FACULDADE DE TEOLOGIA
TESTEMUNHAS HOJE
CURSO LIVRE
TEONTOLOGIA
INTRODUÇÃO
Ao estudarmos a Teologia
temos o intuito de aprofundar o conhecimento sobre Deus e de tudo que diz
respeito a sua Pessoa, sem ter-se a pretensão de qualquer definição específica
sobre Deus, a limitação do conhecimento humano torna impossível defini-Lo,
tendo-se em vista que um Ser de infinita magnitude e soberania não pode ser
descrito ou plenamente estudado em palavras humanas limitadas, o intuito desse
estudo é apenas buscar uma forma de melhor apreendermos de Deus algo que Ele
mesmo permitiu ao homem conhecer de Si mesmo por intermédio da auto revelação
nas Sagradas Escrituras. O estudo em foque tem como base em sua maior parte um
breve resumo da Teologia Sistemática de Louis Berkhof.
DEFINIÇÃO
DE TEONLOGIA
A definição do termo
Teonlogia ou Teologia Própria vem do termo grego Theós- Deus, Ontos - ente e
Logos - estudo e é uma área ou locus da Teologia Sistemática que estuda sobre
Deus.
A definição de Teologia
segundo o pensamento grego aparece pela primeira através filósofo Platão, que
no diálogo “A República” refere-se à compreensão da natureza divina por meio da
razão, opondo-se à compreensão literária própria da poesia que era feita pelos
seus conterrâneos, ele define Deus como o começo o meio e o fim de todas as
coisas, para ele Deus é o ser, Deus é o bem, Deus é vida, Deus é ação.
Platão, procurando comprovar
a existência de Deus recorre ao mito utilizando-se de duas provas: A primeira
delas é baseada na existência do mundo: Deus é o Demiurgo (demios- do povo,
ourgos- trabalhador). Ele afirma que para uma obra ter origem, é necessário que
haja um artífice e assim, expõe seu Demiurgo em linguagem mítica, para Platão,
Deus depois de ter contemplado o mundo Ideal, decidiu fazer o universo a Sua
imagem. A segunda prova é baseada no movimento: Deus é a alma real. Para o
filósofo, o mundo está sujeito a um movimento ordenado, como de esferas
celestes, que é pela sua estabilidade, a própria imagem da inteligência. Para
que esse movimento exista, é necessário um motor. Aqui, Platão recomenda dois
motores: um corpóreo e a alma. O corpo é estático, é sempre movido por outro
antes de se mover. Já a alma é o motor que apresenta em si o princípio do
movimento, portanto, a alma domina o corpo que morre, ou seja, Deus é o “motor”
que movimenta o universo. Para ele diferente do Deus definido pelos cristãos o
demiurgo não cria o ex nihilo, mas a partir de um estado pré-existente do caos
tentando fazer seu produto assemelhar-se ao modelo eterno das Formas.
O
SER DE DEUS
Quem é Deus?
Deus é um Ser indefinível,
não há possibilidade de defini-Lo em palavras e exaustivamente. A Teologia não
se atém em provar a existência de Deus, seu estudo parte do pressuposto de que
Deus existe e que se revelou por intermédio de Sua Divina Palavra, portanto o
foco principal é apreender o que Ele permitiu ser conhecido através da
revelação. A Teologia cristã parte do pressuposto de que Deus existe desde o
princípio, não teve uma origem, mas sempre existiu, e sempre existirá, ela se
baseia na fé de que Ele existe conforme é mencionado nas Sagradas Escrituras.
Este é o posicionamento Teológico que mais importa neste estudo, todavia para
nível de conhecimento é necessário que abordemos as diferentes explicações para
a comprovação da existência Divina. Não há como compreender a Deus, a não ser
naquilo que Ele se permite ser compreendido Jó 11:7, Sl 139: 6 Sl 145:3, Rm
11:3, I Co 2: 10- 11, Ele é um ser infinito e nós finitos e limitados. A
existência de Deus sempre foi alvo de especulações e para algumas correntes
filosóficas da época a explicação de sua existência ou não-existência foram as
mais variadas dentre as que mais se destacaram podemos brevemente citar: O
Catecismo de Westminster- a definição cristã do breve catecismo de Westminster
(Inglaterra) apresenta Deus como Espírito infinito, Eterno, Imutável, Sábio,
Poderoso, Santo, Justo, Bondoso, Verdadeiro. O Gnosticismo- vem do termo gnoses
(conhecimento) e pode ser definido como a busca pelo conhecimento de um ser
transcendente, é um conceito religioso e psicológico, além de filosófico,
científico e artístico, seria a busca do homem em alcançar conhecimento, a
unidade com o ser que acredita ter sido originado.
O Agnosticismo- vem do grego
“não saber”, crerem apenas no que se pode ver e é palpável, nega que a
capacidade humana possa conhecer a Deus, afirmando que a mente humana não pode
conhecer o infinito. O Politeísmo- defende a ideia de que o universo é
governado não por uma única força, mas por uma multiplicidade de deuses. O
Panteísmo- Deus está em todas as coisas existentes, Ele não está no universo,
Ele é o universo, Deus não faz parte na criação da natureza ele é a natureza,
tudo é Deus e Deus é tudo, e por esta razão tudo deve ser adorado, para eles não
há um Deus Pessoal, nem uma revelação especial. O Materialismo- defende a ideia
de que a matéria é a única realidade existente. Que o homem é apenas um animal
não sendo responsável pelos seus atos. O Deísmo- baseia-se no raciocínio
humano, não negam a existência de Deus e sim a Sua revelação ao homem, bem como
também negam os atributos morais e intelectuais de Deus e tem duvidas de sua
participação na criação. O Ceticismo- doutrina que reconhece a dúvida como
sendo atitude sábia, anulando qualquer certeza como condição para a felicidade,
no Ceticismo a sabedoria é dúvida. Existem muitas outras seitas que procuram
trazer sua definição sobre Deus estão entre estes estão: o mormonismo, o
Adventismo, a Ciência Cristã, a Torre de Vigia (Testemunhas de Jeová) entre
outros, porém o intuito de nosso estudo não é abordar em específico sobre tais
doutrinas mas manter em foco o estudo sobre Deus. Comprovação bíblica da
existência de Deus- Conforme Hebreus 11:6 é preciso que aquele que se aproxima
de Deus creia que Ele existe, e mesmo a teologia partindo do pressuposto da
existência de Deus, que Ele é um Ser Pessoal, auto-existente, sendo a origem de
todas as coisas, transcendente a toda criação e imanente de cada parte do que
foi por Ele criado, e essa certeza vindo da fé, essa fé tem base em informação
confiável primariamente através da Bíblia como a Palavra de Deus revelada por
inspiração e secundariamente através da natureza por Ele criada. Berkhof (2009) sobre esta afirmação diz:
A Bíblia pressupõe a
existência de Deus em sua declaração inicial, “No princípio criou Deus os céus
e a terra”. Ela não somente descreve a Deus como criador de todas as coisas,
mas também como o sustentador de todas as criaturas, e como governador de
indivíduos e nações. Ela testifica o fato de que Deus opera todas as coisas de
acordo com o conselho da sua vontade, e revela a gradativa realização do seu
grandioso propósito de redenção... Vê-se Deus em quase todas as páginas da
Escritura Sagrada em que ele se revela em palavras e atos. Esta revelação de
Deus constitui a base da nossa fé na existência de Deus, e a torna uma fé
inteiramente razoável. Deve-se notar, contudo, que é somente pela fé que
aceitamos a revelação de Deus e que obtemos uma real compreensão do seu
conteúdo. O conhecimento de Deus é continuo a medida que o homem pela fé se
aproxima de Dele e desenvolve comunhão intima com Ele. (OS 6:3). A negação da
existência de Deus (suas várias formas)- existem duas correntes da negação da
existência de Deus da concepção Ateísta (A-não, Theos-Deus): o ateu prático e o
teórico, o primeiro é simplesmente uma pessoa não religiosa que não conta com
Deus e vivem como se Ele, o segundo tem sua concepção da não existência de Deus
pelo intelecto baseando sua negação no raciocínio. Vale ressaltar que ninguém
nasce ateu devido à semente religiosa implantada no homem em sua criação e sua
imagem e semelhança com Deus, mas o ateísmo surge pelo estado moral pervertido
e o intuito do homem de fugir de Deus.
Dentre os falsos conceitos
sobre Deus existem alguns que negam sua existência como Deus verdadeiro,
descrevendo-O como: um Deus imanente e impessoal, um Deus finito e pessoal e um
Deus como personificação de uma simples ideia abstrata.
Temos ainda o que podemos
chamar de “provas racionais da existência de Deus”: Argumento
Ontológico-argumento defendido com mais perfeição por Anselmo, para ele o homem
tem a idéia de um Ser absolutamente perfeito, e se há perfeição é sinônimo de
existência, portanto esse ser perfeito deve existir, tal pensamento não pode
ser prova conclusa apenas por um pensamento abstrato, o simples fato de
conclusão da existência Divina não prova objetivamente sua existência.
Argumento Cosmológico-
embora esse argumento apareça nas mais variadas formas, de modo geral se
apresenta assim: tudo o que há de existente no mundo tem de ter uma causa
adequada, portanto o universo também tem que ter uma causa adequada e
indefinidamente grande. Esse argumento é totalmente sem convicção, pois a
pressuposição de que o Cosmos não teve uma única, absoluta e pessoal de
existência, não pode ser tomada como base para provar a existência Divina.
Argumento Teleológico- esse argumento também toma como base a causa, sendo uma
extensão do argumento Cosmológico e exposto da seguinte forma: o mundo revela
inteligência, ordem, harmonia e propósito por toda parte por esta razão é
preciso um Ser adequado para a criação de um mundo assim como este, tal
argumento é mais elevado do que o Cosmológico por apresentar a ideia de um Ser
intectual, consciente, inteligente e com propósito controlador de todas as
coisas. Argumento Moral- esse argumento baseia-se na forma como o homem busca
reconhecimento do sumo bem e do ideal moral, ambos necessitam da existência de
um Deus para concretizar esse ideal. Argumento Histórico ou Etnológico- esse
argumento se baseia da seguinte forma: em todas os povos e etnias existe um
sentido religioso que revela-se em cultos exteriores, e se a natureza do homem
o conduz ao culto religioso pode-se concluir a existência de um Ser Superior
que deu ao home o sentido de religiosidade.
A
COGNOCIBILIDADE DE DEUS
Deus cognoscível - Como
mencionado anteriormente não há como se definir Deus em Sua infinita
totalidade, a igreja cristã professa que é possível conhecê-Lo à medida em que
Ele se revela a isto definimos como cognoscibilidade ou conhecimento de Deus,
sendo este o requisito absoluto para salvação. E a vida externa é esta: que
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus, a quem enviaste Jo 17:3.
Negação da cognoscibilidade de Deus- essa negativa tem base nos supostos
limites das faculdades cognitivas humanas (o fato do homem não possuir
capacidades suficiente de conhecimento e compreensão do Ser infinito de Deus),
sendo necessariamente inapto quanto às coisas super sensoriais e divinas. Auto-revelação,
Requisito de todo Conhecimento de Deus- o homem só pode conhecer a Deus quando
Ele se auto-revela Ele transmitindo conhecimento de Si mesmo ao homem, sem a
revelação seria impossível ao homem qualquer conhecimento de Deus, e mesmo Ele
se revelando, não é a razão humana que descobre Deus, mas Deus a Si próprio de
descerra pelos olhos a fé. A revelação completa se descortinou de uma vez por
todas na Pessoa de Cristo Jesus. O Conhecimento de Deus, Inato e Adquirido- é
quando todo conhecimento de Deus é adquirido por meio da revelação, entretanto
algumas ideias filosóficas como a de Decartes definem que o conhecimento de
Deus é inato, vem desde sua concepção, ou seja, o homem tem uma ideia que está
presente em sua consciência desde o seu nascimento.
A Revelação Geral e A
Revelação Especial- a Bíblia apresenta duas formas para revelação de Deus: a
revelação geral- comunicada através da natureza, também descrita como revelação
natural. Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das
suas mãos. Salmos 19:1 (At 14:17, Rm 1:19-20, II Rs 17: 13) e a revelação
especial- comunicada através dos profetas e de Jesus Cristo também conhecida
como revelação sobrenatural, Deus nunca foi visto por alguém. O Filho
unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. Jo 1:18 ( II Rs 17: 13, Sl
103:7, Hb 1:1-2) A revelação natural na Teologia Protestante é comumente
chamada de revelatio realis por estar encarnada nas coisas existentes enquanto
que a revelação sobrenatural é chamada de revelatio verbalis por estar
encarnada em palavras. Ewald, em sua obra Revelation: Its Nature na Record,
fala da revelação na natureza como revelação imediata, e da revelação na
Escritura, que ele considera como a única que merece o nome de “revelação” no
sentido mais completo, como revelação mediata ( Berkhof apud Ewald, 2009 p. 36)
. No que se trata a respeito de revelação o que vale ressaltar é que a
revelação na geral está arraigada à criação e que é comunicada ao homem na
qualidade de homem em sua razão enquanto que a revelação especial está
arraigada ao plano redentivo, dirigida ao home na qualidade de pecador, podendo
ser compreendida por apenas pela fé. E esta foi produzida na mente de Deus
desde o princípio, inclusa no plano eterno. A revelação natural é tida por muitos
como não foi suficiente para cumprir com o plano de redenção ao homem
corrompido, sendo necessário uma revelação sobrenatural. Sem todavia, dar-se
por completo, Deus se deu a conhecer naquilo que o Filho revelou, conforme o
homem em sua limitação pode apreender de Deus.
ATRIBUTOS
DE DEUS E A
RELAÇÃO
DO SEU SER
Humanamente falando é
impossível definir o Ser de Deus, nem toda ciência da terra poderia fazê-lo,
para uma definição lógica seria necessário muita pesquisa de conceito superior
sem chegar-se a uma clara definição, pois não há possiblidade humana que defina
o infinito, Deus não cabe em descrições terrenas (genético sintética), somente
é possível fazer-se uma definição analítico-descritiva (descrição apenas das
características de Sua Pessoa, deixando sem explicação a essência do Seu Ser) o
que se pode compreender do Seu Ser é somente o que o que as Sagradas Escrituras
nos permite fazê-lo, por aquilo que se permitiu revelar (auto revelação).
Podemos dizer então que a revelação do Ser de Deus é parcial, sendo impossível
fazer-se uma descrição de Deus positiva e exaustiva. A Bíblia apresenta Deus
como o Deus vivente (nunca abstrato) que se relaciona com suas criaturas onde
se manifesta em vários atributos diferentes. (Pv 8:14, 2 Pe 1:4.etc) O termo do
nome de Deus Jeová (Eu sou o que Sou) tem como indicativo a essência de Deus
propriamente dita, trazendo a expressão Dele mesmo para se auto definir (Êx
3:13-14) outra passagem que pode se aproximar de uma definição do Ser de Deus
na Bíblia é João 4:24 “Deus é Espírito...” sendo um indicativo dado por Cristo
para indicar a essência espiritual de Deus. Alguns pais da igreja sob
influência da filosofia grega apenas fizeram uma abstrata concepção do que
possa ser Deus, possuidor de uma existência absoluta, sem atributos. Teólogos
durante algum tempo inclinaram-se a salientar uma transcendência (sublimidade,
excelência) de Deus como algo além da compreensão humana, atendo-se a
impossibilidade de definir Sua essência divina, pensamento este que também
perdurou durante a controvérsia trinitária referente a distinção entre essência
única e as três Pessoas da Divindade.
Enfim filósofos e teólogos
passaram a ver a essência de Deus num Ser abstrato, numa substância universal,
num pensamento puro, numa causalidade absoluta, no amor, na personalidade, e na
santidade majestosa ou no Numinoso. ( Berkof 2009 p.42) A Teologia Reformada
afirma que Deus pode ser conhecido, porém não em sua totalidade por ser
infinito, ao homem é impossível conhecê-Lo por completo, ter um perfeito
conhecimento de Deus seria o mesmo que compreendê-Lo e isto é humanamente
impossível, não há como defini-Lo exatamente em Sua totalidade, contudo é
possível ter o conhecimento Dele pela auto-revelação Divina, naquilo que Deus
se dá a conhecer.
A
POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO DO SER DE DEUS
O pensamento da Igreja
Primitiva no período idade média e da Reforma era de que Ele em Seu Ser mais
recôndito era Incompreensível, ressaltando-se em algumas linguagens empregadas
de que não é admissível nenhum conhecimento do Ser de Deus. O que precisamos
entender na possibilidade de conhecimento de Deus é que não podemos
compreendê-Lo, ter um conhecimento absoluto e exaustivo de seu Ser, mas podemos
conhecê-Lo de forma relativa e parcial do Seu Ser Divino, algo que só pode ser
possível porque Ele mesmo colocou-se em posição de relacionar-se com Suas
criaturas morais revelando-se a estas, ainda que não em sua totalidade, sendo
real e verdadeiro, sendo este um conhecimento parcial da natureza absoluta do
Seu Ser.
O
SER DE DEUS REVELADO EM SEUS ATRIBUTOS
A teologia comumente diz que
os atributos de Deus são o próprio Deus, como Ele se revelou a nós. Berkof
(2009) diz: os atributos são reais determinativos do Ser divino ou, noutras
palavras, qualidades inerentes ao Ser de Deus. Sheed fala deles como “uma
descrição analítica e bem próxima da essência”. Num sentido são idênticos, de
modo que se pode dizer que as perfeições de Deus são o próprio Deus como ele se
revelou. Há uma estreita relação entre essência de Deus e seus atributos
pode-se afirmar, portanto que o conhecimento de Deus e de Seus atributos leva
consigo o conhecimento da Sua essência divina.
OS
NOMES DE DEUS
Nas Sagradas Escrituras há o
registro de vários nomes de Deus, há a menção do Seu nome no singular em vários
textos (Êx 20:7, Sl 8:1, Sl 48:10, Sl 76:1, Sl 76:1,Pv 18:10) estes ressaltam
toda manifestação de Deus em Sua relação com o Seu povo.
No Antigo testamento o nome
de Deus é designado por vários nomes entre estes pode-se destacar: • El, Elohim
e Elyon, o nome ‘El possivelmente é derivado de ‘ul e tem sentido de primeiro
ou Senhor, Elohim (sing. Eloah) forma pluralística de Deus, tem sentido de
plenitude de poder o Deus da criação, Elohim, é plural. Os hebreus pluralizavam os
nomes para expressar grandeza ou majestade". A própria Bíblia revela que a única maneira
para se compreender a forma plural de Elohim é entender que ela expressa a
majestade de Deus e não uma pluralidade na divindade.
Elyon é derivado de ‘alah e tem sentido de
elevado, designando Deus como exaltado. • ‘Adonai (derv. de dun (din) ou ‘adan)
e tem sentido de Senhor, de julgar, de governar, revelando Deus como governante
Todo-Poderoso. • Shaddai e ‘El-Shaddai (derv. de shadad) significando ser
poderoso e indica que Deus tem todo poder no céu e na terra.
Yahweh e Yahweh Tsebhaoth- a
forma como Deus se revelou neste nome superou as demais formas de revelação, em
Yahweh Ele se revela como Deus de graça, este nome é tido como o mais sagrado
entre os judeus devido a Levítico 24;16 “ Aquele que mencionar o nome de Yahweh
será morto”, por esta razão substituíram-no nas Escrituras por ‘Adonai ou por
‘Elohim, com o tempo perdeu até a pronúncia correta do nome Yahweh por não ser
pronunciado entre os judeus devido a essas substituição dos massoretas nas
Escrituras. O acréscimo de Tsebhaoth em Yahweh divide opiniões, mas três
opiniões destacam-se para definir a junção destes nomes: os exércitos de
Israel, as estrelas, os anjos.
No Novo Testamento três
nomes mais utilizados são Theos (Deus de todos), Kurios (Poderoso, Senhor) e
Pater (Pai).
OS
ATRIBUTOS DE DEUS
Os atributos de Deus são
qualidades, características atribuídas ao caráter de Deus conforme Ele se
auto-revelou e que nos ajudam a entender quem Ele é, são atribuições inerentes
a Ele. Berkhof (2009) diz: Não devemos considerar os atributos como outras
tantas partes que entram na composição de Deus, pois ao contrário dos homens,
Deus não é composto de diversas partes...Comumente se diz em Teologia que os
atributos de Deus são o próprio Deus, como Ele se revelou a nós.” A teologia
Sistemática além da designação “atributos de Deus”, às vezes denomina tal
estudo de “qualidades de Deus” ou “perfeições de Deus”, pode-se então entender
todas essas expressões como sendo sinônimas.
QUAIS
SÃO OS ATRIBUTOS DE DEUS?
Atributos incomunicáveis -
Os atributos incomunicáveis são aqueles exclusivos de Deus, como imutabilidade,
Ele é exaltado acima de tudo quanto existe, é imune de qualquer acréscimo ou
diminuição e de todo desenvolvimento ou decadência do seu Ser e em suas
perfeições (Êx 3:14, Sl 102:26-28, Is 41:4 e 48:12, Ml 3:6, Rm 1:23, Hb
1:11-12, Tg 1:17), infinidade - perfeição absoluta ( Jó 11:7-10, Sl 145:3, Mt
5:48), eternidade(Sl 90:2 e 102:12, Ef 3:21), imensidade/onipresença ( 1 Rs
8:27, Is 66:1, At 7:48-49, Sl 139;7-10, Jr 23:23-24, At 17:27-28). São assim
chamados porque Deus não os compartilha com nenhuma criatura, são exclusivos
Dele e Ele não os comunica a ninguém.
Asseidade: Deus é
auto-existente, e não precisa de nada nem de ninguém para continuar a existir,
ou seja, Ele não depende de ninguém além de Si mesmo para ser o que é. Sua
asseidade está diretamente ligada a sua eternidade (Sl 90:1,2).
Eternidade: sempre existiu,
Deus não foi criado por ninguém e estando acima de qualquer limitação de tempo
(Gn 21:33; Sl 90:1,2), sem começo e sem fim, para Deus não existe passado,
presente e futuro, seu presente é sempre a própria eternidade.
Unidade: Deus é um e todos
os Seus atributos estão inclusos em Seu ser o tempo todo algo que não contradiz
a doutrina da Trindade, pois as três Pessoas distintas formam um único Deus, ou
seja, Sua essência é indivisível (Dt 6:4; Ef 4:6; 1Co 8:6; 1Tm 2:5). Imutabilidade:
Deus não muda, tanto Seu ser como Suas perfeições não sofrem qualquer mudança,
e não altera, de forma alguma, os Seus propósitos e promessas (Tg 1:17). Infinitude:
Deus é infinito em seu ser e não sofre nenhum tipo de limitação. O tempo e o
espaço não podem limitá-lo (1Rs 8:27; At 17:24-28). Talvez a qualidade da
infinitude seja um dos atributos de Deus que apresenta mais dificuldade de
compreensão por parte dos homens.
A infinitude de Deus,
segundo alguns teólogos também aparece revelada através de outros atributos,
como a onipresença, onisciência, onipotência e a eternidade.
Onipresença: significa que
Deus não é limitado de nenhuma forma pelo espaço. Sua presença é infinita, de
modo que Ele está presente em toda parte com toda plenitude do Seu ser (Sl
139).
Onipotência: significa que
Deus possui todo poder, isto é, seu poder é infinito e ilimitado. Deus é
soberano e capaz de cumprir todos os Seus propósitos (2Co 6:18; Ap 1:8). Hodge
(2001) sobre a Onipotência de Deus diz: “O Senhor Deus onipotente reina e age
segundo o beneplácito entre os exércitos do céu e os habitantes da terra; este
é o tributo de adoração que as Escrituras por toda a parte rendem a Deus, e a
verdade que por toda parte.”
Onisciência: Deus conhece
todas as coisas de forma completa e absoluta. Ele conhece tudo infinitamente e
sem estar sujeito a qualquer limitação (Sl 139; 147:4).
Soberania: Deus tem o
controle sobre todas as coisas, Ele governa o universo e conduz a História da
humanidade segundo Seu plano e seus propósitos eternos. Vale ressaltar que a
soberania de Deus não anula a responsabilidade das ações humanas, e nem a responsabilidade
humana descaracteriza as ações soberanas de Deus (Fp 2:12,13).
Atributos comunicáveis- Os
atributos comunicáveis foram impressos por Deus na humanidade na criação quando
o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, pode-se ainda citar atributos
comunicáveis à inteligência, a vontade e a moralidade. Eles são compartilhados
por Deus ao homem, pelo menos em certa medida. Ei-los: Amor (1Jo 4:8, Rm 5:5, Ef 2:4-8) Bondade:
(2Cr 30:18; Sl 86:5; 100:5; 119:68; At 14:17). Misericórdia (Ef 2:4,5) Sabedoria
(Dn 2:20; cf. Jó 12:13; Jó 36:5; Sl 147:5; Is 40:28; Rm 11:33, Is 55:8; cf. Jó
28:12-28; Jr 51:15-17). Justiça (Sl 11:7; Dn 9:7; At 17:31) Santidade (Is
40:25; Hc 1:12; Jo 17:11; Ap 4:8) Veracidade (Hb 10:23, Jo 17:3) Liberdade (Mt
11:26; cf. Is 40:13,14) Paz (Jz 6:24).
Atributos morais- podem ser
considerados como as perfeições divinas mais gloriosas, é evidente que os
atributos de Deus entre si sejam mais perfeito ou mais glorioso que o outro,
mas relativamente ao homem, as perfeições morais de Deus resplandecem todo
fulgor do Seu ser.
Os atributos de Deus não
devem ser entendidos como uma lista exaustiva, por se tratar de um estudo
limitado pela nossa compreensão do ser de Deus, também não pode considerada uma
lista padrão, pois há muitas outras listas sobre os atributos de Deus, algumas
diretas e objetivas outras mais completas e detalhadas.
MONOTEÍSMO
CRISTÃO
"Ouve, Israel: o SENHOR
nosso Deus é o único SENHOR" (Deuteronômio 6:4).
"Deus é um"
(Gálatas 3:20).
Há um Deus. Há só um Deus.
Esta doutrina é o cento da mensagem Bíblica, e tanto o Velho quanto o Novo Testamento a ensinam claro e enfaticamente. Apesar da simplicidade
desta mensagem e da clareza com que a Bíblia a apresenta, muitos que acreditam
na existência de Deus não entenderam isto. Até mesmo dentro do Cristianismo,
muitas pessoas, inclusive teólogos, não tem entendido esta mensagem bonita e
essencial. Nosso propósito é focalizar esta questão, afirmar e explicar a
doutrina bíblica da unicidade de Deus.
Definição de Monoteísmo
A crença em um único Deus é
chamada de monoteísmo que deriva de duas palavras gregas: monos, significando
só, singular, um; etheos, significando Deus. Aqueles que não aceitam o
monoteísmo pode ser classificado em uma das seguintes categorias: ateísta - que
nega a existência de Deus; agnóstico -
que afirma ser a existência de Deus desconhecida e provavelmente incognoscível;
panteísta - que compara Deus com a
natureza ou as forças do universo; ou um politeísta - que acredita em mais de
um Deus. Diteismo, a crença em dois deuses, é uma forma de politeísmo, assim
como o triteismo, a crença em três deuses. Entre as principais religiões do
mundo, três são monoteísticas: o Judaísmo, o Islamismo, e o Cristianismo.
Há, entretanto, dentro das
fileiras dos que se denominam cristãos pontos de vistas divergentes em relação
à natureza da Divindade. Uma dessas correntes, chamada trinitarianismo, afirma
que há três pessoas distintas na Divindade
- Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito
Santo - mas ainda um só Deus.
Dentro dos graus do
trinitarianismo, podemos distinguir duas tendências extremas. Por um lado,
alguns trinitarianos enfatizam a unidade de Deus sem ter desenvolvido uma
compreensão cuidadosa do significado das três pessoas distintas da Divindade.
Por outro lado, outros trinitarianos dão ênfase a triplicidade da trindade a
ponto de acreditarem em três seres auto-concientes, e o seu ponto de vista é
essencialmente triteistico.
Além do trinitarianismo, há
a doutrina de binitarianismo que não classifica o Espírito Santo como uma
pessoa separada, mas afirma crer em duas pessoas na Divindade.
Muitos monoteístas têm
destacado que tanto o trinitarianismo quanto o binitarianismo debilitam o
monoteísmo rígido ensinado pela Bíblia. Eles insistem que a Divindade não pode
ser dividido em pessoas e que Deus é absolutamente uno.
Os que acreditam no
monoteísmo rígido se dividem em duas classes. Uma classe afirma que há só um
Deus, e assim fazendo, nega, de uma maneira ou de outra, a perfeita divindade
de Jesus Cristo. Este ponto de vista foi representada na história da igreja
primitiva pelos dinâmicos monarquistas, como Paulo de Samosata, e pelos
Arenistas, liderados por Arius. Estes grupos relegavam Jesus à posição de um
deus criado, deus subordinado, deus filho, ou semideus.
A segunda classe dos
verdadeiros monoteísta acredita em um Deus, mas, além disso, acredita que a
plenitude da Divindade é manifestada em Jesus Cristo. Eles acreditam que o Pai,
Filho, e Espírito Santo são manifestações, modos, funções, ou relacionamentos
que o Deus único tem exibido ao homem. Os historiadores da igreja têm usado os
termos moralismo e monarcianismo modalistico para descrever esse ponto de
vista, sustentado na igreja primitiva por líderes como Noetus, Praxeas, e
Sabellius.
No século vinte, aqueles que
acreditam tanto na indivisível unicidade
de Deus, quanto na perfeita divindade de Jesus Cristo, frequentemente
usam a termo Unicidade para descrever aquilo em que creem. Eles também usam os
termos “Um Deus” e “Nome de Jesus” como adjetivos para se auto-denominarem,
enquanto os oponentes às vezes usam expressões errôneas e desacreditas como
" Só Jesus" e" Assunto Novo." (O rótulo" Só Jesus
" é errôneo porque os trinitarianos insinua uma negação do Pai e do
Espírito Santo. Porém, os que acreditam na Unicidade não negam o Pai e
Espírito, mas antes veem o Pai e o Espírito como papéis diferentes do Deus
único que é o Espírito de Jesus.)
Em resumo, o Cristianismo
apresentam quatro pontos de vista básicos a respeito da Divindade: (1)
trinitarianismo,
(2) binitarianismo,
(3) monoteísmo estrito, com a negação da perfeita
divindade de Jesus Cristo, e
(4) monoteísmo estrito com a afirmação da
completa deidade de Jesus Cristo, a Unicidade.
Tendo examinado de modo
geral o conjunto das crenças humanas sobre a Divindade, vamos olhar o que a
Palavra de Deus - a Bíblia - tem a dizer sobre o assunto.
O
VELHO TESTAMENTO ENSINA
QUE
NÃO HÁ SENÃO UM DEUS
A expressão clássica da
doutrina de um só Deus se encontra em
Deuteronômio 6:4. "Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único
SENHOR." Este verso da Bíblia se tornou a declaração mais distintiva e
importante de fé para os judeus. Eles chamam isto o Shema, de acordo com a
primeira palavra da frase em hebraico, e eles citam frequentemente isto em
inglês como" Ouve, O Israel, o SENHOR é nosso Deus, o SENHOR é
único". (Também veja o NIV.) Tradicionalmente, um judeu devoto sempre
tentou fazer esta confissão de fé antes de morrer.
Em Deuteronômio 6:5, Deus
continuou o anúncio do versículo precedente com uma ordem que requer crença total e amor por Ele como um só
e único Deus: "Amarás pois o SENHOR
teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua força
". Devemos notar a importância que Deus atribui a Deuteronômio 6:4-5. Ele
ordena que estes versos sejam colocados no coração (verso 6), ensinados às
crianças ao longo do dia (verso 7), atado à mão e à testa (verso 8), e escrito
nos umbrais e nas portas das casas (verso 9).
Os Judeus ortodoxos obedecem literalmente essa ordem ainda hoje
amarrando o tefillin(phylacteries) nos seus antebraços esquerdos e nas testas
quando oram, e colocando mezuzzah em suas portas e portões. (Teffilin são
pequenas caixas amarradas ao corpo através de correias de couro, e mezuzzah são
pequenos recipientes contendo pequenos
rolos das escrituras.) Dentro dos dois tipos de recipientes estão versículos
das Escrituras manuscrito em tinta preta por um homem piedoso que observou
certos rituais de purificação dentro de ambos. Os versos da Bíblia geralmente
são Deuteronômio 6:4-9,11: 18-21, Êxodo 13:8-10, e 13:14-16.
Durante uma viagem para
Jerusalém onde nós colhemos a informação anterior, [1] tentamos comprar o
tefillin. O comerciante judeu Ortodoxo disse que ele não vendia tefillin a
cristãos porque eles não acreditam nele e nem têm a devida reverência a esses
versos das Escrituras. Quando nós citamos Deuteronômio 6:4 e explicamos nossa
total concordância a isto, os olhos dele iluminaram e ele prometeu vender a nós
com a condição de que nós tratássemos o tefillin com cuidado e respeito. A preocupação
dele mostra a reverência extrema e profundidade de convicção que os judeus têm
para o conceito de um único Deus. Também revela que uma razão principal para a
rejeição judia do Cristianismo ao longo de história é a distorção percebida da
mensagem de monoteística.
Muitos outros versos da
Bíblia no Velho Testamento afirmam enfaticamente o monoteísmo estrito. Os Dez
Mandamentos começam com, “Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo
20:3; Deuteronômio 5:7). Deus enfatizou este comando declarando que Ele é um
Deus zeloso (Êxodo 20:5). Em Deuteronômio 32:39, Deus disse que não há nenhum
outro deus com ele. Não há nenhum deus semelhante ao SENHOR e não há nenhum
Deus ao lado d’Ele (II Samuel 7:22; I Crônicas 17:20). só Ele é Deus (Salmo
86:10). Há enfáticas declarações de Deus em Isaias.
"Antes de mim Deus
nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu, sou o SENHOR; e fora
de mim não há salvador" (Isaias 43:10-11).
"Eu sou o primeiro, e
eu sou o último; e ao lado de mim não há nenhum Deus" (Isaias 44:6).
"Há outro Deus além de
mim? Não, não há outra rocha que eu conheça" (Isaias 44:8).
"Eu sou o SENHOR que
faço todas as coisas; que sozinho estendi os céus; e sozinho espraiei a terra " (Isaias 44:24).
Além de mim não há outro. Eu sou o SENHOR e não há
nenhum outro" (Isaias 45:6).
Não há outro Deus senão eu;
um Deus justo e Salvador; não há além de mim. Olhai para mim, e sede salvos,
vós todos os termos da terra: porque eu sou Deus, e não há nenhum outro"
(Isaias 45:21-22).
"Lembrai-vos das coisas
passadas da antiguidade; porque eu sou Deus, e não há nenhum outro, eu sou
Deus, e não há outro semelhante a mim" (Isaias 46:9).
"Eu não darei minha
glória a outrem" (Isaias 48:11; veja também Isaias 42:8).
“Ó SENHOR dos exércitos,
Deus de Israel que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus
de todos os reinos da terra, tu só fizestes os céus e a terra (Isaias 37:16)”.
Há somente um Deus que é o
Criador e Pai da humanidade (Malaquias 2:10). Durante o Reinado do Milênio,
haverá um só SENHOR com um só nome (Zacarias 14:9).
Em resumo, o Velho
Testamento fala de Deus como sendo único. Muitas vezes a Bíblia chama Deus de o
Santo de Israel (Salmo 71:22; 78:41;
Isaias 1:4; 5:19; 5:24), mas nunca de " santo dois, santo três," ou "
muitos santos."
Uma observação comum feita
por alguns trinitarianos sobre a
doutrina do Velha Testamento da unicidade de Deus é que Deus teria apenas
pretendido dá ênfase à sua unicidade em oposição aos deuses pagãos, embora Ele ainda existisse como uma pluralidade.
Porém, se esta conjetura fosse verdade, por que Deus não fez isto claro? Por
que os judeus não entenderam uma teologia de " pessoas" mas insistiu
em um monoteísmo absoluto? Nos deixe olhar para isto do ponto de vista de Deus.
Suponha que Ele quis excluir qualquer
crença na pluralidade da Divindade. Como
Ele poderia fazer usando terminologia então-existente assim? Que palavras Ele
poderia usar, fortes bastante, para comunicar sua mensagem ao seu povo?
Pensando sobre isso, nós perceberemos que Ele usou a linguagem mais forte
possível capaz de descrever a unicidade absoluta. Nos versos antes citados em
Isaias, nós notamos o uso de palavras e frases como" nenhum, não há outro,
nenhum semelhante, nenhum ao lado de mim, só, sozinho," e" um só."
Seguramente, Deus não pôde fazer isto mais claro que não existe nenhuma
pluralidade na Divindade. Em resumo, o Velho Testamento afirma que Deus é
absolutamente um, em número.
O
NOVO TESTAMENTO ENSINA QUE
NÃO
HÁ SENÃO UM DEUS
Jesus ensinou enfaticamente
Deuteronômio 6:4, chamando-o de primeiro de todos os mandamentos (Marcos
12:29-30). O Novo Testamento pressupõe o que ensina o Velho Testamento de que
há um só Deus e explicitamente repete esta mensagem muitas vezes.
"Visto que Deus é um só
o qual justificará" (Romanos 3:30).
“Não há senão um só Deus” (I Corintios 8:4).
"Para nós há um só
Deus, o Pai" (I Corintios 8:6).
"Mas Deus é um"
(Gálatas 3:20).
"Um só Deus e Pai de
todos" (Efésios 4:6).
"Porquanto há um só
Deus" (I Timóteo 2:5).
"Tu crês que há um só
Deus; fazes bem: os demônios também acreditam, e tremem" (Tiago 2:19).
Novamente, a Bíblia chama
Deus de o Santo (I John 2:20). Há um trono no céu e apenas um senta nele
(Apocalipse 4:2).
O monoteísmo do Novo
Testamento, mais os vários versículos da Bíblia são suficientes para
estabelecer que tanto Velho Testamento quanto o Novo Testamento ensina que Deus
é um.
Como nós vimos, a Bíblia
inteira ensina um monoteísmo estrito. O povo de Deus sempre foi identificado
com a mensagem de um - único Deus. Deus escolheu Abraão por sua disposição de
abandonar os deuses de sua nação e do seu pai e adorar o único Deus verdadeiro
(Gênese 12:1-8). Deus castigou Israel todas as vezes que o povo começou a
adorar outros deuses, e adoração politeísta foi uma das principais razões para
que Deus finalmente os enviasse para o cativeiro (Atos 7:43). O Salvador veio
ao mundo através de uma nação (Israel) e através de uma religião (o Judaísmo)
cujo povo tinha se libertado finalmente do politeísmo. Eles eram completamente
monoteístas.
Hoje, Deus ainda exige para
Ele uma adoração monoteísta. Nós na igreja somos os herdeiros de Abraão pela
fé, e essa posição de honra exige que tenhamos a mesma fé monoteísta no Deus de
Abraão (Romanos 4:13-17). Como cristãos no mundo jamais temos que deixar de
exaltar e proclamar a mensagem de que há apenas um único e verdadeiro Deus
vivo.
DEUS
É ESPÍRITO
Jesus proclamou esta verdade
em João 4:24. A Bíblia revela se maneira consistente, desde Gênese 1:2 ("
E o Espírito de Deus movia sobre a face das águas") até Apocalipse 22:17
(" E o Espírito e a noiva dizem, Vem"). Hebreus 12:9 chama Deus de
Pai dos espíritos.
O que é um espírito? O
Dicionário de Webster inclui em sua definição da palavra o seguinte": UM
ser sobrenatural, um ser incorpóreo, racional. geralmente invisível aos seres
humanos mas que tem o poder para ficar visível segundo à sua vontade. um ser que tem uma natureza
incorpórea" ou imaterial. [2] a palavra hebraica traduzida como espírito é
ruwach, e pode significar vento, respiração, vida, raiva, sopro, sem substancialidade,
região do céu, ou espírito de um ser racional. A palavra grega traduzida por
espírito, pneuma, pode significar uma corrente de ar, respiração, sopro,
explosão, vento, brisa, espírito, alma, princípio vital, disposição, anjo,
demônio, ou Deus. [3] todas essas definições enfatizam que um espírito não tem
carne e ossos (Lucas 24:39). Semelhantemente, Jesus indicou que o Espírito de
Deus não tem carne e sangue (Mateus 16:17). Assim, quando a Bíblia diz que Deus
é Espírito, significa que Ele não pode ser visto ou pode ser tocado fisicamente
por seres humanos. Como um Espírito, ele é um Ser inteligente, sobrenatural que
não tem um corpo físico.
DEUS
É INVISÍVEL
Considerando que Deus é um
Espírito, Ele é invisível a menos que Ele escolha se manifestar em alguma forma
visível para homem. Deus falou para Moises, “Tu não poderás ver a minha face:
porquanto nenhum homem verá a minha face, e viverá" (Êxodo 33:20).
"Ninguém jamais viu a Deus” (João 1:18; I João 4:12). Não apenas ninguém
jamais viu a Deus, como algum homem é capaz de ver Deus (I Timóteo 6:16).
Várias vezes a Bíblia descreve Deus como invisível (Colossenses 1:15; I Timóteo
1:17, Hebreus 11:27). Embora o homem possa ver Deus quando Ele aparece em
várias formas, nenhum homem pode ver o Espírito invisível de Deus diretamente.
DEUS
É ONIPRESENTE
(Presente
Em todos Os lugares)
Porque Deus é um Espírito
Ele pode estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele é o único
Espírito que é verdadeiramente onipresente; para todos os outros espíritos como
demônios, anjos e o próprio Satanás podem ser limitados, a locais específicos
(Marcos 5:10; Judas 6; Apocalipse 20:1-3).
Embora Deus seja
onipresente, nós não O podemos comparar com a natureza, substância, ou forças
do mundo (o que seria panteísmo), porque Ele tem individualidade,
personalidade, e inteligência reais.
Salomão reconheceu a
onipresença de Deus quando orou na dedicação do Templo, dizendo: “Veja, o céu e
até o céu dos céus não podem conter” (I Reis 8:27; veja II Crônicas 2:6; 6:18).
Deus declarou sua onipresença dizendo: “O céu é meu trono, e a terra é o
estrado dos meus pés" (Isaias 66:1; veja também Atos 7:49). Paulo pregou
que o Senhor não está “longe de cada um de nós: Pois nele vivemos, e nos
movemos, e existimos" (Atos 17:27-28). Talvez a mais bela descrição da
onipresença de Deus encontramos no Salmo 139:7-13: “Para onde ausentarei do teu
espírito? Para onde eu fugirei de tua presença? Se eu subo aos céus, tu lá
estás: se eu arrumar minha cama no mais profundo do abismo, veja, tu lá estás
também. Se tomar às asas da alvorada, e me detenho nos confins dos mares; Ainda
lá me conduzirá, e a tua mão direita me segurará. Se eu disser, Seguramente a
escuridão me cobrirá; até mesmo a noite estará clara sobre mim. Até as próprias
trevas não te serão escuras: a escuridão e a luz são ambos semelhante para ti.
Pois tu formaste o meu interior: tu me teceste no” útero de minha mãe.
Se Deus é onipresente, por
que a Bíblia O descreve como estando no céu? Há
várias razões. (1) Esse fato ensina que Deus é transcendental. Em outras
palavras, Ele está além da compreensão humana e Ele não está limitado a esta
terra.
(2) Essa descrição se refere
ao centro do raciocínio e atividade de Deus
- sua própria matriz, por assim dizer.
(3) Ele se refere à presença
imediata de Deus; quer dizer, a totalidade da glória e do poder Deus a que
nenhum homem mortal pode ver e ainda pode continuar vivo (Êxodo 33:20).
(4) , pode se referir também
à manifestação visível de Deus aos anjos nos céus. Não significando isso, no entanto
que Deus não esteja onipresente, não que esteja limitado a um lugar, ou é
limitado a um corpo.
Semelhantemente, quando a
Bíblia diz que Deus veio para terra ou se apareceu a um homem, ele não nega a
sua onipresença. Ela simplesmente significa que o foco da sua atividade se
deslocou para a terra pelo menos no que se refere a determinado indivíduo ou
uma certa situação. Quando Deus vem à terra, o céu não se torna vazio. Ele
continua no céu como sempre. Ele pode agir simultaneamente no céu e na terra, ou
em vários locais em terra. É muito importante que reconheçamos a magnitude da
onipresença de Deus e não a limitemos à nossa experiência humana.
DEUS
TEM CORPO?
Sendo Deus um Espírito
invisível e onipresente, Ele certamente não tem um corpo do modo como entendemos
que um corpo seja. Ele realmente assumiu várias formas e manifestações
temporárias ao longo do Velho Testamento de forma que o homem pudesse vê-lo.
(Veja a seção depois em teofanías neste capítulo.) Porém, a Bíblia não registra
qualquer manifestação corpórea permanente de Deus até o nascimento de Jesus
Cristo. Claro que, em Cristo, Deus teve um corpo humano e agora tem um
glorificou, corpo humano imortal.
Fora das manifestações
temporárias de Deus e fora da revelação de Deus em Cristo no Novo Testamento,
acreditamos que as referências bíblicas encontradas aos olhos, mãos, braços,
pés, coração, e outras partes do corpo de Deus sejam exemplos de linguagem
figurativa ou antropomorfismos (interpretações de algo não humano em termos
humanos de forma que homem possa entender).
Em outras palavras, a Bíblia
descreve o Deus infinito em termos humanos finitas, para que nós O possamos
compreender melhor. Por exemplo, o coração de Deus denota seu intelecto e as
suas emoções, não um órgão bombeador do
sangue- (Gênesis 6:6; 8:21). Quando Deus disse que o céu era o seu trono e
terra era estrado de seus pés, Ele descreveu a sua onipresença, não um par de
pés literalmente sustentados sobre o globo (Isaias 66:1). Quando Deus disse que
a sua mão direita estendeu os céus, Ele descreveu o seu grande poder e não uma
grande mão desdobrando os céus (Isaias 48:13). "Os olhos do SENHOR estão
em todo lugar" não signifique que Deus tem olhos físicos em todos os
locais, mas indica sua onipresença e onisciência (Provérbios 15:3). Quando
Jesus expulsou demônio pelo dedo de Deus, Ele não baixou um dedo gigantesco
vindo dos céus, mas Ele exercitou o poder de Deus (Lucas 11:20). O refolgar das
narinas de Deus não era partículas literais emitidas por narinas divinas
gigantescas, mas o vento oriental forte enviado por Deus para separar o Mar
Vermelho (Êxodo 15:8; 14:21). Na realidade, a interpretação literal de todas as
visões e descrições físicas de Deus nos levariam a acreditar que Deus tem asas
(Salmo 91:4) ou rodas (Daniel 7:9). Em resumo, nós acreditamos em Deus como um
Espírito não tem corpo a menos que Ele escolha se manifestar em uma forma
corpórea como Ele o fez na pessoa de Jesus Cristo.
Alguns dizem que no
Testamento Velho Deus tinha um corpo espiritual visível aos outros seres
espirituais como os anjos. Eles levantam esta hipótese porque os espíritos
humanos parecem ter uma forma capaz de ser reconhecida pelos outros espíritos
(Lucas 16:22-31) e porque algumas passagens indicam que os anjos e Satanás
presenciaram uma manifestação visível de Deus no Velho Testamento (I Reis
22:19-22; Jó 1:6). Porém, Deus não precisava de um corpo espiritual para fazer
isto porque Ele perderia ter se manifestado por várias vezes a outros espíritos
da mesma maneira como se manifestou ao homem. Um verso fundamental da Bíblia
insinua que comumente Deus não é mesmo visível aos seres espirituais a menos
que Ele escolha se manifestar de algum modo": Deus foi manifesto na carne.
"contemplado por anjos (ITimóteo 3:16). Finalmente, se Deus tivesse mesmo
algum tipo de corpo espiritual Ele certamente não estaria limitado a isto como
outros seres espirituais estão confinados a seus corpos; para então Ele não
seria verdadeiramente onipresente.
Por exemplo, a onipresença
de Deus significa que Ele poderia ter aparecido simultaneamente aos homens na
terra e aos anjos nos céu. Precisamos ter em mente, Também, que nos tempos do
Novo Testamento Deus escolheu se revelar completamente através de Jesus Cristo
(Colossenses 2:9). Não há nenhuma possibilidade de separar Deus e Jesus, e não
há outro Deus visível fora de Jesus.
DEUS
É ONISCIENTE
(Conhece
Tudo)
Salmo 139:1-6 nos ensina que
Deus sabe todas as coisas, inclusive nossos movimentos, pensamentos, caminhos,
modos, e palavras. Jó confessou: " Bem sei que tudo podes, e que nenhum
dos teus pensamentos pode ser frustrados " (Jó 42:2). Deus tem o
conhecimento completo de todas as coisas, inclusive o conhecimento antecipado
do futuro (Atos 2:23). Como a onipresença, onisciência são atributos que pertence somente a Deus. Ele é
“o único Deus sábio" (I Timóteo 1:17). A Bíblia não identifica nenhum
outro ser (inclusive Satanás) que possa ler todos os pensamentos do homem, pode
prever o futuro com exatidão, ou pode saber tudo que há para ser conhecido.
DEUS
É ONIPOTENTE
(Todo
Poderoso)
Muitas vezes ao longo da
Bíblia, Deus chama a si mesmo de Todo-poderoso (Gênesis 17:1; 35:11, etc.). Ele
tem todo o poder que existe, e nenhum ser pode exercer qualquer poder a menos
que Deus permita isto (Romanos 13:1). Novamente, só Deus é onipotente, pois só
um ser pode ter todo o poder. I Timóteo 6:15 descreve Deus como “Bendito e
único soberano, o Rei dos reis, e Senhor dos senhores”. Os santos de Deus nos
céus proclamarão “Aleluia: pois reina o Senhor nosso Deus o Todo-poderoso"
(Apocalipse 19:6). Deus descreve sua grande onipotência maravilhosamente em Jó,
capítulos 38 a 41.
As únicas limitações que
Deus tem são aquelas que Ele coloca de boa vontade em si mesmo ou aquelas sendo
o resultado de sua natureza moral. Considerando que Ele é santo e sem pecado,
Ele permanece dentro de suas próprias limitações morais. Então, é impossível,
portanto para Deus mentir ou contradizer Sua própria Palavra (Tito 1:2; Hebreus
6:18).
DEUS
É ETERNO
Deus é eterno, imortal, e
perpétuo (Deuteronômio 33:27; Isaias 9:6; I Timóteo 1:17). Ele é o primeiro e o
último (Isaias 44:6). Ele não tem começo e não terá fim; outros seres
espirituais, inclusive o homem, são imortais no que se refere ao futuro, mas só
Deus é eterno no passado e no futuro.
DEUS
É IMUTÁVEL
(Não
Muda)
O caráter e os atributos de
Deus nunca mudam “: Porque eu sou o SENHOR, não mudo (Malaquias 3:6). É verdade
que Deus às vezes se arrepende (muda seu curso de ação em relação ao homem),
mas isso acontece porque o homem muda suas ações. A natureza de Deus permanece
a mesma; apenas Seu futuro curso de ação se modifica para responder às mudanças
do homem. Por exemplo, o arrependimento de Nínive fez Deus mudar seus planos
de destruir aquela cidade (Jonas 3:10).
A Bíblia também, às vezes fala do arrependimento de Deus no sentido de
comover-se ou entristecer-se mas do que no sentido de mudança no seu pensamento
(Gênesis 6:6)”.
DEUS
TEM INDIVIDUALIDADE, PERSONALIDADE, E RACIONALIDADE
Deus é um ser inteligente
com vontade (Romanos 9:19) e capacidade de raciocinar (Isaias 1:18). Ele tem
uma mente inteligente (Romanos 11:33-34). O fato de o homem ser capaz de ter
emoções indica que Deus tem emoções,
pois o homem foi criado por Deus à sua própria imagem (Gênese 1:27). A natureza
emocional essencial de Deus é o amor, mas Ele tem muitas emoções tais como
prazer, piedade ou compaixão, ódio ao pecado e zelo pela retidão (Salmo 18:19;
Salmo 103:13; Provérbios 6:16; Êxodo 20:5). Ele demora enfurecer, mas Ele pode
ter sua ira provocada (Salmo 103:8;
Deuteronômio 4:25). Deus pode ser afligido (Gênese 6:6) e santificado (Salmo
103:1). Claro que, suas emoções transcendem nossas emoções, mas podemos
descrevê-lo usando condições que descrevem emoções humanas. (Para mais prova
del que Deus é um ser individual com personalidade e racionalidade, veja as
discussões neste capítulo a respeito da onisciência de Deus e seus atributos
morais.)
OS
ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
"Deus é amor" (I
John 4:8, 16). Amor é a essência de Deus; ele é sua mesma natureza. Deus tem
muitas outras qualidades e atributos muitos dos quais prolongamentos do seu
amor.
Tabela 1: A Natureza Moral
de Deus
1 Amor I João 4:8
2 Luz I João 1:5
3 Santidade I Pedro
1:16
4 Misericórdia Salmo
103:8
5 Bondade Salmo 18:35
6 Retidão Salmo 129:4
7 Bondade Romanos 2:4
8 Perfeição Mateus 5:48
9 Justiça Isaias 45:21
10 fidelidade I
Corintios 10:13
11 Verdade João 17:17
12 Graça Salmo 103:8
Estes atributos morais de
Deus não são contraditórios, antes operam em harmonia. Por exemplo, a santidade
de Deus exigiu uma separação imediata entre Deus e o homem quando o homem
pecou. Então, a justiça e a retidão de Deus exigiam a morte como a penalidade
do pecado, mas o amor e a misericórdia de Deus procuraram o perdão. Deus
satisfez tanto a justiça quanto a misericórdia pela morte de Cristo no Calvário
e do plano de salvação que daí resultou.
Nós desfrutamos os
benefícios da misericórdia de Deus quando nós aceitarmos a obra expiatória de
Cristo e a aplicamos à nossas vidas pela fé. Quando nós aceitamos e obedecemos
pela fé o plano de salvação de Deus, Deus imputa a retidão de Cristo a nós
(Romanos 3:21-5:21). Então, Deus pode nos perdoar justamente do pecado (I João
1:9) e pode nos restabelecer a comunhão com Ele sem violar sua santidade.
A morte do Cristo inocente,
e sem pecado e a imputação da justiça de Cristo em nós satisfizeram à justiça e
à santidade de Deus. Porém, se nós rejeitarmos a expiação de Cristo, seremos
deixados sós para enfrentar o julgamento de Deus. Neste caso sua santidade
exige separação do homem pecador e sua justiça exige a morte para o homem
pecador. Assim justiça e misericórdia são aspectos complementares, não
contraditórios, da natureza de Deus, como é a santidade e o amor. Se nós
aceitamos o amor e a misericórdia de Deus Ele nos ajudará a satisfazer a sua
justiça e santidade. Se nós rejeitamos o amor de Deus e a sua misericórdia nós
temos que enfrentar sozinhos a sua justiça e santidade (Romanos 11:22).
Claro que, a lista anterior
não contém naturalmente de modo exaustivo as qualidades de Deus. Deus é
transcendental e nenhum ser humano pode compreendê-lo completamente.
"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos são meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais
altos que a terra, assim são meus caminhos mais alto que vossos caminhos, e
meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos" (Isaias 55:8-9).
"Ó profundidade das riquezas tanto da sabedoria como do conhecimento de
Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus
caminhos! Quem, pois conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu
conselheiro?” (Romanos 11:33-34).
TEOFANÍAS
Um meio pelo qual Deus se
revelava ao nível do homem e tratava com eles no Velho Testamento era através
da teofanías. Uma teofanía é uma manifestação visível de Deus, e nós
normalmente pensamos nelas como de natureza temporária. Como temos visto, Deus
é invisível ao homem. Ele se manifestou em uma forma física. Embora ninguém
possa ver o Espírito de Deus, podemos ver uma representação de Deus. Aqui segue
alguns modos nos quais Deus escolheu se manifestar no Velho Testamento.
A Abraão Deus apareceu em
uma visão, como um fogareiro de fumegante como uma tocha de fogo, e como um
homem (Gênesis 15:1; 15:17; 18:1-33). Neste último exemplo, Deus e dois anjos
apareceram na forma de três homens (18:2) e comeram comidas providas por
Abraão. Os dois anjos partiram para Sodoma enquanto Deus permaneceu para falar
com Abraão (Gênesis 18:22; 19:1).
Deus apareceu a Jacó como um
homem e com um sonho (Gênesis 28:12-16; 32:24-32). Na ocasião posterior Jacó
lutou com o homem e proclamou, “eu vi Deus cara a cara”. A Bíblia também
descreve essa aparição como" o anjo" (Oséias 12:4).
Deus apareceu a Moises em
uma nuvem de glória e como fogo no Monte Sinai, falou cara a cara com ele no
Tabernáculo, e revelou a ele sua parte de trás (glória parcial), mas não sua
face (toda Sua glória) (Êxodo 24:12-18; 33:9-11; 33:18-23). Estas referências à
face de Deus e a glória de Deus provavelmente são metáforas da presença de Deus
e poderia aplicar a muitos tipos diferentes de manifestações.
Deus se manifestou à vista
de todo o Israel por trovão, raios, nuvem, e voz de trombeta, fumaça, fogo, e
terremotos (Êxodo 19:11-19; Deuteronômio 5:4-5, 22-27). Ele também mostrou a
sua glória e enviou fogo de sua presença
à vista de todo o Israel (Leviticos 9:23-24; 10:1-2).
Jó viu Deus em um vendaval
(redemoinho) (Jó 38:1; 42:5).
Vários profetas tiveram
visões de Deus (Isaias 6; Ezequiel 1:26-28; 8:1-4; Daniel 7:2, 9; Amos 9:1). A
Ezequiel Ele apareceu na forma de um homem, envolto em fogo. Para Daniel Ele
apareceu em uma visão noturna como o Ancião de Dias. Muitos outros versos da
Bíblia nos falam que Deus apareceu a alguém mas não descreve de que maneira que
Ele o fez. Por exemplo, Deus apareceu a Abraão, Isaque, Jacó, e Samuel (Gênesis
12:7; 17:1; 26:2, 24; 35:9-15; I Samuel 3:21). Semelhantemente, Deus desceu
sobre o Monte Sinai e permaneceu com
Moises, revelou-se a setenta e quatro líderes de Israel, desceu em um pilar de
nuvem e se levantou em frente a Moises, Arão, e Miriã, encontrou-se com Balaão
à noite, e em mais duas outras ocasiões (Êxodo 34:5; 24:9-11; Numeros12:4-9;
23:3-10, 16-24).
Além dos aparecimentos
mencionados acima, a Bíblia registra outras manifestações que muitos acreditam
ser o próprio Deus. Em Josué 5:13-15, um homem que trazia uma espada na mão,
apareceu a Josué e se identificou como o" príncipe do exército do SENHOR." Esse título e o fato de que
ele não repreendeu Josué por adora-lo (diferente de Apocalipse 19:9-10;
22:8-10) sugerem que esta foi realmente uma manifestação de Deus. Por outro
lado, o teor desta passagem abre a possibilidade de que Josué não adorou o
príncipe, mas a Deus por causa do aparecimento do príncipe.
O
ANJO DO SENHOR
Algum dos numerosos
aparecimentos do “anjo do SENHOR" parecem ser teofanías. O anjo do SENHOR
apareceu a Hagar, falou como se fosse Deus, e foi chamado Deus por ela (Gênesis
16:7-13). A Bíblia diz o anjo do SENHOR aparecido a Moises no arbusto ardente,
mais a seguir afirma que Deus falou com Moises naquela ocasião (Êxodo 3; Atos
7:30-38). Êxodo 13:21 diz que o SENHOR ia adiante de Israel em uma coluna de
nuvem, enquanto Êxodo 14:19 diz que o anjo de Deus era a coluna de nuvem. O
anjo do SENHOR apareceu a Israel em Juízes 2:1-5 e falou como Deus. Juízes
6:11-24 descrevem o aparecimento do anjo do SENHOR a Gideão e a seguir diz que
o SENHOR olhou para Gideão. Novamente, o anjo do SENHOR apareceu a Manoá e à
sua esposa, e eles acreditaram ter visto a Deus (Juizes 13:2-23).
Em outras visitações do anjo
do SENHOR não encontramos indícios de que fossem manifestações do próprio Deus,
mas frequentemente as pessoas entendem que sim. Exemplos disso são os
aparecimentos a Abraão no Monte Moriá e a Balaão (Gênesis 22:11-18; Números
22:22-35). Às vezes o anjo do SENHOR não é claramente uma manifestação de Deus,
mas um anjo identificado como um outro ser separado diferente do SENHOR Deus.
Exemplos disso são os aparecimentos a Davi e a Zacarias (II Samuel 24:16; I
Crônicas 21:15-30; Zacarias 1:8-19).
O anjo do Senhor no Novo
Testamento é aparentemente nada além de um anjo, e com certeza não se trata de
Jesus Cristo (Mateus 1:20; 2:13; 28:2; Atos 8:26).
Analisando todos estes
versos da Bíblia, dizem alguns que o anjo do SENHOR sempre é uma manifestação
direta de Deus. Porém, alguns dos exemplos mencionados acima não apoiam de fato
esta visão e dois deles contradizem isto. Outros dizem o anjo do SENHOR é uma
manifestação de Deus em alguns exemplos e não em outros. Esta segunda visão
parece ser consistente com a Bíblia.
Porém, uma terceira visão é
que o anjo do SENHOR nunca é o SENHOR, mas sempre literalmente um anjo. Para
apoiar esta última visão, dando ênfase que anjos são porta-vozes, mensageiros,
e agentes de Deus. Em outras palavras, esta visão sustenta ser apropriado
dizer" o SENHOR disse" ou" o SENHOR fez" embora Ele
dissesse ou fizesse pela intervenção de um anjo. De acordo com esse ponto de
vista, a descrição de um ato de Deus relatado como um aparecimento angelical é
um modo resumido de dizer que Deus agiu através do anjo. Desde que os
escritores bíblicos deixaram claro desde os princípios dos relatos, que um anjo
foi o agente direto, nenhuma ambiguidade ou discrepância precisa existir. Sob
esse raciocínio, as pessoas que reconheceram a visitação de Deus ou estavam
enganadas na sua crença que tinham visto o próprio Deus ou, mais
plausivelmente, reconheceram que Deus estava usando um anjo para falar com eles
e então se dirigiu a Deus pelo anjo. Não há outro modo para reconciliar esta
terceira visão com versos de Bíblia que identifica o anjo do SENHOR com o
próprio SENHOR: isto é, o anjo apareceu visivelmente, mas o SENHOR também
estava presente de maneira invisível. Assim sendo, as referências ao SENHOR
agindo ou falando podem significar literalmente o SENHOR e não o anjo.
Resumindo, é evidente que o
anjo do SENHOR no Velho Testamento não era sempre Deus mesmo. Uma pessoa pode
argumentar plausivelmente que o anjo do SENHOR nunca era uma real teofanía, mas
não pode combater seriamente que o anjo do SENHOR era sempre uma teofanía.
A explicação mais simples é
que a expressão, “O anjo do SENHOR”, às vezes se refere a uma teofanía de Deus,
mas outras vezes denota nada além de um simples anjo.
Um estudioso trinitariano
resume assim o ponto de vista predominante como segue:
"No Velho Testamento o
anjo do SENHOR poderia ser apenas um mensageiro de Deus (a própria palavra em
hebraico significa mensageiro), distinto
do próprio Deus (2 Sam. 24:16), ou ele poderia ser identificado com o próprio
SENHOR que fala na primeira pessoa. é típico das teofanías do Velho Testamento
o fato de Deus não poder ter sua forma delineada. Deus é livre para tornar sua
presença conhecida, mesmo quando os seres humanos precisam ser protegidos de
sua presença imediata".
MELQUESEDEQUE
Muitos consideram
Melquesedeque como um teofanía (Gênesis 14:18). Hebreus 7:3 diz que ele era sem
pai, mãe, e sem genealogia. Isto poderia significar que ele era Deus em forma
humana, ou simplesmente poderia significar que a origem genealógica dele não
foi registrada. Hebreus 7:4 o chama de homem. Indiferentemente ao fato de ser
considerado um homem comum ou uma teofanía de Deus em forma de homem, ele foi
um tipo ou símbolo de Cristo (Hebreus 7:1-17).
O
QUARTO HOMEM NO FOGO
Uma suposta teofanía é o
quarto homem que apareceu no fogo quando foram lançados Sadraque, Mesaque, e
Abedenego na fornalha (Daniel 3:24-25). O rei pagão que Nebucodonozor disse,
“Eu, porém vejo quatro homens soltos... e o aspecto do quarto é semelhante a um
Filho dos deuses" (Daniel 3:25). Algumas versões dizem “Ao Filho de Deus”
Porém, no idioma original (aramaico) não existe o artigo definido antes da
palavra Filho; quer dizer, não há o artigo o antes de Filho nesta passagem. O
NIV e ABA fazem esta frase como “um filho dos deuses”.O rei estava usando
terminologia pagã e não tinha nenhum conhecimento da vinda do único Filho de
Deus. Provavelmente o rei viu um anjo, porque ele descreveu esta manifestação
como um anjo (Daniel 3:28). Parece que a expressão “um filho dos deuses"
pode se referir a seres angelicais (Jó 38:7). No máximo, o que Nebucodonozor
viu pode ter sido apenas uma temporária teofanía de Deus. Certamente, esta não
era uma visão do Filho de Deus descrita no Novo Testamento, porque o Filho
ainda não tinha nascido e a filiação não tinha ainda começado.
HÁ
TEOFANÍAS NO NOVO TESTAMENTO?
O Novo Testamento não
registra nenhuma teofanías de Deus em forma humana a não ser Jesus Cristo.
Claro que, Cristo era mais que uma teofanía; Ele não era só Deus aparecendo-se
na forma de um homem, mas Ele era Deus vestido com verdadeiro corpo e natureza
humana. O anjo do Senhor em Mateus 1:20, 2:13, 28:2 e Atos 8:26 parece ser
apenas um anjo e nada mais; não há evidência em contrário. Está claro nessas
passagens que o anjo não é Jesus Cristo. Isto está de acordo com a conclusão de
que o anjo do SENHOR no Velho Testamento não era sempre o próprio SENHOR. A
único possível teofanía do Novo Testamento é a pomba no batismo de Cristo.
OS
EVANGELHOS
para um estudo completo a
respeito da pomba e a razão especial para seu aparecimento).
Por que essa falta de
teofanías no Novo Testamento? A razão é que não há nenhuma necessidade delas.
Deus se revela completamente em Jesus Cristo. Jesus descreve e revela
completamente o Pai (João 1:18). Jesus é a imagem expressa do Deus invisível, o
brilho de sua glória, e a imagem expressa de sua pessoa (Colossenses 1:15;
Hebreu 1:3).
JESUS
É DEUS
"Porquanto nele habita
corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9).
O fato que Jesus é Deus está
tão firmemente estabelecido nas Escrituras quanto o fato de que Deus é único. A
Bíblia ensina que Jesus é totalmente Deus e Totalmente Homem; neste capítulo
estudarmos a primeira afirmativa e a seguinte, estudaremos posteriormente no
Capítulo
O
FILHO DE DEUS.
O Velho Testamento Testifica
Que Jesus É Deus, as provas bíblicas que Jesus é Deus.
1. Isaias 9:6 é um das
provas mais poderosas de que Jesus é Deus": Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros e o seu nome será:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, O Pai da Eternidade O Príncipe da
Paz." Os termos menino e filho se referem à Encarnação ou manifestação do
"Deus Todo-poderoso" e" do Pai eterno."
2. Isaias profetizou que o
Messias seria chamado Emanuel, isso é, Deus conosco (Isaias 7:14 Mateus
1:22-23).
3. Isaias descreveu o
Messias como rebento do trono de Jessé (o pai de Davi) e como renovo das raízes
de Jessé (Isaias 11:1, 10; veja também Apocalipse 22:16). De acordo com a carne
Ele era um descendente (rebento do tronco) de Jessé e Davi, mas de acordo com o
Seu Espírito Ele era Seu Criador e fonte de vida (raiz). Jesus usou este
conceito para confundir os Fariseus quando Ele citou Salmo 110:1 e perguntou,
em essência, “Se Davi, pois lhe chama Senhor, como é ele seu filho (o
descendente) de Davi?" (Mateus 22:41-46).
4. Isaias 35:4-6 mostra que
Jesus é Deus: Veja, seu Deus. “Ele virá e vos salvará”. Nessa passagem
encontramos que quando Deus vier, os olhos dos cegos se abrirão, os ouvidos do
surdo serão desimpedidos, os mancos saltarão, e as línguas dos mudos falarão.
Jesus aplicou essa passagem das Escrituras a Si próprio (Lucas 7:22) e, claro
que, em Seu ministério todas essas coisas aconteceram.
5. Isaias 40:3 declara que
alguém clamaria no deserto: “Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo
vereda a nosso Deus." João Batista cumpriu esta profecia quando ele
preparou o caminho para Jesus (Mateus 3:3); Jesus portanto é o SENHOR (Jeová) e
nosso Deus.
6. Miquéias 5:2 prova que o
Messias é Deus. "Mas tu, Belém Efrata... de ti me sairá o que de reinar em
Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade”.
Assim o Velho Testamento
afirma claramente que o Messias e Salvador que estava para vir seria o próprio
Deus.
O Novo Testamento Proclama
Que Jesus é Deus
1. De acordo com Atos 20:28,
a igreja foi comprada com o próprio sangue de Deus, isto é o sangue de Jesus.
2. Tomé confessou que Jesus
era Senhor e Deus (João 20:28).
3. Paulo descreveu Jesus
como" nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (Tito 2:13; a NIV diz:" nosso grande Deus e
Salvador, Jesus Cristo").
4. Pedro O descreveu como
“nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (II Pedro 1:1; as versões NIV e TAB
ambos registram," nosso Deus e Salvador o Jesus Cristo").
5. Nossos corpos são templos
de Deus (I Corintios 3:16-17), contudo nós sabemos que Cristo mora em nossos
corações (Efésios 3:17).
6. A carta aos Colossenses,
enfatiza a divindade de Cristo fortemente. "Porquanto nele habita
corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9; veja também
1:19). De acordo com estes versos da Bíblia, Jesus não é só uma parte de Deus,
mas a totalidade de Deus reside nele. Se houvesse várias pessoas na Divindade,
de acordo com Colossenses 2:9 todas eles habitariam na forma corpórea de Jesus.
Nós nos aperfeiçoamos nele (Colossenses 2:10). O que quer que seja que
precisamos de Deus podemos achar em Jesus Cristo sozinho. (Para um estudo mais
completo de Colossenses 2:9 e outras
provas da divindade de Cristo em Colossenses, o Novo Testamento testifica a
completa Divindade de Jesus Cristo.
DEUS
SE MANIFESTOU NA
CARNE
COMO JESUS
A afirmação de que Jesus é
Deus implica necessariamente em que Deus assumiu a carne humana. Isso é na
realidade o que a Bíblia diz.
1. "Aquele que foi
manifestado na carne, foi justificado em Espírito, visto por anjos, pregado
entre os gentios, crido no mundo, recebido em cima na glória" (I Timóteo
3:16; veja o verso 15 para confirmação adicional de que Deus é o assunto do
verso 16). Deus foi manifestado (feito visível) na carne; Deus foi justificado
(manifestado justo) no Espírito; Deus foi visto por anjos; Deus foi crido no
mundo; e Deus foi recebido em cima na glória. Como e quando tudo isto
aconteceu? Em Jesus Cristo.
2. "No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e O Verbo era Deus. E o Verbo foi feito
carne”.(João 1:1, 14). Literalmente, o Verbo (Deus) foi obrigado ou habitou
como em tenda na carne. Quando Deus se abrigou ou se vestiu de carne? Em Jesus
Cristo. Ambos os versos da Bíblia provam que Jesus é Deus - que Ele é Deus manifestado (revelado, feito
conhecido, tornado evidente, exibido, mostrado) em carne.
Deus é Espírito sem carne e
sangue e invisível ao homem. Para se tornar visível ao homem e para derramar
sangue inocente pelos nossos pecados, Ele tinha que se tornar carne.
Jesus não é um outro Deus ou
uma parte de Deus, mas Ele é o Deus do Velho Testamento encarnado. Ele é o Pai;
Ele é Jeová que veio em carne para servir de ponte no abismo existente entre o
homem e Deus e criado pelo pecado do homem. Ele vestiu carne como um homem veste
um manto.
Muitos versos da Bíblia
declaram que Jesus Cristo é o Deus do Velho Testamento revestido de carne com a
finalidade de auto-revelação e reconciliação.
3. "A saber, que Deus
estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo” (II Corintios 5:19).
4. "Ninguém jamais viu
a Deus; o Filho unigênito que está no seio do Pai é quem o tem revelado
[falado, revelou]” (João 1:18).
5. "Deus que há vários
tempos falou muitas vezes e de muitas maneiras aos pais pelos profetas, nestes
últimos dias nos falou pelo Filho. O brilho de sua glória, e uma imagem
expressa de sua pessoa". (Hebreus 1:1-3).
6. Jesus é “a imagem do Deus
invisível" (Colossenses 1:15; II Corintios 4:4).
7. Ele é Deus ocultou em
carne (Hebreus 10:20). Como profetizou Abraão, provavelmente sem entender o
significado completo de suas próprias palavras, “Deus proverá um cordeiro para
Si meu filho" (Gênesis 22:8). Deus realmente providenciou um corpo para Si
mesmo “: Sacrifício e oferta não quiseste, antes corpo tu me" preparou
(Hebreus 10:5).
8. Jesus foi o construtor da
casa (Deus o Pai e Criador) e também um filho com maior honra que a própria
casa que estabeleceu (Hebreus 3:3-6).
9. Ele veio para sua própria
criação e para seu próprio povo escolhido, mas eles não O reconheceram nem O
receberam (João 1:10-11).
O
VERBO
João capítulo 1 ensina de
modo maravilhoso o conceito de Deus manifesto em carne. No princípio era o
Verbo (em grego, Logos). O Verbo não era uma pessoa separada ou um deus à
parte, assim como a palavra de um homem não é uma pessoa separada dele. O Verbo
era antes, o pensamento ou um plano, na mente de Deus. A Palavra estava no
princípio de fato com Deus era o próprio Deus (João 1:1). A Encarnação existiu
na mente de Deus antes do mundo existir. Na verdade, na mente de Deus o Cordeiro
foi morto antes da fundação do mundo (I Pedro 1:19-20; Apocalipse 13:8).
No grego, logos pode
significar a expressão ou o plano tal como existe na mente do proclamador - como uma peça na cabeça de um autor - ou pode significar o pensamento como proferido
ou caso contrário fisicamente expresso -
como uma peça encenada em um palco. João 1 diz que o Verbo existia na mente de
Deus desde o começo dos tempos. Quando chegou a hora, Deus pôs Seu plano em
ação. Ele pôs carne naquele plano na forma do homem Jesus Cristo. O Logos é
Deus expresso. Como diz John Miller, o Logos é “Deus anunciando a Si
mesmo". De fato, a versão TAB
traduz a última frase de João 1:1 como:
"O Verbo era o próprio Deus." Flandres e Cresson afirmam," O
Verbo era a intenção de Deus de Se auto-revelar". Esse pensamento é
destacado posteriormente pelo versículo 14, que diz que o Verbo encarnado tinha
a glória como do unigênito do Pai, e pelo versículo 18, que afirma que o Filho
revelou o Pai.
Na filosofia grega, o Logos
passou a significar razão ou sabedoria como o princípio controlador do
universo. Nos dias de João, alguns filósofos gregos e teólogos judeus
influenciados pelos pensamentos grego (especialmente o pensador judeu, Philo de
Alexandria) considerou no Logos como uma divindade inferior ou secundária, ou o
aceitavam como uma emanação de Deus no tempo. Algumas heresias cristãs, inclusive uma forma
emergente de Gnosticismo, já estavam incorporando essas teorias em suas
doutrinas, e portanto relegando Jesus então a um papel inferior. João usou
deliberadamente a terminologia própria desses pensadores para refutar estas
doutrinas e declarar a verdade. O Verbo não era inferior a Deus; Ele era Deus
(João 1:1). O Verbo não emanou durante um certo tempo de Deus; estava no
princípio com Deus (João 1:1-2). Jesus Cristo, o Filho de Deus, não era outro
senão o Verbo, ou Deus, revelado na carne. Também note que a palavra grego
pros, traduzida como " com" no verso 1, é a mesma palavra traduzida
como " pertencendo a" em Hebreus 2:17 e 5:1. João 1:1 poderia incluir
em seus significados, então, o seguinte": O Verbo se referia a Deus e a
Palavra era Deus," ou," O Verbo pertencia a Deus e era Deus."
JESUS
ERA DEUS DESDE O
PRINCÍPIO
DE SUA VIDA HUMANA
Deus foi manifestado na
carne através de Jesus Cristo, mas a que ponto de sua vida Deus realmente
habitou o Filho? A Bíblia declara inequivocamente que a plenitude de Deus
estava em Jesus desde o momento que sua vida humana começou.
1. Mateus 1:23 diz, “Veja,
uma virgem conceberá, e dará a luz um filho, e ele será chamado pelo nome dele
Emanuel que quer dizer, Deus conosco". Ele era “Deus conosco" desde o
Seu nascimento.
2. Os anjos O adoraram em
seu nascimento (Hebreus 1:6), Simeão reconheceu a criança como sendo o Cristo
(Lucas 2:26), Ana viu o bebê como sendo o redentor de Israel (Lucas 2:38), e os
magos adoraram a criança (Mateus 2:11).
3. Miquéias 5:2 atribuía
divindade ao Messias em seu nascimento em Belém, não depois de sua vida em
Nazaré ou Seu batismo no Jordão.
4. Lucas 1:35 explica porque
Jesus era Deus desde o princípio de sua vida humana. O anjo disse a Maria:
“Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a
sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamada Filho
de Deus”. Jesus nasceu de uma virgem, sua concepção sendo efetuado pelo
Espírito Santo. Por causa disto (“então"), Ele era o Filho de Deus. Em
outras palavras, Jesus é o Filho de Deus porque Deus, e não um homem, foi
responsável por sua concepção. Deus era literalmente seu Pai. "Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito". (João 3:16).
Gerar significa procriar, ser o genitor, ou produzir. Jesus foi gerado por Deus
no útero da virgem a Maria.
Isaias 7:14 também liga a
concepção da virgem com o reconhecimento que o Filho assim nascido seria Deus.
Em outras palavras, no momento da concepção, Deus colocou sua natureza divina
na semente da mulher. A criança que nasceria recebeu de Deus naquele momento
sua vida e o lado paterno de sua natureza. Do lado da mãe recebeu a natureza
humana de Maria; do lado do pai (Deus, não José) recebeu a natureza de Deus.
Jesus obteve a natureza divina pelo processo de concepção; Ele não se tornou
divino por algum ato posterior de Deus. Seu nascimento de uma virgem, Jesus
estabelece sua divindade.
Alguns acreditam que Jesus
recebeu a plenitude de Deus em algum momento posterior na vida dele, como, por
exemplo, pela ocasião do seu batismo. Porém, levando em conta o nascimento de
uma virgem e Lucas 1:35 isso não pode ser assim. Jesus recebeu Sua natureza de
divindade como também a natureza de humanidade no momento de Sua concepção. A
descida do Espírito Santo como uma pomba no batismo de Jesus não era um batismo
do Espírito Santo; Jesus já trazia dentro de Si toda plenitude de Deus
(Colossenses 2:9). Antes, Seu batismo, entre outras coisas, aconteceu como uma
unção simbólica para o início de seu ministério terrestre e como uma
confirmação para João Batista de Sua divindade (João 1:32-34).
O
MISTÉRIO DA PIEDADE
O fato de Deus ter se
tornado carne que é uma das coisas mais maravilhosas e incompreensíveis sobre Deus. "E sem
controvérsia grande é o mistério de piedade: Deus foi manifestado na carne…”
(II Timóteo 3:16). Jesus é diferente de
qualquer outro homem que já existiu, ou que jamais existirá. Ele tem duas
naturezas; Ele é completamente Deus e completamente homem.
A maior parte dos problemas
na mente das pessoas relativos à Divindade, vem deste grande mistério. Eles não
conseguem entender a dualidade da natureza de Cristo e não podem separar corretamente
esses dois papéis. Eles não podem
compreender como Deus poderia assumir a forma de um bebê e habitar entre os
homens.
É verdade que nós não
podemos compreender completamente o milagre da concepção - a união de Deus e o
homem - no útero de Maria, mas podemos aceitá-lo pela fé. Na realidade, se nós
não acreditamos que Jesus veio em carne, temos um espírito de anticristo (II
João 7), mas se aceitamos realmente essa
doutrina de Cristo, teremos o Pai e o
Filho (II João 9). Ambos, o Pai e Filho são revelados em Cristo (João 10:30;
14:6-11).
O mistério de Deus em carne
foi uma grande pedra de tropeçando para os judeus. Eles nunca poderiam entender
como Jesus, sendo um homem, poderia também ser Deus (João 10:33). Porque Ele
afirmava ser Deus, eles O rejeitaram e buscaram matá-lo (João 5:18; 10:33).
Mesmo hoje, muitos judeus
não aceitam a Jesus por esse motivo. Em uma conversa, um rabino judeu Ortodoxo
nos falou que nunca poderia aceitar a Jesus como Deus. Ele sentia que sendo Deus
um Espírito onipresente, invisível
Ele nunca poderia ser visto pelo homem e não podia se tornar visível em
carne. O raciocínio dele nos fez lembrar dos judeus nos dias de Jesus. Como
este rabino muitos tentaram limitar Deus por suas próprias ideias
preconceituosas de como Deus poderia, ou não agir. Além disso, eles não tiveram
um conhecimento completo das Escrituras do Velho Testamento que proclamam a
divindade do Messias.
Embora seja humanamente
difícil entender como Deus infinito poderia habitar na carne, ainda assim, é
isso que as Escrituras afirmam. Fizemos o rabino se lembrar de como Deus
apareceu a Abraão na forma de homem
em Gênese 18. Ele admitiu que era um
problema pessoal para ele, mas tentou
explicar isso em termos de um antropomorfismo
ou linguagem figurativa. Então nos referimos a outros versos da Bíblia
como Isaias 7:14, 9:6, Jeremias 23:6, e Miquéias 5:2 para mostrar que o Messias
seria Jeová Deus. O rabino não teve nenhuma resposta a não ser dizer que nossas
traduções destes versos da Bíblia estavam possivelmente incorretas. Ele
prometeu estudá-las melhor.
Jamais houve um mistério
quanto às "pessoas" na Divindade. A Bíblia claramente afirma que há
apenas um Deus, e isso pode ser facilmente entendido por todos. O único
mistério a respeito da Divindade é como Deus pôde vir em carne, como Jesus pôde
nascer tanto Deus quanto homem. Mas a verdade deste mistério tem sido revelada
àqueles que crerem. O mistério de Jesus Cristo foi mantido em segredo desde que
o mundo foi fundado, mas foi revelado na era do Novo Testamento (Romanos
16:25-26; Colossenses 1:25-27). UM mistério no Testamento Novo é simplesmente
um plano de Deus que não foi compreendido no Velho Testamento mas que foi feito conhecido a nós. "Nós
podemos entender… o mistério de Cristo que em outras gerações não foi feito
conhecido aos filhos dos homens, como agora foi revelado aos seus santos
apóstolos e profetas pelo Espírito" (Efésios 3:4-5).
Podemos conhecer o mistério
de Deus e do Pai que é Cristo (Colossenses 2:2; também veja as versões NIV e TAB).
Na realidade, Paulo explicou este mistério dizendo que em Jesus Cristo estão
todos os tesouros da sabedoria, conhecimento, e plenitude de Deus (Colossenses
2:3, 9). O mistério de Deus foi revelado a nós pelo Espírito de Deus (I
Corintios 2:7-10). Esta revelação vem a nós pela Palavra de Deus que é
iluminada pelo Espírito Santo (I Corintios 2:7-10). A luz de Cristo que é a
imagem de Deus brilhou em nossos corações (II Corintios 4:3-4). Não há,
portanto nenhum mistério bíblico sobre a Divindade e certamente nenhum mistério
sobre o número de pessoas na Divindade. O único mistério é Cristo, e Ele nos
foi revelado! O mistério de Deus e o mistério de Cristo convergem na
Encarnação. É que simplesmente o único Deus de Israel veio a terra em carne.
Este mistério foi revelado e a Palavra de Deus declara que ele se tornou
conhecido a nós hoje.
JESUS
É O PAI
Se há somente um Deus sendo
Deus o Pai (Malaquias 2:10), e se Jesus é Deus, então logicamente segue-se o
fato de que Jesus é o Pai. Para esses que de alguma maneira pensam que Jesus
pode ser Deus e ainda não pode ser o Pai, nós ofereceremos provas bíblicas
adicional que o Jesus é o Pai. Elas servirão também como maior evidência que
Jesus é Deus. Na verdade dois versículos da Bíblia são suficientes para provar este
ponto de vista.
1. Isaias 9:6 chama o Filho
de Pai da eternidade. Jesus é o Filho profetizado e há somente um Pai
(Malaquias 2:10; Efésios 4:6), assim Jesus deve ser Deus o Pai.
2. Colossenses 2:9 proclama
que toda a plenitude da Divindade habita em Jesus. A Divindade inclui o papel
do Pai, assim o Pai deve habitar em Jesus.
3. Além destes dois
versículos, o próprio Jesus ensinou que Ele era o Pai. Uma vez, quando Jesus
estava falando sobre o Pai, os Fariseus perguntaram: “Onde está teu Pai? Jesus
respondeu, não me conheceis a mim, nem a meu Pai: se tivessem me conhecido,
também" deveriam ter conhecido meu Pai (João 8:19). Jesus continuou
dizendo: “porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados"
(João 8:24).
Em algumas versões aparece
“ele” em itálico após eu “sou”, fato que indica que “ele” foi acrescentado
pelos tradutores, não existindo no original grego. Jesus estava na verdade se
identificando como o “Eu SOU" de Êxodo 3:14. Os judeus que não entenderam
o Ele queria dizer perguntaram: “Quem és tu?" Jesus respondeu, “Que é que
desde o princípio vos tenho dito?” (João 8:25). Porém, “eles não entenderam que
ele lhes falava do Pai" (João 8:27). Em outras palavras, Jesus tentava
dizer-lhes que Ele era o Pai e o Eu SOU, e que se eles não O aceitassem como
Deus morreriam em seus próprios pecados.
4. Em outro lugar Jesus
disse: “Eu e meu Pai somos um" (João 10:30). Alguns tentam dizer que Ele
era um com o Pai assim como um marido e a esposa são um ou como dois homens
podem ser um quando concordam. Esta interpretação tenta debilitar a afirmativa
de Jesus. Porém, outros versos sustentam de nodo completo que Jesus não era
somente o Filho em Sua humanidade, mas também o Pai em sua divindade.
5. Por exemplo, Jesus
declarou em João 12:45, “E quem me vê a mim vê aquele que me enviou". Em
outras palavras, se uma pessoa ver Jesus no que diz respeito a sua divindade,
vê o Pai.
6. Em João 14:7 Jesus disse
a seus discípulos: “Se vós me tivessem conhecido, conheceríeis também a meu
Pai. E desde agora o conheceis e o tendes visto”. Ao ouvir esta declaração,
Filipe replicou: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (João 14:8).
Em outras palavras, ele pediu que Jesus lhes mostrasse o Pai e então eles
ficariam satisfeitos. A resposta de Jesus foi: “Há tanto tempo estou convosco e
não me tendes conhecido Filipe? Quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu
então, mostra-nos o Pai? Tu não crês que eu estou no Pai, e o Pai em mim? As
palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em
mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai e o Pai em mim; crede ao
menos por causa das mesmas obras” (João 14:9-11). Esta declaração vai além de
um simples relacionamento harmonioso; ela pode ser visto como nada menos que a
afirmação de Cristo de ser o Pai manifestado em carne. Como muitas pessoas
hoje, Filipe não tinha compreendido que o Pai é um Espírito invisível e que o
único modo de alguém jamais O ver, seria através da pessoa de Jesus Cristo.
7. Jesus disse: “O Pai está
em mim, e eu nele" (João 10:38).
8. Jesus prometeu ser o Pai
de todos os vencedores (Apocalipse 21:6-7).
9. Em João 14:18 Jesus
disse: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós outros”. A palavra grega
traduzida para órfãos é orphanosque a Concordância Exaustiva de Strong, define
como “despojado (' órfãos), i.e. sem pais”. Jesus estava dizendo: “eu não os
deixarei como órfãos" (NIV e TAB), ou “eu não o deixarei órfão: Voltarei
para vós”. Jesus, falando como o Pai, prometeu que Ele não deixaria seus
discípulos órfãos.
Abaixo se seguem algumas
comparações que oferece prova adicional de que Jesus é o Pai.
10. Jesus profetizou que Ele
haveria de ressuscitar Seu próprio corpo da morte, em três dias (João 2:19-21),
todavia Pedro pregou que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos (Atos 2:24).
11. Jesus disse que nos
mandaria o Consolador (João 16:7), mas disse, também, que o Pai enviaria o
Consolador (João 14:26).
12. O Pai, sozinho, pôde
trazer os homens a Deus (João 6:44), ainda assim, Jesus disse que Ele atrairia
todos os homens (João 12:32).
13. No último dia, Jesus
ressuscitará a todos os que crerem (João 6:40), embora Deus o Pai vivifique (dê
vida) aos morto e nos levantará (Romanos 4:17; I Corintios 6:14).
14. Jesus prometeu responder
às orações daqueles que crêem (João 14:14), mas também disse que o Pai
responderia as orações (João 16:23).
15. Cristo é nosso
purificador (Efésios 5:26), mas o Pai também nos santifica (Judas 1).
16. I João 3:1, 5 afirma que
o Pai nos amou e se manifestou para retirar os nossos pecados, contudo nós
sabemos que era Cristo que foi manifestado no mundo para tomar pecado (John
1:29-31).
Podemos compreender
facilmente tudo isso se atentarmos para o fato de que Jesus tem uma dupla
natureza. Ele é tanto Espírito como carne, Deus e homem, Pai e Filho. No lado
humano Ele é o Filho do homem; em seu lado divino Ele é o Filho de Deus e é o
Pai habitando em carne.
JESUS
É JEOVÁ
As passagens das Escrituras
demonstrando que Jesus é o Pai não enfraquecem nossa prova de que o Jesus é o
único Deus.
Abaixo seguem doze
versículos das Escrituras provando especificamente que Jesus é Jeová - o único Deus do Velho Testamento.
1. Isaias 40:3 profetizou
que uma voz clamaria no deserto: “Preparai o caminho do SENHOR" (Jeová);
Mateus 3:3 diz que o João Batista é o cumprimento desta profecia. Sabemos que
João preparou o caminho do Senhor Jesus Cristo. Uma vez que o nome Jeová era o
nome sagrado para o único Deus, a Bíblia não aplicaria a nenhum outro que não o
Santo de Israel; aqui ele se refere a Jesus.
2. Malaquias 3:1 afirma, “De
repente virá ao seu templo o SENHOR, a quem vós buscais, o Anjo da
Aliança". Isto foi cumprido por Jesus, seja significando o Templo,
literalmente, ou seja, significando o templo do corpo de Jesus (João 2:21).
3. Jeremias 23:5-6 fala de
um Renovo justo de Davi - uma clara
referência ao Messias - e o chama de
“SENHOR JUSTIÇA NOSSA." (Também veja JeremiaS 33:15-16.) Em outras
palavras, Jesus é "Jeová Justiça Nossa."
4. Falando de Jeová Isaías
diz: "Pelo que o seu próprio braço lhe trouxe salvação" (Isaías
59:16), “e o seu braço dominará" (Isaías 40:10). Isaías 53:1-2 descreve o
Messias como a revelação do braço do SENHOR. Então, Jesus o Salvador não é
outro Deus, mas uma extensão de Jeová em carne humana, para trazer salvação ao
mundo.
5. Isaías profetizou que a
glória do SENHOR seria revelada a toda a carne (Isaías 40:5). Tendo Jeová dito
que não daria a sua glória a nenhum outro (Isaías 42:8; 48:11), sabemos que Ele
poderia cumprir essa profecia apenas através da revelação de Si mesmo. De fato,
no Novo Testamento encontramos que Jesus tinha a glória do Pai (João 1:14;
17:5). Ele é o Senhor da glória (I Corintios 2:8). Quando Jesus vier novamente,
Ele virá na glória do Pai (Mateus 16:27; Marcos 8:38). Se Jesus tem a glória de
Jeová, Ele tem que ser Jeová.
6. Jeová disse: “Por isso o
meu povo saberá o meu nome: portanto naquele dia saberá que eu sou quem fala:
Eis-me aqui" (Isaías 52:6). Ainda assim sabemos que Jesus é o único que
revelou o Pai, manifestou o nome do Pai, e tornou conhecido o nome do Pai (João
1:18; 17:6; 17:26). Jesus declarou o nome do Senhor (Salmos 22:22; Hebreus
2:12). Portanto, Ele tem que ser Jeová.
7. O SENHOR disse, “Diante
de mim se dobrará todo joelho, toda língua jurará" (Isaías 45:23). Paulo
citou este versículo das Escrituras para provar que todos permanecerão diante
do trono de julgamento de Cristo (Romanos 14:10-11). Paulo escreveu, também:
“Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho” (Filipenses 2:10).
8. Zacarias oferece prova
convincente que Jesus é Jeová. Na passagem começando com Zacarias 11:4, “Assim
diz o SENHOR meu Deus": “Pesaram, pois por meu preço trinta moedas de
prata”.Em Zacarias 12:10 Jeová afirmou: “olharão para mim a quem
transpassaram”. Claro que, foi Jesus que foi vendido por trinta moedas de prata
e quem foi perfurado (Mateus 26:14-16; João 19:34). Zacarias 12:8 diz com
referência ao Messias, “a casa de Davi será como Deus”. Zacarias escreveu,
também “Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos com ele" e O
descreve lutando contra muitas nações e diz que naquele dia seus pés estarão
sobre o Monte das Oliveiras (Zacarias 14:3-5). Sabemos que Jesus é aquele que
virá de volta ao Monte das Oliveiras como Rei dos reis e Senhor dos senhores
para guerra contra as nações (Atos 1:9-12; I Timóteo 6:14-16; Apocalipse
19:11-16).
9. Quando Paulo, judeu
instruído, fariseu dos Fariseus, perseguidor fanático do Cristianismo, foi
ferido na estrada de Damasco por uma luz ofuscante de Deus, ele perguntou,
“Quem és tu, Senhor?" Como um judeu, ele sabia que havia só um Deus e
Senhor, e ele estava perguntando: “Quem és tu, Jeová?" O Senhor respondeu,
“eu sou Jesus" (Atos 9:5).
10. Embora Moises tratasse
com Jeová Deus, Hebreus 11:26 diz que o Moises considerou o opróbrio de Cristo
como maiores riquezas que os tesouros do Egito. Assim o Deus de Moises era o
Jesus Cristo.
11. O Salmo 68:18 descreve
uma cena na qual Jeová ascende ao alto e conduz cativo o cativeiro, contudo nós
sabemos que Jesus ascendeu às alturas e levou cativo o cativeiro. Na realidade,
Efésios 4:7-10 aplica essa profecia a Jesus.
12. Apocalipse 22:6 diz: “o
Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas enviou seu anjo" a João, mas
verso 16 diz, “eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas”.
Ainda há muito mais
passagens da Bíblia que identifica Jesus com o único Jeová Deus. Abaixo
encontramos uma lista de versículos que lado a lado descrevem Jeová de
determinadas maneiras com versos que descrevem Jesus da mesma maneira. Assim,
todos esses versículos das escrituras provam que Jesus é Jeová.
o Livro do Apocalipse nos
fala que quando chegarmos ao céu, veremos Jesus sozinho no trono. Jesus é a
única manifestação visível de Deus que jamais veremos no céu.
A
REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO
O Livro do Apocalipse contém
muitas outras afirmações valiosas a respeito da divindade de Jesus. O propósito
de Deus ao fazer com que João escrevesse o livro, era revelar ou desvelar Jesus
Cristo, não somente revelar os acontecimentos futuros. Na realidade, todas as
escritas de João enfatizam a unidade de Deus, a deidade de Cristo, e a natureza
dual de Cristo. João escreveu o Evangelho de João de forma que crêssemos que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (João 20:31). Aceitar Jesus como Filho de
Deus significa aceitá-lo como Deus, porque o título “Filho de Deus"
significa simplesmente Deus manifestado na carne. (Veja Capítulo 5 - O FILHO DE
DEUS para discussões adicionais.) João identificou Jesus como Deus, o Verbo, o
Pai, e Jeová (o Eu sou). Todas as escritas de João elevam a divindade de Jesus;
o Livro do Apocalipse não é nenhuma exceção.
Apocalipse 1:1 nos fala que
o livro é a revelação de Jesus Cristo. A palavra grega para revelação é
apokalupsis do qual nós obtemos a palavra apocalipse. Significa literalmente um
desvendar ou um descobrir. Certamente o livro é uma profecia de coisas por vir,
mas um das principais razões para esta profecia é revelar Cristo - mostrar quem Ele realmente é. O estudante
zeloso da Bíblia deve buscar entender as predições no livro; mas, mais
importante, ele deverá buscar compreender a razão dessas profecias. Ele deve
buscar entender a revelação de Jesus Cristo nestes eventos futuros.
O Livro do Apocalipse
apresenta Jesus tanto em sua humanidade quanto em Sua divindade. Ele é o
Cordeiro por causa de nossos pecados, mas Ele é também o Deus Todo-poderoso no
trono. Abaixo temos uma lista de algumas das maneiras pelas quais o livro
apresenta Cristo.
JESUS
NO LIVRO DO APOCALIPSE
Título Comentário Passagem do Apocalipse
1 Testemunha fiel - O profeta e apóstolo 1:5
2 Primogênito dos mortos 1:5
3 Soberano dos reis 1:5
4 Alfa e Omega 1:8, 11;
21:6; 22:13
5 Princípio e Fim 1:8;
21:6;
6 Aquele que é, que era, e que há de vir 1:8; 4:8
7 O Todo-poderoso 1:8;
4:8
8 Filho do homem O
mesmo que Ancião de Dias em Daniel 7:9 1:13
9 Primeiro e último 1:17;
22:13
10 Aquele que vive, esteve morto, está vivo pelos séculos dos
séculos 1:18
11 Possuidor dos sete Espíritos 3:1;
5:6
12 Único no trono 4:2
13 Deus 4:8; 21:7
14 Criador 4:11
15 Leão da tribo de Judá Humanidade 5:5
16 Raiz de Davi O criador de
Davi 5:5; 22:16
17 Cordeiro Sacrifício pelos
pecados 5:6
18 Redentor 5:9
19 Fiel 19:11
20 Verdadeiro 19:11
21 Verbo de Deus 19:13
22 Rei dos reis 19:16
23 Senhor dos senhores 19:16
24 Geração de Davi Humanidade 22:16
25 Brilhante estrela d'alva 22:16
Cada um destes títulos e
papéis é uma revelação maravilhosa de Jesus. Junto, eles representam um retrato
daquele que veio em carne, morreu, e ressuscitou, mas, também, o Único que vive
pelos séculos dos séculos o Senhor Deus Todo-poderoso.
O último capítulo do Apocalipse
descreve Deus e o Cordeiro no singular (Apocalipse 22:3-4) e identificam o
Senhor Deus dos santos profetas como Jesus (Apocalipse 22:6, 16). Essas
referências nos dizem que o Jesus é o Deus da eternidade e que Ele aparecerá
com Seu corpo humano glorificado (o Cordeiro) por toda a eternidade. A glória
de Deus será a luz da Nova Jerusalém brilhando através do corpo glorificado de
Jesus (Apocalipse 21:23). Estes capítulos finais do Livro de Apocalipse
descrevem como Deus revelará (desvendará) a Si mesmo em toda a Sua glória para
todos eternamente. Eles nos contam que Jesus é o Deus eterno e que Jesus se
revelará como Deus pelos séculos dos séculos. Então, o livro realmente é a
revelação de Jesus Cristo.
JESUS
TEM TODOS OS ATRIBUTOS
E
PRERROGATIVAS DE DEUS
Se mais alguma prova for
necessária para demonstrar que Jesus é Deus, podemos comparar os atributos de
Jesus com os atributos de Deus. Fazendo assim nós descobriremos que Jesus
possui todos os atributos e prerrogativas de Deus, particularmente aqueles que
podem pertencer apenas a Deus. Em Sua humanidade, Jesus é visível, limitado a
um corpo físico, fraco, imperfeito em poder, e assim por diante. Em Sua
natureza divina, porém, Jesus é Espírito; pois Romanos 8:9 fala do Espírito de
Cristo. Em Sua divindade, Jesus era e é onipresente. Por exemplo, em João 3:13
Jesus se referiu ao “Filho do homem que está no céu" embora Ele ainda
estivesse na terra. Sua onipresença explica porque Ele podia dizer ainda na
terra usando o tempo presente do verbo: “Porque onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:20). Em outras
palavras, enquanto a plenitude do caráter de Deus estava localizado no corpo
humano de Jesus, o Espírito onipresente de Jesus não podia estar assim limitado.
Enquanto Jesus caminhava pela terra como homem, Seu Espírito estava em todos os
lugares ao mesmo tempo.
Jesus também é onisciente;
porque Ele podia ler pensamentos (Marcos 2:6-12). Ele conheceu Natanael antes
que ele O conhecesse (João 1:47-50). Ele sabe todas as coisas (João 21:17), e
toda a sabedoria e conhecimento estava escondidos n’Ele (Colossenses 2:3).
Jesus é onipotente; Ele tem
todo o poder, é o cabeça de todo o principado e potestade, e é o Todo-poderoso
(Mateus 28:18; Colossenses 2:10; Apocalipse 1:8).
Jesus é imutável (Hebreus
13:8). Ele é eterno e também imortal (Hebreus 1:8-12; Apocalipse 1:8, 18).
Somente Deus deveria receber
adoração (Êxodo 20:1-5; 34:14), contudo Jesus recebeu adoração em muitas
ocasiões e será adorado de toda a criação (Lucas 24:52; Filipenses 2:10;
Hebreus 1:6). Somente Deus pode perdoar pecado (Isaias 43:25), contudo Jesus
tem poder para perdoar pecados (Marcos 2:5). Deus recebe os espíritos dos
homens (Eclesiastes 12:7), contudo Jesus recebeu o espírito de Estevão (Atos 7:59).
Deus é o edificador dos céus (Hebreus 11:10), contudo Jesus é o edificador dos
céus (João 14:3). Então, nós vemos que Jesus tem todos os atributos e
prerrogativas que pertencem apenas a Deus.
Além disso, Jesus demonstra
todas as outras características que Deus possui. Por exemplo, enquanto na terra
Jesus demonstrava emoções piedosas como alegria, compaixão, e tristeza (Lucas
10:21; Marcos 6:34; João 11:35). A Bíblia testifica também que Ele tem os
atributos morais de Deus. Abaixo encontramos uma lista de alguns atributos
morais de Jesus que corresponde a esses de Deus.
JESUS
TEM A NATUREZA MORAL DE DEUS
1 amor Efésios 5:25
2 luz João 1:3-9
3 Santidade Lucas 1:35
4 Misericórdia Hebreus
2:17
5 Bondade II Corintios 10:1
6 Retidão II Timothy 4:8
7 bondade Mateus 19:16
8 Perfeição Efésios 4:13
9 Justiça Atos 3:14
10 Fidelidade Apocalipse
19:11
11 Verdade João 14:6
12 Graça João1: 16-17
O Jesus é tudo que a Bíblia
descreve que Deus é. Ele tem todos os atributos, prerrogativas, e
características do próprio Deus. Para colocar de modo bem simples, tudo o que
Deus é, Jesus é também. Jesus é o único Deus. Não há melhor modo de sintetizar
tudo que dizer com o inspirado Apóstolo Paulo: “Porque nele habita
corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados"
(Colossenses 2:9-10).
O
FILHO DE DEUS
“Vindo, porém a plenitude do tempo, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4).
O
SIGNIFICADO DE JESUS CRISTO
O significado das duas
palavras, Jesus e Cristo. JESUS é a versão grega da palavra hebraica Jehoshua,
que significa Jeová--Salvador, o Jeová e a salvação. É o nome escolhido por
Deus para seu filho-e-o nome através do qual Deus revelou a si mesmo, no Novo
testamento. É o nome que o Filho recebeu por herança (Hebreus 1:4).
CRISTO é o equivalente grego
para a palavra hebraica Messias; a, mas as palavras significam "O
ungido". Especificamente falando, Cristo é um título, não um nome.
Entretanto, nas epístolas e no uso comum hoje em dia, Cristo é usado muitas
vezes, como simplesmente outro nome para Jesus, uma vez que Jesus é o Cristo.
Em muitos casos, Jesus e Cristo são apenas dois nomes usados indiferentemente
para se referir a mesma pessoa sem distinção intencional de significado.
A
DUALIDADE DA NATUREZA DE CRISTO
Na Bíblia, vemos que Jesus Cristo tinha duas
naturezas distintas, de um modo como nenhum outro ser humano jamais teve. Uma
natureza é humana ou carnal; a outra é divina ou Espírito. Jesus era
completamente homem e completamente Deus. O nome Jesus se refere ao eterno
Espírito de Deus (o Pai) habitando na carne. Podemos usar o nome Jesus para
descrever uma de suas duas naturezas, ou ambas. Por exemplo, quando dizemos que
Jesus morreu na cruz, queremos dizer que sua carne morreu na cruz. Quando
dizemos que Jesus vive em nossos corações, queremos dizer que Seu Espírito mora
lá.
A
DUALIDADE DA NATUREZA
DE
JESUS CRISTO
Podemos resolver a maior
parte das questões a respeito da Divindade se compreendermos apropriadamente a
dualidade da natureza de Jesus. Quando lemos uma afirmativa a respeito de
Jesus, devemos determinar se ela descreve Jesus como um homem ou como Deus.
Além disso, sempre que Jesus fala, nas Escrituras, devemos determinar se Ele
está falando como homem ou como Deus. Sempre que vemos uma descrição das duas
naturezas, com respeito a Jesus, não devemos pensar em duas pessoas na
Divindade, ou dois deuses, mas devemos pensar em Espírito e carne.
Às vezes, é fácil ficar
confundido quando a Bíblia descreve Jesus nesses dois diferentes papéis,
especialmente quando ela o descreve atuando em ambos os papéis, na mesma
história. Por exemplo: Ele podia dormir,
num momento, e acalmar a tempestade no minuto seguinte. Ele podia falar como
homem, num momento, e, então, como Deus no momento seguinte. Entretanto, precisamos
nos lembrar, sempre, que Jesus é totalmente Deus se não, apenas, um homem
ungido. Ao mesmo tempo, ele era
completamente homem, não tinha apenas a aparência de um homem. Ele tinha uma
dupla natureza, como nenhum de nós tem,
e não podemos comparar adequadamente nossa existência e experiência com a Dele.
O que poderia parecer estranho ou impossível se aplicado a meros seres humanos,
o que se torna compreensível quando visto no contexto do único que é tanto Deus
completamente quanto completamente homem, ao mesmo tempo.
DOUTRINAS
HISTÓRICAS A
RESPEITO
DO CRISTO
Através de toda a história
da igreja, a dualidade da natureza de Cristo, tem sido vista de muitas
maneiras. Vamos ver esses variados pontos de vista, de modo breve e geral. Para
referência e estudo posterior concluímos entre parênteses, vários nomes
históricos associados a essas crenças. Para conhecer mais a respeito desses
termos e doutrinas, procure qualquer boa obra a respeito da história do dogma,
especialmente a história do trinitarianismo e da ciência cristã.
Alguns acreditam que Jesus
foi apenas um homem grandemente ungido e usado pelo Espírito (Ebionismo veja
também Unitarismo). Esse ponto de vista errônea ignora completamente a natureza
de seu Espírito. Outros têm afirmado que Jesus era apenas um ser espiritual
(Docetismo, uma doutrina do Cnosticismo). Esse modo de pensar ignora Sua
natureza humana. João escreveu que aqueles que negam que Jesus Cristo veio na
carne não são de Deus, mas tenho espírito do anticristo (I João 4:2 e 3).
Há Muitas crenças erradas,
mesmo entre aqueles que acreditam na dupla natureza de Jesus Cristo. Alguns
tentam fazer distinção entre Jesus e Cristo dizendo que Cristo era um ser
divino que habitou temporariamente em Jesus a partir do seu batismo, mas se
apartando do homem Jesus na ocasião de sua morte (doutrina do Gnosticismo). De
modo semelhante, alguns dizem que Jesus era um homem que se tornou o Deus
apenas a partir de determinado ponto de sua vida adulta--por exemplo, no
batismo--como resultado de um ato de adoção por parte de Deus (monarquianismo
dinâmico, Adocionismo). Em outras palavras; e esses pontos de vista afirmam que
Jesus era humano e que foi, eventualmente, dei ficado. Outros veem Jesus como
uma divindade criada, uma divindade como o pai, mas inferior ao pai, um
semi-deus (Arianismo). Outros, ainda, acreditam que Jesus tem a mesma essência
do pai, embora não seja o pai, mais subordinado ao pai em divindade.
(Subordinacionismo).
Refutamos essas falsas
doutrinas usando referências das escrituras. E observamos que Jesus é
totalmente Deus (como demonstra colossenses 2:9) e que Jesus era completamente
Deus desde o começo de sua existência humana (como fica demonstrado por seu
nascimento de uma virgem, em Lucas 1:35).
O Espírito inspira João e
Paulo a refutarem muitas dessas doutrinas errôneas, particularmente as crenças
gnósticas de que Cristo era apenas um ser espiritual e de que Cristo era um ser
inferior ao Deus supremo. Entre outras coisas, os gnósticos criam que toda a
matéria era má. Portanto, eles raciocinavam, Cristo, como um Espírito divino,
não poderia ter um corpo humano real. Sustentando que o Deus supremo era tão
transcendental e santo que não poderia manter contato direto com o mundo
depravado da matéria, eles ensinavam que de Deus partir uma série de emanação,
uma das quais o ser-espiritual Cristo, que veio a este mundo. O livro de
Colossenses refuta essas doutrinas e estabelece que Jesus é o Deus
todo-poderoso encarnado.
Apesar de a Bíblia ser clara
ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus,
ela não descrevem em pormenores como essas duas naturezas estão unidos na
pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita
especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse
respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa de ele diretamente. Na verdade, se
há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente
como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou
a natureza de Cristo é chamado de Cristologia.
Apesar de a Bíblia ser clara
ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus,
ela não descrevem em pormenores como essas duas naturezas estão unidos na
pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita
especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse
respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa de ele diretamente. Na verdade, se
há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente
como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou
a natureza de Cristo é chamado de Cristologia.
Muitos teólogos, no entanto,
inclusive Martinho Lutero, tem ensinado que Nestório, o principal expoente
dessa doutrina, não acreditava numa separação tão drástica, mas que seus
oponentes distorceram e deturparam suas opiniões. Aparentemente, ele negou que
dividisse Cristo em duas pessoas. O conceito principal expresso por Nestório,
era o seguinte: ele pretendia diferenciar as duas naturezas de Cristo, a fim de
que ninguém pudesse chamar Maria de mãe de Deus, como era prática comum
naqueles dias.
No outro ponto de vista,
dentro da Cristologia, afirma que o aspecto humano e divino de Cristo era tão
intermeadas que havia apenas uma natureza dominante e esta é divina
(Monofisismo). Uma crença semelhante que a que afirma que Jesus não tinha
duas vontades, mas apenas uma vontade
divina- humana. outros acreditam que Jesus tinha uma natureza humana incompleta
(Apolinarianismo); isto é, Jesus tinha um corpo humano e alma, mas em vez de um
espírito humano, ele tinha apenas espírito de Deus habitando nele. Outros modos
de manifestar essa crença afirmam que Jesus era um corpo humano animado apenas
pelo Espírito de Deus, ou que Jesus não tinha mente humana, mas, apenas, a
mente divina (o logos).
De um lado temos um ponto de vista que enfatiza a separação
entre as duas naturezas de Cristo. De outro lado, temos várias opiniões que
descrevem uma natureza divina, totalmente dominante, natureza totalmente
unificada, ou uma natureza humana e incompleta.
Jesus Tinha Uma Natureza
Humana Completa, Mas Sem Pecados
A verdade pode estar entre
esses vários pontos de vista expressos pelos teólogos. O ensinamento das
escrituras é que Jesus tinha uma natureza humana completa e, ao mesmo tempo,
uma natureza divina completa, mas não podemos separar essas duas naturezas em
sua vida terrena. E evidente que Jesus tinha vontade, mente, espírito, alma e
corpo humanos, mas é igualmente evidente que Ele tinha a plenitude da Divindade residindo naquele corpo. De
nosso ponto de vista finito, seu espírito humana e seu espírito divino eram
inseparáveis
O Espírito divino poderia
ser separado do humano pela morte, mas Sua humanidade era mais que um corpo
humano -- um invólucro humano -- com Deus dentro, Ele era humano em corpo, alma
e espírito, com a plenitude do Espírito de Deus habitando naquele corpo, alma e
espírito. Jesus diferia de um outro ser humano comum (que pode estar pleno do
Espírito de Deus) no fato de que Ele tinha toda a natureza de Deus dentro dele.
Ele possuía o poder ilimitado, a autoridade o caráter de Deus. Além disso, em
contraste com alguém nascido de novo, e pleno do Espírito, o Espírito de Deus
estava inextrincável e inseparável mente ligado à humanidade de Jesus. Sem o
espírito de deus teria existido apenas um ser humano inanimado, sem vida, que
não teria sido Jesus Cristo. Somente nesses termos podemos descrever e
distinguir as duas naturezas de Jesus; sabemos que ele agia e falava em um
papel, ou outro, mas sabemos, também, que as duas naturezas não estavam
realmente separadas nele. Com nossas mentes limitadas podemos fazer apenas uma
distinção, não há uma separação das duas naturezas que se fundiam,
perfeitamente, nele.
Embora Jesus tivesse uma
natureza humana completa, ele não tinha a natureza pecadora da humanidade
decaída. Se ele tivesse tido uma natureza pecadora, ele teria pecado. Sabemos,
no entanto, que não teve nem uma natureza pecadora nem cometeu pecado. Ele era
sem pecado, ele não pecou, e o pecado não estava nele (Hebreus 4:15; I Pedro
2:22; I João 3:5). Não tendo pai humano ele não herdou natureza pecaminosa de Adão. Em vez disso, ele veio como o
segundo Adão, com natureza inocente como a de Adão antes do pecado (romanos
5:12-21; I Corintios 15:45 a 49). Jesus tinha uma natureza humana completa, mas
sem pecado
A Bíblia afirma que Jesus
tinha vontade humana e vontade Divina. Ele orou ao pai, dizendo: "Não se
faça a minha vontade, e sim, a tua" (Lucas 22:42). João 6:38 mostra a
existência de duas vontades: ele veio não para fazer sua própria vontade
(vontade humana), mas para fazer a vontade do pai (a vontade divina).
Que Jesus tinha um espírito
humano parece evidente, quando ele falou, na cruz: "Pai, nas tuas mãos
entrego o meu Espírito!" (Lucas no 23:46). Embora seja difícil distinguir
entre as naturezas humana e divina de seu espírito, algumas referências
aparentemente enfocam um aspecto humano. Por exemplo, "Jesus, porém,
arrancou do íntimo do seu espírito um gemido" (Marcos 8:2), "Crescia o
menino... enchendo-se de sabedoria" (Lucas 2:40), "Exultou Jesus no
Espírito Santo" (Lucas 10:21), "Agitou-se no espírito" (João
11:33) e "Angustiou-se Jesus em Espírito" (João 13:21).
Jesus tinha alma, porque ele
disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mateus
26:38; veja marcos 14:34 é) e "Agora está angustiada a minha alma"
(João 12:27). Após sua morte, sua alma visitou o inferno (do grego Hades --
sepultura o lugar das almas que partiram), como acontecia com todas as almas
antes do calvário (Atos 2:27-30); mas ele venceu o inferno (outra vez, Hades) e
a morte (Apocalipse 1:18).
A alma de Jesus tinha que
estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus
teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não
aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado
conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8).
A alma de Jesus tinha que
estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus
teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não
aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado
conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8).
Se não aceitarmos o fato de
que Jesus era completamente humano, então as passagens das escrituras
referentes à sua tentação perdem o sentido (Mateus 4:1-18; Hebreus 2:16-18;
4:14-16). Assim também a descrição de sua luta e a agonia no Getsêmani (Lucas
22:39-44). Duas passagens em Aos Hebreus destacam o fato de que Jesus foi
tentado como somos, ele se qualifica como o nosso sumo sacerdote, nos entende
perfeitamente, e nos ajuda em nossas enfermidades: “convinha que em todas as
coisas, se tornasse semelhante aos irmãos" (Hebreus 2:17) ; "Porque
não temos um sumo sacerdote que não possa comparecer-se das nossas fraquezas,
antes foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado
(Hebreus 4:15). Hebreus 5:7 e 8, diz:” Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo
oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia
livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo
Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu “. Esses versículos não
apresentam o retrato de alguém que não tenha sido afetado pelas emoções, temores e dúvidas. Descrevem,
antes, alguém sofrendo essas fraquezas humanas; ele teve que superar a vontade
humana e se submeter ao Espírito eterno”.
A humanidade de Cristo orou,
chorou, aprendeu a obedecer, e sofreu. A natureza divina estava no controle e
Deus era fiel a seu próprio plano, mas a natureza humana tinha que buscar
auxílio novo Espírito e, aprender a obedecer ao plano divino. Todos esses
versículos das escrituras, com certeza, mostram que Jesus era completamente
humano-- que ele tinha todos os atributos da humanidade exceto a natureza pecadora herdada por
ocasião da queda. Se negar amos a humanidade de Jesus, que encontraremos em
choque com o conceito de redenção e expiação. Não sendo completamente humano,
poderia ser o sacrifício suficiente para redimir a humanidade? Poderia ele nos
servir de verdadeiro substituto da morte? Poderia ele, realmente, se qualificar
como nosso redentor?
JESUS
PODIA PECAR?
A afirmação de que Jesus era
perfeito em humanidade, nos leva a questão: Jesus podia pecar?
Essa é, realmente, uma
pergunta abstrata e enganosa, pois sabemos que Jesus não pecou (Hebreus 4:15).
A resposta é mais acadêmica que prática, mais especulativa que consistente. Em
sua humanidade, Jesus foi tentado por Satanás e lutou contra sua própria
vontade, no Getsêmani. Embora não tivesse nossa natureza depravada-ele tinha a
mesma natureza inocente sem pecado de Adão, originalmente-ele tinha a mesma
capacidade de ir contra a vontade de Deus, como a tinham Adão e Eva .
A parte divina de Jesus,
certamente, não podia pecar e nem mesmo ser tentada a pecar (Tiago 1:13) . A
parte humana de Jesus, quando vista sozinha, tinha, teoricamente, a capacidade
de pecar. Mas isso é apenas teórico, não o real. Vista sozinha, parece que a
humanidade de Cristo tinha capacidade para optar pelo pecado. Entretanto, sua
natureza humana estava sempre voluntariamente submissa à natureza divina, à
qual não poderia pecar. Assim, de modo prático Jesus Cristo-visto como a
combinação da humanidade e divindade que ele era -- não podia pecar. O espírito
estava sempre no controle e à humanidade controlada pelo espírito não comete o
pecado (veja I JOÃO 3:9, para uma analogia).
O que teria acontecido se a
humanidade de Jesus estivesse rebelada contra a liderança divina? Essa é outra
questão totalmente teórica, porque tal coisa não aconteceu e, na prática, não
pode acontecer. Essa questão não leva em conta a presciência e o poder de Deus.
Ainda assim, se alguém insiste em obter uma resposta, podemos dizer que se a
humanidade de Jesus tivesse tentado pecar (uma suposição tola), 0 Espírito
divino de Jesus teria se separado
imediatamente do corpo humano, deixando-o sem vida. Esse corpo inanimado não seria
Jesus Cristo, portanto tecnicamente, Cristo não poderia ter pecado, embora o
plano de Deus tivesse sido temporariamente frustrado.
Uma vez que Jesus não
poderia ter pecado, isso significa que
as tentações foram sem valor? Não. Sendo Jesus, também, completamente humano
ele era realmente capaz de sentir a força e a atração da tentação. Ele venceu a
tentação, não como o próprio Deus, mas como ser humano com todo o poder de Deus
à sua disposição. Ele sabe, agora, por experiência, o que sentimos quando somos
tentados. Naturalmente, ele sabia que seria vitorioso pelo espírito, mas nós
podemos ter a mesma segurança, poder e Vitória, confiando no mesmo Espírito que
estava em Cristo.
Então, porque Satanás tentou
Jesus? Aparentemente, ele não sabia que Jesus seria vitorioso, inevitavelmente,
e não compreendeu, naquela hora, todo o mistério do Deus encarnado. Se tivesse
compreendido, jamais teria incitado o povo à crucificação. Talvez ele pensasse
ter destruído o plano de Deus, com a crucificação, mas, em vez disso ele
realmente o cumpriu. É, também, provável
que o Espírito de Deus tenha permitido que Satanás tentasse Jesus para que
Jesus pudesse sentir a tentação, como nós a sentimos. Foi-nos dito que o
Espírito levou Jesus ao deserto para que fosse tentado (Mateus 4:1; Lucas 4:1).
Vamos apresentar algumas
considerações a esse respeito para aqueles que entendem que nossa posição
deprecia, de algum modo, a realidade das tentações de Cristo. Sabemos que Jesus
não tinha uma natureza pecaminosa. Sabemos que ele não tinha a inclinação e a
compulsão para pecar que temos por causa da nossa natureza decaída. Ainda
assim, esses fatos não desmerecem a
realidade da aquilo que ele experimentou. Ele vivenciou a mesma luta que temos
vivenciado. Do mesmo modo, fato de que, como Deus, Jesus não poderia ter pecado
não tira o mérito da realidade de suas
tentações: ele sentiu as mesmas lutas e provações que nós sentimos. Por outro
lado, se dissemos que Jesus podia pecar estamos desmerecendo sua divindade
absoluta, porque estaremos indicando que, de alguma maneira, Deus existe
separado de Jesus e vice-versa.
Concluímos que a natureza humana de Jesus
podia ser, e foi, tentada. Uma vez que a divina natureza estava no controle,
entretanto, Jesus não podia pecar e nem pecou. Se Jesus tivesse uma natureza
humana incompleta, a realidade e o significado das tentações e da agonia no
Getsêmani seriam reduzidos. Acreditamos que ele tinha, realmente, uma natureza
humana completa. Ele experimentou exatamente, aquilo que o homem experimenta
quando é tentado e luta contra a
tentação. O fato de Jesus saber que venceria pelo Espírito, não diminui o valor
da realidade das tentações.
A questão toda, sobre se Jesus poderia ou não
pecar, é abstrata como já observamos antes. Ela se esgota na afirmativa de que
a natureza humana de Jesus era como a nossa em todos os pontos, exceto quanto
ao assunto do pecado original. Ele foi tentado em tudo, como nós, e, ainda
assim, o espírito de Deus, esteve sempre controlando tudo. O fato mais
relevante para nós, é que ele foi tentado, e, mesmo assim, não pecou.
O
FILHO NA TERMINOLOGIA BÍBLICA
Devemos considerar a
dualidade da natureza de Cristo enquadrada na estrutura da terminologia
bíblica. O termo Pai se refere a Deus mesmo -- Deus em toda a sua divindade. Quando falamos do eterno
Espírito de Deus, queremos falar de Deus mesmo, o Pai. Deus Pai, portanto, é um
termo bíblico perfeitamente aceitável para se usar para Deus (Tito 1:4). A
Bíblia, no entanto, não usa nem uma só vez o termo "DEUS FILHO". Não
é um termo correto porque filho de Deus se refere à humanidade de Jesus Cristo.
A Bíblia define o Filho de Deus como a criança nascida de Maria, não como o
Eterno Espírito de Deus (Lucas 1:35). Filho de Deus pode se referir apenas a
natureza humana ou pode se referir ao Deus manifestado em carne -- o que
significa divindade na natureza humana.
Filho de Deus nunca
significa o incorpóreo Espírito, sozinho, entretanto. Não podemos, jamais, usar
o termo "FILHO", corretamente, separado da humanidade de Jesus
Cristo. Os termos "FILHO de DEUS", "FILHO do HOMEM" e
"FILHO", são apropriados e bíblicos. No entanto, o termo "Deus
FILHO", não é apropriado porque, iguala o filho com a divindade única, e
está, portanto em desacordo com as escrituras.
O filho de Deus não é uma
pessoa separada da divindade, mas é a expressão física do único Deus. O
filho é "Imagem do Deus
invisível" (Colossenses 1:13-15) e "A expressão exata do seu ser
(Deus)" (Hebreus 1:2 e 3), como um carimbo deixa no papel uma assinatura exatamente
igual, ou como um sinete marca o lacre com a impressão exata, quando
pressionado contra a cera, assim o Filho de Deus é a expressão exata do
Espírito de Deus, na carne. O homem não podia ver o Deus invisível, assim Deus
fez uma semelhança exata de si mesmo na carne, imprimiu sua verdadeira natureza
na carne, veio ele mesmo na carne, para que o homem pudesse vê-lo e conhecê-lo.
Muitos outros versículos das
escrituras revelam que podemos usar o termo "Filho de DEUS",
corretamente, apenas quando ele inclui a humanidade a Jesus. Por exemplo, o
Filho nasceu de uma mulher (Gálatas 4:4), o Filho era unigênito (João 3:16), o
Filho nasceu (Mateus 1:21-23; Lucas 1:35), o Filho não sabia quando aconteceria
a segunda vinda (Marcos 13:32), o Filho
não podia fazer nada de si mesmo (João 5:19), o Filho comia e bebia (Mateus
11:19), o Filho sofreu (Mateus 7:12), uma pessoa pode blasfemar contra o Filho
e ser perdoada, mas não contra o Espírito (Lucas 12:10), o Filho foi
crucificado (João 13:14; 12:30-34) e o Filho morreu (Mateus 27:40-54; Romanos
5:10). A morte de Jesus é um exemplo particularmente bom. Seu Espírito divino
não morreu mas seu corpo humano morreu. Não podemos dizer que Deus morreu,
portanto, não podemos dizer que "DEUS FILHO" morreu. Por outro lado,
podemos dizer que o Filho de Deus morreu,
que Filho se refere à humanidade.
Como ficou afirmado acima, "FILHO"
nem sempre se refere apenas à humanidade, mas a divindade e humanidade juntas,
como existem na única pessoa de Cristo. Por exemplo, o Filho tem poder para
perdoar pecados (Mateus 9:6). O Filho estava no céu e na terra, ao mesmo tempo
(João 3:13), o Filho subiu ao céu (João 6 : 62), e o Filho vai voltar, em
glória, para julgar e governar (Mateus 25:31).
FILHO
DE DEUS
Uma observação deve ser
acrescentada a nossa discussão a respeito da expressão "DEUS FILHO".
Em João 1:18 a versão King James usa a frase, "O filho unigênito" e a
versão RSV diz "O único Filho". Entretanto, a NIV diz "Deus o
único Filho", e a TAB". Essas duas últimas versões são baseadas em
variadas leituras de alguns textos gregos. Não acreditamos que estejam
corretas. Se pudéssemos justificar o uso da expressão "DEUS FILHO",
de algum modo seria para destacar, como temos feito, que "Filho de
Deus", pode significar não apenas à humanidade de Jesus mas também, a
divindade enquanto habitando a humanidade. Entretanto, João 1: 18 FILHO para se referir à humanidade, porque
ele disse que o Pai a divindades de Jesus) é revelado pelo Filho. Esse
versículo das escrituras não significa que Deus é revelado por Deus, mas que
Deus é revelado na carne através da humanidade do Filho.
Qual é o significado do
título "FILHO DE DEUS?” Ele enfatiza a natureza divina de Jesus e o fato
de ter nascido de uma virgem. Ele é o Filho de Deus porque ele foi concebido
pelo Espírito de Deus, o que tornou Deus, literalmente, seu Pai (Lucas 12. 35).
Quando Pedro confessou que Jesus era "O Cristo, o Filho de Deus
vivo", reconheceu o papel messiânico e a divindade de Jesus (Mateus 16:
16). Os judeus compreenderam o que Jesus queria dizer quando chamava a si
próprio de Filho de Deus e quando chamava Deus seu pai, porque tentaram matá-lo
por afirmar ser Deus (João 5: 18; 10: 33). Resumindo: o título "Filho de
Deus" reconhece a humanidade e chama a atenção para a divindade de Jesus.
Ele significa queDEUS manifestou a si mesmo na carne.
Devemos notar que os anjos
são chamados filhos de Deus (38: 7) por que Deus os criou diretamente. Do mesmo
modo, Adão era o filho de Deus pela criação (Lucas 3:38). Os santos (membros da
igreja de Deus) também são filhos de Deus, porque ele nos adotou em seu
parentesco (Romanos 8:18 a 19). Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com
Cristo, tendo todos os direitos de filiação. Jesus, entretanto, é o Filho de
Deu no sentido em que nenhum outro ser ou é ou pode ser, porque Jesus é o
unigênito Filho de Deus (João 3:16). Ele é o único jamais concebido ou gerado
pelo Espírito de Deus. Assim a sua filiação única atesta sua divindade.
FILHO
DE HOMEM
O termo "FILHO do
HOMEM" chama a atenção primeiramente para a humanidade de Jesus Cristo;
ele faz alusão ao fato de que ele é o rebento da humanidade. O Velho Testamento
usa essa expressão, muitas vezes para se referir à humanidade. Os seguintes
versículos das escrituras, por exemplo, o usa para significar a humanidade em
geral, ou qualquer homem, sem identificação específica: Salmos 146:3; Isaías
51:12; Jeremias 49:18 (o Salmo 8:4 tem o significado suficiente que se refere
profeticamente ao Messias, como é mostrado em Hebreus 6 e 7).
O termo “FILHO do
HOMEM" se refere, também muitas vezes, a um homem específico, especialmente
em Ezequiel, onde ele designa o profeta (Ezequiel 2:1, 3,6,8; Daniel 8:17). Em
alguns versículos das escrituras ele a indica um homem a quem Deus deu
soberania e poder (Salmos 80:17; Daniel 7:13). Esses últimos significados
aparecem frequentemente na literatura apocalíptica judaica do período
intertestamental.
Jesus usou o termo “FILHO do
HOMEM" referindo-se a si mesmo, muitas vezes. Na maior parte das ocasiões,
ele o usou como sinônimo de que "Eu" ou como um título, dando ênfase
à sua humanidade. Em alguns exemplos, a expressão implica não simples fato de
sua humanidade, bem como o poder e a autoridade outorgada ao Filho pelo eterno
Espírito de Deus (Mateus 24:30; 25:32). Para resumir: Jesus abordou o título,
com suas conotações de poder e de soberano do mundo, mas aplicou-o a si mesmo
em todas as situações. O título serve para nos lembrar que Jesus era,
realmente, um homem.
APENAS
O VERBO
Vamos, olhar novamente para
esse termo, a fim de distingui-lo, no uso, do termo Filho, o Verbo ou Logos
pode significar o plano ou pensamento, como ele existia na mente de Deus. Esse
pensamento era um plano predestinado -- um acontecimento futuro absolutamente
certo e -- e, portanto, tinha uma
realidade ligada a ele que nenhum pensamento humano poderia jamais possuir. O
verbo pode, também significar o plano ou pensamento de Deus enquanto expresso
na carne, quer dizer no Filho. Qual é a diferença, portanto, entre os dois
termos, VERBO e FILHO. O verbo tinha preexistência e o Verbo era Deus (O Pai),
assim, podemos usá-lo sem nos referir à humanidade. Entretanto, o Filho se
refere sempre a encarnação e não podemos usá-lo na ausência do elemento humano.
Exceto como um plano preestabelecido na mente de Deus, o Filho não tinha
pré-existência antes da concepção no ventre de Maria. O Filho de Deus
preexistia em pensamento, mas não em substância. A Bíblia chama de Verbo, esse
plano preestabelecido. (João 01:1 e 14).
FILHO
UNIGÊNITO OU O FILHO ETERNO?
João 3:16 chama Jesus de
Filho unigênito de Deus. Muitas pessoas, entretanto, usam a expressão
"FILHO Eterno". Esta expressão é correta?
Não. A Bíblia não a usa nunca e ela expressa um conceito desmentido pelas
Escrituras. A palavra gênito vem do verbo gerar, que significa "Procriar,
da existência, ser o pai". Desse modo, genito, indica um momento definido
no tempo -- o instante quando a concepção se deu. Por definição, o genitor
(pai) sempre existe antes do gerado (rebento). Deve haver um tempo quando o
genitor existe e o gerado ainda não
tenha existência, e deve haver um instante no tempo quando o ato de geração
ocorre. De outro modo a palavra unigênito não tem sentido. Assim, as próprias
palavras gênito e filho contradizem, cada uma, palavra eterno quando aplicada
ao Filho de Deus.
Já discutimos que
"FILHO DE DEUS", se refere à humanidade de Jesus. Está claro que a
humanidade de Jesus não é eterna, mas nasceu em Belém. Só podemos falar de
eternidade-passado, presente e futuro-com referência a Deus. Uma vez que
"FILHO de DEUS" se refere a uma humanidade ou divindade enquanto manifestada
em carne, a ideia de um Filho eterno se torna incompreensível. O filho de Deus
teve um começo.
O
COMEÇO DO FILHO
A filiação -- ou o papel de
filho -- o que começou com a concepção da criança no ventre de Maria. As
escrituras deixam isso completamente claro. Gálata 4:4 diz: "Vendo, porém,
a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a
lei". O filho veio na plenitude do tempo -- não na eternidade passada. O
filho foi nascido de mulher e-não gerado eternamente o filho foi nascido sob a lei-não antes da
lei (veja, também, Hebreus 7:28). O termo unigênito se refere a concepção de
Jesus, descrita em Mateus 1:18-20 e Lucas 1:35. O filho de Deus foi gerado
quando o Espírito Santo, miraculosamente, fez com que acontecesse a concepção
no ventre de Maria. Isso fica evidente no próprio significado da palavra
unigênito de, também, do relato de Lucas 1:35, que explica que, porque o
Espírito Santo envolveria Maria com sua sombra, por isso, sua criança seria
filho o de Deus. Devemos observar o tempo futuro do verbo nessa frase: "O
ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus".
Hebreus 1:5-6 revela também que a geração do
filho ocorreu em um determinado instante do tempo em que o filho teve um começo
no tempo: "Pois a qual dos anjos disse jamais: tu és meu filho, eu hoje te
gerei? E outra vez: eu lhe serei pai, e ele me será filho? E, novamente, ao
introduzir o primogênito no mundo, diz: e todos os anjos de Deus o
adorem". Desses versículos, podemos
concluir o seguinte: o Filho foi gerado em um determinado dia, no tempo; houve
um tempo quando Filho não existia; Deus
profetizou a respeito da futura existência do Filho ("Será"); e Deus
trouxe o Filho ao mundo algum tempo após a criação dos anjos.
Outros versículos das
escrituras enfatizam o fato de que o
Filho foi gerado num determinado dia do tempo -- "Eu hoje te gerei"
(Salmos 2:7; Atos 13:33). (Todos versículos do Velho Testamento que mencionam o
Filho são claramente proféticos, prevendo o dia quando o Filho de Deus seria gerado
Salmos 2:7 e 12; Isaías 7:14; 9:6).
Daniel 3:25 se refere a um anjo. Mesmo se de fato descrevesse uma teofanía de Deus, não poderia significar
o então inexistente corpo de Jesus Cristo).
A partir desses versículos, fica fácil ver que
o Filho não é eterno, mas foi gerada por Deus a mais de 2000 anos atrás. Muitos
teólogos que não tem aceitado completamente a grande verdade da unicidade de
Deus, tem ainda, rejeitado a doutrina do "FILHO ETERNO", como auto contraditória, em desacordo com as
escrituras e falsa. São exemplos: Tertuliano (pai da doutrina do
trinitarianismo, na história da igreja primitiva), Adam Clarke (o conhecido
comentarista bíblico), e Finis Dake (anotador
da Bíblia pentecostal, que é essencialmente triteistico).
O
TÉRMINO DA FILIAÇÃO
A Filiação não apenas teve
um começo, mas terá, em pelo menos sentido, um fim. Isso se torna evidente a
partir de I Corintios 15: 23-28
particular o verso 24, que diz: "E então virá o fim, quando Ele (Cristo entregar
o Reino ao Deus e Pai...” o versículo 28 diz: "Quando porém, todas as
cousas lhe estiverem sujeitas, então o próprio filho também se sujeitará àquele
que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". Esse
versículo das escrituras se torna
inexplicável se pensarmos em um " Deus filho" equiparado e
co-eterno com Deus Pai. Mas ele se torna facilmente explicável se nos dermos
conta de que "Filho de Deus" se refere a um papel específico que Deus
assumiu temporariamente com o propósito de redenção. Quando as razões da
filiação deixarem de existir Deus (Jesus) deixará de assumir seu papel de Filho
e a filiação será, outra vez, absorvida pela grandeza de Deus, que retornará a
seu papel original como Pai, criador e
soberano de tudo. Efésios 5:27 descreve essa mesma cena em termos
diferentes: "Para apresentar a si mesmo (Cristo) igreja gloriosa...”,
Jesus apresentará a igreja a si mesmo!
Como pode ser isso à luz de I Corintios 15:24, que descreve o filho
apresentando o reino ao Pai? A resposta é clara: Jesus em seu papel de filho, e
como seu ato final como filho, apresentará a igreja a si mesmo em seu papel de
Deus Pai”.
Encontramos, ainda, outra
indicação de que a Filiação terá um fim.
Em atos 2:34 e 35. Pedro citou Davi no salmo 110:1: "Disse o Senhor ao meu
Senhor: assenta ti à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por
estrado dos teus pés". Devemos notar a palavra até. Essa passagem descreve
a natureza dual de Cristo, com o Espírito de Deus (o senhor) falando
profeticamente a manifestação humana de
Cristo (o Senhor). A mão direita de Deus representa o poder e autoridade de
Deus. Fazer dos inimigos estrado para os pés significa derrotar completamente o
inimigo e tornar bem clara essa derrota. Nos tempos antigos, o vitorioso,
muitas vezes, fazia isso literalmente, pisando sobre a cabeça o pescoço de seus
inimigos (Josué 10:24). Portanto, a profecia de Salmos 110 é a seguinte: o
Espírito de Deus dará poder e autoridade ao homem Cristo Jesus, o Filho de
Deus, até que o Filho tenha conquistado completamente os inimigos, o pecado e o
mal. O Filho terá poder até que faça
isso. O que acontece ao Filho depois disso? Isso significa que uma pessoa terna
da trindade deixará de estar assentada à direita de Deus e perderá todo o
poder? Não. Isso significa simplesmente que o papel do Filho como soberano
cessará. Deus usará seu papel como Filho -- Deus manifestado em carne -- para
vencer Satanás, cumprindo assim, Gênesis 3:15
onde Deus afirmou que a semente da mulher esmagaria
a cabeça do mal. Depois disso, Deus não precisará mais do papel humano
para governar.
Depois que satanás for
lançado no lago de fogo, e todo o pecado for julgado no último juízo
(Apocalipse 20), não mais será necessário que o Filho use o trono do poder.
Jesus Cristo deixará de atuar em sua Filiação e será Deus para sempre.
Isso significa que Deus
deixará de usar o corpo ressurreto e glorificado de Cristo? Acreditamos que
Jesus continuará a usar seu corpo glorificado por toda a eternidade. Isso está
indicado em Apocalipse 22:3 e 4, que descreve um Deus visível mesmo após o
último dos juízos e após a criação do novo céu e da nova terra: "Nunca
mais haverá qualquer maldição. Nela
estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão,
contemplarão a sua face, e nas suas frontes estará o nome dele". Jesus é
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquesedeque (Hebreus 7:21), mesmo
que ele deixe de atuar em seu papel de sacerdote, após o último julgamento. O
corpo humano glorificado do Senhor é imortal, assim como serão imortais os
nossos corpos (I João 3:2; I Corintios 15:50-54). Embora o corpo glorificado de
Cristo continue a existir, todas as razões para o reinado da filiação terão
deixado de existir e todos os papéis atuados pelo Filho e estarão cumpridos.
Mesmo o Filho será colocado sobre
sujeição para que Deus possa ser tudo em todos. É nesse sentido que a
filiação deixará de existir.
O
PROPÓSITO DO FILHO
Sendo o papel de Filho de
Deus temporário, não eterno, por que escolheu
Deus manifestar-se através do Filho? Por que ele gerou o Filho? O propósito
primário do Filho é ser nosso Salvador. A obra da salvação exigia muitos papéis que só um ser
humano poderia cumprir, incluindo os papéis de sacrifício, propiciação,
substituto, parente-resgatador, reconciliador, mediador, advogado, sumo
sacerdote, segundo dão e exemplo. Esses
termos se sobrepõem de muitas maneiras, mas cada um representa um aspecto
importante da obra de salvação que, de acordo com o plano de Deus, poderia ser
cumprida por um ser humano.
De acordo com o plano de
Deus, era necessário que o sangue os derramado para remissão dos pecados do
homem (Hebreus 9:22). O sangue de animais não removeria o pecado do porque os animais são inferiores ao homem
(Hebreus 10:4). Nenhum ser humano poderia resgatar o pecado de outro ser
humano, porque todos pecaram e todos trouxeram para si mesmos a penalidade para
morte (Romanos 3:23; 6:23). Apenas Deus era sem pecado, mas ele não tinha carne
e sangue. Assim, Deus preparou um corpo
para Si mesmo (Hebreus 10:5), para que ele pudesse viver uma vida sem pecado
na carne, que pudessem derramar sangue inocente para salvar a humanidade. Ele
se tornou carne e sangue para poder, através da morte, vencer o mal e de
bem-estar à humanidade (Hebreus 2:14 e 15). Desse modo, Cristo é nossa
propiciação -- o modo pelo qual obtemos perdão, a satisfação da justiça de
Deus, o apaziguamento da santa ira de Deus (Romanos 3:25. O sacrifício de
Cristo é o meio pelo qual Deus perdoa nossos pecados sem comprometer sua
justiça. Somos salvos, hoje, pelo sacrifício de Jesus Cristo -- pela oferta do
Filho de Deus (Hebreus 10:20; João 3:16). Assim, o Filho é o sacrifício e a
propiciação pelos nossos pecados).
Quando Filho de Deus se tornou um sacrifício,
ele se tornou, também, o nosso substituto. Ele morreu em nosso lugar, levou
sobre se os nossos pecados, que pagou à pena de morte pelos nossos pecados
(Isaías 53:5 e 6 ; I Pedro 2:24). Ele foi mais que um Marte; ele realmente
tomou o nosso lugar. Ele provou a morte por todos os homens (Hebreus 2: 9).
Naturalmente, a única maneira pela qual Jesus poderia ser nosso substituto e
morrer em nosso lugar, seria através de sua vida em carne.
O papel de Cristo como nosso
parente-resgatador se torna possível através da filiação. No Velho Testamento,
se um homem vendesse sua propriedade. Ou se vendesse como escravo, um parente
próximo tinha o direito de comprar de
volta à propriedade daquele homem , ou de compra sua liberdade, em seu lugar
(Leviticos 25:25; 47:49). Vindo em carne Jesus se tornou nosso irmão (Hebreus
2:11 e 12). Assim, ele qualificou se a si mesmo como nosso parente-resgatador.
A Bíblia o descreve como nosso redentor (Romanos 3:24; Apocalipse 5:9) .
Por sua humanidade, Jesus Cristo é capaz de
mediar, quer dizer, ficar entre o homem e Deus, e representar o homem diante de
Deus. Como mediador Jesus reconcilia o homem com Deus. Ele traz um homem de
volta à comunhão com Deus (II Corintios 5:18-19). O abismo existente entre o
Deus santo e o homem pecador encontrou uma ponte m sem pecado, Jesus Cristo:
"Por quanto a um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, o homem" (1 Timóteo 2:5). Devemos observar com que cuidado Paulo
manteve a unicidade de Deus, esse versículo. Não há distinção em Deus, mais uma
distinção entre Deus e o homem Jesus Cristo. Não há duas personalidades em Deus
a dualidade existe em Jesus como Deus e Jesus como homem. Não é o Deus intermediário entre Deus e o homem; nem é
"Deus Filho". É, antes, o homem Jesus que o mediador; somente um
homem sem pecado poderá se aproximar de um Deus Santo, em favor da humanidade.
Estreitamente ligado com o
papel de Cristo como mediador sendo papel de sumo sacerdote (Hebreus 2:16-18;
4:14-16). Em sua humanidade Jesus foi tentado como nós somos; e por causa de
sua experiência humana que ele pode nos ajudar como um sacerdote chefe de
compaixão. Ele penetrou o tabernáculo celestial, esteve atrás do véu, dentro do
mais santo dos lugares e lá ofereceu seu próprio sangue (Hebreus 6:19; 9:11 e
12). Através de seu sacrifício de morte, nós temos acesso direto ao trono de
Deus (Hebreus 4:16; 6:20). O filho é nosso sumo sacerdote, através de quem pode
nos chegar, corajosamente, diante de Deus.
Do mesmo modo, a filiação permite que Cristo
seja nosso advogado, alguém chamado para nos ajudar (I João 2:1). Se pecarmos,
mesmo após a conversão, temos alguém que
pedirá misericórdia, por nós, diante de Deus. É mais uma vez, o papel do filho
que conseguE isso, porque, quando confessando os nossos pecados, o sangue de
Cristo é aplicado sobre esses pecados tornando possível sua defesa, em nosso favor.
Através de sua humanidade.
Jesus é o segundo Adão (I Corintios 15:45-47). Ele veio para conquistar e
condenar o pecado na carne, e para vencer a própria morte (Romanos 8:3; I
Corintios 15: 55-57) ele veio como Homem para que pudesse recolocar Adão como
representante da raça humana. Agindo assim, ele anulou todas as consequências da queda de Adão, para todos aqueles que
crêem nele (Romanos 5:12-21). Tudo aquilo que a humanidade perdeu por causa do
pecado de Adão, Jesus contestou de volta, como o segundo Adão o novo
representante da raça humana.
Há um outro aspecto da
vitória de Cristo sobre o pecado na carne. Jesus não apenas feio na carne para
morrer, mas, também, para nos dar o exemplo de uma vida vitoriosa, para que
pudéssemos seguisse os passos (I Pedro 2:21). Ele nos mostrou como viver de
modo a vencer o pecado na carne. Ele se tornou o Verbo de Deus interpretado em
carne (João 1:1). Ele se tornou o Verbo vivo para que pudéssemos compreender
claramente como Deus queria que fôssemos. Naturalmente, ele nos dá poder para
seguir seu exemplo. Assim como somos reconciliados pela sua morte, somos salvos
por sua vida (Romanos 5:10). Seu Espírito nos dá poder para viver a vida justa
que Ele quer que vivamos (Atos 1:8; Romanos 8:4). O Filho não apenas apresenta
o homem a Deus, como ele, também, apresenta Deus ao homem. Ele é um apóstolo,
alguém escolhido por Deus e enviado por Deus com um propósito específico
(Hebreus 3:1). Ele é um profeta, apresentando Deus ao homem e revelando a
palavra de Deus ao homem (Atos: 3:20-23; Hebreus1: 1 e 2). Sua humanidade é
crucial a esse respeito, por que Deus usou a humanidade do Filho para alcançar
o homem, no nível do homem.
Além de proclamar a palavra
de Deus, o Filho revelou o homem à natureza de Deus. Através do Filho, Deus
comunicou seu grande amor pelo homem e demonstrou seu grande poder, de um modo
que o homem pode entender. Deus usou o nome de Jesus como a revelação
culminante de sua natureza e a pessoa de Jesus como a culminação profética das
teofanías do Velho Testamento. Esse propósito da filiação se expressa em muitos
versículos das escrituras que ensinam a manifestação de Deus na carne. João
1:18 descreve esse propósito do filho: "Ninguém jamais viu a Deus o Deus
unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou". Isaías profetizou
que essa revelação aconteceria: "A glória do Senhor se manifestará, e da
carne a verá" (Isaías 40:5). Paulo escreveu, que isso, realmente,
aconteceu em Cristo: "Por que Deus que disse: das trevas resplandeça a luz
-- ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento
da glória de Deus na face de Cristo" (II Corintios 4:6). Em outras
palavras, o Filho de Deus se tornou um meio pelo qual o Deus invisível e
incompreensível se revelou ao homem.
Um outro propósito do Filho é providenciar o
cumprimento de muitas promessas do Velho Testamento, feitas a Abraão, e Isaque,
Jacó, a nação de Israel e a Davi. Jesus Cristo cumprirá as promessas relativas
aos descendentes desses homens, e ele fará isso durante o Reino do milênio na
terra o (Apocalipse 20:4). Ele será, literalmente, o rei de Israel e de toda a
terra (Zacarias 14:16 e 17; João 1:49). Deus prometeu a Davi que sua casa e
trono seriam estabelecidos para sempre (II Samuel 7:16). Jesus cumprirá isso,
literalmente, em si mesmo, da verdadeira linhagem de Davi, através de Maria. E
sendo herdeiro do trono de Davi o seu pai legal José (Mateus 1).
A filiação permite a Deus, também, a julgar o
homem. Deus é justo e bom. Ele é, também, misericordioso. Em sua justiça e misericórdia
ele resolveu não julgar o homem até que ele tivesse, realmente, experimentado
todas as tentações e problemas da humanidade e até que tivesse demonstrado que
é possível viver justamente na carne (com poder divino, naturalmente, mas com
mesmo poder que ele tem colocado à nossa disposição). A bíblia afirma,
especificamente, que o Pai não jogará ninguém; somente o Filho será um juiz
(João 5:22 e 27). Deus jogará através de Jesus Cristo (Romanos 2:16). Em outras
palavras, Deus (Jesus) julgará o mundo no papel daquele que viveu na carne, que
venceu o pecado na carne, e que tornou possível que o mesmo poder vencedor
estivesse disponível a toda a humanidade.
Em resumo, ha muitos propósitos para o Filho.
No plano de Deus o Filho era necessário para trazer a salvação ao mundo. Isso
incluem os papéis de:
1) sacrifício,
2) substituto
3) parente-redentor,
4) e conciliador,
5) mediador,
6) sumos sacerdotes,
7) advogado,
8) segundo Adão,
9) exemplo de retidão.
A filiação também tornou possível para Cristo
ser:
10) apóstolo,
11) profeta,
12) revelador da natureza de
Deus,
13) rei e
14) juiz.
Todos esses papéis exigiam
um ser humano para que fossem realizados; a partir deles vemos por ter deus vê
o mundo, em carne, como Filho.
Após estudamos os propósitos
da filiação, é fácil ver por que o Filho veio a
existir em um determinado instante do tempo, em vez de existir desde
toda a eternidade. Deus simplesmente esperou a plenitude do tempo, quando todos
esses propósitos poderiam, de modo melhor, serem postos em ação (Gálatas 4:4).
Assim, o Filho não tinha existência substancial até o momento da concepção de
Cristo, no ventre de Maria.
Após o reinado do milênio e
do último julgamento, os propósitos da filiação estarão cumpridos e o reinado
do Filho terá fim. Quando temos em vista o propósito do Filho, podemos entender
que a filiação é temporária e não eterna: a Bíblia nos diz quando a filiação
começou e quando o ministério da filiação acabará.
Para recordar e para obter
maiores explicações sobre alguns conceitos a respeito do filho, podemos estudar
Hebreus 1, que contém várias referências
interessantes a esse respeito. O versículo 3 descreve o Filho como
brilho da glória de Deus e a imagem expressa de sua pessoa. A palavra
hypostasis, traduzida como "Pessoa" na versão King James, significa
substância, natureza ou ser. A NIV traduz o versículo 3, da seguinte maneira:
"O Filho é a radiação da glória de Deus e a representação exata de seu
ser". Numa passagem similar, Colossenses 1:15 diz que o filho é a imagem
do Deus invisível. Vemos, outra vez, que o Filho é uma manifestação visível do
Pai, em carne. O Filho é uma representação exata ou imagem de Deus, com toda a
glória de Deus. Em outras palavras, o Deus invisível (Pai) se manifestou em
carne visível, como o Filho, para que os homens pudessem contemplar a glória de
Deus e pudessem entender como Deus realmente é Hebreus 1 pode ser visto como
uma reafirmação de João 1, passagem na qual lemos que Deus pai foi feito carne.
Hebreus 1:2 diz que Deus nos falou através do Filho; João 1: 14 diz que o Verbo
se fez carne, e João 1:18 afirma que o Filho revelou Deus o Pai. desses
versículos compreendemos que o Filho não é distinto do Pai em personalidade,
mas é o modo pelo qual o Pai revelou a Si mesmo ao homem.
O
FILHO E A CRIAÇÃO
Hebreus 1:2 afirma que Deus
criou o universo através do Filho. Do mesmo modo, Colossenses 1:13-17 diz que todas as coisas foram criadas
pelo Filho, e Efésios 3:9 diz que todas as coisas foram criadas por Jesus
Cristo. O que significam criadas "Pelo Filho", uma vez que o Filho
não tinham uma pré-existência substancial, antes da encarnação?
Naturalmente, sabemos que
Jesus, como Deus, pré existiu a encarnação uma vez que a divindade de Jesus não
é outro senão a do próprio Pai. Reconhecemos que Jesus (o Espírito divino de
Jesus) é realmente o criador. Esses versículos descrevem o Espírito eterno que
estava no Filho -- a divindade que mais tarde foi encarnada como o Filho --
como o criador. A humanidade de Jesus não poderia criar, mas Deus, que veio no
Filho como Jesus Cristo, criou o mundo. Hebreus 1:10 declara que Jesus, como o
Senhor, foi o criador.
Essas passagens das
escrituras talvez tenham, ainda, um significado mais profundo: embora o Filho
não existisse no tempo da criação, exceto como o Verbo na mente de Deus, Deus
usou seu preconhecimento do Filho, quando criou o mundo. Sabemos que ele criou
o mundo pela palavra de Deus (Hebreus 11:3 ele criou o mundo tendo em sua mente
o conhecimento de seu plano para a encarnação de redenção na cruz. Talvez, com
esses mesmo preconhecimento eles usassem a filiação para criar o mundo. Quer
dizer, ele fundamentou toda a criação na futura vinda de Cristo. Como John
Miller explica: embora ele não manifestasse sua humanidade até a plenitude do
tempo, ainda assim ele a usou e agiu com ela, desde toda a eternidade".
[16] Romanos 5:14 afirma que Adão três figurava aquele que havia de vir, a
saber, Cristo; pois Deus, e evidentemente tinha o Filho em mente, quando criou
Adão.
Sabemos que Deus não vive no
tempo e que ele não é limitado pelo tempo como nós somos. Ele conhece o futuro
com certeza e pode, com certeza, predeterminar um plano. Assim, ele pode exigir
em um acontecimento futuro porque ele sabe o que vai acontecer. Ele pode ver
coisas que não existem, como se existissem (Romanos 4:17). Assim foi o cordeiro
sacrificado antes da criação do mundo (Apocalipse 13:8), e é por isso que o
homem Jesus pode orar: "E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a
glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (João 17:5).
Embora Deus criar o homem para que o amasse e adorasse (Isaías 43:7; Apocalipse
4:11), o pecado do homem teria contrariado propósito de Deus na criação, não
tivesse tido Deus o plano de restauração homem através do Filho. Deus previu a
queda do homem, mas, não obstante, ele criou o homem uma vez que tinha
predestinado o Filho e o futuro plano da redenção (Romanos 8:29-32). O plano a
respeito do Filho estava na mente de Deus no momento da criação e era
necessário para que a criação tivesse bom êxito. Portanto, ele criou o mundo
através do Filho.
Sabemos que os versículos
das escrituras que fala da criação pelo Filho não podem significar que o Filho
existia substancialmente no momento da criação, como pessoa separada do Pai. O
Velho Testamento proclama que um ser individual nos criou, e ele é Jeová, o
Pai: "Não temos nós todos um mesmo pai? Não nos criou o mesmo Deus?"
(Malaquias 2:10); "Assim diz o SENHOR, que te redime, o mesmo que formou
desde o ventre materno: eu sou o SENHOR que faço todas as coisas, que sozinho
estendi os céus, e sozinho espraiei a terra" (Isaías 44:24).
Jesus não foi crucificado,
num sentido físico, antes da criação, o Filho não foi gerado antes da criação,
e o homem Jesus não existia para ter glória, antes da criação. (nota: Jesus
falou como homem, em João 17:5, porque por definição, Deus não ora nem tem
necessidade de orar). Como pode abrir descrever todas essas coisas como
existindo antes da criação? Elas existiam na mente de Deus como um plano futuro
e predeterminado. Aparentemente, os versículos das escrituras, que fala de Deus
criando o mundo pelo Filho, querem dizer que Deus usou e aproveitou seu futuro
plano de filiação quando ele criou o mundo. Com certeza o plano para o Filho e
para a redenção e existiu na mente de Deus, antes e durante a criação. (para
maior esclarecimento do assunto, veja o tratamento que demos a Gênesis 1:26,
Resumindo, podemos olhar a criação pelo Filho, de duas maneiras:
1) o próprio espírito de
Deus, que mais tarde se encarnou como Filho, era o criador.
2) embora o filho não
existisse fisicamente, Deus tinha o plano do Filho em sua mente, no momento da
criação e. Ele confiou naquele plano -- ele confiou na filiação -- para cumprir
seu propósito na criação, apesar de seu preconhecimento do pecado do homem.
O
PRIMOGÊNITO
Hebreus 1:6 chama o Filho de primogênito. E isso não significa
que o Filho foi o primeiro ser criado por Deus, nem mesmo que ele foi criado
pois esse mesmo a versículo indica que a "genitura" ocorreu depois da
criação dos anjos. Com certeza, o Filho não foi "Gerado eternamente",
porque o versículo 5 descreve a genitura acontecendo a um determinado momento
no tempo: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei". Portanto, em que o
Filho é o "Primogênito"?
O termo tem vários sentidos. Em um sentido da
palavra, o Filho não era apenas o primeiro gerado como também o único gerado
(João 3:16). Isso quer dizer, o Filho é a única pessoa, literalmente, concebida
pelo Espírito Santo (Deus); seu nascimento de uma virgem tornou possível que a
completa divindade e a completa humanidade se unissem em uma pessoa. Ainda
mais, o Filho é o primogênito no sentido de que ele foi planejado na mente de
Deus antes de qualquer outra coisa. Além disso, o Filho é o primogênito por ter
sido o primeiro a conquistar o pecado e a morte. Ele é "O primogênito dos
mortos" (Apocalipse 1:5), "O primogênito entre muitos irmãos"
(Romanos 8:29) e "O primogênito de entre os mortos". (Colossenses
1:18).
Todos esses versículos usam
a mesma palavra grega Prototokos, como em Hebreus 1:6. Cristo era as primícias
da ressurreição, uma vez que ele foi o primeiro a ser fisicamente ressuscitado
e o primeiro a receber um corpo glorificado (I Corintios 15:20).
Sendo Jesus Cristo o cabeça da igreja, que é
chamada a "Igreja dos (pertencentes) primogênitos" (Hebreus 12:23),
podemos interpretar a designação de Cristo como "O primogênito
(prototokos) de toda a criação", em Colossenses 1:15, como significando
primeiro nascido da família espiritual de Deus a ser escolhido de toda criação.
Pela fé nele, podemos nos tornar filhos de Deus, pelo novo nascimento (Romano
8:14-17 de). Jesus é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12:2 ), o
capitão de nossa salvação (Hebreus 2:10), o apóstolo e o sumo sacerdote de
nossa confissão (Hebreus 3:1), e nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). É em seu
papel redentor que ele pode ser chamado de primogênito ou primeiro nascido
entre muitos irmãos.
O título de Cristo, de
primogênito, tem significado não apenas no sentido de primeiro em ordem, mas,
também, de primeiro em poder, autoridade e primazia, assim como o irmão mais
velho tem primazia entre seus irmãos. Enquanto aplicado a Cristo, primogênito
não significa que ele foi o primeiro homem fisicamente nascido, mas que ele é o
primeiro em autoridade. Esse é o significado I
Colossenses 1:15, quando diz que ele é "O primogênito de toda a
criação", como vemos nos versículos subsequentes. Os versículos 16-18
descrevem Jesus como criador de todas as coisas, o detentor de todo o poder e a
cabeça da igreja. Em particular, o versículo 18 disse que ele é "O
primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia".
Para resumir, Jesus é o primogênito ou o
primeiro nascido, em vários sentido .
1) Ele é o primeiro e único
Filho gerado por Deus, pois foi concebido pelo Espírito Santo.
2) o plano da encarnação
existia na mente de Deus desde o princípio, antes de qualquer outra coisa .
3) que em sua humanidade,
Jesus é o primeiro homem a conquistar o pecado e ele é, portanto, o primeiro
nascido da família espiritual de Deus.
4) em sua humanidade, Jesus
é o primeiro homem a vencer a morte e, assim, Ele é as primícias da
ressurreição ou primogênito dos mortos.
5) Jesus é a cabeça de toda
a criação e a cabeça da igreja, portanto, Ele é o primogênito no sentido de ter
primazia e autoridade sobre todas as coisas, assim como irmão mais velho,
tradicionalmente, tem primazia entre seus irmãos. Os quatro primeiros pontos se
referem a ser o primeiro em ordem, enquanto o quinto se refere a ser o primeiro
em poder e grandeza.
A designação de Cristo como o primogênito não
significa que ele foi criado ou gerado por um outro Deus. Significa, antes, que
como homem, Cristo é o primeiro e o mais velho dos irmãos, na família
espiritual de Deus, em que Ele tem autoridade e poder sobre toda a criação.
HEBREUS
1:8-9
"Mas, acerca do Filho:
o teu trono, ó Deus, é para todo o
sempre... Deus, o teu Deus, de ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos
seus companheiros." a primeira parte desta passagem se refere claramente à
divindade do Filho, enquanto a segunda parte se refere à humanidade do Filho. O
escritor de Hebreus está citando uma passagem profética que encontramos no
Salmo 45:6 e 7. Esse assunto não é sobre a Divindade, mas uma afirmação profética inspirada por deus e
tendo em vista a futura encarnação de Deus. Deus estava falando profeticamente,
através do salmista, para se revelar num futuro papel. temos aprendido que o
termo "Filho de Deus" se refere a encarnação, ou a manifestação de
Deus com em carne. Deus planejou o
Filho antes do começo do mundo, mas o
Filho não teve real existência substancial até a plenitude do tempo. O Filho
teve um começo porque o Espírito de Deus
gerou (concebeu) o Filho no ventre de Maria. O reinado do Filho terá um fim porque
quando a igreja for apresentada a Deus e quando Satanás, o pecado e a morte,
tiverem sido julgados e dominados, o papel do Filho cessará. O Filho cumpre
muitos papéis que no plano de Deus poderiam ser cumpridos apenas por um ser
humano sem pecados. Naturalmente, o definitivo propósito do Filho e
providenciar os meios de salvação para a humanidade decaída.
Concluímos três coisas a respeito do uso da
expressão "Filho de Deus".
1) não podemos usá-la
separadamente da humanidade de Cristo, porque ela se refere, sempre, a carne ou
ao Espírito de Deus em carne.
2) Filho é sempre usado com
referência ao termo, porque a filiação teve um começo e terá um fim .
3) como Deus, Jesus tem todo
o poder, mas como Filho ele era limitado em poder. Jesus era tanto o homem
quanto Deus.
A doutrina bíblica do Filho é uma verdade
maravilhosa. Ela apresenta algumas ideias complexas, principalmente porque é
difícil para a mente humana compreender
um ser que tenha uma natureza tanto humana quanto divina. Através do
Filho, Deus apresenta vivida- mente sua natureza ao homem, particularmente seu
amor incomparável.
A doutrina do Filho não
ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que enviou outra pessoa,
"Deus Filho", para morrer e reconciliar o mundo como Pai. Pelo
contrário, ela ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que Se vestiu em
carne e deu a Si mesmo, como Filho de Deus, para reconciliada consigo o mundo
(II Corintios 5:19).
O único Jeová de Deus, do
Velho Testamento, o grande criador do universo, o humilhou-se a Si mesmo, na
forma de um homem para que o homem pudesse vê-lo, compreendê-lo e se comunicar
com ele. Ele fez um corpo para si mesmo, chamado Filho de Deus.
Deus mesmo providenciou meios para redimir a
humanidade. "Viu que não havia
ajuda dor algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor pelo
que o seu próprio braço lhe trouxe a
salvação" (Isaías 59:16). Para seu
próprio braço providenciou salvação . Uma compreensão correta do Filho tem, portanto,
o efeito de engrandecer e glorifica o Pai. De seu papel como Filho, Jesus orou
ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra... manifestei o teu nome... eu lhes
fiz conhecer o teu nome" (João 17 4,6 e 26.) O Pai revelou a Si mesmo ao
mundo e reconciliou consigo mundo, através do Filho.
PAI,
FILHO, E ESPÍRITO SANTO
"Eu e o Pai somos
um" (João 10:30).
"E eu rogarei ao Pai, e
ele vos dará outro Consolado... o Espírito da verdade" (João 14:16 e 17).
No significado dos termos
Pai e Espírito Santo, enquanto aplicados a Deus. Vamos, ver os relacionamentos
e as distinções existentes entre os três termos: Pai, Filho e Espírito Santo.
Será que esses termos identificam, realmente, três pessoas diferentes ou três
personalidades na divindade? Ou será que eles indicam três papéis, modos,
funções ou ofícios diferentes, pelos quais o único deus opera e revela a si
próprio?
O
PAI
A expressão "Deus
Pai" é bíblica e se refere ao próprio Deus(Gálatas 1:1-4). Deus é o Pai; ele não é meramente Pai do
filho,mas o Pai de toda a criação (Malaquias 2:10; e Hebreus 12:9). Eleé,
também, nosso pai, em razão do novo nascimento (Romanos8:14-16).
O título pai indica
relacionamento entre Deus e o homem, particularmente entre Deus e seu Filho e
entre Deus e o homem regenerado. Jesus ensinou, muitas vezes, que Deus é nosso
pai(Mat. 5:16,45 e 48). Ele nos ensinou orar: "Pai nosso que estados nos
céus" (Mateus 6:9). Como homem, no entanto, Jesus tinha, ainda, um
relacionamento especial com Deus de um modo que nenhum outro homem jamais teve.
Ele era a único filho gerado pelo Pai (João 3:16), o único que foi realmente
concebido pelo Espírito de Deus e o único que tinha a plenitude de Deus, sem
limites.
A Bíblia ensina claramente
que há apenas um Pai (Malaquias 2:10,Efésios 4:6). Ela também afirma que Jesus
é o único Pai (Isaías 9:6;João 10:30). O Espírito que habitava o Filho de Deus
não era outro senão o Pai.
É importante observar que o
nome do pai é Jesus, porque esse nome expressa e revela plenamente o Pai. Em
João 5:43, Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai". De acordo com
hebreus 1:4, ofilho "Herdou mais excelente nome". Em outras palavras,
o filho herdou o nome de seu pai. Assim, entendemos por que Jesus disseque ele
manifestou e declarou o nome do pai (João 17:6 e 26). Ele cumpriu a profecia do
velho testamento que afirma que o Messias declararia o nome do Senhor (Salmos
22:22; Hebreus 2:12). Em nome de quem
veio o filho? Que nome ele obteve de seu pai, por herança? Que nome o filho manifestou? A resposta é
clara. O único nome que ele usou foi o nome de Jesus, o nome de seu pai.
O
FILHO
Basicamente, a expressão
"Filho de Deus" se refere a Deus quando manifestado em carne, na
pessoa de Jesus Cristo, para a salvação da humanidade. O nome do filho é Jesus:
"Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus" (Mateus 1:21).
Uma vez que vai se refere apenas à divindade, ao passo que "Filho de
Deus" se refere à divindade enquanto encarnada em humanidade, não cremos
que o Pai seja o filho. Embora não acreditamos que o Pai seja o filho,
acreditamos, com certeza, que o Pai está no Filho (João 14:10).Sendo Jesus o nome
do Filho de Deus, tanto em relação à sua divindade como Pai quanto à sua
humanidade como filho, Jesus é o nome de ambos, do Pai e do Filho.
O
ESPÍRITO SANTO
Esse termo "Espírito Santo", no KJV é
traduzido da palavra grega pneuma.
O Espírito Santo é,
simplesmente, Deus. Deus é santo (Leviticos 11:44; I Pedro 1:16). De fato,
apenas Ele é santo em Si mesmo. Deus é também Espírito (João 42: 4) e há
somente um Espírito de Deus (I Corintios 12:11; Efésios 4:4). Portanto,
"Espírito Santo" é um outro termo para o único Deus.
Fica evidente que o Espírito
Santo é Deus se compararmos Atos 5:3com 5:4, e se compararmos I Corintios 3:16
com 6:19. Essas passagens identificam o Espírito Santo com o próprio Deus.
Não podemos limitar os
termos "Espírito Santo" e "O Espírito de Deus" ao Novo
Testamento, nem limitar, do mesmo modo, o papel ou manifestação de Deus que
eles descrevem. Encontramos o Espírito mencionado através de todo o Velho
Testamento, a partir de Gênesis 1:2. Pedro nos diz que os profetas antigos
foram movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1:21).
Se Espírito Santo é
simplesmente Deus, porque há necessidade desse termo? O motivo é que ele dá
ênfase a um aspecto particular de Deus: Ele enfatiza que ele, que é um Espírito
Santo, onipresente e invisível, opera entre todos os homens, em todos os
lugares, e pode preencher os corações dos homens. Quando falamos do Espírito
Santo, estamos lembrando a nós mesmos da obra invisível de Deus entre os homens
e de seu poder para ungir, batizar, tornar plenas, e a habitar as vidas humanas.
O termo fala de Deus em atividade." E o Espírito de Deus pairava sobre as
águas" (Gênesis 1:2).
Ele se refere a Deus agindo
entre os homens a fim de regenerar sua natureza decaída e capacitá-los a
realizar a vontade sobrenatural de Deus no mundo. Observamos que o Espírito é o
agente do novo nascimento (João 3:5; Tito 3:5).
Uma vez que o Espírito é o
próprio Deus, o modo correto de usarmos os pronomes Ele e Seu para nos
referimos ao Espírito será com letras maiúsculas. Muitas vezes os amos
"Espírito Santo" como uma forma abreviada de nos referir ao
"Batismo (ou dom) Espírito Santo", e, em tais casos, podemos, a
também, apropriadamente, usar ele e seu com letras minúsculas. Quando fazemos
isso, temos que nos lembrar, no entanto, que o Espírito Santo é Deus e não simplesmente
uma força ou fluído sem inteligência. Os versículos seguintes revelam que o
Espírito Santo é, de fato, Deus e não uma força sem inteligência: Atos 5:3 e 4,
9; 20:23 e 28; 21:11.
Pelo nome de Jesus o
Espírito é revelado e recebido. Ele não é uma pessoa à parte, com identidade
separada, que vem em outro nome. Jesus disse: "O Consolador, o Espírito
Santo, a quem o Pai enviará em meu nome..." (João 14:26). O Espírito Santo
vem, portanto, em nome de Jesus.
O
PAI É O ESPÍRITO SANTO
O único Deus é Pai de todos,
é Santo, e é Espírito. Portanto, os títulos Pai e Espírito Santo descrevem o
mesmo ser. Para dizer de outro modo, o único Deus pode realmente cumprir dois
papéis, de Pai e Espírito Santo. As escrituras atestam isso.
1- João 3: 16 diz que Deus é
o Pai de Jesus Cristo e Jesus se referiu ao Pai como seu próprio Pai, muitas
vezes (João 5:17 e 18). Ainda Mateus 1:18-20 e Lucas 1: 35 revelam, claramente,
que o Espírito Santo é o Pai de Jesus Cristo. De acordo com esses versículos
das escrituras, Jesus foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu, Filho de
Deus.
O único que faz com que haja
a concepção é o Pai. Como todos os versículos das escrituras, que se referem à
concepção ou genitura do Filho de Deus, fala do Espírito Santo como sendo o agente
da concepção, fica evidente que o Pai do corpo humano de Jesus é o Espírito e é
lógico concluímos que o Espírito Santo é o Pai de Jesus Cristo, o filho de
Deus.
2 - Joel 2: 27-29 registram
as palavras de Jeová Deus: "Derramarei o meu Espírito sobre toda a
carne". Pedro aplicou esses versículos ao batismo do Espírito Santo,
obviamente o Espírito de Jeová tem que ser um Espírito Santo.
3 - A bíblia chama o
Espírito Santo de "O Espírito do Senhor" (Isaías 40:13), o Espírito
de Deus (Gênesis 1: 2), o Espírito do Pai (Mateus 10:20). Havendo um único
Espírito, todas essas expressões devem se referia ao mesmo ser. O Espírito
Santo não é outro senão Jeová Deus, nem outro senão o Pai.
Para uma visão mais completa
da identificação do Espírito Santo com o Pai, considere as seguintes
comparações da Bíblia:
1- Deus Pai ressuscitou
Jesus dos mortos (Atos 2:24; Efésios 1:17-20), todavia o Espírito ressuscitou
Jesus de entre os mortos (Romanos 8:11).
2 - Deus Pai vivifica (dá
vida) aos mortos (Romanos 4:17; I Timóteo 6:13), no entanto Espírito também o
faz (Romanos 8:11).
3 - O Espírito nos adota, o
que significa que Ele é o nosso Pai (Romanos 8:15 e 16).
4 - O Espírito habita a vida
de um cristão (João 14:17; Atos 4:31), o Espírito do Pai habita os corações dos
homens (Efésios 3:14-16). É o pai que vive em nós (João 14:23).
5 - O Espírito Santo é nosso
condicionador (João 14:26, em grego parakletos), mas Deus Pai é o Deus de toda
consolação (paraklesis) que nos conforta (parakaleo) em toda tribulação (II
Corintios 1:3 e 4).
6 - O Espírito nos retifica
(I Pedro 1:2), também o Pai nos santifica (Judas 1).
7 - Toda a escritura é dada
por inspiração de Deus (II Timóteo 3:16), ainda assim, os profetas do Velho
Testamento eram movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1: 21).
8 - Nossos corpos são
templos de Deus (I Corintios 3:16 e 17), são, também, templos do Espírito Santo
(I Corintios 6:19).
9 - O Espírito do Pai nos
dirá o que dizer em tempos de perseguição (Mateus 10:20), mas o Espírito Santo,
também (Marcos 13:11).
De todos esses versículos das Escrituras,
concluímos que o Pai e o Espírito Santo são, simplesmente, duas descrições
diferentes de um único Deus. Os dois termos descrevem um mesmo ser, mas dão
ênfase ou esclarecem diferentes aspectos, papéis ou funções que Ele possui.
A
DIVINDADE DE JESUS CRISTO É O PAI
A divindade residente em
Jesus não é senão o Pai. Em outras palavras, o Espírito no Filho é o Pai. A
Divindade de Jesus Cristo é o Espírito Santo.
O Espírito Santo é chamado
de o Espírito de Jesus Cristo (Filipenses 1:19), e de o Espírito do filho
(Gálatas 4:6). 2 Corintianos 3:17 fala do único Espírito: "Ora o Senhor é
o Espírito", e "O Senhor que é o Espírito" (versículo 18). Em
resumo, o Espírito que habita em Jesus Cristo não é outro senão o Espírito
Santo. O Espírito no filho é o Espírito Santo.
Veja o paralelismo de alguns versículos das
Escrituras que revelam que o Espírito de Cristo é o Espírito Santo.
1 - O Espírito de Cristo
estava nos profetas do passado (1 Pedro 1: 10 e 11), embora saibamos que eles
vieram movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:21).
2 - Jesus ressuscitará os
crentes da morte (João 6:40), ainda assim, o Espírito vivificará (dará vida) os
mortos (Romanos 8:11).
3 - O Espírito ressuscitou a
Cristo de entre os mortos (Romanos 8:9-11), embora Jesus afirmasse que Ele
ressuscitaria a Si mesmo de entre os mortos (João 23:19-21).
4 – João 14:16 diz que o Pai
enviaria outro Consolador, a saber, o Espírito Santo, embora, em João 14:18,
Jesus tenha dito: "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros".
Em outras palavras, o outro consolador é Jesus em uma outra forma __em
Espírito, e não em carne. Jesus explicou isso no versículo 17, dizendo que o Conservador
já habitava entre os discípulos de que Ele logo estaria neles. Quer dizer, o
Espírito Santo estava com eles na pessoa de Jesus Cristo, mas o Espírito Santo,
o Espírito de Jesus Cristo, logo estaria neles. Jesus explicou mais sobre esse
ponto em João 16:7,dizendo que ele tinha que partir, pois, se não, o outro
consulado não viria. Por que? Enquanto Jesus estivesse junto deles em carne não
poderia estar presente espiritualmente em seus corações, mas depois que
partisse fisicamente ele enviaria de novo seu próprio Espírito para estar com
eles.
5 – O Espírito Santo habita
o coração dos cristãos (João 14:16), e ainda assim Jesus prometeu que a
habitaria seus seguidores até o fim do mundo (Mateus 28:20). Do mesmo modo, os
crentes são plenos do Espírito Santo (Atos 2:4 e 38), e ainda é Cristo que
habita em nós (colossenses. 1: 27).
6 - Efésios 3:16 e 17 dizem
que tendo Espírito no homem interior, temos Cristo em nossos corações.
7 - Cristo Santifica a
Igreja (Efésios 5: 26), mas também o Espírito o faz (1 Pedro 1:2).
8 - O Espírito Santo é o
prometido parakletos de João 14:26 (palavra grega traduzida como
"Consolador" na versão King James), e ainda Jesus é o nosso
parakletos em 1 João 2:1 (a mesma palavra grega traduzida como
"Advogado", na versão King James). Devemos notar que o mesmo autor -
o apóstolo João - escreveu ambos os versículos, devendo, presumivelmente, estar
atento ao paralelismo.
9 – O Espírito é nosso
intercessor (Romanos 8:26), mas Jesus é, também, nosso intercessor (Hebreus
7:25).
10 - O Espírito Santo nos
dirá o que falar em tempos de perseguição (Marcos 13:11), embora Jesus tenha
dito que ele o faria (Lucas 21:15).
11 - Em Atos 16:6 e 7, a RSV
e a NIV igualam, amos, o Espírito Santo ao Espírito de Jesus.
PAI,
FILHO, E ESPÍRITO SANTO
Está claro que os termos
Pai, Filho e Espírito Santo não pode implicar em três pessoas, personalidades,
vontade ou serem separados. Eles podem significar, apenas, aspecto ou papéis
diferenciados de um ser - Espírito - o único Deus. Eles descrevem o
relacionamento de Deus com o homem, não pessoas existentes numa Divindade.
Usamos Pai para enfatizar o papel de Deus como Criador, Pai de espíritos, Pai
dos crentes regenerados e Pai da humanidade de Jesus Cristo. Usamos Filho para
significar ambos, a humanidade de Jesus Cristo e Deus como ele se manifestou na
carne com o propósito de salvar o homem. Usamos Espírito Santo para enfatizar o
poder ativo de Deus no mundo, e entre os homens, particularmente sua obra de
regeneração.
Devemos observar que esses três títulos não
são os únicos que deus possui. Muitos outros títulos com nomes usados para deus
são significativos e aparecem frequentemente na bíblia, inclusive termos com
SENHOR (Jeová), senhor, palavra, deus Todo-Poderoso, e o único santo de Israel.
A unicidade, como ponto de vista, não nega o pai, o filho e o Espírito Santo,
mas rejeita que esses termos sirvam para designar pessoas da divindade. Deus
tem muitos títulos, mas ele é um único ponto ele é indivisível quanto à sua
existência, mas sua revelação de si mesmo a humanidade tem sido expressa
através de muitos meios, inclusive sua revelação como o pai, no filho, e como
Espírito Santo.
Efésios 3:14-17, que,
citamos, várias vezes, neste capítulo, demonstra que o pai, o espírito e Cristo
são um, no sentido descrito. "Por esta causa nem ponha de joelhos diante
do pai, de quem toma o nome de toda a família, tanto no céu como sobre a terra,
para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que seja mais
fortalecido com poder, mediante o seu espírito no homem interior; e assim
habita Cristo nos vossos corações, pela fé..." a versão King James é
ambígua quanto à "Seu espírito" se referia ao espírito do pai ou
espírito de Cristo. As versões NIV, TAB, RS e o texto grego de Nestle, todos,
tornam claro que "Seu" se refere ao "Pai". Essa passagem e
identifica, portanto, o Espírito que está no coração do cristão como o Espírito
do pai e, também, como Cristo. O pai, Cristo e o Espírito se referem, todos, a
um único Deus indivisível.
O que podemos comentar a
respeito de passagens das Escrituras que parecem descrever mais que uma pessoa
na Divindade? Isso acontece apenas por causa dos anos que têm sido usadas como
argumentos por parte daqueles que acreditam em mais de uma pessoa da Divindade.
Quando uma pessoa liberta sua mente de todas as interpretações, conotações e
doutrinas forjadas pelos homens, vendo esses versículos do ponto de vista dos
seus autores originais (que eram judeus monoteístas devotos), compreendemos que
esses versículos descrevem os títulos atributos e papéis de Deus ou a dualidade
da natureza de Jesus Cristo.
Apenas dois versículos das
escrituras, em toda a bíblia, mencionam Pai, Filho (ou Verbo) e Espírito Santo,
de modo a sugerir três pessoas, o significado especial ao número três em
relação à Divindade. São, Mateus 28:19 e 1 João 5:7. Ambas as passagens, no
entanto, apresentam sérios problemas para o trinitarianismo.
Mateus 28:19
“Ide, portanto, fazer discípulos de todas as
nações, batizando os em nome do pai e do filho e do Espírito Santo"
(Mateus 28:19).
Nessa passagem, Jesus
ordenou a seus discípulos que batizar sem "Em nome do pai e do filho e do
Espírito Santo". No entanto, esse versículo o não ensina que o pai, o
filho e o Espírito Santo seja três pessoas separadas. Ele ensina antes, que os
títulos de pai, filho e Espírito Santo identificam um nome e, portanto, um ser.
O versículo diz, explicitamente, "Em nome", não "nos
nomes".
Para dirimir qualquer dúvida
de qualquer a distinção singular plural seja significativa o tenha sido
deliberadamente por deus, precisamos, apenas, ler Gálatas 3:16, onde Paulo dá
ênfase ao significado do singular “teu descendente", referindo-se a
Gênesis.22:17. Muitos estudiosos trinitárianista têm reconhecido, ao menos
parcialmente, o significado do singular, em Mateus 28:19. Por exemplo, o
professor presbiteriano James Buswell afirma: “O nome, não nomes do Pai, do
Filho e do Espírito Santo, no qual devemos ser batizados, deve ser entendido
como Jahweh, o nome do Deus-Triúno." [17] Essa maneira de ver o singular
está correta, embora sua identificação do nome singular esteja errada. Jeová ou
Yahweh era o nome de Deus revelado no Velho Testamento, mas Jesus é o nome de
Deus revelado no Novo Testamento. Entretanto, o nome Jesus inclui Jeová, uma
vez que Jesus significa Jeová-Salvador”.
Pai, Filho e Espírito Santo
descrevem todos, o único Deus; portanto a frase em Mateus 28:19 descreve,
simplesmente, o único nome do único Deus. O Velho Testamento prometeu que viria
um tempo quando Jeová teria um nome e esse único nome se tornariaconhecido
(Zacarias 14:9; Isaías 52:6). Sabemos que o único nomede Mateus 28:19 é Jesus,
por que Jesus é o nome do pai (João5:43; Hebreus 1: 4), do Filho (Mateus 1:21 e
do Espírito Santo (João 14:26). A igreja
do Novo testamento entendeu assim, pois batizava no nome de Jesus Cristo (Atos
2:38;8:16;10:48;19:5; 22:16; 1 Corintios 1:13).
O próprio Mateus confirmou essa interpretação permanecendo ao lado de
Pedro e dos outros apóstolos durante o sermão no qual Pedro ordenou que o povo
fosse batizado em nome de Jesus Cristo (Atos 2:14-38).
Alguns afirmam que as
referências em atos não significam que o nome de Jesus fosse pronunciado
oralmente como parte forma do batismo.
Entretanto, isso parece ser uma tentativa de torcer a linguagem para adaptá-la
à uma doutrina e prática errôneas. Atos22:16 diz: "Levanta-te, recebe o
batismo e lavo os teus pecados, invocando o nome dele". O Novo testamento
interlinear Greco-Inglês diz:" Invocando o nome". Esse versículo
indica, portanto, que o nome de Jesus era invocado oralmente por ocasião do
batismo. Tiago 2:7,diz:"Não são eles os que blasfemam ao bom nome que
sobre vós foi invocado?" a frase elogia grega indica que o nome era
invocado sobre os cristãos, num momento específico. A bíblia amplificada diz: "Não
são eles que caluniam e blasfemam aquele nome precioso pelo qual são distiguídos
e chamados (o nome de Cristo invocado no
batismo)?"
Para termos um exemplo do
que significa “Em nome de Jesus”, precisamos apenas da história de cura do
coxo, em atos 3. Jesus disse para pelos enfermos em seu nome “Marcos 16:17 (e
18), e Pedro disse ao coxo que ele estava curado em nome de Jesus
(atos4:10). Como isso aconteceu? Pedro,
realmente, pronunciou as palavras: em” nome de Jesus Cristo “(atos 3:6). O nome
Jesus, invocado com fé, conseguiu o milagre. O nome significa poder ou
autoridade, mas se significado não afastam o fato de que Pedro tenha invocado,
moralmente, o nome de Jesus ao efetuar a cura”.
Si as muitas passagens, em atos, que se
referem ao batismo pela água, em nome de Jesus, não descrevem uma formula
batismal, então a verdade é que Mateus 28:19 também não indicam uma fórmula.
Essa interpretação deixaria a igreja sem qualquer fórmula batismal para
distinguir o batismo cristão do batismo judaico e do batismo pagão. Mas, o
senhor não nos deixou sem uma fórmula batismal; a igreja cumprir corretamente
as instruções dadas por Jesus em Mateus 28:19, quando os apóstolos e usavam o
nome de Jesus no batismo pela água.
Muitas enciclopédias e
muitos historiadores da igreja concordam que a fórmula de batismo original
usada na história da igreja primitiva era" Em nome de Jesus". O
professor luterano Otto Heick, por exemplo, diz: no princípio, o batismo era
administrado em nome de Jesus, mas, gradualmente, passou a ser administrado em
nome do Deus-Triúno: Pai, filho e Espírito Santo". Essa não foi uma afirmativa impensada, porque
ele, mais tarde, reafirmou seu ponto de vista:" No princípio o batismo era
em nome de Cristo".
Essa interpretação de que
nome, Jesus, em Mateus 28:19, em contrato maior apoio na completa descrição dos
acontecimentos, dos quais esse versículo é uma parte. Em Mateus 28:18 e 19,
Jesus disse: “Ou dá à autoridade me foi dada no céu e na terra. I de, portanto, fazer discípulos de todas as
nações, batizando as em nome..." em outras palavras Jesus disse: “Eu tenho
todo o poder, portanto batizar aí em meu nome". Toda a lógica da passagem
seria distorcida, se a lêssemos como o: “Eu tenho todo o poder, portanto, batizar
em nome de três pessoas diferentes".
Nos outros registros da grande comissão, o nome de Jesus figura com
destaque (marcos16:17; Lucas 24:47). O de Mateus diz: “Em nome do pai e do
filho e do Espírito Santo". Marcos: o "Em meu nome". E Lucas: o
"Em seu nome". Todos se referem ao nome de Jesus.
Devemos nos lembrar que o batismo pela água é
administrado por causa de nossa vida passada, de pecado; para a "Remissão
2... Pecados" (atos 2:38). Sendo nome de Jesus o único que salva
(atos4:12) ,é lógico que seja o nome usado no batismo. Jesus mesmo ligou seu
nome a remissão dos pecados: “E que em seu nome sepegasse arrependimento para
remissão de pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém" (Lucas
24:47).
Mateus 28:19 não ensina que
há três pessoas em um único Deus, mais dá, antes, três títulos de Deus todos
eles, apropriadamente aplicados a Jesus Cristo. Esses títulos resumem os
diferentes papéis de Deus ou modos de sua revelação; por sua referência
ao" nome", no singular, a passagem chama a atenção para o único nome
de Deus que é revelado no Novo testamento. Esse nome é Jesus.
Maior luz sobre a interpretação de que o nome
de Deus e Jesus vem de uma comparação entre apocalipse 14 :1 e apocalipse 22:3
e4. Há um nome para o Pai, Deus, e o cordeiro. O cordeiro Jesus, assim Jesus é
o nome de Deus e do Pai
I João 5:7
"Pois a três que se dão
testemunho no céu; que o pai, a palavra, e oEspírito Santo; e esses três são um”.
(I João 5:7)
Embora esses versículos das
escrituras sejam, muitas vezes, usado por aqueles que acreditam na existência
de três pessoas em deus, ele, na realidade, refuta a esse ponto de vista, pois
afirma: "Esses três são um". Alguns interpretam esse texto como
significando um em união como marido e esposa são um. Mas é preciso destacar que
esse ponto de vista é essencialmente politeísta. Se a palavra um se refere à união, em vez de
uma designação numérica, então à divindade pode ser vista como muitos deuses em
um conselho ou governo unido. Se devesse significar união, o versículo deveria
ser: "Estes três concordam entre si, como um".
É, também, interessante
notar que si versículo não usa a palavra Filho, mas palavra. Se Filho era o
nome especial de uma pessoa distinta na Divindade, e se esse versículo
estivesse tentando ensinar que há pessoas separadas, porque usa a palavra em
lugar de Filho? Filho não se refere, primária mente, à divindade, mas palavra,
sim. A palavra não é uma pessoa separada do pai, assim como homem e sua palavra
não são pessoas separadas. A palavra é, antes, o pensamento o plano na mente de
deus e também a expressão de Deus.
De modo semelhante, o
Espírito Santo não é uma pessoa separada do Pai, como um homem e seu espírito
não são pessoas distintas. O Espírito Santo apenas descreve o que Deus é. 1
João 5:7, disse que os três dão testemunho no céu; que dizer, Deus testemunhou
a si mesmo em três maneiras de atividade ou revelou a si mesmo de três modos.
Ele tem, pelo menos, três papéis celestiais: Pai, palavra(e não Filho), e
Espírito Santo. Além disso, esses três papéis descrevem um Deus:" Estes
três são um".
* Apenas explicamos 1 João
5:7 de modo coerente com o resto das escrituras. Há, entretanto, concordância
praticamente unânime, entre os estudiosos da bíblia, de que esse versículo não
faz, é realmente, de modo algum, parte em da bíblia! Todas as principais traduções
desde a versão King James tem omitido esse versículo, inclusive revised
standard version the Amplified Bible, o a new International version, bem como o
texto grego (texto de Nestle), amplamente aceita. A NIV traduz 1 João 5:7 e 8
como o:"Por que a três que testemunham: o espírito, água e o sangue;
e estes três estão em acordo".
A versão King James inclue o
versículo 7 apenas porque a edição de 1522 do texto grego compilado por Erasmo,
o incluía. Anteriormente, Erasmo tinha a excluído essa passagem de suas edições
de 1516 e 1519, porque ela não estava
em Nenhum dos 5.000 manuscritos gregos,
mas apenas nos últimos manuscritos da vulgata- a versão latina usada, pela a
igreja católica romana. Quando a igreja católica pressionou Erasmo para que ele
incluísse esse versículo, ele prometeu que o faria se eles pudessem contra
apelo menos um manuscrito que o registrasse. Finalmente conseguiram um e,
então, com relutância, Erasmo acrescentou o versículo, embora o manuscrito
apresentado fosse datado de 1520.(veja Norma Geisler e William Nix, em uma
introdução geral para a Bíblia, Chicago: Moody Press), 1968,p. (370). Assim, parece plausível que algum
copista super zeloso tenha visto "ha três que dão testemunho" e tenha
decidido inserir uma explicação própria a respeito. Na realidade, a passagem em
questão está completamente desligada do resto do discurso de João, I e interrompe
o fluxo lógico de sua argumentação.
Embora toda a evidência indique que esta
passagem não fazia parte originariamente
de 1 João, Deus protege e preserva com sua mão, a sua palavra. Apesar dos
esforços do homem, Deus não permitiu que a passagem viesse a contradizer Sua
palavra. Quer alguém acredite que 1 João 5:7 fosse parte original da Bíblia,
quer acredite que tenha sido inserida mais tarde, ela não ensina que existem
três pessoas em Deus, mas, sim, reafirma o ensino bíblico de um Deus
indivisível, com várias manifestações.
DEUS
SE LIMITA A TRÊS MANIFESTAÇÕES?
Discutimos, neste capítulo,
três principais manifestações de deus. Isso significa que deus se limita a três
papéis? Os termos pai, filho e Espírito Santo
englobam tudo aquilo que deus é? Apesar da importância que essas
manifestações têm no plano de redenção e salvação do Novo testamento, e não
parece que deus possa ser limitado a esses três papéis, títulos ou
manifestações. Deus manifestou assim mesmo de muitas maneiras, no velho
testamento. Ele se revelou em muitas teofanías, inclusive em forma humana e em
forma angelical. A Bíblia usa muitos outros nomes e títulos para Deus. Por
exemplo: SENHOR (JEOVÁ) e SENHOR, aparecem frequentemente na Bíblia. Deus se
revelou ao homem em muitos outros relacionamentos, também. Ele é, por exemplo,
Rei, Senhor, e Noivo, o Marido, Irmão, Apóstolo, Sumos Sacerdotes, Cordeiro, Pastor
e o Verbo embora Pai, Filho e Espírito Santo representem importantes papéis, títulos ou manifestações
de Deus, não se limita a esses três, nem o número três tem qualquer significado
especial, com relação a Deus.
Uma explicação popular de
Pai, Filho e Espírito Santo é de que há um Deus que se revelou como Pai na
criação, Filho na redenção e Espírito Santo na regeneração. O reconhecimento
destas três manifestações não implica em que Deus seja limitado às três ou que exista
uma tríade na natureza de Deus. Além disso, não há uma distinção total entre
uma manifestação e outra. Por exemplo, Deus era o Espírito Santo,
anteriormente, na criação e usou seu papel como espírito na criação (Gênesis 1:
2). Mais ainda, Deus usou seu papel como filho--quer dizer, ele dependia de seu
plano para a futura filiação--antes, na criação (Hebreus 1:2).
Deus é nosso pai na
regeneração tanto quanto na criação, porque pelo novo nascimento nós nos
tornamos filhos espirituais de Deus.
Não podemos confinar Deus a
três ou a qualquer número de papéis ou títulos nem podemos. Dividi-lo, porque
ele é um. Mesmo porque seus títulos e papéis se sobrepõem. Ele pode se
manifestar de muitos modos, mas ele é um e apenas um ser.
Como podemos, então, nos referir a Deus o de
um modo que descreva tudo que ele é? Que nome inclui os muitos papéis e atributos
de Deus? Podemos, naturalmente usar simplesmente o termo deus ou nome do Velho
Testamento-- JEOVÁ. Temos, no entanto, um novo nome que nos foi revelado--o
nome de Jesus. Quando usamos o nome de Jesus, abrangemos tudo que Deus é. Jesus
é o Pai e, o Filho, e o Espírito Santo. Jesus resume todos os nomes compostos
de Jeová. Jesus é tudo que Deus é. Quaisquer que sejam os papéis ou
manifestações de Deus, estão todos em Jesus (Colossenses 2: 9). Podemos usar o
nome de Jesus para o próprio Deus, pois ele representa a totalidade do caráter
de Deus, seus atributos e sua auto-revelação.
A Bíblia fala do Pai, do
Filho e do Espírito Santo como diferentes manifestações, papéis, modos,
títulos, atributos, relacionamento com o homem, as funções de um Deus, mas ela
não se refere ao Pai, Filho e Espírito Santo como três pessoas, personalidades,
vontades, mentes os deuses. Deus é o Pai de todos nós e de um modo um ímpar, é
o pai do homem Jesus Cristo. Deus se manifestou em carne, na pessoa de Jesus
Cristo, chamado o Filho de Deus. Deus é, também, chamado de Espírito Santo, o
que enfatiza sua atividade na as vidas e assuntos do homem.
Deus não está limitado a
essas três manifestações. Entretanto, na gloriosa revelação do único Deus, o Novo
testamento não se desviado Monoteísmo estrito do Velho Testamento. Antes, a
Bíblia apresenta Jesus como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Jesus não é
apenas a manifestação de uma de três pessoas da à divindade, mas ele é a
encarnação do Pai, o Jeová do Velho Testamento. Na realidade, em Jesus habita
corporalmente toda a plenitude da Divindade.
AS
OBRAS DE DEUS
Os
decretos divinos em geral
O termo decreto de Deus tem
por significado o propósito ou determinação em relação a acontecimentos
futuros, ou seja, que as coisas acontecem de acordo com o propósito de Deus e
não pelas leis fixas da natureza, destino ou por acaso.
A Negativa desses decretos
ou a pré-ordenação divina, seria como que negar a atividade de Deus, é quase
como que destroná-Lo, colocando-O como mero espectador, impossibilitando-O de
agir. Berkhof (2009) sobre os decretos diz: Os decretos divinos constituem essa
classe de obras divinas.
NATUREZA
DOS DECRETOS DIVINOS
O Decreto Divino é somente
um- embora seja muitas vezes citado no plural a natureza do decreto é um único
ato de Deus, as Sagradas Escrituras o apresentam como prothesis, um propósito
ou conselho, deduzindo também da própria natureza de Deus.
Com relação ao conhecimento
de Deus seu decreto tem estreita relação, o decreto Deus é o fundamento de seu
livre conhecimento.
O decreto divino tem relação
tanto com Deus quanto com o homem, referindo-se primeiramente as obras de Deus,
limitando-se as opera ad extra (criação) de Deus, ou seus atos transitivos.
OS
DECRETOS DE DEUS E O LIVRE ARBÍTRIO
Os decretos divinos
determinam as livres ações dos homens, ou seja, o decreto faz com que as ações
humanas sejam certas, porém não necessárias. Os decretos de Deus não são
executados pelo apelo a vontade humana, portanto, não sendo, inconsistentes com
o livre agir da liberdade do homem. Berkhof (2009) acerca dos decretos e livre
arbítrio diz: ... a Bíblia certamente não parte da suposição de que o decreto
divino é incoerente com a livre ação de homem. Ela revela claramente que Deus
decretou os atos livres do homem, mas também os que os praticam não são menos
livres e, portanto responsáveis por seus atos. Gn 50:19-20, At 2:23, 4:27-28.
OS
DECRETOS DE DEUS SÃO ETERNOS
Tendo Deus propósito nos
acontecimentos do universo, esse propósito teria que ser por necessidade,
eterno. A negativa deste fato seria supor que algum evento não previsto fez com
que Deus mudasse Seu propósito, sabemos que todos os propósitos de Deus foram
feitos com sabedoria, com todo o poder necessário para executá-los, e,
portanto, não há necessidade de muda-los. “Conhecidas são a Deus, desde o
princípio do mundo, todas as suas obras”, Atos 15:18. “Lembrai-vos das coisas
passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e na há outro Deus, não há outro
semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as
coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei
toda a minha vontade”. Isaías 46:9-10.
VALOR
PRÁTICO DA DOUTRINA
Ela magnifica a Deus em toda
Sua sabedoria, poder e soberania. Ela O coloca sobre o trono onde deve estar e
sempre estará. Não existem crises com Deus, nem problemas perplexos O
incomodam, nem forças além de Seu controle. Ele Se move com passos majestosos
até a consumação de Seu eterno propósito em Cristo para o louvor de Sua glória.
O crente deve se sentir humilde ao ver tão grandioso Deus, e sua alma se
encurva em admiração e adoração. A doutrina guardará o crente de uma
familiaridade desnecessária para com Deus em oração e em outros atos de
devoção. Alguns homens oram como se Deus estivesse no seu nível; para tais Ele
não é este ser Augusto de Quem falam as Escrituras. Muitas poesias e outros tipos
de literatura que saem desta batalha são desapropriados e meras representações
de Deus como um camarada de armas. Mas as Escrituras dizem que Deus deve ser no
extremo tremendo na assembleia dos santos e grandemente reverenciado por todos
que O cercam. Salmo 89:7.
Esta doutrina é um daqueles
ensinos avançados das Escrituras que exigem uma mente madura e uma experiência
profunda. O principiante na vida cristã talvez não veja o valor nem mesmo a
verdade desta doutrina, mas com o passar dos anos ela tornar-se-á num cajado de
apoio. Em tempos de aflições, reprovações, e perseguição, a igreja tem
encontrado nos decretos de Deus, e nas profecias onde se encontram estas
doutrinas, uma forte consolação. É somente sobre este fundamento dos decretos
que podemos acreditar que “todas as coisas são para o bem” (Romanos 8:28) e
orar “seja feita a tua vontade” (Mateus 6:10). A. H. Strong.
PREDESTINAÇÃO
A
doutrina da predestinação na história
A predestinação não ocupou
importante assunto para discussão na história até o tempo de Agostinho no
inicio ele defendia a ideia dos pelagianos que consideravam a predestinação
como a presciência de Deus com relação aos atos humanos para determinar seu
futuro, mas após refletir sobre o caráter o soberano beneplácito de Deus passou
a ver que a predestinação não dependia de modo algum da presciência divina, em
algumas de suas declarações ora firmava que há Deus sabe previamente o que Ele
mesmo fará ou pré-conhece o que não fará, falando dos eleitos como sendo
predestinados a salvação e dos reprovados predestinados para condenação por
presciência divina. Embora houvesse essa ambiguidade de pensamentos pode-se
perceber que ele ensinava uma dupla predestinação, ele sabia da diferença entre
ambas. Tais pensamentos encontraram muita oposição na França pelos
semipelagianos, que defendiam a doutrina de uma predestinação baseados na
presciência. Surgiram inúmeras controvérsias e defensores de Agostinho entre
estes Tomaz de Aquino, porém os semipelagianismo passou a dominar entre os
líderes das igrejas, somente no final da idade média é que a Igreja Católica
Romana passou a dar maior divulgação à doutrina da predestinação, dando vasão
tanto ao semipelagianismo ensinado por Molina quanto ao agostinianismo
divulgado por Tomaz de Aquino. Porém tanto a doutrina de um quanto do outro com
relação a predestinação não poderia ser posta como fator determinante para o
restante da Teologia.
A doutrina da predestinação
foi estritamente defendida pelos reformadores do século XVI, sendo aceita por
Martin Lutero se bem que no final de sua existência passou a defender uma
convicção de que Deus queria que todos os homens fossem salvos algo que
enfraqueceu um pouco a doutrina de predestinação, por esta razão ela foi
gradativamente da teologia luterana, Calvino entretanto, defendeu a doutrina
agostiniana, mas se opôs a doutrina de Pighius que defendia que o decreto
concernente à entrada do pecado do mundo foi um decreto permissivo, e que o
decreto de reprovação deve ter sido elaborado de maneira que Deus não fosse o
autor do pecado, nem responsável por este, de modo nenhum, em contrapartida as
confissões reformadas (calvinistas) se incorporaram a esta doutrina sem contudo
incorporá-las igualitariamente em são plenitude e precisão. Com a investida
arminiana contra a doutrina, os Cânones de Dort apresentam uma minuciosa
exposição dela. A doutrina da predestinação as igrejas do tipo arminiano, foi
suplantada pela doutrina da predestinação condicional.
A doutrina da predestinação
a partir da época de Schleiermacher passou a ter uma formação completamente
diversa e desde então a religião passou a ser considerada como um sentimento de
dependência absoluta, possuidora de leis invariáveis e causas secundárias,
predeterminando todas as resoluções e ações humanas, a predestinação passou a
ser identificada com esta predeterminação feita pela natureza ou pela conexão
causal universal que existe no mundo.
Barth em tempos atuais
dirigiu sua atenção à doutrina da predestinação, mas sua elaboração referente a
ela nem de longe tem relação com a de Agostinho e Calvino. Com os reformadores
ele apresenta esta doutrina acentuando a soberana liberdade de Deus em Sua
eleição, revelação, vocação, e assim por diante, simultaneamente não vê na
predestinação uma predeterminada separação feita entre os homens, e também não
entende a eleição como uma eleição particular, conforme entendia Calvino. Barth
entende que o homem não é objeto de eleição ou reprovação, mas, que em ambas as
condições o homem é o campo da eleição ou da reprovação e onde elas se encontram
dentro do mesmo indivíduo, sendo reprovado pela ótica humana e eleita sob a
ótica divina, a base da eleição é a fé.
TERMOS
BÍBLICOS PARA PREDESTINAÇÃO
Yada’ (hebraico) conhecer
(ideia de amor eletivo) Gn 18;19, Am 3:2 Os 13:5, ginoskein proginoskein e prognosis
(grego) conhecimento seletivo (idéia de predeterminação) At 2:23. 4:28, Rm
8:29, 11:2, I Pe 1:2) , tais passagens perdem o sentido se forem entendidas
apenas como sentido de conhecer alguém previamente. Conhecer previamente traz
uma idéia bem próxima de predestinação.
Bachar (hebraico),
Seklegethai e ekloge (grego) escolha ou seleção do decreto divino do
concernente ao destino eterno dos pecadores, escolha acompanhada por
beneplácito por vezes a ideia de um chamamento para a salvação, Rm 9.11; 11.5;
Ef 1.4; 2 Ts 2.13.
Proorizein e proorismos(
grego) predestinação absoluta, predeterminação do homem para certo fim, a
Bíblia deixa evidente que o fim pode ser bom ou mau, At 4.28; Ef 1.5, sem poder
o fim a que se referir-se não é necessariamente o fim último At 4.28; Rm 8.29;
1 Co 2.7; Ef 1.5, 11.
Protithenai e prothesis
(grego) plano definido ou propósito de Deus de predestinar certos homens para a
salvação, Rm 8.29; 9.11; Ef 1.9, 11; 2 Tm 1.9.
OS
OBJETOS DA PREDESTINAÇÃO
A predestinação é destinada
às criaturas racionais de Deus, referindo-se mais aos homens decaídos,
entretanto o termo é empregado num sentido mais amplo, no intuito de incluir
todos os objetos da predestinação, neste caso as criaturas racionais: A
Predestinação é destinada a todos os homens tanto os bons quanto maus (At 4.28;
Rm 8.29, 30; 9.11-13; Ef 1.5, 11), ela também é destinada aos anjos tanto bons
(Mc 8.38; Lc 9.26) quanto maus que não conservaram o seu estado original, (2 Pe
2.4; Jd 6) a Bíblia também faz explícita menção de anjos eleitos (1 Tm 5.21)
com isso que também menção de que há anjos não eleitos. Existem pontos de
diferentes entre predestinação dos homens e dos anjos: Enquanto se pode pensar
na predestinação dos homens como infralapsária (Criar, Permitir a queda, Eleger
alguns, ignorar o restante, Providenciar salvação para os eleitos) a dos anjos
só pode ser entendida como supralapsária (Eleger alguns, reprovar o restante,
Criar Permitir a queda, Providenciar salvação para os eleitos, Chamado do
eleito à salvação) Deus não escolheu apenas certo número de anjos dentre toda
uma multidão de anjos decaídos, os anjos não foram eleitos ou predestinados em
Cristo como Mediador, e sim, como Chefe, para estarem em relação ministerial
com Ele (serviço).
Cristo, objeto da
predestinação no sentido de que: tem um amor especial do pai, diferente do Seu
usual amor pelo Filho, estava sobre Ele, desde a eternidade (1 Pe 1.20; 2.4) na
Sua qualidade de mediador, é objeto do beneplácito do Pai (1 Pe 2.4) e também
como Mediador sendo adornado com a imagem especial de Deus Pai, a quem os
crentes devem conformar-se (Rm 8.29) e o Reino, com toda a sua glória, e os
meios concernentes `a sua posse, ordenados para Ele, para que Ele transmita aos
crentes (Lc 22.29).
ELEIÇÃO
E REPROVAÇÃO
Duas partes estão inclusas
na predestinação: a eleição e a reprovação, onde há a predeterminação de um fim
definitivo tanto para os bons quanto dos maus.
Eleição- A Bíblia ao falar
de eleição o faz em mais de um sentido: fala da eleição de Israel como povo,
separando-o para privilégios e serviços especiais (Dt 4.37; 7.6-8; 10.15; Os
13.), elegendo-os para realizar algum ofício, ou serviço especial, como Moisés
Ex 3, os sacerdotes, Dt 18.5, os reis, 1 Sm 10.24; Sl 78.70, os profetas, Jr
1.5, e os apóstolos, Jo 6.70; At 9.15, e a eleição do homem para ser feito
filho de Deus e herdeiro da glória eterna, Mt 22.14; Rm 11.5; 1 Co 1.27, 28; Ef
1.4; 1 Ts 1.4; 1 Pe 1.2; 2 Pe 1.10. Esta última é a eleição pode ser
considerada como parte da predestinação, pode-se então dizer que a eleição é o
propósito de Deus, de salvar raça humana, em Jesus Cristo e por meio dele.
As características da
eleição e as dos decretos em geral são semelhantes:
O decreto da eleição-
pode-se dizer que é expressão da vontade soberana de Deus, Cristo é o Mediador
Ele mesmo é objeto da predestinação e eleição, quando Ele realizou Sua obra
mediatória já fora fixado o número dos que Lhe foram dados. A eleição é
precedente ao Conselho de paz, o amor de Deus na eleição precede ao envio do
Seu filho, Jo 3.16; Rm 5.8; 2 Tm 1.9; 1 Jo 4.9. A eleição é: É eterna (Rm 8.29,
30; Ef 1.4, 5), É incondicional (Rm 9.11; At 13.48,2 Tm 1.9; 1 Pe 1.2, Ef 2.8,
10; 2 Tm 2) , É irresistível (Sl 110.3; Fp 2.13), Não merece a acusação de
injustiça ( Mt 20.14, 15; Rm 9.14, 15).
O propósito da eleição
eterna é duplo: O propósito próximo é a salvação dos eleitos ( Rm 11.7-11; 2 Ts
2.13), O objetivo final é a glória de Deus ( Ef 1.6, 12,14).
O decreto da reprovação:
pode ser definida como o decreto eterno de Deus onde ele determinou deixar de
aplicar as operações de Sua graça especial à um certo número de indivíduos,
punindo-os pelos seus pecados e delitos, para manifestar a Sua justiça, da
mesma forma que há a eleição para salvação há também a eleição para reprovação
em vista da negação do indivíduo em reconhecer o sacrifício vicário de Cristo,
somente por intermédio Dele Deus é possível o livramento da condenação eterna.
Vale ressaltar que Deus não
elegeu alguns para salvação e outros para a condenação, tanto uma condição
quanto a outra está no uso do livre arbítrio do homem, se este decide-se em
viver uma vida de pecado algo que o distancia de Deus que é Santo, e a negação
em receber a Cristo como Seu Salvador leva-o a reprovação / condenação (Jo
1:12) e o fato de recebê-Lo como Seu Senhor e Salvador e afastamento de pecado
o torna digno de livramento da condenação e eleito para salvação.
A
CRIAÇÃO EM GERAL
Ao estudarmos sobre os
Decretos de divinos somos conduzidos naturalmente ao estudo de suas execuções
tendo como ponto de a obra da criação, ela dá origem a toda revelação divina
constituindo-se também a base de toda a vida ética e religiosa da humanidade.
Essa doutrina ao ser apresentada nas Sagradas Escrituras mostra que seu
principal objetivo é a exposição de uma revelação da relação do homem com Deus.
(Gn. 1.1-31; Sl 102.26, 27; Is 40.12-14, 26, 28; 42.5; 43.7; 45.18; Jr
10.12-16; Am 4.13; Jo 1.3; At 17.24; Rm 1.25; Cl 1.16; Ap 4.11; 10.6, etc 16.1.
DEFINIÇÃO
A palavra criação nas
Sagradas Escrituras é representada em dois sentidos: A Criação (imediata ou
primária) onde Deus cria “do nada” do hebraico Bara ( Gn 1:1) Berkhof (2009)
sobre a criação imediata diz: o ato livre de Deus pelo qual Ele, segundo a Sua
vontade soberana e para a Sua própria glória, produziu no princípio todo o
universo, visível e invisível, sem uso de material preexistente, e assim lhe
deu uma existência distinta da Sua própria e, ainda assim, dele dependente, e a
Criação que Deus faz de materiais preexistentes como a criação dos vegetais,
dos animais e do próprio homem (Gn 1.11, 12, 24, 25; 2.7; 22). A Criação é um
ato do Deus Trino-A Escritura nos ensina que o trino Deus é o Autor da criação
(Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). A Criação é um ato livre de Deus- A Bíblia
nos ensina que Deus criou todas as coisas segundo o conselho da sua vontade (Ef
1.11; Ap 4.11); sendo Ele autossuficiente e independente de suas criaturas (Jó
22.2, 3; 35.6-8; At 17.25). A Criação é um ato temporal de Deus- A Bíblia
relata o princípio de todas as coisas (Gn 1.1; Mt 9.4, 8; Mc 10.6; Jo 1.1, 2;
Hb 1.10), falando também da eternidade (Sl 90.2; Pv 8.22; Mt 13.35; 25.34; Jo
17.24; E f 1.4; 2Tm 1.9; Hb 4.3; IPe 1.20; Ap 13.8). Sobre a criação a maioria
dos os teólogos a distinguem entre criação ativa e passiva, a primeira
indicando a criação como um ato de Deus, e a última, seu resultado, o mundo
criado. A Criação é um ato divino onde o universo é produzido do nada- Deus
criou o mundo com sem material preexistente, produziu todas as coisas pela
palavra do Seu poder, por um simples ato divino. (Gn 1:1 Sl 33:6, 9 e 148:5),
Hebreus 11:3 descreve a criação como um fato que apreendemos somente pela fé,
Romanos 4:17 vem complementar essa passagem de hebreus.
A Criação é distinta de
Deus, mas sempre dependente dEle- O universo tem existência distinta de Deus
sem todavia ser independente Dele . (Is 42.5; At 17.24, Sl 102.27; Ml 3.6; Tg
1.17, Sl 90.2: 102.25-27; 103. 15-17; Is 2.21; 22.17, Rm 1.18-32; 1 Jo 2.15-17,
etc.). Deus ao criar o mundo manteve sua conexão com ele (Sl 139.7-10; Jr
23.24), Ele habita e age nas pessoas (Sl 51.11; Is 57.15 1 Co 3.16; 6.19; Ef
2.22; 4.6) e sustentando toda a criação (Ne 9.6; At 17.28, Sl 104.30). O fim
último de Deus na Criação- O fato de Deus receber glorificação através de
louvores direcionados a Ele por Suas criaturas morais é a finalidade que esta
inclusa no fim supremo, sem constituir em si mesmo esse fim, pois Deus não
criou primeiramente no intuito de receber glória mas para tornar Sua glória
manifesta através de sua criação, constituindo-se assim o que pode-se ser considerado
como fins subordinados, a felicidade e salvação da Suas criaturas, e o
recebimento de louvor de corações gratos e desejosos de adorá-lo. (Is 43.7;
60.21; 61.3; Ez 36.21, 22; 39.7; Lc 2.14; Rm 9.17; 11.36; 1 Co 15.28; Ef 1.5,
6, 9, 12, 14; 3.9, 10; Cl 1.16).
A
CRIAÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL
A
doutrina dos anjos na história
No início da era cristã
existem claras evidências da crença na existência dos anjos desde o início da
era cristã sendo alguns considerados bons, e outros maus. A ideia dos primeiros
era de possuidores de alta estima, seres pessoais de elevada categoria, dotados
de liberdade moral, sendo engajados no serviço de divino, para atender ao
bem-estar dos homens. Segundo alguns dos primeiros pais da igreja, os anjos
eram possuidores de corpos perfeitos e etéreos. Havia a convicção geral de que
os anjos forma criados bons, porém alguns abusaram da sua liberdade decaíram
dando ouvidos a Satanás que se rebelou contra a autoridade e Deus, e este
tornou-se seu chefe. A idéia geral neste período é de que os anjos bons são
instituídos para atenderem às necessidades e ao bem-estar dos crentes, esta
visão sobre os ofícios exercidos pelos anjos em favor dos crentes deu uma
errônea crença de que a noção havia anjos da guarda para igrejas individuais e pessoas
individuais.
Os anjos continuaram, com o
passar do tempo a serem considerados como espíritos bem-aventurados, superiores
aos homens em tanto no conhecimento como no fato de serem livres de corpos
materiais. Apesar de alguns atribuírem a eles excelentes corpos etéreos, houve
certas dúvidas sobre o fato de eles terem algum tipo de corpo. Foi feita por
Dionísio Areopagita uma divisão três classes de anjos:
1ª tronos, querubins e
serafins (gozam de estrita comunhão com Deus),
2ª domínios e poderes
(iluminados pelos primeiros),
3ª principados, arcanjos e
anjos (iluminados pelos segundos),
Esta foi a classificação
adotada por muitos escritores posteriormente. Sobre a classificação dos anjos
Agostinho deu ênfase ao fato de que os anjos bons devidos a sua obediência,
obtiveram a recompensados do dom da perseverança, dom este que lhes permitiu a
segurança de que eles jamais cairiam. Durante este período da era cristã
considerava-se ainda o orgulho como a causa da queda de Satanás, havia ainda a
ideia de que os demais anjos caíram em devido da sua cobiça pelas filhas dos
homens, embora ainda defendida, mas este pensamento foi desaparecendo após a
influência de uma melhor exegese de Gn 6.2. Aos anjos que não caíram
atribuiu-se uma influência benéfica, acreditando-se que os anjos decaídos
corrompiam os corações dos homens, estimulavam a heresia e gerando moléstias e
calamidades. Muito novos convertidos ao cristianismo com tendências politeístas
inclinavam-se a cultuar anjos, tenso esta prática condenada pelo concílio de
Laodiceia no século VI.
Alguns na Idade Média
inclinavam-se acreditar que os anjos possuíam corpos etéreos (espirituais,
sublimes), mas a maioria cria que os anjos eram incorpóreos, a explicação para
as aparições angélicas seria a de que os anjos adquiriam formas corporais
temporárias, com o propósito de revelação. Havia nesta época muita discussão
principalmente entre os escolásticos entre estas opinavam que quanto a criação
os anjos foram criados ao mesmo tempo da criação do universo material, outros já
opinavam que foram criados no estado de graça, mas o que comumente se
acreditava era que foram criados somente num estado de perfeição natural,
quanto ao lugar onde ocupavam a opinião pouco se divergia acreditava-se que a
presença deles no espaço não é limitada mas definitiva, tendo-se em vista que
corpos é que ocupam lugar de forma definitiva, os tomistas e os scotistas
discordavam dessa concepção, quanto ao fato dos anjos receberem conhecimento
infuso (que receberam diretamente de Deus sem necessitar aprender) todos
estavam de acordo apenas Tomaz de Aquino discordava assegurando que este
conhecimento era intuitivo enquanto que Duns Scotus acreditava que eles podiam
adquirir novo conhecimento através da sua atividade intelectual conhecimento
este que pode ser discursivo (raciocínio).Neste período a crença da existência
de anjo da guarda teve considerável apoio.
No período da Reforma a
concepção da doutrina dos anjos permaneceu a mesma, Lutero como Calvino quanto
ao ministério dos anjos tinham uma vívida concepção, em particular da presença
e poder de Satanás. Calvino ressaltava que Satanás está debaixo do controle
divino, sendo às vezes instrumento de Deus para Seus desígnios, tendo permissão
só para agir dentro de limites permitidos (como no caso de Jó). Com relação a
obra realizada pelos anjos bons, a maioria acreditava que seu ofício especial
atender os salvos, quanto a existência de anjos da guarda ainda havia muitas
discussão.
Quanto aos demônios são
definidos como anjos caídos, seres depravados e inimigos de Deus e de todo bem,
que militam para arruinarem a igreja de seus membros, e destruí-los, usando de
todo tipo de vis estratagemas. Devido sua iniquidade estão sentenciados à
perdição eterna e em contínua expectação dos seus horríveis tormentos.
A EXISTÊNCIA
DOS ANJOS
Existe em todas as religiões
o reconhecimento da existência de um mundo espiritual. Suas crenças suas
mitológicas falam de deuses, semi-deuses, espíritos, demônios, etc. A doutrina
dos anjos foi especialmente disseminada entre os persas e muitos críticos
especialistas acreditam que os judeus desenvolveram sua crença nos anjos dos
persas, porém essa afirmativa não foi comprovada sendo bastante duvidosa, não
estando em harmonia com a Palavra de Deus, pois nos relatos bíblicos os anjos
aparecem desde o princípio, estudos específicos feitos sobre o assunto,
concluíram de que a angelologia persa proveio da que era comum entre povo
hebreus.
A crença a na existência dos
anjos sempre existiu na igreja cristã, a teologia liberal moderna, todavia descartou
tal crença, considerando apena a ideia-anjo útil, que age em nosso favor idéia
esta que imprime o cuidado de Deus para conosco. Alguns filósofos entre eles
Kant tentaram admitir a existência do mundo angélico, mas a filosofia não pode
provar essa existência e muito menos a sua inexistência, o que se deve levar em
conta sobre a existência dos anjos é a autoridade da Bíblia que notadamente
comprova a existência do mundo espiritual e da ação dos anjos em inúmeras
passagens.
A
NATUREZA DOS ANJOs
Os anjos são seres criados-
existem negativas acerca da criação dos anjos, mas nas Sagradas Escrituras
relatam com muita sua criação. As passagens de Gênesis 2.1; Salmos 33.6 e
Neemias 9,6 se referem à criação dos anjos, e não do exército de astros como
alguns alegam, mas Salmos 148.2,5 e Colossences 1.16 falam claramente da
criação dos anjos (comp. 1 Rs 22.19; Sl 103.20,21). Não tem como precisar
exatamente a ocasião em que foram criados, alguns, defendem a idéia de que
foram criados antes de todas as outras coisas, baseados em Jó 38.7 porém tal
pensamento não tem o apoio da Escritura. Até onde sabemos e tomando como base a
Bíblia nenhuma obra criadora precedeu à criação dos céus e da terra. Na
passagem do Livro de Jó (38.7) há uma descrição poética, de que eles estivessem
presentes na fundação do mundo, assim como também as estrelas estavam, mas não
de que eles existissem antes da criação dos céus e da terra. Há ainda idéia de
que a criação dos céus foi concluída no primeiro dia foi completada no primeiro
dia e que anjos foram criados foi simplesmente como uma parte da obra do dia,
esta é suposição sem comprovação, muito embora o fato de que a declaração de Gn
1.2 só seja aplicado à terra pareça favorecê-la, o que pode-se entender é que
possivelmente a criação dos céus não foi concluída em um só momento, nem
tampouco a da terra. A única afirmação mais segura sobre a criação dos anjos é
de que foram criados antes do sétimo dia, algo que se deduz de passagens como
Gn 2.1; ex 20.11; Jó 38.7; Ne 9.6.
CARACTERÍSTICAS
DOS ANJOS
Os anjos são seres
espirituais e incorpóreos- quanto a esta definição sempre foi alvo de debate,
tanto os judeus e quanto muitos dos primeiros “pais da igreja” lhes concordavam
que os anjos eram possuidores de corpos tênues ou ígneos; porém a igreja da
Idade Média chegou concluiu que eles são seres espirituais puros, e mesmo após
isso alguns teólogos católicos romanos, arminianos, e luteranos e reformados
(calvinistas), conferiram certa aos anjos corporalidade, intensamente sutil e
pura, acreditavam na concepção de uma natureza puramente espiritual e
incorpórea metafisicamente inconcebível, e incompatível com a noção de
criatura. Havia também a concepção de que anjos estão sujeitos a limitações
espaciais, que podem mover-se de lugar a lugar, e por vezes serem pelos homens.
Todavia estas argumentações praticamente neutralizadas diante do que diz as
Sagradas Escrituras que em inúmeras passagens afirmam que os anjos são pneumata
(espirituais), Mt 8.16; 12.45; Lc 7.21; 8.2; 11.26; At 19.12; Ef 6.12; Hb 1.14.
Não possuem carne e ossos, Lc 24.39, não se casam, Mt 22.30, grandes números
deles podem estar num espaço muito limitado, Lc 8.30, e são seres invisíveis,
Cl 1.16. Passagens como Sl 104.4 (comp. Hb 1.7); Mt 22.30; e 1 Co 11.10 não
comprovam que os anjos tenham forma corpórea. Descrições simbólicas da aparição
dedo anjos na profecia de Ezequiel e no Livro de Apocalipse, e relatos de
aparecimentos em formas corporais, também não comprovam corporalidade nos anjos
mesmo seja difícil afirmar se os corpos que eles assumiram em certas ocasiões
eram reais ou apenas aparentes. É claro que eles são criaturas, limitados e
finitos, mas que têm mais livre relação com o espaço e o tempo do que o homem.
Não podemos atribuir-lhes uma localização definida (ubi definitivum), vale
ressaltar que os anjos não podem estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo.
Os anjos são seres
racionais, morais e imortais- são seres pessoais, dotados de inteligência e
volição (vontade própria). Por serem dotados de inteligência pode-se inferir
imediatamente do fato de que são espíritos; mas também a Bíblia ensina isso de
forma explícita (2 Sm 14.20; Mt 24.36; Ef 3.10; 1 Pe 2.11), mesmo que não sejam
oniscientes, são superiores aos homens em conhecimento, Mt 24.36, têm natureza
moral estando sob obrigação moral; e são recompensados por sua obediência, e
punidos pela desobediência. As Sagradas Escrituras falam dos anjos que
permaneceram leais como “santos anjos”, Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At 10.22;
Ap 14.10, e retratando os desobedientes que caíram como mentirosos de pecadores
como mentirosos Jo 8.44; 1 Jo 3.8-10. A imortalidade é também uma atribuição
dos anjos bons, no sentido de que não estão sujeitos à morte, quanto a isso se
diz que os santos do céu (os que dormem no Senhor) são semelhantes a eles, Lc
20.35, 36. Os anjos são possuidores de grande poder, e formam o exército de
Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos a cumprir as ordens de
Deus, Sl 103.20; Cl 1.16; Ef 1.21; 3.10; Hb 1.14; os anjos maus formam o
exército de Satanás, empenhados em destruir a obra do Senhor, Lc 11.21; 2 Ts
2.9; 1 Pe 5.8.
Existem os anjos bons e os
anjos maus- Na Bíblia há pouca informação no que diz ao respeito do estado
original dos anjos, há apenas o registro de que ao Deus ao término de Sua obra
viu que tudo quanto fizera, era muito bom, podemos então deduzir que os anjos
estão nesta conclusão. Há ainda as passagens de João 8.44; 2 Pedro 2.4; Judas 6
que pressupõem uma boa condição original de todos os anjos. Os anjos bons são
chamados de “anjos eleitos” (1 Tm 5.21) além da graça de que foram dotados
todos os anjos no princípio, estes receberam graça suficiente para habitá-los a
manter a sua posição, sendo esta uma graça especial, possuidora de
perseverança, na qual mantiveram sua condição. Diante de muita especulação inútil
acerca do tempo e do caráter da queda dos anjos a teologia protestante em geral
ateve-se apenas em saber que os anjos bons conservaram o seu estado original,
sendo confirmados em sua condição, e que agora são incapazes de pecar, sendo
não somente santos anjos, mas também anjos de luz, 2 Co 11.14. Sempre
contemplam a face de Deus, Mt 18.10, são de exemplos para os cristãos na
prática da vontade de Deus, Mt 6.10, e são possuidores de vida imortal, Lc
20.36.
O
NÚMERO E A ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS
O número- não há na Bíblia
qualquer definição quanto ao número dos anjos, mas relata com muita clareza que
eles constituem um poderoso exército, sendo por várias vezes mencionados como
exército dos céus ou de Deus, e estais expressões já indicam serem numerosos.
Deuteronômio 33.2 dá uma ideia da grandiosidade de sua quantidade O Senhor veio
de Sinai... das miríades de santos, Salmos 68.17 diz: Os carros de Deus são
vinte mil, sim, milhares de milhares. No meio deles está o Senhor: o Sinai
tornou-se em santuário. Quando Jesus pergunta a um espírito imundo o seu nome,
a resposta foi: Legião é o meu nome, porque somos muitos, Mc 5.9, 15, as
legiões romanas variavam de 3000 a 6000 legionários pode-se ter uma ideia da
quantidade. No Getsêmani Jesus disse a um dos seus discípulos que queria
defende-Lo dos que vieram prendê-lo: Acaso pensas que não posso rogar a meu
Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Mt 26.53.
Apocalipse 5.11 também fala sobre a grande quantidade deles: Vi, e ouvi uma voz
de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo
número era de milhões de milhões e milhares de milhares. Em vista desses dados
todos, é perfeitamente seguro dizer que os anjos constituem uma imensurável
companhia, um poderoso exército. Eles não formam um organismo como acontece com
a raça humana, pois são espíritos que não se casam e não nascem uns dos outros.
Seu número total e completo foi criado no princípio; não há mais aumento em
suas fileiras.
Suas ordens- mesmo que os
anjos não constituam um organismo, estão organizados de algum modo, pode-se
perceber esta organização porque ao lado do nome geral “anjo”, a Bíblia emprega
certos nomes específicos para como indicativo das diferentes classes de anjos.
O nome “anjo”, com o qual designamos de maneira geral os espíritos superiores,
não é um nome natural (nomem naturae) nas Sagradas Escrituras, mas, sim, um
nome que indica ofício (nomem officii). No hebraico a palavra mal’ak significa
mensageiro, e servindo para designar alguém que é enviado por homens, Jó 1.14;
1 Sm 11.3, ou por Deus, Ag 1.13; Ml 2.7; 3.1. No grego o termo angelos também é
comumente aplicado a homens, Mt 11.10; Mc 1.2; Lc 7.24; 9.51; Gl 4.14.
Não há um nome específico na
Escrituras para designar todos os seres
espirituais. Eles são chamados filhos de Deus, Jó 1.6; 2.1; Sl 29.1; 89.6,
espíritos, Hb 1.14; santos, Sl 89.5, 7; Zc 14.5; Dn 4.13, 17, 24. Mas existem
ainda diversos nomes específicos para indicar diferentes classes de anjos.
Querubins- Há menção nas
Sagradas Escrituras dos querubins repetidas vezes, deles guardando a entrada do
paraíso, Gn 3.24, observando o propiciatório, Êx 25.18, 20; Sl 80.1; 99.1; Is
37.16; Hb 9.5, eles também constituem a carruagem de que Deus se serve para
descer à terra, 2 Sm 22.11; Sl 18.10. Em Ez 1 e Ap 4 são também representados
como seres vivos em variadas formas, tais representações simbólicas servem
simplesmente para demonstrar o seu extraordinário poder e majestade. Mais do
que quaisquer outras criaturas, eles foram destinados para revelar o poder, a
majestade e a glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do
Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus a terra.
Serafins- constituem uma
classe de anjos que se relaciona com a classe dos querubins. Eles são
mencionados apenas em Is 6.2-6, sendo representados simbolicamente em forma
humana, mas com seis asas, duas cobrindo o rosto, duas os pés, e duas para a
pronta execução das ordens do Senhor e diferentemente dos querubins eles
permanecem servindo em torno do trono do Rei celestial, cantando
incessantemente louvores a Ele e estão sempre prontos a fazer o que Ele
ordenar. Enquanto que os querubins são considerados os anjos poderosos, os
serafins são classificados como os nobres entre os anjos. Ao passo que aqueles
defendem a santidade de Deus, estes atendem ao propósito da reconciliação, e
assim preparam os homens para aproximar-se apropriadamente de Deus.
Principados, potestades,
tronos e domínios- em acréscimo as classes anteriores, a Bíblia fala de certas
classes de anjos, que ocupam lugares de autoridade no mundo angélico, como
archai e Exouxiai (principados e potestades), Ef 3.10; Cl 2.10, thronoi
(tronos), Cl 1.16, kyreotetoi (domínios), Ef 1.21; Cl 1.16 (nesta passagem,
traduzido por “soberanias”, Almeida. Autorizada), e dynameis (poderes), Ef
1.21; 1 Pe 3.22. Estes nomes não indicam exista diferentes espécies de anjos,
mas serve para diferenciar classe ou de dignidade e funções entre eles.
Gabriel e Miguel-
Diferentemente de todos os outros anjos, há nas Escrituras a menção destes dois
anjos de foram. Gabriel é mencionado em Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26. Há maior
parte dos comentadores o considera ele como um anjo criado, porém alguns negam
que o nome Gabriel seja um nome próprio, relacionando-o a um substantivo comum,
de sentido de homem de Deus – um sinônimo de anjo, todavia esta posição é
incabível, outros comentadores antigos e recentes veem nele um ser incriado,
alguns sugerem que ele poderia ser a terceira pessoa da Trindade Santa, e Miguel
a segunda. Mas ao fazer-se simples leitura das passagens acima citadas
observa-se claramente a impossibilidade dessa interpretação. Gabriel
possivelmente seria um dos sete anjos aos quais se acham diante de Deus
conforme é citado em Apocalipse 8.2 e Lucas 1.19, aparentemente sua função
principal seria servir de intermediário e intérprete das revelações divinas.
O nome Miguel tem como
significado literalmente: “quem como Deus?” Tem sido interpretado como um
designativo da segunda pessoa da Trindade. Tal concepção não é mais sustentável
que a identificação de Gabriel com o Espírito Santo. Miguel é mencionado em
Daniel 10.13, 21; é chamado “o arcanjo” em Judas 9, sendo esta expressão usada
também em Apocalipse 12.7, indicando que ele ocupa uma importante posição entre
os anjos. No livro de Daniel algumas passagens também indicam o fato de que ele
seja um príncipe entre eles, ele é apresentado como valente guerreiro a liderar
as batalhas de Jeová contra os inimigos de Israel e contra os poderes malignos
do mundo espiritual. O título de “arcanjo” também pode aplicado a Gabriel e a
uns poucos anjos mais.
O
SERVIÇO DOS ANJOS
Quanto ao serviço dos anjos
pode-se distinguir entre o serviço comum e o serviço extraordinário dos anjos:
O serviço comum dos anjos- a
priori consiste em seus louvores a Deus dia e noite, Jó 38.7; Is 6.3; Sl
103.20; 148.2; Ap. 5.11. A Bíblia denota que eles cumprem esse ofício
audivelmente, como por exemplo, no nascimento de Jesus, embora não haja como
precisar como os anjos falam e cantam. Eles são enviados para dar assistência
aos herdeiros da salvação, desde quando o pecado entrou no mundo, Hb 1.14. Há
regozijo entre eles na conversão de um pecador, Lc 15.10, exercem vigilante
proteção sobre os crentes, Sl 34.7; 91.11, protegem os pequeninos,
Mt 18.10, se fazem presentes
na igreja, 1 Co 11.10; 1 Tm 5.21, apreendem das multiformes riquezas da graça
de Deus, Ef 3.10; 1 Pe 1.12, e conduzem os cristãos ao seio de Abraão, Lc
16.22.
O serviço extraordinário dos
anjos- com a queda do homem foi necessário o serviço extraordinário dos anjos,
constituindo um importante componente da revelação especial de Deus, eles são
por vezes intermediários das revelações especiais de Deus, comunicando as
bênçãos ao Seu povo e executando juízo sobre os Seus inimigos. Sua atividade é
mais relevante é no que diz respeito a salvação tais como nos dias dos
patriarcas, da entrega da lei, no período do cativeiro e da restauração, e no
nascimento, na ressurreição e na ascensão de Jesus. Com a cessação do período
da revelação especial de Deus, cessou-se também o serviço extraordinário dos
anjos, sendo retomado somente por ocasião da volta do Senhor Jesus.
OS
ANJOS MAUS
Sua origem- não foram
criados como anjos maus, são criaturas de Deus, porém seu prazer constitui-se
em opor-se a Deus e combater Sua obra. Deus ao criar todas as coisas viu tudo
que tinha criado, e tudo era muito bom, Gn 1.31. Existem duas passagens das
Sagradas Escrituras que explicam que alguns anjos não mantiveram a sua condição
original, mas caíram do estado em que tinham sido criados, 2 Pe 2.4; Jd 6. Não
há uma especificação exata quanto ao pecado desses anjos, mas subentende-se que
constituiu no fato de em se exaltarem contra Deus e aspirarem à autoridade
suprema, tal ambição levou Satanás à queda, e exatamente com este mesmo pecado
ele tentou o homem, tentando envolvê-lo para destruí-lo levando-o a uma
possível ambição como sua.
Alguns dos primeiros “pais
da igreja” faziam certa distinção entre a queda de Satanás e os demônios a ele
subordinados, acreditavam que a queda de Satanás foi orgulho, e os demais do
mundo angélico a luxúria carnal, Gn 6.2, tal interpretação de Gn 6.2 foi sendo
aos poucos repudiada, durante a Idade Média. Em vista disto, alguns
comentadores modernos acabaram reiterando tal concepção em sua interpretação de
2 Pe 2.4 e Jd 6, como o fazem, por exemplo, Meyer, Alford, Mayor e Wohlenberg.
Tal idéia é totalmente descartada em Mt 22.30 onde Jesus afirma que os anjos
não se casam e portanto pode-se entender que não há vida sexual entre os eles e
que portanto essa não seria a causa de sua queda, tal interpretação daria
margem para admitir uma duplicidade de queda no mundo angélico – primeiramente
Satanás e posteriormente o exército de demônios que agora presta serviço a
Satanás. O que se pode deduzir é que Satanás levou consigo em sua queda uma
terça parte dos anjos conforme Apocalipse 12:4.
Seu chefe- As Sagradas
Escrituras reconhecem Satanás como chefe dos anjos decaídos, pode-se deduzir
que originariamente ele seria um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e
tornou-se o líder dos que se rebelaram contra Deus e caíram. O nome “Satanás”
significa “o Adversário”, primordialmente de Deus e depois do homem, mas de
Deus. Ele investiu contra Adão como o coroa da criação de Deus, sendo o causador
de toda destruição, razão pela qual é chamado Apoliom (destruidor), Ap 9.11,
ataca a Jesus quando Ele empreende Sua obra de restauração. Após o pecado ter
entrado no mundo, Satanás se tornou Diabolos (Acusador), pois continuadamente
acusa o povo de Deus, Ap 12.10. Nas Sagradas Escrituras Ele é apontado como o
originador do pecado, Gn 3.1,4; Jo 8.44; 2 Co 11.3; 1 Jo 3.8; Ap 12.9; 20.2,
10, e aparecendo reconhecido chefe dos que caíram, Mt 25.41; 9.34; Ef 2.2, e
segue como o líder das hostes espirituais da maldade, como as quais utiliza
como resistência a Cristo e ao Seu reino. Satanás também é chamado repetidas
vezes como “príncipe deste mundo” (não “do mundo”*), Jo 12.31; 14.30; 16.11, e
é chamado também como “Deus deste século”, 2 Co 4., essa atribuição não quer
dizer que ele controla o mundo porque de Deus é o controle sobre todas as
coisas e Ele deu toda a autoridade a Cristo, porém o controle de Satanás é este
mundo mau, e sobre tudo em que está separado de Deus, em Efésios 2.2, vê-se
claramente que ele é chamado “príncipe da potestade do ar, do espírito que
agora atua nos filhos da desobediência”. Ele possui atribuições sobre-humanas,
porém não é divino; tem grande poder, sem ser onipotente; exerce influência em
grande escala, mas restrita, Mt 12.29; Ap 20.2, seu destino final é lançado no
abismo, Ap 20.10.
Sua atividade- sendo
possuidor de poder sobre-humano utiliza-os em contraste com os anjos bons,
enquanto estes servem a Deus com fidelidade, lutando em Seu favor, os anjos
decaídos tratam de maldizer a Deus, pelejando contra ele procurando cegar e
desviar os salvos, animando os pecadores o mal que eles mesmos praticam.
Trata-se de espíritos perdidos e sem esperança pois sabem que a sua condenação
é eterna. II Pe 2:4, Jd 6.
CRIAÇÃO
DO MUNDO MATERIAL
Descrição
bíblica da criação
A obra da criação sob a
ótica bíblica- na narrativa da criação dos céus não enfoca o mundo espiritual,
o intuito é destacar o mundo material, apresentando-o como a habitação do homem
e como o palco para suas atividades, tratando das coisas visíveis e por serem
apalpáveis aos sentidos humanos, são objeto de discussão, tanto da teologia
como das outras ciências e da filosofia, enquanto esta última tenciona usar a
razão para entender, a teologia toma o seu ponto parte do princípio de Deus
criou todas as coisas. A narrativa da criação é o princípio da auto revelação
de Deus, onde ele nos declara sua relação com todas as coisas inclusive do
homem. Esta narrativa mostra a posição originária do homem, para que este
entenda todas as fazer da revelação até a revelação redentiva. Apesar de não
pretender dar-nos uma completa cosmologia filosófica, contém elementos
importantes para a elaboração de uma cosmogonia correta.
Origem da narrativa da
criação- Em Gênesis há o relato de Deus chamando a existência o universo e
todas as coisas criadas pela simples palavra do Seu poder. Alguns estudiosos
quando descobriram um relato babilônico sobre a criação do mundo acreditaram
que os hebreus a usaram como fonte para sua narrativa de Gênesis devido algumas
semelhanças em alguns pontos, porém se esqueceram de que existem duas
possibilidades 1) que a narrativa babilônica é uma reprodução pervertida da
narrativa de Gênesis; ou 2) que ambas originam de uma fonte comum, porém
primitiva, independente de qual seja a resposta para a questão isto não
resolverá o problema da origem da narrativa. Quanto a isto surgem a questões
como: Como ou onde surgiu a fonte original, escrita ou oral, dessas narrativas?
Como veio a existência? Alguns a consideram apenas como fruto da reflexão do
homem sobre a origem das coisas, mas tal explicação é extremamente improvável,
devido dos seguintes fatos: a ideia da criação é incompreensível (e só pode ser
entendida e aceita pela fé), há oposição igualitária entre a ciência e a
filosofia quanto à doutrina da criação do nada; a fé é o fundamento para a
crença de os mundos foram estruturados pela palavra de Deus conforme diz
Hebreus 11.3, podemos então concluir que Portanto, chegamos o relato da
história da criação foi divinamente revelada a Moisés ou a um dos patriarcas
anteriores e repassada por transmissão oral fidefigna de geração a geração a
Moisés para registro. Se esta revelação foi pré-mosaica, passou como tradição
(oral ou escrita) sendo incorporada em forma pura, sob a direção do Espírito
Santo, para constituir o primeiro livro da Bíblia.
Interpretando Gênesis 1:1,
2- Existe considerações que atribuem o relato de Gn 1.1 como sobrescrito ou
título da narrativa completa da criação, todavia isso é objetável, por três
razões: (a) por que a narrativa subsequente está ligada ao versículo primeiro
pela conjunção hebraica waw, ou vav (e), o que não aconteceria se o versículo
primeiro fosse um título; (b) porque, com base nessa suposição, não haveria
relato de nenhuma espécie da criação original e imediata; e (c) visto que os
versículos subsequentes não contém nenhum relato da criação dos céus. ( Berkhof
2009 p. 140). A interpretação mais aceita de Gn 1.1 é que registra a criação
original e imediata do universo, de forma hebraica chamando “céus e terra”, tal
expressão faz referência a ordem invisível das coisas onde a glória de Deus se
revela de maneira mais perfeita. Não se pode considerar que o termo céus
utilizado na narrativa seja céus cósmicos, nuvens astros, pois a criação destes
se deu no segundo e no quarto dia da obra criadora e no versículo 2, há a
descrição a condição originária da terra (comp. Sl 104.5, 6).
O Hexameron, ou a Obra dos
Dias Separados. Após criar o universo do nada, o caos existente foi sendo
transformado, dando ao poucos lugar ao cosmos, a um mundo habitável, criado em
seis dias consecutivos, tal indicativo da obra realizada dia por dia requer
breve exame.
Consideração da teoria de
que foram longos períodos- Alguns estudiosos acreditam que o relato dos dias de
Gn 1 foram prolongados períodos de tempo, com intuito de encaixá-los aos
períodos geológicos. Havia também a ideia de que não eram dias comuns de vinte
e quatro horas não era totalmente alheia à teologia cristã primitiva, alguns
dos “pais da igreja” que acreditavam que esses dias provavelmente não seriam
dias comuns, sua opinião seria criação foi toda concluída num só momento, e que
os dias citados em Gênesis seria apenas uma estrutura simbólica para facilitar
o relato criação de maneira mais ordenada, permitindo melhor entendimento para
as mentes finitas. Os dias da criação de longos períodos passou a vir para o
primeiro plano em anos recentes, sem ter sido feitos estudos exegéticos, tendo
influência de declarações da científicas. Durante o século dezenove, considerou
se os dias da criação como dias literais, mas a interpretação humana é falível,
e poderia ser revista à luz de novas descobertas. Alguns eruditos cristãos,
como Harris, Miley, Bettex e Geesink, supõem que os dias de Gênesis são dias
geológicos, e tanto Shedd como Hodge chamam a atenção para o extraordinário
acordo existente entre o registro bíblico da criação e o testemunho das rochas,
e tendem a considerar os dias de Gênesis como períodos geológicos. (Berkhof
2009p.141)
Pode-se levantar a questão
sobre se será exegeticamente possível conceber os dias de Gênesis como longos
períodos de tempo. E então se deve admitir que a palavra yom nem sempre indica
um período de vinte e quatro horas na Escritura, e nem sempre é empregada no
mesmo sentido, mesmo na narrativa da criação. Pode significar o período de
claridade, em distinção das trevas, Gn 1.5, 16, 18; dia e noite juntos, Gn 1.5,
8, 13 etc.; os seis dias juntos, Gn 2.4; e um período indefinido, assinalado em
toda a sua extensão por algum traço característico, como tribulação, Sl 20.1,
ira, Jó 20.28, prosperidade, Ec 7.14, ou salvação, 2 Co 6.2. Pois bem, alguns
sustentam que a Bíblia favorece a idéia de que os dias da criação foram
períodos indefinidos de tempo, e chamam a atenção para o seguinte: O sol não foi
criado antes do quarto dia e, portanto, a extensão dos dias anteriores ao
quarto ainda não poderia ser determinada, mesmo antes do quarto dia, e não há
base para a suposição de que os dias assim mensurados tinham duração mais
prolongada que os dias posteriores. Por que haveríamos de admitir que Deus
grandemente a velocidade das revoluções da terra depois que a luz foi
concentrada no sol, Os referidos dias são dias de Deus, dias arquetípicos, dos
quais os dias dos homens são meras copias ectípicas; e para Deus, mil anos são
como um dia, Sl 90.4; 2 Pe 3.8. Mas este argumento se funda numa confusão do
tempo e a eternidade. Deus adintra (interiormente) não tem dias, mas habita na
eternidade, exaltado muito acima, além de todas as limitações de tempo, ideia que
se confirma em Sl 90.4 e 2 Pe 3.8. Os únicos dias reais de que Deus tem
conhecimento são os dias deste mundo temporal-espacial. Como poderá seguir-se
do fato de que Deus é exaltado acima das limitações de tempo, como existem
neste mundo, onde o tempo é medido por dias, semanas, meses e anos – sim, como
poderá resultar daí que um dia tanto pode ser um período de 100.000 anos como
um período de vinte e quatro horas? O sétimo dia, dia em que Deus descansou da
Sua obra criadora, continua, segundo se diz, até à época atual e, portanto,
deve ser considerado como um período de mil anos. É o sábado (sabbath,
repouso), e esse repouso sabático jamais termina. Este argumento representa uma
confusão semelhante à anterior. ( Berkof 2009 p. 143) Toda a concepção de que Deus
tenha principiado Sua obra criadora num certo ponto do tempo e cessando depois
de um período de seis dias, não pode ser aplicada a Deus pelo fato de Ele ser o
que é em Si mesmo, e sim aos resultados de tempo da Sua atividade criadora.
Deus é o mesmo em todos os tempos, imutável. Seu descanso não é um período de
tempo indefinidamente prolongado; mas eterno. Todavia, o sétimo da criação teve
duração semelhante aos demais dias, além de descansar no sábado, Deus o
abençoou e o santificou, separando-o para dia de descanso do homem, Êx 20.11,
seria um tanto difícil aplicar o período que se estende da época da criação até
aos dias atuais.
O fato de se fazer uma
exegese para conceber dias como longos períodos no livro de Gênesis é uma
questão possível, pode-se admitir que palavra yom nem sempre é um indicativo de
um período de vinte e quatro horas e nem sempre é empregada no mesmo sentido,
mesmo na narrativa da criação. Numa observação mais apurada pode-se dizer que
tem sentido de um período de claridade, em distinção com as trevas, Gn 1.5, 16,
18; dia e noite juntos, Gn 1.5, 8, 13 etc.; os seis dias juntos, Gn 2.4; e um
período indefinido, assinalado em toda a sua extensão por algum traço
característico, como tribulação, Sl 20.1, ira, Jó 20.28, prosperidade, Ec 7.14,
ou salvação, 2 Co 6.2. ( Berkof 2009 p.) Existem algumas concepções de que a
Bíblia favorece a ideia de que os dias mencionados em Gênesis foram períodos
indefinidos de tempo, e chamam a atenção para a seguinte lógica: a criação do
sol se deu no quarto dia e, portanto, não há como precisar a extensão dos dias
anteriores, entretanto, mas isso não prova a questão. Deus estabeleceu uma
alternância rítmica entre de luz e trevas, antes mesmo do quarto dia, e não há
uma base concreta se supor que os dias assim citados como tendo uma duração
mais prolongada que os dias posteriores, pois desta forma teríamos que admitir
que Deus aumentou grandemente a velocidade das revoluções da terra depois que
houve a concentração da luz foi no sol. Esses dias são dias de Deus, dias
modelo, dos quais os dias dos homens são simplesmente cópias ectípicas (cunho);
e para Deus, mil anos são como um dia, Sl 90.4; 2 Pe 3.8. Há neste argumento
certa confusão entre o tempo e a eternidade. Deus ad intra (interiormente) não
tem dias, habita na eternidade, exaltado muito acima, além de todas as
limitações de tempo, tal concepção é confirmada em Sl 90.4 e 2 Pe 3.8. Os
únicos dias reais de que Deus tem conhecimento são os dias deste mundo
temporal-espacial. Como poderá seguir-se do fato de que Deus é exaltado acima
das limitações de tempo, como existem neste mundo, onde o tempo é medido por
dias, semanas, meses e anos – sim, como poderá resultar daí que um dia tanto
pode ser um período de 100.000 anos como um período de vinte e quatro horas? O
sétimo dia, dia em que Deus descansou da Sua obra criadora, continua, segundo
se diz, até à época atual e, portanto, deve ser considerado como um período de
mil anos. É o sábado (sabbath, repouso), e esse repouso sabático jamais
termina. Este argumento representa uma confusão semelhante à anterior.
Toda a ideia de Deus iniciado
a obra da criação num certo ponto do tempo e cessando depois de um período de
seis dias, não se aplica a Deus como ele é em Si mesmo, mas somente aos
resultados temporais da Sua atividade criadora. Ele é imutavelmente o mesmo por
todas as eras. Seu repouso não é um período de tempo indefinidamente
prolongado; é eterno. Por outro lado, o sábado da semana da criação teve
duração igual à dos outros dias. Deus não somente descansou naquele dia, mas
também o abençoou e o santificou, separando-o como dia de descanso para o
homem, Êx 20.11. Dificilmente se aplicaria a todo o período que se estende da
época da criação até aos dias atuais. Criação dos dias separados- na criação há
uma escala definida, pois, cada ato criativo de Deus em cada dia se encaminha
para a obra do dia seguinte e a prepara; concluindo-se na criação do homem, a
coroa das obras das mãos de Deus e aquém foi confiada a tarefa de fazer que
toda a criação fosse subserviente à glória de Deus. O primeiro dia- A luz foi
criada no primeiro dia, havendo separação entre luz e trevas, dia e noite, uma
alternância entre ambas instituídas por Deus, essa narrativa não fala da
criação do sol e sim da luz passando a ideia de uma evasão de luminosidade em
meio as trevas a ciência define que a luz não emana do sol e sim por ondas de
éter produzidas por de partículas de elétrons, portanto não emana do sol. O
relato da obra de cada dia termina com estas palavras: “houve tarde e houve manhã”.
Os dias não são computados de tarde a tarde, mas de manhã a manhã. Depois de
doze horas houve tarde, e depois doutras doze horas houve manhã. (Berkhof 2009
p.) O segundo dia- no segundo dia houve a separação entre as águas de cima
(nuvens) para alguns, o mar de vidro, Ap 4.6; 15.2, e o rio da vida, Ap 22.1.
Há uma suposição de alguns que desacreditam do relato mosaico de uma abobada
sólida; porém pois a palavra hebraica raqia não indica em absoluto uma abobada
sólida, mas sim o equivalente ao termo “expansão”.
O terceiro dia- separação
entre o mar e a terra seca, cf. Sl 104.8, a sucessivamente o reino vegetal de
plantas e arvores. Há a menção de grandes classes de vegetais são mencionadas,
a deshe’ (plantas que não dão flores), que não frutificam umas das outras da
maneira usual; ’esebh, (vegetais e grãos que dão semente); e ’ets peri (arvores
frutíferas), que dão frutos segundo a sua espécie. Quando Deus disse, “Produza
a terra relva” e assim por diante, não tem equivalência de dizer: desenvolva-se
a matéria inorgânica, pela sua própria energia inerente, para se tornar vida
vegetal.
Deus por sua palavra de
poder implantou o princípio de vida na terra, e assim capacitando- a para
produzir relva, ervas e árvores. Em Gênesis 2.9 a narrativa que se trata-se de
uma palavra criadora. Todas as diferentes espécies de plantas foram criadas por
Deus, e não que se desenvolveram umas das outras. O quarto dia- Sol, lua e
estrelas foram chamados a existência como luzeiros ou portadores de luz para a
uma variedade de propósitos: fazer divisão entre dia e noite; para sinais
(indicar os pontos cardeais) pressagiar mudanças nas condições climáticas, e
servir de sinais de importantes eventos futuros e juízos vindouros; para
estações e para dias e anos, isto é, para atender ao propósito de efetuar a
mudança das estações, a sucessão dos anos e a regular ocorrência de dias
festivos especiais; e servir como luzes para a terra possibilitando o
desenvolvimento da vida orgânica na terra. O quinto dia- Deus chama à
existência as aves e dos peixes (habitantes das águas e dos ares), ambos foram
criados juntos pela grande similaridade em sua estrutura orgânica, sendo também
a caracterização por uma instabilidade e mobilidade que têm em comum com o
elemento em que se movem, distintos do terreno sólido, outra semelhança está na
reprodução em seu processo de procriação. O sexto dia- o clímax da obra da
criação. Em conexão com a criação dos animais, Deus usa mais uma vez a
expressão, “Produza a terra”, indicando que animais não se desenvolveram
naturalmente da terra, mas foram produzidos pelo fiat (haja) criador de Deus.
Há a distinção na criação do home com as demais obras com a seguinte
afirmativa: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”; e
assim Deus encerra seu ato criativo ao formar o homem, a coroa da obra de Deus.
Quando na narrativa de Gênesis se diz que o homem foi criado à imagem de Deus,
significa que Deus é o modelo do qual o homem é a cópia; e quando se acrescenta
que ele foi criado conforme a semelhança de Deus, o homem em todo o seu ser é a
própria imagem de Deus. Vale ressaltar a semelhança notável que existe entre as
obras dos primeiros três dias da criação e os últimos três dias:
Observe o quadro abaixo:
1 A criação da luz
4 A criação dos luzeiros
2 Criação da expansão e
separação das águas
5 Criação das aves dos ares
e dos peixes do mar.
3 Separação entre as águas e
a terra seca, e preparação da terra como habitação de homens e animais.
6 Criação dos animais
selváticos, dos animais domésticos, e dos répteis; e do homem O sétimo dia- O
descanso de Deus no sétimo dia contém, antes de tudo, um elemento negativo.
Deus cessou a Sua obra criadora. Mas a isso deve ser acrescentado um elemento
positivo, a saber, que Ele teve prazer em Sua obra completa. Seu repouso foi o
repouso do artista que, após haver completado a sua obra prima, agora a observa
com profunda admiração e deleite, e se satisfaz perfeitamente contemplando sua
produção. “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Ela respondeu
ao propósito de Deus e correspondeu ao ideal divino. Daí, Deus se regozija com
a Sua criação, pois reconhece nela o reflexo das Suas gloriosas perfeições. Seu
resplandecente semblante brilha sobre ela e lhe derrama chuvas de bênçãos.
NÃO
HÁ UM SEGUNDO RELATO DA CRIAÇÃO EM GÊNESIS 2
Existem suposições de que
Gênesis 2 contenha um segundo e independente relato da criação. O primeiro
relato é considerado como obra do autor eloísta (Derivado de Elohim- Deus
Criador) e o segundo, do jeovista (derivado de Iahweh-Eu Sou) ambos discordam
dessa concepção, porém se conflitam em outros pontos. Segundo os Jeovistas
relato, em distinção aos Eloístas, a terra ficou seca antes da criação dos
vegetais; sendo o homem criado antes dos animais, e somente o homem, não o
homem e a mulher; posteriormente Deus criou os animais para ver se eles
serviriam de companheiros para o homem; porém viu que falharam nisso, então
Deus criou a mulher para auxiliadora do homem; para então colocar o homem no
jardim que preparara para ele. Tais concepções contrapõem totalmente a
narrativa de das Sagradas Escrituras, pois Gênesis começa com a descrição da
história do homem dispõe o seu material com vistas a adequá-lo a esse
propósito, e do capitulo primeiro se repete o necessário para cumprir o
propósito do autor, repetindo-se sem levar em conta a ordem cronológica,
Gênesis capítulo1 seria um resumo da Criação e o capítulo 2 uma descrição mais
detalhada da criação.
PROVIDÊNCIA
A concepção teísta cristã
opõe-se a uma separação entre Deus e o mundo como a uma confusão panteísta de
Deus com o mundo. Devido tal concepção a doutrina da criação é seguida
imediatamente pela Doutrina providência, para defir claramente o conceito
bíblico da relação de Deus com o mundo, mesmo que não haja o termo
“providência” (latim- providentia, grego- pronoia) na Bíblia, a doutrina da
providência, não obstante, pertencentes às Sagradas Escrituras, e tem sentido
de presciência ou previsão, mas adquirindo gradativamente outros sentidos. A
previsão por um lado está associada a planos para o futuro e por outro, à
realização concreta desses planos. Assim, a palavra “providência” significa
então, a provisão que Deus faz para os fins do Seu governo, bem como assim como
a preservação e governo de todas as suas criaturas.
PROVIDÊNCIA
GERAL
História
da doutrina da providência
A doutrina da providência na
igreja levou-a se se posicionar contra ao pensamento dos epicureus que
acreditavam que o mundo é governado pelo acaso, e contra a ideia estoica
(pensamento filosófico de fidelidade ao conhecimento) de que ele é governado
pelo destino. A posição dos Teólogos desde o princípio é de que Deus preserva e
governa o mundo, todavia essa ideia nem sempre foi absoluta devido a estreita
conexão da providência com a doutrina da predestinação. Contudo, nem sempre
tiveram eles uma concepção igualmente absoluta do domínio divino sobre todas as
coisas. Devido à estreita conexão em ambas, a história da doutrina da
providência segue, no essencial, a da doutrina da predestinação.
Na Idade Média controvérsia
sobre o tema da providência divina eram poucas, não houve qualquer expressão
desta doutrina em nenhum concílio, prevalecendo o conceito de Agostinho, que
sujeitava tudo à vontade de Deus, todavia, haviam ideias divergentes. Os
pelagianos e semipelagianos limitavam a providência à vida natural, e excluindo
a vida ética, enquanto que alguns dos escolásticos acreditavam na conservação
feita por Deus sendo continuação da Sua atividade criadora, outros faziam
distinção entre ambas. Em Tomaz de Aquino segue o a concepção Agostinho,
enquanto que Duns Scotus e nominalistas como Biel e Occam afirmam que tudo
depende da vontade arbitrária de Deus, sendo isso uma virtual introdução do
governo do acaso.
A doutrina agostiniana da
providência divina foi subscrita pelos reformadores, diferindo nos pormenores.
Lutero cria na providência geral, sem dar ênfase à preservação e ao governo
divino do mundo em geral, defendido por Calvino, considerando a doutrina
primordialmente em seus suportes soteriológicos. Socinianos e arminianos, embora
não no mesmo grau, salientavam o poder de independência do homem de tomar a
iniciativa na ação controlando assim a sua vida sem o domínio de Deus, tal
pensamento nos séculos dezoito e dezenove a providência foi virtualmente
eliminada por um deísmo que descrevia que Deus havia afastado do mundo após a
obra da criação; e pelo panteísmo que identificava Deus com o mundo, excluía a
distinção entre a criação e a providência e negando a realidade das causas
secundárias. O deísmo hoje é considerado uma coisa do passado, mas seu conceito
do domínio e direção do mundo tem tido continuidade na posição das ciências
naturais, a teologia liberal moderna, devido a sua concepção panteísta da
imanência de Deus, também tende a eliminar a doutrina da providência divina.
A IDEIA
DA PROVIDÊNCIA
A providência pode ser
definida como o permanente exercício da energia divina, onde o Criador preserva
todas as Suas criaturas, operando em tudo que se passa no mundo, dirigindo
todas as coisas para o seu determinado fim, onde se observa que tal definição
indica três elementos na providência: a preservação (conservatio, sustentatio),
a concorrência ou cooperação (concursus, co-operatio), e governo (gubernatio),
mesmo que se distinga três elementos na providência, devemos lembrar que estes
três nunca estão separados, na obra de Deus. Embora a preservação se refira à
existência, a concorrência à atividade e ao governo à direção de todas as
coisas, jamais se deve entender isso num sentido exclusivo. Na preservação há
também um elemento de governo, no governo um elemento de concurso, e no
concurso em elemento de preservação.
CONCEITOS
ERRÔNEOS CONCERNENTES À NATUREZA DA PROVIDÊNCIA
O erro de limita-la à
presciência ou à presciência mais predestinação- concepção de alguns dos
primeiros “pais da Igreja”, a verdade na doutrina da providência é que, não há
como fazer uma clara definição presciência nem a predestinação, apenas afirmar
uma contínua atividade no mundo para a realização do plano divino
O conceito deísta da
providência divina- O deísmo define que o interesse de Deus pelo mundo não é
universal, especial e perpétuo, mas de natureza geral, infundindo em todas as
Suas criaturas certas propriedades intransmissíveis, colocando-as sob leis
inalteráveis e para que cumprissem o seu destino pelos seus próprios poderes
inerentes, entretanto exercendo apenas uma supervisão geral, das leis gerais
que Ele estabeleceu.
A ideia panteísta da
providência divina- No panteísmo não há reconhecimento da distinção que há
entre Deus e o mundo, os panteístas falam de providência, porém para eles a
providência, assim chamada, é idêntica ao curso da natureza, e este não é nada
mais nada menos que a auto revelação de Deus, que não dá lugar para a
independente operação das causas secundárias, em qualquer sentido da palavra. A
teologia resguarda-se dos perigos do panteísmo, mas durante o século passado a
ideia panteísta aninhou-se em muita teologia liberal moderna com disfarçando-se
da doutrina da imanência de Deus.
OBJETOS
DA PROVIDÊNCIA DIVINA.
Os ensinamentos da Escritura
sobre este ponto- As Sagradas Escrituras ensinam claramente sobre Bíblia o
governo providencial de Deus sobre o universo em geral, Sl 103.19; Dn 5.35; Ef
1.11; sobre o mundo físico, Jó 37.5; Sl 104.14; 135.6; Mt 5.45; sobre a criação
inferior, Sl 104.21, 28; Mt 6.26; 10.29; sobre os negócios das nações, Jó
12.23; Sl 22.28; 66.7; At 17.26; sobre o nascimento do homem e sua sorte na
vida, 1 Sm 16.1; Sl 139. 16; Is 45.5; Gl 1.15, 16; sobre as vitórias e
fracassos que sobrevêm às vidas dos homens, Sl 75.6, 7; Lc 1.52; sobre coisas
aparentemente acidentais ou insignificantes, Pv 16.33; Mt 10.30; (8) na
proteção dos justos, Sl 4.8; 5.12; 63.8; 121.3; Rm 8.23; no suprimento das
necessidades do povo de Deus, Gn 22.8, 14; Dt 8.3; Fp 4.19; nas respostas à oração,
1 Sm 1.19; Is 20.5, 6; 2 Cr 33.13; Sl 65.2; Mt 7.7; Lc 18.7, 8; e no
desmascaramento e castigo dos ímpios, Sl 7.12, 13; 11.6.
Providência geral e
especial- os teólogos distinguem a providência entre geral e especial, a
primeira indica o governo de Deus sobre o universo todo, e a última, o Seu
cuidado de cada parte dele em relação ao todo, todavia não existem duas
espécies de providência, e sim a mesma providência exercida em duas diferentes
relações.
Negação da providência
especial- existem aqueles que admitem uma providência geral, onde a
administração está sob um sistema fixo de leis gerais, negando uma providência
especial onde Deus se interessa pelos pormenores da história, e por assuntos da
vida humana em particular pelas experiências dos justos, entretanto alguns
afirmam que Deus é grande demais para preocupar-se com coisas menores da vida,
enquanto outros acreditam que Ele não pode fazê-lo, devido as leis da natureza
que Lhe amarram as mãos e, razão esta que os fazem desconsiderar que Deus
responde as orações, entretanto a Bíblia ensina todos os pormenores da vida
pertencem à ordenação de Deus. Em conexão com a questão, se podemos harmonizar
a operação das leis gerais da natureza com a providência geral, só podemos
indicar o seguinte:
a) As leis da natureza não
podem ser descritas como a natureza tivesse poderes para governarem em absoluto
todos os fenômenos e operações.
b) A concepção materialista
de que as leis da natureza como um sistema entrelaçado e fechado que age
independente de Deus, impossibilitando-O de interferir no curso do mundo, é
totalmente errônea, pois, o universo possui uma base pessoal. E tudo o que
ocorre na natureza é simplesmente o método ordenado por um Ser pessoal em ação.
c) As leis da natureza,
produzem os mesmos efeitos desde que todas as condições sejam as mesmas, os
efeitos não são resultados de uma força única, e sim de uma combinação de
forças naturais, inclusive o homem pode modificar os efeitos combinando uma
força da natureza com outra da própria natureza ou de outras forças de origem
humana, podendo cada uma destas forças operar em estrita harmonia com suas
leis. E se o homem consegue fazê-lo, Deus que infinitamente mais tudo é
possível. Com todos os tipos de combinação existentes, Deus pode leva a efeito
os mais variados resultados.
PRESERVAÇÃO
Base da doutrina da
preservação- A prova da doutrina da preservação pode ser é direta e por
dedução.
Prova direta. A divina
preservação está em inúmeras passagens das Sagradas Escritura: Dt 33.12, 25-28;
1 Sm 2.9; Ne 9.6; Sl 107.9; 127.1; 145.14, 15; Mt 10.29; At 7.28; Cl 1.17; Hb
1.3. Muito numerosas são as
passagens que falam de Deus preservando o Seu povo. Exemplos: Gn 28.15; 49.24;
ex 14.29, 30; Dt 1.30, 31; 2 Cr 20.15, 17; Jó 1,10; 36.7; Sl 31.20; 32.6;
34.15, 17; 37.15, 17, 19, 20; 91.1, 3, 4, 7, 9, 10, 14; 121.3, 4, 7, 8; 125.1,
2; Is 40.11; 43.2; 63.9; Jr 30.7, 8, 11; Ez 34.11, 12, 15, 16; Dn 12.1; Zc 2.5:
Lc 21.18; 1 Co 10.13; 1 Pe 3.12; Ap 3.10.
Prova por dedução- A ideia
da preservação divina intervém com a da doutrina da soberania de Deus, sendo
absoluta, e sustentada com a condição de que todo o universo e tudo que nele há
são em seu ser e em sua ação dependente totalmente de Deus, inferindo também o
caráter dependente da criatura. Somente quem criou todas as coisas pela palavra
do Seu poder, pode sustentá-lo por Sua onipotência.
O correto conceito da
preservação divina- doutrina que parte pressuposto de que todas as substâncias
criadas, sejam espirituais ou materiais, têm existência real e permanente,
totalmente distinta da existência de Seu Criador, e só possuem propriedades
ativas e passivas provindas de Deus; tendo esses ativos com eficiência real, e
não aparente, como causas secundárias, produzindo os efeitos que lhe são
próprios. O poder de Deus age para a sustentação de todas as coisas sendo
positivo como o poder exercido na criação. A precisão da natureza da Sua obra
na sustentação de todas as coisas, tanto no ser como no agir é um mistério,
entretanto pode-se dizer que, em Suas operações providenciais, Deus se acomoda
à natureza das Suas criaturas. A preservação pode ser definida como a obra
contínua de Deus pela qual Ele mantém as coisas que criou, juntamente com as
propriedades e poderes de que as dotou.
Conceitos errôneos da
preservação divina- Há duas concepções sobre a preservação que devem ser
evitadas: Que é puramente negativa- o deísmo, defende a ideia que na
preservação divina que Deus não destrói a obra das Suas mãos, e por causa da
criação, Deus dotou a matéria de certas propriedades, colocando-as sob leis
inalteráveis e depois deixou que ela se movesse por si mesma, independente de
todo suporte ou direção de fora, tal concepção é irracional, irreligiosa e
antibíblica, pois não se pode admitir que Deus comunicou autossubsistência à
criatura, quando a auto existência e auto sustentação são propriedades
impossíveis de se comunicar, algo que caracterizam somente ao Criador, a
criatura jamais pode ser auto sustentadora, porém precisa mantida continuamente
pelo poder absoluto do Criador. Outra concepção é de que é uma criação
contínua- para panteísmo a preservação seria uma criação contínua, de modo que
as criaturas ou causas secundárias são entendidas como não tendo existência
real ou contínua, mas como emanando em cada momento sucessivo daquele
misterioso Absoluto que é a base oculta de todas as coisas.
CONCORRÊNCIA
A
ideia da concorrência divina e sua prova bíblica
Definição e explicação- A
concorrência pode ser definida como poder que coopera com todos os outros
poderes a ele subordinados, estando em harmonia com as leis pré-estabelecidas
de sua operação (estabelecidas na criação), fazendo-os agir precisamente como
agem. Vale ressaltar que esta doutrina implica duas coisas: as forças da
natureza não podem agir por si mesmas, mas Deus opera de forma imediata em cada
ato da criatura, e que as causas secundárias existem, sendo reais, e, portanto,
não devem ser consideradas somente como o poder operativo e Deus.
Prova bíblica da
concorrência divina- as Sagradas Escrituras ensinam que a providência de Deus
pertence tanto à existência, quanto às ações ou operações da criatura, e que os
homens não agem de forma independente, mas são governados pela vontade de Deus,
Ele age em diversas situações na vida dos homens, sendo esta verdade notória em
diversas passagens bíblicas. Gn 45.5, Ex. 4.11, 12, Js 11.6 Ele dá a Josué a
certeza de que o livrará dos inimigos de Israel. Provérbios 21.1, Ed 6.22, Dt
8.18 2 Sm 16.11, Is 10.5. Além disso, Ele pôs um espírito mentiroso na boca dos
profetas de Acabe, 1 Rs 22.20-23.
ERROS
QUE DEVEM SER EVITADOS
Existem erros que devem ser
evitados em conexão com esta doutrina:
Que ela consiste somente
numa comunicação geral de poder, sem determinar de forma alguma a ação
específica de Deus, onde o homem estivesse de posse do governo. Se isso fosse
verdade não haveria providência divina.
Que é de tal de natureza,
que o homem realiza parte da obra, enquanto Deus realiza também uma parte dela
esta é uma visão equívoca da distribuição da obra embora, cada realização de
Deus como da criatura, é uma realização onde tudo depende da vontade de Deus, e
é uma realização do homem onde Deus leva a efeito por meio da atividade própria
do homem, sem, entretanto, haver nenhuma limitação mútua, e sim uma
interpretação dessa realização.
De que a obra de Deus e do
homem na concorrência, são planejadas, tal concepção pode ser excluída, pois a
obra de Deus sempre tem prioridade e o homem depende de Deus em tudo que faz.
CARACTERÍSTICAS
DA CONCORRÊNCIA DIVINA.
A concorrência Divina é
prévia e predeterminante, não num sentido temporal, mas, sim, num sentido
lógico, ou seja, na criatura não existe princípio de atividade autônoma à qual
possa ser juntada a atividade divina. Em ambos os caso, o impulso para a ação e
movimento procede de Deus, há uma influência da energia divina antes de poder
agir sobre criatura, e tal influência não termina na atividade da criatura, mas
na própria criatura, tudo que existe na natureza Deus faz com que haja e se
mova na direção de um fim predeterminado, desta forma Ele capacita e ajuda as
Suas criaturas racionais, como causas secundárias para funcionar, não
concedendo-lhe apenas energia, mas dando-lhes essa energia para certos atos
específicos. Ele opera tudo em todos, 1 Co 12.6, e também neste caso, opera
tudo conforme o conselho da sua vontade, Ef 1.11. Ele deu a Israel a capacidade
de obter riqueza, Dt 8.18, e opera nos crentes tanto o querer como o realizar,
segundo a Sua boa vontade, Fp 2.13. Os pelagianos e semipelagianos de todo tipo
geralmente se dispõem a admitir que a criatura não pode agir sem um influxo do
poder divino, mas sustentam que este não é tão específico que chegue a
determinar o caráter da ação de algum modo. (Berkhof 2009 p.159)
A concorrência é também
simultânea, pois após o início da atividade da criatura, a vontade eficaz de
Deus irá acompanhá-la em todo tempo, sem que esta possa agir independente da
vontade e poder de Deus. É só nele que vivemos e nos movemos e existimos, At
17.28. Esta atividade divina acompanha o homem em todo e qualquer ponto sem,
todavia, privá-lo de um ato pelo qual ele é responsabilizado. O homem é e
permanece sendo o verdadeiro sujeito da ação.
A concorrência é imediata,
Deus ao governar o mundo utiliza toda sorte de meios para a obtenção dos Seus
fins; sem, todavia, operar deste modo na concorrência divina, Deus dota o homem
de poder e determina suas ações sustentando as suas atividades em todo tempo.
A
CONCORRÊNCIA DIVINA E O PECADO
Há uma séria objeção por
parte dos pelagianos, os semipelagianos e os arminianos acerca da doutrina da
providência, pois eles acreditam que a concorrência seja prévia, e não geral,
mas que determinando o homem a ações específicas, fazendo de Deus o autor e
responsável pelo pecado, Os teólogos reformados (calvinistas) sabem não que
podem negar uma dificuldade sobre esta concepção aparentemente plausível porém,
não ase sentem livres para dissimulá-la negando o absoluto domínio de Deus
sobre as livres ações das Suas criaturas morais, pois as Sagradas Escrituras o
ensina claramente, Gn 45.5; 50.19, 20; Êx 10.1, 20; 2 Sm 16.10, 11; Is 10. 5-7;
At 2.23; 4.27, 28. Há certo constrangimento da parte dele em ensinar que: que
os atos pecaminosos estão sob o governo divino e ocorrendo de acordo com a
predeterminação e o propósito divino, mas somente pela permissão de Deus, de
modo que Ele não leva os homens a pecarem, Gn 45.5; 50.20; Êx 14.17; Is 66.4;
Rm 9.22; 2 Ts 2.11; que Deus reprime as obras pecaminosas do homem, Gn 3.6; Jó
1.12; 2.6; Sl 76.10; Is 10.15; At 7.51; e também que Deus, para o cumprimento
do Seu propósito, dirige o mal para o bem, Gn 50.20; Sl 76.10; At 3.13.
Nem todos concordam com esta
reposta, a grande maioria concorda com a concepção de Dabney que defende uma
concorrência física na criação inferior negando a relação aos agentes livres,
concordando que o governo de Deus sobre todos os atos das Suas criaturas é
certo, soberano e eficaz; por esta razão tenha que responsabilizar-se como os
demais sobre a questão de Deus ser responsável pelo pecado, entretanto, sobre a
concorrência a maior parte dos teólogos reformados (calvinistas) sustentam tal
questão, e buscando a solução da dificuldade distinguindo matéria e forma do
ato pecaminoso, e atribuindo a forma do ato pecaminoso sendo exclusivo ao
homem, não há como dizer que estas soluções tragam uma resposta satisfatória de
modo que o problema da relação de Deus com o pecado continua sendo um mistério.
GOVERNO
Natureza
do governo divino.
O governo divino pode ser
definido como a atividade contínua de Deus onde Ele rege todas as coisas
teleologicamente com a finalidade de garantir que o Seu propósito divino seja
realizado, Este governo não é uma simplesmente parte da providência divina,
mas, como no caso da preservação e da concorrência, é toda essa atividade,
sendo considerada agora sob o ponto de vista do fim para o qual Deus guia todas
as coisas da criação, a saber, para glória do Seu nome.
O governo de Deus é como o
Rei do universo- Nos dias atuais muitos consideram a ideia de Deus como Rei
como sendo esta uma noção veterotestamentária obsoleta, e querem substituir
pela ideia neo testamentária de Deus como Pai, onde ideia da soberania de Deus
deva dar lugar à do amor divino acreditando que esta se harmoniza com a
concepção progressiva de Deus nas Sagradas Escrituras, porém é uma ideia
errônea, pensar que a revelação divina ao passo que se eleva a níveis mais
altos, tem o intuito de fazer com que nos desapeguemos aos poucos da ideia de
Deus como de Deus como Rei conforme apresentado no V.T e a substituamos pela
ideia de Deus como Pai como é descrito no NT. Contra essa concepção está a
proeminência da ideia do reino de Deus conforme ensinou Jesus. E se se disser
que isto envolve apenas a ideia de uma especial e limitada realeza de Deus,
pode-se replicar que a ideia da paternidade de Deus nos evangelhos está sujeita
às mesmas restrições e limitações. Jesus não ensina uma paternidade universal
de Deus. Além disso, o Novo Testamento também ensina a realeza universal de
Deus em passagens como Mt 11.25; At 17.24; 1 Tm 1.17; 6.15; Ap 1.6; 19.6. Ele é
igualmente Rei e Pai, e é a fonte de toda autoridade no céu e na terra, o Rei
dos reis e Senhor dos senhores. (Berkhof 2009, p.161)
O governo de Deus está
adaptado à natureza das criaturas que Ele governa- Deus estabeleceu as leis da
natureza e através delas Ele exerce Seu governo do universo físico, enquanto
que o mundo mental Ele exerce o Seu governo de forma mediata, através das
propriedades e leis da mente, e de forma imediata, pela direta operação do
Espírito Santo. No governo e domínio dos agentes morais Deus utiliza-se de toda
classe de influência moral, como as circunstâncias, os motivos, a instrução, a
persuasão e o exemplo, porém age diretamente, pela operação pessoal do Espírito
Santo no intelecto e na vontade e no coração.
A
EXTENSÃO DESTE GOVERNO
As Sagradas Escrituras
afirmam claramente que este governo divino é universal, Sl 22.28, 29;
103.17-19; Dn 4.34, 35; 1 Tm 6.15, sendo a execução do propósito eterno de
Deus, alcançando todas as Suas obras, desde o princípio, tudo que foi, é e será
para sempre, embora seja geral, inclui também a particularidades e as coisas de
maior significação, Mt 10.29-31, aquilo que previsivelmente é acidental, Pv
16.33, as boas ações dos homens, Fp 2.13, como também as suas más ações, At
14.16 tudo está sob o governo e direção de Deus.
Deus é o Rei de Israel, Is
33.22, mas Ele também domina entre as nações, Sl 47.9, nada pode escapar ao Seu
governo.
PROVIDÊNCIAS
EXTRAORDINÁRIAS OU MILAGRES
Natureza
dos milagres.
Entre providencia ordinária
e providencia extraordinária usualmente se faz certa distinção, na providencia
ordinária, há a ação de Deus através de causas secundárias em completo acordo
com as leis da natureza, apesar de que alguns resultados podem variar, com
combinações diferentes, na providencia extraordinária, Deus age imediatamente ou
sem a mediação de causa secundárias, em sua operação ordinária. Algo que
distingue a característica do feito miraculoso é que ele é o resultado do
exercício do poder sobrenatural de Deus, isso quer dizer que o milagre não é
ocasionado por causas secundárias que operam conforme as leis da natureza, se
isto ocorresse não seria milagre. Se Deus ao realizar um milagre, algumas vezes
utilizou-se das forças presentes na natureza, o fez de modo totalmente distante
do comum, com o desígnio de produzir resultados não esperados pelo homem, e é
exatamente isso que constitui o milagre. Todo milagre está além da ordem
estabelecida nas leis que regem a natureza, podemos distinguir diferentes
classes, entretanto não o grau dos milagres, existem milagres que sobrepõem a natureza,
não estando desta forma ligados, a quaisquer meios, porém existem milagres que
são contra media, onde os meios são utilizados, entretanto, o resultado é algo
inteiramente diverso do resultado habitual daqueles meios.
POSSIBILIDADE
DE MILAGRES.
Existem oposições aos
milagres, principalmente quando ocorre uma violação das leis da natureza.
Alguns fogem desta dificuldade alegando que os milagres apenas exceções da
natureza, como a conhecemos, afirmando que se tivéssemos um real conhecimento
da natureza, teríamos como explicar o milagre de forma perfeitamente natural,
tal posição é inaceitável, pois pressupõe duas ordens da natureza,
reciprocamente contrárias, esse conceito priva o milagre do seu caráter
excepcional, pois os milagres mostram-se como eventos excepcionais das Sagradas
Escrituras.
Existe com certeza
uniformidade na natureza; há leis para a operação das causas secundárias no
mundo físico, entretanto vale lembrar que elas representam simplesmente o
método comum onde Deus age na natureza, é da vontade boa vontade Dele agir de
forma ordenada e por através de causas secundárias. Porém isto não quer dizer
que Ele não possa deixar de lado a ordem que estabeleceu, produzindo um efeito
extraordinário, que não seja resultado de causa naturais, por um ato único de
Sua própria vontade, se o julgar desejável para o fim em vista. Quando Deus
opera milagres, produz efeitos extraordinários de maneira extraordinária. Quer
dizer que os milagres estão acima da natureza (Berkhof 2009, p. 163).
PROPÓSITO
DOS MILAGRES NAS ESCRITURAS
Os milagres da Escritura não
foram realizados arbitrariamente, pode-se presumir que cada milagre realizado
tem um propósito definido. Não são simples maravilhas e exibições de poder,
para serem admiradas, mas têm significado de revelação. Devido a entrada do
pecado no mundo foi necessária a intervenção sobrenatural de Deus no decurso
dos eventos, com a finalidade de destruir o pecado e para a renovação da
criação. Foi por intermédio de milagres que Deus nos concedeu a Sua revelação
especial e verbal nas Sagradas Escritura, bem como a Sua revelação suprema e
real em Jesus Cristo. Os milagres relacionam-se com a economia da redenção,
redenção esta que constantemente eles prefiguram e simbolizam. Não visam a uma
violação, e sim a uma restauração da obra criadora de Deus. Diante disto
pode-se observar ciclos de milagres ligados a períodos especiais da história da
redentiva, em especial no período do ministério público de Jesus Cristo e da
fundação da igreja, todavia estes milagres ainda não resultaram na restauração
do universo físico, mas, quando chegar o fim dos tempos, haverá uma outra série
de milagres, que resultarão na renovação da natureza, afim de que o Nome de
Deus seja glorificado. Constituindo-se assim o estabelecimento final do reino
de Deus em novo céu e nova terra.
CONCLUSÃO
Diante do estudo apresentado
podemos concluir que Deus só pode ser conhecido à medida em que Ele se
auto-revela, e é seu propósito fazer-se conhecido ao homem, através de sua
criação, da manifestação seus atos, de Seus decretos, atributos, providência,
governo e milagres, todos são instrumentos que Ele utiliza para comunicar a
humanidade sobre Sua existência, Soberania, Poder e Majestade.
A Teonlogia se empenha em
trazer esse conhecimento de Deus naquilo em que Ele se permite conhecer, ao
homem é impossível descrevê-Lo em Sua totalidade pois Deus é infinito e
ilimitado enquanto que o homem finito e limitado, mas a busca do conhecimento
de Deus está incutida no homem, e mesmo que não possa chegar a uma plena definição
acerca de Deus, o que se pode apreender nesta busca é o que o próprio Deus
define sobre Si mesmo: “EU SOU O QUE SOU”, e esta afirmativa do Todo-Poderoso
já basta para aqueles que pela fé creem neste Deus que tem o prazer em fazer-Se
conhecido ao alvo de Seu amor: o homem, coroa de Sua criação.
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The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, Samuel Jackson
(ed.). Grand Rapids: Baker, 1963.
Nigg, Walter. The Heretics.
New York: Alfred A. Knopf, 1962.
Noss, John. Man's Religions,
5th ed. New York: MacMillan, 1969.
Paterson, John. God in
Christ Jesus. Hazelwood, Mo.: Word Aflame Press, 1966.
QUESTIONARIO
Nome___________________________________________
Nota_______________
Prova nº 17- QUESTIONÁRIO 1)
Muitas são as ideias que almejam trazer uma definição exata ou racional da
existência de Deus, a teologia define como: a) ( ) Ele é um Ser Pessoal,
auto-preexistente b) ( ) Ele é um Ser Pessoal, auto-existente c) ( ) Ele é um
Ser Pessoal, auto-resistente, 2) Falando sobre uma definição para os atributos
de Deus assinale a alternativa correta: a) ( ) Os atributos de Deus são
unidades, características atribuídas ao caráter de Deus. b) ( ) Os atributos de
Deus são qualidades, características retribuídas ao caráter de Deus. c) ( ) Os
atributos de Deus são qualidades, características atribuídas ao caráter de
Deus.
3) Com relação ao ato
criativo de Deus como podemos definir a criação através dos seus atos? Assinale
a alternativa correta
a) ( ) Ato do Deus Trino,
Ato livre de Deus, Ato atemporal, Ato divino, ato distinto de Deus , mas sempre
dependente dEle.
b) ( ) Ato do Deus Trino,
Ato livre de Deus, Ato temporal, Ato divino, ato distinto de Deus , mas sempre
dependente dEle.
c) ( ) Ato do Deus Trino,
Ato livre de Deus, Ato temporal, Ato divino, ato distinto de Deus , mas
independente dEle.
4) Quanto à existência dos
anjos quem crê na autoridade da Palavra de Deus não pode duvidar que eles
existam, com base no material de estudo, quais as características dos anjos?
a) ( ) Os anjos são seres
espirituais, incorpóreos, racionais, morais e imortais.
b) ( ) Os anjos são seres
espirituais, corpóreos, racionais, morais e imortais.
c) ( ) Os anjos são seres
espirituais, incorpóreos, irracionais, morais e imortais.
5) Com relação a milagres e
propósito pode-se dizer que:
( ) cada milagre realizado
tem um propósito indefinido.
( ) cada milagre realizado
tem um propósito deferido.
( ) cada milagre realizado
tem um propósito definido
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