CRISTOLOGIA
ESTUDO SOBRE CRISTO
I. A NATUREZA DE CRISTO
1. Filho de Deus (deidade).
2. O Verbo (preexistência e atividade eternas).
3. Senhor (deidade, exaltação e soberania).
4. Filho do Homem (humanidade).
5. Cristo (título oficial e missão).
6. Filho de Davi (linhagem real).
7. Jesus (obra salvadora).
II. OS OFÍCIOS DE CRISTO
1. Profeta.
2. Sacerdote.
3. Rei.
III. OBRA DE CRISTO
1. Sua morte.
a. Sua importância.
b. Seu significado.
2. Sua ressurreição.
a. O fato.
b. A evidencia.
c. O significado.
3. Sua ascensão constituiu-o.
a. O Cristo celestial.
b. O Cristo exaltado.
c. O Cristo soberano.
d. O Cristo que prepara o caminho.
e. O Cristo intercessor.
f. O Cristo onipresente.
g. Conclusão: valores da ascensão.
I. A NATUREZA DE CRISTO
1. Filho de Deus (Deidade)
O título “Filho de Deus” significa um nascido de Deus, Ele
é o filho de Deus no sentido único.
(a).Consciência de si mesmo. Lucas em seu livro nos relata
que Jesus estava ciente de duas coisas: a primeira, uma revelação especial para
com Deus a quem Ele descreve como seu Pai; segunda uma missão especial na
terra.
Quando exatamente o conhecimento de si veio a Ele, certo é
permanecer em mistério, mas acreditamos que ao estudar as sagradas escrituras
de Deus, veio a Ele a revelação de que seria o Messias.
Por muitas vezes foi confirmado seu conhecimento íntimo
para com Deus, no rio Jordão; no deserto resistindo a satanás, e,
principalmente diante do concilio judaico Ele afirmou ser O Filho de Deus,
mesmo sabendo que isso significaria sentença de morte.
(b) As reivindicações de Jesus. Ele exigia uma rendição e
uma lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar, insistia em uma
absoluta rendição da parte dos seus seguidores.
Se Ele dissesse que era divino, sabendo que não era então
não seria bom; se ele falsamente se imaginasse Deus, então não poderia ser
sábio.
(c) A autoridade de Cristo. Jesus em seus ensinos falava
com a autoridade do próprio Deus, Ele nunca usou meias palavras ou expressões
de si mesmo. Temos como exemplo o sermão da Montanha (Mat. 7:24).
(d) A impecabilidade de Cristo. Nas palavras e nas obras
de Jesus há ausência completa do pecado, porém, conhecia profundamente o mal.
Mas em sua alma não havia a mais leve sombra do pecado, isto é, Jesus não era
de uma natureza pecaminosa, e sim concebido pelo “Espírito Santo”.
(e) O testemunho dos discípulos. O novo testamento expõe o
seguinte: um grupo de homens que andavam com Jesus e o viu em todos os aspectos
característicos e humanos, mas, mesmo assim mais tarde O adorou como divino, o proclamou
como o poder para a salvação e invocou o seu nome em oração.
2. O VERBO (preexistência e atividade eternas).
A “Palavra de Deus” é o veiculo mediante o qual Deus se
comunica com os outros seres, e é o meio pelo qual Deus expressa o seu poder, a
sua inteligência e a sua vontade. Cristo é a Palavra ou Verbo, porque por meio
dele, Deus revelou sua atividade, sua vontade e propósito, e por meio dele tem
contato com o mundo, o eterno Deus se expressa a si mesmo por meio de seu
Filho, o qual é a expressa imagem da sua pessoa. Cristo não somente traz à
mensagem de Deus, Ele é a mensagem de Deus.
3. SENHOR (deidade, exaltação e soberania).
O título Senhor dado a Jesus indica sua deidade, exaltação
e soberania.
(a) Deidade. Para os judeus como para os gentios o título
“Senhor” usado antes do nome, significava deidade, portanto para os judeus o
Senhor Jesus era claramente uma atribuição de deidade.
(b) Exaltação. Jesus voluntariamente se sujeitou as
limitações humanas, mas sem pecado, mesmo tendo a mesma Natureza de Deus, tomou
sobre si a natureza do homem e fez-se servo do homem e enfim morreu na cruz
pelo próprio homem. E como recompensa merecida foi exaltado ao domínio de todas
as criaturas.
(c) Soberania. Os cristãos primitivos reconheceram
instintivamente como todos os verdadeiros discípulos, que aquele que os redimiu
do pecado e da destruição, tem o direito de ser o Senhor de suas vidas.
4 . FILHO DO HOMEM (humanidade)
(a) Quem? Filho do homem aplicado a Cristo designa-o como
participante da natureza e das qualidades humanas, e como sujeito as fraquezas
humanas. Ao referir-se como “Filho do homem”, Jesus desejava expressar a
seguinte mensagem: “Eu, o Filho de Deus, sou Homem, em debilidade, em
sofrimento, mesmo até a morte, todavia, ainda estou em contato com o Céu de
onde vim e mantendo uma relação tal com Deus que posso perdoar os pecados”.
(b) Como? O Filho de Deus veio ao mundo como Filho do
homem concebido no ventre de Maria pelo Espírito Santo, e não por um pai
humano. Jesus que nasceu milagrosamente viveu milagrosamente, ressuscitou
dentre os mortos milagrosamente e deixou o mundo milagrosamente.
(c) Por que o Filho de Deus se fez Filho do homem, ou
quais foram os propósitos da encarnação?
1. O Filho de Deus veio ao mundo para ser revelador de
Deus.
2. Jesus se fez filho do homem, para que os filhos dos
homens pudessem um dia serem filhos de Deus, e um dia ser semelhante a Ele.
3. Porém o que separa o homem de Deus era o pecado e Jesus
morreu na cruz como sacrifício pelos nossos pecados.
5. CRISTO (título oficial e missão).
(a) A profecia. Desde o antigo testamento os profetas de
Deus já diziam que viria um rei da casa de Davi, ainda maior do que Davi, e que
sobre Ele descansaria o Espírito do Senhor. Seria filho de Jeová, recebendo
nomes divinos, e seu reino seria eterno.
(b) O cumprimento. No Novo Testamento Jesus se declarava o
Messias, o Cristo prometido pelos profetas. Deus ungiu seu Filho com o Espírito
de poder e confirmou em seus ouvidos dizendo: “Tu és o Filho de Jeová, cuja
vinda foi predita pelos profetas, e agora te doto de autoridade e poder para a
tua missão, e te envio com minhas bênçãos”.
O povo ao qual Jesus tinha que alcançar esperava um
Messias mais político, um soldado valente, mas Jesus seguiria a direção de seu
Pai e confiaria somente nas armas espirituais para conquistar os corações dos
homens, ainda que a vereda conduzisse a falta de compreensão, ao sofrimento e
até a morte.
6. FILHO DE DAVI (linhagem real).
Esse título é igual a “Messias”.
(a) A profecia. Davi sempre foi muito fiel a Deus e como
recompensa a tal fidelidade, e à sua casa foi dada uma soberania eterna sobre
Israel. Esta foi à aliança davídica. Nesta época Israel tinha a esperança de
que acontecesse o que fora a nação, no tempo certo de Deus apareceria um rei
pertencente ao trono e a linhagem de Davi.
(b) O cumprimento.
Judá foi levado ao cativeiro e desse cativeiro voltou sem rei para ser
subjugado na Pérsia, mas mesmo assim os judeus nunca perderam a esperança na
profecia em que viria o filho de Davi.
Séculos depois os judeus não foram desapontados, um anjo
desceu a uma judia chamada Maria e lhe disse que em seu ventre ela geraria o
Salvador do mundo. Assim quando parecia que a casa de Davi estava em estado
decadente, veio o Libertador.
7. JESUS (obra salvadora).
Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob lei,
para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de
filhos. E seu nome significava sua missão suprema, “Salvador”.
II. OS OFÍCIOS DE CRISTO
1. PROFETA.
(a) Como profeta Jesus pregou a salvação. O profeta no
Antigo Testamento era o representante de Deus na terra, e exerciam seu
ministério mais importante em tempo de crises quando os homens da lei estavam
confusos a atuar, o profeta entrava com a sabedoria divina e lhes mostrava o cominho
a ser tomado.
A mesma coisa aconteceu com Jesus, Ele apareceu quando a
nação judaica estava quase em decadência.
O Senhor Jesus mostrou o caminho de escape do poder e da
culpa do pecado, não somente a nação, mas também ao individuo. Ele não somente
mostrou, mas também abriu o caminho da salvação por sua morte na cruz.
(b) Como profeta Jesus anunciou o reino. Esse era uns dos
temas pricipais da pregação de Jesus “Arrependei-vos, porque é chegado o reino
dos céus”.
(c) Como profeta Jesus predisse o futuro. Cristo previu o
triunfo de sua causa e de seu reino mediante as mudanças da história humana.
2. Sacerdote.
No sentido bíblico sacerdote é quem representa o homem
perante Deus, e oferece sacrifícios. Porém, Cristo o sacerdote, no calvário
ofereceu a si mesmo, para que o homem tivesse o perdão eterno de Deus e a
salvação.
Apesar de Cristo ter oferecido um sacrifício perfeito uma
vez por todas, sua obra sacerdotal ainda continua.
3. Rei.
O plano de Deus para o Governante foi o de ter os dois
ofícios juntos na mesma pessoa, ou seja, o de sacerdote e o de rei. Esse era o
Messias esperado, um Governante e Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque,
Tal é o Cristo glorificado.
Na presença de Pilatos Jesus testemunhou ser rei, e que
seu reino era celestial, estando pendurado na cruz ele ainda falava como rei,
que o ladrão da cruz o admitiu como o Senhor de sua vida e clamou que Jesus
lembrasse dele quando entrasse em seu reino.
III. A OBRA DE CRISTO
1. SUA MORTE.
(a). Sua importância. A morte expiatória de Cristo é o
fato que caracteriza a doutrina Cristã. O maior evento do Novo Testamento é que
“Jesus morreu na cruz para nos limpar dos pecados deste mundo”.
(b). Seu significado. No principio Deus e o homem tinha
uma relação verdadeira entre eles, mas o pecado veio sobre a vida do homem que
o distanciou de Deus de tal forma que nada podia remover esse grande abismo
entre Deus e o homem. Para essa distância ser quebrada e o homem ser salvo Deus
então enviou seu único Filho para morrer pelo pecado do homem, ficando então o
homem mais uma vez perto de Deus.
2. SUA RESSURREIÇÃO.
(a). O fato. A ressurreição é a pedra angular, pois se
Cristo não tivesse ressuscitado, então não seria o que ele próprio afirmou ser,
e sua morte não seria expiatória.
(b). A evidência. Quem seria um louco de ser martirizado
por testificar a ressurreição de Cristo se tudo fosse uma farsa? Além de Maria
Madalena, os discípulos puderam ver e tocar em suas feridas, e depois mais de
quinhentas pessoas também puderam estar com o Senhor. Tanto discípulos quanto
as pessoas que O seguia foram martirizadas, então se isso não fosse uma grande
verdade até os dias de hoje essa fé já teria se acabado.
(c). O significado. A ressurreição de Cristo não somente
constitui a prova da imortalidade, mas também a certeza da imortalidade
pessoal, isto significa que há juízo futuro. Tão certo como Jesus ressuscitou
dos mortos para ser o Juiz dos homens, assim ressuscitarão também os homens da
morte para serem julgados Poe Ele.
3. SUA ASCENÇÃO.
(a). O Cristo celestial. Jesus que desceu agora subiu para
onde estava antes, e, assim como sua entrada no mundo foi sobrenatural, assim
mesmo foi sua partida. Antes da ascensão, o Mestre aparecia, desaparecia e
reaparecia de tempos em tempos para fazer com que passo a passo os discípulos
perdessem a necessidade de um contacto visual e terreno com ele, e acostuma-los
a uma comunhão espiritual e invisível com Ele.
(b). O Cristo exaltado. Cristo foi exaltado por Deus
segundo a sua obediência até a morte. Também sua lenta ascensão fez com que
olhares vagarosos de discípulos fossem testemunhas deste fato.
(c). O Cristo soberano. Cristo é a cabeça de todo varão, a
cabeça de todo o principado e potestade, todas as autoridades do mundo
invisível e dos homens, estão sob seu domínio. Ele possui essa soberania
universal para ser exercida para o bem da igreja, a qual é seu corpo.
(d). O Cristo que prepara o caminho. Como João preparou o
caminho para Cristo, assim também o Cristo glorificado prepara o caminho para a
sua noiva que é a igreja. A separação entre a igreja e Cristo foi exatamente
para que Ele pudesse preparar o caminho junto ao Pai, para a sua noiva. Em
sentido espiritual, a igreja já está seguindo o Cristo glorificado, e tem-se
assentado nos lugares celestiais, em “Cristo Jesus”.
(e). O Cristo intercessor. Cristo morreu por nós;
ressuscitou por nós; ascendeu por nós; e intercede por nós. Ele é nosso
intercessor, e por isso forma o apogeu das suas atividades salvadoras.
(f). O Cristo onipresente. Após a sua ascensão, Cristo
pode estar em todos os lugares em todas as horas e atendendo a todos que o
clama. Diferentemente de quando estava na terra, pois estava limitado ao corpo
humano e só podia estar em um lugar de cada vez.
(g). Conclusão: Valores da ascensão:
1. O conhecimento interno do Cristo glorificado, a que
brevemente esperamos ver.
2. O conhecimento da ascensão proporciona um conceito
correto da igreja.
3. O conhecimento interno do Cristo glorificado produzirá
uma atitude correta para com o mundo.
5. Junto à fé no Cristo glorificado temos bendita e alegre
esperança de seu regresso.
UM ESTUDO SOBRE A DIVINDADE
DE JESUS CRISTO - JESUS É DEUS
Como as profecias do VELHO Testamento e o ensino do NOVO
Testamento demonstram que o Messias judaico é Deus.
Se existe uma doutrina de grande importância no
cristianismo, essa é a doutrina da natureza de Cristo - Sua divindade e
humanidade.
É somente nesta axiomática doutrina que está edificada a
fé cristã. As Escrituras cristãs, compostas por 66 livros do Velho e Novo
Testamentos, enfatizam a necessidade de um Redentor para os homens que estão em
pecado. Todos eles estão mortos, perdidos e sob a ira de Deus, à espera do
julgamento final pelos seus pecados, a não ser que o Salvador os resgate. Esse
Salvador não é apenas um bom mestre, um homem sábio, como alguns supõem. O
Redentor da Bíblia cristã é o próprio Deus, que toma na carne a forma humana e
morre pelos pecados do Seu povo. Ele é o único homem-Deus, uma Pessoa com duas
naturezas não misturadas, mas unidas. Não existe religião alguma com a
Divindade de um Redentor e a complexidade das duas naturezas do Messias. Sim,
existiram muitas religiões de mistério na antiguidade, as quais, de um modo ou
de outro, enfatizaram uma divindade ou um semideus, vindo para salvar os
homens, ou ajudá-los de várias maneiras. Porém nenhuma delas enfatizou a
divindade suprema de um Deus Todo-Poderoso, o qual tomou a forma humana, para
salvar do horror de Sua própria ira alguns que estavam mortos em ofensas e
pecados. Neste ponto, Jesus Cristo permanece exclusivo. Maomé, Krishna, Buda e
outras figuras religiosas jamais fizeram as afirmações que Cristo fez. Eles
jamais afirmaram ser Deus. Jesus Cristo foi o único homem que afirmou ser Deus
e manteve essa afirmação, sempre e sempre. Neste estudo veremos que os
escritores bíblicos afirmaram constantemente que o seu Salvador era Deus em
carne. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas, mantiveram todos a
afirmação de serem mais iluminados do que os outros, ou divinamente tocados,
mas nunca que eram Deus. Como poderiam fazê-lo? Como poderiam eles comprovar
suas afirmações? Porventura eles podiam ressuscitar os mortos? Podiam
transformar água em vinho? Podiam andar sobre o mar? Não! Somente Jesus Cristo
e unicamente Cristo, afirmou ser Deus.
O objetivo deste artigo é demonstrar o inegável testemunho
bíblico ao fato histórico de que Jesus Cristo, o único Redentor dos homens, é
Deus. Somente Ele fez essa afirmação e o registro bíblico torna isso
constantemente conhecido.
Exemplos da Divindade do Messias no Velho Testamento
Começo usando algumas profecias do Velho Testamento, a fim
de provar que o Messias vindouro era Divino. Ele não era especial de alguma
maneira abstrata, mas o próprio Deus. O servo sofredor de Isaías 53 não é
apenas um homem que morre na cruz. Esta seria uma morte sem significação
alguma, pois muitos outros homens já haviam morrido crucificados, muito antes
de Jesus Cristo vir à Terra. Em vez disso, as profecias do Velho Testamento
confirmam enfaticamente e provam a divindade do Messias como Deus.
Primeiro, numa nota preliminar, é importante salientar que
o finito não pode conter o infinito. Seres humanos não compartilham dos
atributos incomunicáveis de Deus, em hipótese alguma. Seres humanos não podem
ser infinitos, eternos, imutáveis, etc. Eles são criaturas limitadas e não
podem se tornar Deus, nem tomar os Seus atributos. Com o Messias, isso também é
verdade. Contudo, Deus pode adicionar-se à natureza humana, sem misturar Sua
divindade com a humanidade. Essa ligação é feita sem a mistura das duas
naturezas. A natureza humana continua a ser humana e a natureza divina, sempre
divina, embora numa só pessoa. O Filho de Deus possui duas naturezas. É uma
Pessoa com duas naturezas. A completa união desta natureza é um mistério, mas
essencial e necessário, conforme a Bíblia ensina. As Escrituras atestam este
fato numa variedade de exemplos. Menciono aqui que Deus não pode compartilhar
Sua divindade na natureza da humanidade do homem. Isto é importante, quando se
consideram os versos referentes ao unigênito Filho do Pai e provas idênticas.
Deus não pode criar outro Deus, nem um homem pode se tornar Deus. Dizer isso é
deixar de pensar, penetrando no reino da fantasia. Não estamos falando de Zeus
ou Hermes, figuras fantásticas criadas, os quais são homens com extraordinários
poderes (como os nossos super-heróis de hoje). Em vez disso, estamos falando de
um ser. Deus não pode compartilhar o Seu Ser com criatura alguma. Ele só pode
compartilhar o Seu Ser dentro de Si mesmo. Veremos, então, que Jesus Cristo é
Deus e que o Filho de Deus é o segundo membro na economia Divina, embora tendo
uma natureza humana. O Filho é da mesma substância do Pai e do Espírito, igual
e totalmente Deus. Contudo, o Filho tomou a natureza humana, como o homem Jesus
Cristo. Aqui, Jesus continua dizendo que é Deus, Aquele que é o único e
todo-poderoso.
A Bíblia comprova que isto é verdade? Sim, ela o faz e de
forma poderosa.
No Velho Testamento existe uma porção de Escrituras que
testificam que o Messias judeu que haveria de vir é Deus. Para os israelitas, o
Messias profetizado seria o próprio Deus. Temos aqui algumas das mais
memoráveis Escrituras que foram registradas. A primeira é Salmo 2:6-12, no qual
acontece um diálogo entre Deus e o Seu Filho unigênito:
"Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de
Sião. Proclamarei o decreto: o SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te
gerei. Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por
tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás
como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos
instruir, juízes da terra. Servi ao SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor.
Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se
acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam."
Vemos aqui que o Senhor gera o Seu Filho. Esta é a eterna
geração do Filho pelo Pai. Então, o Filho deve ser adorado, pois "beijar"
significa "dobrar os joelhos diante". Se o Filho não for adorado, Ele
ficará zangado e levará os homens a perecer em seus caminhos. O Filho fica
irado, e o único meio de escapar é NELE confiar para o livramento. Como
poderiam o Filho e o Senhor ter essas qualidades? A resposta é que o Senhor é o
Filho, e o Filho é o Senhor, pois nenhum mero homem seria profetizado dessa
maneira. Somente Deus pode acender Sua ira por causa da falta de adoração ao
Seu Divino Ser.
O Salmo 110:1 também atesta o diálogo entre Deus e Deus.
Davi escreve: "Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão
direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés." Jesus
usa isso lindamente contra os fariseus, quando indaga como poderia o Messias
ser o Senhor de Davi e o seu filho ao mesmo tempo? A palavra aqui deve ser
observada. A tradução literal diz: "Yahweh disse ao meu Adonai." O
termo "Yahweh" corresponde ao nome de Deus, literalmente declarando
"Eu Sou". Sempre que a designação Yahweh é usada na Bíblia em todo o
Velho Testamento, ela se refere ao "Grande Eu Sou". O título
"Adonai" é usado para designar a suprema posição de Deus como
"Senhor". Então, Yahweh está falando para Adonai. Vemos aqui Deus
falando para Deus. O escritor de Hebreus usa este Salmo diversas vezes para
designar o ofício do Messias como o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque.
Esta promessa, ou pacto, feito por Deus para Deus como o Messias é
terrivelmente destrutiva para os que não crêem na Trindade. Aqui, o Messias é,
pelo pacto, destinado à função Messiânica, como o Sumo Sacerdote de uma melhor
aliança. Aqui, Deus fala com Deus. Vemos o eterno conselho em ação; filho de
Davi e, contudo, o Senhor de Davi.
Daniel 7:13 é também um verso muito importante, e um dos
meus favoritos. Nesse verso encontramos o título "Filho do Homem",
não como um título de humanidade, mas de deidade: "Eu estava olhando nas
minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do
homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele." Duas
figuras são apresentadas nesta visão, uma do Ancião de Dias e uma do Filho do
Homem, que vinha nas nuvens do céu, ou a glória shekiná do céu. Quem quer que
seja o Filho do Homem, Ele é Divino. De fato, Ele é tão brilhante em Sua
glória, que brilha em Si mesmo como as nuvens do céu. Compactas nuvens de
glória de brilho divino ilustram ante o Ancião de Dias, quando o Filho do Homem
entra na Corte Divina e os livros do julgamento são abertos. Como veremos, a
designação favorita de Jesus a Si Mesmo é este título: Filho do Homem. Ele
certamente sabe que é o divino Filho do Homem, que compartilha a glória de
Deus. De fato, Ele resplandece com o brilho da glória de Deus.
Em Miquéias 5:2 encontramos a profecia do local de
nascimento do Messias. Mas ela não apenas marca o local do nascimento da
humanidade de Cristo, como também marca a dupla natureza de que Aquele que vai
nascer é eterno: "E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares
de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os
tempos antigos, desde os dias da eternidade." Os dias do Messias são de
'eternidade'. Ao Messias são atribuídos incomunicáveis atributos divinos - como
a eternidade ou a natureza do que é eterno. Somente Deus é eterno e, contudo,
vemos que o Messias é considerado Eterno.
Zacarias 13:7 também designa o Messias com o título divino
de Deus Todo-Poderoso. Quando Cristo estava no jardim com Seus discípulos e foi
preso, cumpriu-se a profecia de que o pastor seria ferido e as ovelhas se
dispersariam: "Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem
que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos. Fere ao pastor, e
espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos." A
chave aqui é "volverei a minha mão sobre os pequenos". O Senhor está
falando de Si mesmo. Ele é o pastor que vai estender Sua mão sobre os pequenos
[irmãos judeus] e os juntará para trazê-los de volta. Ele é o Messias e também
o Senhor.
Uma das profecias mais específicas referindo-se ao Messias
é Isaías 9:6. Vamos ler o bem conhecido verso da natividade, referindo-se ao
advento do Messias como um menino nascido e, em seguida, a designação que Lhe é
dada: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado
está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Aqui, o Messias é chamado
de Maravilhoso! Por quê? Uma resposta pode ser encontrada em Juízes 13, onde
encontramos a narrativa do nascimento de Sansão. Os pais de sansão, Manoá e sua
mulher, encontram-se com o Anjo do Senhor. Após longa conversa sobre o
nascimento de Sansão, Manoá pergunta o nome do anjo. A resposta se encontra em
Juízes 13:18: "E o anjo do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo
meu nome, visto que é maravilhoso?" O nome do anjo é Maravilhoso! Em
geral, os anjos têm nomes como Gabriel ou Miguel. Contudo, esse anjo tem um
nome maravilhoso demais para mencionar. Após a partida do anjo, Manoá faz uma
importante declaração, conforme Juízes 13:22: "E disse Manoá à sua mulher:
Certamente morreremos, porquanto temos visto a Deus." O anjo do Senhor,
cujo nome é Maravilhoso, é Deus. Isso nos esclarece, quando consideramos Isaías
9:6. O Messias é Deus e o Seu Nome é Maravilhoso. Contudo, a profecia de Isaías
não pára aqui. O Messias não apenas é chamado Maravilhoso, como Deus, mas
também é chamado Deus Poderoso. Se essa designação não for bastante explícita,
a profecia também O chama de Pai da Eternidade. O Messias não é apenas o
Redentor terreno, mas o Deus Poderoso, Pai da Eternidade. Pai da Eternidade é a
designação que Cristo dá a Deus, nos evangelhos. O Messias é chamado Deus nesse
verso profético de Isaías, por três vezes: uma vez, sutilmente, como
Maravilhoso. Uma vez, explicitamente, como Deus Poderoso e uma vez como o Pai
da Eternidade. Portanto, o Messias é Deus!
Junto com Isaías 9:6, como uma amada profecia referente ao
advento, vem a profecia do Emanuel, de Isaías 7:14: "Portanto o mesmo
Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e
chamará o seu nome Emanuel." Mateus interpreta o nome Emanuel
corretamente, em Mateus 1:23, como sendo 'Deus conosco'. A profecia referente à
narrativa do nascimento de Cristo, conforme designada e interpretada por
Mateus, um meticuloso contabilista e coletor de impostos, diz que Cristo é
Deus. Sim, o Cristo nascido de uma virgem é Deus!
Outra profecia referente a Cristo é Jeremias 23:5-6:
"Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo;
e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na
terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o
seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA. O descendente
levantado a Davi será um Renovo justo. O Messias virá da linhagem de Davi e
será exaltado como Deus. Ele também será chamado "O Senhor, Justiça
Nossa." Essa designação é dada exclusiva e literalmente a Deus, como
"Yahweh Tsidkenu". O Messias não somente é exaltado como Deus, mas
também é chamado "O Senhor Justiça Nossa". O Messias é Yahweh. O
Messias é Deus!
A última profecia que gostaríamos de examinar rapidamente
é Malaquias 3:1: "EIS que eu envio o meu mensageiro, que preparará o
caminho diante de mim; e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós
buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o
SENHOR dos Exércitos." Vemos aqui que o Messias é identificado como
"O Senhor", o qual virá ao Seu templo. Ele é o Mensageiro da Aliança
e o Servo eleito em quem Deus se compraz. Mas Ele é o próprio Deus. Marcos 1:2
confirma esse verso de Malaquias, quando atesta a vinda de João Batista:
"Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua
face, o qual preparará o teu caminho diante de ti." O mensageiro vem e, em
seguida, vem o Senhor. Lucas também diz isso, em Lucas 1:76: "E tu, ó
menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do
Senhor, a preparar os seus caminhos." Lucas registra que João Batista será
o profeta que preparará o caminho do Altíssimo, o Senhor que virá ao Seu
templo. O Messias é o Altíssimo Deus.
Estas profecias são apenas uma seção de cruzamento entre
aqueles que falam do Messias como sendo divino. Mas cada um deles credita o
Messias como Deus. O Messias, ou o Cristo, que virá é o Senhor Deus do céu e da
terra. As projeções das Escrituras do Velho Testamento respaldam este assunto.
Isso é inegável, visto como o Novo Testamento confirma as projeções do Velho
Testamento como o fato histórico na vida de Jesus Cristo.
Passagens Selecionadas do Novo Testamento Que Provam Que
Jesus é Divino
O Novo Testamento não deixa qualquer dúvida sobre Cristo
ser o Messias ou que o Messias é Deus. Jesus falou isso de Si mesmo e os
apóstolos falaram sobre Jesus, mesmo depois que Ele subiu ao céu, e em todas as
cartas do Novo Testamento dirigidas às igrejas. Negar esse fato é reinterpretar
a mensagem da Bíblia, desprezando o próprio texto - algo que a maioria das
pessoas que odeia a Cristo faz. Examinar o texto e tratar honestamente com o
mesmo é ver a divindade de Jesus Cristo como o único verdadeiro Deus.
Vamos começar um breve exame dessas passagens com o texto
constantemente explorado de João 1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se
fez." O Verbo aqui mencionado é Cristo. João utiliza uma efetiva
designação do Logos Eterno, a fim de que sua audiência gentia/romana ficasse
convencida de que o Verbo Eterno, o Eterno Logos, era Aquele que desceu do céu.
Esta seria, e de fato foi, uma ferramenta efetiva no ensino aos gentios
aristotelianos e platônicos sobre o Único Deus Verdadeiro. Vemos aqui que o
Verbo Eterno é o próprio Deus. O texto grego não permite uma tradução de
"um Deus", mas somente de "Deus". As Testemunhas de Jeová
assassinaram o texto grego aqui e também negaram a sua tradução nos versos
seguintes. Por exemplo, se o texto diz "um Deus", então essa tradução
deveria ser usada no restante do capítulo. A mesma construção usada no verso 1
é também usada mais 13 vezes no capítulo, referindo-se ao próprio Jeová. Ora,
se as Testemunhas de Jeová traduzem o verso 1 como "um deus", então
deveriam traduzir os demais 13 versos sobre Jeová com sendo Ele "um
deus". Contudo elas não o fazem porque isso iria prejudicar a sua falsa
ambição teológica. Elas simplesmente negam que Jesus Cristo é Deus, traduzindo
horrivelmente o verso 1 e depois traduzindo corretamente o restante da
passagem, visto como esta se refere a Jeová. Esta é uma interpretação satânica,
a fim de negar a divindade do Verbo. Em vez disso, o Verbo é Deus, vindo de
Deus e Criador de todas as coisas. Ele é o eterno Verbo de Deus, o exato Logos
do próprio Deus, o qual veio à Terra em forma de homem, a fim de salvar Seu
povo.
Depois, na mesma passagem de João 1, encontramos o verso
14 declarando: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade."
Ora, João não apenas afirma que o Verbo é Deus, mas explica que o Verbo mantém
toda a glória do Pai, pois é o unigênito Filho de Deus. O Verbo desceu do céu,
habitou entre os homens, e Sua glória, a glória somente de Deus, brilhou entre
os homens, por algum tempo. Sabemos disso, visto como esse Verbo eterno era a
forma do próprio Deus, conforme Filipenses 2:6-7 explica: "Que, sendo em
forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si
mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens." Paulo
está falando de Jesus Cristo. O Messias é Deus, por isso Ele não achou que era
usurpação ser igual a Deus. Ser igual a Deus é ser Deus. Pensem sobre os
atributos de Deus e na incomunicável natureza dos Seus atributos. Somente Deus
pode se igualar a Si mesmo. Mas Deus tomou a forma de homem e foi feito à
semelhança de homens, para salvar os homens dos seus pecados.
Paulo não confunde as palavras sobre Deus manifestado em
carne de homem, quando diz em 1 Timóteo 3:16: "E, sem dúvida alguma, grande
é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no
Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima
na glória." Quem foi manifestado em carne? Foi Deus. Não foi um ser
semelhante a Deus, mas o próprio Deus. Deus tomou a forma de servo. Adotou em
Si mesmo uma nova natureza, que antes não havia adotado: uma natureza humana.
Sabemos que Jesus Cristo é o Salvador dos cristãos.
Sabemos, por inúmeras passagens do Novo Testamento, que os apóstolos acreditavam
que "Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum
outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos." (Atos
4:12). Isto é axiomático para os apóstolos - Jesus é o Salvador. É o Seu
sacrifício que salva os homens. Em Atos 20:28, vemos o registro de Lucas sobre
a obra de Cristo ser atribuída ao próprio Deus: "Olhai, pois, por vós, e
por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue."
Esse "Ele" é o próprio Deus. Ele comprou a igreja com Seu próprio
sangue. Deus tem sangue? Sim, Ele tem sangue pela natureza humana de Jesus
Cristo. Ele morre e o seu sangue é considerado como o sangue de Deus. Eles são
sinônimos. Desse modo, os cristãos são remidos da condenação eterna pelo sangue
do próprio Deus. Lucas descreve a obra de Jesus como aquela que é feita por
Deus. Isso é verdade porque Jesus é Deus e todos os Seus apóstolos o sabiam. De
outro modo, teria sido blasfêmia honrar um simples homem mortal por uma obra
que somente Deus poderia fazer.
No Livro de Hebreus vemos o escritor citando muitas
passagens do Velho Testamento, comprovando a divindade do Messias como Deus. Em
Hebreus 1:8-9, diz o escritor: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.
Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu
Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros." Aqui, ele está
citando o Salmo 45:7: "Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso
Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus
companheiros." Vemos aqui Deus falando com Deus. O Ungido tem um trono e
este é o Trono de Deus. O escritor de Hebreus está provando que Cristo é maior
do que Moisés e maior do que os anjos, o que teria sido um choque para os
neoplatonistas, contra os quais ele está escrevendo. Os platonistas acreditavam
em um supremo, único e perfeito Ser. Esse "Único" tem emanações que
fluem do Seu ser perfeito para os serem inferiores, isto é, Moisés, os anjos e
até mesmo os mestres como Jesus. Mas o autor de Hebreus prova que o Messias é o
Único, o próprio Deus eterno, superior a Moisés e a todos os anjos.
Uma das últimas provas gerais do Novo Testamento para a
divindade de Cristo encontra-se em Lucas 22:48, em que Judas trai o Filho do
Homem. Lembrem-se que o título "Filho do Homem" é usado 80 vezes por
Cristo, somente nos evangelhos. Esta é a Sua auto designação favorita. "E
Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do homem?" Os homens
têm-se traído uns aos outros com resultados catastróficos... Mas neste caso,
Judas, um homem, trai o Filho do Homem. Nessa colocação histórica, o maligno e
rebelde servo do pecado trai o próprio Deus. Judas cuspiu na face Daquele que
Daniel descreve como vindo sobre as nuvens do próprio céu. Isso leva a traição
de Judas ao infinito grau de malignidade! Teria sido melhor para Judas que ele
não tivesse nascido, para depois trair o Filho do Homem com um beijo. Ironicamente,
o salmista havia dito que devemos beijar o Filho para que Ele não se zangue e
pereçamos no caminho. Judas beijou o Filho de um modo perverso e por isso está
no inferno, pagando esse pecado, agora e por toda a eternidade.
Designações do Novo Testamento a Jesus Cristo, Que São
Atribuídas ao Deus do Velho Testamento
Existem muitas passagens do Novo Testamento que são
interpretadas à luz do Velho Testamento como ações realizadas por Deus, porém
atribuídas a Cristo. Algumas dessas espero poder explicar em seguida. Acho que
elas são de muita ajuda para comprovar a Divindade do Messias.
A tentação contra o Senhor pelos israelitas no deserto é
registrada inúmeras vezes. Esse registro é tão repetitivo que algumas vezes o
leitor fica revoltado diante do aparente pecado dos israelitas nessa narrativa.
Será que o leitor conhece bem este assunto, ou não? Vamos dar alguns exemplos:
Números 14:22: "E que todos os homens que viram a minha glória e os meus
sinais, que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não
obedeceram à minha voz..." Em Números 21:5-6, lemos: "E o povo falou
contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que
morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem
fastio deste pão tão vil. Então o SENHOR mandou entre o povo serpentes
ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel." Os
israelitas desafiaram Deus e as serpentes foram o meio de o Senhor os castigar.
No Novo Testamento, Paulo nos admoesta a não tentarmos a Cristo. Em seguida,
ele liga o evento a Cristo, em 1 Coríntios 10:9: "E não tentemos a Cristo,
como alguns deles também tentaram, e pereceram pelas serpentes." Que não
tentemos Cristo agora, a fim de não seguirmos os israelitas que tentaram a
Cristo. Sua frase é "como alguns deles também tentaram", referindo-se
aos patriarcas e aos israelitas, que tentaram Deus. Para Paulo tentar Deus é
como tentar Cristo, visto como ambos são exatamente o mesmo Deus.
Outra passagem do Novo Testamento à luz das profecias do
Velho Testamento encontra-se em Hebreus 110-11: "E: Tu, Senhor, no
princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão,
mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão..." Esta é uma
descrição do Messias, Jesus Cristo. É uma citação da obra de Deus citada no
Salmo 102:26: "Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se
envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás; e ficarão mudados."
Aqui vemos novamente a obra de Deus considerada como obra de Cristo, no Novo
Testamento.
Em João 12:40-41, diz a Escritura: "Cegou-lhes os
olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e
compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure. Isaías disse isto quando
viu a sua glória e falou dele." Isso mesmo Isaías disse, quando falou Dele
e de Sua glória. João está citando Isaías 6:9-10. Essa visão veio a Isaías no
capítulo 6: "Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e
não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste
povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não
veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu
coração, nem se converta e seja sarado." Aquele que é santo, santo, santo
e se assenta no trono é Cristo, conforme João diz em sua inspirada palavra.
Esta é a significação da visão de Isaías. Os anjos aparecem nessa visão
dizendo: "Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está
cheia da sua glória." (verso 3). Esse Deus Todo-Poderoso é Jesus Cristo,
conforme João 12:40-41.
Em Isaías 45:23, lemos: "Por mim mesmo tenho jurado,
já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de
mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua." Isso é
copiado pelo apóstolo Paulo, em Romanos 14:11: "Porque está escrito: Como
eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua
confessará a Deus." Esse ato do joelho se dobrar será feito pelos homens
diante do Senhor e esse Senhor é Jesus Cristo. Paulo atribui o dobrar o joelho
dos homens a Jesus Cristo, visto que, "como eu vivo" e "a
mim", estão falando da Redenção de Deus em Cristo.
Uma das clássicas ofertas do evangelho encontra-se em
Mateus 11:28: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu
vos aliviarei." Nesta graciosa ordem, Jesus diz que os homens devem ir a
quem? Ele diz: "a mim", isto é, ao próprio Jesus.
Em Isaías 45:22, Jesus toma emprestadas as palavras do
profeta: "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra;
porque eu sou Deus, e não há outro." 'Olhai para mim' em ambas as
passagens são frases paralelas. Jesus afirma sua chamada no evangelho, como
Deus afirma sua chamada em Isaías. Deus é a única fonte de salvação – e Jesus é
Deus!
No texto supra citado, vemos Cristo creditar as palavras
de Deus a Si mesmo. Em Romanos 10:13, Paulo escreve a mesma coisa, referindo-se
à Redenção em Cristo: "Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR
será salvo." Em Joel 10:32, o profeta declara: "E há de ser que todo
aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em
Jerusalém haverá livramento, assim como disse o SENHOR, e entre os
sobreviventes, aqueles que o SENHOR chamar." A Jesus é novamente dado o
mesmo e igual peso em Sua obra e palavras, que é dado a Deus. Somente Deus pode
ser glorificado dessa maneira, a fim de que o resultado não seja a blasfêmia.
Paulo assegura que as palavras em Joel são, do mesmo modo, as palavras de
Cristo. Aos olhos de Paulo, Cristo é Deus.
Paulo também afirma isso em Efésios 4:8-9: "Por isso
diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora,
isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido às partes mais
baixas da terra?" Ele está citando o Salmo 68:18: "Tu subiste ao
alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e até para os
rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles." O salmista está
falando das obras de Deus; literalmente, "Yahweh Elohim". Paulo, em
seguida, toma essa designação e a interpreta como a obra de Cristo em Sua
ascensão ao céu. Na obra redentora de Cristo, Ele dá dons aos homens e leva o
cativeiro (os que morreram no pecado) cativo (agora livres em Cristo). A obra
de Deus é novamente atribuída a Cristo.
Por que será que todos esses versos das profecias e idéias
do Novo Testamento atribuem as obras de Deus a Jesus Cristo? Para quem trata
fielmente com o texto, logo claramente é visto que Jesus Cristo é Deus. Ele
realiza a mesma obra de Deus e faz a mesma chamada feita por Deus à salvação, visto
como somente Deus pode agir dessa maneira. Como isso é possível? Vamos mostrar
como isso é possível, na próxima seção, que comprova que Jesus, em seus vários
nomes, poder e atitudes, é Deus.
NOMES, PODER E ATRIBUTOS
DIVINOS APLICADOS A CRISTO
Se Jesus Cristo é Deus, então deveria haver amplas provas
no Novo Testamente para respaldar essa afirmação. Não existem apenas amplas
provas, mas elas são tantas que não é possível registrar todas elas aqui.
Apanhei alguns versos selecionados, que demonstram que Jesus Cristo é Deus, ao
contrário da opinião popular.
O nome significa muito na Bíblia. A designação de um nome
pode ser essencial na identificação da pessoa, ou de um evento ou tempo
especial. Por exemplo, "Icabode" foi o nome dado a uma criança
nascida no Velho Testamento, quando Arca da Aliança foi capturada pelos
filisteus, quando o sumo sacerdote Eli morreu. Esse nome significa "Foi-se
a glória". Significativo? Certamente. Desse mesmo modo, o nome de Cristo
vai mostrar o Seu caráter e o Seu Ser.
Em 1 João 5:20, Jesus é chamado o verdadeiro Deus e a vida
eterna: "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento
para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em
seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." Isso
poderia ser mais explícito? Jesus é o verdadeiro Deus. Paulo afirma isso em
Romanos 9:5, onde ele chama Jesus Cristo de "Deus bendito
eternamente": "Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a
carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém." Jesus é o
Deus bendito eternamente." Em Tito 2:13, Paulo chama Jesus de "grande
Deus e nosso Salvador". Ele diz: "Aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus
Cristo." Em João 20:28, Tomé faz a confissão: "E Tomé respondeu, e
disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" Jesus não é somente Senhor; Ele também
é Deus!
Em João 8:58-59, encontramos uma acirrada discussão entre
os fariseus e Jesus. Esse debate faz aumentar o ódio contra Cristo por parte
dos judeus. Diz o texto: "Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos
digo que antes que Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe
atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim
se retirou." Por que eles lançaram mão de pedras para apedrejá-lo? Porque
sabiam exatamente o que Jesus estava dizendo. Jesus estava afirmando ser Aquele
que havia libertado os israelitas do Egito. Ele era o "Eu Sou", que
havia falado a Moisés, conforme Êxodo 3, na sarça ardente. Isso fica mais
forte, quando nos lembramos da discussão anterior com eles, em João 5:17-19, em
que Jesus faz algumas declarações que os judeus não puderam suportar: "E
Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por
isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava
o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a
Deus. Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o
Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai;
porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente." Jesus faz o mesmo
que o Pai faz. Isso porque Ele é Deus e pode realizar as mesmas obras do Pai.
Ele está em pé de igualdade com o Pai e pode realizar as mesmas ações do Pai.
Se Ele não fosse Deus não poderia dizer isso. Os judeus entenderam
perfeitamente e por isso quiseram matá-lo. Em seguida, vem o incidente em que
Jesus declarou ostensivamente que Ele era o "Eu Sou", ou o próprio
Yahweh.
Deus é glorioso. Somente Ele é gloriosíssimo e possui uma
glória que somente Ele conhece. Isso é parte Dele. Ele não a divide com os
outros. Em João 17:5, Jesus diz: "E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de
ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo
existisse." Jesus já possuía a glória divina, antes mesmo que o mundo
existisse. Essa glória só pôde ser atribuída a Cristo porque Ele é "Deus
bendito eternamente".
Em João 1:1-3, Jesus é apresentado como possuindo o
atributo da eternidade: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas
foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." Ele é o
verbo que estava com Deus desde o princípio. Isto significa que Ele é eterno.
Ele é também o Criador pode criar tudo do nada. Seu poder criador comprova a
Sua Onipotência. Ele tem os mesmo atributos de Deus porque é Deus.
Em Mateus 18:20, a onipresença é atribuída a Jesus:
"Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no
meio deles." Isso não significa que a humanidade de Cristo esteja presente
em toda parte, pois assim Ele não seria realmente humano. Sua humanidade seria
predominante em Sua Divindade. Ou então Sua Divindade seria negada, caso fosse
misturada à Sua humanidade. Nos dois casos, atribuir uma mistura de Suas duas
naturezas seria cair numa heresia nada ortodoxa. Em vez disso, sua Divina
Natureza como Deus está presente em toda parte. Ele pode estar no meio do Seu
povo, quando dois ou mais se reúnem em Seu Nome. Como poderia Ele estar no meio
de tantas igrejas em determinados dias, se Ele não fosse Deus?
Cristo não apenas é onipresente, como outra designação
teológica lhe é atribuída - imanência. Em João 3:13, lemos: "Ora, ninguém
subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no
céu." Este verso é muito rico. Jesus não é simplesmente Aquele que veio do
céu, mas, em Sua divindade, Ele permanece no céu. A frase "que está no
céu" demonstra a imanência do Ser Divino. Não apenas o Filho Divino está
andando na Terra, em Sua natureza humana, mas, ao mesmo tempo, Ele continua
enchendo o céu como o Deus imanente de todas as eras.
Visto como Jesus Cristo é Deus, Ele deve, necessariamente,
ser Todo-Poderoso. Tanto Apocalipse 1:8,18 como 11:17, mostram que a Jesus são
atribuídos atributos de onipotência:
"Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o
Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso."
"E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo
para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno."
"Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso,
que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e
reinaste."
Jesus tem as chaves da morte e do inferno, o que significa
ser Ele o Todo-Poderoso Senhor sobre a morte. O único que pode ter esse poder é
Deus. Deus é o Senhor Todo-Poderoso que controla o inferno e a morte. Jesus
pode se levantar sozinho de entre os mortos, estando no comando dos que estão
mortos e no inferno, como o Senhor Todo-Poderoso.
Em João 5:17, Jesus é apresentado como tendo os mesmo
atributos do Pai: "E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e
eu trabalho também." Ele trabalha do mesmo modo que o Pai. Novamente, se
Ele está realizando as obras do Pai e fazendo a Si mesmo igual para realizar as
mesmas obras do Pai, Ele deve ser Deus para conseguir isso. Suas obras têm a
mesma qualidade das obras do Pai. Os judeus odiavam essas palavras porque
sabiam que Ele estava se fazendo igual a Deus. Por quê? Porque Jesus é Deus e
eles simplesmente odiavam esse fato.
Os evangelhos também registram que Jesus é onisciente. O
Filho de Deus comunicou à natureza humana o conhecimento que a natureza divina
possuía, em alguns casos. Não completamente, mas em variadas porções. Isto só
poderia ter sido possível porque Jesus é Deus. E não é que os escritores
achassem que Ele conhecia algumas coisas, mas todas as coisas, algo que somente
Deus poderia conhecer. Vemos isso em João 1:48: "Disse-lhe Natanael: De onde
me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te
vi eu, estando tu debaixo da figueira." Pedro Lhe diz em João 21:17:
"Tu sabes todas as coisas." Jesus conhecia detalhes específicos que
somente Deus poderia conhecer. Por exemplo, em Apocalipse 2:3-4 Ele diz:
"E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te
cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor." Como
poderia Jesus conhecer todas essas obras sobre a igreja de Éfeso? Ele teria de
ser onisciente, a fim de perscrutar o coração, a fim de conhecer a sua
paciência, trabalho e perseverança - para não mencionar sua disposição
referente ao amor por Ele. Jesus conhece todas as coisas porque é Deus.
O autor de Hebreus também escreve que Jesus, o Filho, é
imutável – Ele nunca muda. Hebreus 1:11-12 diz: "Eles perecerão, mas tu
permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os
enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não
acabarão." Em Hebreus 13:8 lemos: "Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e
hoje, e eternamente." Ele é o mesmo e Seus anos nunca chegarão ao fim. Ele
permanece eternamente. Ele pode permanecer eternamente porque é Deus. Isso não
significa que Ele não atingisse a idade nem crescesse em Sua natureza humana.
Em vez disso, significa que Cristo, sendo o Divino Filho de Deus, em Sua
Divindade jamais mudará.
Jesus não somente é Deus, mas Paulo descreve sua imagem
exclusiva como o Único a conter toda plenitude da Divindade corporalmente.
Colossenses 2:9 diz: "Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade." Quem quiser ver Deus, basta olhar para Cristo. Ele é a imagem
do Deus vivo e essa imagem e perfeição são manifestadas somente Nele, porque
Ele é Deus. Nenhum homem poderia jamais afirmar isso - e nenhum, a não ser
Jesus Cristo, fez isso. Por que nenhum homem o fez? Porque simplesmente não
poderia respaldar sua afirmação através do seu ser. Nenhum homem poderia
ressuscitar a si mesmo da morte, nem manter as chaves da morte e do inferno, porque
não é todo-poderoso, nem onisciente, nem onipresente. Mas Cristo afirmou isso,
respaldou suas afirmações e tudo isso Lhe foi atribuído, constantemente, pelos
autores do Novo Testamento.
Sendo Deus, Jesus Cristo respalda cada afirmação e age
como Deus - pois é o Criador. Colossenses 1:16-17 diz: "Porque nele foram
criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis,
sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi
criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas
subsistem por ele." Este texto é muito rico. Ele criou todas as coisas,
sem importar o que sejam: até os principados e potestades (que podem se referir
aos seres angélicos) foram criados por Ele e também para Ele, para darem toda a
glória, louvor e honra que seu Nome merece. Mas Paulo não pára aqui. Ele diz
que todas as coisas subsistem pelo Seu poder. A Terra, os céus, o universo
poderiam cair, se Cristo não os sustentasse pelo poder de Sua vontade
onipotente. Todas as coisas subsistem NELE, foram criadas por Ele e para Ele.
Jesus também é Aquele que elege os homens para a salvação.
Em João 13:18, Ele elege os apóstolos e condena o traidor Judas: "Não falo
de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a
Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar."
Judas não foi escolhido e por isso foi apontado como aquele que levantaria o
calcanhar contra o Ungido.
Em 1 Timóteo 6:15-16, Jesus é chamado de Senhor dos
senhores: "A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso
SENHOR, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a
imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem
pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém." Ele é o Potentado,
significando que é o Todo-Poderoso... Somente Deus pode viver "na luz
inacessível". Isso é atribuído a Cristo. Ele é o Deus eterno que habita na
luz inacessível.
Jesus tem o poder de revelar ou esconder a salvação dos
homens. Isso comprova Sua Divindade porque em todo o Velho Testamento, Deus é o
único com poder para salvar e condenar. Mateus 11:26-27 diz: "Sim, ó Pai,
porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e
ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e
aquele a quem o Filho o quiser revelar." Quando Cristo quer revelar a
salvação, Ele o faz e se quiser escondê-la de outros homens, Ele o fará. A
razão pela qual Ele pode declarar ou esconder a salvação é porque Ele é Deus.
Ele tem o direito de dar a vida, quando o deseja, conforme João 5:21:
"Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também
o Filho vivifica aqueles que quer." Ele não faz isso com todos. Ele
ressuscita apenas os eleitos. Como poderia um mero homem mortal ressuscitar
outro homem? Eu mesmo fico imaginando como isso poderia ser feito, a não ser
que Jesus fosse Deus.
Visto como Cristo é onisciente, Ele pode responder as
orações dos santos, o que somente Deus pode fazer. João 14:13 diz: "E tudo
quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no
Filho." (Confira 2 Coríntios 12:8-9) Como poderia um homem finito conhecer
todas as orações dos discípulos, quando eles oram em toda parte e em diversas
horas? Impossível, a não ser que Jesus seja Deus.
Ele não somente revela a salvação aos homens e responde as
orações, mas também perdoa pecados. Somente Deus pode perdoar pecados. As
passagens de Mateus 9:6; Marcos 2:9-10 e Lucas 5:24 respaldam isso. Ele pode
perdoar pecados e somente Deus pode fazer isso: "Ora, para que saibais que
o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao
paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa." Aqui os
judeus ficaram admirados de quem seria esse homem que podia perdoar pecados.
Por isso Ele lhes perguntou: "Qual é mais fácil? dizer ao paralítico:
Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito,
e anda?" (Marcos 2:9) Para demonstrar Sua Divindade, Ele realizou as duas
coisas, ambas impossíveis aos homens e somente possíveis a Deus.
Em todo o Velho Testamento, Deus ordena que os homens
olhem para Ele, a fim de serem salvos e que depositem sua confiança Nele. Ele
estendeu Sua mão a um povo rebelde, todo o tempo. Houve os que mantiveram sua
fé e creram em Deus. Contudo, no Novo Testamento Jesus é o objeto da fé. Em
João 14:1, Ele diz: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede
também em mim." Ele se coloca igual a Deus. A mesma crença que o povo tinha
em Deus deveria agora ser dada a Ele. Crer em Deus é crer em Cristo, pois ambos
são o mesmo Deus. Seu poder é tão imenso e espantoso que Jesus pode chamar os
homens para fora do túmulo, conforme lemos em João 5:28-29: "Não vos
maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros
ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e
os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação." Jesus tem tal
poder sobre a morte que, o som de Sua voz, pode convocar os cadáveres em
decomposição a atenderem Sua voz. E o Seu poder, no último dia, é registrado
como sendo tão grande que esse dia não será igual a nenhum outro, conforme
Mateus 24:20-21: "E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem
no sábado; porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o
princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." Ele vai voltar em
poder e glória. O sol, a lua e as estrelas cairão do firmamento e Sua glória
brilhará em todo o seu esplendor. Sua glória será tão radiante que o brilho do
sol vai parecer insignificante.
A ADORAÇÃO DADA A CRISTO
COMPROVA QUE ELE É DEUS
Adorar a Deus é tão importante que o Senhor gasta tempo,
em toda a Bíblia, explicando como isso deve ser feito. Em Êxodo 20:1-7, lemos:
"Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu
sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não
terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem
alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o
SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos,
até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares
dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos. Não tomarás o nome do
SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu
nome em vão."
Aqui, encontramos o objeto, os meios e a maneira de
adorar. Somente Deus deve ser adorado e nenhum outro deus deve ser tolerado.
Adorar outros deuses é provocar a ira de Deus contra o pecador rebelde. Deus é
enfático e explícito ao dizer que nenhum outro deus deve ser adorado porque Ele
é o único Deus vivo e verdadeiro de todas as eras. Todos os outros deuses não
passam de ídolos mudos. Em Deuteronômio 6:13-16, Moisés diz:
"O SENHOR teu Deus temerás e a ele servirás, e pelo
seu nome jurarás. Não seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver
ao redor de vós; porque o SENHOR teu Deus é um Deus zeloso no meio de ti, para
que a ira do SENHOR teu Deus se não acenda contra ti e te destrua de sobre a
face da terra. Não tentareis o SENHOR vosso Deus, como o tentastes em
Massá."
Deus fica irado quando Seu povo se desvia para adorar os
falsos deuses. Sua ira se acende como um fogo. Juízes 2:12 diz: "E
deixaram ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e
foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor
deles, e adoraram a eles; e provocaram o SENHOR à ira." Quando isso
acontece, o Senhor envia o julgamento sobre o pecado do Seu povo. Em Jeremias
1:16 e 7:18 lemos: "E eu pronunciarei contra eles os meus juízos, por
causa de toda a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram incenso a deuses
estranhos, e se encurvaram diante das obras das suas mãos... Os filhos apanham
a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem
bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me
provocarem à ira." O povo de Deus deve desprezar os deuses estranhos dos
pagãos, como fizeram os amigos de Daniel, segundo lemos em Daniel 3:18:
"E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem
adoraremos a estátua de ouro que levantaste." Paulo observa que existe um
só Deus verdadeiro, em 1 Coríntios 8:5-6: "Porque, ainda que haja também
alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e
muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para
quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas,
e nós por ele." Tudo isso é mostrado para que saibamos que somente Deus
deve ser adorado. Adorar qualquer outro que não seja o Deus vivo e verdadeiro é
quebrar a Lei do Senhor e desobedecer-Lhe com o hediondo pecado da rebelião.
Também é importante lembrar que Deus não divide a Sua
Glória com outro deus. Isaías 42:8 diz: "Eu sou o SENHOR; este é o meu
nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de
escultura." Somente é aceitável adorar o Deus verdadeiro e nenhum outro.
Mesmo assim, Jesus é sempre adorado em todo o Novo Testamento e até mesmo do
Velho Testamento, por meio da profecia. Este fato é notável por duas razões: 1)
Jesus permitiu ser adorado, o que significa que Ele é Deus e sabia disso; 2)
Somente Deus deve ser adorado e centenas de Escrituras sobre este assunto o
comprovam. Ele compartilha da glória divina. Deus só divide Sua glória com Ele.
Se Jesus não é Deus, então exatamente neste ponto toda a fé cristã desmorona e
se transforma em nada.
Jesus diz aos Seus discípulos que eles deveriam crer em
Deus como o seu objeto de fé. Contudo, em João 14:1 Ele diz: "Não se turbe
o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim." Crer em Deus é um
ato de adoração e confiança em Seu Nome. Jesus ordenou que creiamos Nele como
cremos em Deus. O elemento de fé é o mesmo. Nesta confiança, Jesus é exaltado.
A profecia do Velho Testamento referente ao Filho, no Salmo 2:12 pode ajudar:
"Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em
breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele
confiam." Os que confiam no Filho são chamados de bem-aventurados. Ele
deve ser beijado [isto é, adorado de joelhos] e Nele devemos confiar porque Jesus
é Deus.
Jesus Cristo deve ser honrado da mesma maneira como o Pai,
conforme é demonstrado em João 5:23: "Para que todos honrem o Filho, como
honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou." Ambos
devem ser adorados, o que não seria legítimo, se Jesus não fosse Deus. Se isso
acontecesse estaríamos dando honra a um simples homem mortal, uma honra que é
devida somente a Deus.
Não apenas os homens devem adorar ao Senhor Jesus, mas
também os anjos são ordenados a fazê-lo, conforme Hebreus 1:6: "E outra
vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o
adorem." De fato, todos os anjos, homens e criaturas são comandados a
dobrar os joelhos para adorá-Lo, conforme Filipenses 2:9-11: "Por isso,
também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome;
para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na
terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o
SENHOR, para glória de Deus Pai."
Também lemos em Apocalipse 5:13: "E ouvi toda a
criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e
a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e
ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo
o sempre". O Cordeiro, Jesus Cristo, deve ser adorado para todo o sempre!
Porque Jesus é Deus!
Ele sempre foi adorado: um leproso o adorou, conforme
Mateus 8:2: "E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se
quiseres, podes tornar-me limpo." Em Mateus 9:18, vemos que um líder o
adorou: "Dizendo-lhes ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o
adorou, dizendo: Minha filha faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão,
e ela viverá." Em Mateus 28:9,17, após Sua ressurreição, as mulheres O
adoraram: "E, indo elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus
lhes sai ao encontro, dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os
seus pés, e o adoraram. E, quando o viram, o adoraram e alguns duvidaram."
(A idéia de que alguns duvidaram é inacreditável!). Os demônios O adoraram,
como aconteceu com o possesso gadareno: "E, quando viu Jesus ao longe,
correu e adorou-o." (Marcos 5:6) No caminho de Emaús, dois discípulos O
adoraram, conforme Lucas 24:52: "E, adorando-o eles, tornaram com grande
júbilo para Jerusalém." Até mesmo o cego de nascença, quando O encontrou,
O adorou: "Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou."
Jesus permitiu que os homens O adorassem e admitiu essa
adoração. Essa era uma razão para um israelita ser apedrejado e por isso os
judeus quiseram apedrejar Jesus. Demônios, anjos, leprosos, gentios, judeus,
Seus próprios discípulos e outros O adoraram. Sempre e sempre vemos que Jesus
foi adorado e todos os que O adoraram agiram corretamente. Ele merecia essa
adoração porque Jesus é Deus!
A PRÉ-EXISTÊNCIA DO FILHO
A última área que eu gostaria de acrescentar é mais
notável do que tudo o mais, ou seja, a natureza pré-existente do Filho de Deus.
Aqui vemos que Jesus, o Filho de Deus, sempre existiu. Ele não é um ser criado
na natureza de Sua Divindade como Filho, mas Ele mesmo usou Sua Divindade para
criar a carne de Jesus Cristo. A Bíblia não apóia o arianismo. Jesus não é o
primeiro ser criado, mas o único Ser auto-suficiente, o Deus que sempre
existiu, infinitamente.
Em João 3:13 vemos que o Filho sobe e desce do céu:
"Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem,
que está no céu." Conforme Sua imanência, vemos que Sua origem é "do
céu" e que do céu Ele "desceu". Isso é reiterado em João 6:38:
"Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou." Se isso não fosse verdade, Jesus teria dito que
nasceu de Maria e José, a fim de fazer a vontade do Pai que O enviou.
Ele ainda atesta que ninguém viu o Pai, exceto Ele:
"Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus; este tem
visto ao Pai." (João 6:46) Isso mostra que Jesus sabia de Sua natureza
divina, e que Ele estava com o Pai, antes da formação do mundo. Somente Ele viu
o Pai e sua residência com o Pai é atestada em João 6:62. Aqui Jesus sobe ao
céu, de onde veio: "Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem
para onde primeiro estava?" Ora, se estas palavras não são bastante
claras, o Eterno Logos do Evangelho de João diz aos judeus: "Vós sois de
baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo."
(João 8:23) Se esta declaração fosse falsa, todo o cristianismo e todos os
cristãos, desde o tempo de Cristo até agora, estariam participando de uma
farsa. Eles iriam apresentar-se como sendo o povo mais estúpido e ignorante de
todos os tempos. Em vez disso, os discípulos jamais se abstiveram dessa
declaração porque bem conheciam a verdade da mesma. Não somente Cristo havia
comprovado isso, como eles também a haviam testemunhado a divindade Dele no
Monte da Transfiguração.
Sua afirmação permanece, de ter Ele residido com o Pai,
segundo João 8:42: "Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai,
certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo,
mas ele me enviou." Ele tinha uma íntima relação com o Pai, o que comprova
a Sua eterna Divindade... Também em João 16:28, lemos: "Saí do Pai, e vim
ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai." Como o Pai é Deus,
Jesus saiu do Pai e regressou à exclusiva relação com Ele, isso comprova,
maravilhosamente, a Sua pré-existência eterna, como o Filho de Deus. Se Jesus
Cristo não é Divino, então o Pai também não o é, pois ambos são UM.
Nesta breve pesquisa, o leitor inteligente não pode
duvidar das afirmações das profecias referentes a Cristo; dos escritores da
Bíblia e dos seus testemunhos sobre Cristo; dos registros daqueles que se
opunham a Cristo (os quais queriam matá-Lo por causa de suas afirmações); dos
que O adoraram e das afirmações do próprio Cristo. A verdade é que as profecias
da Bíblia, os discípulos, os ouvintes, os seguidores, os oponentes e as
palavras do próprio Cristo [pelas quais seremos julgados] apontam para o
inegável fato de que todos sabiam que Jesus Cristo é Deus. Eles O odiavam por causa
disso ou então O adoravam. Jesus sabia que Ele é Deus. Ele confirmou isso
através de Suas palavras, ações e testemunho da verdade. Ninguém pode chamar
Cristo de "um bom Mestre". Essa é a voz de quem não é inteligente.
Jesus Cristo não é "um bom Mestre" nem um "Homem Moral".
Isso não está em questão. Você pode fazer apenas uma escolha: ou Ele é o Senhor
do Céu e da Terra, o Justo Juiz do mundo, ou então Ele não passa de um
lunático, um louco, um enganador pior do que o diabo. Como você vai decidir
chamá-Lo?
Fica evidente, no material acima, que muita coisa foi
esquecida. Parecia-me que em certos pontos eu fui repetitivo e monótono. Eu até
pensei em retirar alguns pontos deste artigo, em consideração ao leitor e pela
possibilidade de ter usado idéias cíclicas e recorrentes. Mas foi isso
exatamente o que eu tentei fazer. Os que acham que Jesus foi apenas um bom
Mestre ou um exemplo de moralidade, não estão levando em conta os registros
bíblicos. As Escrituras afirmam continuamente a Divindade de Cristo. Este é um
fato inegável no registro bíblico.
Pense nisto: a palavra escrita confirmando essas coisas
não pode ter sido escrita por demônios ou homens perversos. Os demônios são
diabos e os homens maus não iriam registrar a bondade de Cristo de um modo tão
brilhante, nem iriam apresentá-Lo como o poderoso e Divino Filho do Deus Vivo.
Eles não teriam descrito o homem como um ser tão desprezível e maligno,
condenado ao inferno, perdido e amaldiçoado por toda eternidade, se tivessem
escrito estas páginas para enganá-los. Certamente não teriam escritos coisas
ruins sobre eles mesmos e seus companheiros e escrito coisas tão maravilhosas
sobre Jesus Cristo. Isso não faria qualquer sentido. Nem ainda poderia a Bíblia
ter sido escrita por homens piedosos ou santos anjos, sem o poder do Espírito
Santo. Nenhum homem poderia ter escrito um bom livro sem dizer algumas
mentiras, a fim de enganar o leitor, dizendo: "Assim diz o Senhor",
enquanto o que dizem é de sua pura lavra. [NT: Como os carismáticos andam fazendo
agora.] Se o fizessem não iriam se tornar homens bons, de modo algum, mas
demoníacos e malignos, conforme estamos voltando ao ponto anterior. Em vez
disso, a Bíblia é o registro da própria revelação de Deus aos homens, para que
esses homens perdidos em seus pecados possam possa buscar, esperançosamente, o
Redentor dos homens, o homem-Deus, Jesus Cristo. O testemunho de Jesus Cristo
como Deus é o único meio pelo qual importa que sejamos salvos da futura ira
divina (Atos 4:12). A ira do Cordeiro será horrenda contra os que estão
perdidos. Eles correrão para as montanhas, implorando que os montes caiam sobre
eles, para se livrarem da ira do Cordeiro. Contudo, o Senhor colocou ao alcance
de todos um meio para os que desejam escapar da destruição que os aguarda.
A resposta se
encontra em Jesus Cristo, o Deus de todas as eras. Que olhem para Ele todos os
quadrantes da Terra, para serem salvos... [Porque Jesus Cristo é Deus!]
QUAL JESUS?
"Quisera eu me suportásseis um pouco mais na minha
loucura. Suportai-me, pois. Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos
tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é
Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia,
assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e
pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que
não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido,
ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esses de boa mente o tolerais"
(2 Coríntios 11.1-4).
"Então lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu
sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo" (Marcos 8.29).
"Irmão, eu não estou interessado em qualquer conversa
sobre doutrinas que nos dividam. A única coisa que me importa saber é se alguém
ama a Jesus. Se ele me diz que ama a Jesus, não me interessa a qual igreja vai;
eu o considero meu irmão em Cristo." Naquele momento, não me pareceu que
fosse a hora e o lugar certo para argumentar com a pessoa que dizia isso. No
entanto, eu me senti compelido a fazer uma pergunta para ela antes que a
conversa se encerrasse: "Quando você fala com alguém que lhe diz amar a
Jesus, você nunca lhe pergunta: ‘Qual Jesus?'"
Após um breve momento de reflexão, tal pessoa me respondeu
que nunca faria tal pergunta. "Não seria simpático".
Sempre que visito alguns amigos de um outro estado, há um
homem que me esforço em encontrar. Ele é a alegria em pessoa, um dos homens
mais amigáveis que conheço. Mesmo sendo um muçulmano consagrado, ele se declara
ecumênico, e orgulha-se do fato de compartilhar algumas das crenças tanto dos
judeus como dos cristãos. Ocasionalmente ele freqüenta uma igreja com um de
meus amigos e de fato aprecia a experiência e a comunhão. Certa vez em um
restaurante, ele estava expondo o seu amor por Jesus para mim e nossos amigos
cristãos, e encerrou a sua declaração com as seguintes palavras: "Se eu
pudesse rasgar a minha carne de tal maneira que todos vocês entrassem em meu
coração, vocês saberiam o quanto eu amo a Jesus." Os sentimentos que
envolveram suas palavras foram impressionantes; na verdade, é incomum ouvir
este tipo de declaração tão devotada, até mesmo em círculos cristãos.
Estamos falando da mesma pessoa?
Voltando agora para o meu dilema inicial. Eu estava
admirando a expressão de amor de meu amigo quando um pensamento preocupante
tomou conta de mim: Qual Jesus? Um breve conflito mental aconteceu. Pensei se
eu devia ou não lhe fazer tal pergunta. Minhas palavras, no entanto, saíram
antes que minha mente tomasse uma decisão. "Fale-me sobre o Jesus que você
ama." Meu amigo muçulmano nem hesitou: "Ele é o mesmo Jesus que você
ama." Antes de me tornar muito "doutrinário" com meu amigo,
achei que deveria mostrar-lhe como era importante definirmos se estávamos
realmente falando sobre o mesmo Jesus.
Eu usei o seu vizinho, que é um grande amigo nosso, como
exemplo. Ele e eu realmente amamos esse cidadão. Depois de concordarmos sobre
nossos sentimentos mútuos, eu comecei a dar uma descrição das características
físicas de nosso amigo comum: "Ele tem um metro e setenta de altura, é
totalmente careca, pesa mais ou menos uns 150 quilos e usa um brinco em sua
orelha esquerda..." Na verdade, eu não pude ir muito longe, pois logo
algumas objeções foram feitas. "Espere aí... ele tem quase dois metros, eu
gostaria de ter todo o cabelo que ele tem, e ele é o homem mais magro que eu
conheço!" Meu amigo acrescentou que certamente não estávamos falando sobre
a mesma pessoa. "Mas isto realmente faz alguma diferença?",
perguntei. Ele me olhou com incredulidade. "Mas é claro que faz! Eu não
tenho um vizinho que se encaixa com a sua descrição. Talvez você esteja falando
de uma outra pessoa, mas não de meu bom vizinho e amigo." Então destaquei
o fato de que se nós verdadeiramente aceitássemos a descrição que eu acabara de
dar, certamente não estávamos falando da mesma pessoa. Ele concordou.
A seguir continuei descrevendo o Jesus que eu conhecia.
"Ele foi crucificado e morreu na cruz pelos meus pecados. O Jesus que você
conhece fez o mesmo?"
"Não, Alá o levou para o céu logo antes da
crucificação. Judas é quem morreu na cruz."
"O Jesus que eu conheço é o próprio Deus, que se
tornou homem. O seu Jesus é assim?"
Ele negou com a cabeça e disse: "Não, Alá é o único
Deus. Jesus foi um grande profeta, mas somente um homem." A discussão
prosseguiu a respeito das muitas características que a Bíblia atribui a Jesus.
Em quase todos os casos, meu amigo muçulmano tinha uma perspectiva diferente.
Mesmo mantendo-se convencido de que ele tinha o ponto de vista correto sobre
Jesus, o fato de que nossas convicções contraditórias não podiam ser
reconciliadas pareceu reduzir o seu zelo em proclamar o seu amor por Jesus.
Discussão doutrinária é sectarismo?
Alguns enxergam este meu questionamento como algo não
amoroso – como uma prova do sectarismo que a discussão doutrinária produz. Eu o
vejo como uma tentativa de clarear o caminho para que meu amigo tenha um
relacionamento genuíno com o único Salvador verdadeiro, o nosso Senhor Jesus
Cristo – não com alguém que ele ou outros homens, intencionalmente ou não, têm
imaginado ou inventado.
Doutrinas, simplesmente, são ensinamentos. Elas podem ser
verdadeiras ou falsas. Uma doutrina verdadeira não pode ser divisiva de maneira
prejudicial; esta característica se aplica somente a ensinos falsos.
"Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e
escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos
deles" (Rm 16.17; veja também Rm 2.8-9). Jesus, que é a Verdade, só pode
ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6;
18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29). O próprio Cristo causou divisão (Mt 10.35; Jo 7.35;
9.16; 10.19), divisão entre a verdade e o erro (Lc 12.51).
"Qual Jesus?" é uma pergunta importantíssima
para todo crente em Cristo. Nós deveríamos primeiro nos questionar, testar
nossas próprias crenças sobre Jesus (2 Co 13.5; 1 Ts 5.21). Incompreensões
sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstáculos em nosso relacionamento com
Ele. A avaliação também pode ser vital com respeito à nossa comunhão com
aqueles que se dizem cristãos. Recentemente, durante uma rápida viagem aérea,
um dos meus amigos, preocupado o suficiente, fez algumas perguntas cruciais à
pessoa próxima a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo tendo
confessado ser um cristão, participando há quatro anos de uma comunidade
cristã, essa pessoa na verdade não conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da
Salvação. Meu amigo o levou ao Senhor antes que o avião aterrizasse.
A "UNIDADE
CRISTÃ"
Com muita freqüência, frases parecidas com "nós
teremos comunhão com qualquer um que confessar o nome de Cristo", estão
sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumênicas. O medo de destruir a
unidade domina os que levam a sério este tipo de propaganda antibíblica, até
mesmo ao ponto de desencorajar qualquer menor interesse em lutar pela fé.
Surpreendentemente, "a unidade cristã" agora inclui a colaboração
para o bem moral da sociedade com qualquer seita "que confessa o nome de
Jesus."
"Jesus", o irmão de Lúcifer
Os ensinamentos heréticos sobre Jesus incluem todo tipo
inimaginável de idéias sem base bíblica. O "Jesus Cristo" dos
mórmons, por exemplo, não poderia estar mais longe do Jesus da Bíblia. O Jesus
inventado por Joseph Smith, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, é o primeiro
filho de Elohim, tal como todos os humanos, anjos e demônios são filhos
espirituais de Elohim. Este Jesus mórmon se tornou carne através de relações
físicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo físico) e a virgem
Maria. O Jesus mórmon é meio-irmão de Lúcifer. Ele veio à terra para se tornar
um deus. Sua morte sacrificial dará imortalidade para qualquer criatura
(incluindo animais) na ressurreição. No entanto, se uma certa criatura,
individualmente, vai passar a sua eternidade no inferno ou em um dos três céus,
isto fica por conta de seu comportamento (incluindo o comportamento dos
animais).
"Jesus", uma idéia espiritual
O Jesus Cristo das seitas da ciência da mente (Ciência
Cristã, Ciência Religiosa, Escola Unitária do Cristianismo, etc.) não é
diferente de qualquer outro ser humano. "Cristo" é uma idéia
espiritual de Deus e não uma pessoa. Jesus nem sofreu nem morreu pelos pecados
da humanidade, porque o pecado não existe. Ao invés disto, ele ajudou a
humanidade a desacreditar que o pecado e a morte são fatos. Esta é a
"salvação" ensinada pela tal Ciência Cristã.
"Jesus ", o arcanjo Miguel
As Testemunhas de Jeová também amam a Jesus, mas não o
Jesus da Bíblia. Antes de nascer nesta terra, Jesus era Miguel, o Arcanjo. Ele
é um deus, mas não o Deus Jeová. Quando o Jesus deles se tornou um homem, parou
então de ser um deus. Não houve ressurreição física do Jesus dos Testemunhas de
Jeová; Jeová suscitou o seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais,
e agora, novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bíblia promete
que, ao morrer um crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa imediatamente
estará com Jesus (2 Co 5.8; Fp 1.21-23). Com o Jesus deles, no entanto, somente
144.000 Testemunhas de Jeová terão este privilégio – mas não depois da morte,
porque eles são aniquilados quando morrem. Ou seja, eles gastam um período
indefinido em um estado inativo e inconsciente; de fato deixam de existir.
Minha comunhão com Jesus bíblico, no entanto, é inquebrável e eterna.
"JESUS", AINDA
PRESO NUMA CRUZ .
Os católicos romanos também amam a Jesus. Eu também o amei
da mesma forma durante vinte e poucos anos de minha vida, mas ele era muito
diferente do Jesus que eu conheço e amo agora. Algumas vezes ele era apenas um
bebê ou, no máximo, um garoto protegido pela sua mãe. Quando queria a sua ajuda
eu me assegurava rezando primeiro para sua mãe. O Jesus para quem eu oro hoje
já deixou de ser um bebê por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como
católico morava corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernáculo
que ficava no altar de nossa igreja, na forma de pequenas hóstias brancas,
enquanto que, simultaneamente, morava em milhões de hóstias ao redor do mundo.
Meu Jesus, na verdade, é o Filho de Deus ressuscitado corporalmente; Ele não
habita em objetos inanimados.
O Jesus dos católicos romanos que eu conhecia era o Cristo
do crucifixo, com seu corpo continuamente dependurado na cruz, simbolizando, de
forma apropriada, o sacrifício repetido perpetuamente na missa e a Sua obra de salvação
incompleta. Aproximadamente há dois milênios, o Jesus da Bíblia pagou
totalmente a dívida dos meus pecados. Ele não necessita mais dos sete
sacramentos, da liturgia, do sacerdócio, do papado, da intercessão de Sua mãe,
das indulgências, das orações pelos mortos, do purgatório, etc. para ajudar a
salvar alguém. Os católicos romanos dizem que amam a Jesus, mesmo quando se
chamam de católicos carismáticos, católicos "evangélicos", ou
católicos renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que não é o Jesus
bíblico. Ele é "um outro Jesus".
"Jesus", o bilionário
Até mesmo alguns que se dizem evangélicos promovem um
Jesus diferente. Os chamados pregadores do movimento da fé e da prosperidade
promovem um Jesus que foi materialmente próspero. De acordo com o evangelista
John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu ensino, Jesus vestia roupas
de marca (uma referência à sua capa sem costura) semelhantes às vestidas por
reis e mercadores ricos. Usando uma argumentação distorcida, um pregador do
sucesso chamado Robert Tilton declarava que ser pobre é pecado, e já que Jesus
não tinha pecado, então, obviamente, ele devia ter sido extremamente rico. O
pregador da confissão positiva Fred Price explica que dirige um Rolls Royce
simplesmente porque está seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts sustenta a
idéia de que, pelo fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus
discípulos deviam ter muito dinheiro.
O "Jesus" do movimento da fé e das igrejas
psicologizadas
Além da pregação sobre um Cristo que era materialmente
rico, muitos pregadores do movimento da fé, tais como Kenneth Hagin e Kenneth
Copeland, proclamam um Jesus que desceu ao inferno e foi torturado por Satanás
a fim de completar a expiação pelos pecados dos homens. Este não é o Jesus que
eu conheço e amo.
O Jesus de Tony Campolo habita em todas as pessoas. O
televangelista Robert Schuller apresenta um Jesus que morreu na cruz para nos
assegurar uma auto-estima positiva. Para apoiar sua tese sobre Jesus,
psicólogos cristãos e numerosos pregadores evangélicos dizem que Sua morte na
cruz prova o nosso valor infinito para com Deus e que isto é a base para nosso
valor pessoal. Não somente existe uma variedade enorme de "jesuses"
que promovem o ego humano hoje em dia, como também estamos ouvindo em nossas
"igrejas" psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode não ser tão
importante para o nosso bem psicológico do que nossa própria percepção sobre
Ele. Esta é a base para o ensino atual do integracionista psicoespiritual Neil
Anderson e outros que promovem técnicas não-bíblicas de cura interior. Eles
dizem que nós devemos perdoar Jesus pelas situações passadas, nas quais nós
sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?
Conclusão
A comunhão com Jesus é o coração do Cristianismo. Não é
algo que meramente imaginamos, mas é uma realidade. Ele literalmente habita em
todos que colocam nEle a sua fé como Senhor e Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20;
15.4). O relacionamento que temos com Ele é ao mesmo tempo subjetivo e
objetivo. Nossas experiências pessoais genuínas com Jesus estão sempre em
harmonia com a Sua Palavra objetiva (Is 8.20). O Seu Espírito nos ministra a
Sua Palavra, e este conhecimento é o fundamento para nossa comunhão com Ele (Jo
8.31; Fp 3.8). Nosso amor por Ele é demonstrado e aumenta através de nossa
obediência aos Seus mandamentos; nossa confiança nEle é fortalecida através do
conhecimento do que Ele revela sobre Si mesmo (Jo 14.15; Fp 1.9). Jesus disse:
"Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (Jo 18.37). Na proporção
em que nós crentes aceitarmos falsas doutrinas sobre Jesus e Seus ensinamentos,
também minaremos nosso relacionamento vital com Ele.
Nada pode ser melhor nesta terra do que a alegria da
comunhão com Jesus e com aqueles que O conhecem e são conhecidos por Ele. Por
outro lado, nada pode ser mais trágico do que alguém oferecer suas afeições
para outro Jesus, inventado por homens e demônios. Nosso Senhor profetizou que
muitos cairiam na armadilha daquela grande sedução que viria logo antes de Seu
retorno (Mt 24.23-26). Haverá muitos que, por causa de sinais e maravilhas,
como são chamados, feitos em Seu nome, se convencerão de que conhecem a Jesus e
O estão servindo. Para estes, um dia, Ele falará estas solenes palavras:
"...Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniqüidade" (Mt 7.23). Mesmo que sejamos considerados divisivos por
perguntarmos "Qual Jesus?", entendam que este pode ser o ministério
mais amoroso que podemos ter hoje em dia. Porque a resposta desta pergunta traz
conseqüências eternas.
OS ENSINOS DE JESUS
Jesus foi o maior professor que já viveu. No entanto ele
era muito mais que isso. Como Filho de Deus, os seus ensinamentos eram a
verdade. Sua missão era instruir aos outros como conhecer a Deus. Sua mensagem
principal era que Deus queria nos amar e nos conhecer. Ele ensinava enquanto
andava com os seus seguidores. Ele ensinou de um barco, de um monte, de uma
casa e do templo. Ele ensinava em sermões, mas ele preferia usar uma história
ou uma parábola. Muitas pessoas têm perguntas sobre o que Jesus falou sobre
vários tópicos. O que ele ensinou sobre Deus? O que ele pensava de si próprio?
O que ele queria dizer quando ele falou do reino? Qual era o significado de sua
morte? O que ele falou do Espírito Santo? Como ele descreveu os seres humanos e
suas necessidades? E a igreja cristã? Ele ensinou alguma coisa sobre o fim do
mundo? Quais eram as principais características de seus ensinamentos morais?
1- OS ENSINAMENTOS SOBRE DEUS
Qualquer um que chega aos ensinamentos de Jesus depois de
ter lido o Velho Testamento, percebe de cara que os ensinamentos sobre Deus são
paralelos. Jesus ensinou que Deus é o Criador que se preocupa com a sua criação
e cuida dela desde as menores criaturas como o pardal (Mateus 10:29). Não a um
suporte nos ensinamentos de Jesus para a visão que diz que Deus não se importa
com o mundo que ele criou. Jesus nos lembra que ele é um Deus de detalhes -
intimamente preocupado com a nossa vida. Um dos títulos mais característicos
que Jesus usou para Deus foi Pai. Isso não era novidade, pois essa idéia ocorre
no Velho Testamento, aonde Deus é visto como o Pai de seu povo. Esse tipo de
paternidade era nacional ao invés de pessoal. No período entre o Velho
Testamento e o Novo Testamento, os judeus consideravam Deus tão santo que ele
foi removido do contato imediato com os compromissos humanos. Na verdade, eles
acreditavam que tinha que haver um mediador entre Deus e o povo. Essa noção
exaltada de Deus contradizia a idéia de Deus como um Pai pessoal e amoroso. É
por causa disso que os ensinamentos de Jesus quanto à paternidade pessoal é tão
única. Há alguma evidência nos ensinamentos judaicos dizendo para orar a Deus
como "Nosso Pai". No entanto, o que distingui Jesus de seus
contemporâneos é que a paternidade de Deus era o centro de seus ensinamentos. A
relação pai e filho é particularmente vívida no evangelho de João, aonde Jesus
como o Filho é visto como tendo uma comunhão íntima com o Deus Pai. Isso
aparece fortemente na oração de Jesus em João 17 e nas afirmações freqüentes
que o Pai tinha mandado o Filho e que o Filho estava cumprindo a vontade do
Pai. È esse forte relacionamento entre Deus e Jesus em termos de Pai e Filho
que fez Jesus ensinar as pessoas a se aproximarem de Deus da mesma maneira.
2- ENSINAMENTOS SOBRE SI PRÓPRIO
O que Jesus falou de si próprio é de muita importância,
pois foi isso que a igreja primitiva veio a ensinar sobre ele. Jesus usou
alguns títulos para se descrever ou os aceitava quando os outros os usavam.
FILHO DO HOMEM
O título mais usado é Filho do Homem. Algumas vezes ele
relacionava isso diretamente na sua ministração pública, como por exemplo
quando ele disse que o Filho do Homem era o Senhor do sábado (Marcos 2:28), ou
que o Filho do Homem tinha o poder de perdoar os pecados (2:10). Às vezes os
dizeres lidavam com o seu sofrimento, como quando Jesus falou que o Filho do
Homem tinha que sofrer várias coisas (8:31; note que Mateus 16:21 usa
"ele" ao invés de "Filho do Homem"). Em outros trechos a
referência é para uma aparição futura, como quando ele disse ao sumo sacerdote
que ele veria o Filho do Homem assentado a destra de Deus vindo sobre as nuvens
do céu (Marcos 14:62). O que Jesus quis dizer com o título, e porque que ele
usou? A razão mais provável é porque ele queria evitar o termo Messias, que já
carregava muitas implicações políticas.
MESSIAS
O termo "Messias" ou "Cristo", não
pertencem estritamente aos ensinamentos de Jesus, já que ele mesmo nunca usou.
No entanto, ele aceitou esse título quando foi usado por Pedro. Ele também não
negou ser o Messias quando respondeu ao sumo sacerdote que perguntou se ele era
o Messias. No evangelho de João, André diz a Pedro que havia achado o Messias
(João 1:41); a mulher em Samaria também conversa com Jesus e ele revela que ele
é o Messias (4:25-26). Havia uma expectativa comum entre os judeus que o
libertador viria para derrubar os seus inimigos políticos, os romanos. Havia
várias idéias sobre a sua origem (um líder militar ou um guerreiro celestial) e
seus métodos.
FILHO DE DEUS
O título "Filho de Deus" ocorre principalmente
no evangelho de João. Tanto Marcos como João consideravam Jesus assim (compare
Marcos 1:1 e João 20:30-31). Há algumas passagens aonde o Messias é ligado ao
Filho de Deus e que Jesus não rejeita nenhum dos títulos (compare a Mateus
16:16). Mas nos ensinamentos de Jesus, uma passagem faz ficar muito clara a
relação especial que Jesus tinha com Deus como Filho (Mateus 11:27; veja também
Lucas 10:22). Muitas passagens parecidas no evangelho de João, no entanto, são mais
explicitas. O Filho é inquestionavelmente pré-existente - já vivia antes do
tempo começar. Jesus sabe que ele veio do Pai e retornaria ao Pai. Jesus se
considerava divino - ele era inteiramente Deus. No entanto, João retrata Jesus
mais claramente também na sua natureza terrena - ele também era inteiramente
humano. Jesus não explicou em nenhuma parte de seus ensinamentos como que Deus
poderia se tornar homem, mas ele assumiu isso como um fato. Como Filho de Deus,
ele ensinou com a autoridade de Deus.
3- ENSINAMENTOS SOBRE O REINO DE DEUS
Ninguém pode ler os evangelhos sinópticos sem notar que o
"reino de Deus" (ou dos céus) aparece freqüentemente. Muitas das
parábolas de Jesus são especificamente chamadas de parábolas do reino. O
conceito de Jesus sobre o reino era uma idéia básica do evangelho cristão. A
idéia principal é o reinado de Deus sobre as pessoas ao invés de um reino
físico que pertence a Deus. Em outras palavras, a ênfase está no reinado ativo
de Deus como Rei. O reino de Deus consiste do relacionamento entre os membros e
o Rei. Também significa que o reino não será expresso em termos institucionais.
O REINADO PRESENTE
Em Lucas 17:20-21 fica claro que o reino era um tema de
interesse comum, aonde os fariseus perguntaram a Jesus quando viria. Eles
estavam esperando que o Messias estabelecesse um derrubamento político dos
romanos. Sua resposta, que estava "entre eles", é claramente uma
idéia presente. Espíritos imundos também foram exorcizados como evidência que o
reinado havia chegado (Mateus 12:28; Lucas 11:20). Além disso, Jesus menciona
que o reino havia sido vigorosamente avançado (Mateus 11:12), mas não por
métodos revolucionários. Ainda, alguma coisa dinâmica já estava acontecendo.
Essa idéia de poder dinâmico é um dos traços mais característicos do reino.
Jesus falou em amarrar os homens fortes e armados (Lucas 11:21-22), o que
mostra que no seu ministério ele esperava dar uma demonstração poderosa contra
as forças das trevas. É evidente que o reino que Jesus proclamava, presente ou futuro,
era um reino aonde Deus era supremo. O reino era parte de seu ministério, onde
Deus estava trazendo a libertação espiritual para o seu povo. Além disso, os
ensinamentos de Jesus sobre o reino é uma parte da mensagem total. Nenhuma
parte dessa mensagem pode ser separada de qualquer outra parte sem que o resto
seja distorcido.
O REINO FUTURO
As parábolas têm os ensinamentos mais claros no aspecto
futuro do reino (Mateus 13). Jesus falou do uso futuro da imagem retirada da
literatura judaica. Ele relaciona nuvens, glória e anjos com a vinda do Filho
do Homem (Marcos 13:26-27). Mateus fala de um som de trombeta, outro traço
familiar (Mateus 24:31). Vários traços das parábolas do reino nos dá a mais
clara idéia da natureza do reino. A condição de membro do reino não é
considerada universal. Os membros do reino são aqueles que escutam e entendem a
palavra do reino (Mateus 13:23). Apesar de todas as nossas diferenças raciais,
culturais e de gênero só existem dois tipos de pessoas no mundo: as que são
salvas e as que não são. Cada pessoa responde individualmente a oferta de
salvação oferecida por Jesus para que seja parte do reino. Há uma ênfase na
parábola sobre o crescimento da semente de mostarda, aonde um pequeno começo
cresce para se tornar uma grande coisa.
4- OS ENSINAMENTOS SOBRE A SUA PRÓPRIA MORTE
O anunciamento do reino deve ser ligado à abordagem de
Jesus a sua própria morte. Será que Jesus via a sua morte como uma parte chave
de sua missão? Alguns acreditam que ele terminou a vida desiludido com algum
tipo de desejo de morte. No entanto, sua morte não foi um desvio de sua missão.
Isso era inteiramente a sua missão. Jesus sabia que os detalhes de sua vida
eram a realização das escrituras (compare a Mateus 26:24; 56; Marcos 9:12;
Lucas 18:31; 24:25-27, 44-45). O sofrimento de Jesus é o assunto da profecia do
Velho Testamento. Ele conhecia as previsões do Velho Testamento e reconhecia
que elas só poderiam se realizar através de seu próprio sofrimento.
Evidentemente que Jesus via a sua morte como um sacrifício. Na última ceia, o
cálice é ligado ao sangue da nova aliança, que é conhecida como sendo para a
"remissão dos pecados" (Mateus 26:26-28). Nenhuma explicação é dada
sobre a maneira em que a morte que estava próxima, simbolizada pelo pão partido
e pelo vinho servido, traria o perdão dos pecados. Mas a igreja primitiva
entendeu que Cristo morreu pelos nossos pecados (compare a 1 Coríntios 15:3). A
idéia da nova aliança é paralela a Velha aliança, que de acordo com Êxodo 24,
foi selada com o sangue de um sacrifício. Jesus tinha isso em mente quando ele
falou da nova aliança. Também era parecido com a idéia expressada em Jeremias
31, que se refere a uma aliança escrita no coração ao invés de numa pedra. Na
oração de Jesus em João 17, ao encarar a cruz, ele declara que ele terminou a
obra que o Pai deu a ele (17:4). Isso é reforçado quando ele fala, já na cruz
"está consumado", que só João menciona (19:30). Esse senso de missão
cumprida da um ar de triunfo para o que de outra maneira, poderia ser visto como
um desastre. Jesus não foi assassinado. Ele deu a sua vida como um sacrifício
pelos nossos pecados. Apesar dos homens terem colocado ele numa cruz
superficialmente, o amor dele por todo o povo de Deus é o que o manteve ali até
o fim.
5- OS ENSINAMENTOS SOBRE O ESPÍRITO SANTO
Em vários dos eventos principais na vida de Jesus, os
escritores dos evangelhos notam a atividade do Espírito Santo. Por exemplo, o
nascimento virgem, o batismo de Jesus e a sua tentação mencionam o Espírito. A
maioria dos ensinamentos vem dos evangelhos de João. Quando Jesus começou a
pregar o seu ministério em Nazaré, de acordo com Lucas, ele leu o depoimento em
Isaías 61:1-2 sobre o Espírito de Deus e aplicou a ele. Ele viu o Espírito
marcando o começo de seu ministério. Ele foi acusado de expulsar demônios como
Belzebu, príncipe dos demônios. No entanto, ele estava realmente expulsando
espíritos imundos pelo Espírito de Deus (Mateus 12:28). Ele era, além disso,
sensível a seriedade de blasfemar contra o Espírito, que ele implica que os
seus acusadores estavam perigando fazer. Criticar o seu ministério era criticar
o mover do Espírito.
Enquanto avisava os seus discípulos que eles encontrariam
com a oposição, Jesus os assegurou que o Espírito os apoiaria quando eles
fossem forçados a encontrar com reis e governadores (Mateus 10:19-20; Marcos
13:11). De fato, ele falou que o Espírito continuaria a falar através deles
muito tempo depois que Jesus tivesse retornado ao céu. Lucas registra a
promessa de Jesus que Deus daria o Espírito Santo para aqueles que pedissem
(Lucas 11:13), como um pai dá bons presentes para os seus filhos. Nós
geralmente pedimos a Deus por paz, propósito ou proteção. No entanto, Deus
considera o Espírito Santo o melhor presente que ele pode dar a seus filhos. Em
uma outra ocasião, Jesus reconheceu que Davi havia escrito o Salmo 110 (Marcos
12:36) com a influência do Espírito. Como resultado desse e de outros exemplos,
sabemos que a bíblia não é um livro comum escrito por homens. De fato, o
Espírito Santo inspirou as escrituras.
SALVAÇÃO
O evangelho de João nos dá um desenvolvimento mais
detalhado de o que Jesus ensinou sobre o Espírito. Os ensinamentos do Espírito
são geralmente ligados aos ensinamentos de Jesus sobre dar a vida eterna a
aqueles que acreditassem nele e o recebessem. Quando ele falou com Nicodemos
sobre o novo nascimento e a vida eterna, Jesus também falou do Espírito (João
3:3-8, 15-16). Quando ele falou da água da vida para a mulher samaritana, ele
também falou do Espírito (4:14, 23-24). Por toda a escritura, Jesus declara a
várias pessoas que ele poderia lhes dar a vida eterna se eles acreditassem
nele. Ele prometeu a água da vida, o pão da vida e a luz da vida, mas eles só
receberiam a vida eterna quando viesse o Espírito depois de sua ressurreição.
Jesus disse "É o Espírito que dá a vida eterna" (João 6:63). Quando o
Espírito se tornasse disponível, eles poderiam ter vida. Uma vez que Jesus
havia sido glorificado através de sua ressurreição, o Espírito de Jesus
glorificado estaria disponível a todos aqueles que cressem.
A SEGUNDA VINDA
Ele falou para os discípulos que o Filho do Homem viria
com os seus anjos na glória de seu Pai (Mateus 16:27). Ele descreve o Filho do
Homem vindo em nuvens com poder e glória (Marcos 13:26). Jesus descreve vários
sinais que precederia a sua segunda vinda. Ele falou de guerras, conflitos,
terremotos, fome e distúrbios nos céus. O evangelho seria primeiramente pregado
a todas as nações. Ao mesmo tempo falsos "Cristos" surgiriam. Jesus
deu vários detalhes de seu retorno para encorajar os seus discípulos a
encararem a perseguição. Os discípulos teriam que vigiar, pois a vinda
aconteceria inesperadamente como um ladrão na noite. Jesus disse que nem ele
mesmo sabia quando isso aconteceria (Marcos 13:32).
RESSURREIÇÃO
Um outro tema importante afetando o futuro é enfatizado
nos ensinamentos de Cristo sobre a ressurreição. Os saduceus não acreditavam na
ressurreição do corpo. Eles tentaram enganar Jesus com uma pergunta sobre uma
mulher que havia se casado sete vezes. Eles queriam saber esposa de qual dos
sete maridos ela seria depois da ressurreição (Marcos 12:18-27). Jesus apontou
que não haveria casamento quando os mortos ressurgissem. A idéia dos saduceus
sobre a ressurreição estava claramente errada. Os ensinamentos de Jesus seriam
como os anjos. Não há dúvida sobre a ressurreição dos mortos, apesar de não nos
ser dada informações específicas sobre o corpo ressurreto.
JULGAMENTO
Jesus contou uma história sobre um homem rico e um homem
pobre que morreram (Lucas 16:19-31). Na vida após a morte, o homem rico gritava
no tormento, enquanto o homem pobre curtia o estado de benção. A distinção
entre os dois homens nos dá uma dica do julgamento, apesar de não nos ser
falado como essa distinção é feita. Em outros lugares de seus ensinamentos,
Jesus disse que o requisito vital é a fé. A conversa entre Jesus e o ladrão que
estava morrendo na cruz ao seu lado, sugere que o ladrão arrependido foi salvo
(Lucas 23:42-43). O tema de recompensa e punição é visto em muitas passagens. Em
Mateus 16:27, Jesus diz que o Filho do Homem recompensará todos de acordo com o
que ele(a) fez. Aqueles que são inúteis serão punidos nas trevas (25:30). Mais
adiante, Jesus fala de um dia de julgamento, no qual homens e mulheres
prestarão contas até mesmo de suas palavras descuidadas (12:36-37). Entre todas
as afirmações solenes de Jesus estão aquelas aonde ele fala do inferno. Seus
ensinamentos sobre punição eterna para injustos (Mateus 25:41,46) são o oposto
para a vida eterna prometida para os justos. Ele disse que seus discípulos
teriam um lugar preparado para eles no céu (João 14:2), e ele também falou de
um Livro da Vida aonde o nome de todos aqueles que crêem está escrito (Lucas
10:20).
JESUS CRISTO: PERFEITAMENTE
HOMEM! PERFEITAMENTE DEUS!
Jesus Cristo: Perfeitamente homem!
A verdade com respeito à Pessoa do Senhor Jesus, Filho de
Deus, é simples e profunda. Ela se encontra revelada na Palavra de Deus, e
podemos conhecê-la mediante a revelação que nos é dada pelo Espírito Santo. Há
que se considerar que esta revelação sobrepuja a inteligência humana; a fé,
contudo, se apropria das declarações da Sagrada Escritura, e adora.
CRISTO NA ETERNIDADE, ANTES
DO TEMPO
O Deus eterno:
- “No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e
o Verbo era Deus” (João 1:1). - “...pois ele, subsistindo em forma de Deus, não
julgou como usurpação o ser igual a Deus” (Filipenses 2:6).
Desde a eternidade, antes do tempo, Deus o Filho já
existia (ou “era”). Ele, portanto, é sem início, existe eternamente, e é tão
elevado e digno de honra como Deus o Pai e Deus o Espírito Santo.
-“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no
seio do Pai, é quem o revelou” (João 1:18).
-“Tu és o cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16).
-“. . .me amaste antes da fundação do mundo” (João 17:24).
Cristo é Filho desde toda a eternidade. Mas o fato dEle
ser Filho não implica um começo nem uma posição inferior à do Pai. Ele é, como
já foi dito, igual a Deus e de uma existência eterna. Desde a eternidade Ele
era o objeto do amor do Pai - É o “Filho do seu amor” (Colossenses 1:13).
CRISTO NO TEMPO SOBRE A
TERRA,
E AGORA NO CÉU
O Filho eterno de Deus:
-“Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus
enviado o seu Filho unigênito ao mundo” (1 João 4:9).
-“A si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo”
(Filipenses 2:7).
-“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”
(João 1:14).
-“Mas acerca do Filho [diz]: O teu trono, ó Deus, é para
todo o sempre” (Hebreus 1:8).
Quando o Filho de Deus se tornou homem, ocultou a glória
de Sua divindade. A si mesmo se esvaziou; do contrário, o homem não teria
suportado Sua presença (Êxodo 33:20). Apesar disso, permaneceu sempre como o
Filho eterno de Deus. Como tal, é eternamente onipresente (João 1:18),
onisciente (João 18:4) e onipotente (João 18:6). Ele permanece Deus depois de
Sua ressurreição e ascensão, e por toda a eternidade.
O Filho de Deus, gerado pelo Espírito Santo:
-“Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei” (Salmo 2:7)
-“Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do
Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há
de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35).
O fato de que o Senhor Jesus tenha sido gerado por Deus o
Espírito Santo é também uma razão para que seja chamado Filho de Deus. Tal como
havia sido anunciado no Antigo Testamento, Maria assim O recebeu (Lucas 1:35),
Natanael O reconheceu (João 1:49), o cego de nascimento O adorou (João 9:35-38),
e Tomé dirigiu-se a ele depois de Sua ressurreição (João 20:28).
JESUS, PERFEITAMENTE HOMEM:
1) Um homem que
nasceu e viveu aqui na terra
-“Ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o
deitou numa manjedoura” (Lucas 2:7).
-“O Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido” (Lucas
19:10).
Há 2000 anos, o Filho de Deus veio a ser de fato homem em
Belém. Tinha um espírito humano (João 13:21), uma alma humana (12:27) e um
corpo humano (2:2 1).
Teve fome (Mateus 21:18), esteve cansado (João 4:6). Como
homem, tinha que andar de um lugar para outro (João 4:4) por mais que, como
Deus, fosse sempre onipresente. Em Marcos 13:32 está escrito que nem os anjos,
nem mesmo o Filho conhecem o dia e a hora da vinda do Filho do homem. Ele disse
isso como homem na posição de Servo e de Profeta. Como Deus, contudo, é
onisciente. Estas coisas vão além de nosso entendimento humano, mas a fé O
considera como sendo perfeitamente homem, sem esquecer jamais que é, ao mesmo
tempo, eternamente Deus.
2) Um homem
semelhante a nós, mas sem pecado
-‘Nele não existe pecado” (1 João 3:5).
Exteriormente, o Senhor Jesus não se distinguia dos demais
homens, nos quais habita o pecado (Romanos 8:3). Contudo, nEle não existe
pecado. Não podia pecar nem cometeu pecado algum. Por isso, o céu se abriu duas
vezes sobre Ele, no princípio e no final de seu ministério como homem aqui na
terra. “Foi ouvida uma voz dos céus: Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo
(Marcos 1:11; veja também 9:7).
3) Um homem que
morreu e ressuscitou
-“Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para
a reassumir” (João 10:17).
Jesus foi até o Gólgota e, como homem, deixou Sua vida.
Sabemos porquê! Ali cumpriu a obra da redenção a fim de que pudéssemos ser
salvos. Realmente morreu. Quanto a Seu espírito e alma, entrou no paraíso
(Lucas 23:43); quanto a Seu corpo, foi colocado na sepultura (João 19:42).
Depois de três dias, ressuscitou corporalmente. Como homem ressuscitado, foi
visto por Cefas, logo pelos doze, e depois por mais quinhentos irmãos de uma só
vez (1 Coríntios 15:5-6).
4) Um homem no céu por toda a eternidade
-“Sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem”
(Ap 14:14).
-“Então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que
todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1Coríntios
15:28).
Depois de Sua ressurreição, Jesus subiu ao céu. Agora está
ali assentado, como homem glorificado, no lugar mais elevado, à destra de Deus.
Como homem, voltará para levar Consigo os Seus e introduzi-los na casa do Pai.
Logo aparecera ao mundo em glória.
Como homem, exercerá o juízo (Apocalipse 14:14) e, segundo
1Co 15:28, vemos claramente que permanecerá homem eternamente. Como homem, o
Filho se sujeitará a Deus por toda a eternidade.
Podemos dizer que deixou Sua vida como homem pelo poder de
Deus. Também pelo mesmo poder divino ressuscitou como homem. Por último, pelo
poder de Deus subiu ao céu (Efésios 4:10). E agora está assentado à direita da
Majestade, como homem glorificado, nas alturas (Hebreus 1:3).
RESUMO
O Senhor Jesus é Deus eternamente, sem princípio, tão
elevado como Deus o Pai. Era e é o Filho eterno, em comunhão de amor com o Pai.
Tornou-Se verdadeiro homem como nós, mas era sem pecado; não cometeu pecado
nenhum. Está fora de todo alcance do pecado, porque é santo. Permanece
eternamente homem.
Estas são verdades fundamentais das Sagradas Escrituras.
Não somente algumas passagens confirmam isso, mas toda a Palavra de Deus. Tal é
a doutrina de Cristo. (2 João 7-11).
CRISTOLOGIA
Objetivo: Mostrar que Jesus Cristo é Deus, que encarnou
como homem e o único que pode salvar o ser humano de sua condição pecaminosa.
Para nós, cristão e que já entregamos a nossa vida a
Jesus, não temos dúvidas quanto á sua natureza: Ele é Deus, e junto com o Pai e
o Espírito Santo, formam a Trindade. Sabemos e cremos que ele tomou a forma
humana morreu em nosso lugar, para que a nossa dívida de pecado fosse paga.
Embora creiamos nisto, existem duas principais razões
pelas quais devemos estudar sobre a pessoa de Jesus: as seitas e heresias que
distorcem a verdade sobre Cristo, e a necessidade de conhecermos o que a Bíblia
fala de Jesus.
Para fins de ordem, costumamos dizer que Jesus é a segunda
pessoas da Trindade, apesar de não existir hierarquia entre o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
Jesus reivindicou a natureza divina – Jo 8.58; 10.30;
17.5. Esta é a maior prova de sua divindade porque ou ele seria louco, e isto
ficaria provado após sua morte. Se um louco vivo tem poucos seguidores, que
dirá de um morto! Ou ele era o que ele disse que era, ficando provado pela sua
ressurreição, testificada por mais de quinhentas pessoas e pelos guardas que
aceitaram suborno para dizer que seu corpo fora roubado.
A – Atributos divinos. Jesus possui atributos que provam
que ele é Deus.
Onipresença - Mt 28.20; Ef 1.23
Onipotência - Jo 5.19
Onisciência - Jo 16.30; 21.17
Eternidade - Jo 1.1; 8.58; 17,5
Imutabilidade -
Hb 1.12; 13.8
Além disso, Jesus realiza obras Divinas, o que por
analogia faz dele Deus.
Jesus como Criador
- Jo 1.3; Cl 1.16
Prerrogativa de perdoar pecados - Mt
9.2; Lc 7.47
Alguns nomes atribuidos a Deus no Velho Testamento também
são atribuidos a Jesus. Vale lembrar que neste contexto o nome tem tudo a ver
com o caráter, a natureza da pessoa:
Alfa e Omega (o princípio e o fim de tudo) - Ap 22.13
“Eu Sou” - Jo 8.58
Emanuel (Deus Conosco) Mt 1.22
Senhor - Mt 7.21
Deus - Jo 1.1; 2 Pe 1.1, Jo 20.21
B – Jesus é Homem
Todo o mundo conhece a história do nascimento de Jesus.
Através da Bíblia acompanhamos o seu nascimento e seu crescimento – Mt
1.18-2.11; Lc 1.30-38; 2.50-52. Jesus possuía corpo humano – Mt 26.12; Jo 2.21,
intelecto e vontade – Mt 26.38; Mc 2.8. Como qualquer um de nós, sentiu cansaço
– Jo 4.6, fome – Mt 4.2; 21.18, sede – Jo 19.28 e foi tentado – Mt 4; Hb 2.18.
C – A Kenosis – Filipenses 2-7
A palavra literalmente significa esvaziamento, ou seja,
Cristo esvazio-se do exercício de seus atributos divinos, mas não de sua
natureza e prerrogativas divinas. Em todo o momento, quando encarnado, Jesus
tinha consciência da sua natureza divina.
A união das duas naturezas de Cristo em uma só substância
pessoal é chamada de Hipostática. Todos os seus atos e qualidades podem ser
atribuídos às duas naturezas. De outra forma, as duas naturezas são
inseparáveis.
D – O Caráter de Cristo
Muito se discute a respeito do caráter de Cristo no que
diz respeito à sua pecabilidade. Teólogos gastam muita saliva tentando explicar
se Cristo podia pecar ou não. Podia no sentido de, como tendo a natureza
humana, e como o homem é pecador, Cristo estaria debaixo da possibilidade de
pecar.
Bem, se Cristo podia ou não pecar (sem querer ser
simplista) não interessa. O fato é que ele nunca pecou – Hb 4.15 “Porque não
temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém
um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”; 1 Pe 2.22 “Ele não cometeu pecado, nem na sua
boca se achou engano”.
E – A Morte de Cristo e sua Ressurreição
A morte de Jesus foi o propósito principal de sua
encarnação. Através dela foi aberto o caminho de reconciliação do homem com
Deus. Jesus nos resgatou das trevas para a luz. Ele foi, na sua morte, a
propiciação desejável pelo Pai e nos substitui na cruz, tomando nosso lugar.
Sem a morte de Cristo, nós jamais conseguiríamos nos
achegar ao Criador, por isso ela, talvez seja mais importante do que o seu
nascimento.
Entretanto, ao contrário de todos os outros líderes
religiosos, Jesus não permaneceu no túmulo. Ao terceiro dia ressuscitou, como
nos conta os quatro evangelhos.
F – Falsas Teorias
Falsas teorias a respeito da morte e ressurreição de Jesus
começaram logo no domingo de sua ressurreição. A mando dos sacerdotes, os
guardas disseram que o corpo do Mestre foi roubado, quando a narrativa bíblica
diz que ele ressurgiu – Mt 28.12 “E congregados eles com os anciãos e tendo
consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados, e ordenaram-lhes que
dissessem: Vieram de noite os seus discípulos e, estando nós dormindo,
furtaram-no. E, se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o persuadiremos,
e vos livraremos de cuidado". Se fosse verdade, que os soldados deixaram o
corpo ser roubado, seriam mortos por causa disto. Se o testemunho da Bíblia,
onde se diz que foram comprados é falso, então podemos rasgar a Bíblia pois
mais nada nela é verdadeiro.
Algumas das falsas explicações para negar a ressurreição:
Teria sido uma lenda
Ele ressuscitou apenas espiritualmente
O corpo teria sido sepultado num lugar desconhecido pelos
discípulos
Teriam os discípulos visto alucinações de Jesus após sua
morte
Jesus forjou sua morte
Jesus não chegou a morrer na cruz, apenas desmaiou
Jesus ressuscita em nossos corações quando cremos
25 PROFECIAS CUMPRIDAS EM
TORNO DA MORTE DE CRISTO
“Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as
Escrituras dos profetas”. Mateus 26.56ª
As seguintes profecias do Antigo Testamento (Bíblia
Sagrada), sobre a traição, o julgamento, a morte e o sepultamento de nosso
Senhor Jesus Cristo, foram feitas por diferentes pessoas, em épocas distintas,
em um espaço de cinco séculos, de 1000 a 500 a .C.. Todas se cumpriram, literalmente.
1. Vendido por trinta moedas de prata
Profecia: “Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu
salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de
prata”. Zacarias 11.12
Cumprimento: “Então, um dos doze, chamado Judas
Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar,
e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata”. Mateus 26.14-15
2. Traído por um amigo
Profecia: “...mas és tu, homem meu igual, meu companheiro
e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a
multidão à Casa de Deus. A morte os assalte, e vivos desçam à cova! Porque há
maldade nas suas moradas e no seu íntimo”. Salmos 55.13-15
Cumprimento: “E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse:
Salve, Mestre! E o beijou. 50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste?
Nisto, aproximando-se eles, deitaram as mãos em Jesus e o prenderam”. Mateus
26.49-50
3. O Dinheiro foi atirado para o oleiro
Profecia: “Então, o SENHOR me disse: Arroja isso ao
oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta
moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do SENHOR”. Zacarias 11.13
Cumprimento: “Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus
fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos
principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente.
Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo. Então, Judas,
atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se.
(...) E, tendo deliberado, compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério
de forasteiros”. Mateus 27.3-5,7
4. Os discípulos O abandonaram
Profecia: “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e
contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o
pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos”.
Zacarias 13.7
Cumprimento: “Então, os discípulos todos, deixando-o,
fugiram”. Mateus 26.56
“Então, lhes disse Jesus: Todos vós vos escandalizareis,
porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas”. Marcos
14.27
5. Acusado por falsas testemunhas
Profecia: “Levantam-se iníquas testemunhas e me argúem de
coisas que eu não sei”. Salmo 35.11
Cumprimento: “Ora, os principais sacerdotes e todo o
Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem
à morte. E não acharam, apesar de se terem apresentado muitas testemunhas
falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando: Este disse: Posso destruir o
santuário de Deus e reedificá-lo em três dias”. Mateus 26.59-61
6. Bateu-se e cuspiu-se nEle
Profecia: “Ofereci as costas aos que me feriam e as faces,
aos que me arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e
me cuspiam”. Isaías 50.6
Cumprimento: “Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam
murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que
te bateu!” Mateus 26.67,68
Observem-se os detalhes na concordância da profecia e do cumprimento:
Bater-se-á nEle
No rosto e em outras partes do corpo
Cuspir-se-á nEle
Cuspir-se-á no Seu rosto
7. Mudo diante dos Seus acusadores
Profecia: “Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a
boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os
seus tosquiadores, ele não abriu a boca”. Isaías 53.7
Cumprimento: “E, sendo acusado pelos principais sacerdotes
e pelos anciãos, nada respondeu. Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves
quantas acusações te fazem? Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto
a admirar-se grandemente o governador”. Mateus 27.12-14
8. Ferido e pisado
Profecia: “Mas ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Isaías 53.5
Cumprimento: “Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após
haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado. Logo a seguir, os
soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele
toda a coorte. Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate;
tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um
caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos
judeus!” Mateus 27.26-29
9. Ele sucumbiu sob o peso da cruz
Profecia: “De tanto jejuar, os joelhos me vacilam, e de
magreza vai mirrando a minha carne”. Salmo 109.24
Cumprimento: “Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio,
carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em
hebraico”. João 19.17
“E, como o conduzissem, constrangendo um cireneu, chamado
Simão, que vinha do campo, puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a
levasse após Jesus”. Lucas 23.26
O Senhor Jesus Cristo, após ter sofrido muito com os
açoites, ficou fraco, Seus joelhos se dobraram sob a pesada cruz. Por isso, foi
necessário entregá-la a outro para ser carregada.
10. Mãos e pés traspassados
Profecia: “Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me
rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés”. Salmo 22.16
Cumprimento: “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário,
ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à direita, outro à esquerda”.
Lucas 23.33
Jesus Cristo, foi crucificado segundo o costume dos
romanos: as mãos e os pés eram perfurados por longos cravos, para pregar o
corpo na cruz (compare João 20.25-27)
“Disseram-lhe, então, os outros discípulos: Vimos o
Senhor. Mas ele respondeu: Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e
ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei.
Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé,
com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes:
Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos;
chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente”. João
20.25-27
11. Crucificado junto com malfeitores
Profecia: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte,
e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na
morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de
muitos e pelos transgressores intercedeu”. Isaías 53.12
Cumprimento: “Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua
direita, e outro à sua esquerda. E cumpriu-se a Escritura que diz: Com
malfeitores foi contado”. Marcos 15.27-28
12. Ele orou pelos Seus inimigos
Profecia: “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte,
e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na
morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de
muitos e pelos transgressores intercedeu”. Isaías 53.12
Cumprimento: “Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram
sortes”. Lucas 23.34
13. Eles menearam a cabeça
Profecia: “Tornei-me para eles objeto de opróbrio; quando
me vêem, meneiam a cabeça”. Salmo 109.25
Cumprimento: “Os que iam passando blasfemavam dele,
meneando a cabeça e dizendo: Ó tu que destróis o santuário e em três dias o
reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!” Mateus
27.39,40
14. As pessoas zombaram de Jesus
Profecia: “Todos os que me vêem zombam de mim; afrouxam os
lábios e meneiam a cabeça: Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele
tem prazer”. Salmo 22.7,8
Cumprimento: “De igual modo, os principais sacerdotes, com
os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: Salvou os outros, a si mesmo não
pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. Confiou em Deus;
pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho
de Deus”. Mateus 27.41-43
15. Eles O olhavam
Profecia: “Posso contar todos os meus ossos; eles me estão
olhando e encarando em mim”. Salmo 22.17
Cumprimento: “O povo estava ali e a tudo observava. Também
as autoridades zombavam e diziam: Salvou os outros; a si mesmo se salve, se é,
de fato, o Cristo de Deus, o escolhido”. Lucas 23.35
16. Suas vestes foram repartidas e sorteadas
Profecia: “Repartem entre si as minhas vestes e sobre a
minha túnica deitam sortes”. Salmo 22.18
Cumprimento: “Os soldados, pois, quando crucificaram
Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma
parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida
de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos
sortes sobre ela para ver a quem caberá—para se cumprir a Escritura: Repartiram
entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois,
o fizeram os soldados”. João 19.23,24
17. Foi abandonado
Profecia: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?” Salmo
22.1
Cumprimento: “Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta
voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste?” Mateus 27.46
18. Foram-lhe dados vinagre e fel
Profecia: “Por alimento me deram fel e na minha sede me
deram a beber vinagre”. Salmo 69.21
Cumprimento: “Depois, vendo Jesus que tudo já estava
consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso
cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de
hissopo, lha chegaram à boca”. João 19.28,29
“Deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não
o quis beber”. Mateus 27.34
19. Ele entregou Seu espírito a Deus
Profecia: “Nas tuas mãos, entrego o meu espírito; tu me
remiste, SENHOR, Deus da verdade”. Salmo 31.5
Cumprimento: “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas
tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou”. Lucas 23.46
20.Seus amigos ficaram de longe
Profecia: “Os meus amigos e companheiros afastam-se da
minha praga, e os meus parentes ficam de longe”. Salmo 38.11
Cumprimento: “Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e
as mulheres que o tinham seguido desde a Galiléia permaneceram a contemplar de
longe estas coisas”. Lucas 23.49
21. Seus ossos não foram quebrados
Profecia: “Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles
sequer será quebrado”. Salmo 34.20
Cumprimento: “Chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que
já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Mas um dos soldados lhe abriu o
lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que isto viu testificou,
sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a verdade, para que
também vós creiais. E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: Nenhum dos
seus ossos será quebrado”. João 19.33-36
Compensa analisar ainda duas outras profecias, que se
referem aos Seus ossos, que também tiveram cumprimento exato, se bem que nesse
caso ele não é mostrado tão claramente na Escritura:
“Derramei-me como água, e todos os meus ossos se
desconjuntaram ...” Salmo 22.14
Não difícil entender que Jesus, tendo Suas mãos e pés
pregados na cruz, teve os ossos desconjuntados, especialmente se lembrarmos que
Ele foi pregado na cruz deitada no chão, que foi depois levantada.
“Posso contar todos os meus
ossos...” Salmo 22.17
Ele foi dependurado nu na cruz (João 19.23), de modo que
seus ossos podiam ser vistos. A distensão do Seu corpo e os suplícios terríveis
da crucificação levavam os ossos a ficarem ressaltados.
22. Seu coração parou
Profecia: “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se
desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim”. Salmo
22.14
Cumprimento: “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma
lança, e logo saiu sangue e água”. João 19.34
23. Seu lado foi traspassado
Profecia: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de
Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a
quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão
por ele como se chora amargamente pelo primogênito”. Zacarias 12.10
Cumprimento: “Contudo, um dos soldados lhe furou o lado
com uma lança, e logo saiu sangue e água”. João 19.34 (Edição Revista e
Corrigida)
24. Trevas sobre a Terra
Profecia: “Sucederá que, naquele dia, diz o SENHOR Deus,
farei que o sol se ponha ao meio-dia e entenebrecerei a terra em dia claro”.
Amós 8.9
Cumprimento: “Desde a hora sexta até à hora nona, houve
trevas sobre toda a terra”. Mateus 27.45
25. Sepultado no túmulo de um rico
Profecia: “Designaram-lhe a sepultura com os perversos,
mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo
algum se achou em sua boca”. Isaías 53.9
Cumprimento: “Caindo a tarde, veio um homem rico de
Arimatéia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. Este foi ter com
Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse
entregue. E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho e o
depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande
pedra para a entrada do sepulcro, se retirou”. Mateus 27. 57-60.
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