segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


ESTUDO CRISTOLOGIA

A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO

O Livro do Apocalipse contém muitas outras afirmações valiosas a respeito da divindade de Jesus. O propósito de Deus ao fazer com que João escrevesse o livro, era revelar ou desvelar Jesus Cristo, não somente revelar os acontecimentos futuros. Na realidade, todas as escritas de João enfatizam a unidade de Deus, a deidade de Cristo, e a natureza dual de Cristo. João escreveu o Evangelho de João de forma que crêssemos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (João 20:31). Aceitar Jesus como Filho de Deus significa aceitá-lo como Deus, porque o título “Filho de Deus" significa simplesmente Deus manifestado na carne.  -  João identificou Jesus como Deus, o Verbo, o Pai, e Jeová (o Eu sou). Todas as escritas de João elevam a divindade de Jesus; o Livro do Apocalipse não é nenhuma exceção.

Apocalipse 1:1 nos fala que o livro é a revelação de Jesus Cristo. A palavra grega para revelação é apokalupsis do qual nós obtemos a palavra apocalipse. Significa literalmente um desvendar ou um descobrir. Certamente o livro é uma profecia de coisas por vir, mas um das principais razões para esta profecia é revelar Cristo - mostrar quem Ele realmente é. O estudante zeloso da Bíblia deve buscar entender as predições no livro; mas, mais importante, ele deverá buscar compreender a razão dessas profecias. Ele deve buscar entender a revelação de Jesus Cristo nestes eventos futuros.

O Livro do Apocalipse apresenta Jesus tanto em sua humanidade quanto em Sua divindade. Ele é o Cordeiro por causa de nossos pecados, mas Ele é também o Deus Todo-poderoso no trono. Abaixo temos uma lista de algumas das maneiras pelas quais o livro apresenta Cristo.

Jesus No Livro Do Apocalipse

Título Comentário Passagem do Apocalipse

1 Testemunha fiel O profeta e apóstolo 1:5

2 Primogênito dos mortos 1:5

3 Soberano dos reis 1:5

4 Alfa e Omega 1:8, 11; 21:6; 22:13

5 Princípio e Fim 1:8; 21:6;

6 Aquele que é, que era, e que há de vir 1:8; 4:8

7 O Todo-poderoso 1:8; 4:8

8 Filho do homem O mesmo que Ancião de Dias em Daniel 7:9 1:13

9 Primeiro e último 1:17; 22:13

10 Aquele que vive, esteve morto, está vivo pelos séculos dos séculos 1:18

11 Possuidor dos sete Espíritos 3:1; 5:6

12 Único no trono 4:2

13 Deus 4:8; 21:7

14 Criador 4:11

15 Leão da tribo de Judá Humanidade 5:5

16 Raiz de Davi O criador de Davi 5:5; 22:16

17 Cordeiro Sacrifício pelos pecados 5:6

18 Redentor 5:9

19 Fiel 19:11

20 Verdadeiro 19:11

21 Verbo de Deus 19:13

22 Rei dos reis 19:16

23 Senhor dos senhores 19:16

24 Geração de Davi Humanidade 22:16

25 Brilhante estrela d'alva 22:16

Cada um destes títulos e papéis é uma revelação maravilhosa de Jesus. Junto, eles representam um retrato daquele que veio em carne, morreu, e ressuscitou, mas, também, o Único que vive pelos séculos dos séculos o Senhor Deus Todo-poderoso.

O último capítulo do Apocalipse descreve Deus e o Cordeiro no singular (Apocalipse 22:3-4) e identificam o Senhor Deus dos santos profetas como Jesus (Apocalipse 22:6, 16). Essas referências nos dizem que o Jesus é o Deus da eternidade e que Ele aparecerá com Seu corpo humano glorificado (o Cordeiro) por toda a eternidade. A glória de Deus será a luz da Nova Jerusalém brilhando através do corpo glorificado de Jesus (Apocalipse 21:23). Estes capítulos finais do Livro de Apocalipse descrevem como Deus revelará (desvendará) a Si mesmo em toda a Sua glória para todos eternamente. Eles nos contam que Jesus é o Deus eterno e que Jesus se revelará como Deus pelos séculos dos séculos. Então, o livro realmente é a revelação de Jesus Cristo.

Jesus Tem Todos os Atributos e Prerrogativas de Deus

Se mais alguma prova for necessária para demonstrar que Jesus é Deus, podemos comparar os atributos de Jesus com os atributos de Deus. Fazendo assim nós descobriremos que Jesus possui todos os atributos e prerrogativas de Deus, particularmente aqueles que podem pertencer apenas a Deus. Em Sua humanidade, Jesus é visível, limitado a um corpo físico, fraco, imperfeito em poder, e assim por diante. Em Sua natureza divina, porém, Jesus é Espírito; pois Romanos 8:9 fala do Espírito de Cristo. Em Sua divindade, Jesus era e é onipresente. Por exemplo, em João 3:13 Jesus se referiu ao “Filho do homem que está no céu" embora Ele ainda estivesse na terra. Sua onipresença explica porque Ele podia dizer ainda na terra usando o tempo presente do verbo: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:20). Em outras palavras, enquanto a plenitude do caráter de Deus estava localizado no corpo humano de Jesus, o Espírito onipresente de Jesus não podia estar assim limitado. Enquanto Jesus caminhava pela terra como homem, Seu Espírito estava em todos os lugares ao mesmo tempo. Jesus também é onisciente; porque Ele podia ler pensamentos (Marcos 2:6-12). Ele conheceu Natanael antes que ele O conhecesse (João 1:47-50). Ele sabe todas as coisas (João 21:17), e toda a sabedoria e conhecimento estava escondidos n’Ele (Colossenses 2:3). Jesus é onipotente; Ele tem todo o poder, é o cabeça de todo o principado e potestade, e é o Todo-poderoso (Mateus 28:18; Colossenses 2:10; Apocalipse 1:8). Jesus é imutável (Hebreus 13:8). Ele é eterno e também imortal (Hebreus 1:8-12; Apocalipse 1:8, 18). Somente Deus deveria receber adoração (Êxodo 20:1-5; 34:14), contudo Jesus recebeu adoração em muitas ocasiões e será adorado de toda a criação (Lucas 24:52; Filipenses 2:10; Hebreus 1:6). Somente Deus pode perdoar pecado (Isaias 43:25), contudo Jesus tem poder para perdoar pecados (Marcos 2:5). Deus recebe os espíritos dos homens (Eclesiastes 12:7), contudo Jesus recebeu o espírito de Estevão (Atos 7:59). Deus é o edificador dos céus (Hebreus 11:10), contudo Jesus é o edificador dos céus (João 14:3). Então, nós vemos que Jesus tem todos os atributos e prerrogativas que pertencem apenas a Deus. Além disso, Jesus demonstra todas as outras características que Deus possui. Por exemplo, enquanto na terra Jesus demonstrava emoções piedosas como alegria, compaixão, e tristeza (Lucas 10:21; Marcos 6:34; João 11:35). A Bíblia testifica também que Ele tem os atributos morais de Deus. Abaixo encontramos uma lista de alguns atributos morais de Jesus que corresponde a esses de Deus.

Jesus Tem a Natureza Moral de Deus

1 amor Efésios 5:25

2 luz João 1:3-9

3 Santidade Lucas 1:35

4 Misericórdia Hebreus 2:17

5 Bondade II Corintios 10:1

6 Retidão II Timothy 4:8

7 bondade Mateus 19:16

8 Perfeição Efésios 4:13

9 Justiça Atos 3:14

10 Fidelidade Apocalipse 19:11

11 Verdade João 14:6

12 Graça João1: 16-17

Conclusão

O Jesus é tudo que a Bíblia descreve que Deus é. Ele tem todos os atributos, prerrogativas, e características do próprio Deus. Para colocar de modo bem simples, tudo o que Deus é, Jesus é também. Jesus é o único Deus. Não há melhor modo de sintetizar tudo que dizer com o inspirado Apóstolo Paulo: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados" (Colossenses 2:9-10).

“Vindo, porém a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4).
JESUS É DEUS E HOMEM afirmou que Jesus é Deus. Agora vamos estudar e ver o outro lado da dual natureza de Cristo - sua humanidade - e o conceito bíblico do Filho de Deus.

O significado de Jesus Cristo

Antes de chegarmos ao ponto central deste capítulo, vamos explicar brevemente o significado das duas palavras, Jesus e Cristo. Jesus é a versão grega da palavra hebraica Jehoshua, que significa Jeová-Salvador, o Jeová e a salvação. É o nome escolhido por Deus para seu filho e o nome através do qual Deus revelou a si mesmo, no Novo testamento. É o nome que o Filho recebeu por herança (Hebreus 1:4). Cristo é o equivalente grego para a palavra hebraica Messias; a, mas as palavras significam "O ungido". Especificamente falando, Cristo é um título, não um nome. Entretanto, nas epístolas e no uso comum hoje em dia, Cristo é usado muitas vezes, como simplesmente outro nome para Jesus, uma vez que Jesus é o Cristo. Em muitos casos, Jesus e Cristo são apenas dois nomes usados indiferentemente para se referir a mesma pessoa sem distinção intencional de significado.
A Dualidade da Natureza de Cristo

Na Bíblia, vemos que Jesus Cristo tinha duas naturezas distintas, de um modo como nenhum outro ser humano jamais teve. Uma natureza é humana ou carnal; a outra é divina ou Espírito. Jesus era completamente homem e completamente Deus. O nome Jesus se refere ao eterno Espírito de Deus (o Pai) habitando na carne. Podemos usar o nome Jesus para descrever uma de suas duas naturezas, ou ambas. Por exemplo, quando dizemos que Jesus morreu na cruz, queremos dizer que sua carne morreu na cruz. Quando dizemos que Jesus vive em nossos corações, queremos dizer que Seu Espírito mora lá.

Abaixo encontramos um quadro comparativo que ilustra o que queremos dizer quando afirmamos que Jesus tem duas naturezas, ou uma dupla natureza.

 
A Dualidade da Natureza De Jesus Cristo

Como homem, Jesus Mas como Deus, Ele:

1 Nasceu como um bebê

(Lucas 2:7) Existiu desde a eternidade

(Miquéias 5:2; João 1:1 e 2)

2 Cresceu mental, física, espiritual e socialmente (Lucas 2:52) Nunca muda (Hebreus 13:8)

3 Foi tentado pelo diabo (Lucas 4:2) Expulsou demônios (Mateus 12:38)

4 Teve fome

(Mateus 4:2) Era o pão da vida e alimentou milagrosamente multidões

(João 6:35); (Marcos 6:38-44 e 52)

5 .Teve sede (João 19:28) Deu água viva (João 4:14)

6 Cansou-se João 4:6 Deu descanso Mateus 11:28

7 Dormido durante a tempestade Marcos 4:38 Acalmou a tempestade Marcos 4:39-41

8 Orou Lucas 22:41 Respondeu às orações João 14:14

9 Foi açoitado e batido John 19:1-3 Curou doentes Mateus 8:16-17; I Peter 2:24

10 Morreu Marcos 15:37 Ressuscitou seu próprio corpo de entre os mortos John 2:19-21; 20:9

11 Foi o sacrifício pelos pecados Hebreus 10:10-12 Perdou pecados Marcos 2:5-7

12 Não sabia todas as coisas Marcos 13:32 Sabia todas as coisas João 21:17

13 Não tinha autoridade João 5:30 Tinha toda autoridade Mateus 28:18; Colossenses 2:10

14 Era inferior a Deus João 14:28 Era igual a Deus João 5:18

15 Era um servo Filipenses 2:7-8 Era Rei dos reis Apocalipse 19:16

Podemos resolver a maior parte das questões a respeito da Divindade se compreendermos apropriadamente a dualidade da natureza de Jesus. Quando lemos uma afirmativa a respeito de Jesus, devemos determinar se ela descreve Jesus como um homem ou como Deus. Além disso, sempre que Jesus fala, nas Escrituras, devemos determinar se Ele está falando como homem ou como Deus. Sempre que vemos uma descrição das duas naturezas, com respeito a Jesus, não devemos pensar em duas pessoas na Divindade, ou dois deuses, mas devemos pensar em Espírito e carne.

Às vezes, é fácil ficar confundido quando a Bíblia descreve Jesus nesses dois diferentes papéis, especialmente quando ela o descreve atuando em ambos os papéis, na mesma história. Por exemplo: Ele podia dormir, num momento, e acalmar a tempestade no minuto seguinte. Ele podia falar como homem, num momento, e, então, como Deus no momento seguinte. Entretanto, precisamos nos lembrar, sempre, que Jesus é totalmente Deus se não, apenas, um homem ungido. Ao mesmo tempo, ele era completamente homem, não tinha apenas a aparência de um homem. Ele tinha uma dupla natureza, como nenhum de nós tem, e não podemos comparar adequadamente nossa existência e experiência com a Dele. O que poderia parecer estranho ou impossível se aplicado a meros seres humanos, o que se torna compreensível quando visto no contexto do único que é tanto Deus completamente quanto completamente homem, ao mesmo tempo.

Doutrinas Históricas a Respeito do Cristo

Através de toda a história da igreja, a dualidade da natureza de Cristo, tem sido vista de muitas maneiras. Vamos estudar esses variados pontos de vista, de modo breve e geral. Para referência e estudo posterior concluímos entre parênteses, vários nomes históricos associados a essas crenças. Para conhecer mais a respeito desses termos e doutrinas, procure qualquer boa obra a respeito da história do dogma, especialmente a história do trinitarianismo e da ciência cristã.

Alguns acreditam que Jesus foi apenas um homem grandemente ungido e usado pelo Espírito (Ebionismo veja também Unitarismo). Esse ponto de vista errônea ignora completamente a natureza de seu Espírito. Outros têm afirmado que Jesus era apenas um ser espiritual (Docetismo, uma doutrina do Cnosticismo). Esse modo de pensar ignora Sua natureza humana. João escreveu que aqueles que negam que Jesus Cristo veio na carne não são de Deus, mas tenho espírito do anticristo (I João 4:2 e 3). Há Muitas crenças erradas, mesmo entre aqueles que acreditam na dupla natureza de Jesus Cristo. Alguns tentam fazer distinção entre Jesus e Cristo dizendo que Cristo era um ser divino que habitou temporariamente em Jesus a partir do seu batismo, mas se apartando do homem Jesus na ocasião de sua morte (doutrina do Gnosticismo). De modo semelhante, alguns dizem que Jesus era um homem que se tornou o Deus apenas a partir de determinado ponto de sua vida adulta--por exemplo, no batismo--como resultado de um ato de adoção por parte de Deus (monarquianismo dinâmico, Adocionismo). Em outras palavras; e esses pontos de vista afirmam que Jesus era humano e que foi, eventualmente, dei ficado. Outros vêem Jesus como uma divindade criada, uma divindade como o pai, mas inferior ao pai, um semi-deus (Arianismo). Outros, ainda, acreditam que Jesus tem a mesma essência do pai, embora não seja o pai, mais subordinado ao pai em divindade. (Subordinacionismo). Refutamos essas falsas doutrinas no Capítulo 4 - JESUS É DEUS usando referências das escrituras. Lá, observamos que Jesus é totalmente Deus (como demonstra colossenses 2:9) e que Jesus era completamente Deus desde o começo de sua existência humana (como fica demonstrado por seu nascimento de uma virgem, em Lucas 1:35). O Espírito inspira João e Paulo a refutarem muitas dessas doutrinas errôneas, particularmente as crenças gnósticas de que Cristo era apenas um ser espiritual e de que Cristo era um ser inferior ao Deus supremo. Entre outras coisas, os gnósticos criam que toda a matéria era má. Portanto, eles raciocinavam, Cristo, como um Espírito divino, não poderia ter um corpo humano real. Sustentando que o Deus supremo era tão transcendental e santo que não poderia manter contato direto com o mundo depravado da matéria, eles ensinavam que de Deus partir uma série de emanação, uma das quais o ser-espiritual Cristo, que veio a este mundo. O livro de Colossenses refuta essas doutrinas e estabelece que Jesus é o Deus todo-poderoso encarnado. Apesar de a Bíblia ser clara ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus, ela não descreve em pormenores como essas duas naturezas estão unidas na pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa dele diretamente. Na verdade, se há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou a natureza de Cristo é chamado de Cristologia. Muitos teólogos, no entanto, inclusive Martinho Lutero, tem ensinado que Nestório, o principal expoente dessa doutrina, não acreditava numa separação tão drástica, mas que seus oponentes distorceram e deturparam suas opiniões. Aparentemente, ele negou que dividisse Cristo em duas pessoas. O conceito principal expresso por Nestório, era o seguinte: ele pretendia diferenciar as duas naturezas de Cristo, a fim de que ninguém pudesse chamar Maria de mãe de Deus, como era prática comum naqueles dias. No outro ponto de vista, dentro da Cristologia, afirma que o aspecto humano e divino de Cristo era tão intermeadas que havia apenas uma natureza dominante e esta é divina (Monofisismo). Uma crença semelhante que a que afirma que Jesus não tinha duas vontades, mas apenas uma vontade divina- humana. outros acreditam que Jesus tinha uma natureza humana incompleta (Apolinarianismo); isto é, Jesus tinha um corpo humano e alma, mas em vez de um espírito humano, ele tinha apenas espírito de Deus habitando nele. Outros modos de manifestar essa crença afirmam que Jesus era um corpo humano animado apenas pelo Espírito de Deus, ou que Jesus não tinha mente humana, mas, apenas, a mente divina (o logos).

De um lado temos um ponto de vista que enfatiza a separação entre as duas naturezas de Cristo. De outro lado, temos várias opiniões que descrevem uma natureza divina, totalmente dominante, natureza totalmente unificada, ou uma natureza humana e incompleta.

Jesus Tinha Uma Natureza Humana Completa, Mas Sem Pecados
A verdade pode estar entre esses vários pontos de vista expressos pelos teólogos. O ensinamento das escrituras é que Jesus tinha uma natureza humana completa e, ao mesmo tempo, uma natureza divina completa, mas não podemos separar essas duas naturezas em sua vida terrena. E evidente que Jesus tinha vontade, mente, espírito, alma e corpo humanos, mas é igualmente evidente que Ele tinha a plenitude da Divindade residindo naquele corpo. De nosso ponto de vista finito, seu espírito humana e seu espírito divino eram inseparáveis. O Espírito divino poderia ser separado do humano pela morte, mas Sua humanidade era mais que um corpo humano - um invólucro humano - com Deus dentro, Ele era humano em corpo, alma e espírito, com a plenitude do Espírito de Deus habitando naquele corpo, alma e espírito. Jesus diferia de um outro ser humano comum (que pode estar pleno do Espírito de Deus) no fato de que Ele tinha toda a natureza de Deus dentro dele. Ele possuía o poder ilimitado, a autoridade o caráter de Deus. Além disso, em contraste com alguém nascido de novo, e pleno do Espírito, o Espírito de Deus estava inextrincável e inseparável mente ligado à humanidade de Jesus. Sem o espírito de deus teria existido apenas um ser humano inanimado, sem vida, que não teria sido Jesus Cristo. Somente nesses termos podemos descrever e distinguir as duas naturezas de Jesus; sabemos que ele agia e falava em um papel, ou outro, mas sabemos, também, que as duas naturezas não estavam realmente separadas nele. Com nossas mentes limitadas podemos fazer apenas uma distinção, não há uma separação das duas naturezas que se fundiam, perfeitamente, nele. Embora Jesus tivesse uma natureza humana completa, ele não tinha a natureza pecadora da humanidade decaída. Se ele tivesse tido uma natureza pecadora, ele teria pecado. Sabemos, no entanto, que não teve nem uma natureza pecadora nem cometeu pecado. Ele era sem pecado, ele não pecou, e o pecado não estava nele (Hebreus 4:15; I Pedro 2:22; I João 3:5). Não tendo pai humano ele não herdou natureza pecaminosa de Adão. Em vez disso, ele veio como o segundo Adão, com natureza inocente como a de Adão antes do pecado (romanos 5:12-21; I Corintios 15:45 a 49). Jesus tinha uma natureza humana completa, mas sem pecado. A Bíblia afirma que Jesus tinha vontade humana e vontade Divina. Ele orou ao pai, dizendo: "Não se faça a minha vontade, e sim, a tua" (Lucas 22:42). João 6:38 mostra a existência de duas vontades: ele veio não para fazer sua própria vontade (vontade humana), mas para fazer a vontade do pai (a vontade divina). Que Jesus tinha um espírito humano parece evidente, quando ele falou, na cruz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito!" (Lucas no 23:46). Embora seja difícil distinguir entre as naturezas humana e divina de seu espírito, algumas referências aparentemente enfocam um aspecto humano. Por exemplo, "Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido" (Marcos 8:2), "Crescia o menino... enchendo-se de sabedoria" (Lucas 2:40), "Exultou Jesus no Espírito Santo" (Lucas 10:21), "Agitou-se no espírito" (João 11:33) e "Angustiou-se Jesus em Espírito" (João 13:21). Jesus tinha alma, porque ele disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mateus 26:38; veja marcos 14:34 é) e "Agora está angustiada a minha alma" (João 12:27). Após sua morte, sua alma visitou o inferno (do grego Hades -- sepultura o lugar das almas que partiram), como acontecia com todas as almas antes do calvário (Atos 2:27-30); mas ele venceu o inferno (outra vez, Hades) e a morte (Apocalipse 1:18). A alma de Jesus tinha que estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8). A alma de Jesus tinha que estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8). Se não aceitarmos o fato de que Jesus era completamente humano, então as passagens das escrituras referentes à sua tentação perdem o sentido (Mateus 4:1-18; Hebreus 2:16-18; 4:14-16). Assim também a descrição de sua luta e a agonia no Getsêmani (Lucas 22:39-44). Duas passagens em Aos Hebreus destacam o fato de que Jesus foi tentado como somos, ele se qualifica como o nosso sumo sacerdote, nos entende perfeitamente, e nos ajuda em nossas enfermidades: “convinha que em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos" (Hebreus 2:17) ; "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa comparecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado (Hebreus 4:15). Hebreus 5:7 e 8, diz:” Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu “. Esses versículos não apresentam o retrato de alguém que não tenha sido afetado pelas emoções, temores e dúvidas. Descrevem, antes, alguém sofrendo essas fraquezas humanas; ele teve que superar a vontade humana e se submeter ao Espírito eterno”. A humanidade de Cristo orou, chorou, aprendeu a obedecer, e sofreu. A natureza divina estava no controle e Deus era fiel a seu próprio plano, mas a natureza humana tinha que buscar auxílio novo Espírito e, aprender a obedecer ao plano divino. Todos esses versículos das escrituras, com certeza, mostram que Jesus era completamente humano-- que ele tinha todos os atributos da humanidade exceto a natureza pecadora herdada por ocasião da queda. Se negar amos a humanidade de Jesus, que encontraremos em choque com o conceito de redenção e expiação. Não sendo completamente humano, poderia ser o sacrifício suficiente para redimir a humanidade? Poderia ele nos servir de verdadeiro substituto da morte? Poderia ele, realmente, se qualificar como nosso redentor?

Jesus podia pecar?
A afirmação de que Jesus era perfeito em humanidade, nos leva a questão: Jesus podia pecar? Essa é, realmente, uma pergunta abstrata e enganosa, pois sabemos que Jesus não pecou (Hebreus 4:15). A resposta é mais acadêmica que prática, mais especulativa que consistente. Em sua humanidade, Jesus foi tentado por Satanás e lutou contra sua própria vontade, no Getsêmani. Embora não tivesse nossa natureza depravada Ele tinha a mesma natureza inocente sem pecado de Adão, originalmente Ele tinha a mesma capacidade de ir contra a vontade de Deus, como a tinham Adão e Eva . A parte divina de Jesus, certamente, não podia pecar e nem mesmo ser tentada a pecar (Tiago 1:13) . A parte humana de Jesus, quando vista sozinha, tinha, teoricamente, a capacidade de pecar. Mas isso é apenas teórico, não o real. Vista sozinha, parece que a humanidade de Cristo tinha capacidade para optar pelo pecado. Entretanto, sua natureza humana estava sempre voluntariamente submissa à natureza divina, à qual não poderia pecar. Assim, de modo prático Jesus Cristo-visto como a combinação da humanidade e divindade que ele era -- não podia pecar. O espírito estava sempre no controle e à humanidade controlada pelo espírito não comete o pecado (veja I JOÃO 3:9, para uma analogia).

O que teria acontecido se a humanidade de Jesus estivesse rebelada contra a liderança divina?
Essa é outra questão totalmente teórica, porque tal coisa não aconteceu e, na prática, não poderia acontecer. Essa questão não leva em conta a presciência e o poder de Deus. Ainda assim, se alguém insiste em obter uma resposta, podemos dizer que se a humanidade de Jesus tivesse tentado pecar (uma suposição tola), 0 Espírito divino de Jesus teria se separado imediatamente do corpo humano, deixando-o sem vida. Esse corpo inanimado não seria Jesus Cristo, portanto tecnicamente, Cristo não poderia ter pecado, embora o plano de Deus tivesse sido temporariamente frustrado.

Uma vez que Jesus não poderia ter pecado, isso significa que as tentações foram sem valor?
Não. Sendo Jesus, também, completamente humano ele era realmente capaz de sentir a força e a atração da tentação. Ele venceu a tentação, não como o próprio Deus, mas como ser humano com todo o poder de Deus à sua disposição. Ele sabe, agora, por experiência, o que sentimos quando somos tentados. Naturalmente, ele sabia que seria vitorioso pelo espírito, mas nós podemos ter a mesma segurança, poder e Vitória, confiando no mesmo Espírito que estava em Cristo.

Então, porque Satanás tentou Jesus?
Aparentemente, ele não sabia que Jesus seria vitorioso, inevitavelmente, e não compreendeu, naquela hora, todo o mistério do Deus encarnado. Se tivesse compreendido, jamais teria incitado o povo à crucificação. Talvez ele pensasse ter destruído o plano de Deus, com a crucificação, mas, em vez disso ele realmente o cumpriu. É, também, provável que o Espírito de Deus tenha permitido que Satanás tentasse Jesus para que Jesus pudesse sentir a tentação, como nós a sentimos. Foi-nos dito que o Espírito levou Jesus ao deserto para que fosse tentado (Mateus 4:1; Lucas 4:1). Vamos apresentar algumas considerações a esse respeito para aqueles que entendem que nossa posição deprecia, de algum modo, a realidade das tentações de Cristo. Sabemos que Jesus não tinha uma natureza pecaminosa. Sabemos que ele não tinha a inclinação e a compulsão para pecar que temos por causa da nossa natureza decaída. Ainda assim, esses fatos não desmerecem a realidade da aquilo que ele experimentou. Ele vivenciou a mesma luta que temos vivenciado. Do mesmo modo, fato de que, como Deus, Jesus não poderia ter pecado não tira o mérito da realidade de suas tentações: ele sentiu as mesmas lutas e provações que nós sentimos. Por outro lado, se dissemos que Jesus podia pecar estamos desmerecendo sua divindade absoluta, porque estaremos indicando que, de alguma maneira, Deus existe separado de Jesus e vice-versa. Concluímos que a natureza humana de Jesus podia ser, e foi, tentada. Uma vez que a divina natureza estava no controle, entretanto, Jesus não podia pecar e nem pecou. Se Jesus tivesse uma natureza humana incompleta, a realidade e o significado das tentações e da agonia no Getsêmani seriam reduzidos. Acreditamos que ele tinha, realmente, uma natureza humana completa. Ele experimentou exatamente, aquilo que o homem experimenta quando é tentado e luta contra a tentação. O fato de Jesus saber que venceria pelo Espírito, não diminui o valor da realidade das tentações. A questão toda, sobre se Jesus poderia ou não pecar, é abstrata como já observamos antes. Ela se esgota na afirmativa de que a natureza humana de Jesus era como a nossa em todos os pontos, exceto quanto ao assunto do pecado original. Ele foi tentado em tudo, como nós, e, ainda assim, o espírito de Deus, esteve sempre controlando tudo. O fato mais relevante para nós, é que ele foi tentado, e, mesmo assim, não pecou.

O Filho Na Terminologia Bíblica
Devemos considerar a dualidade da natureza de Cristo enquadrada na estrutura da terminologia bíblica. O termo Pai se refere a Deus mesmo -- Deus em toda a sua divindade. Quando falamos do eterno Espírito de Deus, queremos falar de Deus mesmo, o Pai. Deus Pai, portanto, é um termo bíblico perfeitamente aceitável para se usar para Deus (Tito 1:4). A Bíblia, no entanto, não usa nem uma só vez o termo "DEUS FILHO". Não é um termo correto porque filho de Deus se refere à humanidade de Jesus Cristo. A Bíblia define o Filho de Deus como a criança nascida de Maria, não como o Eterno Espírito de Deus (Lucas 1:35). Filho de Deus pode se referir apenas a natureza humana ou pode se referir ao Deus manifestado em carne -- o que significa divindade na natureza humana. Filho de Deus nunca significa o incorpóreo Espírito, sozinho, entretanto. Não podemos, jamais, usar o termo "FILHO", corretamente, separado da humanidade de Jesus Cristo. Os termos "FILHO de DEUS", "FILHO do HOMEM" e "FILHO", são apropriados e bíblicos. No entanto, o termo "Deus FILHO", não é apropriado porque, iguala o filho com a divindade única, e está, portanto em desacordo com as escrituras. O filho de Deus não é uma pessoa separada da divindade, mas é a expressão física do único Deus. O filho é "Imagem do Deus invisível" (Colossenses 1:13-15) e "A expressão exata do seu ser (Deus)" (Hebreus 1:2 e 3), como um carimbo deixa no papel uma assinatura exatamente igual, ou como um sinete marca o lacre com a impressão exata, quando pressionado contra a cera, assim o Filho de Deus é a expressão exata do Espírito de Deus, na carne. O homem não podia ver o Deus invisível, assim Deus fez uma semelhança exata de si mesmo na carne, imprimiu sua verdadeira natureza na carne, veio ele mesmo na carne, para que o homem pudesse vê-lo e conhecê-lo. Muitos outros versículos das escrituras revelam que podemos usar o termo "Filho de DEUS", corretamente, apenas quando ele inclui a humanidade a Jesus. Por exemplo, o Filho nasceu de uma mulher (Gálatas 4:4), o Filho era unigênito (João 3:16), o Filho nasceu (Mateus 1:21-23; Lucas 1:35), o Filho não sabia quando aconteceria a segunda vinda (Marcos 13:32), o Filho não podia fazer nada de si mesmo (João 5:19), o Filho comia e bebia (Mateus 11:19), o Filho sofreu (Mateus 7:12), uma pessoa pode blasfemar contra o Filho e ser perdoada, mas não contra o Espírito (Lucas 12:10), o Filho foi crucificado (João 13:14; 12:30-34) e o Filho morreu (Mateus 27:40-54; Romanos 5:10). A morte de Jesus é um exemplo particularmente bom. Seu Espírito divino não morreu mas seu corpo humano morreu. Não podemos dizer que Deus morreu, portanto, não podemos dizer que "DEUS FILHO" morreu. Por outro lado, podemos dizer que o Filho de Deus morreu, que Filho se refere à humanidade.

Como ficou afirmado acima, "FILHO" nem sempre se refere apenas à humanidade, mas a divindade e humanidade juntas, como existem na única pessoa de Cristo. Por exemplo, o Filho tem poder para perdoar pecados (Mateus 9:6). O Filho estava no céu e na terra, ao mesmo tempo (João 3:13), o Filho subiu ao céu (João 6 : 62), e o Filho vai voltar, em glória, para julgar e governar (Mateus 25:31).


FILHO DE DEUS
Uma observação deve ser acrescentada a nossa discussão a respeito da expressão "DEUS FILHO". Em João 1:18 a versão King James usa a frase, "O filho unigênito" e a versão RSV diz "O único Filho". Entretanto, a NIV diz "Deus o único Filho", e a TAB". Essas duas últimas versões são baseadas em variadas leituras de alguns textos gregos. Não acreditamos que estejam corretas. Se pudéssemos justificar o uso da expressão "DEUS FILHO", de algum modo seria para destacar, como temos feito, que "Filho de Deus",pode significar não apenas à humanidade de Jesus mas também, a divindade enquanto habitando a humanidade. Entretanto, João 1: 18 FILHO para se referir à humanidade, porque ele disse que o Pai a divindades de Jesus) é revelado pelo Filho. Esse versículo das escrituras não significa que Deus é revelado por Deus, mas que Deus é revelado na carne através da humanidade do Filho. Qual é o significado do título "FILHO DE DEUS?” Ele enfatiza a natureza divina de Jesus e o fato de ter nascido de uma virgem. Ele é o Filho de Deus porque ele foi concebido pelo Espírito de Deus, o que tornou Deus, literalmente, seu Pai (Lucas 12. 35). Quando Pedro confessou que Jesus era "O Cristo, o Filho de Deus vivo", reconheceu o papel messiânico e a divindade de Jesus (Mateus 16: 16). Os judeus compreenderam o que Jesus queria dizer quando chamava a si próprio de Filho de Deus e quando chamava Deus seu pai, porque tentaram matá-lo por afirmar ser Deus (João 5: 18; 10: 33). Resumindo: o título "Filho de Deus" reconhece a humanidade e chama a atenção para a divindade de Jesus. Ele significa que DEUS manifestou a si mesmo na carne. Devemos notar que os anjos são chamados filhos de Deus (38: 7) por que Deus os criou diretamente. Do mesmo modo, Adão era o filho de Deus pela criação (Lucas 3:38). Os santos (membros da igreja de Deus) também são filhos de Deus, porque ele nos adotou em seu parentesco (Romanos 8:18 a 19). Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, tendo todos os direitos de filiação. Jesus, entretanto, é o Filho de Deu no sentido em que nenhum outro ser ou é ou pode ser, porque Jesus é o unigênito Filho de Deus (João 3:16). Ele é o único jamais concebido ou gerado pelo Espírito de Deus. Assim a sua filiação única atesta sua divindade.

Filho de Homem
O termo "FILHO do HOMEM" chama a atenção primeiramente para a humanidade de Jesus Cristo; ele faz alusão ao fato de que ele é o rebento da humanidade. O Velho Testamento usa essa expressão, muitas vezes para se referir à humanidade. Os seguintes versículos das escrituras, por exemplo, o usa para significar a humanidade em geral, ou qualquer homem, sem identificação específica: Salmos 146:3; Isaías 51:12; Jeremias 49:18 (o Salmo 8:4 tem o significado suficiente que se refere profeticamente ao Messias, como é mostrado em Hebreus 6 e 7). O termo “FILHO do HOMEM" se refere, também muitas vezes, a um homem específico, especialmente em Ezequiel, onde ele designa o profeta (Ezequiel 2:1, 3,6,8; Daniel 8:17). Em alguns versículos das escrituras ele a indica um homem a quem Deus deu soberania e poder (Salmos 80:17; Daniel 7:13). Esses últimos significados aparecem freqüentemente na literatura apocalíptica judaica do período intertestamental. Jesus usou o termo “FILHO do HOMEM" referindo-se a si mesmo, muitas vezes. Na maior parte das ocasiões, ele o usou como sinônimo de que "Eu" ou como um título, dando ênfase à sua humanidade. Em alguns exemplos, a expressão implica não simples fato de sua humanidade, bem como o poder e a autoridade outorgada ao Filho pelo eterno Espírito de Deus (Mateus 24:30; 25:32). Para resumir: Jesus abordou o título, com suas conotações de poder e de soberano do mundo, mas aplicou-o a si mesmo em todas as situações. O título serve para nos lembrar que Jesus era, realmente, um homem.apenas o

O Verbo
O Verbo ou Logos pode significar o plano ou pensamento, como ele existia na mente de Deus. Esse pensamento era um plano predestinado -- um acontecimento futuro absolutamente certo e, portanto, tinha uma realidade ligada a ele que nenhum pensamento humano poderia jamais possuir. O verbo pode, também significar o plano ou pensamento de Deus enquanto expresso na carne, quer dizer no Filho. Qual é a diferença, portanto, entre os dois termos, VERBO e FILHO. O verbo tinha preexistência e o Verbo era Deus (O Pai), assim, podemos usá-lo sem nos referir à humanidade. Entretanto, o Filho se refere sempre a encarnação e não podemos usá-lo na ausência do elemento humano. Exceto como um plano preestabelecido na mente de Deus, o Filho não tinha pré-existência antes da concepção no ventre de Maria. O Filho de Deus preexistia em pensamento, mas não em substância. A Bíblia chama de Verbo, esse plano preestabelecido. (João 01:1 e 14).

Filho Unigênito Ou o Filho Eterno?
João 3:16 chama Jesus de Filho unigênito de Deus. Muitas pessoas, entretanto, usam a expressão "FILHO Eterno". Esta expressão é correta? Não. A Bíblia não a usa nunca e ela expressa um conceito desmentido pelas Escrituras. A palavra gênito vem do verbo gerar, que significa "Procriar, da existência, ser o pai". Desse modo, genito, indica um momento definido no tempo -- o instante quando a concepção se deu. Por definição, o genitor (pai) sempre existe antes do gerado (rebento). Deve haver um tempo quando o genitor existe e o gerado ainda não tenha existência, e deve haver um instante no tempo quando o ato de geração ocorre. De outro modo a palavra unigênito não tem sentido. Assim, as próprias palavras gênito e filho contradizem, cada uma, palavra eterno quando aplicada ao Filho de Deus. Já discutimos que "FILHO DE DEUS", se refere à humanidade de Jesus. Está claro que a humanidade de Jesus não é eterna, mas nasceu em Belém. Só podemos falar de eternidade-passado, presente e futuro-com referência a Deus. Uma vez que "FILHO de DEUS" se refere a uma humanidade ou divindade enquanto manifestada em carne, a idéia de um Filho eterno se torna incompreensível. O filho de Deus teve um começo.

O Começo Do Filho
A filiação - ou o papel de filho - o que começou com a concepção da criança no ventre de Maria. As escrituras deixam isso completamente claro.Gálata 4:4 diz: "Vendo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei". O filho veio na plenitude do tempo -- não na eternidade passada. O filho foi nascido de mulher e-não gerado eternamente o filho foi nascido sob a lei-não antes da lei (veja, também, Hebreus 7:28). O termo unigênito se refere a concepção de Jesus, descrita em Mateus 1:18-20 e Lucas 1:35. O filho de Deus foi gerado quando o Espírito Santo, miraculosamente, fez com que acontecesse a concepção no ventre de Maria. Isso fica evidente no próprio significado da palavra unigênito de, também, do relato de Lucas 1:35, que explica que, porque o Espírito Santo envolveria Maria com sua sombra, por isso, sua criança seria filho o de Deus. Devemos observar o tempo futuro do verbo nessa frase: "O ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus". Hebreus 1:5-6 revela também que a geração do filho ocorreu em um determinado instante do tempo em que o filho teve um começo no tempo: "Pois a qual dos anjos disse jamais: tu és meu filho, eu hoje te gerei? E outra vez: eu lhe serei pai, e ele me será filho? E, novamente, ao introduzir o primogênito no mundo, diz: e todos os anjos de Deus o adorem". Desses versículos, podemos concluir o seguinte: o Filho foi gerado em um determinado dia, no tempo; houve um tempo quando Filho não existia; Deus profetizou a respeito da futura existência do Filho ("Será"); e Deus trouxe o Filho ao mundo algum tempo após a criação dos anjos. Outros versículos das escrituras enfatizam o fato de que o Filho foi gerado num determinado dia do tempo -- "Eu hoje te gerei" (Salmos 2:7; Atos 13:33). (Todos versículos do Velho Testamento que mencionam o Filho são claramente proféticos, prevendo o dia quando o Filho de Deus seria gerado Salmos 2:7 e 12; Isaías 7:14; 9:6). Daniel 3:25 se refere a um anjo. Mesmo se de fato descrevesse uma teofanía de Deus, não poderia significar o então inexistente corpo de Jesus Cristo).

A partir desses versículos, fica fácil ver que o Filho não é eterno, mas foi gerada por Deus a mais de 2000 anos atrás. Muitos teólogos que não tem aceitado completamente a grande verdade da unicidade de Deus, tem ainda, rejeitado a doutrina do "FILHO ETERNO", como auto contraditória, em desacordo com as escrituras e falsa. São exemplos: Tertuliano (pai da doutrina do trinitarianismo, na história da igreja primitiva), Adam Clarke (o conhecido comentarista bíblico), e Finis Dake (anotador da Bíblia pentecostal, que é essencialmente triteistico).

O Término Da Filiação
A Filiação não apenas teve um começo, mas terá, em pelo menos sentido, um fim. Isso se torna evidente a partir de I Corintios 15: 23-28 particular o verso 24, que diz: "E então virá o fim, quando Ele (Cristo entregar o Reino ao Deus e Pai...” o versículo 28 diz: "Quando porém, todas as cousas lhe estiverem sujeitas, então o próprio filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". Esse versículo das escrituras se torna inexplicável se pensarmos em um " Deus filho" equiparado e co-eterno com Deus Pai. Mas ele se torna facilmente explicável se nos dermos conta de que "Filho de Deus" se refere a um papel específico que Deus assumiu temporariamente com o propósito de redenção. Quando as razões da filiação deixarem de existir Deus (Jesus) deixará de assumir seu papel de Filho e a filiação será, outra vez, absorvida pela grandeza de Deus, que retornará a seu papel original como Pai, criador e soberano de tudo. Efésios 5:27 descreve essa mesma cena em termos diferentes: "Para apresentar a si mesmo (Cristo) igreja gloriosa...”, Jesus apresentará a igreja a si mesmo! Como pode ser isso à luz de I Corintios 15:24, que descreve o filho apresentando o reino ao Pai? A resposta é clara: Jesus em seu papel de filho, e como seu ato final como filho, apresentará a igreja a si mesmo em seu papel de Deus Pai”. Encontramos, ainda, outra indicação de que a Filiação terá um fim. Em atos 2:34 e 35. Pedro citou Davi no salmo 110:1: "Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta ti à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés". Devemos notar a palavra até. Essa passagem descreve a natureza dual de Cristo, com o Espírito de Deus (o senhor) falando profeticamente a manifestação humana de Cristo (o Senhor). A mão direita de Deus representa o poder e autoridade de Deus. Fazer dos inimigos estrado para os pés significa derrotar completamente o inimigo e tornar bem clara essa derrota. Nos tempos antigos, o vitorioso, muitas vezes, fazia isso literalmente, pisando sobre a cabeça o pescoço de seus inimigos (Josué 10:24). Portanto, a profecia de Salmos 110 é a seguinte: o Espírito de Deus dará poder e autoridade ao homem Cristo Jesus, o Filho de Deus, até que o Filho tenha conquistado completamente os inimigos, o pecado e o mal. O Filho terá poder até que faça isso. O que acontece ao Filho depois disso? Isso significa que uma pessoa terna da trindade deixará de estar assentada à direita de Deus e perderá todo o poder? Não. Isso significa simplesmente que o papel do Filho como soberano cessará. Deus usará seu papel como Filho -- Deus manifestado em carne -- para vencer Satanás, cumprindo assim, Gênesis 3:15 onde Deus afirmou que a semente da mulher esmagaria a cabeça do mal. Depois disso, Deus não precisará mais do papel humano para governar. Depois que satanás for lançado no lago de fogo, e todo o pecado for julgado no último juízo (Apocalipse 20), não mais será necessário que o Filho use o trono do poder. Jesus Cristo deixará de atuar em sua Filiação e será Deus para sempre. Isso significa que Deus deixará de usar o corpo ressurreto e glorificado de Cristo? Acreditamos que Jesus continuará a usar seu corpo glorificado por toda a eternidade. Isso está indicado em Apocalipse 22:3 e 4, que descreve um Deus visível mesmo após o último dos juízos e após a criação do novo céu e da nova terra: "Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e nas suas frontes estará o nome dele". Jesus é sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquesedeque (Hebreus 7:21), mesmo que ele deixe de atuar em seu papel de sacerdote, após o último julgamento. O corpo humano glorificado do Senhor é imortal, assim como serão imortais os nossos corpos (I João 3:2; I Corintios 15:50-54). Embora o corpo glorificado de Cristo continue a existir, todas as razões para o reinado da filiação terão deixado de existir e todos os papéis atuados pelo Filho e estarão cumpridos. Mesmo o Filho será colocado sobre sujeição para que Deus possa ser tudo em todos. É nesse sentido que a filiação deixará de existir.

O PROPÓSITO DO FILHO
Sendo o papel de Filho de Deus temporário, não eterno, por que escolheu Deus manifestar-se através do Filho? Por que ele gerou o Filho? O propósito primário do Filho é ser nosso Salvador. A obra da salvação exigia muitos papéis que só um ser humano poderia cumprir, incluindo os papéis de sacrifício, propiciação, substituto, parente-resgatador, reconciliador, mediador, advogado, sumo sacerdote, segundo dão e exemplo. Esses termos se sobrepõem de muitas maneiras, mas cada um representa um aspecto importante da obra de salvação que, de acordo com o plano de Deus, poderia ser cumprida por um ser humano. De acordo com o plano de Deus, era necessário que o sangue os derramado para remissão dos pecados do homem (Hebreus 9:22). O sangue de animais não removeria o pecado do porque os animais são inferiores ao homem (Hebreus 10:4). Nenhum ser humano poderia resgatar o pecado de outro ser humano, porque todos pecaram e todos trouxeram para si mesmos a penalidade para morte (Romanos 3:23; 6:23). Apenas Deus era sem pecado, mas ele não tinha carne e sangue. Assim, Deus preparou um corpo para Si mesmo (Hebreus 10:5), para que ele pudesse viver uma vida sem pecado na carne, que pudessem derramar sangue inocente para salvar a humanidade. Ele se tornou carne e sangue para poder, através da morte, vencer o mal e de bem-estar à humanidade (Hebreus 2:14 e 15). Desse modo, Cristo é nossa propiciação -- o modo pelo qual obtemos perdão, a satisfação da justiça de Deus, o apaziguamento da santa ira de Deus (Romanos 3:25. O sacrifício de Cristo é o meio pelo qual Deus perdoa nossos pecados sem comprometer sua justiça. Somos salvos, hoje, pelo sacrifício de Jesus Cristo -- pela oferta do Filho de Deus (Hebreus 10:20; João 3:16). Assim, o Filho é o sacrifício e a propiciação pelos nossos pecados). Quando Filho de Deus se tornou um sacrifício, ele se tornou, também, o nosso substituto. Ele morreu em nosso lugar, levou sobre se os nossos pecados, que pagou à pena de morte pelos nossos pecados (Isaías 53:5 e 6 ; I Pedro 2:24). Ele foi mais que um Marte; ele realmente tomou o nosso lugar. Ele provou a morte por todos os homens (Hebreus 2: 9). Naturalmente, a única maneira pela qual Jesus poderia ser nosso substituto e morrer em nosso lugar, seria através de sua vida em carne. O papel de Cristo como nosso parente-resgatador se torna possível através da filiação. No Velho Testamento, se um homem vendesse sua propriedade. Ou se vendesse como escravo, um parente próximo tinha o direito de comprar de volta à propriedade daquele homem , ou de compra sua liberdade, em seu lugar (Leviticos 25:25; 47:49). Vindo em carne Jesus se tornou nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). Assim, ele qualificou se a si mesmo como nosso parente-resgatador. A Bíblia o descreve como nosso redentor (Romanos 3:24; Apocalipse 5:9) .

Por sua humanidade, Jesus Cristo é capaz de mediar, quer dizer, ficar entre o homem e Deus, e representar o homem diante de Deus. Como mediador Jesus reconcilia o homem com Deus. Ele traz um homem de volta à comunhão com Deus (II Corintios 5:18-19). O abismo existente entre o Deus santo e o homem pecador encontrou uma ponte m sem pecado, Jesus Cristo: "Por quanto a um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o homem" (1 Timóteo 2:5). Devemos observar com que cuidado Paulo manteve a unicidade de Deus, esse versículo. Não há distinção em Deus, mais uma distinção entre Deus e o homem Jesus Cristo. Não há duas personalidades em Deus a dualidade existe em Jesus como Deus e Jesus como homem. Não é o Deus intermediário entre Deus e o homem; nem é "Deus Filho". É, antes, o homem Jesus que o mediador; somente um homem sem pecado poderá se aproximar de um Deus Santo, em favor da humanidade. Estreitamente ligado com o papel de Cristo como mediador sendo papel de sumo sacerdote (Hebreus 2:16-18; 4:14-16). Em sua humanidade Jesus foi tentado como nós somos; e por causa de sua experiência humana que ele pode nos ajudar como um sacerdote chefe de compaixão. Ele penetrou o tabernáculo celestial, esteve atrás do véu, dentro do mais santo dos lugares e lá ofereceu seu próprio sangue (Hebreus 6:19; 9:11 e 12). Através de seu sacrifício de morte, nós temos acesso direto ao trono de Deus (Hebreus 4:16; 6:20). O filho é nosso sumo sacerdote, através de quem pode nos chegar, corajosamente, diante de Deus. Do mesmo modo, a filiação permite que Cristo seja nosso advogado, alguém chamado para nos ajudar (I João 2:1). Se pecarmos, mesmo após a conversão, temos alguém que pedirá misericórdia, por nós, diante de Deus. É mais uma vez, o papel do filho que conseguE isso, porque, quando confessando os nossos pecados, o sangue de Cristo é aplicado sobre esses pecados tornando possível sua defesa, em nosso favor.

Através de sua humanidade. Jesus é o segundo Adão (I Corintios 15:45-47). Ele veio para conquistar e condenar o pecado na carne, e para vencer a própria morte (Romanos 8:3; I Corintios 15: 55-57) ele veio como Homem para que pudesse recolocar Adão como representante da raça humana. Agindo assim, ele anulou todas as conseqüências da queda de Adão, para todos aqueles que crêem nele (Romanos 5:12-21). Tudo aquilo que a humanidade perdeu por causa do pecado de Adão, Jesus contestou de volta, como o segundo Adão o novo representante da raça humana. Há um outro aspecto da vitória de Cristo sobre o pecado na carne. Jesus não apenas feio na carne para morrer, mas, também, para nos dar o exemplo de uma vida vitoriosa, para que pudéssemos seguisse os passos (I Pedro 2:21). Ele nos mostrou como viver de modo a vencer o pecado na carne. Ele se tornou o Verbo de Deus interpretado em carne (João 1:1). Ele se tornou o Verbo vivo para que pudéssemos compreender claramente como Deus queria que fôssemos. Naturalmente, ele nos dá poder para seguir seu exemplo. Assim como somos reconciliados pela sua morte, somos salvos por sua vida (Romanos 5:10). Seu Espírito nos dá poder para viver a vida justa que Ele quer que vivamos (Atos 1:8; Romanos 8:4). O Filho não apenas apresenta o homem a Deus, como ele, também, apresenta Deus ao homem. Ele é um apóstolo, alguém escolhido por Deus e enviado por Deus com um propósito específico (Hebreus 3:1). Ele é um profeta, apresentando Deus ao homem e revelando a palavra de Deus ao homem (Atos: 3:20-23; Hebreus1: 1 e 2). Sua humanidade é crucial a esse respeito, por que Deus usou a humanidade do Filho para alcançar o homem, no nível do homem. Além de proclamar a palavra de Deus, o Filho revelou o homem à natureza de Deus. Através do Filho, Deus comunicou seu grande amor pelo homem e demonstrou seu grande poder, de um modo que o homem pode entender. Deus usou o nome de Jesus como a revelação culminante de sua natureza e a pessoa de Jesus como a culminação profética das teofanías do Velho Testamento. Esse propósito da filiação se expressa em muitos versículos das escrituras que ensinam a manifestação de Deus na carne. João 1:18 descreve esse propósito do filho: "Ninguém jamais viu a Deus o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou". Isaías profetizou que essa revelação aconteceria: "A glória do Senhor se manifestará, e da carne a verá" (Isaías 40:5). Paulo escreveu, que isso, realmente, aconteceu em Cristo: "Por que Deus que disse: das trevas resplandeça a luz -- ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (II Corintios 4:6). Em outras palavras, o Filho de Deus se tornou um meio pelo qual o Deus invisível e incompreensível se revelou ao homem. Um outro propósito do Filho é providenciar o cumprimento de muitas promessas do Velho Testamento, feitas a Abraão, e Isaque, Jacó, a nação de Israel e a Davi. Jesus Cristo cumprirá as promessas relativas aos descendentes desses homens, e ele fará isso durante o Reino do milênio na terra o (Apocalipse 20:4). Ele será, literalmente, o rei de Israel e de toda a terra (Zacarias 14:16 e 17; João 1:49). Deus prometeu a Davi que sua casa e trono seriam estabelecidos para sempre (II Samuel 7:16). Jesus cumprirá isso, literalmente, em si mesmo, da verdadeira linhagem de Davi, através de Maria. E sendo herdeiro do trono de Davi o seu pai legal José (Mateus 1). A filiação permite a Deus, também, a julgar o homem. Deus é justo e bom. Ele é, também, misericordioso. Em sua justiça e misericórdia ele resolveu não julgar o homem até que ele tivesse, realmente, experimentado todas as tentações e problemas da humanidade e até que tivesse demonstrado que é possível viver justamente na carne (com poder divino, naturalmente, mas com mesmo poder que ele tem colocado à nossa disposição). A bíblia afirma, especificamente, que o Pai não jogará ninguém; somente o Filho será um juiz (João 5:22 e 27). Deus jogará através de Jesus Cristo (Romanos 2:16). Em outras palavras, Deus (Jesus) julgará o mundo no papel daquele que viveu na carne, que venceu o pecado na carne, e que tornou possível que o mesmo poder vencedor estivesse disponível a toda a humanidade. Em resumo, ha muitos propósitos para o Filho. No plano de Deus o Filho era necessário para trazer a salvação ao mundo. Isso incluem os papéis de: 1) sacrifício, 2) substituto 3) parente-redentor, 4) e conciliador, 5) mediador, 6) sumos sacerdotes, 7) advogado, 8) segundo Adão, 9) exemplo de retidão. A filiação também tornou possível para Cristo ser: 10) apóstolo, 11) profeta, 12) revelador da natureza de Deus, 13) rei e 14) juiz. Todos esses papéis exigiam um ser humano para que fossem realizados; a partir deles vemos por ter deus vê o mundo, em carne, como Filho. Após estudamos os propósitos da filiação, é fácil ver por que o Filho veio a existir em um determinado instante do tempo, em vez de existir desde toda a eternidade. Deus simplesmente esperou a plenitude do tempo, quando todos esses propósitos poderiam, de modo melhor, serem postos em ação (Gálatas 4:4). Assim, o Filho não tinha existência substancial até o momento da concepção de Cristo, no ventre de Maria. Após o reinado do milênio e do último julgamento, os propósitos da filiação estarão cumpridos e o reinado do Filho terá fim. Quando temos em vista o propósito do Filho, podemos entender que a filiação é temporária e não eterna: a Bíblia nos diz quando a filiação começou e quando o ministério da filiação acabará. Para recordar e para obter maiores explicações sobre alguns conceitos a respeito do filho, podemos estudar Hebreus 1, que contém várias referências interessantes a esse respeito. O versículo 3 descreve o Filho como brilho da glória de Deus e a imagem expressa de sua pessoa. A palavra hypostasis, traduzida como "Pessoa" na versão King James, significa substância, natureza ou ser. A NIV traduz o versículo 3, da seguinte maneira: "O Filho é a radiação da glória de Deus e a representação exata de seu ser". Numa passagem similar,Colossenses 1:15 diz que o filho é a imagem do Deus invisível. Vemos, outra vez, que o Filho é uma manifestação visível do Pai, em carne. O Filho é uma representação exata ou imagem de Deus, com toda a glória de Deus. Em outras palavras, o Deus invisível (Pai) se manifestou em carne visível, como o Filho, para que os homens pudessem contemplar a glória de Deus e pudessem entender como Deus realmente é. Hebreus 1 pode ser visto como uma reafirmação de João 1, passagem na qual lemos que Deus pai foi feito carne. Hebreus 1:2 diz que Deus nos falou através do Filho; João 1: 14 diz que o Verbo se fez carne, e João 1:18 afirma que o Filho revelou Deus o Pai. desses versículos compreendemos que o Filho não é distinto do Pai em personalidade, mas é o modo pelo qual o Pai revelou a Si mesmo ao homem.

O Filho e a Criação
Hebreus 1:2 afirma que Deus criou o universo através do Filho. Do mesmo modo,Colossenses 1:13-17 diz que todas as coisas foram criadas pelo Filho, e Efésios 3:9 diz que todas as coisas foram criadas por Jesus Cristo. O que significam criadas "Pelo Filho", uma vez que o Filho não tinham uma pré-existência substancial, antes da encarnação? Naturalmente, sabemos que Jesus, como Deus, pré existiu a encarnação uma vez que a divindade de Jesus não é outro senão a do próprio Pai. Reconhecemos que Jesus (o Espírito divino de Jesus) é realmente o criador. Esses versículos descrevem o Espírito eterno que estava no Filho -- a divindade que mais tarde foi encarnada como o Filho - como o criador. A humanidade de Jesus não poderia criar, mas Deus, que veio no Filho como Jesus Cristo, criou o mundo. Hebreus 1:10 declara que Jesus, como o Senhor, foi o criador.

Essas passagens das escrituras talvez tenham, ainda, um significado mais profundo: embora o Filho não existisse no tempo da criação, exceto como o Verbo na mente de Deus, Deus usou seu preconhecimento do Filho, quando criou o mundo. Sabemos que ele criou o mundo pela palavra de Deus (Hebreus 11:3 ele criou o mundo tendo em sua mente o conhecimento de seu plano para a encarnação de redenção na cruz. Talvez, com esses mesmo preconhecimento eles usassem a filiação para criar o mundo. Quer dizer, ele fundamentou toda a criação na futura vinda de Cristo. Como John Miller explica: embora ele não manifestasse sua humanidade até a plenitude do tempo, ainda assim ele a usou e agiu com ela, desde toda a eternidade". [16] Romanos 5:14 afirma que Adão três figurava aquele que havia de vir, a saber, Cristo; pois Deus, e evidentemente tinha o Filho em mente, quando criou Adão. Sabemos que Deus não vive no tempo e que ele não é limitado pelo tempo como nós somos. Ele conhece o futuro com certeza e pode, com certeza, predeterminar um plano. Assim, ele pode exigir em um acontecimento futuro porque ele sabe o que vai acontecer. Ele pode ver coisas que não existem, como se existissem (Romanos 4:17). Assim foi o cordeiro sacrificado antes da criação do mundo (Apocalipse 13:8), e é por isso que o homem Jesus pode orar: "E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (João 17:5). Embora Deus criar o homem para que o amasse e adorasse (Isaías 43:7; Apocalipse 4:11), o pecado do homem teria contrariado propósito de Deus na criação, não tivesse tido Deus o plano de restauração homem através do Filho. Deus previu a queda do homem, mas, não obstante, ele criou o homem uma vez que tinha predestinado o Filho e o futuro plano da redenção (Romanos 8:29-32). O plano a respeito do Filho estava na mente de Deus no momento da criação e era necessário para que a criação tivesse bom êxito. Portanto, ele criou o mundo através do Filho. Sabemos que os versículos das escrituras que fala da criação pelo Filho não podem significar que o Filho existia substancialmente no momento da criação, como pessoa separada do Pai. O Velho Testamento proclama que um ser individual nos criou, e ele é Jeová, o Pai: "Não temos nós todos um mesmo pai? Não nos criou o mesmo Deus?" (Malaquias 2:10); "Assim diz o SENHOR, que te redime, o mesmo que formou desde o ventre materno: eu sou o SENHOR que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e sozinho espraiei a terra" (Isaías 44:24). Jesus não foi crucificado, num sentido físico, antes da criação, o Filho não foi gerado antes da criação, e o homem Jesus não existia para ter glória, antes da criação. (nota: Jesus falou como homem, em João 17:5, porque por definição, Deus não ora nem tem necessidade de orar). Como pode abrir descrever todas essas coisas como existindo antes da criação? Elas existiam na mente de Deus como um plano futuro e predeterminado. Aparentemente, os versículos das escrituras, que fala de Deus criando o mundo pelo Filho, querem dizer que Deus usou e aproveitou seu futuro plano de filiação quando ele criou o mundo. Com certeza o plano para o Filho e para a redenção e existiu na mente de Deus, antes e durante a criação.

Resumindo, podemos olhar a criação pelo Filho, de duas maneiras:
1) o próprio espírito de Deus, que mais tarde se encarnou como Filho, era o criador.

2) embora o filho não existisse fisicamente, Deus tinha o plano do Filho em sua mente, no momento da criação e. Ele confiou naquele plano -- ele confiou na filiação -- para cumprir seu propósito na criação, apesar de seu preconhecimento do pecado do homem.



O Primogênito
Hebreus 1:6 chama o Filho de primogênito. E isso não significa que o Filho foi o primeiro ser criado por Deus, nem mesmo que ele foi criado pois esse mesmo a versículo indica que a "genitura" ocorreu depois da criação dos anjos. Com certeza, o Filho não foi "Gerado eternamente", porque o versículo 5 descreve a genitura acontecendo a um determinado momento no tempo: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei". Portanto, em que o Filho é o "Primogênito"?

O termo tem vários sentidos. Em um sentido da palavra, o Filho não era apenas o primeiro gerado como também o único gerado (João 3:16). Isso quer dizer, o Filho é a única pessoa, literalmente, concebida pelo Espírito Santo (Deus); seu nascimento de uma virgem tornou possível que a completa divindade e a completa humanidade se unissem em uma pessoa. Ainda mais, o Filho é o primogênito no sentido de que ele foi planejado na mente de Deus antes de qualquer outra coisa. Além disso, o Filho é o primogênito por ter sido o primeiro a conquistar o pecado e a morte. Ele é "O primogênito dos mortos" (Apocalipse 1:5), "O primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8:29) e "O primogênito de entre os mortos". (Colossenses 1:18). Todos esses versículos usam a mesma palavra grega Prototokos, como em Hebreus 1:6. Cristo era as primícias da ressurreição, uma vez que ele foi o primeiro a ser fisicamente ressuscitado e o primeiro a receber um corpo glorificado (I Corintios 15:20). Sendo Jesus Cristo o cabeça da igreja, que é chamada a "Igreja dos (pertencentes) primogênitos" (Hebreus 12:23), podemos interpretar a designação de Cristo como "O primogênito (prototokos) de toda a criação", em Colossenses 1:15, como significando primeiro nascido da família espiritual de Deus a ser escolhido de toda criação. Pela fé nele, podemos nos tornar filhos de Deus, pelo novo nascimento (Romano 8:14-17 de). Jesus é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12:2 ), o capitão de nossa salvação (Hebreus 2:10), o apóstolo e o sumo sacerdote de nossa confissão (Hebreus 3:1), e nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). É em seu papel redentor que ele pode ser chamado de primogênito ou primeiro nascido entre muitos irmãos. O título de Cristo, de primogênito, tem significado não apenas no sentido de primeiro em ordem, mas, também, de primeiro em poder, autoridade e primazia, assim como o irmão mais velho tem primazia entre seus irmãos. Enquanto aplicado a Cristo, primogênito não significa que ele foi o primeiro homem fisicamente nascido, mas que ele é o primeiro em autoridade. Esse é o significado I Colossenses 1:15, quando diz que ele é "O primogênito de toda a criação", como vemos nos versículos subseqüentes. Os versículos 16-18 descrevem Jesus como criador de todas as coisas, o detentor de todo o poder e a cabeça da igreja. Em particular, o versículo 18 disse que ele é "O primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia". Para resumir, Jesus é o primogênito ou o primeiro nascido, em vários sentido. 1) Ele é o primeiro e único Filho gerado por Deus, pois foi concebido pelo Espírito Santo. 2) o plano da encarnação existia na mente de Deus desde o princípio, antes de qualquer outra coisa .3) que em sua humanidade, Jesus é o primeiro homem a conquistar o pecado e ele é, portanto, o primeiro nascido da família espiritual de Deus. 4) em sua humanidade, Jesus é o primeiro homem a vencer a morte e, assim, Ele é as primícias da ressurreição ou primogênito dos mortos.5) Jesus é a cabeça de toda a criação e a cabeça da igreja, portanto, Ele é o primogênito no sentido de ter primazia e autoridade sobre todas as coisas, assim como irmão mais velho, tradicionalmente, tem primazia entre seus irmãos. Os quatro primeiros pontos se referem a ser o primeiro em ordem, enquanto o quinto se refere a ser o primeiro em poder e grandeza. A designação de Cristo como o primogênito não significa que ele foi criado ou gerado por um outro Deus. Significa, antes, que como homem, Cristo é o primeiro e o mais velho dos irmãos, na família espiritual de Deus, em que Ele tem autoridade e poder sobre toda a criação. Hebreus 1:8-9 "Mas, acerca do Filho: o teu trono, ó Deus, é para todo o sempre... Deus, o teu Deus, de ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos seus companheiros." a primeira parte desta passagem se refere claramente à divindade do Filho, enquanto a segunda parte se refere à humanidade do Filho. O escritor de Hebreus está citando uma passagem profética que encontramos no Salmo 45:6 e 7. Esse assunto não é sobre a Divindade, mas uma afirmação profética inspirada por deus e tendo em vista a futura encarnação de Deus. Deus estava falando profeticamente, através do salmista, para se revelar num futuro papel.

O Filho e Outras Referências Ao Messias
Há muitas referências ao Filho Velho Testamento. Elas significam uma dualidade na Divindade? Elas provam a preexistente do Filho? Vamos analisar essas passagens para responder a essas questões. O Salmo 2:2 fala do SENHOR e de seu ungido. O salmo 2:7 diz: "Proclama o decreto do SENHOR: ele me disse: tu és meu Filho, eu hoje te gerei". O Salmos 8:4 e 5 falam do Filho do homem. O Salmo 45:6 e 7 e os Salmos 110: 1 contém, ambos, referências bem conhecidas a respeito de Jesus Cristo, o primeiro O descrevendo como Deus e como um homem ungido e o segundo, o descrevendo como o Senhor de Davi. Provérbios 30:4, Isaías 7:14 e Isaías 9:6, também mencionam o Filho. Entretanto, uma leitura destes versículos mostrará que tem, cada um deles, natureza profética. Os capítulos 1 e 2 de Hebreus citam cada uma das passagens acima, dos Salmos, e as descrevem como profecias cumpridas por Jesus Cristo. Assim, as passagens, nos Salmos, não se referem a uma conversa entre duas pessoas da divindade, mas são retratos proféticos de Deus e do homem Cristo. Descrevem Deus gerando e ungindo o homem Cristo (Salmos 2:2-7), o homem Cristo se submetendo a vontade de Deus e se tornando um sacrifício pelos pecados (Salmos 45:6-7), e Deus glorificando e dando poder ao homem Cristo (Salmos 110:1). Tudo isso se cumpriu quando Deus se manifestou em carne, como Jesus Cristo. As passagens em Isaías são claramente proféticas, uma vez que usam o tempo futuro. Em resumo: as referências ao Filho, encontradas no Velho Testamento, se antecipam ao futuro, ao dia quando o Filho seria gerado. Elas não falam de dois deuses ou de duas pessoas em Deus, mas sim da humanidade na qual Deus viria a se encarnar. Do mesmo modo, outras referências do Velho Testamento ao Messias São proféticas e o apresentam como Deus e homem (Isaías 4:2; 42:1-7; Jeremias 23:4-8; 33:14-26; Miquéias 5:1-5; Zacarias 6:12 e 13). Qualquer dualidade vista nesses versículos das escrituras indica uma distinção entre Deus e a humanidade do Messias.

O Verbo de Deus
Ninguém pode afirmar, seriamente, que o Verbo de Deus, no Velho Testamento, seja uma segunda pessoa na Divindade. O Verbo de Deus é parte dele não pode ser separada. O Verbo de Deus não significa uma pessoa distinta tanto quanto a palavra de um homem não significa que ele seja composto por duas pessoas. O salmo 107:20 diz: "Enviou-lhes a sua Palavra". Isaías 55:11 diz: "Assim será palavra que sair da minha boca". Desses versículos fica claro que o Verbo de Deus é algo que pertence a Ele e é uma expressão vinda dele, não uma pessoa separada da Divindade. O Ancião de Dias E o Filho do Homem

Daniel teve uma visão, registrada em Daniel 7:9-28, na qual ele viu duas figuras. O primeiro ser que Daniel viu foi chamado o Ancião de Dias. Suas vestes eram brancas com na neve, seus cabelos como pura lã, seu trono era chamas de fogo com rodas de fogo ardente. Ele estava assentado no trono e julgava milhares de pessoas. Então, Daniel viu "Um como o Filho do homem" se aproximando do Ancião de Dias. Esse homem recebeu o domínio eterno sobre todos os povos e um reino que jamais será destruído. Alguns trinitárianista interpretam essa visão como sendo a visão de Deus, o Pai e Deus, o Filho. Entretanto, vamos examinar a passagem um pouco mais acuradamente. No livro do Apocalipse, parece que o Ancião de Dias não é outro senão Jesus Cristo mesmo! Apocalipse 1:12-18 descreve Jesus Cristo vestido com vestes talares, cabelos como alva lã olhos como chama de fogo e pés semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha. Além disso, muitas passagens das escrituras explicam que Jesus Cristo, o Filho do homem, será o juiz de todos (Mateus 25:31-32; João 5:22 e 27; Romanos 2:16; II Corintios 5:10). Ainda mais, Jesus se assentará no trono. Na visão de Daniel, o chifre (Anticristo) fazia guerra até a chegada do Ancião de Dias (Daniel 7:21-22), mas sabemos que Jesus Cristo voltará a terra e destruirá os exércitos do anticristo (Apocalipse 19:11-21). Em resumo, concluímos que a descrição de Jesus, no Apocalipse, é igual à descrição do Ancião de Dias, em Daniel 7. Se o Ancião de Dias em Daniel 7, é o Pai, então Jesus deve ser o Pai. Em Daniel 7: 13, um como que o Filho homem se aproxima do Ancião de Dias e recebe dele, o domínio. Quem é esse? A cena parece ser a visão de um homem que representa os santos de Deus. Essa explicação é, possivelmente, a que está mais de acordo com o capítulo. Daniel recebeu a interpretação da visão, a partir do versículo 16. O versículo 18 diz que os santos do Altíssimo possuirão o reino para todo o sempre. Então, o versículo 22 diz que os santos possuirão o Reino. Os versículos 26 e 27 dizem que o Reino e o domínio (mesmas palavras do versículo 14) serão dados aos santos do Altíssimo e que o Reino será reino eterno. O versículo 27 conclui afirmando que todos os domínios estarão, em última instância subordinados a Deus. Daniel 7:16-28, portanto, nos da interpretação de 7:9-14. Em seus próprios termos, o capítulo identifica o "Como o Filho do homem".Devemos observar a falta do artigo definido ("O") nessa tradução, o que reflete a falta do mesmo na linguagem original. Devemos, também, ter em mente que, no Velho Testamento, "Filho do homem" pode se referir a qualquer homem em particular (Ezequiel 2:1) ou à humanidade, em geral (Salmos 8:4; 146:3; Isaías 51:12). Nos Salmos 80:17 a expressão significa um homem a quem Deus delegou soberania e poder. Assim, a interpretação de que "Filho do homem" representa os santos está de acordo com o uso da expressão em outras passagens nas Escrituras. Alguns comparam "Um como o Filho do homem" de Daniel com Jesus Cristo, uma vez que Jesus muitas vezes se chamou de o Filho do homem. Essa identificação, entretanto, a interpretação dada pelo próprio texto de Daniel 7. Se Daniel pretendia se referir ao Cristo, por que não o chamou de Messias, como o fez em 9:25? Além disso, mesmo que o "Filho do homem", em Daniel, fosse Jesus Cristo "Um como o Filho do homem", não precisaria, necessariamente, ser. De fato, a expressão poderia indicar que o homem na visão de Daniel não é Jesus, mas apenas alguém parecido com Ele, quer dizer, os santos da igreja. Sabemos que os santos são filhos de Deus, co-herdeiros com Cristo, irmãos de Cristo, (Romanos 8:17 e 29; I João 3:1 e 2). De qualquer modo precisamos lembrar que a visão de Daniel era profética em sua natureza e não descritiva de uma situação real, em seu tempo. Se presumirmos que o homem em Daniel 7 é Jesus Cristo, então, no máximo, a visão mostra Jesus em dois papéis: do Pai do Filho. Ela não pode ensinar duas pessoas porque o Ancião de Dias é identificado com Jesus em sua divindade. No máximo, essa passagem pode retratar a dual natureza e o papel de Jesus, semelhante mente a visão em Apocalipse 5 sobre o Único no trono (Deus em toda sua divindade) e o Cordeiro (Jesus em seu papel humano e sacrifical). Em conclusão, tanto "Um como o Filho do homem" como "Um semelhante a um Filho do homem", de Daniel 7, representam os santos que herdaram o Reino de Deus. Se a passagem, realmente, se referir a Jesus Cristo, então estará se referindo a Ele em seu papel humano, assim como o Ancião de Dias O descrevem em seu papel divino.

 
Companheiro de Jeová
Em Zacarias 13:7, o SENHOR falou do Messias e O chamou "O homem que é meu companheiro". A chave para a compreensão desse versículo é ter em mente que o SENHOR descrevia um "Homem". Quer dizer, Ele estava falando a respeito do homem Jesus Cristo, dizendo que esse homem seria companheiro, ou alguém chegado a Ele. Esse versículo não descreve um Deus chamando o outro Deus de "Meu Deus companheiro". Isso está mais claro ainda nas versões NIV e TAB. A primeira traduz a expressão como "O homem que está perto de mim", e a segunda a traduz como "O homem que está associado a mim". Somente Jesus Cristo, o homem sem pecado, poderia se aproximar do Santo Espírito de Deus e está, realmente, junto de Deus. É por isso que I Timóteo 2:5 diz: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o homem". Naturalmente, por Cristo, podemos alcançar comunhão com Deus.

O Batismo De Cristo
"Batizado Jesus, saiu logo d'água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como bomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:16 e 17). De acordo com essas passagens, o Filho de Deus foi batizado, o Espírito desceu como uma bomba, e uma voz falou, vinda do céu. Lucas 3:22 acrescenta uma informação, dizendo que "O Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea como pomba". Para entender a cena corretamente, precisamos nos lembrar que Deus é onipresente. Jesus é Deus, e foi Deus manifestado em carne, enquanto esteve sobre a terra. Ele não podia e não sacrificou sua onipresença, enquanto esteve na terra, porque esse é um dos atributos básicos de Deus, e Deus nunca muda. O corpo físico de Jesus, naturalmente, não era onipresente, mas seu Espírito era. Além disso, embora a plenitude do caráter de Deus habitasse o corpo de Jesus, o Espírito onipresente de Jesus não podia ser assim confinado. Desse modo, Jesus podia estar no céu e na terra, ao mesmo tempo (João 3:13) e com dois ou três de seus discípulos, a qualquer tempo (Mateus 18:20). Tendo em mente a onipresença de Deus, podemos compreender o batismo de Cristo, muito facilmente. Não foi difícil, de modo algum, para o Espírito de Jesus falar dos céus e enviar manifestação de seu Espírito em forma de pomba, mesmo quando seu corpo humano estava no rio Jordão. a voz e a pompa não representavam pessoas separadas, assim como a voz de Deus, vinha do Sinai, não significava que a montanha é uma pessoa inteligente, separada da Divindade. Sendo a voz e a pomba manifestações simbólicas de um Deus onipresente, podemos perguntar o que significam. Qual era seu propósito? Primeiro, precisamos perguntar qual era o propósito do batismo de Jesus. Certamente ele não foi batizado para remissão dos pecados, como nós, porque ele era sem pecados (I Pedro 2:22). Em vez disso, a Bíblia diz que ele foi batizado para cumprir toda justiça (Mateus 3:15). Ele é nosso exemplo e foi batizado para nos deixar um exemplo a ser seguido (I Pedro 2:21). Além disso, Jesus foi batizado como um modo de se manifestar, ou se tornar conhecido para Israel (João 1:26 e 27,31). Em outras palavras, Jesus usou o batismo como ponto de partida de seu ministério. Ele foi uma declaração pública de quem ele era e do que tinha vindo fazer. Por exemplo, por ocasião do batismo de Cristo, João Batista entendeu quem era Jesus. Até o batismo, ele não sabia que Jesus era realmente o Messias, e, após o batismo ele estava apto a declarar ao povo que Jesus era o Filho de Deus e o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1:29-34). Tendo estabelecido o propósito do batismo de Cristo, vamos ver como a pomba e a voz facilitaram esse propósito. João 1:32-34 afirma, claramente, que a pomba é um sinal que veio por causa de João Batista. Sendo João o precursor de Jeová (Isaías 40:3), ele precisava saber que Jesus era realmente Jeová vindo em carne. Deus tinha dito a João que aquele que seria batizada com Espírito Santo seria identificado pelo Espírito que desceria sobre ele. Naturalmente, João era incapaz de ver Espírito de Deus ungido a Cristo, portanto Deus escolheu uma pomba como sinal visível de seu Espírito. Por isso a pomba era um sinal especial para João, para fazê-lo saber que Jesus era Jeová e o Messias. A pomba era, também, um tipo de unção que significava o início do ministério de Cristo. No Novo Testamento, profetas, sacerdotes e reis eram ungidos com óleo para indicar que Deus os havia escolhido (Êxodo 28:41; I Reis 19:16). Os sacerdotes, em particular, eram lavados em água e ungidos com óleo (Êxodo 29:4 e 7). O óleo simbolizava o Espírito de Deus. O Velho Testamento profetizou que Jesus seria ungido de modo semelhante (Salmo 2:2; 45:7; Isaías 61:1). De fato, a palavra hebraica Messiah (Cristo, em grego) significa "O Ungido". Jesus veio para cumprir os papéis de profeta, sacerdote e rei (Atos 3:20-23; Hebreus 3:1; Apocalipse 1:5). Ele veio, também, para cumprir a lei (Mateus 5:17 e 18), e para cumprir sua própria lei, ele precisava ser ungido como profeta, sacerdote e rei.. Sendo Jesus o próprio deus e um homem sem pecados, não era suficiente que fosse ungido por um homem pecador e com olhos simbólico. Em lugar disso, Jesus foi o ungido diretamente pelo espírito de deus. Desse modo, por ocasião de seu batismo pela água, Jesus fez oficialmente ungido para o início de seu ministério terreno, não pelo olho simbólico, mas pelo espírito de deus na forma de uma pomba.

A voz veio do céu por causa do povo. João 12:28-30 registra um acontecimento semelhante no qual uma voz veio do céu e confirmou a divindade de Jesus para o povo. Jesus disse que a voz viera não por sua causa, mas por causa do povo. A voz era a maneira de Deus apresentar Jesus, formalmente, a Israel, como o Filho de Deus. Muitas pessoas estavam presentes ao batismo de Jesus, e muitos estavam sendo batizados (Lucas 3:21), portanto o Espírito destacou o homem Jesus e o identificou a todos como o Filho de Deus, através de uma voz miraculosa, vinda do céu. Isso era muito mais eficiente e convincente que uma declaração feita por Jesus, como homem. De fato, parece que essa manifestação miraculosa demonstrou, efetivamente, na ocasião de seu batismo, o propósito de Jesus. O batismo de Jesus não nos ensina que Deus é três pessoas, mas, apenas, revela a onipresença de Deus e a humanidade do Filho de Deus. Quando Deus fala a quatro pessoas diferentes, em quatro diferentes continentes, ao mesmo tempo, não pensamos em quatro pessoas de Deus, mas, o sim, na onipresença de Deus. Deus não pretendeu, com o batismo, revelar aos monoteístas espectadores judeus uma manifestação radicalmente nova de pluralidade da Divindade, e não temos indícios de que os judeus têm interpretado dessa maneira o acontecimento. Até mesmo muitos dos modernos estudiosos têm visto o batismo de Cristo não como uma indicação da trindade, mas como uma referência à "Unção autorizada de Jesus como o Messias".[23]

A Voz Do Céu
Três vezes, na vida de Jesus, uma voz veio do céu: por ocasião de seu batismo, em sua transfiguração (Mateus 17:1-9), e após sua entrada triunfal em Jerusalém (João 12:20-33). Acabamos de explicar que a voz não indica uma pessoa separada na Divindade, mas, apenas, uma outra manifestação do Espírito onipresente de Deus. Em cada um desses três casos, a voz não foi por causa de Jesus, mas por causa de outros, e ela veio com o propósito específico. Como já estudamos, a voz, no batismo de Cristo, era parte do início de seu ministério terreno. Ela veio por causa do povo, assim a pomba desceu por causa de João. A voz apresentou Jesus como Filho de Deus: "Este é meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3: 17). A voz, na transfiguração, era, inquestionavelmente, por causa do os discípulos que ali estavam, pois sua mensagem era: "Esse é o meu Filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi" (Mateus 17:5). A terceira manifestação da voz aconteceu quando um grupo de gregos (aparentemente prosélitos gentios) vieram ver Jesus. Jesus explicou que a voz não era por sua causa, mas por causa do povo (João 12:30).

As Orações De Cristo
As orações de Cristo indicam uma distinção de pessoas separadas entre Jesus e o Pai? Não. Ao contrário, suas orações indicam uma distinção entre o Filho de Deus e Deus. Jesus olhou em sua humanidade, não em sua divindade. Se as ações de Jesus demonstram que a natureza divina de Jesus é diferente do Pai, então, Jesus é inferior ao Pai, em divindade. Em outras palavras, se Jesus ou como Deus, então sua posição na divindade seria, de algum modo, inferior às outras "Pessoas". Esse exemplo destrói efetivamente o conceito de uma trindade de pessoas idênticas. Como pode Deus orar e ainda ser Deus? Por definição, Deus em sua onipresença não tem necessidade de orar, e em sua unicidade não tem outro a quem ele possa orar. Se as operações de Jesus provam que existem duas pessoas na divindade, então uma dessas pessoas se subordina a outra e não é, portanto, completa e verdadeiramente Deus.
Qual é, então, a explicação para as orações de Jesus? Só pode ser a de que a natureza humana de Jesus orou ao eterno Espírito de Deus. A natureza divina não precisava de ajuda; somente a natureza humana. Como disse Jesus, no jardim do Getsêmani, a vontade humana se submeteu a vontade divina. Através da oração, sua natureza humana aprendeu a ser submissa e obediente ao Espírito de Deus (Filipenses 2:8; Hebreus 5:7 e 8). Essa não foi uma luta travada entre duas vontades divinas, mas uma luta entre as vontades divina e humana que havia em Jesus. Como homem submeteu-se ao Espírito de Deus, e dele recebeu força. Alguns podem se opor a esta explicação, argumentando que ela significa que Jesus orou a Si mesmo. Entretanto, precisamos nos dar conta que, diferentemente de qualquer outro ser humano, Jesus tinha duas naturezas perfeitas e completas -- a humanidade e à divindade. O que poderia ser absurdo ou impossível para o homem comum, não é tão estranho tratando-se de Jesus. Nós não dizemos que Jesus orou a si mesmo porque isso implicaria, de modo incorreto, em que Jesus tivesse apenas uma natureza, como o homem comum. Antes, afirmamos que a natureza humana de Jesus orou ao Espírito divino de Jesus, que habitava o homem. A escolha é simples. Ou Jesus, como Deus, orou ao Pai, ou Jesus, como homem, orou Pai, ou Jesus, como homem, orou ao Pai. Se a primeira alternativa for verdadeira, então, temos uma forma de submissão ou Arianismo, no qual uma das pessoas da Divindade é inferior, e não o equivalente, a outra pessoa da Divindade. Isso contradiz o conceito bíblico de um único Deus, a completa divindade de Jesus, e a onipresença de Deus. Se a segunda alternativa estiver correta, e assim acreditamos, então não existe nenhuma distinção de pessoas na divindade. A única distinção existente está entre a humanidade é a divindade, não entre Deus e Deus.

 
"Deus, Meu, Deus Meu, Por Que Me Desamparaste?"
Este versículo (Mateus 27:46) não pode escrever uma separação real entre o Pai e o Filho por que Jesus é o Pai. Jesus disse: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30). A Bíblia diz que "Deus estava em Cristo, conciliando consigo o mundo" (II Corintios 5:19). Jesus era Deus Pai manifestado em carne para reconciliar consigo mesmo, o mundo. O grito de Jesus na cruz não significa que o Espírito de Deus tivesse se separado do corpo, mas que não havia ajuda do Espírito em sua morte sacrificial de substituição a humanidade pecadora. Não era uma pessoa da divindade sendo abandonada por outra, mas a natureza humana sentindo a ira e o julgamento de Deus sobre os pecados da humanidade. Não havia dois Filhos - um Filho Divino e um Filho humano - mas havia duas naturezas - Divindade e humanidade - fundidas em uma pessoa. O Divino Espírito não poderia ser separado da natureza humana e a vida ainda continuar. Mas, em sua agonia de morte, Jesus sofreu a dor pelos nossos pecados.

 
A morte veio quando ele entregou o seu Espírito.
Em outras palavras, o que Jesus poderia dizer quando clamou: "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” Era que Ele tinha tomado o lugar do homem pecador na cruz e estava recebendo a punição pelos pecados. O sofrimento não foi diminuído por causa de sua divindade. Sendo que todos pecamos (Romanos 3:23) e sendo o salário do pecado a morte (Romanos 6:23), toda a humanidade (exceto o Cristo sem pecado) devia morrer. Cristo tomou nosso lugar e sofreu a morte que nós merecíamos (Romanos 5:6-9). Na cruz ele experimentou a morte por todos os homens (Romanos 2:9). Essa morte foi mais que uma morte física; ela abrangia a morte espiritual, que é a separação de Deus (II Tessalonicenses 1:9; Apocalipse 20:14). Nenhum ser vivo da terra sentiu essa morte espiritual em seu mais alto grau, porque todos nós vivemos e nos movemos e existimos em Deus (Atos 17:28). Mesmo o ateísta goza de muitas coisas boas como a alegria, o amor e a própria vida. Tudo que é bom vem de Deus (Tiago 1:17), e toda vida tem origem nele e é mantida por ele. Mas, Jesus provocou a morte definitiva - a separação de Deus que o pecador sentirá no lago de fogo. Ele sentiu a angústia, a desesperança e o desalento, como se ele fosse um homem abandonado eternamente por Deus. Assim, a natureza humana de Jesus gritou na cruz, quando Jesus tomou sobre si o pecado do mundo todo e sentiu castigo eterno da separação por causa do pecado (I Pedro 2:24). Não devemos supor que o Espírito de Deus se separou do corpo de Jesus no momento em que ele proferiu as palavras: "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?" o Espírito Divino deixou o corpo humano somente por ocasião da morte. Hebreus 9:14 diz que Cristo se ofereceu a Deus pelo Espírito eterno. Também Jesus disse a seus discípulos, a respeito de sua morte: "Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua casa, e me deixareis só; contudo não estou só, porque o Pai está comigo" (João 16:32). Assim, o Espírito eterno de Deus, o Pai, não deixou o corpo humano de Cristo até sua morte.

 
Comunicação De Conhecimento Entre As Pessoas Da Divindade?
Alguns acreditam que a Bíblia descreve transferência de conhecimento entre diferentes pessoas na divindade. Esse é um argumento perigoso pois traz implícita a idéia de que possa haver uma pessoa na divindade sabendo algo que uma outra pessoa não saiba. Isso implica numa doutrina de personalidades e mentes separadas em Deus, o que, por sua vez, leva ao triteismo ou politeísmo. Examinemos melhor algumas passagens das Escrituras. Mateus 11:27 diz: "Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Esse versículo afirma, apenas, que ninguém pode compreender quem o Filho (a manifestação de Deus na carne), é, exceto pela revelação divina (do Pai). Jesus, sem dúvida, tinha isso em mente quando disse a Pedro: "Não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus" (Mateus 16:17). Foi-nos dito que nenhum homem pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo seu Espírito (I Corintios 12:3). O Pai revelou aos homens sua natureza e caráter, pela encarnação -- através de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Romanos 8:26 e 27 dizem: "O mesmo Espírito intercede por nós", e "Aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito". Essas afirmativas indicam apenas uma pluralidade de funções do Espírito. De um lado, Deus coloca seu Espírito em nossos corações para nos ensinar a orar e para orar através de nós. De outro lado, Deus ouve nossas preces, sonda e conhece nossos corações e compreende as orações que ele ora através de nós, pela interseção de seu próprio Espírito. Esse versículo não implica na separação de Deus e seu Espírito, porque Deus é Espírito. Nem ele indica uma separação de Cristo, como aquele que sonda os corações, do Espírito como intercessor, porque a Bíblia afirma, também, que Cristo intercede por nós (Hebreus 7: 25; Romanos 8:34), e o Espírito sonda todas as coisas, inclusive nossos corações. "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio Espírito que nele está? Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece senão o Espírito de Deus" (I Corintios 2:10 e 11). Embora o Espírito sonde "As profundezas de Deus ", não devemos pensar que há uma separação entre Deus e seu Espírito. O que nos é dito é que Deus revela coisas a nós pelo seu Espírito em nossas vidas. Seu Espírito em nós comunica verdades de sua mente para nossa mente: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito, porque o Espírito a todas as cousas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus". Então a passagem compara o homem e seu espírito, com Deus e Seu Espírito. Um homem não é duas pessoas, nem Deus. Mateus 28:19, mostra-nos que ele descreve Deus com múltiplos ofícios, mas com somente um nome. O ponto enfocado não é uma pluralidade, mas a unicidade.

A Preexistência de Jesus
Muitas passagens das escrituras se referem à a existência de Jesus, antes do começo de sua vida humana. Entretanto, a Bíblia não nos ensina que ele existia separado e distante do Pai. O Espírito de Jesus existiu desde toda a eternidade porque Ele é o próprio Deus. A humanidade de Jesus, no entanto, não existiu antes da encarnação, a não ser como um plano na mente de Deus. Podemos afirmar, portanto, que o Espírito de Jesus preexistiu à encarnação, mas não podemos dizer que o Filho à encarnação em qualquer sentido substancial. João 1:1 e 14 são um bom resumo do ensino data preexistência de Jesus: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o verbo se fez carne... "Em outras palavras, Jesus existiu como Deus, desde toda a eternidade. O plano da futura filiação existia em Deus, desde o princípio -- como uma idéia na mente de Deus. Posteriormente, esse Verbo se tornou carne -- como extensão de Deus Pai, em forma humana. Nestes conceitos há vários versículos que falam da preexistência de Cristo. Podemos entender João 8:58 ( " antes que Abraão existisse, eu sou") como uma referência a preexistência de Jesus como o Deus do Velho Testamento. Do mesmo modo, podemos entender João 6:62 ("Que será, pois, se virdes o Filho do homem subir para o lugar onde primeiro estava?"), com Jesus usando expressão "Filho do homem" mais para significar "Eu" ou "Mim" do que para enfatizar sua humanidade. Em João 16:28, Jesus disse: "Vim do Pai". Isso se refere, também, à sua preexistência como Deus. A natureza divina de Jesus era Deus Pai, por isso a dupla natureza de Cristo podia dizer: "Vim do Pai". Essa afirmativa pode descrever, também, o governo o plano que existia na mente de Deus, que se tornou carne e foi enviado ao mundo. Em João 17:5, Jesus orou: "E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo". Outra vez, Jesus falava da glória que ele tinha com Deus, no começo, e da glória que o Filho tinha no plano e na mente de Deus. Essa afirmativa não pode significar que Jesus preexistiu com glória como o Filho. Jesus estava orando, portanto, ele devia estar falando como homem, não como Deus. Sabemos que a humanidade não preexistiu a encarnação, portanto, Jesus estava falando a respeito da glória que o Filho tinha no plano de Deus, desde o princípio.

 
O Filho Enviado Pelo Pai
João 3:17 e 5:30, juntamente com outros versos da Bíblia, afirmam que o Pai enviou o Filho. Isso significa que Jesus, o Filho de Deus, seja uma pessoa separada do Pai? Sabemos que não é assim porque muitos versos da Bíblia ensinam que Deus se manifestou na carne (II Corintios 5:19, I Timóteo 3:16). Ele deu-se a Si mesmo; Ele não enviou outra pessoa (João 3:16). O Filho foi enviado por Deus como um homem, não como Deus": Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher" (Gálatas 4:4). A palavra enviou não implica preexistência do Filho ou preexistência do homem. João 1:6 afirma que João Batista era um homem enviado por Deus, e sabemos que ele não existiu antes de sua concepção. Ao invés disso, a palavra enviou indica que Deus escolheu o Filho com um propósito especial. Deus elaborou um plano, revestiu de carne aquele plano, e então o pôs em operação. Deus deu para o Filho uma tarefa especial. Deus se manifestou em carne para alcançar um objetivo especial. Hebreus 3:1 chamadas Jesus de o Apóstolo de nossa confissão, apóstolo que significa" a pessoa enviada" em grego. Resumidamente, enviar o Filho enfatiza a humanidade do Filho e o propósito específico para o qual o Filho nasceu.

Amor Entre Pessoas. Em Na Divindade?
Um argumento filosófico popular a respeito da trindade está baseado no fato que Deus é amor. O argumento básico é o seguinte: Como pode Deus ser amor e mostrar amor antes de ter criado o mundo, a menos que fosse uma pluralidade de pessoas que se amavam entre si? Essa linha de raciocínio é falha por várias razões. Primeiro, mesmo sendo correta não provaria uma trindade. Na realidade, poderia conduzir ao politeísmo. Segundo, por que Deus precisa provar-nos a natureza eterna de Seu amor? Por que não podemos aceitar a declaração simplesmente que Deus é amor? Por que limitamos Deus a nosso conceito de amor, argumentando que Ele não poderia ter sido amor na eternidade passado a menos que Ele tivesse um objeto então-existente de amor? Terceiro, como a solução trinitária evita o politeísmo e ao mesmo tempo evita dizer simplesmente que Deus amava a Si próprio? Quarto, não podemos limitar Deus no tempo. Ele podia nos amar e o fez, desde a eternidade passada. Embora nós não estivéssemos ainda, Ele previa a nossa existência. Para Sua mente nós existimos e Ele nos amava. João 3: 35,5:20 e 15:9 afirmam que o Pai ama o Filho, e João 17:24 diz que o Pai amou Jesus antes que o mundo fosse fundado. Em João 14:31 Jesus expressou amor pelo Pai. Todas essas afirmações não significam pessoas distintas. (não é estranho que essas passagens omitam o Espírito Santo desse relacionamento de amor?). O que esses versículos expressam é o relacionamento entre as duas naturezas de Cristo. O Espírito de Jesus amava a humanidade e vice-versa. O Espírito amavam o homem Jesus assim como ele ama toda a humanidade, e o homem Jesus amava a Deus assim como todo homem deve amar a Deus. Lembre-se, o Filho veio ao mundo para nos mostrar o quanto Deus nos ama e, também, para ser nosso exemplo. Por causa desses dois objetivos a serem alcançados, o Pai e o Filho mostraram amor um pelo outro. Antes que o mundo fosse fundado, Deus sabia que ele se manifestaria como o Filho. Ele amou esse plano, desde o começo. Ele amou aquele futuro Filho tanto quanto ele nos amou desde o princípio dos tempos.
 
Outras Distinções Entre o Pai e Filho
Muitos versículos das Escrituras fazem distinção entre o Pai e o Filho no que diz respeito a poder, grandeza e conhecimento. Entretanto, é um grande erro usá-los para mostrar a existência de duas pessoas na Divindade. Se existe uma distinção entre o Pai e Filho, na divindade, então o Filho é subordinado, ou inferior, ao Pai, em divindade. Isso significaria que o Filho não é plenamente Deus, porque, por definição, Deus não é inferior a ninguém. Por definição, Deus tem todo o poder (onipotência) e todo o conhecimento (onisciência). Para entendermos esses versículos devemos olhá-los como distinguindo entre a divindade de Jesus (o Pai) e a humanidade de Jesus (o Filho). A humanidade ou o papel da filiação de Cristo está subordinado à sua divindade. João 5:19 diz: "O Filho nada pode fazer de Si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz". (veja, também, João 5:30; 8:28). Em Mateus 28:18, Jesus proclamou: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra", o que significa que o Pai deu a ele esse poder. Em João 14:28, Jesus disse: "O Pai é maior do que eu". A primeira carta aos Corintios 11:3, afirma que o cabeça de Cristo é Deus. Todos esses versículos indicam que a natureza humana de Jesus não podia fazer nada de si mesma, mas recebia poder do Espírito. A carne estava sujeita ao Espírito. Ao falar de sua segunda vinda Jesus disse: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão somente o Pai" (Marcos 13:32). A humanidade de Cristo não sabia todas as coisas, mas o Espírito de Jesus sabia. João 3:17 fala do Filho como tendo sido enviado por Deus. Em João 6:38, Jesus disse: "Porque eu desci do céu não para fazer a minha própria vontade; e, sim, à vontade daquele que me enviou". (Jesus não veio de si mesmo, isto é, de sua humanidade, mas ele foi enviado por Deus (João 7:28); 8:42; 16:28). O Filho não ensinou sua própria doutrina, mas aquela do Pai (João 7:16 e 17). Ele não ensinou seus próprios mandamentos, mas ensinou e guardou os mandamentos do Pai (João 12:49-50; 15: 10). Ele não buscou sua própria glória, mas glorificou o Pai (João 8:50; 17:4). Todas essas passagens descrevem a distinção existente entre Jesus, como homem (Filho) e Jesus como Deus (Pai). O homem Jesus não teve sua origem na humanidade, nem o homem Jesus veio para manifestar a humanidade. O Espírito formulou o plano, concebeu o bebê no ventre, colocou naquela carne todo caráter e qualidade de Deus, e, então, enviou aquela carne ao mundo para manifestar Deus ao mundo. No final, aquela carne terá cumprido seu propósito. O Filho então voltará a ser, parte do plano de Deus para que Deus possa ser tudo em todos (I Corintios 15:28). Esses versículos descrevem o relacionamento da natureza humana de Cristo como homem, com sua natureza divina, como Deus. Se as interpretarmos como fazendo uma distinção entre duas pessoas chamadas Deus Pai de Deus Filho, cairemos em contradição. Teríamos o Deus Filho com as seguintes características que não são de Deus: ele não teria, de Si mesmo, qualquer autoridade; Ele não saberia todas as coisas; Ele não faria sua própria vontade; Ele teria alguém maior que ele próprio; Ele teria sua origem devida a outro alguém; e ele, eventualmente, perderia sua própria individualidade. Esses fatos das Escrituras contradizem o conceito de "Deus Filho”.

As Passagens Que Usam Com
Como explicarmos o uso da palavra com, em João 1:1 e 2 e I João 1:2? João 1:1 diz que o verbo estava com Deus, e continua, dizendo que o Verbo era Deus. Como foi explicado no Capítulo 4 - JESUS É DEUS, o Verbo é o pensamento, o plano, ou expressão na mente de Deus. É assim que o Verbo poderia estar com Deus e, ao mesmo tempo, ser o próprio Deus. Devemos, também, notar que a palavra grega pros, aqui traduzida como "com", é traduzida como "Referente a", em Hebreus 2:17 e 5:1. Portanto, o Verbo estava com Deus, no sentido de pertencer a Deus e não no sentido de uma pessoa à parte, além de Deus. Mais que isso, se Deus, em João 1:1, significa Deus Pai, então o Verbo não é uma pessoa separada por que o versículo poderia ser lido assim: "O Verbo estava com o Pai e o Verbo era o Pai". Para que isso implicasse em uma pluralidade de pessoas em Deus, seria necessária uma mudança na definição de Deus, no meio do versículo. Devemos também notar que I João 1:2 não indica que o Filho estava com Deus na eternidade. Afirma, antes, que a vida eterna estava com o Pai. Naturalmente, Jesus Cristo manifestou a vida eterna para nós. Ele é o Verbo da vida no versículo um. Entretanto, isso não significa que a vida eterna existia como uma pessoa separada do Pai. Significa, simplesmente, que o Pai possuía vida eterna em Si mesmo-Ele estava com Ele - desde o princípio. Essa vida eterna ele a mostrou a nós, através do seu aparecimento na carne, em Jesus Cristo. Dois Testemunhos Jesus disse: "Não sou eu só, porém eu e aquele que me enviou. Também na vossa lei está escrito que o testemunho de duas pessoas é verdadeiro. Eu testifico de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também testifica de mim" (João 8:16-18). Pouco antes desses versículos, Jesus havia dito: "Eu sou a luz do mundo" (versículo 12). Esta era uma afirmação de seu papel messiânico (Isaías 9:2; 49:6). Os fariseus replicaram: "Tu dás testemunho de ti mesmo, logo teu testemunho não é verdadeiro" (João 8:13). Em resposta a essa acusação, Jesus explicou que Ele não era o único a testemunhar, mas que dois davam testemunho do fato de que Ele era o Messias, o Filho de Deus. As duas testemunhas eram o Pai (o divino Espírito) e o homem Jesus. Em outras palavras, tanto Deus Pai como homem Jesus podiam testificar que o Pai estava manifestado em carne, em Jesus. Jesus era ambos, Deus e homem de ambas as naturezas podiam testificar esse fato. Nenhuma separação de pessoas, na divindade era necessária para que tal ocorresse. Na verdade, se alguém entende que as duas testemunhas eram pessoas separadas em uma trindade, ela precisa explicar porque Jesus não disse que havia três testemunhas. Afinal de contas, a lei requeria duas testemunhas, mas pedia três, se possível (Deuteronômio.17:6; 19:15). Quando Jesus se referiu a seu Pai, os fariseus questionaram Jesus a respeito do Pai, sem dúvida se perguntando quando teria o Pai testemunhado diante deles. Em vez de dizer que o Pai era outra pessoa na divindade, Jesus identificou-se com o Pai-o "Eu sou" do Velho Testamento (João 8:19-27). Os dois testemunhos vinham do Espírito de Deus e do homem Cristo, e ambos testificavam que Jesus era Deus na carne.

O Uso Do plural
Várias vezes Jesus se referiu ao Pai e a Si mesmo, no plural essas passagens estão no livro de João, o escritor no Novo Testamento que mais do que qualquer outro, identificou Jesus como Deus e o Pai. É um erro supor que o uso do plural significa que Jesus é uma pessoa separada do Pai, na divindade. Esse uso, no entanto, indica uma distinção entre a divindade (Pai) e à humanidade (Filho) de Jesus Cristo. O Filho, que é visível, revelou Pai, que é invisível. Jesus disse: "Se conhecêsseis a mim, a também conheceríeis a meu Pai (João 8:19)”; Aquele que me enviou... Não me deixou só “(João 8:29); Quem me odeia, odeia também a meu Pai" (João 15:23); "Mas agora não somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim, como a meu Pai" (João 15:24); e, "Não estou só, porque o Pai está comigo" (João 16:32). Esses versículos das uma usam o plural para expressar um tema consistente: Jesus não é apenas um homem, mas Ele é Deus, também. Jesus não era um homem comum, como Ele parecia ser exteriormente. Ele não estava só; Ele tinha o Espírito do Pai em seu interior. Isso explica a dual natureza de Jesus e revela a unicidade de Deus.
Como o Pai estava com Jesus? A explicação lógica é que Ele estava em Jesus. Portanto, se você conhece Jesus, você conhece o Pai; se você vê Jesus, vê o Pai; e se você odeia Jesus, você odeia o Pai. II João 9 afirma: "O que permanece na doutrina, esse tem assim o Pai como o Filho" e. Qual é a doutrina de Cristo? É a doutrina que afirma que Jesus é o Messias; Ele é o Deus do Velho Testamento manifestado na carne. Quer dizer, o apóstolo escreveu que se compreendermos a doutrina de Cristo, entenderemos que Jesus é ambos, o Pai que o Filho. Não negamos, assim, nem o Pai, nem o Filho. Quando aceitamos a doutrina de Cristo, aceitamos a doutrina de ambos, do Pai e do Filho. É verdade também, que se negamos o Filho estamos negando o Pai, mas se confessamos o Filho, temos confessado, também, o Pai (I João e 2:23). Uma outra passagem com plural que merece especial atenção, João 14:23 "Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada". A chave para o entendimento desse versículo é ter em conta que o Senhor não estava falando de habitar em nós fisicamente. Além do mais, se há dois Espíritos Deus, um do Filho e outro do Pai, haveria pelo menos dois Espíritos em nosso coração. Entretanto, Efésios 4:4 declara que há um Espírito. Sabemos que João 14:23 não quer dizer entrada corpórea, porque Jesus tinha dito: "Naquele dia vós conhecereis que Eu estou em meu Pai e vós em mim e Eu em vós" (João 14:20). Naturalmente nós não estamos em Jesus no sentido físico. Portanto, o que significa essa passagem? Ela significa uma união _ um em mente, propósito, plano de vida _ com Cristo. Essa é a mesma idéia expressa em João 17:21-22, quando Jesus orou: "A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai; em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos". Mesmo assim, porque Jesus usou o plural ao falar da união dos crentes com Deus? Naturalmente, Deus tinha planejado a salvação para reconciliar o crente com Ele mesmo. Mas, o homem pecador não pode aproximar se de um Deus santo, e um homem finito não pode compreender um Deus infinito. O único modo pelo qual podemos nos reconciliar com Deus e compreendê-lo é através de sua manifestação na carne, através do homem sem pecados, Jesus Cristo. Quando somos um com Jesus, automaticamente somos um com Deus, uma vez que Jesus não é apenas um homem, mas, também, Deus. Jesus usou o plural para enfatizar o fato de que, para estarmos unidos com Deus, precisamos, primeiro, receber a expiação através do sangue de Jesus. Há apenas um mediador entre o homem e Deus, o homem Jesus (I Timóteo 2:5). Ninguém vem ao Pai a não ser por intermédio de Jesus (João 14:6). Para estarmos doutrinariamente corretos, precisamos confessar que Jesus veio em carne (I João 4:2-3). Quando recebemos Cristo, temos recebido ambos, o Pai e o Filho (II João 9). Nossa união com o Pai e o Filho não é uma união com duas pessoas da divindade, mas simplesmente uma união com Deus através do homem Jesus: "A saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo" (II corintios 5:19). Uma outra maneira de se pensar a respeito de nossa união com Deus é nos lembrarmos dos dois ofícios diferentes ou relacionamentos, representados pelo Pai e pelo Filho. O crente tem a sua disposição as qualidades de ambos os papéis, tais como a onipotência do Pai e o sacerdócio e a submissão do Filho. Ele tem o Pai e o Filho. Entretanto, ele recebe todas essas qualidades de Deus quando recebem o único o Espírito de Deus, o Espírito Santo. Ele não recebe dois ou três Espíritos. Quando Deus vem habitar o crente isso se chama o dom (ou batismo) do Espírito Santo, e esse dom põe à nossa disposição todos os atributos e papéis de Deus: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo" (I Corintios 12:13).
Se, por outro lado, uma pessoa interpretasse João 14:23 e 17:21-22, como descrevendo a união de duas pessoas na divindade, então, para ser coerente, teria que interpretar que as Escrituras afirmam que os crentes se tornam membros da divindade, assim como Jesus. Essas passagens, claramente aludem a união com Deus que o Filho de Deus tem é que podemos usufruir, acreditando no evangelho e obedecendo-o. (Jesus, naturalmente, ele, também, um com o Pai no sentido de que Ele é o Pai, mas não é isso que esses versículos, em particular, descrevem).
Conversas Entre Pessoas Na Divindade? Não há registro na Bíblia de uma conversa entre duas pessoas de Deus, mas há muitas representações de comunhão entre as duas naturezas de Cristo. Por exemplo, as orações de Cristo retratam sua natureza humana buscando auxílio do eterno.
A Mão Direita de Deus
Numerosas passagens, no Novo Testamento, nos falam de Jesus assentado à mão direita de Deus. Pedro usou essa expressão em Atos 2:34, citando o Salmo 110:1. De acordo com Atos 7:55, Estevão levantou seus olhos para os Céus, enquanto era apedrejada até a morte e "viu a glória de Deus, Jesus, que estava à sua direita." o que significa essa expressão? Significa que há duas manifestações físicas de Deus, no céu? Deus e Jesus, com o segundo permanecendo permanentemente a mão direita de Deus? Foi isso que Estevão viu? Não é correto interpretarmos "a mão direita de Deus", literalmente, como uma mão física. Primeiro porque nenhum homem jamais, a Deus, nem ninguém pode vê-lo (João 1:18; I Timóteo 6:16; I João 4:12). Deus é Espírito e, como tal, Ele é invisível (I Timóteo 1:17). Ele não tem uma mão direita física, a menos que Ele escolha se manifestar em forma humana. Sabemos que Estevão não viu, literalmente Deus de Jesus, separados. Se ele viu duas pessoas, porque iria ignorar uma delas, orando apenas a Jesus? (Atos 7:59 e 60). Se ele viu manifestações físicas, separadas, do Pai e do Filho, por que não viu o Espírito Santo, a terceira pessoa?Uma leitura cuidadosa de Atos 7:55, nos permitirá afirmar que Estevão não viu Deus separado de Jesus. O versículo 55 não diz que Estevão viu o Espírito de Deus, mas nos diz que ele viu "A glória de Deus e Jesus. No versículo 56, Estevão disse:” Eis que vejo céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus “. A única imagem visual ou pessoa que Estevão realmente viu foi Jesus Cristo. Outros problemas surgem quando tomamos "A mão direita de Deus" no seu sentido literal. Jesus está sentado à mão direita de Deus, como registra Atos 2:34, ou está em pé à destra de Deus, como está registrado em Atos 7:55 e 56? Jesus está sentado sobre a mão direita de Deus, e estendida, o está sentado ao lado da mão direita? Jesus está no colo de Deus? (João 1:18). O que comentar a respeito de Apocalipse 4:2, que descreve no trono no céu e Um que está sentado no trono? O Pai está sentado no trono, e Jesus está assentado ao lado? O que dizer, então, a respeito do fato de Jesus ser o que está sentado no trono? (Apocalipse 4: 2,8; 1: 8,18). Obviamente, então, a descrição de Jesus, à mão direita de Deus, tem que ser figurativa ou simbólica. Na verdade isso fica evidente a partir de numerosas referências, através de toda a Bíblia, a mão direita de Deus. No Salmo 16:8, Davi escreveu: "O SENHOR, tendo-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita não serei abalado". Será que isso significa que o SENHOR estava sempre, fisicamente, presente à direita de Davi? O Salmo 77:10 diz: "E logo me lembrei dos anos da destra do Altíssimo". O salmista prometeu se lembrar dois anos quando Deus tinha a mão direita? O Salmo 9:1 declara, a respeito do SENHOR: "A sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória". Isso significa que Deus derrotou seus inimigos, tendo a mão esquerda mantida às costas, e esmagando-os com a sua mão direita física? O Salmo 109:30 de uma firma que o SENHOR "Se põe em à direita do pobre". Ele, fisicamente, permanece junto aos pobres, durante todo o tempo? O SENHOR declarou, em Isaías 48:13: "A minha destra estendeu os céus", e, em que o Isaías 62:8 o SENHOR jogou pela sua mão direita. Deus estendeu uma grande mão e, literalmente, cobriu o céu? O Deus colocou sua mão esquerda sobre sua mão direita e jurou por ela? Jesus expulsou demônios pelo dedo de Deus (Lucas 11:20). Ele apanhou dos céus um dedo gigantesco e expulsou o demônio das pessoas? Naturalmente, a resposta a todas essas perguntas é "Não". Portanto, precisamos entender "Mão direita de Deus" num sentido figurativo, simbólico ou poético e não no sentido físico, real. Assim sendo, o que significa a frase? Na Bíblia, a mão direita significa força, poder, importância e preeminência, assim como no nosso uso comum, em frases como: "Ele é minha mão direita", ou, "Eu daria minha mão direita por isso". O estudioso trinitárianista Bernard Ramm diz: "Falamos da onipotência de Deus em termos de mão direita, porque, entre os homens, a mão direita é símbolo de força e autoridade. Nos referimos a estar assentado à direita de Deus como primazia, porque nos relacionamentos sociais dos homens, a posição à direita, ocupada pelo hóspede era o lugar de mais alta honra".
É interessante e instrutivo usarmos alguns exemplos bíblicos para mostrar essa associação que existe entre a mão direita e o poder. Êxodo 15:6 proclama: "A tua destra, ó SENHOR, e gloriosa em poder". O Salmo 98:1 e o Salmo 110:1 associam a destra de Deus com a vitória sobre os inimigos. Quando a Bíblia fala de Jesus sentado à direita de Deus, ela quer dizer que Jesus tem todo o poder de autoridade de Deus. O próprio Jesus deixou isso claro, em Mateus 26:64: "Entretanto, eu vos declaro que desde agora vereis o Filho do homem assentado à destra do Todo-Poderoso, e vídeos sobre as nuvens do céu". (veja, também, Marcos 14:62; Lucas 22:69). Desse modo, Jesus declarou ter todo o poder de Deus; por conseqüência, ele declarou que ele mesmo era Deus. Os judeus entenderam essas declarações e por causa delas, o sumo sacerdote acusou Jesus de blasfêmia (Mateus 26:65). Aparentemente, o sumo sacerdote conhecia o significado dado à mão direita no Velho na e, assim compreendeu que Jesus estava afirmando ter o poder de Deus e ser Deus. I Pedro 3: 22 demonstra que a "Destra" significa que Jesus tem todo o poder e autoridade: "O qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes". Do mesmo modo, Efésios 1:21-22 usa essa expressão para dizer que Jesus tem primazia sobre todo principado, e potestade, e poder, e domínio e de todo nome. Essa passagem liga, também, a mão direita com a exaltação de Cristo. Nesse contexto, Ato 5:31 afirma: "Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel arrependimento e a remissão de pecados". (veja, também, Salmos 110:1; Atos 2:33 e 34). Ato 5:31 indica que a mão direita ou braço de Deus, às vezes, se referem especificamente o poder de salvação de Deus. Muitos outros versículos das Escrituras falam da desta de Deus como representando a libertação e a vitória que Deus como concede a seu povo (Êxodo 15:6; Salmo 44:3; Salmo 98:1). Isaías 59:16 diz: "O seu próprio braço e lhe trouxe a salvação". Parece, portanto, que a discrição de Jesus à direita de Deus significa que Jesus é o poder salvador de Deus. Esse conceito está de acordo com a associação da posição de Jesus à direita de Deus e seu papel mediador, particularmente sua obra como nosso intercessor e sumo sacerdote (Romanos 8:34; Hebreus 8:1). Mesmo compreendendo a destra de Deus dessa maneira, podemos ainda nos deixar intrigar porque a Bíblia fala, às vezes, de Jesus "Assentado " à direita de Deus (como em Hebreus 10:12) em vez de simplesmente dizer que ele está à direita de Deus (como em Romanos 8:34). É provável que essa frase, em particular, indique que Jesus recebeu completa glória, poder e autoridade, a um determinado ponto, no tempo. Essa exaltação começou com sua ressurreição e se completou com sua ascensão. Naquele momento ele se libertou de todas as limitações humanas e restrições físicas da auto limitação à qual Jesus se submetera na encarnação, como está descrita em Filipenses 2:6-8. Ele cumprira seu papel como homem sobre a face da terra. Jesus não está mais submisso a fragilidade e fraquezas humanas. Não é mais o servo sofredor. Sua glória majestade e seus outros atributos divinos não estão mais escondidos do espectador casual. Ele, agora, exerce seu poder como Deus, através de um corpo humano glorificado. Agora, ele mostra e se mostrará, como o Senhor de tudo, o Justo Juiz, e o Rei de toda terra. Foi por isso que Estevão não viu Jesus como o homem comum que Ele parecia ser quando estava na terra, mas viu a Jesus com a glória e o poder de Deus. Assim, também, João viu Jesus revelado como Deus em toda sua glória e poder (Apocalipse 1). Essa exaltação, glorificação e revelação de Cristo culminou em sua ascensão. Marcos 16:19 diz: "De fato o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se a à destra de Deus". A frase "Assentou-se" indica que a obra sacrificial de Cristo não vai continuar, mas está completa. "Depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas”.(Hebreus 1:3). “Ora, todos sacerdotes se apresentam dia após dia a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios... Jesus, porém tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, a sentou-se à destra de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés”.(Hebreus 10:11-3). Em resumo, encontraríamos muitas contradições se interpretássemos a descrição de Jesus à destra de Deus como significando um posicionamento físico de dois Deuses, com corpos separados. Se entendermos essa descrição como simbolizando poder, força, autoridade, a preeminência, vitória, exaltação e capacidade de salvar de Jesus, manifestados na carne, então eliminaremos os conceitos conflitantes. Mais que isso, essa interpretação condiz com o uso da expressão "A mão direita de Deus", através de toda a Bíblia. A "Mão direita" revela a onipotência e a absoluta divindade de Jesus e sustenta a mensagem de um Deus em Cristo. Voltando à questão original, o que Estevão, realmente, viu? Está claro que ele viu Jesus. Isaías 40:5, com referência à vinda do Messias, diz: "A glória do SENHOR se manifestará, e toda a carne a verá". Jesus é a glória de Deus revelada. Estevão viu a glória de Deus, quando ele viu Jesus. Ele viu Jesus irradiando a glória que possuía como Deus e com todo o poder e autoridade de Deus. Em resumo, ele viu o Cristo exaltado. Ele viu Jesus, não simplesmente como homem, mas como o próprio Deus, com toda a glória, poder e autoridade. Por isso ele invocou a Deus dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu Espírito! (Atos 7:59)”.
 
As Saudações Nas Epístolas
A maior parte das epístolas apresenta uma saudação que menciona Deus, o Pai e o Senhor Jesus Cristo. Paulo, por exemplo, escreveu: "Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo" (Romanos 1:7), e: "Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo" (I Corintios 1:3). Será que essas expressões indicam uma separação de pessoas? Se as interpretássemos assim, teríamos que responder a sérias questões. Primeiro, por que essas saudações não mencionam o Espírito Santo? Ainda que elas sejam interpretadas como ensinando uma separação de pessoas, elas não comprovam a doutrina da trindade. Assim interpretadas essa saudações poderiam ensinar o binitarianismo; poderiam, também, relegar o Espírito Santo a um papel menor, na trindade. Segundo, se interpretarmos outras passagens semelhantes para indicar pessoas separadas na divindade, poderemos, facilmente, encontrar quatro pessoas na divindade. Por exemplo, colossenses 2:2 fala do "Mistério de Deus, Cristo". Outros versículos das escrituras falam sobre o "Senhor Jesus e Deus Pai" (Colossenses 3:17; Tiago 1:27) ou "Nosso Deus de Pai" (I Tessalonicenses 1:3). I Tessalonicenses 3:11 diz: "Ora, o nosso mesmo Deus de Pai, com Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até a vós". Portanto, se e separa diferentes pessoas, temos, pelo menos, quatro pessoas: Deus, o Pai, o Senhor Jesus Cristo, e Espírito Santo. Se as saudações não indicam pluralidade de pessoas na divindade, o que elas significam? Fazendo referência ao Pai e a nosso Senhor Jesus Cristo, os escritores estavam dando ênfase aos dois papéis de Deus e a importância de o aceitarmos em ambos os papéis. Não apenas precisamos acreditar em Deus como nosso criador e Pai, mas devemos aceitá-lo, também, manifestado em carne, através de Jesus Cristo. Todos devem saber que Jesus veio na carne e que ele é tanto Deus como Cristo (Messias). Conseqüentemente, as saudações reforçam a crença, não apenas em Deus, que os judeus e muitos pagãos aceitavam, mas, também, em Deus revelado em Cristo. Isso explica por que era desnecessário mencionar o Espírito Santo; o conceito de Deus, como Espírito, estava encerrado no título de Deus pai, especialmente na mente dos judeus. Precisamos nos lembrar, também, que a doutrina da trindade não surgiu senão muito mais tarde, na história da igreja. Portanto, essas expressões não soavam nem um pouco estranhas aos escritores ou aos leitores. Um estudo do original grego é muito interessante, em relação a essas passagens onde encontramos as saudações. A palavra traduzida por e vem da palavra Grega Kai. Ela pode ser traduzida como " e" ou como" até " (no sentido de" isto é" ou" que é igual a"). Por exemplo, a versão KJV traduz kai como" e" em II Corinthians 1:2 mas como" até " em verso 3. Verso 2 diz," de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo," enquanto o verso 3 diz," Deus, até o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo". Verso 2 poderia aparecer corretamente como," de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo". O KJV traduz kai até " como" em vários outros lugares, inclusive as frases" Deus, até o Pai" (I Corinthians 15:24; Tiago 3:9) e" Deus, até nosso Pai" (I Tessalonicenses 3:13). Assim as saudações poderiam se ler da mesma maneira que," de Deus nosso Pai, até o Senhor Jesus Cristo". Para apoio adicional disto, o grego não tem o artigo definido (" o") antes de" Senhor Jesus Cristo" em quaisquer das saudações. Assim, ainda que traduzimos kai como" e," as frases se lêem literalmente," de Deus nosso Pai e Senhor Jesus Cristo." Mesmo quando kai é traduzida como "e", os tradutores, a maior parte das vezes, concordam que a frase indica apenas um ser ou pessoa. Abaixo estão alguns exemplos:
O Uso de Kai.
Referência bíblica Versão Tradução

1 Galatas 1:4 KJV Deus e nosso Pai

NIV nosso Deus e Pai

ABA nosso Deus e Pai

2 Efésios 5:5 KJV O reino de Cristo e de Deus

NIV O reino de Cristo e de Deus

NIV (nota de rodapé) Ou' reino de Cristo e Deus’

3 Colossenses 2:2 KJV O mistério de Deus, e do Pai, e de Cristo

NIV O mistério de Deus Isto é, Cristo

NIV (nota de rodapé) Alguns manuscritos, ‘Deus o mesmo o Pai, e de Cristo’

TAB Deus [que é] o Cristo

4 KJV A graça de nosso Deus e o Senhor Jesus Cristo

NIV A graça de nosso Deus e o Senhor Jesus Cristo

NIV (nota de rodapé) Ou' Deus e Senhor, Jesus Cristo’

5 I Timoteo 5:21 KJV Antes Deus, e o Senhor Jesus Cristo

NIV À vista de Deus e Cristo Jesus

6 Tito 2:13 KJV O grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo

NIV Nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo

TAB Nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus

7 II Pedro 1:1 KJV Deus e nosso Salvador Jesus Cristo

NIV Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo

TAB Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo

8 Judas 4 KJV O único Senhor Deus, e nosso Deus Jesus Cristo

NIV Jesus Cristo nosso único Soberano e Senhor

TAB Nosso único Mestre e Senhor, Jesus Cristo,

Essa tabela mostra que Kai, vezes de às, identifica como de Deus o Pai, mesmo de ou o Jesus, como Deus. Daí fica fácil notar que Kai, às vezes identifica Jesus como Pai, uma vez que a construção gramatical é semelhante, nos três casos. Concluímos, então, que as saudações não indicam qualquer distinção de pessoas em Deus. No máximo, o uso de Kai nesses casos, indica uma distinção de papéis, manifestações ou nomes pelos quais o homem conhece Deus. Em pelo menos alguns casos, o uso de Kai realmente identifica Jesus como sendo Deus - como sendo Pai.
"A Bênção Apostólica"
II Corintios 13:13 diz: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós". Ainda uma vez devemos nos lembrar que Paulo escreveu esse versículo das Escrituras, num tempo quando o trinitarianismo não era senão uma doutrina no futuro, e, portanto, o versículo, na época não parecia complicado ou incomum. Basicamente, o versículo expressa três aspectos o atributo de Deus que podemos conhecer e obter. Primeiro, a graça de Deus. Deus tornou sua graça acessível à humanidade através de sua manifestação na carne, Jesus Cristo. Em outras palavras, favor imerecido, ajuda divina, e salvação vem até nós pela obra expiatória de Jesus. Deus é amor, e amor sempre tem sido parte da sua natureza básica. Ele nos amou antes mesmo de se envolver em carne, como Cristo. E, finalmente, o batismo do Espírito Santo nos dá comunhão com Deus e com nossos companheiros que crêem: "Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo” - o corpo de Cristo (I Corintios 12:13). Tendo Espírito de Deus habitando em nós, não a presença do corpo físico de Jesus Cristo, temos um relacionamento contínuo e atual com Deus, de modo diferente daquele disponível aos santos no Velho Testamento. II Coríntios 13:13 é lógico e compreensível, quando o interpretamos como os três importantes relacionamentos que Deus compartilhou conosco ou como três diferentes obras, executada por um único Espírito. Há diversidade de operações, mas apenas um Deus operando tudo em todos (I Corintios 12:4-6).
 
Outras Tríplices Referências Nas Epístolas E Apocalipse
Diversos outros versículos das Escrituras estabelecem a identidade de Deus através de três títulos ou nomes. Entretanto, muitos mais versículos usam apenas duas identificações para Deus em particular, Deus e Senhor Jesus Cristo. Mas, a maior parte dos versículos das Escrituras usam apenas uma designação para Deus. Nas referências tríplices não parece haver qualquer significado especial no que diz respeito à divindade; nenhuma delas implica em separação de pessoas. Vamos analisá-las, uma de cada vez.
Efésios 3:14-17 usa os seguintes títulos para descrever Deus: "Pai", "Espírito", e "Cristo". De modo interessante, essa passagem da ênfase a um único Deus, sem distinção de pessoas, porque ela descreve o Espírito, I, como o Espírito do Pai e, então, como Cristo em nosso coração. Embora a KJV não seja clara a respeito do significado de "Seu", as NIV, TAB, RSV, e o texto grego de Nestle, demonstram claramente que "Seu Espírito" significa "O Espírito do Pai". Assim, nessa passagem, o Pai, o Espírito, e Cristo são todos identificados como o mesmo ser. A única distinção se acha na frase: "Pai de nosso Senhor Jesus Cristo", que distingue entre o Espírito de Deus e sua manifestação na carne. Efésios 4:4-6 afirma que há um Espírito, um Senhor e um Deus e Pai. Outra vez, isso prova a unicidade de Deus. O único Deus é Espírito e Ele é o Senhor de tudo. A idéia básica expressa nesses versículos é a da unicidade de Deus, não a de uma triplicidade. Por que esse pensamento foi reafirmado de três maneiras diferentes? O versículo 4 relaciona o único Espírito com a afirmativa de que há um corpo, lembrando-nos que o único Espírito de Deus nos batiza no único corpo ( I Coríntios 12:13). O versículo 5 agrupa "um Senhor", "uma fé" e "um batismo", indicando que devemos condicionar nossa fé e nosso batismo à pessoa, ao nome e à obra do Senhor Jesus, não apenas a uma crença em Deus como Espírito. O versículo 6 resume tudo, dizendo: "um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos (isto é, Senhor), age por meio de todos e está em todos (isto é, é o Espírito em você)". O único Deus é o único Senhor e o único Espírito. Uma interpretação trinitarianista de Efésios 4:4-6 não é lógica porque separa Jesus de Deus. Se esses versículos afirmam a existência de três pessoas, elas seriam: Deus e pai, Senhor, Espírito. Essa afirmação implica que o Pai é Deus num modo em que Jesus não o é. É contra a teoria da trindade pensar em Jesus como separado de Deus. Os trinitarianista devem ser coerentes com sua teoria e aceitar Jesus como o único Deus da Bíblia ou então abandonar sua teologia de um único Deus. De acordo com Hebreus 9:14, Cristo se ofereceu a Deus através do Espírito eterno. O assunto do versículo é o sangue de Cristo, portanto obviamente, o versículo se refere ao papel humano e intercessor de Cristo.
Como Cristo ofertou seu grande sacrifício? Através de sua natureza divina -- o Espírito eterno -- que não é outro senão o Pai. No Getsêmani, Jesus orou ao Pai e recebeu dele força para suportar a crucificação. Esse versículo ensina, simplesmente, que Cristo foi capaz de oferecer seu corpo humano a Deus, através do auxílio do Espírito de Deus.
Do mesmo modo, I Pedro 3:18 diz que Cristo foi condenado à morte na carne, mas reviveu (foi revivido) pelo Espírito para que ele pudesse nos levar a Deus. Sabemos que Jesus ressuscitou a si mesmo de entre os mortos por seu próprio Espírito divino (João 2:19-21; Romanos 8:9 -11). Em outras passagens da Bíblia diz que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos (atos 2:32). Assim, temos o homem Cristo ressuscitado dos mortos pelo Espírito de Deus -- a natureza divina de Cristo -- para reconciliar com Deus a humanidade. I Pedro 1:2 menciona a presciência de Deus Pai, a santificação do Espírito e o sangue de Jesus. Esse versículo descreve, simplesmente, diferentes aspectos de Deus e em relação à nossa salvação. Primeiro, presciência, é parte da onisciência de Deus, e Ele a tinha antes da encarnação e antes da posterior emanação do Espírito. Assim, é natural que nós a associe mos com papel de Deus como Pai. Em segundo lugar, Deus não tem sangue a não ser pelo homem Jesus, assim é mais natural dizer o sangue de Jesus, que o sangue de Deus e o sangue de Espírito. Finalmente, somos santificados, colocado separados do pecado, pelo poder da presença de Deus habitando em nós, ele, portanto, Pedro, naturalmente, falou da santificação pelo Espírito. Quanto a II Coríntios 13:13, a Bíblia usa o modo mais lógico para descrever esses atributos ou ofícios de Deus, isto é associando-se com os papéis, nomes, ou títulos que Deus possui. Judas 20,21 e 25 é uma outra passagem das escrituras semelhante. Fala de oração Espírito Santo, do amor de Deus, e da misericórdia de Jesus. Como antes, podemos entender isso facilmente como expressando diferentes operações de Deus pelo uso de papéis mais intimamente associados com essas obras. Apocalipse 1:4 e 5 dizem: "Graça e paz a vós outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos sete Espíritos que se acham diante do seu trono, e da parte de Jesus Cristo". De acordo com o versículo 8, Jesus é Aquele" que é, que era e que há de vir". Ele é aquele que está assentado no trono (Apocalipse 4:2 e 8). Os sete Espíritos pertencem a Jesus (Apocalipse 3:1; 5:6). Esta passagem, portanto, nos mostra, simplesmente, variados modos de olhar para o único Deus, que é Jesus Cristo. Versículo 5 menciona Jesus Cristo, além da descrição precedente de Deus, a fim de enfatizar sua humanidade, porque esse versículo chama Jesus de primogênitos dos mortos. Se uma pessoa entender que essa passagem significa a existência de três pessoas, o que a impediria de dividir o Espírito em sete pessoas, baseada no versículo 4? Também o versículo 6 fala de "Seu (de Jesus Cristo) Deus e Pai", e a mesma lógica acharia ai duas pessoas -- Deus e Pai.
Resumindo, diversos versículos das escrituras usam três títulos ou nomes para Deus. Em cada caso a Bíblia usa uma maneira muito natural e fácil de entender, a fim de descrever uma pluralidade de papéis, atributos, ou ofícios de Deus. Em muitos casos, esses versículos, na realidade, providenciam a maior evidência de que a um só Deus, sem distinção de pessoas.

A Plenitude De Deus
Neste livro temos destacado Colossenses 2:9 várias vezes, porque ensina que toda a plenitude da Divindade habita, corporalmente, em Jesus Cristo. Entendemos que isso significa que tudo o que Deus possui - seus atributos, poder e caráter - está em Jesus. Pai de Filho e Espírito Santo, Jeová, Verbo, etc., estão todos em Jesus. Alguns trinitarianista tentam rebater essa interpretação referindo-se a Efésios 3:19, que diz que como cristãos, podemos ser tomados de toda a plenitude de Deus. Portanto, argumentam, Colossenses 2:9 não indica a plena divindade de Jesus mais do que Efésios 3:19 indica a plena divindade dos cristãos. Vamos responder a esse argumento, analisando esses dois versículos, um de cada vez.
Colossenses 2:9 não se refere a plenitude da divindade do mesmo modo que Efésios 3:19. Imediatamente após afirmar que toda a plenitude da divindade habita corporalmente em Jesus, a Bíblia acrescenta: "Também nele estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade” (Colossenses 2:10). Em outras palavras, tudo aquilo que necessitamos está em Jesus, e Jesus é onipotente. Essas afirmativas se baseiam no versículo 9, e, portanto, o versículo 9 deve realmente significar que tudo que Deus possui está em Jesus.
De fato, esse é a única conclusão lógica, em relação a esse ponto, com base no assunto tratado pelo livro. Os capítulos 1 e 2 fazem a seguintes declarações a respeito de Jesus:

A Plenitude Da Divindade De Jesus Afirmada Em Colossenses
Verso Descrição de Jesus

1 1:15 Ele é a imagem do Deus invisível

2 1:16 Ele é o Criador de todas as coisas

3 1:17 Ele está antes de todas as coisas (Eterno)

4 1:17 Nele tudo subsiste

5 1:18 Ele é a Cabeça da igreja

6 1:18 Ele tenha a primazia

7 1:19 Nele reside toda a plenitude de Deus

8 1:20 Ele reconciliou com Deus todas as coisas

9 2:3 Ele tem todos os tesouros da sabedoria e conhecimento (Onisciência)

10 2:5 Devemos ter fé nele

11 2:6 Devemos andar nele

12 2:7 Devemos ser radicados e edificados nele

13 2:9 Toda a plenitude da Divindade habita nele corporalmente

14 2:10 Nele estamos aperfeiçoados

15 2:10 Ele é a Cabeça de todo o principado e potestade(Onipotência)

Devemos notar que em Colossenses 2: 2 o assunto é "O mistério de Deus, Cristo", ou como diz a NIV "O mistério de Deus, a saber, Cristo". O versículo 9 é apenas uma elaboração ou explicação complementar desse mistério. O mistério de Deus (Cristo) é que toda a plenitude da divindade habita em Cristo. Assim, vemos, pelo contexto, que Colossenses 2:9 é uma explicação da completo divindade de Cristo. A palavra grega para Divindade, em Colossenses 2:9 é Theotes. A palavra corporalmente nos lembra a palavra encarnação que significa a corporificação de um Espírito em forma terrena. Juntando ambos, Colossenses 2:9 nos diz que Jesus é a encarnação da plenitude de Deus -- Ele é a manifestação corpórea de tudo que Deus é. A Bíblia amplificada traduz Colossenses 2: 9: "Porque nele toda a plenitude da Divindade continua a habitar em forma corpórea -- dando completa expressão à natureza divina". Ela traduz Colossenses 1:19 como: "Porque foi do agrado do Pai que toda divina plenitude -- a soma total de perfeição, dos poderes e dos atributos divinos -- habitassem nele permanentemente. A NIV traduz Colossenses 2:9 como: "Porque em Cristo toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea". E traduz Colossenses 1:19 com: "Por que foi do agrado de Deus ter toda sua plenitude habitando nele". Buscando outras traduções de Colossenses 2:9 encontramos, no Novo Testamento do Século Vinte: "Porque em Cristo a Divindade habita encarnada em toda sua plenitude". O Novo Testamento em inglês moderno (J. B. Phillips) diz: "É nele que Deus se expressa completo e perfeitamente (dentro dos limites físicos que ele mesmo se impôs em Cristo)"; e, Cartas Vivas: parafraseando as Epístolas diz: "Porque em Cristo existe tudo de Deus em um corpo humano". Fica claro, portanto, que Colossenses 1:19 e 2:9, descrevem a completa Divindade de Jesus Cristo. Não podemos corretamente, aplicar a nós mesmos as afirmativas encontradas em Colossenses 1 e 2. Não somos a encarnação da plenitude de Deus. Nem somos oniscientes, onipotentes, etc. seja o que for que Efésios 3:19 queira significar, não pode ser a mesma coisa que Colossenses 1:19 e 2: 9. O que Efésios 3:19 quer dizer, então, quando afirma: "Para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus?” Quando observamos o contexto, vemos o que a passagem enfatiza: os cristãos poder que a plenitude de deus neles porque eles têm a Cristo. Uma vez que Cristo é a plenitude de Deus, quando temos Cristo em nós, temos a plenitude de Deus. O versículo 17 fala de Cristo habitando nosso coração, e o versículo 19 nos diz que podemos ter a plenitude de Deus, quando temos a Cristo. Longe de negar a divindade absoluta de Cristo, Efésios 3:19 estabelece, uma vez mais, tem tudo que há em Deus está em Cristo. Colossenses 2:10 reforça essa interpretação da passagem em Efésios, afirmando: também nele (Cristo) estás aperfeiçoados". A NIV o torna ainda mais claro: "Em Cristo recebereis a plenitude...”Do mesmo modo a TAB diz: "E estais nele, tornados defeitos e tendo alcançado a plenitude de vida -- em Cristo estais plenos da Divindade". Isso traz à tona uma questão: em que um cristão difere do homem Cristo, se ambos têm residente em si, a plenitude da Divindade? A resposta é Jesus é Deus revelado na carne. Ele tem sua natureza divina porque ele foi concebido pelo Espírito de Deus. Sua natureza humana tem a natureza divina habitando-a, mas sua natureza divina Deus. Portanto, nada pode, jamais, separa Jesus de sua divindade. Podemos viver sem o Espírito de Deus em nós e Espírito pode se afastar de nós, mas isso não pode acontecer com o homem Jesus. Cristo tem todos os atributos e o caráter de Deus como sua própria natureza, enquanto nós o temos apenas por que Cristo habita em nós. A natureza de Deus não é a nossa. Podemos deixar que ela brilhe em nós e nos oriente (caminhando segundo o Espírito), mas, também, podemos sufocá-la e deixa a nossa própria natureza humana predomina (caminhando segundo a carne). Jesus Cristo tem toda a clínica de Deus culturalmente, porque ele é o próprio Deus e encarnado. Podemos ter a plenitude de Deus em nossas vidas apenas quando permitimos que Jesus Cristo viva em nós. Há, ainda, um outro aspecto que devemos considerar com respeito a Colossenses 2:9. Alguns apontam que o propósito de Paulo ao escrever a passagem não era se opor ao trinitarianismo, mas sim ao Gnosticismo. Paulo, naturalmente, não dirigiu sua argumentação diretamente contra o trinitarianismo, pois essa doutrina não havia surgido ainda! Paula estava, sem dúvida, se colocando contra a crença Gnóstica que sustentava ser Cristo uma emanação inferior do supremo Deus. Permanece, no entanto, o fato de que a linguagem de Paulo, inspirada pelo Espírito Santo, exclui o trinitarianismo. Colossenses é, claramente, uma afirmação da crença da unicidade. Não importa contra a qual das crenças falsas Paulo estava se opondo; o que permanece e a sua doutrina positiva. A doutrina da unicidade que ele ensinou permanece, com certeza, em oposição ao Gnosticismo, mas permanece, também, contra o trinitarianismo e contra qualquer outra crença que negue o fato de que a completa divindade habita em Jesus Cristo. Filipenses 2: 6-8 Essa passagem descreve Jesus Cristo da seguinte maneira: "Pois ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se e semelhança de um homem; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz". A NIV diz: "Aquele que, sendo Deus em sua própria natureza, não considerou a igualdade com Deus como algo a ser alcançado, antes, seu humilhou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, sendo achado semelhante ao homem, humilhou-se e se tornou obediente até a morte e morte na cruz”! Aparentemente, esse versículo está afirmando que Jesus tinha a natureza de Deus, que Ele era o próprio Deus. Deus não tem nenhum igual (Isaías 40:25; 46:5 e 9). O único modo pelo qual Jesus pode ser igual a Deus é sendo Deus. Assim, Jesus era igual (o mesmo que) Deus no sentido de que ele era Deus. Entretanto, Ele não considerou suas prerrogativas de Deus como algo a ser seguro ou mantido a qualquer custo, mas Ele desejou por tudo isso de lado e assumir a natureza humana para que pudesse salvar a humanidade perdida. Ele voluntariamente, se humilhou, servo obediente, e se entregou à morte de cruz. Adão desobediência. Jesus obediência, Mt.26:39,51-54; Jo.10:17,18;Os trinitarianistas interpretam esse versículo das Escrituras como descrevendo 2 pessoas na divindade-Deus Pai e Deus Filho. Sob esse ponto de vista, o Filho tinha a mesma natureza do Pai, mas não era o Pai. Eles argumentam que o Filho divino encarnou, não o Pai. Muitos trinitarianistas argumentam ainda que na encarnação esse Filho divino se submeteu ou se esvaziou de muitos de seus atributos como Deus, inclusive da onipresença. Assim, eles falam do Kenosis ou esvaziamento de Cristo que vem da palavra grega Kenoo, na primeira parte do versículo 7. Embora essa palavra contenha em seu significado o conceito de "Esvaziar", muitas versões não escolhem esse significado. Aqui são três traduções para Kenoo, em Filipenses 2:7 "Aniquilou se a si mesmo" (KJV), "Anulou se" (NIV), e "Desde o jogo se (de todos os privilégios e méritos legítimos)". Do ponto de vista da unicidade Jesus não é Deus Filho, mas é tudo que Deus é, inclusive o Pai é Filho. Assim, em sua divindade, Ele é verdadeiramente igual ou idêntico a Deus. A palavra é igual, aqui significa que a natureza divina de Jesus era a própria natureza de Deus Pai. Jesus não se despojou dos atributos da divindade, antes se despojou de suas prerrogativas legítima como Deus, enquanto habitou, como homem, entre os homens. O Espírito de Jesus e que era o próprio Deus, jamais perdeu nada de sua onisciência, onipresença ou onipotência. Esse versículo se refere unicamente às limitações que Jesus impôs-se a si mesmo com respeito à sua vida humana. Como as três traduções, antes citadas, indicam, o Kenosis de Cristo consistiu numa entrega voluntária da glória e dos méritos, e não numa entrega de sua natureza de Deus. Cristo, como o homem, não recebeu a honra que lhe era devida como Deus. Em vez de agir em seu legítimo papel de Rei da humanidade, Ele se fez servo da humanidade. Como o homem Ele se submeteu à morte na cruz. Ele não morreu como Deus, mas como o homem. Portanto, esse versículo expressa um pensamento muito bonito: embora Jesus fosse Deus, Ele não insistiu em manter todos os seus direitos de Deus. Em vez disso, Ele, voluntariamente, se despojou de seus direitos à glória e a honra sobre a terra, assumindo a natureza do homem e morrendo.

Ele fez tudo isso para nos providenciar a salvação.
Como resultado da humilhação de Cristo, Deus (o Espírito de Jesus) exaltou enormemente Jesus Cristo (Deus manifestado em carne). Jesus tem um nome que é sobre todos os nomes -um nome que representa tudo o que Deus é. O Espírito de Deus deu esse nome a Cristo (Messias), por que Cristo era Deus manifestado em carne. Também, Jesus Cristo tem todo o poder sobre as coisas no céu, na terra, e debaixo da terra. Toda língua confessar que Jesus Cristo é Senhor, dando, dessa maneira, glória Deus Pai, na vez que o Pai está em Cristo. Filipenses 2:9-11 afirma: "Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que o nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e de baixo da terra, e toda linda confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" Muitos, talvez a maior parte dos trinitarianistas entendem, na verdade, o Kenosis de Cristo de um modo coerente com a unicidade. Por exemplo, um preeminente estudioso diz que Cristo não "E esvaziou" assim mesmo, realmente, dos atributos da divindade, pois isso significaria a abdicar da divindade, o que faria de Jesus um mero semi-deus. [26] Ao contrário, ele explica a passagem do seguinte modo: Jesus não renunciou à sua divindade, mas a seu ser na forma de Deus. Ele não se desfez de seus atributos divinos, mas o ocultou-os na fraqueza da carne humana. Eles estavam sempre à disposição, mas Ele escolheu não usá-los, ou Ele os usou de um novo modo. Ele impôs limitações a Si mesmo. Sua glória e majestade celestiais não estavam mais aparentes. Resumindo, Ele ocupou sua divindade em na humanidade, mas sua divindade era ainda evidente aos olhos da fé. Colossenses 1:15-17 .

Apocalipse 1:1 "Revelação de Jesus Cristo"
"Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu." aqui encontramos a distinção entre o eterno Espírito de Deus e o homem Cristo. Apenas o Espírito poderia revelar os eventos do final dos tempos. A humanidade de Cristo não poderia saber essas coisas (Marcos 13:32), portanto, Jesus Cristo as conhecia unicamente através do Espírito. Além disso, a divindade de Cristo não era um produto de sua humanidade, mas a união divino-humana era um produto da divindade. O livro do Apocalipse não revela apenas as coisas por vir, mas revela também divindade de Jesus Cristo e o conhecimento de ambos devem vir do Espírito de Deus. Muito depressa entendemos que o Apocalipse revela verdadeiramente Jesus como Deus, porque já no primeiro Capítulo João tem uma visão de Jesus, em toda a na glória e poder de Deus.
 
O Cordeiro Em Apocalipse 5
Apocalipse 5:1 descreve alguém sentado no trono, no céu com o livro (rolo) em sua mão direita. Então, nos versículos 6 e 7 descreve um Cordeiro que vem e toma o livro na mão direita daquele que está sentado no trono. Será que isso significa que há duas pessoas em Deus? Não. Uma vez mais queremos lembrar que o livro do Apocalipse é grande mente simbólico. Primeiro João não viu o invisível Espírito de Deus, ó porque o próprio João disse que o homem a um jamais o vira (João 1:18; I João 4:12). De fato nenhum homem pode ver a Deus (I Timóteo 6:16). Apocalipse 5:5 diz que um "Leão" abriria o livro, mas, em vez disso, no versículo 6, João viu um "Cordeiro". O versículo 6 diz que o Cordeiro tinha sido morto, mas mesmo assim, se movia. Ele tinha sete olhos, que simbolizam os sete espíritos ou o setenário Espírito de Deus (versículo 6) e a onisciência de Deus (Provérbios 15:3). O Cordeiro tinha sete chifres, que segui ficam a plenitude do poder de Deus ou a onipotência de Deus, porque os chifres, na bíblia, usualmente, simbolizam poder. (veja Zacarias 1:18 e 19; Apocalipse 17:12-17). Toda a descrição da cena demonstra a natureza simbólica da passagem. Para compreendê-la precisamos descobrir quem é Aquele no trono quem é o Cordeiro. Apocalipse 4:2 e 8 descrevem Aquele que está no trono como o "Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir". Ainda, em Apocalipse 1:8, Jesus descreve a si mesmo como "O Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso". (veja 1:11-18 e 22:12-16 para mais provas de que é Jesus quem fala em 1:8). Aquele que está no trono é, também, o juiz (Apocalipse 20:11-12) e, sabemos que Jesus será um Juiz de todos (João 5:22 e 27; Romanos 2:16; 14:10 e 11). Podemos, portanto, concluir que aquele que está sentado no trono é Jesus, com toda a sua divindade poder. O Cordeiro é Filho de Deus-Jesus Cristo em humanidade, particularmente em seu papel sacrificial. O Novo Testamento identifica Jesus como Cordeiro que derramou seu sangue pelos nossos pecados (João 1:36; I Pedro 1:19). É por isso que Apocalipse 5:6 descreve o Cordeiro como sacrificado em. Deus não poderia morrer, e não morreu; apenas à humanidade Jesus morreu. Portanto, o Cordeiro representa Jesus somente em sua humanidade como sacrifício pelo pecado. O restante do V capítulo prova isso, também, ao descrever o Cordeiro como nosso Redentor. Que se Cordeiro não é apenas o ser humano comum fica evidente uma vez que Ele tenha plenitude do Espírito de Deus, inclusive a onisciência e a onipresença (versículo 6). Ele tem outro papel como Leão da Tribo de Judá e como a raiz de Davi (versículo 5). O Leão significa o papel real de Cristo e sua descendência do rei Davi. Jesus era da tribo de Judá (Mateus 1:1-3; Lucas 3:33), que era a tribo real desde o tempo de Davi. O leão é o símbolo de Judá como soberano (Gênesis 49:9-10). A raiz de Davi faz alusão ao papel de Cristo como origem (criador) de Davi e Deus de Davi. Há ainda, um outro fato que dá sustento ao nosso ponto de vista de que o Cordeiro representa Jesus em sua humanidade mais do que uma segunda pessoa na divindade. O Cordeiro aparece para abrir o livro que está na mão de Deus. Muitos interpretam esse livro como sendo o documento da redenção. Outros o vêem como símbolo dos mistérios e planos de Deus. De qualquer modo, ele devia ser aberto por um ser humano, porque Deus não nos redimiria nem revelaria a Si mesmo a nós, em seu papel de Deus transcendental. Ele usou sua manifestação em carne humana como um meio tanto para se revelar como para ser nosso parente resgatador. (veja Levítico 25:25; 47-49). Portanto, o Cordeiro representa a humanidade de Cristo. Muitos eminentes estudiosos trinitarianistas concordam que Apocalipse 5 é simbólico e não descreve Deus Pai no trono e Deus Filho ao lado do trono. The Pulpit Commentary identifica aquele que está no trono como Deus triuno, [28] e o Cordeiro como Cristo, em seu ofício humano. Ele afirma: "O Filho, em seu ofício humano; como indicado por sua forma sacrificial de Cordeiro, pode tomar e revelar os mistérios da eterna divindade, na qual Ele, como Deus, toma parte". [29] Assim, mesmo aos olhos de estudiosos trinitarianistas, essa cena não indica a existência de uma trindade na Divindade. Podemos concluir que a visão, em Apocalipse 5, descreve, simbolicamente, as duas natureza se e os dois papéis Jesus Cristo. Como Pai, Juiz, Criador e Rei, Ele se assenta no trono; porque em sua divindade Ele é o Senhor Deus Todo-Poderoso.Como Filho, Ele apareceu como um Cordeiro sacrificado; porque em sua humanidade Ele é o sacrifício, morto por nosso pecado. João não viu o invisível Espírito de Deus, mas ele teve uma visão retratando, simbolicamente, Jesus no trono em seu papel de Deus e como um Cordeiro em seu papel de Filho de Deus, sacrificado pelo pecado. Se uma pessoa insistir em tomar literalmente essa passagem comprovadamente simbólica, então terá que concluir que João não viu duas pessoas de Deus, mas, antes, viu um Deus no trono em um Cordeiro perto do trono. Isso não é lógico, mas revela que o esforço dos trinitarianistas de fazer da passagem uma prova da trindade, é vão. Outros versículos do Apocalipse tornam claro que o Cordeiro não é uma pessoa separada de Deus. Em particular, Apocalipse 22:1 e 3 falam do "Trono de Deus e do Cordeiro", referindo-se ao único trono de 4:2 e 5:1. Depois de mencionar "Deus e o Cordeiro", Apocalipse 22:3 falam dos "Seus servos", e o versículo 4 se refere a "Sua face" e seu "Nome". O Cordeiro e a glória de Deus iluminam a Nova Jerusalém (Apocalipse 21:23), embora o Senhor Deus seja a luz (Apocalipse 22:5). Portanto, "Deus e o Cordeiro" são um único ser. A frase se refere a Jesus Cristo e indica sua dual natureza. Concluímos que Apocalipse 5, simbólica por natureza, revela a unicidade de Deus. Ela descreve Um no trono, mas descreve, também, um Leão, uma Raiz e um Cordeiro. Será que essa descrição revela quatro seres na divindade? Claro que não. Há, antes, apenas Um no trono. O Leão, a Raiz, e o Cordeiro representam, todos de forma simbólica, as características e as qualificações do Único digno de abrir os selos do livro. O Leão nos diz que Ele é o Rei da tribo de Judá. A Raiz nos fala que Ele é o Criador. O Cordeiro nos conta que Ele é Deus encarnado em nosso sacrifício. É apenas nesse último papel que Ele pode ser nosso Redentor, e pode abrir o livro. Portanto, Apocalipse 5 ensina que há um Deus e esse único Deus veio na carne como o Cordeiro (o Filho) para se revelar a humanidade e redimir o homem do pecado.

Porque Permite Deus Que Existam Versículos Sujeitos À "Confusão"?
Muitas pessoas perguntam: “Se a doutrina da unicidade e correta, porque Deus permite a alguns versículos que, aparentemente, trazem confusão ao assunto?” Por exemplo, se deus pretendia que batizássemos em nome de Jesus, porque permitiu que Mateus 28:19 fosse registrado tal como se encontra? Mesmo entendendo que esse versículo significa que devemos batizar no nome de Jesus Cristo, ele não é uma fonte desnecessária de confusão?
Primeiro, esses versículos das escrituras não trazem confusão, quando lidos no contexto original. Deus não pode ser responsabilizado pelos enganos dos homens. O versículo, como está registrado em Mateus, era compreendido perfeitamente, na época apostólica, e não é culpa de Deus que mais tarde os doutrinadores tenham torcido o significado das escrituras, interpretando-a fora do contexto.
Segundo, Deus, às vezes, tem o propósito apresentar a verdade de modo a deixá-la meio oculto. Em Mateus 13:10, por discípulos perguntaram a Jesus porque ele falava ao povo em parábolas. Ele explicou que os mistérios do Reino dos céus não eram dados ao povo (versículo 11). Por quê? "Por que, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem entendem... Porque o coração deste povo está em um merecido, de mal grado ouviram com seus ouvidos, e fecharam os seus olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados". (Mateus 13: 13 e 15). Em outras palavras, o povo não quer, realmente, ouvir, ver e entender mais sobre Deus. Se ele falasse a Ele claramente, talvez entendessem apesar de sua falta de anseio espiritual. Portanto, Jesus falava por parábolas para que apenas àqueles que têm realmente fome e sede de justiça pudessem ser satisfeitos (Mateus 5:6), é que somente aqueles que procurassem diligentemente pudessem encontrar a verdade (Hebreus 11:6). Após dar essa resposta, Jesus continuou a explicar a seus discípulos a parábola que tinha acabado de contar a multidão. Poderia Deus permitir que alguns versículos das escrituras se tornassem pedra de tropeço àqueles que estão satisfeitos com as tradições dos homens e aqueles que não procuram a verdade sincera e honestamente de todo o coração? Poderia ser que esses mesmos versículos se tornassem grandes revelações para os que honestamente buscam a intenção do Espírito? Se assim for, isso coloca uma grande responsabilidade sobre aqueles que foram instruídos conhecendo a verdade. Se não possuem a fome e o amor pela verdade e iguais àqueles exigidos dos outros, por Deus, eles próprios, eventualmente, abandonaram a verdade (II Tessalonicenses 2:10-12). Talvez isso explique porque muitos, entre os cristãos, jamais encontrem a verdade; porque alguns que a alcançaram vieram a perdê-la, e porque alguns que possuem pelo menos parte dela acabam perdendo o que tem.
 
Conclusão
Em conclusão, temos aprendido que o termo "Filho de Deus" se refere a encarnação, ou a manifestação de Deus com em carne. Deus planejou o Filho antes do começo do mundo, mas o Filho não teve real existência substancial até a plenitude do tempo. O Filho teve um começo porque o Espírito de Deus gerou (concebeu) o Filho no ventre de Maria. O reinado do Filho terá um fim porque quando a igreja for apresentada a Deus e quando Satanás, o pecado e a morte, tiverem sido julgados e dominados, o papel do Filho cessará. O Filho cumpre muitos papéis que no plano de Deus poderiam ser cumpridos apenas por um ser humano sem pecados. Naturalmente, o definitivo propósito do Filho e providenciar os meios de salvação para a humanidade decaída. Concluímos três coisas a respeito do uso da expressão "Filho de Deus". 1) não podemos usá-la separadamente da humanidade de Cristo, porque ela se refere, sempre, a carne ou ao Espírito de Deus em carne.2) Filho é sempre usado com referência ao termo, porque a filiação teve um começo e terá um fim . 3) como Deus, Jesus tem todo o poder, mas como Filho ele era limitado em poder. Jesus era tanto o homem quanto Deus. A doutrina bíblica do Filho é uma verdade maravilhosa. Ela apresenta algumas idéias complexas, principalmente porque é difícil para a mente humana compreender um ser que tenha uma natureza tanto humana quanto divina. Através do Filho, Deus apresenta vivida- mente sua natureza ao homem, particularmente seu amor incomparável. A doutrina do Filho não ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que enviou outra pessoa, "Deus Filho", para morrer e reconciliar o mundo como Pai. Pelo contrário, ela ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que Se vestiu em carne e deu a Si mesmo, como Filho de Deus, para reconciliar consigo o mundo (II Corintios 5:19). O único Jeová de Deus, do Velho Testamento, o grande criador do universo, o humilhou-se a Si mesmo, na forma de um homem para que o homem pudesse vê-lo, compreendê-lo e se comunicar com ele. Ele fez um corpo para si mesmo, chamado Filho de Deus. Deus mesmo providenciou meios para redimir a humanidade. "Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação" (Isaías 59:16). Para seu próprio braço providenciou salvação . Uma compreensão correta do Filho tem, portanto, o efeito de engrandecer e glorifica o Pai. De seu papel como Filho, Jesus orou ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra... manifestei o teu nome... eu lhes fiz conhecer o teu nome" (João 17 4,6 e 26.) O Pai revelou a Si mesmo ao mundo e reconciliou consigo o mundo, através do Filho.

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