segunda-feira, 31 de janeiro de 2011



"A I G R E J A DE JESUS CRISTO NAS ERAS"

O QUE A IGREJA NÃO É:

Não é a continuação da Dispensação Judaica com nome diferente.

Como já vimos referente aos JUDEUS, estes tem sido colocados de lado por um tempo para que a passagem fique clara e aberta para a IGREJA. JESUS disse, "Os profetas e a lei... até João" (Mat.11:13). Se as Escrituras colocam a Moisés, a Lei e os Profetas numa só dispensação, fazem com que JESUS CRISTO e a GRAÇA estejam noutra dispensação. Assim, esta é a ORDEM DIVINA e nós a iremos respeitar e não ajuntar aquilo que DEUS separou.

É por alguns acreditarem que a IGREJA não passa de apenas outra face do que eles chamam "A IGREJA JUDIA", que insistem com "rituais cerimoniais" e mantém o sacerdócio com seu altar, vestuário, etc., seus edifícios (prédios para adoração) com o formato do Templo, e chamam as ORDENANÇAS da IGREJA de "SACRIFÍCIOS" e "SACRAMENTOS". Vão ainda além ao denominar (ou querer chamar) a IGREJA de A IGREJA DO ESTADO - isto é, do governo querendo com isto fazer da IGREJA cabeça do governo do pais. Declaram e reclamam que as promessas de riquezas e glória do Velho Testamento tem sido transferidas dos JUDEUS a IGREJA. Veremos, no entanto, que isto não é o ensino das Sagradas Escrituras.
2) Não é "O REINO"
João Batista veio pregando que o REINO DOS CÉUS tinha chegado, e JESUS enviou os 12 (doze) e os 70 (setenta) a fazer isso mesmo. Mas o povo JUDEU rejeitou o REI, e o estabelecimento do REINO foi "prorrogado" ou ADIADO. Não poderá haver nenhum REINO até que "... certo homem nobre" que "... partiu para uma terra remota" a fim de tomar o REINO, possa VOLTAR. (Lucas 19:12)
A IGREJA nunca é confundida com o REINO nas Escrituras. A IGREJA é comparada -
a) a uma casa (I Tim. 3:15);
b) a um templo (I Cor. 3:16,17);
c) a um corpo (I Cor. 12:27-31); mas nunca a UM REINO. CRISTO é a Cabeça da IGREJA (Ef. 1:22; 4:15; Col. 1:18) e nunca se diz ser SEU REI mas, sim, a relação de Cristo com a IGREJA é a de NOIVOS (Ef. 5:23-32; Apoc. 21:2,9,10).
QUE A IGREJA É:
É um "MISTÉRIO"
O REINO não era um mistério. Os profetas do Velho Testamento o descreveram em termos luminosos. Mas havia ALGO que era um MISTÉRIO para eles, e isso era o que viria entre "... os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória...". Então temos ALGO aqui que vem entre "o sofrimento e a glória" (I Pedro 1:9-12). Isto é, entre a CRUZ e a COROA. JESUS foi quem "confidenciou" que isto seria a IGREJA, em Mat. 16:13-20, não dizendo nessa oportunidade como, nem quando, ela haveria de aparecer
O mistério da IGREJA foi primeiramente REVELADO ao apóstolo Paulo em Efésios 3:1-11, "Por esta causa, eu Paulo, sou o prisioneiro de JESUS CRISTO por vós, os gentios; se é que tendes ouvido A DISPENSAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS, que para convosco me foi dada; Como me foi este MISTÉRIO manifestado pela REVELAÇÃO... O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido REVELADO pelo Espirito aos seus santos apóstolos e profetas, a saber: que OS GENTIOS são co-herdeiros, e de UM MESMO CORPO e participantes da promessa em Cristo pelo EVANGELHO;... Para que agora, pela IGREJA, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida... Segundo O ETERNO PROPÓSITO que fez em Cristo JESUS nosso Senhor."
Destas Escrituras vemos que a IGREJA era desconhecida aos Patriarcas e Profetas do Velho Testamento. AGORA, que OS GENTIOS teriam oportunidade para se salvar NÃO era MISTÉRIO, como se pode verificar em Rom. 9:24-30. O MISTÉRIO era que Deus iria formar um corpo diferente, ou "UMA COISA NOVA", composta de JUDEUS e GENTIOS (Ef. 2:11-16) e esta NOVA COISA que Deus iria fazer é a IGREJA. A Igreja é o "elo" de ligação dos judeus aos gentios; dos descendentes de Sem aos descendentes de Jafet e Cam. A Igreja, que é de origem judaica abriga os gentios. Significa: Jafet e Cam habitando nas tendas de Sem.
SIGNIFICADO: É um corpo composto dos "chamados para fora".
A palavra IGREJA vem da palavra Grega "ECCLESIA" que significa "assembléia, ou congregação, ou "chamado para fora". Mas esta não é uma palavra usada exclusivamente para a IGREJA, pois ISRAEL também era uma congregação "chamada para fora do Egito" e de outras nações, o qual é chamado de "congregação (IGREJA) do deserto" em Atos 7:38. Qualquer Assembléia de adoradores que se congregam ou ajuntam num lugar de reunião para cultuar a Deus é uma "ECCLESIA" (Mat. 18:17; I Cor. 14:19,35).
O propósito desta dispensação pode ser visto no "Programa Divino" esboçado pelo Apóstolo Tiago na sua mensagem a Igreja Primitiva que estava reunida no seu primeiro congresso (concílio, convenção) em Jerusalém (Atos 15:13-18), onde ele declara que "Deus visitou os gentios, para tomar deles UM POVO PARA O SEU NOME."

Então, o propósito desta dispensação não é a conversão de TODO O MUNDO mas, sim, o de CONGREGAR (reunir, ajuntar) UM POVO para o SEU NOME. Isto é, a IGREJA.

Enquanto que ISRAEL é um CORPO DE CONGREGADOS (chamados para fora), é "UM CORPO NACIONAL", composto exclusivamente dos descendentes de Abraão; mas a IGREJA não é UM CORPO NACIONAL, porque não se compõe dos descendentes de uma só nação, porém de INDIVÍDUOS chamados de todas as nações, tribos, povos e línguas. Que Israel e a IGREJA são diferentes e separados, e portanto não os podemos misturar, fica claro no fato de que sua Eleição foi feita em épocas diferentes; e que a ELEIÇÃO da IGREJA é ANTERIOR a ELEIÇÃO de ISRAEL. Israel foi escolhido desde a FUNDAÇÃO DO MUNDO (Mat. 25:34); A IGREJA foi escolhida (ELEITA) antes da FUNDAÇÃO DO MUNDO (Ef. 1:4-6).

Desde a criação do homem, Deus tem estabelecido na Sua Palavra, o Seu Plano de ter um povo separado para o Seu Nome. Essa maravilhosa história iniciou-se e teve seqüência com os nossos primeiros pais: Adão, Abel, Sete, Matusalém, Enoque e Noé (este, salvo do dilúvio por sua justiça e fé em Deus). Após o dilúvio, Deus escolheu a Abraão e seus descendentes - O povo de Israel, no meio do qual habitou, sendo o Seu Guia, Pastor, Pai, Rei, Senhor e Salvador. Israel foi a "congregação" de Deus, no Antigo Testamento. Quando a Congregação de Israel rejeitou o seu Redentor, entregando-o a morte de cruz, a salvação foi estendida a todos os povos gentios, aos que crerem no Seu Nome - JESUS (João 1:12), em cumprimento a profecia do profeta Isaías (42:1-6; 49:6), citada no primeiro Concílio de Jerusalém (Atos 15:14-17), antes ouvida por Paulo na visão a caminho de Damasco, e mais tarde mencionada por ele mesmo aos Romanos (11:11).

É O CORPO DE CRISTO

Em Ef 1:22,23. lemos, "E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o construiu como cabeça da IGREJA, que é O SEU CORPO...". No versículo 20 é demonstrado que para ser a CABEÇA, Cristo foi colocado a direita (lugar de PODER) nos céus. Assim, primeiro foi formada a CABEÇA para dar vida ao CORPO. A IGREJA assim veio a ser o CORPO e a CABEÇA é CRISTO. Para ver como é que este CORPO funciona e foi formado nos é revelado em I Cor. 12:12,13.

a) O CORPO é um;

b) Tem muitos membros;

c) Muitos membros formam um CORPO - assim é CRISTO;

d) Por um mesmo ESPÍRITO somos TODOS batizados (batismo com o Espírito Santo) em um CORPO;

e) Todos temos bebido do mesmo ESPÍRITO.

Vemos deste modo que - O BATISMO DO ESPÍRITO SANTO nos incorpora (torna uma parte) do CORPO DE CRISTO.

É por isto que NÃO PODIA existir (haver) A IGREJA até o DIA DE PENTECOSTES (Atos 1:8; 2:1-4).

Na sua epístola aos Efésios, aonde trata quase que exclusivamente do que é a IGREJA, Paulo enfatiza este BATISMO - "HÁ UM SÓ CORPO (A IGREJA) É UM SÓ ESPÍRITO, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;

Um só Senhor,

Uma só fé,

Um só batismo,

Um só Deus (o Senhor JESUS Cristo) o qual é sobre todos, e por todos e em todos (Ef. 4:4-6).

Para que não haja erro (confusão) do que Paulo está se referindo, ao falar de UM CORPO, em I Cor. 12:27 diz, "Vós sois o CORPO DE CRISTO."; e em Rom 12:5 o reafirma dizendo, "Assim nós, que somos muitos, somos UM SÓ CORPO EM CRISTO."

O fato de que a IGREJA é UM CORPO composto de MEMBROS VIVOS nos mostra que ela não é uma organização, mas um ORGANISMO. Uma organização pode ser desmantelada parte por parte e voltar a ser organizada para que funcione novamente. Um ORGANISMO é diferente em que, sendo composto por membros vivos, ele não pode ser desmantelado e depois ser colocado novamente em funcionamento. Exemplo: Arrancamos o coração, ou o cérebro, ou qualquer outro órgão vital dum ser humano e não conseguiremos os colocar ou montar de volta para que o órgão funcione. Essa é a diferença de ORGANIZAÇÃO para ORGANISMO. No CORPO DE CRISTO é assim. Portanto, não podemos perder membros do SEU CORPO, pois isto seria multilá-lo. Mas temos uma CERTEZA, e esta é de que a IGREJA não pode, e não morrerá porque Cristo, que é A CABEÇA, está VIVO e VIVE ETERNAMENTE. É ELE que dá VIDA ao CORPO (A IGREJA) (Apoc. 1:18; Col. 3:4). Ele já deu a SUA VIDA pela IGREJA (Ef. 5:23-25).

Por que chama-se a IGREJA de O CORPO DE CRISTO? Porque é através do corpo (cada crente é uma parte desse corpo) que é CABEÇA, que é Cristo, pode se manifestar. Cristo pode ser visto hoje só por meio da vida de cada crente. São os crentes que, ao se manifestarem pelo seu modo de viver, REVELAM ao mundo quem é CRISTO (Fil. 1:21). O HOMEM PERFEITO. Desde que CRISTO é a CABEÇA e o CORPO é a IGREJA, vemos que uma CABEÇA PERFEITA como CRISTO pode tornar o CORPO PERFEITO. "E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. Querendo o APERFEIÇOAMENTO DOS SANTOS, para a OBRA DO MINISTÉRIO, para edificação do CORPO DE CRISTO; até que todos cheguemos a unidade da fé... A VARÃO PERFEITO, a medida da estatura completa de Cristo." (Ef.4:11-13).

6) A IGREJA É DESCRITA POR PAULO EM I COR. 3:9-17 COMO:

A figura dum EDIFÍCIO ou de um TEMPLO, de quem Cristo é a PEDRA ANGULAR (principal da esquina). "No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois EDIFICADOS para morada de Deus em Espirito." (Ef. 2:21,22) S. João 1:14 diz que, "O Verbo (A PALAVRA - JESUS) se fez carne, e habitou entre nós".

a. Deus se manifestou em carne - JESUS;

b. A GLÓRIA SHEKINAH estava tabernacularizada no CORPO de JESUS CRISTO;

c. Isto foi uma demonstração do que faria em nós para nos tornar a morada de Deus em Espirito.

d. Quem nos vê (os crentes batizados com o Espírito Santo) está vendo o CORPO de CRISTO ou a morada de Deus em Espírito.

7) É A NOIVA DE CRISTO

No presente tempo a IGREJA é uma NOIVA dada em casamento. "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo." (II Cor. 11:2)

primeiro Adão teve sua esposa. Gen. 2:18, 21-24 nos fala de como Adão obteve sua esposa, "E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada VAROA, porquanto do VARÃO foi tomada."

segundo Adão, JESUS Cristo, viveu só durante sua vida na terra; mas um profundo sono o acometeu - o sono da morte - e seu lado foi ferido, e como RESULTADO da EXPIAÇÃO que fez na CRUZ, saiu do seu lado (como saiu do primeiro Adão uma esposa) - a IGREJA, a qual o ESPIRITO SANTO deu VIDA no DIA de PENTECOSTES. Da mesma maneira que Adão disse de Eva, "Esta é osso dos meus ossos e carne da minha carne", a IGREJA pode dizer "Somos membros do SEU CORPO, da sua carne, e dos seus ossos". (Ef. 5:22-33).

a) Eva foi apresentada (trazida) a Adão. Do mesmo modo a IGREJA a CRISTO, Ef. 5:27.

b) Eva foi dada (casada) a Adão, assim como a IGREJA o será a CRISTO, Gen. 2:24; Mat. 19:4,5; Ef. 5:31.

A IGREJA é tanto a NOIVA como a ESPOSA de CRISTO; foi assim também com EVA que era parte do corpo de Adão antes de ser a esposa dele.

A Igreja é a mais excelente obra do Criador, por ter-lhe custado o mais alto preço: o Seu próprio sangue, no corpo que Ele tomou - JESUS CRISTO, para salvar a humanidade (At. 20:28; Tito 2:14; 1Ped. 1:13-18).

AS ORIGENS DA IGREJA

Como já vimos, a IGREJA teve suas ORIGENS na mente de Deus ANTES DA FUNDAÇÃO DO MUNDO, mas não veio a existência até que CRISTO ascendeu aos céus.

No verão do terceiro ano do ministério de CRISTO, quando ISRAEL já o tinha praticamente rejeitado, quando a "sombra da CRUZ" se parecia projetar sobre ele, e sabendo que tendo "oferecido" o REINO esta oferta seria RETIRADA e a IGREJA seria estabelecida, desejando preparar seus discípulos para o que estava por vir, JESUS os levou até Cessaréia de Filipo, e ali lhes perguntou, de acordo com Mat. 16:13-20, "Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?". Depois que ouviu os discípulos falar do que os homens diziam ser Ele, fez a pergunta, agora dirigida a eles, "E vós, quem dizeis que eu sou?". Simão Pedro respondeu, "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo", ao que JESUS respondeu, "... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei A MINHA IGREJA, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." Lendo o versículo na forma literal não percebemos as palavras na sua mensagem e seu significado espiritual.

PEDRO no idioma Grego quer dizer "pedra" (pequena).

PETRA no idioma Grego quer dizer "pedra" mas no sentido de uma enorme massa de pedra, ou seja, ROCHA.

CRISTO é a ROCHA, portanto as palavras de JESUS simplesmente aludiram a confissão de Pedro, que diz "TU ÉS O CRISTO" - A ROCHA. Para confirmar isto, deixamos o próprio Apóstolo falar na sua epístola (I Pedro 2:4-8), aonde chama Ele (JESUS) de:

1) PEDRA VIVA (Vs. 4)

2) PEDRA PRINCIPAL DA ESQUINA (Vs. 6)

3) A PEDRA que os edificadores rejeitaram (reprovaram)(Vs. 7)

4) Para os incrédulos:

a) PEDRA DE TROPEÇO

b) ROCHA DE ESCÂNDALO

O Apóstolo Paulo diz em Ef. 2:20-22, "Edificados sobre o FUNDAMENTO dos apóstolos e dos profetas, de que JESUS CRISTO é a PEDRA PRINCIPAL DA ESQUINA; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para TEMPLO SANTO no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para "MORADA DE DEUS EM ESPÍRITO".

A FUNDAÇÃO da IGREJA aconteceu com a MORTE, RESSURREIÇÃO e ASCENSÃO de CRISTO, quando ele se tornou a ROCHA DA ESQUINA da fundação ou do FUNDAMENTO da IGREJA. Nesta PEDRA DA ESQUINA surgiu a IGREJA no Dia de Pentecostes com mais 120 pedras que amarravam bem o fundamento e naquele mesmo dia mais 3.000 (três mil) outras pedras foram colocadas na estrutura do EDIFÍCIO (a IGREJA - Atos 2,4). Poucos dias depois mais 5.000 (cinco mil) pedras foram acrescentadas ao glorioso EDIFÍCIO para morada de Deus em espirito. Assim, através dos séculos, até chegar a nós, milhões tem sido agregados e assim, "Sois edificados CASA ESPIRITUAL e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por JESUS CRISTO" (I Pedro 2:5). Quando JESUS disse a Pedro que edificaria Sua IGREJA na confissão de Pedro ("TU ÉS CRISTO" - A ROCHA), ele disse, em Mat. 16:18, "... e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". Quer dizer, as portas do HADES o qual vemos em Lucas 16:26 que é, "... um grande ABISMO (que está dividido em duas partes)... de sorte que os que quisessem passar (de um lado para outro)... não poderiam." As chaves da porta desse lugar (o inferno) estão com JESUS (Apoc. 1:17-18), o que vem a ser um golpe muito grande na Igreja Católica Romana de que Pedro tem estas chaves.

As chaves que JESUS deu a Pedro são AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS (Mat. 16:19), e estas Pedro usou no Dia de Pentecostes para dar entrada ao Reino dos Céus - a IGREJA - a 3.000 (três mil) almas. Estas chaves são três:

1) Arrependimento

2) Batismo nas águas em NOME DE JESUS

3) Batismo com o Espírito Santo (Atos 2:38).

Então quem pertence a IGREJA? Se a IGREJA começou no Dia de Pentecostes e se completa no ARREBATAMENTO da SEGUNDA VINDA de CRISTO, o qual é a IGREJA que constituí a NOIVA de CRISTO? Por lógica os que entraram pela porta da qual pertencem as chaves de Atos 2:38. Apenas os que entrarem usando essas chaves entre o Dia de Pentecostes e o Arrebatamento na Segunda Vinda de CRISTO pertencem a Igreja.

A MISSÃO DA IGREJA

Desde que a IGREJA não é uma ORGANIZAÇÃO, mas sim um ORGANISMO, A IGREJA não é:

Um clube social,

Um lugar de lazer,

Um negocio para vender indulgências ou outras mercadorias,

Um reformatório para "reformar" viciados e outras espécies que ajudam só o corpo físico da pessoa. A obra social não é a missão da IGREJA (Mar. 14:7).

1) Nos dias que CRISTO andou na terra com seus discípulos o mundo era cheio de misérias e vícios, mas JESUS não organizou nenhuma agencia social ou reformatória, o que na verdade é obrigação do governo e do Estado e NÃO da IGREJA.

2) CRISTO mostrou que os males do mundo são causados pelo PECADO, e que o único caminho para a erradicação do pecado a pela REGENERAÇÃO do SER HUMANO, a começar de dentro do coração. Assim JESUS deu o EVANGELHO ao mundo.

3) A missão da IGREJA é a de levar o EVANGELHO a todo o mundo (Mar. 16:15; Rom 1:16).

4) O EVANGELHO não é um sistema de Ética, ou código de moral mas, sim, é o PODER de DEUS para SALVAÇÃO a TODOS os que CRÊEM.

5) O propósito do EVANGELHO não é o de salvar todo o mundo mas de salvar indivíduos que formarão o CORPO DE CRISTO, que é a IGREJA.

6) O grande erro que muitos tem feito é que tem tomado As Promessas que Deus fez a Israel apropriando-as ou aplicando-as a IGREJA, crendo assim que a IGREJA deve governar a sociedade, países ou o mundo. Estas Promessas são para Israel na Dispensação Milenial e não para a IGREJA.

Tão logo que a IGREJA entra em alianças com parlamentos, senados, congressos de deputados, governadores e prefeitos para ajudar a REFORMAR a sociedade, nega sua verdadeira MISSÃO que é pregar o EVANGELHO (o poder de Deus na Sua Palavra) a TODA CRIATURA, trocando sua missão de salvar as almas pela de reformar o homem físico carnal. Deste modo não poderá produzir os frutos para conseguir O HOMEM ESPIRITUAL.

O DESTINO DA IGREJA

A IGREJA será arrebatada, e este evento acontecerá em duas fases:

1) Os mortos em CRISTO

2) Os que estão vivos

I Tes. 4:16-17 diz, "Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus;

a) e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro,

b) Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos ARREBATADOS JUNTAMENTE COM ELES nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares,

(Isto é, duas coisas acontecerão simultaneamente) e assim estaremos sempre com o Senhor.")

Enoque (Gen. 5:24) e Elias (II Reis 2:11) são "tipos" do "arrebatamento da IGREJA e seus santos." O quadro no Monte da Transfiguração são "tipos" da IGREJA já arrebatada estando com o Senhor nos ares (Mar. 9:2-9).

1) Moisés - o "tipo" dos santos ressuscitados.

2) Elias - o "tipo" dos santos arrebatados.

JESUS revelou isso a Marta em S. João 11:25,26, "Eu sou a RESSURREIÇÃO e a VIDA; quem crê em mim, ainda que esteja morto, VIVERÁ; e todo aquele que VIVE, e crê em mim, nunca morrerá..." Harmonize esta Escritura com o que disse Paulo em I Tes. 4:16-17 e verá que tudo encaixa perfeitamente.

No seu capitulo IMORTAL, acerca da RESSURREIÇÃO (I Cor. 15:1-58), depois de descrever a "ordem" da ressurreição (vs. 22-24), Paulo prossegue a nos dizer o que acontecerá com os SANTOS que estiverem vivos. "Eis aqui vos digo um mistério:...

1) nem todos dormiremos (morreremos),

2) mas todos seremos transformados,

3) Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a ultima trombeta; porque a trombeta soará,

a) e os mortos ressuscitarão incorruptíveis,

b) e nós seremos transformados.

4) Porque convém que:

a) isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade,

b) e isto que é mortal se revestir de imortalidade, então cumprisse- á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitoria?" (vs. 51-55) Somente aqueles que estarão vivos poderão gritar essas duas ultimas frases com todo o direito. Outra vez, veja como I Tes. 4:16-17 corresponde perfeitamente, declarando que o ARREBATAMENTO e a RESSURREIÇÃO serão duas coisas que acontecerão simultaneamente (Mat. 24:27).

Em II Cor. 5:1-4, expressando o seu anseio que é o mesmo de todos nós, os santos de CRISTO JESUS, Paulo diz, "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre (nosso corpo) deste tabernáculo se desfizer (morrer), temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos (neste corpo) desejando ser revestidos da nossa habitação, que é a do céu; Se todavia, estando vestidos, não formos achados nus. Porque também nós, os que estamos neste tabernáculo (corpo), gememos carregados; não porque queremos ser despidos (pela morte), mas revestidos (pela imortalidade), para que o mortal seja absorvido pela vida (o corpo seja transformado)." Em Fil. 3:11-14, "Para ver se de alguma maneira posso chegar a ressurreição dos mortos. Não que já a tenha alcançado... Prossigo para o ALVO, pelo PRÊMIO da soberana vocação de Deus em CRISTO JESUS." Em outras palavras, o PRÊMIO será para os que, sem morrer, possam ser trasladados (arrebatados).

A ÉPOCA DO ARREBATAMENTO
Tanto os que ensinam que a IGREJA irá passar pela GRANDE TRIBULAÇÃO, como os que ensinam que chegará até o meio dos sete anos da GRANDE TRIBULAÇÃO, quando o homem de pecado se manifestar - isto é, o ANTICRISTO se dá a conhecer - não conhecem que essa época é para os SANTOS, mas só para os SANTOS do povo JUDEU, e que é conhecida como o TEMPO de ANGUSTIA para JACÓ (Jer. 30:7) e da GRANDE TRIBULAÇÃO (Mat. 24:21). Portanto, a IGREJA não passa pelo período da GRANDE TRIBULAÇÃO que haverá aqui na terra, porque ela terá sido trasladada (os que morreram em Cristo) e arrebatada (os que estiverem vivos). E assim estaremos sempre com o Senhor (I Tes. 4:13-18).

A GRANDE TRIBULAÇÃO não é para o aperfeiçoamento da IGREJA, pois não tem nada a ver com a IGREJA. Esta estará com Cristo nos ares (atmosfera). A IGREJA é arrebatada quando começa a GRANDE TRIBULAÇÃO. A GRANDE TRIBULAÇÃO será aqui na terra para os JUDEUS. A IGREJA estará nesse período recebendo O Galardão nas Bodas do Cordeiro ( Mat. 22:1-14; Apoc. 4:1-2; 19:7-9). (Veja os capítulos da Segunda Vinda de Cristo.)

O JULGAMENTO DA IGREJA

1) Será para os CRENTES, pelas suas obras.

2) Será depois que a IGREJA for arrebatada.

3) Será no Tribunal de Cristo (II Cor. 5:10; I Cor. 3:11-15).

4) O resultado - um galardão.

Assim que vemos que o JULGAMENTO da IGREJA é para o futuro. II Cor 5:10 diz, "Porque todos (a IGREJA) devemos comparecer ante o TRIBUNAL DE CRISTO, para que cada um receba (galardão) segundo tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal."

a) Não será um julgamento no sentido de ACUSAÇÃO, mas no sentido de I Cor. 9:24-27, "... os que correm no estádio,... um só leva o PRÊMIO? Correi de tal modo que o alcanceis."

b) Não é um julgamento por pecados mas de OBRAS, como está descrito em I Cor. 3:11-15, o "fundamento... é JESUS CRISTO... se alguém formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um... o dia a declarará... e o fogo provará qual seja a obra de cada um."

c) O galardão (ou prêmio) será representado na coroação do CRENTE:

1) A coroa da VIDA (Tiago 1:12; Apoc:2:10).

2) A coroa de GLÓRIA (I Pedro 5:2-4).

3) A coroa de ALEGRIA (I Tes. 2:19,20; Fil. 4:1).

4) A coroa da JUSTIÇA (II Tim. 4:8).

5) A coroa INCORRUPTÍVEL (I Cor. 9:25).

Então vivamos preparados para o ARREBATAMENTO e o JULGAMENTO da IGREJA (I João 2:28).

AS BODAS DA IGREJA

Apoc. 19:7-9 diz, "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e damos-lhe glória: porque vindas são as BODAS DO CORDEIRO, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados a CEIA das BODAS DO CORDEIRO."

Notemos bem que não disse "as bodas da noiva", mas do CORDEIRO. Este grande evento não será tanto a consumação das "esperanças" da NOIVA, mas a consumação do PLANO DE DEUS, que Ele estabeleceu ANTES da fundação do mundo (Ef. 1:4).

Nas bodas dos reis daqui da terra nada poderia ser comparável ao INCOMPARÁVEL, pois nas BODAS DO CORDEIRO haverá a UNIÃO dos céus e da terra:

a) JESUS e dos céus;

b) a IGREJA foi tirada da terra.

Esta UNIÃO nunca será quebrada, pois o que Deus une que não o separe o homem (ou, o homem não o pode separar). Depois das BODAS DO CORDEIRO, quando JESUS (o esposo) tiver recebido o REINO, voltará a terra. Lhe será dado o TRONO DE DAVI no qual reinará aqui na terra por 1.000 (mil) anos (Apoc. 20: 1-6). Quando os mil anos se terminarem haverá o JUÍZO FINAL, o GRANDE TRONO BRANCO (Apoc. 20:11; 22:1-7).

FUNDAÇÃO HISTÓRICA E EXPANSÃO DO CRISTIANISMO

1) CONDIÇÕES POLÍTICAS E RELIGIOSAS DA ÉPOCA:

O cristianismo não veio a preencher um vácuo religioso. Na época do seu surgimento, pairavam na mente dos homens, concepções várias do Universo, da religião, do pecado e da recompensa e punição. O cristianismo tinha de defrontar-se com elas e procurar ajustar-se. Não se tratava, portanto, de semear em solo virgem. As concepções já existentes forneciam muito do material a ser usado na formação da sua estrutura. Muitas dessas idéias feneceram e desapareceram do mundo moderno. Além dos diversos conceitos comuns a religião popular, o mundo a que se dirigiu o cristianismo devia muito a influencia especifica do pensamento grego. As idéias helênicas dominavam a inteligência do império Romano. Durante o período em que surgiu o cristianismo, os antigos sistemas filosóficos sofreram mudanças notáveis. A tendência ao sincretismo (conciliação dos princípios de várias doutrinas) era largamente difundida e as várias escolas influenciavam-se mutuamente. Por exemplo: a Ética rigorosa original dos estóicos foi modificada pela idéia do termo médio aristotélico. O celebre filósofo estóico Possidônio (135-51 a.C.) mostra influencia platônica. Foi, aliás um dos espíritos mais universais da antigüidade. O caráter sincretico do pensamento helênico torna-se evidente em muitos pais da Igreja. Pode-se dizer que ao tempo de Cristo, a tendência principal do pensamento mais refinado em Roma e nas províncias encaminhavam-se em direção ao monoteísmo panteísta, ao conceito de Deus como bom, contrastando com o caráter amoral das antigas divindades gregas e romanas: a crença numa providência divina, soberana, a idéia de que a verdadeira religião não consiste em cerimonias, mas em imitação das qualidades morais de Deus e é uma atitude mais humana para com as criaturas.

Faltavam a filosofia de então, dois exemplos que o cristianismo viria realçar, a saber: a certeza que só pode advir da crença numa revelação divina, e a idéia de lealdade a uma pessoa.

O povo em geral, no entanto, desfrutava de poucos benefícios advindos do pensamento filosófico. Campeava no seu meio a superstição mais crua. Se é verdade que o predomínio das velhas religiões da Grécia e de Roma diminuíra, não menos verdade é que o povo comum permanecia na crença em deuses muitos e senhores vários.

Cada cidade, cada profissão, a agricultura, a primavera, o lar, os eventos principais da existência, o casamento, o nascimento - tudo tinha o seu patrono na pessoa de um deus ou deusa (essas nações viriam mais tarde a aparecer na história cristã sob forma de veneração de santos). Advinhos e mágicos, especialmente os de raça judaica, faziam comércio próspero entre os ignorantes, que criam que a preservação do Estado estava condicionada a prática desses cultos pagãos.

Essas idéias populares não encontravam oposição da parte dos mais cultos, os quais em geral, admitiam que as velhas religiões tinham valor policial, e consideravam as cerimonias do Estado, como uma necessidade do homem comum. Sêneca expressou sem rodeios a opinião dos filósofos, ao declarar que "o homem sábio observa todos os costumes da religião, tais como ordenados pela Lei, e não como agradáveis aos deuses".

Eram as massas que apelavam os pregadores cínicos desse período. A corrupção moral do império favoreceu o reavivamento desse antigo credo de independência e auto-suficiência. Seu campeão fora Diogenes de Sinope (400-325 a.C.). Embora muitos desses pregadores intinerantes fossem grosseiros e mesmo obscenos, havia os que eram dignos de honra, como Dio Crisostomo (40-112 d.C.), que discursava contra o vício e a sensualidade, propunha a vida do campo como muito superior a do citadino abastado, e proclamava uma mensagem de harmonia mundial e verdadeira piedade, fundamentada na idéia universal e inata de Deus. Por razões patrióticas, os imperadores mais atilados procuravam fortalecer as religiões populares antigas e transformá-las em adoração do Estado e do seu chefe. Na verdade, foi nos dias da república que começou a deificação patriótica do Estado Romano. Já em 195 a.C., encontrava-se em Esmirna o culto da Dea Roma. Essa reverencia era favorecida pela popularidade do império nas províncias, já que ele assegurava um governo melhor do que o da republica. Em 29 a.C., Pergamo já dispunha de um templo dedicado a Roma e a Augusto. Espalhou-se rapidamente esse culto dedicado ao governante como corporificação do Estado, ou, melhor dizendo, ao seu "gênio" ou espirito que nele habitava. Criou-se logo um sistema sacerdotal patrocinado pelo Estado dividido e organizado em províncias, encarregado da celebração não só do culto como também dos jogos anuais em larga escala. Foi essa, provavelmente a organização de caráter religioso mais desenvolvida ao tempo do primeiro império; ainda esta, por ser verificado com exatidão o grau de influencia que exerceu sobre as instituições cristãs. Do ponto de vista do homem moderno, havia nesse sistema muito mais patriotismo do que religião. Mas a sensibilidade cristã primitiva considerava a adoração do imperador absolutamente irreconciliável com a lealdade a Cristo. A descrição da Igreja de Pergamo (Ap.2:13) e exemplo típico dessa opinião. Para os romanos, a recusa dos cristãos em render culto ao imperador parecia pura e simples traição, razão porque se iniciou a grande era dos mártires.

A necessidade que o homem tem de religião é muito mais profunda do que de filosofias ou cerimonias. A grande maioria dos que sentiam necessidade de ordem religiosa, simplesmente adotavam as religiões orientais, notadamente as que demonstravam preocupação com a redenção, marcada pelo misticismo e o sacramentismo.

Resumindo a situação do mundo pagão na época de Cristo, pode se dizer que eram evidentes certas necessidades religiosas, mesmo em meio a grande confusão e expressas em formas as mais variadas. Para fazer face as exigências da época, uma religião teria de pregar um Deus único e justo, embora deixasse lugar para inúmeros espíritos bons e maus. Teria de possuir uma relação definida da vontade de Deus, isto é, de uma Escritura dotada de autoridade como era o caso do judaísmo. Teria de inculcar nos seus seguidores a virtude da negação do mundo, baseada em ações morais agradáveis a vontade e a natureza do seu Deus. Teria de apontar uma vida futura repleta de recompensas e castigos. Deveria dispor de ritos simbólicos de iniciação e prometer efetivo perdão de pecados. Teria de possuir um Deus-redentor com o qual os homens pudessem unir-se mediante atos sacramentais. Deveria pregar a irmandade de todos os homens, ou, ao menos dos seus seguidores.

Por mais simples que fosse o seu começo, o cristianismo tinha de possuir tais características, ou delas apropriar-se, a fim de conquistar o Império Romano, ou tornar-se-ia uma religião universal. Em sentido muito mais amplo do que se pensava, o cristianismo surgiu "NA PLENITUDE DOS TEMPOS". Para os que crêem na providencia de Deus, é evidente a importância fundamental nessa preparação, por mais que se reconheça o fato de que algumas das características do cristianismo primitivo levavam o timbre e as limitações da época e tem de ser joeiradas (escolhidas) para que nele se percebam os elementos eternos.

2) - ANTECEDENTES JUDAICOS

O Desenvolvimento nos seis séculos anteriores ao nascimento de Cristo, foi determinado pelos eventos concretos da História. Desde a conquista de Jerusalém por Nabucodonozor, em 586 a.C., a Judéia estava sob controle político estrangeiro. Apesar de todas as intervenções políticas sofridas por esse povo, por tão longo tempo, não lhes foi tirada a convicção de que era uma nação eleita, "povo santo", que vivia sob o domínio da Lei santa de Javé.

A esperança Messiânica, nutrida tanto pelos fariseus como pelo povo em geral, era fruto da forte consciência nacional e da fé em Deus. Nos tempos da opressão nacional ela tornava ainda mais vigorosa. Tornara-se débil ao tempo do governo dos primeiros Macabeus quando uma dinastia temente a Deus trouxera independência ao povo. A tradição familiar, porém, foi abandonada pelos últimos Macabeus, Os romanos conquistaram o pais em 63 a.C. Do ponto de vista estritamente judaico, a situação em nada melhorou quando um aventureiro, pelo sangue, meio judeu, Herodes, filho do idumeu Antipater, governava como rei vassalo do poder romano, entre 37 a.C. e 4a.C.

O povo considerava-o instrumento dócil nas mãos dos romanos e, no fundo, um helenizante, apesar dos inegáveis serviços que prestou a prosperidade material do pais e da suntuosa reconstrução do templo por ele empreendida. Os herodianos eram odiados tanto pelos fariseus, quanto por Saduceus. Morto Herodes, seu reino foi dividido entre três dos seus filhos: Arquelau tornou-se tetrarca da Judéia, Samaria e Iduméia (4 a.C. - 6 d.C.); Herodes Antipas tetrarca da Galiléia e Peréia (4 a.C.-39 d.C.), e Felipe, tetrarca da região situada a leste e nordeste do mar da Galiléia, predominantemente pagã. Arquelau suscitou profundas inimizades, foi deposto pelo imperador Augusto e sucedido por um procurador romano. O ocupante deste cargo, entre 26 e 36 d.C. era Pôncio Pilatos.

Diante de condições políticas tão desalentadoramente adversas, parecia que só por intervenção divina mediante um Messias, e o estabelecimento de um reino de Deus, no qual floresceria um judaísmo libertado e poderoso, sob o governo de um Rei messiânico justo, de descendência davidica, reino esse para o qual concorreria todos os judeus dispersos pelo império romano. Seria o início de uma idade áurea. Para o judeu comum, era provável que isso significasse simplesmente a expulsão dos romanos por intervenção divina e a restauração do reino de Israel. Exemplo da crença dos judeus nessa intervenção divina, foi a pergunta dos discípulos ao Senhor, no monte da ascensão: "Restaurarás Tu neste tempo, o reino a Israel?"

O Caminho para JESUS foi preparado por João Batista, o precursor do Messias. De vida ascética, pregou na região do Jordão que o julgamento de Israel estava próximo e que o Messias estava prestes a chegar. Desprezando todo formalismo religioso e qualquer dependência em relação a descendência de Abraão, proclamava a mensagem dos antigos profetas: "Arrependei-vos, fazei justiça..." As instruções que dava aos vários tipos de ouvintes eram simples e radicalmente não legalistas. Batizava seus discípulos como sinal de purificação dos seus pecados. (O ato do batismo talvez simbolizasse submissão ao rio de fogo que se aproximava, pelo qual Deus haveria de purificar e redimir o mundo). Ensinava-lhes um tipo especial de oração. João Batista foi descrito por JESUS como o último dos profetas e um dos maiores entre eles. Embora muitos dos seus seguidores se tivessem tornado discípulos de JESUS, alguns deles continuaram independentes, sendo encontrados por Paulo, muitos anos mais tarde, no seu ministério, em Éfeso (At.19:4) João Batista descendia de uma geração sacerdotal, tanto por Isabel, como por Zacarias, ambos descendentes de Arão. Sua mãe, Isabel, era prima de Maria, mãe do Senhor, que era da tribo de Judá. O seu nascimento foi anunciado por um anjo de Deus, enquanto seu pai ministrava o sacerdócio, no templo.

Dando continuidade aos antecedentes judaicos da IGREJA CRISTÃ, o seu Fundador, JESUS CRISTO, foi, segundo a carne, o maior de todos os judeus. O Evangelho de Mateus, registra sua genealogia, partindo de José (seu pai emprestado), para provar que ele descendia de Davi, portanto, com todo o direito de ser o Messias - Rei de Israel (Mat.1:1-17).

3) - O FUNDADOR DA IGREJA

Depois de ter sido batizado por João Batista (nesta oportunidade, Cristo recebeu a "unção" do Espirito Santo), JESUS imediatamente começou a pregar o Evangelho do Reino de Deus, e a curar os atribulados na Galiléia, granjeando desde logo grande número de seguidores dentre o povo. Reuniu ao redor de si um grupo pequeno de companheiros mais íntimos (os apóstolos), e um outro maior de discípulos menos chegados. Tendo iniciado o seu ministério de salvação aos trinta anos de idade, durante três anos e meio, Cristo palmilhou as terras da Palestina, da Galileia a Judéia, de Jerusalém a Síria, semeando a paz, o amor, a liberdade aos cativos; dando vista aos cegos, curando leprosos e paralíticos, expulsando os demônios e ressuscitando mortos. No ensino de JESUS, "o reino de Deus" subentende-se o reconhecimento da soberania e paternidade de Deus. Devemos amá-lo, e ao nosso próximo. O padrão ético do reino é o mais elevado que se possa conceber: "...Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste", implica em atitude absolutamente enérgica em relação ao "eu", é ilimitada disposição de perdoar em relação aos outros. O perdoar aos outros é condição necessária para que Deus nos perdoe. Quando Ele escolheu os seus primeiros seguidores os doze discípulos, que logo mais estavam consagrados "apóstolos" do Senhor, Cristo JESUS iniciava uma Nova Ordem: era a restauração da verdadeira adoração a Deus, em espírito e em verdade, uma religião diferente daquela conhecida e praticada tradicionalmente pelos escribas e fariseus, que consistia em formalidades, regras e costumes puramente dos homens, onde a verdadeira adoração ao Deus de Israel, estava apenas nas palavras dos patriarcas e profetas registradas no Torá, porém, longe da prática. Cristo dizia: "Misericórdia quero, e não sacrifício; amai a vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem." Era a lei do amor, da misericórdia, da liberdade, da sinceridade. Em lugar da religião de exterioridade, de obras meritórias e de cerimonias, JESUS apregoou a idéia de que a piedade consiste no amor ao próximo a um Deus que é Pai e a um próximo que é irmão - manifesto principalmente numa atitude do coração e da vida interior, tendo como fruto os atos externos. A força propulsora dessa vida é a lealdade ao próprio JESUS como revelação do Pai, o tipo da humanidade redimida.

Cristo dispensou a sabedoria dos sábios de seus dias (os escribas os principais dos fariseus, os sacerdotes e sumo-sacerdotes), para confiar a liderança da sua Igreja ao "pequeninos" ... Graças te dou, ó Pai! Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos! A atitude de JESUS, tal como a dos da sua época, era fortemente escatológica. Sentia Ele que, embora começasse agora, o Reino se manifestaria com poder muito maior no futuro próximo. O fim da presente época não parecia muito distante. Não há duvida de que muitos dos seus pronunciamentos e idéias encontram paralelo no pensamento religioso da época. Seu efeito global, porém, foi revolucionário. Ele os ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas. JESUS podia dizer que o menor dos seus discípulos era maior do que João Batista, e que o céu e a terra haveriam de passar, mas não as suas palavras. Chamava a si os cansados e oferecia-lhes descanso. Aos que O confessassem diante dos homens, prometia que haveria de confessá-los diante do Pai. Declarava que "ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar". Afirmava que tinha autoridade para perdoar pecados, e proclamava-se Senhor do sábado que, no pensamento popular, era o que havia de mais sagrado na Lei dada por Deus ao povo judeu. De outro lado, não era menor a clareza com que sentia sua própria humanidade e limitações. Ele orava e ensinava os discípulos a orar. Declarava não saber o dia e a hora do fim do presente século, coisa que só o Pai conhecia. Não lhe competia resolver quem, quando da sua exaltação, havia de sentar-se a sua direita ou a sua esquerda. Orava para que se cumprisse não a sua vontade, mas a vontade do Pai. E, na agonia da cruz, clamou: Deus meu, pôr que me desamparaste?

Está nesses pronunciamentos o mistério da Sua pessoa. Sua humanidade é tão evidente quanto a sua divindade: Ele podia dizer: "EU E O PAI SOMOS UM; QUEM ME VÊ A MIM VÊ O PAI; ANTES QUE ABRAÃO EXISTISSE EU SOU". Na sua natureza divina, Ele podia: andar sobre o mar, como em terra seca; repreender o mar e o vento, e estes Lhe obedeciam; transformar água em vinho, multiplicar pães e peixes para alimentar multidões; limpar leprosos, dar vista a cegos, ressuscitar mortos, e dar Vida Eterna aos que nEle cressem.

O que deu imensa significação ao que JESUS ensinava e era, foi a convicção dos seus discípulos de que a sua morte não era o fim, isto é, foi a fé na Sua Ressurreição. O "como" dessa convicção constitui um dos problemas históricos mais enigmáticos. O fato de tal convicção é, não obstante, irrefutável. Ao que parece, o primeiro de quem ela apossou foi Pedro (1Cor.15:5), o qual ao menos nesse sentido, foi o apóstolo que se constituiu em "pedra fundamental" da Igreja. Tal convicção era comum a todos os primeiros discípulos. Foi o ponto decisivo na conversão de Paulo. Transmitiu coragem aos discípulos dispersos, reuniu-os de novo e fez deles "testemunhas". De agora em diante, eles tinham um Senhor Ressurrecto, exaltado em glória, e no entanto, sempre interessado neles. Com um realismo muito mais profundo do que o judaísmo jamais imaginara, o Messias da Esperança judaica tinha de fato vivido, morrido e ressurgido novamente para sua salvação. Tais convicções tornaram-se ainda mais sólidas nas experiências do dia de Pentecostes.

4) A IGREJA NA ERA APOSTÓLICA

a) - O DERRAMAMENTO DO ESPIRITO SANTO

Conforme as últimas instruções do Senhor JESUS antes da sua ascensão (Atos Cap.1:1-8), os discípulos deveriam permanecer em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos do poder do Espirito Santo. Só assim estariam capacitados a iniciarem a Obra de evangelização.

O Capítulo 2 de Atos narra a descida do Espirito Santo sobre os discípulos reunidos no Cenáculo, no Dia de Pentecostes, 10 dias após Sua ascensão, 50 dias após Sua ressurreição, em cumprimento a profecia do profeta Joel (2:28), acontecimento que despertou a curiosidade do povo judeu de várias partes do mundo que se encontravam em Jerusalém, para a festa de Pentecostes, exigindo, assim, a primeira pregação, feita por S. Pedro, da qual resultou a conversão de quase três mil almas (At.14-41).

No Capitulo 3, encontramos o primeiro milagre realizado pelos apóstolos, em nome de JESUS, confirmando a Sua obra. Este milagre seguido da segunda pregação por parte de Pedro e João, trazendo a conversão mais cinco mil almas, causou grande perturbação aos principais dos sacerdotes, levando-os a prenderem Pedro e João para serem interrogados perante o Sinédrio, tendo-os soltado no dia seguinte. Outra prisão é registrada no Cap. 5:17,18, quando os apóstolos foram soltos milagrosamente pelo anjo do Senhor, prosseguindo na santa missão, e a Igreja crescia maravilhosamente.

b) - A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO

O fato de os cristãos pregarem JESUS como o verdadeiro Messias, e o medo da conseqüente desconsideração do ritual histórico, levaram os judeus helenistas farisaicos ao ataque, de que resultou a morte do primeiro mártir cristão Estevão - apedrejado pela multidão. Conseqüência imediata foi uma dispersão da congregação de Jerusalém. Foi assim que a semente do cristianismo começou a ser semeada pela Judéia, Samaria e mesmo em regiões mais remotas, como Cesaréia, Damasco, Antioquia e a Ilha de Chipre. A paz relativa desfrutada pela Igreja de Jerusalém, logo após o martírio de Estevão, foi perturbada por uma perseguição mais severa instigada em 44d.C., por Herodes Agripa-I. Pedro foi preso, mas escapou milagrosamente; Tiago (apóstolo) foi decapitado. O pouco de verdade que se possa provar esteja implícita, na tradição de que os apóstolos deixaram Jerusalém doze anos após a crucificação, vincula-se a dispersão que se seguiu a essa perseguição. A liderança da Igreja em Jerusalém passou a Tiago, o irmão do Senhor, ate 63 d.C.

A perseguição que deu causa ao martírio de Estevão, teve também como conseqüência o fato de o cristianismo ter sido levado para além das fronteiras da Palestina. Missionários, cujos nomes ficaram esquecidos, pregaram Cristo aos seus irmãos de raça judaica.

Em Antioquia um fato novo viria acontecer: Capital da Síria, Antioquia era cidade de grande importância, notavelmente cosmopolita, verdadeira encruzilhada em que se encontravam gregos, sírios e judeus. Ali a nova fé foi pregada aos gregos, e o resultado consistiu no fato de o Evangelho espalhar-se entre homens de cepa gentílica. Começaram a ser apelidados de "cristãos" pelo populacho. Só por volta do século II é que os seguidores de Cristo começaram a aplicar essa designação a si mesmos, embora ela já antes se tivera tornado popular entre os pagãos. Antioquia não ficou sendo o ponto final do esforço de expansão dos cristãos. No ano 51 ou 52, na própria cidade de Roma, a atenção do governo dirigido por Cláudio, foi suscitada por alguns tumultos havidos entre os judeus da cidade, como conseqüência da pregação feita por missionários cristãos desconhecidos. Neste primeiro período porém, Antioquia foi o centro da expansão e ponto focal importante da atividade cristã.

Paulo, logo após sua conversão, pregou primeiramente na Arábia. Três anos após sua conversão visitou rapidamente Jerusalém, onde esteve com Pedro e Tiago, irmão do Senhor. Durante anos trabalhou na Síria, e na Cilícia, enfrentando perigos, sofrimentos e fraqueza física (2Cor Caps. 11 e 12). Não poderia ter deixado de pregar aos gentios. De Antioquia, partiu com Barnabé, em viajem missionária, que os levou a Chipre, Perga, Antioquia da Psidia, Icônio, Listra e Derbe. Foi essa a primeira viajem missionária, descrita nos capítulos 13 e 14 de Atos. Ao que parece, esse foi o esforço mais frutífero da História da Igreja. Como resultado, estabelecesse um grupo de congregações no Sul da Ásia menor, as quais Paulo mais tarde se dirigiria pelo nome de "Igrejas da Galáxia".

O crescimento da Igreja em Antioquia e o estabelecimento de congregações mistas em Chipre e na Galáxia fez com que assumisse maiores dimensões o problema da relação entre os gentios e a Lei.

A congregação de Antioquia era agitada por visitantes vindos de Jerusalém, que afirmavam: "Se não vos circuncidardes segundo o costume da Lei de Moisés, não podereis ser salvos" (At.15:4).

Paulo resolveu servir-se de um caso concreto para chegar a uma conclusão: levando consigo a Tito, um converso gentio não circuncidado, como exemplo concreto de cristianismo não legalista, foi com Barnabé a Jerusalém e entrevistou-se pessoalmente com os lideres da Igreja. O resultado dessa entrevista, de que participaram Pedro, João e Tiago (irmão do Senhor), foi o reconhecimento cordial da genuinidade do trabalho de Paulo entre os gentios, e um acordo no sentido de dividir o âmbito dos trabalhos: os lideres de Jerusalém continuariam a missão entre os judeus, mantendo evidentemente a Lei, enquanto Paulo e Barnabé levariam a mensagem aos gentios, dispensando a insistência da Lei (Gal. 2:1-10).

Qual seria a relação entre judeus e gentios numa Igreja mista? Poderiam judeus e gentios comer juntos? essa questão levou a uma forte discussão pública na congregação de Jerusalém, da qual resultou o conhecido "Concílio de Jerusalém" (provavelmente. ano 49).

Seguiram-se então os poucos anos de maior atividade missionária de Paulo, o período em que escreveu todas as suas Cartas.

Levando consigo a Silas, proveniente de Jerusalém, mas cidadão romano, Paulo separou-se de Barnabé, por causa da discordância com respeito a comida e a conduta de Marcos, primo de Barnabé. Durante uma viajem pela Galáxia, juntou-se a ele Timóteo Impedidos de trabalhar na região ocidental da Ásia Menor, Paulo e seus companheiros entraram na Macedonia, fundando Igrejas em Filipos e Tessalônica. Foram recebidos com frieza em Atenas e passaram dezoito meses em Corinto, onde obtiveram grande sucesso (provavelmente entre 51 e 53). Em Éfeso, onde o cristianismo já tinha se estabelecido, iniciou um ministério que durou três anos (53 a 56?). Apesar do sucesso que obteve, Paulo teve de enfrentar grande oposição e perigos tais, que chegou a desesperar da vida (2Cor.1:8). Ainda nos dias de Paulo, o Evangelho já havia expandido tanto, que ele chegou a escrever que o Evangelho havia chegado em todo o mundo (conhecido da época). Convém lembrar que entre os convertidos no dia de Pentecostes, havia judeus e prosélitos de cerca de 15 países ou regiões diferentes, desde a Líbia, Egito, Arábia, Síria, Ásia Menor, Bitinia e Ponto, Mesopotamia, Capadócia, Partos e Medas, Creta até Roma, de onde, sem dúvida alcançou o resto do mundo ocidental. É certo que o eunuco etíope levou o Evangelho para a sua terra, que por certo alcançou grande parte da África conhecida na época.

Pouco se sabe da vida dos outros apóstolos (exceto Pedro, João e Tiago, este último, martirizado logo no início da Igreja). Mesmo de Mateus, temos apenas o seu Evangelho, do qual não temos nenhuma informação precisa do ano em que foi escrito. Da pessoa de Mateus, nada mais se sabe. Tomé, segundo a tradição, trabalhou na Pérsia (possivelmente na Índia), onde sofreu o martírio. De Santo André, informam que sofreu o martírio na Acaia (Grécia). Dos demais, nada mais se informam, além de que o grupo permaneceu coeso, até o martírio.

A IGREJA NO PERÍODO PÓS-APOSTÓLICO

a) - O FIM DA ERA APOSTÓLICA

São desconhecidos os fatos referentes a vida da maioria dos apóstolos. A perseguição iniciada por Nero, foi feroz e restringiu-se aos limites da capital do império. Depois do grande incêndio de Roma, em julho de 64, levantaram-se, provavelmente por instigação de Nero, acusações que envolviam injustamente os cristãos. Nero queria com isso desviar os rumores que o apontavam como culpado. Inúmeros cristãos foram mortos em meio a horríveis torturas nos jardins do Vaticano, onde o imperador transformou o martírio dos cristãos em espetáculo público. Desde então, Nero passou a ser considerado o protótipo do Anti-Cristo pela tradição cristã. A Igreja romana, porém, não só sobreviveu a essa provação como fortaleceu-se. A destruição de Jerusalém, no ano 70, foi um evento de importância mais permanente, pois quase pôs fim a já decrescente influencia das congregações da Palestina sobre os aspectos mais vastos da Igreja. Tal colapso aliado ao rápido crescimento do número de conversos de origem pagã, logo fez com que a luta de Paulo em favor da liberdade, em relação a Lei judaica, perdesse sua importância. Antioquia, Roma, e, antes do fim do século, Éfeso, tornaram-se então os centros principais da expansão do cristianismo. Apesar de um ou outro indício reservado os quarenta anos entre 70 e 110, são até hoje um dos períodos mais obscuros da história da Igreja. Só temos a lamentar tal fato, pois essa foi uma época de rápidas mudanças na própria Igreja.

b) - A ENTRADA DE HERESIAS NA IGREJA

Quando mais tarde, os característicos da Igreja voltam a ser claramente identificados, nota-se que pouquíssimos traços distintivos deixados por Paulo estão presentes. Muitos outros missionários além de Paulo, hoje desconhecidos, devem ter trabalhado. Além disso, a penetração de idéias provindas de fontes outras que não as cristãs, sem dúvida trazidas por conversos de antecedentes pagãos, modificaram as crenças e as práticas cristãs, especialmente no que tange aos sacramentos, aos jejuns e ao surgimento das formulas litúrgicas (cerimonial do culto), e sem dúvida, também a interpretação errada da Teologia, com a crença na trindade, pois, essa doutrina começou a ser defendida, precisamente por "mestres cristãos" de formação pagã.

O CRISTIANISMO – IGREJA PRIMITIVA ( 100 –300)

1. CAUSAS DA PERSEGUIÇÃO
Políticas
Enquanto a Igreja Cristã fazia parte do judaísmo, que era religião licita, a Igreja sofreu pouco. Mas logo que foi distinguido do judaísmo foi classificada como seita, uma sociedade secreta, o cristianismo recebeu a interdição do estado romano que não admitia nenhum rival à obediência por parte de seus súditos. Tornou-se então, uma religião ilícita, uma religião ilegal, considerada como ameaça à segurança do estado romano.

A religião cristã, era rápido em crescimento, exigia exclusiva lealdade a Cristo, César era colocado em segundo plano e este era o temor dos lideres romanos, empenhados em preservar a cultura clássica dentro da estrutura do império estatal: como desleais ao Estado, para os romanos os cristãos estavam tentando fundar um estado dentro do estado o Corpo de Cristo, tinha de ceder a soberania exclusiva de César .

Muitas práticas cristãs pareciam confirmar as suas suspeitas da deslealdade básica cristãos ao Estado levantada pelas autoridades romanas:

- Os cristãos se recusavam terminantemente a oferecer incenso nos altares devotados ao culto ao imperador romano. Quem sacrificasse nesses altares, podia praticar uma segunda religião particular.

- Os cristãos também realizavam a maioria de suas reuniões à noite e em segredo. Para a autoridade romana isto deixava claro que se preparava uma conspiração contra a segurança do estado.

Religiosas

A religião romana era mecânica e externa. Tinha seus altares, ídolos, processionais, ritos e praticas que o povo ver. Os romanos não se opunha a acrescentar um ídolo ao grupo do Panteão, desde que a divindade se subordinasse às pretensões de primazia feitas pela religião do Estado. Os cristãos não tinham ídolos e no seu culto nada havia para ser visto. Seu culto era espiritual e interno. Quando se opunham de pé e oravam de olhos fechados, suas orações não eram dirigidas a nenhum objeto visível. Para as autoridades romanas, acostumadas às manifestações materiais simbólica de seu deus, isto nada mais era do que ateísmo.

O sigilo dos encontros dos cristãos também dos cristãos também suscitou ataques morais contra eles. O vulgo popular os acusou de incesto, de canibalismo e de praticas desumanas. Entendo equivocadamente o significado de “comer e beber" os elementos representativos do corpo de Cristo, o vulgo popular logo depreendeu que o cristãos matavam e comia crianças em sacrifício ao seu Deus. A expressão “ beijo da paz ” foi logo transformada em acusações de incesto e outras formas se conduta moral que repugnava à mente cultural romana. Pouco diferença fazia se estes boatos eram verdadeiros ou não.

Sociais

Os que exerciam grande atrativo sobre as classes pobres e escravas, eram odiadas pelos líderes aristocráticos influentes da sociedade. Estes líderes os viam com desprezo mas temiam sua influencia sobre as classes pobres.Os cristãos defendiam a igualdade entre todos homens (CI. 3:11), enquanto que o paganismo insistia na estrutura aristocrática da sociedade em que uns poucos privilegiados eram servidos pelos pobres e pelos escravos.

Economicas
A oposição que Paulo recebeu dos fabricantes de ídolos em Efeso, mais preocupados com o perigo que representava o cristianismo para seus negócios que com a ameaça possível ao culto de Diana (At. 19:27), é uma chave para a compreensão da reação daqueles cujos interesses do “ ganha - pão ” estavam ameaçados pelo avanço do cristianismo. Sacerdotes fabricantes de ídolos, videntes, pintores, arquitetos e escultores dificilmente se entusiasmaram com uma religião que ameaçasse seus meios de sustento.

No ano 250 em que a perseguição deixou de ser local e intermitente para se tornar generalizada e violenta, Roma entrava, segundo a contagem dos romanos, nos mil anos de sua fundação. Nesta época uma fome e uma agitação civil assolavam o Império; a opinião atribuía estes problemas à presença do cristianismo no império e o conseqüente abandono dos deuses. Há sempre um bom motivo para superstição quando se aproxima o fim de um milênio e os romanos nisto não foram melhores que as pessoas da Idade Média que viveram pouco antes do ano 1.000. A perseguição aos cristãos parecia, aos romanos, uma forma lógica de superar o problemas.

Tudo isto cooperou para justificar a perseguição dos cristãos na mente das autoridades. Nem todas as razões estiveram presentes em cada caso mas a pretensão de exclusividade por parte da religião cristã sobre a vida do cristão conflitava com o sincretismo pagão e sua exigência de lealdade exclusiva ao estado romano na maioria dos assuntos.

2. O CRISTIANISMO SOB INTERDIÇÃO ESTATAL, 100-250

A primeira perseguição organizada como resultado de uma política governamental definida, começou na Bitínia durante a administração de Plínio, o Moço, por volta de 112. Plínio escreveu uma interessante carta ao Imperador Trajano, em que prestava informações sobre os cristãos, esboçava seu programa e pedia a Trajano uma opinião sobre o assunto. Dizia ele que “ o contágio desta superstição” ou seja o cristianismo espalhava-se por vilas e regiões rurais como também por grandes cidades com tal velocidade que os templos ficavam geralmente vazios e os vendedores de animais para o sacrifício, ficaram empobrecidos. Quando alguém era denunciado como cristão, Plínio convocava o tribunal e lhe perguntava se era cristão. Se admitisse a acusação três vezes, o cristão era condenado à morte. Em sua resposta, Trajano assegurou a Plínio que ele estava certo em seu comportamento. Não se devia caçar os cristãos, mas se alguém dissesse que uma pessoa era cristã, esta deveria ser condenada, a menos que negasse ou adorasse os deuses dos romanos. Foi durante esta perseguição que Inácio morreu.

Outra perseguição aconteceu em Esmirna nos meados do segundo século. Marco Aurélio foi alertado sobre o cristianismo . inclinado a atribuir as calamidades de seu reino provocadas pela natureza e pelo homem ao crescimento do cristianismo, deu ordem para a perseguição aos cristãos. Justino Mártir, o grande apologista, sofreu o martírio em Roma durante esta perseguição.

Já no declinar do primeiro século, especialmente na Ásia Menor, haviam se espalhado concepções que negavam a humanidade e a morte efetiva de JESUS, afirmando que Ele não viera na carne, mas sim, no aspecto de um fantasma, aparência docética (Já nos dias do Apóstolo João, corriam esses pensamentos. Confira 1Joao 1:1-3; 2:22; 4:2,3). Argumentavam que Cristo, na realidade apareceu e ensinou os seus discípulos mas, durante esse tempo era um ser celestial e não carne e sangue. Por volta do ano 135 a 160, surgiu ou foi se consolidando o agnosticismo (filosofia de auto-conhecimento de Deus).

O agnosticismo representava um enorme perigo para a Igreja. Solapava os fundamentos do cristianismo. O seu deus não é o Deus do A.T., o qual para eles era considerado um ser inferior e perverso. O seu Cristo não tivera encarnação, morte e ressurreição reais. Sua salvação restringia-se a uns poucos "iluminados".

A tradição cristã atribuía a Simão o magico, a fundação do gnosicismo. Porém, pouco se conhece de concreto a respeito de sua relação com esta doutrina. Mais provavelmente, cabe a pensadores "brilhantes" da época, tais como Satornilo de Antioquia (150), Basilides de Alexandria (130), e, com destaque especial, Valentino, que trabalhou em Roma entre 135 e 165 aproximadamente. A escola gnostica produziu ainda, entre muitos outros:

MARCIÃO (139), atacava toda sorte de judaísmo ou legalismo, afirmava que o Deus do A.T. não era o mesmo revelado no Cristo. O Deus do Antigo Testamento era um Deus justo e vingativo. Cristo e a manifestação docética do Deus bom e misericordioso, até então desconhecido. Por conseguinte, o A.T. e seu Deus tem de ser rejeitados pelos cristãos. Com seus seguidores, Marcião fundou uma Igreja separada, compilaram um cânon de livros sagrados, composto de dez epístolas de Paulo (omitindo as pastorais) e do Evangelho de Lucas. Eliminou desses livros todas as passagens que subentendessem que Cristo considerava o Deus do A.T. seu Pai, ou de alguma maneira relacionado com Ele. Dentre os movimentos vinculados ao agnosticismo, o de Marcião foi provavelmente o mais perigoso. Separava o cristianismo de suas raízes históricas de modo tão radical, quanto o fizeram as teorias gnosticas mais abstratas. Negava a encarnação real de Cristo e condenava o A.T. e seu Deus. As igrejas de Marcião espalharam-se muito notadamente no oriente, e existiram até o século V.

MONTANO, fundador do montanismo (156-200?). Ao contrário do gnosticismo, o montanismo foi um movimento de origem claramente cristã. Na maioria das Igrejas do século II, a primitiva esperança na próxima volta de Cristo, desaparecia. A consciência do Espirito, característica da Igreja Apostólica, praticamente extinguira-se. Com o declínio do sentido da ação constante e imediata do Espirito, ia crescendo a ênfase na sua importância como agente da revelação. Fora o Espirito Santo quem guiara os escritores do A.T. para o pensamento cristão do começo do século II, havia uma diferenciação entre o Espirito Santo e Cristo, mas eram ambos considerados Deus. Isso é evidente na fórmula batismal trinitária que, a essa época já estava substituindo a primitiva apostólica "EM NOME DE JESUS CRISTO".

Ao fim do século I e começo do século II a fórmula trinitária já era de uso freqüente. TERTULIANO, foi o mais fiel discípulo do montanismo. Converteu-se a essa doutrina por volta do ano 200, atraído por suas exigências ascéticas. Em Cartago, os seguidores de Tertuliano subsistiram até o tempo de Agostinho. Este Tertuliano, influente discípulo de Montano, foi o primeiro defensor público da doutrina da trindade. Como sempre, a doutrina não oferece segurança; os seus seguidores são inseguros na exposição da mesma.

Vejamos a teologia tertuliana que tenta ensinar a trindade: - "O Pai, o Filho e o Espirito Santo, todos são de um, por unidade de substancia, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que atribui a unidade numa trindade, colocando em ordem Pai, Filho e Espirito Santo. Três, contudo, não em substancia, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma mesma substancia e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espirito Santo." Tertuliano descreve essas distinções da Divindade como pessoas. No pensamento de Tertuliano essa unidade de substancia é material, pois a influencia estóica é que estava sujeito era bastante para fazê-lo afirmar que Deus é corpo e que o espirito tem uma substancia corpórea de sua própria espécie, e que, por derivarem-se do Pai por emanação, o Filho e o Espirito Santo são subordinados a Ele. Tertuliano afirmava ainda: "Os simples, os quais constituem a maioria dos fieis, mostram-se perplexos diante da explanação dos "três em um", alegando que a sua própria fé os afasta da pluralidade de deuses existentes no mundo e os leva ao ÚNICO DEUS VERDADEIRO. Era-lhes difícil perceber a distinção entre a idéia trinitária e as afirmações triteistas. A obra de Tertuliano "Contra Praxeas", foi, sem dúvida, a responsável pela definição, e mais tarde a dogmatizacao da doutrina da trindade, sendo confirmada por um dos seus discípulos - Novaciano de Roma (240-250), no seu tratado sobre a trindade e Atanasio (325?).

NOVACIANO, chegava até a sugerir a idéia de uma "trindade social' Comentando o texto de João 10:30 "Eu e o Pai somos um", afirmava que Cristo disse: "uma só coisa". Entendem os hereges que Ele não disse: "uma pessoa", pois a palavra "um" no neutro, subentende o acordo social, e não a unidade pessoal. Como em todos os expoentes do pensamento trinitário, não poderia faltar, também a este, a dúvida da sua própria exposição, quando conclui: "Cristo era plenamente Deus e, ao mesmo tempo, plenamente homem".

Ainda entre os expoentes trinitários, encontramos Dionisio, bispo de Roma (259-268), que foi um ferrenho perseguidor dos sabelianos (que pregavam a Unicidade de Deus).

c) A GRANDE BATALHA TEOLÓGICA
Se por um lado a heresia em torno da interpretação da Doutrina de Deus, penetrava na Igreja, através de pensadores de formação pagã como vimos em Tertuliano, Cipriano, Montano e outros, defensores da doutrina da trindade, entre outras heresias, encontramos de outro lado, vozes firmes na defesa da Unicidade de Deus, como INÁCIO de Antioquia que professava o mesmo tipo de Cristologia encontrado no Evangelho de João. Afirma que o sangue de Cristo e o sangue de Deus; saúda os cristãos romanos em nome de JESUS Cristo nosso Deus". A idéia mais original de Inácio é a de que a encarnação foi a manifestação de Deus para revelar uma nova humanidade.

Antes de Cristo, o mundo estava sob o poder do diabo e da morte. Cristo trouxe a vida e a imortalidade. Já mais a frente, ao mesmo tempo de Cipriano, encontramos o líder mais notável da escola modalista, cujo nome ficou até hoje vinculado a esse pensamento cristológico:

SABÉLIO (de onde os unicistas são apelidados de sabelianos ou sabelitas), afirmava: "Pai, Filho e Espirito Santo" são um só e o mesmo. Pai, Filho e Espirito Santo, são nomes (títulos) do Deus único, que se manifesta de formas diferentes, segundo as circunstancias. Enquanto Pai, é o Legislador do A.T.; enquanto Filho, é encarnado; enquanto Espirito Santo, é o inspirador dos apóstolos. Mas é o mesmo e único Deus que assim aparece nessas relações sucessivas, e transitórias, exatamente como se pode a um mesmo indivíduo atribuir títulos diferentes, segundo os diversos papeis que represente. Embora tenha sido excomungado em Roma, Sabelio granjeou inúmeros seguidores no oriente, especialmente no Egito e na Líbia. Não deixou de influenciar consideravelmente o que viria a ser considerado a "CRISTOLOGIA ORTODOXA". A identificação absoluta entre Pai, Filho e Espirito Santo, por ele proposta, foi rejeitada, mas subentendia uma noção de igualdade que veio por fim, como no caso de Agostinho suplantar a idéia de subordinação do Filho e do Espirito Santo, que caracterizava a cristologia defendida por Tertuliano. Calixto, em sua explanação da Cristologia, explicava: Pai, Filho e Logos, são nomes do Espirito único e indivisível. Filho é a designação própria daquele que se tornou visível - JESUS, ao passo que o Pai e o Espirito que nele habitava. Essa presença do Pai em JESUS é o "Logos". CALIXTO asseverava claramente que o Pai não padecera na cruz, mas sofrera com os sofrimentos do Filho JESUS. No entanto, o Pai, "depois de tomar sobre Si a nossa carne elevou-a a natureza da divindade, mediante a união dela consigo e a fez "uma", de forma tal que O PAI E O FILHO DEVEM SER CONSIDERADOS "UM SÓ DEUS!".

O Imperador Décio subiu ao trono imperial ao tempo em que Roma completava o fim do primeiro milênio de uma história e numa época em que o Império cambaleava sob calamidades naturais e ataques internos e externos à sua estabilidade. Os cristãos foram tomados com uma perigosa ameaça ao estado por causa de seu rápido crescimento numérico e por sua aparente tentativa de se construírem num estado dentro do estado. Décio promulgou em edito em 250 que exigia pelo menos,uma oferta anual de sacrifício nos altares romanos aos deuses e à figura do Imperador. Aqueles que oferecessem este sacrifício recebiam um certificado chamado libellus. A igreja mais tarde, foi sacudida com o problema de como tratar aqueles que tinham negado a sua fé cristã para conseguir esses certificados. Felizmente para a igreja, a perseguição durou só até a morte de Décio, no ano seguinte, mas as torturas que Orígenes sofreu, mais tarde causaram sua morte.

Diocleciano, líder militar forte, chegou ao trono imperial no fim de um século marcado pela desordem política no Império Romano. Ele concluiu que somente uma monarquia forte salvaria o Império e sua cultura clássica. Em 285, pôs fim à monarquia do principado, criada por César Augusto em 27 A.C, pela qual o imperador e o senado dividiam o poder. Em sua opinião uma monarquia poderosa oferecia a única alternativa ao caos. Foi nesta situação histórica que aconteceu a mais dura perseguição enfrentada pelos cristãos. Os primeiros editos, com ordem de perseguição aos cristãos, foram promulgados em março de 303, Diocleciano ordenou o fim das reuniões cristãs, a destruição das igrejas, a deposição dos oficiais da Igreja, a prisão daqueles que persistissem em seu testemunho de Cristo e a destruição das Escrituras pelo fogo. O ultimo edito obrigou os cristãos a sacrificarem aos deuses pagãos sob pena de morte caso recusassem. Eusébio conta que as prisões ficaram tão cheias de líderes cristãos e crentes comuns que não havia lugar suficiente para os criminosos. Os cristãos foram punidos com o confisco de bens, exílio, prisões ou execuções à espada ou por animais ferozes. Os mais felizes eram enviados aos campos de trabalhos forçados, onde trabalhavam até a morte nas minas.

Constantino, seu sucessor, compreendeu que se o Estado não podia destruí-la pela força, o melhor seria usara Igreja como aliado para salvar a cultura clássica. A Igreja e o Estado chegaram a um acordo que começou quando Constantino conseguiu o controle completo. Constantino; ( 274-337) teve uma visão de uma cruz no céu, com as seguintes palavras em latim; “ com este sinal, vencerás”. Ele derrotou os seus inimigos na batalha da ponte Mílvia sobre o rio Tibre. Embora a visão possa ter ocorrido, é evidente que o favorecimento da igreja por Constantino foi um expediente seu. A Igreja poderia servir como novo centro de unidade e salvar a cultura clássica e o Império. Constantino inaugurou uma política de favorecimento da Igreja cristã. Em 313, ele e Lícínio garantiram-lhe a liberdade de culto pelo Edito de Milão. Nos anos seguintes, Constantino promulgou outros editos, que tornavam possíveis a recuperação das propriedades confiscadas, o subsídios da Igreja pelo estado, a isenção ao clero do serviço público, a proibição de adivinhações e a separação do “Dia do Sol” (domingo), como um dia de descanso e culto. Ele tomou uma posição de liderança teológica no Concílio de Nicéia, em 325, quando arbitrou a controvérsia ariana. Apesar de o número de cristão não ultrapassar a um décimo da população do Império nesta época, eles exerceram uma influência no Estado bem maior do que se podia esperar pela quantidade de membros que possuía,

Constantino, em 330 fundou a cidade de Constantinopla. Este ato ajudou a dividir Oriente e Ocidente. Ele tornou o centro do poder político no oriente e o bispo de Roma, após 476, foi deixado com poder político além do espiritual.

Quando parecia que o cristianismo iria se tornar a religião do Estado, houve um retrocesso com a ascensão de Juliano em 361 ao trono imperial. Juliano fora forçado a aceitar o cristianismo formalmente, mas a morte de parentes seus nas mãos do governo cristão e o estudo que fez de filosofia em Atenas o levaram a se tornar um seguidor do Neoplatonismo. Ele retirou da Igreja Cristã os privilégios e restaurou a liberdade plena de culto. Todas as felicidades foram concedidas para ajudar no avanço da filosofia e da religião pagã. Felizmente para a Igreja,s eu reinado foi curto e o retrocesso do desenvolvimento da Igreja, foi apenas temporário.

O Imperador Graciano renuncio ao titulo de Pontifex Maximus. Teodósio I promulgou em 380 um edito tornando o cristianismo a religião exclusiva do estado. Qualquer pessoa que seguisse outra forma de culto receberia a punição do estado. Em 392, o Edito de Constantinopla estabeleceu a proibição do paganismo. Em 59, Justiniano desferiu o golpe de misericórdia sobre o paganismo, quando determinou o fechamento da escola de filosofia de Atena.
3. GOVERNO DA IGREJA ( 100-313 )
Foi no período entre 100 e 313 que a Igreja se viu forçada a pensar na melhor maneira pela qual poderia enfrentar a perseguição externa do estado romano e o problema interno do ensino herético e das conseqüentes decisões. Ela procurou cerrar fileiras através de procedimentos.

O Bispo Monarquiso.

Necessidades práticas e teóricas levaram à exaltação da posição do bispo em cada igreja, chegando ao ponto de as pessoas o virem e o reconhecerem como superior aos outros presbíteros aos quais seu oficio fora relacionado em tempos do Novo Testamento. A necessidade de uma liderança para enfrentar os problemas da perseguição e da heresia foi uma necessidade prática que acabou por ditar o aumento do poder do bispo. O desenvolvimento da doutrina da sucessão apostólica e a crescente exaltação da Ceia do Senhor foram fatores fundamentais neste aumento de poder. A elevação do bispo monárquico em meado do segundo século originou-se da honra especial devida ao bispo monárquico da Igreja em Roma.

O argumento inicial e mais importante apresentado desde cedo na história da Igreja, foi o de que Cristo deu a Pedro, presumivelmente o primeiro bispo de Roma, uma posição de primazia entre os apóstolos em função da suposta designação de Pedro como a rocha sobre qual edificaria a Sua igreja (Mt 16:18 ). Segundo Mateus ( 16:19) Cristo deu tambem a Pedro as chaves do reino dos céus e depois o comissionou especialmente para apascentar Seu rebanho ( Jô: 21:15-19).

A Igreja Romana insiste desde tempos antigo que Cristo deu a Pedro um lugar especial de primeiro bispo de Roma e de líder dos apóstolos.

O prestigio histórico de Roma como a capital do Império levou a uma natural elevação da posição da igreja da capital. Muitos pais da Igreja Ocidental, como Clemente, Inácio, Irineu e Cipriano, destacaram a importância da posição do bispo, e no caso de Cipriano, do bispo de Roma. Embora todos os bispos fossem iguais, honra especial deveria ser dada ao bispo romano encarregado da cadeira de São Pedro. Embora todos os bispos estivessem numa linha de sucessão apostólica dos bispos desde o próprio Cristo, Roma merecia honra especial, porque, cria-se seu bispo continuava a linha sucessória desde Pedro.

Desenvolvimento da regra de fé

O papel do bispo como garantia da unidade da Igreja foi reforçada pelo desenvolvimento de um credo. Um credo é uma declaração de fé para uso público. Os credos têm sido usados para testar a ortodoxia, identificar os crentes entre si e servir como um resumo claro das doutrinas essenciais da fé. Pressupõe uma fé viva da qual são expressão intelectual. Os credos denominacionais surgiram depois da reforma. Os credos conciliares ou universais elaborados por representantes de toda a igreja surgiram no período da controvérsia teológica entre 313 e 451. o primeiro tipo de credo foi o credo batismal de que o Credo do Apóstolos pode servir como exemplo. Deve-se ter sempre em mente que os credos são expessões relativas e limitadas da regra divina e absoluta de fé e prática contida na Bíblia. Textos bíblicos que favorecem a idéia de um credo são encontrados em Romanos 10:9-10, Corintios 15:4, I Timóteo 3:16.

Irineu e Tertuliano desenvolveram Regras de Fé para serem usadas na distinção entre Cristianismo e Gnosticismo.

O Credo dos Apóstolos é o mais antigo sumário das doutrinas essenciais da Escritura que possuímos. Alguns pensam que o Credo dos apóstolos surgiu da declaração abreviada de Pedro sobre Cristo em Mateus 16:16 e que foi usado como fórmula batismal desde cedo.

Cânon do Novo Testamento

O cânon, lista dos volumes pertencentes a um livro autorizado, surgiu como um reforço à garantia da unidade centralizada no bispo e à fé expressa num credo. O desenvolvimento do cânon foi um processo demorado, encerrado em 175, exceto para o caso de uns poucos livros cuja autoria era ainda discutida.

Algumas razões de ordem prática tornaram necessário que a igreja desenvolvesse a relação de livros que deveriam compor o Novo testamento, Heréticos, como Márcion estavam formando o seu próprio cânon das Escrituras e estavam levando o povo ao erro. Os cristãos perseguidos não estavam dispostos a arriscar suas vidas por um livro se não estivessem certos de que ele integrava o cânon das Escrituras.como os apóstolos estavam saindo de cena, havia a necessidade de alguns registros que seriam reconhecidos como autorizados e dignos de uso na adoração.

O maior teste do direito de um livro estar no cânon era se ele tinha os sinais da apostolicidade. Era ele escrito por um apóstolo ou por alguém ligado intimamente aos apóstolos, como Marcos, o autor do Evangelho de Marcos que contou com a ajuda do apóstolo Pedro. A eficácia do livro na edificação quando lido publicamente e sua concordância com a regra da fé serviam de testes também. Na análise final, o que contava para a decisão sobre que livro deveria ser considerado canônico e dignos de serem incluídos no Novo Testamento era a verificação histórica de autoria ou influência apostólica ou a consciência universal da igreja dirigida pelo Espírito Santo.

Liturgia

Muitos convertidos vindos das religiões de Mistério também contribuíram para o desenvolvimento do conceito da separação do clero dos leigos, ao destacaram a santidade da posição dos bispos. A Ceia do Senhor e o Batismo tornaram-se ritos que somente poderiam ser dirigidos por um ministro credenciado. Ao se desenvolver a idéia da Ceia como um sacrifício a Deus, fortaleceu a santidade superior d bispo comparado com os membros comuns da igreja. O desejo de ser batizado eram os únicos requisito , mas, ao final do segundo século, acrescentou-se um período probatório como catecúmeno a fim de provar a realidade da experiência do convertido. Neste período de provação, os catecúmos assistiam aos cultos no vestíbulo final do templo e não podiam cultuar no santuário. O batismo em geral era por imersão; às vezes por afusão ou aspersão. O batismo infantil, que Tertuliano criticava e Cipriano apoiava, e o batismo clínico ( de doentes ) surgiram neste período. O surgimento de um ciclo de festas no ano eclesiástico é também deste período.

A Páscoa, nascida da aplicação da Páscoa judaica à ressurreição de Cristo, parece ter sido a primeira destas festas. Só depois de 350, o Natal foi aceito como uma festa cristã e, então purificado dos elementos pagãos que o compunham. A quaresma, um período de 40 dias, anteriores a Páscoa, de penitência e contenção dos apetites da carne, foi aceita como parte do ciclo litúrgico das igrejas depois da adoção do Natal.
HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ (Da Igreja Apostólica a 313 e os primeiros séculos A.D.)

I. O nascimento de Cristo e os fundamentos da Igreja Primitiva

Jesus Cristo é o fundamento sobre o qual repousa o cristianismo. Existindo antes como Deus, ele veio ao mundo (se encarnou) e pregou a fé, o arrependimento, a salvação e o amor de Deus. Deu-se ainda, enquanto Deus encarnado, como sacrifício para morrer pela salvação da humanidade. Assim, ele se tornou não só Senhor da Igreja, mas também o Salvador do mundo.

A existência de Cristo e de sua igreja, o cristianismo, não é um evento isolado do mundo. Ele nasceu num tempo determinado, num contexto histórico determinado e em condições históricas determinadas que servem como pano de fundo para o estabelecimento da sua igreja. É exatamente nesse pano de fundo (Cristo e o contexto histórico em que nasceu) que podemos encontrar as melhores evidências e os melhores vestígios da atuação divina que transformou e deu forma à natureza e mensagem da igreja cristã.

1. A "Plenitude dos tempos"

Leia Marcos 1:15 e Gálatas 4:4. Estes textos revelam que Jesus Cristo não nasceu numa época qualquer, mas ao chegar a "plenitude dos tempos". Como as profecias messiânicas não apontam para uma data da vinda do Messias, não se podem interpretar esses textos como fazendo alusão ao cumprimento de uma profecia específica. De acordo com os estudiosos, a interpretação adequada de "plenitude dos tempos" é: "tempo certo", "momento ideal", "ocasião propícia" designada por Deus, mas não revelada nas profecias escritas.

Assim, temos a seguinte definição técnica para a expressão "plenitude dos tempos": época ou contexto histórico cuja realidade (acontecimentos) foi tremendamente favorável ao objetivo da vinda de Cristo ao mundo, que é a anunciação e propagação universal do Evangelho do Reino de Deus. A natureza dessa realidade é a uniformização cultural e política propiciada pelo sistema administrativo do império romano, somadas as outras contribuições religiosas (dos judeus) e culturais (dos gregos) que já faziam parte desse ambiente mundial.Não foram todas contribuições positivas, mas em muito contribuíram para levar o mundo uma a situação ideal na qual Cristo exerceria um impacto maior que não teria sido possível até então. Vejamos que realidade e contribuições foram essas.

2. O tempo do nascimento de Cristo

Jesus Cristo nasceu dentro do mundo romano. O mundo composto pelas nações mais conhecidas da época tinha caído sob o controle absoluto dos romanos. A Palestina, terra natal de Cristo, foi submetido pelos romanos no ano 63 a.C. O vasto território que reunia nações da Ásia, África e Europa caíra nas mãos de um mesmo domínio político, jurídico e econômico, o império romano. Chama-se império ao poder político-econômico e jurídico exercido sobre duas ou mais nações autônomas, mas que perderam a sua soberania em favor de uma outra (que as governa) por livre decisão ou à força.

De acordo com o calendário romano, que coloca a data da morte do rei Herodes no ano 4 aC, o ano provável do nascimento de Cristo fica entre 7 e 3 a.C. Além de contada em documentos e obras de historiadores antigos, muitos deles contemporâneos de Jesus, a existência histórica do filho de Deus é totalmente afirmada e historiada pelos evangelhos no Novo Testamento. O cristianismo é também, por isso, um assunto da história da humanidade e a disciplina que estuda tudo aquilo que acontece e aconteceu com ele é a História do Cristianismo (ainda História Eclesiástica ou História da Igreja).
3. Unificação do mundo pelos romanos

A partir do ano 146 a.C. os romanos haviam unificado e dominado, com a força das armas, o vasto território que ia desde a área toda que se estendia desde as Colinas de Hércules, o atual Gibraltar, até os rios Tigres e Eufrates, da Bretanha até o Reno, o Norte da África, tudo isso e mais a região do Danúbio estavam sob o domínio do Império Romano, o palco em que inicia a história da Igreja de Cristo. Nascia o império romano. A política de unificação do mundo adotada pelos romanos era tal que facilitou muito o rápido crescimento da igreja primitiva na época dos apóstolos. Antes disso, por obra de outros impérios que também dominaram o mesmo mundo, dois outros fatores já haviam sido introduzidos nele e faziam parte da sua civilização. São a cultura grega e a religião judaica. Juntas, isto é, dominação política dos romanos, cultura grega e religião judaica, constituíram a realidade entendida pelos estudiosos como um "tempo altamente favorável" (=plenitude dos tempos) para a difusão do evangelho e sua rápida expansão. Contribuíram os seguintes elementos da administração central dos romanos, e outros que caracterizavam essa época: (a) Contribuição dos romanos. A Paz Romana (Pax Romana), a ordem e as estradas. O governo romano se preocupou em estabelecer paz e ordem social em todos as nações sob o seu domínio, planejou e construiu um excelente sistema viário (caminhos e rotas de navegação na terra, mar e rios) que interligava as várias regiões e nações. Além disso, concedeu cidadania a todos os cidadãos livres em todo o império e estendeu a obrigação do serviço militar a todos os cidadãos do sexo masculino. O que existia, sob o governo dos romanos era um mundo semi-globalizado, unificado debaixo das mesmas leis válidas para todos os cidadãos, do mesmo sistema econômico e das mesmas determinações políticas. É verdade que no meio dessa unidade havia também problemas e maus costumes mundanos. Lutas internas pelo poder, responsável pelos comportamentos sanguinários das suas cortes e governantes, brutalidade humana exemplificada pelas suas diversões sanguinárias, escravidão, machismo, além de certa intolerância religiosa e devassidão dos costumes, levariam o império à decadência moral.

Veja a descrição que Paulo faz da imoralidade típica desse mundo em Romanos 1:18-32. Leia também atos 17:16-31. Qual é o problema fundamental para o homem? Existe, para Paulo, relação entre idolatria e imoralidade? Em que sentido? (b) Contribuição dos gregos. A cultura grega é o segundo fator que mais contribuiu para a unidade do mundo romano. Por isso costuma se designar a civilização dessa época de greco-romana. Ela foi espalhada por toda a parte (na verdade imposta sistematicamente) entre os anos 338 e 146 a.C. pelas conquistas de Alexandre, o Grande. Desta cultura dos gregos o mundo da época herdou a língua (grega) e a filosofia (prática de refletir sobre a realidade do mundo e sobre as questões fundamentais da vida humana). Língua. Do leste ao oeste do império romano falava-se a língua grega. Uma versão mais popular (vulgar), decorrente da mistura do grego com as línguas nativas, se tornou comum entre as populações. É o chamado grego koiné, falado também na Palestina e na grande maioria das regiões ao redor do mar Mediterrâneo. Todo o Novo Testamento foi escrito nessa língua e poderia ser lido em qualquer parte, e os apóstolos e os primeiros missionários pregaram em qualquer canto daquele mundo falando a língua grega. Filosofia. Séculos antes de Cristo, a filosofia grega levara ao descrédito a existência dos deuses adorados pelos seus antepassados. Por causa dela, e também da derrota das nações por Roma (e outros impérios antes deles), além do aumento do sofrimento no dia-a-dia (os nativos passaram a desconfiar da proteção dos deuses), em todo o império os velhos deuses perderam a sua autoridade e as pessoas começaram a enfrentar algumas questões básicas da vida: "quem sou eu?", "de onde venho?", "que destino nos espera?", "em que posso esperar?". De fato, o vácuo deixado pela queda dos deuses levou a difusão de dois elementos de compensação moral e espiritual: as filosofias da vida e as religiões de mistério (ocultismo, esoterismo, etc.), oriundas do leste (oriente). Tudo isso contribuiu para aprofundar a sede espiritual e a necessidade por um Deus verdadeiramente salvador. (c) Religiões e filosofias orientais de mistério. Essas religiões ensinavam que o mundo material é transitório e, para salvar-se, o homem precisa libertar-se dele e desenvolver a vida do espírito. A salvação está no alcance dos segredos da vida espiritual. A religião (qualquer que seja), graças a sua dedicação aos mistérios do espírito, leva qualquer homem à salvação. Isto exige iniciação no conhecimento dos mistérios ou da sabedoria oculta (=gnose) e desprezo pelos prazeres do corpo (=asceticismo). Em resumo, as religiões orientais promoveram no império a divulgação de uma nova moralidade (asceticismo), nova segurança para a vida (conhecimento) e nova esperança (salvação), e novo modelo de religiosidade para o qual todas as religiões ajudam (sincretismo). Até certo ponto, muito disso favoreceu o melhor entendimento da mensagem da salvação pela fé pregada pelos primeiros cristãos.

As religiões de mistério caracterizavam-se pelo seu panteísmo e dualismo. Descubra o significado destas duas doutrinas e compare-os com os ensinos bíblicos.

(d) Culto civil imperial. Com base na motivação religiosa comum do homem do mundo antigo, e também no pensamento e religiosidade do oriente (no Egito os faraós eram deuses), o senado romano estabeleceu, a partir do ano 27 a.C, o culto ao imperador. Considerando o imperador como pertence ao mundo divino (Augusto), estabeleceu como dever obrigatório de cada cidadão cultua-lo e dedicar-lhe sacrifícios como um deus. Depois ficou evidente que este culto servia melhor a finalidade de unificar os diversos povos do império romano através da lealdade política e cívica. Mais tarde muitos imperadores utilizarão a obrigatoriedade do culto do estado (civil) para perseguir os cristãos, a quem eles consideraram "inimigos" do bem do império. Como veremos, milagrosamente a perseguição se tornaram num fator de grande crescimento da igreja antiga. Contribuição dos Judeus. A presença dos judeus no império foi vital para a expansão do Cristianismo no mundo daquela época. Basta notarmos que Jesus Cristo nasceu como judeu e que a igreja começou entre os judeus. No âmbito dos fatores catalogados como essenciais à idéia de "plenitude dos tempos", três foram as contribuições dos judeus: o livro sagrado (Antigo Testamento) e as sinagogas (lugares de culto a Javé).

(a) A Sinagoga e a diáspora. Com a invasão e derrota, pelos persas, dos dois reinos que compunham Israel no século sexto antes de Cristo, teve início um processo de dispersão do povo judeu pelo mundo que dura até hoje. É a chamada diáspora ou dispersão. Desde então, em todas as cidades importantes do mundo antigo existia uma colônia de judeus. E onde existiam judeus havia também uma ou várias sinagogas, onde os mestres e os escribas ensinavam as escrituras (Torá) e promoviam as cerimônias do culto judaico. (b) A esperança do Messias. É importante também perceber que a transplantação dos judeus para outras partes do mundo levou à decadência do culto javista, denunciada e combatida nos escritos dos profetas menores. Graças ao ministério desses profetas, foi retomado um despertamento espiritual baseado na esperança da vinda do Messias restaurador (um rei político vencedor, que castigaria os gentios e exaltaria os judeus) e na fidelidade e obediência à vontade de Deus. Como conseqüências os judeus, tanto na Palestina quanto na diáspora, começaram um movimento de revoltas (luta) por liberdade política e religiosa contra seus opressores políticos (Assírios, Macedônios e mais tarde Romanos) e uma proliferação de seitas religiosas internas que pregavam, cada uma à seu modo, o ideal de pureza espiritual. Sobre o movimento de revoltas judaicas, veja Lucas 13:1, Atos 5:36,37. NOTA: Antes do nascimento de Cristo surgiram no mundo antigo várias seitas judaicas que pregavam o ideal de pureza religiosa. As mais destacadas são os Fariseus (insistiram na pureza baseada na absoluta observância da lei mosaica, elaborando leis para a vida diária; tornou-se a mais popular), os Escribas (se notabilizaram por resguardar a pureza das escrituras e prática devida aos seus ensinamentos), os Saduceus (menos radicais, consideraram necessário contextualizar a religião judaica com os valores do mundo; adeptos da filosofia e cultura gregas, chegam a negar a imortalidade da alma e a ressurreição dos mortos) os Zelotes (baseavam suas motivações religiosas no cuidado e zelo espiritual em todos os detalhes da vida prática), os essênios (movimento espiritual radical que pregou a separação total do mundo e suas influências diabólicas; passaram a viver em cavernas ao longo do mar mediterrâneo - sendo Quram o local da comunidade mais destacada - onde aguardavam a vinda imediata do Messias) e os Sicários (para-militares que combatiam com táticas de guerrilha a presença dos opressores políticos na palestina). Apesar de estarem sob o domínio romano, Herodes o Grande negociou com os romanos e conseguiu garantir legalmente a liberdade de culto para os judeus da Palestina, bem como isenção da obrigação de sacrificar ao imperador. Governados pelo conselho de Jerusalém (=Sinédrio), a vida religiosa dos judeus girava em torno do templo de Jerusalém. Fora de Jerusalém, de mais importância para a vida prática tornou-se a sinagoga. Nelas os escribas ocupavam a liderança que os sacerdotes tinham no Templo em Jerusalém. (c) O Antigo Testamento. A Bíblia dos judeus é o Velho Testamento. No mundo romano já se utilizava também a versão grega dela chamada "Septuaginta", traduzida na primeira metade do século I a.C. (contagem de trás para frente) por um grupo de setenta eruditos judeus que trabalhavam na biblioteca pública da cidade de Alexandria (Egito), onde também existia a maior e mais importante comunidade judaica da dispersão. Foi essa tradução utilizada no ministério dos apóstolos. (d) A teologia judaica. Em Alexandria surgiu também a primeira escola teológica judaica que tentou combinar os ensinos das escrituras com a Filosofia grega, prática também utilizada por alguns apóstolos como João e Paulo e, como veremos, por alguns pais na Igreja Primitiva. Para a compreensão do evangelho e sua aceitação entre as pessoas esclarecidas do império romano, este trabalho preliminar dos teólogos judeus em Alexandria (como Fílon) acabou representando uma contribuição fundamental.

Muitos gentios foram atraídos para o judaísmo já desde antes do nascimento de Cristo. Eram referidos como "os que temem a Deus" (sem deixar de ser gentios) ou "prosélitos", (aqueles que se convertiam completamente ao judaísmo). O livro de Atos informa que este grupo foi, muitas vezes, a ponte da igreja para o mundo pagão.

Cristo nasceu numa época muito favorável ("plenitude dos tempos") ao evangelho da salvação e à sua divulgação. Dominado pelos romanos, o mundo estava unificado em torno das mesmas leis, pacificado e cheio de facilidades para viajar de um ponto para outro por terra e mar. Os primeiros evangelistas e missionários que se levantaram na igreja primitiva viajavam através dessas estradas e rotas para alcançar o mundo distante, como cidadãos livres e protegidos pelas mesmas leis do mundo a alcançar. Falavam a língua comum aos demais povos submetidos por Roma (grego koiné) e pregavam às populações inteiras desiludidas pelos seus deuses e submetidos ao engano de filosofias vãs e da falsa religiosidade, que não saciavam a sede espiritual e a esperança por uma sorte melhor para o futuro. Além disso, ao viajarem de país em país, aldeia em aldeia, cidade em cidade, muitos missionários itinerantes na época antiga, como o apóstolo Paulo e Barnabé, procuravam primeiro as sinagogas judaicas onde liam e interpretavam as profecias messiânicas no Antigo Testamento, dando em seguida seu testemunho de salvação pela fé em Cristo Jesus. A providência divina utilizou todas as condições do mundo greco-romano em favor da expansão do reino de Deus ao nascer nele o salvador de todo o mundo.

II. A Igreja Primitiva e a situação dos primeiros cristãos

O cristianismo começou quando Jesus reuniu os primeiros discípulos e convidou-os a segui-lo. Com eles e por meio deles nasceu a igreja primitiva. Já vimos que Jesus é a causa e fundamento da existência dessa igreja. Para ela e em vista dela, ele chamara os discípulos como garantia de sua continuidade e da propagação do evangelho do reino ao mundo todo.

1. O Pentecoste e os primeiros cristãos

O Novo Testamento mostra que os discípulos constituíram-se em alicerces para a edificação da igreja. Podemos notar isto nas palavras dirigidas particularmente a Pedro (Mateus 16:18) e na profecia do comissionamento universal, sob a direção do Espírito Santo (Cf. Atos 1:8,9). A forma evidente da igreja se manifesta, portanto, a partir do evento do Pentecoste (Cf. Atos dos Apóstolos). Neste dia os discípulos receberam o poder do Espírito Santo, que os capacitou com virtude e poder extraordinário para testemunhar ao mundo a salvação de Deus em Cristo Jesus. Foi assim que nasceu a primeira comunidade (igreja) cristã na cidade de Jerusalém, que a história considera de Igreja Primitiva.

2. Igreja Primitiva

A Igreja Primitiva reunia todos os primeiros seguidores de Jesus (incluídos os 12 apóstolos), que residiam Jerusalém ou os que lá permaneceram depois das festividades da Páscoa, evento em que Jesus fora preso, julgado, condenado e morto injustamente. A grande maioria deles esteve também no último encontro de Jesus com os seus discípulos, quarenta dias após sua ressurreição, no Monte das Oliveiras, onde receberam a promessa do Espírito Santo (Atos 1:1-19). Lucas narra, em Atos, que depois do Pentecoste uma comunidade de crentes na ressurreição de Jesus, cheios do Espírito Santo, crescia na graça, na unidade da fé, na glorificação do Salvador, no conhecimento de Deus e em número (Atos 2). NOTA: Depois do Pentecoste o poder se manifestou entre os discípulos de maneira espetacular através dos dons de línguas, de operar milagres (como curar) e testemunhar destemidamente. Essas foram, sem dúvida, marcas muito próprias da igreja primitiva, que muitas vezes se repetem nalguns lugares e épocas ao longo da história da igreja cristã. Você acha que existe semelhança real entre a Igreja Primitiva e as igrejas cristãs na atualidade? Porque?

No início a Igreja Primtiva parecia uma seita judaica, vez que seus membros obedeciam ainda a lei mosaica, freqüentava fielmente o Templo e as sinagogas. Tanto assim que seus membros não eram chamados de cristãos. Isto só ocorreu alguns anos depois em Antioquia. A maioria era de judeus que acreditavam que o Messias era Jesus Cristo e que o seu reino já estava presente em Jesus. Parte desses judeus seguidores de Jesus provinha das comunidades judaicas da dispersão, que foram à Jerusalém nas festividades da Páscoa e se converteram no Pentecoste ou depois dele. O Pentecoste foi muito importante, porque cumpriu uma importante profecia para a igreja de Cristo (Atos 1:8,9). Os crentes em Jesus receberam o poder e a virtude do Espírito Santo para testemunharem do Evangelho de Jesus até os confins da Terra. Apesar disso, infelizmente Atos nos informa que inicialmente eles ficaram em Jerusalém até que o desencadear de uma onda de perseguição os obrigou a fugir (Atos 8:1).

3. A perseguição dos cristãos pelos judeus

Passados os anos, a diferença entre os que acreditavam que Jesus era o Messias e os demais judeus em Jerusalém se tornou nítida. A separação absoluta entre a religião judaica e os crentes em Cristo como o Messias tornou-se inevitável. A liderança religiosa judaica havia considerado abusiva a crença em Jesus como o Messias prometido aos judeus, e uma blasfêmia contra a lei mosaica a adoração de Jesus como o filho de Deus. O povo judeu esperava por um Messias-rei, um grande político guerreiro que os libertaria do jugo e poder dos romanos. E para eles, aquele Jesus filho de um carpinteiro e de uma camponesa, um homem que pregou amor aos inimigos, que combateu a religiosidade cerimonialista no Templo de Jerusalém, não era o Messias que a nação esperava. Por isso, deram início a uma perseguição dos seus seguidores com vistas a impedir a propagação do seu evangelho. O primeiro incidente mais notável dessa perseguição foi a condenação de Estevão à morte, por apedrejamento, estabelecida pelo sumo sacerdote em Jerusalém. Assim como os demais cristãos, Estevão ensinava que Jesus é o Messias, crucificado e ressuscitado dentre os mortos pelo poder de Deus, para dar testemunho de Javé e para salvar os crentes.

4. A Igreja primitiva se espalha

Essa perseguição foi, até certo ponto, benéfica para a igreja. Deus aproveitou a oposição dos judeus ao crescimento da Igreja para espalhar os discípulos de Jesus pelo mundo fora de Jerusalém. Na Palestina havia aumentado a instabilidade política e militar imediatamente após a morte de Cristo. Muitos judeus, cansados do jugo do romano, aderiram a movimentos armados e de insurreição pública contra Roma. Uma rebelião generalizada aconteceu no ano 70, quando então os romanos decidiram enviar uma expedição militar grande à região da Judéia, comandada pelo general romano Tito, e derrotaram os judeus. Em Jerusalém o tempo foi destruído e muitos habitantes debandaram para regiões distantes. Essas duas situações (perseguição judaica e fuga para outros territórios seguros), ajudaram a transplantar o evangelho para as regiões distantes de Jerusalém.

Muitos apóstolos saíram de Jerusalém por conta desses problemas e comandaram a evangelização em outras partes. Dados históricos do ministério dos doze, e dos milhares de missionários e pregadores itinerantes que alvoroçaram o mundo romano antigo, são escassos, praticamente inexistentes. Os mais conhecidos são aqueles que o próprio Novo Testamento descreve, bem como a literatura produzida pelos cristãos daquela época e que sobreviveu até hoje. Em Antioquia, cerca de 500 km ao norte de Jerusalém, refugiados cristãos começaram a pregar não somente aos judeus, mas também aos gentios, que se convertiam ao evangelho cristão (Atos 11:19-21). Aí também se formou o primeiro núcleo da Igreja, cujos membros foram pela primeira vez chamados de "cristãos" (Atos 11:26). A Igreja de Antioquia foi também o primeiro centro missionário da história da igreja. Por inspiração do Espírito Santo, ela comissionou Saulo de Tarso e Barnabé enviando-os a pregar às regiões distantes, tanto para judeus quanto para os gentios (Atos 13:1-3).

5. Paulo, o maior missionário antigo

Paulo foi, particularmente, o maior missionário da Igreja Primitiva. Ex-fariseu e devotado a perseguir os cristãos, conheceu a Jesus numa viagem a Damasco para prender cristãos (Atos 9). Deste dia em diante o Espírito Santo tornou-lhe um apóstolo da igreja, com missão especial para evangelizar os gentios (Atos 11). Morreu como mártir crucificado em Roma, durante a perseguição de Nero, provavelmente no ano 67. Recomenda-se a leitura do quarto capítulo de O Cristianismo através dos séculos, de Earle E. Cairns (Edições Vida Nova), que oferece uma breve mas completa resenha histórica da vida, obra, método e pensamento desse grande apóstolo (missionário) aos gentios. Primeiro trabalhou em Antioquia durante um ano, ao lado de Barnabé. Depois, em várias viagens, primeiro com Barnabé e depois com outros companheiros, Paulo levou o evangelho à ilha de Chipre, às várias cidades da Ásia Menor, à Grécia, à Roma, e talvez até à Espanha". Paulo pregava o evangelho da graça de Deus aos gentios (mas também aos judeus) nessas regiões. Não obrigava os gentios (pessoas não judias) a submeter as leis e costumes religiosos judaicos (como os demais apóstolos faziam) antes de batiza-los. Ele considerava a lei como substituída pela graça que veio através de Cristo, o único salvador. Conflito com os Judeus. Os judeus da Palestina e mesmo na diáspora exigiam que os gentios convertidos ao judaísmo (os tementes a Deus) deveriam adotar também as práticas e costumes culturais dos judeus. Seguindo esse exemplo, os judeus cristãos da Palestina também acabaram fazendo questão de que os gentios convertidos ao cristianismo deveriam guardar todos os preceitos da lei judaica e dos seus costumes. Paulo, e também Barnabé, pregavam que o que importa é apenas a fé em Jesus. A divergência acabou se transformando em conflito de opinião entre os missionários dos gentios, Paulo em particular, e os judeus cristãos de Jerusalém (Atos 15:1-5; Gálatas 2:11-14). Para Paulo, o que importava não era a circuncisão e as demais tradições judaicas, mas a fé em Jesus Cristo (Gálatas 1 e 2). A situação obrigou os líderes da Igreja (apóstolos) a convocar a primeira reunião geral da Igreja (Concilio) no ano 48 a.D., em Jerusalém, para se encontrar uma solução universal (válida para todas as comunidades cristãs nas diferentes partes) para as divergências. Decidiu-se, entre outras coisas, acabar com qualquer distinção, na Igreja, entre judeus e gentios (=não judeus). Veja as outras principais resoluções em Atos 15:6-29. Depois do primeiro concílio, a igreja começou a crescer bastante entre os gentios e o número de cristãos judeus tornava-se cada vez menor. Por algum tempo mais alguns cristãos judeus da Palestina, sob a liderança de alguns apóstolos, retomaram a defesa da circuncisão para os gentios convertidos, a ponto de aparecerem divisões partidárias dentro das comunidades cristãs. Negavam a autoridade apostólica de Paulo e exaltavam a lei à custa do Evangelho. Mas, por causa da luta dos judeus contra os romanos, e da perseguição destes contra os cristãos, além do crescimento da igreja cristã gentílica, os judaizantes ficaram isolados e diminuíram. Os remanescentes fixaram-se depois na Síria, onde desapareceram por volta do século VII com a invasão dos árabes. A igreja primitiva já era uma realidade em amplo crescimento e seus membros destemidos missionários de Cristo.

CRONOLOGIA DOS EVENTOS NA IGREJA PRIMITIVA

(Datas aproximadas)

Pentecostes --------------------------------------------Ano 30

Conversão de Paulo ----------------------------------Ano 31

Fuga para Antioquia ---------------------------------Ano 43

Primeira viagem missionária de Paulo ------------Anos 45-47

Concilio de Jerusalém -------------------------------Ano 48.
As crenças dos cristãos primitivos eram muito simples: Todos os seus pensamentos sobre a vida cristã tinham como centro a pessoa de Cristo: Criam em Deus, o Pai; em Jesus como Filho de Deus, Senhor e Salvador; criam no Espírito Santo; criam no perdão dos pecados e na eminente 2a vinda de Jesus.

Crer, entretanto, que a Igreja Primitiva era imaculada e sem defeitos é um romantismo que não encontra respaldo na História da Igreja e nem no Novo Testamento. Aliás, o próprio Novo Testamento foi escrito tendo em vista as necessidades surgidas no dia a dia da Igreja. As epístolas, na maioria das vezes, foram escritas para corrigir a postura doutrinária de uma determinada igreja local ou para combater uma heresia incipiente (Gálatas . Escrita para combater os judaizantes; I e II Coríntios . Escritas para combater a frouxidão moral dos cristãos coríntios, bem como disciplinar o uso dos dons espirituais; I e II Tessalonicenses . Escritas para corrigir distorções no que diz respeito ao que aqueles cristãos acreditavam acerca da 2a vinda de Jesus.) O Apocalipse foi escrito para alentar uma igreja perseguida, demonstrando o senhorio de Jesus na História. Os Evangelhos foram escritos cerca de 60 a.D., uma vez que a geração que convivera com Jesus estava morrendo e o testemunho escrito é mais duradouro e menos susceptível a distorções que o testemunho oral.

Como dissemos, a formulação das doutrinas foi gerada pelos desvios da fé. A fim de definir os que de fato poderiam ser chamados de cristãos, a igreja, frente ao desafio das heresias, passou a sistematizar pontos doutrinários que exprimiam a “fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.”
As Perseguições O primeiro grande desafio da Igreja foram as perseguições. A princípio o governo romano considerava a Igreja Cristã como uma das seitas do judaísmo, e como tal, uma religião licita. Posteriormente, com o crescimento do Cristianismo, passou a ver a igreja como distinta do judaísmo. À medida que crescia, o Cristianismo passou a sofrer cada vez mais oposição por parte da sociedade pagã e do próprio Estado. A primeira grande perseguição movida pelo Império deu-se sob Nero. A partir daí, outras perseguições ocorreram, mas elas nem foram de cunho universal, nem de duração contínua. Muitas vezes dependia do governo provincial. Após Nero, Domiciano (90-95) moveu curta, mas feroz perseguição aos cristãos. Já no segundo século, o imperador Trajano estabeleceu a política que norteou as perseguições ao cristianismo: o Estado não deveria gastar seus recursos caçando os cristãos, mas os que fossem denunciados deveriam ser levados ao tribunal e instados a negar a Cristo e adorar os deuses romanos. Quem não o fizesse deveria ser condenado à morte. Dessa forma, a perseguição não tinha um caráter de política de Estado, mas estava sempre presente, posto que somente em 313 (séc IV) o cristianismo passou a ser considerada uma religio licita. Assim, vários foram os mártires cristãos nesse início da igreja: Simeão e Inácio, no período compreendido entre os reinados de Trajano e Antonino Pio; Policarpo e Justino, o Mártir, sob o reinado de Marco Aurélio; Leônidas, Perpétua e Felícitas, sob o reinado de Séptimo Severo; Cipriano e Sexto, durante a perseguição movida pelo imperador Valeriano. Perseguiram ainda a Igreja os imperadores Décio, Diocleciano e Galério Basicamente havia duas linhas de oposição ao Cristianismo: popular e erudita. A oposição popular estava baseada em rumores e falsas interpretações dos ritos cristãos. Era voz corrente entre o povo que os cristãos participavam de festas onde havia orgias com incestos, inclusive, interpretando mal o fato de os cristãos se chamarem de irmãos e praticarem o “ágape”. Cria também o povo que os cristãos comiam a carne de recém-nascidos, isto devido ao que ouviam falar sobre a Ceia, na qual comiam a carne de Jesus, juntamente com os relatos do nascimento de Cristo.

Já os homens cultos da época faziam acusações a partir da própria crença dos cristãos, tais como, “Por um lado dizem que é onipotente, que é o ser supremo que se encontra acima de tudo. Mas por outro o descrevem como um ser curioso, que se imiscui com todos os assuntos humanos, que está em todas as casas vendo o que se diz e até o que se cozinha. Esse modo de conceber a divindade é uma irracionalidade. Ou se trata de um ser onipotente, por cima de todos os outros seres, e portanto, apartado deste mundo; ou se trata de um ser curioso e intrometido, para quem as pequenezas humanas são interessantes.”

Ao povo em geral, a Igreja respondeu chamando-o a ver a conduta moral dos cristãos, muito superior à dos pagãos. Aos cultos e letrados, a igreja respondeu através dos Apologistas: Discurso a Diogneto, Aristides, Justino Mártir, Taciano (Discurso aos gregos), Atenágoras (Defesa dos Cristãos e Sobre a Ressurreição dos Mortos), Teófilo (Três livros a Autólico), Orígenes (Contra Celso), Tertuliano (Apologia), Minúcio Félix (Otávio).
As Heresias Ao lados das perseguições externas, o Cristianismo enfrentou um inimigo muito mais terrível, posto que interno, através de heresias, algumas delas propostas por líderes da própria igreja.

As primeiras heresias enfrentadas pela Igreja vieram dos judeus convertidos, problema já enfrentado por Paulo na igreja da Galácia. Os ebionitas, eram farisaicos em sua natureza. Não reconheciam o apostolado de Paulo e exigiam que os cristãos gentios se submetessem ao rito da circuncisão. No desejo de manterem o monoteísmo do Antigo Testamento, os ebionitas negavam a divindade de Cristo e seu nascimento virginal, afirmando que Ele só se distinguia dos outros homens por sua estrita observância da lei, tendo sido escolhido como Messias por causa de sua piedade legal.

Os elquesaítas, por sua vez, apresentavam um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações teosóficas e ascetismo estrito. Rejeitavam o nascimento virginal de Cristo, mas julgavam-no um espírito ou anjo superior. A circuncisão e o sábado eram grandemente honrados; havia repetidas lavagens, sendo-lhes atribuídos poderes mágicos de purificação e reconciliação; a mágica e a astrologia eram praticadas entre eles. Com toda probabilidade se referem a essas heresias a Epístola aos Colossenses e I Timóteo.

O ambiente gentílico também forneceu sua cota de heresias que atingiram a Igreja. O Gnosticismo, muito embora não possuísse uma liderança unificada e se apresentasse como um corpo doutrinário amorfo, foi terrível para a Igreja. Já vemos um gnosticismo incipiente no próprio período apostólico (Cl 2.18 ss; I Tm 1.3-7; 6.3ss; II Tm 2.14-18; Tt 1.10-16; II Pe 2.1-4; Jd 4,16; Ap 2.6,15,20ss). Nesse período, Celinto ensinava uma distinção entre o Jesus humano e o Cristo, que seria um espírito superior que descera sobre Jesus no momento do batismo e tê-lo-ia deixado antes da crucificação. Vemos João combatendo indiretamente essa heresia em João 1.14; 20.31; I João 2.22; 4.2,15; 5.1,5-6 e II João 7. No segundo século, esses erros assumem uma forma mais desenvolvida, muito embora continuassem como um corpo amorfo. A bem da verdade poderíamos dizer que houve “gnosticismos”, mas há pensamentos comuns às várias correntes gnósticas. Gnosticismo vem do grego, “gnosis”, que significa “conhecimento”. Para os gnósticos, a salvação era alcançada através do conhecimento esotérico de mistérios, os quais só eram revelados aos iniciados. Dividiam a humanidade em “pneumáticos”, “psíquicos” e “hílicos”. Os primeiros eram a elite da igreja, os que alcançavam o conhecimento que leva à salvação; os seguintes, eram os cristãos comuns, que poderiam alcançar a salvação através da fé e das boas obras; os últimos eram os gentios, irremediavelmente perdidos.

Na cosmovisão gnóstica, tudo que era material era essencialmente mau, e o que era espiritual era essencialmente bom. Logo, o Deus do Novo Testamento não poderia ser o deus do Antigo Testamento. O deus do AT era tido como Demiurgo, o criador do mundo visível. Ainda na visão gnóstica, entre o Deus bondoso que se revelou em Cristo e o mundo material havia vários intermediários, através dos quais o homem poderia achegar-se a Deus. Sendo o corpo mau e o espírito bom, os gnósticos tendiam para dois extremos: alguns seguiam um ascetismo rigoroso, mortificando a carne, enquanto outros se lançavam na mais desregrada libertinagem.

Outra heresia que mereceu o combate da Igreja foi a heresia de Márcion, filho do bispo de Sinope, que parece ter tido duas grandes antipatias: Pelo Judaísmo e pelo mundo material. Ensinava Márcion, à semelhança dos gnósticos, que Iavé, o Deus do AT não era o Deus do NT, este, o Deus supremo. Iavé era um deus mau, ou pelo menos ignorante, vingativo, ciumento e arbitrário. O mundo material e suas criaturas eram criação de Iavé e não do Deus supremo. Este, entretanto, apiedou-se das criaturas de Iavé e enviou Jesus, que não nasceu de uma mulher, posto que isso faria com que passasse a ser criatura do deus inferior. Jesus surgiu como homem maduro no reinado de Tibério, na Galiléia. Márcion rejeitou o Antigo Testamento, que até então eram as Escrituras aceitas na Igreja Cristã (o cânon do NT ainda não havia sido elaborado) por serem a palavra de Iavé, o deus inferior, e formulou um cânon para si e seus seguidores, que constava do evangelho de Lucas, expurgado do que ele considerava “judaísmo”, e das cartas de Paulo. Também ensinava Márcion que não haverá juízo final, posto que o Deus amoroso a todos perdoará. Negava a criação, a encarnação e a ressurreição final. Márcion chegou a formar uma igreja independente e seu ensino foi de um perigo terrível para a igreja, que na época não possuía um corpo doutrinário estabelecido e reconhecido por toda a cristandade.

Como se não bastasse essas heresias, houve também as heresias dos Montanistas e dos Monarquistas. Os montanismo surgiu na Frígia, por volta do ano 150. Montano afirmava que o último e mais elevado estágio da revelação já fora atingido. Chegara a era do Paracleto, que falava através de Montano, e que se caracterizava pelos dons espirituais, especialmente a profecia. Montano e seus colaboradores eram tidos como os últimos profetas, trazendo novas revelações. Eram ortodoxos no que diz respeito à regra de fé, mas afirmavam possuir revelações mais profundas que as contidas nas Escrituras. Faziam estritas exigências morais, tais como o celibato (quando muito, um único matrimônio), o jejum e uma rígida disciplina moral.

Já o monarquianismo estava interessado na manutenção do monoteísmo do AT. Seguiu duas vertentes: o monarquianismo dinâmico e o monarquianismo modalista. O primeiro estava interessado em manter a unidade de Deus, e estava alinhado com a heresia ebionita. Para eles, Jesus teria sido tomado de maneira especial pelo Logos de Deus, passando a merecer honras divinas, mas sendo inferior a Deus. O segundo também chamado de sabelianismo concebia as três manifestações ou ofícios como modos pelos quais Deus se manifestava aos homens. Reação da Igreja - Face a essas ameaças, internas e externas, a igreja respondeu de várias formas. Já vimos que os apologistas responderam às acusações achacadas pelos filósofos e pessoas cultas ao cristianismo. No plano interno, a igreja primeiro tratou de definir um Cânon, ou seja, uma lista dos livros considerados inspirados. Nesse período, havia inúmeros evangelhos, cartas, apocalipses circulando nas mais diversas igrejas. Alguns eram lidos em certas igrejas e não eram lidos em outras. Como o desafio de Márcion e também da perseguição sob Diocleciano, onde uma pessoa encontrada com livros cristãos era passível de morte, era importante saber se o livro pelo qual o cristão estava passível de morte era realmente inspirado. Não houve um concílio para definir quais os livros nem quantos formariam o NT. Tal escolha se deu por consenso, tendo alguns livros sido reconhecidos com mais facilidade que outros. Definiu também a igreja regras de fé, sendo a mais antiga o chamado Credo Apostólico, o qual resumia aqueles pontos de fé que o cristão genuíno deveria subscrever, e era claramente unicista Paralelamente, a igreja percebeu que precisava organizar-se estruturalmente. Como nos mostra a "História da Igreja" após a destruição de Jerusalém, no ano 70, e a dispersão que esse acontecimento provocou aos cristãos que habitavam em Jerusalém (já a essa época, vários apóstolos haviam sido executados, e os que restaram também se dispersaram para as cidades gentílicas já cristianizadas, como Éfeso, Antioquia e outras), O período entre os anos 70 e 110, foi um dos mais obscuros da história da Igreja. Embora não haja registros históricos desse período, sabemos que foi marcado por rápidas mudanças na Igreja, isso pelos registros do período imediatamente posterior. Segundo os escritos do Apóstolo S. João (1° Carta) foi nesse período que começou a surgir o agnosticismo, que negava a manifestação de Cristo em corpo humano, e também negava a ressurreição do Senhor Jesus.

Quando mais tarde, os característicos da Igreja voltaram a ser identificados, pouquíssimos traços distintivos deixados pôr Paulo se acham presentes.

Definiu então a sucessão apostólica e o bispo monárquico para garantir a unidade da igreja, surgindo então o que é chamado de Igreja Católica Primitiva, significando o termo“católica” universal. Visto isso, podemos, até aqui, fazer um resumo gráfico do início atribulado da Igreja Cristã no império romano: Os Pais da Igreja O Estado Romano e as heresias encontraram adversários à altura no seio da Igreja Cristã, seja através de mártires anônimos, que deram suas vidas mas não negaram a Jesus, seja nos homens que começaram a formular as doutrinas muitas das quais esposamos até hoje. Devido a expansão do cristianismo para as regiões gentílicas pagãs) a penetração de idéias provindas de outras fontes não cristãs, trazidas por conversos de antecedentes pagãos, modificaram as crenças e as práticas cristãs, especialmente no que tange aos sacramentos, aos jejuns, e ao surgimento das formas litúrgicas (cerimonial do culto), e sem dúvida também a interpretação errada da Teologia, com a crença na trindade, tendo em vista que essa doutrina começou a ser defendida, precisamente por "Mestres Cristãos" de formação pagã. Estes homens são chamados de Pais da Igreja,cujos ensinos passamos a resumir: a)IRINEU:Nascido no Oriente e discípulo de Policarpo. Foi bispo de Lion. Escreveu Contra Heresias, no qual investe principalmente contra os gnósticos.

b)HIPÓLITO:Discípulo de Irineu; menos dotado que seu mestre; gostava mais das idéias filosóficas que Irineu. Provavelmente sofreu o martírio em Roma. Sua principal obra se chama Refutação de Todas as Heresias,na qual ele contesta os ensinos gnósticos.

c)Tertuliano:Homem de grande erudição, vívida imaginação e intensos sentimentos. De gênio explosivo, era naturalmente apaixonado na apresentação do cristianismo. Era advogado e introduziu termos e conceitos jurídicos na discussão teológica. Tendia a deduzir que todas as heresias provinham da filosofia grega, razão pela qual se tornou ardente opositor da filosofia. Seu fervor o levou a unir-se ao montanismo no final da vida. DEUS E O HOMEM: Consideravam que o erro fundamental dos gnósticos era a separação entre o verdadeiro Deus do Criador. Há um único Deus, Criador e Redentor. Deus deu a lei e revelou igualmente o evangelho. Esse Deus é trino, uma única essência que subsiste em três pessoas. Tertuliano foi o primeiro a asseverar a tri personalidade de Deus e a usar o termo “Trindade”. Em oposição aos monarquianos ele enfatizava o fato de que as três Pessoas são uma só substância, susceptível de número sem divisão. A penetração de idéias provindas de outras fontes não cristãs, trazidas por conversos de antecedentes pagãos, modificaram as crenças e as práticas cristãs, especialmente no que tange aos sacramentos, aos jejuns, e ao surgimento das formas litúrgicas (cerimonial do culto), e sem dúvida também a interpretação errada da Teologia, com a crença na trindade, tendo em vista que essa doutrina começou a ser defendida, precisamente por "Mestres Cristãos" de formação pagã. Entretanto, não chegou à verdadeira declaração trinitariana, posto que concebia que uma Pessoa estaria subordinada às outras. O homem foi criado à imagem de Deus, sem imortalidade (sem perfeição), mas com a capacidade de recebê-la no caminho da obediência. O pecado é desobediência e produz a morte; a obediência produz a imortalidade. Em Adão, a raça humana inteira ficou sujeita à morte. Tertuliano afirmava que o mal tornou-se um elemento natural do homem, presente desde o nascimento, e que essa condição passa de uma geração à outra. É o primeiro indício da doutrina do pecado original. Já no fim do século II, e início do século III, a teologia trinitariana era defendida por alguns discípulos de Montano (156-200?).

Tertuliano, foi o mais fiel discípulo do montanismo. Este Tertuliano foi o primeiro defensor público da doutrina da trindade (185-200).
A teologia tertuliana assim ensina a trindade:

"O Pai, o Filho e o Espírito Santo, todos são um por unidade de substância, embora esteja oculto o ministério da dispensação que atribui a unidade numa trindade, colocando em ordem Pai, Filho e Espírito Santo. Três, contudo não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só essência e de um poder só, já que é de só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai Filho e Espírito Santo. Tertuliano descreve essas distinções da divindade como pessoas.

No pensamento dele essa unidade de substância é material, pois a influência estóica a que estava sujeito era bastante para fazê-lo afirmar que Deus é corpo, e que o Espírito tem uma substância corpórea de sua própria espécie, e que por derivarem-se do Pai. o Filho e o Espírito Santo são subordinados a Ele. Tertuliano afirmava: "os simples", os quais constituem a maioria dos fieis (à época) mostram-se perplexos diante da explanação dos "três em um", pois a sua fé os afasta da pluralidade de deuses existentes no mundo, e os leva ao ÚNICO DEUS VERDADEIRO. Era difícil para eles (os verdadeiros cristãos), fazer distinção entre a idéia trinitária e as afirmações "triteístas". ou seja: Os cristãos, monoteístas, não podiam, nem deviam aceitar a idéia de três deuses (politeísmo). A obra de Tertuliano "Contra Praxeas foi, sem dúvida, a responsável pela definição, e mais tarde a dogmatização da doutrina da trindade, sendo confirmada por um de seus discípulos Novaciano, de Roma (240-250), no seu tratado sobre a trindade, e Atanasio (325?), autor do "Credo Atanasiano", no qual os trinitarianos depositam cegamente a sua fé teológica até hoje.
O CREDO ATANASIANO: "Adoramos um Deus em trindade, e trindade em unidade.

Não confundimos as pessoas, nem separamos a substância. Pois a pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo outra. Mas o Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma divindade, glória igual e majestade co-eterna. Tal qual é o Pai, o mesmo são Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o Filho é incriado e o Espírito santo é Incriado. O Pai é imensurável. o mesmo acontecendo com o Filho e o Espírito Santo. O Pai é eterno, o Filho é eterno, e o Espírito Santo é eterno. E não obstante, não há três eternos, e sim um eterno. Da mesma forma não há três seres incriados, nem três seres imensuráveis, mas um incriado e um imensurável. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, no entanto não há três seres onipotentes, mas sim um onipotente. Assim o Pai é Deus o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. no entanto, não há três Deuses, mas um só Deus (e assim, com os demais títulos e atributos de Deus, que são vistos em Cristo, ou manifestados pelo Espírito Santo). O Pai não foi feito de coisa alguma, nem criado, nem gerado. O Filho procede do Pai somente, não foi feito, não foi criado, mas foi gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Nessa trindade não existe primeiro nem último; maior nem menor. mas as três pessoas co-eternas são iguais entre si mesmas; de sorte que tanto a unidade na trindade, quanto a trindade na unidade devem ser adoradas.

Na verdade, esse "credo", não passa de uma intrincada confusão. Tudo o que nele está mostrando é que Deus é único, em três manifestações. Divide o eterno Deus em três pessoas; afirma não existir primeiro nem último; diz que cada uma das "pessoas" é "incriada", "eterna" imensurável, onipotente, no entanto, só há um possuidor desses atributos.
Como poderia um povo cristão, nascido do judeu, monoteísta, aceitar uma teologia de três Deuses?

É o que já mencionamos anteriormente, que a expansão do cristianismo trouxe para a Igreja, pensadores de origem pagã, como é o caso de Marciano, Montano, Tertuliano e Atanasio, entre outros. E esses pensadores, chamados de "Pais da Igreja", na sua maioria da região da Ásia menor, tiveram muita influência do paganismo estabelecido em Constantinopla e Roma (antiga Saturnia, sede do culto ao deus Saturno, e de Babilônia). Quando da destruição de Babilônia e expulsão de seus sacerdotes pagãos, estes se estabeleceram em Saturnia, que é Roma atual. Os babilônios adoravam uma trindade: Ninrode (Saturno), Semiramis (Ishtar, que é o planeta Vênus), e Tamuz, Filho de Ninrode.
Então para esses pensadores cristãos de origem pagã, não foi difícil assimilar os três títulos da Deidade, a uma "Trindade". Aproveitando-se do texto de Mat. 28:19 (mal interpretado), passaram a ensinar que o batismo nas águas devia ser na fórmula trinitária; mal interpretaram a Teologia do Logos, e passaram a ensinar que o Filho é eterno em sua existência, que o Espírito Santo é a terceira pessoa e outros erros dessa perigosa teologia. perigosa porque induz aos cristãos a aceitarem a fé politeísta.

A palavra "Trindade" não se encontra na Bíblia Sagrada. A doutrina foi introduzida na Igreja Cristã, pelos defensores do "Catolicismo Romano", entre eles Tertuliano, e mais tarde Atanasio. O dogma da trindade, foi oficializado por Constantino (primeiro Papa-imperador, de origem pagã), no Concílio de Nicéia (325 d.C.), Juntamente com outros dogmas adotados pela Igreja Católica. A Palavra "pessoas", quando usada para a Divindade, violenta a absoluta unicidade de Deus. Dividindo-se Deus em três pessoas, fazemos três deuses. o que significa "triteismo" não importando os argumentos em contrário.
Mais uma vez, voltamos a palavra hebraica c"Elohim", que os trinitários ensinam representar a "Trindade". Já mencionamos várias vezes neste estudo, que "a forma plural de "Elohim", representa a totalidade de poderes enfeixados em Deus. Elohim, portanto, significa: "O Todo-Poderoso".

"Elohim" foi vendido por trinta peças de prata (Zac.11:4,12,13)

"Elohim" foi traspassado no calvário (Zac 12:10)

"Elohim" voltará como Rei (Zac 14:5 ).

Todas estas referências Bíblicas a "Elohim". referem-se a Cristo. Donde podemos concluir: "Elohim" (Deus), que é o Pai, é o mesmo que se manifestou naquele que foi vendido e traspassado no Calvário, e que voltará como rei - J E S U S.
O ERRO DA DOUTRINA DA TRINDADE PROVOCA MUITA CONFUSÃO. A PESSOA E A OBRA DE CRISTO:

a)IRINEU: O Logos existira desde toda a eternidade e mediante a Encarnação, o Logos se fez o Jesus histórico, e daí por diante foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A raça humana, em Cristo, como o segundo Adão,é novamente unificada a Deus. A morte de Cristo como nosso substituto é mencionada, mas não ressaltada. O elemento central da obra de Cristo teria sido sua obediência, com o que foi cancelada a desobediência de Adão.

b)TERTULIANO: O Logos é uma Pessoa independente, gerada por Deus, da mesma substância que o Pai, embora difira deste quanto ao modo de existir como uma Pessoa distinta Dele.Houve um tempo em que o Filho não existia. O Pai é a substância inteira, mas o Filho é apenas parte dela, por ter sido gerado. Tertuliano, portanto, não conseguiu desvencilhar-se da teoria da subordinação, porém sua formulação foi importante na vinculação dos conceitos de “substância” e “pessoa” dentro da teologia.

No tocante ao Deus-homem e Suas duas naturezas, Tertuliano foi superior a todos os outros Pais, à exceção de Melito, ao fazer justiça para com a perfeita humanidade de Jesus e afirmar que cada uma de suas naturezas reteve os seus próprios atributos. Para Tertuliano não houve fusão, mas a conjunção das duas naturezas em Jesus. No tocante à morte de Cristo, embora enfático acerca de sua importância, não é muito claro, pois não ressalta a necessidade de satisfação penal, mas apenas a de arrependimento por parte do pecador. Seu ensino é permeado por certo legalismo. Ele fala da satisfação dos pecados cometidos após o batismo mediante arrependimento ou confissão. Por meio de jejuns e outras formas de mortificação, o pecador é capaz de escapar da punição eterna.

SALVAÇÃO, IGREJA E AS ÚLTIMAS COISAS :

a) IRINEU:Não foi totalmente claro em sua soteriologia. A fé é um pré-requisito para o batismo,entendendo-se fé não apenas como concordância intelectual da verdade, mas incluiria a rendição da alma, resultando numa vida santa. O homem seria regenerado pelo batismo; seus pecados seriam lavados e uma nova vida começaria dentro dele.

b) TERTULIANO:O pecador, pelo arrependimento, obtém a salvação pelo batismo. Os pecados cometidos após o batismo requerem satisfação mediante penitência, ficando cancelada a punição após o seu cumprimento. Antevê-se a base do sacramento católico-romano da penitência.

Com relação à igreja, voltavam ao judaísmo, identificando a igreja(comunhão dos santos) com a igreja visível (organização), atribuindo a esta a qualidade de canal da graça divina, fazendo com que a participação nas bênçãos da salvação dependesse de ser membro da Igreja visível. Devido à influencia do Velho Testamento, também passou para primeiro plano a idéia de um especial sacerdócio medianeiro.

Em relação à doutrina da ressurreição da carne, os Pais citados foram seus campeões, baseados na ressurreição de Jesus.
Os Pais Alexandrinos A Teologia Alexandrina, ou Escola de Alexandria, foi uma forma de teologia que apelou para a interpretação alegórica da Bíblia, e foi formada pela combinação extravagante entre a erudição grega e as verdades do evangelho. A Escola de Alexandria chegou até a lançar mão de especulações gnósticas na formulação de suas interpretações escriturísticas. Seus principais expoentes foram Clemente de Alexandria e Orígenes.

Clemente não era um cristão tão ortodoxo quanto Irineu ou Tertuliano, mas como os apologistas, buscava uma ponte entre a filosofia da época e a tradição cristã. Tinha como mananciais do conhecimento das coisas divinas tanto as Escrituras quanto a razão humana.

Orígenes nasceu em lar cristão e foi discípulo de Clemente, a quem sucedeu como catequista de Alexandria. Era o mais erudito dos pensadores da Igreja Primitiva e seus ensinos eram de natureza assaz especulativa. No final da vida foi condenado por heresia. Formulou o primeiro compêndio de teologia sistemática, chamado De Principiis. Nessa formulação,combateu tanto os gnósticos quanto os monarquianos. Conquanto tenha desejado ser ortodoxo, seus escritos traziam sinais identificativos do neo-platonismo, sem falar na sua interpretação alegórica, que abriu caminho para todas as formas de especulação e interpretação arbitrárias.
DEUS E O HOMEM - Orígenes alude a Deus como o Ser incompreensível, inestimável e impassível,que de nada necessita. Rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o Demiurgo ou o Criador deste mundo. Deus é uno e o mesmo no Velho e no Novo Testamento. Orígenes ensinou a doutrina da criação eterna. Também ensinou Orígenes que o Deus único é primariamente o Pai, que Se revela e opera através do Logos, o qual é pessoal e co-eterno com Deus Pai, gerado por Ele por um ato eterno. Para Orígenes o Filho é gerado e não produto de uma emanação ou divisão do Pai. Apesar disso, usa termos que subentendem haver subordinação do Filho ao Pai. Na encarnação, o Logos uniu-se a uma alma humana, que em sua preexistência se mantivera pura. As naturezas de Cristo são conservadas distintas, mas é sustentado que o Logos, pela Sua ressurreição e ascensão, deificou a Sua natureza humana.

Quanto ao Espírito Santo, o ensino de Orígenes se distancia ainda mais da mensagem bíblica. Ele fala do Espírito Santo como a primeira criatura feita pelo Pai, por meio do Filho. Além disso, o Espírito não opera na criação como um todo, e sim somente nos santos. O Espírito possui bondade por natureza,renova e santifica aos pecadores, e é objeto de adoração divina.

Os ensinos de Orígenes sobre o homem são bastante incomuns. A preexistência do homem está envolvida em sua teoria da criação eterna, pois a criação original consistiu exclusivamente de espíritos racionais, co-iguais e co-eternos. A atual condição do homem pressupõe uma queda preexistente da santidade para o pecado, o que deu oportunidade à criação deste mundo material. Os espíritos caídos agora se tornam almas e são revestidos de corpos. A matéria veio à existência com o propósito precípuo de suprir uma habitação e ser meio de disciplina e expurgo desses espíritos caídos.

Já Clemente não foi claro na sua exposição do Logos. Em algumas ocasiões ressaltava a subsistência pessoal do Logos, Sua unidade com o Pai e Sua geração eterna, e em outras O representa como a razão divina, subordinada ao Pai.Distingue ele entre o Logos de Deus e o Logos-Filho, que Se manifestou em carne.Clemente não tenta explicar a relação entre o Espírito Santo e as demais Pessoas da Trindade.
A PESSOA E A OBRA DE CRISTO Ambos ensinam que o Logos tomou a natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-se tornado um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não tenha conseguido evitar totalmente o docetismo. Dizia que Cristo comia, não porque precisasse de alimentos, mas para que Sua humanidade não fosse negada, além de ser incapaz das emoções de alegria e tristeza. Para Orígenes a alma de Cristo era preexistente, como todas as outras almas.

Acerca da obra de Cristo, Clemente alude à auto-rendição de Cristo como um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi a propiciação pelos pecados da humanidade. Sua ênfase foi de Cristo como Legislador e Mestre. A redenção não consistiria tanto em desfazer o passado, mas em elevar o homem a um estágio ainda mais alto do que o do homem antes da Queda.

Para Orígenes, Cristo foi um médico, um mestre, um legislador e um exemplo. Reconhecia também o fato de que a salvação dos crentes depende dos sofrimentos e da morte de Cristo. A morte de Cristo é apresentada como vicária,como uma oferta pelo pecado e como uma expiação necessária. Para Orígenes, a influência remidora do Logos se estenderia além desta vida, não somente osque tivessem vivido sobre a terra e morrido, porém, igualmente, todos os espíritos caídos, inclusive Satanás e seus anjos maus. Haverá uma restauração de todas as coisas.

A VERDADE DA UNICIDADE DE DEUS ESCLARECE TODAS AS DÚVIDAS.
- Quem era o pai do menino da manjedoura de Belém? O Pai, ou o Espírito Santo. Teve Cristo criança, dois pais?

- Como pode o Pai ser maior do que o Filho, se ambos são iguais? - Jo.10:30 "Eu e o Pai somos um" Jo. 14:23 "Meu Pai é maior que Eu".

- Deus ora? Como pode Ele ser Deus e ter que orar?

R.: Jesus Cristo, em sua natureza humana precisava orar; Ele era o Filho, gerado, portanto necessitava como todo homem, da ajuda divina.

- Pode Deus morrer? Como pode a "Segunda Pessoa" da divindade ter morrido ?

R.: Quem morreu foi o homem Jesus Cristo. Quando na cruz, Jesus exclamou: "Deus meu, Deus meu porque me desamparaste?" Era a sua natureza humana sentindo-se "esvaziada" do Eterno.

O Espirito Eterno, "Deus estava em Cristo", as Escrituras nos ensinam que fomos comprados com o sangue de Deus (Atos. 20:28).

- É Maria a mãe de Deus?

- Se já há três pessoas na divindade, o que poderia estar errado em se adicionar uma quarta? Porque não deificar Maria, como fez a Igreja católica?

- A quem devemos orar, e a quem devemos adorar? Ao Pai, ao Filho ou ao Espírito Santo.

- Quantos veremos lá no céu? Quantos tronos há no céu?

- Como pode o Filho, a "Segunda pessoa" da Divindade, não saber o tempo da Sua volta?

- Há três Espíritos habitando no coração do crente?

- Não haviam três no batismo de Jesus?

- Qual foi a glória que Cristo teve junto com o Pai, antes que o mundo existisse? (Jo 17:5, Ap. 13:8, Mat. 25:31, Zac 14:5, At 1:11, 1Tess 4:16, 2Tess 1:7, Judas 14, Ap. 1:7).

R.: Na eternidade, na mente e no propósito de Deus. a cruz e a coroa, já haviam acontecido, A vinda de Cristo ao mundo foi, a concretização do "Plano e Propósito de Deus para as Idades". Seria como se algum de nós, um dia sonhasse em realizar um empreendimento (por Exemplo: construirmos uma "Casa dos nossos sonhos") . Esse empreendimento teria sido planejado na nossa mente, com todos os detalhes, até que um dia, se as nossas possibilidades o permitissem, veríamos o "Sonho realizado". Para Deus, não foi um sonho. foi um "Desígnio" daquele que é eterno, e sabe de todas as coisas, e pode fazer tudo, pelo Seu grande poder. Deus É "onipotente, onipresente, e onisciente".
3. A DOUTRINA BIBLICA DA UNICIDADE DE DEUS
UNICIDADE. É a qualidade daquele que é único. O dicionário define o termo "único". como: 1) que é um só;

2) de cuja espécie não existe outro;

3) exclusivo, excepcional;

4) a que nada é comparável

5) superior a todos os demais". é isso que Deus, o Senhor diz de Si. "Eu Sou Deus, e fora de mim não há outro"; há outro Deus além de mim? Não , não há outra Rocha que Eu conheça". Da verdade da unicidade de Deus, Os argumentos apresentados pelos teólogos trinitários, na tentativa de explicar a "trindade", na verdade, fornecem-nos mais subsídios para esclarecimento da "Unicidade de Deus". Aqui trataremos de esclarecer supostas contradições levantadas sobre textos bíblicos e dúvidas daqueles que desejam com mansidão e temor conhecer a Verdade da Palavra de Deus.

A Unicidade de Deus não foi produzida por concepção de nenhum "pensador judeu ou pagão. É Deus mesmo quem diz: "Ouve, Israel; O Senhor nosso Deus é o único Senhor" (Deut 6:4).
Os Teólogos trinitários atribuem a Sabélio (cerca de 215a.) o que eles chamam de "Heresia", isto é a defesa da Unicidade de Deus. Na verdade Sabélio (que foi antecedido por Noeto, Epigono, Cleomenes, o bispo Zeferino, no período entre 180 a 217),ensinou a mais fiel cristologia do Logos, a mesma defendida pelos apóstolos Paulo e João. Eis o ensino de Sabélio:
Pai, Filho e Espírito Santo são um só e o mesmo. São os três nomes do Deus Único que se manifesta de formas diferentes. Segundo as circunstâncias. Enquanto Pai, é o Legislador do Antigo Testamento, enquanto Filho, é encarnado, e enquanto Espírito Santo, é o inspirador dos apóstolos. Mas é o mesmo e único Deus que assim aparece nessas relações sucessivas e transitórias, exatamente como se pode, a um mesmo indivíduo, atribuir diferentes títulos segundo os diversos papeis de Sabélio:
Tão bem conceituada foi a teologia defendida por Sabélio, que veio influenciar consideravelmente o desenvolvimento do que viria a ser a "Cristologia ortodoxa". A crítica derramada sobre Sabélio e os seus antecessores, era na realidade, política, por serem considerados "Monarquianos modalistas". ou "monarquianos dinâmicos". opostos aos "montanistas" (discípulos de Montano), como era o caso de Tertuliano, que conseguiu bastante influência com os "mestres" da Igreja, dada a sua habilidade literária.
Não entendemos porque os teólogos trinitários, encontram somente Sabélio, quando tantos outro influentes "Pais da Igreja" defenderam tão claramente a doutrina bíblica da Unicidade de Deus, citando por ex.: Inácio de Antioquia (110?), que foi discípulo do apóstolo João, que ensinava: O Sacrifício de Cristo é o sangue de Deus". Saudava os cristãos romanos em Jesus Cristo, nosso Deus, e afirmava que a Encarnação foi manifestação de Deus para revelar uma nova humanidade". Calixto, afirmava: "Pai, Filho e Logos, são nomes do Espírito único e indivisível; Filho é designação própria daquele que era visível, ao passo que Pai é o Espírito que nele habitava. Essa presença do Pai em Jesus é o Logos.
Contudo, a Teologia que ensina e prova biblicamente que Deus é um só, em três manifestações, não é de autoria de Sabélio, nem de nenhum outro intérprete do período pós-apostólico. Irineu, Sabélio e os demais aprenderam dos ensinos paulinos e Joaninos. Para Paulo, a identificação do Cristo exaltado com a sabedoria, o Logos, era não somente fácil, mas também natural. E a sabedoria, o Logos era forçosamente preexistente e devia ter estado sempre com Deus. Ele é o Espírito de Deus, a sabedoria de Deus; nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.

No Evangelho de João, a preexistência e a atividade criadora do Logos (a Palavra que se fez carne), merecem o mesmo lugar de destaque do pensamento de Paulo. Cristo é o Logos, o Verbo que estava com Deus, e o Verbo era Deus (Observemos: "O Verbo era Deus", não "um Deus").
Concluindo: Jesus Cristo é Deus. O Verdadeiro Deus e a Vida Eterna.

Na "oração Sacerdotal " (Jo 17:3) o Senhor Jesus declara:

"A Vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só por único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste".
Aqui Jesus está nos ensinando que é dever do cristão conhecer a Deus, único, e reconhece-lo em Jesus Cristo. Disto depende a Vida eterna. Ele é o verdadeiro Deus e a vida eterna

JESUS CRISTO É JEHOVAH
Jehovah Titulo ou atributo Jesus Cristo
Isaías 40:28 Criador Jo. 1:3 e refs.

Isaías 45:22, 43:11 Salvador Jo. 4:42 idem

1Samuel 2:6 Ressuc. os mortos Jo. 5:21 idem

Joel 3:2 Juiz Jo. 5:27 "

Isaías 60:1-20 Luz Jo. 8:12 "

Êxodo 3:14 Eu Sou Jo. 8:24, 58

Salmo 23:1 Pastor Jo.10:11

Isaías 42:8, 48:11 Glória de Deus Jo.1 7:5

Isaías 41:4, 44:6 O Primeiro e o último Ap. 1:17, 2:8

Oséias 13:14 Redentor Ap. 5:9

Isaías 62:5 Noivo Ap. 21:2

Salmo 18:2 e refs. Rocha 1Co.10:4 e refs.

Jeremias 31:34 Perdoa os pecados Mc. 2:7,10

Salmo 148:2 Adorado pelos anjos Heb. 1:6

Em todo o A.t. Invocado em oração At.7:59 e refs.

Salmo 148:5 Criador dos anjos Col. 1:16

Isaías 45:23 Reconhecido como Senhor Fil. 2:11
Outros títulos da Deidade aplicados ao Senhor Jesus Cristo:
Maravilhoso, Grande Deus e Salvador, O braço do Senhor,Conselheiro, Pai, Filho Esp. Santo, Luz do mundo, Deus forte, Santo, Sol da Justiça, Pai da eternidade, Jehovah o forte, Estrela da manha, Príncipe da Paz,Todo-Poderoso, Supremo, Pastor, Emanuel, Alfa e Omega. Príncipe da Salvação, Reis dos Reis, O princípio e o Fim, Autor, Consumador da Fé, Senhor dos Senhores, Vida eterna, Leão Tribo de Judá, Construtor, Torre forte, Deus Bendito, eterno, Deus sábio, Deus Único.
"J E S U S C R I S T O É T U D O E M T O D O S "

"Não é exagero dizer que nossa esperança de redenção do pecado, depende do fato da deidade de Jesus. Se Jesus Cristo fosse somente humano estaríamos ainda mortos em nossos pecados, separados de Deus, sem esperança neste mundo e sem auxilio no porvir. Por que nenhum homem poderia ser o salvador dos homens. É igualmente certo que, sendo Jesus Cristo Deus, antes de se tornar homem, o Deus que assim se manifestou em carne humana pode ser o salvador dos homens. Basta somente que esperemos em Cristo, em confiança e segurança, se soubermos além de qualquer dúvida que Ele É o Deus capaz de salvar. Por esta razão devemos sustentar que o fato da Deidade em nosso Redentor é um requisito indispensável a nossa Salvação".
"Se é Verdade que Deus é único, legítimo objeto de culto, o cristão inteligente adorará a Jesus Cristo como seu Salvador. O Honrá-lo como Senhor e Mestre".
"Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos".
"O verdadeiro cristão é aquele que levanta os olhos aos céus, e vê somente Jesus." "Cristianismo é Cristo. conhece-LO adequadamente e ter vida eterna". "Não há outro nome dado debaixo dos céus, em que possamos ser salvos".
DOUTRINA DA SALVAÇÃO, AS IGREJAS E AS ÚLTIMAS COISAS. Os Pais alexandrinos ensinavam o livre-arbítrio do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e aceitar a salvação oferecida em Jesus Cristo. Deus oferece a salvação, e o homem tem a capacidade de aceitá-la. Apesar disso, Orígenes também alude à fé como graça divina. Seria um passo preliminar necessário à salvação. Mas isso representaria apenas uma aceitação inicial da revelação divina, precisando ser ainda elevado ao conhecimento e ao entendimento, daí prosseguindo para a prática de boas obras, que são o que realmente importam. Orígenes fala de dois modos de salvação, um mediante a fé (exotérico), e outro pelo conhecimento (esotérico). Certamente esses Pais não tinham a mesma concepção que o Apóstolo Paulo da fé e da justificação.

Orígenes considerava a Igreja como a congregação dos crentes, fora da qual não haveria salvação. Embora reconhecesse o sacerdócio universal dos cristãos, também dizia haver um sacerdócio separado e dotado de prerrogativas especiais. Orígenes e Clemente ensinavam que o batismo assinala o começo da nova vida na Igreja, bem como inclui o perdão dos pecados. Conforme ambos, o processo de purificação iniciado na vida do pecador na terra prossegue após a morte. O castigo seria o grande agente purificador e a cura para o pecado. Orígenes ensina que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo,o qual não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de purificação. Clemente afirmava que os pagãos tinham oportunidade de arrepender-se no hades, e também que a provação deles só terminaria no dia do juízo; Orígenes dizia que a obra remidora de Deus não cessaria enquanto todas as coisas não viessem a ser restauradas à sua primitiva beleza. A restauração de todas as coisas haveria de incluir o próprio Satanás e seus demônios. Apenas poucas pessoas entram imediatamente na plena bem-aventurança da visão de Deus; a grande maioria precisa passar por um processo de purificação após a morte (Vemos aqui o embrião da doutrina do Purgatório). Orígenes mostrou tendência por espiritualizar a ressurreição. Parece que ele considerava como ideal o estado incorpóreo, apesar de crer numa ressurreição corporal.

COMO SURGIU CONSTANTINO? Constantino foi o imperador de Roma que acabou no ano 313 com a perseguição contra os cristãos nos 273 anos desde a morte de Jesus Cristo. O Imperador era o Senhor de todo o mundo civilizado da época. Os judeus e cristão esperavam que o Cristo viria para se tornar o Senhor do Mundo em vez dos Imperadores. Porém esta missão Jesus, o Cristo, a realizará na sua segunda vinda. Roma era uma pequenina vila fundada na Itália 753 anos antes de Cristo. Os primeiros povos da Itália eram originários da própria região do Mediterrâneo. Ao norte encontravam-se os lígures e no sul os sículos. Por volta do segundo milênio antes de Cristo começaram a chegar os verdadeiros ocupantes da Itália: os arianos. originários do centro da Europa espalharam-se pelo centro da península. Eram denominados de italiotas e se subdividiram em várias tribos: úmbrios, sabinios, picemios, équos, latinos, vulgos, campônios. Apartir século VIII a.C. os gregos estabeleceram colônias no sul, e ao norte entre os rios Arno e Tibre fixaram-se os etruscos, povos de origem ignorada provável asiática. A origem de Roma está envolta em lendas. Na sua obra Eneida, o poeta Virgílio afirma que os primeiros romanos descendiam de Enéas, herói de Tróia. Conta que quando os gregos destruíram Tróia, cerca de 1400 a.C. Enéas conseguiu fugir e chegou à Itália, onde teria fundado a cidade de Lavínia. Seu filho Ascânio fundou Alba Longa. Os seus descendentes, os irmãos gêmeos Rômulo e Remo, filhos da princesa alba Rea Sílvia, recém nascidos foram atirados ao Rio Tibre por ordem do Rei Amúlio usurpador do trono de Alba Longa do Rei Númitor, avô dos gêmeos. Criados por camponeses Rômulo e Remo voltaram a Alba Longa, destronaram Amúlio e recolocaram no trono Númitor. Receberam então a missão de fundar Roma no ano 753 a.C. O núcleo inicial de Roma foi uma de suas aldeias, a Roma Quadrata, minúscula fortaleza. construída pelos habitantes do Lácio (latinos e sabinos) para impedir as incursões dos povos etruscos. Os latinos se estabeleceram nos montes Palatino, Esquilino e Célio; os sabinos ocuparam o Quirinal e o Viminal e depois se estendeu sobre os montes Capitolino e Quirinal. Os proprietários da terra denominados de patrícios formavam a camada social dominante. Reuniam-se em torno do mesmo chefe e cultuavam o mesmo antepassado. O chefe de família tinha autoridade absoluta sobre todos os membros. Todos que não pertenciam a um clã eram considerados plebeus a camada de estrangeiros, artesãos comerciantes pequenos proprietários de terra. O regime de governo era monárquico. O rei era assessorado pelo Conselho dos Anciãos, denominado Senado, composto pelos chefes das famílias. A assembléia Cúria reunia os patrícios adultos. Numa Pompílio, sabino de origem, o segundo Rei, sucessor de Rômulo, organizou o culto religioso, contratou empresa construtora de asiáticos denominados de "colegiae fabrorum" para obras em Roma. A partir de 640 a.C. Roma passou a ser governada por reis etruscos. Tarquínio, o Soberbo, terceiro Rei etrusco foi deposto por um grupo de patrícios e expulso em 509 a.C. implantando a República profundamente aristocrática. Mas com o passar dos séculos ela foi se democratizando chegando a aproximar-se de uma República democrática muito semelhante à de Atenas. O monopólio do poder pelos patrícios, que controlavam o Senado, as decisões da Assembléia Centuriata e as principais magistraturas levou os plebeus a sucessivas revoltas. O Cônsul era o principal magistrado. Havia dois cônsules eleitos pela Assembléia Centuriata. Sua funções eram comandar o exército, convocar o Senado e presidir os cultos. Os seus mandatos eram de um ano. Em situações calamitosas indicavam um ditador com poder absoluto limitado a seis meses. Na 5ª e última vez que os plebeus se revoltaram entre 287-286 a.C. , os patrícios aceitaram que as leis votadas pela plebe na sua assembléia tivessem validade para todo o Estado: era a decisão da plebe ou plebiscito. As conquistas da plebe foram demoradas e difíceis. Mas por esta ocasião os progressos foram grandes. Havia mesmo a possibilidade da implantação de uma República democrática em Roma. Para isto bastaria que o Senado aprovasse as decisões da Assembléia da Plebe. Os romanos levaram 230 anos para conquistar toda a Itália. As primeiras guerras foram defensivas contra a cobiça dos seus vizinhos. Foram vencidos os volscos, os équos e os sabinos. As cidades latinas aliadas de Roma foram anexadas em 338 a.C.. No outro lado do Rio Tibre restava ainda o perigo dos etruscos, antigos dominadores de Roma. Mas em 395 a.C. os romanos conquistaram a cidade de Veios e em seguida anexaram toda Etrúria meridional. Penetrando pelo norte da península Itálica, os gauleses, povos de origem celta venceram os romanos em 387 a.C., liderados por Breno saquearam Roma com Exceção do Capitólio.

O passo seguinte dos romanos foi a conquista da fértil planície da Campânia dos samnitas em 303 a.C. Os romanos nas proximidades das cidades gregas foram atacados e sofreram várias derrotas. Mas recuperados os venceram em 265 a.C. e ocuparam Tarento em 272 a.C.

A anexação de toda Etrúria em 265 a.C. e a vitória sobre os gauleses da costa do Adriático deram aos romanos o controle total da Península Itálica. As conquistas romanas foram devidas às excelentes qualidade do seu exército. Não era permanente: compunha-se de cidadãos e camponeses patrícios e plebeus de 17 a 46 anos de idade, transformados temporariamente em soldados. De acordo com suas condições econômicas o soldado servia na infantaria ou na cavalaria. Dividia-se em legiões formadas por um efetivo 300 cavaleiros romanos e 300 homens fornecidos pelos aliados. Eram comandadas por tribunos militares. O comandante era o cônsul ou o ditador. Os cidadão sem recursos e proletários não podiam participar. A disciplina era severa; eram comuns as punições com trabalhos forçados, espancamento ou decapitação. Os soldados vitoriosos recebiam prêmios e honrarias. Os generais vitoriosos em caso de vitória de pouca importância recebiam a ovação, ou o triunfo em caso de grandes conquistas, o general entrava com o exército da cidade em direção ao Capitólio precedido por músicos, senadores, carregadores de espólios e pelos prisioneiros acorrentados. Por último num carro puxado por quatro cavalos, vinha vestido de púrpura com uma coroa na cabeça e um cetro de marfim na mão. Era a imagem viva do Júpiter Capitolino. O cerimonial terminava com um sacrifício, enquanto os chefes inimigos eram decapitados nas prisões. A conquista do Mediterrâneo Ocidental com três guerra denominadas de Púnicas começou em 264 a.C. e terminou em 146 a.C. contra a cidade de Cartago, a grande rival de Roma no norte da África, colônia fundada pelos fenícios em 814 a.C. superando em importância a própria cidade de Tiro na Fenícia principalmente quando a região sob o domínio do Império Persa. Os cartagineses dominavam o comércio nas ilhas do Mediterrâneo, na costa da Líbia e Marrocos. Chegaram a atingir a costa ocidental da África, a Bretanha e Noruega. A intervenção romana na Gália começou depois da Segunda Guerra Púnica ocasião em que foi conquistada a Gália Cisalpina. Em 120 a.C. a Gália do sul tornou-se província romana com o nome de Gália Narbonesa. A conquista do Mediterrâneo Oriental começou depois a segunda guerra púnica (218-202 a.C.) em que o Rei Felipe V da Macedônia auxiliara Aníbal contra os romanos que aproveitaram este pretexto para intervir na Macedônia e em todo Oriente Médio. A primeira guerra contra a Macedônia ocorreu entre 200 e 197 a.C.; Felipe V foi derrotado e todas as Cidades-Estado gregas tornaram-se independentes da Macedônia. O Rei Antíoco III da Síria instigado por Aníbal de Cartago invadiu a Grécia onde foi vencido e retirou-se para o seu reino. A segunda guerra aconteceu entre 172 e 168 a.C. provocada pela revolta de Perseu, filho de Felipe V. foi vencido em Pidna, aprisionado com toda a sua família e 200 000 macedônios todos escravizados. Entretanto Cartago ainda prosperava e os seus produtos eram encontrados na própria Itália fazendo concorrência aos produtos italianos. O Senado instigado pelos ricos proprietários de terra procuravam um pretexto para arruinar Cartago. A oportunidade apareceu quando os cartagineses reagiram contra as investidas do Reino da Numídia (Argélia) nas suas terras. Roma considerou esta atitude como violação do tratado de paz anterior. E por isso iniciou uma guerra que durou de 150 a 146 a.C. A última revolta dos macedônios e gregos em 146 a.C. terminou com a criação da Província da Macedônia à qual já estava anexada a Grécia. Ao morrer em 133 a.C. , sem deixar herdeiros, Átalo, rei de Pérgamo, legou todo seu reino como herança aos romanos, que passaram então a formar a Província da Ásia. A expansão romana continuou. As guerra contra os reinos do Ponto, Bitínia e Síria terminaram com anexação desses Estados como províncias. No Ocidente, as campanhas de Júlio César, que submeteram inteiramente a Gália, completaram as conquistas romanas na fase da República. O Egito foi conquistado no ano 30 a.C..

O período que vai de 133 . a 27 a.C. é um dos mais conturbados da história romana. É a fase da Guerra Civil que acabara com a República e criou o Império Romano. Este período iniciou com a tentativa de reforma dos Gracos, seguida dos governos de Mário e Sila, o Primeiro Triunvirato, a ditadura de Júlio César, e o Segundo Triunvirato de cuja desintegração surgiria o Império implantado oficialmente em 27 a.C..

Pompeu e Crasso tornaram-se cônsules no ano 70 a.C.. Crasso fez uma aliança com Pompeu e Júlio César no ano 60 a.C. formando o Primeiro Triunvirato. César conseguir para si pelo período de cinco anos, o comando de um exército para conquistar a Gália. Ele partiu em 58 a.C. para iniciar a conquista. Os gauleses resistiram bravamente. Depois de duros combates foram derrotados na Batalha de Alésia. Com os impostos cobrados aos gauleses, César organizou um exército poderoso. Na Conferência de Lucar em 55 a.C. o triunvirato foi reorganizado. Pompeu ficou com a Espanha, Crasso com Síria; e César com a Gália. Em 53 a.C. Crasso morreu em combate contra os partas (persas). Bandidos aterrorizavam em Roma. Pompeu dirigiu-se ao Senado que o nomeou cônsul único para restabelecer a ordem sem o colega Júlio, e exigiu que César desmobilizasse suas próprias tropas e que abandonasse os seus títulos. Em 49 a.C. depois de fracassarem as negociações de César com o Senado e com Pompeu, o Senado confiou a Pompeu a defesa da República contra as ambições de César que com o apoio de suas fiéis tropas na Gália invadiu a Itália. Ao atravessar o Rio Rubicão, limite da sua soberania, o rio que separa a Itália da Gália Cisalpina, disse "Alea jacta est!" (A sorte está lançada!).

Pompeu e uma parte do Senado se refugiaram na Grécia. César os perseguiu e vencendo-os na Batalha de Farsália em 49 a.C.. Pompeu conseguiu chegar ao Egito, onde foi assassinado pelos ministros do Faraó Ptolomeu. César desembarcou em Alexandria. Lá organizou uma conspiração que derrubou Ptolomeu e colocou no poder Cleópatra.

Em 47 a.C. dominou a Ásia, províncias governadas pelos aliados de Pompeu. Ao vencer Farneces disse "Veni, vidi, vici" ("Vim, vi, venci").

Retornou a Roma e de lá partiu para invadir a África, onde venceu os seguidores de Pompeu na Batalha de Tapsus. Recebido triunfalmente em Roma, César vitorioso nas batalhas, apoiado pelo exército e pela plebe urbana passou a acumular títulos: Sumo Pontífice, chefe da religião romana; Ditador Perpétuo, que lhe permitia reformar a constituição; Censor Vitalício, que lhe dava o direito de fazer a lista dos senadores; Poder Tribunício, que tornava a sua pessoa sagrada como os tribunos da plebe; Cônsul Vitalício, pelo qual podia exercer o Imperium, (comando do exército) em Roma e nas províncias; Com estes privilégios podia usar constantemente as vestes triunfais que o general usava durante o desfile de triunfo; sua estátua podia ser colocada nos templos, e ele mesmo podia ser honrado como um deus com o nome Júpiter Julius. Armado de tanto poder, César iniciou numerosas reformas. Acabou com a guerra civil, fez várias obras públicas, normalizou as finanças do governo, proibiu o abuso do luxo, diminuiu o número de cidadão com direito à distribuição de trigo gratuito. Obrigou os proprietários a empregar homens livres, promoveu colonias, reformou o calendário, atribuiu títulos de cidadãos romanos aos habitantes das províncias, chegando a introduzir gauleses no Senado e outras providências benquistas. Em 45 a.C. derrotou os últimos seguidores de Pompeu na Batalha de Munda, na Espanha. Entretanto César pretendia ser rei para tornar hereditários os seus poderes que já eram vitalícios o que significava o fim da República e do Senado. Então, César procurou a ajuda do General Marco Antônio, seu amigo para instigar os plebeus contra o Senado a fim de forçar o Senado a dar o título de rei ao ditador. Em 15 de fevereiro de 44 a.C. Antônio ofereceu a César um diadema de rei diante de numeroso público. Os murmúrios foram tão intensos que César teve de recusar o presente. Os defensores da República contrários à idéia de uma nova Monarquia, no dia 15 de Março de 44 a.C. chamaram César ao Senado para tratar de um assunto importante. Quando lá chegou um grupo de senadores se aproximou e o matou a punhaladas. Entre estes estava Brutus, seu filho adotivo. Ao vê-lo César proferiu "Até tu Brutus, meu filho". E não reagiu. Os assassinos de César não conseguiram o poder. O General Marco Antônio sublevou o povo contra eles. Leu em público o testamento de César que deixava ao povo de Roma toda a sua fortuna. Os conspiradores fugiram para o exterior. Enquanto isso, o Senado a conselho de Cícero entregava o poder ao sobrinho e herdeiro de Cesar, Caio Otávio, que estava na Grécia.. Otávio fez uma aliança com Marco Antônio e com Lépido, um rico banqueiro que forneceu dinheiro para a guerra contra os assassinos de César. Formaram o Segundo Triunvirato: Otávio ficou com as províncias da Sicília e da Africa; Antônio com a Gália Cisalpina; e Lépido com a Gália Narbonesa e a Espanha. Foi realizado um expurgo no Senado. Numerosos políticos considerados inimigos foram cassados inclusive Cícero que por ter escrito contra Antônio teve as suas mãos decepadas, e depois acabou sendo assassinado por Herêncio.. Os assassinos de César tinham se reunido na Macedônia. Antônio foi combatê-lo e derrotou Cássio e Bruto na Batalha de Filipos. Em 40 a.C. os triúnviros fizeram uma nova divisão do Império. Antônio ficou com o oriente; Lépido com a África; e Otávio com o Ocidente. A Itália foi considerada neutra. No ano seguinte foi feito um acordo com Sexto Pompeu, magnata que dominava o comércio de trigo africano. Ele recebeu a Sicília, a Córsega e a Sardenha para fornecer trigo a Roma. Dois anos depois, Antônio e Otávio fizeram um acordo para se livrarem de Pompeu. Antônio emprestou os seus navios a Otávio para atacar Pompeu que derrotado perdeu o seu comércio de trigo que passou ao controle de Lépido.

Para garantir o fidelidade de Antônio, Otávio arranjou o casamento de Antônio com sua irmã Otávia. Mas em 36 a.C. Antônio separou-se de Otávia para casar-se com Cleópatra. Antônio tinha deixado o seu testamento em Roma, guardado pelas vestais. Otávio se apoderou do testamento e viu que nele Antônio declarava que toda a sua herança ficava com Cleópatra, nomeada também regente de Cesarion, filho de Cleópatra e César, a quem Antônio considerava herdeiro. Otávio revoltou-se e partiu para combater Antônio. Em Ácio perto da Grécia, Antônio foi derrotado e fugiu com Cleópatra para o Egito. Otávio foi atrás. Quando suas tropas tomavam Alexandria, Antônio e Cleópatra suicidaram-se. Otávio apoderou-se do tesouro dos faraós acumulado durante milênios, e com esta fortuna organizou 70 legiões. Os celeiros egípcios cheios de trigo passaram a alimentar a plebe romana. Quando regressou a Roma, foi recebido em triunfo. A plebe o recebeu como verdadeiro deus e o Senado como salvador da República. Estava surgindo uma nova forma de governo. Um governo exercido pelo comandante do exército, o imperador. Otávio disfarçou o próprio poder. Manteve na aparência o regime republicano. Em Roma governava como cidadão e nas províncias como um comandante. O Senado cumulou-o de títulos para legalizar o seu poder.

Finalmente em 27 a.C. Otávio recebeu o título de Augusto, até então atribuído exclusivamente aos deuses. Esta data marca o fim da República e o inicio do principado. E por ocasião de sua morte em 14 d.C. recebeu a apoteose, o direito de ter lugar entre os deuses. A Palestina foi consquistada pelos romanos em 64 a.C. e anexada ao Reino da Judéia em 40 a.C.. Quando Cristo nasceu a 12 de Setembro do ano 5 a.C. em Belém da Judéia, o imperador romano era Augusto, o fundador do Império, e a Judéia era governada por Herodes, o Grande. Quando Herodes morreu em Fevereiro do ano 4 a.C., seus domínios foram divididos entre seus filhos. Herodes Antipas ficou com a Galiléia, província onde viveu Jesus. Quando foi crucificado a 5 de Abril do ano 30 em Jerusalém, o imperador era Tibério.Mas foi no governo do imperador Nero, figura ao lado, que se deu em 64 a primeira grande perseguição. Nero, para gozar do espetáculo de um incêndio grandioso, dedilhando a lira e entoando cânticos, mandou atear fogo a vários bairros de Roma. O historiador Tácito narra que para apaziguar os ânimos excitados, Nero trouxe os difamados como culpados, e lhes infligiu os mais requintados tormentos a homens detestados por seus crimes e que o povo designava com o nome de cristãos. Apoderaram-se de uma multidão imensa, sendo antes seu crime era mais o ódio que lhes votava o gênero humano do que o incêndio da cidade. Este primeiro edito estendeu-se fora de Roma. Em todas as partes do império, grande numero de cristãos foram supliciados. Em Roma, refere Tácito, Nero os mandava vestir com peles de animais, deixando depois que cães famintos os devorassem debaixo dos seus olhos; outros untados com resina e pez eram amarados a estacas; de noite atacavam fogo, para que como fachos, alumiassem os jardins reais assim como as ruas e praças. Via-se Nero passear de carro à luz destes archotes vivos. Entre as vítimas da perseguição, a historia menciona Pedro, o príncipe dos apóstolos, e Paulo, seu colega de pregação. Ambos eram dignas presas para o furor de Nero. Juntos foram arrojados na prisão Marmetina, onde converteram os carcereiros. A 29 de Junho, sofreram ambos o martírio. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo. O lugar do seu suplicio se tornou celebre debaixo do apelido Confissão de São Pedro. E Paulo, por ser cidadão romano, pereceu pela espada, no caminho de Óstia, no lugar onde foi erguida a Igreja de São Paulo das Três Fontes. No lugar de sua sepultura, foi levantada fora dos muros a Basílica de São Paulo.

As perseguições se sucederam mais nove vezes num espaço de 249 anos. Não eram contínuas. Os imperadores que mandaram martirizar os Cristãos foram:

1ªcom Nero (54-68)em 64;

2ªcom Domiciano (81-96)em 94;

3ªcom Trajano (98-117)em 106;

4ªcom Marco Aurélio (161-180)em 166;

5ªcom Septímio Severo (193-211)em 202;

6ªcom Maximino da Trácia (235-238)em 235;

7ªcom Décio (249-251)em 249;

8ªcom Valeriano (253-260)em 257;

9ªcom Aureliano (270-275)em 274;

10ªcom Diocleciano (284-306) em 303.

Diocleciano, natural da Ilíria, (Iugoslávia) subiu ao trono em 284 com apoio do exército do Danúbio. Instituiu a Tetrarquia, um governo de quatro imperadores. Diocleciano ficou com o Oriente, fixando capital em Nicomédia (Bitínia). Confiou o Ocidente a Maximiano com capital em Milão. Estes dois imperadores se intitulavam Augustos. Cada um era ajudado por um imperador subalterno denominado César. Os césares, Galério designado por seu sogro Diocleciano e Constâncio, nomeado por seu sogro Maximiano, deviam substituir os imperadores depois de 20 anos e nomear dois novos césares. Constâncio Cloro ("o Pálido"), nomeado césar recebeu como missão a defesa da Bretanha, da Gália e da Espanha. Adepto do culto solar e favorável ao monoteísmo mostrou-se tolerante na aplicação do edito contra os cristãos em 303. Os cristãos das Gálias respiravam em paz sob o seu governo. "Que fidelidade terão com o imperador, aqueles que foram traidores e perjuros com o seu Deus?" dizia este príncipe. E, ato continuo, ele tirou o emprego aos oficiais cristãos que fraquejaram na perseguição, e expulsou-os do seu palácio. Galério fora quem movera a perseguição. Diocleciano hesitava em declarar guerra aos cristãos; o feroz Galério venceu os escrúpulos do velho imperador; quatro editos sucessivos prepararam a perseguição que se tornou geral em 303. Os primeiros editos obrigavam os cristãos a entregar os seus livros doutrinários. Enfim, o ultimo edito foi enviado a todos os governadores das províncias e executado em toda parte com uma violência extrema.

Foi uma carnificina nunca vista. A narração que nos deixou Eusébio, testemunha ocular e as provas que nos dão as "Actas dos mártires", atestam que esta perseguição foi a mais terrível. O Oriente e o Ocidente estavam entregues ao furor de três feras Diocleciano, Galério, Maximiano. Em Nicomédia residência de Diocleciano, uma multidão de oficiais do paço imperial foram mortos. Em Roma, as arenas do Coliseu viram o sangue cristão correr a jorros. Maximiano perseguia o Oriente. No Egito, o Nilo engulia todos os dias milhares de vitimas. Em todas as terras do império, foi uma guerra de extermínio. Enfim, Diocleciano julgou ter destruído e sepultado o Cristianismo; ele mandou levantar duas colunas de mármore em que se podiam ler os seguintes orgulhosos e triunfantes dizeres "o nome cristão está destruido" ("Nomine christianorum deleto"). Mas Galério no seu leito de morte em 311, roído, ainda vivo, pelos vermes, publicou um edito de tolerância que restituira aos cristãos a liberdade do seu culto, licença para erigir os seus templos, adquirir terra para as suas comunidades e eleger publicamente os seus ministros. Diocleciano tornou-se idiota, viu-se obrigado a abdicar em 1º de Maio de 305, e forçou seu colega a abdicar também. Foi plantar couves em Salone (Iuguslávia, Croácia) e no seu desespero deixou-se morrer de fome (313). Constâncio Cloro, tornando-se Augusto após a abdicação de Diocleciano e Maxmiano, sustentou a candidatura a césar de seu filho Constantino que tivera de sua concubina Helena. Maximiano Hércules, depois de falhar numa tentativa de assassínio de seu filho Maxêncio e de seu genro Constantino, foi encarcerado, e ali estrangulou-se em 310. Constancio Chloro, tendo morrido na Inglaterra durante uma campanha contra os pictos, povo da Escócia, seu filho Constantino, figura ao lado, foi proclamado augusto por seus soldados em 306 na idade de trinta e um anos. Era pagão ainda, mas já se dirigia ao Deus todo poderoso que seu pai nunca invocara debalde; acatava a religião de Cristo e longe de maltratar seus discípulos, ele os protegia. Maxêncio, proclamado Augusto em 308, tiranizava Roma e a Itália. Após o suicídio de Maximiano (310) e a morte de Galério (311), Constantino aliou-se a Licínio e houve luta com o seu rival. Constantino, com o exercito numeroso, marchou contra Maxêncio na Itália. Conforme a lenda, um pouco antes de transpor os Alpes, na véspera do combate ao meio-dia, Constantino, e com ele, o exercito inteiro, avistaram no céu no poente uma cruz luminosa trazendo ao redor a inscrição "In hoc signo vinces" ("Com este signo vencerás"). Na noite imediata, Jesus Cristo lhe apareceu com o mesmo sinal, ordenando-lhe que fizesse um estandarte segundo este. modelo, chamando-o "Labarum"; trazia estampado o monograma >P< = X P = K R (Cristo Rei) e a imagem do imperador e dos seus filhos. As legiões de Constantino levaram a bandeira sagrada.

As hostes inimigas foram desbaratadas em Turim e Verona; o ultimo combate se travou junto da ponte Múlvia em 312. Maxêncio vencido fugiu para. Roma e caindo no Tibre, afogou-se. Roma abriu suas portas ao triunfador. Adepto de uma religião solar monoteista foi levado a uma certa simpatia pelo cristianismo. Logo depois da sua vitoria, Constantino de acordo com Licínio, publicou a favor do cristianismo, o edito de Milão (313) que mandou ler em todas as províncias para a liberdade de culto. Considerou-se então chefe da Igreja, ao mesmo tempo o grande pontífice e mestre do paganismo. Sendo adorador do sol promulgou em 7 de Março de 321 o edito "que os juízes e os moradores das cidades devam descansar no venerável dia do sol (Domingo). Porém para aqueles que habitam nos campos conceda-se plena liberdade para praticarem a lavoura, visto não haver dia mais propício à semeadura de cereais e ao plantio de vinhas para que não passe a ocasião para tais trabalhos e o homem vinha ficar privado da liberalidade celestial". Governou com Licínio, mas depois tendo se indisposto contra ele, o derrotou (324) e mandou assassina-lo (325) restabelecendo assim a unidade imperial. Convocou o concílio em Nicea (325). Mandou executar seu filho e depois sua mulher (326). A convocação dos Concílios Ecumênicos iniciada sob o governo de Constantino era confirmada pelo Imperador que pagava todas as despesas da vinda, permanência e regresso dos membros do Concílio às respectivas dioceses. O Imperador comparecia aos Concílios ou então nomeava um delegado especial para defender os seus direitos e interesses. A presidência cabia ao bispo escolhido pelo Imperador. A indicação do lugar das reuniões era sua prerrogativa exclusiva.

Em 330 Constantino muda a capital do império para Constantinopla, e deixa a capital Roma para o Papa (Apo 13:2). Somente ao final de sua vida em 337 aos 62 anos converteu-se ao cristianismo sem dúvida conforme a crença de Ario.

AS HERESIAS PRIMITIVAS

Uma heresia constitui-se num movimento de idéias contrárias ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé, ou qualquer ato ou palavra ofensiva à religião. As perseguições que afligiram a Igreja Cristã nos primeiros três séculos começaram no tempo do seu fundador, pois o primeiro dos mártires da nova religião foi o próprio Jesus. Os judeus que o crucificaram continuaram a atacar seus seguidores. Tão acerba se tornou a disputa entre judeus e cristãos que os romanos, muitas vezes, tiveram de intervir para manter a paz. Mas depois do ano 70 d.C., quando os judeus sofreram severamente numa insurreição contra o domínio romano, não constituíram mais ameaça séria aos cristãos.

Ao mesmo tempo que sofria a pressão externa da perseguição, passava a Igreja por uma série de crises internas surgidas de incertezas, entre os próprios cristãos, quanto à exata definição de suas crenças. Os próprios ensinamentos de Jesus não haviam sido elaborados num sistema completo e estavam sujeitos a várias interpretações. Nenhum dos Apóstolos, igualmente, procurara expressar a mensagem da nova religião como um corpo sistemático de idéias. Cada missionário pregava sua própria versão do Cristianismo e cada congregação determinava suas próprias crenças. Alguns dos que haviam sido criados como judeus continuavam, após a conversão, a aderir à Lei Hebraica do Velho Testamento, ao passo que outros, que haviam sido pagãos, procuravam integrar sua nova religião com os costumes do culto pagão. Tais diferenças de crença e práticas davam origem a debates sobre o que era ortodoxo e o que era herético, isto é, sobre o verdadeiro e o falso em questão de ensinamento cristão.

Debates dessa espécie tornaram-se mais intensos quando o cristianismo entrou em contato com a filosofia grega, pois os gregos que residiam nas terras do Oriente helenístico davam tanta importância à compreensão quanto os judeus à retidão. À medida que se espalhava entre eles o Cristianismo, começaram a fazer perguntas que a Igreja era obrigada a responder, de modo que a Igreja, que até então se baseara quase inteiramente na fé, se via agora forçada a estabelecer explicações racionais para a crença cristã.

As fronteiras ideológicas do Cristianismo tornavam-se frágeis e se diluíam em tendências heterogêneas. Estas, ao se afirmarem, criaram uma confrontação inevitável entre as múltiplas interpretações doutrinárias e as várias tradições cristãs. Como todas as correntes reivindicavam a legitimidade apostólica, tratava-se de definir o que estaria de acordo ou contra a pregação tradicional dos Apóstolos. Essa confrontação veio a caracterizar a divisão entre elementos ortodoxos e heterodoxos no pensamento cristão elaborado. Tornara-se ortodoxia a tendência numérica e politicamente majoritária dentro do Cristianismo, que se impôs como a verdadeira Igreja, formuladora das normas de fé, prevalecendo em detrimento das posições divergentes minoritárias. As heresias representaram, relativamente ao corpo doutrinário constituído, tendências heterodoxas, movimentos dissidentes e grupos numericamente minoritários, quase sempre desligados da Igreja cristã majoritária, graças às excomunhões conciliares ou mesmo por sua própria iniciativa separatista. Do ponto de vista histórico, a ortodoxia triunfou como instituição jurídica e como política moderadora, fundada na primazia da Igreja Romana. Mas, do ponto de vista doutrinário, seu sucesso deveu-se a uma elaboração teológica mais consistente do que as numerosas crenças desorganizadas e freqüentemente incoerentes do desenvolvimento do pensamento cristão. Na verdade, a lógica da ortodoxia se firmou nos elementos fixos da tradição cristã: a doutrina fundamental primitiva, a revelação bíblica e a tradição oral, resumidas e definidas no Credo (encerra os artigos fundamentais da fé cristã). Ao lado disso, existiram no Cristianismo antigos elementos provenientes do contato com a cultura helênica, que adicionaram novidades filosóficas ao núcleo doutrinário. As correntes chamadas heréticas teriam se ressentido mais fortemente das influências pagãs, acabando por rejeitar doutrinas definidas pela comunidade eclesiástica majoritária e deteriorando o que se considerava conteúdo específico e original da fé cristã. Uma das controvérsias mais básicas referia-se à natureza de Cristo. A posição que a Igreja aceitava como ortodoxa era a de ser Jesus a um tempo Deus e homem, idêntico ao Pai Divino sem deixar de compartilhar dos atributos de um ser humano. Não obstante, certo número de cristãos continuava a manter crenças heréticas, umas negando que Jesus fosse homem, outras negando que ele fosse idêntico a Deus. Os docetistas, por exemplo, acreditavam que o corpo humano de Jesus era apenas um fantasma, e os nestorianos ensinavam que Deus apenas habitava no corpo de Jesus, como num templo. Os monofisitas, dos quais descendem os atuais coptas do Egito, os jacobitas da Síria e os cristãos da Armênia e da Abissínia, insistiam em que a natureza de Jesus era inteiramente divina. A mais forte da heresias era a liderada por Ário (aprox. 256-336), ascético e eloqüente sacerdote egípcio. Ensinava que Jesus não era da mesma natureza de Deus, mas também não era um homem como os demais; sua natureza, antes, era algo como a de um anjo - menos do que de deus e mais do que humano. Ário conquistou tantos adeptos dentro da Igreja que acerba disputa sobre seus ensinamentos logo ameaçou a paz de todo o Império. No interesse da tranqüilidade pública, o Imperador Constantino, portanto, tomou medidas para resolver a questão de qualquer modo. Em conseqüência, convidou os dirigentes da Igreja a se reunirem em Nicéia, e mais de trezentos bispos assim se reuniram para o primeiro concílio ecumênico da Igreja. Esse Concílio elaborou uma síntese da crença cristã, conhecida como o Credo de Nicéia, que definiu a natureza da Santíssima Trindade e condenou o arianismo como heresia. Apesar, porém, dessa condenação, o arianismo continuou a mostrar muita força, mas em 380, o governo imperial negou tolerância aos arianos e, em 381, outro concílio ecumênico, reunido em Constantinopla, reafirmou e ampliou as doutrinas trinitárias ortodoxas expressas no Credo de Nicéia. Daí por diante, o arianismo desapareceu em todo o Império. Outra grande disputa surgiu em torno do problema do bem e do mal. A mais desafiadora das heresias nascidas desse debate foi o gnosticismo, que apareceu pelos meados do segundo século. Como alguns dos cultos religiosos orientais, o gnosticismo traçava nítida separação entre a matéria, que é o mal, e o espírito, que é o bem. De acordo com esse conceito, os gnósticos encaravam o espírito divino como superior tanto ao deus do Antigo testamento como a Jesus, os quais se haviam preocupado com o mundo físico. E ensinavam que o caminho da redenção do homem passava pelo ascetismo e pelo misticismo, por meio dos quais seu espírito podia ser libertado do mal do mundo material e conduzido à união com o espírito divino. A Igreja ortodoxa condenou esses ensinamentos, que colocavam o Deus cristão abaixo de outro ser ainda mais espiritual, que declaravam não ser o homem responsável por suas ações uma vez que não podia existir mal moral, e que consideravam o ascetismo e o misticismo mais importantes do que a conduta dos homens para com seus semelhantes durante a vida terrena.

2 - Doutrinas Cristãs Básicas

As heresias surgidas em dissensão dos ensinamentos ortodoxos da Igreja testemunham a dificuldade da tarefa de definir as doutrinas da nova religião. Contudo, o desaparecimento gradual dessas heresias testemunha também o sucesso da Igreja na formulação das crenças que deveriam permanecer como o núcleo da doutrina cristã ortodoxa. Nessas disputas de supremacia e polêmicas teológicas, a Igreja de Roma exerceu um papel decisivo, na medida em que as posições doutrinárias da capital tendiam a se qualificar como verdadeiras. O Cristianismo romano conseguiu impor-se como ortodoxia no conjunto da cristandade, estendendo sua influência graças à constituição do conceito de sucessão apostólica, ou seja, à crença de ter o Príncipe dos Apóstolos como fundador de sua comunidade, à supremacia política enquanto capital e através da ajuda material às demais igrejas.

Dentre as principais doutrinas cristãs básicas tem-se, primeiro, a crença de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são membros iguais da Trindade que é Deus, sendo, cada um, uma expressão da perfeição; em segundo lugar, que Jesus era tanto Deus como homem, nascido de uma virgem, que morreu para redimir os outros homens e depois ressuscitou dos mortos; em terceiro, que todos os cristãos são membros de uma só Igreja, que está sob guia divina; em quarto, que o clero é o sucessor dos Apóstolos; e, em quinto, que, por meio da Igreja, os homens podem libertar-se do inferno e entrar na vida eterna do Céu. Sobre essas crenças, que constituem o núcleo de sua dogmática, a Igreja iria permanecer firme através de todos os séculos de sua existência.

3 - Os Primeiros Pensadores Cristãos

O pensamento teológico cristão é tão antigo quanto a primeira formulação da fé em Jesus, o Cristo. Os escritos do Novo Testamento representam os primeiros ensaios da reflexão teológica, reunidos na forma de testemunhos originais da fé. A história da teologia começa e se desenvolve a partir dessas fontes.

A primeira coleção de escritos teológicos surgidos depois do Novo Testamento é composta de documentos agrupados sob o título de Padres Apostólicos. Foi o estudioso francês Jean Cotelier quem assim os classificou no séc. XVII. Inicialmente faziam parte dessa coleção: a Epístola de Barnabé, a Carta de Clemente Romano, Cartas de Inácio de Antióquia, a Carta de Policarpo, e o Pastor de Hermas. Em 1765 foram incluídos na lista os fragmentos de Pápias e de Quadrato, e a Epístola a Diogneto. Mais tarde, em 1873, descobriu-se o Didaquê, concluindo-se com ele a coleção. São obras de estilo simples, interessadas em dar testemunho da vida cristã em face das perseguições a que era submetida a Igreja, com algumas indicações a respeito da estrutura eclesiástica incipiente.

Os cristãos, logo no início de sua história, foram considerados perigosos para o império. Ao combatê-los, as autoridades atribuíam-lhes inconsistência filosófica, moral e religiosa, acusando-os de minar os fundamentos da sociedade vigente. Enquanto os Padres Apostólicos se dedicavam à vida interna da Igreja e à elevação moral e espiritual dos seus membros, os apologistas atuavam na fronteira com o mundo e com o pensamento pagão. Em muitos casos davam a seus escritos uma forma legal, solicitando que as autoridades verificassem em que consistia o Cristianismo. As acusações contra os cristãos se referiam ao seu ateísmo e anarquismo (Justino, Apologia 5,6; 11,12), pois recusavam-se a participar dos cultos ao imperador e a servir ao Estado. Também eram acusados de licenciosidade por celebrarem a eucaristia secretamente à noite. Quadrato (125, provavelmente de Atenas), o mais antigo dos apologistas, apresentou ao imperador Adriano uma defesa da fé cristã, da qual se conhece apenas um trecho citado por Eusébio (Apologia 55). O movimento apologético do séc. II procurou defender a fé cristã junto às autoridades. Foram seus principais escritores Justino Mártir (105 - 165), que em suas Apologias e outras obras expõe a fé cristã, elaborando já certas doutrinas fundamentais, e Tertuliano (160 - 230), extremamente rígido em suas idéias, a ponto de terminar a vida na seita dos montanistas. Se há na teologia incipiente de Justino certo descrtino universalista e grande abertura ao diálogo com o mundo da cultura, já em Tertuliano o âmbito da fé se restringe ao puro domínio da Igreja e se distancia da vida civil.

O movimento gnóstico do séc. II buscava a união com Deus através de práticas secretas apenas conhecidas de iniciados. Acusava os cristãos de não possuir a verdade, comunicada por Jesus nos quarenta dias entre a Ressurreição e a Ascensão. Contra o gnosticismo não só escreveu Justino Mártir, mas principalmente Ireneu, bispo de Lyon (126 - 200). Sua obra principal chama-se Adversus Haereses (Contra os Heréticos) e se divide em cinco livros. É fonte preciosa para conhecer o pensamento gnóstico e cristão. Ireneu desenvolveu a doutrina da sucessão apostólica dos bispos, da Bíblia, dos credos e do batismo, como instrumento de defesa da fé cristã contra os ataques cada vez mais insistentes das heresias. Foi em Alexandria, porém, que se desenvolveram os primeiros grandes sistemas teológicos do cristianismo. Clemente (150 - 215) e Orígenes (185 - 254) procuraram relacionar a fé com o mundo filosófico e introduzir o pensamento cristão nos círculos intelectuais da sociedade. Orígenes é principalmente importante porque estabelece critérios para interpretação das Escrituras, encontrando no texto sagrado três significados distintos: o somático ou literal, o psíquico ou moral, e o místico ou espiritual. Pouco a pouco as discussões teológicas se vão concentrando em torno da pessoa de Jesus, o Cristo. Justino Mártir e os apologistas haviam empregado o conceito de lógos para comunicar à mentalidade filosófica grega as idéias fundamentais da teologia judaico-cristã a respeito de Jesus. A divindade do Cristo havia sido pressuposta desde o início do testemunho do Novo Testamento. Tertuliano e Ireneu haviam falado na Trindade. Orígenes dizia que entre as três pessoas divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), havia certa subordinação natural, muito embora não visse entre as pessoas qualquer diferença de substância. A noção de uma trindade transcendental parecia a muitos demasiadamente metafísica, com ressonâncias gnósticas. A pergunta fundamental da teologia era esta: como entender Jesus, o Cristo, à luz dessa trindade transcedental? Surgiu, então, o movimento chamado monarquismo (do gr. monárkhes, "soberano"), que ressaltava a unidade soberana de Deus em relação com o Cristo. Havia dois tipos principais de monarquismo: o dinâmico, que considerava o Cristo apenas homem, adotado por Deus, sem qualquer relação metafísica com o Pai; e o modalista, que considerava o Cristo realmente divino, idêntico ao Pai. Por detrás das preocupações dessas duas escolas estava o problema da salvação: como pode Jesus salvar se não for Deus? Como considerá-lo Deus se sofreu na cruz? Se Jesus é Deus, então Deus não é uno. Que lugar ocupa o Cristo na economia da salvação e da vida divina? Assim, foram inúmeras as doutrinas controversas que surgiram principalmente em torno da natureza do Cristo. Melhor se pode compreender quão difícil era a tarefa de distinguir entre a verdadeira doutrina cristã e a heresia, quando se verifica que os dois maiores apologistas da Igreja foram mais tarde condenados por haver propagado heresias. Um deles foi Orígenes (aprox. 185-254), famoso como mestre em Alexandria, nos princípios do terceiro século. Consciente da importância básica da Bíblia para o pensamento cristão, escreveu muito, tentando resolver alguns problemas que surgiam em sua interpretação. Depois de sua morte, todavia, certo número de seus ensinamentos foi posto em discussão e, 300 anos mais tarde, um concílio da Igreja decretou que seus escritos continham diversas doutrinas heréticas, que Orígenes inocentemente desenvolvera ao tentar harmonizar filosofia e teologia.

Falta similar foi encontrada na obra de Tertuliano (aprox. 160-230), zeloso homem da igreja que vivia em Cartago. Defensor apaixonado da Igreja, Tertuliano fez uso dos seus conhecimentos da lei e dos clássicos para refutar várias acusações de crime levantadas contra os cristãos e para demonstrar a superioridade religiosa e filosófica do cristianismo sobre as crenças pagãs. Foram, os dele, os primeiros escritos cristãos importantes em língua latina, que ele estabeleceu como a língua da Igreja nas terras ocidentais. Contudo, apesar da ardente retórica e da apaixonada convicção com que procurava sustentar a doutrina ortodoxa, também foi acusado de crenças heréticas. Crisóstomo (aprox. 344-407) - Criado em Antióquia, seus grandes dotes de graça e eloqüência como pregador levaram-no a ser chamado a Constantinopla, onde se tornou patriarca, ou arcebispo. Como os outros Apologistas, ele harmonizou o ensinamento cristão com a erudição grega, dando novos significados cristãos a antigos termos filosóficos, como a caridade. Em seus sermões, defendia uma moralidade que não fizesse qualquer transigência com a conveniência e a paixão, e uma caridade que conduzisse todos os cristãos a uma vida apostólica de devoção e de pobreza comunal. Essa piedosa mensagem, entretanto, tornou-o impopular na corte imperial e mesmo entre alguns membros do clero de Constantinopla, de modo que acabou sendo banido e morreu no exílio. Ambrósio (aprox. 330-397) - Como Bispo de Milão, conquistou influência em razão de sua dominadora personalidade assim como por seus escritos. A ele é atribuído o sucesso em obrigar o Imperador Teodósio a fazer penitência por seus pecados e, assim, a admitir que estava sujeito aos mesmos ditames morais que os demais cristãos. Essa realização dramática de Ambrósio muito fez para estabelecer a tradição ocidental de que o clero, como servidor da Igreja, tinha o poder de disciplinar mesmo os mais elevados dirigentes seculares. Ambrósio também ajudou a cristianizar e latinizar a herança do ensinamento pagão. Jerônimo (aprox. 347-419) - Seus dotes lingüísticos o predispuseram para sua obra principal - a tradução da Bíblia em latim literário, dos vários textos hebraicos e gregos existentes. Sua tradução, conhecida como a Vulgata, ou Bíblia do Povo, foi amplamente utilizada nos séculos posteriores como compêndio para o estudo da língua latina, assim como para o estudo das Escrituras.

Apolinário, de Laodicéia - Bispo no séc. IV, colocara-se a serviço da ortodoxia e se fizera acérrimo defensor das doutrinas rigorosamente ortodoxas de Atanásio. Em seu zelo pela fé tradicional, Apolinário inverteu o erro de Ário, ao afirmar que o lógos divino preenche o lugar da alma racional em Jesus. Em Cristo havia apenas a natureza divina. Sua doutrina foi condenada no Concílio de Constantinopla, em 381. A atitude divinizante de Apolinário era reflexo da atmosfera mística da Igreja cristã de Alexandria. Nestório, bispo de Constantinopla - Os cristãos de Antióquia e de Roma eram muito mais realistas que os do Oriente. Para os teólogos do Ocidente a salvação nada significaria, se Jesus não tivesse sido plenamente humano. O principal representante dessa tendência era Nestório, bispo de Constantinopla a partir de 428. Para ele a Virgem Maria não deveria ser chamada theotókos (Mãe de Deus), mas simplesmente theokýmõn ou theophóros, portadora do cristo. Ela havia concebido apenas um homem, que, mais tarde, pela graça de Deus, se havia tornado instrumento da divindade. Nestório fazia questão de não misturar a natureza humana com a divina, muito embora tivesse que ressaltar, para isso, o caráter inteiramente humano de Jesus.

4 - Ascetismo e Monasticismo

Não podemos esperar compreender o espírito da primitiva Igreja Cristã sem entender seus ideais de ascetismo e monasticismo.

Por trás do movimento monástico, achava-se o zeloso cristão empenhando-se fervorosamente para conseguir a união de sua alma com Deus, mesmo enquanto ainda a viver na terra, bem como de preparar-se para essa união após a morte. A fim de realizar tal união, fazer com que a alma dominasse o corpo, procedia a uma vida solitária. Isso significava ascetismo, renúncia completa de todas as tentações do mundo material, aceitação voluntária de sofrimentos e privações. Para alcançar esse desapego do mundo, devia ele viver em solidão ou juntar-se com pequeno número de outros de espírito e temperamento idênticos. O impulso para o ascetismo e o monasticismo não é peculiar ao cristianismo. Aparece em outras religiões, tanto antes como depois do tempo de Cristo, e entre alguns indivíduos que não professam qualquer religião. No terceiro e quarto séculos, outras influências deram acrescida força ao impulso para o ascetismo e o monasticismo e levaram esses ideais a uma realização prática. Uma delas foi a influência das filosofias dualistas do gnosticismo e do neoplatonismo. Ainda que a Igreja condenasse essas filosofias como pagãs ou heréticas, cristãos zelosos não podiam deixar de dar ouvidos a seus ensinamentos - que se pareciam com os da própria Igreja - de que o universo é a arena de luta entre o bem e o mal, de que o mundo material é o reino do mal e o mundo espiritual é o reino do bem, e de que os homens, portanto, deveriam esforçar-se para entrar no mundo do espírito. Outra influência, contudo, surgiu das novas circunstâncias em que se achou a própria Igreja, desde que o Cristianismo se tornara uma religião aceita e mesmo oficial. Não mais, como nos séculos anteriores, podia o cristão demonstrar seu zelo simplesmente aceitando o risco do martírio ou dedicar-se a propagar a fé como missionário. Agora, os que desejavam dar prova heróica de seu devotamento religioso deviam procurar provações maiores do que as que lhes viriam simplesmente em virtude de serem cristãos e continuarem a tomar parte nos empreendimentos normais do mundo, ou mesmo em seguir a vocação do sacerdócio.

A Igreja como instituição não estabeleceu o monasticismo. Foi ele um movimento de entusiasmo e auto-sacrifício, imbuído de um espírito de negação referente ao mundo cotidiano, movimento de leigos que a Igreja depois abençoou como integrado em seu próprio espírito.

Esse movimento deu origem à criação dos conventos, uma vez que para levar uma vida de ascetismo era preferível agrupar-se em comunidades monásticas do que viver solitários como eremitas. Regras foram estabelecidas exigindo dos monges votos de pobreza, castidade e obediência a seus superiores, uma rotina de orações e meditações e a realização de certa espécie de trabalho. As rotinas prescritas eram rigorosas, mas não permitiam que os monges exagerassem seu ascetismo, pois mostrava como ideal a autodisciplina, em vez do autocastigo.

5 - Por que o Cristianismo Triunfou?

Qualquer estudo do começo do Cristianismo deve salientar seu triunfo posterior, dentro apenas de quatro séculos após a morte de Jesus. E isso inevitavelmente suscita a pergunta: por que obteve ele esse triunfo?

O próprio Cristianismo oferece resposta à indagação: a Igreja considera-se uma instituição divina, fundada por Deus e sustentada para sempre pelo poder da Divina Providência. Mas esta resposta somente satisfaz os que compartilham da fé cristã num poder sobrenatural. Outras respostas, baseadas na razão e na história, e não na fé religiosa, também podem ser dadas.

Uma dessas razões do sucesso do Cristianismo encontra-se na época do seu aparecimento. No tempo em que Jesus pregou sua mensagem, os homens de toda parte do Império sentiam a necessidade de uma nova religião. Perdera-se a confiança nas antigas crenças religiosas. Nada restava delas, a não ser a crença vaga de que Deus devia ser um e onipotente, e de que a ética devia basear-se num bem absoluto.

Outra explicação do sucesso da nova religião é a força da Igreja como instituição. A Igreja mostrou-se sábia ao preferir abrir a todos os que quisessem ser admitidos nela o ingresso em sua fraternidade: mulheres e homens, ricos e pobres, escravos ou livres, sem distinção de raças. Foi sábia, também, em adaptar-se aos costumes dos tempos, em todas as questões que não comprometessem suas crenças fundamentais.

O devotamento da Igreja ao princípio da fraternidade dos homens submetidos a Deus explica mais do que a razão pela qual o Cristianismo substituiu as outras religiões do antigo mundo mediterrâneo.
HERESIAS PRIMITIVAS

PELAGIANISMO - Doutrina que, professada no século IV, por Pelágio e seus partidários, é a primeira heresia do Ocidente cristão. O pelagianismo repousa essencialmente na concepção de acordo com a qual o homem pode sempre escolher igualmente entre o bem e o mal. Para o exercício dessa escolha, pensam, o homem dispõe livremente do seu corpo e de seus membros. Sua vontade está sempre pronta a enfrentar a dupla opção e só é plenamente livre enquanto permanece capaz dessa escolha. Pelágio, que era uma asceta (religiosos que renunciavam o mundo e praticavam mortificação), não deixa de insistir no valor do homem e de sua autonomia.

Desenvolve a idéia de que o homem é a obra-prima de Deus, do qual recebeu, por um privilégio único, a razão, quer dizer, a consciência de seus atos. Assim, é a razão que permite ao homem dominar as outras criaturas e os seres que lhe podem ser superiores pela força. É a razão que lhe permite conhecer Deus.

Os pelagianos só admitem o pecado pessoal, negando a existência do pecado original. A natureza humana, segundo eles, não pecou. Pecou apenas o indivíduo. Não é possível que alguém peque para com outrem, assim como não é possível que um redima o outro. O homem, único autor de sua queda, é também único autor de sua regeneração. A redenção de Cristo não teve por objetivo cancelar um pecado coletivo e hereditário do gênero humano. A finalidade da redenção seria apenas a de neutralizar, pelo bom exemplo do segundo Adão, o mau exemplo do primeiro Adão. Assim como este arrastou o homem para a morte, pela sua desobediência orgulhosa, assim também Jesus Cristo mostrou, com sua obediência humilde, o caminho da ascensão espiritual ao Deus que tudo perdoa.

Naturalista e racionalizante, mas sempre profundamente religiosa, a doutrina pelagiana recusa ferozmente toda concepção do pecado como causa da morte, bem como a de uma fraqueza moral herdada de uma falta primeira. Concebe dessa forma a redenção, ensinando que o homem pode, em virtude tão-somente de seu esforço pessoal, atingir a santidade perfeita.

MANIQUEÍSMO - O maniqueísmo é uma gnose. Como toda gnose, é essencialmente fundada em um "conhecimento" que traz com ele próprio a salvação, salva por si mesmo, pelo fato de que, revelando ao homem sua origem, o que era e onde estava antes de ser "jogado" no mundo, o torna consciente do que é em sua realidade própria, explica-lhe sua condição presente e o modo de libertar-se dela, garantindo-lhe o que virá a ser, o que é chamado a tornar-se: conhecimento que é, antes de mais nada, conhecimento simultâneo de si mesmo e de Deus em si e que pretende ser um saber absoluto.

Essa gnose se exprime em forma mítica. O mito se desenvolve, pois, em três fases: um "momento anterior"ou "passado", no qual havia distinção, dualidade perfeita de duas substâncias (espírito e matéria, o bem e o mal, a luz e as trevas); um "momento médio"ou "presente", no qual a mistura se produziu e continua a durar; um "momento futuro" ou "final", em que a divisão primordial será restabelecida. Aderir ao maniqueísmo, consiste pois, em professar essa dupla doutrina dos "dois princípios"ou das "duas raízes" e dos "três tempos" ou dos "três momentos".

DONATISMO - O donatismo é um cisma que dividiu a Igreja, na África, durante três séculos e meio, do fim da perseguição de Diocleciano aos cristãos (a era dos mártires) à invasão árabe. Divergências inconciliáveis estabeleceram-se entre os cristãos a respeito da atitude a assumir em face dos crentes e mesmo dos bispos que haviam falhado durante a perseguição. O bispo Donato organizou o partido dos intransigentes, para os quais a validade dos sacramentos dependia da santidade dos ministros. Do lado católico, estavam os partidários de Roma, liderados por Ceciliano, que formou seu partido, e que disputava com Donato pela sede de Cartago. Sobre os sacramentos e a teologia da Igreja, reflexão da qual Santo Agostinho participou amplamente, estabeleceu que o Cristo é o verdadeiro autor dos sacramentos, e que o papel dos clérigos era intermediar os ritos (batismo, por exemplo), pois a santidade dos sacramentos é do Cristo.

ARIANISMO - O arianismo - do nome de Arios, padre de Alexandria, do começo do século IV, tradicionalmente considerado o pai dessa heresia - é uma reflexão doutrinária visando a aprofundar o dogma cristão da Trindade e a esclarecer o problema das relações, no interior do Ser de Deus, das três pessoas: Pai, Filho e Espírito. Essa corrente de pensamento, declarada herética a partir do Concílio de Nicéia (325), surgiu em reação à pretensão da Igreja Romana de absorver a pessoa do Filho na pessoa do Pai, enquanto os arianos combatiam a unidade e a consubstancialidade em três pessoas da Trindade e sustentava que o Verbo, tirado do nada, era muito inferior a Deus Pai. Consideravam Cristo como essencialmente perfeito, mas negavam a sua divindade. Esta doutrina, sustentada por vários imperadores de Constantinopla, como Constâncio Valente, contrabalançou durante algum tempo o poder do catolicismo. Foi condenada pelo Concílio de Niceia (325). O Concílio de Constantinopla (381) desferiu-lhe rude golpe. Logo após a igreja primitiva ter sido formada, ela foi cruelmente atacada pela infusão cabalista, gnóstica e pagã. Os falsos mestres segmentaram e corromperam as doutrinas cruciais da igreja, o que levou às diversas filosofias heréticas adotadas até mesmo por muitos daqueles que eram contados entre os "Pais da Igreja". Como resultado dessa conspiração satânica, as advertências contra os falsos mestres aparecem em todas as epístolas do Novo Testamento. Uma dessas advertência é sucintamente apresentada em 2 Pedro 2:1-2: "E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade."

De acordo com uma estimativa, um quarto dos Pentecostais Americanos adere na doutrina conhecida como Unicidade.’ Na história da igreja, muitos têm formulado independentemente uma forma de teologia Unicista incluindo, por exemplo, os modalistas e os Sabelianos na era ante­Nicena, Miguel Scheppe, (1531), John Miller (1876), Andrew Urshan (1910), R.E.McAlister, John Seheppe, e Frank Ewart (1913), e a Verdadeira Igreja de Jesus na China (1917). Conseqüentemente a teologia Unicista não pode ser analisada somente pelo desenvolvimento histórico do movimento moderno Unicista; devem ser dada atenção séria aos textos bíblicos que tem induzido o reaparecimento persistente dentro da Cristandade. Este trabalho identificará os dogmas distintos da teologia Unicista da perspectiva de um Pentecostal Unicista, e apresenta sua base bíblica, e compara-o com o trinitarianismo.

A doutrina Unicista pode ser apresentada sucintamente em duas propostas: (1) há um só Deus indivisível sem distinção de pessoas: (2) Jesus Cristo está toda a plenitude da Divindade encarnada, Todos os títulos da Deidade podem ser aplicados para Ele e todos aspectos da personalidade divina estão manifestados nEle.
Monoteísmo Radical

A base da teologia Unicista é um conceito radical de monoteísmo. Simplesmente declara, Deus é absolutamente e indivisivelmente um. Não há distinções ou divisões essencial em Sua natureza eterna, Todos os nomes e títulos da Deidade, tais como Elohim, Yahweh, Adonai, Pai, Verbo, Espírito Santo referem-se a um e o mesmo ser, ou - em terminologia trinitariana de uma pessoa. Qualquer pluralidade associada com Deus é somente uma pluralidade de atributos, títulos, papéis, manifestações, modos de atividades, ou relacionamentos do homem. Esta é a posição histórica de judaísmo. Tanto crentes Unicistas como judeus encontram a expressão clássica desta fé em Deuteronômio 6:4: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR”.Muitas outras passagens no Antigo Testamento, particularmente em Isaias, afirma o monoteísmo estrito e são interpretadas literalmente de modo a excluir qualquer pluralidade na Deidade. Por exemplo:
“... antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu SOU o SENHOR, e fora de mim não salvador.” (Isaias 43:10-11). “... eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim." (Isaias 46:9).
Nenhuma passagem no Antigo Testamento declara explicitamente a doutrina trinitariana; uma não pode derivá-la de uma exegese de somente textos do Antigo Testamento. Se a triplicidade é uma parte essencial da natureza de Deus, Ele não revelou isto para Seu povo escolhido. Se correto, o trinitarianismo é o único aspecto chave da natureza de Deus totalmente desconhecida no Antigo Testamento, mas revelada no Novo Testamento. Se Deus é uma trindade, então Abraão, o pai dos fiéis de todas épocas, não compreendeu a natureza da Deidade a quem ele adorava. Os crentes Unicistas dão as seguintes explicações para as passagens do Antigo Testamento que os trinitarianos citam quando aludem à trindade.
* O uso da palavra plural Elohim, não denota uma pluralidade de pessoas, mas é uma maneira característica para expressar a grandeza OU majestade na linguagem hebraica.
* O uso do plural divino na frase. “Façamos o homem à nossa imagem" pode ser examinado de várias maneiras (1) Deus conversando com os anjos (como os judeus explicam); (2) Deus tomando conselho com a Sua própria vontade (como em Efésios 1: 11): (3) um pronome simplesmente no plural que concorda com o substantivo plural Elohim; (4) um plural de majestade ou literário: ou (5) uma referência profética à manifestação futura do Filho de Deus. E importante notar que, em cumprimento a este versículo, Deus criou Adão como uma pessoa, com um corpo, mente, personalidade, espírito e vontade. (Gênesis 1:27) - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (sempre se referindo no singular)
* Referenciais ao Filho são profético do homem Cristo, apontando para a manifestação futura de Deus em carne.

* Referências ao Espírito de Deus, a Palavra de Deus e a sabedoria de

Deus não significa uma pluralidade de pessoas, assim como quando se fala do espírito, da palavra, ou sabedoria de um homem.
* Todas as teofanias do Antigo Testamento podem facilmente ser vista como

manifestações do único Deus, que é onipresente, onipotente. Enquanto a expressão, “o anjo do SENHOR” aparentemente é uma teofania em muitas pas­sagens, ocasionalmente a frase denota um anjo literal distinguido de Deus.

* As atribuições a Deus de partes do corpo humano é antropomorfismo, já

que o único corpo físico permanente de um Deus que é Espírito é o do Filho de Maria.
* Freqüentemente os trinitarianos explicam que as passagens monoteísticas usadas para mostrar a Unicidade meramente falam da harmonia perfeita e da união dentro da trindade, e excluem uma pluralidade de divindades falsas; mas não uma pluralidade de pessoas no verdadeiro Deus. No entanto, nem os escritores bíblicos e nem os seus leitores originais entenderam assim. Além disso, este ponto de vista permitiria o politeísmo total, pois muitas divindades distintas poderiam viver em perfeita harmonia e união.

Os trinitarianos sugerem que a palavra hebraica usada para descrever a Unicidade de Deus é echad, que pode significar um em harmonia. Entretanto, também pode significar unicidade numérica absoluta, e é usada desta maneira muitas vezes nas Escrituras. E deve ser interpretada assim quando fere-se a Deus, ou então não excluiria o politeísmo como passagens em questão claramente pretendem. Até a importância que echad conota uma união de coisas plurais, significa a união dos atributos múltiplos de Deus.

Mudando para o Novo Testamento, os expoentes da Unicidade enfatizam a importância de exegetas na luz do contexto e cultura. Os oradores e escritores originais eram judeus estritamente monoteístas que não tinham pensado de introduzir uma nova e dramática revelação de pluralidade na Divindade. Nem escritores nem leitores pensavam em categorias trinitarianas, pois tanto a doutrina e a terminologia da trindade ainda não haviam sido formuladas. Muitas passagens do Novo Testamento confirmam o monoteísmo do Antigo Testamento. Nenhum dos testamentos usa a palavra trindade, ou associa a palavra três ou a palavra pessoas com a Deidade de maneira significativa. A única passagem que usa a palavra pessoa (hypostasis) em relação a Deus é Hebreus 1 :3, onde diz que o Filho é a expressa imagem da sua pessoa [Edição Revista e Corrigi da] - literalmente "substancia" - não uma pessoa ou substância separada de Deus.

Enquanto os trinitarianos reconhecem que a sua doutrina da Divindade é um mistério para mentes humanas que são finitas. Os adeptos Unicistas sustentam que a Unicidade de Deus não é mistério, porém é claramente revelada na Escritura para aqueles que crerem. Para estes, o verdadeiro mistério da Divindade é a Encarnação (1 Timóteo 3:16), e que tem sido revelado.

Avaliando a posição da Unicidade, é interessante notar as conclusões da The New Catholic Encyclopedia: "Há o reconhecimento da parte de exegetas e teólogos bíblicos... que não se deve falar de Trinitarianismo no Novo Testa mento sem sérias qualificações... a exegese do Novo Testa mento já provou que tanto as formas de expressão quanto a maneira de pensar é característica do desenvolvimento patrístico e conciliário teria sido algo desconhecido para as mentes e cultura dos escritores do Novo Testamento". Do mesmo modo, o teólogo Protestante Emíl Brunner escre veu. A própria doutrina da Trindade, entretanto, não é uma doutrina Bíblica e este fato não é por acaso, mas por necessidade. É o produto de reflexão teológica acerca do problema... A doutrina eclesiástica da Trindade não é somente o produto de genuíno pensamento Bíblico, mas também o produto de especulação filosófica, o que é distante do pensamento Bíblico.

A Deidade Absoluta de Jesus Cristo

Teólogos Unicistas identificam Jesus Cristo como a encarnação do único Deus, baseando-se em uma interpretação literal de Colossenses 2:9-10 que diz, "Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados, Ele é o cabeça de todo principado e potestade.”

Todos os nomes e títulos da Deidade — assim como Yahweh, Pai e Espírito Santo - podem ser aplicados propriamente a Jesus. Jesus não é a mera encarnação de uma pessoa de uma Trindade, mas a encarnação de todo o caráter, qualidade e personalidade do único e indivisível Deus.

A Unicidade afirma em termos fortes que Jesus é Deus, o mesmo do Antigo Testamento, e sustenta que os escritores do Novo Testamento tencionavam isto quando chamavam Jesus de Deus. Isto é, o único e somente Deus do Antigo Testamento se encarnou como Jesus Cristo. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (11 Coríntios 5:19). Para usar a terminologia bíblica, Jesus é a imagem do Deus invisível. Deus manifesto em carne, nosso Deus e Salvador, e a expressa imagem da substância de Deus. W. A. Críswell, pastor da Primeira Igreja Batista de Dallas. Texas, e que no passado foi presidente da Convenção Batista do Sul, descreveu a deidade de Cristo em termos idênticos aos usados pelos unicistas nos seus Sermões Expositivos Sobre o Apocalipse.

Freqüentemente não entendo as pessoas que pensam que no céu verão três Deuses. Se você pensa que verá três Deuses, então o que os Muçulmanos dizem acerca de você é verdade, e que o seu vizinho Judeu diz acerca de você é verdade. Você não é um monoteísta, você é um politeísta. Você crê numa multiplicidade de Deus, plural. “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Conhecemos Deus como nosso Pai, conhecemos Deus como nosso Salvador e conhecemos Deus pelo Seu Espírito em nossos corações. Mas não há três Deuses. O verdadeiro Cristão é um monoteísta. Há um Deus”. Eu e o Pai somos um.” “Quem me vê a mim, vê o Pai.” É o Senhor Deus quem fala. É Ele a quem João viu quando voltou-se. O único Deus que você verá é o Senhor Deus a quem João viu na visão do candelabro. O único Deus que você sentirá é o Espírito do Senhor Deus em seu coração. O único Deus que existe: é o grande Pai de todos nós. O único Senhor Deus. é Cristo. No Antigo Testamento nós O chamamos de Jeová. No Novo Testamento, a Nova Aliança, nós O chamamos de Jesus. Hoje, o único grande Deus, apresenta-se em autoridade e em juízo e em dignidade judicial entre Suas Igrejas velando por nós. “Eu vi um semelhante [um grande símbolo místico] a Filho de homem É o próprio Senhor Deus que virá, pois Cristo Jesus é o Deus do Universo. Não veremos três Deus no céu. Nunca pense que na glória nós veremos Deus Nº 1 e Deus Nº 2 e Deus Nº 3. Não! Somente há um Senhor Deus. Nós O conhecemos como nosso Pai, nós (3 conhecemos como nosso Salvador, nós o conhecemos como o Espírito Santo em nossos corações.

Há um Deus e este é o grande Deus, que foi chamado no Antigo Testamento, Jeová, e, no Novo Testamento manifestado em carne, é chamado de Jesus. o Príncipe dos céus, aquele que virá .

A Unicidade atribui a Jesus todos
os títulos da Deidade

* Jesus é o Jeová do Antigo Testamento. Isto é estabelecido ao examinar muitas declarações do Antigo Testamento concernentes a Jeová que o Novo Testamento atribui a Jesus. Por exemplo, em Isaias 45:23 Jeová disse.

“Diante de mim se dobrará todo o joelho, e jurará toda língua, mas em

Romanos 14:10-11 e Filipenses 2:10-l1, Paulo aplica esta profecia à Cristo.

O Antigo Testamento descreve Jeová como Todo Poderoso. Eu sou, único Salvador. Senhor dos senhores, Primeiro e Ultimo, único Criador, único Santo, Redentor, Juiz, Pastor e Luz; no entanto o Novo Testamento atribui todos estes títulos a Jesus Cristo.

*Jesus é o Pai. “E o seu nome será... Deus Forte, Pai d a Eternidade,”

(Isaias 9:6). “Eu e o Pai somos um" (João 10:30). “O Pai está em mim, e eu estou no Pai” (João 10:38). Quem me vê a mim, vê o Pai” (João 14:9). Jesus é o pai os vencedores (Apocalipse 21:6-7), e Ele prometeu não deixar os Seus discípulos órfãos (João 14:18). A Bíblia atribui muitas obras a ambos, tanto ao Pai como a Jesus: ressuscitar o corpo de Cristo, enviar o Consolador, atrair os homens a Deus, responder orações, santificar crentes e ressuscitar os mortos.

* O Espírito Santo é literalmente O Espírito que estava em Jesus Cristo. “ 0 Espírito da verdade.., habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos, voltarei para vos outros" (João 14:17-18). “O Senhor é o Espírito"

(II Coríntios 3:17). O Espírito Santo é o Espírito do Filho e o Espírito de Jesus Cristo (Gálatas 4:6: Filipenses 1:19). O Novo Testamento atribui as seguintes obras tanto a Jesus como ao Espírito Santo: mover sobre os antigos profetas, ressuscitar o corpo de Cristo, ser o Consolador, dar palavras aos crentes na hora da perseguição, interceder, santificar, e habitar nos crentes. Apesar de não rejeitar o trinitarianismo, Lewis Smedes reconheceu.

“A experiência do Espírito é a experiência com o Senhor. Na época atual, o Senhor é o Espírito.., O Espírito é Jesus, o que foi assunto, operando na terra... O Espírito é Cristo em sua função redentora... Isto sugere que nós não cumprimos o propósito bíblico ao insistir que o Espírito como uma pessoa que é separada da pessoa cujo nome é Jesus.

Finalmente, os que ensinam a Unicidade identificam Jesus como Aquele que se assenta no trono celestial, ao comparar a descrição de Jesus em Apocalipse 1 com o daquele assentado no trono em Apocalipse 4, e notar que "Deus e o Cordeiro” é um só ser em Apocalipse 22:3-4. Conforme Bernard Ramm, os trinitários são ambíguos quanto ao fato de verem um ser divino ou três seres divinos no céu, mas os crentes Unicistas rejeitam firmemente qualquer noção de três seres visíveis como triteismo.

Pai - Filho - Espírito Santo

Crer na Unicidade não significa negar o Pai, o Filho, e Espírito Santo. Ela simplesmente oferece definições não trinitária para estes termos bíblicos. O título de Pai refere-­se ao papel de Deus como pai de toda a criação, pai do Filho unigênito e pai de todo o crente nascido de novo. O título de Filho refere-se à encarnação de Deus, pois o homem Cristo foi literalmente concebido pelo Espírito de Deus (Mateus 1 : 18-20; Lucas 1:35). O título de Espírito Santo descreve a característica fundamental da natureza de Deus. A santidade forma a base de Seus atributos morais, enquanto a espiritualidade forma a base dos Seus atributos não morais. O título especificamente refere-se a Deus em atividade, particularmente Seu trabalho de ungir, regenerar, e habitar no homem.

Portanto, a Unicidade afirma os múltiplos papéis e funções descritos pelos termos Pai, Filho e Espírito. No entanto, diferente do trinitarianismo, ela nega que estes três títulos reflitam uma triplicidade essencial na natureza de Deus e afirma que todos os títulos aplicam-se a Cristo simultaneamente. Os termos podem também ser entendido na revelação de Deus ao homem: Pai refere-se a Deus em seu relacionamento familiar com o homem; Filho refere-se a Deus manifestado em carne; e Espírito refere-se a Deus em atividade. Por exemplo, um homem pode ter três relacionamentos significativos ou funções - assim como administrador, professor, e conselheiro - e ainda ser uma só pessoa no pleno sentido da palavra. Deus não define-se e nem limita-se a uma triplicidade essencial. Como já vimos, a natureza divina de Jesus Cristo o Filho de Deus é identificado como o Pai e o Espírito Santo. Além do mais, o Pai e o Espírito Santo são identificados como um único e mesmo ser: o termo Espírito Santo descreve o que o Pai é, O Espírito Santo é literalmente o Pai de Jesus, desde que Jesus foi concebido pelo Espírito Santo. A Bíblia chama o Espírito Santo o Espírito de Jeová, o Espírito de Deus e o Espírito do Pai. A Bíblia atribui muitas das obras de Deus o Pai ao Espírito também, assim como ressuscitar Cristo e habitar, consolar, santificar e ressuscitar os santos.

Os que ensinam a Unicidade oferecem as seguintes explicações para passagens do Novo Testamento muitas vezes usadas para demonstrar a existência de uma Trindade.

* Referências no plural ao Pai e o Filho simplesmente fazem distinção entre a deidade e a humanidade de Cristo.

Outras referências a Deus no plural fazem distinção entre várias manifestações, atributos, papéis ou relacionamentos que o único Deus tem.

Por exemplo, II Coríntios 13:13 descreve três aspectos, atributos, ou obras de Deus ­graça, amor, c comunhão - e os liga com nomes ou títulos que correspondem mais diretamente com estas qualidades ­Senhor Jesus Cristo, Deus, e Espírito Santo. Assim também, em I Pedro 1:2 menciona a presciência de Deus Pai, a santificação do Espírito, e o sangue de Jesus.

* O batismo de Cristo não pretendia apresentar aos judeus devotos espectadores uma doutrina nova radical de pluralidade na Divindade, mas significativa a unção autorizada de Jesus como o Messias. Uma compreensão correta da onipresença de Deus dissipa qualquer noção que a voz celestial e a pomba requerem pessoas separadas.

* A descrição de Cristo do Espírito Santo com o “ou­tro Consolador” em João

14 indica uma diferença de forma ou de relacionamento, isto é, Cristo em Espírito antes do que em carne.

* João 17 fala da união do homem Cristo com o Pai. Como um homem. Cristo era um com Deus em mente, propósito e vontade. e nós podemos ser um com Deus neste sentido. Entretanto, outras passagens ensinam que Cristo é um com Deus num sentido que nós não podemos ser, porque Ele é o próprio Deus.

* Dizer que Jesus está à mão direita de Deus não significa uma posição física de dois seres com dois corpos. pois Deus é um Espírito e não tem um

corpo físico fora de Jesus Cristo. Tal ponto de vista seria distinguível

do diteismo. Antes, a frase é uma expressão idiomática do Antigo Testamento, denotando que Cristo possui todo o poder, autoridade, e preeminência de Deus.

* As Epístolas de Paulo incluem tipicamente uma saudação tais como: "Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo” (Romanos 1:7). Isto enfatiza a necessidade de reconhecer não somente os papéis de Deus como Pai e Criador, mas também a revelação de Deus em carne como Jesus Cristo. A conjunção Grega kai pode significar mesmo”, identificando assim o Pai e Jesus como o mesmo ser. Em passagens semelhantes, tais como II Tessalonicenses 1:2 e Tito 2:13, deve-se aplicar a lei de Granville Sharp: Se dois substantivos próprios do mesmo gênero, número, e caso são ligados com kai, e se o primeiro tem o artigo definido e o segundo não, então ambos falam da mesma pessoa.

* “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo:” denota um relacionamento de aliança assim como " o Deus de Abraão.” Isto serve para nos lembrar das promessas que Cristo conquistou como um homem sem pecado, promessas do “Deus de Jesus Cristo,, que estão disponíveis àqueles que têm fé em Cristo.

* O kenosis de Cristo descrito em Filipenses 2:6-8 não significa que Cristo se esvaziou dos atributos divinos, como onipresença, onisciência e onipotência, senão Cristo seria meramente um semi-deus. O Espírito de Cristo reteve todos os atributos da deidade mesmo quando Ele manifestou todo o Seu caráter em carne. Esta passagem somente referem-se às limitações de Cristo imposta nEle relativa a Sua vida humana. O kenosis foi uma rendição voluntária de glória, dignidade e prerrogativas divinas, não uma abdicação de Sua natureza divina. A união de deidade e humanidade que era Jesus Cristo, era igual a Deus e procedia de Deus, mas se tornou humilde e obediente até a morte.

* A visão daquele sobre o trono e do Cordeiro em Apocalipse 5 é apenas simbólica. Aquele que se assenta no trono representa toda a Deidade, enquanto o Cordeiro representa o Filho em Seu papel sacrifical humano.

O Filho
Conforme temos visto, os expoentes da Unicidade explicam que o termo Filho fala da manifestação do único Deus em carne. Eles afirmam que Filho pode referir-se à natureza humana de Cristo somente (como em “o Filho morreu”) ou à união de deidade e humanidade (como em “o Filho voltará à terra em glória”). Entretanto, eles insistem que o termo não pode ser usado quando separado da encarnação de Deus; nunca pode apenas referir-se à deidade. Eles rejeitam o termo Deus Filho,” não bíblico, a doutrina do Filho eterno, e a doutrina da geração eterna. A frase “o Filho unigênito” não refere-se ao fato que o Filho foi gerado do Pai, por uma geração espiritual inexplicável, mas refere-se à concepção miraculosa de Jesus no ventre da virgem pelo Espírito Santo.

Para estabelecer o princípio da existência do Filho, os crentes Unicistas indicam as seguintes passagens das Escrituras: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente Santo que há de nascer será chamado Filho de Deus” (Lucas 1:35).

“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4). “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hebreus 1:5). Eles apontam para o tempo em que o papel distinto do Filho terminará, quando o propósito redentor para o qual Deus se manifestou em carne não existirá mais. Isto não implica que o corpo imortal glorificado de Cristo deixará de existir, mas que a obra de mediador e o reinado do Filho findarão. O papel do Filho será imergido pela grandeza de Deus, que permanecerá em Seu papel original como Pai. Criador. e Soberano de todas as coisas. “Então o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos” (1 Coríntios 15:28).

Os crentes Unicistas enfatizam as duas naturezas de Cristo, usando este fato para explicar as referências no plural ao Pai e Filho contidas nos Evangelhos. Como Pai. Jesus as vezes agia e falava de Sua auto-consciênciadivina: como Filho Ele algumas vezes agia e falava de Sua autoconsciência humana.’4 As duas naturezas nunca entravam em conflito, porque elas estavam unidas em uma só pessoa. Apesar de darem ênfase às duas naturezas de Cristo, os que ensinam a Unicidade têm dado inadequada atenção à muitas áreas da Cristologia. Alguns têm feito declarações que parecem de Apolinário [que defendia o adocianismo, ou seja que Jesus foi adotado à posição de Filho de Deus: por um ato de Deus],pois deixam de definir e usam termos com precisão, mas estudiosos da Unicidade rejeitaram opressivamente esta implicação. A Unicidade se desenvolveu cuidadosamente, pode ser vista como compatível com a formulação Cristológica do Concílio de Calcedânia, isto é, que Cristo tem duas naturezas completas — deidade e humanidade — mas é somente uma pessoa. Entretanto, os crentes Unicistas não se baseiam nos credos para formular posições doutrinárias, mas baseiam-se apenas nas Escrituras, que revelam a plena deidade de Cristo, a plena humanidade de Cristo, e a união essencial e total de deidade e humanidade na Encarnação.

Em alguns casos, os crentes Unicistas têm tomado posições Cristológicas não somente inconsistente com a Calcedônia, mas também com a sua própria posição na Unicidade. Por exemplo, alguns têm explicado o clamor de Cristo na cruz, “Deus meu. Deus meu porque me desamparaste?” como sinal que o Espírito de Deus deixou Jesus naquele momento. Este ponto de vista não apenas destrói a união da pessoa de Cristo, mas também afeta a crença em sua deidade absoluta. E mais consistente ver isso como expressando a punição que Cristo sofreu quando Ele tomou sobre Si os pecados do mundo. Ele de fato provou a morte por todos os homens; Ele sentiu a separação total de Deus que o pecador sentirá na eternidade.

Entre os meios Unicistas existem várias opiniões acerca da possibilidade de Cristo pecar. Urna aplicação consistente de princípios da Unicidade indicaria que Cristo era irrepreensível. As vezes, alguém diz que Jesus conscientizou da Sua deidade ou tornou-se plenamente divino em algum momento de Sua vida adulta, como por exemplo em Seu batismo. Esta posição é inconsistente com as doutrinas Unicistas do Filho gerado. e da absoluta deidade de Cristo. e é portanto rejeitada pelo movimento.

Os que ensinam a Unicidade dão as seguintes explicações para dúvidas levantadas com respeito à Sua doutrina do Filho.

* De acordo com Hebreus 1:2, Deus criou o mundo através do Filho.

Certamente. o Espírito (Deus) que estava no Filho era também o Criador do mundo. Esta passagem também pode indicar que baseou a inteira obra da criação sobre a fritura manifestação do Filho. Deus na Sua presciência sabia que o homem pecaria, mas Ele também sabia que através do Filho o homem poderia ser salvo e poderia cumprir o propósito original de Deus na criação.

Como John Milier declarou, "Apesar de Ele não tomar sobre Si a humanidade até a plenitude do tempo, no entanto Ele a usou. e agiu através dela, desde a eternidade".

* Hebreus 1:6, o Filho é chamado de primogênito ou primeiro a nascer. Uma interpretação deste versículo segundo Ário diria que Deus criou um Filho divino antes de qualquer coisa que Ele criou, porém isto não é inconsistente com a teologia da Unicidade, e este movimento rejeita firmemente qualquer forma de Arianismo. O Filho é o primogênito no sentido da humanidade:

(1) Ele é o Filho primogênito e o unigênito. tendo sido concebido pelo Espírito;

(2) A Encarnação existiu na mente de Deus desde o princípio e formou a base para todas as ações subseqüentes;

(3) Como homem.

Jesus é o primeiro a vencer o pecado, e é portanto O primogênito da família espiritual de Deus;

(4) Como homem. Jesus é o primeiro a vencer a morte, e é portanto o primogênito da ressurreição;

(5) Somente como primogênito tem a posição de preeminência. Jesus também é o cabeça de toda a criação e da igreja.
* Jesus existiu antes da Encarnação, não como Filho eterno mas como o eterno Espírito de Deus. O Filho foi enviado do Pai, mas esta terminologia simplesmente indica que o Pai estava colocando em ação o plano preexistente em um certo momento, e que o Filho foi divinamente apontado para concluir uma tarefa específica. Do mesmo modo. João Batista foi um homem enviado por Deus, mas ele não existiu antes da sua chegada ao mundo.
* As orações de Cristo representam a luta da vontade humana, submetendo-se à vontade divina. Elas representam Jesus orando de Sua auto-consciência humana e não da divina, pois Deus não precisa orar. Assim podemos explicar outros exemplos da inferioridade do Filho em poder e conhecimento. Se estes exemplos demonstram uma pluralidade de pessoas, eles estabelecem a subordinação de uma pessoa à outra, ao contrário da doutrina trinitariana de igualdade.
* Outros exemplos de comunicação, conversação ou expressão de amor entre Pai e Filho são explicados como comunicação entre as naturezas divina e humana de Cristo. Se usado para demonstrar urna distinção de pessoas; eles estabeleceriam centros de consciência separado na Divindade, que é de fato politeísmo.

O Logos

O Logos (Verbo) de João 1, não é equivalente ao título Filho na Teologia Unicista como é no trinitarianismo. O Filho está limitado à Encarnação, mas o Logos não está. O Logos é a auto-expressão de Deus, “a maneira de Deus de auto revelar-se” ou “Deus se expressando.” Antes da Encarnação, o Logos era o pensamento inexpressado ou o plano na mente de Deus, e era real como nenhum pensamento humano pode ser, devido a perfeita presciência de Deus, e no caso da Encarnação, devido a predestinação de Deus. No princípio, o Logos estava com Deus, não como uma pessoa separada mas com o próprio Deus — parte de Deus e pertencente a Deus, assim como um homem e sua palavra. Na plenitude do tempo Deus colocou carne no Logos; Ele expressou a Si mesmo em carne.

Teologia do Nome

A Unicidade dá farte ênfase à doutrina do nome de Deus como expressado tanto no Antigo como no Novo Testamento. Para as pessoas dos tempos bíblicos, “o nome é uma parte da pessoa, uma extensão da personalidade do individuo”. Especificamente, o nome de Deus representa a revelação da Sua presença, caráter, poder e autoridade. No Antigo Testamento, Yahweh (Jeová) era o nome redentor de Deus e o nome singular pelo qual Ele distinguiu-se dos deuses falsos. Todavia, no Novo Testamento, os que ensinaram a Unicidade afirmam que Deus acompanhou a revelação de Si próprio em carne com um novo nome. Este nome é Jesus, que inclui e toma o lugar de Yahweh, pois literalmente significa Yahweh — Salvador, ou Yahweh é Salvação. Apesar de outros levarem o nome Jesus, o Senhor Jesus Cristo é o único que realmente é o que o nome descreve.
Enquanto os trinitarianos vêem o nome Jesus como o nome humano de Deus Filho, os crentes Unicistas vêem este nome como o nome redentor de Deus no Novo Testamento, que tem o poder e a autoridade que a igreja necessita. Eles apontam para estas passagens das Escrituras: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). “E não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:1 2). “Por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10:43). “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira, e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2:9-10). “E tudo o que fizerdes, seja em palavras, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17).

Eles notam que a Igreja Primitiva orava, pregava, ensinava, curava os enfermos, operava milagres, expulsava demônios e batizava no nome de Jesus.

O nome de Jesus não é uma fórmula mágica: ele só tem efeito através da fé em Jesus e de um relacionamento com Ele. Todavia o Cristão deve usar o nome de Jesus falando em oração e no batismo, como uma expressão externa de fé em Jesus e obediência à Palavra de Deus.

Fórmula Para O Batismo Nas Águas

A teologia do Nome e a rejeição do trinitarianismo exige o uso de uma fórmula batismal Cristológica. O movimento Unicista ensina que o batismo nas águas deve ser administrado invocando o nome de Jesus. Geralmente, os títulos de Senhor ou Cristo, são usados como uma identificação adicional, como foi feito no Livro dos Atos. Expoentes da Unicidade mostram que cada vez que a Bíblia descreve a fórmula usada em um batismo, sempre descreve o nome de Jesus (Atos 2:38: 8:16; 10:48; 19:5: 22:16). Além destes relatos históricos no Livro de Atos, as epístolas usam muitas alusões à fórmula batismal do nome de Jesus (Romanos 6:4; I Coríntios 1:13; 6:11; Gálatas 3:27; Colossenses 2:12).

Mateus 28:19 dá atenção especial, porque é a única passagem bíblica que possivelmente poderia ser interpretada como uma alusão a qualquer outra fórmula. É explicado como segue:

* A gramática do versículo denota um nome singular, sendo que Jesus é ao mesmo tempo Pai, Filho e Espírito, e sendo que Ele veio em nome de Seu Pai e enviará o Espírito em Seu nome, o único nome de Mateus 28:19 tem que ser Jesus. Muitos trinitários reconhecem que o nome é singular e identificam-no como Yahweh. Crentes Unicistas mostram que o nome salvador de Deus no Novo Testamento não é Yahweh mas Jesus.

O contexto exige uma fórmula Cristológica. De fato. Cristo disse. ‘Eu tenho toda a autoridade, portanto ide e fazei discípulos, batizando- os em meu nome. Outra vez, muitos estudiosos trinitários reconhecem a força deste argumento. Conseqüentemente argumentam que este versículo não relata a ipsissima verba [palavra exata] de Jesus, mas que é uma paráfrase por Mateus ou mesmo uma mudança litúrgica feita por copistas. E importante notar que Fusébio muitas vezes citou este versículo perante o Concílio de Nicéia, dizendo "em meu nome." Outros trinitários propõem que a igreja originalmente não via este versículo como uma fórmula batismal. Para crentes Unicistas que aceitam as palavras de Mateus 28:19 como estão, isto não apresenta um problema textual; eles vêem as palavras existentes como uma descrição da fórmula do nome de Jesus.

* Os relatos paralelos da Grande Comissão em Marcos 16 e Lucas 24, ambos descrevem o nome de Jesus.

* A Igreja Primitiva, que incluía Mateus, cumpriu as instruções de Cristo, batizando em nome de Jesus.

Enquanto historiadores da Igreja de um modo geral concordam em que a fórmula original do batismo era realmente "em o nome de Jesus" nem todos os trinitarianos concordam que esta frase bíblica denota invocar oralmente o nome de Jesus. Os que ensinam a Unicidade acham que sim porque:

* Esta é a maneira mais natural e literal de ler.

* Em Atos 22:16. Ananias falou para Paulo invocar o nome do Senhor no batismo.

* Atos 15:7 e Tiago 2:7, indicam que o nome de Jesus foi invocado por cristãos em várias ocasiões específicas. Neste último versículo. The Amplified Bible [A Bíblia Amplificada versão no inglês] identifica isto como o batismo nas águas.

* Quando os discípulos oravam, impunham as mãos sobre os doentes e expulsavam demônios "em nome de Jesus,” eles sempre invocavam oralmente o nome (Atos 3:6; 16:18; 19:13).

* A frase realmente significa o poder e autoridade de Jesus, mas o poder e autoridade representado por um nome é sempre invocado por usar de fato o nome próprio.

* Se esta frase não descreve uma fórmula batismal, então nem Mateus 28:19, já que a construção gramatical é idêntica. Todavia, isto deixaria a igreja sem qualquer meio para distinguir o batismo cristão do batismo pagão, do batismo judaico de prosélitos, e do batismo de João.

* Apesar de haver diferenças nas palavras exatas ditas em cada relato batismal, todos (inclusive Mateus 28:19) descrevem o mesmo nome: JESUS.

A estratégia de Lúcifer desde os dias de Pedro não mudou. Os termos eram cristãos, mas as definições e práticas eram gnósticas ou pagãs. Esse sincretismo do puro cristianismo com as religiões ocultistas culminou com o advento de muitos grupos pseudo-cristãos e as seitas. O mais notável, é claro, foi evidenciado na ascensão da Igreja Católica Romana e do papado. Contrariamente à crença popular mal-orientada, os papas não são sucessores do apóstolo Pedro (não há uma evidência histórica verdadeira de que Pedro realmente esteve em Roma). Os papas são, entretanto, os sucessores do Imperador Romano Constantino. Foi Constantino quem legalizou o cristianismo com a esperança de unificar um Império fragmentado e decadente. Ele mudou a capital do império para Constantinopla em 330, deixando o bispo de Roma a cargo do Ocidente. (3) Ele próprio, entretanto, continuou adorando o deus-sol. Embora Constantino tenha permanecido pagão pelo resto de sua vida, manteve influência sobre os negócios do que tinha se transformado a igreja "estatal" no Império. (Essa influência foi evidenciada pelo fato de ter ele mesmo convocado o Concílio de Nicéia.) Posteriormente, Teodósio, o Grande, tornou o cristianismo a religião oficial do Império, e a participação na igreja tornou-se obrigatória por lei. (Podemos apenas imaginar o efeito que isso teve sobre o caráter espiritual da igreja.) (4) Neste ponto, os templos pagãos foram transformados em igrejas, as estátuas de Júpiter tornaram-se estátuas de Pedro, as imagens de Ísis e Vênus tornaram-se imagens da "virgem abençoada", e a mistura do paganismo com o cristianismo resultou nas diversas doutrinas sem base bíblica e as tradições da Igreja de Roma. Justiniano I (527-565), o maior de todos os imperadores, regulamentava todas as questões teológicas definindo o Bispo de Roma como o "líder de todas as santas igrejas", lançando assim a base legal para a supremacia papal. (5) O papado envolveu-se em intrigas políticas internacionais a partir de 678, com o assassínio do rei merovíngio Dagoberto II. A Igreja orquestrou o fim da Dinastia Merovíngia em uma tentativa fracassada de garantir o título de "Rei de Jerusalém" para o papa. (6) A autoridade papal foi então grandemente expandida em 750 com a assim chamada "descoberta" de um documento conhecido como a "Doação de Constantino" (em 1440, Lorenzo Valla provou que esse documento foi uma falsificação) (7) Esse suposto documento do ano 312 dava oficialmente ao bispo de Roma os símbolos e as vestes imperiais do Imperador, que tornaram-se propriedades da Igreja. Ele declarava que o bispo de Roma era o "Vigário de Cristo" e oferecia-lhe o status de Imperador. As vestes foram supostamente devolvidas a Constantino, que as vestia com permissão eclesiástica, mais ou menos como um empréstimo. (8) Com esse documento em mãos, a Igreja reivindicou o direito de coroar e depor os monarcas, e o papa tornou-se o supremo mediador entre Deus e os reis. (9)
A influência dos imperadores nos assuntos da Igreja para suportar uma máquina imperial que estava entrando em colapso resultou em uma profunda e rápida apostasia. Em poucos séculos, "o cristianismo transformou-se em algo totalmente diferente de seu início, como Jesus Cristo e seus apóstolos ensinaram. Tornou-se uma filosofia pagã sofisticada influenciada pelos ensinos sobre um Deus transcendente e onipotente." (10) Com essa infidelidade espiriitual veio uma espiral decadente na moralidade da hierarquia da Igreja Católica Romana. O poder absoluto começou a corromper absolutamente, e aqueles que se opunham aos ensinos da Igreja logo tornaram-se alvo da sua ira. A perseguição aos dissidentes tornou-se a ordem do dia, e a Igreja começou a encarcerar os "heréticos", e a confiscar suas propriedades. Em 1203, o papa Inocêncio III publicou um decreto da Inquisição para erradicar a heresia do sul da França e da Itália. (11) Inocêncio III, naquilo que chamou de "a realização que coroou seu papado", ordenou o massacre de 60.000 albigenses em um único dia. (12) Outros eventos documentados incluem o "Massacre da Noite de São Bartolomeu", em que 70.000 huguenotes (calvinistas franceses) foram assassinados em um único dia. (13) e o papa Martinho V (1417-31) ordenou que o rei da Polônia exterminasse os hussitas. (14) A Inquisição durou até 1870, englobando o papado de oitenta papas que nunca se arrependeram, nunca se retrataram, e nunca reconheceram qualquer erro por parte da Igreja em torturar e/ou assassinar milhões de vítimas inocentes.
A Igreja de Roma tinha, na verdade, desde sua formação, cessado de ser uma igreja verdadeira. O Estado tornou-se a entidade controladora dessa organização, e a sã doutrina foi substituída por uma síntese de paganismo com crenças cristãs. O resultado foi uma entidade em que um filho de Deus verdadeiramente redimido não poderia participar. Na verdade, muitos cristãos e igrejas individuais recusaram-se a participar no sistema de igreja/estado. Esses foram aqueles que ficaram conhecidos como anabatistas (rebatizadores), que mantinham o ensino bíblico do batismo após a salvação, rejeitavam o batismo infantil, o casamento civil, o governo religioso centralizado, e qualquer hierarquia eclesiástica acima da igreja local. Aqueles que defenderam essa posição e morreram por manter as doutrinas fundamentais da Palavra de Deus eram os verdadeiros cristãos, e suas igrejas eram as verdadeiras igrejas.
A Igreja de Roma é apenas um dos muitos exemplos de organizações que têm o nome de "igreja" mas exibem pouca ou nenhuma semelhança com a definição bíblica do termo. Entretanto, é preciso compreender que qualquer organização religiosa que afirme ser igreja precisa atender a certos critérios:
Uma igreja verdadeira tem somente Jesus Cristo como seu líder e legislador.
Uma igreja verdadeira somente deve aceitar como membro aqueles que professam fé salvadora em Jesus Cristo. No momento em que uma organização recebe como membro um único indivíduo que nega a fé em Jesus Cristo, essa organização deixa de ser uma igreja.
Uma igreja verdadeira, por meio da sua declaração de fé, precisa aderir às doutrinas fundamentais conforme ensinadas na Palavra de Deus. Essas doutrinas incluem a inerrância das Escrituras, a encarnação de Jesus Cristo, a divindade de Jesus Cristo, o sacrífico vicário de Jesus Cristo, a ressurreição física de Jesus Cristo, a justificação pela fé, e a promessa da vida eterna para aqueles que professam essa fé. (A Declaração de Fé de uma igreja verdadeira deve ser mais detalhada que essa relação, mas deve SEMPRE conter pelo menos esses princípios).
Uma igreja verdadeira precisa ser governada pelos métodos delineados nas Escrituras, com líderes, oficiais e administração conforme especificado no Novo Testamento.

Sim, uma igreja verdadeira é uma assembléia daqueles que compartilham uma experiência comum de fé em Jesus Cristo. Entretanto, é preciso elaborar um pouco mais que essa experiência é o resultado da operação da graça soberana de Deus exercida pelo arrependimento de um indivíduo por meio da fé no sangue derramado de Jesus Cristo para total perdão dos pecados. Além disso, uma observação particular precisa ser acrescentada que essa operação de Deus não é de forma alguma dependente de ser membro de uma igreja, participar em sacramentos religiosos, participar em atividades religiosas, contribuir com dinheiro para as causas religiosas, moralidade geral, ou outras boas obras do indivíduo. Esses indivíduos "nascidos de novo" são além disso ordenados pelas Escrituras a aderir aos ensinos doutrinários encontrados na Palavra de Deus (incluindo aqueles da pessoa de Jesus Cristo), e não aceitar ninguém na comunhão do corpo de crentes cuja profissão de fé omita esses ensinos doutrinários. Entretanto, Lúcifer é um enganador sutil, e os falsos mestres que enganosamente professam cristianismo genuíno infiltram-se e corrompem uma igreja verdadeira. Isso freqüentemente leva à apostasia final das igrejas locais e das organizações eclesiásticas. A palavra "apostasia" (um afastamento da verdade por parte daqueles que antes defendiam a verdade) encontra-se na Bíblia em 1 Timóteo 4:1:

"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios."

Os cristãos certamente não podem dizer que não foram avisados. Entretanto, surge a seguinte questão: O que os cristãos devem fazer quando forem controntados pela infiltração enganosa dos falsos mestres? Além disso, o que devem os cristãos fazer quando os falsos mestres tiverem desviado ou enganado seus líderes ou outros membros do corpo da igreja?

O ataque de Lúcifer à igreja verdadeira desde o tempo da igreja primitiva tem sido enfrentado por duas estratégias distintas. A primeira é a idéia que aqueles que estão do lado da verdade devem permanecer no corpo eclesiástico e tentar reformá-lo, expondo o erro dentro da igreja. Isso é exatamente o que os líderes da Reforma Protestante tentaram fazer. O desejo deles era reformar a Igreja Católica; não desejavam se separar de Roma, mas a Igreja os excomungou. A segunda estratégia baseia-se na Doutrina Bíblica da Salvação. Quando um corpo eclesiástico afasta-se do ensino bíblico, aqueles que estão do lado da verdade escolhem obedecer as Escrituras e separar-se do corpo, em vez de tentar reformar a organização. Esse padrão pode ser visto durante toda a história da igreja organizada. Houve aqueles que tentaram reformar, e houve aqueles que se separaram. A Bíblia é bem clara que aqueles que erram na fé devem ser abordados e confrontados com relação ao erro, mas também é muito clara que chega um ponto em que aqueles que estão do lado da verdade precisam se separar:

"E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles." [Romanos 16:17]

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso." [2 Coríntios 6:14-18]

"Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu." [2 Tessalonicenses 3:6]

O forte domínio da Igreja Romana sobre a Civilização Ocidental durante a Idade das Trevas não pode ser apenas classificada como brutal. Qualquer ensino ou evidência contrária à doutrina de Roma foi destruído ou reprimido, e aqueles indivíduos que se opuseram foram forçados a viver na clandestinidade, ou foram exterminados. Como resultado, a Igreja Romana sufocou a aquisição generalizada do conhecimento acadêmico e conseguiu manter completo controle sobre uma sociedade intimidada. Esses membros da verdadeira igreja (valdenses, anabatistas, e outros) não somente foram forçados à clandestinidade, mas também foram virtualmente apagados das páginas da história secular (ou aparecem como uma mera nota de rodapé). Até mesmo as doutrinas desses primeiros fundamentalistas foram suprimidas e somente recentemente suas crenças doutrinárias, como o arrebatamento pré-milenar da igreja, foram evidenciadas por manuscritos encontrados. Além disso, as atrocidades do catolicismo fizeram do "cristianismo" uma praga na face da Terra, tanto para os historiadores, quanto para as pessoas praticantes de outras religiões. Para a população em geral, o controle severo do papado levou à sombra opressiva de ignorância, pobreza e miséria na Idade das Trevas. Todavia, a ambição do papado pelo poder levaria no final à diluição do impasse da Igreja Romana sobre a sociedade. Essa diluição começou quando o papa Urbano II estimulou o desejo de recuperar a Terra Santa para a Igreja. As cruzadas foram envidadas em 1099 para libertar a Terra Santa (especialmente Jerusalém) dos infiéis que ocupavam a região. Assim, o desejo da Igreja por Jerusalém levou à criação de uma entidade concorrente pelo poder econômico e político do mundo, os Cavaleiros Templários. Não apenas a Ordem dos Templários emergiu das Cruzadas como os banqueiros internacionais, mas também trouxe de volta para a aristocracia da Europa as religiões ocultistas condenadas pela Igreja.
O declínio do poder político da Igreja de Roma abriu a porta para o renascimento de filosofias da Grécia antiga, e culminou com o perído conhecido como Renascimento. Embora muitos se recordem dos estudos históricos da expansão das artes, as invenções e o avanço cultural dos anos de 1300 até 1500, poucos percebem que a então recém-descoberta libertação da opressão intelectual da Igreja Romana também produziu um crescimento do ocultismo, da magia e da astrologia. A Reforma Protestante terminou com o Renascimento, mas a infusão das ciências ocultas ressoou na mente e na alma da população ocidental. A fé religiosa ficou tão ferida em muitos que eles a abandonaram e adotaram o método científico de Aristóteles. Isso iniciou a ascensão da Idade da Razão e a corrupção da Reforma Protestante em meados do século XVIII. A Idade da Razão, liderada por homens como John Locke, na Inglaterra, e o francês Voltaire, foi um ataque direto às religiões cristãs. Na sombra da Reforma Protestante estavam aqueles conhecidos como batistas:

“Os primeiros batistas apareceram na Suiça por volta de 1523, onde foram perseguidos por Zwinglio (o insigne reformador) e pelos romanistas. Eles foram encontrados nos anos seguintes, 1525-1530, com muitas igrejas grandes, totalmente organizadas, no centro e no sul da Alemanha, e no Tirol, na Áustria.” Esses batistas não eram protestantes, pois tiveram muitas igrejas antes das Reforma. Mesmo assim, durante todo o século XVII, as perseguições aos batistas continuaram com carga total. Nesse tempo, a Alemanha era predominantemente luterana, a Escócia era presbiteriana, a Inglaterra era anglicana, e o restante da Europa era católica. Os reformadores deixaram de aprender os riscos de uma igreja vinculada ao Estado, e existia certamente grande risco de vida aos que se opunham à religião oficial do Estado - qualquer que tenha sido essa religião.

Por trás da Reforma Protestante

A Reforma Protestante começou em 1517, quando Martinho Lutero divulgou suas 95 Teses em Wittenberg, Alemanha. O que levou ao movimento é mais complexo. O movimento foi condicionado pelos fatores políticos, sociais, econômicos, morais e intelectuais. Mas, acima de tudo, foi um movimento religioso liderado por homens interessados em uma reforma verdadeira do cristianismo.

O declínio do poder papal

O surgimento de monarquias nacionais nos séculos XIII a XV veio às custas do poder do papado. Este fato é ilustrado pela luta do Papa Bonifácio VIII com o rei da França, que resultou na humilhação e morte precoce do papa em 1303. O papado subseqüentemente estava localizado em Avinhão, França durante um período de aproximadamente 75 anos, conhecido na história como o Papado de Avinhão ou o Cativeiro Babilônico da igreja (1303-1377). Durante aquele tempo o papa foi dominado pela monarquia francesa. Esforços de restaurar o papado para Roma apenas provocaram, inicialmente, uma divisão, conhecida como o Grande Cisma. Papas rivais alegaram legitimidade até a situação finalmente se resolver em 1417.

Acontecimentos tão escandalosos na alta liderança da Igreja Católica Romana levaram ao aumento de corrupção e à perda de confiança na igreja. Muitos questionaram a autoridade absoluta reivindicada pelo papa. Outros clamavam cada vez mais por uma reforma da igreja nos “líderes e membros”.

Corrupção moral na liderança da igreja

Os anos antes da Reforma Protestante também foram marcados pela corrupção moral e o abuso de posição na igreja Católica Romana. O sacerdócio era culpado de vários abusos de privilégios e responsabilidades, inclusive simonia (usar as próprias riquezas ou influência para comprar uma posição eclesiástica), pluralismo (ocupar vários cargos simultaneamente) e absentismo (a falha em residir na paróquia onde deviam administrar). A prática do celibato que foi imposta pela igreja no sacerdócio muitas vezes era abusada ou ignorada, levando a conduta imoral por parte do clero. Padres ignorantes com mentes mundanas corromperam suas posições pela negligência e abuso de poder.

Durante o século XV, o mundanismo e a corrupção na igreja chegou ao pior. O problema da corrupção chegou até o papado.

Entre aqueles que pediam uma reforma da igreja estava o domiciano Giralamo Savonarola (1452-1498) de Florença, Itália. Este pregador impetuoso falou contra os morais corruptos dos líderes da cidade e dos abusos do papado. O povo foi ganho pela causa de Savonarola em Florença, mas devido a rivalidades religiosas e circunstâncias políticas, o movimento durou pouco. Savonarola foi enforcado e queimado por heresia em 1498.

Primeiros movimentos religiosos da Reforma

Durante o final da Idade Média surgiram vários movimentos que desafiaram algumas das doutrinas básicas da Igreja Católica Romana. Muitos destes movimentos foram oficialmente condenados pela igreja como heresias e foram severamente oprimidos.

Os Albigensianos surgiram no sul da França no final do século XII e início do século XIII. Os Albigensianos (também chamados de Catari) seguiam um dualismo rigoroso semelhante ao antigo gnosticismo. Eles defendiam o Novo Testamento como o único padrão de autoridade — um desafio à autoridade alegada pelo papa. A seita tornou-se o objeto de uma campanha terrível de perseguição quando o Papa Inocêncio III lançou uma cruzada contra eles em 1204.

Um movimento conhecido como os Waldensianos provavelmente foi fundado no século XI por Pedro Waldo. Pregadores viajantes conhecidos como os Homens Pobres de Lyons enfatizaram o estudo e a pregação da Bíblia. Traduziram o Novo Testamento para a língua comum do povo, rejeitaram as doutrinas católicas do sacerdócio e purgatório, e defenderam à volta às Escrituras como a única autoridade na religião.

Na Inglaterra, João Wiclif (1324-1384), um professor bem-conhecido da Oxford, também desafiou a autoridade do papado. Durante o Papado de Avinhão, ele argumentou que todo o domínio legítimo vem de Deus e é caracterizado pela autoridade exercida por Cristo na terra – não de ser servido mas sim, de servir. Durante o Grande Cisma, Wiclif ensinou que a verdadeira igreja de Cristo, em vez de consistir em um papa e hierarquia da igreja, é um corpo invisível dos eleitos. Ele promoveu o estudo das Escrituras sobre a tradição da igreja. E ensinou que as Escrituras devem ser colocadas nas mãos dos eleitos, e na sua própria língua. Assim Wiclif fez uma tradução inglesa em aproximadamente 1384.

No fim, Wiclif foi condenado por heresia, mas sua influência continuou. Seus seguidores, chamados de lolardos espalharam seus ensinamentos como um movimento oculto na Inglaterra. Rejeitaram a doutrina da transubstanciação, a veneração de imagens, o celibato do clero e outras doutrinas católicas como abominações. Foram uma influência importante na Inglaterra na véspera da Reforma Protestante.

Uma outra voz precoce clamando pela reforma foi a de João Hus (1369-1415), um pregador e estudioso boêmio. Influenciado pelos escritos de Wiclif, Hus argumentou que a verdadeira igreja não era a instituição como definida pelo catolicismo, mas o corpo dos eleitos sob a liderança de Cristo. Ele insistiu que a Bíblia é a autoridade final pela qual o papa e qualquer cristão será julgado. Hus foi queimado por heresia em 1415, aproximadamente um século antes da resistência de Lutero em Wittenberg. O movimento Husita continuou a crescer depois da morte do seu líder, preparando o caminho para a Reforma Protestante.

Religião, movimentos místicos e pietistas

No final da Idade Média uma forma de misticismo religioso surgiu na Alemanha. Muitos dos místicos, como Meister Eckhart, enfatizaram temer o divino através da contemplação mística, em vez de através de uma abordagem racional à religião.

Outros, como Gerhard Groote, ensinaram uma abordagem mais prática ao cristianismo. Groote fundou os Irmãos da Vida Comum como um esforço de chamar seguidores a uma devoção e santidade renovadas. Seguiram a devotio moderna, uma vida de devoção disciplinada centralizada em meditar na vida de Cristo e seguir a mesma. A obra de mais influência desta escola de pensamento foi A Imitação de Cristo, escrita por Thomas à Kempis. Quando não se opuseram à igreja católica ou à hierarquia, o movimento criticava a corrupção da igreja. Seu ênfase no relacionamento pessoal com Deus parecia minimizar o papel da função sacramental da igreja. Escolas fundadas pelos Irmãos enfatizavam escolaridade e devoção e tornaram-se centros para a reforma. Muitos dos líderes da Reforma Protestante foram influenciados pelos seus ensinamentos.

O Renascimento

O Renascimento (ou Renascença) foi um movimento que constituiu a transição do mundo medieval para o mundo moderno. Começou no século XIV na Itália como resultado de um interesse renovado na cultura clássica ou humanística da Grécia e Roma. Estudiosos do Renascimento estudaram antigos manuscritos recuperados de um mundo que era decididamente mais secular e individualístico do que religioso e unido. Os artistas do período enfatizaram a beleza da natureza e do homem. A religião no Renascimento tornou-se menos importante conforme os homens voltaram sua atenção ao prazer do aqui e agora.

O Renascimento afetou os papas do período. Muitos dos “Papas do Renascimento”, como Júlio II (1441-1513), eram humanistas mais interessados na cultura clássica e arte do que em assuntos espirituais. Alguns, como Alexandre VI (1431-1503), viveram vidas notoriamente malvadas e escandalosas. Leão X (1475-1521), o filho de Lorenzo de’Medici e papa quando Martinho Lutero afixou as 95 Teses, uma vez disse que Deus lhe deu o papado, então ele ia “aproveitar”.

O Renascimento contribuiu para a Reforma de outras maneiras mais positivas. A invenção da prensa de impressão móvel por Johann Gutenberg, em aproximadamente 1456, forneceu um meio para a divulgação de idéias. Estudiosos do Renascimento ao norte dos Alpes dividiram muitos dos mesmos interesses – uma paixão pelas fontes antigas, uma ênfase no ser humano como indivíduo e uma fé nas capacidades racionais da mente humana. No entanto, esses “cristãos humanistas do norte” estavam menos interessados no passado clássico do que no passado cristão. Eles aplicaram as técnicas e os métodos do humanismo do Renascimento no estudo das Escrituras nas suas línguas originais, assim como o estudo dos “pais da igreja” como Augustinho. Sua preocupação principal com os seres humanos era pelas suas almas. Sua ênfase era étnica e religiosa em vez de estética e secular.

O resultado desta ênfase era um interesse num retorno às Escrituras e a restauração do cristianismo primitivo. Os humanistas bíblicos apontaram os maus na igreja da sua época e pediram uma reforma interna. Talvez quem teve mais influência foi Disidério Erasmo (aproximadamente 1466-1536). Conhecido como o “príncipe dos humanistas”, Erasmo usou sua ampla escolaridade para desenvolver um texto do Novo Testamento em grego, baseado em quatro manuscritos gregos que estavam disponíveis para ele. Como a ajuda da prensa de impressão, Erasmo publicou o texto grego do Novo Testamento em 1516. A capacidade de estudar a Bíblia na sua língua original encorajou uma comparação mais precisa da igreja dos seus dias com a igreja do Novo Testamento. Martinho Lutero, por exemplo, usou imediatamente o texto grego de Erasmo. Ele logo percebeu que a interpretação da Vulgata Latina em Mateus 4:17 de “pagar penitência” mais precisamente seria “arrepender-se”. Tal conhecimento contribuiu para uma percepção crescente de que o sistema sacramental não era apoiado pelas Escrituras.

Assuntos doutrinárias e autoridade religiosa

O assunto imediato que levou Lutero a afixar suas 95 propostas para debate em 1517 foi o abuso do sistema católico romano de indulgências. A doutrina de indulgências, inicialmente formulada no século XIII, era associada com o sacramento de penitência e a doutrina do purgatório. Enquanto acreditava-se que o sacramento fornecia perdão dos pecado e do castigo eterno, acreditava-se que havia uma satisfação temporal que o pecador arrependido teria que cumprir nesta vida ou no purgatório. A indulgência era um documento que a pessoa podia comprar por uma certa quantia de dinheiro que a livraria da punição temporal do pecado. Acreditava-se que os méritos excedentes de Cristo e dos santos seriam guardados numa “tesouraria de mérito” celestial da qual o papa podia tirar méritos para o benefício dos vivos. Em 1517 o dominicano Johann Tetzel estava vendendo uma indulgência plena especial (prometendo o perdão completo dos pecados) para conseguir dinheiro para a igreja. Metade do dinheiro seria dada ao Arcebispo Alberto, a quem o papa havia dado uma dispensa especial para ocupar dois cargos. O resto ajudaria a financiar o término do catedral de São Pedro em Roma. O protesto de Lutero inicialmente era contra o que via como o abuso do sistema de indulgências. Também era um desafio à autoridade papal que tornava tais abusos possíveis.

Depois de um tempo Lutero rejeitou todo o sistema sacramental católico romano. Mais do que qualquer outro fator, suas conclusões surgiram de seu estudo intensivo da Bíblia. A partir de aproximadamente 1513 até 1519 Lutero discursou sobre as Escrituras na Universidade de Wittenberg. Ele estava convicto de que a Bíblia era a única autoridade verdadeira na religião (sola scriptura), em oposição ao papa ou um conselho geral da igreja. Através do seu estudo ele percebeu que muitos dos aspectos do sistema teológico da Igreja Romana não eram baseados nas Escrituras. Lutero acreditava que havia resgatado a verdadeira essência do cristianismo nos seus ensinamentos de que a salvação é pela graça através da fé em Cristo (sola fide), e não através de um sistema de obras como manifestado no sistema sacramental católico. Ele desafiou o conceito católico do sacerdócio com a declaração de que o Novo Testamento ensinava o sacerdócio de crentes. Enquanto muitos outros fatores se combinaram para tornar a Reforma Protestante possível, acima de tudo era a crença dos reformadores em voltar à autoridade única da Bíblia que definiu o movimento. A que ponto conseguiram em fazer uma verdadeira reforma pode ser julgado pelo quanto aderiram a esse princípio.
A apostasia doutrinária entre os protestantes ergueu publicamente sua horrenda cabeça por volta de 1780. Frederich Schleiermacher, um jovem ministro alemão, apesar de ter negado a divindade e a morte vicária de Cristo, tornou-se conhecido como “O Pai da Teologia Moderna”: "... Como ministro e metafísico, Schleiermarcher entronizou em lugar da doutrina, 'o poder da própria consciência de Jesus' o qual estava difundido na comunidade dos fiéis e ensinava que a conversão é uma elevação da consciência universal de Deus. Como a unidade da igreja original era a "influência" do Salvador, na visão de Schleiermacher, 'a essência da igreja é a comunidade'." (Neste ponto, a prudência recomenda um princípio de desenvolvimento no estudo da "apostasia". Esse princípio foi a primeira arma de Lúcifer contra a nova igreja, e ainda é estrategicamente utilizada hoje no caso da religião orientada para resultados. Esse princípio é simplesmente o abandono da superioridade da doutrina como essência da verdadeira igreja em favor da unidade. Isso é exatamente o que estava por trás da "essência da comunidade" de Sheleiermacher e o mantra que "a doutrina divide" (e, portanto, prejudica a comunhão) é precisamente uma das motivações governantes que está por trás do movimento neo-evangélico hoje. Aqueles que abraçaram a Religião Orientada Para Resultados devem, portanto, diminuir a ênfase em doutrina e em teologia, a fim de evitar a perda daqueles que estão na lista de possíveis membros da igreja. O centro da questão é simplesmente esta: A DOUTRINA DIVIDE PORQUE A VERDADE DIVIDE. A apostasia vista na Alemanha em 1780 é exatamente a mesma vista hoje em dia. Claro, o gnosticismo luciferiano de Shleiermacher lhe deu fama, mas sua ênfase na comunhão acima da doutrina revela que seus métodos foram em princípio os mesmos que os dos "evangélicos" atuais que estão envolvidos na Religião Orientada Para Resultados.)

Os Anabatistas e as raízes do Evangelho

Ao longo de toda a Idade Média, numerosos grupos de crentes deixaram o cristianismo organizado dos seus dias, para experimentar uma fé mais viva, singela e real, conforme o padrão de fé e prática que encontravam na Bíblia. Foram perseguidos e martirizados aos milhares por causa do seu testemunho e, em algumas regiões, quase exterminados. No entanto, não foram destruídos totalmente e permaneceram ocultos, espalhados aqui e ali por toda a Europa, até o advento da Reforma. Então saíram novamente para a luz, animados pela chama que um remoto monge agustino tinha aceso ao cravar as suas 95 teses na porta da catedral de Wittenberg, por volta do ano 1517.
Estava nascendo a Reforma, e aquele desconhecido monge não podia suspeitar ainda que a pequena chama recém acesa, logo se converteria em uma fogueira que faria arder a Europa inteira, e transtornaria para sempre a história do cristianismo e ainda da própria civilização ocidental.
Martin Lutero acendeu a chama, mas muitos outros tinham trabalhado antes preparando a fogueira. Por isso, quando escutou o seu grito de batalha «só a fé e só a Escritura», os olhos de muitos se elevaram esperançados em torno da promessa do novo dia que parecia despontar no horizonte, entre as ruínas da decadente cristandade do seu tempo. No entanto, o dia chegou carregado de enormes contrastes, com uma tormenta de luzes e sombras, nuvens escuras e reluzentes raios de sol.
Os Reformadores protestantes procuraram retornar para a Bíblia como única norma de fé e conduta. Não obstante, aos olhos de muitos cristãos daqueles dias, a restauração que propiciaram não foi suficientemente radical e ficou, por assim dizer, a meio caminho. Estes «outros» irmãos procuraram uma restauração muito mais fundamental, que retornasse à mesma essência da igreja, tais como a encontravam nas páginas do Novo Testamento. Os seus inimigos os chamaram anabatistas, palavra grega que significa «rebatizadores», devido a sua rejeição do batismo infantil e sua forte ênfase na conversão individual, confirmada pelo batismo voluntário como sinal exterior. Mas eles, a si mesmos, simplesmente se chamavam «irmãos».
O início
Os historiadores datam usualmente a origem dos anabatistas em 1525, na cidade Suíça de Zurique. Ali o reformador Ulrico Zwinglio estava começando a reforma protestante em estreita aliança com os magistrados da cidade. Entre os seus mais precoces seguidores estavam dois brilhantes eruditos, que pertenciam a algumas das famílias mais abastadas da cidade: Conrad Grebel e Félix Manz. Este último era amigo próximo do reformador suíço. No entanto, muito em breve começaram a discordar de alguns dos seus ensinos, especialmente com relação à natureza da igreja e a salvação.
Zwinglio ensinou, no princípio, que a restauração da fé devia ser um retorno completo às Escrituras, e que tudo aquilo que não estivesse explicitamente contido nelas devia ser descartado. Manz e Grebel aderiram calorosamente a este princípio.
Não obstante, pouco depois, Zwinglio mudou de opinião, e desenvolveu o que deveria ser a postura protestante clássica, sustentada também por Lutero, e mais adiante por Calvino: Tudo aquilo que se encontra explicitamente proibido nas Escrituras deve ser descartado, enquanto que o resto pode ser mantido, enquanto não transgrida os seus ensinos. A magnitude desta divergência era enorme, pois permitia que muitos reformadores contemporizassem em diversos assuntos de prática eclesiástica com os príncipes e magistrados do seu tempo, a fim de garantir o seu respaldo à causa protestante. Na verdade, todos eles estavam, em maior ou menor grau, convencidos de que a reforma protestante não podia ter êxito sem o apoio político e militar dos príncipes.

Assim, Zwinglio tentou criar uma igreja nacional «a Suíça», que incluísse a todos os «cidadãos suíços» nela, sem importar se eram ou não verdadeiramente cristãos. Por esta e outras razões, continuou aceitando o batismo infantil, pois, logicamente, em seu conceito de igreja não cabiam a necessidade de conversão e regeneração individual.

Contra este estado de coisas reagiram Manz, Grebel e todos os outros anabatistas. Para eles, o princípio era inaceitável, pois violava o claro ensino da Escritura sobre a igreja como uma nação composta unicamente de homens e mulheres redimidos, visivelmente separados do mundo, e submetida somente à autoridade de Cristo a sua cabeça. Para nós hoje, esta verdade pode parecer óbvia, mas, por muitas razões não era assim para a maioria dos líderes protestantes.
Causas da divergência anabatista
Durante a longa noite medieval, a identidade entre igreja e cristandade, considerada esta última como a soma das nações cristãs, considerou-se um dogma incontrovertível da fé. Este modo de ver as coisas se originou com a conversão do imperador romano Constantino em 312 D. C., e em sua posterior confirmação do cristianismo como religião oficial do império. Logo veio outro imperador, Justiniano, que em seu famoso código declarou a religião exclusiva, e autorizou o uso da força e da espada contra os dissidentes, fossem «cismáticos» ou «hereges». Deste modo, cristianismo e império se fizeram quase sinônimos. O império protegia à igreja e a igreja legitimava o império. Podemos dizer, igreja e estado estavam unidos.
Desta paradoxal simbiose surgiu a cristandade medieval, depois da queda do império romano do ocidente. Esta queda produziu um imenso vazio de poder e organização dentro das zonas geográficas abrangidas pela desaparecida administração imperial e os povos que estavam sob o seu domínio. Mas, a igreja cristã organizada foi enchendo esse espaço, devido, em grande parte, de que nela tenha sobrevivido muito da organização e eficiência administrativa do império que muitos recordavam com nostalgia.
Não obstante, com o advento da Reforma, a situação política mudou, pois muitos dos príncipes e reis europeus estavam cansados de submeter-se ao que consideravam um domínio despótico e abusivo. No entanto, compreendiam que para obter a sua independência deveriam contar com o apoio do povo e para isso tinha que oferecer aos seus súditos uma religião que substituiria a oficial e os libertasse do controle que esta exercia sobre as suas consciências.
Mas deveria ser uma religião para «todos» os seus súditos, por assim dizer, nacional. Portanto, o seu apoio à Reforma esteve sempre condicionado por esta perspectiva e necessidade. Que não nos interprete mal. Sem dúvida, alguns deles foram crentes sinceros e piedosos, mas, indevidamente o seu horizonte político-cultural condicionou e limitou a sua visão da igreja, assim como a visão dos reformadores aos que prestaram o seu apoio político e militar.
Contra esta nova forma -união da igreja e do estado- os anabatistas reagiram, reconhecendo com clareza o engano da perspectiva de quem a sustentava e procurando lançar a luz da Palavra sobre este transcendental assunto por meios pacíficos.
Neste ponto se encontra a origem da tragédia anabatista. Comenta Ismael Amaya: «Sem dúvida que seria difícil encontrar na história da igreja um acontecimento mais triste que o caso dos anabatistas. Parecia que os anabatistas estavam contra todos, e todos contra eles. Posto que rejeitavam os ensinos tanto de Lutero como de Zwinglio, e também do catolicismo, foram vítimas de cruéis perseguições da parte de todos eles. Mas a sua rejeição da união entre a igreja e o estado, e do próprio estado, fez que as autoridades seculares os considerassem como insurretos. Segundo o conceito prevalecente daquela época, a separação entre a igreja e o estado era impossível. Ao afirmar esta doutrina, os anabatistas escolheram o sangrento caminho dos mártires, e seu martírio constitui em um monumento impressionante da Reforma.

Sacrificaram-se por um princípio que era inaceitável para a sociedade e a igreja do seu tempo. Como se opunham ao catolicismo, ao luteranismo, e ao zwinglianismo, a igreja os considerava hereges, e como rejeitavam o estado, este os tratava como rebeldes. Em conseqüência, foram vistos como inimigos pelos príncipes, pelos reformadores protestantes, e pelos líderes católicos, que os perseguiu sem piedade».
Muito em breve, esta discrepância levou, tanto a Grebel como a Manz, a distanciar-se de Zwinglio. Em 21 de janeiro de 1525, ambos foram batizados junto com alguns seguidores radicais de Zwinglio. Pois, depois de muito estudo e cuidadosa oração, tinham chegado à convicção de que deviam batizar-se uns aos outros. Este acontecimento marcou o começo do movimento anabatista. Para eles o batismo (que praticavam por rociamento ou «aspersão») era a única forma de testemunhar o verdadeiro arrependimento e a conversão pessoal. Em conseqüência, dentro de pouco tempo começaram a pregar e batizar crentes por toda a Suíça.

Zwinglio e os magistrados da cidade reagiram decretando severas leis contra quem se «rebatizava» (pois todos, a juízo deles, já tinham sido batizados quando meninos), incluindo a pena de morte por afogamento; castigo que se converteu na forma de martírio mais comum entre os anabatistas e para o qual chamaram, de o «terceiro batismo». E, além disso, convocaram às autoridades de toda a Europa para «caçá-los e a prendê-los». Grebel fugiu junto com outros irmãos, e morreu de peste em 1526, depois de pregar o evangelho em outras cidades da Suíça. Félix Manz foi preso por Zwinglio e as autoridades de Zurich, amarados e lançados nas frias águas do rio Limmat, que corre pelo centro da cidade.

A perseguição contra os anabatistas se prorrompeu com uma crueldade inusitada por toda a Europa, tanto nos países católicos como protestantes. Milhares de homens e mulheres foram afogados, enterrados vivos, e queimados.

Constituíram-se corporações especiais de polícia para buscá-los, chamados Täuferjäger (caçadores de anabatistas). Os filhos dos mártires eram arrancados das suas famílias e entregues às famílias de grupos eclesiásticos oficialmente reconhecidos. Em todas as partes a perseguição dos anabatistas se converteu em uma política de estado.

Ensinos e práticas

Devido à precoce morte dos seus líderes mais destacados, os anabatistas nunca chegaram a escrever uma exposição detalhada e sistemática dos seus ensinos. Na verdade, tampouco desejavam criar um sistema de doutrina acabado e excludente. E, além disso, nunca chegaram a constituir um movimento organizado. Por este motivo, costumam reunir sob o rótulo de anabatistas grupos com interesses e crenças muito distintas e inclusive opostas.

Em geral, são reconhecidos três grandes ramos: «os anabatistas propriamente ditos», «os espirituais», e «os racionalistas anti-trinitarios» – embora, os seus perseguidores não os distinguiam e consideravam a todos como uma só coisa.

Dentre eles, os que nos interessa neste artigo são os primeiros. Estes adotaram com simplicidade as doutrinas cristãs históricas tais como a Trindade e as duas naturezas de Cristo (completamente divino e completamente humano), sem nenhum interesse especulativo ulterior. Da mesma forma que Zwinglio, Lutero e Calvino, criam na salvação somente pela graça, por meio da fé e sem obras meritórias, a autoridade final das Escrituras e o sacerdócio de todos os crentes. Mas divergiam deles quanto a sua prática e aplicação.

Com respeito à salvação, a par da justificação pela fé, enfatizavam a regeneração interior e uma vida posterior de verdadeira transformação como evidência dela. Do mesmo modo, davam especial ênfase à responsabilidade pessoal e à conversão individual. Não aceitavam o batismo de meninos, ao que considerava ineficaz, pois, diziam, somente aqueles que se converteram de maneira responsável e consciente podem receber o batismo como sinal dessa conversão. E também, praticavam de modo real o sacerdócio de todos os crentes, pois as suas reuniões eram abertas à participação de todos os irmãos e irmãs, enquanto que os seus pastores e pregadores surgiam dentre os próprios irmãos, muitas vezes, sem nenhuma preparação formal. Além disso, praticavam uma intensa vida de comunhão entre si, partindo o pão e orando juntos pelas casas.

Na verdade, desejavam formar igrejas de crentes segundo o modelo do Novo Testamento, em oposição às «igrejas estatais», onde era impossível distinguir entre crentes falsos e verdadeiros.

Por outro lado, rejeitavam as perseguições por motivos religiosos e as guerras associadas a elas. Foram convencidos pacificadores em uma era onde o ódio e a intolerância parecia ser a norma. Deve-se, pelo mesmo motivo, rejeitar a conhecida tese de que as crueldades da cristandade do seu tempo se explicam pelo «espírito da época». Os irmãos deixaram muito claros, para qualquer que queria escutá-los, que o verdadeiro espírito do evangelho é muito distinto. E é necessário afirmar que tanto Lutero, como Zwinglio, Calvino e outros líderes da Reforma conheciam muito bem os seus ensinos. No entanto, pelo que parece não lhes afetaram muito.

Baltasar Hubmaier

Grande parte dos principais ensinos dos irmãos foram desenvolvidos e expostos, depois da morte de Grebel e Manz, por Baltasar Hubmaier, que se converteu em uns dos líderes mais importantes e influentes na história dos irmãos. Hubmaier tinha sido um erudito católico influente e reconhecido em toda a Europa. A sua conversão ao protestantismo foi considerada como um grande triunfo para a causa reformada. Era amigo de Erasmo e coincidia com os pacíficos e amáveis ideais cristãos do famoso humanista. Com respeito aos «caçadores de hereges», tanto católicos como protestantes, escreveu: «Os inquisidores são piores que todos os hereges, porque, contrariando a doutrina e o exemplo de Jesus, condenam os hereges à fogueira... Porque Cristo não veio para mutilar, matar, ou queimar, mas sim para que as pessoas vivam com abundância».

Depois da sua conversão, em 1522, foi obrigado a deixar o seu cargo de vice-reitor da universidade católica de Regensburg, Alemanha. Dali se mudou para Waldshut, perto de Zurich, na Suíça, para se encarregar de uma recém nascida congregação protestante. Não se sabe bem como entrou em contato com as idéias anabatistas, mas é provável que fosse através dos irmãos associados com Grebel e Manz. Em 1525, começou a pregar em oposição ao batismo infantil e pouco depois levou cerca de 300 pessoas da congregação em Waldshut a batizar-se, em um domingo de Páscoa.

A partir dali, começou uma discussão violenta com Zwinglio, defendendo a causa anabatista. Mas quando a polícia do imperador apareceu em Waldshut, viu-se obrigado a fugir para Zurich, onde foi detido rapidamente por Zwinglio e seu grupo. Depois de um tempo na prisão, debateu publicamente com Zwinglio em um precário estado de saúde e foi esmagado facilmente por seu robusto oponente. Logo depois, por último o mandou torturar para conseguir a sua retratação. Hubmaier cedeu sob a tortura, assinou a retratação requerida, e foi posto em liberdade. No entanto, imediatamente se arrependeu com amargura de sua fraqueza e temor. Fugiu para a Morávia, onde continuou a sua obra.

Ali se converteram e foram batizadas mais de 6.000 pessoas como fruto do seu ministério.

Finalmente, em 1527, os Täufer-jäger do imperador o capturaram e o levou preso para Viena para ser julgado e executado. Foi queimado publicamente na praça do mercado, e enquanto as chamas envolviam o seu corpo, o escutaram repetir várias vezes, «Jesus; Jesus!», antes que o fogo silenciasse para sempre a sua voz neste mundo. Três dias depois, a sua valente esposa foi jogada de uma ponte nas escuras águas do rio Danúbio, com uma pesada pedra atada ao pescoço.

Hubmaier, da mesma forma que todos os anabatistas, foi acusado de rejeitar toda forma de governo e ainda a própria existência do estado. No entanto, ele negava esta acusação, afirmando que era necessário obedecer aos príncipes e governadores enquanto isso não exija desobedecer a Palavra de Deus. O que na verdade rejeitava é a união da igreja e o estado, ao mesmo tempo que defendia a liberdade de consciência.

Johanes Denck

Outro líder importante durante os primeiros dias dos irmãos foi Johanes Denck, que em Basel tinha entrado em contato com Erasmo e criado uma amizade com o grupo de destacados eruditos que se reuniam em torno dele. Em seguida foi professor em uma das escolas mais importantes de Nüremberg, cidade onde o jovem luterano Ossiander levava adiante a Reforma.

Denck se desiludiu profundamente dela, ao observar que muitos dos que se diziam nominalmente «justificados pela fé» não mostravam nenhuma mudança real em suas vidas, e muito menos uma conduta santa. Para ele, isto não era senão o sinal de uma séria carência no evangelho que estava sendo pregado. Ossiander o denunciou aos magistrados da cidade e estes o ameaçaram a abandoná-lo, sem lhe permitir uma defesa pública de sua fé, alegando que era muito hábil e ardiloso na apresentação dos seus «enganos». Denck se despediu de sua família e partiu para uma vida de desterro errante até o fim dos seus dias.

Onde quer que fosse, foi seguido pela calúnia e pela difamação. Os seus inimigos lhe atribuíam toda classe de doutrinas perversas e diziam para evitá-lo como a um homem extremamente perigoso. Apesar de toda aquela violenta difamação, muitas vezes escrita, Denck jamais pagou na mesma moeda em seus escritos. Não se percebe neles nenhum sinal de amargura ou rancor para quem o caluniava.

Mesmo em um tempo de especial pressão contra ele, escreveu a respeito deles: «Aflige-me o coração o estar em desunião com muitos dos quais, de outra maneira, não posso considerar senão como meus irmãos, porque adoram ao mesmo Deus que eu adoro, e honram ao Pai que eu honro. Por conseguinte, se Deus o quiser e até onde seja possível, não farei de meu irmão um adversário, tampouco do meu Pai um juiz, mas, enquanto estou no caminho, estarei reconciliado com todos os meus adversários».

Esta admirável declaração expressa muito bem a atitude com a qual milhares de irmãos enfrentaram a perseguição e inclusive o martírio durante aqueles dias, deixando detrás de si um perdurável testemunho do verdadeiro espírito do Senhor Jesus Cristo e seu evangelho.

Denck cumpriu até o fim com este propósito. De Nüremberg passou a Augsburgo, onde conheceu a Hubmaier e foi batizado, ligando-se assim com os irmãos anabatistas. Depois de um tempo de ministério ali, a obra cresceu rapidamente, mas teve que fugir novamente e procurar refúgio em Estraburgo, onde existia uma importante assembléia de irmãos batizados. Nessa cidade os líderes do partido protestante eram Capito e Bucer. O primeiro simpatizava com os irmãos e tinha esperanças de chegar a um entendimento com eles. No entanto, Bucer receava a sua influência e solicitou aos magistrados que expulsassem a Denck.

Obrigado pela situação, partiu para Worms, onde se deu à tarefa de traduzir e imprimir os Profetas Maiores e Menores. Voltou novamente para Augsburgo para uma conferência de irmãos vindos de vários distritos. Ali se opôs decididamente a aqueles que se inclinavam ao uso da força contra quem os perseguia. A chamou, «a conferência dos mártires», devido ao grande número de participantes que mais tarde selaram a sua vida com o martírio.

Finalmente, em 1527, depois de ir de uma parte para outra, açoitado e rejeitado, e após passar por muitas aflições e necessidades, Denck chegou a Basel com a sua saúde debilitada. Ali voltou a encontrar-se com os velhos amigos da sua juventude. O compassivo reformador Ecolampadio o encontrou quase moribundo e o acolheu em sua casa, onde pouco tempo depois morreu, finalmente em descanso e em paz.

Pouco antes de morrer, escreveu: «Deus sabe que não procuro outro fruto, exceto o que realmente muitos, com um coração e uma alma, glorifiquem ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, sejam ou não circuncidados e batizados. Porque penso de um modo muito distinto daqueles que unem o Reino de Deus excessivamente a cerimônias e elementos deste mundo, quaisquer que eles sejam». Naqueles dias de escassa tolerância, afirmou: «Em assuntos de fé, todos deveriam ser livres para atuar voluntariamente e por própria convicção».

Michael Sattler

Outro irmão destacado entre os anabatistas foi Michael Sattler. A sua trágica carreira acabou em 1527, depois da conferência dos irmãos em Baden, onde ajudou a redigir os sete pontos em comum da prática anabatista. Não se tratava de um credo ou confissão de fé vinculante, pois os irmãos criam que a igreja está unida somente em Cristo:

* Só deveriam ser batizados aqueles que experimentaram a obra regeneradora de Cristo.

* A expressão local da igreja é uma companhia de pessoas regeneradas, cuja vida diária é vivida de acordo com a fé que professam. A sua devoção está simbolizada em sua participação conjunta na ceia do Senhor, por meio da qual relembram a obra redentora de Cristo.

* A disciplina deve ser exercitada dentro das igrejas, e a disciplina final é a excomunhão.

* O povo de Deus deveria viver uma vida de separação do pecado, do mundo, e da submissão à carne, ou algo que pudesse comprometer a sua fé. Isto inclui uma separação dos ritos das facções romana, luterana e zuingliana.

* Os ofícios de uma igreja local devem ser apartados pela igreja e é sua responsabilidade a edificação dos crentes por meio do ensino da Palavra de Deus.

* Os crentes não deveriam recorrer à força, seja em defesa própria ou em uma guerra ordenada pelo estado.

* Os crentes não deveriam prestar nenhum juramento, nem tampouco recorrer à lei.

Parece incrível que estas idéias fossem consideradas como heréticas entre os protestantes e despertassem uma cruel e amarga perseguição. Em 1527 Sattler foi detido em Rotenberg e sentenciado a sofrer uma morte 'exemplar' por seus captores católicos: "Michael Sattler será entregue ao verdugo, o qual lhe cortará na praça primeiro a língua, logo o atará ao poste dos hereges e ali com umas tenazes em brasa viva lhe rasgará o corpo duas vezes, fazendo o mesmo indo até o lugar da execução durante cinco vezes. No lugar designado, queimarão o seu corpo até reduzi-lo a cinzas, por ser um archiherege". A sentença foi cumprida fielmente, enquanto que a sua esposa foi afogada junto com outros irmãos.

A Tragédia de Münster

Possivelmente o episódio que mais contribuiu para desprestigiar a causa anabatista foi a chamada "tragédia de Münster". Como foi mencionado antes, durante o século XVI diferentes grupos de pessoas foram chamadas anabatistas. No meio deles existiam alguns líderes exaltados, que propunham métodos violentos de ação, completamente opostos aos ensinos pacíficos dos irmãos, e que, além disso, anunciavam o estabelecimento iminente e material do reino de Deus na terra.

A difícil condição em que viviam as pessoas mais pobres e a grande quantidade de abusos cometidos pelos capitalistas e os príncipes contra eles atraíram a muitas destas pessoas simples e crédulas para aqueles profetas exaltados. Por outro lado, alguns irmãos, que tinham sofrido enormemente nas mãos dos seus captores e perseguidores, foram arrastados atrás das suas promessas de justiça e reivindicação. Assim foi preparado o cenário para a tragédia de Münster.

Em 1537, dois destes pregadores exaltados, Jan Mattys e John de Leyden, chegaram até a cidade de Münster, proclamando que a Nova Jerusalém seria estabelecida naquele lugar. Ali já existia uma congregação protestante que estava sob a condução de Bernard Rothmann, um pastor amável e pacífico, que, no entanto, caiu rapidamente debaixo da influência dos novos profetas. Além disso, também tinha chegado a Münster, muitos refugiados, pois o príncipe governante, Felipe, tinha-a declarado uma cidade de refúgio. E entre eles haviam verdadeiros crentes e outros tantos descontentes e fanáticos.

Em meio a essa multidão heterogênea, ambos os pregadores exerceram a sua influência, exaltando os ânimos contra os magistrados da cidade, a quem logo depuseram para colocar outros completamente controlados por Matthys. Dali em diante dedicaram-se a decretar leis extremas sob a influência de algumas supostas 'inspirações proféticas'. Assim, ordenou-se limpar a cidade de incrédulos e batizar a todos os seus habitantes pela força. Enquanto isso, o bispo de Münster tinha sitiado a cidade com as suas tropas.

Então, Matthys, crendo ser guiado por uma 'revelação' atacou subitamente as tropas do bispo e foi morto. Leyden foi o seu sucessor, que reforçou o controle e o extremismo, obrigando a todos a viver em comunhão de bens e instituindo a poligamia. Tomou como esposa a viúva de Matthys e, com a qual se fez coroar como rei e rainha da cidade. No entanto, e finalmente, as tropas do bispo romperam a dura resistência dos defensores e penetraram na cidade assassinando a todos os seus oponentes. Leyden foi torturado e executado no mesmo lugar onde havia se coroado rei.

Na verdade, os exaltados de Münster tinham muito pouco a ver com os pacíficos irmãos representados por Hubmeyer, Manz, Grebel, Denck, Sattler e outros. Não obstante, os acontecimentos que protagonizaram contribuíram para criar, entre as pessoas do seu tempo, uma imagem negativa dos irmãos anabatistas, pois criam que todos faziam parte do mesmo movimento. Isto deu motivo para que os seus perseguidores aproveitassem o episódio, justificando ainda mais a repressão dos irmãos e aumentando a 'propaganda' contra eles.

Crescimento e perseguições

Os irmãos se espalharam rapidamente pela Europa, sempre perseguidos e obrigados a fugir de um lado para outro. Através de toda a Áustria foram levantadas inúmeras congregações, como também na Alemanha, Holanda e Moravia. Em Tirol e Gorz, centenas de irmãos foram queimados na fogueira, decapitados ou afogados. Em Salzburgo, onde uma congregação completa de setenta pessoas, foi condenada a morte, uma jovem crente provocou um grande sentimento de compaixão entre a multidão reunida para presenciar a execução, devido a sua juventude e beleza. Todos pediram aos gritos que fosse perdoada, no entanto não foi feito exceção. Os executores a colocaram debaixo do peso de um imenso bebedouro para cavalos até que morreu. Em seguida retiraram o seu corpo e o jogaram nas chamas. Assim selou o seu heróico testemunho por Cristo.

Mas, ela foi só uma a mais entre os milhares de mártires anabatistas. Enquanto isso, muitos irmãos encontraram refúgio na Moravia, onde fundaram várias comunidades que mantinham um regime de comunhão de bens, forma de vida que foi adotada devido, em parte, a grande quantidade de viúvas e órfãos que deveriam cuidar por causa do seu elevado número de mártires; mas também, porque desejavam sinceramente seguir o exemplo da igreja em Jerusalém, registrado no livro dos Atos.

Menno Simon

Como conseqüência, o episódio de Münster exacerbou por toda parte a perseguição contra os irmãos. Muitas congregações foram acusadas, sem prova alguma, de estar em cumplicidade com os líderes de Münster, e foram perseguidas com maior violência e crueldade ainda. A tal ponto que, na Alemanha, Holanda e outros lugares, o movimento quase foi extinto. Então surgiu a figura de Menno Simon, que ajudou às minguadas e espalhadas congregações a reorganizarem-se e a enfrentarem a adversidade.

Menno, que viajou incansavelmente, animando e fortalecendo os irmãos por toda parte, tinha sido previamente um sacerdote católico. Depois de um tempo estudando as Escrituras, assistiu ao heróico martírio de um crente anabatista chamado Sicke Snyder, que foi decapitado por negar o batismo de crianças. Ficou tão comovido com a sua integridade e fé, que decidiu unir-se à causa anabatista.

Desde esse momento trabalhou infatigavelmente entre os irmãos. E combateu ardentemente contra a errônea identificação dos irmãos com a "seita de Münster" Em sua autobiografia nos diz que, "Logo irrompeu a seita de Münster, com a que muitos corações piedosos, também entre nós, foram enganados. A minha alma estava em uma grande inquietação, porque notava que eram zelosos, mas doutrinalmente errados. Com o meu pequeno dom, através da pregação e o ensino, opus-me ao engano, tanto quanto pude...".

E depois, em outro escrito, "Ninguém pode de verdade me acusar de concordar com o ensino de Münster; pelo contrário, durante dezessete anos, até o dia presente, tenho me oposto e lutado contra, privada e publicamente, com a voz ou a caneta. Nunca reconheceremos como irmãos e irmãs a aqueles que, como o povo de Münster, rejeitam a cruz de Cristo, desprezam a palavra de Deus e praticam as paixões terrestres".

Trabalhou estabelecendo e confortando as igrejas na Holanda com tanto êxito que, em 1543 o Imperador o declarou fora da lei e pôs um preço à sua cabeça. Obrigado, deixou o país, e deu um jeito de escapar dos seus captores durante os próximos vinte e cinco anos sem ser preso, ensinando e ajudando às igrejas. Finalmente se estabeleceu em Fresenburg, onde continuou trabalhando e escrevendo em defesa das crenças anabatistas até que alguns dos seus escritos chegaram às mãos das autoridades de vários países. Isto ajudou a aliviar um pouco a perseguição e a aversão contra os irmãos, e conseguiu um certo grau de liberdade de culto.

Menno Simon morreu de morte natural em 1559. Não obstante, devido a sua grande influencia entre os irmãos anabatistas, as congregações nas que trabalhou começaram a chamar-se, posteriormente, 'menonitas', algo com o que, provavelmente, ele mesmo não tivesse estado de acordo.

Legado

O valente testemunho dos irmãos anabatistas deixou uma herança sem possibilidade de ser avaliada para os crentes que vieram depois. A eles se devem a recuperação da verdade da igreja como constituída por assembléias formadas exclusivamente por crentes regenerados, separadas do mundo e independentes do estado, participativas e abertas à comunhão com todos os que são de Cristo, na simplicidade do ensino do evangelho. Regaram a semente da liberdade cristã com o sangue dos seus mártires. Nos séculos posteriores outros crentes tomariam a bandeira da causa anabatista e a levariam mais adiante, nas assim chamadas igrejas 'não conformistas' e 'independentes'.

Além disso, o seu determinado pacifismo se levantou em meio da intolerância e fanatismo do seu tempo, como um imperecível testemunho de qual pode e deve ser sempre o verdadeiro espírito do evangelho, quaisquer que sejam os tempos, as épocas e as circunstâncias.

Por último, ao enfatizar a necessidade de uma vida de santificação prática e real, ajudaram a equilibrar os excessos do ensino da "justificação pela fé" entre os protestantes, que em muitos casos tendia a fazer desta o único elemento da salvação, esquecendo a regeneração e os frutos de santificação como parte de uma vida verdadeiramente salva.

É difícil não ver na amarga e cruel perseguição que tingiu de sangue a sua história, o ódio e a hostilidade do príncipe deste mundo, que está determinado a estorvar o testemunho de Cristo nesta terra; mas também, a persistente fidelidade de Deus, que sempre reservou um testemunho fiel e conduziu o seu povo mesmo que através das noites mais longas e escuras. Como está escrito: "Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida".

À medida que o século XVIII chegou ao fim, os princípios de "alta crítica" de Shleiermarcher, que rejeitava a autenticidade dos evangelhos, a inerrância das Escrituras e as doutrinas cardeais da fé foram igualados no fronte político pela Revolução Francesa. "A nação francesa tinha derrubado o governo de Deus... depondo o rei indicado por ele. Em seu lugar, os revolucionários elegeram um comitê de homens sem o temor de Deus para governar pela razão humana... Em 1793, a Assembléia Legislativa... renunciou unanimemente à crença na divindade. Mais tarde, ocorreu uma grande procissão... a deusa da Razão foi colocada em uma carruagem aberta ... virada para a catedral de Notre Dame. Ali, tomou seu lugar como divindade... elevada no altar maior... Seguiu-se a queima pública da Bíblia..." Estranhamente, parece que as implicações espirituais da Revolução Francesa foram ignoradas por muitos historiadores. Todavia, quando essa revolução é acoplada com o crescimento da apostasia na Alemanha, a alta crítica do Método Científico e infusões do ocultismo dentro do pensamento dominante desde os tempos do Renascimento, o cenário ficou estabelecido para grandes agitações no século XIX. A história revela que o século XIX foi um grande ponto de mudança na evolução da sociedade. O Método Científico, nascido do Renascimento e da Idade da Razão, mais tarde levou ao nascimento de uma nova ordem mundial, liderada por homens como Marx, Engels, Hegel e Darwin. Além disso, a Revolução Industrial plantou as sementes do materialismo que dominaria no século XX. Politicamente, o século XIX foi o auge do Reino Unido e do Império Britânico. A rainha Vitória governava como a Grande Senhora de toda a terra e, apesar de ter ocorrido aquela pequena derrota que foi a Revolução Americana, no século XVIII, o "sol nunca se punha no Império Britânico". Na aurora do século XIX, os grandes reavivamentos do século anterior, o "Grande Despertar" nos Estados Unidos e os reavivamentos metodistas de John e Charles Wesley ainda estavam produzindo frutos com enormes resultados nos Estados Unidos e na Inglaterra. Os Wesleys defendiam o arminianismo evangélico, que insiste que Cristo morreu por todos os homens, em oposição à doutrina da expiação limitada, dos puritanos e presbiterianos de João Calvino. Além disso, muitos cristãos viam o império britânico e "o reinado justo da rainha Vitória" como o advento do reino de Deus na Terra. Assim o pós-milenismo tornou-se um sistema aceitável de escatologia, forçando uma interpretação simbólica de muitas profecias do Antigo Testamento, ou vendo as promessas de Deus a Israel como cumpridas no império brintânico. Embora as teorias do Israel-Britânico não pudessem ser apoiadas pelas Escrituras ou pela história, o poder do Espírito Santo foi certamente evidenciado na Grã-Bretanha. Quando Henrique VIII enfrentou o papa, o cenário ficou preparado para a Inglaterra se separar do resto da Europa católica, e o papa perdeu seu poder nas ilhas britânicas (exceto durante o curto reinado de Maria, a Sangüinária, e na Irlanda católica). A chave para esse manifestar do poder de Deus na Inglaterra foi sem dúvida a tradução da Palavra de Deus na língua inglesa, e sua disponibilidade para o homem comum. Cópias da primeira edição do Novo Testamento traduzidas por Tyndale foram contrabandeadas para a Inglaterra em carregamentos de grãos e tecidos. As autoridades em Bruxelas logo executaram Tyndale, mas seu trabalho se tornou a base para todas as versões inglesas das Escrituras desde aquele tempo. Coverdale então levou o trabalho adiante, e a primeira edição inglesa da Bíblia foi concluída em 1535. Foi essa disponibilidade da Palavra de Deus e seu profundo efeito nos corações dos homens que levou ao crescimento o puritanismo na Inglaterra. O Movimento Puritano baseava-se em três princípios: "A supremacia das Escrituras sobre a autoridade humana; a independência da igreja do Estado; e a própria natureza do governo da igreja." Por volta de 1850, uma nova geração apareceu em cena na Inglaterra. Os pais e avós dessa geração foram aqueles que testemunharam as revoluções e os reavivamentos do fim do século XVIII à primeira metade do século XIX. Essa nova geração, entretanto, foi a do ceticismo: "O erudito alemão Shleiermacher estava nesse tempo moldando a teologia de Oxford e de Cambridge na tradição gnóstica... poetas do panteísmo, William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge eram muito lidos e venerados pela elite intelectual da universidade... O ceticismo baseado na ciência fluía e reforçava a antiga torrente de dúvidas que vinham de considerações históricas e éticas... Os extraordinários homens de Cambridge de 1840 - B. F. Westcott, C. B. Scott, J. Llewenllyn Davies, J. E. E. Mayer, Lord Alwyne Compton, E. H. Bickersteth, C. F. Mackenzie, Charles Evans, J. B. Lightfoot, E. W. Benson e F. J. A Hort... Os intelectuais dos anos 1870... Henry Sidgwick e Henry Jackson e incluindo Frederic Myers, G. W. e B. J. Balfour, Walter Leaf, Edmund Gurney, Arthur Verrall, F. W. Maitland, Henry Butcher e George Prothero - tendiam para o gnosticismo ou para o deísmo hesitante." Lúcifer é muito inteligente. Ele encontra uma estratégia que funciona e continua repetindo-a muitas vezes. Por outro lado, a humanidade, em geral, é muito estúpida. O homem afirma que aprende com a história e com seus erros, mas continua caindo nas mesmas armadilhas ao longo do tempo. Isto posto, a descrição anterior da Inglaterra em meados do século XIX parece muito familiar. Na verdade, esse período exibe uma repetição do mesmo cenário mostrado na formação da igreja. Falsos mestres se infiltraram com doutrinas do gnosticismo, e as ciências ocultas do paganismo, o politeísmo pagão e o paganismo panteísta imediatamente atacaram a igreja primitiva. Isso é exatamente o que aconteceu na Inglaterra no século XIX. A nação que distribuiu a Palavra de Deus e experimentou em primeira mão a operação do Espírito Santo nos grandes reavivamentos, começou a resvalar com a mistura da igreja com o Estado quando o puritanismo tornou-se um movimento político (a Igreja Anglicana - a Igreja da Inglaterra há muito tempo já era a igreja estatal. Todavia, o movimento político dos puritanos logo uniu aqueles que tinham crenças fundamentalistas com o Estado). Quando as filosofias de Schleiermarcher, Wordsworth, Coleridge, e Darwin foram infundidas na aristocracia intelectual nas Universidades de Oxford e Cambridge, o cenário ficou armado para os eventos críticos que levariam ao crescimento da moderna descrença religiosa. Todos os cristãos devem perceber que a essência básica de nossa fé encontra-se na Palavra de Deus. Sem uma Escritura inerrante, não pode existir base para a fé. Portanto, faz sentido que Lúcifer tenha atacado o verdadeiro cristianismo exatamente em seu fundamento e tenha agido para implementar essa estratégia em 1853. Um comitê secreto foi formado para lançar uma nova tradução da Bíblia em inglês. Esse comitê confiou a B. F. Westcott e F. J. A. Hort o fornecimento de um Novo Testamento em grego para a nova Versão Revisada da Bíblia. Westcott e Hort começaram em 1853 e trabalharam em segredo durante vinte anos para produzir o Novo Testamento grego. O aspecto interessante desse trabalho foi o fato que eles não revisaram o texto usado por Tyndale ou por Coverdale na primeira tradução para o inglês, mas deram preferência a dois manuscritos completamente diferentes, textos alexandrinos corrompidos pelas filosofias arianas e gnósticas. O objetivo deles parece que foi apenas desacreditar o Texto Bizantino (Textus Receptus), que representava 98% das evidências dos manuscritos do Novo Testamento, em favor de 1% dos documentos de Alexandria. O estudioso dos textos Dean John William Burgon refutou as afirmações da teoria de Westcott-Hort como: "O resultado mais recente dessa violenta reação contrária ao Texto Grego Tradicional, - essa estranha impaciência de sua autoridade, ou melhor, a negação que ele tenha qualquer autoridade, que começou com Lachmann apenas cinqüenta anos atrás (por volta de 1831), e prevalece desde então; seus promotores mais notáveis são Tragelles (1857-72) e Tischendorf (1865-72)... Os Drs. Westcott e Hort, de fato excederam seus prodecessores nessa corrida singular. O desprezo absoluto deles pelo Texto Tradicional e a veneração supersticiosa a alguns poucos documentos antigos (os quais, todavia, confessam que não são mais antigos que os 'Textos Tradicionais', que menosprezam) - não conhecem limites." O Novo Testamento Grego de Wescott e Hort foi uma tentativa maliciosa de destruir a integridade e infalibilidade da Palavra de Deus e, particularmente, a divindade de Jesus Cristo. Embora a Versão Revisada de 1881 tenha sido rejeitada, o Novo Testamento Grego de Wescott e Hort, foi usado para outras traduções posteriores da Bíblia inglesa, com a exceção da New King James Version [Nova Versão do Rei Tiago]. Esse ataque à infalibilidade da Palavra de Deus foi uma tentativa evidente de Lúcifer de destruir a verdadeira igreja. Aqueles que se desviaram da fé descartam a Versão Autorizada do Rei Tiago das Escrituras, e muitos, até mesmo nos círculos fundamentalistas, recusam-se a tomar uma posição nesse assunto. Todavia, a Versão Autorizada do Rei Tiago sobreviveu aos ataques de seus inimigos e permanece como prova infalível da promessa de preservação por Jesus Cristo de que a Palavra de Deus não passará. Embora alguns não categorizem o Novo Testamento Grego, de Wescott e Hort, como fator contribuinte para a origem da moderna apostasia, os princípios e métodos de ambos foram especificamente direcionados à destruição do Texto Bizantino. Considerando-se isso em conjunto com os outros eventos em todo o século XIX, o plano de Lúcifer começa a se tornar mais discernível. Fazendo uma revisão, a seguinte seqüência de eventos deve ser considerada com atenção: O Renascimento tornou as ciências ocultas acessíveis ao público. A Reforma Protestante, embora piedosa em muitos aspectos, deixou de seguir todas as instruções das Escrituras. Aqueles que realmente seguiram os ensinos da Palavra de Deus foram apagados até das páginas da história e perseguidos tantos pelos católicos quanto pelos protestantes. A chegada da Idade da Razão, a Revolução Francesa e a adoção do método científico de Aristóteles deixou um grande vácuo na alma do homem, que tem uma necessidade inata de espiritualidade. Esse vazio foi preenchido por muitos nos reavivamentos da época de Wesley e do Grande Despertar, mas muitos outros preencheram essa necessidade de espiritualidade aderindo às práticas ocultistas, como o espiritismo e a teosofia. O conflito do cristianismo, o ocultismo e a Razão Humana levaram a um grande ceticismo religioso em meados do século XIX. Foram três os resultados desse ceticismo: O evidente ateísmo do darwinismo.

O ataque à infalibilidade da Palavra de Deus pelos intelectuais da Universidade de Cambridge. A apostasia de muitos que anteriormente professavam as doutrinas fundamentais da fé. Com a rejeição geral da verdade por parte dos intelectuais, muitas igrejas e organizações protestantes nos Estados Unidos começaram a ver traições dentro de suas próprias fileiras. Do outro lado do Atlântico, a batalha espiritual da Inglaterra parecia sombria e desanimadora no fim do século XIX. A nação que se tornara um bastão do cristianismo, sucumbia rapidamente para a apostasia. A batalha no século XX mudaria principalmente para os Estados Unidos, mas as origens da grande apostasia que começou no século XVIII, já vitimavam a maior parte da Europa por volta do ano 1900. Os homens do século XIX que moldaram as filosofias que iriam permear o futuro da sociedade tinham pouco em comum: Charles Darwin era formado em teologia, Charles Lyall era advogado, Thomas Huxley tinha uma graduação duvidosa em medicina, Jean Baptiste Lamarck e Herbert Spencer não tinham nenhuma educação formal, Hegel e Marx tinham formação em filosofia. Entretanto, uma coisa que todos eles compartilhavam era o ódio a Deus e ao cristianismo bíblico. Até mesmo Wescott e Hort negaram a inerrância das Escrituras, e estavam determinados a remover a tradução do Textus Receptus do alcance do público. Esses foram os homens que lançaram o fundamento para as batalhas espirituais a serem travadas em todo o século XX - um século que veria organizações religiosas se desviarem da verdade, o surgimento da nação de Israel, as profecias do fim dos tempos tornarem-se realidade, e a enganação da Religião Orientada Para Resultados. O mundo no início do século XX estava grandemente mudado em relação ao que existia no início do século XIX. As invenções e a produção em massa da Revolução Industrial provocaram uma transição rápida no mundo ocidental de uma sociedade agrária para uma sociedade consumidora e, com a deflagração da Primeira Guerra Mundial, a mecanização avançada do mundo foi exibida na tecnologia da guerra moderna. Esse "admirável mundo novo" retornou dos horrores da guerra mundial com a reação filosófica exibida em uma tentativa da elite de estabelecer um governo mundial por meio da Liga das Nações. Sem o apoio dos Estados Unidos, essa organização falhou, mas as sementes de globalismo tinham sido plantadas na psiquê moderna. Além disso, a idéia do Reino de Deus na Terra foi expandida além das fronteiras do Império Britânico para uma liga honrada de todas as nações: "A Liga de Nações', disse o arcebispo de Canterbury em Genebra, pode fazer muito para tornar o Reino de Deus uma realidade em nossas vidas... 'A Liga de Nações', diz o Dr. Jowett, tem como alvo 'a transformação do reino deste mundo no Reino de Deus'" No centro dessa nova mentalidade do "pensamento de grupo" estavam organizações ocultistas e iluministas muito bem financiadas, como a Sociedade Teosófica, a Lucis Trust, e a Sociedade Fabiana, que finalmente promoveram os conceitos de socialismo dentro do pensamento corrente. Em 1925, foi acrescentado o elemento de darwinismo na consciência pública, e o conceito de "sobrevivência da espécie" aumentou a noção do século XIX de "darwinismo social". Essas filosofias, quando misturadas dentro das atitudes e dos valores das massas humanas, diminuem a importância do indivíduo e elevam as virtudes do grupo. Biblicamente, isso está em contradição com os ensinos doutrinários do Novo Testamento, o amor de Deus e seu interesse pelo indivíduo e, finalmente, a salvação individual. Ao mesmo tempo, uma mentalidade de pensamento de grupo promove os falsos conceitos de "irmandade dos homens", unidade eclesiástica, globalismo político e o sacrifício de indivíduos a fim de assegurar a "sobrevivência da espécie" - até mesmo o genocídio em massa para eliminar os "deficientes mentais" e outros elementos indesejáveis da sociedade que podem, posteriormente, tornar-se uma ameaça à espécie como um todo. Quando essas filosofias começaram a se infiltrar no cristianismo, o modernismo produzido na Alemanha quase dois séculos antes começou a infectar as grandes denominações nos Estados Unidos como um câncer incurável. As heresias desovadas no século XIX e que escarneciam das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus culminaram no dogma do modernismo do século XX: A Bíblia é o resultado de um processo evolucionário humano. Negação dos milagres Nenhuma validade para os relatos bíblicos históricos (por exemplo, Adão ou Eva não existiram, o Dilúvio não aconteceu) Muitos eventos do Velho Testamento são meramente mitos. Não houve o nascimento virginal, negação da divindade de Cristo e da sua ressurreição física. As narrativas do Evangelho não são factuais. Nenhuma idéia precisa de como Jesus realmente era abordagem histórica-crítica para interpretar a Bíblia. Não é necessário formação em Teologia para ver a correlação entre essas corrupções da verdade de Deus com a blasfêmia filosófica instigada no século XIX. As mãos de Hegel, Darwin, Marx, Wescott e Hort estão aparentes nessa clara aprovação contra o Deus Todo Poderoso. Nos anos 1900s, as filosofias desses homens estavam se alastrando como fogo entre as igrejas nos Estados Unidos, acendendo controvérsias ferozes dentro das denominações. Enquanto a maioria dos fundamentalistas tenha preferido lutar essas batalhas dentro de suas respectivas denominações até aproximadamente 1930, grupos separatistas mais tarde surgiram em todas as denominações, à medida que as lideranças caíam como pedras de dominó nas mãos dos liberais infiéis. A situação deteriorou-se ao ponto que algumas denominações recusaram-se até mesmo a produzir declarações doutrinárias oficiais que indicariam os hereges dentro de suas fileiras. Foi nesse clima que apareceu o termo "fundamentalista". Embora o termo tenha sido cunhado em 1920, foi explicitamente definido pelo Congresso Mundial dos Fundamentalistas, em 1976: Agora o verdadeiro fundamentalista é um crente nascido de novo, que conhece o Senhor Jesus Cristo único Deus e Senhor, que mantém uma crença inabalável na Bíblia, afirmando que a mesma é inerrante, infalível, e verbalmente inspirada por Deus, crê em tudo o que a Bíblia diz, julga todas as questões e a si próprio por meio da Bíblia, afirma as verdades fundamentais da fé cristã histórica: A doutrina da unicidade a encarnação, o nascimento virginal, o sacrifício vicário e expiatório, a ressurreição corporal, a ascensão ao céu e a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo. O novo nascimento por meio da regeneração do Espírito Santo. A ressurreição dos santos para a vida eterna. A ressurreição dos perdidos para o julgamento final e a morte eterna. A comunhão dos santos, que são o corpo de Cristo. Pratica a fidelidade a essa fé, e dedica-se a pregá-la à toda criatura; Expõe e separa-se de toda distorção eclesiástica dessa fé, da contemporização com o erro, e da apostasia da Verdade; E Batalha diligentemente pela fé uma vez entregue aos santos. Portanto, o fundamentalismo é uma ortodoxia militante com um zelo para ganhar almas. Embora os fundamentalistas possam divergir em certas interpretações das Escrituras Sagradas, nós nos juntamos em unidade de coração e propósito comum para a defesa da fé e a pregação do evangelho, sem contemporização ou divisão. A não ser que um homem mantenha e defenda a fé das Sagradas Escrituras, e esteja interessado na salvação dos perdidos, ele não é um verdadeiro fundamentalista." Nos anos 1920, liberais bem-patrocinados, como Harry Emerson Fodsdick, continuaram a ofensiva contra o fundamentalismo. Fodsdick, que era financiado pelo bilionário John D. Rockefeller, dispararou um torpedo em 21 de maio de 1922 com seu sermão, "Os Fundamentalistas Vencerão?", em que afirmava que doutrinas como "O Nascimento Virginal", "A Inerrância das Escrituras", e "A Segunda Vinda" não eram essenciais e ele as rejeitava. Esse sermão também serviu para sinalizar que a tolerância liberal com aqueles que defendiam a ortodoxia estava muito reduzida, e os credos e as declarações doutrinárias que denominacionais liberais tinham simplesmente ignorado por décadas agora se tornaram os objetos de crítica aberta. O foco principal desses ataques começou exatamente onde Lucifer atacou no século XIX - a inerrância das Sagradas Escrituras. Em 1924, um grupo de 149 ministros presbiterianos reunidos em Auburn, no estado de Nova York, redigiu a "Declaração de Auburn". Sob o disfarce de "apaziguadores", que simplesmente desejavam encerrar a divisão dentro da denominação, esse grupo explicitamente repudiou a doutrina da inerrância das Escrituras Sagradas. A "Doutrina da Inerrância", que tinha sido a ponta de lança dos ataques dos intelectuais e seminários no século XIX, tornou-se o alvo de novos e ferozes ataques no campo público de todas as denominações. A verdade foi que Lucifer e seus cúmplices liberais compreendiam perfeitamente que se um grupo negasse a inerrância da Palavra de Deus, outras doutrinas essenciais seriam alvos fáceis. Uma vez que a inerrância das Sagradas Escrituras é questionada, a espiral descendente para a apostasia total torna-se um trem de carga descontrolado que não pode ser detido. A revista liberal Christian Century resumiu o clima dos anos 1920 muito bem quando afirmou: "Dois mundos se chocam … Há uma disputa aqui tão profunda e tão sinistra como entre o cristianismo e o confucianismo… O Deus do fundamentalista é um e o do modernista. Em defesa do fundamentalista bíblico, sua posição deveria ser conforme ordenado pela Palavra de Deus: "... noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples." [Romanos 16:17-18]. Os anos 1930 trouxeram mais mudanças arrebatadoras ao mundo ocidental. A Grande Depressão fez muitos rejeitarem a fábula modernista de que o homem estava no controle de seu próprio destino, e forçou os indivíduos a deixarem sua posição de auto-suficiência e de controle para a busca da simples sobrevivência. Esse mergulhar repentino no modo de sobrevivência tornou as famílias mais próximas e forçou os indivíduos a reformularem suas prioridades. Além disso, a deflagração da guerra na Europa dissipou a idéia de que a Primeira Guerra Mundial foi a guerra para terminar com todas as guerras; virtualmente extinguindo a teoria de que a Liga de Nações era um passo para tornar o "Reino de Deus" uma realidade. A Segunda Guerra Mundial também levou muitos a reavaliarem a escatologia do pós-milenismo, que ensinava que a humanidade estava realmente progredindo ao ponto de que o Reino de Deus seria revelado na Terra. Todos esses fatores impulsionaram o fundamentalismo pré-milenista e separatista. Como resultado desses e de outros fatores, os separatistas no arraial fundamentalista fizeram grandes avanços nas décadas de 1930 e 1940 por meio da organização de Conferências Bíblicas, fundando Faculdades Bíblicas, Ministérios no Rádio, e organizações de largas bases fundamentalistas, como o Conselho Americano das Igrejas Cristãs e a Associação Nacional de Evangélicos. Líderes fundamentalistas, como Charles Woodbridge, Carl McIntire, John R. Rice, Bob Jones, Charles Fuller, M. R. DeHaan, Harry Ironside, R. G. Lee e muitos outros, estiveram à frente do subitamente vibrante movimento separatista.

O Neo-Evangelicalismo
Exatamente quando o fundamentalismo parecia estar ganhando a maior parte do terreno, um novo movimento de dentro de suas fileiras lançou as sementes que iriam provocar sua futura decadência. Esse grupo de indivíduos chamava a si mesmo de "neo-evangélicos". Harold J. Ockenga, o primeiro presidente do Seminário Teológico Fuller, cunhou o termo "neo-evangélicos" em 1947. Ele insistia que a palavra-chave para espalhar o evangelho não era mais a separação, conforme prescrito na Bíblia, mas a infiltração nas igrejas apóstatas. Ele se encarregou de detalhar as diferenças entre fundamentalismo e neo-evangelicalismo: Os neo-evangélicos enfocariam as questões sociais que os fundamentalistas evitavam. Os neo-evangélicos incluiriam com a salvação uma "filosofia social". Os neo-evangélicos não "se concentrariam nas personalidades que adotam o erro". O cristão não deve ser "obscurantista nas questões científicas, como a criação, a idade da humanidade, a universalidade do dilúvio, e outras questões bíblicas questionáveis". As questões intelectuais deveriam ser respondidas dentro da estrutura de aprendizagem moderna e deveria haver liberdade nas áreas menos importantes. Além disso, Ockenga especificamente designou e promoveu quatro agências para o progresso do neo-evangelicalismo: A Associação Nacional de Evangélicos. O Seminário Teológico Fuller. A revista Christianity Today. Evangelismo ecumênico encabeçado pelos Ministérios Billy Graham Embora o papel do Seminário Fuller se tornará ainda mais crucial na discussão posterior da Religião Orientada Para Resultados, Fuller se tornou não apenas a base de treinamento dos neo-evangélicos, mas também a principal fonte para instilar os princípios da Religião Orientada Para Resultados desde sua origem. Essa orientação do Seminário Fuller foi muito explícita: "Os primeiros líderes do Fuller estavam cientemente rejeitando os aspectos negativos do fundamentalismo da linha antiga … O fundamentalismo era caracterizado pela militância… uma disposição de lidar com os aspectos negativos, e por separação, e foi isso que trouxe à tona o movimento neo-evangélico." Como presidente do Seminário Fuller, Ockenga também tornou suas metas bem claras: "Desejamos que nossos rapazes sejam tão treinados, que quando vierem de uma denominação, voltem para sua denominação adequadamente preparados para pregar o evangelho e defender a fé e prosseguir no trabalho de Deus." De uma só vez, essa declaração revelou a essência do ecumenismo evangélico, declarou de forma sucinta a estratégia de infiltração no lugar da separação, e revelou a posição de que a aderência à doutrina está subordinada ao evangelismo. Todos esses pontos estão em conflito direto com a Palavra de Deus. A Bíblia exige separação - não infiltração. A Bíblia também diz claramente que cristãos não devem tolerar os falsos mestres e a falsa doutrina. Em contraste com a Religião Orientada Para Resultados, a Bíblia não ensina que o fim justifica os meios. Em oposição à metodologia do Seminário Fuller, Francis Schaeffer declarou, "O evangelismo que não conduz à … pureza doutrinária é simplesmente tão falho e incompleto quanto a ortodoxia que não conduz a um interesse e uma comunicação com os perdidos." O evangelismo não é mutuamente exclusivo de doutrina. Como pode a mensagem do evangelho coexistir com aqueles que negam a unicidade de Deus, a divindade de Cristo, o nascimento virginal, a ressurreição física, a justificação pela fé, ou a inerrância das Escrituras Sagradas? A realidade é que em um ambiente de falsas doutrinas (como é o caso de uma organização religiosa cuja hierarquia professa os ensinos do modernismo ou do catolicismo) o infiltrador deve comprometer sua posição para evitar embaraço, exposição e/ou expulsão final. Quando o infiltrador segue esse roteiro até sua conclusão lógica, uma concessão aqui leva à outra ali até que a apostasia aberta uma vez mais controla a situação, e o infiltrador passa ele próprio a adotar a doutrina falsa. Isso foi evidenciado até mesmo em Fuller, pois no início dos anos 60, "o corpo docente estava dividido se a inerrância se aplicava às Escrituras Sagradas inteiras, ou somente às passagens que tratavam da redenção". À medida que a situação deteriorou, em 1982 apenas 15% dos estudantes da Escola de Teologia Fuller "sustentavam a convicção dos fundadores do Seminário sobre a inerrância".O Dr. Charles Woodbridge resumiu com exatidão a situação quando declarou: "O neo-evangelicalismo defende a tolerância ao erro. Ele segue o caminho descendente da acomodação ao erro, cooperação com o erro, contaminação pelo erro e, finalmente, capitulação ao erro." O neo-evangélico compreendia o erro dos modernistas, mas ofendia-se pela militância dos fundamentalistas. Esses indivíduos estavam preocupados que a atitude separatista dos fundamentalistas era muito dura e sem amor. Isso pode provavelmente ser melhor exemplificado pelos métodos do evangelismo ecumênico de Billy Graham. Ninguém nega que o evangelho de Jesus Cristo seja apresentado de forma clara e correta nas cruzadas de Billy Graham. Entretanto, ao invés de trabalhar com os fundamentalistas que pregavam o evangelho, de meados dos anos 50 em diante, o Ministério Billy Graham alinhou-se com os católicos romanos e os modernistas que negavam ou pervertiam a própria doutrina de justificação pela fé apresentada por Graham da plataforma de suas cruzadas. Embora à primeira vista isso possa parecer contraditório, essa metodologia é a aplicação perfeita da estratégia de Ockenga de infiltração, em vez de separação das organizações apóstatas. Além disso, os convertidos dessas cruzadas eram então enviados para infiltrar as próprias organizações apóstatas que patrocinaram a cruzada. Em vez de a infiltração de indivíduos nascidos de novo dentro de organizações apóstatas inverter a infidelidade, os resultados trágicos dessa estratégia produziram uma geração inteira de indivíduos nascidos de novo cujo impacto à causa de Cristo foi virtualmente nulo devido à falta de crescimento e de maturidade cristã que ocorre somente com o ensino bíblico sadio, com comunhão cristã verdadeira e com a pregação expositiva da Palavra de Deus. O mais trágico é que os filhos dessa geração, que cresceram em um ambiente sem um testemunho do evangelho puro e dos princípios bíblicos, correm o risco de formar uma geração totalmente perdida. De uma perspectiva humana, o motivo era realmente nobre. O resultado declarado - a evangelização em massa - era louvável. Entretanto, a metodologia que contradizia ou completamente ignorava as instruções da Palavra de Deus estava seriamente furada. Na análise final, o evangelismo na ausência de sã doutrina deixa de perpetuar a si mesmo. A utilização dessa metodologia do neo-evangelicalismo sufoca a passagem da "tocha do evangelho" às futuras gerações - um exemplo da falha trágica da implementação inicial dos princípios básicos da Religião Orientada Para Resultados.

O Movimento Ecumênico

O Movimento Ecumênico começou dentro das principais denominações protestantes como um ímpeto para a unidade global e cooperação entre as igrejas cristãs. Embora o evento historicamente percebido como a fundação do Movimento Ecumênico tenha sido a Conferência Missionária Mundial, em Edimburgo, em 1910, essas tentativas tinham sido experimentadas já em meados do século XIX. A unidade entre os crentes é absolutamente bíblica e deve ser encorajada. Entretanto, o Movimento Ecumênico moderno é claramente contrário à Bíblia. Esse movimento começou como um esforço de primeiro unir as denominações, foi expandido para trazer as ovelhas errantes nas denominações protestantes de volta para o aprisco da Igreja de Roma, e agora se desenvolveu ao ponto em que está sendo procurada uma base comum entre todas as religiões do mundo. O espírito do ecumenismo primitivo foi ilustrado com a fundação do Conselho Federal de Igrejas, em 2 de dezembro de 1908. Os membros originais consistiam das 31 principais denominações norte-americanas e, por volta de 1950, tinha crescido para 144.000 congregações locais com um total de 32.000.000 membros. [ À primeira vista, alguém pode assumir que essa organização baseava-se no princípio da unidade bíblica. Entretanto, quando examinamos os fundadores da organização, vemos nomes como Harry F. Ward, um professor no Seminário Teológico União, que foi identificado sob juramento pelo ex-comunista Manning Johnson como "o arquiteto-chefe da infiltração e subversão comunista no campo religioso." Outro fundador do CFI foi Walter Rauschenbusch, um professor batista no Seminário Teológico Rochester. Ele também era membro da socialista Sociedade Fabiana, e "conclamava os cristãos a construirem uma ordem social justa baseada na lei moral… Ele achava que os cristãos tinham falhado em levar a cabo o mandamento de Cristo de construir o reino de Deus na Terra…" Em 1942, o Conselho Federal de Igrejas lançou uma plataforma propondo um "governo mundial, o controle internacional de todos os Exércitos e Marinhas, um sistema universal de dinheiro, e um banco internacional controlado de forma democrática." Certamente então vem sem surpresa que em 1927, o congressista Arthur Free apresentou uma resolução na Casa de Representantes dos Estados Unidos especificando o Conselho Federal de Igrejas como "uma organização comunista que objetivava o estabelecimento de uma igreja estatal…" Em 29 de novembro de 1950, o Conselho Federal de Igrejas fundiu-se com várias outras organizações interdenominacionais para formar o Conselho Nacional de Igrejas. O Conselho Nacional de Igrejas passou então a participar no Conselho Mundial de Igrejas. A história uma vez mais se repetiu depois da Segunda Guerra Mundial. Exatamente como o movimento para um governo mundial sob a Liga de Nações foi tentado depois da Primeira Guerra Mundial, a elite iluminista uma vez mais organizou um encontro mundial nas Nações Unidas. Esse movimento de um só mundo foi também simultaneamente duplicado no campo teológico com a fundação do Conselho Mundial das Igrejas Cristãs. O CMIC foi formado em 1948 com 147 denominações de origem protestante e ortodoxas. (Ele atualmente cresceu para 293 denominações-membro, representando 400.000.000 pessoas.) Essa organização tornou-se o novo bastão do liberalismo protestante e do modernismo. Fundado com base no princípio sem base bíblica da "'unidade das igrejas', a nova visão é pela unidade de todas as religiões - e, de fato, de toda a humanidade." O encontro inaugural do CMIC (agosto de 1948) estendeu um convite de participação às "igrejas que aceitam nosso Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador", mas não se interessou em quantificar a interpretação dessa afirmação. Nesse mesmo encontro, a meta da organização foi claramente declarada pelo Secretário Geral do CMIC, W. A. Visser't Hooft:"… pode haver e há finalmente apenas uma igreja de Cristo na Terra… estamos cientes da situação, que não a aceitamos passivamente, que nos movamos rumo à manifestação da SANTA IGREJA ÚNICA." Para evitar qualquer mal-entendido, a Igreja Universal certamente existe. Essa igreja é o "corpo de Cristo", consistindo de todo aquele que foi redimido de forma vicária pelo sangue de Jesus Cristo. Entretanto, essa igreja universal NÃO inclui todos os membros de todas as igrejas e/ou religiões. Esse "corpo" também NÃO inclui aqueles que meramente afirmam o cristianismo mas nunca passaram pelo novo nascimento. Além disso, essa declaração particular paralelizou o sentimento por um governo único mundial com uma religião única mundial. A visão oposta do CMIC foi corretamente expressa pelo Dr. David Cloud:

"Poderíamos descrever o erro da igreja cristã mundial em diversas categorias. Poderíamos falar de suas heresias doutrinárias, do modernismo…. do universalismo. O simples fato é que a Igreja Cristã Mundial falha em todos os testes bíblicos que poderiam ser aplicados. Claramente, ela não tem base nas Escrituras." Em referência à Declaração de Fé do CMIC, até mesmo E. J. Carnell, presidente do Seminário Teológico Fuller, teve estas pouco lisonjeiras palavras (apesar de sua crítica, ele ainda enviou formandos do Seminário Fuller para se infiltrarem nas igrejas que participam do CMIC):(A Declaração de Fé do Conselho Mundial de Igrejas) "não é bastante digna de honras para se adequar à ortodoxia, porque a única heresia que pega é o unitarianismo e as doutrinas plurais da igreja católica romana e sua filiadas protestantes que negam o Deus único. Os buracos na rede são tão grandes que um mar de erros teológicos pode seguramente passar por eles. Isso prova que o movimento ecumênico está mais interessado na unidade do que na verdade." A premissa básica do CMIC é o estabelecimento desse místico "reino de Deus" na Terra. É a mesma velha canção cantada no mesmo velho tom. A idéia de estabelecer o "reino de Deus" é tão velha quanto a formação da Igreja de Roma. Essa torrente de pensamento flui pelas páginas da história da Igreja Romana, pelo Império Britânico e, no século XX, sob os auspícios da Liga de Nações. Entretanto, Deus não precisa da ajuda do homem para estabelecer seu reino na Terra, e o reino de Deus na Terra não é e não será revelado na igreja. O reino de Deus será estabelecido apenas na segunda vinda de Jesus Cristo. Ele só - sem a ajuda do homem - estabelecerá seu reino, e reinará então em toda a Terra a partir de Jerusalém por 1000 anos - o Milênio. Portanto, o reino socialista sonhado pelo Conselho Mundial de Igrejas é nada mais que uma fabricação luciferiana. Philip Potter, secretário geral do CMIC, declarou em 1969: "Conclamamos as igrejas a se moverem… para a relevante e sacrificial ação que conduzirá a novos relacionamentos de dignidade e justiça entre todos os homens e para se tornarem os agentes para a reconstrução radical da sociedade… É necessária uma mudança radical das estruturas sociais, econômicas e políticas, e não a mera transferência prudente dos recursos e das tecnologias." Sob a liderança dúbia dos Conselhos Mundial e Nacional de Igrejas, o Movimento Ecumênico tornou-se um alvo fácil para o fundamentalismo militante. Além da recusa continuada das doutrinas fundamentais da fé cristã, a longa lista de organizações e associações de frente comunistas dentro do CNI e o CMIC somaram novo fervor para as organizações fundamentalistas. Como resultado, durante os anos 1950 e os anos 1960, fundamentalistas de grande destaque, como o Dr. Carl McIntire, com o Conselho Americano de Igrejas Cristãs, Edgar Bundy, da Liga de Igrejas da América, e Billy James Hargis (mais tarde implicado em um escândalo sexual), da Cruzada Cristã, expuseram o ecumenismo e o comunismo do CNI e o CMIC tanto por meio das transmissões nacionais de rádio quanto de encontros patrióticos. "Eles enfocaram seus ataques no Conselho Nacional de Igrejas e no Conselho Mundial de Igrejas como 'apóstatas, anti-americanos, pró-comunistas e organizações eclesiásticas insurretas.'" Os esforços desses e de outros fundamentalistas, junto com a disposição conservadora geral do povo americano nos anos 1950, levou a outro êxodo em massa das principais denominações nos anos 1960. Isso tudo parecia sinalizar o fracasso do movimento ecumênico mas, em 1963, a cavalaria chegou para tentar resgatar os infiéis religiosos.

O Concílio Vaticano II

Por mais de 1400 anos a Igreja Católica Romana não foi apenas correta aos seus próprios olhos, mas também aos seus próprios olhos possuía infalibilidade absoluta. Ela reinava sobre os monarcas, sobre os ricos e sobre os pobres com mão de ferro. Independente da posição social, se as crenças pessoais de alguém eram inconsistentes com as da Igreja, as conseqüências eram ou prisão, ou tortura, ou morte na fogueira, ou tudo isso. A partir do ponto de vista da Igreja, não havia salvação à parte de Roma, nenhum cristianismo à parte de Roma, e nenhum espaço para discussão. Entretanto, em 1962, alguma coisa muito estranha ocorreu, e muitas das atitudes que prevaleciam por mais de um milênio subitamente desapareceram. O Concílio Vaticano I foi adiado em 1870 depois de estabelecer definições para a "doutrina" da infabilidade papal. O Concílio Vaticano II foi inaugurado em 11 de outubro de 1962 pelo papa João XXIII e encerrado em 8 de dezembro de 1965 por Paulo VI. Os decretos e declarações do Vaticano II sinalizaram uma mudança de paradigmas no pensamento católico que não apenas resultou em uma guerra civil cismática dentro das fileiras do catolicismo, mas também levantou sérias questões quanto à verdadeira origem das mudanças. A essência dessas mudanças começou em 1959, quando João XXIII convocou o Concílio "para completar o trabalho do Concílio Vaticano I". Em 1961, ele abriu um precedente histórico ao permitir que observadores católicos participassem oficialmente da Terceira Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas e também ofereceu lugares de honra aos observadores protestantes e ortodoxos em todas as sessões do Vaticano II. A bomba resultante, chamada de "Decretos do Ecumenismo", incluía os seguintes excertos: Todos que foram "justificados em fé no batismo" são membros do corpo de Cristo; todos têm o direito de serem chamados cristãos; os fiéis da Igreja Católica os chama de irmãos.

A Igreja Católica crê que as igrejas e comunidades separadas "são eficientes em alguns aspectos." O Espírito Santo faz uso dessas igrejas; elas são um meio de salvação para seus membros. Os católicos são encorajados a se unirem em atividade ecumênica e a se reunirem com cristãos não católicos em verdade e amor… Os católicos não devem ignorar seu dever para com os outros cristãos… mesmo assim… os católicos sinceramente acreditam que a sua é a Igreja de Cristo; tudo o que for necessário deve ser feito para que os outros claramente a reconheçam como a Igreja de Cristo. … os teólogos e outros católicos competentes devem estudar a história, os ensinos, e a liturgia de igrejas separadas… Em circunstâncias apropriadas, orações para a unidade devem ser feitas em conjunto com os cristãos não católicos…

… Diferenças importantes permanecem… mas… o fato é que os cristãos crêem na divindade de Cristo e no fato da reverência pela palavra de Deus revelada na Bíblia. Na causa do ecumenismo, o católico sempre deve permanecer verdadeiro à fé que recebeu... Os novos conceitos iniciados pelo papa João XXIII e pelo Vaticano II foram um afastamento radical da posição histórica da instituição Católica Romana. Sugerir que protestantes e ortodoxos eram cristãos, e ainda usar o termo "irmãos" estava em contradição completa com a doutrina católica tradicional. Os tradicionalistas dentro da Igreja Católica acusaram os autores dos documentos do Vaticano II de "favorecimento da filosofia moderna sobre a doutrina católica tradicional"; favorecimento do humanismo, do naturalismo e da evolução; recusando-se a condenar o socialismo e o comunismo; e fazendo acordos com a "Maçonaria", com o Conselho Mundial de Igrejas, e com "Moscou". O tempo provou que essas acusações estavam corretas, e alguns chegam a sugerir que o Vaticano II foi um afastamento tão radical do catolicismo estabelecido, que é possível considerar seriamente a possibilidade de um grande golpe no interior do Vaticano. Nas palavras do tradicionalista católico, R. P. Georges de Nantes: "No Concílio Vaticano II (1962-1965), dois homens apresentando-se como papas católicos, João XXIII e Paulo VI, lideraram o corpo inteiro de cardeais e bispos para fora da Igreja Católica e para dentro da seita Vaticano II…" Embora alguém possa se perguntar o que aconteceu para causar tal mudança radical, para os propósitos desta discussão, a resposta a essa pergunta é irrelevante. A questão importante agora é que exatamente quando o Movimento Ecumênico estava para ser sepultado, a Igreja Católica Romana apareceu em cena como o cavaleiro em armadura brilhante para resgatá-lo. Não apenas a Igreja de Roma abraçou os "irmãos separados", mas também iniciou novas estratégias para aumentar os esforços do ecumenismo. (Essas estratégias serão discutidas em capítulos subseqüentes.)

Conclusão

O século XIX testemunhou o assentar da fundação para os eventos das primeiras seis décadas do século XX. Por volta de 1965, o palco parecia armado para a aliança dos protestantes e católicos se unirem e formarem a Igreja Única Mundial. Os fundamentalistas nesse tempo estavam não apenas confusos com a batalha contra a aliança Modernista - Católica Romana, mas também encaravam a ameaça da Religião Orientada Para Resultados dos neo-evangélicos. Com o fundamentalismo empenhado na batalha em duas frentes, as mega-igrejas pareciam estar posicionadas para terminar a ameaça do fundamentalismo fragmentado. Entretanto, Deus tinha outros planos para a humanidade, e os eventos mundiais tomariam outro giro para lançar um grande ataque no coração do Movimento Ecumênico. A fé é uma "lei" ou "força", que pode ser ativada por qualquer pessoa - cristã ou não; A habilidade de realizar milagres, sinais e maravilhas é um talento intrínseco em nós; precisamos apenas aprender as técnicas para ativar as leis espirituais em que a fé está baseada; Deus está preso a essas leis espirituais, e deve responder a qualquer pessoa - mesmo aos seus piores inimigos - que usa tais conhecimentos;

Como "deuses" ("seres divinos"), temos o "direito divino" à saúde e à prosperidade; Jesus é o nosso "irmão mais velho", que dominou as leis espirituais da natureza e é, portanto, nosso exemplo para que façamos o mesmo; O homem pode se tornar espiritual e fisicamente perfeito quando aprende a dominar essas leis espirituais; O Reino de Deus será estabelecido na Terra quando um número suficiente de pessoas tiver se aperfeiçoado.

1901, Topeka, Kansas, Seminário Bíblico Betel, - Agnes Ozman recebeu o que chamou de "batismo no Espírito Santo" e falou em "línguas".

1906, Los Angeles, Califórnia - Igreja da Rua Azusa

Segunda Onda - Renovação Carismática:

1960 - O Movimento Carismático Moderno começou na Igreja Episcopal de São Marcos, Van Nuys, Califórnia.

1962 - O fenômeno da glossolalia explodiu na Universidade de Yale [2] entre os membros da evangélica Comunidade Cristã Intervarsity. Ela incluía episcopais, luteranos, presbiterianos, metodistas e um católico romano.

1967 - Spring Vacation - Trinta católicos zelosos da área de Notre Dame receberam o "batismo do Espírito Santo".

1974 - 30.000 católicos carismáticos realizaram uma conferência em Notre Dame.

1977 - Conferência Carismática em Kansas City, 50.000 participantes - quase metade deles eram católicos romanos.

1977 - A AP estima em 10 milhões o número de carismáticos nos Estados Unidos.

1983 - A edição de 18 de janeiro da revista Christianity Today informou que as Assembléias de Deus era a denominação que mais crescia nos Estados Unidos. Nessa época, ela tinha 1,7 milhão de membros e crescia rapidamente.

Terceira Onda - Movimento de Sinais e Maravilhas - enfatiza mais o dom de profecia e cura do que o de línguas:

1983 - "Terceira Onda" - termo cunhado por Peter Wagner: "… estamos agora na terceira onda. Vejo a terceira onda dos anos 80 como uma abertura dos evangélicos tradicionais e outros cristãos ao trabalho sobrenatural do Espírito Santo que os pentecostais e carismáticos experimentaram, mas sem se tornarem carismáticos ou pentecostais."

A Primeira Onda

A origem "oficial" do pentecostalismo moderno começou em 1901, no Colégio Bíblico Betel, em Topeka, Kansas, quando Charles Parham impôs as mãos sobre Agnes Ozman. Ela imediatamente começou a falar em "línguas". "Afirmou-se (apesar de que nunca foi confirmado com credibilidade) que ela falou em chinês durante três dias, incapaz de falar em inglês, e no segundo dia falou em boêmio. Logo, a maioria dos outros na escola estavam falando e cantando em 'línguas'… os jornais locais do dia descreveram o fênomeno como linguagem ininteligível… Em 1914, Charles Shumway procurou diligentemente por evidências para comprovar que as línguas dos primeiros pentecostais eram línguas reais, isto é, línguas conhecidas. Ele não conseguiu sequer uma pessoa para confirmar as afirmações…" Um dos aspectos mais interessantes dos eventos no Colégio Bíblico Betel foi a tentativa dos participantes de provar que suas "línguas" eram na verdade línguas faladas. Eles achavam que de acordo com a Palavra de Deus, o dom de "Falar em Línguas" era a habilidade que um indivíduo tinha de falar numa língua que lhe era desconhecida para comunicar o Evangelho na língua de quem estivesse ouvindo. Tal tentativa cessaria muito cedo, pois aqueles que "falavam em línguas" não conseguiam produzir nenhuma evidência de que aquelas assim chamadas línguas, não eram nada mais do que uma linguagem sem sentido e obscura. Assim, o incidente no Colégio Bíblico Betel era somente o precursor do que ainda estava por vir, a Primeira Onda Carismática começou com os cultos de avivamento na Missão da Rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia. Essa Missão era pastoreada por William Seymour, que cria na necessidade de "duas obras da graça" para a salvação, que a verdadeira igreja estava sendo restaurada em um milagroso reavivamento dos últimos tempos, e (apesar que ele mesmo nunca ter falado em línguas) fortemente argumentava que as línguas eram a evidência do recebimento do Espírito Santo. Seymour raramente pregava, mas ao invés disso ficava atrás do púlpito com um caixote vazio cobrindo sua cabeça. Os cultos na Missão da Rua Azusa eram "caracterizados por confusão, dança, pulos, quedas no chão, transes, quedas no espírito, línguas, contorções, histeria, sons estranhos, e risada santa… descrito como 'demonstrações selvagens e histéricas". Charles Parham, conhecido como o Pai do Pentecostalismo e presidente do referido Colégio Bíblico Betel, fez uma avaliação menos que satisfatória em sua visita à Missão da Rua Azusa, em 1906:

"Parham descreveu as 'línguas' de Azusa como 'confusas e inarticuladas, desenfreadas e exasperadas, falando absolutamente nenhuma língua existente'… De acordo com Parham, dois terços das pessoas que seguiam o pentecostalismo em seus dias foram 'ou hipnotizadas ou conduzidas à loucura (total falsa de senso)'… assim, o 'Pai do Pentecostalismo' rejeitou totalmente as reuniões da Rua Azusa como sendo uma imitação fraudulenta, manipulada e demoníaca, e mesmo assim praticamente todas as denominações pentecostais rastreiam suas origens a essas reuniões na Rua Azusa."A Primeira Onda continuou com aqueles que diziam ressuscitar os mortos (ninguém jamais provou isso), oravam sobre lenços, curavam os enfermos, caíam no espírito, garantiam prosperidade àqueles que contribuíssem com o ministério deles, e ainda desenvolviam o diálogo católico romano-pentecostal. Entretanto, os membros da Primeira Onda nunca receberam o respeito dos protestantes tradicionais ou da população em geral. O caráter moral de muitos de seus seguidores e líderes não ajudava muito. William Parham (o Pai do Pentecostalismo) foi removido do ministério depois de ser preso acusado de sodomia. William Branham profetizou falsamente que o arrebatamento ocorreria em 1977. Aimee McPherson (depois do divórcio e diversos relacionamentos amorosos) morreu de overdose. Kathryn Kuhlman envolveu-se romanticamente com um homem casado, com o qual se casou após ele se divorciar de sua mulher (posteriormente, ela se divorciou dele). Benny Hinn, um dos atuais líderes da Segunda Onda, afirma que o manto de Aimee McPherson caiu sobre Kathryn Kuhlman; e então foi passado dela para ele. De acordo com Benny Hinn:"… o dia virá, e digo isso a vocês, sei disso como sei meu nome, o dia virá em que não haverá nem um santo doente no corpo de Cristo. Ninguém ficará doente, ninguém será arrebatado de uma cadeira de rodas. Ninguém será arrebatado de uma cama de hospital. Todos vocês serão curados antes do arrebatamento."

A Segunda Onda e Seus Resultados
Os aspectos mais críticos do Movimento Carismático passarão completamente desapercebidos a menos que alguém pare para questionar os detalhes desse movimento. Essas perguntas se aplicam ao desenvolvimento do Pentecostalismo entre a Primeira e a Segunda

Entretanto, seriam apenas esses fatores capazes de servir de suporte para posições teológicas que há tempo tinham sido geralmente vistas como pertencentes a um segmento marginal e lunático dos "Bíblias"? O que faria um católico romano que tivesse sido criado em uma tradição de formalismo rígido interessar-se pelos atos extravagantes dos pentecostais? Como os batistas e os outros evangélicos poderiam ser atraídos às posições que foram tradicionalmente ensinadas como sendo descaradamente antibíblicas? Deve ter havido algo mais em ação aqui - algo quase como (Deus nos livre) uma conspiração. Mas quem ganharia com isso? E qual seria o resultado de tal conspiração?

Historicamente, a primeira organização que vem à mente junto com a palavra "conspiração" é a Ordem dos Illuminati. Para os propósitos desta discussão, a história do Iluminismo não será discutida em detalhes exceto para dizer que a Ordem dos Illuminati (organizada em 1776) ainda existe nos dias de hoje, e essa organização compreende aqueles que literalmente governam o mundo. Esses indivíduos tambem têm um plano proeminente para instituir um Governo Mundial Unificado e uma Religião Mundial Unificada. De fato, é essa mesma organização que tem em seu poder a chave não somente para essa questão, mas também para o entendimento da Religião Orientada Para Resultados. Um relato (não confirmado) de uma testemunha ocular revela que os Illuminati se infiltraram intencionalmente entre os pastores pentecostais em 1946. Por que a "Elite Globalista" se incomodaria em se infiltrar nessa ramificação marginal do cristianismo? Para achar a resposta, é necessário considerar cuidadosamente este cenário:

1906-------- Fundação oficial do pentecostalismo

1906-60-- Os pentecostais são geralmente vistos como um segmento marginal e lunático dos "Bíblias"

1946-------- Os pentecostais são intencionalmente infiltrados pelos agentes dos Illuminati

1960-------- Nascimento repentino da Segunda Onda do Movimento Carismático

1962-------- O Movimento da Glossolalia ocorre na Universidade de Yale. Nessa universidade está a sede da "Sociedade Caveira e Ossos" - o campo de treinamento dos Illuminati nos Estados Unidos. Esse fato suporta a hipótese que os membros da "Caveira e Ossos" possam ter se infiltrado facilmente na Comunidade Cristã Intervarsity, em Yale. O fato de que isso aconteceu em Yale é demais para ser apenas uma coincidência.

1960-63---- O Vaticano II foi conduzido por papas que repentinamente embraçaram os conceitos do Governo Mundial Unificado e da Religião Mundial Unificada. Católicos tradicionais admitem que o papado foi infiltrado pelos Illuminati. Como resultado do Vaticano II, o Movimento Ecumênico Católico foi lançado.

1963-67---- O fundamentalismo cristão continua em rápido crescimento e o Movimento Ecumênico católico fracassa.

1967-------- Trinta zelosos católicos de Notre Dame quebram a tradição e receberam o "batismo no Espírito Santo".

1973-------- 30.000 católicos carismáticos se reúnem em Notre Dame.

1977-------- A Conferência Carismática da cidade do Kansas atrai 50.000 pessoas - metade delas católicas.

1983-------- O fundamentalismo declina, as Assembléias de Deus são agora as igrejas que mais crescem no mundo, com mais de 10.000.000 de carismáticos nos Estados Unidos.

Desde 1983, os laços entre carismáticos, Roma e os evangélicos têm se estreitado cada dia mais. Isso é resultado de vários fatores:

O Movimento Salvemos Nossa Herança Cristã

O Movimento Salvemos Nossa Cultura

A Maioria Moral

A Coalizão Cristã

O Movimento Pró-Vida

O Documento Evangélicos e Católicos Juntos

Os Promise Keepers

A Iniciativa das Religiões Unidas

Enquanto alguns desses movimentos e organizações são realmente conservadores e bem-intencionados (outros não são nem conservadores e nem bem-intencionados), a trágica verdade é que essas "boas causas" fizeram vastas contribuições para enganar os verdadeiros cristãos a fim de abraçarem o Movimento Carismático, suportando assim a construção da Religião Mundial Unificada do Anticristo. Os fatos desse cenário exibem um chocante alerta para todos aqueles que estão dispostos a considerá-los até às conclusões lógicas:

Os Illuminati viram o potencial de manipular os pentecostais, e se infiltraram em grupos pentecostais logo após a Segunda Guerra Mundial.O papado foi infiltrado pelos Illuminati nos anos 50 (1950), e não somente resultou em diretrizes contrárias ao catolicismo tradicional por ocasião do Vaticano II, mas publicamente acolheu os objetivos dos Illuminati numa abrangente Religião Mundial Unificada.

Quando o Movimento Ecumênico fracassou, o solo fértil dos Illuminati na Universidade de Yale tornou-se um ninho de desova para os carismáticos católicos e protestantes. Aqueles que acham a sugestão de uma conspiração nesse cenário uma idéia execrável não estão enxergando a visão de longo prazo dos Illuminati dentro (e não entre) das linhas apresentadas anteriormente. O plano é criar uma Igreja Mundial Unificada debaixo da liderança do papado e a Bíblia confirma o sucesso final desse plano em Apocalipse 13 e 17. O ponto principal nesse caso é o ataque contínuo aos cristãos fundamentalistas, que se mantêm em oposição ao sucesso do plano. Entretanto, a calamidade do fundamentalismo e do evangelismo é encontrada na Religião Orientada Para Resultados, que produz crescimento da igreja em detrimento da doutrina. Esses métodos produzem membros que não têm a menor idéia no que creêm ou por que creêm. Tais soldados mal-equipados são presas fáceis nas batalhas espirituais que aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo no Espírito de Deus enfrentam. Esses membros de igreja que são produto da Religião Orientada Para Resultados são ainda enganado por causa da fama dos líderes carismáticos, que não podem ser criticados pelo fato de terem igrejas grandes e lotados templos. Este autor presenciou isso em primeira mão em uma Igreja Batista Independente. No culto de domingo à noite, um famoso pastor carismático do Brooklyn, em Nova York, estaria pregando em uma mensagem gravada em vídeo. O pastor local declarou, "Podemos discordar desse homem em alguns pontos doutrinários "menos importantes", mas ele tem uma grande igreja, de modo que deve estar fazendo alguma coisa certa!". Essa é a essência da Religião Orientada Para Resultados - O pastor, nesse exemplo, estava disposto a violar os mandamentos das Escrituras sobre separação por que achava que a congregação se beneficiaria com as instruções sobre "a igreja em crescimento" que aquele homem podia transmitir.

A Terceira Onda

A Terceira Onda do Movimento Carismático foi concebida no interior do Seminário Teológico Fuller, em Pasadena, na Califórnia, pelos professores de Crescimento de Igrejas Peter Wagner e o falecido John Wimber. Ambos lecionavam no curso "Sinais e Maravilhas e Crescimento de Igrejas", no Seminário de Pasadena. Evidentemente, eles nunca leram as palavras de Jesus quando disse: "Uma geração má e adúltera pede um sinal" [Mateus 16:11a]. Esses dois homens se tornaram os co-conspiradores em um plano de marketing para incitar o crescimento de igrejas por meio do livro de Wimber, "Evangelismo de Poder", que definia o conceito de poder do Reino e sua relação com o evangelismo. Wimber afirmou, "Os primeiros cristãos claramente tinham uma abertura ao poder do Espírito, o que resultou em sinais e maravilhas e crescimento da igreja." Essa afirmação pode ser escrita de forma analítica para definir a essência exata da teologia da Terceira Onda Carismática:

(Poder do Reino+Autoridade do Reino+Evangelismo do Reino) x (Sinais + Maravilhas) = Crescimento da Igreja

Essa equação tem mais complexidades intrínsecas do que os nossos olhos podem ver. Em primeiro lugar, qualquer referência a uma frase como "Poder do Reino" já deveria ser imediatamente um alerta vermelho a qualquer indivíduo que estuda a Palavra de Deus. Biblicamente falando, não existe "Poder do Reino" nesta era, e não importa quão constantemente essa ou frases semelhantes como "Autoridade do Reino" apareçam nos textos de Wimber ou nos modernos hinos de louvor (veja o hino, Majesty, de Jack Hayford), esse é um conceito antibíblico. Em suas observações editadas nas salas de aula do Seminário, Wimber empregava grosseiramente mal o conceito do Reino de Deus à igreja. Sua tese inteira baseava-se em uma falsa premissa que como a igreja é o Reino de Deus, seus membros devem exercer os sinais e maravilhas que Jesus operava. Ele foi tão longe que atacou a onisciência (como também a fundamental deidade de Jesus Cristo) quando declarou:

"Jesus frequentemente fazia perguntas sobre a necessidade de cura, indicando que

(a) embora algumas vezes recebesse palavras de conhecimento, outras vezes não as recebia, e

(b) queria ter seu foco exatamente no alvo."

Será que Wimber não percebeu que Jesus Cristo, quando andou aqui na Terra era Deus em carne? Será que não percebeu que Jesus Cristo era Deus, possuindo todos os atributos de Deus? A discrepância de que Jesus às vezes não tinha conhecimento de uma enfermidade e precisava de assistência do Espírito Santo é blasfêmia contra o Deus encarnado! No entanto, os métodos de crescimento da igreja nas aulas de Wimber e Wagner eram um exercício de Evangelismo do Reino, Princípios do Reino e Autoridade do Reino. Para que isso acontecesse o "Povo do Reino" deveria utilizar sua Autoridade do Reino para, entre outras coisas, "ressuscitar os mortos". Observe também a seguinte declaração de Wimber: "Deus usa nossas experiências para nos mostrar mais completamente o que ensina para nós nas Escrituras, muitas vezes derrubando ou alterando elementos de nossa teologia e da nossa cosmovisão." Se esse é o caso, todo cristão que já andou na face da Terra deveria escrever crônicas de suas experiências como apêndices à inspirada Palavra de Deus. Se nossas experiências alteram nossa teologia, isso não faz com que a Palavra de Deus esteja subordinada à experiência humana? De onde nossa teologia deve se originar? A única fonte para a verdadeira teologia está dentro das páginas da escrita e preservada Palavra de Deus. A teologia não deve vir de visões, sonhos ou experiências humanas. Ela é derivada apenas do ensino doutrinário encontrado na Palavra de Deus. Quando o clamor contra o curso de Wagner e Wimber no Seminário de Pasadena chegou ao ponto em que o curso foi cancelado (a despeito do fato de ser a maior classe do seminário), Wimber colocou sua teologia em ação e fundou a Comunidade Cristã Vineyard (Videira). As Comunidades Videira cresceram sob a liderança de Wimber para setecentas congregações no mundo inteiro, e tornaram-se o catalisador para a TERCEIRA ONDA do Movimento Carismático, que enfatizava os "sinais e maravilhas", sobre aqueles que no passado enfatizaram o falar em "línguas". O efeito torrencial do Movimento Videira incluiu a formação da organização do Promise Keepers (o fundador do Promise Keepers, Bill McCartney, é membro da Comunidade Videira, em Boulder, no Colorado, e os membros da Videira dominam o quadro dos PK) e o infame e sem base bíblica "Reavivamento do Riso", que varreu o mundo todo e foi originado na Comunidade Videira do Aeroporto, em Toronto, no Canadá. Embora Wimber tenha cortado relações com a Comunidade de Toronto por causa de extravagâncias como "o rugido do leão" em 1996, em 1995 a revista Charisma informou que em mais de 500 igrejas Videira nos Estados Unidos ocorria o fenômeno do Avivamento do Riso. A Comunidade Videira em Kansas City tornou-se a casa dos infames "Profetas de Kansas City", liderados por Paul Cain. Hank Hanegraaf relata:

"John Wimber, o fundador da Videira, acredita que Paul Cain é o principal profeta da Terceira Onda (ênfase adicionada)... que viria com sinais e maravilhas... nas palavras de Wimber, 'ele é muito parecido com Jeremias e com João Batista, separado antes do nascimento para o ministério que exerce agora.'"

A Teologia do Domínio

Um dos fios de ligação mais comuns que permeiam a teologia carismática de Seymour a Robertson é a idéia de que a verdadeira igreja está sendo restaurada (ou resconstruída) em um grande reavivamento dos últimos tempos. Parece que muitos, se não a maioria dos notáveis pregadores e evangelistas carismáticos acreditaram que foram chamados por Deus se não para iniciar, ou certamente para lançar tal reavivamento na criação erronêa de uma "coisa nova" baseando-se em Isaías 43:18-19 "Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo". Por exemplo, Alexander Dowie (que foi justamente o mentor de Charles Parham) proclamou-se "Elias, o Restaurador" e o "primeiro apóstolo da igreja dos últimos tempos". Embora o termo técnico para alguém que proclama tal coisa seja "paranóia esquizofrênica com mania de grandeza", proclamações desse tipo continuam nos círculos carismáticos até os dias de hoje. No momento que essa linha de pensamento alcançou o sistema da Videira, sob a liderança de John Wimber, os profetas da Videira estavam anunciando "que nos últimos dias o Senhor estaria restaurando ministérios quíntuplos, caracterizados por apóstolos, profetas, pastores, mestres e evangelistas para a igreja atual" para também iniciar um grande reavivamento no fim dos tempos. A questão então deve ser perguntada: Aonde tão grande reavivamento nos guiaria? Quando levado a conclusões lógicas, a resposta é muito simples. Se tivesse de haver tão grande reavivamento que afetaria a humanidade, não seria então a condição mundial mudada drasticamente? A lei secular não se tornaria a lei do próprio Deus? Não seriam os pastores a classe dominante a interpretar e estabelecer as leis de Deus? Isso não daria domínio à igreja de toda a humanidade? Isso não restauraria assim o sistema da Lei do Antigo Testamento como governante catalisador para iniciar uma nova era de paz e justiça? Isso não prepararia a Terra para sua apresentação a Jesus Cristo, para seu retorno físico e reinado? A resposta para todas essas perguntas é: SIM. Entretanto, essa linha de pensamento apresenta muitas barreiras bíblicas:

1. A origem de um "Reino Cristão" terreno governado por homens de carne e sangue não-ressurretos foi a fabricação do sistema católico romano. A Igreja de Roma era (e é) antimilenar - rejeita o reinado literal de mil anos de Cristo, e vê as referências ao Reino terreno de Deus como manisfestas em si mesma - A Igreja Católica Romana. Sendo assim, algumas denominações protestantes (por exemplo, a luterana) retiveram a idéia que a igreja é a manifestação do Reino de Deus.

2. Outros protestantes seguiram os ensinos de Knox e Calvino e alegorizaram as Escrituras proféticas dentro de um produto pós-milenar de suas imaginações. Essa visão pós-milenar conjecturava que o Reino Milenar de Deus era a igreja, e que os mil anos não eram anos literais, mas simbólicos. O sincretismo dessas posições errôneas conduzem ao conceito de que o Reino de Deus na Terra seria:

Representado pela verdadeira igreja.

A verdadeira igreja foi corrompida depois do primeiro século e entrou em um estado de semiletargia. A verdadeira igreja seria reconstruida nos últimos tempos, sob a liderança de um novo grupo de profetas e apóstolos, que se caracterizariam pela utilização dos sinais e maravilhas restaurados. Essa igreja reconstruída dos últimos tempos prepararia então a Terra para o Rei Jesus Cristo, que governaria o mundo.

4. Esse cenário requeriria que a igreja dos últimos tempos ganhasse o controle sobre toda a humanidade, tomando posse do controle do sistema jurídico. Isso requer um governo mundial, controlado pela igreja, funcionando como a entidade legislativa para toda a humanidade.

Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou de Domínio. Ela ensina que a igreja ou que os cristãos ganharão o controle do planeta antes da Segunda Vinda para tornar o mundo um lugar perfeito para o reinado de Jesus Cristo. Os assim-chamados profetas e apóstolos do reavivamento dos últimos tempos criariam uma força tão forte que todos na Terra se renderiam ao controle da igreja. Quando o dominionista Pat Robertson declarou que a organização dos Promise Keepers era um "direto cumprimento da profecia bíblica", estava fazendo referência ao fato de que sentia que os Promise Keepers eram um dos primeiros passos em direção ao domínio cristão na Terra.

Os membros da Igreja de Jesus Cristo devem se perguntar honestamente: "Como permitimos que isto nos acontecesse e onde foi que erramos tanto?" A profana e manipulada Guerra Cultural foi reconhecidamente perdida e houve uma óbvia inclinação à esquerda - na teologia, no estilo de vida, nas atitudes e nos valores - até mesmo nos círculos evangélicos e fundamentalistas. Na cena política, existem aqueles que se alegram por que muitos cristãos agora sentem que possuem um dos seus na politica e os seus representantes políticos dominam ambas as Casas de seus Congressos. No entanto, mesmo assim, as questões críticas diante das quais a nação se defronta não apenas continuam a descer a espiral moral, mas parece haver pouca ou nenhuma evidência de uma reviravolta nas tendências atuais. Existem aqueles, é claro, que ainda insistem que o mundo inteiro está diante de um grande reavivamento - existem alguns que até chegam o predizer que um novo e maciço exército de jovens cabeludos assumirá o voto de nazireu do Antigo Testamento e inspirará suas vidas no revolucionário original, Jesus Cristo. (Francamente, como um indivíduo que afirma ser um filho de Deus purificado em Seu sangue pode insinuar que o Deus encarnado foi um revolucionário está além de qualquer lógica, muito mais de qualquer possível compreensão erudita.) No entanto, essa atitude equivocada ocupa um grande espaço nos mesmos temas que ameaçam a igreja. Na análise final, o Seminário Teológico Fuller, a revista Christianity Today, os neo-evangélicos, os modernistas, carismáticos, reconstrucionistas e dominionistas devem ser sarcasticamente parabenizados. Eles conseguiram alinhar-se cegamente com as forças obscuras de Lúcifer (satanás) em um nível suficientemente sutil para seduzir toda a comunidade evangélica, dos fundamentalistas aos católicos carismáticos, e cair na armadilha que veio a caracterizar a religião orientada para resultados. Esse alinhamento com as forças luciferianas não ocorreu da noite para o dia. A transição foi tão sutil e gradual que pode ser comparada ao sapo que foi colocado no caldeirão de água e cozinhado lenta e mortalmente sem se dar conta. Nem ocorreu uma mudança de atitudes e valores em um cataclismo violento, catastrófico, destruidor ou transformador. As mudanças vieram à tona sutil, lenta, sistemática e intencionalmente. Sob o risco de uma análise histórica excessivamente longa, deve-se, no mínimo, examinar as metas e aspirações daqueles envolvidos diretamente com as forças luciferianas para alcançar uma compreensão minuciosa sobre o desejo não apenas por um novo paradigma político, mas também por aqueles que desejam uma "igreja do novo paradigma" que culminará na religião mundial única, tão sucintamente profetizada na Palavra de Deus. Inicialmente, deve-se entender que esse chamado por um novo paradigma político conhecido como a Nova Ordem Mundial está baseado primariamente nos antigos valores daqueles que sobreviveram ao Dilúvio de Noé e em seus desejos satanicamente inspirados de um retorno à civilização pagã que existia antes do Dilúvio. Esse movimento foi liderado pelo bisneto de Noé, Ninrode, que tentou abrir o portão para o controle demoníaco de toda a humanidade. (O relato de seu fracasso e da destruição de sua religião global estão registrados em Gênesis 11.) Naquele ponto, Deus interveio para dispersar os homens pela face da Terra, confundindo seus idiomas e preservando uma linhagem justa por meio da qual emergiria Jesus Cristo - o Redentor da humanidade perdida e sem condições de salvar a si mesma. (Essa ação de Deus também estabeleceu o fundamento para a estrutura política do estado-nação soberano que tem sido predominante desde a queda do Império Romano.) Após a derrota inicial de Lúcifer pela morte sacrifical de Cristo na cruz, as forças demoníacas assumiram então o desafio de atacar a Igreja, buscando destruir o legado da ressurreição e, em última instância, obter a vitória para o senhor das trevas. O relato bíblico dessa batalha pode certamente ser discutido ao longo de muitas páginas, mas os eventos começaram a ganhar um impacto exponencial no início do século XX. Em seu livro The Externalization Of The Hierarchy, a ocultista Alice Bailey (por meio da escrita automática) registrou as palavras do seu espírito-guia demoníaco, Mestre Djwahl Kuhl: "1934 marca o início da organização dos homens e mulheres… o trabalho grupal de uma nova ordem… com o progresso definido pelo serviço… a obra da Fraternidade… as Forças da Luz… e a partir da destruição de todas as culturas e civilizações existentes, a nova ordem mundial deverá ser construída." Mesmo antes de 1934, Alice Bailey certamente não tinha o monopólio dos poderes ocultistas. Um jovem pintor muito eloquente na Alemanha, discursando para as massas de cima dos barris de cerveja do lado de fora dos bares e usando os Protocolos dos Sábios de Sião como fonte de autoridade, proclamava: "A raça ariana é um salto no processo de evolução humana... para criar uma raça-raiz que viveria em novas condições no ambiente que seguiu à destruição da Atlântida (Nota: A veracidade da Atlântida de Platão é amplamente entendida como o mundo pré-diluviano real de Noé). Ensinada a respeitar e proteger a pureza de seu sangue. Sob o símbolo da "Roda Solar", ou Suástica, os novos iniciados assumirão a liderança... e se tornarão mediadores entre as massas e os elevados poderes invisíveis." Esse mesmo indíviduo, Adolph Hitler, proclamou mais tarde: "… com a noção de raça, o Nacional Socialismo (Nazismo) usará sua própria revolução para o estabelecimento de uma nova ordem mundial." Esses mesmos conceitos foram imitados nos EUA e na Grã-Bretanha pelo socialista fabiano e insigne autor H. G. Wells: "A organização disto que eu chamo de Conspiração Aberta... que irá, por fim, prover ensino e serviços públicos coercitivos e diretivos a todo o mundo, é a tarefa imediata diante de todas as pessoas racionais... um Estado-mundial planejado está surgindo em milhares de pontos... um 'estado global-coletivista', ou 'nova ordem mundial', composta pelas 'democracias socialistas'. ... o individualismo nacionalista... é a doença do mundo... A necessidade manifesta de um controle mundial coletivo para eliminar a beligerância e... a necessidade de um controle coletivo das vidas econômica e biológica da humanidade, são aspectos de um único e mesmo processo." Proponho que isso seja alcançado por meio de uma 'lei universal' e da propaganda (ou educação)." Com a Segunda Guerra Mundial surgindo no horizonte, os planos para um governo global aceleraram-se em um ritmo veloz. Conforme anunciou M. J. Bonn: "… o planejamento nacional significa anarquia internacional deliberada… Duvido que a ordem mundial de amanhã seja capitalista ou socialista. Ela provavelmente será as duas ou nenhuma... O gênio da História não marcha pelas eras no solene passo do ganso... Mas o tempo todo ele segue avançando, e a cada avanço um passo rumo à nova ordem mundial é dado." Percebe-se o perigo envolvido quando os líderes do sistema público de educação aderem ao cenário ocultista: "A Associação de Educação Progressiva, organizada por John Dewey (o infame pai da Educação Progressiva), em 1947 dirigiu-se aos professores da nação, clamando pelo 'estabelecimento de uma ordem mundial genuína'... uma ordem na qual a soberania nacional esteja subordinada à autoridade mundial... uma ordem na qual a 'cidadania do mundo' assuma, assim, ao menos um status igual à cidadania nacional... A tarefa é experimentar técnicas de aprendizado que visem um consenso social inteligente. Conforme a antiga ordem vai se desmoronando, e há uma nova e gratuita ordem lutando para nascer... Há uma febre de nacionalismo... mas o Estado-nação está se tornando menos e menos competente para exercer suas tarefas políticas internacionais... Essas são algumas das razões que estão nos pressionando para nos dirigirmos vigorosamente rumo à verdadeira construção de uma nova ordem mundial..." A essência desse sentimento despertou suspeitas até mesmo no Congresso dos EUA. Em 24 de abril de 1954, o deputado republicano Usher Burdick, do Nebraska, relatou ao Congresso: "Sr. Presidente da Casa, não há dúvida de que agora existem uma compreensão e um acordo amplamente difundidos realizados entre os agentes deste governo e as Nações Unidas e a Organização do Tratado do Atlântico Norte para construirem um governo mundial, e para tornarem as Nações Unidas uma parte dele - a despeito da nossa Constituição, das nossas leis e tradições... Isso será feito em nome da paz... mas resultará na destruição total das nossas liberdades. Os agentes que representam os EUA podem não estar tentando deliberadamente realizar esse trabalho desleal, mas o melhor que pode ser dito a respeito deles é que são uns tolos..." Nos anos 70, as coisas haviam se agravado progressivamente. Richard Gardner escreveu na Foreign Affairs, a publicação oficial do Conselho de Relações Exteriores (CFR): "Em resumo, a 'casa da ordem mundial' terá de ser construída de baixo para cima em vez de cima para baixo... um ponto final na soberania nacional, erodindo-a parte por parte, conseguirá muito mais do que o ataque frontal à moda antiga..." Em 1975, na Assembléia Legislativa dos EUA, 32 senadores e 92 deputados assinaram a "Declaração de Independência". O documento afirmava: "… precisamos nos unir a outros para trazer à tona a nova ordem mundial… Noções estreitas de soberania nacional não devem se interpor a essa obrigação." Em 1991, o presidente George H. Bush fez a seguinte declaração no discurso "O Estado da União": "… a crise no Golfo Pérsico oferece uma rara oportunidade para avançarmos rumo a um período histórico de cooperação. A partir destes tempos tumultuosos... uma nova ordem mundial poderá emergir..." Quando a administração Clinton passou a controlar a burocracia de Washington, a situação deteriorada tornou-se ainda pior. O subsecretário de Estado, Strobe Talbot, membro dos Federalistas Mundiais, fez a seguinte declaração alarmante: "No próximo século, as nações como as conhecemos agora, serão obsoletas. Todos os Estados reconhecerão uma única autoridade global. Talvez a soberania nacional não tenha sido uma idéia tão boa assim, afinal." A frase "nova ordem mundial" é geralmente interpretada pelo cidadão comum como um termo usado por fanáticos da direita que vivem sob uma constante e opressora névoa de paranóia incurável e fatal. Entretanto, os fatos provam exatamente o contrário: o uso dessa terminologia pelos indivíduos específicos supracitados (em suas próprias palavras) atesta que de fato existe uma hierarquia ocultista que está se esforçando para construir uma sociedade socialista utópica baseada nos mistérios pré-diluvianos de origem luciferiana. Acusar esses indivíduos de praticar a religião do satanismo pode ser algo muito extremo, mas identificar suas motivações como inspirações luciferianas é certamente qualquer coisa menos extremo. As demais frases destacadas, além de "nova ordem mundial", também indicam alguns pontos relevantes para discussão:

"Surgindo em milhares de pontos": Alice Bailey, em The Externalization Of The Hierarchy, usou pela primeira vez essa frase de H. G. Wells. Ela também repetiu essa frase em sua obra Discipleship In The New Age, como "a vida dedicada ao serviço", "pontos de luz ininterruptamente brilhantes", e novamente em The Externalization Of The Hierarchy, como as "Forças da Luz". A Lucis (Lúcifer) Trust, em sua publicação "Becoming Sunlike", reiterou esse conceito com a declaração: "Entre todos os que se identificam com este grupo, buscando cooperar com seu propósito e aliando seus pequenos pontos de luz, o novo grupo de servos mundiais cumprirá sua promessa e se tornará o portador da luz planetária da Era de Aquário, a tocha radiante a iluminar o caminho para uma humanidade carente." Essa mesma frase também foi repetida pelo presidente Bush em 1991 quando elogiou a Nova Ordem Mundial no discurso "O Estado da União": "O que está em jogo é mais do que um pequeno país, é uma grande idéia - uma nova ordem mundial... para atingir as aspirações universais da humanidade... baseada nos princípios compartilhados e no império da lei... a iluminação de milhares de pontos de luz... os ventos da mudança estão conosco..." Por que um presidente norte-americano usaria essa terminologia? Esses termos são elementos-chave da ideologia ocultista - serviço voluntário em milhares de pontos de modo a preservar e ampliar o grupo (sobrevivência da espécie) que resultará na nova ordem mundial. Se de fato deve haver um esforço para construir uma nova ordem mundial, ela deve substituir a antiga ordem mundial. Se a antiga ordem deve ser substituída, então os valores individuais devem se subordinar aos valores do grupo. Quando M. J. Bonn afirmou que o mundo de amanhã não será socialista nem capitalista, estava apenas confirmando a declaração de Wells de que sua Nova Ordem Mundial seria composta de "democracias socialistas". Esse conceito se torna ainda mais esclarecedor quando percebemos que as declarações feitas por personalidades como Al Gore, Bill Clinton, George Bush, George W. Bush, e muitas outras, que falam em "tornar o mundo seguro para a democracia", transformando o Iraque em uma "democracia", etc., não fazem referência ao fato de que essas novas "democracias" serão governadas da mesma maneira que são os EUA. Em primeiro lugar, é preciso entender a definição de democracia: "Uma democracia é quando dois lobos e uma ovelha decidem o que terão para o jantar."

Os Estados Unidos da América não são uma democracia - são uma república representativa. Em uma república representativa, a maioria governa por meio de seus representantes, mas os direitos da minoria são protegidos pelo Estado de Direito. (O Estado de Direito equivale à Justiça - não à tolerância pós-moderna como base dos padrões morais.) A república representativa está baseada no sistema econômico do capitalismo. No outro extremo do espectro está o comunismo, o sistema que deriva do socialismo marxista. Quando alguém utiliza a dialética hegeliana para sintetizar a democracia e o socialismo, a síntese resultante é exatamente aquilo que M. J. Bonn e H. G. Wells vislumbraram - uma democracia socialista. Uma democracia socialista, portanto, é um sistema por meio do qual a maioria governa buscando a distribuição eqüitativa da riqueza da nação. Por que a maioria governaria para o socialismo? Simples - em uma democracia socialista a maioria está sob a caridade do governo, e votará para manter tal governo intacto. Um governo desse tipo seria tirânico, e as liberdades individuais seriam voluntariamente sacrificadas pela maioria votante para manter o caminhão de mantimentos do governo passando diante da sua porta. Essas são as novas democracias de Clinton, Gore e Bush. "Nova Ordem Mundial": O conceito de uma Nova Ordem Mundial é bastante simples: o sistema político mundial deve ser revertido ao conceito de império mundial, abandonando o atual sistema de Estados-nação. Quando Strobe Talbot afirmou que "talvez a soberania nacional não tenha sido uma idéia tão boa assim, afinal ", estava falando de um sistema de federalismo mundial - um governo global. A Bíblia é muito clara quanto ao fato de que essa busca por uma Nova Ordem Mundial eventualmente acontecerá. A profecia de Daniel é bastante clara ao demonstrar que um governo mundial composto por dez reinos individuais será o sistema político do líder mundial - o Anticristo. Valores Comuns: Os Tijolos da Construção do Globalismo Se alguém ambiciona criar a unidade global na diversidade, que estratégia serviria para unificar aqueles que possuem histórias, religiões e culturas diferentes? A solução para essa questão é realmente muito simples (a implementação da solução não é tão simples, mas a solução em si é simples): buscar um terreno comum entre os que são diferentes e cultivá-lo. Uma vez que o terreno comum seja encontrado, construa sobre ele um sistema de valores comuns e, dessa forma, estabeleça a unidade. Assim que os valores comuns estiverem estabelecidos, aqueles cujos valores estiverem em oposição à maioria precisarão mudar (ou algo mais). O cerne da questão gira em torno do fato de que os valores globais estão em conflito direto não apenas com os cristãos fundamentalistas, mas também com as atitudes e valores daqueles que tornaram este país grandioso. Por exemplo, os valores básicos daqueles que forjaram uma nação a partir de uma terra selvagem estavam baseados no individualismo rude que exemplificava o "espírito pioneiro" daqueles indivíduos. De modo semelhante, a fé cristã também está baseada na salvação individual, na responsabilidade e na relação pessoal com o Deus Todo Poderoso. Em contraste, os valores do "novo paradigma" enfatizam o bem do grupo - não do indivíduo. É essa supervalorização do grupo copiada pelas organizações ocultistas e por outros globalistas que se infiltrou na psique das novas gerações. É esse mesmo sistema de valores de pensamento de grupo que sutilmente anuviou a igreja de Jesus Cristo e a maioria de seus membros nem sequer percebe o que aconteceu. Esses são aqueles que estão começando a se perguntar: "Como foi que isto aconteceu?" Entretanto, a maioria foi ludibriada a mudar suas atitudes a ponto de estar à beira do (ou ter mergulhado no) precipício de acolher a tolerância pós-moderna e rejeitar as verdades eternas da Palavra de Deus.

Embora o movimento por uma mudança de valores seja aparentemente político, ele irá, por fim, resultar em mudanças espirituais avassaladoras. O aspecto político tem sido abertamente exposto em diversas frentes. A publicação das Nações Unidas, "Our Global Neighborhood" (Nossa Vizinhança Global), faz apelo após apelo por novos valores que enfatizem a necessidade de se criar uma nova ética global: "A nova ordem mundial precisa ser organizada em torno da noção de governo da diversidade, não da uniformidade; governo da democracia, não do domínio... construídos sobre o fundamento da primazia dos valores de convivência global sobre o nacionalismo da discórdia..." O ex-premier russo Mikhail Gorbachev, falando como fundador do grupo ambientalista radical Green Cross, afirmou: "... o século XXI será um século de crise total... ou da regeneração humana..." Ele fez a seguinte afirmação em uma entrevista para uma organização ocultista chamada Instituto de Ciências Noéticas: "Hoje a humanidade está diante de uma escolha… precisamos encontrar um novo paradigma… que possa estar baseado em valores comuns… desenvolvido ao longo de muitos séculos... a busca por um novo paradigma deve ser a busca pela síntese, por aquilo que é comum e une as pessoas, os povos e as nações, em vez de aquilo que os divide." Observe que o "novo paradigma" sobre o qual ele fala evoca a dialética hegeliana exatamente da mesma maneira como fez H. G. Wells: a busca pela síntese - o terreno comum que une o grupo - e, dessa forma, toda a humanidade. Esse, mais uma vez, é o mesmo plano executado por Ninrode - o plano que o Deus Todo Poderoso rejeitou. A humanidade, sob a influência e a orientação diretas de Lúcifer, está buscando adorar e servir a criatura ao invés do Criador ao construir uma nova torre de Babel - a preciosa Nova Ordem Mundial. Outras organizações estão seguindo a mesma estratégia. Por exemplo, a Carta da Terra, dirigida pelo Dr. Stephen Rockefeller, afirma: "… uma declaração de princípios fundamentais… clarificando os valores humanos compartilhados e desenvolvendo uma nova ética global por um modo de vida sustentável... A Terra está em um momento decisivo... crescimento dramático da população... modelo de dominação da produção e do consumo... meio-ambiente em degradação... extinção maciça de espécies... pobreza... criminalidade... violência... Mudanças fundamentais em nossas atitudes, valores e modos de vida... reconhecemos a necessidade urgente de uma visão comum de valores básicos que garantirá uma fundamentação ética para a comunidade mundial emergente... afirmamos os seguintes princípios para o desenvolvimento sustentável..." Novamente, na Carta da Terra aparece o sistema de valores de pensamento de grupo. Um sistema de valores que estará baseado na nova tolerância e culminará numa visão de mundo pós-moderna - um sistema de valores que diminuirá a importância do indivíduo, das liberdades pessoais, da responsabilidade pessoal perante um Deus Todo Poderoso - tudo o que importa é o grupo. A tese da Carta da Terra é que a humanidade deve mudar seus valores ou enfrentar a destruição da Terra e a extinção da espécie humana. Como Wells afirmou, a humanidade deve avançar rumo à Era de Aquário - a era em que o homem perceberá que, de fato, é um deus. O que está em jogo aqui é um dos principais temas religiosos, pois esse movimento é tanto religioso quanto político. Esse fato é claramente evidenciado em muitas frentes. Como declara o documento "Nossa Vizinhança Global": "Precisamos de um conjunto de valores comuns e centrais ao redor do qual possamos unir os povos, a despeito de seus históricos culturais, políticos, religiosos..." Entretanto, se o objetivo é unir a humanidade com base em valores religiosos comuns, qual religião o mundo deve abraçar? A Boa Vontade Mundial, uma divisão da Lucis Trust, afirma: "… A preparação por homens e mulheres de boa vontade é necessária para introduzir novos valores de vida, novos padrões de comportamento, novas atitudes... de não-segregação e cooperação que conduzam a relações humanas adequadas e um mundo de paz. O vindouro Instrutor Mundial estará fundamentalmente preocupado com os requisitos para uma nova ordem mundial..." "... O Novo Grupo de Servos Mundiais... pode ser referido como a personificação do emergente Reino de Deus na Terra, mas deve-se lembrar que esse reino não é um reino cristão ou um governo terreal." Essa afirmação deve fazer gelar o sangue de qualquer um que esteja mesmo que apenas remotamente familiarizado com a profecia bíblica. A Lucis Trust e o Novo Grupo de Servos Mundiais estão, com toda a certeza, trabalhando em preparação para a vinda do governante mundial - nenhum outro senão o Anticristo. Além disso, a terminologia deles deve fazer qualquer cristão com discernimento tomar nota de todos os que falaram abertamente do chamado da Nova Ordem Mundial. Esses são os indivíduos que estão marchando segundo os tambores de Lúcifer, e preparando a Terra para o próprio Anticristo. A chave para as "novas atitudes de não-segregação e cooperação" está personificada no valor mais reverenciado do novo milênio - a tolerância. Cada aspecto dos valores alterados e das crenças alteradas da Nova Ordem Mundial pode ser resumido na total aceitação da nova tolerância. Para reiterar a definição da palavra "tolerância" foi modificada. No passado, a definição de tolerância estava baseada na valorização e no respeito às culturas, crenças, comportamentos e estilos de vida de um indivíduo, sem necessariamente aprovar ou participar dessas mesmas crenças e comportamentos. A tolerância diferenciava o próprio indivíduo do seu comportamento. Em termos claros, a tolerância costumava significar que alguém "tolerava aquilo de que não gostava ou do que discordava". Entretanto, os anos 90 introduziram uma nova definição pós-moderna de tolerância. A definição está baseada no conceito de que, já que toda verdade é relativa, existem muitas verdades diferentes. Além disso, nem uma verdade é superior a alguma outra verdade. Todas as verdades são iguais. Se todas as alegações de verdade são iguais, então todas as religiões são iguais. Se todas as religiões são iguais, então qualquer cristão que citar as palavras de Jesus Cristo: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" [João 14:6] está sendo preconceituoso e arrogante. Já que a nova tolerância permeia a cultura e o sistema jurídico, o cristão não terá o direito legal de propagar sua religião, cumprir a "grande comissão" ou até mesmo de expressar suas convicções.

Os Evangélicos e a Nova Ordem Mundial

Como o cristianismo chegou a este ponto? Como todo esse discurso da Nova Ordem Mundial e a nova tolerância se relacionam com o Movimento Carismático, o dominionismo, o Seminário Teológico Fuller ou a religião orientada para resultados? Qual possível correlação pode existir entre as facções ocultistas que regem este mundo e os evangélicos modernos? Os textos deste manuscrito detalharam o movimento do cristianismo conservador num contínuo desvio para a esquerda, e a igreja tem enfrentado uma batalha ininterrupta pela preservação da pureza desde o começo do século XX. Mal a busca pela verdade ganha força e outro ataque procura atingir o coração da verdade bíblica. Esses ataques se manifestam quando a igreja perde o foco de sua verdadeira missão e divaga em áreas fora dos mandamentos e preceitos das Escrituras. (A verdadeira missão da igreja é a edificação dos santos, alcançar os perdidos para Cristo e, subseqüentemente, educar esses convertidos para que atinjam a maturidade espiritual.) A grande tragédia da segunda metade do século XX e início do século XXI é o fato de que muitas das igrejas fiéis à Bíblia que foram organizadas em oposição e como resultado direto do Modernismo nos anos 60 e 70 estão agora sucumbindo ao neo-evangelicalismo e à religião orientada para resultados. A ascensão da religião orientada para resultados pode ser diretamente ligada à infusão dos valores mutáveis de pensamento de grupo do globalismo e da vindoura religião global. Na religião orientada para resultados, o foco torna-se o crescimento da igreja. Ao tornar o crescimento da igreja o resultado final, o foco da missão integral da igreja é subjugado ao ponto que aspectos críticos da missão da igreja são sacrificados, os ensinos doutrinários são minimizados, os padrões são ignorados para aumentar os números, e temas populares extra-bíblicos tornam-se o centro do dogma da igreja. Embora todos esses assuntos venham a ser discutidos em profundidade em capítulos subseqüentes, a falta de ensino doutrinário tem sido o principal catalisador a levar os evangélicos modernos à enganação. As seguintes estatísticas confirmam esse fato: 57% dos jovens que freqüentam a igreja não acreditam que exista um padrão objetivo de verdade;

53% daqueles que se identificam como cristãos conservadores não acreditam na verdade absoluta;

84% dos calouros de faculdades cristãs não são capazes de defender ou explicar suas crenças;

66% daqueles que dizem ser importante seguir os ensinos bíblicos rejeitam os absolutos morais.

Todas as doutrinas bíblicas dependem da doutrina da inspiração das Escrituras. Os que aceitam essa doutrina acreditam que a Bíblia é inerrante e infalível. Assim, para aceitar a doutrina da inspiração, deve-se sustentar que a Palavra de Deus é a verdade absoluta. Portanto, se "cristãos conservadores" adultos ou "jovens freqüentadores" rejeitam a verdade absoluta, estão na verdade rejeitando a Palavra de Deus. Por que tal indivíduo rejeitaria a verdade absoluta? Uma pessoa rejeitaria a verdade absoluta caso abraçasse o valor predominante do novo paradigma - a tolerância. Existem duas razões pelas quais alguém que se diz cristão abraçaria a tolerância pós-moderna: Esse indivíduo não aprendeu a doutrina da inspiração em sua igreja. O valor do pensamento de grupo da tolerância permeou sua psique ao ponto que esse indivíduo subordinou a verdade bíblica ao erro ocultista. O fato de 84% dos calouros de faculdades cristãs não serem capazes de defender ou explicar suas crenças é evidência incriminante de que a igreja não está ensinando doutrina aos jovens. O que as igrejas estão ensinando aos jovens? No caso da religião orientada para resultados, é inevitável concluir que as igrejas estão ensinando aquilo que atrai mais jovens ao grupo de jovens. Os marqueteiros condutores do crescimento da igreja dirão que a igreja deve ir de encontro às "necessidades sentidas" dos não-freqüentadores de modo a trazê-los ao redil. Esse é o caso tanto com os jovens quanto com os adultos. Ir de encontro às necessidades sentidas pode levar a animadoras sessões de terapia em grupo, mas não incluirá qualquer ensino de doutrinas. Dessa forma, esses jovens e adultos não têm idéia daquilo em que acreditam e jamais serão capazes de defender a fé. A experiência pessoal deste autor pode novamente ser utilizada nesta situação. Como membro de uma igreja batista independente, o pastor fez a seguinte declaração em referência ao programa da Escola Dominical da igreja:

"Em nossa Escola Dominical ofereceremos um currículo interessante que irá de encontro às necessidades dos participantes. Não perderemos tempo ensinando teologia entediante." Quantos outros pastores evangélicos acham que teologia é entediante? Se a teologia é rotulada como entediante por um pastor, quantos membros da igreja dele tomarão a iniciativa de estudar teologia em casa? Se nenhuma teologia for ensinada na igreja ou estudada em casa, como um membro dessa igreja conhecerá aquilo em que realmente crê? Se um indivíduo não conhece aquilo em que realmente crê (ou se um indivíduo não sabe por que crê naquilo que crê), esse indivíduo é um alvo fácil para a enganação. O antigo adágio certamente se aplica nesse caso: "Aquele que não se atém a alguma coisa cairá por qualquer coisa." O ministério orientado para resultados evita o ensino da doutrina por que a DOUTRINA DIVIDE. Mais do que isso, A DOUTRINA DIVIDE POR QUE A VERDADE DIVIDE. Dessa forma, aqueles que subjugam tudo ao crescimento da igreja desencorajam a ênfase no ensino da doutrina porque tal divisão atrapalha o crescimento exponencial. É nesse ponto que os "agentes da mudança" do novo paradigma causam um impacto maior na igreja. A ausência de ensino de doutrinas na igreja abriu a porta para aqueles que procuram mudar os valores cristãos em valores de pensamento de grupo do novo paradigma. O fato duro e frio da questão é que acolher o valor da nova tolerância acabará minando todas as facetas do ensino bíblico. Os perigos do novo paradigma são aumentados ainda mais por aqueles que foram influenciados pelo Movimento Carismático e pela Teologia do Domínio. As questões que surgem com aqueles que estão envolvidos no Movimento Carismático são a abertura para outra avenida de união com aqueles que rejeitam as doutrinas fundamentais da Palavra de Deus. Uma vez que alguém abrace a onda do "Movimento de Sinais e Maravilhas" (essa é a estratégia de marketing desenvolvida no Seminário Teológico Fuller por Peter Wagner e pelo falecido John Wimber) ou mesmo o falar em línguas, esse indivíduo tende a basear o ponto de camaradagem ou união em manifestações carismáticas, em vez de na pureza doutrinária. Isso é evidenciado pelo fato de pentecostais e católicos romanos se reunirem em conferências carismáticas, como a Conferência da Cidade de Kansas em 1977, onde 50% dos participantes eram católicos romanos. A Teologia do Domínio vai um passo além, pois ensina que a Igreja governará o mundo antes do retorno de Cristo. Já que a maioria dos que aceitam esse ensino desviante também abraça as manifestações carismáticas, a falsa união evidenciada nesse movimento prepara os envolvidos para a enganação da tolerância e do globalismo, como a manifestação do Domínio Cristão. Isso foi exemplificado pelo dominionista Pat Robertson em seus comentários a respeito da organização Promise Keepers. Robertson afirmou animadamente no Clube 700: "Os Promise Keepers são um cumprimento direto da profecia bíblica". Ao fazer essa afirmação, ele revelou no ato que fundamentalistas, evangélicos, mórmons e católicos romanos estavam todos se unindo em "nome de Jesus" e, assim, dando a oportunidade para grupos de diversas posições doutrinárias se unirem em torno daquilo que têm em comum. Obviamente, essa é a crença dos teólogos do Domínio. Para tornar as teorias dominionistas uma realidade, grupos distintos devem deixar de lado suas diferenças e se unirem em torno daquilo que têm em comum. Esse tipo de erro está preparando os carismáticos e os dominionistas para que caíam vítimas da enganação luciferiana dos valores e atitudes de pensamento de grupo que os levará a apoiar aquilo que todos os cristãos deveriam dogmaticamente rejeitar.

A Cosmovisão Pós-Moderna

O pós-modernismo não é nada mais que o sistema de valores reprocessado dos valores de pensamento de grupo ocultistas da Nova Ordem Mundial com as definições alteradas. Um artigo no sítio da Xenos Christian Fellowship traz exemplos da cosmovisão pós-moderna conforme evidenciados em diversas facetas da vida: Educação - Os professores não são mais transmissores de informação para as crianças, mas facilitadores à medida que as crianças constroem seu próprio conhecimento. Ciência - Muitos afirmam hoje que a Física prova que o mundo todo está interconectado, e alguns afirmam até mesmo que a Física Quântica mostra que o universo não é racional. A verdadeira ciência e a cultura ocidental também estão constantemente sob o ataque de Hollywood. Psicoterapia - Se o psicoterapeuta deve fazer um julgamento que resulte num melhor estado de espírito para o paciente, tendo em vista o pensamento pós-moderno, a questão é: "O que constitui um melhor estado de espírito?" Como um julgamento de valores desse tipo pode ser feito quando a realidade é construída na mente do paciente? Religião - A nova tolerância do pós-modernismo não permite o questionamento das visões religiosas dos outros. A única exceção é não apenas a permissão, mas o encorajamento à censura de qualquer religião arrogante o suficiente para pensar que conhece a verdade. História - Não olhamos mais para o que aconteceu na História. Aquilo jamais será conhecido e, além de tudo, a realidade de cada um era diferente na época, bem como agora. Na história cultural pós-moderna, cada grupo marginalizado teve sua própria experiência, sua própria realidade. O objetivo da história é dar voz às minorias silenciadas e marginalizadas. Literatura - O foco do significado literário passou do autor para o leitor, que produz ou constrói novos significados a partir do texto, como alguém que observa uma pintura.

Interpretação Bíblica - Deus não tem mais a autoridade na Sua Palavra. Agora, o leitor constrói o significado: "O que isso significa para mim?" - é a única coisa que podemos saber. Lei e Governo - As pessoas são o produto da sua cultura e apenas imaginam que se auto-governam. Toda lei é vista como um engenho político planejado para conter os pobres, as mulheres, as minorias ou aqueles que têm preferências sexuais alternativas. O pós-modernismo é o ápice do curso natural da história. É o clímax da progressão natural da história conforme a humanidade desce a ladeira escorregadia que leva ao reino do Anticristo. A enganação associada necessária para trazer essa filosofia fatal à tona lançará os cristãos imprudentes em um estado de completa ineficácia - se não de total desilusão. O Dr. Rod Bell respondeu à questão "Como chegamos a esta situação?" observando um cisma no fundamentalismo durante a década passada devido às seguintes razões: Pregação superficial no púlpito - com a ênfase alterada da pregação do púlpito para a promoção na Escola Dominical. Evangelismo super-agressivo - O fim justifica os meios, espetáculos paralelos, gigantes do ringue, táticas carnavalescas vulgares - dependentes da motivação exterior ao invés do motivador -, supermétodos de venda com abordagem positiva: essas filosofias produziram a "crença fácil". Separação de segundo grau - "Somos apenas tão fortes e duradouros quanto somos biblicamente separados da contemporização." Filosofia da imagem de sucesso. Ignorância nas Escrituras quanto à separação bíblica. Humanismo secular - "A igreja está seguindo as opiniões dos homens, não a Palavra de Deus." Rejeição do suporte às missões. Essas questões se tornaram os tijolos de uma igreja fraca - uma igreja sem substância nem estrutura. Essa é a igreja fadada à enganação. Quando um homem nasce de novo, ele não se torna misticamente imune à enganação. É a responsabilidade desse homem "sujeitar-se a Deus" (Tiago 4:7), estudando e prestando atenção aos preceitos da Palavra de Deus. Um cristão deve estudar para se estabelecer na Doutrina da Bíblia (2 Timóteo 2:15), pois somente a doutrina é a chave para discernir e combater a enganação. A igreja evangélica de hoje, sob a influência da religião orientada para resultados, está subordinando o ensino da doutrina aos assuntos sociais, ao desenvolvimento psicológico, à crise cultural, à adoração e ao louvor emocionalmente distorcidos e praticamente qualquer outro "ismo" pseudo-espiritual ou estudo imagináveis que apelem aos sentidos ou vão de encontro às necessidades sentidas para promover o crescimento da igreja. Esse curso de eventos produziu uma geração crescente de cristãos que não têm idéia daquilo em que crêem ou de como discernir a heresia. Como resultado, a tolerância pós-moderna dos novos paradigmas se incrustou na psique da igreja. É essa tolerância que arrastará a humanidade a uma Nova Ordem Mundial, a uma religião global e aos braços do Anticristo. A igreja de Jesus Cristo deveria posicionar-se de forma diametralmente oposta a qualquer indivíduo, grupo, filosofia ou movimento que promova ativamente a união ecumênica ou política que contribua de alguma forma para a construção da Nova Ordem Mundial. A igreja evangélica de hoje, porém, está descendo velozmente essa ladeira escorregadia. Nesse ritmo, "será apenas uma questão de tempo até que essa igreja moderna, tendo perdido sua mensagem, comprometido sua fé, confundido o sucesso numérico com as bênçãos de Deus, empluma, pois não restará nada que a sustente." "Aqui está "Aqui está a igreja - veja um magnífico e confortável edifício religioso. Abra as portas, ouça a ótima música Rock com letra religiosa, emocione-se com as belas apresentações dramáticas, experimente Deus nos nossos grupos de enriquecimento pessoal; ouça uma mensagem que eleve sua auto-estima e que mostre como se tornar um cristão lhe trará saúde, relacionamentos perfeitos e uma completa realização psicológica; e observe como a casa estará lotada de gente todos os domingos." Esse jogo está se tornando mais comum a cada nova semana, e milhares de pastores estão comprando livros de auto-ajuda e participando de conferências onde aprendem a metodologia do plano do "novo paradigma". A verdade é que o plano de jogo para a igreja do novo paradigma funciona. Ele pode não funcionar tão bem em todas as implementações, mas realmente funciona. Combinado com o curso de eventos delineados nos capítulos anteriores deste manuscrito, o pragmatismo religioso está varrendo o país e está influenciando aqueles que chamam a si mesmos de evangélicos e até os fundamentalistas para aceitarem e promoverem os homens, métodos e programas que levarão toda a humanidade à Religião do Mundo Global do Anticristo. Como se pode suspeitar, esses métodos e programas estão baseados nos desejos e caprichos da cultura popular em vez de na Palavra de Deus. Basicamente, para ostensivamente ganhar a guerra cultural e levar multidões a Cristo, a igreja evangélica está se identificando, está sendo editada e fazendo concessões à cultura popular. A culminância dessas forças rejeita o plano de Deus para a igreja local, conforme prescrito nas Escrituras, e cria em seu lugar a Religião os fatores ao longo da história que contribuíram para esta ascensão. Em resumo, toda a história da igreja foi caracterizada por múltiplos assaltos pelas forças luciferianas em sua tentativa de derrotar Deus. Esses assaltos ocorreram como emboscadas ao longo da margem do Rio da História, à medida que suas águas fluíram pelo paganismo, catolicismo, a Reforma Protestante e o modernismo, antes de chegar ao ponto atual da geografia cronológica. Além disso, fatores externos no curso da história secular e a paisagem política não somente exerceram influência, mas moldaram as atitudes e valores em preparação para a vindoura Religão do Mundo Global do Anticristo. Essa combinação de fatores contribuintes (especialmente desde a Segunda Guerra Mundial) está agora culminando na Religião Orientada Para Resultados. A apostasia da Religião Orientada Para Resultados não é tão facilmente detectável quanto a do modernismo e de outros ensinos claramente heréticos. O modernista nega abertamente (entre outras coisas) o nascimento virginal, o sacrifício expiatório de Jesus Cristo e a inerrância das Escrituras. Aqueles que se identificam com a Religião Orientada Para Resultados podem se opor à heresia do modernismo, mas estarão mais do que dispostos a contemporizar com os modernistas ou até ignorar os claros ensinos da Palavra de Deus para atingir seu propósito final - o crescimento exponencial da igreja.

O Modelo Bíblico Para a Igreja Local

Pode-se legitimamente perguntar, "Qual é o plano bíblico para a igreja local?" A resposta a essa pergunta pode ser encontrada em um único lugar - na inerrante, infalível e inspirada Palavra de Deus, e a busca pela resposta na verdade não é tão difícil. As epístolas de 1 e 2 Timóteo foram endereçadas a um jovem pastor, e Timóteo recebeu orientações relacionadas com os aspectos mais críticos do pastorado de uma igreja neotestamentária. Os princípios aplicáveis nessas epístolas são facilmente observáveis:

- O pastor deve estudar a Palavra de Deus [2 Timóteo 2:15]

- O pastor deve alimentar a congregação com a palavra da fé e da boa doutrina [1 Timóteo 4:6]

- O pastor deve manejar bem a palavra da verdade [2 Timóteo 2:15]

- O pastor deve pregar a palavra [2 Timóteo 4:2] - O pastor deve redargüir, repreender, e exortar os membros da igreja com doutrina [2 Timóteo 4:2]

- O pastor deve confiar o depósito da verdade a homens fiéis e idôneos, de modo a garantir a perpetuação dessa verdade para as gerações seguintes [2 Timóteo 2:2]

- O pastor deve utilizar a inspirada Palavra de Deus para ensinar a doutrina, para repreender, corrigir e instruir em toda a justiça [2 Timóteo 3:16]

A segunda fase da busca pela resposta deve ser conduzida pesquisando-se o livro de 1 Coríntios. Essa epístola foi escrita para lidar com problemas específicos que surgiram na igreja de Corinto. Esses problemas na igreja de Corinto são melhor identificados quando os membros das igrejas compreendem os seguintes princípios:
- A pregação da Palavra de Deus é loucura para os que perecem [2 Coríntios 1:18]

- Aprouve a Deus salvar aqueles que crêem pela loucura da pregação [1 Coríntios 1:21]

- Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias [1 Coríntios 1:27]

- O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus [1 Coríntios 2:14]

- A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus [1 Coríntios 3:19]

- Deus não é Deus de confusão [2 Coríntios 14:33]

- Os livros de 2 Coríntios e 2 Tessalonicenses adicionam o conceito da separação bíblica:
- O fiel cristão não deve se colocar em jugo desigual com os incrédulos [2 Coríntios 6:14]

- O fiel cristão deve se afastar de qualquer irmão que ande desordenadamente [2 Tessalonicenses 3:6]

Com base nesses princípios, o ensino da Palavra de Deus é muito claro:

Quando os cristãos se reúnem no Dia do Senhor, a ênfase da reunião deve ser a pregação da Palavra de Deus. Essa pregação, por sua vez, deve enfatizar a doutrina. Outras passagens tratam de outros aspectos da reunião, como o canto, a oração, a comunhão, mas a ênfase majoritária do Novo Testamento está na pregação. É pela pregação expositiva que a Palavra de Deus é apresentada, explicada e detalhada. Destarte, a pregação da Palavra de Deus dever ser o ponto focal do serviço de adoração e tal pregação deve "redargüir, repreender e exortar", conforme o apóstolo Paulo delineou para Timóteo. Dessa maneira, os fiéis são corrigidos, edificados e equipados para enfrentar as provações e tentações que encontram fora das paredes da igreja. Na epístola de 1 Coríntios, Paulo fala também dos descrentes que podem estar presentes nas reuniões da igreja. [1 Coríntios 14:23] Portanto, a reunião dos crentes não está fechada aos incrédulos, de modo que o evangelismo precisa ser um componente vital do serviço da igreja. Entretanto, o foco principal da igreja reunida deve estar direcionado para os salvos - não para os perdidos. É também desnecessário dizer que (falando com base nas Escrituras) a participação como membro da igreja está reservada unicamente àqueles que nasceram de novo. Qualquer "igreja" que receba em seu rol de membros indivíduos que rejeitam a fé salvadora em Jesus Cristo não é uma igreja neotestamentária. A verdadeira igreja precisa também (de acordo com 2 Coríntios 6:14-18 e 2 Tessalonicenses 3:6-16) separar-se de qualquer outra organização religiosa que negue as doutrinas fundamentais da fé, ou de quaisquer cristãos ou "organizações cristãs" que andem desordenadamente.

Se uma igreja subordina ou sintetiza o ensino das Escrituras aos métodos do homem, essa igreja cessa de ser uma verdadeira igreja. O processo de construir tal organização também cessa de ser um autêntico ministério e em seu lugar torna-se apenas um jogo religioso. Esse jogo não é para ser encarado com leviandade, pois envolve riscos mais elevados que qualquer outro jogo no mundo. Dependendo dos resultados desse jogo estão não somente as almas perdidas da geração atual e o crescimento espiritual dos membros das igrejas do novo paradigma, mas todo o legado do verdadeiro cristianismo. A Religião Orientada Para Resultados não se perpetuará. Quando a doutrina é colocada de lado como um ingrediente desnecessário ou um obstáculo ao crescimento da igreja, nenhum alicerce sólido é estabelecido - e a casa é construída sobre areias que se deslocam de forma violenta. O jogo pode realmente continuar em futuras gerações, mas todos os vestígios da verdade serão subseqüentemente perdidos com a passagem do tempo. Estamos na ultima hora ou minutos e o futuro do verdadeiro cristianismo bíblico está pendurado de forma precária por um mero fiapo da corda. Mais do que em qualquer outro tempo desde o primeiro século, aquilo que os indivíduos verdadeiramente nascidos de novo fizerem terá uma profunda diferença para o futuro do cristianismo. Além disso, se nada for feito, e se todos os verdadeiros cristãos continuarem a percorrer cegamente esse caminho precipitoso, estarão aqueles da geração seguinte, que chamarem a si mesmos de cristãos, preparados para um mundo movendo-se mais para perto da vinda do Anticristo? Serão os membros da igreja (ou os jogadores) da próxima geração verdadeiramente salvos, ou estarão totalmente enganados como resultado da falta de teologia, de doutrina e da pregação expositiva? E mais, o que a geração atual precisa fazer para trazer o navio de volta ao curso correto? Os cristãos de hoje que crêem na Bíblia compreendem o jogo, os jogadores, as novas definições, e as regras do jogo? A preparação para a guerra contra esse movimento precisa ser feita, e as batalhas precisam ser lutadas. Chegou a hora de os cristãos que crêem na Bíblia tirarem a cabeça da areia e se prepararem para fazer parar o rolo compressor da Religião Orientada Para Resultados. A Luta Contra a Religião Orientada Para Resultados

O modelo estereótipo do homem atual é o sujeito que senta-se diante de sua televisão toda tarde de sábado para assistir partidas de futebol. O "homem real" de hoje come, bebe e respira futebol, e qualquer macho da espécie que não faça a mesma coisa é considerado um frouxo, ou é conhecido por qualquer outro título depreciativo. Por outro lado, o estereótipo da esposa desse "homem real" é uma mulher que ignora totalmente o futebol. Ela não compreende o jogo, não tem vontade alguma de aprender o jogo, e detesta o início de cada novo campeonato. Entretanto, ocasionalmente, uma mulher decide que poderá se relacionar melhor com seu marido e passar mais tempo de qualidade com ele se aprender a gostar de futebol Essa tarefa não é fácil, pois ela está em uma desvantagem distinta. Ela nunca aprenderá o jogo fazendo perguntas ao marido - na mente do "homem real", futebol não é coisa para mulheres. Assim, para conseguir realizar essa tarefa gigantesca, ela precisa seguir a abordagem de entrar nesse território desconhecido em etapas. Ela precisa:

1) Aprender as definições antes de poder compreender as regras e, em seguida.

2) Aprender as regras e, finalmente, para realmente gastar tempo de qualidade - isto é, discutir os fatos cruciais, por exemplo, quais jogadores dos dois times são os melhores - ela precisa.

3) Aprender algo sobre os melhores atletas em campo.
O mesmo é verdade com relação aos cristãos bíblicos que estão se preparando para a batalha contra a Religião Orientada Para Resultados. Muitos membros das igrejas do novo paradigma sentem que algo está muito estranho, mas não sabem como colocar exatamente o dedo no problema. Embora eles possam sentir um vago senso de desconforto com o modo como as coisas estão sendo feitas na igreja, são lentamente puxados para dentro de uma rede de enganação. Mesmo se alguns resistem ao ponto de lutar contra a transformação da igreja, são abertamente colocados em ostracismo por "não apoiarem o pastor" ou por fazerem oposição à "obra de Deus" no ministério. Aqueles que fazem objeção alto demais são isolados ao ponto de serem totalmente marginalizados e não terem influência alguma para fazer parar o rolo compressor. Portanto, todos os crentes precisam ser instruídos sobre a metodologia da Religião Orientada Para Resultados, pois nenhuma igreja está imune a essa nova e enganosa forma de apostasia. É necessário conhecer as definições dos termos, conhecer as regras do jogo, e conhecer os líderes do movimento. Sem esse conhecimento, o combatente estará condenado ao fracasso e à derrota na batalha. Assim, cada uma das áreas será subseqüentemente detalhada para dar ao crente a artilharia necessária para ir à batalha. A Bíblia diz que o homem deve "procurar apresentar-se aprovado... que maneja bem a Palavra da Verdade..." A Bíblia também é clara que Deus fala aos seus filhos por meio de sua Palavra revelada. Os dias dos sonhos e visões (a despeito do ensino errôneo daqueles que estão envolvidos no Movimento Carismático) já passaram. [1 Coríntios 13] Entretanto, quando alguém defende o estilo sobre a substância no caso de uma igreja, está basicamente dizendo que o processo usado para fazer a igreja crescer é mais importante que o ensino doutrinário da igreja. O pastor Warren rejeita qualquer problema com essa metodologia perigosa declarando, "... o estilo de adorar que você tem diz mais sobre sua origem cultural do que sobre sua teologia." Se isso fosse verdade e se a cultura determinasse um estilo de adoração utilizando música Rock Acid, drogas e orgias - isso não implicaria em uma teologia furada? Essa ilustração pode ser absolutamente risível, mas claramente exibe os extremos que podem ser derivados da assim chamada abordagem "do novo paradigma" para o ministério. Em segundo lugar, a igreja do novo paradigma está intencionalmente projetada para rápido crescimento, pois o crescimento da igreja é o resultado desejado da Religião Orientada Para Resultados. Para alcançar esse objetivo, o projeto desse tipo de igreja baseia-se nos princípios da Administração de Empresas e nas pesquisas de mercado do Marketing. O problema que surge com essa metodologia é visto na revelação bíblica, "A palavra da cruz é loucura para os que perecem." [1 Coríntios 1:18] A Bíblia também ensina que o próprio Jesus Cristo é "uma pedra de tropeço e rocha de escândalo" [1 Pedro 2:8] Com base nessa aparente contradição, a pergunta precisa então ser feita, "Como então você coloca no mercado um produto que é tão ofensivo e louco?" A resposta é simples. Você precisa modificar o "apelo" do produto para distrair a percepção das pessoas de sua ofensa e loucura, de modo a atrair o público-alvo. Essas mudanças necessárias inevitavelmente resultam em um afastamento da Palavra de Deus e uma apostasia sorrateira que no final apagará o último traço de verdade em um período muito curto de tempo. Um aspecto final e muito preocupante do rótulo "novo paradigma" é o fato que o termo "paradigma" foi popularizado no fim dos anos 70 e início dos anos 80 por Marilyn Ferguson em seu livro "A Conspiração de Aquário". Esse livro foi outra obra de referência que caracterizou o trabalho interno do Movimento de Nova Era com o termo "Mudança de Paradigmas". A autora Ferguson afirmava que a nova espiritualidade produzida pelas filosofias de Nova Era eventualmente levaria a uma "massa crítica" na consciência humana para provocar uma grande Mudança de Paradigmas que iniciaria um novo nível de evolução do homo sapiens para o homo noeticus, o homem-deus. Equiparar Rick Warren com Marilyn Ferguson pode não parecer justo, mas algumas perguntas simples devem ser feitas: Por que um pastor batista utilizaria terminologia de Nova Era para descrever sua nova metodologia de crescimento de igreja? Deve qualquer cristão que crê na Bíblia utilizar qualquer tipo de terminologia que o equipare (justa ou injustamente) com aqueles que estão envolvidos com as práticas ocultistas? O senso comum não diria que tais comparações seriam feitas com a utilização dessa terminologia? Aqueles que estão envolvidos nas práticas ocultistas não veriam essa terminologia como um sinal que as coisas não são como realmente parecem no Movimento de Crescimento de Igrejas? Embora todas essas perguntas possam ser respondidas de uma maneira positiva, o simples uso dessa terminologia é no mínimo, desconcertante. OS SEM-IGREJA - Os indivíduos que não são membros ativos em alguma igreja são os "sem-igreja". Esses são os indivíduos que a Igreja do Novo Paradigma busca alcançar para obter o verdadeiro crescimento da igreja. O pastor Rick Warren está posicionando a Igreja da Comunidade de Saddleback como "uma igreja para os sem-igreja". Se alguém perguntasse novamente: "O que é uma verdadeira igreja?" A resposta seria a mesma - Uma verdadeira igreja é um corpo de crentes nascidos de novo reunidos para a adoração, comunhão, e para estarem equipados para o serviço. Uma vez que uma igreja aceite um único membro que negue a salvação pessoal em Jesus Cristo, essa organização cessa de ser uma verdadeira igreja. Como então pode uma igreja tornar-se "uma igreja para os sem-igreja?" A própria frase não é um oximoro? Quando isso acontece, a igreja não é nada mais do que um clube, e o ministério não é nada mais que um jogo. PREGAÇÃO EXPOSITIVA - A pregação expositiva é a pregação verso por verso da Palavra de Deus. Esse não somente tem sido o método de pregação utilizado pelos mais notáveis pregadores desde a Reforma Protestante, mas também o método dado pelo exemplo de Isaías no Antigo Testamento: "A quem, pois, se ensinaria o conhecimento? E a quem se daria a entender doutrina? Ao desmamado de leite, e ao arrancado dos seios? Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra, regra sobre regra, um pouco aqui, um pouco ali." [Isaías 28:9-10] PRAGMATISMO - O pragmatismo cristão é a filosofia que declara, "Se algo funciona, está funcionando como resultado direto das bênçãos de Deus." Embora esse seja certamente o caso em muitas situações, uma afirmação ampla e genérica desse tipo simplesmente não é verdade. Se fôssemos assumir que esse é o caso, a Igreja Católica Romana e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (os Mórmons) seriam as duas organizações mais abençoadas na face da Terra. O teste do ácido para qualquer organização religiosa é muito simples: Essa organização ou metodologia obedece aos princípios da Palavra de Deus? Se esses princípios são violados, o sucesso, crescimento, ou qualquer outra medida positiva da perspectiva humana são resultantes de outra fonte que não a "mão de Deus" nesses assim chamados ministérios. ADORAÇÃO - Esse é um termo que foi redefinido pela cultura moderna. No Antigo Testamento, a palavra hebraica traduzida como "adoração" é shachah. No Novo Testamento, a palavra grega que foi traduzida como "adoração" é proskuneo. Em ambos os casos, a definição dessas palavras é "prostrar-se em humilde homenagem". Isso simplesmente transmite o conceito que a verdadeira adoração a um Deus Santo envolve total submissão e humildade. Em contraste, parece hoje que a influência carismática naquilo que é percebido como adoração é olhar para o alto e erguer as mãos para Deus enquanto balança o corpo ao som da música Rock "cristã". Dan Lucarni, em seu livro "Why I Left The Contemporary Christian Music Movement" [Por Que Deixei o Movimento da Música Cristã Contemporânea], relata o seguinte testemunho de sua experiência pessoal: "Eu me lembro de quando primeiro mudei meu estilo pessoal de adoração de abaixar minha cabeça para olhar para o alto. Fui influenciado pelos carismáticos que oravam em uma das nossas reuniões de oração em toda a cidade. Lembro-me da sensação boa que ela me proporcionou que eu era pela primeira vez um participante na adoração com Deus, não um verme desprezível que tinha de se prostrar. Eu me senti melhor sobre mim mesmo" A conclusão é esta: Adorar a Deus não tem que ver com o adorador, mas com Deus. A adoração a Deus não objetiva fazer o adorador sentir-se melhor sobre si mesmo, mas a verdadeira adoração a um Deus Santo fará o adorador ver a si mesmo como ele realmente é diante da magnificente e incompreensível santidade de Deus. A verdadeira adoração não é acompanhada por música Rock que apela à carne. A verdadeira adoração envolve a submissão à verdade da Palavra de Deus. "A verdeiro coração de adoração é o coração que se inclina diante de Deus e se submete à sua Palavra, nada mais, nada menos." A adoração no novo paradigma é completamente o oposto do que acaba de ser descrito. Ela envolve a música carnal, de influência carismática, de olhar para cima para Deus, e fazer o adorador sentir-se bem consigo mesmo. Aqueles que promovem a Religião Orientada Para Resultados acham que os perdidos não têm problemas com Deus - eles têm problemas com a igreja local. Eles querem deixar o serviço da igreja "sentindo-se melhor consigo mesmos, em vez de serem chamados para o auto-exame, o arrependimento sincero, e a fé em um Deus santo". Portanto, o serviço precisa ser exatamente como descrito por Dan Lucarni - eles querem participar na adoração com Deus e elevar-se em uma pseudo-adoração carnal em vez de se humilhar na presença da santidade de Deus. SENSÍVEL AOS QUE PROCURAM - De acordo com os "especialistas em crescimento de igrejas", a população dos EUA está se tornando cada vez mais espiritual. A nova espiritualidade não é a espiritualidade coerente com os ensinos da Palavra de Deus, mas é mais uma busca interior por felicidade, realização verdadeira e propósito na vida. Os mesmos especialistas também revelam que o homem perdido sem-igreja mediano demostra interesse e amizade em relação a Deus, mas sente-se repelido pela igreja. Esse indivíduo então está buscando um caminho para Deus, mas quer evitar a igreja tradicional. Ele acha que a igreja é irrelevante e fracassou em atender às necessidades de seus membros. Ele acha que a igreja não pode relacionar-se com ele onde vive e, portanto, não consegue se sentir à vontade em um serviço da igreja. A despeito de todas as inibições criadas pela igreja, ele ainda está buscando a Deus e a paz interior resultante que encontrar Deus trará à sua vida. As conclusões naturais obtidas a partir desse dilema é uma condenação da igreja por aqueles que desejam um novo paradigma. Eles defendem a idéia que a falha não é do indivíduo que está buscando a Deus, e certamente não é do próprio Deus. Portanto, de acordo com os proponentes do novo paradigma, o velho modo de "fazer igreja" não serve para o homem moderno. O homem moderno está buscando realização e felicidade, mas aqueles que são rígidos no modo antigo de pensar estão, na realidade, condenando a cultura atual por meio de uma completa falta de identidade e empatia com o mundo desse homem moderno. Assim, há realmente a necessidade de um novo paradigma - um novo modo de pensar, e um novo modo de "fazer igreja" que seja sensível às necessidades daqueles que buscam a Deus. A igreja precisa se tornar "sensível aos que procuram", ou então esta geração atual será perdida. Em muitos modos, a igreja têm realmente falhado. A igreja falhou em cumprir a Grande Comissão. A igreja falhou em viver uma vida separada ao ponto em que os perdidos não podem ver Jesus Cristo exemplificado nas ações diárias da igreja. A igreja falhou em não estabelecer um padrão elevado de piedade. A igreja tornou-se tão distraída e enamorada com o mundo que é muito difícil discernir a maioria dos cristãos de seus vizinhos incrédulos. Os membros da igreja estão tão ocupados com seu emprego, com a família e com as atividades de lazer que não têm mais tempo para o Senhor. Sim, a igreja precisa mudar, mas essa mudança está longe de se tornar "sensível aos que procuram". Os membros da igreja de Jesus Cristo precisam obedecer as Escrituras. Em particular, os membros da igreja precisam obedecer ao mandamento "... sede santos porque eu sou santo." Esse é o mandamento mais repetido em toda a Palavra de Deus, porém a maioria dos cristãos o ignora completamente. A santidade pessoal é exemplificada por uma vida correta e separada. Se esse é o caso, os cristãos não devem se tornar como o mundo para ganhar o mundo. A abordagem "sensível aos que procuram" exige que o buscador sinta-se confortável quando vier à igreja. Como a igreja garante que o buscador sinta-se confortável? A igreja não deve ter bancos no estilo tradicional, nem parecer ser muito formal. Os buscadores são incentivados a "virem como estão". Não há um código específico de traje apropriado e o uso de roupas casuais é incentivado. Os trajes da equipe ministerial e do pastor também devem ser casuais. O recinto deve incluir os recursos mais modernos em vídeo e áudio. Produções dramáticas com temas espirituais devem ser usadas para sutilmente transmitir uma mensagem religiosa ou de conteúdo moral. A pregação sobre o pecado, sobre mortificar o velho homem e sobre examinar a si mesmo realmente deixaria o buscador em desconforto. Portanto, os sermões devem ser voltados mais para as aplicações da vida, a redução do estresse, em atender às necessidades sentidas, os relacionamentos diários, a educação de filhos, a auto-estima, e outros assuntos baseados mais na psicologia moderna do que no "Assim diz o SENHOR". A música tocada no serviço deve imitar o estilo musical que o buscador ouve diariamente em sua estação de rádio preferida. A Bíblia na tradução de João Ferreira de Almeida, versão Corrigida e Fiel (Bíblia da Reforma, equivalente à King James Version, em inglês) não deve ser usada, mas uma das várias traduções modernas, que deixarão o buscador mais à vontade. O buscador precisa ver que a mensagem da igreja é relevante para sua vida diária. O buscador precisa ver que o cristianismo funciona e que lhe trará resultados imediatos. A verdade da questão é que as respostas procuradas pelo buscador não são as respostas fornecidas na Palavra de Deus. Deus nunca promete ao crente (muito menos ao homem perdido) que ele viverá em perpétua felicidade. Sim, o crente recebe os frutos da alegria, mas a verdadeira alegria e felicidade humanas não são termos sinônimos. De uma perspectiva humana, a felicidade e realização que o buscador deseja tão fervorosamente podem não ter nenhuma conexão com Deus ou até com a realidade. Portanto, o único método pelo qual a igreja pode atender às necessidades percebidas do buscador é pela manipulação emocional e/ou pelo engano. Em outras palavras, a igreja precisa se conformar à cultura do buscador para tornar-se "sensível aos que procuram". A Palavra de Deus, porém, diz, ".. não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." [Tiago 4:4] Essa advertência das Escrituras exige a abordagem exatamente oposta para o ministério e, quando uma igreja desafia os mandamentos das Escrituras, essa igreja está simplesmente brincando com o jogo de igreja.

DOUTRINA - A doutrina é um ensino fundamental na fé cristã. Sem doutrina, não existe o verdadeiro cristianismo. Os fundamentalistas acreditam que para ser salvo, o indivíduo precisa aderir sem reservas aos fundamentos da fé. Embora existam pequenas variações nesses pontos, os básicos são os seguintes: "Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR" (Deuteronômio 6:4). "Deus é um" (Gálatas 3:20). Os Dez Mandamentos começam com, “Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3; Deuteronômio 5:7). Deus enfatizou este comando declarando que Ele é um Deus zeloso (Êxodo 20:5). Em Deuteronômio 32:39, Deus disse que não há nenhum outro deus com ele. Não há nenhum deus semelhante ao SENHOR e não há nenhum Deus ao lado d’Ele (II Samuel 7:22; I Crônicas 17:20). só Ele é Deus (Salmo 86:10). Há enfáticas declarações de Deus em Isaias.

"Antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu, sou o SENHOR; e fora de mim não há salvador" (Isaias 43:10-11).

"Eu sou o primeiro, e eu sou o último; e ao lado de mim não há nenhum Deus" (Isaias 44:6).

"Há outro Deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça" (Isaias 44:8).

"Eu sou o SENHOR que faço todas as coisas; que sozinho estendi os céus; e sozinho espraiei a terra " (Isaias 44:24).

Além de mim não há outro. Eu sou o SENHOR e não há nenhum outro" (Isaias 45:6).

Não há outro Deus senão eu; um Deus justo e Salvador; não há além de mim. Olhai para mim, e sede salvos, vós todos os termos da terra: porque eu sou Deus, e não há nenhum outro" (Isaias 45:21-22).

"Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; porque eu sou Deus, e não há nenhum outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim" (Isaias 46:9).

"Eu não darei minha glória a outrem" (Isaias 48:11; veja também Isaias 42:8).

“Ó SENHOR dos exércitos, Deus de Israel que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra, tu só fizestes os céus e a terra (Isaias 37:16)”.

Há somente um Deus que é o Criador e Pai da humanidade (Malaquias 2:10). Durante o Reinado do Milênio, haverá um só SENHOR com um só nome (Zacarias 14:9).

Em resumo, o Velho Testamento fala de Deus como sendo único. Muitas vezes a Bíblia chama Deus de o Santo de Israel (Salmo 71:22; 78:41; Isaias 1:4; 5:19; 5:24), mas nunca de " santo dois, santo três," ou " muitos santos."

Uma observação comum feita por alguns trinitarianos sobre a doutrina do Velho Testamento da unicidade de Deus é que Deus teria apenas pretendido dá ênfase à sua unicidade em oposição aos deuses pagãos, embora Ele ainda existisse como uma pluralidade. Porém, se esta conjetura fosse verdade, por que Deus não fez isto claro? Por que os judeus não entenderam uma teologia de " pessoas" mas insistiu em um monoteísmo absoluto? Nos deixe olhar para isto do ponto de vista de Deus. Suponha que Ele quis excluir qualquer crença na pluralidade da Divindade. Como Ele poderia fazer usando terminologia então-existente assim? Que palavras Ele poderia usar, fortes bastante, para comunicar sua mensagem ao seu povo? Pensando sobre isso, nós perceberemos que Ele usou a linguagem mais forte possível capaz de descrever a unicidade absoluta. Nos versos antes citados em Isaias, nós notamos o uso de palavras e frases como" nenhum, não há outro, nenhum semelhante, nenhum ao lado de mim, só, sozinho," e" um só." Seguramente, Deus não pôde fazer isto mais claro que não existe nenhuma pluralidade na Divindade. Em resumo, o Velho Testamento afirma que Deus é absolutamente um, em número. O Novo Testamento Ensina Que Não Há Senão Um Deus, Jesus ensinou enfaticamente Deuteronômio 6:4, chamando-o de primeiro de todos os mandamentos (Marcos 12:29-30). O Novo Testamento pressupõe o que ensina o Velho Testamento de que há um só Deus e explicitamente repete esta mensagem muitas vezes.

"Visto que Deus é um só o qual justificará" (Romanos 3:30).
“Não há senão um só Deus” (I Corintios 8:4).

"Para nós há um só Deus, o Pai" (I Corintios 8:6).

"Mas Deus é um" (Gálatas 3:20).

"Um só Deus e Pai de todos" (Efésios 4:6).

"Porquanto há um só Deus" (I Timóteo 2:5).

"Tu crês que há um só Deus; fazes bem: os demônios também acreditam, e tremem" (Tiago 2:19).

Novamente, a Bíblia chama Deus de o Santo (I Jo. 2:20). Há um trono no céu e apenas um sentado nele (Apocalipse 4:2). No Novo Testamento, mas os anteriores versos da Bíblia são suficientes para estabelecer que o Novo Testamento ensina que Deus é um. A inspiração das Escrituras (a Bíblia é a inerrante e infalível Palavra de Deus). Criação do homem por um ato direto de Deus. A encarnação, o nascimento virginal, a morte vicária, a ressurreição física e a ascensão de Jesus Cristo aos céus, e sua segunda vinda futura. O novo nascimento por meio da regeneração do Espírito Santo. A ressurreição dos santos para a vida eterna. A ressurreição dos perdidos para o julgamento final e a morte eterna. A comunhão dos santos, que são o corpo de Cristo. Esses conceitos formam o núcleo da verdade bíblica, e um verdadeiro crente permanecerá firme nessas verdades. Aqui está o grande problema. Muitos (se não a maioria) dos buscadores sem-igreja não afirmam várias dessas crenças. Como resultado, as igrejas do novo paradigma minimizam o ensino da doutrina, pois a doutrina não somente divide, mas a pregação expositiva da doutrina pode deixar o buscador de felicidade e realização em um desconforto tão grande que ele nunca retornará novamente para assistir os serviços da igreja. Além disso, sob o modelo do novo paradigma, uma igreja não pode esperar crescer com base na premissa que oferece a verdade para aqueles que a procuram. A cultura moderna está convencida que toda a verdade é relativa e que as afirmações de verdade de todas as religiões são iguais. Se todas as afirmações de verdade são realmente iguais, a afirmação de exclusividade para a verdade é uma definitiva deferência ao crescimento. Portanto, a visão doutrinária das igrejas do novo paradigma são editadas culturalmente para subordinar o ensino da doutrina às aplicações da vida, a atender às necessidades sentidas, os relacionamentos diários, a criação de filhos, a auto-estima e outros assuntos baseados mais na psicologia moderna do que em "Assim diz o SENHOR". PECADO - Bill Hybels, pastor sênior da Igreja da Comunidade de Willow Creek define pecado como "uma estratégia falha para obter realização" [12] Essa definição é muito parecida com a da ocultista Jean Houston, que descreve o pecado como "um comportamento não habilidoso". Ambas essas definições ficam aquém do retrato do pecado na Palavra de Deus. De acordo com as Escrituras, pecado é aquilo que afasta o indivíduo injusto de um Deus que é santo. A Bíblia descreve o pecado como um crime contra Deus pelo qual o pecador será condenado ao tormento eterno nas chamas do Inferno. O retrato que a Bíblia faz do pecado é muito mais vívido que a versão simplificada e espojosa de Bill Hybels e Jean Houston. Entretanto, a Palavra de Deus é verdadeira e toda tentativa de suavizar o pecado é um jogo que resultará em trágicas conseqüências. EVANGELISMO - Os proponentes da Igreja do Novo Paradigma não estão totalmente errados quando dão uma alta prioridade à Grande Comissão. Como afirmado anteriormente, a igreja falhou na obediência a essa ordem do próprio Jesus Cristo. Entretanto, aqueles que estão envolvidos na Religião Orientada Para Resultados não compreendem os verdadeiros propósitos e missão da igreja. A missão da igreja é a edificação e capacitação dos santos, alcançar os perdidos para Cristo e, subseqüentemente, nutrir esses convertidos para que alcancem a maturidade espiritual. O terceiro ponto dessa afirmação de missão poderia ser resumido como "evangelismo". O centro da questão vem à luz quando se percebe que a Igreja do Novo Paradigma transforma toda a missão da igreja em evangelismo e subjuga a edificação e a capacitação ao ponto da virtual eliminação. O ingrediente que falta nessa fórmula é a distinção da missão da "igreja reunida" e a missão da igreja "dispersa". Depois da santificação, o missão principal da igreja dispersa é o evangelismo - levar outros a Cristo. Entretanto, o evangelismo deve receber uma baixa prioridade quando a igreja está reunida. A igreja NÃO está ali reunida para o propósito de evangelismo, mas para a edificação, capacitação e fortalecimento de seus membros. Isso torna a afirmação de Rick Warren de "uma igreja para os sem-igreja" um total oxiúro. Qualquer organização para os sem-igreja não é uma igreja. Qualquer pastor que afirme liderar tal "igreja" está simplesmente brincando com o jogo da igreja. ESTRATÉGIA DE MARKETING - De acordo com o pensamento do novo paradigma, um pastor local deve empregar os princípios de marketing das grandes empresas para alcançar seu bairro ou cidade para Cristo. Rick Warren, por exemplo, identificou os profissionais urbanos de colarinho branco jovens e financeiramente estáveis como seu mercado-alvo. A Igreja da Comunidade de Saddleback foi então construída com as necessidades desse segmento em particular em vista. A chave para a estratégia de marketing não é a população particular visada mas, em vez disso, a identificação e desenvolvimento de uma estratégia para atender às necessidades sentidas daqueles que residem dentro dessa área demográfica. A conclusão é que "Se pudermos convencer as pessoas que Cristo morreu para atender às necessidades delas, elas se alinharão diante da porta da igreja para adquirir nosso produto." AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO - Aqueles que estão familiarizados com a Educação Orientada Para Resultados estão igualmente familiarizados com o termo "agente de transformação". Esse termo foi empregado por John Dewey e seus camaradas em sua tentativa de avançar as teorias da Educação Progressiva, que eventualmente foram implementadas na Educação Orientada para Resultados. Nessa situação, o professor da Escola Pública deve atuar como um agente de mudança para transformar o processo de pensamento dos alunos das crenças de seus pais para as "novas realidades" com as quais são confrontados no mundo moderno. De um modo similar, o pastor Bill Hybels, da Igreja da Comunidade de Willow Creek, vê a si mesmo como um motivador e um "agente de transformação" . A visão dele é como a de John Dewey. Ele precisa facilitar a mudança das antigas crenças para as novas crenças - de um modo antigo de pensar para um novo modo de pensar. O objetivo do agente de transformação é implementar uma mudança da mente sem que os indivíduos afetados percebam que uma mudança ocorreu. NECESSIDADES SENTIDAS - (O oposto das necessidades espirituais) Aliviar a dor, oferecer felicidade, realização, auto-estima. RELEVÂNCIA CULTURAL - A Igreja de Jesus Cristo é definida e recebe suas instruções da Palavra escrita de Deus. A Bíblia é muito concisa em sua avaliação que a igreja deve se manter separada e não contaminada pelo mundo: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." [1 João 2:15-17] "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." [Romanos 12:2] "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo." [Tiago 1:27]. Essas e outras escrituras traçam uma linha distinta de demarcação entre o cristão e o mundo. É esse argumento que levanta bandeiras vermelhas ao avaliar as estratégias de marketing do movimento do novo paradigma. Na busca por relevância para alcançar o resultado do crescimento da igreja, a cultura do mundo começou a definir a igreja em lugar da Palavra de Deus. O que então define a cultura moderna? Embora a cultura de hoje seja com toda a certeza multifacetada, existem aqueles que reportam que o mundo de hoje (e os EUA, em particular) é dirigido de uma "cosmovisão psicológica". Essa cosmovisão não apareceu magicamente do nada. Ela cresceu em existência ao longo dos últimos oitenta anos do século XX, concebida com a geração da Segunda Guerra Mundial. Diz-se que a geração da Segunda Guerra foi a "Grande Geração". Essa afirmação faz um certo sentido, pois os rapazes e moças que atingiram a maturidade no início dos anos 40 presumivelmente viveram em um tempo de sublevação sem precedentes. As crianças que nasceram logo após a Primeira Guerra Mundial foram as crianças dos prósperos "Anos 20", em que houve uma grande ascensão social. Entretanto, muitos testemunharam em uma idade bem tenra seu mundo desabar nas profundezas da Grande Depressão dos Anos 30. Em seguida, como se isso não bastasse, foram obrigados a entregar suas próprias vidas no solo de um país estrangeiro ou nas praias de alguma ilha distante. A afirmação da Bíblia - "A tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança" [Romanos 5:3-4] é certamente adequada a essa geração que experimentou uma grande dose de tribulação. Eles foram arrancados de uma vida de relativo conforto nos anos 20 para o "modo de sobreviência" na Grande Depressão. A mudança de lado para o modo de sobrevivência nem sempre é completamente negativa, pois o modo de sobrevivência (como afirmado em um capítulo anterior) tende a fazer as pessoas reavaliarem suas prioridades. Essa reavaliação levou muitas dessas pessoas jovens a Jesus Cristo e, como resultado, o fundamentalismo bíblico tornou-se imbuído na fibra moral de uma geração. Foi essa fibra moral que tornou-se a base para as atitudes e valores para a década mais amada em toda a história americana - os anos 50. Houve, entretanto, uma clara fraqueza na Geração da Segunda Guerra Mundial - a incapacidade de educar os filhos. Enquanto a Geração da Segunda Guerra estava alcançando o "Sonho Americano" de prosperidade material dos anos 50, seus filhos (chamados de Baby Boomers) estavam crescendo e se tornando a geração do Rock and Roll que se rebelaria abertamente contra a própria cultura que seus pais arriscaram a vida para preservar. Não que os pais dessa nova geração não tivessem suas culpas, pois não é necessário ter um diploma em astrofísica para ver em retrospecto as causas para a rebelião dos anos 60. A década dos protestos contra a guerra, dos levantes raciais, da revolução sexual, e da cultura das drogas podem ser pelo menos rastreadas aos pais que cresceram com poucos bens materiais durante a Grande Depressão e queriam que seus filhos tivessem mais - mais oportunidades, mais coisas, mais diversão. Assim, a geração dos Baby Boomers desenvolveu uma total obsessão pela auto-gratificação. À medida que essa geração teve seus próprios filhos, essa nova geração (chamada de Geração X) queria todos os benefícios materiais do Papai e da Mamãe - e queriam tudo imediatamente. O padrão agora está se repetindo com a geração mais nova - a Geração Y. Portanto, o materialismo dos Baby Boomers aumentou dramaticamente nas duas gerações sucessivas, e a paisagem cultural resultante consiste de três gerações cujas principais prioridades são o crescimento, a satisfação e a glorificação da pessoa que eles vêem no espelho. Assim, as três gerações que formam a sociedade do mundo ocidental hoje podem muito bem ser coletivamente rotuladas como as Gerações do EU. O que há para mim? Como posso me sentir melhor comigo mesmo? Tudo o que importa sou EU e ninguém mais. Ao dizer que a cultura está preocupada com o EU, existem diversos aspectos de agradar o EU que precisam ser explorados. Um membro da geração do EU pode ser alcançado por meio dos seguintes métodos: Solucione os problemas dele atendendo às suas necessidades. Ajude-o a alcançar seus objetivos

Construa seu ego Mantenha-o entretido e satisfeito Os três primeiros aspectos podem ser tratados utilizando-se os instrumentos da psicologia moderna ou por meio da manipulação emocional. O aspecto do entretenimento e da satisfação é o mais fácil, por que existem muitos indivíduos talentosos que estão muito ansiosos para exibir seus talentos para qualquer público que esteja disposto a assistir. Adaptar o equilíbrio desses métodos nos serviços da igreja requer somente uma mudança na filosofia da verdadeira adoração para a gratificação da carne. Subitamente, Deus torna-se mais uma "fada madrinha dos contos infantis" que o Deus das Escrituras. Como resultado, a igreja torna-se subitamente relevante para o indivíduo dessa geração do EU, mas será se essa igreja continua sendo uma verdadeira igreja? Evidentemente, tais questionamentos no novo paradigma de hoje são irrelevantes, pois o resultado já foi alcançado - o crescimento exponencial da igreja. PSICOLOGIA CRISTÃ - John MacArthur diz que o termo "Psicologia Cristã" é um oximoro. Ele está absolutamente correto nessa avaliação. Não existe essa coisa de psicologia cristã. O que a Psicologia ensina está diametralmente em oposição aos ensinos das Escrituras. Esses princípios são como segue: A Psicologia está centrada no homem; a Palavra de Deus está centrada em Deus. O objetivo da Psicologia é a felicidade do indivíduo; a Palavra de Deus não garante felicidade a nenhum indivíduo. A Psicologia ensina que todas as coisas na vida (incluindo Deus) tornam-se meios para um fim - a felicidade da pessoa. A Psicologia ensina que a natureza humana é basicamente boa; a Bíblia ensina exatamente o contrário.

A Psicologia ensina o relativismo, as respostas estão dentro de você mesmo, e as soluções para os problemas estão no passado - Novamente, a Palavra de Deus rejeita tudo isso. A despeito do fato de a comunidade evangélica ter sido na verdade tomada de assalto pela Psicologia, a igreja do novo paradigma usa a Psicologia como seu foco principal. Essa utilização é encontrada tanto no "aconselhamento cristão" e como base para os sermões no púlpito. Os perigos envolvidos nesses métodos tornam-se evidentes quando 1) A terapia é aceita como um aspecto necessário do ministério e 2) Os líderes da igreja começam a descrever as categorias psicológicas como princípios bíblicos. Nesse ponto, os perigos ocultos do jogo de igreja são revelados. A nova geração reconhecerá os ensinos das Escrituras? Ou irão Freud, Jung e Rogers definir os padrões para a igreja do futuro? MÚSICA CRISTÃ CONTEMPORÂNEA - Rick Warren é taxativo em dizer que a música na Igreja da Comunidade de Saddleback é o estilo de música que seus membros ouvem no rádio. Como resultado, o serviço da sua igreja assemelha-se mais a um programa de variedades de Hollywood do que a uma reunião de adoração a Deus. O pastor Warren não deve receber todo o crédito (ou, mais precisamente, toda a culpa) por essa tendência. O movimento da Música Cristã Contemporânea surgiu no fim dos anos 60 com o Movimento Jesus. (Foi a partir das raízes do Movimento Jesus que o pastor Bill Hybels, da Igreja da Comunidade de Willow Creek, cresceu.) Uma análise mais detalhada da música será feita em um capítulo posterior, mas para os propósitos da definição, alguns pontos básicos e avaliações são relacionados aqui: Os estilos musicais não são amorais - existem letras morais e imorais. Quando palavras religiosas são colocadas no lugar de letras imorais, os resultados não são morais

A Música Cristã Contemporânea é fortemente influenciada pelo Movimento Carismático. Portanto, muitos dos assim chamados coros de louvor cantados nas igrejas que se opõem aos ensinos carismáticos estão proclamando exatamente os mesmos ensinos carismáticos. Uma igreja não deve fazer concessões na área da música como forma de atrair as multidões. Esta música ensina teologia sólida? Esta música exorta a uma vida correta? Esta múscia adora a Deus em verdade?

O EVANGELHO - O evangelho de Jesus Cristo, conforme ensinado nas Escrituras, não é complicado. Ele é simplesmente as boas novas da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo para realizar a redenção da humanidade. Em seu livro "This Little Church Went to Market", Gary Gilley explica que o evangelho na Palavra de Deus lida com:O problema do pecado - A necessidade de justificação. É loucura para aqueles que perecem. O evangelho também reverencia a cruz, pois na cruz os crentes compreendem que: A cruz mostra aos homens que precisam morrer para si mesmos e viver para Cristo. A cruz condena por causa do pecado. A cruz destrói a confiança na carne. Entretanto, sob o plano do novo paradigma, o evangelho foi redefinido: Libera da baixa auto-estima. Liberta do vazio e da solidão. É um modo de realização e motivação. Um modo de receber os desejos do nosso coração. Um modo de satisfazer às nossas necessidades. Os efeitos da cruz também foram redefinidos. A visão da cruz sob o novo paradigma é como segue: A cruz oferece entretenimento. A cruz diverte. A cruz encoraja a confiança na carne. Em resumo, a verdade do evangelho está sendo erodida pelos jogos de igreja do novo paradigma e, assim, o impacto sobre o verdadeiro cristianismo é potencialmente catastrófico. Tudo isso nos leva a pensar se a pergunta de Jesus Cristo, "Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?", foi retórica, ou se com a passagem do tempo terá uma resposta óbvia. Mas o padrão de Deus para a santidade entre Seu povo é muito mais elevado do que o que somos levados a acreditar em nossas igrejas. Ele quer um corpo purificado, uma noiva santa - lavada e limpa pelo Seu sangue derramado. Cultos para buscadores que trazem o mundo para Seus locais sagrados flexibilizam Seus propósitos revelados. Assim como as amizades baseadas no consenso entre crentes e incrédulos, entre Sua pureza e a vulgaridade do mundo. Na igreja primitiva, o julgamento de Deus espalhou "grande temor". A comunidade ao redor mostrou dois tipos de respostas típicas. Enquanto o "povo tinha-os em grande estima", apenas aqueles a quem Deus estava trazendo a Si foram acrescentados à igreja. "Dos outros, porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles." Isso não se assemelha em nada com as atuais estratégias de marketing, não é? O problema não é que o pastor Warren tenha deixado de lado "o temor de Deus". Ele não poderia ensinar todas as instruções de Deus em um único livro. O problema é a falta de equilíbrio. Enfatizando a alegria de Deus "para cada detalhe de sua vida" durante todo o livro, ao mesmo tempo em que raramente menciona a ira de Deus, Seu santo padrão ou julgamento, ele virtualmente nega a parte menos confortante da natureza de Deus. Embora o amor de Deus seja incondicional, Suas promessas não são. A maioria está ligada - freqüentemente na mesma passagem em que aparecem - a especificações e condições para seu cumprimento. Mas essas condições e instruções são geralmente deixadas de fora. Da forma que são apresentadas no livro, muitas promessas de Deus para aqueles que - por Sua graça e Espírito - O seguem, se tornam, ao invés disto, universais e incondicionais afirmativas para todos os que lêem o livro. Não há necessidade de se entristecer pelos nossos pecados, de tremer diante de Sua Palavra, ou de arrepender-se de nossa dependência ao emocionalismo contemporâneo, pois todos estão bem diante daquele que ama a todos "apaixonadamente" da maneira como somos. Mas Deus nos chama a conhecer e seguir Seus caminhos, não os nossos - a negar-nos a nós mesmos e mortificar a natureza carnal. Em nossa fraqueza, Ele nos capacitará! Nosso objetivo deve ser Seu objetivo: sermos santos como Ele é santo. O pastor Warren afirma essa verdade, mas suavizando a revelação de Deus sobre Si mesmo e sobre Seus caminhos, ele distorce nosso entendimento sobre a santidade. Trivializando a autoridade da Palavra de Deus, ele desvia nossa compreensão do elevado padrão de Deus para nossas vidas Nele. Finalmente, quando cita (de várias formas diferentes) as promessas de Deus, ao mesmo tempo em que ignora Suas advertências, ele cria presunção e não uma fé obediente e genuína. Muitos leitores provavelmente nem irão saber o que obedecer! Eles não encontrarão respostas quando se voltarem para as questões para discussão no fim do livro. Essas questões foram criadas para se encaixarem ao processo do consenso da atualidade. Esse processo para conformar os indivíduos às visões do grupo, envolve instruções como: Não ofenda ninguém tomando uma posição inflexível para com a verdade ou fatos. Não use expressões como "eu sei" ou "eu creio". Ao invés disso, use expressões como "eu acho" ou "eu sinto" ,que mostram sua prontidão em flexibilizar e desviar suas visões para correspondam ao consenso do grupo. Demonstre respeito e apreço por todas as posições, mesmo por aquelas que entram em contradição com a Bíblia. A maioria das questões se encaixa nesse padrão. Subjetivas e abertas, elas evocam opiniões baseadas em sentimentos, não nas verdades bíblicas. Algumas das questões implicam respostas que se encaixam mais nos ideais comunitários da atualidade do que na verdade. Como esperado, as duas primeiras perguntas começam com "Na sua opinião..." e "O que você sente..." Nenhuma delas coloca a Bíblia como ponto de referência. Nenhuma delas encoraja o leitor a buscar respostas que venham da Palavra de Deus. O resultado natural desse diálogo confortável e baseado em relacionamentos é uma síntese grupal de várias opiniões. No fim, todos se sentem bem consigo mesmos, uns com os outros e com Deus - não importando a maneira como Ele pode ser representado. Nenhum preço a pagar, nenhuma negação de si mesmo, nenhuma separação, nenhuma ofensa! O cristianismo pós-moderno se encaixa perfeitamente no sistema mundial em transformação. Lembre-se, os caminhos de Deus não são os nossos caminhos! Ele é o soberano rei do universo! Para conhecê-Lo e seguí-Lo, precisamos encher nossas mentes com Sua verdadeira Palavra, não com interpretações populares ou afirmações grupais de pensamento positivo. "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. ... Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. Quem não me ama não guarda as minhas palavras..." [João 14:21-24]. Unidade e Comunidade. O pastor Warren parece enfatizar um modelo que reflete a visão comunitária de Peter Drucker e a visão de Nova Era do Dr. Bernie Siegel da comunidade terapêutica. Veja a Nota no fim deste artigo Essa nova forma de fazer igreja (baseada em estratégias de marketing, em relacionamentos humanos e na diversidade grupal) está transformando as igrejas em todo o mundo de acordo com um plano específico. Os cristãos "tradicionais" - aqueles que amam a Palavra de Deus e buscam amizades baseadas na unidade do Espírito e não no consenso humano - irão deixar suas igrejas em transformação ou serão convidados a sair. Eles não se enquadram mais! Como se posicionam inflexivelmente nos absolutos bíblicos, bloqueiam a transformação planejada e atrapalham a necessária "unidade na diversidade": um novo tipo de comunhão, não em Cristo, mas por meio do diálogo conjunto entre cristãos e não-cristãos, em direção a um consenso global em evolução. Transformação: Rick Warren promete: "Os próximos 40 dias irão transformar sua vida." Em muitas mentes pós-modernas, essa transformação tem pouco que ver com o renascimento por meio do Espírito de Deus. Dentro do Movimento de Crescimento de Igrejas, a palavra "transformação" freqüentemente se refere a pessoas e igrejas sendo conformadas à nova visão "relacional" de "comunidade". Essa mudança usa as mais recentes estratégias psicosociais e tecnologias intrusivas para medir a mudança e a complacência individual com a "visão" estabelecida. Em breve iniciaremos um glossário de termos utilizados pelos atuais e autoproclamados "agentes de transformação" que liderarão o processo de mudança na igreja. [Leia o artigo A Infiltração Ocultista na Igreja Cristã Visando Destrui-la a Partir de Dentro] Dons espirituais. O pastor Warren diz: "Comece avaliando seus dons e habilidades. Analise de forma demorada e honesta em que você é bom e em que não é. ... Peça às outras pessoas uma opinião ... Os dons espirituais e as habilidades naturais são sempre confirmados pelos outros". Para validar sua opinião, ele cita Romanos 12:3b (Phillips). [1, pg 216] Embora a tradução de Phillips (Cartas Para Hoje) possa aparentemente confirmar sua conclusão, as traduções padrão não confirmam. Elas nos dizem para guardar-nos das visões exageradas sobre nós mesmos (orgulho) - um pecado oculto, encorajado pela ênfase atual na auto-estima, na afirmação mútua e na relutância de falar as verdades que parecem ofensivas. As versões padrão também não apóiam a noção contemporânea de os dons espirituais poderem ser identificados, testados ou medidos de acordo com nossas habilidades naturais ou opiniões subjetivas. Deus concede dons sobrenaturais! Se nós, Suas ovelhas, ouvirmos Sua voz e tivermos fé para seguirmos Sua direção pessoal, certamente saberemos onde podemos melhor serví-lo e dar-Lhe toda a glória. "Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um." [Romanos 12:3] "Porque pela graça, que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um. [Romanos 12:3] "Por isso, pela graça que me foi dada digo a todos vocês: Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu. [Romanos 12:3] "Procurem fazer um juízo correto de suas capacidades." Romanos [12:3b]. Deus freqüentemente nos concede dons espirituais que têm pouco ou nada que ver com nossas habilidades naturais, para que possamos serví-lo mesmo em nossas fraquezas em vez com nossas forças. Isso foi o que Ele me ensinou. Escrever e falar era difícil e extremamente doloroso para mim, quando Deus me chamou para anunciar Seu evangelho para as crianças. Sendo tímida, calada e introvertida, aprendi a depender unicamente Dele. Ao longo dos anos, meu maravilhoso Pastor provou Sua fidelidade repetidamente, de maneiras maravilhosas. Paulo disse: "E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder; para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus." [1 Coríntios 2:1-5]. A Bíblia nos adverte sobre um "tipo" de música ou costume que serve ao paganismo: "No mesmo instante em que todos os povos ouviram o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério e de toda a espécie de música, prostraram-se todos os povos, nações e línguas, e adoraram a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado." [Daniel 3:7]. A lei moral de Deus não pode salvar-nos nem dar a força necessária para obedecermos suas instruções. Mas ela nos oferece um padrão sobre o que é certo ou errado - e isso, nos ajuda a entender a santidade, justiça, misericórdia e graça de Deus. Muitos afirmam esta crença: "O pecado é uma parte normal da vida, e sou tão bom quanto todo mundo - talvez um pouco melhor. Além disso, Deus me ama como sou." Mesmo que essa afirmação seja, em parte, verdadeira, é também enganosa. A essência do caráter de Deus não é apenas o amor. É também justiça inflexível, santidade indescritível e retidão perfeita. Sem informações corretas sobre Deus, não podemos conhecê-Lo nem segui-Lo. "Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR Deus de vossos pais vos dá. Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR vosso Deus, que eu vos mando." [Deuteronômio 4:1-2] Veja Também: Deuteronômio 12:32; Provérbios 30:5-6 e Apocalipse 22:18-19. "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente." [1 Coríntios 2:14]. Se você for novo na fé cristã, se recebeu recentemente Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, está entusiasmado com sua nova experiência. Isso é saudável e bom. Os anjos de Deus também estão estusiasmados. Jesus disse, "Há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende." [Lucas 15:10]. Portanto, como um novo cristão, é muito importante que reconheça sua necessidade pessoal de crescer diariamente na vida espiritual. Para tornar-se uma pessoa forte e espiritual, você precisa seguir as "regras de treinamento" encontradas na Palavra de Deus. Existem seis regras básicas que encontramos sobre o crescimento espiritual:
1. Alimente-se da Palavra de Deus Diariamente:

Somos projeto e criação de Deus; portanto, ele nos compreende perfeitamente. Conhece todas nossas necessidades. Sabe das nossas dúvidas, temores e fraquezas. É por este motivo que nos deu sua Santa Palavra. Estudando a Palavra de Deus, aprendemos a compreender a nós mesmos. As tendências pecaminosas da natureza humana são expostas com clareza e somos advertidos a fugir daquilo que contamina e afasta o homem de Deus. "De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra." [Salmos 119:9] Leia também Salmos 19:7-11.
A Palavra de Deus nutre o espírito do homem. O apóstolo Pedro a compara ao leite em 1 Pedro 2:2, "Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação." Do mesmo modo como a criança precisa do leite para matar a fome, o cristão deve sentir fome pela Palavra de Deus. Quando você tem "fome e sede" [Mateus 5:6] pela Palavra de Deus, e alimenta-se periodicamente dela, o resultado será seu crescimento espiritual!
Mas você pode dizer, "Reconheço que meu apetite pela Palavra de Deus não é como deveria ser. Como faço para despertá-lo?"
Examine sua atitude com relação à Palavra. Você já entregou sua vida à autoridade da Palavra? Reconhece sua necessidade de olhar para o espelho de Deus e ver aquelas coisas que de outra forma não veria? Crê realmente que a Palavra de Deus é viva e eficaz, e poderosa... [Hebreus 4:12] e que pode transformar sua vida? Já passou tempo suficiente com a Palavra de Deus para ficar verdadeiramente satisfeito? Ou está se alimentando em outras fontes e apenas "beliscando" na Palavra de Deus?
Exercite fé verdadeira ao ler a Palavra. Creia que Deus esteja falando a você de uma maneira muito pessoal. Reivindique as promessas feitas a você pessoalmente [quando você atender às condições]. Seja diligente e zeloso em buscar as "gemas" que estão abaixo da superfície. Tenha a certeza de que quanto mais você cavar, mais preciosas serão as gemas que encontrará. Procure as prescrições de Deus para suas necessidades diárias, e depois aplique-as na sua vida cotidiana.
Uma alimentação adequada na Palavra de Deus não somente o guardará da morte espiritual, como também o capacitará a "suportar as dificuldades", como um bom soldado de Jesus Cristo" [2 Timóteo 2:3] Ao lutar contra a tentação, use "a espada do Espírito", que é a palavra de Deus" [Efésios 6:17]. Jesus exemplificou o uso dessa arma quando foi tentado no deserto pelo Diabo. [Mateus 4:1-11].
Além disso, um estudo pessoal da Palavra é essencial para ser "santificado e útil ao seu possuidor e preparado para toda boa obra" [2 Timóteo 2:21]. Se você deseja trabalhar para o Senhor, então estude para "apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." [2 Timóteo 2:15]
Agora, vamos considerar alguns pontos práticos que podem ajudá-lo na leitura e meditação na Bíblia. Se possível, escolha um horário e um local onde possa estar a sós com Deus, livre de interrupções. Certifique-se de estar mentalmente alerta e desligado das outras responsabilidades. Encare esse tempo como um compromisso seu com Deus e dê-lhe a prioridade apropriada. Gaste tempo suficiente para receber uma bênção real. Medite naquilo que você recebeu e compartilhe com outros sempre que tiver oportunidade durante o dia.
2. Preencha sua Vida com a Oração e o Louvor:

Quando você medita nas Escrituras, Deus está falando com você. Quando ora ou louva, está expressando seus pensamentos e desejos a Deus. A oração e o louvor estão intimamente relacionados. A oração sempre deve incluir louvor a Deus por sua grandeza, seu amor, sua misericórdia, e assim por diante. O louvor sempre deve ser proferido em uma atitude de oração reverente. Juntos, produzem um espírito de adoração que você deve manter o tempo todo. É assim que podemos cumprir as recomendações em 1 Tessalonicenses 5:16-18, que diz, "Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco."
Para manter o espírito de devoção durante todo o dia, você precisa começar o dia com oração privada e pessoal. Se Jesus, o divino Filho de Deus, achou necessário passar muito tempo em oração particular, quanto mais deveríamos nós sentir a necessidade de passar tempo em oração particular com Deus! Os relatos bíblicos indicam que grandes homens e mulheres de Deus tornaram-se grandes por dedicarem muito tempo à oração.
Quando você preencher sua vida com oração e louvor, logo descobrirá o valor e a recompensa da oração. Que bênção quando aprendemos a lançar sobre o Senhor todas as nossas ansiedades [1 Pedro 5:7] e deixá-las ao seu cuidado! Que consolação tem o nosso coração quando pedimos com fé, crendo que Deus é "poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos" [Efésios 3:20]! Que privilégio e alegria termos um relacionamento de filho com o Pai perfeito [Romanos 8:15]!
3. Comunhão com os Verdadeiros Crentes:

O salmista escreveu "Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos." [Salmos 119:63]. Provérbios 13:20 diz. "Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau." Essa Escritura diz que ficaremos iguais às companhias que tivermos. Encontramos advertências similares no Novo Testamento. O apóstolo Paulo disse aos coríntios, "Não vos enganeis, as más conversações corrompem os bons costumes." [1 Coríntios 15:33]. Ou, em outras palavras, as más companhias corrompem a boa moral. Em sua segunda carta, Paulo disse aos coríntios, "Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? ou que comunhão da luz com as trevas?" [2 Coríntios 6:14] Essa Escritura ensina claramente que um filho de Deus não pertence à companhia dos infiéis. Isso significa que talvez você tenha que cortar algumas de suas amizades e fazer novos amigos.

O melhor lugar para encontrar o tipo certo de amizades é em uma igreja fundamentada na Bíblia. Se você ainda não está em comunhão com uma igreja local assim, precisa encontrar uma. Não ache que você não precisa se identificar com uma igreja organizada. Esse é um dos argumentos modernos que Satanás está usando. Um cristão sem uma igreja é como uma criança sem um lar. Algo muito importante está faltando.
Quando você encontrar uma igreja corretamente fundamentada na Bíblia, dê-lhe seu total apoio. Compareça regularmente aos serviços e envolva-se nas atividades espirituais da congregação. Submeta-se aos padrões e costumes da igreja [ela certamente terá alguns].
As bênçãos espirituais do relacionamento com um corpo de outros fiéis não pode ser comparado aos valores terreais. Compartilhar as ordenanças; as expressões de amor fraternal; uma perfeita confiança um no outro; uma disposição de compartilhar e ajudar nos tempos de dificuldade; o aconselhamento e a admoestação fraternal -- tudo isso é parte de uma comunidade cristã calorosa e espiritual. Como cristão, você certamente precisa dessa comunhão.
4. Abandone os Prazeres Pecaminosos Deste Mundo:

Para fazer isso, você precisa compreender corretamente o relacionamento do cristão com este mundo pecaminoso. O apóstolo João escreveu, "Não ameis o mundo, nem as cousas que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente." [1 João 2:15-17] Esta Escritura, bem como muitas outras, diz-nos que o mundo está cheio do mal e da impiedade. Satanás é quem está na regência deste mundo. Ele é o espírito que trabalha contra Deus, produzindo as impiedades e o pecado que nos rodeia. [Efésios 2:2]
Alguns dos prazeres deste mundo podem parecer inocentes e inofensivos, mas um exame mais atento revelará que segui-los é o início de uma caminhada que leva o homem para longe de Deus. Servir aos prazeres do mundo é tentar gratificar a carne. Entretanto, nossa natureza pecaminosa nunca se satisfaz na indulgência; ela simplesmente quererá mais e mais e isso acaba afundando a pessoa em pecados cada vez maiores.
A resposta da Bíblia é: Crucifique a carne. "Os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências." [Gálatas 5:24] "Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis." [Romanos 8:13] Precisamos dizer não a todos os desejos pecaminosos. Qualquer envolvimento com os prazeres sensuais deste mundo certamente trará morte espiritual. Como um filho de Deus, você é chamado para uma vida de pureza e santidade.
5. Enfrente Toda a Oposição Com o Escudo da Fé:

Oposição? Sim. Muitas Escrituras falam da experiência cristã como uma guerra e uma batalha contra o inimigo de nossas almas. Satanás está determinado a ganhá-lo de volta, de modo que você deve se preparar para a batalha. Satanás tem muitas ciladas, esquemas e estratagemas diferentes que usa para alcançar seus propósitos. Uma das suas armas mais eficientes é o desânimo. O Diabo sabe que se conseguir nos levar ao desânimo, provavelmente tiraremos nossa armadura. Assim, seremos um alvo fácil para ele. Alguns de seus ardis para nos levar ao desânimo são a dúvida, a preocupação e o medo.
Outro esquema de Satanás é enviar a zombaria. Ele sabe que todos queremos ser aceitos em um grupo social, de forma que envia escarnecedores para zombar de nós. Ele pode até mesmo usar seus familiares, colegas de trabalho ou qualquer outra pessoa. E eles terão muitas coisas para escarnecer, pois somos novas criaturas em Cristo Jesus [2 Coríntios 5:17].
Um dos ardis mais antigos de Satanás e que ele ainda usa muito é a sedução; ele faz o pecado parecer atraente e apelativo; procura despertar as paixões carnais que estão dentro de nós; esconde as conseqüências do pecado dos nossos olhos e diz, "Vá em frente, aproveite. Todo mundo faz isso." Mas essa é uma das muitas mentiras do Diabo. O final é remorso e vergonha. A sedução nada mais é que o engano do pecado. Essa é uma tentação muito comum para a qual você deve estar vigilante.
Mas, graças a Deus, que nos dá as condições de sermos vitoriosos nessa batalha. Paulo, um dos maiores expoentes da fé cristã, brindou-nos com estas palavras: "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do Diabo ... embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno." [Veja Efésios 6:10-18] Quando a oposição vier, não vire as costas; enfrente o inimigo na força do Senhor e abraçando o escudo da fé. Deus lhe dará a vitória.
6. Siga o Exemplo de Jesus Cristo de Serviço e Submissão:

Jesus Cristo veio a este mundo para ser nosso exemplo e para que sigamos seus passos [1 Pedro 2:21]. "Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos." [Mateus 20:28] Jesus sempre fez o bem. [Atos 10:38] Ele curou os enfermos; disse palavras de conforto àqueles que estavam aflitos e feridos, e ofereceu libertação àqueles que estavam acorrentados ao pecado. Ele é nosso exemplo perfeito do amor e da compaixão de Deus pelos homens. Agora que você é um cristão, precisa também seguir esse exemplo de Jesus.
Isso requer uma submissão total ao senhorio de Jesus Cristo. Significa que você não apenas o recebe como seu Salvador do pecado, mas que também o proclama como Rei da sua vida. Verdadeiramente, devemos toda nossa vida a ele. Somos dele por criação e por redenção. "Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmo? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo." [1 Coríntios 6:19]
A verdadeira beleza de caráter; a verdadeira paz, alegria e felicidade; o verdadeiro propósito e significado na vida encontram-se somente em ser um discípulo voluntário e que ama o Senhor Jesus Cristo. Isso requer um compromisso diário da sua parte. Cada dia você precisa colocar no seu coração o propósito de seguir fielmente o exemplo de Cristo e permitir que o "fruto do Espírito" [Gálatas 5:22, 23] encha sua vida. Se seguir com fidelidade diariamente, tornar-se-á cada vez mais parecido com seu Mestre e Senhor. Certamente, o objetivo de todo cristão é ser conformado com a imagem de Cristo [veja 2 Coríntios 3:18]. Que Deus o abençoe na sua caminhada e, como Cristo, tenha seus olhos nos objetivos celestiais, sabendo que após a cruz, vem a coroa.

Quando alguém se salva, a primeira consideração que deveria reclamar sua atenção é a igreja. A gratidão a Deus pela salvação deveria fazê-lo tão cônscio da filiação eclesiástica como das matérias pertencentes à salvação.

1. VÁRIAS CONCEPÇÕES FALSAS DA IGREJA

(1). A concepção católica romana. Os católicos romanos crêem que a igreja é um organismo mundial e hierárquico sob o mando do Papa em Roma. J. F. Noll, editor de "Our Sunday Visitor", de Huntington, Indiana, no "The Fairest Argument" compara a igreja com uma árvore e diz: "As folhas representam a laicidade pelo mundo inteiro. Estão em comunhão direta com os seus respectivos párocos (os ramos mais pequenos da árvore mística). Os sacerdotes, por sua vez, em comunhão direta com os seus bispos, isto é, os ramos maiores. E todos os bispos estão em comunhão direta e constante com o Soberano Pontífice, isto é, o tronco, ou estema, da árvore inteira."

Algumas vezes os católicos romanos expandem sua concepção de igreja de maneira a fazê-la incluir "todos os fiéis que existiram desde Adão até ao dia presente, ou quem existir até ao fim do tempo" (Concílio de Trento no seu Catecismo Romano, Parte I, Capítulo X, § 16) praeterea omnes fideles, qui ab Adam in hunc usque diem fuerunt, quive futuri sunt.

(2). A concepção nacional. Isto se exemplifica na "Igreja da Inglaterra", instituição nacional com o Rei da Inglaterra como seu cabeça.

(3). A concepção denominacional. Ouvimos da "Igreja Metodista Episcopal, Sul" e da "Igreja Metodista Episcopal, Norte". Há então a "Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos". E uns tantos, ignorantes da polícia batista, falam das igrejas da convenção Batista do Sul como da "Igreja Batista do Sul."

(4). A concepção Universal. Uma noção popular é que a igreja se compõe de todos os salvos em todo o mundo em qualquer tempo dado ou de toda a gente salva que já viveu, se vivos agora ou falecidos. Assim a igreja é conhecida como sendo universal e invisível.

(5). A concepção agregada. Todas as igrejas e grupos religiosos, tomados no agregado, são algumas vezes como "a igreja" em distinção do mundo.

2. O SIGNIFICADO DE "EKKLESIA"

A palavra para "igreja" é "ekklesia". Em chegando à concepção correta da igreja devemos dar conta do sentido exato desta palavra.

(1). Entre os judeus. Na Septuginta "ekklesia" refere-se aos israelitas quando reunidos para fins religiosos e em nenhuma outra ocasião. Está assim empregada em Deut. 31:30; 32:1; Josué 8:35; 9:8; Juízes 21:8 e 1 Cro. 29:1. Em Atos 7:38 aplica-se a Israel no deserto. Nunca foi usada dos judeus exceto quando em assembléia.

(2). Entre os gregos. Entre os gregos "ekklesia" referia-se tanto a uma reunião de cidadãos intimados de suas casas para algum logar público com o fim de deliberar (Atos 19:32,41). Nunca foi usada entre os gregos para pessoas não em assembléia.

O mesmo é verdade no grego clássico. Foi aplicada ai à "clubes ou associações locais autônomos" (Thomas, The Church and the Kingdom), bem como às assembléias políticas, mas aí não se tem achado caso de sua aplicação a pessoas não reunidas ou não reunintes.

(3). Por Cristo e os apóstolos. Cristo e os apóstolos usaram este termo num sentido até então desconhecido? Quem o afirma deve de ombrear o ônus da prova. E para provar semelhante noção é necessário que os seus advogados achem casos onde "ekklesia" não pode ser aplicado abstrata ou concretamente a assembléia particulares.

Joseph Cross, episcopal, num livro de sermões intitulado "Brasas do Altar", bem diz: "Ouvimos muito da igreja invisível como contra distinguida da visível. De uma igreja invisível neste mundo nada sei, a Palavra de Deus nada diz; nem pode qualquer coisa parecida existir, exceto no cérebro de um herege."

3. EMPREGO ESCRITURISTICO DE "EKKLESIA"

Trazendo a mente o significado do termo como já notado, achamos os seguintes usos da palavra em o Novo Testamento:

(1). O uso abstrato. Termos que são comumente concretos no sentido são muitas vezes usados num sentido abstrato. Tal é o caso com a palavra "lar" na expressão "o lar americano". O mesmo é também verdade de "casamento" na afirmação "o casamento é uma instituição divina." Um outro caso oportuno é o uso da palavra "homem" para designar-se a raça.

Há pelo menos três passagens da Escritura onde "ekklesia" está usado abstratamente ? Mat. 16:18; Efe. 3:10,21; 1 Cor. 12:28. Está manifesto que estas passagens não se referem particularmente a qualquer assembléia individual. Se Mat. 16:18 é tomada como se referindo a uma igreja particular, então deve ser entendido que Cristo prometeu perpetuidade a uma igreja particular. Mas nenhuma igreja particular foi perpetuada. Então os apóstolos, profetas, mestres, dons, etc., como se enumeram em 1 Cor. 12:28, não foram todos ajustados em qualquer igreja particular. E o propósito de Deus de fazer Seus mistérios conhecidos e ganhando-Lhe glória, como indicando em Efe. 3:10,21, abrange não meramente uma igreja particular, mas a igreja como uma instituição.

(2). O uso prospectivo. Há duas passagens da Escritura onde "ekklesia" se refere a uma assembléia futura. Referimos-nos aqui a Efe. 5:25-32 e Heb. 12:23. Em Efe. 5:25-32 a igreja abarca os eleitos de todas as épocas, mas, segundo a etimologia da palavra original, a igreja com este sentido não pode ser concebida como existindo atualmente no presente tempo. Assim a palavra está usada perspectivamente. E o mesmo é certo em Heb. 12:23.

(3). O uso particular presente e concreto. De todos os 112 casos em o Novo Testamento onde "ekklesia" se refere à instituição fundada por Cristo, em todos, exceto os cincos casos já notados e uns outros raros onde possivelmente há um emprego misto, refere-se a uma igreja particular, concreta, local, ou a uma pluralidade de igrejas semelhantes, como "a igreja que estava em Jerusalém" (Atos 8:1); "todas as igrejas dos gentios" (Rom. 16:4); "as igrejas da Macedônia" (2 Cor. 8:1); "a igreja em tua casa" (Filemon 2); e "as igrejas de Deus" (2 Tess. 1:4).

4. A IGREJA UM CORPO . Freqüentemente em o Novo Testamento fala-se da igreja como um corpo. E bem diz Joseph Cross: "Um corpo é um organismo, ocupando espaço e tendo localização definita. Uma simples agregação não é um corpo; deve de haver organização bem assim. Uma planilha de cabeças, mãos, pés e outros membros não fariam um corpo; devem ser unidos num sistema, cada peça no seu próprio logar e penetrada de uma vida comum. Assim uma coleção de pedras, tijolos e madeiras não seriam uma casa; o material deve estar erigido junto, numa ordem artística, adaptada à utilidade. Assim um aglomeração de raízes, troncos e ramagens não seria uma vinha ou uma árvore; as partes várias devem ser desenvolvidos segundo as leis da natureza da mesma semente e nutridas pela mesma seiva vital" (Brasas do Altar).

5. A IGREJA UMA ASSEMBLÉIA . A idéia de uma assembléia inere todo uso de "ekklesia" em o Novo Testamento. Esta idéia não é forçada tanto no uso abstrato como no prospectivo. Não o é mais no uso abstrato do que a concepção correta de lar e casamento no uso abstrato desses termos. O uso prospectivo de "ekklesia" retém a idéia de uma assembléia ? a assembléia do povo de Deus e a volta de Cristo.

Não há neste mundo nenhuma coisa tal como uma igreja universal ou invisível. Abuso é indesculpável de "ekklesia" aplica-la a todos os cristãos de todos os tempos na hora presente.

6. A IGREJA E O REINO . "Os termos escrituríticos "igreja" e "reino" tem sido por séculos presumidos serem idênticos ou quase idênticos no significado.

"Mas a moderna cultura tende rapidamente a reverter esta impressão. Vê-se agora claramente que as duas palavras se referem a duas coisas absolutamente distintas em natureza e radicalmente desiguais em muitos aspectos" (Jesse B. Thomas, The Church and the Kingdom).

"Inferir-se-á prontamente... que a palavra ekklesia suscitaria na mente de um grego ordinário, ou pessoa de língua grega, uma concepção não só idêntica a senão em todo particular a antítese dessa sugerida por Basiléia" (ibid. pág. 213).

"Somos assim forçados a descansar na conclusão que o "reino" em questão, cujo domínio é "dentro", o qual "não é deste mundo", que "não vem com observação", do qual nunca se fala como para ser "construído" (como a "igreja"é), nem é, nem foi intentada jamais ser feita pela agência humana entidade terrena externa ou discernível" (ibid. pág. 214).

A igreja e o presente reino de Deus são distinguidos nos seguintes modos:

(1). A igreja é falada como aquilo que era para ser construído; o reino nunca. Mat. 16:18

(2). Cristo disse: "Dizei-o à igreja", quando falando de diferença pessoais que não podem ser ajustadas pelas partes envolvidas; mas nunca se disse tal do reino. Mat. 18:17

(3). Do reino se disse que fosse pregado e numa ocasião foi anunciado como "próximo"; mas nunca se disse tal da igreja. Atos 20:25, 28:31; Marcos 1:15.

(4). Lemos do "Evangelho do reino", mas nunca o Evangelho da igreja. Marcos 1:14; Mat. 4:23; 9:35; 24:14.

(5). A igreja é chamada um corpo; o reino nunca. Efe. 1:22,23; Col. 1:18; 1 Cor. 12:27.

(6). A igreja é uma democracia sob a chefia de Cristo; o reino é uma monarquia. Daí, achamos a igreja autônoma na eleição de Matias, a eleição dos sete diáconos; a separação de Barnabé e Saulo; a escolha de um camarada de viagem para Saulo ( 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23).

(7). A comunidade eclesiástica está sujeita à ação da igreja; ao passo que Deus, puramente independente de toda a autoridade humana, põem homens no Seu reino pelo novo nascimento. João 3:5; 2:6; Col. 1:13; Rom. 14:1; Atos 9:26; 1 Cor. 5; 2 Cor. 2:6.

(8). De nós se diz sermos batizados para a igreja; mas nunca para o Reino. 1 Cor. 12:13.

(9) A igreja tem um caráter orgânico, tendo oficiais (1 Cor. 12:28) e é visível; o reino em nenhum sentido é orgânico e é invisível. Lucas 17:20.

(10). A igreja é local; o reino é universal.

II. A INSTITUIÇÃO DA IGREJA

1. DUAS CONCEPÇÕES ERRÔNEAS

(1). A noção que a igreja foi fundada no dia de Pentecostes recordado em Atos 2

Não há mais leve indício da fundação de qualquer coisa neste dia. A igreja que existiu no fim do Dia de Pentecostes, existiu antes do Pentecostes. Antes do Pentecostes a igreja teve o Evangelho e o pregara. Teve o batismo e a Ceia do Senhor. Teve também um ministério e fez cultos. Antes do Pentecostes a igreja foi um corpo de crentes batizados, unidos para executarem a vontade de Jesus Cristo. Isto é o que uma igreja é.

(2). A noção que Mat. 16:18 marca o tempo da fundação da igreja

Isto é bem uma noção geral entre os que rejeitam a teoria pentecostal da fundação da igreja. Mas Jesus não disse: "Sobre esta rocha fundarei a minha igreja". Ele empregou a palavra "construir" em vez da palavra "fundar". E a palavra grega traduzida aqui por "construir" quer dizer construir a super estrutura. Ocorre à mesma palavra em Atos 9:31, que está traduzida por "edificadas". Cristo estava então construindo ainda Sua igreja tal qual Ele disse que faria em Mat. 16:18.

O que temos dito de Pentecostes podemos também dizer do dia em que Cristo pronunciou as palavras de Mat. 16:18: a igreja que existiu ao cabo desse dia, existiu antes desse dia. Nada há que se possa chamar igreja que veio a existir nesse dia, tanto quanto o arquivo inspirado nos informa.
2. O VERDADIERO TEMPO DA INSTITUIÇÃO DA IGREJA

Ao localizar a fundação da igreja devemos achar um tempo quando algo que responde à descrição da igreja veio a existir. Esta regra aponta-nos o tempo quando, após uma noite de oração, Cristo escolheu os doze apóstolos. Com esta escolha estes doze homens, pela primeira vez, fez-se um corpo. Tiveram um cabeça ? Cristo. Tiveram um tesoureiro ? Judas. Presumiram-se eles crentes batizados. Uniram-se para executarem a vontade de Cristo. Que mais além disto se tornaram no dia em que o seu Mestre pronunciou as palavras de Mat. 16:18?

III. A FUNDAÇÃO DA IGREJA

Há muita controvérsia tocante ao significado de "rocha" nas palavras de Cristo: "sobre esta rocha edificarei minha igreja". Os católicos romanos e outros tomam a rocha por Pedro. Mas a diferença em gênero e o significado exato entre "Petros", traduzido por Pedro e "petra" traduzida por rocha faz insustentável esta idéia. No grego clássico a distinção está geralmente observada (vide "petra" no Léxico de Thayer), "petra" significando "a rocha viva mássica" e "petros" significando "um fragmento destacado, mas grande."

Outros tomam "petra" como significando a fé de Pedro e outros ainda a confissão de Pedro.

Consideramos Cristo aqui como usando de um trocadilho. Tomamos "petra" como se referindo a Cristo divinamente revelado e implantado nos corações dos homens (Col. 1:27). Pensamos que esta interpretação é sustentada por 1 Cor. 3:11, passagem que fala da fundação da igreja em Corinto e fundação que fora lançada pela pregação do Evangelho e a divina revelação e implantação de Cristo no coração.

IV. AS ORDENANÇAS DA IGREJA

No sentido lato, uma ordenança é meramente um mandamento e qualquer mandamento é uma ordenança; mas a usança comum de hoje limita o termo ordenança da prosa religiosa a formas e cerimônias especiais que pertencem à igreja e são observadas sob sua jurisdição. Neste sentido só achamos duas ordenanças da igreja na Bíblia. São:

1. BATISMO

O batismo, que é a imersão em água de um penitente crente em nome da Trindade ou de Cristo por autoridade própria e para o fim de mostrar a morte do crente para o pecado e a ressurreição para andar em novidade de vida, foi o rito inicial das igrejas do Novo Testamento. Ninguém foi recebido sem este rito. Diz Paulo que é o modo porque crentes se fazem parte do corpo de Cristo, a igreja (1 Cor. 12:13). Será que a ordem dada em Atos 2:38 anula a de São Mateus 28:19? Ou será que Pedro cometeu um engano no Dia de Pentecostes? Foi Pedro ou foi o Espírito Santo quem falou no dia de Pentecostes? "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" - Mateus 28:19 "E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém" - Lucas 24:47. "E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo." Atos 2:38
PORQUE BATIZAR EM NOME DO SENHOR JESUS

Por que batizar em nome do Senhor Jesus Cristo? Paulo diz: Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina. Efésios 2:19 - 20. Se somos então edificados neste fundamento, não deverá ser o nosso Evangelho o mesmo Evangelho que eles pregaram? Não ensinamos como os apóstolos ensinaram? Não faremos como eles fizeram concernente à inteira doutrina da salvação? Certamente, pois Paulo disse em Gálatas 1:8: Mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos tenho pregado, seja anátema.
OS APOSTOLOS BATIZARAM SOMENTE EM NOME DO SENHOR JESUS

Examinaremos os relatos dos serviços batismais registrados na Santa Palavra de Deus.

O Espírito Santo descendo sobre os 120 no cenáculo. A multidão se aproximou bruscamente e foi convencida do fato de que este grupo de pessoas tinha recebido algo real de Deus, algo que eles também necessitavam. A resposta de Pedro aos corações sinceros e famintos quando perguntaram: "Que faremos?" Foi a seguinte: "Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo " "Então os que aceitaram a Palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas ". Atos 1:15; 2:1-8, 38, 41. Há quem diz que a razão pela qual Pedro lhes ordenou que fossem batizados no Nome de Jesus, é porque eram judeus e o batismo serviria para que confessassem a Jesus Cristo. Vejamos porém, a casa de Cornélio e os membros de sua família, e aqui novamente encontramos a Pedro ordenando que se batizassem no Nome do Senhor. Atos 10:47 - 48. Se Pedro tivesse errado no dia de Pentecostes, certamente haveria tido bastante tempo para se corrigir antes que fosse à casa de Cornélio. Estaria Pedro errado no dia de Pentecostes? Quando eles ficaram comovidos, "eles disseram a Pedro e ao resto dos apóstolos. . ." Atos 2:37. Isto inclui a Mateus quem escreveu o livro de S. Mateus (Mateus 28:19). Também Atos 2: 14 vemos Pedro levantando-se com os onze. Mateus estava lá, porém não encontramos palavras de correção da parte dele. Por que? Jesus disse em João 17: 6: Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus e tu mos deste. "Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus é a principal pedra de esquina". Efésios 2:20. Em lugar nenhum encontramos que eles batizaram repetindo as palavras: "Em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo." Pelo contrário, eles apenas batizaram em nome do Senhor Jesus Cristo; eles cumpriram a ordem do Senhor em Mateus 28:19. Pois ali Jesus não indicou aos apóstolos que usassem estas palavras como uma fórmula. Ele ordenou o batismo usando o Nome. Filipe foi a Samaria e pregou-lhes Cristo (Este povo não era judeu, mas samaritano). Eles prestaram atenção à mensagem que ele entregou. "Ouvindo os apóstolos que estavam em Jerusalém, que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram-lhe Pedro e João; os quais descendo para lá oravam para que recebessem o Espírito Santo; porquanto não havia descido ainda sobre nenhum deles, mas só haviam sido batizados em Nome do Senhor Jesus - Atos 8:15 -17. Cornélio era um homem justo e temia a Deus com toda a sua casa. Ele viu em uma visão um anjo que lhe disse para mandar chamar a Pedro em Jope, o qual lhes diria as palavras pelas quais poderiam ser salvos. Quando ele declarou a grande verdade, que "Por meio do Nome de Jesus todo que Nele crê recebe remissão de pecados", o Espírito Santo caiu sobre todos que ouviram a palavra e eles falaram em línguas como fizeram os apóstolos no dia de Pentecostes. Então Pedro respondeu: Porventura pode alguém recusar água para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo? E ordenou-lhes que fossem batizados em Nome do Senhor. Atos 10: 47. A seguir observaremos um ato batismal dirigido por Paulo. ". . .e achando ali alguns discípulos, disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo." Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.

E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam. Atos 19:1 - 6. Não cremos que Paulo alterou a fórmula ou modo do batismo quando batizou Lídia e sua gente de casa e nem ao carcereiro de Filipos. Agora, note bem: Paulo não estava junto com os apóstolos quando Jesus deu suas instruções finais a eles em Mateus 28:19 e Lucas 24:47, contudo encontramos Paulo batizando em Nome do Senhor Jesus Cristo. De quem recebeu esta revelação? Cumpre mencionar que o Evangelho de Paulo não é uma cópia ou imitação de outros apóstolos, mas é uma revelação. Mas faço-vos saber irmãos, que o Evangelho que por mim foi anunciado não aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. Gálatas 1:11 - 12. Ele escreveu: E quanto fizerdes por palavras ou obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus Cristo, dando por Ele graças ao Pai. Col 3:17 Paulo reclamou ter autoridade divina: Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. I Cor. 14: 37 O batismo com água é executado tanto por palavras como por obras. Não podemos deixar de comunicar esta ordem à igreja. Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome. Efésios 3:14 -15. Devemos ler os Atos dos Apóstolos e as epístolas de Paulo para saber o que os apóstolos ensinaram e praticaram após a vinda do Espírito Santo.

Você dirá: "Se Jesus quisesse que nos batizássemos em Seu nome, então, por que Ele não nos disse?" Ele o disse. Note que Ele falou : "no Nome." Qual é o Nome do Pai? Jesus dá a resposta em São João 5:43: "Eu vim em nome de meu Pai." E qual é o Nome do Filho? A resposta é dada por um anjo em Mateus 1:21. ". . .e chamará o seu nome Jesus. " E em qual nome o Espírito Santo é revelado? A resposta é encontrada em João l4: 26. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas. É citado nos versículos encontrados em Lucas 24: 45 - 47, que Jesus abriu o entendimento dos discípulos. Foi necessário que o entendimento lhes fosse aberto e muitos hoje em dia necessitam desta mesma operação para que possam entender as Escrituras. Em Lucas 24:47 encontramos: E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados em todas as nações, começando por Jerusalém. Foi Pedro um daqueles a quem Jesus havia falado e cujo entendimento também tinha sido aberto. Após ter escutado estas instruções, poucos dias depois começou a pregar inspirado pelo Espírito Santo, e continuou até que os corações dos ouvintes ficaram comovidos e sentindo-se condenados perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: "Que faremos varões irmãos?" Pedro não hesitou e firmemente deu a prescrição: Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome do Senhor Jesus para perdão dos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo. Atos 2:38. Alguns dizem que aceitarão as palavras de Jesus em Mateus 28:19, porém não as de Pedro em Atos 2:38. Mas, foi Pedro quem falou no dia de Pentecostes ou foi o Espírito Santo? Pedro disse que era o Espírito Santo mandado dos céus. I Pedro 1:12. Pedro foi um apóstolo e a ele foram dadas as chaves do reino (Mateus 16:17 - 18) e não temos o direito de desacreditá-lo em suas palavras. Para que lembreis das palavras que primeiramente foram dadas pelos santos profetas, e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante vossos apóstolos. II Pedro 3:2 Aqui somos animados a considerar as palavras dos santos profetas e o mandamento dos apóstolos, e o apóstolo Pedro ordenou que o batismo fosse em Nome do Senhor Jesus Cristo. O senso comum lhe dirá que o livro dos Atos é a Igreja em ação; e se a batizaram, então assim é como se deve batizar. De coração aberto irmão, consulte as Escrituras, seja batizado no Nome do Senhor Jesus Cristo, e Deus lhe encherá com Seu Espírito. A fórmula correta para o batismo nas águas tem sido restaurada nestes últimos dias. Amém.
2. A CEIA DO SENHOR

A ceia do Senhor é o memorial instituído por nosso Senhor Jesus Cristo em que Suas igrejas são mandadas mostrar Sua morte pelo emprego de pão aszimo e vinho. Como com o batismo, consideração ulterior.
V. OS OFICIAIS ORDENADOS DA IGREJA

O Novo Testamento só menciona dois oficiais ordenados na igreja. São:

1. ANCIÃOS OU BISPOS

O título "ancião" ou "bispo" designou o oficial principal nas igrejas do Novo Testamento. Os ocupantes deste ofício presidiam aos cultos, ensinaram e guiaram o povo nas doutrinas e nos deveres cristãos e exerceram a superintendência das igrejas.

São estes dois títulos usados reciprocamente em o Novo Testamento e, portanto, designam o mesmo ofício. O seu uso recíproco pode ser visto em Atos 20:17 e verso 28 do mesmo capítulo. Diz-se na primeira passagem que Paulo convocou os anciãos da igreja de Éfeso e na segunda ele os chama "superintendentes", que é a tradução literal da palavra traduzida noutro logar por "bispos". Vide Fil. 1:1. O uso alternado de ambos os títulos sob discussão pode ser visto também em Tito 1:5,7.

O termo "pastor" é um outro termo usado só uma vez em o Novo Testamento (Efe. 4:11), o qual designou, parecidamente, o mesmo ofício como ancião e bispo.

Parece ter sido a regra em o Novo Testamento, nas suas igrejas, ter uma pluralidade de anciãos, como se vê plenamente no caso da igreja de Éfeso (Atos 20:17), e no caso da igreja de Filipos (Fil. 1:1) e como parece estar indicado no caso de outras igrejas em Atos 14:23 e Tito 1:5.

A razão principal, talvez, para se ter uma pluralidade de anciãos nas igrejas do Novo Testamento, é que era costume haver só uma igreja em qualquer cidade, tendo esta, presumivelmente, um número de pontos de pregação pela mesma.

Um ministério graduado é desconhecido em o Novo Testamento. O bispo era um oficial de uma igreja particular e não um superintendente das igrejas de um dado distrito, como é o caso hoje em algumas denominações.

2. DIACONOS

Vide Atos 6:1-8; Fil. 1:1; 1 Tim. 3:8-13.

Há tanta coisa a dizer-se com referência ao diaconato que reservamos tratamento mais extenso para ulterior capítulo exclusivamente devotado a este assunto.

VI. O GOVERNO DA IGREJA

As igrejas do Novo Testamento eram independentes e democráticas no seu governo. Este fato está visto em:

1. A ESCOLHA DE MATIAS

Conquanto o método usado na escolha de Matias não é o costumeiro nas votações de hoje, o relato de Lucas (Atos 1:23-26) implica que a igreja inteira participou de sua escolha. "Indicaram" (v. 23), "oraram" (v. 24), e "lançaram sortes". O grupo inteiro de cento e vinte (v. 15) é o antecedente naturalíssimo do pronome "eles" nestas expressões.

2. A ESCOLHA DOS SETE DIACONOS

Quando se levantou a necessidade desses sete servos da igreja, os apóstolos não assumiram a autoridade de os indicar, mas "convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos às mesas; escolheis, pois, irmãos dentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio" (Atos 6:2,3). "E este parecer satisfez a toda a multidão e elegeram" os sete varões cujos nomes são dados. A multidão dos discípulos, isto é, a igreja, fez a escolha.

3. A SEPARAÇÃO DE BARNABÉ E SAULO

Nisto vemos a independência das igrejas do Novo Testamento. A igreja de Antioquia, ainda que muito mais jovem que a de Jerusalém, procedeu nesta matéria independente desta e sem sequer consultá-la. Vide Atos 13:1-3. Nem a igreja consultou os apóstolos.

4. A EXCLUSÃO E RESTAURAÇÃO DO HOMEM INCENTUOSO EM CORINTO.

Paulo dirigiu-se à igreja como um todo nesta matéria. Vide 1 Cor. 5. E na recomendação concernente à restauração deste homem (2 Cor. 2:6) fala de sua punição como tendo o mesmo sido aplicado por "muitos", literalmente, a maior parte ou maioria. Isto implica distintamente que a igreja era democrática na exclusão do homem. Não foi feito pelos anciãos, nem pelos diáconos, mas pelos muitos ou a maioria.

5. A ESCOLHA DE CAMARADAS VIAJANTES PARA PAULO

Vide 1 Cor. 16:3; 2 Cor. 8:19,23. Paulo reconheceu o direito de as igrejas terem seus próprios representantes acompanhando-o nas suas viagens entre as igrejas para amealhar as ofertas para os santos em Jerusalém. Temos, não há duvida, estes mensageiros das igrejas" mencionados em Atos 20:4. Assim Paulo não foi um senhor sobre a herança de Deus, mas reconheceu-lhes o direito de autonomia. Paulo fala desses irmãos como tendo sido escolhido das igrejas. Isto implica que as igrejas procederam como corpos na sua escolha. Não foram indicados pelos anciãos. A única maneira por que uma igreja pode proceder como um corpo é por algum método de votar. Qualquer método adequado de votar é uma expressão de democracia.

6. O DEVER E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA TODA EM:

(1). Manter unidade de ação

Vide Rom. 12:16; 1 Cor. 1:10; 2 Cor. 13:11; Efe. 4:3; Fil. 1:27; 1 Ped. 3:8. Strong mui justamente observa nesta passagem que elas "não são meros conselhos de submissão passiva, tais como poderiam ser dados uma hierarquia, ou aos membros da Companhia de Jesus: são conselhos de cooperação e juízo harmonioso."

(2). Conservar puras a doutrina e a prática

1 Tim. 3:15; Judas 3. Vide também as exortações às igrejas no Apocalipse 2 e 3.

(3). Guardar a ordenanças

1 Cor. 11:2, 23, 24.

E podemos concluir por dizer que em nenhum caso em o Novo Testamento vemos contraditadas a independência e a democracia da igreja.

VII. A MISSÃO DA IGREJA

A missão da igreja está claramente esboçada na comissão de despedida de nosso Senhor como recorda em Mat. 28:19,20. Há três elementos nesta comissão.

1. FAZER DISCÍPULOS

A frase "ensinai todas as nações" pode ser traduzida "disciplinai todas as nações" que este é o seu significado. Da versão de Marcos achamos que os discípulos são para ser feitos pela pregação do Evangelho. À luz de outras passagens não pode ser sustentado que o discipulamento se fez através do ato de batismo, como alguns quereriam que fosse. Achamos que o Mestre, autor da comissão e nosso exemplo perfeito, "fez e batizou" discípulos (João 4:1), o que implica que os discípulos foram feitos e então batizados, não feitos pelo ou através do batismo.

Precisamos de notar que esta comissão autoriza a pregação mundial do Evangelho. É para irmos em todo o mundo e pregarmos o Evangelho a toda criatura (Marcos 16:15), fazendo discípulos em todas as nações. Nem pode ser razoavelmente sustentado que isto coube só a era apostólica. A promessa da presença de Cristo até ao fim dos séculos (Mat. 28:20) implica uma continuação da comissão até ao fim dos séculos, pelo que se quer dizer o fim da presente dispensação, que virá na volta de Cristo.

2. BATIZANDO-OS

Ao passo que o batismo nada tem a ver com fazer discípulos e não tem poder salvador, todavia está ordenado por nosso Senhor Jesus Cristo e é, portanto, importante.

A comissão de Cristo proíbe expressamente batizar crianças de peito e outras pessoas inconquistáveis. O antecedente "os" são os tais que são discípulos. Ninguém se arroga o batismo a menos que possa ser ensinado e então a ele não se arroga até que tenha sido ensinado e tenha recebido esse ensino. Vide Atos 2:41, 8:36,37, 19:1-5.

3. ENSINANDO-OS

Ainda não estamos terminados quando fizemos discípulos e os batizamos: somos intimados a ensiná-los e a ensinar-lhes tudo quanto Cristo mandou.

Já nos referimos à promessa da presença de Cristo que se ajunta a esta comissão. A promessa não só indica que a comissão tem uma aplicação perpétua até ao fim dos séculos, mas também indica que Cristo se dirigiu aos apóstolos, não como indivíduos senão como constituindo eles a igreja. Estes apóstolos há muito estão mortos, contudo o fim dos séculos não veio; logo, Cristo deve ter precisado falar-lhes como a um corpo que se perpetuaria até ao fim dos séculos. A comissão, portanto, foi cometida à igreja. A execução dela, então, é, primariamente, uma responsabilidade da igreja.

ASPECTOS DA VISÃO DAS TESTEMUNHAS DO SENHOR JESUS CRISTO HOJE
A visão que Deus tem nos dado, e a base dessa visão e como pretendemos nos manter e avançar sobre ela até a restauração do evangelho do Único Deus e Senhor Jesus Cristo e sua revelação completa para a Igreja noiva hoje.
Tem esse estudo, o objetivo, de levantar e esclarecer alguns pontos que julgamos essenciais para a vida da Igreja noiva de nosso Senhor Jesus Cristo. Que o Senhor da obra nos dê espírito de revelação, sabedoria e quebrantamento para sabermos e experimentarmos qual seja a Sua boa, perfeita e agradável vontade (Rm 12:1,2).
TEMOS UMA VISÃO!
A Visão não se restringe a uma denominação, ou uma religião a mais. Ela vai muito além das denominações, dos dogmas e conceitos religiosos de usos e costumes doutrinários criado pelo homem. Ela sobe estes céus, passa além destes horizontes, e vai aonde há necessidades no Brasil e no Mundo. Porque vem do trono da glória do Senhor, a cura para as noções porque o Senhor Jesus Cristo é o Senhor da Glória e cura das nações. Curas para nossos jovens que estão morrendo sufocadas em todos os aspectos, pela nossa mídia consumista, pela pornografia desenfreada em todos os canais televisivos e a todo instante, intoxicando toda esta geração em todos os sentidos do termo, cativa das drogas e entorpecentes, psícotropicos, drogas sintéticas, as balas da vez, o Clak tem destruído famílias de todas as classes culturais e sociais, e todos os tipos de drogas tem sido experimentados por nossos jovens. O álcool nunca foi tão consumido como nestes tempos presente entre nossa juventude de todas as faixa etárias e principalmente entre as mulheres. Um desastre em uma juventude embriagada e entorpecida e em delírios, entregue ao álcool, ao fumo, as drogas e aos conceitos de uma sociedade sem Deus. E por isso todo tipo de desgraça têm acontecido com essa geração. Os valores familiares estão totalmente falidos anulados por instruções vindas das novelas, dos realits shows da pseuda cultura das celebridades. A mídia dita as modas, a linguagem e tudo mais. Promovem o homossexualismo e o ceticismo. É elegante ser promiscuo, virou moda é culturalmente correto, não ser fiel, ter vários amantes, praticar o sexo livre e ter seu minuto de fama. E o lema é dinheiro, sexo, droga e fama é o Rock in Rool do momento. E estas celebridades não podem ser contrariadas estas mentes celebres e infames e que te rotulam com homofôbico e outras coisas caso queira contradizê-los, temos que engolir calado. Não! NÓS CRISTÃOS TEMOS UMA VISÃO, TEMOS UMA PREGAÇÃO QUE É UMA CONTRACULTURA A ESSA CULTURA DOENTE QUE ESTÁ AÍ SENDO COLOCADA EM TODAS AS CULTURAS. QUE NADA MAIS É QUE PECADO E AUSÊNCIA DE DEUS É ISTO QUE A BÍBLIA DIZ A ESTAS ATITUDES. E COMBATER O PECADO E A FALTA DE PRINCIPIOS CRISTÃO SÃO OS NOSSOS PROPÓSITOS E OBJETIVOS DE VIDA.
Existimos como Associação Mundial das Testemunhas do Senhor Jesus Cristo e Missão Apostólica Comunidade Mundial. Quais são as razões da nossa existência? Porque as pessoas pensam que cristão é apenas ir às reuniões e bater palmas, servir com seus dízimos e ir embora para casa. Mas, por que nós existimos? Somos apenas mais uma Denominação, mais uma religião? Não, mais existem razões inumeráveis que nasceram no coração do Senhor Jesus Cristo - A ASSOCIAÇÃO MUNDIAL TESTEMUHAS DO SENHOR JESUS CRISTO E A MISSÃO APOSTOLICA COMUNIDADE MUNDIAL, para ser um diferencial neste mundo?
Nós existimos para que? Em Primeiro lugar: PARA CELEBRAR A PRESENÇA DE DEUS NA TERRA. A Bíblia diz que ‘Fomos feitos para o louvor da Sua Glória. Louvando o Senhor Jesus Cristo. Então, nós existimos para celebrar E DAR TODA GLÓRIA AO SENHOR JESUS CRISTO.
Em segundo lugar: NÓS EXISTIMOS PARA DEMONSTRAR O AMOR DE DEUS. ENTRE O POVO DE DEUS, não pode existir um maior que o outro, um mais importante que o outro, um que fala com um, mas que não fala com outro, um que fica lá separado... Não existe isso NA IGREJA NOIVA DO SENHOR JESUS. Nós temos que demonstrar o Amor de Deus, AMOR ÁGAPE.
Em terceiro lugar: NÓS EXISTIMOS PARA COMUNICAR A PALAVRA DA SALVADORA GRAÇA E VERDADE REVELADA DO SENHOR JESUS CRISTO POR TODOS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. Em quarto lugar: NÓS EXISTIMOS TAMBÉM PARA INTEGRAR AS PESSOAS A ESTA GRANDE FAMÍLIA CHAMADA FAMÍLIA CRISTÃ DE DEUS. Ou seja, ela tem que ser unida à Igreja noiva, e todos nós temos que fazer muita força para que isto aconteça. As pessoas, ao chegarem aqui, vão ver um povo que está dentro deste Espírito, e querem se integrar, porque aqui há Paz, há Alegria, há Verdade, há Valores Morais fortes, aqui há Integridade, há Caráter. Aqui é o lugar onde você pode semear a sua Vida, porque ela vai produzir frutos. Aqui é o lugar onde você e sua família deve estar assiduamente.
Então, nós existimos para celebrar a Vida do Deus eterno, cantar, alegrar-mos na presença dEle o SENHOR JESUS CRISTO, sentir-se bem e feliz. Existimos para demonstrar o Amor de Deus – não para criar desarmonia uns com os outros. É para demonstrar o Amor de Deus, comunicar e revelar a Salvadora Graça e a Verdade do Senhor Jesus e para integrar as pessoas à Igreja noiva.
E em quinto lugar, é fundamental você anotar isso, nós existimos por uma razão muito importante. NÓS TEMOS UM CHAMADO A ENSINAR, TREINAR, DISCIPULAR E EDIFICAR O POVO DE DEUS PARA SERVIR A DEUS COM A SUA VIDA E SEUS TALENTOS. Então, nós existimos, a associação Mundial testemunhas do Senhor Jesus Cristo e a Missão Apostólica Comunidade Mundial existem para celebrar a Vida de Deus, para demonstrar o Amor de Deus uns aos outros, para comunicar a Palavra da Salvadora Graça e a Verdade revelada do SENHOR JESUS CRISTO, para integrar as pessoas ao Corpo de Cristo e para Ensinar e Educar. Vamos ver agora com detalhes isto, que é importante.
Primeiro: NÓS EXISTIMOS PARA CELEBRAR A VIDA DE DEUS EM NÓS. Eu tenho entendido que um Culto não pode começar sem disponibilizarmos o coração das pessoas a louvarem ao Senhor. Os instrumentos são importantes, podem ser qualquer instrumento, pode ser o violão, a guitarra, a bateria, não importa. Tem que ter instrumentos, as nossas mãos, o nosso corpo, a nossa voz bendita... Nós fomos criados para ter Comunhão, para sermos o louvor para a Glória de nosso Deus e Senhor Jesus Cristo. Chama-mos a isso Celebração.
Disse Paulo em Efésios 1:11 "nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade, (12) a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;" Nós fomos feitos para o louvor da Sua glória. Deus dá a cada um dos Cristãos a capacidade de O louvar. Uns têm a voz melhor que outros, outros se expressam melhor, mas todos nós temos a capacidade de louvar a Deus: Expressar o nosso Amor a Deus através do louvor, do canto, da expressão corporal.

A Palavra diz na segunda parte de Mateus 4:10 "... Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto." Nós temos um Chamado para adorar a Deus, a dar culto a Deus, e isto não é de qualquer forma. Disse o Senhor em João 4:23 "Mas vem à hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” Quem O adora em Espírito e Verdade não é só quem canta no corinho. É quem adora a Deus em Espírito e em Verdade. Depois diz no Versículo (24) “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade." São estes que Deus procura. Os olhos de Deus, quando se começa um Culto, fita toda a Igreja noiva, procurando quem são os adoradores que O adoram em Espírito e em Verdade, que O adoram com o coração, que O adoram com expressões, que O adoram com o seu corpo. Isso não é uma adoração emocional. Não é uma adoração carnal. Existem. A Bíblia diz que Deus procura aqueles que O adoram em Espírito e em Verdade: com ordem, com decência a estrutura correta, cantando e louvando, ouvindo a Palavra, orando, dando Glórias a Deus, participando da ceia, demonstrando o Amor de Deus, isto chamamos celebração santa. Cada encontro nosso é um ato de Celebração. A Palavra diz no Salmos 122:1 "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR." O salmista está dizendo: ‘a minha maior alegria é eu saber que vou estar na Casa do Senhor, onde as pessoas amam a Deus como eu amo’, por isso ele diz: "Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR." Porque é lá que está o povo de Deus, que ama a Deus, celebra a Deus, glorifica o Senhor - somos a Família de Deus. Começamos o culto com oração leitura de um texto Bíblico e o louvor. A Igreja não é um funeral. Nossa Celebração é de pessoas felizes. A nossa primeira razão da existência é a Celebração da Vida do Deus Vivo Ele ressuscitou.
Em segundo lugar, O NOSSO CULTO TAMBÉM É INSPIRAÇÃO. Isaías 40:31 "mas os que esperam no SENHOR renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam." NÓS TEMOS NO CULTO A PREPARAÇÃO. Nós entendemos que temos uma grande responsabilidade porque preparamos pessoas com um objetivo: Diz a Palavra em Efésios 4:11 "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, (12) com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,”.
Então nós celebramos, nós inspiramos e incentivamos as pessoas e NÓS PREPARAMOS AS PESSOAS PARA O DESEMPENHO DO SERVIÇO DO NOSSO DEUS E SENHOR JESUS CRISTO; porque cada um de nós temos um Chamado a servir. Se você não aprende, com o Altar, a servir, como vai servir? Então, celebração, inspiração, incentivos e preparação. NÓS PREPARAMOS AS PESSOAS PARA SEREM MINISTROS DO DEUS ÚNICO. Nós damos instrumentos e ferramentas a cada REUNIÃO, para que a pessoa, no seu dia a dia, use esses instrumentos. Nós ensinamos como orar para você orar quando está doente; como você resolve os problemas das dívidas; como você cuida de um filho; como você cuida da mãe, do pai; como vencer em Cristo, nas lutas na empresa, nos negócios, como você pode começar a sonhar com dias melhores... Nós damos instrumentos para que a pessoa use. Vêm as reuniões e usem na sua vida diária. Nós temos esta inspiração, entusiasmo de Deus. Se você não levar algo de cada reunião para vivenciar, você está perdendo tempo.
NÓS PREPARAMOS O POVO DE DEUS PARA REINAR EM VIDA. Então, estes são os nossos Propósitos: Celebrar, inspirar, incentivar, preparar o povo de Deus para servir a Deus e reinar em vida! Nós existimos para celebrar a presença de Deus, para demonstrar o Amor de Deus.
E EXISTIMOS PARA COMUNICAR A PALAVRA DA SALVADORA GRAÇA E A VERDADE REVELADA DO SENHOR JESUS CRISTO: PARA COMPARTILHAR AS BOAS NOVAS, ATRAVÉS DO EVANGELISMO. Olha o que diz a Palavra em Efésios 3:10 "para que, pela igreja,...” Quando ele diz Igreja, somos todos nós. “...a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida,...” É pela Igreja... Então, nós temos que tornar conhecida lá fora, aquilo que se aprende aqui dentro. Nós ensinamos as pessoas a celebrar, inspiramos a vencer, preparamos a pessoas para reinar, para que elas comuniquem a Multiforme Sabedoria de Deus. Veja, pela Igreja a Multiforme Sabedoria de Deus se torna conhecida... “... agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais,"
Você aprende aqui conhecer a Deus,a amar a Deus, a si mesmo e a seu próximo. Aprende sobre a Soberania de Deus, o chamado de Deus para sua vida,a fé perfeita, a mordomia cristã. É porque isto que é a Sabedoria de Deus. E esta Sabedoria, depois, tem que ser passada adiante. Você já sabe que, QUANDO SE PREGA A GENUÍNA PALAVRA DA SALVADORA GRAÇA E A VERDADE REVELADA DO SENHOR JESUS CRISTO, COISAS INCRÍVEIS ACONTECEM. Nós temos experiências fortes. Pecar quer dizer “Errar o alvo”. Um indivíduo que já experimentou maconha, cocaína, Crack, drogas sintéticas, álcool de todas as formas já bebeu até chumbo derretido, já errou com o mundo, já perdeu família, perdeu anos de vida, e enfim, chega a ouvir a Palavra da Salvadora Graça e Verdade – Coisas que só Deus pode fazer isto! É Puro milagre. Pessoas quê se encontravam perdidas sem esperança e sofrendo no pecado e receberam a libertação pela Palavra pregada.
Paulo diz em Romanos 10:13 "Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. (14) “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? (15) E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!" .” A Palavra diz: como vai invocar se não crê? Como vai crer se não ouvir? Como vai ouvir, se não for pregada a Palavra? Ninguém pode saber nada acerca de Jesus, se as pessoas não pregarem.
Nós existimos também para que? PARA INTEGRAR GENTE NA FAMÍLIA DO NOSSO DEUS. É por isso que nós crescemos. Por isso realizamos reuniões, seminários, congressos, palestras, ensinamentos doutrinários para que as pessoas saibam que Deus as ama, e que Ele é o nosso Modelo, por isso nós podemos amar. Diz a Palavra em 1 Pedro 3:9 "não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, ...” Ao bendizer, ao falar bem uns dos outros dentro da Igreja, nós integramos pessoas aqui.
Depois a Palavra diz em 2 Pedro 3:9 "Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento." Deus é longânimo. Ele não quer que nenhum pereça. Nenhum eleito perecerá, naturalmente, mas a longanimidade de Deus me faz ser longânimo, paciente. Olha, as pessoas, quando vêm à Igreja, às vezes trás graves problemas de conduta, graves problemas emocionais. Temos que ter paciência. Há pessoas que mentem, mentem, mentem, até que um dia se liberam da mentira e do engano. Nós entendemos que as pessoas, quando são integradas na Igreja, trazem todos os seus dramas. E é aqui, um “Hospital Espiritual”, que as pessoas são consertadas pelo Espírito do Senhor. Olha o que diz a Palavra em Provérbios 11:30 "O fruto do justo é árvore de vida, e o que ganha almas é sábio." Temos uma grande responsabilidade de trazer pessoas, integrando-as à Igreja.
DEUS ORDENA PARA QUE SE GANHEM ALMAS. Esta é uma missão que de todo crente. Lucas 14:23 "Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa." Ele disse: ‘Obriga as pessoas a entrarem. O Senhor quer sua casa cheia.’ Você pensa que Deus não quer aquelas pessoas que estão fora da verdadeira fonte de vida Ele é a vida e quem está fora dele está morto. Então o que será daquela pessoas que estão na discoteca, no Samba, no estádio de futebol, aquelas que estão lotando os bailes com cinco mil, dez mil jovens – e Deus disse: Obrigue-os a entrar, eu quero minha casa cheira! ESTE É UM DESAFIO QUE NÓS TEMOS DO SENHOR JESUS PARA INTEGRAR PESSOAS NA IGREJA NOIVA. Isto é parte Estratégica de nossa Missão.
Diz a Palavra em Atos 1:8 "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra." ‘Vocês vão ser minhas testemunhas.’ Jesus disse: ‘O Espírito Santo vai descer sobre vocês, e vocês serão minhas testemunhas: Jerusalém, Judéia, Samaria, até os confins, onde você está, seu bairro, sua cidade, no Brasil, no Mundo.’ Então, porque Deus ama as pessoas, Ele quer que as amemos. Ele quer que nós ganhemos pessoas para Ele.
O CRESCIMENTO DA IGREJA NOIVA É A VONTADE DO SENHOR JESUS CRISTO. Olha o que diz a Palavra em Colossenses 2:19 "e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, ...” O que estou fazendo aqui? Juntas, ligamentos, estou ensinando, unindo as pessoas. “... cresce o crescimento que procede de Deus." Então, O CRESCIMENTO VEM DO SENHOR NOSSO DEUS.
Vamos fazer a nossa parte: obrigar as pessoas a entrar, falar DO SENHOR JESUS CRISTO. Deus quer que cresçamos. A Palavra diz em Mateus 16:18 "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, ..." EDIFICAR NÃO É FICAR NOS FUNDAMENTOS, É LEVANTAR PAREDES, É DAR CRESCIMENTO. Deus disse: ‘Eu é que vou dar crescimento à minha Igreja.’ Ele diz: ‘Ganhe almas, fale, dê testemunho, ame, celebre, incorpores, ame o seu próximo, ame a você mesmo...’ isto é parte da Vida de uma Igreja. Deus está interessado em números sim senhor!
Em segundo lugar, muitos pensam, que somos nós que fazemos pessoas boas ou a denominação ou a religião não nós somente ensinamos a palavra. O Senhor Jesus diz "Vinde a mim" é somente isto que podemos fazer levar as pessoas ao Senhor Jesus e " TODOS É O SENHOR JESUS QUEM TRÁS E CHAMA. É O SENHOR JESUS MESMO QUE APERFEIÇOA A TODOS. "
Terceiro lugar. Você é Bem-vindo, você é um abençoado... Tudo que fazemos aqui é intencional, tem calor humano. A pessoa que chega aqui doente, cansada do mundo, é curada logo na entrada, pela Sociabilidade. Durante os Cultos, várias vez é dito: Olha o irmão do lado, diga: ‘Eu lhe amo’, diga o seu nome, dê um sorriso; acabou o louvor, cumprimente, cumprimente com ósculo santo pra não comprometer irmãs beija irmãs e irmãos beija irmãos se isto for sua vontade não há obrigatoriedade,aperte a mão ou abrace todo mundo! Isto é impessoalidade? Não Isto é pessoalidade! E as pessoas, que entram aqui pela primeira vez, têm um encontro com os obreiros, onde as pessoas dizem o seu nome, contam os seus problemas... Cada pessoa abre o seu coração, recebe uma Oração, alguém vai lá e impõe a mão... Isto é impessoalidade? Isto é muito pessoal!
Em quarto lugar, NÓS EXISTIMOS, COMO DISSEMOS HÁ POUCO, PARA ENSINAR E EDUCAR O POVO DE DEUS – ENSINO É EDUCAÇÃO CHAMA-SE DISCIPULADO. Nós ajudamos o povo de Deus a crescer. Olha o que Paulo disse em Hebreus 6:1 "Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus," Nós ensinamos aqui uma mensagem que é uma perfeição, chamada A Revelação da Salvadora Graça de Deus.

Por isso Pedro diz em 2 Pedro 3:18 "antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. ...” Este crescimento é o algo mais que o Evangelho de Cristo tem a oferecer. E quando Deus revelou-se na Salvadora Graça DO SENHOR JESUS CRISTO e iluminou os olhos do nosso coração, podemos compreender que há uma estatura perfeita: Ef.4.13-15 "até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do filho de Deus a perfeita varonilidade, a medida da estatura da plenitude de Cristo..." ‘deixemo-nos levar para o que é perfeito; crescei na Graça.’ IPe.5.10.
Isto é parte do Ministério: ensinar e educar as pessoas numa mensagem que gera Propósito de Vida, gera Rumo de Vida. Mas, NÓS EXISTIMOS TAMBÉM PARA DEMONSTRAR O AMOR DE DEUS - É muito importante você chegar a um grupo e esperar amor e receber amor, porque todos nós já fomos muito feridos na vida. Todos nós já tivemos muitas lutas. Alguns passam por inúmeras necessidades e dificuldades. Nós existimos para ajudar as pessoas a resolver os problemas. Jesus disse em João 13:35 "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." NÓS QUEREMOS SER CONHECIDOS PELO AMOR DE DEUS". Deus nunca desistiu de nos amar. onde você é amado e onde você pode expressar o Amor. O Amor ajuda a suprir as necessidades. Por isso é que dizemos: ENVOLVA-SE COM AS PESSOA. USE AS COISAS E AME AS PESSOAS.

Disse Paulo em 1 Coríntios 12:4 "Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. (5) E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo." e Versículo (27) "Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo." Nós somos cada um, individualmente, membros do Corpo de Cristo. NÓS SOMOS UM CORPO, JESUS É O CABEÇA, NÓS SOMOS OS MEMBROS; Você é importante neste Corpo. Nós precisamos de você, mesmo que você pense que não é importante. Nós precisamos de cada um de vocês – isto é vital para a Obra do Senhor Jesus Cristo ser feita. Isto é importante, para que nós nos tornemos uma força em todo o Mundo. Nós precisamos de todos vocês. Todos! Um tem um talento. Outro tem cem! Há um espaço para todos. Deus usa pessoas como você e eu, normais. Deus usa pessoas normais. O PEQUENO AQUI SE TORNA GRANDE NAS MÃOS DE DEUS. DEUS PODE USAR VOCÊ EXTRAORDINARIAMENTE. DISPONHA-SE! O corpo precisa de seus membros. E esta é a nossa Missão cada membro deste corpo um Ministro. Muita gente trabalhando, todos são importantes. Nós acremos que há coisas essenciais que você tem que saber, para criar força com membro deste corpo.
.Em primeiro lugar, em que nós cremos? – SÃO AS NOSSAS DOUTRINAS. Mas, há algumas coisas essenciais que você precisa saber: porquê nós cremos?
1 – Efésios 4:4 "há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; (5) há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; (6) um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos." Este é o nosso primeiro conhecimento em nossa Igreja.
SÓ EXISTE UM DEUS. Não existe trindade 3 Deuses, 3 Pessoas. Na Bíblia não se fala em trindade. NA BÍBLIA SE FALA NUM DEUS, QUE SE MANIFESTOU EM PAI FILHO E ESPÍRITO SANTO, NÃO PESSOAS MAS SIM OFICIOS DE UM ÚNICO DEUS QUE SE MANIFESTA TRI-UNICAMENTE: COMO PAI NA CRIAÇÃO, COMO FILHO NA REDENÇÃO E COMO ESPÍRITO SANTO NOS TEMPO, DE PENTECOSTES E NA IGREJA NOIVA HOJE.
NÓS CREMOS NUMA SÓ FÉ. Não cremos em muita fé ou em fé fraca, pouca fé, fé tímida... isso é fé natural. EXISTE UM DOM DA FÉ.
1 –AMOR –I CO.13 -Agora, o essencial dos essenciais: 1 Coríntios 13:2 "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência;...” ainda que eu tenha uma fé poderosa, que diga aos montes: arreda e o monte arreda, e morto ressuscite, o cego veja e paralítico ande, olha meu amado, “... ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei."
2 –ESPERANÇA DA GLÓRIA DE DEUS
3 – NÓS CREMOS NA SEGURANÇA DA SALVAÇÃO. Diz a Palavra em Romanos 8:37 "Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. (38) Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, (39) nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Quem é que pode separar do Amor de Deus?
4 -Cremos nos dons do Espírito Santo, falamos em línguas, oramos uns pelos outros, cremos na Soberania de Deus, cremos no dom da Fé, cremos em Jesus Cristo como único e Soberano Senhor, na nossa Unidade com Cristo, no Ministério da Reconciliação. Todas estas Doutrinas são essenciais, e é essencial que você saiba disto.
5 – SANTIFICAÇÃO-I CO.6:11-EF.5:26-HB.2:11- Pedro diz em 1 Pedro 3:15 "antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,"
6 -A BÍBLIA É A AUTORIDADE MÁXIMA DE NOSSO MINISTÉRIO. Ela não é um credo, ela não é um conjunto de regras. ELA É DEUS FALANDO. JESUS É O SENHOR DA IGREJA. JESUS É O CABEÇA DA IGREJA. Nós somos o Corpo. O Governo desta Igreja está submetido aos Valores do Espírito de Deus. Você pode confiar ao ser submisso à Autoridade da Igreja, Você está na realidade provando a sua submissão a Deus.  Esta Igreja é composta por Sacerdotes Reais, todos nós temos acesso ao Trono, todos nós somos Ministros, todos nós nesta Igreja somos fieis dizimistas, a nossa Igreja não faz bingos, nós não fazemos quermesses, nós não fazemos sorteios, nós não temos rifas - somos um povo que temos no Dízimo a Fonte de Prosperidade. Somos um povo de Oração, cremos no Poder da Oração. ESTAS SÃO AS REGRAS DA NOSSA IGREJA. Gálatas 3:26 "Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; (27) porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. (28) De modo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus."
AQUI NÃO HÁ LUGAR PARA RACISMO, NÃO HÁ LUGAR PARA DISCRIMINAÇÃO, NÃO HÁ LUGAR PARA DIFERENÇA DE COR, NÃO HÁ LUGAR PARA EDUCAÇÃO DIFERENTE, NÃO HÁ LUGAR DISTINTO PARA QUEM TEM POSIÇÃO SOCIAL MAIOR. COMPREENDA DEFINITIVAMENTE QUAL É O PROPÓSITO DA SUA VIDA, POR QUÊ VOCÊ ESTÁ AQUI, PARA QUE SEJA UMA TESTEMUNHA DO SENHOR JESUS CRISTO PARA O MUNDO INTEIRO.
1) Quem Somos ?
Somos cristãos e Buscamos andar em uma visão da Restauração Reformada e viver como discípulos do Senhor Jesus Cristo, crendo em tudo que Ele disse e fazendo tudo que Ele ordenou. Cremos que a Igreja é uma e buscamos andar em unidade com todos aqueles que se arrependeram de seu pecado de incredulidade, foram unidos a Cristo pelo batismo e tem Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas.
2) Para que Existimos?
Existimos para manifestar ao mundo através de nossa proclamação e testemunho pessoal a vida do Senhor Jesus Cristo e cooperar no cumprimento do propósito eterno do Deus Único, ganhando, equipando e enviando os discípulos para serem sal e luz na localidade e em todas as nações.

Tendo como princípio o fazer discípulos e praticar os ensinos da Bíblia com regra de fé, buscando ser um povo modelo, zeloso e de boas obras em amor, unidade, comunhão, misericórdia, serviço e poder do Espírito Santo para que assim sejamos abençoadores e transformadores desta geração e das vindouras.

3)Restauração da Reforma, Avivamento e Restauração da noiva.

Quando nos identificamos, devemos dizer que somos a Igreja noiva “em restauração” ou no “mover de restauração”. Mas, o que é Restauração da Noiva?

Para entendermos restauração precisamos olhar para a história da Igreja ao longo dos séculos e reconhecer que, por muitas razões, a Noiva de Cristo tem estado muito aquém daquilo que o seu Noivo (Jesus) espera.

Muita coisa foi perdida e outras tantas foram agregadas na estrutura simples que a palavra de Deus nos mostra.

Diante desse fato podemos ter quatro atitudes: a) Passividade, que seria o desconhecimento de tudo o que Deus quer restaurar; b) Indiferença, que ocorre quando, apesar de conhecermos essas verdades, não temos preocupações com respeito às mudanças; c) Impotência e Resignação, que ocorre quando enxergamos todas as mudanças, temos as inquietações necessárias, mas não vemos como realizá-las; d) Fé e compromisso, que ocorre quando, apesar de todas as dificuldades, nos empenhamos em fazer as mudanças, entendendo que essa é a vontade de Deus.

Podemos definir o que é Restauração da Noiva com a seguinte frase: “Manter as verdades que temos, resgatar aquelas que perdemos e deixar aquelas que agregamos ao longo dos séculos”.

Dois são os elementos que compõem a Restauração da Noiva

O primeiro deles é a Restauração da Reforma, isto é, a volta à Palavra de Deus revelada para descobrir ali a estrutura e os princípios dos cristãos no primeiro século de existência. O segundo é o Avivamento da Fé perfeita, que é o poder de Deus, o sopro do Espírito Santo que traz consigo as manifestações, os dons, os sinais e prodígios. Traz, também, o quebrantamento, a confissão de pecados, a humildade, a rendição da nossa carne, a paixão por Deus e pelos perdidos. É a capacitação de Deus para fazermos a Sua vontade e a Sua obra (At. 1:8). Sem ele é impossível colocarmos em prática os seus princípios (Jo 15:3); (Heb.11:6).

Portanto, a Restauração da Noiva pode ser explicada com sendo Restauração da reforma + Avivamento da Fé perfeita + Graça Salvadora que é a Engrenagem + Óleo que é O próprio Senhor Jesus Cristo em nós, o Espírito Santo (ICo.6:17; Cl.1:27). Se um dos elementos faltar, teremos o desequilíbrio (Ed 1: 1-5; Mt 9:17).

Obs: Nós não estamos em uma Igreja restaurada, e sim em uma Igreja em restauração ou no “mover de restauração”. Precisamos ter estruturas que estejam abertas às mudanças que o Espírito Santo quer fazer, lembrando que a mudança pela mudança não é uma virtude (Ex.Comprar um uniforme caro para o filho que está em fase de crescimento.

4) Templo / Salão / Local de Reunião
Para nós, esses conceitos estão ligados ao lugar onde a congregação está reunida. Se temos necessidade de um espaço maior para as nossas reuniões, então buscamos um local maior. Porém, se o grupo é pequeno, não temos necessidade disso e usamos somente as casas.

O templo como lugar da presença de Deus é um conceito do V. T. e que voltou a se fortalecer a partir o século 3 d.C. quando os templos pagãos passaram a ser usados pelos cristãos primitivos e esta se tornou a religião oficial. No primeiro século, entretanto, a Igreja crescia e por orientação do Espírito Santo tinha nas casas, ruas e praças públicas o seu local de reunião. Por isso, não valorizamos excessivamente o nosso local de reuniões. Não o chamamos de templo e nem de igreja (“... ontem eu fui na igreja ...”), pois entendemos que Deus não está limitado a um lugar e que tudo o que ocorre nesse local de reuniões ( oração, louvor, palavra, comunhão, santidade, manifestação dos dons, etc. ) deve ocorrer em todos os lugares e em todos os momentos da nossa vida.

No N.T. , nós, a igreja, somos templos do Espírito Santo (I Co 3:16 ; 6:19). Estes locais de reunião podem ser escolas, cinemas, barracões, ginásios de esporte, praças, áreas de lazer, etc. Locais que manifestam a presença de Deus, porque o Seu povo está ali.

TEMPLOS RELIGIOSOS X CASAS DOS IRMÃOS

          FRIOS                                          CALOR HUMANO

IMPESSOAIS                                        RECEPTIVAS

ASPECTO RELIGIOSO                       DEMOSNTRAM VIDA

CUSTAM DINHEIRO                         JÁ ESTÃO PRONTAS


5) Nome / Unidade



Analisando a Palavra de Deus, vemos que o único com autoridade para dizer que tem Igreja é Jesus (Ef. 1: 20 a 23 - cabeça) e, também, que ela é única e indivisível (Ef. 4:4).



É a expressão do Reino de Deus, sem que haja citação de nome, denominações ou organizações (Ex. “....somos dela única....”). A única citação bíblica é a igreja na localidade (Fp 1:1 ; Ef 1:1).



Procuramos viver de tal maneira que o nosso relacionamento com todos os membros do Corpo de Cristo, seja na localidade ou seja no extra local, seja o mais próximo do ideal.



Entendemos, portanto, que todas as denominações da cidade são divisões da Igreja, cremos na vontade do Pai de sermos um Ministério só e nos colocamos como parte do problema, manifestando nosso descontentamento com o atual estado de coisas.



6) Ministros do Evangelho



Primeiramente, devemos lembrar que o termo pastor é alegórico, pois está comparando aquele que cuida de vidas com aquele que cuida de ovelhas (guia, alimenta, protege, cura, traz para perto, etc.).



Dessa forma, fica claro que pastor não é título e sim uma função (Ex: Paulo, o apóstolo e não o apóstolo Paulo). Em uma estrutura de discipulado, todo aquele que discípula exerce essa função.



Não está ligado necessariamente aos seminários ou faculdades teológicas que tem a responsabilidade de formar bacharéis em teologia.



Devemos observar a diferença existente entre pastores e Ministros: o primeiro cuida de vidas, o segundo exerce o governo na igreja local (Todo Ministro é um pastor, mas nem todo pastor é um Ministro).



7) Louvor e Adoração



Não são apenas os cânticos e sim todas as formas de expressão que manifestam a gratidão e a alegria da comunhão com o Senhor Jesus Cristo e com os irmãos. É uma atitude para com Deus.



Podem ser individuais e congregacionais, com ou sem instrumentos e dirigida a Deus com louvor e alegria e não ao Homem.



O cântico de adoração é diferente do cântico evangelístico que é dirigido ao Homem. Não busca no mundo a inspiração e nem deve ser uma imitação dele (Sl. 150, 96:1, Hb. 13:15).



8) Batismo nas águas



Está ligado à salvação do Homem. Fala de sua experiência de morte e ressurreição com Cristo e sua inclusão n’Ele (Gl. 3:27). Não é um ritual.



Faz parte da Porta do Reino (At. 2:38). Serve de testemunho para aqueles que nos cercam. Só devem se batizar aqueles que têm consciência do seu pecado, do arrependimento, do sacrifício de Cristo na cruz e da nova vida que temos n’Ele.



Exige-se fé e arrependimento (obediência). Não é uma opção (I Pe 3:21, Mc 16:16).



Entendemos que a forma mais apropriada para batizar é a imersão (bapto = mergulhar). E mencionando o Nome que é SENHOR JESUS CRISTO.



9) Batismo no Espírito



Essa experiência pode ser definida pela soma de dois aspectos: a) o PIMPEIME (encher de fora para dentro), a experiência de Pentecostes (At. 2). Pedro faz citação do profeta Joel, mostrando a diversidade das manifestações do mesmo Espírito em um momento específico; b) o PLEIRÓS (encher de dentro para fora), que é o mesmo que andar no Espírito (todos os dias).



É o selo de Deus (Jo. 20:19 a 23). É a capacitação de Deus para o serviço dos santos no Reino. Não é dado por mérito (At. 2:38).



É dado no começo da vida cristã (porta do reino). As experiências podem ser diferentes e o dom de línguas não é o único sinal.



A glória é de Deus, pois Ele é o batizador (II Co. 4:7; Mt. 3:11).



10) Ministérios



Podemos definir ministério como serviço. Não é uma manifestação eventual, mas uma ocorrência contínua. Podem ser divididos em dois tipos: comuns e específicos.



Ministérios comuns: ser testemunhas e proclamadores, edificar nas juntas e ligamentos. Todo discípulo tem esses ministérios (II Co. 5:18 a 20). Não é uma obra para poucos escolhidos (evangelistas, missionários, pastores, etc.).



Ministérios específicos: são os encontrados nas passagens de Ef. 4:12 e 13; I Co. 12:28; Rm. 12: 6 a 8; I Tm 4:14 e a sua manifestação implica no bom funcionamento do Corpo.



Para saber qual é o meu ministério específico devo procurar servir em tudo com alegria e dedicação, sem inveja ou ciúmes (Ecl. 9:10).



Paraeclesiásticas



Organizações formadas com a intenção de ajudar a Igreja a cumprir a Grande Comissão. Servem a grupos específicos (atletas, crianças, mulheres, homens de negócios, estudantes, etc.).



Deus permite a sua existência por dois motivos: a) Sua Igreja ainda está dividida; b) Sua Igreja tem uma visão muito limitada de seu ministério.



Em muitos casos, acaba servindo de “muleta espiritual” e retarda a restauração do Corpo.



Evangelho pregado



É o evangelho do Reino. Aquele que tem Jesus Cristo como Senhor (Lc. 19:2 a 10; Mt. 9:9; 19:16 a 22) e Salvador.



Orienta o Homem a renunciar à sua própria vontade, às suas motivações carnais, a buscar o reino de Deus em primeiro lugar (Mt. 6:33), a tomar a sua cruz e seguí-lo, a perder a vida por amor ao Senhor.



É uma mudança de governo. É a troca do egocentrismo pelo Cristocentrismo.



Não se identifica com o evangelho das ofertas, da prosperidade sem santidade, Evangelho show espetacular de misticismo e gnosticismo pagão.



Famílias



São a base da Igreja (colunas). Devem estar inseridas na vida da igreja. Foram criadas por Deus. São responsáveis diretas pela criação dos filhos. Possuem funções específicas dentro de si (maridos, esposas, filhos, pais). Devem ser um exemplo e um estímulo para os solteiros. A Igreja nunca será melhor do que as famílias que a compõe.



Solteiros



Queremos levá-los a ter uma vida com santidade e propósito no reino de Deus. Ser um povo que cause impacto na sua geração devido ao seu testemunho, estilo de vida, paz, alegria, maturidade. Devem ter alvos claros para sua vida profissional e disposição de constituir uma família sob os princípios de Deus.



Casamentos



Casamos somente pessoas que tenham aliança conosco (compromisso e submissão) e demonstrem certo nível de maturidade física, emocional e espiritual, além de condição material digna. Cremos na insolubilidade do casamento. Procuramos realizar as cerimônias de casamento dentro das nossas reuniões, com envolvimento de toda a congregação nos preparativos, buscando simplicidade e singeleza no ato.



Reuniões



São de diversos tipos, formadas por grupos de diferentes quantidades de pessoas e cumprem vários propósitos: Ensino doutrinário, exercício dos dons espirituais, comunhão, serviço, louvor e adoração, ceia do Senhor, batismo nas águas, alegria do Espírito, etc..



Devem ser participativas e dinâmicas. Podem ocorrer em lugares como salões, casas, praças, chácaras. As reuniões no mover de Restauração da Noiva não são uma desordem nem, tampouco, uma ordem de homens.



Jejuns e orações



Somos estimulados a fazer jejuns e orações de forma individual e coletiva pelas famílias, pelos nossos governantes, pela Igreja, pelo mundo, contra principados e potestades, por causas específicas, etc.



Temos reuniões de oração por grupos de discipulado, por duplas e trios, além das nossas vigílias.



Dízimos e ofertas



São usados para o sustento dos obreiros, para ajudar os necessitados, para ajudar a outras congregações, para manutenção e ampliação do salão e equipamentos, etc.



Vida da Igreja



É o viver do propósito eterno de Deus (“Ser uma família de muitos filhos, semelhantes a Jesus para a Sua glória” – Ef. 1:4 e 5; Hb. 2:10; Rm. 8:29).



É uma vida de intensos relacionamentos que não se limitam aos momentos de reunião. É a manifestação do reino de Deus na sua forma mais prática e dinâmica, pois trata-se de um organismo e não de uma organização.



Missão integral



A Igreja, como Corpo de Cristo e com alternativa de vida para essa sociedade na qual vivemos, é chamada a cumprir sua missão integral, sendo:



a) Sal da terra e Luz do mundo;



b) Ser uma comunidade modelo;



c) evangelizar a cidade, o país e o mundo;



d) Abençoar as pessoas através do seu serviço e das boas obras (creches, escolas, orfanatos, asilos, assistência social, recuperação de viciados, assistência médica, justiça social, etc.), conforme Ef. 2:10, Tg. 2:14 a 17, Mt. 25:31 a 46.



“O alvo é atingir todo homem e o Homem como um todo.”



Conclusão



Tudo isso implica na Restauração da Igreja Noiva em todas as suas dimensões:



Qualidade = Santidade, amor, serviço, virtudes, caráter, maturidade espiritual, etc.;



Poder = Derramamento do Espírito, distribuição de dons, curas, milagres, prodígios, vitórias, etc.;



Unidade = Um só corpo, uma só Igreja em cada cidade e no mundo;



Autoridade = Ministro, Apóstolos, profetas, evangelistas, pastores, mestres e diversas diaconias funcionando como um só corpo;



Expansão = Crescimento numérico na cidade, no país e no mundo. Evangelização local e translocal, missões no país e no mundo;



Missão integral = Obras de misericórdia;



Protagonismo histórico =Como sal da terra e luz do mundo. Na área sacerdotal em intercessão, oração e luta espiritual nas regiões celestiais. Na área profética, comunicar a Palavra de Deus a todos os níveis, denunciando o pecado e protegendo moralmente as nações.



E, principalmente, ser uma comunidade modelo e uma proposta viva de um projeto social, fundamentado nos princípios e obras do Reino DE NOSSO DEUS E SENHOR JESUS CRISTO AMÉM.

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