quinta-feira, 22 de setembro de 2011


A DOUTRINA DA IGREJA ONTEM,HOJE E PARA SEMPRE

Quando alguém se salva, a primeira consideração que deveria reclamar sua atenção é a igreja. A gratidão a Deus pela salvação deveria fazê-lo tão cônscio da filiação eclesiástica como das matérias pertencentes à salvação.

I. A NATUREZA DA IGREJA
1. VÁRIAS CONCEPÇÕES FALSAS DA IGREJA
(1). A concepção católica romana
Os católicos romanos crêem que a igreja é um organismo mundial e hierárquico sob o mando do Papa em Roma. J. F. Noll, editor de "Our Sunday Visitor", de Huntington, Indiana, no "The Fairest Argument" compara a igreja com uma árvore e diz: "As folhas representam a laicidade pelo mundo inteiro. Estão em comunhão direta com os seus respectivos párocos (os ramos mais pequenos da árvore mística). Os sacerdotes, por sua vez, em comunhão direta com os seus bispos, isto é, os ramos maiores. E todos os bispos estão em comunhão direta e constante com o Soberano Pontífice, isto é, o tronco, ou estema, da árvore inteira."
Algumas vezes os católicos romanos expandem sua concepção de igreja de maneira a fazê-la incluir "todos os fiéis que existiram desde Adão até ao dia presente, ou quem existir até ao fim do tempo" (Concílio de Trento no seu Catecismo Romano, Parte I, Capítulo X, § 16) praeterea omnes fideles, qui ab Adam in hunc usque diem fuerunt, quive futuri sunt.
(2). A concepção nacional
Isto se exemplifica na "Igreja da Inglaterra", instituição nacional com o Rei da Inglaterra como seu cabeça.
(3). A concepção denominacional
Ouvimos da "Igreja Metodista Episcopal, Sul" e da "Igreja Metodista Episcopal, Norte". Há então a "Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos". E uns tantos, ignorantes da polícia batista, falam das igrejas da convenção Batista do Sul como da "Igreja Batista do Sul."
(4). A concepção Universal
Uma noção popular é que a igreja se compõe de todos os salvos em todo o mundo em qualquer tempo dado ou de toda a gente salva que já viveu, se vivos agora ou falecidos. Assim a igreja é conhecida como sendo universal e invisível.
(5). A concepção agregada
Todas as igrejas e grupos religiosos, tomados no agregado, são algumas vezes como "a igreja" em distinção do mundo.

2. O SIGNIFICADO DE "EKKLESIA"
A palavra para "igreja" é "ekklesia". Em chegando à concepção correta da igreja devemos dar conta do sentido exato desta palavra.


(1). Entre os judeus
Na Septuginta "ekklesia" refere-se aos israelitas quando reunidos para fins religiosos e em nenhuma outra ocasião. Está assim empregada em Deut. 31:30; 32:1; Josué 8:35; 9:8; Juízes 21:8 e 1 Cro. 29:1. Em Atos 7:38 aplica-se a Israel no deserto. Nunca foi usada dos judeus exceto quando em assembléia.
(2). Entre os gregos
Entre os gregos "ekklesia" referia-se tanto a uma reunião de cidadãos intimados de suas casas para algum logar público com o fim de deliberar (Atos 19:32,41). Nunca foi usada entre os gregos para pessoas não em assembléia.
O mesmo é verdade no grego clássico. Foi aplicada ai à "clubes ou associações locais autônomos" (Thomas, The Church and the Kingdom), bem como às assembléias políticas, mas aí não se tem achado caso de sua aplicação a pessoas não reunidas ou não reunintes.
(3). Por Cristo e os apóstolos
Cristo e os apóstolos usaram este termo num sentido até então desconhecido? Quem o afirma deve de ombrear o ônus da prova. E para provar semelhante noção é necessário que os seus advogados achem casos onde "ekklesia" não pode ser aplicado abstrata ou concretamente a assembléia particulares.
Joseph Cross, episcopal, num livro de sermões intitulado "Brasas do Altar", bem diz: "Ouvimos muito da igreja invisível como contra distinguida da visível. De uma igreja invisível neste mundo nada sei, a Palavra de Deus nada diz; nem pode qualquer coisa parecida existir, exceto no cérebro de um herege."

3. EMPREGO ESCRITURISTICO DE "EKKLESIA"
Trazendo a mente o significado do termo como já notado, achamos os seguintes usos da palavra em o Novo Testamento:
(1). O uso abstrato
Termos que são comumente concretos no sentido são muitas vezes usados num sentido abstrato. Tal é o caso com a palavra "lar" na expressão "o lar americano". O mesmo é também verdade de "casamento" na afirmação "o casamento é uma instituição divina." Um outro caso oportuno é o uso da palavra "homem" para designar-se a raça.
Há pelo menos três passagens da Escritura onde "ekklesia" está usado abstratamente ? Mat. 16:18; Efe. 3:10,21; 1 Cor. 12:28. Está manifesto que estas passagens não se referem particularmente a qualquer assembléia individual. Se Mat. 16:18 é tomada como se referindo a uma igreja particular, então deve ser entendido que Cristo prometeu perpetuidade a uma igreja particular. Mas nenhuma igreja particular foi perpetuada. Então os apóstolos, profetas, mestres, dons, etc., como se enumeram em 1 Cor. 12:28, não foram todos ajustados em qualquer igreja particular. E o propósito de Deus de fazer Seus mistérios conhecidos e ganhando-Lhe glória, como indicando em Efe. 3:10,21, abrange não meramente uma igreja particular, mas a igreja como uma instituição.



(2). O uso prospectivo
Há duas passagens da Escritura onde "ekklesia" se refere a uma assembléia futura. Referimos-nos aqui a Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23. Em Efe. 5:25-32 a igreja abarca os eleitos de todas as épocas, mas, segundo a etimologia da palavra original, a igreja com este sentido não pode ser concebida como existindo atualmente no presente tempo. Assim a palavra está usada perspectivamente. E o mesmo é certo em Heb. 12:23.
(3). O uso particular presente e concreto
De todos os 112 casos em o Novo Testamento onde "ekklesia" se refere à instituição fundada por Cristo, em todos, exceto os cincos casos já notados e uns outros raros onde possivelmente há um emprego misto, refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a uma pluralidade de igrejas semelhantes, como "a igreja que estava em Jerusalém" (Atos 8:1); "todas as igrejas dos gentios" (Rom. 16:4); "as igrejas da Macedônia" (2 Cor. 8:1); "a igreja em tua casa" (Filemon 2); e "as igrejas de Deus" (2 Tess. 1:4).

4. A IGREJA UM CORPO
Freqüentemente em o Novo Testamento fala-se da igreja como um corpo. E bem diz Joseph Cross: "Um corpo é um organismo, ocupando espaço e tendo localização definita. Uma simples agregação não é um corpo; deve de haver organização bem assim. Uma planilha de cabeças, mãos, pés e outros membros não fariam um corpo; devem ser unidos num sistema, cada peça no seu próprio logar e penetrada de uma vida comum. Assim uma coleção de pedras, tijolos e madeiras não seriam uma casa; o material deve estar erigido junto, numa ordem artística, adaptada à utilidade. Assim um aglomeração de raízes, troncos e ramagens não seria uma vinha ou uma árvore; as partes várias devem ser desenvolvidos segundo as leis da natureza da mesma semente e nutridas pela mesma seiva vital" (Brasas do Altar).

5. A IGREJA UMA ASSEMBLÉIA
A idéia de uma assembléia inere todo uso de "ekklesia" em o Novo Testamento. Esta idéia não é forçada tanto no uso abstrato como no prospectivo. Não o é mais no uso abstrato do que a concepção correta de lar e casamento no uso abstrato desses termos. O uso prospectivo de "ekklesia" retém a idéia de uma assembléia ? a assembléia do povo de Deus e a volta de Cristo.
Não há neste mundo nenhuma coisa tal como uma igreja universal ou invisível. Abuso é indesculpável de "ekklesia" aplica-la a todos os cristãos de todos os tempos na hora presente.

6. A IGREJA E O REINO
"Os termos escrituríticos "igreja" e "reino" tem sido por séculos presumidos serem idênticos ou quase idênticos no significado.
"Mas a moderna cultura tende rapidamente a reverter esta impressão. Vê-se agora claramente que as duas palavras se referem a duas coisas absolutamente distintas em natureza e radicalmente desiguais em muitos aspectos" (Jesse B. Thomas, The Church and the Kingdom).
"Inferir-se-á prontamente... que a palavra ekklesia suscitaria na mente de um grego ordinário, ou pessoa de língua grega, uma concepção não só idêntica a senão em todo particular a antítese dessa sugerida por Basiléia" (ibid. pág. 213).
"Somos assim forçados a descansar na conclusão que o "reino" em questão, cujo domínio é "dentro", o qual "não é deste mundo", que "não vem com observação", do qual nunca se fala como para ser "construído" (como a "igreja"é), nem é, nem foi intentada jamais ser feita pela agência humana entidade terrena externa ou discernível" (ibid. pág. 214).
A igreja e o presente reino de Deus são distinguidos nos seguintes modos:
(1). A igreja é falada como aquilo que era para ser construído; o reino nunca. Mat. 16:18
(2). Cristo disse: "Dizei-o à igreja", quando falando de diferença pessoais que não podem ser ajustadas pelas partes envolvidas; mas nunca se disse tal do reino. Mat. 18:17
(3). Do reino se disse que fosse pregado e numa ocasião foi anunciado como "próximo"; mas nunca se disse tal da igreja. Atos 20:25, 28:31; Marcos 1:15.
(4). Lemos do "Evangelho do reino", mas nunca o Evangelho da igreja. Marcos 1:14; Mat. 4:23; 9:35; 24:14.
(5). A igreja é chamada um corpo; o reino nunca. Efe. 1:22,23; Col. 1:18; 1 Cor. 12:27.
(6). A igreja é uma democracia sob a chefia de Cristo; o reino é uma monarquia. Daí, achamos a igreja autônoma na eleição de Matias, a eleição dos sete diáconos; a separação de Barnabé e Saulo; a escolha de um camarada de viagem para Saulo ( 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23).
(7). A comunidade eclesiástica está sujeita à ação da igreja; ao passo que Deus, puramente independente de toda a autoridade humana, põem homens no Seu reino pelo novo nascimento. João 3:5; 2:6; Col. 1:13; Rom. 14:1; Atos 9:26; 1 Cor. 5; 2 Cor. 2:6.
(8). De nós se diz sermos batizados para a igreja; mas nunca para o Reino. 1 Cor. 12:13.
(9) A igreja tem um caráter orgânico, tendo oficiais (1 Cor. 12:28) e é visível; o reino em nenhum sentido é orgânico e é invisível. Lucas 17:20.
(10). A igreja é local; o reino é universal.

II. A INSTITUIÇÃO DA IGREJA
1. DUAS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS
(1). A noção que a igreja foi fundada no dia de Pentecostes recordado em Atos 2
Não há mais leve indício da fundação de qualquer coisa neste dia. A igreja que existiu no fim do Dia de Pentecostes, existiu antes do Pentecostes. Antes do Pentecostes a igreja teve o Evangelho e o pregara. Teve o batismo e a Ceia do Senhor. Teve também um ministério e fez cultos. Antes do Pentecostes a igreja foi um corpo de crentes batizados, unidos para executarem a vontade de Jesus Cristo. Isto é o que uma igreja é.
(2). A noção que Mat. 16:18 marca o tempo da fundação da igreja
Isto é bem uma noção geral entre os que rejeitam a teoria pentecostal da fundação da igreja. Mas Jesus não disse: "Sobre esta rocha fundarei a minha igreja". Ele empregou a palavra "construir" em vez da palavra "fundar". E a palavra grega traduzida aqui por "construir" quer dizer construir a super estrutura. Ocorre à mesma palavra em Atos 9:31, que está traduzida por "edificadas". Cristo estava então construindo ainda Sua igreja tal qual Ele disse que faria em Mat. 16:18.
O que temos dito de Pentecostes podemos também dizer do dia em que Cristo pronunciou as palavras de Mat. 16:18: a igreja que existiu ao cabo desse dia, existiu antes desse dia. Nada há que se possa chamar igreja que veio a existir nesse dia, tanto quanto o arquivo inspirado nos informa.

2. O VERDADIERO TEMPO DA INSTITUIÇÃO DA IGREJA
Ao localizar a fundação da igreja devemos achar um tempo quando algo que responde à descrição da igreja veio a existir. Esta regra aponta-nos o tempo quando, após uma noite de oração, Cristo escolheu os doze apóstolos. Com esta escolha estes doze homens, pela primeira vez, fez-se um corpo. Tiveram um cabeça ? Cristo. Tiveram um tesoureiro ? Judas. Presumiram-se eles crentes batizados. Uniram-se para executarem a vontade de Cristo. Que mais além disto se tornaram no dia em que o seu Mestre pronunciou as palavras de Mat. 16:18?

III. A FUNDAÇÃO DA IGREJA
Há muita controvérsia tocante ao significado de "rocha" nas palavras de Cristo: "sobre esta rocha edificarei minha igreja". Os católicos romanos e outros tomam a rocha por Pedro. Mas a diferença em gênero e o significado exato entre "Petros", traduzido por Pedro e "petra" traduzida por rocha faz insustentável esta idéia. No grego clássico a distinção está geralmente observada (vide "petra" no Léxico de Thayer), "petra" significando "a rocha viva mássica" e "petros" significando "um fragmento destacado, mas grande."
Outros tomam "petra" como significando a fé de Pedro e outros ainda a confissão de Pedro.
Consideramos Cristo aqui como usando de um trocadilho. Tomamos "petra" como se referindo a Cristo divinamente revelado e implantado nos corações dos homens (Col. 1:27). Pensamos que esta interpretação é sustentada por 1 Cor. 3:11, passagem que fala da fundação da igreja em Corinto e fundação que fora lançada pela pregação do Evangelho e a divina revelação e implantação de Cristo no coração.
IV. AS ORDENANÇAS DA IGREJA
No sentido lato, uma ordenança é meramente um mandamento e qualquer mandamento é uma ordenança; mas a usança comum de hoje limita o termo ordenança da prosa religiosa a formas e cerimônias especiais que pertencem à igreja e são observadas sob sua jurisdição. Neste sentido só achamos duas ordenanças da igreja na Bíblia. São:




1.  O BATISMO CRISTÃO
O batismo, que é a imersão em água de um penitente crente em nome do Senhor Jesus Cristo por autoridade própria e para o fim de mostrar a morte do crente para o pecado e a ressurreição para andar em novidade de vida, foi o rito inicial das igrejas do Novo Testamento. Ninguém foi recebido sem este rito. Diz Paulo que é o modo porque crentes se fazem parte do corpo de Cristo, a igreja (1 Cor. 12:13).  Qual é a diferença entre o batismo de João e o batismo cristão?  Analisando-os, dá para perceber que ambos são bastante diferentes. O principal diferencial entre os dois batismos está na fórmula batismal. No batismo de João, nenhuma fórmula é usada no ato do batismo, por outro lado, para o batismo cristão, Jesus ordenou que os novos convertidos deveriam ser ensinados e depois batizados no «...Nome...» (Mat 28.19). O batismo de João era o de arrependimento, era um rito de preparação, confirmando o arrependimento, e, prontidão para a vinda do Messias (Luc 3.8). João não invocava algum «nome» sobre a pessoa que estava sendo batizada; o seu estandarte era o arrependimento. Lembrando que o batismo cristão, embora inclua o arrependimento, que é o fator principal e necessário, no entanto, também simboliza profundamente a nossa união e identificação com Jesus em sua morte, sepultamento e ressurreição, algo que o batismo de João não antecipara. Veja sobre o Batismo Espiritual e sobre Simbolismos do Batismo.

Segundo a ordem registrada em Mateus 28.19, têm os cristãos atuais batizados os convertidos, empregando a frase; «...em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo». Porém, ocorre que a Igreja Primitiva não seguiu a ordem registrada em Mateus 28.19. Ao invés de batizar os convertidos a Cristo em «nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», batizavam em «nome do Senhor Jesus Cristo», ou empregando uma variante, ou seja, em «nome do Senhor Jesus» (Atos 2.38; 8.16).

Por que é que a Igreja Neotestamentária, não batizava em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo? Estaria ela desobedecendo a ordem de Jesus? Será que Jesus realmente ordenou que os seus discípulos que fizessem o batismo na fórmula trinitariana, ou seja, “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”? Como conciliar este grande conflito? Por isso, examinaremos a ordem que está em Mateus 28.19, comparando-a com alguns  textos que registram o batismo praticado pela Igreja de Cristo nos dias do N.T.; vejamos abaixo:

 Jesus não ordenou aos apóstolos que o «arremedassem» ou «repetissem» o estava lhes ensinando, isto é, Ele não mandou que empregassem a frase «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»! Por exemplo, a maioria dos evangélicos, pentecostais ou neopentecostais, impõem o batismo usando as mesmas palavras descritas em Mateus; ou seja, eu te batizo «...em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», e, outros ainda mais desavisados, efetuam o batismo assim «em nome de Jesus, te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo». Destes dois exemplos, qual é o batismo correto? Infelizmente ambos estão totalmente incorretos.

   a) Se de fato Jesus ordenou (que não é nada e nada provável) que os Seus discípulos  batizassem em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, Ele não estaria insinuando para que empregassem esta mesma frase, ou seja, neste caso estaria Ele pedindo-lhes que invocassem o «Nome» do Pai e também o do Filho.

   Qual é o «nome» do Pai? A propósito, não é Jeová? Qual é o «nome» do Filho? Porventura, não é Jesus? Agora que sabemos que o «nome» do Pai é Jeová e, o do Filho Jesus, fica fácil de entendermos de que Jesus estava ensinando para que empregassem o nome «Jeová» (isto é, do Pai) e o nome «Jesus» (isto é, do Filho), e não para que o imitassem, repetindo a frase «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»; como fazem atualmente os cristãos, que ainda enfatizam que estão corretos e de acordo com a Bíblia!!! Todos os que foram batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, verdadeiramente foram batizados sob «títulos» e não em algum «Nome». Este não é o batismo cristão.

   b) O termo Pai não é um «nome», estritamente falando, mas sim um «título», portanto, é de caráter generalizado. O mesmo se dá com o termo «Filho». No caso do Espírito Santo, o mesmo também não é um nome. Compare:

   Em nenhum texto do N.T. (nem muito menos no A.T.), está registrado de que alguém tenha empregado a expressão «em nome do Espírito Santo», para delegar autoridade, e nem tão pouco Jesus deu este tipo de ordem; a ordem que Ele deu aos seus discípulos é esta; que fizessem tudo em «Seu Nome» (Luc 24.47; João 14.13; 20.31; Atos 3.6,16; 4.10; 16.18; Efés 5.20; Col 3.17, etc.). Por exemplo, é correto expulsar espíritos malignos com a expressão «em nome do Espírito Santo», ou até mesmo curar enfermos empregando esta mesma expressão? Você já fez assim alguma vez? Existe somente «Um nome de Poder» , que é:  «Senhor Jesus Cristo», fora disso é completamente inútil à invocação de títulos. De acordo com esta realidade, o batismo «em nome do Espírito Santo» é totalmente «sem sentido», fora do regulamento cristão e da bíblia.

   c) «...em nome Pai e do Filho...». De modo que já temos visto, os termos «Pai» e «Filho» são na verdade, apenas ‘títulos’ e, com isso, não expressam nenhuma autoridade, quando empregados. Porventura, você tem expulsado os espíritos malignos ou ministrado a cura dos enfermos, empregando a frase «em  nome do Pai», ou ainda «em nome do Filho»? Ao invés de empregar as frases «em nome de Jeová» e «em nome de Jesus»? Evidentemente que não, pois a expressão comumente empregada é «em nome de Jesus Cristo».

   Ao analisarmos conscientemente a fórmula trinitariana para o batismo, ficamos cada vez mais horrorizados: Primeiro: Mesmo que o batismo fosse realizado desta maneira; «em nome de Jeová e de Jesus e do Espírito Santo», ainda assim, estaria totalmente incorreto, pois não há uma Santa Trindade, não há três Deuses, conforme ensina a doutrina trinitariana. Segundo: Fazer o  batismo  impondo a frase «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» sobre a pessoa, é catastrófico, insignificante e de caráter plenamente pagão. Esta era uma das reformas que Lutero deveria ter feito, isto é, ensinar o batismo em Nome de Jesus Cristo, e ensinar que a Bíblia não ensina a crença em três personalidades distintas, lamentavelmente ele não fez essa reforma, a doutrina que é o centro do cristianismo, nisso podemos afirmar que tanto Lutero, como o próprio protestantismo continuam na doutrina romanista. É bom destacarmos que Lutero fez uma grande Reforma, mas uma Reforma bem parcial.

É bastante claro que ao dizermos faça isso ou aquilo em «nome do pai»; alguém irá nos perguntar; em «nome do pai de quem?» Na verdade, isso seria uma atitude comum e necessária, de alguém que busca a identidade do pai ao qual estamos nos referindo, ou ainda esse alguém poderia perguntar-nos; «qual é o seu nome?» Logicamente após alguém saber o nome do pai, a quem estávamos nos referindo, essa pessoa, ia realmente empregar o Nome deste pai; exemplo: José, Pedro, Carlos etc. É bom lembrarmos ainda, que Jesus classificou o diabo como sendo o «pai da mentira» (João 8.44). Ao fazermos o batismo «em nome do Filho», por acaso, temos dito alguma palavra que possa realmente identificar este Filho? Filho de quem? Imaginemos juntos alguém invocando sobre nós no ato do batismo a fórmula; «Eu te batizo em nome do Pai (Pai de quem, um pai anônimo?) e do Filho (Filho de quem, um filho também anônimo?) e do Espírito Santo (Um Nome?). Por conseguinte, o batismo expressado desta maneira não é bíblico.  O que os cristãos atuais fazem é tão somente «imitar», «repetir» e «arremedar» a expressão registrada em Mateus 28.19. 

Por que a Igreja Primitiva "não batizou sequer uma pessoa" na fórmula trinitariana?    Alguns dizem que irão seguir a fórmula batismal que está em Mateus 28.19, argumentando de que temos ali uma ordem dada diretamente por Jesus. Em outras palavras, «eu vou ficar com as palavras de Jesus». Para tais pessoas somente o texto de Mateus é que a igreja deve seguir, em detrimento dos demais textos bíblicos que tratam sobre o batismo. Algumas pessoas tem nos perguntado com certa surpresa por que é que ensinamos o batismo em «nome de Jesus Cristo» e não em «nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo», conforme Jesus ensinou os seus discípulos. Amado, é preciso tomar cuidado com aquilo que tentamos defender, tendo em vista uma suposta verdade. Veja bem, se prestarmos lealdade somente para ordem de 28.19 de Mateus, isso não prova que estamos defendendo a verdade, aliás, muito pelo contrário, claramente estamos negando a inspiração divina dos textos bíblicos, que tratam do batismo. Proceder desta maneira não significa uma defesa bíblica, muito pelo contrário, significa uma depreciação bíblica.

Defender o batismo trinitariano com base em Mateus, significa ignorar por completo o batismo realizado pela Igreja Primitiva. Sendo assim, tal posicionamento deixa subentendido que o registro de batismos realizados pelos primeiros cristãos (conforme registrado no livro de Atos), nada representam, como se todas as passagens do referido livro fossem apenas mais alguns registros da história cristã, sem a devida inspiração divina. Uma história onde Cristo não teve qualquer participação e nem teve o seu aval. Este tipo de defesa é baseado numa «infeliz» interpretação bíblica, para no mínimo dizermos. Outrossim, além de ignorar outros textos bíblicos que tratam sobre o assunto, vai contra aquela idéia defendida que é: «A Bíblia é a nossa única regra de fé e conduta». Agora perguntamos, há verdade nestas palavras? Não se vê isto nos ensinos e nem muito menos na prática! Francamente, dizer a «Bíblia é a nossa única regra de fé e conduta», é um conto de fada,  serve apenas para consolo mental ou ainda um meio astucioso para ludibriar as pessoas, sem qualquer veracidade. Na verdade, o que prevalece não é propriamente o que a Bíblia diz, mas o que a minha denominação ensina. A Bíblia é seguida parcialmente e com reservas. Geralmente, quando algumas passagens contradizem aquilo que a nossa denominação ensina, imediatamente procuramos ignorá-las ou usamos artifícios com o objetivo de que tais passagens se adaptem  com os dogmas de nossa denominação. Como podemos esquecer-nos dos exemplos e práticas deixadas pela Igreja Primitiva no tocante ao batismo, conforme estão registrados Atos 2.38; 8.16; 10.48; 19.5, etc. 

 Se, porventura, você vai ficar com o que o Mestre disse (Mateus 28.19), muito bem, é assim mesmo que temos que fazer. No entanto, precisamos estar apercebidos e ao mesmo tempo procurando saber se realmente estamos compreendendo o que Cristo está dizendo! Também fico com as palavras de Cristo, só que respeito e creio nos ensinamentos e na prática do batismo, conforme fez a Igreja Primitiva. Porém, entendo as palavras de Cristo como os apóstolos entendiam; eles não entenderam que o  batismo ordenado por Jesus deveria ser realizado em «nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo!», pois nunca seguiram essa ordem! De acordo com as passagens citadas acima, a expressão em nome «Pai, e do Filho e do Espírito Santo», conforme chegou até nós, ao que tudo indica, originalmente, não era esta. Ou seja, houve uma alteração do texto originalmente citado pelo Senhor Jesus, vindo a dar lugar ao texto que agora possuímos. A existência dessa possibilidade é grande, tendo em vista os testemunhos contrários a essa regra. Podemos ainda incluir em nosso comentário, o seguinte;  Dos versículos que tratam do batismo, a Igreja não empregou os termos «Pai», «Filho» e «Espírito Santo». Nenhum destes termos foram empregados pela Igreja. Pelo fato de que tais termos não foram citados, revela-nos uma coisa, a ordem que está em Mateus não corresponde com a ordem batismal ensinada por Jesus. Há, um grande contraste entre estas duas fórmulas batismais. Qualquer tentativa de harmonizá-las só pode ser feita desonestamente. Em concordância com a prática neotestamentária do batismo, é de se crer que Jesus ensinou que o mesmo fosse feito em «Seu Nome». Pois, tudo era feito em Seu Nome; «E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus...» (Colossenses 3.17; ver também outros versículos como em Lucas 24.47; João 14.13; 20.31; Atos 3.6,16; 4.10,12; 5.40; 8.12; 9.14; 10.43; 15.26; 16.18; 19.13; Romanos 1.5; 10.13; I Coríntios 1.2; 5.4; 6.11; Efésios 5.20; Filipenses 2.10; II Tessalonicenses 3.6; etc.). Os exemplos de batismos realizados em «nome de Jesus Cristo» são tão evidentes que ignorá-los é o mesmo que chamar os primeiros cristãos de apóstatas. Isto ainda significa dizer que, tudo o que eles fizeram não passou de um grande embuste. Jesus havia ascendido corporalmente ao céu, no entanto, deixou a grande Promessa do Espírito; «Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas...» (Ato 1.8; Luc 24.49). Conforme nos relata o livro de Atos, foi em Pentecostes que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos, os quais estavam reunidos no cenáculo, assim, marcando o nascimento oficial da Igreja de Cristo. Foi por causa do poder do Espírito Santo, na vida dos presentes em Pentecostes, que os novos convertidos foram batizados em «nome de Jesus Cristo» (Atos 2.38)! Ou foi em «nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo»???  Por que é que a Igreja primitiva não era «trinitária»? É aí que precisamos analisar. Veja bem, haviam se passados mais ou menos 10 dias, das palavras finais de Jesus, quando houve o primeiro batismo. Agora, será que os discípulos haviam esquecidos das palavras do Mestre Jesus? Não, não houve nenhum esquecimento, eles não desobedeceram à ordem de Cristo, não houve desvio doutrinário e nem algum mal entendido, o que realmente ocorreu é que eles não viram nenhum tipo de trinitarismo na ordem recebida, como hoje é visto por grande parte dos cristãos! As palavras do Mestre ainda soavam fortemente em seus ouvidos, estavam orando desde a sua partida, estavam cheios do Espírito Santo, como então esquecer tal ordem?  Os discípulos entenderam perfeitamente o que Jesus ensinou, e, por esse motivo é que realizaram o primeiro batismo do cristianismo, de acordo com o mandamento que receberam, isto é, em «nome de Jesus Cristo»! Como o batismo está relacionado com a morte, sepultamento e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, obviamente, deve levar o SEU NOME, pois a nossa identificação é com ELE (Romano 6).  Se Jesus realmente ensinou o batismo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, conforme está em Mateus 28.19; por que então os primeiros cristãos não seguiram essa ordem??? Essa é uma pergunta que não devemos ignorá-la!

   Pedro e os demais apóstolos não desobedeceram de modo algum à ordem do Senhor Jesus para que o batismo em água fosse imposto em «nome de Jesus Cristo». Muito pelo contrário, eles obedeceram estritamente à ordem do Senhor Jesus. O que deveras aconteceu, é que a ordem atual registrada em Mateus 28.19 não era sem nenhuma dúvida, a ordem original, dada pelo Senhor Jesus. A ordem que está em Mateus, contraria por completo à prática Neotestamentária para o batismo. Esta ordem que está em Mateus de batizar «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», do ponto de vista bíblico, não existe. Se este tipo de mandamento fosse original, pelo menos alguém teria sido batizado, segundo este mandamento. Repetimos, a fórmula trinitariana para o batismo, conforme  registrado em Mateus 28.19 era desconhecida pela Igreja de Cristo do primeiro século. Isto é ostentado pelo próprio testemunho bíblico (veja o próximo artigo). Seriamos desonestos, abusivos e antibíblicos, «se estabelecermos como norma Mateus 28.19» (como fazem as denominações atuais), como fórmula do batismo e, omitirmos todos os testemunhos que a Bíblia nos fornece e, que são claros e seguros. Se a Bíblia nos ensina a fazermos tudo «em nome do Senhor Jesus», porventura, daria o próprio Jesus à ordem para que os Seus discípulos batizassem «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»? Cadê o Nome Jesus deste tal mandamento? A situação é ainda mais embaraçosa, porque o termo «Espírito Santo» é tratado em Mateus como sendo um Nome próprio, portanto, sem devido respaldo das Escrituras Inspiradas. Como sendo uma Pessoa divina distinta de Jesus; que absurdo!!!

   Verdadeiramente não cremos na ordem registrada em Mateus 28.19, como a fórmula do batismo, pelos motivos que já temos citados. Como vamos acatar um mandamento que se diz ser de Jesus, sendo que os Seus apóstolos não seguiram? Teríamos que distorcer todos os textos bíblicos, que confirmam o batismo «em nome de Jesus Cristo», a fim de impormos ‘uma ordem’ que não se pode confiar e nem comprovar? Se a Igreja Primitiva, dos dias apostólicos, "não batizou sequer um convertido" na fórmula «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» como nos mostra o Novo Testamento (pois não encontramos sequer uma alusão a esse respeito); haveremos nós de fazermos o contrário? Será que os testemunhos bíblicos não são suficientes para nos fazer "crer", e nos "convencer", que o batismo cristão tem que ser realizado em «nome de Jesus Cristo»? Ou preferimos a continuar no batismo tradicional, que é antibíblico e anticristão. Não importa há quanto tempo vem sendo realizado o batismo na fórmula trinitária, se começou no segundo século da nossa era, isto não significa que este modo é válido. Se realmente somos cristãos, então temos que seguir a Doutrina Apostólica, a doutrina que eles ensinavam, e que a Igreja colocava em prática (Atos 2.38, 42; Efésios 2.20). E a Doutrina Apostólica não ensina o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!!!

   Acerca da formula batismal nos dias neotestamentários,  diz o Dr. Champlin; «Nos primeiros anos do cristianismo não era utilizada a formula trinitária, mas o batismo em água era dado “em nome de Cristo” ou “em nome de Jesus”, que também fica demonstrado pela referência deste versículo (1 Cor 1.13), onde não fica subentendida nenhuma formula trinitária» (R. N. Champlin, Novo Testamento Interpretado, Vol. 4, pág. 15)

   Ao analisarmos atentamente os registros bíblicos, chegamos à conclusão que, a fórmula batismal de Mateus 28.19, expressada pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, é possivelmente e indubitavelmente esta: «Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em meu nome». É este tipo de expressão que está de acordo com as Escrituras Inspiradas (Atos 22.16; Rom 6.3; Col 3.17 etc.).   

A FÓRMULA BATISMAL USADA PELA IGREJA DE CRISTO NOS DIAS APOSTÓLICOS
Ao analisarmos os registros bíblicos sobre o batismo cristão, bem como a sua fórmula, chegamos à conclusão de que o batismo em nome da Trindade era desconhecido pelos apóstolos. Não há ao menos uma única alusão de batismo realizado em «nome do Pai  e do Filho e do Espírito Santo», conforme é registrado em Mateus. Os exemplos bíblicos atestam confiantemente de que o batismo era realizado «em nome de Jesus Cristo», ou ainda «em nome do Senhor Jesus» (Atos 2.38; 8.16). Os trinitarianos em vão tentam fugir dessa realidade, apresentando argumentos infundados e contrários aos princípios estabelecidos pelo Nosso Senhor Jesus. Na verdade tentam salvaguardar o batismo em nome de uma tal Santa Trindade, criada pelas suas mentes. Mas não percebem que estão cometendo um dos maiores enganos, que é o de batizar os desinformados e iludidos convertidos «nos títulos». Lamentavelmente é melhor não ser batizado, do que ser batizado na fórmula que os ensinadores trinitarianos têm ensinado e batizado. Confira abaixo os exemplos bíblicos sobre o batismo:

Os convertidos em Pentecostes (Atos 2.38, 41). Pedro em Pentecostes, aos compungidos do coração, fez esta declaração: «Arrependei-vos, e cada de um vós seja batizado em nome de Jesus Cristo...(v.38). Observa-se, que Pedro não declarou para que fossem  batizados «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», mas, «em nome de Jesus Cristo». Sobre esta declaração de Pedro, dizem equivocadamente que o mesmo não contradisse a fórmula trinitariana para o batismo, mas que ele fez apenas uma declaração da fonte de autoridade para  o batismo cristão. Afirmam ainda que no ato do batismo empregavam a fórmula trinitariana. Para estes, o batismo «em nome de Jesus Cristo», servia apenas para indicar ou identificar o batismo ordenado por Jesus. Consideramos que seus esforços são como tentar tapar o sol com a peneira. É lamentável que esta invencionice tenha se propagado com bastante êxito entre os cristãos. Gostaria de saber de onde tiraram essa idéia de que em todos os batismos realizados pelos primeiros cristãos, as palavras em nome de Jesus Cristo ou em nome do Senhor Jesus somente serviram para indicar a fonte e autoridade do batismo e, não a fórmula?

 É de responsabilidade dos mestres, dos ensinadores, dos bacharéis em teologia, ou de qualquer estudioso da Bíblia o ensino sadio e verdadeiro da Palavra de Deus. São eles quem deveriam ensinar a igreja aquilo que realmente tem aprendido nos seminários, nas faculdades e principalmente na faculdade do Espírito Santo. É preciso sermos realistas e comprometidos com a verdade, e vermos que não há, no batismo ordenado por Pedro, qualquer tipo de idéia trinitária. Só uma mente que ainda não experimentou a transformação que há em Cristo Jesus, é que pode realmente introduzir o trinitarismo nas páginas neotestamentárias, em especial, nos batismos realizados pelos apóstolos. Sinceramente, e com respeito, esse tipo de ensino é uma pura heresia. Aqueles que insistem no batismo trinitário devem examinar os significados do batismo, qual é o papel do batismo, quando é tipicamente cristão.

 Sabemos que muitos não aceitarão o que estamos dizendo, como é obvio, no entanto, que isso seja provado biblicamente. Se a Igreja realmente tem compromisso com os ensinos bíblicos, deve ela então ser cautelosa e examinar com cuidado se o que está sendo ensinado é de cunho bíblico ou não. Fala-se tanto em tomar cuidado com os textos isolados, no entanto, tomam Mateus 28.19, que é uma passagem isolada, e ensinam todo o Novo Testamento com base neste versículo. É uma grande ousadia levar conscientemente a igreja acreditar no batismo trinitário, por meio da manipulação de passagens bíblicas. Como é que eles conseguem manipular esta passagem (v. 38 e muitas outras) bíblica com certa facilidade? Visto que a mensagem aqui contida é totalmente clara, tanto é que, até uma criança pode dizer acertadamente de que os primeiros cristãos foram batizados em nome de Jesus Cristo, sem a necessidade de acrescentar-se qualquer outra explicação. Como é que podem afirmar que a fórmula trinitária foi conferida nesta passagem, sendo tão claro de o batismo foi feito em nome de «Jesus Cristo»? Nisso tudo, é bom salientar que os que ensinam este ensino herético a igreja, sabem muito bem de que não há no N.T. algum conceito trinitário, ou seja, que os primeiros cristãos tivessem conhecimento e servissem ao um Deus trino, como hoje servem muitas igrejas cristãs. Nem Jesus e nem Paulo, ou qualquer um dos demais apóstolos falaram  ou expressaram a crença numa santa trindade. Ademais, todos aqueles que possuem um pouco de conhecimento sobre a história pós-apostólica, sabem perfeitamente de que, a doutrina da trindade foi somente declarada com doutrina oficial da igreja, no concílio de Constantinopla, em 382 d.C. (abaixo falamos um pouco a esse respeito). Como a tal doutrina foi oficializada no referido concílio, então, é mais uma forte prova no tocante a «refutação» de um conceito trinitário nas páginas da Bíblia. É muito lamentável, que, aqueles que possuem este conhecimento (que são os responsáveis pelos atuais ensinamentos à igreja), conseguem ensinar a trindade como sendo um ensinamento bíblico, sendo bem que poderiam revelar à igreja, a verdadeira origem da trindade, e, não enganá-la à custa de textos destorcidos. É triste o fato de que milhões de cristãos (não só no Brasil, mas em todo mundo) têm aceitado com certa facilidade a existência de um Deus trino, na doutrina cristã.

 Primeiro: Pedro exigiu para que fossem batizados «em nome de Jesus Cristo», isto é, ele estava ditando a «fórmula batismal» (e não fazendo somente uma declaração da fonte de autoridade), pois, verdadeiramente, sua ordem é tão clara, sendo inquestionável. Não há outra interpretação além dessa. É óbvio que de antemão, Pedro declarou que fossem batizados «em nome de Jesus Cristo», isto porque o batismo de João não requeria «um nome» sobre a pessoa que estava sendo batizada, sendo que no batismo cristão, era (e é) necessário impor o «nome de Jesus Cristo» sobre o batizando. Até que não há sentido e nem verdade, Pedro ordenar que fossem batizados «em nome de Jesus Cristo» e, no ato do batismo, invocar a Trindade sobre a pessoa. É uma idéia muito ridícula! É dizer aquilo que a Palavra de Deus não diz, é trocar a verdade pela mentira (João 8.44). É não ter amor para com a Igreja de Cristo, ridicularizar Cristo, este é o outro evangelho aludido por Paulo (Gálatas 1.6-9), mas jamais o evangelho de Jesus Cristo. Irmãos, temos que fugir destes tais, dos lobos devoradores!!! (Isaías 56.9-12; Fp 3.2; Apoc 18.4).

Aqueles que substituem o batismo em nome de Jesus Cristo para o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, para os cristãos primitivos (conforme está em Atos), devem respeitar as palavras ali contidas e não manipulá-las com o objetivo de favorecer o batismo trinitário. Os mestres cristãos ou qualquer um que seja, precisam precaver-se destas heresias. Pois, sinceramente, aplicar o batismo trinitariano aos exemplos revelados nas passagens de Atos, é uma pura heresia. Se alguém, porventura, acha que estamos equivocados, prove-nos isso biblicamente.

   Segundo: Não tão somente Atos 2.38, fala do batismo realizado «em nome de Jesus Cristo», mas também outras passagens falam a mesma coisa. Veja abaixo:                                   

   a. Os convertidos de Samaria. Todos foram batizados «em nome do Senhor Jesus» (Atos 8.16).

   b. Paulo foi batizado «em nome de Jesus [Cristo]» (Atos 22.16).

   c. Cornélio seus parentes e amigos mais íntimos foram batizados «em nome de Jesus Cristo» (Atos 10.48).

   d. Os convertidos de Éfeso foram batizados «em nome do Senhor Jesus» (Atos 19.5).

   Paulo disse que fomos batizados em Cristo Jesus (Rom 6.3 – ver sobre o Batismo Espiritual). Aos Gálatas, Paulo também disse; «porque todos quantos fostes batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes» (Gál 3.27, grifo nosso).

   Como temos vistos nos exemplos que acabamos de citar, aplicar a fórmula trinitariana para o batismo é antibíblico e contraria à prática Neotestamentária. Podemos ainda expor mais detalhes que comprovam o batismo em nome do Senhor Jesus. Por exemplo, enquanto que Pedro os convocava para serem batizados em nome de Jesus Cristo, Lucas registra em Atos 8.16, que Pedro e João ao chegarem a Samaria foram informados de que os novos convertidos já  haviam sido batizados em nome do Senhor Jesus. Como o texto aponta  para um  batismo que já havia sido realizado, sendo assim, obviamente, se aqueles crentes tivessem sido batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, dessa madeira eles teriam informado aos apóstolos, isto é, que haviam sido batizados em nome da trindade. Pedro ordenou que Cornélio e seus fossem batizados «em nome de Jesus Cristo» (Atos 10.48). A ordem de Pedro foi tão clara, que qualquer um pode assim notar, que Cornélio e os de sua casa foram realmente batizados «em nome de Jesus Cristo». Nota-se ainda que Pedro «mandou», «ordenou», indicando como deveria ser a ‘fórmula batismal’, isto é, deveria ser invocada a fórmula «em nome de Jesus Cristo», no ato do batismo.

   A tentativa de conferir o batismo trinitariano à Igreja de Cristo nos dias do N.T. é completamente obscura, mostrando-se o quanto são astuciosos os que pregam e ensinam um evangelho distorcido e muito diferente do Evangelho de Jesus Cristo. O evangelho trinitariano é o outro evangelho, o qual é citado por Paulo em Gálatas 1.6-9. O Verdadeiro Evangelho está fundamentado em uma única Pessoa e, não em três pessoas, como afirmam (Marc 1.1; Rom 1.16; 2 Cor 9.13; 10.14; Gál 1.7).

   As evidências bíblicas são unânimes em afirmarem de que a fórmula batismal era conferida “em nome de Jesus Cristo” ou “em nome do Senhor Jesus”.

   Há alguma diferença no emprego da fórmula em nome de «Jesus Cristo» e/ou em nome de «Senhor Jesus»? Queremos chamar a atenção pelo seguinte; argumentam-se de que não podemos aceitar a fórmula batismal de Atos pelo fato de que não encontramos ali uma fórmula padronizada, ou seja, temos em nome de «Jesus Cristo» (Atos 2.38; 10.48) e em nome do «Senhor Jesus» (Atos 8.16; 19.5). Primeiramente, é preciso entender de que estas duas frases citadas não se confrontam e nem alteram  a fórmula do batismo, como alguns dizem. Esse argumento é tão ridículo que, aqueles que o defendem também caem no ridículo. Amado, qualquer leigo sabe muito bem de que estas duas frases não são diferentes entre si, em seus sentidos, e que ambas são aplicadas a uma mesma pessoa, isto é,  a «Jesus».

    A ênfase aqui recai sobre o nome Jesus e, estas duas expressões têm o nome «Jesus». Por exemplo, podemos empregar a frase em nome de Jesus, em nome de Jesus Cristo ou ainda em nome do Senhor Jesus, para exercemos autoridade. Invocar o nome «Jesus» implica-se em invocar o Seu Poder, a Sua Pessoa (Luc 9.49; 10.1; João 14.13,14,15,16; 16.24,26; 20.31; Atos 3.6; 4.7,10,30; 10.43; 16.18; 19.13 etc.). O Nome é inseparável da Pessoa e, participa das Suas prerrogativas (Êx 3.14). Enfim, invocar o Nome Jesus, efetivamente, implica na ação da Sua Pessoa (Rom. 10.13); e isto não acontece quando empregamos a expressão em nome do Pai e do Filho.

     De tudo isso, o mais interessante é que, ao levantarem a questão sobre a falta de uma fórmula padronizada do batismo, serve como justificativa para o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Desprezam o batismo «unitário», que se pode comprovar e substituem-no pelo «trinitário». Se a fórmula batismal de Atos não é válida, para o batismo em nome de Jesus Cristo (que não há nada diferente do batismo em nome do Senhor Jesus), nem muito menos tem valor o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo! Prezado leitor, isso é um dos maiores desvios doutrinários que existem. Isso é uma pura heresia, heresia esta que a grande maioria das igrejas vem ensinando. Até mesmo os cristãos mais sinceros têm sido arrastados pela correnteza desta heresia. Amado, como vamos ensinar que a Igreja Primitiva realizou o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, se não temos exemplos bíblicos que comprove isso? Ao menos que estejamos comprometidos com os ensinos bíblicos. Teríamos que fazer assim: «Arrependei-vos, e cada de um vós seja batizado em nome de Jesus Cristo...» para; «Arrependei-vos, e cada de um vós seja batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo..»? Nos textos citados de Atos sobre o batismo, como podemos ver, não há sequer uma alusão sobre o trinitarianismo, ou ainda que por trás das palavras de Pedro (Atos 2.38) possa haver alguma margem para isso, ou há? Somente pode haver quando aplicamos no texto uma pura «eisegese». Como crer em um ensinamento que a própria Igreja Primitiva não ensinou e nem praticou? Se os próprios discípulos não seguiram a ordem trinitariana, nós devemos segui-la? Porventura, quem é que está agindo corretamente? Nós ou os discípulos? Ignorarmos estes fatos significa tomarmos uma escolha baseada em nossa conclusão, na tradição, ou ainda “eu não quero crer no batismo em nome de Jesus Cristo”.  É um fato verídico de que, algumas pessoas rejeitam a verdade, não porque não conseguiram crer, mas, porque introduziram em suas mentes as palavras «eu não quero crer». Por esse motivo, é comum criarem alguma justificativa para dar respaldo às suas suposições, como; vou ficar com as palavras de Jesus, conforme supostamente é ensinado em Mateus 28.19. 

       Agora, é claro que os primeiros cristãos não realizaram nenhum batismo trinitário, pois eles desconheciam completamente qualquer conceito trinitário. Não há na Bíblia, nem no A.T. e nem no N.T. este tipo de conceito. A doutrina da trindade, conforme hoje é aceita pela maioria dos cristãos, somente foi estabelecida em 382 d.C., no concílio de Constantinopla, com a inclusão do Espírito Santo na trindade, cerca de 350 anos depois da ascensão de Jesus.

     Muitos acham que ela foi formulada no Concílio de Nicéia, em 325 d.C. Mas, isso não é totalmente correto. O Concílio de Nicéia realmente afirmou que Cristo era da mesma substância que Deus, o que estabeleceu a base para posterior teologia trinitarista. Mas esse Concílio não estabeleceu a Trindade, pois não houve nele menção do Espírito Santo como a terceira pessoa de uma Divindade trina, que somente veio a ocorrer no concílio de Constantinopla em 382 d.C., com a inclusão do Espírito Santo na trindade.
     A Trindade foi mais plenamente definida no Credo Atanasiano. Atanásio foi um clérigo que apoiou Constantino em Nicéia. O credo que leva seu nome declara: "Adoramos um só Deus em Trindade . . . O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus; e, no entanto, não são três deuses, mas um só Deus". Não obstante, bem informados peritos concordam que não foi Atanásio quem elaborou esse credo. A Nova Enciclopédia Britânica comenta: «O credo era desconhecido à Igreja Oriental até o século 12. Desde o século 17, os peritos em geral têm concordado que o Credo Atanasiano não foi escrito por Atanásio (falecido em 373) mas que, provavelmente, foi elaborado no sul da França durante o quinto século. . . . O credo parece ter tido influência primariamente no sul da França e na Espanha no 6.° e 7.° séculos. Foi usado na liturgia da igreja na Alemanha no 9.° século e um pouco mais tarde em Roma». Portanto, levou séculos desde o tempo de Cristo para que a Trindade viesse a ser plenamente aceita na cristandade. E, em todo esse processo, o que foi que guiou as decisões? Foi a Palavra de Deus, ou foram considerações clericais e políticas? Em Origem e Evolução da Religião, E. W. Hopkins responde: «A definição ortodoxa final da trindade era em grande parte uma questão de política eclesial».

    Constantino não defendia a trindade por causa de alguma convicção bíblica. "Constantino basicamente não tinha entendimento algum das perguntas que se faziam em teologia grega", diz Breve História da Doutrina Cristã. A história relata que o Imperador Constantino manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Ário foram exilados e os escritos de Ário foram destruídos. «Ário foi presbítero de Alexandria (256-336 d.C.). Tornou-se presbítero de Baucalis, onde passou a ensinar a sua doutrina que o Logos (Cristo) era um ser criado, não da mesma substância e nem co-eterno com o Pai. Ário foi censurado em 318, mas persistiu em suas atividades. Foi excluído em 321, Eusébio, bispo de Cesárea (263-340) endossou o arianismo, que também teve apoio em altos escalões. Com isso dividiu a Igreja no Oriente, deixando desolado o imperador Constantino. O imperador convocou o concílio de Nicéia, em 325, onde Ário foi anatematizado e banido» (E.B.T.F).

       Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. Aí você dirá, Constantino tornou-se cristão. Supostamente, mais tarde na vida ele se converteu, mas só foi batizado quando estava para morrer. Mesmo após a sua aparente conversão ao cristianismo, Constantino, foi responsável por alguns assassinatos; «Em 326 D.C., em face de acusações feitas por sua esposa, Fausta, Constantino ordenou a execução de seu filho, Crispus; e, não muito depois, ordenou também a execução de sua esposa.... Os últimos anos de governo de Constantino foram passados em meio de conflitos armados, de mistura com atividades eclesiásticas. Foi batizado no leito da morte. Constantino foi homem de muitas contradições, um pagão a quem o evangelho influenciou de alguma maneira. Até que ponto, é questão muita debatida. No entanto, ele estava destinado a alterar o curso da história da Igreja, a qual do período de perseguições imperiais para o período de favor imperial, com profundas modificações na esfera do governo eclesiástico. Disso surgiram o papado e a Igreja Católica Romana, e a civilização ocidental ficou sujeita à custódia da Igreja, e não mais a custódia do Estado, pelo espaço de mil anos, ou seja, durante a Idade Média» – ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA, TEOLOGIA E FILOSOFIA. Sobre ele, Henry Chadwick diz em A Igreja Primitiva: «Constantino, como seu pai, adorava o Sol Invicto; . . . a sua conversão não deve ser interpretada como tendo sido uma íntima experiência de graça . . . Era uma questão militar. A sua compreensão da doutrina cristã nunca foi muito clara, mas ele estava certo de que a vitória nas batalhas dependia da dádiva do Deus dos cristãos». Que papel desempenhou esse imperador no Concílio de Nicéia? A Enciclopédia Britânica diz: «O próprio Constantino presidiu, ativamente orientando as discussões, e pessoalmente propôs . . . o preceito crucial, que expressa a relação de Cristo para com Deus no credo instituído pelo concílio, 'de uma só substância com o Pai' . . . Intimidados diante do imperador, os bispos, com apenas duas exceções, assinaram o credo, muitos dos quais bem contra à sua inclinação pessoal».

     Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Ário e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio. «Então ele (Ário) compôs um credo rival ao niceno. Constantino ficou impressionado com o contra credo de Ário, e o recebeu em 331, ordenando que Atanásio, campeão da ortodoxia nicena, recebesse Ário em comunhão. Atanásio recusou-se, e foi deposto pelo sínodo de Tiro (335), tendo sido exilado para Gália. Constantino então ordenou que o bispo de Constantinopla restaurasse Ário a comunhão, mas este faleceu no mesmo dia da cerimônia» (E.B.T.F). 

TRANSCREVEMOS ABAIXO ALGUNS COMENTÁRIOS, DE HISTORIADORES E TEÓLOGOS:

   «O cristianismo primitivo não tinha uma doutrina explícita da Trindade, da forma como foi depois elaborada nos credos». Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. --- «De início, a fé cristã não era trinitarista . . . Não era assim nas eras apostólica e pós-apostólica, como se reflete no N[ovo] T[estamento] e em outros primitivos escritos cristãos» –  Enciclopédia de Religião e Ética. ---  «A palavra 'trindade' não pode ser encontrada na Bíblia . . . não encontrou lugar formal na teologia da Igreja senão já no quarto século» –  O   Novo Dicionário da Bíblia. --- «A formulação de 'um só Deus em três Pessoas' não foi solidamente estabelecida, de certo não plenamente assimilada na vida cristã e na sua profissão de fé, antes do fim do 4.° século. . . . Entre os Pais Apostólicos, não havia nada, nem mesmo remotamente, que se aproximasse de tal mentalidade ou perspectiva» - Nova Enciclopédia Católica.  O vocábulo "trindade" evidentemente foi pela primeira vez usado por Tertuliano, na última década do século II d.C., mas não encontrou lugar na teologia formal da Igreja até o século IV d.C. «Essa doutrina recebeu ampla expressão, pela primeira vez, em resultado da obra de pais capadócios da Igreja (meados do século IV d.C. e mais tarde), a saber, Basílio, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzeno. Eles formularam as idéias de distinção hipostáticas e de unidade substancial; mas algumas de suas explicações são claramente triteístas, e não trinitárias, o que se verifica sempre quando alguém tenta explicar o que está em foco» (R.N.Champlin). --- Alvan Lamson diz: «A moderna popular doutrina da Trindade . . . não deriva apoio da linguagem de Justino [o Mártir]: e esta observação pode-se estender a todos os Pais anteriores ao [credo de] Nicéia; isto é, a todos os escritores cristãos por três séculos posteriores ao nascimento de Cristo. Eles de fato falam do Pai, Filho, e . . . Espírito Santo, mas não como coiguais, não como uma só essência numérica, não como Três em Um, em qualquer sentido hoje aceito pelos trinitaristas. A verdade é exatamente o oposto» – A Igreja dos Primeiros TrÊs Séculos. --- A Enciclopédia Americana diz: «O pleno desenvolvimento do trinitarismo ocorreu no Ocidente, no escolasticismo da Idade Média, quando se adotou uma explicação em termos de filosofia e psicologia». --- «A doutrina da trindade recebeu declaração formal na carta sinodal do concílio realizado em Constantinopla, em 382 d.C. (preservado por Teodoreto, História Eclesiástica, v.9). Após o século IV d.C., a posição trinitária se tornou o padrão da Igreja, ainda que, periodicamente, tivesse sofrido ataques e negações» (R.N.Champlin). --- François Amiot diz: «O batismo em nome de Jesus Cristo ou do Senhor Jesus (At 2.38; 8.16; 10.48; 19.5; 1Co 6.11) significa que o o batizado pertence a Cristo, que está interiormente ligado a ele. Esse efeito capital é pormenorizado de várias formas: o batizado reveste de Cristo, é um com ele (Gl 3.27; Rm 13.14); todos os que recebem o batismo estão além disso unidos entre si na própria unidade em Cristo (Gl 3.28) e de seu corpo glorificado (1Co 12.13; Ef 4.4s); doravante já não perfazem senão um espírito com Cristo (1Co 6.17). O batismo em nome de Jesus sem dúvida pressupõe uma fórmula em que só Cristo era mencionado. A fórmula trinitário que depois prevaleceu (cf. Didaquê 7.1,3) deriva de Mt 28.19 . . . o crente recebe, com efeito, o batismo em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito de Deus (1Co 6.11); torna-se templo do Espírito (6.19), filho adotivo do Pai (Gl 4.5s), irmão e cooerdeiro de Cristo, vivendo intimamente de sua vida e destinado a partilhar sua glória (Rm 8.2,9,17,30; Ef 2.6) – Vocabulário de Teologia Bíblica.

    O conceito trinitário, na melhor das hipóteses não passa de «triteísta», uma forma da doutrina «politeísta», uma crença em vários deuses. De Gênesis a Apocalipse, dos judeus aos cristãos, a crença é «Monoteísta», isto é, a crença em um só Deus, um Deus Uno (Dt 6.4; João 17.3; etc.).    A Enciclopédia Americana comenta: «O trinitarismo do quarto século de forma alguma refletiu com exatidão o primitivo ensino cristão sobre a natureza de Deus; foi, ao contrário, um desvio deste ensinamento». --- A obra A Igreja dos Primeiros Três Séculos diz: «A doutrina da Trindade foi formada de maneira gradual e comparativamente tardia; . . . teve a sua origem numa fonte inteiramente estranha à das Escrituras Judaicas e Cristãs; . . . cresceu, e foi enxertada no cristianismo, pelas mãos de Pais platônicos». --- No livro Declaração de Razões, Andrews Norton diz sobre a Trindade: «Podemos traçar a história dessa doutrina e descobrir a sua origem, não na revelação cristã, mas sim na filosofia platônica. . . A Trindade não é uma doutrina de Cristo e de seus Apóstolos, mas sim uma ficção da escola de posteriores platonistas». --- E L. L. Paine, professor de história eclesiástica, indica que o monoteísmo em sua mais pura forma não permite uma Trindade: «O Antigo Testamento é estritamente monoteísta. Deus é um ser pessoal, único. A idéia de que ali se encontra uma trindade . . . é totalmente infundada. Houve algum desvio do monoteísmo depois que Jesus veio à terra? Paine responde: «Neste ponto não existe descontinuidade entre o Antigo Testamento e o Novo. A tradição monoteísta continua. Jesus era judeu, educado por pais judeus nas escrituras do Antigo Testamento. O ensino dele era judaico até o âmago; um novo evangelho, sim, mas não uma nova teologia. . . E ele aceitou como crença sua o grande texto do monoteísmo judaico: 'Ouve, Ó Israel, o Senhor, nosso Deus é um só Deus'». Estas palavras se acham em Deuteronômio 6.4.

   Temos tanto a confirmação bíblica como a da história eclesiástica (até o final do 4º século) de que a Igreja do primeiro século não servia a um Deus trino, faremos nós ao contrário??? Quem inventou a doutrina trinitariana? Porventura, não foi o paganismo, como acabamos de ver? Pois, não foram Jesus e os seus apóstolos! Por esta causa, é que nenhum cristão primitivo foi batizado em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo! Isso também é confirmado pelos estudiosos de que, o batismo primitivo, não era trinitário. A santa trindade, como acabamos de ver, é um legado de Constantino.

PARA SER CRISTÃO, O BATISMO TEM QUE SER REALIZADO EM «NOME DO SENHOR JESUS CRISTO»

   Como que o batismo realizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, pode ser chamado de cristão? Não há como considerar e nem é um batismo cristão. De acordo com o que já temos ensinado, o batismo em nome de Jesus Cristo, não é de maneira alguma uma inovação ou uma nova doutrina, porém, trata-se do batismo proclamado e ordenado pelos apóstolos, aceito e praticado pela Igreja de Jesus Cristo, no primeiro século. Como vemos na Bíblia, não há sequer uma alusão de que alguém tenha sido batizado na fórmula trinitária. Evidentemente nem todos aceitariam de que o batismo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo está totalmente “incorreto”, isto é porque o batismo em ‘nome da falsa Trindade’, há muito tempo vem sendo praticado, por causa disso para a grande maioria (ou praticamente para todos), esta tem sido a fórmula verdadeira para o batismo. Este tipo de batismo é na verdade um «batismo tradicional», «não bíblico», por isso também «nem cristão». Não somos contra a verdadeira tradição, mas, desde que uma determinada tradição não esteja contrariando os princípios bíblicos, se é contrária, então temos que rejeitá-la, por ser anticristã, mesmo  que ela seja antiguíssima.

   O batismo em água é uma ordenança da Igreja de Cristo e, não apenas um rótulo da Igreja. Por isso, somente terá validade quando realizado com fé, e que seja fundamentado no ensino apostólico. O batismo trinitariano não é de modo algum o batismo praticado pela Igreja do Senhor Jesus Cristo, no N.T. (At 2.38; 8.16; 10.48 etc.). Reiteramos, o batismo realizado em nome da falsa Trindade não é o batismo cristão. Ensinamos e falamos tudo isso, com a absoluta certeza, sem medo de errar, não segundo o nosso ponto de vista ou idéia, mas de acordo com prática Neotestamentária, que evidentemente é bem clara, e com a inspiração do Espírito de Jesus Cristo.

   Biblicamente falando, todos aqueles que foram batizados em «nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», precisam e devem ser batizados novamente, isto é, «em nome do Senhor Jesus Cristo» (Atos 2.38 etc.). Porém, se alguém que já é batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, mas passa agora a crer no batismo bíblico (isto é, em nome do Senhor Jesus Cristo), e a sua fé é suficiente para anular a falsa trindade imposta sobre si, e de aceitar agora como substituição o nome do Senhor Jesus Cristo, como a verdadeira fórmula batismal, então não é necessário batizar se de novo. Portanto, tudo isso vai depender da fé de cada um (Efésios 14.23; Hb 11.3). 

   O batismo realizado em nome do Senhor Jesus Cristo é o fator máximo desta Doutrina e, por este  motivo,  desde os seus primeiros dias, a Igreja de Cristo tem incluído-o como parte inseparável na proclamação do Evangelho. O batismo realizado em nome do Senhor Jesus Cristo era tão importante e significante para os cristãos primitivos, que tão logo que se convertiam, também desciam às águas batismais (At 2.38). Não podemos viver nos iludindo com um Cristianismo que existe somente no nome, mas quanto à prática bíblica, é antagônico e falso. É verdade que muitos “pastores” (líderes) tentarão te desviar desta verdade, anunciando que o batismo em nome do Senhor Jesus Cristo é herético e antibíblico, defendendo o batismo trinitariano. Irmão, não aceite de qualquer maneira as suas palavras, antes, exija deles, sólidos fundamentos bíblicos e que também apresentem argumentos concretos, contra tudo o que temos ensinado até agora, que é um ensino verdadeiramente bíblico (At 17.11; Gál 2.6). Não seja enganado!!!

   Portanto, o verdadeiro cristão, a Igreja do Senhor Jesus Cristo, «crê», «aceita» e  é batizado no batismo Neotestamentário, ensinado pelos apóstolos do Senhor Jesus Cristo, e praticado pela Sua Igreja, isto é, «em nome do Senhor Jesus Cristo» (At 10.48). Deixemos claro, o batismo em «nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo» não é bíblico é romano e pagão porque titulo não é nome é titulo.

  
2. A CEIA DO SENHOR
A ceia do Senhor é o memorial instituído por Cristo em que Suas igrejas são mandadas mostrar Sua morte pelo emprego de pão azimo e vinho. Como com o batismo, a Ceia do Senhor é a segunda ordenança da igreja. Foi instituída por Cristo na véspera de Sua traição e crucificação. E Cristo indicou que ela era para ser observada até Sua volta.

I. A NATUREZA DESTA ORDENANÇA

1. ELA NÃO É UM SACRAMENTO
Os católicos romanos fazem da Ceia do Senhor, que eles chamam a Eucaristia , um dos seus sete sacramentos. E no seu compêndio de teologia conhecida por Catecismo, define-se um sacramento como segue: "Um sacramento é um sinal visível ou ação instituído por Cristo para dar graça." Mas não há fundamento na Escritura para uma tal idéia da Ceia do Senhor. Se a graça é recebida por meio de um ato externo de obediência, não é totalmente sem mérito. Isto contradiz o ensino que a vida eterna é um dom (Rom. 6:23) e que somos justificados livremente, o que quer dizer gratuitamente, por nada (Rom. 3:24). Também contradiz o ensino da Escritura que não somos salvos por meio das obras (Ef. 2:8; Tito 3:5).

2. ELA É UMA ORDENANÇA SIMBÓLICA
Isso nega as duas coisas seguintes:

(1). Que o corpo e o sangue de Cristo estão atualmente presentes no pão e no vinho.

"A Igreja Católica ensinou sempre a seus filhos que, no momento em que o sacerdote, na Missa, pronuncia as palavras de consagração do pão e do vinho, estes mudam no sagrado corpo e sangue de Cristo." (The Seven Sacraments, Vincent Hornoyold, S. J.).

Num esforço para substanciar este ensino quanto a real presença de Cristo no pão e no vinho, apelam os católicos para as palavras de Jesus em João 6:48-58 e fazem duas suposições sem fundamento. Primeiro, eles supõem, em antagonismo direto com as próprias palavras de Cristo, que Ele falou literalmente quando Ele disse: "A menos que comais a carne do Filho do homem e bebais o Seu sangue, não tendes vida em vós mesmos." (João 6:53). No verso 63 Ele plenamente indicou que Ele falara figurativamente nos versos precedentes. Ele disse: "É o espírito que dá vida; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos falei são espírito e vida." Segundo, eles supõem, contrario ao texto, que Jesus aludia à nossa participação dEle na Eucaristia assim chamada. O verso quarenta e sete mostra que participamos dEle pela fé. Patente está a qualquer um não cegado por prejuízo que os versos quarenta e sete e cinqüenta e três são paralelos em sentido.

Os católicos então levam sua interpretação literal sem base de qualquer outra passagem que fala do corpo e do sangue de Cristo em conexão com a Ceia do Senhor. Este literalismo brota do misticismo paganistico embebido pelo catolicismo romano. O princípio fundamental de salvação pelas obras também da sua contribuição a esta perversão da simplicidade escrituristica.

(2). Que a celebração da ceia constitui uma repetição do sacrifício de Cristo.

À celebração da Eucaristia os católicos aplicam o nome de "Missa". E lemos: "Agora, na Missa oferece-se a Deus um sacrifício real, porque a humanidade de nosso bendito Senhor, por se colocar sob as formas do pão e do vinho, reduz-se equivalentemente ao estado inanimado de uma vitima, oferecida ao Pai Eterno pelo sacerdote". (The Seven Sacraments, Hornyold, pág. 10).

Em resposta a isto diz Strong: "Envolve isto a negação da inteireza do sacrifício passado de Cristo e a suposição que um sacerdote humano pode repetir ou acrescentar à expiação feita por Cristo uma vez por todas (Heb. 9:28 ? apax prosenekueis). A Ceia do Senhor nunca é chamada sacrifício, nem de altares, sacerdotes ou consagrações se fala jamais em o Novo Testamento. Os sacerdotes da velha dispensação são expressamente contrastado com os ministros da nova. Ministraram os primeiros sobre coisas sagradas, a saber, celebraram ritos sagrados e serviram no altar; mas os últimos " pregam o Evangelho" (1 Cor. 9:13, 14)."

II. O SIGNIFICADO SIMBÓLICO DA CEIA DO SENHOR
1. É UMA COMEMORAÇÃO DA MORTE DO SENHOR
Jesus disse: "Fazei isto em memória de mim." (1Cor. 11:24). A Ceia do Senhor, então, tende a refrescar nossas mentes quanto à morte vicária de Cristo.

2. É UMA PROCLAMAÇÃO DE SUA MORTE
Jesus também disse: "Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálix, anunciais a morte do Senhor até que Ele venha." (1 Cor. 11:26). De modo que a Ceia é uma ordenança prédicante tanto como comemorativa. Este fato favorece observar-se a ordenança na presença de toda a congregação em vez de despedir-se à congregação e fazer a igreja observa-la privadamente. Desde que é uma ordenança prédicante, testemunhe-a quem quiser.

3. É UM LEMBRETE DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Notamos na passagem há pouco citada as palavras: "Proclamais a morte do Senhor até que Ele venha." Assim, todas as vezes que se observa a ordenança somos lembrados que a estamos observando por causa da ausência da presença corporal de Cristo e que algum dia o simbólico dará logar ao literal.

4. SIMBOLIZA O FATO QUE SOMOS SALVOS POR NOS ALIMENTARMOS DE CRISTO
Já frizamos que a nossa alimentação de Cristo não é literal. Participamos dEle pela fé e assim somos salvos, o eu está simbolizado na Ceia do Senhor.

5. FIGURA NOSSA NECESSIDADE DE PARTICIPARMOS CONSTANTEMENTE DE CRISTO PARA SUSTENTO ESPIRITUAL
A repetição desta ordenança manifesta que a fé, pela qual participamos de Cristo, não é meramente uma coisa momentânea mas contínua, pela qual a alma é sustentada constantemente.





6. ASSINALA A UNIDADE DA IGREJA
Em 1 Cor. 10:16-17 lemos: "O cálix de benção que abençoamos, não é uma comunhão de (ou participação em) o sangue de Cristo? O pão (ou fatia) que partimos não é uma comunhão de (ou participação em) o corpo de Cristo? Vendo que nós, que somos muitos, somos um pão (ou fatia), um corpo: porque todos participamos de um pão (ou fatia)."

Estes versos aventam o fato que a unidade da igreja se manifesta pelos membros participantes de uma fatia. Por essa razão o pão deverá ser trazido à mesa em uma fatia ou pedaço, doutra maneira o tipo não é tão impressivo.

III. OS ELEMENTOS DA CEIA DO SENHOR

Há dois e só dois elementos escrituristico, que são:

1. O PÃO ASMO

Diz Strong: "Ainda que o pão que Jesus partiu na instituição da ordenança foi indubitavelmente o pão asmo da Páscoa, não há nada no simbolismo da Ceia do Senhor que necessite o uso romanista da hóstia." (Systematic Theology, pág. 539). Quanto às palavras exatas desta afirmação, concordamos com Strong e vamos ainda mais longe e dizemos que o uso romanista da hóstia (um disco chato e pequeno de farinha tostada) tende a obscurecer uma parte do simbolismo da Ceia; mas entendemos que a afirmação de Strong implica que o simbolismo da Ceia não carece do uso do pão asmo. Carece e por três razões, a saber:

(1). Somente o pão asmo pode representar adequadamente o corpo sem pecado de Cristo

O fermento é, caracteristicamente, tipo do pecado e está assim representado em 1 Cor. 5, em conexão com a Ceia do Senhor.

(2). O pão asmo também responde a sinceridade de coração com que devemos participar da Ceia

"Guardemos a festa, não... com o fermento da malícia e da maldade, mas com o pão asmo da sinceridade e da verdade." (1 Cor. 5:8).

(3). O pão asmo, ainda mais, acentua a necessidade de purificar a igreja

Purificai, pois, o fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento; porque a nossa páscoa foi sacrificada por nós, a saber Cristo: pelo que, façamos a festa, não com o fermento velho, etc." (1 Cor. 5:7,8). Esta passagem, seguindo a injunção de Paulo para excluir o incestuoso, mostra que ele ligou o pão asmo com a pureza da igreja.

Pelas razões supra, bolachas e pão fresco nunca devem ser usados na celebração da Ceia do Senhor. Melhor é não celebra-la do que celebra-la impropriamente.

2. O VINHO FERMENTADO

Damos três razões porque o vinho fermentado deverá ser usado:

(1). Cristo usou vinho na instituição da Ceia.

Sobre este ponto damos as seguintes citações:

"Todo judeu em a noite da Páscoa deve ter quatro copos de vinho vermelho" (A Páscoa Judaica e a Ceia do Senhor, por Harry Singer, noutro tempo superintendente da Missão Hebreu ? Cristã de Detroit, Mich.). Referência a Prov. 23:31 mostrará que qualidade de vinho é o vinho "vermelho".

Todo judeu sabe que a Ceia Pascoal deve ser celebrada bebendo-se vinho genuíno e não suco de uva sem fermento... Achareis tudo isto completamente corroborado se consultardes a Encyclopedia Judaica, que é a mais fidedigna e autorizada em todos os assuntos judaicos" (De uma carta pessoal ao autor deste por J. Hoffman Cohn, Secretário Geral da Junta Americana de Missões aos Judeus, de Broklin, N. Y.).

Leopold Cohn, editor de "The Chose People", em resposta à pergunta: "Era fermentado ou não o vinho da Páscoa." Disse: "Sim, segundo o ritual judaico nenhum vinho pode ser assim chamado e usado nas cerimônias, a menos que seja intoxicante. Mais ainda, o vinho usado na Páscoa era tão forte que tinha de ser misturado com água."

Grandes tentativas se têm feito para provar que o vinho bebido na Ceia do Senhor era sem fermento, pelos e por amor dos obreiros temperantes do nosso tempo e país. Tais tentativas são aptas a fazer mais mal do que bem entre aquelas famílias de costumes orientais hoje, ou a história dessas nações. Mas o apóstolo Paulo estabeleceu o caso de abstinência total em Rom. 14 de tal maneira que não carece da ajuda traidora de uma exegese duvidosa para seu apoio." (Peloubet?s Bible Dictionary).

Pretendem alguns que Cristo se absteve de todo uso do vinho. Mas isto se presume em face do fato que Cristo, logo antes de Sua morte, bebeu vinagre" (Marcos 15:36; Mat. 27:48; João 19:28-30), o qual, segundo Thayer, Broadus, Hovey e W. N. Clark (os três últimos escritores em "An American Commentary on the New Testament") era vinho azedo que os soldados bebiam.

(2). A igreja em Corinto usava vinho fermento na Ceia e não recebeu censura do apóstolo Paulo

Sabemos que a igreja em Corinto usava vinho porque, pelo abuso dele na Ceia, alguns ficavam bêbados (1 Cor. 11:21). Um léxico grego mostrará que a palavra grega aqui quer dizer exatamente o que nós comumente entendemos pelo termo "embriagado". Outros casos do uso da mesma palavra grega (methuo) achar-se-á em Mat. 24:49; Atos 2:15; 1 Tess. 5:7. A respeito desta palavra, lemos em "An American Commentary on the New Testament": "A palavra mesma significa está bêbado nada mais brando." A passagem é conclusiva quanto ao vinho usado por eles na Ceia do Senhor.

Marcos Dods diz: "Conquanto o vinho da Santa Comunhão tivesse sido tão feiamente abusado, Paulo não proíbe o seu uso na ordenança. Sua moderação e sabedoria não tem sido seguidas universalmente neste ponto. Em ocasiões infinitamente menos se tem introduzido na administração da ordenança no sentido de impedir seu abuso por bebedores reformados suscetíveis e por um pretexto ainda mais leve introduziu-se uma alteração mais violenta há muitos séculos pela Igreja de Roma."

(3). O simbolismo da Ceia requer vinho fermentado

Só o vinho fermentado corresponde ao pão asmo e é exigido pelas mesmas razões porque se requer o pão asmo.

Em resposta ao nosso inquérito, Frederic J. Haskin, Diretor do Bureau de Informação de Washington, D. C. , deu a seguinte significativa resposta: "O Bureau da Industria de Planta do Departamento de Agricultura dos EE. UU. diz que as uvas contêm naturalmente um agente levedante e que este está presente no suco. Quando então perguntamos o que acontecia a este fermento no processo da fermentação, o snr. Haskin respondeu: "O fermento é consumido no processo de fermentação, de modo que o produto acabado, ou vinho, não contém nenhum."

Mas alguém pergunta o que fazer com o voto que alguns fazem de nunca tocar intoxicante algum. Respondemos que a consistência escrituristica e uma comemoração adequada da morte do Senhor devem preceder a um voto ou qualquer outra coisa. É melhor quebrar um voto do que falhar em guardar este memorial convenientemente. Deus não prende a ninguém responsável pela observância de um voto que impede o votante de honrar a Cristo devidamente. Aos que fizeram votos deixai-os aderir ao compromisso em geral; mas não deixem o voto introduzir-se entre eles e a comemoração correta da morte de Cristo.

IV. A CEIA DO SENHOR É UMA ORDENANÇA DA IGREJA LOCAL

Por isto queremos dizer que é para ser observada somente pelos membros de uma igreja local. Não é para a igreja convidar à mesa quaisquer fora do seu rol de membros e por isto também queremos dizer que não é para ser observada por indivíduos ou grupos de indivíduos outros que não na capacidade de igreja.

Que é para ser observada somente pelos membros de uma igreja local damos aqui duas provas:

1. O PÃO SINGULAR NA CEIA SIMBOLIZA A UNIDADE DO CORPO SINGULAR

Para uma discussão disto, vide a segunda divisão deste capítulo. Agora, para outros, que não os membros da igreja observando a Ceia, participar é incongruente com o simbolismo.

2. HÁ CERTAS CLASSES QUE A IGREJA É MANDADA NÃO COMER COM ELAS

Vide 1 Cor. 5:11. Quando uma igreja convida a participar da Ceia aqueles de fora da sua comunidade, ela está desconsiderando atrevidamente esta injunção, porque ela não pode saber que alguns dos convidados não são das classes mencionadas em 1 Cor. 5:11.

V. A COMUNHÃO ULTRA RESTRITA CONSIDERADA

As provas supra de que a Ceia do Senhor é uma ordenança da igreja local, a ser observada somente pelos membros de determinada igreja, resolve a questão se membros de outras denominações deveriam ser convidados a participar da Ceia conosco. Mas desde que todos batistas não recebem a verdade quanto ao fato que a Ceia do Senhor é estritamente uma ordenança da igreja local, e desde que isto não faz a escrituralidade de nossa posição tão clara a gente de outras confissões como desejamos que seja, procedemos com uma consideração da comunhão ultra restrita assim chamada. Por que os batistas a praticam? Eles a praticam:

1. PORQUE CRISTO INSTITUIU A COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.

Quando Cristo instituiu a Ceia, só os onze apóstolos estavam presentes com Ele, tendo Judas já se retirado. Jesus ali não teve Sua mãe nem outros dos Seus seguidores em Jerusalém. Ele não convidou, tanto quanto podemos lembrar, o homem em cuja casa a Ceia foi instituída. Porque? Porque a Ceia não foi para ninguém mais senão Sua igreja. Daí, desde que os batistas não consideram a outros como membros da igreja de Cristo, também não os convidam à Ceia.

2. PORQUE A ORDEM ESCRITURISTICA OBSERVADA NO PENTECOSTES E DEPOIS LEVA À COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.

A ordem no Pentecostes e depois foi: (1) fé; (2) batismo; (3) comunhão com a igreja e (4) a Ceia do Senhor. Vide Atos 2:41,42. Esta é exatamente a ordem sobre que insistem os batistas. Eles não negam que outros tenham fé, mas negam que tenham recebido batismo válido e que sejam membros de uma igreja de Cristo.

3. PORQUE OS INTERESSES DA DISCIPLINA DE UMA IGREJA ESCRITURISTICA REQUEREM A PRÁTICA DA COMUNHÃO ULTRA RESTRITA.

Em Rom. 16:17 e 1 Tim. 6:3-5 temos implícito fundamento de disciplina excessiva no caso de ensinadores persistentes do erro doutrinal. A necessidade de unidade na igreja também faz necessária a disciplina excisica no caso a pouco mencionado.

Suponde agora que uma igreja ache preciso excluir um falso ensinador. Se a igreja pratica a comunhão livre, este falso ensinador pode ainda comungar com a igreja, não obstante o fato que participar da Ceia do Senhor é um dos privilégios mais íntimos e sagrados da comunidade da igreja. Concedendo que tal irá longe para nulificar a disciplina da igreja. Envolveria a igreja em notória incoerência. Se alguém não está ajustado para estar na igreja, ajustado não está para participar da Ceia do Senhor.

4. PORQUE É IMPOSSÍVEL OBSERVAR A CEIA DO SENHOR COM A COMUNHÃO LIVRE

Uma igreja pode comer pão asmo e beber vinho com um grupo com divisões presentes, mas Paulo plenamente diz que "não é possível comer a Ceia do Senhor" em tais circunstâncias. Vide 1 Cor. 11:19,20 na Versão Revista.

V. OS OFICIAIS ORDENADOS DA IGREJA
O Novo Testamento só menciona dois oficiais ordenados na igreja. São:
1. ANCIÃOS OU BISPOS
O título "ancião" ou "bispo" designou o oficial principal nas igrejas do Novo Testamento. Os ocupantes deste ofício presidiam aos cultos, ensinaram e guiaram o povo nas doutrinas e nos deveres cristãos e exerceram a superintendência das igrejas.
São estes dois títulos usados reciprocamente em o Novo Testamento e, portanto, designam o mesmo ofício. O seu uso recíproco pode ser visto em Atos 20:17 e verso 28 do mesmo capítulo. Diz-se na primeira passagem que Paulo convocou os anciãos da igreja de Éfeso e na segunda ele os chama "superintendentes", que é a tradução literal da palavra traduzida noutro lugar por "bispos". Vide Fil. 1:1. O uso alternado de ambos os títulos sob discussão pode ser visto também em Tito 1:5,7.
O termo "pastor" é um outro termo usado só uma vez em o Novo Testamento (Efe. 4:11), o qual designou, parecidamente, o mesmo ofício como ancião e bispo.
Parece ter sido a regra em o Novo Testamento, nas suas igrejas, ter uma pluralidade de anciãos, como se vê plenamente no caso da igreja de Éfeso (Atos 20:17), e no caso da igreja de Filipos (Fil. 1:1) e como parece estar indicado no caso de outras igrejas em Atos 14:23 e Tito 1:5.
A razão principal, talvez, para se ter uma pluralidade de anciãos nas igrejas do Novo Testamento, é que era costume haver só uma igreja em qualquer cidade, tendo esta, presumivelmente, um número de pontos de pregação pela mesma.
Um ministério graduado é desconhecido em o Novo Testamento. O bispo era um oficial de uma igreja particular e não um superintendente das igrejas de um dado distrito, como é o caso hoje em algumas denominações.
2. DIACONOS
Vide Atos 6:1-8; Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13.
Há tanta coisa a dizer-se com referência ao diaconato que reservamos tratamento mais extenso para ulterior capítulo exclusivamente devotado a este assunto.
VI. O GOVERNO DA IGREJA
As igrejas do Novo Testamento eram independentes e democráticas no seu governo. Este fato está visto em:
1. A ESCOLHA DE MATIAS
Conquanto o método usado na escolha de Matias não é o costumeiro nas votações de hoje, o relato de Lucas (Atos 1:23-26) implica que a igreja inteira participou de sua escolha. "Indicaram" (v. 23), "oraram" (v. 24), e "lançaram sortes". O grupo inteiro de cento e vinte (v. 15) é o antecedente naturalíssimo do pronome "eles" nestas expressões.
2. A ESCOLHA DOS SETE DIACONOS
Quando se levantou a necessidade desses sete servos da igreja, os apóstolos não assumiram a autoridade de os indicar, mas "convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas; escolheis, pois, irmãos dentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio" (Atos 6:2,3). "E este parecer satisfez a toda a multidão e elegeram" os sete varões cujos nomes são dados. A multidão dos discípulos, isto é, a igreja, fez a escolha.
3. A SEPARAÇÃO DE BARNABÉ E SAULO
Nisto vemos a independência das igrejas do Novo Testamento. A igreja de Antioquia, ainda que muito mais jovem que a de Jerusalém, procedeu nesta matéria independente desta e sem sequer consultá-la. Vide Atos 13:1-3. Nem a igreja consultou os apóstolos.
4. A EXCLUSÃO E RESTAURAÇÃO DO HOMEM INCENTUOSO EM CORINTO.
Paulo dirigiu-se à igreja como um todo nesta matéria. Vide 1 Cor. 5. E na recomendação concernente à restauração deste homem (2 Cor. 2:6) fala de sua punição como tendo o mesmo sido aplicado por "muitos", literalmente, a maior parte ou maioria. Isto implica distintamente que a igreja era democrática na exclusão do homem. Não foi feito pelos anciãos, nem pelos diáconos, mas pelos muitos ou a maioria.
5. A ESCOLHA DE CAMARADAS VIAJANTES PARA PAULO
Vide 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23. Paulo reconheceu o direito de as igrejas terem seus próprios representantes acompanhando-o nas suas viagens entre as igrejas para amealhar as ofertas para os santos em Jerusalém. Temos, não há duvida, estes mensageiros das igrejas" mencionados em Atos 20:4. Assim Paulo não foi um senhor sobre a herança de Deus, mas reconheceu-lhes o direito de autonomia. Paulo fala desses irmãos como tendo sido escolhido das igrejas. Isto implica que as igrejas procederam como corpos na sua escolha. Não foram indicados pelos anciãos. A única maneira por que uma igreja pode proceder como um corpo é por algum método de votar. Qualquer método adequado de votar é uma expressão de democracia.
6. O DEVER E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA TODA EM:
(1). Manter unidade de ação
Vide Rom. 12:16; 1 Cor. 1:10; 2 Cor. 13:11; Efe. 4:3; Fil. 1:27; 1 Ped. 3:8. Strong mui justamente observa nesta passagem que elas "não são meros conselhos de submissão passiva, tais como poderiam ser dados uma hierarquia, ou aos membros da Companhia de Jesus: são conselhos de cooperação e juízo harmonioso."
(2). Conservar puras a doutrina e a prática
1 Tim. 3:15; Judas 3. Vide também as exortações às igrejas no Apocalipse 2 e 3.
(3). Guardar a ordenanças
1 Cor. 11:2, 23, 24.
E podemos concluir por dizer que em nenhum caso em o Novo Testamento vemos contraditadas a independência e a democracia da igreja.
VII. A MISSÃO DA IGREJA
A missão da igreja está claramente esboçada na comissão de despedida de nosso Senhor como recorda em Mat. 28:19,20. Há três elementos nesta comissão.
1. FAZER DISCÍPULOS
A frase "ensinai todas as nações" pode ser traduzida "disciplinai todas as nações" que este é o seu significado. Da versão de Marcos achamos que os discípulos são para ser feitos pela pregação do Evangelho. À luz de outras passagens não pode ser sustentado que o discipulamento se fez através do ato de batismo, como alguns quereriam que fosse. Achamos que o Mestre, autor da comissão e nosso exemplo perfeito, "fez e batizou" discípulos (João 4:1), o que implica que os discípulos foram feitos e então batizados, não feitos pelo ou através do batismo.
Precisamos de notar que esta comissão autoriza a pregação mundial do Evangelho. É para irmos em todo o mundo e pregarmos o Evangelho a toda criatura (Marcos 16:15), fazendo discípulos em todas as nações. Nem pode ser razoavelmente sustentado que isto coube só a era apostólica. A promessa da presença de Cristo até ao fim dos séculos (Mat. 28:20) implica uma continuação da comissão até ao fim dos séculos, pelo que se quer dizer o fim da presente dispensação, que virá na volta de Cristo.
2. BATIZANDO-OS
Ao passo que o batismo nada tem a ver com fazer discípulos e não tem poder salvador, todavia está ordenado por nosso Senhor e é, portanto, importante.
A comissão de Cristo proíbe expressamente batizar crianças de peito e outras pessoas inconquistáveis. O antecedente "os" são os tais que são discípulos. Ninguém se arroga o batismo a menos que possa ser ensinado e então a ele não se arroga até que tenha sido ensinado e tenha recebido esse ensino. Vide Atos 2:41, 8:36,37, 19:1-5.
3. ENSINANDO-OS
Ainda não estamos terminados quando fizemos discípulos e os batizamos: somos intimados a ensiná-los e a ensinar-lhes tudo quanto Cristo mandou.
Já nos referimos à promessa da presença de Cristo que se ajunta a esta comissão. A promessa não só indica que a comissão tem uma aplicação perpétua até ao fim dos séculos, mas também indica que Cristo se dirigiu aos apóstolos, não como indivíduos senão como constituindo eles a igreja. Estes apóstolos há muito estão mortos, contudo o fim dos séculos não veio; logo, Cristo deve ter precisado falar-lhes como a um corpo que se perpetuaria até ao fim dos séculos. A comissão, portanto, foi cometida à igreja. A execução dela, então, é, primariamente, uma responsabilidade da igreja.
VIII. A COMUNIDADE DA IGREJA
De que espécie de pessoas consistiram as igrejas do Novo Testamento? Houve ali uma coisa semelhante à comunidade infantil da igreja? Podemos responder a esta última pergunta com uma negativa enfática. Toda palavra em o Novo Testamento que de qualquer maneira toca a matéria da comunidade da igreja é totalmente contra a idéia infantil da igreja. Não achamos mesmo o mais leve indício de alguma vez ter sido recebida numa igreja do Novo Testamento qualquer pessoa irresponsável. As igrejas do Novo Testamento foram compostas somente de pessoas supostamente regeneradas. Os que saíram disto, saíram da Palavra de Deus e suas instituições são indignas de se chamar igrejas do Novo Testamento.
IX. A DISCIPLINA DA IGREJA
Pode-se definir a disciplina como tratamento cabível a um aprendiz ou discípulo, ou o treino de alguém proceder de acordo com regras estabelecidas.
Da grande comissão vimos que o ensino ou treino dos discípulos de Cristo cometidos à igreja. Este ensino ou treino deve precisar de assentar às necessidades de diferentes classes de discípulos e deve precisar de consistir de mais que uma simples proclamação da verdade. Achamos ser isto verdade segundo as epístolas pastorais e segundo Cristo mesmo. Notamos, portanto:
1. TRÊS ESPÉCIES DE DISCIPLINA
(1). Disciplina formativa
Esta é a forma primária e mais simples de disciplina. Consiste em ensinar, instruir e guiar os cordial-decididos nos caminhos da verdade e justiça.
As igrejas deveriam engajar-se diligentemente nesta forma de disciplina. É o método melhor e mais satisfatório. Se for usada fielmente, outras formas de disciplina menos desejáveis não serão tão precisadas.
(2). Disciplina corretiva
A máxima disciplina formativa diligente, porém, não impedirá lapsos da vereda direita e estreita por parte de todos os crentes. Estão seguros alguns de ser assaltados pelo pecado.
Desta classe está falado em Gal. 6:1. Esses não são os obstinada e persistentemente pecaminosos, mas os que vivem em geral retamente e são tomados de alguma tentação ou habito e assim caem em pecado. São para serem restaurados pelos espiritualmente intencionados na igreja. Estes deveriam ir aos que erraram e, com mansidão, procurar recobra-los do seu pecado. Se este plano for seguido, salvar-se-ão muitos de grandemente prejudicarem a si mesmo e à igreja.
Um outro caso de disciplina corretiva acha-se em Mat. 18:17. Aqui temos o caso de um irmão ofender a outro. Depois de o ofendido ter dado os dois primeiros passos sem resultado, trará o assunto à ciência da igreja, a qual, então, julgará o caso e buscará reconciliar os dois irmãos apartados. Isto é disciplina corretiva.
(3). Disciplina Excisiva
Por disciplina excisiva quer-se dizer cortar ou excluir um membro da igreja por alguma ofensa ímpia ou por persistência no pecado. Pouco importa quão bem uma igreja se saia na aplicação da disciplina tanto formativa como corretiva, ela achará ser necessário uma vez ou outra afastar-se de alguma pessoa e retirar-lhe a mão de comunhão fraternal. Notemos:
A. Os fins da disciplina excisiva.
(a). O bem do excluído. Sempre que o excluído parece ser pessoa salva, isto deveria ser a coisa predominante. E quando mesmo estiver claro que a pessoa ofensora está perdida, deveríamos esperar que sua exclusão ajudará a produzir sua salvação.
Paulo recomendou a exclusão do incestuoso em Corinto, primeiro que tudo, para "a destruição da carne", a saber, a natureza carnal. Deveríamos orar pelo excluído para que Deus use a disciplina para seu próprio bem.
No caso do homem de Corinto vemos que a disciplina realizou o seu fim desejado. De 2 Cor. 2:6-8 vemos que esse homem se arrependeu. Muitos discípulos tem sido despertados e trazidos à razão pela exclusão da igreja.
(b). O bem da igreja. Paulo assinalou uma outra razão para a exclusão do homem de Corinto. Paulo diz-lhes que purguem o fermento velho, porque "um pouco de fermento fermenta a massa toda." Vide 1 Cor. 5:7,8. A igreja deve excluir o ímpio para que possa proteger o resto de sua comunidade. O exemplo do ímpio, se for deixado na igreja, tenderá a corromper a igreja inteira.
(c) . A glória de Cristo. Ainda que a igreja não precisou de excluir os ímpios por amor deles mesmos e como uma proteção do restante da comunidade, ela carecia de faze-lo para a glória de Cristo. A igreja é Seu corpo e O representa no mundo. Desonra a Cristo ser o Seu corpo conspurcado pela impiedade. Paulo argui contra as divisões na igreja com o fundamento que Cristo não está dividido (1 Cor. 1:13). Do mesmo modo podemos argüir contra a permissão da impiedade na igreja sobre o fundamento que em Cristo não há impiedade.
B. Ofensas dignas da disciplina excisiva.
Estas ofensas podem ser divididas em três espécies; a saber:
(a). Ofensas pessoais. Esta classe de ofensas está referida em Mat. 18:15-18 e o método de tratar com elas está indicado. Uma igreja não deveria permitir a um dos seus membros trazer diante dela queixa contra outro membro antes que se tenham dado os dois passos precedentes escritos por Jesus.
(b) Ofensas doutrinárias. Vide Rom. 16:17; 1 Tim 6:3-5. De cada uma das passagens precedentes a disciplina excisiva da igreja é uma inferência razoável no caso de ensinadores persistentes do erro. Aqueles mencionados em Rom. 16:17 evidentemente não eram membros da igreja, mas suponde que tinham sido; podia a comunidade da igreja evitá-los de tal modo a impedi-los de causar muito dano sem excluí-los da igreja? Estaria em boa ordem reter na igreja pessoas que a comunidade como um todo precisaria de evitar? E suponde que esses falsos mestres insistissem em falar seus erros nas reuniões da igreja? Respondei a estas perguntas calmamente e vereis a clara inferência de tais caracteres como referidos em Rom. 16:17, se na igreja deve precisar ser excluído da igreja para que as instruções de Paulo sejam cumpridas de uma maneira ordeira e efetiva.
E seria direito para Timóteo retirar-se de membros da igreja? Uma solução assim não produziria cisma no corpo, que nunca deveria existir no corpo de Cristo? Assim temos a mesma inferência desta segunda passagem.
Mas notai que em ambos os casos os falsos mestres são falados como propagando seus erros e causando divisão na igreja. Tal conduta reclama disciplina. Contudo o caso é diferente com aqueles que não compreendem a verdade como deviam, mas são suscetíveis de aprender e não se portam de maneira a causarem divisão na igreja. É desta classe que Paulo fala quando diz: "Ao que é fraco na fé recebei vós." (Rom. 14:1).
(c) Ofensas Morais. Vide 1 Cor. 5:1-7; 2 Tess. 3:6,14.
2. OBSERVAÇÕES OUTRAS SOBRE DISCIPLINA
(1). Indicação de comissão não obrigatória
Note-se que nada se diz em quaisquer das passagens referidas, nem qualquer coisa está dito em qualquer das passagens referidas, quanto à necessidade de se mandar uma comissão ver um membro ofensor antes que se institua ação disciplinar.
Não dizemos que isto nunca devera ser feito, mas desejamos acentuar que a Escritura de nenhum modo prende a igreja para assim fazer em qualquer caso. De fato, a Escritura nenhuma vez menciona a indicação de uma comissão nos casos de disciplina. A igreja é deixada livre sob a liderança do Espírito Santo para decidir quando se precisa de uma comissão.
Alguns procuram usar Mat. 18:15-17 para provarem que uma comissão sempre deve ser indicada para ver a pessoa ofensora. Mas não há aqui menção de uma comissão indicada pela igreja. Nesta passagem temos direções para ofensas pessoais. Isto nada tem a ver com outra ofensa.
(2). Visitação pessoal não obrigatória
Não está dito na Escritura que alguém deva trabalhar privadamente com a pessoa culpada de ofensa doutrinal ou moral antes de o caso ser trazido perante a igreja para disciplina excisiva.
A primeira coisa que deveria prender toda atenção do salvo é a Igreja, bem como toda a matéria concernente à salvação.
Outra vez não dizemos que isto não devera ser feito. No caso de ofensas comuns em doutrina ou moral não estamos obrigados a este procedimento em todos os casos. E em ofensas mais graves e feias não devera ser seguido. Em tais casos, só a exclusão imediata pode conseguir os resultados almejados. Notai que Paulo, no caso do homem de Corinto, recomendou a exclusão imediata , sem quaisquer passos intermediários. Vide 1 Cor. 5:1-7.
(3). Julgamentos da igreja desnecessários e imprudentes
Nada se diz em nenhum lugar da Escritura sobre um julgamento da igreja para um ofensor.
Na matéria de ofensas pessoais podem vir ocasião em que o acusado devera ser ouvido em sua própria defesa e, em tais casos, ele devera ser ouvido, a menos que os fatos a respeito de sua culpa sejam conhecidos de mais para admitirem qualquer dúvida. Mas em tais casos é melhor que sua defesa seja trazida à igreja por uma comissão antes do que pela própria pessoa acusada. E, noutra ofensa, se a igreja o julgar acertado, pode ser permitido ao acusado defender-se a si mesmo; mas então, igualmente, é muito melhor que a sua defesa se faça por uma comissão. De outra maneira muito mal pode ser causado por palavras amargas e descabidas matérias apresentadas à igreja.
Em qualquer caso onde a igreja está segura da culpabilidade do acusado ela não precisa de permitir-lhe qualquer defesa. Uma igreja nunca deveria excluir um membro, contudo, sem estar seguira dos fundamentos Ela devera sempre dar os passos necessários para acertar os fatos. Mas ela não está obrigada a qualquer forma estereotipada de procedimento. A igreja não é um tribunal e não pode ser obrigada a agir sob as regras de um tribunal.
Chamamos a atenção para estas matérias porque elas são algumas das coisas que o diabo usa para entravar a disciplina e ofender as igrejas de vários modos. Em muitíssimas igrejas um assunto de disciplina chamará sempre algum tradicionalista aos seus pés para insistir que a igreja siga certos tramites que eram costumeiros nos matagais dantanho quando ele era menino. Se a igreja permitir-se ser trazida sob semelhantes tradições, raro ela cumprirá o seu dever na matéria disciplinar. Comissões para ver partes ofendidas raramente funcionam e continuam de uma para outra reunião até que o assunto se gasta e fica esquecido. Se a igreja recusar-se a se fazer escrava da tradição dos matagais e seguir a Palavra e o Espírito de Deus, ela achar-se-á muito melhor no fim.
X. A PERPETUIDADE DA IGREJA
Em Mat. 16:18, ao falar da igreja, disse Jesus: "As portas do inferno não prevalecerão contra ela." Contenção nossa é que, aqui, Cristo prometeu existência continuada da igreja. O Hades é o reino invisível de todos os mortos; ele contém tanto os mortos justos como os ímpios. Todavia, uns e outros não estão na mesma localidade ou estado. Os ímpios estão atormentados no fogo (Luc. 16:23). Os justos estão com o Senhor (2 Cor. 5:8; Fil. 1:23). Mas tanto justos como ímpios estão naquele reino invisível dos mortos, o qual é conhecido como hades.
Thayer define "hades" como se referindo a "o receptáculo comum dos espíritos desencarnados". Justin A. Smith diz que quer dizer" em geral o mundo dos mortos". Segundo John A. Broadus que dizer "o mundo invisível, a habitação dos mortos". E Broadus ajunta: "Nem o Hades nem o Sheol alguma vez denota distintamente o lugar de tormento", mas ele diz "o logar de tormento está no Hades e assim está a habitação de Abraão, separada por um abismo intransponível, mas dentro da vista e do ouvido".
"As portas do Hades" tomamos para significar entrada, antes do que poder ofensivo ou defensivo. Portanto tomamos a passagem para significar que o hades jamais poderá tragar a igreja, que ela nunca morrerá. Assim entendemos Jesus como prometendo que Ele guardará a igreja viva, a despeito do fato que o material humano de que ela se formaria morreria. Como este material morre, Ele levanta outros para perpetuarem e igreja.
Cremos que Mat. 16:18 nos justifica em crermos que nunca houve um momento desde que Jesus fundou Sua igreja em que não tenham havido uma igreja verdadeira sobre a terra. Teve sua existência em todo o tempo até ao presente e continuará a existir até que Jesus venha para recebê-la em Si mesmo (?).
XI. OS SINAIS INDENTIFICADORES DA IGREJA
Se, como crentes, a igreja de Cristo perpetuou-se, então ela está no mundo hoje e tem estado no mundo desde sua fundação. Porque meios, então, identificamos esta igreja em qualquer tempo?
Para haver uma igreja, deve ela ser:
1. UM CORPO LOCAL INDEPENDENTE
A Igreja Católica Romana não pode qualificar-se como igreja de Cristo. Nem o pode qualquer ramo da persuasão Metodista Episcopal. Nada disto existiu nos tempos do Novo Testamento. As igrejas do Novo Testamento eram locais, corpos independentes. Nenhuma instituição hierárquica pode qualificar-se como uma igreja .
2. SUSTENTANDO A VERDADE COMO A MANEIRA DE FAZER DISCÍPULOS
O fim primário de Jesus, ao por a igreja no mundo, foi que o Seu Evangelho fosse pregado. Nenhuma instituição que prega o Evangelho falso é reconhecida dAquele que ameaçou mesmo a igreja de Éfeso com a remoção do seu castiçal porque simplesmente esfriara no seu zelo e ficará negligente concernente à obra de que Ele cometera às Suas igrejas.
Nenhuma instituição que ensina qualquer forma de salvação pelas obras está sustentando a verdade quanto ao meio de fazer discípulos. Uma igreja deve ensinar a salvação totalmente de graça pela fé.
3. SUSTENTANDO A VERDADE QUANTO AO BATISMO
O batismo escriturística é essencial a uma verdadeira igreja porque é porta à igreja. Vide 1 Cor. 12:13. Logo, não pode haver igreja sem batismo. Uma organização que pratica qualquer coisa, menos a imersão, ou não sustenta o batismo de crentes, ou que batiza gente para que se salve, certamente não é reconhecida por Cristo como uma de Suas igrejas.
4. RECONHECENDO A CRISTO SÓ COMO SEU CABEÇA E PROCURANDO EXECUTAR SUA VONTADE E MANDAMENTOS
A igreja é um corpo místico; conseqüentemente, ela pertence ao seu cabeça. Se o seu Cabeça é Cristo, ela é Sua igreja. Se o seu cabeça é o Papa , ela é a igreja do Papa. Se o seu cabeça é uma conferência, então ela é a igreja de uma conferência. Se o seu cabeça é um presbitério ou sínodo, então ela pertence ao presbitério ou sínodo em vez de a Cristo.
Onde quer que se ache um corpo local possuindo todos esses atributos, aí está uma igreja. Sem eles todos não pode haver igreja.
E não hesitamos em dizer, terminando, que, a respeito das denominações regulares, ao menos, só as igrejas batistas podem hoje, pelos testes precedentes, ser identificadas como igrejas do Novo Testamento.


Deus é Soberano
Texto: 1 Crônicas 29:11,12
"Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo."
INTRODUÇÃO
1. Duas Verdades Bíblicas
1.1. Deus é Soberano
1.2. O homem é responsável!
2. Perigo: salientar uma doutrina e desprezar a outra.
2.1. Fatalismo: Ressaltar demasiadamente a Soberania.
2.2. Humanismo: Ressaltar demasiadamente a Responsabilidade.
2.3. Exemplo: O mais lindo rosto ficaria desfigurado se apenas um membro começasse a crescer, e os demais não se desenvolvessem.
3. Duas facetas da verdade
3.1. Jesus era “servo” (Fp.2:6), e “Cristo o Senhor” (Lc.2:11).
3.2. Levar as cargas dos outros (Gl.6:2), e a própria carga (Gl.6:6).
3.3. Não se inquietar (Mt.6:34), mas ter cuidado com os seus (1Tm.5:8).
3.4. Promessa de não perecer (Jo.10:28,29), mas confirmar a eleição (2Pe.1:10).
3.5. Fazer prova de Deus (Ml.3:10) e não prová-lo (1Co.10:9).
3.6. Deus é Luz [santidade/justiça] (1Jo.1:5) mas também é amor (1Jo.4:8).
3.7. A bondade de Deus e a sua severidade (Rm.11:22).
3.8. Está escrito que Jesus tomou nossas enfermidades (Is.53:4), mas também está escrito que os crentes tinham enfermidades (Fp.1:25-27). O sábado é dia do Senhor, mas também que não há dia específico para adoração a Deus (Jo.4:23; Gl.4:10,11; Cl.2:16). Em Cristo não há mais homem nem mulher (Gl.3:28), mas também está escrito que o homossexualismo é pecado (Rm.1:24-27). A teologia bíblica é importante, mas deve harmonizar-se com toda a Escritura (teologia sistemática).
4. Por que esta doutrina?
4.1. É um dever: “...porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”. (At.20:27).
4.2. É uma necessidade: pregar o que as ovelhas necessitam, e não o que elas gostam de ouvir.
4.3. Enfermidades graves precisam de remédios fortes: “...mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas”. (Dn.11:32).
I. DEUS REINA NOS CÉUS
1. Todos concordam que Deus reina nos céus.
2. Ele reina: “...o bem-aventurado, e único poderoso SENHOR, Rei dos reis e Senhor dos senhores; Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém”. (1Tm.6:15,16).
II. DEUS REINA NA TERRA
1. Muitos discordam que Deus reina na terra.
2. Tudo é regido pelas leis da natureza.
3. O homem determina sua própria sorte com seu “livre-arbítrio”.
4. Mas negam sua responsabilidade, atribuindo ao Diabo o mal que procede em seu próprio coração (Mc.7:21-23).
5. Parece que é o Diabo quem reina: “Homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto as virtudes do céu serão abaladas”. (Lc.21:26).
6. Muitos incrédulos declaram que o cristianismo é um fracasso!
7. Consideram que Deus está decepcionado pelo que acontece no mundo. Dizem que Ele nada pode fazer.
8. Jesus tem todo o poder: “É-me dado todo o poder no céu e na terra...” (Mt.28:18)
III. DEVEMOS CRER PELA FÉ
1. O que acontece na terra demonstra que Deus está no controle (Is.46:9-11).
2. Deus é justo e seus juízos caem sobre os rebeldes (Is.24:3-6).
3. Deus é fiel e cumpre suas ameaças (Is.45:8-18).
4. Deus é onipotente, ninguém pode resistí-lo (Jó 9:12; Jó 42:1; Is.45:22-24).
5. A fé vê o invisível (Hb.11:27).
6. Se olharmos para a evidência dos nossos próprios olhos, acreditaremos que o Diabo reina na terra. Mas tudo coopera para o bem do crente (Rm.8:28).
7. Devemos admitir que há muita coisa na providência divina que nos assusta e abala. Por exemplo, a ordem para matar crianças (Js.6:21; 1Sm.15:3), o caso de Uzá que se preocupou com a queda da arca (1Cr.13:10), a morte prematura dos justos, como o rei Josias (2Rs.23:29; Jó 21:30; Jó 22:16; Is.57:1). Mas não devemos dizer com o descrente: “Se eu fosse Deus, não permitiria tal coisa”. Muito melhor, ante os mistérios que nos deixam perplexos é dizer: “Emudeci; não abro a minha boca, porquanto tu o fizeste”. (Sl.39:9).
8. Por que as coisas são assim? Para testar e provar nossa fé, e promover nossa submissão à vontade de Deus: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm.11:33).
IV. A SOBERANIA DE DEUS DEFINIDA NA BÍBLIA
1. Deus é Supremo, Deus é Deus! Ele é o Altíssimo: “...todos os moradores da terra são por Ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, Ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” (Dn.4:35).
2. Deus é Onipotente, possuidor de todo o poder nos céus e na terra (Mt.28:18): É dizer que “...no céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.” (Sl.115:3).
3. Deus governa as nações: “Porque o reino é do SENHOR, e ele domina entre as nações”. (Sl.22:28).
4. Deus é o Único Soberano: “...único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores...” (1Tm.6:15).
5. Deus é Soberano nas ações humanas: porque “...até a ira humana há de louvar-te; e do resíduo das iras te cinges.” (Sl.76:10).
6. Deus controla tudo: “Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo”. (1ª Crônicas 29:11,12).
7. Deus é o Soberano Senhor: do grego “déspota” (#1203, Strongs), que significa “Senhor Absoluto, ou Aquele que tem poder e domínio absoluto”. “...Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (Ap.6:10). Soberano Senhor na ARA (2Pe.2:1).
8. Deus é Soberano universal e absolutamente: (1Cr.29:10-12; 2Cr.20:6; Sl.22:28; Sl.47:2,3,7-9; Sl.50:10-12; Sl.72:8-11; Sl.93; Sl.95:3-5; Sl.103:19; Sl.145:11-13). Ninguém pode impedir o que Deus resolve fazer (Jó 23:13; Jó 42:2; Sl.115:3; Pv.21:30).
9. Deus é Soberano como o Oleiro sobre o Vaso: O direito de Deus é o direito do oleiro sobre o barro: moldá-lo a qualquer forma que deseje, produzindo, do mesmo pedaço de barro, um vaso para honra e outro para desonra. Afirmamos que Deus não está sujeito a nenhuma regra ou lei fora da sua própria vontade e natureza e que Deus é sua própria lei, não tendo qualquer obrigação de prestar contas dos seus propósitos a quem quer que seja. (Mt.20:15; Mt.25:15).
V. A SOBERANIA DE DEUS E O MAL
1. Deus é o responsável pela existência do mal.
2. Ele não é o autor do pecado.
3. Deus cria o mal (Is.45:7), mas Ele não é o fazedor do mal.
4. O mal sempre existiu, na mente eterna e onisciente de Deus.
5. No zoroatrianismo (Zend-Avesta), o bom deus Ormuz criou as coisas boas, o mau Arimã criou todas as coisas más.
6. Quando Deus diz, “Eu crio o mal”, Ele assume toda a responsabilidade pelo mal em meio à sua criação.
7. Não basta dizer, como Calvino, que este mal se refere aos males dos juízos e punições que Deus envia aos homens.
8. Há duas palavras para o verbo criar: criar e fundar. O primeiro significa criar do nada, trazer à existência. Refere-se ao ato criativo de Deus (Rm.4:17; Hb.11:3; 2Pe.3:5). O verbo fundar refere-se ao ato formativo (Sl.89:11; Sl.102:25; Sl.104:5; Sl.119:90).
9. A palavra hebraica empregada em Isaías 45:7, onde diz que “Deus cria o mal” é "bara" (#01254, Strongs) e se refere ao ato criativo de Deus. É a mesma palavra usada em Gênesis 1:1 e 27. Também encontrada em diversas passagens: (Gn.2:3; Gn.5:2; Gn.6:7; Dt.4:32; Sl.89:12(13); Sl.89:47(48); Sl.104:30; Sl.102:18(19); Sl.148:5; Is.4:5; Is.40:26; Is.41:20; Is.45:8; Is.45:12; Is.48:7; Ml.2:10).
10. Deus criou a luz e a paz (Is.45:7), mas não havia necessidade que Deus criasse a luz ou a paz, pois “Deus é luz” (1Jo.1:5), e o “fruto do Espírito é... paz” (Gl.5:22). Portanto, assim como Ele criou a luz e a paz, criou também o mal: “Eu, o SENHOR, faço todas estas coisas.” (Is.45:7).
11. Contudo, dizendo assim,devemos acrescentar que em nenhum sentido isto implica em que Deus é o autor do mal.
12. O ato criativo e o ato formativo de Deus são declarados nas Escrituras: “Louvem o nome do SENHOR, pois mandou ele, e foram criados. E os estabeleceu (fundou) para todo o sempre; fixou-lhes uma ordem que não passará”. (Sl.148:5,6). “Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro”. (Is.45:18).
13. Quem criou o Diabo? A Bíblia responde: “Eis que eu criei o ferreiro, que assopra as brasas no fogo e que produz a arma para o seu devido fim; também criei o assolador, para destruir”. (Is.54:16). “Pelo seu Espírito ornou os céus; a sua mão formou a serpente enroscadiça”. (Jó 26:13). Seu poder o criou e seu poder o destruirá: “Naquele dia, o SENHOR castigará com a sua dura espada, grande e forte, o dragão, serpente veloz, e o dragão, serpente sinuosa, e matará o monstro que está no mar.” (Is.27:1).
VI. DEUS É SOBERANO NO USO DO SEU PODER
1. Seu poder é exercido conforme Ele quer, quando Ele quer e onde Ele quer.
1.1. Seu poder foi usado contra Faraó (Ex.14:13,14; Ex.14:30,31).
1.2. Contra os amalequitas (Ex.17:14-16).
1.3. Contra Jericó (Js.6:2,16).
1.4. Contra o gigante Golias (1Sm.17:46,47).
1.5. Deus livrou Daniel da boca do leão (Dn.6:22).
1.6. Deus livrou seus servos da fornalha de fogo ardente (Dn.3:26).
2. Nem todos foram libertos da aflição (Hb.11:36,37)
1.1. Pedro foi liberto da prisão (At.5:18,19), mas Estevão foi apedrejado (At.7:59,60).
1.2. Somente a Metusalém Deus capacitou a viver 979 anos (Gn.5:25,26).
1.3. Somente a Sansão Deus deu força física (Jz.14:6; Dt.8:18).
VII. DEUS É SOBERANO NO USO DE SUA MISERICÓRDIA
1. A misericórdia não é um direito ao qual o homem faz juz. Misericórdia é o atributo de Deus, pelo qual Ele tem dó e compaixão dos miseráveis e os alivia. Mas, sob a justiça de Deus, ninguém é miserável que não mereça estar nessa situação. O objeto da misericórdia, portanto, são os miseráveis, e a miséria é o resultado do pecado. Então os miseráveis merecem o castigo, não a misericórdia. Falar sobre misericórdia merecida é uma contradição!
2. Jesus exerceu misericórdia para o paralítico apenas (Jo.5:1-9). Ele não pediu a Jesus para ser curado. Jesus não curou a todos.
VIII. DEUS É SOBERANO NO USO DE SUA GRAÇA
1. Deus revelou sua graça para o desonesto Jacó (Rm.9:11-13). E Esaú?
2. Deus revelou sua verdade aos humildes (Mt.11:25). Por que não aos sábios?
3. Deus revelou seu plano aos pastores (Lc.2:8-15). Por que não ao Sinédrio?
O esboço deste sermão foi por mim elaborado e pregado na Igreja Batista da Esperança, em Cruzeiro, interior de São Paulo. Foram 12 sermões preparados e pregados, tendo como base o livro Deus é Soberano, de A. W. Pink da Editora Fiel. Apenas os títulos de cada sermão seguem à risca os títulos apresentados no livro, entretanto alguns sermões podem conter mais de um capítulo do livro. As proposições e as divisões do sermão foram acrescentadas por minha conta. O conteúdo das argumentações foram extraídas do livro de Pink, com acréscimos de argumentos teológicos de minha própria autoria, assim como muitas outras referências bíblicas, a fim de melhor adaptar o conteúdo do livro à forma de sermão.

Deus é Soberano na Criação
Texto: Apocalipse 4:11
"Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas." (Apocalipse 4:11).
I. DEUS É SOBERANO NA CRIAÇÃO DOS CÉUS
1. A glória do sol é diferente da glória da lua (1Co.15:41).
2. A glória das estrelas é diferente uma das outras (1Co.15:41).
3. Estrelas de primeira grandeza e outras de décima grandeza.
4. Eis a resposta: “...por tua vontade são e foram criadas”. (Ap.4:11).
II. DEUS É SOBERANO NA CRIAÇÃO DA TERRA
1. Dois terços da superfície da terra estão cobertos de água.
2. Outra parte do terço é imprópria para agricultura e para habitação.
3. Por que há tão vastas áreas pantanosas, desertos e campos de gelo?
4. Por que um país é topograficamente tão inferior a outros?
5. Por que um é fértil e outro quase estéril?
6. Por que um é rico em minérios, enquanto outro nada oferece?
7. Por que o clima de um país é ameno e saudável e o de outro não?
8. Por que um país tem rios e lagos em abundância e outro não?
9. Por que um país tem terremotos e outro não?
10. Eis a resposta: “...por tua vontade são e foram criadas”. (Ap.4:11).
III. DEUS É SOBERANO NA CRIAÇÃO DOS ANIMAIS
1. Por que o leão é diferente do cordeiro?
2. Por que há diferença entre o urso e o cabrito?
3. E entre o elefante e o ratinho?
4. Por que o cavalo e o cachorro são dotados de inteligência, e ovelhas e porcos, parecem tolos?
5. Alguns são destinados a serem animais de carga e outros não
6. A mula e o jumento estão destinados ao jugo, enquanto o leão tigre têm liberdade para percorrer livremente a floresta?
7. Alguns são destinados ao consumo humano, enquanto outros são tão belos, que servem apenas para a apreciação?
8. Por que alguns são tão feios?
9. Por que alguns são dotados de grande força física, enquanto outros parecem totalmente indefesos?
10. Alguns correm velozes; outros mal conseguem arrastar-se. É o contraste entre o coelho e a tartaruga.
11. Alguns têm utilidade; outros parecem não ter qualquer valor.
12. Alguns vivem durante anos; outros sobrevivem, no máximo, alguns meses.
13. Alguns são mansos; outros ferozes. Por que todas essas variações e diferenças?
14. Eis a resposta: “...por tua vontade são e foram criadas”. (Ap.4:11).
IV. DEUS É SOBERANO NA CRIAÇÃO DOS VEGETAIS
1. Por que as rosas têm espinhos e os lírios crescem sem os ter?
2. Por que uma flor emite aroma fragrante, e outra não possui odor nenhum?
3. Por que uma árvore tem frutos sadios e outra dá fruto venenoso?
4. Por que um vegetal suporta bem a geada, enquanto outro murcha?
5. Por que uma macieira se enche de frutos, enquanto outra, até mesmo da mesma espécie e idade e pomar, é quase estéril?
6. Por que uma planta floresce uma dúzia de vezes por ano, e outra o faz apenas uma vez em cada século?
7. Eis a resposta: “Tudo o que o SENHOR quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos. Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros”. (Sl.135:6,7).
V. DEUS É SOBERANO NA CRIAÇÃO DAS HOSTES ANGÉLICAS
1. Alguns anjos têm posição superior a outros.
2. Alguns são mais poderosos.
3. Alguns estão mais próximos de Deus do que outros.
4. A Escritura revela uma graduação angélica:
4.1. Arcanjos
4.2. Serafins
4.3. Querubins
4.5. Principados e Potestades (Ef.3:10)
4.6. Dominadores (Ef.6:12)
4.7. Anjos.
5. Por que alguns foram eleitos (1Tm.5:21) e outros não?
6. Eis a resposta: “Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou”. (Sl.115:3).
VI. DEUS É SOBERANO NA CRIAÇÃO DA FAMÍLIA
1. Por que há diferenças na família humana?
2. Por que alguns homens recebem cinco talentos e outros apenas um?
3. Por que um nasce robusto, e outro, até mesmo tendo o mesmo pai, nasce fraco e raquítico?
4. Por que Abel que era justo, foi ceiado na flor da idade, enquanto Caim teve permissão para viver muitos anos?
5. Por que alguns têm pele negra, enquanto outros nascem brancos?
6. Por que alguns nascem idiotas enquanto outros com grandes dotes intelectuais?
7. Por que alguns são egoístas e violentos e outros são meigos e cordatos?
8. Por que alguns têm qualidades para liderar enquanto outros têm capacidade apenas para seguir e servir?
9. A hereditariedade e o meio ambiente não conseguem explicar todas essas variedades e desigualdades. Não, pois é Deus quem faz uma coisa diferente da outra.
10. Por que Ele faz assim as pessoas? Eis a resposta: “Sim, ó Pai, porque assim te aprouve”. (Mt.11:26).
CONCLUSÃO
1. O Criador é absolutamente Soberano!
2. Deus cumpre seu beneplácito.
3. Deus nada considera senão sua própria glória: “O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal”. (Pv.16:4).
4. Ele é Deus e tem o direito absoluto de agir como quer.
5. Quem ousaria desafiar sua vontade?
6. Murmurar contra Ele é rebeldia!
7. Questionar seus caminhos é contestar sua sabedoria.
8. Criticá-lo é cometer pecado gravíssimo.
9. Ter-nos-íamos esquecido de quem é Ele? Veja: “Todas as nações são como nada perante ele; ele as considera menos do que nada e como uma coisa vã. A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis?”. (Is.40:17,18).
6. Nenhum homem pode impedir Deus:
Jó 23:13 - “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará”.
Sl.33:11 - “O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração”.
Pv.21:30 - “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o SENHOR”.
Isaias 14:27 - “Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?”
Isaias 46:9,10 - “ Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade”.
7. O SENHOR ri da criatura humana (Sl.21:4).
IV. DEUS GOVERNA OS ANJOS BONS E MAUS
1. Deus comanda os anjos (1Cr.21:15,27).
2. Deus usou um anjo para libertar Pedro (At.12:11).
3. Deus usou um anjo para revelar coisas a João (Ap.22:6).
4. Jesus dará ordem aos anjos (Mt.13:41; 24:31).
5. Deus controla os anjos maus.
6. Enviou um anjo mau contra Abimeleque (Jz.9:23).
7. Enviou outro para confundir Acabe (1Rs.22:23).
8. Enviou um anjo mau para atormentar Saul (1Sm.16:4).
9. Satanás precisou pedir consentimento a Jesus para “peneirar” Pedro (Lc.22:31).
10. Jesus ordenou e o Diabo se retirou (Mt.4:11).
CONCLUSÃO
1. Deus é Soberano no Governo das coisas inanimadas.
2. Deus é Soberano no Governo das criaturas irracionais.
3. Deus é Soberano no Governo dos filhos dos homens.
4. Deus é Soberano no Governo dos anjos bons.
5. Deus é Soberano no Governo dos anjos maus.



Deus é Soberano no seu Governo
Texto: Salmo 103:19
“O SENHOR tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo”.
INTRODUÇÃO
1. Deus Precisa Governar o Mundo Material
1.1. Se Deus não governasse o mundo seria governado por leis naturais e pessoais (deísmo).
1.2. Não teríamos garantia para o futuro.
1.3. “O vento sopra onde quer...” (Jo.8:3)
1.4. O homem não pode domar o vento (Ec.11:5).
1.5. Ele pode transformar-se num furacão ou tufão.
1.6. Haveria uma inundação.
1.7. O homem estaria indefeso contra a força da natureza.
1.8. Que garantia teríamos de que não haveria outro dilúvio?
1.9. O que dizer dos terremotos?
2. Negue-se que Deus “Sustenta todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb.1:3) e perdemos qualquer senso de segurança.
Suponhamos que Deus entregou o governo do mundo às mãos de suas criaturas, que cada homem neste mundo é dotado de vontade absolutamente livre e que é impossível controlá-lo sem destruir sua liberdade. Se esse é o caso, não teríamos qualquer garantia de que a raça humana inteira não se suicidaria moralmente. Uma vez removidas as restrições divinas, deixando o homem absolutamente livre para fazer o que lhe agrada, logo desapareceriam todas as distinções éticas e o espírito de barbárie prevaleceria universalmente e o pandemônio reinaria supremo.
I. DEUS GOVERNA A MATÉRIA INANIMADA
1. Ele decretou “haja luz” e “houve luz” (Gn.1:3)
2. Ordenou às águas e elas obedeceram (Gn.1:9)
3. Deus falou e tudo se fez (Sl.33:9).
4. Mandou o dilúvio sobre a terra (Gn.6:17; 7:11,12).
5. Transformou a luz em trevas (Ex.10:11), o rio em sangue (Ex.7:14) e fez chover granizo sobre o Egito (Ex.9:13).
6. Jesus deu ordem aos ventos (Mc.4:39)
7. Deus usou a estrela para anunciar o nascimento de Jesus (Mt.2:9).
8. Deus governa a matéria inanimada
Salmos 147:15-18 - “O que envia o seu mandamento à terra; a sua palavra corre velozmente. O que dá a neve como lã; esparge a geada como cinza; O que lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio? Manda a sua palavra, e os faz derreter; faz soprar o vento, e correm as águas”.
9. Deus controla a terra, o ar, o fogo, a água, a neve, os ventos, os mares bravios (Am.4:7-10).
II. DEUS GOVERNA AS CRIATURAS IRRACIONAIS
1. Deus trouxe os animais para Adão das seus nomes (Gn.2:19)
2. Deus trouxe os animais para Noé na Arca (Gn.6:19,20).
3. Deus enviou pragas contra os egípcios: rãs (Ex.8:1), piolhos (Ex.8:16), moscas (Ex.8:20), gafanhotos (Ex.10:1).
4. Deus ordenou a morte do rebanho dos egípcios (Ex.9:1).
5. Deus guiou duas vacas para conduzir a Arca (1Sm.6).
6. Deus usou um corvo para sustentar Elias (1Rs.17:2-4).

III. DEUS GOVERNA OS FILHOS DOS HOMENS
1. Deus governa a vida humana: Atos 17:28 - “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração”.
2. Deus dirige os planos humanos (Pv.16:1).
3. Deus dirige os passos do homem (Pv.16:9).
4. Deus dirige os desígnios humanos (Pv.19:21).
5. Deus dirige o coração do homem:
Provérbios 21:1 - “COMO ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer”.
6. Nenhum homem pode impedir Deus:
Jó 23:13 - “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará”.
Sl.33:11 - “O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração”.
Pv.21:30 - “Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o SENHOR”.
Isaias 14:27 - “Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?”
Isaias 46:9,10 - “ Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade”.
7. O SENHOR ri da criatura humana (Sl.21:4).
IV. DEUS GOVERNA OS ANJOS BONS E MAUS
1. Deus comanda os anjos (1Cr.21:15,27).
2. Deus usou um anjo para libertar Pedro (At.12:11).
3. Deus usou um anjo para revelar coisas a João (Ap.22:6).
4. Jesus dará ordem aos anjos (Mt.13:41; 24:31).
5. Deus controla os anjos maus.
6. Enviou um anjo mau contra Abimeleque (Jz.9:23).
7. Enviou outro para confundir Acabe (1Rs.22:23).
8. Enviou um anjo mau para atormentar Saul (1Sm.16:4).
9. Satanás precisou pedir consentimento a Jesus para “peneirar” Pedro (Lc.22:31).
10. Jesus ordenou e o Diabo se retirou (Mt.4:11).
CONCLUSÃO
1. Deus é Soberano no Governo das coisas inanimadas.
2. Deus é Soberano no Governo das criaturas irracionais.
3. Deus é Soberano no Governo dos filhos dos homens.
4. Deus é Soberano no Governo dos anjos bons.
5. Deus é Soberano no Governo dos anjos maus.
Deus é Soberano na Salvação
Texto: Romanos 11:33-36
“Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém”.
INTRODUÇÃO
1. A Salvação pertence ao Senhor:
Jonas 2:9 - “Mas eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento; o que votei pagarei. Do SENHOR vem a salvação”.
2. Deus salva do início ao fim:
Filipenses 1:6 - “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.”
I. DEUS É SOBERANO NA SALVAÇÃO DOS PECADORES DE CORAÇÃO DURO
1. Mas o Senhor não salva a todos. Por que?
2. É por que são por demais pecadores e depravados? Não!
1 Timóteo 1:15 - “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.
3. Se Deus salvou o principal dos pecadores, ninguém é excluído por ser demais depravado. Então por que Deus não salva a todos?
4. Seria por que alguns têm o coração tão endurecido que não se deixam vencer? Não!
5. Deus tem poder para mudar um coração endurecido:
Ezequiel 11:19 - “E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne”.
6. Será que alguns são tão atrevidos, que Deus não os pode atrair para si?
Provérbios 21:1 - “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.
1 Reis 18:37 - “Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.”
Salmos 33:13-15 - “O SENHOR olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos homens. Do lugar da sua habitação contempla todos os moradores da terra. Ele é que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.” (Veja Salmos 86:11).
Ezequiel 36:26,27 - “E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis.”
Deuteronômio 30:6 - “E o SENHOR teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para amares ao SENHOR teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas.”
II. DEUS É SOBERANO NA MINHA PRÓPRIA SALVAÇÃO
Considere agora sua própria experiência.
1. Houve tempo em que você odiava a Cristo:
Lucas 19:14 - “Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós.”
2. Houve tempo em que você não desejava ir a Cristo:
João 5:40 - “E não quereis vir a mim para terdes vida.”
3. Houve tempo em que você rejeitava a Cristo:
Jó 21:14,15 - “E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. Quem é o Todo-Poderoso, paraque nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações?
4. Mas agora você ama a Cristo! Por que?
1 Coríntios 15:10 - “Mas pela graça de Deus sou o que sou...”
5. Se Deus teve poder para subjugar a sua vontade e rebeldia e ganhar o seu coração (sem interferir na sua responsabilidade moral), então não poderia fazer o mesmo para com outras pessoas rebeldes?
6. É claro que sim!!!
7. Então por que você diz que Deus é incapaz de salvar os pecadores que não desejam receber a Cristo?
8. Talvez você argumente que um dia se dispôs a receber a Cristo, mas foi o Senhor quem lhe deu essa disposição:
Salmos 110:3 - “O teu povo será mui voluntário no dia do teu poder...”
Filipenses 2:13 - Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
III. DEUS É SOBERANO NA SALVAÇÃO DOS INCAPAZES
1. Por que não são salvos todos o que ouvem o evangelho?
2. Você creu! Seria porque você é mais capaz ou mais inteligente?
3. Os salvos não são mais capazes:
1 Coríntios 4:7 - “Porque, quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?”
4. Os salvos tem capacidade para entender, mas esta capacidade é devido a eleição:
1 João 5:20 - “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.”
IV. DEUS É SOBERANO NA SALVAÇÃO DOS INCRÉDULOS
1. Por que alguns não crêem? Não querem ou não podem crer?
2. Porque não querem:
João 5:40 - “E não quereis vir a mim para terdes vida.”
3. Porque não podem:
2 Tessalonicenses 3:2 - “...porque a fé não é de todos.”
4. Quem podem crer?
5. Os eleitos de Deus:
Tito 1:1 - “a fé dos eleitos de Deus”.
6. Crêem porque foram eleitos (não são eleitos porque crêem!):
Atos 13:48 - “...e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.”

CONCLUSÃO
Esta doutrina te deixa indignado e te faz murmurar?
1. Deus é Soberano para amar a quem Ele quer:
Mateus 20:15 - “Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom?”
2. Deus é Soberano para condenar os pecadores:
Provérbios 16:4 - “O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.”
3. Você acha que Deus é injusto?
Romanos 9: 14-16 - Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.”
4. Você ainda murmura contra Deus?
Romanos 9:20,21 - “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?”
Isaias 45:9,10 - “Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos? Ai daquele que diz ao pai: Que é o que geras? E à mulher: Que dás tu à luz?”
Deus Pai é Soberano na Salvação
Texto: Romanos 9:1-33
INTRODUÇÃO
1. Romanos 9 é a passagem mais clara sobre a Soberania de Deus.
2. O arminianos dizem que a passagem não defende a eleição soberana de Deus, mas a eleição de Israel.
3. Mas Paulo usa a eleição de Israel para ilustrar a eleição soberna de Deus na escolha de judeus e gentios (Rm.9:24, 30-32).
PROPOSIÇÃO: DEUS PAI É SOBERANO NA SALVAÇÃO
I. PORQUE ELE É O OLEIRO
1. Não há diferença entre os eleitos e não-eleitos: Tanto os “vasos da ira” (9:22) quanto os “vasos de misericórdia” (9:23) foram preparados da mesma massa (9:21).
Efésios 2:3 - “Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.”
2. É Deus quem decide o destino final de cada criatura:
2.1. O Oleiro tem poder para fazer “vaso para deshonra” (9:21).
Ele fez “vasos de ira” e os “preparou para a perdição” (9:22).
Provérbios 16:4 - “O SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.”
2.2. Deus fez “vasos para honra” e os preparou de antemão:
“Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou.” (9:23).
3. A criatura não pode discutir com Deus:
3.1. A criatura não pode resistir a vontade de Deus (9:19).
3.2. A criatura não pode questionar Deus (9:20).
Isaias 45:9 - “Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro! Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens mãos?” (Isaias 10:15).
II. PORQUE ELE OPERA A FÉ NOS ELEITOS
1. O ato de crer é conseqüência do decreto eletivo e não causa:
Atos 13:48 - “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.”
Atos 18:27 - “Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam.”
Filipenses 1:29 - “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele.”
Romanos 12:3 - “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.”
Atos 3:16 - “E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; sim, a fé que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.”
1 Pedro 1:21 - “E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.”
Romanos 4:16 - “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós.”
1 Coríntios 15:10,11 - “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo. Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim haveis crido.”
2. Cremos porque somos eleitos:
Deus não nos escolheu porque previu fé em nós. A fé é dom de Deus; o pecador não pode crer se Deus não lhe conceder fé. Portanto não fomos eleitos porque cremos, mas cremos porque fomos eleitos.
III. PORQUE ELE OPERA PELA GRAÇA NOS ELEITOS
1. Graça que reina:
Romanos 11:4-6 - “Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.”
1.2. O verbo reservei, no grego kataleipo “enfatiza o pensamento de que o remanescente é preservado por Deus para si mesmo, para seu propósito gracioso.” (Chave Linguística do NT Grego, pg.274).
1.2. Assim como houve um remanescente fiel nos dias de Elias, também há na presente dispensação.
1.3. Houve um remanescente “segundo a eleição da graça”: Deus elegeu este remanescente com base em sua graça e não nas boas obras ou na fé prevista. Se fosse fé prevista no homem, então o mérito seria do homem que crê, e, portanto, seria por obras, e se fosse por obras a graça já não seria graça!
1.4. Graça e obras não se misturam, são como água e óleo. A eleição é, portanto, absolutamente gratuita!
2. Graça que chama eficazmente:
1 Coríntios 1:26-29 - “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele.”
2.1. Três vezes esta passagem fala da escolha feita por Deus.
2.2. Uma escolha pressupõe uma seleção:
Uma seleção pressupõe um número. A quantidade dos escolhidos é determinada: “não são muitos... nem muitos...”.
2.3. Uma seleção também pressupõe “quem?”: Deus escolheu “as coisas loucas deste mundo”. Por que? Para engrandecer a sua graça! Não somente os pensamentos de Deus, mas também os seus caminhos estão em total contraste com os do homem (Is.55:8,9). A mente carnal suporia que a seleção seria entre as fileiras dos opulentos e influentes, dos admirados e cultos, de tal modo que o cristianismo teria merecido a aprovação e os aplausos do mundo, com sua ostentação e glória carnais. Entretanto, “o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” (Lc.16:15).
2.4. Deus não escolheu os egípcios nem os gregos, com seu alto nível de civilização e cultura. A “menina dos olhos de Deus” (Zc.2:8) foi o desprezado povo hebreu (Dt.7:7).
3. Graça que salva segundo o seu propósito e beneplácito:
Efésios 1:3-5 - “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.”
Efésios 1:11 - “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade.”
3.1. O propósito da eleição: “para que fôssemos santos e irrepreensíveis... para filhos de adoção...” (1:4,5), e para que fôssemos “feito herança” (1:11).
3.2. O motivo da eleição: o amor e o beneplácito de Deus: “...nos elegeu nele... em amor” (1:4). “...nos predestinou... segundo o beneplácito de sua vontade” (1:5).
Efésios 2:7 - “Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.”
4. Graça que elege para a salvação:
2 Tessalonicenses 2:13 - “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do SENHOR, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.”
4.1. Eleitos para quê? O texto diz “elegidos... para a salvação”. Não se trata de eleição para serviços e ministérios específicos, mas para a salvação.
4.2. Eleitos como? O texto diz “...em santificação do Espírito, e fé da verdade.” Deus emprega meios para salvar. O meio é a “fé na verdade”. É errada a idéia de que Deus salvará o perdido, quer ele queira ou não, quer ele creia ou não.
4.3. O mesmo Deus que predestinou o fim, também indicou os meios. O mesmo Deus que elegeu para a salvação, também decretou que seu propósito salvífico seja realizado através da obra de santificação do Espírito e fé na verdade.
5. Graça que nos foi dada na eternidade:
2 Timóteo 1:9 - “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos.”
5.1. A salvação não vem pelas nossas obras, mas “...segundo o seu próprio propósito e graça”.
5.2. Esta graça nos foi dada “antes dos tempos eternos”. Antes de criar o universo e os seres-humanos Deus escolheu aqueles que quis, antes mesmo de praticarem qualquer obra.

6. Graça predestinadora:
1 Pedro 1:2 - “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.”
6.1. A eleição precede a obra do Espírito Santo e precede a obediência que os eleitos prestam mediante a fé: “Eleitos... para a obediência...”.
6.2. Somente os eleitos recebem os benefícios da morte de Cristo: “Eleitos... para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo...”
6.3. Eleitos segundo a presciência de Deus: A presciência não se refere ao conhecimento prévio de todas as coisas. Simplesmente significa que os santos estavam todos eternamente presentes em Cristo, na mente de Deus. Em Cristo todos os eleitos foram conhecidos. O que Deus previu nos homens foi amor ao pecado e ódio contra sua pessoa divina e sua natureza santa (Lc.18:8; Jo.15:18).
6.4. A predeterminação vem antes da presciência:
Atos 2:23 - “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos.” Deus elegeu Cristo para morrer por que Ele previu que Jesus morreria? Claro que não! Deus previu que Cristo morreria porque Ele havia determinado sua morte. Note que o “determinado conselho” de Deus vem primeiro que a “presciência de Deus”.
Romanos 8:28,29 - “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” Este testo também ensina que a predestinação vem antes da presciência de Deus, porque o advérbio “porque” do v.29, diz respeito ao verso anterior que fala “daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
6.5. A presciência de Deus não é “conhecimento prévio”, mas “conhecimento com aprovação e amor”: “Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido dele.” (1Co.8:3). Deus conhece todos os homens, inclusive o soberbos: “Ainda que o SENHOR é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe.” (Sl.138:6). Mas a Bíblia diz que Ele “conhece [ama] o caminho dos justos” (Sl.1:6). “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus...” (Gl.4:9).
O verbo “conhecer” tem o sentido de “conhecer intimamente”, “amar” (Gn.4:1; Gn.24:16; Dt.9:24).
6.7. Em Gênesis 18:19 o verbo “conhecer” vem do hebraico (Strong = 03045 yada), e significa “escolher”. Tanto a ACF quanto a ARC traduziram este verbo como “conhecer”, mas a ARA o traduziu como“escolher”: “Porque eu o escolhi...”. Então conhecer é sinônimo de “escolher”, “amar”.
CONCLUSÃO
1. Por quê Deus escolheu alguns para salvação?
2. Foram escolhidos porque eram bons? Não (Lc.18;19).
3. Foram escolhidos porque tinham praticado boas obras? Não (Rm.3:12).
4. Foram escolhidos porque buscaram a Deus? Não (Rm.3:11).
5. A causa da escolha feita por Deus se encontra em si mesmo, e não nos objetos de sua escolha.
6. O propósito de Deus em salvar alguns foi dado em Cristo Jesus “antes dos tempos eternos”; muito antes de terem sido criados, os eleitos de Deus já estavam presentes em sua mente, tendo sido “conhecidos de antemão” por Ele, isto é, já constituíam objetos definidos de seu amor eterno.
Jesus é Soberano na Salvação
Texto: João 10:11-16
“(11) Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. (12) Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. (13) Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. (14) Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. (15) Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. (16) Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor”.
INTRODUÇÃO
1. O Universalismo Real diz que Cristo morreu por todos e que todos sem excessão serão salvos.
2. O Universalismo Hipotético diz que Cristo morreu por todos, mas que sua morte não tem efeito salvador sem a adição de fé e arrependimento, não previstos na sua morte. Em outras palavras, Cristo teria morrido com o propósito geral de tornar a salvação possível, mas a salvação de indivíduos específicos não estava incluída na sua morte. Diz-se que A morte de Cristo é suficiente para todos, mas eficiente para os eleitos.
3. A Redenção Limitada, também chamada Redenção Particular ou Expiação Limitada (defendida pela Reforma) diz que a morte de Cristo é infinita no seu valor, mas só visava salvar alguns, aqueles que foram conhecidos de antemão.
4. Por quem Cristo morreu? Por todos ou somente pelos eleitos?
5. Qual foi o propósito da morte de Cristo? Prover salvação para todos ou somente para os eleitos?
6. Cristo morreu para possibilitar a salvação de toda a humanidade ou assegurar a salvação dos eleitos?
PROPOSIÇÃO: DEUS FILHO É SOBERANO NA SALVAÇÃO, POR ISSO TODAS AS BÊNÇÃOS (EF.1:3) RESULTANTES DE SUA MORTE SÃO CONCEDIDAS ÀQUELES POR QUEM ELE MORREU (RM.8:32)
I. O Fruto de seu Trabalho é Eficiente
1. Cristo morreu pela posteridade:
Isaias 53:10 - “...expiação pelo pecado, verá a sua posteridade...”
2. A Obra do Senhor prosperará na sua mão:
Isaias 53:10 - “...o bom prazer do SENHOR prosperará na sua mão...”
3. Cristo ficou satisfeito:
Isaias 53:11 - “...verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito...”
Mateus 7:14 - “...estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.”
Cristo ficaria satisfeito com poucas almas que se salvam? Ele ficou satisfeito porque todos por quem Ele morreu serão salvos:
João 17:12 - “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.”
4. Justificará aqueles por quem morreu:
Isaias 53:11 - “...o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si.”
Romanos 5:18,19 - “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens [incluindo Cristo] para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores [exceto Cristo], assim pela obediência de um muitos serão feitos justos [os eleitos].”
5. Cristo morreu pelo seu povo (Israel e Igreja):
Isaias 53:8 - “...pela transgressão do meu povo ele foi atingido.”
Mateus 1:21 - “...porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.”
Lucas 1:68 - “Bendito o Senhor Deus de Israel, Porque visitou e remiu o seu povo.”
6. Cristo morreu pela Igreja:
Atos 20:28 - “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
João 11:49-52 - “E Caifás, um deles que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação [Israel]. Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação [Israel]. E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus [Igreja] que andavam dispersos.”
7. Cristo morreu pelas ovelhas de Israel e Igreja:
João 10:16 - “Ainda tenho outras ovelhas [gentios/Igreja]que não são deste aprisco [Israel]; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.”
8. A Morte de Cristo foi demonstração de amor pelos eleitos:
João 13:1 - “...havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.”
João 17:19,20 - “E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela sua palavra hão de crer em mim.”
II. SUA MORTE ANIQUILOU O PECADO
1. Cristo não morreu para possibilitar o perdão dos pecados, mas para aniquilar o pecado:
Hebreus 9:26 - “...agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo.”
2. A morte de Cristo é propiciatória e aplacou a ira de Deus
A ira de Deus foi aplacada e sua justiça satisfeita em favor daqueles por quem Cristo morreu:
João 3:36 - “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.”
1 João 2:2 - “E ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.”
III. SUA MORTE ANIQUILOU A CONDENAÇÃO
1. Cristo morreu como Substituto:
Jesus tomou o lugar do pecador. Se Ele tomou o lugar de todos os pecadores, então a dívida de todos os pecadores foi paga.
2. Cristo se deu como Resgate:
Se Cristo pagou o pecado de todos, porque os pecadores condenados pagarão novamente por seus pecados no lago de fogo? Deus não pode exigir duas vezes, uma do Fiador, outra do pecador, o pagamento da dívida.
3. Cristo não levou sobre si o pecado de todos:
João 8:21 - “...morrereis no vosso pecado...”
4. Cristo não não se fez maldição por todos:
Mateus 25:41 - “...apartai-vos de mim, malditos, para o fogo...”
IV. CRISTO INTERCEDE PELOS ELEITOS
1. Cristo intercede somente pelos seus:
João 17:2 - “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste.”
João 17:9 - “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.”
Hebreus 7:25 - “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”
Hebreus 9:24 - “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.”
2. Cristo Intercede somente por seu Povo (Israel e Igreja):
2.1. Israel: Arão o sacerdote entrava perante Deus com os nomes das doze tribos de israel, e rogava por ele, não por todas as nações.
2.2. Igreja: Jesus não intercede por todos:
Romanos 8:33,34 - “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”
V. CRISTO MORREU POR TODOS SEM DISTINÇÃO
1. Todos “sem distinção” e não todos “sem excessão”:
2 Coríntios 5:14 - “...se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.”
Cristo não é Mediador de todos os homens, então Ele se deu por todos aqueles pelos quais Ele é Mediador. Ele não é Mediador do homem, mas dos homens:
1 Timóteo 2:5,6 - “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos...”
2. Cristo não faz diferença [acepção] de pessoas (Dt.10:17; Rm.2:11):
Romanos 3:22 - “Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença.”
1 Pedro 1:2 - “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.
Mt.26:28 - Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.”
3. Cristo faz acepção “espiritual” entre eleitos e não-eleitos:
Gênesis 18:25; Êxodo 8:23; Êxodo 11:7; Malaquias 3:18
Romanos 1:16 - “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.”
4. Significado da palavra “Todos” e “Mundo”:
Todos significa todas as classes de pessoas. Marcos diz que todos eram batizados por Cristo (Mc.1:5; Lc.3:21), mas Lucas diz que muitos rejeitaram o batismo (Lc.7:30). Todo o povo ia com Ele (Jo.8:2). Paulo teria que testemunhar a todo homem (At.22:15).
Hebreus 2:9 - “...para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.” No grego não existe a palavra “homem”.
1 João 2:2 - “E ele é a propiciação pelos nossos pecados [judeus], e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo [gentios/Igreja].
CONCLUSÃO
1. Cristo veio salvar os pecadores, mas não todos (1Tm.1:15).
2. Cristo veio libertar os eleitos do mundo mau (Gl.1:4).
3. Cristo veio tornar os eleitos pessoas puras e santas e zelosas de boas obras (Tt.2:14).
4. Cristo veio justificar e trazer paz aos os eleitos de Deus (Rm.5:1).
5. Cristo veio perdoar e justificar (Rm.3:24).
6. Cristo veio purificar e santificar os eleitos (Hb.9:14).
7. Cristo se fez pecado pelos eleitos para que eles fossem feitos justiça (2Co.5:21).
8. Se Cristo morreu pelo pecado de todos, por que não estão [ou serão] todos livres do pecado? Por causa da incredulidade deles? Não, porque a incredulidade é um pecado!

Deus é Soberano sobre a Vontade Humana
Texto: Romanos 11:36
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
I. SOBRE A VONTADE HUMANA DOS JUSTOS
1.1 Sobre os eleitos Deus exerce poder vivificante
1. Deus ressuscita os mortos espirituais:
Efésios 2:5 - “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo...”
Colossenses 2:13 - “E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.”


2. Deus concede sua natureza divina:
2 Pedro 1:4 - “Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.”
3. Sem a natureza divina, comunicada no novo nascimento, é impossível a qualquer homem gerar um impulso espiritual, formar um conceito espiritual, ter pensamento espiritual, entender realidades espirituais, e, muito menos ainda dedicar-se a obras espirituais:
Lucas 6:43-45 - “Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos. O homem bom [Lc.18:19; Rm.3:10-18; Mt.7:11], do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.”
Tiago 3:11,12 - “Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce.”
Jeremias 13:23 - “Porventura pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então podereis vós fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.”
4. Deus transporta para o reino da luz:
Colossenses 1:13 - “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.”
2.1 Sobre os eleitos Deus exerce poder dinamizante
Efésios 1:18,19 - “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; E qual a sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder.”
Efésios 3:16 - “Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados [fortalecidos] com poder pelo seu Espírito no homem interior.”
Isaias 40:29 - “Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.”
Miquéias 3:8 - “Mas eu estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, e de juízo e de força, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado.”
Atos 1:8 - “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”
Atos 4:33 - “E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.”
1Coríntios 2:4 - “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder.”

3.1 Sobre os eleitos Deus exerce poder orientador
Salmo 48:14 - “Porque este Deus é o nosso Deus para sempre; ele será nosso guia até à morte.”
Efésios 2:10 - “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”
Isaías 26:12 - “SENHOR, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras.”
Salmo 90:17 - “E seja sobre nós a formosura do SENHOR nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.”
4.1 Sobre os eleitos Deus exerce poder preservador
Salmo 97:10 - “Vós, que amais ao SENHOR, odiai o mal. Ele guarda as almas dos seus santos; ele os livra das mãos dos ímpios.”
Salmo 37:28 - “Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes de forma alguma para fazer o mal.”
Salmo 145:20 - “O SENHOR guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos.”
Os crentes perseveram porque Deus os preserva!
1 Pedro 1:5 - “Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo.”
Judas 25,26 - “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória, Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém.”
II. SOBRE A VONTADE HUMANA DOS INJUSTOS
1. Sobre os ímpios Deus exerce poder restringidor
Gênesis 20:6 - “E disse-lhe Deus em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la.”
Gênesis 37:20 - “Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Uma fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.”
Gênesis 45:8 - “Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito.”
Números 23:8,20 - “(8) Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como denunciarei, quando o SENHOR não denuncia? (20) Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar.”
2. Sobre os ímpios Deus exerce poder suavizante
Gênesis 39:3,4,21 - “(3) Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão, (4) José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. (21) O SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor.”
Atos 7:10 - “E livrou-o de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa.”
Êxodo 2:6 - “E abrindo-a, viu ao menino e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele, e disse: Dos meninos dos hebreus é este.”
Gênesis 33:4 - “Então Esaú correu-lhe ao encontro, e abraçou-o, e lançou-se sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram.”
Ester 4:16 - “Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.”
Ester 5:2 - “E sucedeu que, vendo o rei à rainha Ester, que estava no pátio, alcançou graça aos seus olhos; e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou, e tocou a ponta do cetro.
Daniel 1:9 - “Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.”
Provérbios 21:1- “COMO ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.”
Esdras 1:1,2 - “NO primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias), despertou o SENHOR o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O SENHOR Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.”
Esdras 7:27 - “Bendito seja o SENHOR Deus de nossos pais, que tal inspirou ao coração do rei, para ornar a casa do SENHOR, que está em Jerusalém.”
3. Sobre os ímpios Deus exerce poder orientador
Isaias 10:5-7 - “Ai da Assíria, a vara da minha ira, porque a minha indignação é como bordão nas suas mãos. Enviá-la-ei contra uma nação hipócrita, e contra o povo do meu furor lhe darei ordem, para que lhe roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas. Ainda que ele não cuide assim, nem o seu coração assim o imagine; antes no seu coração intenta destruir e desarraigar não poucas nações.”
4. Deus endurece o coração dos ímpios e lhes cega as mentes
Salmo 105:25 - “ Virou o coração deles [Egito] para que odiassem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos.”
Êxodo 4:21 - “E disse o SENHOR a Moisés: Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.”
Romanos 9:17 - “Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.”
Êxodo 14:17,18 - “E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, E os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.”
Deuteronômio 2:30 - “Mas Siom, rei de Hesbom, não nos quis deixar passar por sua terra, porquanto o SENHOR teu Deus endurecera o seu espírito, e fizera obstinado o seu coração para to dar na tua mão, como hoje se vê.”
Josué 11:19,20 - “Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeom; por guerra as tomaram todas. Porquanto do SENHOR vinha o endurecimento de seus corações, para saírem à guerra contra Israel, para que fossem totalmente destruídos e não achassem piedade alguma; mas para os destruir a todos como o SENHOR tinha ordenado a Moisés.”
João 12:37-40 - “E, ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: SENHOR, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não podiam crer, então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam, E eu os cure.”
2 Tessalonicenses 2:11 - “ E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira.”
Deus é Soberano na Oração
Texto: 1ª João 5:14
“E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.”
INTRODUÇÃO
1. Há uma tendência universal de elevar a criatura e rebaixar o Criador
2. Esta tendência também se vê na oração
3. Fala-se muito no elemento humano, que temos que reivindicar as promessas
4. Não há lugar para as exigências, para os direitos e para a glória de Deus
5. Afirma-se que a oração muda as coisas, pode modificar Deus; pode mover o céu! Mentira!
6. Porque Deus é Soberano Absoluto:
1 Samuel 2:6-8 - “O SENHOR é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela. O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó, e desde o monturo exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do SENHOR são os alicerces da terra, e assentou sobre eles o mundo.”
7. A oração não muda o propósito de Deus
8. O propósito de Deus ocorrerá mesmo sem a nossa oração
9. Deus não irá mudar seu propósito porque Ele é imutável:
Tiago 5:17 - “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.”
Malaquias 3:6 - “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos.”
10. O propósito divino é sábio
Romanos 11:33-36 - “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.”
11. O propósito divino é eterno (Ef.3:11)
Salmo 119:142 - “A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade.”
Salmo 119:144 - “A justiça dos teus testemunhos é eterna; dá-me inteligência, e viverei.”
Salmo 148:6 - E os confirmou eternamente para sempre, e lhes deu um decreto que não ultrapassarão.
Eclesiastes 3:14 - Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.
Isaias 14:24-27 - O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará. Quebrantarei a Assíria na minha terra, e nas minhas montanhas a pisarei, para que o seu jugo se aparte deles e a sua carga se desvie dos seus ombros. Este é o propósito que foi determinado sobre toda a terra; e esta é a mão que está estendida sobre todas as nações. Porque o SENHOR dos Exércitos o determinou; quem o invalidará? E a sua mão está estendida; quem pois a fará voltar atrás?”
12. Nossas orações é que devem estar de acordo com o propósito divino
1 João 5:14 - “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve.”
13. Deus decretou os fins e os meios. Se Deus decretou um fato e que Ele ocorra através da oração de petição, Ele efetuará o fato, mas também concederá espírito de súplica. Lutero disse: “A oração não visa a vencer a relutância de Deus, mas a aprender-lhe a disposição favorável.”
I. A ORAÇÃO TEM O PROPÓSITO DE TRAZER HONRA A DEUS
1. Pelo reconhecimento de seu domínio universal
2. Pelo reconhecimento de sua bondade, poder, imutabilidade, graça e soberania
3. Pelo reconhecimento de ser Ele o Autor de toda dádiva boa e perfeita.
II. A ORAÇÃO TEM O PROPÓSITO DE CUMPRIR A VONTADE DIVINA
1. A vontade dele é que cresçamos na graça:
2 Pedro 3:18 - “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.”
2. A vontade dele é que nos humilhemos perante Deus:
Tiago 4:10 - “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.”
1 Pedro 5:5-7 - “Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.”
3. A vontade dele é que cheguemos à presença de Deus:
Hebreus 4:16 - “Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça...”
4. A vontade dele é que exercitemos nossa fé:
Hebreus 10:22 - “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé...”
5. A vontade dele é que o nosso amor seja fortalecido:
Salmo 116:1 - “Amo ao SENHOR, porque ele ouviu a minha voz e a minha súplica.”
6. A vontade de Deus é que sejamos cooperadores de sua obra:
1 Coríntios 2:5-9 - “Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.”
9. Paulo orava pelo seu povo (Rm.10:1), mesmo sabendo que muitos não iriam salvar-se. Por quê? Porque Paulo orava pela salvação dos eleitos:
Romanos 10:1 - “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.”
Romanos 11: 1-6 - “Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo: Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha alma? Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal. Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é obra.”
III. A ORAÇÃO TEM O PROPÓSITO DE CONCEDER BENÇÃOS
1. Mas se todas as coisas vêm “dele e por meio dele e para ele” (Rm.11:36), então por quê orar?
2. Se tudo já foi determinado, então para que orar?
3. Igualmente perguntamos: Qual é a necessidade de chegar-se alguém a Deus para dizer-lhe aquilo que Ele já sabe?
4. A oração não tem o propósito de dar informações a Deus, mas expressar nosso reconhecimento de que Ele sabe o que precisamos:
Mateus 6:8 - “Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.”
5. O desígnio da oração é este: ela não tem o propósito de alterar a vontade de Deus, mas antes que ela seja cumprida.
6. Cristo sabia que seria exaltado pelo Pai, mas mesmo assim orou:
João 17:5 - “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.”
7. A vontade de Deus é imutável, e não pode ser alterada por nossos clamores. Nem as orações mais fervorosas podem alterá-la:
Jeremias 15:1 - “Disse-me, porém, o SENHOR: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não estaria a minha alma com este povo...”
CONCLUSÃO
1. As crenças populares reduzem Deus à função de servo, cumprindo nossas ordens que enviamos através da oração.
2. O que necessitamos é que Deus nos encha o coração com seus pensamentos, e então os seus desejos serão nossos, e assim pediremos de acordo com sua vontade, e seremos ouvidos.
3. Rogar algo a Deus “em nome de Jesus” significa rogar-lhe algo em sintonia com sua vontade, ou com a natureza de Cristo.
4. Pedir “em nome de Cristo” é como se o próprio Cristo estivesse fazendo a petição.
5. Só podemos pedir a Deus aquilo que Cristo pediria.
6. Quando rogamos pela salvação de um pecador, estamos reconhecendo a soberania divina! “Um calvinista é arminiano de pé, e um arminiano é calvinista de joelhos, porque os calvinistas apelam para a vontade do homem e sua escolha quando pregam, e os arminianos reconhecem que tudo depende de Deus quando oram. Devemos orar como se tudo dependesse de Deus, e pregar como se tudo dependesse do homem.” (Reverendo Samuel Falcão, Predestinação, Casa Editora Presbiteriana, São Paulo, 1981, p.26).
7. Quando oramos pela salvação de alguém, um pecador morto em delitos e pecados, estamos pedindo a Deus que o ressuscite espiritualmente. Se pudéssemos ressuscitar mortos, nós mesmos converteríamos os pecadores, e não haveria necessidade de rogarmos a Deus.
8 Vejamos o que J. I. Packer diz sobre a oração:
“Você ora pedindo a conversão de outras pessoas. Porém segundo quais termos você intercede por elas? Você limita-se a pedir que Deus as leve a um ponto em que possam salvar-se a si mesmas, independentemente dele? Não penso que você costuma fazer isso. Penso que o que você faz é orar, em termos categóricos, que Deus queira, de maneira simples e decisiva, salvar as pessoas; que Ele queira abrir os olhos do entendimento delas, abrandando os seus corações, renovando a natureza delas, e impulsionando suas vontades para que recebam o Salvador. Você pede que Deus opere nas pessoas tudo quanto for necessário para a salvação delas. Você nem pensaria em salientar, em sua oração, que você não está realmente pedindo de Deus que Ele leve as pessoas à fé, por reconhecer que isso é algo que Ele não pode fazer. Nada de coisas dessa ordem! Quando alguém ora em favor de pessoas não-convertidas, ora com base no pressuposto que está ao alcance do poder de Deus levar os pecadores à fé. E implora a Deus para que ele faça precisamente isso, e a sua confiança, na oração, repousa sobre a certeza de que Ele é poderoso para fazer o que lhe é pedido. E realmente Ele é poderoso para isso. Aquela convicção, que anima as nossas intercessões, é a própria verdade de Deus, escrita em nossos corações pelo Espírito Santo. Quando você ora, portanto, você sabe que Deus é quem salva; você sabe que o que faz os homens voltarem-se para Deus é a própria atuação graciosa de Deus que os atrai a si. E quando você ora, o conteúdo das suas orações é determinado por esse conhecimento. Portanto, pela sua prática de intercessão, não menos do que pelas suas ações de graças por sua conversão, você reconhece e confessa a soberania da graça de Deus. E o mesmo fazem todos os crentes, em todo lugar.” (J. I. Packer, Evangelismo e Soberania de Deus, Fiel, p.15).

Nossa Atitude diante da Soberania de Deus
Texto: Lucas 10:21,22
“Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”
INTRODUÇÃO
1. Estudaremos hoje a aplicação prática desta doutrina em nossas vidas.
2. Jesus é o exemplo máximo. Ele não rejeitou a doutrina, mas se alegrou com ela!
3. Esta doutrina nos informa, mas também nos inspira.
4. Não foi dada para satisfazer nossa vã curiosidade, mas para edificar nossas vidas.
5. A Soberania de Deus significa a Divindade de Deus. Quando falamos da soberania de Deus, queremos dizer muito mais do que o exercício do seu poder. Quando colocamos esse poder em cheque, colocamos em dúvida a própria divindade de Deus. Reconhecer a soberania de Deus é reconhecer o próprio Deus Soberano!
QUAL DEVE SER NOSSA ATITUDE DIANTE DA SOBERANIA DE DEUS?
I. NOSSA ATITUDE DEVE SER DE PIEDOSO TEMOR
1. Por que, hoje em dia, as grande maioria das pessoas se despreocupam com as realidades espirituais, amando os prazeres, ao invés de amar a Deus?
2. Por que o desafio contra o céu vai se tornando cada vez mais evidente, mais desenfreado, mais ousado?
3. Por que a autoridade da Escritura tem sido tão deploravelmente rebaixada?
4. Por que até mesmo entre aqueles que professam pertencer ao Senhor há tão pouca submissão à sua palavra, sendo seus preceitos estimados como coisa de pouca importância, e deixados de lado?
5. Eis a resposta: Porque não há temor de Deus!
Romanos 3:18 - “Não há temor de Deus diante de seus olhos.”
6. Deus precisa ser temido!
7. Os não salvos precisam temer a Deus
8. Os salvos precisam temer a Deus:
9. A Bíblia ordena que temamos os homens superiores a nós. Por que não temeríamos a Deus que é superior aos homens?
Efésios 6:5 - “Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor...”
Filipenses 2:12 - “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor.”
10. Houve época na qual era costume descrever o crente como “homem temente a Deus”. Infelizmente esse costume tornou-se quase extinto!
11. A falta de temor é resultado da rejeição da doutrina da soberania de Deus!
12. Precisamos proclamar a pleno pulmões a doutrina da soberania de Deus.
13. Deus se compadecerá de nós:
Salmo 103:13 - “Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o SENHOR se compadece daqueles que o temem.”
14. Deus olhará para nós:
Isaias 66:2 - “Porque a minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz o SENHOR; mas para esse olharei, para o pobre e abatido de espírito, e que treme da minha palavra.
15. Devemos obedecer a Escritura:
1 Pedro 2:17 - “Honrai a todos. Amai a fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei
II. NOSSA ATITUDE DEVE SER DE OBEDIÊNCIA IMPLÍCITA
1. O homem se considera auto-suficiente
2. O homem natural está cheio de orgulho e rebeldia
3. O remédio para essa doença é uma visão correta da Soberania de Deus
4. Faraó não queria obedecer a Deus.
Êxodo 5:2 - “Mas Faraó disse: Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel.
5. Faraó achava que Deus era apenas mais um deus entre muitos, destituído de poder, que não necessitava ser temido e obedecido.
6. A rebeldia de Faraó era fruto de sua ignorância quanto à majestade, autoridade e soberania do ser divino.
7. Uma visão de Deus e de sua soberania produzirá a obediência.
8. Jó teve uma visão correta de Deus e isso mudou sua atitude:
Jó 42:5,6 - “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”
9. Isaias também teve uma visão de Deus:
Isaias 6:5 - “Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos.”
10. O mesmo ocorreu com Daniel:
Daniel 10:6-9 - “E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão. E só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se. Fiquei, pois, eu só, a contemplar esta grande visão, e não ficou força em mim; transmudou-se o meu semblante em corrupção, e não tive força alguma. Contudo ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo o som das suas palavras, eu caí sobre o meu rosto num profundo sono, com o meu rosto em terra.”
III. NOSSA ATITUDE DEVE SER DE TOTAL RESIGNAÇÃO [RENÚNCIA]
1. O reconhecimento da Soberania de Deus excluirá toda murmuração.
2. É natural que queixemos, que lamentemos, quando somos privados de coisas que nos apegamos. Somos propensos a considerar que nossos bens nos pertencem.
3. Quando nossos planos são bem sucedido achamos que temos o direito de conservá-lo.
4. Quando temos uma família feliz achamos que nenhum poder tem o direito de penentrar o círculo familiar e abater um ente querido.
5. O instinto perverso do coração humano é clamar contra Deus.
6. Aquele, porém, que reconhece a Soberania de Deus, cala tais queixas, curva-se perante a vontade divina, reconhecendo que Deus não o afligiu tão gravemente quanto ele merece.
7. O verdadeiro reconhecimento da Soberania de Deus admitirá o perfeito direito que Deus tem de fazer conosco o que bem quiser.
8. O crente espiritual dirá: “não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn.18:25).
9. Frequentemente há luta, porque a mente carnal permanece no crente até o fim de sua peregrinação na terra. Mas, embora lhe haja um conflito no peito, ainda assim, aquele que aceitou essa bendita verdade logo passará a ouvir aquela voz interior lhe falando “acalma-te, emudece” (Mc.4:39), e a tempestade que ruge em seu interior se aquietará, e a alma submissa elevará seus olhos, lacrimosos, é verdade, mas confiantes, aos céus e dirá: “Seja feita a tua vontade”.
10. Um exemplo dessa atitude temos em Eli, quando ouviu a terrível notícia sobre as vontade do Senhor:
1 Samuel 3:18 - “Então Samuel lhe contou todas aquelas palavras, e nada lhe encobriu. E disse ele: Ele é o SENHOR; faça o que bem parecer aos seus olhos.”
11. Jó também teve uma atitude de resignação. Ele era justo e integro, e se há alguém que não merecia passar pelo que passou, este alguém foi Jó. No entanto Jó não somente reconheceu a soberania de Deus quando disse “o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou”, como também se regozijou com ela “bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1:21).
12. O verdadeiro reconhecimento da soberania de Deus leva-nos a submeter nossos planos à vontade de Deus:
Tiago 4:13-15 - “Eia agora vós, que dizeis: Hoje, ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos; Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.”
IV. NOSSA ATITUDE DEVE SER DE PROFUNDA GRATIDÃO E ALEGRIA
1. Quando o coração aprende essa elevada e bendita verdade da soberania de Deus, o resultado é bem diferente da submissão a contragosoto, àquilo que é inevitável.
2. Haverá uma atitude de gratidão e alegria, como nos ordena a palavra de Deus, para que demos graças a Deus por tudo:
Efésios 5:20 - “Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Salmo 103:1 - “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.”
3. Quando tudo ocorre conforme os nossos desejos damos graças a Deus e demonstramos profunda gratidão a Deus. Mas que dizer daquelas ocasiões em que as coisas ocorrem de maneira contrária a nossos planos e desejos?
4. Devemos reconhecer que todo bem temporal e espiritual vem de Deus:
Tiago 1:17 - “Toda a boa dádiva (temporal) e todo o dom perfeito (espiritual) vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.”
5. O crente submisso e confiante na soberania de Deus terá uma fé operante, e uma fé operante sabe alegrar-se sempre, em qualquer circunstância:
Filipenses 4:4 - “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.”
6. Jesus se alegrou com a soberania de Deus:
Lucas 10:21,22 - “Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve. Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”
V. NOSSA ATITUDE DEVE SER DE ADORAÇÃO E CULTO
1. J. B. Moody disse: “a verdadeira adoração se estriba na grandeza reconhecida, e essa grandeza se vê de maneira superlativa na soberania divina, e os homens não podem, realmente, prestar culto postados em qualquer outro escabelo”
2. Na presença do Rei divino até os serafins “escondem o rosto” em atitude de adoração.
3 . Qual foi a atitude de Jó? Jó lamentou o seu “azar”? Amaldiçoou os bandidos? Murmurou contra Deus? Não! Curvou-se perante Deus, em adoração!
Jó 1:20 - “Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou.”
4. A soberania divina não é a soberania de qualquer déspota ou tirano, mas é o beneplácito em exercício daquele que é infinitamente sábio e bom. Porque Deus é infinitamente sábio não pode errar, e, porque é infitamente justo não fará qualquer injustiça. Aqui, pois, se acha a preciosidade dessa verdade. O simples fato que a vontade de Deus é irresistível e irreversível enche-me de receio; mas tão logo reconheço que Deus só quer aquilo que é bom, meu coração se regozija!
Romanos 8:28 - “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”
QUAL DEVE SER NOSSA ATITUDE DIANTE DA SOBERANIA DE DEUS?
CONCLUSÃO
1. Atitude de piedoso temor.
2. Atitude de obediência implícita.
3. Atitude de total resignação.
4. Atitude de gratidão e alegria.
5. Atitude de adoração e culto.

O Valor da Doutrina da Soberania de Deus
Texto: 2 Timóteo 3:16,17
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
INTRODUÇÃO
1. “Toda a Escritura é inspirada...”
2. “Toda a Escritura é util para o ensino...”
3. “Doutrina” significa “ensino”.
4. É através da doutrina que a realidades de Deus, de Cristo, do Espirito Santo, da salvação, da graça e da glória nos são reveladas.
5. É pela doutrina que os crentes são alimentados e edificados.
6. Atualmente a doutrina está sendo depreciada. Dizem que ela não é “prática”.
7. Mas a doutrina é a própria base da vida prática.
8. Há uma inseparável conexão entre a crença e a prática:
Provérbios 23:7 - “Porque, como imaginou no seu coração, assim é ele...”
9. A relação entre verdade [doutrina] e prática é de causa e efeito:
João 8:32 - “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”
10. Toda Escritura útil primeiro para o “ensino”. Todas as epístolas seguem essa ordem: doutrina, depois, exortação e admoestação.
11. A substituição da exposição doutrinária pela chamada “pregação prática”, é a causa fundamental de muitas e graves enfermidades que afligem a igreja.
12. A ignorância doutrinária tem levado muitos crentes à fraqueza espiritual e ao naufrágio da fé.
13. Estamos vivendo dias que os crentes não gostam de doutrina:
2 Timóteo 4:3 - “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências.”
14. A doutrina da Soberania de Deus, portanto, não é um mero dogma, desprovido de valor prático. É uma doutrina que forçosamente produzirá poderoso efeito sobre o caráter cristão e sobre a vida diária.
15. A doutrina da Soberania de Deus é fundamental na teologia cristã, cedendo lugar somente à doutrina da inspiração.
16. Ela é o centro de gravidade do sistema da verdade cristã.
17. Ela é o sol ao redor do qual se agrupam as esferas menores.
18. Ela é o fio no qual as demais doutrinas são enfileiradas como um colar de pérolas, a mantê-las no devido lugar e a dar-lhes unidade.
19. Ela é o prumo pelo qual cada credo precisa ser testado.
20. Ela é a balança na qual cada dogma humano deve ser pesado.
21. Ela é a principal âncora de nossa alma.
22. Ela é um tônico divino a refrigerar-nos o espírito.
23. Ela cria gratidão na prosperidade e paciência na adversidade!
24. Oferece consolação no presente e senso de segurança quanto ao futuro.
25. Atribui a Deus - Pai, Filho e Espírito Santo - a glória que lhe é devida, colocando a criatura no correto lugar diante dele - no pó!
QUAL É O VALOR DA DOUTRINA DA SOBERANIA DE DEUS?
I. AUMENTA NOSSA VENERAÇÃO PELO CARÁTER DE DEUS
1. Oferece um exaltado conceito das perfeições de Deus.
2. Exibe a inescrutabilidade da sabedoria de Deus.
3. Demonstra a irreversibilidade da vontade divina.
4. Até o pecado glorifica a Deus (Sl.76:10).
5. Exalta a graça divina. A graça é livre! A graça reina! A graça e é soberana.
II. É O ALICERCE SÓLIDO DA VERDADEIRA RELIGIÃO
1. Cada oração seria presunção carnal se não oferecida “segundo a vontade de Deus”.
2. Cada culto seria “obra morta”.
3. A religião experimental consiste da percepção do cumprimento da vontade de Deus. Fomos predestinados a ser conformes a imagem do Filho de Deus, cuja comida consiste em praticar a vontade de Deus.
III. REPUDIA A HERESIA DA SALVAÇÃO PELAS OBRAS
1. A salvação pelas obras é um caminho que leva à morte (Pv.14:12).
2. é errado dizer que Deus está disposto a fazer a parte dele desde que façamos a nossa. Declarar que Deus só ajuda àqueles que se ajudam a si mesmos é um erro. Deus ajuda aqueles que são incapazes de se ajudarem a si mesmos.
3. Dizer que a salvação depende da própria vontade é expressar de outra forma o dogma da salvação pelo esforço humano. Este dogma avilta Deus e zomba dele!
4. Alguém diria que esta doutrina levaria o pecador ao desespero. É exatamente isto que ele precisa para humilhar-se diante de Deus e buscar socorro somente naquele que pode salvá-lo!
IV. LEVA A CRIATURA A HUMILHAR-SE PROFUNDAMENTE
1. As realizações do homem, seu desenvolvimento e progresso, sua grandeza e auto-suficiência, são o santuário onde o mundo presta culto hoje em dia.
2. Mas a doutrina da Soberania de Deus remove todos os alicerces da jactância humana e implanta espirito de humildade.
3. Declara que a salvação vem do Senhor, na sua origem, na sua operação e na sua consumação.
4. Declara que o Senhor tem que aplicar, e não somente suprir, que tem que completar, e não somente iniciar a obra da salvação, que não somente precisa restaurar-nos, mas também manter-nos e sustentar-nos até o fim: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” (Fp.1:6).
5. Declara que Deus é a fonte de todo bem:
Salmos 87:7 - “...todas as minhas fontes estão em ti.”
V. CONFERE SENSO DE SEGURANÇA ABSOLUTA
1. O poder infinito de Deus nos dá segurança:
Hebreus 13:6 - “...não temerei o que me possa fazer o homem.”
Salmo 56:3 - “Em qualquer tempo em que eu temer, confiarei em ti.”
Deuteronômio 33:26,27 - “Não há outro, ó Jesurum, semelhante a Deus, que cavalga sobre os céus para a tua ajuda, e com a sua majestade sobre as mais altas nuvens. O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo estão os braços eternos; e ele lançará o inimigo de diante de ti, e dirá: Destrói-o.”
2. Estou seguro nas mãos do Senhor Jesus Cristo (Jo.10:28,29).
3. Meu depósito está garantido até o dia final (2Tm.1:12).
VI. OFERECE CONSOLAÇÃO NA TRISTEZA
1. Porque nenhum pardal cai se não for da vontade de Deus (Mt.10:29).
2. Os fios de nossos cabelos estão todos contados (Mt.10:30).
3. Nossos dias estão contados (Jó 7:1; 14:5; 23:14).
VII. PRODUZ ESPIRITO DE RESIGNAÇÃO
1. O exemplo de Arão: “...porém Arão calou-se.” (Lv.10:3).
2. O exemplo de Davi: “...faça de mim como parecer bem aos seus olhos.” (2Sm.15:26).
VIII. ESTIMULA AO CÂNTICO DE LOUVOR
1. Se minha mente não consegue entender o amor de Deus, que excede todo entendimento (Ef.3:19), e a razão porque me escolheu, meu coração pode exprimir sua gratidão, em louvor e adoração.
2. Posse me alegrar sempre no Senhor (Fp.4:4). Não diz o texto alegrai-vos no “Salvador”, mas no “Senhor”.
IX. GARANTE O TRIUNFO FINAL DO BEM SOBRE O MAL
1. As nações serão humilhadas (Is.34:1,2).
2. Todo ser altivo será humilhado (Is.2:11).
X. OFERECE LUGAR DE DESCANSO PARA O CORAÇÃO
1. A glória de Deus não consiste somente no fato dele ser o Altíssimo.
2. A glória de Deus está no fato dele descer humilde, em amor, para a obra da cruz. A glória está na cruz! (Gl.6:14).
3. Pela cruz aquele que já era Senhor de nosso destino, tornou-se o Senhor de nossos corações! (2Co.5:14).
CONCLUSÃO
1. Não é terror mas adoração o dobrar-se perante o Altíssimo:
“Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.” (Ap.5:12)
2. Deus é Soberano! Aleluia!
“Eis que arrebata a presa; quem lha fará restituir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes?” (Jó 9:12).

A Soberania de Deus em Ação
Texto: Apocalipse 19:6
“E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! pois já o Senhor Deus Todo-Poderoso reina.”
INTRODUÇÃO
1. Se Deus predeterminou a salvação dos seus, que utilidade há que nos esforcemos pessoalmente na piedade (2Tm.4:7)?
2. Se Deus preparou de antemão as boas obras na qual hão de andar os predestinados (Ef.2:10), que utilidade há em sermos solícitos na prática de boas obras (Tt.3:8)?
3. Se Deus já determinou o número dos salvos, que encorajamento teremos para pregarmos o evangelho aos perdidos?
I. A SOBERANIA DE DEUS E O CRESCIMENTO DO CRENTE NA GRAÇA
1. Aprender e apreciar devidamente a Soberania de Deus, longe de ser um empecilho ao desenvolvimento do caráter, servirá para fomentá-lo.
2. Assim como o desespero do pecador, por causa de sua incapacidade, é a primeira condição para que haja conversão, assim também a perda de toda confiança em si mesmo é, da parte do crente, o primeiro ponto essencial para seu crescimento na graça.
3. O segredo do desenvolvimento do caráter cristão está em percebermos e confessarmos nossa própria incapacidade.
4. Somos completamente incapazes de praticar um único preceito ou obedecer um único mandamento. Não podemos “amar nossos inimigos” (Mt.5:44), sem a operação de Deus (Jo.15:4,5).
5. Deus então zomba de nós, quando nos manda que façamos o que sabe sermos incapazes de fazer? Respondemos como Agostinho: “Deus dá mandamentos que não podemos cumprir para que saibamos o que devemos pedir da parte dele.”
II. A SOBERANIA DE DEUS E O SERVIÇO DO CRENTE
1. Que lugar há para o zelo no serviço cristão?
2. A doutrina da Soberania de Deus não desencoraja os crentes na evangelização?
3. Suponha que alguém é chamado para ser evangelista, e sai crendo na liberdade da vontade humana e na capacidade do próprio pecador de vir a Cristo. Prega o evangelho com fidelidade, mas descobre que a vasta maioria dos ouvintes é indiferente à mensagem. Descobre que os homens estão, na sua maioria, preocupados com as coisas deste mundo. Implora aos homens que se reconciliem com Deus. Tudo em vão. Fica totalmente desencorajado e pensa consigo mesmo: Qual é a utilidade de tudo isto? Devo abandonar a vocação, mudar a missão ou a mensagem?
4. Qual é o corretivo que Deus dá ao seu servo desencorajado?
(1) Ele precisa aprender pela Escritura que Deus não está procurando agora converter o mundo, mas está “constituindo um povo para o seu nome” (At.15:14).
(2) Ele precisa ter uma correta compreensão do plano de Deus. Qual é a resposta de Deus para o aparente fracasso? A certeza de que o propósito de Deus não pode falhar. Jamais houve a intenção de que nossos esforços cumprissem aquilo que Deus nunca decretou!
(3) Ele precisa aprender que não somos nós os responsáveis pelos resultados. Paulo plantou, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento (1Co.3:6).
5. A doutrina da Soberania de Deus nos encoraja ao evangelismo:
João 10:16 - “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.”
(1) Jesus disse “tenho” e não “terei”, porque as ovelhas lhe foram dadas pelo Pai antes da fundação do mundo (Jo.17:2-9; Ap.13:8).
(2) Jesus disse “ouvirão a minha voz” e não “ouvirão se for da vontade delas”.
6. O amor do Pai pelo Filho é eterno:
João 17:24 - “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.”
7. É este o amor que Deus tem pelos eleitos:
João 17:23 - “Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.”
8. Eles foram amados “antes da fundação do mundo”.
9. Por isso eles ouvirão a palavra:
João 17:8 - “Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.
10. Se os “cabritos” não ouvem, as “ovelhas” [os eleitos] ouvirão.
11. Jesus garante uma grande “pescaria”
Lucas 5:5,6 - “E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, sobre a tua palavra, lançarei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e rompia-se-lhes a rede.”
12. Portanto a pregação do evangelho nunca será é inútil:
1 Coríntios 15:58 - “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.”

CONCLUSÃO
1. A doutrina da Soberania de Deus oferece estímulo para o crescimento na graça e encoraja para o evangelismo.
2. A doutrina da Soberania de Deus não é cruel nem injusta. É uma provisão misericordiosa! Se Deus não tivesse escolhido alguns para a salvação ninguém seria salvo, porque “...não há ninguém que busque a Deus” (Rm.3:11), “...teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.” (Rm.9:29).
3. Se a salvação é resultado da predeterminação de Deus, por que Ele não escolheu todos? Não seria mais sábio?
4. Do mesmo modo podemos perguntar: Não seria mais sábio se Deus não tivesse criado o Diabo, ou se jamais tivesse permitido que o pecado entrasse no mundo?
5. Os caminhos de Deus são inescrutáveis! (Is.55:8,9; Rm.11:33-36).
6. Embora somente a eternidade seja suficiente para se aprender toda a revelação divina, o inefável resultado é declarado em cinco palavras: DEUS SERÁ TUDO EM TODOS (1Co.15:28; Cl.3:11).


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