sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

História
da
Evolução
Cristã
As Heresias Primitivas Doutrinas Cristãs Básicas Os Primeiros Pensadores Cristãos Ascetismo e Monasticismo. Por que o Cristianismo Triunfou?
Heresias Primitivas

1 - As Heresias Primitivas

Uma heresia constitui-se num movimento de idéias contrárias ao que foi definido pela Igreja em matéria de fé, ou qualquer ato ou palavra ofensiva à religião.

As perseguições que afligiram a Igreja Cristã nos primeiros três séculos começaram no tempo do seu fundador, pois o primeiro dos mártires da nova religião foi o próprio Senhor Jesus Cristo. Os judeus que o crucificaram continuaram a atacar seus seguidores. Tão acerba se tornou a disputa entre judeus e cristãos que os romanos, muitas vezes, tiveram de intervir para manter a paz. Mas depois do ano 70 d.C., quando os judeus sofreram severamente numa insurreição contra o domínio romano, não constituíram mais ameaça séria aos cristãos.

Ao mesmo tempo que sofria a pressão externa da perseguição, passava a Igreja por uma série de crises internas surgidas de incertezas, entre os próprios cristãos, quanto à exata definição de suas crenças. Os próprios ensinamentos de Jesus não haviam sido elaborados num sistema completo e estavam sujeitos a várias interpretações. Nenhum dos Apóstolos, igualmente, procurara expressar a mensagem da nova religião como um corpo sistemático de idéias. Cada missionário pregava sua própria versão do Cristianismo e cada congregação determinava suas próprias crenças. Alguns dos que haviam sido criados como judeus continuavam, após a conversão, a aderir à Lei Hebraica do Velho Testamento, ao passo que outros, que haviam sido pagãos, procuravam integrar sua nova religião com os costumes do culto pagão. Tais diferenças de crença e práticas davam origem a debates sobre o que era ortodoxo e o que era herético, isto é, sobre o verdadeiro e o falso em questão de ensinamento cristão.

Debates dessa espécie tornaram-se mais intensos quando o cristianismo entrou em contato com a filosofia grega, pois os gregos que residiam nas terras do Oriente helenístico davam tanta importância à compreensão quanto os judeus à retidão. À medida que se espalhava entre eles o Cristianismo, começaram a fazer perguntas que a Igreja era obrigada a responder, de modo que a Igreja, que até então se baseara quase inteiramente na fé, se via agora forçada a estabelecer explicações racionais para a crença cristã.

As fronteiras ideológicas do Cristianismo tornavam-se frágeis e se diluíam em tendências heterogêneas. Estas, ao se afirmarem, criaram uma confrontação inevitável entre as múltiplas interpretações doutrinárias e as várias tradições cristãs. Como todas as correntes reivindicavam a legitimidade apostólica, tratava-se de definir o que estaria de acordo ou contra a pregação tradicional dos Apóstolos. Essa confrontação veio a caracterizar a divisão entre elementos ortodoxos e heterodoxos no pensamento cristão elaborado. Tornara-se ortodoxia a tendência numérica e politicamente majoritária dentro do Cristianismo, que se impôs como a verdadeira Igreja, formuladora das normas de fé, prevalecendo em detrimento das posições divergentes minoritárias.

As heresias representaram, relativamente ao corpo doutrinário constituído, tendências heterodoxas, movimentos dissidentes e grupos numericamente minoritários, quase sempre desligados da Igreja cristã majoritária, graças às excomunhões conciliares ou mesmo por sua própria iniciativa separatista.

Do ponto de vista histórico, a ortodoxia triunfou como instituição jurídica e como política moderadora, fundada na primazia da Igreja Romana. Mas, do ponto de vista doutrinário, seu sucesso deveu-se a uma elaboração teológica mais consistente do que as numerosas crenças desorganizadas e freqüentemente incoerentes do desenvolvimento do pensamento cristão. Na verdade, a lógica da ortodoxia se firmou nos elementos fixos da tradição cristã: a doutrina fundamental primitiva, a revelação bíblica e a tradição oral, resumidas e definidas no Credo (encerra os artigos fundamentais da fé cristã). Ao lado disso, existiram no Cristianismo antigos elementos provenientes do contato com a cultura helênica, que adicionaram novidades filosóficas ao núcleo doutrinário. As correntes chamadas heréticas teriam se ressentido mais fortemente das influências pagãs, acabando por rejeitar doutrinas definidas pela comunidade eclesiástica majoritária e deteriorando o que se considerava conteúdo específico e original da fé cristã.

Uma das controvérsias mais básicas referia-se à natureza de Cristo. A posição que a Igreja aceitava como ortodoxa era a de ser Jesus a um tempo Deus e homem, idêntico ao Pai Divino sem deixar de compartilhar dos atributos de um ser humano. Não obstante, certo número de cristãos continuava a manter crenças heréticas, umas negando que Jesus fosse homem, outras negando que ele fosse idêntico a Deus. Os docetistas, por exemplo, acreditavam que o corpo humano de Jesus era apenas um fantasma, e os nestorianos ensinavam que Deus apenas habitava no corpo de Jesus, como num templo. Os monofisitas, dos quais descendem os atuais coptas do Egito, os jacobitas da Síria e os cristãos da Armênia e da Abissínia, insistiam em que a natureza de Jesus era inteiramente divina. A mais forte da heresias era a liderada por Ário (aprox. 256-336), ascético e eloqüente sacerdote egípcio. Ensinava que Jesus não era da mesma natureza de Deus, mas também não era um homem como os demais; sua natureza, antes, era algo como a de um anjo - menos do que de deus e mais do que humano. Ário conquistou tantos adeptos dentro da Igreja que acerba disputa sobre seus ensinamentos logo ameaçou a paz de todo o Império. No interesse da tranqüilidade pública, o Imperador Constantino, portanto, tomou medidas para resolver a questão de qualquer modo. Em conseqüência, convidou os dirigentes da Igreja a se reunirem em Nicéia, e mais de trezentos bispos assim se reuniram para o primeiro concílio ecumênico da Igreja. Esse Concílio elaborou uma síntese da crença cristã, conhecida como o Credo de Nicéia, que definiu a natureza da Santíssima Trindade e condenou o arianismo como heresia. Apesar, porém, dessa condenação, o arianismo continuou a mostrar muita força, mas em 380, o governo imperial negou tolerância aos arianos e, em 381, outro concílio ecumênico, reunido em Constantinopla, reafirmou e ampliou as doutrinas trinitárias ortodoxas expressas no Credo de Nicéia. Daí por diante, o arianismo desapareceu em todo o Império.

Outra grande disputa surgiu em torno do problema do bem e do mal. A mais desafiadora das heresias nascidas desse debate foi o gnosticismo (1), que apareceu pelos meados do segundo século. Como alguns dos cultos religiosos orientais, o gnosticismo traçava nítida separação entre a matéria, que é o mal, e o espírito, que é o bem. De acordo com esse conceito, os gnósticos encaravam o espírito divino como superior tanto ao deus do Antigo testamento como a Jesus, os quais se haviam preocupado com o mundo físico. E ensinavam que o caminho da redenção do homem passava pelo ascetismo e pelo misticismo, por meio dos quais seu espírito podia ser libertado do mal do mundo material e conduzido à união com o espírito divino.

A Igreja ortodoxa condenou esses ensinamentos, que colocavam o Deus cristão abaixo de outro ser ainda mais espiritual, que declaravam não ser o homem responsável por suas ações uma vez que não podia existir mal moral, e que consideravam o ascetismo e o misticismo mais importantes do que a conduta dos homens para com seus semelhantes durante a vida terrena.

2 - Doutrinas Cristãs Básicas

As heresias surgidas em dissensão dos ensinamentos ortodoxos da Igreja testemunham a dificuldade da tarefa de definir as doutrinas da nova religião. Contudo, o desaparecimento gradual dessas heresias testemunha também o sucesso da Igreja na formulação das crenças que deveriam permanecer como o núcleo da doutrina cristã ortodoxa. Nessas disputas de supremacia e polêmicas teológicas, a Igreja de Roma exerceu um papel decisivo, na medida em que as posições doutrinárias da capital tendiam a se qualificar como verdadeiras. O Cristianismo romano conseguiu impor-se como ortodoxia no conjunto da cristandade, estendendo sua influência graças à constituição do conceito de sucessão apostólica, ou seja, à crença de ter o Príncipe dos Apóstolos como fundador de sua comunidade, à supremacia política enquanto capital e através da ajuda material às demais igrejas. Dentre as principais doutrinas cristãs básicas tem-se, primeiro, a crença de que o Pai, Filho e o Espírito Santo são ofícios ou manifestações do único Deus, sendo a expressão da perfeição; em segundo lugar, que Jesus era 100% Deus como 100% homem, nascido de uma virgem, e que morreu para redimir os outros homens e depois ressuscitou dos mortos; em terceiro, que todos os cristãos são membros de uma só Igreja, que está sob guia divina; em quarto, que vive a doutrina dos Apóstolos; e, em quinto, que, por meio da Igreja, os homens podem libertar-se do inferno e entrar na vida eterna do Céu. Sobre essas crenças, que constituem o núcleo de sua dogmática, a Igreja iria permanecer firme através de todos os séculos de sua existência.

3 - Os Primeiros Pensadores Cristãos

O pensamento teológico cristão é tão antigo quanto a primeira formulação da fé em Jesus, o Cristo. Os escritos do Novo Testamento representam os primeiros ensaios da reflexão teológica, reunidos na forma de testemunhos originais da fé. A história da teologia começa e se desenvolve a partir dessas fontes.

A primeira coleção de escritos teológicos surgidos depois do Novo Testamento é composta de documentos agrupados sob o título de Padres Apostólicos. Foi o estudioso francês Jean Cotelier quem assim os classificou no séc. XVII. Inicialmente faziam parte dessa coleção: a Epístola de Barnabé, a Carta de Clemente Romano, Cartas de Inácio de Antióquia, a Carta de Policarpo, e o Pastor de Hermas. Em 1765 foram incluídos na lista os fragmentos de Pápias e de Quadrato, e a Epístola a Diogneto. Mais tarde, em 1873, descobriu-se o Didaquê (2), concluindo-se com ele a coleção. São obras de estilo simples, interessadas em dar testemunho da vida cristã em face das perseguições a que era submetida a Igreja, com algumas indicações a respeito da estrutura eclesiástica incipiente.

Os cristãos, logo no início de sua história, foram considerados perigosos para o império. Ao combatê-los, as autoridades atribuíam-lhes inconsistência filosófica, moral e religiosa, acusando-os de minar os fundamentos da sociedade vigente.

Enquanto os Padres Apostólicos se dedicavam à vida interna da Igreja e à elevação moral e espiritual dos seus membros, os apologistas atuavam na fronteira com o mundo e com o pensamento pagão. Em muitos casos davam a seus escritos uma forma legal, solicitando que as autoridades verificassem em que consistia o Cristianismo. As acusações contra os cristãos se referiam ao seu ateísmo e anarquismo (Justino, Apologia 5,6; 11,12), pois recusavam-se a participar dos cultos ao imperador e a servir ao Estado. Também eram acusados de licenciosidade por celebrarem a eucaristia secretamente à noite. Quadrato (125, provavelmente de Atenas), o mais antigo dos apologistas, apresentou ao imperador Adriano uma defesa da fé cristã, da qual se conhece apenas um trecho citado por Eusébio (Apologia 55).

O movimento apologético do séc. II procurou defender a fé cristã junto às autoridades. Foram seus principais escritores Justino Mártir (105 - 165), que em suas Apologias e outras obras expõe a fé cristã, elaborando já certas doutrinas fundamentais, e Tertuliano (160 - 230), extremamente rígido em suas idéias, a ponto de terminar a vida na seita dos montanistas (3). Se há na teologia incipiente de Justino certo descortino universalista e grande abertura ao diálogo com o mundo da cultura, já em Tertuliano o âmbito da fé se restringe ao puro domínio da Igreja e se distancia da vida civil.

O movimento gnóstico do séc. II buscava a união com Deus através de práticas secretas apenas conhecidas de iniciados. Acusava os cristãos de não possuir a verdade, comunicada por Jesus nos quarenta dias entre a Ressurreição e a Ascensão. Contra o gnosticismo não só escreveu Justino Mártir, mas principalmente Ireneu, bispo de Lyon (126 - 200). Sua obra principal chama-se Adversus Haereses (Contra os Heréticos) e se divide em cinco livros. É fonte preciosa para conhecer o pensamento gnóstico e cristão. Ireneu desenvolveu a doutrina da sucessão apostólica dos bispos, da Bíblia, dos credos e do batismo, como instrumento de defesa da fé cristã contra os ataques cada vez mais insistentes das heresias.

Foi em Alexandria, porém, que se desenvolveram os primeiros grandes sistemas teológicos do cristianismo. Clemente (150 - 215) e Orígenes (185 - 254) procuraram relacionar a fé com o mundo filosófico e introduzir o pensamento cristão nos círculos intelectuais da sociedade. Orígenes é principalmente importante porque estabelece critérios para interpretação das Escrituras, encontrando no texto sagrado três significados distintos: o somático ou literal, o psíquico ou moral, e o místico ou espiritual.

Pouco a pouco as discussões teológicas se vão concentrando em torno da pessoa de Jesus, o Cristo. Justino Mártir e os apologistas haviam empregado o conceito de lógos para comunicar à mentalidade filosófica grega as idéias fundamentais da teologia judaico-cristã a respeito de Jesus. A divindade do Cristo havia sido pressuposta desde o início do testemunho do Novo Testamento. Tertuliano e Ireneu haviam falado na Trindade. Orígenes dizia que entre as três pessoas divinas (Pai, Filho e Espírito Santo), havia certa subordinação natural, muito embora não visse entre as pessoas qualquer diferença de substância. A noção de uma trindade transcendental parecia a muitos demasiadamente metafísica, com ressonâncias gnósticas.

A pergunta fundamental da teologia era esta: como entender Jesus, o Cristo, à luz dessa trindade transcedental? Surgiu, então, o movimento chamado monarquismo (do gr. monárkhes, "soberano"), que ressaltava a unidade soberana de Deus em relação com o Cristo. Havia dois tipos principais de monarquismo: o dinâmico, que considerava o Cristo apenas homem, adotado por Deus, sem qualquer relação metafísica com o Pai; e o modalista, que considerava o Cristo realmente divino, idêntico ao Pai. Por detrás das preocupações dessas duas escolas estava o problema da salvação: como pode Jesus salvar se não for Deus? Como considerá-lo Deus se sofreu na cruz? Se Jesus é Deus, então Deus não é uno. Que lugar ocupa o Cristo na economia da salvação e da vida divina? Assim, foram inúmeras as doutrinas controversas que surgiram principalmente em torno da natureza do Cristo.

Melhor se pode compreender quão difícil era a tarefa de distinguir entre a verdadeira doutrina cristã e a heresia, quando se verifica que os dois maiores apologistas da Igreja foram mais tarde condenados por haver propagado heresias. Um deles foi Orígenes (aprox. 185-254), famoso como mestre em Alexandria, nos princípios do terceiro século. Consciente da importância básica da Bíblia para o pensamento cristão, escreveu muito, tentando resolver alguns problemas que surgiam em sua interpretação. Depois de sua morte, todavia, certo número de seus ensinamentos foi posto em discussão e, 300 anos mais tarde, um concílio da Igreja decretou que seus escritos continham diversas doutrinas heréticas, que Orígenes inocentemente desenvolvera ao tentar harmonizar filosofia e teologia.

Falta similar foi encontrada na obra de Tertuliano (aprox. 160-230), zeloso homem da igreja que vivia em Cartago. Defensor apaixonado da Igreja, Tertuliano fez uso dos seus conhecimentos da lei e dos clássicos para refutar várias acusações de crime levantadas contra os cristãos e para demonstrar a superioridade religiosa e filosófica do cristianismo sobre as crenças pagãs. Foram, os dele, os primeiros escritos cristãos importantes em língua latina, que ele estabeleceu como a língua da Igreja nas terras ocidentais. Contudo, apesar da ardente retórica e da apaixonada convicção com que procurava sustentar a doutrina ortodoxa, também foi acusado de crenças heréticas.

Crisóstomo (aprox. 344-407) - Criado em Antióquia, seus grandes dotes de graça e eloqüência como pregador levaram-no a ser chamado a Constantinopla, onde se tornou patriarca, ou arcebispo. Como os outros Apologistas, ele harmonizou o ensinamento cristão com a erudição grega, dando novos significados cristãos a antigos termos filosóficos, como a caridade. Em seus sermões, defendia uma moralidade que não fizesse qualquer transigência com a conveniência e a paixão, e uma caridade que conduzisse todos os cristãos a uma vida apostólica de devoção e de pobreza comunal. Essa piedosa mensagem, entretanto, tornou-o impopular na corte imperial e mesmo entre alguns membros do clero de Constantinopla, de modo que acabou sendo banido e morreu no exílio.

Ambrósio (aprox. 330-397) - Como Bispo de Milão, conquistou influência em razão de sua dominadora personalidade assim como por seus escritos. A ele é atribuído o sucesso em obrigar o Imperador Teodósio a fazer penitência por seus pecados e, assim, a admitir que estava sujeito aos mesmos ditames morais que os demais cristãos. Essa realização dramática de Ambrósio muito fez para estabelecer a tradição ocidental de que o clero, como servidor da Igreja, tinha o poder de disciplinar mesmo os mais elevados dirigentes seculares. Ambrósio também ajudou a cristianizar e latinizar a herança do ensinamento pagão.

Jerônimo (aprox. 347-419) - Seus dotes lingüísticos o predispuseram para sua obra principal - a tradução da Bíblia em latim literário, dos vários textos hebraicos e gregos existentes. Sua tradução, conhecida como a Vulgata, ou Bíblia do Povo, foi amplamente utilizada nos séculos posteriores como compêndio para o estudo da língua latina, assim como para o estudo das Escrituras.

Apolinário, de Laodicéia - Bispo no séc. IV, colocara-se a serviço da ortodoxia e se fizera acérrimo defensor das doutrinas rigorosamente ortodoxas de Atanásio. Em seu zelo pela fé tradicional, Apolinário inverteu o erro de Ário, ao afirmar que o lógos divino preenche o lugar da alma racional em Jesus. Em Cristo havia apenas a natureza divina. Sua doutrina foi condenada no Concílio de Constantinopla, em 381. A atitude divinizante de Apolinário era reflexo da atmosfera mística da Igreja cristã de Alexandria.

Nestório, bispo de Constantinopla - Os cristãos de Antióquia e de Roma eram muito mais realistas que os do Oriente. Para os teólogos do Ocidente a salvação nada significaria, se Jesus não tivesse sido plenamente humano. O principal representante dessa tendência era Nestório, bispo de Constantinopla a partir de 428. Para ele a Virgem Maria não deveria ser chamada theotókos (Mãe de Deus), mas simplesmente theokýmõn ou theophóros, portadora do cristo. Ela havia concebido apenas um homem, que, mais tarde, pela graça de Deus, se havia tornado instrumento da divindade. Nestório fazia questão de não misturar a natureza humana com a divina, muito embora tivesse que ressaltar, para isso, o caráter inteiramente humano de Jesus.

4 - Ascetismo e Monasticismo

Não podemos esperar compreender o espírito da primitiva Igreja Cristã sem entender seus ideais de ascetismo e monasticismo.

Por trás do movimento monástico, achava-se o zeloso cristão empenhando-se fervorosamente para conseguir a união de sua alma com Deus, mesmo enquanto ainda a viver na terra, bem como de preparar-se para essa união após a morte. A fim de realizar tal união, fazer com que a alma dominasse o corpo, procedia a uma vida solitária. Isso significava ascetismo, renúncia completa de todas as tentações do mundo material, aceitação voluntária de sofrimentos e privações. Para alcançar esse desapego do mundo, devia ele viver em solidão ou juntar-se com pequeno número de outros de espírito e temperamento idênticos.

O impulso para o ascetismo e o monasticismo não é peculiar ao cristianismo. Aparece em outras religiões, tanto antes como depois do tempo de Cristo, e entre alguns indivíduos que não professam qualquer religião.

No terceiro e quarto séculos, outras influências deram acrescida força ao impulso para o ascetismo e o monasticismo e levaram esses ideais a uma realização prática. Uma delas foi a influência das filosofias dualistas do gnosticismo e do neoplatonismo. Ainda que a Igreja condenasse essas filosofias como pagãs ou heréticas, cristãos zelosos não podiam deixar de dar ouvidos a seus ensinamentos - que se pareciam com os da própria Igreja - de que o universo é a arena de luta entre o bem e o mal, de que o mundo material é o reino do mal e o mundo espiritual é o reino do bem, e de que os homens, portanto, deveriam esforçar-se para entrar no mundo do espírito.

Outra influência, contudo, surgiu das novas circunstâncias em que se achou a própria Igreja, desde que o Cristianismo se tornara uma religião aceita e mesmo oficial. Não mais, como nos séculos anteriores, podia o cristão demonstrar seu zelo simplesmente aceitando o risco do martírio ou dedicar-se a propagar a fé como missionário. Agora, os que desejavam dar prova heróica de seu devotamento religioso deviam procurar provações maiores do que as que lhes viriam simplesmente em virtude de serem cristãos e continuarem a tomar parte nos empreendimentos normais do mundo, ou mesmo em seguir a vocação do sacerdócio.

A Igreja como instituição não estabeleceu o monasticismo. Foi ele um movimento de entusiasmo e auto-sacrifício, imbuído de um espírito de negação referente ao mundo cotidiano, movimento de leigos que a Igreja depois abençoou como integrado em seu próprio espírito.

Esse movimento deu origem à criação dos conventos, uma vez que para levar uma vida de ascetismo era preferível agrupar-se em comunidades monásticas do que viver solitários como eremitas. Regras foram estabelecidas exigindo dos monges votos de pobreza, castidade e obediência a seus superiores, uma rotina de orações e meditações e a realização de certa espécie de trabalho. As rotinas prescritas eram rigorosas, mas não permitiam que os monges exagerassem seu ascetismo, pois mostrava como ideal a autodisciplina, em vez do autocastigo.

5 - Por que o Cristianismo Triunfou?

Qualquer estudo do começo do Cristianismo deve salientar seu triunfo posterior, dentro apenas de quatro séculos após a morte de Jesus. E isso inevitavelmente suscita a pergunta: por que obteve ele esse triunfo?

O próprio Cristianismo oferece resposta à indagação: a Igreja considera-se uma instituição divina, fundada por Deus e sustentada para sempre pelo poder da Divina Providência. Mas esta resposta somente satisfaz os que compartilham da fé cristã num poder sobrenatural. Outras respostas, baseadas na razão e na história, e não na fé religiosa, também podem ser dadas.

Uma dessas razões do sucesso do Cristianismo encontra-se na época do seu aparecimento. No tempo em que Jesus pregou sua mensagem, os homens de toda parte do Império sentiam a necessidade de uma nova religião. Perdera-se a confiança nas antigas crenças religiosas. Nada restava delas, a não ser a crença vaga de que Deus devia ser um e onipotente, e de que a ética devia basear-se num bem absoluto.

Outra explicação do sucesso da nova religião é a força da Igreja como instituição. A Igreja mostrou-se sábia ao preferir abrir a todos os que quisessem ser admitidos nela o ingresso em sua fraternidade: mulheres e homens, ricos e pobres, escravos ou livres, sem distinção de raças. Foi sábia, também, em adaptar-se aos costumes dos tempos, em todas as questões que não comprometessem suas crenças fundamentais.

O devotamento da Igreja ao princípio da fraternidade dos homens submetidos a Deus explica mais do que a razão pela qual o Cristianismo substituiu as outras religiões do antigo mundo mediterrâneo.

(1) Gnosticismo - Doutrina filosófico-religiosa surgida nos primeiros séculos da nossa era, que visava a conciliar todas as religiões e a explicar-lhes o sentido mais profundo por meio da gnose (Conhecimento, sabedoria).

(2) Didaquê - Escrito apócrifo, anterior ao ano 150, tratava de instrução moral, da liturgua, da disciplina e dos ofícios eclesiásticos, além de uma exortação final sobre breve retorno de Jesus e a ressurreição dos mortos.

(3) Montanistas - Sectários do Montanismo, heresia de Montano (séc. II), que professava uma encarnação do Espírito Santo e extremo rigorismo moral.

Heresias Primitivas

PELAGIANISMO - Doutrina que, professada no século IV, por Pelágio e seus partidários, é a primeira heresia do Ocidente cristão. O pelagianismo repousa essencialmente na concepção de acordo com a qual o homem pode sempre escolher igualmente entre o bem e o mal. Para o exercício dessa escolha, pensam, o homem dispõe livremente do seu corpo e de seus membros. Sua vontade está sempre pronta a enfrentar a dupla opção e só é plenamente livre enquanto permanece capaz dessa escolha. Pelágio, que era uma asceta (religiosos que renunciavam o mundo e praticavam mortificação), não deixa de insistir no valor do homem e de sua autonomia.

Desenvolve a idéia de que o homem é a obra-prima de Deus, do qual recebeu, por um privilégio único, a razão, quer dizer, a consciência de seus atos. Assim, é a razão que permite ao homem dominar as outras criaturas e os seres que lhe podem ser superiores pela força. É a razão que lhe permite conhecer Deus.

Os pelagianos só admitem o pecado pessoal, negando a existência do pecado original. A natureza humana, segundo eles, não pecou. Pecou apenas o indivíduo. Não é possível que alguém peque para com outrem, assim como não é possível que um redima o outro. O homem, único autor de sua queda, é também único autor de sua regeneração. A redenção de Cristo não teve por objetivo cancelar um pecado coletivo e hereditário do gênero humano. A finalidade da redenção seria apenas a de neutralizar, pelo bom exemplo do segundo Adão, o mau exemplo do primeiro Adão. Assim como este arrastou o homem para a morte, pela sua desobediência orgulhosa, assim também Jesus Cristo mostrou, com sua obediência humilde, o caminho da ascensão espiritual ao Deus que tudo perdoa.

Naturalista e racionalizante, mas sempre profundamente religiosa, a doutrina pelagiana recusa ferozmente toda concepção do pecado como causa da morte, bem como a de uma fraqueza moral herdada de uma falta primeira. Concebe dessa forma a redenção, ensinando que o homem pode, em virtude tão-somente de seu esforço pessoal, atingir a santidade perfeita.

MANIQUEÍSMO - O maniqueísmo é uma gnose. Como toda gnose, é essencialmente fundada em um "conhecimento" que traz com ele próprio a salvação, salva por si mesmo, pelo fato de que, revelando ao homem sua origem, o que era e onde estava antes de ser "jogado" no mundo, o torna consciente do que é em sua realidade própria, explica-lhe sua condição presente e o modo de libertar-se dela, garantindo-lhe o que virá a ser, o que é chamado a tornar-se: conhecimento que é, antes de mais nada, conhecimento simultâneo de si mesmo e de Deus em si e que pretende ser um saber absoluto.

Essa gnose se exprime em forma mítica. O mito se desenvolve, pois, em três fases: um "momento anterior"ou "passado", no qual havia distinção, dualidade perfeita de duas substâncias (espírito e matéria, o bem e o mal, a luz e as trevas); um "momento médio"ou "presente", no qual a mistura se produziu e continua a durar; um "momento futuro" ou "final", em que a divisão primordial será restabelecida. Aderir ao maniqueísmo, consiste pois, em professar essa dupla doutrina dos "dois princípios"ou das "duas raízes" e dos "três tempos" ou dos "três momentos".

DONATISMO - O donatismo é um cisma que dividiu a Igreja, na África, durante três séculos e meio, do fim da perseguição de Diocleciano aos cristãos (a era dos mártires) à invasão árabe. Divergências inconciliáveis estabeleceram-se entre os cristãos a respeito da atitude a assumir em face dos crentes e mesmo dos bispos que haviam falhado durante a perseguição.

O bispo Donato organizou o partido dos intransigentes, para os quais a validade dos sacramentos

dependia da santidade dos ministros. Do lado católico, estavam os partidários de Roma, liderados por Ceciliano, que formou seu partido, e que disputava com Donato pela sede de Cartago.

Sobre os sacramentos e a teologia da Igreja, reflexão da qual Santo Agostinho participou amplamente, estabeleceu que o Cristo é o verdadeiro autor dos sacramentos, e que o papel dos clérigos era intermediar os ritos (batismo, por exemplo), pois a santidade dos sacramentos é do Cristo.

ARIANISMO - O arianismo - do nome de Arios, padre de Alexandria, do começo do século IV, tradicionalmente considerado o pai dessa heresia - é uma reflexão doutrinária visando a aprofundar o dogma cristão da Trindade e a esclarecer o problema das relações, no interior do Ser de Deus, das três pessoas: Pai, Filho e Espírito.

Essa corrente de pensamento, declarada herética a partir do Concílio de Nicéia (325), surgiu em reação à pretensão da Igreja Romana de absorver a pessoa do Filho na pessoa do Pai, enquanto os arianos combatiam a unidade e a consubstancialidade em três pessoas da Trindade e sustentava que o Verbo, tirado do nada, era muito inferior a Deus Pai. Consideravam Cristo como essencialmente perfeito, mas negavam a sua divindade. Esta doutrina, sustentada por vários imperadores de Constantinopla, como Constâncio Valente, contrabalançou durante algum tempo o poder do catolicismo. Foi condenada pelo Concílio de Niceia (325). O Concílio de Constantinopla (381) desferiu-lhe rude golpe.

OS QUE ACREDITAM NA UNICIDADE E A HISTÓRIA DA IGREJA

Como temos visto nos capítulos precedentes, a Bíblia ensina, de modo coerente, a unicidade de Deus. No entanto, a igreja, hoje, quer nos fazer crer que, através de toda a história, a igreja cristã tenha aceitado a doutrina da trindade. Será verdade? Os líderes da igreja, na era pós-apostólica, eram trinitarianistas? Há, na história da igreja, pessoas que tenham acreditado na Unicidade?

Em nossos estudos sobre esse assunto, chegamos a três conclusões que passaremos a discutir neste capítulo. 1- Tanto quanto podemos afirmar, os primeiros líderes cristãos, nos dias que se seguiram imediatamente à era apostólica, acreditavam na Unicidade. Não há dúvidas de que jamais ensinar a doutrina da trindade, como ela se apresenta mais tarde e como existe nos dias de hoje. 2- Mesmo após o aparecimento da doutrina da trindade, na parte final do segundo século, ela não tomou o lugar da unicidade, como doutrina dominante até por volta de 300 d C., e não se estabeleceu universalmente senão mais tarde, no quarto século. 3 - Mesmo depois do crime de Arianismo se tornar dominante, os crentes da unicidade continuarão a existir através de toda a história da igreja.

A Era Pós-Apostólica

Os historiadores da igreja concordam que a doutrina da trindade não existiu, como a conhecemos hoje, imediatamente depois da era pós-apostólica. Os líderes cristãos que vieram logo após os Apóstolos não se referiam a uma trindade, antes, afirmavam sua crença no monoteísmo do Velho Testamento e aceitavam sem questionar a Divindade e a humanidade de Jesus Cristo. Uma vez que esses líderes deram ênfase a doutrina associadas à Unicidade, podemos supor que a igreja pós-apostólica aceitavam a unicidade de Deus. Os mais prementes patriarcas pós-apostólicos foram Hermas, Clemente de Roma, Policarpo e Inácio. Seu ministério abrangeu o período de mais ou menos 90 a 140 d.C. Irineu, um preeminente líder cristão, que morreu por volta de 200 d.C., tinha uma teologia essencialmente Cristocêntrica e a crença firme de que Jesus era Deus manifestado em carne. Ele acreditava que o Logos, que se encarnou em Jesus Cristo, estava na mente de Deus, e era o próprio Deus. Alguns estudiosos classificam Irineu como um crente na "trindade econômica". Esse ponto de vista afirma que não há trindade eterna, mas, apenas, uma trindade temporária. É muito provável, portanto, quem Lineu acreditasse numa tríplice idade de papéis ou atividades de Deus mais do que numa trindade de pessoas, acreditando, assim, na Unicidade. O certo é que ele não acreditava na doutrina da trindade do modo como ela se estabeleceu mais tarde. Não encontramos referências à trindade como tal os primeiros escritos pós-apostólicos; eles se referem a apenas um Deus e a Jesus como Deus. Possíveis referências a uma emergente doutrina trinitarianista, entretanto, aparece em alguns escritos do segundo século, principalmente em algumas referências que parecem apontar a uma fórmula batismal triúna. Há várias explicações possíveis para essas poucas referências a um conceito trinitariano, existentes nesses escritos. 1 - Os leitores e estudiosos trinitarianistas podem ter entendido mal essas passagens devido a sua própria tendência, assim como interpretaram mal as passagens bíblicas tais como Mateus 28:19. 2 - há uma forte possibilidade de que os copistas trinitarianistas, mais tarde, intercalaram (adicionaram) passagens de sua própria autoria -- uma prática muito comum na história da igreja. Isso é muito provável uma vez que as únicas cópias existentes desses primeiros inscritos foram feitas centenas de anos após os originais. Existe, por exemplo, um escrito primitivo chamado Didakhe que afirma que a comunhão deveria ser ministrada apenas àqueles que são batizados no nome do Senhor, mas menciona, também, o batismo em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Entretanto, a cópia mais antiga existente do Didakhe está datada de 1056 d.C. Sem dúvida falsas doutrinas já tinham começado surgido entre a igreja, em alguns casos. De fato, falsas doutrinas existiam mesmo nos dias apostólicos (Apocalipse 2 e 3) até mesmo falsas doutrinas a respeito de Cristo (II João 7; Judas 4). Levando tudo isso em consideração, no entanto, concluímos, a partir da evidência histórica, que os líderes da igreja, nos tempos que se seguiram imediatamente aos dias dos doze apóstolos de Cristo, acreditavam na Unicidade.

Unicidade

A Crença Dominante No Segundo e No Terceiro Século

Temos salientado que a unicidade era a única crença significativa nos dois primeiros séculos, com relação à Divindade. Mesmo quando formas de binitarianismo começaram a se desenvolver, não alcançaram projeção senão no final do terceiro século. Durante esse tempo, havia muitos notáveis líderes e mestres da Unicidade que se opunham à essa mudança na doutrina. (para apoio à nossa afirmativa de que a Unicidade era a crença predominante durante o período que se seguiu aos apóstolos veja o estudo intitulado "Monarquianismo Modalistico: Unicidade na história da Igreja Primitiva", no final deste capítulo. É um estudo a respeito dos maiores mestres da Unicidade e sua doutrina durante esse período da história da igreja).
Monarquianismo Modalístico

Monarquianismo Modalístico é o termo usado, muitas vezes, pelos historiadores da igreja para se referir ao ponto de vista da Unicidade. A enciclopédia Britânica o define do seguinte modo:

O Monarquianismo Modalístico, aceitando que toda a plenitude da Divindade habita em Cristo, se opôs à "Subordinação" de alguns escritores da igreja, e sustentou que os nomes Pai e Filho eram somente diferentes designações do mesmo sujeito, o único Deus, que 'com referência às relações que tinha previamente mantido com o mundo é chamado Pai, mas que com referência à sua aparição em humanidade, é chamado o Filho”. Os mais prementes líderes modalistas foram Noetus, de Smirna ,Práxeas, e Sabellius. Noetus foi mestre de Práxeas, na Ásia Menor; Práxeas pregou em Roma, por volta de 190, e Sabellius pregou em Roma por volta de 215. Por ser Sabellius o mais conhecido dos modalistas, os historiadores, muitas vezes, chamam a doutrina de Sabelionismo. Sabellius se baseou fortemente nas Escrituras, especialmente em algumas passagens, tais como: Êxodo 20:3, Deuteronômio 6: 4 Isaías 44:6 e João 10:38. Ele disse que Deus revelou a Si mesmo, como o Pai na criação, Filho na encarnação e Espírito Santo na regeneração e santificação. Alguns interpretam essa afirmativa como querendo dizer que ele acreditava que essas três manifestações fossem estritamente consecutivas no tempo. Se for assim interpretada, Sabellius não refletia as crenças do antigo modalismo ou da moderna Unicidade. A Enciclopédia Britânica descreve da seguinte maneira, a crença de Sabellius: "Sua proposição central era, com efeito, que o Pai, o Filho e Espírito Santo são a mesma pessoa, três nomes ligados a um mesmo ser. O que mais pesava para Sabellius era interesse monoteísta". Encontramos muito de nossa informação sobre os modalistas em Tertuliano (falecido em 225), que escreveu um trabalho contra Práxeas. Nesse tratado ele registrou que durante o seu ministério, "A maior parte dos crentes" aderiu a doutrina da Unicidade. "O simples, na verdade (não os chamarei de ignorantes ou iletrados) que sempre constituem a maioria dos crentes, são iniciados na dispensação (de três em um), no próprio terreno em que sua regra de fé e os traz da pluralidade de deuses do mundo para o único Deus verdadeiro; não entendendo que, embora Ele seja o único Deus, tem que ser aceito em sua própria economia.A ordem numérica e a distribuição da trindade, eles presumem ser uma divisão da unidade".



Os Crentes da Unicidade desde o Quarto Séculos Até o Presente
Encontramos evidência da existência de muitos outros crentes da unicidade através de toda a história da igreja, além daqueles descrito no documento apresentado neste capítulo. Achamos que os crentes que descobrimos representam apenas a ponta de um iceberg. Alguns escritores têm encontrado evidências da existência da doutrina da unicidade entre os Priscilianistas (de 350 a 700), Euchetas (por volta de 550 a 900), e Bogomilos (por volta de 900 a 1400). Parece que a maior parte dos e crentes da unicidade não deixaram registro escrito. Outros tiveram suas obras escritas destruídas pelos seus oponentes vitoriosos. Muitos foram perseguidos em martirizados, e seus movimentos foram destruídos pelo cristianismo oficial. Não sabemos quantos dos crentes da unicidade e de seus movimentos a história deixou de registrar, ou, quantos dos assim chamados hereges eram, na realidade, crentes da unicidade. O que encontramos, no entanto, revela que a crença da unicidade sobreviveu apesar da violenta oposição que enfrentou. Na idade média, o preeminente estudioso e teólogo Abelardo (1079-1142) foi acusado de ensinar a doutrina de Sabellius (unicidade). Seus inimigos o impediram de continuar ensinando. Ele procurou refúgio num mosteiro em Cluny, França, e lá morreu. Com a reforma muitos se opuseram a doutrina da trindade, aceitando a crença da unicidade. Um antitrinitarianista famoso do tempo da reforma foi Miguel Serveto (1511-1553), físico espanhol. Ele teve apenas alguns seguidores, embora alguns historiadores o considerem como força motriz do desenvolvimento do unitarianismo. Ele, entretanto, não era, absolutamente, unitarista, pois aceitava Jesus como Deus. O modo como é descrito indica, claramente, que ele era um verdadeiro crente da unicidade: "A negação, por parte de Serveto, da tripersonalidade da divindade e da eternidade do Filho, junto disse que seu anabatismo tornou seu sistema abominável tanto aos católicos quanto aos protestantes, apesar de ser intenso Biblicismo, sou apaixonada devoção a pessoa de Cristo, e seu esquema Cristocêntrico do universo". Serveto escreveu: "Não há outra pessoa de Deus a não ser Cristo... a completa divindade do Pai está nele". Serveto foi tão longe a ponto de chamar a doutrina da trindade de monstro de três cabeças. Ele acreditava que ela, necessariamente, levava ao politeísmo que era um engano proveniente do diabo. Ele acreditava, também, que porque a igreja aceitara o trinitarianismo, Deus permitiria que ela viesse a ser governada pelos papas e assim, perdesse a Cristo. Ele não podia entender por que os protestantes mesmo se afastando do catolicismo ainda insistiam em manter a doutrina da trindade, não bíblica e criada pelos homens.

Serveto foi queimado numa fogueira, em 1553, por sua crença na unicidade, com a aprovação de João Calvino (embora Calvino preferisse que fosse decapitado).

Emmanuel Swedenborg (1688-1772) foi um escritor religioso e filósofo sueco que manifestou um bom entendimento da unicidade de Deus. Ele ensinou várias outras doutrinas que são muito diferentes daquilo que cremos, mas ele compreendeu o que Jesus é, realmente. Ele usou o termo trindade, mas observando que significava apenas "Três tipos de manifestações" e não uma trindade de pessoas eternas. Ele o usou Colossenses 2:9 para provar que toda a "Trindade" estava em Jesus Cristo, e se referiu a Isaías 9:6 e João 10:30 para provar que Jesus era o Pai. Ele negava que o Filho tivesse sido gerado desde a eternidade, afirmando que o Filho de Deus era a humanidade pela qual Deus enviara a Si mesmo o mundo. Ele acreditava, também, que Jesus era Jeová Deus, que assumira a humanidade para salvar o homem. Swedenborg escreveu: "Aquele que não buscar o Deus verdadeiro do céu e da terra, não poderá entrar no céu, porque o céu é céu do único Deus, e esse é Jesus Cristo, que é Jeová, o Senhor, desde eternidade o Criador, no tempo o Redentor, e para a eternidade o Regenerador: conseqüentemente, Aquele que é, ao mesmo tempo, o Pai, Filho e Espírito Santo; e esse é o evangelho que deve ser pregado". Para ele Deus (Jesus) se compunha do Pai, do Filho, e do Espírito, assim como o homem se compõe da alma, do corpo e do espírito - uma analogia inapropriada. No entanto, a explicação de Swedenborg para a divindade é espantosamente semelhante à aceita pelos crentes da unicidade, hoje. O século XIX viu o aparecimento dos escritores da unicidade. John Miller, ministro presbiteriano, foi um desses crentes da unicidade, na América. Em seu livro: "É Deus uma Trindade?", escrito em 1876, ele o usou uma terminologia ligeiramente diferente daquela dos modernos escritores da unicidade, mas as crenças que ele expressava são basicamente idênticas às dos crentes da unicidade, hoje. É espantoso ler seu livro e ver quão perto ele se coloca do ensino da moderna unicidade, inclusive em seu modo de entender Mateus 28:19. Miller acreditava que a doutrina da trindade não era bíblica e que ela impedia enormemente a igreja de alcançar os judeus e os muçulmanos. Ele declarou, enfaticamente, a perfeita divindade de Jesus Cristo. Os crentes da unicidade existiram, também, na Inglaterra do século XIX. David Campbell relatou ter encontrado um livro, escrito em 1828, que ensinava a unicidade. O autor era John Clowes, pastor da igreja de São João, em Manchester. O século XX a força mais significativa da unicidade têm sido os Pentecostais da unicidade, embora alguns estudiosos classifiquem o famoso teólogo neo-ortodoxo, Karl Barth, como modalista (unicidade). Charles Parham, o primeiro líder do movimento pentecostal do vigésimo século, começou a ministrar o batismo pela água, em nome de Jesus, embora, aparentemente, não ligasse essa prática a uma negação explícita do trinitarianismo. Depois de 1913, muitos Pentecostais rejeitaram o trinitarianismo e a fórmula batismal trinitarianista, dando início ao movimento da moderna unicidade Pentecostal. Hoje existe várias organizações da Unicidade Pentecostal. As maiores com sede nos Estados Unidos da América são: A Igreja Pentecostal Unida Internacional (sem dúvida a maior), As Assembléias Pentecostais do Mundo, As Igrejas Mundiais da Bíblia de Nosso Senhor Jesus Cristo, As Assembléias do Senhor Jesus Cristo, A Igreja do Senhor Jesus Cristo da Fé Apostólica, e A Santa Igreja Vencedora Apostólica de Deus. Grupos da Unicidade Pentecostal com sede em outros países inclua A Igreja de Pentecostal Unida da Colômbia, igreja nacional e a maior igreja não católica do país; A Assembléia Apostólica da Fé em Cristo Jesus, com sede no México; o movimento da Unicidade Pentecostal na Rússia.; e a Verdadeira Igreja de Jesus, uma igreja nacional fundada por crentes chineses no continente mas cuja sede está agora em Taiwan. Há muitas organizações menores (aproximadamente 130 no mundo), igrejas independentes, e comunidades carismáticas que professam a doutrina da Unicidade Pentecostal. No Brasil, as mais conhecidadas são: Igreja Evangélica Apostólica Campinas, SP – Igreja Voz da Verdade Santo André, SP – Igreja Assembléia Unicista do Senhor Jesus Cristo vitória, ES – Comunidade Pentecostal do Brasil, SP Igreja verdadeira de Jesus Cristo – contagem – MG -Igreja Betel e Rosa de Sahom BH-MG. entre outras.
MONARQUIANISMO MODALISTICO:

A UNICIDADE NA HISTÓRIA DA IGREJA PRIMITIVA

Qual é a natureza de Deus? Qual o relacionamento de Jesus Cristo com Deus? Essas duas questões são fundamentais para o cristianismo. A resposta tradicional dos cristãos é dada por sua doutrina da trindade. Entretanto, nos primeiros séculos do cristianismo, essa formulação não era, de modo algum, a definitiva. De fato, a Nova Enciclopédia Católica afirma que, nos séculos D.C. "Uma solução trinitarianista estava ainda por vir" e que o dogma trinitarianista "Não estava solidamente estabelecido... até o final do quarto século". Havia muitas explicações a respeito da natureza de Deus e Cristo, muitas das quais com boa aceitação pelo mundo todo. Uma das mais importantes delas foi o monarquianismo modalistico, que afirmava tanto a absoluta unicidade da divindade quando a divindade de Jesus Cristo. De acordo com a história da igreja Adolf Harnack, o monarquianismo modalistico era o mais perigoso rival do trinitarianismo, no período de que 180 D.C até 300 D.C. De escritos de Hipólito, Tertuliano e Orígenes, ele inclui que o modalismo era a teoria oficial, em Roma, por quase uma geração, e era "Adotado pela grande maioria dos cristãos". Apesar de sua notória importância, é difícil chegar a uma completa descrição do que era, realmente o monarquianismo modalistico. Alguns dos mais três preeminentes modalistas foram Noetus, bispo de Ancyra, e Commodiano. Pelo menos dois bispos romanos (mais tarde classificados como papas), Callitus e Zephyrinus, foram acusados de serem modalistas, por seus oponentes. É difícil conseguir informação acurada respeito desses homens e suas crenças porque as fontes históricas existentes foram todas escritas por seus oponentes trinitarianistas cujo interesse era refutar a doutrina de seus antagonistas. Sem dúvida, a doutrina dos modalistas foi mal interpretada, mal apresentada em distorcida, nesse processo. É impossível, portanto, encontrar uma descrição precisa das crenças de um modalista, em particular. Entretanto, colocando lado a lado as diferentes afirmativas a respeito desses diversos homens, é possível chegarmos a um razoável entendimento do modalismo. Por exemplo, havia, provavelmente, algumas diferenças na teologia de Noetus, Praxeas, Sabellius e Marcellus, mas quais eram essas diferenças fica difícil determinar. É certo, no entanto, que cada um deles afirmava a perfeita divindade de Jesus Cristo não admitindo existência de distinção de pessoas na Divindade. A doutrina modalista é comumente explicada como sendo, simplesmente, a crença de que Pai, Filho e Espírito Santo são apenas manifestações, o modo de um Deus (à monarquia), e não três pessoas distintas (hipóstase). Ela deve ser diferenciada do monarquianismo dinâmico que também sustenta a unicidade de Deus, mas afirmando ser Jesus com ser subordinado, inferior. Mais precisamente, o monarquianismo modalistico é a crença que considera "Jesus como a encarnação da divindade" e o “Pai encarnado”. Esse ponto de vista tem óbvia vantagem de manter a forte tradição monoteísta judaica afirmando, ao mesmo tempo, a crença dos primeiros cristãos em Jesus, como Deus. Simultaneamente, ela evita os paradoxos e mistérios do dogma trinitariano. Entretanto, os trinitarianistas argumentam que ela não explica adequadamente o Logos, o Cristo pré-existente, ou a distinção bíblica entre o Pai e o Filho. Uma análise do modalismo revela suas respostas a essas objeções. Os monarquianistas modalísticos não apenas tinham um conceito de Deus diferente daquele dos trinitarianistas, como tinham, também, definições diferentes do Logos e do Filho. Sua posição básica era a de que o Logos (o Verbo, em João 1) não é um ser pessoal distinto, mas está unido a Deus do mesmo modo que um homem e sua palavra. Ele é um poder "Indivisível e inseparável do Pai", como Justino, o mártir, descreveu a crença. Para Marcellus, o Logos é o próprio Deus, particularmente sob o aspecto de sua atividade. Assim, o conceito trinitarianista de Logos como um ser separado (baseado na filosofia de Philo) era rejeitado. Os modalistas aceitavam a encarnação do Logos em Cristo, mas para eles isso significava simplesmente a extensão do Pai, em forma humana. Muito ligada a essa idéia está definição modalística do Filho. Eles afirmavam que o Filho se refere ao Pai vindo em carne. Práxeas negava a preexistência do Filho, usando o termo Filho aplicado apenas a encarnação. A distinção entre o Pai e o Filho é que Pai se refere a Deus em Si mesmo, mas Filho se refere ao Pai enquanto manifestada na carne (em Jesus). O Espírito de Jesus era o Pai, mas Filho se refere especificamente à humanidade e divindade de Jesus. Claramente, então, os modalistas não queriam dizer que Pai e Filho fossem recíprocos, em terminologia. Queriam, antes, afirmar que as duas palavras não implicam hipóstases (pessoas) distintas de Deus, mas apenas diferentes modos de um único Deus. Pondo lado a lado os dois conceitos de Logos e Filho, vemos como os modalistas pensavam a respeito de Jesus. Noetus disse que Jesus era o Filho por causa de seu nascimento, mas que Ele era também o Pai. A doutrina modalística do Logos identifica o Espírito de Cristo como o Pai. A encarnação era como uma teofania final na qual o Pai se revela completamente. No entanto, esse não era o Docetismo (a crença de que Jesus era apenas um ser espiritual), porque tanto Práxeas quanto Noetus enfatizaram os a natureza humana de Jesus, especialmente seus sofrimentos e suas fraquezas humanas. Como no trinitarianismo, Jesus era "Verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus".

Para os modalistas, Jesus era a encarnação de toda a Divindade e não apenas a encarnação de uma pessoa separada chamada Filho ou Logos. A mais comum objeção feita ao monarquianismo modalistico era o Patripassionismo, que significa, implicitamente que o Pai sofreu e morreu. Tertulliano foi o primeiro a assim acusar os modalistas. Ele entendia que o modalismo significava que o Pai é igual ao Filho. Mas isto significaria que o Pai morreu, uma clara impossibilidade. Desse modo, Tertulliano procurou ridicularizar e negar o modalismo.

Outros historiadores, tomando os argumentos de Tertulliano como verdade, rotularam a doutrina modalistica como Patripassianismo. Não há, entretanto, nenhum registro de qualquer modalista afirmando,explicitamente que o Pai sofreu ou que o Pai morreu. Sabellius evidentemente , negava a acusação de Patripassionismo. O assunto todo pode ser facilmente resolvido, percebendo-nos que o modalismo não ensinava, como Tertulliano suppôs, que o Pai é o Filho, sim, que o Pai está no Filho. Como afirmou Commodiano, "O Pai entrou no Filho, em Deus onde que seja." Semelhantemente, Sabellius explicou que o Logos não era o Filho mas era vestido pelo Filho." Outro modalistas em resposta à acusação,explicavam que o Filho sofreu, enquanto o Pai simpatizava ou "sentia com." Com isso queriam dizer que o Filho, o homem Jesus, sofreu e morreu. O Pai, o Espírito de Deus dentro de Jesus, não poderia ter sofrido ou poderia ter morrido em qualquer sentido físico, mas, ainda assim, Ele deve ter sido afetado por, ou participou no sofrimento da carne. Adequadamente, Zephyrinus diz: "Conheço apenas um Deus, Cristo Jesus, e além dele nenhum outro que nasceu ou possa ter sofrido… não foia o Pai que morreu mas o Filho." Apartir dessas declarações parece claro que os modalistas afirmaram que o Pai não era a carne, mas foi revestido ou manifestado na carne. A carne morreu, mas o Espírito eterno não. Portanto, o Patripassianism é um e termo enganandor e incorreto para ser usado em relação ao monarquianismo modalistico.

Basicamente, então, monarquianismo modalistico ensinavam que Deus não tem nenhuma distinção de número mas de nome ou modo apenas. O termo Filho se refere à Encarnação. Isso significa que o Filho não é uma natureza eterna, mas um modo da atividade de Deus, criado especialmente com a finalidade de salvar a humanidade. Não há um Filho pre-existente, mas podemos falar de um Cristo pre-existente uma vez que o Espírito de Cristo é o próprio Deus. O Logos é visto como se referindo à atividade de Deus. Jesus é, portanto o Verbo ou a atividade do Pai revestido de carne. O Espírito Santo não é um ser separado tanto quanto o Logos. O termo Espírito Santo descreve o que Deus é, e se refere ao poder e açãode Deus no mundo. Assim, ambos os termos Logos e Espírito Santo se referem ao próprio Deus, em maneiras específicas de atividade. O efeito do monarquianismo modalistico é reafirmação do conceito do VelhoTestamento de um, Deus indivisível que pode e realmente se manifesta, e o seu poder de várias maneiras diferentes. Além disso, Jesus Cristo é identificado como aquele Deus que se manifestou através da encarnação em um corpo humano. O Modalismo dessa maneira, reconhece muito mais que o trinitarianismo, a completa Divindade de Jesus, que é exatamente o aquilo que os modalistas afirmam.. A perfeição e plenitude de Deus é Jesus. Em resumo, o monarquianismo modalistico pode ser definido como crença de que Pai, Filho, e Espírito Santo são manifestações do único Deus sem distinções de pessoas. Além disso, o único Deus se expressa completamente na pessoa de Jesus Cristo.
TRINITARIANISMO: DEFINIÇÃO E

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO

Temos tentado apresentar o ensinando positivo das Escrituras sem levar em conta as tradições humanas. Porém, nós não podemos tratar do assunto da Divindade sem descrever o desenvolvimento histórico do ponto de vista mais amplamente aceito pelos cristãos, a doutrina da trindade. Neste capítulo nós definiremos o trinitarianismo, traçar rapidamente seu desenvolvimento histórico, e discutiremos algumas das ambigüidades e problemas inerentes dentro da doutrina.
Definição da Doutrina da Trindade

Trinitarianismo é a crença na existência de três pessoas em um Deus. Isso tem sido afirmado de diversas maneiras, tal como "um Deus em três Pessoas", ou "três pessoas em uma substância." Ela afirma que, em Deus, há três distinções de essência e não apenas de atividades. Os nomes dados a essas três pessoas são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. A doutrina trinitárianista ortodoxa, como se desenvolveu através dos séculos, afirma também que essas três pessoas são co-iguais em poder e autoridade, que são co-eternas no passado, presente, e futuro, e que a a mesma natureza divina está contida plenamente em cada uma delas. Porém, cada uma dessas pessoa recebe uma característica única quando vista em relação às outras: o Pai não foi gerado, o Filho foi gerado, e o Espírito foi originado. Os trinitárianista afirmam às vezes que é exibida a singularidade do Pai na criação e a do Filho na redenção, e a do Espírito na santificação, contudo todos os três participem ativamente em cada obra com funções, com importância diversa. Desde que cada um participa da obra dos outros, não há clara distinção básica entre eles. Os trinitárianista chamam estas três pessoas de trindade ou Deus triuno. Um estudioso trinitárianista descreve a trindade como segue: "A Trindade não deve ser entendida como um Deus em três manifestações nem como uma tríade simétrica de pessoas com funções separadas; ao invés a Trindade significa um Deus em três modos de existência - Pai, Filho, e Espírito, e cada um desses participa da atividade dos outros." Os Trinitárianista freqüentemente usam a figura de um triângulo para explicar sua doutrina. Os três cantos representam os três membros da trindade, enquanto o triângulo completo representa Deus como a trindade inteira. Assim, o Pai não é o Filho não é o Espírito Santo. Além disso, nem o Pai, o Filho ou o Espírito nenhum deles é completamente Deus sem os outros.
Problemas com o Triteismo

Os trinitarianos ortodoxos negam o triteismo que é a crença em três deuses. Porém, quando chamados a explicar como pode haver três pessoas distintas e ainda apenas um único Deus, explicam finalmente que a trindade é um mistério que nossas mentes humanas finitas não podem compreender completamente. Considerando que os trinitarianos tentam rejeitar o conceito de três deuses, ficam usualmente relutantes em descrever Deus em termos de três seres, personalidades, ou indivíduos. Um trinitário afirmou:" Nenhum teólogo Cristão importante tem argumentado que há três seres auto-concientes na Divindade." Um outro escritor trinitário rejeita a idéia de que a trindade está composto de três indivíduos, mas ele denuncia uma ênfase exagerada na unicidade a qual (ele diz) conduz a uma visão judaica de Deus. Essa relutância em usar termos que dividem Deus distintamente é recomendável; porém, pessoa é em si mesma, uma dessas palavras. Webster define pessoa como" um ser humano individual" e" a personalidade individual de um ser humano." Não se trata apenas de uma mera discussão sobre terminologia; durante toda história do trinitarianismo, muitos trinitarianos tem interpretado praticamente o conceito de pessoa, e mesmo teologicamente, como significando três seres. Por exemplo, os três Capadocios do quarto século (Gregório de Nyssa, Gregório Nazianzus, e Basílio de Cesárea) enfatizaram a triplicidade da trindade a ponto de aceitarem três personalidades. Boecio (c. 480 - c. 524) definiu pessoa como uma “substância individual com uma natureza racional." Dos tempos medievais até hoje, os trinitárianista tem muitas vezes representado a trindade com a figura de três homens, ou com a figura de um velho, um jovem e um pombo. Hoje, nos círculos Pentecostais trinitário, há um conceito de Divindade que implica declarado triteismo. Isto se torna evidente nas declarações seguintes feitas por três trinitário Pentecostais - um famoso anotador bíblico, um evangelista proeminente, e um escritor. "O que entendemos por Trindade Divina é o fato de haver três pessoas separadas e distintas na Divindade, cada uma das quais possuindo seu próprio corpo espiritual pessoal, alma pessoal, e espírito pessoal no mesmo sentido em que cada ser humano, anjo ou qualquer outro ser possui seu próprio corpo, alma, e espírito... Assim, há três pessoas separadas em individualidade divina e pluralidade divina. A palavra Deus é usada como singular ou uma palavra plural, como por exemplo, a palavra sheep, que em inglês, significa tanto um carneiro como um rebanho”. "Assim, há três pessoas separadas na divina individualidade e pluralidade divina... Individualmente cada uma é chamada Deus; coletivamente podemos nos referir a elas como a um Deus por causa de sua unidade perfeita... Tudo o que pode pertencer coletivamente a Deus, também pode aplicar igualmente a cada membro da Divindade, como indivíduos. Porém há algumas particularidades que estão relacionadas individualmente a cada uma das pessoas da divindade no que diz respeito à posição, a ofício, e a obra que não podem ser atribuídas a qualquer outro dos membros da Divindade." O terceiro trinitárianista Pentecostal, um escritor, cita uma definição de pessoa do Dicionário de Webster: "um individual particular”. Ele então dá sua própria definição “: UMA pessoa é aquele que tem intelecto, sensibilidade, e vontade”.Ele tenta reconciliar o uso trinitário da palavra pessoa. "Quando o termo pessoa é aplicado a qualquer ser criado, representa um indivíduo absolutamente separado dos outros; mas quando aplicado ao Pai, Filho, e Espírito Santo, o sentido de pessoa deve ser qualificada para excluir uma existência separada, pois embora os três sejam distintos, são inseparáveis - um Deus. Não obstante, com esta qualificação, pessoa permanece o termo que mais aproximadamente enuncia o permanente modo de existir na Divindade."

É evidente que muitos trinitarianos interpretam sua doutrina para significar três personalidades, três seres, três mentes, três vontades, ou três corpos na Divindade. Eles negam que por pessoa queiram significar apenas manifestações, papéis, ou relacionamentos com o homem. Em vez disso, defendem uma eterna triplicidade de essência embora admitindo ela seja um mistério incompreensível. Reduzem o conceito da unicidade de Deus a uma unidade de várias pessoas. Pela sua definição, eles convertem o monoteísmo numa espécie de politeísmo, diferindo de politeísmo pagão no fato de haver uma concordância perfeita e perfeita unidade entre os deuses. Apesar das negativas trinitárias, isso é politeísmo - triteismo, para ser exato - e não o monoteísmo ensinado pela Bíblia e apoiado pelo Judaísmo.
Problemas com o Subordinacionismo

Os trinitarianos negam também qualquer forma de subordinação de uma pessoa à outra em poder ou eternidade. Porém, eles dizem freqüentemente que Deus Pai é o cabeça da trindade, Deus Filho é gerado pelo Pai, e o Espírito se originou do Pai do Filho ou de ambos. Novamente, eles insistem que não há nenhuma contradição, porque nossas mentes finitas simplesmente não podem compreender a plenitude do significado descrito por esses relacionamentos. Porém, nós sabemos que através de toda história, proeminente trinitarianos interpretaram sua própria doutrina de certo modo que subordina Jesus Cristo ou o torna inferior. Tertulliano, o primeiro expositor proeminente do trinitarianismo, ensinou que o Filho era subordinado ao Pai e que a trindade não é eterna. Ele ensinou que o Filho não existiu no princípio como uma pessoa separada, mas foi gerada pelo Pai para realizar a criação do mundo. Além disso, Tertulliano afirmou que a distinção de pessoas cessaria no futuro. Origen, o primeiro grande proponente do trinitarianismo no Leste, também viu o Filho como subordinado ao Pai em existência e ele sugeriu que até mesmo a oração deveria ser feita unicamente ao Pai. Ambos os homens quiseram mencionar a divindade de Cristo quando usaram o termo Filho. Então, pode ser dito que o trinitarianismo começou com uma doutrina que subordina Jesus a Deus. Em círculos trinitarianos modernos, há uma forma de subordinationismo quando ostrinitarianos usam as limitações humanas de Cristo para provar uma distinção entre Deus Pai e "Deus Filho" em vez de uma simples distinção entre a natureza divina de Cristo ( Pai) e sua natureza humana ( Filho). Por exemplo, nota seu uso das orações de Cristo, falta de conhecimento, e falta de poder para provar que "Deus Filho" é diferente de Deus o Pai. Até mesmo quando afirmam a co-igualdade do Filho e Pai, eles a negam de uma maneira prática e confessam que eles não entendem o que isto realmente significa Os crentes Unicista declaram que o Filho foi subordinado ao Pai. Porém, eles não crêem que o Jesus é subordinado ao Pai da maneira que os trinitarianos o fazem. Em vez disto, eles afirmam que Jesus no seu papel humano como o Filho foi subordinado e limitado, mas Jesus no seu papel divino como o Pai não foi subordinado ou limitado. Em outras palavras, a natureza humana de Jesus foi subordinada à natureza divina de Jesus. Separando o Pai e Filho em pessoas separadas, os trinitarianos negam que Jesus é o Pai, diminuindo inevitavelmente assim a plena deidade de Jesus. Apesar das suas negações, com efeito, sua doutrina subordina Jesus ao Pai em deidade. Terminologia Não Bíblica. Existe severos problemas com terminologia trinitariana. Primeiro, a Bíblia em nenhuma parte usa a palavra trindade. A palavra três não aparece em relação a Deus em nenhuma tradução da Bíblia exceto na versão inglês King James Version, e somente uma vez naquela tradução - no verso duvidoso de I João 5:7. Até mesmo nesta passagem se lê, "estes três são um." [Da mesma forma as diversas versões da Bíblia Sagrada na língua Portuguesa não se refere a Deus com a palavra três,nem aparece a palavra trindade. Os tradutores da Versão Revisada de acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego reconhece que uma parte do texto duvidoso de I João 5:7 foi acrescentado erroneamente por tradutores da antiguidade,e deixaram fora a parte que normalmente se encontra entre cochetes, que indica que não se encontra nos textos originais.] A palavra pessoa não aparece em relação a Deus, também exceto duas vezes no KJV. Jó 13:8 refere para mostrar parcialidade. Hebreus 1:3 diz que o Filho é a expressa imagem da própria pessoa [A Bíblia na língua Portuguesa não usa a palavra pessoa nessa instância, mas a palavra Ser.] de Deus (onde significa natureza ou substância), não uma segunda pessoa. A Bíblia nunca usa a palavra plural pessoas para descrever a Deus. (A única exceção possível, seria em Jó 13:10, "acerbamente vos repreenderá se em oculto fordes parciais" mas este versículo obviamente demoliria o trinitarianismo se ele se aplica a Deus!) Em resumo, como admitem muitos estudantes trinitários, a Bíblia não expressa a doutrina da trindade explicitamente. The New Catholic Encyclopedia declara: Há o reconhecimento por parte de exegetas [intérpretes] e teólogos Bíblicos… que alguém não deveria falar de Trinitarianismo no Novo Testamento sem qualificações sérias… exegese [interpretação] do Novo Testamento é aceita agora como não só tendo mostrado para isso o idioma verbal mas até mesmo os padrões de característica de pensamento do patristico [ pais da igreja] e o desenvolvimento conciliatório [conselhos das igrejas] teria sido bastante estranho à mente e cultura dos escritores do Novo Testamento." O teólogo protestante trinitáriano Emil Brunner declarou, "A doutrina da Trindade em si mesma, porém, não é uma doutrina Bíblica e isto realmente não por acidente mas de necessidade. Ela é o produto de reflexão teológica sobre o problema…. A doutrina eclesiástica da Trindade não somente é o produto de genuíno pensamento Bíblico , ela é também o produto de especulação filosófica que é remoto do pensamento da Bíblia”.

Desenvolvimento histórico do Trinitarianismo
Se o trinitarianismo não veio da Bíblia, de onde então ele se originou? Não há nenhuma pergunta que o trinitarianismo Cristão se desenvolveu durante vários séculos de tempo depois que o Novo Testamento foi escrito. De acordo com A Nova Enciclopédia católica , os historiadores de dogma e os teólogos sistemáticos reconhecem "que quando alguém fala de um Trinitarianismo não qualificado, se tem mudado do período de origens Cristãs a, digamos, ao último quadrante do 4º século… Do que tem sido visto até agora, poderia surgir a impressão que o dogma Trinitário é em última análise uma recente invenção do 4ª século. De certo modo, isto é verdade mas insinua uma interpretação extremamente rígida das palavras chaves Trinitáriana e dogma… A formulação um Deus em três Pessoas não foi solidamente estabelecido, certamente não completamente assimilada na vida Cristã e sua profissão de fé, antes do fim do 4º século. Mas é precisamente esta formulação que tem primeira reivindicação ao título a dogma Trinitáriana." Traçamos brevemente o desenvolvimento histórico desta doutrina em Cristandade, mas primeiro deixo-nos explorarmos algumas raízes pagãs de trinitarianismo.
Origens Pagãs

O estudioso trinitáriano Alexander Hislop afirma que - os babilônico louvavam um Deus em três pessoas e usaram o triângulo eqüilateral como um símbolo desta trindade. No seu livro, Hislop mostra que quadros usados na Assíria antiga e na Sibéria para representar divindades triunas. Ele também traça mais as idéias trinitárianas no culto babilônico do pai, mãe, e filho, dizendo que a trindade babilônica foi "o Pai Eterno, o Espírito de Deus encarnado em uma mãe humana, e o Filho Divino, o fruto daquela encarnação". O historiador Will Durant descreve a trindade no Egito antigo. "Ra, Amon, e um outro deus, Ptah, foram combinados como três incorporações ou aspectos de uma deidade suprema e triuna." O Egito também tinha uma trindade divina de pai, mãe, e filho em Osiris, Isis, e Horus. Trindades existem em outras religiões importantes pagãs como Hinduísmo, Budismo, e Taoísmo. O Hinduísmo tem tido uma trindade suprema desde os tempos antigos: Brahma o Criador, Shiva o Destruidor, e Vishnu o Preservador. Um estudioso descreveu esta crença: "Brâmane-Atman, a última realidade impessoal alcança uma manifestação tríplice religiosamente significante ou trimurti [tríade de deuses] pelas três deidades pessoais que representam as funções divinas de criação, destruição, e preservação respectivamente." Esta trindade é as vezes representada por uma espécie de um Deus com três cabeças. O Budismo também tem uma espécie de trindade. O Mahayana (do norte) escola de Budismo tem a doutrina de um corpo triplo" ou Trikaya. De acordo com esta cença há três "corpos" do Buda-realidade. O primeiro é a eterna, realidade cosmica, o segundo é a manifestação divina do primeiro, e o terçeiro é a manifestação terrestre do segundo. Além disso, muitos budistas adoram estátuas de Buda com três cabeças. Taoísmo, a antiga religião mística da China, tem um trindade oficial de deuses supremos - o Imperador Jade, Lao Tzu, e Ling Pao - chamadas as Três Purezas. A trindade filosófica aparece em Platão e se torna muito significante no Neo-platonismo. Claro que, a filosofia grega, e pensamento particularmente Platônico e Neo-platônico, teve uma influência principal na teologia da igreja antiga. Por exemplo, a doutrina trinitáriana do Logos originou do filósofo Philo Neo-platônico

Desenvolvimentos Pós-Apostólicos
As Escrituras não ensinam a doutrina da trindade, mas trinitarianismo tem suas raízes no paganismo. Como, então, veio esta doutrina pagã achar um lugar na Cristandade? Para uma resposta a esta questão, temos confiado primeiramente nos professores seminaristas luteranos principalmente Otto Heick e E. H. Klotsche, o professor de história da igreja de Universidade do Yale, Roland Bainton, professor de universidade John Noss, o notável filósofo-historiador Will Durant, e a Enciclopédia de Religião e Éticas.

Os pais pós-apostólicos (90 - 140 D.C.) não abraçaram a idéia de uma trindade. Pelo contrário, eles enfatizaram o monoteísmo do Velho Testamento, a deidade de Cristo, e a humanidade de Cristo. Os apologistas gregos (130 - 180 D.C.) também enfatizaram a unidade de Deus. Porém, alguns deles moveram para o trinitarianismo. Esta tendência em direção ao trinitarianismo começou por fazer o Logos (a Palavra de João 1) uma pessoa separada. Seguindo um pensamento na filosofia grega, particularmente nos ensinamentos de Philo, alguns dos apologistas gregos começaram a ver o Logos como uma pessoa separada do Pai. Porém, isto não era trinitarianismo mas uma forma de binitarianismo, e uma que subordinou o Logos ao Pai. Para eles somente o Pai era o Deus real e o Logos eram um ser divino criado de segunda ordem. Eventualmente, o Logos foi comparado com o Filho. Aparentemente, a fórmula batismal triuna se tornou uma prática entre algumas igrejas Cristãs, embora que haja poucas referências primitivas a ele poderia ser ou recitações de Mateus 28:19 ou interpolações somadas por copistas posteriores. Além disso, durante este tempo, nomeado um apologista chamado Theophilus usou a palavra tríade (triados) para descrever a Deus. Porém; ele não usou isto para significar uma trindade de pessoas provavelmente mas antes uma tríade das atividades de Deus.

Irenaeus (morreu c. 200) é freqüentemente considerado o primeiro teólogo verdadeiro desta época. Ele enfatizou a manifestação de Deus em Cristo por causa da redenção. Alguns estudiosos tem caracterizado as crenças de Irenaeus como "trinitarianismo econômico." Por isto querem dizer que ele não creu em uma trindade eterna ou uma essência da trindade mas somente numa trindade que é temporária em natureza - provavelmente a trindade das atividades de Deus ou somente suas operações. Irenaeus que não usou a doutrina grega do Logos identificou o Logos com o Pai. Sua teologia teve três características chave: uma ênfase bíblica forte, uma reverência por tradição apostólica, e uma ênfase forte de Cristocentrico . Parece ele não era um verdadeiro trinitário mas no máximo uma figura transitiva. Em resumo, no primeiro século depois dos apóstolos, a doutrina da trindade não tinha nem mesmo ainda se desenvolvido. Porém, em alguns círculos uma forma de binitarianismo subordinationistica emergiu baseado em idéias filosóficas gregas, uma doutrina denunciada no primeiro capítulo do Evangelho de João. Veja Capítulo 4 - The New Catholic Encyclopedia diz de trinitarianismo nesta época na história da igreja: "Entre os Pais Apostólicos, remotamente não tinha havido nada ainda igual e chegado a tal uma mentalidade ou perspectiva ; entre os Apologistas do segundo século, pouco mais que focalizar o problema como aquele da pluralidade dentro da Única Divindade… Na última análise, a realização da teologia do segundo século foi limitada… UMA solução trinitariana ainda estava no futuro."
Tertuliano - O Pai Do Trinitarianismo Cristão

Tertulliano (c. 150 - c. 225 D.C.) foi a primeira pessoa registrada pela história para usar as palavras trindade (latim: trinitas), substância (substância), e pessoa (persona) em relação a Deus. [92] Ele foi o primeiro a falar de três pessoas em uma substância (o latim: una substantia et tres personae). Tertulliano aderiu à concepção econômica da trindade. Quer dizer, ele creu que a trindade existe somente com a finalidade de revelação, e depois que isso tem sido realizado a distinção entre as pessoas cessará. Porém, ele definitivamente diferiu de Irenaeus em que ele usou a doutrina do Logos dos apologistas gregos. Tertulliano comparou o Logos com o Filho. Ele acreditava que o Pai trouxe o Logos a existência para a criação do mundo e que o Logos era subordinado ao Pai. A doutrina da trindade não apresentou nenhum problema para Tertulliano, pois sua teologia inteira apoiou-se no pensamento que o quanto mais impossível é o objeto da fé, o mais certo ela é. Ele foi caracterizado pela declaração, "eu acredito porque é absurdo." Existe alguma questão sobre o que Tertulliano realmente significou por sua formulação trinitariana, especialmente seu uso da palavra latim persona. De acordo com o manual de termos teológicos, na lei Romana a palavra significa uma entidade ou pessoa legal. No drama ela significa a máscara usada por um ator ou, por extensão, um papel feito por um ator. Nenhum uso necessariamente indica o significado moderno de pessoa como um ser auto-consciente. Por exemplo, um ator poderia fazer vários papéis (personae) e uma corporação legal (persona) poderia consistir de diversos indivíduos. Por outro lado, presumivelmente a palavra poderia também designar seres humanos individuais. No quarto século, a palavra grega hypostasis foi usado na formulação oficial da doutrina trinitária. De acordo com Noss, hypostasis era uma palavra abstrata significado subsistência ou manifestação individualizada. Ele diz, "Quando esta formulação foi traduzida para o latim, o grego um tanto abstrato por manifestação individualizada se tornou a palavra bastante concreta persona , e foram sugeridas conotações de personalidade distinta e auto-suficiente de certo modo não entendida pelo fraseado grego original. " Porém, esta palavra latina concreta foi precisamente aquela que Tertulliano tinha usado anteriormente. Um outro estudioso declara que até a época que hypostasis foi traduzido persona as duas palavras foram basicamente equivalente ambas significado "ser individual." É aparente que muitas pessoas na época de Tertulliano opunham sua nova formulação. Pela sua própria admissão da maioria dos crentes pelo seu dia rejeitaram sua doutrina por duas razões: Sua Regra de Fé (credo primitivo ou declaração de crença) proibiu politeísmo, e sua doutrina dividiu a unidade de Deus. Nosso conhecimento dos crentes modalistas (Unicistas) primitivos, Noetus e Praxeas, vêm da sua oposição forte a Tertulliano e sua oposição forte contra eles. Se Tertulliano quisesse dizer somente que Deus teve três papéis, máscaras, ou manifestações, não havia nenhum conflito com modalismo, especialmente desde que Tertulliano não creu em uma trindade eterna. Então, concluímos que Tertulliano quis dizer três diferenças essenciais em Deus e que persona não conotou ou implicou uma personalidade distinta, como sugerido por Noss. Em todo caso, é claro que na época de Tertulliano os crentes Unicistas, viram sua doutrina como agudamente oposta a sua própria, que foi a cença majoritária da época. Aqui é uma anotação final sobre Tertulliano. Ele se tornou um seguidor de Montanus, um herege primitivo que reivindicou ser o Paraclete (Consolador) prometido em João 14 e o último profeta antes do fim do mundo. Tertulliano eventualmente começou louvar o celibato e condenar o matrimônio. No final, ele foi excomungado junto com o resto dos Montanistas.
Outros Trinitarianos Primitivos

Tertulliano introduziu a terminologia do trinitarianismo e se tornou seu primeiro grande proponente no Ocidente, mas Orígene (morto 254 d.C.) se tornou seu primeiro grande proponente no Oriente. Orígene tentou fundir a filosofia grega e o Cristianismo em um sistema de conhecimento elevado que os historiadores freqüentemente descrevem como Gnosticismo Cristão. Ele aceitou a doutrina grega do Logos (isto é que o Logos foi uma pessoa separada do Pai), mas ele somou uma característica sem igual não proposto até sua época. Esta foi a doutrina do Filho eterno. Ele ensinou que o Filho ou Logos foi uma pessoa separada desde toda a eternidade. Além disso, ele disse que o Filho foi gerado desde toda a eternidade e está sendo gerado eternamente. Ele reteve a subordinação do Filho ao Pai em existência ou origem, mas chegou mais perto à doutrina posterior de co-igualdade. Orígene teve muitas crenças heréticas devido a sua aceitação de doutrina da filosofia grega, sua ênfase no conhecimento místico em lugar de fé, e a sua interpretação extremamente alegórica das Escrituras. Por exemplo, ele creu na preexistência das almas dos homens, negou a necessidade da obra redentora de Cristo, e creu na salvação final dos maus, inclusive o diabo. Para estas e outras doutrinas heréticas, ele foi excomungado da igreja. Concílios da igreja formalmente anatematizou (amaldiçoou) muitas das suas doutrinas em 543 e 553. Outros trinitarianos proeminentes da história da igreja primitiva foram Hippolytus e Novatian. Hippolytus foi o oponente trinitário de Sabellius. Ele opôs Callistus, bispo de Roma, e encabeçou um grupo cismático contra ele. Apesar disto, a Igreja católica o canonizou mais tarde. Novatian foi um dos primeiro em enfatizar o Espírito Santo como uma terceira pessoa. Ele ensinou subordinação do Filho ao Pai, dizendo que o Filho foi uma pessoa separada, mas teve um começo e veio do Pai. Cornelius, bispo de Roma, excomungou Novatian por acreditar que vários pecados sérios não podiam ser perdoados se cometidos depois da conversão.
O Concílio de Nicéia

Ao final do terceiro século, o trinitarianismo tinha substituído o modalismo (Unicidade) como a crença apoiada pela maioria da Cristandade, embora as visões primitivas de trinitarianismo ainda não estavam na forma da doutrina moderna. Durante a primeira parte do quarto século, uma grande controvérsia sobre a Divindade deu ao seu clímax - o choque entre os ensinamentos de Atanásio e Arius. Arios desejou preservar a unicidade de Deus e ainda proclamar a personalidade independente do Logos. Como os trinitarianos, ele igualou o Logos com o Filho e com Cristo. Ele ensinou que Cristo é um ser criado - um ser divino, mas não da mesma essência que o Pai e não co-igual com o Pai. Em outras palavras, para ele Cristo é um semideus. Com efeito, Arius ensinou uma forma nova de politeísmo. Arius definitivamente não era um crente Unicista, e o movimento Unicista moderno rejeita fortemente qualquer forma do Arianismo. Em oposição a Arius, Athanasius tomou a posição que o Filho é co-igual, co-eterno, e co- essência com o Pai. Esta é agora a opinião do trinitarianismo moderno. Portanto, enquanto Tertulliano apresentou muitos conceitos e termos trinitários à Cristandade, Athanasius pode ser considerado o verdadeiro pai do trinitarianismo moderno. Quando a controvérsia Ariana-Athanasiana começou a varrer pelo Império romano, o Imperador Constantino decidiu intervir. Recentemente convertido ao Cristianismo e fazendo isto então a religião aceita ele sentia a necessidade de proteger a unidade da Cristandade pelo bem-estar do império. De acordo com tradição sua conversão veio como o resultado de uma visão que ele viu pouco antes de uma batalha crucial. Supostamente, ele viu uma cruz no céu com uma mensagem dizendo: “Neste sinal conquista”.Ele seguiu para ganhar a batalha, se tornando co-imperador em 312 D.C. e imperador exclusivo em 324 D.C. Quando a grande controvérsia Ariana-Athanasiana ameaçou dividir seu império recentemente ganho e destruir seu plano para usar o Cristianismo consolidando e mantendo poder político, ele convocou o primeiro concílio ecumênico da igreja que aconteceu em Nicéia em 325 D.C. Constantino não foi nenhum modelo perfeito de Cristão. Em 326 ele matou seu filho, sobrinho, e esposa. Ele adiou o seu batismo de propósito até pouco antes da sua morte, sobre a teoria que ele seria assim purificado de todos os pecados da sua vida. Durant diz a respeito dele, "Cristianismo foi para ele um meio, mas não o fim. Enquanto o Cristianismo converteu o mundo, o mundo converteu o Cristianismo e demonstrou o paganismo natural da humanidade." Estabelecendo o Cristianismo como a religião preferida do Império Romano (que ultimamente a levou a se tornar a religião oficial do estado), Constantino radicalmente alterou a igreja e acelerou sua aceitação de rituais pagãos e doutrinas heréticas. Como historiador da igreja, Walter Nigg diz: "assim que o Imperador Constantino abriu as comportas e as massas do povo fluíram completamente para a Igreja de mero oportunismo , a imponência do caráter Cristão se terminou." Quando o Concílio de Nicéia se reuniu, Constantino não estava interessado em qualquer resultado particular, enquanto que os participantes chegassem a um acordo. Uma vez ocorrendo isto, Constantino colocou todo o seu poder em apoio do resultado. "Constantino que tratou quetões religiosas somente de um ponto de vista político, assegurou unanimidade por banir todos os bispos que não assinariam as novas profissões de fé. Foi desta maneira que a unidade foi concebida. Foi completamente desconhecido que um credo universal deveria ser instituído somente ou puramente na autoridade do imperador… Nenhum bispo disse uma única palavra contra esta coisa monstruosa." Heick divide os participantes em Niceia em três grupos: uma minoria de Arianos, uma minoria de Athanasianos, e uma maioria que não entenderam o conflito, mas queriam a paz. O Concílio finalmente adotou um credo que claramente denunciou Arianismo mas disse pouco em relação de ensinamento trinitário finalmente positivo. A frase fundamental declarada que Cristo era da mesma essência (grego: homoousios) como o Pai e não somente como uma essência (homoiousios). De forma bastante interessante, os modalistas (crentes Unicistas) tinha usado primeiramente a palavra escolhida (homoousios) para expressar a identidade de Jesus com o Pai. Muitos que defenderam sem suscesso o uso do último termo (homoiousios) não tencionaram realmente que Jesus era diferente do Pai em substância, mas antes queriam evitar as implicações Unicistas do primeiro termo. Assim o credo resultante foi uma rejeição clara de Arianismo, mas uma rejeição não-tão-clara de modalismo (Unicidade). A versão original do Credo Niceno formulada pelo Concílio de Nicéia em relação a Unicidade é como segue: "Cremos em um Deus, o Pai Todo-poderoso , o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai, ou único gerado, isto.é., da natureza do Pai. Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não formado, de uma substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas , tanto as coisas no céu e coisas na terra; quem por nós homens e por nossa salvação veio e foi feito carne e assumiu a natureza do homem, sofreu e ressuscitou no terceiro dia, ascendeu ao céus, (e) virá julgar novamente os vivos e os mortos. E no Espírito Santo. Mas a igreja santa e apostólica anatematiza aqueles que dizem que havia uma época quando ele não existia, e que ele foi feito de coisas não existentes, ou de uma outra pessoa ou ser, dizendo que o Filho de Deus é mudável, ou mutável." Não há uma declaração clara da trindade neste credo, mas ele afirma que Jesus é de uma substância com o Pai em oposição ao Arianismo. Não há nenhuma referência ao Espírito Santo como uma pessoa separada na Divindade, mas ele meramente expressa uma crença no Espírito Santo. Este Credo Niceno original indica uma distinção pessoal entre Pai e Filho e declara que o Filho não é mudável ou mutável. Esta última frase é um afastamento da doutrina bíblica do Filho e apóia trinitarianismo moderno desde que ela ensina um Filho eterno. Basicamente, então, o Concílio de Nicéia tem uma significância tripla: ele é uma rejeição de Arianismo; ele é a primeira declaração oficial incompatível com modalismo (Unicidade); e ele é a primeira declaração oficial em apoio ao trinitarianismo.
Depois de Nicéia

A vitória trinitária de Niceia, portanto, não estava completa, porém. Os próximos sessenta anos foi uma batalha entre os Arianos e os Athanasianos. Alguns participantes no concílio como Marcellus, bispo de Ancyra, saíram a favor do Sabellianismo (Unicidade). Arius enviou uma carta conciliatória a Constantino que o fez reabrir o assunto. Um concílio realizado em Tiro em 335 atualmente reverteu a doutrina Niceno em favor do Arianismo. Athanasius foi ao exílio, e Arius teria sido restabelecido como bispo se não tivesse morrido na noite anterior. Athanasius foi banido cinco ou seis vezes durante este período. Muito do conflito foi devido a circunstâncias políticas. Por exemplo, quando o filho de Constantino, Constantius chegou ao poder ele apoiou os Arianos, depondo os bispos Athanasianos e apoiando os Arianos nos seus lugares. A controvérsia produziu lutas políticas violentas e muito derramamento de sangue. O professor Heick credita o último sucesso de Athanasianismo à eloqüência e perseverança do próprio Athanasius. "O fator decisivo na vitória… foi a determinação firme de Athanasius durante uma vida longa de perseguição e opressão." Porém, não foi até o segundo concílio ecumênico, convocado pelo Imperador Theodosius e realizado em Constantinopla em 381, que o assunto foi resolvido. Este concílio, realizado depois da morte de Athanasius, ratificou o Credo Niceno. Resolveu também outro grande assunto que tinha o estado assolando após Niceia, isto é a relação do Espírito Santo a Deus. O Espírito Santo era uma pessoa separada na Divindade ou não? Muitos pensaram que o Espírito era uma energia, uma criatura, ou um ser angelical. O concílio acrescentou declarações ao Credo Niceno original para ensinar que o Espírito Santo era uma pessoa separada como o Pai e o Filho. Não foi até o Concílio de Constantinopla em 381, então, que a doutrina moderna da trindade ganhou vitória permanente. Aquele concílio foi o primeiro em declarar que Pai, Filho, e Espírito Santo inequivocamente eram três pessoas separadas de Deus, co-iguais, co-eternos, e de co-essência. Um Credo Niceno revisado veio do concílio em 381. A forma presente do Credo Niceno que provavelmente emergiu ao redor do ano 500, é então mais fortemente trinitário que o Credo Niceno original. Havia uma outra grande ameaça a Athanasianismo. O Império romano tinha começado a desmonorar sob ataques bárbaros, e as tribos bárbaras a ascendência para predomínio eram Arianas. Concebivelmente, Arianismo poderia ter emergido vitorioso pelas conquistas bárbaras. Porém, esta ameaça terminou finalmente quando os Francos se converteram ao Athanasianismo em 496. Durante este período de tempo, um outro credo importante Emergiu - o Credo Athanasiano que não veio de Athanasius. Ele provavelmente representa a doutrina trinitária de Augustino (354-430), depois se desenvolveu durante ou após seu tempo. Este credo é a mais compreensiva declaração de trinitarianismo na história antiga da igreja. Somente a parte ocidental da Cristandade o reconheceu oficialmente. Os pontos principais de diferença entre o Leste e o Oeste na doutrina da trindade foram como segue. Primeiro, o Leste tendeu para enfatizar a trindade de Deus. Por exemplo, para os Capadocianos o grande mistério era como as três pessoas poderiam ser uma. No Oeste havia um pouco mais de ênfase sobre a unidade de Deus. Segundo, o Oeste creu que o Espírito procedeu do Pai e do Filho (a doutrina de filioque), enquanto o Leste sustentou que o Espírito procedeu somente do Pai. No final das contas isto se tornou um assunto doutrinário principal atrás do cisma entre Catolicismo Romano e Ortodoxo Oriental em 1054.
O Credo Atanasiano

Para poder dar para ao leitor uma visão mais completa da doutrina da trindade, uma parte do Credo Atanasiano é dado abaixo: “Quem quiser será salvo: antes de todas as coisas é necessário que ele mantenha a Fé católica. Qual Fé todo o mundo a mantenha integral e imaculada: de fora sem duvida ele perecerá eternamente. E A Fé católica é esta: que adoramos um Deus em Trindade, e Trindade em Unidade. Nenhum que confunde as Pessoas: nem dividindo a Substância. Pois há uma Pessoa do Pai, outra do Filho, outra do Espírito Santo. Mas a Divindade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, é todo o um: A Glória co-igual, a Majestade co-eterna. Como o Pai é, tal é o Filho, e tal é o Espírito Santo: O Pai não criado, o Filho não criado, e o Espírito Santo não criado. O Pai incompreensível, o Filho incompreensível, e o Espírito Santo incompreensível. O Pai eterno, o Filho eterno, e o Espírito Santo eterno. E ainda eles não são três eternos: mas um Eterno. Como também não há três incompreensíveis, nem três não criados: mas um Não Criado e um Incompreensível. Igualmente o Pai é Todo-poderoso, e o Filho Todo-poderoso, e o”. Espírito santo Todo-poderoso. E ainda eles não são três todo-poderosos: mas um Todo-poderoso. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. E ainda eles não são três deuses: mas um Deus. Igualmente o Pai é Senhor, o Filho Senhor e o Espírito Santo Senhor. E ainda não são três senhores: mas um Senhor. Da mesma forma como somos compelidos pela verdade Cristã para reconhecer cada Pessoa por Si mesma para ser Deus e Senhor: Assim somos proibidos pela religião católica dizer, há três deuses, ou três senhores. O Pai não é feito por ninguém: nem crido, nem gerado. O Filho é do Pai somente, não feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo é do Pai e do Filho, nem feito nem criado, nem gerado, mas procedente. Assim há um Pai, não três Pais, um Filho, não três Filhos, e um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta Trindade nenhum é adiante, ou depois do outro: nenhum é o maior ou menos que o outro. Mas o conjunto de três Pessoas são co-eternas, e co-iguais. De forma que em todas as coisas, como é dito antes, a Unidade em Trindade, e a Trindade em Unidade é para ser louvada. Ele então que será salvo: deve pensar assim na Trindade...”
O Credo dos Apóstolos

Antes de fecharmos este capítulo, precisamos responder questões sobre o assim denominado Credo Apostólico. Ele originou com os Apóstolos? Ele ensina trinitarianismo? A resposta para ambas às perguntas é não. Este credo teve seu início em uma confissão mais antiga de fé usada na igreja Romana. Foi chamado o Símbolo romano Antigo (ou Credo). Vários estudiosos dataram o Símbolo romano Antigo de até 100 a 200 D.C. Ele diz: "Creio em Deus Pai Todo-poderoso . E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; Que nasceu pelo Espírito Santo da Virgem Maria; Padeceu sob Pôncio Pilatos Foi crucificado foi sepultado; Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos; Ele ascendeu aos céus; e está sentado à mão direita do Pai; De onde virá julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo; Na remissão dos pecados; Na ressurreição do corpo (carne). " Este credo foi revisado para enfrentar o desafio de assuntos doutrinais novos, até que finalmente ele alcançou sua forma presente perto do fim do quinto século. As mudanças mais importantes foram as adições que afirmam o seguinte: Deus é o criador do céu e da terra; Jesus foi concebido pelo Espírito Santo; Jesus sofreu e morreu; Jesus desceu ao inferno (a sepultura); crença na santa igreja católica (geral); crença na comunhão dos santos; e crença na vida eterna.

Há duas coisas importantes sobre as versões originais e posteriores. Primeiro, nenhum tem uma ligação histórica direta com os doze apóstolos. Portanto as versões não são mais sagradas ou confiáveis que qualquer outra escrita dos primeiros séculos depois da época dos apóstolos. Segundo, elas não ensinam a doutrina trinitária. Na maior parte elas seguem a linguagem bíblica muito de perto. Elas descrevem somente o Filho de Deus em termos da Encarnação, não indicando em nenhuma parte que o Filho é uma pessoa separada na Divindade ou que o Filho é eterno. Elas afirmam crença no Espírito Santo, mas não como uma pessoa separada da Divindade.Em vez disto elas colocam esta afirmação junto com outras declarações relacionadas à salvação, levando-nos a acreditar que elas estão falando sobre o dom ou batismo do Espírito Santo e à obra do Espírito santo na igreja. Assim, não há nada realmente censurável na linguagem se nós definimos as condições da mesma maneira que a Bíblia os usa. Porém, os trinitarianos têm reinterpretado o Credo dos Apóstolos, reivindicando que apóia a sua doutrina. Os católicos romanos e protestantes ambos usam isto hoje para declarar a sua cença trinitária. Eles associaram isto com trinitarianismo a tal grau que os não trinitarianos não o usam por medo de ser mal compreendido. Nós não recomendamos o uso do Credo dos Apóstolos pelas seguintes razões. (1) Ele não originou com os apóstolos como seu nome insinua. Nós não queremos criar uma falsa impressão entre as pessoas usando aquele título. (2) Ele não enfatiza necessariamente todos os temas importantes do Novo Testamento , especialmente alguns aspectos que são importante para enfatizar hoje levando em conta falsas doutrinas desenvolveram durante os séculos. (3) em vez de tentar formular um credo que compreencivelmente declara doutrina de uma maneira restrita, preferimos usar a própria Bíblia para declarações sumárias de doutrina. (4) O uso deste credo hoje nos associaria com o trinitarianismo. Embora os escritores não tivessem esta doutrina em mente, a vasta maioria de pessoas comuns hoje consideraria como uma declaração trinitária. Para evitar identificação com o trinitarianismo e Catolicismo Romano, não usamos o Credo dos Apóstolos.
Conclusão

Em conclusão, vemos que a doutrina da trindade não é bíblica tanto em terminologia e origem histórica. Ela tem suas raízes em politeísmo, religião pagã, e filosofia pagã. A própria doutrina não existiu na história da igreja antes do terceiro século. Nem sequer naquela época, trinitarianos primitivos não aceitaram muitas doutrinas básicas do trinitarianismo presente de hoje tais como a co-igualdade e co-eternidade do Pai e Filho. O Trinitarianismo não alcançou domínio sobre a crença da Unicidade até por volta de 300. d.C. Ele não alcançou vitória sobre o Arianismo até os recentes 300 tarde no quarto século. O primeiro reconhecimento oficial de doutrinas trinitárias veio do Concílio de Niceia em 325, mas até mesmo este estava incompleto. Estabelecimento pleno da doutrina não veio até o Concílio de Constantinopla em 381. Em resumo, o trinitarianismo não alcançou sua forma presente até o fim do quarto século, e seus credos definitivos não ocuparam forma final até o quinto século.
TRINITARIANISMO: UMA AVALIAÇÃO

No último capítulo tentamos dar uma apresentação honesta da doutrina da trindade e um relatório efetivo do seu desenvolvimento histórico. Também discutimos alguns problemas inerentes nesta doutrina. Concluímos que o trinitarianismo usa termos não bíblicos e que ele alcançou sua formulação presente e dominante no quarto século. Apesar disto, alguém poderia perguntar se o trinitarianismo é pelo menos consistente com a Bíblia. Neste capítulo afirmamos que a doutrina da trindade discorda com a doutrina bíblica de um Deus.
Terminologia Não bíblica.

A terminologia do trinitarianismo não é bíblica. A Bíblia não menciona a palavra trindade nem mencionam a palavra pessoas em referencia a Deus. A Bíblia nem mesmo relaciona a palavra pessoa e três a Deus em qualquer maneira significante. Terminologia Não biblica em e de si mesmo não signifique que a doutrina descrita por ela é necessariamente falsa, mas ela lança uma dúvida considerável sobre o assunto. Isto é especialmente verdade quando a terminologia não biblica não é somente uma substituição por terminologia bíblica, mas ao invés disto ensina conceitos novos. Em resumo, terminologia não biblica é perigosa se conduzir a modos de pensar não biblica e eventualmente a doutrinas não biblicas. O trinitarianismo certamente tem este problema.
Pessoa e Pessoas

Falando de Deus como uma pessoa não faz justiça a Ele. A palavra pessoa conota um ser humano com uma personalidade humana - um indivíduo com corpo, alma, e espírito. Assim, limitamos nossa concepção de Deus se nós O descrevermos como uma pessoa. Por isto, este livro nunca tem dito que há uma pessoa na Divindade ou que Deus é uma pessoa.

O mais que dissemos é que Jesus Cristo é uma pessoa, porque Jesus era Deus manifesto em carne como uma pessoa humana. Falando de Deus como uma pluralidade de pessoas viola ainda mais o conceito bíblico de Deus. Indiferente de que significava pessoas a história da igreja primitiva, hoje a palavra conota definitivamente uma pluralidade de indivíduos, personalidades, mentes, vontades e corpos. Até mesmo na história da igreja primitiva, temos mostrado que a vasta maioria de crentes a viu como um afastamento de monoteísmo bíblico.
Três

O uso do número três em relação a Deus é também perigoso. Se usado para designar distinções eternas em Deus, ele leva a triteismo que é uma forma de politeísmo. Se usado para designar as únicas manifestações ou papéis que Deus tem, ele limita a atividade de Deus de uma maneira não feita nas Escrituras. Deus se manifestou de numerosos modos, e não podemos limitar a três as mainifestações e ofícios de Deus. O uso de três vai contra a ênfase clara que ambos os testamentos colocam em associar o número um com Deus.
Triteismo

Apesar dos protestos dos trinitarianos, sua doutrina conduz, inevitavelmente a uma forma prática de triteismo. Veja Capítulo 11 – Os judeus e muçulmanos reconhecem isto, e por esta única razão eles tem rejeitado a Cristandade tradicional tão vigorosamente. Através da história, muitos cristãos tambem tem reconhecido este problema. Como resultado, alguns tem rejeitado o trinitarianismo a favor da crença Unicista. (Veja Capítulo 10 - Outros tem visto os erros do trinitarianismo, mas, em uma tentativa para preservar a unidade de Deus, tem caído no erro maior de negar a deidade de Jesus Cristo (por exemplo, os Unitárianos e os Testemunhas de Jeová). Em resumo, o trinitarianismo enfatiza triplicidade em Deus enquanto a Bíblia enfatiza a Unicidade de Deus.

Mistério

Os trinitarianos descrevem sua doutrina universalmente como um mistério. Mas, a bíblia cita como o único mistério relacionado com a Divindade é a manifestação de Deus em carne, e até mesmo isso tem sido revelado àqueles que crêem ITm.3:16. O mistério nas Escrituras é a verdade divina previamente desconhecida mas agora revelada ao homem. Certamente nossas mentes finitas não podem compreender tudo que há de saber acerca de Deus mas podemos entender a verdade simples que há um Deus. Deus pode transcender a lógica humana, mas Ele nunca contradiz a lógica verdadeira, nem Ele é ilógico. Ele enfatiza Sua unicidade tão fortemente na Bíblia que Ele dispersa qualquer confusão possível ou mistério sobre este assunto. A Bíblia nunca diz que a Divindade é um mistério não revelado ou que a questão da pluralidade na Divindade é um mistério. Em vez disso, ela afirma nos termos mais fortes que Deus é um. Por que valer-se de uma explicação que a Divindade é um mistério incompreensível para poder proteger uma doutrina feita pelos homens com terminologia não bíblica quando as Escrituras nos dão claramente uma mensagem simples, e não ambígua que Deus é absolutamente um? É errado declarar que a Divindade é um mistério quando a Bíblia claramente declara que Deus tem revelado o mistério a nós.

A Divindade de Jesus Cristo

O trinitarianismo afirma a deidade de Cristo. Porém, diminui da plena deidade de Cristo como descrita na Bíblia. Como um assunto prático, o trinitarianismo nega que a plenitude da Divindade está em Jesus porque ele nega que Jesus é o Pai e o Espírito Santo. Ela não exalta o nome e a pessoa de Jesus suficientemente ou Lhe dá o pleno reconhecimento que a Bíblia O dá.

Contradições

O problema básico é que o trinitarianismo é uma doutrina não bíblica que contradiz vários ensinos bíblicos e muitos versículos específicos das Escrituras. Além disso, a doutrina contém várias contradições internas. É claro que, a contradição interna mais óbvia é como pode haver três pessoas de Deus em qualquer sentido significante e ainda haver somente um Deus. Abaixo temos compilado várias outras contradições e problemas associados com o trinitarianismo. Esta lista não é exaustiva, mas dá uma idéia de quanto que a doutrina se diverge da Bíblia.
1. Jesus Cristo teve dois pais? O Pai é o Pai do Filho (I John 1:3), contudo a criança nascida de Maria foi concebida pelo Espírito Santo (Mateus os dizem que o Espírito Santo foi meramente o agente do Pai na concepção - um processo que eles comparam com inseminação artificial![109]

2. Quantos Espíritos são? Deus o Pai é um Espírito (João 4:24), o Senhor Jesus é um Espírito (II coríntios 3:17), e o Espírito Santo é um Espírito por definição. Contudo há um Espírito (I coríntios 12:13; Efesios 4:4).

3. Se o Pai e Filho são pessoas co-iguais, por que o Jesus orou ao Pai? (Mateus 11:25). Deus pode orar a Deus?

4. Semelhantemente, como o Filho não pode saber tanto quanto o Pai? (Mateus 24:36; Marcos 13:32).

5. Semelhantemente, como o Filho não pode ter poder a não que o Pai Lhe dá? (João 5:19, 30; 6:38).

6. Semelhantemente, como explicar sobre os outros versículos das Escrituras que indica a desigualdade do Filho e o Pai? (João 8:42; 14:28; I coríntios 11:3).

7. Como foi que "Deus o Filho" morreu? A Bíblia diz que o Filho morreu (Romanos 5:10). Nesse caso, Deus pode morrer? Pode uma parte de Deus morrer?

8. Como pode ser um Filho eterno quando a Bíblia fala de um Filho gerado, indicando claramente que o Filho teve um início? (João 3:16; Hebreus 1:5-6).

9. Se o Filho é eterno e existiu na criação quem foi sua mãe naquele momento? Sabemos que o Filho foi feito de mulher (Galatas 4:4).

10.Será que "Deus o Filho" entregou Sua onipresença enquanto estava na terra? Nesse caso, como ele pode ainda ser Deus?

11. Se o Filho é eterno e imutável (inalterável), como pode o reinado do Filho ter um fim? (I coríntios 15:24-28).

12. Se em resposta às perguntas 3 a 11 dizemos que o Filho humano de Deus foi limitado em conhecimento, foi limitado em poder, e morreu, então como podemos falar de "Deus o Filho?" Há dois Filhos?

13. Quem é que louvamos e a quem é que oramos? Jesus disse para adorar o Pai (João 4:21-24), contudo Estevão orou a Jesus (Atos 7:59-60).

14. Pode haver mais de três pessoas na Divindade? Certamente o Antigo Testamento não ensina três mas enfatiza Unicidade. Se o Novo Testamento acrescenta à mensagem do Antigo Testamento e ensina três pessoas, então o que há de prevenir subseqüentes revelações de pessoas adicionais? Se aplicarmos a lógica trinitária para interpretar alguns versos da Bíblia, poderíamos ensinar uma quarta pessoa (Isaias 48:16; Colossenses 1:3; 2:2; I Tessalonicenses 3:11; Tiago 1:27). Igualmente, poderíamos interpretar alguns versos da Bíblia para significar seis ou mais pessoas (Apocalipse 3:1; 5:6).

15. Há três Espíritos no coração de um Cristão? Pai, Jesus, e o Espírito habitam dentro do Cristão (João 14:17, 23; Romanos 8:9; Efesios 3:14-17). Todavia há um Espírito (I coríntios 12:13; Efesios 4:4).

16. (Há somente um trono no céu (Apocalipse 4:2). Quem senta sobre ele? Sabemos que Jesus senta (Apocalipse 1:8,18, 4:8). Onde o Pai e o Espírito Santo sentam?

17. Se Jesus está no trono, como Ele pode sentar mão direita de Deus ? (Marcos 16:19). Ele senta ou está de pé à direita de Deus? (Atos 7:55). Ou Ele está no seio do Pai? (João 1:18).

18. Está Jesus na Divindade ou está a Divindade em Jesus? Colossenses 2:9 diz que é o último.

19. Determinado Mateus 28:19, por que os apóstolos consistentemente batizaram tanto Judeus como Gentios usando o nome de Jesus, até a extensão do rebatismo? (Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5; 22:16; I coríntios 1:13).

20. Quem ressuscitou Jesus dos mortos? O Pai o fez (Efesios 1:20), ou Jesus (João 2:19-21), ou o Espírito? (Romanos 8:11).

21. Se o Filho e Espírito Santo são pessoas co-iguais na Divindade, por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável mas a blasfêmia contra o Filho não é? (Lucas 12:10).

22. Se o Espírito Santo é um membro co-igual da trindade, por que a Bíblia sempre fala dEle como sendo enviado do Pai e de Jesus? (João 14:26; 15:26).

23. O Pai sabe algo que o Espírito Santo não sabe? Nesse caso, como eles podem ser co-iguais? Somente o Pai sabe o dia e hora da Segunda Vinda de Cristo (Marcos 13:32).

24. A trindade fez as Velhas e Novas alianças? Sabemos que o SENHOR (Jeová) fez (Jeremias 31:31-34; Hebreus 8:7-13). Se Jeová é então uma trindade o Pai, Filho, e Espírito tiveram que morrer para fazer a aliança nova efetiva (Hebreus 9:16-17).

25. Se o Espírito procede do Pai, o Espírito também é filho do Pai? Se não, por que não?

26. Se o Espírito procede do Filho, o Espírito é neto do Pai? Se não, por que não?
Avaliação do Trinitarianismo

Cremos que o trinitarianismo não é uma doutrina bíblica e que ele contradiz a Bíblia em muitas maneiras. As Escrituras não ensinam uma trindade de pessoas. A doutrina da trindade usa terminologia não usada na Bíblia. Ela ensina e enfatiza pluralidade na Divindade enquanto a Bíblia enfatizar a Unicidade de Deus. Ela diminui a plena deidade de Jesus Cristo. Ela contradiz muitos versos específicos da Bíblia. Ela não é lógica. Ninguém pode entender ou explicar racionalmente, nem mesmo aqueles que a defendem. Em resumo, o trinitarianismo é uma doutrina que não pertence ao Cristianismo.
A Doutrina da Trindade

Contrastada com a Unicidade

Para entender claramente como o trinitarianismo difere os ensinamentos da Bíblia sobre a Divindade, preparamos uma tabela contrastante. A lista lateral esquerdas registra os ensinos essenciais do trinitarianismo. As listas laterais direitas os ensinos da Unicidade ou monoteísmo Cristão. Acreditamos que o lado direito reflete os ensinos da Bíblia, e este é o sistema de crença que tentamos apresentar ao longo deste livro.

Trinitarianismo e Unicidade Comparados:

Trinitarianismo - Unicidade

1 Há três pessoas em um Deus. Quer dizer, há três distinções essenciais na

Natureza de Deus. Deus é uma Trindade Santa. Há um Deus sem nenhuma divisão essenciais na sua natureza. Ele não é uma pluralidade de pessoas, mas Ele tem uma pluralidade de manifestações, papéis, títulos, atributos, ou relacionamentos com o homem. Além disso, estas não são limitados a três,

2 Pai, Filho, e Espírito Santo são as três pessoas na Divindade. Elas são pessoas distintas, e eles são co-iguais, co-eternos e de co-essência. Porém, Deus o Pai é a cabeça da Trindade em algum sentido, e o Filho e Espírito procedem de Ele em algum sentido.

Pai, Filho, e Espírito Santo são designações diferentes para o único Deus. Deus é o Pai. Deus é o Espírito Santo. O Filho é Deus manifestado em carne. O termo Filho sempre se refere à Encarnação, e nunca a uma deidade aparte da humanidade.

3 Jesus Cristo é a encarnação de Deus o Filho. Jesus não é o Pai ou o Espírito Santo. Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é a encarnação da plenitude de Deus. Na Sua deidade, Jesus é o Pai e o Espírito Santo.

4 O Filho é eterno. Deus o Filho existiu desde toda a eternidade. O Filho foi gerado eternamente pelo Pai. O Filho é gerado, não eterno. O Filho de Deus existiu desde toda a eternidade somente como um plano na mente de Deus. O Filho de Deus veio à existência atual (significativo) na Encarnação em qual época o Filho foi concebido (gerado) pelo Espírito de Deus.

5 A Palavra de João 1 (o Logos) é a segunda pessoa da Divindade, isto é Deus o Filho. A Palavra de João 1 (o Logos) não é uma pessoa separada, mas é o pensamento, plano, atividade, ou expressão de Deus. A Palavra foi expressa em carne como o Filho de Deus.

6 Jesus é o nome humano dado a Deus o Filho como manifestado na carne. Jesus (significando Jeová-salvador) é o nome revelado de Deus no Novo Testamento. Jesus é o nome do Pai, Filho, e Espírito Santo.

7 O batismo nas águas é administrado corretamente dizendo "no nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Batismo nas águas é administrado corretamente dizendo "no nome de Jesus." O nome de Jesus normalmente é acompanhado com os títulos de Deus, Cristo, ou ambos.

8 Veremos a Trindade ou o Triuno Deus no céu. (Muitos trinitarianos dizem que veremos três corpos que é triteismo declarado. Outros deixam aberta a possibilidade que veremos somente um ser Espírito com um corpo. A maioria do trinitarianos não sabem o que crêem sobre isto, e alguns admitem francamente que não sabem. Veremos Jesus Cristo no céu. Ele é o único no trono e o único Deus que jamais veremos.

9 A Divindade é um mistério. Temos que aceitar pela fé o mistério da Trindade apesar de suas contradições aparentes. A Divindade não é nenhum mistério, especialmente para a igreja. Não podemos entender tudo que há de saber acerca de Deus, mas a Bíblia ensina claramente que Deus é um em número e que Jesus Cristo é o único Deus manifesto na carne.
O que o Membro Comum da Igreja Crê?

Vendo os contrastes entre trinitarianismo e Unicidade, poderíamos perguntar o que a pessoa comum que se chama uma Cristã realmente crê? É claro que, a maioria das denominações Cristãs oficialmente aceita trinitarianismo. Porém, a maioria de estudiosos trinitários cuidadosamente se distânciam do triteismo e muitos usam terminologia que soam quase como Unicidade. Muitos membros de igreja realmente não entendem a doutrina do trinitarianismo e, como um assunto prático, estão mais perto da crença, Unicista. Algumas perguntas que se respondidas no afirmativo indicam uma tendência em direção a Unidade ou uma aceitação funcional são:

• Você normalmente ora diretamente a Jesus? Quando você ora ao Pai, você muda para uma linguagem que indica que de fato você está pensando acerca de Jesus (por exemplo, usando "Senhor", "em seu nome", ou "Jesus")?

• Você espera ver somente um Deus no céu, a saber, Jesus Cristo?

• É correto dizer que você raramente ou nunca ora diretamente ao Espírito Santo como uma pessoa separada?

• A doutrina da trindade é desconcertante para você ou é um mistério para você?

Baseado nas respostas a estas questões e outras semelhantes a elas, sentimos que a maioria de crentes Bíblicos instintivamente pensam em termos da Unicidade e não em termos trinitários. Além disso, parece que quando uma pessoa recebe o batismo do Espírito Santo ela instintivamente pensa em termos da crença Unicista.

A maioria dos católicos e protestantes não tem um conceito bem desenvolvido da trindade, não sabem em detalhes o que o trinitarianismo ensina, e não podem explicar passagens Bíblicas em termos trinitarianos. Hoje, achamos uma ênfase forte no trinitarianismo e formas extremamente triteisticas principalmente de trinitarianismo em alguns grupos Pentecostais trinitarianos. A razão aparente para isto é que eles tem enfrentado o assunto da Unicidade, tem rejeitado conscientemente a Unicidade, e assim tem ido ao trinitarianismo radical. Uma pergunta simples ajudará o membro da igreja trinitariana esclarecer suas próprias crenças. A pergunta é: "Quando vemos Deus no céu, o que veremos? " Se ele responde que veremos três pessoas com três corpos, então ele é um trinitariano forte e radical. Sua resposta indica um triteismo pagão, não o monoteísmo forte da Bíblia. Se ele responde que veremos um Deus com um corpo, então ele está perto da Unicidade. Dada esta resposta, é fácil demonstrar de Apocalipse que o único que veremos é de fato Jesus Cristo, pois nEle habita toda a plenitude da Divindade completamente.
Conclusão

A Bíblia não ensina a doutrina da trindade, o trinitarianismo na verdade contradiz a Bíblia. O trinitarianismo não acrescenta qualquer benefício positivo à mensagem Cristã. Sem a doutrina artificial da trindade feita pelos homens podemos ainda afirmar a deidade de Jesus, a humanidade de Jesus, o nascimento virginal, a morte, sepultamento, e ressurreição de Cristo, a expiação, justificação pela fé, a autoridade exclusiva das Escrituras, e qualquer outra doutrina que é essencial ao r Cristianismo verdadeiro. Na realidade, realçamos estas doutrinas quando aderimos estritamente à mensagem Bíblica que Jesus é o único Deus manifesto em carne. Aderência à Unicidade não significa a rejeição que Deus veio em carne como o Filho ou uma rejeição que Deus cumpre os papéis de Pai e Espírito Santo. Por outro lado, a doutrina da trindade diminui dos temas bíblicos importantes da Unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo. Portanto, o Cristianismo deveria deixar de usar a terminologia trinitáriana e deveria voltar para trás para enfatizar a mensagem básica da Bíblia. A maioria dos crentes Bíblicos não pensam em termos fortes trinitários, portanto é uma transição a parte dele não seria muito difícil, pelo menos não no nível individual. No outro lado, aderência estrita à crença da Unicidade traz muitas bênçãos. Ela coloca uma ênfase onde deveria ser - na importância de terminologia bíblica, pensamento, e temas. Ela estabelece o Cristianismo como o verdadeiro herdeiro de Judaísmo e como uma crença verdadeiramente monoteística. Ela nos lembra que Deus nosso Pai e Criador nos amou tanto que Ele Se vestiu em carne para vir como nosso Redentor. Ela nos lembra que podemos receber este Criador e Redentor em nossos corações pelo Seu Próprio Espírito.

A Unicidade magnífica Jesus Cristo, exalta Seu nome, reconhece quem Ele realmente é, e reconhece Sua plena deidade. Exaltar Jesus e Seu nome na pregação e no louvor traz um movimento poderoso do Seu poder em bênçãos, libertação, oração respondida, milagres, cura, e salvação. Coisas maravilhosas acontecem quando alguém prega a mensagem da deidade de Jesus, o nome de Jesus, e a Unicidade de Deus, mas raramente alguém se inspira sobre a mensagem da trindade. Uma crença forte na Unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo é um elemento crucial na restauração da igreja a retificar as crenças bíblicas e poder apostólico.
CONCLUSÃO

Em resumo, o que podemos dizer acerca de Deus? Sabemos que há um Deus indivisível (Deuteronomio 6:4). Deus é Espírito (João 4:24) e portanto invisível ao homem (João 1:18; I Timoteo 6:16). Ele é onisciente, onipresente, e onipotente (Salmo 139; Apocalipse 19:6). No Antigo Testamento, Deus se manifestou muitas vezes de modos visíveis (Gêneses 18:1; Êxodo 33:22-23). Estas manifestações temporárias e visíveis são chamadas teofanias. No Novo Testamento, Deus se manifestou em carne humana como Jesus Cristo, o Filho de Deus (João 1:1, 14; I Timoteo 3:16).

No Velho Testamento Deus se revelou pelo nome de Jeová ou Yahweh que significa o Auto-Suficiente ou único Eterno.

O Novo Testamento descreve freqüentemente o único Deus como o Pai. Este título enfatiza Seu papel como Criador e Pai de todos (Malaquias 2:10), como Pai dos crentes renascidos (Romanos 8:14-16), e como Pai do único Filho unigênito (João 3:16).

Além disso, a Bíblia usa o termo Espírito Santo para se referir ao único Deus. Isto descreve o que Deus é e enfatiza Deus em atividade (Gênesis 1:2), particularmente na atividade relacionado ao homem tais como a regeneração, batismo, enchimento, e unção (Atos 1:4-8; 2:1-4).

A Bíblia também usa a termo Palavra para se referir ao único Deus, particularmente ao pensamento, plano, ou expressão de Deus (João 1:1, 14).

No Novo Testamento, Deus se manifestou na carne na pessoa de Jesus Cristo. Esta manifestação de Deus é chamada o Filho de Deus (não Deus o Filho) porque Ele foi concebido literalmente no útero de uma mulher pela operação milagrosa do Espírito de Deus (Mateus 1:18-20; Lucas 1:35). Assim a palavra Filho nunca denota deidade sozinho, mas sempre descreve Deus como manifestado na carne, em Cristo (Mateus 25:31), e às vezes descreve somente a humanidade de Cristo (Romanos 5:10). Não dizemos que o Pai é o Filho, mas que o Pai está no Filho. Não podemos separar o Filho da Encarnação (Gálatas 4:4). Então, o Filho não preexistiu a Encarnação a não ser como um plano na mente de Deus, isto é como a Palavra.

Jesus Cristo é o Filho de Deus - Deus em carne (Mateus 1:21-23). Ele tem uma natureza dupla - humana e divina, ou carne e Espírito. Em outras palavras, duas naturezas completas são unidas inseparavelmente na pessoa de Jesus Cristo. Em Sua natureza humana Jesus é o filho de Maria. Na Sua natureza divina Jesus é o único Deus em Si mesmo (II Coríntios 5:19; Colossenses 2:9; I Timoteo 3:16). Jesus é o Pai (Isaias 9:6; João 10:30; 14:6-11), Jeová (Jeremias 23:6), a Palavra (João 1:14), e o Espírito Santo (II Coríntios 3:17; Gálatas 4:6; Efesios 3:16-17).

A Bíblia claramente ensina a doutrina da Unicidade de Deus e a deidade absoluta de Jesus Cristo claramente. Os cristãos primitivos acreditaram nesta grande verdade, e muitas pessoas tem aderido a ela ao longo da história. Embora que no curso da historia o trinitarianismo se tornou a doutrina predominante na Cristandade, as Escrituras não o ensinam. Na realidade, a Bíblia não menciona em nenhuma parte ou se alude a palavra trindade, a frase "três pessoas em uma substância", ou a frase "três pessoas em um Deus." Podemos explicar todos as Escrituras adequadamente em ambos os testamentos sem qualquer necessidade de recorrer à doutrina da trindade.

O trinitarianismo contradiz e diminui dos importantes ensinos bíblicos. Diminui a ênfase Bíblica na unidade absoluta de Deus, e diminui da deidade plena de Jesus Cristo. A doutrina trinitária como existe hoje não se desenvolveu completamente e a maioria da Cristandade não a aceitou completamente até o quarto século depois de Cristo.

Aqui estão cinco maneiras específicas nas quais a doutrina bíblica de monoteísmo Cristão difere da presente doutrina existente de trinitarianismo. (1) A Bíblia não fala de um eterno existente"Deus o Filho; " pois o Filho refere somente à Encarnação. (2) a frase "três pessoas em um Deus" é incorreta porque não há nenhuma distinção de pessoas em Deus. Se "pessoas" indicam uma pluralidade de personalidades, vontades, mentes, seres, ou corpos visíveis, então é incorreto porque Deus é um ser com uma personalidade, vontade e mente.

Ele tem um corpo visível - o corpo humano glorificado de Jesus Cristo. (3) o termo "três pessoas" é incorreto porque não há nenhuma triplicidade essencial sobre Deus. O único número relevante a Deus é um. Ele tem muitos papéis diferentes, títulos, manifestações, ou atributos, e não podemos as limitar a três. (4) o Jesus é o nome do Pai, Filho, e Espírito Santo, pois Jesus é o nome revelado de Deus no Novo Testamento (João 5:43; Mateus 1:21; João 14:26). Então, podemos administramos corretamente o batismo nas águas usando o nome de Jesus (Atos 2:38). (5) Jesus é a encarnação da plenitude de Deus. Ele é a encarnação do Pai (a Palavra, o Espírito, Jeová) não somente a encarnação de uma pessoa chamada "Deus o Filho."

O que é a essência da doutrina de Deus como ensinado pela Bíblia - a doutrina que temos rotulado Unicidade? Primeiro, há um Deus indivisível sem nenhuma distinção de pessoas. Segundo, Jesus Cristo é a plenitude da Divindade encarnada. Ele é Deus o Pai - o Jeová do Antigo Testamento - vestido em carne. Tudo de Deus está em Jesus Cristo, e achamos tudo que precisamos nEle. O único Deus que nós veremos no céu é Jesus Cristo.

Tendo dito tudo disto, por que uma compreensão correta e crença nesta doutrina são importante? Aqui estão quatro razões. (1) é importante porque a Bíblia inteira a ensina e enfatiza. (2) Jesus deu ênfase como é importante para nós entendermos que Ele realmente é o Jeová do Antigo Testamento: "Porque se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (João 8:24). A palavra ele está em itálico na King James Version, que indica não está no grego mas foi adicionada pelos tradutores. Portanto Jesus chamou a Si mesmo o "EU SOU", o nome que Jeová usou em Êxodo 3:14-15. Jesus estava dizendo, "Se não crerdes que eu SOU, morrereis nos vossos pecados." Não é obrigatório que uma pessoa tenha uma compreensão completa de todas as perguntas relativas a Divindade para ser salva, mas ela deve crer que há um Deus e que Jesus é Deus. (3) a mensagem Unicista determina a fórmula para o batismo nas águas - em o nome de Jesus (Atos 2:38). (4) A Unicidade nos ensina como é realmente importante o batismo do Espírito Santo. Desde que há somente um Espírito de Deus, e desde que o Espírito Santo é o Espírito de Cristo, Unicidade nos mostra que recebemos Cristo em nossas vidas quando somos cheios ou batizados com o Espírito Santo (Romanos 8:9).

Escrituras. Ela vem através de estudo com oração, procurando diligentemente, o intenso desejo pela verdade. Quando Pedro fez sua grande confissão da deidade de Jesus, Jesus disse: "Porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no céu" (Mateus 16:16-17). Portanto, se quisermos entender o grande Deus em Cristo devemos colocar de lado as doutrinas humanas, tradições, filosofias, e teorias. No seu lugar devemos colocar a pura Palavra de Deus. Devemos pedir para Deus nos revelar esta grande verdade através da sua Palavra. Devemos buscar Seu Espírito para iluminar Sua Palavra e nos guiar em toda a verdade (João 14:26; 16:13). Não é suficiente confiar em dogmas da igreja, pois os dogmas da igreja só são válidos se eles forem ensinados conforme a Bíblia. Devemos voltar a própria Bíblia, temos que estudá-la, e temos que pedir a Deus que nos ilumine pelo Seu Espírito.

É apropriados que encerremos este livro com Colossenses 2:8-10, uma grande passagem de advertência, instrução, e inspiração com respeito às verdades preciosas da Unicidade de Deus e a
Deidade de Jesus Cristo.

"Cuidado que ninguém vos venha enredar com sua filosofia e vã sutileza conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados. Ele é o cabeça de todo principado e potestade."

Amém!
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