FACULDADE
DE TEOLOGIA
TESTEMUNHAS
HOJE
CURSO
LIVRE
APOCALIPSE REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO
O LIVRO DO
APOCALIPSE
INTRODUÇÃO
REVELAÇÃO OU MISTÉRIO?
Uma grande variedade
de seitas emergem nos tempos modernos por causa dos homens que declaram que as
profecias apocalípticas estão sendo cumpridas agora. O último livro da Bíblia
começa com as palavras: "Revelação de Jesus Cristo que Deus lhe deu para
mostrar ..." (Apocalipse 1:1). Autores sensacionalistas vendem milhões de
livros ligando estas imagens bíblicas com as manchetes do dia. Igrejas atraem multidões apresentando suas
interpretações da Bíblia especialmente seu último livro como uma mensagem
específica para os tempos modernos. Entretanto, para muitos leitores da Bíblia,
este livro é mais um livro de mistério e confusão do que revelação e esclarecimento.
É iminente o Armagedom? Estão as novas
políticas econômicas introduzindo a marca da besta? Ataques terroristas
recentes cumprem profecias do Apocalipse? O que são os 1000 anos do capítulo
20? As questões continuam enquanto as respostas dos homens muitos deles mal
orientados se multiplicam.
O que o estudante
honesto deveria fazer com o último livro da Bíblia? Deveríamos nos retrair com
medo, achando que os acontecimentos assustadores nas manchetes dos jornais
diários sejam cumprimentos das profecias do Apocalipse? Deveríamos
orgulhosamente cantar vitória sobre as forças do mal cada vez que uma nação ou
líder ímpio cai do poder? Deveríamos fechar nossas Bíblias, diante de nossa
perplexidade e incerteza, concluindo que este livro esconde mais do que revela?
VERDADES APOCALIPTICA
Jesus Cristo fez
questão de revelar e preservar o Apocalipse. Como servos dele, devemos dar
importância a este livro, assim como damos a todas as outras Escrituras. O
Apocalipse, certamente, apresenta alguns desafios especiais para os leitores
modernos, mas não devemos fugir de sua mensagem só porque encontramos algumas
dificuldades. A intenção destes estudos é de ajudar cada participante a
adquirir uma compreensão básica do significado do Apocalipse. Para isso, serão
necessárias algumas orientações sobre a abordagem do livro, sobre linguagens
proféticas e simbólicas, sobre a história do período, etc.
Por valorizarmos as
próprias Escrituras acima de qualquer fonte extra bíblica, procuraremos sempre
informações e exemplos bíblicos para esclarecer o sentido das expressões
encontradas no livro. Não começaremos com a História, e muito menos com as
manchetes do dia, para interpretar a palavra de Deus, ou para injetar nossas
ideias e especulações sobre as Escrituras. Estudaremos o Apocalipse e depois, quando
possível, consideraremos informações históricas. Quando não encontrarmos
informações históricas para explicar o sentido de algum aspecto de uma
profecia, ainda respeitaremos a veracidade da palavra de Jesus Cristo acima dos
registros dos historiadores. Cada tema incluirá alguns comentários, sugestões
de leituras bíblicas e perguntas para frisar pontos importantes e incentivar a
leitura. Se cada estudante pesquisar os temas com dedicação e metodologia, o
tempo de aprendizado será mais proveitoso para todos. Podem encontrar alguma
dificuldade, busquem diligentemente em oração e pesquisas ou entrem em contato
para poderem tirar as dúvidas. A versão bíblica usada na preparação desta
apostila é a Almeida Revista e Atualizada, 2ª Edição. Se você acompanhar o
estudo usando outra versão, poderá encontrar algumas pequenas diferenças em
alguns textos.
COMO ABORDAR O ESTUDO DO APOCALIPSE
Muitas interpretações
deste livro são baseadas na História. Há pessoas que tentam determinar o que
foi ou não foi cumprido, frequentemente torcendo ou a Bíblia ou os documentos
da História humana, para tentar forçar uma concordância com sua interpretação
deste livro profético. Comece com a Bíblia, não com a História humana. Muita
confusão que envolve este livro resulta do estudo mal orientado, construído
sobre fundamentos incorretos. É um erro começar com a História. Deus falou
antes dos acontecimentos históricos, e sua palavra inspirada é verdadeira e
exata, mesmo quando faltam registros humanos de cumprimentos precisos. Podemos
ilustrar este problema considerando o texto de Mateus 24:1-34. Ali, Jesus falou
de alguns eventos catastróficos que ocorreriam em Jerusalém. Considere suas
palavras no versículo 34: "Em verdade vos digo que não passará esta
geração sem que tudo isto aconteça." Sem saber nada sobre a História,
qualquer pessoa que respeita verdadeiramente a palavra de Jesus pode saber que
essa profecia foi cumprida na geração na qual Jesus vivia, cerca de 2000 anos
atrás! Quando atualmente vemos pessoas citando versículos deste texto para
declarar que o cumprimento é na nossa geração, sabemos que elas estão
concentrando muita atenção nos livros históricos e nos jornais, e não o
suficiente na palavra dita por Jesus. Argumentar que algumas coisas preditas
nestes versículos ainda não foram cumpridas é dizer que Jesus é um falso
profeta. Aqueles que creem verdadeiramente na revelação de Deus colocarão sua
palavra acima das opiniões dos especuladores modernos e dos historiadores
humanos. O Senhor Jesus revelou coisas que ocorreriam logo depois que João as
registrou (Apocalipse 1:1,3; 22:6-7,10-12,20). Não importa que historiadores
não consigam mostrar como cada profecia foi cumprida, é claro que Jesus falou
de coisas que estavam para acontecer logo depois que ele as revelou.
OS ESTILOS SIMBÓLICOS DA LINGUAGEM DO LIVRO
Temos também que
reconhecer o estilo da linguagem que o Espírito Santo empregou ao escrever este
livro. Da mesma maneira que ele fez em várias outras partes da Bíblia, aqui
usou linguagem simbólica ou figurativa, freqüentemente com descrições físicas
para retratar conceitos espirituais. Este era o costume de Jesus em suas
parábolas. Quando ele disse, "Eu sou o pão" (João 6:35), imediatamente
percebemos que ele não falou de alimento físico. Quando ele disse, "Eu sou
a porta" (João 10:7) ninguém imagina que Jesus é feito de madeira e tem
dobradiças de metal. Quando ele disse, "Eu sou a videira" (João
15:1), não concluímos que ele é literalmente uma planta frutífera. Quando o
mesmo Espírito Santo usou o mesmo escritor que registrou estas expressões
figurativas para nos transmitir a mensagem do Livro do Apocalipse, não nos
deveríamos surpreender se sua linguagem fosse figurativa ou simbólica. Outros
livros da Bíblia, especialmente Ezequiel, Daniel e Zacarias empregam linguagem
semelhante, tornando este estilo de revelação conhecida àqueles que receberam o
Livro do Apocalipse no primeiro século. Ninguém verdadeiramente interpreta o
livro inteiro do Apocalipse ao pé da letra. Aqueles que pescam e escolhem, por
capricho próprio, quais partes são figurativas e quais são literais erram em
seu método básico de interpretação. Ele é um livro de visões de idéias
celestiais que excedem a imaginação humana. Não o reduzamos a algo meramente
físico e literal. Algumas Observações para Facilitar o Estudo Versículos
iniciais: Para entendermos qualquer carta, especialmente uma de Deus,
precisamos prestar atenção às palavras do escritor. Os primeiros versículos do
Apocalipse contêm vários fatos que são importantes para nosso entendimento
deste livro.
-É um livro
divinamente inspirado. Ele é a palavra de Deus e testemunho de Jesus Cristo
(1:1-2).
-Foi transmitido pelo
anjo de Deus, através de João (1:1).
-É um livro no qual
João nos conta o que ele viu (1:11). Não é uma mera transmissão de palavras,
mas uma mensagem dos símbolos e imagens que Deus permitiu a João visualizar.
-Fala das coisas que
estavam para acontecer pouco depois que João recebesse de Deus a revelação, concernente
"as coisas que em breve devem acontecer" (1:1). Deus disse que
"o tempo está
próximo" (1:3).
Observações gerais:
Na nossa leitura deste livro maravilhoso, devemos nos lembrar de alguns
princípios gerais que nos ajudarão a entender sua mensagem.
-Ele é um livro de
profecia (1:3; 22:18-19). Os profetas bíblicos usam freqüentemente linguagem
simbólica e ilustrações para apresentar a verdade. Muitos conceitos errados
sobre o Apocalipse resultam de esforços para interpretar literalmente a
linguagem figurativa do livro.
-É um livro que
utiliza muitas imagens e mensagens com fundamento nos livros do Velho
Testamento. Não somente o estilo, mas muitas das citações e imagens deste livro
são baseadas no Velho Testamento. Por esta razão, eu encorajo freqüentemente as
pessoas a estudarem vários livros do Velho Testamento antes que comecem o
estudo do Apocalipse. Muito do vívido simbolismo do Apocalipse está baseado em
livros como Êxodo, Salmos, Isaías, Ezequiel, Daniel e Zacarias. Quanto melhor
entendermos estes livros, mais clara se tornará a mensagem do Apocalipse.
-É um livro que tem
de ser entendido em seu contexto. Foi escrito próximo do encerramento do
primeiro século, durante um tempo em que muitos povos do mundo estavam sujeitos
ao domínio do Império Romano. Esse governo estava se tornando cada vez mais
perverso e menos tolerante com o povo de Deus. Muitas pessoas abordam o estudo
deste livro com a determinação de encontrar aplicações modernas, esquecendo que
ele foi escrito originalmente para os cristãos da Ásia (1:4,11), muitos dos
quais sofriam severa perseguição por causa da sua fé (2:10,13; 6:9).
O significado dos
números. O livro do Apocalipse usa um estilo literário que emprega significados
simbólicos dos números. A tabela abaixo ajudará a entender a mensagem do livro.
Esses
significados serão
mais explicados no decorrer do estudo do texto.
Perguntas
1. Segundo Apocalipse
1:1, o propósito deste livro é ocultar ou revelar uma mensagem de Jesus?
2. Quando estudamos
um livro da Bíblia, devemos dar mais valor ao texto do próprio livro ou às
informações históricas de outras fontes?
3. Quando foi
cumprida a profecia de Mateus 24:1-34? Como você sabe?
4. Devemos
interpretar literalmente tudo que a Bíblia diz? Explique sua resposta.
6. Quais são alguns
dos livros do Antigo Testamento que especialmente ajudam no estudo do
Apocalipse?
7. Explique como
estes números são iguais: 3½ anos, 42 meses, 1260 dias.
VISÃO PANORÂMICA DO TEXTO DO
APOCALIPSE
O livro do Apocalipse
demonstra, acima de qualquer dúvida, o poder de Deus para vencer o diabo e seus
servos. Para comunicar esta mensagem e encorajar os santos angustiados quando
enfrentavam a perseguição, este livro abre as cortinas e convida os leitores a
olharem "atrás dos cenários" para verem o lado espiritual das lutas
que frequentemente desafiam a fé. Frequentemente pensamos em Jesus em cenas de
aparente fragilidade. Por exemplo, podemos pensar num recém nascido indefeso
nos braços de sua mãe, ou numa figura moribunda, aparentemente vencida,
suspensa a uma áspera cruz de madeira. Jesus foi um nenê.
No primeiro capítulo
1 apresenta um retrato de Jesus em todo o seu poder e glória. Ele morreu numa
cruz. Mas Jesus é o vitorioso e poderoso "Soberano dos reis da terra"
(1:5). Tudo o que se segue neste livro surge desta importante imagem de Cristo.
Ele está no comando. Seus seguidores podem sofrer, mas nada têm a temer. No
final, os justos serão vitoriosos!
Os capítulos 2 e 3
contêm cartas às sete igrejas na Ásia. Estas cartas seguem um padrão regular
de: Saudação.
- Lembrança da
posição de Jesus, que está enviando as cartas.
Avaliação da condição da congregação
(geralmente incluindo elogio das boas qualidades e crítica das falhas).
- Apelo à ação
(freqüentemente um chamado ao arrependimento, unido ao encorajamento a serem
fiéis a despeito das dificuldades da situação deles).
- Lembrança do
galardão à espera daqueles que continuarem a servir fielmente.
Os capítulos 4 e 5
demonstram a posição do Pai e do Filho. Numa visão maravilhosa, João recebe
permissão para ver o trono de Deus, cercado por seus servos em adoração
(capítulo 4). O próximo capítulo volta a atenção para Jesus que, por causa de
sua vitória sobre a morte, é achado digno de abrir os selos do livro que
revelará o plano de Deus para a vitória total sobre as forças de Satanás. Ele
também merece louvor e adoração dos fiéis.
Nos capítulos de 6
até 20, encontram-se numerosas demonstrações de vingança e punição. A maior
parte da mensagem destes capítulos é organizada em séries de sete (sete selos,
sete trombetas, sete taças da ira de Deus). Lembre-se de que o número sete
simboliza a perfeição. A história nunca termina enquanto não chegamos à parte
sétima e final. Em alguns pontos, durante a batalha, pode parecer que o diabo
está ganhando a guerra. Este livro oferece esperança aos fiéis em que Deus e
seu exército justo serão vitoriosos. Satanás não pode derrotar Jesus, e não
pode vencer aqueles que permanecem fiéis ao Senhor.
Os capítulos 21 e 22
destacam a condição abençoada dos santos vitoriosos na presença de Deus. Os
privilégios que foram perdidos por causa do pecado de Adão e Eva são
restaurados nesta comunhão renovada entre Deus e o homem. Estes capítulos
empregam muito da linguagem encontrada em outros textos proféticos para falar
da relação dos discípulos fiéis com Cristo, nesta era presente.
A bênção da presença
de Deus, retratada aqui, também prenuncia a grandeza do céu. Encontramos aqui
uma conclusão bela e esperançosa para a mensagem da Bíblia. Para entender e
apreciar a mensagem do Apocalipse. Aqui estão algumas passagens importantes e
alguns conceitos básicos que ajudarão a entender a mensagem do Apocalipse.
IMAGEM E VISÕES DO DRAMA
Lembre-se de que este
é um livro que relata as coisas que João viu. É uma dramática apresentação da
revelação de Deus. Assim como Deus usou sonhos e suas interpretações para
comunicar sua mensagem através de Daniel, ele usou a vívida imagem das visões
espirituais para revelar sua mensagem através de João. Muitas pessoas deixam de
ver o poderoso quadro neste livro porque se distraem com um exame minucioso de
cada pequenino pedaço. Mesmo se não conseguirmos entender o significado de
algum pormenor específico, a mensagem global da justiça, do poder e da absoluta
vitória de Deus é inconfundível.
O TEMPO FUTURO
Já notamos que Jesus
falou de coisas que tinham de acontecer logo depois que este livro fosse
escrito. O significado deste ponto não deve ser subestimado. Quando Deus
colocou um limite de tempo para o cumprimento de sua palavra, os leitores não
têm direito de ignorar ou negar isso. Algumas vezes as pessoas tentam evitar o
significado dos limites de tempo de Deus apontando passagens como 2 Pedro 3:8,
que diz: “para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia”.
Pedro está mostrando a paciência de Deus em adiar seu julgamento dos
malfeitores. Ele não está negando o significado de todas as outras referências
a tempo na Bíblia. Quando Deus fala de coisas que acontecerão logo, precisamos
respeitar sua palavra. Veja o que Deus disse no Apocalipse para limitar o tempo
do cumprimento:
"Coisas que em
breve devem acontecer" (1:1; 22:6). Este limite de tempo é colocado no
começo e no fim do Apocalipse, e deverá ser lembrado em nossa interpretação dos
capítulos intermediários. Tal
expressão (“em breve”) é usada em outros lugares no Novo Testamento, onde vemos
que o cumprimento veio logo depois que as palavras foram ditas. Não falou de
eventos no futuro distante: centenas ou milhares de anos mais tarde.
Por exemplo:
“Festo, porém,
respondeu achar-se Paulo detido em Cesárea; e que ele mesmo, muito em breve,
partiria para lá. E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez dias,
desceu para Cesárea; e, no dia seguinte, assentando-se no tribunal, ordenou que
Paulo fosse trazido” (Atos 25:4, 6). Festo pretendia ir a Cesárea "em
breve", e então foi àquela cidade cerca de dez dias mais tarde.
Paulo falou do seu
desejo de visitar vários irmãos ou enviar mensageiros "em breve" (1
Coríntios 4:19; Filipenses 2:19,24; 1 Timóteo 3:14). Nestes casos, era sempre
um período muito breve S talvez meses S nunca séculos!
“O tempo está
próximo” (1:3; 22:10). Para reforçar o conceito de que João escrevia sobre
eventos que logo se seguiriam, Jesus incluiu um lembrete adicional nos
versículos de abertura e fechamento do livro. “O tempo está próximo” lembrava
aos leitores de que Deus logo cumpriria sua palavra neste livro. Palavras
semelhantes em outras passagens falam de curtos períodos de tempo, e não de
eventos que aconteceriam séculos mais tarde. Veja: Jesus falou da capacidade de
prever a chegada do verão vendo as folhas numa figueira (Mateus 24:32; Lucas
21:30). Isto poderia levar dias ou semanas antes do verão, mas não poderia ser
milhares de anos.
Jesus disse em Mateus. 26:18,
“O meu tempo está
próximo”. Ele morreu naquela semana. Seu tempo estava, de fato, muito perto.
João referiu-se
várias vezes a festas que estavam se aproximando como "estando
próxima" (João 2:13; 6:4; 7:2; 11:55). Está sempre claro que significava
períodos de tempo muito curtos. Note nestes casos que o evento estava
geralmente dentro de dias ou talvez semanas, mas jamais se referiam a coisas
que aconteceriam séculos mais tarde!
O Significado do Quinto Selo
Para ajudar a
entender a mensagem deste livro, veja bem em Apocalipse.6:9-11, onde Jesus abre
o quinto selo: “Quando ele abriu o quinto selo, vi, debaixo do altar, as almas
daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do
testemunho que sustentavam. Clamaram em grande voz, dizendo: Até quando, ó
Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos
que habitam sobre a terra?
“Então, a cada um
deles foi dada uma vestidura branca, e lhes disseram que repousassem ainda por
pouco tempo, até que também se completasse o número dos seus conservo e seus
irmãos que iam ser mortos como igualmente eles foram.” Estes versículos são
muito importantes para compreender o resto do livro do Apocalipse.
Cristãos perseguidos,
especialmente aqueles que sacrificaram suas vidas ao serviço do Senhor, estão
pedindo justiça. Foram suas mortes em vão? Certamente que não. Eles haviam
morrido na confiança de que Deus é justo, e agora estavam perguntando quanto
tempo sua justiça seria adiada. Deus os assegura de que responderá com punição
aos malfeitores, mas que ele permitirá que a perseguição continue por pouco
tempo, antes de exercer sua vingança. Palavras chaves deste texto se relacionam
com o desenvolvimento do plano de Deus através de todo o livro. Numerosas
passagens no Apocalipse ilustram como Deus respondeu ao apelo destes santos
martirizados. Note especialmente estas respostas divinas às orações dos santos
mártires: Deus vingou seu sangue. O anjo vingador de Deus derramou o sangue dos
inimigos dos santos (14:20). A terceira taça representava a merecida vingança
contra aqueles que tinham matado os profetas (16:4-7). Deus vingou a causa dos
santos no julgamento contra Babilônia (18:20,24; 19:2). Deus ressuscitou os
mártires. Apocalipse 20:4-6 mostra a resposta final de Deus às orações dos
mártires. Há uma clara conexão entre este texto e a oração do capítulo 6. Eles
tinham sido decapitados por causa da sua fé, mas agora estavam sendo
ressuscitados para reinar com Cristo! A vitória de Satanás foi somente
temporária. A causa dos fiéis estava vingada! Estas referências nos ajudam a
ver que a vingança do sangue daqueles martirizados pela causa de Cristo é o
tema central deste livro. Jesus diz aos seus seguidores perseguidos: – Tenham
paciência e suportem a dureza da perseguição ainda mais um pouco. No final da
batalha, eu lhes garanto que meus servos fiéis serão vitoriosos. Não desistam!
CENAS DE GRANDE VITÓRIA
O livro do Apocalipse
está cheio de cenas dos santos vitoriosos de Deus. Considere três exemplos
específicos como representativos do conforto oferecido neste livro:
A Ressurreição das
Duas Testemunhas (11:3-14). Duas testemunhas, servos de Jesus, pregaram por um
período de tempo (3½ anos) com poder e autoridade. Então, as forças de Satanás
os mataram, e todo o mundo comemorou o triunfo do mal sobre o bem. Mas a
vitória durou pouco. Depois de três dias, Deus ressuscitou as testemunhas que
estavam mortas e as chamou ao céu. Ele então enviou punição sobre aqueles que
se regozijaram com a derrota da justiça. A causa de Cristo foi ameaçada, mas
ressurgiu para a vitória!
O TRIUNFO SOBRE O DRAGÃO (12:1-18)
Uma mulher,
representando o povo de Deus, deu à luz a Cristo. Ainda antes que ele nascesse,
Satanás (o dragão e a serpente) estava salivando na expectativa de devorar o
sangue do Ungido. Mas num único versículo (12:5), a vitória completa de Jesus,
do nascimento à Ascenção, deixa Satanás frustrado e irado. Ele então se volta
para perseguir a mulher (a igreja), mas Deus a protege. Satanás, então, olha
para cima e tenta derrotar o exército do céu, conduzido por Miguel. O diabo
sofre mais uma derrota, sendo lançado fora do céu e lhe são negadas outras
oportunidades para acusar os servos de Deus. Cada vez mais frustrado, o dragão
irado ataca violentamente a mulher, mas de novo fracassa. Em desespero, o
dragão procura uma vítima e concentra suas energias na perseguição dos filhos
da mulher, cristãos individuais. Satanás ainda pode perseguir e tentar derrotar
os cristãos. Mas temos que manter esta batalha no seu contexto. Os cristãos,
com o auxílio do Cristo conquistador, podem entrar na guerra com confiança. É
possível vencer (veja 1 Coríntios 10:13). Estamos lutando com um perdedor!
O NOVO CÉU E A NOVA TERRA,
E A NOVA JERUSALÉM (21:1-22:5)
Depois das grandes
cenas de julgamento e condenação dos inimigos da justiça (capítulos 18-20),
este texto oferece um vislumbre do esplendor da comunhão com Deus. "O novo
céu e a nova terra" é um símbolo do relacionamento com Deus (veja Isaías
65:17-25). A admissão a esta companhia é limitada. Os covardes, os incrédulos,
os abomináveis, os assassinos, os impuros, os feiticeiros, os idólatras e os
mentirosos serão rejeitados e lançados no lago de fogo. A nova Jerusalém é
também um símbolo profético, bem conhecido, da comunhão restaurada entre Deus e
seu povo (veja Isaías 52:1; 60:19-20; 61:10; 65:18-19; Ezequiel 40:2-3;
48:31-34). Jerusalém, como o local do templo do Velho Testamento, representava
a presença de Deus no meio do povo. Esta nova Jerusalém até oferece acesso ao
rio da vida e à árvore da vida, mostrando a restauração do privilégio especial
do relacionamento perdido por causa do pecado do homem (veja Gênesis 3:22-24;
Ezequiel 47:1-12).
No decorrer dos
estudos, procuraremos entender mais detalhadamente,
examinando cada capítulo. O significado das diversas descrições simbólicas, das
cenas dramáticas e das imagens impressionantes. Nos nossos estudos de
pormenores, porém, não devemos esquecer da estrutura básica nem das mensagens
fundamentais do livro. A revelação de Jesus Cristo é uma mensagem de grande e
total vitória!
Perguntas
1. Quais são os
pontos principais de cada parte do Apocalipse?
Capítulo 1:
Capítulos 2 - 3:
Capítulos 4 - 5:
Capítulos 6 - 20:
Capítulos 21 -22:
2. Este livro conta
apenas o que João ouviu? Explique a importância da sua resposta.
3. Quais duas
expressões dos primeiros versículos limitam o tempo de cumprimento do livro?
4. Qual dos sete
selos resume a mensagem do livro?
5. Quem é o perdedor
no Apocalipse? Quem são os vencedores?
ENTENDENDO A MENSAGEM DO APOCALIPSE
1. O livro de
Apocalipse é um livro sobre Jesus e sua igreja.
2. É um livro de
revelação. O véu é retirado e nos é dado discernimento de determinadas coisas.
Essa revelação é feita por meio de sinais: candeeiros, selos, trombetas, taças.
Usa também números: o número sete aparece 54 vezes.
3. Lemos nos
capítulos 1:12,13,20 e 5:5 que tanto a igreja como a história estão sob total o
controle de Jesus Cristo. A história não caminha para o caos nem está dando
voltas cíclicas, mas caminha para um fim glorioso da vitória completa de Cristo
e da igreja.
4. O propósito ao
estudarmos o livro de Apocalipse não é para nos aproximarmos dele com
curiosidade frívola, como se estivéssemos com um mapa profético nas mãos, para
investigar fatos históricos para sabermos os tempos no relógio profético. Ao
contrário, esse livro nos foi dado como propósitos morais e espirituais:
CONSOLAR-NOS, “MOSTRAR, O ÂMAGO DA LUTA QUE ESTAMOS TRAVANDO CONTRA O MUNDO E O
DIABO E A VITÓRIA RETUMBANTE DE CRISTO”.
5. O estudo do
Apocalipse deve nos incentivar à santidade; encorajamento no sofrimento; adorar
àquele que está no trono (2 Ped.3:12).
6. Aqueles que se
aproximam desse livro com uma obsessão escatológica, perdem a sua mensagem. O
livro é prático e revela-nos: 1) A certeza de que Jesus tem o total controle da
igreja; 2) Jesus tem o total controle da História; 3) A perseguição do mundo e
do diabo não podem destruir a igreja; 4) Os inimigos que perseguem a igreja
serão vencidos; 5) Os inimigos de Cristo terão que enfrentar o juízo de Deus ao
mesmo tempo que a igreja desfrutará da bem-aventurança eterna.
I. COMO ESTUDAR O
LIVRO DE APOCALIPSE
1. Qual é o propósito deste livro?
Seu propósito
principal é confortar a igreja militante em seu conflito contra as forças do
mal. O livro está cheio de consolações para os crentes afligidos. A eles é
dito:
a) Que Deus vê suas lágrimas — 7:17; 21:4
b) Suas orações produzem verdadeiras
revoluções no mundo - 8:3-4
c) Sua morte é preciosa aos olhos de Deus
-14:13
d) Sua vitória é assegurada - 15:2
e) Seu sangue será vingado - 6:9; 8:3
f) Seu Cristo governa o mundo em seu favor -
5:7-8
g) Seu Cristo voltará em breve - 22:17
2. Qual é o tema
deste livro?
a) O tema do livro de
Apocalipse é a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás e seus
seguidores (17:14). A intenção do livro é mostrar que as coisas não são como
parecem ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios
perecerão, mas a igreja triunfará. Cristo é sempre apresentado como Vencedor e
conquistador (1:18; 5:9-14; 6:2; 11:15; 19:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4;
22:3. Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso
profeta, a babilônia e os ímpios.
b) A igreja que tem
sido perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio é vencedora
(7:14; 22:14; 15:2).
c) Os juízos de Deus
mandados para a terra são uma resposta de Deus às orações dos santos (8:3-5).
3. Para quem foi
destinado este livro?
a) Este livro foi
inicialmente endereçado aos crentes que estavam suportando o martírio na época
do apóstolo João. Houve grandes perseguições nos primeiros séculos contra a
igreja: 1) Nero (64 d.C); 2) Domiciano (95 d.C); 3) Trajano (112 d.C); 4) Marco
Aurélio (117 d.C); 5) Sétimo Severo (fim do segundo século); 6) Décio (250
d.C); 7) Diocleciano (303 d.C).
b) Este livro foi
destinado não apenas aos seus primeiros leitores, mas a todos os crentes
durante esta inteira dispensação, que vai da primeira à segunda vinda de
Cristo.
4. Quando foi escrito
este livro?
a) Este livro foi
escrito por João quase no final do governo de Domiciano, quando foi banido para
a Ilha de Patmos.
II. COMO INTERPRETAR
O LIVRO DE APOCALIPSE
Há três escolas de interpretação do livro de Apocalipse:
1. A INTERPRETAÇÃO
PRETERISTA - Tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse já aconteceu. O
livro narra apenas às perseguições sofridas pela igreja pelos judeus e
imperadores romanos. O livro cumpriu seu propósito de fortalecer e encorajar a
igreja do primeiro século. Essa corrente
falha em ver o livro como um livro profético, pertinente para toda a história da
igreja.
2. A INTERPRETAÇÃO
FUTURISTA - Tudo o que é profetizado no livro a partir do capítulo 4 tem a ver
com os últimos dias sem nenhuma aplicação na história da igreja. Também essa
escola não faz justiça ao livro que foi uma mensagem atual, pertinente e
poderosa para todos os crentes em todas as épocas. Esse livro não tinha nenhum conforto para os
crentes primitivos nem para nós. Transfere o Reino de Deus para o futuro
milenar, enquanto sabemos que o Reino já veio e estamos no Reino.
3. A INTERPRETAÇÃO
HISTÓRICA - O livro de Apocalipse é uma profecia da história do Reino de Deus
desde o primeiro advento até o segundo. O livro é rico em símbolos, imagens e
números: ele está dividido em sete seções paralelas progressivas: sete
candeeiros, sete selos, sete trombetas e sete taças.
Agostinho, os Reformadores, as confissões reformadas e a maioria dos
grandes teólogos seguiram essa linha.
III. COMO ENTENDER A
DIVISÃO DO LIVRO DE APOCALIPSE
1. A CORRENTE
PÓS-MILENISTA - Crê que o mundo vai ser cristianizado e que teremos um grande e
poderoso reavivamento e o crescimento espantoso da igreja ao ponto da terra
encher-se do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar (Hc 2:4). Essa corrente foi forte no século XVIII e XIX
quando as missões estavam em franca expansão. Homens como Jonathan Edwards,
Charles Hodge e Loraine Boetner foram defensores do Pós-Milenismo. Muitos
missionários foram influenciados por esta interpretação, bem como muitos hinos
foram escritos inspirados por esta visão. Essa corrente deixa de perceber que
antes da vinda de Cristo estaremos vivendo um tempo de crise e não um tempo de
despertamento espiritual intenso e universal.
2. A CORRENTE
PRÉ-MILENISTA - Os Pré-Milenistas históricos ou moderados distinguem dos
amilenistas em poucos aspectos: Reino e ressurreição. Porém os Pré-Milenistas
dispensacionalistas ou extremados têm vários ensinos estranhos às Escrituras:
a) Distinção entre
Igreja e Israel no tempo e na eternidade
b) O Reino de Deus
adiado para o Milênio terreno
c) A crença num
arrebatamento secreto, seguido de uma segunda vinda visível
d) A ideia de que a
igreja não passará pela grande tribulação (a igreja será poupada da ira de Deus
(thymos e orge), mas não da tribulação (thlipsis). A tribulação não é a ira de
Deus contra os pecadores, mas, sim, a ira de Satanás, do anticristo e dos
ímpios contra os santos. (Gundry).
e) A ideia que
teremos várias ressurreições
f) A ideia de que
haverá chance de salvação depois da segunda vinda de Cristo.
3. A CORRENTE
AMILENISTA OU ESPIRITUAL - O livro de Apocalipse deve ser visto não como uma
mensagem que registra os fatos em ordem cronológica, mas temos no livro sete
seções paralelas e progressivas. Cada seção descreve todo o período que
compreende da primeira à segunda vinda. Cada sessão descreve uma cena do fim. A cena do fim vai ficando cada vez mais clara
e até chegar ao relato apoteótico da última sessão.
Essas sete seções
estão divididas em dois grandes períodos (1-11) e (12-22). A primeira descreve
a perseguição do mundo e ímpios e a segunda a perseguição do dragão e seus
agentes.
3.1) Primeira Seção
(1-3) - Os sete candeeiros - Qual é a lição dessa seção? É que Cristo tem o
controle da igreja em suas mãos. Encontramos aqui Jesus uma descrição do Cristo
que morre, ressuscita e vai voltar (1:5-7). A morte e ressurreição de Cristo é o começo da
era cristã, e o juízo final é o término da era cristã.
3.2) Segunda Seção
(4-7) - Os sete selos - Qual é a mensagem dessa seção? É que ele tem o controle
da história em suas mãos (5:5). Contemplamos sua morte (5:6), mas essa seção
encerra com uma cena da segunda vinda de Cristo (6:6-12 e 7:9-17). Notemos a impressão produzida nos incrédulos
pela segunda vinda (6:16-17) . Agora a felicidade dos salvos (7:16-17). A
segunda seção é uma reiteração da primeira seção. Sua revelação vai do
princípio ao fim dos tempos, ao juízo final. E nos é mostrado a diferença entre
os remidos e os perdidos.
3.3) Terceira Seção
(8-11) - As sete trombetas - Nesta visão vemos a igreja vingada, protegida e
vitoriosa. Havendo começado com o Senhor como nosso sumo sacerdote no capítulo
(8:3-5), avançamos até o juízo final em (10:7; 11:15-19). Uma vez mais estamos
tratando das mesmas coisas - O senhor e sua igreja e o que lhes sucede no
mundo, o juízo final, os redimidos e os perdidos. As trombetas são avisos antes
do derramamento completo das taças da ira de Deus. Antes de Deus punir
finalmente, ele sempre avisa.
3.4) Quarta Seção
(12-14) - A tríade do mal - Novamente voltamos ao início, ao nascimento de
Cristo (12:5). Depois vem a perseguição do Dragão a Cristo e à igreja (12:13).
Ele levanta a besta e o falso profeta. Finalmente, vem a cena do juízo final
(14:8). Em (14:14-20) há uma cena clara do juízo final.
3.5) Quinta Seção
(15-16) -As sete taças - Descreve as sete taças da ira, representando a
visitação final da ira de Deus sobre os que permanecem impenitentes. Uma vez
mais a cena começa no céu relatando o Cordeiro com seu povo. Mas no capítulo 16
vemos uma espantosa descrição do juízo (16:15,20). Aqui a destruição é completa.
3.6) Sexta Seção
(17-19) - A derrota dos agentes do Dragão - Há um relato da destruição dos
aliados do Dragão: A meretriz (18:2), a besta e o falso profeta, os seguidores
da besta e em contrapartida a igreja é apresentada como esposa de Cristo (19:20).
A grande festa da núpcias ocorre; o juízo final chegou outra vez e a uma grande
distinção entre redimidos e perdidos ocorre novamente. No capítulo 19 há uma
descrição detalhada da gloriosa vinda de Cristo (19:11-21).
3.7) Sétima Seção
(20-22) - Essa seção mostra o Reinado de Cristo com as almas do santos no céu e
não o milênio na terra depois da segunda vinda. O capítulo 20 começa na
primeira vinda e não depois da segunda vinda. Então temos a descrição do juízo
final (20:11-15). Após isso, vemos os novos céus e a nova terra e a igreja
reinando com Cristo para sempre.
Apesar de essas seções serem paralelas, elas
são também progressivas. A última seção leva-nos mais além para o futuro que as
outras. Apesar do juízo final já ter sido anunciado em (1:7) e brevemente
descrito em (6:12-17), não é apresentado detalhadamente senão quando chegamos a
(20:11-15). Apesar do gozo final dos redimidos já ter sido insinuado em
(7:15-17), não encontramos uma descrição detalhada senão quando chegamos em
(21:1-22:5). De que lado estamos nesta
guerra milenar? Do lado de Cristo e da igreja ou do lado do dragão e seus
agentes?
APOCALIPSE 1.1-8
APOCALIPSE, UMA MENSAGEM URGENTE PARA A IGREJA
1. Dois fatores
contribuem para que muitos crentes evitem o livro de Apocalipse:
a) A ideia de que ele
é um livro selado, que trata de coisas encobertas
- Na verdade o livro
de Apocalipse é oposto disto. Apocalipse significa tirar o véu, descobrir,
revelar o que está escondido. A ordem de Deus é: "Não seles as palavras da
profecia deste livro, porque o tempo está próximo" (22:10). As coisas que
em breve devem acontecer mostra que há uma tensão entre o futuro imediato e o
mais distante; o mais distante é visto como que transparecendo do imediato. O
Cordeiro é o executor do deve acontecer. Há duas atitudes em relação à segunda
vinda:
1) Quem se acomoda
diz: "Onde está a promessa da sua vinda?"
2) "Estai de
sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo".
b) A ideia de que ele
é um livro que fala de catástrofe, tragédia e caos
- Esse é o
significado da palavra hoje. Tornou-se sinônimo de tragédia. Mas Apocalipse não
fala de caos, mas do plano vitorioso e triunfante de Cristo e da sua igreja.
I. O TÍTULO DO LIVRO
DE APOCALIPSE
1. O Apocalipse é um
livro aberto e não fechado - A palavra "Apocalipse" significa
descoberta, sem véu. Revelação não é especulação humana, é a Palavra de Deus e
o testemunho fiel (v. 2). Ele revela o plano vitorioso, triunfante de Cristo e
da sua igreja. Sua vitória absoluta contra todos os seus inimigos: a Meretriz,
a besta, o falso profeta, o dragão, os incrédulos, a morte. O Apocalipse mostra
que o último capítulo da história não será de tragédia, mas de uma retumbante
vitória do Cordeiro de Deus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Apocalipse é um livro aberto em que Deus
revela seus planos e propósitos para a sua igreja.
2. O Apocalipse não é
revelação apenas das últimas coisas, mas sobretudo do Cristo vencedor e
glorioso - O Apocalipse não fala tanto de fatos, mas de uma pessoa. Apocalipse
é fundamentalmente a revelação de Jesus Cristo (v.1), e não apenas de eventos
futuros. Você não pode divorciar a profecia da Pessoa de Jesus. Apocalipse não
é revelação de João, mas revelação de Jesus Cristo a João. Cristo veio ao mundo para revelar o Pai (Jo
17:6). No Apocalipse é o Pai quem revela a Jesus (Ap 1:1). E como o revela?
Como o servo lavando os pés dos discípulos? Como uma ovelha muda que vai para o
matadouro? Como aquele de quem os homens escondem o rosto? Como aquele que está
pregado na cruz, com o rosto cheio de sangue? Como aquele que têm as mãos
atadas e os pés pregados na cruz? Absolutamente não! A revelação do Noivo da Igreja pelo Pai é de
um Cristo glorioso: Seus cabelos não estão cheios de sangue, mas são alvos como
a neve. Seus olhos não estão inchados, mas são como chama de fogo. Seus pés não
estão pregados na cruz, mas são semelhantes ao bronze polido. Sua voz não está
rouca, porque a língua está colada ao céu da boca, por atordoante sede, mas é
voz como voz de muitas águas. Suas mãos não estão cheias de pregos, mas ele
segura a igreja e a história em suas onipotentes mãos. Seu rosto não está
desfigurado, mas brilha como o sol. O
objetivo do livro de Apocalipse não é nos dar uma tabela do tempo do fim, mas
nos revelar o Noivo glorioso da igreja, o supremo conquistador. A igreja
precisa olhar para a supremacia do seu Senhor. Durante a sua primeira vinda a
glória de Cristo estava encoberta. Ele viveu se esvaziando da sua glória. Mas
na segunda vinda de Cristo, sua glória será auto evidente (Mc 14:61-62; Ap
1:7).
II. O AUTOR DO LIVRO
DE APOCALIPSE - V. 1-2,4
1. Deus tem planos
distintos ao usar seus servos - O Espírito Santo usou João para escrever o
quarto evangelho, as cartas e o Apocalipse. O objetivo do evangelho é alertar
as pessoas a crerem em Cristo (20:31). O objetivo das cartas é encorajar os
crentes a terem certeza da vida eterna (5:13). O objetivo do Apocalipse era
alertar os crentes para estarem preparados para a segunda vinda de Cristo
(22:20).
2. Deus transforma
tragédias em triunfo - Dominicano, o segundo Nero, que arrogou para si o título
de Senhor e Deus, baniu João para a Ilha de Patmos, a colônia penal da costa da
Ásia Menor. Mas ao mesmo tempo em que se achava fisicamente em Patmos, achou-se
também em espírito e Deus abriu-lhe o céu e revelou-lhe as coisas que em breve
devem acontecer. Num tempo em que a igreja estava sendo massacrada e pisada,
perseguida e torturada, João recebe a revelação de que o Noivo da Igreja, o
Senhor absoluto dos céus e da terra, está no total controle da igreja e da
história (1:1.3; 5:5).
3. Deus esclarece uns
e confunde outros - O livro de Apocalipse é um livro altamente simbológico. Por
que? É como as parábolas: esclarece uns e confunde outros. Para a igreja era
uma mensagem clara, mas para os ímpios uma mensagem indecifrável. - Os símbolos
não enfraquecem com o tempo. Em vez de falar do diabo como um ser maligno,
falou de um dragão. Em vez de falar de um ditador, falou de uma besta. Em vez
de falar de um sistema sedutor, falou de uma Meretriz, Babilônia, a grande.
III. OS LEITORES DO
LIVRO DE APOCALIPSE
1. As sete igrejas da
Ásia Menor - O número sete é um número importante no livro de Apocalipse. Ele
aparece 54 vezes neste livro. O livro fala de sete candeeiros, sete estrelas,
sete selos, sete trombetas, sete taças, sete espíritos, sete cabeças, sete
chifres, sete montanhas. O número sete significa completo, total. Havia mais de
sete igrejas na Ásia Menor. Mas quando Jesus envia carta às sete igrejas,
significa que ele envia sua mensagem para toda a igreja, em todos os lugares,
em todos os tempos. Não há nenhuma indicação nas sete igrejas que elas
representem sete períodos sucessivos da história da igreja. João escolheu estas
sete igrejas para que elas servissem de representantes da igreja toda. O
Apocalipse era e é para toda a igreja.
2. Este livro é
destinado a todos os cristãos em todos os tempos - Não podemos limitá-lo à
visão preterista nem à visão futurista. Ele é um livro encorajador para os
todos os cristãos em todos os tempos. Este livro devia ser lido em voz alta em culto
público (v. 3). Há uma bem-aventurança para os que leem, ouvem, e praticam a
mensagem deste livro. Para todas as igrejas o Senhor que anda no meio dos
candeeiros tem uma palavra de exortação e também de encorajamento. Ele os
desafia a serem vencedores!
A mensagem central de Jesus para a igreja é
que nós não devemos nos aproximar da profecia apenas com curiosidade acerca do
futuro. Quando Daniel e João receberam a palavra da profecia, do plano de Deus,
do futuro, ambos caíram aos pés do Senhor (Dn 10:7-10; Ap 1:17). Eles ficaram
esmagados pela grandeza da manifestação do Senhor. É assim que nós devemos nos
aproximar do livro de Apocalipse, como adoradores e não como acadêmicos.
IV. O REMETENTE DO
LIVRO DE APOCALIPSE
1. Uma saudação de
encorajamento e não de medo - v. 4 - Graça e Paz não é uma palavra de medo, mas
de doçura, de encorajamento a uma igreja que passa pelo vale do martírio.
2. A Graça e a Paz
são enviadas à Igreja pelo Deus ùnico - v. 4-5 - O Deus Pai, Filho, Espírito é
um Deus completo. E tem total controle da história e num tempo de sombras e
provas, Ele envia à igreja sua graça e sua paz.
3. Como a igreja deve
ver o seu Noivo? - v. 5
a) Como a Fiel
Testemunha - Jesus foi fiel durante todo o seu ministério. Nunca deixou de
testemunhar sobre o Pai, mesmo na hora do sofrimento e da morte. "Eu vim
para fazer a vontade do Meu Pai." = PROFETA.
b) Primogênito dos
Mortos - Jesus foi o primeiro a ressuscitar em glória. Ele está vivo para
sempre. Ele é o primogênito porque é o primeiro da fila e nós vamos logo atrás.
Jesus matou a morte. Ele venceu nosso último inimigo. Uma igreja que está
enfrentando o martírio precisa saber que o seu Deus vencer o poder da morte. A
noiva do Cordeiro não tem mais a morte à sua frente, mas atrás de si =
SACERDOTE.
c) O Soberano dos
Reis da Terra - A igreja precisa ver Jesus como o presidente dos presidentes,
diante de quem todos os poderosos vão se dobrar. Jesus está acima de Roma, dos
imperadores. Ele está acima dos impérios, das nações soberbas, dos reis da
terra, dos presidentes que ostentam o seu poder = REI.
4. Como a igreja deve
se posicionar diante do seu Noivo? - v. 5-6 - Quando João vê a glória do Noivo,
ele prorrompe numa doxologia suprema, diante da suprema glória de Cristo. Ele
se encanta com o Cristo que lhe é revelado. Seu coração se derrama em adoração.
Por que a igreja deve adorar o seu Noivo?
a) Porque ele nos ama
- O verbo está no presente. O amor de Cristo é algo que permanece. Ele nos
amou, ainda nos ama e nos amará até o fim.
b) Ele nos libertou
dos nossos pecados - Fala de um ato de redenção concluído (5:9). A versão King
James diz que ele nos lavou. Ele quebrou as amarras do pecado e nos limpa. O
que é maravilhoso é que ele nos amou quando estávamos sujos e perdidos e depois
nos libertou.
c) Nos constituiu
Reinos e Sacerdotes - A igreja não foi amada e libertada para nada. O alvo do
amor é nos constituir reis e sacerdotes. Ele nos ama. nos levanta da lama e
depois nos coloca a coroa e a mitra. Já estamos assentados com Cristo nas regiões
celestiais, mas haveremos de ser co-regentes com ele, pois reinaremos com ele.
Somos um reino não apenas porque Cristo reina sobre nós, mas porque
participamos do seu reinado. A mitra do sumo sacerdote tinha uma placa de ouro
"Santidade ao Senhor'. Temos livre acesso a ele, pois somos uma raça de
sacerdotes reais.
V. O TEMA DO LIVRO DE
APOCALIPSE - V. 7-8
Há uma descrição das características da sua Vinda
O grande tema do
livro de Apocalipse é a glória e a vitória de Cristo na sua vinda. Esta verdade
é apresentada nas sete seções paralelas. Cristo vem para estabelecer o juízo e
triunfar sobre seus inimigos. Na primeira vinda a glória de Cristo não era auto
evidente, mas na segunda vinda será (Mc 14:61). A igreja triunfa com ele,
enquanto seus adversários lamentarão (6:15-16; Zc 12:10). Os ímpios não se
converterão (9:20; 16:9,11).
COMO JESUS VIRÁ?
Aqueles que o amam se
alegrarão na sua segunda vinda, mas aqueles que o rejeitaram se lamentarão.
Como será a sua vinda?
a) Uma vinda Pessoal
b) Uma vinda Pública
c) Uma vinda Visível
d) Uma vinda Poderosa
e) Uma vinda para
juízo
Há uma descrição das características daquele que vem
Essas características
da sua eternidade e onipotência são dadas, para mostrar que Jesus é poderoso
para executar o seu plano na história humana. Temos hoje uma visão da glória do
Noivo da Igreja? Temos honrado o nosso Noivo? Estamos nos preparando para
encontrar com Ele, como as virgens prudentes? Nossas lâmpadas estão cheias de
azeite?
APOCALIPSE 1:9-20
APOCALIPSE: UM LIVRO, UMA PESSOA E UM PLANO SINGULAR
O livro de Apocalipse pode ser sintetizado em nove características
básicas
1. É um livro
centrado na Pessoa de Cristo - Este livro magnífica a grandeza e a glória de
Cristo. Esse livro é a revelação de Jesus, da sua glória, da sua majestade e
triunfo, e não simplesmente a revelação de eventos futuros.
2. É um livro aberto
- João recebeu a ordem para não selar este livro (22:10), porque o povo de Deus
necessita da mensagem que ele contém. Esse livro deveria ser lido nas igrejas
em voz alta em culto público (1:3).
3. E um livro cheio
de símbolos - Este é um livro claro para uns e misterioso para outros. Os
símbolos eram janelas abertas para os salvos e fechadas para os ímpios. As
símbolos são ricos: Cordeiro, noiva, nova Jerusalém.
4. É um livro de
profecia - Este livro é uma profecia (1:3; 22:7,10,18-19) que assegura a
vitória de Cristo e da igreja sobre todos os seus adversários, num tempo em que
a igreja estava sendo perseguida. Ele nasceu num berço de aflição.
5. E um livro com uma
bênção completa - Este livro fala de sete bem-aventuranças e sete é o número
completo (1:3; 14:13; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7; 22:7).
6. É um livro
relevante - Este livro trata das coisas que em breve devem acontecer (1:3),
porque o tempo está próximo (1:3). Veja também 22:7,10,12,20. Breve aqui não é
imediatamente, mas pronto. Deus não mede o tempo como nós (2 Pe 3:10). Ninguém
sabe o tempo da volta de Cristo, por isso, precisamos estar preparados.
7. É um livro
majestoso -' Apocalipse é o livro do Trono. A palavra "trono” aparece 46
vezes no livro. Este livro magnífica a soberania de Deus. Cristo é apresentado
em sua glória e domínio.
8. É um livro
universal - João vê nações e povos (10:11; 11:9; 17:15) como parte do programa
de Deus. Ele também vê a sala do trono no céu e ouve vozes vindas dos confins
do universo.
9. É um livro
apoteótico - Apocalipse é o clímax da Bíblia. Tudo que começou em Gênesis irá
se completar e se consumar em Apocalipse. Jesus é o alfa e o ômega. Tudo o que
ele começa, ele termina.
Vejamos alguns pontos importantes deste
livro para o nosso ensino
I. O ESCRITOR É
APRESENTADO - V. 9
1. Um homem que tem
comunhão e intimidade com os crentes da Ásia. Ele se autodenomina irmão e
companheiro. João não se sente melhor do que os demais irmãos nem se enaltece
por ter recebido uma alta revelação (2 Co 12:17). A condição de porta-voz de
Deus não anula a condição de irmão, co-igual.
2. Um homem que
participa das alegrias e provas com a igreja
a) Tribulação - A
tribulação é o quinhão do povo de Deus nesta era (Jo 16:33; At 14:22). A igreja
está no meio do conflito entre o Reino de Deus e o Reino das trevas. A igreja
sempre foi e será atribulada no mundo. Em Mateus 24 Jesus fala desse sofrimento
de forma crescente: Os v. 4-8 descrevem o "princípio das dores", os
v. 9-14 os "tormentos" na forma de perseguição aos discípulos, os v.
15-28 a "grande tribulação" como o auge, e os v. 29-31 os episódios
"após a tribulação” que culminam na segunda vinda de Cristo. As perseguições
desencadeiam traição e apostasia na igreja (Mt 24:10-12). Essa perseguição já
havia começado no banimento do apóstolo.
b) Reino - A igreja é
o povo sobre o qual o Reino já veio e que herdarão o Reino quando ele vier na
sua plenitude; mas nesta posição a igreja é o objeto do ódio satânico,
destinada a sofrer perseguição.
c) Perseverança em
Jesus - Por causa desta perseguição e males nós precisamos ter uma perseverança
triunfadora. "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será
salvo" (Mt 24:13). Ainda não chegou o que havemos de ser. Ainda aguardamos
o triunfo final. Nossos olhos estão fixados no Rei que vem. Somos a noiva que
espera o noivo. Vivemos em grande expectativa! Todas essas dificuldades,
entretanto, nós experimentaremos em Jesus, em união espiritual com ele. Só
existe um caminho entre tribulação e o Reino, entre aflição e a glória, e este
caminho é a paciência ativa.
II. AS CIRCUNSTÂNCIAS
SÃO DESCRITAS - V. 9-11
1. O local é
identificado - João foi banido para a ilha de Patmos, uma colônia penal romana,
onde se exilavam prisioneiros políticos. Ali esses prisioneiros perdiam todos
os seus direitos civis e toda possessão material. Os prisioneiros eram
obrigados a trabalhar nas minas daquela ilha, vestindo-se de trapos. A ilha
ficava no Mar Egeu e tinha 16 km de comprimento por 10 km de largura, uma ilha
nua, vulcânica, com elevações de até 300 metros.
2. A razão do exílio
é declarada - João é preso na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do
testemunho de Jesus Cristo (v. 9). Possivelmente João foi acusado de subversão
pelo governador da Ásia por pregar o Evangelho e testemunhar do senhorio de
Cristo, num tempo em que o imperador Domiciano arrogava para si o título de
Senhor e Deus. João é condenado a sofrer humilhações, prisão, fome e trabalhos
forçados por amor à Palavra de Deus.
3. A forma da
revelação é descrita - João achou-se em espírito. Apesar de João estar
fisicamente em Patmos, naquele dia do Senhor, achou-se também em espírito. A
ilha do exílio transforma-se em porta do céu. Em Patmos ele enfrentou a dor do exílio,
mas em espírito ele entrou na sala do trono. Em Patmos nós sofremos, mas em
espírito, nós reinamos. Deus transforma nossas tragédias em triunfos gloriosos.
Em Patmos João tocou o outro mundo. Não importa as circunstâncias, se você está
no palácio ou na favela. O todo-poderoso pode sempre nos tocar e nos levar ao
seu trono. O lugar do exílio tornou-se a ante sala da glória.
4. A revelação é dada
para ser transmitida - João recebeu esta revelação no dia do Senhor, dia que a
igreja celebra a vitória do seu Senhor sobre a morte e também o dia da
esperança, que dirigia seus sentidos para a consumação e a renovação do mundo.
Na solidão da ilha, isolado e exilado João ouve uma voz. Roma pôde até proibir
João de ter contato com os seus irmão perseguidos, mas não pôde proibir João de
ter contato com o trono de Deus. O mundo não pode proibir o nosso contato com o
céu. João ouve a voz por detrás dele
grande voz como de trombeta - A visão começa com uma audição. Por trás para que
João não fosse confundido com vozes paralelas (Is.30:21). A trombeta fala de
uma voz sobrenatural, poderosa, assustadora. O que vês escreve em livro - A mensagem
precisa ser registrada fielmente e perpetuamente. Essa ordem percorre todo o
livro (2:8,12; 3:1,7,14;10:4;14:13;19:9;21:5). Isso eleva essa profecia a uma
categoria normativa para toda a igreja em todos os tempos. Todo o plano de Deus deve ser escrito - O
verso 19 fala de coisas passadas, presentes e futuras. O livro de Apocalipse é
atual em todo o tempo. Ele descreve o que já foi, o que é e o que há de vir. Envia para as sete igrejas - Essas cidades
eram sedes administrativas e já por isso áreas de concentração do culto ao
imperador.
III. A VISÃO É
APRESENTADA
1. João tem a visão
da Noiva de Cristo como a luz do Mundo - v. 12. Antes de ter a visão do Cristo exaltado, ele
teve a visão da igreja. O mundo vê Cristo através da igreja e no meio da
igreja. Isso significa que ninguém verá a Jesus em glória senão por meio da sua
igreja aqui na terra. Você precisa da igreja. Precisa se congregar. O que é a
igreja? Ela é a luz do mundo. Por isso, ele é candeeiro e estrela. João vê a igreja em duas figuras: sete
estrelas e sete candeeiros. Tanto a estrela como o candeeiro são luzeiros. Eles
devem refletir luz. A igreja é a luz do mundo. Ela resplandece no mundo. Se uma
lâmpada deixasse de proporcionar luz ela era afastada (2:5). A luz da igreja é
emprestada ou refletida, como a da lua. Se as estrelas têm de brilhar e as
lâmpadas luzir, elas devem permanecer na mão de Cristo e na presença de Cristo.
Os sete candeeiros são as sete igrejas, mas o que são os sete anjos (v. 16,20)?
Uma grande
controvérsia, varias opiniões se contrapõe entre Anjos celestes, mensageiros,
pastores ou uma figura da própria igreja? Hendriksen pensa que anjos aqui são
os pastores. Como opinião que acho correta e muitos concordam. Mas do outro
lado como este livro usa a palavra "anjos" 67 vezes e em nenhuma
delas refere-se a seres humanos, alguns acreditam ser seres espirituais. Assim como
George Ladd entende que tanto os candeeiros como as estrelas falam da igreja
como luzeiros de Deus no mundo. Cristo está não apenas entre a igreja, mas a
têm em suas próprias mãos. Essas duas figuras, portanto, são símbolos incomum para representar o caráter
celestial e sobrenatural da igreja, seja através dos seus membros, seja através
dos seus líderes.
2. João tem a visão
do Noivo na sua glória excelsa - v. 13-18
• João vê dez
características distintas do Noivo da igreja em sua glória e majestade:
1) Suas Vestes (v.
13) - Falam de Cristo como Sacerdote e Rei. Ele nos conduz a Deus e reina sobre
nós.
2) Sua Cabeça (v. 14)
- Falam da sua divindade, da sua santidade e da sua eternidade.
3) Seus Olhos (v. 14)
- Falam da sua onisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante de
quem tudo se desnuda.
4) Seus Pés (y.,1.5)
- Isso fala da sua onipotência para julgar os seus inimigos. Convém que ele
reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:23).
5) Sua Voz (v. 15) -
Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu julgamento. No seu juízo
desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é a única
a ter razão.
6) Sua Mão (v. 16) -
A mão direita é a mão de ação, com a qual age e governa. Isso mostra o seu
cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo (Jo
10:28).
7) Sua Boca (v. 16) -
Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a Palavra do juízo. A única arma de
guerra usada pelo Cristo conquistador no capítulo 19 é a Espada que saía da sua
boca (19:5). Essa é a cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial, e
precisamente sem contestação.
8) Seu Rosto (v. 16)
- A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado,
com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A luz do sol supera o
brilho dos candeeiros.
9) Sua Perenidade - O
Primeiro e o Último (v. 17) - Ele é o criador, sustentador e consumador de
todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as coisas. Cristo
aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte.
10) Sua Vitória
Triunfal (v. 18) - João está diante do Cristo da cruz, que venceu a morte. Ele
não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, ele
venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno.
QUEM TEM AS CHAVES TEM AUTORIDADE
1. Jesus recebeu do
Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt.28:18). Jesus tem não apenas a chave
do céu (3:7), mas também a chave da morte (túmulo). Agora a morte não pode mais
infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e
levar os mortos à vida eterna.
Esse parágrafo pode ser sintetizado em três aspectos
1)0 que João ouviu
(v. 9-11);
2) O que João viu (v.
12-16)
3)E o que João fez
(v. 17-18). Os dois primeiros pontos já foram analisados. Vejamos agora, na
conclusão, o último, o que João fez. - A reação de João diante da visão do
Cristo da glória: Profundo quebrantamento (v. 18) - "Quando o vi, cai a
seus pés como morto". O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora
cai aos seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5;
Ez 1:28; Dn.8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao
contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele
habita em luz imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem
se prostrar. Ilustração: as pessoas que dizem cair diante da glória de Deus e
se levantam do mesmo jeito.
2. Gloriosamente
restaurado (v. 18) - Jesus toca e fala. A mesma mão que segura (v. 16), é a mão
que toca e restaura (v. 18). O mesmo Jesus que acalmou os discípulos muitas
vezes, dizendo-lhes, não temas, agora diz a João: Não temas. A revelação da
graça de Jesus o põe de pé novamente para cumprir o seu ministério.
APOCALIPSE 2-3
JESUS NO MEIO DA SUA IGREJA
1. Antes de
manifestar seu juízo ao mundo, Jesus manifestou-o à sua igreja (1 Pe 4:17), por
isso, Jesus mostrou o seu julgamento às sete igrejas (1-3) antes de mostrá-lo
ao mundo (4-22).
2. Por que sete
igrejas, se havia mais igrejas na Ásia? É porque essas sete igrejas falam da
plenitude da igreja em todos os lugares e em todas as épocas, desde o seu
nascimento até a sua subida.
3. Essas sete igrejas
não são sete períodos distintos da igreja como ensinam os dispensacionalistas.
Em cada período da igreja a realidade das sete igrejas esteve presente e
podemos ver sinais delas em cada congregação local.
4. Todas as cartas
têm basicamente a mesma estrutura: 1) Apresentação; 2) Apreciação; 3)
Reprovação; 4) Promessas.
5. Duas igrejas só
receberam elogios: Esmirna e Filadélfia; Quatro igrejas receberam elogios e
críticas: Éfeso, Pérgamo, Tiatira e Sardes; Uma igreja só recebeu críticas:
Laodicéia.
6. Essas igrejas
ensinam-nos várias lições:
I. CRISTO É CONHECIDO
NA E ATRAVÉS DA IGREJA - 1:12-13 - Antes de ver Cristo, João viu os sete
candeeiros, a plenitude da igreja na terra, e só depois viu o Cristo
glorificado na igreja. Jesus Cristo está no meio da sua igreja. Ninguém verá o
Cristo da glória fora da igreja. A salvação é por meio de Jesus, mas ninguém
poderá ser salvo sem fazer parte da igreja que é a noiva do Cordeiro. Cristo valoriza tanto a sua igreja que ele se
dá a conhecer no meio dela e não à parte dela. Hoje, muitas pessoas querem
Cristo, mas não a igreja. Isso é impossível. A atenção de Cristo está voltada
para a sua noiva. Ele ocupa o centro da sua atenção.
II. CRISTO ESTÁ NO
MEIO DA SUA IGREJA EM AÇÃO COMO REMÉDIO PARA OS MALES DA IGREJA - 2:1,8,12,18;
3:1,7,14 - Cristo não apenas está no
meio da igreja (1:13), mas ele está andando, em ação investigatória no meio da
igreja (2:1). Ele sonda a igreja, pois seus olhos são como chama de fogo
(2:18). Há muitos males que atacam a igreja: esfriamento, perseguição, heresia,
imoralidade, presunção e apatia. Mas
Cristo se apresenta para cada igreja como o remédio para o seu mal.
1. Para a igreja de
Éfeso - que havia perdido o seu primeiro amor, Jesus se . apresenta como aquele
que anda no meio da igreja, segurando a liderança na
mão, como o seu
pastor superior. Ele está dizendo, "eu vejo tudo e conheço tudo".
2. Para a igreja de
Esmirna - que estava passando pelo sofrimento, perseguição e morte, enfrentando
o martírio, Jesus se apresenta como aquele que esteve morto e tornou a viver. O
Jesus que venceu a morte é o remédio para alguém que está enfrentando a
perseguição e a morte.
3. Para a igreja de
Pérgamo - que estava se misturando com o mundo e perdendo o senso da verdade,
Jesus se apresenta como aquele que tem a espada afiada de dois gumes que exerce
juízo e separa a verdade do engano. Pérgamo estava em conflito entre a verdade
e o engano (2:14).
4. Para a igreja de
Tiatira - que estava tolerando a impureza e caindo em imoralidade, Jesus se
apresenta como aquele que tem os olhos como chama de fogo e os pés semelhantes
ao bronze polido.
5. Para a igreja de
Sardes - que tinha a fama de ser uma igreja viva, reputação de uma igreja cheia
de testemunho e vida, mas não realidade, Jesus se revela como aquele que tem os
sete espíritos de Deus e as sete estrelas. A igreja tinha fama, mas não
realidade, tinha aparência de vida, mas estava morta.
6. Para a igreja de
Filadélfia - uma igreja fraca, mas fiel, Jesus vê muitas oportunidades diante
da igreja e diz para ela que ele tem a chave de Davi, que abre, e ninguém
fechará, e que fecha, e ninguém abrirá.
7. Para a igreja de
Laodicéia - uma igreja sem fervor espiritual, morna, rica financeiramente, mas
pobre espiritualmente, Jesus se apresenta como aquele que é constante e fidedigno
no meio de tantas mudanças.
III. DENTRO DA MESMA
IGREJA TEMOS PESSOAS FIÉIS E PESSOAS INFIÉIS
Em Pérgamo alguns crentes estavam seguindo a
doutrina de Balaão (2:14-15).
• Em Tiatira havia
tolerância aos ensinos e práticas de uma profetisa imoral (2:20), mas nem todos
os crentes caíram nessa heresia perniciosa (2:24-25).
Em Sardes, embora a
igreja estava vivendo de aparência, mas havia uns poucos que não haviam
contaminado suas vestiduras (3:4).
Em Éfeso havia
fidelidade na doutrina, mas falta da amor na prática do Cristianismo. Eram
ortodoxos de cabeça e hereges na conduta.
Em Esmirna e
Filadélfia, igrejas fiéis a Cristo, havia aqueles que eram "sinagoga de
Satanás" no meio deles (2:9 e 3:9).
IV. A IGREJA NEM
SEMPRE É AQUILO QUE APARENTA SER, QUANDO EXAMINADA POR JESUS
- Jesus conhece a
igreja de forma profunda (2:2,9,13,19:3:1,8,15) -Ele conhece as obras da
igreja, onde está a igreja e o que ela está enfrentando.
- A igreja de Éfeso é
ortodoxa, trabalhadora, fiel nas provas, mas perdeu sua capacidade de amar a
Jesus. Ela é como uma esposa que não trai o marido, mas também não lhe devota
amor (2:2-4).
- A igreja de Esmirna
é pobre aos olhos dos homens, mas rica aos olhos de Cristo (2:9).
- A igreja de Pérgamo
tem gente tão comprometida com Deus ao ponto do martírio (2:13), mas tem
também, gente que cai diante da sedução do pecado (2:14).
- A igreja de Tiatira
está trabalhando mais do que trabalhava no início da sua carreira (2:19), mas
muito trabalho sem vigilância também não agrada a Jesus. Ação sem zelo
doutrinário (Tiatira) e zelo doutrinário sem ação (Éfeso) não agradam a Jesus.
- A igreja de Sardes
tem nome de que vive, mas está morta (3:1). Além disso, há gente na CTI
espiritual (3:2).
- A igreja de
Filadélfia é fraca diante dos olhos humanos, mas poderosa aos olhos de Cristo
(3:8-9).
- A igreja de
Laodicéia considerava-se rica e abastada, mas aos olhos de Cristo era uma igreja
pobre e miserável (3:17)
V. CRISTO ANDA NO
MEIO DA SUA IGREJA PARA OFERECER-LHE OPORTUNIDADE DE ARREPENDIMENTO ANTES DE
APLICAR-LHE SEU JUÍZO
- A igreja de Éfeso
foi chamada a lembrar-se, arrepender-se, e voltar à prática das primeiras
obras. Caso esse expediente não fosse tomado, Jesus sentencia: "e, se não,
venho a ti a moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas"
(2:5-6).
- A igreja de Esmirna
diante do martírio é exortada a ser fiel até a morte (2:10).
- A igreja de Pérgamo
que estava dividida entre a verdade e o engano, misturada com o mundo, Jesus
adverte: "Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e
contra eles pelejarei com a espada da minha boca" (2:16).
- A igreja de Tiatira
que abria suas portas à uma desregrada profetisa, Jesus chama ao arrependimento
a faltosa (2:21), mas por recusar, envia o seu juízo (2:22-23) e chama os
crentes fiéis a permanecerem firmes até a segunda vinda (2:24-25).
- A igreja de Sardes
recebe o alerta de Cristo que suas obras não são íntegras diante de Deus (3:2).
Jesus alerta-os para o ensino que a igreja recebeu para que ela se arrependa
(3:3). Caso não se arrependa virá o juízo (3:3).
- A igreja de
Filadélfia é exortada a conservar o que tem, para que ninguém tome a sua coroa
(3:11).
- A igreja de
Laodicéia é exortada a olhar para a vida na perspectiva de Cristo (3:17-18), a
arrepender-se, pois a disciplina de Deus é ato de amor (3:19).
VI. JESUS ANDA NO
MEIO DA SUA IGREJA PARA DAR GLORIOSAS PROMESSAS AOS VENCEDORES
- Isso implica que
nem todos os membros da igreja visível, são membros da igreja invisível. Nem
todos os membros das igrejas locais são membros do corpo de Cristo. Nem todos
os membros de igreja são vencedores, mas todos os membros do Corpo de Cristo
são vencedores.
- As promessas aos
vencedores tratam da bênção que a igreja estava buscando ou necessitando:
1. A igreja de Éfeso
- O vencedor se alimenta da árvore da vida. Isso é ter a vida eterna (2:7). A
vida eterna é comunhão com Deus e Deus é amor. Eles haviam abandonado o seu
primeiro amor, mas os vencedores iriam morar no céu, onde o ambiente é amor,
pois é ter comunhão eterna com o Deus que é amor.
2. A igreja de
Esmirna - O vencedor de modo nenhum sofrerá o dano da segunda morte (2:11). Os
imperadores romano, os déspotas, o anticristo pode até matar os crentes, mas
eles jamais enfrentarão a morte eterna.
3. A igreja de
Pérgamo - O vencedor receberá o maná escondido, uma pedrinha branca com um novo
nome (2:1). Para uma igreja que misturava com o mundo, o vencedor recebe uma
promessa de absolvição no juízo e não de condenação com o mundo.
4. A igreja de
Tiatira - Para uma igreja seduzida pelo engano de uma profetisa, o vencedor
recebe a promessa de receber autoridade sobre as nações e possuir não os
encantos do pecado, mas o Senhor da glória, a estrelada manhã (2:26-28).
5. A igreja de Sardes
- Para uma igreja que só vive de aparência, mas está morta, os vencedores
recebem a promessa de que seus nomes estão no livro da vida e seus serão
confessados diante do Pai no dia do juízo (3:5).
6. A igreja de
Filadélfia - Para uma igreja fraca, mas fiel o vencedor recebe a promessa de
ser coluna do santuário de Deus (3:12). A coluna é que sustenta o santuário.
Eles podem ser fracos diante dos homens, mas são poderosos e fortes diante de
Deus.
7. A igreja de
Laodicéia - Para uma igreja que se considerava rica e auto-suficiente, mas era
pobre e miserável, o vencedor recebe a promessa de assentar-se com Cristo no
seu trono (3:21).
PARA TODAS AS IGREJAS HÁ UM REFRÃO
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
A bem-aventurança não é apenar ler e ouvir, mas também obedecer as
profecias deste livro (1:3). Amém.
APOCALIPSE 2:1-7
UMA MENSAGEM DO NOIVO À SUA NOIVA
1. A carta de Jesus à
igreja de Éfeso é uma carta de Jesus à nossa igreja. Serei apenas o portador. A
mensagem é de Cristo. Éfeso era a maior, mais rica e mais importante cidade da
Ásia Menor. Era o centro do culto de Diana, cujo templo jônico era uma das sete
maravilhas do mundo antigo. Era uma cidade mística, cheia de superstição e
também um dos centros do culto ao imperador.
2. Não apenas
imperava na cidade o misticismo cheio de idolatria, mas também a perseguição
implacável àqueles que buscavam ser fiéis a Deus. Também prevalecia na cidade a
imoralidade. Naquela cidade, como hoje, o diabo usou suas duas táticas
prediletas: perseguição ou sedução. Oposição ou ecumenismo.
3. Paulo visitou a
cidade de Éfeso no final da segunda viagem missionária, por volta do ano 52
d.C. Em sua terceira viagem, passou lá 3 anos. Houve sinais de avivamento ali:
1) As pessoas ao ouvirem o evangelho vinham denunciando publicamente as suas
obras; 2) As pessoas que se convertiam rompiam totalmente com o ocultismo,
queimando seus livros mágicos; 3) O evangelho espalhou-se dali por toda a Ásia
Menor.
4. Durante a sua
primeira prisão em Roma, Paulo escreveu a carta aos efésios, agradecendo a Deus
o profundo amor que havia na igreja. Timóteo é enviado para ser pastor da
igreja. Mais tarde o apóstolo João pastoreia aquela igreja. Agora, depois de
quarenta anos que a igreja fora fundada, na segunda geração de crentes, Jesus
envia uma carta à igreja, mostrando que ela permanecia fiel na doutrina, mas já
havia se esfriado em seu amor.
5. Qual é a mensagem
do noivo para a sua noiva?
I. O NOIVO SE
APRESENTA À SUA NOIVA PARA LHE DAR SEGURANÇA -V.1
1. Jesus se apresenta
como aquele que está presente e em ação no meio da sua igreja - A presença
manifesta do Cristo vivo no meio da igreja é a sua maior necessidade. Em nossa
teologia perdemos o impacto dessa verdade, da presença real de Cristo entre
nós. Temos a ideia de Cristo no céu, no trono, reinando à destra do Pai. Mas
não temos a visão clara de que ele está aqui nesta noite no meio da
congregação. Perdemos o impacto da presença de Cristo em nosso louvor, em
nossas reuniões, em nossos encontros. Cremos na sua transcendência, mas não
vivenciamos sua imanência. Perdemos o senso da glória do Cristo presente entre
nós. O noivo não só está presente, ele
está também segurando a sua igreja em suas onipotentes mãos. O verbo
"kratein" (conserva) é diferente do traduzido por "tinha"
(1:16). Significar segurar com firmeza. Ter totalmente dentro das mãos. Ninguém
pode arrancar-nos das mãos de Jesus. Nada pode nos separar do amor de Deus que
está em Cristo Jesus.
O noivo está também sondando a sua igreja. Ele
nos conhece: ele sonda os nossos corações. Ele anda no meio da igreja para
encorajar, repreender e chamar ao arrependimento.
II. O NOIVO ELOGIA A
SUA NOIVA PELAS SUAS VIRTUDES - V. 2-3,6
Jesus destaca três grandes virtudes da igreja de Éfeso, dignas de serem
imitadas:
1. Era uma igreja
fiel na doutrina - v. 2-3,6 - Mesmo cercada por perseguição e mesmo atacada por
constantes heresias, essa igreja permaneceu firme na Palavra, contra todas as
ondas e novidades que surgiram. Jesus já alertara sobre o perigo dos lobos
vestidos com peles de ovelhas (Mt 7:15). Paulo já havia avisado os presbíteros
dessa igreja (At 20:29-30) sobre os lobos que penetrariam no meio do rebanho e
sobre aqueles que se levantariam entre eles, falando coisas pervertidas para
arrastar atrás deles os discípulos. Agora os lobos haviam chegado. O apóstolo
João nos advertiu a provar os espíritos, porque há muitos falsos profetas (1 Jo
4:1). A igreja de Éfeso estava enfrentando os falsos apóstolos, que se
autodenominavam apóstolos, ensinando à igreja heresias perniciosas (2:2). A
igreja de Éfeso tinha discernimento espiritual - tornou-se intolerante com a
heresia (v. 2) e com o pecado moral (v. 6). Os Nicolaítas (destruidores do povo) pregavam
uma nova versão do Cristianismo. Eles pregavam um evangelho sem exigências,
liberal, sem proibições. Eles queriam gozar o melhor da igreja e o melhor do
mundo. Eles incentivavam os crentes a comer comidas sacrificadas aos ídolos.
Eles ensinavam que o sexo antes e fora do casamento não era pecado. Eles
acabavam estimulando a imoralidade. Mas a igreja de Éfeso não tolerou a heresia
e odiou as obras dos Nicolaítas. Aplicação à igreja brasileira - A igreja
evangélica brasileira precisa desta mensagem. As pessoas hoje buscam
experiência e não a verdade. Elas não querem pensar, querem sentir. Elas não
querem doutrina, querem as novidades, as revelações, os sonhos e as visões.
Elas não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes.
Elas não querem o evangelho da cruz, buscam o evangelho dos milagres. Elas não
querem Deus, querem as bênçãos de Deus. Estamos vivendo a época da paganização da
igreja - Cada culto tem um tom doutrinário. A igreja não tem mais uma linha. O
que determina não é mais a Palavra, mas o gosto da freguesia. A igreja prega o
que dá ibope. A igreja oferece o que o povo quer ouvir. A igreja está pregando
outro evangelho: o evangelho do descarrego, da quebra de maldições mesmo para
os salvos, da prosperidade material e não da santificação, da libertação e não
do arrependimento. Exemplos: Misticismo pragmático, numerolatria, pregadores
estrela, igrejas empresa, falsos apóstolos. A igreja está perdendo a capacidade de
refletir - Os crentes hoje não são como os bereanos, nem como os crentes de
Éfeso fiéis à doutrina. Estamos vendo uma geração de crentes analfabetos da
Bíblia, crentes ingênuos espiritualmente. Há uma preguiça mental doentia. Os
crentes engolem tudo aquilo que lhes é oferecido em nome de Deus, porque não
estudam a Palavra. Crentes que já deveriam ser mestres, ainda estão como
crianças agitadas de um lado para o outro, ao sabor dos ventos de doutrina.
Correm atrás da última novidade. São ávidos pelas coisas sobrenaturais, mas
deixam de lado a Palavra do Deus vivo. Exemplo: Uma reunião que os pastores
falaram da revelação dos apóstolos do Brasil. Um crescimento numérico cheio de
preocupações - Estamos vendo a explosão numérica da igreja evangélica no
Brasil, mas que igreja, que evangelho? O que está crescendo não é o evangelho
genuíno, mas um misticismo híbrido. O que estamos vendo florescer é um
cristianismo híbrido, sincrético, heterodoxo, um outro evangelho.
2. Era uma igreja
envolvida com a obra de Deus - v. 2 - A igreja de Éfeso não era apenas teórica,
ela agia. Havia labor, trabalho intenso. Era uma colidia industriosa. Os
crentes eram engajados e não meramente expectadores. A congregação se envolvia,
não era apenas um auditório. A igreja não vivia apenas intra-muros. Não se
deleitava apenas em si mesma. Não era narcisista. Por meio dela o evangelho
espalhou-se por toda a Ásia Menor. Jesus pode dizer o mesmo a nosso respeito?
Temos sido uma igreja operosa? Você tem sido um ramo frutífero da Videira
Verdadeira? Você tem sido um membro dinâmico do Corpo?
3. Era uma igreja
perseverante nas tribulações - v. 2-3 - Ser crente em Éfeso não era popular. Lá
ficava um dos maiores centros do culto ao imperador. Muitos crentes estavam
sendo perseguidos e até mortos por não se dobrarem diante de César. Outros
estavam sendo perseguidos por não adorar a grande Diana dos Efésios. Outros
estavam sendo seduzidos a cair nos falsos ensinos dos falsos apóstolos. Mas, os
crentes estão prontos a enfrentar todas as provas por causa do Nome de Jesus.
Eles não se esmoreciam. Permaneceremos fiéis quando somos perseguidos, provados
e seduzidos? Hoje muitos crentes querem a coroa sem a cruz. Querem a riqueza
sem o trabalho. Querem a salvação sem conversão. Querem as bênçãos de Deus sem
o Deus das bênçãos. A igreja atual está
perdendo a capacidade de sofrer pelo evangelho - A igreja hoje prefere ser
reconhecida pelo mundo do que conhecida no céu. Perdeu a capacidade de
denunciar o pecado. Esquemas de corrupção já estão se infiltrando dentro das
igrejas. Já temos igrejas empresas. A igreja está se transformando em negócio
familiar. O púlpito está se transformando num balcão, o evangelho num produto e
os crentes em consumidores. Pastores com ares de super espirituais já não
aceitam ser questionados. Estão acima do bem e do mal. Estão acima dos outros e
até da verdade. Consideram-se os "ungidos". Dizem ouvir a voz direta
de Deus. Nem precisam mais das Escrituras. E o povo lhes segue cegamente para a
sua própria destruição.
III. O NOIVO
REPREENDE A SUA NOIVA PELO ESFRIAMENTO DO SEU AMOR-V. 4
1. Abandonamos o
nosso primeiro amor, quando substituímos o amor a Jesus pela ortodoxia e pelo
trabalho - v. 4 - A luta pela ortodoxia,
o intenso trabalho e as perseguições levaram a igreja de Éfeso à aridez. Uma
esposa pode ser fiel ao seu marido sem amá-lo com toda a sua devoção. Ela pode
cumprir com os seus devores, mas não motivada por um profundo amor. A igreja é a Noiva de Cristo - A igreja é a
Noiva de Cristo. Ele se deleita nela. Ele se alegra nela. Ele mesmo está
preparando a sua noiva para o grande banquete de núpcias, para a festa das
bodas do Cordeiro. A Noiva de Cristo
abandonou o seu primeiro amor - O amor é a marca do discípulo (Jo 13:34-35).
Sem amor, nosso conhecimento, nossos dons, e nossa própria ortodoxia não têm
nenhum valor. Jesus está mais interessado em nós do que em nosso trabalho.
Odiar o erro e o mal não é o mesmo que amar a Cristo. O trabalho de Deus não
pode tomar o lugar de Deus na nossa vida. Deus está mais interessado em
relacionamento com Ele do que em trabalho para ele.
2. Abandonamos o
nosso primeiro amor quando o nosso amor por Jesus é substituído pelo nosso zelo
religioso - Defendemos nossa teologia, nossa fé, nossas convicções e estamos
prontos a sofrer e morrer por essas convicções, mas não nos deleitamos mais em
Deus. Não nos afeiçoamos mais a Jesus. Já não sentimos mais saudades de estar
com ele. Os fariseus eram zelosos das coisas de Deus. Observavam com rigor
todos os ritos sagrados. Mas o coração estava seco como um deserto. O amor
esfria quando nossos conhecimento teológico não nos move a nos afeiçoarmos mais
a Deus. Conhecemos muito a Deus, mas não desejamos ter comunhão com ele.
Falamos que ele é todo-poderoso como Jonas, mas o desafiamos com nossa
rebeldia. Falamos que ele é amável, mas não temos prazer em falar com ele em oração.
Não há nada mais perigoso do que a ortodoxia morta. Externamente está tudo bem,
mas a motivação está errada. A máquina funciona, mas não é Cristo quem está no
centro. O amor à estrutura é maior do que o amor a Jesus. Crentes fiéis, mas
sem amor. Crentes ortodoxos, mas secos como um poste. Crentes que conhecem a
Bíblia, mas perderam o encanto com Jesus. Crentes que sabem teologia, mas a
verdade já não mais os comove. Crentes que morrem em defesa da fé e atacam a
heresia como escorpiões do deserto, mas não amam mais o Senhor com a mesma
devoção. Crentes que trabalham à exaustão, mas não contemplam o Senhor na
beleza da sua santidade. Sofrem pelo evangelho, mas não se deleitam no
Evangelho. Combatem a heresia, mas não se deliciam na verdade.
3. Abandonamos o
nosso primeiro amor quando examinamos os outros e não examinamos a nós mesmos -
A igreja de Éfeso examinava os outros e era capaz de identificar os falsos
ensinos, mas não era capaz de examinar a si mesma. Tinha doutrina, mas não
tinha amor. A igreja identifica o mal doutrinário nos outros, mas não
identifica a frieza do amor em si mesma. Identifica a heresia nos outros, mas
não a frieza do amor em si.
IV. O NOIVO OFERECE À
SUA NOIVA A CHANCE DE UM NOVO RECOMEÇO-V. 5,7
1. Lembra-te, pois de
onde caíste - v. 5 - O passado precisa
novamente tornar-se um presente vivo. Não basta saber que é preciso
arrepender-se. Precisamos perguntar: Para onde precisamos retornar? Para o
ponto do qual nos desviamos. Retornar para um lugar qualquer só nos levaria
para outros descaminhos. A igreja não está sendo chamada a relembrar o seu
pecado. Não está sendo dito: lembra em que situação caíste, mas de onde caíste.
O Filho Pródigo começou o seu caminho de restauração quando lembrou-se da Casa
do Pai.
2. Arrepende-te - v. 5
- Arrependimento não é emoção, é decisão. É atitude. Não precisa existir choro,
basta decisão. O Filho pródigo não só se lembrou da Casa do Pai, mas voltou
para a Casa do Pai. Lembrança sem arrependimento é remorso. Essa foi a
diferença entre Pedro e Judas. Arrepender é mudar a mente, é mudar a direção, é
voltar-se para Deus. É deixar o pecado. É romper com o que está entristecendo o
Noivo. O que está fazendo o seu coração esfriar? Deixa isso. Arrependa-se.
3. Volta à prática
das primeiras obras - v. 5 - Não arrependimento, e depois repetidamente
arrependimento, mas arrependimento e depois frutos do arrependimento, ou seja,
as primeiras obras. Ninguém se arrepende de um pecado e o continua praticando. É tempo de você voltar para Jesus. Você que se
afastou dele, que está frio. Você que deixou de orar, de se deleitar na
Palavra. É tempo de se devotar novamente ao Noivo.
4. Uma solene
advertência: e, se não, venho a ti a removerei do seu lugar o teu candeeiro -
v.5 - Candeeiro é feito para brilhar. Se ele não brilha, ele é inútil,
desnecessário. A igreja não tem luz própria. Ela só reflete a luz de Cristo.
Mas, se não tem intimidade com Cristo, ela não brilha, se ela não ama ela não
brilha, porque quem não ama está nas trevas.
• O juízo começa pela
Casa de Deus. Antes de julgar o mundo, Jesus julga a igreja. A igreja de Éfeso
deixou de existir. A cidade de Éfeso deixou também de existir. Hoje, só existem
ruínas e uma lembrança de uma igreja que perdeu o tempo da sua visitação. Hoje
muitas igrejas também estão sendo removidas do seu lugar. Há templos se
transformando em museus. Candeeiros que são tirados do seu lugar, porque não
têm luz e não têm luz porque não têm amor. Fica o alerta às igrejas que não
amam: "Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios
e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, ao ponto de transportar
montes, se não tiver amor, nada serei" {\ Co 13:1-3).
Vida eterna é conhecer a Deus e Deus é amor
1. No meio da igreja
há sempre um remanescente fiel. Esses são os vencedores. Eles rejeitaram as
comidas sacrificadas aos ídolos oferecida pelos Nicolaítas, mas agora se
alimentam na Arvore da Vida.
2. Árvore da Vida
fala de vida eterna. O céu só é céu, porque lá é a Casa do Pai, e ele é amor.
Lá vamos desfrutar desse amor pleno e abundante do nosso Noivo. A recompensa do
Amor é mais Amor na perfeita comunhão do céu.
3. Jesus está hoje no
nosso meio, andando entre nós. O que ele está vendo? Que elogios ele faz a esta
igreja? Que exortações ele tem para nós? Quem aqui já perdeu o encanto do
primeiro amor? Quem aqui precisa lembrar-se, arrepender-se e voltar ao Senhor?
Que mudanças precisamos fazer? Ouça o que o Espírito diz a esta igreja!
APOCALIPSE 2:8-11
COMO SER UM CRISTÃO FIEL ATÉ A MORTE
1. É possível ser
fiel e fiel até à morte num mundo carimbado pelo relativismo? O sofrimento
revela quem é fiel e quem é conveniente. Aqui vemos uma igreja sofredora,
perseguida, pobre, caluniada, aprisionada, enfrentando a própria morte, mas uma
igreja fiel que só recebe elogios de Cristo.
2. Tudo o que Jesus
diz nesta carta tem a ver com a cidade e com a igreja:
a) Uma igreja pobre
numa cidade rica - Esmirna era rival de Éfeso. Era a cidade mais bela da Ásia
Menor. Era considerada o ornamento, a coroa e a flor da Ásia. Cidade comercial,
onde ficava o principal porto da Ásia. O monte Pagos era coberto de templos e
bordejado de casas formosas. Era um lugar de realeza coroado de torres. Tinha
um magnífica arquitetura, com templos dedicados a Cibeles, Zeus, Apoio,
Afrodite e Esculápio. Hoje essa é a única cidade sobrevivente, com o nome de
Izmir, na Turquia asiática, com 255.000 habitantes.
b) Uma igreja que
enfrenta a morte numa cidade que havia morrido e ressuscitado - Esmirna havia
sido fundada como colônia grega no ano 1.000 a.C. No ano 600 a. C, os lídios a
invadiram e destruíram por completo. No ano 200 a. C, Lisímaco a reconstruiu e
fez dela a mais bela cidade da Ásia. Quando Cristo disse que estivera morto,
mas estava vivo, os esmirneanos sabiam do que Jesus estava falando. A cidade estava
morta e reviveu.
Uma igreja fiel a
Cristo na cidade mais fiel a Roma - Esmirna sabia muito bem o significado da
palavra fidelidade. De todas as cidades orientais havia sido a mais fiel a
Roma. Muito antes de Roma ser senhora do mundo, Esmirna já era fiel a Roma.
Cícero dizia que Esmirna era a aliada mais antiga e fiel de Roma. No ano de 195
a. C, Esmirna foi a primeira cidade a erigir um templo à deusa Roma. No ano 26
d.C, quando as cidades da Ásia Menor competiam o privilégio de construir um
templo ao imperador Tibério, Esmirna ganhou de Éfeso esse privilégio. Para a
igreja dessa cidade, Jesus disse: "Sê fiel até à morte".
Uma igreja vitoriosa
na cidade dos jogos atléticos - Esmirna tinha um estádio onde todos os anos se
celebravam jogos atléticos famosos em todo o mundo; os jogadores disputavam uma
coroa de louros. Para os crentes dessa cidade, Jesus prometeu a coroa da vida.
3. Ser cristão em
Esmirna era um risco de perder os bens e a própria vida. Essa igreja pobre,
caluniada e perseguida só recebe elogios de Cristo. A fidelidade até a morte
era a marca dessa igreja. Como podemos aprender com essa igreja a sermos fiéis?
4. A fidelidade é um
princípio básico da vida cristã: hoje os maridos e esposas estão quebrando os
votos assumidos no casamento. Os pais estão quebrando os votos assumidos no
batismo dos filhos. Os crentes estão quebrando os votos feitos na profissão de
fé. Como ser um crente fiel em tempos de prova?
I. NÃO TENDO UMA
VISÃO DESROMANTIZADA DA VIDA - V. 8-9
A igreja de Esmirna
estava atravessando um momento de prova e o futuro imediato era ainda mais
sombrio.
Há quatro coisas nesta carta que precisamos destacar, se queremos ter
uma visão desromantizada da vida
1. Tribulação - v. 9
- A ideia de tribulação é de um aperto, um sufoco, um esmagamento. A igreja
estava sendo espremida debaixo de um rolo compressor. A pressão dos
acontecimentos pesava sobre a igreja e a força das circunstâncias procurava
forçar a igreja a abandonar a sua fé. Os crentes em Esmirna estavam sendo
atacados e mortos. Eles eram forçados a adorar o imperador como Deus. De uma
única vez lançaram do alto do montes Pagos 1200 crentes. Doutra feita, lançaram
800 crentes. Os crentes estavam morrendo por causa da sua fé. Como entender o
amor de Deus no meio da perseguição? Como entender o amor do Pai pelo seu Filho
quando o entregou como sacrifício?
Onde é sacrificado o
amado, o amor se oculta. Isso é a Sexta-Feira da Paixão: Não ausência, mas
ocultação do amor de Deus.
2. Pobreza - A
pobreza não é maldição. Jesus disse: "Bem-aventurados os pobres" (Lc
6:20). Tiago diz que Deus elege os pobres do mundo para serem ricos na fé (Tg
2:5). Havia duas palavras para pobreza: ptochéia e penia. A primeira é pobreza
total, extrema. Era representada pela imagem de um mendigo agachado. Penia é o
homem que carece do supérfluo, enquanto ptochéia é o que não tem nem sequer o
essencial.
• A pobreza dos
crentes era um efeito colateral da tribulação. Ela vinha de algumas razões: 1)
Os crentes eram procedentes das classes pobres e muitos deles eram escravos. Os
primeiros cristãos sabiam o que era pobreza absoluta; 2) Os crentes eram
saqueados e seus bens eram tomados pelos perseguidores (Hb 10:34); 3) Os
crentes haviam renunciado aos métodos suspeitos e por sua fidelidade a Cristo,
perderam os lucros fáceis que foram para as mãos de outros menos escrupulosos.
3. Difamação - Os
judeus estavam espalhando falsos rumores sobre os cristãos. As mentes estavam
sendo envenenadas. Os crentes de Esmirna estavam sendo acusados de coisas
graves. O diabo é o acusador. Ele é o pai da mentira. Aqueles que usam a arma
das acusações levianas são Sinagoga de Satanás. Havia uma forte e influente
comunidade judaica em Esmirna. Eles não apenas estavam perseguindo os crentes,
mas estavam influenciando os romanos aprender os crentes. Os judeus foram os
principais inimigos da igreja no primeiro século. Perseguiram a Paulo em
Antioquia da Pisídia (At 13:50), em Icônio (At 14:2,5), em Listra Paulo foi
apedrejado (At 14:19) e em Tessalônica (At 17:5), em Corinto Paulo tomou a
decisão de deixar os judeus e ir para os gentios (At 18:6). Quando retornou
para Jerusalém, os judeus o prenderam no templo e quase o mataram. O livro de
Atos termina com Paulo em Roma sendo perseguido por eles. Eles se consideravam
o genuíno povo de Deus, os filhos da promessa, a comunidade da aliança, mas ao
rejeitarem o Messias e perseguirem a igreja de Deus, estavam se transformando
em Sinagoga de Satanás (Rm 2:28-29). A religião deles foi satanizada. Tornou-se
a religião do ódio, da perseguição, da rejeição da verdade. Quem difama Cristo
ou o degrada naqueles que o confessam promove a obra de Satanás e guerreia as
guerras de Satanás.
Os crentes passaram a sofrer várias acusações
levianas: 1) Canibais - por celebrarem a ceia com o pão e o vinho, símbolos do
corpo de Cristo; 2) Imorais, por celebrarem a festa do Ágape antes da
Eucaristia; 3) Divididor de famílias, uma vez que as pessoas que se convertiam
a Cristo deixavam suas crenças vãs para servirem a Jesus. Jesus veio trazer
espada e não a paz; 4) Acusavam os crentes de Ateísmo, por não se dobrarem
diante de imagens dos vários deuses; 5) Acusavam os crentes de deslealdade e
revolucionários, por se negarem a dizer que César era o Senhor.
4. Prisão - Alguns
crentes de Esmirna estavam enfrentando a prisão. A prisão era a ante-sala do
túmulo. Os romanos não cuidavam de seus prisioneiros. Normalmente os
prisioneiros morriam de fome, de pestilências, ou de lepra. Vistas de um
bastião mais elevado, as detenções acontecem para serdes postos à prova. Os
crentes estavam prestes a serem levados à banca de testes. Deverá ser testada a
sua fidelidade. Mas Deus é fiel e não permite que sejamos tentados além das
nossas forças. Ele supervisiona o nosso teste.
II. SABENDO QUE A
AVALIAÇÃO DE SUCESSO DE JESUS É DIFERENTE DA AVALIAÇÃO DO MUNDO - V. 9
1. A igreja de
Esmirna era uma igreja pobre: pobre porque os crentes vinham das classes mais
baixas. Pobre porque muitos dos membros eram escravos. Pobres porque seus bens
eram tomados, saqueados. Pobres porque os crentes eram perseguidos e até
jogados nas prisões. Pobres porque os crentes não se corrompiam. Era uma igreja
espremida, sofrida, acuada.
2. Embora a igreja
fosse pobre financeiramente, era rica dos recursos espirituais. Não tinha
tesouros na terra, mas os tinha no céu. Era pobre diante dos homens, mas rica
diante de Deus. A riqueza de uma igreja não está na pujança do seu templo, na
beleza de seus móveis, na opulência do seu orçamento, na projeção social dos
seus membros. A igreja de Laodicéia considerava-se rica, mas Jesus disse para
ela que ela era pobre. A igreja de Filadélfia tinha pouca força, mas Jesus
colocou diante dela uma porta aberta. A igreja de Esmirna, era pobre, mas aos
olhos de Cristo ela era rica.
3. Enquanto o mundo
avalia os homens pelo ter, Jesus os avalia pelo ser. Importa ser rico para com
Deus. Importa ajuntar tesouros no céu. Importa ser como Pedro: "Eu não
tenho ouro e nem prata, mas o que eu tenho, isso te dou: em nome de Jesus, o
Nazareno anda". A igreja de Esmirna era pobre, mas fiel. Era pobre, mas
rica diante de Deus. Era pobre, mas possuía tudo e enriquecia a muitos.
4. Nós podemos ser
ricos para com Deus, ricos na fé, ricos em boas obras. Podemos desfrutar das
insondáveis riquezas de Cristo. A vista de Deus há tantos pobres homens ricos
como ricos homens pobres. E melhor ser como a igreja de Esmirna, pobre
materialmente e rica espiritualmente, do que como a igreja de Laodicéia, rica,
mas pobre diante de Cristo.
5. Outro grupo
ostentava uma falsa percepção de si mesmo. "Se dizem judeus, mas não são,
sendo antes sinagoga de Satanás" (v. 9). Não é judeu quem o é
exteriormente...judeu é quem o é interiormente (Rm 2:28-29). Eles afirmam que
são judeus, mas isso não é verdade. Eles afirmam que vocês são pobres, mas isso
não é verdade. O mundo vê a aparência, Deus o interior.
III. ESTANDO PRONTO A
FAZER QUALQUER SACRÍFICIO PARA HONRAR A JESUS - V. 10b
1. Aqueles crentes
eram pobres, perseguidos, caluniados, presos e agora estavam sendo encorajados
a enfrentar a própria morte, se fosse preciso. Não é ser fiel até o último dia
da vida. É ser fiel até o ponto de morrer por essa fidelidade. É preferir
morrer a negar a Jesus. Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz. Ele
foi da cruz até à coroa. Essa linha também foi traçada para a igreja de Esmirna:
"Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida".
2. A igreja de
Esmirna, assim, não é candidata à morte, mas à vida.
3. A cidade de
Esmirna era fiel a Roma, mas os crentes são chamados a serem fiéis a Jesus. A
cidade de Esmirna tinha a pretensão de ser a primeira, mas Jesus diz: "Eu
sou o primeiro e o último". Somos chamados a sermos fiéis até às últimas
conseqüências, mesmo num contexto de hostilidade e perseguição. O bispo da
igreja Policarpo, discípulo de João, foi martirizado no dia 25/02/155 d.C. Ele
foi apanhada, arrastado para a arena. Tentaram intimidá-lo com as feras.
Ameaçaram-no com o fogo. Ele respondeu ao procônsul: "Vocês me ameaçam com
um fogo que pode queimar apenas por alguns instantes, respeito do fogo do juízo
vindouro e do castigo eterno, reservado para os maus. Mas porque vocês demoram,
façam logo que têm de fazer." Seus algozes tentaram forçá-lo a blasfemar
contra Cristo, mas ele respondeu: "Eu o sirvo há 86 anos e ele sempre me
fez bem. Como posso blasfemar contra o meu Salvador e Senhor, que me
salvou?" Os inimigos furiosos, queimaram-no vivo em uma pira, enquanto ele
orava e agradecia a Jesus o privilégio de morrer como mártir.
4. Hoje Jesus espera
do seu povo fidelidade na vida, no testemunho, na família, nos negócios, na fé.
Não venda o seu senhor por dinheiro, como Judas. Não troque o seu Senhor, por
um prato de lentilhas como Esaú. Não venda a sua consciência por uma barra de
ouro como Acã. Seja fiel a Jesus, ainda que isso lhe custe seu namoro, seu
emprego, seu sucesso, seu casamento, sua vida. Jesus diz que aqueles que são
perseguidos por amor a ele são bem-aventurados (Mt 5:10-12). O servo não é
maior do que o seu senhor. O mundo perseguiu a Jesus e também nos perseguirá.
5. A Bíblia diz que
todo aquele que quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido (2 Tm
3:12). Paulo diz: "A vós foi dado o privilégio não apenas de crer em
Cristo, mas também de sofrer por ele" (Fp 1:29). Dietrich Bonhoeffer
enforcado no campo de concentração de Flossenburg na Alemanha, em 9 de abril de
1945 escreveu que o sofrimento é o sinal do verdadeiro cristão. Enquanto
estamos aqui, muitos irmãos nossos estão selando com o seu sangue a sua
fidelidade a Cristo.
6. Aqueles que forem
fiéis no pouco, serão recebidos pelo Senhor com honras: "Bom está servo
bom e fiel. Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do
teu senhor."
IV. SABENDO QUE JESUS
ESTÁ NO CONTROLE DE TODOS OS DETALHES DA NOSSA VIDA - V. 9-10
1. Jesus conhece quem
somos e tudo o que acontece conosco - v. 9 - Este fato é fonte de muito
conforto. Uma das nossas grandes necessidades nas tribulações é alguém com quem
partilhá-las. Jesus conhece nossas aflições, porque anda no meio dos
candeeiros. Sua presença nunca se afasta. Nossa vida não está solta, ao léu.
Nosso Senhor não dormita nem dorme. Ele está olhando para você. Ele sabe o que
você está passando. Ele conhece a sua tribulação. Ele sabe das suas lutas. Ele
sabe das suas lágrimas. Ele sabe que diante dos homens você é pobre, mas ele
sabe os tesouros que você tem no céu. Jesus sabe das calúnias que são atacadas
contra você. Ele sabe o veneno das línguas mortíferas que conspiram contra
você.
Ele sabe que somos pobres, mas ao mesmo tempo
ricos. Ele sabe que somos entregues à morte, mas ao mesmo tempo temos a coroa
da vida.
2. Jesus permite o
sofrimento com um propósito, para lhe provar, e não para lhe destruir - v. 10 -
A intenção do inimigo é destruir a sua fé, mas o propósito de Jesus é provar
você. Os judeus estão furiosos. O diabo está por trás do aprisionamento. Mas
quem realiza seus propósitos é Deus. O fogo das provas só consumirão a escória,
só queimará a palha, porém tornará você mais puro, mais digno, mas fiel. Jesus
estava peneirando a sua igreja para arrancar dela as impurezas. O nosso
adversário tenta para destruir; Jesus prova para refinar. Precisamos olhar para
além da provação, para o glorioso propósito de Jesus. Precisamos olhar para o
além do castigo, para o seu benefício. Exemplo: Davi - Foi-me bom passar pela
aflição para aprender os teus decretos. O Senhor não o poupa da prisão, mas usa
a prisão para fortalecer você. Ele não nos livra da fornalha, mas nos purifica
nela.
3. Jesus controla
tudo o que sobrevêm à sua vida - Nenhum sofrimento pode nos atingir, exceto com
a sua expressa permissão. Ele adverte os crentes de Esmirna sobre o que está
por acontecer, ele fixa um limite aos seus sofrimentos. Jesus sabe quem está
por trás de todo ataque à sua vida (v. 10). O inimigo que nos ataca não pode ir
além do limite que Jesus estabelece. A prisão será breve. E Jesus diz:
"Não temas as coisas que tens de sofrer." Três verdades estão aqui
presentes: a primeira é que o sofrimento é certo; a segunda é que será
limitado; a terceira é que será breve. Assim como aconteceu com Jó, Deus diria
para o diabo em Esmirna: "Até aqui e não mais". O diabo só pode ir
até onde Deus o permite. Quem está no controle da nossa vida é o Rei da glória.
Não tenha medo!
4. Jesus já passou
vitoriosamente pelo caminho estreito do sofrimento que nos atinge, por isso
pode nos fortalecer - Ele também enfrentou tribulação. Ele foi homem de dores.
Ele sabe o que é padecer. Ele foi pressionado pelo inferno. Ele suportou
pobreza, não tinha onde reclinar a cabeça. Ele foi caluniado. Chamaram-no de
beberrão, de impostor, de blasfemo, de possesso. Ele foi preso. Açoitado,
cuspido, pregado na cruz. Ele passou pelo vale escuro da própria morte. Ele
entrou nas entranhas da morte e a venceu.
Agora ele diz para a sua igreja: "Não
temas as coisas que tens de sofrer." Ele tem poder para consolar, porque ele
foi tentado como nós, mas sem pecar. Ele pode nos socorrer, porque trilhou o
caminho do sofrimento e da morte e venceu. Ele é eterno - Ele é o primeiro e o
último. Aquele que nunca muda e que está sempre conosco. Ele é vitorioso - Ele
enfrentou a morte e a venceu. Ele destruiu aquele que tem o poder da morte e
nos promete vitória sobre ela. Ele é galardoador - Ele promete a coroa da vida
para os fiéis e vitória completa sobre a segunda morte para os vitoriosos.
Ele promete a coroa da vida para os fiéis e vitória completa
1. Quem tem ouvidos,
ouça o Espírito diz às igrejas - Cada igreja tem necessidade de um sopro
especial do Espírito de Deus. A palavra para a igreja de Esmirna era:
considerem-se candidatos à vida. Sob tribulação, pobreza e difamação continuem
fiéis. Não olhem para o sofrimento, mas para a recompensa. Só mais um pouco e
ouviremos nosso Senhor nos chamando de volta para Casa: "Vinde, benditos
de meu Pai, entrem na posse do Reino...", aqui não tem mais morte, nem
prato, nem luto, nem dor!
2. O vencedor não
sofrerá o dano da segunda morte - Podemos enfrentar a morte e até o martírio,
mas escaparemos do inferno que é a segunda morte (v. 11), e entraremos no céu,
que é a coroa da vida (v. 10). Podemos precisar ser fiéis até à morte, mas
então a segunda morte não poderá nos atingir. Podemos perder nossa vida, mas
então a coroa da vida nos será dada.
APOCALIPSE 2:12-17
O PERIGO DE A IGREJA MISTURAR-SE COM O MUNDO
1. A carta à igreja
de Pérgamo é um brado de Jesus é a igreja hoje. Essa carta é endereçada a você,
a mim, a nós. Não pregarei esse sermão diante de vocês, mas a vocês.
Examinaremos não apenas um texto antigo, mas sondaremos o nosso próprio coração
à luz dessa verdade eterna.
2. O perigo que
estava assaltando a igreja de Pérgamo era a linha divisória entre verdade e
heresia. Como a igreja pode permanecer na verdade sem se misturar com as
heresias e com o mundanismo? Como uma igreja que é capaz de enfrentar o
martírio permanecer fiel diante da tática da sedução?
3. A palavra
"pérgamo" significa casado". A igreja precisa lembrar-se que ela
está comprometida com Cristo, é a noiva de Cristo e precisa se apresentar a
igreja como uma esposa santa, pura e incontaminada.
No Livro de
Apocalipse o sistema do mundo que está entrando dentro da igreja é definido
como a grande Babilônia, a mãe das meretrizes, enquanto a igreja é definida
como a noiva de Cristo.
4. O ponto central
dessa carta é alertar a igreja sobre o risco da perigosa mistura do povo de
Deus com o engano doutrinário e com a imoralidade do mundo.
I. CRISTO FAZ UM
DIAGNÓSTICO DA IGREJA E REVELA OS SEUS SINTOMAS
1. Cristo vê uma
igreja instalada no meio do acampamento de Satanás - v. 13
A. Pérgamo, uma
cidade com um passado glorioso - Historicamente era a mais importante cidade da
Ásia. Segundo Plínio "era a mais famosa cidade da Ásia". Começou a
destacar-se depois da morte de Alexandre, o grande em 333 a.C. Foi capital da
Ásia quase 400 anos. Foi capital do reino Selêucida até 133 a.C. Átalo III, rei selêucida, o último de Pérgamo,
passou o reino a Roma em seu testamento e Pérgamo tornou-se a capital da
província romana da Ásia.
B. Pérgamo, um
importante centro cultural - Como centro
cultural sobrepujava Éfeso e Esmirna. Era famosa por sua biblioteca que
continha 200.000 pergaminhos. Era a segunda maior biblioteca do mundo, só
superada pela de Alexandria. Pergaminho deriva-se de Pérgamo. O papiro do Egito
era o material usado para escrever. No século III a. C. EUMENES, rei de Pérgamo
resolveu transformar a biblioteca de Pérgamo na maior do mundo. Convenceu a
Aristófanes de Bizâncio, bibliotecário de Alexandria a vir para Pérgamo.
Ptolomeu, rei do Egito, revoltado, embargou o envio de papiro para Pérgamo.
Então, inventaram o pergaminho, de couro alisado, que veio superar o papiro.
Pérgamo gloriava-se de seus conhecimentos e cultura.
C. Pérgamo, um
destacado centro do paganismo religioso
1. Em Pérgamo ficava
um grande panteão - Havia altares para vários deuses em Pérgamo. No topo da
Acrópole, ficava o famoso templo dedicado a Zeus, uma das sete maravilhas do
mundo antigo. Todos os dias se levantava a fumaça dos sacrifícios prestados a
Zeus.
2. Em Pérgamo havia o
culto a Esculápio - Esculápio era o "deus salvador", o deus serpente
das curas. Seu colégio de sacerdotes médicos era famoso. Naquela época mantinha
200 santuários no mundo inteiro. A sede era em Pérgamo. Ali estava a sede de
uma famosa escola de medicina. Para ali peregrinavam e convergiam pessoas
doentes do mundo inteiro em busca de saúde. A crendice misturava-se com a
ciência. Galeno, médico só superado por Hipócrates, era de Pérgamo. As curas,
muitas vezes, eram atribuídas ao poder do deus serpente Esculápio. Esse deus
serpente tinham o título famoso de Salvador. A antiga serpente assassina,
apresenta-se agora como sedutora.
3. Em Pérgamo estava
o centro asiático do culto ao Imperador - O culto ao imperador era o elemento
unificador para a diversidade cultural e política do império. No ano 29 a.C.
foi construído em Pérgamo o primeiro templo a um imperador vivo, o imperador
Augusto. O anticristo era mais evidente em Pérgamo do que o próprio Cristo.
Desde 195 a.C, havia templos à deusa Roma em Esmirna. O imperador encarnava o
espírito da deusa Roma. Por isso, se divinizou a pessoa do imperador e começou
a se levantar templos ao imperador. Uma vez por ano, os súditos deviam ir ao
templo de César e queimar incenso dizendo: "César é o Senhor".
Depois, podiam ter qualquer outra religião. Havia até um panteão para todos os
deuses. Isso era símbolo de lealdade a Roma, uma cidade eclética, de espírito
aberto, onde a liberdade religiosa reinava desde que observassem esse detalhe
do culto ao imperador.
4. Em Pérgamo estava
o trono de Satanás - Naquela cidade estava o trono de Satanás. Ele não apenas
habitava na cidade, mas lá estava o seu trono. O trono de Satanás não estava
num edifício, como hoje sugerem os defensores do movimento de Batalha
Espiritual, mas no sistema da cidade. O trono de Satanás é marcado pela pressão
e pela sedução. Onde Satanás reina predomina a cegueira espiritual, floresce o
misticismo, propaga-se o paganismo, a mentira religiosa bem como a perseguição
e a sedução ao povo de Deus. Em Pérgamo estava um panteão onde vários deuses
eram adorados. Isso atentava contra o Deus criador. Em Pérgamo as pessoas
buscavam a cura através do poder da serpente. Isso atentava contra o Espírito
Santo, de onde emana todo o poder. Em Pérgamo estava o culto ao Imperador, onde
as pessoas queimavam incenso e o adoravam como Senhor. E isso conspirava contra
o Senhor Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Cristo não apenas conhece
as obras da igreja e suas tribulações. Mas também conhece a tentação que
assedia a igreja, conhece o ambiente que ela vive. Cristo sabe que a igreja
está rodeada por uma sociedade não-cristã, com valores mundanos, com heresias
nos bombardeando a todo instante.
5. Cristo vê uma
igreja capaz de enfrentar até a morte por causa do nome de Jesus - v. 13 -
Cristo conhece também a lealdade que a igreja lhe dedica. A despeito do poder
do culto pagão a Zeus, a Esculápio e ao imperador, os crentes da igreja de
Pérgamo só professavam o nome de Jesus. Eles tinham mantido suas próprias
convicções teológicas no meio dessa babel religiosa. A perseguição religiosa
não os intimidou. A igreja suportou provas extremas. Antipas, pastor de Pérgamo,
segundo Tertuliano, foi colocado dentro de um boi de bronze e este foi levado
ao fogo até ficar vermelho, morrendo o servo de Deus sufocado e queimado. Ele
resistiu a apostasia até a morte.
6. Cristo vê uma
igreja que começa a negociar a verdade - v. 14 - Como Satanás não logrou êxito
contra a igreja usando a perseguição, mudou a sua tática, e usou a sedução. A
proposta agora não é substituição, mas mistura. Não é apostasia aberta, mas
ecumenismo. Alguns membros da igreja começaram a abrir a guarda e a ceder
diante da sedução do engano religioso - Na igreja havia crentes que permaneciam
fiéis, enquanto outros estavam se desviando da verdade. Numa mesma congregação
há aqueles que permanecem firmes e aqueles que caem.
7. Cristo vê uma
igreja que começa a ceder às pressões do mundo - v. 14 - Balaque contratou
Balaão para amaldiçoar a Israel. Balaão prostituiu os seus dons com o objetivo
de ganhar dinheiro. O deus de Balaão era o dinheiro. Mas quando ele abria a
boca só consegue abençoar. Então Balaque ficou bravo com ele. Aí por ganância,
aconselhou Balaque enfrentar Israel não com um grande exército, mas com
pequenas donzelas sedutoras. Aconselhou a mistura. Aconselhou o incitamento ao
pecado. Aconselhou a infiltração, uma armadilha. Assim, os homens de Israel
participariam de suas festas idolatras e se entregariam à prostituição. E o
Deus santo se encheria de ira contra eles e eles se tornariam fracos e
vulneráveis. O pecado enfraquece a igreja. A igreja só é forte quando é santa.
Sempre que a igreja se mistura com o mundo e adota o seu estilo da vida, ela
perde o seu poder e sua influência. O grande problema da igreja de Pérgamo é
que enquanto uns sustentavam a doutrina de Balaão os demais membros da igreja
se calaram num silêncio estranho. A infidelidade aninhou-se dentro da igreja
com a adesão de uns, e o conformismo dos outros. A igreja tornou-se infiel.
8. Cristo vê uma
igreja que começa a baixar o seu nível moral - v. 15 - Eles ensinavam que a
liberdade de Cristo é a liberdade para o pecado. Diziam: Não estamos mais
debaixo da tutela da lei. Estamos livres para viver sem freios, sem imposições,
sem regras. Esse simulacro da verdade era para transformar a graça em licença
para a imoralidade, a liberdade em licenciosidade.
Os nicolaítas ensinavam que o crente não
precisa ser diferente. Quanto mais ele pecar maior será a graça. Quanto mais
ele se entregar aos apetites da carne, maior será a oportunidade do perdão.
Eles faziam apologia ao pecado. Eles defendiam que os crentes precisam ser
iguais aos pagãos. Eles deviam se conformar com o mundo. Cristo odeia a obra
dos nicolaítas. Ele odeia o pecado. O que era odiado em Éfeso era tolerado em
Pérgamo.
II. CRISTO FAZ UM
DIAGNÓSTICO DA IGREJA E IDENTIFICA A FONTE DO PECADO-V. 13
A fonte do pecado é
diabólico - v. 13 - A igreja de Pérgamo viveu e adorou e testemunhou onde
Satanás habita (v. 13b) e onde está o trono de Satanás (v. 13 a). Satanás não
somente habitou em Pérgamo, ele também a governou. Satanás era a fonte dos
pecados aos quais alguns membros da igreja tinham sucumbido. Seus numerosos
templos, santuários e altares, seu labirinto de filosofias anticristãs, sua
tolerância com a imoralidade dos nicolaístas e balaamitas ostentavam um
testemunho em favor do domínio maligno. Precisamos apagar da nossa mente a caricatura
medieval de Satanás. Despojando-o dos chifres, cascos e do rabo. A Bíblia diz
que ele um ser espiritual inteligente, poderoso e inescrupuloso. Jesus o chamou
de príncipe deste mundo. Paulo o chamou de príncipe da potestade do ar. Ele tem
um trono e um reino e sob seu comando está um exército de espíritos malignos
que são identificados nas Escrituras como "os dominadores deste mundo
tenebroso" e "forças espirituais do mal nas regiões celestes".
1. Pérgamo, um lugar
sombrio - Pérgamo era um lugar sombrio. Ela estava mergulhada na confusão
mental da heresia. Pois os reino de Satanás é onde as trevas reinam, ele é o
dominar deste mundo tenebroso. Ele odeia a luz. Ele mentiroso e enganador. Ele
cega o entendimento dos descrentes. Ele instiga os homens a pecar e os induz ao
erro.
III. CRISTO
DIAGNOSTICA A IGREJA E JULGA OS QUE SE RENDERAM AO PECADO-V. 12,16
1. Jesus exorta os
faltosos ao arrependimento - v. 16
• Arrependimento - A
igreja precisava expurgar aquele pecado de tolerância com o erro doutrinário e
com a libertinagem moral A igreja precisava arrepender-se do seu desvio
doutrinário e do seu desvio de conduta. Verdade e vida precisam ser pautados
pela Palavra de Deus. Embora o juízo caia sobre os que se desviaram, a igreja
toda é disciplinada e envergonhada por isso.
A igreja precisa
arrepender-se de sua tolerância com o erro - Embora apenas alguns membros da
Igreja se desviaram, os outros devem se arrepender porque foram tolerantes com
o pecado. Enquanto os crentes de Éfeso odiavam as obras dos nicolaítas, os
crentes de Pérgamo, toleravam a doutrina e a obra dos nicolaítas. O pecado da
igreja de Pérgamo era a tolerância com o erro e com o pecado.
2. Jesus sentencia os
impenitentes com o juízo - Juízo - A falta de arrependimento acarreta em juízo.
Jesus virá em juízo condenatório contra todos aqueles que permanecem
_impenitentes e contra aqueles que se desviam da verdade. Antipas morreu pela
espada dos romanos. Mas quem tem a verdadeira espada é Jesus. Ele derrotará os
seus inimigos com esta poderosa arma. A espada da sua boca é a sua arma que
destrói seus inimigos. Essa é a única arma que Jesus usará na sua segunda
vinda. Com ela ele matará o anticristo e também destruirá os rebeldes e
apóstatas. A mensagem da verdade se tornará a mensagem do julgamento. Deus nos
fará responsáveis por nossa atitude em face da verdade que conhecemos. Jesus
que a sua própria palavra é que condenará o ímpio do dia do juízo (Jo
12:47-48). A palavra salvadora torna-se juiz e espada benfazeja, transforma-se
em carrasco.
IV. JESUS CRISTO
DIAGNOSTICA A IGREJA E PREMIA OS VENCEDORES - V. 17
Os vencedores comerão
do maná escondido - v. 17 - No deserto Deus mandou o maná (Ex 16:11-15). Quando
cessou o maná, um vaso com maná foi guardado na Arca e depois no templo (Ex 16:
33,34; Hb 9:4). Com a destruição do templo, conta uma lenda que Jeremias
escondeu o vaso com maná numa fenda do Monte Sinai. Os rabinos diziam que ao
vir o Messias o vaso com maná seria recuperado. Receber o maná escondido
significa desfrutar das bênçãos da era messiânica. O maná escondido refere-se
ao banquete permanente que teremos no céu. Aqueles que rejeitam o luxo das
comidas idólatras nesta vida, terão o banquete com as iguarias de Deus no céu.
Bengel disse que diante desse manjar o apetite pela carne sacrificada a ídolos
deveria desaparecer. O maná era o pão de Jeová (Ex 16:15), cereal do céu (SI
78:24). Era alimento celestial. Os crentes não devem participar dos banquetes
pagãos, pois vão participar dos banquetes do céu. Jesus, é o pão do céu.
1. Os vencedores
receberão uma pedrinha branca - Era usada nos tribunais para veredicto dos
jurados - A sentença de absolvição correspondia a uma maioria de pedras brancas
e a de condenação a uma maioria de pedras pretas. O cristão é declarado justo,
inocente, sem culpa diante do Trono de Deus. Era usada como bilhete de entrada
em festivais públicos - A pedrinha branca é símbolo da nossa admissão no céu,
na festa das bodas do Cordeiro. Quem deixa as festas do mundo, vai ter uma
festa verdadeira onde vai rolar alegria para sempre.
2. Os vencedores
receberão um novo nome - O maná escondido é Cristo. O novo nome é Cristo. Vamos
nos deliciar com o maná e compreender o novo nome. Esta é a visão beatífica.
Aqueles que conhecem em parte conhecerão também plenamente, como são conhecidos.
Aqueles que veem agora como em um espelho, indistintamente, o verão face a
face.
APOCALIPSE 2:18-29
UMA IGREJA DEBAIXO DO OLHAR INVESTIGADOR DE CRISTO
1. A maior das cartas
é dirigida a menos importante das sete cidades. Tiatira não era nenhum centro
político ou religioso. Sua importância era comercial. Ficava no caminho por
onde viajava o correio imperial. Por este caminho se transportava todo o
intercâmbio comercial entre Europa e Ásia.
2. Tiatira era sede
de vários grêmios de comércio importantes (lã, couro, linho, bronze,
tintureiros, alfaiates, vendedores de púrpura). Uma dessas corporações vendiam
vestimentas de púrpura e é provável que Lídia era uma representante dessa
corporação em Filipos (At 16:14). Estes grêmios tinham fins tanto de mútua proteção
e benefício como de tipo social e recreativo.
3. Seria quase
impossível ser comerciante em Tiatira sem fazer parte desses grêmios. Não
participar era uma espécie de suicídio comercial. Era perder as esperanças de
prosperidade.
4. Cada grêmio tinha
sua divindade titular. Nessas reuniões havia banquetes com comida sacrificada
aos ídolos e acabavam depois em festas cheias de licenciosidade.
5. O que os cristãos
deviam fazer nessas circunstâncias: transigir ou progredir? Manter a
consciência pura ou entrar no esquema para não perder dinheiro? Ser santo ou
ser esperto? Qual é a posição do cristão: se sai do grêmio perde sua posição,
reputação e lucro financeiro. Se permanece nessas festas nega a Jesus. Nessa
situação Jezabel fingiu saber a solução. Disse ela: para vencer a Satanás é
preciso conhecer as coisas profundas de Satanás. Não se pode vencer o pecado
sem conhecer profundamente o pecado pela experiência.
6. É dentro dessa
"cultura que está a igreja de Tiatira. Era uma igreja forte, crescente.
Aos olhos de qualquer observador parecia ser uma igreja vibrante, amorosa,
cheia de muitas pessoas. Vamos observar como Jesus vê essa igreja:
I. UMA IGREJA
DINÂMICA, SOB A APRECIAÇÃO DE JESUS - V. 18-19
1. Jesus se apresenta
como aquele que conhece profundamente a igreja - v. 18,23 - Ele não apenas está
no meio dos candeeiros (1:16). Ele também anda no meio dos candeeiros (2:1).
Ele conhece as obras da igreja (2:19), as tribulações da igreja (2:9), bem
como, o lugar em que a igreja está (2:13). Seus olhos são como chama de fogo
(2:18). Ele vê tudo, conhece tudo e sonda a todos. Nada escapa ao seu
conhecimento. Ele conhece as obras (2:19) e também as intenções (2:23). Cristo
se apresenta assim, porque muitas práticas vis estavam sendo toleradas
secretamente dentro da igreja. Mas ninguém pode esconder-se do olhar penetrante
e onisciente de Jesus. Pedro não pôde apagar da sua memória o olhar penetrante
de Jesus. Ele esquadrinha o coração e os pensamentos. No dia do juízo ele vai
julgar o segredo do coração dos homens.
2. Jesus se apresenta
como aquele que distingue dentro da igreja as pessoas fiéis e as infiéis - v.
24 - Numa mesma comunidade havia três
grupos: os que eram fiéis (2:24), os que estavam tolerando o pecado (2:20) e os
que estavam vivendo no pecado (2:20-22).
• A igreja está bem,
está em perigo e está mal. E Jesus sabe distinguir uns dos outros. Numa mesma
igreja há gente salva e gente perdida. Há joio e trigo.
3. Jesus se apresenta
como aquele que reconhece e elogia as marcas positivas da igreja-v.19
a) A igreja era
operosa - Havia trabalho, labor, agenda cheia.
b) A igreja era
marcada por amor - A igreja possuía a maior das virtudes, o amor. O que faltava
em Éfeso havia em Tiatira.
c) A igreja era
marcada por fé - Confiança em Deus.
d) A igreja era marcada
pela perseverança ou paciência triunfadora - A igreja passava pelas provas com
firmeza.
e) A igreja estava em
franco progresso espiritual - As últimas obras da igreja eram mais numerosas
que as primeiras. Essas marcas eram do remanescente fiel e não da totalidade
dos membros.
II. UMA IGREJA
TOLERANTE AO PECADO SOB A REPROVAÇÃO DE JESUS - V.20
1. Antes de Jesus
reprovar a falsa profetisa. Jesus reprova a igreja - v. 20 Tiatira estava
crescendo (2:19), por isso, Satanás procura corromper o seu interior, em vez de
atacá-la de fora para dentro. Jesus reprova a igreja por ser tolerante com o
falso ensino e com a falsa moralidade. Enquanto Éfeso não podia suportar os
homens maus e os falsos ensinos, Tiatira tolerava uma falsa profetisa, chamada
Jezabel. Essa falsa profetisa estava exercendo uma influência tão nefasta na
igreja como Jezabel tinha exercido em Israel. O nome Jezabel significa puro,
mas sua vida e conduta negavam o seu nome. Foi Jezabel quem introduziu em
Israel o culto pagão a baal e misturou religião com prostituição. Ela não só
perseguiu os profetas de Deus, mas também promoveu o paganismo. A segunda
Jezabel estava induzindo os servos de Deus ao pecado. Pregava que os pecados da
carne podiam ser livremente tolerados. A liberdade que ela pregava era uma
verdadeira escravidão.A tolerância da igreja com o falso ensino provoca a ira
de Jesus. A igreja abriu as portas para essa mulher. Ela subia ao púlpito da
igreja. Ela exercia a docência na igreja. Ela induzia os crentes ao pecado. A
igreja não tinha pulso para desmascará-la e enfrentá-la. Naquele bonito campo
permite-se que uma planta venenosa viceje. Naquele corpo saudável um câncer
maligno começou a formar-se. Um inimigo está encontrando guarida no meio da
comunidade. Havia transigência moral dentro da igreja. Aqui não é o lobo que
veio de fora, mas o lobo que estava enrustido dentro da igreja.
2. Jesus demonstra o
seu zelo pela igreja e denuncia a falsa doutrina e a falsa moralidade - v. 20
a) A falsa doutrina -
Jezabel estava ensinando a igreja que a maneira de vencer o pecado era conhecer
as coisas profundas de Satanás (2:23). Ela ensinava que os crentes não podiam
cometer suicídio comercial, eles deviam participar dos banquetes dos grêmios e
comer carne sacrificadas aos ídolos bem como das festas imorais. Ela ensinava
que os crentes deviam defender seus interesses materiais a todo custo. Prejuízo
financeiro para ela era mais perigoso que o pecado. Amava mais o dinheiro que a
Jesus. Mais as exigências materiais que as exigências de Deus. O ensino dela
era que não há mérito em vencer um pecado sem antes experimentá-lo. O argumento
dela é que para vencer a Satanás é preciso conhecê-lo e que o pecado jamais
será vencido a menos que você tenha conhecido tudo por meio da experiência. Mas
a Bíblia diz que não podemos viver no pecado, nós o que para ele já morremos.
Paulo diz, "na malícia... sede crianças (1 Co 14:20) e "que devemos
ser símplices para o mal" (Rm 16:19). b) A falsa moral - A proposta de
Jezabel era oferecer uma nova versão do Cristianismo, um Cristianismo liberal,
sem regras, sem proibições, sem legalismos. Ela queria modificar o Cristianismo
para se adaptar à moralidade do mundo. Ele ensina uma prática ecumênica com o
paganismo. Exemplo: minha visita ao Seminário de Princeton.
III. UMA IGREJA
CONFRONTADA POR JESUS, TENDO A OPORTUNIDADE DE ARREPENDER-SE -V. 21
1. Antes de Jesus
tratar a igreja com juízo, a confronta em misericórdia - v. 21 - Deus é
paciente. Ele é longânimo. Ele não tem prazer na morte do ímpio. Ele não quer
que nenhum se perca. Ele chama ao arrependimento. Ele dá tempo para que o
pecador se arrependa. Cada dia é um tempo de graça, é uma oportunidade de se
voltar para Deus. As portas da graça estão abertas. Os braços do perdão estão
estendidos. Como fez com Jerusalém, ele faz com aquele os faltosos da igreja:
"Jerusalém, Jerusalém, quantas vezes quis eu ajuntar os seus filhotes como
a galinha ajunta os seus filhotes e vós não o quisestes" (Mt 23:37).
Doutra feita Jesus disse: "Contudo não quereis vir a mim para terdes
vida" (Jo 5:40).
2. Antes de Jesus
tratar a igreja com juízo, a confronta com a disciplina - v. 22 - A disciplina
é um ato de amor. Jesus traz o sofrimento. Ele transformou o leito do adultério
em leito do sofrimento. Ele transformou o prazer do pecado em chicote de
disciplina. Ele está usando todos os recursos para levar o faltoso ao
arrependimento.
3. A falta de
arrependimento implica necessariamente na aplicação inexorável do juízo - v.
19,22,23 - Jezabel não quis se arrepender. Ela desprezou o tempo da sua oportunidade.
Ela fechou a porta da graça com as suas próprias mãos. Ela calcou aos pés o
sangue purificador de Cristo. Ela zombou da paciência de Cordeiro. Agora ela e
seus seguidores são castigados com a doença, com grande tribulação e com a
morte (2:22-23). O salário do pecado é a morte. O pecado é doce ao paladar, mas
amargo no estômago. O pecado é uma fraude, oferece prazer e traz desgosto.
Satanás é um estelionatário, promete vida e paga com a morte. O juízo contra o
pecado será final e completo no dia do juízo. Jesus não apenas tem olhos como
de fogo (2:19). Ele não apenas sonda mente e corações (2:23), mas também tem os
pés semelhantes ao bronze polido, prontos a esmagar os seus inimigos (2:19). No
dia do juízo Cristo colocará todos os seus inimigos debaixo dos seus pés.
Naquele dia o Cordeiro estará irado (6:17).
IV. UMA IGREJA
ENCORAJADA A SER FIEL ATÉ O FIM APESAR DA APOSTASIA DE OUTROS - V. 24-25
1. É possível
manter-se firme na doutrina mesmo quando outros se desviam -v. 24 - Alguns
membros da igreja não apenas tinham tolerado o ensino e as práticas imorais de
Jezabel, mas também estavam seguindo os seus ensinos para a sua própria
destruição. Porém, havia na igreja, um remanescente fiel (v. 24). Pessoas que
permaneceram firmes, mantendo a sã doutrina, agarradas na verdade. Cristo diz
que esses de fato são livres. O jugo de Cristo é suave e leve. Os mandamentos
de Deus não são penosos. Não são fardos. Ser crente é ser verdadeiramente
livre.
2. É possível
manter-se puro na conduta mesmo quando outros se corrompem -v. 24 - Alguns
crentes de Tiatira tinham-se curvado aos ensinos pervertidos de Jezabel e iam
aos templos pagãos para comer carne sacrificadas aos ídolos. Também
participavam das festas cheias de licenciosidade. Buscavam conhecer as coisas
profundas de Satanás. E assim se corromperam moralmente. Porém, havia nessa
mesma igreja, irmãos que buscavam a santificação. A santidade de vida e de
caráter é uma marca da igreja verdadeira. A santidade não é apenas a vontade de
Deus, mas seu propósito. Deus nos escolheu para sermos santos. Só os puros de
coração verão a Deus. Sem santificação ninguém verá o Senhor. Eles se apartavam
do mal e viviam em novidade de vida. Se o propósito de Deus é nossa santidade,
o propósito de Satanás é frustrar tal propósito. Ele está sempre procurando
induzir os crentes a pecar. Ele vai usar o anticristo para esmagar a igreja
pela força. Ele vai usar o falso profeta para perverteu o testemunho da igreja
pela mal. Mas se não lograr êxito, ele vai seduzir a igreja através da grande
Babilônia, esse sedutor sistema do mundo. Se o diabo não pode destruir a igreja
por meio da perseguição ou heresia, tentará corrompê-la com o pecado.
3. É preciso entender
que já temos tudo em Cristo para uma vida plena - v. 25 - Um dos grandes
enganos de Satanás é induzir os crentes a pensar que precisam buscar novidades
para terem uma experiência mais profunda com Deus. A verdade de Deus é
suficiente. Não precisamos de mais nada. Tudo está feito. O banquete da
salvação foi preparado. O que precisamos não é de novidades, de buscar fora das
Escrituras coisas novas, mas tomar posse da vida eterna, conhecer o que Deus já
nos deu, nos apropriarmos das insondáveis riquezas de Cristo. A provisão de
Deus para nós é suficiente para uma vida plena até a volta de Jesus (2:25).
Precisamos permanecer firmes e fiéis, conservando essa herança até o fim.
V. UMA IGREJA
RECOMPENSADA PELA SUA VITÓRIA AO PERMANECER FIEL AO SEU SENHOR ATÉ O FIM - V.
26-29
1. O vencedor é o que
guarda até o fim as obras de Jesus - v. 26 - Perseverança é a marca dos santos.
Aqueles que se desviam e perecem no pecado são como Judas, filhos da perdição,
nunca nasceram de novo.
2. O vencedor vai
julgar os ímpios e reinar com Cristo - v. 26-27 - A falsa profetisa estava
pregando que os crentes que não entrassem nos grêmios comerciais e não
participassem das suas cerimônias pagas perdiam o prestígio e cometiam um
suicídio econômico e estavam fadados à falência. Mas Cristo ensina que não
adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Aqueles que não vendem a sua
consciência e não trocam Deus pelo dinheiro, vão ser honrados, vão assentar no
trono, e vão julgar os ímpios. Os santos julgarão o mundo (1 Co 6:2). Aqueles
que têm dominado suas próprias paixões sobre a terra terão ascendência sobe
outros no céu. No dia do juízo os perversos serão quebrados como um vaso de
barro (SI 2:8-9). Em vez de desprezo, teremos uma posição de honra. Vamos
reinar com Cristo. Aqueles que perdem a vida por amor a Cristo, encontram a
verdadeira vida, mas aqueles que querem ganhar a vida, perdem-na.
3. O vencedor vai
conhecer não as coisas profundas de Satanás, mas as coisas profundas de Cristo
- v. 28 - Os salvos receberão a estrela da manhã. Não apenas eles receberão
corpos gloriosos que vão brilhar como as estrelas no firmamento, mas também,
vão conhecer a Cristo, a estrela da manhã (Ap 22:16), na sua plenitude. Os
salvos terão parte não apenas na autoridade de Cristo de governador o mundo,
mas também na sua glória. Recusando-se a penetrar nas profundezas de Satanás,
eles sondarão as profundezas de Cristo. Voltando suas costas às trevas do
pecado, eles verão a luz da glória de Deus na face de Cristo. Os que
renunciaram o pecado e as vantagens do mundo, viverão na glória com Cristo em
completo e eterno contentamento. Cristo é a nossa herança, a nossa riqueza, a
nossa recompensa. Vê-lo-emos face a face. Servi-lo-emos eternamente. Ele será
nosso prazer e deleite para sempre. Cristo é melhor que os banquetes do mundo.
Só ele satisfaz nossa alma.
"Quem tem ouvidos, ouça o que Espírito diz às igrejas" (v.
29).
APOCALIPSE 3:1-6
REAVIVAMENTO OU SEPULTAMENTO
1. A história da
igreja de Sardes tem muito a ver com a história da cidade de Sardes. A glória
de Sardes estava no seu passado. Sardes foi a capital da Lídia no século VII
a.C, viveu seu tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades mais magníficas
do mundo nesse tempo.
2. Situada no alto de
uma colina, amuralhada e fortificada, sentia-se imbatível e inexpugnável. Seus
soldados e habitantes pensavam que jamais cairiam nas mãos dos inimigos. De
fato a cidade jamais fora derrotada por um confronto direto. Seus habitantes
eram orgulhosos, arrogantes, e autoconfiantes.
3. Mas a cidade
orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em 529 a.C, quando este cercou a
cidade por 14 dias, e quando seus soldados estavam dormindo, ele penetrou com
seus soldados por um buraco na muralha, o único lugar vulnerável, e dominou a
cidade. Mais tarde, em 218 a.c, Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma
forma. E isso por causa da auto¬confiança e falta de vigilância dos seus
habitantes. Os membros dessa igreja entenderam claramente o que Jesus estava
dizendo, quando afirmou: "Sede vigilantes! ... senão virei como ladrão de
noite".
4. A cidade foi
reconstruída no período de Alexandre Magno e dedicada à deusa Cibele. Essa divindade
padroeira era creditada com o poder especial de restaurar vida aos mortos. Mas
a igreja estava morrendo e só Jesus poderia dar vida aos crentes.
5. No ano 17 d.C.
Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída pelo
imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pela alto grau de imoralidade que
a invadiu e a decadência que a dominou.
6. Quando João
escreveu esta carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua
glória estava no passado e seus habitantes entregavam-se agora aos encantos de
uma vida de luxúria e prazer. A igreja tornou-se como a cidade. Em vez de
influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida.
A igreja não era nem perigosa nem desejável para a cidade de Sardes.
7. É nesse contexto
que vemos Jesus enviando esta carta à igreja. Sardes era uma poderosa igreja,
dona de um grande nome. Uma igreja que tinha nome e fama, mas não vida. Tinha
performance, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade.
8. A esta igreja Jesus
envia uma mensagem revelando a necessidade imperativa de um poderoso
reavivamento.Uma atmosfera espiritual sintética substituía o Espírito Santo
naquela igreja. Ela substituía a genuína experiência espiritual por algo
simulado. A igreja estava caindo num torpor espiritual e precisava de
reavivamento. O primeiro passo para o reavivamento é ter consciência de que há
crentes mortos e outros dormindo que precisam ser despertados.
9. Não é diferente o
estado da igreja hoje. Ao sermos confrontados por aquele que anda no meio dos
candeeiros, precisamos também tomar conhecimento da nossa necessidade de
reavivamento hoje. Devemos olhar para esta carta não como uma relíquia, mas
como um espelho, em que nos vemos a nós mesmos.
I. A NECESSIDADE DO
REAVIVAMENTO
1. Quando há crentes
que só têm o nome no rol da igreja, mas ainda estão mortos espiritualmente, ou
seja, ainda não são convertidos - v. 1
- A igreja vivia de
aparências - As palavras de Jesus à igreja foram mais bombásticas do que o
terremoto que destruiu a cidade no ano 17 d.C. A igreja tinha adquirido um
nome. A fama da igreja era notável. A igreja gozava de grande reputação na
cidade. Nenhuma falsa doutrina estava prosperando na comunidade. Não se ouve de
balaamitas, nem dos nicolaítas, nem mesmo dos falsos ensinos de Jezabel. Aos
olhos dos observadores parecia ser uma igreja viva e dinâmica. Tudo na igreja
sugeria vida e vigor, mas a igreja estava morta. Era uma igreja apenas de
rótulo, de aparência. A maioria dos seus membros ainda não eram convertidos. O
diabo não precisou perseguir essa igreja de fora para dentro, ela já estava
sendo derrotada pelos seus próprios pecados.
- A igreja parecia
mais um cemitério espiritual, do que um jardim cheio de vida - Não nos
enganemos acerca de Sardes. Ela não é o que o mundo chamaria de igreja morta.
Talvez ela seja considerada viva mesmo pelas igrejas irmãs. Nem ela própria
tinha consciência do seu estado espiritual. Todos a reputavam como igreja viva,
florescente; todos, com exceção de Cristo. Parecia estar viva, mas na verdade
estava morta. Tinha um nome respeitável, mas era só fachada. Quando Jesus
examinou a igreja mais profundamente, disse: "Não achei as suas obras
íntegra diante do meu Deus" (v. 2). J. I. Packer diz que há igrejas cujos
cultos são solenes, mas são como um caixão florido, lá dentro tem um defunto.
- A reputação da
igreja era entre as pessoas e não diante de Deus .
A igreja tinha fama,
mas não vida. Tinha pompa, mas não Pentecoste. Tinha exuberância de vida diante
dos homens, mas estava morta diante de Deus. Deus não vê como vê o homem. A
fama diante dos homens nem sempre é glória diante de Deus. Aquela igreja estava
se transformando apenas em um clube.
- A fé exercida pela
igreja era apenas nominal - O Cristianismo da igreja era apenas nominal. Seus
membros pertenciam a Cristo apenas de nome, porém não de coração. Tinham fama
de vivos; mas na realidade estavam mortos. Fisicamente vivos, espiritualmente
mortos.
Ilustração: O pastor
que anunciou o funeral da igreja. E colocou espelho no fundo do caixão.
2. Quando há crentes
que estão no CTI espiritual em adiantado estado de enfermidade espiritual - v.
2 - Na igreja havia crentes
espiritualmente em estado terminal – A maioria dos crentes apenas tinha seus
nomes no rol da igreja, mas não no Livro da Vida. Mas havia também crentes
doentes, fracos, em fase terminal. O mundanismo adoece a igreja. O pecado mata
a vontade de buscar as coisas de Deus. O pecado mata os sentimentos mais
elevados e petrifica o coração. No começo vem dúvidas, medo, tristeza, depois a
consciência cauteriza, perde a vergonha. Ilustração: A bebida é a mistura do
sangue do pavão, leão, macaco e porco.
3. Quando há crentes
que embora estejam em atividade na igreja, levam uma vida sem integridade - v.
2 - Esses crentes têm vida dupla - Suas obras
não são íntegras. Eles trabalham, mas apenas sob as luzes da ribalta. Eles
promovem seus próprios nomes e não o de Cristo. Buscam a sua própria glória e
não a de Cristo. Honram a Deus com os lábios, mas o coração está longe do
Senhor (Is 29:13). Os cultos são solenes, mas sem vida, vazios de sentido. A
vida dos seus membros estava manchada pelo pecado. Esses crentes são como os
hipócritas - dão esmolas, oram, jejuam, entregam o dízimo, com o fim da ganhar
a reputação de serem religiosos. Eles são como sepulcros caiados. Ostentam
aparência de piedade, mas negam seu poder (2 Tm 3:5). E formalidade sem poder,
reputação sem realidade, aparência externa sem integridade interna,
demonstração sem vida. Esses crentes
vivem um simulacro da fé, um faz-de-conta da religião - Cantam hinos de
adoração, mas a mente está longe de Deus. Pregam com ardor, mas apenas para
exibir sua cultura. Deus quer obediência, a verdade no íntimo. Caim ofertou a
Deus, mas sua vida e seu culto foram rejeitados. O povo na época de Isaías
comparecia ao templo, mas Deus estava cansado de suas cerimônias pomposas sem o
acompanhamento da vida santa. Ananias e Safira ofertam, mas para a promoção de
seus próprios nomes. Em Sardes os crentes estão falsamente satisfeitos e
confiantes; são falsamente ativos, falsamente devotos e falsamente fiéis.
4. Quando há crentes
se contaminando abertamente com o mundanismo - v. 4 - A causa da morte da igreja de Sardes era não a
perseguição, nem a heresia, mas o mundanismo - Onde reina a morte pelo pecado,
não há morte pelo martírio. A maioria dos crentes estava contaminando as suas
vestiduras. Isso é um símbolo da corrupção. O pecado tinha se infiltrado na
igreja. Por baixo da aparência piedosa daquela respeitável congregação havia
impureza escondida na vida de seus membros. Viviam uma vida moralmente frouxa -
O mundo estava entrando dentro da igreja. A igreja estava se tornando amiga do
mundo, amando o mundo e se conformando com ele. O fermento do mundanismo estava
se espalhando na massa e contaminando a maioria dos crentes.
Os crentes não tinham
coragem de ser diferentes. Eram como Sansão (Jz 14:10) e não como Daniel (Dn
1:8), que resolveu firmemente em seu coração não se contaminar.
II. OS IMPERATIVOS
PARA O REAVIVAMENTO
Aqui estão cinco imperativos de Jesus para a
igreja:
1) Sê vigilante;
2) Fortaleça ou
consolida o que resta;
3) Lembre-se;
4) Obedeça;
5) Arrependa-se.
Podemos sintetizar esses imperativos de Jesus, em três aspectos básicos:
1. Uma volta urgente
à Palavra de Deus - v. 3 - O que é que eles ouviram e deviam lembrar,
guardar e voltar? A Palavra de Deus - A igreja tinha se apartado da pureza da
Palavra. O reavivamento é resultado dessa lembrança dos tempos do primeiro amor
e dessa volta à Palavra. Uma igreja pode ser reavivada quando ela volta ao
passado e lembra os tempos antigos, do seu fervor, do seu entusiasmo, da sua
devoção a Jesus. Deixemos que a história passada nos desafie no presente a
voltarmos para a Palavra de Deus. Lembra-te - "presente imperativo" =
segue recordando, nunca esqueça de recordar. Arrepende-te - "aoristo
imperativo" = ação completada. Um momento de fazer opção e deixar o mundo
para trás, um corte radical com o estilo de vida mundano. Guarda-o -
"presente imperativo" = Não deixe de guardar o evangelho. Observa-o. Obedeça-o.
Deixe de ser um crente claudicante, que está firme hoje e capenga amanhã.
Quando uma igreja experimenta um reavivamento
ela passa a ter fome da Palavra - O primeiro sinal do reavivamento é a volta do
povo de Deus à Palavra. Os crentes passam a ter fome de Deus e da sua Palavra.
Começam a se dedicar ao estudo das Escrituras. Abandonam o descaso e a
negligência com a Palavra. A Palavra torna-se doce como o mel. As antigas
veredas se fazem novas e atraentes. A Palavra torna-se viva, deleitosa, transformadora.
O verdadeiro avivamento é fundamentado na Palavra, orientado e limitado por ela
- Ele tem na Bíblia a sua base, sua fonte, sua motivação, seu limite e seus
propósitos. Avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto
festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres
extraordinários. O reavivamento é bíblico ou não vem de Deus.
2. Uma volta à
vigilância espiritual - v. 2 - Sardes
caiu porque não vigiou - A cidade de Sardes fora invadida e dominada duas vezes
porque se sentia muito segura e não vigiou. Jesus alerta a igreja que se ela
não vigiar, se ela não acordar, ele virá a ela como o ladrão de noite,
inesperadamente. Para aqueles que pensam que estão salvos, mas ainda não se
converteram, aquele dia será dia de trevas e não de luz (Mt 7:21-23). A igreja
precisa estar vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do
pecado - Fuja de lugares, situações, pessoas. Cuidado com a vaidade do mundo.
Alguns membros da igreja em Sardes estavam sonolentos e não mortos - E Jesus os
exorta a se levantarem desse sono letárgico (Ef 5:14). Há crentes que estão
dormindo espiritualmente. São acomodados, indiferentes às coisas de Deus. Não
têm apetite espiritual. Não vibram com as coisas celestiais. Os crentes fiéis
(v. 4) precisam fortalecer os que estavam com um pé na cova e arrancar aqueles
que estavam se contaminando com o mundo - Precisamos vigiar não apenas a nós
mesmos, mas os outros também. Uma minoria ativa pode chamar de volta a maioria
da morte espiritual. Um remanescente robusto pode fortalecer o que resta e que
estava para morrer (v. 4). Precisamos vigiar e orar - Os tempos são maus. As
pressões são muitas. Os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de
Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os
crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o
mundo. A igreja de Sardes não era uma igreja herética e apóstata - Não havia
heresias nem falsos mestres na igreja. A igreja não sofria perseguição, não era
perturbada por heresias, não era importunada por oposição dos judeus. Ela era
ortodoxa, mas estava morta. O remanescente fiel devia estar vigilante para não
cair em pecado e também para preservar uma igreja decadente da extinção, restabelecendo
sua chama e seu ardor pelo Senhor.
3. Uma volta à
santidade - v. 4 - O torpor espiritual em Sardes não tinha atingido a todos -
Ainda havia algumas pessoas que permaneciam fiéis a Cristo. Embora a igreja
estivesse cheia, havia apenas uns poucos que eram crentes verdadeiros e que não
haviam se contaminado com o mundo. A maioria dos crentes estava vivendo com
vestes manchadas, e não tendas obras íntegras diante de Deus. As vestes sujas
falam de pecado, de impureza, de mundanismo -Obras sem integridade falam de
caráter distorcido, de motivações erradas, de ausência de santidade.
III. O AGENTE DO
REAVIVAMENTO
1. Jesus conhece o
estado da igreja - v. 1 - Jesus conhece as obras da igreja - Ele conhece a
nossa vida, nosso passado, nossos atos, nossas motivações. Seus olhos são como
chama de fogo. Ele vê tudo e a tudo sonda. A vê que a igreja de Esmirna é
pobre, mas aos olhos de Deus é rica. Ele vê que na igreja apóstata de Tiatira,
havia um remanescente fiel. Ele vê que a igreja que tem uma grande reputação de
ser viva e avivada como Sardes, está morta. Ele vê que uma igreja que tem pouca
força como Filadélfia tem uma porta aberta. Ele vê que uma igreja que se
considera rica e abastada como Laodicéia não passa de uma igreja pobre e
miserável. Jesus conhece também esta igreja. Sabe quem somos, como estamos e do
que precisamos.
2. Jesus é o dono da
igreja - v. 1 - Ele tem as sete estrelas - As estrelas são os anjos das sete
igrejas. As estrelas estão nas mãos de Jesus. A igreja pertence a Jesus. Ele
controla a igreja. Ele tem autoridade e poder para restaurar a sua igreja. Ele
disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja. Ele pode
levantar a igreja das cinzas. Ele tem tudo em suas mãos. Cristo é o dono da
igreja. Ele tem cuidado da igreja. Ele a exorta, consola, cura e restaura.
3. Jesus é quem pode
reavivar a igreja por meio do seu Espírito - v. 1 - Jesus tem e oferece a
plenitude do Espírito Santo à igreja – O problema da igreja de Sardes era morte
espiritual; Cristo é o que tem o Espírito Santo, o único que pode dar vida. A
igreja precisa passar por um avivamento ou enfrentará um sepultamento. Somente
o sopro do Espírito pode trazer vida para um vale de ossos secos. O profeta
Ezequiel fala sobre o vale de ossos secos. "Filho do homem, poderão
reviver esses ossos? Senhor Deus, tu o sabes".
Uma igreja morta,
enferma e sonolenta precisa ser reavivada pelo Espírito Santo - Só o Espírito
Santo pode dar vida, e restaurar a vida. Só o sopro de Deus pode fazer com que
o vale de ossos secos transforme-se num exército. Jesus é aquele que tem o
Espírito e o derrama sobre a sua igreja. É pelo poder do Espírito que a igreja
se levanta da morte, do sono e do mundanismo para servir a Deus com entusiasmo.
Jesus é quem envia o Espírito à igreja para reavivá-la - O Espírito Santo é o
Espírito de vida para uma igreja morta. Quando ele sopra, a igreja morta e
moribunda levanta-se. Quando ele sopra nossa adoração formal passa a ter vida
exuberante. Quando ele sopra os crentes têm deleite na oração. Quando ele sopra
os crentes são tomados por uma alegria indizível. Quando ele sopra os crentes
testemunham de Cristo com poder. A Palavra diz que devemos orar no Espírito,
pregar no Espírito, adorar no Espírito, viver no Espírito e andar no Espírito.
Uma igreja inerte só pode ser reavivada por ele. Uma igreja sonolenta só pode
ser despertada por ele. Uma igreja fraca, fortalecida. Uma igreja morta,
receber vida. Oh! que sejamos crentes cheios do Espírito de Cristo. Uma coisa é
possuir o Espírito, outra é ser possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo
Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente,
outra é ter o Espírito presidente.
IV. AS BÊNÇÃOS DO
REAVIVAMENTO
1. Santidade agora, é
garantia de glória no futuro - v. 5 - A
maioria dos crentes de Sardes tinha contaminado suas vestiduras, isto é,
tornaram-se impuros pelo pecado. O vencedor receberia vestes brancas, símbolo
de festa, pureza, felicidade e vitória. Sem santidade não há salvação. Sem
santificação ninguém verá a Deus. Sem vida com Deus aqui, não haverá vida com
Deus no céu. Sem santidade na terra não há glória no céu.
2. Quem não se
envergonha de Cristo agora, terá seu nome proclamado no céu por Cristo - v. 5 -
Quando uma pessoa morre, tiramos o atestado de óbito. Tira o nome do livro dos
vivos. Os nomes dos mortos não constam no registro dos vivos. O salvo jamais
será tirado do rol do céu. Aqueles que estão mortos espiritualmente e negam a
Cristo nesta vida não têm seus nomes escritos no livro da Vida. Mas aqueles que
confessam a Cristo, e não se envergonham do seu nome, terão seus nomes
confirmados no livro da vida e seus nomes confessados por Cristo diante do Pai.
Os crentes fiéis confessam e são confessados. Nosso nome pode constar do
registro de uma igreja sem estar no registro de Deus. Ter apenas a reputação de
estar vivo é insuficiente. Importa que o nosso nome esteja no livro da vida a
fim de que seja proclamado por Cristo no céu (Mt 10:32).
Quem tem ouvidos, ouça o que Espírito diz às igrejas! Que Deus envie
sobre nós, nestes dias, um poderoso reavivamento!
APOCALIPSE 3:7-13
IGREJA, OLHE PARA AS OPORTUNIDADES
E NÃO PARA OS OBSTÁCULOS
1. Jesus envia cartas
às sete igrejas da Ásia. Para duas igrejas Jesus só tinha elogios: Esmirna e
Filadélfia. Para quatro igrejas Jesus tinha elogios e críticas: Éfeso, Pérgamo,
Tiatira e Sardes. Para uma igreja Jesus só tinha críticas: Laodicéia.
2. Nessas cartas
Jesus revela que ele não vê a igreja com os mesmos critérios que vemos. As
igrejas nem sempre são o que aparentam ser. Há gritantes contrastes quando as
igrejas estão sob o olhar perscrutador de Jesus:
a) Éfeso era uma
igreja ortodoxa, mas sem amor.
b) Esmirna era uma
igreja pobre diante dos homens, mas rica aos olhos de Jesus.
c) Pérgamo era o
lugar onde estava o trono de Satanás, mas Antipas está pronto a morrer como
mártir por amor a Cristo.
d) Tiatira a igreja
se torna mundana como a cidade, mas uns poucos crentes permanecem fiéis.
e) Sardes tem fama de
uma igreja viva, mas aos olhos de Cristo ela está morta, outros estão no CTI
espiritual e poucos ainda não se contaminaram.
f) Filadélfia tem
pouca força aos olhos do mundo, mas é uma igreja fiel, diante de quem Jesus
colocou uma porta aberta.
g) Laodicéia
considera-se rica e abastada, mas aos olhos de Cristo é pobre, cega e nua.
3. Filadélfia era a
mais jovem das sete cidades. Fundada por colonos provenientes de Pérgamo sob o
reinado de Atalo II nos anos de 159 a 138 a. C. A cidade estava situada num
lugar estratégico, na principal rota do Correio Imperial de Roma para o
Oriente. A cidade era chamada a porta do Oriente. Também era chamada de pequena
Atenas, por ter muitos templos dedicados aos deuses. A cidade estava cercada de
muitas oportunidades.
4. Átalo amava tanto
a seu irmão EUMENES que apelidou-o de "philadelphos" = o que ama a
seu irmão, que deu esse nome à cidade.
5. Para esta jovem
igreja Jesus envia esta carta e nos ensina várias lições.
I. JESUS NÃO SÓ
CONHECE A IGREJA, ELE TAMBÉM CONHECE A CIDADE ONDE A IGREJA ESTÁ INSERIDA
A mensagem de Jesus à igreja é
contextualizada. Jesus conhecia a igreja e a cidade. Ele fazia uma leitura das
Escrituras e também do povo. Sua mensagem era absolutamente pertinente e
contextualizada. Ele falava uma linguagem que o povo podia entender. Ele criava
pontes de comunicação: Precisamos conhecer a Bíblia e conhecer a cidade onde
estamos. Precisamos conhecer a mensagem e conhecer o povo para quem
ministramos. Precisamos interpretar as Escrituras e a congregação, que
participamos. As estratégias que são boas para uma cidade podem não ser
pertinentes para outra. Os métodos usados num bairro podem não ser adequados
para outro. Precisamos ousar mudar os métodos sem mudar o conteúdo do
evangelho.
1. A cidade foi
fundada para ser uma porta aberta de divulgação da cultura e do idioma grego na
Ásia - Átalo criou a cidade para ser
embaixadora da cultura helênica, missionária da filosofia grega, mas Cristo diz
para a igreja que ele colocou uma porta aberta diante da igreja para ela
proclamar não a cultura grega, mas o evangelho da salvação.
2. A cidade foi
castigada por vários terremotos e as pessoas viviam assustadas pela
instabilidade - Existiam muitos terremotos e grandes tremores de terra na
cidade de Filadélfia. Muitos viviam em tendas fora da cidade. Paredes rachadas
e desabamentos eram coisas comuns na cidade. Era uma região perigosamente
vulcânica. O terremoto do ano 17. d.C, que destruiu Sardes, também atingiu
Filadélfia. Mas para a igreja assustada com os abalos sísmicos da cidade, Jesus
diz: "Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais
sairá..." (v. 12).
3. A cidade foi
batizada com um novo nome depois de sua reconstrução - Por volta do ano 90 d.C,
com a ajuda imperial, Filadélfia tinham sido completamente reconstruída. Em
gratidão passaram o nome da cidade para NEOCESARÉIA - a nova cidade de César.
Mais tarde, no tempo de Vespasiano, a cidade voltou a trocar de nome, FLAVIA,
pois Flávio era o apelido do imperador. Jesus então, aproveita esse gancho
cultural para falar à igreja que os vencedores teriam um novo nome: "...
gravarei sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova
Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome"
(v. 12). A igreja terá o nome de Deus nela gravado e não o nome de César.
II. JESUS NÃO APENAS
CONHECE A IGREJA, ELE SE APRESENTA COMO SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS QUE ATINGEM A
IGREJA
1. Para uma igreja
perseguida pelos falsos mestres, Jesus se apresenta como o Santo e o Verdadeiro
- v. 7 - Jesus não apenas se apresenta
como Deus, mas destaca que ele é separado, possui santidade absoluta em contraste
com os que vivem em pecado. Cristo é santo em seu caráter, obras e propósitos.
Ele não é a sombra da verdade, é sua essência. Ele é Deus confiável, real em
contraste com os que mentem (v. 9). Ele não é uma cópia de Deus. Ele é o Deus
verdadeiro. Havia centenas de divindades naqueles dias, mas somente Jesus
poderia reivindicar o título de verdadeiro Deus. Ainda hoje há seitas que se
consideram os únicos salvos e os únicos fiéis que servem a Deus e não ousam
atacar os crentes. Mas esses mestres mentem. Com eles não está a verdade.
Devemos olhar não para suas palavras insolentes, mas para o Senhor Jesus que é
santo e verdadeiro.
2. Para uma igreja
sem forças aos olhos do mundo, Jesus a parabeniza pela sua fidelidade - v. 8 - A igreja tem pouca força, talvez por ser
pequena; talvez por ser formada de crentes pobres e escravos; talvez por não
ter influência política e social na cidade, mas ela tem guardado a Palavra de
Cristo e não tem negado o seu nome. A igreja era pequena em tamanho e em força,
mas grande em poder e fidelidade. Deus na verdade escolhe as coisas fracas para
envergonhar as fortes. Sardes tinha nome e fama, mas não vida. Filadélfia não
tinha fama, mas tinha vida e poder. A
igreja tinha pouca força, mas Jesus colocou diante dela uma porta aberta, que
ninguém pode fechar. A igreja é fraca, mas seu Deus é onipotente. A nossa força
não vem de fora nem de dentro, mas do alto.
3. Para uma igreja
perseguida e odiada pelo mundo, Jesus diz que ela é a sua amada - v. 9 - Os
judeus diziam que os crentes não eram salvos, porque não eram descendentes de
Abraão, e por isso, não tinham parte na herança de Deus (v. 9). Mas Jesus diz
que não é a igreja que vai se dobrar ao judaísmo, mas os judeus é que
reconhecerão que Jesus é o Messias e virão e reconhecerão que a igreja é o povo
de Deus e verão que Jesus ama a sua igreja. A igreja será honrada. Aqui Cristo
está com ela. No céu nós reinaremos com ele e nos assentaremos em tronos para
julgarmos o mundo. Nós somos o povo amado de Deus, seu rebanho, sua vinha, sua
noiva, a sua delícia, a menina dos seus olhos.
4. Para uma igreja
que guardou a Palavra de Cristo nas provações. Cristo promete guardá-la das
provações que sobrevirão - v. 10 - A igreja foi fiel a Cristo, Cristo a
guardará na tribulação. A igreja guardou a Palavra, Cristo guardará a igreja. A
igreja de Filadélfia não transigiu nem cedeu às pressões. Ele preferiu ser
pequena e fiel a ser grande e mundana. Hoje muitas igrejas têm abandonado o
Antigo Evangelho por outro evangelho, mais palatável, mais popular, mais
adocicado; um evangelho centrado no homem, não em Deus. Cristo é o protetor da igreja. As portas do
inferno não prevalecerão contra ela. Ele é um muro de fogo ao seu redor. Ela é
o povo selado de Deus e maligno nem seus terríveis agentes podem tocar na
igreja de Cristo. Ela está segura nas mãos do Senhor. Castelo Forte: "Se nos quisessem
devorar/Demônios não contado/Não nos iriam derrotar/Nem ver-nos
assustados". Jesus usa nesta carta três símbolos que regem toda a
mensagem: uma porta aberta, a chave de Davi, coluna no santuário de Deus. É
colocada diante da igreja uma porta aberta que ninguém pode fechar (v. 8).
Cristo é chamado como aquele que tem a chave de Davi (v. 7), enquanto o
vencedor é feito uma coluna no santuário de Deus (v. 12). Essas três figuras
sugerem os três próximos pontos dessa mensagem.
III. JESUS NÃO APENAS
CONHECE AS FRAQUEZAS DA IGREJA, MAS COLOCA DIANTE DELA UMA GRANDE OPORTUNIDADE
- V. 8
1. A primeira porta
aberta é a oportunidade da salvação - Jesus disse em João 10:9 que ele é a
porta da salvação, da liberdade e da provisão. Ele também usou essa figura no
sermão do monte: "Entrai pela porta estreita (larga é a porta, e espaçoso,
o caminho que conduz para a perdição, e são muitos os que entram por ela),
porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para a vida, e são
poucos os que acertam com ela" (Mt 7:13-14). Vemos aqui duas portas, e
ambas estão abertas: uma abre sobre uma rua larga e cheia de gente que caminha
para a destruição, o inferno. A outra porta abre-se para um caminho estreito e
escassamente povoado que leva à vida eterna. Jesus contrasta dois caminhos,
duas portas, dois destinos. Ambas as portas estão abertas e convidando as
pessoas. Para entrar na porta estreita é preciso se curvar, não se podem levar
bagagem e só pode passar um de cada vez.
2. A segunda porta
aberta é a oportunidade da evangelização - As angústias da cidade, são como que
o grito de socorro dos homens, carentes do evangelho. Jesus fala de uma porta
de oportunidade para se pregar o evangelho. Paulo via a idolatria da cidade de
Atenas como uma porta aberta para falar do Deus desconhecido.
Quando Paulo ficou
três anos em Éfeso pregando o Reino ele disse: "se abriu para mim uma
porta ampla e promissora" (1 Co 16:9). Quando estava preso em Roma, apesar
de já ter resultados tão fantásticos, conforme relato de Filipenses 1, ele pede
a igreja: "Orem também por nós, para que Deus abra uma porta para a nossa
mensagem, a fim de que possamos proclamar o mistério de Cristo...” (Cl 4:3-4).
A igreja de Filadélfia tinha três problemas para aproveitar a oportunidade dessa porta aberta
a) A igreja era muito
fraca (v. 8) - congregação pequena, formada de crentes pobres e escravos,
fazendo com que tivesse pouca influência sobre a cidade. Mas isso não devia
detê-la no evangelismo.
b) Havia oposição à
igreja na cidade (v. 9) - Os judeus, chamados por Jesus, sinagoga de Satanás,
perseguiu a igreja. No começo os crentes começaram a recuar, então Cristo disse
para a igreja: eu coloquei diante de vocês uma porta aberta que ninguém pode
fechar. Aqueles que hoje perseguem vocês, virão e se prostrarão diante de vocês
e saberão que os amei.
c) A ameaça de futura
tribulação (v. 10) - Seria aquele momento apropriado para evangelismo? Não
seria um tempo para recolher-se e manter-se seguro, em vez de avançar? Cristo
diz não! Ele promete guardar a igreja e a encoraja a cruzar a porta aberta sem
medo. Não basta ser um igreja que guarda a Palavra (v. 8). É preciso proclamar
a Palavra. Não basta não negar o nome de Cristo (v. 8). É preciso anunciá-lo.
Não basta ser uma igreja ortodoxa, é preciso ser uma igreja missionária! Assim
como a cidade tinha uma missão ser a missionária da cultura grega, a igreja
deveria ser a missionária do evangelho. A porta estava aberta. A porta está
aberta, precisamos aproveitar as oportunidades enquanto é dia!
3. Quais são as
portas abertas que Jesus tem colocado diante da nossa igreja?
a) Evangelização
através da Escola Dominical e dos cultos, convidem seus amigos.
b) Evangelização
através de reuniões nos lares. Convide seus amigos para estudar a Bíblia com
você.
c) Evangelização
através dos encontros de casais.
d) Evangelização
através dos meios de comunicação: Televisão, rádio, internet, livros, fitas,
Cd's, DVD's, folhetos.
e) Abertura de novas
congregações em nossa cidade.
IV. JESUS NÃO APENAS
CONHECE AS DIFICULDADES DA IGREJA, MAS DÁ-LHE UMA GRANDE GARANTIA - V.7
1. Jesus tem em suas
mãos toda autoridade - Quem tem as chaves tem a autoridade. Jesus tem não
apenas as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18), mas também tem a chave de
Davi, a chave da salvação e da evangelização. Ninguém pode entrar até que
Cristo tenha aberto a porta. Nem pode alguém entrar quando ele a fecha. Se a
porta é símbolo da oportunidade da igreja, a chave é símbolo da autoridade de
Cristo.
2. Jesus tem em suas
mãos a chave da salvação - Ninguém senão Jesus pode abrir a porta da salvação.
A chave está na mão de Cristo e não de Pedro. Jesus na verdade disse a Pedra:
"Dar-te-ei as chaves do reino dos céus" (Mt.16:19). E Pedro usou-as.
Foi por meio da sua pregação que os primeiros judeus foram convertidos no
Pentecoste (At.2). Foi mediamente a imposição das suas mãos e de João que o
Espírito Santo foi dado aos primeiros crentes samaritanos (At.8). Foi através
do seu ministério que Cornélio e sua casa, os primeiros gentios foram salvos
(At.10). Pedro de fato abriu o reino do céu para os primeiros judeus, os
primeiros samaritanos e os primeiros gentios. Mas as chaves estão agora nas
mãos de Jesus. A porta da salvação foi e ainda está aberta. Todo aquele se
arrepende e crê pode entrar. Mas um dia essa porta será fechada. O próprio
Cristo a fechará. Porque a chave que a abriu irá fechá-la novamente. E quando
ele fechá-la ninguém poderá abri-la. Tanto a admissão como a exclusão estão
unicamente em seu poder. Jesus alertou para o perigo das pessoas encontrarem a
porta da salvação fechada. Ler LUCAS.13:24-28: "...". É possível uma
pessoa ser batizada, participar da comunhão e assim mesmo ficar de fora da
porta da salvação.
3. Jesus tem a chave
da evangelização - Precisamos compreender a soberania de Cristo na realização
da sua obra. Há portas abertas e portas fechadas. Quando ele abre ninguém fecha
e quando ele fecha ninguém abre. Ninguém pode deter a igreja quando ela pelas
portas que o próprio Cristo abriu. Exemplo: Pedro esta preso e ameaçado de
morte. Mas o portão de ferro abriu-se automaticamente. Paulo e Barnabé na
primeira viagem missionária apesar de serem perseguidos e Paulo apedrejado
viram as maravilhas de Deus e relataram à igreja: "reunida a igreja,
relataram quantas coisas Deus fizera com eles, e como abrira aos gentios a
porta da fé" (At.14:22). Cristo tem as chaves e abre as portas. Tentar
entrar quando as portas estão fechadas é insensatez. Deixar de entrar quando
estão abertas é desobediência. Ouvimos hoje um clamor:
"Passa a
Macedônia e ajuda-nos”. Não podemos deixar nossos ouvidos surdos a esse clamor.
Evangelismo é uma tarefa imperativa, intransferível e inadiável. Esta igreja
tem o projeto de plantar novas igrejas na Costa Oeste de Vitória e em outros
bairros. As portas estão abertas!
V. JESUS NÃO APENAS
CONHECE A POBREZA DA IGREJA, MAS PROMETE A ELA UMA GRANDE RECOMPENSA E UMA
GLORIOSA HERANÇA - V. 12
1. Permaneça firme
até a segunda vinda de Cristo - v. 11 - Jesus envia uma telegrama à igreja:
"Eis que venho sem demora!" (v. 11). É só mais um pouco e chegará o
dia da recompensa. A herança que ele preparou para nós é gloriosa. Cristo virá
em breve. Não precisamos de nada novo. Precisamos guardar o que temos. Precisamos
proclamar o que já possuímos. A coroa aqui não é a salvação, mas o privilégio
de aproveitarmos as oportunidades de Deus na proclamação do evangelho. Jesus
disse para a igreja de Éfeso que se ela não se arrependesse, ele removeria o
seu candeeiro, e removeu!
2. O vencedor será
coluna no santuário de Deus - v. 12 - Se
nos tornarmos peregrinos nessa vida, seremos uma coluna inabalável na próxima.
Aqui os terremotos da vida podem nos abalar, mas no céu estaremos tão firmes e
sólidos como a coluna do santuário de Deus.
3. O vencedor terá
gravado em sua vida um novo nome - v. 12 - Esse novo nome terá o nome de Deus,
da igreja, a nova Jerusalém e o novo nome de Cristo. Pertencemos para sempre a
Deus, a Cristo e ao seu povo. Viveremos com ele em glória. A porta aberta representa a oportunidade da
igreja. A chave de Davi, a autoridade de Cristo. E a coluna do templo de Deus,
a segurança do vencedor. Cristo tem as chaves. Cristo abriu as portas. Cristo
promete fazer-nos seguros como as sólidas colunas do templo de Deus. Quando ele
abre as portas nós devemos trabalhar. Quando ele fecha as portas nós devemos
esperar. Acima de tudo, devemos ser fiéis a ele para vermos as oportunidades e
não os obstáculos. Agora é conosco. As portas ainda permanecem abertas. Cristo convida-nos
primeiramente a entrar pela porta da salvação, e em seguida, pela porta do
serviço, da evangelização. Igreja, veja as oportunidades e não os obstáculos!
APOCALIPSE 3:14-22
UMA CONVOCAÇÃO URGENTE AO
FERVOR ESPIRITUAL
1. De todas as cartas
às igrejas da Ásia, esta é a mais severa. Jesus não faz nenhum elogio à igreja
de Laodicéia.
2. A única coisa boa
em Laodicéia era a opinião da igreja sobre si mesma e, ainda assim,
completamente falsa.
3. A cidade de
Laodicéia foi fundada em 250 a.C, por Antíoco da Síria. A cidade era importante
pela sua localização. Ficava no meio das grandes rotas comerciais. Era uma
cidade rica e opulenta.
4. A igreja tinha a
cara da cidade. Em vez de transformar a cidade, ela tinha se conformado à
cidade. Laodicéia era a cidade da transigência e a igreja tornou-se também uma
igreja transigente. Os crentes eram frouxos, sem entusiasmo, débeis de caráter,
sempre prontos a comprometerem-se com o mundo, descuidados. Eles pensavam que
todos eles eram pessoas boas. Eles estavam satisfeitos com sua vida espiritual.
5. A igreja de
Laodicéia é a igreja popular, satisfeita com a sua prosperidade, orgulhosa de
seus membros ricos. A religião deles era apenas uma simulação.
6. A cidade de
Laodicéia destacava-se por quatro características:
1) Centro bancário e
financeiro - Era uma das cidades mais ricas do mundo. Lugar de muitos
milionários. Em 61 d.C, foi devastada por um terremoto e reconstruída sem
aceitar ajuda do imperador. Os habitantes eram jactanciosos de sua riqueza. A
cidade era tão rica que não sentia necessidade de Deus.
2) Centro de
indústria de tecidos - Em Laodicéia produzia-se uma lã especial famosa no mundo
inteiro. A cidade estava orgulhosa da roupa que produzia.
3) Centro médico de
importância - Ali havia uma escola de medicina famosíssima. Fabricava-se ali
dois ungüentos quase milagrosos para os ouvidos e os olhos. 0 pó frígio para
fabricar o colírio era o remédio mais importante produzido na cidade. 4) Centro
das águas térmicas - A região era formada por três cidades: Colossos,
Hierápolis e Laodicéia. Em Colossos ficavam as fontes de águas frias e em
Hierápolis havia fonte de água quente, que em seu curso sobre o planalto
tornava-se morna, e nesta condição fluía dos rochedos fronteiros a Laodicéia.
Tanto as águas quentes de Hierápolis, como as águas frias de Colossos eram
terapêuticas, mas as águas mornas de Laodicéia eram intragáveis.
I. O DIAGNÓSTICO QUE
CRISTO FAZ DA IGREJA
O Cristo que está no
meio dos candeeiros e anda no meio dos candeeiros, sonda a igreja de Laodicéia
e chega ao seguinte diagnóstico: A igreja tinha perdido seu vigor (v. 16-17),
seus valores (v. 17-18), sua visão (v. 18b) e. suas vestimentas (v. 17-22).
Vejamos o diagnóstico de Cristo.
1. Jesus identificou
a falta de fervor espiritual da igreja - v. 15 - Na vida cristã há três
temperaturas espirituais: 1) Um coração ardente (Luc 24:32); 2) Um coração frio
(Mt 24:12), e 3) Um coração morno (Ap 3:16). Jesus e Satanás conhecem a maré
espiritual baixa da igreja. Nada se informa sobre tentação, perseguição,
negação, apostasia ou abalos nessa igreja. O problema da igreja de Laodicéia
não era teológico nem moral. Não havia falsos mestres, nem heresias. Não havia
pecado de imoralidade nem engano. Não há na carta menção de hereges,
malfeitores ou perseguidores. O que faltava à igreja era fervor espiritual.
A vida espiritual da
igreja era morna, indefinível, apática, indiferente e nauseante. A igreja era
acomodada. O problema da igreja não era heresia, mas apatia. Nosso fogo
espiritual íntimo está em constante perigo de enfraquecer ou morrer. O braseiro
deve ser cutucado, alimentado e soprado até incendiar. Muitos fogem do fervor
com medo do fanatismo. Mas fervor não é o mesmo que fanatismo. Fanatismo é um
fervor irracional e estúpido. É um entrechoque do coração com a mente. Jonathan
Édwards disse que precisamos ter luz na mente e fogo no coração. A verdade de
Deus é lógica em fogo. Muitos crentes têm medo do entusiasmo. Mas entusiasmo é
parte essencial do Cristianismo. Não podemos ter medo das emocões, mas do emocionalismo.
2. Jesus identificou
que um crente morno é pior do que um incrédulo frio - v. 15 - É melhor ser
frígido do que tépido ou momo. E mais honroso ser um ateu declarado do que ser
um membro incrédulo de uma igreja evangélica. A queixa de Jesus contra os
fariseus era contra a hipocrisia deles. Alguém que nunca fez profissão de fé e
tem a consciência de sua completa falta de vida moral é muito mais fácil de ser
ajudado que algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida
espiritual. Uma pessoa morna é aquela em
que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser, de um lado, e o que ela
realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira condição.
3,Jesus identificou
que a autoconfiança da igreja era absolutamente falsa - v. 17
a) A tragédia do
auto-engano (v. 17) - Laodicéia se considerava rica e era pobre. Sardes se
considerava viva e estava morta. Esmirna se considerava pobre, mas era rica.
Filadélfia tinha pouca força, mas Jesus colocara diante dela uma porta aberta.
O fariseu deu graças por não ser como os demais homens. Muitos no dia do juízo
vão estar enganados (Mt 7:21-23). A igreja era morna devido à ilusão que
alimentava a respeito de si mesma.
b) A tragédia da
auto-satisfação (v. 17) - A igreja disse: "Não preciso de coisa
alguma". A igreja de Laodicéia era morna em seu amor a Cristo, mas amava o
dinheiro. O amor ao dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa
auto-satisfação. A igreja não tinha consciência de sua condição. A lenda de
Narciso.
c) A tragédia de não
ser o que se projetou ser e ser o que nunca se imaginou ser (v. 17c) - Estava
orgulhosa do seu ouro, roupas e colírio. Mas era pobre, nua e cega.
- A congregação de
Laodicéia fervilhava de freqüentadores presunçosos. Eles diziam: Estou rico e
abastado e não preciso de coisa alguma. Os crentes eram ricos. Freqüentavam as
altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso
centro médico, bancário e comercial.
- O orgulho de
Laodicéia era contagioso. Os cristãos contraíram a epidemia. O espírito de
complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja
tornaram-se convencidos e vaidosos.
- Eles achavam que
estavam indo maravilhosamente bem em sua vida religiosa. Mas Cristo teve de
acusá-los de cegos e mendigos nus. Mendigos apesar de seus bancos, cegos apesar
de seus pós frígios e nus apesar de suas fábricas de tecidos.
- São mendigos porque
não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque não tem roupas
adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos porque não conseguem
enxergar a sua pobreza espiritual.
4. Jesus revelou que
um crente morno em vez de ser o seu prazer, lhe provoca náuseas - v.16 - Você
só vomita, o que ingeriu. Só joga fora o que está dentro. A igreja de Laodicéia
era de Cristo, mas em vez de dar alegria a Cristo estava provocando náuseas
nele. Uma religião morna provoca náuseas. Jesus tinha muito mais esperança nos
publicanos e pecadores do que orgulhosos fariseus.
Fomos salvos para nos
deleitarmos em Deus e sermos a delícia de Deus. Somos filhos de Deus, herdeiros
de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus. Mas,
quando perdemos nossa paixão, nosso fervor, nosso entusiasmo, provocamos dor em
nosso Senhor, náuseas no nosso Salvador. Cristo repudiará totalmente aqueles
cuja ligação com ele é puramente nominal e superficial. A igreja de Laodicéia
desapareceu. Da cidade só restam ruínas. A igreja perdeu o tempo da sua
oportunidade.
II. O APELO QUE
CRISTO FAZ À IGREJA
1. Cristo se
apresenta à igreja como um mercador espiritual - v. 18 - Cristo prefere dar conselhos em vez de
ordens - Sendo soberano do céu e da terra, criador do universo, tendo
incontáveis galáxias de estrelas na ponta dos dedos, tendo o direito de emitir
ordens para que lhe obedeçamos, prefere dar conselhos. Ele poderia ordenar, mas
prefere aconselhar. A suficiência está em Cristo - A igreja julgava-se
auto-suficiente, mas os crentes deveriam encontrar sua suficiência em Cristo.
"Aconselho-te que compres DE MIM...”. Cristo se apresenta como mascate
espiritual - Cristo se apresenta à igreja como um mercador, um mascate e um
camelô espiritual. Seus produtos são essenciais. Seu preço é de graça. Há
notícias gloriosas para os mendigos cegos e nus. Eles são pobres, mas Cristo
tem ouro. Eles estão nus, mas Cristo tem roupas. Eles são cegos, mas Cristo tem
colírio para os seus olhos. Cristo exorta a igreja a adquirir ouro para sua
pobreza, vestimentas brancas para sua nudez e colírio para sua cegueira. A
preciosa mercadoria que Cristo oferece - O ouro que Cristo tem é o Reino do
céu. A roupa que Cristo oferece são as vestes da justiça e da santidade. O
colírio que Cristo tem abre os olhos para o discernimento. Cristo está
conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas e em
sua medicina. Ele os chama à ele mesmo. Só Cristo pode enriquecer nossa
pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.
2. Cristo chama a
igreja a uma mudança de vida - v. 19 - Vemos aqui uma explanação e uma
exortação: "Eu disciplino e repreendo a quantos amo. Sê, pois, zeloso e
arrepende-te". Desgosto e amor
andam juntos. Cristo não desiste da igreja. Apesar da sua condição, ele a ama.
Antes de revelar o seu juízo (vomitar da sua boca) ele demonstra a sua
misericórdia (repreendo e disciplino aqueles que amo). Disciplina como ato de amor - A pedra precisa
ser lapidada para brilhar. A uva precisa ser prensada para produzir vinho.
Inegavelmente é porque anseia salvá-los do juízo final é que os repreende e
disciplina.
A base da disciplina é o amor. Porque ele ama,
disciplina. Porque ama chama ao arrependimento. Porque ama nos dá oportunidade
de recomeçar. Porque ama está disposto a perdoar-nos. Arrepender-se é dar as costas a esse
cristianismo de aparências, de faz de conta, de mornidão. A piedade superficial
nunca salvou ninguém. Não haverá hipócritas no céu. Devemos vomitar essas
coisas da nossa boca, do contrário, ele nos vomitará. Devemos trocar os anos de
mornidão pelos anos de zelo.
3. Cristo convida a
igreja para a ceia, uma profunda comunhão com ele - v. 20 - Triste situação -
Cristo, o Senhor da igreja, está do lado de fora. A igreja não tem comunhão com
ele. Ilustração: o homem que não conseguia ser membro da igreja. Este é um
convite pessoal - A salvação é uma questão totalmente pessoal. Enquanto muitos
batiam a porta no rosto de Jesus, outros são convidados por ele. Cristo vem
visitar-nos. Coloca-se em frente da porta do nosso coração. Ele bate. Ele
deseja entrar. E uma visita do Amado da nossa alma. Uma decisão pessoal -
"Estou à porta e bato, se alguém abrir a porta entrarei...". Jesus
bate através de circunstâncias e chama através da sua Palavra. Embora Cristo
tenham todas as chaves, ele prefere bater à porta. A PORTA - a famosa pintura
de Holman Hunt, Cristo batendo à porta, mas a porta não tinha maçaneta do lado
de fora. Ilustração: O Pai e o Filho. O menino diz para o pai: eles não ouvem
porque estão ocupados com outras coisas no quartinho dos fundos. Aqui vemos uma
amostra sublime da soberania de Cristo e da responsabilidade humana. A insistência
de Jesus - "Estou à porta e bato”. De que maneira ele bate? Através das
Escrituras, sermão, hino, acidente, doença. É preciso ouvir a voz de Jesus. Um
convite para cear - Que ele nos convide a vir e cear com ele é demasiada honra;
mas que ele deseje participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão
admirável que ultrapassa nossa compreensão finita. O hóspede transforma-se em
anfitrião. Não somos dignos que ele fique embaixo do nosso teto e ele ainda vai
sentar-se à nossa mesa? Somos convidados para o banquete do casamento do
Cordeiro.
III. A PROMESSA QUE
CRISTO FAZ À IGREJA - V. 14,21,22
1. Jesus tem
competência para fazer a promessa - v. 14 - Cristo é o Amém e a Testemunha Fiel
e Verdadeira - Para uma igreja marcada pelo ceticismo, incredulidade, tolerância
Jesus se apresenta como o Amém. Ele é a verdade, e fala a verdade e dá
testemunho da verdade. Seu diagnóstico da igreja é verdadeiro. Seu apelo à
igreja deve ser levado a sério. Suas promessas à igreja são confiáveis.
Em face da vida morna
e indiferente da igreja, Jesus é a verdade absoluta que tudo vê, tudo sonda,
tudo conhece. Ele cumpre o que diz. Ele nunca é inconstante. É absolutamente
consistente. Para uma igreja morna, inconstante, Cristo se apresenta como
aquele é preciso e confiável. Jesus não apenas jura, ele é o próprio juramento.
Entre ele e sua palavra simplesmente não se pode meter nenhum cunha.
2. Jesus tem
autoridade para tornar a promessa realidade - v. 14 - Cristo é o princípio da criação de Deus - Em
face da vida caótica da igreja, Jesus é aquele que é a origem da criação. Como
ele deu ordem aos caos do universo, ele pode arrancar a igreja do caos
espiritual.
3. Jesus tem poder
para conduzir os vencedores ao seu trono de glória - v. 21.22 - Quando Cristo
entra em nossa casa recebemos a riqueza do Reino. Recebemos vestes brancas de
justiça. Nossos olhos são abertos. Temos a alegria da comunhão com o Filho de
Deus. Mas temos, também, a promessa que excede em glória a todas as outras
promessas ao vencedor. Reinaremos com .ele.. Assentaremos em tronos com Ele. Um
Trono é símbolo de conquista e autoridade. A comunhão da mesa secreta é transformada em
comunhão de trono pública. Como Cristo participa do trono do Pai, também
participaremos do trono de Cristo. Quando abrimos a porta para Cristo entrar em
nossa casa, recebemos a promessa de entrar na Casa do Pai. Quando recebemos
Cristo à nossa mesa, recebemos a promessa de sentarmos com ele em seu trono. Mas a história não termina aqui. Com o
capítulo 4 de Apocalipse passamos da Igreja sobre a terra à igreja no céu. Os
olhos de João são arrancados dos companheiros em tribulação para o trono do
universo. Diante desse trono estão querubins, os anjos e a igreja glorificada.
O livro da história está nas mãos do Cordeiro e nenhuma calamidade pode
sobrevir à humanidade enquanto Cristo não quebrar os selos. Além disso, os
ventos do juízo não recebem permissão para soprar sobre aqueles que foram
selados pelo Espírito Santo. A segurança da igreja está garantida. Assim,
depois de combatermos aqui o bom combate e completarmos a nossa carreira,
emergiremos da grande tribulação e não mais sofreremos. Iremos nos juntar à
Igreja triunfante, na grande multidão que ninguém poderá contar, vinda de toda
nação, tribo, povo e língua e ali estaremos com eles perante o trono de Deus.
Ali nossas lágrimas serão enxugadas, depositaremos nossas coroas diante do
trono e adoraremos Aquele que é digno, para sempre. Possa o Senhor nos ajudar a
ouvir o que o Espírito diz às igrejas!
APOCALIPSE 4:1-11
O TRONO DE DEUS, A SALA DE COMANDO DO UNIVERSO
1. A primeira visão
foi do Cristo da glória no meio da sua igreja - Depois da primeira visão do
Cristo exaltado que cuida de sua igreja e a protege, começa a revelação
"do que acontecerá depois destas coisas". Primeiro, Cristo revelou-se
como aquele que conhece a sua noiva no íntimo. Ele conhece todas as virtudes e
fraquezas da sua noiva. Nenhum defeito da sua noiva está oculto diante do seus
olhos. Contudo, o Cristo exaltado aponta para a sua noiva o caminho de retorno
e diz que ele é o remédio para a sua própria igreja. Ele não rejeita a sua noiva,
mas é o remédio para ela.
2. Agora a visão que
segue será das grandes tensões que a Noiva enfrentará até a segunda vinda do
Noivo - Esta revelação inclui a destruição dos poderes do mal, de Satanás e da
morte. Mas, antes de serem destruídas, estas forças más se empenharão num
esforço desesperado de frustrar os planos de Deus, tentando destruir o povo de
Deus. Essa é a grande tensão entre o Reino de Deus e o reino de Satanás.
3. A mensagem central
do livro de Apocalipse é mostrar para a Noiva perseguida, que o seu Deus está
no Trono do Universo - Antes do mundo perseguir a igreja (a abertura dos sete
selos), e Deus visitar o mundo com o seu juízo parcial (sete trombetas) e o seu
juízo final (sete taças) é revelado a João que Deus está entronizado e
governando o seu universo. Não importa quão temíveis ou incontroláveis forças
do mal pareçam ser na terra, elas não podem frustrar os desígnios de Deus nem
vencer a igreja, pois Deus está governando o Universo, a partir do seu trono.
4. O destino da Noiva
não está nas mãos dos homens, mas nas mãos de Deus -Quando o mundo está
incendiado pelo ódio, guerras, conflitos; quando a terra está cambaleando,
bêbada de sangue, precisamos levantar os nossos olhos e ver o nosso Deus
assentado sobre um Alto e Sublime Trono (Is 6:1). Ele é quem governa o
universo. No meio das provas e tribulações, precisamos fixar nossos olhos
naquele que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Somente quando olhamos
todas as coisas (inclusive nossas tribulações, capítulo 6, desde o aspecto do
trono) é que alcançamos o verdadeiro discernimento da história.
I. APOCALIPSE É
REVELAÇÃO DO CÉU, NÃO DESCOBRIMENTO DA TERRA - V. 1-2
1. Uma porta aberta
no céu - O conhecimento do futuro não é alcançado mediante artes mágicas, ou
leitura dos astros, nem mesmo por profecias humanas. Nós não podemos conhecer
nada do futuro, a não ser que Deus revele para nós. O futuro estará coberto por
um véu, até que Deus abra a porta do céu. O céu aberto não libera apenas
acontecimentos, mas também entendimento, pois João contempla o trono, antes de
contemplar os dramas da história. Muitas vezes, sentimos como se o céu
estivesse fechado para nós: "Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca
dominaste e como os que nunca se chamaram pelo teu nome. Oh! se fendesses os
céus e descesses! [...] para fazeres notório o teu nome aos teus
adversários" (Is 63:19-64:2). No começo de Apocalipse aparecem as 3 portas
mais importantes da Vida: 1) A porta da oportunidade (3:8); 2) A porta do
coração humano (3:20); 3) A porta da revelação (4:1).
2. Uma voz como de
trombeta - Em (1:10), Jesus revelou-se a ele da mesma forma. Lá bastou João
voltar-se para ver Jesus (1:11). Agora, João precisa subir ao céu. Não muda
apenas de posição, mas de lugar, pois agora não se trata mais de vislumbrar o
presente, mas o futuro e o futuro vem sobre nós a partir do Trono de Deus.
3. Sobe para aqui e
te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas -João é chamado ao céu
para ver não o aspecto cíclico da história, não a história sem freios e sem
rumo, não a história dirigida pelos homens, mas para ver o que deve acontecer.
O Deus que está no trono é quem determina tudo o que acontece. Não há acaso nem
falta de controle. O futuro está nas mãos de Deus. Não precisamos temer. Tudo o
que acontece sobre a terra resulta de algo que sucederá no céu. A causa está no
céu, e o efeito se verifica sobre a terra.
4. Imediatamente, eu
me achei em espírito - João já não vê com os olhos físicos nem escuta com os
ouvidos físicos. Ninguém jamais viu a Deus. Ele habita em luz imarcescível. Em
carne e sangue João não suportaria contemplar o esplendor da glória. Então, ele
tem uma visão.
II. DEUS ESTÁ
ASSENTADO NO TRONO DO UNIVERSO - V. 2-7
1. João viu um Trono no
céu - v. 2 - O trono é um lugar de honra, autoridade e julgamento. Todos os
tronos da terra estão sob a jurisdição desse trono do céu. O livro de
Apocalipse é o livro da Soberania de Deus, da vitória de Deus. Aquele que criou
todas as coisas, está no controle de tudo e levará a história para uma
consumação final, onde ele sairá vitorioso. A essência desta revelação é
mostrar que todas as coisas são governadas por aquele que está assentado no
Trono. Das 67 passagens do NT que
aparece "TRONO" 47 estão no livro de Apocalipse e 12 vezes só neste
capítulo 4. Todos os detalhes estão orientados com vistas ao trono: sobre o
trono, em redor do trono, a partir do trono, diante do trono, no meio do trono.
O trono é um símbolo da soberania inabalável de Deus. O Trono é o verdadeiro centro do universo.
Esse trono não está na terra, mas no céu. O universo na Bíblia não é
geocêntrico, nem heliocêntrico, mas teocêntrico. Aqui temos a verdadeira
filosofia da história.
2. João viu o
glorioso Deus assentado sobre o Trono - v. 2 - Para uma igreja perseguida, torturada,
martirizada (Roma, perseguições ao longo da história e Anticristo) esta é uma
mensagem consoladora: saber que o seu Deus está no trono (Is 6:1; SI 99:1). O
que João descreve não é Deus mesmo, mas o seu fulgor, seu esplendor, porque a
ele não se pode descrever (Ex 20:4). Não há descrição do trono nem da pessoa
que está assentado nele. O que João viu quando olhou para o trono só pode ser
descrito em termos de brilho de pedras preciosas. João descreve a Deus como um
ser absolutamente misterioso, único, singular, o totalmente outro. João diz que
ele é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe (a mais cristalina, a mais pura,
sem nenhuma poluição). É o nosso diamante. Há uma abundância de luz que emana
dessa pedra. E de sardônio (cor vermelha, a mais translúcida que existe). João
vê beleza, riqueza, abundância de luz. Deus é luz e ele habita em luz
inacessível. • A pedra de jaspe (branca) descreve a santidade de Deus e o
sardônico (vermelho) o seu juízo. Tal é Deus, santo e justo!
Quais são as características do Trono de Deus - v. 3-7
A. O Trono de Deus é
um trono de Graça e Misericórdia - v.3 - Ao redor do trono há um arco-íris
semelhante, no aspecto, a esmeralda. O arco-íris é o símbolo da Graça e
Misericórdia de Deus, da sua aliança com o seu povo, de que não mais o
destruiria. Normalmente o arco-íris aparece depois da tempestade, mas aqui, ele
aparece antes dela. Para os filhos de Deus a tempestade já passou, porque
Cristo já se deu a si mesmo para nos resgatar do dilúvio do juízo. Agora, temos
o sol da justiça brilhando sobre nós. Ainda que o juízo venha sobre os homens,
a igreja de Cristo será poupada. O que foi redimido não pode ser destruído.
Ainda que o mal nos alcance, Deus fará com que todas as coisas aconteçam para o
nosso bem. Antes de Deus derramar o seu juízo sobre a terra, ele oferece a sua
misericórdia. Antes das taças do juízo, ele envia as trombetas de alerta.
B. O Trono de Deus é
um trono de Juízo — v. 5 - Os
relâmpagos, as vozes e os trovões são evidências de juízo e ira. O arco-íris
foi visto antes dos relâmpagos. A graça sempre antecede ao julgamento. Aqueles
que recusaram a misericórdia terão que suportar o juízo. Quem não foi
purificado pelo sangue, terá que suportar o fogo do juízo divino. Hoje os homens escarnecem de Deus. Cospem no
seu rosto. Zombam da sua Palavra. A mídia diz que Deus está errado. Mas Deus
está no trono e derramará o seu juízo. Precisamos tomar posição. Arco-íris vem
antes dos relâmpagos e trovões. A graça vem antes do juízo. Compare Is 61:1-2
com Lucas 4:17-21. Na primeira vinda Jesus veio em graça, na segunda vinda virá
em juízo. O trono de Deus se manifesta
em juízo contra os homens ímpios (Dilúvio, Sodoma, Egito, Babilônia,
Jerusalém). Esse juízo de Deus muitas vezes é em resposta às orações da igreja
(8:3-5). O trono de Deus não é passivo.
O cálice da ira de Deus está se enchendo. O juiz de toda a terra fará justiça.
Ninguém escapará! O Espírito de Deus
aqui não se manifesta como pomba, mas como sete tochas de fogo (símbolo de
combate - Gideão).
C. O Trono de Deus é
um trono de santidade e transparência - v.6
- Esse mar de vidro está em contraste com o mar de sujeira e poluição do
pecado (Is.57:20). Para estar diante do trono de Deus é preciso ser purificado,
estar limpo. Não há sujeira diante do trono de Deus. Não há corrupção. Tudo é
transparente, limpo, puro. Deus é santo. No céu não entra nada contaminado.
Deus não se associa com o mal. Ele abomina o mal. Embora ele ame a todos, ele
não ama a tudo.
III. A IGREJA GLORICADA
PARTICIPA DO REINADO E DO JULGAMENTO DO MUNDO - V. 4
1. Ao redor do Trono,
há também, vinte e quatro tronos - Esses tronos estão ao redor e não no centro.
Deus está no alto e sublime trono. Ele reina sobre todos os outros tronos.
2. Assentados neles,
vinte e quatro anciãos - Assentado fala de uma posição de autoridade e poder. A
igreja tem a honra não apenas de ser salva, mas também de reinar no céu e ser
assistente de Deus no seu julgamento (Mt 19:27-29; 1 Co 6:2). Fomos constituídos reinos e sacerdotes (Ap
1:6). Os sacerdotes estavam divididos em 24 turnos (1 Cr 24:7-18). Aqui somos
divididos em igrejas, denominações. Mas no céu seremos uma só igreja: os que
foram lavados no sangue do Cordeiro. Ilustração: O Sonho de João Wesley. Fomos
constituídos. Nós julgaremos o mundo e os anjos (1 Co 6:2-3). Os 24 anciãos
representam o povo fiel de Deus, a igreja do Velho e do Testamento. A igreja
dos Patriarcas e Apóstolos. A totalidade da igreja de Deus na história. Esses
vinte e quatro anciãos são identificados por suas roupas (brancas), incumbência
(assentam-se em tronos para reinar e julgar) e posição (coroas de vencedores).
3. Os 24 anciãos
estão vestidos de branco, e usando coroas de ouro - As vestiduras brancas falam
da justificação. A vestiduras brancas são as vestimentas que se prometem aos
fiéis (3:4). Não há redenção para os anjos e sim para os homens. Portanto, os
24 anciãos não são anjos, mas homens remidos. H. B. Swete afirma que o número vinte e quatro
representa a igreja na sua totalidade. É uma visão não do que é, mas do que há
de ser. A igreja plena, como será na glória, adorando e louvando a Deus diante
do trono, nos céus. As coroas de ouro
falam da posição de honra, autoridade e prestígio dos remidos no céu. Essas
coroas de vitória prometidas aos que permanecem fiéis mesmo diante da morte
(2:10; 3:11).
IV. A DOXOLOGIA DOS
QUATRO SERES VIVENTES AO QUE ESTÁ ASSENTADO NO TRONO - V. 6-8
1. Quem são esses
quatro seres viventes que estão no meio e ao redor do Trono?
- Arthur Bloomfield
pensa que eles representam os quatro Evangelhos - O leão mostra Jesus como Rei
(Mateus). O novilho mostra Jesus como servo (Marcos). O homem mostra Jesus como
o homem perfeito (Lucas) e a Águia mostra Jesus como aquele que veio do céu e
volta ao céu (João).
- H. B. Swete e
William Barclay pensam que eles representam a totalidade da natureza - Os
quatro seres viventes representam todo o nobre, forte, sábio e rápido da
natureza. Cada figura têm preeminência em sua própria esfera. O leão é supremo
entre os animais selvagens. O boi entre os animais domésticos. A águia é o rei
das aves. O homem o supremo entre todas as criaturas viventes. Os quatro seres
viventes, representam toda a grandeza, poder e beleza da natureza. Aqui vemos o
mundo natural trazendo sua doxologia ao que está no trono. A natureza louva ao
Criador (SI 19:1-2; SI 103:22; Sal 148).
- William Hendriksen
pensa que eles representam seres angelicais -Esses quatro seres viventes são
querubins (Ez 10:20), anjos de uma ordem superior. Os querubins guardam as
coisas santas de Deus (Gn 3:24; Ex 25:20). A canção deles é a canção dos anjos
(Is 6:1-4). Eles são descritos como leão, novilho, homem e águia (fortaleza,
capacidade para servir, inteligência, rapidez). Essas são características dos
anjos (SI 103:20,21; Hb 1:14; Dn 9:21; Lc 12:8; 15:10). Quando a Bíblia quer
usar a linguagem de toda criatura, o faz com precisão em (5:13).
2. O que esses quatro
seres viventes fazem? - v. 8 - Eles
proclamam sem cessar. O livro de Apocalipse está cheio de cânticos de exaltação
a Deus (4:8,11; 5:9-13; 7:12-17; 11:15-18; 12:10-12; 15:3-4; 16:5-7; 18:2-8;
19;2-6).
a) A santidade de
Deus - Santo (descrição). Santo, Santo (ênfase). Santo, Santo, Santo (plenitude
de santidade).
b) A onipotência de
Deus - O Todo-poderoso. As pessoas para quem se escreveu o Apocalipse estavam
sob ameaça de morte. Saber que Deus é soberano implica confiança no triunfo
final.
c) A eternidade de
Deus - Aquele que era, que é e que há de vir. Os impérios podem levantar-se e
cair, mas Deus permanece para sempre.
- Eles dão a Deus
glória, honra e ação de graças.
- O céu é lugar de
celebração, louvor, glorificação ao nome de Deus. Veia que eles não cessam de
proclamar!
V. A DOXOLOGIA DA
IGREJA AO QUE ESTÁ ASSENTADO NO TRONO - V. 10-11
1. O objeto da
Adoração - Os remidos adorarão àquele
que vive pelo século dos séculos. Também adoram o Espírito Santo (1:4-5; 4:5).
Igualmente adoram o Cordeiro (5:12,13).
2. Os atos de
Adoração - A igreja se prostra diante daquele que está assentado no Trono. A
glória deles é glorificar
ao que está assentado no Trono.
• Depositarão suas
coroas diante do Trono - Sinal de total submissão e rendição.
3. As palavras da
Adoração - O que está assentado no Trono é Senhor e Deus - "Tu és digno,
Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder". Ele é digno
de receber a glória, eles não são dignos de glorificar, por isso, se prostram e
depositam suas coroas diante do Trono. A visão do Trono de Deus levou Haendel a
escrever a sua obra maior "Aleluia". O que está assentado no Trono é o Criador de
todas as coisas - O mesmo Deus que criou tudo, sustenta tudo, levará o mundo, a
história e a igreja à consumação final. João é chamado ao céu para ver o Trono
e o Entronizado. O Trono de Deus está no centro do Universo. Tudo acontece a
partir do Trono. Tudo está ao redor do Trono. Graça e Juízo emanam do Trono.
Todo o louvor e glória são dirigidos àquele que está assentado no Trono. A ele
seja a glória para sempre, Amém!
APOCALIPSE 5:1-14
PARA ONDE CAMINHA A HISTÓRIA?
1. Toda a história começa
com Deus, está sob o controle de Deus e terminará segundo a vontade de Deus.
Não são os poderosos deste mundo que determinam os rumos da história. Não os
historiadores que decifram os mistério da história. Não são os filósofos que
interpretam os segredos da história. Não são os futurólogos que retiram o véu
da história.
2. Duas são as visões
humanistas da história:
a) A visão cíclica
dos antigos gregos - A história não se move para uma meta. Não há esperança,
não há redenção. O que é, é o que foi, o que foi será. Não há uma consumação.
b) A visão do
existencialismo ateu - A história é uma sucessão de fatos sem significado. Não
há plano, não há esperança. A novela de Albert Camus A PRAGA: A cidade de Orán
foi invadida por ratos que trouxeram a temida peste bubônica. O médico e seus
associados batalharam até vencer a epidemia. Mas no final do livro, o médico
disse: "É só uma questão de tempo, os ratos voltarão ". As coisas não
vão mudar.
3. Qual é o sentido
da história? Friedrich Hagel no seu livro "Filosofia da História"
disse que os povos e os governos nunca aprenderam nada da história. Winston
Churchill disse que os homens cresceram em poder e conhecimento, mas não
evoluíram moralmente. Sob pressão, o homem moderno praticará os mais terríveis
atos. O historiador Gibbon, no seu livro "Declínio e Queda do Império
Romano" disse que "a história é pouco mais que um registro dos
crimes, loucuras e infortúnios da humanidade."
4. Thomas More em seu
livro "Utopia" antevê um tempo na terra em que o homem construiria um
paraíso por suas mãos. Houve otimismo. Mas no século XX, assistimos a duas
sangrentas guerras mundiais. O mundo está como uma panela de pressão, quase
explodindo. Há alguma esperança para a história?
I. O DEUS QUE ESTÁ NO
TRONO DO UNIVERSO TEM UM PROPÓSITO PARA A HISTÓRIA - V. 1
1. A história tem
sentido. Sua vida tem sentido. Você não caminha para um ocaso, para um fim
trágico. As forças do mal não prevalecerão. Deus está no trono. Ele reina. Ele
faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade.
2. Deus tem em sua
mão direita um livro - Deus tem um plano em cada criatura. Deus escreveu o
livro da história, antes dela acontecer. Ele conhece, controla e dirige todas
as coisas para uma consumação final. O livro tem sequência e consequência. Toda a história da humanidade está na mão de
Deus. Não importa a fúria de Satanás ou a agitação do mundo, a história sempre
estará na mão de Deus.
3. O livro da
história está escrito por dentro e por fora - Tudo está traçado, escrito e
determinado. Nada foi esquecido nem omitido. Sua vida não caminha ao léu. O
futuro está nas mãos de Deus.
II. O DIGNO PROCURADO
- NINGUÉM TEM CAPACIDADE DE DESVENDAR NEM DE CONDUZIR A HISTÓRIA À SUA
CONSUMAÇÃO - V. 2-3
1. O livro está
selado com sete selos - v. 1
a. Sete = completo.
Totalmente selado. A história sem Deus é um livro lacrado. Só Deus pode dar sentido
à história e à sua vida.
2. Ninguém foi achado
digno de abrir o livro - v. 3
b) Nem no céu -
Miguel, Gabriel, serafins, querubins, anjos, os remidos: Abraão, Moisés, Elias,
Paulo, Pedro, Maria.
c) Nem na terra -
Nenhum homem por mais poderoso e influente pode decifrar o sentido da história.
d) Nem debaixo da
terra - Nem o diabo, nem os demônios, nem os espíritos atormentados podem
revelar a você o sentido da história e da vida. Não há ideologia, nem partido
político, nem sistema econômico que possa realizar os sonhos e as esperanças do
coração humano. Sozinha a humildade não vai para lugar nenhum. Sozinha seu
destino é o caos. Há uma impossibilidade radical de que o homem seja o senhor
do seu próprio destino.
3. A impotência
humana para desvendar o, futuro - v. 4 - A grande questão: Quem é digno? A
grande constatação: Ninguém podia abrir o livro. A grande decepção: e eu
chorava muito.
a) A crise de João é
a crise da impotência de todos nós - Olhamos ao nosso redor e vemos o mundo em
pé de guerra, o mal triunfando, a violência crescendo, o terrorismo ameaçando,
as guerras tornando-se cada vez mais encarniçadas, as famílias cada vez mais
barbarizadas, os jovens cada vez mais se drogando e a nossa reação é também
chorar.
b) Por que João
chorou? - Primeiro, porque isso parecia frustrar a promessa de Apocalipse 4:1.
Segundo, porque a história estaria à deriva como um barco sem leme.
III. O DIGNO
ENCONTRADO - A SOLUÇÃO PARA A HISTÓRIA VEM DO CÉU - V. 5
1. Há consolo para
nós - Não chores! Às vezes, choramos
como João com medo do futuro. O que vem pela frente? Como. será o meu amanhã, a
minha velhice? A voz ecoa no céu: Não chores! O Senhor põe um basta à nossa
angústia. Ele traz a solução. Não chores. O digno procurado é agora o digno
encontrado. Há alguém capaz de dirigir a história e dar sentido à vida.
2. A solução da
história está em Jesus - v. 5-7
a) O livro da
história está nas mãos de Jesus - v. 7 - Ele tem todo o poder e toda
autoridade. Ele é o criador, sustentador, redentor e Senhor. Só Cristo tem a
chave da interpretação da história nas mãos.
b) Ele venceu para
abrir o livro - v. 5 - Ele é o Leão de Judá e a Raiz de Davi. Ele Venceu o
diabo, o mundo, o pecado e a morte. Jesus só é apresentado como o Messias
Vencedor, porque antes foi o Messias Sofredor. Ele só é o Leão, porque antes
foi o Cordeiro.
c) O Jesus vencedor é
o Cordeiro que foi morto — v. 6 — Sua marca - Como tinha sido morto - A sua
vitória foi conquistada na cruz. Sua posição - Ele está de pé (ação e poder).
Seu lugar - No meio do trono (autoridade).
d) Ele é digno de
desvendar o sentido da sua vida - v. 6 Porque ele é onisciente- Cheio de olhos
Porque ele é onipotente - sete chifres
IV. QUAIS AS
IMPLICAÇÕES DE JESUS ESTAR COM O LIVRO DA HISTÓRIA NAS MÃOS
1. Isso deve
levar-nos a orar confiadamente acerca do destino das pessoas — v. 8 - As
orações agora fazem sentido. Orar é falar com quem está com o livro da história
nas mãos.
2. Isso deve
levar-nos a evangelização fervorosa - v. 9 - O v. 9 diz que Cristo morreu para
comprar com o sangue pessoas que procedem:
a) Todo grupo étnico
- tribo
b) Todo grupo linguístico
- língua
c) Todo grupo
político - povo
d) Todo grupo social
- nação.
3. Isso deve
levar-nos a tomar posse da nossa alta posição espiritual - v. 10
a) Fomos constituídos
reino - Já reinamos com Cristo espiritualmente, pois estamos assentados com ele
nos lugares celestiais e reinaremos com ele plenamente na sua segunda vida.
b) Fomos constituídos
sacerdotes - Agora temos livre acesso à presença do Pai, por intermédio de
Jesus.
4. Isso deve
levar-nos a dedicar tudo que somos e temos ao Cordeiro - v. 11-12
a) A ele seja o poder
- É entregar a ele tudo o que está em nossas mãos, todo o poder e ingerência
que temos.
b) A ele seja a
riqueza, os nossos bens - A riqueza dos empresários cristãos, a riqueza dos
homens de negócio, a riqueza dos empregados.
c) A ele seja a
sabedoria - A nossa inteligência, cultura, talentos, diplomas, habilidade
profissional.
d) A ele seja a força
- A força da juventude até os últimos alentos da velhice ao Cordeiro. Não há
aposentadoria no Reino de Deus.
e) A ele seja a honra
- A primazia, o melhor, as primícias do nosso tempo, da nossa vida, devem ser
dados ao Cordeiro.
f) A ele seja a
glória - Só ele merece ser exaltado.
g) A ele seja o
louvor - O culto precisa ser prestado só a ele.
V. O DIGNO PROCURADO
E ENCONTRADO, AGORA É ADORADO - V. 8-14
1. Ele é adorado por
quem ele é - v. 5-7
a) Leão de Judá
b) Raiz de Davi
c) Cordeiro que foi
morto
2. Ele é adorado por
onde ele está- v. 6
3. Ele é adorado pelo
que ele fez - v. 8-10
a) Foste morto
b) Com teu sangue
compraste para Deus
c) E para o nosso
Deus os constituíste reino e sacerdotes
d) E reinarão sobre a
terra.
e) Que tipo de
cântico é esse que lhe é entoado?
1) Cântico de
adoração - Tu és digno.
2) Cântico de
pregação - "Porque foste morto". Em Gênesis 22 o cordeiro substitui
Isaque (Cristo oferecido para o indivíduo). Em Êxodo 12, na Páscoa, o cordeiro
é oferecido para uma família. Em Isaías 53:8 diz que o Cordeiro foi morto por
uma nação. Mas João 1:29 diz que o Cordeiro morreu para salvar os procedem de
todo o mundo.
3) Cântico
Missionário - "compraste para Deus os procedem de toda tribo, língua, povo
e nação".
4) Cântico Devocional
- E os constituíste reino e sacerdotes
5) Cântico Profético
- E reinarão sobre a terra.
4. Ele é adorado por
aquilo que ele tem - v. 11-14 - Os cânticos desses dois capítulos são dois
grandes oratórios.
1) O oratório da criação
(cap.4);
2) O oratório da
Redenção (Cap. 5) - Oratório é um gênero musical dramático, com solos e coros,
acompanhados de orquestra. Aqui as vozes da igreja glorificada, dos serafins,
dos anjos e da natureza se unem para o louvor celestial.
a. O culto ao Criador
começa com um quarteto, cantando o hino seráfico: Santo, Santo, Santo é o
Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
b. A isto segue o
coro, constituído de vinte e quatro anciãos, a igreja, que prosseguem o louvor
do Criador: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o
poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram
a existir e foram criadas.
c. Então se ouvem os
solistas: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
d. Vem o responso: O
leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete
selos.
e. E quando o
Cordeiro toma o livro da mão do Criador, ouvem-se em uníssono o quarteto e o
coro dos anciãos, no novo cântico Digno és de tomar o livro e abrir-lhe os
selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que
procedem de toda tribo, língua, povoe nação, e para o nosso Deus os
constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
f. Prorrompe o coro
majestoso. São anjos que cantam. Vozes de milhões de milhões e milhares de
milhares avolumam o canto triunfal:
Digno é o Cordeiro,
que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e
glória, e louvor.
g. Prossegue o canto
num crescendo arrebatador até alcançar o clímax de grandioso final. Não somente
a igreja, os serafins, os anjos se combinam, mas ouve-se "toda criatura
que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que
neles há" louvando ao Criador e ao Redentor:
Àquele que está
sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o
domínio pelos séculos dos séculos.
h. Por fim, quando
serena o estrondo do coro universal, ouve-se grandioso "AMEM", que
parte dos lábios dos quatro seres viventes, os serafins.
Segue-se um silêncio
ofegante, e os anciãos (a igreja) se prostra e adoram. É assim a música do céu:
Ao mesmo tempo em que ela é cheia de entusiasmo, produz profundo senso de
adoração, ao ponto da igreja prostrar-se! Ninguém pode contemplar o Senhor na
sua beleza e no seu fulgor, sem se prostrar. A igreja na terra não tem o que
temer, não importando "de quantos juízos esteja repleto o rolo" da
história humana. Porquanto o sentido da música é este:
O Criador entregou ao Redentor “toda autoridade no céu e na terra, e os que
o seguem jamais passarão despercebidos do seu amor e cuidados”.
APOCALIPSE 6:1-17
A ABERTURA DOS SETE SELOS
1. Os cinco primeiros
capítulos do Apocalipse apresentam o Cristo da glória no meio da sua igreja,
sondando, corrigindo, exortando e encorajando.
2. As sete cartas
revelam o que as igrejas aparentam ser aos olhos dos homens e o que de fato
elas são aos olhos de Cristo. Vimos nos capítulos 4 e 5 o Deus criador no trono
bem como Cordeiro, o Redentor sendo igualmente glorificado por todos os seres
do Universo. Vimos que o Cordeiro está com o livro da História nas mãos. Os
capítulos que temos agora apresentarão quadros dos sofrimentos da igreja, dos
juízos divinos sobre os inimigos dela, e do triunfo final de Cristo. Esse tempo
serão as dores de parto. Esse tempo está sujeito à revelação da ira de Deus.
Os sete selos
descrevem movimentos que caracterizarão a era ou dispensação inteira, desde a
ascensão até o regresso glorioso de Cristo. São visões de paz e de guerra, de
fome e de morte, de perseguição à igreja e do juízo de Deus sobre os seus
inimigos. À medida que os selos são abertos no céu, efeitos tremendos acontecem
na terra. O céu comanda a terra. Jesus abre os selos. Está encarregado de todo
o programa. A história está em suas mãos. Nos primeiros quatro selos vemos a
ira de Deus misturada com graça. Mas a partir do sexto selo, há o derramamento
da ira sem mistura de Deus. É o dia do juízo. Apocalipse 6 é como um texto
paralelo de Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21: Guerras (Mt 24:4,5 e 6:6,7a);
fomes (Mt 24:7b e 6:5-8); perseguições (Mt 24:9-25 e 6:9-11); abalos do mundo
(Mt 24:29 e 6:12-17); segunda vinda (Mt 24:30-31 e 6:16-17).
Aprendemos desse fato
quatro verdades:
A. Quem está
assentado no Trono e o Cordeiro são adorados por todo o Universo - A história
não está à deriva. Deus reina.
B. Quem tem o Livro
tem o controle - É ele quem abre os selos. Dele emana a ordem dos
acontecimentos. O Cordeiro governa!
C. Os eventos do
juízo não acontecem sem seu conhecimento, permissão ou controle - Tudo acontece
porque ele conhece, determina, permite e controla. Até os inimigos estão
debaixo da autoridade e do controle do Cordeiro.
D. Todo o universo
está sob a autoridade do Cordeiro e serve aos seus propósitos - É do trono que
sai a ordem para os Cavaleiros do Apocalipse. Os cavaleiros devem dar a largada
para dentro da história.
I. OS QUATRO
CAVALEIROS DO APOCALIPSE - V. 1-8
1. O Cavalo Branco,
uma figura do Cristo Vencedor - v. 1-3
a) Adolf Pohl e
Warren Wiesbe interpretaram o Cavalo branco e seu cavaleiro como o Anticristo.
Seu argumento é que o Apocalipse usa imagens duplas para fazer contrastes: Duas
mulheres: a mulher e a prostituta; duas cidades: Jerusalém celeste e Babilônia;
dois personagens sacrificados: O cordeiro e a besta. Assim, o anticristo estava
se contraposto ao Cristo. Assim, o cavalo branco seria uma inocência encenada,
fingida, de uma luz falsa: o anticristo é um deslumbrador. O anticristo
apresenta-se como um pacificador. Ele terá estupendas vitórias. Ele vai ser
aclamado como alguém invencível. Ele vai controlar o mundo inteiro. O senhorio
do Cordeiro é que impele o anticristo a deixar sua posição de reserva e se
manifeste. O diabo gosta de esconder-se. O lobo predador precisa ser despido de
sua pele de ovelha.
b) William Barclay.
interpretou o Cavalo branco como as conquistas militares. As grandes invasões
militares do Império Romano conquistando o mundo e depois dele, outros impérios
que se levantaram. O cavalo branco era usado pelo rei vencedor e o arco um
símbolo do poderio militar. Uma conquista militar sempre traz tragédias.
c) George Ladd
interpretou o Cavalo branco como sendo a pregação do Evangelho em dimensões
universais. Mesmo em meio às terríveis perseguições, o Evangelho tem sido
pregado e será pregado vitoriosamente no mundo inteiro para testemunho a todas
as nações (Mt.24:14). Sem escolas os cristãos confundiram os letrados rabinos;
sem poder político ou social, mostram-se mais fortes que o Sinédrio; não tendo
um sacerdócio, desafiaram os sacerdotes e o templo; sem um soldado sequer,
foram mais poderosos que as legiões romanas. E foi assim que fincaram a cruz
acima da águia romana. Os mártires que
morreram, morreram por causa da Palavra de Deus (6:9).
d) William Hendriksen
interpretou o Cavalo branco e seu cavaleiro como sendo Jesus Cristo
1) Sempre que Cristo
aparece, Satanás se agita e assim as provas para os filhos de Deus são
iminentes (os cavalos vermelho, preto e amarelo).
2) As palavras só
podem aplicar-se a Cristo: BRANCO + COROA + SAIU VENCENDO E PARA VENCER.
Cabelos brancos (1:14), pedrinha branca (2:17), roupas brancas (3:4,5,18), nuvem
branca (14:14), cavalos brancos (19:11,14), trono branco (20:11). Branco não
pode ser usado nem para o diabo nem para o anticristo. Esse primeiro selo não
traz nenhuma maldição.
3) Este texto está de
acordo com o texto paralelo de Apocalipse 19:11-16, onde a descrição é
incontroversa.
4) Este texto está de
acordo com o tema geral do livro que a vitória de Cristo. Ele é o Leão da Tribo
de Judá que venceu (5:5).
5) A espada do
cavaleiro do Cavalo branco está de acordo com Mateus 10:34. Cristo vence com a Palavra.
Vence com o evangelho.
2. O Cavalo Vermelho,
uma figura da perseguição religiosa e da guerra - v. 4
a) Esse cavaleiro do
cavalo vermelho representa a perseguição ao povo de Deus ao longo dos séculos -
O futuro será um período de guerras e rumores de guerras, de conflitos e
perseguição até à morte. Perseguição pelos judeus, pelos romanos, pela
inquisição, perseguição na pré-reforma, perseguição na pós-Reforma (França,
Inglaterra). Perseguição no Nazismo, Fascismo e Comunismo. Perseguições atuais.
O maior número de mártires da história aconteceram no
século XX.
b) A ideia da
perseguição religiosa é fortalecida pela abertura do quinto selo - Ali são
vistas as almas dos mártires que tombaram pelo testemunho da verdade.
c) Esse cavaleiro
tinha uma grande espada - Essa espada machaira era o cutelo sacrificador. Aonde
chega Cristo, chega também a perseguição aos que são de Cristo (Mt 5:10,11; Lc
21:12; At 4:1, 5:17. Pense em Estêvão, Paulo, Policarpo, Perpétua, Felicidade,
a Inquisição, a Noite de São Bartolomeu, a Rússia, a Coréia do Norte, a China,
os países Islâmicos.
d) A paz foi tirada
da terra para que os homens se matassem uns aos outros - Não há paz em parte
alguma. O Príncipe da paz foi rejeitado. Há perplexidade entre as nações. Esse
cavalo vermelho descreve um espírito de guerra. A guerra tem sido uma parte da
experiência humana desde que Caim matou Abel. Os homens perdem a paz e buscam a
paz pela guerra. As guerras são insanas porque os homens se matam em vez de se
ajudarem. As guerras são fratricidas. As guerras estão aumentando em número e
em barbárie (as duas guerras mundiais, as guerras tribais, as guerras étnicas,
as guerras religiosas e de interesses econômicos). No fundo todos são vítimas
sacrificadas sobre o altar de Satanás. Com irracionalidade total investem tudo
no armamento e desconhecem o caminho da paz. Quem não quer viver sob a cruz,
viverá sob a espada.
e) Esse cavalo
vermelho é um agente do dragão vermelho, que é assassino desde o princípio
(12:3)- A terra está bêbada de sangue e cambaleando pela guerra. Os homens se
tornam loucos, feras bestiais. As atrocidades do Nazismo.
3. O Cavalo Preto,
uma figura da pobreza, escassez e da fome - v. 5-6
a) Esse cavalo preto
representa fome, pobreza, opressão e exploração
- Fome e guerra andam
juntas. Se a paz é tirada da terra, não poderá haver livremente comércio nem
negócios. O mundo inteiro sofrerá tremendas agitações. Comer pão pesado
representa grande escassez. Há trigo, mas o preço está muito alto. Um homem
precisava trabalhar um dia inteiro para comprar um litro de trigo. Normalmente
ele compraria 12 litros pelo mesmo preço. Esse cavalo fala do empobrecimento da
população. Só pode alimentar a família com cevada, o cereal que era dado aos
animais. O racionamento leva um homem a gastar tudo que ganha para
alimentar-se.
b) Essa pobreza é
proveniente dos crentes não fazerem concessões -Não aceitar a marca da besta e
por isso não pode comprar nem vender (13:17), não se corromper, ao contrário
preferir o sofrimento e até a morte à apostasia.
c) A pobreza não
atinge a todos - O azeite e o vinho produtos que descrevem vida regalada não
era danificados. Os ricos sempre sabem garantir o seu luxo, enquanto a
população passa fome. No mesmo mundo que reina a fome, reina também o esbanjamento,
o luxo, a desigualdade.
4. O Cavalo Amarelo,
uma figura da morte - v. 7-8
a) A figura da morte
e do inferno são pleonásticas, apresentam uma única realidade - O hades sempre
vem atrás da morte. A morte derruba e o hades recolhe os mortos. A morte pede o
corpo, enquanto o hades reclama a alma do morto.
b) A morte e o hades
não podem fazer o que querem - Eles estão debaixo de autoridade. Só atuam sob
permissão divina. Seu círculo de ação é limitado e seu território definido: a
quarta parte e não mais.
c) A morte usa 4
instrumentos para sacrificar suas vítimas -
1) A espada — Aqui
não é machaira, mas rhomphaia, espada comprida usada na guerra. Aqui trata-se
da morte provocada pela guerra.
2) A fome - A fome é
subproduto da guerra, cidades sitiadas, falta de transporte com alimentos.
3) Pestilência ou
mortandades - As pragas, as pestilências crescem com a pobreza, a fome, as
guerras.
4) As bestas feras da
terra - despedaçam e devoram tudo que encontram.
II. O QUINTO SELO - O
CLAMOR NO CÉU - V. 9-11
1. As almas dos que
morreram pela sua fé estão no céu - v. 9 - Com a abertura do quinto selo
muda-se o cenário, da terra passa-se ao céu. Passamos da causa para o efeito.
Essas pessoas foram mortas, mas ainda não ressuscitaram. Elas foram mortas e a
matança prossegue. As almas sobrevivem sem o corpo e são conscientes. Elas não
estão dormindo. Elas não estão no céu. Essa é nossa gloriosa convicção. Morrer
é estar com Cristo. É deixar o corpo e habitar com o Senhor. É entrar na posse
do Reino. A morte não os havia separado de Deus.
2. Deus não poupou
essas pessoas do martírio, mas deu-lhes poder para morrerem por causa da
Palavra - Enquanto os falsos crentes vão apostatar, amando o presente século,
adorando o anticristo e apostatando diante da sedução do mundo ou da
perseguição do mundo, os fiéis selarão com o seu sangue o seu testemunho e
preferirão a morte à apostasia. Jesus deixou isso claro no sermão profético:
"Então vos entregarão à tribulação, e vos matarão, e sereis odiados de
todas as gentes por causa do meu nome" (Mt 24:9,10). Muitos mártires
conhecidos e desconhecidos morreram e ainda morrem por causa da sua fidelidade
a Cristo e sua Palavra (Policarpo, os pastores na Coréia).
3. As almas dos féis
pedem não vingança pessoal, mas a vindicação da glória do Deus santo - A pergunta
delas não é a mesma de Jesus: "Por que?", mas "Até
quando?". Eles não perguntam: "SE", mas "até quando?".
Como conciliar essa pergunta com o perdão que Cristo ofereceu aos seus algozes
na cruz e a atitude de Estêvão com os seus apedrejadores? O clamor não pede
vingança pessoal, mas a vindicação da justiça divina (Lc 18:7-8). Esse é o
clamor da igreja diante dos massacres: arenas, piras, campos de concentração,
prisões, câmaras de gás, fornos crematórios.
Não é o próprio grito
de lamentação, mas o lamento pela honra de Deus.
4. As almas dos fiéis
recebem vestes brancas, representando retidão, santidade e alegria - Estar no
céu é bem-aventurança. É glorificação. Não plena ainda porque não houve a
ressurreição, mas incomparavelmente melhor do que estar no corpo (Fp 1:23). Os
réus e condenados vestiam-se de preto. Eles foram condenados na terra, mas no
céu, Deus os veste de branco. Estão absolvidos, justificados, salvos.
5. As almas dos fiéis
estão descansando, não dormindo até chegar o dia em que se completará o número
dos mártires - Os crentes estão no céu descansando de suas fadigas. Lá não tem
mais dor, nem pranto nem luto. O dia está determinado. O número está
determinado. Até que esse número não tenha sido completado na terra, o dia do
juízo não pode chegar. O Cordeiro está no controle. Nem um fio de cabelo nosso
pode ser tocado sem que ele permita. Mas, precisamos saber que nos dado a graça
não apenas de crer em Cristo, mas também de sofrer por ele e até de dar a vida
por ele (Fp 2:17; 2 Tm 4:6). Deus mostra
para esses mártires que o seu sacrifício não foi um acidente, mas um
apontamento. Até na morte do seu povo, Deus está no controle. Quando o inimigo
estar ganhando, a igreja o vence, ao se dispor a morrer pela sua fé.
6. Há uma limite para
essa enxurrada de injustiça - Há um limite para a crescente enxurrada de
injustiça, além do qual ela não prosseguirá. Deus anuncia esse limite
intransponível. Trata-se do número completo dos mártires. Ele não é citado, mas
existe. Justamente no momento em que a violência celebra seus maiores triunfos
e apregoa seus mais altos índices de sucesso, sua ruína torna-se visível.
Perseguições aos cristãos amadurecem o juízo sobre o mundo, apressando o seu
fim.
III. O CLAMOR SOBRE A
TERRA - O JUÍZO CHEGOU - V. 12-17
1. O juízo chegou: as
portas da graça estão fechadas, é o dia da ira do Cordeiro - O sexto selo
introduz o dia do juízo. O medo, o terror, o espanto e a consternação daquele
dia se descreve sob dois simbolismos: um universo sendo sacudido e os homens
completamente aterrorizados, tentando se esconder.
2. O juízo chegou: o
próprio universo está abalado - v. 12-14
- O sol, a lua, as estrelas, o céu, os montes, as ilhas = tudo aquilo
que se considerava sólido, firme, está abalado. As vigas de sustentação do
universo estão se desintegrando. A antiga criação está se desintegrando. O céus
se desfarão por crepitoso estrondo. Este é um quadro simbólico do terror do dia
do juízo. O simbolismo inteiro nos ensina uma só lição, a saber, que será
verdadeiramente terrível a efusão final e completa da ira de Deus sobre um
mundo que tem perseguido a igreja.
• Esse momento virá
repentinamente - Será como o ladrão de noite. Os homens desmaiarão de terror.
3. O juízo chegou: os
homens estão em profundo desespero - v. 15-17 -Há seis classes de pessoas
descritas também, da mesma forma, que tinha seis classes de elementos abalados:
reis, grandes, comandantes, ricos, poderosos, escravo e livre. João vêm nesse
imagem do terror universal: todos os ímpios sobressaltados de um repentino
terror, tentando fugir e se esconder do Deus irado. Os homens estão buscando um
lugar para se esconder - Mas para onde o homem pode fugir e se esconder de
Deus? Deus está em toda parte. Para ele luz e trevas são a mesma coisa. O
primeiro instinto do pecado se esconder. De que estão fugindo? Dos montes que
estão se desmanchando? Do Universo que está em convulsão? Não, há algo mais
terrível: eles estão fugindo do Deus irado. Eles buscam a morte, mas não os pode esconder
da ira do Cordeiro - O maior temor do pecador não é a morte, mas a manifestação
plena da presença de Deus. O aspecto mais terrível do pecado é que converte o
homem num fugitivo de Deus. Mas agora, nem caverna, nem a morte pode
escondê-los desse encontro com Deus. O tempo da graça acabou. Aqueles que não
buscaram a graça, encontrarão inexoravelmente a ira de Deus. A porta está
fechada. Agora é o juízo! Posição, riqueza, poder político - Absolutamente nada
pode evitar que os homens enfrentem o Tribunal de Cristo.
Importa que todos compareçam perante o tribunal de Cristo.
- O dia do juízo se
aproxima. Mas hoje ainda é o dia aceitável. Ainda você pode se voltar para Deus
e encontrar perdão. Você quer vir a Cristo nesta noite? Você está preparado
para encontrar com Cristo?
- Você já está
disposto a enfrentar perseguição, pobreza, espada, fome e a própria morte por
amor a Cristo e sua Palavra?
- O dia do Senhor
será dia de luz ou de trevas para você?
APOCALIPSE 7:1-17
AS GLÓRIAS DA IGREJA NA GLÓRIA
1. Este capítulo é a
mesma cena do capítulo 6. Mas noutra perspectiva - . O capítulo 7 vem depois do
capítulo 6 na ordem das visões de João, mas não parece ser a sequência da ordem
dos eventos. Lá os quatro cavalos, aqui os quatro ventos. Lá os cavalos trazem
o juízo, aqui os ventos os ventos do juízo estão prontos para começar a sua
missão destrutiva. O fato de serem 4 anjos, nos 4 cantos da terra, a segurar os
4 ventos da terra, indica que o juízo que vai desabar é universal. Ninguém
escapa. O controle divino sobre os cavaleiros, os ventos, asseguram que a igreja
será selada e ficará segura antes que os cavaleiros avancem. A destruição
desabará sobre o mundo, mas a igreja foi feita indestrutível.
2. Deus faz distinção
entre o seu povo e os ímpios - v. 2 - A destruição não pode dar sua largada
antes dos remidos serem selados. Os selados não precisam temer o juízo. O
castigo que deveria cair sobre nós, caiu sobre Jesus na cruz. O selo tem três
significados:
a) Proteção - Ninguém
pode violar o que está selado. Foi assim que o túmulo de Jesus foi selado (Mt
27:66).
b) Propriedade - Na
antiguidade escravos podiam ser selados por seu proprietário. Essa marca
inscrita neles. Quem violava esse escravo atacava o seu dono. O selo nos dá
garantia que somos propriedade exclusiva de Deus (Ct 8:6; Ef 1:13).
c) Genuinidade - O
que está selado não pode ser adulterado (Ester 3:12).
3. Deus livra o seu
povo na tributação e não da tribulação - v. 14 - Todos os textos que tratam da
segunda vinda de Cristo mostram que a igreja não será arrebatada secretamente
antes da grande tribulação. Ela será poupada na e não da tribulação (Mt
24:29-31; 2 Ts 1:1-10).
4. Aqui temos a
resposta à pergunta dos ímpios - "Quem poderá suster-se diante do Deus
irado?" (Ap 6:17). A resposta da Bíblia, aqueles que foram selados como
propriedade de Deus, estarão de pé diante do Trono, com vestes brancas e palmas
em suas mãos, celebrando a Deus eternamente. Os salvos terão três tipos
distintos de glória:
1) A glória de sua
aparência: vestiduras brancas e palmas nas mãos;
2) A glória do seu
serviço: estarão diante de Deus em contínuo serviço litúrgico;
3) A glória do seu
lar eterno: Comunhão com Deus e provisão celestial.
5. Há três elementos
nesta visão do capítulo 7 –
1) Uma advertência -
Tempos difíceis estão pela frente. Será o tempo da grande tribulação;
2) Uma segurança - Os
selados, jamais serão condenados com o mundo. Passarão pelas provas
vitoriosamente;
3) Uma recompensa -
Os que lavaram suas vestiduras no sangue do Cordeiro desfrutarão da
bem-aventurança eterna.
I. DO PONTO DE VISTA
DO CÉU (DE DEUS) OS SELADOS TÊM UM NÚMERO EXATO - V. 4-8
O número é visto e
também ouvido. O número dos selados é declarado por revelação expressa. Deus
conhece os que lhe pertencem (2 Tm 2:19). Esse grupo é contável para Deus. Esse
número 144.000 é metafórico. Ele é mais um símbolo do que uma estatística. Ele
representa a cifra completa e perfeita dos crentes em Cristo. As doze tribos de
Israel não o Israel literal, mas o Israel verdadeiro, espiritual, a igreja.
Toda a igreja de Cristo é selada, está segura (Jo 10:28,29; 17:12).
1. A interpretação
dos Testemunhas de Jeová - Os Testemunhas de Jeová, uma seita herética,
entendem que a igreja que vai morar no céu limita-se apenas a este número.
Todas as demais criaturas que receberão a vida eterna terão parte na igreja,
mas viverão nesta terra, sob o domínio de Cristo Jesus e sua igreja nos céus.
2. A interpretação
Dispensacionalista
- Esses são
israelitas que estarão vivendo no tempo da angústia de Jacó (Jr 30:5-7). Embora
as tribos tenham cessado, Deus as conhece (Is 11:11-16) e preservará um
remanecente até restaurar o reino a Israel (At 1:6). Esse será o tempo da
plenitude dos gentios (Lc 21:24), com a plenitude do número dos gentios
completo (At 15:14, Rm 11:25), Entendem que esses 144.000 referem-se aos judeus
que se converterão depois do arrebatamento e antes do milênio e que viverão na
Palestina do período da grande tribulação e serão poupados dos juízos que virão
sobre o anticristo.
- Esses judeus
aguardarão Jesus Cristo, o seu rei em sua segunda vinda quando destruirá o anticristo
e implantará o seu reino milenar.
3. A interpretação
Pré-milenista histórica e Amilenista
a) Esse número é
simbólico
- Primeiro o número
3, que significa e apresenta o Deus Trino, em manifestações e ofícios tríplices
como: Profeta, Sacerdote e Rei, Homem, Leão e Cordeiro, Pai, Filho, Espírito Santo
e, é multiplicado por 4, que indica a inteira criação, porque os selados virão
do Norte e do Sul, do Leste e do Oeste. 3 mupicados por 4 são 12. Portanto,
esse número indica as manifestações e muitas formas de expressão de Deus: “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em
mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória”;1 Coríntios
2:7; “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria
de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,”Efésios 3:10 (3) operando no universo (4). Assim, temos a
antiga dispensação (3x4) 12 patriarcas e a nova dispensação 12 apóstolos. Para
ter uma ideia da igreja da antiga e da nova dispensação, temos que multiplicar
esse número 12 por 12. Isso nos dá 144. A Nova Jerusalém (a igreja) tem 12
portas, com o nome das 12 tribos e os 12 fundamentos com o nome dos 12
apóstolos (Ap 21:9-14). Lemos também que a altura do muro é de 144 côvados (Ap
21:17). Com o objetivo de acentuar o fato de que 144.000 significa não uma
pequena parte da igreja, senão a igreja militante inteira, este número é
multiplicado por 1.000. Mil é 10 X 10 x 10 que indica um cubo perfeito,
inteireza reduplicada. De acordo com Apocalipse 21:16 Os 144.000 selados das
doze tribos do Israel literal simbolizam o Israel espiritual, a igreja de Deus
na terra.
b) Esse número não
pode aplicar-se às tribos de Israel
- As 10 tribos de
Israel já haviam desaparecido no cativeiro Assírio e as 2 tribos do Sul
(Benjamim e Judá) haviam perdido sua existencial nacional quando Jerusalém caiu
no ano 70 d.C.
- Se o símbolo
significa Israel segundo a carne, por que foram omitidas as tribos de Efraim e
Dã e colocadas em seu lugar Levi e José?
- A ordem das tribos
foi trocada e não temos nenhuma lista das tribos semelhante a esta em toda a
Bíblia.
- Segundo Apocalipse
14:3-4 os 144.000 foram comprados por Deus de entre os da terra e não da nação
judaica somente.
- Assim João queria
dizer que as doze tribos de Israel não são o Israel literal, mas o Israel verdadeiro,
espiritual, a igreja.
c) A igreja é o
Israel de Deus
1) No NT considera a
igreja o verdadeiro Israel espiritual (Gl 6:16; Rm 9:6-8).
2) Quem é de Cristo é
descendente de Abraão (Gl 3:29).
3) Abraão é o pai de
todos os que creem, circuncidados ou não (Rm4:11).
4) O verdadeiro judeu
não é descendente físico de Abraão, mas o descendente espiritual (Rm 2:28-29).
5) Nós que adoramos a
Deus no Espírito e nos gloriamos em Cristo Jesus é que somos a verdadeira
circuncisão (Fp 3:3).
6) Em Esmirna havia judeus
físicos que eram sinagoga de Satanás (Ap 2:9). Eram judeus de fato, mas não o
Israel espiritual.
7) A igreja é a nova
Jerusalém (Ap 21:12,14). É o povo de Deus (Ap 18:4; 21:3).
8) Concluímos que a
igreja é o verdadeiro Israel espiritual.
9) Esta interpretação
é que melhor faz jus ao sentido do texto e mostra o relacionamento que há entre
as duas multidões. Elas são constituídas das mesmas pessoas, aquelas que foram
seladas e guardadas por Deus.
II. DO PONTO DE VISTA
DA TERRA (DOS HOMENS) OS SELADOS SÃO UMA MULTIDÃO INUMERÁVEL - v. 9-12
- De repente muda-se
o cenário. O leitor é novamente transportado da terra para o céu. Agora João vê
a igreja redimida no céu. No lugar de uma tensão cheia de desgraça em vista do
perigo iminente ocorre o cântico da vitória.
- O céu não será
apenas mudança de lugar, mas mudança de nós mesmos.
- No céu
conservaremos a nossa individualidade. "Quem são?". São pessoas,
indivíduos que vêm de lugares diferentes, mas que não perdem sua
individualidade.
- As distinções que
nos separam na terra, não nos separarão no céu. Lá não teremos ricos e pobres,
nobres e servos, mas aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro.
- Quais são as
características dessa igreja glorificada?
1. É uma igreja
inumerável - v. 9 - Isso é o cumprimento da promessa feita a Abraão: "Olha
para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a
tua posteridade" (Gn 15:5). Conforme Hebreus 11:12 ela é para ele
incontável. Essa multidão também é incontável para João (Ap 7:9). A multidão
contável por Deus é incontável para João.
2. É uma igreja
universal - v. 9 - Incluem os eleitos, os selados judeus e gentios, procedentes
de todas as culturas, línguas, povos e nações, de todos os lugares e de todos
os tempos. Em Abraão haveriam de ser "abençoadas todas as nações, todas as
famílias da terra" (Gn 12:3; 22:18). João vê na igreja a humanidade
abençoada em Abraão.
3. É uma igreja
honrada - v. 9- Estar de pé diante do Trono significa ter companheirismo com o
Cordeiro, servi-lo e participar em sua honra.
4. É uma igreja pura
- v. 9 - As vestes brancas apontam para a absoluta pureza da igreja. A igreja
não foi purificada pelo sofrimento, mas pelo sangue. O sangue do Cordeiro
exclui a glória humana. A igreja que fora liberta da condenação do pecado, na
justificação; do poder do pecado, na santificação; agora está livre da presença
do pecado, na glorificação. Nada contaminado pode entrar no céu (Ap 21:27). - Roupas brancas ainda indicam alegria e
felicidade, além de santidade.
5. É uma igreja vencedora
- v. 9 - Este é um símbolo de vitória. A igreja selada por Deus, protegida por
ele, venceu e chegou ao lar, à sua Pátria, ao céu. A igreja é vitoriosa a
partir da roupa, das palmas e dos gritos.
6. É uma igreja que
tributa a Deus a sua salvação - v. 10 - Depois do símbolo da vitória, segue-se
o grito de vitória. A salvação não é mérito, nem fruto das obras, nem do que a
igreja faz. A salvação é de Deus, vem Deus e só ele merece a glória.
7. É uma igreja que
une às vozes angelicais para exaltar a Deus - v. 11-12 - Os anjos e os
querubins se unem à igreja glorificada, prostram-se e adoram a Deus.
rendendo-lhe uma sétuplo atribuição de louvor.
III. A PROCEDÊNCIA,
IDENTIDADE E A MISSÃO ETERNA DA IGREJA
GLORIFICADA - V.
13-17
1. A procedência da
igreja - v. 13,14 - A igreja vem da grande tribulação. Essa idéia da grande
tribulação remonta a Dn 12:1. É vista em Mt 24:21-22, em 2 Ts 2:3-4 e também em
Ap 13:7,15. Os crentes em todos os lugares, em todas as épocas enfrentaram
tribulações (2 Tm 3:12; At 14:22). Mas os crentes que viverem nesse tempo do
fim enfrentarão não apenas o começo das dores, mas também, a grande tribulação.
- A grande tribulação
é caracterizado com o período da grande apostasia e também da manifestação do
homem da iniqüidade (2 Ts 2:3-9). Nesse tempo o conflito secular entre Deus e
Satanás estará no seu auge.
- A igreja será
protegida não da tribulação, mas na tribulação. Ela emerge do meio da
tribulação, como um povo selado e vitorioso.
2. A identidade da
igreja - v. 14 - Os remidos são aqueles
que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro. A base da salvação não está
no mérito humano, na religiosidade humana, nos predicados morais, no
conhecimento doutrinário. A base da salvação está na apropriação da redenção
pelo sangue de Cristo. Ninguém entrará no céu por pertencer a esta ou àquela
igreja ou por defender esta ou aquela doutrina.
3. A missão eterna da
igreja - v. 15
a) Adoração - A
igreja prestará a Deus um serviço litúrgico (latria) incessantemente - v. 15 -
É uma igreja adoradora. Serviço cultuai em contraste com serviço escravo.
b) Comunhão -
Intimidade contínua com Deus - v. 15b. O sexto selo trouxe a visão de um céu
enrolado que se recolhe e de uma humanidade apavorada num mundo sem teto
(6:15-17). Aqui, porém, a cena é oposta. A igreja está numa nova realidade
cheia de paz. Deus vai armar uma tenda conosco. Ele vai acampar com a igreja.
Deus mesmo habitará com a igreja (Ap.21:3).
c) Ausência completa
de sofrimento - v. 16, 17b - João lista três afirmações negativas: Fome, sede e
calor não existe mais. Isto está de acordo com Ap.21:4.
d) Presença completa
da plenitude de vida - v. 17a - João lista três afirmações positivas: O
Cordeiro as apascentará. O Cordeiro as guiará às fontes da água da via. E Deus
lhes enxugará dos olhos toda lágrima. Gozam a felicidade mais perfeita. O
Cordeiro agora é o seu pastor. O Cordeiro os guia a fonte e a fonte é Deus. O
Cordeiro os traz de volta para Deus e para o paraíso. Ele então, enxugará dos
nossos olhos toda lágrima. Ele nos tomará no colo e nos consolará para sempre!
1. O capítulo 6
termina mostrando os terrores dos ímpios enfrentarão no juízo. O capítulo 7
termina mostrando as glórias dos remidos na segunda vinda.
2. Enquanto os ímpios
buscam a morte física e só encontram a segunda morte, a morte eterna, os
remidos, mesmo enfrentando a morte física, desfrutam para sempre das
bem-aventuranças da vida eterna.
3. De que lado você
está? Em que grupo você estará quando Jesus voltar?
APOCALIPSE 8:1-13
AS TROMBETAS COMEÇAM A TOCAR
1. Até aqui vimos duas
seções: os sete candeeiros (1-3) e os sete selos (4-7). Agora, estudaremos sobre
as sete trombetas (8-11).
2. Não há sucessão
cronológica. Este livro tem sete seções paralelas, todas trazendo uma abordagem
que vai da primeira à segunda vinda de Cristo. Embora paralelas, são também
progressivas. À medida que avançamos para o fim, as cenas vão ficando mais
claras. As trombetas falam de um juízo parcial, enquanto as taças falam de um
juízo total.
3. O sexto selo falou
de catástrofes cósmicas que identificarão a vinda do dia do Senhor (6:17). De
maneira semelhante a sétima trombeta anuncia a vinda do fim (11:15).
4. Os selos falam do
sofrimento da igreja perseguida pelo mundo (6:9). As trombetas falam do
sofrimento do mundo incrédulo em virtude das orações da igreja (9:4). Os selos
mostram o que vai acontecer na história até o retorno de Cristo, dando
particular atenção ao que a igreja terá de sofrer. As trombetas, começando no
mesmo ponto, descrevem o que vai acontecer na história até o retorno de Cristo,
dando ênfase no sofrimento que o mundo irá sofrer, como expressão da
advertência de Deus.
5. Tanto os selos
como as trombetas são interrompidos por um interlúdio (cap. 7)e(cap. 10-11)
I. ANTES DAS
TROMBETAS TOCAREM, HOUVE SILÊNCIO E SÚPLICAS NO CÉU-v. 1-5
1. O silêncio no céu
pode representar duas verdades - v. 1
a) O céu fica em
silêncio para ouvir as orações dos santos - As
orações dos santos
estão a ponto de serem elevadas para Deus. Quando os santos oram todo o céu faz
silêncio para que se possa escutar. As necessidades dos santos significam muito
mais para Deus do que todas as músicas do céu. A música celestial silencia para
que o clamor dos santos chegue ao trono de Deus.
b) O céu fica em
silêncio como atitude de suspense e tremor diante do julgamento de Deus ao
mundo - Antes desse tempo havia apenas regozijo e música no céu. Houve a
celebração da igreja, dos querubins, dos anjos e de todo o universo. Agora toda
a música cessa. Os exércitos celestiais, vendo os julgamentos de Deus que
desabarão sobre o mundo, ficam em silêncio. É o silêncio da terrível
expectativa dos acontecimentos que estão por vir.
2. As orações dos
santos que chegam ao céu - v. 3-5
a) As orações dos
santos sobem aos céus - v. 4 - Orar não é apenas um exercício meditativo.
Nossas orações sobem à presença de Deus. Quando oramos, unimo-nos a Deus no seu
governo moral ao mundo. Assim como o juízo de Deus veio ao Egito como resposta ao
clamor do povo de Israel (Ex.3:7-8), assim também, em resposta ao clamor dos
santos Deus envia o seu juízo aos ímpios (6:9-10; 8:3-5).
b) As orações dos
santos provocam o justo juízo de Deus sobre os ímpios - v. 5 - O mesmo
incensário que leva as orações é o incensário que derrama o juízo. O mesmo fogo
que queimou o incenso sobre o altar, causa destruição sobre a face da terra. As
orações dos santos desatam a vingança de Deus sobre os ímpios. Os trovões,
vozes, relâmpagos e terremoto são sinais da advertência do julgamento de Deus
que se aproxima. O mundo que perseguiu e oprimiu a igreja agora está sendo alvo
do juízo divino em resposta às orações dos santos. Quem é inimigo do povo de
Deus é inimigo de Deus. Quem toca na igreja, toca na menina dos olhos de Deus.
O julgamento de Deus cairá sobre o mundo em resposta a oração dos santos.
"Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite,
embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará
justiça" (Lc 18:7-8). A igreja que ora faz história.
c) As orações dos
santos provam que o altar e o trono estão muito próximos - As orações que sobem
do altar chegam ao trono. Orar é algo extremamente sério. Quando oramos,
estamos nos unindo ao que está assentado no trono. Altar e trono trabalham
juntos. Somos cooperadores de Deus na medida em que oramos. Não podemos afastar
o altar do trono.
d) As orações são de
todos os santos e não apenas dos mártires - v. 3 - Isso é uma forte evidência
de que o Apocalipse está se preocupando com o destino de toda a igreja na terra
em todas as épocas. Os julgamentos de Deus atingem a terra em resposta às orações
dos santos.
II. AS TROMBETAS SE
PREPARAM PARA TOCAR - V. 6
1. As trombetas são
divididas em dois grupos: catástrofes naturais e sofrimentos impostos
diretamente aos homens
- As quatro primeiras
trombetas falam de catástrofes naturais que atingem a terra, o mar, os rios e
os astros. As três últimas trombetas falam de sofrimentos impostos diretamente
aos homens. Elas são chamadas também de AIS.
- Em Mateus 24:4-8 e
24:13-22 encontramos uma divisão semelhante.
- As quatro primeiras
trombetas se distribuem sobre a terra. mar. rios e astros. Deus derruba o
edifício cósmico, que ele próprio levantara (14:7). Seu habitante, o ser
humano, até agora tão familiarizado com sua moradia, instalado nela de maneira
tão segura, experimenta esse "e houve". Sua casa está sendo demolida
de fora para dentro, o telhado descoberto de cima para baixo e o chão abalado
de baixo para cima. Essa irrupção do caos anuncia a ira de Deus.
- As trombetas falam
dos juízos divinos que precedem a volta de Cristo. Considerar tais descrições
como profecias de sentido literal, ou procurar interpretar os símbolos em
termos de eventos específicos seria enveredar pelo caminho da fantasia e do
grotesco.
- Essas trombetas
indicam uma série de calamidades que ocorrem muitas vezes durante toda esta
dispensação.
2. As trombetas têm o
propósito de advertir os homens e chamá-los ao arrependimento. O propósito
desses juízos preliminares é levar os homens ao arrependimento (9:20). Antes de
Deus derramar o seu completo juízo sobre a terra, ele oferece uma oportunidade
de arrependimento aos homens. Essa é a ira misturada com a graça. Em sua ira Deus se lembra da misericórdia.
Entretanto, o sofrimento em si não é suficiente para levar os ímpios ao
arrependimento (9:20; 16:9-10). Calamidades terríveis sucedem aos ímpios com o
fim de castigá-los por sua oposição à causa de Cristo e por sua perseguição aos
santos. Mas por meio desses juízos, Deus está continuamente chamando os ímpios
ao arrependimento. A função das trombetas é admoestar.
3. As trombetas são o
símbolo das intervenções de Deus na história
a) Pode ter o sonido
do alarme convocando para a batalha - É a chegada do perigo. O Cordeiro que
está no trono também é o juiz que julga o mundo (SI 2:1-5). As trombetas avisam
a chegada do juízo de Deus sobre a terra.
b) Pode ter o sonido
que anuncia a presença gloriosa de Deus - O Sinai tremeu pela manifestação de
Deus e ouviram o sonido de fortes trombetas (Ex.19:16,19). A segunda vinda de
Cristo, em sua gloriosa manifestação, será acompanhada com clangor de trombetas
(1 Co.15:52-3; 1 Ts4:16).
c) Pode ter o sonido
de convocação do povo - Foi uma voz como de trombeta que convocou João ao céu
(4:1). Mateus fala do sonido da trombeta que reunirá os escolhidos (Mt.24:31).
4. As trombetas são
semelhantes às pragas enviadas ao Egito
- As pragas no Egito
foram a manifestação do juízo de Deus em resposta ao clamor do povo de Israel
oprimido no cativeiro. Assim, também, as trombetas anunciam os juízos de Deus
sobre os habitantes da terra em resposta às orações dos santos.
- A primeira trombeta
relaciona-se à sétima praga; a segunda trombeta relaciona-se à primeira praga;
a terceira trombeta às águas amargas; a quarta trombeta relaciona-se nona
praga.
5. As trombetas
mostram que os juízos de Deus são universais
- Estas trombetas de
juízo afetam as diferentes partes do universo: terra, mar, rios, astros. Não há
em nenhuma parte refúgio para os maus. As quatro primeiro trombetas fazem dano
aos maus em seu ser físico; as últimas três causam angústia espiritual: o
próprio inferno é aberto.
III. AS TROMBETAS
COMEÇAM A TOCAR - V. 7-13
1. A Primeira
Trombeta - v. 7 - Há uma tempestade de granizo, fogo e sangue que atinge a
terra. Ela é semelhante à sétima praga no Egito com uma chuva de pedra com fogo
(Ex 9:23). Aqui, porém, acrescenta-se sangue, o que acentua o seu caráter
destrutivo. Nessa forma simbólica, o
livro de Apocalipse bem como todas as Escrituras, nos diz que calamidades tais
como terremotos, vulcões e inundações estão sob a mão de Deus e são parte do
seu método de castigar o pecado e de anunciar ao mundo que ele não pode
perseguir o seu povo impunemente. Ele é Senhor e exerce punição por tais atos. O significado é que o Senhor que está reinando
afligirá os perseguidores da sua igreja, desde a primeira até a segunda vinda
com vários desastres que sucederão na terra. Esses eventos não podem ser
datados. Mas o espaço de habitação das pessoas e seu alimento são durante
atingidos. Esses desastres "foram
atirados à terra". Esses desastres são controlados no céu. São enviados
por aquele que está no trono. Todas as coisas acontecem sob total controle de
Deus. A destruição ainda é parcial. É apenas o prelúdio do fim. Ainda há chance
de arrependimento.
2. A Segunda Trombeta
- v. 8-9 - Desde a primeira vinda de Cristo é que os ímpios têm perseguido a
igreja. Deus tem enviado o seu juízo sobre o mundo em forma de catástrofes,
tragédias, calamidades terríveis, pestilências que atingem a terra e agora
também o mar. Esta trombeta fala das
espantosas calamidades marítimas, bem como de todos os desastres que acontecem
no mar. Esse juízo é mais severo que o primeiro. Pois aqui não só há dano na
natureza, mas também danos materiais e por inferência de pessoas que viajavam
nessas embarcações. A ira de Deus
queimará todas as seguranças deste mundo. A pesca e a navegação são submetidas
a uma tragédia. Aqui tanto o comércio como vidas estão sofrendo. São desastres
ecológicos e econômicos em proporções gigantescas. A segunda trombeta é semelhante à primeira
praga no Egito quando as águas do Nilo transformaram-se em sangue e os peixes
morreram (Ex 7:20-21). Mais uma vez o juízo permanece delimitado. O juízo ainda
não é total.
3. A Terceira
Trombeta - v. 10-11 - O juízo agora é que a água doce é transformada em água
amargosa, o contrário do que aconteceu em Mara (Ex 15:25). A bênção torna-se
maldição. Deus faz sua criação retroceder. Deus ataca a água potável. Estima-se
que o maior problema do século XXI não será de energia nem de petróleo, mas de
água potável. Os recursos naturais estarão entrando em colapso. Pragas têm visitado o mundo, doenças têm
provindo de rios e fontes poluídas, e inundações têm ocorrido. Pessoas têm sido
destruídas nesses castigos divinos, que são a vara da ira de Deus contra um
mundo hostil à sua igreja. Os
perseguidores ímpios não encontrarão em nenhuma parte do universo verdadeiro
descanso nem tampouco gozo permanente. Não somente a terra e o mar, mas também
as fontes e os rios durante essa época, estarão contra essas pessoas malignas. Às vezes nos esquecemos que as enchentes, as
inundações são atos do juízo de Deus. Os jornais anunciam sobre tempestades,
inundações, epidemias originados por essas calamidades, mas não explicam que
estes juízos são a voz de Deus admoestando os ímpios. Esses desastres naturais
são trombetas de Deus chamando os homens ao arrependimento. Uma aflição amarga encherá o coração dos
ímpios como resultado dessa praga indicada. Muitos homens morrem, mas nem
todas. O juízo ainda não é final (8:11). Consequentemente, esse juízo é mais
grave do que os outros dois primeiros, pois aqui a morte de pessoas é
explícita.
4. A Quarta Trombeta
- v. 12 - Os astros, o sol, a lua e as
estrelas, desde as suas órbitas lutam contra os inimigos da igreja de Deus.
Deus está usando os astros celestes para admoestar aqueles que não lhe servem e
perseguem os seus filhos. Calamidades
têm vindo à humanidade como resultado das coisas que ocorrem nos céus, meteoros
caindo sobre a terra, eclipses, tempestades de areia, furacões, tornados e
outras calamidades terríveis vindas do céu têm visitado a terra. Essas
tragédias são trombetas de Deus alertando os homens a se arrependerem. A terra, o mar, os rios e os astros são
trombetas de Deus que anunciam o seu juízo e convocam os homens ao
arrependimento. O ser humano encontra adversidade em quatro lados, isto é, por
todos os lados. É terrível como a bênção vai abandonando uma região após a
outra e como o caos vai tomando conta.
5. Uma águia voando
no céu, avisando sobre o caráter trágico das últimas três Trombetas — v. 13 - João vê e ouve uma águia predizendo as
calamidades mais terríveis que sobrevirão aos homens como resultado das últimas
três trombetas. Em outras palavras ele estava dizendo: "Se vocês pensam
que as coisas que já aconteceram são terríveis, simplesmente esperem, pois
coisas piores virão". Em grande voz
a águia dizia: "Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes
vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar". A tríplice
repetição é ênfase superlativa. As últimas três trombetas são denominadas
"Ais", e isso demonstra que serão pragas extremamente severas. A
quinta e a sexta pragas destruirão os homens, enquanto a sétima destruirá as
obras dos homens. Essas três últimas
calamidades serão piores que as primeiras. Elas atingirão não os elementos da
natureza, mas diretamente os homens. Assim como o povo de Israel foi poupado das
pragas que sobrevieram ao Egito, a igreja será poupada das pragas decorrentes
das trombetas. Enquanto os selos tratam
da perseguição do mundo à igreja, a grande tribulação; as trombetas falam do
juízo da ira de Deus sobre o mundo. A igreja não sofrerá essa ira.
O que Deus está fazendo aqui, nessas quatro primeiras trombetas?
1) Um dano terrível é
infligido à terra e à vegetação, ao mar e seus navios, às águas que o homem
bebe e à luz pela qual o homem vê - o meio ambiente, o comércio, os recursos
naturais e a visão.
2) Mas o dano é
parcial (um terço) e não total; as trombetas soam para advertir e não para
destruir totalmente. A maioria da raça humana sobrevive, vendo a ira de Deus
manifesta contra o pecado, e tem uma chance para arrepender-se. Aqui vemos a
ira misturada com graça. Esses atos de juízo são também expressões de bondade.
3) Os selos mostraram
a igreja sofredora clamando por justiça. As trombetas mostram a misericórdia
sendo oferecida ao mundo pervertido. A oferta é recusada, e o mundo, de fato,
não se arrependerá (9:20).
4) Nunca poderemos
afirmar que Deus não deu ao homem a oportunidade de arrepender-se, movendo para
isso céus e terra.
APOCALIPSE 9:1-12
A CAVALARIA DO INFERNO
1. As trombetas são
os juízos de Deus sobre os ímpios, em resposta às orações dos santos. Esses
juízos não são finais, pois visam o arrependimento. Na sua ira, Deus se lembra
da sua misericórdia.
2. As quatro primeiro
trombetas foram juízos que atingiram a natureza: a terra, o mar, os rios e os
astros. Mas agora os terrores do tempo do fim vão aumenta em tensão e
intensidade. Agora não são calamidades naturais, mas terrores demoníacos
invadem a terra para atormentar os homens.
3. As últimas três
trombetas trazem juízos mais severos e estes atingem os homens ímpios
diretamente. São "ais" que lhes sobrevirão.
4. Essa quinta
trombeta fala de um tormento imposto aos homens que não têm o selo de Deus. Há
inquietação no mundo. As pessoas não têm paz. Elas buscam refúgio na religião,
no dinheiro, na bebida, no sexo, nas drogas, na fama, mas o vazio é cada vez
maior. A degradação de valores aumenta. As famílias estão se desintegrando. A
imoralidade campeia. A violência aumenta. Os conflitos se avolumam. Vivemos
dias difíceis, ferozes (2 Tm.3:1; Mt.8:28).
5. Para um mundo que
rejeita a Deus, a maldição é receberam o que desejam, os próprios demônios. Um
inundo sem Deus somente pode existir como um mundo em que penetra o satânico.
Deus dá aos homens o que eles querem e nisso está a sua maior ruína (Rm
1:18-32).
6. Deus usa ainda a
obra do diabo como um castigo e uma admoestação aos maus (9:20,21).
I. O REI DA CAVALARIA
DO INFERNO - V. 1,11
1. Ele é uma estrela
caída do céu - v. 1 - Os anjos são
descritos na Bíblica como estrelas (Jó 38:7). Lúcifer, rebelou-se contra Deus e
foi lançado para fora do céu. "Como caíste do céu, ó estrela da manhã,
filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitas as nações"
(Is 14:12). Jesus diz: "Eu vi a Satanás como um raio, que caía do
céu" (Lc 10:18). A estrela que João viu foi a estrela caída. João não viu
uma estrela caindo. A estrela já estava caída. A queda de Satanás é fato
passado. Ele é um ser caído, decadente, derrotado.
2. Ele tem um caráter
pervertido, ele é destruidor - v. 11 - Os demônios que saem do poço do abismo são
liderados por esse ser maligno. Ele é assassino. Ele é ladrão. Ele é mentiroso.
Ele veio roubar, matar e destruir (Jo 10:10). Há um espírito gerador de crise
na política, na economia, nas instituições. Há um espírito gerador de conflitos
dentro do homem, entre os que homens e entre as nações. Ele é o deus deste
século, o príncipe da potestade do ar. O diabo é esse espírito terrível que
atua nos filhos da desobediência (Ef 2:3).
3. Ele tem sua
autoridade limitada - v. 1.4,5 - 0 diabo é um ser poderoso, mas Deus é todo
poderoso. O diabo não tem autoridade de agir a não ser que Deus o permita, como
aconteceu no caso de Jó.
a) A autoridade para
abrir o poço do abismo - v. 1 - O diabo não tem a chave do poço do abismo. Essa
chave lhe é dada. É Jesus quem tem as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18).
Ele solta um bando de demônios que estavam presos (Jd 6). Existem dois tipos de
demônios: os presos aguardando julgamento em algemas eternas e aqueles que
estão em atividade. Parte daqueles que estavam presos são liberados aqui (2 Pe
2:4). Nos abismos do inferno existem anjos guardados para o juízo. Agora
Satanás recebe permissão para que esses demônios saiam e perturbem os homens.
b) Autoridade
limitada quanto à ação - v. 4,5 - Os gafanhotos são insetos que destroem a
vegetação (Ex.10:14,15; Joel.1:4). Mas esses gafanhotos aqui são seres
malignos. 1) Eles não podem causar dano à erva da terra (v. 4); 2) Eles não
podem matar os homens, mas apenas atormentá-los (v. 5); 3) Eles não podem
atormentar os homens selados por Deus.
c) Autoridade
limitada quanto ao tempo - v. 5 - Cinco meses não deva ser entendido aqui como
um tempo literal. Cinco meses é a duração da vida do gafanhoto, da larva à
plenitude da sua ação. Ele não tem poder para agir todo o tempo. Ele está
limitado em sua ação e em seu tempo.
II. CARACTERÍSTICAS
DOS GAFANHOTOS QUE SAEM DO ABISMO -V.7-11
Do abismo sobem
gafanhotos e eles são como cavalos preparados para a peleja (v. 7) e ferroam
como escorpiões. Os gafanhotos são insetos insaciáveis. Eles comem e defecam ao
mesmo tempo. Quando passam por uma região devastam tudo. Em 1866 uma praga de
gafanhotos invadiu a Argélia e tão grande foi a devastação que 200.000 pessoas
morreram de fome nas semanas seguintes por falta de alimento. Contudo, esses
gafanhotos que João descreve não são insetos, mas demônios. Em certos períodos
da história parece que todo o inferno é liberado para agir na terra sem
restrição divina (Rm.1:18-32). Deus o permitiu. Deus os entregou. Assim, o
terrível problema moral que assola o nosso século é o castigo' divino aos
homens que o desprezam e zombam da sua Palavra. Deus retirou suas restrições.
Esse é o toque da quinta trombeta. Como eles são? Quais são suas
características?
1. Espírito de
obscuridade - v. 2-3 - O diabo é das trevas. Ele não suporta a luz. Seus
agentes também atual onde há fumaça, onde a luz é toldada, onde o sol da
verdade não brilha, onde reina a confusão. Onde prevalece as trevas, aí os
demônios oprimem. Esses agentes do
inferno criam um nevoeiro na mente das pessoas com falsas filosofias, com
falsas religiões. O diabo cega o entendimento dos incrédulos. O grande projeto
desses demônios é manter a humanidade num berço de cegueira, numa vida de
obscurantismo espiritual e depois levá-los para o inferno.
2. Espírito de
destruição - v. 11 - É difícil imaginar
uma praga mais devastadora do que um bando de gafanhotos (Ex 10:15; Jl 1 e 2).
Esses demônios que saem do abismo têm uma ânsia destruidora. Eles são
capitaneados por Abadom e Apoliom. Ele são implacáveis, impiedosos,
destruidores. Os gafanhotos não têm rei, agem em bando. "Os gafanhotos não
têm rei, contudo marcham todos em bandos" (Pv 30:27). Esses espíritos malignos,
porém, agem sob o comando de Satanás se infiltram nos lares, nas escolas, nas
instituições, na televisão, no cinema, no teatro, na imprensa, nas ruas, na
vida dos homens e como uma cavalaria de guerra em disparada provocam grande
tormento. Esses espíritos malignos têm atormentado vidas, arruinado lares,
jogado jovens na vala lodacenta das drogas, empurrado jovens para a prática da
imoralidade, semeado a ganância criminosa no coração de homens depravados. Eles
destroem a paz. Essa cavalaria do inferno em sua cavalgada pisoteia crianças,
jovens, famílias, trazendo grande sofrimento por onde passam.
3. Espírito de poder
e domínio - v. 7 - Esses demônios atuam
nos filhos da desobediência (Ef 2:3). Eles mantém no cativeiro seus escravos
(Mt 12:29). Os ímpios estão sob o domínio de Satanás (At 26:18) e estão no
reino das trevas (Cl 1:13). O diabo é o deus deste século (2 Co 4:4), é o
príncipe da potestade do ar (Ef 2:2) e o espírito que atua nos filhos da
desobediência (Ef 2:3). Há pessoas que vivem debaixo de reinado de medo e
terror. Há pessoas que são verdadeiros capachos de Satanás, indo a cemitérios
para fazer despachos. Outros são ameaçados de morte ao tentarem sair dos seus
tentáculos. Ilustração: O lenço branco. Esses espíritos controlam a vida daquelas pessoas
que vivem na prática da mentira, pois o diabo é o pai da mentira. Esses
espíritos controlam aqueles que vivem com o coração cheio de mágoa e
ressentimento (Mt 18:34; 2 Co 2:10-11). Esses espíritos cegam o entendimento
dos incrédulos, mantendo as pessoas no cativeiro da incredulidade (2 Co 4:4).
4. Espírito de
inteligência - v. 7 - Esses espíritos malignos podem discernir os que têm o
selo de Deus daqueles que não o têm. No reino espiritual anjos e demônios sabem
quem é você. Encantamento não vale contra a tenda do povo de Deus. O diabo não
lhe toca. O diabo e seus demônios não podem atingir você a não ser que Deus o
permita. Esses espíritos possuem uma inteligência sobrenatural. Eles são
peritos estrategistas. Precisamos ficar atentos contra as ciladas do diabo.
Eles são detetives invisíveis. Eles armam ciladas, criam sutilezas, inventam
filosofias e religiões para torcer a verdade. Esses gafanhotos invadem a
imprensa, as universidades, a televisão e até os púlpitos.
5. Espírito de
sensualidade - v. 8 - Devemos fugir daquela ideia medieval que pinta o diabo
como um ser horrendo. Ele se dissimula. Ele aparece como anjo de luz. Ele usa
uma máscara atraente.
• O culto mais
popular da Ásia era a Dionísio, voltado à sensualidade. Nesse culto, os adeptos
se extasiavam loucamente, meneando o cabelo volumoso, em danças obscenas. Esses espíritos despejam no mundo uma torrente
de sensualidade. Não obstante a impureza proceder do nosso coração pecaminoso,
esses espíritos malignos promovem toda sorte de sensualidade. A orgia, a
pornografia, o homossexualismo, e toda sorte de depravação moral estão enchendo
a nossa cultura como uma fumaceira que sobe do abismo. O sexo no namoro, a
infidelidade conjugai e as aberrações sexuais estão se tornando coisas normais
para essa sociedade decadente.
A pornografia
industrializou-se poderosamente sob a indiferença de uns e a conivência de
outros.
6. Espírito de
violência - v. 8b - Dentes de leão falam de poder de aniquilamento (Jl 1:6).
Dentes como de leão retratam o poder destrutivo e devastador desses demônios.
Eles não brincam. Eles não descansam. Eles não tiram férias. Eles são
atormentadores. Eles agem com grande violência. Eles estão por trás de
facínoras como Hitler. Eles estão por trás de gangues de narcotráficos. Essa
cavalaria do inferno por onde passa deixa um rastro triste de violência e
destruição.
7. Espírito de
inatingibilidade - v. 9 - Esses espíritos são seres invisíveis, inatingíveis
que não podem ser atacados por armas convencionais (Jl 2:7-9). Eles não podem
ser detidos em prisões humanas. Eles não podem ser destruídos por bombas.
Precisamos de enfrentar essas hordas com armas espirituais. Não podemos
enfrentar esses gafanhotos na força na carne. Não podemos entrar nesse campo
sem o revestimento do poder de Deus. Esses gafanhotos têm couraças de ferro.
Eles parecem inatingíveis. São como os esquemas de corrupção do crime
organizado que se instalam nas instituições que resistem à ação repressiva da
lei.
IH. A MISSÃO
PRINCIPAL DESSES GAFANHOTOS QUE SAEM DO ABISMO-V. 4-6,10
1. Atormentar os
homens - v. 4-5 - João vê que, ao ser aberto o abismo, sobem imediatamente do
poço colunas de fumaça, semelhantes à fumaceira de uma grande fornalha. E a
fumaceira da decepção e do erro, do pecado e do vício, da violência e
degradação moral. Tão lôbrego é esse fumo, que são entenebrecidos o sol e o ar.
Isso é símbolo da terrível cegueira moral e espiritual provocada por essas
forças terríveis que agem na terra (v. 3). Essa estrela caída é um dragão cheio
de cólera (Ap 12:12). Esses gafanhotos são como uma cavalaria infernal que
pisoteiam e fazem trepidar a terra e como escorpiões que ferroam os homens como
o seu terrível veneno. João está falando de uma invasão extraterrestre, de
forças cósmicas do mal invadindo a terra. Há um cerco de demônios em volta da
terra. Os homens estão cercados pelos gafanhotos do inferno. Esses gafanhotos tomam a vida dos homens um
pesadelo... Eles despojam os homens de toda perspectiva de felicidade. Eles
tomam a vida humana um palco de dor e um picadeiro de angústias infernais. Eles
ferroam os homens como escorpiões cheios de veneno (Ap 9:5,10). Esses gafanhotos tiram a paz da terra. O homem
vive atormentado, inquieto. Não há paz para o ímpio. Não há paz nas famílias. O
mundo está em conflito. Nesse desespero existencial os homens buscam a fuga do
misticismo, das drogas, do alcoolismo, mas não encontram alívio.
• O sofrimento que
esses gafanhotos provocam não é imaginário, mas real. Não é apenas espiritual,
mas também físico. Não é apenas um sofrimento escatológico, mas histórico,
presente.
2. Causar dano aos
homens - v. 4,10 - Esses seres malignos receberam poder (v. 3), para causar
dano aos homens (v. 4,10). Ah! Quantos danos eles têm causado aos homens!
Quantas perdas, quantas lágrimas, quanta vergonha, quanta dor, quanta angústia
nos lares arrebentados, quantas vidas iludidas, quantas pessoas com a esperança
morta. O diabo é um falsário, ele promete prazer, mas só dá desgosto. Ele
promete vida, mas provoca a morte. Onde ele age, há danos e perdas.
3. O tormento que
eles causam é pior do que a morte - v. 6 - Como em Apocalipse 6:15-16, as
pessoas buscam a morte em lugar de Deus (Ap 9:6). Essas pessoas não têm nenhuma
disposição para o arrependimento (Ap 9:20). O espírito da época consiste de
saturação da vida e de medo indefível de viver, atraído misteriosamente pelo
jogo com o desespero. O ser humano desperdiça-se, sem livrar-se de si mesmo.
Ele transforma-se no suplício em pessoa. O tormento causado por esses
gafanhotos é tão grande que os homens buscarão a morte a fim de encontrar
alívio para a agonia que sentem, mas nem mesmo a morte lhes dará alívio. Hoje, muitos flertam com a morte e preferem-na
à vida. Pior que qualquer ferida é querer morrer e não poder fazê-lo. Os homens
verão a morte como alívio, mas até a morte não lhes trará alívio, mas tormento
eterno. A morte não consegue matar esse desespero. Esse tormento é pior do que
a morte. Soren Kierkegaard retratou isso bem: "(9 tormento do desespero é
exatamente esse, não ser capaz de morrer. Quando a morte é o maior perigo, o
homem espera viver; mas, quando alguém vem a conhecer um perigo ainda mais
terrível que a morte, esse alguém espera morrer. E, assim, quando o perigo é
tão grande que a morte se torna a única esperança, o desespero consiste no desconsolo
de não ser capaz de morrer.'" O sofrimento é tal que a morte seria
preferível. Os homens verão a morte como um alívio. Mas nem a morte pode
livrá-los desse indescritível sofrimento. Jó 3:20,21 fala desse sentimento:
"Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que
esperam a morte, e ela não vem? Eles cavam em procura dela mais do que tesouros
ocultos ".
IV. A CONDIÇÃO DO
POVO DE DEUS DIANTE DESSA CAVALARIA DO INFERNO - V. 4b
O diabo e seus
demônios conhecem aqueles que são de Deus e não lhes tocam - Quando você
pertence à família de Deus você se torna conhecido no céu, na terra e no
inferno. Quem é nascido de Deus, Deus o guarda e o maligno não lhe toca (1 Jo.5:18).
Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo (1 Jo.4:4).
Nenhuma arma forjada contra nós prosperará (Is.54:17). Porque Deus é por nós,
ninguém poderá ser contra nós e nos destruir (Rm.8:31). Agora estamos nas mãos
de Jesus (Jo.10:28). O povo de Deus é distinguido dos ímpios pelo selo de Deus
- A igreja é o povo selado de Deus (Ap.7:4). Aqueles que receberam o selo de
Deus são protegidos do ataque desse bando de gafanhotos (Ap.9:4b).
• O selo de Deus é o
Espírito Santo que recebemos quando cremos -O Espírito Santo é o selo e o
penhor da nossa redenção (Ef.1:13-14). Somos propriedade exclusiva de Deus.
Somos o povo genuíno de Deus. Somos invioláveis. O diabo não pode nos tocar. Os
selados estão livres dos tormentos - Aqueles que estão debaixo do abrigo do
sangue do Cordeiro não estão debaixo do tormento dos demônios. "A maldição
do Senhor habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele
abençoa" (Pv 3:33).
APOCALIPSE 9:13-21
O JUÍZO DE DEUS SOBRE OS ÍMPIOS
1. Vimos até aqui que
o livro de Apocalipse não é um livro fechado e misterioso, mas um livro aberto
que revela a vitória retumbante de Cristo e da sua igreja.
2. Vimos que este
livro é dividido em sete seções paralelas, e que em cada uma, a inteira
dispensação da graça é revelada, mostrando-nos os fatos que vão da primeira à
segunda vinda de Cristo.
3. Vimos que os sete
candeeiros falam da igreja como noiva de Cristo sob o seu olhar investigador, corretor
e restaurador.
4. Vimos que os sete
selos falam da perseguição do mundo à igreja e como Deus selou o seu povo e o
conduziu à glória, enquanto entregou os ímpios ao mais completo desamparo.
5. Vimos que as sete
trombetas falam do juízo de Deus ao mundo dos ímpios, em resposta às orações
dos santos e como essas trombetas são agentes do juízo de Deus que recaem sobre
a terra, mar, rios, astros e homens.
6. Vimos que na
quinta trombeta Satanás recebeu autoridade para abrir o poço do abismo e de lá
saíram demônios para atormentar os homens, não podendo estes, porém atacar
aqueles que tinham recebido o selo de Deus.
7. Agora, na sexta
trombeta vamos observar como o juízo de Deus avança para um desfecho final e
como as coisas se agravam. A quinta trombeta trouxe sofrimento, a sexta traz
morte.
I. O JUÍZO DE DEUS
QUE DESABA SOBRE OS ÍMPIOS É RESULTADO DAS ORAÇÕES DOS SANTOS -V. 13-15
1. As grandes operações
de Deus na terra vêm em resposta às orações do povo de Deus. Foi assim no Êxodo
(Ex 3:7,8). Tem sido assim ao longo da história. Sobretudo, o livro de
Apocalipse revela essa conexão entre o altar e o trono. Apocalipse 6:9-11
revelam as orações dos mártires e o resultado está descrito em Apocalipse
6:12-17, na cena do juízo. Apocalipse
8:3-5 mostra as orações dos santos subindo do altar ao trono e descendo do
trono em termos de juízos de Deus conforme Apocalipse 8:5-6. Agora, novamente,
em Apocalipse 9:13-14 somos informados que a voz procedendo dos quatro ângulos
do altar de ouro, o altar da oração é que desencadeia a soltura dos quatro
anjos do juízo sobre os ímpios. Quando a igreja ora ela se une ao Deus soberano
em seus atos de justiça na história. Quando a igreja, Deus se manifesta.
II. O JUÍZO DE DEUS É
EXECUTADO PELOS QUATRO ANJOS QUE ESTÃO ATADOS JUNTO AO RIO EUFRATES - V. 14
1. Esses anjos são
agentes da justiça divina. Esses anjos são anjos maus, anjos caídos, que
executam o juízo de Deus sobre o mundo. Eles se agradam de precipitar os homens
à guerra. Quatro é o número do mundo. Representa aqui que o mundo inteiro está
em vista.
2. Esses anjos estão
atados junto o rio Eufrates
a) Foi justamente
aqui no rio Eufrates, onde ficava o Éden, que os poderes satânicos, levaram
nossos país à queda.
b) Havia uma previsão
profética de invasão de cavalos vindos do Norte (Ez 38:14; Is 5:26-30: Jr
6:22-26). João transformou essa expectativa militar em uma invasão de hordas de
demônios.
c) O Eufrates
torna-se materialização de uma barreira, atrás da qual se represam tragédia e
juízo, barrados por Deus ou liberados por ele com ira.
d) O Eufrates é o
limite oriental da Terra prometida, onde estavam os terríveis inimigos do povo
de Deus: a Assíria e a Babilônia. Assim este rio representa a Assíria e a
Babilônia, ou seja, o mundo ímpio.
e) Isaías 8:7:
"O Senhor fará vir sobre eles as águas do Eufrates, fortes e impetuosas,
isto é, o rei da Assíria...". Isaías descreve uma invasão desses inimigos
como se fosse uma enchente do Eufrates. Uma enchente quebra barreiras,
seguindo-se a destruição.
f) O ponto central
aqui não é a geografia do Eufrates. Eufrates é apenas um símbolo. Esses cavalos
da destruição virão de toda parte, do mundo inteiro.
III. O JUÍZO
DESENCADEIA-SE NO TEMPO DETERMINADO POR DEUS -V. 15
1. A soberania de
Deus controla os agentes, o espaço e o tempo. Deus está no trono. Nada acontece
sem sua permissão. Ele está no controle. É ele quem dá autoridade para Satanás
abrir o poço do abismo. E ele quem ordena, em resposta às orações dos santos,
soltar os quatro anjos do juízo. E ele quem determina de onde esses anjos
procedem. É ele quem determina o tempo exato da ação desses anjos do juízo.
Esses anjos do juízo não são livres para agir da forma que querem e quando
querem. Eles estão debaixo de autoridade. Eles foram preparados para essa hora
definida. Eles só podem agir no tempo estabelecido por Deus. No tempo que Deus
determinar, esses duzentos milhões de cavalos serão soltos, e uma enchente de
poderes demoníacos vai transbordar sobre o mundo civilizado. O fato de serem
soltos representa a liberação da ação punitiva no prazo previsto por Deus. Ao
permitir que esses anjos sejam desatados, Deus usa a guerra como uma voz de
admoestação aos maus (Ap 9:20). A guerra também está incluída no decreto de
Deus, havendo sido determinada há sua hora.
IV. O JUÍZO
DESENCADEADO PELA SEXTA TROMBETA É MAIS SEVERO DO QUE O ANUNCIADO PELA QUINTA
TROMBETA - V. 15
1. Os juízos vão se
intensificando à medida que a história caminha para o seu fim-v. 15b - Os
gafanhotos que saíram do poço do abismo tinham limites bem definidos sobre o
que podiam e o que não podiam fazer. Os demônios estão debaixo da autoridade
absoluta de Deus. Até eles estão sob as ordens de Deus e precisam cumprir os
propósitos soberanos de Deus. Eles não podiam destruir a vegetação, nem matar
os homens, nem tocar nos selados de Deus. Mas, agora, eles recebem poder para
matar uma terça parte dos homens. Há uma semelhança entre os gafanhotos da
quinta trombeta e os cavalos da sexta trombeta: Em ambos os casos a natureza
demoníaca dos seres torturadores são vistos em figura de escorpiões nos (v.
3,5) e em figura de serpente no (v. 19). Em ambos os casos o poder desses seres
reside na cauda. Sua atividade é causar dano (v. 4,19). São comparados com
leões (v. 8,17) e cavalos de batalha (v. 7,16). Ambos os textos falam de fumaça
infernal (v. 2, 17,18). Mas a intensificação do flagelo na sexta trombeta é
inegável, no lugar de tortura (v. 5) aparece agora a matança (v. 15,18,20).
2. Os juízos
descritos na sexta trombeta descrevem a guerra - v. 15 - Não é uma guerra
particular, mas todas as guerras, passadas, presentes e futuras. Sobretudo, a
sexta trombeta fala daquelas guerras espantosas que abalarão o mundo à medida
que avançamos para o fim. A guerra aqui não é apenas um castigo, mas também,
uma voz de admoestação de Deus aos ímpios. As guerras resultam da resistência
contra a honra de Deus e do Cordeiro. Elas são anticristãs. Significam sempre:
quem não quiser ouvir, terá de sofrer! Quem não dá ouvidos aos mandamentos de
Deus e pratica o mal, experimentará que o mal não vai bem, porque Deus vive!
3. Os agentes do
juízo são uma multidão incontável - v. 16 - João não vê o exército, ele ouve o
seu número: vinte mil vezes dez milhares, ou seja, um exército com duzentos
milhões de cavalos. Esse número é simbólico, representa uma multidão
incontável. É uma espécie de invasão demoníaca com sede de sangue que invade a
terra. Essa cavalaria não apenas atormenta, mas também mata uma terça parte dos
homens. Tornam os homens serem ferozes, malignos, violentos.
4. Os agentes do
juízo transformam-se em máquinas assassinas - v. 17-19
a. Eles são seres
inatingíveis - v. 17 - Eles têm couraça de fogo. Não podem ser destruídos com
armas convencionais. Eles são seres mistos (cavalo, leão e serpente),
b. Eles são seres
ferozes - v. 17b - Eles parecem leões, símbolo de força, ferocidade e poder
destruidor,
c. Eles são
peçonhentos como serpentes - v. 19 - Esses cavalos têm um grande poder
destruidor. São altamente letais e venenosas. Eles não são cavalos ordinários,
eles simbolizam máquinas e instrumentos de guerra de toda classe: tanques,
canhões, aviões de combate, bombas, armas nucleares, químicas e biológicas.
d. Eles flagelam e
matam os homens - v. 18 - Esses espíritos malignos agem nos homens e através
dos homens e os atormentam e matam. Três flagelos são mencionados: fogo, fumaça
e enxofre. O fogo queima, a fumaça tira a visibilidade, o enxofre polui. O
propósito deles é destruir. Por meio deles matam uma terça parte dos homens.
Isso fala das guerras em sua truculência, ferocidade e poder destruidor. Essas
guerras sangrentas têm o poder de matar uma terça parte dos homens. Quando os
homens tentam se desvencilhar de Deus, eles começam a lutar uns contra os
outros e a destruir uns aos outros em grande número. Vejam as atrocidades das
guerras: nos impérios antigos, guerras na Europa, guerra civil nos Estados
Unidos, guerras tribais, guerras étnicas, guerras religiosas, as duas guerras
mundiais, as guerras atuais. O arsenal de morte armazenado hoje. v. Eles têm o
controle da imprensa - v. 19 –
O poder desses
agentes destruidores está na boca. Eles têm a comunicação em seu poder. Eles
dominam a imprensa. Eles controlam o mundo pela sua filosofia. O poder está na
boca e o peçonha na cauda. Eles têm poder quando falam e através da cauda
destilam letal peçonha.
V. O JUÍZO DE DEUS NA
SEXTA TROMBETA, POR MAIS DRAMÁTICO É AINDA LIMITADO - V. 15,18,20,21
1. A ira de Deus
ainda está misturada com a misericórdia - Deus impõe um limite. Esse limite não
pode ser ultrapassado. É uma terça parte dos homens e nada mais. Deus está no
controle, mesmo quando os agentes do juízo estão em ação na história.
2. Essa trombeta é a
última chamada de Deus aos ímpios antes do juízo completo de Deus chegar - A
sexta trombeta é a última advertência aos habitantes da terra. A advertência é
a morte de uma terça parte dos homens. Um terço da raça humana é destruída, com
o objetivo de levar os outros dois terços ao arrependimento. Quando chegar a
sétima trombeta, será tarde demais. A cena da sétima trombeta é a cena do juízo
final. Então, não haverá mais chance (11:15-18). As sete taças falam da
consumação da cólera de Deus (15:1).
3. O propósito da
sexta trombeta é dar aos homens uma chance de
arrependimento antes
do fim - As Tragédias que desabam sobre a história não são fruto do acaso, nem
apenas desastres naturais. Eles são trombetas de Deus, chamando os homens ao
arrependimento. As guerras na sua fúria
e fealdade são trombetas de Deus convocando os homens a se voltarem para Deus. As guerras que têm destruído vidas não são
apenas provocadas por problemas econômicos e políticos, mas Deus falando à
humanidade. punindo o mundo de homens e mulheres que não lhe dão ouvidos. Não
obstante, eles ainda não se arrependerão. Muitos cristãos pensam que se houver
uma guerra, um terremoto, as multidões voltar-se-ão para Deus e haverá um
grande reavivamento. Muitos pensaram assim no final da segunda guerra mundial.
Mas isso é um engano. Só o Espírito de Deus pode levar uma pessoa ao verdadeiro
arrependimento.
VI. OS JUÍZOS MAIS
SEVEROS NÃO PRODUZEM O ARREPENDIMENTO DOS ÍMPIOS-V. 20-21
1. Os ímpios
desperdiçam suas últimas oportunidades - Eles são cegos para perceberem a mão
de Deus nos juízos sobre a história. Eles vêem os ímpios morrendo na sua
impiedade c não se apercebem de que Deus está lhes embocando a sua trombeta,
chamando-os ao arrependimento. Em vez de se voltarem para Deus, eles continuam
na prática de seus abomináveis pecados (v. 20,21). Não apenas não se voltam
para Deus e continuam nos seus pecados, mas se rebelam ainda mais contra Deus
(Ap 16:9-11). O mesmo refrão chocante perpassa em Amos 4:6,8-11, bem com o
coração cada vez mais endurecido de Faraó. A impenitência é a causa não somente do
derramamento das taças da ira final (Ap 15 e 16), mas também é a razão da
culminação esta ira no juízo final.
2. O pecado da
impiedade conduz ao pecado da perversão, ou seja, a idolatria produz a
imoralidade - v. 20-21 - A falsa religiosidade, produz a falsa moralidade. A
teologia determina a ética. A idolatria promove a imoralidade. Esse é o ensino
de Paulo em Romanos 1:18-32.
3. A idolatria conduz
ao pecado da adoração de demônios - v. 20 - Os ídolos são obras das mãos do
homem: são feitos de ouro, prata, cobre, pedra e pau. Eles não podem ver, nem
ouvir, nem andar. Eles precisam ser carregados. Eles podem ser quebrados. Eles
não são nada (1 Co 8:4). Mas por trás do ídolo estão os demônios (1 Co
10:19-20). Os homens adoram os demônios que estão nos ídolos. As pessoas passam a confiar em ídolos feitos
por suas próprias mãos (Os 4:12) e são enganadas por um espírito de
prostituição.
4. Os ímpios quebram
as duas tábuas da lei de Deus - v. 20-21 - Eles deixam de adorar o Deus vivo
para se prostrarem diante de ídolos, quebrando os dois primeiros mandamentos da
primeira tábua da lei (9:20). Esse tempo do fim é marcado por intensa
religiosidade, mas uma religiosidade falsa: adoração de ídolos e demônios. Eles quebram o sexto, o sétimo e o oitavo
mandamentos da segunda tábua da lei (9:21).
5. Os ímpios
encharcam-se de perversão e transformam a sociedade em um caos -v.21
a. Não há respeito à
vida - As pessoas perdem o respeito pela dignidade da vida. Assassinatos
cruéis, brutais. A vida se torna sem valor,
b. Não há respeito à
lucidez - Feiçarias vêm de farmakeia, de onde vem drogas. É uma geração
entorpecida, drogada,
c. Não há respeito à
pureza moral - Os homens não respeitam o casamento, nem a castidade. A
imoralidade é aplaudida. É uma sociedade pansexual.
d. Não há respeito à
propriedade privada - Impera nessa sociedade caotizada a exploração, o roubo, o
furto, a desonestidade, a corrupção dos valores morais.
Ódio às pessoas, mesclado de venenos intelectuais, infidelidade e
exploração do ser humano pelo ser humano
esse é o semblante de
uma sociedade, contra a qual se dirigem a ira do Cordeiro e todos os flagelos
de Deus. O objetivo sempre presente de
Deus, no entanto, é chamar o homem ao arrependimento. O que mais nos choca
neste capítulo 9 de Apocalipse não é tanto o severo juízo de Deus sobre os
ímpios, mas a persistência deles em continuarem pecando contra Deus enquanto
Deus os está julgando. Em lugar de
voltar-se para Deus, acontecem iniciativas cada vez mais precipitadas de
afastar-se dele. Essa é uma época em que a pregação de arrependimento se torna
notoriamente difícil, notoriamente rara e notoriamente urgente!
APOCALIPSE 10:1-11
O PRELÚDIO DA SÉTIMA TROMBETA
1. Estamos falando
sobre as sete trombetas. Soaram as seis trombetas, e aguardamos agora a sétima.
As últimas três trombetas foram anunciadas como "ais" que viriam. A
quinta trombeta foram os gafanhotos saídos do abismo que vieram para atormentar
os homens que não têm o selo de Deus. A sexta trombeta é uma cavalaria
inumerável que mata uma terça parte dos homens impenitentes.
2. Quando a sétima
trombeta tocar, não haverá mais chance para os pecadores. A sétima trombeta
aponta para o juízo final. Então, será tarde demais.
3. O capítulo lº e o
11:1-14 são um interlúdio antes do juízo final. Assim como entre o sexto e o
sétimo selo houve uma mensagem de consolo para a igreja, mostrando os santos em
glória, também entre a sexta e a sétima trombeta haverá um interlúdio, com a
mensagem do anjo forte, trazendo o livrinho aberto em sua mão. O primeiro interlúdio
salientou a segurança e a glória do povo de Deus perseguido. Esta, agora,
descreve uma mistura de doce e amargo.
I. A DESCRIÇÃO DO
ANJO FORTE - V. 1-7
Há mais de sessenta
referências aos anjos no livro de Apocalipse. Eles são o exército de Deus enviados
para realizar o propósito de Deus na terra.
Raramente pensamos
neles como espíritos ministradores em nosso favor (Hb 1:14), mas um dia no céu
nós iremos aprender tudo o que eles fizeram por nós. Os anjos são valorosos em
poder (SI 103:20), mas há anjos mais poderosos que outros. Aqui temos um anjo
forte e sua descrição tem grandes semelhanças com o próprio Deus e com o
Cordeiro. Alguns estudiosos entendem que esse anjo forte é uma descrição do
próprio Cristo glorificado, conforme ele se apresentou a João no capítulo 1.
Outros, entretanto, crêem que ele é um anjo que vêm direto da presença de Deus
e do Cristo ressurreto. Há semelhanças estreitas entre esse anjo e o próprio
Cristo. Contudo no Apocalipse anjos são sempre anjos; Cristo nunca é chamado de
anjo. Esse anjo não recebe adoração. O Apocalipse nunca confunde o Senhor que
está assentado no trono com os seus emissários que descem à terra. Esse anjo
anunciará a sétima trombeta, então, virá o fim (1 Co 15:52).
1. Este anjo desce do
céu envolto em nuvem - v. 1 - Deus é
geralmente identificado com nuvens. Deus conduziu o povo de Deus Israel através
de uma nuvem luminosa (Ex 16:10). Nuvens escuras cobriram o Sinai quando a lei
foi dada (Ex 19:9). Quando Deus apareceu a Moisés foi numa nuvem de glória (Ex
24:15; 34:5). Deus faz das nuvens a sua carruagem (SI 104:3). Uma nuvem recebeu
Jesus quando ele foi assunto ao céu (At 1:9) e quando Jesus voltar, ele virá
entre nuvens (Ap 1:7). Aqui temos uma a operação da santidade de Deus
simbolizada pelo rosto do anjo, do juízo indicado pela nuvem (Sf 1:15) e da
misericórdia e fidelidade ao seu pacto com o seu povo expressada pelo
arco-íris.
2. Este anjo tem um
arco-íris por cima da sua cabeça - v. 1 - O arco-íris aparece ao redor do Trono de Deus
(Ap 4:3). Fala que o trono de Deus é um trono de misericórdia, antes de ser um
trono de juízo. Deus se lembra da sua misericórdia na sua ira. O arco-íris é o
símbolo da aliança de Deus.
3. Este anjo tem o
rosto como o sol - v. 1 - Esta é a mesma descrição de Jesus Cristo (Ap 1:16).
Quando Jesus apareceu em glória na Transfiguração, seu rosto brilhava como o
sol. Ninguém podia olhar no rosto dele.
4. Este anjo tem as
pernas como colunas de fogo - v. 1 - Esta descrição e semelhante à que descreve
o Cristo glorificado em Apocalipse 1:15. Onde ele pisa ele queima e purifica.
5. Este anjo tem na
mão um livrinho — v. 2 - A palavra grega
para livrinho (v. 2) é diferente da usada em (Ap 5:1). Livrinho não dá a idéia
de rolo.
O livrinho está
aberto, no sentido de que seu conteúdo é conhecido. O rolo (5:1) contém a
revelação do propósito de redenção e justiça que Deus executa na história
humana, o livro pequeno deve contar uma parte deste propósito divino. Outros
identificam esse livrinho como a Palavra de Deus que deve ser comida e pregada
ao mundo (v. 11). Ezequiel e Jeremias também receberam ordens semelhantes (Ez
2:9; 3:3; Jr 15:16-17). Ambos comeram o livro e pregaram. O livro era a Palavra
de Deus: julgamento e castigo a um povo rebelde. Assim também João é chamado a
comer o livro e pregar. A igreja é chamada a comer o livro e pregar para uma
geração que se aproxima do fim.
6. Este anjo tem o pé
direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra - v. 2 - Deus manifesta sua
reivindicação de propriedade sobre o mundo inteiro, pois foi ele quem o criou
(v. 6). Nas seis primeiras trombetas apenas parte da criação era o alvo. Agora
está em jogo toda a criação. Isso descreve que ele exerce poder em todo o mundo
e sua palavra é para o mundo inteiro. O mar e a terra representam a totalidade do
universo criado.
7. Este anjo tem voz
como de leão — v. 3 - A voz do leão é a voz do juiz que se aproxima. A
plenitude do juízo se aproxima. Esta descrição é semelhante à aquela dada a
Jesus Cristo em Apocalipse 5:5. A voz de Deus é semelhante ao rugido do leão
(Am 3:8). O Velho Testamento comumente fala de "o anjo do Senhor"
como uma referência a Cristo (Ex 3:2; Jz 2:4; 6:11-12; 2 Sm 24:16). Isto era
uma temporária manifestação para um propósito especial, e não uma permanente
encarnação. O leão é o rei dos animais. Quando ele ruge não tem animal que pie.
Todos se silenciam. Quando Cristo bradar, todos vão ouvir a sua voz. Quando
Cristo bradar os sete trovões, todos os trovões, a artilharia do céu, estará
pronta a agir.
8. Este anjo ao falar
ouve-se sete trovões - v. 3-4 - Não nos é informado porque João agora não pode
escrever sobre o conteúdo dos sete trovões. Esses trovões são semelhantes à voz
poderosa de Deus que é como o trovão (SI 29:3). Esse número precisaria ser
sete, visto que há em torno do trono sete espíritos, sete tochas, sete chifres
e sete olhos. Esses trovões estão dirigidos aos inimigos de Deus. O contexto
pode nos ajudar a entender porque sempre que a palavra "trovões"
aparece em Apocalipse é para falar de um aviso de iminentes manifestações da
ira de Deus (Ap 8:5; 11:19; 16:18). O juízo está se aproximando, mas João não
tem autorização para falar sobre o seu conteúdo.
Essa revelação,
semelhante àquela que Paulo teve no céu, não pode ser anunciada (2 Co 12:4).
João a entendeu, mas não recebeu autorização para escrevê-la. Não devemos
especular o que Deus não nos revelou. A
voz de Deus é geralmente comparada com trovões (SI 29; Jó 26:14; 37:5; Jo
12:28-29). O significado da ordenança
para João guardar segredo sobre as vozes dos sete trovões é a seguinte: Não
podemos nunca saber nem descrever todos os fatores e agentes que determinam o
futuro. Sabemos o significado dos sete candeeiros, dos sete selos, das sete
trombetas, das sete taças. Mas não nos foi dado saber sobre o significado da
mensagem dos sete trovões (v. 4). Isso, porque há outras forças trabalhando; há
outros princípios que estão operando neste universo. Portanto, tenhamos cuidado
em fazer predições a respeito do futuro. O anjo está anunciando que não haverá mais
tempo antes que o fim venha. O fim não será mais adiado. Está na hora de
responder as orações dos santos. O propósito divino será alcançado plenamente.
9. Este anjo
posiciona-se como um conquistador universal - v. 2,5 - A postura do anjo é a de
um conquistador tomando posse do seu território. Ele reinvindica o mundo
inteiro (Js 1:3). Obviamente só Jesus pode fazer esse reclamo. Em breve o
anticristo vai reinvicar seu domínio no mundo inteiro e vai querer que o mundo
inteiro se submeta ao seu controle. Mas somente Jesus recebeu do Pai essa
herança (SI 2:6-9). Satanás ruge como leão para espantar as suas presas (1 Pe
5:8), mas Jesus ruge como leão para proclamar a sua vitória (SI 95:3-5; Is
40:12-17).
II. A DECLARAÇÃO DO
ANJO - V. 5-7
1. A solenidade de
como o anjo declara a sua palavra - v. 5-6 - Esta declaração enche-nos de
espanto não somente por causa do que diz, mas também pela forma como diz. Esta
é uma cena solene. O anjo levanta a sua mão direita ao céu e faz um juramento. Mas, se este anjo é Jesus, como faz um
juramento em nome de Deus? Deus colocou-se sob juramento quando fez seu pacto
com Abraão (Hb 6:13-20). Deus também jurou por si mesmo quando prometeu a Davi
que o Cristo viria de sua família (At 2:29-30). O juramento é feito ao Deus
criador (v. 6).
2. O conteúdo do
juramento é que já não haverá mais demora para a chegada do juízo - v. 6 -
Vários julgamentos já tinham vindo sobre a terra, o mar, os rios, os astros, os
homens. Mas, mais julgamentos ainda estavam para vir. Por que a demora? Por que Deus parece demorar?
Deus tem adiado o seu julgamento para que os pecadores perdidos tenham tempo
para se arrependerem (2 Pe 3:1-9).
Esse foi o propósito
da sexta trombeta (Ap 9:20-21). Mas, agora, Deus irá acelerar o seu julgamento
e realizar seus propósitos. Os santos martirizados estavam clamando por justiça
e questionando a demora de Deus (Ap 6:10-11). Os próprios ímpios, escarnecerão
de Deus e da sua Palavra em virtude da demora de Deus em seu julgamento (2 Pe
3:4). Mas agora não haverá mais prazo, mais tempo, mais demora para o
arrependimento e a conversão. O juízo está chegando. No confronto de Deus com
os seus inimigos, a vitória de Deus será esmagadora. A história avança para o
inevitável triunfo de Deus, e ainda que pareça que o mal esteja florescendo,
não é possível que no fim ele triunfe. Essa palavra "Não haverá mais
demora (cronos)" significa também que a paciência de Deus tem limite. O
soar das seis trombetas representam todas as oportunidades que Deus dá ao homem
para que se arrependa. Mas, aqui o caso é diferente. O homem chegou num ponto
tal de insensibilidade e endurecimento que não há mais possibilidade de
arrependimento. É aí que o anjo jura que não haverá mais demora para a sétima
trombeta.
3. Quando a sétima
trombeta tocar haverá o desvendamento total do mistério de Deus - v. 7 - O mistério de Deus aqui tem a ver com o velho
problema do mal no mundo. Por que o mal natural e moral existe ainda no mundo?
Por que Deus não faz alguma coisa sobre isso? É óbvio que sabemos que Deus fez,
sim, algo sobre isso no Calvário, que Jesus se fez pecado por nós e
experimentou em sua carne a ira de Deus pelo mundo pecador. Nós sabemos que
Deus está permitindo o mal aumentar até o mundo ficar maduro para o juízo (2 Ts
2:7ss, Ap 14:14-20). Desde que Deus já pagou o preço pelo pecado, ele é livre
para adiar o julgamento. Mas, esse adiamento está chegando ao fim. Quando o
anjo tocar a sétima trombeta o juízo virá (Ap 11:15-19). Então, será o tempo da
consumação da ira de Deus (Ap 15:1). O v. 7 não diz no momento em que soar a trombeta,
mas nos dias da voz do sétimo anjo. A idéia é clara. A sétima trombeta não será
tocada só por um instante, mas simboliza um período de tempo. A sétima trombeta
inclui as sete taças ou sete flagelos (16:1-20), que levam diretamente ao
julgamento final. Logo o povo de Deus receberá sua gloriosa herança final, sua
plena salvação conforme a promessa anunciada aos seus servos, os profetas.
III. A ORDEM DO ANJO
- V. 8-11
1. João recebe a
ordem para comer o livrinho - v. 8-9 - Este episódio revela a necessidade de
assimilarmos a Palavra de Deus e fazê-la parte da nossa vida interior. Não era
suficiente para João ver o livrinho ou mesmo conhecer o livrinho. Ele precisa
comê-lo. Quem não come o livro não pode pregar o livro. O profeta não ser um
autômato. A Palavra de Deus é sua alegria, seu prazer. É preciso interiorizar a
mensagem. Assimilá-la. A mensagem de Deus tem que se encarnar em nós. A Palavra
de Deus é comparada a comida. Ela é como pão (Mt 4:4), leite (1 Pe 2:2), carne
(1 Co 3:1-2) e mel (SI 119:103). Jeremias e Ezequiel receberam a ordem de comer
a Palavra antes de pregá-la aos outros (Jr 15:16; Ez 2:9-3:4). A Palavra
precisa fazer-se carne (Jo 1:14), antes que possamos dá-la àqueles que dela
necessitam. Ai do pregador e do professor que ensina a Palavra sem encarná-la
em sua própria vida. Só quando nos
apropriamos da Palavra é que podemos proclamar as promessas ou os juízos de
Deus com fervor.
2. Esse livrinho é
doce ao paladar e amargo no estômago - v. 9-10 - Quando um menino judeu
aprendia o alfabeto escrevia as letras numa tabuleta de farinha e mel. O
professor ensinava o valor fonético de cada letra. Quando o menino era capaz de
repetir o som das letras, ele tinha a permissão de comer as letras uma por uma,
à medida que recordava de modo correto. O alfabeto era, assim, como o mel em
sua boca. A Palavra de Deus é doce como o mel - Não existe nada mais doce no
mundo do que o evangelho de Cristo. Mas, logo que alguém se torna um cristão
começam os problemas. Vem o sofrimento, a perseguição (os sete selos). Quem
quiser viver piedosamente em Cristo será perseguido. Não dêem ouvidos àqueles
que dizem que os problemas acabam quando você é convertido. A doçura não acaba,
mas ela é seguida de amargura. A conversão desemboca em perseguição do mundo. O
evangelho é doce quando o experimentamos, mas amargo quando vemos as
implicações dele na vida daqueles que o rejeitam. Jesus chorou sobre Jerusalém.
Davi chorava. Jeremias também. Paulo igualmente.
3. João é ordenado a
continuar profetizando - v. 11 - Este verso 11 determina o significado do
pequeno livro: ele é uma reafirmação do ministério de João. O fim ainda não
veio, mas está às portas. A época final - os dias da sétima trombeta - estão
para começar. Neste período a cólera de Deus será manifestada em proporções
nunca vistas, e à vista disto a missão de João é mais uma vez confirmada. Após digerir o conteúdo do livrinho João
precisará profetizar. É impossível comer o livro e ficar calado. É impossível
guardar essa boa nova apenas para nós. O anjo comissionou João a profetizar
novamente. Sua obra ainda não tinha terminado. Ele deveria profetizar não a
vários povos, nações, línguas e reis, mas sobre ou a respeito de muitos povos,
raças, línguas e reis (Ap 5:9). A profecia de João deve alcançar o mundo inteiro.
O v. 11 revela que o
trabalho da igreja continua. Este evangelho precisa ser pregado ao mundo
inteiro com rapidez porque o juízo já se aproxima e não tardará. A tarefa é
urgente, porque o juízo se aproxima.
APOCALIPSE 11:1-19
A IGREJA SELADA, PERSEGUIDA E GLORIFICADA
1. O capítulo 11 de
Apocalipse é ainda o interlúdio antes do toque da sétima trombeta. Vimos no
capítulo 10 sobre o anjo forte com o livrinho na mão e como João recebeu a
ordem de comer o livro e depois profetizar.
2. A igreja precisa
interiorizar a Palavra, comer a Palavra e proclamar a Palavra. Essa Palavra é
doce e também amarga. Doce para quem a proclama, amarga para quem a rejeita.
Ela traz vida e também o juízo.
3. No capítulo 11
veremos de forma viva a missão da igreja no mundo, sua proteção, proclamação,
perseguição, triunfo e então, o surgimento triunfante e vitorioso do Reino de
Deus.
4. Este capítulo pode
ser analisado através de alguns quadros ou cenas:
I. A IGREJA É
REPRESENTADA PELO SANTUÁRIO DE DEUS SENDO MEDIDO - V. 1-2
1. A separação do
povo de Deus do mundo ímpio - v. 1-2 - O que simboliza esse santuário? Simboliza a igreja verdadeira, ou seja. todas
as pessoas salvas. Todos os verdadeiros filhos de Deus que o adoram em espírito
e em verdade.
- Os dispensacionalistas acreditam que João
está falando de um santuário literal que será reerguido em Jerusalém, um
santuário físico.
- Os pré-milenistas acreditam que este capítulo
está falando da salvação dos judeus e não da igreja. O que simboliza essa
medição do santuário?
- Conforme o contexto
(21:15) e passagens do VT (Ez 40:5; 42:20; 22:26 e Zc 2:1), essa medição
significa apartar o povo de Deus do povo profano, para estar completamente
seguro e protegido de todo dano. Medida é imunidade contra danos
(21:15-17).
- Esta figura é a
mesma que aparece dos 144.000 selados (7:4), dos homens que receberam o selo de
Deus (9:4).
- Esses que são
medidos são os verdadeiros adoradores, o verdadeiro Israel de Deus, a
verdadeira igreja em contraste com os gentios, aqueles que permanecem na sua impiedade,
e vão perseguir a igreja e adorar o anticristo.
- Essa proteção não
se estende a todos os que se dizem cristãos (11:2). Os santos vão sofrer
severamente, mas nunca perecerão, serão protegidos do juízo final. Mas, os
membros mundanos da igreja que amam o mundo, estarão sem essa proteção. O que
simboliza esses quarenta e dois meses?
- Esse período não é
literal. Ele fala da perseguição do mundo durante todo o período da igreja, da
primeira à segunda vinda de Cristo. Obviamente, na medida em que o tempo avança
para o fim essa perseguição torna-se mais renhida.
- Esse período de 42
meses e 1.260 dias não pode ser entendido literalmente, pois o tempo dos
gentios (Lc 21:24), deveria começar no ano 70 quando Jerusalém foi destruída
pelos romanos. No livro de Apocalipse esse tempo representa: 1) O tempo em que
a cidade santa é oprimida (11:2), o tempo em que as duas testemunhas executam o
seu testemunho (11:3), a mulher celestial, a igreja, será preservada no deserto
(12:6,14), e o tempo que a besta tem permissão para exercer sua autoridade
(13:5). Esse é o período que Satanás exerce o seu poder no mundo, especialmente
nos últimos dias, com a atuação do anticristo.
- Esse período é um
símbolo como a cruz vermelha ou a suástica, uma forma taquigráfica para indicar
um período durante o qual as nações, os incrédulos parecerão dominar o mundo,
no qual o povo de Deus manterá o seu testemunho.
5. Argumentos que
contribuem para o entendimento de que esse Santuário é espiritual e não físico
a) O NT ensina que o
santuário de Deus é a igreja e não um prédio - Deus mora na igreja por meio do
seu Espírito. Portanto, a igreja é seu santuário (1 co 3:16,17; 2 Co 6:16,17;
Ef 2:21).
b) O santuário
representa as pessoas que oferecem o incenso da oração (11:1) - Ou seja, um símbolo
de todos os verdadeiros cristãos.
c) O santuário
refere-se aos fiéis enquanto os que estão no átrio exterior não recebem
proteção (11:2)
Tanto o santuário
como o átrio exterior refere-se a pessoas e não a edifício físico.
d) Todos os salvos
são contados, selados e protegidos
(7:4; 22:4) - Tanto o
contar, como o selar e meditar são figuras da proteção da igreja. Assim, a
verdadeira igreja na terra, o santuário espiritual é simbolizado pelo santuário
terrenal de Israel, assim como Israel físico é símbolo da igreja verdadeira.
e) Esta interpretação
concorda com o simbolismo do VT (Ez 43, 47) - Ezequiel fez uma representação da
igreja como Corpo de Cristo. Assim na figura do santuário, a igreja é o povo
que adora a Deus e na próxima figura, a figura das testemunhas, a igreja é o
povo que proclama a Palavra de Deus perante as pessoas. A igreja é o povo que
fala a Deus e aos homens.
II. A IGREJA É
REPRESENTADA PELAS DUAS TESTEMUNHAS - V. 3-14
1. Quem são essas
duas testemunhas?
a) Uns entendem que
elas falam de Enoque e Elias - Alguns acreditam assim, em virtude de que esses
foram os dois homens que foram para o céu sem experimentarem a morte.
b) Outros entendem
que elas falam de Moisés e Elias - Essa descrição tem um rico simbolismo. Na
verdade João vê esses duas testemunhas com características desses dois
profetas. Elias é apresentado nos versos 5 e 6 e Moisés é representado no verso
6b.
c) Ainda outros
entendem que elas falam do Antigo e do Novo Testamento - Assim defende Martyin
Lloyd-Jones.
d) A posição reformada
entende que elas falam do testemunho da igreja-
- Moisés e Elias (a
lei e os profetas) representam toda a igreja; essas duas testemunhas são o povo
de Deus na terra, a igreja de Deus no mundo, o povo de Deus entre as nações,
aqueles para quem o evangelho é doce em meio àqueles para os quais o evangelho
é amargo.
- O povo de Deus é
chamado em Apocalipse de 12 tribos, de sete candeeiros, de reis e sacerdotes.
Agora é chamada de santuário de Deus e também de duas testemunhas.
- Duas testemunhas
era o método usado por Cristo para o testemunho ao mundo (Lc 10:1). Uma questão
só recebia validade pelo testemunho de duas pessoas.
- Essas duas
testemunhas falam da igreja como uma poderosa agência missionária durante toda
a época evangélica presente. Isso pode ser provado como segue:
c.l) As duas
testemunhas são duas oliveiras e dois candeeiros (v. 4) - Estas duas figuras
são encontradas em Zacarias 4:1-7, referindo-se a Josué e Zorobabel que
anunciam a Palavra no poder do Espírito para restaurar a Israel. Essas duas
oliveiras e esses dois candeeiros são símbolos da Palavra de Deus, proclamada
pela igreja.
c.2) Assim como os
missionários eram enviados de dois a dois, assim a igreja cumpre a sua missão
no mundo.
c.3) Assim como o
fogo do juízo e condenação saiu da boca de Jeremias (Jr 5:14), devorando os
inimigos de Deus, assim também a igreja anuncia os juízos de Deus aos ímpios.
c.4) Assim como Elias
orou e o céu fechou-se e Moisés recebeu autoridade para converter a água em
sangue, assim também quando o mundo rejeita a mensagem da igreja, ele se expõe
ao juízo de Deus. Somos perfumes de vida para a vida e aroma de morte para a
morte.
2. A igreja será
indestrutível até cumprir cabalmente a sua missão - v. 7 - A igreja será
indestrutível até completar o seu trabalho. Ninguém poderá destruir a igreja de
Deus até ela completar a sua carreira. A igreja é provada, mas, não
desamparada. As testemunhas são preservadas até concluírem o seu testemunho (v.
5-7). - A proclamação do evangelho é aquilo que mantém a igreja de pé. Sua
vocação é adorar a Deus (santuário) e proclamar a palavra (testemunha).
• Satanás não pode
deter o avanço da igreja, que os eleitos sejam salvos. O valente está amarrado.
As testemunhas seguem proclamando.
3. A igreja será
perseguida e sofrerá a morte - v. 7b-9 - O espírito do anticristo sempre esteve
no mundo (1 Jo 2:18-22). Mas esse espírito de oposição vai se encarnar na
pessoa da besta no último tempo e vai perseguir terrivelmente a igreja. A
anticristo vai fazer guerra contra os santos e os vencer (Ap 13:7). Ele é o
homem da iniqüidade (2 Ts 2:3-9). Ele vai fazer querer ser adorado como Deus
(Dn 9:27; Ap 13:8). Bem próximo ao fim da História, haverá uma terrível matança
contra a igreja e ela dará todas as evidências de estar por baixo. Jesus disse
que se esse não fosse abreviado a igreja não suportaria (Mt 24:11ss.). A igreja
sofrerá, mas continuará indestrutível. Os crentes ao morrerem, vencerão o diabo
e o anticristo (Ap 12:11). A palavra "testemunhas" é martyria que
Traz o significado de proclamador e mártir. Era uma e mesma coisa. Nem mesmo
essa matança fica fora do desígnio de Deus, pois ao anticristo é dado vencer
(Ap 13:7). O diabo e seus agentes só podem agir sob a permissão de Deus.
4. A vitória do mundo
sobre a igreja será passageira e infundada — v. 8-11 - Essa cidade não é
literal (v. 8); não é nem Jerusalém nem Roma, e contudo, em certo sentido é
tanto Jerusalém como Roma. É a cidade desta ordem terrestre, que inclui todos
os povos e tribos, e línguas e nações. Essa cidade é mundo hostil a Deus e à
igreja. O mundo sempre teve a pretensão de destruir a igreja de Cristo. As
perseguições desde o começo visaram banir a igreja e calar a sua voz. Os homens
ímpios odeiam a Palavra de Deus. Várias perseguições intentaram acabar com a
igreja. Em 1572 na Noite de São Bartolomeu na França. Em 1789 na Revolução
Francesa. Na Revolução Russa de 1917. Muitas vezes o mundo pensou que a igreja
estava morta (Inglaterra século XVIII). Era como um cadáver na praça. Ezequiel
37 fala de um vale de ossos secos. O júbilo dos adversários é uma alegria
transitória. Deus terá sempre a última palavra a dizer. O mundo celebra o
martírio dos santos (11:10). Mas o mundo é néscio e seu gozo prematuro. O mundo
vai festejar seu massacre sobre a igreja, achando que está livre dela e de sua
mensagem. Mas, a igreja ressurgirá, ascenderá e assentará no trono para julgar
o mundo. Os acusados (v. 10) são transformados em terror dos acusadores.
5. A ressurreição
gloriosa da igreja - v. 11 - Esses três dias e meio também é um número
simbólico. A igreja que experimentou a comunhão no sofrimento de Cristo, agora
experimenta o poder de sua ressurreição. Em conexão com a segunda vinda de
Cristo, serão restituídos à igreja vida, honra, poder e influência, mas para o
mundo a hora da oportunidade terá passado para sempre. A vinda de Cristo e a
ascensão da igreja serão visíveis para o mundo(l:7; 11:12). Não há aqui menção
de um arrebatamento secreto. Cristo desce a igreja sobe na mesma nuvem de
glória. Isso está de acordo com o ensino de I Ts 4:16-17 e 1 Co 15:52. Todos os
santos e mártires têm sido encorajados com a certeza da ressurreição, do
arrebatamento e da glória celestial. Esta é a nossa bendita esperança.
6. O terror
indescritível dos ímpios - v. 13-14 - A alegria do mundo transforma-se
rapidamente em grande temor. A terra está tremendo. E o mesmo quadro de (Ap
6:12). O terremoto aqui também precede o juízo final. Os ímpios são cobertos de
terror. Eles dão glória a Deus não porque se convertem. São como Nabucodonosor.
que muitas vezes, deu glória a Deus, mas não era convertido. O mundo está
maduro para o juízo, porque apesar da sua impenitência. ainda rejeitou o
testemunho da igreja e perseguiu e matou os fiéis (v. 7).
III. O ANJO TOCA A
SÉTIMA TROMBETA: A ALEGRIA DOS REMIDOS E O PAVOR DOS ÍMPIOS - V. 15-18
1. UM anúncio de
vitória - O céu prorrompe em vozes de exaltação a Cristo - v. 15 - Na abertura
das sete trombetas houve silêncio no céu em virtude dos terríveis juízos que
desabariam sobre os homens. Agora, com a sétima trombeta chega a parousia, com
a irrupção total da glória de Deus e o triunfo final da igreja. E com a chegada
da Noiva na Casa do Pai, os céus prorrompem em gritos de alegria e exaltação ao
noivo da igreja (v.15). Lembremo-nos que a sétima trombeta aponta o fim das oportunidades,
mas não é um dia, mas "dias" (10:7), visto que a sétima trombeta
trazem os sete flagelos ou sete taças da ira de Deus (15:1).
2. O reinado
vitorioso e eterno de Deus e do seu Cristo é proclamado pelos anjos - v. 15 - O
Reino de Deus está presente, mas ainda não na sua plenitude. Deus sempre
reinou. Cristo jamais deixou de ter todo poder e toda autoridade. Mas esse
poder e essa autoridade que ele exerce no universo nem sempre se manifestou.
Cristo despojou-se de sua glória. Fez-se servo. Morreu na cruz. Foi sepultado.
Ressuscitou. Voltou ao céu. Mas, quando ele vier com grande poder e muita
glória, então, assentar-se-á no seu Trono e seu Reinado será pleno, vitorioso,
completo, cabal. Às vezes, parece que Satanás é o governante supremo, mas uma
vez chegado o dia do juízo, o esplendor real da soberania de Deus será revelada
em sua totalidade, porque naquele tempo toda oposição será suprimida e o
reinado de Cristo será pleno. O reinado de Cristo será vitorioso e eterno. Esse
é a mensagem do "Messias de Haendel". Cristo vai reinar até colocar
todos os seus inimigos debaixo dos seus pés, então, entregará o Reino ao Deus e
Pai e aí será o fim (1 Co 15:23-26).
3. Uma aclamação de
louvor - A igreja glorificada e honrada se prostra e adora a Deus - v. 16-17 -
A igreja não apenas está na glória, mas também no trono. Os anciãos deixam os
seus próprios tronos e se prostram em adoração diante do Trono de Deus. Eles
dão graças por três bênçãos especiais: 1) Que Cristo reina supremamente
(11:17); 2) Que Cristo julga justamente (11:18). O cordeiro é também o leão; 3)
Que Cristo recompensa graciosamente (11:18). Em Apocalipse 4:10-11, os anciãos
louvam o criador; em Apocalipse 5:9-14, eles adoram o redentor. Aqui a ênfase é
sobre o conquistador e rei (v. 17-18).
4. A igreja anuncia
as cenas do juízo final, onde as glórias da igreja serão contrastadas com o
tormento dos ímpios - v. 18
a) Enquanto os santos
estão dando graças, os ímpios estão enfurecidos - Em Apocalipse 11:2 os ímpios
estão perseguindo a igreja. Em Apocalipse 11:9 eles estão se alegrando por
matar os membros da igreja. Mas em Apocalipse 11:18, os ímpios estão furiosos
porque a igreja está na glória. Os ímpios não ouviram as testemunhas, não
escutaram a voz de advertência, nem abandonaram seus pecados, por isso quando
chega o juízo estão cheios de fúria, enquanto a igreja está dando graças a
adorando a Deus.
b) Enquanto os santos
recebem galardões, os ímpios são destruídos - Os santos ressuscitam para a
vida, para a glória, mas os ímpios enfrentam o juízo e serão exterminados, não
aniquilados, ou seja, banidos para sempre da face de Deus.
c) O dia do juízo
será dia de glória para os santos, mas o dia da ira de Deus para os ímpios -
Esse dia já está determinado. Ele será dia de trevas e não de luz para todos
aqueles que desprezaram a Jesus e perseguiram a sua igreja. Será o dia da ira
de Deus (Ap 6:16-17). Essa sétima trombeta é proclamado como o último ai. Isso,
porque as chances acabaram e não tem mais apelação.
IV. A IGREJA NO CÉU
EM COMUNHÃO ÍNTIMA COM DEUS EM CONTRASTE COM OS ÍMPIOS SENDO ATORMENTADOS - V.
19
1. O santuário aberto
no céu é um símbolo da profunda comunhão dos remidos com Deus - v. 19 - O
santuário está aberto de par em par. Não há nada encoberto ou escondido. A arca
é o lugar do encontro com Deus, onde a glória de Deus está presente. Ela é
símbolo da comunhão superlativa, íntima e perfeita entre Deus e o seu povo.
Aqui se cumpre Apocalipse 21:3: "Eis o tabernáculo de Deus com os homens,
Deus mesmo habitará com eles". Também Apocalipse 21:22: "Nela, não vi
santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o
Cordeiro". Essa comunhão é baseada na expiação. Os salvos estão diante do
trono da graça. Os salvos estão desfrutando de todas as bênçãos da aliança da graça
em toda a sua doçura.
2. Para os ímpios
aquela mesma arca, símbolo da graça de Deus, é um símbolo de ira - v. 19b - A
ira de Deus agora revela-se plenamente aos ímpios (v. 19b). Eles estão em
completo e eterno desamparo, enquanto a igreja está completa e eternamente
desfrutando da bem-aventurança eterna. Quem você é? Santuário de Deus ou átrio
exterior? Quem você é testemunha fiel ou amante do mundo? Onde você estará
quando a sétima trombeta tocar? Você estará no santuário aberto de Deus ou em
atormentado pelos flagelos? O tempo de oportunidade é agora. Amanhã pode ser
tarde demais. Volte-se para o Senhor enquanto é tempo e busque-o enquanto ele
está perto.
APOCALIPSE 12:1-18
O DRAGÃO ATACA A IGREJA
1. O livro de
Apocalipse tem duas grandes divisões: 1-11 falam da perseguição do mundo contra
a igreja e os juízos de Deus aos ímpios em resposta às orações dos santos;
12-22 falam da perseguição cruel do quarteto do mal que ataca a igreja:
Satanás, o Anticristo, o Falso Profeta e a Grande Babilônia e a vitória retumbante
de Cristo e sua igreja sobre esses inimigos.
2. Na primeira
divisão (1-11) tivemos três seções: os sete candeeiros (1-3), os sete selos
(4-7) e as sete trombetas (8-11). Na segunda divisão (12-22), teremos quatro
seções: o quarteto do mal ataca a igreja (12-14), as sete taças, o juízo de
Deus sobre os ímpios (15-16), a vitória retumbante de Cristo sobre a Grande
Babilônia, o Anticristo e o Falso Profeta (17-19) e a vitória final de Cristo
sobre o diabo, os ímpios e a morte e os novos céus e nova terra (20-22).
3. Em cada seção,
cobre-se todo o período que vai da primeira à segunda vinda de Cristo. Tendo
visto a cena do juízo final no prelúdio do sétimo selo e no prelúdio das sete
trombetas, agora (cap. 12), voltaremos ao início da história, na primeira vinda
de Cristo. Falaremos não da segunda vinda de Cristo, mas da encarnação.
4. O tema principal
da segunda divisão do livro (12-22) é a mesma da primeira (1-11): a vitória de
Cristo e de sua igreja. Contudo, aqui a luta do diabo e seus anjos contra a
igreja será mais renhida.
5. O capítulo 12
revela-nos três cenas. O dragão realiza três lutas: 1) Contra Deus e seu
Messias (v. 1-6); 2) contra Miguel (v. 7-12); 3) contra a mulher (v. 13-18). Em
todas as três lutas ele sai derrotado.
I. A DESCRIÇÃO DA
MULHER PERSEGUIDA - V. 1-2,6
1. Essa mulher é um
símbolo da igreja - v. 1-2 - A igreja Católica Romana entende que essa mulher é
um símbolo de Maria. Os Dispensacionalistas crêem que essa mulher é um símbolo
da Nação de Israel, mas a interpretação mais coerente é interpretá-la como
sendo a Igreja. Em ambas as dispensações, a igreja é uma só, um só povo
escolhido em Cristo, uma só vinha, uma só família, um só rebanho, um só corpo,
uma só esposa, uma só nova Jerusalém.
2. Essa mulher está
vestida do sol, ou seja, ela é gloriosa e exaltada - v. 1 - A igreja reflete a
beleza de Cristo. Ela reverbera o brilho da glória de Deus. Assim como o ouro
cobria as tábuas de acácia no tabernáculo, a glória de Deus cobre a igreja. A
beleza de Deus está estampada na igreja. A glória de Deus refulge na e através
da igreja.
3. Essa mulher tem
debaixo dos pés a lua, ou seja, ela exerce domínio - v. 1 - O cabeça da igreja
é aquele que tem todo poder e toda autoridade no céu e na terra. A igreja está
em Cristo. Ela está entronizada com ele. Ela é a noiva do Cordeiro. Ela está
assentada com ele acima de todo principado e potestade. Ela recebeu autoridade
sobre o diabo e suas hostes. A autoridade da igreja foi recebida por Jesus. Seu
domínio não é político nem econômico, mas espiritual.
4. Essa mulher tem em
sua cabeça uma coroa de doze estrelas, ou seja, ela é vitoriosa - v. 1 - A igreja é vencedora. Ela está em Cristo. A
vitória de Cristo é a sua vitória. A exaltação de Cristo é a sua exaltação. A
igreja é mais do que vencedora (Rm 8:31-39). A igreja triunfa com Cristo. Na
mesma nuvem que Cristo vem, a igreja vai (11:12). A igreja se assentará em
tronos para julgar o mundo e os anjos (1 Co 6:2).
5. Essa mulher está
grávida, ou seja, sua grande missão é dar à luz a Cristo segundo a carne - v. 2
- Deus preparou um povo especial para ser o veículo da chegada do Messias ao
mundo. Esse processo foi doloroso, sofrido. Houve muita dor e lágrima. Muitas
forças hostis e muitas artimanhas do Dragão tentaram frustrar esse plano e
destruir essa criança (as perseguições no VT, tentando impedir a vinda do
Messias prometido conforme Gn 3:15). Mas Deus protegeu o seu povo e na
plenitude dos tempos Jesus nasceu.
6. Essa mulher é
protegida por Deus da fúria do dragão - v. 6,14 - A igreja é protegida por
Deus. Ela tem sido sustentada por Deus no deserto. O deserto aqui não é um
lugar geográfico, identificado no mapa. A igreja pode ser protegida até mesmo
em Pérgamo, onde está o trono de Satanás e apesar disso vencer (Ap 2:13,17) sem
emigrar. O mundo não é o habitat da igreja. Somos peregrinos aqui. Não estamos
em casa aqui. Durante mil duzentos e sessenta dias, um símbolo de todo o
período da igreja, ela é protegida por Deus: às vezes não da morte, mas na
morte (v. 11). De acordo com Apocalipse 7:3 e 9:4 a igreja recebeu um selo. De
acordo com Apocalipse 11:1 ela recebeu uma medida. Agora, ela recebe asas
(Apocalipse 12:14). Todos esses símbolos evidenciam que Deus protege o seu povo
do poder do mal.
II. A DESCRIÇÃO DO
FILHO DA MULHER PERSEGUIDA - V. 5
1. O Filho da mulher
é o Messias vencedor - v. 5,10 - A descrição do Filho não é em sua humilhação,
mas de sua exaltação. O Filho que nasceu é o Rei que tem o cetro nas mãos. Seu
reinado é universal e irresistível.
2. O Filho da mulher
é o Messias que completou a sua obra - v. 5 - O versículo não menciona a sua
obra expiatória, porém, sabemos à luz das Escrituras que a exaltação é um
resultado da sua humilhação até à morte e morte de cruz (Fp 2:5-11). Jesus, na
cruz, triunfou sobre os principados e potestades (Cl 2:15).
3. O Filho da mulher
é o Messias que subiu ao céu para assentar-se no Trono -v. 5 - Ele venceu o
dragão na cruz (Gn 3:15). E agora, está no trono, governando os céus e a terra
(Mt 28:18). Ele vai reinar até colocar todos os seus inimigos debaixo dos seus
pés (1 Co 15:25). A ascensão de Cristo é a vitória judicial sobre Satanás, o
pecado e a morte.
4. A vitória do Filho
e a expulsão do dragão, provocam proclamação de alegria no céu - v. 10,12 - A
vitória de Cristo agora é vista e publicada. Embora, Cristo esteja reinando
hoje, os agentes do mal ainda estão operando. Mas, então, essa vitória será
reconhecida plenamente.
III. A DESCRIÇÃO DO
DRAGÃO - V. 3-16
1. O dragão é um ser
pessoal — v. 9 - Ele não é um mito, uma figura lendária ou folclórica. Ele não
é um
ser impessoal,
etéreo. Ele não é uma energia negativa. Ele é um anjo caído, um ser que tem
vontade, planos e estratégias. Ele tem sentimentos, pois está cheio de cólera
(v. 12) e permanentemente irado contra a igreja (v. 17). Ele tem inteligência,
pois é capaz de seduzir (v. 4). Ele tem objetivos claros, perseguir o Messias
(v. 4) e sua igreja (v. 13). Sua grande obsessão é devorar Jesus (v. 4). O
verdadeiro alvo do dragão não é a mulher, mas sim o filho. Quando a igreja
sofre aflições, o dragão quer atacar o Filho na igreja (At 9:4). A luta contra
Cristo na igreja é a obsessão do dragão, porque ele é vencido pelo sangue do
Cordeiro e pela palavra do testemunho (v. 11).
2. O dragão é um
inimigo que exerce influência universal — v. 3,9
a) Sete cabeças - representam
que ele exerce poder e grande autoridade de forma universal. Ele é o deus deste
século. O príncipe da potestade do ar. Ele atua nos filhos da desobediência.
Ele é o pai daqueles que vivem para fazer sua vontade (Jo 8:44). Ele é o
sedutor de todo o mundo (12:9).
b) Dez chifres -
simbolizam sua capacidade destruidora. Ele é o Abadom e o Apolion, o
destruidor. Jesus o chama de homicida (Jo 8:44). Ele é o ladrão que veio para
matar, roubar e destruir (Jo 10:10).
c) Sete diademas -
simbolizam que seu governo é universal. Sua influência não se limita a um povo
ou nação. Ele possui súditos em toda a terra (Lc 11:20-22). Ele tem um reino
(Cl 1:13; At 26:18).
3. O dragão é um
inimigo destruidor — v. 3 - Ao chamá-lo de um dragão GRANDE, evidencia que ele
é um inimigo terrível, perigosíssimo, destruidor. Ao chamá-lo de VERMELHO,
denota a sua capacidade de provocar destruição e morte. Essa descrição revela
que o dragão é assassino, sanguinário, cruel.
4. O dragão é um
inimigo sedutor - v. 4,9
a) Sedutor no mundo
angelical (v. 4) - Ele era perfeito até que se achou iniquidade em seu coração
(Ez.28:15). Ele conseguiu enredar uma terça parte dos anjos que foram expulsos
do céu (v. 4). Esses anjos em vez de espíritos ministradores de Deus (Hb.1:14),
tornaram-se vassalos do diabo.
b) Sedutor de todo o
mundo (v.9) - Ele foi o protagonista da queda de Adão e Eva no Éden. Para
tentar nossos primeiros pais ele usou o disfarce, a dúvida, a inversão da
Palavra de Deus, a negação da Palavra de Deus, a exaltação do homem, a acusação
contra Deus, a sedução do homem. Ele ainda usa essas mesmas artimanhas para
seduzir as pessoas hoje.
5. O dragão é um
inimigo acusador - v. 9.10 - O dragão é mentiroso e acusador. Ele acusou Jó (Jó
1:9,10). Ele acusa os nossos irmãos (v. 10). Sua acusação é ininterrupta (v.
10b). Ele não descansa, não dorme nem tira férias. Ele é perseverante. Ele
tentou destruir o Filho da mulher (v. 5), agora, quer destruir a mulher (v.
13). Ele pesquisa a nossa vida, e não perde oportunidade para nos acusar (Rm8:34).
6. O dragão é um
inimigo adversário - v. 9 - Satanás significa opositor, adversário. Foi ele
quem se opôs a Moisés através dos magos no Egito (Ex 7:20-22; 8:6-7,16-17). Foi
ele quem se opôs ao sumo sacerdote Josué (Zc 3:1). Foi ele quem se opôs a Paulo
e barrou-lhe o caminho (1 Ts 2:18).
7. O dragão é um
inimigo cheio de cólera - v. 12 - Ele está cheio de cólera porque foi expulso
do céu e sabe que lhe resta pouco tempo. Ele está cheio de cólera porque não
pôde destruir o Filho da mulher (v. 5). Ele está cheio de cólera porque sabe
que a igreja é protegida por Deus (v. 6).
8. O dragão é um
inimigo limitado - v. 7-9,12-3,16
a) Limitação de
espaço (v. 8,9,13) - O dragão não encontrou mais lugar no céu. Ele não pode
tentar mais ninguém que está no céu. Ele foi atirado para a terra e com ele os
seus anjos.
b) Limitação de tempo
(v. 12) - O diabo é uma serpente golpeada na cabeça que está furiosa, no
estertor da morte, sabendo que pouco tempo lhe resta e que sua sentença já foi
lavrada. Em breve será lançado no lago do fogo (Ap 20:10). O diabo sabe que ele
está derrotado, mas luta para que os homens não saibam.
c) Limitação de poder
(v. 7,8,16) - Hoje muitos superenfatizam o poder do diabo. A demonologia está
em alta. Mas o diabo é vencido por Jesus (v. 5), é vencido pelos anjos (v. 7-8)
e é vencido pela igreja (v.11).
IV. A INTERVENÇÃO DE
DEUS EM FAVOR DA IGREJA NESTA BATALHA CONTRA O DRAGÃO
1. A ação protetora
de Deus - v. 6,14,16 - A igreja está no mundo, mas não é do mundo. Ela é
protegida no mundo. Deus preparou para ela um lugar no deserto (v. 6). As duas
asas são como o selo de Deus que protegem a igreja contra a fúria do dragão (v.
14).
Havendo fracassado em
seu esforço para derrotar Cristo, o dragão vai perseguir a igreja e lançar
contra ela um rio de mentiras e perseguição (v. 16). O dragão cheio de cólera
vai pelejar contra os fiéis (v. 17). Muitas vezes Deus os livrará na morte e
não da morte (v. 11).
2. A ação
interventora dos anjos - v. 7-8 - A Bíblia diz que os anjos são valorosos em
poder e executam as ordens de Deus (SI 103:20). O arcanjo Miguel e seus anjos
lutaram contra o dragão e seus anjos (v. 7). Nessa peleja no reino espiritual,
o dragão e seus anjos foram derrotados (v. 8). O dragão e seus anjos não foram
apenas derrotados^ mas também expulsos do céu, ou seja, ele perdeu o posto de
acusador dos nossos irmãos. Por causa da obra de Cristo na cruz, as acusações
do dragão não têm nenhuma base legal (Rm 8:33). Essa luta no céu requer ser
justaposta com uma segunda luta aqui na terra, em Apocalipse 19:19. Ambas as
lutas terminam com a precipitação de Satanás. No presente texto é Satanás que
cai do céu para a terra (v. 9), lá ele cai da terra para o abismo (20:3). Em
ambos os casos o juízo é executado por meio de um anjo. Ainda hoje os anjos são
ministros de Deus que trabalham em nosso favor (Hb 1:14).
3. A ação
intercessória de Cristo - v. 5 - Cristo
ascendeu ao céu e assentou no trono. Somos informados que ele está no céu
intercedendo por nós (Hb 7:25). Sua intercessão é plenamente eficaz (Rm 8:34).
Nenhuma acusação pode prosperar contra os eleitos de Deus, por quem Cristo
morreu.
V. AS ARMAS DA
VITÓRIA DA IGREJA SOBRE O DRAGÃO
1. A igreja vence o
dragão por causa do sangue do Cordeiro - v. 11 - A morte de Cristo é a nossa
vitória. O sangue de Cristo é a nossa arma mais poderosa. Seu sacrifício na
cruz desfez toda a possibilidade de Satanás triunfar sobre o povo de Deus (2 Co
5:21). Por meio do que eles venceram? Através de Miguel? De suas próprias
realizações? Não. Por meio do sangue do Cordeiro. O motivo da vitória sobre o
dragão acusador é o sangue do Cordeiro. Não é o conhecimento do Cordeiro, nem a
crença intelectual no Cordeiro, mas o sangue do Cordeiro.
2. A igreja vence o
dragão por causa da Palavra do testemunho - v. 11 - A igreja vence o dragão
quando testemunha de Cristo mesmo em face da perseguição e da morte. Ela
prefere ser uma igreja mártir do que ser um igreja apóstata. Ela prefere morrer
a negar o nome de Jesus. Ela, assim, mesmo morrendo, vence a Satanás. Quem traz Cristo no coração, também traz uma
cruz nas costas. Não é a crença intelectual no Cordeiro, nem o louvor interno
do Cordeiro que significa vitória, mas somente a palavra do testemunho diante
de ouvidos estranhos. A igreja que vence é a comunidade de testemunhas. Em tempo
difíceis a igreja passa por uma grande tentação: hibernar -suspender seu
testemunho, esconder-se numa toca e viver de seus estoques até que voltem a
raiar tempos melhores. Mas não é a igreja que hiberna que será vencedora, mas a
igreja testemunha. Ninguém jamais subirá dos alojamentos cristãos de inverno. A
igreja vitoriosa é aquela que não ama a própria vida. Que foi que amaram então?
A morte? Não! Amaram o Cordeiro até à morte. Acaso é necessário que ao sangue
do Cordeiro também seja acrescentado o sangue do martírio? De modo algum o
dragão teme sangue de mártires, mas lambe-o avidamente (17:6). Enxurradas de
sangue humano não o atormentam. Somente o sangue do Cordeiro o derrota. O diabo
e seus agentes, em sua fúria vão perseguir e matar os santos, mas estes
vencerão o diabo e seus anjos, no próprio ato de morrer por amor a Cristo.
1. Embora, o dragão
seja grande, vermelho, sedutor, temido, ele está derrotado. A vitória está
assegurada. Caminhamos não para um final trágico ou incerto. Caminhamos para a
consumação gloriosa de Cristo e da sua noiva. Que Deus seja louvado!
APOCALIPSE 13:1-18
O ANTICRISTO, O AGENTE DE SATANÁS
1. A pretensão do
anticristo - Satanás, embora derrotado (Ap 12), ainda recebe permissão para
perseguir a igreja com sua fúria mais terrível. Ele sempre quis imitar a Deus.
O dragão quis ser igual a Deus, numa tentativa de imitar a Deus Pai. A besta
que surge da terra, o Anticristo tentará imitar Jesus Cristo. Como o Filho
encarnou-se, morreu e ressuscitou, o Anticristo - será uma espécie de
encarnação de Satanás, que passará por uma experiência de morte e um simulacro
da ressurreição. A besta que surge da terra, o falso profeta, levará os homens
a adorarem a primeira besta, numa tentativa de imitar o Espírito Santo que leva
os homens a adorarem a Cristo. A Grande Meretriz, a falsa igreja, é uma
imitação da Mulher Celestial, da Noiva do Cordeiro, a igreja fiel. Onde quer
que um poder civil despótico dê as mãos a alguma religião falsa, aí temos uma
reprodução dessas duas bestas.
2. O tempo da
aparição do anticristo - Embora o mistério da iniquidade já esteja operando (2
Ts 2:7), o anticristo como pessoa que encarnará o poder dos reinos ímpios e
também todo o poder de Satanás, emergirá no breve tempo do fim, visto na Bíblia
de várias formas: a) A apostasia (2 Ts.2:3); b) A grande tribulação (Mt
24:21-22); c) A revelação do homem da iniqüidade (2 Ts 2:3); d) O pouco tempo
de Satanás (Ap 20:3).
I. AS VÁRIAS FACETAS
DO ANTICRISTO
1. O anticristo no
Livro de Daniel
a) Dn 7:1-6,17-18 - O
anticristo é representado inicialmente não como uma pessoa, mas como quatro
reinos (leão, urso, leopardo e outro terrível) - Os impérios da Babilônia,
Medo-Persa, Grego e Romano.
b) Dn 7:21,25 - 1)
Antíoco Epifanes - profanou o templo quando o consagrou ao deus grego Zeus e
mais tarde sacrificou porcos no altar do templo.
2. O anticristo no
Ensino de Jesus
a) Mt 24:15-28 -1)0
anticristo é visto como o imperador romano Tito que no ano 70 d.C, destruiu a
cidade de Jerusalém e o templo (v. 15-20), 2) O anticristo é visto como um
personagem escatológico (v. 21-22). A profecia bíblica vai se cumprindo
historicamente e avança para a sua consumação final.
3. O anticristo nas
Cartas de João
a) Definição - A
palavra "anticristo" = cristo substituto ou cristo rival. Ele será um
adversário jurado de Cristo.
b) 1 Jo 4:2-3 - O
termo anticristo é usado em um sentido impessoal.
c) 1 Jo 2:22; 2 Jo 7
- João refere-se ao anticristo de forma pessoal. Mas João vê o anticristo como
uma pessoa que já está presente, ou seja, como alguém que representa a um grupo
de pessoas. Assim, o anticristo é um termo utilizado para descobrir uma
quantidade de gente que sustenta uma heresia fatal.
d) 1 Jo 2:28 - João
fala tanto do anticristo que virá e do anticristo que já está presente. Assim,
João esperava um anticristo que viria no tempo do fim - Os anticristos são
precursores do Anticristo.
e) Conclusão sobre o
entendimento de João sobre o anticristo - Para João o anticristo sempre esteve
presente nos seus precursores, mas ele se levantará no tempo do fim como
expressão máxima da oposição a Cristo e sua igreja.
4. O anticristo como
o homem do pecado na teologia de Paulo - 2 Ts 2:1-12
a) Surgirá da grande
apostasia (v. 3);
b) Será uma pessoa
(v. 3);
c) Será objeto de
adoração (v. 4);
d) Usará milagres
falsos (v. 9);
e) Só pode ser
revelado depois que aquilo e aquele que o detém for removido (v. 6,7);
f) Será totalmente
derrotado por Cristo (v. 8);
II. A DESCRIÇÃO DO
ANTICRISTO - (Ap.13:1-18)
1. Sua ascensão se
dará num tempo de muita turbulência - v. 1
• "Vi emergir do
mar uma besta" (v. 1). O que significa isso? As águas do mar são
multidões, as nações e os povos na sua turbulência político-social (Ap 17:5).
As águas são símbolo das nações não regeneradas em sua agitação (Is 57:20).
Antes do levantamento do anticristo, o mundo estará em desespero, num beco sem
saída. Ele emerge desse caos. O pequeno chifre de Daniel, o homem de desolação
citado por Jesus, o homem da iniquidade citado por Paulo, o anticristo citado
por João e a besta que emerge do mar são a mesma pessoa. Esse personagem
encarnou-se na figura dos imperadores (Dominus et Deus) e também em outros reis
e reinos despóticos, mas se apresentará no fim como o anticristo escatológico.
Ele com seu grande poder vai seduzir as pessoas e conquistar as nações.
a) Ele se levantará
num contexto de grandes convulsões naturais - Terremotos, epidemias e fomes.
b) Ele aparecerá num
tempo de grande convulsão social -Será um tempo de guerras e rumores de
guerras, onde reinos se levantarão contra reinos. O mundo será um campo de
guerra.
c) Ele surgirá num
tempo de profunda inquietação religiosa - Ele brotará do ventre da grande
apostasia. Os homens obedecerão ensinos de demônios. Os falsos mestres e os
falsos cristos estarão sendo recebidos com entusiasmo. Nesse tempo haverá duas
igrejas: a apóstata e a fiel.
d) Ele surgirá
oferecendo solução aos problemas mundiais - O mundo estará seduzido pelo seu
poder. Os homens estarão dizendo: "Paz, paz", quando lhes sobrevirá
repentina destruição. O historiador Arnold Toynbee disse:
"O mundo está
pronto para endeusar qualquer novo César que consiga dar à sociedade caótica
unidade e paz". e) Ele surgirá num tempo de profunda desatenção à voz do
juízo de Deus (Mt 24:37-39) - Esse tempo será como nos dias de Noé.
2. Ele incorpora todo
o poder, força e crueldade dos grandes impérios do passado (v.2)
a) Daniel viu quatro
animais ferozes, representando quatro reinos - A força anticristã foi vista por
Daniel como quatro reinos que dominaram o mundo (Babilônia, Medo-Persa, Grécia
e Roma).
b) O Anticristo
incorpora todo o poder dos impérios anticristãos - O anticristo é o braço de
Satanás, enquanto o falso profeta é a mente de Satanás. Ele será um ser
totalmente mau, prodigiosamente conquistador. Ele terá a ferocidade do leão, a
força do urso e velocidade do leopardo. A besta que sobe do mar simboliza o
poder perseguidor de Satanás incorporado em todas as nações e governos do mundo
através de toda a história. Essa besta toma diferentes formas. No fim se
manifestará na pessoa do homem da iniquidade.
3. Ele agirá no poder
de Satanás (v. 2-4; 2 Ts 2:9,10).
a) O anticristo vai
manifestar-se com um grande milagre (v. 3) - Ele vai distinguir-se como uma
pessoa sobrenatural, por um ato que será um simulacro da ressurreição. Esse
fato é tão importante que João o registra três vezes (v. 3,12,14). Certamente
não será uma genuína ressurreição dentre os mortos, mas será o simulacro da
ressurreição, produzido por Satanás. O propósito dessa misteriosa transação
será conceder a Satanás um corpo. Satanás governará em pessoa. O anticristo
será uma espécie de encarnação de Satanás. O maioria dos estudiosos vê nessa
figura a lenda do Nero redivivo. Nero se suicidou em 68 d.C, em um ano no meio
de golpes surgiram 4 imperadores: Galba, Oto, Vitélio e finalmente Vespasiano.
Depois surgiu a lenda de que Nero não tinha morrido, mas escapado para o
oriente, e que voltaria em triunfo. No tempo de João, Domiciano foi chamado o
segundo Nero.
b) O anticristo vai
realizar grandes milagres (2 Ts 2:9,10) -"Ora o aparecimento do iníquo é
segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da
mentira". Hoje vivemos numa sociedade ávida por milagres. As pessoas andam
atrás de sinais e serão facilmente enganadas pelo anticristo.
c) O anticristo vai
ditar e disseminar falsos ensinos (2 Ts 2:11) - Nesse tempo os homens não
suportarão a sã doutrina (2 Tm 4:3), mas obedecerão a ensinos de demônios (1 Tm
4:11. As seitas heréticas. : misticismo e o sincretismo de muitas igrejas
pavimentam o caminho para a chegada do anticristo.
d) O anticristo vai
governar na força de Satanás (Ap 13:2) - "Deu-lhe o dragão o seu poder, o
seu trono e grande autoridade". Na verdade quem vai mandar é Satanás. Os
governos subjugados por ele vão estar sujeitos a Satanás. Será o pouco tempo de
Satanás. O período da grande tribulação. O governo do anticristo vai ser
universal, pois o Satanás é o príncipe deste mundo. O mundo inteiro jaz no
maligno. Aquele reino que Satanás ofereceu a Cristo, o anticristo o aceitará.
Ele vai dominar sobre
as nações. "Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e
nação" (Ap 13:7). O governo universal do anticristo será extremamente
cruel e controlador (Ap 13:16,17). O seu poder será irresistível (Ap 13:4). A
grande pergunta será: "Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra
ela?"
e) O anticristo vai
se tornar irresistível (v. 4) - Ele será singular e irresistível. Terá a
aparência de um inimigo invencível. Contra Deus e os santos que estão no céu
vai blasfemar (v. 6). Contra a igreja que estará na terra, ele vai perseguir e
matar (v. 7,15b).
4. Ele será objeto de
adoração em toda a terra (Ap 13:3,4,8,12; 2 Ts 2:4)
a) A adoração ao
anticristo é o mesmo que adoração a Satanás (v. 4) - Adoração é um tema central
no livro de Apocalipse: a noiva está adorando o Cordeiro, e a igreja apóstata
está adorando o dragão e o anticristo. O mundo está ensaiando essa adoração
aberta ao anticristo. e Satanás. O Satanismo e o ocultismo estão em alta: As
seitas esotéricas crescem. A Nova Era proclama a chegada de um novo tempo, em
que o homem vai curvar-se diante do "Maitrea", o grande líder
mundial. A adoração de ídolos é uma espécie de adoração de demônios (1 Co
10:19,20). A necromancia é uma adoração de demônios. O grande e último plano do
anticristo é levar seus súditos a adorarem a Satanás (Ap 13:3,4). Esse será o
período da grande apostasia. Nesse tempo os homens não suportarão a verdade de
Deus e obedecerão a ensinos de demônios. O Humanismo idolátrico - O endeusamento
do homem e sua consequente veneração é uma prática satânica. Adoração ao homem
e adoração a Satanás são a mesma coisa.
b) O anticristo fará
forte oposição a toda adoração que não seja a ele mesmo (2 Ts 2:4) - Ele vai se
opor e se levantar contra tudo que se chama Deus, ou objeto de culto. Assim agiram
os imperadores romanos que viam no culto ao imperador o elo de união e
fidelidade dos súditos do império. Deixar de adorar o imperador era
infidelidade ao Estado. O anticristo também se assentará no templo de Deus,
como Deus, fazendo-se passar por Deus. Ele vai usurpar a honra e a glória só
devida a Deus.
c) A adoração do
anticristo será universal (Ap 13:8,16) -
Diz o apóstolo João
que "adorá-lo-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes
não foram escritos no livro da vida do Cordeiro". Satanás vai tentar
imitar Deus também nesse aspecto. Ao saber que Deus tem os seus selados, ele
também selará os seus com a marca da besta (Ap 13:8, 16-18). Todas as classes
sociais se acotovelarão para entrar nessa igreja apóstata e receber a marca da
besta (13:16).
d) O anticristo
perseguirá de forma cruel aqueles que se recusarem a adorá-lo (Ap 13:7,15) -
Esse será um tempo de grande angústia (Jr 30:7; Dn 12:1; Mt 24:21-22). A igreja
de Cristo nesse tempo será uma igreja mártir (13:7,10). Mas os crentes fiéis
vão vencer o diabo e o anticristo, preferindo morrer a apostatar (Ap 12:11).
5. Ele fará oposição
aberta a Deus e à igreja de Cristo (Ap 13:6,7; 2 Ts 2:4)
a) O anticristo será
um opositor consumado de Deus (Dn 7:25; 11:36; 2 Ts 2:4; 1 Jo 2:2; Ap 13:6) -
"Proferirá palavras contra o Altíssimo"; "contra o Deus dos
deuses, falará coisas incríveis". O apóstolo Paulo diz que ele "se
opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus, ostentando-se como se fosse o
próprio Deus". João declara: "e abriu a sua boca em blasfêmias contra
Deus, para lhe difamar o nome". Diz ainda: "Este é o anticristo, o
que nega o Pai e o Filho". O anticristo vai usar todas as suas armas para
ridicularizar o nome de Deus. Ele vai fazer chacota com o nome do Altíssimo.
b) O anticristo fará
violenta e esmagadora oposição contra a igreja (Dn 7:25; 7:21; Ap 12:11; 13:7)
- "Ele magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a
lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos". "Ele fará guerra
contra os santos e prevalecerá contra eles". Mas, mediante a morte os
santos o vencerão (Ap 12:11). João diz: "Foi-lhe dado também que pelejasse
contra os santos e os vencesse" (13:7). O anticristo se levantará contra a
igreja, contra o culto e contra toda expressão de fidelidade a Deus. Esse será
o ponto mais intenso da grande tribulação (Mt 24:15-22).
6. O anticristo será
apoiado pela segunda besta, o falso profeta (Ap 13:11-18: 16:13; 19:20)
a) A segunda besta
seduzirá o mundo inteiro a adorar a primeira besta (Ap 13:11-15) - Se a primeira
besta é o braço de Satanás, a segunda é a mente de Satanás. Ela e o falso
profeta. A primeira besta age no campo político, a segunda no campo religioso.
O Falso Profeta vai preparar o terreno para o anticristo e vai preparar o mundo
para adorá-lo.
1º. A primeira besta
será conhecida pelo seu poder conquistador, pela sua força (v. 4). A segunda
besta será conhecida pelo seu poder sobrenatural, de fazer grandes milagres (v.
13-16).
b) A segunda besta
usará também a arma do controle para garantir a adoração da primeira besta (Ap
13:16-18) -Esse será um tempo de cerco, de perseguição, de controle, de
vigilância, de monitoramento das pessoas, no aspecto político, religioso e
econômico. Todo regime totalitário busca controlar as pessoas e tirar delas a
liberdade. A recusa na adoração à primeira besta implica em morte (v. 15b).
c) A segunda besta
usará um selo distintivo para os adoradores da primeira besta (Ap 13:18;
14:9-11) -Assim como a noiva do Cordeira recebe um selo (7:3; 9:4), também os
adoradores da besta recebem uma marca (13:16). Então só haverá duas igrejas na
terra, aquela que adora a Cristo e aquela que adora o anticristo. Assim como os
que recebem o selo de Deus terão a vida eterna, os que recebem a marca da besta
vão perecer eternamente (Ap 14:11; 20:4).
III. A MANIFESTAÇÃO
DO ANTICRISTO
1. Sua presente dissimulação e futura revelação (2 Ts 2:6-8) - Diz o
apóstolo Paulo que o anticristo está sendo detido por ALGO (v. 6) e por ALGUÉM
(v. 7). "E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado
somente em ocasião própria. Com efeito o mistério da iniquidade já opera o
aguarda somente que seja afastado aquele que agora o detém" (2 Ts 2:6-7).
O que é esse ALGO? Quem é esse ALGUÉM? A maioria dos estudiosos entende que o
algo é a LEI e que o ALGUÉM é AQUELE QUE FAZ A LEI SE CUMPRIR.
É por isso que o
anticristo vai surgir no período da grande apostasia, quando os homens, não
suportarão leis, normas nem absolutos. Então, eles facilmente se entregarão ao
homem da ilegalidade, o filho da perdição.
2. O número de sua
identificação (Ap.13:18: 2 Ts.2:3) - O anticristo no seu cumprimento profético
foram governos anticristãos e totalitários ao longo dos séculos que perseguiram
a igreja, assim, como o falso profeta simboliza as religiões e as filosofias
falsas deste mundo que desviaram os homens de Deus para adorarem o anticristo e
o dragão. Ambas as bestas se opõem a igreja durante toda a dispensação. Mas, o
anticristo aponta para um personagem escatológico que reunirá toda a maldade
dos impérios e governos totalitários. O anticristo será uma pessoa, ele é o
homem da iniquidade, o filho da perdição, o abominável da desolação, a besta
que emerge do mar, a encarnação de Satanás: Os cristãos primitivos entenderam
que ele era Nero. Os reformadores entenderam que ele era o Papa romano.
Estudiosos modernos disseram que foi representado por Napoleão, Hitler,
Mussoline.
Seu número é 666.
Sete é o número perfeito, seis o número imperfeito. Seis é o número do homem, o
número incompleto, imperfeito, o número do fracasso. O número do anticristo é
fracasso, sobre fracasso, sobre fracasso. Ele incorporará a plenitude da
imperfeição, a consumação da maldade.
3. A limitação do
anticristo (Ap 13:5)
a) O anticristo tem
um poder limitado - visto que pode matar os santos, mas não vencê-los (12:11;
20:4). Os verdadeiros crentes preferirão a morte à apostasia (13:8), vencendo
assim a besta (15:2). Eles não temem aquele que só pode matar o corpo e não a
alma. O anticristo também não pode fazer nada contra Deus e contra os remidos
na glória, a não ser falar mal (13:6).
b) O anticristo tem
um tempo limitado (13:5) - Quando o seu tempo acabar, ele mesmo será lançado no
lago do fogo (19:20).
4. Sua total
destruição (2 Ts 2:8) - Jesus o matará com o sopro da sua boca e o destruirá
pela manifestação da sua vinda (2 Ts 2:8).
- Ele será quebrado
sem esforço de mãos humanas (Dn 8:25).
- Jesus vai tirar o
domínio do anticristo para o destruir e o consumir até o fim (Dn 7:26).
- O anticristo será
lançado no lago do fogo que arde com enxofre (Ap 19:20).
- Cristo colocará
todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:24-25).
- A igreja selada por
Deus (Ap 9:4), preferirá a morte à apostasia e assim vencerá o dragão e o
anticristo (Ap 12:11). Aqueles cujos nomes estão no livro da vida não adorarão
o anticristo (Ap 13:8). Esses reinarão com Cristo para sempre.
APOCALIPSE 14:1-20
A GLORIFICAÇÃO DOS SALVOS E A
CONDENAÇÃO DOS ÍMPIOS
1. O Capítulo 14
encerra a quarta seção paralela do livro de Apocalipse. Já vimos sobre os sete
candeeiros, os sete selos, as sete trombetas e agora estamos vendo sobre o
quarteto do mal que se levanta contra Cristo e sua igreja.
2. Cada seção cobre
todo o período que vai da primeira à segunda vinda de Cristo. Assim, vemos
repetidamente a cena da segunda vinda de Cristo e do juízo final.
3. Neste capítulo,
veremos mais uma vez a cena dos remidos na glória e a condenação dos ímpios no
juízo final.
4. Há aqui várias
cenas que descobrem o tempo do fim:
I. A IGREJA ESTÁ COM
CRISTO NO CÉU - V. 1-5
1. A igreja selada
está de pé com o Cordeiro no Monte Sião - v. 1 - Os 144.000 são o mesmo grupo
que foi selado em (7:9-17). Eles representam a totalidade dos redimidos. Eles
são os remidos, e sabem a canção dos remidos. Eles fazem o contraste com os
adoradores da besta que foram marcados para a condenação. Os remidos recebem
também uma marca, o nome de Deus e do Cordeiro. Aquela marca de (7:3) continua
válida. Agora, eles recebem a marca do Pai e do Filho. Embora esses 144.000 são os mesmos do capítulo
7, há mais detalhes sobre eles aqui: 1) João não está apenas ouvindo os
selados, mas também pode vê-los; 2) Agora é uma definição de lugar "Monte
Sião"; 3) Agora, revela-se a marca deixada pelo selo. As duas igrejas
agora estão nitidamente contrapostas; 4) Agora os selados estão ligados não
apenas a Deus, mas também ao Cordeiro. O Monte Sião aqui não é na terra, mas no
céu. Trata-se da Cidade Santa, a Nova Jerusalém, a Sião Celeste (Hb 12:22).
• Os 144.000 foram
remidos da terra (v. 3), foram selados por Deus (v. 1), para glorificarem a Deus
no céu (v. 2-3).
2. A igreja está
cantando no céu enquanto os adoradores da besta blasfemam -v. 2-3 - A besta e
os seus adoradores blasfemam contra Deus (13:6 e 16:10-11), mas os remidos do
Senhor estão no céu cantando um novo cântico. Aqui na terra, os crentes sofrem
e choram. Mas Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima e então a alegria da
igreja será completa e ela cantará um novo cântico que ninguém poderá aprender,
senão os remidos.
3. A igreja é o povo
redimido por Deus, totalmente separado do mundo - v. 4-5
a) Os remidos não se
prostituíram com a grande meretriz
(v. 4) - A expressão
não se contaminaram com mulheres e castos não se trata de celibato. A Bíblia
não considera o sexo no casamento uma contaminação; ao contrário, ela exalta o
casamento como imagem da mais elevada dignidade (Ap 19-22). Antes, é uma
expressão que denota pureza espiritual. João fala diversas vezes da idolatria
da besta como porneia (Ap 14:8; 17:2; 18:3,9; 19:2). A igreja é uma virgem pura
apresentada ao seu noivo, Cristo (2 Co 11:2). Assim, os 144.000 são virgens e
castos no sentido de terem se recusado a se manchar, participando da
prostituição que é adorar a besta, mantendo-se puros em relação a Deus.
b) Os remidos são os
seguidores do Cordeiro (v. 4) - Eles não seguiram a besta como todos os demais
(13:8), mas seguiram o Cordeiro (v. 14:4). Seguiram o Cordeiro, ainda que para
a morte (12:7). Os remidos são discípulos de Cristo. Eles ouvem a voz do Pastor
e o seguem (Jo 10:3-4). Eles negaram-se a si mesmos, tomaram a Cristo e
seguiram ao Senhor.
c) Os remidos são os
eleitos de Deus (v. 4) - Eles seguem o Cordeiro, porque não pertencem a si
mesmos. Eles foram redimidos pelo sangue do Cordeiro (Ap 5:9). Eles foram
escolhidos dentre os homens. Fomos escolhidos pela graça.
d) Os remidos são
primícias para Deus (v. 4) - Primícias aqui não são um grupo seleto da igreja,
mas toda a igreja: Toda a igreja é a igreja dos primogênitos (Hb 12:23).
e) Os remidos são
puros de lábios e de vida (v. 5) - Enquanto os ímpios blasfemam e se contaminaram
com a meretriz, e seguiram uma mentira, a besta e seus falsos milagres, os
redimidos não têm mentira na sua boca nem mácula em sua vida.
II. O JUÍZO É
ANUNCIADO AOS MORADORES DA TERRA - V. 6-7
1. Os moradores da
terra são exortados a temerem a Deus e darem glória a ele -v. 6-7 - O capítulo
13 encerra com uma nota triste. A pergunta que ecoa em todo mundo é: "Quem
é como a besta, quem pode pelejar contra ela?" (13:4). Somos informados
que a besta tinha autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação (13:7).
Mas, agora, o anjo proclama as boas novas de alguém mais forte, o Todo poderoso
Deus. Ele sim, deve ser temido. A ele sim, deve ser dada toda a glória.
Enquanto durar o tempo os homens têm a oportunidade de se arrependerem e de se
voltarem para Deus. Somente Deus é digno
de ser adorado (14:7), porque ele é o Deus criador. Ele é a origem de todas as
coisas.
2. Os moradores da
terra são alertados sobre a chegada do juízo — v. 7 - Antes do juízo, Deus
alerta, avisa, e conclama ao arrependimento. As trombetas do juízo sempre
visaram levar o homem ao arrependimento (9:20-21; 16:8). Os ímpios vivem como
se o juízo jamais fosse chegar (2 Pe.3:4). Eles vivem desapercebidamente (Mt.24:37-39).
Mas agora, o juízo é chegado: é a hora da queda da Babilônia (v. 8), da ira de
Deus (v. 10), do lago do fogo (v. 11), a hora da foice, da lagaragem (v.
16,19,20), portanto nenhuma hora de misericórdia.
III. A QUEDA DA
BABILÔNIA E PROCLAMADA - V. 8
1. A grande Babilônia
é a grande Meretriz
- A verdadeira igreja está no céu e a falsa
igreja está arruinada. Ela é grande, mas está perdida. Ela seduziu, enganou,
mas agora está caída.
- A grande Babilônia
é o sistema mundano, a religião prostituída que vai estar a serviço da besta e
de Satanás no mundo.
2. A grande Babilônia
age na terra com sedução e perseguição
- A grande babilônia
é uma meretriz que seduz e engana (17:5; 18:3), mas também ela é uma mulher
embriagada com o sangue dos santos (17:6; 18:24). Sua sedução é universal
(14:8).
3. A ruína da grande
Babilônia é completa e definitiva
- A ruína da grande
Babilônia é completa. Ela caiu, ela está derrotada. A igreja que foi perseguida
e martirizada é vencedora, mas a igreja que perseguiu e matou os santos de Deus
é agora destruída.
IV. A CONDENAÇÃO DOS
ADORADORES DA BESTA - V. 9-12
1. - Os adoradores da
besta beberão o cálice da ira de Deus sem mistura - v. 9-10 - Até então, a ira
de Deus veio misturada com misericórdia, mas quando o juízo chegar os ímpios
terão que beber o cálice da ira de Deus sem mistura, ou seja, sem oportunidade
de arrependimento (Jo 3:36). Todos aqueles que estão unidos a este mundo
perecerão com o mundo. Quem escolher servir a Satanás vai ter que sofrer as
consequências. Eles serão atormentados
com fogo e enxofre. Isso fala da intensidade do tormento
2. Os adoradores da
besta serão atormentados eternamente - v. 11 - Os adoradores da besta jamais
terão descanso (Mt 25:46; Mc 9:48). Os remidos que foram perseguidos e
torturados até à morte estão no céu, mas os adoradores da besta estão no
tormento eterno. Os tormentos sem cessar dos ímpios está em contraste com a
felicidade eterna dos salvos (Ap 4:8; 14:13).
• Isso fala não
apenas da intensidade do tormento, mas também da perenidade. Os adoradores da
besta estão condenados, mas os que guardaram os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus e não cederam à pressão da besta estão seguros (14:12). É melhor suportar
perseguição pacientemente do que escapar dela agora e ser atormentado por toda
a eternidade.
V. A BEM-AVENTURANÇA
DOS QUE MORREM EM CRISTO - V. 13
1. O grande paradoxo:
Os mortos em Cristo são felizes
- Isso não é voz da terra, mas do céu. Essa
revelação não é passageira, deve ser escrita. Aqueles que morrem ou mesmo os
que são martirizados pela besta ou pela grande meretriz são muito felizes.
- Não são todos os
mortos que são felizes, mas os que morrem no Senhor.
2. Os mortos em
Cristo descansam
- Há grande contraste
entre os ímpios atormentados (v. 11) e os remidos descansando (v. 13).
- Aqueles que morrem
em Cristo, não morrem, dormem. Eles não vivem vagando, não vão para o
purgatório nem vão para o túmulo. Eles vão para o paraíso, para o Lar, para o
céu, para o Seio de Abraão. Eles vão habitar com Cristo, o que é
incomparavelmente melhor.
3. Os mortos em
Cristo não são levados para o céu pelas obras, mas levam as suas obras para o
céu
- Não somos salvos
pelas obras, mas para as boas obras. Elas não abrem nosso caminho para o céu,
mas nos acompanham no céu. Não ficaremos sem recompensa.
VI. A SEGUNDA VINDA
DE CRISTO PARA A COLHEITA DOS JUSTOS -V. 14-16
1. Cristo vem
gloriamente e vencedoramente nas nuvens - v. 14 - Ele virá fisicamente,
pessoalmente, visivelmente, gloriosamente, vitoriosamente. Ele virá como subiu,
em uma nuvem (At 1:9-11). Ele virá com as nuvens (Ap 1:7).
2. Cristo vem para a
colheita das primícias, ou seja, reunir os seus eleitos - v. 15-16 - Ele virá para julgar. A coroa da vitória
estará em sua cabeça e a foice em sua mão. Ele virá para reunir os seus
escolhidos dos quatro cantos da terra (Mt 24:29-31) e então se assentará no trono
para julgar (Mt 25:31-46). A colheita é o fim do mundo (Mt 13:39).
- "A seara está
madura" - Isso significa que a história desenrola-se sob a soberania de
Deus.
- Tanto Cristo como
os anjos são os ceifeiros. A colheita das primícias # para o Senhor. Os remidos
serão reunidos como o trigo no celeiro, mas o ímpios como joio na fornalha (Mt
13:40-43).
VII. A SEGUNDA VINDA
DE CRISTO PARA O CASTIGO FINAL DOS ÍMPIOS - V. 17-20
1. O juízo para os
ímpios será como uma vindima - v. 18 - A ideia aqui não é de uma colheita dos
frutos, mas de um lagar, onde as uvas são pisadas e esmagadas. Essa é uma idéia
clara do furor da ira de Deus contra os ímpios que blasfemaram do seu nome e
perseguiram a sua igreja (Is.63:1-6). Em Apocalipse 19:15 mostra o próprio
Cristo pisando o lagar: "... e pessoalmente pisa o lagar do vinho do furor
da ira do Deus Todo-poderoso".
2. O lagar é fora da
cidade, ou seja, os salvos não participarão desse juízo - v. 19-20 - Esse é o lagar da cólera de Deus. Os remidos
não sofrerão esse juízo (Jo 5:24). Os remidos serão a delícia de Deus. a noiva
do Cordeiro, enquanto os ímpios serão o alvo da ira pura de Deus.
3. O juízo de Deus
será completo sobre todos os ímpios em todos os lugares - v. 20 - A extensão de
1.600 estádios é igual a 360 km, ou seja, a distância do Norte ao Sul da
Palestina, ou seja de Dã a Berseba. O sangue vai até aos freios dos cavalos, ou
seja, 1,5 metro de altura. Esse mar de sangue é sem dúvida um símbolo do
completo e total juízo de Deus que alcança os ímpios plenamente e em todos os
lugares.
1. Na humanidade só
há dois grupos: os salvos e os perdidos. Os adoradores da besta e os adoradores
do Cordeiro, os que estarão com Cristo no Monte Sião e que serão atormentados
de dia e de noite. Aqueles que estarão cantando e descansando no céu e aqueles
que estarão atormentados para sempre.
2. Na humanidade só
há duas igrejas: a igreja verdadeira, os 144.000 selados, redimidos, primícias
para Deus e a igreja apóstata que seguir a besta e receber sua marca.
3. De que lado você
está? Você tem o selo de Deus na sua vida? Sua vida é pura? Seus lábios são
puros? Você está preparado para o dia do juízo? Hoje ainda é dia de
oportunidade. Logo o juízo chegará e então, será tarde demais!
APOCALIPSE 15:1-8
A PREPARAÇÃO PARA AS TAÇAS DA IRA DE DEUS
1. Nos capítulos 1 a
3, vimos que por meio da pregação da Palavra, aplicada ao coração pelo Espírito
Santo, igrejas são estabelecidas. Estas são candeeiros, portadoras de luz no
mundo que está em trevas. Elas são abençoadas pela contínua presença espiritual
de Cristo.
2. Nos capítulos 4 a
7 vimos que o povo de Deus é perseguido repetidas vezes pelo mundo, e exposto a
muitas provas e aflições. São a abertura dos sete selos.
3. Nos capítulos 8 a
11 os juízos de Deus visita repetidas vezes o mundo perseguidor, mas este não
se arrepende de seus pecados. São as sete trombetas da ira de Deus.
4. Nos capítulos 12 a
14 vimos que este conflito entre a igreja e o mundo, torna-se mais intenso,
mostrando um combate entre Cristo e Satanás, entre a semente da mulher e o
dragão.
5. Agora, nos
capítulos 15 a 16 surge uma pergunta: quando na história, as trombetas do
juízo, as pragas iniciais, não conduzem os homens ao arrependimento e
conversão, o que lhes sucede? Permitirá Deus que esses homens ímpios continuem
impunes? O cálice da ira de Deus tem um limite? Ele se encherá? 6. A resposta
é: quando os ímpios não se arrependem com as trombetas do aviso de Deus, segue
a efusão final da ira, ainda que não completa até o dia do juízo. Essas taças
são as últimas. Não há mais tempo para arrependimento (Pv 29:1). Aos ímpios
endurecidos, a morte os precipitará inevitavelmente nas mãos do Deus irado.
Mesmo antes de morrer, eles poderão ter cruzado a última linha da esperança
entre a paciência de Deus e sua ira (Mt 12:32; 1 Jo5:Í6).
I. A CONEXÃO ENTRE AS
SETE TAÇAS DA IRA DE DEUS E AS SETE TROMBETAS DE DEUS - V.l
1. As trombetas
advertem, as taças consumam a cólera de Deus - v. 1 - Através de toda a
história do mundo se manifesta repetidas vezes a ira final de Deus; ora toca a
essa pessoa, depois aquela. A ira de Deus se derrama sobre os impenitentes (Ap
9:21; 16:9). As trombetas advertem, as taças são derramadas. Esses impenitentes
são aqueles que receberam a marca da besta (Ap 13:16; 16:2). Esses são aqueles
que adoram o dragão e são dominados pelas duas bestas e pela Babilônia, a
grande meretriz. Nas trombetas apenas um terço da terra, do mar, dos rios, do
sol, dos homens são atingidos, mas nas taças a ira de Deus se consuma (Ap
15:1).
2. Tanto as trombetas
como as taças referem-se ao mesmo período
- Já temos visto que
todas as sete seções paralelas referem-se ao mesmo período, ou seja, o tempo
que vai da primeira à segunda vinda de Cristo.
- A medida que
avançamos para o fim, as cenas vão se tornando mais fortes e o juízo de Deus
mais claro.
3. Tanto as trombetas
como as taças terminam com uma cena do juízo final. No capítulo 14:14-20, vimos
a cena da colheita do trigo e a vindima dos ímpios esmagados no lagar da ira de
Deus. No capítulo 16:15-21 temos uma clara cena do juízo final. As seis
primeiras taças se referem a uma série de acontecimentos que precedem o juízo
final.
4. Tanto a quarta
seção, quanto a quinta começam de forma muito semelhante (12:1; 15:1) - Se a
quarta seção começa com o nascimento de Cristo e avança até a cena do juízo
final, então, somos levados a crer que a quinta seção (15-16), também cobrem
todo o período da primeira à segunda vinda de Cristo.
5. Tanto a quarta
seção, quanto a quinta, tratam dos mesmos inimigos da igreja
- As mesmas forças de
maldade que encontramos nos capítulos 12 a 14: o dragão, a besta que sobe do
mar, a besta que sobe da terra, o falso profeta são os inimigos que a igreja
está enfrentando aqui nesta quinta seção (16:13).
- Portanto, somos
levados a crer que essa seção das sete taças, atravessam o mesmo período da
história compreendido pelas outras seções.
6. Não obstante, as
sete taças compreendam todo o período da igreja, elas apontam e aplicam-se
especialmente ao dia do juízo e às condições que o procedem imediatamente. As
trombetas são juízos parciais. São alertas de Deus. São avisos solenes de Deus,
que na sua ira, lembra-se da misericórdia. Mas as taças falam da ira sem
mistura, da consumação da cólera de Deus.
II. UMA VISÃO DA
IGREJA NA GLORIA ANTES DA DESCRIÇÃO TERRÍVEL DOS ÍMPIOS DEBAIXO DA IRA DE DEUS
- V. 2-4
1. João vê os sete
anjos preparados para derramar sobre o mundo as sete taças da sua ira consumada
- v. 1 - Sete é o número da perfeição de Deus. São sete anjos, com sete taças.
Esses são anjos do juízo. Eles trazem os últimos flagelos para os ímpios. Agora
não é mais tempo de oportunidade. A medida dos ímpios transbordou. Chegou o
juízo. É a consumação da ira de Deus.
2. Antes dos anjos
derramarem os flagelos finais sobre os ímpios, João vê a igreja na glória - v.
2 - João vê um mar. Na praia, ele vê uma
multidão vitoriosa. Essa multidão é composta dos vencedores da besta e eles
estão cantando, enquanto os seguidores da besta estão atormentados (15:2;
16:10,11).
a) Onde está esse mar
de vidro? Diante de trono (Ap 4:6), no céu. A igreja está no céu, na glória.
Esse mar de vidro simboliza a retidão transparente de Deus revelada por meio de
seus juízos sobre os ímpios.
b) Quem é essa
multidão? Os vencedores da besta. Eles venceram a besta sendo mortos por ela.
Se tivessem conservado a vida e sido infiéis na fé teriam sido derrotados.
Assim, os vencedores da besta são aqueles que amaram mais o Senhor do que suas
próprias vidas. "Viva te vencerei, morta vencer-te-ei ainda mais?
(Blandina). São todos os remidos ao longo dos séculos. São os 144.000 (7:4) ou
a multidão inumerável (7:9). Jesus disse que quem quiser salvar a sua vida,
perdê-la-á.
c) O que essa
multidão está fazendo? Ela está com harpas de Deus, entoando um hino de glória
ao Senhor, todo poderoso (Ap 5:8). Essa música é o mesmo novo cântico que
ninguém podia aprender, senão os 144.000 (14:3). No céu há muita música. A
música do céu glorifica tão somente o Senhor. Vamos nos unir aos coros
angelicais e cantar ao Senhor para sempre.
d) Que música essa
multidão está cantando? O cântico de Moisés e do Cordeiro. O êxodo é um símbolo
e tipo da redenção que temos em Cristo. Assim como Moisés triunfou sobre Faraó
e suas hostes, a igreja triunfa sobre o diabo e suas hostes. Esse é um cântico
de vitória! Assim como Moisés tributou a vitória a Deus (Ex 15:1-3), os remidos
também o fazem (Ap 15:3-4).
3. Antes de João
escutar as blasfêmias dos ímpios, ele ouve o cântico dos remidos-15:3-4;
16:10-11 - Quais são as características do cântico vitorioso dos remidos? Os
mártires não cantam sobre si mesmos e como venceram a besta. Antes, eles estão
totalmente concentrados em glorificar a Deus. O céu o lugar onde os homens são
capazes de esquecerem de si mesmos, de seus títulos, conquistas e vitórias e
recordar somente a Deus. Quando você contempla a Deus na sua glória, nada mais
importa. Diante da glória de Deus, os mártires esquecem-se de si mesmos e
exaltam somente o Senhor. No céu entenderemos que nada mais importa, exceto
Deus.
a) Esse cântico
exalta a Pessoa de Deus
1) Deus é Senhor Todo-Poderoso
(v. 3)- Isto está em contraste ao trono de Dragão, seu poder e autoridade
(13:2) e grande e universal poder da besta (13:4,7,8). O diabo é poderoso, mas
só Deus é o Senhor Todo-poderoso. Só ele recebe exaltação para sempre.
2) Deus é o Rei das
Nações (v. 3) - O rei das nações não é a besta (13:7), mas o Senhor
Todo-poderoso (15:3).
3) Deus é temível e
digno de glória (v. 4) - A grande pergunta era "quem é como a besta?
Agora, a questão é: "quem não temerá e não glorificará o teu nome?" É
o temor irrestrito, acima de qualquer respeito a governantes terrenos (At 4:19;
5:29).
4) Deus é Santo (v.
4) - A santidade de Deus é única, singular e é ela que atrai todas as nações.
b) Esse cântico
exalta as obras de Deus
1) Elas são grandes e
admiráveis (v. 3) - O universo está nas mãos do Senhor. Ele é quem redime o seu
povo e quem castiga os ímpios. Deus é inescapável. Quando ele age ninguém pode
impedir a sua mão.
2) Os atos de justiça
de Deus se fizeram manifestos (v. 4) - Deus vindicou a sua justiça quando remiu
os seus eleitos por meio do sacrifício do seu Filho e vindicou sua justiça
condenando os impenitentes à condenação eterna.
c) Esse cântico
exalta os caminhos de Deus
1) Eles são justos e
verdadeiros (v. 3) - Os caminhos de Deus são a forma de Deus agir. Ele nunca
pode ser acusado de injustiça nem de meios ilegítimos. Seus caminhos são justos
e verdadeiros tanto na salvação dos eleitos, como na punição dos impenitentes.
Os ímpios foram avisados pelas trombetas, mas não se arrependeram. Assim, os
flagelos finais sobre os ímpios serão absolutamente justos.
d) Esse cântico
exalta o triunfo final de Deus
1) Todas as nações
virão e adorarão diante dele (v. 4) -Isto está em contraste com a adoração
universal da besta (13:7-8). As nações vão se prostrar diante do Deus
Todo-poderoso. Todo joelho vai se curvar diante de Jesus (Fp 2:8-11). Só ele é
exaltado eternamente.
III. OS ANJOS DOS
ÚLTIMOS FLAGELOS SE PREPARAM PARA AGIR -V. 5-8
1. Os sete anjos do
flagelo saem do Santuário de Deus - v. 5-6 - O santuário era o lugar da
habitação de Deus com o povo (Ex 25:8). No lugar santíssimo ficava a arca com
as Tábuas da Lei. Isso significa que os anjos saem do lugar onde ficava a Lei
de Deus. Saem para demonstrar como funciona a Lei de Deus. Saem para demonstrar
mediante a vingança divina que nenhum homem ou nação pode desafiar impunemente
a vontade de Deus. Ninguém pode desobedecer a Lei de Deus sem sofrer o castigo
da Lei. Aqui "Santuário"
designa morada de Deus, o céu. Esses anjos vem da presença de Deus e servem a
Deus quando derramam os juízos. A igreja jamais deve duvidar disso.
2. Os sete anjos são
ministros agentes de Deus - v. 6b - As vestimentas dos anjos simbolizam três
coisas:
a) Essas vestes eram
peculiares dos sacerdotes - O sacerdote era uma espécie de intermediário entre
Deus e os homens. Ele representava Deus diante dos homens. Esses anjos vem ao
mundo como representantes da ira vingadora de Deus.
b) Essas vestes eram
peculiares dos reis - Esses anjos vêm a terra para derramar os flagelos finais
da ira de Deus com o poder do Rei dos reis.
c) Essas vestes eram
peculiares dos habitantes do céu - Os anjos são habitantes do céu que vêm à
terra para executar os decretos de Deus.
3. Os cálices de ouro
que os anjos trazem estão cheios da ira de Deus - v. 7 - Essas sete taças da
ira de Deus estão cheias e elas atingem o mundo inteiro: a terra, o mar, os
rios, os astros, os homens, o ar. Ninguém pode esconder-se do Deus irado. Esse
dia será dia de trevas e não de luz. Os homens desmaiarão de terror. A justiça
de Deus é vingar as injustiças dos homens e ninguém pode deter esse juízo nem
desviá-lo.
• Aqui não são
catástrofes naturais nem os anjos maus que afligem os ímpios, mas o próprio
Deus irado.
4. Os anjos do juízo
saem do santuário cheio da fumaça inacessível da glória de Deus - v. 8 - Quando o tabernáculo ficou pronto no deserto a
glória de Deus o encheu (Ex.40:34-35), e Moisés não pode entrar. Quando o
templo de Salomão foi consagrado, a glória de Deus o encheu (1 Rs 8:10-11) e os
sacerdotes não puderam entrar. Quando Isaías viu a Deus no santuário, a glória
de Deus o encheu (Is 6:4), e as bases do limiar se moveram. Quando Ezequiel viu
a glória de Deus encher o templo ele caiu com o rosto em terra (Ez 44:4). Essa
ideia do Santuário cheio de fumaça, sugere duas ideias:
a) Os propósitos de
Deus serão obscuros para os homens -Eles não podem entender nem penetrar nos
inescrutáveis planos de Deus.
b) A glória de Deus
torna-se inacessível - Agora Deus está inacessível para tudo o mais. O mesmo
templo que era lugar de encontro com Deus, agora está fechado, inacessível.
Agora não tem mais tempo. Não há mais intercessão. Chegou a hora final. É a
consumação da cólera de Deus. É o dia do juízo, quando a ira sem mistura será
derramada sobre os ímpios (14:10). Qualquer oposição à sua glória será
destroçada.
1. Estes flagelos são
a resposta de Deus ao último e maior esforço de Satanás para derrubar o governo
divino.
2. Aqueles que
parecem escapar agora do juízo dos homens e de Deus, jamais escaparão do juízo
final de Deus.
3. Devemos nos voltar
para Deus agora, enquanto é tempo, enquanto ele está perto. Chegará o dia em
que será tarde demais.
4. Enquanto o mundo
está maduro para o juízo, o mundo de Deus, a Palavra de Deus, e o povo de Deus
estão cheios de canções de adoração ao Senhor. A criação foi celebrada com
música. O nascimento de Jesus foi celebrado com música. A volta de Jesus será
celebrada com música.
APOCALIPSE 16:1-21
TEMA: OS SETE FLAGELOS DA IRA DE DEUS
1. As sete taças da
ira de Deus têm uma grande semelhança com as dez pragas sobre o Egito, bem como
uma profunda conexão com as sete trombetas.
2. Enquanto as
trombetas eram alertas de Deus ao mundo ímpio, as taças falam da cólera
consumada de Deus. É um princípio constantemente repetido e enfatizado nas
Escrituras, que Deus sempre adverte antes de finalmente punir (dilúvio, Sodoma,
Egito, Jerusalém, juízo final).
3. Enquanto as
trombetas atingiam primeiramente o ambiente em que o homem vivia, as taças
atingem desde o início os homens.
4. Enquanto as
trombetas causaram tribulações parciais, objetivando trazer ao arrependimento
os impenitentes, as taças mostram que a oportunidade de arrependimento estava
esgotada. As trombetas atingiram apenas um terço da natureza e dos homens, as
taças trazem uma destruição completa.
5. Enquanto nos selos
e nas trombetas havia um interlúdio antes da sétima trombetas, agora não há
mais interlúdio, as taças são derramadas sem interrupção.
6. Os flagelos não
devem ser analisados literalmente, mas descrevem o total desamparo dos ímpios
no juízo, quando a igreja já está no céu, junto ao trono. A ceifa precede a
vindima.
7. A humanidade está
dividida entre os selados de Deus e os selados da besta. Entre os seguidores do
Cordeiro e os seguidores do dragão. Entre os que estão diante do trono e
aqueles que serão atormentados eternamente.
8. Esta quinta seção
paralela, assim como todas as outras, compreende também toda a dispensação da
igreja, e termina com a cena da igreja na glória e os ímpios sob o juízo
divino, na segunda vinda de Cristo.
I. O PRIMEIRO
FLAGELO: A TERRA É ATACADA - V. 1-2 - Esse primeiro flagelo não é mais
advertência, mas punição. Todos aqueles que não têm selo de Deus, são selados
pela besta. Não há meio termo. Quem não é por Cristo, é contra ela. Não há
neutralidade em relação a Deus. No tempo do fim a religião não será mais algo
nominal: todo mundo terá de declarar lealdade ou a Cristo ou ao Anticristo. Os
adoradores da besta recusaram ouvir as advertências, agora, eles estão sofrendo
inevitavelmente as consequências. São atormentados.
Com respeito aos crentes em Cristo, as
aflições da carne não são taças da ira de Deus (Rm.8:28). Essas aflições só
atingem os adoradores da besta.
II. O SEGUNDO
FLAGELO: O MAR É ATACADO - V. 3
Se no primeiro
flagelo, temos o tormento dos homens, agora temos a destruição completa. O mar
se torna em sangue. A destruição não é apenas parcial, mas total. A destruição
não é apenas ambiental, mas a vida acaba-se no mar. Para esse flagelo não há
limites, todas as criaturas do mar morrem. Este flagelo não fala de um
acontecimento literal, mas de um símbolo patético, dramático, que representa o
colapso da natureza, no dia do juízo.
III. O TERCEIRO
FLAGELO: OS RIOS SÃO ATACADOS - V. 4-7
As fontes das águas e
os rios transformam-se em fontes de sangue. A última aparição do altar foi no
quinto selo, quando as almas dos santos clamavam debaixo do altar pela
vindicação da justiça divina. A primeira parte da resposta de Deus àquela
oração foi enviar, no lugar de punição, uma advertência com as trombetas. Mas
agora a sua resposta se completa literalmente com uma vingança. Novamente nesse
flagelo não há limites. Deus é apresentado como o juiz onipotente, justo,
eterno, santo e vingador (v. 5-7). O julgamento dos que martirizaram os santos
corresponde ao mal que fizeram. Recebem somente o que merecem. O julgamento de
Deus atingiu um mundo rebelde, para justiça dos que foram martirizados (6:9), em
resposta às orações dos santos perseguidos (9:13).
IV. O QUARTO FLAGELO:
O CÉU É ATACADO - V. 8-9 = Os pecadores que não se arrependeram quando o sol
escureceu são agora punidos mediante a intensificação do calor do sol. O
escurecimento eles podiam perceber e ignorar; quanto ao calor eles nada podem
fazer a não ser senti-lo. Nessas circunstâncias a presença de Deus é
reconhecida, mas somente para ser blasfemada e não para ser reverenciada. Deus adverte que quando suas advertências não
são ouvidas, sua punição será sentida. As pessoas atingidas reconheceram
tratar-se de uma ação divina; mas seus corações são tão endurecidos que aos
invés de caírem de joelhos diante de Deus, eles blasfemam o seu nome e teimosos
se recusam a se arrependerem e lhe darem glória. Os homens não são santificados
por meio do sofrimento, ao contrário, se fazem ainda mais iníquos e blasfemam
contra Deus.
V. O QUINTO FLAGELO:
O TORMENTO - V. 10-11
Deus punirá os homens que não se arrependerem
através da terra e do mar, através da água e do fogo, mas ele fará mais do que
isso. Quando o quinto flagelo é derramado, todo o sistema humano é lançado em
completa desordem. O trono da besta é o maior golpe de Satanás. Ele invadiu
toda a estrutura da sociedade humana, fazendo uma sociedade sem Deus. O reino
da besta está em oposição ao reino de Cristo. É sobre essa imponente estrutura
que o quinto flagelo é derramado e daí a confusão. Os seguidores da besta
sofrerão, mas não calados. Eles blasfemarão. Novamente não há qualquer traço de
arrependimento. Eles preferem morder a língua a gritar: nós pecamos! Quanto
mais severos os juízos, tanto mais duros os corações. Existe somente um único caminho de volta para
Deus: "ninguém vem ao Pai senão por mim". Quem não vem pela graça,
nem vem de modo nenhum.
VI. O SEXTO FLAGELO:
A DESTRUIÇÃO - V. 12-16 - O v. 12 fala que as águas do rio Eufrates secaram,
abrindo o caminho para a invasão do inimigo. O v. 13-14 nos informa sobre a
tríade do mal: o dragão, a besta e o falso profeta no seu esforço de seduzir e
ajuntar os reis da terra contra o Senhor. Quando Satanás e o mundo se armarem
na sua luta mais terrível contra a igreja, Cristo aparecerá para livrar o seu
povo e triunfar sobre os seus inimigos. Esses espíritos imundos representam
idéias, planos, projetos, métodos satânicos introduzidos dentro da esfera do
pensamento e ação. Essa batalha das nações contra Cristo e sua igreja é de
inspiração satânica. O v. 15 nos fala que a derrota final do inimigo será
manifestada na volta inesperada e gloriosa de Cristo. A segunda vinda será
repentina e inesperada. Isso para os ímpios, visto que os filhos da luz estarão
esperando (1 Ts 5:4-6). A igreja precisa estar vigiando, esperando a volta do
Senhor (Mt 24:42). Jesus ilustra o caráter imprevisto da sua volta(Mt 24:43-44;
1 Ts 4:2-3). O v. 16 nos fala do
Armagedom: lugar de muitas batalhas decisivas em Israel. Armagedom é um
símbolo, mais do que um lugar. Fala da batalha final, da vitória final, quando
Cristo virá em glória e triunfará sobre todos os seus inimigos.
• O sexto flagelo é o
último estágio da punição divina. Quando Satanás percebe que a sua derrota é
inevitável, ele incita as nações contra Deus. Nessa batalha final Jesus esmaga
todos os inimigos debaixo dos seus pés. É o fim.
E o Armagedom.
Armagedom é quando os homens que rejeitaram a Cristo terem que vê-lo na sua
majestade. Eles lamentarão sobre ele. O
sexto flagelo fala do ARMAGEDOM - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO. O sétimo flagelo
fala do DIA DO JUÍZO.
VII. O SÉTIMO
FLAGELO: O MUNDO NÃO MAIS EXISTE - V. 17-21 - O derramamento do sétimo flagelo
remove o tempo e a História e os substitui pela eternidade. Quando aquele dia
vier, não são somente as ilhas e as montanhas da terra criada por Deus que
desaparecerão. AS cidades, a civilização, que é a conquista do orgulho humano
inspirado por Satanás, também entrarão em colapso. Com isso, a punição divina
estará feita (v. 17). O sexto flagelo trás a destruição total; o sétimo trás a
extinção total.
1. A vitória de
Cristo é completa, final e esmagadora. O trono do dragão, o reinado da besta
parecem invencíveis. Mas os reinos deste mundo cairão, os inimigos serão
vencidos.
A igreja triunfará. Cristo virá em glória e a história fechará suas
cortinas. O fim terá chegado!
APOCALIPSE 17:1-18
ASCENÇÃO E QUEDA DA GRANDE MERETRIZ
1. Estamos iniciando
a sexta seção paralela (17-19). Mais uma vez veremos que ela culmina, e agora,
de forma mais clara, na segunda vinda de Cristo, com sua vitória triunfal sobre
seus inimigos.
2. Nessa seção uma
forte ênfase é dado à grande Babilônia. Isso, porque esse foi e é um tema
fundamental para a igreja de Cristo.
3. O livro de
Apocalipse nos mostra cinco inimigos de Cristo: O dragão, o anticristo, o falso
profeta, a grande meretriz e os homens que têm a marca da besta. Esse quadro é
apresentado nos capítulos 12 a 14.
4. Agora vamos ver a
queda desses inimigos em ordem decrescente: No capítulo 17 vemos a história da
grande meretriz. NO capítulo 18 a sua queda completa. No capítulo 19 vemos
Cristo triunfando sobre todos os seus inimigos em sua segunda vinda.
5. O capítulo 17 nos
aponta três quadros: O primeiro faz uma descrição da grande meretriz. O
segundo, descreve a besta. O terceiro, fala da vitória de Cristo e da sua
igreja.
I. A DESCRIÇÃO DA
GRANDE MERETRIZ - V. 1-6,18
1. O contraste entre
a noiva e a meretriz e a nova Jerusalém e a grande Babilônia;
João recebe uma visão (17:1) e ele pode
contrastar essa visão com outra (21:9). Ele é chamado para ver a queda da falsa
igreja e o triunfo da igreja verdadeira. O diabo sempre tentou imitar a Deus.
Assim é que temos o contraste entre a noiva e a meretriz, a cidade santa e a
grande Babilônia. A noiva fala da igreja verdadeira, a meretriz da igreja
apóstata. A Babilônia fala da cidade do mundo, a nova Jerusalém da cidade de
Deus. As duas figuras representam a mesma coisa: a mulher e a cidade. Ambas as
figuras representam a falsa igreja. A mulher aqui descrita é o sistema
eclesiástico de Satanás. Todos os sistemas idolatras são meretrizes, suas
filhas. A grande Babilônia não é apenas uma cidade, mas também é a grande
meretriz. A Babilônia já havia sido mencionada (14:8; 16:19). Em ambas sua
queda já havia sido prevista.
2. A grande meretriz
é conhecida pela sua influência mundial - v. 1,15 - A religião prostituída está
presente em todos os povos. Onde Deus tem uma igreja verdadeira, Satanás
levanta a sua sinagoga. A Babilônia não é apenas cultura sem Deus, mas também
cultura contra Cristo. Ela sempre entra em conflito com seguidores do Cordeiro.
Ela sempre tomará um rumo anticristão se a igreja for verdadeiramente igreja.
3. A grande meretriz
é conhecida pela sua riqueza - v. 4 - Suas vestes são de escarlate. Está
adornada de ouro e pedras preciosas e pérolas. Ela segura em sua mão um cálice
de ouro. A religião prostituída, o mundo, faz ostentação da sua riqueza e do
seu luxo. Este quadro é uma descrição perfeita do mundo à parte de Cristo,
blasonando de sua riqueza, de sua alimentação, de seus banquetes, de seus
carros, de seu equipamento, de seu vestuário e de toda a sua beleza e glória. A
meretriz é atraente e repulsiva ao mesmo tempo. De baixo de suas vestes de
púrpura esconde suas abominações repulsivas.
4. A grande meretriz
é conhecida pela sua sedução - v. 2,4,5 - A igreja falsa sempre se uniu aos
reis e governos mundanos numa relação devassa. O estado sempre procurou se unir
à religião para conseguir os seus propósitos. Essa meretriz não se prostitui
apenas com os reis, mas dá a beber do vinho da sua devassidão a todos os
habitantes da terra. Ela é uma religião popular. Ela atrai as multidões. Ela
não impõe limites. As heresias, o liberalismo e sincretismo são expressões
dessa grande meretriz que seduz os homens a viverem na impiedade e na
devassidão. O copo é de ouro, mas no interior do corpo tem devassidão (v. 4b).
O que isso significa: As revistas pornográficas, o luxo, a fama, o poder
mundano, as concupiscências da carne.
Os governos anticristãos não destróem todos os
edifícios da igreja, mudam alguns deles em lugares de diversão mundana. O mundo
ao mesmo tempo em que seduz os ímpios, persegue os cristãos. A ordem de Deus
para os fiéis é sair do meio dela (Ap 18:4).
5. A grande meretriz
é conhecida pela sua violência - v. 6 - A meretriz que vive no luxo tem duas
armas: sedução e perseguição. Ele seduz, mas também mata. Ela atrai, mas também
destrói. Ela está embriagada não de vinho, mas do sangue dos santos e dos
mártires. Não podemos fazer distinção entre o sangue dos santos e o sangue dos
mártires. Eles são santos porque pertencem a Deus; são mártires porque morreram
por ele. A Babilônia foi Roma, foi a Roma papal, é o mundo em todo tempo, em
todo lugar que seduz e destrói aqueles que amam a Deus. A meretriz é aquela que
sempre se opõe à Noiva. A meretriz sempre quis destruir a Noiva do Cordeiro.
Ela tem perseguido e matado muitos crentes ao longo da história. Essa meretriz
era Roma nos dias de João (Ap.17:18). Os santos eram despedaçados em seus
circos para a diversão e passatempo do público. Depois vieram as fogueiras
inquisitoriais e os massacres dos governos totalitários. 150.000 pessoas
morreram pelas mãos da inquisição somente em trinta anos. Desde o princípio da
Ordem dos Jesuítas em 1540, supõe-se que 900.000 pessoas pereceram sob a
crueldade papal.
6. A grande meretriz
está associada com a besta - v. 3 - A
igreja apóstata vai se aliar à besta. Ela está sentada sobre os povos (v. 1) e
sobre a besta (v. 3) sobre os quais a besta governa (Ap 13:7-8). A besta é o
movimento perseguidor anticristão durante toda a história, personificado em
sucessivos impérios mundiais. A besta é passada, presente e futura. A meretriz
representa o mundo como o centro de sedução anticristã em qualquer momento da
história. Essa meretriz é personificada como a cidade de Roma na época de João
(Ap.17:18). A cidade imperial atraia com seus prazeres os reis das nações. Roma
era uma cidade louca pelos prazeres. No fim, a besta vai se voltar contra essa
própria igreja apóstata para destruí-la, visto que desejará ser adorada como se
fosse Deus (v. 16).
II. A DESCRIÇÃO DA
BESTA - V. 7-17
1. A besta que João
vê é a mesma que emergiu da terra - v. 7-8 - Essa besta recebe o trono do
dragão, seu poder e autoridade. Essa besta é temida e ninguém é considerado
capaz de enfrentá-la. Essa besta recebe adoração de pessoas de todos os povos e
nações. Essa besta é um sistema de governo anticristão e uma pessoa.
A besta é uma
expressão de todo o governo anticristão que persegue a igreja ao longo dos
séculos e será um homem escatológico que receberá o poder do dragão para
governar um breve tempo.
2. A besta tem
algumas características distintivas
a) A besta era, não
é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição (v. 8) - A besta foi
a personificação dos grandes impérios do passado. Já não é porque esses
impérios caíram. Está para emergir porque antes da segunda vinda, o anticristo
se levantará para caminhar para a destruição.
b) As sete cabeças da
besta são sete montes e também sete reis (v. 9) - Ao mesmo tempo em que João
descreve tanto o anticristo como a meretriz como Roma (v. 9,18). A Roma
imperial era a expressão do governo anticristão, que age com sedução e
violência. MAS João olha para o anticristo e vê nele também sete reis, ou sete
reinos mundiais anticristãos: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia,
Império Romano, Reino do anticristo.
c) Cinco reinos
caíram, um existe, e outro ainda não chegou e quando chegar terá que durar
pouco (v. 10) - Os cinco primeiros impérios já caíram. Agora João vê o Império
Romano. Mas o reino do anticristo escatológico ainda não chegou e quando chegar
vai durar pouco. Os Reformadores entenderam que essa sétima cabeça é o Papado
Romano.
d) Os dez chifres são
dez reis (v. 12-13) - Esses reis são um símbolo de todos os reinos do mundo que
darão suporte para o levantamento do anticristo, para se levantar contra Cristo
e sua igreja.
3. A besta se voltará
contra a meretriz para destruí-la - v. 16 - Aqui o quadro muda. Por uma razão
não explicada se forma uma espécie de guerra civil na sede da besta. A besta e
os dez reis se voltam contra a meretriz para devastá-la. É uma espécie de caos
entre os inimigos de Deus, quando eles se levantam para se destruírem (Ez
38:21). O mundo vai destruir a si mesmo. O reino de Satanás vai estar dividido
contra si mesmo e não vai prevalecer. Os homens estarão desiludidos com os seus
próprios prazeres. Babilônia será despida, ridicularizada e exibida em toda a
sua imundícia como bruxa que ela realmente é. A maquiagem e o adorno serão
tirados, e ela será exibida em sua terrível nudez e imundícia. A Babilônia vai
cair! (Ap 18:2). Os homens vão estar enfatuados com seus prazeres, mas também
não se voltarão para Deus e por isso serão destruídos. Os prazeres do mundo
passam. Eles não satisfazem a alma.
O sistema do mundo
entrará em colapso. Os dez reis marcharão primeiro com a besta para a batalha
final contra o Cordeiro. Batidos pelo Cordeiro (v. 14), eles se voltam com
fúria cega contra a mulher, a fim de dilacerar aquela que até aqui carregaram
com admiração (v. 2). A derrota diante de Cristo, portanto, é seguida da
autodestruição do mundo anticristão. Assim, o mundo em discórdia contra o
Cordeiro, cai em discórdia contra si mesmo.
4. A soberania de
Deus domina até mesmo sobre os seus inimigos - v. 17 - A soberania de Deus é
absoluta no universo. Os reis da terra e até mesmo a besta estão debaixo da
soberania absoluta de Deus. Ele traz esses inimigos com anzóis em seus queixos
para que eles bebam do cálice da sua ira e sofram a sentença do seu juízo
eterno.
III. A DESCRIÇÃO DA
VITÓRIA DE CRISTO E DA IGREJA - V. 8,14
1. A vitória de
Cristo é devida ao seu sacrifício - v. 14 - Cristo é o Cordeiro. O cordeiro foi
morto e comprou com o seu sangue aqueles que procedem de toda tribo, povo,
língua e nação (Ap 5:9). A igreja vence o dragão pelo sangue do Cordeiro (Ap
12:11). O Cordeiro de Deus é vencedor em todas as batalhas. Cristo saiu
vencendo e para vencer.
2. A vitória de
Cristo é devida à sua suprema posição - v. 14 - Ele é o Rei dos reis e o Senhor
dos senhores. Seu nome é acima de todo nome. Diante dele todo joelho precisa se
dobrar. Quando ele vier na sua glória vai matar o anticristo com o sopro da sua
boca (Ap 11:11-19; 16:14-21; 19:11-21; 2 Ts 2:8). Pode parecer que durante
algum tempo as forças anticristãs pareçam estar ganhando o domínio (Ap 11:7;
13:7), mas quando o anticristo estiver parecendo vitorioso, sua derrota será
fragorosa e final.
3. A vitória de
Cristo será completa sobre todos os seus inimigos — v. 8-11, 12-14,15-16. - A
felicidade dos ímpios despedaça-se como felicidade falsa. João vê o fim da
besta (v. 8-11), o fim dos dez reis (v. 12-14) e o fim da mulher meretriz (v.
15-16). Apocalipse 19:20 mostram que tanto o anticristo como o falso profeta
serão lançados no lago do fogo.
4. A igreja vencerá
junto com Cristo - v. 8,14 - A igreja é a Noiva do Cordeiro. Ela é a cidade
santa. A igreja vence o dragão, a meretriz e a besta. A igreja é mais do que
vencedora. Embora, algumas vezes, é uma igreja mártir, mas sempre uma igreja
vencedora! Se a besta tem os seus selados, que vão perecer com ela. Cristo
também tem os seus selados, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida e vão
reinar para sempre com ele.
A igreja não é apenas um grupo de chamados e
eleitos, mas também de fiéis. A prova da eleição é a fidelidade a Cristo. Quem
não é fiel não dá provas de que é eleito.
1. Os prazeres do
mundo terminam em desilusão, fracasso, ruína, derrota e perdição eterna.
2. Aqueles que se
deixam seduzir pela riqueza, prazeres do mundo, ao fim, estarão fascinados pela
besta em vez de serem seguidores do Cordeiro.
3. Aqueles cujos
nomes estão escritos no livro da Vida enfrentarão vitoriosamente quer a sedução
do mundo, quer a violência do mundo. Eles vencerão com o Cordeiro.
4. A vitória de
Cristo é completa e final!
APOCALIPSE 18:1-24
TEMA: AS VOZES DA QUEDA DA BABILÔNIA
1. A Babilônia é mais
um símbolo do que um lugar. Babilônia refere-se à Babilônia dos tempos de
Babel, à Babilônia de Nabuconodosor, a senhora do mundo; a Roma dos Césares, a
Roma dos papas e a todos os impérios do mundo que se levantaram contra Deus e
sua igreja. A Babilônia aqui não é apenas a Babilônia escatológica, mas a
Babilônia atemporal, o mundo como centro de sedução em qualquer época.
2. Babilônia aqui é
um símbolo da rebelião humana contra Deus. É o sistema do mundo que opõe contra
Deus. No capítulo 17, Babilônia era a grande Meretriz, a religião apóstata, em
contraste com a Noiva do Cordeiro, a igreja verdadeira.
3. No capítulo 18, a
Babilônia é o mundo, a cidade da luxúria, a morada dos demônios em contraste
com a Nova Jerusalém, a cidade santa, a morada de Deus.
4. No capítulo 18.
João ouviu quatro vozes que sintetizam a queda da Babilônia.
I. A VOZ DA
CONDENAÇÃO - V. 1-3
1. A queda da
Babilônia é um fato consumado nos decretos de Deus - v. 2 - A queda aqui não é
apenas aquela prevista por Isaías (Is 13:19-22) e Jeremias (Jr 51:24-26), a
Babilônia história. A queda aqui não é apenas a previsão da queda de Roma, a
Babilônia simbólica (Ap 17:18), mas é a queda da Babilônia escatológica, o
sistema religioso, econômico e político sem Deus e anti-Deus (Ap 18:2).
Essa queda já havia
sido declarada (Ap 14:8; 17:16). A queda é um fato consumado na mente e nos
decretos de Deus, como o é a nossa glorificação.
2. A Babilônia,
torna-se morada de demônios enquanto a igreja é a morada de Deus - v. 2 - A
igreja, a Noiva do Cordeiro, é a habitação de Deus (Ap 21:3), enquanto a
Babilônia, a grande Meretriz torna-se habitação de demônios e aves imundas,
símbolo dos demônios (Mt 13:31-32). Isso significa um lugar totalmente
destituído de Deus, da sua Palavra e do seu povo.
3. A queda da
Babilônia é em razão da sua devassidão moral, espiritual e econômica - v. 2-3 -
O sistema religioso e econômico da Babilônia poluiu o mundo inteiro. Esse
sistema intoxicou as pessoas do mundo inteiro, levando as pessoas a adorarem o
dinheiro e se prostrarem diante de outros deuses. Os homens tornaram-se mais
amantes dos prazeres do que de Deus (2 Tm 3:4). Exemplo: o dinheiro é o maior
senhor de escravos do mundo. Ele é um deus. Os homens embriagados pelo espírito
da Babilônia amaram o mundo e as coisas que há no mundo. Foram dominados pela concupiscência
dos olhos, da carne e soberba da vida (1 Jo 2:15-17). Mas esses prazeres jamais
puderam satisfazer o coração dos homens. No dia que esse sistema cair, eles
ficarão totalmente desolados. Impiedade sempre vem acompanhada de perversão.
Quando a religião abandona a verdade, ela entra pela porta da perversão.
II. A VOZ DA
SEPARAÇÃO - V. 4-8
1. A ordem de Deus é
para sua igreja sair desse sistema do mundo - v. 4 - Em todo o tempo a igreja
de Deus deve aparte-se do mal, do sistema do mundo, da falsa religiosidade. No
pecado nunca existe verdadeira comunhão. Exemplo: Não ganhamos o mundo sendo
igual ao mundo. Esse sair não é
geográfico. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. Sair da Babilônia
significa não participar dos seus pecados, não ser enganado por suas tentações
e seduções.
a) Deus mandou Abraão
sair da sua terra e do meio da sua parentela para conhecer e servir o Deus vivo
(Gn 12:1).
b) Deus mandou Ló
deixou Sodoma antes dela ser destruída pelo fogo (Gn 19:14).
c) Deus mandou Israel
sair do Egito e não se misturar com as nações pagas nem adorar os seus deuses.
d) Deus ordenou a sua
igreja a afastar-se desse sistema religioso e mundano (2 Co 6:14-7:1).
2. Deus não apenas
ordena a igreja a sair da Babilônia, mas dá razões para isso -v. 4-8
a) Para que a igreja
não se torne cúmplice de seus pecados (v. 4) -Participar da Babilônia significa
ser igual a ela e afundar com ela. O crente não pode torna-se participante dos
pecados do mundo. Ele é santo, separado, diferente. Ele é sal e luz. Ele foi resgatado
do mundo. Está no mundo, mas não é do mundo. Agora é luz no meio das trevas.
b) Para que a igreja
não participe dos flagelos que sobrevirão à Babilônia (v. 4) - Deus
pacientemente suportou os pecados da Babilônia. Mas o dia do juízo virá e
então, ele sofrerá os flagelos da ira de Deus. Deus a julgará quando o cálice
de seus pecados transbordar (v. 5). Os que põem seu coração no mundo sofrerão
terríveis consequências. Vão ser condenados com o mundo. A Babilônia semeou,
ela vai colher!
c) Para que a igreja
entenda quais são os critérios do julgamento divino (v. 6-8) - Quais são os
pecados específicos que Deus julgará? 1) Orgulho - (v. 7) - A soberba é a porta
de entrada da tragédia. O culto de si mesmo é abominável para Deus. Ela não deu
a Deus a glória e agora está sendo destruída. O mundo está sempre ostentando
sua riqueza, seus banquetes, suas festas, seu brilho. Mas Deus resiste ao
soberbo. 2) O culto ao prazer e à luxúria - (v. 7) - O sistema do mundo enxerga
os bens matérias e os prazeres do mundo como as coisas mais importantes da
vida. Elas trocam Deus pelo prazer. Mas no dia final esses prazeres não poderão
satisfazer nem darão segurança.
d) Para que a igreja
entenda que o juízo de Deus virá repentinamente (v. 8) - O povo de Deus não
demorar-se em sair desse sistema do mundo, porque o juízo de Deus cairá sobre
ele repentinamente e desmantelará num só dia (Is 47:9; Jr 50:31). Quando chegar
o dia do juízo não haverá escape da ira de Deus. Como diz a Escritura:
"Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hb.10:31).
III. A VOZ DE
LAMENTAÇÃO - V. 9-19
Esse parágrafo mostra
o lamento dos reis, dos mercadores e dos marinheiros ao verem a derrocada da
Babilônia e futilidade de seus investimentos. Ao mesmo tempo, mostra o grito de
vitória da igreja de Deus no céu (v. 20). Exemplo: a parábola do rico
insensato: Louco, esta noite te pedirão a tua alma e o que tu preparaste para
quem será?
1. O lamento dos reis
e dos homens poderosos, homens de influência da terra -v. 9-10
Esses reis são os
políticos e aqueles que se renderam às tentações da Babilônia e desfrutaram de
seus deleites. Babilônia ou Roma aqui é visto como o sistema político que se
associou com o mundo. Os políticos governados pela luxúria, ganância e soberba
vão ficar amedrontados com esse sistema entrar em colapso e vão chorar e
lamentar em alta voz(v. 9,10). Roma era o centro do comércio e da política nos
dias de João. Era conhecida pela sua extravagância e luxúria. Política e
economicamente as pessoas eram dependentes de Roma.
2. O lamento dos
mercadores - v. 11-16 - Os mercadores aqui sãos os empresários, negociantes e
todos aqueles que têm colocado o coração nas mercadorias e deleites do mundo.
Eles choram porque de repente suas mercadorias vão ficar sem valor (Lc
12:16-21). De repente tudo aquilo que lhes proporciona prazer vai desaparecer.
Aquilo em que confiam e em que tinham prazer não vai poder salvá-los. A Babilônia, o mundo louco pelo prazer, vai
ficar completamante desamparado. João cita aqui 30 artigos de luxo. Na contagem
o número 4 desempenha um papel importante.
a) Quatro artigos de
jóias (v. 11-12) - mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de
pérolas.
b) Quatro tecidos de
luxo (v. 12) - linho finíssimo, púrpura, seda, escarlata. Foi assim que a
Meretriz se vestiu (17:4), mas essas coisas não têm valor permanente.
c) Quatro artigos
para ornamentação (v. 12) - toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de
objeto de marfim, toda qualidade móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de
ferro e de mármore.
d) Quatro artigos
cosméticos (v. 13) - canela de cheiro, incenso, ungüento e bálsamo.
e) Quatro artigos de
cozinha (v. 13) - vinho, azeite, flor de farinho e o trigo.
f) Quatro artigos de
mercadoria viva (v. 13) - gado e ovelhas, escravos e almas humanas. Os
mercadores negociam até mesmo os homens como escravos como se fossem
mercadoria. No Império Romano havia 60 milhões de escravos. Fazem tudo e
qualquer coisa com o fim de se enriquecerem. Esta lista de carregamentos que
pertencem à Babilônia e perecem inclui:
1) Reino mineral:
ouro, prata, pedras e pérolas;
2) Reino vegetal:
linho, seda, púrpura e escarlata;
3) Reino animal:
gado, ovelhas e cavalos;
4) Reino humano: os
corpos e as almas dos homens. Por isso quando a Babilônia perece o caos
econômico é completo. Aqui está a queda de todas as Babilônias. É a queda final
do reino do anticristo. É o fim de todas as coisas.
3. O lamento dos
homens de navegação - v. 17-19 - Mencionam-se quatro classes: os pilotos, os
passageiros dispostos a negociar, os marinheiros e os que ganham a vida no mar,
a saber, os exportadores, os importadores, os pescadores e os mergulhadores em
busca de pérolas. O desespero dos ímpios que colocaram sua confiança na riqueza
e nos prazeres do mundo - Posto que os homens ímpios colocam toda a sua esperança
nas riquezas e prazeres desta vida, quando o mundo e as coisas que há no mundo
passarem, eles perecem juntamente com o mundo. A única coisa que vai lhes
restar é um doloroso lamento (v. 18-19).
IV. A VOZ DA
CELEBRAÇÃO - V. 20-24
1. Em contraste com o
lamento dos ímpios, a igreja no céu está celebrando a vindicação da justiça
divina - v. 20 - A Babilônia que se embriagou com o sangue dos santos e
perseguiu a igreja agora está completamente desamparada. A justiça de Deus foi
vindicada. O mundo passa. A Babilônia cai, mas a igreja de Cristo canta. Esta
celebração não é o grito da vingança pessoal, mas o regozijo pelo justo
julgamento de Deus.
2. A ruína total da
Babilônia demonstrada - v. 21 - Assim como uma pedra arrojada no fundo do mar,
Babilônia cairá para não mais se levantar. Depois da morte vem o juízo e depois
do juízo vem a condenação eterna.
4. A Babilônia
torna-se o lugar onde todas as coisas boas estarão ausentes - v. 22-23
a) Não tem música -
Lá só se ouve voz de lamento, e não voz de harpistas.
b) Não tem arte
criadora - Lá não tem artífice.
c) Não tem suprimento
- os moinhos já não movem mais. No passado Babilônia era o mercado do mundo.
Agora está como deserto.
d) Não tem luz - As
trevas são um símbolo da efusão final da ira de Deus. Deus é luz. Condenação
eterna é ir para as trevas eternas, trevas exteriores. Essas trevas espessas
durarão eternamente.
e) Não tem relação de
amor - Não tem casamento, nem poesia, nem sonhos.
5. Babilônia, o
sistema destruído do mundo, é um símbolo da oposição a Deus e à sua igreja - v.
23b-24 - Babilônia é a sede da feitiçaria, o espírito que substitui Deus por
magias e também o centro de perseguição à igreja, onde os profetas e santos
foram mortos. O ponto principal que devemos observar é que este mundo arrogante
e sedento de prazer, perecerá com todas suas riquezas e prazeres sedutores, com
toda a sua cultura e filosofia anticristãs, com suas multidões que têm
abandonado a Deus e vivido conforme os desejos da carne. Os ímpios sofrerão
penalidade eterna. Assim Deus disse, assim Deus fará.
1. No capítulo 17
vimos que a Babilônia como a grande Meretriz, a religião prostituída e apóstata
foi destruída.
2. No capítulo 18
vimos que a Babilônia como sistema político e econômico que se substitui Deus
pelo dinheiro, poder e prazer entrou em colapso.
3. O mundo que tem
zombado da igreja, que ridicularizado a igreja, que tem seduzido os homens e
perseguido a igreja já está com sua derrotada decretada.
4. A grande pergunta
é: Você é um cidadão da grande Babilônia, a cidade condenada ou cidadão da Nova
Jerusalém, cidadão do céu?
APOCALIPSE 19:1-21
OS CÉUS CELEBRAM O CASAMENTO E A VITÓRIA DO
CORDEIRO DE DEUS
1. Estamos chegando
ao momento culminante da história da humanidade. Nos capítulos 1-11 vimos a
perseguição do mundo sobre a igreja e como Deus enviou seus juízos sobre ele.
Nos capítulos 12-22, estamos vendo como esta batalha se torna mais renhida e
agora o dragão, o anticristo, o falso profeta c a grande meretriz se ajuntam
para perseguiu o Cordeiro e a sua igreja.
2. Nos capítulos 17 e
18 vimos como o sistema do mundo, representado pela religião falsa e os
sistemas político e econômico entram em colapso.
3. Agora João tem a
visão da alegria do céu pela queda da Babilônia, a alegria do céu pelas bodas
do Cordeiro e a visão da gloriosa vinda de Cristo e sua vitória retumbante
sobre seus inimigos.
I. OS CÉUS CELEBRAM O
TRIUNFO FINAL DE DEUS SOBRE A GRANDE MERETRIZ - V. 1-6
1. A meretriz que
corrompia a terra e matava os servos de Deus está sendo julgada - v. 2 - A
condenação eterna do mal e dos malfeitores é um julgamento justo e verdadeiro.
Deus não pode premiar o mal. Ele é ético. Quando a Babilônia caiu, a ordem foi
dada no céu: "Exultai sobre ela ó céus, e vós, santos, apóstolos e
profetas, porque contra ela julgou a vossa causa" (Ap 18:20). Jesus está
julgando a meretriz, a falsa igreja, e casando-se com sua noiva, a verdadeira
igreja. Ao mesmo tempo em que a religião prostituída diz: Ai, Ai, a noiva do
Cordeiro, a igreja, diz: Aleluia!
2. O poder do mundo
que é transitório está caindo - v. 1 - A grande meretriz, o sistema religioso,
político e econômico que dominou o mundo e ostentou sua riqueza, poder e
luxúria, entra em colapso. O mundo passa. Na segunda vinda de Cristo esse
sistema estará completamente destruído. Os céus se regozijam porque Deus está julgando
os seus inimigos. Deus está no trono. Dele é a salvação, a glória e o poder. O
poder da falsa religião caiu. As máscaras da falsa religião caíram. O falso
sistema religioso é condenado por dois motivos: a) Ela corrompeu a terra com a
sua prostituição (v. 2) - Ela levou as nações a se curvarem diante de ídolos.
Ela desviou as pessoas do Deus verdadeiro. Ela ensinou falsas doutrinas. Ela se
esforçou para produzir apóstatas em vez de discípulos de Cristo; b) Ela matou
os servos de Deus (v. 2) - A falsa religião sempre se opôs à verdade e
perseguiu os arautos da verdade. Ela matou os santos, os profetas, os apóstolos
e tantos mártires ao longo da história.
3. A condenação desse
sistema do mundo é eterna - v. 3 - Não apenas o mal será vencido, mas os
malfeitores serão atormentados eternamente. A Bíblia fala sobre penalidades
eternas. Não existe nada de aniquilação, mas de tormento sem fim.
4. A igreja e os
anjos adoram a Deus porque ele está reinando - v. 4-6 - Deus sempre esteve no
trono. O inimigo sempre esteve no cabresto de Deus. Mas agora chegou a hora de
colocar todos os inimigos debaixo dos seus pés. Agora chegou o dia do
julgamento do Deus Todo-poderoso. Todos os inimigos serão lançados no lago do
fogo. O livro do Apocalipse é o livro dos Tronos. Deus agora conquista os
tronos da terra. O trono do diabo, do anticristo, do falso profeta, da
Babilônia, dos poderosos do mundo. Todos estarão debaixo dos pés de Jesus. Os
impérios poderosos cairão. As superpotências econômicas cairão. Os déspotas
cairão. Todo joelho vai se dobrar diante do Senhor. Aleluia porque só o Senhor
reina! O coro celestial é unânime: "Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso
Deus, o todo-poderoso" (Ap 19:6).
II. OS CÉUS CELEBRAM
O CASAMENTO DA NOIVA COM O SEU NOIVO, O CORDEIRO DE DEUS - V. 6-10
1. Enquanto a
meretriz é julgada, a noiva é honrada - v. 7-8 - Enquanto a meretriz, a falsa
igreja é julgada; a verdadeira igreja, a noiva do Cordeiro é honrada. Enquanto
a meretriz tem suas vestes manchadas de prostituição e violência, as vestes da
noiva do Cordeiro são o mais limpo, o mais puro e o mais fino dos linhos. A noiva se atavia, mas as vestes lhe são dadas
- A igreja se santifica, mas essa santificação vem do Senhor. A igreja
desenvolve a sua salvação, mas é Deus quem opera em nós tanto o querer como o
realizar.
2. Os bem-aventurados
convidados para as bodas e a noiva são as mesmas pessoas - v. 9 - Essa é uma
sub reposição de imagens. A noiva é a igreja e os convidados para as bodas são
todos aqueles que fazem parte da igreja. Os convidados e a noiva são uma e a
mesma coisa. A igreja é o povo mais feliz do universo. A eternidade será uma
festa que nunca acaba.
3. O noivo é descrito
como Cordeiro - v. 7 - Ele quer ser lembrado pelo seu sacrifício pelo pecado.
Como noivo da igreja ele quer ser amado e lembrado como aquele que deu sua vida
pela sua amada.
4. As bodas falam da
consumação glorioso do relacionamento de Cristo com sua igreja -v. 7 - O
casamento de Cristo com sua igreja será um casamento perfeito, sem crise, sem
divórcio. Ilustração: O casamento de Charles e Diana - o casamento do século XX
que acabou em tragédia.
• O costume
matrimonial dos hebreus –
1) Noivado - era algo
mais profundo do que um compromisso significa para nós. A obrigação do
matrimônio era aceita na presença de testemunhas e a bênção de Deus era
pronunciada sobre a união. Desde esse dia o noivo e a noiva estavam legalmente
casados (2 Co 11:2).
2) O intervalo -
Durante o intervalo o esposo paga ao pai da noiva um dote.
3) A procissão para a
casa da noiva - Ao final do intervalo o noivo sai em procissão para a casa da
noiva. A noiva se prepara e se atavia. O noivo em seu melhor traje é
acompanhado de seus amigos que cantam e levam tochas e seguem em direção à casa
da noiva. O noivo recebe a noiva e a leva em procissão ao seu próprio lar.
4) Finalmente, as
bodas.
AS bodas incluem a
festa das bodas que duravam sete ou quatorze dias. Agora a igreja está
desposada com Cristo. Ele já pagou o dote por ela.
Ele comprou a sua
esposa com seu sangue. O intervalo é o período que a noiva tem para se
preparar. Ao final desse tempo, o noivo vem acompanhado dos anjos para receber
a sua noiva, a igreja. Agora começa as bodas. O texto registra esse glorioso
encontro: "Alegremo-nos e exultemos e demos-lhe glória, porque são
chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou" (Ap
19:7). As bodas continuem não por uma semana, mas por toda a eternidade. Oh dia
glorioso será aquele!
III. OS CÉUS SE ABREM
PARA A VINDA TRIUNFAL DO NOIVO, O REI DOS REIS-V. 11-21
1. A aparição do
Noivo, o Rei dos reis - v. 11 - João vê Jesus vindo vitoriosamente do céu. O
céu se abre. Desta vez o céu está aberto não para João entrar (Ap.4:1), mas
para Jesus e seus exércitos saírem (Ap.19:11). A última cena da história está
para acontecer. Jesus virá para a última batalha. É o tempo da grande
tribulação. Satanás estará dando suas últimas cartadas. O anticristo e o falso
profeta estarão seduzindo o mundo e perseguindo a igreja. Mas Jesus aparece
como o supremo conquistador. Ele aparece repentinamente em majestade e glória!
2. A descrição do
Noivo, o Rei dos reis - v. 11-13,15-16
2.1. Ele é Fiel e
Verdadeiro (v. 11) - Em contraste com o anticristo que é falso e enganador.
2.2. Ele é aquele que
a tudo perscruta (v. 12) - Seus olhos são como chama de fogo. Nada ficará
oculto do seu profundo julgamento. Ele vai julgar suas palavras, obras e os
segredos do seu coração. Aqueles que escaparam do juízo dos homens não
escaparão do juízo de Deus.
2.3. Ele é o vencedor
supremo (v. 12b) - "Na sua cabeça há muitos diademas" - Ele tem na
sua cabeça a coroa do vencedor e do conquistador. Quando ele entrou em
Jerusalém, ele cavalgou um jumentinho. Ele encontrou como servo. Mas agora ele
cavalga um cavalo branco. Ele tem na sua cabeça muitas coroas, símbolo da sua
suprema vitória.
2.4. Ele é insondável
em seu ser (12c) - Isso revela que nós jamais vamos esgotar completamente o seu
conhecimento.
2.5. Ele é a Palavra
de Deus em ação (v. 13) - Deus criou o universo através da sua Palavra. Agora
Deus vai julgar o mundo através da sua Palavra. Jesus é o grande juiz de toda a
terra.
2.6. Ele é o amado da
igreja e o vingador de seus inimigos (v. 13,15) - Seu manto está manchado de
sangue, não o sangue da cruz, mas o sangue dos seus inimigos (Is 63:2-3). Ele
vem para o julgamento. Ele vem para colocar os seus inimigos debaixo dos seus
pés. Ele vem para recolher os eleitos na ceifa e pisar os ímpios como numa
lagaragem (Ap 14:17-20). Ele vem para julgar as nações (Mt 25:31-46).
2.7. Ele é o Rei dos
reis e o Senhor dos senhores (v. 16) - Deus o exaltou sobremaneira. Deu-lhe o
nome que está acima de todo nome. Diante dele todo joelho deve se dobrar: o
diabo, o anticristo, o falso profeta, os reis da terra, os ímpios.
3. Os exércitos ou
acompanhantes do Noivo, o Rei dos reis - v. 14 - O rei virá em glória. Ao
clangor da trombeta de Deus. Ao som do trombeta do arcanjo. Cristo descerá do
céu. Todo o olho o verá. Ele virá pessoalmente, fisicamente, visivelmente,
audivelmente, poderosamente, triunfantemente. O rei virá com o seu séqüito: os
anjos e os remidos (Mt 24:31; Mc 13:27; Lc 9:26; 1 Ts 4:13-18; 2 Ts 1:7-10). Um
exército de anjos descerá com Cristo. Os salvos que estiverem na glória virão
com ele entre nuvens. Todos como vencedores, montados em cavalos brancos. Todos
com vestiduras brancas. Outrora, a nossa justiça era como trapos de imundícia,
mas agora, vamos vestir vestiduras brancas. Somos justos e vencedores.
4. A derrota dos
inimigos pelo Rei dos reis é descrita em toda a sua hediondez -v. 17-18 -
Enquanto os remidos são convidados para entrar no banquete das bodas do
Cordeiro, as aves são convidas a se banquetearem com as carnes dos reis,
poderosos, comandantes, cavalos e cavaleiros. Há um contraste entre esses dois
banquetes: O primeiro é o banquete da ceia nupcial do Cordeiro, ao qual todos
os santos são convidados (Ap 19:7-9). O segundo, o banquete dos vencidos, ao
qual todas as aves de rapina são convocadas. Isso indica que todo o poder
terreno chegou ao fim. A vitória de Cristo é completa!
5. O Rei dos reis
triunfa sobre seus inimigos na batalha final, o Armagedom - v. 19-21- Essa será
a peleja do Grande Dia do Deus Todo-poderoso (Ap 16:14). Os exércitos que
acompanham a Cristo não lutam. Mas, Jesus Cristo destruirá o anticristo com o
sopro da sua boca pela manifestação da sua vinda (2 Ts 2:8). Todas as nações da
terra o verão e o lamentarão (Ap 1:7). Quando os inimigos do Cordeiro se
reunirem, então, sua derrota será total e final (Ap 19:19-21). Esta batalha
Jesus a vence não com armas, mas com a sua Palavra, a espada afiada que sai da
sua boca (Ap 19:15). Aquele dia será dia
de trevas e não de luz para os inimigos de Deus. Ninguém poderá escapar. Aquele
será o grande dia da ira do Cordeiro e do juízo de Deus. O anticristo e o falso
profeta serão lançados no lago do fogo, onde a meretriz também estará queimando
(Ap 19:3,20). Eles jamais sairão desse lago. Serão atormentados pelos séculos
dos séculos (Ap 20:10). Enquanto os inimigos de Deus estarão sendo atormentados
por toda a eternidade, a igreja desfrutará da intimidade de Cristo nas bodas do
Cordeiro para todo o sempre.
1. Em breve Cristo
voltará como o Rei dos reis e Senhor dos senhores. É Cristo o senhor da sua
vida hoje?
2. Você está
preparado para se encontrar com Cristo? Vigie para que aquele grande dia não o
apanhe de surpresa.
APOCALIPSE 20:1-15
TEMA: O MILÊNIO E O JUÍZO FINAL
1. Este é o capítulo
mais polêmico do livro de Apocalipse. Não há consenso entre os crentes sobre
sua interpretação. Os premilenistas crêem que o milênio relatado no capítulo
sucede cronologicamente à segunda vinda de Cristo, descrita no capítulo 19. Os
amilenistas crêem que o capítulo 20 é o início de outra seção paralela e não
sucessão cronológica do capítulo 19.
2. Apocalipse
19:19-21 nos leva ao final da história, ao dia do juízo. Apocalipse 20 retorna
ao começo da dispensação atual. Assim, a conexão entre os capítulos 19 e 20 é
semelhante à conexão dos capítulos 11 e 12. Apocalipse 11:18 anuncia o dia do
juízo e Apocalipse 12:5 descreve o nascimento, ascensão e coroação de Cristo.
3. Assim, o milênio
antecede a segunda vinda de Cristo e não sucede a ela. O capítulo 12 introduz
os cinco inimigos da igreja: o dragão, a besta, o falso profeta, a meretriz e
os selados da besta. Todos caem juntos. Apenas as cenas são descritas em telas
diferentes.
4. A interpretação de
um milênio literal enfrenta várias dificuldades:
a) Não encontramos
essa ideia de um milênio terrenal após a segunda vinda de Cristo nos Evangelhos
e nas Epístolas paulinas e gerais.
b) O milênio fala de
Cristo reinando fisicamente aqui neste mundo, enquanto o seu ensino mostra que
o seu reino é espiritual.
c) A ideia de um
milênio na terra e a posição de preeminência dos judeus, reintroduz aquela
distinção entre judeus e gentios já abolida (Cl 3:11; Ef 2:14,19). Só existe
uma igreja e uma noiva, formada de judeus e gentios.
d) A ideia do milênio
terrenal ensina que haverá pelo menos duas ressurreições, uma de crentes antes
do milênio e outra de ímpios depois do milênio e isto está em oposição ao que
restante da Bíblia ensina (Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; 11:24).
e) A ideia do milênio
cria a grande dificuldade da convivência do Cristo glorificado com os santos
glorificados vivendo com homens ainda na carne (Fp 3:21).
í) Como conceber a
ideia de que as nações estarão sob o reinado de Cristo mil anos e depois elas
se rebelam totalmente contra ele? (Ap 20:7-9)?
g) Todo o ensino do
NT é que o juízo é universal e segue imediatamente à segunda vinda, mas a
crença no milênio terrenal, o juízo acontece mil anos depois da segunda vinda e
só para os incrédulos.
5. O capítulo pode
ser dividido em quatro quadros distintos:
I. A PRISÃO DE
SATANÁS - V. 1-3
1. O que significa a
prisão de Satanás? - v. 1-3 - Segundo Apocalipse 9:1,11; 11:7; 20:1-3, podemos
concluir que o poço do abismo tem uma tampa (9:l)que pode ser aberta (9:2),
fechada (20:3) e selada (20:3). João vê que o anjo tem a chave do abismo e uma
grande corrente (20:1). Diz que ele prendeu a Satanás por mil anos (20:3). E
que o fechou no abismo até completarem os mil anos. Isso tudo é um simbolismo.
Um espírito não pode ser amarrado com corrente.
Prendeu, fechou e
selou são termos que denotam a limitação do seu poder. Isso significa que a sua
autoridade e seu poder foram restringidos. Satanás não pode mais enganar as
nações. A evangelização dos povos foi ordenada e Deus vai chamar os seus
eleitos! A prisão de Satanás não significa que ele está inativo, fora de cena.
Ele está na corrente de Deus. Essa corrente é grande. Mas ele é um inimigo
limitado.
2. O que significa
que Satanás não pode mais enganar as nações? A prisão de Satanás tem a ver com
a primeira vinda e não com a segunda vinda:
a) Mt 12:29: "Ou
como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro
amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa."
b) Lc 10:17-18:
"Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo:
"Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes
disse: "Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago".
c) Jo 12:31-32:
"Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será
expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo".
d) Cl 2:15: "E
despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo,
triunfando deles na cruz".
e) Hb 2:14:
"...para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a
saber, o diabo".
f) 1 Jo 3:8:
"...Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do
diabo".
g) Ap 12:5-17 - A
expulsão de Satanás foi o resultado da coroação de Cristo.
h) Assim, a amarração
de Satanás começou na primeira vinda de Cristo e isso é o que Apocalipse 20:2
significa. A prisão ou restrição do poder de Satanás tem a ver com a obra de
Cristo na cruz e com a evangelização das nações, de onde Deus chama eficazmente
todos os seus eleitos.
i) Satanás está
restrito em seu poder no sentido de que não pode destruir a igreja (Mt 16:18)
nem pode impedir que os eleitos de todas as nações recebam o evangelho e creiam
(Rm 8:30). A igreja é internacional. O particularismo da antiga dispensação
(judeus) deu lugar ao universalismo da nova (igreja).
3. O que significa o
pouco tempo em que Satanás será solto depois do milênio? Esse pouco tempo
retrata o mesmo período da grande tribulação, a apostasia e o reinado do
anticristo. Esse é o tempo que antecede à segunda vinda de Cristo.
4. O que significa os
mil anos durante os quais Satanás é preso? - v. 3 - Este capítulo usa várias
figuras simbólicas. O abismo, a corrente, a prisão, e também o milênio. O
número mil sugere um período de completude, um período inteiro. Sugere um longo
período, um período completo, o número dez cubicado. Mil anos é o tempo que vai
da primeira à segunda vinda. É o período que Cristo está reinando até colocar
todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1 Co 15:23-25). Esse período do
milênio precede o juízo e o juízo no ensino geral das Escrituras segue
imediatamente à segunda vinda (Mt 25:31; Rm 8:20-22).
II. O REINADO DOS
SALVOS COM CRISTO NO CÉU - V. 4-6
1. Esse reinado não é
na terra, mas no céu - v. 4
a) Vi Tronos - A
palavra "tronos" aparece 67 vezes no NT e 47 no Apocalipse. Apenas
três vezes o trono está na terra e sempre falam do trono de Satanás e do
anticristo (2:13; 13:2; 16:10). Sempre que a palavra aparece em Apocalipse,
esse trono está no céu (Hendriksen, p. 231). Não existe neste capítulo nenhuma
referência à terra nem muito menos Palestina, Jerusalém. A cena ocorre no céu e
não terra.
b) São as almas que
estão reinando - Portanto, esse reinado não pode ser na terra. João vê almas e
não corpos. Essas almas são as mesmas descritas em Apocalipse 6:9. As almas
reinam durante todo o tempo entre a morte e a ressurreição que se dará na
segunda vinda de Cristo (o período intermediário). Depois da ressurreição, os
salvos reinarão com corpo e alma (Ap 22:5).
c) Jesus está no céu
e não na terra e as almas estão reinando com ele - Os premilenistas crêem que
Cristo desceu do céu (19:11-16) e que o esse reinado sucede à segunda vinda.
Contudo, o ensino geral das Escrituras e o contexto do livro de Apocalipse
provam o contrário. O crente quando morre vai morar com Jesus (Fp 1:23; 2 Co
5:8).
2. Qual é a missão
daqueles que estão reinando com Cristo? - v. 4
a) Eles estão
assentados em tronos para julgar - Os santos vão julgar as doze tribos de Israel
(Mt 19:28), o mundo (1 Co 6:2) e os anjos (1 Co 6:2). Jesus prometeu aos
vencedores que eles se assentariam com ele no seu trono (Ap 3:21). Os salvos
estão com ele no Monte Sião (Ap 14:1), cantam diante do trono (Ap 14:3; 15:3) e
verão sua face (Ap22:3).
b) Eles participarão
da glória de Cristo, pois reinarão com ele - Os salvos estarão no céu com
Cristo em glória (Ap 7:9-17). Estas almas celebram a vitória de Cristo sem
cessar.
c) Quem são esses que
estão reinando com Cristo - Todos os salvos, os mártires e todos aqueles que
morreram em sua fé. Os outros mortos, ou seja, os incrédulos, não tornaram a
viver até que os mil anos sejam cumpridos. Nesse período entram na segunda
morte.
3. Qual é o
significado da primeira ressurreição e da segunda morte? - v. 5-6 - Quem morre
uma vez (morte física), ressuscita duas vezes (espiritual e corporalmente na
segunda vinda). Quem morre duas vezes (física e eternamente), ressuscita uma
única vez, para o juízo. A regeneração é uma espécie de ressurreição espiritual
(Jo 5:24; Jo 11:25-26; Rm 6:11; Ef 2:6; Cl 3:1-3). Essa é a primeira
ressurreição. Ela é espiritual. Quem não passa por essa ressurreição
espiritual, morre duas vezes, física e eternamente. Todos quantos são
regenerados ressuscitaram com Cristo - e essa é a primeira ressurreição. A
ressurreição do corpo é posterior - essa é a segunda ressurreição. A frase
"primeira ressurreição", se refere à ressurreição espiritual, é uma
forma de escrever "o novo homem" em Cristo que foi regenerado. Então,
mesmo mortos, suas almas estão reinando com Cristo no céu (Fp 1:21,23; 2 Tm
2:12; Ap 3:21).
III. A DERROTA FINAL
DE SATANÁS - V. 7-10
1. Essa batalha final
é a mesma já descrita no capítulo 19 — v. 7-9- É um equívoco pensar que a
batalha final seja distinta de outras batalhas já descritas no livro de
Apocalipse (16:14-21; 19:19-21; 20:7-9). O Armagedom, a batalha final aqui
descrita é a mesma descrita noutros textos. Essas não são três diferentes
batalhas. Temos aqui a mesma batalha. Nos três casos é a batalha do Armagedom.
É o ataque final das forças anticristãs à igreja. Armagedom (16:16) e Gogue e Magogue são a
mesma batalha. É a derrota final dos inimigos de Deus.
2. Embora os inimigos
de Deus são derrotados em descrições diferentes, eles caem todos no mesmo
momento. A queda da Babilônia, do anticristo, do falso profeta, de Satanás, dos
ímpios e da morte acontecem ao mesmo tempo, ou seja na segunda vinda de Cristo,
embora os relatos sejam em cenas diferentes.
3. As figuras usadas
por João ensinam lições claras:
a) Gogue e Magogue
descrevem a batalha final contra o povo de
Deus (Ez 38-39) - v.
7 - Essa é uma descrição da última batalha contra o Cordeiro e sua noiva. É o
Armagedom. É a grande tribulação. O pouco tempo de Satanás, o período mais
amargo da história.
b) Os exércitos
inimigos são numerosos - v. 8 - Todo o mundo iníquo vai perseguir a igreja. A
perseguição será mundial. É o último ataque do dragão contra a igreja. Essa
realidade corrige dois erros: 1) Otimismo irreal - O mundo no tempo do fim não
será de paraíso, mas de tensão profunda; 2) Pessimismo doentio - Não importa a
fúria ou a força numérica do inimigo, a vitória é do Cordeiro e de sua igreja.
c) A derrota dos
inimigos será repentina e completa - v. 9-10 - Essa derrota imposta ao inimigo
é uma ação direta de Deus. 2 Ts 2:8 diz que Cristo mata o homem da iniqüidade
com o sopro da sua boca na manifestação da segunda vinda. Ap 19:20 diz que o
anticristo e o falso profeta são lançados no lago do fogo. Ap 20:10 diz que
Satanás foi lançado no lago do fogo. Eles três são lançados juntos! São
atormentados juntos para sempre!
d) A derrota de
Satanás será o ápice da vitória de Cristo - v. 10 -Como Satanás o agente
principal do mal, sua derrota é descrita em último lugar. Sua condenação será
eterna. Satanás não é rei nem no lago do fogo. O fogo eterno foi preparado para
ele para os seus anjos (Mt 25:41).
IV. O JUÍZO FINAL -
V. 11-15
1. Cristo assenta-se
no trono como juiz - v. 11 - O trono branco fala da santidade e da justiça do
juiz e do julgamento.
Diante dele o próprio
universo se encolhe. A terra será redimida do seu cativeiro. A terra não será
destruída, mas transformada (2 Pe 3:10; At 3:31; Rm 8:21). Jesus é o juiz
diante de quem todos vão comparecer (20:11; At 17:31; Jo 5:22-30). Aqueles que
rejeitaram Jesus como advogado vão ter que comparecer diante dele como juiz.
2. Os mortos
ressuscitam para o julgamento - v. 12-14 - Aqui não se trata apenas dos mortos
ímpios, mas de todos os mortos, de todos os tempos. A ideia de duas
ressurreições físicas não tem base bíblica (Dn 12:2; Jo 5:28-29; Jo
6:39,40,44,54; Jo 11:24; At 24:15). Aqui é a única ressurreição geral de todos
os mortos de todos os tempos. Crentes e ímpios ressuscitam no mesmo dia. O
julgamento será universal e também individual (v. 13). Um por um será julgado
segundo as suas obras. Ninguém escapará.
3. Os mortos serão
julgados segundo as suas obras - v. 12- Esse julgamento será justo e universal.
Os livros serão abertos e todos serão julgados segundo o que está escrito nos
livros: seremos julgados pelas palavras, obras, omissão e pensamentos. A graça
de Deus e a responsabilidade humana caminham juntas. Pelas obras ninguém poderá
ser justificado diante de Deus. Pelas obras todos serão indesculpáveis diante
de Deus. O juízo final será deferente dos tribunais da terra: Lá terá um juiz,
mas não jurados; acusação, mas não defesa; sentença, mas não apelo. A única
maneira de escapar desse julgamento é confiar agora no Senhor Jesus Cristo (Jo
5:24).
5. O critério para a
salvação não são as obras, mas a graça - v. 15 - Ninguém pode ser salvo pelas
obras, por isso o livro da vida é aberto. Quem tem o nome escrito nele não é
lançado no lago do fogo. Isso já nos mostra que os salvos estão participando
desse julgamento (2 Co 5:12; Rm 14:10). Os que não têm o nome escrito no livro
da vida são lançados dentro do lago do fogo, a segunda morte. Somente os salvos
terão seus nomes no livro da vida (Fp 4:3; Ap 13:8; 17:8; 20:15; 21:27; Lc
10:20).
6. A própria morte e
o inferno serão lançados no lago do fogo - v. 14- A morte é o estado e o hades
é o lugar. Esses dois andam conectados (Ap 6:8). Quando a morte e o inferno são
lançados no lago do fogo, finda também a autoridade que exerciam no tempo
cósmico. A morte é o último inimigo a ser vencido. O inferno é lugar onde os
ímpios são atormentados no estado intermediário. Depois da segunda vinda e do
juízo não haverá mais separação entre o corpo e a alma nem no céu nem no
inferno. A vitória de Cristo sobre os seus inimigos será completa a final.
7. Os tormentos dos
inimigos de Deus e dos ímpios serão eternos - v. 10,15 - A Bíblia não ensina
universalismo nem aniquilacionismo. Antes fala de penalidades eternas. O
sofrimento dos ímpios no lago do fogo é indescritível (Lc 16:19-31). O lago do
fogo é estado e lugar. Enquanto os salvos têm seus nomes no livro da vida, os
ímpios serão lançados no lago do fogo.
1. Você estará
preparado para o dia do juízo? De que lado você estará naquele tremendo dia?
2. Você está seguro,
debaixo do sangue do Cordeiro ou ainda está sob o peso e condenação dos seus
pecados?
3. Hoje, é o tempo
oportuno; hoje é o dia da salvação!
APOCALIPSE 21:9-22:1-5
O ESPLENDOR DA NOVA JERUSALÉM, A NOIVA DO CORDEIRO
1. Apocalipse 17:1-3,
João é convidado para ver a queda da grande Meretriz, Babilônia, a cidade do
pecado. A falsa igreja, foi consumida pelo fogo.
2. Agora, João é
chamado pelo mesmo anjo para ver o esplendor da Nova Jerusalém, a cidade santa,
a noiva do Cordeiro.
3. A cidade eterna
não é somente o lar da noiva, ela é a noiva. A cidade não é edifícios, mas
pessoas. A cidade é santa e celestial. Ele desce do céu. Sua origem está no
céu. Ele foi escolhida por Deus.
4. João agora vai
contemplar o esplendor da Nova Jerusalém, a noiva do Cordeiro (21:9,10). João
fala de seu fundamento, de suas muralhas, de suas portas, de suas praças, de
seus habitantes:
I. A NOVA JERUSALÉM É
BONITA POR FORA - ELA REFLETE A GLÓRIA DE DEUS - V. 11 - Quando João tentou
descrever a glória da cidade, a única coisa que pôde fazer foi falar em termos
de pedras preciosas, como quando tentou descrever a presença de Deus no trono
(Ap 4:3). A glória de Deus habitava no santo dos santos no Tabernáculo e no
Templo. Agora, a glória de Deus habita nos crentes. Mas a igreja glorificada, a
noiva do Cordeiro, terá sobre si a plenitude do esplendor de Deus. A shekiná de
Deus vai brilhar sobre ela eternamente. Assim como a lua reflete a luz do sol,
a igreja vai refletir a glória do Senhor. Essa glória é indescritível (21:11),
como indescritível é Deus (Ap 4:3). A igreja é bela por fora. Ela é como a
noiva adornada para o seu esposo. Não tem rugas. Suas vestes estão alvas.
Exemplo: O tabernáculo: coberto de ouro puro!
II. A NOVA JERUSALÉM
É BONITA POR DENTRO - V. 19-20
Ela não é bonita só
do lado de fora, mas também do lado de dentro. Ninguém coloca pedras preciosas
no fundamento. Mas no alicerce dessa cidade estão doze espécies de pedras
preciosas. Há beleza, riqueza e esplendor no seu interior. Não há coisa feia
dentro dessa igreja. Nada escondido. Nada debaixo do tapete. Essa igreja pode
passar por uma profunda investigação. Ela é bonita por dentro!
III. A NOVA JERUSALÉM
É ABERTA A TODOS - V. 13,25
A cidade tem 12
portas: ela tem portas para todos os lados. Isso fala da oportunidade abundante
de entrar nesse glorioso e maravilhoso companheirismo com Deus. Venha de onde
vier as pessoas podem entrar. Os habitantes dessa cidade são aqueles que
procedem de toda tribo, povo, língua e nação. São todos aqueles que foram
comprados com o sangue do Cordeiro. Não há preconceito nem acepção de pessoas.
Todos podem vir: pobres e ricos, doutores e analfabetos, religiosos e ateus,
homens e mulheres. A cidade é aberta a todos. Há portas para todos os lados. O
noivo convida: Vem! A noiva convida: Vem! Quem tem sede recebe a água da vida!
Nesta cidade os santos do Velho e do Novo Testamento estarão unidos. A cidade é
formada de todos os crentes da antiga dispensação (v. 12) e da nova dispensação
(v. 14). Nenhum daqueles que foram remidos ficará de fora dessa gloriosa
cidade.
IV. A NOVA JERUSALÉM
NÃO É ABERTA A TUDO - V. 12,27
A cidade tem uma
grande a alta muralha - Muralha fala de proteção, de segurança. Embora haja
portas (v. 13) e portas abertas (v. 25), nem todos entrarão nessa cidade (v.
27). Embora as portas estejam abertas, em cada porta há um anjo (v. 12). Assim,
como Deus colocou um anjo com espada flamejante para proteger a árvore da vida
no Éden, assim, também, há um anjo em cada porta. O muro demarca a santidade da
cidade (v. 10), separando o puro do impuro (v. 27). Deus é o muro de fogo que
protege sua igreja (Zc 2:5). A igreja está segura e nada pode perturbá-la na
glória. O pecado não pode entrar na Nova Jerusalém - (v. 27a) - Embora a igreja
seja aberta a todos, não é aberta a tudo. Muitas vezes a igreja, hoje, tem sido
a aberta a tudo, mas não aberta a todos. Exemplo: Pedro e Jesus: Arreda
Satanás, mas o Pedro fica. Hoje a igreja tem Aqueles que se mantém no seu
pecado não podem entrar, senão aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida - (v.
27b) - Somente os remidos, os perdoados, os lavados, os arrependidos, os que
creram podem entrar pelas portas da cidade santa.
V. A NOVA JERUSALÉM
ESTÁ CONSTRUÍDA SOBRE O FUNDAMENTO DA VERDADE - V. 14
Esse símbolo fala da
teologia da igreja. A igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos.
Jesus Cristo é a pedra angular desse fundamento. A igreja do céu, a noiva do
Cordeiro, a Nova Jerusalém está edificada sobre o fundamento dos apóstolos,
sobre a verdade revelada, sobre as Escrituras. A Nova Jerusalém não está
edificada sobre Pedro, sobre visões e revelações estranhas ou de fora das
Escrituras. A Palavra de Deus é sua base. Não é uma igreja mística nem liberal.
Ela é logocêntrica!
VI. A NOVA JERUSALÉM
TEM ESPAÇO PARA TODOS OS REMIDOS - V.15-17
A cidade é
quadrangular: comprimento, largura e altura iguais. A cidade tem doze mil
estádios, ou seja, 2.200 km de comprimento, de largura e de altura. Não existe
nada parecido no planeta. É uma cidade que vai de São Paulo a Aracaju. Na Nova
Jerusalém, a maior montanha da terra, o pico Everest, desaparece mais de duzentas
e quarenta vezes. Essa cidade é um verdadeiro cosmos de glória e santidade. É
óbvio que esses números representam a simetria, a perfeição, a vastidão e a
totalidade ideais da Nova Jerusalém. Não existem bairros ricos e pobres nessa
cidade. Toda a cidade é igual. Não há casebres nessa cidade. Existem, sim,
mansões, feitas não por mãos. Deus é arquiteto e fundador dessa cidade. A
muralha da cidade mede 144 côvados, ou seja 70 metros de altura. A medida da
cidade é um símbolo da sua majestade, magnificência, grandeza, suficiência.
Essas medidas indicam a perfeição da cidade eterna. Nada está fora de ordem ou
fora de equilíbrio.
VII. A NOVA JERUSALÉM
É LUGAR ONDE SE VIVE EM TOTAL INTEGRIDADE - V. 18,21b - Não apenas a cidade é
de ouro puro, mas a praça da cidade, o lugar central, onde as pessoas vivem é
de ouro puro, como vidro transparente. Tudo ali vive na luz. Tudo está a
descoberto. Nada escondido. Nada escamoteado. A integridade é a base de todos
os relacionamentos.
VIII. A NOVA
JERUSALÉM É O LUGAR DE PLENA COMUNHÃO COM DEUS-V. 22
No Velho Testamento a
presença de Deus estava no Tabernáculo, depois no Templo. Mas, depois que o véu
do templo foi rasgado. Deus veio para habitar na igreja. O Espírito Santo enche
agora não um edifício, mas os crentes.
Na Nova Jerusalém não
haverá templo, porque a igreja habitará em Deus e Deus habitará na igreja. Hoje
Deus habita em nós, então, vamos habitar em Deus. Isso é plena comunhão! A vida
no céu será marcada não por religiosíssimo, mas vida com Deus.
IX. A NOVA JERUSALÉM
É O LUGAR DA MANIFESTAÇÃO PLENA DA GLÓRIA DE DEUS - V. 23-24
A cidade será
iluminada não mais pelo sol ou pela lua. A glória de Deus a iluminará. A
lâmpada que reflete a glória de Deus é o Cordeiro. Cristo será a lâmpada que
manterá a luz da igreja sempre acesa. A noiva do Cordeiro não é como a Meretriz
que se prostituiu com os reis da terra. Os reis da terra é que vieram a ela
para conhecer a glória do seu Noivo e depositar aos seus pés as suas coroas.
Esta igreja não está a serviço dos reis, ela está a serviço do REI.
X. A NOVA JERUSALÉM É
O PARAÍSO RESTAURADO, ONDE CORRE O RIO DA VIDA-22:1-2
A Nova Jerusalém é
uma cidade, um jardim, uma noiva. O jardim perdido no Éden é o jardim
reconquistado no céu. Lá o homem foi impedido pelo pecado de comer da árvore da
vida, aqui ele pode se alimentar da árvore da vida. Lá ele adoeceu pelo pecado,
aquele é curado do pecado. Lá ele foi sentenciado de morte, aquele ele toma
posse da vida eterna. No Jardim do Éden havia quatro rios. Nesse Jardim
Celestial, há um único rio, o Rio da Vida. Ele flui do trono de Deus. Ele
simboliza a vida eterna, a salvação perfeita e gratuita, o dom da soberana
graça de Deus. Por onde ele passa ele traz vida, cura e salvação. O rio da Vida
simboliza a vida abundante na gloriosa cidade.
XI. A NOVA JERUSALÉM
É ONDE ESTÁ O TRONO DE DEUS - 22:3-4
O trono fala da
soberania e do governo de Deus. O Senhor governa sobre essa igreja. Ela é
comandada por aquele que está no trono. Ela é submissa, fiel. Esse é um trono
de amor. Os súditos também são reis. Eles obedecem prazerosamente. A igreja
pode estar situada onde está o trono de Satanás como Pérgamo, mas o trono de
Deus está no coração da igreja. Na Nova Jerusalém vamos ter propósito -
"Os seus servos o servirão". Nosso trabalho será deleitoso. Vamos
servir Aquele que nos serviu e deu a sua vida por nós. Os salvos entrarão no
descanso de Deus (Hb 4:9). Os salvos descansarão de suas fadigas (Ap 14:13),
não porém de seu serviço. Na Nova Jerusalém vamos ter intimidade com o Senhor
-"Contemplarão a sua face...". O que mais ambicionamos no céu não são
as ruas de ouro, os muros de jaspes luzentes, não são as mansões ornadas de
pedras preciosas, mas contemplar a face do Pai! Céu é intimidade com Deus. Esta
é a esperança e a meta da salvação individual em toda a Escritura: a
contemplação de Deus!
XII. A NOVA JERUSALÉM
É ONDE OS REMIDOS VÃO REINAR COM CRISTO ETERNAMENTE - 22:5
Deus nos salvou não
apenas para irmos para o céu, mas para reinarmos com ele no céu. Ele não apenas
nos levará para a glória, mas também para o trono. Nós seremos não apenas
servos no céu, mas também reis. Nós reinaremos com o Senhor para sempre e
sempre. Cristo vai compartilhar com sua noiva sua glória, sua autoridade e seu
poder. Nós iremos reinar como reis no novo céu e na nova terra. Que honra! Que
graça!
1. Você já é um
habitante dessa cidade santa? Você já tem uma Casa nessa cidade? Seu lugar já
está preparado nessa cidade?
2. Onde você colocado
o seu coração: na Nova Jerusalém ou na grande Babilônia?
3. A qual igreja você
pertence: à Noiva ou à grande Meretriz?
4. Qual é o seu
destino: o Paraíso ou o lago do fogo?
5. Para onde você
está indo: Para a Casa do Pai, onde o Cordeiro será a lâmpada eterna ou para as
trevas exteriores?
6. Onde está o seu
prazer: em servir a Deus ou deleitar-se no pecado?
7. Hoje é o dia da
sua escolha, da sua decisão! Escolha a vida para que você viva eternamente!
APOCALIPSE 22:6-21
OS DESAFIOS DOS CIDADÃOS DA NOVA
JERUSALÉM
O céu é mais do que o
nosso destino, é a nossa motivação. O conhecimento de que vamos morar no céu
deve mudar nossa vida aqui e agora. A visão da cidade celestial motivou os
patriarcas na forma deles andarem com Deus e o servirem (Hb 11:10,13-16).
2. A garantia do céu
deve nos levar não ao descuido espiritual, mas a uma vida plena e abundante
aqui e agora.
3. Este texto tem
alguns desafios para os habitantes da Nova Jerusalém:
I. OS HABITANTES DA
NOVA JERUSALÉM DEVEM GUARDAR A PALAVRA DO SEU SENHOR - V. 6-11,18,19
1. A revelação do
Apocalipse é absolutamente confiável - v. 6 - João trata aqui da indisputável
confiabilidade do Livro de Apocalipse. Este livro não é o Apocalipse de João,
mas Apocalipse de Jesus. É revelação a partir do céu. É Palavra de Deus, por
isso, absolutamente fiel e verdadeira. Apocalipse é um livro verdadeiramente de
origem divina. O mesmo Deus que revelou
sua Palavra aos profetas, também revelou-se a mensagem do Apocalipse a João,
através do seu anjo (v. 6). Deus está
autenticando o Apocalipse como um livro absolutamente inspirado, canônico.,
2. A observância da
revelação do Apocalipse produz bem-aventurança - v. 7b - Em primeiro lugar,
guardar significa aceitar o conteúdo como legítimo, não mudar, não acrescentar
nem subtrair nada ao seu conteúdo (Dt 4:2; Pv 30:5-6). Isso é valorizar a
integridade do texto. Em segundo lugar, guardar significa obedecer, praticar,
observar. Isso é valorizar a importância do texto. As profecias do Apocalipse
não foram escritas para satisfazerem a curiosidade intelectual quanto ao
futuro; foram escritas para que a igreja seja capaz de viver dentro da vontade
de Deus. A profecia não é apenas para informar sobre o fim, mas para preparar
um povo santo para o fim.
3. A mensagem do
Apocalipse vem de Deus, é sobre Jesus, por meio anjo a João, para a igreja - v.
8,9
a) Deus é a fonte revela
tória do livro - O v. 6 nos informa que o Senhor é quem enviou o seu anjo para
mostrar a João as coisas que em breve devem acontecer.
b) Jesus é o conteúdo
da mensagem do livro - O livro trata da revelação de Jesus Cristo, sua glória,
sua mensagem, sua noiva, sua vitória.
c) O anjo foi o
instrumento que Deus usou para mostrar a João o conteúdo do livro - O anjo não
é a fonte da revelação, mas apenas seu instrumento.
d) João foi a
testemunha ocular e o recipiente da revelação - Ele ouviu e viu. Essas coisas
foram tão esmagadoras que ele caiu como morto aos pés de Cristo e agora se
prostra diante do agente. Cristo o levantou e o anjo rejeitou sua adoração.
c) A igreja foi a
destinatária do livro - A mensagem foi enviada às sete igrejas da Ásia, bem
como a todas as igrejas em todos os lugares em todos os tempos.
4. A mensagem do
Apocalipse não deve ser selada, mas proclamada - v. 10 - Daniel foi ordenado a
selar o livro até ao tempo do fim. João foi ordenado a não selar as palavras da
profecia deste livro. O fim chegou em Cristo. Desde a primeira vinda de Cristo,
o tempo do fim se iniciou. A mensagem da vitória de Cristo e da sua igreja
precisa ser publicada, anunciada, pregada, a todo o povo.
5. A mensagem do
Apocalipse precisa ser mantida íntegra - v. 18,19
a) O liberalismo tenta
tirar algo da Escritura - Nenhum homem tem autoridade para retirar nada da
Palavra de Deus.
Os liberais se
levantam para dizer que os milagres não existiram, que o registro da criação
foi apenas um mito. Eles se levantam para dizer que muita coisa que está na
Bíblia é interpolação. Não podemos negar a origem divina das Escrituras. Não
podemos negar o caráter divinamente inspirado deste livro.
b) O misticismo tenta
acrescentar algo à Escritura - O misticismo tenta acrescentar algo novo à
revelação. Paulo diz que ainda que venha um anjo do céu para pregar outro
evangelho deve ser rejeitado.
II. OS HABITANTES DA
NOVA JERUSALÉM DEVEM ESTAR PREPARADOS PARA O JULGAMENTO DO SENHOR-V. 12-15
1. Jesus virá como
aquele que julga retamente - v. 12 - Ele vem. Ele vem julgar. Ele tem o
galardão. Ele vem retribuir a cada um segundo as suas obras. Jesus é o juiz que
se assentará no trono. Ele vai julgar-nos segundo as nossas obras (Mt
25:31-46). O critério do galardão ou do grau de condenação são as obras.
2. Jesus é o juiz que
tem credencial para julgar retamente - v. 13 - Ele está no começo e no fim. Ele
conhece tudo. Ele é o Pai da eternidade. A origem e a consumação de todas as
coisas. Dele, por meio dele, e para ele são todas as coisas. Ninguém poderá
escapar naquele dia. Ninguém poderá fugir. Ninguém poderá subornar o seu juízo.
Os homens ímpios vão se desesperar (6:16-17).
3. O critério para a
salvação não são as obras, mas a obra viçaria de Cristo na cruz - v. 14 - Os
santos não são justos por causa das suas boas obras, mas por causa do sangue do
Cordeiro (Ap 7:14). Os habitantes da Nova Jerusalém, entrarão na cidade pelas
portas não por causa das suas obras, mas por causa do sangue do Cordeiro
(22:14). Não são as nossas boas obras que nos levarão para o céu. mas nos e que
levaremos nossas obras para o céu (Ap 14:13). Os lavados no sangue do Cordeiro
vencem o maligno (Ap 12:11). comem dos frutos da árvore da vida e entram na
cidade pelas portas (22:14).
4. Todos aqueles que
não foram lavados pelo sangue do Cordeiro ficarão fora da cidade santa - v. 15-
Este verso contrasta o destino dos perversos com o destino dos salvos. Os
remidos entram na cidade pelas portas. Os perversos são deixados fora da
cidade. A cidade é onde está o trono de Deus. Deus é o santuário dessa cidade.
O Cordeiro será a lâmpada dessa cidade. É a cidade cujo arquiteto e fundador é
Deus. É cidade de muros de jaspes luzentes, de praças de ouro. É a morada de
Deus. Aqueles que não foram lavados ficarão não apenas fora da cidade, mas
serão lançados no charco de fogo (Ap 20:15). Os pecados aqui mencionados são os
pecados de impiedade (relacionamento com Deus - feitiçaria e idolatria) e
perversão (relacionamento com homens - cães, impuros, assassinos e mentirosos).
Esses pecados já foram mencionados em 21:8,27.
5. Depois do juízo é
impossível mudar o destino das pessoas — v. 11 - Em Gênesis 2:1-2 a obra da
criação foi concluída. Em João 19:30 a obra da redenção foi consumada. Em
Apocalipse 21:6, a consumação de todas as coisas é declarada. Agora, o destino
final das pessoas é selado (Ap 22:11).
A primeira e a terceira sentenças do verso 11
falam dos feitos de alguém, enquanto a segunda e a quarta falam do caráter da
pessoa. Só há dois grupos na humanidade: os que fazem injustiça e são imundos e
os que praticam justiça e são santos. Não existe aqui nenhuma solicitação geral
para que se continue pecando. Essas palavras do texto dizem que o destino das
pessoas no juízo não poderá ser alterado. O que for, será para sempre. Não
haverá mais arrependimento nem apostasia. O julgamento é o fim e anuncia o
estado final de justiça e injustiça permanentes. Haverá uma hora que será tarde
demais para o arrependimento. A Palavra de Deus está dizendo que as pessoas que
se recusaram a ouvir e a obedecer, continuarão em seu estado de rebeldia
eternamente. Enquanto aqueles que receberam vida nova em Cristo, terão esta
vida eternamente. Deus vai entregar as pessoas ao seu próprio estado.
III. OS HABITANTES DA
NOVA JERUSALÉM DEVEM AGUARDAR ANSIOSAMENTE A VINDA DO SEU SENHOR - V. 7,12,16,17,20.
1. O Senhor da glória
é identificado - v. 13,16
a) Jesus é o começo e
o fim (v. 13) - Ele é Deus de eternidade a eternidade. Tudo vem dele é para
ele.
b) Jesus é o
ascendente e o descendente de Davi (v. 16) - Ele é a Raiz e também a Geração de
Deus. Ele é Filho e também Senhor de Davi. Ele abarca toda a história.
c) Jesus é a
brilhante estrela da manhã (v. 16) - Ele anuncia o alvorecer da eternidade, anunciando
que esta vida é apenas um prelúdio da vida real no mundo porvir. Jesus é o
Salvador divino-humano.
2. O Senhor da glória
promete vir buscar sua noiva sem demora - v. 7.12.20 - Jesus como noivo da
igreja já assumiu seu compromisso de amor com ela. Ele já pagou o dote na cruz.
Agora, a noiva deve se preparar, se ataviar. Em breve ele virá ao som de trombetas para
buscar sua noiva. Ele virá em breve. Mas, se ele prometeu voltar em breve,
porque já tem dois mil anos e ele não voltou ainda? Por que alguns julgam a sua
vinda demorada (2 Pe 3:9)? Pedro responde o porquê. Deus deseja dar ao homem a
oportunidade de arrepender-se para que seja salvo (2 Pe 3:9). O livro de
Apocalipse é o outdoor de Deus, anunciando que Jesus vai voltar em breve! A
promessa da vinda de Jesus sem demora mostra como a comunidade cristã deve
viver sempre na expectativa da vida iminente do Senhor. Ninguém sabe o dia nem
a hora (Mt 24:36). Cada geração deve estar desperta, como se a vinda do Senhor
estivesse às portas (Mt 24:42-44).
3. A Noiva do
Cordeiro deve clamar ansiosamente para o que o seu Noivo venha - v. 17 - O
grande anseio de uma noiva não é ter uma casa, mas um esposo. Seu coração não
está em coisas, mas no seu Amado. Ela anseia não apenas pelo paraíso, mas pelo
Amado da sua alma. O clamor da Noiva é: Vem! Ela sempre ora: Maranata, ora vem
Senhor Jesus! (1 Co 16:22). A oração da igreja é: "Senhor Jesus leva a bom
termo o teu plano na História com vistas à tua vinda". Esta é uma oração
fervorosa da igreja inspirada pelo Espírito Santo. A igreja clama pela vinda de
Cristo. O anseio da igreja é pela chegada do seu Noivo para entrar no seu lar
eterno. A última palavra da igreja é: Vem, Senhor Jesus! (Ap.22:20).
4. A Noiva do
Cordeiro clama insistentemente para os sedentos virem a Jesus -v. 17b - A
igreja não apenas aguarda o Noivo, mas ela chama os sedentos para conhecerem o
seu Amado. A igreja proclama que Jesus satisfaz. Ele tem a água da vida. O
mundo não satisfaz, só Jesus pode dessedentar a nossa sede. Só nele há vida
eterna. A igreja proclama um evangelho
de graça e não de obras ou méritos. Uma igreja que anseia pela volta de Jesus é
uma igreja comprometida com evangelismo.
1. A última promessa
das Escrituras diz: "Certamente venho sem demora": e a última oração:
"Amém. Vem, Senhor Jesus!" (Ap.22:20).
2. Após essa
fervorosa oração de anseio pela segunda vinda de Cristo, segue a bênção:
"A graça do Senhor Jesus seja com todos" (Ap.22:21).
FIM
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