DEUS É ESPÍRITO ADORAÇÃO DEVE
SER ESPIRITUAL
JOÃO 4:1-26
Os atributos de Deus são as características distintivas da
natureza divina inseparáveis da idéia de Deus e que constituem a base e o apoio
das suas várias manifestações e oficios às suas criaturas
Chamamo-los atributos porque somos compelidos a atribuí-los
a Deus como qualidades ou poderes fundamentais do Seu ser a fim de dar um
relato racional de alguns fatos constantes nas auto-revelações de Deus. Não são
existências separadas. São atributos de Deus.
Atributo é a essência total agindo de uma forma específica.
O centro da unidade não está em qualquer atributo, mas na essência... A
diferença entre o atributo divino e a pessoa divina é que a pessoa é uma forma
da existência da essência, enquanto o atributo é uma forma da relação, ou da
operação da essência.
Qual é a Natureza de Deus?
“Deus é Espírito” (João 4.24)
Dizer que Deus é Espírito é fácil, pois a Bíblia diz assim.
Mas o que queremos dizer por “espírito”? A palavra espírito é usada várias
vezes com significados diversos. Quais apontam para Deus?
Espírito aerificado (Reduzir (-se) ao estado gasoso;
aerizar, Dicionário Aurélio Eletrônico); Salmos 11.6, no hebraico “vento
tempestuoso” ‘espírito de tempestade’.
Respiração – “espírito de vida”, Gênesis 6.17.
Anjos – Salmos 104.4, “faz dos seus anjos espíritos”. Podem
ser tanto os bons quanto os imundos (Marcos 1.27)
Alma/espírito - do homem (Eclesiastes 12.7); de Cristo (João
19.30); Deus é Deus “dos espíritos de toda a carne” (Números 16.22).
Sem Carne – “... seus cavalos, carne, e não espírito”
(Isaías 31.3); “um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”
(Lucas 24.39).
Ativo e eficaz – “Porém o meu servo Calebe, porquanto nele
houve outro espírito, e perseverou em seguir-me”; Calebe manifestou uma afeição
ativa e não uma índole preguiçosa. Usou-se ‘espírito’, pois um espírito
geralmente tem uma natureza ativa (Números 13.24; Daniel 6.3).
Forte atividade - Oséias 4.12, “O meu povo consulta a sua
madeira, e a sua vara lhe responde, porque o espírito da luxúria os engana, e
prostituem-se, apartando-se da sujeição do seu Deus”. Esta mesma idéia é
embutida em Provérbios 29.11, “O tolo revela todo o seu pensamento (Hebraico =
‘espírito’)” no sentido que ele não sabe refrear a atividade da sua mente; ação
espontânea sem controle ou limite.
Quando a Bíblia diz que Deus é Espírito, ela quer transmitir
que Deus é o somatório de todos os significados, ou seja: uma substância
invisível e ativa que promove ações em Si e nos outros. Não tem corpo, é sem
tamanho, sem formato, sem bitola, ou comprimento de um corpo completamente
separado de algo que é carnal ou de matéria. “Deus é Espírito espiritíssimo,
mais espiritual de todos os anjos ou almas”, citando Gerhard). Como Ele excede
tudo na essência do Seu ser, assim Ele excede tudo na Sua natureza de espírito:
não há nada grosso, pesado, ou de matéria na Sua essência.
A afirmação de que “Deus é Espírito” testifica contra a
heresia dos Saduceus que deram a Deus um corpo somente. Atos 23:8, “Porque os
Saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus
reconhecem uma e outra coisa”.
Afirmar que “Deus é Espírito”, no contexto de João 4.24,
manifesta verdades sobre a verdadeira adoração do homem à Divindade. A própria
essência de Deus, e não a vontade de apenas uma das manifestações ou ofícios do
único Deus, se agrada da adoração espiritual, espírito com Espírito. Não fica
isento, nessa adoração espiritual, o uso de lugares específicos e de objetos
corporais, pois tudo Ele criou, e ao homem deu-lhe um corpo, logo este deve dá
a Ele o Seu devido louvor (Salmos 150.6). O uso do corpo, com gestos
cerimoniais, como os quais Jesus referia-se no contexto, os dos fariseus e os
dos samaritanos, não agradaram, pois eram cerimônias mortas, feitas por
tradição e não por um coração com entendimento. Os gestos cerimoniais
originalmente apontavam às verdades de Deus. Deus quer que O adoremos com
entendimento e não com cerimônias mortas. Jesus disse à mulher Samaritana que
ela deveria se separar de todos os modos carnais (“Nossos pais adoraram neste
monte”, v. 20) e prestar louvor primeiramente nas ações do coração e
acondicioná-lo mais corretamente à condição do Objeto adorado, que “é
Espírito”.
Substâncias espirituais são mais excelentes do que as
corporais, pois dão vitalidade às corporais; a alma do homem mais excelente do
que os outros animais; os anjos mais excelentes do que os homens (Salmos 8.5;
Hebreus 2.7). O superior, na sua própria natureza, contém a dignidade do
inferior; Deus deve ter, portanto, uma excelência acima de todos esses e assim
sendo, está inteiramente removido das condições de um corpo. Alguns sugerem que no tabernáculo, o ouro e os
outros ornamentos apontavam para uma qualidade de Cristo, mas qualquer coisa
visível era inadequada para representar a natureza de Deus que é puramente
invisível, não podendo representar-Se à mente do homem adequadamente. Porém,
sabendo que a adoração envolve a Trindade e pelo fato do tabernáculo
representar a presença de Deus no meio do povo pecador, seria apto para o
tabernáculo manifestar os atributos de Deus. Para representar a espiritualidade
da natureza de Deus alguns apontam o ar contido na arca da aliança. O ar é
invisível e se difundi em todas as partes do mundo, flui por entre todas as
partes das criaturas e, enche o espaço entre o céu e a terra, ensinando-nos
assim, que Deus é espírito e não há lugar onde Deus não esteja presente.
“Deus é Espírito” – Se Deus tivesse a forma de homem, os
gentios não seriam acusados de pecado por mudar a Sua glória incorruptível em
semelhança de homem corruptível (Romanos 1.23).
Se “Deus é Espírito”, porque a Bíblia atribui a Ele partes
corporais? Estas devem ser consideradas como antropomórficas e simbólicas.
Quando se fala que Deus aparece aos patriarcas e anda com eles, tais passagens
devem ser explicadas como se referindo às manifestações temporárias do próprio
Deus em forma humana – manifestações que prefiguravam o tabernacular final do
Filho de Deus em carne”. Por Deus ser Espírito puro estas passagens devem ser
tomadas num sentido figurado e simbólico. Gênesis 32.30; Deuteronômio 34.10
somente podem ensinar que Deus se manifestou a Jacó e a Moisés numa
representação que adequava à mente, ao espírito ou à vista deles, não que Ele
tivesse um corpo. Estas representações aludem à Sua obra, e não à Sua natureza
invisível. O olho – Sua sabedoria; braço e mão – Sua eficiência. Nelas são
manifestas as Suas perfeições ao homem: os olhos e os ouvidos – onisciência; a
face – Seu favor; a boca – revelação da Sua vontade; as narinas – aceitação das
nossas orações; as entranhas – Sua compaixão; o coração – a sinceridade das
Suas afeições; a mão – a força do Seu poder; os pés – a Sua presença. Também
por elas, Ele nos ensina e nos conforta: Seus olhos – a Sua vigilância sobre
nós; Seus ouvidos – a Sua prontidão em ouvir as súplicas dos oprimidos, Salmos
34.15; Seu braço – Seu poder, para aliviar os Seus e para destruir os inimigos,
Isaías 51.9.
“Deus é Espírito” – “Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3.14)
manifesta-se a Si mesmo com tal descrição, como um ser puro, simples, não
criado; tão infinitamente superior ao ser das criaturas, quão mais alto do que
as concepções que elas têm dEle (Jó 37.23; Isaías 55.8,9). A Sua superioridade
é percebida em que Ele é nomeado “Pai dos espíritos” (Hebreus 12.9).
Se Deus não fosse Espírito:
1. Não poderia ser o Criador. A sabedoria, bondade, poder,
são tão infinitos, perfeitos e admiráveis que não poderiam ser contidos numa
forma corporal. Pode uma substância corporal pôr a sabedoria no íntimo, ou dar
à mente o entendimento (Jó 38.36)?
2. Não poderia ser invisível. Paulo adiciona invisível como
parte das perfeições de Deus (I Timóteo 1,17). A Sua divindade se entende pelas
Suas obras que são visíveis, mas, não é visível o Seu ser (João 1.18; I Timóteo
6.16).
3. Não poderia ser infinito. Deus é infinito (II Crônicas
2.6; 6.18; Isaías 66.1), portanto, não pode ser feito de partículas e membros;
nem partes finitas, que nunca poderiam constituir um Ser eterno e ilimitado,
nem de partes infinitas, que precisariam existir antes do Deus que elas
compõem. Portanto, não tendo membros e sendo infinito, Deus é Espírito.
4. Não poderia ser imutável. Por Deus ser Espírito puro e
não composto, Deus é imutável (Malaquias 3.6; I Timóteo 1.17; Tiago 1.17). Tudo
que é composto é mutável na sua natureza, mesmo que nunca tenha mudado. Se Adão
não pecasse, nunca teria tornado ao pó, mas por ser um ser composto, poderia
mudar. Mas, Deus é imutável em essência, e portanto, é Espírito.
5. Não poderia ser onipresente. Um corpo não pode encher o
céu e a terra de uma só vez com tudo que é, pois, é limitado ao tempo e espaço.
Mas, Deus é onipresente (Salmos 139.7-10; Jeremias. 23.23, 24), portanto,
Espírito.
6. Não poderia ser o Ser mais perfeito. Como a alma e espírito
do homem corporal fazem dele o ser superior dentre todos os demais que tem
corpos (animais), e como os anjos, que são espíritos sem corpos são superiores
aos homens, Deus é mais perfeito do que a Sua criação por ser Espírito puro. O
efeito não pode superar a Causa. Cada ser composto é criado e é em essência,
finito e limitado, e assim sendo, longe de perfeição. Por Deus ser Luz sem
trevas algumas (I João 1.5) e sem sombra de mudança (Tiago 1.17), sabemos que
Ele é perfeito. Se perfeito, é o mais sublime Espírito.
Por Deus ser Espírito, é tanto pecado (Êxodo 20.5;
Deuteronômio 5.8,9) quanto tolice formar em matéria qualquer imagem ou desenho
de Deus. Nossas mãos são tão incapazes de formar uma imagem dEle ou desenha-lO
como são incapazes os nossos olhos de O ver. Que a proibição de fazer imagens
de Deus para O adorar ou ajudar na adoração é para todos os povos e de todos os
tempos é clara, pois, Ele julgará tanto o Seu povo quanto os pagãos por fazerem
tal tolice (Isaías 40.18-26; Romanos 1.21-25). Tais pessoas que fazem as
imagens e desenhos, reais ou imaginativos, são tão estúpidas quanto as imagens
(Salmos 115.4-8).
1. Por Deus ser Espírito, o homem só pode conversar com Ele
através de um espírito vivificado por Cristo (I João 1.3). Ele não é um corpo,
portanto a beleza de templos, o valor ou o tamanho dos sacrifícios, o cheiro do
perfume doce da fumaça do incenso ou o esforço de qualquer ação externa, não
são aceitáveis a Ele. Deus olha para o coração, para os sacrifícios de um
espírito quebrantado. Isto é o que é agradável a Ele. Isso Ele não desprezará
(Salmos 34.18; Salmos 51.16, 17). Para termos a comunhão mantida com Ele,
devemos ter o espírito da nossa mente renovado (João 3.5; Efésios 4.23). Nunca
podemos ser unidos a Deus senão em um espírito vivificado por Cristo. Não
podemos manter comunhão com Ele se não nos mantivermos limpos espiritualmente.
Quanto mais espirituais, mais comunhão temos com Ele.
2. Se Deus é Espírito, o Cristão só pode ser satisfeito
verdadeiramente com Ele. Como somos feitos à Sua imagem pela natureza
espiritual da nossa alma, assim não podemos ter nenhuma satisfação verdadeira
senão nEle. Não temos inter-relacionamento com os anjos. A influencia que eles
têm conosco, a proteção que nos dão, é oculta e não discernida; mas Deus, o
Espírito mais sublime, vem a nós por Seu Filho. A Ele devemos buscar; nEle
devemos descansar, com Ele podemos comungar (Salmo 90.1; Salmos 63.1). Deus,
sendo Espírito, nos fez na Sua imagem espiritual, devemos, portanto somente nos
satisfazer nEle.
3. Se Deus é Espírito, devemos ter cuidado com aquilo em que
mais somos parecidos com Ele: o espírito. O espírito é mais nobre que o corpo,
portanto devemos dar valor mais ao nosso espírito que ao corpo. A nossa alma,
através do espírito tem mais comunhão com a natureza divina e, portanto, merece
o nosso maior cuidado. Aquilo que tem a imagem do Espírito em nós deve ser
valioso. Davi, entendendo esse valor, chama a sua alma de sua predileta (Salmos
35.17). Manifestamos pouca reverencia para Deus Espírito quando não cuidamos do
nosso espírito.
4. Se Deus é Espírito, devemos desviar-nos especialmente
daqueles pecados que são espirituais. O Apóstolo Paulo fez diferença entre a
imundícia da carne e a do espírito. Devemos nos purificar de todo pecado, tanto
da carne quanto do espírito para sermos aperfeiçoados em santificação (II
Coríntios 7.1). Pela imundícia da carne corrompemos o corpo, aquilo que o homem
vê e usa para servir Deus diante do homem. Pela imundícia do espírito
corrompemos aquilo que, na sua natureza, tem parentesco ao Criador, e é pelo
qual intimamente servimos a Deus e qual Ele vê particularmente. Quando fazemos
o nosso espírito o anfitrião de imaginações vãs, desejos imundos, e afeições
torpes, pecamos contra a excelência de Deus em nós; contaminamo-nos naquilo
pelo qual temos comunicação e vida com Ele, o nosso espírito. Pecados
espirituais são os piores pecados, pois como a graça em nossos espíritos nos
conforma ao fruto do Espírito Santo, assim os pecados espirituais nos
contaminam com semelhanças ao espírito depravado, os dos anjos caídos (Efésios
2.2,3). Pecado na carne transforma homens em brutos; pecados espirituais
conformam-nos à imagem de Satanás. De maneira nenhuma devemos fazer dos nossos
espíritos um monturo, mas, pela renovação dos entendimentos, por pensar no que
é puro, justo e divino, seremos transformados para saber e realizar qual é a
perfeita vontade de Deus (Filipenses 4.8,9; Romanos 12.1,2).
Essa transformação é espiritual (João 3.3, 5-8). É através
de Cristo (Efésios 1.3, 7, 13; 2.13-18). Você já se arrependeu dos seus pecados
e creu pela fé em Cristo Jesus? Já está na hora!
A ADORAÇÃO ESPIRITUAL - I
JOÃO 4:15-26
Quando a Bíblia diz que Deus é Espírito, ela quer transmitir
que Deus é o somatório de todos os significados do uso da palavra “espírito” na
Bíblia, ou seja: substância invisível e ativa que promove ações em Si e nos
outros. Inclui o fato que espíritos não têm corpo, são sem tamanho, formato,
bitola, ou comprimento de um corpo, completamente separado de algo que é carnal
ou de matéria. “Deus é Espírito
espiritíssimo, mais espiritual do que todos os anjos ou almas”. Como Ele excede
tudo na essência do Seu ser, assim Ele excede tudo na Sua natureza de espírito:
não tem nada grosso, pesado, ou de matéria na Sua essência.
Afirmar que “Deus é Espírito”, no contexto de João 4.24, é
manifestar verdades sobre a verdadeira adoração do homem para com a Divindade.
A própria essência de Deus, e não a vontade de apenas uma das Pessoas da
Trindade se agrada com a adoração espiritual: espírito com Espírito.
Não fica isento, nessa adoração espiritual, o uso de lugares
específicos e de objetos corporais, pois tudo Ele criou, e ao homem deu-lhe um
corpo, este deve dar a Ele o Seu devido louvor (Salmos 150.6). O uso do corpo,
com gestos cerimoniais, como os quais Jesus se referia no contexto, os dos
fariseus e os dos samaritanos não agradaram, pois eram cerimônias mortas,
feitas por tradição e não por um coração com entendimento. Os gestos
cerimoniais originalmente apontavam às verdades de Deus. Deus quer que adoremos
a Ele de entendimento e não com cerimônias mortas. Jesus está dizendo à mulher
Samaritana que ela deve se separar de todos os modos carnais (“Nossos pais
adoraram neste monte”, v. 20) e prestar louvor primeiramente nas ações do
coração e acondicioná-lo mais corretamente à condição do Objeto adorado, que “é
Deus em Espírito”.
Creio que podemos aprender da instrução de Cristo sobre a
adoração espiritual. Alguém disse: Devemos falar a Deus como Ele é, ou seja, em
espírito. Da mesma forma, como Ele é deve modificar a nossa adoração a Ele. Por
Deus ser tão excelente em essência, atributos e obras, Ele merece tanto a
serenidade das nossas afeições quanto a maior decência das nossas
manifestações.
O que a espiritualidade de Deus nos ensina a respeito da
adoração espiritual?
Os Seus atributos incitam a adoração espiritual. Por Deus
ser misericordioso e grande em perdoar, Ele é “temido” (Salmos 130.4), ou seja,
Deus foi adorado corretamente pelo reconhecimento do Seu atributo de
misericórdia. Por Deus ser um Juiz justo, um fogo consumidor, uma adoração
agradável com reverência e piedade a Ele é racional (Hebreus 12.28,29). Quando
a profundidade e a riqueza da Sua sabedoria são consideradas, ou quando são
contemplados os Seus juízos insondáveis e caminhos inescrutáveis é reconhecido
que a Ele deve ser dada a glória (Romanos 11.33-36). Quando a imensidade das
obras da mão de Deus é vista, o homem é levado a entender a sua própria baixeza
junto com a realização que Deus é gracioso por pensar no homem e visitá-lo
(Salmos 8.3,4). A benignidade de Deus para com um mundo em rebeldia contra O
Santo deve levar o homem ao arrependimento, que é uma forma de adoração
(Romanos 2.4). Como os Seus generosos e santos atributos nos incitam com
motivos inumeráveis para adorá-lO, a Sua espiritualidade nos ensina que essa
adoração deve ser espiritual, vinda da nossa alma.
Portanto, Aprenda da Palavra de Deus!
Medite na Sua Palavra (Salmos 1.1-3).
Louve Deus pelas Suas grandezas (Mateus. 6-9-13).
Faça que a sua adoração seja em espírito e em verdade
Por Deus ser Espírito, aprendemos também que:
Deus perpetuamente deve ser adorado. Por ser Espírito
perpetuamente, Deus tem o direito de ser sempre adorado espiritualmente. No
Jardim do Éden havia uma maneira de mostrar a adoração, na Lei de Moisés outra,
e ainda uma outra maneira no Novo Testamento, mas todos eram unânimes em
ensinar que Deus quer ser adorado pelo espírito do homem. No Jardim do Éden era
comunhão com a voz de Deus e a obediência à Sua palavra (Gênesis 2.15-17; 3.8).
A diferença entre as ofertas de Caim e de Abel foi a diferença na atitude do
coração para com Deus (Gênesis 4.7, “Se bem fizeres, não é certo que serás
aceito?”). A atitude de Abel foi com uma fé movida pelo amor, e, portanto,
adoração espiritual. A atitude de Caim evidentemente não foi de coração pois,
para Deus, não foi aceitável, e, portanto sabemos que não foi uma adoração
espiritual. A Lei de Moisés, mesmo com uma multidão de ordenanças carnais e
lavagens de sacrifícios, essas cerimônias não eram a adoração mais importante.
A circuncisão do coração (Deuteronômio 10.16), e a adoração “ao SENHOR teu Deus
com todo o seu coração, e com toda a tua alma” (Deuteronômio 30.10) era a
principal e melhor adoração ensinada por Moisés, ou seja, adoração espiritual
tinha prioridade sobre a observação das cerimônias.
Sempre convém termos um coração singular, reservado apenas
para Ele, um coração sempre sensível à Sua vontade, às Suas perfeições, ou
seja, um coração temente a Deus (Salmos 139.1- 4, 17, 23, 24).
A espiritualidade de Deus também nos ensina:
3. É dever de todo homem adorar a Deus em espírito tanto
quanto é seu dever também temê-lo (João 4.24; Eclesiastes 12.13). A adoração
verdadeira nada mais é do que atribuir a Deus a honra que Ele merece. Portanto,
a postura correta dos nossos espíritos é importante na adoração. “Deus é
Espírito” e, no espírito do homem, a imagem de Deus é mais clara. Portanto, não
é racional servir ao nosso Criador somente com aquilo que voltará ao pó, e
negar a Ele aquilo que nos faz ser criaturas superiores, o espírito que “volta
a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12.7). É racional sermos “sacrifícios vivos” na
adoração espiritual, usando o corpo reverentemente de forma mínima, mas, na
entrega maior, adorando com o nosso espírito (Romanos 12.1,2). Ser feito
segundo a Sua imagem nos obriga a exercitar aquilo em nós que mais parece com
Ele, ou seja, o espírito.
Não seja enganado em ser movido a crer que as cerimônias,
movimentos ou posições do corpo superam ou igualam a adoração espiritual.
Lembre-se que Deus olha para o coração (1 Samuel 16:7, “Porém o SENHOR disse a
Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura,
porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem
vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.”; Salmos
147.10, 11; I Pedro 3.3, 4).
Lembre-se que Deus abençoou o povo que o louvava com dança e
música nos tempos da bíblia, mas devemos entender que não foi pela dança ou
pela música, mas pelo que Ele viu no coração que tal louvor foi aceito. Ele é
Espírito e quer que os que O adoram, O adorem em espírito e em verdade.
Pela Palavra de Deus, conhecemos Deus como Ele é, e o que O
agrada. Você tem ou não tem o conhecimento dEle no seu coração? Deus se revela
exclusivamente a nós pelo Seu Filho, Jesus Cristo (João 1. 18, “Deus nunca foi
visto por ninguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o
revelou”). Olhe para Jesus Cristo! Conhecemos Jesus Cristo pela fé. A fé
verdadeira é aquela fundada na Verdade (Hebreus 11.1). A Verdade é conhecida
pela Palavra de Deus. Portanto, submeta-se ao exame da Palavra de Deus. Preste
atenção à sua pregação. Leia a reverentemente em sua casa. Guarde-a no seu
coração. Creia no Salvador que ela apresenta: Jesus Cristo.
A ADORAÇÃO ESPIRITUAL - II
ROMANOS 1.8-10
Romanos 1.8-10,
v. 9, “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no
evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de
vós”
“Deus é Espírito”
Substâncias espirituais são mais excelentes do que as
corporais, pois dão vitalidade às corporais; a alma do homem é mais excelente
do que os outros animais; anjos são mais excelentes do que os homens (Salmos
8.5; Hebreus 2.7). O superior, na sua própria natureza, contém a dignidade do
inferior. Deus deve ter, portanto, uma excelência acima de todos esses e sendo
assim, é inteiramente removido das condições de um corpo.
O que a espiritualidade de Deus nos ensina a respeito da adoração
espiritual?
1. Ensina-nos que o culto reverente e a adoração apropriada
do evangelho de Seu Filho baseiam-se no espiritual. A obediência ao evangelho
de Seu Filho é mais espiritual do que qualquer cerimônia ou oblação da Lei de
Moisés. O alvo do evangelho de Seu Filho é a adoração espiritual, através do
Espírito Santo que regenera o espírito do homem que está morto no pecado. Na
mesma medida e grau em que as ações da observação da lei eram do corpo, o alvo
do evangelho de Jesus Cristo é espiritual. Paulo prova que a adoração
espiritual é somente possível pela conversão da alma por Jesus Cristo, ou seja,
pelo Evangelho. Ele prova isso quando afirma que serve a Deus em seu espírito
pelo evangelho do Seu Filho (Romanos 1.9).
Quando o evangelho é proclamado aos que estão
espiritualmente mortos, ele vivifica-os espiritualmente para Deus (I Pedro 4.6;
Efésios 2.1,4). Deus, pelo Espírito, testifica de Cristo, o único Salvador, aos
pecadores através do evangelho (Atos 20.21). Somente depois de o homem ser vivificado
no espírito pode ele cultuar a Deus (II Coríntios 2.14-16). Desde que a
regeneração do espírito do homem, ou seja, a vivificação do homem novo é uma
obra do Espírito Santo, o culto e a adoração do evangelho baseiam-se no
espiritual. A obediência ao evangelho faz a adoração a Deus ser uma adoração
mais sublime e espiritual por ser realizada no homem interior que foi
vivificado pelo Espírito Santo de Deus.
Em contraste com a adoração do Velho Testamento, pode ser
dito que aos adoradores foi dado o pão dos anjos (Salmos 78.25). Todavia, na
época do Novo Testamento, temos os próprios anjos servindo a nós (Hebreus
1.14). Nisso percebemos que o evangelho é mais espiritual do que a adoração
cerimonial do Velho Testamento.
O evangelho é chamado “culto racional” (Romanos 12.1). É
chamado assim, pois, o evangelho é um culto adequado às capacidades racionais
da alma. As capacidades racionais do homem Cristão são aperfeiçoadas quando o
evangelho é obedecido.
2. Ensina-nos que a essência da adoração verdadeira é
espiritual, pois se expressa pelo amor a Deus (I João 4.19; João 14.15), pela
fé em Deus (Atos 16.31), e é movida por causa da Sua bondade (Romanos 2.4). A
substância da adoração prazerosa é espiritual, pois é comunhão com Ele, que é
Espírito (I João 1.3).
Pelo evangelho de Seu Filho, as cerimônias, oblações,
holocaustos, e tradições da lei foram removidos e o seu significado moral
espiritualizado. Os mandamentos que nos instruíram tanto em nosso dever para
com Deus quanto em relação ao nosso dever para com o homem, no evangelho são
reduzidos ao seu significado espiritual, ou seja, amor a Deus de todo o nosso
coração e amor pelo próximo como amamo-nos a nós mesmos (Marcos 12.30,31; Tiago
2.8). Por isso a adoração verdadeira é espiritual.
3. Ensina-nos que a essência da adoração neotestamentária é
melhor do que a adoração da lei. A alma voa mais alto, pois entra no céu. O
cheiro das afeições renovadas pelo evangelho de Jesus Cristo é um perfume mais
forte do que qualquer cerimônia de religião. O alvo da forma da adoração do
evangelho é mais sincero, pois Cristo é conhecido pessoalmente e o Espírito
Santo vem habitar no Cristão auxiliando a sua adoração (Gálatas 4.4-6; Romanos
8.9-16). Por isso a adoração verdadeira é espiritual.
4. Ensina-nos que a adoração neotestamentária tem o auxilio
do Espírito Santo e, portanto, é mais espiritual do que qualquer adoração
anterior. O próprio Espírito Santo é derramado pela proclamação do evangelho de
Jesus Cristo (Efésios 1.13; Filipenses 1.27; I Pedro 4.6). No Velho Testamento,
o Espírito Santo somente visitava os santos (Números 11.25; Juizes 3.10). No
evangelho, o Espírito Santo não somente paira, mas habita no coração do Cristão
(Gálatas 4.6; João 7.38,39), fazendo da adoração do evangelho de Jesus Cristo
mais espiritual do que a adoração dada pela Lei de Moisés.
Cristo fez que o evangelho fosse apto para um coração
espiritual, e o Espírito transformou o coração de carne e adequou-o para o
evangelho espiritual.
5. Ensina-nos que por Deus ser espiritual, Ele merece o
culto reverente e a adoração espiritual que são dados através do evangelho de
Seu Filho. Ele se agrada mais com o espiritual do que com as cerimônias
exigentes, as ordenanças custosas e as tradições corporais da Lei de Moisés. Um
único Cristão O adorando em culto reverente e na adoração adequada pela
obediência de Seu Filho é mais prazeroso a Deus do que milhões de altares
fumaçando com as oblações mais custosas. Deus se agrada mais desta adoração que
exala do coração de um Cristão espiritual porque Deus é Espírito e importa a
Ele que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade (João 4.23.24).
Quando Deus olha para você e para sua adoração, Ele vê o que
é mais prazeroso a Ele? Ele recebe de você a adoração espiritual e obediente do
homem novo criado pelo Espírito Santo no evangelho do Seu Filho? Não se
contente com a mera religião, evangélica ou protestante, nem com as cerimônias
de uma adoração mecânica (Mateus 7.21-23). Deus não se contenta com obras de
qualquer religião que não emanam de um coração transformado por Seu Espírito
(Salmos 51.6, “Eis que amas a verdade no íntimo”; I Pedro 3.4, “Mas o homem
encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que
é precioso diante de Deus”). Examine-se a si mesmo se a sua adoração se origina
de um espírito quebrantado e de um coração quebrantado e contrito, pois esta
adoração Deus não desprezará (Salmos 51.16,17; Mateus 5.3-6). Que lugar tem o
arrependimento e a fé em Cristo Jesus na sua adoração? A sua adoração a Deus,
que é Espírito, é a adoração do homem novo criado pelo Espírito Santo através
do evangelho do Seu Filho Jesus Cristo?
A ADORAÇÃO ESPIRITUAL - III
SALMOS 150.6
Salmos 150.6, “Tudo quanto tem fôlego louve ao SENHOR.
Louvai ao SENHOR”.
Tudo que tem fôlego deve louvar ao SENHOR. Porém toda e
qualquer adoração deve ser espiritual, pois Deus é Espírito. A adoração
espiritual não é uma adoração sem entendimento, mas, uma que usa o conhecimento
da excelência de Deus como motivo do seu louvor. Reconhecer Deus como soberano
e regozijar na glória dos Seus atributos manifestos no Redentor é adoração
espiritual e são ações do espírito de um homem regenerado. É assim que o
Salmista nos instrui: “Pois Deus é o Rei de toda a terra, cantai louvores com
inteligência.” (Salmos 47.7; I Coríntios 14.12-20). A adoração sem
entendimento, ou inteligência, não é culto racional, algo que Deus pede
(Romanos 12.1,2). Tentativas de adorar ao Senhor somente com as sensações são
ações de um bruto. O louvor que usa a razão é adoração de um homem para com seu
Deus. A adoração espiritual é louvor que corresponde à natureza nova de um
homem regenerado (Romanos 8.5 “os que são segundo o Espírito para as coisas do
Espírito.”). Portanto, a regeneração deve preceder qualquer possibilidade de
adoração espiritual e verdadeira. Importa a Deus que os que O “adoram adorem em
espírito e em verdade” (João 4.24). Não procure adorar a Deus se não for
regenerado. Busque a Cristo! Cristo é o Salvador do pecador arrependido que crê
pela fé nEle. Através de Cristo, um novo homem é gerado, um homem espiritual.
Como temos percebido nos estudos anteriores, a adoração
espiritual só pode ser uma atividade do homem interior que nasce do espírito de
Deus (João 3.3,5,7). O Cristão precisa do auxílio do Espírito Santo de Deus para
adorar corretamente. Não podemos mortificar a concupiscência sem o auxílio do
Espírito (Romanos 8.13), e tampouco a nossa adoração é espiritual sem o Seu
auxílio (Romanos 8.6 “mas a inclinação do Espírito é vida e paz”; 8.26 “o mesmo
Espírito intercede por nós”; Efésios 6.18 “Orando em todo o tempo com toda a
oração e súplica no Espírito”; Judas 20 “Mas vós, amados, edificando-vos a vós
mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo”). Não podemos
clamar “Abba, Pai” sem o Espírito Santo nos impelindo a tal adoração
espiritual.
A adoração espiritual também deve ser com sinceridade.
Quando Paulo diz “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito”, ele não estava se
referindo ao auxílio do Espírito Santo que o impele a servir Deus. Ele está
expressando que ele serve o Senhor Deus com um coração reverente e sincero
(Romanos 1.9). Deus merece o nosso coração. Podemos dar a nossa língua, nossos
lábios, ou as nossas mãos, sem o nosso coração, mas o coração não pode ser
exercitado em adoração verdadeira sem a atividade da nossa língua, lábios, e
mãos santas (I Timóteo 2.8; Provérbios 23.26). As duas pequenas moedas da viúva
foram mais valiosas do que as ofertas volumosas dos ricos por serem de um
coração sincero em adoração espiritual e verdadeira (Marcos 12.41-44).
Portanto, a adoração espiritual envolve a sinceridade que temos, seja na área
financeira, ou física.
A adoração corporal não é rejeitada por Deus na adoração
espiritual. Mesmo que a adoração espiritual seja mais importante e prazerosa a
Deus, não devemos omitir o que foi menos exigido, ou seja, o uso do corpo na
adoração (Mateus 23.23; Lucas 11.42). A lei cerimonial tinha a intenção do
espiritual, assim o nosso espiritual pode ter a ação do corpo. Contudo, a
adoração só pode ser verdadeira se o corpo que adora, adora com um espírito
santo. Um corpo moralmente sujo indica um coração pecaminoso. Tal adoração é
rejeitada. O culto racional consiste tanto numa mente renovada quanto num corpo
santo apresentado a Deus (Romanos 12.1,2; I Timóteo 2.8). Os nossos corpos
devem ser sacrifícios vivos. Na adoração espiritual os nossos corpos não devem
estar mortos, mas mortificados para o pecado (Romanos 8.13). Um sacrifício vivo
se manifesta pela vivência da nova natureza, numa postura santa com as afeições
crucificadas para tudo que é da carne ou do mundo. Como a divindade de Cristo
foi manifesta pelas Suas ações, assim também a nossa espiritualidade deve ser
manifesta nas nossas ações de adoração. “Dar a Deus louvor através do corpo e
não da alma é hipocrisia; dar a Deus culto em espírito e não com o corpo é
sacrilégio; não dar louvor com o corpo nem com o espírito é ateísmo.”.
Mas a adoração corporal deve ser espiritual para ser aceita
por Deus, que é Espírito. Portanto, ela deve ser limitada àquilo que é
reverente, solene, respeitoso e dirigido pela inteligência. Somente dessa
maneira pode a adoração correta ser um culto racional e espiritual. A expressão
corporal deve ser uma reflexão do homem novo que deleita-se na lei de Deus
(Romanos 7.22). Nenhuma carnalidade, sensualidade, ou movimento sugestivo da
carne, é reflexo de um homem novo que se deleita na lei de Deus (I Pedro 3.3,4;
Efésios 4.22,24 “um novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça
e santidade”; Tiago 3.13-18, “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo
seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga
inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais
contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal
e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda
a obra perversa. Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois
pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem
parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se na paz, para
os que exercitam a paz.”). Portanto, a adoração verdadeira usa o corpo, mas,
nunca a carne.
Cristo é o nosso exemplo e Ele adorou o Seu Pai da forma
mais correta. Ele adorou Deus corporalmente; Ele orou em voz alta, ajoelhou-Se,
ergueu Seus olhos ao céu juntamente com Seu espírito quando Ele louvou o Seu
Pai pela misericórdia recebida, ou rogou para que os Seus discípulos fossem
abençoados (João 11.41; 17.1,11). Os homens santos de Deus têm usado os seus
corpos em expressões de adoração espiritual: Abraão se prostrou, o apóstolo
Paulo se ajoelhou, estes usaram suas línguas e levantaram suas mãos,
mostrando-nos que a adoração espiritual necessita de expressão corporal. E por
Deus ser Espírito e também Santo, essas expressões corporais devem espelhar o
homem novo regenerado adorando reverentemente.
É verdade que o corpo deve ser usado, segundo o entendimento
na adoração espiritual e entendemos isso pelo fato de que Jesus instituiu o Seu
tipo de igreja e estabeleceu ordenanças nela que só podem ser observadas
empregando o corpo. Deus pede a nossa presença corporal no ajuntamento (Hebreus
11.25; Salmos 122.1). As ordenanças, tanto do batismo, quanto da ceia, pedem a
participação do nosso corpo na adoração (Mateus 28.19; I Coríntios 11.23-27).
As duas ordenanças manifestam publicamente Cristo e a Sua redenção completa e
vitoriosa. Mas, nem por isso, devemos ser dados à gritaria ou à expressão
corporal espontânea e sem controle (Efésios 4.31, “Toda a amargura, e ira, e
cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós”; I
Coríntios 14.40). O fato do corpo participar na adoração verdadeira não indica
que ela deve ser menos espiritual, mas, as ações do corpo também devem expressar
reverência e santidade (Habacuque 2.20 “Mas o SENHOR está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra.”). A adoração não deve deixar de ser um
“culto racional”, ou seja, com entendimento quando há o uso do corpo nela. É
sábio notar que as expressões corporais são somente expressões, e não
substituem a própria adoração. Orações compridas, cânticos talentosos, ou
qualquer outra expressão corporal, são nada sem o amor interior a Deus (I
Coríntios 13.1-3). Deus quer para Ele mesmo o nosso coração. As cerimônias
religiosas foram instituídas para ajudar-nos quanto a nossa adoração
espiritual, não para serem a própria adoração. Um homem que se mostra
religioso, mas, sem uma adoração com o espírito é igual a igreja de Sardes que
“tens nome de que vives, e estás morto.” (Apocalipse 3.1). A adoração usa o
corpo para se expressar, mas mesmo assim é necessário que examinemos que ela
não deixa de ser espiritual (Lucas 11.39-44).
Por causa do perigo da carne misturar-se à adoração corporal
devemos examinar-nos concernente a nossa maneira de adoração. Estamos nos
últimos dias e o apóstolo Paulo nos diz: muito terão nestes dias “aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela” (II Timóteo 3.1,5). Portanto, devemos nos
examinar se não é assim conosco. Para ajudar nesse exame particular, considere
essas indagações: A nossa diligência é exterior ou interior? Os nossos
sacrifícios ao Senhor são sacrifícios vivos e santos, ou sacrifícios de obras
mortas da carne? Você se recorda que qualquer carnalidade na adoração não só
faz a adoração ser inaceitável, mas abominável a Deus (Apocalipse 3.16; Salmos
66.18)?
Para ter uma adoração espiritual, você deve lembrar-se:
vigilância contínua é necessária (Mateus 26.41). Um andar espiritual de dia
impedirá a contaminação com a concupiscência na adoração de noite. Lembre-se
também que é necessário nutrir um amor para com Deus que nos leve a depender
dEle (Provérbios 16.3; Salmos 37.4). Para cultivar uma adoração espiritual,
nutra pensamentos corretos a respeito da majestade de Deus na sua mente.
Praticar esses conselhos fará com que adoremos ao Senhor em espírito “e em
verdade” (João 4.24; Filipenses 4.8). De forma a auxiliar também a adoração
espiritual pública devemos cultivar uma comunhão particular com o Senhor
(Jeremias 15.16).
Para medir a veracidade da nossa adoração, devemos apenas
notar se nos tornamos mais maduros espiritualmente depois do exercício dela. O
fruto da adoração espiritual é visto numa obediência maior à Palavra de Deus
(Mateus 7.24-27) e num amor aperfeiçoado para com Deus e para com os homens
(João 13.35). O homem novo pelo conhecimento de Deus é renovado (Colossenses
3.10). A comunhão que você experimentou na adoração foi uma comunhão com Deus
ou um inter-relacionamento com seu próprio ego? Foi algo que lhe edificou ou
somente lhe entreteve?
Que Deus nos abençoe com o
entendimento da Palavra de Deus que realmente nos leva à adoração verdadeira
expressada tanto espiritual quanto corporalmente segundo a verdade. Assim
Cristo será exaltado e o povo de Deus edificado.Amém
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