ESCOLA BIBLICA
INTRODUÇÃO
Nunca foi objetivo do Senhor que as pessoas, ao passarem pela porta do reino, se detivessem ali. No ensino do monte o Senhor se referiu à porta estreita, mas também falou de um caminho apertado. Antes de subir aos céus Jesus deu uma ordem,(Mateus 28:18-20). Ele não ordenou apenas que fizessem discípulos, isto é, que introduzissem as pessoas no reino, mas também salientou a necessidade de ensiná-los a guardar todas as coisas que Ele havia ordenado. Isto é o Caminho, aprender a viver conforme Jesus ensinou a Escola Bíblica é para ajudar aos irmãos no Caminho.
Andar no Caminho de Deus é abandonar a velha e vã maneira de viver (I Pedro 1:18) e, aprender com Deus como Ele quer que vivamos na terra. Ele quer nos ensinar todo o seu conselho (Atos 20:27). Isto quer dizer que o Conselho de Deus não é algo interminável e cheio de divagações, mas sim um corpo completo de verdades objetivas que Deus quer que apliquemos em nossas vidas hoje.
Colocamos, neste material, um apanhado geral das áreas da vida do homem sobre as quais Deus trata na Sua Palavra. Não é uma lista rigorosa nem indiscutível, porém cremos que as principais áreas estão relacionadas aqui. Que Deus possa usar esse material para edificação de Sua noiva, para o cumprimento de Seu propósito.
Com amor
TÓPICO I
RELAÇÃO COM DEUS
1. A ORAÇÃO
1.1. O QUE É ORAÇÃO E QUAL A SUA IMPORTÂNCIA?
(Filipenses 4.6; Mateus 7.7-11)
a) Deus conhece todas as coisas, mas ele quer que lhe peçamos. Deus não quer agir sozinho. Ele quer que seus filhos trabalhem com ele através da oração. PELA ORAÇÃO TRABALHAMOS COM DEUS PELO CUMPRIMENTO DE SUA VONTADE.
b) Isto funciona assim:
• Deus concebe a sua vontade.
• Ele revela a sua vontade.
• O homem pede a Deus pela sua vontade; (Mateus 6.10)
• Deus cumpre a sua vontade.
Este é um princípio que Deus estabeleceu para cumprir sua vontade. Ele espera que seus filhos lhe peçam, do contrário a vontade de Deus não se cumprirá (Isaías 45.11; Ezequiel 36.37).
Devemos pedir em nome de Jesus (João 14.13,14; 16.23-24). Pedir no nome de Jesus é pedir em lugar dele, isto é, de acordo com os interesses dele; pedir o que ele pediria porque é da sua vontade.
1.2. COMO JESUS ENSINOU A ORAR?
a) SINCERIDADE (Mateus 6.5,6);
b) SIMPLICIDADE;
c) HUMILDADE (Lucas 18.9-14);
d) PERSISTÊNCIA (Lucas 11.5-8);
e) INTENSIDADE (Lucas 11.9-10), isto é, com desejo intenso.
1.3. ALGUNS CONSELHOS PRÁTICOS.
a) Oração sozinho (Mateus 6.5-6).
• Tenha um tempo específico para oração (Salmo 5.1-3). O melhor horário para a maioria das pessoas é pela manhã quando existe silêncio e não se começou nenhuma atividade (Levítico 6:12; Salmo 5:3; 30:5; 59:16; 90:14; Lamentações 3:25).
• Antes de orar por qualquer assunto trate com o coração (Salmo 17:3; 19:14: 26:2; 66:18). Nossa consciência tem que estar completamente limpa.
• Faça uma lista de oração prática e específica, incluindo os familiares, contatos, líderes da Igreja, governantes, inimigos (aqueles que te perseguem por causa da justiça) e irmãos perseguidos ao redor do mundo.
b)Oração junto com os irmãos (Mateus 18.19-20; Atos 2.42; 4.23-31).
• Devemos ficar sensíveis para perceber a direção e a carga do Espírito Santo.
• Todos podemos orar por um mesmo assunto, até que tenhamos coberto todos os detalhes.
• Todos devemos participar. Esse aspecto é importante porque a oração da Igreja é primordial para o cumprimento do propósito de Deus. Coisas importantes aconteceram quando a Igreja orava junta. Veja só:
Receberam o batismo com o Espírito Santo (Atos 2:1-4)
O lugar onde oravam tremeu durante a oração e todos foram cheios do Espírito (Atos 4:31)
Pedro foi libertado da prisão (Atos 12:5-9)
Paulo e Barnabé são chamados para o apostolado (Atos 13:1-4)
Quando nos reunimos com outros irmãos para orar se dá oportunidade para a operação dos dons do Espírito.
Orai sem cessar (I Tessalonicenses 5:17)
Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. (Filipenses 4:6,7)
2. A PALAVRA
“...Ele te humilhou, e te deixou ter forme, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que nem só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem”. Deuteronômio 8.3
2.1. O QUE A PALAVRA DE DEUS PRODUZ EM NÓS?
• ORIENTAÇÃO (Salmo 119.105)
• ESTABILIDADE (Efésios 4.14)
• SABEDORIA (Salmo 119.99-100)
• VITÓRIA CONTRA O PECADO (Salmo 119.11)
• PAZ (Salmo 119.165)
• ESPERANÇA (Romanos 15.4)
• REVELAÇÃO (Hebreus 4.12)
2.2. O QUE NÓS DEVEMOS FAZER COM A PALAVRA DE DEUS?
• DESEJAR (I Pedro 2.2)
• TEMER COM TREMOR (Isaías 66.2)
• EXAMINAR (Atos 17:11)
• BUSCAR (Isaías 34.16)
• GUARDAR NO CORAÇÃO (Deuteronômio 11.18; Colossenses 3.16)
• PRATICAR (João 15.7; Tiago 1.22-25)
• ENSINAR (Deuteronômio 11.19)
2.3. COMO DEVEMOS LER A PALAVRA DE DEUS
a) Começar pelos evangelhos. Ler, na ordem, os quatro evangelhos no mínimo duas vezes. Depois o livro de Atos, as epístolas e por último Apocalipse.
b) Os tipos de leitura são:
• Devocional: Nesse tipo de leitura a ênfase está em particularizar a Palavra, não levando em conta o aspecto histórico, doutrinário, etc. Se lê poucos versículos, meditando, “ruminando” a Palavra para extrair tudo para nossas vidas, em caráter pessoal.
• Sistemática: Nessa tomamos a Palavra como um todo, de maneira ordenada. Deve-se ler capítulos para que não se perca o contexto.
c) Ler com oração, pedindo que o Espírito Santo descortine a Palavra para
nós
d) Memorizar as verdades centrais da Palavra
e) Ler primordialmente o novo testamento pois nele estão contidas as
realidades e não as sombras (Colossenses 2:16,17)
CONCLUSÃO
Devemos ter uma disciplina de leitura e meditação da Palavra de Deus. Não devemos afrouxar nem um pouco nesse ponto. Quando nos distanciamos da leitura constante da Palavra de Deus corremos o risco de cair no fanatismo (na prática é observar preceitos de homens cegamente sem questionar pela Palavra de Deus) ou misticismo (interpretar a Palavra de acordo com as experiências espirituais subjetivas; espiritualidade sem fundamento).
O sangue de muitos irmãos foi derramado para que a Palavra de Deus conforme temos conosco pudesse ser preservada; inúmeras foram as tentativas de tirá-la de nós ou de ridicularizá-la, porém ela permanece como uma rocha perante tudo isso. Nós que cremos na restauração do Senhor temos que ser, mais do que ninguém, fiéis à leitura constante da Palavra para que possamos receber revelação de Deus sobre a plenitude de Deus na Igreja.
3. O JEJUM
3.1. TIPOS DE JEJUM.
a) NORMAL (Mateus 4.2). É a abstenção de alimentos sólidos e líquidos (com exceção de água), por um ou mais dias.
b) ABSOLUTO (Atos 9.9; Deuteronômio 9.9; I Reis 19.8). É a abstenção total de comida e de água. Não deve durar muito tempo, pois é prejudicial à saúde. O jejum de Moisés e de Elias (absoluto por 40 dias) foi sobrenatural.
c) PARCIAL (Daniel 10.3). É uma restrição na dieta diária, e não uma abstenção completa.
3.2. PROPÓSITOS DO JEJUM.
a) Santificação individual (Salmo 69.10; 35.13). O jejum é um corretivo divino; nos prepara, quebra o orgulho e humilha a alma.
b) Para que Deus nos ouça (Esdras 8.21-23; Neemias 9.1-3). O jejum dá poder às orações. A oração é a guerra contra as forças opositoras. O jejum expressa, aprofunda e confirma o que pedimos p/ o reino de Deus.
c) Para fazer com que Deus mude a direção das coisas (Jonas 3.4-10). Aqui, a cidade prevaleceu pelo jejum e oração.
d) Para soltar os cativos e derrotar a Satanás (Isaías 58.6; 49.24-25). O jejum dá força e poder contra Satanás. Obriga-o a soltar os homens que são seus escravos.
e) Para receber revelação (Daniel 9.2-3; 21-22). Necessitamos constantemente de revelação de Deus para nossas vidas.
f) Para subjugar o corpo (I Coríntios 9.27; Êxodo 16.3; Números 11.4-5) O jejum nos ajuda a disciplinar o corpo. Os apetites do corpo são lícitos mas temos que tê-los sob controle; o físico submisso ao espiritual.
CONCLUSÃO
Alguns grupos tido como “cristãos” dizem que o jejum é parte da lei e que portanto na graça não há necessidade de jejuarmos. Isso contraria as palavras de Jesus que diz “Quando jejuardes”(Mateus 6:16) e não “se jejuardes”. Também contraria as palavras do apóstolo Paulo que diz “em açoites, em prisões, em tumultos, em trabalhos, em vigílias, em jejuns” (II Coríntios 6:5).
O ANDAR NO ESPÍRITO
Por ser um assunto extenso e controversial resolvemos dividir o tema da seguinte maneira para que seja perfeitamente esclarecido e praticado, corrigindo as distorções que se vêem hoje em dia:
1- O precioso sangue de Cristo.
a) Para Deus
b) Para a nossa consciência
c) Para Satanás
2- A cruz de Cristo
a) Sabendo
b) Considerando-se
c) Apresentando-se
d) Andando no Espírito
• As duas leis
• Enchendo-se do Espírito
Ordenando assim esse tema desejamos que cada discípulo tenha uma compreensão clara de tudo o que se refere ao andar no Espírito já que a Palavra de Deus diz: Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para vivermos segundo a carne;
porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Romanos 8:12-14.
4. O PRECIOSO SANGUE DE CRISTO
Já vimos anteriormente que o homem tem basicamente um problema : a independência. Essa independência consumada produz uma série de “galhos” que justamente são os nossos pecados (desobediência, blasfêmia, mentiras, fornicação, etc...). Na carta de Romanos Paulo divide muito bem o assunto no próprio corpo da epístola. Será de grande utilidade vermos essa divisão.
De Romanos 1:1 até 5:11 ele está falando dos atos pecaminosos do homem, e de 5:12 até 8:39 ele está falando da atitude do homem, ou seja “o pecado”. Na primeira seção considera-se a questão dos pecados cometidos diante de Deus, que são muitos e que podem ser enumerados. É nesse ponto que vamos ficar por enquanto.
Quando a luz de Deus brilha pela primeira vez em nossos corações, clamamos por perdão, porque compreendemos que cometemos pecados diante dEle. Portanto o Sangue de Cristo trata com esse primeiro problema que vemos: os nossos pecados. O Sangue de Cristo é de grande valor para nós, porque trata com os nossos pecados e nos justifica à vista de Deus conforme declara as seguintes passagens: Romanos 5:8-9; 3:24-26.
O pecado se manifesta na forma de desobediências, para criar, em primeiro lugar, separação entre o homem e Deus. Em segundo lugar o pecado comunica ao homem um sentimento de culpa, de afastamento de Deus. E ainda não é tudo, porque o pecado oferece também a Satanás uma possibilidade de acusação diante de Deus. Portanto temos três problemas que precisam ser solucionados :
1o. Nossa separação de Deus
2o. As acusações de nossa consciência.
3o. As acusações de Satanás
Vamos ver cada um desses problemas e a solução provida pelo Sangue isoladamente.
4.1. O SANGUE É PRIMARIAMENTE PARA DEUS
É a santidade de Deus , a justiça de Deus que exige que uma vida sem pecado seja dada em favor do homem. Há vida no sangue, e aquele Sangue tem que ser derramado em favor de mim, pelos meus pecados. Deus requer que o Sangue seja apresentado com o fim de satisfazer a sua própria justiça, e é Ele que diz: “Vendo eu o Sangue passarei por cima de vós” Êxodo 12:13. O Sangue de Cristo satisfaz a Deus inteiramente. É necessário esquecermos o valor que nós damos ao Sangue para visualizarmos o quanto Deus dá valor ao Sangue.
a) No antigo testamento, o sangue de animais satisfazia, temporiaramenta, a justiça de Deus: “ Porque, se a aspersão do sangue de bodes e de touros, e das cinzas duma novilha santificava os contaminados, quanto à purificação da carne,” Hebreus 9:13
b) Na nova aliança não há outra coisa que satisfaça a justiça de Deus senão o Sangue. “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus.” Romanos 3:24-26
Portanto o Sangue resolve nosso problema de separação de Deus. Por meio do Sangue temos livre acesso ao Senhor.
4.2. O SANGUE SATISFAZ A NOSSA CONSCIÊNCIA
Agora temos que considerar que, em nossa condição de incrédulos não éramos tão molestados pela nossa consciência, até que a Palavra de Deus começou a nos despertar. Quando cremos a nossa consciência pode se tornar extremamente sensível, e isto pode vir a ser real problema para nós. O sentimento de pecado ou de culpa pode se tornar tão grande, tão terrível, que quase nos paralisa porque nos faz perder de vista a verdadeira eficácia do Sangue.
Algumas vezes chegamos ao ponto de imaginar que os nossos pecados são maiores que a eficácia do Sangue. Por que isso?
a) Não sabemos o valor que Deus dá ao Sangue. Isso nós já consideramos no item anterior. Devemos estar fundamentados nisso, crendo que só o Sangue de Cristo satisfaz a justa exigência de Deus.
b) Não aceitamos a avaliação que Deus faz do Sangue. Podemos saber o valor que Deus dá ao Sangue, mas não aceitarmos isso. Achamos que não é possível que seja assim, que devemos fazer algo mais e assim nossa consciência não se cala porque ainda queremos fazer algo mais para nos justificarmos diante de Deus.
c) Muitas vezes não avaliamos o Sangue pela visão que Deus tem dele, mas procuramos avaliá-lo pelos nossos sentimentos. Algumas vezes sentimos, outras vezes não.
Portanto é necessário calar a nossa consciência demonstrando a ela o valor que Deus dá ao Sangue e ainda mais, que cremos nessa avaliação. Temos que crer que o Sangue é precioso para Deus por que Ele assim o diz. sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, I Pedro 1:18,19
Portanto devemos ter nossa consciência purificada pelo Sangue. Não importa se nossos sentimentos dizem o contrário. Se confessamos o nosso pecado, pondo-o na luz, temos que crer que o Sangue de Cristo já atuou e que não precisamos confessar, confessar e confessar até nossos sentimentos avaliarem se estamos ou não perdoados.
4.3. O SANGUE VENCE AS ACUSAÇÕES DE SATANÁS
Em face do que temos dito, podemos agora voltar-nos para encarar o inimigo, porque há um outro aspecto do Sangue que diz respeito a satanás. A bíblia diz que ele é “o acusador dos irmãos” (Apocalipse 12:10), e o nosso Senhor o enfrenta como tal em seu ministério de Sumo Sacerdote, pelo seu próprio Sangue (Hebreus 9:12). Como é então que o sangue opera contra satanás?
a) Colocando Deus ao lado do homem. Com a queda, foi introduzido no homem algo que impedia Deus de, moralmente, defender o homem. Eram nossos pecados diante de Deus que não permitiam que Deus pudesse estar ao nosso lado contra satanás. Mas o Sangue removeu essa barreira; nós agora estamos certos com Deus, e com Deus ao nosso lado podemos encarar satanás sem tremor.
b) “O Sangue de Jesus Seu Filho, nos purifica de todo pecado”(I João 1:7). Não é “todo pecado” no seu sentido geral, é cada pecado, um por um. Deus está na luz, e a medida que andamos na luz, tudo fica exposto e patente a ela de modo que Deus pode ver tudo; e nessas condições o Sangue nos purifica de todo pecado. Com os pecado perdoados não há acusação de satanás que prevaleça.
CONCLUSÃO
É este o fundamento que nos firmamos: Nunca devemos procurar estar limpos diante de Deus, de nossa consciência e vencer as acusações de satanás tendo por base a nossa boa conduta e sim, confiando no Sangue. Que possamos ver mais do valor do precioso Sangue de Cristo, aos olhos de Deus, pois assim venceremos até o final.
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte.
Apocalipse 12:11
5. A CRUZ DE CRISTO
Vimos, pois, que o Sangue trata objetivamente com os nossos pecados. Porém, notamos que isso não basta para caminharmos em rumo ao propósito de Deus. Só com o Sangue, continuaríamos a pecar e confessar, pecar e confessar e pecar e confessar indefinidamente. Por isso é necessário que não só nossos pecados sejam tratados, mas o pecador seja tratado. E aí que entra a cruz de Cristo. Não somos pecadores porque cometemos pecados e sim pecamos por sermos pecadores. É mais por constituição do que por ação. Há pecadores maus e pecadores bons, pecadores morais e pecadores corruptos, mas todos são igualmente pecadores. O problema não é no que fazemos, mas no que nós somos. A cruz nos liberta daquilo que somos.
Como ela atua?
Há quatro condições ou passos que precisamos entender claramente:
1o. Sabendo
2o. Considerando-nos
3o. Oferecendo-nos a Deus
4o. Andando no Espírito
Vamos ver cada um deles em sua ordem.
5.1. SABENDO
“...sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado.”
Romanos 6:6
Em primeiro lugar precisamos saber que fomos crucificados com Cristo e para isso responderemos as seguintes perguntas:
• Quem foi crucificado
• Quando fomos crucificados
Sabendo isto estaremos eliminando o primeiro passo ou condição para desfrutarmos daquilo que temos no Senhor e sermos vitoriosos no Senhor.
a) Quem foi crucificado. Há muita confusão a esse respeito pois alguns confundem o pecado com o velho homem, com o ego e etc. Precisamos saber quem é o alvo da crucificação. A Palavra de Deus diz que o pecado habita em nós (Romanos 7:20). Paulo fala isso no tempo presente demonstrando que ele, mesmo sendo um discípulo, tinha “o pecado”. Portanto, por eliminação, vemos que o pecado não é crucificado. Quem então é crucificado? É o empregado do pecado que é crucificado e esse empregado é o velho homem. O próprio texto diz isso: sabendo isto que o nosso velho homem foi crucificado com Ele. (v 6) E ainda mais: para que o corpo do pecado fosse desfeito.(v 6b). Veja que o alvo não é o pecado como princípio ativo produtor de pecados e sim o servo do pecado que é o velho homem. O que é o velho homem? Quando não conhecíamos o Senhor não nos preocupávamos se estávamos agradando ou não a Deus; não fazia, para nós, a menor diferença se o que fazíamos agradava ou ofendia a Deus. Esse é o velho homem em quem o pecado tinha toda liberdade de agir. Esse é o alvo da crucificação.
b) Quando fomos crucificados. Esse ponto é chave para alicerçarmos nossa fé no Senhor. Primeiramente precisamos entender que a cruz é um instrumento de morte. Ninguém sai vivo da cruz; quando se passa pela cruz se tem a certeza que tal pessoa jamais viverá. O versículo diz que fomos crucificados e não que seremos crucificados. Portanto já sabemos que, pela Palavra, foi no passado. Porém quando no passado? O mesmo capítulo de Romanos diz: Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, 6:3,4a. Fomos mortos no batismo! A cruz é um instrumento de morte e ela operou no batismo. Não podemos deixar de saber disso. Esse foi um momento crucial de nossa vida com Deus, por isso não podemos deixar de encarar com seriedade.
Muitos, por não saberem disso ficam pedindo continuamente para que Deus os coloque na cruz. Objetivamente isso já ocorreu. Nosso velho homem foi crucificado para que andemos nós também em novidade de vida v.4b. É claro que há um outro aspecto da cruz descrita por Jesus que é subjetiva, mas isso veremos mais adiante.
5.2. CONSIDERANDO-SE
Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus.
Romanos 6:11
Veja que estamos seguindo a ordem natural do capítulo seis de Romanos, onde vemos que primeiro precisamos saber para depois considerar-nos. Infelizmente, quando se trata desse assunto a ênfase é no considerar sem ver que há uma ordem no texto: primeiro saber depois considerar. Não adianta ficarmos declarando para nós mesmos que estamos crucificados se não soubermos que isso já aconteceu; considerar-se não é isso. O que é então considerar?
Considerar é:
a) No grego é atribuir, imputar, dando a idéia de fazer as contas. Portanto entendemos que, de maneira exata, não precisamos só saber, mas temos que tomar uma atitude e essa atitude é de considerar que a nossa inclusão na crucificação de Jesus é um fato verdadeiro. Nunca olhar para nós mesmos, mas para o que Cristo fez por nós em nossa inclusão nEle.
b) Ter fé prática. Aplicar o que sabemos acerca de nossa crucificação, crendo diariamente nisso e não dando ouvidos aos sussurros acusadores do diabo.
Vamos sempre lembrar que não estamos lidando com promessas e sim com fatos. As promessas de Deus nos são reveladas pelo Espírito, afim de que nos apropriemos delas; os fatos, porém, permanecem fatos, quer creiamos neles ou não. Qualquer coisa que contradiga a Palavra de Deus deve ser considerada mentira do diabo. Estamos, pelo batismo, mortos em Cristo, quer sintamos ou não.
5.3. APRESENTANDO-NOS
Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para obedecerdes às suas concupiscências;
nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como redivivos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
Romanos 6:12,13
Agora, na mesma seqüência do capítulo seis de Romanos, estamos no terceiro passo que é apresentar-nos. Quando realmente sabemos que fomos crucificados com Ele, então espontaneamente me considero morto (vs. 6 e 11) e quando sei que ressuscitei com Ele de entre os mortos então considero-me vivo para Deus em Cristo Jesus (vs. 9 e 11). Quando chegamos então a esse ponto podemos então apresentar os nossos membros como instrumento de justiça. Deus não aceita a consagração da velha natureza. Nada que venha de Adão é aceitável a Deus, porém agora temos uma outra natureza e é essa que eu apresento a Deus como rediviva dentre os mortos.
O que é, basicamente, apresentar-nos?
a) Ser separado para o Senhor. Quando algo era consagrado no AT não podia mas ser usado para nada a não ser para o Senhor. Nossas mãos não nos pertencem, nossos pés não podem andar para onde eu quero porque não são meus, são instrumentos de justiça.
b) Pois assim como apresentastes os vossos membros como servos da impureza e da iniqüidade para iniqüidade, assim apresentai agora os vossos membros como servos da justiça para santificação. Romanos 6:19 Apresentar-se é a verdadeira santificação no sentido objetivo. Deve ser um ato inicial e fundamental, feito na porta. Depois, dia a dia, devemos prosseguir, dando-nos a Ele, sem nos queixar do uso que Ele faz de nós, mas aceitando, com grato louvor, mesmo aquilo contra o qual a carne se revolta. Esse é o caminho da cruz.
Vamos, então, ter essa atitude diária de oferecer-nos a Deus como redivivos dentre os mortos.
5.4. O ANDAR NO ESPÍRITO
Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado, para que a justa exigência da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
Pois os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.
Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem em verdade o pode ser;
Romanos 8:3-7
Vamos entrar agora no que é o quarto passo. Para isso devemos entender alguns pontos importantes.
5.4.1. AS DUAS LEIS ESPIRITUAIS
Antes de prosseguirmos é importante sabermos o que é lei. A rigor, uma lei, é uma generalização examinada até que se prove que não há exceção. É alguma coisa que ocorre repetidamente, e ao acontecer, é sempre de maneira já observada. Podemos ilustrar esse princípio por meio da lei da gravidade, que a maioria conhece. Se deixo cair um lenço em São Paulo, cairá no chão. É este o efeito da gravidade, e o mesmo acontecerá em Santa Catarina, Manaus ou e qualquer lugar do globo. Assim se manifesta a lei da gravidade. Assim como existem leis naturais, existem leis espirituais. Em Romanos vemos claramente duas leis espirituais. Vamos ver cada uma delas.
• A lei do Pecado e da Morte
Graças a Deus, por Jesus Cristo nosso Senhor! De modo que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
Romanos 7:25;8:2
Há uma lei espiritual operando dentro de nós que, assim como a lei da gravidade nos empurra para baixo, essa lei nos empurra para o pecado. Paulo descreveu essa lei baseado em sua própria experiência: Pois o que faço, não o entendo; porque o que quero, isso não pratico; mas o que aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Agora, porém, não sou mais eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, mesmo querendo eu fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei guerreando contra a lei do meu entendimento, e me levando cativo à lei do pecado, que está nos meus membros. Romanos 7:19-23
Veja que ele declara, no tempo presente, quando ele já estava com o Senhor, que nele não habitava bem algum. Essa lei está em nós, nos foi herdada pela queda. Enquanto achamos que podemos ou que temos algo que seja útil a Deus, contrariamos o que a Palavra diz. Iremos nos esforçar para subir, porém a queda será iminente. Ficamos uma quinzena “nas alturas” e depois nos cansamos e caímos de novo. Não podemos ignorar essa lei. A cruz nos livrou do “homem do pecado” do “velho homem” mas não eliminou de dentro de nós a lei do pecado. Se alguém faz um comentário desagradável a nosso respeito, imediatamente algo dentro de nos “borbulha”. Mas se, quando diferentes pessoas fazem observações ásperas ao nosso respeito, a mesma coisa se agita e perturba o nosso íntimo, então descobrimos uma lei interior - a lei do pecado.
Como podemos eliminar a lei da gravidade? Em verdade não podemos eliminá-la, mas podemos anular o seu efeito com uma outra lei superior. Vamos ver.
• A lei do Espírito da vida
Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.
Romanos 8:2
Assim como existe a lei da gravidade existe uma outra lei que consegue sobrepujar esta. Um exemplo dessa lei são os aviões. Veja quantas toneladas de metal amontoadas em um só corpo, o avião, conseguem voar à plenas alturas. Parece difícil acreditar que ele consiga alçar vôo e permanecer no ar por tanto tempo. Vemos que existe uma outra lei atuando sobre o avião: a lei da aerodinâmica. A lei da aerodinâmica mantém o avião no ar. Mas espere...onde foi parar a lei da gravidade? Ela continua, porém há uma lei superior a ela que faz com que o avião permaneça no ar. Se, porventura, o avião perder qualquer característica importante para que a lei da aerodinâmica atue nele, como por exemplo, perder uma asa, ele vai começar a cair, cair, provando que a lei da gravidade continua operando.
Assim é a lei do Espírito da Vida. É uma lei superior a do pecado e da morte. Essa lei foi nos dada pelo Espírito em nós. Veja o que Paulo diz: aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita. Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Romanos 8:11-13
A lei do Espírito da vida se manifesta quando abdicamos as nossas próprias vontades, inclusive as coisas boas de nosso caráter natural e dependemos de Deus para qualquer manifestação de obediência. Muitos de nós somos mansos por natureza, mas essa é a mansidão da velha criação e isso para Deus nada vale. A lei do Espírito opera no terreno da dependência irrestrita a Deus. Se entregarmos a nossa vida a essa lei, teremos menos consciência da lei velha, que, embora continue a existir, já não nos governa, e já não somos presa sua, pois morremos para essa lei. Agora, com tudo isso, o que significa andar no Espírito?
• Primeiramente não é um trabalho, é um andar. Não é um esforço opressivo e infrutífero.
• Em segundo lugar, andar no Espírito implica em sujeição a Ele. Devemos estar sujeitos ao Espírito. As iniciativas da minha vida devem ficar com Ele, devo entender que eu não tenho e não devo ter iniciativas. Se sou uma pessoa de iniciativa, na cruz, isso tem que acabar. Toda a iniciativa deve ser do Senhor em mim.
5.4.2. ENCHENDO-SE DO ESPÍRITO.
Conforme vimos na apostila 1, “batismo com o Espírito Santo” não é a mesma coisa que ser “cheio do Espírito Santo”. Há duas palavras diferentes, no novo testamento grego que são traduzidas para o português da mesma forma, porém descrevem experiências distintas. Uma é pimpleimi que aparece em Lucas 1:15 - João Batista; Lucas 1:41 - Isabel; Lucas 1:67,68 - Zacarias; Atos 2:3,4 - Pentecostes; Atos 4:8 - Pedro; Atos 4:31 - os discípulos; Atos 9:17 - Paulo; Atos 13:9-11 - Paulo novamente. Essa palavra, pelo contexto em que é usada, dá a entender um enchimento momentâneo para cumprir uma determinada obra. Dá a entender que antes não estava cheio. Tem mais haver com o batismo com o Espírito Santo que nos dá poder.
A outra palavra é pleiros que aparece nos textos de Lucas 4:1 - Jesus; Atos 6:3 - os diáconos; Atos 7:55 - Estevão; Atos 11:24 - Barnabé; Efésios 5:18 - a ordem para se encher do Espírito. Esta palavra significa “ser cheio”, mas não como uma experiência do momento, e sim como uma continuidade. Não está relacionada com a obra e sim com a vida. Portanto queremos tratar dessa experiência subjetiva de encher-se com o Espírito Santo. Vamos ler o texto que melhor esclarece sobre o assunto:
E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. Efésios 5:18-21
Esse texto diz como nos enchemos do Espírito. Vamos ver as maneiras listadas nestes versículos de Efésios.
• Falando entre vós
A primeira coisa que devemos saber é que isoladamente não conseguimos ir muito longe. Veja que o texto diz falando entre vós e não sozinho. Falar como? Quando nos encontramos temos que estar com o nosso coração desejoso de salmodiar, ou seja, orar de maneira aberta e inspirada no amor a Deus. Os cânticos não são simplesmente música e sim algo que venha do profundo de nosso espírito. Não podemos deixar passar um irmão perto de nós e perder a oportunidade de salmodiar, profetizar, abençoar e orar pelo irmão. Temos que nos livrar de toda frieza para que possamos experimentar essa verdade na igreja hoje. Para isso precisamos ter uma vida de constante oração, meditação e contemplação do Senhor.
• Sempre dando graças a Deus por tudo
Devemos manter uma atitude de louvor e gratidão por toda e qualquer coisa ao nosso redor. Devemos aceitar as determinações de Deus para a nossa vida sem murmurações ou queixas. Esse processo redunda em um tremendo quebrantamento de nosso ego com o fim de liberar a vida divina em nós, produzindo um verdadeiro enchimento de dentro para fora. Esse é o aspecto subjetivo da cruz, diário e constante.
• Sujeitando-vos uns aos outros
Quando nos esvaziamos de nossas defesas e orgulho Deus pode, então, encher-nos com o seu Espírito. A sujeição ao Corpo de Cristo quebra o orgulho e a auto-suficiência de tal maneira que nos deixa prontos para sermos cheios do Senhor.
Portanto quando somos cheios do espírito podemos, com maior tranqüilidade sabermos que estamos descansando nEle e que assim andamos no Espírito. E já sabemos qual é o fruto de tudo isso.
Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. Porque a carne luta contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que quereis.
Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei.
E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito
Gálatas 5:16-18; 22-25
TÓPICO II
A FAMÍLIA
Sabendo que esse assunto é de extrema importância temos uma apostila que trata apenas desse assunto. Por ora passaremos um resumo das verdades importantes sobre esse assunto, mas aconselhamos a não parar por aqui, mas posteriormente entrar na apostila da família.
1. O PROPÓSITO DE DEUS PARA A FAMÍLIA.
1.1. DEUS É O AUTOR DA FAMÍLIA (Gênesis 1.26-28; 2.23-24).
1.2. A FALTA DE PROPÓSITO NA VIDA FAMILIAR.
Hoje os homens se casam sem objetivo, ou com objetivos errados
(satisfação própria, ou porque "sempre se fez assim", ou porque querem
sair de casa, etc..)
1.3. QUAL É O PROPÓSITO DE DEUS COM A FAMÍLIA?
a) Cooperar com o seu propósito de ter uma família eterna.
b) Amparar, formar e desenvolver o ser humano em um ambiente propício para o seu amadurecimento físico, mental, emocional e espiritual.
c) Dar base sólida a sociedade.
1.4. A PRIMEIRA CONSEQÜÊNCIA DO EVANGELHO DEVE SER
RESTAURAÇÃO DA VIDA FAMILIAR.
Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais. Malaquias 4.5-6
1.5.VIVENDO A VIDA FAMILIAR COM PROPÓSITO.
Devemos orientar a nossa vida em família pela palavra de Deus, buscando ajuda e orientação dos irmãos, colocando alvos e metas e confiando no Espírito Santo.
2. PAPÉIS DOS CÔNJUGES: A MULHER.
Disse mais o Senhor Deus: não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea Gênesis 2.18
PAPEL DO HOMEM = CABEÇA
PAPEL DA MULHER = AUXILIADORA
2.1. A DIGNIDADE DA MULHER.
A mulher não é uma ferramenta de trabalho ou um objeto, mas é um ser criado por Deus, com a mesma capacidade do homem, para ajudá-lo a levar adiante o propósito do Senhor.
2.2. O POSICIONAMENTO DA MULHER.
A mulher deve desenvolver o seu papel sem deslocar o marido; ela dá a sua cooperação, mas a decisão final é do homem. As mulheres que não fazem assim estão nervosas, frustradas, insatisfeitas e infelizes.
2.3. ATITUDES BÁSICAS:
a) Submissão
As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como Cristo é o cabeça da igreja... Como porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam submissas a seus maridos. Efésios 5.22-24
Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vossos próprios maridos, para que, se alguns deles ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos sem palavra alguma, por meio do procedimento de suas esposas, ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor. I Pedro 3.1-2
b) Espírito manso e tranqüilo
Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. I Pedro 3.3-4.
• A mulher que não se submete não tem um pecado, mas tem "O" pecado, a independência, a rebelião; como Satanás que não guardou o seu lugar.
• Algumas mulheres não se sujeitam ao marido, e sua casa é um inferno, sua vida é confusa e cheia de temores; outras anulam seu marido e há uma paz aparente, mas o Senhor não está reinando na casa.. Que feio que é uma mulher exigente, faladeira, sargentona!!
• Submissão não é inferioridade. Somos iguais diante de Deus, mas temos funções e papéis diferentes.
• Pedro (I Pedro 3.3-4), não está proibindo que a mulher se arrume, mas está dizendo que a verdadeira beleza da mulher é um espírito manso e tranqüilo.. Para isso a mulher tem o Espírito Santo.
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
2.4. OUTRAS QUALIDADES E PROCEDIMENTOS
a) Ser amiga e companheira (participar da vida dele)
b) Saber animar, reconhecer, apoiar, estimular.
c) Cuidar de sua aparência.
d) Ter boas relações sexuais.
e) Cuidar da casa.
f) Ser amiga dos parentes do marido.
3. PAPÉIS DOS CÔNJUGES: O MARIDO
Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem o cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo..Porque também o homem não foi criado por causa da mulher; e, sim, a mulher por causa do homem. I Coríntios 11.3,9
3.1. SER CABEÇA
É muito mais que dar ordens; não ser um mandão, mas é ser responsável por cuidar, sustentar e guiar a família em direção ao propósito de Deus.
3.1.1.DOIS PERIGOS:
a) Não assumir a posição (é irresponsável, comodista, preguiçoso, medroso).
b) Assumir com excesso de autoridade (machista, mandão, absorvente, cabeçudo).
3.2. ATITUDE REQUERIDA: AMOR
Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém santa e sem defeito. Efésios 5.22-25
Maridos, amai as vossas esposas, e não as trateis com amargura. Colossenses 3.19
Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. I Pedro 3.7
3.3. AMAR É:
a) Se entregar por ela: Cuidar da casa, cuidar da família, não deixar a mulher sobrecarregada, servi-la, sustentá-la, evitar conflitos, pedir perdão quando errar, cuidar das finanças, etc...
b) Santificá-la: Edificá-la, ser líder espiritual, levá-la a amar a Deus.
c) Apresentá-la a si mesmo sem mancha e sem ruga: Conhecer suas necessidades de ser animada, elogiada, tratada com carinho, de ser protegida como um vaso frágil, de ser ouvida, de se sentir atrativa, de romance, etc.
4. A EDUCAÇÃO DOS FILHOS.
E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor. Efésios 6.4
O que os pais devem dar aos filhos?
4.1. AMIZADE: isto é:
a) Dar atenção (para que se sinta importante)
b) Dar ouvido (para que saiba que é amado)
c) Dar tempo (para brincar, passear, conversar)
d) Dar carinho (abraçar, beijar, falar que os amamos)
4.2. INSTRUÇÃO. isto é, ensinar a:
a) Temer a Deus (falar do juízo de Deus)
b) Confiar em Deus (falar do amor e cuidado de Deus)
c) Ser verdadeiro (nunca mentir)
d) Ser grato a Deus (pela casa, roupa, comida, escola, etc)
e) Ser amável com as pessoas (cumprimentar, abraçar, pedir licença, "por favor", "obrigado")
f) Ser responsável (fazer tarefas, guardar brinquedos, limpar sujeira que fazem, manter o quarto arrumado, etc)
g) Ser manso (não gritar, espernear, etc)
h) Ser obediente (obedecer sempre e imediatamente)
i) Ser higiênico (cuidar do corpo, dentes etc...)
j) Saúde (comer de tudo, verduras, frutas, praticar esporte).
4.3. EXEMPLO.
a) Não adiantará nada instruir se os pais não são exemplo.
b) Há mulheres que não se submetem ao marido e querem a obediência dos filhos. Há homens que não tratam suas esposas com carinho e respeito e os filhos ficam amargurados.
4.4. DISCIPLINA.
a) A disciplina é uma ordem do Senhor.
Castiga a teu filho enquanto há esperança, mas não te exceda a ponto de matá-lo. Provérbios 19.18
A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela. Provérbios 22.15
Não retires da criança a disciplina, pois se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno. Provérbios 23.13-14
A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe. Provérbios 29.15
Quanto ao perverso, as suas iniqüidade o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá pela falta de disciplina. Provérbios 5.23
b) Porque os pais não disciplinam? Por preguiça, temores, ignorância, influência do
mundo (psicologia do mundo).
c) Quando deve disciplinar?
• sempre que desobedece aos pais.
• sempre que mente.
• sempre que trata outros com crueldade, desprezo ou malícia.
• sempre que faz manha, gritaria, cara feia, reclamação.
d) Como disciplinar?
• levar para o quarto (não na frente de outros).
• conversar (explicar o motivo)
• sem ira (sem gritaria, sermões, ameaças) os pais devem permanecer calmos e tranqüilos..
• aplicar a vara (deve doer. Se não doer não adianta).
• não permitir que esperneie nem se rebele contra a disciplina; deve aprender a receber a vara.
• depois, deve haver consolação; abraços, beijos, oração, confissão a Jesus.
• se ele ofendeu alguém, deve pedir perdão.
5. A RELAÇÃO SEXUAL
5.1. COMO DEUS VÊ O SEXO?
A relação sexual não é algo feio ou sujo, mas é algo belo que Deus criou.
Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias! Esse teu porte é semelhante a palmeira, e os teus seios a seus cachos. Dizia eu: Subirei a palmeira, pegarei em seus ramos. Sejam os teus seios como os cachos da vide, e o aroma da tua respiração, como o das maçãs. Os teus beijos são como o bom vinho, vinho que se escoa suavemente para o meu amado, deslizando entre seus lábios e dentes. Cantares 7.6-9
As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado. Cantares 8.7
5.2. ONDE ESTÁ A IMPUREZA?
Deus considera impura toda a relação sexual fora do casamento, bem como toda a anormalidade sexual.
Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem sodomitas...herdarão o reino de Deus. I Coríntios 6.9-10
Pois esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição.. I Tessalonicenses 4.3-7
5.3. QUAL É NOSSO DEVER?
O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também semelhantemente a esposa ao seu marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e, sim, o marido... I Coríntios 7.3-5
a) Devemos buscar a satisfação sexual do nosso cônjuge.
b) Marido e mulher pertencem um ao outro.
c) Se negar a ter relações sexuais é muito grave porque leva o cônjuge a ser tentado por Satanás.
d) Conselhos:
• Dialogar sobre sexo para que os dois cheguem a satisfação sexual plena.
• Cuidar muito com a limpeza: banho, barba, depilação etc.
• Procurar irmãos mais maduros e buscar orientação mais detalhada.
6. COMPORTAMENTO DOS FILHOS.
Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolongue os teus dias na terra.... Êxodo 20.12
Honra a teu pai e a tua mãe...para que vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. Efésios 6.2-3
6.1. O QUE É HONRAR PAI E MÃE?
a) É ouvir a instrução dos pais. (Provérbios 1.8; 4.1-10; 5.1-7; 7.24; 13.1; 19.27; 23.19,22). Somente dois destes textos não explicam porque deve-se ouvir os pais. Obs.: para ouvir é necessário dar tempo.
b) O filho sábio ouve a instrução do pai, mas o escarnecedor não atende à repreensão. Provérbios 13.1
c) É obedecer aos pais. Voluntariamente fazer com que sua instrução seja cumprida em minha vida. Alguns só obedecem aos pastores; a obediência deve se manifestar amplamente.
Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do
Senhor. Colossenses 3.20
d) É amar os pais. Ser gratos a eles. (Quanto um pai e uma mãe dão!!). Tratar com carinho, palavras agradáveis de reconhecimento, abraços, cartões, pequenos serviços de ajuda em casa.
e) É compartilhar minha vida com eles. Falar das minhas aspirações quanto ao estudo, trabalho etc., abrir meu íntimo, falar de mim.
f) É sustentá-los. Ajuda financeira, tarefas caseiras, cuidado quando estão doentes, acolhida quando são idosos.
6.2. EXEMPLOS.
a) José (Gênesis 47.12); sustento.
b) Davi (I Samuel 22.3): moradia.
c) Salomão (I Reis 2.19); respeito.
d) Eliseu (I Reis 19.20); carinho.
e) Recabitas (Jeremias 35.6-8); obediência.
f) Jesus (Lucas 2.51; João 19.26-27); submissão e cuidado.
6.3. PERIGOS.
a) Aquele que amaldiçoar pai ou mãe morrerá. Êxodo 21.17;Levítico 20.9
b) Quem desprezar pai ou mãe será maldito. Deuteronômio 27.16
7. NOIVADO E PREPARO PARA CASAMENTO.
7.1 A SERIEDADE DO CASAMENTO.
O casamento deve ser encarado com muita seriedade porque é para toda a vida; Deus não admite divórcio e um segundo casamento. Isto é adultério.
Então respondeu ele: não tendes lido que o criador desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Mateus 19.4-6
Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido, também comete adultério. Lucas 16.18
7.2 O COMPROMISSO PARA CASAMENTO
No reino de Deus não há namoricos para experiência; estas brincadeirinhas de jovens apaixonados mas sem compromisso nenhum. Qualquer relação que não for de total compromisso para casamento deve ser de pura amizade e nada mais.
7.3 QUEM PODE SE COMPROMETER?
a) Antes de achar a pessoa certa com quem se casar, você tem que ser a pessoa certa com quem alguém se case.
b) É necessário maturidade física (ele, + ou - 21 anos; ela, + ou - 18 anos).
c) É necessário que ele tenha recursos para sustentar uma família. Não depende dos pais para sustento ou moradia.
d) É necessário maturidade emocional
• ele: seguro, capaz, responsável, cumpridor, trabalhador.
• ela: submissa, ajudadora (em casa), mansa (tratável), ordeira, fiel, discreta, recatada.
e) É necessário maturidade espiritual:
• compromisso sólido com Cristo.
• amor a Deus e aos irmãos.
• crescimento na palavra e no discipulado
• é alguém que quer casar para servir melhor ao Senhor.
7.4. COM QUEM SE COMPROMETER?
a) Antes de se comprometer, passar por um tempo de observação, desenvolvendo amizade para ver se ele ou ela está qualificado.
b) Não se deixar levar por paixões ou sentimentalismo.
c) Buscar orientação com os discipuladores, líderes e pastor.
d) Buscar a concordância dos pais.
7.5. COMO SE COMPORTAM QUANDO JÁ ESTÃO COMPROMETIDOS?
Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que a pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo. Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo.... I Coríntios 6.18-19
Mas a impudicícia e toda a sorte de impurezas, ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos. Efésios 5.3
Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição e que cada um de vós saiba possuir o seu próprio corpo.... I Tessalonicenses 4.3-7
a) A excitação (por carícias e beijos) não é algo que tem objetivo em si mesma, mas é um meio, cujo objetivo é chegar ao clímax da relação sexual (o orgasmo).
b) Porque vamos começar algo que não podemos terminar?
c) Os noivos não são casados; devem tratar-se como irmãos, com toda a pureza.
d) Não é permitido nenhum contato que provoque excitação ou sensualidade. Há algum contato que não provoque isto? Ter muito cuidado. Algumas vezes, um só olhar já "derrete".
e) Não ficar sozinhos. Manter-se sempre acompanhados.
TÓPICO III
A RELAÇÃO ENTRE IRMÃOS
Não é possível ter uma boa relação com Deus sem ter uma boa relação com os irmãos. João 4.20. Consideremos algumas coisas:
1. O AMOR
Há diversos aspectos de amor, ou seja, o amor de Deus, o amor a Deus, o amor ao próximo, o amor entre esposo e esposa, o amor ao inimigo, etc. . Mas o tema que nos interessa, o que estamos estudando é o amor fraternal, isto é, o amor entre irmãos. Jesus disse que o que sobressairia na comunidade dos discípulos seria o amor entre si, “nisto conhecerão que sois meus discípulos se tiveres amor uns pelos outros” (João 13:55). Este é o mandamento principal e fundamental entre irmãos. O contrário do amor não é necessariamente o ódio, mas o egoísmo que leva ao individualismo. O egoísmo se manifesta por um cuidado excessivo por mim mesmo e desinteresse pelos demais. Nota-se isto quando todos os afetos e esforços convergem para si mesmo. Por outro lado, amar é dar-se, entregar-se, o que nos leva a vida comunitária.
1.1. O QUE AMA ESTÁ CUMPRINDO A LEI
Quando perguntaram a Jesus (Mateus 22:36-40). “Mestre, qual é o grande mandamento da lei?”. Jesus respondeu, resumindo todos os mandamentos em somente dois: amar a Deus e amar ao próximo. O fato é que os dez mandamentos se dividem da seguinte maneira: os primeiros quatro se conferem a deveres para com Deus e os seis restantes dizem respeitos aos meus semelhantes. Em relação a Deus, o mais importante é amar-lhe com todo o meu ser, e em relação ao nosso próximo o mandamento maior é também AMAR-LHES. Não é que os demais mandamentos não são importantes, mas se verdadeiramente amo meu próximo não furtarei, não o desonrarei, não lhe mentirei, não cobiçarei, não lhe matarei, não adulterarei, etc.
Paulo declara: Porque toda a lei se cumpre nesta palavra: Amarás a teu próximo como a ti mesmo (Gálatas 5:14,15). Também diz: O que ama ao próximo tem cumprido a lei (Romanos 13:8-10). Como também o que ama a seu próximo, não só evitará fazer-lhe mal, mas principalmente far-lhe-á o bem. Deste conceito surgiu o dito de Santo Agostinho: ame a teu irmão e faze o que quiseres.
1.2. O MANDAMENTO NOVO E PRINCIPAL QUE JESUS ENSINOU
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros como vos tenho amado, assim amai uns aos outros (João 13:34; 15:12,17; I João 2:7-10; 3:23).
Por que este é um mandamento novo? Moisés já havia dito: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Levitico 19:18). O novo do mandamento de Jesus consiste em que nos amemos COMO ELE NOS AMOU.
Jesus é a encarnação do amor. Nunca ninguém pode dizer: “Ame assim como eu lhe amo”. Jesus é a medida e expressão concreta, prática e visível do amor. Seus discípulos puderam apreciar o amor em uma dimensão prática e não em definições teóricas. Jesus nos atinge e transforma a vida com este mandamento: DEVEMOS AMAR NOSSOS IRMÃOS COMO JESUS NOS AMOU. Podemos dizer: da mesma maneira, com o mesmo interesse, com a mesma força, com a mesma plenitude, com o mesmo espírito, com as mesmas implicações, com o mesmo compromisso (João 3:16 e I João 3:16)., recordemos que o propósito de Deus é que sejamos iguais a Jesus em tudo. O rasgo principal e que sobressai na vida e caráter de Jesus é o seu amor para conosco. É um mandamento: o que se faz com um mandamento? Simplesmente se obedece. Cristo não apela a nossos sentimentos, mas a nossa vontade. Se o amor ao meu irmão se baseasse nos meus sentimentos seria um amor débil e flutuante. Determino amar a meu irmão em obediência ao Senhor; é um mandamento e eu obedeço; na obediência rompe-se o poder que já estava dentro de mim pelo Espírito. Depois os sentimentos seguirão a minha ação. Na obediência com fé se desata a benção de Deus. (Tiago 1:26,27 / Mateus 5:21-22 / Romanos 12:10 / Colossenses 3:14/ I Tessalonicenses 4:9 / I Pedro 2:17 ; 3:8 / Hebreus 13:1 / II João 5,6 / I Tessalonicenses 5:12-22).
1.3. AQUELE QUE NÃO AMA A SEU IRMÃO PERMANECE EM TREVAS E MORTE
O amor a nosso irmão é a prova de nossa permanência em Cristo. É o teste que demonstra se estamos na vida do Senhor ou em trevas. A primeira epístola de João é muito clara e objetiva neste respeito:
Leiamos com cuidado I João:
2:9-11 “o que aborrece a seu irmão está em trevas”
3:10,11 “o que não ama a seu irmão não é de Deus”
3:14 “o que não ama a seu irmão permanece na morte”
3:15 “todo aquele que aborrece a seu irmão é homicida”
4:7,8 “todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus”
4:12 “se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós”
4:20,21 “se alguém diz: “amo a meu irmão e o aborrece, é mentiroso”.
É impossível seguir a Cristo e não amar a seu irmão, a qualquer irmão, a todos os irmãos.
1.4. O AMOR É A ÚNICA MOTIVAÇÃO LEGÍTIMA PARA A PRÁTICA DA VIDA CRISTÃ
Se tivesse todos os dons e a maior consagração e sacrifício e não tenho amor, nada sou e isso de nada serve (I Coríntios 13:1-3). Isto é: o verdadeiro e genuíno amor deve ser nossa mais íntima motivação em cada coisa, em cada ação. Deus não nos mede pelas ações exteriores, nem pela operação dos dons, ele não olha unicamente para a intensidade de nossos esforços e sacrifícios pelos irmãos, mais ele olha os nossos corações para ver se o que nos move em nossas ações é o amor de Deus. Os serviços e ações mais sagrados como orar, jejuar, dar esmolas, pregar, profetizar, etc., podem vir de motivações impuras tais como ostentação, vanglória, disputas etc. . Se a profunda intenção do coração não é AMOR, o que faço não tem valor, é vaidade.
Muitas vezes é normal ter uma mistura de motivações, é por isso que precisamos freqüentemente da operação da cruz em nosso homem interior para que, despojados de toda intenção natural, estejamos imbuídos e motivados pela vida de Cristo em nós e o amor de Cristo governe nossas ações. A operação da cruz deve preceder, acompanhar e penetrar nossas intenções em cada coisa que fazemos (I Coríntios 13:4-7).
1.5. O AMOR É FRUTO DO ESPÍRITO
1.5.1. O IMPOSSÍVEL
Recordemos que o novo mandamento de Jesus é: “Que vos ameis uns aos outros COMO EU VOS AMEI”. Esta é a pergunta chave: Quem de nós pode amar a seu irmão como Jesus nos amou? Este é um mandamento humanamente impossível, pois somos por natureza egoístas, amamo-nos a nós mesmos demasiadamente.
1.5.2. O IMPOSSÍVEL TORNOU-SE POSSÍVEL
Cristo é a encarnação do amor. Ele trouxe o verdadeiro amor ao mundo. Aqui está um homem que habitou entre os homens sem a herança adâmica pecaminosa, mas o próprio Deus feito homem, e Deus é amor. O amor de Deus habitava em Sua plenitude, em um homem: Jesus.
Ele havendo demonstrado o que é o amor com sua vida e obra, finalmente se fez um com o nosso pecado (II Coríntios 5:21). E, quando morreu na cruz o fez matando nosso velho homem. Uma nova criação emergiu no dia da ressurreição para dar essa vida nova a muitos e dar assim aos homens a possibilidade de vencer, pela fé essa herança adâmica. O Espírito Santo veio para comunicar-nos a vida de Cristo, para formar Jesus em nós com toda a sua capacidade de amar. É por isso que Paulo diz em (Cl 5:22-23): “Mas o fruto do espírito é AMOR, gozo, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança; contra tais coisas não existe lei”. O Espírito nos deu a capacidade de amar. Aleluia. De amar como a Jesus. Deu-nos o próprio Jesus. Notemos que amor aparece encabeçando a lista e, ainda em outras passagens englobando todas as demais coisas. A manifestação fundamental do Espírito em nós é o AMOR.
1.5.3. PODEMOS AMAR COMO JESUS AMOU
Quando Cristo manda que amemos como Ele amou, está pedindo algo impossível de conseguir por nós mesmos, mas Paulo nos diz que o que era impossível por causa da nossa debilidade Deus fez possível o cumprimento pelo Espírito. A lei do Espírito de vida em Cristo me livrou da lei pelo pecado do egoísmo. Agora tenho em mim uma nova força, a vida de Cristo. Tenho a capacidade de amar como Jesus amou, porque estou livre da lei do pecado, porque morri para ela, agora não vivo eu, mas Cristo vive em mim (Gálatas 2:20). Já não sou eu quem tenta amar, é Cristo quem ama em mim. A lei do Espírito de vida me livrou da lei do egoísmo e enche-me com uma nova lei: a lei do amor. O amor não é uma nova lei, mas uma graça (capacitação), uma dádiva. Sim, é um mandamento porque revela a vontade de Deus, mas é uma graça porque é fruto do Espírito.
1.5.4. SEUS MANDAMENTOS NÃO SÃO PENOSOS
Satanás, primeiro quer fazer crer que é impossível amar como Jesus, de qualquer maneira, e uma vez que somos libertos dessa mentira pela verdade de Deus, faz-nos crer que se bem que possível, é muito difícil amar como Jesus amou. A palavra nos declara: “Seus mandamentos não são penosos”. (I João 5:3). Justamente esta epístola onde mais se fala de amor ao irmão, até dar a vida ao irmão, é onde se fala que os seus mandamentos não são penosos. Seu jugo é fácil porque Ele não só ordena, mas ajuda a cumpri-lo. Não só nos mostra a Sua vontade, mas nos capacita a fazê-la.
O AMOR DE DEUS foi derramado em nossos corações pelo Espírito que nos foi dado (Romanos 5:5 / II Timóteo 1:7 / Filipenses 4:13). Ele nos capacitou com o amor de Deus, não com o nosso para amar como Jesus.
1.6. ESTE AMOR FLUI DE UM CORAÇÃO SINCERO E PURIFICADO
Como amor é fruto do Espírito Santo se o meu coração não está limpo, o espírito não flui e portanto o amor não flui também. Em (I Timóteo 1:5) Paulo fala do “amor fraternal não fingido”.
Quando nosso coração não está bem com Deus é muito comum praticar o amor fingido, exteriorizações sem vida nem realidade. “As Relações Públicas” tem muito disso. Confessemos todo pecado, rejeitemos as obras da carne, vivamos no Espírito para que o Seu amor flua em nós livremente.
1.7. O AMOR DEVE ENVOLVER E ABUNDAR CADA VEZ MAIS EM NÓS
(Filipenses 1:9 / I Tessalonicenses 3:12 ; 4:9-10). Tudo o que tem vida cresce e se desenvolve. O amor a vida de Cristo em nós tem que crescer. A medida que conhecemos a verdade de Deus e à medida em que conhecemos os nossos irmãos e sua necessidades, iremos crescendo em amor. Também iremos desenvolvendo maneiras práticas de amar. Pela renovação de nosso entendimento, iremos sendo transformados até o fim; nosso caráter, nossa conduta, nosso estilo de vida, nossas aspirações, a administração de nossos bens e talentos; tudo irá se modificando para chegar a ser autêntica demonstração do AMOR DE DEUS derramado em nossos corações. Que toda a nossa vida possa resumir-se dizendo que temos disposto toda ela em favor de nossos irmãos. Como Cristo.
1.7.1. APLICAÇÃO PRATICA
A aplicação prática deste tema é serviço.
O estar juntos é a forma que Deus nos dá de praticar o amor servindo uns aos outros. Portanto, os dois próximos temas estão intimamente ligados a este:
AMOR ESTAR JUNTOS SERVIÇO
No grego do N.T. o gráfico aparece assim:
AGAPE KOINONIA DIAKONIA
2. O ESTAR JUNTOS.
O estar juntos é necessário para conhecermos e servirmos uns aos outros.
• Devemos nos encontrar todos juntos (Atos 5.12).
• Devemos nos encontrar em grupos pequenos nas casas (Atos 5.42; Romanos 16.5).
• Devemos nos encontrar com os irmãos com quem estamos relacionados (discipuladores, companheiros) - Mateus 18.20.
3. O SERVIÇO.
3.1. O SERVIÇO É A CONCRETIZAÇÃO DO AMOR
a) É o amor em ação (Gálatas 5.13; I João 3.17-18).
b) Jesus é nosso modelo (Marcos 10.45; João 13.13-15).
3.2. DEVEMOS SERVIR
a) Aos de nossa casa (I Timóteo 5.8);
b) Aos da família da fé (Gálatas 6.10);
c) A todo o próximo (Gálatas 6.10);
d) Aos inimigos (Romanos 12.20).
3.3. COM QUE SERVIR
a) Com nossa casa: hospitalidade (I Pedro 4.9; Romanos 12.13);
b) Com os bens e dinheiro (Tiago 2.15-16);
c) Com nossa energia, capacidade física e habilidades (Tito 3.1);
d) Com amizade, companheirismo e amabilidade (Romanos 12.15);
e) Com oração, edificação, etc (Tiago 5.16; Colossenses 3.16).
4. AUTORIDADE E SUBMISSÃO.
4.1.A IGREJA É UMA CASA DE OBEDIÊNCIA.
O reino de Deus põe fim a nossa independência e nosso individualismo. Na igreja não há democracia, mas teocracia. Democracia é o governo do povo, pelo povo, e para o povo; mas a igreja não é do povo, é de Deus. Portanto, na igreja temos uma teocracia: ‘governo de Deus’ Romanos 11.36.
No pecado nós éramos rebeldes a Deus (independentes de Deus) Efésios 2.3, e éramos individualistas (independentes dos homens) Judas 8; mas, agora, batizados em Cristo Jesus, estamos debaixo da autoridade e do governo de Deus - I Pedro 3.15.
4.2. DEVEMOS NOS SUBMETER
a) Aos pastores e presbíteros (I Tessalonicenses 5.12-13; Hebreus 13.17);
b) Aos demais líderes e discipuladores (I Coríntios 16.16);
c) Nas juntas de companheirismo (Efésios 5.21).
4.3. COMO SUBMETER-SE
a) Procurando ajuda e conselho nas juntas de companheirismo;
b) Procurando ajuda e conselho no discipulador, líder ou pastor; acatando conselhos e orientações;
c) Me sujeitando a correções e admoestações; sendo tratável e maleável;
d) Confessando os pecados.
5. SOLUCIONANDO CONFLITOS.
5.1.QUANDO PECAMOS E OFENDEMOS UM IRMÃO.
Ao saber que um irmão está ofendido devemos procurá-lo (Mateus 5.23-24).
5.2. QUANDO ALGUM IRMÃO PECA (Lucas 19.16-18)
5.2.1. NÃO DEVEMOS
a) Contar a outros: isto é mexerico (v. 16);
b) Calar e ficar aborrecidos (v.17);
c) Guardar rancor e ressentimento (v.18);
d) Agir sem ouvi-lo primeiro;
e) Julgá-lo (isto é, condená-lo - Mateus 7.1-2).
5.2.2. MAS DEVEMOS
a) repreendê-lo (v.17);
b) corrigir com brandura (Gálatas 6.1)
c) orar por ele (1Jo 5.16).
5.3. QUANDO ALGUM IRMÃO PECA CONTRA NÓS (Mateus 18.15-17;
Mateus 18.21-22).
a) Como no caso anterior, não devo calar, nem guardar rancor, nem contar a outros, mas: argüi-lo e repreende-lo a sós (v.15);
b) Se ele não aceitar devo procurar a ajuda de um ou dois irmãos (v.16);
c) Se ainda não aceitar, devo deixar o caso com a igreja (v.17). Mas o importante é manter o perdão (v.21.22) (Efésios 4.32).
TÓPICO IV
A IGREJA
1. A RESTAURAÇÃO
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor, e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio.
Atos 3:19-21
Antes da fundação do mundo, o propósito de Deus sempre foi com a Igreja (Efésios 1:4; I Pedro 1:20; Apocalipse 13:8; 17:8). Quando vemos, em Atos, a Igreja começar a praticar o que Jesus ordenou, a primeira coisa que talvez nos ocorra é: “como seria maravilhoso se tudo isso ocorresse entre nós hoje!” ou então “quem dera eu estivesse naquela época para vivenciar tudo aquilo que os primeiros discípulos vivenciaram”. Ficamos admirando os primeiros discípulos e pensamos se seria possível ver tudo aquilo entre nós hoje.
É bom sabermos que nunca foi intenção de Deus que as coisas estivessem como estão. Deus nunca intencionou essa decadência espiritual em que se encontra a dita igreja hoje. Porém, como Deus, Ele sabia que tudo isso iria acontecer e inspirou Pedro para dizer essa Palavras. Vamos tomar por base esse texto e analisá-lo passo a passo. É importante que todo discípulo saiba desenvolver essa argumentação com graça e autoridade. Vamos ver:
Arrependei-vos...de sorte que venham os tempos de refrigério...e envie Ele o Cristo que já dantes foi indicado, Jesus
Neste contexto Pedro está concluindo uma mensagem e então dá o mandamento de arrependimento para a multidão seguida da promessa da vindo de Jesus, o Cristo. Agora repara o que ele diz depois:
...ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, as quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio.
Não vamos esquecer que ele está se referindo, inicialmente, à vinda de Jesus. Ele diz que o céu permanecerá com Jesus até o tempo de restauração de todas as coisas. Veja que ele está prevendo que algumas coisas precisavam ser restauradas. Precisaríamos saber que coisas são essas.
Alguns argumentam que Pedro está se referindo à Israel, porém é importante sabermos que o propósito de Deus está na Igreja e não com Israel. Se “alguém” tem que ser restaurado esse “alguém” é a Igreja. Sabemos que é imperioso que a situação degradante em que entrou a Igreja seja definitivamente mudada. Temos a oração de Jesus acerca da unidade (João 17) que aguardamos ser respondida pelo Pai.
A restauração das verdades perdidas pela Igreja começou de maneira ampla com a reforma (embora alguns sempre houve pequenos grupos de irmãos que se colocavam contra toda a maré de mundanismo na Igreja) em que Lutero foi usado por Deus para restaurar tremendas verdades perdidas como, por exemplo, o sacerdócio de todos os cristãos. Desde então vários itens tem sido restaurados pelo Senhor como o batismo com o Espírito Santo, a unidade da Igreja, a ceia, o batismo, etc.
Precisamos estar abertos para que o Senhor continue a nos iluminar para que possamos, com humildade receber dEle revelação sobre outros itens que ainda faltam ser restaurados. Não podemos ser fiéis à restauração mas ao Senhor que revela a Palavra para nós.
2. A UNIDADE
Quando falamos da restauração da igreja, nenhum aspecto é mais importante, mais sublime e mais chegado ao coração do Senhor do que o aspecto da unidade. Também, nenhum assunto é tão difícil, tão controvertido, e tão atacado por Satanás como este. Certamente, isto é o que ele mais teme.
2.1. A ORAÇÃO DE JESUS (JO 17.18-23)
Esta oração revela os anseios mais íntimos do coração do Senhor. Todo aquele que sinceramente ama ao Senhor, deveria prestar muita atenção ao que se revela aqui. Vejamos quatro coisas que são claras nesta passagem.
2.2. QUAL O PADRÃO (NÍVEL) DE UNIDADE QUE O SENHOR QUER
O vs. 21 nos mostra: “como és tu, o Pai em mim e eu em ti, também sejam eles em nós”. Este é o nível que o Senhor requer para nossa comunhão. Podemos imaginar algum tipo de discórdia, desavença, disputa ou desacordo entre o Pai e o Filho? E uma unidade perfeita, e assim deve ser conosco.
Alguns dizem: “eu aceito os irmãos de qualquer denominação”. Isto é melhor do que nada, mas não é o padrão que satisfaz nosso Senhor. Watchaman Nee dizia que isto é dar as mãos por cima do muro.
2.3. ONDE ESTA UNIDADE DEVE SE PROCESSAR?
Alguns dizem: “Lá no céu vai ser uma maravilha, lá não vai ter batista, nem pentecostal, nem presbiteriano. Só vai haver uma igreja.” A pergunta que devemos fazer é: “mas lá no céu tem mundo?” O vs. 21 diz: “para que o ,mundo creia”. Jesus fala de uma unidade aqui na terra, que mostre ao mundo o que e o amor dele derramado nos corações (ver Jo 13.34- 35; At 2.44,47; 4.32; 5.13).
2.4. ESTA UNIDADE E ESPIRITUAL É INVISÍVEL OU PRATICA E VISÍVEL?
O argumento é o mesmo da pergunta anterior. Como o mundo vai ver o amor dos discípulos se a unidade for invisível? Se é para que o mundo creia, deve ser algo que o mundo veja. Entretanto, aqui necessita um maior esclarecimento. Há na verdade, três expressões da igreja:
2.4.1. IGREJA UNIVERSAL (Mt 16.18; Hb 12.22-23: At 9.31). A unidade da igreja universal, é uma unidade espiritual, mística e invisível. Esta é toda a família de que Paulo fala em Ef 3.14-15.
2.4.2. IGREJA LOCAL (At 8.1; 13.1; 14.23; Rm 16.1; 1Co 1.2; 2Co 1.1; 1Ts 1.1; Ap 2.1,8,12,18; 3.1,7,14).
A unidade da igreja local deve ser pratica e visível. Assim era nos tempos dos primeiros apóstolos. Havia uma única igreja em cada localidade. Sempre que aparece “igrejas” (no plural), e por que se referia a varrias localidades em uma região, ou continente, ou no mundo todo (At 15.41; Rm 16.4; 1Co 16.1; Gl 1.2; Ap 1.4).
Esta unidade se expressava principalmente por haver uma só direção ou governo, através de um único grupo de presbiteros (sempre no plural), que juntos velavam sobre a igreja da cidade (At 14.23; 20.17; 21.18; Tt 1.5).
Os apostolos zelavam por esta unidade. Quando havia qualquer possibilidade de divisão na unidade pratica da igreja local, os apostolos procuravam corrigir imediatamente, e em alguns casos, enfaticamente. Quase todas as cartas de Paulo fazem alguma advertência com relação ao problema da divisão e a importância da unidade. Vejamos:
• AOS ROMANOS: Rm 16.17-18. Não parece que em Roma havia problemas muito sérios, mas Paulo não deixa de advertir seriamente: “os que provocam divisões não servem a Cristo”.
• AOS GÁLATAS: Gl 5.15,19-21. A advertencia aqui é muito seria. Os que praticam inimizades, porfias(rixas), ciúmes, iras, discórdias(pelejas), dissenções, facções(divisões), etc. não herdarão o reino de Deus!
• AOS EFÉSIOS: Ef 2.13-18. A cruz de Jesus rompeu duas barreiras: o véu do santuário foi rasgado. Isto destruiu a inimizade que havia entre o homem e Deus. Mas aqui diz que a parede de separação foi derrubada. Isto destruiu a inimizade entre o homem e o homem (a inimizade entre gentios e judeus e a maior que o mundo já conheceu; basta ver a segunda guerra e o oriente médio). Esta inimizade foi aniquilada na cruz de Cristo. Logicamente, isto só é valido na igreja. Mas é quanto as demais inimizades e divisões na igreja? É licito costurar o véu novamente? NÃO. É licito levantar muros de separação? NÃO. Concluímos que as nossas divisões são uma negação da cruz de Jesus Cristo. Arrependamo-nos.
• Ef 3.6,14-15. Um só corpo, uma só família.
• Ef 4.1-6. Conhecer que há um só corpo, esforçar-se para preservar a unidade do Espírito por meio da humildade, mansidão, longanimidade e amor, e a única maneira de andar de modo digno de nossa vocação.
• Ef 4.13,16. O propósito do Senhor e de levar-nos a unidade de fé e a unidade de corpo (todo corpo trabalhando harmoniosamente).
• Ef 5.27. Queremos que Jesus venha buscar uma igreja manchada e defeituosa, cheia de facções e inimizades?
• AOS FILIPENSES. Fp 1.27. Aqui nós vemos os três níveis de unidade (em um só versículo. Novamente Paulo fala que esta é a maneira digna de viver o evangelho. “lutando juntos…” Hoje, não só não lutamos juntos, mas alguns lutam uns contra os outros.
• Fp 2.1-4. Em Filipos, parece que estava surgindo um pequeno problema (4.2). Como Paulo zelava para sanar estas coisas! Como poderemos negligenciar estas palavras? Esta é a única maneira de seguir a Cristo (Fp 2.5-8). Paulo ainda insiste mais nos vs. 12-14.
• AOS CORÍNTIOS. 1Co 1.10-13; 3.1-4. Esta foi a situação mais critica. Por isto Paulo foi mais enérgico. Chamou os Coríntios de carnais e crianças em Cristo. Alguns defensores de facções argumentam com este texto dizendo que naquele tempo já havia divisões. Mas vamos ver bem o que havia. Eles estavam formando “panelinhas” na igreja, por preferências de ministérios. Paulo considerou isto uma grande carnalidade. MAS ELES AINDA ESTAVAM TODOS JUNTOS, COMO UMA SÓ IGREJA NA CIDADE! (1Co 1.2). Se Paulo chamou a eles de carnais e crianças, apenas porque estavam com preferências e partidos dentro da igreja, o que ele diria de nos hoje. Pois nos, além de estarmos cheios de discordâncias como eles, ainda por cima nos separamos fisicamente. “Você pensa assim, v. fica lá, eu penso doutro modo então fico cá”. E, cada um faz a sua igrejinha. ISTO TUDO É UMA ABERRAÇÃO. NA VERDADE A NOSSA SITUAÇÃO É BEM PIOR QUE A DOS CORÍNTIOS. Necessitamos de um profundo arrependimento.
• A TODOS OS CRISTÃOS. (1Jo 2.5,10; 3.11,14,16-18,23; 4.7,8,11,12,20,21; 5.1). Tal abundância de exortações deveria nos fazer meditar na nossa situação.
2.4.3. A IGREJA NUMA CASA (At 2.46; 5.42; Rm 16.15; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm 2).
A igreja na casa não era uma divisão da igreja local. Não havia uma administração própria, um governo separado (como já vimos, os presbiteros eram da cidade). A separação em igrejas nas casas, não provinha de divisões doutrinarias, ou disputas, ou separação na liderança, mas era uma separação estratégica, em grupos pequenos, para o melhor desempenho do serviço de todos os santos conforme Ef 4.11-12,15-16.
2.5. ESTA UNIDADE É POSSÍVEL (JO 17)
Quando olhamos a situação atual, podemos enchermos de duvidas. Será possível? Mas não temos que olhar para as circunstancias, temos que olhar para o Senhor. A própria oração de Jesus nos da fé. Basta pensarmos: O Pai não vai responder esta oração do Filho? O Espírito testifica em nossos corações: SIM. VAI. O Filho vai ter para si uma noiva gloriosa, sem mácula, sem ruga, santa e sem defeito. ALELUIA!
Vejamos a determinação de Deus
“Eu sou Deus e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anúncio o que há de acontecer, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo; O meu conselho permanecera de pé, FAREI TODA A MINHA VONTADE”.(Ef 1.10; Is 46.9-10).
Na verdade, Deus já tem feito nestes dias, muitas coisas que cooperam com a unidade. Por toda parte há um clamor no coração do povo de Deus. Muitos estão descontentes com as divisões. Por todo o Brasil se fala em unidade da igreja. Em muitas cidades Deus esta levantando alguns poucos lideres que estão dando passos concretos por uma unidade efetiva. Nossa pequena experiência em Salvador (ate mar/93, cinco congregações diferentes que se uniram) nos anima a prosseguir. “Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe” (Sl 126).
RESPONDENDO ALGUMAS PERGUNTAS OU OBJEÇÕES
1ª COMO NOS VEMOS A NÓS MESMOS? CREMOS QUE TODOS ESTÃO ERRADOS E NOS SOMOS ÚNICOS CERTOS?
Resposta: NÃO. NÓS NOS VEMOS COMO PARTE DO PROBLEMA. NÓS NÃO PRETENDEMOS SER “A IGREJA”, OU “O TESTEMUNHO DE DEUS” COMO FAZEM OS IRMÃOS QUE ESTÃO VINCULADOS AO MINISTÉRIO DE WITNESS LEE (CONHECIDOS COMO IGREJA LOCAL). VEMOS A QUESTÃO COM SIMPLICIDADE E REALIDADE. A IGREJA NA CIDADE DE SALVADOR ESTA LAMENTAVELMENTE DIVIDIDA EM CENTENAS DE FACÇÕES. NÓS SOMOS APENAS MAIS UMA DESTAS FACÇÕES. TALVEZ A MAIOR DIFERENÇA ENTRE NÓS E OS DEMAIS IRMÃOS, É QUE NÓS ESTAMOS DESCONTENTES COM ESTE FATO. ABOMINAMOS A REALIDADE ATUAL, E LUTAMOS CONTRA ELA COM TODAS AS NOSSAS FORCAS, PELA ORAÇÃO E PELA PREGAÇÃO.
2ª COMO VEMOS AS DENOMINAÇÕES?
Resposta: AMAMOS AOS IRMÃOS QUE ESTÃO NAS DENOMINAÇÕES. MAS NÃO CONCORDAMOS COM A POSIÇÃO DENOMINACIONAL. NO DICIONÁRIO DE AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA, DENOMINAR É “COLOCAR UM NOME EM, OU NOMEAR”. A SIMPLES REALIDADE É QUE A IGREJA ESTÁ DIVIDIDA EM VÁRIAS FACÇÕES. COMO JÁ VIMOS, MUITO PIOR QUE EM CORINTO. ORA, AO INVÉS DE NOS ARREPENDERMOS DISTO, COLOCAMOS UM NOME PARA CADA FACÇÃO E CONSIDERAMOS O PROBLEMA RESOLVIDO. NA VERDADE, A DENOMINAÇÃO É A OFICIALIZAÇÃO DA DIVISÃO. A DENOMINAÇÃO PROCURA TORNAR O PECADO DA DIVISÃO COMO COISA ACEITÁVEL, UM “STATUS NORMAL”, QUE DIFICULTA A IGREJA RECONHECER O SEU ERRO. O PROBLEMA NÃO É ESTARMOS SEPARADOS, MAS ESTARMOS SEPARADOS E AO MESMO TEMPO SATISFEITOS E CONTENTES. AS “PANELINHAS” DOS CORÍNTIOS ERAM CARNALIDADE. TRANSFORMAR ESTAS PANELINHAS EM GRUPOS SEPARADOS SERIA INADMISSÍVEL PARA OS APOSTOLOS. E POR FIM, CHAMAR A CADA GRUPO DESTES DE “IGREJA TAL” SERIA UM ABSURDO TOTAL. E ISTO É O QUE SE FAZ HOJE.
3ª PORQUE NÃO TEMOS UM NOME?
Resposta: ESTA PERGUNTA JÁ ESTÁ EM PARTE RESPONDIDA NA PERGUNTA ACIMA. MAS QUEREMOS DIZER ALGO MAIS. ALGUNS TEM PROCURADO “CARIMBAR A NOSSA TESTA” NOS CHAMANDO DE "COMUNIDADE". MAS NÓS NÃO PODEMOS NOS SUBMETER A ISTO. POR QUE? PORQUE QUANDO VIEMOS A CRISTO NÓS JÁ RECEBEMOS A NOSSA IDENTIDADE DE FILHOS DE DEUS JUNTAMENTE COM TODOS OS DEMAIS QUE CRÊEM EM NO SENHOR. SOMOS FILHOS DE DEUS JUNTO COM TODA A IGREJA (EF 3.14-15). JAMAIS VAMOS ACEITAR OUTRA IDENTIDADE ALÉM DA QUE JÁ RECEBEMOS. JAMAIS VAMOS ACEITAR UMA IDENTIDADE QUE SEJA DERIVADA DE NOSSA DIVISÃO COM OS DEMAIS IRMÃOS. ABOMINAMOS O FATO DE ESTARMOS SEPARADOS DE NOSSOS IRMÃOS. NÃO PODEMOS FAZER MUITA COISA A ESTE RESPEITO ALÉM DE ORAR E PROCURAR A COMUNHÃO COM TODOS. MAS NÓS RECUSAMOS A ACEITAR UMA IDENTIFICAÇÃO. ISTO VIOLENTARIA NOSSA CONSCIÊNCIA. ALGUNS SE OFENDEM COM ESTA NOSSA POSIÇÃO. NOS ENTRISTECEMOS COM ISTO, MAS NADA PODEMOS FAZER A RESPEITO.
4ª QUAL A NOSSA EXPERIÊNCIA PRATICA?
Resposta: NA VERDADE O PROGRESSO E PEQUENO. SOMOS UM PEQUENO GRUPO DE SETE PRESBÍTEROS (MAR/93), DE VÁRIAS PROCEDÊNCIAS EVANGÉLICAS, QUE SERVIMOS A IGREJA EM UNIDADE DE ESPÍRITO, DE FÉ E DE CORPO. MAS QUEREMOS COLOCAR ESTES POUCOS PÃES E PEIXINHOS NAS MÃOS DO SENHOR PARA QUE ELE OS MULTIPLIQUE. O SENHOR SABE QUE NÃO TEMOS A PRETENSÃO DE PRODUZIR NADA. SE OUTROS IRMÃOS NA CIDADE FOREM MOVIDOS A UNIDADE PELO SENHOR, NOS PROCURAREMOS NOS UNIR A ELES. ESTA É UMA OBRA IMPOSSÍVEL PARA QUALQUER HOMEM MAS NADA É IMPOSSÍVEL PARA DEUS.
“A ELE SEJA A GLÓRIA, NA IGREJA E EM CRISTO JESUS, POR TODAS AS GERAÇÕES, PARA TODO O SEMPRE, AMEM”.
3. A CEIA DO SENHOR
Esse item é de demasiada importância para que possamos ter uma visão clara da nossa relação prática no Corpo. Primeiramente vamos ver como essa ordenança foi encarada pela Igreja. Quando a Igreja ficou se enamorando com a filosofia, vários pensadores na Igreja surgiram. Esses mesmos pensadores não se contentavam com a simplicidade da Palavra de Deus e começaram a formular doutrinas muito complicadas e estranhas, dentre elas a doutrina chamada transubstanciação. Segundo essa doutrina, que foi assimilada pelo catolicismo, os elementos (pão e vinho) se transformam literalmente no corpo e sangue de Cristo, querendo afirmar que quando isso ocorre há uma repetição do sacrifício de Cristo.
Por outro lado, durante a reforma, Martinho Lutero trouxe um equilíbrio a toda essa questão com a chamada doutrina da consubstanciação. Segundo ele a presença de Jesus está nos elementos mas não há transformação física dos elementos. Com o tempo as denominações evangélicas deixaram até de crer que Jesus se faz presente nos elementos, dando à ceia um lugar de simples símbolo. Quando o homem sai da simplicidade ele percorre um longo caminho para entender o que é simples. Vamos ler alguns versículos.
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados.
Mateus 26:24-26
Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
João 6:53-56
Jesus não está formulando uma doutrina teológica, porém está falando de algo vivo para a Igreja. Cremos que a presença de Jesus está nos elementos, quando participamos com um coração de fé e submissão ao Senhor, porém não cremos que os elementos se transformam fisicamente. Agora nos resta responder 4 perguntas básicas que pretendemos, de maneira objetiva, esclarecer:
3.1. QUEM DEVE CELEBRÁ-LA?
A Igreja : Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
I Pedro 2:9
Em nenhuma parte do novo testamento diz que só um pastor , ou diácono podem partir o pão. Todos os discípulos são sacerdotes, todos tem acesso direto ao Pai, em nome de Jesus Cristo.
3.2. QUANDO E ONDE CELEBRAR?
Sempre que a Igreja se encontrar (entende-se que dois ou três são Igreja).
...e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos.
Atos 2:42,43
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração,
Atos 2:46
Veja que isso é feito nas casas. Paulo fala em I Coríntios 11 de “um mesmo lugar” que também deve ser a casa de algum irmão. Não há menção de ser feita nas ruas ou praças, indicando ser algo reservado para discípulos.
3.3. COMO CELEBRAR?
a) Examinando-se. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice. I Coríntios 11:28 Devemos estar com a nossa vida na luz, sem pecados encobertos: ...mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado. I João 1:7
b) Comer com alegria. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração. Atos 2:46
c) Todos juntos, esperando uns pelos outros. Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros. I Coríntios 11:33
d) Sabendo que não é uma simples refeição. ...porque quando comeis, cada um toma antes de outrem a sua própria ceia; e assim um fica com fome e outro se embriaga. Não tendes porventura casas onde comer e beber? Ou desprezais a igreja de Deus, e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? isto não vos louvo. I Coríntios 11:21,22
3.4. O QUE A CEIA PRODUZ EM NÓS?
a) Vida. Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. João 6:53
b) A lembrança viva do sacrifício de Jesus por nós. Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha. I Coríntios 11:26
c) Intimidade e comunhão com os irmãos. Quando ceamos juntos temos a oportunidade de ministrar uns aos outros, confessar pecados e profetizar. Isso traz uma maior aproximação entre os irmãos.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
• Quando no ato da ceia nos examinamos e contemplamos pecado em nós devemos confessá-lo e não deixar de participar da ceia
• Temos que ver o real valor que o Senhor dá a ceia. Temos a tendência de não darmos valor aos símbolos porque Deus na maioria das vezes não dá realmente nenhum valor. Porém devemos dar valor aos símbolos que Ele valoriza (o batismo, a vara, o óleo, pão, vinho). Portanto devemos pedir que o Senhor nos abra os olhos sobre esse tremendo assunto.
• A disciplina na congregação ajuda a sanear a Igreja para que também não ocorram graves problemas resultantes de se tomar a ceia descuidadamente.
Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e enfermos, e muitos que dormem. I Coríntios 11:29,30
4. A DISCIPLINA NA IGREJA
Este é um tema difícil de tratar por causa dos caprichos, abusos, severidades e medidas injustas que têm sido cometidas muitas vezes, assim como por falta de um conceito robusto e bem definido sobre justiça. Em Hebreus 5.14 o apóstolo nos fala que ter maturidade é saber discernir entre o bem e o mal. Na ausência dessa maturidade, muita infantilidade tem provocado um afrouxamento na vida da igreja, que deve ser a expressão exata da santidade e justiça do Senhor.
Uma igreja madura, além de discernir o certo e o errado, sabe como, onde, quando, por quê, com quem e o que fazer com respeito à situações difíceis que ocorrem no meio dos irmãos. Vamos, pois, examinar esse tema sob a luz da Palavra do Senhor.
4.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DISCIPLINA NA IGREJA
a) A Igreja deve prover os seguintes serviços aos irmãos:
• Ambiente cordial e acolhedor, cheio de amor e de atração. Espírito de família.
• Bom exemplo. Que a Palavra esteja encarnada na vida dos irmãos.
• Ensino verbal completo. Ensino formativo sobre todas as áreas da vida.
• Animo aos que desejam andar no Caminho do Senhor.
• Encorajamento e apreço aos que se mantém firmes.
• Exortação aos fracos. I Tessalonicenses 5:14
• Repreensão aos que desobedecem. I Timóteo 5:20
• Disciplina aos que estão na prática do pecado. II Timóteo 2:25 - “...corrigindo (no original é disciplinando) com mansidão os que resistem, na esperança de que Deus lhes conceda arrependimento para conhecerem plenamente a verdade.”
b) Que direito tem a Igreja para disciplinar?
• Porque seus membros estão comprometidos com Cristo, Sua Palavra e Seu Povo. Os que se arrependem, não tem o direito de viver como bem deseja, violando as normas do Reino de Deus. Cristo Jesus instituiu a disciplina na Igreja, "somos guardas de nossos irmãos".
• A Igreja, ao disciplinar os que violam o seu compromisso, coopera com Deus que também disciplina a todo homem I Co 11.29-32 - “...quando porém somos julgados pelo Senhor, somos corrigidos (disciplinados) para não sermos condenados com o mundo.” Deus disciplinou a Adão, a Caim, a geração de Noé, aos que edificavam a Torre de Babel, aos de Sodoma e Gomorra, a Jacó, aos irmãos de José, a Coré, a Moisés e a toda geração de Israel que saiu do Egito, a Jericó, às Nações Pagãs, a Golias, aos Filisteus, aos Medianitas, aos Sírios, aos Babilônios, aos Reis de Israel, aos profetas e sacerdotes e as cidades que expulsaram a Jesus, a Ananias e Safira, aos Corintios.
Deus disciplina e castiga
• No Antigo Testamento Deus delegou Sua autoridade de governar e disciplinar aos pais e as autoridades civis de Israel (Deuteronômio 21.18-21). Primeiro aos pais e depois aos anciãos que julgavam e ditavam os juízos.. A disciplina pelos pais era corretiva, visando corrigir os filhos; a dos anciãos ou autoridades civis era punitiva com a aplicação da sentença merecida. Não disciplinar é violar a natureza e provocar a ira de Deus
Na Igreja Não Se Aplica A Disciplina Punitiva
• No Novo Testamento as autoridades civis continuam aplicando a disciplina punitiva - “...os que resistem a autoridade trarão sobre si mesmos a condenação.”(Romanos 13:2), enquanto a Igreja, como também os pais, somente a disciplina corretiva. Isso porque a disciplina não produz a remissão dos delitos.
• Devemos entender que a Igreja foi designada para refletir o caráter de Deus que é de Santidade, Justiça e Amor. A Igreja deve encarnar essas virtudes. A natureza de Deus é o fundamento da disciplina. Pregar a justiça enquanto se tolera a injustiça é hipocrisia. Ser santo implica numa vigilância e guerra constante contra a impureza.
É Fraudulenta A Unidade Que Permite A Mescla Das Trevas Com A Luz
c) A Igreja tem o dever de disciplinar. O que acontece quando não se disciplina?
• Há um declínio no ensino. A seriedade do ensino é rebaixada; uma coisa está sendo ensinada outra coisa está sendo consentida
• Dá lugar a leviandade e a permissividade. Mais pessoas pecam ao verem que há consentimento para a transgressão.
• O sentido de justiça fica confuso, "aguado", frouxo, etc.
• Estimula-se a debilidade moral.
• Atenta-se contra o temor de Deus.
d) Por que não se pratica mais a disciplina na Igreja?
• Por desconhecimento das Escrituras.
• Por uma má compreensão da graça de Deus: "Graça barata". "Deus é extremamente bondoso e não levará em conta esta falta". "Ele é amor e o amor cobre multidão de pecados".
• Por sentimentalismo e humanismo. "Esse irmão tem sido tão bonzinho, mas hoje cometeu um pecado. Não vamos discipliná-lo para que não se desanime".
• Por temer a perda de membros ou criar problemas.
• Por falta de autoridade diante do problema específico, ou por falta de apoio da congregação. Isto se chama covardia.
• Por não saber como disciplinar.
Só Os Valentes Podem Ser Justos
e) Bases Bíblicas para a disciplina. Qual é o seu propósito?
• Acima de qualquer outra razão, a disciplina visa restaurar e salvar o transgressor - “Seja entregue a satanás para destruição da carne, afim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor .” I Coríntios 5.5; ver também I Timóteo 1.19-20; II Tessalonicenses 3.14-15.
• Produzir temor nos demais irmãos - “Aos que vivem no pecado repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor.” I Timóteo 5.20.
• Para preservar a congregação da contaminação. - “Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? Expurgai o fermento velho para que sejais massa nova!”
I Coríntios 5:6,7a
A Disciplina Aos Transgressores É Um Meio De Santificação
f) Por quais motivos se deve disciplinar?
• Por Vida Pecaminosa Quando houver pecados grosseiros (adultério, mentira, roubo, maledicência, etc..) ou uma prática repetida de pecados não-grosseiros, tais como: lascívia, glutonaria, ira, cólera etc.. “Geralmente se ouve que há entre vós imoralidade tal que nem se vê entre os gentios, a ponto de haver quem vive com a mulher de seu próprio pai...seja entregue a satanás para destruição da carne...”I Coríntios 5.1,5; ver também I Timóteo 5:20
• Por Vida Desordenada Quando a conduta de algum irmão for irresponsável ou escandalosa - “Mandamo-vos irmãos que vos aparteis de todo irmão que anda desornedamente e não segundo a tradição que de nós recebemos.” II Tessaloniocenses 3.6 . Não é suficiente abandonar a prática de pecados. É preciso viver segundo o padrão do Reino de Deus.
• Por Heresias e Facções (Gálatas 5.12) Quando alguém estiver ensinando doutrinas falsas que causem divisões entre os irmãos; “Rogo-vos irmãos que noteis os que promovem facções (no original é heresias) e escândalos contra a doutrina que aprendeste; desviai-vos deles.” Romanos 16.17; ver também II João 9,11).
g) Formas de disciplina que encontramos nas Escrituras
Repreensão Particular - “Ora, se teu irmão pecar, vai e repreende-o entre ti ele só, se te ouvir terás ganho teu irmão.” Mateus 18.15
Repreensão Pública - Neste aspecto da disciplina destacamos que existem vários níveis de aplicação. Poderá ser diante de um pequeno grupo - “Ora, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. ”Mateus 18.16, diante de todos os irmãos, agravado por meio de um afastamento dos irmãos.
Expulsão da Igreja - “...se também recusar ouvir a igreja considera-o como gentio e publicano.” Mateus 18.17; ver também I Coríntios 5.1-13; I Timóteo 1.19-20
h) Quais são os resultados da disciplina no transgressor?
• Produz-lhe dor, passa vergonha, sofre. Se a disciplina não for dolorosa, não será eficaz. É uma operação para curar.
• Faz-lhe ver a gravidade de seu pecado. O primeiro efeito de todo pecado é a cegueira espiritual. O transgressor, muitas vezes, não se dá conta da gravidade de seu pecado
• Obriga-lhe a definir-se: ou vive no pecado para a morte ou vive na justiça para a vida
• Conduz-lhe ao arrependimento - I Coríntios 7:8-10 (v9) “agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque o fostes para o arrependimento.”
• Produz nele frutos pacíficos de justiça e um verdadeiro arrependimento. Hebreus 12.11.
A Disciplina Não Mata, o Pecado Sim!
i) Com que atitude deve-se disciplinar?
• Com uma atitude paternal, em amor, sem ira, sem revanchismo e sem demora (Eclesiastes 8.11). A disciplina injusta divide a Igreja, assim como a tolerância pode produzir uma unidade impura.
• Não fazer acepção de pessoas, nem atuar com preconceitos (Provérbios 24.23-26; I Timóteo 5.2-21).
j) Qual deve ser a atitude daquele que é disciplinado?
• Deve aceitar a palavra, o juízo que os irmãos decretaram (Deuteronômio 17.8-13). Não compete ao transgressor julgar se a disciplina aplicada é ou não justa. "De acordo com o juízo que te disserem, farás".
• Não menosprezar o conselho determinado (Hebreus 12.5). A disciplina é uma expressão de amor e deverá ser suportada. Deve-se crer que ela produzirá santidade e bons frutos.
k) Cuidados que deve-se ter com o irmão em disciplina
• Não se deve abandonar o disciplinado durante o tempo durar a disciplina. Alguém deverá acompanhá-lo e ministrar-lhe até a sua completa restauração.
• Sua restauração, uma vez terminada, deverá ser comunicada aos demais irmãos.
Temos Que Ensinar Aos Irmãos Sobre Disciplina. Isto os Ajudará a Não Pecar
4.2. APLICAÇÃO PRÁTICA DA DISCIPLINA NA IGREJA
A partir dos princípios expostos na primeira parte do estudo, queremos detalhar um pouco mais a aplicação das diversas medidas disciplinares, com o objetivo de assegurar que todos os casos que surjam sejam tratados de forma unânime, coerente e justa por qualquer dos presbíteros.
Toda disciplina deverá ser determinada de acordo com os seguintes critérios:
Quais os critérios que devem ser considerados ao se aplicar a disciplina?
1. Deve-se levar em conta a maturidade espiritual do transgressor, seu tempo com o Senhor, a luz que possui.
a) NÍVEL DE MATURIDADE
(1) Discípulo novo
(2) Discípulo Antigo
(3) Discipulador - Integrante do Núcleo
(4) Líderes - Diáconos
(5) Pastores
2. Deve-se notar a gravidade do pecado. Todo pecado é grave, mas nem todos os pecados tem o mesmo nível de gravidade, de conseqüências.
a) NÍVEL DE PECADO
(1) Pecados Grosseiros
Homossexualismo, adultério, prostituição, fornicação, mentira, maledicência, engano, roubo, idolatria, orgias, heresias,, ensinos e práticas contrárias à Doutrina, divisionismo.
(2) Pecados Não-Grosseiros
Pensamentos impuros, lascívia, masturbação, pornografia, avareza, glutonaria, embriagues, ira, cólera, discussões, brigas, desavenças, vocabulário torpe.
(3) Vida Desordenada
Problemas financeiros, dívidas, preguiça, impontualidade, irresponsabilidade, desleixo, acomodação, negligência no trabalho, estudo e família, desrespeito, negligência na educação dos filhos, come-dorme.
3. Deve-se levar em conta até que ponto, em sua trajetória, chegou ao arrependimento. Distinguir se tem pena de si mesmo, se tem vergonha ou se deveras está arrependido.
a) Nível de Confissão
(1) confissão voluntária e imediata
(2) confissão voluntária porém tardia (meses ou anos)
(3) confissão produzida por circunstâncias (gravidez, AIDS)
(4) não houve confissão - descoberto
b) Nível de Reincidência
Devemos considerar se a situação julgada se caracteriza por uma prática repetida ou se foi uma queda isolada.
Formas de disciplina e tratamento
1. Repreensão Particular - II Timóteo 4.2; Tito 2.15; Gálatas 6.1
Este tipo de tratamento deve ser aplicado como o primeiro nível de disciplina. Esta é uma medida que deverá ser aplicada, em alguns casos, como uma instância anterior a uma repreensão pública.
a) Em que caso se aplica?
Esta instância de disciplina deverá ser aplicada em todos os casos de pecado ou de vida desordenada nos quais ainda não se deva aplicar alguma das duas medidas de disciplina seguintes. Se aplicará nas situações onde não se encontra rebeldia. Também não deve haver engano (pecado oculto), nem se aplica a pecados grosseiros ou pecados repetitivos. Algumas vezes será o caso de irmãos recém convertidos sem entendimento sobre o assunto.
b) Será aplicada a alguém que:
(1) Pecou, mas não é caso de pecados grosseiros, os quais, até mesmo sem ensino, não se admitem a sua prática, nem ao menos uma vez.
(2) Confessa prontamente;
(3) Aceita a correção e se arrepende (Há mudança)
(4) Não vive na prática do pecado, não é reincidente contumaz
c) Como se aplica?
A depender da gravidade, a repreensão poderá ser feita:
(1) Pelo discipulador
(2) Pelo responsável pela Igreja no Lar
(3) Por um ou mais dos Presbíteros
2. Repreensão Pública - II Tessalonicenses 3.6,14-15; II Timóteo 5.20
No primeiro texto, Paulo está tratando de um caso de alguém que não quer trabalhar. Entretanto, ele utiliza aqui as seguintes palavras: (v.6) andar desordenadamente, não segundo a tradição que de nós recebestes (ver também 2.15) e (v.14) não prestar obediência à nossa palavra dada por esta epístola. Estes termos nos autorizam a estender a aplicação desta medida de disciplina a outros casos de pecados e vida desordenada.
Além disso, não vemos na palavra nenhuma medida intermediária entre esta e a disciplina extrema de expulsar a pessoa da igreja. Então somos obrigados a concluir que esta medida deverá ser aplicada em várias situações onde não seja o caso da expulsão.
Também vemos que podem ser usadas diferentes medidas, formas e intensidades na aplicação desta disciplina. Deveremos aplicar diferentes intensidades a cada caso, em função dos critérios expostos anteriormente.
a) Em que caso se aplica?
Aplicaremos esta medida a alguém que:
(1) Cometa pecado grosseiro, mas ainda não seja um caso de expulsá-lo da igreja;
(2) Cometa pecado não-grosseiro ou tenha vida desordenada, mas tenha uma prática repetida ("ande" desordenadamente)
(3) Aceite e sujeite-se à correção;
(4) Confesse seu pecado e não seja descoberto por outros;
(5) Demonstre arrependimento.
3. Como se aplica?
Medidas que serão aplicadas a todos os casos aqui enquadradas:
(1) será considerado irmão;
(2) irá aos encontros da igreja e participará da ceia;
(3) perderá seu ministério (discípulos, liderança, ou serviço)
(4) será repreendido diante de um grupo restrito de irmãos.
4. Medidas que poderão ser acrescentadas a alguns casos:
a) ficará desqualificado para edificar os irmãos, ficando calado nos encontros da igreja; será repreendido diante do presbitério ou diante dos líderes;
b) será repreendido publicamente, diante da congregação;
c) ficará excluído do relacionamento social (informal) com os irmãos.
d) terá seu relacionamento restrito a 2 ou 3 irmãos, aos demais irá apenas cumprimentá-los.
5. Expulsão da Igreja - I Coríntios 5.1-13; I Timóteo 1.19-20; Mateus 18.15-17
Vemos nos textos acima três termos diferentes: expulsar de entre vós, entregar a Satanás e considerar gentio e publicano. Associamos estes três termos por constatar que se tratam de efeitos e implicações semelhantes.
- A pessoa disciplinada é considerada fora da igreja;
- Ela não fica sob a autoridade e cobertura da igreja (fica entregue a Satanás);
- Os irmãos não devem se associar a ela, nem sequer comer com ela.
Devemos notar que o texto de Mateus enfoca um caso de conflito entre irmãos. Neste caso de pecado Jesus ensina três instâncias de confrontação, buscando um conserto. Podemos também entender que, ao final, a pessoa foi considerada gentia e publicana, não tanto por causa da ofensa contra o irmão, mas por causa da falta de submissão à igreja.
a) Em que caso se aplica?
Será aplicada a alguém que:
(1) Dizendo-se irmão, viva na prática do pecado (1 Coríntios 5.11)
(2) Pratique pecados grosseiros, "hediondos" (1 Coríntios 5.2-5)
(3) Não aceite a correção, rebelde (Mateus 18.17)
(4) Não abandone a prática do pecado;
(5) Seja descoberto por outros, não tendo confessado, e não se arrepende quando confrontado;
(6) Seja faccioso e promovedor de divisões, em desacordo com a doutrina (Romanos 16.17-18; Gálatas 5.12; Tito 3.10-11; I Timóteo 1.19-20 com II Timóteo 2.16-18; 4.14-15).
b) Como se aplica?
(1) a pessoa disciplinada será expulsa da igreja, entregue a Satanás;
(2) os irmãos serão orientados a não se associarem, nem sequer comerem com ela;
(3) não é apenas um incrédulo, é alguém indesejável.
DEFINIÇÕES FINAIS
1. O que fazer quando alguém abandona a fé espontaneamente, reconhecendo que está mal com Deus?
O trataremos como um incrédulo, não como alguém expulso da igreja, uma vez que não é hipócrita nem contestador. Reconhece o seu pecado.
2. Como proceder quando a pessoa do caso anterior quer retornar à igreja?
Deverá ser encaminhada a uma verdadeira conversão. Independentemente disto, será disciplinada como se não tivesse se afastado. Isto é, segundo os pecados que tiver cometido.
Obs. Se não disciplinamos assim aqueles que se afastam, estaremos sendo mais rigorosos com os que perseveram e aceitam o tratamento da igreja, do que com aqueles que se afastam para pecar por um tempo
3. No caso de alguém expulso da igreja desejar retornar, como se faz?
Não será restabelecido imediatamente à comunhão da igreja. Ficará por algum tempo fora da comunhão, relacionando-se com um ou dois irmãos, com o fim de ser provada a sua disposição. Só então poderá ser, lenta e gradativamente, reintegrado ao corpo.
4. A confissão prévia é uma evidência determinante do arrependimento?
Não obrigatoriamente. Poderá haver casos de pecados não confessados (descobertos) que, mediante confrontação, se produza arrependimento visível. Neste último caso não será expulso, será colocado no último nível de repreensão pública. Em caso de pecado grosseiro repetido, com confissão voluntária, ficará na penúltima instância de repreensão pública.
5. O que fazer no caso de um irmão cair repetidas vezes em algum pecado, vivendo em sua prática, mas sempre vier à igreja confessando-o, pedindo ajuda e professando-se arrependido?
Irá sendo tratado nos diversos níveis da repreensão pública e ficar fora da comunhão e ceia. Não será expulso.
6. No caso de alguém, que tenha sido considerado gentio e publicano, resolver confessar seu pecado, e admitir que não é irmão, devemos voltar atrás na disciplina, considerando-o simplesmente incrédulo e permitindo o seu convívio com os irmãos?
Não. Fica apenas definido a forma de retorno exposta na pergunta 3.
5. AS REUNIÕES DA IGREJA
Depois que ressoa bem forte em nossas mentes o testemunho de Jesus obreiro, vemos que nossa obra não se baseia em reuniões e sim em relacionamentos; pela graça e bondade de Deus, hoje podemos ver que Jesus nunca foi um “massificador”, e sim um “relacionador”. Ele é o nosso modelo e queremos continuar debaixo de seus princípios.
Porém quando temos um entendimento claro dessas verdades e elas começam a ser praticadas em nossa congregação, vemos que é maravilhoso nos reunirmos para juntos compartilharmos o que Jesus tem feito em nós. Antes, porém, de prosseguirmos, vamos ver algumas coisas importantes.
5.1. AS REUNIÕES NÃO SÃO PARA:
a) Centralizar a edificação da Igreja. Isso é feito nas juntas e ligamentos. Efésios 4:15,16
b) Fazer discípulos. Isso é feito nas ruas. Atos 5:11-16,21 (templo se refere ao pórtico que era um lugar ao ar livre onde o povo comum transitava)
c) Manifestar o brilhantismo de alguns poucos pregadores. Todos devem ter algo da parte do Senhor. I Coríntios 14:26
5.2. OS TIPOS DE REUNIÕES SÃO:
a) Igreja nas Casas. Nessa o objetivo é o desenvolvimento e a supervisão do serviço do santos (esse assunto é abordado de maneira mais detalhada no livrete Igreja nas Casas). Atos 2:46; Romanos 16:10,14,15; I Coríntios 16:15,19; Colossenses 4:15.
b) Congregacionais. Nessa reunião ocorre a celebração. É nessa que vamos nos deter um pouco. I Coríntios 14:23
5.3. A REUNIÃO CONGREGACIONAL
Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. I Coríntios 14:26
Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, I Coríntios 14:23
5.3.1. ACUMULANDO “TER” NOS DIAS NORMAIS
O suprimento abundante nas reuniões não vem na hora da reunião, mas exatamente em nossa própria casa. Aquilo que tenho enquanto estou em casa, terei na reunião. O que não tenho enquanto estou em casa não terei na reunião. O “ter” referido aqui não é devido a inclinações pessoais, nem é produto de pensamentos próprios ou de impulsos emocionais do momento. É aquilo que recebemos diariamente pela vida íntima com o Senhor dentro de nós, andando no Espírito, enchendo-se do Espírito. Devemos ter o coração cheio da Palavra de Deus para que possamos exercer nosso sacerdócio na reunião de maneira efetiva. Cada um supre a necessidade da Igreja com o que tem, não com o que não tem. Por exemplo, hoje você tem algumas frases que considera preciosas e durante a semana elas sempre te encorajam. Isso você “tem” e pode dar a algum irmão durante o encontro.
5.3.2. A DIREÇÃO DO ESPÍRITO NA REUNIÃO
Devemos estar atentos para não nos encontrarmos “travando” a direção do Espírito. Quando há um pequeno silêncio durante a reunião temos a tendência de querer fazer alguma coisa para preencher o “vazio”. A dependência de Deus também deve se manifestar nas reuniões. Não podemos fazer aquilo que Deus não mandou e nem deixar de fazer o que Deus nos mandar.
5.4. ASPECTOS PRÁTICOS DE NOSSA ATITUDE NA REUNIÃO
a) Entender que a reunião começa quando eu chego. Não devemos apenas cumprimentar os irmãos, devemos já começar a ministrar, contar testemunhos uns para os outros, etc.
b) Tem que haver um encargo pelo encontro. Não podemos ir “secos” para o encontro, se porém estivermos assim, devemos ir até um irmão ou grupo de irmãos e pedir que orem juntamente conosco.
c) Devemos ensinar os discípulos a participarem ativamente da reunião. Se vermos algum sentado, ir até ele e encorajá-lo a ir orar com algum irmão.
d) Devemos nos despir de toda malícia. Esse é um tempo em que nos abraçamos, ministramos um ao outro, profetizamos. Devemos fugir de uma atitude fria em que se evita até chegar perto um do outro, principalmente irmãos e irmãs. Muitas vezes isso é fruto de malícia. O bom senso determina onde há exagero.
6. A CATEQUESE
6.1. O QUE É CATEQUESE ?
Significa repetir a viva voz. Este era o método peculiar que os apóstolos e pregadores do princípio usavam para ensinar oralmente a doutrina de Cristo.
Faziam os discípulos, repetirem em voz alta, servindo-se da maioria. Esta maneira de ensinar nos lembra as escolas rabínicas, nas quais os discípulos aprendiam de memória os ensinamentos recebidos, repetindo as mesmas palavras do mestre frase por frase. Este foi o ensino que a igreja usou durante séculos.
No monte Jesus pregava para os seus discípulos e estes repetiam para os outros.
Vejamos alguns textos: Lucas 1:4, Atos 18:25, 21:21; Romanos 2:18; I Coríntios14:19; Gálatas 6:6.
6.2. COMO PRATICAR A CATEQUESE ?
A) Catequese de memorização: É aquela em que usamos os cartões, com perguntas e respostas para serem memorizadas em seqüência pelos discípulos. Eles levam para as suas casas e andam com elas por todos os lugares, são supervisionados pelos seus discipuladores e nos níveis dos encontros nas casas.
Esta catequese se usada corretamente, é muito mais que um decoreba.
A CATEQUESE NÃO É SOMENTE PARA SABER, MAS PARA VIVER.
Não desanimem por achar que são muitos textos, não irás trabalhar com todos ao mesmo tempo. Deve pegar um de cada vez. Ex.: Pilha de pratos para lavar.
Deve ser ao pé da letra, se não muitos estarão dizendo qualquer coisa.
Deve haver muita repetição durante a semana. Com muitos irmãos.
B) Catequese de leitura: É aquela em que o discípulo irá ler muitas vezes a mesma apostila, ou irá ouvir muitas vezes a mesma fita de ensino. O motivo agora não é para memorizar ao pé da letra, mas para conhecer os argumentos e saber transmiti-los. Saber dar razão da sua fé.
Esta catequese é para equipa-lo á transmitir a verdade que vive.
É necessário ter uma lista de assuntos em ordem para que o discípulo possa ler durante a semana, afim de que não fique perdido num emaranhado de temas. Sem saber onde começar e por onde continuar.
C) Catequese de repetição: É aquela em que a responsabilidade recai sobre o discipulador e não sobre o discípulo, pois até agora o discípulo é que tinha que memorizar e ler em casa, sozinho. Textos Lucas1:4, Galatas6:6.
Se a catequese é a forma de instruir, então aquele que instruí deve usá-la para tal.
Aqui nós temos alguns problemas:
1. Quando encontramos com nossos discípulos não usamos a catequese, ou seja não ensinamos por repetição, frase por frase. Ex.: um assunto chave do caminho.
2. Quando encontramos com os nossos discípulos nós ainda confiamos mais em nossas explicações do que na repetição das verdades e mandamentos.
3. Quando encontramos com os nossos discípulos não ficamos recordando, outros assuntos já dados, para lembrar-lhes a respeito do que devem praticar constantemente.
4. Quando encontramos com os nossos discípulos temos muita dificuldade de falar sobre vários assuntos ao mesmo tempo.
Concluindo : Temos dificuldade para repetir e falar de vários assuntos ao mesmo tempo.
Estes problemas são gerados por duas práticas com respeito ao ensino:
1. Ensino inspiracional. Cada encontro ministra-se sobre um assunto diferente, sem relacionamento entre um e outro, ou sem sentido para a vida prática da igreja. Fala-se sobre tudo, mas desordenadamente.
2. Ensino de ênfase. Cada encontro ministra-se sobre o mesmo assunto, com todos os seus tópicos. Ex.: Família, Finanças, Testemunhas, Oração.
O problema do primeiro é que não direcional a igreja nem forma a vida dos discípulos.
O problema do segundo é que a igreja vive de ênfases. Durante o período que a verdade está sendo pregada ela é vivida com intensidade.
O que temos entendido é que temos que fazer como Jesus com respeito aos discípulos. Ele não encontrava muitas vezes para falar sobre uma só coisa, mas todas as vezes que estava com os discípulos repetia as mesmas coisas.
Assim eles não viviam de ênfases, mas na plenitude do que Deus quer, Ex.: Sermão do Monte.
O que temos entendido é que temos que fazer como está em I Coríntios 14:26 quando a igreja está reunida no mesmo lugar. Que riqueza!!!
Mas temos sido impedidos de praticar por dois motivos :
1. A estrutura dos encontros. Muitos cânticos dirigidos e pregações longas, feitas pelos presbíteros.
2. O mover do Espírito. Temos que estar no mover de Deus, descobrir qual é a ênfase que o Espírito está dando para hoje. Temos que permanecer nela, ninguém mude de assunto.
O primeiro tira a liberdade dos discípulos de participarem. Os Presbíteros tem cânticos, tem palavra, tem carga, Por quê, ? Porque se sentem responsáveis pelo encontro e os demais vão para assistir. Só tem carga aquele que se sente responsável.
O segundo impede alguém que tem uma carga diferente da que está sendo ministrada, trazê-la, pois falou de muitos assuntos diferentes.
Ex.: Os irmãos se levantando com vários assuntos.
TÓPICO V
A VIDA PESSOAL
1. A IMPUREZA SEXUAL
Este é um dos pecados mais dominantes da nossa sociedade. Já que este pecado é tão comum e aceito por tantas pessoas quase como uma norma de vida, é necessário que, como cristãos, nos conscientizemos da clara orientação da Palavra de Deus.
a) DEUS CRIOU O HOMEM E A MULHER E É AUTOR DO SEXO.
(Gênesis 2.20-25; 1.27-28)
O sexo e a relação sexual são puros e santos dentro do marco do sublime propósito de Deus. Segundo o relato bíblico, a mulher foi feita de uma parte física do homem. Há, pois, uma afinidade natural entre os dois sexos desde o princípio. Deus pôs entre os dois uma atração mútua. Isto é normal e constitui uma lei natural em todas as raças.
Evidentemente esta atração entre os dois sexos foi dada por Deus, tanto para a felicidade do ser humano como também para a procriação da raça. Por ser uma relação tão dinâmica e poderosa, e para evitar abusos e conseqüências tristes, Deus fixou limites claros que devemos respeitar inquestionavelmente.
b) AS RELAÇÕES SEXUAIS SÃO RESERVADAS UNICAMENTE
PARA A VIDA MATRIMONIAL.
A passagem referida em Gênesis mostra que a relação normal é de monogamia. Também é uma relação vitalícia, indissolúvel.
Dentro do casamento, a relação sexual é pura, santa, normal, prazeirosa, legítima (I Coríntios 7.2-5; 7.10-17; Provérbios 5.15-23). Deve ser desprovida de atitudes abusivas, egoístas, anormais.
Cada homem deve ter sua própria esposa (a menos que Deus lhe tenha dado o dom de continência) e conformar-se, limitando-se, quanto a contatos sexuais, estritamente a ela. O corpo de cada parte do matrimônio está sob o domínio da outra parte (isto se aplica a ambos os sexos, acaba o machismo e o feminismo). Deve haver disciplina sexual. A continência não é impossível ao homem (I Coríntios 7.2-4).
c) TODA RELAÇÃO SEXUAL FORA DO CASAMENTO (adultério e fornicação). É PROIBIDA POR DEUS E SERÁ JULGADA.
(I Co6:9; Gl 5:19; Ef 5:3-5; I Te4:7; Hb13:4; Mt 19:9)
Ainda que sejam noivos e comprometidos, a relação entre o casal é prejudicial e proibida. Jesus condenou os desejos impuros, as paixões desordenadas, os olhares e intenções cobiçosos, sugestivos (Mateus 5.27-28). Verifiquemos o que o apóstolo Paulo ensinou em I Coríntios 6.13-20:
- (v 13): Nossos corpos são para o Senhor.
- (v 15): Nossos corpos são membros do corpo de Cristo:
FORNICAÇÃO DE MODO ALGUM
- (v 19): Nossos corpos são templo do Espírito Santo; não somos de nós mesmos.
Eis um mandamento claro do apóstolo:
- (v 18): FUGI DA IMPUREZA! do ato, da ocasião, do pensamento e da intenção, dos lugares de tentação, das amizades e outras coisas que provoquem a imaginação, ou que levem a ceder diante da tentação: revistas, livros ou filmes pornográficos ou sugestivos, alguns programas de TV, vestimentas provocantes, brincadeiras maliciosas, etc.
- (v 20): Glorificai a Deus em vossos corpos e em vossos espíritos, os quais são de Deus.
d) DEUS CONDENA TODO ABUSO OU USO ANORMAL DO SEXO.
(Romanos 1.18-32; Apocalipse 21.3,27)
Salientamos alguns desses usos INCORRETOS:
• Incesto: contato sexual entre parentes próximos (Deuteronômio 27.22)
• Homossexualismo: pecado sexual entre pessoas do mesmo sexo, chamado lesbianismo entre as mulheres (Levítico 18.22; Romanos 1.26-27.
• Masturbação: auto-excitação com o fim de produzir prazer. Baseia-se no egoísmo e na morbidez (estado doentio). Não cumpre o propósito do sexo.
• Bestialidade: relação sexual entre um homem e um animal (Êxodo 22.19; Levítico 18.23-24).
• Sodomia: relação sexual antinatural, de diferentes formas.
• Efeminado: conduta do homem que se assemelha à mulher (I Coríntios 6.9).
e) A IGREJA TEM O DEVER DE MANTER-SE PURA E, SE NECESSÁRIO, DISCIPLINAR OS MEMBROS QUE INCORREREM NESSES PECADOS - I Coríntios 5
Devemos ser realistas e sábios e situar-nos diante da real necessidade das pessoas da nossa congregação. A impureza sexual corrompe o ser humano mais rapidamente do que qualquer outro pecado. Jesus e os primeiros apóstolos acharam por bem dar instruções claras e fazer advertências sobre o assunto.
O sangue de Cristo limpa de todo o pecado quando este for confessado e abandonado (I Coríntios 6.9-11; II Coríntios 2.5-11; I João 1.9).
f) COMO ASSEGURAR A PUREZA SEXUAL?
1) Ter sempre presente que o corpo é do Senhor e, portanto, sagrado (I Coríntios 6.13).
2) Ter cuidado com os olhos.
3) Cuidar com a imaginação, especialmente quando se está só.
4) Cuidar com as palavras sugestivas ou de sentido duplo.
5) Cuidar com os gestos.
6) Não alimentar os desejos carnais. Para jovens, especialmente, o trabalho manual duro e os esportes físicos até o cansaço são bons neste sentido. Um corpo ativo e uma mente ocupada dignamente são fatores muito positivos na luta contra impureza (Salmo 119.9).
2. O MATERIALISMO, A AVAREZA
Por materialismo aqui nos referimos ao uso corrente do termo no meio cristão, ou seja, uma desmedida preocupação pelos bens materiais, sua posse e aquisição, supondo que isso é o essencial da vida em detrimento da vida espiritual. Também atenta contra um sentido cristão de justiça social. A mesma conotação é encontrada nas palavras avareza e cobiça. A atitude materialista, ávara ou cobiçosa é condenada energicamente pela Palavra de Deus. Marcos 7.20-23; Lucas 12.15; Romanos 1.29; Efésios 5.3; Colossenses 3.5; I Timóteo 6.6-10; Hebreus 13.5; II Coríntios 8.9.
2.1. O HOMEM SE TORNA MATERIALISTA AO CRER EM TRÊS
MENTIRAS:
• Cada pessoa é dona do que possui;
• A vida do homem consiste na abundância de bens que possui;
• O homem pode dispor a seu modo do que possui, seja isto adquirido por herança, trabalho, capacidade, vivacidade, engano ao próximo etc.
Essas mentiras são do diabo, o pai da mentira, e têm colocado o homem no caminho da cobiça e da avareza. O homem está adormecido, não tem consciência desses pecados uma vez que creu nessas mentiras.
2.2. A AVAREZA DESTRÓI O HOMEM.
A avareza é filha do egoísmo. É idolatria (Colossenses 3.5; Efésios 5.5; Mateus 6.24) e o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males: mentiras, enganos, subornos, injustiças, roubos, rixas, inimizades (I Timóteo 6.6-10).
A cobiça é o desejo desordenado de possuir coisas e riquezas com o fim de satisfazer as exigências egoísticas da vida (Mateus 13.22).
Os avarentos não podem herdar o reino de Deus (I Coríntios 6.10). A publicidade e a propaganda comercial apelam constantemente e exploram a cobiça do coração do homem (I João 2.16-17).
Resumindo, especificamente, podemos dizer que a avareza:
• Impede o homem de usar tranqüilamente, com liberdade e com alegria, os bens que possui (Eclesiastes 1.3-10).
• Faz o homem duro e insensível para com os seus semelhantes (I Samuel 25.10-11; Neemias 5.1-12).
• Converte o homem em escravo do dinheiro (Mateus 6.24; Lucas 16.13).
• Faz o homem cair em idolatria (Efésios 5.5).
• Atormenta o homem com desejos insaciáveis de aumentar suas riquezas.
• Faz o homem suscetível aos subornos na administração da justiça (Êxodo 18.21; Salmo 15.5)
• Leva o homem a trair os seus e a oprimir aos débeis (Provérbios 30.14);
• Leva o homem a reter ou atrasar os pagamentos de seus assalariados (Tiago 5.1-5).
Nas listas de pecados que se acham no Novo Testamento, primeiro aparecem os que dizem respeito ao sexo e em segundo lugar a avareza. Paulo os põe no mesmo nível de idolatria (Colossenses 3.5).
Por tudo isso Deus reprova os ávaros: ver os casos de Acã (Josué 7); Nabal (I Samuel 25); Giazi (II Reis 5.20-27); Judas (João 12.6; Mateus 26.14-16); Ananias e Safira (Atos 5.1-11).
A palavra de Deus nos orienta respondendo com clareza as três mentiras básicas citadas anteriormente:
1a. resposta - Jesus é o dono e Senhor de tudo o que possuímos
(Filipenses 2.11; Atos 4.32; Lucas 14.33).
2a. resposta - A vida do homem não consiste na abundância dos bens que
possui (Mateus 4.4; Lucas 12.15).
3a. resposta - É melhor dar que receber (Atos 20.35).
Podemos dizer que a vontade de Deus é:
a) que trabalhemos (II Tessalonicenses 3.6-15).
b) que prosperemos (III João 2).
c) honradamente (I Timóteo 3.3; I Tessalonicenses 4.11,12)
d) não p/ acumular tesouros sobre a terra (Mateus 6.19-21; Lucas 12.32,34)
e) mas para termos o necessário (I Timóteo 6.6-10;
I Tessalonicenses 4.11-12)
f) e para termos com o que ajudar os necessitados (Efésios 4.28;
I Timóteo 6.17; I Coríntios 16.1-2; Atos 20.35)
g) nunca pondo os nossos interesses acima do reino de Deus
(Mateus 6.19-34).
3. A RAIVA E A IRA
3.1. A raiva é uma emoção violenta de caráter penoso, geralmente caracterizada na Bíblia como um grave pecado (Mateus 5.22; Efésios 4.31; Colossenses 3.8), ainda que algumas vezes é ocasionada por um justo motivo (Efésios 4.26). Neste caso, o apóstolo Paulo adverte sobre o perigo de passar-se facilmente para o injusto e pecaminoso.
A raiva (ou ira) é uma obra da carne (Gálatas 5.19-20), um impulso, ou hábito, procedente da velha maneira de viver (Colossenses 3.5-9), da qual devemos despojar-nos.
3.2. A IRA É DANINHA E PECAMINOSA.
Gera contendas, ofensas, gritarias, blasfêmias, pleitos, inimizades, homicídios (Efésios 4.31; Colossenses 3.8; Tiago 3.13,18; Salmo 37.8; Eclesiastes 7.9). É o pecado que atenta contra o amor ao próximo (I Coríntios 13.5; Provérbios 22.24-25). Cristo denuncia a ira como um pecado grave e digno de juízo (Mateus 5.21-25).
3.3. COMO LIVRAR-NOS DA IRA.
a) Devemos nos despojar do velho homem com seus feitos e revestir-nos do novo (Colossenses 3.8-15).
b) Devemos fazer morrer, pelo Espírito, as obras da carne (Colossenses 3.5; Romanos 8.13).
c) Cada vez que incorremos neste pecado devemos confessá-lo sem deixar passar o tempo (Efésios 4.26-27; I João 1.9; 2.9).
d) Devemos reconciliar-nos com as pessoas afetadas e com Deus (Mateus 5.22-26). De outro modo a nossa comunhão fica prejudicada (I Timóteo 2.8; I Pedro 3.7).
3.4. A ATITUDE CORRETA DO DISCÍPULO.
a) O fruto do Espírito é o amor, paz, paciência, etc (Gálatas 5.22-23).
b) O Espírito Santo opera em nossas vidas transformando nosso caráter a fim de que sejamos semelhantes a Cristo (II Coríntios 3.18). Ele nos faz pacientes, amáveis (II Timóteo 2.24), mansos (I Timóteo 3.3).
c) Devemos reagir com amor frente a injustiças (I Pedro 3.8-18).
4. O VOCABULÁRIO PERVERTIDO
O Senhor Jesus Cristo disse: “porque a boca fala do que está cheio o coração”(Lucas 6.43-45).
A fala é uma faculdade diferenciada do ser humano (os animais não falam). É a expressão do nosso espírito, com ela expressamos nossas reações, sentimentos, idéias, desejos, pensamentos, etc.
Além disso, o modo e o tom com que falamos normalmente refletem o nosso estado de ânimo, o estado de nosso ser interior (dizemos normalmente porque podemos algumas vezes falar fingidamente).
Já que o falar é a nossa principal forma de expressão, a maioria dos pecados que cometemos é com a boca. Muitos outros pecados são também acompanhados por uma expressão verbal.
4.1. UM SINTOMA DE DECADÊNCIA.
A forma corrente de falar torna evidente a decadência moral e espiritual da presente geração. O vocabulário utilizado hoje em dia tanto por homens como por mulheres, sejam adultos, crianças ou velhos, é um sintoma inconfundível da deterioração dos bons costumes e da pureza de espírito.
Ao mesmo temo é um testemunho eloqüente daquilo que impera no coração dos homens: atrevimento, irreverência, agressividade, pessimismo, derrota, ironia, presunção, morbidez etc.
4.2. O DESPREZÍVEL VOCABULÁRIO DO VELHO HOMEM
(Colossenses 3.8-9; Efésios 4.29).
Consideremos alguns dos pecados mais comuns que cometemos com a boca, aos quais devemos chamar de PECADOS e dos quais devemos nos arrepender, eliminando-os totalmente do nosso vocabulário.
a) Blasfêmias, insultos, palavras más, grosserias (Colossenses 3.8), sejam elas contra Deus, contra o nosso próximo ou simplesmente sem ter alguém como alvo específico.
b) Conversação torpe, palavras vãs ou chocarrices, palavras desonestas (Efésios 5.3-4; Filipenses 4.8).
c) Ofensas, expressões agressivas, palavras ásperas, gritarias (Tiago 3.2-12; Mateus 5.22; Colossenses 3.8).
d) Zombarias, motejo, escárnios, sarcasmos (Salmo 1.1; Provérbios 3.34). A zombaria é uma expressão muito generalizada em nosso meio, são poucos os que têm conhecimento de que ela de ser banida de nós. A zombaria é prejudicial, não flui do Espírito Santo, é obra da carne, pois não brota do amor que possuo para com a pessoa de quem estou zombando. Ao fazermos tal coisa apagamos o Espírito em nossas vidas, machucamos as pessoas e, além disso, abrimos uma porta para que a leviandade se propague em nosso meio (Levítico 19.14).
e) Fofocas, murmurações, maledicências, calúnias.
- FOFOCAS: é falatório, conto ou notícia, verdadeira ou não, com que se cria inimizades (Levítico 19.16).
- MURMURAÇÃO: é uma conversa difamatória que compromete a honra ou o bom nome de outrem.
- CALÚNIA: é acusação falsa e maliciosa feita com o propósito de causar dano (Salmo 15.3).
Essas expressões, mesmo sendo semelhantes, não são idênticas; todas procedem do mesmo espírito, ou seja, causar dano ao próximo, estando nós conscientes ou não disso. É pecado que atenta contra a vida do outro (Levítico 19.16). Somos responsáveis diante de Deus por não cometê-los, como também por não escutá-los (Salmo 15.3).
f) Queixas, resmungos, protestos, lamentações. A queixa é uma das notas mais dominantes do vocabulário do homem. A queixa reflete derrota interior diante das situações de nossa vida. Deus nos afirma em Romanos 8.28 que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Portanto, devemos sempre dar graças a Deus por tudo (Efésios 5.20).
g) Tolices, estupidez, leviandade, inconsequências (Provérbios 15.14; Efésios 5.4; Mateus 12.36).
4.3. APRENDER A FALAR DE UMA NOVA MANEIRA.
Se a boca fala do que está cheio o coração, ter um coração novo significa ter um novo vocabulário (Lucas 6.45). Há quatro princípios que devem reger nossas conversações:
a) Tudo o que falamos deve ser para edificação (Efésios 4.29).
b) Toda conversação deve ser feita em nome do Senhor Jesus (Colossenses 3.17).
c) Tudo o que falamos deve ser com graça (Colossenses 4.6). A chave para obtermos graça é a humildade.
d) A fé deve ser sempre a nota dominante de nossas conversações.
4.4. NOSSA BOCA COMO INSTRUMENTO DE DEUS (Romanos 6.13).
a) Ensinando, exortando, animando (Colossenses 3.16).
b) Orando sem cessar (I Tessalonicenses 5.17).
c) Cantando louvores, salmos e cânticos espirituais (Efésios 5.19).
d) Dando sempre graças por tudo (Efésios 5.20).
e) Pregando em todo o tempo, comunicando o Evangelho (II Timóteo 4.2).
f) Proclamando a verdade (Efésios 6.17).
g) Falando em novas línguas (I Coríntios 14.18).
5. A FALSIDADE E A MENTIRA
A mentira é outro dos pecados mais generalizados de nossa sociedade. A mentira é covardia para não enfrentar a realidade. É manifestação contrária a verdade, cuja essência é o engano e cuja gravidade se mede segundo o egoísmo ou a maldade que encerra.
Deus proíbe e condena a mentira e a falsidade:
Apocalipse 21.8; Levítico 19.11,12; Mateus 5.33-37; Salmo 5.6; Provérbios 6.16-19; 12.22; 20.10; Mateus 15.18-20; Marcos 7.21-23; João 8.43-47; Mateus 6.2; 16-18; 22-18; Tito 1.16; Tiago 3.14; I Pedro 1.22; 2.1-2.
Cristo é nosso exemplo. Não houve engano na sua boca (Salmo 53.9; I Pedro 2.21,22). Ele nos ordena a sermos absolutamente verdadeiros: Mateus 5.37.
A mentira anestesia a consciência do mentiroso; torna-o insensível à verdade. Ela cria a desconfiança, o receio, a incredulidade, a suspeita.
O Senhor nos ordena a rejeitar a mentira em todas as suas formas: falso testemunho, engano, hipocrisia, fingimento, exagero, calúnia, desonestidade, não cumprir os tratos injustificadamente, fraude, falsificação em todas as áreas da nossa vida: lar, trabalho, igreja, autoridades, colégio etc.
COMO LIBERTAR-SE E CORRIGIR-SE.
Arrepender-se: mudar de atitude e de mentalidade em relação a mentira e falsidade.
Confessar o pecado: (Provérbios 28.13-14; I João 1.9; 2-1; Tiago 5.16).
Exortação: (Tiago 5.19-20; Gálatas 6.1-2; Efésios 4.25), como este pecado afeta as relações entre os irmãos, somos responsáveis uns diante dos outros para corrigir, admoestar, ensinar, etc.
6. OCULTISMO
O propósito satânico tem sido sempre o de tirar o homem do verdadeiro caminho e introduzi-lo em algum caminho substituto.
Conforme Deuteronômio 13 e 18.9-14, veremos algumas formas do ocultismo:
6.1. SORTE E SUPERSTIÇÃO:
Talvez a forma mais comum e popular em nossa sociedade:
a) abrir o guarda-chuva dentro de casa - má sorte
b) planta de arruda em casa - boa sorte
c) pregar uma ferradura de sete furos - boa sorte
d) derramar sal na mesa - má sorte
e) quebrar um espelho - sete anos de azar
f) passar embaixo de escada - má sorte.
6.2. ADIVINHAÇÃO
Predizer algum acontecimento futuro.
a) Quiromancia: ler as linhas das mãos.
b) Cartomancia: ler a sorte por meio de cartas.
c) Necromancia: adivinhar a sorte pelo contato com os espíritos de pessoas mortas.
d) Mesa de Ouija: adivinhação por meio de abecedário e copo.
e) Bola de Cristal.
f) Astrologia: crença de que os planetas, estrelas exercem influência sobre os seres humanos.
6.3. PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIAL
Habilidade de conhecer coisas através de sentidos incomuns:
a) telepatia: comunicação de uma mente com a outra sem usar os canais físicos.
b) clarividência: o mesmo, mas com visões.
c) Pêndulo: pendura-se um objeto, oscilando, para obter resposta de sim ou não.
6.4. EXPANSÃO MENTAL
A idéia de que a mente pode abrir-se:
a) Meditação transcendental, ioga;
b) hipnotismo e drogas.
6.5. BRUXARIA
Esforço para obter o controle num mundo espiritual para adquirir informação, influenciar pessoas, conseguir riquezas e poder.
a) magia branca, curandeirismo;
b) feitiçaria, feitiço: fazer dano a outrem com magia.
6.6. ESPIRITISMO
Crença de que os espíritos dos mortos se comunicam com os seres vivos.
- médium - um guia que faz pacto com os espíritos para atuar e ser mediador entre eles e as pessoas.
CONSEQUÊNCIAS:
Depressão, perda de interesse pela vida normal, dores de cabeça, descontrole nervoso, dificuldade de controle do pensamento, de concentrar-se, vozes, ruídos ou aparições estranhas; tendências para solidão e suicídio; atitudes anti-sociais.
Se estamos debaixo do senhorio de Cristo e cobertos pelo seu sangue, ninguém nos poderá fazer dano (Salmo 27.1; Colossenses 1.12,13; I João 4.4)
Todas essas práticas são diabólicas. Deus chama estas coisas de abominações, algo detestável e repugnante (Deuteronômio 18.9-12) e devemos assumir uma atitude de repúdio (Efésios 4.27; 5.11; Tiago 4.7).
7. O PESSIMISMO
É uma propensão a ver as coisas no seu aspecto mais desfavorável.
Manifesta-se através de: desengano da vida, queixas de tudo, desconfiança de todos, lástima por si mesmo, suspeita de uma confabulação mal intencionada detrás de cada coisa.
É uma propensão a crer nas mentiras de Satanás ao invés de crer na verdade de Deus.
O pessimista projeta o seu próprio espírito sobre tudo o que vê e sobre todas as situações.
Vitória sobre o pessimismo:
• A resposta cristã ao pessimismo não é o otimismo, mas a FÉ e CONFIANÇA EM DEUS.
• A vitória que vence o mundo é nossa fé (I João 5.4-5).
• CRER que Cristo tem poder para livrar-me do egoísmo e egocentrismo. Para ser salvo do pessimismo devo ser salvo do egocentrismo, liberto de mim mesmo (Isaías 61.1-3; Salmo 30.11-12).
• CRER que Cristo reina, tudo está sob Seu domínio (I Coríntios 16.31; Colossenses 1.16-17; Hebreus 1.2-3; Apocalipse 19.6).
• CRER que Deus me ama. O amor lança fora o medo (Romanos 8.35-39; I João 4.18).
- Arrepender-se
Reconhecer que o pessimismo desonra a Deus. É pecado.
Não concorda com a revelação de Deus. “Negue-se a si mesmo”.
- Colocar a vida sob o senhorio de Cristo.
Disciplinar a mente e conforma-la continuamente com a verdade
(I Pedro 1.13; Romanos 12.2; Efésios 4.23).
- Levar diante de Deus todas as cargas ou aflições (Filipenses 4.6-7).
- Resistir com firmeza todo espírito de angústia, desânimo ou depressão
(Efésios 4.27; Tiago 4.7).
8. O VÍCIO
O vício é uma disposição, hábito ou tendência acostumada ao que é mau. Cria dependência mental, física ou espiritual. Atenta contra o domínio próprio.
8.1. ALCOOLISMO
(Romanos 13.13; Gálatas 5.21; I Corintios 5.11; 6.10; I Timóteo 3.3)
Em Efésios 5.18 Paulo nos diz que na embriaguez há dissolução, destruição para a pessoa, para a família e para a sociedade. Ainda que a Bíblia em geral pareça manter uma postura de moderação, condena severamente a embriaguez (I Coríntios 5.11; 6.10) e recomenda a abstinência em algumas situações:
a) Por segurança pessoal: se alguém já foi alcoólatra antes, um pouco de álcool lhe desperta o vício de novo. Se não tem domínio próprio, deve-se não tomar nada (Lucas 21.34).
b) Para não escandalizar a outros (Romanos 14.15-21; I Coríntios 8.13).
c) Pelo bem dos irmãos mais débeis. Talvez você tenha domínio próprio, mas outros podem não ter.
8.2. GLUTONARIA OU GULA
(Lucas 21.34; Romanos 13.13; Deuteronômio 21.20)
É excesso, intemperança ou falta de moderação na comida ou bebida. Apetite desordenado para comer. Comer para viver e não viver para comer!
8.3. DROGAS e FUMO
Se a bíblia não condena esse vício é porque naquela época ainda não existia. Faz dano ao corpo. Nosso corpo pertence ao Senhor e é o templo do Espírito Santo (I Coríntios 6.19-20). O que destroi o seu corpo está em rebelião contra a vontade de Deus (I Coríntios 3.16-17). Atenta contra o domínio próprio (Romanos 6.12-16; 7.15-20).
8.4. JOGOS DE AZAR POR DINHEIRO
Loteria, roleta, cartas, etc. Provém da cobiça, de ganhos repentinos e desonestos (I Timóteo 6.9-10). A vontade de Deus é que trabalhemos e ganhemos o dinheiro dignamente (Efésios 4.28; II Tessalonicenses 3.12). Jogos de azar produzem dependência psicológica. É difícil jogar somente uma vez. Se perde, joga novamente para tentar ganhar o que perdeu. Se ganha, joga novamente para ganhar mais. Há um princípio diabólico: Muitos pagam mais só um ganha. Assim, o que ganha, ganha em cima da desgraça de muitos.
8.5.COMO LIBERTAR-SE.
a) Regeneração espiritual e batismo no Espírito Santo (II Coríntios 5.17).
b) Aprender a acatar o propósito de Deus para nossas vidas e para os membros de nosso corpo (I Coríntios 6.13-20).
c) Andar no Espírito (Romanos 8.2-8,14; Gálatas 5.16-24).
d) Auto-disciplina: substituir velhas amizades nocivas. Disciplina sob a supervisão de outros.
9. O DEVOLVER MAL POR MAL
É a reação carnal em represália ao que nos fez mal. É vingar-se ou recompensar um agravo recebido. Geral vem acompanhado de sentimento de justiça. É fazer justiça com as próprias mãos.
MANIFESTA-SE DE MUITAS MANEIRAS:
Rancor, ressentimento, ofensas ou insultos, gritos; retirar a palavra, a saudação; ameaças; tratar com desprezo; desejos secretos de maldição; fazer sofrer; alegrar-nos com a sua desgraça; gestos grotescos; cara fechada, antipatia; não ajudar; tratar com indiferença; desejar-lhe mal, etc.
O QUE NOS ORDENA CRISTO?
Mateus 5.38-48; 6.14; Efésios 4.32; Colossenses 2.12-13; Marcos 11.25-26; I Tessalonicenses 5.15; Lucas 6.27-36; Romanos 12.17-21;
a) Nunca devolver o mal por mal.
b) Sofrer o mal, não nos defendermos. Jesus não se defendeu.
c) Perdoar de coração aquele que nos fez mal e vigiar para que não brote nenhuma amargura.
d) Orar e interceder em favor do que nos fazem mal.
e) Dar graças a Deus por tudo. Sentir-nos bem aventurados.
f) Vencer o mal com o bem (Romanos 12.21). Não ficarmos passivos, devemos reagir com o bem.
10. A INJUSTIÇA
Há uma norma divina que determina a justiça: é o conselho de Deus. Na luz da verdade de Deus todo homem se vê mau em seu estado natural. Nosso velho homem é egoísta e, portanto, injusto. Deus declara que não há um justo, nem um sequer (Romanos 3.10). Cada um de nós é responsável diante de Deus por todos os seus atos (Romanos 14.12; II Co ríntios5.10; Colossenses 3.25).
Nossa meta é sermos como Jesus. Ele é justo e nós devemos ser conformados à Sua imagem. Aquele que não faz justiça não é de Deus (I João 2.3).
O fruto do Espírito é toda bondade, justiça e verdade (Efésios 5.9).
No evangelho se revela a justiça de Deus e a Sua ira contra toda a injustiça (Romanos 1.16-18).
A Palavra de Deus é a regra para instruir nossa consciência e declarar o que é justo (II Timóteo 3.16; Salmo 19.7-11; 119.9-11).
Nossa responsabilidade é fazer justiça, não exigir que seja feita justiça a nós. Devemos receber a injustiça que nos fazem e perdoar os que nos agravam (Mateus 5.39-44; 7.12; Romanos 12.19; I Coríntios 6.4-7).
9.1. EXEMPLOS DE INJUSTIÇA
a) Dívidas especulativas (Romanos 13.7-8; Tiago 5.1-6):
b) salários injustos (Colossenses 4.1; I Timóteo 5.18);
c) medidas e pesos injustos ou especificações mentirosas (Levítico 19.35-36; Provérbios 20.10);
d) servir à vista, não cumprindo com um rendimento pré-fixado (Colossenses 3.22; Efésios 6.6);
e) falta de honra (Romanos 12.10; I Timóteo 5.1-7; Efésios 6.2,4; 5.33; I Pedro 3.7; 2.17; I Timóteo 6.1).
TÓPICO VI
O TRABALHO
INTRODUÇÃO
Para um discípulo, o poder trabalhar é um dom de Deus. O trabalho não é um mal necessário como pensam alguns, e tão pouco é tudo na vida, como falam outros. As Escrituras trazem ensinamento claro, positivo e equilibrado sobre a dignidade do trabalho.
1. O TRABALHO FOI ORDENADO NA CRIAÇÃO
O trabalho não é uma maldição ou um castigo imposto ao homem por causa do pecado. A terra, de fato, foi amaldiçoada por causa do pecado do homem dificultando o seu trabalho e exigindo dele esforço para conseguir sustento (Gênesis 3:17-19). Todavia o trabalho antecede o pecado. Deus não fez chover sobre a terra se3não depois da criação do homem, para que este pudesse cultivá-la (Gênesis 2:5). Depois que o homem foi criado Deus o colocou a trabalhar cultivando e guardando o jardim. A natureza, por si só, não produzia adequadamente para o sustento do homem. Ele precisava cultivá-la. Desde o princípio, além de exercer domínio sobre todos os animais e multiplicar-se a si mesmo para cumprir o propósito de Deus (Gênesis 1:26-28), o homem também cumpria vontade de Deus trabalhando a terra.
2. O TRABALHO COMO OBRIGAÇÃO MORAL
O trabalho não é um impulso. É um exercício das vontade. É um esforço consciente, direcionado e planejado. Muitas vezes será em detrimento de outras atividades legítimas (leitura, lazer, devoção...). A regra bíblica é se alguém não quer trabalhar, também não coma ( I Tessalonicenses 3:10). No tempo dos primeiros apóstolos os discípulos que não queiram trabalhar, vivendo desornedamente, eram notados na igreja e afastados dos demais irmãos (II Tessalonicenses 3:6-15). Isso também praticamos hoje em dia.
3. O PECADO DA PREGUIÇA E INDOLÊNCIA
Sai o homem para o seu trabalho e para o seu encargo até a tarde Salmo 104:3
A preguiça leva à ociosidade e esta aos vícios, aos falatórios profanos, fantasias, leviandades, murmuração, ciúmes, invejas, pobreza, etc. (Provérbios 6:6-11; 12:9,11; Tito 1:10-13; I Timóteo 5:13)
O preguiçoso morre desejando porque as suas mãos recusam a trabalhar (Provérbios 21:25)
4. O TRABALHO É UM SERVIÇO
Trabalhando servimos ao próximo. Não trabalhamos apenas para suprir as nossas necessidades (I Tessalonicenses 4:11,12). Isso é legítimo, bom e necessário, mas nosso trabalho deve visar também, o suprimento de outros (Efésios 4:28). Também nisso Jesus é nosso exemplo (II Coríntios 8:9). Importante é a leitura dos capítulos 8 e 9 de segunda Coríntios.
5. O TRABALHO DIGNIFICA
O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida... Mateus 20:28
Nenhum trabalho deve ser considerado humilhante. O Verbo Eterno assumiu a forma de servo e, uma vez encarnado, serviu aos homens em uma profissão simples e honrosa (Filipenses 2:5-8; Marcos 6:3). No reino de Deus não há espaço para orgulho de qualquer espécie (Lucas 22:24-27; João 13:1-17).
Tudo quanto te vier a mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças Eclesiastes 9:10
6. O PADRÃO PARA O EMPREGADO
a) Servir como ao Senhor (Efésios 6:58). Se não entendemos e não aceitamos a delegação de Deus, vamos nos sentir como escravos de homens diante das ordens recebidas (I Coríntios 7:21-23).
b) Honrar os patrões para que o nome de Deus não seja blasfemado (I Timóteo 6:1,2)
c) Obedecer em tudo aos patrões, mesmo aos maus (I Pedro 2:18,19; Colossenses 3:22-24)
d) Não abusar dos patrões irmãos, mas serví-los melhor (I Timóteo 6:2).
7. O PADRÃO PARA O EMPREGADOR
a) Não usar ameaças (Efésios 6:9)
b) Ser justo, sabendo que também tem o Senhor que o julga (Colossenses 4:1)
c) Pagar salários dignos e não atrasá-los (Deuteronômio 24:14,15; Levítico 19:3)
d) Deus é juiz contra as explorações (Tiago 5:4; Jó 31:13-15)
e) Não sonegar impostos (Romanos 13:7; Mateus 22:21)
f) Não colocar o coração nas riquezas (I Timóteo 6:17-19)
8. A CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL E A PROSPERIDADE
Vês um homem perito em sua obra? Perante reis será posto não entre a plebe. Provérbios 22:29
Deus honra aquele que busca se esmerar em seu trabalho. Muitas dificuldades encontradas em muitos irmãos é fruto da falta de habilitação profissional (Gálatas 6:7). A prosperidade na Bíblia é apresentada sempre como resultado de generosidade, fidelidade a Deus e diligência no trabalho. Deus quer um povo que viva nesse presente século não somente de modo piedoso e justo, mas também sensato (Tito 2:12; Eclesiastes 11:4-6; Provérbios 12:24; 13:11; 14:23; 21:5). Não espere a benção de Deus sobre seu trabalho e finanças vivendo desordenadamente.
Ao que bem ordena seu caminho eu lhe mostrarei a salvação de Deus. Salmo 50:23
CONCLUSÃO
Tudo é do Senhor e para Ele devemos executar o que nos foi confiado, quer sejamos patrão, empregado, servidor público, profissional liberal ou autônomo (Salmo 24:1; Deuteronômio 8:12-14, 17,18; Eclesiastes 9:10; I Timóteo 6:7).
Porque dEle e por meio dEle e para Ele são todas as coisas. A Ele, pois, a glória eternamente. Romanos 11:36
TÓPICO VII
AS FINANÇAS
1. PROVISÕES E OFERTAS
INTRODUÇÃO
“Um dia faz declaração a outro dia, uma noite revela conhecimento a outra noite”. Salmo 19:2 (SBB)
“Todavia andemos de acordo com o que já alcançamos.” Filipenses 3:16 (SBB )
Este ensino faz parte de todo conselho de Deus para a igreja. Não podemos deixar de ensinar a verdade porque alguns se tem utilizado dela para lucrar. Coloquemos fora o complexo de mercenário.
Como até hoje acreditávamos que este sustento era obtido através dos dízimos, julgamos necessário fazer um breve relato histórico do assunto nas Escrituras.
1.1. O DÍZIMO NO VELHO TESTAMENTO
ANTES DA LEI (GÊNESIS 14:18-20; 28:22 HEBREUS 7:4-10)
Neste tempo não havia casa do tesouro, portanto, o dízimo não era para sustento de ninguém. Melquizedeque, rei de Salém, não precisava ser mantido, ainda assim Abraão lhe pagou o dízimo (exigência de Deus?). Jacó, seu neto, o imitou dizendo: “...de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo”. Isto soa com uma conotação de reconhecimento da soberania e autoridade de Deus. Uma manifestação de dependência e fé: “
… para que aprendas a temer o Senhor teu Deus todos os dias.” (Deuteronômio 14.23).
REGULAMENTADO NA LEI (LEVÍTICO 27:30-34; NÚMEROS 18:20-24)
Os dízimos eram santos ao Senhor e foi Ele quem determinou o seu uso, dando-os aos levitas. Ele era a herança das levitas e não deixou isso como poesia: concretizou essa herança, materializando-a nos dízimos (Números 18:20-24).
O USO DISCRIMINADO (DEUTERONÔMIO 14:22-29)
A. Não obter lucro com os dízimos. Quando não era possível entregá-los, que se gastasse até com bebida forte, mas que não se utilizasse o que era de Deus para lucrar.
B. Cerca de terça parte dos dízimos (uma vez a cada três anos) era utilizado para socorrer o órfão, a viúva, o estrangeiro e o levita local.
COMO DEUS TRATAVA OS INFIÉIS (MALAQUIAS 1:6; 2:9 ; 3:6-12)
Neste texto, primeiramente Deus repreende e amaldiçoa os sacerdotes infiéis. Ainda assim exige que o povo traga todos os dízimos e ofertas à casa do tesouro, acusando de ladrões e amaldiçoando os que não o fazem. Os dízimos eram do Senhor e foi Ele quem os deu aos levitas. Deus nunca permitiu que o povo administrasse os dízimos, julgando se deviam ou não entregá-los, mesmo quando os sacerdotes eram infiéis. Isto era um problema de Deus. Ele tratava com o sacerdote infiel no seu ofício (Números 18.23) e também com a nação infiel na entrega.
1.2. NO NOVO TESTAMENTO
JESUS CRISTO
A. Nunca foi acusado de não entregar o dízimo
B. Nunca ensinou contra
C. Nunca ensinou a favor
A passagem de Mateus 23:23 tem sido utilizado para respaldar o dízimo no N.T. Este texto não constitui um ensino sobre o assunto e sim uma repreensão aos fariseus por serem extremamente exigentes e legalistas na entrega dos dízimos e tão negligentes no cumprimento dos princípios mais importantes da Lei: justiça, fé e misericórdia.
OS APÓSTOLOS
Os apóstolos nunca ensinaram sobre os dízimos, mas ensinaram sobre a manutenção daqueles que vivem exclusivamente para a igreja e sobre o socorro aos necessitados. Como a assistência aos necessitados é um assunto sobre o qual não há dúvidas ou questionamentos, nos deteremos apenas no que diz respeito ao sustento dos que vivem em tempo integral para o serviço da igreja.
REFERÊNCIA TEXTO COMENTÁRIO
1Co 9.1-15 Texto básico.
Vs. 1-2, 10, 11, 13 “…vocês são o selo do meu apostolado…”
“…os que trabalham no templo alimentam-se das coisas do templo…”
“Se entre vocês semeamos coisas espirituais, seria demais colhermos de vocês coisas materiais?” Princípio espiritual inquestionável: troca de benefícios.
Vs. 3-10 “Não temos nós o direito de comer e beber?” “… quem planta uma vinha e não come do seu fruto?” Princípio natural: quem planta colhe.
Vs. 12 e 15 “Se outros têm o direito de serem sustentados por vocês, não o temos nós ainda mais?” Direito.
Vs. 14 “Da mesma forma o Senhor ordenou àqueles que pregam o evangelho que vivam do evangelho.” Uma ordem do Senhor Jesus.
Gl 6.6
Rm 15.27 “O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui.” Honra, gratidão, reconhecimento e dever.
1Ts 2.7
2 Ts 3.9 “Embora pudéssemos como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção…” (SBB). Exigência e di¬reito.
1Tm 5.17-18;
Mt 10.10;
Lc 10.7 “… o trabalhador merece o seu salário.” Salário, pagamento.
Estes textos não apenas deixam claro a prática apostólica como também os princípios que a regiam. Alguns desavisados têm argumentado que Paulo não se utilizava deste expediente, ao contrário, trabalhava “com as próprias mãos”. Averigüemos a verdade bíblica:
A. Paulo não exigiu sua manutenção das igrejas de Corinto e Tessalônica
por razões bem claras:*
• Corinto – Paulo queria estabelecer uma distinção muito clara entre ele, verdadeiro apóstolo (I Coríntios 3:6-10; 4:14-16; 9:1-2; II Coríntios 3.1-3; 11.1-3), pregando o evangelho gratuitamente (II Coríntios 11.7) e alguns ditos apóstolos que eram mantidos pelos coríntios e a quem Paulo chama de “obreiros fraudulentos” (II Coríntios 11:10-15). Esta intenção fica clara em II Coríntios 11:12 “… cortar ocasião…”, ainda que para isso tivesse de passar privações (II Coríntios 11:7-9).
• Tessalônica – que fossem laboriosos, trabalhadores e não ficassem ociosos e se intrometendo na vida alheia, sendo pesados a outros (II Tessalonicenses 3:6-12). Paulo era o único que poderia ficar sem trabalhar e exigir o seu sustento e, contudo, não o fez.
B. Vale destacar que durante o tempo em que esteve nestas duas cidades
Paulo foi sustentado por outras igrejas:
• Corinto – II Coríntios 11:7-9.
• Tessalônica – Filipenses 4:15-16.
• As igrejas de Corinto e Tassalônica estavam sendo beneficiadas pelo ministério de Paulo. Contudo, para vergonha deles e por causa de deficiências na vida destas igrejas, ele era mantido por outras cidades.
Algumas vezes Paulo teve que providenciar seu próprio sustento porque estava envolvido em trabalhos pioneiros, na formação de novas igrejas – estava lavrando com esperança (I Coríntios 9:10). Isto aconteceu, por exemplo, no início da igreja em Éfeso (Atos 20:33-35). Em Jerusalém não havia este problema: a vinha já dava fruto e o rebanho já produzia leite e lã (I Coríntios 9:4-11).
Paulo não vivia de “fazer tendas”. Isto era algo esporádico, quando a situação exigia.
• Em I Coríntios 9:4-6, fica claro que todos os apóstolos e até alguns que não eram apóstolos, como os irmãos do Senhor, eram mantidos pela igreja
• Paulo não tinha esposa e filhos, respondia apenas por si, podendo aceitar as dificuldades que surgissem, sozinho.
• Em Filipenses 4:17-19, Paulo expõe um princípio bíblico de que Deus abençoa ao que é generoso (aqui ele não está falando de auxilio aos pobres, mas do sustento aos que servem bens espirituais). E coloca isso em termos comerciais – uma troca: quem o supriu seria abençoado por Deus – e como uma verdadeira oferta a Deus e não aos homens (observações na NVI e da Bíblia Vida Nova). Seria Paulo um mercenário ou um que busca seus próprios interesses? Leia: II Coríntios 1:12; 4:2-5; 6:4-10; 12:14-18; I Tessalonicenses 2:1-6; I Timóteo 6: 3-10.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Tanto bíblica como historicamente não há qualquer referência a um percentual ou valor preestabelecido que fosse exigido das igrejas. O que transparece é um princípio de honra, reconhecimento e troca de benefícios, onde cada um dá conforme proponha no seu coração. Não é um improviso na hora de dar, como se fosse uma esmola, mas um valor pré-determinado, pensado e meditado diante de Deus, em oração. Para evitar o improviso e o descontrole, este valor deve ser estipulado em termos percentuais sobre a renda de cada um.
Quem entende que é beneficiado dará com liberalidade. Quem está aqui “passando o tempo” e acha que aqueles que vivem integralmente para o serviço da igreja, nada mais fazem que o seu dever, serão medíocres na sua contribuição.
Sendo Jesus nosso único ponto de referência e a palavra apostólica a nossa única fonte de informação, não há porque ainda utilizarmos os dízimos. Contudo, resta uma pergunta: se o dízimo era algo tão importante e até sagrado no V.T., desde antes da lei, porque Jesus e os apóstolos não ensinaram nada a respeito?
No N.T. Deus já não precisa estabelecer um percentual para a contribuição de seu povo porque estamos debaixo de um outro princípio espiritual. Considere o quadro abaixo:
VELHA ALIANÇA NOVA ALIANÇA
Deus precisou fazer uma marca na carne do homem para mostrar a sua aliança com ele (Gn 17.10). Deus nos marca no coração, em nosso espírito (Rm 8.8-9; Ef 2.11-15; Fp 3.3; Cl 2.11).
Deus deu a Lei escrita em tábuas de pedra. (Ex 31.18). Deus grava a sua Lei em nossos corações (Hb 10.16).
Deus estabelece um percentual da renda de todo homem para Lhe ser devolvido, a fim de lembrar ao homem que tudo quanto ele tem procede d’Ele (Gn 28.22; Dt 14.23). Deus nos deixa livres porque já não precisa de nenhum artifício exterior para nos lembrar que somos seus filhos. Ele nos deu do seu próprio Espírito Santo e, nessa posição, não apenas nossos bens são d’Ele mas nós mesmos Lhe pertencemos, porque não apenas nos comprou como também nos deu vida. Nos gerou pelo Espírito Santo (Rm 8.12-17; Tg 1.18; 1Pe 1.23)
Aqui fala de uma nação terrena com promessas e esperanças terrenas (At 1.6). Aqui de uma nação espiritual, celestial, com promessas e esperanças eternas. Fala a herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Fp 3.20-21; 1Jo 3.1-2)
QUÃO SUPERIOR É A NOVA ALIANÇA DO QUE A VELHA ALIANÇA!
Por isso, prestando atenção ao ensino do Monte, veremos como Jesus estabelece uma comparação entre o mandamento de Moisés (a Lei) e o seu próprio mandamento (a Graça e a Verdade) “Pois a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo” (João 1:17). Fica notória a superioridade da exigência de Jesus. As exigências da Nova Aliança são tão superiores às da Velha Aliança quanto são superiores os benefícios e as promessas (Gálatas 3:19; Hebreus 7:18-19; 8:13; 11:39-40; I Pedro 1:10-12).
JUSTIÇA DA LEI JESUS CRISTO
Proibia-se o homicídio Mt 5.21-23 Proíbe-se a ira
Proibia-se o adultério Mt 5.27-28 Proíbe-se o olhar impuro
Exigia o amor ao próximo e permitia-se o ódio ao inimigo. Mt 5.43-44 Exige-se o amor ao inimigo e a oração pelos que perseguem
Exigia-se o dízimo (Ml 3.8). Exige-se a vida e tudo quanto se tem (Lc 14.25-33).
CONCLUSÃO
Deste modo, Deus já não nos exige um percentual – Ele nos exige a nós mesmo com tudo que somos e temos. Ele não nos dá uma Lei, nos dá uma vida. O que nos move já não é um mandamento, mas a vida e o sentimento de Cristo que é produzido em nós pelo Espírito Santo.
Ora, se daqueles que viviam debaixo da lei se exigia 10 por cento, quanto se deve esperar daqueles que receberam a abundância de vida? (João 10:10; Romanos 5:17; Hebreus 3:14; II Pedro 1:3-4).
Se na Velha Aliança Deus acusava de ladrão aquele que não entregava os dízimos e as ofertas (e estas não tinham percentual), como Ele tratará os que se omitem na Nova Aliança?
Na história da igreja muitas vezes o dízimo tem sido questionado por fazer parte da Velha Aliança. E, por isso, algumas denominações e grupos cancelaram a prática do dízimo. Mas CUIDADO: muitos abandonaram a Velha Aliança, não para entrar na Nova, mas para justificar o roubo ao que é de Deus. Deixaram de dar o dízimo mas não passaram a dar conforme a igreja no N.T.
É estranho que alguém seja contrário ao dízimo, afirmando que isto seja da Velha Aliança e queira dar menos que 10%, quando os irmãos no N.T. (Nova Aliança) davam muito mais. Se alguém quer se basear na bíblia para não dar o dízimo, porque não dar muito mais que o dízimo como está na bíblia?
Por tudo isso cremos que a igreja deve, em muito, ultrapassar os dízimos em suas contribuições
“Porque vos digo que se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus – RELIGIOSOS – jamais entrareis no reino dos céus” (Mateus 5:20).
RESUMO
O DÍZIMO É PARA HOJE?
I. NA VELHA ALIANÇA (NÚMEROS 18:20-24, MALAQUIAS 3:6-12)
a) Os levitas não tinham herança.
b) Deus lhes deu os Seus dízimos.
c) Quem não entregava o dízimo e as ofertas Deus chamava de ladrão.
II. NA NOVA ALIANÇA (I CORÍNTIOS 9:1-15; GÁLATAS 6:6)
a) Nem Jesus nem os apóstolos ensinaram sobre os dízimos.
b) Mas, o N.T. fala claramente do sustento de necessitados e de obreiros de tempo integral.
c) A Igreja dava em grande abundância, muito mais que na lei.
III. CONCLUSÃO
a) Não existe referência a valor estipulado, não há mais percentual.
b) A Nova Aliança é em tudo superior a Velha Aliança.
c) Se daquele que vivia sob a lei se exigia 10 %, o que se espera daquele que é participante de Cristo?
IV. ENTÃO QUAL É A PRÁTICA?
a) Identifique-se com a igreja do início, com o mover de Deus na Nova Aliança, enchendo-se de generosidade e dando conforme o Espírito Santo coloca no seu coração. Busque revelação e desenvolva sua convicção no Senhor.
b) Com seriedade e em oração, estabeleça um percentual do seu ganho para as suas contribuições regulares. Isto deve ser feito tanto para a bolsa de provisões como para as ofertas.
c) Aconselhe-se com seu discipulador e/ou líder.
d) Esteja em acordo com seu cônjuge.
APÊNDICE
Separamos alguns temas que serão de utilidade para o discipulador e que ele deve usá-los conforme haja necessidade sem se preocupar com uma ordem pré-estabelecida.
1. ANDAR NA LUZ
INTRODUÇÃO
O Senhor tem falado muitas coisas em nossos corações. Tudo isto tem nos levado a meditar diante do Senhor e a descobrir a nossa verdadeira condição. Quando descobrimos a nossa real e verdadeira condição temos algumas reações:
1º Escondemos a nossa condição.
2º Disfarçamos, tratando superficialmente.
3º Confessamos, colocamos na luz
ESCONDENDO O PECADO
Esta é a primeira reação que todo homem tem diante do erro, do pecado. Ela acontece instintivamente. Foi o que fez:
Adão — “tive medo e me escondi”
Caim — Gênesis 4:8-10 (escondeu)
Acã — Josué 7:1,10-11
Davi — II Samuel 11,12
Ananias e Safira — esconderam
ESCONDEMOS DE QUEM?
A pergunta que surge é “escondemos de quem? de Deus?”
Exemplos:
1. Adão
a) Deus — Onde você está? Deus não estava vendo?
b) Deus — Quem te fez saber? Deus não assistiu?
c) Deus — Comeste da fruta? Deus não sabia?
2. Caim
a) Deus — Onde está Abel teu irmão?
b) Deus — Que fizeste? Deus não sabia?
3. Acã — Josué 7:11
a) Deus — Israel pecou… até debaixo da bagagem. Deus não sabia onde estava?
b) Deus — vs. 13-15. Coisas condenadas há no meio de ti. Deus não sabia quem era?
4. Davi
a) Deus — Manda Natã perguntar sobre ovelhas. Deus não sabia o que Davi tinha feito? Quem mostrou para Natã?
5. Ananias e Safira
a) Deus — Manda Pedro perguntar o preço do campo. Deus não sabia o valor?
É claro que Deus sabia sobre todos e sobre tudo, mas o Senhor estava aqui introduzindo um princípio de cura para o homem — a confissão, o andar na luz, a transparecia.
Deus sempre nos dá a oportunidade para confessarmos, antes de nos descobrir.
A pergunta foi: DE QUEM ESCONDEMOS?
A resposta é: DOS HOMENS, DOS NOSSOS SEMELHANTES.
Outra pergunta surge:
QUAIS AS CONSEQÜÊNCIAS QUANDO ESCONDEMOS?
SENTIMENTO DE CULPA
A isto chamamos de má consciência. Os que insistem nisso, tornam-se hipócritas e terminam naufragando na fé. I Timóteo 1:5,19; 3:9; Provérbios 28:13
O pecado escondido pode trazer dano a:
Uma pessoa — Davi;
Uma família — Ananias e Safira;
Uma nação — Acã;
Uma raça — Adão.
DOENÇAS FÍSICAS
Salmo 31:3; Provérbios 3:5-8.
Outra pergunta surge:
QUAL O VERDADEIRO MOTIVO PARA ESCONDEMOS O PECADO?
Jó 31.33-34
Desde Adão até hoje a preservação da imagem é o verdadeiro motivo para ocultar as nossas falhas e pecados.
TRATAMOS SUPERFICIALMENTE
Muitos que estão aqui tem ouvido esta palavra sobre o cavar, abrir profunda vala, e tem tratado este assunto com superficialidade. Agindo exatamente como fez o homem que edificou a sua casa sobre a areia. Ou seja, como o homem da passagem, não quer ter o trabalho de cavar, de abrir profunda vala. Quem sabe até está disposto a cavar, mas não irá até o fundo.
Aqui estão enquadrados os que estão dispostos a colocar algumas coisas na luz e manter outras escondidas.
Algumas atitudes de superficialidade:
ALGUMAS VEZES TRANSFERIMOS NOSSAS CULPAS
Isto é muito antigo — Adão, Eva, a serpente. Sempre estamos buscando alguém ou alguma coisa para lançarmos a nossa culpa (II Coríntios 5:10; Hebreus 4:13).
OUTRAS VEZES JUSTIFICAMOS O PECADO
Damos grandes explicações sobre as circunstâncias, os fatores que influenciaram.
O que estamos querendo? Dizer que o pecado foi quase inevitável? (I Coríntios 10:12-13; Hebreus 2:14-18;4:13-16)
RACIONALIZAMOS O PECADO
Freud, o pai da psicanálise, sustentou que o sentimento de culpa é condicionado pela religião, se eliminarmos a religião solucionamos a culpa.
Hoje em dia, muitos tem eliminado a religião, mas os seus conflitos e perturbações tem aumentado.
OUTRAS VEZES USAMOS ESCAPISMOS
Muitos buscam distração, encherem-se de atividades, programas, entretenimento para escaparem de sua conflitiva realidade interior;
E, AINDA OUTRAS VEZES, ATACAMOS OS EFEITOS DO PECADO COM REMÉDIOS
Através de tranqüilizantes.
Amados, a cura está em confessar, andar na luz; o Espírito Santo está nos dando a grande chance de ajustarmos toda a nossa vida até aqui. As trevas são o reino de Satanás, não tenhamos nada dele em nós.
CONFESSANDO OS NOSSOS PECADOS
I João 1:5-9; Efésios 5:8-14; João 3:19-21
Os textos falam sobre confessar, revelar o que está oculto, escondido nas sombras, ou seja, manifestar.
O QUE É CONFESSAR
Andar na Luz é tornar-se manifesto, tornar-se conhecido, mostrar-se como é. Andar na luz é confessar, dizer a verdade, assumir a responsabilidade dos seus atos.
Confessar é dizer com convicção e arrependimento. “Eu pequei…”,“tenho pecado”. Confessar é diferente de contar, pois a confissão sempre vem acompanhada com arrependimento.
A QUEM CONFESSAR?
A Deus
A quem ofendi
Uns aos outros
CORREÇÃO: Confessar em um canto somente para o discipulador.
Alguns confessam, mas tem medo de serem expostos – quer preservar o que? tem medo de perder o que? O que ocorreu com Davi a 3.000 anos atrás? Nós não sabemos como Davi era fisicamente, mas sabemos que pecou, com quem pecou. Porquê? Porque o próprio Deus o expôs para todo o sempre.
SÓ HÁ PERDÃO PARA PECADO CONFESSADO
O sangue de Jesus só purifica o que está na luz. Somente a confissão com o arrependimento pode produzir cura e perdão.
Quando ocultamos nossos pecados, buscamos justiça própria. Existe até quem faça penitência; jejum, oração, vigília e etc… Deus rejeita (Is 64:6; 43:24-26)
Só não existe perdão para o que não é confessado, posto na luz.
Nossa justiça é Cristo. Temamos ter algo escondido, mas não temamos
colocar na luz.
A confissão é a cura que Deus estabeleceu para nossos conflitos.
2. O MINISTÉRIO DE ENSINO DA IGREJA
A SITUAÇÃO ATUAL:
A experiência comum da igreja hoje, é de indefinição. Não há programa de ensino. Há improvisação, sermões sem conexão entre si, voltas intermináveis que entretêm o povo mas não formam maturidade. E mais informação do que formação, mais intelectualismo ou emocionalismo do que vida.
UM CORPO COMPLETO DE ENSINO:
Tudo o que Cristo É, e o que Cristo ENSINOU, foi comunicado aos 12 apóstolos . Não temos outra fonte fiel e original de Jesus Cristo, sua obra e seus ensinamentos.
Jesus não tinha um ensino interminável e variado. Não se preocupou em ensinar todo o Velho Testamento. Em 3 anos Ele deu um pacote completo (Mateus 28.19). Também vemos nos evangelhos como Ele usava de constantes repetições. Os apóstolos também tinham um corpo completo e concreto de ensinamentos que consideravam indispensáveis (Atos 20:27). Este era o CONSELHO DE DEUS.
O conselho de Deus era constituído de duas coisas: KERIGMA e DIDAQUE.
O QUE É O KERIGMA?
I. A TRADUÇÃO:
A) KERIGMA = PREGAÇÃO (Mateus 12.41; Romanos 16:25; I Coríntios 1:21; 2:4; 15:14; II Timoteo 4:17; Tito 1:3). Em português, pregação significa a ação de pregar, mas em grego, Kerigma inclui também o conteúdo da mensagem.
B) KERISSEIN = PREGAR, (61 vezes no N.T.; Mateus 4:17; 24:14; Marcos 6:12; Atos 20:25; Romanos 10:8; I Coríntios 1:23) não significa expor uma doutrina, ou fazer exortação, mas “proclamar um fato”.
C) KERUS = ARAUTO, o que proclama (I Timóteo 2:7; II Timóteo 1:11; II Pedro 2:5).
II. DEVE SER PROCLAMADO COM AUTORIDADE E UNÇÃO. Não como uma repetição mecânica, mas com o testemunho interior do Espírito (I Coríntios 2:4; João 15:26).
III. APELA PARA A FÉ (Gálatas 3:2,5; I Coríntios 1:21).
IV. SEU CONTEÚDO: A pessoa e a obra de Cristo (Atos 2:22-39; Filipenses 2:5-11; II Coríntios 5:21; Gálatas 3:13; Romanos 6:6; Efésios 2:6; Romanos 5:5; 8:16,17). Inclui também: nossa união com Cristo, A presença do Espírito Santo em nós e sobre nós, o propósito eterno, a igreja, etc.
O QUE É O DIDAQUE?
I. A TRADUÇÃO:
A) DIDAQUE = DOUTRINA (30 vezes; Mateus 7:28; João 7:16; Atos 2:42; 5:28; I Coríntios 14:26).
B) DIDASKALIA = (21 vezes; Marcos 7:7; Tito 2:1,7,10).
C) DIDASKALOS = MESTRE (59 vezes; Jesus- João 13:13; Mateus 23:8; Os pastores - Atos 13:1; I Coríntios 12:28; Efésios 4:11).
D) DIDASKEIN = ENSINAR (101 vezes; Mateus 5:2; 7:29; 28:20; Atos 1:1; 5:42; Ef 4:21).
II. CONSTITUI-SE DE ENSINOS E MANDAMENTOS CLAROS, que revelam a vontade de Deus para as nossas vidas (Mateus 5,6,7; Tito 2:1-10). Ensinar o didaque, é ensinar princípios de vida, transmitir algo prático para a vivência.
III. É CLARO E SIMPLES (Efésios 6:1).
IV. NÃO É INTERMINÁVEL É UM CORPO COMPLETO E DEFINIDO (Mateus 28:20; Atos 20:27).
V. SEU TOM É IMPERATIVO. Não são apenas sugestões.
VI. APELA PARA A OBEDIÊNCIA (Mateus 7:21-29; Efésios 4:20-21).
VII. ENVOLVE TODAS AS ÁREAS DA VIDA (Mateus 5,6,7; Efésios4,5,6; Romanos 12).
VIII. CENTRALIZA-SE EM CRISTO (Mateus 11:29; Efésios 4:20-21).
IX. SEU OBJETIVO É ALCANÇAR A SEMELHANÇA DE CRISTO (Efésios 5:2,25).
X. É IMUTÁVEL (Mateus 24:35).
XI. É UNIVERSAL (Mateus 28:19-20).
XII. NÃO SE IMPÕE PELA LÓGICA, MAS PELA AUTORIDADE DE JESUS.
XIII. É NECESSÁRIO RECORDAR E REPETIR (II Pedro 1:12-15). Ver a seguir: CATEQUESE.
XIV. É A BASE DA REPREENSÃO E DISCIPLINA (II Timóteo 4:2).
RELAÇÃO ENTRE KERIGMA E DIDAQUE.
Podemos ilustrar com a locomotiva e os vagões. O KERIGMA é como a locomotiva. Vem na frente. Contem o poder para carregar o “peso” do didaque. João falou que “seus mandamentos não são penosos” (I João 5:3), mas isto só é verdade para aqueles que tem fé na proclamação (no kerigma) de Cristo. A lei nos dá 10 vagões carregados, mas não nos dá a locomotiva. Jesus nos deu mais 90 vagões, mas também nos deu a locomotiva (que é ele mesmo Cl 1.27). Aleluia!
Exemplos:
KERIGMA DIDAQUE
Pedro At 2.22-36 2.38
Romanos Rm 1 a 8 12 a 15
Efésios Ef 1 a 3 4 a 6
Colossenses Cl 1 a 2 3 a 4
Hebreus Hb 1 a 10(11) 12 a 13
DESVIOS DA VERDADE NA FORMA DE LEGALISMO.
I. TROCAR O DIDAQUE DE JESUS POR LEIS HUMANAS (Colossenses 2:8,20-23; Mateus 15:3-9; Isaías 29:13; Marcos 7:9).
II. TROCAR O DIDAQUE DE JESUS POR RUDIMENTOS E ORDENANÇAS DO JUDAÍSMO (Colossenses 2:8,20; Gálatas 4:3,9-11; Efésios 2:15).
III. DAR O DIDAQUE DE JESUS SEM DAR O KERIGMA. Dar exigências sem edificar a fé, como se o mandamento tivesse forca em si mesmo. A pregação do didaque por si só, não produz a obediência. É necessário que haja fé no kerigma (Gálatas 2:20-21; 3:1-3, 21-22; 5:1,16-18; Romanos 7:14).
DESVIOS DA VERDADE PELA LIBERTINAGEM.
I. CRER QUE A LEI MORAL (VONTADE ETERNA)DE DEUS, NÃO PRECISA SER CUMPRIDA (Romanos 3:31; 6:1-2; Gálatas 5:13; Efésios 2:10; Hebreus 12:14; Tiago 2:14-16; I João 3:7-10,17; 4:8,20; 5:4,18).
II. CRER QUE A LEI NÃO PODE SER PLENAMENTE CUMPRIDA (Romanos 8:4,7-9; Gálatas 5:16,22-25)
III. DAR SOMENTE O KERIGMA SEM DIRECIONAR A FÉ. É a supervalorizacão do kerigma. Alguns crêem que a fé na vida de Cristo que esta em nós, produzirá obediência sem necessidade do didaque. É um engano (Tito 2:1).
IV. A PERMISSIVIDADE (I Coríntios 5:2-5, 9-13; Efésios 5:5-11; Apocalipse 2:14-15,20).
ANEXO: A CATEQUESE
1. O QUE É A CATEQUESE =DOUTRINAÇÃO
Significa repetir a viva voz. Este era o método peculiar que os apóstolos e pregadores primitivos usavam para ensinar oralmente a doutrina de Cristo. Faziam repetir em voz alta, servindo-se da memória. Este método nos lembra as escolas rabínicas, nas quais os discípulos aprendiam de memória os ensinamentos recebidos, repetindo as mesmas palavras do mestre, frase por frase. Este é o método que a igreja usou durante séculos (Lucas 1:4; Gálatas 6:6; Atos 18:25).
2. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
I. Para jogar (brincar) necessitamos de uma bola (vai para qualquer lado, diverte, porque é imprevisível e cheia de surpresas). Mas para trabalhar necessitamos de ferramentas (que se usam sempre da mesma forma; o serrote, o martelo, etc., nunca apresentam novidades).
II. A palavra de Deus não deve ser usada como uma bola (para divertir com muitas novidades), mas como uma ferramenta (com disciplina e perseverança).
III. Aqueles que dizem que a catequese e monótona, são os que tem maior dificuldade para praticar. É porque não dão valor ao que é simples. Não querem se encher da palavra. Gostariam de novidades.
IV. A catequese, se usada corretamente, é muito mais que uma decoreba. A CATEQUESE NÃO É SOMENTE PARA SABER, MAS PARA VIVER.
V. Se alguém desanimar, por pensar que são muitos textos, deve entender que não necessita trabalhar com todos ao mesmo tempo. Deve pegar um de cada vez (como uma grande pilha de pratos para lavar).
VI. Se não for ao pé da letra, logo muitos estarão dizendo qualquer coisa.
VII. Deve haver muita repetição durante a semana (sozinho, no companheirismo, com o discipulador, etc.).
VIII. A catequese não é apenas para entender, mas para fazer. Memorizar é apenas uma pequena parte. Quando alguém memorizou, recém fez uma parte mínima. Deve continuar repetindo e meditando até que encarne, que viva.
IX. As vezes os mais demorados para entender são os que obedecem melhor. O mais entendido necessita da catequese, porque ela não é para saber, mas para viver.
3. A NOSSA POSTURA DIANTE NO VELHO TESTAMENTO
I – COMO É VISTO E PRATICADO HOJE EM DIA
1. As pregações de púlpito são, na sua maioria, vétero-testamentárias. Isso ocorre porque:
a) O velho testamento consiste basicamente de histórias e, contar histórias, é bem mais simples do que “dissecar” as cartas de Paulo.
b) As alegorias que o velho testamento contém e suas múltiplas tipologias, são o prato cheio de pregadores que desejam mostrar as “profundezas” da Palavra e assim ter um público cativo.
c) São inúmeras as possibilidades de pregação, exemplos e histórias do velho testamento, proporcionando ao pregador um leque de opções para que suas mensagens não sejam as mesmas, mas possa apresentar a cada dia novidades, pois é disso que as multidões gostam.
“Ora, todos os atenienses, como também os estrangeiros que ali residiam, de nenhuma outra coisa se ocupavam senão de contar ou de ouvir a última novidade.”(Atos 17:21).
2. Grande parte do modelo ministerial do VT é usado pela Igreja Moderna
a) O sistema levítico de sacerdócio. Por falta de esclarecimento, muitos irmão se dizem “levitas” por serem músicos, pastores ou missionários. Como ocorre isso na prática? Crêem eles que, por serem “levitas”, devem então receber os dízimos do povo para se dedicarem a fazer um serviço ministerial que os outros irmãos não podem fazer. Separam o serviço do rebanho do serviço pastoral, criando assim a chamada “casta sacerdotal”
b) O velho testamento também é usado como modelo de governo da Igreja e para fundamentar a construção de “templos” e para diferenciar pastores de pastores (senior) dando o exemplo dos sacerdotes e do sumo- sacerdote.
II. COMO A IGREJA PRIMITIVA VIA O ANTIGO TESTAMENTO
1. O Velho Testamento é útil (II Timóteo 3:16) mas não serve como base. O VT contém as sombras e figuras. Vamos analisar isso mais de perto.
“e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças,(pelo contexto, se refere ao AT) o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz;
e, tendo despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma cruz.
Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados,
que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo.”
(Colossenses 2:14-17)
“Ora, se ele estivesse na terra, nem seria sacerdote, havendo já os que oferecem dons segundo a lei,
os quais servem àquilo que é figura e sombra das coisas celestiais, como Moisés foi divinamente avisado, quando estava para construir o tabernáculo; porque lhe foi dito: Olha, faze conforme o modelo que no monte se te mostrou.
Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor pacto, o qual está firmado sobre melhores promessas.
Pois, se aquele primeiro fora sem defeito, nunca se teria buscado lugar para o segundo.
Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto.
Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Senhor.”
(Hebreus 8:4-10)
“Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes.”
(Hebreus 9:23)
“Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus.”
(Hebreus 10:1)
O que esses textos tem em comum? Todos eles se referem à lei. Mas que lei?
O Velho Testamento era composto de dois tipos de leis:
a) Leis morais: Todas as que afetam diretamente o caráter do homem e a conduta ética. É bem representada nos dez mandamentos (Êxodo 20), com exceção do quarto mandamento, que não afeta a moral. As leis morais foram aperfeiçoadas por Jesus no ensino do monte, onde Ele mostrou o “espírito da letra”. (ver Mateus 5:21,22; 27,28; 33-35; 38-40). Essas leis não dizem respeito ao governo da Igreja e nem ao didaquê (ensino de Jesus e os apóstolos), mas tão somente ao aspecto moral do homem.
b) Leis cerimoniais: São as leis que não afetam a moral e sim as práticas de adoração, sacrifícios, festas e governo. Estão patentes no livro de Levítico e em todas as ordenanças acerca do sacerdócio e da forma de governo de Israel. São dessas leis que os versículos acima estão falando.
Veja que o que mais a Igreja Moderna está usando hoje é trazer práticas contidas nas leis cerimoniais, como o dízimo, a estrutura levítica, a forma de governo e em alguns grupos até o sábado, para o contexto da nova aliança. Essa lei foi abolida no Novo testamento. (Ver de novo os versículos transcritos acima). Quando fala de que o novo pacto aboliu o primeiro se refere exatamente à antiga aliança. Por isso os judeus não podem mais se ufanar dizendo que eles são o povo de Deus, pois a aliança antiga não tem valor com a nova, pois o novo pacto anula o primeiro.
2. A Palavra Apostólica é a nossa única fonte de informação.
Veja esse texto:
“e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mateus 17:2-5)
Nesse texto Jesus se transfigura a três de seus discípulos que seriam colunas da Igreja (Gálatas 2:9). Aparecem ao lado de Jesus, Moisés e Elias. Pedro, precipitadamente, queria fazer uma cabana para os três e a voz do Senhor foi incisiva para esses homens: “Este é o meu Filho amado...a Ele ouvi.” O que representava Moisés e Elias? Certamente aí estava uma tremenda representação da lei (Moisés) e dos profetas (Elias).
O Senhor queria que os discípulos entendessem que a partir daquele momento a única pessoa que eles deveriam ouvir e obedecer era Jesus. Eles seriam colunas da Igreja, por isso era tão importante que eles entendessem isso. E depois de tudo isso a mensagem ficou clara quando “E, erguendo eles os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente.”(vs 8) Só restou Jesus! Não temos que ficar preso olhando as sombras do VT pois agora temos a realidade que é Jesus. Aleluia! Como é simples a mensagem de Jesus! Como a Igreja Moderna tem complicado tudo! Voltemos à simplicidade que o apóstolo Paulo tanto temeu que nos afastássemos dela. “ Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.” (II Coríntios 11:3)
CONCLUSÃO
Se quiséssemos edificar uma nação terrena, deveríamos buscar os princípios para essa obra no Velho Testamento, mas a Igreja é uma nação celestial (Efésios 2:6; Hebreus 12:22) e os princípios de sua edificação estão no Novo Testamento. “Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses;
agora, porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
Temo a vosso respeito não haja eu trabalhado em vão entre vós.”
(Gálatas 4:8-11)
4. A SANTIFICAÇÃO TAMBÉM É PELA GRAÇA
INTRODUÇÃO:
A Salvação não é uma questão de fazer, mas sim de receber.
Efésios 2.8-10 : “Pela graça sois salvos mediante a fé e isto não vem de vós é dom de Deus, não de obras para que ninguém se glorie.”
Salvos pela graça para as boas obras e nunca salvos pelas obras. A Palavra afirma: “Ninguém se justificará diante de Deus pelas obras da Lei.”
Obras sempre serão consequência da fé, fruto da fé e não causa.
Agora surge uma pergunta : E a Santificação ?
Nós cremos com tranquilidade que a nossa Justificação é uma questão de receber, mas me parece que quanto a Santificação nós entendemos que é uma tarefa nossa, ou seja um contínuo fazer.
Eu escuto muito por aí : “A Salvação é uma obra da graça, mas a Santificação é por nossa conta.”
AS ETAPAS DA SALVAÇÃO
Vamos ler Romanos 5.10 . Nós somos salvos pela morte, ou pela vida de Cristo?
Quantas salvações existem ? Uma ou duas ? Eu digo que três.
A. Fomos salvos da condenação do pecado pela morte de Cristo.
B. Somos salvos do poder do pecado pela vida de Cristo.
C. Seremos salvos da presença do pecado pela vinda de Cristo.
O que eu fiz para ser salvo da condenação do pecado ? Cri.
O que eu terei que fazer para o meu corpo ser glorificado ? Crer.
O que eu tenho que fazer para me livrar do poder do pecado ? Crer.
Assim como um dia tivemos os olhos abertos para ver a Salvação da condenação do pecado, pela morte substitutiva de Cristo, assim também nossos olhos sejam abertos para vermos a libertação do domínio do pecado pela vida de Cristo em nós.
INCAPAZES MAS DISPONÍVEIS
Agora gostaria de repartir, com os irmãos, um texto, com muita simplicidade, que tem aberto os meus olhos para ver “O CAMINHO DA GRAÇA.”
Que ele nos ajude não só a ver “A PORTA DA GRAÇA”, mas também “O CAMINHO DA GRAÇA”, a Santificação.
Vamos abrir as nossas Bíblias em Marcos 6:34-44
A. 5.000 homens, fora mulheres e crianças. Mais ou menos umas 12.000 pessoas.
Ali havia uma multidão e o lugar era deserto, os discípulos vem com uma preocupação : “Despede-os, para que possam alimentarem-se.”
Jesus dá uma ordem perturbadora : “Dai-lhes vós mesmos de comer.”
Paremos para pensar nesta ordem de Jesus a estes 12 homens neste lugar deserto :
. Quando viram a multidão. Perguntaram : “200 denários de pães”- 9 meses do trabalho de um homem.
. Onde iriam encontrar uma padaria aberta e que tivesse 12.000 pães franceses.
. Como iriam transportar 600 quilos de pães.
Vamos dizer que eles tentassem, o que iriam conseguir ? Cansaço e frustração, pois não iriam conseguir cumprir a ordem de Jesus.
Me parece que alguns estão assim : cansados e frustrados por não conseguir cumprir os mandamentos do Senhor.
Ex. Maridos amai vossas mulheres. É impossível cumprir esse mandamento; somos incapazes.
Será que não nos sentimos diante destes mandamentos como os discípulos se sentiram diante do “Dai-lhes vós de comer?”
Eu quero crer que podemos aprender algo aqui que trará uma chave para a Santificação :
A. A nossa incapacidade para cumprir as ordens de Jesus. Nós precisamos entender que somos incapazes. Precisamos dizer : “Eu não dou conta, sou incapaz de cumprir o menor dos mandamentos. É impossível para mim”.
Preciso declarar como o Apóstolo Paulo disse : “Desventurado homem que sou quem me livrará do corpo desta morte”.
Quando os apóstolos se sentiram incapazes eles se voltaram para quem? Para Jesus.
E nós, nos voltamos para quem ? Jesus. 2 Coríntios 3.5
AMADOS ENQUANTO NOS ACHAMOS CAPAZES DE FAZER A VONTADE DE DEUS, NÓS NÃO NOS VOLTAREMOS PARA JESUS.
Ao se sentirem incapazes eles se voltaram para Jesus, o qual lhes perguntou : “O que vocês tem “? 5 pães e 2 peixinhos.
Tragam-me e Ele multiplicou o que tinham.
Quem tinha dado a ordem ? Jesus.
Quem tinha que cumprir a ordem ? Os discípulos.
Quem cumpriu a ordem ? Jesus.
É assim com todos os seus mandamentos, nós somos incapazes de cumpri-los, mas estamos disponíveis para que Ele cumpra em nós.
CONCLUSÃO
Vamos ler Gálatas 2.20 .
Quem foi o único a cumprir todos os mandamentos de Deus ? Jesus.
Quem é o único que pode cumprir todos os mandamentos de Deus hoje? Jesus.
POR ISSO, É QUE ESTÁ ESCRITO : “CRISTO EM VÓS A ESPERANÇA DA GLÓRIA”.
5. O USO DAS LIBERDADES
Muitas divisões tem ocorrido na Igreja por causa desse tema. Pela má compreensão, visão obtusa e preconceitos muitos tem rechaçado falar ou ouvir sobre o tema. Outros, porém, usam o tema para dar lugar a exageros e libertinagens que provocam problemas sérios de relacionamento no Corpo. Cremos, porém, que devemos ser claros sobre esse assunto instruindo dentro do que a Palavra de Deus diz.
LIBERDADE E LIBERTINAGEM
Temos liberdade naquilo que o Senhor não fala na Palavra, porém até essa liberdade tem limites. Se eu não aplico a seguinte regra, incorro na libertinagem:
A fé limita a minha liberdade. O amor limita minha conduta.
Veja que nas coisas que o Senhor não dá mandamentos, ou seja, onde Ele não legisla, nós não podemos legislar. Podemos ter opiniões sobre essas coisas, mas nunca podemos dar mandamentos que Deus nunca deu. Se eu tenho fé, eu posso ter liberdade nas coisas que o Senhor não ordena (bebidas, futebol, televisão, cinema e etc.). Se tenho plena convicção e nenhuma dúvida eu não peco, porém se tenho dúvidas não devo fazê-lo.
Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes.
Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu.
Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente.
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus.
Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus.
Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.
Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão.
Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo.
Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu.
Não seja pois censurado o vosso bem;
A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.
Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.
Romanos 14:3,5,6,10-16,22,23
Portanto se eu tenho fé eu tenho liberdade, porém se eu amo eu limito a minha liberdade por amor aos irmãos. Portanto em Romanos 14 Paulo fala de opiniões e não entra no conselho de Deus. Nessas questões de usos e costumes não há legislação bíblica estabelecida. A única regra é o amor. Não devo julgar o meu irmão que faz uso de algo que para mim é inconcebível, e nem devo rejeitar aquele que não usa. Minha atitude deve ser de amor.
PERGUNTAS PARA FAZERMOS A NÓS MESMOS ANTES DE USAR DE ALGUMA LIBERDADE.
• Isto é lícito? I Coríntios 10:23
• Isto edifica? I Corintios 10:23b
• Isto está me dominando? I Coríntios 6:12b
• Isto glorifica a Deus? I Coríntios 10:31
• Estou buscando meu próprio interesse? I Coríntios 10:32,33
• Provém de fé? Romanos 14:23
• Provém de amor? Romanos 14:21
Jesus escandalizou? Não! Escandalizar é levar alguém a fazer algo sem ter fé. II Coríntios 6:1-4.
Devemos manter uma postura madura de ambos os lados:
Quem come não despreze a quem não come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu.
Romanos 14:3
6. DIVÓRCIO E RECASAMENTO
A família é o núcleo básico da sociedade. É no casamento que se origina e se fundamenta a família.
“Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, [e unir-se-á à sua mulher,]
e serão os dois uma só carne; assim já não são mais dois, mas uma só carne.
Porquanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem.”
( Marcos 10:7-9)
Considerações elementares que surgem dessa lei:
• O casamento é monogâmico, surge da união entre um homem e uma mulher. E os dois se tornam um.
• O casamento é uma união total; os cônjuges se tornam uma só carne. Isto inclui todos os aspectos da vida do homem e da mulher: unidade física, sexual, econômica, afetiva, espiritual, etc.
I. O CASAMENTO FOI INSTITUÍDO POR DEUS
• Não foi instituído por uma lei humana, nem idealizado por alguma civilização. O matrimônio antecede a toda cultura, tradição, povo ou nação; é uma instituição divina. Portanto, é Deus quem determina as leis e princípios que o regem.
• O casamento não é uma sociedade entre duas partes, onde cada parte impõe suas condições. Por ser uma instituição divina, é Deus quem estabelece as condições. Nunca o homem. Nem a mulher. Nem os dois de comum acordo. Nem as leis de uma nação podem determinar essas condições.
• Todo aquele que se casa deve aceitar as condições estabelecidas por Deus para o matrimônio.
• Como Deus é amor e infinitamente sábio, as leis e condições que estabeleceu para o casamento são para o nosso bem e de toda a humanidade.
II. UMA INSTITUIÇÃO CRIADA ANTES DA QUEDA
O casamento é um dos três elementos da vida humana estabelecida por Deus na criação, antes da queda:
Casamento- Gênesis 2:18
Trabalho - Gênesis 2:15
Descanso - Gênesis 2:1-3
Portanto, antes do problema da queda, Deus já havia estabelecido os padrões e condutas para essa tão importante relação. Assim como o trabalho e o descanso são para toda a humanidade, quer sejam cristãos ou não, os princípios do casamento são, também, para toda a humanidade.
É importante esclarecer isso pois alguns, de maneira descuidada, dizem que, como se casaram sem estar no Senhor, sua união não foi feita por Deus, portanto podem se separar , pois não foi Deus que uniu. Se pensarmos dessa forma estaremos dizendo que todos os casais que não estão no Senhor, podem trair um ao outro livremente pois não existe de fato um casamento; também estaremos dizendo que nossos pais que não conhecem o Senhor, ou que se casaram sem conhecer o Senhor, em verdade não eram casados.
Por isso é importante sabermos que existem três elementos que determinam um casamento que “Deus uniu”, elementos esses que regem todos os homens. Assim como a lei da gravidade afeta a todos, por ser uma lei universal, o casamento é composto de leis universais que também afetam a todos.
III. TRÊS ELEMENTOS DETERMINANTES DO CASAMENTO
• Pacto mútuo
• Testemunho diante da sociedade
• União sexual
1. Pacto mútuo
O casamento é um pacto celebrado entre um homem e uma mulher diante de Deus.
“E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da sua aliança entre ti e a tua mulher, com a qual foste desleal sendo ela tua companheira e mulher da tua aliança”
(Malaquias 2:14)
O pacto é uma ALIANÇA. São duas vontades que se comprometem formal e solenemente a ser marido e mulher. Esse pacto é firmado, basicamente, pela palavra ao fazer os votos matrimoniais.
2.Testemunho diante da sociedade
“Deixará o homem o seu pai e sua mãe...” Como o casamento é um estado civil, o pacto deve ser celebrado diante da sociedade. Parentes, amigos e conhecidos tem de ser informados que esse homem se casara com essa mulher em determinada data e que a partir dali os dois estarão unidos no honroso estado de casados. O propósito dos convites é justamente fazer público e notório o casamento. O pacto matrimonial não pode ser feito em segredo. Gênesis 29:22; Rute 4:9-11; Números 30.
3. A união sexual
“E serão uma só carne”. O que sela e dá legitimidade é a união sexual dos que fazem o pacto.
O pacto diante da sociedade tem de ser anterior a união física. Primeiro “deixará o homem o pai e a mãe”, e depois “se unirá a sua mulher.” As relações sexuais antes do casamento, são fornicação, e são um pecado diante de Deus.
IV. O CASAMENTO É UM VÍNCULO SAGRADO E INDISSOLÚVEL
1. O vínculo matrimonial
“E o Senhor fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma de suas costelas, e fechou o lugar com a carne. E a costela que o senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher, e lha trouxe. E disse o homem: Esta é afinal osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso deixará o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”
(Gênesis 2:21-24)
“De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Porquanto, o que Deus ajuntou não separe o homem”
(Mateus 19:6)
“A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor.”
(I Coríntios 7:39)
Estas passagens mostram com clareza:
• Que o vínculo da unidade matrimonial é fortíssimo. Homem e mulher passam a ser uma só carne.
• Que é um vínculo realizado por Deus mesmo. “O que Deus uniu.” Por isso é considerado sagrado.
• Que é um vínculo indissolúvel enquanto os dois cônjuges estiverem vivos. Só a morte de um dos dois pode desfazê-lo.
• Que nenhum homem ou lei humana está habilitado para desfazer o vínculo matrimonial: “Não separe o homem.”. Qualquer pessoa que o faça deve saber que está se rebelando diretamente contra a vontade de Deus.
2. Separação, divórcio e novo casamento
a) Separação
“Ora, aos casados, ordeno, não eu mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido (se porém ela vier separar-se, que não se case, ou se reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua mulher.”
(I Coríntios 7:10,11)
Deus diz claramente NÃO à separação. Se, for o caso, de o cônjuge incrédulo se separar (I Coríntios 7:12-15), a opção é ficar só ou se reconciliar, nunca contrair outro matrimônio.
b) Divórcio
“Todavia perguntais: Por que? Porque o Senhor tem sido testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, para com a qual procedeste deslealmente sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.
E não fez ele somente um, ainda que lhe sobejava espírito? E por que somente um? Não é que buscava descendência piedosa? Portanto guardai-vos em vosso espírito, e que ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade.
Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência o seu vestido; portanto cuidai de vós mesmos, diz o Senhor dos exércitos; e não sejais infiéis.”
(Malaquias 2:14-16)
Deus nos exige lealdade a nosso pacto matrimonial, pois Ele não se agrada do divórcio
c) Novo casamento
“Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela;
e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.”
(Marcos 10:11-12)
Quando alguém se divorcia e se casa novamente, Deus não considera este novo estado como casamento, mas como adultério.
“Todo aquele que repudia sua mulher e casa com outra, comete adultério; e quem casa com a que foi repudiada pelo marido, também comete adultério.” (Lucas 16:18)
Se um homem solteiro casa com uma mulher divorciada, também adultera e vice-versa.
“Ou ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que ele vive?
Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido.
De sorte que, enquanto viver o marido, será chamado adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido.”
(Romanos 7:1-3)
d) A suposta exceção
“Aproximaram-se dele alguns fariseus que o experimentavam, dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne?
Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem. Responderam-lhe: Então por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la? Disse-lhes ele: Pela dureza de vossos corações Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas não foi assim desde o princípio. Eu vos digo porém, que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por (original é me épi [ que quer dizer pondo de lado ou sem levar em conta) causa de infidelidade (a palavra no original grego aqui é pornéia [] que quer dizer fornicação, ou seja relação sexual ilícita antes do casamento) e casar com outra, comete adultério (a palavra no original é moichéia [ que quer dizer relação sexual ilícita com alguém casado(a) ); [e o que casar com a repudiada também comete adultério.]
Disseram-lhe os discípulos: Se tal é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem aceitar esta palavra, mas somente aqueles a quem é dado.
Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite.
(Mateus 19:3-12)
Veja que interpretando de maneira literal Jesus não admite exceção para recasamento. A única “exceção” é por causa de fornicação, ou seja relações sexuais ilícitas. A palavra pornéia é intencionalmente mal traduzida na maioria das Bíblias protestantes, pois traduzem como adúltério ou infidelidade. Vamos ver porque isso.
Até à reforma a Igreja sempre creu nas verdades bíblicas acerca do casamento. Porém depois da reforma houve uma tendência universal entre os protestantes de proclamar e viver um evangelho “anti-católico”, ou seja, tudo que os católicos criam, ainda que fosse verdade, era motivo de ser refutado pelos primeiros reformadores.
Quando Lutero finalmente se desvinculou da Igreja Católica por causa de suas múltiplas heresias, ele se uniu a um humanista chamado Erasmo de Roterdam, que influenciou tremendamente a vida e obra de Lutero, principalmente no tocante ao divórcio e ao recasamento. O interessante é que Erasmo foi considerado como herege pelos seus contemporâneos, principalmente por causa de sua visão extremamente humanista da Bíblia. Porém seu ensino acerca do divórcio e recasamento prevalece nas denominações evangélicas, justamente porque é frontalmente diferente do ensino da Igreja Católica sobre o assunto.
Esse é o motivo de, nas nossas Bíblias protestantes, a palavra estar traduzida de uma maneira totalmente errada, pois de outro modo traria um tremendo problema termos que concordar que o ensino católico, nesse ponto, está correto.
Nessa pergunta dos fariseus para Jesus temos que ver todo o contexto da situação.
Haviam duas escolas rabínicas de pensamento sobre assunto, e as duas discutiam exatamente o texto que os fariseus apresentaram a Jesus:
“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa.
Se ela, pois, saindo da casa dele, for e se casar com outro homem,
e este também a desprezar e, fazendo-lhe carta de divórcio, lha der na mão, e a despedir de sua casa; ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer;
então seu primeiro marido que a despedira, não poderá tornar a tomá-la por mulher, depois que foi contaminada; pois isso é abominação perante o Senhor. Não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança.”
(Deuteronômio 24:1-4)
• A escola de Hillel : Hillel interpretava coisa vergonhosa como qualquer coisa que o homem visse na mulher que não o agradasse, como por exemplo, se ela estivesse ficando feia, ou cozinhasse mal, etc. Para Hillel e seus seguidores, qualquer motivo trivialidade era motivo para uma carta de divórcio.
• A escola de Sammai: Sammai admitia o divórcio e o recasamento somente em caso de adúltério, da mesma forma que a maioria dos evangélicos crêem.
Veja que o objetivo dos fariseus era que Jesus se posicionasse a favor de uma dessas escolas de pensamento para dividir o povo contra ele.
Mas qual foi a surpresa quando o nosso amado Salvador e Senhor mostrou uma terceira opção mais sublime do que a religiosidade dos fariseus, a ponto dos discípulos ficarem tão assustados que responderam : “Se tal é a posição do homem relativamente à mulher, não convém casar!” Eles compreenderam que o compromisso era para a vida toda e que só a morte poderia anular tal compromisso. Também compreenderam que Jesus não estava aprovando nenhuma das duas alternativas dos fariseus, porém estava mostrando outra alternativa que expressava mais perfeitamente a suprema vontade de Deus.
Jesus mostrou que “coisa vergonhosa” se referia a, quando um homem, ao se casar com uma mulher, descobre que houve fornicação (pornéia) e que portanto ela não é virgem. Dessa forma, ele pode pedir a anulação do seu casamento desde que ele também seja virgem e que faça essa anulação imediatamente, caso essa situação não o agrade. Somente nesse caso é permitido o divórcio com a possibilidade de um novo casamento.
O fato de as leis do país permitirem o divórcio e o novo casamento, não modifica em nada a situação dos cristãos, pois nós estamos debaixo do GOVERNO DE DEUS, e Suas leis permanecem para sempre.
3. Compromissos contraídos antes da conversão
Qual deve ser a atitude do cristão diante dos compromissos contraídos antes da conversão?
Alguns que se “convertem” pensam que, por Deus haver perdoado os seus pecados, podem então esquecer todas as dívidas que tinha no passado. Assim o criminoso se “converte” e não responde diante da lei pelos seus atos perversos. Há pouco tempo nos telejornais foi noticiado que uma moça fora violentada e assassinada por um rapaz. Por sua vez o pai da moça, que era policial, começou uma caçada obstinada atrás do rapaz com o intuito de prendê-lo. Alguns meses depois, recebendo informações de anônimos e simpatizantes da causa, descobriu que ele estava freqüentando de maneira ativa uma denominação evangélica. Qual foi sua surpresa ao ver o rapaz cantando e “louvando” com toda alegria bem na porta do salão da congregação! Pego de surpresa, o “irmão” tentou fugir, porém não conseguiu sendo finalmente preso. Quantos “testemunhos” esse homem deve ter dado sobre sua vida pregressa! Quantos aleluias ele deve ter ouvido com a proclamação de sua belíssima “transformação”! Agora pense na angústia da família que não via o caso solucionado. Como seria de tremendo impacto para esses familiares se o rapaz tivesse feito o que Zaqueu fez quando se converteu:
“Tendo Jesus entrado em Jericó, ia atravessando a cidade.
Havia ali um homem chamado Zaqueu, o qual era chefe de publicanos e era rico.
Este procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, porque era de pequena estatura.
E correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque havia de passar por ali.
Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa.
Desceu, pois, a toda a pressa, e o recebeu com alegria.
Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador.
Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado.
Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também este é filho de Abraão.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”
(Lucas 19:1-10)
Temos que saber claramente que a fé cristã nos leva a reconhecer o valor ético e moral de tudo o que é legítimo, de todo pacto, de todo voto. Se você tem dívidas que ainda não acertou, é seu dever procurar seu credor e ver como será possível resolver essa situação pendente, e não pensar que o perdão de Deus te libera desses compromissos.
Em que implica a conversão a Cristo? O que significa o arrependimento? João Batista reivindicava frutos dignos de arrependimento, evidências claras de mudança de coração e uma firme decisão de abandonar a vã maneira de viver. Provérbios 28:13 expressa este conceito em termos concisos:
“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.”
A conversão não é conversão se a pessoa não abandona definitivamente o seu caminho pecaminoso. Se uma pessoa está vivendo em adultério quando chega a Cristo, obviamente não pode pretender entrar no reino de Deus com seu pecado. De outro modo o que significaria a salvação?
V. CONCLUSÕES FINAIS
Alguns podem pensar: “Se isto for assim, não vamos complicar a vida de muita gente?” Ao contrário! Vamos simplificá-la, porque já estão metidos em complicações. O que queremos fazer é ensiná-los o que devem fazer para sair delas. Essa é a verdade de Deus, o Evangelho de Cristo Jesus. Cristo rompe as cadeias, Cristo perdoa, porém o que não se admite é que uma pessoa siga em uma conduta imoral.
“O SENHOR JESUS É O DEUS ETERNO VOCÊ PODE ADORA-LO”
“A IGREJA É O MELHOR LUGAR PARA VOCÊ E SUA FAMÍLIA ESTÁR.”
“IGREJA É A ÚNICA FAMÍLIA DO DEUS ÚNICO”
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