qual estava difundido na comunidade dos fiéis e ensinava que a conversão é uma elevação da consciência universal de Deus. Como a unidade da igreja original era a "influência" do Salvador, na visão de Schleiermacher, 'a essência da igreja é a comunidade'." (Neste ponto, a prudência recomenda um princípio de desenvolvimento no estudo da "apostasia". Esse princípio foi a primeira arma de Lúcifer contra a nova igreja, e ainda é estrategicamente utilizada hoje no caso da religião orientada para resultados. Esse princípio é simplesmente o abandono da superioridade da doutrina como essência da verdadeira igreja em favor da unidade. Isso é exatamente o que estava por trás da "essência da comunidade" de Sheleiermacher e o mantra que "a doutrina divide" (e, portanto, prejudica a comunhão) é precisamente uma das motivações governantes que está por trás do movimento neo-evangélico hoje. Aqueles que abraçaram a Religião Orientada Para Resultados devem, portanto, diminuir a ênfase em doutrina e em teologia, a fim de evitar a perda daqueles que estão na lista de possíveis membros da igreja. O centro da questão é simplesmente esta: A DOUTRINA DIVIDE PORQUE A VERDADE DIVIDE. A apostasia vista na Alemanha em 1780 é exatamente a mesma vista hoje em dia. Claro, o gnosticismo luciferiano de Shleiermacher lhe deu fama, mas sua ênfase na comunhão acima da doutrina revela que seus métodos foram em princípio os mesmos que os dos "evangélicos" atuais que estão envolvidos na Religião Orientada Para Resultados.)
OS ANABATISTAS
E AS RAÍZES DO EVANGELHO
Ao longo de toda a Idade Média, numerosos grupos de crentes deixaram o cristianismo organizado dos seus dias, para experimentar uma fé mais viva, singela e real, conforme o padrão de fé e prática que encontravam na Bíblia. Foram perseguidos e martirizados aos milhares por causa do seu testemunho e, em algumas regiões, quase exterminados. No entanto, não foram destruídos totalmente e permaneceram ocultos, espalhados aqui e ali por toda a Europa, até o advento da Reforma. Então saíram novamente para a luz, animados pela chama que um remoto monge agustino tinha aceso ao cravar as suas 95 teses na porta da catedral de Wittenberg, por volta do ano 1517.
Estava nascendo a Reforma, e aquele desconhecido monge não podia suspeitar ainda que a pequena chama recém acesa, logo se converteria em uma fogueira que faria arder a Europa inteira, e transtornaria para sempre a história do cristianismo e ainda da própria civilização ocidental.
Martin Lutero acendeu a chama, mas muitos outros tinham trabalhado antes preparando a fogueira. Por isso, quando escutou o seu grito de batalha «só a fé e só a Escritura», os olhos de muitos se elevaram esperançados em torno da promessa do novo dia que parecia despontar no horizonte, entre as ruínas da decadente cristandade do seu tempo. No entanto, o dia chegou carregado de enormes contrastes, com uma tormenta de luzes e sombras, nuvens escuras e reluzentes raios de sol.
Os Reformadores protestantes procuraram retornar para a Bíblia como única norma de fé e conduta. Não obstante, aos olhos de muitos cristãos daqueles dias, a restauração que propiciaram não foi suficientemente radical e ficou, por assim dizer, a meio caminho. Estes «outros» irmãos procuraram uma restauração muito mais fundamental, que retornasse à mesma essência da igreja, tais como a encontravam nas páginas do Novo Testamento. Os seus inimigos os chamaram anabatistas, palavra grega que significa «rebatizadores», devido a sua rejeição do batismo infantil e sua forte ênfase na conversão individual, confirmada pelo batismo voluntário como sinal exterior. Mas eles, a si mesmos, simplesmente se chamavam «irmãos».
O INÍCIO
Os historiadores datam usualmente a origem dos anabatistas em 1525, na cidade Suíça de Zurique. Ali o reformador Ulrico Zwinglio estava começando a reforma protestante em estreita aliança com os magistrados da cidade. Entre os seus mais precoces seguidores estavam dois brilhantes eruditos, que pertenciam a algumas das famílias mais abastadas da cidade: Conrad Grebel e Félix Manz. Este último era amigo próximo do reformador suíço. No entanto, muito em breve começaram a discordar de alguns dos seus ensinos, especialmente com relação à natureza da igreja e a salvação.
Zwinglio ensinou, no princípio, que a restauração da fé devia ser um retorno completo às Escrituras, e que tudo aquilo que não estivesse explicitamente contido nelas devia ser descartado. Manz e Grebel aderiram calorosamente a este princípio.
Não obstante, pouco depois, Zwinglio mudou de opinião, e desenvolveu o que deveria ser a postura protestante clássica, sustentada também por Lutero, e mais adiante por Calvino: Tudo aquilo que se encontra explicitamente proibido nas Escrituras deve ser descartado, enquanto que o resto pode ser mantido, enquanto não transgrida os seus ensinos. A magnitude desta divergência era enorme, pois permitia que muitos reformadores contemporizassem em diversos assuntos de prática eclesiástica com os príncipes e magistrados do seu tempo, a fim de garantir o seu respaldo à causa protestante. Na verdade, todos eles estavam, em maior ou menor grau, convencidos de que a reforma protestante não podia ter êxito sem o apoio político e militar dos príncipes.
Assim, Zwinglio tentou criar uma igreja nacional «a Suíça», que incluísse a todos os «cidadãos suíços» nela, sem importar se eram ou não verdadeiramente cristãos. Por esta e outras razões, continuou aceitando o batismo infantil, pois, logicamente, em seu conceito de igreja não cabiam a necessidade de conversão e regeneração individual.
Contra este estado de coisas reagiram Manz, Grebel e todos os outros anabatistas. Para eles, o princípio era inaceitável, pois violava o claro ensino da Escritura sobre a igreja como uma nação composta unicamente de homens e mulheres redimidos, visivelmente separados do mundo, e submetida somente à autoridade de Cristo a sua cabeça. Para nós hoje, esta verdade pode parecer óbvia, mas, por muitas razões não era assim para a maioria dos líderes protestantes.
CAUSAS DA DIVERGÊNCIA ANABATISTA
Durante a longa noite medieval, a identidade entre igreja e cristandade, considerada esta última como a soma das nações cristãs, considerou-se um dogma incontrovertível da fé. Este modo de ver as coisas se originou com a conversão do imperador romano Constantino em 312 D. C., e em sua posterior confirmação do cristianismo como religião oficial do império. Logo veio outro imperador, Justiniano, que em seu famoso código declarou a religião exclusiva, e autorizou o uso da força e da espada contra os dissidentes, fossem «cismáticos» ou «hereges». Deste modo, cristianismo e império se fizeram quase sinônimos. O império protegia à igreja e a igreja legitimava o império. Podemos dizer, igreja e estado estavam unidos.
Desta paradoxal simbiose surgiu a cristandade medieval, depois da queda do império romano do ocidente. Esta queda produziu um imenso vazio de poder e organização dentro das zonas geográficas abrangidas pela desaparecida administração imperial e os povos que estavam sob o seu domínio. Mas, a igreja cristã organizada foi enchendo esse espaço, devido, em grande parte, de que nela tenha sobrevivido muito da organização e eficiência administrativa do império que muitos recordavam com nostalgia.
Não obstante, com o advento da Reforma, a situação política mudou, pois muitos dos príncipes e reis europeus estavam cansados de submeter-se ao que consideravam um domínio despótico e abusivo. No entanto, compreendiam que para obter a sua independência deveriam contar com o apoio do povo e para isso tinha que oferecer aos seus súditos uma religião que substituiria a oficial e os libertasse do controle que esta exercia sobre as suas consciências.
Mas deveria ser uma religião para «todos» os seus súditos, por assim dizer, nacional. Portanto, o seu apoio à Reforma esteve sempre condicionado por esta perspectiva e necessidade. Que não nos interprete mal. Sem dúvida, alguns deles foram crentes sinceros e piedosos, mas, indevidamente o seu horizonte político-cultural condicionou e limitou a sua visão da igreja, assim como a visão dos reformadores aos que prestaram o seu apoio político e militar.
Contra esta nova forma -união da igreja e do estado- os anabatistas reagiram, reconhecendo com clareza o engano da perspectiva de quem a sustentava e procurando lançar a luz da Palavra sobre este transcendental assunto por meios pacíficos.
Neste ponto se encontra a origem da tragédia anabatista. Comenta Ismael Amaya: «Sem dúvida que seria difícil encontrar na história da igreja um acontecimento mais triste que o caso dos anabatistas. Parecia que os anabatistas estavam contra todos, e todos contra eles. Posto que rejeitavam os ensinos tanto de Lutero como de Zwinglio, e também do catolicismo, foram vítimas de cruéis perseguições da parte de todos eles. Mas a sua rejeição da união entre a igreja e o estado, e do próprio estado, fez que as autoridades seculares os considerassem como insurretos. Segundo o conceito prevalecente daquela época, a separação entre a igreja e o estado era impossível. Ao afirmar esta doutrina, os anabatistas escolheram o sangrento caminho dos mártires, e seu martírio constitui em um monumento impressionante da Reforma.
Sacrificaram-se por um princípio que era inaceitável para a sociedade e a igreja do seu tempo. Como se opunham ao catolicismo, ao luteranismo, e ao zwinglianismo, a igreja os considerava hereges, e como rejeitavam o estado, este os tratava como rebeldes. Em conseqüência, foram vistos como inimigos pelos príncipes, pelos reformadores protestantes, e pelos líderes católicos, que os perseguiu sem piedade».
Muito em breve, esta discrepância levou, tanto a Grebel como a Manz, a distanciar-se de Zwinglio. Em 21 de janeiro de 1525, ambos foram batizados junto com alguns seguidores radicais de Zwinglio. Pois, depois de muito estudo e cuidadosa oração, tinham chegado à convicção de que deviam batizar-se uns aos outros. Este acontecimento marcou o começo do movimento anabatista. Para eles o batismo (que praticavam por rociamento ou «aspersão») era a única forma de testemunhar o verdadeiro arrependimento e a conversão pessoal. Em conseqüência, dentro de pouco tempo começaram a pregar e batizar crentes por toda a Suíça.
Zwinglio e os magistrados da cidade reagiram decretando severas leis contra quem se «rebatizava» (pois todos, a juízo deles, já tinham sido batizados quando meninos), incluindo a pena de morte por afogamento; castigo que se converteu na forma de martírio mais comum entre os anabatistas e para o qual chamaram, de o «terceiro batismo». E, além disso, convocaram às autoridades de toda a Europa para «caçá-los e a prendê-los». Grebel fugiu junto com outros irmãos, e morreu de peste em 1526, depois de pregar o evangelho em outras cidades da Suíça. Félix Manz foi preso por Zwinglio e as autoridades de Zurich, amarados e lançados nas frias águas do rio Limmat, que corre pelo centro da cidade.
A perseguição contra os anabatistas se prorrompeu com uma crueldade inusitada por toda a Europa, tanto nos países católicos como protestantes. Milhares de homens e mulheres foram afogados, enterrados vivos, e queimados.
Constituíram-se corporações especiais de polícia para buscá-los, chamados Täuferjäger (caçadores de anabatistas). Os filhos dos mártires eram arrancados das suas famílias e entregues às famílias de grupos eclesiásticos oficialmente reconhecidos. Em todas as partes a perseguição dos anabatistas se converteu em uma política de estado.
ENSINOS E PRÁTICAS
Devido à precoce morte dos seus líderes mais destacados, os anabatistas nunca chegaram a escrever uma exposição detalhada e sistemática dos seus ensinos. Na verdade, tampouco desejavam criar um sistema de doutrina acabado e excludente. E, além disso, nunca chegaram a constituir um movimento organizado. Por este motivo, costumam reunir sob o rótulo de anabatistas grupos com interesses e crenças muito distintas e inclusive opostas.
Em geral, são reconhecidos três grandes ramos: «os anabatistas propriamente ditos», «os espirituais», e «os racionalistas anti-trinitarios» – embora, os seus perseguidores não os distinguiam e consideravam a todos como uma só coisa.
Dentre eles, os que nos interessa neste artigo são os primeiros. Estes adotaram com simplicidade as doutrinas cristãs históricas tais como a Trindade e as duas naturezas de Cristo (completamente divino e completamente humano), sem nenhum interesse especulativo ulterior. Da mesma forma que Zwinglio, Lutero e Calvino, criam na salvação somente pela graça, por meio da fé e sem obras meritórias, a autoridade final das Escrituras e o sacerdócio de todos os crentes. Mas divergiam deles quanto a sua prática e aplicação.
Com respeito à salvação, a par da justificação pela fé, enfatizavam a regeneração interior e uma vida posterior de verdadeira transformação como evidência dela. Do mesmo modo, davam especial ênfase à responsabilidade pessoal e à conversão individual. Não aceitavam o batismo de meninos, ao que considerava ineficaz, pois, diziam, somente aqueles que se converteram de maneira responsável e consciente podem receber o batismo como sinal dessa conversão. E também, praticavam de modo real o sacerdócio de todos os crentes, pois as suas reuniões eram abertas à participação de todos os irmãos e irmãs, enquanto que os seus pastores e pregadores surgiam dentre os próprios irmãos, muitas vezes, sem nenhuma preparação formal. Além disso, praticavam uma intensa vida de comunhão entre si, partindo o pão e orando juntos pelas casas.
Na verdade, desejavam formar igrejas de crentes segundo o modelo do Novo Testamento, em oposição às «igrejas estatais», onde era impossível distinguir entre crentes falsos e verdadeiros.
Por outro lado, rejeitavam as perseguições por motivos religiosos e as guerras associadas a elas. Foram convencidos pacificadores em uma era onde o ódio e a intolerância parecia ser a norma. Deve-se, pelo mesmo motivo, rejeitar a conhecida tese de que as crueldades da cristandade do seu tempo se explicam pelo «espírito da época». Os irmãos deixaram muito claros, para qualquer que queria escutá-los, que o verdadeiro espírito do evangelho é muito distinto. E é necessário afirmar que tanto Lutero, como Zwinglio, Calvino e outros líderes da Reforma conheciam muito bem os seus ensinos. No entanto, pelo que parece não lhes afetaram muito.
Grande parte dos principais ensinos dos irmãos foram desenvolvidos e expostos, depois da morte de Grebel e Manz, por Baltasar Hubmaier, que se converteu em uns dos líderes mais importantes e influentes na história dos irmãos. Hubmaier tinha sido um erudito católico influente e reconhecido em toda a Europa. A sua conversão ao protestantismo foi considerada como um grande triunfo para a causa reformada. Era amigo de Erasmo e coincidia com os pacíficos e amáveis ideais cristãos do famoso humanista. Com respeito aos «caçadores de hereges», tanto católicos como protestantes, escreveu: «Os inquisidores são piores que todos os hereges, porque, contrariando a doutrina e o exemplo de Jesus, condenam os hereges à fogueira... Porque Cristo não veio para mutilar, matar, ou queimar, mas sim para que as pessoas vivam com abundância».
Depois da sua conversão, em 1522, foi obrigado a deixar o seu cargo de vice-reitor da universidade católica de Regensburg, Alemanha. Dali se mudou para Waldshut, perto de Zurich, na Suíça, para se encarregar de uma recém nascida congregação protestante. Não se sabe bem como entrou em contato com as idéias anabatistas, mas é provável que fosse através dos irmãos associados com Grebel e Manz. Em 1525, começou a pregar em oposição ao batismo infantil e pouco depois levou cerca de 300 pessoas da congregação em Waldshut a batizar-se, em um domingo de Páscoa.
A partir dali, começou uma discussão violenta com Zwinglio, defendendo a causa anabatista. Mas quando a polícia do imperador apareceu em Waldshut, viu-se obrigado a fugir para Zurich, onde foi detido rapidamente por Zwinglio e seu grupo. Depois de um tempo na prisão, debateu publicamente com Zwinglio em um precário estado de saúde e foi esmagado facilmente por seu robusto oponente. Logo depois, por último o mandou torturar para conseguir a sua retratação. Hubmaier cedeu sob a tortura, assinou a retratação requerida, e foi posto em liberdade. No entanto, imediatamente se arrependeu com amargura de sua fraqueza e temor. Fugiu para a Morávia, onde continuou a sua obra.
Ali se converteram e foram batizadas mais de 6.000 pessoas como fruto do seu ministério.
Finalmente, em 1527, os Täufer-jäger do imperador o capturaram e o levou preso para Viena para ser julgado e executado. Foi queimado publicamente na praça do mercado, e enquanto as chamas envolviam o seu corpo, o escutaram repetir várias vezes, «Jesus; Jesus!», antes que o fogo silenciasse para sempre a sua voz neste mundo. Três dias depois, a sua valente esposa foi jogada de uma ponte nas escuras águas do rio Danúbio, com uma pesada pedra atada ao pescoço.
Hubmaier, da mesma forma que todos os anabatistas, foi acusado de rejeitar toda forma de governo e ainda a própria existência do estado. No entanto, ele negava esta acusação, afirmando que era necessário obedecer aos príncipes e governadores enquanto isso não exija desobedecer a Palavra de Deus. O que na verdade rejeitava é a união da igreja e o estado, ao mesmo tempo que defendia a liberdade de consciência.
Outro líder importante durante os primeiros dias dos irmãos foi Johanes Denck, que em Basel tinha entrado em contato com Erasmo e criado uma amizade com o grupo de destacados eruditos que se reuniam em torno dele. Em seguida foi professor em uma das escolas mais importantes de Nüremberg, cidade onde o jovem luterano Ossiander levava adiante a Reforma.
Denck se desiludiu profundamente dela, ao observar que muitos dos que se diziam nominalmente «justificados pela fé» não mostravam nenhuma mudança real em suas vidas, e muito menos uma conduta santa. Para ele, isto não era senão o sinal de uma séria carência no evangelho que estava sendo pregado. Ossiander o denunciou aos magistrados da cidade e estes o ameaçaram a abandoná-lo, sem lhe permitir uma defesa pública de sua fé, alegando que era muito hábil e ardiloso na apresentação dos seus «enganos». Denck se despediu de sua família e partiu para uma vida de desterro errante até o fim dos seus dias.
Onde quer que fosse, foi seguido pela calúnia e pela difamação. Os seus inimigos lhe atribuíam toda classe de doutrinas perversas e diziam para evitá-lo como a um homem extremamente perigoso. Apesar de toda aquela violenta difamação, muitas vezes escrita, Denck jamais pagou na mesma moeda em seus escritos. Não se percebe neles nenhum sinal de amargura ou rancor para quem o caluniava.
Mesmo em um tempo de especial pressão contra ele, escreveu a respeito deles: «Aflige-me o coração o estar em desunião com muitos dos quais, de outra maneira, não posso considerar senão como meus irmãos, porque adoram ao mesmo Deus que eu adoro, e honram ao Pai que eu honro. Por conseguinte, se Deus o quiser e até onde seja possível, não farei de meu irmão um adversário, tampouco do meu Pai um juiz, mas, enquanto estou no caminho, estarei reconciliado com todos os meus adversários».
Esta admirável declaração expressa muito bem a atitude com a qual milhares de irmãos enfrentaram a perseguição e inclusive o martírio durante aqueles dias, deixando detrás de si um perdurável testemunho do verdadeiro espírito do Senhor Jesus Cristo e seu evangelho.
Denck cumpriu até o fim com este propósito. De Nüremberg passou a Augsburgo, onde conheceu a Hubmaier e foi batizado, ligando-se assim com os irmãos anabatistas. Depois de um tempo de ministério ali, a obra cresceu rapidamente, mas teve que fugir novamente e procurar refúgio em Estraburgo, onde existia uma importante assembléia de irmãos batizados. Nessa cidade os líderes do partido protestante eram Capito e Bucer. O primeiro simpatizava com os irmãos e tinha esperanças de chegar a um entendimento com eles. No entanto, Bucer receava a sua influência e solicitou aos magistrados que expulsassem a Denck.
Obrigado pela situação, partiu para Worms, onde se deu à tarefa de traduzir e imprimir os Profetas Maiores e Menores. Voltou novamente para Augsburgo para uma conferência de irmãos vindos de vários distritos. Ali se opôs decididamente a aqueles que se inclinavam ao uso da força contra quem os perseguia. A chamou, «a conferência dos mártires», devido ao grande número de participantes que mais tarde selaram a sua vida com o martírio.
Finalmente, em 1527, depois de ir de uma parte para outra, açoitado e rejeitado, e após passar por muitas aflições e necessidades, Denck chegou a Basel com a sua saúde debilitada. Ali voltou a encontrar-se com os velhos amigos da sua juventude. O compassivo reformador Ecolampadio o encontrou quase moribundo e o acolheu em sua casa, onde pouco tempo depois morreu, finalmente em descanso e em paz.
Pouco antes de morrer, escreveu: «Deus sabe que não procuro outro fruto, exceto o que realmente muitos, com um coração e uma alma, glorifiquem ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, sejam ou não circuncidados e batizados. Porque penso de um modo muito distinto daqueles que unem o Reino de Deus excessivamente a cerimônias e elementos deste mundo, quaisquer que eles sejam». Naqueles dias de escassa tolerância, afirmou: «Em assuntos de fé, todos deveriam ser livres para atuar voluntariamente e por própria convicção».
Outro irmão destacado entre os anabatistas foi Michael Sattler. A sua trágica carreira acabou em 1527, depois da conferência dos irmãos em Baden, onde ajudou a redigir os sete pontos em comum da prática anabatista. Não se tratava de um credo ou confissão de fé vinculante, pois os irmãos criam que a igreja está unida somente em Cristo:
* Só deveriam ser batizados aqueles que experimentaram a obra regeneradora de Cristo.
* A expressão local da igreja é uma companhia de pessoas regeneradas, cuja vida diária é vivida de acordo com a fé que professam. A sua devoção está simbolizada em sua participação conjunta na ceia do Senhor, por meio da qual relembram a obra redentora de Cristo.
* A disciplina deve ser exercitada dentro das igrejas, e a disciplina final é a excomunhão.
* O povo de Deus deveria viver uma vida de separação do pecado, do mundo, e da submissão à carne, ou algo que pudesse comprometer a sua fé. Isto inclui uma separação dos ritos das facções romana, luterana e zuingliana.
* Os ofícios de uma igreja local devem ser apartados pela igreja e é sua responsabilidade a edificação dos crentes por meio do ensino da Palavra de Deus.
* Os crentes não deveriam recorrer à força, seja em defesa própria ou em uma guerra ordenada pelo estado.
* Os crentes não deveriam prestar nenhum juramento, nem tampouco recorrer à lei.
Parece incrível que estas idéias fossem consideradas como heréticas entre os protestantes e despertassem uma cruel e amarga perseguição. Em 1527 Sattler foi detido em Rotenberg e sentenciado a sofrer uma morte 'exemplar' por seus captores católicos: "Michael Sattler será entregue ao verdugo, o qual lhe cortará na praça primeiro a língua, logo o atará ao poste dos hereges e ali com umas tenazes em brasa viva lhe rasgará o corpo duas vezes, fazendo o mesmo indo até o lugar da execução durante cinco vezes. No lugar designado, queimarão o seu corpo até reduzi-lo a cinzas, por ser um archiherege". A sentença foi cumprida fielmente, enquanto que a sua esposa foi afogada junto com outros irmãos.
A TRAGÉDIA DE MÜNSTER
Possivelmente o episódio que mais contribuiu para desprestigiar a causa anabatista foi a chamada "tragédia de Münster". Como foi mencionado antes, durante o século XVI diferentes grupos de pessoas foram chamadas anabatistas. No meio deles existiam alguns líderes exaltados, que propunham métodos violentos de ação, completamente opostos aos ensinos pacíficos dos irmãos, e que, além disso, anunciavam o estabelecimento iminente e material do reino de Deus na terra.
A difícil condição em que viviam as pessoas mais pobres e a grande quantidade de abusos cometidos pelos capitalistas e os príncipes contra eles atraíram a muitas destas pessoas simples e crédulas para aqueles profetas exaltados. Por outro lado, alguns irmãos, que tinham sofrido enormemente nas mãos dos seus captores e perseguidores, foram arrastados atrás das suas promessas de justiça e reivindicação. Assim foi preparado o cenário para a tragédia de Münster.
Em 1537, dois destes pregadores exaltados, Jan Mattys e John de Leyden, chegaram até a cidade de Münster, proclamando que a Nova Jerusalém seria estabelecida naquele lugar. Ali já existia uma congregação protestante que estava sob a condução de Bernard Rothmann, um pastor amável e pacífico, que, no entanto, caiu rapidamente debaixo da influência dos novos profetas. Além disso, também tinha chegado a Münster, muitos refugiados, pois o príncipe governante, Felipe, tinha-a declarado uma cidade de refúgio. E entre eles haviam verdadeiros crentes e outros tantos descontentes e fanáticos.
Em meio a essa multidão heterogênea, ambos os pregadores exerceram a sua influência, exaltando os ânimos contra os magistrados da cidade, a quem logo depuseram para colocar outros completamente controlados por Matthys. Dali em diante dedicaram-se a decretar leis extremas sob a influência de algumas supostas 'inspirações proféticas'. Assim, ordenou-se limpar a cidade de incrédulos e batizar a todos os seus habitantes pela força. Enquanto isso, o bispo de Münster tinha sitiado a cidade com as suas tropas.
Então, Matthys, crendo ser guiado por uma 'revelação' atacou subitamente as tropas do bispo e foi morto. Leyden foi o seu sucessor, que reforçou o controle e o extremismo, obrigando a todos a viver em comunhão de bens e instituindo a poligamia. Tomou como esposa a viúva de Matthys e, com a qual se fez coroar como rei e rainha da cidade. No entanto, e finalmente, as tropas do bispo romperam a dura resistência dos defensores e penetraram na cidade assassinando a todos os seus oponentes. Leyden foi torturado e executado no mesmo lugar onde havia se coroado rei.
Na verdade, os exaltados de Münster tinham muito pouco a ver com os pacíficos irmãos representados por Hubmeyer, Manz, Grebel, Denck, Sattler e outros. Não obstante, os acontecimentos que protagonizaram contribuíram para criar, entre as pessoas do seu tempo, uma imagem negativa dos irmãos anabatistas, pois criam que todos faziam parte do mesmo movimento. Isto deu motivo para que os seus perseguidores aproveitassem o episódio, justificando ainda mais a repressão dos irmãos e aumentando a 'propaganda' contra eles.
CRESCIMENTO E PERSEGUIÇÕES
Os irmãos se espalharam rapidamente pela Europa, sempre perseguidos e obrigados a fugir de um lado para outro. Através de toda a Áustria foram levantadas inúmeras congregações, como também na Alemanha, Holanda e Moravia. Em Tirol e Gorz, centenas de irmãos foram queimados na fogueira, decapitados ou afogados. Em Salzburgo, onde uma congregação completa de setenta pessoas, foi condenada a morte, uma jovem crente provocou um grande sentimento de compaixão entre a multidão reunida para presenciar a execução, devido a sua juventude e beleza. Todos pediram aos gritos que fosse perdoada, no entanto não foi feito exceção. Os executores a colocaram debaixo do peso de um imenso bebedouro para cavalos até que morreu. Em seguida retiraram o seu corpo e o jogaram nas chamas. Assim selou o seu heróico testemunho por Cristo.
Mas, ela foi só uma a mais entre os milhares de mártires anabatistas. Enquanto isso, muitos irmãos encontraram refúgio na Moravia, onde fundaram várias comunidades que mantinham um regime de comunhão de bens, forma de vida que foi adotada devido, em parte, a grande quantidade de viúvas e órfãos que deveriam cuidar por causa do seu elevado número de mártires; mas também, porque desejavam sinceramente seguir o exemplo da igreja em Jerusalém, registrado no livro dos Atos.
Como conseqüência, o episódio de Münster exacerbou por toda parte a perseguição contra os irmãos. Muitas congregações foram acusadas, sem prova alguma, de estar em cumplicidade com os líderes de Münster, e foram perseguidas com maior violência e crueldade ainda. A tal ponto que, na Alemanha, Holanda e outros lugares, o movimento quase foi extinto. Então surgiu a figura de Menno Simon, que ajudou às minguadas e espalhadas congregações a reorganizarem-se e a enfrentarem a adversidade.
Menno, que viajou incansavelmente, animando e fortalecendo os irmãos por toda parte, tinha sido previamente um sacerdote católico. Depois de um tempo estudando as Escrituras, assistiu ao heróico martírio de um crente anabatista chamado Sicke Snyder, que foi decapitado por negar o batismo de crianças. Ficou tão comovido com a sua integridade e fé, que decidiu unir-se à causa anabatista.
Desde esse momento trabalhou infatigavelmente entre os irmãos. E combateu ardentemente contra a errônea identificação dos irmãos com a "seita de Münster" Em sua autobiografia nos diz que, "Logo irrompeu a seita de Münster, com a que muitos corações piedosos, também entre nós, foram enganados. A minha alma estava em uma grande inquietação, porque notava que eram zelosos, mas doutrinalmente errados. Com o meu pequeno dom, através da pregação e o ensino, opus-me ao engano, tanto quanto pude...".
E depois, em outro escrito, "Ninguém pode de verdade me acusar de concordar com o ensino de Münster; pelo contrário, durante dezessete anos, até o dia presente, tenho me oposto e lutado contra, privada e publicamente, com a voz ou a caneta. Nunca reconheceremos como irmãos e irmãs a aqueles que, como o povo de Münster, rejeitam a cruz de Cristo, desprezam a palavra de Deus e praticam as paixões terrestres".
Trabalhou estabelecendo e confortando as igrejas na Holanda com tanto êxito que, em 1543 o Imperador o declarou fora da lei e pôs um preço à sua cabeça. Obrigado, deixou o país, e deu um jeito de escapar dos seus captores durante os próximos vinte e cinco anos sem ser preso, ensinando e ajudando às igrejas. Finalmente se estabeleceu em Fresenburg, onde continuou trabalhando e escrevendo em defesa das crenças anabatistas até que alguns dos seus escritos chegaram às mãos das autoridades de vários países. Isto ajudou a aliviar um pouco a perseguição e a aversão contra os irmãos, e conseguiu um certo grau de liberdade de culto.
Menno Simon morreu de morte natural em 1559. Não obstante, devido a sua grande influencia entre os irmãos anabatistas, as congregações nas que trabalhou começaram a chamar-se, posteriormente, 'menonitas', algo com o que, provavelmente, ele mesmo não tivesse estado de acordo.
LEGADO
O valente testemunho dos irmãos anabatistas deixou uma herança sem possibilidade de ser avaliada para os crentes que vieram depois. A eles se devem a recuperação da verdade da igreja como constituída por assembléias formadas exclusivamente por crentes regenerados, separadas do mundo e independentes do estado, participativas e abertas à comunhão com todos os que são de Cristo, na simplicidade do ensino do evangelho. Regaram a semente da liberdade cristã com o sangue dos seus mártires. Nos séculos posteriores outros crentes tomariam a bandeira da causa anabatista e a levariam mais adiante, nas assim chamadas igrejas 'não conformistas' e 'independentes'.
Além disso, o seu determinado pacifismo se levantou em meio da intolerância e fanatismo do seu tempo, como um imperecível testemunho de qual pode e deve ser sempre o verdadeiro espírito do evangelho, quaisquer que sejam os tempos, as épocas e as circunstâncias.
Por último, ao enfatizar a necessidade de uma vida de santificação prática e real, ajudaram a equilibrar os excessos do ensino da "justificação pela fé" entre os protestantes, que em muitos casos tendia a fazer desta o único elemento da salvação, esquecendo a regeneração e os frutos de santificação como parte de uma vida verdadeiramente salva.
É difícil não ver na amarga e cruel perseguição que tingiu de sangue a sua história, o ódio e a hostilidade do príncipe deste mundo, que está determinado a estorvar o testemunho de Cristo nesta terra; mas também, a persistente fidelidade de Deus, que sempre reservou um testemunho fiel e conduziu o seu povo mesmo que através das noites mais longas e escuras. Como está escrito: "Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida".
À medida que o século XVIII chegou ao fim, os princípios de "alta crítica" de Shleiermarcher, que rejeitava a autenticidade dos evangelhos, a inerrância das Escrituras e as doutrinas cardeais da fé foram igualados no fronte político pela Revolução Francesa. "A nação francesa tinha derrubado o governo de Deus... depondo o rei indicado por ele. Em seu lugar, os revolucionários elegeram um comitê de homens sem o temor de Deus para governar pela razão humana... Em 1793, a Assembléia Legislativa... renunciou unanimemente à crença na divindade. Mais tarde, ocorreu uma grande procissão... a deusa da Razão foi colocada em uma carruagem aberta ... virada para a catedral de Notre Dame. Ali, tomou seu lugar como divindade... elevada no altar maior... Seguiu-se a queima pública da Bíblia..." Estranhamente, parece que as implicações espirituais da Revolução Francesa foram ignoradas por muitos historiadores. Todavia, quando essa revolução é acoplada com o crescimento da apostasia na Alemanha, a alta crítica do Método Científico e infusões do ocultismo dentro do pensamento dominante desde os tempos do Renascimento, o cenário ficou estabelecido para grandes agitações no século XIX. A história revela que o século XIX foi um grande ponto de mudança na evolução da sociedade. O Método Científico, nascido do Renascimento e da Idade da Razão, mais tarde levou ao nascimento de uma nova ordem mundial, liderada por homens como Marx, Engels, Hegel e Darwin. Além disso, a Revolução Industrial plantou as sementes do materialismo que dominaria no século XX. Politicamente, o século XIX foi o auge do Reino Unido e do Império Britânico. A rainha Vitória governava como a Grande Senhora de toda a terra e, apesar de ter ocorrido aquela pequena derrota que foi a Revolução Americana, no século XVIII, o "sol nunca se punha no Império Britânico". Na aurora do século XIX, os grandes reavivamentos do século anterior, o "Grande Despertar" nos Estados Unidos e os reavivamentos metodistas de John e Charles Wesley ainda estavam produzindo frutos com enormes resultados nos Estados Unidos e na Inglaterra. Os Wesleys defendiam o arminianismo evangélico, que insiste que Cristo morreu por todos os homens, em oposição à doutrina da expiação limitada, dos puritanos e presbiterianos de João Calvino. Além disso, muitos cristãos viam o império britânico e "o reinado justo da rainha Vitória" como o advento do reino de Deus na Terra. Assim o pós-milenismo tornou-se um sistema aceitável de escatologia, forçando uma interpretação simbólica de muitas profecias do Antigo Testamento, ou vendo as promessas de Deus a Israel como cumpridas no império brintânico. Embora as teorias do Israel-Britânico não pudessem ser apoiadas pelas Escrituras ou pela história, o poder do Espírito Santo foi certamente evidenciado na Grã-Bretanha. Quando Henrique VIII enfrentou o papa, o cenário ficou preparado para a Inglaterra se separar do resto da Europa católica, e o papa perdeu seu poder nas ilhas britânicas (exceto durante o curto reinado de Maria, a Sangüinária, e na Irlanda católica). A chave para esse manifestar do poder de Deus na Inglaterra foi sem dúvida a tradução da Palavra de Deus na língua inglesa, e sua disponibilidade para o homem comum. Cópias da primeira edição do Novo Testamento traduzidas por Tyndale foram contrabandeadas para a Inglaterra em carregamentos de grãos e tecidos. As autoridades em Bruxelas logo executaram Tyndale, mas seu trabalho se tornou a base para todas as versões inglesas das Escrituras desde aquele tempo. Coverdale então levou o trabalho adiante, e a primeira edição inglesa da Bíblia foi concluída em 1535. Foi essa disponibilidade da Palavra de Deus e seu profundo efeito nos corações dos homens que levou ao crescimento o puritanismo na Inglaterra. O Movimento Puritano baseava-se em três princípios: "A supremacia das Escrituras sobre a autoridade humana; a independência da igreja do Estado; e a própria natureza do governo da igreja." Por volta de 1850, uma nova geração apareceu em cena na Inglaterra. Os pais e avós dessa geração foram aqueles que testemunharam as revoluções e os reavivamentos do fim do século XVIII à primeira metade do século XIX. Essa nova geração, entretanto, foi a do ceticismo: "O erudito alemão Shleiermacher estava nesse tempo moldando a teologia de Oxford e de Cambridge na tradição gnóstica... poetas do panteísmo, William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge eram muito lidos e venerados pela elite intelectual da universidade... O ceticismo baseado na ciência fluía e reforçava a antiga torrente de dúvidas que vinham de considerações históricas e éticas... Os extraordinários homens de Cambridge de 1840 - B. F. Westcott, C. B. Scott, J. Llewenllyn Davies, J. E. E. Mayer, Lord Alwyne Compton, E. H. Bickersteth, C. F. Mackenzie, Charles Evans, J. B. Lightfoot, E. W. Benson e F. J. A Hort... Os intelectuais dos anos 1870... Henry Sidgwick e Henry Jackson e incluindo Frederic Myers, G. W. e B. J. Balfour, Walter Leaf, Edmund Gurney, Arthur Verrall, F. W. Maitland, Henry Butcher e George Prothero - tendiam para o gnosticismo ou para o deísmo hesitante." Lúcifer é muito inteligente. Ele encontra uma estratégia que funciona e continua repetindo-a muitas vezes. Por outro lado, a humanidade, em geral, é muito estúpida. O homem afirma que aprende com a história e com seus erros, mas continua caindo nas mesmas armadilhas ao longo do tempo. Isto posto, a descrição anterior da Inglaterra em meados do século XIX parece muito familiar. Na verdade, esse período exibe uma repetição do mesmo cenário mostrado na formação da igreja. Falsos mestres se infiltraram com doutrinas do gnosticismo, e as ciências ocultas do paganismo, o politeísmo pagão e o paganismo panteísta imediatamente atacaram a igreja primitiva. Isso é exatamente o que aconteceu na Inglaterra no século XIX. A nação que distribuiu a Palavra de Deus e experimentou em primeira mão a operação do Espírito Santo nos grandes reavivamentos, começou a resvalar com a mistura da igreja com o Estado quando o puritanismo tornou-se um movimento político (a Igreja Anglicana - a Igreja da Inglaterra há muito tempo já era a igreja estatal. Todavia, o movimento político dos puritanos logo uniu aqueles que tinham crenças fundamentalistas com o Estado). Quando as filosofias de Schleiermarcher, Wordsworth, Coleridge, e Darwin foram infundidas na aristocracia intelectual nas Universidades de Oxford e Cambridge, o cenário ficou armado para os eventos críticos que levariam ao crescimento da moderna descrença religiosa. Todos os cristãos devem perceber que a essência básica de nossa fé encontra-se na Palavra de Deus. Sem uma Escritura inerrante, não pode existir base para a fé. Portanto, faz sentido que Lúcifer tenha atacado o verdadeiro cristianismo exatamente em seu fundamento e tenha agido para implementar essa estratégia em 1853. Um comitê secreto foi formado para lançar uma nova tradução da Bíblia em inglês. Esse comitê confiou a B. F. Westcott e F. J. A. Hort o fornecimento de um Novo Testamento em grego para a nova Versão Revisada da Bíblia. Westcott e Hort começaram em 1853 e trabalharam em segredo durante vinte anos para produzir o Novo Testamento grego. O aspecto interessante desse trabalho foi o fato que eles não revisaram o texto usado por Tyndale ou por Coverdale na primeira tradução para o inglês, mas deram preferência a dois manuscritos completamente diferentes, textos alexandrinos corrompidos pelas filosofias arianas e gnósticas. O objetivo deles parece que foi apenas desacreditar o Texto Bizantino (Textus Receptus), que representava 98% das evidências dos manuscritos do Novo Testamento, em favor de 1% dos documentos de Alexandria. O estudioso dos textos Dean John William Burgon refutou as afirmações da teoria de Westcott-Hort como: "O resultado mais recente dessa violenta reação contrária ao Texto Grego Tradicional, - essa estranha impaciência de sua autoridade, ou melhor, a negação que ele tenha qualquer autoridade, que começou com Lachmann apenas cinqüenta anos atrás (por volta de 1831), e prevalece desde então; seus promotores mais notáveis são Tragelles (1857-72) e Tischendorf (1865-72)... Os Drs. Westcott e Hort, de fato excederam seus prodecessores nessa corrida singular. O desprezo absoluto deles pelo Texto Tradicional e a veneração supersticiosa a alguns poucos documentos antigos (os quais, todavia, confessam que não são mais antigos que os 'Textos Tradicionais', que menosprezam) - não conhecem limites." O Novo Testamento Grego de Wescott e Hort foi uma tentativa maliciosa de destruir a integridade e infalibilidade da Palavra de Deus e, particularmente, a divindade de Jesus Cristo. Embora a Versão Revisada de 1881 tenha sido rejeitada, o Novo Testamento Grego de Wescott e Hort, foi usado para outras traduções posteriores da Bíblia inglesa, com a exceção da New King James Version [Nova Versão do Rei Tiago]. Esse ataque à infalibilidade da Palavra de Deus foi uma tentativa evidente de Lúcifer de destruir a verdadeira igreja. Aqueles que se desviaram da fé descartam a Versão Autorizada do Rei Tiago das Escrituras, e muitos, até mesmo nos círculos fundamentalistas, recusam-se a tomar uma posição nesse assunto. Todavia, a Versão Autorizada do Rei Tiago sobreviveu aos ataques de seus inimigos e permanece como prova infalível da promessa de preservação por Jesus Cristo de que a Palavra de Deus não passará. Embora alguns não categorizem o Novo Testamento Grego, de Wescott e Hort, como fator contribuinte para a origem da moderna apostasia, os princípios e métodos de ambos foram especificamente direcionados à destruição do Texto Bizantino. Considerando-se isso em conjunto com os outros eventos em todo o século XIX, o plano de Lúcifer começa a se tornar mais discernível. Fazendo uma revisão, a seguinte seqüência de eventos deve ser considerada com atenção: O Renascimento tornou as ciências ocultas acessíveis ao público. A Reforma Protestante, embora piedosa em muitos aspectos, deixou de seguir todas as instruções das Escrituras. Aqueles que realmente seguiram os ensinos da Palavra de Deus foram apagados até das páginas da história e perseguidos tantos pelos católicos quanto pelos protestantes. A chegada da Idade da Razão, a Revolução Francesa e a adoção do método científico de Aristóteles deixou um grande vácuo na alma do homem, que tem uma necessidade inata de espiritualidade. Esse vazio foi preenchido por muitos nos reavivamentos da época de Wesley e do Grande Despertar, mas muitos outros preencheram essa necessidade de espiritualidade aderindo às práticas ocultistas, como o espiritismo e a teosofia. O conflito do cristianismo, o ocultismo e a Razão Humana levaram a um grande ceticismo religioso em meados do século XIX. Foram três os resultados desse ceticismo: O evidente ateísmo do darwinismo.
O ataque à infalibilidade da Palavra de Deus pelos intelectuais da Universidade de Cambridge. A apostasia de muitos que anteriormente professavam as doutrinas fundamentais da fé. Com a rejeição geral da verdade por parte dos intelectuais, muitas igrejas e organizações protestantes nos Estados Unidos começaram a ver traições dentro de suas próprias fileiras. Do outro lado do Atlântico, a batalha espiritual da Inglaterra parecia sombria e desanimadora no fim do século XIX. A nação que se tornara um bastão do cristianismo, sucumbia rapidamente para a apostasia. A batalha no século XX mudaria principalmente para os Estados Unidos, mas as origens da grande apostasia que começou no século XVIII, já vitimavam a maior parte da Europa por volta do ano 1900. Os homens do século XIX que moldaram as filosofias que iriam permear o futuro da sociedade tinham pouco em comum: Charles Darwin era formado em teologia, Charles Lyall era advogado, Thomas Huxley tinha uma graduação duvidosa em medicina, Jean Baptiste Lamarck e Herbert Spencer não tinham nenhuma educação formal, Hegel e Marx tinham formação em filosofia. Entretanto, uma coisa que todos eles compartilhavam era o ódio a Deus e ao cristianismo bíblico. Até mesmo Wescott e Hort negaram a inerrância das Escrituras, e estavam determinados a remover a tradução do Textus Receptus do alcance do público. Esses foram os homens que lançaram o fundamento para as batalhas espirituais a serem travadas em todo o século XX - um século que veria organizações religiosas se desviarem da verdade, o surgimento da nação de Israel, as profecias do fim dos tempos tornarem-se realidade, e a enganação da Religião Orientada Para Resultados. O mundo no início do século XX estava grandemente mudado em relação ao que existia no início do século XIX. As invenções e a produção em massa da Revolução Industrial provocaram uma transição rápida no mundo ocidental de uma sociedade agrária para uma sociedade consumidora e, com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, a mecanização avançada do mundo foi exibida na tecnologia da guerra moderna. Esse "admirável mundo novo" retornou dos horrores da guerra mundial com a reação filosófica exibida em uma tentativa da elite de estabelecer um governo mundial por meio da Liga das Nações. Sem o apoio dos Estados Unidos, essa organização falhou, mas as sementes de globalismo tinham sido plantadas na psiquê moderna. Além disso, a idéia do Reino de Deus na Terra foi expandida além das fronteiras do Império Britânico para uma liga honrada de todas as nações: "A Liga de Nações', disse o arcebispo de Canterbury em Genebra, pode fazer muito para tornar o Reino de Deus uma realidade em nossas vidas... 'A Liga de Nações', diz o Dr. Jowett, tem como alvo 'a transformação do reino deste mundo no Reino de Deus'" No centro dessa nova mentalidade do "pensamento de grupo" estavam organizações ocultistas e iluministas muito bem financiadas, como a Sociedade Teosófica, a Lucis Trust, e a Sociedade Fabiana, que finalmente promoveram os conceitos de socialismo dentro do pensamento corrente. Em 1925, foi acrescentado o elemento de darwinismo na consciência pública, e o conceito de "sobrevivência da espécie" aumentou a noção do século XIX de "darwinismo social". Essas filosofias, quando misturadas dentro das atitudes e dos valores das massas humanas, diminuem a importância do indivíduo e elevam as virtudes do grupo. Biblicamente, isso está em contradição com os ensinos doutrinários do Novo Testamento, o amor de Deus e seu interesse pelo indivíduo e, finalmente, a salvação individual. Ao mesmo tempo, uma mentalidade de pensamento de grupo promove os falsos conceitos de "irmandade dos homens", unidade eclesiástica, globalismo político e o sacrifício de indivíduos a fim de assegurar a "sobrevivência da espécie" - até mesmo o genocídio em massa para eliminar os "deficientes mentais" e outros elementos indesejáveis da sociedade que podem, posteriormente, tornar-se uma ameaça à espécie como um todo. Quando essas filosofias começaram a se infiltrar no cristianismo, o modernismo produzido na Alemanha quase dois séculos antes começou a infectar as grandes denominações nos Estados Unidos como um câncer incurável. As heresias desovadas no século XIX e que escarneciam das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus culminaram no dogma do modernismo do século XX: A Bíblia é o resultado de um processo evolucionário humano. Negação dos milagres Nenhuma validade para os relatos bíblicos históricos (por exemplo, Adão ou Eva não existiram, o Dilúvio não aconteceu) Muitos eventos do Velho Testamento são meramente mitos. Não houve o nascimento virginal, negação da divindade de Cristo e da sua ressurreição física. As narrativas do Evangelho não são factuais. Nenhuma idéia precisa de como Jesus realmente era abordagem histórica-crítica para interpretar a Bíblia. Não é necessário formação em Teologia para ver a correlação entre essas corrupções da verdade de Deus com a blasfêmia filosófica instigada no século XIX. As mãos de Hegel, Darwin, Marx, Wescott e Hort estão aparentes nessa clara aprovação contra o Deus Todo Poderoso. Nos anos 1900s, as filosofias desses homens estavam se alastrando como fogo entre as igrejas nos Estados Unidos, acendendo controvérsias ferozes dentro das denominações. Enquanto a maioria dos fundamentalistas tenha preferido lutar essas batalhas dentro de suas respectivas denominações até aproximadamente 1930, grupos separatistas mais tarde surgiram em todas as denominações, à medida que as lideranças caíam como pedras de dominó nas mãos dos liberais infiéis. A situação deteriorou-se ao ponto que algumas denominações recusaram-se até mesmo a produzir declarações doutrinárias oficiais que indicariam os hereges dentro de suas fileiras. Foi nesse clima que apareceu o termo "fundamentalista". Embora o termo tenha sido cunhado em 1920, foi explicitamente definido pelo Congresso Mundial dos Fundamentalistas, em 1976: Agora o verdadeiro fundamentalista é um crente nascido de novo, que conhece o Senhor Jesus Cristo único Deus e Senhor, que mantém uma crença inabalável na Bíblia, afirmando que a mesma é inerrante, infalível, e verbalmente inspirada por Deus, crê em tudo o que a Bíblia diz, julga todas as questões e a si próprio por meio da Bíblia, afirma as verdades fundamentais da fé cristã histórica: A doutrina da unicidade a encarnação, o nascimento virginal, o sacrifício vicário e expiatório, a ressurreição corporal, a ascensão ao céu e a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo. O novo nascimento por meio da regeneração do Espírito Santo. A ressurreição dos santos para a vida eterna. A ressurreição dos perdidos para o julgamento final e a morte eterna. A comunhão dos santos, que são o corpo de Cristo. Pratica a fidelidade a essa fé, e dedica-se a pregá-la à toda criatura; Expõe e separa-se de toda distorção eclesiástica dessa fé, da contemporização com o erro, e da apostasia da Verdade; E Batalha diligentemente pela fé uma vez entregue aos santos. Portanto, o fundamentalismo é uma ortodoxia militante com um zelo para ganhar almas. Embora os fundamentalistas possam divergir em certas interpretações das Escrituras Sagradas, nós nos juntamos em unidade de coração e propósito comum para a defesa da fé e a pregação do evangelho, sem contemporização ou divisão. A não ser que um homem mantenha e defenda a fé das Sagradas Escrituras, e esteja interessado na salvação dos perdidos, ele não é um verdadeiro fundamentalista." Nos anos 1920, liberais bem-patrocinados, como Harry Emerson Fodsdick, continuaram a ofensiva contra o fundamentalismo. Fodsdick, que era financiado pelo bilionário John D. Rockefeller, dispararou um torpedo em 21 de maio de 1922 com seu sermão, "Os Fundamentalistas Vencerão?", em que afirmava que doutrinas como "O Nascimento Virginal", "A Inerrância das Escrituras", e "A Segunda Vinda" não eram essenciais e ele as rejeitava. Esse sermão também serviu para sinalizar que a tolerância liberal com aqueles que defendiam a ortodoxia estava muito reduzida, e os credos e as declarações doutrinárias que denominacionais liberais tinham simplesmente ignorado por décadas agora se tornaram os objetos de crítica aberta. O foco principal desses ataques começou exatamente onde Lucifer atacou no século XIX - a inerrância das Sagradas Escrituras. Em 1924, um grupo de 149 ministros presbiterianos reunidos em Auburn, no estado de Nova York, redigiu a "Declaração de Auburn". Sob o disfarce de "apaziguadores", que simplesmente desejavam encerrar a divisão dentro da denominação, esse grupo explicitamente repudiou a doutrina da inerrância das Escrituras Sagradas. A "Doutrina da Inerrância", que tinha sido a ponta de lança dos ataques dos intelectuais e seminários no século XIX, tornou-se o alvo de novos e ferozes ataques no campo público de todas as denominações. A verdade foi que Lucifer e seus cúmplices liberais compreendiam perfeitamente que se um grupo negasse a inerrância da Palavra de Deus, outras doutrinas essenciais seriam alvos fáceis. Uma vez que a inerrância das Sagradas Escrituras é questionada, a espiral descendente para a apostasia total torna-se um trem de carga descontrolado que não pode ser detido. A revista liberal Christian Century resumiu o clima dos anos 1920 muito bem quando afirmou: "Dois mundos se chocam … Há uma disputa aqui tão profunda e tão sinistra como entre o cristianismo e o confucianismo… O Deus do fundamentalista é um e o do modernista. Em defesa do fundamentalista bíblico, sua posição deveria ser conforme ordenado pela Palavra de Deus: "... noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples." [Romanos 16:17-18]. Os anos 1930 trouxeram mais mudanças arrebatadoras ao mundo ocidental. A Grande Depressão fez muitos rejeitarem a fábula modernista de que o homem estava no controle de seu próprio destino, e forçou os indivíduos a deixarem sua posição de auto-suficiência e de controle para a busca da simples sobrevivência. Esse mergulhar repentino no modo de sobrevivência tornou as famílias mais próximas e forçou os indivíduos a reformularem suas prioridades. Além disso, a deflagração da guerra na Europa dissipou a idéia de que a Primeira Guerra Mundial foi a guerra para terminar com todas as guerras; virtualmente extinguindo a teoria de que a Liga de Nações era um passo para tornar o "Reino de Deus" uma realidade. A Segunda Guerra Mundial também levou muitos a reavaliarem a escatologia do pós-milenismo, que ensinava que a humanidade estava realmente progredindo ao ponto de que o Reino de Deus seria revelado na Terra. Todos esses fatores impulsionaram o fundamentalismo pré-milenista e separatista. Como resultado desses e de outros fatores, os separatistas no arraial fundamentalista fizeram grandes avanços nas décadas de 1930 e 1940 por meio da organização de Conferências Bíblicas, fundando Faculdades Bíblicas, Ministérios no Rádio, e organizações de largas bases fundamentalistas, como o Conselho Americano das Igrejas Cristãs e a Associação Nacional de Evangélicos. Líderes fundamentalistas, como Charles Woodbridge, Carl McIntire, John R. Rice, Bob Jones, Charles Fuller, M. R. DeHaan, Harry Ironside, R. G. Lee e muitos outros, estiveram à frente do subitamente vibrante movimento separatista.
O NEO-EVANGELICALISMO
Exatamente quando o fundamentalismo parecia estar ganhando a maior parte do terreno, um novo movimento de dentro de suas fileiras lançou as sementes que iriam provocar sua futura decadência. Esse grupo de indivíduos chamava a si mesmo de "neo-evangélicos". Harold J. Ockenga, o primeiro presidente do Seminário Teológico Fuller, cunhou o termo "neo-evangélicos" em 1947. Ele insistia que a palavra-chave para espalhar o evangelho não era mais a separação, conforme prescrito na Bíblia, mas a infiltração nas igrejas apóstatas. Ele se encarregou de detalhar as diferenças entre fundamentalismo e neo-evangelicalismo: Os neo-evangélicos enfocariam as questões sociais que os fundamentalistas evitavam. Os neo-evangélicos incluiriam com a salvação uma "filosofia social". Os neo-evangélicos não "se concentrariam nas personalidades que adotam o erro". O cristão não deve ser "obscurantista nas questões científicas, como a criação, a idade da humanidade, a universalidade do dilúvio, e outras questões bíblicas questionáveis". As questões intelectuais deveriam ser respondidas dentro da estrutura de aprendizagem moderna e deveria haver liberdade nas áreas menos importantes. Além disso, Ockenga especificamente designou e promoveu quatro agências para o progresso do neo-evangelicalismo: A Associação Nacional de Evangélicos. O Seminário Teológico Fuller. A revista Christianity Today. Evangelismo ecumênico encabeçado pelos Ministérios Billy Graham Embora o papel do Seminário Fuller se tornará ainda mais crucial na discussão posterior da Religião Orientada Para Resultados, Fuller se tornou não apenas a base de treinamento dos neo-evangélicos, mas também a principal fonte para instilar os princípios da Religião Orientada Para Resultados desde sua origem. Essa orientação do Seminário Fuller foi muito explícita: "Os primeiros líderes do Fuller estavam cientemente rejeitando os aspectos negativos do fundamentalismo da linha antiga … O fundamentalismo era caracterizado pela militância… uma disposição de lidar com os aspectos negativos, e por separação, e foi isso que trouxe à tona o movimento neo-evangélico." Como presidente do Seminário Fuller, Ockenga também tornou suas metas bem claras: "Desejamos que nossos rapazes sejam tão treinados, que quando vierem de uma denominação, voltem para sua denominação adequadamente preparados para pregar o evangelho e defender a fé e prosseguir no trabalho de Deus." De uma só vez, essa declaração revelou a essência do ecumenismo evangélico, declarou de forma sucinta a estratégia de infiltração no lugar da separação, e revelou a posição de que a aderência à doutrina está subordinada ao evangelismo. Todos esses pontos estão em conflito direto com a Palavra de Deus. A Bíblia exige separação - não infiltração. A Bíblia também diz claramente que cristãos não devem tolerar os falsos mestres e a falsa doutrina. Em contraste com a Religião Orientada Para Resultados, a Bíblia não ensina que o fim justifica os meios. Em oposição à metodologia do Seminário Fuller, Francis Schaeffer declarou, "O evangelismo que não conduz à … pureza doutrinária é simplesmente tão falho e incompleto quanto a ortodoxia que não conduz a um interesse e uma comunicação com os perdidos." O evangelismo não é mutuamente exclusivo de doutrina. Como pode a mensagem do evangelho coexistir com aqueles que negam a unicidade de Deus, a divindade de Cristo, o nascimento virginal, a ressurreição física, a justificação pela fé, ou a inerrância das Escrituras Sagradas? A realidade é que em um ambiente de falsas doutrinas (como é o caso de uma organização religiosa cuja hierarquia professa os ensinos do modernismo ou do catolicismo) o infiltrador deve comprometer sua posição para evitar embaraço, exposição e/ou expulsão final. Quando o infiltrador segue esse roteiro até sua conclusão lógica, uma concessão aqui leva à outra ali até que a apostasia aberta uma vez mais controla a situação, e o infiltrador passa ele próprio a adotar a doutrina falsa. Isso foi evidenciado até mesmo em Fuller, pois no início dos anos 60, "o corpo docente estava dividido se a inerrância se aplicava às Escrituras Sagradas inteiras, ou somente às passagens que tratavam da redenção". À medida que a situação deteriorou, em 1982 apenas 15% dos estudantes da Escola de Teologia Fuller "sustentavam a convicção dos fundadores do Seminário sobre a inerrância".O Dr. Charles Woodbridge resumiu com exatidão a situação quando declarou: "O neo-evangelicalismo defende a tolerância ao erro. Ele segue o caminho descendente da acomodação ao erro, cooperação com o erro, contaminação pelo erro e, finalmente, capitulação ao erro." O neo-evangélico compreendia o erro dos modernistas, mas ofendia-se pela militância dos fundamentalistas. Esses indivíduos estavam preocupados que a atitude separatista dos fundamentalistas era muito dura e sem amor. Isso pode provavelmente ser melhor exemplificado pelos métodos do evangelismo ecumênico de Billy Graham. Ninguém nega que o evangelho de Jesus Cristo seja apresentado de forma clara e correta nas cruzadas de Billy Graham. Entretanto, ao invés de trabalhar com os fundamentalistas que pregavam o evangelho, de meados dos anos 50 em diante, o Ministério Billy Graham alinhou-se com os católicos romanos e os modernistas que negavam ou pervertiam a própria doutrina de justificação pela fé apresentada por Graham da plataforma de suas cruzadas. Embora à primeira vista isso possa parecer contraditório, essa metodologia é a aplicação perfeita da estratégia de Ockenga de infiltração, em vez de separação das organizações apóstatas. Além disso, os convertidos dessas cruzadas eram então enviados para infiltrar as próprias organizações apóstatas que patrocinaram a cruzada. Em vez de a infiltração de indivíduos nascidos de novo dentro de organizações apóstatas inverter a infidelidade, os resultados trágicos dessa estratégia produziram uma geração inteira de indivíduos nascidos de novo cujo impacto à causa de Cristo foi virtualmente nulo devido à falta de crescimento e de maturidade cristã que ocorre somente com o ensino bíblico sadio, com comunhão cristã verdadeira e com a pregação expositiva da Palavra de Deus. O mais trágico é que os filhos dessa geração, que cresceram em um ambiente sem um testemunho do evangelho puro e dos princípios bíblicos, correm o risco de formar uma geração totalmente perdida. De uma perspectiva humana, o motivo era realmente nobre. O resultado declarado - a evangelização em massa - era louvável. Entretanto, a metodologia que contradizia ou completamente ignorava as instruções da Palavra de Deus estava seriamente furada. Na análise final, o evangelismo na ausência de sã doutrina deixa de perpetuar a si mesmo. A utilização dessa metodologia do neo-evangelicalismo sufoca a passagem da "tocha do evangelho" às futuras gerações - um exemplo da falha trágica da implementação inicial dos princípios básicos da Religião Orientada Para Resultados.
O MOVIMENTO ECUMÊNICO
O Movimento Ecumênico começou dentro das principais denominações protestantes como um ímpeto para a unidade global e cooperação entre as igrejas cristãs. Embora o evento historicamente percebido como a fundação do Movimento Ecumênico tenha sido a Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, essas tentativas tinham sido experimentadas já em meados do século XIX. A unidade entre os crentes é absolutamente bíblica e deve ser encorajada. Entretanto, o Movimento Ecumênico moderno é claramente contrário à Bíblia. Esse movimento começou como um esforço de primeiro unir as denominações, foi expandido para trazer as ovelhas errantes nas denominações protestantes de volta para o aprisco da Igreja de Roma, e agora se desenvolveu ao ponto em que está sendo procurada uma base comum entre todas as religiões do mundo. O espírito do ecumenismo primitivo foi ilustrado com a fundação do Conselho Federal de Igrejas, em 2 de dezembro de 1908. Os membros originais consistiam das 31 principais denominações norte-americanas e, por volta de 1950, tinha crescido para 144.000 congregações locais com um total de 32.000.000 membros. [ À primeira vista, alguém pode assumir que essa organização baseava-se no princípio da unidade bíblica. Entretanto, quando examinamos os fundadores da organização, vemos nomes como Harry F. Ward, um professor no Seminário Teológico União, que foi identificado sob juramento pelo ex-comunista Manning Johnson como "o arquiteto-chefe da infiltração e subversão comunista no campo religioso." Outro fundador do CFI foi Walter Rauschenbusch, um professor batista no Seminário Teológico Rochester. Ele também era membro da socialista Sociedade Fabiana, e "conclamava os cristãos a construirem uma ordem social justa baseada na lei moral… Ele achava que os cristãos tinham falhado em levar a cabo o mandamento de Cristo de construir o reino de Deus na Terra…" Em 1942, o Conselho Federal de Igrejas lançou uma plataforma propondo um "governo mundial, o controle internacional de todos os Exércitos e Marinhas, um sistema universal de dinheiro, e um banco internacional controlado de forma democrática." Certamente então vem sem surpresa que em 1927, o congressista Arthur Free apresentou uma resolução na Casa de Representantes dos Estados Unidos especificando o Conselho Federal de Igrejas como "uma organização comunista que objetivava o estabelecimento de uma igreja estatal…" Em 29 de novembro de 1950, o Conselho Federal de Igrejas fundiu-se com várias outras organizações interdenominacionais para formar o Conselho Nacional de Igrejas. O Conselho Nacional de Igrejas passou então a participar no Conselho Mundial de Igrejas. A história uma vez mais se repetiu depois da Segunda Guerra Mundial. Exatamente como o movimento para um governo mundial sob a Liga de Nações foi tentado depois da Primeira Guerra Mundial, a elite iluminista uma vez mais organizou um encontro mundial nas Nações Unidas. Esse movimento de um só mundo foi também simultaneamente duplicado no campo teológico com a fundação do Conselho Mundial das Igrejas Cristãs. O CMIC foi formado em 1948 com 147 denominações de origem protestante e ortodoxas. (Ele atualmente cresceu para 293 denominações-membro, representando 400.000.000 pessoas.) Essa organização tornou-se o novo bastão do liberalismo protestante e do modernismo. Fundado com base no princípio sem base bíblica da "'unidade das igrejas', a nova visão é pela unidade de todas as religiões - e, de fato, de toda a humanidade." O encontro inaugural do CMIC (agosto de 1948) estendeu um convite de participação às "igrejas que aceitam nosso Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador", mas não se interessou em quantificar a interpretação dessa afirmação. Nesse mesmo encontro, a meta da organização foi claramente declarada pelo Secretário Geral do CMIC, W. A. Visser't Hooft:"… pode haver e há finalmente apenas uma igreja de Cristo na Terra… estamos cientes da situação, que não a aceitamos passivamente, que nos movamos rumo à manifestação da SANTA IGREJA ÚNICA." Para evitar qualquer mal-entendido, a Igreja Universal certamente existe. Essa igreja é o "corpo de Cristo", consistindo de todo aquele que foi redimido de forma vicária pelo sangue de Jesus Cristo. Entretanto, essa igreja universal NÃO inclui todos os membros de todas as igrejas e/ou religiões. Esse "corpo" também NÃO inclui aqueles que meramente afirmam o cristianismo mas nunca passaram pelo novo nascimento. Além disso, essa declaração particular paralelizou o sentimento por um governo único mundial com uma religião única mundial. A visão oposta do CMIC foi corretamente expressa pelo Dr. David Cloud:
"Poderíamos descrever o erro da igreja cristã mundial em diversas categorias. Poderíamos falar de suas heresias doutrinárias, do modernismo…. do universalismo. O simples fato é que a Igreja Cristã Mundial falha em todos os testes bíblicos que poderiam ser aplicados. Claramente, ela não tem base nas Escrituras." Em referência à Declaração de Fé do CMIC, até mesmo E. J. Carnell, presidente do Seminário Teológico Fuller, teve estas pouco lisonjeiras palavras (apesar de sua crítica, ele ainda enviou formandos do Seminário Fuller para se infiltrarem nas igrejas que participam do CMIC):(A Declaração de Fé do Conselho Mundial de Igrejas) "não é bastante digna de honras para se adequar à ortodoxia, porque a única heresia que pega é o unitarianismo e as doutrinas plurais da igreja católica romana e sua filiadas protestantes que negam o Deus único. Os buracos na rede são tão grandes que um mar de erros teológicos pode seguramente passar por eles. Isso prova que o movimento ecumênico está mais interessado na unidade do que na verdade." A premissa básica do CMIC é o estabelecimento desse místico "reino de Deus" na Terra. É a mesma velha canção cantada no mesmo velho tom. A idéia de estabelecer o "reino de Deus" é tão velha quanto a formação da Igreja de Roma. Essa torrente de pensamento flui pelas páginas da história da Igreja Romana, pelo Império Britânico e, no século XX, sob os auspícios da Liga de Nações. Entretanto, Deus não precisa da ajuda do homem para estabelecer seu reino na Terra, e o reino de Deus na Terra não é e não será revelado na igreja. O reino de Deus será estabelecido apenas na segunda vinda de Jesus Cristo. Ele só - sem a ajuda do homem - estabelecerá seu reino, e reinará então em toda a Terra a partir de Jerusalém por 1000 anos - o Milênio. Portanto, o reino socialista sonhado pelo Conselho Mundial de Igrejas é nada mais que uma fabricação luciferiana. Philip Potter, secretário geral do CMIC, declarou em 1969: "Conclamamos as igrejas a se moverem… para a relevante e sacrificial ação que conduzirá a novos relacionamentos de dignidade e justiça entre todos os homens e para se tornarem os agentes para a reconstrução radical da sociedade… É necessária uma mudança radical das estruturas sociais, econômicas e políticas, e não a mera transferência prudente dos recursos e das tecnologias." Sob a liderança dúbia dos Conselhos Mundial e Nacional de Igrejas, o Movimento Ecumênico tornou-se um alvo fácil para o fundamentalismo militante. Além da recusa continuada das doutrinas fundamentais da fé cristã, a longa lista de organizações e associações de frente comunistas dentro do CNI e o CMIC somaram novo fervor para as organizações fundamentalistas. Como resultado, durante os anos 1950 e os anos 1960, fundamentalistas de grande destaque, como o Dr. Carl McIntire, com o Conselho Americano de Igrejas Cristãs, Edgar Bundy, da Liga de Igrejas da América, e Billy James Hargis (mais tarde implicado em um escândalo sexual), da Cruzada Cristã, expuseram o ecumenismo e o comunismo do CNI e o CMIC tanto por meio das transmissões nacionais de rádio quanto de encontros patrióticos. "Eles enfocaram seus ataques no Conselho Nacional de Igrejas e no Conselho Mundial de Igrejas como 'apóstatas, anti-americanos, pró-comunistas e organizações eclesiásticas insurretas.'" Os esforços desses e de outros fundamentalistas, junto com a disposição conservadora geral do povo americano nos anos 1950, levou a outro êxodo em massa das principais denominações nos anos 1960. Isso tudo parecia sinalizar o fracasso do movimento ecumênico mas, em 1963, a cavalaria chegou para tentar resgatar os infiéis religiosos.
O CONCÍLIO VATICANO II
Por mais de 1400 anos a Igreja Católica Romana não foi apenas correta aos seus próprios olhos, mas também aos seus próprios olhos possuía infalibilidade absoluta. Ela reinava sobre os monarcas, sobre os ricos e sobre os pobres com mão de ferro. Independente da posição social, se as crenças pessoais de alguém eram inconsistentes com as da Igreja, as conseqüências eram ou prisão, ou tortura, ou morte na fogueira, ou tudo isso. A partir do ponto de vista da Igreja, não havia salvação à parte de Roma, nenhum cristianismo à parte de Roma, e nenhum espaço para discussão. Entretanto, em 1962, alguma coisa muito estranha ocorreu, e muitas das atitudes que prevaleciam por mais de um milênio subitamente desapareceram. O Concílio Vaticano I foi adiado em 1870 depois de estabelecer definições para a "doutrina" da infabilidade papal. O Concílio Vaticano II foi inaugurado em 11 de outubro de 1962 pelo papa João XXIII e encerrado em 8 de dezembro de 1965 por Paulo VI. Os decretos e declarações do Vaticano II sinalizaram uma mudança de paradigmas no pensamento católico que não apenas resultou em uma guerra civil cismática dentro das fileiras do catolicismo, mas também levantou sérias questões quanto à verdadeira origem das mudanças. A essência dessas mudanças começou em 1959, quando João XXIII convocou o Concílio "para completar o trabalho do Concílio Vaticano I". Em 1961, ele abriu um precedente histórico ao permitir que observadores católicos participassem oficialmente da Terceira Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas e também ofereceu lugares de honra aos observadores protestantes e ortodoxos em todas as sessões do Vaticano II. A bomba resultante, chamada de "Decretos do Ecumenismo", incluía os seguintes excertos: Todos que foram "justificados em fé no batismo" são membros do corpo de Cristo; todos têm o direito de serem chamados cristãos; os fiéis da Igreja Católica os chama de irmãos.
A Igreja Católica crê que as igrejas e comunidades separadas "são eficientes em alguns aspectos." O Espírito Santo faz uso dessas igrejas; elas são um meio de salvação para seus membros. Os católicos são encorajados a se unirem em atividade ecumênica e a se reunirem com cristãos não católicos em verdade e amor… Os católicos não devem ignorar seu dever para com os outros cristãos… mesmo assim… os católicos sinceramente acreditam que a sua é a Igreja de Cristo; tudo o que for necessário deve ser feito para que os outros claramente a reconheçam como a Igreja de Cristo. … os teólogos e outros católicos competentes devem estudar a história, os ensinos, e a liturgia de igrejas separadas… Em circunstâncias apropriadas, orações para a unidade devem ser feitas em conjunto com os cristãos não católicos…
… Diferenças importantes permanecem… mas… o fato é que os cristãos crêem na divindade de Cristo e no fato da reverência pela palavra de Deus revelada na Bíblia. Na causa do ecumenismo, o católico sempre deve permanecer verdadeiro à fé que recebeu... Os novos conceitos iniciados pelo papa João XXIII e pelo Vaticano II foram um afastamento radical da posição histórica da instituição Católica Romana. Sugerir que protestantes e ortodoxos eram cristãos, e ainda usar o termo "irmãos" estava em contradição completa com a doutrina católica tradicional. Os tradicionalistas dentro da Igreja Católica acusaram os autores dos documentos do Vaticano II de "favorecimento da filosofia moderna sobre a doutrina católica tradicional"; favorecimento do humanismo, do naturalismo e da evolução; recusando-se a condenar o socialismo e o comunismo; e fazendo acordos com a "Maçonaria", com o Conselho Mundial de Igrejas, e com "Moscou". O tempo provou que essas acusações estavam corretas, e alguns chegam a sugerir que o Vaticano II foi um afastamento tão radical do catolicismo estabelecido, que é possível considerar seriamente a possibilidade de um grande golpe no interior do Vaticano. Nas palavras do tradicionalista católico, R. P. Georges de Nantes: "No Concílio Vaticano II (1962-1965), dois homens apresentando-se como papas católicos, João XXIII e Paulo VI, lideraram o corpo inteiro de cardeais e bispos para fora da Igreja Católica e para dentro da seita Vaticano II…" Embora alguém possa se perguntar o que aconteceu para causar tal mudança radical, para os propósitos desta discussão, a resposta a essa pergunta é irrelevante. A questão importante agora é que exatamente quando o Movimento Ecumênico estava para ser sepultado, a Igreja Católica Romana apareceu em cena como o cavaleiro em armadura brilhante para resgatá-lo. Não apenas a Igreja de Roma abraçou os "irmãos separados", mas também iniciou novas estratégias para aumentar os esforços do ecumenismo. (Essas estratégias serão discutidas em capítulos subseqüentes.)
O século XIX testemunhou o assentar da fundação para os eventos das primeiras seis décadas do século XX. Por volta de 1965, o palco parecia armado para a aliança dos protestantes e católicos se unirem e formarem a Igreja Única Mundial. Os fundamentalistas nesse tempo estavam não apenas confusos com a batalha contra a aliança Modernista - Católica Romana, mas também encaravam a ameaça da Religião Orientada Para Resultados dos neo-evangélicos. Com o fundamentalismo empenhado na batalha em duas frentes, as mega-igrejas pareciam estar posicionadas para terminar a ameaça do fundamentalismo fragmentado. Entretanto, Deus tinha outros planos para a humanidade, e os eventos mundiais tomariam outro giro para lançar um grande ataque no coração do Movimento Ecumênico. A fé é uma "lei" ou "força", que pode ser ativada por qualquer pessoa - cristã ou não; A habilidade de realizar milagres, sinais e maravilhas é um talento intrínseco em nós; precisamos apenas aprender as técnicas para ativar as leis espirituais em que a fé está baseada; Deus está preso a essas leis espirituais, e deve responder a qualquer pessoa - mesmo aos seus piores inimigos - que usa tais conhecimentos;
Como "deuses" ("seres divinos"), temos o "direito divino" à saúde e à prosperidade; Jesus é o nosso "irmão mais velho", que dominou as leis espirituais da natureza e é, portanto, nosso exemplo para que façamos o mesmo; O homem pode se tornar espiritual e fisicamente perfeito quando aprende a dominar essas leis espirituais; O Reino de Deus será estabelecido na Terra quando um número suficiente de pessoas tiver se aperfeiçoado.
1901, Topeka, Kansas, Seminário Bíblico Betel, - Agnes Ozman recebeu o que chamou de "batismo no Espírito Santo" e falou em "línguas".
1906, Los Angeles, Califórnia - Igreja da Rua Azusa
Segunda Onda - Renovação Carismática:
1960 - O Movimento Carismático Moderno começou na Igreja Episcopal de São Marcos, Van Nuys, Califórnia.
1962 - O fenômeno da glossolalia explodiu na Universidade de Yale [2] entre os membros da evangélica Comunidade Cristã Intervarsity. Ela incluía episcopais, luteranos, presbiterianos, metodistas e um católico romano.
1967 - Spring Vacation - Trinta católicos zelosos da área de Notre Dame receberam o "batismo do Espírito Santo".
1974 - 30.000 católicos carismáticos realizaram uma conferência em Notre Dame.
1977 - Conferência Carismática em Kansas City, 50.000 participantes - quase metade deles eram católicos romanos.
1977 - A AP estima em 10 milhões o número de carismáticos nos Estados Unidos.
1983 - A edição de 18 de janeiro da revista Christianity Today informou que as Assembléias de Deus era a denominação que mais crescia nos Estados Unidos. Nessa época, ela tinha 1,7 milhão de membros e crescia rapidamente.
Terceira Onda - Movimento de Sinais e Maravilhas - enfatiza mais o dom de profecia e cura do que o de línguas:
1983 - "Terceira Onda" - termo cunhado por Peter Wagner: "… estamos agora na terceira onda. Vejo a terceira onda dos anos 80 como uma abertura dos evangélicos tradicionais e outros cristãos ao trabalho sobrenatural do Espírito Santo que os pentecostais e carismáticos experimentaram, mas sem se tornarem carismáticos ou pentecostais."
A PRIMEIRA ONDA
A origem "oficial" do pentecostalismo moderno começou em 1901, no Colégio Bíblico Betel, em Topeka, Kansas, quando Charles Parham impôs as mãos sobre Agnes Ozman. Ela imediatamente começou a falar em "línguas". "Afirmou-se (apesar de que nunca foi confirmado com credibilidade) que ela falou em chinês durante três dias, incapaz de falar em inglês, e no segundo dia falou em boêmio. Logo, a maioria dos outros na escola estavam falando e cantando em 'línguas'… os jornais locais do dia descreveram o fênomeno como linguagem ininteligível… Em 1914, Charles Shumway procurou diligentemente por evidências para comprovar que as línguas dos primeiros pentecostais eram línguas reais, isto é, línguas conhecidas. Ele não conseguiu sequer uma pessoa para confirmar as afirmações…" Um dos aspectos mais interessantes dos eventos no Colégio Bíblico Betel foi a tentativa dos participantes de provar que suas "línguas" eram na verdade línguas faladas. Eles achavam que de acordo com a Palavra de Deus, o dom de "Falar em Línguas" era a habilidade que um indivíduo tinha de falar numa língua que lhe era desconhecida para comunicar o Evangelho na língua de quem estivesse ouvindo. Tal tentativa cessaria muito cedo, pois aqueles que "falavam em línguas" não conseguiam produzir nenhuma evidência de que aquelas assim chamadas línguas, não eram nada mais do que uma linguagem sem sentido e obscura. Assim, o incidente no Colégio Bíblico Betel era somente o precursor do que ainda estava por vir, a Primeira Onda Carismática começou com os cultos de avivamento na Missão da Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia. Essa Missão era pastoreada por William Seymour, que cria na necessidade de "duas obras da graça" para a salvação, que a verdadeira igreja estava sendo restaurada em um milagroso reavivamento dos últimos tempos, e (apesar que ele mesmo nunca ter falado em línguas) fortemente argumentava que as línguas eram a evidência do recebimento do Espírito Santo. Seymour raramente pregava, mas ao invés disso ficava atrás do púlpito com um caixote vazio cobrindo sua cabeça. Os cultos na Missão da Rua Azusa eram "caracterizados por confusão, dança, pulos, quedas no chão, transes, quedas no espírito, línguas, contorções, histeria, sons estranhos, e risada santa… descrito como 'demonstrações selvagens e histéricas". Charles Parham, conhecido como o Pai do Pentecostalismo e presidente do referido Colégio Bíblico Betel, fez uma avaliação menos que satisfatória em sua visita à Missão da Rua Azusa, em 1906:
"Parham descreveu as 'línguas' de Azusa como 'confusas e inarticuladas, desenfreadas e exasperadas, falando absolutamente nenhuma língua existente'… De acordo com Parham, dois terços das pessoas que seguiam o pentecostalismo em seus dias foram 'ou hipnotizadas ou conduzidas à loucura (total falsa de senso)'… assim, o 'Pai do Pentecostalismo' rejeitou totalmente as reuniões da Rua Azusa como sendo uma imitação fraudulenta, manipulada e demoníaca, e mesmo assim praticamente todas as denominações pentecostais rastreiam suas origens a essas reuniões na Rua Azusa."A Primeira Onda continuou com aqueles que diziam ressuscitar os mortos (ninguém jamais provou isso), oravam sobre lenços, curavam os enfermos, caíam no espírito, garantiam prosperidade àqueles que contribuíssem com o ministério deles, e ainda desenvolviam o diálogo católico romano-pentecostal. Entretanto, os membros da Primeira Onda nunca receberam o respeito dos protestantes tradicionais ou da população em geral. O caráter moral de muitos de seus seguidores e líderes não ajudava muito. William Parham (o Pai do Pentecostalismo) foi removido do ministério depois de ser preso acusado de sodomia. William Branham profetizou falsamente que o arrebatamento ocorreria em 1977. Aimee McPherson (depois do divórcio e diversos relacionamentos amorosos) morreu de overdose. Kathryn Kuhlman envolveu-se romanticamente com um homem casado, com o qual se casou após ele se divorciar de sua mulher (posteriormente, ela se divorciou dele). Benny Hinn, um dos atuais líderes da Segunda Onda, afirma que o manto de Aimee McPherson caiu sobre Kathryn Kuhlman; e então foi passado dela para ele. De acordo com Benny Hinn:"… o dia virá, e digo isso a vocês, sei disso como sei meu nome, o dia virá em que não haverá nem um santo doente no corpo de Cristo. Ninguém ficará doente, ninguém será arrebatado de uma cadeira de rodas. Ninguém será arrebatado de uma cama de hospital. Todos vocês serão curados antes do arrebatamento."
A SEGUNDA ONDA E SEUS RESULTADOS
Os aspectos mais críticos do Movimento Carismático passarão completamente desapercebidos a menos que alguém pare para questionar os detalhes desse movimento. Essas perguntas se aplicam ao desenvolvimento do Pentecostalismo entre a Primeira e a Segunda
Entretanto, seriam apenas esses fatores capazes de servir de suporte para posições teológicas que há tempo tinham sido geralmente vistas como pertencentes a um segmento marginal e lunático dos "Bíblias"? O que faria um católico romano que tivesse sido criado em uma tradição de formalismo rígido interessar-se pelos atos extravagantes dos pentecostais? Como os batistas e os outros evangélicos poderiam ser atraídos às posições que foram tradicionalmente ensinadas como sendo descaradamente antibíblicas? Deve ter havido algo mais em ação aqui - algo quase como (Deus nos livre) uma conspiração. Mas quem ganharia com isso? E qual seria o resultado de tal conspiração?
Historicamente, a primeira organização que vem à mente junto com a palavra "conspiração" é a Ordem dos Illuminati. Para os propósitos desta discussão, a história do Iluminismo não será discutida em detalhes exceto para dizer que a Ordem dos Illuminati (organizada em 1776) ainda existe nos dias de hoje, e essa organização compreende aqueles que literalmente governam o mundo. Esses indivíduos tambem têm um plano proeminente para instituir um Governo Mundial Unificado e uma Religião Mundial Unificada. De fato, é essa mesma organização que tem em seu poder a chave não somente para essa questão, mas também para o entendimento da Religião Orientada Para Resultados. Um relato (não confirmado) de uma testemunha ocular revela que os Illuminati se infiltraram intencionalmente entre os pastores pentecostais em 1946. Por que a "Elite Globalista" se incomodaria em se infiltrar nessa ramificação marginal do cristianismo? Para achar a resposta, é necessário considerar cuidadosamente este cenário:
1906-------- Fundação oficial do pentecostalismo
1906-60-- Os pentecostais são geralmente vistos como um segmento marginal e lunático dos "Bíblias"
1946-------- Os pentecostais são intencionalmente infiltrados pelos agentes dos Illuminati
1960-------- Nascimento repentino da Segunda Onda do Movimento Carismático
1962-------- O Movimento da Glossolalia ocorre na Universidade de Yale. Nessa universidade está a sede da "Sociedade Caveira e Ossos" - o campo de treinamento dos Illuminati nos Estados Unidos. Esse fato suporta a hipótese que os membros da "Caveira e Ossos" possam ter se infiltrado facilmente na Comunidade Cristã Intervarsity, em Yale. O fato de que isso aconteceu em Yale é demais para ser apenas uma coincidência.
1960-63---- O Vaticano II foi conduzido por papas que repentinamente embraçaram os conceitos do Governo Mundial Unificado e da Religião Mundial Unificada. Católicos tradicionais admitem que o papado foi infiltrado pelos Illuminati. Como resultado do Vaticano II, o Movimento Ecumênico Católico foi lançado.
1963-67---- O fundamentalismo cristão continua em rápido crescimento e o Movimento Ecumênico católico fracassa.
1967-------- Trinta zelosos católicos de Notre Dame quebram a tradição e receberam o "batismo no Espírito Santo".
1973-------- 30.000 católicos carismáticos se reúnem em Notre Dame.
1977-------- A Conferência Carismática da cidade do Kansas atrai 50.000 pessoas - metade delas católicas.
1983-------- O fundamentalismo declina, as Assembléias de Deus são agora as igrejas que mais crescem no mundo, com mais de 10.000.000 de carismáticos nos Estados Unidos.
Desde 1983, os laços entre carismáticos, Roma e os evangélicos têm se estreitado cada dia mais. Isso é resultado de vários fatores:
O Movimento Salvemos Nossa Herança Cristã
O Movimento Salvemos Nossa Cultura
A Maioria Moral
A Coalizão Cristã
O Movimento Pró-Vida
O Documento Evangélicos e Católicos Juntos
Os Promise Keepers
A INICIATIVA DAS RELIGIÕES UNIDAS
Enquanto alguns desses movimentos e organizações são realmente conservadores e bem-intencionados (outros não são nem conservadores e nem bem-intencionados), a trágica verdade é que essas "boas causas" fizeram vastas contribuições para enganar os verdadeiros cristãos a fim de abraçarem o Movimento Carismático, suportando assim a construção da Religião Mundial Unificada do Anticristo. Os fatos desse cenário exibem um chocante alerta para todos aqueles que estão dispostos a considerá-los até às conclusões lógicas:
Os Illuminati viram o potencial de manipular os pentecostais, e se infiltraram em grupos pentecostais logo após a Segunda Guerra Mundial.O papado foi infiltrado pelos Illuminati nos anos 50 (1950), e não somente resultou em diretrizes contrárias ao catolicismo tradicional por ocasião do Vaticano II, mas publicamente acolheu os objetivos dos Illuminati numa abrangente Religião Mundial Unificada.
Quando o Movimento Ecumênico fracassou, o solo fértil dos Illuminati na Universidade de Yale tornou-se um ninho de desova para os carismáticos católicos e protestantes. Aqueles que acham a sugestão de uma conspiração nesse cenário uma idéia execrável não estão enxergando a visão de longo prazo dos Illuminati dentro (e não entre) das linhas apresentadas anteriormente. O plano é criar uma Igreja Mundial Unificada debaixo da liderança do papado e a Bíblia confirma o sucesso final desse plano em Apocalipse 13 e 17. O ponto principal nesse caso é o ataque contínuo aos cristãos fundamentalistas, que se mantêm em oposição ao sucesso do plano. Entretanto, a calamidade do fundamentalismo e do evangelismo é encontrada na Religião Orientada Para Resultados, que produz crescimento da igreja em detrimento da doutrina. Esses métodos produzem membros que não têm a menor idéia no que creêm ou por que creêm. Tais soldados mal-equipados são presas fáceis nas batalhas espirituais que aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo no Espírito de Deus enfrentam. Esses membros de igreja que são produto da Religião Orientada Para Resultados são ainda enganado por causa da fama dos líderes carismáticos, que não podem ser criticados pelo fato de terem igrejas grandes e lotados templos. Este autor presenciou isso em primeira mão em uma Igreja Batista Independente. No culto de domingo à noite, um famoso pastor carismático do Brooklyn, em Nova York, estaria pregando em uma mensagem gravada em vídeo. O pastor local declarou, "Podemos discordar desse homem em alguns pontos doutrinários "menos importantes", mas ele tem uma grande igreja, de modo que deve estar fazendo alguma coisa certa!". Essa é a essência da Religião Orientada Para Resultados - O pastor, nesse exemplo, estava disposto a violar os mandamentos das Escrituras sobre separação por que achava que a congregação se beneficiaria com as instruções sobre "a igreja em crescimento" que aquele homem podia transmitir.
A TERCEIRA ONDA
A Terceira Onda do Movimento Carismático foi concebida no interior do Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, na Califórnia, pelos professores de Crescimento de Igrejas Peter Wagner e o falecido John Wimber. Ambos lecionavam no curso "Sinais e Maravilhas e Crescimento de Igrejas", no Seminário de Pasadena. Evidentemente, eles nunca leram as palavras de Jesus quando disse: "Uma geração má e adúltera pede um sinal" [Mateus 16:11a]. Esses dois homens se tornaram os co-conspiradores em um plano de marketing para incitar o crescimento de igrejas por meio do livro de Wimber, "Evangelismo de Poder", que definia o conceito de poder do Reino e sua relação com o evangelismo. Wimber afirmou, "Os primeiros cristãos claramente tinham uma abertura ao poder do Espírito, o que resultou em sinais e maravilhas e crescimento da igreja." Essa afirmação pode ser escrita de forma analítica para definir a essência exata da teologia da Terceira Onda Carismática:
(Poder do Reino+Autoridade do Reino+Evangelismo do Reino) x (Sinais + Maravilhas) = Crescimento da Igreja
Essa equação tem mais complexidades intrínsecas do que os nossos olhos podem ver. Em primeiro lugar, qualquer referência a uma frase como "Poder do Reino" já deveria ser imediatamente um alerta vermelho a qualquer indivíduo que estuda a Palavra de Deus. Biblicamente falando, não existe "Poder do Reino" nesta era, e não importa quão constantemente essa ou frases semelhantes como "Autoridade do Reino" apareçam nos textos de Wimber ou nos modernos hinos de louvor (veja o hino, Majesty, de Jack Hayford), esse é um conceito antibíblico. Em suas observações editadas nas salas de aula do Seminário, Wimber empregava grosseiramente mal o conceito do Reino de Deus à igreja. Sua tese inteira baseava-se em uma falsa premissa que como a igreja é o Reino de Deus, seus membros devem exercer os sinais e maravilhas que Jesus operava. Ele foi tão longe que atacou a onisciência (como também a fundamental deidade de Jesus Cristo) quando declarou:
"Jesus frequentemente fazia perguntas sobre a necessidade de cura, indicando que
(a) embora algumas vezes recebesse palavras de conhecimento, outras vezes não as recebia, e
(b) queria ter seu foco exatamente no alvo."
Será que Wimber não percebeu que Jesus Cristo, quando andou aqui na Terra era Deus em carne? Será que não percebeu que Jesus Cristo era Deus, possuindo todos os atributos de Deus? A discrepância de que Jesus às vezes não tinha conhecimento de uma enfermidade e precisava de assistência do Espírito Santo é blasfêmia contra o Deus encarnado! No entanto, os métodos de crescimento da igreja nas aulas de Wimber e Wagner eram um exercício de Evangelismo do Reino, Princípios do Reino e Autoridade do Reino. Para que isso acontecesse o "Povo do Reino" deveria utilizar sua Autoridade do Reino para, entre outras coisas, "ressuscitar os mortos". Observe também a seguinte declaração de Wimber: "Deus usa nossas experiências para nos mostrar mais completamente o que ensina para nós nas Escrituras, muitas vezes derrubando ou alterando elementos de nossa teologia e da nossa cosmovisão." Se esse é o caso, todo cristão que já andou na face da Terra deveria escrever crônicas de suas experiências como apêndices à inspirada Palavra de Deus. Se nossas experiências alteram nossa teologia, isso não faz com que a Palavra de Deus esteja subordinada à experiência humana? De onde nossa teologia deve se originar? A única fonte para a verdadeira teologia está dentro das páginas da escrita e preservada Palavra de Deus. A teologia não deve vir de visões, sonhos ou experiências humanas. Ela é derivada apenas do ensino doutrinário encontrado na Palavra de Deus. Quando o clamor contra o curso de Wagner e Wimber no Seminário de Pasadena chegou ao ponto em que o curso foi cancelado (a despeito do fato de ser a maior classe do seminário), Wimber colocou sua teologia em ação e fundou a Comunidade Cristã Vineyard (Videira). As Comunidades Videira cresceram sob a liderança de Wimber para setecentas congregações no mundo inteiro, e tornaram-se o catalisador para a TERCEIRA ONDA do Movimento Carismático, que enfatizava os "sinais e maravilhas", sobre aqueles que no passado enfatizaram o falar em "línguas". O efeito torrencial do Movimento Videira incluiu a formação da organização do Promise Keepers (o fundador do Promise Keepers, Bill McCartney, é membro da Comunidade Videira, em Boulder, no Colorado, e os membros da Videira dominam o quadro dos PK) e o infame e sem base bíblica "Reavivamento do Riso", que varreu o mundo todo e foi originado na Comunidade Videira do Aeroporto, em Toronto, no Canadá. Embora Wimber tenha cortado relações com a Comunidade de Toronto por causa de extravagâncias como "o rugido do leão" em 1996, em 1995 a revista Charisma informou que em mais de 500 igrejas Videira nos Estados Unidos ocorria o fenômeno do Avivamento do Riso. A Comunidade Videira em Kansas City tornou-se a casa dos infames "Profetas de Kansas City", liderados por Paul Cain. Hank Hanegraaf relata:
"John Wimber, o fundador da Videira, acredita que Paul Cain é o principal profeta da Terceira Onda (ênfase adicionada)... que viria com sinais e maravilhas... nas palavras de Wimber, 'ele é muito parecido com Jeremias e com João Batista, separado antes do nascimento para o ministério que exerce agora.'"
A TEOLOGIA DO DOMÍNIO
Um dos fios de ligação mais comuns que permeiam a teologia carismática de Seymour a Robertson é a idéia de que a verdadeira igreja está sendo restaurada (ou resconstruída) em um grande reavivamento dos últimos tempos. Parece que muitos, se não a maioria dos notáveis pregadores e evangelistas carismáticos acreditaram que foram chamados por Deus se não para iniciar, ou certamente para lançar tal reavivamento na criação erronêa de uma "coisa nova" baseando-se em Isaías 43:18-19 "Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo". Por exemplo, Alexander Dowie (que foi justamente o mentor de Charles Parham) proclamou-se "Elias, o Restaurador" e o "primeiro apóstolo da igreja dos últimos tempos". Embora o termo técnico para alguém que proclama tal coisa seja "paranóia esquizofrênica com mania de grandeza", proclamações desse tipo continuam nos círculos carismáticos até os dias de hoje. No momento que essa linha de pensamento alcançou o sistema da Videira, sob a liderança de John Wimber, os profetas da Videira estavam anunciando "que nos últimos dias o Senhor estaria restaurando ministérios quíntuplos, caracterizados por apóstolos, profetas, pastores, mestres e evangelistas para a igreja atual" para também iniciar um grande reavivamento no fim dos tempos. A questão então deve ser perguntada: Aonde tão grande reavivamento nos guiaria? Quando levado a conclusões lógicas, a resposta é muito simples. Se tivesse de haver tão grande reavivamento que afetaria a humanidade, não seria então a condição mundial mudada drasticamente? A lei secular não se tornaria a lei do próprio Deus? Não seriam os pastores a classe dominante a interpretar e estabelecer as leis de Deus? Isso não daria domínio à igreja de toda a humanidade? Isso não restauraria assim o sistema da Lei do Antigo Testamento como governante catalisador para iniciar uma nova era de paz e justiça? Isso não prepararia a Terra para sua apresentação a Jesus Cristo, para seu retorno físico e reinado? A resposta para todas essas perguntas é: SIM. Entretanto, essa linha de pensamento apresenta muitas barreiras bíblicas:
2. Outros protestantes seguiram os ensinos de Knox e Calvino e alegorizaram as Escrituras proféticas dentro de um produto pós-milenar de suas imaginações. Essa visão pós-milenar conjecturava que o Reino Milenar de Deus era a igreja, e que os mil anos não eram anos literais, mas simbólicos. O sincretismo dessas posições errôneas conduzem ao conceito de que o Reino de Deus na Terra seria:
REPRESENTADO PELA VERDADEIRA IGREJA.
A verdadeira igreja foi corrompida depois do primeiro século e entrou em um estado de semiletargia. A verdadeira igreja seria reconstruida nos últimos tempos, sob a liderança de um novo grupo de profetas e apóstolos, que se caracterizariam pela utilização dos sinais e maravilhas restaurados. Essa igreja reconstruída dos últimos tempos prepararia então a Terra para o Rei Jesus Cristo, que governaria o mundo.
4. Esse cenário requeriria que a igreja dos últimos tempos ganhasse o controle sobre toda a humanidade, tomando posse do controle do sistema jurídico. Isso requer um governo mundial, controlado pela igreja, funcionando como a entidade legislativa para toda a humanidade.
Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou de Domínio. Ela ensina que a igreja ou que os cristãos ganharão o controle do planeta antes da Segunda Vinda para tornar o mundo um lugar perfeito para o reinado de Jesus Cristo. Os assim-chamados profetas e apóstolos do reavivamento dos últimos tempos criariam uma força tão forte que todos na Terra se renderiam ao controle da igreja. Quando o dominionista Pat Robertson declarou que a organização dos Promise Keepers era um "direto cumprimento da profecia bíblica", estava fazendo referência ao fato de que sentia que os Promise Keepers eram um dos primeiros passos em direção ao domínio cristão na Terra.
Os membros da Igreja de Jesus Cristo devem se perguntar honestamente: "Como permitimos que isto nos acontecesse e onde foi que erramos tanto?" A profana e manipulada Guerra Cultural foi reconhecidamente perdida e houve uma óbvia inclinação à esquerda - na teologia, no estilo de vida, nas atitudes e nos valores - até mesmo nos círculos evangélicos e fundamentalistas. Na cena política, existem aqueles que se alegram por que muitos cristãos agora sentem que possuem um dos seus na politica e os seus representantes políticos dominam ambas as Casas de seus Congressos. No entanto, mesmo assim, as questões críticas diante das quais a nação se defronta não apenas continuam a descer a espiral moral, mas parece haver pouca ou nenhuma evidência de uma reviravolta nas tendências atuais. Existem aqueles, é claro, que ainda insistem que o mundo inteiro está diante de um grande reavivamento - existem alguns que até chegam o predizer que um novo e maciço exército de jovens cabeludos assumirá o voto de nazireu do Antigo Testamento e inspirará suas vidas no revolucionário original, Jesus Cristo. (Francamente, como um indivíduo que afirma ser um filho de Deus purificado em Seu sangue pode insinuar que o Deus encarnado foi um revolucionário está além de qualquer lógica, muito mais de qualquer possível compreensão erudita.) No entanto, essa atitude equivocada ocupa um grande espaço nos mesmos temas que ameaçam a igreja. Na análise final, o Seminário Teológico Fuller, a revista Christianity Today, os neo-evangélicos, os modernistas, carismáticos, reconstrucionistas e dominionistas devem ser sarcasticamente parabenizados. Eles conseguiram alinhar-se cegamente com as forças obscuras de Lúcifer (satanás) em um nível suficientemente sutil para seduzir toda a comunidade evangélica, dos fundamentalistas aos católicos carismáticos, e cair na armadilha que veio a caracterizar a religião orientada para resultados. Esse alinhamento com as forças luciferianas não ocorreu da noite para o dia. A transição foi tão sutil e gradual que pode ser comparada ao sapo que foi colocado no caldeirão de água e cozinhado lenta e mortalmente sem se dar conta. Nem ocorreu uma mudança de atitudes e valores em um cataclismo violento, catastrófico, destruidor ou transformador. As mudanças vieram à tona sutil, lenta, sistemática e intencionalmente. Sob o risco de uma análise histórica excessivamente longa, deve-se, no mínimo, examinar as metas e aspirações daqueles envolvidos diretamente com as forças luciferianas para alcançar uma compreensão minuciosa sobre o desejo não apenas por um novo paradigma político, mas também por aqueles que desejam uma "igreja do novo paradigma" que culminará na religião mundial única, tão sucintamente profetizada na Palavra de Deus. Inicialmente, deve-se entender que esse chamado por um novo paradigma político conhecido como a Nova Ordem Mundial está baseado primariamente nos antigos valores daqueles que sobreviveram ao Dilúvio de Noé e em seus desejos satanicamente inspirados de um retorno à civilização pagã que existia antes do Dilúvio. Esse movimento foi liderado pelo bisneto de Noé, Ninrode, que tentou abrir o portão para o controle demoníaco de toda a humanidade. (O relato de seu fracasso e da destruição de sua religião global estão registrados em Gênesis 11.) Naquele ponto, Deus interveio para dispersar os homens pela face da Terra, confundindo seus idiomas e preservando uma linhagem justa por meio da qual emergiria Jesus Cristo - o Redentor da humanidade perdida e sem condições de salvar a si mesma. (Essa ação de Deus também estabeleceu o fundamento para a estrutura política do estado-nação soberano que tem sido predominante desde a queda do Império Romano.) Após a derrota inicial de Lúcifer pela morte sacrifical de Cristo na cruz, as forças demoníacas assumiram então o desafio de atacar a Igreja, buscando destruir o legado da ressurreição e, em última instância, obter a vitória para o senhor das trevas. O relato bíblico dessa batalha pode certamente ser discutido ao longo de muitas páginas, mas os eventos começaram a ganhar um impacto exponencial no início do século XX. Em seu livro The Externalization Of The Hierarchy, a ocultista Alice Bailey (por meio da escrita automática) registrou as palavras do seu espírito-guia demoníaco, Mestre Djwahl Kuhl: "1934 marca o início da organização dos homens e mulheres… o trabalho grupal de uma nova ordem… com o progresso definido pelo serviço… a obra da Fraternidade… as Forças da Luz… e a partir da destruição de todas as culturas e civilizações existentes, a nova ordem mundial deverá ser construída." Mesmo antes de 1934, Alice Bailey certamente não tinha o monopólio dos poderes ocultistas. Um jovem pintor muito eloquente na Alemanha, discursando para as massas de cima dos barris de cerveja do lado de fora dos bares e usando os Protocolos dos Sábios de Sião como fonte de autoridade, proclamava: "A raça ariana é um salto no processo de evolução humana... para criar uma raça-raiz que viveria em novas condições no ambiente que seguiu à destruição da Atlântida (Nota: A veracidade da Atlântida de Platão é amplamente entendida como o mundo pré-diluviano real de Noé). Ensinada a respeitar e proteger a pureza de seu sangue. Sob o símbolo da "Roda Solar", ou Suástica, os novos iniciados assumirão a liderança... e se tornarão mediadores entre as massas e os elevados poderes invisíveis." Esse mesmo indíviduo, Adolph Hitler, proclamou mais tarde: "… com a noção de raça, o Nacional Socialismo (Nazismo) usará sua própria revolução para o estabelecimento de uma nova ordem mundial." Esses mesmos conceitos foram imitados nos EUA e na Grã-Bretanha pelo socialista fabiano e insigne autor H. G. Wells: "A organização disto que eu chamo de Conspiração Aberta... que irá, por fim, prover ensino e serviços públicos coercitivos e diretivos a todo o mundo, é a tarefa imediata diante de todas as pessoas racionais... um Estado-mundial planejado está surgindo em milhares de pontos... um 'estado global-coletivista', ou 'nova ordem mundial', composta pelas 'democracias socialistas'. ... o individualismo nacionalista... é a doença do mundo... A necessidade manifesta de um controle mundial coletivo para eliminar a beligerância e... a necessidade de um controle coletivo das vidas econômica e biológica da humanidade, são aspectos de um único e mesmo processo." Proponho que isso seja alcançado por meio de uma 'lei universal' e da propaganda (ou educação)." Com a Segunda Guerra Mundial surgindo no horizonte, os planos para um governo global aceleraram-se em um ritmo veloz. Conforme anunciou M. J. Bonn: "… o planejamento nacional significa anarquia internacional deliberada… Duvido que a ordem mundial de amanhã seja capitalista ou socialista. Ela provavelmente será as duas ou nenhuma... O gênio da História não marcha pelas eras no solene passo do ganso... Mas o tempo todo ele segue avançando, e a cada avanço um passo rumo à nova ordem mundial é dado." Percebe-se o perigo envolvido quando os líderes do sistema público de educação aderem ao cenário ocultista: "A Associação de Educação Progressiva, organizada por John Dewey (o infame pai da Educação Progressiva), em 1947 dirigiu-se aos professores da nação, clamando pelo 'estabelecimento de uma ordem mundial genuína'... uma ordem na qual a soberania nacional esteja subordinada à autoridade mundial... uma ordem na qual a 'cidadania do mundo' assuma, assim, ao menos um status igual à cidadania nacional... A tarefa é experimentar técnicas de aprendizado que visem um consenso social inteligente. Conforme a antiga ordem vai se desmoronando, e há uma nova e gratuita ordem lutando para nascer... Há uma febre de nacionalismo... mas o Estado-nação está se tornando menos e menos competente para exercer suas tarefas políticas internacionais... Essas são algumas das razões que estão nos pressionando para nos dirigirmos vigorosamente rumo à verdadeira construção de uma nova ordem mundial..." A essência desse sentimento despertou suspeitas até mesmo no Congresso dos EUA. Em 24 de abril de 1954, o deputado republicano Usher Burdick, do Nebraska, relatou ao Congresso: "Sr. Presidente da Casa, não há dúvida de que agora existem uma compreensão e um acordo amplamente difundidos realizados entre os agentes deste governo e as Nações Unidas e a Organização do Tratado do Atlântico Norte para construirem um governo mundial, e para tornarem as Nações Unidas uma parte dele - a despeito da nossa Constituição, das nossas leis e tradições... Isso será feito em nome da paz... mas resultará na destruição total das nossas liberdades. Os agentes que representam os EUA podem não estar tentando deliberadamente realizar esse trabalho desleal, mas o melhor que pode ser dito a respeito deles é que são uns tolos..." Nos anos 70, as coisas haviam se agravado progressivamente. Richard Gardner escreveu na Foreign Affairs, a publicação oficial do Conselho de Relações Exteriores (CFR): "Em resumo, a 'casa da ordem mundial' terá de ser construída de baixo para cima em vez de cima para baixo... um ponto final na soberania nacional, erodindo-a parte por parte, conseguirá muito mais do que o ataque frontal à moda antiga..." Em 1975, na Assembléia Legislativa dos EUA, 32 senadores e 92 deputados assinaram a "Declaração de Independência". O documento afirmava: "… precisamos nos unir a outros para trazer à tona a nova ordem mundial… Noções estreitas de soberania nacional não devem se interpor a essa obrigação." Em 1991, o presidente George H. Bush fez a seguinte declaração no discurso "O Estado da União": "… a crise no Golfo Pérsico oferece uma rara oportunidade para avançarmos rumo a um período histórico de cooperação. A partir destes tempos tumultuosos... uma nova ordem mundial poderá emergir..." Quando a administração Clinton passou a controlar a burocracia de Washington, a situação deteriorada tornou-se ainda pior. O subsecretário de Estado, Strobe Talbot, membro dos Federalistas Mundiais, fez a seguinte declaração alarmante: "No próximo século, as nações como as conhecemos agora, serão obsoletas. Todos os Estados reconhecerão uma única autoridade global. Talvez a soberania nacional não tenha sido uma idéia tão boa assim, afinal." A frase "nova ordem mundial" é geralmente interpretada pelo cidadão comum como um termo usado por fanáticos da direita que vivem sob uma constante e opressora névoa de paranóia incurável e fatal. Entretanto, os fatos provam exatamente o contrário: o uso dessa terminologia pelos indivíduos específicos supracitados (em suas próprias palavras) atesta que de fato existe uma hierarquia ocultista que está se esforçando para construir uma sociedade socialista utópica baseada nos mistérios pré-diluvianos de origem luciferiana. Acusar esses indivíduos de praticar a religião do satanismo pode ser algo muito extremo, mas identificar suas motivações como inspirações luciferianas é certamente qualquer coisa menos extremo. As demais frases destacadas, além de "nova ordem mundial", também indicam alguns pontos relevantes para discussão:
"Surgindo em milhares de pontos": Alice Bailey, em The Externalization Of The Hierarchy, usou pela primeira vez essa frase de H. G. Wells. Ela também repetiu essa frase em sua obra Discipleship In The New Age, como "a vida dedicada ao serviço", "pontos de luz ininterruptamente brilhantes", e novamente em The Externalization Of The Hierarchy, como as "Forças da Luz". A Lucis (Lúcifer) Trust, em sua publicação "Becoming Sunlike", reiterou esse conceito com a declaração: "Entre todos os que se identificam com este grupo, buscando cooperar com seu propósito e aliando seus pequenos pontos de luz, o novo grupo de servos mundiais cumprirá sua promessa e se tornará o portador da luz planetária da Era de Aquário, a tocha radiante a iluminar o caminho para uma humanidade carente." Essa mesma frase também foi repetida pelo presidente Bush em 1991 quando elogiou a Nova Ordem Mundial no discurso "O Estado da União": "O que está em jogo é mais do que um pequeno país, é uma grande idéia - uma nova ordem mundial... para atingir as aspirações universais da humanidade... baseada nos princípios compartilhados e no império da lei... a iluminação de milhares de pontos de luz... os ventos da mudança estão conosco..." Por que um presidente norte-americano usaria essa terminologia? Esses termos são elementos-chave da ideologia ocultista - serviço voluntário em milhares de pontos de modo a preservar e ampliar o grupo (sobrevivência da espécie) que resultará na nova ordem mundial. Se de fato deve haver um esforço para construir uma nova ordem mundial, ela deve substituir a antiga ordem mundial. Se a antiga ordem deve ser substituída, então os valores individuais devem se subordinar aos valores do grupo. Quando M. J. Bonn afirmou que o mundo de amanhã não será socialista nem capitalista, estava apenas confirmando a declaração de Wells de que sua Nova Ordem Mundial seria composta de "democracias socialistas". Esse conceito se torna ainda mais esclarecedor quando percebemos que as declarações feitas por personalidades como Al Gore, Bill Clinton, George Bush, George W. Bush, e muitas outras, que falam em "tornar o mundo seguro para a democracia", transformando o Iraque em uma "democracia", etc., não fazem referência ao fato de que essas novas "democracias" serão governadas da mesma maneira que são os EUA. Em primeiro lugar, é preciso entender a definição de democracia: "Uma democracia é quando dois lobos e uma ovelha decidem o que terão para o jantar."
Os Estados Unidos da América não são uma democracia - são uma república representativa. Em uma república representativa, a maioria governa por meio de seus representantes, mas os direitos da minoria são protegidos pelo Estado de Direito. (O Estado de Direito equivale à Justiça - não à tolerância pós-moderna como base dos padrões morais.) A república representativa está baseada no sistema econômico do capitalismo. No outro extremo do espectro está o comunismo, o sistema que deriva do socialismo marxista. Quando alguém utiliza a dialética hegeliana para sintetizar a democracia e o socialismo, a síntese resultante é exatamente aquilo que M. J. Bonn e H. G. Wells vislumbraram - uma democracia socialista. Uma democracia socialista, portanto, é um sistema por meio do qual a maioria governa buscando a distribuição eqüitativa da riqueza da nação. Por que a maioria governaria para o socialismo? Simples - em uma democracia socialista a maioria está sob a caridade do governo, e votará para manter tal governo intacto. Um governo desse tipo seria tirânico, e as liberdades individuais seriam voluntariamente sacrificadas pela maioria votante para manter o caminhão de mantimentos do governo passando diante da sua porta. Essas são as novas democracias de Clinton, Gore e Bush. "Nova Ordem Mundial": O conceito de uma Nova Ordem Mundial é bastante simples: o sistema político mundial deve ser revertido ao conceito de império mundial, abandonando o atual sistema de Estados-nação. Quando Strobe Talbot afirmou que "talvez a soberania nacional não tenha sido uma idéia tão boa assim, afinal ", estava falando de um sistema de federalismo mundial - um governo global. A Bíblia é muito clara quanto ao fato de que essa busca por uma Nova Ordem Mundial eventualmente acontecerá. A profecia de Daniel é bastante clara ao demonstrar que um governo mundial composto por dez reinos individuais será o sistema político do líder mundial - o Anticristo. Valores Comuns: Os Tijolos da Construção do Globalismo Se alguém ambiciona criar a unidade global na diversidade, que estratégia serviria para unificar aqueles que possuem histórias, religiões e culturas diferentes? A solução para essa questão é realmente muito simples (a implementação da solução não é tão simples, mas a solução em si é simples): buscar um terreno comum entre os que são diferentes e cultivá-lo. Uma vez que o terreno comum seja encontrado, construa sobre ele um sistema de valores comuns e, dessa forma, estabeleça a unidade. Assim que os valores comuns estiverem estabelecidos, aqueles cujos valores estiverem em oposição à maioria precisarão mudar (ou algo mais). O cerne da questão gira em torno do fato de que os valores globais estão em conflito direto não apenas com os cristãos fundamentalistas, mas também com as atitudes e valores daqueles que tornaram este país grandioso. Por exemplo, os valores básicos daqueles que forjaram uma nação a partir de uma terra selvagem estavam baseados no individualismo rude que exemplificava o "espírito pioneiro" daqueles indivíduos. De modo semelhante, a fé cristã também está baseada na salvação individual, na responsabilidade e na relação pessoal com o Deus Todo Poderoso. Em contraste, os valores do "novo paradigma" enfatizam o bem do grupo - não do indivíduo. É essa supervalorização do grupo copiada pelas organizações ocultistas e por outros globalistas que se infiltrou na psique das novas gerações. É esse mesmo sistema de valores de pensamento de grupo que sutilmente anuviou a igreja de Jesus Cristo e a maioria de seus membros nem sequer percebe o que aconteceu. Esses são aqueles que estão começando a se perguntar: "Como foi que isto aconteceu?" Entretanto, a maioria foi ludibriada a mudar suas atitudes a ponto de estar à beira do (ou ter mergulhado no) precipício de acolher a tolerância pós-moderna e rejeitar as verdades eternas da Palavra de Deus.
Embora o movimento por uma mudança de valores seja aparentemente político, ele irá, por fim, resultar em mudanças espirituais avassaladoras. O aspecto político tem sido abertamente exposto em diversas frentes. A publicação das Nações Unidas, "Our Global Neighborhood" (Nossa Vizinhança Global), faz apelo após apelo por novos valores que enfatizem a necessidade de se criar uma nova ética global: "A nova ordem mundial precisa ser organizada em torno da noção de governo da diversidade, não da uniformidade; governo da democracia, não do domínio... construídos sobre o fundamento da primazia dos valores de convivência global sobre o nacionalismo da discórdia..." O ex-premier russo Mikhail Gorbachev, falando como fundador do grupo ambientalista radical Green Cross, afirmou: "... o século XXI será um século de crise total... ou da regeneração humana..." Ele fez a seguinte afirmação em uma entrevista para uma organização ocultista chamada Instituto de Ciências Noéticas: "Hoje a humanidade está diante de uma escolha… precisamos encontrar um novo paradigma… que possa estar baseado em valores comuns… desenvolvido ao longo de muitos séculos... a busca por um novo paradigma deve ser a busca pela síntese, por aquilo que é comum e une as pessoas, os povos e as nações, em vez de aquilo que os divide." Observe que o "novo paradigma" sobre o qual ele fala evoca a dialética hegeliana exatamente da mesma maneira como fez H. G. Wells: a busca pela síntese - o terreno comum que une o grupo - e, dessa forma, toda a humanidade. Esse, mais uma vez, é o mesmo plano executado por Ninrode - o plano que o Deus Todo Poderoso rejeitou. A humanidade, sob a influência e a orientação diretas de Lúcifer, está buscando adorar e servir a criatura ao invés do Criador ao construir uma nova torre de Babel - a preciosa Nova Ordem Mundial. Outras organizações estão seguindo a mesma estratégia. Por exemplo, a Carta da Terra, dirigida pelo Dr. Stephen Rockefeller, afirma: "… uma declaração de princípios fundamentais… clarificando os valores humanos compartilhados e desenvolvendo uma nova ética global por um modo de vida sustentável... A Terra está em um momento decisivo... crescimento dramático da população... modelo de dominação da produção e do consumo... meio-ambiente em degradação... extinção maciça de espécies... pobreza... criminalidade... violência... Mudanças fundamentais em nossas atitudes, valores e modos de vida... reconhecemos a necessidade urgente de uma visão comum de valores básicos que garantirá uma fundamentação ética para a comunidade mundial emergente... afirmamos os seguintes princípios para o desenvolvimento sustentável..." Novamente, na Carta da Terra aparece o sistema de valores de pensamento de grupo. Um sistema de valores que estará baseado na nova tolerância e culminará numa visão de mundo pós-moderna - um sistema de valores que diminuirá a importância do indivíduo, das liberdades pessoais, da responsabilidade pessoal perante um Deus Todo Poderoso - tudo o que importa é o grupo. A tese da Carta da Terra é que a humanidade deve mudar seus valores ou enfrentar a destruição da Terra e a extinção da espécie humana. Como Wells afirmou, a humanidade deve avançar rumo à Era de Aquário - a era em que o homem perceberá que, de fato, é um deus. O que está em jogo aqui é um dos principais temas religiosos, pois esse movimento é tanto religioso quanto político. Esse fato é claramente evidenciado em muitas frentes. Como declara o documento "Nossa Vizinhança Global": "Precisamos de um conjunto de valores comuns e centrais ao redor do qual possamos unir os povos, a despeito de seus históricos culturais, políticos, religiosos..." Entretanto, se o objetivo é unir a humanidade com base em valores religiosos comuns, qual religião o mundo deve abraçar? A Boa Vontade Mundial, uma divisão da Lucis Trust, afirma: "… A preparação por homens e mulheres de boa vontade é necessária para introduzir novos valores de vida, novos padrões de comportamento, novas atitudes... de não-segregação e cooperação que conduzam a relações humanas adequadas e um mundo de paz. O vindouro Instrutor Mundial estará fundamentalmente preocupado com os requisitos para uma nova ordem mundial..." "... O Novo Grupo de Servos Mundiais... pode ser referido como a personificação do emergente Reino de Deus na Terra, mas deve-se lembrar que esse reino não é um reino cristão ou um governo terreal." Essa afirmação deve fazer gelar o sangue de qualquer um que esteja mesmo que apenas remotamente familiarizado com a profecia bíblica. A Lucis Trust e o Novo Grupo de Servos Mundiais estão, com toda a certeza, trabalhando em preparação para a vinda do governante mundial - nenhum outro senão o Anticristo. Além disso, a terminologia deles deve fazer qualquer cristão com discernimento tomar nota de todos os que falaram abertamente do chamado da Nova Ordem Mundial. Esses são os indivíduos que estão marchando segundo os tambores de Lúcifer, e preparando a Terra para o próprio Anticristo. A chave para as "novas atitudes de não-segregação e cooperação" está personificada no valor mais reverenciado do novo milênio - a tolerância. Cada aspecto dos valores alterados e das crenças alteradas da Nova Ordem Mundial pode ser resumido na total aceitação da nova tolerância. Para reiterar a definição da palavra "tolerância" foi modificada. No passado, a definição de tolerância estava baseada na valorização e no respeito às culturas, crenças, comportamentos e estilos de vida de um indivíduo, sem necessariamente aprovar ou participar dessas mesmas crenças e comportamentos. A tolerância diferenciava o próprio indivíduo do seu comportamento. Em termos claros, a tolerância costumava significar que alguém "tolerava aquilo de que não gostava ou do que discordava". Entretanto, os anos 90 introduziram uma nova definição pós-moderna de tolerância. A definição está baseada no conceito de que, já que toda verdade é relativa, existem muitas verdades diferentes. Além disso, nem uma verdade é superior a alguma outra verdade. Todas as verdades são iguais. Se todas as alegações de verdade são iguais, então todas as religiões são iguais. Se todas as religiões são iguais, então qualquer cristão que citar as palavras de Jesus Cristo: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" [João 14:6] está sendo preconceituoso e arrogante. Já que a nova tolerância permeia a cultura e o sistema jurídico, o cristão não terá o direito legal de propagar sua religião, cumprir a "grande comissão" ou até mesmo de expressar suas convicções.
O CONCÍLIO DE TRENTO
INTRODUÇÃO
A Igreja Católica vivia um processo de decadência, agravada a partir do século XIV. A transferência da sede papal para Avignon e o cisma do Ocidente haviam solapado a autoridade pontifícia. Os papas do Renascimento, que pouco se ocuparam da doutrina, mantinham uma corte secularizada, em que predominavam as disputas políticas e o nepotismo. O quinto Concílio de Latrão (1512-1517) não foi capaz de instituir as mudanças necessárias e, no mesmo ano de seu encerramento, Lutero proclamou em Wittenberg as 95 teses que deram origem à Reforma protestante.
A urgência da mudança tornou-se evidente com as manifestações sucessivas na Inglaterra, Países Baixos, Alemanha e Suíça, mas o papa Clemente VII temeu não só a repetição das turbulências ocorridas em concílios anteriores como as pressões políticas do imperador Carlos V. No entanto, seu sucessor, Paulo III, estava convencido de que a unidade cristã e uma eficaz reforma da igreja só se efetivariam com a realização do concílio.
A Igreja da época costumava dizer que algumas pessoas salvas possuíam mais méritos do que tinham necessidade para serem salvas. Por isso, esses méritos extras poderiam ser usados para a salvação através de pagamento de indulgências (recibos de perdão de pecados passados e futuros).
Martinho Lutero protestou contra esta prática. No dia 31 de outubro de 1517, tornou públicas suas Teses contra a venda de indulgências. Em pouco tempo, as 95 Teses estavam espalhadas por toda a Alemanha.
Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas Teses ao Papa Leão X, pois estava convicto que o Papa iria apoiá-lo contra os abusos das indulgências o que não ocorreu. No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero é oficialmente excomungado da Igreja Católica.
Com este gesto desencadeou o processo da Reforma. Com isto, ficando selada a divisão religiosa na Alemanha.
Diante dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja Católica foi a de punir os líderes rebeldes, na esperança de que as idéias dos reformadores não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. Essa tática, entretanto, não deu bons resultados, já que o movimento protestante avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores. Era forçoso, assim, reconhecer a ruptura protestante.
Diante disso, ganhou força dentro do Catolicismo um amplo movimento de moralização do clero e reorganização das estruturas administrativas da Igreja. Esse movimento de reformulação da Igreja Católica ficou conhecido como Reforma Católica ou Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os Papas Paulo III (1534-1549), Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590). Paulo III foi eleito papa aos 66 anos e morreu 15 anos depois. Júlio III foi eleito aos 63 e morreu cinco anos depois. Marcelo II foi eleito aos 54 (a 10 de abril de 1555) e morreu 22 dias depois (1º de maio), Paulo IV foi eleito aos 79 e morreu quatro anos depois. E Pio IV foi eleito aos 60 e morreu sete anos depois. Com exceção do piedoso Marcelo II, todos os outros mancharam seus pontificados com a prática do nepotismo. Paulo IV, por exemplo, fez de seu sobrinho Carlos Carafa Cardeal Secretário de Estado. Esse homem era imoral e destituído de consciência e abusou de seu ofício para cometer extorsões vergonhosas.
Todo um conjunto de medidas foi colocado em prática pelos líderes da Contra-Reforma, tendo em vista deter o avanço do protestantismo. Entre essas medidas, destaca-se o Concílio de Trento que é o tema deste trabalho.
O CONCÍLIO
O Concílio de Trento (1545-1563) foi o décimo nono dos concílios gerais ou ecumênicos da Igreja Católica Romana, mas ao mesmo tempo em que é chamado ecumênico ou universal, mais de dois terços dos bispos eram italianos. Assim o concílio não era representativo nem mesmo no mundo católico romano e certamente não estava livre do controle do papa. Este concílio produziu mais definição e legislação do que os dezoito concílios gerais prévios colocados juntos.
A abertura do Concílio de Trento deu-se 28 anos depois do rompimento de Martinho Lutero com Roma (outubro de 1517) e nove anos depois da primeira edição das Institutas da religião cristã, de João Calvino, em 1536 (um livro de formato pequeno, com 516 páginas). Outras edições em latim e francês já tinham sido publicadas. Por ocasião da abertura do Concílio (13 de dezembro de 1545), todos os reformadores, exceto Ulrico Zuínglio, ainda estavam vivos: Martinho Lutero com 62 anos, Guilherme Farel com 56, Filipe Melanchton com 48, João Calvino com 36 e João Knox com 31. Lutero morreria no ano seguinte (1546).
Pode-se dizer que este concílio foi à resposta oficial da igreja romana ao protestantismo. Com o principal objetivo de responder as perturbações da Reforma Protestante, e reafirmar as doutrinas romanas como a transubstanciação. Também se propunha a eliminar a desunião da igreja organizada, reformar o povo cristão e libertar os cristãos prisioneiros dos turcos. Fica obvio que em caso de crise grave, o concílio pode ser um meio de superar os obstáculos e fortalecer a unidade da igreja.
A agenda do concílio foi tão complexa e tão volumosa que foram precisos dezoito anos, abrangendo os reinados de cinco papas, para que ela se cumprisse.
No que diz respeito à melhoria da conduta do clero, o Concílio foi muito positivo. Formulou-se uma legislação com o objetivo de eliminar os abusos. Os sacerdotes deveriam residir junto às paróquias, os bispos, na sede episcopal, monges e freiras em seus mosteiros e conventos. A Igreja deveria fundar seminários para preparar melhor seus sacerdotes.
Mas, no que diz respeito às doutrinas postas em dúvida pela Reforma Protestante, o Concílio de Trento nada fez senão confirmar o ensino tradicional católico.
Em suma, a Reforma começa a se apagar diante da política. Quando Paulo III (1534-1543) sucede a Clemente, as coisas estão na mesma. O novo papa decide mostrar força. Discute-se o local. Lutero, consultado, declara que está pronto a comparecer se a reunião se realizar em Mântua ou Verona. A escolha da jurisdição foi sutil – dentro dos territórios do Império Alemão, porém perto o bastante de Roma para assegurar o controle do papa sobre o concílio.
Mas foi convocado o concílio, em Mântua, (1536), e, em Vicenza, (1537), não chegando a reunir-se, devida ausência de participantes, pois estavam presentes apenas três legados e cinco bispos, havendo-se negado, os príncipes protestantes a aceitar o convite, em 1539, foi adiado o concílio.
Por causa de interrupções de cerca de três e de dez anos, o concílio prolongou-se de 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563. Durante esse tempo, a Europa não sossegou. Copérnico morreu em 1543; Lutero desaparece em 1546, ou um ano após a abertura desse concílio que ele desejou no início de sua reforma.
Num encontro com o papa, o imperador novamente propôs a cidade de Trento (1541) para sediar o concílio, sendo convocado pelo papa a partir de 1º de novembro de 1542, mas no verão de 1542, irrompera uma guerra entre a Alemanha e a França, e essa convocação ficaria sem efeito. Em 29 de setembro de 1543 suspendeu o papa o concílio, mas, em 30 de novembro de 1544 levantou a suspensão e estabeleceu o dia 15 de março de 1545 como termo inicial do evento. Contudo, além dos dois delegados do papa, não haviam chegado outros participantes, de fato só pôde o concílio ter início em 13 de dezembro de 1545. Havia, desta vez, comparecido 4 arcebispos, 21 bispos e 5 superiores gerais de ordens religiosas. No princípio do verão, subiu esse número para 66 participantes, dos quais uma terça parte era constituída de italianos.
OS TRÊS PERÍODOS
O primeiro período (1545-1547) de sessões durou de 13 de dezembro de 1545 a 2 de junho de 1547. Há 34 padres com direito a voto na sessão de abertura. Contra a vontade do imperador, pretendia-se tratar de questões de fé e de reforma simultaneamente. Na quarta sessão foi deliberado a respeito do decreto sobre as fontes da fé. Na quinta sessão, expediu-se o decreto sobre o pecado original e, na sexta sessão, o decreto sobre a justificação. Tal decreto fora objeto de cuidado especial, tornando-se assim o decreto dogmático mais significativo do concílio. Também os projetos de reforma foram tratados nesse período de sessões, assim como o dever de residência dos bispos. Além disso, foram discutidas as doutrinas gerais sobre os sacramentos e os sacramentos do batismo e da confirmação. O concílio, crendo que a heresia luterana se baseava num entendimento errôneo dos sacramentos, dedicou mais tempo a estes do que a qualquer outra questão doutrinária. O concílio confirmou que há sete sacramentos instituídos por Cristo (o batismo, a confirmação, a eucaristia, a penitência, a extrema unção, as ordens e o matrimônio) e condenou aqueles que diziam que os sacramentos não são necessários para a salvação ou que o homem pode ser justificado pela fé somente, sem qualquer sacramento. O concílio declarou que, não somente a Bíblia, mas também as Escrituras canônicas e os livros apócrifos da Vulgata de Jerônimo e a tradição da Igreja constituíam autoridade final para os fiéis. E também que a justificação se dava pela fé e suas obras subseqüentes.
Em princípios de 1547, transferiu-se o concílio para Bolonha, porquanto em Trento irrompera um surto de tifo (doença infecciosa). Por certo, tinha o papa mais um outro motivo para a transferência: queria distanciar o concílio da área de dominação do imperador. Paulo confirmou, por isso, em 11 de março de 1547, a decisão de transferência do concílio, tomada pela maioria de dois terços. O imperador exigiu a volta para Trento, sobretudo porque, a seu ver, os protestantes certamente se recusariam a vir para uma cidade como Bolonha, situada no Estado Pontifício. O papa negou o atendimento à exigência imperial, alegando que competia ao concílio decidir sobre a sua transferência, o qual tomara tal decisão.
Henrique II proibiu os bispos franceses de irem a Trento. Porém, ao longo dos meses, o concílio vai, mais uma vez, ganhando força. Houve até algumas delegações protestantes vindas da Alemanha, especialmente de Wurtemberg; elas apresentaram sua profissão de fé e foram ouvidas em silêncio. Não houve debate.
Em Bolonha levara o concílio adiante as deliberações acerca da eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. Ademais disso, foi debatida a doutrina sobre o sacrifício da missa, o purgatório e as indulgências. Sobre as Indulgências diz assim a Sessão XXV: Visto que o poder de conceder indulgências foi concedido à Igreja por Cristo e visto que a Igreja fez uso deste poder divinamente dado desde os tempos mais antigos, o santo sínodo ensina e ordena que o uso das indulgências – que é grandemente salutar para o povo cristão e foi aprovado pela autoridade dos sagrados concílios – deve ser conservado na Igreja... (é de se observar primeiro a forma como esta heresia é colocada “o santo sínodo ensina e ordena” e, “foi aprovado pela autoridade dos sagrados concílios” concílios este formado por homens que por natureza erram e não pela Bíblia que contém a Palavra de Deus). Vale lembrar que os católicos romanos têm que aceitar todos os cânones como matéria de fé católica, sob pena de condenação (serem anatematizados).
Em 13 de setembro de 1549, suspendeu o papa o concílio. Morreu em 10 de novembro de 1549.
O segundo período é executado por seu sucessor, Júlio III (1550-1555), transferiu o concílio novamente para Trento, onde foi reaberto solenemente em 1º de maio de 1551. Em fins de 1551 e princípios de 1552, apareceram no concílio enviados de estados imperiais protestantes. Sua exigência no sentido de que todos os pronunciamentos até então feitos pelo concílio sobre a fé deveriam ser anulados, dificilmente seriam exeqüíveis (possíveis). Foram publicados os decretos sobre os sacramentos, que haviam sido objeto de estudo em Bolonha, além dos decretos da reforma da gestão dos bispos e da conduta de vida dos clérigos. Motivos políticos levaram, em 28 de abril de 1552, a nova suspensão do concílio, que somente em 1562 foi reaberto. Entrementes faleceram, no entanto, além de Júlio III, também os seus sucessores, Marcelo II e Paulo IV.
Pio IV (1559-1565) – ele pertence à família dos Médicis - finalmente, deu prosseguimento ao terceiro período do concílio. A abertura, efetuada em 18 de janeiro de 1562, contou com a presença de 109 cardeais e bispos. Os debates preliminares se realizam em nível de especialistas. As sessões, em geral, são públicas. Muitos teólogos participam. Em 11 de março, foi discutido o dever de residência dos bispos, o que levou à manifestação de opiniões divergentes e a uma interrupção maior do concílio, até que o papa, em 11 de maio, proibiu o debate sobre o referido tema. Concomitantemente àquelas medidas, foram expedidos decretos sobre os demais sacramentos e emitidos também decretos de reforma, entre outros, os concernentes à rejeição de exigências de abolição do celibato.
A vigésima segunda sessão, de 17 de setembro de 1562, ocupou-se com males existentes nas dioceses. Com o renovado pronunciamento sobre o dever de residência dos bispos, a exaltação dos ânimos reveladas nas contestações chegou a ponto de se temer a dispersão do concílio. A controvérsia trouxe à baila mais uma vez as relações entre o papa e o concílio. Contudo, o novo presidente do concílio, Monrone, conseguiu salvar a situação, obtendo a aceitação de um compromisso relativamente aos pontos controvertidos: foi apenas rejeitada a doutrina protestante acerca das funções do bispo. Nessa mesma sessão, foi também declarada vinculativa a obrigação dos bispos de estabelecerem em suas dioceses seminários para a formação de sacerdotes. Na vigésima quarta sessão, promulgou o concílio diversos decreto de reforma e concluiu, na sessão final de 3 e 4 de dezembro de 1563, os decretos sobre o purgatório, as indulgências e a veneração dos santos.
Dessas sessões saem documentos praticamente prontos. São submetidos in fine nas “sessões solenes” que aceitam ou recusam os textos. Os votos são efetuados por cabeça, e não por nação, como em Constança.
O resultado final foi à transformação da teologia medieval escolástica num dogma acabado para todos os fiéis. Ficando impossível qualquer chance de reconciliação com o protestantismo devido às doutrinas acatadas pelo concílio.
Duzentos e cinqüenta e cinco padres conciliares estão presentes no dia do encerramento (dezembro de 1563), sentiram sem dúvida uma espécie de alívio. Para muitos deles, o concílio se confundia com suas próprias vidas. Diversos bispos e teólogos que haviam assistido às primeiras reuniões estavam mortos. Novas caras surgiram. Essa delegação coloca, um ponto final no irritante problema das relações do concílio com o papa. A autoridade suprema pertence a este.
Várias reformas haviam ficado inconclusas, entre as quais, sobretudo, as do missal e do breviário e, ainda, a da edição de um catecismo geral. Essas tarefas foram cometidas, pelos padres conciliares, ao papa. Em 26 de janeiro de 1564, homologou o papa os decretos conciliares. Uma coletânea das decisões dogmáticas, a profissão de fé tridentina, foi pelo papa tornada de uso obrigatório para todos os bispos, superiores de ordens religiosas e doutores.
O concílio não conseguiu cumprir a tarefa que lhe fora inculcada pelo imperador, no sentido de restabelecer a unidade na fé. No entanto, delineou claramente a concepção de fé católica frente à Reforma. Pio IV morreu em 9 de dezembro de 1965. Seu sucessor, Pio V, divulgou o catecismo estatuído pelo concílio (1566), bem como o breviário reformado (1568) e o novo missal (1570).
RESULTADOS
As profundas modificações surgidas na Igreja Católica foram, sem dúvida provocadas diante do surgimento e expansão do protestantismo. A reação católica, vulgarmente denominada "contra-reforma", foi orientada pelos Papas Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Xisto V. Além da reorganização de muitas comunidades religiosas novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, cujo fundador foi Inácio de Loyola, que foi um batalhador da causa católica num dos momentos mais críticos da Igreja, isto é, durante a expansão luterana.
O Concílio de Trento condenou a doutrina protestante da justificação pela fé, proibiu a intervenção dos príncipes nos negócios eclesiásticos e a acumulação de benefícios. Definiu o pecado original e declarou, como texto bíblico autêntico, a tradução de São Jerônimo, denominada "vulgata" (com inclusão de livros "apócrifos" que foram retirados em Nicéia). Mantiveram os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do matrimônio, o culto dos santos e das relíquias, a doutrina do purgatório e as indulgências e recomendaram a criação de escolas para a preparação dos que quisessem ingressar no clero, denominados seminários.
No Concílio de Trento, ao contrário dos anteriores, ficou estabelecida a supremacia dos Papas. Assim é que foi pedido a Pio IV que ratificasse as suas decisões. Os primeiros países que aceitaram incondicionalmente as resoluções tridentinas foram Portugal, Espanha, Polônia e os Estados italianos. A França, agitada pelas lutas entre católicos e protestantes, demorou mais de meio século para aceitar oficialmente as normas e dogmas estatuídos pelo concílio, sendo mesmo o último país europeu a fazê-lo.
CONCLUSÃO
Pouco tempo depois de encerrado o concílio surgiu o catecismo de Trento, o missal e o breviário foram revistos e publicou-se uma nova versão da Bíblia. Até o final do século, muitos dos abusos que haviam motivado a Reforma protestante tinham desaparecido e a Igreja Católica recuperara muitos seguidores na Europa. O concílio, porém, não foi capaz de superar a cisão na igreja cristã.
Trento tornou-se o mais importante concílio até então. Trento dominou a igreja romana por uns 400 anos, o período do “Catolicismo Tridentino”. Durante o Concílio de Trento, os protestantes redigiram pelo menos três clássicas confissões de fé: a Confissão Escocesa (1560), o Catecismo de Heidelberg (1562) e a Segunda Confissão Helvética (1562). Os pontos doutrinários aí expostos não se afinam com as declarações tridentinas. As diferenças entre um credo e outro permanecem até hoje, embora a convivência entre um grupo e outro seja muito melhor neste final do século XX do que na primeira metade do século XVI.
PENTECOSTAIS
As primeiras manifestações pentecostais podem remontar até ao século XVIII, quando o metodismo foi implantado. Wesley, ao comentar algumas pessoas que entraram em êxtase em um de seus cultos comentou: "Essas manifestações podem ou não ser verdadeiras".
A ORIGEM DO PENTECOSTALISMO
O primeiro grupo de pentecostais conseguiu sua membresia das igrejas Holiness Weslyanas - um grupo de metodistas - e, em muitos casos, dos grupos renovados onde elas começaram (batistas, metodistas, presbiterianas). O primeiro grupo enfatizava o falar em línguas estranhas como evidencia do Batismo no Espírito Santo. Em termos de data, foi provavelmente à abertura do Instituto Bíblico Betel em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, em outubro de 1900.
Em primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio estavam estudando a obra do Espírito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman, pediu aos seus colegas que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito. Ela falou em línguas, e mais tarde, outros estudantes falaram em línguas também.
Parhan abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. Foi de lá que William J. Seimor, um aluno negro, ao receber o mesmo dom, tornou-se mais tarde o líder de uma missão no numero 312 da Rua Azusa em Los Angeles, no ano de 1906. Falar em línguas se tornou comum nessa missão. Pessoas que vinham visitá-la tiveram experiências similares e levaram a mensagem para outros países. Pode-se dizer que a Missão da rua Azusa é a mãe do pentecostalismo mundial. Essa missão chamava-se "MISSÃO APOSTOLICA DA FÉ". Este nome durou até 1914 quando foi mudado para "ASSEMBLÉIA DE DEUS".
Muitos jovens pregadores e aspirantes a pregadores iam ter com William J. Seimor para receber os dons. Foi assim que Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores da Assembléia de Deus no Brasil, tornaram-se pentecostais em 1908,
Em 1907, um pastor chamado William H. Durhan, recebeu de Seimor os dons. Durhan abriu sua própria missão também em Los Angeles. Ficava na North Ave, 943. Foi nesta missão que Louis Francescon, futuro fundador da Igreja Cristã do Brasil, recebeu os seus dons.
PENTECOSTAIS NO BRASIL
O pentecostalismo no Brasil se divide em três grupos distintos que surgiram em três épocas diferentes. São eles: Os pentecostais históricos que surgiram na primeira década deste século (Assembléia de Deus e Cristã do Brasil). Os pentecostais da segunda Geração, surgidos a partir da década de 50 (Quadrangular, Brasil para Cristo, Casa da Benção, Deus e Amor); e os neopentecostais, surgidos a partir da década de setenta sendo as principal a Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça de Deus.
CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL
A Congregação Cristã foi a primeira igreja pentecostal a se instalar no Brasil. Foi fundada no Brasil pelo missionário Louis Francescon, um italiano nascido em Cavasso Novo, Udine. Veio para os EUA em 1890. Lá se tornou presbiteriano em 1891. Nessa igreja chegou a ser diácono e, na ausência do pastor, causou distúrbios a fé presbiteriana, indo-se batizar por imersão juntamente com outros 18 membros. Um irmão de sua igreja batizou-os em 1903, mesmo não sendo ordenado para o ato. Em 1907 recebeu os dons na Igreja de William H. Durhan. Nesta mesma igreja foi-lhe revelado que deveria pregar na colônia italiana, o que fez com presteza.
Francescon visitou a Argentina em Setembro de 1909 e em Janeiro de 1910. Chegou ao Brasil em Março de 1910 na cidade de São Paulo. Através de um contato direto foi parar em Santo Antônio da Platina, Paraná, onde organizou sua primeira igreja no Brasil com colonos italianos. Foram onze ao todo. O crescimento desta igreja foi tímido até o meado dos anos 50. A partir desta data cresce expressivamente. No Sul e Sudeste do país muitas igrejas do interior que professavam a fé presbiteriana foram alvos de renovação por parte dos adeptos da Congregação.
ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL
Em 19 de Novembro de 1910 chegaram ao Brasil dois pastores. O primeiro era Gunnar Vingren, um ex-pastor batista que fora excluído do ministério pela Igreja Batista de Michigan. O segundo era Daniel Berg que também fora excluído da comunhão batista. Depois de receberem os dons de William Seimor, e para atender a um sonho profético de um irmão chamado Adolf Uldin, vieram para o Brasil.
Chegando a Belém de Pará se apresentaram a Eurico Nelson, um missionário batista no Amazonas. Identificando-se como batistas, ofereceram-se para ajudar no trabalho e pediram hospedagem. Como não tinham carta de recomendação, e nem podia ter, pois eram excluídos, o missionário deixou-os usar o porão da igreja como casa.
Logo depois Eurico Nelson precisou viajar para o sul. Essa viagem deu oportunidade para que os dois recém-chegados pedissem ingresso na igreja, declarando-se membros de uma igreja nos Estados Unidos. Vingren declarou sua condição de pastor e a igreja recebeu-os com alegria. Como não sabiam falar português e nem os membros inglês - com exceção de um - tudo ficou muito fácil. Nota-se uma certa desonestidade em como eles conseguiram a entrada na igreja. Primeiro que não falaram que eram membros excluídos. Depois porque não esperaram a volta do pastor titular que, naquele tempo, tinha que fazer a viagem de Belém de Pará ao Sul de Navio, e levaria meses para voltar.
Os dois foram mais desonestos ainda quando começaram a fazer cultos no porão da igreja. Só alguns membros eram convidados e as reuniões começavam após o término dos cultos regulares da igreja. Nessas reuniões havia estranhas línguas e estranhos ruídos. Alguns membros da igreja começaram a adotar as idéias dos falsos irmãos. Aumentando o número e chegando a ponto de haver manifestações pentecostais numa reunião de oração da igreja, o evangelista Raimundo Nobre convocou, com o apoio da maioria dos diáconos, uma sessão extraordinária, e os adeptos de Vingren e Berg foram excluídos. Ao todo foram treze pessoas excluídas. No meio deles estava o moderador da Igreja, substituto direto de Eurico Nelson, José Plácito da Costa, homem culto e o provável tradutor das mensagens pentecostais nas reuniões do porão.
Vingren e Berg não pararam por aí. Continuaram a fazer o trabalho de proselitismo dentro das igrejas batistas. Percorreram o Brasil inteiro na busca de novas renovações. Pode-se dizer que em muitos casos foram bem sucedidos. O próprio Vingren afirma em seu diário que: "Por onde íamos, buscávamos nas igrejas e nas casas dos batistas infundirem o novo batismo". Este novo batismo constituía de doar aos crentes já convertidos o dom de línguas.
Em 1911 os dois fundaram a Missão de Fé Apostólica que posteriormente mudou-se de nome para Assembléia de Deus. Cresceram muito após a década de 50 e são hoje o maior grupo de pentecostais no Brasil chegando a mais de três milhões de adeptos.
PENTECOSTAIS DA SEGUNDA GERAÇÃO
A partir de 1950 multiplicou-se o número de denominações pentecostais. Esse fato deve-se principalmente pelas incentivadas cruzadas nacionais de evangelização que percorreu todo o país. Usavam-se tendas como templos improvisado e grande anúncios nas rádios da época. Esse período é conhecido como a segunda geração de pentecostais, ou segunda onda.
IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR.
Foi assim que nasceu a IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR. Ela foi fundada no Brasil pelo missionário americano Harold Williams em 1953 na cidade de São Paulo. Foi a inovadora em alguns pontos cruciais do pentecostalismo. Não eram tão intransigentes no uso da roupa e do cabelo como os assembleianos e os membros da Congregação do Brasil. Ordenam mulheres para o ministério, dando a estas o titulo de pastoras. Seus templos estão situados principalmente no Sul e Sudeste do país.
IGREJA O BRASIL PARA CRISTO
A febre do pentecostalismo estava a toda nessa época. Em 1956 o ex-pastor assembleiano e depois quadrangular, Manuel de Melo, iniciou uma divisão nestas duas igrejas. Dessa divisão surgiu a IGREJA O BRASIL PARA CRISTO. Esta igreja foi um pouco mais rígida que a quadrangular e um pouco menos exigente que a Assembléia. Seu crescimento foi espantoso. Na época áurea de Manuel de Melo ele chegou a ordenar mais de trezentos pastores num só dia (a maioria ex-presbíteros da Assembléia de Deus). Chegou a ter o maior templo protestante no Brasil na cidade de São Paulo. Seus programas de rádio eram largamente ouvidos em todo o país. Chegaram a ter mais de um milhão de membros. Na ultima pesquisa feita o número foi de 197.000. Com a morte do missionário o trabalho deixou de ter o crescimento expressivo que marcou o seu início. Tem perdido muitos membros para as divisões das assembléias e para os neopentecostais.
IGREJA NOVA VIDA
As igrejas pentecostais continuaram a rachar. Em 1960 surgiu a IGREJA NOVA VIDA no Rio de Janeiro. O missionário David Martins Miranda, que tem origem assembleiana, deixou-a e fundou a IGREJA DEUS É AMOR em 1962. Esta igreja ainda está em ascensão. Cresce muito entre a população mais carente do país. O fato de seu fundador e líder ainda estar vivo ajuda muita a sua propagação. Seus programas de rádio têm grande audiência na camada mais pobre, e principalmente, nos morados da zona rural. Muito parelha a esta
IGREJA SÓ O SENHOR É DEUS
igreja em doutrinas e costumes a IGREJA SÓ O SENHOR É DEUS, que tem como fundador o missionário Miranda Leal (Que dizem ser primo de Davi Miranda). Esta igreja que tem a sua sede em Maringá, no Paraná, e seus templos, quando construídos por Miranda Leal, tem a forma de uma Arca, como a de Noé.
CASA DA BENÇÃO
Em 1964 surge A CASA DA BENÇÃO, fundada pelo missionário Doriel de Oliveira. É quase inexpressiva nas cidades de pequeno porte, mas é bem representada nos grandes centros. Esta igreja até hoje costuma usar tendas improvisadas como templos para iniciar seus trabalhos.
NEOPENTECOSTAIS
Neopentecostalismo é o nome que se dá aos pentecostais da terceira geração, ou terceira onda. São assim chamados porque diferem muito dos pentecostais históricos e dos da segunda geração. Realmente é um novo pentecostalismo. Não se apegam as questões de roupas, de televisão, de costumes, e tem um jeito diferente de falar sobre Deus. Dualizam o mudo espiritual dividindo-o entre Deus e o Diabo. Para eles o mundo está completamente tomado por demônios, e é sua função expulsá-los. Pregam a prosperidade como meio de vida. Pobreza é coisa de Satanás. Doença só existe em quem não acredita em Deus e sua origem é o demônio. Seus cultos são sempre emotivos objetivando uma libertação do mundo satânico. Em muitos pontos pode-se dizer que suas doutrinas são bem parecidas com as doutrinas das religiões orientais, tais como Seicho-No-E, induísmo e budismo. Para eles o crente não pode sentir dor, ser pobre ou estar fraco.
Este movimento começou no início da década de setenta. Seu crescimento deve-se muito aos programas de rádio e televisão, nos quais, devido ao anuncio de curas e milagres, tiveram uma grande audiência. Seus ouvintes e telespectadores geralmente são recrutados para dentro de suas igrejas. O sistema de testemunho é forte, e isso certamente encoraja outros a tomar o mesmo caminho.
IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS (IURD)
No Brasil a maior igreja neopentecostal é a IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS (IURD). Já conta com mais de dois mil templos em todo o Brasil e é a terceira maior igreja evangélica do país, ficando atrás apenas da Assembléia e da Cristã do Brasil. Fundada em 1977 pelo bispo Edir Macedo, tem procurado estabelecer um sistema episcopal como o católico. Possui um forte esquema de comunicação, que é sem dúvida o fator de peso na divulgação e crescimento de seus trabalhos.
IGREJA INTERNACIONAL DA GRAÇA
Depois da Universal a maior igreja neopentecostal no Brasil é a IGREJA INTERNACIONAL DA GRAÇA. Esta igreja foi fundada em 1980 pelo missionário R. R. Soares no Rio de Janeiro. Na intenção de imitar o trabalho de Kenneth Hagen (um dos maiores apresentadores de igrejas televisionadas dos EUA, e teologia da prosperidade), Soares investe muito na apresentação de seus programas.
RENASCER EM CRISTO
Outra Igreja forte no ramo neopentecostal é a RENASCER EM CRISTO, que trabalha principalmente com a camada alta da sociedade. Há pouco tempo quase comprou uma rede de Televisão. A tendência é crescer.
IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS
Seu fundador se auto declarou "apóstolo". E agora a mais recente onda é a Igreja mundial do poder de Deus, também auto intitulado apóstolo Waldemiro Santiago.
É importante salientar que existem denominações Neopentecostais que mantém equilíbrio teológico e organizacional, proporcionando igrejas bem instruídas biblicamente evitando muitos exageros existentes em seu meio.
DIVISÕES DO PENTECOSTALISMO
Só no Brasil são mais de duas mil denominações registradas em cartório como autenticas pentecostais. Por exemplo: A Assembléia nasceu em 1910. Só que hoje existe diversas Assembléias e todas nascidas de um racha dentro de outra Assembléia. O método de aceitar membros de qualquer outra igreja, sem saber qual era sua vida na sua igreja de origem, faz com que prevaleça a desordem e a descrença denominacional.
BATISTAS RENOVADOS
A renovação das Igrejas Batistas no Brasil como denominação começou no ano de 1958. Desde esta data até o ano de 1965, quando realmente houve a divisão, muitas reuniões foram feitas no intuito de evitar o racha nas igrejas batistas de todo Brasil.
O iniciador do movimento divisório nas igrejas batistas do Brasil foi um pastor da Igreja Batista de Vitória da Conquista chamado José Rego do Nascimento. Era um grande orador e logo conseguiu fazer fileiras e conquistar algumas pessoas de nome para o seu movimento. Foi o caso do pastor Enéias Tognini, pastor da Igreja Batista de Perdizes. Essa união de forças levou o caso a ser analisado várias vezes. Houve muitas reuniões de um comitê organizado para este fim, formado por 11 membros, buscando uma solução conciliadora para a questão pentecostal dentro das igrejas batistas. A decisão estabeleceu que: "A atuação do Espirito Santo na vida dos crentes, se faz através de um processo chamado santificação progressiva; que manifestações emotivas, por mais sinceras que sejam, não podem ser apresentadas como um padrão a ser seguido por todos; que a ênfase dada à doutrina do batismo no Espírito Santo tem causado reuniões barulhentas, carregadas de emocionalismo e provocado manifestações de orgulho espiritual, bem como proselitismo de crentes que não adotam tais ideias”. Isso aconteceu em 1963.
Em 1965, ao realizar-se a Convenção em Niterói, com 3.035 mensageiros, as preocupações maiores era a grande Campanha de Evangelização marcada para o mesmo ano. No plenário mais uma vez surgiu o problema da renovação. O presidente vendo que isso atrapalharia a campanha pediu que a questão fosse resolvida no ano seguinte. Porém a intransigência dos reavivalistas foi tanta, que precisou ser resolvida naquela convenção. Decidiu-se então pela exclusão da comunhão as igrejas renovadas. Só naquele ano mais de trezentas igrejas se separaram e tiveram que ser excluídas. Juntas formaram uma convenção a qual denominaram CONVENÇÃO BATISTA NACIONAL. Assim, pela primeira vez, houve uma divisão entre os batistas brasileiros como um grupo.
CARISMÁTICOS
O movimento pentecostal iniciado em 1900 por Parhan conseguiu invadir todas as denominações antigas (batistas, presbiterianas, metodistas, etc.). Até então falar em línguas era para os pregadores pentecostais uma resposta de Deus condenando as denominações tradicionais. Todos os grupos renovados que saiam de suas igrejas originais condenavam os que não aceitavam o pentecostalismo. De repente o mundo pentecostal teve uma surpresa. Essa surpresa foi à chegada dos pentecostais católicos, ou
CARISMÁTICOS.
No início de 1960 explodiu a mania carismática nas antigas denominações Episcopais da Califórnia. Seu líder principal foi Dennis Bennet de Van Nuys. Um discípulo dele, Jean Stone, espalhou o seu ensino através da revista Trinity entre os anos de 1961-66. Por esse mesmo período Larry Christensen liderou o avivamento carismático entre as igrejas luteranas nos E.U.A .
Em 1967 foi à vez da Igreja Católica Romana formar seu grupo de carismáticos. Tudo começou num retiro de Universitários na Universidade de Duquesne, Pittsbush. Houve muitos que falaram em línguas naquele retiro. O primeiro grande líder dos carismáticos Católicos parece ter sido Ralph Keifer. Em fevereiro de 1967 ele levou a mensagem carismática para a Universidade de Notre Dame, e muitos alunos e professores falaram em línguas. De princípio tanto os pastores pentecostais, como padres católicos, condenaram o mais novo movimento pentecostal. Na verdade os padres até tinham uma certa razão, pois, era um ensino totalmente contrário as doutrinas do Vaticano. A diferença dos carismáticos com os pentecostais é: Primeiro que eles se renovam e permanecem nas suas próprias congregações (o que na minha opinião não passa de uma estratégia financeira e teológica do Vaticano), enquanto os pentecostais históricos dividiam as igrejas (isto depende do ponto de vista que temos sobre, unanimidade e unidade em Ef 4.13). Os carismáticos usualmente pertenciam à classe média, são separatistas, urbanizados, de tendência ecumênica e pluralistas em sua teologia. As igrejas pentecostais clássicas eram originalmente constituídas de operários e eram barulhentas em seus cultos. Na questão de barulho os carismáticos atuais já alcançaram seus primos pentecostais clássicos. Os carismáticos são idólatras e os pentecostais não. No demais são bem parecidos.
Os carismáticos católicos só conseguiram o agrado do Papa - não o aval - em 1975. Neste ano o movimento reuniu dez mil carismáticos em Roma. Num pronunciamento ecumênico o Papa Paulo falou simpaticamente à assembléia. Foi uma vitória ao movimento carismático. De princípio João Paulo II não aprovou muito o movimento. Mas atualmente ele é favorável, principalmente porque os carismáticos já se organizaram em quase todo o mundo, e no Brasil, que é o maior país Católico do mundo, o movimento está esparramado em quase todas as suas paróquias. Para dizer com mais sinceridade é o movimento carismático que está conseguindo diminuir o movimento pentecostal e neopentecostal na América Latina, que, aliás, é o grande reduto católico do mundo.
O ASSUNTO DA HISTÓRIA DO DOGMA
A palavra “dogma” se deriva do termo grego dokein, o qual, na expressão dokein moi significa não só “parece-me” ou “agrada-me”, mas também “determinei definidamente algo de modo que para mim é fato estabelecido”.
A Bíblia usa o vocábulo como designação de decretos governamentais na Septuaginta (Est. 3:9; Dn. 2:13; 6:8; Lc. 2:1; At. 17:7), de ordenanças do Velho Testamento (Ef. 2:15; Col. 2;14) e das decisões da assembléia de Jerusalém (At. 16:4). (pg. 17).
Origem e Caráter dos Dogmas...Os católicos romanos e os protestantes divergem um tanto em sua descrição da origem dos dogmas. Os primeiros...que agora tem um porta-voz infalível no papa, após cuidadoso exame, formula a doutrina ensinada nas Escrituras ou pela tradição, declarando-a verdade revelada in-pondo sua aceitação por patê dos fiéis. Os reformadores substituíram esse ponto de vista católico-romano por um outro que, a despeito de suas similaridades, diverge do mesmo em pontos importantes. Segundo eles, todos os autênticos dogmas religiosos derivam seu conteúdo material das Escrituras, e exclusivamente delas. Não reconhecem a palavra oral, nem a tradição, como fonte de dogmas (pg. 18).
Sob a influência de Schleiermacher, Ritschl, Vinet e outros, desenvolveu-se um conceito radicalmente diferente da origem dos dogmas,...Os dogmas da igreja seriam apenas formulações intelectuais de suas experiência, a fé ou a vida cristã como fonte do conteúdo material dos dogmas, e reputa isso como algo mais em harmonia com os princípios da Reforma. (pg. 19).
Um dogma pode ser definido como uma doutrina, derivada da Bíblia, oficialmente definida pela Igreja e declarada firmada sobre a autoridade divina. (pg. 20).
A TAREFA DA HISTÓRIA DO DOGMA
...Consiste em “mostrar” como o dogma na sua totalidade e os dogmas em separado têm surgido, e indicar o curso de desenvolvimento pelo qual foram conduzidos até chegarem à forma e interpretação que prevalecem nas igrejas em qualquer época.
Suas Pressuposições...A grande pressuposição da história do dogma parece ser que o dogma da Igreja é mutável e de fato tem passado por muitas modificações durante seu desenvolvimento histórico. A teologia protestante sempre manteve a posição de que o dogma da Igreja, posto que caracterizado por alto grau de estabilidade, está sujeito a modificações...Os católicos-romanos ufanam-se no fato de possuírem um dogma imutável e se sentem muito superiores aos protestantes...(pg. 21).
Uma segunda pressuposição da história do dogma é a de que o desenvolvimento do dogma da Igreja se deu ao longo de linhas orgânicas...A igreja, em suas tentativas para aprender a verdade, simplesmente tenta pensar os mesmos pensamentos que Deus pensa. Teremos de prosseguir baseados na pressuposição de que a Igreja, apesar das melancólicas aberrações que caracterizam sua busca da verdade e que com freqüência a têm levado a caminhos errados, mesmo assim vai gradualmente avançando em sua apreensão e formulação da verdade. (pg. 23).
Seu Assunto...O fato que a história do dogma aborda primariamente os dogmas da Igreja não quer dizer que ela não deva interessar-se por aqueles desenvolvimentos doutrinários que ainda não tinham sido incorporados nos credos oficiais e que talvez nunca seriam.
Segue-se disso que, no que concerne à história externa, a história do dogma não pode negligenciar as grandes controvérsias doutrinárias da Igreja, as quais foram as dores de parto de novos dogmas e que com freqüência exerceram influência determinadora sobre sua formulação. (pg. 24).
O MÉTODO E AS DIVISÕES DA HISTÓRIA DO DOGMA
A divisão comum da maior parte das obras mais antigas sobre a história do dogma tem sido história geral e história especial do dogma. Os dogmas especiais são geralmente discutidos sob os títulos costumeiros de dogmática: teologia, antropologia, cristologia, e assim por diante. (pg. 26).
Método de Tratamento...Alguns seguem o método horizontal e outros o vertical, ao estudarem a história do dogma. Os que adotam o primeiro consideram a história do desenvolvimento doutrinário como um todo, em períodos específicos, deixando-os no estágio em que são encontrados no fim do período, e então os retornam nesse ponto a fim de seguir seu posterior desenvolvimento...Por outro lado os que seguem o método vertical consideram o estudo dos dogmas separados na ordem em que se tornaram o centro da atenção da Igreja, e seu desenvolvimento é acompanhado até ao tempo de sua formulação final nos credos. (pg. 27).
Alguns opinam que o único modo apropriado e cientifico de tratar a história do dogma é empregar um método puramente objetivo...Contudo, dr. Kuyper corretamente chama atenção para o fato que ninguém poderia usar esse método ao descrever a história do seu país, ou ao escrever a biografia de um amigo, pois ninguém poderia escrever como um espectador desinteressado. (pg. 28).
O Desenvolvimento da História do Dogma
Fatores que originaram a história do dogma como disciplina separada...é de data comparativamente recente. Posto que a igreja católica romana agia sobre a suposição de que o dogma é imutável, e ainda mantém essa posição, pode ser dito que, tendo a Reforma rompido com esse ponto de vista, abriu caminho para um exame crítico da história do dogma...Contudo, os reformadores e teólogos da época da Reforma não deram início a essa investigação. (pg. 30).
OBRAS ANTERIORES SOBRE A HISTÓRIA DO DOGMA
As verdadeiras origens da história do dogma se encontram nas obras de S.G. Lange e Muenscher. (pg. 31).
Sob a influência de Hegel teve início um melhor método histórico....A idéia de desenvolvimento, contudo, gradualmente foi adquirindo outras aplicações além da hegeliana. Ela é pressuposta nas produções da escola teológica de Schleiermacher. Também foi aplicada por escritores medianeiros como Neander e Hagenbach...Outras modificações se acham nos escritos de confessionalistas como Kliefoth e Thomasius.
A erudição católico-romana demorou em interessar-se pelo estudo do dogma. Afirmam elas não ter havido qualquer adição ao depósito original, mas somente interpretações do mesmo. (pg. 32).
Obras Posteriores sobre a história do dogma...Harmack mostra afinidade tanto com Thomasius como com Nietzsche, todavia vai muito além da posição deles. Ele limita a sua discussão ao surgimento e desenvolvimento dos dogmas, como distintos de doutrinas, e leva em conta os aspectos constantemente mutáveis do cristianismo como um todo, particularmente em conexão com o desenvolvimento geral da cultura. (pg. 33).
Loofs e Seeberg não seguem a divisão de Harnack, mas parecem sentir que a segunda divisão de sua grande obra na realidade abarca praticamente o total da história do dogma, embora o primeiro exiba ainda um capítulo separado sobre a gênese do dogma entre os cristãos. (pg. 34).
Desenvolvimento Doutrinário Preparatório
OS PAIS APOSTÓLICOS E SUAS PERSPECTIVAS DOUTRINÁRIAS
Escritos a eles atribuídos...Os Pais Apostólicos são os Pais que se supõem ter vivido antes da morte do último dos apóstolos, sobre os quais se diz que alguns foram discípulos dos apóstolos, e a quem são agora atribuídos os mais antigos escritos cristãos existentes. Há seis nomes especiais que chegam até nós há saber, Barnabé, Hermas, Clemente de Roma, Policarpo, Papias e Inácio. (pg. 37).
Características formais de seus ensinos...Suas reproduções tendem por escorar-se pesadamente sobre as Escrituras, além de serem de tipo primitivo, ocupando-se com princípios elementares da fé, e não com as verdades mais profundas da religião.
Seus ensinos se caracterizam por certa pobreza...O cânon do Novo Testamento ainda não estava fixado, e isso explica por que os Primitivos Pais tão freqüentemente citam a tradição oral, ao invés da Palavra escrita. (pg. 38).
Uma segunda característica dos ensinos dos Pais Apostólicos é sua falta de precisão. Finalmente, as condições gerais em que viviam – influenciadas como eram pela filosofia pagã popular da época e pela piedade pagã e judaico-helênica – não eram favoráveis a uma compreensão nítida das diferenças características entre as diversas modalidades da Kerugma (pregação) apostólica. (pg. 39).
Conteúdo real de seus ensinamentos...Seus ensinos estão em harmonia geral com a verdade revelada na Palavra de Deus, e com freqüência são vasados na pura linguagem das Escrituras; e exatamente por essa razão não se pode dizer que aumentam ou aprofundam nosso discernimento da verdade ou que lançam luz sobre os inter-relacionamentos dos ensinos doutrinários da Bíblia. (pg. 39).
Perversões do Evangelho
No segundo século da religião cristã, como nova força no mundo, a qual se revelou na organização da igreja, teve de lutar pela sua própria existência.
Perversões judaicas...Houve três grupos de cristãos judeus que revelaram tendências judaizantes. Traços deles se acham até mesmo no Novo Testamento. (a) Os Nazarenos. Estes eram judeus cristãos que haviam aceito as doutrinas da religião cristã; (b) Os Ebionitas. Esta seita era formada, realmente, por continuadores dos oponentes judaizantes do apóstolo Paulo, e era farisaica em sua natureza; (c) Os Elquesaítas. Este grupo representava um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. (pg. 42-43).
Perversões gentílicas: gnosis gentílico-cristã...Sua forma original estava arraigada no judaísmo, mas por fim evoluiu em estranha mescla de elementos judaicos, de doutrinas cristãs e de idéias pagãs especulativas. (pg. 43).
Há indicações no Novo Testamento, de que o gnosticismo já aparecera em forma incipiente nos dias dos apóstolos. Ver Col. 2:18ss; I Tim. 1:3-7; 7:1-3; 6:3ss; 2 Tim. 2:14-18; Tito 1:10-16; 2 Ped. 2: 1-4; Jud. 4,16 e Apoc. 2:6,15, 20ss. João combate indiretamente essa heresia nos seus escritos. Ver João 1:14,20:31; I João 2:22;4:2,15;5:1,5-6 e 2 João 7.
Desde a primeira parte do século II d.C., esses erros assumiram uma forma mais desenvolvida, tendo sido publicamente proclamados, e de pronto tiveram notável divulgação.(pg. 44).
Antes de tudo, o gnosticismo era um movimento especulador. Esse elemento especulativo, estava sempre em primeiro plano. O próprio nome, gnostikoi, adotado por alguns de seus adeptos, indica que se arrogavam possuir um conhecimento mais profundo das coisas divinas do que aquilo que se poderia obter entre os crentes comuns.
Apesar de seu caráter especulativo, o gnosticismo também foi um movimento popular. A fim de influenciar as massas, precisava ser algo mais do que mera especulação. (pg. 45).
O mundo não foi criado pelo deus bom, mas provavelmente foi o resultado de uma queda no “pleroma”, sendo obra de uma divindade subordinada, talvez hostil. Esse deus subordinado se chama Demiurgo, sendo identificado como o Deus do Velho Testamento. (pg. 46).
De fato, muitos foram arrastados, por algum tempo, pelas suas ousadas especulações ou pelos seus ritos místicos, mas a grande maioria dos crentes não foi enganada pelas suas fantásticas simulações ou por suas atrativas promessas de felicidade secreta. Foi vencido pelas refutações diretas dos Pais da Igreja, pela preparação e circulação de breves declarações dos fatos fundamentais da religião cristã (regra de fé), e pela mais racional interpretação do Novo Testamento, com a limitação do seu cânon, com exclusão de todos os falsos evangelhos, atos e epístolas que então circulavam. (pg. 47).
MOVIMENTOS REFORMADORES NA IGREJA
Márcion e seu movimento de reforma...Márcion era nativo do Ponto (Sinope) e foi expulso de casa, aparentemente, por motivo de adultério, tendo ido para Roma cerca de 139 d.C. Com freqüência tem sido classificado como gnóstico, contudo a precisão dessa classificação é atualmente posta em dúvida. (pg. 49).
Para Márcion, o grande problema era como relacionar entre si o Velho Testamento e o Novo. Aceitava o Velho Testamento como genuína revelação do Deus dos judeus, todavia afirmava que Ele não podia ser idêntico ao Deus do Novo Testamento. Visto que Márcion acreditava que Paulo foi o único dos apóstolos que realmente entendeu o evangelho de Jesus Cristo, ele limitava o cânon do Novo Testamento ao Evangelho de Lucas e a dez epístolas do grande apóstolo dos gentios. (pg. 50).
Reforma dos montanistas...Montano surgiu na Frigia, cerca do ano 150 d.C., razão por que seu ensinamento geralmente é denominado heresia frigia. Ele e duas mulheres, Prisca e Maximila, se anunciaram profetas. (pg. 50).
Com base no evangelho de João, afirmavam que o último e mais elevado estágio da revelação já fora atingido. Chegara a era do Paracleto falava por meio de Montano, agora que o fim do mundo estava próximo...a era presente se caracterizava pelos dons espirituais, sobretudo a profecia.
A Igreja se viu em situação um tanto embaraçosa por causa do montanismo...a Igreja seguiu um instinto autêntico ao rejeita-lo, especialmente por causa do fanatismo que nele havia e das suas reivindicações de possuir revelações mais altas do que aquelas contidas no Novo Testamento. (pg. 51).
Os Apologetas e o Começo da Teologia da Igreja
Tarefa dos apologetas...Pressões externas e internas requeriam definições claras e defesas da verdade, e isso deu origem à teologia. Os primeiros Pais que assumiram a defesa da verdade são, por essa mesma razão, chamados “apologetas”. Os mais importantes entre eles foram: Justino, Taciano, Atenágora e Teófilo de Antioquia.
Eles defendiam o cristianismo mostrando que não havia provas em prol das acusações feitas contra seus adeptos. Não satisfeitos com a mera defesa, eles também atacaram seus oponentes. (pg. 53). Finalmente, os apologetas também sentiram a incumbência de estabelecer o caráter do cristianismo como uma positiva revelação de Deus.
Sua construção positiva da verdade...Consideraram-no uma filosofia, porque contém um elemento racional e responde satisfatoriamente às indagações em que todos os verdadeiros filósofos se têm ocupado, porém também consideraram-no antítese direta da filosofia, porquanto é livre de todas as meras noções e opiniões, pó ter-se originado de uma revelação sobrenatural.
Ao se referirem ao Filho, preferiam o uso do termo “Logos”, sem dúvida porque se tratava de um termo comum em filosofia, o que atraía as classes cultas. (pg. 54).
Significação dos apologetas na história do dogma...Deve-se admitir que aqueles primeiros Pais deram grande prominência às verdades racionais, buscando demonstrar sua racionalidade. É perfeitamente claro, nos escritos dos apologetas, que suas idéias do cristianismo continuavam sofrendo os mesmos defeitos e limitações que se vêen nos Pais Apostólicos. (pg. 56).
Os Pais Anti-Gnósticos
Pais anti-gnósticos...Irineu é o primeiro que vem para o foco de nossa atenção. Ele nasceu no Oriente, onde tornou-se discípulo de Policarpo; mas passou a maior parte de sua vida no Ocidente. Em sua obra Contra Heresias, ele se atira principalmente contra os gnósticos.
Hipólito é o segundo desses Pais, a que se atribui ter sido discípulo de Irineu...Sua principal obra se intitula Refutação de Todas as Heresias. Ele via a raiz de todas as perversões doutrinárias nas especulações dos filósofos.
Tertuliano foi o terceiro e maior do famoso triu...Sendo advogado, estava familiarizado com as leis romanas e introduziu conceitos e vocábulos legais nas discussões teológicas. Tal como Hipólito, ele tendia a deduzir que todas as heresias provinham da filosofia grega, razão por que se tornou ardente opositor da filosofia. (pg. 58).
Suas doutrinas sobre Deus, o homem e a história da redenção...Eles consideravam que o erro fundamental dos gnósticos era que separavam o verdadeiro Deus do Criador...Tertuliano foi o primeiro a asseverar a tri personalidade de Deus e a usar o termo “Trindade”. Todavia, não chegou à verdadeira declaração trinitariana, porque concebia que uma Pessoa estaria subordinada às outras.
Quanto à doutrina do homem, opunham-se também aos gnósticos frisando o fato que o bem e o mal, no homem, não se explicam através de diferentes dotes naturais.
Irineu tinha algo de especial quanto à história da redenção. Disse que Deus expulsou o homem do paraíso e lhe permitiu a morte, a fim de que o prejuízo sofrido não permanecesse para sempre. (pg. 59).
Suas doutrinas sobre a Pessoa e obra de Cristo...Irineu e Tertuliano diferem consideravelmente em, sua doutrina da pessoa de Cristo. A cristologia de Irineu é superior à de Tertuliano e a de Hipólito, e influenciou muitíssimo a esse último.
Tertuliano partia da doutrina do Logos, tendo-a desenvolvido de tal modo que se tornou historicamente significativa. (pg. 60).
Suas doutrinas sobre a salvação, a Igreja e as últimas coisas...Irineu não foi totalmente claro em sua soteriologia. A obra de Tertuliano não assinalou nenhum progresso particular na doutrina da aplicação da obra de Cristo. (pg. 62).
Em seus ensinos atinentes à Igreja, esses Pais revelam a tendência de ceder terreno ao judaísmo, substituindo o conceito judaico de uma comunidade externa pela idéia de uma fraternidade espiritual. (pg. 63).
OS PAIS ALEXANDRINOS
Pais Alexandrinos...Clemente e Orígenes representam a teologia oriental, mais especulativa que a do Ocidente. (pg. 65).
Suas doutrinas sobre Deus e o homem...Tal como os apologetas, Orígenes alude a Deus em termos absolutos, como o Ser incompreensível, interminável e impassível, que de nada necessita; e, tal como os Pais anti-gnósticos, ele rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o Demiurgo ou Criador deste mundo. (pg. 66).
OS ENSINOS DE ORÍGENES ACERCA DO HOMEM SÃO BASTANTE INCOMUNS.
Suas doutrinas sobre as Pessoa e a obra de Cristo...Ambos esses Pais ensinam que, na encarnação, o Logos tomou a natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-Se tornado, dessa maneira, um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não conseguisse evitar totalmente o docetismo. (pg. 67). Houve diferentes exposições da obra de Cristo, que não foram devidamente integradas. Clemente alude à auto-rendição de Cristo como se fosse um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi propiciação pelo pecado da humanidade. (pg. 68).
Suas doutrinas sobre a salvação, as Igrejas e as últimas coisas...Os Pais Alexandrinos reconheciam o livre-arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e a aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo. (pg. 68).
Orígenes considerava a Igreja como congregação dos crentes, fora da qual não haveria salvação. Orígenes ensina que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo, o qual, entretanto, não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de purificação. (pg. 69).
O MONARQUIANISMO
Se a grande heresia do século II d.C., foi o gnosticismo, a mais destacada heresia do século III d.C., foi o monarquianismo.
Monarquianismo dinâmico....Esse é o tipo de monarquianismo que estava interessado principalmente em manter a unidade de Deus, estando perfeitamente alinhado com a heresia ebionita existente na Igreja Primitiva e com o unitarismo de nossos dias...seu mais remoto expositor foi Teodoto de Bizâncio. (pg. 71)
Monarquianismo modalista...Chama-se monarquianismo modalista porque concebia as três Pessoas da Deidade como tantos modos pelos quais Deus Se manifestava. No Ocidente era chamado patripassionismo, pois dizia que o próprio Pai Se encarnara em Cristo e, por conseguinte, também sofrera com Ele; e era intitulado sabelianismo no Oriente, segundo o nome de seu mais famoso arauto. A grande diferença entre esse monarquianismo e o dinâmico é que este mantinha a deidade verdadeira de Cristo. (pg. 72).
A DOUTRINA DA TRINDADE
A CONTROVÉRSIA TRINITARIANA
...chegou ao clímax no conflito entre Ário e Atanásio...Os Pais da Igreja Primitiva, conforme vimos, não tinham idéias claras sobre a Trindade. (pg. 77).
Natureza da controvérsia...O grande conflito trinitariano geralmente se chama de controvérsia ariana, por ter sido motivada pelas idéias antitrinitarianas de Ário. Fazia a distinção entre o Logos, que seria imanente em Deus e consistiria apenas de uma energia divina, e o Filho ou Logos que finalmente Se encarnara. Este último tivera começo: foi gerado pelo Pai; e isso queria dizer, no vocabulário de Ário, que Ele fora criado. Ário buscava apoio escriturístico para isso naquelas passagens que parecem apresentar o Filho como inferior ao Pai, a saber, Prov. 8:22 (Sept); Mat. 28:18; Mar. 13:32; Luc. 18:19; Jo. 5:19; 14:28; 1 Co.15:28. (pg. 78).
Concílio de Nicéia...foi convocado em 325 d.C., para solucionar a disputa. O concílio adotou a seguinte declaração a respeito da questão em pauta: “Cremos em um Deus, o Pai Todo-Poderoso, Criador das coisas visíveis e invisíveis. E em um Senhor Jesus Cristo, gerado, não criado, sendo da mesma substância (homoousios) como o Pai”.
Conseqüências...A decisão do concílio não pôs fim à controvérsia; antes, foi seu começo. Uma solução imposta à Igreja pela forte mão imperial não poderia satisfazer – posto que foi de duração incerta – pois fez com a determinação da fé cristã dependesse do capricho do Imperador e mesmo das intrigas da corte. (pg. 80). O resultado provou claramente que, conforme andavam as coisas, uma mudança no Imperador, uma atitude modificada, ou mesmo um suborno, poderiam alterar o aspecto todo da controvérsia.. E foi exatamente isso que sucedeu...
A grande figura central na controvérsia trinitariana pós-nicena foi Atanásio. E os imperadores geralmente se puseram ao lado da maioria, a ponto de ter-se dito: “Unus Athanasius contra orbem” (um Atanásio contra o mundo). (pg. 81)
Até esse tempo não se tinham feito intensas considerações sobre o Espírito Santo...ário afirmava que o Espírito Santo fora o primeiro a ser criado pelo Filho, opinião que se harmonizava bem como o de Orígenes. Atanásio dizia que o Espírito Santo é da mesma essência que o Pai, mas o Credo Niceno contém apenas uma declaração indefinida: “E (eu creio) no Espírito Santo”. Quando se reuniu o Concílio de Constantinopla, em 381 d.C., Gregório Nazianzeno, aceitou a seguinte fórmula concernente ao Espírito Santo: “E cremos no Espírito Santo, o Senhor, o Doador da vida, que procede do Pai, que será glorificado com o Pai e com o Filho, e que fala através dos profetas”...Foi feita a declaração que o Espírito Santo procede do Pai, contudo não foi negado nem afirmado que Ele também procede do Filho. (pg. 83).
No oriente, a formulação final da doutrina foi dada por João Damasceno. Segundo ele, há apenas uma essência divina, mas três pessoas ou hipóstases. A concepção ocidental da Trindade chegou à sua declaração final na grande obra de Agostinho, De Trinitate. Ele também ressaltou a unidade de essência e a trindade de Pessoas. (pg. 84).
A DOUTRINA DA TRINDADE NA TEOLOGIA POSTERIOR
Doutrina da Trindade na Teologia Latina...A teologia posterior nada acrescentou de importante à doutrina da Trindade, mas houve desvios e, em conseqüência, reafirmações da verdade. (pg. 86).
Doutrina da Trindade no período da Reforma...Calvino ventila a doutrina amplamente em sua obra, As Institutas I.13, defendendo a doutrina formulada pela Igreja Primitiva.
No século XVI, os socinianos declararam que a doutrina de três Pessoas dotadas de uma essência comum é contrária à razão, procurando refuta-la com base nas passagens citadas pelos arianos... (pg. 87).
Doutrina da Trindade após o Período da Reforma...Na Inglaterra, Samuel Clarke, pregador da corte da rainha Ana, publicou uma obra sobre a Trindade, em 1712, na qual se aproximava da posição ariana da subordinação. Alguns teólogos da Nova Inglaterra criticaram a doutrina da geração eterna.(pg. 88).
A Doutrina de Cristo
AS CONTROVÉRSIAS CRISTOLÓGICAS
As primeiras controvérsias cristológicas não retratam um espetáculo muito edificante. (pg. 93).
Primeiro estágio da controvérsia...Ebionitas, alogi e monarquianos dinâmicos tinham negado a deidade de Cristo, enquanto que docéticos, gnósticos e modalistas haviam rejeitado Sua humanidade. Havia outros, menos radicais, que negavam ou a plena Deidade ou a perfeita humanidade de Cristo. (pg. 94).
Os partidos da controvérsia...O partido nestoriano...O partido ciriliano...O partido eutiquiano...(pgs. 95-98).
Após terem-se reunidos diversos concílios locais...foi convocado o Concílio ecumênico de Calcedônia, em 451, o qual publicou... “Portanto, seguindo os santos Pais, todos de comum acordo, ensinamos aos homens a confessarem um e o mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na deidade e também perfeito na varonilidade; vero Deus e também vero homem, de alma racional e corpo; consubstancial com o Pai segundo a Deidade, e consubstancial conosco segundo a varonilidade; em todas as coisas semelhante a nós mas sem pecado; gerado antes de todas as eras da parte do Pai segundo a deidade, e, nestes últimos dias, para nós e para nossa redenção, nascido da virgem Maria, a mãe de Deus, segundo a varonilidade; um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, devendo ser reconhecido em duas naturezas, inconfundivelmente (asuggutos), imutavelmente (atreptos), indivisivelmente (adiairetos), imutavelmente (achoristos), em que a distinção de naturezas sob hipótese alguma foi eliminada pela união, mas antes, a propriedade de cada natureza foi preservada, concorrendo juntamente em uma Pessoa e em uma subsistência, não partida ou dividida em duas pessoas, porém um só e o mesmo Filho, o Unigênito, Deus a Palavra, o Senhor Jesus Cristo; conforme os profetas desde o princípio declararam acerca dEle, conforme o próprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e conforme o Credo dos santos Pais no-lo transmitiu”.`(pg. 98).
Segundo estágio da controvérsia...O Concílio de Calcedônia não pôs fim ás disputas cristológicas, tal como o Concílio de Nicéia não pusera fim à controvérsia trinitariana...Após o Concílio de Calcedônia, os adeptos de Cirilo e Eutíquio foram chamados “monofisitas”, porquanto concediam que após a união Cristo possuía natureza composta, mas negavam que Ele tivesse duas naturezas distintas.
Em 553, o imperador Justiniano convocou o quinto Concílio ecumênico de Constantinopla, que se mostrou favorável aos monofisitas ao condenar os escritos de Teodoro, contudo desfavorável aos monofisitas porque anatematizou aqueles que declarassem que o Concílio de Calcedônia tolerava os próprios erros que havia condenado. (pg. 99).
O resultado é que surgiu uma nova seita entre os monofisitas, chamada de “monotelitas”. Conforme o nome o indica, eles partiam da unidade da Pessoa e asseveravam que só existe uma vontade em Cristo. Os opositores dos monotelitas eram chamados duotelitas. Estes se firmavam sobre a idéia da dualidade de natureza e asseveravam a presença de duas vontades em Cristo.
O sexto Concílio ecumênico de Constantinopla (680), com a cooperação do bispo de Roma, adotou a doutrina de duas vontades, de duas energias, como posição ortodoxa, entretanto também decidiu que sempre se deveria conceber a vontade humana como subordinada a divina. (pg. 100).
Estruturação da doutrina por João Damasceno...De acordo com ele o Logos assumiu a natureza humana, e não vice-versa, ou seja, não foi o agente formador e controlador, garantindo a unidade das duas naturezas.
Cristologia da Igreja Ocidental...A Igreja Ocidental permaneceu comparativamente intocada pelas controvérsias que rugiam no Ocidente. (pg. 101).
As Discussões Cristológicas Posteriores
Na idade média...Durante a Idade Média a doutrina da Pessoa de Cristo não ocupava o primeiro plano.
Quanto a união hipostática em Cristo, Tomás de Aquino aderia à teologia aceita. A Pessoa do Logos ter-se-ia tornado composta após a união, na encarnação e essa união “impedira” a varonilidade de chegar a uma personalidade independente. (pg. 104).
Durante a reforma...Lutero se aferrou à doutrina das duas naturezas e sua inseparável união na Pessoa do Logos. Mas sua doutrina da real presença na Ceia do Senhor exigiu a idéia que, após a ascenção, a natureza humana de Cristo se tornou onipresente. (pg. 105).
A mais completa declaração oficial sobre a posição Reformada acerca da doutrina de Cristo se acha na Segunda Confissão Helvética, preparada em 1566. (pg. 106).
No século XIX...Durante o século XVIII houve notável mudança no estudo acerca da Pessoa de Cristo. Não obstante, no decorrer do século XVII houve crescente convicção de que esse não era o melhor método, e que resultados mais satisfatórios poderiam ser obtidos se começasse mais no centro, a saber, com o estudo do Jesus histórico. (pg. 107).
Ponto de vista de Schleiermacher...Na cristologia de Schleiermacher dificilmente se pode dizer que Jesus Se elevou acima do nível humano. Ele foi o segundo Adão, homem verdadeiro como o primeiro, porém posto em circunstâncias mais favoráveis, tendo permanecido isento de pecado e perfeito na obediência.
O Cristo de Kant...Antes de tudo, o Cristo kantiano meramente era um abstrato, o ideal da perfeição ética. O que salva é a fé nesse ideal, e não em Jesus como uma Pessoa.
O Cristo de Hegel...Par Hegel, as crenças da Igreja referentes à Pessoa de Cristo são meramente afirmativas gaguejadas dos homens acerca de ideias ontológicas – símbolos que expressam verdade metafísicas. Ele reputa a história humana como o processo de formação de Deus, o auto-desdobramento da razão sob condições do tempo e do espaço. (pg. 108).
Concepção de Dorner da encarnação...Ele frisa o fato que Deus e o homem se parecem, e que na natureza essencial de Deus há o impulso de comunicar-Se com o homem. Em face desse fato, a encarnação foi algo necessário, transcendental e historicamente, e teria acontecido mesmo que não houvesse entrado no mundo o pecado. (pg. 110).
Posição de Ritscl sobre a Pessoa de Cristo...A obra de Cristo é que teria determinado a dignidade de sua Pessoa. Cristo seria mero homem, entretanto, face á obra por Ele realizada e ao serviço por Ele prestado, atribuimo-Lhe com justiça o predicado de Deidade.
Cristo na teologia moderna...Com base na moderna idéia da imanência de Deus, que segue linhas panteístas, a doutrina da Pessoa de Cristo com freqüência é apresentada hoje em moldes totalmente naturalísticos. Ter-se-ia Ele destacado apenas por causa de Sua maior receptividade pelo divino e devido à Sua superior consciência de Deus. (pg. 111).
ANTROPOLOGIA DO PERÍODO PATRÍSTICO
Importância dos problemas antropológicos...Sua importância dificilmente pode ser superestimada do ponto de vista do cristianismo prático. Sua relação com a obra da redenção ainda é mais diretamente evidente do que no caso das questões cristológicas. (pg. 115).
Antropologia dos Pais Gregos...No pensamento deles havia um certo dualismo acerca do pecado e da graça, resultando em apresentações bastante confusas...(pg. 116).
Surgimento gradual de outra posição no ocidente...O traducionismo de Tertuliano substitui o criacionismo que foi postulado pela teologia grega, e isso mostrou ser o caminho para a idéia do pecado inato, em distinção do mal inato.
Nos escritos de Cipriano há a tendência crescente na direção da doutrina da pecaminosidade original do homem, bem como da renovação monenergética da alma. (pg. 117).
Doutrina Pelagiana e Agostiniana do Pecado e da Graça
Agostinho e Pelágio...As idéias de Agostinho sobre o pecado e a graça foram moldadas, em certa medida, por suas profundas experiências religiosas, durante as quais passou por grandes conflitos espirituais, até emergir finalmente na plena luz do evangelho.
Pelágio era homem de tipo inteiramente diverso...O caráter dos dois era diametralmente oposto. Pelágio era homem tranqüilo, tão livre de misticismo como de aspirações ambiciosas; e quanto a isso, sua maneira de pensar e de agir deve ter sido totalmente diferente da de Agostinho... (pg. 119-120).
Posição de Pelágio sobre o pecado e a graça...A única diferença entre um homem e Adão é que aquele conta com o mau exemplo à sua frente. Ao voltar-se do mal para o bem, o homem não depende da graça de Deus, embora a operação desta seja uma decisiva vantagem, ajudando-o a conquistar o mal em sua vida. (pg. 120-121).
Posição de Agostinho sobre o pecado e a graça...Em oposição aos maniqueanos Agostinho destacava fortemente o caráter voluntário do pecado. Ao mesmo tempo, cria que o ato de pecado pelo qual a alma perdeu contato com Deus subjugou-a ao mal necessário.
A vontade do homem precisa ser renovada, e isso é obra exclusiva de Deus, do começo ao fim – uma operação da graça divina. (pg. 122-123).
Controvérsias pelagianas e semi-pelagianas...Na controvérsia pelagiana, foram submetidos a teste às idéias de Agostinho sobre o pecado e a graça. Os dois sistemas eram antípodas absolutos. (pg. 124).
Entre os extremos do agostinianismo e do pelagianismo, apareceu um movimento intermediário, que na história ficou conhecido como Semi-Pelagianismo. O semi-pelagianismo fez a fútil tentativa de evitar todas as dificuldades dando lugar tanto a graça divina como ao livre-arbítrio humano como fatores coordenados da renovação do homem, e alicerçando a predestinação sobre a fé e a obediência previstas. A natureza humana caída retém certo elemento de liberdade, em virtude do que pode cooperar com a graça divina. (pg. 125).
ANTROPOLOGIA DA IDADE MÉDIA
Idéias de Gregório o grande...Depois de Agostinho, foi a autoridade de maior influência na Igreja....Ele explica a entrada do pecado no mundo através da fraqueza humana...Ele considerava o pecado mais como uma fraqueza ou doença do que como culpa, e ensinava que o homem não perdera a liberdade, porém somente a bondade da vontade. (pg. 127). Deus designara um certo número definido para a salvação, pois saberia que eles iriam aceitar o evangelho.
A controvérsia gottschalkiana...muitos seguidores de Agostinho dos séculos VII, VIII E IX já haviam perdido de vista esse duplo caráter da predestinação, interpretando-a conforme Gregório fizera. Surgiu então Gottschalk, que já achava descanso e paz para sua alma na doutrina agostiniana da eleição, contendendo vigorosamente pela dupla predestinação, ou seja, tanto dos salvos quanto dos perdidos...Sua doutrina foi condenada em Maience, em 848, e no ano seguinte ele foi açoitado e sentenciado ao aprisionamento perpétuo. (pg. 128).
A contribuição de Anselmo...reproduziu a antropologia agostiniana, como também fez contribuição positiva à mesma, a saber, Anselmo de Canterbury. (pg. 129).
Peculiaridades da antropologia católico-romana...A igreja católica romana abrigava claramente duas tendências, uma semi-agostiniana e outra semi-pelagiana, das quais a última gradualmente foi assumindo a preponderância. (pg. 131).
ANTROPOLOGIA DO PERÍODO DA REFORMA
Antropologia dos reformadores...Os reformadores seguiram Agostinho e Anselmo na interpretação da doutrina do pecado e da graça.
Calvino ressaltou o fato que o pecado original não é apenas privação, mas também é total corrupção da natureza humana. (pg. 133). A posição que prevaleceu de modo geral entre os reformadores foi que, em resultado da Queda, o homem está totalmente depravado e é incapaz de realizar qualquer bem espiritual, razão porque está impossibilitado de fazer qualquer avanço no campo de sua recuperação. (pg. 134).
Posição de Socínio...O socinianismo representa uma reação contra a doutrina da Reforma. No tocante às doutrinas do pecado e da graça é simples ressurgimento da antiga heresia de Pelágio...O indivíduo morre, não por causa do pecado de Adão, e sim por haver sido criado um ser mortal. (pg. 135).
Antropologia arminiana...Armínio, discípulo de Beza, que no princípio foi calvinista estrito, bandeou-se para a doutrina da graça universal e do livre-arbítrio...A posição tomada pelos arminianos é praticamente idêntica à do semi-pelagianismo...Em consonância com essas idéias, os arminianos naturalmente não crêem em eleição ou reprovação absolutas, mas baseiam a eleição sobre a fé prevista, sobre a obediência e a perseverança, enquanto que a reprovação se basearia sobre a incredulidade prevista, sobre a desobediência e a persistência no pecado.
Idéias Antropológicas dos Tempos Pós-Reformados
Pontos de vistas divergentes...(a) Modificação da posição arminiana para o arminianismo wesleyano... (b) Modificação da posição reformada na Nova Inglaterra. (pg. 140-141).
Algumas modernas teorias do pecado...Filosóficas. Kant soou uma nota dissonante em seus dias ao postular um mal radical no homem, uma fundamental inclinação para o mal que não pode ser erradicada pelo homem...Hegel, por sua vez, considerava o pecado como passo necessário na evolução do homem como espírito auto-consciente. (pg. 142).
Teológicas. Schleiermacher reputa o pecado como o produto necessário da natureza sensual do homem – resultado da conexão do homem com um organismo físico. (pg. 144). Tennant, em suas preleções hulseanas sobre “A Origem e a Propagação do Pecado”, desenvolve a doutrina do ângulo da teoria da evolução. (pg. 144).
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO OU DA OBRA DE CRISTO
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO ANTES DE ANSELMO
Na teologia dos Pais Gregos...Os apologetas escreveram muito pouco que seja importante sobre esse assunto. Irineu...vê a redenção parcialmente como livramento do poder de Satanás... O primeiro tratado sistemático sobre a obra da expiação foi o de Atanásio, De Incarnatione. (pg. 150).
A teologia patrística grega culmina com João Damasceno. Ele compendiou os pensamentos anteriores sobre a obra de Cristo, embora não adicionasse qualquer contribuição distintivamente sua.
Na teologia dos Pais Latinos...O tipo distintivamente latino de teologia começa com Tertuliano...Ele ressalta muito mais que Irineu a significação central da morte de Cristo na cruz, considerando-a ponto culminante da missão de Cristo e sua real finalidade. (pg. 151). De Tertuliano passamos para Hilário de Poitiers e para Ambrósio, os quais interpretaram para o Ocidente o pensamento teológico grego. (pg. 153).
A DOUTRINA DA EXPIAÇÃO DESDE ANSELMO À REFORMA
Doutrina da expiação conforme Anselmo...Ele rejeita deliberadamente, como insatisfatória, a teoria de recapitulação, bem como a teoria do resgate pago ao diabo e a idéia de que a morte de Cristo foi mera manifestação do amor de Deus ao homem, porquanto essas coisas não explicam adequadamente a necessidade da expiação...A exata posição de Anselmo só pode ser entendida à luz das idéias do pecado e da satisfação que ele sustentava. (pg. 155-156). A teoria de Anselmo assinala importante avanço no desenvolvimento da doutrina da expiação... (pg. 157).
Teoria da expiação conforme Abelardo...A teoria de Abelardo tinha pouco em comum com a de Anselmo...Abelardo rejeita a idéia anselmiana de que Deus foi reconciliado com os homens mediante a morte de Seu Filho...Outrossim, não era necessária tal base, visto que Deus é amor e está sempre pronto a perdoar, independentemente de qualquer satisfação. (pg. 158).
Reação de Bernardo de Clairvaux contra Abelardo...Atacava Abelardo por causa de sua interpretação racionalista do cristianismo, dizendo que o exemplo de Cristo torna-nos santos na mesma proporção em que o exemplo de Adão nos tornou pecadores.
Visões sincretistas da expiação...Em escolásticos como Pedro Lombardo, Boaventura e Tomás de Aquino achamos vestígios da influência de Anselmo e Abelardo. (pg. 159).
Duns Scoto sobre a expiação...Ele faz a própria expiação, o caráter que ela assume e o seu efeito dependerem totalmente da vontade arbitrária de Deus. Afirma não haver necessidade inerente de prestação de satisfação...Um ato piedoso de Adão teria servido como expiação pelo seu primeiro pecado. (pg. 162).
A Doutrina da Expiação da Reforma
Os reformadores aprimoram a doutrina de Anselmo...Ambos mantêm a natureza objetiva da expiação, e ambos a consideram necessária. Contudo diferem quanto à natureza dessa necessidade. (pg. 164).
Em diversos pontos a doutrina da expiação, segundo foi desenvolvida pelos reformadores, mostra-se superior à sua forma anselmiana....Finalmente, eles também ultrapassaram Anselmo na idéia que fazia sobre o modo como os méritos de Cristo são transferidos para os pecadores. (pg. 165).
Concepção sociniana da expiação...Negava ele a presença de qualquer tipo de justiça em Deus que “requeresse absoluta e inexoravelmente que o pecado fosse punido”. A justiça comumente assim chamada e que se opõe à misericórdia não seria um atributo imanente de Deus, mas tão somente o efeito de sua vontade.
Sociniano nunca se cansava de dizer que o perdão de pecados é um ato de pura misericórdia, com base simplesmente no arrependimento e na obediência. (pg. 166).
Teoria grotiana da expiação...Essa teoria representa realmente uma posição média entre a doutrina dos reformadores e as idéias de Socínio. (pg. 167).
Idéia Arminiana da expiação...Não adotaram o esquema de Grótio, embora se tivessem aliado a ele na tentativa de velejar entre a monstruosa Cila dos socinianos e a Caríbdea da doutrina da Igreja. É bem característico à posição arminiana que a morte de Cristo é apresentada como uma oferta sacrificial, mas, ao mesmo tempo, é mantido que esse sacrifício não deve ser tido como pagamento de uma dívida, e nem como completa satisfação prestada à justiça (pg. 169).
Outrossim, eles consideram a expiação de Cristo como geral e universal, o que significa que Ele “fez expiação pelos pecados da humanidade em geral, e por cada indivíduo em particular”. (pg. 170).
Transigência na escola de Saumur...A escola de Saumur representa uma tentativa de abrandar o calvinismo rigoroso do Sínodo de Dort e, ao mesmo tempo, evitar os erros do arminianismo (pg. 171).
A Doutrina da Expiação Após a Reforma
Controvérsia da medula na Escócia...Segundo essa idéia, Cristo fez expiação por todos os homens, no sentido que tornou a salvação possível para todos, levando-os assim a um estado salvável... A posição neo-nominiana foi combatida na Inglaterra pelo livro de Fisher, Marrow of Modern Divinity (“Medula da Divindade Moderna”), publicado em 1645. (pg. 173).
Schleiermacher e Ritschl sobre a expiação... Schleiermacher... rejeitava totalmente a doutrina da satisfação penal....considerava Cristo o homem arquétipo, protótipo perfeito da humanidade...foi o segundo Adão...foi Ele o cabeça espiritual da humanidade...Esse ponto de vista se chama “teoria mística” da expiação. (pg. 175).
Ritschl...via em Cristo um homem que para nós tem o valor de Deus, a quem o predicado divino pode ser atribuído, por causa de Sua obra. Ele nega o fato que a reconciliação consiste exclusivamente da mudança de atitude do pecador para com Deus. (pg. 175).
Teorias mais recentes da expiação...Teoria governamental da teologia de Nova Inglaterra...Diferentes tipos da teoria da influência moral...Teoria mística da expiação. (pg. 178).
A DOUTRINA DA APLICAÇÃO E APROPRIAÇÃO DA GRAÇA DIVINA
SOTERIOLOGIA DO PERÍODO PATRÍSTICO
Soteriologia dos três primeiros séculos...São naturalmente exposições um tanto indefinidas, imperfeitas, incompletas e, algumas vezes, até mesmo errôneas e auto-contraditórias. Em harmonia com o ensino do Novo Testamento, de que o homem obtém as bênçãos da salvação pelo “arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”, os Pais primitivos ressaltaram tais requisitos. A fé era usualmente tida como o notável instrumento para o recebimento dos méritos de Cristo, e com freqüência era reputada de único meio de salvação. (pg. 183).
Prevalecia largamente entre eles a idéia que o batismo tem o dom de perdoar os pecados, e que o perdão para os pecados cometidos após o batismo pode ser obtido pela penitência.
Soteriologia dos séculos restantes do período patrístico...Pelágio se afastou muito mais do ensino bíblico quanto à aplicação da redenção do que qualquer outro dos primeiros Pais da Igreja. (pg. 185). Agostinho...reputa o homem natural como totalmente depravado, totalmente incapaz de realizar o bem espiritual. (pg. 186).
Os semi-pelagianos tomavam posição intermediária, negando a total incapacidade do homem para realizar o bem espiritual, mas ao mesmo tempo admitindo sua incapacidade em cumprir reais obras salvadoras sem a assistência da graça divina. (pg. 187).
SOTERIOLOGIA DO PERÍODO ESCOLÁSTICO
Concepção escolástica da graça...Também não havia consenso geral sobre a questão da graça entre os escolásticos. Os pontos de vista de Pedro Lombardo, que exibem inequívoca afinidade com os de Agostinho, foram largamente aceitos. (pg. 190). A exposição feita por Alexandre de Hales concordava de maneira geral com a de Pedro Lombardo, mas introduzia uma outra divisão característica da teologia escolástica.
Concepção escolástica da fé...No período escolástico houve a tendência geral de fazer distinção entre a fé como forma de conhecimento, como mera anuência à verdade, e a fé como afeto espiritual, que produz boas obras. (pg. 192).
Concepção escolástica da justificação e do mérito...O comum ensinamento deles é que a justificação se dá pela infusão da graça santificadora na alma por Deus. Da parte de Deus, inclui a infusão da graça santificadora e o perdão dos pecados e, da parte do homem, implica no volver da vontade livre para Deus, mediante a fé e a contrição. 9pg. 192).
SOTERIOLOGIA DA REFORMA E PÓS-REFORMA
A ordem luterana da salvação...Estava ele mesmo profundamente em obras penitenciais quando, com base em Romanos 1:17, raiou-lhe a verdade que o homem é justificado exclusivamente pela fé, e ele pôde entender que o arrependimento, exigido em Mateus 4:17, nada tem em comum com as obras de reparação postuladas pelo romanismo; antes, o arrependimento consiste de real contrição íntima do coração, como fruto da graça de Deus com exclusividade. (pg. 195).
Ordem reformada da salvação...Sua posição fundamental era que não existe participação nas bênçãos de Cristo, exceto por meio de uma viva união com o Salvador. Regeneração, arrependimento e fé não são tidas como meros passos preparatórios, inteiramente à parte de qualquer união com Cristo, e nem como condições que devem ser preenchidas pelo homem, no todo ou em parte, com as suas próprias forças. (pg. 197).
No entanto, ainda que Calvino diferisse de Lutero quanto à ordem de salvação, concordava plenamente com ele sobre a natureza e importância da doutrina da justificação pela fé.
Ordem arminiana da salvação...Se o homem anuir à verdade, confiar na graça de Deus e obedecer aos mandamentos de Cristo, então receberá uma medida maior da graça divina, sendo justificado por causa de sua fé; e então, se perseverar até o fim tornar-se-á participante da vida eterna. (pg. 198).
Concepções secundárias da ordem da salvação... Antinomiana...Mística...(pg. 199-200).
A DOUTRINA DA IGREJA E A DOS SACRAMENTOS
A DOUTRINA DA IGREJA
No período patrístico...Apesar de ser mencionada como o verdadeiro Israel, sua relação à sua preparação na histórica em Israel nem sempre foi bem entendida.
Nas seitas, todavia, manifestou-se outra tendência, a saber, fazer da santidade de seus membros o verdadeiro sinal da Igreja autêntica. (pg. 205). Os Pais da Igreja se opuseram a todos esses sectários e realçavam cada vez mais a instituição da Igreja....O bispo era considerado absoluto governante da Igreja. (pg. 206).
Na idade média...Tornou-se corrente a tradição nos séculos IV E V d.C. de que Cristo dera a Pero o primado oficial sobre os demais apóstolos, e que esse apóstolo se tornara primeiro bispo de Roma. (pg. 209). Paralelamente a isso desenvolveu-se a idéia de que a igreja católica romana era o reino de Deus sobre a terra, pelo que também o bispado romano era um reino terrestre. E finalmente, a identificação da Igreja com o reino provocou a secularização prática da Igreja. (pg. 210).
Durante e após a reforma...A idéia luterana. Lutero repeliu a idéia de uma Igreja infalível, de um sacerdócio especial e de sacramentos que atuam à maneira de mágica; e restaurou ao seu correto lugar a idéia do sacerdócio de todos os crentes.
A idéia anabatista. A organização eclesiástica romanista se baseava muito no Velho Testamento, mas os anabatistas negavam a identidade da congregação do Velho Testamento com a Igreja do Novo Testamento, insistindo sobre uma Igreja composta exclusivamente de crentes. (pg. 213).
A idéia reformada. A concepção reformada da Igreja é fundamentalmente idêntica à luterana, embora divirja em alguns particulares relativamente importantes. (pg. 214).
A Doutrina dos Sacramentos
Os sacramentos em geral...No todo pode-se dizer que os escolásticos seguiram a concepção agostiniana dos sacramentos como sinais visíveis e meios duma graça invisível. O primeiro a nomear os sete bem conhecidos sacramentos da igreja católica romana foi Pedro Lombardo (pg. 217).
...Os sacramentos são necessários à salvação... (pg. 118).[posição católica romana].
Além do batismo e a ceia do Senhor, são reconhecidos os seguintes sacramentos: confirmação, penitência, extrema unção, ordenação e matrimônio. (pg. 219).
Batismo...Mesmo entre os Pais apostólicos achamos a idéia que ele era o instrumento que efetua o perdão dos pecados e que comunica a nova vida regenerada. O batismo infantil era bastante corrente na época de Orígenes e Tertuliano... (pg. 222).
De fato, os reformadores alemães adotaram grande parte do batismo da Igreja católica romana, chegando a reter muitas das cerimônias vinculadas a ele, como o sinal da cruz, o exorcismo, os padrinhos, etc. (pg 223).
Os da Igreja Reformada precediam baseados na suposição que o batismo foi instituído para os que crêem, e que não gera fé, porem a fortalece. (pg. 224).
A ceia do Senhor...No início, a Ceia do Senhor era acompanhada por uma refeição comum, para a qual as pessoas traziam os necessários ingredientes. No Ocidente, o desenvolvimento da doutrina da Ceia do Senhor era mais lenta, porém levou ao mesmo resultado. (pg. 225). Durante a Idade Média a doutrina, conforme Agostinho a ensinava, cedeu lugar á doutrina católica romana. O Concílio de Trento tratou do assunto da eucaristia conforme registrado em Sessão XIII dos seus Decretos e Cânones. (pg. 226).
Os reformadores na sua totalidade rejeitaram a teoria sacrificial da Ceia do Senhor e da doutrina medieval da transubstanciação. (pg. 227).
A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS
O Estado Intermediário...A doutrina das últimas coisas nunca ficou no centro da atenção, é uma das doutrinas menos desenvolvidas, e portanto não exige discussão elaborada.
Os Pais Apostólicos ainda não refletiram sobre o estado intermediário. De acordo com a opinião comum de seus dias, os piedosos, ao morrerem, imediatamente herdariam a glória celestial preparada para eles, e os ímpios passariam imediatamente para os sofrimentos do inferno. A opinião geral dos Pais posteriores, tais como Irineu, Tertuliano, Hilário, Ambrósio, Cirilo, e mesmo Agostinho, era que os mortos descem até hades, um lugar com várias divisões, onde permanecem até o dia do juízo, ou, segundo Agostinho, até que são suficientemente purificados. (pg. 233).
Foi no Ocidente que se desenvolveu a idéia de um fogo purgatorial especial. A localização do purgatório também era assunto de debate, e era geralmente considerado que se tratava da parte do hades mais perto do inferno. (pg. 234).
Houve oposição à idéia do purgatório...e todos os reformadores sem exceção rejeitavam a doutrina inteira do purgatório como sendo contrária às Escrituras. 9pg. 235).
A Segunda Vinda e a Esperança Milenial
...é evidente, mesmo no Novo Testamento, que alguns deles esperavam uma vinda sem demora. Não é, porém, correto dizer como dizem os premilenistas, que foi geralmente aceita durante os três primeiros séculos.
O milenismo da Igreja Primitiva gradualmente foi ultrapassado... naturalmente cedeu lugar para a adaptação da Igreja para suas tarefas atuais. (pg. 236).
Durante a Idade Média, o milenismo foi geralmente considerado herético. No tempo da Reforma, a doutrina do milênio foi rejeitada pelas Igrejas Protestantes, todavia reviveu em algumas seitas. Uma certa forma de milenismo surgiu, porém no século XVII. Durante os séculos XVIII E XIX a doutrina do milênio mais uma vez foi favorecida em certos círculos. (pg. 237).
A Ressurreição
A maior parte dos Pais Primitivos da Igreja acreditava na ressurreição do corpo, ou seja, na identidade do corpo futuro com o presente. Os escolásticos especulavam segundo sua maneira comum, quanto ao corpo da ressurreição. Suas especulações eram fantasiosas e tinham pouco valor permanente. (pg. 239). Os teólogos do período da Reforma estavam de acordo que o corpo da ressurreição seria idêntico com o corpo presente.
O JUÍZO FINAL E OS GALARDÕES FINAIS
Os mais antigos Pais da Igreja pouca coisa dizem sobre o juízo final, mas geralmente ressaltam sua certeza. Os Pais posteriores ficaram firmes na sua convicção de que haveria um juízo final no fim do mundo (pg. 241). Os escolásticos prestavam especial atenção à localização do céu e do inferno. Os reformadores se contentaram com a afirmação da simples doutrina da Escrituras, que Cristo voltará.
CREDOS HISTÓRICOS DA IGREJA
Credo dos Apóstolos, de Cesaréia, de Nicéia, Niceno e de Atanásio.
CREDO DOS APÓSTOLOS
1.Creio em Deus Pai Onipotente
2.e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
3.que nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria,
4.que foi crucificado sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado,
5.e ao terceiro dia ressurgiu da morte,
6.que subiu ao céu
7.e assentou-se à direita do Pai,
8.de onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
9.Creio no Espírito Santo,
10.na santa Igreja católica (universal),
11.na remissão dos pecados,
12.na ressurreição da carne,
13.na vida eterna.
CREDO DE CESARÉIA
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, Verbo de Deus, Deus de toda a criação, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para nossa salvação, tendo vivido entre os homens. Sofreu, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao Pai e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos. Cremos também em um só Espírito Santo.
CREDO DE NICÉIA
Cremos em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai, unigênito, isto é, sendo da mesma substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu, encarnou-se e se fez homem. Sofreu, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu, e novamente virá para julgar os vivos e os mortos. Cremos no Espírito Santo. E a todos que dizem: Ele era quando não era, e antes de nascer, ele não era, ou que foi feito do não existente, bem como aqueles que alegam ser o Filho de Deus de outra substância ou essência, ou feito, ou mutável, ou alterável a todos esses a Igreja católica e apostólica anatematiza.
CREDO DE NICENO
Cremos em um Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um Senhor, Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne por meio do Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se homem. Foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos, padeceu, foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras, subiu aos céus, assentou-se à direita do Pai. Novamente há de vir com glória para julgar os vivos e os mortos e seu reino não terá fim. Cremos no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai, que com o Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas. Cremos na Igreja uma, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida no século vindouro.
CREDO DE ATANÁSIO
E a fé católica (universal) é esta: adoremos um Deus na Trindade, e a Trindade na unidade.
Não confundimos as Pessoas, nem dividimos (separamos) a Substância.
Pois existe uma única Pessoa do Pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo. Mas a Deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é toda uma só: a glória é igual, a majestade é co-eterna.
Tal como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo.
O Pai não foi criado, o Filho não foi criado, o Espírito Santo não foi criado.
O Pai é incompreensível (imensurável), o Filho é incompreensível (imensurável), e o Espírito Santo é incompreensível (imensurável).
O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
E, no entanto, não são três (seres) eternos, mas há apenas um eterno.
E não há três (seres) que não foram criados e que são incompreensíveis (imensuráveis).
Há, porém, um só que não foi criado e é incompreensível (imensurável).
Assim sendo, o Pai é Todo-Poderoso, o Filho é Todo-Poderoso, o Espírito Santo é Todo-Poderoso.
E, no entanto, não são três (seres) Todo-Poderosos, mas um só é Todo-Poderoso.
Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus.
E, no entanto, não são três deuses, mas um só Deus.
Igualmente, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
E, no entanto, não são três Senhores, mas um só Senhor.
Pois da mesma forma que somos compelidos pela verdade cristã a reconhecer cada Pessoa, por si mesma, como Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela religião católica (universal) de dizer: Existem três deuses ou três senhores.
O Pai não foi feito de ninguém: nem criado e nem gerado.
O Filho vem somente do Pai: não foi feito nem criado, mas gerado.
O Espírito Santo vem do Pai e do Filho: não foi feito nem criado, e nem gerado, mas procedente.
Assim há um só Pai, e não três Pais; há um só Filho, e não três Filhos; há um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.
E nessa Trindade nenhum é antes ou depois do outro. Nenhum é superior ou inferior ao outro.
Mas todas as três pessoas são juntamente co-eternas e co-iguais de tal modo que, em todas as coisas, foi dito, a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade deve ser adorada.
Aquele, pois, quiser ser salvo, deve pensar assim sobre a Trindade.
Também é necessário para a salvação eterna que se creia, fielmente, na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo.
Pois a verdadeira fé é que creiamos e confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem.
(Concordia Triglotta)
Deus da Substância do Pai, gerado antes dos mundos, e Homem da substância de sua mãe, nascido no mundo.
Perfeito Deus e perfeito Homem, tendo alma e subsistindo em carne humana.
Igual ao Pai, referindo-se à sua divindade, e inferior ao Pai, referindo-se à sua humanidade;
O qual, embora seja Deus e Homem, contudo não é dois, mas um só Cristo.
Um, não mediante a conversão da divindade em carne, mas por ter tomado a humanidade em Deus.
Um, juntamente; não por confusão de Substância, mas por unidade de Pessoa.
Pois tal como a alma e a carne formam um só homem, assim Deus e o Homem é um só Cristo;
O qual sofreu pela nossa salvação; desceu ao inferno, ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia.
E ascendeu ao céu. Está assentado à direita do Pai, Deus Todo-Poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos.
Por ocasião de sua vinda, todos os homens ressuscitarão em seus corpos e prestarão contas de suas próprias obras.
Aqueles que praticaram o bem irão para a vida eterna; e aqueles que praticaram o mal obterão as chagas eternas.
Essa é a fé católica (universal), a qual pode salvar o homem. Basta que ele creia nela fiel e firmemente.
TEOLOGIA DOUTRINARIA
O Pai, o Filho e o espírito Santo
Quem é o Pai? Existe apenas um Deus?
“Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” (I Coríntios 8:6).
“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. (Deuteronômio 6:4-5).
“... Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!” (Marcos 12:28-29).
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. (João 17:3).
“Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Também os demônios o crêem, e tremem.” (Tiago 2:19).
Deus é uma pessoa igual aos seres humanos?
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23-24).
De acordo com Cristo, devemos adorar e prestar culto somente a quem?
“Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto.” (Mateus 4:10).
O que ordena o primeiro mandamento?
“Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20:3).
Jesus confirmou a verdade que Deus é um só?
“Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!” (Marcos 12:29).
Quem é o cabeça de Cristo?
“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo.” (I Coríntios 11:3).
Existe alguém acima de Deus, o Pai.
“Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que não me conheces.” (Isaias 45:5).
Nossa salvação depende de conhecermos a quem?
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3).
Deus de fato é Pai de Jesus?
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo.” (Efésios 1:3).
“Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17).
Quem ressuscitou a Jesus?
“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro.” (Atos 5:30).
Temos que crer que Deus, o Pai, ressuscitou a Cristo para sermos salvos?
“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10:9).
Como é considerado aquele que nega a Deus Pai e a Cristo, seu filho?
“Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.” (I João 2:22).
Deus Pai, é também o Deus de Jesus Cristo?
“Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros.” (Hebreus 1:9).
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo.” (Efésios 1:3).
“Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.” (Apocalipse 3:2).
Os verdadeiros adoradores devem adorar a quem?
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:23-24).
O Pai é o Deus único, é espírito, é onisciente, onipresente e onipotente. Nada pode ser comparado a Deus, o Pai, que esta acima de tudo e de todos, e que, está presente em todos os lugares através de Seu Santo espírito. É Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual enviou para morrer em nosso lugar, ressuscitou-o da morte, concedendo vida eterna a todo aquele que o aceita como seu redentor e salvador.
Ao Jesus perguntar aos discípulos quem o povo dizia ser o Filho do Homem, o que eles responderam?
“E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.” (Mateus 16:14).
Ao Cristo perguntar a opinião dos discípulos sobre Ele, o que eles responderam?
“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mateus 16:16).
Qual a forma de vencermos o mundo e recebermos a Deus Pai e a Jesus Cristo em nossa vida ?
“Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus.” (I João 4:15).
“Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (I João 5:5).
Quem é o único mediador entre Deus e o homem?
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” (I Timóteo 2:5).
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.”
Jesus já existia antes de nascer como uma criança?
“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Miquéias 5:2).
Como ser humano, Jesus foi gerado por quem?
“Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.” (Mateus 1:20-21).
O que foi feito por intermédio de Cristo?
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele (Cristo), e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:3).
“Pois, nele (Cristo), foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele (Cristo) e para ele.” (Colossenses 1:16).
Cristo possui vida em si mesmo?
“Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.” (João 5:26).
Em quem estava a fonte do poder de Jesus?
“Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.” (João 5:19).
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” (Mateus 28:18).
Cristo é a imagem de quem?
“Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4:4).
Quem recebeu de Deus autoridade para julgar a humanidade?
“E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento, a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.” (João 5:22-23).
“E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.” (João 5:27).
Em Jesus habita a divindade?
“Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade.” (Colossenses 2:8-9).
“Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse.” (Colossenses 1:19 –ARC).
Cristo é igual ao Pai?
“Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.” (João 14:28).
Jesus veio a terra para morrer pelo pecador. Quem o enviou?
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3).
“Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de ti; porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste, e eles as receberam, e verdadeiramente conheceram que saí de ti, e creram que tu me enviaste.” (J
15 - Quem é o Deus de Jesus Cristo?
“Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17).
Através de quem Deus Pai se revela a humanidade?
“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (João 1:18).
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (João 14:6-9).
Cristo também é chamado de Deus?
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” (Isaias 9:6).
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL, (que quer dizer: Deus Conosco.” (Mateus 1:23).
Nota: Quando a palavra Deus é aplicada à pessoa do Pai e à pessoa do Filho, ela diz que existem apenas duas pessoas desta espécie, seres que possuem exclusivamente os atributos da imortalidade, onipotência, onipresença e onisciência. Neste caso, quando a palavra Deus é aplicada também a Jesus Cristo, ela quer dizer que Ele é da mesma natureza, da mesma substância, da mesma essência que o Pai. Quer dizer que Ele é Deus em razão de ser Filho de Deus.
Quando, porém, a designação Deus é aplicada isoladamente à pessoa do Pai, ela quer dizer que o Pai, é a Origem sem origem, o Princípio sem princípio, o Começo sem começo, o Todo-Poderoso soberano do universo, o Único Deus. Neste uso hierárquico da expressão Deus, Jesus Cristo permanece em Sua posição de Filho de Deus e, por ser Filho, submete-Se ao Pai como Seu próprio Deus, sem pretender igualar-se a Ele em autoridade e poder. É essa hierarquia que elimina o politeísmo e desfaz a ilusão de um deus abstrato e impessoal.
Cristo esta sujeito a Deus, o Pai?
“Jesus continuou a falar a eles. Ele disse: Eu não posso fazer nada por minha própria conta, mas julgo de acordo com o que o Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (João 5:30 BLH).
“Por isso Jesus disse: Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que "EU SOU QUEM SOU". E saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu Pai me ensinou.” (João 8:28 BLH).
“Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar. E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é justamente aquilo que o Pai me mandou dizer.” (João 12:49-50 BLH).
“Será que você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? Então Jesus disse aos discípulos: O que eu digo a vocês não digo em meu próprio nome; o Pai, que está em mim, é quem faz o seu trabalho.” (João 14:10 BLH).
“Quem não me ama não obedece à minha mensagem. E a mensagem que vocês estão escutando não é minha, mas do Pai, que me enviou. ...mas o mundo precisa saber que eu amo o Pai e que, por isso, faço tudo o que ele manda. Levantem-se, vamos sair daqui!” (João 14:24 e 31 BLH).
“Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” (I Coríntios 15:28 BLH).
Todo aquele que diz Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus?
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” (Mateus 7:21).
Cristo ressuscitou a si mesmo?
“Mas Deus ressuscitou Jesus, livrando-o do poder da morte, porque não era possível que a morte o dominasse.” (Atos 2:24).
“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro.” (Atos 5:30).
“A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.” (Atos 2:32).
“E matastes o príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas.” (Atos 3:15).
“Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.” (I Coríntios 6:14).
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos.” (Gálatas 1:1).
Cristo ressuscitou em espírito?
“Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: Paz seja convosco! Eles, porém, surpresos e atemorizados, acreditavam estarem vendo um espírito. Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados? E por que sobem dúvidas ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés.” (Lucas 24:36-43).
Cristo sabe o dia e hora de Seu retorna a Terra?
“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai.” (Mateus 24:37).
Cristo é o divino Filho de Deus, existente deste os tempos da eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Despiu-se de sua divindade para tornar-se um de nós. Viveu sem pecado, morreu em nosso lugar, foi ressuscitado por Deus, o Pai, subiu em corpo ao Céu, foi glorificado e hoje intercede por nós e esta conosco através de seu Santo espírito.
Quem, ou o que é o espírito Santo?
Que meio Deus utiliza para transmitir os dons espirituais aos fiéis?
“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do espírito Santo.” (Atos 2:38).
“E os fiéis que eram da circuncisão, que vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do espírito Santo.” (Atos 10:45).
“A manifestação do espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o espírito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo espírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo espírito, a fé; e a outro, no mesmo espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para interpretá-las. Mas um só e o mesmo espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” (I Coríntios 12:7-11).
O espírito Santo é o espírito de quem?
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.” (I Coríntios 2:11).
De onde procede o Espírito Santo?
“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim; e vós também testemunhareis, porque estais comigo desde o princípio." (João 15:26- 27).
Qual a forma que Jesus usou para transmitir o espírito Santo aos discípulos?
“E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o espírito Santo.” (João 20:22).
Jesus prometeu enviar aos discípulos o Espírito Santo?
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.” (João 14:16-17).
Mesmo andando com Cristo, os discípulos não haviam recebido o espírito Santo. Qual o motivo?
“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado.” (João 7:38-39).
Cristo disse que iria voltar para junto dos discípulos?
“Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.” (João 14:28).
08 - O espírito Santo (o consolador) poderia vir se Cristo não fosse para junto do
Pai?
“Mas eu vos digo a verdade; convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.” (João 16:7).
Deus Pai é nosso consolador?
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.” (II Coríntios 1:3-4).
Quem é o espírito que foi enviado?
“Ora, o Senhor é o espírito; e, onde está o espírito do Senhor, aí há liberdade. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o espírito.” (II Coríntios 3:17-18).
“Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.” (I Pedro 1:10-12).
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco, e o mundo não me verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.” (João 14:17-19).
“E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o espírito de Jesus não o permitiu.” (Atos 16:6-7).
“E, porque vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gálatas 4:6).
Os filhos de Deus são guiados por quem?
“Pois todos os que são guiados pelo espírito de Deus são filhos de Deus.” (Romanos 8:14).
É possível ao homem conhecer as coisas de Deus?
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o espírito de Deus.” (I Coríntios 2:11).
O que é a comunhão do espírito Santo?
"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do espírito Santo sejam com todos vós." (II Coríntios 13:13).
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só espírito." (I Coríntios 12:12).
“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” (I João 1:3).
“Eu e o Pai somos um.” (João 10:30).
“Vós, porém, não estais na carne, mas no espírito, se, de fato, o espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Romanos 8:9).
Nota: A unidade que existe entre Cristo e o Pai, é a comunhão do espírito Santo.
“As Escrituras indicam claramente a relação entre Deus e Cristo, apresentando com igual clareza a personalidade e individualidade de cada um. A unidade que existe entre Cristo e seus discípulos, não anula a personalidade de nenhum. São um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa. É assim que Deus, o Pai e Cristo são um”. (A Ciência do Bom Viver. 4ª ed. pp. 421-422).
Conclusão:
O espírito Santo procede do Pai (João 15:26-27). Por ser filho de Deus, o Pai, Cristo possui a mesma essência do Pai, sendo assim, possui o mesmo espírito do Pai. É através de Seu espírito que Cristo nos convence do pecado, da justiça e do juízo (João 16:8), habita em nós (Gálatas 4:6) e está presente em todos os lugares ao mesmo tempo (Salmos 139:1-10).
O CONHECIMENTO DE DEUS
Não há conhecimento mais sagrado e mais vital para a salvação do que o conhecimento de Deus. Crescer no conhecimento do seu amor, sua justiça, sua misericórdia, sua natureza é o objetivo de todo crente verdadeiro. Em nossa limitação, jamais seremos capazes de compreendê-lo completamente, pois Ele é infinito. Mas a cada dia devemos buscar mais sobre Ele, prosseguir na busca do conhecimento do Todo-poderoso Deus.
“Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.” - Oséias 6:3.
2.1 - O espírito: Mistério ou Revelação
“Respondeu-lhes Jesus: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus.” - Mateus 13:11.
Deus em seu infinito amor e misericórdia, através da Palavra, revelou aos seus servos os mistérios do seu reino. O plano do Deus Todo-poderoso é revelar-se cada vez mais aos seus filhos amados até que estes cheguem à unidade e ao pleno conhecimento dEle e do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo. A unidade é conseqüência do conhecimento de Deus. Só chegaremos à unidade cristã pela qual Cristo orou se avançarmos no conhecimento deste Deus grandioso.
“Para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus, Cristo.” - Colossenses 2:2.
Cada um de nós tem o dever de buscar sorver constantemente desta fonte cristalina para sermos também condutos da Água da Vida, reflexos do Sol da Justiça, despenseiros dos mistérios de Deus.
“Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus.” - I Coríntios 4:1.
Que mistério é esse? O apóstolo Paulo responde:
“O mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória.” - Colossenses 1:26 e 27.
“Cristo em vós”, este é o mistério que esteve oculto e nos foi revelado. Cristo pode habitar em nós hoje através do seu espírito. É sobre este “mistério” já revelado que discorreremos neste livro.
Lamentavelmente quando se fala sobre o espírito de Deus, sua atuação e essência, muitos preferem fechar os ouvidos por considerarem um assunto oculto, um mistério que o homem não deve se atrever a sondar, um tema onde “o silêncio é ouro”. Infelizmente tais pessoas demonstram que não conhecem o Deus de amor, um Deus infinito que se revela ao mais simples e humilde pecador. Nosso Pai é um Deus de revelação, não de mistério. Tais crentes nominais não buscam o conhecimento por si mesmos, mas se acomodam e preferem aceitar os dogmas impostos pela liderança espiritual. Afinal de contas, há pastores e professores de religião com mestrado e doutorado, experts em divindade. Eles não podem estar errados, podem?
“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar, segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos, mas agora manifesto e, por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do Deus, eterno, dado a conhecer a todas as nações para obediência da fé; ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.” - Romanos 16:25-27.
2.2 - Requisitos Para o Progresso no Conhecimento de Deus
Há requisitos que devemos atender para crescer no conhecimento de Deus. O primeiro requisito é a humildade. O sábio escreveu: “com os humildes está a sabedoria.” (Prov. 11:2). O humilde é flexível, não se apega a conceitos pré-estabelecidos, mas como verdadeiro discípulo do Mestre está sempre disposto a aprender e a rever suas opiniões e conceitos.
Outro requisito para o crescimento no conhecimento de Deus é a atuação do espírito de Deus em nós.
“Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus”. - I Cor. 2:12.
Jamais poderemos compreender as revelações de Deus senão por seu espírito. Sem o espírito, aí sim, o assunto se torna um mistério indecifrável.
A terceira condição para o avanço é a dedicação no estudo. “Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração”. (Jer. 29:13) Apenas o estudante diligente obterá êxito e progresso no conhecimento de Deus.
O ESPÍRITO
Como é possível conhecer a Deus? O apóstolo Paulo responde:
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem senão o seu próprio espírito que nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e, sim, o espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.” - I Coríntios 2:11 e 12.
Este verso deixa claro que assim como o homem tem um espírito que conhece tudo a seu respeito, Deus também tem o seu espírito e por esta razão só é possível obter o conhecimento pleno de Deus através do espírito de Deus.
Então, para conhecermos a Deus, é importante buscarmos na sua Palavra revelações sobre o espírito Santo de Deus. A Palavra de Deus, especialmente o Novo Testamento, traz muitas revelações sobre a maravilhosa obra do espírito Santo e fala um pouco sobre sua natureza. Mas muitos fazem confusão a respeito da essência e natureza do espírito Santo. Quem é na verdade o espírito Santo? Alguns dizem que é o poder de Deus, outros pregam que é a terceira pessoa da trindade, outros ainda argumentam que o espírito Santo é o anjo Gabriel. Finalmente há aqueles que não têm muita disposição para um estudo mais aprofundado e se acomodam alegando que se trata de um mistério sem importância para a salvação.
Passo a passo, verso a verso, com humildade e simplicidade, sem interpretações que vão além do que está escrito, vamos aprender um pouco mais sobre o espírito Santo.
Para iniciarmos o estudo sobre o espírito Santo vamos nos limitar a descrever duas características incontestáveis relacionadas a ele. E a partir destas duas características, desenvolveremos nosso estudo.
Aqui estão elas:
1. O ESPÍRITO SANTO É ESPÍRITO
2. O ESPÍRITO SANTO É SANTO
Isso pode parecer um conceito muito básico e óbvio, mas é incrível como muitas pessoas duvidam que o espírito Santo seja um espírito no sentido original da palavra. Vamos buscar compreender o que os autores da Bíblia queriam dizer quando escreviam a palavra “espírito”.
O QUE É “ESPÍRITO”?
Para uma compreensão satisfatória da Bíblia, devemos procurar saber qual era a intenção dos autores bíblicos. O que um escritor bíblico, profeta ou apóstolo, tinha em mente quando escrevia a palavra “espírito”? Quando ouvimos a palavra “espírito” nossa interpretação é a mesma do profeta ou apóstolo?
Em nossa cultura, fortemente influenciada pelo catolicismo e espiritismo, sempre que se fala em “espírito” a tendência natural é imaginar uma força desencarnada atuando independentemente do corpo - uma entidade autônoma, invisível, consciente. Este é o conceito popular, pregado por algumas religiões e apresentado em filmes e novelas. Lamentavelmente este conceito já popularizado tem afetado negativamente a compreensão bíblica, pois sempre que se lê a palavra “espírito”, o estudante da Bíblia é influenciado pelo conceito popular.
Veremos que para os escritores bíblicos o significado da palavra “espírito” era bem diferente deste conceito popular. Para que cresçamos no conhecimento de Deus e do seu espírito temos que restabelecer o conceito original. Então poderemos ter uma visão clara do que a Bíblia ensina sobre o espírito do homem e sobre o espírito de Deus.
A DEFINIÇÃO DE “ESPÍRITO” NO VELHO TESTAMENTO
No Velho Testamento, escrito em hebraico, o original da palavra “espírito” é ruach. Originalmente ruach significa fôlego, vento, sopro e respiração e se aplica tanto ao espírito dos animais quanto ao espíritos dos homens, espíritos malignos e espírito de Deus. Veja alguns exemplos:
RUACH - ESPÍRITO DO HOMEM
“Na verdade há um espírito (ruach) no homem, e o sopro do Todo-poderoso o faz entendido.” - Jó 32:8.
“Nas tuas mãos entrego o meu espírito (ruach); tu me remiste, Senhor, Deus da verdade.” - Salmo 31:5.
“Sai-lhes o espírito (ruach) e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios.” - Salmo 146:4.
“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito (ruach) volte a Deus, que o deu.” -Eclesiastes 12:7.
“Fala o Senhor, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito (ruach) do homem dentro dele.” - Zacarias 12:1.
Algumas vezes a palavra ruach é traduzida como sopro, hálito ou respiração do ser humano. Confira:
“Enquanto em mim estiver a minha vida, e o sopro (ruach) de Deus nos meus narizes...” - Jó 27:2.
“O meu hálito (ruach) é intolerável à minha mulher, e pelo mau cheiro sou repugnante aos filhos de minha mãe.” - Jó 19:17.
“Se lhes cortas a respiração (ruach), eles morrem, e voltam ao seu pó.” - Salmos 104:29.
Portanto, a intenção do autor bíblico ao escrever a palavra ruach não era descrever uma entidade desencarnada autônoma, invisível e consciente conforme muitos crêem, mas descrever o fôlego de vida, o sopro vital cuja fonte é Deus. Portanto, para fins de tradução e interpretação bíblica, a palavra espírito é sinônimo de sopro, hálito, respiração, pois têm a mesma origem no hebraico: ruach.
RUACH - ESPÍRITO DE DEUS
O espírito de Deus também é chamado de ruach no Antigo Testamento. Como vimos, a palavra ruach significa originalmente sopro, vento, fôlego.
“Então disse o Senhor: O meu espírito (ruach) não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos.” - Gênesis 6:3.
“Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, porventura, homem como este, em quem há o espírito (ruach) de Deus?” - Gênesis 41:38.
“Tendo-se retirado de Saul o espírito (ruach) do Senhor, da parte deste um espírito (ruach) maligno o atormentava.” - I Samuel 16:14.
Note que neste último verso a palavra ruach é usada tanto para definir o ruach maligno quanto para descrever o ruach de Deus. São dois espíritos diferentes. Surge, então, a seguinte questão com relação à independência e autonomia destes espíritos: O espírito (ruach) do Senhor é uma pessoa e o Senhor é outra pessoa distinta? Isso também vale no caso do espírito (ruach) maligno? Ou seja, o maligno é um ser pessoal e o ruach do maligno é outra pessoa diferente? Pense nisso antes de continuar! Em sua resposta cuidado para não ser influenciado pelo conceito popular de espírito. Lembre-se do conceito bíblico.
JÓ COSTUMA COMPARAR O ESPÍRITO DE DEUS COM O SEU SOPRO:
“O espírito (ruach) de Deus me fez; e o sopro do Todo-poderoso me dá vida.” - Jó 33:4.
“Se Deus pensasse apenas em si mesmo, e para si recolhesse o seu espírito (ruach) e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria e o homem voltaria para o pó.” - Jó 34:14 e 15.
Algumas vezes o ruach de Deus não é traduzido como espírito, mas como sopro ou respiração. Veja:
“Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro (ruach) de sua boca o exército deles.” - Salmo 33:6.
“A sua respiração (ruach) é como a torrente que transborda e chega até ao pescoço...” - Isaías 30:28.
Estas traduções para ruach (sopro e respiração) estão perfeitamente adequadas e de acordo com a definição original de ruach no hebraico, pois a definição original de ruach, no hebraico, é sopro, fôlego, respiração e vento. Veremos mais exemplos adiante.
RUACH - ESPÍRITO DOS ANIMAIS
É interessante notar que os animais também possuem ruach, mas para diferenciar dos seres humanos e de Deus, na maioria das vezes o ruach dos animais é traduzido como “fôlego de vida”. Esta forma de traduzir também está de acordo com o sentido original da palavra. Veja estes exemplos:
“Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que há fôlego (ruach) de vida debaixo dos céus: tudo o que há na terra perecerá.” - Gênesis 6:17.
“De toda a carne, em que havia fôlego (ruach) de vida, entraram de dois em dois para Noé na arca.” - Gênesis 7:15.
“Porque o que sucede aos filhos dos homens, sucede aos animais; o mesmo lhe sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego (ruach) de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais...” - Eclesiastes 3:19.
RUACH - TRADUZIDO COMO VENTO, SOPRO, HÁLITO E RESPIRAÇÃO
A palavra ruach aparece 379 vezes em 348 versos no Velho Testamento e, embora seja traduzida como espírito em vários textos, ruach também é traduzida como fôlego de vida, vento, sopro e ar. Note que não há nenhuma interpretação particular nesta direção. Este é realmente o significado original da palavra ruach. Veja outras traduções possíveis, sinônimos de espírito:
“... Deus fez soprar um vento (ruach) sobre a terra e baixaram as águas” - Gênesis 8:1.
“E eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento (ruach)” - Eclesiastes 1:14 u.p.
“Com o hálito de Deus perecem; e com o assopro (ruach) da sua ira se consomem.” - Jó 4:9.
“Lembra-te de que minha vida é um sopro (ruach).” - Jó 7:7.
“A tal ponto uma se chega à outra que entre elas não entra nem o ar (ruach)” - Jó 41:16.
OUTRAS TRADUÇÕES DE RUACH
Em alguns versos a palavra ruach é traduzida como mente ou ânimo. Neste caso, o tradutor entendeu que a palavra ruach foi utilizada num sentido figurado, simbólico e, portanto, não deveria ser traduzida ao pé da letra como espírito, vento ou fôlego:
“Deu Davi a Salomão, seu filho, a planta do pórtico com as suas casas, ... também a planta de tudo quanto tinha em mente (ruach), com referência aos átrios da casa do Senhor.” - I Crônicas 28:11 e 12.
“Despertou, pois, o Senhor, contra Jeorão o ânimo (ruach) dos filisteus, e dos arábios que estão da banda dos etíopes.” - II Crônicas 21:16.
Através do método de comparação de versos bíblicos, podemos reconhecer que o espírito de Deus é, de um modo figurado, sua própria mente.
Isaías 40:13
Romanos 11:34
I Coríntios 2:16
“Quem guiou o espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro, o ensinou?”
“Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?”
“Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?”
De nossa breve análise no Velho Testamento, concluímos que o espírito de Deus é o ruach de Deus, ou seja, o fôlego ou o sopro do único Deus Todo-Poderoso e não uma outra pessoa da divindade. Da mesma forma o espírito (pneuma) do homem é o fôlego de vida do homem e não uma pessoa diferente.
Porventura o Novo Testamento confirma o conceito de “espírito” do Velho Testamento?
A DEFINIÇÃO DE “ESPÍRITO” NO NOVO TESTAMENTO
Acredita-se que a maior parte do Novo Testamento foi escrita em grego onde a palavra espírito é pneuma. Esta palavra grega tem o mesmo significado de ruach no hebraico, ou seja, é um sinônimo de espírito, fôlego, vento, sopro, ar. É da palavra pneuma que derivam algumas palavras da língua portuguesa tais como pneu, pneumático, pneumonia - todas relacionadas à respiração ou ao ar.
Nos versos a seguir aprenderemos um pouco mais sobre o que os escritores do Novo Testamento queriam transmitir ao escrever “pneuma de Deus” ou “pneuma Santo”. Será que a intenção dos apóstolos ao escrever “pneuma de Deus” era se referir a uma outra pessoa da divindade? Ou estavam se referindo ao fôlego, sopro de Deus?
PNEUMA HAGIOS E PNEUMA THEOS
No Novo Testamento a expressão pneuma hagios é traduzida como espírito Santo, pneuma theos é traduzida como espírito de Deus, pneuma iesous cristos como espírito de Jesus Cristo. Vejamos alguns exemplos da utilização da palavra pneuma:
“Ele, porém, vos batizará com o espírito (pneuma) Santo.” - Marcos 1:8.
“Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o espírito (pneuma) de Deus habita em vós?” - I Coríntios 3:16.
“Mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no espírito (pneuma) do nosso Deus.” - I Coríntios 6:11.
“Então vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tinha sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos que são os sete espíritos (pneuma) de Deus enviados por toda a terra.” - Apocalipse 5:6.
“E, havendo dito isto, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito (pneuma) Santo.” - João 20:22.
Este último verso é um dos exemplos mais elucidativos pois mostra que o espírito Santo é realmente o pneuma de Cristo, ou seja, o fôlego, sopro de Cristo. O evangelista deixa claro que o espírito Santo foi soprado por Jesus sobre seus discípulos. Não há dúvidas aqui. O espírito Santo é o próprio pneuma de Cristo, não uma entidade independente, mas parte integrante de Jesus Cristo e de Deus.
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem senão o seu próprio espírito (pneuma) que nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o espírito (pneuma) de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito (pneuma) do mundo, e, sim, o espírito (pneuma) que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.” - I Coríntios 2:11 e 12.
“Pois todos os que são guiados pelo espírito (pneuma) de Deus são filhos de Deus... O próprio espírito (pneuma) testifica com o nosso espírito (pneuma) que somos filhos de Deus.” - Romanos 8:14 e 16.
Perceba que nestes dois últimos versos, a palavra pneuma também foi utilizada para designar o espírito do homem.
É importantíssimo ressaltar que convencionou-se escrever espírito de Deus com “E” maiúsculo e espírito do homem com “e” minúsculo. Neste estudo também adotamos este padrão, mas não foi assim no grego. Veremos adiante que não existia esta diferença no grego. Os autores bíblicos não diferenciavam o espírito do homem do espírito de Deus através de letras minúsculas e maiúsculas.
PNEUMA - O ESPÍRITO DO HOMEM
Assim como ruach no Velho Testamento, a palavra grega pneuma também se aplica ao espírito do homem.
(Ressurreição da filha de Jairo): “Voltou-lhe o espírito (pneuma), e ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer.” - Lucas 8:55.
“O espírito (pneuma) está pronto, mas a carne é fraca.” - Marcos 14:38.
“Porque trouxeram refrigério ao meu espírito (pneuma) e também ao vosso.” - I Coríntios 16:18.
“Porque assim como o corpo sem espírito (pneuma) é morto, assim também a fé sem obras é morta.” - Tiago 2:26.
Este verso de Tiago reafirma nossa crença sobre a impossibilidade de um espírito (pneuma) subsistir sem corpo. Biblicamente, para que uma pessoa tenha vida é necessário o espírito (pneuma) e o corpo.
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito (pneuma), alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” - I Tessalonicenses 5:23.
Neste último verso o apóstolo Paulo cita o espírito, a alma e o corpo. Isto nos faz lembrar dos elementos constituintes do ser humano e automaticamente nos remete ao relato da criação que explica como o homem foi formado:
“Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” - Gênesis 2:7.
Podemos entender que o homem é formado de pó (corpo físico) mais espírito (fôlego da vida) resultando numa alma vivente.
CORPO (Pó da Terra) + ESPÍRITO (Fôlego de vida) = ALMA (Pessoa viva)
Logo, é errado dizer que o homem tem uma alma, mas é correto dizer que ele é uma alma vivente composta por corpo e espírito.
Não podemos nos influenciar pelo conceito popular achando que o homem é uma pessoa e o seu espírito é outra pessoa, entidade independente que subsiste fora do corpo. O pneuma do homem é parte integrante do seu ser. Da mesma forma o pneuma de Deus é parte integrante de Deus, não uma outra pessoa. Um espírito, de acordo com a própria definição de pneuma dada por Cristo, não tem corpo:
“Eles, porém, surpresos e atemorizados, acreditavam estarem vendo um espírito (pneuma)...Vede minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito (pneuma) não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.” - Lucas 24:37 e 39.
O pneuma não tem carne e ossos, ou seja, um pneuma não tem corpo! Portanto, o espírito (pneuma) não é uma pessoa de acordo com o conceito bíblico, segundo o qual uma pessoa é composta de corpo e espírito.
O PNEUMA DE CRISTO
“Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (pneuma)!” - Lucas 23:46.
“E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o espírito (pneuma) de seu Filho que clama: Aba, Pai.” - Gálatas 4:6.
Cristo possuía o mesmo pneuma do Pai, um pneuma que é compartilhado pelo Pai e pelo Filho - é isto que os fazem um. Reforçaremos este conceito posteriormente.
OUTRAS TRADUÇÕES DE PNEUMA
A palavra pneuma aparece 385 vezes no Novo Testamento e na maioria das vezes é traduzida como espírito. Mas assim como ruach, há outras traduções possíveis como sopro, fôlego e vento:
“Ainda quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos (pneuma), e a seus ministros, labareda de fogo.” - Hebreus 1:7.
“De repente veio do céu um som, como de um vento (pnoe) impetuoso e encheu toda a casa onde estavam assentados... Todos ficaram cheios do espírito (pneuma) Santo...” Atos 2: 2 e 4.
“Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro (pneuma) de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.” - II Tessalonicenses 2:8.
“E lhe foi dado comunicar fôlego (pneuma) à imagem da besta, para que, não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta.” - Apocalipse 13:15.
Note que interessante o próximo verso! Nele a palavra pneuma aparece duas vezes e é traduzida inicialmente como “vento” e no final do verso como “espírito”:
“O vento (pneuma) sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do espírito (pneuma)” - João 3:8.
ESPÍRITO SANTO É NOME PRÓPRIO?
Embora a Bíblia apresente o nome do Pai (Jeová ou Yaweh em hebraico) e o nome do Filho (Jesus ou Yeshua em hebraico), o nome do espírito Santo não nos é apresentado.
O tradutor da Bíblia, ao traduzir a palavra pneuma (espírito), o fez com letra maiúscula. No entanto, a palavra pneuma, originalmente não foi escrita desta forma. Os manuscritos mais antigos do Novo Testamento são alguns fragmentos de papiro escritos em uncial. O padrão uncial utilizava-se de letras maiúsculas apenas. Este padrão continuou sendo utilizado nos pergaminhos até o século XI, quando a escrita minúscula começou a ser adotada.
Fica claro que escrever “espírito Santo” com iniciais maiúsculas é uma convenção adotada posteriormente. Veja um exemplo na Bíblia em Grego Moderno (Atos 13:9) a diferença entre a letra pi minúscula, usada para escrever pneuma (um substantivo) e a letra pi maiúscula usada para escrever Paulos (um nome próprio):
O fato da expressão “espírito Santo” ou “espírito de Jesus Cristo” ser sempre escrita com “E” maiúsculo em português tem influenciado o subconsciente de muitos crentes sinceros no sentido de aceitar a doutrina de que o espírito Santo é uma pessoa distinta do Pai e do Filho. Mas é importante destacar que quando os apóstolos escreviam espírito Santo, não havia esta distinção. Nós escrevemos espírito Santo com letras maiúsculas em português apenas por uma convenção, um hábito na realidade muito questionável, pois tal convenção não existia originalmente.
O ESPÍRITO SANTO, O ESPÍRITO DE CRISTO E O ESPÍRITO DE DEUS
A Palavra de Deus afirma que assim como o homem tem um pneuma como parte integrante do seu ser, Deus também tem um pneuma. Vejamos novamente o que diz I Coríntios 2:11:
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem senão o seu próprio espírito (pneuma) que nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o espírito (pneuma) de Deus.” - I Coríntios 2:11.
Novamente é importante notar que em português o “espírito” de Deus é escrito com “E” maiúsculo e o “espírito” do homem é escrito com “e” minúsculo. Mas não é assim no original grego. Tanto o espírito de Deus quanto o espírito do homem são escritos absolutamente da mesma forma. Portanto não há porque interpretar que o espírito de Deus é uma outra pessoa e o espírito do homem não é uma outra pessoa.
Assim como o homem, Deus possui dentro de si um pneuma que é um atributo que não pode ser separado dEle. Algumas religiões como o Espiritismo, por exemplo, pregam que é possível o espírito (pneuma) existir independente¬mente ou separadamente do corpo do seu possuidor, mas não é isso que a Palavra de Deus diz. Segundo a Bíblia um corpo sem pneuma é um corpo morto.Veja:
“Então Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (pneuma)! E dito isto expirou.” - Lucas 23:46.
“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito (ruach) volte a Deus, que o deu.” -Eclesiastes 12:7.
Da mesma forma um espírito (pneuma) com existência e personalidade própria (independente do possuidor) é um conceito defendido pelo Espiritismo e pelo Trinitarianismo.
É inquestionável que Deus tenha, assim como o homem, um pneuma como parte constituinte do seu ser. Por essa razão, alguns defensores da trindade interpretam de forma diferenciada o espírito Santo e o espírito de Deus. Alegam que o espírito de Deus é um atributo intrínseco do Pai, mas que o espírito Santo é uma outra pessoa - a terceira pessoa da trindade. Porventura existe esta diferença entre espírito de Deus e espírito Santo?
Através de um estudo por comparação de versos é possível descobrir que o Pai e o seu Filho Jesus compartilham o mesmo pneuma, qual seja, o espírito Santo. Veremos adiante que não há diferença entre espírito de Deus, espírito de Cristo e espírito Santo.
“Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o espírito (pneuma) de Deus habita em vós?” - I Coríntios 3:16.
“Acaso não sabeis que vosso corpo é santuário do espírito (pneuma) Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus.” - I Coríntios 6:19.
Após análise destes dois versos, concluímos inequivocamente que o espírito Santo é o próprio espírito (pneuma) de Deus e não uma terceira pessoa. É o próprio pneuma de Deus que habita em nós.
Paulo confirma que o espírito Santo não é uma terceira pessoa, mas é sim o próprio pneuma de Deus, colocando-os (espírito de Deus e espírito Santo) como expressões equivalentes novamente:
“Por isso vos faço compreender que ninguém que fala pelo espírito (pneuma) de Deus afirma: Anátema Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo espírito Santo.” - I Coríntios 12:3.
Há muitos outros versos que servem como evidência clara de que o espírito Santo é o próprio pneuma de Deus. Vejamos este último par de versos de Paulo aos Efésios sobre o selamento:
“... tendo nele também crido, fostes selados com o Santo espírito da promessa.” - Efésios 1:13.
“E não entristeçais o espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” - Efésios 4:30.
Biblicamente, temos evidências suficientes para afirmar que...
ESPÍRITO SANTO = ESPÍRITO (PNEUMA) DE DEUS
E o que dizer do espírito de Cristo? É correto afirmar que o espírito de Cristo e o espírito de Deus são sinônimos? Vejamos:
“Vós, porém, não estais na carne, mas no espírito, se de fato o espírito (pneuma) de Deus habita em vós. E se alguém não tem o espírito (pneuma) de Cristo, esse tal não é dele.” - Romanos 8:9.
Este verso nos dá condições de afirmar que
ESPÍRITO (PNEUMA) DE CRISTO = ESPÍRITO (PNEUMA) DE DEUS
Deus, o Pai e seu Filho, Jesus Cristo, compartilham o mesmo espírito (pneuma), por esta razão são um.
“Eu e o Pai somos um.” - João 10:30.
“Tudo quanto o Pai tem é meu...” - João 16:15.
Jesus Cristo e o seu Pai não são duas pessoas distintas, mas são manifestações de um único Deus em espírito. Jamais lemos na Bíblia “eu, o Pai e o espírito Santo somos um”! Reiteramos: O Pai e o Filho são UM, mesmo pneuma (espírito). O espírito de Cristo é o espírito do Pai:
“Quem me vê a mim vê o Pai... Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim.” - João 14:9 e 11.
Ora, é impossível aceitar que o Pai está no Filho e o Filho está no Pai de forma física. É claro que Cristo está dizendo que o Pai está espiritualmente no Filho e o Filho está espiritualmente no Pai.
Da mesma forma podemos ser um com Deus e com Cristo se recebermos em nós o espírito (pneuma) de Deus. Isso Jesus deixou claro em sua oração intercessória relatada em João 17:
“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” - João 17:21.
O plano de Deus é que sejamos um com Ele e com o Pai. Não uma pessoa fisicamente falando, mas uma unidade espiritual, ou seja, que tenhamos o mesmo espírito (pneuma) de Deus e de Cristo, mesmo sendo pessoas diferentes.
“Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.” - I Coríntios 6:17.
O espírito Santo é o próprio espírito de Cristo e em certas ocasiões o autor bíblico alterna estes dois termos:
“E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo espírito Santo de pregar a palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o espírito de Jesus não o permitiu.”Atos 16:6 e7.
Não haveria necessidade de apresentarmos mais versos comprovando que espírito de Deus, espírito de Cristo e espírito Santo são utilizados como sinônimos na Bíblia e que se tratam do próprio pneuma (fôlego / espírito) de Deus. Mas como último verso, lembramos o que está escrito em João 20:22:
“E, havendo [Jesus] dito isto, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o espírito (pneuma) Santo.” - João 20:22.
Fica então claro que o espírito Santo é o próprio espírito (pneuma) de Jesus, ou seja, seu fôlego, seu sopro vital e não uma terceira pessoa distinta.
ESPÍRITO (PNEUMA) DE CRISTO = ESPÍRITO (PNEUMA) DE DEUS = ESPÍRITO SANTO
A reposta para a pergunta “Quem é o espírito?” nunca esteve tão próxima:
“Ora o Senhor é o espírito; e onde está o espírito do Senhor aí está a liberdade.” - II Coríntios 3:17.
Sem dúvidas esta é a melhor resposta para a pergunta “Quem é o espírito?” Paulo acaba de responder: “O Senhor é o espírito.”
Neste verso a palavra traduzida por “espírito” é a palavra grega “Pneuma”.
Se o espírito no que diz respeito às criaturas vivas é o fôlego de vida ou a energia vital que provém de Deus e os matem vivos, e jamais deve ser entendido como uma entidade (um ser) inteligente que pode viver independentemente, por que quando a mesma palavra aparece relacionada ao nome de Deus (espírito de Deus ou espírito Santo), não deve ser entendida como um “ser” pessoal fora de Deus, ou que seja, a terceira pessoa da trindade?
Por que não podemos fazer a mesma analogia e definir a palavra “espírito de Deus” como o poder (o fôlego, a energia vital) de Deus em ação?
Não estaremos usando dois pesos e duas medidas e sendo incoerentes ao dizer que a Bíblia ensina que o espírito é uma outra pessoa fora dela mesma, e quando a mesma palavra está relacionada com o nome de Deus, dizermos que é um outro ser ou uma outra entidade divina?
Consideramos muito significativo o que está registrado em Atos 10:38:
“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o espírito Santo e com poder; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele.”
Nele encontramos uma estreita relação entre o espírito Santo e o poder de Deus, ambos como a evidência de que o Senhor Deus Eterno estava com Seu Filho unigênito Jesus Cristo.
A Palavra de Deus apresenta as manifestações divinas de UM Único Deus: Deus, o Pai, o Espírito Santo e o Senhor Jesus Cristo Filho Unigênito, que também é chamado pelo profeta Isaías de “Deus Forte, Pai da Eternidade”. Vejamos algumas evidências de que a doutrina da trindade carece de embasamento bíblico quando afirma que o espírito Santo é a terceira pessoa de uma tríade divina.
O PAI E O FILHO NA BÍBLIA
NOS EVANGELHOS
“Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” - Mateus 11:27.
Quando a Palavra de Deus diz “ninguém”, exclui qualquer outra pessoa: seres humanos, anjos ou o próprio inimigo das almas. Para aqueles que acreditam no espírito Santo como uma pessoa distinta terão uma tarefa adicional em conciliar uma contradição entre o texto acima (Mateus 11:27) e I Coríntios 2:11:
“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem senão o seu próprio espírito que nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o espírito de Deus.” - I Coríntios 2:11.
Ora, se Mateus afirma que ninguém conhece o Pai senão o Filho e Paulo diz que há uma outra pessoa (?), o espírito, que conhece o Pai, então os trinitarianos têm uma contradição para ser resolvida aqui! Para aqueles que crêem que o espírito de Deus é o próprio espírito de Cristo, fica mais fácil entender que só o Filho (seu espírito) conhece o Pai.
Segue uma possível alteração bíblica em Mateus 11:27 para sustentar a visão trinitariana: “Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e o espírito Santo; e ninguém conhece o Pai senão o Filho e o espírito Santo, e aquele a quem o Filho e o espírito Santo o quiserem revelar.” - versão de Mateus 11:27 adulterada para sustentar a visão trinitariana.
A unicidade Pai e Filho é diversas vezes enfatizada de forma clara nos Evangelhos não havendo qualquer menção de uma suposta Trinitária formada por três pessoas, Pai / Filho / espírito Santo. Seguem mais exemplos:
“Eu e o Pai somos um” - João 10:30.
“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti.” - João 17:21. p.p.
Não pode haver evidências mais claras de que a divindade é unidade simples e não composta como no casamento, marido, esposa. “Quem vê a mim vê o Pai”.Jo.14:9.
Veja como ficariam possíveis adaptações dos versos acima para sustentar a teoria da trindade: “Eu, o Pai e o espírito Santo somos um” - João 10:30 versão trinitariana adulterada. “A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, e o espírito Santo em mim e eu em ti e no espírito Santo.” - João 17:21. p.p. versão trinitariana adulterada. Um absurdo!
Vamos repetir um verso que consideramos importante para a salvação, pois trata-se da indicação de como receber a vida eterna:
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” - João 17:3.
Para termos a vida eterna devemos conhecer apenas duas pessoas: o Pai e o seu Filho. Conhecendo a ambos, certamente receberemos o espírito (pneuma) de ambos. Se o espírito Santo fosse uma terceira pessoa, Jesus oraria assim:
“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, a Jesus Cristo, a quem enviaste e ao espírito Santo que será enviado após mim.” - João 17:3 versão trinitariana adulterada.
NAS MENSAGENS DE PAULO
Da mesma forma que nos evangelhos, as cartas de Paulo reconhecem a existência da unicidade de Deus: Deus, o Pai e Jesus Cristo. Paulo também enfatiza a obra do espírito Santo, mas não o apresenta como uma pessoa participante da divindade e sim como o pneuma de Deus, atributo intrínseco do seu ser.
“Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós, também por ele.” - I Coríntios 8:6.
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” - I Timóteo 2:5.
Sabemos que Jesus Cristo é nosso Senhor e sua divindade “porque aprouve a Deus que nele residisse (habita) toda a plenitude.” (Colossenses 1:19). Que plenitude? “Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.” (Colossenses 2:9).
Não é nosso objetivo aqui discutir a divindade de Cristo porque entendemos que já existe um consenso neste sentido por isso passamos adiante demonstrando evidências nos escritos de Paulo de que ele conhecia a unicidade de Deus.
Todas as saudações das cartas de Paulo citam apenas Deus Pai e o seu Filho Jesus Cristo. Divindade e natureza humana(Deus em Cristo). Não cita o Espírito Santo porque tinha conhecimento que o Pai é o Espírito Santo. Em geral, citam também o nome das pessoas para quem a carta foi enviada.
Vamos conferir as saudações de todas as epístolas de Paulo:
Romanos: “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus.” - Romanos 1:1.
I Coríntios: “Paulo, chamado pela vontade de Deus, para ser apóstolo de Jesus Cristo... Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” - I Coríntios 1:1 e 3.
II Coríntios: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus... Graça a vós outros e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” - II Coríntios 1:1 e 3.
Gálatas: “Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos.. Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” - Gálatas 1:1 e 3.
Efésios: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus: Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo.” - Efésios 1:1-3
Filipenses: “Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos, que vivem em Filipos: Graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” - Filipenses 1:1-2.
Colossenses: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo: Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos: Graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai. Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós.” - Colossenses 1:1-3.
I Tessalonicenses: “Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz a vós outros.” - I Tessalonicenses 1:1.
II Tessalonicenses: “Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz a vós outros da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.” - II Tessalonicenses 1:1-2.
I Timóteo: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança, a Timóteo, verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.” - I Timóteo 1:1-2.
II Timóteo: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus, ao amado filho Timóteo: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso Senhor.” - II Timóteo 1:1-2.
Tito: “Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo... a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum: Graça e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso Salvador.” - Tito 1:1 e 4.
Filemom: “Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom... Graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” - Filemom 1 e 3.
Por que Paulo, em suas saudações, não se apresenta como servo de Deus Pai, de Jesus e do espírito Santo? Por que não lemos versos como “graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai, do Senhor Jesus Cristo e do Espírito Santo”? Estaria Paulo ignorando a terceira pessoa da trindade em todas as suas saudações? Ou conhecia Paulo a unicidade de Deus e que Deus é Espírito e Santo.
NO APOCALIPSE
Quem lê e relê o livro da Revelação, o Apocalipse, é um bem-aventurado pois terá uma compreensão ampliada do plano da salvação e da libertação protagonizada pelo Cordeiro de Deus.
O Apocalipse em nenhum momento sugere a existência de uma trindade, pelo contrário, apresenta o O Senhor Jesus Cristo como único Deus supremo e soberano, como protagonistas já desde o início:
“Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer.” - Apocalipse 1:1.
ADORAÇÃO AO PAI E AO FILHO
A mensagem do primeiro anjo é enfática sobre quem devemos prestar a adoração:
“Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” - Apocalipse 14:7.
A quem devemos temer e adorar? (1) O Deus do juízo - Não há dúvidas de que está-se falando de Deus Pai, o Senhor Jesus Cristo, o Ancião de Dias, visto por Daniel “executando o juízo a favor dos Santos” (Daniel 7:22) (2) Cristo, o Criador - “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).
É evidente que Cristo é o grande juiz no juízo assim como o grande arquiteto na criação. O que deve ser destacado neste verso é que não menciona três pessoas sendo dignas de adoração. Você consegue lembrar de algum texto da Bíblia que diga que uma suposta trindade deva ser adorada ou louvada? Veja o que diz o Apocalipse:
“Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: Amém; também os anciãos prostraram.” - Apocalipse 5:13-14.
O NOME DO PAI FOI DADO A JESUS
Havia um anjo misterioso chamado “O Anjo do Senhor” (Veja Êxodo 3:2-14; 3:14-19; 23:20,21), que ia adiante do acampamento de Israel. Esse não era outro a não ser Cristo, o Senhor — Jeová em forma de anjo. Deus advertiu a Moisés para obedecer a esse Anjo dizendo:
- . Nele está o Meu Nome” (Ex. 23: 21). Deus, o Pai, colocou o Seu Nome em Cristo, ou deu a Ele o Seu Próprio Nome. O que é o Nome do Pai? Em Isaias 42: 8 Deus responde: “Eu Sou o Senhor; este é o meu NOME”.
Ora, será que Deus, o Pai, efetivamente deu isso, Seu próprio Nome de Senhor a Jesus? É precisamente isto que Pedro pregou no dia de Pentecoste para que os seus ouvintes “estivessem absolutamente certos” de que Jesus foi feito “Senhor e Cristo” (Atos 2: 36). Israel o havia rejeitado como Senhor, ou Jeová, e agora é exatamente o que terá de aceitar para ser alvo. O Pai não somente deu a Jesus o Seu Nome de Senhor, mas exige também que todos os homens deverão reconhecê-lo como O Senhor. Porém, convém fazê-lo agora mesmo.
Disse Paulo: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o Nome que está acima de todo nome (Note que é o Pai que lhe deu este NOME), para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor - .. .“ (Filipenses 2:9-11). Que nome mais alto podia Deus lhe dar do que o Seu próprio Nome de Senhor, ou Jeová? Este Nome não está acima de todo Nome? Ele (o Pai) não somente “lhe deu” esse nome de Senhor, ele efetivamente o fez Senhor, sim, além disto, todos devem confessar que ele “é Senhor!” Logo que, ele agora é o Senhor Jesus, ou o Senhor Jesus Cristo. Vamos desde já confessá-lo! Ele é “o Senhor do céu” (1 Co. 15: 47).
“Ora, o Senhor é o Espírito” (2 Co. 3:17). De sorte que toda a Divindade na sua plenitude está em Jesus.
Por isso o batismo em o Nome de Jesus era o costume apostólico em toda parte.
NA FRONTE DOS 144 MIL
O Apocalipse revela o que será escrito nas frontes dos 144 mil. Veja que interessante!
“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele os cento e quarenta e quatro mil tendo nas frontes escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” - Apocalipse 14:1
Haverá um nomes na frontes dos 144 mil: (1) O Nome do Cordeiro que é Jesus ou Yeshua (em hebraico) e (2) O nome do seu Pai que é Jeová ou Yahweh (em hebraico). O Apocalipse diz seu nome e o nome de seu Pai, seria escrito nas frontes dos 144 mil. Qual é este nome? É simples. Como já vimos Jesus é o filho quem é o Pai? Não é o Espírito Santo? Os espíritos não têm nome próprio. Por isso eles acabam recebendo o nome do seu possuidor, por exemplo, o espírito de João é chamado simplesmente de espírito do João.Então o nome revelado é SENHOR (PAI) JESUS (FILHO) CRISTO (ESPÍRITO SANTO). Em nenhum lugar na Bíblia é revelado o nome do espírito Santo, pois ele é o próprio pneuma de Deus. SENHOR JESUS CRISTO
ESTE É O NOME DO NOSSO DEUS.
Enfim, a unicidade de Deus Pai, Filho e Espírito Santo é abundante no Apocalipse. Citemos mais dois versos bem conhecidos:
“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, o que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.” - Apocalipse 12:17.
“Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” - Apocalipse 14:12.
Os apóstolos lançaram corretamente o fundamento da Igreja com a visão de Jesus como “o Senhor do céu”. Quando Jesus mandou-os “a batizar em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, eles entendiam perfeitamente qual era o Nome do Pai, porque Isaias lhes tinha dito que era Senhor (Jeová) (42: 8), e Jesus lhes havia aberto o entendimento para que pudessem compreender as Escrituras (Lucas 24: 45). Compreendendo que Deus éEspírito (João 4: 24) e que “o Senhor é o Espírito” (2 Co. 3:17), eles podiam obedecer plenamente o mandar de Jesus ou simplesmente ordenar o batismo “em Nome de Jesus Cristo”, como Pedro fez em Atos 10: 48, ou “em Nome do Senhor Jesus”, como fez Paulo em Atos 19: 5.
Os vocábulos “Pai e Filho” exprimem simplesmente uma relação, como a de pai com o filho e a de filho com o Pai, embora todos entendam quando atribuídos a Deus e a Cristo exatamente a quem se refere, mas no sentido exato da palavra não são nomes.
Posso dizer, com toda a sinceridade, que não creio que Cristo jamais tencionava que se batizasse usando a frase: “Pai, Filho e Espírito Santo”. Tínhamos ouvido desta forma por tanto tempo que, no principio, me parecia absurdo usar de outra forma. Mas, agora que tenho recebido a verdadeira visão de Cristo, como Senhor (Jeová); que Senhor é o Nome do Pai, como declara Isaias, e é também o Nome de Cristo, admiro-me de que tenha sido tão cego que não vi o verdadeiro significado de Jesus em Mateus 28:19. Todos que quiserem batizar usando a fórmula de Mateus 28:19, podem fazê-la e mesmo assim vou amá-los e manter comunhão com eles; mas pessoalmente com a luz que tenho recebido, não posso fazê-lo com a boa consciência. Eu prefiro usar o verdadeiro Nome comum ao Pai e ao Filho, pois o Senhor mandou a batizar “em o Nome” e não num termo de relação que nem sequer é nome próprio. Senhor, ajuda aos amados irmãos a compreender que “Pai” e “Filho” não são, de maneira alguma, nomes próprios e sim títulos e manifestações do único Deus.
Reconhecendo que toda a Divindade estava sempre presente em Jesus, os apóstolos batizavam usando ou uma parte ou todo o Seu Nome — às vezes “Jesus Cristo” e outras vezes “Senhor”, ou “Senhor Jesus” (Atos 2: 38; 8:16; 10: 48; 19: 5). Mas não existe a mais leve sugestão, do primeiro Sermão no dia de Pentecostes até a morte do último apóstolo, que tivessem entendido que Jesus queria que usassem a frase literal de Mateus 28:19 em vez de usar “O NOME”. Mas quando a Igreja perdeu o segredo desse Nome, ela então começou a cair no liberalismo e formalismo, sem entender o verdadeiro significado e propósito das formas que estavam usando. Agora Deus está restaurando a visão espiritual do poderoso Jeová-Cristo, as Maravilhas em Seu Nome e Cristo cada dia se torna maior e mais glorioso diante a nossa visão.
A DEIDADE ABSOLUTA DO SENHOR JESUS CRISTO
Teólogos Unicistas identificam Jesus Cristo como a encarnação do único Deus, baseando-se em uma interpretação literal de Colossenses 2:9-10 que diz, "Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados, Ele é o cabeça de todo principado e potestade.” Todos os nomes e títulos da Deidade — assim como Yahweh, Pai e Espírito Santo - podem ser aplicados propriamente a Jesus. Jesus não é a mera encarnação de uma pessoa de uma Trindade, mas a encarnação de todo o caráter, qualidade e personalidade do único e indivisível Deus.
A Unicidade afirma em termos fortes que Jesus é Deus, o mesmo do Antigo Testamento, e sustenta que os escritores do Novo Testamento tencionavam isto quando chamavam Jesus de Deus. Isto é, o único e somente Deus do Antigo Testamento se encarnou como Jesus Cristo. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (II Coríntios 5:19). Para usar a terminologia bíblica, Jesus é a imagem do Deus invisível. Deus manifesto em carne, nosso Deus e Salvador, e a expressa imagem da substância de Deus. W. A. Críswell, pastor da Primeira Igreja Batista de Dallas. Texas, e que no passado foi presidente da Convenção Batista do Sul, descreveu a deidade de Cristo em termos idênticos aos usados pelos unicistas nos seus Sermões Expositivos Sobre o Apocalipse.
Freqüentemente não entendo as pessoas que pensam que no céu verão três Deuses. Se você pensa que verá três Deuses, então o que os Muçulmanos dizem acerca de você é verdade, e que o seu vizinho Judeu diz acerca de você é verdade. Você não é um monoteísta, você é um politeísta. Você crê numa multiplicidade de Deus, plural. “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Conhecemos Deus como nosso Pai, conhecemos Deus como nosso Salvador e conhecemos Deus pelo Seu Espírito em nossos corações. Mas não há três Deuses. O verdadeiro Cristão é um monoteísta. Há um Deus”. Eu e o Pai somos um.” “Quem me vê a mim, vê o Pai.”Jo.14:9. É o Senhor Deus quem fala. É Ele a quem João viu quando voltou-se. O único Deus que você verá é o Senhor Deus a quem João viu na visão do candelabro. O único Deus que você sentirá é o Espírito do Senhor Deus em seu coração. O único Deus que existe: é o grande Pai de todos nós. O único Senhor Deus. é Cristo. No Antigo Testamento nós O chamamos de Yahweh(Jeová). No Novo Testamento, a Nova Aliança, nós O chamamos de Jesus. Hoje, o único grande Deus, apresenta-se em autoridade e em juízo e em dignidade judicial entre Suas Igrejas velando por nós. “Eu vi um semelhante [um grande símbolo místico] a Filho de homem É o próprio Senhor Deus que virá, pois Cristo Jesus é o Deus do Universo. Não veremos três Deus no céu. Nunca pense que na glória nós veremos Deus Nº 1 e Deus Nº 2 e Deus Nº 3. Não! Somente há um Senhor Deus. Nós O conhecemos como nosso Pai, nós conhecemos como nosso Salvador, nós o conhecemos como o Espírito Santo em nossos corações. Há um Deus e este é o grande Deus, que foi chamado no Antigo Testamento, Yahweh(Jeová), e, no Novo Testamento manifestado em carne, é chamado de Senhor Jesus Cristo. o Príncipe dos céus, aquele que virá .
A UNICIDADE ATRIBUI AO SENHOR JESUS TODOS OS TÍTULOS DA DEIDADE
* Jesus é o Yahweh(Jeová) do Antigo Testamento. Isto é estabelecido ao examinar muitas declarações do Antigo Testamento concernentes a Yahweh(Jeová) que o Novo Testamento atribui ao Senhor Jesus. Por exemplo, em Isaias 45:23 Yahweh(Jeová) disse. “Diante de mim se dobrará todo o joelho, e jurará toda língua, mas em
Romanos 14:10-11 e Filipenses 2:10-l1, Paulo aplica esta profecia à Jesus Cristo. O Antigo Testamento descreve Yahweh(Jeová) como Todo Poderoso. Eu sou, único Salvador. Senhor dos senhores, Primeiro e Ultimo, único Criador, único Santo, Redentor, Juiz, Pastor e Luz; no entanto o Novo Testamento atribui todos estes títulos ao Senhor Jesus Cristo.
*Jesus é o Pai. “E o seu nome será... Deus Forte, Pai da Eternidade,” (Isaias 9:6). “Eu e o Pai somos um" (João 10:30). “O Pai está em mim, e eu estou no Pai” (João 10:38). Quem me vê a mim, vê o Pai” (João 14:9). O Senhor Jesus é o pai os vencedores (Apocalipse 21:6-7), e Ele prometeu não deixar os Seus discípulos órfãos (João 14:18). A Bíblia atribui muitas obras a ambos, tanto ao Pai como ao Senhor Jesus: ressuscitar o corpo de Cristo, enviar o Consolador, atrair os homens a Deus, responder orações, santificar crentes e ressuscitar os mortos.
* O Espírito Santo é literalmente O Espírito que estava em Jesus Cristo. “ 0 Espírito da verdade.., habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vos outros" (João 14:17-18). “O Senhor é o Espírito" (II Coríntios 3:17). O Espírito Santo é o Espírito do Filho e o Espírito de Jesus Cristo (Gálatas 4:6: Filipenses 1:19). O Novo Testamento atribui as seguintes obras tanto a Jesus como ao Espírito Santo: mover sobre os antigos profetas, ressuscitar o corpo de Cristo, ser o Consolador, dar palavras aos crentes na hora da perseguição, interceder, santificar, e habitar nos crentes. Apesar de não rejeitar o trinitarianismo, Lewis Smedes reconheceu. “A experiência do Espírito é a experiência com o Senhor. Na época atual, o Senhor é o Espírito.., O Espírito é Jesus, o que foi assunto, operando na terra... O Espírito é Cristo em sua função redentora... Isto sugere que nós não cumprimos o propósito bíblico ao insistir que o Espírito como uma pessoa que é separada da pessoa cujo nome é Jesus.
Finalmente, os que ensinam a Unicidade identificam o Senhor Jesus como Aquele que se assenta no trono celestial, ao comparar a descrição de Jesus em Apocalipse 1 com o daquele assentado no trono em Apocalipse 4, e notar que "Deus e o Cordeiro” é um só ser em Apocalipse 22:3-4. Conforme Bernard Ramm, os trinitários são ambíguos quanto ao fato de verem um ser divino ou três seres divinos no céu, mas os crentes Unicistas rejeitam firmemente qualquer noção de três seres visíveis como triteismo.
O PAI E O FILHO NO TRONO
A conclusão do livro de Apocalipse contém promessas maravilhosas para todos os cristãos. O último capítulo da Bíblia começa descrevendo o rio da água da vida nos seguintes termos:
“Então me mostrou o rio da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.” - Apocalipse 22:1.
O livro do Apocalipse menciona apenas o trono de Deus e do Cordeiro. Onde está a pomba ou espírito Santo no trono? O verso 3 do mesmo capítulo repete a informação:
“Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão.” - Apocalipse 22:3.
A Bíblia não afirma que há dois assentados no trono: O Pai e seu Filho Jesus Cristo assentado a sua direita. Como pode ser isso. Veja outros versos:
“Desde agora estará sentado o Filho do homem à direita do Todo-poderoso Deus.” - Lucas 22:69.
“Jesus... está assentado à destra do trono de Deus” - Hebreus 12:2.
* Dizer que Jesus está à mão direita de Deus não significa uma posição física de dois seres com dois corpos. pois Deus é um Espírito e não tem um corpo físico fora de Jesus Cristo. Tal ponto de vista seria distinguível do diteismo. Antes, a frase é uma expressão idiomática do Antigo Testamento, denotando que Cristo possui todo o poder, autoridade, e preeminência de Deus. Destra é poder e não lugar ao lado, pois Deus é Espírito, o Senhor Jesus está no poder Ele é o Senhor da glória. Confira outros versos que afirmam que Cristo está á direita de Deus, mas não indicam a posição relativa do espírito Santo neste trono porque Deus é Espírito e é Santo: Mateus 22:44; 26:64; Marcos 12:36; 14:62; 16:19; Lucas 20:42 e 43; Atos 2:33-35; 7:55 e 56; Romanos 8:34; Efésios 1:20; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3 e 13; 8:1; 10:12; I Pedro 3:22; Apocalipse 5:1-7.
CONTESTANDO O TRINITARIANISMO
Nesta seção vamos comentar alguns textos bíblicos comumente usados para defender a teoria da trindade e o espírito Santo como sendo uma pessoa distinta. Com a crescente aceitação por parte dos estudiosos de que I João 5:7 e 8 foi uma adição posterior à elaboração do original, estando já ausente de muitas versões fiéis ao original, a responsabilidade de sustentar a teoria trinitariana recaiu fortemente sobre Mateus 28:19 e João 14:16, que falam respectivamente sobre o batismo “em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo” e sobre o “outro” Consolador prometido por Cristo.
Além destes textos, os defensores da teoria da trindade costumam alegar que algumas ações do espírito de Deus são próprias de pessoas, além disso existem versos que citam o Pai, o Filho e o espírito. Tais referências, segundo os trinitarianos, serviriam como evidências da existência da trindade. Antes de comentar estes textos, é importante ressaltar que a palavra trindade não aparece em nenhum lugar na Bíblia e que esta teoria foi aceita como doutrina apenas por volta do quarto século da era cristã.
Vale ainda salientar que a Bíblia não revela muitos mistérios e não devemos especular, mas existe uma grande diferença entre “Mistérios não Revelados ao Homem” e atentados à lógica. A doutrina da trindade não é um mistério, é um atentado à lógica, especialmente por violentar o mais elementar conceito sobre quantidade: Três deuses constituem um só Deus.
Essa violência só seria admissível com uma explicação bíblica, para isso como já citamos, os trinitarianos apresentam três textos para “provar” a existência da trindade: I João 5:7, Mateus 28:19 e João 14:16.
Façamos uma análise detalhada dos dois primeiros textos:
“Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra e o espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra: o espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” (I João 5:7-8).
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do espírito Santo.” (Mateus 28:19).
Procedendo uma leitura superficial do texto, tem-se a impressão da existência de uma trindade, mesmo porque o texto de I João fala que existem três no Céu e que os três são um, Mateus afirma que devemos ser batizados em nome do Pai, e do Filho e do espírito Santo. No entanto nenhuma doutrina é estabelecida baseando-se em apenas um ou dois textos da Bíblia, ou sem analise do contexto em que o texto está inserido.
No Livro de Isaías encontramos a formula na qual toda verdadeira doutrina deve ser fundamentada:
“Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali.” (Isaías 28:10).
“Estes Três São Um” - I João 5:7
“Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra, e o espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” - I João 5:7.
Não há dúvidas. Este texto é o único que afirma claramente que o Pai, o Filho e o espírito Santo são um sem necessidade de interpretação particular. Seria uma prova perfeita da existência da trindade, caso não fosse um texto comprovadamente apócrifo, um texto adicionado posteriormente que não consta nos manuscritos mais antigos.
A maioria das traduções fiéis já omitiu este verso. A Bíblia de Jerusalém, uma das versões mais fiéis ao original que dispomos em português, omite tal verso e adiciona a seguinte nota marginal:
“O texto dos vv. 7-8 está acrescido na Vulgata de um inciso ausente dos antigos manuscritos gregos, das antigas versões e dos melhores manuscritos da Vulgata, o qual parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.”
Na edição João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada I João 5:7 está entre colchetes com a seguinte explicação no início do Novo Testamento:
“Todo conteúdo entre colchetes é matéria da Tradução de Almeida, que não se encontra no texto grego adotado.”
A nota de rodapé do texto grego diz o seguinte:
“O texto dos versículos 7 e 8 entre colchetes na Almeida Revista e Atualizada nunca fez parte do original. Os manuscritos mais antigos que contém o texto são da Vulgata Latina do século XVI.”
Texto adulterado:
“Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra, e o espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” - I João 5:7.
Texto original:
“Pois há três que dão testemunho: o espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” - I João 5:7
Percebe-se claramente que houve uma ousada tentativa de adulteração da Palavra de Deus a fim de introduzir o dogma da Santíssima trindade que nunca esteve claro na Bíblia. Será que esta foi a única tentativa dos padres trinitarianos? Ou será que eles tentaram adulterar outros textos para tornar do dia para a noite a doutrina da trindade um ensino bíblico? Quantos textos bíblicos foram adulterados em favor da teoria trinitariana?
É muito difícil responder a estas questões pois não temos o original grego escrito pelos apóstolos. É relativamente fácil identificar uma adulteração trinitariana feita no século 16 (exemplo I João 5:7), mas o mesmo não pode se afirmar com relação a adulterações mais antigas, principalmente as adulterações anteriores ao quarto século.
Apesar de haver evidências suficientes de que alterações foram feitas para “beneficiar” algumas doutrinas pagãs, podemos confiar na Palavra de Deus pois ela mantém a verdade original sem perda de essência. Mesmo que haja algum tipo de adulteração, o Senhor nos revelará como fez com I João 5:7 através de provas incontestáveis ou através de fortes evidências como veremos a seguir.
Crer na Unicidade não significa negar o Pai, o Filho, e Espírito Santo. Ela simplesmente oferece definições não trinitária para estes termos bíblicos. O título de Pai refere-se ao papel de Deus como pai de toda a criação, pai do Filho unigênito e pai de todo o crente nascido de novo. O título de Filho refere-se à encarnação de Deus, pois o homem Jesus Cristo foi literalmente concebido pelo Espírito de Deus (Mateus 1 : 18-20; Lucas 1:35). O título de Espírito Santo descreve a característica fundamental da natureza de Deus. A santidade forma a base de Seus atributos morais, enquanto a espiritualidade forma a base dos Seus atributos não morais. O título especificamente refere-se a Deus em atividade, particularmente Seu trabalho de ungir, regenerar, e habitar no homem.
Portanto, a Unicidade afirma os múltiplos papéis e funções descritos pelos termos Pai, Filho e Espírito. No entanto, diferente do trinitarianismo, ela nega que estes três títulos reflitam uma triplicidade essencial na natureza de Deus e afirma que todos os títulos aplicam-se a Cristo simultaneamente. Os termos podem também ser entendido na revelação de Deus ao homem: Pai refere-se a Deus em seu relacionamento familiar com o homem; Filho refere-se a Deus manifestado em carne; e Espírito refere-se a Deus em atividade. Por exemplo, um homem pode ter três relacionamentos significativos ou funções - assim como administrador, professor, e conselheiro - e ainda ser uma só pessoa no pleno sentido da palavra. Deus não define-se e nem limita-se a uma triplicidade essencial.
Como já vimos, a natureza divina de Jesus Cristo o Filho de Deus é identificado como o Pai e o Espírito Santo. Além do mais, o Pai e o Espírito Santo são identificados como um único e mesmo ser: o termo Espírito Santo descreve o que o Pai é, O Espírito Santo é literalmente o Pai de Jesus, desde que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. A Bíblia chama o Espírito Santo o Espírito de Jeová, o Espírito de Deus e o Espírito do Pai. A Bíblia atribui muitas das obras de Deus o Pai ao Espírito também, assim como ressuscitar Cristo e habitar, consolar, santificar e ressuscitar os santos.
Os que ensinam a Unicidade oferecem as seguintes explicações para passagens do Novo Testamento muitas vezes usadas para demonstrar a existência de uma Trindade.
* Referências no plural ao Pai e o Filho simplesmente fazem distinção entre a deidade e a humanidade de Cristo.
Outras referências a Deus no plural fazem distinção entre várias manifestações, atributos, papéis ou relacionamentos que o único Deus tem. Por exemplo, II Coríntios 13:13 descreve três aspectos, atributos, ou obras de Deus ¬graça, amor, c comunhão - e os liga com nomes ou títulos que correspondem mais diretamente com estas qualidades ¬Senhor Jesus Cristo, Deus, e Espírito Santo. Assim também, em I Pedro 1:2 menciona a presciência de Deus Pai, a santificação do Espírito, e o sangue de Jesus.
* O batismo de Cristo não pretendia apresentar aos judeus devotos espectadores uma doutrina nova radical de pluralidade na Divindade, mas significativa a unção autorizada de Jesus como o Messias. Uma compreensão correta da onipresença de Deus dissipa qualquer noção que a voz celestial e a pomba requerem pessoas separadas.
* A descrição de Cristo do Espírito Santo com o “ou¬tro Consolador” em João 14 indica uma diferença de forma ou de relacionamento, isto é, Cristo em Espírito antes do que em carne.
* João 17 fala da união do homem Cristo com o Pai. Como um homem. Cristo era um com Deus em mente, propósito e vontade. e nós podemos ser um com Deus neste sentido. Entretanto, outras passagens ensinam que Cristo é um com Deus num sentido que nós não podemos ser, porque Ele é o próprio Deus.
* Dizer que Jesus está à mão direita de Deus não significa uma posição física de dois seres com dois corpos. pois Deus é um Espírito e não tem um corpo físico fora de Jesus Cristo. Tal ponto de vista seria distinguível do diteismo. Antes, a frase é uma expressão idiomática do Antigo Testamento, denotando que Cristo possui todo o poder, autoridade, e preeminência de Deus.
* As Epístolas de Paulo incluem tipicamente uma saudação tais como: "Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1:7). Isto enfatiza a necessidade de reconhecer não somente os papéis de Deus como Pai e Criador, mas também a revelação de Deus em carne como Jesus Cristo. A conjunção Grega kai pode significar mesmo”, identificando assim o Pai e Jesus como o mesmo ser. Em passagens semelhantes, tais como II Tessalonicenses 1:2 e Tito 2:13, deve-se aplicar a lei de Granville Sharp: Se dois substantivos próprios do mesmo gênero, número, e caso são ligados com kai, e se o primeiro tem o artigo definido e o segundo não, então ambos falam da mesma pessoa.
* “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo:” denota um relacionamento de aliança assim como " o Deus de Abraão.” Isto serve para nos lembrar das promessas que o Senhor Jesus Cristo conquistou como um homem sem pecado, promessas do “Deus de Jesus Cristo,, que estão disponíveis àqueles que têm fé em Cristo.
* O kenosis de Cristo descrito em Filipenses 2:6-8 não significa que Cristo se esvaziou dos atributos divinos, como onipresença, onisciência e onipotência, senão Cristo seria meramente um semideus. O Espírito de Cristo reteve todos os atributos da deidade mesmo quando Ele manifestou todo o Seu caráter em carne. Esta passagem somente referem-se às limitações de Cristo imposta nEle relativa a Sua vida humana. O kenosis foi uma rendição voluntária de glória, dignidade e prerrogativas divinas, não uma abdicação de Sua natureza divina. A união de deidade e humanidade que era Jesus Cristo, era igual a Deus e procedia de Deus, mas se tornou humilde e obediente até a morte.
* A visão daquele sobre o trono e do Cordeiro em Apocalipse 5 é apenas simbólica. Aquele que se assenta no trono representa toda a Deidade, enquanto o Cordeiro representa o Filho em Seu papel sacrifical humano.
O FILHO
Conforme temos visto, os expoentes da Unicidade explicam que o termo Filho fala da manifestação do único Deus em carne. Eles afirmam que Filho pode referir-se à natureza humana de Cristo somente (como em “o Filho morreu”) ou à união de deidade e humanidade (como em “o Filho voltará à terra em glória”). Entretanto, eles insistem que o termo não pode ser usado quando separado da encarnação de Deus; nunca pode apenas referir-se à deidade. Eles rejeitam o termo Deus Filho,” não bíblico, a doutrina do Filho eterno, e a doutrina da geração eterna.’A frase “o Filho unigênito” não refere-se ao fato que o Filho foi gerado do Pai, por uma geração espiritual inexplicável, mas refere-se à concepção miraculosa de Jesus no ventre da virgem pelo Espírito Santo.
Para estabelecer o princípio da existência do Filho. Os crentes Unicistas indicam as seguintes passagens das Escrituras: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente Santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35). “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4). “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hebreus 1:5). Eles apontam para o tempo em que o papel distinto do Filho terminará, quando o propósito redentor para o qual Deus se manifestou em carne não existirá mais. Isto não implica que o corpo imortal glorificado de Cristo deixará de existir, mas que a obra de mediador e o reinado do Filho findarão. O papel do Filho será imergido pela grandeza de Deus, que permanecerá em Seu papel original como Pai. Criador. e Soberano de todas as coisas. “Então o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Coríntios 15:28).
Os crentes Unicistas enfatizam as duas naturezas de Cristo, usando este fato para explicar as referências no plural ao Pai e Filho contidas nos Evangelhos. Como Pai. O Senhor Jesus as vezes agia e falava de Sua auto-consciência divina: como Filho Ele algumas vezes agia e falava de Sua autoconsciência humana.’ As duas naturezas nunca entravam em conflito, porque elas estavam unidas em uma só pessoa.
Apesar de darem ênfase às duas naturezas de Cristo, os que ensinam a Unicidade têm dado inadequada atenção à muitas áreas da Cristologia. Alguns têm feito declarações que parecem de Apolinário [que defendia o adocianismo, ou seja que Jesus foi adotado à posição de Filho de Deus: por um ato de Deus]. pois deixam de definir e usam termos com precisão. mas estudiosos da Unicidade rejeitaram opressivamente esta implicação. A Unicidade se desenvolveu cuidadosamente, pode ser vista como compatível com a formulação Cristológica do Concílio de Calcedânia, isto é que Cristo tem duas naturezas completas — deidade e humanidade — mas é somente uma pessoa. Entretanto, os crentes Unicistas não se baseiam nos credos para formular posições doutrinárias, mas baseiam-se apenas nas Escrituras, que revelam a plena deidade de Cristo, a plena humanidade de Cristo, e a união essencial e total de deidade e humanidade na Encarnação.
Em alguns casos, os crentes Unicistas têm tomado posições Cristológicas não somente inconsistente com a Calcedônia, mas também com a sua própria posição na Unicidade. Por exemplo, alguns têm explicado o clamor de Cristo na cruz, “Deus meu. Deus meu porque me desamparaste?” como sinal que o Espírito de Deus deixou Jesus naquele momento. Este ponto de vista não apenas destrói a união da pessoa de Cristo, mas também afeta a crença em sua deidade absoluta. E mais consistente ver isso como expressando a punição que Cristo sofreu quando Ele tomou sobre Si os pecados do mundo. Ele de fato provou a morte por todos os homens; Ele sentiu a separação total de Deus que o pecador sentirá na eternidade.
Entre os meios Unicistas existem várias opiniões acerca da possibilidade de Cristo pecar. Uma aplicação consistente de princípios da Unicidade indicaria que Cristo era irrepreensível. As vezes, alguém diz que Jesus conscientizou da Sua deidade ou tornou-se plenamente divino em algum momento de Sua vida adulta, como por exemplo em Seu batismo. Esta posição é inconsistente com as doutrinas Unicistas do Filho gerado. e da absoluta deidade de Cristo. E é portanto rejeitada pelo movimento.
Os que ensinam a Unicidade dão as seguintes explicações para dúvidas levantadas com respeito à Sua doutrina do Filho.
* De acordo com Hebreus 1:2, Deus criou o mundo através do Filho. Certamente. o Espírito (Deus) que estava no Filho era também o Criador do mundo. Esta passagem também pode indicar que baseou a inteira obra da criação sobre a fritura manifestação do Filho. Deus na Sua presciência sabia que o homem pecaria, mas Ele também sabia que através do Filho o homem poderia ser salvo e poderia cumprir o propósito original de Deus na criação. Como John Milier declarou, “Apesar de Ele não tomar sobre Si a humanidade até a plenitude do tempo, no entanto Ele a usou. e agiu através dela, desde a eternidade. "
* Hebreus 1:6, o Filho é chamado de primogênito ou primeiro a nascer. Uma interpretação deste versículo segundo Ário diria que Deus criou um Filho divino antes de qualquer coisa que Ele criou, porém isto não é inconsistente com a teologia da Unicidade, e este movimento rejeita firmemente qualquer forma de Arianismo. O Filho é o primogênito no sentido da humanidade: (1) Ele é o Filho primogênito e o unigênito. tendo sido concebido pelo Espírito: (2) A Encarnação existiu na mente de Deus desde o princípio e formou a base para todas as ações subseqüentes; (3) Como homem. Jesus é o primeiro a vencer o pecado, e é portanto O primogênito da família espiritual de Deus; (4) Como homem. Jesus é o primeiro a vencer a morte, e é portanto o primogênito da ressurreição; (5) Somente como primogênito tem a posição de preeminência. Jesus também é o cabeça de toda a criação e da igreja.
* Jesus existiu antes da Encarnação, não como Filho eterno mas como o eterno Espírito de Deus. O Filho foi enviado do Pai, mas esta terminologia simplesmente indica que o Pai estava colocando em ação o plano preexistente em um certo momento. E que o Filho foi divinamente apontado para concluir uma tarefa específica. Do mesmo modo. João Batista foi um homem enviado por Deus, mas ele não existiu antes da sua chegada ao mundo.
* As orações de Cristo representam a luta da vontade humana, submetendo-se à vontade divina. Elas representam Jesus orando de Sua auto-consciência humana e não da divina, pois Deus não precisa orar. Assim podemos explicar outros exemplos da inferioridade do Filho em poder e conhecimento. Se estes exemplos demonstram uma pluralidade de pessoas, eles estabelecem a subordinação de uma pessoa à outra, ao contrário da doutrina trinitariana de igualdade.
* Outros exemplos de comunicação, conversação ou expressão de amor entre Pai e Filho são explicados como comunicação entre as naturezas divina e humana de Cristo. Se usado para demonstrar uma distinção de pessoas; eles estabeleceriam centros de consciência separado na Divindade, que é de fato politeísmo.
O LOGOS
O Logos (Verbo) de João 1, não é equivalente ao título Filho na Teologia Unicista Como é no trinitarianismo. O Filho está limitado à Encarnação, mas o Logos não está. O Logos é a auto-expressão de Deus, “a maneira de Deus de auto-revelar-se” ou “Deus se expressando.” Antes da Encarnação, o Logos era o pensamento inexpressado ou o plano na mente de Deus, e era real como nenhum pensamento humano pode ser, devido a perfeita presciência de Deus, e no caso da Encarnação, devido a predestinação de Deus. No princípio, o Logos estava com Deus, não como uma pessoa separada mas com o próprio Deus — parte de Deus e pertencente a Deus, assim como um homem e sua palavra. Na plenitude do tempo Deus colocou carne no Logos; Ele expressou a Si mesmo em carne.
TEOLOGIA DO NOME
A Unicidade dá forte ênfase à doutrina do nome de Deus como expressado tanto no Antigo como no Novo Testamento. Para as pessoas dos tempos bíblicos, “o nome é uma parte da pessoa, (uma extensão da personalidade) do individuo”. Especificamente, o nome de Deus representa a revelação da Sua presença, caráter, poder e autoridade. No Antigo Testamento. Yahweh (Jeová) era o nome redentor de Deus e o nome singular pelo qual Ele distinguiu-se dos deuses falsos. Todavia. no Novo Testamento, os que ensinaram a Unicidade afirmam que Deus acompanhou a revelação de Si próprio em carne com um novo nome. Este nome é Jesus, que inclui e toma o lugar de Yahweh, pois literalmente significa Yahweh — Salvador, ou Yahweh é Salvação. Apesar de outros levarem o nome Jesus, o Senhor Jesus Cristo é o único que realmente é o que o nome descreve.
Enquanto os trinitarianos vêem o nome Jesus como o nome humano de Deus Filho, os crentes Unicistas vêem este nome como o nome redentor de Deus no Novo Testamento, que tem o poder e a autoridade que a igreja necessita. Eles apontam para estas passagens das Escrituras: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). “E não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:1 2). “Por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10:43). “Pelo que também Deus e o exaltou sobremaneira. e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2:9-10). “E tudo o que fizerdes, seja em palavras, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17).
Eles notam que a Igreja Primitiva orava, pregava, ensinava, curava os enfermos, operava milagres, expulsava demônios e batizava no nome de Jesus. O nome de Jesus não é uma fórmula mágica: ele só tem efeito através da fé em Jesus e de um relacionamento com Ele. Todavia o Cristão deve usar o nome de Jesus falando em oração e no batismo, como uma expressão externa de fé em Jesus e obediência à Palavra de Deus.
FÓRMULA PARA O BATISMO NAS ÁGUAS
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai , e do Filho, e do espírito Santo.” (Mateus 28:19).
Com a generalizada aceitação de que I João 5:7 é um texto espúrio, o peso da defesa da trindade caiu fortemente sobre Mateus 28:19 que passou a ser o verso preferido dos defensores da teoria da trindade. A razão é simples: nenhum outro verso bíblico coloca no mesmo patamar o Pai, o Filho e o espírito Santo, ou seja, a famosa e consagrada expressão “em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo” que não aparece em nenhum outro lugar na Bíblia - apenas em Mateus 28:19.
No entanto, esta fórmula batismal tem trazido controvérsia entre os estudiosos por diversas razões:
• A sugestão de existência de uma trindade não se coaduna com a crença do público alvo do livro (os judeus).
• O contexto (verso 18) diz que a autoridade foi dada a Cristo o que sugeriria, naturalmente, uma ação posterior em nome de quem tem e delega a autoridade, no caso, em nome de Cristo Jesus apenas.
• Os batismos realizados posteriormente pelos discípulos foram em nome de Jesus apenas.
• Todas as orientações de Cristo e as ações dos discípulos (orações, milagres, expulsão de demônios, advertências, reuniões e pregações,...) foram em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo.
• Há evidências tangíveis de que a fórmula batismal trinitariana não conste do original, mas tenha sido adicionada posteriormente.
A teologia do Nome e a rejeição do trinitarianismo exige o uso de uma fórmula batismal Cristológica. O movimento Unicista ensina que o batismo nas águas deve ser administrado invocando o nome do Senhor Jesus. Geralmente os títulos de Senhor ou Cristo, são usados como uma identificação adicional, como foi feito no Livro dos Atos. Expoentes da Unicidade mostram que cada vez que a Bíblia descreve a fórmula usada em um batismo, sempre descreve o nome de Jesus (Atos 2:38: 8:16; 10:48; 19:5: 22:16). Além destes relatos históricos no Livro de Atos, as epístolas usam muitas alusões à fórmula batismal do nome de Jesus (Romanos 6:4: I Coríntios 1:13; 6:11; Gálatas 3:27: Colossenses 2:12).
Mateus 28:19 dá atenção especial, porque é a única passagem bíblica que possivelmente poderia ser interpretada como uma alusão a qualquer outra fórmula. É explicado como segue:
* A gramática do versículo denota um nome singular. Sendo que Jesus é ao mesmo tempo Pai, Filho e Espírito e sendo que Ele veio em nome de Seu Pai e enviará o Espírito em Seu nome. o único nome de Mateus 28:19 tem que ser Jesus. Muitos trinitários reconhecem que o nome é singular e identificam-no como Yahweh. ‘ Crentes Unicistas mostram que o nome salvador de Deus no Novo Testamento não é Yahweh mas Senhor Jesus.
O contexto exige uma fórmula Cristológica. De fato. Cristo disse. ‘Eu tenho toda a autoridade, portanto ide e fazei discípulos, batizando- os em meu nome. Outra vez, muitos estudiosos trinitários reconhecem a força deste argumento. Conseqüentemente argumentam que este versículo não relata a ipsissima verba [palavra exata] de Jesus. mas que é uma paráfrase por Mateus ou mesmo uma mudança litúrgica feita por copistas. E importante notar que Fusébio muitas vezes citou este versículo perante o Concílio de Niceia, dizendo "em meu nome." Outros trinitários propõem que a igreja originalmente não via este versículo como uma fórmula batismal. Para crentes Unicistas que aceitam as palavras de Mateus 28:19 como estão, isto não apresenta um problema textual; eles vêem as palavras existentes como uma descrição da fórmula do nome de Jesus.
* Os relatos paralelos da Grande Comissão em Marcos 16 e Lucas 24. ambos descrevem o nome de Jesus.
* A Igreja Primitiva. que incluía Mateus. cumpriu as instruções de Cristo, batizando em nome de Jesus.
Enquanto historiadores da Igreja de um modo geral concordam em que a fórmula original do batismo era realmente "em o nome de Jesus nem todos os trinitarianos concordam que esta frase bíblica denota invocar oralmente o nome de Jesus. Os que ensinam a Unicidade acham que sim porque:
* Esta é a maneira mais natural e literal de ler.
* Em Atos 22:16. Ananias falou para Paulo invocar o nome do Senhor no batismo.
* Atos 15:7 e Tiago 2:7. indicam que o nome de Jesus foi invocado por cristãos em várias ocasiões específicas. Neste último versículo. The Amplified Bible [A Bíblia Amplificada versão no inglês] identifica isto como o batismo nas águas.
* Quando os discípulos oravam. impunham as mãos sobre os doentes. e expulsavam demônios "em nome de Jesus,” eles sempre invocavam oralmente o nome (Atos 3:6; 16:18; 19:13).
* A frase realmente significa o poder e autoridade de Jesus, mas o poder e autoridade representado por um nome é sempre invocado por usar de fato o nome próprio.
* Se esta frase não descreve uma fórmula batismal, então nem Mateus 28: 19, já que a construção gramatical é idêntica. Todavia, isto deixaria a igreja sem qualquer meio para distinguir o batismo cristão do batismo pagão, do batismo judaico de prosélitos, e do batismo de João.
* Apesar de haver diferenças nas palavras exatas ditas em cada relato batismal, todos (inclusive Mateus 28:19) descrevem o mesmo nome: JESUS.
Passaremos a analisar cada uma destas causas de controvérsias, antes porém, algumas palavras importantes sobre a confiabilidade e integridade bíblica.
INTEGRIDADE BÍBLICA
“Ao falar acerca destes assunto, como de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” - II Pedro 3:16.
O apóstolo Pedro declarou que nas Escrituras Sagradas há certas coisas difíceis de entender. A dificuldade vem em decorrência de alguns fatos incontestáveis: (1) Algumas pessoas “ignorantes e instáveis” aproveitam-se de alguns pontos isolados para impor seus ensinos particulares - ignoram a regra geral e apegam-se fortemente nas exceções. (2) A mensagem de Deus é infinitamente profunda e nós somos limitados. A fonte de que dispomos, a Bíblia, foi escrita em linguagem humana, traduzida para outros idiomas igualmente limitados e sujeitos a falhas de interpretação.
Vamos citar um exemplo da fragilidade da linguagem humana na interpretação de versos isolados:
“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” - Lucas 23:43.
Esta célebre promessa de Cristo ao “bom ladrão” é freqüentemente usada por pessoas que acreditam que após a morte o crente vai imediatamente para o paraíso. De fato, se Cristo prometeu que naquele mesmo dia estaria com o ladrão no paraíso, então isso mostra que herdamos o paraíso no mesmo dia de nossa morte. Isso é verdade?
Sabemos que infelizmente, devido a uma fragilidade e limitação do idioma e da tradução, pode haver em um ou outro texto algum tipo de imprecisão. Mas tais imprecisões não devem nos desanimar em estudar com afinco a Palavra de Deus, pelo contrário, é estudando arduamente que teremos uma visão melhor do todo e tais textos poderão ser bem compreendidos sob a luz de outros textos. Acreditamos plenamente que Deus preservou sua Palavra ao longo dos séculos e que não houve perda de sua essência. Quando aparece um verso difícil de entender, que parece contradizer todo o resto da Palavra de Deus, devemos contrastá-lo com outros.
No caso da promessa de Cristo ao “bom ladrão” sabemos que ao longo dos séculos houve uma perda no significado original. Cristo não esteve com o ladrão no paraíso no mesmo dia de sua morte. Outros textos dão evidências claras deste fato: Os ladrões não morreram no mesmo dia (João 19:31) e, além disso, Cristo após sua ressurreição declarou que ainda não havia subido ao seu Pai (João 20:17). Além disso há outros textos que afirmam que a morte é um sono e que haverá a ressurreição no último dia. Portanto, a análise de outros textos nos leva indubitavelmente ao significado correto do texto, que deveria ser: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje, estarás comigo no paraíso.”
Cremos que as imprecisões da língua são causa de muitas confusões doutrinárias. Por esta razão o melhor conselho para evitar erros doutrinários em decorrência destas imprecisões é:
Analisar o texto controvertido dentro do seu contexto.
Analisar outros textos bíblicos que abordam o mesmo assunto.
§ Quando possível, recorrer ao original hebraico ou grego para desfazer dúvidas remanescentes.
Acima destas três regras que procurei obedecer ao elaborar este livro, está a confiança do poder de Deus que, através do seu espírito, atua em nossa mente nos guiando em toda a verdade.
Passemos agora a analisar as dificuldade na interpretação de Mateus 28:19.
INCONSISTÊNCIA COM O PÚBLICO ALVO
Acredita-se que o livro de Mateus tenha sido escrito em aramaico (ao contrário dos demais livros do Novo Testamento que teriam sido escritos em grego). O objetivo de Mateus era alcançar os judeus convencendo-os de que Jesus Cristo era o Messias descrito pelos profetas do Antigo Testamento. Desta forma, causa-nos no mínimo alguma estranheza a menção de uma fórmula batismal que sugira a existência de uma trindade ou três Deuses, jamais aceita pelos judeus. Isto porque a crença dos judeus se baseia totalmente no Velho Testamento, onde não há qualquer sugestão da existência de uma trindade. Baseados no Velho Testamento, os judeus aceitam um único Deus e a proposta de uma trindade soaria absurda. Ademais, o objetivo de Mateus não era convencê-los da existência de uma trindade, mas mostrar Jesus como o Messias.
ANÁLISE CONTEXTUAL - A AUTORIDADE DE CRISTO
Como em todo texto controvertido, temos que dedicar tempo e esforço para a compreensão não apenas do verso em questão, mas também do seu contexto. Neste ponto, devemos compreender claramente o que significa fazer algo em nome de alguém.
“Fazer algo em nome de alguém” significa a concessão ou delegação de poder para outra pessoa. Por exemplo, um policial não tem autoridade se esta não lhe fosse dada pela lei. Por isso, ao deter um criminoso em flagrante, o policial poderá dizer: “Preso em nome da Lei”, em outras palavras, “Estou lhe prendendo com a autoridade que a lei me dá”. O poder de prender alguém em flagrante deriva da lei e se estende não apenas às autoridades policiais, mas a toda pessoa comum do povo que testemunha um crime. O artigo 301 do Código de Processo Penal diz que “qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.” Provavelmente você não sabia que a lei do nosso país lhe dá autoridade para prender um criminoso em flagrante e entregá-lo às autoridades. Desta forma, como a autoridade lhe foi dada pela lei, você pode dirigir-se a um criminoso e dar-lhe voz de prisão: “O senhor está preso em nome da lei.” (Por motivos óbvios recomendamos que esta autoridade seja usada com cautela, avaliando muito bem as conseqüências de curto prazo.)
Da mesma forma, um representante de estado, por exemplo, um embaixador, age não por si mesmo, mas em nome de uma nação. O mesmo vale para um delegado, um procurador, um advogado ou qualquer outro representante legal. Este representante, advogado ou procurador age apenas em nome de alguém que tenha lhe dado autoridade para tanto. Por isso podemos afirmar sem medo de errar que existe uma íntima relação entre fazer algo em nome de uma pessoa e a autoridade que esta pessoa confere a outrem.
Imagine que você é enviado pelo Presidente da República a uma repartição pública com uma procuração oficial assinada pelo presidente. Ao chegar você se identifica: “Meu nome é fulano de tal e vim em nome do Presidente da República.” Você pode não representar muito para os funcionários desta repartição, mas como você age em nome de alguém que tem autoridade, então é prontamente atendido. Não seria assim se você estivesse representando uma pessoa comum. Imagine-se agora chegando na mesma repartição com uma procuração assinada pelo seu irmão, Você poderia agir em nome do seu irmão, mas não teria o mesmo atendimento pois a autoridade do seu irmão não é comparável à autoridade do presidente.
Estes exemplos simples foram citados apenas para mostrar a forte relação entre fazer algo em nome de alguém e sua autoridade.
Analisando o contexto de Mateus 28:19, especialmente o verso 18, vemos que a autoridade a que Mateus se refere é a autoridade de Cristo e não a autoridade de uma trindade:
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” - Mateus 28:18.
Seria esperado, portanto, na sucessão natural da grande comissão, que Jesus comissionasse os discípulos como seus representantes, seus procuradores agindo exclusivamente em seu nome e com a sua autoridade. Mas, surpreendentemente, embora a autoridade seja a de Cristo, a recomendação é que os discípulos batizem em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo. Isto é, no mínimo, muito estranho! Mas vejamos como os discípulos obedeceram a esta ordem de Cristo.
EM NOME DE QUEM OS DISCÍPULOS BATIZARAM?
O livro de Atos relata vários batismos, mas nenhum deles foi realizado em nome da trindade. Os exemplos que temos da era apostólica demonstram claramente que os batismos foram realizados em nome do Senhor Jesus. Vejamos alguns exemplos começando com o apelo de Pedro aos judeus na festa do Pentecostes:
“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom o espírito Santo.” - Atos 2:38.
Estaria Pedro, por acaso, desobedecendo a ordem clara do Mestre que o batismo deveria ser realizado em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo? Por que Pedro recomendou um batismo em nome de Jesus apenas? Vejamos como haviam sido batizados os crentes de Samaria:
“Porquanto não havia ainda descido sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do Senhor Jesus.” - Atos 8:16.
O livro dos Atos também relata que gentios foram batizados em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo:
“E ordenou que fossem batizados em nome de Jesus Cristo. Então lhe pediram que permanecesse com eles por alguns dias.” - Atos 10:48.
O livro dos Atos relata até mesmo casos de rebatismo em Éfeso:
“Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus.” - Atos 19:5.
Por que os discípulos batizaram em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo? Por que os batismos hoje são em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo (baseando-se em apenas um verso e ignorando todos os demais que ensinam que o batismo deve ser em nome do Senhor Jesus)?
Em Romanos 6:3 Paulo afirma que “fomos batizados em Cristo Jesus”. Ele nunca afirmou que fomos batizados na trindade
Exortando sobre a necessidade de unidade em Cristo, Paulo pergunta aos Coríntios:
“Acaso Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós, ou fostes porventura, batizados em nome de Paulo?” - I Coríntios 1:13.
Embora este verso não diga tão claramente quanto os anteriores que o batismo é em nome de Jesus, há uma evidência clara da intenção do apóstolo. Cristo não está dividido. Jesus Cristo foi crucificado em favor dos crentes e estes foram batizados em nome dEle, sugere o verso.
Escrevendo aos Gálatas, Paulo reafirma o que foi dito até o momento:
“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.” - Gálatas 3:28.
“Ou, porventura, ignoreis que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?” – Romanos 6:3.
O batismo significa a morte do cristão para uma vida de pecado e um novo nascimento para uma nova vida em Cristo. Todo aquele que é batizado em nome de Jesus, demonstra aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal.
Não apenas os batismos foram realizados em nome de Cristo, mas todas as palavras e obras dos cristãos devem ser em nome de Jesus Cristo (não em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo).
TUDO DEVE SER FEITO EM NOME DO SENHOR JESUS CRISTO
“E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” - Colossenses 3:17.
Paulo recomenda que tudo deva ser feito em nome do Senhor Jesus. O que está incluído nesta expressão “tudo”? Todas as coisas estão incluídas aqui (inclusive batismos).
É hora de pegarmos nossas Bíblias e conferirmos os versos abaixo:
AS ORAÇÕES DEVEM SER FEITAS EM NOME DE JESUS, NÃO EM NOME DE UMA TRINDADE.
Vejamos alguns exemplos:
“E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14:13-14).
“Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (João 15:16).
“Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa... Naquele dia, pedireis em meu nome; e não vos digo que rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama, visto que me tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus.” (João 16:24, 26-27).
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.” (Tiago 5:14).
ADVERTÊNCIAS, ADMOESTAÇÕES E REPREENSÕES FORAM FEITAS EM NOME DE JESUS, NUNCA EM NOME DA TRINDADE.
“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (I Corintios 1:10).
“Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes.” (II tessalonicenses 3:6).
NENHUM MILAGRE FOI FEITO EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, MAS EM NOME DE JESUS.
“Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia conosco. Mas Jesus respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós é por nós.” (Marcos 9:38-40).
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.” (Marcos 16:15-18).
“Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!” (Lucas 10:17).
“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6).
“E, pondo-os perante eles, os argüiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? Então, Pedro, cheio do espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos, visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós.” (Atos 4:7-10).
“Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus.” (Atos 4:29-30).
“Isto se repetia por muitos dias. Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu.” (Atos 16:18).
OBRAS DE CARIDADE TAMBÉM FORAM REALIZADAS EM NOME DE JESUS.
“E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe.” (Mateus 18:5).
“Qualquer que receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, não recebe a mim, mas ao que me enviou... Porquanto, aquele que vos der de beber um copo de água, em meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.” (Marcos 9:37 e 41).
“E lhes disse: Quem receber esta criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos, esse é que é grande.” (Lucas 9:48).
ATÉ MESMO REUNIÕES ESPIRITUAIS E PREGAÇÕES DEVEM SER REALIZADAS EM NOME DE JESUS, NÃO EM NOME DA TRINDADE.
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18:20).
“E lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.” (Lucas 24:46-47).
“Mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus.” (Atos 4:17-18).
“Mas Barnabé, tomando-o consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho, e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome de Jesus. Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em nome do Senhor.” (Atos 9:27-28).
“Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5:20).
“Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor.” (Tiago 5:10).
O MAIS IMPRESSIONANTE É QUE ATÉ MESMO O ESPÍRITO SANTO É ENVIADO EM NOME DE JESUS.
“Mas o Consolador, o espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (João 14:26).
TUDO DEVE SER FEITO EM NOME DE JESUS, POIS NOSSA SALVAÇÃO É TAMBÉM EM NOME DO NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12).
“Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.” (João 20:31).
AS SAUDAÇÕES DE PAULO ÀS IGREJAS
“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor.” (Romanos 1:1-4).
“Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (I Corintios 1:1-3).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!” (II Corintios 1:1-3).
“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos, e todos os irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo.” (Gálatas 1:1-3).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus: Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 1:1-2).
“Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos, que vivem em Filipos: Graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (Filipenses 1:1-2).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo: Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos: Graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai. Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos.” (Colossenses 1:1-4).
“Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz a vós outros.” (I Tessaloniceses 1:1).
“Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo: Graça e paz a vós outros da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.” (II Tessaloniceses 1:1-2).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança, a Timóteo, verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.” (I Timóteo 1:1-2).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, pela vontade de Deus, de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus, ao amado filho Timóteo: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso Senhor.” (II Timóteo 1:1-2).
“Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos e, em tempos devidos, manifestou a sua palavra mediante a pregação que me foi confiada por mandato de Deus, nosso Salvador, a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador.” (Tito 1:1 e 4).
“Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso colaborador, e à irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em tua casa, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Filemom 1:1-3).
Por que Paulo, em suas saudações, não se apresenta como servo de Deus Pai, de Jesus e do Deus espírito Santo? Por que não lemos versos como graça e paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai, do Senhor Jesus Cristo e do Deus espírito Santo? Não seria estranho, Paulo ter ignorado em suas saudações, a terceira pessoa da trindade, se ela realmente existisse?
Diante de tantas inconsistências e incompatibilidades com o restante dos escritos sagrados, Mateus 28:19 tem sua autenticidade questionada.
A história demonstra que na era apostólica batizava-se apenas em nome de Jesus, sendo que batismos em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo só foram realizados muitos anos após a morte dos apóstolos.
A AUTENTICIDADE DE MATEUS 28:19
Diante de tantas inconsistências e incompatibilidades com o restante dos escritos sagrados, Mateus 28:19 tem sua autenticidade questionada. A história demonstra que na era apostólica batizava-se apenas em nome de Jesus, sendo que batismos em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo só foram realizados muitos anos após a morte dos apóstolos.
Os livros de Mateus e Marcos são considerados livros sinóticos, ou seja, são livros que apresentam uma ampla coincidência quanto à narrativa dos temas apresentados.
A maioria dos fatos apresentados no livro de Mateus também são encontrados no livro de Marcos.
Diante destes fatos, se Mateus 28:19 fosse um texto autentico, era de se esperar que estivesse repetido no livro de Marcos, no entanto não é isto que acontece.
Lucas, ao iniciar seu livro, relata que o mesmo é fruto de uma apurada investigação de todos os fatos desde a sua origem, no entanto, seu relato, não cita a formula trinitariana de batismo, o que concorda com a citação encontrada no livro de marcos.
Lucas 24:47
“E que em Seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.”
Marcos 16:15-16
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”
Se a ordem de Jesus realmente fosse para os batismos serem realizados em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, com certeza Marcos e Lucas não teriam omitido esta ordem do mestre ao escreverem seus livros.
Diante de tantas evidências não nos resta a mínima duvida de que os batismos eram realizados em nome de Jesus e não em nome de uma trindade.
Vejamos o que as enciclopédias dizem a respeito da origem da trindade e do batismo em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo:
ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA
A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e espírito Santo pela Igreja Católica no 2º Século." - 11a Edição, Vol.3 - págs. 365-366. (em inglês)... "Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em nome de Jesus Cristo." - Volume 3 pág.82.
Enciclopédia da Religião - Canney
A religião primitiva sempre batizava em nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento da doutrina da trindade no 2° Século." - pág. 53 (em inglês).
Nova Enciclopédia Internacional
"O termo "trindade" se originou com Tertuliano, padre da Igreja Católica Romana." - Vol. 22 pág. 477 (em inglês).
ENCICLOPÉDIA DA RELIGIÃO - HASTINGS
"O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em nome do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da trindade foi usada." - Vol.2 pág. 377-378-389 (em inglês).
O pastor Alexandro Búllon, pastor adventista em seu livro “Terceiro Milênio” nas páginas 41 e 42, parece dar a entender que a doutrina da trindade foi uma das doutrinas pagãs que entraram na igreja cristã na época do Imperador Romano Constantino.
Veja sua surpreendente declaração logo abaixo:
Se lermos com cuidado podemos verificar que ele está dando a informação de que no tempo de Constantino, muitas doutrinas estranhas pretendiam misturar-se as verdade bíblicas. Mas após a frase “Doutrinas Estranhas que Pretendiam Misturar-se às Verdades Bíblicas”, inicia-se uma outra frase: “Entre as doutrinas em conflito, podemos mencionar: o pecado original, a trindade, a natureza de Cristo,...”.
Isto pode nos levar a pensar que, sobre estas doutrinas, o pastor Búllon está apenas dizendo que havia muita discussão na época, utilizando a expressão “entre as doutrinas em conflito...”. A trindade estava em discussão, pois alguns acreditavam na trindade e outros não (a natureza de Cristo também estava em discussão).
É claro que se algum livro do Bullón insinuasse clara e explicitamente que a doutrina da trindade não é bíblica, este não passaria assim tão fácil pela Casa Publicadora Brasileira.
Por outro lado, o Pr.Bullón, talvez, até quisesse dizer outra coisa, mas o sentido no texto parece ser o de que uma das doutrinas em conflito com as verdades bíblicas naquele período foi a da doutrina da trindade.
A Bíblia de Jerusalém incluiu o seguinte comentário de rodapé a respeito de Mateus 28:19:
Em 1960, a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira publicaram um Novo Testamento em Grego e a alternativa apresentada para Mateus 28:19 foi “en to onomati mou” (“em meu nome”). Eusébio foi citado como autoridade em favor desta versão. Algumas Bíblias que provavelmente utilizam-se de outros critérios na crítica textual adotam outras versões para estes textos controversos.
O Evangelho de Mateus em Hebraico de George Howard é um exemplo que não contem a fórmula batismal em nome do Pai, e do Filho e do espírito Santo.
A tradução do texto em inglês que consta no mesmo volume é a seguinte:
“Jesus, aproximando-se deles, disse-lhes: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide e ensinai-os a observar todas as coisas que vos ordenei para sempre.”
O Livro Judaico “O Judaísmo e as Origens do Cristianismo” de David Flusser também confirma a inserção da fórmula trinitariana em Mateus 28:19.
Na página 156, encontramos a seguinte declaração:
“De acordo com todos os manuscrito de Mateus que foram preservados, o Jesus ressuscitado ordenou aos seus discípulos batizar todas as nações “em nome do Pai e do Filho e do espírito Santo”. A fórmula trinitaria franca, aqui, é de fato notável, mas já mostrado que a ordem para batizar e a formula trinitária faltam em todas as citações da passagem de Mateus nos escritos de Eusébio anteriores ao Concilio de Nicéia. O texto de Eusebio de Mt 28:19-20 antes de Nicéia era o seguinte: ‘Ide e tornai as nações discípulas em meu nome, ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei.’ Parece que Eusébio encontrou essa forma do texto nos oráculos da famosa biblioteca cristã em Cesaréia. Esse texto mais curto está completo e coerente. Seu sentido é claro e tem seus méritos óbvios: diz que Jesus ressuscitado ordenou que seus discípulos instruíssem todas as nações em seu nome, o que significa que os discípulos deveriam ensinar a doutrina de seu mestre, depois de sua morte, tal como a receberam dele.”
O testemunho de Eusébio de Cesaréia, que viveu entre os anos 263 e 340 d.C. o qual é apresentado no Livro História Eclesiástica, reforça o que acabamos de expor.
Vejamos o testemunho apresentado nas páginas 82 e 83:
Por si só, o texto de Mateus 28:19 não nos fornece base para crermos que o espírito Santo é uma pessoa.
“Batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do espírito Santo;”
O fato de ser utilizada a palavra “nome”, não significa que os três termos mencionados a seguir – Pai, Filho e espírito Santo, são uma pessoa.
Estas duas versões não estariam fugindo ao contexto. Este argumentos podem ser considerados todos como conjectura. Vamos então analisar um texto bíblico, para esclarecer melhor a questão – Atos 19:1-3:
“1 Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos,
2 perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o espírito Santo.
3 Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João.”
O texto relata alguns discípulos que tinham sido batizados por João Batista. João Batista foi o precursor de Cristo. Foi ele quem batizou o próprio Cristo; portanto, o batismo de João Batista é válido, pois Cristo, o nosso exemplo, foi batizado neste batismo.
A Bíblia não deixa dúvidas de que este batismo era ratificado pelo Céu como prova da sua validade, pois o próprio Jesus afirmou:
“25 Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele?
26 E, se dissermos: dos homens, é para temer o povo, porque todos consideram João como profeta.” - Mateus 21:25,26
O texto de Lucas confirma que o batismo de João era de Deus:
“Todo o povo que o ouviu e até os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o batismo de João;” Lucas 7:29
Assim, temos que, quando Paulo encontrou os discípulos que haviam sido batizados no batismo de João, sabia que este era reconhecido pelo Céu. Entretanto, quando o mesmo Paulo perguntou se eles receberam o espírito Santo quando foram batizados, ouviu a surpreendente resposta:
“Nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo.” – verso 2.
Aqueles que receberam o batismo de João (o mesmo batismo no qual Cristo foi batizado), nem sequer haviam ouvido falar que existia o espírito Santo. Se João Batista batizasse em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, logicamente aqueles discípulos já teriam ouvido falar no espírito Santo, pois eram discípulos de João, e João batizava quase todos os dias, daí ser ele chamado de “batista”. Assim, se João não batizava em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, Jesus também não foi batizado em nome dos três.
Portanto, caso queiramos usar o texto de Mateus 28:19 para apoiar que o espírito Santo é uma pessoa, teríamos que assumir que esta pessoa passou a existir, ou ter autoridade, depois da ressurreição de Jesus, quando Ele então mandou batizar em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo. Mesmo se assim o fosse, não poderíamos considerar o espírito Santo como um Deus, pois neste caso ele não seria eterno, e Deus é eterno. Além disso, a Bíblia afirma expressamente que há um só Deus, o Pai, e um só Senhor, Jesus Cristo (I Cor. 8:6).
Note-se que um texto não pode invalidar outro, ou seja, João não menciona o espírito Santo, enquanto que Jesus claramente ordena o batismo em nome dos três. Há uma “aparente” contradição entre os textos bíblicos? Não, pois o que estamos frisando é a inexistência do espírito Santo como 3ª pessoa e não como poder pois é o próprio Deus e Senhor Jesus Cristo. Assim, tanto o batismo de João quanto o batismo ordenado por Jesus são válidos e complementares. A promessa do Salvador era de que o Consolador, o espírito da Verdade, seria concedido aos discípulos após o Pentecostes. Vemos então que João não poderia mencionar o espírito Santo, pois a promessa para o recebimento do mesmo estava no futuro. O mesmo não ocorreu com Jesus, que ciente da promessa do Pai (a vinda do Consolador), ordenou, na certeza do cumprimento da promessa, que os discípulos batizassem em seu nome. Percebemos portanto que o texto de Mateus 28:19 não se refere ao espírito Santo como sendo uma pessoa, pois a Escritura afirma claramente que foram vistas línguas de fogo quando a promessa do Consolador foi cumprida e os discípulos receberam o espírito Santo (Atos 2:3-4, 32-33, 37-38).
Mesmo que o texto de Mateus 28:19 seja original, não indica que o espírito Santo seja uma terceira pessoa. “Vós, porém, não estais na carne, mas no espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.” (Romanos 8:9).
Se a trindade Não Existe, Como Entender Mateus 28:19?
Sobre Mateus 28:19 - "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do espírito Santo" --, parece-nos razoável acreditar que:
Quando Cristo supostamente disse o que está registrado em Mateus 28:19, havia discípulos presentes. E obviamente, o que Ele disse foi ouvido e entendido por eles.
Portanto, um discípulo como Pedro, por exemplo, poderia nos dizer exatamente como foi que entendeu a ordem do Salvador.
Deveriam eles, a partir de então, batizar em nome de uma trindade, composta por três pessoas divinas que misteriosamente formam um único Deus? Em Atos 2:38, vemos Pedro conclamando seus ouvintes a se arrependerem para serem batizados em nome do Senhor Jesus Cristo e não em três nomes(Títulos), ou no nome dos três. Pedro explicou ainda que os batizados em nome de Jesus Cristo receberiam Espírito Santo como presente.
Suponhamos, porém, que Pedro nessa ocasião houvesse esquecido a ordem de Mateus 28:19 e deixado de batizar em nome da trindade... Teria a Bíblia uma outra evidência de como Pedro entendera a última ordem de Jesus? Atos 10:48, afirma que ele ordenou que Cornélio e os seus que deveriam ser batizados em nome do Senhor Jesus Cristo.
Assim, vemos que, "Pedro deve ter entendido o imperativo de Jesus diferentemente do que a maioria dos trinitarianos compreendem hoje."
Será que Pedro estava sozinho em seu entendimento? Não. Em Atos 8:16, ele e João foram a Samaria encontraram um grupo que havia sido batizado em nome do Jesus Cristo por Felipe. Faltava-lhes apenas receber o divino presente de batismo, que era o Espírito Santo. Por isso, Pedro e João lhes impuseram as mãos e oraram por eles.
E o apóstolo Paulo, que dizia não ter recebido o Evangelho de nenhum homem, mas do próprio Senhor Jesus Cristo (Gálatas 1:12), batizava ele em nome da trindade? Quando visitou Éfeso, Paulo encontrou irmãos que conheciam apenas o batismo de João. Pois bem, Paulo, depois de instruí-los, batizou-os somente no nome do Senhor Jesus. Depois, colocou a mão sobre eles para que recebessem espírito Santo. E eles falaram em línguas conhecidas e profetizaram!
O que estamos dizendo é que não existe na Bíblia qualquer registro de batismo realizado em nome de uma trindade. Diante disso, como ressalta o irmão David do Ministério Verdade Presente (já citado), restam-nos três opções apenas: (a) os discípulos se rebelaram contra Jesus e desobedeceram Sua ordem de batizar em nome da trindade; (b) os discípulos entenderam a ordem de um jeito diferente do proposto pelos trinitarianos; (c) Jesus nunca ordenou que batizassem em nome do Pai e do Filho e do espírito Santo.
Nos sete primeiros itens deste pequeno esboço, demonstramos que a ordem de Mateus 28:19 foi entendida pelos discípulos de modo diferente do que hoje defendem os trinitarianos, pois batizavam apenas em nome do Senhor Jesus Cristo. Poderia a terceira opção ser também verdadeira, ou seja, poderiam os discípulos ter entendido a ordem de maneira diferente porque, de fato, foi dada de modo diferente?
Estudiosos não comprometidos com a Igreja Católica e seus dogmas e mistérios, afirmam que Mateus 28:19 pode ser fruto de um acréscimo posterior ao texto bíblico.
Uma das evidências citadas por esses estudiosos são os escritos de Eusébio de Cesárea, do quarto século. Dezessete vezes nos textos que escreveu antes do Concílio de Nicéia, Eusébio cita Mateus 28:19 como: "Portanto, ide e fazei discípulos em Meu nome", sem mencionar a fórmula trinitariana. Nos escritos pós-Nicéia de Eusébio, a fórmula trinitariana é encontrada cinco vezes apenas!
O contexto imediato de Mateus 28:19 adéqua muito melhor a essa construção repetida tantas vezes por Eusébio de Cesárea. Veja:
"Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. E quando O viram, O adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-Se, falou-lhes, dizendo toda autoridade Me foi dada no céu e na terra. Portanto, ide a todas as nações e fazei discípulos em Meu nome, ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século." Mateus 28:16-20.
a) Parte dos onze se ajoelhou perante Cristo, enquanto outros tiveram dúvida se deveriam fazê-lo, pois sabiam que só deveriam se ajoelhar diante de Deus.
b) Diante da dúvida, Jesus lhes explica que havia recebido de Deus toda a autoridade no céu e na terra e que, portanto, poderia ser adorado de joelhos.
c) A concessão da autoridade divina a Cristo, possibilitou-lhe ainda ordenar aos discípulos que fossem a todas as nações, fizessem discípulos e os batizassem em Seu nome, ensinando-os a guardar tudo que lhes dissera. (Veja Lucas 24:45-47.)
d) O Filho de Deus, com a autoridade e poder que recebera do Pai, promete então que estaria espiritualmente com eles todos os dias até o fim do mundo. (O Evangelho de Marcos confirma que Ele cumpriu essa promessa: "De fato o Senhor Jesus Cristo, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-Se à destra de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais que se seguiam." Marcos 16:19-20.
Portanto, fica demonstrado, segundo o raciocínio dos leigos, que acrescentar outros personagens à última declaração de Cristo registrada por Mateus fere o contexto, tornando o texto confuso, pois lhe desvirtua o sentido.
Ora, um dos únicos textos da Bíblia do qual até os teólogos trinitarianos têm plena certeza de que se trata de um inegável acréscimo é aquele que se encontra entre colchetes em I João 5:7-8 e favorece a trindade:
"Pois há três que dão testemunho [no céu: o Pai, a Palavra, e o espírito; e estes três são um. E três são os que testificam na terra]: o espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito."
A mais recente edição da Bíblia de Jerusalém, Nova Edição, Revista e Ampliada, lançada em agosto de 2002 pela Igreja Católica, em nota de rodapé a Mateus 28:19, admite que a frase "batizando-os em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, tenha sido acrescentada posteriormente ao Livro de Mateus:
"É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar "no nome de Jesus Cristo" (cf At 1:5; 2:38). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da trindade..."
Rabino afirma que Eusébio foi pressionado pelo bispo cristão Atanásio a inserir o termo “em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo”.
A questão da "Tevilá" (Imersão ou Batismo) é relevante para nós, uma vez que ela nos diz respeito como um testemunho público de nossa "emuná" (fidelidade ou fé) no Messias Yeshua (Jesus).
Realmente, é surpreendente o fato de a "Tevilá" (Imersão em água) no Livro de Atos somente haver sido realizado em Nome do Messias Yeshua (Jesus) (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5) e, só vermos Matityáhu (Mateus) 28:19 mencionando a expressão "em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo".
Muitos indagam: Por que isto? Yeshua (Jesus) falou a referida expressão em Matityáhu 28:19? Lucas a omitiu propositadamente? A Tevilá (Imersão em água) era mesmo realizada no 1º século em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo?
Segundo o Morê (Professor) de Judaísmo do Período do Segundo Templo, da Universidade Hebraica de Jerusalém, David Flüsser em seu livro Judaísmo e Origens do Cristianismo, Vol. 1, pág. 156, a expressão "em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo" não foram mencionadas em todas as citações de Matityáhu 28:19 nos escritos de Eusébio ANTERIORES AO CONCÍLIO CRISTÃO DE NICÉIA (325 d.E.C.) sob a supervisão do imperador Constantino. O texto de Matityáhu (Mateus) 28:19 antes do referido Concílio era o seguinte: "Ide e tornai todas as nações discípulas em Meu Nome, ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei".
Segundo o Rabino Joseph Shulam, Eusébio foi pressionado pelo bispo cristão Atanásio (que teve participação no Concílio de Nicéia) a fazer a "inserção" Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, e, caso não a fizesse, seria exilado para a Espanha.
[Não estamos apresentando a afirmação acima como prova dos fatos, uma vez que trata-se apenas de uma declaração, no entanto, em nosso entendimento, o simples fato de partir de um rabino, no mínimo merece consideração de nossa parte].
Diante desta afirmação, é bastante provável que Yeshua (Jesus), não fez menção a "Tevilá" (batizar em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo), tratando-se, pois de um acréscimo.
INFELIZMENTE, ESTE FATO NÃO É DO CONHECIMENTO DE TODOS.
Mas, e agora: E os batismos em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo que se fazem atualmente? Obviamente, esta questão só está vindo a público contemporaneamente. Tantos séculos se passaram com este fato histórico oculto diante dos olhos da Igreja do Messias. E agora, neste momento ou tempo desta descoberta, não podemos ser juízes terminantemente implacáveis daqueles que até fazem a Tevilá (Imersão em água ou Batismo) sem terem o mínimo de conhecimento a respeito. Portanto, o processo é complexo.
Bom, quanto às igrejas que imergem só em Nome do Messias, ou em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo elas estão agindo segundo o conhecimento humano se a revelação como foi nos Atos dos apóstolos conforme revelado a Pedro, At.2:38.
No entanto, quem recebeu a "Tevilá" (Imersão em água) em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo foi e é válida, uma vez que foi realizada na ignorância. At.17:30. (o problema só está em acrescentar a expressão dita anteriormente). Mas, não podemos condenar os que imergem em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, uma vez que não são culpados deste acréscimo. E quem responderá por tal ato são seu lideres se tinham o conhecimento e não o praticaram a palavra da verdade.
VERSOS COM DEUS, JESUS E O ESPÍRITO
Alguns versos do Novo Testamento citam Deus Pai, Jesus e o Espírito. Os defensores da teoria da trindade usam tais versos para tentar provar que o Espírito Santo é uma pessoa assim como o Pai e como Jesus Cristo. Então alegam que tais versos comprovam a existência da trindade. Vejamos alguns exemplos.
O BATISMO DE JESUS CRISTO
“Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o me Filho amado, em quem me comprazo.” - Mateus 3:16 e 17.
A Bíblia em nenhum momento diz que o Espírito que desceu em forma de pomba era uma terceira pessoa, pelo contrário, afirma claramente que se tratava do próprio Espírito (pneuma) do Pai. O verso mostra uma manifestação dupla do Pai: manifestou-se através do seu Espírito e da sua voz. Se através deste verso chega-se à conclusão de que o Espírito é uma pessoa, também poderíamos chegar à conclusão de que a voz de Deus também é uma pessoa. Por que não? Só porque o Espírito está escrito com inicial maiúscula e a voz com inicial minúscula? Sempre devemos lembrar que isso é uma convenção adotada em português, pois no original grego não havia tal distinção.
A BÊNÇÃO DE II CORÍNTIOS 13:13
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” - II Coríntios 13:13 (ou 14 em algumas traduções)
A doutrina da trindade ensina que Deus é o primeiro, também chamado de “primeira pessoa da trindade”, Jesus Cristo é a segunda pessoa e, finalmente, o Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade. Este é o ensino clássico trinitariano. Mas parece que esta seqüência de primeira, segunda e terceira pessoa não estava muito clara para o apóstolo Paulo.
Perceba que Jesus Cristo é o primeiro a ser mencionado em II Coríntios 13:13:
Ora, se a doutrina da trindade que se ensina hoje fosse um consenso entre os apóstolos, Paulo certamente obedeceria a ordem das pessoas, no entanto não o fez. Outro verso utilizado pelos trinitarianos é I Pedro 1:2:
“Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.”
Neste verso é Jesus Cristo que aparece como a terceira pessoa de uma suposta trindade.
Além deste problema na forma, os trinitarianos enfrentam um problema de conteúdo ao lidar com II Coríntios 13:13.
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.”
Ao lerem este trecho, interpretam precipitadamente que nossa comunhão deve ser com a terceira pessoa da trindade. Mas não é isso que o apóstolo diz. Paulo é claro quando afirma “e a comunhão do Espírito Santo”, não diz a comunhão com o Espírito Santo.
Graças a outros textos da Bíblia, não precisamos ser enganados neste ponto. A comunhão do Espírito é a comunhão que existe entre o Espírito do Pai que é o mesmo e único Espírito de Jesus Cristo que é Santo.
Nossa comunhão é com o Espírito Santo, que é o Pai e Filho que é a imagem, o corpo que é morada do único Espírito que é Santo. Por isso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, toda comunhão e comunicação que temos com o Pai, Filho é através do pneuma (o próprio Espírito do único Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo). Porque, por ele, (Jesus) ambos temos acesso ao Pai em um Espírito.Ef.2:18.
“Ora a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” - I João 1:3.
TRINDADE COM ANJOS?
Há outros versos na Bíblia que citam o Pai, Jesus e o Espírito, mas nenhum deles serve como evidência de que exista uma trindade. Por quê? Pois o simples fato de um verso citar o Pai, Jesus e o Espírito não significa que sejam três pessoas e que, juntamente com o Pai e com o Filho, componha uma trindade. Senão o que diríamos com relação a Mateus 24:36?
“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.” - Mateus 24:36.
Da mesma forma Mateus 16:27 cita o Filho, o Pai e os Anjos, mas não cita o espírito Santo. Isto não significa, em hipótese alguma, que Pai, Filho e Anjos componham uma trindade.
“Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos” - Mateus 16:27.
Há outros versos que citam o Pai, o Filho e os anjos (Marcos 8:38; Marcos 13:32; Lucas 9:26). Porventura tais versos indicam que Pai, Filho e Anjos compõem uma trindade celestial? Absolutamente não! O fato dos três aparecerem no mesmo verso não significa absolutamente nada na relação de um para com o outro. O objetivo do autor, ao escrever tais versos, não foi indicar que existe uma trindade. Da mesma forma, quando lemos um verso que menciona o Pai, o Filho e o Espírito Santo, não devemos concluir que pelo fato de aparecerem juntos tal verso seja uma evidência da existência da trindade.
O ESPÍRITO SANTO E SEUS “ATRIBUTOS E AÇÕES PESSOAIS”
Algumas pessoas defendem que o espírito Santo é uma pessoa pois alguns adjetivos (atributos) e verbos (ações) relacionados ao Espírito são típicos de seres pessoais. Por exemplo:
“Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” - Efésios 4:30.
“Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” - Romanos 8:26.
“Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós.” - Mateus 10:20
“Apenas uma pessoa pode se entristecer”, alegam os trinitarianos. “Só uma pessoa pode ajudar, interceder e falar”. Os defensores da trindade afirmam que se o Espírito de Deus se entristece, ajuda, intercede e fala, então ele é uma pessoa divina! Este argumento faz sentido?
A Bíblia emprega diversas figuras de linguagem, inclusive atribuindo ao espírito qualidades e ações típicas do seu possuidor (um ser pessoal). Isto não significa que o Espírito seja uma outra pessoa. A prova deste fato são os muitos exemplos de atributos e ações pessoais atribuídos também a espíritos de seres humanos.
O espírito do apóstolo Paulo orava: “O meu espírito ora de fato.” (I Cor. 14:14). Como um espírito (pneuma) de um homem pode orar se esta é uma ação pessoal? Seria, porventura, o espírito de Paulo uma segunda pessoa, além de Paulo? O verso seguinte explica: “Orarei com o meu espírito... Cantarei com o espírito.” (I Cor. 14:15). É claro que quem orava e cantava era o próprio Paulo.
Lucas, autor do livro dos Atos, relatou que o espírito de Paulo se revoltou:
“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade”. – Atos 17:16.
Ora, revoltar-se é uma ação pessoal. Só um ser com autonomia e percepção pode se revoltar, mas a Bíblia diz que o espírito de Paulo se revoltou. Seria, porventura, o espírito de Paulo uma entidade pessoal independente do seu possuidor (Paulo)? Absolutamente não! Novamente aqui temos uma figura de linguagem. Quem se revoltou com a idolatria da cidade foi o próprio Paulo.
Há muitos outros exemplos na Bíblia onde espíritos de seres humanos são descritos com atributos pessoais ou realizando (ativa ou passivamente) ações típicas de seres pessoais.
Veja alguns na tabela a seguir:
Texto Sujeito Ação / Atributo Pessoal
Gênesis 41:8 espírito de Faraó Perturbado
Esdras 1:1 espírito de Ciro Foi Despertado
Jó 6:4 espírito de Jô Sorve (Suga) o Veneno
Jó 20:3 espírito de Jô Responde por Ele
Salmo 73:21 espírito de Asafe Amargurado
Salmo 77:3 espírito de Asafe Desfalece
Salmo 143:7 espírito de Davi Desfalece
Isaías 26:9 espírito de Isaías Buscou a Deus
Ezequiel 3:14 espírito de Ezequiel Excitou-se
Daniel 2:1-3 espírito de Nabucodonosor Perturbou-se
Atos 17:16 espírito de Paulo Revoltou-se
I Coríntios 14:14 e 15 espírito de Paulo Ora e Canta
I Coríntios 16:18 espírito de Paulo Recreou-se
II Coríntios 7:13 espírito de Tito Recreou-se
Obs.: Dependendo da tradução utilizada os atributos / ações podem sofrer alguma alteração.
Concluímos que quando a Bíblia diz que o espírito de alguém se entristeceu, então trata-se de uma figura de linguagem. Literalmente, quem se entristeceu foi a pessoa, o possuidor do espírito, não o seu espírito. Quando o salmista diz que o seu espírito estava amargurado, na realidade quem estava amargurado era o próprio salmista.
Isso vale também para o Espírito de Deus. Quando a Bíblia diz que alguém mentiu para o Espírito de Deus, na verdade isso significa que mentiram para o próprio Deus. Quando diz que o Espírito intercede, certamente está se referindo a Deus Jesus Cristo, nosso único intercessor e mediador:
“É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” - Romanos 8:34.
“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” - I Timóteo 2:5.
ADJETIVOS TRÍPLICES
Muitas pessoas, na tentativa desesperada de encontrar textos que apóiem suas idéias, acabam buscando subsídios em trechos que nada tem a ver com o assunto da trindade. Entre estes trechos, podemos citar um grupo muito interessante: o grupo dos adjetivos tríplices. Em alguns versos das Escrituras Sagradas algum adjetivo relacionado a Deus é repetido três vezes e por esta razão alguns interpretam que cada menção do adjetivo refere-se a uma pessoa da trindade. Vamos citar dois exemplos:
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” - Isaías 6:3.
“E os quatro seres viventes... proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.” - Apocalipse 4:8.
Na falta de textos que comprovem claramente a trindade, estas pessoas são capazes de incluir até mesmo Números 6:24-26 como evidência da existência do Deus-Triúno apenas pelo fato deste texto citar a palavra “Senhor” três vezes:
“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto diante de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e lhe dê a paz.” - Números 6:24-26.
Ora, tais texto não provam e nem mesmo servem como evidência de que nosso Deus é um Deus tríplice. A intenção do autor ao repetir três vezes uma palavra é dar ênfase e chamar a atenção do leitor. Este recurso literário é prática relativamente comum entre os autores bíblicos. Veja estes exemplos:
“Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor.” - Jeremias 22:29.
“Ao revés, ao revés, ao revés a porei, e ela não será mais, até que venha aquele a quem pertence de direito, e a ele darei.” - Ezequiel 21:27.
Estariam, porventura, os profetas sugerindo uma trindade de terras ou de revezes? Logicamente não! A tríplice repetição é apenas um recurso para chamar a atenção para determinado fato ou característica, uma forma de enfatizar um conceito.
O livro “Gramática Elementar da Língua Hebraica” de Hollenberg & Budde ensina que a forma repetida de um adjetivo em hebraico além de lhe comunicar ênfase, também serve como superlativo absoluto. Desta forma, “Santo, Santo, Santo” poderia ser entendido como “Santíssimo”.
A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO
“Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” - Mateus 12:31 e 32.
Este é outro texto que às vezes é usado por defensores da trindade. Digo “às vezes” porque o texto, se lido com atenção, mais compromete a visão trinitariana do que a favorece. Afinal de contas se existe apenas um Deus com três pessoas divinas que possuem o mesmo caráter e os mesmos atributos espirituais, por que o Pai é rico em misericórdias (Êxodo 34:6), o Filho é perdoador (Lucas 7:48 e 49), mas a terceira pessoa da trindade é implacável, ou seja, não tolera pecados contra ela?
As três pessoas da divindade não têm o mesmo caráter? Por que existe esta distinção de pecados contra o Filho do homem e pecados contra o Espírito Santo? Vamos tentar entender um pouco mais esta questão do pecado imperdoável.
A blasfêmia contra o Espírito Santo é um dos assuntos que causa mais preocupação nos cristãos. (Em geral costuma-se usar a expressão “pecado contra o Espírito Santo”, mas a Bíblia fala que o pecado imperdoável é a “blasfêmia contra o Espírito Santo”).
Todos os cristãos já ouviram que o pecado contra o Espírito Santo é imperdoável, mas poucos sabem o que é na prática a blasfêmia contra o Espírito Santo.
Segundo a explicação tradicional, o pecado contra o Espírito Santo consiste na resistência contra a obra do Espírito de nos convencer do pecado. Quando o Espírito de Deus atua em nossa consciência, mostrando um pecado, e resistimos à voz de Deus, então esta voz tende a diminuir. Chamamos popularmente este processo de cauterização da consciência, ou seja, o pecado se torna algo tão comum que a voz de Deus não mais é ouvida e o pecador não sente mais a necessidade de perdão.
Embora este processo seja real, será que Cristo se referia à cauterização da consciência quando mencionou a blasfêmia contra o Espírito Santo? Para respondermos a esta questão vamos analisar o contexto de Mateus 12 e também de Marcos 3, os dois capítulos que mencionam o pecado da blasfêmia contra o espírito Santo.
De acordo com Mateus 12:22-32 e Marcos 3:20-30, Jesus estava sendo acusado de expulsar demônios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios. Cristo afirmou que foi através do espírito Santo que o demônio foi expulso:
“Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.” - Mateus 12:28.
Lucas ao mencionar o mesmo episódio, em vez de utilizar “Espírito de Deus”, utiliza-se da expressão “dedo de Deus”.
“Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.” - Lucas 11:20.
Compare estes dois últimos versos bíblicos que citamos: Mateus 12:28 e Lucas 11:20. O Espírito de Deus é, simbolicamente, o dedo de Deus. O dedo de Deus indica a forma como Deus age, neste caso age através do seu espírito (pneuma). Perceba que os evangelistas ora se referem ao espírito como espírito Santo, ora como Espírito de Deus. Já vimos que são expressões equivalentes.
Mas a questão principal permanece. Cristo afirmou que os pecados contra o Filho do Homem seriam perdoados, mas contra o Espírito Santo não seriam perdoados. O que Cristo quis dizer com isto?
Cristo referia-se a si mesmo como “Filho do Homem”, ressaltando assim sua humanidade. Outros o reconheciam como “Filho de Deus”, uma clara referência à sua divindade. Cristo, ao chamar a atenção para a sua condição humana, fazia questão de ressaltar que suas obras eram feitas pelo poder do Pai, através do Espírito de Deus que lhe foi concedido. O contexto do episódio que analisamos deixa claro que o pecado imperdoável cometido pelos escribas e fariseus foi a insistente negação da atuação do espírito de Deus nas obras de Cristo, considerando tais obras como fruto da atuação do diabo. É este o pecado imperdoável: a blasfêmia contra o Espírito Santo. Sempre que o espírito de Deus atuar poderosamente e tal fato for interpretado como uma atuação do diabo, isto constituirá uma blasfêmia contra o Espírito Santo.
Outros versos podem nos ajudar a confirmar qual é o pecado imperdoável: deixar de reconhecer as obras de Deus diante das evidências:
“Respondeu-lhes, Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado.” - João 9:41.
“Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado... Se eu não tivesse feito entre eles tais obras, quais nenhum outro fez, pecado não teriam; mas agora não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim, quanto a meu Pai.” - João 15:22 e 24.
Estes dois versos abrem o horizonte de compreensão dos pecados que podem e que não podem ser perdoados. O pecado imperdoável é testemunhar as obras e evidências de Deus e considerá-las como algo do demônio. É rejeitar as evidências claras do poder de Deus, considerando-as como obras de Satanás. Para este pecado não há perdão.“Se fosseis cegos”, disse Jesus, “não teríes pecado algum”. Isto significa que se não houvesse evidências visíveis do poder de Deus, a incredulidade da liderança judaica poderia ser justificável, pois neste caso tratar-se-ia de um pecado apenas contra o Filho do homem. Jesus complementa: “Porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado”.
Há pessoas que crêem sem precisar ver - são bem-aventurados. Há outros que precisam ver para crer - Deus pode ajudá-los na falta de fé. Há, porém, um terceiro grupo que, mesmo vendo, não crê - os céticos. E, finalmente, há um quarto grupo: aqueles que vêem as evidências e obras miraculosas de Deus, não crêem e, além disso, atribuem tais obras ao demônio. Estes estão lutando contra Deus e cometendo o chamado pecado para a morte, pelos quais, segundo o apóstolo João, “não digo que rogue” (I João 5:16). É esta a blasfêmia contra o espírito Santo.
A celebre oração intercessória de Cristo no Calvário, “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”, mostra que os que lhe repartiam as vestes (Lucas 23:34) não haviam cometido o pecado para a morte, o pecado contra o Espírito Santo.
De fato, os romanos não haviam tido a mesma oportunidade de testemunhar as obras de Deus através do Filho do homem. Herodes, ao julgar a Cristo, desejava ver sinais, mas Cristo não lhe respondeu com palavras. (Ver Lucas 23:8 e 9). Por isso, o pecado dos soldados romanos foi contra o Filho do homem, um pecado perdoável que mereceu uma oração intercessória de Cristo. Os romanos não pecaram contra o espírito Santo, pois não tinham observado as evidências e obras de Cristo realizadas através do espírito de Deus. Cristo disse a Pilatos: “Aquele que me entregou a ti maior pecado tem.” (João 19:11).
Quando os romanos testemunharam evidências sobrenaturais não hesitaram em reconhecer a divindade de Cristo.
“O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus.” - Mateus 27:54.
Muitos crentes sinceros, baseados na tradição trinitariana que receberam e que sempre professaram, podem imaginar que aceitar qualquer outro ensino sobre o Espírito Santo seria um pecado imperdoável. Não estaríamos rebaixando o espírito de Deus se não o considerarmos como uma pessoa divina? A Bíblia é clara sobre o pecado imperdoável: Blasfemar contra o espírito Santo é desprezar as abundantes evidências que temos à nossa disposição atribuindo tais evidências ao poder do diabo, assim como fizeram os judeus na época de Cristo. Só blasfema contra o Espírito Santo quem resiste contra o poder de Deus revelado em suas palavras e obras e os atribui ao inimigo. Deus não leva em conta os tempos de ignorância (Atos 17:30), mas exige um posicionamento firme daqueles que recebem a luz.
“A condenação é esta: A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as obras deles eram más.” - João 3:19.
Prezado irmão. Blasfemar contra o Espírito Santo é desprezar as inúmeras evidências bíblicas sobre sua obra e natureza. É se agarrar a conceitos pré-estabelecidos desprezando a luz que emana do espírito Santo de Deus.
“Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá.” - Lucas 12:48.
Fica demonstrado aqui que o episódio relatado em Mateus 12 e Marcos 3 sobre o pecado imperdoável é, na verdade, um testemunho contra o trinitarianismo e um alerta contra os que desprezam as evidências da Palavra de Deus.
“Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operara a maior parte dos seus milagres, o não se haverem arrependido, dizendo: Ai de ti, Corazin! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se operaram, há muito elas se teriam arrependido em cilício e em cinza. Contudo, eu vos digo que para Tiro e Sidom haverá menos rigor, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o céu? até o inferno descerás; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje.
Contudo, eu vos digo que no dia do juízo haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para ti. Naquele tempo falou Jesus, dizendo: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” - Mateus 11:20-27.
A encarnação de Yahweh na pessoa de Jesus Cristo é um dos maiores mistérios de Deus. Ficamos maravilhados em saber que o Supremo Criador tenha se identificado com as sua criaturas. Tal resposta para isso se encontra em João 3.16. Verdadeiramente, se a encarnação é um mistério de Deus, então, humanamente falando, não poderá ser perfeitamente explicada.
Diante disso, o que temos a fazer é pedir que o Espírito Santo continue nos ajudando, na tentativa de ao menos limitadamente explicar a misteriosa encarnação do Logos, pois esta obra é dEle.
O trinitarianismo afirma que o Filho de Deus pré-existente (segunda pessoa da Trindade) se encarnou, vindo assim, a ter duas naturezas, a divina que já tinha e a humana a qual veio a possuir por meio de seu nascimento virginal. Sendo assim, afirma a doutrina trinitarista que houve uma fusão entre divino-humano.
É bom salientar que, este conceito definido como fusão do divino e o humano, toma um caminho totalmente contrário da encarnação, nada tem a ver com encarnação que a Bíblia realmente ensina. Se houve uma fusão, então, não houve uma encarnação ou vice-versa, pois, ambas são coisas realmente opostas.
As passagens que falam como seria a encarnação do Logos (a Palavra), estão em Mateus 1.18-25 e Lucas 1.31-35. Elas nos dizem que Maria se achou grávida do Espírito Santo. O Anjo disse a José: «Não temas receber Maria tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo» (Mat 1.18, 20).
Quando se fala na encarnação de Cristo, a idéia que se tem (com afirma os trinitarianos) é que houve a fusão do divino com o humano, ou seja, de que o Filho eterno se encarnou, tornando-se homem. Outros ainda acham que Maria foi apenas uma espécie de «incubadora».
Respondendo os dois conceitos acerca da encarnação. Este último conceito, que diz que Maria foi apenas uma espécie de incubadora, na sua maneira de ilustrar a encarnação, contraria na verdade uma real encarnação, colocando Jesus Cristo, não como um autêntico Homem, mas, como um Cristo docético, que apenas parecia ser humano. Dissemos assim, é porque se Maria foi apenas uma incubadora, deveras então, que o corpo físico de Jesus não era produto de Maria, mas, do Espírito Santo. O que contradiz uma verdadeira encarnação.
Como se sabe, o homem é um ser espiritual, possui um corpo físico, mas é também dotado de um espírito (ou alma), que é realmente o homem essencial. O corpo físico é um “veículo de expressão” da alma neste mundo. Jesus Cristo foi totalmente humano (vede), por isso possuía tanto um corpo físico como um “espírito humano” (Mat 26.38,27.50 e Atos 2.27). Se Jesus não tivesse um espírito humano, então não seria humano.
Maria contribuiu com a encarnação, sim, pois a carne e o sangue, e toda a matéria que compõe um corpo físico provieram de Maria. Agora o «espírito humano» de Jesus foi um ato direto «..gerado pelo Espírito Santo» em Maria. Por conseguinte, foi o «espírito humano» de Cristo que o Espírito Santo gerou em Maria: Por exemplo, os seres humanos foram dotados e capacitados por Jeová para gerar tanto o corpo físico como o espírito (ou alma) humano. O homem e mulher foram capacitados para gerar tanto o corpo físico com a alma, sendo assim, a alma é gerada pela coabitação do homem com a mulher. Este tipo de origem da alma é chamado de traducionismo. Essa teoria da origem da alma, chamada traducionismo, era defendida a princípio pelos estóicos, e mais tarde, por Agostinho. Essa teoria supõe que o homem e mulher, como seres físico-espirituais que são naturalmente, e sem qualquer intervenção direta e continua da parte de Deus, produzem seres que são tanto físicos como espirituais – os seus filhos. E isso significa que tanto a «alma» (ou espírito) como o corpo físico seriam produtos da procriação. Sobre este assunto, estaremos falando futuramente, aliás, este é um assunto muito importante, onde poderemos conhecer a nós mesmos. O homem é um ser essencialmente espiritual, embora temporariamente esteja aprisionado a um corpo físico. Por isso, como espírito (ou alma) que é o homem essencial, ele é imortal. Há alguns, ditos “cristãos”, que não crêem na imortalidade da alma, mais isso não muda a verdade, sobre a imortalidade da alma.
Seguindo a linha ordinária da procriação dos seres humanos, segundo os conceitos bíblicos, se confirma que todos os seres humanos nascem em pecado, ou seja, nascem pecadores, que é o fruto da nossa natureza caída, conhecida como «pecado original» (Sal 51.5, Ef 2.3; Rom 3.23; 5.12). A sede do pecado é essencialmente a alma e não o corpo físico do homem, ao contrário da idéia gnóstica (dos dias apostólicos), que asseveravam que o corpo físico é que era mal, que então deveria ser destruído para que a alma fosse liberta.
Caso o corpo físico fosse a sede do pecado, então Jesus seria pecador, sendo que a carne e o sangue de Jesus provieram de Maria. Por outro lado, como o espírito (ou alma) é que é a sede do pecado, por isso o espírito foi gerado pelo Espírito Santo, para que viesse a ser impecável. Portanto, resumidamente expondo o trabalho do Espírito Santo foi gerar no ventre de Maria o espírito humano de Jesus, isto é o que deixa subentendido nas palavras de Maria, ao questionar as palavras do anjo sobre o nascimento de um filho; «... como será isto, pois não tenho relação com homem algum?» Confira a resposta do anjo a Maria no versículo seguinte (vs.35).
O espírito humano gerado por Espírito Santo no ventre da virgem (na ocasião) Maria, deu origem à célula inicial, conseqüentemente o embrião em todas as fases de seu desenvolvimento. Verdadeiramente o Pai de Jesus foi o Espírito Santo, e a sua mãe foi Maria. É plenamente ridícula àquela idéia que diz que Maria é mãe de Deus. Deus, o Supremo Criador de todas as coisas, não tem pai e nem mãe, Ele dependeu e não depende de ninguém para existir. Maria foi mãe da natureza humana de Yahweh, chamada de Jesus. Por conseguinte, o corpo físico de Jesus (a carne, o sangue, etc.), proveio de Maria, enquanto, que a alma (ou espírito) de Jesus proveio exclusivamente do Espírito Santo (Mat 1.18, 20). Somente assim, é que Jesus Cristo poderia ser impecável, pois o seu espírito (ou alma) não foi gerado no modo ordinário, na maneira geral em que é gerado o espírito do homem (como já vimos acima), ainda que fosse um espírito inteiramente humano. Então, a impecabilidade de Jesus Cristo é o resultado da operação do Espírito Santo, o qual gerou no ventre de Maria um espírito humano, sem qualquer mancha de pecado. O próprio Jesus desafiou os judeus acerca de sua impecabilidade: «Quem dentre vós me convence de pecado?» (João 8.46). Por conseguinte, o Espírito Santo gerou no ventre de Maria o seu espírito humano, vindo a chamar de Jesus, o Filho de Deus. Fica explicitamente bem claro, que não houve qualquer fusão de naturezas, em que uma suposta segunda pessoa da Trindade viesse a se unir com a natureza humana de Jesus.
Verdadeiramente, quem se encarnou, como Jesus de Nazaré, não foi um tal de Deus Filho pré-existente (até porque que em nenhum lugar do Novo Testamento, Jesus é chamado de «Deus Filho», tão somente de «Filho de Deus», os quais são termos totalmente opostos), a segunda pessoa da Trindade, como afirma o trinitarianismo, mas sim, Jeová (o Deus Uno), Ele próprio é quem se encarnou. Sim, o próprio Deus Altíssimo, o Espírito Santo, é quem gerou no ventre de Maria o seu espírito humano, tornando-se humano como nós, com exceção de sua impecabilidade. A sua sujeição aos limites humanos, o fez que se esvaziasse, «... assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana...» (Filip 2.7 ss.). É evidente que, muitos daqueles que crêem naquela doutrina pagã, chamada Trindade, tentarão repudiar essa verdade, pois o conceito que aprenderam sobre essa doutrina, parece que se adapta mais facilmente com os seus raciocínios e credos, com àquilo que ensinam as suas denominações, ou talvez por uma pura acomodação mental. Constitui-se como o maior mal, quando as pessoas tentam encaixar o Deus Onipotente dentro da lógica humana, e é justamente por essa causa, que inventaram a tal doutrina da Trindade, a qual descreve o Deus Eterno, subsistindo em três pessoas divinas; o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito. É muito desconcertante, quando analisamos as tentativas do homem, tentando explicar a Pessoa e as operações de Jeová Deus, seguindo à maneira humana das razões, querendo explicar Deus com os seus intelectos. A doutrina da Trindade é um credo inventado pelos homens, que não encontra respaldo na Bíblia. Só podemos encontrar algum tipo de respaldo bíblico, quando somos desonestos com as interpretações bíblicas, isto é, quando queremos que a Bíblia diga o que ela realmente não diz.
Explicitamente, a encarnação foi uma das mais belas de toda a criação que Jeová fez. Essa nova criação («misteriosa») se resume na revelação, na manifestação, e na identificação do próprio Deus Altíssimo aos homens e com os homens (João 14.9 ss.), o Emanuel, Deus conosco (Isaías 7.14, Mat 1.23).
Jesus Cristo é a revelação real, final e mais completa que se tem de Jeová. Ele é realmente é o próprio Pai que se revelou aos homens como Filho de Deus, por causa da sua humanidade. E esse mesmo «Filho de Deus» era ao mesmo tempo «Filho do Homem».
No momento, é inútil tentarmos detalhar um conceito completo sobre o Deus Yahweh, mas, futuramente, segundo as revelações do Espírito Santo, teremos alguns detalhes a mais, a esse respeito, embora longe de ser completo, pois, somente poderemos conhecê-lo e descrevê-lo por completo, não neste mundo, mas no mundo espiritual (1 João 3.2).
Portanto, Jesus Cristo, é o Homem do Céu, porque o seu espírito humano foi gerado diretamente pelo Espírito Santo, sem qualquer intervenção ou participação do homem, nesta geração. O espírito (ou alma) humano de Jesus de Nazaré, foi uma criação direta do Espírito Santo, «...não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo» (Mat 1.20). O espírito humano de Jesus proveio do Espírito Santo, mas a carne e o sangue, e, todos os elementos que compõe o corpo físico do homem, provieram de Maria; «...nascido de mulher...» (Gál 4.4). Resumidamente, a verdadeira encarnação se consiste pelo fato de que o Deus Altíssimo, que é o próprio Espírito Santo, gerou o seu espírito humano no ventre da virgem Maria, tornando-se verdadeiro homem, e, é isto que está implícito em Filipenses 2.6-8. Por isso, Jesus Cristo era Homem e não Deus. É bom não esquecermos, que estamos falando de Jesus Cristo, a partir da sua encarnação até a sua morte, pois a partir de sua ressurreição, o assunto é diferente. A ressurreição trouxe uma mudança significativa a respeito da pessoa de Jesus Cristo. As limitações que Ele outrora tinha aqui na terra, não existem mais, agora Ele passou a ter «..toda a autoridade, no céu e na terra» (Mat 28.18). Tomé reconheceu a Jesus como sendo o seu Deus, «...Senhor meu e Deus meu!» (João 20.28). Em seu ministério público, ninguém dirigiu a Jesus chamando-o de «Deus» e nem de «Deus Filho».
É interessante notarmos que, quem gerou o espírito humano em Maria, chamado Filho de Deus, foi o Espírito Santo (o qual dizem os trinitarianos ser a segunda pessoa da trindade), que é na verdade o «Pai» de Jesus Cristo (ver Mat 1.18,20); mas, por que então, é que a Bíblia diz que o Seu Pai é o Deus Altíssimo, ou seja, Jeová, e, não o Espírito Santo? Essa aparente contradição de paternidade, categoricamente expressa à existência de um Deus Uno, e, não de um Deus Trino. Ou seja, o mesmo Espírito Santo é chamado de «Pai», por Jesus. Por conseguinte, não há nada de contraditório pelo fato do Espírito Santo gerar Jesus, mas o N.T. dizer que o Pai de Jesus é o Deus Altíssimo (João 17.1), isto porque falar do Espírito Santo é o mesmo que falar do Deus Yahweh, pois, é falar e expressar uma mesma Pessoa. Deus não é trinitário, o Deus Verdadeiro é Uno. Aplicar o trinitarismo ao Deus Verdadeiro é uma das maiores falácias do homem. Isto é uma «humanologia» e não uma teologia, propriamente dita. É uma das idéias mais ridículas do homem, ao tentar descrever e explicar Deus e as suas operações. A Bíblia diz: «Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz Jeová, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos (Is 55.8,9). Não podemos definir Deus à maneira humana. Não podemos limitar ou encaixar a existência divina, dentro da moldura de nossos raciocínios, enquadrando-o dentro da lógica humana. O nosso nível de compreensão acerca de Deus é realmente baixíssimo, nossas meras palavras, não podem explicar a substância divina. Como dizem os versículos acima, os caminhos e os pensamentos do Deus Jeová, são realmente elevadíssimos, em relação aos nossos. Se quisermos conhecer a Deus Jeová, então, precisamos da sua revelação, da sua Sabedoria e não, da teologia humana, que somente nos afasta da verdade e produz um Deus ao alcance de nossos olhos. A Doutrina da Trindade, não é uma teologia, mas uma humanologia. Trindade existe sim, mas uma Trindade Satânica, onde os seus componentes são: Satanás, o Anticristo e o Falso profeta (Apoc 12 -13).
Quando se pergunta sobre a origem celestial de Jesus Cristo, as pessoas são levadas a crer (citando, por exemplo, João 1.1-14), que Cristo já existia antes da encarnação, como Filho de Deus, isto é, que Ele era pré-existente como pessoa distinta do Pai. Essa forma comum de expor a identidade celestial de Jesus, até parece expressar a realidade.
Segundo este tipo de raciocínio ou interpretação (se é que é uma interpretação, pois vemos nisso claramente uma “acomodação” bíblica), de acordo com as passagens de João 1.1-14; Filipenses 2.6,7, a definição sobre a encarnação do Logos, tem sido esta: Na encarnação houve uma fusão entre o divino (Logos) e o humano (Jesus), de modo que Ele continuou sendo Deus (distinto do Pai), que ele não renunciou os atributos divinos como onisciência, onipresença, sendo que a sua renúncia consiste no fato de que ele assumiu a forma dum servo e ocultou a sua glória natural, tornando verdadeiro homem. Este tipo de definição tem sido a crença ensinada até os dias atuais.
A fusão do divino-humano é uma tentativa de explicar a encarnação de Cristo, baseada na sua existência como pessoa separada do Pai. Estritamente falando, de acordo com os ensinamentos bíblicos, a união do divino-humano, não significa de modo algum uma encarnação, outrossim, isto é expressar de que Jesus Cristo foi «aparentemente» humano (docético). Portanto, este tipo de ensino é o mesmo que era ensinado pelos gnósticos, um grupo herético da era apostólica, agora com uma roupagem diferente.
Veja bem, se Jesus Cristo era ao mesmo tempo divino e humano, então a sua humanidade não era total, ou seja, daí seria ele era meio Deus e meio homem, daí pode-se dizer que os seus sofrimentos, bem como a sua crucificação e morte, não foram reais, apenas aparentemente reais, pois contava com o seu lado divino, o qual poderia ter amenizado ou reduzido a zero, todos os seus sofrimentos, dando somente uma impressão que era real. Fusão, não é o mesmo que encarnação, resumidamente; a crença que se tem quanto à origem celestial Cristo, é que em seu estado pré-existente como logos (distinto do Deus Altíssimo - como Filho), se encarnou tornando-se também homem (Jesus), vindo a possui uma natureza divina e humana, e que exerceu o seu ministério compartilhando ao mesmo tempo com duas naturezas.
A Bíblia não ensina-nos em parte alguma, que o homem Jesus de Nazaré compartilhava ao mesmo tempo com duas naturezas, ou seja, a natureza divina e humana; mas tão somente uma única natureza, a humana.
Jesus sempre se colocava como sendo «um enviado de Deus», como sendo o Filho que o Pai enviou a este mundo (João 3.16,17; 6.38; 7.29; 8.42; 9.4; 10.36; 17.3,8,21)
Em João 1.1, uma passagem bem conhecida e, empregada com freqüência, como meio de expor a pré-existência de Cristo, como pessoa distinta do Deus Altíssimo diz: Vede os versos 2- 4 e 14.
Dizer que Jesus foi Filho de Deus desde a eternidade, ou seja, que Ele já existia antes da sua encarnação e que não foi o nascimento virginal que o fez Filho de Deus, embasado aparentemente em alguns versículos (como 1.1-14 e Filip 2.6), é desconhecer a pessoa de Jesus Cristo. Maria não foi apenas «uma espécie de incubadora», Maria participou ativamente da encarnação de Jesus. Embora a expressão «Filho de Deus», tenha uma aplicação mais ampla do que apenas o nome de Jesus, no entanto, com a respeito a Cristo se aplica precisamente pelo fato que o seu espírito foi gerado em Maria pelo Espírito Santo. Nisto é que consiste a origem celestial de Jesus.
Cristo já existia sim, antes da encarnação, não como uma pessoa distinta do Deus Altíssimo, pois Ele próprio é o Deus Altíssimo, o «EU SOU» (João 8.58). Na sua encarnação (Jo 1.14), Ele «...se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e, reconhecido em figura humana, assim mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz» (Fp 2.7,8).
Yahweh, ao se encarnar, tomou a posição de Filho de Deus (João 1.15), não deixando de ser Deus, ou seja, como «Pai» Ele continuou sendo o El Shadday, e, com Filho Ele era Jesus Cristo. Alguém pode argumentar, como que uma pessoa somente seria Pai e Filho ao mesmo tempo? A resposta é, em que é composta a Natureza divina? Jesus disse à mulher Samaritana «...Deus é Espírito...», alguém pode explicar em que se consiste a composição do Espírito? Ou, alguém pode explicar «um milagre»? Porventura, não são coisas que os nossos raciocínios não conseguem explicar! Lembre-se, que a encarnação do Logos, é um dos maiores milagres que a humanidade recebeu. Então, não adianta martirizar a nossa mente, querendo que a encarnação da Palavra, seja algo que esteja ao alcance da lógica humana. Deus é Espírito, e isto basta!
A expressão «Unigênito do Pai», de João 1.15, não expressa à geração eterna do Logos, como entendem e afirmam. O sentido aqui expresso, refere-se ao nascimento virginal de Jesus, ou seja, é a partir do seu nascimento virginal é que Ele veio a ser o «Unigênito» de Deus. Adam Clark expressou corretamente ao dizer: «Isto é, o único filho nascido de uma mulher, cuja natureza humana não derivava do modo ordinário de geração; porque era mais uma criação, operada no ventre da virgem mediante a energia do Espírito Santo». Isto não é àquilo que os teólogos têm chamado de “geração eterna”; pois esse tipo de ensino tem como propósito em defender a pré-existência de Jesus, como Filho de Deus (como pessoa distinta do Pai), antes da encarnação. Em defesa da tal trindade, eles fazem de tudo, até mesmo engenhosas interpretações ou acomodações bíblicas.
A idéia de uma geração eterna do Filho, contraria o monoteísmo. Pois, se Filho já existia como pessoa distinta do Pai, então, o cristianismo não seria uma religião monoteísta, mas sim, triteísta. É muito ridículo o conceito, de que crer numa trindade, é crer no monoteísmo.
A Bíblia ensina-nos, que Cristo foi um Homem, um Homem Celestial. Paulo o chama de «último Adão». «O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e, sim, o natural: depois o espiritual. O primeiro homem formado da terra, é terreno: o segundo é do céu» (I Cor 15.45-47). Jesus foi um homem espiritual, do céu, porque o seu espírito (ou alma) era puro. O seu espírito humano, não foi criado do modo ordinário, isto é, da mesma maneira que são criados os espíritos dos homens em geral. Pois o espírito humano de Jesus, foi criado pela energia ou poder, direto do Espírito Santo (Mat 1.18-20; Luc 1.31-35). Esse espírito humano, gerado pelo Espírito Santo, no ventre da virgem Maria, é que veio a ser o Homem Jesus Cristo, chamado Filho de Deus. Esse mesmo espírito humano, era do próprio Espírito Santo, e, que é o mesmo Deus Altíssimo. O Logos, a Palavra, que é o mesmo Deus Altíssimo, e não uma pessoa distinta do mesmo, se encarnou, tornou-se humano, após gerar em Maria o seu próprio espírito humano, igual ao nosso espírito (ou alma), com exceção de sua impecabilidade. Assim, o Deus Jeová, veio habitar entre os homens, como homem, chamado pelo profeta Isaías de Emanuel (Isaías 7.14). «Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, em trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação deles» (Hebreus 2.10). Quando se fala que Jesus precisou se aperfeiçoar, e que seu ministério público foi pautado pelo aperfeiçoamento, muitos ficam até escandalizados e procuram se esquivar dessa realidade. Aqueles que negam ou não acreditam que Jesus precisou se aperfeiçoar é porque desconhecem o sentido da encarnação. É porque não conseguem ver que Jesus, o Cristo, era totalmente humano. Ou ainda, tentar afirmar de que o aperfeiçoamento de Jesus não foi real, claramente isto é negar inteiramente a sua humanidade. Neste caso, se o aperfeiçoamento de Jesus não foi real, então a sua morte também não foi real, somente fingia sê-la. A igreja moderna, não aceita o fato de que Cristo em seu Ministério terreno precisou se aperfeiçoar, pois acham que como Deus que ele era, não precisava passar por um aperfeiçoamento, pois Deus é perfeito em todos os sentidos. Na verdade, os cristãos de maneira geral têm identificado Jesus como sendo docético, ou seja, que apenas parecia ser humano.
É bom estarmos bem conscientes de que Jesus Cristo foi inteiramente humano, e, não uma espécie de “semideus”. A encarnação de Yahweh na pessoa de Jesus Cristo colocou limites à sua Pessoa, se não houvesse tais limites, então não seria uma encarnação, talvez uma fusão, como defende o trinitarianismo. «Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas concernente a Deus, a fim fazer propiciação pelos pecados do povo» (Hebreus 2.17).
«Em que sentidos Cristo foi aperfeiçoado? Isto pode ser visto nos pontos abaixo discriminados:
1. Não pode significar purificado de qualquer fraqueza moral ou pecado, pois este livro (Hebreus) defende a impecabilidade de Cristo (ver Heb 4.15; João 8.46; II Cor 5.21; Heb 7.26; I Ped 1.19 e 2.22).
2. Mas ao identificar-se com o homem, ele tomou sobre si mesmo as imperfeições humanas como ser, precisando ser aperfeiçoado segundo as «qualidades morais positivas» de Deus, como a fé, o amor, a bondade, a justiça etc. (Gál 5.22,23). Na qualidade de homem, pois, Jesus teve de aprender a buscar as perfeições divinas, tal como todos os homens devem fazê-lo. Nessa inquirição espiritual ele se tornou o nosso grande «Líder». E então, sendo aperfeiçoado pessoalmente, veio a mostrar a outros homens como se deve buscar a perfeição. Para todos os remidos o «estar aperfeiçoado» excede em muito à ausência de pecado. Significa, igualmente, a participação em todas as perfeições positivas e em todos os atributos morais de Deus. Estritamente falando, somente Deus é perfeito, embora que possa haver outras criaturas que são impecáveis. Cristo, em sua humanidade, buscou e obteve as perfeições de Deus, tal como devem fazê-lo todos quantos estão remidos nele.
3. Além disso, Jesus foi aperfeiçoado em sua missão remidora no sentido que tudo quanto foi exigido dele foi formado nele, mediante os sofrimentos. O redentor, a fim de que pudesse remir, teve de morrer. Sua morte e ressurreição eram elementos necessários para qualificá-lo como perfeito e completo redentor. Ele não era um redentor imperfeito e incompleto.
4. Uma vez que a missão de Cristo se completou, ele foi glorificado. Isso o aperfeiçoou, certamente. Ele estava incompleto sem tal elemento. O próprio homem, embora fique totalmente sem pecado, se não tiver obtido total glorificação em Cristo, ainda não está aperfeiçoado.
5. O Líder ou Autor da redenção deve possuir tudo quanto ele espera da parte dos remidos. É mister que sua humanidade seja aperfeiçoada; e deve ter em si mesmo toda a experiência humana, como a alegria e a tristeza, como o esforço para obter a vitória na inquirição espiritual. É mister que tenha tudo e passe por tudo quanto os remidos experimentarão. Ora, isso ocorreu na encarnação, e foi um aperfeiçoamento do Redentor. Nisso se vê quão profundamente ele está associado a nós. Ele tomou sobre si tudo quanto somos, a fim de podermos obter tudo quanto ele é, em sua glorificação, em que ele entrou, devido à sua perfeição». (Champlin)
O que Jesus fez, fê-lo como homem; o que ele sofreu e aprendeu, fê-lo como homem, suas obras poderosas eram feitas através do poder do Espírito Santo; e esse mesmo poder o transformou e espiritualizou como homem, tal e qual deve suceder a todos os remidos. De maneira bem real, Jesus, como homem, precisava ser aperfeiçoado e o foi em sua experiência humana. Por semelhante modo, seus irmãos devem passar eventualmente por esse processo de aperfeiçoamento. Em sua função mais elevada, isso consiste em trazer o infinito para o finito, de trazer o divino para o que é humano. «Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado» (Hb 4.15)
«...compadecer-se...» Temos no grego o vocábulo sumpatheo, que significa «mostrar simpatia por», «simpatizar com», dando a idéia de sentir e compreender nossas fraquezas. Cristo sabe o que sofremos e sob quais condições vivemos; mas ele também sente o peso e a carga da existência mortal, devido ao próprio fato que compartilhou de nossa natureza e experiência humanas.
«...fraquezas...» Isso fala de debilidades morais e físicas, de paixões humanas, de limitações, de impulsos biológicos, pontos de vista morais imperfeitos, de consciência que predispõe ao pecado, que facilita a prática do pecado e dificultam tremendamente a vitória moral. Ora, Cristo participou das emoções humanas, como o temor, a tristeza, o temor da morte. Desse modo ele aprendeu a confiar. Obteve a vitória. Cristo conhece experimentalmente todas essas coisas, pois participava perfeitamente das condições humanas. Não estava acima delas; participou diretamente das mesmas. Além de preparar a Cristo para a cruz, para que ele seja um sacrifício sem mancha, isso também preparou-o para o seu oficio sumo sacerdotal, pois só podia interceder por um povo que compreendesse totalmente, por quem tivesse absoluta simpatia; mostrou-nos também como nos devemos desenvolver e ocupar da inquirição espiritual.
Cristo venceu tudo, mas «...sem pecado...». Jesus mostrou que a natureza humana não precisa do pecado como um de seus elementos. Pois, a verdadeira natureza humana é impecável, como eram Adão e Eva, antes de haverem sido enganados pelo Diabo. A natureza humana pervertida é que peca. Precisando então ser redimida. Jesus era possuidor da verdadeira natureza humana, que é impecável. A impecabilidade de Cristo o qualificou-o preeminentemente para o sumo sacerdócio, pois ele, diferentemente de outros, não precisava oferecer sacrifício por si mesmo. A impecabilidade de Cristo, pois, deve significar mais do que a rejeição de atos pecaminosos; ele nunca favoreceu à atitude do pecado; não pecou em seus desejos e em seus motivos. Muito menos em suas ações. Cristo resistiu todas as tentações humanas, sem ceder às mesmas. Cristo era humano tal a qual somos humanos; não possuía alguma natureza humana diferente, como a do homem «antes da queda». Ele foi enviado «na semelhança de carne pecaminosa», isto é, compartilhou da mesma natureza dos homens, a qual fora debilitada e degradada pelo pecado, embora ele mesmo não tivesse qualquer pecado pessoal. Contudo, ele compartilhou do «desastre da natureza humana», que resulta do pecado.
Tudo que Cristo fez, sofreu e experimentou, fê-lo como homem. Quanto as suas vitórias e milagres Ele aprendeu a usar o poder do Espírito Santo, que está a disposição de todos os homens; por isso, a declaração que diz que podemos fazer obras como as suas, e maiores ainda (João 14.12). Ele se limitou às condições humanas a fim de mostrar o grande potencial da humanidade quando impulsionada pelo Espírito Santo. Esse poder o transformou como homem espiritualizando-o, tornando o Pioneiro do Caminho, e não apenas o próprio Caminho. Como mostrou-nos como os homens podem ser espiritualizados, assim chegando a participar de sua natureza celestial, tal como ele antes compartilhou perfeitamente da nossa humilde humanidade.
Por conseguinte, o sofrimento da morte experimentado por Jesus, foi inteiramente necessário para qualificá-lo a funcionar como Salvador dos homens.
Fatos a considerar
1. Cristo se identificou totalmente conosco, em nossa natureza humana, a fim de que, eventualmente, pudéssemos identificar-nos totalmente com ele, em sua natureza divina. Portanto, a própria salvação consiste da condução de «muitos filhos» à glória (ver Hebreus 2.10).
2. Em sua encarnação, ele se autolimitou, e, por isso mesmo, usualmente realizou tudo pelo poder de sua humanidade espiritualizada, mediante a virtude da presença e da capacitação dada pelo Espírito Santo.
3. Embora impecável (ver João 8.46 e Heb 4.15), Cristo aprendeu certas coisas por meio daquilo que sofreu, e assim, como homem, foi aperfeiçoado. Isso é nos ensinado em Hebreus 5.8,9. Por conseguinte, em tudo isso ele foi aperfeiçoado como simples homem, e não como Deus. b Como homem, ele demonstrou aos demais homens qual o caminho do desenvolvimento espiritual, porquanto realmente atravessou esse caminho.
4. Ele tomou sobre si o nosso tipo de natureza humana, debilitada como está pelo pecado (ver Rom 8.3), embora nunca houvesse cometido pecado. Não obstante, em sua humanidade, ele teve que abordar os mesmos problemas e fraquezas que nos afligem. Em Jesus, pois, Deus irrompeu no mundo, e assim permitiu que os homens alcançassem autêntica vitória espiritual.
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