domingo, 15 de janeiro de 2012


ELEIÇÃO INCONDICIONAL  E  A FALSA RELIGIÃO DO ADEPTO DA
TEORIA DO "LIVRE-ARBÍTRIO"

1) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que o homem NÃO é totalmente depravado e que ele possui plena capacidade para ir a Cristo ao usar seu livre-arbítrio, e que Deus aceitará essa pessoa por causa do exercício dessas habilidades. Note: Dizer que o homem NÃO é totalmente depravado significa afirmar que ele possui certa justiça própria digna de merecer algo da parte de Deus.
2) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que Deus o escolhe baseado na observação futura do uso do livre-arbítrio — caso o homem escolha crer —, portanto , Deus elege um homem para a salvação sob a condição de que o livre-arbítrio previsto dessa pessoa escolha a Deus. Note: Dizer que a eleição é condicionada de alguma forma pelo homem é promover a salvação pelas obras, que é uma coisa má e autojustificadora.
3) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que Cristo morreu universalmente por toda humanidade, sem exceção, e que depende do livre-arbítrio do homem tornar a morte de Cristo eficaz. Note: Dizer que a morte de Cristo NÃO é o diferencial entre céu e inferno é competir com o estabelecimento e a obra da justiça que Cristo obteve mediante sua vida e morte .
4) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê que o homem pode resistir à vontade de Deus a qualquer hora mediante vontade própria. Note: Dizer que o pecador pode resistir ao chamado eficaz, interno e atrativo do Espírito Santo de Deus — o mesmo poder que levantou Cristo dos mortos — é dizer que o homem possui mais poder que o próprio Deus .
5) O adepto da teoria do “livre-arbítrio” crê ser capaz, mediante seu livre-arbítrio, voltar as costas para Deus e, como resultado disso, perder a salvação. Note: O problema com o adepto da teoria do “livre-arbítrio” é que, antes de tudo, ele não entende como a pessoa é salva, muito menos o tópico da preservação ou perseverança. Ele imagina ser alvo da salvação condicional, orientada por obras do princípio ao fim.

Esses cinco pontos — aos quais o adepto da teoria do “livre-arbítrio” da falsa religião se apega — são mentiras de Satanás, opostas à verdade divina. Deus diz que somos justificados pelo sangue e pela justiça imputada de Jesus Cristo, o Senhor. O falso evangelho parece existir em excesso no mundo hoje. Paulo disse em Gálatas 1:9: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema”. Se Deus é absolutamente soberano e o autor da salvação eterna, então o livre-arbítrio é um mito. A Palavra de Deus declara dessa forma.
Se o adepto da teoria do “livre-arbítrio” está tão impressionado com seu livre-arbítrio, por que ele não o usa para parar de pecar? Ele não pode fazê-lo, pois não o possui! “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Romanos 9:16). Toda a glória irá para Deus na salvação de uma pessoa ou não haverá salvação. Deus é zeloso de sua glória e não a partilhará com nenhum adepto da teoria do “livre-arbítrio”. JAMAIS!
(Romanos 9:6-26) 6 E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato,Israelitas;7 nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. 8 Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa. 9 Porque a palavra da promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho. 10 E não ela somente, mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. 11 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), 12 já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. 13 Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. 14 Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! 15 Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de
quem me aprouver ter compaixão. 16 Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. 17 Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra. 18 Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.19 Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? 20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21 Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? 22 Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, 24 os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? 25 Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; 26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo.

Alguns cristãos se perguntam: por que é importante entender a nossa eleição por
Deus? Não deveríamos ficar satisfeitos simplesmente em saber que fomos salvos? A eleição de Deus de certas pessoas para a salvação e não outras é um ensino difícil para muitas pessoas aceitar. Elas pensam que devem ter alguma parte em determinar se são salvas ou não. Embora muitos cristãos lerão na Bíblia sobre a eleição e escolha de Deus de pessoas particulares para a salvação, os tais ignorarão ou tentarão interpretar isso de uma forma que redefina o seu significado. Não obstante a eleição de Deus ser um ensino difícil, visto que é ensinada em centenas de páginas da Bíblia, não deve ser ignorada. Ela nos dá um entendimento correto de Deus com respeito a sua misericórdia, graça e onipotência e de seu plano eterno para a nossa salvação. Ter um entendimento correto da eleição é determinante para se entender corretamente outras doutrinas relacionadas, tais como a natureza e extensão do nosso pecado, a escravidão da nossa vontade, a graça de Deus na nossa salvação e a nossa apresentação do evangelho aos perdidos.

1). ARMINIANISMO

Observando as idéias de Armínio, podemos fazer um esboço de como ele encara a salvação humana. O primeiro pressuposto arminiano referente à salvação é a idéia de que o homem possui livre-arbítrio. Livre-arbítrio significa que temos arbítrio livre, ou seja, temos liberdade de julgamento, "a capacidade de escolher nenhuma das opções morais oferecidas em dada situação. (arbítrio = resolução que depende só da vontade. Definição do Aurélio). Então, para que suas criaturas tenham este tipo de liberdade (que os arminianos consideram a única liberdade genuína), o arminianismo clássico parte do pressuposto de que Deus precisa limitar Seu poder. Sendo Ele onipotente, Ele é o único que pode fazê-lo, e assim o faz para garantir a liberdade de suas criaturas.

Sendo assim, não existe a distinção do chamado geral da chamada eficaz. Deus chama a todos da mesma forma e cada qual pode responder positivamente ou não, cabendo ao indivíduo definir seu destino. Se o homem responder positivamente, ou seja, se ele se converter, ele será salvo. A conversão consiste de arrependimento e fé. A partir desta resposta positiva, Deus pode operar a regeneração no homem. Por isso, Armínio dizia que a vontade humana é uma das causas da regeneração (ver principais doutrinas nº 15). Veja também que essa é uma das causas de porque ele cria na expiação universal, pois todos os homens podem responder positivamente ao chamado e também porque não cria que a graça de Deus é irresistível.

Após operada a regeneração, o crente ainda assim não pode ter certeza de sua salvação, porque depende dele perseverar ou não. Se ele perseverar, terá certeza de que é salvo e que é um dos escolhidos de Deus (enquanto o homem crê ele é eleito. Se se desviar e cair, já não é mais eleito. Mas se porventura se arrepender novamente, será novamente eleito).O homem só sabe realmente que é um dos eleitos e dos salvos, depois que morre, porque aí já não pode mais cair.

Caso o crente regenerado caia, se não se arrepender e voltar novamente, será condenado eternamente (veja que esta idéia é contrária até a um dos principais textos usados por Armínio para defender tal posição ! He 6:4-8).

Podemos então tirar algumas conclusões a respeito do ensino de Armínio:

Deus preordena porque prevê e não o contrário. A base da predestinação é o homem. Deus é visto como soberano porque criou e mantém o universo, sustentando-o com a palavra de Seu poder. A soberania específica, ou especial, está somente sobre a igreja. As outras criaturas são livres desta soberania, porque são livres e quanto mais liberdade Ele concede a elas, menos soberano será sobre elas.
Por causa desta primeira conclusão, observa-se também que a onipotência é entendida pelo arminianismo, não no sentido literal de "todo-poderoso", mas no sentido que Deus limita-se e é todo-poderoso como criador, mas não como executor, a não ser que suas criaturas o permitam. A idéia correta de que Deus não pode fazer nada absurdo ou contraditório a Sua natureza permanece, mas Ele é limitado pelo livre-arbítrio de suas criaturas livres.
Há ainda outro tipo de conclusão, como a que chega Clark Pinnock, que diz que da mesma maneira como Deus limita Seu poder, Ele limita também Seu conhecimento, pois Ele só pode conhecer o que pode ser conhecido, não podendo conhecer ações livres. Assim, Deus tem apenas uma expectativa do que irá acontecer ou do que pretende fazer, mas não possui certeza até que isto não se concretize, pois se Deus conhece todas as coisas, até as ações livres, suas criaturas poderiam fazer apenas aquilo que Deus pré-conhece, sem poder tomar uma decisão diferente, o que segundo estes pensadores contraria a própria idéia de livre-arbítrio. Na verdade, eles não podem ser considerados como arminianos, pois o arminianismo repousa sobre a pré-ciência, que faz parte da onisciência definida classicamente como "todo conhecimento".
A eleição arminiana, como o próprio Wesley define, não é absoluta e sim condicional. Como Deus vê toda a eternidade de uma só vez, Ele chama as coisas que não são, como se fossem. Logo, embora os crentes verdadeiros ainda não fossem realmente eleitos (pois só o são assim quando chegam ao céu), Deus os chama de eleitos antes da fundação do mundo. Só foram feitos eleitos quando foram feitos filhos de Deus pela fé.
Veja-se também que a doutrina do livre-arbítrio concorda com o que Armínio cria a respeito da queda, pois segundo ele herdamos de Adão apenas a pecaminosidade e a culpa de Adão não nos é imputada. Assim, somos pecadores porque pecamos. Por isto explica-se também o ponto 16 e o 17 das doutrinas de Armínio. (ver principais doutrinas ! pontos 16 e 17).
Expiação, a morte de Cristo, abre as portas da salvação, mas não assegura a salvação final de ninguém, pois esta só será definitiva se crermos e perseverarmos até nossa morte.

2) CALVINISMO

Da mesma forma que os cinco pontos do arminianismo diferem e se afastam dos cinco pontos do calvinismo, a visão que ambos os sistemas têm a respeito da salvação também. Note que a diferença entre os dois não é apenas de ênfase, mas principalmente de conteúdo. A visão calvinista apóia-se na soberania e onipotência de Deus, e na depravação total do homem. Aqui é necessário o entendimento de livre agente. O homem é um agente livre porque esta é uma característica com que Deus lhe criou, pois ele pode tomar suas próprias decisões e tem suas inclinações e pensamentos. Mas note que esta característica é substancialmente diferente do livre-arbítrio, pois requer que o homem aja de acordo com sua própria natureza Suas escolhas são produtos de sua livre ação, mas eles agem de acordo com sua própria natureza.

Então, agora é necessária a distinção entre a graça comum e a graça especial. Veja que a graça de Deus é uma só, mas manifesta-se de duas maneiras diferentes. A graça comum é aquela que é derramada sobre todos nós, eleitos ou não. É ela que freia a ação do pecado e adia o dia do julgamento, enquanto Deus salva seus eleitos. A expiação relaciona-se com ela, pois a morte de Cristo alcançou benefícios naturais para todos os homens, trazendo bênçãos tanto espirituais como materiais, e os não-eleitos participam da última também. A diferença entre uma e outra se evidencia em dois pontos, a saber: a graça comum não remove a culpa do pecado, e ela não suspende a sentença de condenação, mas unicamente a adia. Neste sentido, a graça comum pode ser resistida.

A graça especial remove a culpa e o pecado interior do homem, mudando seu coração e sua natureza e esta não pode ser resistida. Não pode ser resistida, não porque é imposta, mas porque a natureza humana é mudada. Retira-se o coração de pedra e coloca-se o coração de carne.

Entendendo estes conceitos, entramos no processo da salvação propriamente dito. A partir da chamada geral (chamada externa), a pregação do evangelho aos homens, Deus, através do Espírito Santo, atua no coração dos seus eleitos, segundo a Sua vontade e no seu tempo, operando a regeneração, ou seja, a nova vida, mudando as disposições humanas que antes eram contrárias a Deus. Agora, o que era indesejável, passa a ser altamente desejável. Na regeneração, o homem é totalmente passivo, pois é a obra do Espírito Santo no coração humano.

Tendo recebido os ouvidos espirituais, o chamamento de Deus pelo evangelho é ouvido agora pelo pecador e é levado efetivamente ao coração, capacitando-o para compreendê-lo. O desejo de resistir foi transformado num desejo de obedecer, e o pecador se rende à influencia persuasiva da Palavra pela operação do Espírito Santo. Esta é a vocação eficaz.

A vocação eficaz, ela é ao mesmo tempo passiva e ativa no homem. Ela é ativa no sentido de o homem responder a ela com arrependimento e fé, ambos frutos da regeneração. Embora sejam dons de Deus ao homem, Deus não pode exercer fé e arrependimento. Mas o homem também não o pode se Deus não operar nele. Esse é o aspecto passivo.

Então, o homem é justificado e segue-se o processo de santificação, que também envolve um aspecto passivo e outro ativo. Depois a glorificação. O grande resumo destas doutrinas esta expresso em Rm 8:28-30. Veja que é dada como certa a perseverança até o final. Embora possamos cair em pecado, Deus vai de tal modo agir em nosso coração que voltaremos para Ele. Aqui, é importante lembrar que isto não é desculpa para cairmos e pensar assim só mostra que nunca nascemos de novo. O verdadeiro crente tem o desejo de estar sempre ao lado do Senhor e confirmar sua vocação e eleição (II Pe 1:10).

Podemos também aqui chegar a algumas conclusões:

A eleição de Deus é antes da fundação do mundo e não envolve nada que há no pecador. Deus elegeu incondicionalmente, por causa de Seu amor. Se não fosse assim, nenhum de nós teria sido eleito, pois somos todos pecadores e não há nada que nos faça melhor do que os outros homens. Por isto, este tipo de eleição não pode ser considerado acepção de pessoas, pois ela não é baseada em algum mérito que tivéssemos perante Deus (boas-obras, fé, etc.).
A eleição não é a salvação (como afirmam os hiper-calvinistas), mas é para a salvação. Entre as duas está todo o processo descrito anteriormente.
Deus não nos obriga a nada. Sua graça é irresistível porque Sua obra é completa. Ele age em nosso coração mudando a nossa natureza. Ele nos atrai com sua benignidade e seu amor e conquista nosso coração (Jr 31:3), de maneira tal que vamos livremente para Ele, respondendo com fé e arrependimento.
Não podemos cair no erro dos hiper-calvinismo que dizem que não há necessidade de pregação da Palavra e enfatizam tanto a soberania de Deus que se esquecem da responsabilidade humana. A Palavra deve ser pregada por dois motivos: foi uma ordem dada por Jesus e é o meio que Deus usa para atingir seus eleitos. Porque Deus assim o quis não sabemos e não nos cabe questioná-lo. Sabemos tão somente que Ele assim o quis e portanto, assim devemos fazer. A segunda observação poderíamos resumir em uma frase: "A soberania de Deus e a soberania do homem certamente são incompatíveis. Mas, a soberania de Deus e a responsabilidade humana, não". O homem é responsável e a Bíblia afirma isto, sendo incontestável este fato. Porque não compreendemos ambos os fatos não quer dizer que estes não sejam verdadeiros. Precisamos buscar o equilíbrio em Deus e em Sua Palavra. Mas devemos nos lembrar que ser responsável não significa necessariamente ter livre-arbítrio. Deus não nos obriga a nada, mas controla tudo. Embora não seja possível explicá-las totalmente, isto não significa que elas não sejam verdadeiras.A nossa motivação para a pregação não deve ser porque Jesus mandou e sim por amor ao Mestre, pois o Seu amor nos constrange. Se este amor não for suficiente para o nosso constrangimento nada o será. E lembremos que estamos levando a mensagem mais poderosa do Deus todo-poderoso, pois "é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê." (Rm 1:16).
Nota-se claramente a diferença do conceito sobre a onipotência, entre o calvinismo e o arminianismo. No calvinismo, o termo é entendido ao pé-da-letra. Deus pode fazer tudo aquilo que, em Sua perfeita sabedoria e vontade, Ele deseja fazer. Isso não quer dizer que Ele pode fazer literalmente tudo. Deus não pode cessar de ser Deus. Porém tudo que quer e promete, Ele fará.
Em Jesus Cristo, vemos o quanto o homem é realmente pecador. A queda não é apenas uma doença, um mal espiritual, mas sim um desastre e significa a morte. A eleição é realmente eleição por parte de Deus e não apenas Sua ratificação sobre algo que Ele previu no homem. A expiação é realmente expiação, pois Cristo veio para garantir salvação para o Seu povo, veio garantir esta benção para Seu povo e não apenas tornar possível a salvação, redimindo de fato o povo eleito. A salvação é realmente pela graça, pois independe de qualquer esforço de nossa parte. E a vida eterna é realmente eterna, pois nunca poderá ser perdida.
Que Deus já tem abençoado a cada irmão e que Ele se agrade de aplicar a Sua verdade a cada um de nós. Amém.

I. ELEIÇÃO INCONDICIONAL DEFINIDA
O que se quer dizer por “eleição incondicional”? Antes de definirmos isso, é útil entender primeiro alguns termos relacionados.
Pré-ordenação
O ensino da Escritura sobre a eleição é uma parte de uma doutrina mais ampla da soberania absoluta de Deus. Não somente nossa eleição para a salvação, mas tudo o que acontece no universo é parte do decreto eterno de Deus. Pré-ordenação é o plano soberano de Deus no qual ele decide tudo o que acontecerá no universo. Nada acontece por acaso. Deus conhece todas as coisas antes que aconteçam, e isso porque as planejou e faz acontecer. Paulo escreve: “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade…” (Ef. 1:11). Vemos no relato da vida de José como embora seus irmãos o tenham vendido para ser escravo no Egito, Deus usou isso para o bem, para salvar a eles e aos egípcios da fome. José diz aos seus irmãos: “Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito” (Gn. 45:8). Tudo está debaixo do controle de Deus. Assim, não precisamos ficar ansiosos. O salmista diz: “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz” (Sl. 115:3).
Predestinação
Predestinação é uma parte da pré-ordenação no fato de ser o plano de Deus para o destino eterno do homem: céu ou inferno. Paulo explica aos efésios como Deus nos predestinou em amor. “Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Ef. 1:4-6).
Paulo fala aos romanos dos mistérios do que Deus fez por nós em Cristo “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm. 8:29-30). O pré-conhecimento (presciência) de Deus sobre nós significa que ele nos amou de antemão. Na linguagem bíblica  “conhecer” significa “amar”. Assim, aqueles a quem Deus “de antemão amou”, também os predestinou para serem conformes à imagem de Jesus. Sua pré-ordenação dos crentes é baseada em seu amor eterno. Isso leva a uma cadeia contínua de salvação de ser chamado, justificado e glorificado. Aqueles que crêem em Jesus podem louvar a Deus pela segurança dessa promessa.
Eleição Incondicional
Eleição pode ser definida como “o propósito eterno de Deus de salvar alguns da raça humana em e por Jesus Cristo”. Pedro escreveu sua primeira epístola “aos eleitos de Deus… segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo” (1Pe. 1:1-2).
Toda eleição que é feita é uma eleição condicional. Quando votamos num candidato em determinada eleição, assim fazemos baseados em suas promessas, sua posição política, sua boa aparência, sua raça ou etnia ou algum outro fator. Mas a nossa escolha por Deus, para sermos filhos de Deus que foram adotados em sua família, é puramente incondicional. Ela não depende de algo que pensamos, dizemos, fazemos ou somos. Não há como saber o porquê Deus escolhe salvar certas pessoas. Mas com certeza não é baseado em algo presente nessa pessoa. Realmente, esse é um pensamento maravilhoso. Pois quem poderia permanecer diante de Deus para fazer qualquer alegação de que era bom o suficiente para Deus o escolher? Todos estávamos igualmente mortos no pecado, e não tínhamos feito sequer alguma coisa “boa” que nos fizesse aceitáveis a Deus. Se nossa eleição fosse baseada em algo que fazemos, ninguém seria capaz de ir para o céu. Todos seríamos condenados ao inferno, pois ninguém é bom. Assim, podemos louvar a Deus por sua eleição incondicional.
II. A Escolha Soberana de Deus
Eleição é um fato diário. Pois se cremos que Deus tem algum controle sobre a história e as nossas vidas, devemos crer em algum tipo de eleição. Jesus escolheu dozes discípulos com os quais gastou três anos. Ele poderia ter escolhido mais ou diferentes discípulos. Então, Jesus enviou seus discípulos para pregar o evangelho. Ao serem guiados por Deus para ir numa ou noutra direção, houve eleição. Ir para oeste, e não leste, significa necessariamente que certas pessoas não ouvirão a mensagem do evangelho. Se você decide compartilhar o evangelho com um amigo, mas não com outro conhecido distante, você estará experimentando uma forma de eleição. Então, necessariamente milhões de outros não estarão tendo a oportunidade de ouvir as boas novas das quais você está falando. Em nossa salvação, Deus faz sua escolha soberana quanto a quem salvará. Não há nada num homem ou no que ele faz que faça Deus escolhê-lo. Nem é a vontade do homem escolher a Deus (Jo. 1:13). “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm. 9:16), Paulo argumenta. Ele prova isso quando fala da escolha de Jacó sobre Esaú por Deus. “…Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú” (Rm. 9:10-13). Aqui somos claramente informados que Deus já tinha decidido antes dos gêmeos nasceram quem era eleito. Deus disse, “Amei Jacó…”.

III. Liberdade do Homem
Se Deus escolheu soberanamente quem ele salvará e determinou o que acontecerá em cada detalhe da história, por que deveríamos ser responsáveis? Cada pessoa faz todas as suas ações livremente, de acordo com a sua vontade. Mas essas ações “também são a obra do propósito eterno e pré-ordenação de Deus”.  É difícil para nós, a partir da nossa perspectiva humana limitada, entender como Deus pode pré-ordenar tudo o que acontecerá, e ainda nos manter plenamente responsáveis por nossas ações. Todavia, isso é consistente com o ensino da Escritura. Veja o sermão de Pedro no dia de Pentecoste. “Sendo este [Jesus] entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos” (At. 2:23). Pedro reconhece que, embora estivesse no plano de Deus que Jesus fosse morto, os judeus que condenaram Jesus e o entregaram aos romanos que o crucificaram, foram culpados por suas ações. “Deus ordena os meios bem como os fins dos eventos humanos, sem violar a liberdade e responsabilidade humana”. Isso é adicionalmente ensinado na oração dos discípulos após Pedro e João terem sido soltos do Sinédrio, o tribunal judeu, quando disseram: “Porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram” (At. 4:27-28). Aqui vemos que nada, nem mesmo a morte ofensiva do Filho de Deus, acontece à parte do propósito fixado por Deus. Deus assegura soberanamente que sua mão forte acompanha sua vontade. Todavia, aqueles que praticaram esse assassinato maligno de Jesus eram agentes plenamente responsáveis diante de Deus por suas ações.
O verdadeiro cristão crê que todo o mundo é totalmente livre, livre para fazer o que quer. Deus não coage alguém a fazer algo contra a sua vontade. Mas todo o mundo é escravo do pecado. Assim, nessa escravidão o homem não pode escolher o bem em vez do mal. Você poderia comparar isso com um alcoólico que tecnicamente pode fazer uma escolha de beber ou não beber. Mas ele não pode parar de beber. Está escravizado ao álcool. Todavia, ele é livre para escolher seguir a Cristo ou rejeitá-lo. Mas ele faz exatamente o que seu coração deseja. Ele segue o desejo do seu coração, que é continuamente para o mal e ódio para com Deus. Ele entrega-se livremente ao pecado que ama. Mas o homem não tem um livre-arbítrio para escolher a Cristo ou rejeitá-lo. A vontade do homem está presa às cadeiasdo pecado. O cristão também não tem um livre-arbítrio, pois o Espírito de Deus muda a vontade daquele escravizado pelo pecado para escolher seguir a Cristo. Como Jesus disse: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim…” (Jo. 6:37). Ele continua mais tarde para dizer: “…ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (Jo. 6:65). Então, daqueles que vêem, Jesus disse: “…o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora”. “… eu não perderei nenhum de todos os que me deu…” (Jo. 6:37b, 39; versão do autor). Deus assim captura nossa vontade para que nunca o rejeitemos totalmente, se somos realmente seus. Que pensamento encorajador! Alguns pensam que a eleição é uma doutrina dura, que força as pessoas a fazerem o que não querem. Isso é um mal-entendido. Todo o mundo consegue exatamente o que quer. Aqueles destinados a irem para o inferno estão satisfeitos ao irem para lá, pois odeiam a alternativa. Sim, aqueles no inferno estão em contínua agonia. Mas o que eles odeiam ainda mais é se submeter à adoração do Deus triúno. Como Edwin Palmer diz: “O último lugar que eles querem estar é no céu. Eles não podem engolir a idéia de se arrepender dos pecados e amar a Deus e aos outros mais que a si mesmos. Eles não querem estar no inferno, mas quando sabem que a alternativa ao inferno é ir para o céu com um coração puro, desejarão permanecer no inferno. Assim, é verdade que cada um consegue o que quer: os cristãos estão satisfeitos por estarem com Deus, e os habitantes do inferno estão satisfeitos por não estarem com Deus”.
IV. Reprovação
No caso das muitas pessoas que não estão entre os eleitos, Deus fez uma decisão eterna de não lhes conferir sua misericórdia. João escreve em Apocalipse “[d]aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo…” (Ap. 17:8). Em vez disso, Deus os punirá com juízo por seus pecados. Chamamos isso de reprovação. É uma doutrina mui claramente descrita por Paulo em Romanos 9. “Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz” (Rm 9:18). Claramente Deus endureceu o coração de Faraó e dos egípcios quando libertou os israelitas da escravidão, durante o êxodo. “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Ro. 9:22-24). Sendo Deus um Deus santo, glorioso e maravilhoso, deseja que seja glorificado em tudo o que faz. Assim, ele é glorificado em sua santidade, poder e justiça pela destruição dos ímpios que rejeitam a e desobedecem aos seus mandamentos. O poder e a força soberana de Deus, ao salvar o seu povo de uma das nações mais poderosas da terra e sobrepujar todo o poder dos deuses do Egito, foram feito conhecidos através do endurecimento do coração dos egípcios e no afogamento do exército egípcio. Está simplesmente no beneplácito de Deus revelar sua verdade ao humilde, mas ocultá-la do orgulhoso. Como disse Jesus: “Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado” (Mt. 11:25-26). O papel de Deus na reprovação é passivo.  O ímpio é ignorado ou deixado de lado. Eles são condenados por sua incredulidade. Jesus disse: “… o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo. 3:18). Mas a redenção de Deus dos eleitos é um papel ativo, ao estender a sua misericórdia àqueles que foram ordenados para a vida eterna. Jesus disse: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo. 3:17). Deus enviou seu Filho para salvar pecadores. O fato de Deus deixar de lado alguns pecadores, não lhes concedendo sua misericórdia, é um justo julgamento pelo pecado deles. Como Pedro diz: “São estes [aqueles que não crêem] os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos” (1Pe.2:8). Aqui novamente vemos a responsabilidade humana e um cumprimento do propósito eterno de Deus.
V. Deus é justo?
Freqüentemente a objeção surge quando as pessoas ouvem que Deus elege incondicionalmente alguns e ignora outros para a salvação, pensando que isso necessariamente significa que Deus é injusto. Contudo, para acusar Deus de ser injusto, a pessoa deve de alguma forma provar que algum ser humano merece ser salvo. Mas vemos claramente na Escritura que todos merecem apenas ser condenados ao inferno por sua incredulidade, pecado e rebelião contra Deus. Portanto, Deus seria perfeitamente justo em mandar todo o mundo para o inferno e a morte eterna. A Lei de Deus nos mostra que merecemos sua maldição, como quando o Filho do Homem disse aos bodes à sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt. 25:41). Contudo, podemos nos maravilhar com o amor compassivo e a misericórdia de Deus quando ele chama seu povo dizendo, “Convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal” (Joel 2:13). Contraste entre o que merecemos e o que temos em Cristo é visto no versículo muito amado de Romanos 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Paulo argumenta que é totalmente prerrogativa de Deus escolher quem ele salvará: Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois ele diz a Moisés: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão”
(Rm. 9:14-15).
Portanto, a justiça de Deus não seria maculada se ele tivesse escolhido não salvar ninguém ou salvar todo o mundo. Ninguém pode presumir conhecer a mente do Senhor. Quando Paulo irrompe numa doxologia em Romanos 11, ele diz, Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?” (Rm. 11:33b-34a). Ou como Isaías diz, “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos”, diz o SENHOR (Is. 55:8). Se culpamos a Deus de injustiça, a réplica de Paulo é encontrada em Romanos 9. Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: ‘Por que me fizeste assim?’ Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? (Rm. 9:20-21). Assim, mesmo ao ignorar pecadores e deixá-los em sua condenação, Deus tem um direito perfeito e justo de assim fazê-lo. Além do mais, ele recebe a glória ao assim fazer. Ninguém tem algum direito à misericórdia e salvação de Deus, mas somos todos seus devedores.




VI. Benefícios Duradouros
A doutrina da eleição incondicional nos dá pelo menos cinco benefícios duradouros à nossa fé. Primeiro, tem um efeito humilhante sobre o nosso orgulho natural. Temos um desejo contínuo de pensar que temos alguma parte em nossa salvação, que nos faça dignos de Deus nos salvar. Mas se fomos escolhidos antes da fundação do mundo, antes de termos nascido, então podemos estar certos que nossa eleição não tem nada a ver com algo que fizemos. Ela tem origem puramente na graça de Deus, nos dada como um dom (Ef. 2:8-9). Portanto, não temos nada sobre o que nos gloriar, senão em nosso Senhor. Segundo, nossa eleição incondicional produz em nós um profundo amor por Deus. Como James Boice explica: “Se temos uma parte na salvação, não importa quão pequena, então nosso amor por Deus é diminuído nessa proporção”.  Tristemente, muitos cristãos hoje tomam o amor de Deus como garantido. Eles pensam que merecem o amor de Deus. “Se eu me amo, não deveria Deus me amar também?”. Eles também confundem o amor geral de Deus por toda a sua criação, com o seu amor específico e redentor pelos seus eleitos. Mas quando entendemos que fomos eleitos pela graça de Deus somente, de nossa depravação radical, nossa forma egocêntrica de pensar é reorientada. Então, nos maravilhamos com a maravilha de seu amor profundo por nós e respondemos em amor para com ele. Terceiro, nosso entendimento da eleição aumenta nossa adoração a Deus. Como podemos admirar um Deus que é frustrado pela vontade rebelde de homens e mulheres? Se pensamos que escolhemos a Deus por nossa própria vontade, necessariamente limitamos nosso entendimento da natureza e poder de Deus. Como Martinho Lutero disse: “Ora, se sou ignorante das obras e do poder de Deus, sou ignorante do próprio Deus; e se não conheço a Deus, não posso adorá-lo, louvá-lo, dar-lhe graças ou servi-lo, pois não sei quanto devo atribuir a mim mesmo e quanto a ele”.7 Assim, um entendimento correto de Deus e da sua obra leva a uma adoração correta de Deus. Quarto, nossa eleição incondicional encoraja o evangelismo. Alguns objetam, supondo que visto que Deus salvará aqueles a quem já elegeu, por que devemos pregar o evangelho? Mas é o claro ensino da Escritura que os meios ordenados por Deus através dos quais ele cumprirá os seus propósitos na salvação é mediante a pregação do evangelho, através do seu povo. Jesus nos ordenou especificamente a “ir e fazer discípulos… ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt. 28:19-20). O apóstolo nos exorta a fazer o mesmo por palavra e exemplo. Paulo diz aos coríntios: “Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co. 1:21). Assim, os meios pelos quais Deus ordenou que cheguemos a fé é através da pregação do evangelho. Como Paulo diz aos romanos: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm. 10:14). Mas alguém pode objetar: se apenas Deus pode capacitar uma pessoa a responder à pregação do evangelho, por que deveríamos pedir às pessoas para fazer o que não podem por natureza? Fazemos assim, porque pela pregação do evangelho recebemos a certeza que Deus converterá os corações. É apenas ao conhecer a verdade da eleição que temos algumaesperança de sucesso em nosso evangelismo. Se o coração das pessoas é tão duro e obscurecido como descrito na Bíblia, não podemos ter esperança de ver alguém chegar à fé através da nossa pregação. Se a salvação de outros depende da nossa eficácia em dizer a coisa certa e ser persuasivo o suficiente, como poderíamos esperar alguém receber a Cristo? E se cometermos um engano, respondermos erroneamente, não entendermos as perguntas reais da pessoa ou não usarmos uma técnica persuasiva? Como poderíamos viver com a culpa do destino eterno dos outros residindo ao menos parcialmente sobre os nossos ombros? Mas sabendo que Deus elegeu alguns para salvação, podemos testemunhar com ousadia, não temendo cometer um engano. Pois Deus chamará os seus à salvação, a despeito da nossa fraqueza. Sua Palavra não retornará vazia, mas cumprirá o que ele deseja (Is. 55:10-11). Jesus disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto…” (Mt. 28:18-19a). Jesus promete que algumas das sementes da Palavra que semeamos produzirão fruto e florescerão. O choro do nosso semear resultará em alegria, quando colhermos o grão que se multiplicou. Assim, saber que Deus trará os seus eleitos em e através da nossa perseverança na evangelização é um grande encorajamento. Podemos estar confiantes que todos os eleitos serão salvos e “a causa de Deus triunfará no final, para a sua honra e glória”. Quinto, nossa eleição nos dá uma certeza da nossa salvação. Alguns argumentam que se somos eleitos pelo decreto de Deus, sempre estaremos nos perguntando se somos um dos eleitos ou um dos condenados. Na realidade, tal doutrina tem um efeito oposto, enquanto o arminiano nunca está seguro que fez o suficiente. Ou então tem uma falsa confiança, pois fez uma decisão de “aceitar” a Cristo, mas não tem nenhuma evidência de uma vida transformada. É somente através da doutrina que reconhece a salvação como sendo um dom de Deus pela graça somente, que não depende de nós, que alguém pode ter plena confiança que Deus nos salvará. Somos fracos demais em nós mesmos para estarmos confiantes de nossa salvação. Mas pela confirmação interior do Espírito testificando com o nosso espírito que somos filhos de Deus, temos confiança que somos salvos (Rm. 8:16). O Espírito opera uma consciência do pecado em nossa vida, que se torna mortificada – morta. Começamos a produzir mais e mais frutos do Espírito em boas obras e fé. A boa obra começada por Deus será completada no dia que encontramos o Senhor Jesus em sua vinda. Saber que fomos predestinados à salvação por Deus antes da fundação do mundo é uma segurança confortadora. Como um dito atribuído a Charles Spurgeon diz, “é uma boa coisa que Deus tenha me escolhido antes de nascer, pois certamente não teria feito depois!”. Ter certeza da nossa fé é um dom de Deus. Torna a nossa vida presente doce e confortável, embora trabalhemos duro com o poder com o qual Deus nos capacita. A certeza nos abençoa no céu e em nossa consciência. Louvado seja Deus por sua graça eletiva, com a qual nos abençoou.
Bênção:
“Salva-nos, SENHOR, nosso Deus, e congrega-nos de entre as nações, para que demos graças ao teu santo nome e nos gloriemos no teu louvor. Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, de eternidade a eternidade. e todo o povo diga: ‘Amém!’ Aleluia!” (Sl. 106:47-48).

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