FACULDADE DE TEOLOGIA
TESTEMUNHAS HOJE
CURSO LIVRE
HISTÓRIA
GERAL
DA
IGREJA
SEGUNDA PARTE
OS GRANDES PERIODOS
DA HISTÓRIA
DA IGREJA.
O
CONCÍLIO DE TRENTO
A
Igreja Católica vivia um processo de decadência, agravada a partir do século
XIV. A transferência da sede papal para Avignon e o cisma do Ocidente haviam
solapado a autoridade pontifícia. Os papas do Renascimento, que pouco se
ocuparam da doutrina, mantinham uma corte secularizada, em que predominavam as
disputas políticas e o nepotismo. O quinto Concílio de Latrão (1512-1517) não
foi capaz de instituir as mudanças necessárias e, no mesmo ano de seu
encerramento, Lutero proclamou em Wittenberg as 95 teses que deram origem à
Reforma protestante.
A
urgência da mudança tornou-se evidente com as manifestações sucessivas na
Inglaterra, Países Baixos, Alemanha e Suíça, mas o papa Clemente VII temeu não
só a repetição das turbulências ocorridas em concílios anteriores como as
pressões políticas do imperador Carlos V.
No
entanto, seu sucessor, Paulo III, estava convencido de que a unidade cristã e
uma eficaz reforma da igreja só se efetivariam com a realização do concílio.
A
Igreja da época costumava dizer que algumas pessoas salvas possuíam mais
méritos do que tinham necessidade para serem salvas. Por isso, esses méritos
extras poderiam ser usados para a salvação através de pagamento de indulgências
(recibos de perdão de pecados passados e futuros).
Martinho
Lutero protestou contra esta prática. No dia 31 de outubro de 1517, tornou
públicas suas Teses contra a venda de indulgências. Em pouco tempo, as 95 Teses
estavam espalhadas por toda a Alemanha.
Em
30 de maio de 1518, Lutero enviou suas Teses ao Papa Leão X, pois estava
convicto que o Papa iria apoiá-lo contra os abusos das indulgências o que não
ocorreu. No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero é oficialmente excomungado da
Igreja Católica.
Com
este gesto desencadeou o processo da Reforma. Com isto, ficando selada a
divisão religiosa na Alemanha.
Diante
dos movimentos protestantes, a reação inicial e imediata da Igreja Católica foi
a de punir os líderes rebeldes, na esperança de que as idéias dos reformadores
não se propagassem e o mundo cristão recuperasse a unidade perdida. Essa
tática, entretanto, não deu bons resultados, já que o movimento protestante
avançou pela Europa, conquistando crescente número de seguidores. Era forçoso,
assim, reconhecer a ruptura protestante.
Diante
disso, ganhou força dentro do Catolicismo um amplo movimento de moralização do
clero e reorganização das estruturas administrativas da Igreja. Esse movimento
de reformulação da Igreja Católica ficou conhecido como Reforma Católica ou
Contra-Reforma. Seus principais líderes foram os Papas Paulo III (1534-1549),
Paulo IV (1555-1559), Pio V (1566-1572) e Xisto V (1585-1590). Paulo III foi
eleito papa aos 66 anos e morreu 15 anos depois. Júlio III foi eleito aos 63 e
morreu cinco anos depois. Marcelo II foi eleito aos 54 (a 10 de abril de 1555)
e morreu 22 dias depois (1º de maio), Paulo IV foi eleito aos 79 e morreu
quatro anos depois. E Pio IV foi eleito aos 60 e morreu sete anos depois. Com
exceção do piedoso Marcelo II, todos os outros mancharam seus pontificados com
a prática do nepotismo. Paulo IV, por exemplo, fez de seu sobrinho Carlos
Carafa Cardeal Secretário de Estado. Esse homem era imoral e destituído de
consciência e abusou de seu ofício para cometer extorsões vergonhosas. Todo
um conjunto de medidas foi colocado em prática pelos líderes da Contra-Reforma,
tendo em vista deter o avanço do protestantismo. Entre essas medidas,
destaca-se o Concílio de Trento que é o tema deste trabalho.
O
CONCÍLIO
O
Concílio de Trento (1545-1563) foi o décimo nono dos concílios gerais ou
ecumênicos da Igreja Católica Romana, mas ao mesmo tempo em que é chamado
ecumênico ou universal, mais de dois terços dos bispos eram italianos. Assim o concílio
não era representativo nem mesmo no mundo católico romano e certamente não
estava livre do controle do papa. Este concílio produziu mais definição e
legislação do que os dezoito concílios gerais prévios colocados juntos.
A
abertura do Concílio de Trento deu-se 28 anos depois do rompimento de Martinho
Lutero com Roma (outubro de 1517) e nove anos depois da primeira edição das
Institutas da religião cristã, de João Calvino, em 1536 (um livro de formato
pequeno, com 516 páginas). Outras edições em latim e francês já tinham sido
publicadas. Por ocasião da abertura do Concílio (13 de dezembro de 1545), todos
os reformadores, exceto Ulrico Zuínglio, ainda estavam vivos: Martinho Lutero
com 62 anos, Guilherme Farel com 56, Filipe Melanchton com 48, João Calvino com
36 e João Knox com 31.
Lutero
morreria no ano seguinte (1546).
Pode-se
dizer que este concílio foi à resposta oficial da igreja romana ao
protestantismo.
Com
o principal objetivo de responder as perturbações da Reforma Protestante, e
reafirmar as doutrinas romanas como a transubstanciação. Também se propunha a
eliminar a desunião da igreja organizada, reformar o povo cristão e libertar os
cristãos prisioneiros dos turcos. Fica obvio que em caso de crise grave, o
concílio pode ser um meio de superar os obstáculos e fortalecer a unidade da
igreja.
A
agenda do concílio foi tão complexa e tão volumosa que foram precisos dezoito
anos, abrangendo os reinados de cinco papas, para que ela se cumprisse.
No
que diz respeito à melhoria da conduta do clero, o Concílio foi muito positivo.
Formulou-se uma legislação com o objetivo de eliminar os abusos. Os sacerdotes
deveriam residir junto às paróquias, os bispos, na sede episcopal, monges e
freiras em seus mosteiros e conventos. A Igreja deveria fundar seminários para
preparar melhor seus sacerdotes.
Mas,
no que diz respeito às doutrinas postas em dúvida pela Reforma Protestante, o
Concílio de Trento nada fez senão confirmar o ensino tradicional católico.
Em
suma, a Reforma começa a se apagar diante da política. Quando Paulo III
(1534-1543) sucede a Clemente, as coisas estão na mesma. O novo papa decide
mostrar força. Discute-se o local. Lutero, consultado, declara que está pronto
a comparecer se a reunião se realizar em Mântua ou Verona. A escolha da
jurisdição foi sutil – dentro dos territórios do Império Alemão, porém perto o
bastante de Roma para assegurar o controle do papa sobre o concílio.
Mas
foi convocado o concílio, em Mântua, (1536), e, em Vicenza, (1537), não
chegando a reunir-se, devida ausência de participantes, pois estavam presentes
apenas três legados e cinco bispos, havendo-se negado, os príncipes
protestantes a aceitar o convite, em 1539, foi adiado o concílio.
Por
causa de interrupções de cerca de três e de dez anos, o concílio prolongou-se
de 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563. Durante esse tempo, a Europa
não sossegou. Copérnico morreu em 1543; Lutero desaparece em 1546, ou um ano
após a abertura desse concílio que ele desejou no início de sua reforma.
Num
encontro com o papa, o imperador novamente propôs a cidade de Trento (1541)
para sediar o concílio, sendo convocado pelo papa a partir de 1º de novembro de
1542, mas no verão de 1542, irrompera uma guerra entre a Alemanha e a França, e
essa convocação ficaria sem efeito. Em 29 de setembro de 1543 suspendeu o papa
o concílio, mas, em 30 de novembro de 1544 levantou a suspensão e estabeleceu o
dia 15 de março de 1545 como termo inicial do evento. Contudo, além dos dois
delegados do papa, não haviam chegado outros participantes, de fato só pôde o
concílio ter início em 13 de dezembro de 1545. Havia, desta vez, comparecido 4
arcebispos, 21 bispos e 5 superiores gerais de ordens religiosas. No princípio
do verão, subiu esse número para 66 participantes, dos quais uma terça parte
era constituída de italianos.
OS
TRÊS PERÍODOS
O
primeiro período (1545-1547) de sessões durou de 13 de dezembro de 1545 a 2 de
junho de 1547. Há 34 padres com direito a voto na sessão de abertura. Contra a
vontade do imperador, pretendia-se tratar de questões de fé e de reforma
simultaneamente. Na quarta sessão foi deliberado a respeito do decreto sobre as
fontes da fé. Na quinta sessão, expediu-se o decreto sobre o pecado original e,
na sexta sessão, o decreto sobre a justificação. Tal decreto fora objeto de cuidado
especial, tornando-se assim o decreto dogmático mais significativo do concílio.
Também os projetos de reforma foram tratados nesse período de sessões, assim
como o dever de residência dos bispos.
Além
disso, foram discutidas as doutrinas gerais sobre os sacramentos e os
sacramentos do batismo e da confirmação. O concílio, crendo que a heresia
luterana se baseava num entendimento errôneo dos sacramentos, dedicou mais
tempo a estes do que a qualquer outra questão doutrinária. O concílio confirmou
que há sete sacramentos instituídos por Cristo (o batismo, a confirmação, a
eucaristia, a penitência, a extrema unção, as ordens e o matrimônio) e condenou
aqueles que diziam que os sacramentos não são necessários para a salvação ou
que o homem pode ser justificado pela fé somente, sem qualquer sacramento. O
concílio declarou que, não somente a Bíblia, mas também as Escrituras canônicas
e os livros apócrifos da Vulgata de Jerônimo e a tradição da Igreja constituíam
autoridade final para os fiéis. E também que a justificação se dava pela fé e
suas obras subseqüentes.
Em
princípios de 1547, transferiu-se o concílio para Bolonha, porquanto em Trento
irrompera um surto de tifo (doença infecciosa). Por certo, tinha o papa mais um
outro motivo para a transferência: queria distanciar o concílio da área de
dominação do imperador. Paulo confirmou, por isso, em 11 de março de 1547, a
decisão de transferência do concílio, tomada pela maioria de dois terços. O
imperador exigiu a volta para Trento, sobretudo porque, a seu ver, os
protestantes certamente se recusariam a vir para uma cidade como Bolonha,
situada no Estado Pontifício. O papa negou o atendimento à exigência imperial,
alegando que competia ao concílio decidir sobre a sua transferência, o qual
tomara tal decisão.
Henrique
II proibiu os bispos franceses de irem a Trento. Porém, ao longo dos meses, o
concílio vai, mais uma vez, ganhando força. Houve até algumas delegações
protestantes vindas da Alemanha, especialmente de Wurtemberg; elas apresentaram
sua profissão de fé e foram ouvidas em silêncio. Não houve debate.
Em
Bolonha levara o concílio adiante as deliberações acerca da eucaristia,
penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. Ademais disso, foi debatida
a doutrina sobre o sacrifício da missa, o purgatório e as indulgências. Sobre
as Indulgências diz assim a Sessão XXV: Visto que o poder de conceder
indulgências foi concedido à Igreja por Cristo e visto que a Igreja fez uso
deste poder divinamente dado desde os tempos mais antigos, o santo sínodo
ensina e ordena que o uso das indulgências – que é grandemente salutar para o
povo cristão e foi aprovado pela autoridade dos sagrados concílios – deve ser
conservado na Igreja... (é de se observar primeiro a forma como esta heresia é
colocada “o santo sínodo ensina e ordena” e, “foi aprovado pela autoridade dos
sagrados concílios” concílios este formado por homens que por natureza erram e
não pela Bíblia que contém a Palavra de Deus). Vale lembrar que os católicos
romanos têm que aceitar todos os cânones como matéria de fé católica, sob pena
de condenação (serem anatematizados).
Em
13 de setembro de 1549, suspendeu o papa o concílio. Morreu em 10 de novembro
de 1549.
O
segundo período é executado por seu sucessor, Júlio III (1550-1555), transferiu
o concílio novamente para Trento, onde foi reaberto solenemente em 1º de maio
de 1551. Em fins de 1551 e princípios de 1552, apareceram no concílio enviados
de estados imperiais protestantes. Sua exigência no sentido de que todos os
pronunciamentos até então feitos pelo concílio sobre a fé deveriam ser
anulados, dificilmente seriam exeqüíveis (possíveis). Foram publicados os
decretos sobre os sacramentos, que haviam sido objeto de estudo em Bolonha,
além dos decretos da reforma da gestão dos bispos e da conduta de vida dos clérigos.
Motivos políticos levaram, em 28 de abril de 1552, a nova suspensão do
concílio, que somente em 1562 foi reaberto. Entrementes faleceram, no entanto,
além de Júlio III, também os seus sucessores, Marcelo II e Paulo IV.
Pio
IV (1559-1565) – ele pertence à família dos Médicis - finalmente, deu
prosseguimento ao terceiro período do concílio.
A
abertura, efetuada em 18 de janeiro de 1562, contou com a presença de 109
cardeais e bispos. Os debates preliminares se realizam em nível de
especialistas. As sessões, em geral, são públicas. Muitos teólogos participam.
Em 11 de março, foi discutido o dever de residência dos bispos, o que levou à
manifestação de opiniões divergentes e a uma interrupção maior do concílio, até
que o papa, em 11 de maio, proibiu o debate sobre o referido tema.
Concomitantemente àquelas medidas, foram expedidos decretos sobre os demais
sacramentos e emitidos também decretos de reforma, entre outros, os
concernentes à rejeição de exigências de abolição do celibato.
A
vigésima segunda sessão, de 17 de setembro de 1562, ocupou-se com males
existentes nas dioceses. Com o renovado pronunciamento sobre o dever de
residência dos bispos, a exaltação dos ânimos reveladas nas contestações chegou
a ponto de se temer a dispersão do concílio. A controvérsia trouxe à baila mais
uma vez as relações entre o papa e o concílio. Contudo, o novo presidente do
concílio, Monrone, conseguiu salvar a situação, obtendo a aceitação de um
compromisso relativamente aos pontos controvertidos: foi apenas rejeitada a
doutrina protestante acerca das funções do bispo. Nessa mesma sessão, foi
também declarada vinculativa a obrigação dos bispos de estabelecerem em suas
dioceses seminários para a formação de sacerdotes. Na vigésima quarta sessão,
promulgou o concílio diversos decreto de reforma e concluiu, na sessão final de
3 e 4 de dezembro de 1563, os decretos sobre o purgatório, as indulgências e a
veneração dos santos. Dessas sessões saem documentos praticamente prontos. São
submetidos in fine nas “sessões solenes” que aceitam ou recusam os textos. Os
votos são efetuados por cabeça, e não por nação, como em Constança.
O
resultado final foi à transformação da teologia medieval escolástica num dogma
acabado para todos os fiéis. Ficando impossível qualquer chance de reconciliação
com o protestantismo devido às doutrinas acatadas pelo concílio.
Duzentos
e cinqüenta e cinco padres conciliares estão presentes no dia do encerramento
(dezembro de 1563), sentiram sem dúvida uma espécie de alívio. Para muitos
deles, o concílio se confundia com suas próprias vidas. Diversos bispos e
teólogos que haviam assistido às primeiras reuniões estavam mortos. Novas caras
surgiram. Essa delegação coloca, um ponto final no irritante problema das
relações do concílio com o papa. A autoridade suprema pertence a este.
Várias
reformas haviam ficado inconclusas, entre as quais, sobretudo, as do missal e
do breviário e, ainda, a da edição de um catecismo geral. Essas tarefas foram
cometidas, pelos padres conciliares, ao papa. Em 26 de janeiro de 1564,
homologou o papa os decretos conciliares. Uma coletânea das decisões
dogmáticas, a profissão de fé tridentina, foi pelo papa tornada de uso
obrigatório para todos os bispos, superiores de ordens religiosas e doutores.
O
concílio não conseguiu cumprir a tarefa que lhe fora inculcada pelo imperador,
no sentido de restabelecer a unidade na fé. No entanto, delineou claramente a
concepção de fé católica frente à Reforma. Pio IV morreu em 9 de dezembro de
1965. Seu sucessor, Pio V, divulgou o catecismo estatuído pelo concílio (1566),
bem como o breviário reformado (1568) e o novo missal (1570).
As
profundas modificações surgidas na Igreja Católica foram, sem dúvida provocadas
diante do surgimento e expansão do protestantismo. A reação católica,
vulgarmente denominada "contra-reforma", foi orientada pelos Papas
Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Xisto V. Além da
reorganização de muitas comunidades religiosas novas ordens foram fundadas,
dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, cujo fundador foi
Inácio de Loyola, que foi um batalhador da causa católica num dos momentos mais
críticos da Igreja, isto é, durante a expansão luterana.
O
Concílio de Trento condenou a doutrina protestante da justificação pela fé,
proibiu a intervenção dos príncipes nos negócios eclesiásticos e a acumulação
de benefícios. Definiu o pecado original e declarou, como texto bíblico
autêntico, a tradução de São Jerônimo, denominada "vulgata" (com
inclusão de livros "apócrifos" que foram retirados em Nicéia).
Mantiveram os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do
matrimônio, o culto dos santos e das relíquias, a doutrina do purgatório e as
indulgências e recomendaram a criação de escolas para a preparação dos que
quisessem ingressar no clero, denominados seminários.
No
Concílio de Trento, ao contrário dos anteriores, ficou estabelecida a
supremacia dos Papas. Assim é que foi pedido a Pio IV que ratificasse as suas
decisões. Os primeiros países que aceitaram incondicionalmente as resoluções
tridentinas foram Portugal, Espanha, Polônia e os Estados italianos.
A
França, agitada pelas lutas entre católicos e protestantes, demorou mais de
meio século para aceitar oficialmente as normas e dogmas estatuídos pelo
concílio, sendo mesmo o último país europeu a fazê-lo. Pouco tempo depois de
encerrado o concílio surgiu o catecismo de Trento, o missal e o breviário foram
revistos e publicou-se uma nova versão da Bíblia. Até o final do século, muitos
dos abusos que haviam motivado a Reforma protestante tinham desaparecido e a
Igreja Católica recuperara muitos seguidores na Europa. O concílio, porém, não
foi capaz de superar a cisão na igreja cristã.
Trento tornou-se o mais importante
concílio até então. Trento dominou a igreja romana por uns 400 anos, o período
do “Catolicismo Tridentino”. Durante o Concílio de Trento, os protestantes
redigiram pelo menos três clássicas confissões de fé: a Confissão Escocesa
(1560), o Catecismo de Heidelberg (1562) e a Segunda Confissão Helvética
(1562). Os pontos doutrinários aí expostos não se afinam com as declarações
tridentinas. As diferenças entre um credo e outro permanecem até hoje, embora a
convivência entre um grupo e outro seja muito melhor neste final do século XX
do que na primeira metade do século XVI.
PENTECOSTAIS
As
primeiras manifestações pentecostais podem remontar até ao século XVIII, quando
o metodismo foi implantado. Wesley, ao comentar algumas pessoas que entraram em
êxtase em um de seus cultos comentou: "Essas manifestações podem ou não
ser verdadeiras".
A
ORIGEM DO PENTECOSTALISMO
O
primeiro grupo de pentecostais conseguiu sua membresia das igrejas Holiness
Weslyanas - um grupo de metodistas - e, em muitos casos, dos grupos renovados
onde elas começaram (batistas, metodistas, presbiterianas). O primeiro grupo
enfatizava o falar em línguas estranhas como evidencia do Batismo no Espírito
Santo. Em termos de data, foi provavelmente à abertura do Instituto Bíblico
Betel em Topeka, Kansas, dirigido por Charles Parhan, em outubro de 1900.
Em
primeiro de Janeiro de 1901 os alunos deste colégio estavam estudando a obra do
Espírito Santo, e uma das alunas, Agnes Osman, pediu aos seus colegas que lhe
impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito. Ela falou em línguas, e
mais tarde, outros estudantes falaram em línguas também.
Parhan
abriu outra escola em 1905, na cidade de Houston, Texas. Foi de lá que William
J. Seimor, um aluno negro, ao receber o mesmo dom, tornou-se mais tarde o líder
de uma missão no numero 312 da Rua Azusa em Los Angeles, no ano de 1906. Falar
em línguas se tornou comum nessa missão. Pessoas que vinham visitá-la tiveram
experiências similares e levaram a mensagem para outros países. Pode-se dizer
que a Missão da rua Azusa é a mãe do pentecostalismo mundial. Essa missão
chamava-se "MISSÃO APOSTOLICA DA FÉ". Este nome durou até 1914 quando
foi mudado para "ASSEMBLÉIA DE DEUS".
Muitos
jovens pregadores e aspirantes a pregadores iam ter com William J. Seimor para
receber os dons. Foi assim que Gunnar Vingren e Daniel Berg, os fundadores da
Assembléia de Deus no Brasil, tornaram-se pentecostais em 1908,
Em
1907, um pastor chamado William H. Durhan, recebeu de Seimor os dons. Durhan
abriu sua própria missão também em Los Angeles. Ficava na North Ave, 943. Foi
nesta missão que Louis Francescon, futuro fundador da Igreja Cristã do Brasil,
recebeu os seus dons.
O
ASSUNTO DA HISTÓRIA DO DOGMA
A palavra “dogma” se deriva do termo
grego dokein, o qual, na expressão dokein moi significa não só “parece-me” ou
“agrada-me”, mas também “determinei definidamente algo de modo que para mim é
fato estabelecido”.
A Bíblia usa o vocábulo como designação
de decretos governamentais na Septuaginta (Est. 3:9; Dn. 2:13; 6:8; Lc. 2:1;
At. 17:7), de ordenanças do Velho Testamento (Ef. 2:15; Col. 2;14) e das
decisões da assembléia de Jerusalém (At. 16:4). (pg. 17).
Origem e Caráter dos Dogmas...Os
católicos romanos e os protestantes divergem um tanto em sua descrição da
origem dos dogmas. Os primeiros...que agora tem um porta-voz infalível no papa,
após cuidadoso exame, formula a doutrina ensinada nas Escrituras ou pela
tradição, declarando-a verdade revelada in-pondo sua aceitação por patê dos
fiéis. Os reformadores substituíram esse ponto de vista católico-romano por um
outro que, a despeito de suas similaridades, diverge do mesmo em pontos
importantes. Segundo eles, todos os autênticos dogmas religiosos derivam seu
conteúdo material das Escrituras, e exclusivamente delas. Não reconhecem a
palavra oral, nem a tradição, como fonte de dogmas (pg. 18).
Sob a influência de Schleiermacher,
Ritschl, Vinet e outros, desenvolveu-se um conceito radicalmente diferente da
origem dos dogmas,...Os dogmas da igreja seriam apenas formulações intelectuais
de suas experiência, a fé ou a vida cristã como fonte do conteúdo material dos
dogmas, e reputa isso como algo mais em harmonia com os princípios da Reforma.
(pg. 19).
Um dogma pode ser definido como uma
doutrina, derivada da Bíblia, oficialmente definida pela Igreja e declarada
firmada sobre a autoridade divina. (pg. 20).
A
TAREFA DA HISTÓRIA DO DOGMA
...Consiste
em “mostrar” como o dogma na sua totalidade e os dogmas em separado têm
surgido, e indicar o curso de desenvolvimento pelo qual foram conduzidos até
chegarem à forma e interpretação que prevalecem nas igrejas em qualquer época.
Suas Pressuposições...A grande
pressuposição da história do dogma parece ser que o dogma da Igreja é mutável e
de fato tem passado por muitas modificações durante seu desenvolvimento
histórico. A teologia protestante sempre manteve a posição de que o dogma da
Igreja, posto que caracterizado por alto grau de estabilidade, está sujeito a
modificações...Os católicos-romanos ufanam-se no fato de possuírem um dogma
imutável e se sentem muito superiores aos protestantes...(pg. 21).
Uma segunda pressuposição da história do
dogma é a de que o desenvolvimento do dogma da Igreja se deu ao longo de linhas
orgânicas...A igreja, em suas tentativas para aprender a verdade, simplesmente
tenta pensar os mesmos pensamentos que Deus pensa. Teremos de prosseguir
baseados na pressuposição de que a Igreja, apesar das melancólicas aberrações
que caracterizam sua busca da verdade e que com freqüência a têm levado a
caminhos errados, mesmo assim vai gradualmente avançando em sua apreensão e
formulação da verdade. (pg. 23).
Seu Assunto...O fato que a história do
dogma aborda primariamente os dogmas da Igreja não quer dizer que ela não deva
interessar-se por aqueles desenvolvimentos doutrinários que ainda não tinham
sido incorporados nos credos oficiais e que talvez nunca seriam.
Segue-se disso que, no que concerne à
história externa, a história do dogma não pode negligenciar as grandes
controvérsias doutrinárias da Igreja, as quais foram as dores de parto de novos
dogmas e que com freqüência exerceram influência determinadora sobre sua
formulação. (pg. 24).
O
MÉTODO E AS DIVISÕES DA HISTÓRIA DO DOGMA
A divisão comum da maior parte das obras
mais antigas sobre a história do dogma tem sido história geral e história
especial do dogma. Os dogmas especiais são geralmente discutidos sob os títulos
costumeiros de dogmática: teologia, antropologia, cristologia, e assim por
diante. (pg. 26).
Método de Tratamento...Alguns seguem o
método horizontal e outros o vertical, ao estudarem a história do dogma. Os que
adotam o primeiro consideram a história do desenvolvimento doutrinário como um
todo, em períodos específicos, deixando-os no estágio em que são encontrados no
fim do período, e então os retornam nesse ponto a fim de seguir seu posterior
desenvolvimento...Por outro lado os que seguem o método vertical consideram o
estudo dos dogmas separados na ordem em que se tornaram o centro da atenção da
Igreja, e seu desenvolvimento é acompanhado até ao tempo de sua formulação
final nos credos. (pg. 27).
Alguns opinam que o único modo apropriado
e cientifico de tratar a história do dogma é empregar um método puramente
objetivo...Contudo, dr. Kuyper corretamente chama atenção para o fato que
ninguém poderia usar esse método ao descrever a história do seu país, ou ao
escrever a biografia de um amigo, pois ninguém poderia escrever como um
espectador desinteressado. (pg. 28).
O
Desenvolvimento da História do Dogma
Fatores
que originaram a história do dogma como disciplina separada...é de data
comparativamente recente. Posto que a igreja católica romana agia sobre a
suposição de que o dogma é imutável, e ainda mantém essa posição, pode ser dito
que, tendo a Reforma rompido com esse ponto de vista, abriu caminho para um
exame crítico da história do dogma...Contudo, os reformadores e teólogos da
época da Reforma não deram início a essa investigação. (pg. 30).
OBRAS
ANTERIORES SOBRE A HISTÓRIA DO DOGMA
As
verdadeiras origens da história do dogma se encontram nas obras de S.G. Lange e
Muenscher. (pg. 31).
Sob a influência de Hegel teve início um
melhor método histórico....A idéia de desenvolvimento, contudo, gradualmente
foi adquirindo outras aplicações além da hegeliana.
Ela
é pressuposta nas produções da escola teológica de Schleiermacher. Também foi
aplicada por escritores medianeiros como Neander e Hagenbach...Outras
modificações se acham nos escritos de confessionalistas como Kliefoth e
Thomasius.
A erudição católico-romana demorou em
interessar-se pelo estudo do dogma. Afirmam elas não ter havido qualquer adição
ao depósito original, mas somente interpretações do mesmo. (pg. 32).
Obras Posteriores sobre a história do
dogma...Harmack mostra afinidade tanto com Thomasius como com Nietzsche,
todavia vai muito além da posição deles. Ele limita a sua discussão ao
surgimento e desenvolvimento dos dogmas, como distintos de doutrinas, e leva em
conta os aspectos constantemente mutáveis do cristianismo como um todo,
particularmente em conexão com o desenvolvimento geral da cultura. (pg. 33).
Loofs
e Seeberg não seguem a divisão de Harnack, mas parecem sentir que a segunda
divisão de sua grande obra na realidade abarca praticamente o total da história
do dogma, embora o primeiro exiba ainda um capítulo separado sobre a gênese do
dogma entre os cristãos. (pg. 34).
Desenvolvimento
Doutrinário Preparatório
OS
PAIS APOSTÓLICOS E SUAS PERSPECTIVAS DOUTRINÁRIAS
Escritos
a eles atribuídos...Os Pais Apostólicos são os Pais que se supõem ter vivido
antes da morte do último dos apóstolos, sobre os quais se diz que alguns foram
discípulos dos apóstolos, e a quem são agora atribuídos os mais antigos
escritos cristãos existentes. Há seis nomes especiais que chegam até nós há
saber, Barnabé, Hermas, Clemente de Roma, Policarpo, Papias e Inácio. (pg. 37).
Características formais de seus
ensinos...Suas reproduções tendem por escorar-se pesadamente sobre as
Escrituras, além de serem de tipo primitivo, ocupando-se com princípios
elementares da fé, e não com as verdades mais profundas da religião.
Seus ensinos se caracterizam por certa
pobreza...O cânon do Novo Testamento ainda não estava fixado, e isso explica
por que os Primitivos Pais tão freqüentemente citam a tradição oral, ao invés
da Palavra escrita. (pg. 38).
Uma segunda característica dos ensinos
dos Pais Apostólicos é sua falta de precisão. Finalmente, as condições gerais
em que viviam – influenciadas como eram pela filosofia pagã popular da época e
pela piedade pagã e judaico-helênica – não eram favoráveis a uma compreensão
nítida das diferenças características entre as diversas modalidades da Kerugma
(pregação) apostólica. (pg. 39).
Conteúdo real de seus ensinamentos...Seus
ensinos estão em harmonia geral com a verdade revelada na Palavra de Deus, e
com freqüência são vasados na pura linguagem das Escrituras; e exatamente por
essa razão não se pode dizer que aumentam ou aprofundam nosso discernimento da
verdade ou que lançam luz sobre os inter-relacionamentos dos ensinos
doutrinários da Bíblia. (pg. 39).
PERVERSÕES
DO EVANGELHO
No
segundo século da religião cristã, como nova força no mundo, a qual se revelou
na organização da igreja, teve de lutar pela sua própria existência.
Perversões
judaicas...Houve três grupos de cristãos judeus que revelaram tendências
judaizantes. Traços deles se acham até mesmo no Novo Testamento. (a) Os
Nazarenos. Estes eram judeus cristãos que haviam aceito as doutrinas da
religião cristã; (b) Os Ebionitas.
Esta
seita era formada, realmente, por continuadores dos oponentes judaizantes do
apóstolo Paulo, e era farisaica em sua natureza; (c) Os Elquesaítas. Este grupo
representava um tipo de cristianismo judaico assinalado por especulações
teosóficas e ascetismo estrito. (pg. 42-43).
Perversões gentílicas: gnosis
gentílico-cristã...Sua forma original estava arraigada no judaísmo, mas por fim
evoluiu em estranha mescla de elementos judaicos, de doutrinas cristãs e de
idéias pagãs especulativas. (pg. 43).
Há indicações no Novo Testamento, de que
o gnosticismo já aparecera em forma incipiente nos dias dos apóstolos. Ver Col.
2:18ss; I Tim. 1:3-7; 7:1-3; 6:3ss; 2 Tim. 2:14-18; Tito 1:10-16; 2 Ped. 2:
1-4; Jud. 4,16 e Apoc. 2:6,15, 20ss. João combate indiretamente essa heresia
nos seus escritos. Ver João 1:14,20:31; I João 2:22;4:2,15;5:1,5-6 e 2 João 7.
Desde
a primeira parte do século II d.C., esses erros assumiram uma forma mais
desenvolvida, tendo sido publicamente proclamados, e de pronto tiveram notável
divulgação.(pg. 44).
Antes
de tudo, o gnosticismo era um movimento especulador. Esse elemento
especulativo, estava sempre em primeiro plano. O próprio nome, gnostikoi,
adotado por alguns de seus adeptos, indica que se arrogavam possuir um
conhecimento mais profundo das coisas divinas do que aquilo que se poderia
obter entre os crentes comuns.
Apesar
de seu caráter especulativo, o gnosticismo também foi um movimento popular. A fim
de influenciar as massas, precisava ser algo mais do que mera especulação. (pg.
45).
O
mundo não foi criado pelo deus bom, mas provavelmente foi o resultado de uma
queda no “pleroma”, sendo obra de uma divindade subordinada, talvez hostil.
Esse deus subordinado se chama Demiurgo, sendo identificado como o Deus do
Velho Testamento. (pg. 46).
De
fato, muitos foram arrastados, por algum tempo, pelas suas ousadas especulações
ou pelos seus ritos místicos, mas a grande maioria dos crentes não foi enganada
pelas suas fantásticas simulações ou por suas atrativas promessas de felicidade
secreta. Foi vencido pelas refutações diretas dos Pais da Igreja, pela
preparação e circulação de breves declarações dos fatos fundamentais da
religião cristã (regra de fé), e pela mais racional interpretação do Novo
Testamento, com a limitação do seu cânon, com exclusão de todos os falsos
evangelhos, atos e epístolas que então circulavam. (pg. 47).
MOVIMENTOS
REFORMADORES NA IGREJA
Márcion
e seu movimento de reforma...Márcion era nativo do Ponto (Sinope) e foi expulso
de casa, aparentemente, por motivo de adultério, tendo ido para Roma cerca de
139 d.C. Com freqüência tem sido classificado como gnóstico, contudo a precisão
dessa classificação é atualmente posta em dúvida. (pg. 49).
Para
Márcion, o grande problema era como relacionar entre si o Velho Testamento e o
Novo. Aceitava o Velho Testamento como genuína revelação do Deus dos judeus,
todavia afirmava que Ele não podia ser idêntico ao Deus do Novo Testamento.
Visto que Márcion acreditava que Paulo foi o único dos apóstolos que realmente
entendeu o evangelho de Jesus Cristo, ele limitava o cânon do Novo Testamento
ao Evangelho de Lucas e a dez epístolas do grande apóstolo dos gentios. (pg.
50).
Reforma dos montanistas...Montano surgiu
na Frigia, cerca do ano 150 d.C., razão por que seu ensinamento geralmente é
denominado heresia frigia. Ele e duas mulheres, Prisca e Maximila, se
anunciaram profetas. (pg. 50).
Com
base no evangelho de João, afirmavam que o último e mais elevado estágio da
revelação já fora atingido.
Chegara
a era do Paracleto falava por meio de Montano, agora que o fim do mundo estava
próximo...a era presente se caracterizava pelos dons espirituais, sobretudo a
profecia.
A
Igreja se viu em situação um tanto embaraçosa por causa do montanismo...a
Igreja seguiu um instinto autêntico ao rejeita-lo, especialmente por causa do
fanatismo que nele havia e das suas reivindicações de possuir revelações mais
altas do que aquelas contidas no Novo Testamento. (pg. 51).
OS
APOLOGETAS E O COMEÇO DA TEOLOGIA DA IGREJA
Tarefa
dos apologetas...Pressões externas e internas requeriam definições claras e
defesas da verdade, e isso deu origem à teologia. Os primeiros Pais que
assumiram a defesa da verdade são, por essa mesma razão, chamados “apologetas”.
Os mais importantes entre eles foram: Justino, Taciano, Atenágora e Teófilo de
Antioquia.
Eles
defendiam o cristianismo mostrando que não havia provas em prol das acusações
feitas contra seus adeptos. Não satisfeitos com a mera defesa, eles também
atacaram seus oponentes. (pg. 53). Finalmente, os apologetas também sentiram a
incumbência de estabelecer o caráter do cristianismo como uma positiva
revelação de Deus.
Sua
construção positiva da verdade...Consideraram-no uma filosofia, porque contém
um elemento racional e responde satisfatoriamente às indagações em que todos os
verdadeiros filósofos se têm ocupado, porém também consideraram-no antítese
direta da filosofia, porquanto é livre de todas as meras noções e opiniões, pó
ter-se originado de uma revelação sobrenatural.
Ao
se referirem ao Filho, preferiam o uso do termo “Logos”, sem dúvida porque se
tratava de um termo comum em filosofia, o que atraía as classes cultas. (pg.
54).
Significação
dos apologetas na história do dogma...Deve-se admitir que aqueles primeiros
Pais deram grande prominência às verdades racionais, buscando demonstrar sua
racionalidade. É perfeitamente claro, nos escritos dos apologetas, que suas
idéias do cristianismo continuavam sofrendo os mesmos defeitos e limitações que
se vêen nos Pais Apostólicos. (pg. 56).
OS
PAIS ANTIGNÓSTICOS
Pais anti-gnósticos...Irineu é o primeiro
que vem para o foco de nossa atenção. Ele nasceu no Oriente, onde tornou-se
discípulo de Policarpo; mas passou a maior parte de sua vida no Ocidente. Em
sua obra Contra Heresias, ele se atira principalmente contra os gnósticos.
Hipólito é o segundo desses Pais, a que
se atribui ter sido discípulo de Irineu...Sua principal obra se intitula
Refutação de Todas as Heresias. Ele via a raiz de todas as perversões
doutrinárias nas especulações dos filósofos.
Tertuliano foi o terceiro e maior do
famoso triu...Sendo advogado, estava familiarizado com as leis romanas e
introduziu conceitos e vocábulos legais nas discussões teológicas. Tal como Hipólito,
ele tendia a deduzir que todas as heresias provinham da filosofia grega, razão
por que se tornou ardente opositor da filosofia. (pg. 58).
Suas doutrinas sobre Deus, o homem e a
história da redenção...Eles consideravam que o erro fundamental dos gnósticos
era que separavam o verdadeiro Deus do Criador...Tertuliano foi o primeiro a
asseverar a tri personalidade de Deus e a usar o termo “Trindade”. Todavia, não
chegou à verdadeira declaração trinitariana, porque concebia que uma Pessoa
estaria subordinada às outras.
Quanto à doutrina do homem, opunham-se
também aos gnósticos frisando o fato que o bem e o mal, no homem, não se
explicam através de diferentes dotes naturais.
Irineu tinha algo de especial quanto à
história da redenção.
Disse
que Deus expulsou o homem do paraíso e lhe permitiu a morte, a fim de que o
prejuízo sofrido não permanecesse para sempre. (pg. 59).
Suas doutrinas sobre a Pessoa e obra de
Cristo...Irineu e Tertuliano diferem consideravelmente em, sua doutrina da
pessoa de Cristo. A cristologia de Irineu é superior à de Tertuliano e a de
Hipólito, e influenciou muitíssimo a esse último.
Tertuliano partia da doutrina do Logos,
tendo-a desenvolvido de tal modo que se tornou historicamente significativa.
(pg. 60).
Suas doutrinas sobre a salvação, a Igreja
e as últimas coisas...Irineu não foi totalmente claro em sua soteriologia. A
obra de Tertuliano não assinalou nenhum progresso particular na doutrina da
aplicação da obra de Cristo. (pg. 62).
Em seus ensinos atinentes à Igreja, esses
Pais revelam a tendência de ceder terreno ao judaísmo, substituindo o conceito
judaico de uma comunidade externa pela idéia de uma fraternidade espiritual.
(pg. 63).
OS
PAIS ALEXANDRINOS
Pais Alexandrinos...Clemente e Orígenes
representam a teologia oriental, mais especulativa que a do Ocidente. (pg. 65).
Suas doutrinas sobre Deus e o homem...Tal
como os apologetas, Orígenes alude a Deus em termos absolutos, como o Ser
incompreensível, interminável e impassível, que de nada necessita; e, tal como
os Pais anti-gnósticos, ele rejeita a distinção gnóstica entre o Deus bom e o
Demiurgo ou Criador deste mundo. (pg. 66).
Os
ensinos de Orígenes acerca do homem são bastante incomuns.
Suas doutrinas sobre as Pessoa e a obra
de Cristo...Ambos esses Pais ensinam que, na encarnação, o Logos tomou a
natureza humana em sua inteireza, corpo e alma, tendo-Se tornado, dessa
maneira, um homem real, o Deus-homem, embora Clemente não conseguisse evitar
totalmente o docetismo. (pg. 67). Houve diferentes exposições da obra de
Cristo, que não foram devidamente integradas. Clemente alude à auto-rendição de
Cristo como se fosse um resgate, mas não reforça a idéia que Ele foi
propiciação pelo pecado da humanidade. (pg. 68).
Suas doutrinas sobre a salvação, as
Igrejas e as últimas coisas...Os Pais Alexandrinos reconheciam o livre-arbítrio
do homem, capacitando-o a voltar-se para o bem e a aceitar a salvação oferecida
em Jesus Cristo. (pg. 68).
Orígenes considerava a Igreja como
congregação dos crentes, fora da qual não haveria salvação. Orígenes ensina
que, por ocasião da morte, os bons entram no paraíso, ou num lugar onde recebem
maior elucidação, enquanto os ímpios experimentam as chamas do juízo, o qual,
entretanto, não se deve ter como punição permanente, porém como um meio de
purificação. (pg. 69).
O
MONARQUIANISMO
Se a
grande heresia do século II d.C., foi o gnosticismo, a mais destacada heresia
do século III d.C., foi o monarquianismo.
Monarquianismo
dinâmico....Esse é o tipo de monarquianismo que estava interessado principalmente
em manter a unidade de Deus, estando perfeitamente alinhado com a heresia
ebionita existente na Igreja Primitiva e com o unitarismo de nossos dias...seu
mais remoto expositor foi Teodoto de Bizâncio. (pg. 71)
Monarquianismo
modalista...Chama-se monarquianismo modalista porque concebia as três Pessoas
da Deidade como tantos modos pelos quais Deus Se manifestava. No Ocidente era
chamado patripassionismo, pois dizia que o próprio Pai Se encarnara em Cristo
e, por conseguinte, também sofrera com Ele; e era intitulado sabelianismo no
Oriente, segundo o nome de seu mais famoso arauto. A grande diferença entre
esse monarquianismo e o dinâmico é que este mantinha a deidade verdadeira de
Cristo. (pg. 72).
A
DOUTRINA DA TRINDADE
A
CONTROVÉRSIA TRINITARIANA
...chegou ao clímax no conflito entre
Ário e Atanásio...Os Pais da Igreja Primitiva, conforme vimos, não tinham
idéias claras sobre a Trindade. (pg. 77).
Natureza da controvérsia...O grande
conflito trinitariano geralmente se chama de controvérsia ariana, por ter sido
motivada pelas idéias antitrinitarianas de Ário. Fazia a distinção entre o
Logos, que seria imanente em Deus e consistiria apenas de uma energia divina, e
o Filho ou Logos que finalmente Se encarnara. Este último tivera começo: foi
gerado pelo Pai; e isso queria dizer, no vocabulário de Ário, que Ele fora
criado. Ário buscava apoio escriturístico para isso naquelas passagens que
parecem apresentar o Filho como inferior ao Pai, a saber, Prov. 8:22 (Sept);
Mat. 28:18; Mar. 13:32; Luc. 18:19; Jo. 5:19; 14:28; 1 Co.15:28. (pg. 78).
Concílio de Nicéia...foi convocado em 325
d.C., para solucionar a disputa. O concílio adotou a seguinte declaração a
respeito da questão em pauta: “Cremos em um Deus, o Pai Todo-Poderoso, Criador
das coisas visíveis e invisíveis. E em um Senhor Jesus Cristo, gerado, não
criado, sendo da mesma substância (homoousios) como o Pai”.
Conseqüências...A decisão do concílio não
pôs fim à controvérsia; antes, foi seu começo. Uma solução imposta à Igreja
pela forte mão imperial não poderia satisfazer – posto que foi de duração
incerta – pois fez com a determinação da fé cristã dependesse do capricho do
Imperador e mesmo das intrigas da corte. (pg. 80). O resultado provou
claramente que, conforme andavam as coisas, uma mudança no Imperador, uma
atitude modificada, ou mesmo um suborno, poderiam alterar o aspecto todo da
controvérsia.. E foi exatamente isso que sucedeu...
A grande figura central na controvérsia
trinitariana pós-nicena foi Atanásio. E os imperadores geralmente se puseram ao
lado da maioria, a ponto de ter-se dito: “Unus Athanasius contra orbem” (um
Atanásio contra o mundo). (pg. 81)
Até esse tempo não se tinham feito
intensas considerações sobre o Espírito Santo...ário afirmava que o Espírito
Santo fora o primeiro a ser criado pelo Filho, opinião que se harmonizava bem
como o de Orígenes. Atanásio dizia que o Espírito Santo é da mesma essência que
o Pai, mas o Credo Niceno contém apenas uma declaração indefinida: “E (eu
creio) no Espírito Santo”. Quando se reuniu o Concílio de Constantinopla, em
381 d.C., Gregório Nazianzeno, aceitou a seguinte fórmula concernente ao
Espírito Santo: “E cremos no Espírito Santo, o Senhor, o Doador da vida, que
procede do Pai, que será glorificado com o Pai e com o Filho, e que fala através
dos profetas”...Foi feita a declaração que o Espírito Santo procede do Pai,
contudo não foi negado nem afirmado que Ele também procede do Filho. (pg. 83).
No oriente, a formulação final da
doutrina foi dada por João Damasceno. Segundo ele, há apenas uma essência
divina, mas três pessoas ou hipóstases. A concepção ocidental da Trindade
chegou à sua declaração final na grande obra de Agostinho, De Trinitate. Ele
também ressaltou a unidade de essência e a trindade de Pessoas. (pg. 84).
A
DOUTRINA DA TRINDADE NA TEOLOGIA POSTERIOR
Doutrina da Trindade na Teologia
Latina...A teologia posterior nada acrescentou de importante à doutrina da
Trindade, mas houve desvios e, em conseqüência, reafirmações da verdade. (pg.
86).
Doutrina da Trindade no período da Reforma...Calvino
ventila a doutrina amplamente em sua obra, As Institutas I.13, defendendo a
doutrina formulada pela Igreja Primitiva.
No século XVI, os socinianos declararam
que a doutrina de três Pessoas dotadas de uma essência comum é contrária à
razão, procurando refuta-la com base nas passagens citadas pelos arianos...
(pg. 87).
Doutrina da Trindade após o Período da
Reforma...Na Inglaterra, Samuel Clarke, pregador da corte da rainha Ana,
publicou uma obra sobre a Trindade, em 1712, na qual se aproximava da posição
ariana da subordinação. Alguns teólogos da Nova Inglaterra criticaram a
doutrina da geração eterna.(pg. 88).
A
DOUTRINA DE CRISTO
AS
CONTROVÉRSIAS CRISTOLÓGICAS
As
primeiras controvérsias cristológicas não retratam um espetáculo muito edificante.
(pg. 93).
Primeiro
estágio da controvérsia...Ebionitas, alogi e monarquianos dinâmicos tinham
negado a deidade de Cristo, enquanto que docéticos, gnósticos e modalistas
haviam rejeitado Sua humanidade. Havia outros, menos radicais, que negavam ou a
plena Deidade ou a perfeita humanidade de Cristo. (pg. 94).
Os
partidos da controvérsia...O partido nestoriano...O partido ciriliano...O
partido eutiquiano...(pgs. 95-98).
Após
terem-se reunidos diversos concílios locais...foi convocado o Concílio ecumênico
de Calcedônia, em 451, o qual publicou... “Portanto, seguindo os santos Pais,
todos de comum acordo, ensinamos aos homens a confessarem um e o mesmo Filho,
nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito na deidade e também perfeito na
varonilidade; vero Deus e também vero homem, de alma racional e corpo;
consubstancial com o Pai segundo a Deidade, e consubstancial conosco segundo a
varonilidade; em todas as coisas semelhante a nós mas sem pecado; gerado antes
de todas as eras da parte do Pai segundo a deidade, e, nestes últimos dias,
para nós e para nossa redenção, nascido da virgem Maria, a mãe de Deus, segundo
a varonilidade; um só e o mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, devendo ser
reconhecido em duas naturezas, inconfundivelmente (asuggutos), imutavelmente (atreptos),
indivisivelmente (adiairetos), imutavelmente (achoristos), em que a distinção
de naturezas sob hipótese alguma foi eliminada pela união, mas antes, a
propriedade de cada natureza foi preservada, concorrendo juntamente em uma
Pessoa e em uma subsistência, não partida ou dividida em duas pessoas, porém um
só e o mesmo Filho, o Unigênito, Deus a Palavra, o Senhor Jesus Cristo;
conforme os profetas desde o princípio declararam acerca dEle, conforme o
próprio Senhor Jesus Cristo nos ensinou, e conforme o Credo dos santos Pais
no-lo transmitiu”.`(pg. 98).
Segundo estágio da controvérsia...O
Concílio de Calcedônia não pôs fim ás disputas cristológicas, tal como o
Concílio de Nicéia não pusera fim à controvérsia trinitariana...Após o Concílio
de Calcedônia, os adeptos de Cirilo e Eutíquio foram chamados “monofisitas”,
porquanto concediam que após a união Cristo possuía natureza composta, mas
negavam que Ele tivesse duas naturezas distintas.
Em 553, o imperador Justiniano convocou o
quinto Concílio ecumênico de Constantinopla, que se mostrou favorável aos
monofisitas ao condenar os escritos de Teodoro, contudo desfavorável aos
monofisitas porque anatematizou aqueles que declarassem que o Concílio de
Calcedônia tolerava os próprios erros que havia condenado. (pg. 99).
O resultado é que surgiu uma nova seita
entre os monofisitas, chamada de “monotelitas”. Conforme o nome o indica, eles
partiam da unidade da Pessoa e asseveravam que só existe uma vontade em Cristo.
Os opositores dos monotelitas eram chamados duotelitas. Estes se firmavam sobre
a idéia da dualidade de natureza e asseveravam a presença de duas vontades em
Cristo.
O
sexto Concílio ecumênico de Constantinopla (680), com a cooperação do bispo de
Roma, adotou a doutrina de duas vontades, de duas energias, como posição
ortodoxa, entretanto também decidiu que sempre se deveria conceber a vontade
humana como subordinada a divina. (pg. 100).
Estruturação da doutrina por João
Damasceno...De acordo com ele o Logos assumiu a natureza humana, e não vice-versa,
ou seja, não foi o agente formador e controlador, garantindo a unidade das duas
naturezas.
Cristologia da Igreja Ocidental...A
Igreja Ocidental permaneceu comparativamente intocada pelas controvérsias que
rugiam no Ocidente. (pg. 101).
As
Discussões Cristológicas Posteriores
Na idade média...Durante a Idade Média a
doutrina da Pessoa de Cristo não ocupava o primeiro plano.
Quanto a união hipostática em Cristo,
Tomás de Aquino aderia à teologia aceita. A Pessoa do Logos ter-se-ia tornado
composta após a união, na encarnação e essa união “impedira” a varonilidade de
chegar a uma personalidade independente. (pg. 104).
Durante a reforma...Lutero se aferrou à
doutrina das duas naturezas e sua inseparável união na Pessoa do Logos. Mas sua
doutrina da real presença na Ceia do Senhor exigiu a idéia que, após a
ascenção, a natureza humana de Cristo se tornou onipresente. (pg. 105).
A mais completa declaração oficial sobre
a posição Reformada acerca da doutrina de Cristo se acha na Segunda Confissão
Helvética, preparada em 1566. (pg. 106).
No século XIX...Durante o século XVIII
houve notável mudança no estudo acerca da Pessoa de Cristo. Não obstante, no
decorrer do século XVII houve crescente convicção de que esse não era o melhor
método, e que resultados mais satisfatórios poderiam ser obtidos se começasse
mais no centro, a saber, com o estudo do Jesus histórico. (pg. 107).
Ponto de vista de Schleiermacher...Na
cristologia de Schleiermacher dificilmente se pode dizer que Jesus Se elevou
acima do nível humano. Ele foi o segundo Adão, homem verdadeiro como o
primeiro, porém posto em circunstâncias mais favoráveis, tendo permanecido
isento de pecado e perfeito na obediência.
O Cristo de Kant...Antes de tudo, o
Cristo kantiano meramente era um abstrato, o ideal da perfeição ética. O que
salva é a fé nesse ideal, e não em Jesus como uma Pessoa.
O Cristo de Hegel...Par Hegel, as crenças
da Igreja referentes à Pessoa de Cristo são meramente afirmativas gaguejadas
dos homens acerca de ideias ontológicas – símbolos que expressam verdade
metafísicas. Ele reputa a história humana como o processo de formação de Deus,
o auto-desdobramento da razão sob condições do tempo e do espaço. (pg. 108).
Concepção de Dorner da encarnação...Ele
frisa o fato que Deus e o homem se parecem, e que na natureza essencial de Deus
há o impulso de comunicar-Se com o homem. Em face desse fato, a encarnação foi
algo necessário, transcendental e historicamente, e teria acontecido mesmo que
não houvesse entrado no mundo o pecado. (pg. 110).
Posição de Ritscl sobre a Pessoa de
Cristo...A obra de Cristo é que teria determinado a dignidade de sua Pessoa.
Cristo seria mero homem, entretanto, face á obra por Ele realizada e ao serviço
por Ele prestado, atribuimo-Lhe com justiça o predicado de Deidade.
Cristo na teologia moderna...Com base na
moderna idéia da imanência de Deus, que segue linhas panteístas, a doutrina da
Pessoa de Cristo com freqüência é apresentada hoje em moldes totalmente
naturalísticos. Ter-se-ia Ele destacado apenas por causa de Sua maior
receptividade pelo divino e devido à Sua superior consciência de Deus. (pg.
111).
ANTROPOLOGIA
DO PERÍODO PATRÍSTICO
Importância
dos problemas antropológicos...Sua importância dificilmente pode ser
superestimada do ponto de vista do cristianismo prático. Sua relação com a obra
da redenção ainda é mais diretamente evidente do que no caso das questões
cristológicas. (pg. 115).
Antropologia
dos Pais Gregos...No pensamento deles havia um certo dualismo acerca do pecado
e da graça, resultando em apresentações bastante confusas...(pg. 116).
Surgimento
gradual de outra posição no ocidente...O traducionismo de Tertuliano substitui
o criacionismo que foi postulado pela teologia grega, e isso mostrou ser o
caminho para a idéia do pecado inato, em distinção do mal inato.
Nos
escritos de Cipriano há a tendência crescente na direção da doutrina da
pecaminosidade original do homem, bem como da renovação monenergética da alma.
(pg. 117).
Doutrina
Pelagiana e Agostiniana do Pecado e da Graça
Agostinho
e Pelágio...As idéias de Agostinho sobre o pecado e a graça foram moldadas, em
certa medida, por suas profundas experiências religiosas, durante as quais
passou por grandes conflitos espirituais, até emergir finalmente na plena luz
do evangelho.
Pelágio
era homem de tipo inteiramente diverso...O caráter dos dois era diametralmente
oposto. Pelágio era homem tranqüilo, tão livre de misticismo como de aspirações
ambiciosas; e quanto a isso, sua maneira de pensar e de agir deve ter sido
totalmente diferente da de Agostinho... (pg. 119-120).
Posição
de Pelágio sobre o pecado e a graça...A única diferença entre um homem e Adão é
que aquele conta com o mau exemplo à sua frente. Ao voltar-se do mal para o
bem, o homem não depende da graça de Deus, embora a operação desta seja uma
decisiva vantagem, ajudando-o a conquistar o mal em sua vida. (pg. 120-121).
Posição
de Agostinho sobre o pecado e a graça...Em oposição aos maniqueanos Agostinho
destacava fortemente o caráter voluntário do pecado. Ao mesmo tempo, cria que o
ato de pecado pelo qual a alma perdeu contato com Deus subjugou-a ao mal
necessário.
A
vontade do homem precisa ser renovada, e isso é obra exclusiva de Deus, do
começo ao fim – uma operação da graça divina. (pg. 122-123).
Controvérsias
pelagianas e semi-pelagianas...Na controvérsia pelagiana, foram submetidos a
teste às idéias de Agostinho sobre o pecado e a graça. Os dois sistemas eram
antípodas absolutos. (pg. 124).
Entre
os extremos do agostinianismo e do pelagianismo, apareceu um movimento intermediário,
que na história ficou conhecido como Semi-Pelagianismo. O semi-pelagianismo fez
a fútil tentativa de evitar todas as dificuldades dando lugar tanto a graça
divina como ao livre-arbítrio humano como fatores coordenados da renovação do
homem, e alicerçando a predestinação sobre a fé e a obediência previstas. A
natureza humana caída retém certo elemento de liberdade, em virtude do que pode
cooperar com a graça divina. (pg. 125).
ANTROPOLOGIA
DA IDADE MÉDIA
Idéias
de Gregório o grande...Depois de Agostinho, foi a autoridade de maior
influência na Igreja....Ele explica a entrada do pecado no mundo através da
fraqueza humana...Ele considerava o pecado mais como uma fraqueza ou doença do
que como culpa, e ensinava que o homem não perdera a liberdade, porém somente a
bondade da vontade. (pg. 127). Deus designara um certo número definido para a
salvação, pois saberia que eles iriam aceitar o evangelho.
A
controvérsia gottschalkiana...muitos seguidores de Agostinho dos séculos VII,
VIII E IX já haviam perdido de vista esse duplo caráter da predestinação,
interpretando-a conforme Gregório fizera. Surgiu então Gottschalk, que já
achava descanso e paz para sua alma na doutrina agostiniana da eleição,
contendendo vigorosamente pela dupla predestinação, ou seja, tanto dos salvos
quanto dos perdidos...Sua doutrina foi condenada em Maience, em 848, e no ano
seguinte ele foi açoitado e sentenciado ao aprisionamento perpétuo. (pg. 128).
A
contribuição de Anselmo...reproduziu a antropologia agostiniana, como também
fez contribuição positiva à mesma, a saber, Anselmo de Canterbury. (pg. 129).
Peculiaridades
da antropologia católico-romana...A igreja católica romana abrigava claramente
duas tendências, uma semi-agostiniana e outra semi-pelagiana, das quais a
última gradualmente foi assumindo a preponderância. (pg. 131).
ANTROPOLOGIA
DO PERÍODO DA REFORMA
Antropologia
dos reformadores...Os reformadores seguiram Agostinho e Anselmo na
interpretação da doutrina do pecado e da graça.
Calvino
ressaltou o fato que o pecado original não é apenas privação, mas também é
total corrupção da natureza humana. (pg. 133). A posição que prevaleceu de modo
geral entre os reformadores foi que, em resultado da Queda, o homem está
totalmente depravado e é incapaz de realizar qualquer bem espiritual, razão
porque está impossibilitado de fazer qualquer avanço no campo de sua
recuperação. (pg. 134).
Posição
de Socínio...O socinianismo representa uma reação contra a doutrina da Reforma.
No tocante às doutrinas do pecado e da graça é simples ressurgimento da antiga
heresia de Pelágio...O indivíduo morre, não por causa do pecado de Adão, e sim
por haver sido criado um ser mortal. (pg. 135).
Antropologia
arminiana...Armínio, discípulo de Beza, que no princípio foi calvinista
estrito, bandeou-se para a doutrina da graça universal e do livre-arbítrio...A
posição tomada pelos arminianos é praticamente idêntica à do
semi-pelagianismo...Em consonância com essas idéias, os arminianos naturalmente
não crêem em eleição ou reprovação absolutas, mas baseiam a eleição sobre a fé
prevista, sobre a obediência e a perseverança, enquanto que a reprovação se
basearia sobre a incredulidade prevista, sobre a desobediência e a persistência
no pecado.
Idéias
Antropológicas dos Tempos Pós-Reformados
Pontos
de vistas divergentes...(a) Modificação da posição arminiana para o
arminianismo wesleyano... (b) Modificação da posição reformada na Nova
Inglaterra. (pg. 140-141).
Algumas
modernas teorias do pecado...Filosóficas. Kant soou uma nota dissonante em seus
dias ao postular um mal radical no homem, uma fundamental inclinação para o mal
que não pode ser erradicada pelo homem...Hegel, por sua vez, considerava o
pecado como passo necessário na evolução do homem como espírito
auto-consciente. (pg. 142).
Teológicas.
Schleiermacher reputa o pecado como o produto necessário da natureza sensual do
homem – resultado da conexão do homem com um organismo físico. (pg. 144).
Tennant, em suas preleções hulseanas sobre “A Origem e a Propagação do Pecado”,
desenvolve a doutrina do ângulo da teoria da evolução. (pg. 144).
A
DOUTRINA DA EXPIAÇÃO OU DA OBRA DE CRISTO
A
DOUTRINA DA EXPIAÇÃO ANTES DE ANSELMO
Na
teologia dos Pais Gregos...Os apologetas escreveram muito pouco que seja
importante sobre esse assunto. Irineu...vê a redenção parcialmente como
livramento do poder de Satanás... O primeiro tratado sistemático sobre a obra
da expiação foi o de Atanásio, De Incarnatione. (pg. 150).
A
teologia patrística grega culmina com João Damasceno. Ele compendiou os
pensamentos anteriores sobre a obra de Cristo, embora não adicionasse qualquer
contribuição distintivamente sua.
Na
teologia dos Pais Latinos...O tipo distintivamente latino de teologia começa
com Tertuliano...Ele ressalta muito mais que Irineu a significação central da
morte de Cristo na cruz, considerando-a ponto culminante da missão de Cristo e
sua real finalidade. (pg. 151). De Tertuliano passamos para Hilário de Poitiers
e para Ambrósio, os quais interpretaram para o Ocidente o pensamento teológico
grego. (pg. 153).
A
DOUTRINA DA EXPIAÇÃO DESDE ANSELMO À REFORMA
Doutrina
da expiação conforme Anselmo...Ele rejeita deliberadamente, como
insatisfatória, a teoria de recapitulação, bem como a teoria do resgate pago ao
diabo e a idéia de que a morte de Cristo foi mera manifestação do amor de Deus
ao homem, porquanto essas coisas não explicam adequadamente a necessidade da
expiação...A exata posição de Anselmo só pode ser entendida à luz das idéias do
pecado e da satisfação que ele sustentava. (pg. 155-156). A teoria de Anselmo
assinala importante avanço no desenvolvimento da doutrina da expiação... (pg.
157).
Teoria
da expiação conforme Abelardo...A teoria de Abelardo tinha pouco em comum com a
de Anselmo...Abelardo rejeita a idéia anselmiana de que Deus foi reconciliado
com os homens mediante a morte de Seu Filho...Outrossim, não era necessária tal
base, visto que Deus é amor e está sempre pronto a perdoar, independentemente
de qualquer satisfação. (pg. 158).
Reação
de Bernardo de Clairvaux contra Abelardo...Atacava Abelardo por causa de sua
interpretação racionalista do cristianismo, dizendo que o exemplo de Cristo
torna-nos santos na mesma proporção em que o exemplo de Adão nos tornou
pecadores.
Visões
sincretistas da expiação...Em escolásticos como Pedro Lombardo, Boaventura e
Tomás de Aquino achamos vestígios da influência de Anselmo e Abelardo. (pg.
159).
Duns
Scoto sobre a expiação...Ele faz a própria expiação, o caráter que ela assume e
o seu efeito dependerem totalmente da vontade arbitrária de Deus. Afirma não
haver necessidade inerente de prestação de satisfação...Um ato piedoso de Adão
teria servido como expiação pelo seu primeiro pecado. (pg. 162).
A
DOUTRINA DA EXPIAÇÃO DA REFORMA
Os
reformadores aprimoram a doutrina de Anselmo...Ambos mantêm a natureza objetiva
da expiação, e ambos a consideram necessária. Contudo diferem quanto à natureza
dessa necessidade. (pg. 164).
Em diversos pontos a doutrina da
expiação, segundo foi desenvolvida pelos reformadores, mostra-se superior à sua
forma anselmiana....Finalmente, eles também ultrapassaram Anselmo na idéia que
fazia sobre o modo como os méritos de Cristo são transferidos para os
pecadores. (pg. 165).
Concepção
sociniana da expiação...Negava ele a presença de qualquer tipo de justiça em
Deus que “requeresse absoluta e inexoravelmente que o pecado fosse punido”. A
justiça comumente assim chamada e que se opõe à misericórdia não seria um
atributo imanente de Deus, mas tão somente o efeito de sua vontade.
Sociniano
nunca se cansava de dizer que o perdão de pecados é um ato de pura
misericórdia, com base simplesmente no arrependimento e na obediência. (pg.
166).
Teoria
grotiana da expiação...Essa teoria representa realmente uma posição média entre
a doutrina dos reformadores e as idéias de Socínio. (pg. 167).
Idéia
Arminiana da expiação...Não adotaram o esquema de Grótio, embora se tivessem
aliado a ele na tentativa de velejar entre a monstruosa Cila dos socinianos e a
Caríbdea da doutrina da Igreja. É bem característico à posição arminiana que a
morte de Cristo é apresentada como uma oferta sacrificial, mas, ao mesmo tempo,
é mantido que esse sacrifício não deve ser tido como pagamento de uma dívida, e
nem como completa satisfação prestada à justiça (pg. 169).
Outrossim,
eles consideram a expiação de Cristo como geral e universal, o que significa
que Ele “fez expiação pelos pecados da humanidade em geral, e por cada
indivíduo em particular”. (pg. 170).
Transigência
na escola de Saumur...A escola de Saumur representa uma tentativa de abrandar o
calvinismo rigoroso do Sínodo de Dort e, ao mesmo tempo, evitar os erros do
arminianismo (pg. 171).
A
DOUTRINA DA EXPIAÇÃO APÓS A REFORMA
Controvérsia
da medula na Escócia...Segundo essa idéia, Cristo fez expiação por todos os
homens, no sentido que tornou a salvação possível para todos, levando-os assim
a um estado salvável... A posição neo-nominiana foi combatida na Inglaterra
pelo livro de Fisher, Marrow of Modern Divinity (“Medula da Divindade
Moderna”), publicado em 1645. (pg. 173).
Schleiermacher
e Ritschl sobre a expiação... Schleiermacher... rejeitava totalmente a doutrina
da satisfação penal....considerava Cristo o homem arquétipo, protótipo perfeito
da humanidade...foi o segundo Adão...foi Ele o cabeça espiritual da
humanidade...Esse ponto de vista se chama “teoria mística” da expiação. (pg.
175).
Ritschl...via
em Cristo um homem que para nós tem o valor de Deus, a quem o predicado divino
pode ser atribuído, por causa de Sua obra. Ele nega o fato que a reconciliação
consiste exclusivamente da mudança de atitude do pecador para com Deus. (pg.
175).
Teorias
mais recentes da expiação...Teoria governamental da teologia de Nova
Inglaterra...Diferentes tipos da teoria da influência moral...Teoria mística da
expiação. (pg. 178).
A
DOUTRINA DA APLICAÇÃO E APROPRIAÇÃO DA GRAÇA DIVINASOTERIOLOGIA DO PERÍODO
PATRÍSTICO
Soteriologia
dos três primeiros séculos...São naturalmente exposições um tanto indefinidas,
imperfeitas, incompletas e, algumas vezes, até mesmo errôneas e
auto-contraditórias. Em harmonia com o ensino do Novo Testamento, de que o
homem obtém as bênçãos da salvação pelo “arrependimento para com Deus e a fé em
nosso Senhor Jesus Cristo”, os Pais primitivos ressaltaram tais requisitos. A
fé era usualmente tida como o notável instrumento para o recebimento dos
méritos de Cristo, e com freqüência era reputada de único meio de salvação.
(pg. 183).
Prevalecia
largamente entre eles a idéia que o batismo tem o dom de perdoar os pecados, e
que o perdão para os pecados cometidos após o batismo pode ser obtido pela
penitência.
Soteriologia
dos séculos restantes do período patrístico...Pelágio se afastou muito mais do
ensino bíblico quanto à aplicação da redenção do que qualquer outro dos
primeiros Pais da Igreja. (pg. 185).
Agostinho...reputa
o homem natural como totalmente depravado, totalmente incapaz de realizar o bem
espiritual. (pg. 186).
Os
semi-pelagianos tomavam posição intermediária, negando a total incapacidade do
homem para realizar o bem espiritual, mas ao mesmo tempo admitindo sua
incapacidade em cumprir reais obras salvadoras sem a assistência da graça
divina. (pg. 187).
SOTERIOLOGIA
DO PERÍODO ESCOLÁSTICO
Concepção
escolástica da graça...Também não havia consenso geral sobre a questão da graça
entre os escolásticos. Os pontos de vista de Pedro Lombardo, que exibem inequívoca
afinidade com os de Agostinho, foram largamente aceitos. (pg. 190). A exposição
feita por Alexandre de Hales concordava de maneira geral com a de Pedro
Lombardo, mas introduzia uma outra divisão característica da teologia
escolástica.
Concepção
escolástica da fé...No período escolástico houve a tendência geral de fazer
distinção entre a fé como forma de conhecimento, como mera anuência à verdade,
e a fé como afeto espiritual, que produz boas obras. (pg. 192).
Concepção
escolástica da justificação e do mérito...O comum ensinamento deles é que a
justificação se dá pela infusão da graça santificadora na alma por Deus. Da
parte de Deus, inclui a infusão da graça santificadora e o perdão dos pecados
e, da parte do homem, implica no volver da vontade livre para Deus, mediante a
fé e a contrição. 9pg. 192).
SOTERIOLOGIA
DA REFORMA E PÓS-REFORMA
A
ordem luterana da salvação...Estava ele mesmo profundamente em obras
penitenciais quando, com base em Romanos 1:17, raiou-lhe a verdade que o homem
é justificado exclusivamente pela fé, e ele pôde entender que o arrependimento,
exigido em Mateus 4:17, nada tem em comum com as obras de reparação postuladas
pelo romanismo; antes, o arrependimento consiste de real contrição íntima do
coração, como fruto da graça de Deus com exclusividade. (pg. 195).
Ordem
reformada da salvação...Sua posição fundamental era que não existe participação
nas bênçãos de Cristo, exceto por meio de uma viva união com o Salvador.
Regeneração, arrependimento e fé não são tidas como meros passos preparatórios,
inteiramente à parte de qualquer união com Cristo, e nem como condições que
devem ser preenchidas pelo homem, no todo ou em parte, com as suas próprias
forças. (pg. 197).
No
entanto, ainda que Calvino diferisse de Lutero quanto à ordem de salvação,
concordava plenamente com ele sobre a natureza e importância da doutrina da
justificação pela fé.
Ordem
arminiana da salvação...Se o homem anuir à verdade, confiar na graça de Deus e
obedecer aos mandamentos de Cristo, então receberá uma medida maior da graça
divina, sendo justificado por causa de sua fé; e então, se perseverar até o fim
tornar-se-á participante da vida eterna. (pg. 198).
Concepções secundárias da ordem da
salvação... Antinomiana...Mística...(pg. 199-200).
A
DOUTRINA DA IGREJA E A DOS SACRAMENTOS
A
DOUTRINA DA IGREJA
No
período patrístico...Apesar de ser mencionada como o verdadeiro Israel, sua
relação à sua preparação na histórica em Israel nem sempre foi bem entendida.
Nas
seitas, todavia, manifestou-se outra tendência, a saber, fazer da santidade de
seus membros o verdadeiro sinal da Igreja autêntica. (pg. 205). Os Pais da
Igreja se opuseram a todos esses sectários e realçavam cada vez mais a
instituição da Igreja....O bispo era considerado absoluto governante da Igreja.
(pg. 206).
Na
idade média...Tornou-se corrente a tradição nos séculos IV E V d.C. de que
Cristo dera a Pero o primado oficial sobre os demais apóstolos, e que esse
apóstolo se tornara primeiro bispo de Roma. (pg. 209). Paralelamente a isso
desenvolveu-se a idéia de que a igreja católica romana era o reino de Deus
sobre a terra, pelo que também o bispado romano era um reino terrestre. E
finalmente, a identificação da Igreja com o reino provocou a secularização
prática da Igreja. (pg. 210).
Durante
e após a reforma...A idéia luterana. Lutero repeliu a idéia de uma Igreja
infalível, de um sacerdócio especial e de sacramentos que atuam à maneira de
mágica; e restaurou ao seu correto lugar a idéia do sacerdócio de todos os
crentes.
A
idéia anabatista. A organização eclesiástica romanista se baseava muito no
Velho Testamento, mas os anabatistas negavam a identidade da congregação do
Velho Testamento com a Igreja do Novo Testamento, insistindo sobre uma Igreja
composta exclusivamente de crentes. (pg. 213).
A idéia
reformada. A concepção reformada da Igreja é fundamentalmente idêntica à
luterana, embora divirja em alguns particulares relativamente importantes. (pg.
214).
A
Doutrina dos Sacramentos
Os
sacramentos em geral...No todo pode-se dizer que os escolásticos seguiram a
concepção agostiniana dos sacramentos como sinais visíveis e meios duma graça
invisível. O primeiro a nomear os sete bem conhecidos sacramentos da igreja
católica romana foi Pedro Lombardo (pg. 217).
...Os
sacramentos são necessários à salvação... (pg. 118).[posição católica romana].
Além
do batismo e a ceia do Senhor, são reconhecidos os seguintes sacramentos:
confirmação, penitência, extrema unção, ordenação e matrimônio. (pg. 219).
Batismo...Mesmo
entre os Pais apostólicos achamos a idéia que ele era o instrumento que efetua
o perdão dos pecados e que comunica a nova vida regenerada. O batismo infantil
era bastante corrente na época de Orígenes e Tertuliano... (pg. 222).
De
fato, os reformadores alemães adotaram grande parte do batismo da Igreja
católica romana, chegando a reter muitas das cerimônias vinculadas a ele, como
o sinal da cruz, o exorcismo, os padrinhos, etc. (pg 223).
Os
da Igreja Reformada precediam baseados na suposição que o batismo foi
instituído para os que crêem, e que não gera fé, porem a fortalece. (pg. 224).
A
ceia do Senhor...No início, a Ceia do Senhor era acompanhada por uma refeição
comum, para a qual as pessoas traziam os necessários ingredientes. No Ocidente,
o desenvolvimento da doutrina da Ceia do Senhor era mais lenta, porém levou ao
mesmo resultado. (pg. 225). Durante a Idade Média a doutrina, conforme
Agostinho a ensinava, cedeu lugar á doutrina católica romana. O Concílio de
Trento tratou do assunto da eucaristia conforme registrado em Sessão XIII dos seus
Decretos e Cânones. (pg. 226).
Os
reformadores na sua totalidade rejeitaram a teoria sacrificial da Ceia do
Senhor e da doutrina medieval da transubstanciação. (pg. 227).
A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS
COISAS
O
Estado Intermediário...A doutrina das últimas coisas nunca ficou no centro da
atenção, é uma das doutrinas menos desenvolvidas, e portanto não exige
discussão elaborada.
Os
Pais Apostólicos ainda não refletiram sobre o estado intermediário. De acordo
com a opinião comum de seus dias, os piedosos, ao morrerem, imediatamente
herdariam a glória celestial preparada para eles, e os ímpios passariam
imediatamente para os sofrimentos do inferno. A opinião geral dos Pais
posteriores, tais como Irineu, Tertuliano, Hilário, Ambrósio, Cirilo, e mesmo
Agostinho, era que os mortos descem até hades, um lugar com várias divisões,
onde permanecem até o dia do juízo, ou, segundo Agostinho, até que são
suficientemente purificados. (pg. 233).
Foi
no Ocidente que se desenvolveu a idéia de um fogo purgatorial especial. A localização
do purgatório também era assunto de debate, e era geralmente considerado que se
tratava da parte do hades mais perto do inferno. (pg. 234).
Houve
oposição à idéia do purgatório...e todos os reformadores sem exceção rejeitavam
a doutrina inteira do purgatório como sendo contrária às Escrituras. 9pg. 235).
A
SEGUNDA VINDA E A ESPERANÇA MILENIAL
...é
evidente, mesmo no Novo Testamento, que alguns deles esperavam uma vinda sem
demora. Não é, porém, correto dizer como dizem os premilenistas, que foi geralmente
aceita durante os três primeiros séculos.
O
milenismo da Igreja Primitiva gradualmente foi ultrapassado... naturalmente
cedeu lugar para a adaptação da Igreja para suas tarefas atuais. (pg. 236).
Durante
a Idade Média, o milenismo foi geralmente considerado herético.
No
tempo da Reforma, a doutrina do milênio foi rejeitada pelas Igrejas
Protestantes, todavia reviveu em algumas seitas. Uma certa forma de milenismo
surgiu, porém no século XVII. Durante os séculos XVIII E XIX a doutrina do
milênio mais uma vez foi favorecida em certos círculos. (pg. 237).
A
RESSURREIÇÃO
A
maior parte dos Pais Primitivos da Igreja acreditava na ressurreição do corpo,
ou seja, na identidade do corpo futuro com o presente. Os escolásticos
especulavam segundo sua maneira comum, quanto ao corpo da ressurreição. Suas
especulações eram fantasiosas e tinham pouco valor permanente. (pg. 239). Os
teólogos do período da Reforma estavam de acordo que o corpo da ressurreição
seria idêntico com o corpo presente.
O
JUÍZO FINAL E OS GALARDÕES FINAIS
Os
mais antigos Pais da Igreja pouca coisa dizem sobre o juízo final, mas
geralmente ressaltam sua certeza. Os Pais posteriores ficaram firmes na sua
convicção de que haveria um juízo final no fim do mundo (pg. 241). Os
escolásticos prestavam especial atenção à localização do céu e do inferno. Os
reformadores se contentaram com a afirmação da simples doutrina da Escrituras,
que Cristo voltará.
CREDOS
HISTÓRICOS DA IGREJA
Credo
dos Apóstolos, de Cesaréia, de Nicéia, Niceno e de Atanásio.
CREDO
DOS APÓSTOLOS
1.Creio
em Deus Pai Onipotente
2.e
em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
3.que
nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria,
4.que
foi crucificado sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado,
5.e
ao terceiro dia ressurgiu da morte,
6.que
subiu ao céu
7.e
assentou-se à direita do Pai,
8.de
onde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
9.Creio
no Espírito Santo,
10.na
santa Igreja católica (universal),
11.na
remissão dos pecados,
12.na
ressurreição da carne,
13.na
vida eterna.
CREDO
DE CESARÉIA
Cremos
em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e
invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, Verbo de Deus, Deus de toda a
criação, por quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito carne para
nossa salvação, tendo vivido entre os homens. Sofreu, ressuscitou ao terceiro
dia, subiu ao Pai e novamente virá em glória para julgar os vivos e os mortos.
Cremos também em um só Espírito Santo.
CREDO
DE NICÉIA
Cremos
em um só Deus, Pai onipotente, criador de todas as coisas visíveis e
invisíveis; e em um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado pelo Pai,
unigênito, isto é, sendo da mesma substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com
o Pai, pelo qual foram feitas todas as coisas, as que estão no céu e as que
estão na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu,
encarnou-se e se fez homem. Sofreu, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu,
e novamente virá para julgar os vivos e os mortos. Cremos no Espírito Santo. E
a todos que dizem: Ele era quando não era, e antes de nascer, ele não era, ou
que foi feito do não existente, bem como aqueles que alegam ser o Filho de Deus
de outra substância ou essência, ou feito, ou mutável, ou alterável a todos
esses a Igreja católica e apostólica anatematiza.
CREDO
DE NICENO
Cremos
em um Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas
visíveis e invisíveis; e em um Senhor, Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus,
gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus
verdadeiro, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas
as coisas foram feitas; o qual, por nós homens e por nossa salvação, desceu dos
céus, foi feito carne por meio do Espírito Santo e da Virgem Maria, e tornou-se
homem. Foi crucificado por nós sob o poder de Pôncio Pilatos, padeceu, foi
sepultado, ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras, subiu aos céus,
assentou-se à direita do Pai. Novamente há de vir com glória para julgar os
vivos e os mortos e seu reino não terá fim. Cremos no Espírito Santo, Senhor e
Vivificador, que procede do Pai, que com o Pai e o Filho conjuntamente é
adorado e glorificado, que falou através dos profetas. Cremos na Igreja uma,
santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos
pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida no século vindouro.
CREDO
DE ATANÁSIO
E a
fé católica (universal) é esta: adoremos um Deus na Trindade, e a Trindade na
unidade.
Não
confundimos as Pessoas, nem dividimos (separamos) a Substância.
Pois
existe uma única Pessoa do Pai, outra do Filho e outra do Espírito Santo. Mas a
Deidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo é toda uma só: a glória é igual, a
majestade é co-eterna.
Tal
como é o Pai, tal é o Filho e tal é o Espírito Santo.
O
Pai não foi criado, o Filho não foi criado, o Espírito Santo não foi criado.
O
Pai é incompreensível (imensurável), o Filho é incompreensível (imensurável), e
o Espírito Santo é incompreensível (imensurável).
O
Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.
E,
no entanto, não são três (seres) eternos, mas há apenas um eterno.
E
não há três (seres) que não foram criados e que são incompreensíveis (imensuráveis).
Há,
porém, um só que não foi criado e é incompreensível (imensurável).
Assim
sendo, o Pai é Todo-Poderoso, o Filho é Todo-Poderoso, o Espírito Santo é
Todo-Poderoso.
E,
no entanto, não são três (seres) Todo-Poderosos, mas um só é Todo-Poderoso.
Assim,
o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus.
E,
no entanto, não são três deuses, mas um só Deus.
Igualmente,
o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.
E,
no entanto, não são três Senhores, mas um só Senhor.
Pois
da mesma forma que somos compelidos pela verdade cristã a reconhecer cada
Pessoa, por si mesma, como Deus e Senhor, assim também somos proibidos pela
religião católica (universal) de dizer: Existem três deuses ou três senhores.
O
Pai não foi feito de ninguém: nem criado e nem gerado.
O
Filho vem somente do Pai: não foi feito nem criado, mas gerado.
O
Espírito Santo vem do Pai e do Filho: não foi feito nem criado, e nem gerado,
mas procedente.
Assim
há um só Pai, e não três Pais; há um só Filho, e não três Filhos; há um só
Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.
E
nessa Trindade nenhum é antes ou depois do outro. Nenhum é superior ou inferior
ao outro. Mas todas as três pessoas são juntamente co-eternas e co-iguais de
tal modo que, em todas as coisas, foi dito, a Unidade na Trindade e a Trindade
na Unidade deve ser adorada. Aquele, pois, quiser ser salvo, deve pensar assim
sobre a Trindade. Também é necessário para a salvação eterna que se creia,
fielmente, na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois a verdadeira fé é que creiamos e
confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, é Deus e Homem.
(CONCORDIA
TRIGLOTTA)
Deus
da Substância do Pai, gerado antes dos mundos, e Homem da substância de sua
mãe, nascido no mundo.
Perfeito
Deus e perfeito Homem, tendo alma e subsistindo em carne humana. Igual ao Pai,
referindo-se à sua divindade, e inferior ao Pai, referindo-se à sua humanidade;
O qual, embora seja Deus e Homem,
contudo não é dois, mas um só Cristo.
Um,
não mediante a conversão da divindade em carne, mas por ter tomado a humanidade
em Deus. Um, juntamente; não por confusão de Substância, mas por unidade de
Pessoa. Pois tal como a alma e a carne
formam um só homem, assim Deus e o Homem é um só Cristo; O qual sofreu pela nossa salvação; desceu ao
inferno, ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia.
E
ascendeu ao céu. Está assentado à direita do Pai, Deus Todo-Poderoso, de onde
virá para julgar os vivos e os mortos. Por ocasião de sua vinda, todos os
homens ressuscitarão em seus corpos e prestarão contas de suas próprias obras. Aqueles que praticaram o bem irão para a vida
eterna; e aqueles que praticaram o mal obterão as chagas eternas. Essa é a fé
católica (universal), a qual pode salvar o homem. Basta que ele creia nela fiel
e firmemente.
A
HISTÓRIA DA DOUTRINA DA TRINDADE
Ao
longo da leitura deste estudo, pudemos comprovar que a doutrina da Santíssima
Trindade como pregada pela igreja Católica e por várias denominações
protestantes não tem base bíblica. Na verdade, a palavra “Trindade” ou “Triúno”
nunca foi utilizada pelos autores bíblicos. Esta doutrina é completamente
estranha aos israelitas do Velho Testamento e aos cristãos do Novo Testamento.
Nesta seção mostraremos como a doutrina da Santíssima Trindade foi introduzida
paulatinamente na igreja cristã.“
PAGANIZAÇÃO”
DO CRISTIANISMO
Nos
primeiros séculos da era cristã o mundo estava sob o controle dos romanos. Os
imperadores daquela época perceberam que poderiam governar com maior facilidade
utilizando-se da religião, unindo a igreja com o estado. Mas estes governantes
tinham um desafio: agradar os dois maiores grupos religiosos da época: cristãos
e pagãos.
A
forma encontrada foi adaptar o cristianismo ao paganismo e vice-versa. Isso
causou o que podemos chamar de paganização da religião cristã. Muitas práticas
surgiram como mistura de conceitos da cultura pagã com a cultura
judaico-cristã. Um exemplo é a adoração de imagens de escultura, algo
abominável para os apóstolos e profetas do Velho Testamento por ser prática
claramente pagã. Mas a nova idolatria era adaptada para agradar aos cristãos.
As imagens estabelecidas eram de Jesus e dos apóstolos e pretendiam apenas
representar a divindade e os santos apóstolos - a princípio sem o objetivo de
adoração, mas que demonstrou ser uma direta transgressão do primeiro e segundo
mandamentos: “Não terás outros deuses diante de mim” e “não farás para ti
imagens de escultura”. Desta forma, misturando o paganismo com o cristianismo,
tais imperadores conseguiram agradar o grupo de pagãos e o de cristãos.
Os
conceitos básicos para o estabelecimento da Doutrina da Trindade surgiram
dentro deste contexto como forma de conciliar o culto politeísta dos pagãos com
o culto cristão de adoração a um único Deus. Uma boa forma para agradar
cristãos e pagãos seria o estabelecimento de um culto de um Deus formado por
três pessoas.
O
CONCÍLIO DE NICÉIA
De
acordo com a Wikipedia, enciclopédia da Internet, “O primeiro concílio de
Nicéia teve o lugar em 325 a.d. durante o reinado do imperador romano
Constantino I (o primeiro imperador romano a aderir ao cristianismo). Foi a
primeira conferência de bispos ecumênica da igreja católica.”
Naquela
ocasião a igreja atravessava uma grande controvérsia com relação à natureza de
Cristo. Várias teorias surgiram para explicar a questão da divindade e/ou
humanidade de Cristo. A maior parte destas teorias estava bem longe da verdade
e da simplicidade da Palavra de Deus. Um dos nomes mais famosos da época é o de
Arius que questionava a divindade de Cristo defendendo uma posição muito
parecida com a doutrina dos Testemunhas de Jeová (por isso são conhecidos como
Arianos). “Na controvérsia ariana colocava-se um obstáculo grande à realização
da idéia de Constantino de um império universal que deveria ser alcançado com a
ajuda da uniformidade da adoração divina”, complementa a enciclopédia
Wikipedia.
Vendo
o império dividido nesta questão e almejando a unidade, Constantino convocou
para o verão de 325 a.d. os bispos de todas as províncias. Um grande número de
bispos atendeu à convocação de Constantino para o Primeiro Concílio de Nicéia
que foi aberto formalmente em 20 de Maio daquele ano. Após um mês, em 19 de
Junho foi promulgado o Credo de Nicéia. O “credo” era um documento preparado
pela liderança da igreja que continha as crenças fundamentais que todos os
cristãos deveriam professar. Quem não professasse este conjunto de doutrinas
era expulso da igreja. Isto aconteceu com alguns bispos que discordaram do
Credo de Nicéia.
O
CREDO DE NICÉIA
“Creio
em um único Deus e Pai Onipotente, que fez o Céu e a Terra; e em um único
Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, unigênito do Pai, nascido antes de todos os
séculos, Deus de Deus, consubstancial com o Pai, que desceu dos Céus, e foi
encarnado do Espírito Santo pela Virgem Maria; e no Espírito Santo, Senhor e
Vivificante, que procede do Pai e do Filho, que é adorado e glorificado com o
Pai e o Filho.”
O
CREDO DE ATANÁSIO (PRODUZIDO POUCO DEPOIS DO CONCÍLIO DE NICÉIA, ONDE O
CONCEITO DA TRINDADE FICAVA MAIS CLARO).
“A
Fé católica [universal] é que veneramos um único Deus na Trindade, e a Trindade
na Unidade, sem confundir as Pessoas e sem separar a substância' (...) Outra é
a Pessoa do Pai, outra a Pessoa do Filho, e outra a Pessoa do Espírito Santo
(...) O Pai é Deus e Senhor, o Filho é Deus e Senhor, e o Espírito Santo é Deus
e Senhor (...) Mas, assim como somos forçados pela verdade cristã a confessar
cada Pessoa Deus e Senhor em particular, do mesmo modo somos impedidos pela
religião católica de dizer três Deuses ou três Senhores.”
O
CREDO CATÓLICO DE HOJE
“A
Igreja estudou este mistério com grande solicitude e, depois de quatro séculos
de investigações, decidiu expressar a doutrina deste modo: Na unidade da
Divindade há três pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – realmente
distintas uma da outra. Assim nas palavras do Credo de Atanásio: “O Pai é Deus,
o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus, e no entanto não são três deuses,
mas um só Deus.” (O Catecismo do Católico de Hoje Pág. 12 (Número 1248 da Editora
Santuário – Edição 28 – 2002).
É
importante lembrar que o Concílio de Nicéia não estabeleceu apenas os
fundamentos para a doutrina da trindade. Outras decisões foram tomadas pelos
bispos da igreja católica em 325 a.d.
Segundo
a enciclopédia Wikipedia “outra decisão do concílio de Nicéia consistiu na
transferência do dia de descanso semanal do Sábado para o Domingo. Antes da
religião cristã conseguir o reconhecimento oficial de Roma, judeus e cristãos
tinham tradições e festejos em comum.” Sabemos que os pagãos adoravam o sol e
os cristão e judeus guardavam o sábado.
Novamente
uma nova doutrina foi estabelecida, os cristãos poderiam continuar guardando um
dia por semana, o dia do Sol (Sunday, em inglês). Desta forma, novamente
cristãos e pagãos poderiam se unir no novo sistema de adoração meio pagão, meio
cristão.
DOUTRINA
DA SANTÍSSIMA TRINDADE - INÍCIO SANGRENTO E MORTAL
Antes
de entrarmos no estudo deste artigo, é importante salientar que o seu autor não
é cristão, sendo assim seu comentário é isento de idéias preconcebidas, tanto a
favor como contra a Doutrina da trindade.
As
origens da doutrina da Santíssima trindade são chocantes. Como no caso da
maioria das questões históricas relativas à cristandade, houve muita fraude e
derramamento de sangue. Muitas vidas foram perdidas antes que o Trinitarianismo
fosse enfim adotado.
Como
muitos cristãos sabem, a palavra “trindade” não aparece na Bíblia. E não
aparece porque é uma doutrina que evoluiu aos poucos no início do cristianismo.
Foi um processo manipulado, sangrento e mortal até que finalmente se tornou uma
doutrina “aceita” da Igreja.
CONSTANTINO
– OFICIALIZAÇÃO DA
DOUTRINA
DA TRINDADE
Flavius
Valerius Constantius (c. 285-337 AD), Constantino o Grande, era filho do
imperador Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306 AD, Constantino tornou-se
imperador da Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi
assumindo o controle de todo o império romano. Divergências teológicas
relativas a Jesus Cristo começaram a se manifestar no império de Constantino
quando dois oponentes principais se destacaram dos outros e discutiram sobre se
Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e
eterno como Deus seu pai (doutrina de Atanásio).
A
guerra teológica entre os adeptos de Arius e Atanásio tornou-se acirrada.
Constantino percebeu que seu império estava sendo ameaçado por esta divisão
doutrinal. Constantino começou a pressionar a Igreja para que as partes
chegassem a um acordo antes que a unidade de seu império ficasse ameaçada.
Finalmente, o imperador convocou um concílio em Nicéia, em 325 AD, para
resolver a disputa.
Apenas
318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do
império. Dos 318, apenas uns 10% eram da parte ocidental do império de Constantino,
tornando a votação tendenciosa, no mínimo. O imperador manipulou, pressionou e
ameaçou o concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, não em
algum consenso a que os bispos chegassem. As igrejas cristãs hoje em dia dizem
que Constantino foi o primeiro imperador cristão, mas seu “cristianismo” tinha
motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a
doutrina cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu
cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto
sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito
de morte.
OS
DOIS PRIMEIROS TERÇOS DA TRINDADE
O
CONCILIO DE NICÉIA
A
maioria dos bispos, pressionada por Constantino, votou a favor da doutrina de
Atanásio. Foi adotado um credo que favorecia a teologia de Atanásio. Arius foi
condenado e exilado. Vários bispos foram embora antes da votação para evitar a
controvérsia. Jesus Cristo foi aprovado como sendo “uma única substância” com Deus
Pai. É significativo que até hoje as igrejas ortodoxas do leste e do oeste
discordem entre si quanto a esta doutrina, ainda conseqüência das igrejas do
oeste não terem tido nenhuma influência na “votação”. Dois dos bispos que
votaram a favor de Arius também foram exilados e os escritos de Arius foram
destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com
documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. O credo de Nicéia declara:
“Creio
em Um só Deus, Pai Onipotente, Criador do céu e da terra e de todas as coisas
visíveis e invisíveis. E em Um só Senhor, Jesus Cristo, o Filho unigênito de
Deus, gerado do Pai antes de todas as coisas. Deus de Deus, Luz da Luz, Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai, por
quem todas as coisas foram feitas ...”
Mesmo
com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a
facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que
Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos
que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando
Constantino morreu (depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho
restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio. Nos
anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de
seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou
violência e morte generalizadas.
Em
381 AD, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em
Constantinopla. Apenas os bispos trinitaristas foram convidados a participar.
150 bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir
o espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da trindade era agora oficial
para a Igreja e também para o Estado. Os bispos dissidentes foram expulsos da
Igreja e excomungados.
O
CREDO DE ATANÁSIO COMPLETA A DIVINDADE TRINA?
O
Credo (trinitário) de Atanásio foi finalmente estabelecido (provavelmente) no
século V. Não foi escrito por Atanásio mas recebeu seu nome. Este é um trecho: “Adoramos
um só Deus em trindade ... O Pai é Deus, o Filho é Deus, e o espírito Santo é
Deus; e contudo eles não são três deuses, mas um só Deus.”
Por
volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e
Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da
trindade “pegasse”. A política do governo e da Igreja foram as razões que
levaram a trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como vimos,
a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador
pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue.
A
TRINDADE CRISTÃ – MAIS UMA NO
DESFILE
DE TRINDADES
Por
que surgiu esse clamor para elevar Jesus e o espírito Santo a posições iguais à
do Deus judeu/cristão? Simplesmente porque o mundo pagão estava habituado a ter
“três deuses” ou “trindades” como divindades. A trindade satisfazia à maioria
de cristãos que tinha vindo de culturas pagãs. O cristianismo não se livrou das
trindades pagãs, ele as adotou assim como adotou tantas outras tradições pagãs.
OUTRAS
TRINDADES
O
hinduísmo abraçou a divindade trina de Brahma, deus da criação; Vishnu, deus da
manutenção, e Siva, deus da destruição. Uma das muitas trindades do Egito era
Hórus, Ísis e Osíris. Os fundadores da primitiva igreja cristã não tinham idéia
de que o conceito de trindade iria surgir, ser votado por políticos, imposto
por imperadores e um dia se tornaria parte integral do cristianismo moderno. Não
é nenhuma surpresa que tal conceito seja “difícil” de explicar. Há um deus
cristão ou três em um? A maioria das igrejas cristãs apóia a doutrina da
trindade, mas ainda há algumas que rejeitam o ensinamento. Hoje em dia, temos a
liberdade de acreditar em uma possibilidade ou outra, mas corremos o risco de
sermos ridicularizados se negarmos a crença na trindade.
A
TRINDADE E SUAS CONSEQÜÊNCIAS
PRÁTICAS
A
esta altura, muitos crentes sinceros poderão levantar as seguintes questões: Qual
é a diferença, na prática, entre aceitar a tradicional doutrina da Santíssima
trindade ou aceitar a doutrina bíblica que o Pai, Filho e Espírito Santo é o
mesmo Deus único em manifestações e ofícios.
NOSSA
SALVAÇÃO DEPENDE DESTE PONTO?
Todas
as pessoas que no passado aceitaram a doutrina da Santíssima trindade e as que
hoje a aceitam estarão perdidas para sempre? O assentimento mental de qualquer
teoria sobre a divindade terá algum efeito prático na vida do cristão? Ou Deus
não leva em conta o que acreditamos desde que tenhamos amor uns para com os
outros? Sem dúvida, tais questões são extremamente relevantes para os
seguidores de Cristo que procuram viver uma religião prática. O mundo religioso
está cheio de teorias, doutrinas e dogmas que geram debates, conflitos,
separações, guerra e morte. Se um ensino bíblico não tiver um efeito prático
positivo na vida do cristão, tal ensino é totalmente dispensável e não
mereceria nossa atenção. Se existe uma doutrina de grande importância no
cristianismo, essa é a doutrina da natureza de Jesus Cristo - Sua divindade e
humanidade. É somente nesta axiomática doutrina que está edificada a fé cristã.
As Escrituras cristãs, compostas por 66 livros do Velho e Novo Testamentos,
enfatizam a necessidade de um Redentor para os homens que estão em pecado.
Todos
eles estão mortos, perdidos e sob a ira de Deus, à espera do julgamento final
pelos seus pecados, a não ser que o Salvador os resgate. Esse Salvador não é
apenas um bom mestre, um homem sábio, como alguns supõem.
O
Redentor da Bíblia cristã é o próprio Deus, que toma na carne a forma humana e
morre pelos pecados do Seu povo. Ele é o único homem-Deus, uma Pessoa com duas
naturezas não misturadas, mas unidas. Não existe religião alguma com a
Divindade de um Redentor e a complexidade das duas naturezas do Messias. Sim,
existiram muitas religiões de mistério na antiguidade, as quais, de um modo ou
de outro, enfatizaram uma divindade ou um semideus, vindo para salvar os
homens, ou ajudá-los de várias maneiras. Porém
nenhuma delas enfatizou a divindade suprema de um Deus Todo-Poderoso, o qual
tomou a forma humana, para salvar do horror de Sua própria ira alguns que
estavam mortos em ofensas e pecados. Neste ponto, o Senhor Jesus Cristo
permanece exclusivo. Maomé, Krishna, Buda e outras figuras religiosas jamais
fizeram as afirmações que o Senhor Jesus Cristo fez. Eles jamais afirmaram ser
Deus. Jesus Cristo foi o único homem que afirmou ser Deus e manteve essa
afirmação, sempre e sempre. Neste estudo veremos que os escritores bíblicos
afirmaram constantemente que o seu Salvador era Deus em carne. Maomé, Krishna,
Buda e outras figuras religiosas, mantiveram todos a afirmação de serem mais
iluminados do que os outros, ou divinamente tocados, mas nunca que eram Deus.
Como poderiam fazê-lo? Como poderiam eles comprovar suas afirmações? Porventura
eles podiam ressuscitar os mortos? Podiam transformar água em vinho? Podiam
andar sobre o mar? Não! Somente o Senhor Jesus Cristo e unicamente Jesus
Cristo, afirmou ser Deus. O objetivo deste artigo é demonstrar o inegável
testemunho bíblico ao fato histórico de que Jesus Cristo, o único Redentor dos
homens, é Deus. Somente Ele fez essa afirmação e o registro bíblico torna isso
constantemente conhecido.
EXEMPLOS
DA DIVINDADE DO MESSIAS
NO
VELHO TESTAMENTO
Começo
usando algumas profecias do Velho Testamento, a fim de provar que o Messias
vindouro era Divino. Ele não era especial de alguma maneira abstrata, mas o
próprio Deus. O servo sofredor de Isaías 53 não é apenas um homem que morre na
cruz. Esta seria uma morte sem significação alguma, pois muitos outros homens
já haviam morrido crucificados, muito antes de Jesus Cristo vir à Terra. Em vez
disso, as profecias do Velho Testamento confirmam enfaticamente e provam a divindade
do Messias como Deus.
Primeiro,
numa nota preliminar, é importante salientar que o finito não pode conter o
infinito. Seres humanos não compartilham dos atributos incomunicáveis de Deus,
em hipótese alguma. Seres humanos não podem ser infinitos, eternos, imutáveis,
etc. Eles são criaturas limitadas e não podem se tornar Deus, nem tomar os Seus
atributos. Com o Messias, isso também é verdade. Contudo, Deus pode
adicionar-se à natureza humana, sem misturar Sua divindade com a humanidade.
Essa ligação é feita sem a mistura das duas naturezas. A natureza humana
continua a ser humana e a natureza divina, sempre divina, embora numa só
pessoa. O Filho de Deus possui duas naturezas. É uma Pessoa com duas naturezas.
A completa união desta natureza é um mistério, mas essencial e necessário,
conforme a Bíblia ensina. As Escrituras atestam este fato numa variedade de
exemplos. Menciono aqui que Deus não pode compartilhar Sua divindade na
natureza da humanidade do homem. Isto é importante, quando se consideram os
versos referentes ao unigênito Filho do Pai e provas idênticas. Deus não pode
criar outro Deus, nem um homem pode se tornar Deus. Dizer isso é deixar de
pensar, penetrando no reino da fantasia. Não estamos falando de Zeus ou Hermes,
figuras fantásticas criadas, os quais são homens com extraordinários poderes
(como os nossos super-heróis de hoje). Em vez disso, estamos falando de um ser.
Deus não pode compartilhar o Seu Ser com criatura alguma.
Ele
só pode compartilhar o Seu Ser dentro de Si mesmo. Veremos, então, que Jesus
Cristo é Deus e que o Filho de Deus é outro oficio, manifestação ou ministério
na economia Divina, agora tendo uma natureza humana. O mesmo Deus Pai, Filho e
Espírito Santo, sendo o Único Deus. Contudo, Deus tomou a natureza humana, como
o homem Jesus Cristo. Aqui, Jesus Cristo continua dizendo que é Deus, Aquele
que é o único e todo-poderoso.
A
Bíblia comprova que isto é verdade? Sim, ela o faz e de forma poderosa. No
Velho Testamento existe uma porção de Escrituras que testificam que o Messias
judeu que haveria de vir é Deus. Para os israelitas, o Messias profetizado
seria o próprio Deus. Temos aqui algumas das mais memoráveis Escrituras que
foram registradas. A primeira é Salmo 2:6-12, no qual acontece um diálogo entre
Deus e o Seu Filho unigênito: "Eu,
porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. Proclamarei o decreto: o
SENHOR me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei os
gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás
com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora,
pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao
SENHOR com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não
ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados
todos aqueles que nele confiam." Vemos aqui que o Senhor gera o Seu Filho.
Esta é a eterna geração do Filho pelo Pai. Então, o Filho deve ser adorado,
pois "beijar" significa "dobrar os joelhos diante". Se o
Filho não for adorado, Ele ficará zangado e levará os homens a perecer em seus
caminhos. O Filho fica irado, e o único meio de escapar é NELE confiar para o
livramento. Como poderiam o Filho e o Senhor ter essas qualidades? A resposta é
que o Senhor é o Filho, e o Filho é o Senhor, pois nenhum mero homem seria
profetizado dessa maneira.
Somente
Deus pode acender Sua ira por causa da falta de adoração ao Seu Divino Ser. O
Salmo 110:1 também atesta o diálogo entre Deus e Deus. Davi escreve:
"Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés." Jesus usa isso
lindamente contra os fariseus, quando indaga como poderia o Messias ser o
Senhor de Davi e o seu filho ao mesmo tempo? A palavra aqui deve ser observada.
A tradução literal diz: "Yahweh disse ao meu Adonai." O termo
"Yahweh" corresponde ao nome de Deus, literalmente declarando
"Eu Sou". Sempre que a designação Yahweh é usada na Bíblia em todo o
Velho Testamento, ela se refere ao "Grande Eu Sou". O título
"Adonai" é usado para designar a suprema posição de Deus como
"Senhor". Então, Yahweh está falando para Adonai. Vemos aqui Deus
falando para Deus. O escritor de Hebreus usa este Salmo diversas vezes para
designar o ofício do Messias como o Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque.
Esta
promessa, ou pacto, feito por Deus consigo mesmo o Messias. Aqui, o Messias é,
pelo pacto, destinado à função Messiânica, como o Sumo Sacerdote de uma melhor
aliança. Aqui, Deus fala com Deus. Vemos o eterno conselho em ação; filho de
Davi e, contudo, o Senhor de Davi. Daniel
7:13 é também um verso muito importante, e um dos meus favoritos. Nesse verso
encontramos o título "Filho do Homem", não como um título de
humanidade, mas de deidade: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite,
e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao
ancião de dias, e o fizeram chegar até ele." Duas figuras são apresentadas
nesta visão, uma do Ancião de Dias e uma do Filho do Homem, que vinha nas
nuvens do céu, ou a glória shekiná do céu. Quem quer que seja o Filho do Homem,
Ele é Divino. De fato, Ele é tão brilhante em Sua glória, que brilha em Si
mesmo como as nuvens do céu.
Compactas
nuvens de glória de brilho divino ilustram ante o Ancião de Dias, quando o
Filho do Homem entra na Corte Divina e os livros do julgamento são abertos.
Como veremos, a designação favorita de Jesus a Si Mesmo é este título: Filho do
Homem. Ele certamente sabe que é o divino Filho do Homem, que compartilha a
glória de Deus. De fato, Ele resplandece com
o brilho da glória de Deus.
Em
Miquéias 5:2 encontramos a profecia do local de nascimento do Messias. Mas ela
não apenas marca o local do nascimento da humanidade de Cristo, como também
marca a dupla natureza de que Aquele que vai nascer é eterno: "E tu, Belém
Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que
governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias
da eternidade." Os dias do Messias são de 'eternidade'. Ao Messias são
atribuídos incomunicáveis atributos divinos - como a eternidade ou a natureza
do que é eterno. Somente Deus é eterno e, contudo, vemos que o Messias é
considerado Eterno.
Zacarias
13:7 também designa o Messias com o título divino de Deus Todo-Poderoso.
Quando
Cristo estava no jardim com Seus discípulos e foi preso, cumpriu-se a profecia
de que o pastor seria ferido e as ovelhas se dispersariam: "Ó espada,
desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz
o SENHOR dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas
volverei a minha mão sobre os pequenos." A chave aqui é "volverei a
minha mão sobre os pequenos". O Senhor está falando de Si mesmo. Ele é o
pastor que vai estender Sua mão sobre os pequenos [irmãos judeus] e os juntará
para trazê-los de volta. Ele é o Messias e também o Senhor.
Uma
das profecias mais específicas referindo-se ao Messias é Isaías 9:6. Vamos ler
o bem conhecido verso da natividade, referindo-se ao advento do Messias como um
menino nascido e, em seguida, a designação que Lhe é dada: "Porque um
menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus
ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz." Aqui, o Messias é chamado de Maravilhoso!
Por quê? Uma resposta pode ser encontrada em Juízes 13, onde encontramos a
narrativa do nascimento de Sansão. Os pais de sansão, Manoá e sua mulher,
encontram-se com o Anjo do Senhor. Após longa conversa sobre o nascimento de
Sansão, Manoá pergunta o nome do anjo.
A
resposta se encontra em Juízes 13:18: "E o anjo do SENHOR lhe disse: Por
que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" O nome do
anjo é Maravilhoso! Em geral, os anjos têm nomes como Gabriel ou Miguel.
Contudo, esse anjo tem um nome maravilhoso demais para mencionar. Após a
partida do anjo, Manoá faz uma importante declaração, conforme Juízes 13:22:
"E disse Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos visto
a Deus." O anjo do Senhor, cujo nome é Maravilhoso, é Deus. Isso nos esclarece,
quando consideramos Isaías 9:6. O Messias é Deus e o Seu Nome é Maravilhoso.
Contudo, a profecia de Isaías não pára aqui. O Messias não apenas é chamado
Maravilhoso, como Deus, mas também é chamado Deus Poderoso. Se essa designação
não for bastante explícita, a profecia também O chama de Pai da Eternidade. O
Messias não é apenas o Redentor terreno, mas o Deus Poderoso, Pai da
Eternidade. Pai da Eternidade é a designação que Cristo dá a Deus, nos
evangelhos. O Messias é chamado Deus nesse verso profético de Isaías, por três
vezes: uma vez, sutilmente, como Maravilhoso. Uma vez, explicitamente, como
Deus Poderoso e uma vez como o Pai da Eternidade. Portanto, o Messias é Deus!
Junto
com Isaías 9:6, como uma amada profecia referente ao advento, vem a profecia do
Emanuel, de Isaías 7:14: "Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis
que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome
Emanuel." Mateus interpreta o nome Emanuel corretamente, em Mateus 1:23,
como sendo 'Deus conosco'.
A
profecia referente à narrativa do nascimento de Cristo, conforme designada e
interpretada por Mateus, um meticuloso contabilista e coletor de impostos, diz
que Cristo é Deus. Sim, o Cristo nascido de uma virgem é Deus! Outra profecia
referente a Cristo é Jeremias 23:5-6: "Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em
que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá
sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será
salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o
chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA.
O
descendente levantado a Davi será um Renovo justo. O Messias virá da linhagem
de Davi e será exaltado como Deus. Ele também será chamado "O Senhor,
Justiça Nossa." Essa designação é dada exclusiva e literalmente a Deus,
como "Yahweh Tsidkenu". O Messias não somente é exaltado como Deus,
mas também é chamado "O Senhor Justiça Nossa". O Messias é Yahweh. O
Messias é Deus!
A
última profecia que gostaríamos de examinar rapidamente é Malaquias 3:1:
"EIS que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim;
e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da
aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos
Exércitos." Vemos aqui que o Messias é identificado como "O
Senhor", o qual virá ao Seu templo. Ele é o Mensageiro da Aliança e o
Servo eleito em quem Deus se compraz. Mas Ele é o próprio Deus. Marcos 1:2
confirma esse verso de Malaquias, quando atesta a vinda de João Batista:
"Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua
face, o qual preparará o teu caminho diante de ti." O mensageiro vem e, em
seguida, vem o Senhor. Lucas também diz isso, em Lucas 1:76: "E tu, ó
menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir ante a face do
Senhor, a preparar os seus caminhos." Lucas registra que João Batista será
o profeta que preparará o caminho do Altíssimo, o Senhor que virá ao Seu
templo. O Messias é o Altíssimo Deus.
Estas
profecias são apenas uma seção de cruzamento entre aqueles que falam do Messias
como sendo divino. Mas cada um deles credita o Messias como Deus. O Messias, ou
o Cristo, que virá é o Senhor Deus do céu e da terra. As projeções das
Escrituras do Velho Testamento respaldam este assunto. Isso é inegável, visto
como o Novo Testamento confirma as projeções do Velho Testamento como o fato
histórico na vida de Jesus Cristo.
PASSAGENS
SELECIONADAS DO
NOVO
TESTAMENTO QUE PROVAM QUE JESUS É DIVINO
O
Novo Testamento não deixa qualquer dúvida sobre Cristo ser o Messias ou que o
Messias é Deus.
Jesus
falou isso de Si mesmo e os apóstolos falaram sobre Jesus, mesmo depois que Ele
subiu ao céu, e em todas as cartas do Novo Testamento dirigidas às igrejas.
Negar esse fato é reinterpretar a mensagem da Bíblia, desprezando o próprio
texto - algo que a maioria das pessoas que odeia a Cristo faz. Examinar o texto
e tratar honestamente com o mesmo é ver a divindade de Jesus Cristo como o
único verdadeiro Deus. Vamos começar um
breve exame dessas passagens com o texto constantemente explorado de João
1:1-3: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e
sem ele nada do que foi feito se fez." O Verbo aqui mencionado é Cristo.
João utiliza uma efetiva designação do Logos Eterno, a fim de que sua audiência
gentia/romana ficasse convencida de que o Verbo Eterno, o Eterno Logos, era
Aquele que desceu do céu. Esta seria, e de fato foi, uma ferramenta efetiva no
ensino aos gentios aristotelianos e platônicos sobre o Único Deus Verdadeiro.
Vemos aqui que o Verbo Eterno é o próprio Deus. O texto grego não permite uma
tradução de "um Deus", mas somente de "Deus". As
Testemunhas de Jeová assassinaram o texto grego aqui e também negaram a sua
tradução nos versos seguintes. Por exemplo, se o texto diz "um Deus",
então essa tradução deveria ser usada no restante do capítulo. A mesma
construção usada no verso 1 é também usada mais 13 vezes no capítulo,
referindo-se ao próprio Jeová. Ora, se as Testemunhas de Jeová traduzem o verso
1 como "um deus", então deveriam traduzir os demais 13 versos sobre
Jeová com sendo Ele "um deus". Contudo elas não o fazem porque isso
iria prejudicar a sua falsa ambição teológica. Elas simplesmente negam que
Jesus Cristo é Deus, traduzindo horrivelmente o verso 1 e depois traduzindo
corretamente o restante da passagem, visto como esta se refere a Jeová. Esta é
uma interpretação satânica, a fim de negar a divindade do Verbo. Em vez disso,
o Verbo é Deus, vindo de Deus e Criador de todas as coisas. Ele é o eterno
Verbo de Deus, o exato Logos do próprio Deus, o qual veio à Terra em forma de homem,
a fim de salvar Seu povo. Depois, na mesma passagem de João 1, encontramos o
verso 14 declarando: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos
a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade." Ora, João não apenas afirma que o Verbo é Deus, mas explica que
o Verbo mantém toda a glória do Pai, pois é o unigênito Filho de Deus. O Verbo
desceu do céu, habitou entre os homens, e Sua glória, a glória somente de Deus,
brilhou entre os homens, por algum tempo. Sabemos disso, visto como esse Verbo
eterno era a forma do próprio Deus, conforme Filipenses 2:6-7 explica:
"Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas
esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens." Paulo está falando de Jesus Cristo. O Messias é Deus, por isso
Ele não achou que era usurpação ser igual a Deus. Ser igual a Deus é ser Deus.
Pensem sobre os atributos de Deus e na incomunicável natureza dos Seus
atributos. Somente Deus pode se igualar a Si mesmo. Mas Deus tomou a forma de
homem e foi feito à semelhança de homens, para salvar os homens dos seus
pecados.
Paulo
não confunde as palavras sobre Deus manifestado em carne de homem, quando diz
em 1 Timóteo 3:16: "E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade:
Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos,
pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." Quem foi
manifestado em carne? Foi Deus. Não foi um ser semelhante a Deus, mas o próprio
Deus. Deus tomou a forma de servo. Adotou em Si mesmo uma nova natureza, que
antes não havia adotado: uma natureza humana. Sabemos que Jesus Cristo é o
Salvador dos cristãos. Sabemos, por inúmeras passagens do Novo Testamento, que
os apóstolos acreditavam que "Em nenhum outro há salvação, porque também
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos
ser salvos." (Atos 4:12). Isto é axiomático para os apóstolos - Jesus é o
Salvador. É o Seu sacrifício que salva os homens. Em Atos 20:28, vemos o
registro de Lucas sobre a obra de Cristo ser atribuída ao próprio Deus:
"Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com
seu próprio sangue." Esse "Ele" é o próprio Deus. Ele comprou a
igreja com Seu próprio sangue. Deus tem sangue? Sim, Ele tem sangue pela
natureza humana de Jesus Cristo. Ele morre e o seu sangue é considerado como o
sangue de Deus. Eles são sinônimos. Desse modo, os cristãos são remidos da
condenação eterna pelo sangue do próprio Deus. Lucas descreve a obra de Jesus
como aquela que é feita por Deus. Isso é verdade porque Jesus é Deus e todos os
Seus apóstolos o sabiam. De outro modo, teria sido blasfêmia honrar um simples
homem mortal por uma obra que somente Deus poderia fazer. No Livro de Hebreus
vemos o escritor citando muitas passagens do Velho Testamento, comprovando a
divindade do Messias como Deus. Em Hebreus 1:8-9, diz o escritor: "Mas, do
Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de
eqüidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso
Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus
companheiros." Aqui, ele está citando o Salmo 45:7: "Tu amas a
justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de
alegria mais do que a teus companheiros." Vemos aqui Deus falando com
Deus. O Ungido tem um trono e este é o Trono de Deus. O escritor de Hebreus
está provando que Cristo é maior do que Moisés e maior do que os anjos, o que
teria sido um choque para os neoplatonistas, contra os quais ele está
escrevendo. Os platonistas acreditavam em um supremo, único e perfeito Ser.
Esse "Único" tem emanações que fluem do Seu ser perfeito para os
serem inferiores, isto é, Moisés, os anjos e até mesmo os mestres como Jesus.
Mas o autor de Hebreus prova que o Messias é o Único, o próprio Deus eterno,
superior a Moisés e a todos os anjos. Uma das últimas provas gerais do Novo
Testamento para a divindade de Cristo encontra-se em Lucas 22:48, em que Judas
trai o Filho do Homem. Lembrem-se que o título "Filho do Homem" é
usado 80 vezes por Cristo, somente nos evangelhos. Esta é a Sua autodesignação
favorita. "E Jesus lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do
homem?"
Os
homens têm-se traído uns aos outros com resultados catastróficos... Mas neste
caso, Judas, um homem, trai o Filho do Homem. Nessa colocação histórica, o
maligno e rebelde servo do pecado trai o próprio Deus. Judas cuspiu na face
Daquele que Daniel descreve como vindo sobre as nuvens do próprio céu. Isso
leva a traição de Judas ao infinito grau de malignidade! Teria sido melhor para
Judas que ele não tivesse nascido, para depois trair o Filho do Homem com um
beijo. Ironicamente, o salmista havia dito que devemos beijar o Filho para que
Ele não se zangue e pereçamos no caminho. Judas beijou o Filho de um modo perverso
e por isso está no inferno, pagando esse pecado, agora e por toda a eternidade.
Designações do Novo Testamento a Jesus Cristo, Que São Atribuídas ao Deus do
Velho Testamento
Existem
muitas passagens do Novo Testamento que são interpretadas à luz do Velho
Testamento como ações realizadas por Deus, porém atribuídas a Cristo. Algumas
dessas espero poder explicar em seguida. Acho que elas são de muita ajuda para
comprovar a Divindade do Messias. A
tentação contra o Senhor pelos israelitas no deserto é registrada inúmeras
vezes. Esse registro é tão repetitivo que algumas vezes o leitor fica revoltado
diante do aparente pecado dos israelitas nessa narrativa. Será que o leitor
conhece bem este assunto, ou não? Vamos dar alguns exemplos: Números 14:22: "E
que todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais, que fiz no Egito
e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha
voz..." Em Números 21:5-6, lemos: "E o povo falou contra Deus e
contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste
deserto? Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão
vil. Então o SENHOR mandou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo;
e morreu muita gente em Israel." Os israelitas desafiaram Deus e as
serpentes foram o meio de o Senhor os castigar. No Novo Testamento, Paulo nos
admoesta a não tentarmos a Cristo. Em seguida, ele liga o evento a Cristo, em 1
Coríntios 10:9: "E não tentemos a Cristo, como alguns deles também
tentaram, e pereceram pelas serpentes."
Que
não tentemos Cristo agora, a fim de não seguirmos os israelitas que tentaram a
Cristo. Sua frase é "como alguns deles também tentaram", referindo-se
aos patriarcas e aos israelitas, que tentaram Deus. Para Paulo tentar Deus é
como tentar Cristo, visto como ambos são exatamente o mesmo Deus. Outra passagem do Novo Testamento à luz das
profecias do Velho Testamento encontra-se em Hebreus 110-11: "E: Tu,
Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles
perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão..."
Esta é uma descrição do Messias, Jesus Cristo.
É
uma citação da obra de Deus citada no Salmo 102:26: "Eles perecerão, mas
tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os
mudarás; e ficarão mudados." Aqui vemos novamente a obra de Deus
considerada como obra de Cristo, no Novo Testamento. Em João 12:40-41, diz a
Escritura: "Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração, a fim de que
não vejam com os olhos, e compreendam no coração, e se convertam, e eu os cure.
Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele." Isso mesmo Isaías
disse, quando falou Dele e de Sua glória. João está citando Isaías 6:9-10. Essa
visão veio a Isaías no capítulo 6: "Então disse ele: Vai, e dize a este
povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.
Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os
olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos,
nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado." Aquele que
é santo, santo, santo e se assenta no trono é Cristo, conforme João diz em sua
inspirada palavra. Esta é a significação da visão de Isaías. Os anjos aparecem
nessa visão dizendo: "Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a
terra está cheia da sua glória." (verso 3). Esse Deus Todo-Poderoso é
Jesus Cristo, conforme João 12:40-41. Em Isaías 45:23, lemos: "Por mim
mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará
atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a
língua." Isso é copiado pelo apóstolo Paulo, em Romanos 14:11:
"Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se
dobrará a mim, e toda a língua confessará a
Deus." Esse ato do joelho se dobrar será feito pelos homens diante do
Senhor e esse Senhor é Jesus Cristo. Paulo atribui o dobrar o joelho dos homens
a Jesus Cristo, visto que, "como eu vivo" e "a mim", estão
falando da Redenção de Deus em Cristo.
Uma
das clássicas ofertas do evangelho encontra-se em Mateus 11:28: "Vinde a
mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." Nesta
graciosa ordem, Jesus diz que os homens devem ir a quem? Ele diz: "a mim",
isto é, ao próprio Jesus. Em Isaías 45:22, Jesus toma emprestadas as palavras
do profeta: "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da
terra; porque eu sou Deus, e não há outro." 'Olhai para mim' em ambas as
passagens são frases paralelas. Jesus afirma sua chamada no evangelho, como
Deus afirma sua chamada em Isaías. Deus é a única fonte de salvação – e Jesus é
Deus!
No
texto supra citado, vemos Cristo creditar as palavras de Deus a Si mesmo. Em
Romanos 10:13, Paulo escreve a mesma coisa, referindo-se à Redenção em Cristo:
"Porque todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo." Em Joel
10:32, o profeta declara: "E há de ser que todo aquele que invocar o nome
do SENHOR será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento,
assim como disse o SENHOR, e entre os sobreviventes, aqueles que o SENHOR
chamar." A Jesus é novamente dado o mesmo e igual peso em Sua obra e
palavras, que é dado a Deus. Somente Deus pode ser glorificado dessa maneira, a
fim de que o resultado não seja a blasfêmia. Paulo assegura que as palavras em
Joel são, do mesmo modo, as palavras de Cristo. Aos olhos de Paulo, Cristo é
Deus. Paulo também afirma isso em Efésios 4:8-9: "Por isso diz: Subindo ao
alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. Ora, isto ele subiu que
é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra?"
Ele está citando o Salmo 68:18:
"Tu
subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para os homens, e
até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse entre eles." O
salmista está falando das obras de Deus; literalmente, "Yahweh
Elohim". Paulo, em seguida, toma essa designação e a interpreta como a
obra de Cristo em Sua ascensão ao céu.
Na
obra redentora de Cristo, Ele dá dons aos homens e leva o cativeiro (os que
morreram no pecado) cativo (agora livres em Cristo). A obra de Deus é novamente
atribuída a Cristo. Por que será que todos esses versos das profecias e idéias
do Novo Testamento atribuem as obras de Deus a Jesus Cristo? Para quem trata
fielmente com o texto, logo claramente é visto que Jesus Cristo é Deus. Ele
realiza a mesma obra de Deus e faz a mesma chamada feita por Deus à salvação,
visto como somente Deus pode agir dessa maneira. Como isso é possível? Vamos
mostrar como isso é possível, na próxima seção, que comprova que Jesus, em seus
vários nomes, poder e atitudes, é Deus.
NOMES,
PODER E ATRIBUTOS
DIVINOS
APLICADOS A CRISTO
Se
Jesus Cristo é Deus, então deveria haver amplas provas no Novo Testamente para
respaldar essa afirmação. Não existem apenas amplas provas, mas elas são tantas
que não é possível registrar todas elas aqui. Apanhei alguns versos
selecionados, que demonstram que Jesus Cristo é Deus, ao contrário da opinião
popular. O nome significa muito na Bíblia. A designação de um nome pode ser
essencial na identificação da pessoa, ou de um evento ou tempo especial. Por
exemplo, "Icabode" foi o nome dado a uma criança nascida no Velho
Testamento, quando Arca da Aliança foi capturada pelos filisteus, quando o sumo
sacerdote Eli morreu. Esse nome significa "Foi-se a glória".
Significativo? Certamente. Desse mesmo modo, o nome de Cristo vai mostrar o Seu
caráter e o Seu Ser. Em 1 João 5:20, Jesus é chamado o verdadeiro Deus e a vida
eterna: "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento
para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em
seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna." Isso
poderia ser mais explícito? Jesus é o verdadeiro Deus.
Paulo
afirma isso em Romanos 9:5, onde ele chama Jesus Cristo de "Deus bendito
eternamente": "Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a
carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém." Jesus é o
Deus bendito eternamente." Em Tito 2:13, Paulo chama Jesus de "grande
Deus e nosso Salvador". Ele diz: "Aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus
Cristo." Em João 20:28, Tomé faz a confissão: "E Tomé respondeu, e
disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!" Jesus não é somente Senhor; Ele também
é Deus! Em João 8:58-59, encontramos uma acirrada discussão entre os fariseus e
Jesus. Esse debate faz aumentar o ódio contra Cristo por parte dos judeus. Diz
o texto: "Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que
Abraão existisse, eu sou. Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus
ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo meio deles, e assim se
retirou." Por que eles lançaram mão de pedras para apedrejá-lo? Porque
sabiam exatamente o que Jesus estava dizendo. Jesus estava afirmando ser Aquele
que havia libertado os israelitas do Egito. Ele era o "Eu Sou", que
havia falado a Moisés, conforme Êxodo 4, na sarça ardente. Isso fica mais
forte, quando nos lembramos da discussão anterior com eles, em João 5:17-19, em
que Jesus faz algumas declarações que os judeus não puderam suportar: "E
Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também. Por
isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava
o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a
Deus. Mas Jesus respondeu, e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o
Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai;
porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente." Jesus faz o mesmo
que o Pai faz. Isso porque Ele é Deus e pode realizar as mesmas obras do Pai.
Ele está em pé de igualdade com o Pai e pode realizar as mesmas ações do Pai.
Se
Ele não fosse Deus não poderia dizer isso. Os judeus entenderam perfeitamente e
por isso quiseram matá-lo. Em seguida, vem o incidente em que Jesus declarou
ostensivamente que Ele era o "Eu Sou", ou o próprio Yahweh. Deus é glorioso. Somente Ele é gloriosíssimo
e possui uma glória que somente Ele conhece. Isso é parte Dele. Ele não a
divide com os outros. Em João 17:5, Jesus diz: "E agora glorifica-me tu, ó
Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo
existisse." Jesus já possuía a glória divina, antes mesmo que o mundo
existisse. Essa glória só pôde ser atribuída a Cristo porque Ele é "Deus
bendito eternamente". Em João 1:1-3, Jesus é apresentado como possuindo o
atributo da eternidade: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram
feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez." Ele é o verbo que
estava com Deus desde o princípio. Isto significa que Ele é eterno. Ele é
também o Criador pode criar tudo do nada. Seu poder criador comprova a Sua
Onipotência. Ele tem os mesmo atributos de Deus porque é Deus. Em Mateus 18:20, a onipresença é atribuída a
Jesus: "Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou
eu no meio deles." Isso não significa que a humanidade de Cristo esteja
presente em toda parte, pois assim Ele não seria realmente humano. Sua
humanidade seria predominante em Sua Divindade. Ou então Sua Divindade seria
negada, caso fosse misturada à Sua humanidade. Nos dois casos, atribuir uma
mistura de Suas duas naturezas seria cair numa heresia nada ortodoxa. Em vez
disso, sua Divina Natureza como Deus está presente em toda parte. Ele pode
estar no meio do Seu povo, quando dois ou mais se reúnem em Seu Nome. Como
poderia Ele estar no meio de tantas igrejas em determinados dias, se Ele não
fosse Deus?
Cristo
não apenas é onipresente, como outra designação teológica lhe é atribuída -
imanência. Em João 3:13, lemos: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que
desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu." Este verso é muito
rico. Jesus não é simplesmente Aquele que veio do céu, mas, em Sua divindade,
Ele permanece no céu. A frase "que está no céu" demonstra a imanência
do Ser Divino. Não apenas o Filho Divino está andando na Terra, em Sua natureza
humana, mas, ao mesmo tempo, Ele continua enchendo o céu como o Deus imanente
de todas as eras. Visto como Jesus Cristo é Deus, Ele deve, necessariamente,
ser Todo-Poderoso. Tanto Apocalipse 1:8,18 como 11:17, mostram que a Jesus são
atribuídos atributos de onipotência: "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio
e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o
Todo-Poderoso." "E o que vivo
e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as
chaves da morte e do inferno." "Dizendo: Graças te damos, Senhor Deus
Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande
poder, e reinaste."
Jesus
tem as chaves da morte e do inferno, o que significa ser Ele o Todo-Poderoso
Senhor sobre a morte. O único que pode ter esse poder é Deus. Deus é o Senhor
Todo-Poderoso que controla o inferno e a morte. Jesus pode se levantar sozinho
de entre os mortos, estando no comando dos que estão mortos e no inferno, como
o Senhor Todo-Poderoso. Em João 5:17,
Jesus é apresentado como tendo os mesmo atributos do Pai: "E Jesus lhes
respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também." Ele trabalha
do mesmo modo que o Pai. Novamente, se Ele está realizando as obras do Pai e
fazendo a Si mesmo igual para realizar as mesmas obras do Pai, Ele deve ser
Deus para conseguir isso. Suas obras têm a mesma qualidade das obras do Pai. Os
judeus odiavam essas palavras porque sabiam que Ele estava se fazendo igual a
Deus. Por quê? Porque Jesus é Deus e eles simplesmente odiavam esse fato. Os
evangelhos também registram que Jesus é onisciente.
O Filho
de Deus comunicou à natureza humana o conhecimento que a natureza divina
possuía, em alguns casos. Não completamente, mas em variadas porções. Isto só
poderia ter sido possível porque Jesus é Deus. E não é que os escritores
achassem que Ele conhecia algumas coisas, mas todas as coisas, algo que somente
Deus poderia conhecer. Vemos isso em João 1:48: "Disse-lhe Natanael: De
onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te
chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira." Pedro Lhe diz em João
21:17: "Tu sabes todas as coisas." Jesus conhecia detalhes
específicos que somente Deus poderia conhecer. Por exemplo, em Apocalipse 2:3-4
Ele diz: "E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não
te cansaste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor."
Como poderia Jesus conhecer todas essas obras sobre a igreja de Éfeso? Ele
teria de ser onisciente, a fim de perscrutar o coração, a fim de conhecer a sua
paciência, trabalho e perseverança - para não mencionar sua disposição
referente ao amor por Ele. Jesus conhece todas as coisas porque é Deus. O autor
de Hebreus também escreve que Jesus, o Filho, é imutável – Ele nunca muda.
Hebreus 1:11-12 diz: "Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles,
como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu
és o mesmo, e os teus anos não acabarão." Em Hebreus 13:8 lemos:
"Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente." Ele é o mesmo
e Seus anos nunca chegarão ao fim. Ele permanece eternamente. Ele pode
permanecer eternamente porque é Deus. Isso não significa que Ele não atingisse
a idade nem crescesse em Sua natureza humana. Em vez disso, significa que Cristo, sendo o
Divino Filho de Deus, em Sua Divindade jamais mudará. Jesus não somente é Deus,
mas Paulo descreve sua imagem exclusiva como o Único a conter toda plenitude da
Divindade corporalmente. Colossenses 2:9 diz: "Porque nele habita
corporalmente toda a plenitude da divindade." Quem quiser ver Deus, basta
olhar para Cristo. Ele é a imagem do Deus vivo e essa imagem e perfeição são
manifestadas somente Nele, porque Ele é Deus.
Nenhum
homem poderia jamais afirmar isso - e nenhum, a não ser Jesus Cristo, fez isso.
Por que nenhum homem o fez? Porque simplesmente não poderia respaldar sua
afirmação através do seu ser. Nenhum homem poderia ressuscitar a si mesmo da
morte, nem manter as chaves da morte e do inferno, porque não é todo-poderoso,
nem onisciente, nem onipresente. Mas Cristo afirmou isso, respaldou suas
afirmações e tudo isso Lhe foi atribuído, constantemente, pelos autores do Novo
Testamento.
Sendo
Deus, Jesus Cristo respalda cada afirmação e age como Deus - pois é o Criador.
Colossenses 1:16-17 diz: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há
nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações,
sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele
é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele." Este
texto é muito rico. Ele criou todas as coisas, sem importar o que sejam: até os
principados e potestades (que podem se referir aos seres angélicos) foram
criados por Ele e também para Ele, para darem toda a glória, louvor e honra que
seu Nome merece. Mas Paulo não pára aqui. Ele diz que todas as coisas subsistem
pelo Seu poder. A Terra, os céus, o universo poderiam cair, se Cristo não os
sustentasse pelo poder de Sua vontade onipotente. Todas as coisas subsistem
NELE, foram criadas por Ele e para Ele. Jesus também é Aquele que elege os
homens para a salvação. Em João 13:18, Ele elege os apóstolos e condena o
traidor Judas: "Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido;
mas para que se cumpra a Escritura: O
que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar." Judas não foi
escolhido e por isso foi apontado como aquele que levantaria o calcanhar contra
o Ungido. Em 1 Timóteo 6:15-16, Jesus é chamado de Senhor dos senhores: "A
qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso SENHOR, Rei dos
reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na
luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra
e poder sempiterno. Amém." Ele é o Potentado, significando que é o
Todo-Poderoso... Somente Deus pode viver "na luz inacessível".
Isso
é atribuído a Cristo. Ele é o Deus eterno que habita na luz inacessível. Jesus
tem o poder de revelar ou esconder a salvação dos homens. Isso comprova Sua
Divindade porque em todo o Velho Testamento, Deus é o único com poder para
salvar e condenar. Mateus 11:26-27 diz: "Sim, ó Pai, porque assim te
aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o
Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o
Filho o quiser revelar." Quando Cristo quer revelar a salvação, Ele o faz
e se quiser escondê-la de outros homens, Ele o fará. A razão pela qual Ele pode
declarar ou esconder a salvação é porque Ele é Deus. Ele tem o direito de dar a
vida, quando o deseja, conforme João 5:21: "Pois, assim como o Pai
ressuscita os mortos, e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que
quer." Ele não faz isso com todos. Ele ressuscita apenas os eleitos. Como
poderia um mero homem mortal ressuscitar outro homem? Eu mesmo fico imaginando
como isso poderia ser feito, a não ser que Jesus fosse Deus. Visto como Cristo
é onisciente, Ele pode responder as orações dos santos, o que somente Deus pode
fazer. João 14:13 diz: "E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei,
para que o Pai seja glorificado no Filho." (Confira 2 Coríntios 12:8-9).
Como
poderia um homem finito conhecer todas as orações dos discípulos, quando eles
oram em toda parte e em diversas horas? Impossível, a não ser que Jesus seja
Deus.
Ele
não somente revela a salvação aos homens e responde as orações, mas também perdoa
pecados. Somente Deus pode perdoar pecados. As passagens de Mateus 9:6; Marcos
2:9-10 e Lucas 5:24 respaldam isso. Ele pode perdoar pecados e somente Deus
pode fazer isso: "Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra
autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a
tua cama, e vai para tua casa." Aqui os judeus ficaram admirados de quem
seria esse homem que podia perdoar pecados. Por isso Ele lhes perguntou:
"Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados;
ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?"
(Marcos
2:9) Para demonstrar Sua Divindade, Ele realizou as duas coisas, ambas
impossíveis aos homens e somente possíveis a Deus. Em todo o Velho Testamento,
Deus ordena que os homens olhem para Ele, a fim de serem salvos e que depositem
sua confiança Nele. Ele estendeu Sua mão a um povo rebelde, todo o tempo. Houve
os que mantiveram sua fé e creram em Deus. Contudo, no Novo Testamento Jesus é
o objeto da fé. Em João 14:1, Ele diz: "Não se turbe o vosso coração;
credes em Deus, crede também em mim." Ele se coloca igual a Deus. A mesma
crença que o povo tinha em Deus deveria agora ser dada a Ele. Crer em Deus é
crer em Cristo, pois ambos são o mesmo Deus. Seu poder é tão imenso e espantoso
que Jesus pode chamar os homens para fora do túmulo, conforme lemos em João
5:28-29: "Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que
estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a
ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da
condenação."
Jesus
tem tal poder sobre a morte que, o som de Sua voz, pode convocar os cadáveres
em decomposição a atenderem Sua voz. E o Seu poder, no último dia, é registrado
como sendo tão grande que esse dia não será igual a nenhum outro, conforme
Mateus 24:20-21: "E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem
no sábado; porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o
princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." Ele vai voltar em
poder e glória. O sol, a lua e as estrelas cairão do firmamento e Sua glória
brilhará em todo o seu esplendor. Sua glória será tão radiante que o brilho do sol
vai parecer insignificante.
A ADORAÇÃO DADA A CRISTO
COMPROVA QUE ELE É DEUS
Adorar
a Deus é tão importante que o Senhor gasta tempo, em toda a Bíblia, explicando
como isso deve ser feito. Em Êxodo 20:1-7, lemos: "Então falou Deus todas estas palavras,
dizendo: Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da
servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de
escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na
terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as
servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a
iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me
odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os
meus mandamentos. Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR
não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão." Aqui, encontramos o
objeto, os meios e a maneira de adorar. Somente Deus deve ser adorado e nenhum
outro deus deve ser tolerado. Adorar outros deuses é provocar a ira de Deus
contra o pecador rebelde. Deus é enfático e explícito ao dizer que nenhum outro
deus deve ser adorado porque Ele é o único Deus vivo e verdadeiro de todas as
eras. Todos os outros deuses não passam de ídolos mudos.
Em
Deuteronômio 6:13-16, Moisés diz: "O
SENHOR teu Deus temerás e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás. Não
seguireis outros deuses, os deuses dos povos que houver ao redor de vós; porque
o SENHOR teu Deus é um Deus zeloso no meio de ti, para que a ira do SENHOR teu
Deus se não acenda contra ti e te destrua de sobre a face da terra. Não
tentareis o SENHOR vosso Deus, como o tentastes em Massá." Deus fica irado quando Seu povo se desvia
para adorar os falsos deuses. Sua ira se acende como um fogo. Juízes 2:12 diz:
"E deixaram ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito,
e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor
deles, e adoraram a eles; e provocaram o SENHOR à ira." Quando isso
acontece, o Senhor envia o julgamento sobre o pecado do Seu povo. Em Jeremias 1:16
e 7:18 lemos: "E eu pronunciarei contra eles os meus juízos, por causa de
toda a sua malícia; pois me deixaram, e queimaram incenso a deuses estranhos, e
se encurvaram diante das obras das suas mãos... Os filhos apanham a lenha, e os
pais acendem o fogo, e as mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à
rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à
ira."
O
povo de Deus deve desprezar os deuses estranhos dos pagãos, como fizeram os
amigos de Daniel, segundo lemos em Daniel 3:18: "E, se não, fica sabendo ó
rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que
levantaste." Paulo observa que existe um só Deus verdadeiro, em 1
Coríntios 8:5-6: "Porque, ainda que haja também alguns que se chamem
deuses, quer no céu quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores),
todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos;
e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por
ele." Tudo isso é mostrado para que saibamos que somente Deus deve ser
adorado.
Adorar
qualquer outro que não seja o Deus vivo e verdadeiro é quebrar a Lei do Senhor
e desobedecer-Lhe com o hediondo pecado da rebelião. Também é importante
lembrar que Deus não divide a Sua Glória com outro deus. Isaías 42:8 diz:
"Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não
darei, nem o meu louvor às imagens de escultura." Somente é aceitável
adorar o Deus verdadeiro e nenhum outro. Mesmo assim, Jesus é sempre adorado em
todo o Novo Testamento e até mesmo do Velho Testamento, por meio da profecia.
Este fato é notável por duas razões: 1) Jesus permitiu ser adorado, o que
significa que Ele é Deus e sabia disso; 2) Somente Deus deve ser adorado e
centenas de Escrituras sobre este assunto o comprovam. Ele compartilha da
glória divina. Deus só divide Sua glória com Ele. Se Jesus não é Deus, então
exatamente neste ponto toda a fé cristã desmorona e se transforma em nada. Jesus
diz aos Seus discípulos que eles deveriam crer em Deus como o seu objeto de fé.
Contudo, em João 14:1 Ele diz: "Não se turbe o vosso coração. Credes em
Deus, crede também em mim." Crer em Deus é um ato de adoração e confiança
em Seu Nome. O Senhor Jesus Cristo ordenou que creiamos Nele como cremos em
Deus. O elemento de fé tem que ser o mesmo por ser a manifestação e ofícios do
único Deus. Nesta confiança, o Senhor Jesus Cristo é exaltado. A profecia do
Velho Testamento referente ao Filho, no Salmo 2:12, pode ajudar:
"Beijai
o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender
a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam." Os que confiam
no Filho são chamados de bem-aventurados. Ele deve ser beijado [isto é, adorado
de joelhos] e Nele devemos confiar porque Jesus é Deus. Jesus Cristo deve ser
honrado da mesma maneira como o Pai, conforme é demonstrado em João 5:23:
"Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho,
não honra o Pai que o enviou." Não são duas pessoas, mas ofícios e
manifestação, o que não seria legítimo, se Jesus não fosse Deus.
Se
isso acontecesse estaríamos dando honra a um simples homem mortal, uma honra
que é devida somente a Deus. Não apenas os homens devem adorar ao Senhor Jesus
Cristo, mas também os anjos são ordenados a fazê-lo, conforme Hebreus 1:6:
"E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os
anjos de Deus o adorem." De fato, todos os anjos, homens e criaturas são
comandados a dobrar os joelhos para adorá-Lo, conforme Filipenses 2:9-11:
"Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é
sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que
estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que
Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai." Também lemos em Apocalipse 5:13: "E ouvi
toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no
mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o
trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder
para todo o sempre". O Cordeiro, o Senhor Jesus Cristo, deve ser adorado
para todo o sempre! Porque Jesus Cristo é Deus!
Ele
sempre foi adorado: um leproso o adorou, conforme Mateus 8:2: "E, eis que
veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me
limpo." Em Mateus 9:18, vemos que um líder o adorou: "Dizendo-lhes
ele estas coisas, eis que chegou um chefe, e o adorou, dizendo: Minha filha
faleceu agora mesmo; mas vem, impõe-lhe a tua mão, e ela viverá."
Em
Mateus 28:9,17, após Sua ressurreição, as mulheres O adoraram: "E, indo
elas a dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro,
dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus pés, e o adoraram.
E, quando o viram, o adoraram e alguns duvidaram." (A idéia de que alguns
duvidaram é inacreditável!). Os demônios O adoraram, como aconteceu com o
possesso gadareno: "E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o."
(Marcos 5:6)
No
caminho de Emaús, dois discípulos O adoraram, conforme Lucas 24:52: "E,
adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém." Até mesmo o
cego de nascença, quando O encontrou, O adorou: "Ele disse: Creio, Senhor.
E o adorou." Jesus permitiu que os homens O adorassem e admitiu essa
adoração. Essa era uma razão para um israelita ser apedrejado e por isso os
judeus quiseram apedrejar Jesus. Demônios, anjos, leprosos, gentios, judeus,
Seus próprios discípulos e outros O adoraram. Sempre e sempre vemos que Jesus
foi adorado e todos os que O adoraram agiram corretamente. Ele merecia essa
adoração porque Jesus é o Deus eterno encarnado!
A
PRÉ-EXISTÊNCIA DO FILHO
A
natureza pré-existente do Filho de Deus. Aqui vemos que Jesus, o Filho de Deus,
sempre existiu. Ele não é um ser criado na natureza de Sua Divindade como Filho,
mas Ele mesmo usou Sua Divindade para criar a carne de Jesus Cristo. A Bíblia
não apóia o arianismo. Jesus não é o primeiro ser criado, mas o único Ser
auto-suficiente, o Deus que sempre existiu, infinitamente. Em João 3:13 vemos
que o Filho sobe e desce do céu: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que
desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu." Conforme Sua imanência,
vemos que Sua origem é "do céu" e que do céu Ele "desceu".
Isso é reiterado em João 6:38: "Porque eu desci do céu, não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou." Se isso não fosse
verdade, Jesus teria dito que nasceu de Maria e José, a fim de fazer a vontade
do Pai que O enviou. Ele ainda atesta
que ninguém viu o Pai, exceto Ele: "Não que alguém visse ao Pai, a não ser
aquele que é de Deus; este tem visto ao Pai." (João 6:46) Isso mostra que
Jesus sabia de Sua natureza divina, e que Ele estava com o Pai, antes da
formação do mundo. Somente Ele viu o Pai e sua residência com o Pai é atestada
em João 6:62.
Aqui
Jesus sobe ao céu, de onde veio: "Que seria, pois, se vísseis subir o
Filho do homem para onde primeiro estava?" Ora, se estas palavras não são
bastante claras, o Eterno Logos do Evangelho de João diz aos judeus: "Vós
sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste
mundo." (João 8:23) Se esta declaração fosse falsa, todo o cristianismo e
todos os cristãos, desde o tempo de Cristo até agora, estariam participando de
uma farsa. Eles iriam apresentar-se como sendo o povo mais estúpido e ignorante
de todos os tempos. Em vez disso, os discípulos jamais se abstiveram dessa
declaração porque bem conheciam a verdade da mesma. Não somente Cristo havia
comprovado isso, como eles também a haviam testemunhado a divindade Dele no
Monte da Transfiguração. Sua afirmação permanece, de ter Ele residido com o
Pai, segundo João 8:42: "Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso
Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim
mesmo, mas ele me enviou." Ele tinha uma íntima relação com o Pai, o que
comprova a Sua eterna Divindade... Também em João 16:28, lemos: "Saí do
Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai." Como o
Pai é Deus, Jesus saiu do Pai e regressou à exclusiva relação com Ele, isso
comprova, maravilhosamente, a Sua pré-existência eterna, como o Filho de Deus.
Se Jesus Cristo não é Divino, então o Pai também não o é, pois ambos são UM. Nesta
breve pesquisa, o leitor crente não pode duvidar das afirmações das profecias
referentes a Jesus Cristo; dos escritores da Bíblia e dos seus testemunhos
sobre Jesus Cristo; dos registros daqueles que se opunham a Jesus Cristo (os
quais queriam matá-Lo por causa de suas afirmações); dos que O adoraram e das
afirmações do próprio Senhor Jesus Cristo. A verdade é que as profecias da
Bíblia, os discípulos, os ouvintes, os seguidores, os oponentes e as palavras
do próprio Senhor Jesus Cristo [pelas quais seremos julgados] apontam para o
inegável fato de que todos sabiam que o Senhor Jesus Cristo é o Deus eterno encarnado
o messias.
Eles
O odiavam por causa disso ou então O adoravam. Jesus sabia que Ele é Deus. Ele
confirmou isso através de Suas palavras, ações e testemunho da verdade. Ninguém
pode chamar Cristo de "um bom Mestre". Essa é a voz de quem não é
inteligente. Jesus Cristo não é "um bom Mestre" nem um "Homem
Moral". Isso não está em questão. Você pode fazer apenas uma escolha: ou
Ele é o Senhor do Céu e da Terra, o Justo Juiz do mundo, ou então Ele não passa
de um lunático, um louco, um enganador pior do que o diabo. Como você vai
decidir chamá-Lo? Fica evidente, no
material acima, que muita coisa foi esquecida. E em certos pontos fui
repetitivo e monótono. Pensei em retirar alguns pontos deste estudo, em
consideração ao leitor e pela possibilidade de ter usado idéias cíclicas e
recorrentes. Mas foi isso exatamente o que eu tentei fazer. Os que acham que o
Senhor Jesus Cristo foi apenas um bom Mestre ou um exemplo de moralidade, não
estão levando em conta os registros bíblicos. As Escrituras afirmam continuamente
a Divindade do Senhor Jesus Cristo. Este é um fato inegável no registro
bíblico. Pense nisto: a palavra escrita confirmando essas coisas não pode ter
sido escrita por demônios ou homens perversos. Os demônios são diabos e os
homens maus não iriam registrar a bondade de Jesus Cristo de um modo tão
brilhante, nem iriam apresentá-lo como o poderoso e Divino Deus Vivo, Rei dos
reis e Senhor de senhores. Eles não teriam descrito o homem como um ser tão
desprezível e maligno, condenado ao inferno, perdido e amaldiçoado por toda
eternidade, se tivessem escrito estas páginas para enganá-los. Certamente não
teriam escritos coisas ruins sobre eles mesmos e seus companheiros e escrito
coisas tão maravilhosas sobre o Senhor Jesus Cristo. Isso não faria qualquer sentido.
Nem ainda poderia a Bíblia ter sido escrita por homens piedosos ou santos
anjos, sem o poder do Espírito Santo. Nenhum homem poderia ter escrito um bom
livro sem dizer algumas mentiras, a fim de enganar o leitor, dizendo:
"Assim diz o Senhor", enquanto o que dizem é de sua pura lavra. [NT:
Como os carismáticos andam fazendo agora.] Se o fizessem não iriam se tornar
homens bons, de modo algum, mas demoníacos e malignos, conforme estamos
voltando ao ponto anterior. Em vez disso, a Bíblia é o registro da própria
revelação de Deus aos homens, para que esses homens perdidos em seus pecados
possam buscar, esperançosamente, o
Redentor dos homens, o homem-Deus, Jesus Cristo. O testemunho de Jesus Cristo
como Deus é o único meio pelo qual importa que sejamos salvos da futura ira
divina (Atos 4:12). A ira do Cordeiro será horrenda contra os que estão
perdidos. Eles correrão para as montanhas, implorando que os montes caiam sobre
eles, para se livrarem da ira do Cordeiro. Contudo, o Senhor colocou ao alcance
de todos um meio para os que desejam escapar da destruição que os aguarda. A
resposta se encontra em Jesus Cristo, o Deus de todas as eras. Que olhem para
Ele todos os quadrantes da Terra, para serem salvos... [Porque o Senhor Jesus
Cristo é o único Deus!]
DOUTRINA
DA TRINDADE NÃO É VERDADEIRA
Neste
estudo bíblico será feita a reinterpretação da doutrina da Trindade, dominante
no cristianismo.
Alguns
conceitos básicos, necessários para progredir nas interpretações que interessam
aos fundamentos dos apóstolos para a Igreja de Jesus Cristo. (Efésios 2:20)
O
principal, incomparável, será a interpretação da Palavra de Deus.
Se
você dispõe de uma Concordância Bíblica e, fizer um levantamento por palavras
ou frases específicas, tipo: Senhor, Senhor Jeová, Jeová, Deus, Espírito de
Deus, Espírito Santo, Espírito do Senhor, Pai ... e, lendo o conteúdo, na
primeira impressão poderá dizer: "Como separar isso?" "Quem é
quem?"
Mas,
nada na Bíblia fica sem interpretação, sobretudo a interpretação revelada. Se eu creio na Trindade? Vamos meditando
juntos na Palavra de Deus ... O que é
Trindade? A doutrina da Trindade argumenta que há um único Deus em três pessoas
diferentes, que são: Pai, Filho e Espírito Santo.
Segundo
a doutrina da Trindade, cada uma das três pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo,
pode ser chamada de Deus. Isso determina
politeismo, que é a doutrina que admite
vários deuses.
A
Trindade é uma doutrina fundamental do catolicismo. Portanto politeitas O que é
Unicidade? A unicidade afirma que há um só Deus e que Jesus Cristo é Deus, daí,
decorre a sustentação de que Jesus Cristo é Deus na sua totalidade e, ainda,
Jesus Cristo é a pessoa do Pai, que é
Espírito e Espírito Santo, Santo, Santo.
A
DOUTRINA DA UNICIDADE ANULA A DOUTRINA DA TRINDADE.
CONCEITOS:
MONOTEÍSMO E POLITEÍSMO
O
monoteísmo é a crença em um só Deus. A divindade no monoteísmo é: onipresente,
onisciente e onipotente. O monoteísmo trinitário é a afirmação de um só Deus em
três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.
O
politeísmo consiste na crença em mais de uma divindade. A divindade pode ser de
gênero masculino, feminino ou indefinido.
Cada
divindade, no politeísmo, é individual e independente. No politeísmo reconhecem
deuses e deusas, originados de fontes diversas. Vamos iniciar a interpretação
seguindo um
caminho progressivo.
O
que é PESSOA? Pessoa, segundo o
dicionário: Criatura humana, Individuo (que tem individualidade). O que é CRIATURA? Criatura, segundo o
dicionário: Efeito de criar, todo ser criado, homem, indivíduo.
O
que é CRIAÇÃO? Criação, segundo o dicionário: Ação ou efeito de criar, de tirar
do nada. Totalidade dos seres criados. O universo visível. Produção, obra,
invento.
O
Tetragrama YHVH. Conviria realizar uma abordagem separada para o Tetragrama
YHVH e tudo o que nos é possível pesquisar e, sobretudo, interpretar, pela
Palavra de Deus. Já citei e mostrei em partes.
EU
SOU O QUE SOU. Deus se apresentou ao povo de Israel, conforme consta no livro
do Êxodo, capítulo 3, versículo 14. dizendo: " E disse Deus a Moisés: EU
SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a
vós. "
Deus,
o Deus de Israel é auto-existente, o único Deus verdadeiro. Ele é a plenitude
do absoluto.
Sendo
Deus, ESPÍRITO e plenitude que não foi criado, ou seja, existe por si mesmo,
auto-existente, SE FOSSE CRIADO, deixaria de ser o verdadeiro e único Deus,
essa glória seria de outro, então, essa plenitude auto-existente chamada Deus,
NÃO PODE SER UMA PESSOA.
O
PAI, O ESPÍRITO SANTO.
Quando
"alguém" é chamado de pai é porque gerou um filho.
O
Pai que gerou o Filho Jesus, gerou pelo seu ESPÍRITO. Maria não concebeu de
ação de pessoa física, mas, pelo ESPÍRITO SANTO. (Evangelho: Mateus 1:18 -
Lucas 1:35) Mateus 1:18, diz:" Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim:
Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter
concebido do Espírito Santo. "
Se,
Deus Pai gerou o seu Filho Jesus Cristo, então, o Espírito Santo é o próprio
Espírito do Pai, senão, não seria chamado Filho de Deus. Jesus é identificado
por Filho de Deus e Filho do Pai, ou seja, quem o gerou está em Deus e no Pai.
Se,
o Pai é Deus, logo o Pai é o Espírito Santo. Se o Pai não é o Espírito, então
fica entendido que o Pai é outra pessoa "gerada" por Deus. Jesus,
sendo Filho de Deus, fala com Aquele que o gerou chamando-o de Pai.
1
Coríntios 8:6, diz: " Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é
tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas
as coisas, e nós por ele. "
Se,
é Filho de Deus, o Espírito Santo, por conseqüência, não pode ser considerado
PESSOA, pois é plenitude de Deus, e Deus é ESPÍRITO. O Espírito de Deus é
auto-existente. O Espírito Santo é a Vida do próprio Deus.
O
Deus criador de todas as coisas, gerou tudo pelo poder da Sua Palavra.
DO
NADA TUDO FOI TRAZIDO À EXISTÊNCIA.
Então:
A
Trindade, doutrina de domínio no cristianismo, diz que, um único Deus subsiste
em três pessoas distintas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Que
a divindade está no Pai, no Filho e no Espírito Santo, um único Deus em três
pessoas.
QUE
ESSAS PESSOAS SÃO DISTINTAS.
Agora,
Para
poder individualizar o Pai como uma pessoa, e é o Pai quem gerou o Filho Jesus,
implicaria afirmar, inclusive, que esse Pai foi criado e é distinto.
Se,
esse Pai é o próprio Deus, então, esse Pai não foi criado e É O PRÓPRIO
ESPÍRITO DE DEUS.
DEUS
ESTÁ SE TORNANDO "PAI", AO MESMO TEMPO, PORQUE GEROU O FILHO. DEUS É
ESPÍRITO.
Se,
não aceitar que o Pai é o próprio Deus, então teremos um Deus e mais outra
pessoa distinta, o Pai, conforme diz a doutrina da Trindade.
Se a
plenitude de Deus habita no Filho e, é o Unigênito do Pai, o Pai está acima
Dele e, o Pai é o próprio Deus. DEUS É ESPÍRITO.
O
Espírito Santo não pode ser separado do Pai e do Filho porque é o próprio Deus
e sua plenitude auto-existente. DEUS É ESPÍRITO.
Interpretando
um texto da Bíblia em 1 João 5:7, diz: " Porque três são os que testificam
no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito; e estes três são um. "
Se
nos é dado que os três, Pai, Palavra e Espírito, são UM, implica que são o
mesmo ser, a mesma existência. A doutrina da Trindade diz que o Pai é uma
pessoa e o Espírito Santo é outra pessoa.
Se
assim for aceito, então, não poderei dizer que o Pai e o Espírito Santo são UM.
Mesmo que Deus esteja nos dois, porque não posso individualizar o que é
indivisível.
Se O
PRÓPRIO PAI É DEUS, o Pai é a plenitude da auto-existência, da mesma forma o
Espírito Santo.
Não
podem ser considerados como pessoas separadas.
>
Um exemplo simples e preciso é:
Um
ser humano, homem, gera um filho. Esse homem, que gerou o filho, recebe a
qualificação de pai.
A
qualificação é acrescentada, mas, continua sendo, PLENAMENTE, o mesmo homem.
Esse
pai não é outra pessoa, é o mesmo homem.
Esse
homem, de si, deu algo para gerar o filho e, esse algo, também, não é outra
pessoa, é a sua própria existência, sua semente, SEU ESPÍRITO.
Aquele
que nasce desse pai é outra pessoa.
Tem
tudo o que é do pai, DNA, sua imagem e sua semelhança, possuindo a plenitude do
pai.
O
filho possui A VIDA DO PAI, OU SEJA, O ESPÍRITO DO PAI. O pai existe no filho.
DNA seu código genético. Numa gestação o sangue vem do homem (esperma)
At.20:28.O Pai é o Espírito Santo Jesus é o corpo,imagem encarnada do
Pai.Cl.1:15.
Observação:
Isso confirma a unicidade. Por isso
temos as passagens bíblicas onde Jesus e outros dizem: " Meu Pai e meu
Deus ".
Algumas
passagens da Bíblia:
João
8:42, diz: " Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai,
certamente, me amaríeis, pois que eu saí e vim de Deus; não vim de mim mesmo,
mas ele me enviou. "
João
14:10, diz: " Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As
palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim,
é quem faz as obras. "
João
20:17, diz: " Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para
meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso
Pai, meu Deus e vosso Deus. "
QUEM
É ESSA PALAVRA?
No
que diz respeito à Palavra, requer agora interpretação de "Quem é essa
Palavra".
Alguns
textos bíblicos:
Efésios
6:17, diz: " Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito,
que é a palavra de Deus. "
Hebreus
4:12, diz: " Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração. "
Hebreus
11:3, diz: " Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus,
foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente.
"
A
Palavra não é uma pessoa. O Verbo de Deus se tornou pessoa Jesus Cristo, Ele o
Verbo encarnado é A Palavra é DEUS FALANDO. DEUS trazendo à existência aquilo
que não existe. O Senhor Jesus é a Palavra do Espírito Santo encarnado.
JESUS
É A MANIFESTAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS E, O PRÓPRIO JESUS FALA A PALAVRA DE DEUS,
QUE ESTÁ NELE E FLUI DELE, PELO ESPÍRITO DE DEUS QUE É O ESPÍRITO DO PAI.
Por
isso, o Pai, a Palavra e o Espírito Santo são UM. Ou seja, UM = ÚNICO DEUS.
DEUS
É ESPÍRITO, plenitude e auto-existência absoluta.
O
Pai, Espírito Santo seriam considerados pessoas se tivessem sido criados.
Isso
não é possível, pois são a mesma existência. São expressões que identificam o
que É em si mesmo, mas, não são pessoas diferentes do Único Deus. "EU SOU
O QUE SOU".
Pai,
Palavra e Espírito Santo não são nomes que individualizam pessoas, mas, são
expressões que se identificam dentro da mesma "existência".
E a
Trindade?
Já
não pode ser sustentada a doutrina da Trindade, porque, o Pai é o Espírito
Santo, conforme exposto acima, são uma só existência e, não são duas pessoas
distintas.
O
Pai não foi criado, pois é o próprio Deus auto-existente. É chamado Pai porque
é Aquele que gerou o Filho Jesus Cristo.
O
Espírito Santo não foi criado, pois é o próprio Deus auto-existente.
A
manifestação da vontade do Deus auto-existente em plenitude, gerou Jesus Cristo e, assim, é o próprio Pai.
Se o Pai fosse uma pessoa, parte distinta, caberia ao argumento da doutrina da
Trindade, mas, se o Pai é o próprio Deus, não há como separá-lo porque é a
mesma existência.
Conforme
a Bíblia diz, nos dirigimos ao nosso Deus e Pai ou ao nosso Deus Pai.
Em
um trecho do estudo sobre a doutrina da Trindade, no site do CACP, escrevem
que, aceitam a Trindade de acordo com o que expõe a Bíblia Sagrada nas
seguintes passagens bíblicas:
Mateus
28:19, diz: " Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome
do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. "
(essa
passagem é uma manipulação feita na Bíblia - abaixo, breve consideração)
Efésios
4:4-6, diz: " Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados
em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos. "
1
Coríntios 12:4-6, diz: " Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. "
2
Coríntios 13:13, diz: " A graça do nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos, Amém. "
Números
6:24-26, diz: " O Senhor te abençoe e te guarde; O Senhor faça resplandecer
o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti. O Senhor sobre ti levante o
seu rosto, e te dê a paz. "
Texto
bíblico adulterado - Mateus 28:19.
Evangelho
de Mateus 28:19, diz:
"
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; "
Para
saber se um texto está em desacordo ou fora de contexto bíblico, basta
INTERPRETAR A BÍBLIA para que o erro fique em evidência.
Esse
texto em questão é uma aberração, mas, para os que querem sustentar doutrinas,
ele é indispensável.
Quando
foi desenvolvida questão sobre o * Batismo nas Águas (ver estudo) ser em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo ou em nome do Senhor Jesus Cristo, essa
evidente manipulação também manifestou. Essa manipulação visa sustentar o
interesse da igreja católica apostólica romana, através da doutrina da
Santíssima Trindade e a marca, o sinal da cruz.
Se a
igreja católica apostólica romana ia evangelizar o mundo e tendo o Papa como
referência de ser Deus em plenitude na terra, a doutrina da Trindade lhe dá
essa sustentação. O Papa é, conforme pretendem sugestionar, a própria
personificação da Trindade e, o sinal da cruz se tornaria uma marca, seguindo a
evangelização feita por eles ao redor do mundo.
Nas
considerações sobre o Batismo nas Águas, é infantil dizer que os apóstolos
fizeram exatamente aquilo que não deveria ser feito, ou seja, batizar nas águas
EM NOME DO SENHOR JESUS.
E, o
único texto que sustenta isso é Mateus 28:19.
A
doutrina da Trindade aplicada pelo catolicismo romano e, adotada
dissimuladamente pela igreja evangélica, removeu a plenitude da autoridade de
Jesus Cristo, único Senhor, que lhe foi conferida pelo seu Deus e Pai (o
Espírito Santo).
Isso
é uma sutileza diabólica. A expressão "Em nome do Senhor Jesus
Cristo" não interessa para o catolicismo romano.
NÃO
TERIA NEM COMO FAZER O SINAL DA CRUZ.
O
principal interessado de que o batismo nas águas seja em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, é da igreja católica apostólica romana, fortalecendo a
doutrina da Santíssima Trindade.
O
principal enteressado em que se faça uma oração (reza) em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, é da igreja católica apostólica romana, fortalecendo a
doutrina da Santíssima Trindade.
No
meio evangélico já muitos adotaram a "reza" em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo em circunstâncias diversas.
Aceitaram o engano.
JESUS
CRISTO É DEUS?
Carta
aos Hebreus, capítulo 1, versículos de 1 a 5, diz: " Havendo Deus
antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu
herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
O
qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e
sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder, havendo feito por si
mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas
alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto mais excelente nome
do que eles. Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te
gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? "
Colossenses
1:15-19, diz:
"
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação.
Porque
nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações,
sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele.
Ele
é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.
E
ele é a cabeça do corpo da igreja: é o princípio e o primogênito dentre os
mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Porque foi do agrado do Pai que
toda a plenitude nele habitasse. "
Colossenses
2:9, diz:
"
Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. "
Estamos
diante de dois textos aparentemente divergentes sobre a mesma referência que é
Jesus Cristo.
Um
diz que Jesus é a imagem expressa de sua pessoa (Deus), enquanto que o outro
texto diz que Jesus é a imagem do Deus invisível.
Pela
interpretação, fica em evidência que o texto de Hebreus está montado ou
traduzido de modo a criar uma ambigüidade, pois, a plenitude do EU SOU não
permite limitá-lo a uma individualidade pela expressão pessoa.
Tudo
que existe foi criado pela Palavra de Deus, Palavra do Deus "EU SOU".
A
primeira manifestação da Palavra do nosso Deus e Pai, foi gerar o Filho.
O
Filho é, por isso, a plenitude da glória do Pai, a plena manifestação da glória
do Deus EU SOU.
O
Filho é a primazia em tudo o que existe. O Filho é antes de tudo o que foi
criado.
Tendo
Jesus Cristo recebido TODO O PODER, dado por seu Deus e Pai, essa plenitude lhe
dá essa posição.
Por
isso, também, é o único que pode ser Mediador entre Deus e os homens.
Jesus
Cristo é UM COM O PAI. Tudo ele recebeu do Pai. TUDO! mas, não teve por
usurpação tomar o lugar do Pai. No Filho Jesus Cristo o Deus vivo habita em
plenitude.
Assim,
mais uma vez, fica firmado que, TODAS AS OBRAS da Igreja são feitas em nome do
Senhor Jesus Cristo, e, não, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
- O
Pai, a Palavra e o Espírito Santo, é a unicidade de Deus, portanto é o mesmo
Deus auto-existente em plenitude, em manifestações e ofícios de um único Deus.
- O
Pai, Espírito que é santo não podem ser
considerados pessoas.
- A
expressão pessoa é uma individualização de personagens, como se pudessem ter
vida própria, o que não pode acontecer com o único Deus quando falamos de Pai,
Palavra e Espírito Santo. (explicado acima)
-
Jesus Cristo foi gerado na terra como homem carnal e, assim, assumiu a condição
de pessoa, conhecida e individualizada entre os homens. As duas naturezas
estavam em Cristo, a terrena e a celestial. Mesmo nascido em corpo carnal,
tinha dentro de si a divindade. Por isso é chamado Filho do homem.
- A
plenitude de Deus Pai está em seu Filho Unigênito e, do mesmo Deus e Pai,
recebeu Todo o Poder.
-
Tendo Jesus, recebido Todo o Poder, lhe foi dada toda a autoridade, por isso,
TUDO se faz em nome Dele, ou seja, em Nome do Senhor Jesus Cristo. (Batismo nas
Águas e orações (rezas) pela Trindade é doutrina do catolicismo romano)
-
Jesus Cristo foi individualizado na terra, da mesma forma como os demais filhos
de Deus, que crêem Nele.
Não
apenas em uma passagem na Bíblia, mas, em uma dessas, com simplicidade podemos
dizer:
"
Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome do Senhor Jesus
Cristo. " (Efésios 5:20)
ADORAÇÃO:
A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO
Envolvidos
com atividades sociais, responsabilidades eclesiásticas, funções
administrativas e ministeriais, muitas vezes nos esquecemos da essência da
religião que é a adoração. A importância da adoração na religião cristã é
indiscutível. Por esta razão todos os aspectos relacionados à adoração devem
ser cuidadosamente analisados e jamais menosprezados. Há várias formas de
provar que a adoração é provavelmente o elemento mais importante da religião.
Esta importância é facilmente comprovada quando analisamos o esforço de Satanás
para deturpar vários aspectos relacionados à adoração verdadeira. Se a adoração
não fosse tão importante, certamente o inimigo não atuaria de forma tão
especial nesta área. Podemos ver alguns exemplos bíblicos começando pela
tentativa do inimigo de conquistar a adoração para si: “Novamente o Diabo o
levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória
deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então
ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a ele servirás.” - Mateus 4:8-10.
Felizmente
Satanás não conseguiu alcançar seu grande objetivo de conquistar a adoração do
Filho de Deus para si. A obstinação de Satanás por adoração é tão grande que o
inimigo declarou guerra contra a adoração ao Deus verdadeiro:
“Ninguém
de modo algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a
apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, aquele que se
opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de
sorte que se assenta no santuário de Deus, apresentando-se como Deus.” - II
Tessalonicenses 2:3 e 4.
Como
Satanás não conseguiu obter a adoração que desejava, seu grande objetivo hoje é
atrapalhar a adoração ao Deus verdadeiro atuando em vários aspectos. As grandes
mensagens de Deus ao homem têm o objetivo de chamar a atenção para a verdadeira
adoração. Vários aspectos que podem parecer irrelevantes à primeira vista,
começam a merecer nossa atenção na medida em que descobrimos a relação que
estes aspectos mantêm com a adoração. O Apocalipse, revelação especial para os
crentes do tempo do fim, traz várias citações sobre o grande conflito entre
Deus e Satanás, um conflito que gira em torno da adoração. Deus, através de
seus mensageiros, reclama a adoração para si:
“Temei
a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele
que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” - Apocalipse 14:7.
“Eu,
João, sou o que ouvi e vi estas coisas. E quando as ouvi e vi, prostrei-me aos
pés do anjo que me mostrava estas coisas, para adorá-lo. Mas ele me disse:
Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas,
e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.” - Apocalipse 22:8 e
9.
Em
contrapartida, o Apocalipse também revela o esforço do inimigo para desviar os
crentes da adoração verdadeira. Segundo a profecia bíblica, a besta com
aparência de três animais (leopardo, urso e leão) irá receber o poder e grande
autoridade do dragão (Satanás) e obter a adoração de muitos.
“E
adoraram o dragão, porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? quem poderá batalhar contra ela?” -
Apocalipse 13:4.
A
adoração falsa profetizada será uma adoração tríplice. O Apocalipse revela que
os enganados por Satanás adoram (1) O Dragão, (2) a Besta que recebeu
autoridade do Dragão e (3) a Imagem da Besta. Esta última recebeu o fôlego
(pneuma) da besta que subiu da terra.
“Foi-lhe
concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta
falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da
besta.” - Apocalipse 13:15.
Note
que existe até uma pena de morte para os que não adorarem a imagem da Besta.
Esta adoração tríplice e falsa é a marca do paganismo. Os povos pagãos adoravam
vários deuses, dentre os quais se destacavam tríades, conjuntos de três deuses.
Perceba
que a grande vítima da “paganização” do Cristianismo ocorrida nos primeiros
séculos foi a verdadeira adoração. As perguntas “como adorar?”, “quando
adorar?” e “a quem adorar?” tinham outras respostas antes da “paganização” do
Cristianismo.
Para
conciliar pagãos e cristãos as imagens de escultura foram recebidas na igreja.
A forma de adoração começava a mudar - uma terrível violação à adoração
verdadeira e à lei de Deus! Uma nova resposta à pergunta “como adorar?” estava
surgindo. Deus passava a ser adorado através de imagens.
A
adoração e louvor que devem ser dirigidos apenas ao Senhor Jesus Cristo. Mas as
igreja tem dividido esta adoração nas três pessoas da trindade. Precisamos de uma resposta para a pergunta
“ Se são três pessoas a quem devemos adorar e louvar?” Ao Pai? Ao Filho? Ao
espírito Santo? Vamos deixar que a Bíblia responda:
“Então
ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus
adorarás, e só a ele servirás.” - Mateus 4:10.
“Oh,
vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.” -
Salmo 95:6
“E
entrando na casa [os magos do Oriente], viram o menino com Maria sua mãe e,
prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas:
ouro incenso e mirra.” - Mateus 2:11.
“Então
os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de
Deus.” - Mateus 14:33.
“E
eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo: Salve. E elas, aproximando-se,
abraçaram-lhe os pés, e o adoraram.” - Mateus 28:9.
“Pois
a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu
lhe serei Pai, e ele me será Filho? E outra vez, ao introduzir no mundo o
primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” - Hebreus 1:5 e 6.
“Ouvi
também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no
mar, e a todas as coisas que neles há, dizerem: Ao que está assentado sobre o
trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos
séculos dos séculos: e os quatro seres viventes diziam: Amém.
E os
anciãos prostraram-se e adoraram.” - Apocalipse 5:13 e 14.
“Depois
destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de
todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e
em presença do Cordeiro, trajando compridas vestes brancas, e com palmas nas
mãos; e clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado
sobre o trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam em pé ao redor do trono
e dos anciãos e dos quatro seres viventes, e prostraram-se diante do trono
sobre seus rostos, e adoraram a Deus, dizendo: Amém. Louvor, e glória, e
sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, pelos
séculos dos séculos. Amém.” - Apocalipse 7:9-12.
“E
tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O
reino do mundo passou a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
pelos séculos dos séculos. E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em
seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, porque
tens tomado o teu grande poder, e começaste a reinar.” - Apocalipse 11:15-17.
Veja
mais ,Sl.24;MT.1:21;Tt.2:13;AP.1:8;1Pe.5:4;Jo.8:12;10:11;
1Tm.6:15;AP.19:13;1Co.2:8;Jo.1:1;Cl.1:16;2:9;Rm.3:30;9:5;Ef.4:6;Lc.24:45.
Como
ficou claro através destes versos bíblicos, que Deus é um, e toda a honra
adoração e glória devem ser dirigidas ao Senhor Jesus Cristo.
O
inimigo busca confundir nossa adoração criando mais três pessoas divina, quando
na verdade o Pai, o Filho e o Espírito Santo
são manifestações e ofícios de um único Deus, mas não uma trindade de
pessoas distintas. Lamentavelmente é comum ver crentes sinceros orando em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, quando deveriam orar, em nome do Senhor
Jesus Cristo.
“Mas
em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.” - Mateus
15:9. Que nossa adoração a Deus não seja vã. Que os preceitos de homens que há
muitos anos estão arraigados em nosso coração sejam extirpados. Que possamos
nos unir a toda criatura no céu, na terra e no mar e dizer: “Ao que está
assentado sobre o trono, o senhor Jesus Cristo o Cordeiro imaculado, seja o louvor,
e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.” - Apocalipse
5:13 e 14.
TODA HONRA, TODA GLÓRIA SEJA DADA AO ÚNICO DEUS,
QUE ERA, QUE É, QUE HÁ DE VIR O DEUS TODO PODERO, REI DE REIS E SENHOR DE
SENHORES BENDITO ETERNAMENTE DESDE HOJE COMO PARA TODO SEMPRE, AMÉM.
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