PRINCÍPIOS ABSOLUTOS DA OBRA DE DEUS
I. QUAL A NECESSIDADE DESTE ENSINO?
Muitos irmãos crêem que há várias maneiras de se fazer a obra de Deus. Crêem que uns podem fazer de uma forma, outros de outra. Uns fazem “discipulado”, outros fazem grandes reuniões; uns fazem evangelismo pessoal, outros fazem evangelismo de massa. Uns fazem guerra espiritual, outros fazem estudos bíblicos. Alguns outros crêem que a obra de Deus deve ser feita com uma combinação de todos estes métodos.
Aqueles que fazem estas afirmações, não vêem outra coisa além de métodos. Este e o problema com o tal do “discipulado”. Para muitas pessoas não passa de mais um método. O método do discipulado geralmente consiste em reunir alguns irmãos e passar a eles o ensino de alguma apostilinha. Jesus não mandou fazer discipulado, Ele mandou fazer discípulos; e isto não é um método descartável, é um princípio inquestionável da obra de Deus.
Alguns nos perguntam se nós cremos que temos o “método” correto. Se pensamos que todos deviam copiar nossa maneira de fazer a obra. Outros chegam a nos acusar de que é isto mesmo que pensamos. Há ainda outros, que sinceramente querem fazer discípulos, e nos perguntam até que ponto necessitam fazer como estamos fazendo. Querem saber que coisas são indispensáveis e quais as que podem mudar conforme a circunstância e o local em que se trabalha. O objetivo deste estudo é trazer clareza sobre estas questões.
II. MÉTODOS OU PRINCÍPIOS?
Precisamos entender algo básico. OS MÉTODOS SÃO RELATIVOS MAS OS PRINCÍPIOS SÃO ABSOLUTOS. Isto é, os métodos podem mudar conforme o tempo, o local e as circunstâncias, mas os princípios não mudam nunca. Os princípios são inquestionáveis e permanentes. Por isso, descobrir e praticar princípios é fundamental na obra de Deus.
Todas as nossas práticas ou métodos devem se originar de princípios. Não importa quantas práticas tenhamos, ou quanto estas práticas mudem, elas devem emanar de princípios imutáveis.
PRINCÍPIOS ------------- PRÁTICAS
(ABSOLUTOS) ------------- (RELATIVAS)
A respeito destas coisas, encontramos hoje um engano comum: pensa-se que apenas o alvo é absoluto na obra de Deus, mas a estratégia é relativa. “O QUE” Deus quer é absoluto, mas “O COMO” Deus quer é relativo. O que importa é o objetivo, mas cada um procura alcançá-lo da maneira que bem entender. AFIRMAMOS QUE ISTO É UM ENGANO. Não podemos fazer a obra de Deus da maneira que quisermos. Os objetivos de Deus são sublimes, são divinos. Ele não nos dá uma obra tão tremenda dizendo: “façam como quiserem”. Isto não quer dizer que ele vai nos dar detalhes sobre as práticas. Mas vai nos orientar quanto aos princípios da obra, a respeito “DO QUE” ele quer e “DE COMO” ele quer.
III. PRINCÍPIOS ABSOLUTOS DA OBRA EM GERAL
A. O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS
Ninguém pode questionar Rm 8.28-29. Se queremos cooperar com Deus, temos que trabalhar em função disto. Não podemos trabalhar para: salvar muita gente, encher o salão, mante-los na igreja, ter um trabalho grande e reconhecido, etc. Se não trabalhamos como Paulo (Cl 1.28; Ef 4.13), não cooperamos com Deus de maneira completa.
B. JESUS É O NOSSO ÚNICO PONTO DE REFERÊNCIA
Não devemos olhar apenas para Jesus Cristo na cruz, na ressurreição ou no trono. Devemos olhar para o Jesus obreiro, sua maneira de operar, sua estratégia de ação. Os homens de sucesso, os ministérios reconhecidos mundialmente, não servem como ponto de referência. Apenas na medida em que eles seguem a Jesus. Ver Mt 17.1-5; Hb 1.1-3.
C. A PALAVRA APOSTÓLICA É A NOSSA ÚNICA FONTE DE INFORMAÇÃO
O Velho Testamento é útil (2Tm 3.16), mas é só como base. O V.T. contem as sombras e figuras (Cl 2.16-17; Hb 8.5; 9.23; 10.1), mas o Novo Testamento contém a realidade que é JESUS E A IGREJA. Se quiséssemos edificar uma nação terrena, deveríamos buscar os princípios para esta obra no V.T., mas a igreja é uma nação celestial (Ef 2.6; Hb 12.22), e os princípios para sua edificação estão no N.T. (ver ainda Gl 4.8-11).
D. A Ordem de Jesus é Que Façamos Discípulos
(Mt 28-18-20)
Para entendermos bem que obra é esta, temos que ir ao Novo Testamento e ver com cuidado: A) o que era um discípulo para Jesus (Lc 14.26-27; 14.33; Jo 8.31; 13.34-35; 15.8); B) como Jesus fazia discípulos, que mensagem pregava e que condições colocava (Mt 18-19; 9.9; 19.16-22; Lc 9.57-62; 14.26-33); C) como ele cuidava dos discípulos (Mc 3.14; Jo 17; Mt 5.1-2)
NÃO PODEMOS CONSIDERAR ESTA MANEIRA DE JESUS TRABALHAR, COMO ALGO RELATIVO. DEVEMOS FAZER COMO ELE FEZ.
E. A ÚNICA PREGAÇÃO QUE FORMA DISCÍPULOS É A PREGAÇÃO DO EVANGELHO DO REINO
Temos que conhecer bem a diferença entre o evangelho do reino e o evangelho das ofertas. Se pregamos salvação sem as condições do discipulado, não vamos formar discípulos, mas um ajuntamento de gente sem compromisso e submissão a Deus.
F. A ESTRATÉGIA DE DEUS PARA CUMPRIR O SEU PROPÓSITO É O SERVIÇO DOS SANTOS
Se não entendemos bem Ef 4.11-16, podemos até juntar muita gente, mas nunca vamos cooperar a fundo com o propósito de Deus revelado em (Rm 8.28-29 e Ef 4.13).
G. TODO RECONHECIMENTO DO MINISTÉRIO DEVE SER PELO FRUTO DO SERVIÇO (MT 7.16)
Deve haver fruto de vidas alcançadas, transformadas, edificadas, para que alguém vá crescendo no ministério. Nos setores mais tradicionais da igreja, o reconhecimento vem através de um curso teológico. Nos setores chamados “renovados”, o reconhecimento é pelo carisma, ou pela eloqüência no ensino. Nos tempos do N.T., os presbíteros surgiam no seio da própria igreja, e eram reconhecidos por sua vida reta e pelo serviço (Tt 1.5-9).
H. OS PASTORES, E OUTROS LÍDERES DEVEM SER E FAZER TUDO AQUILO QUE QUEREM QUE OS DEMAIS DISCÍPULOS SEJAM E FAÇAM. (AT 1.1; HB 5.1-3)
Devem ser o exemplo, não apenas quanto a sua santidade pessoal, mas também quanto ao serviço. Devem se relacionar nas juntas e ligamentos, pregar o evangelho, fazer discípulos, edificá-los, formar igrejas nos lares, etc..
I. TODO ENSINO E ESTRUTURA DEVE SE MANTER NA SIMPLICIDADE. (2CO 11.3)
Não devemos ter um “pacote” muito grande. Paulo deu todo o conselho de Deus aos Efésios em apenas três anos (At 20.27). Jesus mandou guardar todas as coisas (não toda a Bíblia). Se a igreja esta cheia de intelectualismo bíblico, ou está sempre atrás de novidades, será muito difícil edificar discípulos. A novidade na igreja é que o amor e a obediência aumentem, e muitos novos se convertam ao senhor.
J. TUDO ISTO SE FAZ NAS CASAS (AT 2.46; 5.42; RM 16.10,14,15; 1CO 16.15,19; CL 4.15)
O Espírito Santo levou a igreja para as casas, não para fazerem reuniõezinhas com oração cântico e pregação, mas para serem tudo o que a igreja deve ser (principalmente desenvolver o ministério dos santos). Em grandes reuniões, com muita gente, não se pode ordenar os santos para o seu ministério. Por isso devemos nos reunir nas casas, em grupos pequenos.
IV. PRINCÍPIOS ABSOLUTOS ESPECÍFICOS DAS REUNIÕES CASEIRAS
A. QUE SEJAM REUNIÕES PEQUENAS
Nem sempre é possível manter os grupos pequenos como se gostaria por causa da lentidão em formar novos líderes. Mas devemos fazer todo o esforço nesta direção porque com muita gente é muito difícil supervisionar concretamente todos os ministérios do grupo.
B. QUE TODOS NA REUNIÃO ENTENDAM QUAL É A OBRA DO GRUPO
Devem ter uma mente libertada do reunionismo. Devem entender que a principal obra não é a que é feita no encontro do grupo, mas a que é feita durante toda a semana, por todos os integrantes do grupo (isto é, o companheirismo, o evangelismo nas ruas, as visitas aos contatos, o cuidado dos discípulos, os encontros com os discipuladores, os encontros com o núcleo do grupo, os encontros da liderança, as viagens a cidades próximas, as visitas a irmãos desviados de outras congregações da cidade, etc.).
C. QUE OS LÍDERES SEJAM FORMADOS EM TUDO AQUILO QUE DEVEM PRODUZIR NOS GRUPOS
Se alguém não tem uma sólida experiência de companheirismo, evangelismo, edificação de discípulos e formação de discipuladores, como vai levar o grupo a ter esta experiência?
D. QUE SE TRABALHE POR NÍVEIS
Isto porque Jesus é o modelo da obra, e ele trabalhava por níveis (tinha as multidões, os 500, os 120, os 70, os 12, e entre estes, Pedro, João e Tiago). Para cada nível corresponde uma intensidade de acompanhamento. Temos em Salvador, uma maneira especifica de distinguir níveis nos grupos. A maneira como fazemos isto, é uma coisa relativa. Cada um deve procurar a melhor maneira de fazê-lo. Mas quem não distingue níveis no grupo, está deixando de lado um princípio absoluto, que percebemos no ministério de Jesus.
E. QUE O ENCONTRO DO GRUPO SEJA CHEIO DE PARTICIPAÇÃO
Os discípulos que fazem parte do grupo, não apenas devem trabalhar durante a semana, mas durante os encontros, devem participar com suas orações, testemunhos do trabalho, etc.
F. QUE HAJA TRABALHO NA RUA
Jesus passou a maior parte do seu ministério nas ruas. Mesmo quando edificava seus discípulos, estava na rua. Isto criava ampla possibilidade de constante evangelismo. Discípulos medrosos, que querem ficar sempre dentro de casa, dificilmente vão dar continuidade a obra. Devemos sair em grupos, sair com o(a) companheiro(a), com os discípulos, com os mais maduros, com o grupo todo, de todas as formas e em todas oportunidades possíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário