sexta-feira, 6 de março de 2020




FACULDADE DE TEOLOGIA TESTEMUNHAS HOJE


CURSO LIVRE
TEONTOLOGIA










INTRODUÇÃO
Ao estudarmos a Teologia temos o intuito de aprofundar o conhecimento sobre Deus e de tudo que diz respeito a sua Pessoa, sem ter-se a pretensão de qualquer definição específica sobre Deus, a limitação do conhecimento humano torna impossível defini-Lo, tendo-se em vista que um Ser de infinita magnitude e soberania não pode ser descrito ou plenamente estudado em palavras humanas limitadas, o intuito desse estudo é apenas buscar uma forma de melhor apreendermos de Deus algo que Ele mesmo permitiu ao homem conhecer de Si mesmo por intermédio da auto revelação nas Sagradas Escrituras. O estudo em foque tem como base em sua maior parte um breve resumo da Teologia Sistemática de Louis Berkhof.
DEFINIÇÃO DE TEONLOGIA
A definição do termo Teonlogia ou Teologia Própria vem do termo grego Theós- Deus, Ontos - ente e Logos - estudo e é uma área ou locus da Teologia Sistemática que estuda sobre Deus.
A definição de Teologia segundo o pensamento grego aparece pela primeira através filósofo Platão, que no diálogo “A República” refere-se à compreensão da natureza divina por meio da razão, opondo-se à compreensão literária própria da poesia que era feita pelos seus conterrâneos, ele define Deus como o começo o meio e o fim de todas as coisas, para ele Deus é o ser, Deus é o bem, Deus é vida, Deus é ação.
Platão, procurando comprovar a existência de Deus recorre ao mito utilizando-se de duas provas: A primeira delas é baseada na existência do mundo: Deus é o Demiurgo (demios- do povo, ourgos- trabalhador). Ele afirma que para uma obra ter origem, é necessário que haja um artífice e assim, expõe seu Demiurgo em linguagem mítica, para Platão, Deus depois de ter contemplado o mundo Ideal, decidiu fazer o universo a Sua imagem. A segunda prova é baseada no movimento: Deus é a alma real. Para o filósofo, o mundo está sujeito a um movimento ordenado, como de esferas celestes, que é pela sua estabilidade, a própria imagem da inteligência. Para que esse movimento exista, é necessário um motor. Aqui, Platão recomenda dois motores: um corpóreo e a alma. O corpo é estático, é sempre movido por outro antes de se mover. Já a alma é o motor que apresenta em si o princípio do movimento, portanto, a alma domina o corpo que morre, ou seja, Deus é o “motor” que movimenta o universo. Para ele diferente do Deus definido pelos cristãos o demiurgo não cria o ex nihilo, mas a partir de um estado pré-existente do caos tentando fazer seu produto assemelhar-se ao modelo eterno das Formas.
O SER DE DEUS
Quem é Deus?
Deus é um Ser indefinível, não há possibilidade de defini-Lo em palavras e exaustivamente. A Teologia não se atém em provar a existência de Deus, seu estudo parte do pressuposto de que Deus existe e que se revelou por intermédio de Sua Divina Palavra, portanto o foco principal é apreender o que Ele permitiu ser conhecido através da revelação. A Teologia cristã parte do pressuposto de que Deus existe desde o princípio, não teve uma origem, mas sempre existiu, e sempre existirá, ela se baseia na fé de que Ele existe conforme é mencionado nas Sagradas Escrituras. Este é o posicionamento Teológico que mais importa neste estudo, todavia para nível de conhecimento é necessário que abordemos as diferentes explicações para a comprovação da existência Divina. Não há como compreender a Deus, a não ser naquilo que Ele se permite ser compreendido Jó 11:7, Sl 139: 6 Sl 145:3, Rm 11:3, I Co 2: 10- 11, Ele é um ser infinito e nós finitos e limitados. A existência de Deus sempre foi alvo de especulações e para algumas correntes filosóficas da época a explicação de sua existência ou não-existência foram as mais variadas dentre as que mais se destacaram podemos brevemente citar: O Catecismo de Westminster- a definição cristã do breve catecismo de Westminster (Inglaterra) apresenta Deus como Espírito infinito, Eterno, Imutável, Sábio, Poderoso, Santo, Justo, Bondoso, Verdadeiro. O Gnosticismo- vem do termo gnoses (conhecimento) e pode ser definido como a busca pelo conhecimento de um ser transcendente, é um conceito religioso e psicológico, além de filosófico, científico e artístico, seria a busca do homem em alcançar conhecimento, a unidade com o ser que acredita ter sido originado.
O Agnosticismo- vem do grego “não saber”, crerem apenas no que se pode ver e é palpável, nega que a capacidade humana possa conhecer a Deus, afirmando que a mente humana não pode conhecer o infinito. O Politeísmo- defende a ideia de que o universo é governado não por uma única força, mas por uma multiplicidade de deuses. O Panteísmo- Deus está em todas as coisas existentes, Ele não está no universo, Ele é o universo, Deus não faz parte na criação da natureza ele é a natureza, tudo é Deus e Deus é tudo, e por esta razão tudo deve ser adorado, para eles não há um Deus Pessoal, nem uma revelação especial. O Materialismo- defende a ideia de que a matéria é a única realidade existente. Que o homem é apenas um animal não sendo responsável pelos seus atos. O Deísmo- baseia-se no raciocínio humano, não negam a existência de Deus e sim a Sua revelação ao homem, bem como também negam os atributos morais e intelectuais de Deus e tem duvidas de sua participação na criação. O Ceticismo- doutrina que reconhece a dúvida como sendo atitude sábia, anulando qualquer certeza como condição para a felicidade, no Ceticismo a sabedoria é dúvida. Existem muitas outras seitas que procuram trazer sua definição sobre Deus estão entre estes estão: o mormonismo, o Adventismo, a Ciência Cristã, a Torre de Vigia (Testemunhas de Jeová) entre outros, porém o intuito de nosso estudo não é abordar em específico sobre tais doutrinas mas manter em foco o estudo sobre Deus. Comprovação bíblica da existência de Deus- Conforme Hebreus 11:6 é preciso que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e mesmo a teologia partindo do pressuposto da existência de Deus, que Ele é um Ser Pessoal, auto-existente, sendo a origem de todas as coisas, transcendente a toda criação e imanente de cada parte do que foi por Ele criado, e essa certeza vindo da fé, essa fé tem base em informação confiável primariamente através da Bíblia como a Palavra de Deus revelada por inspiração e secundariamente através da natureza por Ele criada.  Berkhof (2009) sobre esta afirmação diz:
A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial, “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Ela não somente descreve a Deus como criador de todas as coisas, mas também como o sustentador de todas as criaturas, e como governador de indivíduos e nações. Ela testifica o fato de que Deus opera todas as coisas de acordo com o conselho da sua vontade, e revela a gradativa realização do seu grandioso propósito de redenção... Vê-se Deus em quase todas as páginas da Escritura Sagrada em que ele se revela em palavras e atos. Esta revelação de Deus constitui a base da nossa fé na existência de Deus, e a torna uma fé inteiramente razoável. Deve-se notar, contudo, que é somente pela fé que aceitamos a revelação de Deus e que obtemos uma real compreensão do seu conteúdo. O conhecimento de Deus é continuo a medida que o homem pela fé se aproxima de Dele e desenvolve comunhão intima com Ele. (OS 6:3). A negação da existência de Deus (suas várias formas)- existem duas correntes da negação da existência de Deus da concepção Ateísta (A-não, Theos-Deus): o ateu prático e o teórico, o primeiro é simplesmente uma pessoa não religiosa que não conta com Deus e vivem como se Ele, o segundo tem sua concepção da não existência de Deus pelo intelecto baseando sua negação no raciocínio. Vale ressaltar que ninguém nasce ateu devido à semente religiosa implantada no homem em sua criação e sua imagem e semelhança com Deus, mas o ateísmo surge pelo estado moral pervertido e o intuito do homem de fugir de Deus.
Dentre os falsos conceitos sobre Deus existem alguns que negam sua existência como Deus verdadeiro, descrevendo-O como: um Deus imanente e impessoal, um Deus finito e pessoal e um Deus como personificação de uma simples ideia abstrata.

Temos ainda o que podemos chamar de “provas racionais da existência de Deus”: Argumento Ontológico-argumento defendido com mais perfeição por Anselmo, para ele o homem tem a idéia de um Ser absolutamente perfeito, e se há perfeição é sinônimo de existência, portanto esse ser perfeito deve existir, tal pensamento não pode ser prova conclusa apenas por um pensamento abstrato, o simples fato de conclusão da existência Divina não prova objetivamente sua existência.
Argumento Cosmológico- embora esse argumento apareça nas mais variadas formas, de modo geral se apresenta assim: tudo o que há de existente no mundo tem de ter uma causa adequada, portanto o universo também tem que ter uma causa adequada e indefinidamente grande. Esse argumento é totalmente sem convicção, pois a pressuposição de que o Cosmos não teve uma única, absoluta e pessoal de existência, não pode ser tomada como base para provar a existência Divina. Argumento Teleológico- esse argumento também toma como base a causa, sendo uma extensão do argumento Cosmológico e exposto da seguinte forma: o mundo revela inteligência, ordem, harmonia e propósito por toda parte por esta razão é preciso um Ser adequado para a criação de um mundo assim como este, tal argumento é mais elevado do que o Cosmológico por apresentar a ideia de um Ser intectual, consciente, inteligente e com propósito controlador de todas as coisas. Argumento Moral- esse argumento baseia-se na forma como o homem busca reconhecimento do sumo bem e do ideal moral, ambos necessitam da existência de um Deus para concretizar esse ideal. Argumento Histórico ou Etnológico- esse argumento se baseia da seguinte forma: em todas os povos e etnias existe um sentido religioso que revela-se em cultos exteriores, e se a natureza do homem o conduz ao culto religioso pode-se concluir a existência de um Ser Superior que deu ao home o sentido de religiosidade.



A COGNOCIBILIDADE DE DEUS
Deus cognoscível - Como mencionado anteriormente não há como se definir Deus em Sua infinita totalidade, a igreja cristã professa que é possível conhecê-Lo à medida em que Ele se revela a isto definimos como cognoscibilidade ou conhecimento de Deus, sendo este o requisito absoluto para salvação. E a vida externa é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus, a quem enviaste Jo 17:3. Negação da cognoscibilidade de Deus- essa negativa tem base nos supostos limites das faculdades cognitivas humanas (o fato do homem não possuir capacidades suficiente de conhecimento e compreensão do Ser infinito de Deus), sendo necessariamente inapto quanto às coisas super sensoriais e divinas. Auto-revelação, Requisito de todo Conhecimento de Deus- o homem só pode conhecer a Deus quando Ele se auto-revela Ele transmitindo conhecimento de Si mesmo ao homem, sem a revelação seria impossível ao homem qualquer conhecimento de Deus, e mesmo Ele se revelando, não é a razão humana que descobre Deus, mas Deus a Si próprio de descerra pelos olhos a fé. A revelação completa se descortinou de uma vez por todas na Pessoa de Cristo Jesus. O Conhecimento de Deus, Inato e Adquirido- é quando todo conhecimento de Deus é adquirido por meio da revelação, entretanto algumas ideias filosóficas como a de Decartes definem que o conhecimento de Deus é inato, vem desde sua concepção, ou seja, o homem tem uma ideia que está presente em sua consciência desde o seu nascimento.
A Revelação Geral e A Revelação Especial- a Bíblia apresenta duas formas para revelação de Deus: a revelação geral- comunicada através da natureza, também descrita como revelação natural. Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Salmos 19:1 (At 14:17, Rm 1:19-20, II Rs 17: 13) e a revelação especial- comunicada através dos profetas e de Jesus Cristo também conhecida como revelação sobrenatural, Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. Jo 1:18 ( II Rs 17: 13, Sl 103:7, Hb 1:1-2) A revelação natural na Teologia Protestante é comumente chamada de revelatio realis por estar encarnada nas coisas existentes enquanto que a revelação sobrenatural é chamada de revelatio verbalis por estar encarnada em palavras. Ewald, em sua obra Revelation: Its Nature na Record, fala da revelação na natureza como revelação imediata, e da revelação na Escritura, que ele considera como a única que merece o nome de “revelação” no sentido mais completo, como revelação mediata ( Berkhof apud Ewald, 2009 p. 36) . No que se trata a respeito de revelação o que vale ressaltar é que a revelação na geral está arraigada à criação e que é comunicada ao homem na qualidade de homem em sua razão enquanto que a revelação especial está arraigada ao plano redentivo, dirigida ao home na qualidade de pecador, podendo ser compreendida por apenas pela fé. E esta foi produzida na mente de Deus desde o princípio, inclusa no plano eterno. A revelação natural é tida por muitos como não foi suficiente para cumprir com o plano de redenção ao homem corrompido, sendo necessário uma revelação sobrenatural. Sem todavia, dar-se por completo, Deus se deu a conhecer naquilo que o Filho revelou, conforme o homem em sua limitação pode apreender de Deus.
ATRIBUTOS DE DEUS E A
RELAÇÃO DO SEU SER
Humanamente falando é impossível definir o Ser de Deus, nem toda ciência da terra poderia fazê-lo, para uma definição lógica seria necessário muita pesquisa de conceito superior sem chegar-se a uma clara definição, pois não há possiblidade humana que defina o infinito, Deus não cabe em descrições terrenas (genético sintética), somente é possível fazer-se uma definição analítico-descritiva (descrição apenas das características de Sua Pessoa, deixando sem explicação a essência do Seu Ser) o que se pode compreender do Seu Ser é somente o que o que as Sagradas Escrituras nos permite fazê-lo, por aquilo que se permitiu revelar (auto revelação). Podemos dizer então que a revelação do Ser de Deus é parcial, sendo impossível fazer-se uma descrição de Deus positiva e exaustiva. A Bíblia apresenta Deus como o Deus vivente (nunca abstrato) que se relaciona com suas criaturas onde se manifesta em vários atributos diferentes. (Pv 8:14, 2 Pe 1:4.etc) O termo do nome de Deus Jeová (Eu sou o que Sou) tem como indicativo a essência de Deus propriamente dita, trazendo a expressão Dele mesmo para se auto definir (Êx 3:13-14) outra passagem que pode se aproximar de uma definição do Ser de Deus na Bíblia é João 4:24 “Deus é Espírito...” sendo um indicativo dado por Cristo para indicar a essência espiritual de Deus. Alguns pais da igreja sob influência da filosofia grega apenas fizeram uma abstrata concepção do que possa ser Deus, possuidor de uma existência absoluta, sem atributos. Teólogos durante algum tempo inclinaram-se a salientar uma transcendência (sublimidade, excelência) de Deus como algo além da compreensão humana, atendo-se a impossibilidade de definir Sua essência divina, pensamento este que também perdurou durante a controvérsia trinitária referente a distinção entre essência única e as três Pessoas da Divindade.
Enfim filósofos e teólogos passaram a ver a essência de Deus num Ser abstrato, numa substância universal, num pensamento puro, numa causalidade absoluta, no amor, na personalidade, e na santidade majestosa ou no Numinoso. ( Berkof 2009 p.42) A Teologia Reformada afirma que Deus pode ser conhecido, porém não em sua totalidade por ser infinito, ao homem é impossível conhecê-Lo por completo, ter um perfeito conhecimento de Deus seria o mesmo que compreendê-Lo e isto é humanamente impossível, não há como defini-Lo exatamente em Sua totalidade, contudo é possível ter o conhecimento Dele pela auto-revelação Divina, naquilo que Deus se dá a conhecer.
A POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO DO SER DE DEUS
O pensamento da Igreja Primitiva no período idade média e da Reforma era de que Ele em Seu Ser mais recôndito era Incompreensível, ressaltando-se em algumas linguagens empregadas de que não é admissível nenhum conhecimento do Ser de Deus. O que precisamos entender na possibilidade de conhecimento de Deus é que não podemos compreendê-Lo, ter um conhecimento absoluto e exaustivo de seu Ser, mas podemos conhecê-Lo de forma relativa e parcial do Seu Ser Divino, algo que só pode ser possível porque Ele mesmo colocou-se em posição de relacionar-se com Suas criaturas morais revelando-se a estas, ainda que não em sua totalidade, sendo real e verdadeiro, sendo este um conhecimento parcial da natureza absoluta do Seu Ser.
O SER DE DEUS REVELADO EM SEUS ATRIBUTOS
A teologia comumente diz que os atributos de Deus são o próprio Deus, como Ele se revelou a nós. Berkof (2009) diz: os atributos são reais determinativos do Ser divino ou, noutras palavras, qualidades inerentes ao Ser de Deus. Sheed fala deles como “uma descrição analítica e bem próxima da essência”. Num sentido são idênticos, de modo que se pode dizer que as perfeições de Deus são o próprio Deus como ele se revelou. Há uma estreita relação entre essência de Deus e seus atributos pode-se afirmar, portanto que o conhecimento de Deus e de Seus atributos leva consigo o conhecimento da Sua essência divina.
OS NOMES DE DEUS
Nas Sagradas Escrituras há o registro de vários nomes de Deus, há a menção do Seu nome no singular em vários textos (Êx 20:7, Sl 8:1, Sl 48:10, Sl 76:1, Sl 76:1,Pv 18:10) estes ressaltam toda manifestação de Deus em Sua relação com o Seu povo.
No Antigo testamento o nome de Deus é designado por vários nomes entre estes pode-se destacar: • El, Elohim e Elyon, o nome ‘El possivelmente é derivado de ‘ul e tem sentido de primeiro ou Senhor, Elohim (sing. Eloah) forma pluralística de Deus, tem sentido de plenitude de poder o Deus da criação, Elohim, é plural. Os hebreus pluralizavam os nomes para expressar grandeza ou majestade".  A própria Bíblia revela que a única maneira para se compreender a forma plural de Elohim é entender que ela expressa a majestade de Deus e não uma pluralidade na divindade.
 Elyon é derivado de ‘alah e tem sentido de elevado, designando Deus como exaltado. • ‘Adonai (derv. de dun (din) ou ‘adan) e tem sentido de Senhor, de julgar, de governar, revelando Deus como governante Todo-Poderoso. • Shaddai e ‘El-Shaddai (derv. de shadad) significando ser poderoso e indica que Deus tem todo poder no céu e na terra.
Yahweh e Yahweh Tsebhaoth- a forma como Deus se revelou neste nome superou as demais formas de revelação, em Yahweh Ele se revela como Deus de graça, este nome é tido como o mais sagrado entre os judeus devido a Levítico 24;16 “ Aquele que mencionar o nome de Yahweh será morto”, por esta razão substituíram-no nas Escrituras por ‘Adonai ou por ‘Elohim, com o tempo perdeu até a pronúncia correta do nome Yahweh por não ser pronunciado entre os judeus devido a essas substituição dos massoretas nas Escrituras. O acréscimo de Tsebhaoth em Yahweh divide opiniões, mas três opiniões destacam-se para definir a junção destes nomes: os exércitos de Israel, as estrelas, os anjos.
No Novo Testamento três nomes mais utilizados são Theos (Deus de todos), Kurios (Poderoso, Senhor) e Pater (Pai).
OS ATRIBUTOS DE DEUS
Os atributos de Deus são qualidades, características atribuídas ao caráter de Deus conforme Ele se auto-revelou e que nos ajudam a entender quem Ele é, são atribuições inerentes a Ele. Berkhof (2009) diz: Não devemos considerar os atributos como outras tantas partes que entram na composição de Deus, pois ao contrário dos homens, Deus não é composto de diversas partes...Comumente se diz em Teologia que os atributos de Deus são o próprio Deus, como Ele se revelou a nós.” A teologia Sistemática além da designação “atributos de Deus”, às vezes denomina tal estudo de “qualidades de Deus” ou “perfeições de Deus”, pode-se então entender todas essas expressões como sendo sinônimas.




QUAIS SÃO OS ATRIBUTOS DE DEUS?
Atributos incomunicáveis - Os atributos incomunicáveis são aqueles exclusivos de Deus, como imutabilidade, Ele é exaltado acima de tudo quanto existe, é imune de qualquer acréscimo ou diminuição e de todo desenvolvimento ou decadência do seu Ser e em suas perfeições (Êx 3:14, Sl 102:26-28, Is 41:4 e 48:12, Ml 3:6, Rm 1:23, Hb 1:11-12, Tg 1:17), infinidade - perfeição absoluta ( Jó 11:7-10, Sl 145:3, Mt 5:48), eternidade(Sl 90:2 e 102:12, Ef 3:21), imensidade/onipresença ( 1 Rs 8:27, Is 66:1, At 7:48-49, Sl 139;7-10, Jr 23:23-24, At 17:27-28). São assim chamados porque Deus não os compartilha com nenhuma criatura, são exclusivos Dele e Ele não os comunica a ninguém.
Asseidade: Deus é auto-existente, e não precisa de nada nem de ninguém para continuar a existir, ou seja, Ele não depende de ninguém além de Si mesmo para ser o que é. Sua asseidade está diretamente ligada a sua eternidade (Sl 90:1,2).
Eternidade: sempre existiu, Deus não foi criado por ninguém e estando acima de qualquer limitação de tempo (Gn 21:33; Sl 90:1,2), sem começo e sem fim, para Deus não existe passado, presente e futuro, seu presente é sempre a própria eternidade.
Unidade: Deus é um e todos os Seus atributos estão inclusos em Seu ser o tempo todo algo que não contradiz a doutrina da Trindade, pois as três Pessoas distintas formam um único Deus, ou seja, Sua essência é indivisível (Dt 6:4; Ef 4:6; 1Co 8:6; 1Tm 2:5). Imutabilidade: Deus não muda, tanto Seu ser como Suas perfeições não sofrem qualquer mudança, e não altera, de forma alguma, os Seus propósitos e promessas (Tg 1:17). Infinitude: Deus é infinito em seu ser e não sofre nenhum tipo de limitação. O tempo e o espaço não podem limitá-lo (1Rs 8:27; At 17:24-28). Talvez a qualidade da infinitude seja um dos atributos de Deus que apresenta mais dificuldade de compreensão por parte dos homens.
A infinitude de Deus, segundo alguns teólogos também aparece revelada através de outros atributos, como a onipresença, onisciência, onipotência e a eternidade.
Onipresença: significa que Deus não é limitado de nenhuma forma pelo espaço. Sua presença é infinita, de modo que Ele está presente em toda parte com toda plenitude do Seu ser (Sl 139).
Onipotência: significa que Deus possui todo poder, isto é, seu poder é infinito e ilimitado. Deus é soberano e capaz de cumprir todos os Seus propósitos (2Co 6:18; Ap 1:8). Hodge (2001) sobre a Onipotência de Deus diz: “O Senhor Deus onipotente reina e age segundo o beneplácito entre os exércitos do céu e os habitantes da terra; este é o tributo de adoração que as Escrituras por toda a parte rendem a Deus, e a verdade que por toda parte.”
Onisciência: Deus conhece todas as coisas de forma completa e absoluta. Ele conhece tudo infinitamente e sem estar sujeito a qualquer limitação (Sl 139; 147:4).
Soberania: Deus tem o controle sobre todas as coisas, Ele governa o universo e conduz a História da humanidade segundo Seu plano e seus propósitos eternos. Vale ressaltar que a soberania de Deus não anula a responsabilidade das ações humanas, e nem a responsabilidade humana descaracteriza as ações soberanas de Deus (Fp 2:12,13).
Atributos comunicáveis- Os atributos comunicáveis foram impressos por Deus na humanidade na criação quando o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, pode-se ainda citar atributos comunicáveis à inteligência, a vontade e a moralidade. Eles são compartilhados por Deus ao homem, pelo menos em certa medida. Ei-los:  Amor (1Jo 4:8, Rm 5:5, Ef 2:4-8) Bondade: (2Cr 30:18; Sl 86:5; 100:5; 119:68; At 14:17). Misericórdia (Ef 2:4,5) Sabedoria (Dn 2:20; cf. Jó 12:13; Jó 36:5; Sl 147:5; Is 40:28; Rm 11:33, Is 55:8; cf. Jó 28:12-28; Jr 51:15-17). Justiça (Sl 11:7; Dn 9:7; At 17:31) Santidade (Is 40:25; Hc 1:12; Jo 17:11; Ap 4:8) Veracidade (Hb 10:23, Jo 17:3) Liberdade (Mt 11:26; cf. Is 40:13,14) Paz (Jz 6:24).

Atributos morais- podem ser considerados como as perfeições divinas mais gloriosas, é evidente que os atributos de Deus entre si sejam mais perfeito ou mais glorioso que o outro, mas relativamente ao homem, as perfeições morais de Deus resplandecem todo fulgor do Seu ser.
Os atributos de Deus não devem ser entendidos como uma lista exaustiva, por se tratar de um estudo limitado pela nossa compreensão do ser de Deus, também não pode considerada uma lista padrão, pois há muitas outras listas sobre os atributos de Deus, algumas diretas e objetivas outras mais completas e detalhadas.
MONOTEÍSMO CRISTÃO
"Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR" (Deuteronômio 6:4).
"Deus é um" (Gálatas 3:20).
Há um Deus. Há só um Deus. Esta doutrina é o cento da mensagem Bíblica, e tanto o Velho quanto o  Novo Testamento a ensinam  claro e enfaticamente. Apesar da simplicidade desta mensagem e da clareza com que a Bíblia a apresenta, muitos que acreditam na existência de Deus não entenderam isto. Até mesmo dentro do Cristianismo, muitas pessoas, inclusive teólogos, não tem entendido esta mensagem bonita e essencial. Nosso propósito é focalizar esta questão, afirmar e explicar a doutrina bíblica da unicidade de Deus.
Definição de Monoteísmo
A crença em um único Deus é chamada de monoteísmo que deriva de duas palavras gregas: monos, significando só, singular, um; etheos, significando Deus. Aqueles que não aceitam o monoteísmo pode ser classificado em uma das seguintes categorias: ateísta - que nega a existência de Deus; agnóstico  - que afirma ser a existência de Deus desconhecida e provavelmente incognoscível; panteísta  - que compara Deus com a natureza ou as forças do universo; ou um politeísta - que acredita em mais de um Deus. Diteismo, a crença em dois deuses, é uma forma de politeísmo, assim como o triteismo, a crença em três deuses. Entre as principais religiões do mundo, três são monoteísticas: o Judaísmo, o Islamismo, e o Cristianismo.
Há, entretanto, dentro das fileiras dos que se denominam cristãos pontos de vistas divergentes em relação à natureza da Divindade. Uma dessas correntes, chamada trinitarianismo, afirma que há três pessoas distintas na Divindade  - Deus Pai, Deus Filho, e Deus Espírito  Santo - mas ainda um só Deus.
Dentro dos graus do trinitarianismo, podemos distinguir duas tendências extremas. Por um lado, alguns trinitarianos enfatizam a unidade de Deus sem ter desenvolvido uma compreensão cuidadosa do significado das três pessoas distintas da Divindade. Por outro lado, outros trinitarianos dão ênfase a triplicidade da trindade a ponto de acreditarem em três seres auto-concientes, e o seu ponto de vista é essencialmente triteistico.
Além do trinitarianismo, há a doutrina de binitarianismo que não classifica o Espírito Santo como uma pessoa separada, mas afirma crer em duas pessoas na Divindade.
Muitos monoteístas têm destacado que tanto o trinitarianismo quanto o binitarianismo debilitam o monoteísmo rígido ensinado pela Bíblia. Eles insistem que a Divindade não pode ser dividido em pessoas e que Deus é absolutamente uno.
Os que acreditam no monoteísmo rígido se dividem em duas classes. Uma classe afirma que há só um Deus, e assim fazendo, nega, de uma maneira ou de outra, a perfeita divindade de Jesus Cristo. Este ponto de vista foi representada na história da igreja primitiva pelos dinâmicos monarquistas, como Paulo de Samosata, e pelos Arenistas, liderados por Arius. Estes grupos relegavam Jesus à posição de um deus criado, deus subordinado, deus filho, ou semideus.
A segunda classe dos verdadeiros monoteísta acredita em um Deus, mas, além disso, acredita que a plenitude da Divindade é manifestada em Jesus Cristo. Eles acreditam que o Pai, Filho, e Espírito Santo são manifestações, modos, funções, ou relacionamentos que o Deus único tem exibido ao homem. Os historiadores da igreja têm usado os termos moralismo e monarcianismo modalistico para descrever esse ponto de vista, sustentado na igreja primitiva por líderes como Noetus, Praxeas, e Sabellius.
No século vinte, aqueles que acreditam tanto na indivisível unicidade  de Deus, quanto na perfeita divindade de Jesus Cristo, frequentemente usam a termo Unicidade para descrever aquilo em que creem. Eles também usam os termos “Um Deus” e “Nome de Jesus” como adjetivos para se auto-denominarem, enquanto os oponentes às vezes usam expressões errôneas e desacreditas como " Só Jesus" e" Assunto Novo." (O rótulo" Só Jesus " é errôneo porque os trinitarianos insinua uma negação do Pai e do Espírito Santo. Porém, os que acreditam na Unicidade não negam o Pai e Espírito, mas antes veem o Pai e o Espírito como papéis diferentes do Deus único que é o Espírito de Jesus.)
Em resumo, o Cristianismo apresentam quatro pontos de vista básicos a respeito da Divindade: (1) trinitarianismo,
(2) binitarianismo,
(3)  monoteísmo estrito, com a negação da perfeita divindade de Jesus Cristo, e
(4)  monoteísmo estrito com a afirmação da completa deidade de Jesus Cristo, a Unicidade.
Tendo examinado de modo geral o conjunto das crenças humanas sobre a Divindade, vamos olhar o que a Palavra de Deus  - a Bíblia  - tem a dizer sobre o assunto.
O VELHO TESTAMENTO ENSINA
QUE NÃO HÁ SENÃO UM DEUS
A expressão clássica da doutrina de um só Deus se encontra  em Deuteronômio 6:4. "Ouve, Israel: o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR." Este verso da Bíblia se tornou a declaração mais distintiva e importante de fé para os judeus. Eles chamam isto o Shema, de acordo com a primeira palavra da frase em hebraico, e eles citam frequentemente isto em inglês como" Ouve, O Israel, o SENHOR é nosso Deus, o SENHOR é único". (Também veja o NIV.) Tradicionalmente, um judeu devoto sempre tentou fazer esta confissão de fé antes de morrer.
Em Deuteronômio 6:5, Deus continuou o anúncio do versículo precedente com uma ordem que requer crença total  e amor por Ele como  um  só e único Deus: "Amarás pois  o SENHOR teu Deus com todo o teu coração, e com toda a tua alma, e com toda a tua força ". Devemos notar a importância que Deus atribui a Deuteronômio 6:4-5. Ele ordena que estes versos sejam colocados no coração (verso 6), ensinados às crianças ao longo do dia (verso 7), atado à mão e à testa (verso 8), e escrito nos umbrais e nas portas das casas (verso 9).  Os Judeus ortodoxos obedecem literalmente essa ordem ainda hoje amarrando o tefillin(phylacteries) nos seus antebraços esquerdos e nas testas quando oram, e colocando mezuzzah em suas portas e portões. (Teffilin são pequenas caixas amarradas ao corpo através de correias de couro, e mezuzzah são pequenos recipientes  contendo pequenos rolos das escrituras.) Dentro dos dois tipos de recipientes estão versículos das Escrituras manuscrito em tinta preta por um homem piedoso que observou certos rituais de purificação dentro de ambos. Os versos da Bíblia geralmente são Deuteronômio 6:4-9,11: 18-21, Êxodo 13:8-10, e 13:14-16.
Durante uma viagem para Jerusalém onde nós colhemos a informação anterior, [1] tentamos comprar o tefillin. O comerciante judeu Ortodoxo disse que ele não vendia tefillin a cristãos porque eles não acreditam nele e nem têm a devida reverência a esses versos das Escrituras. Quando nós citamos Deuteronômio 6:4 e explicamos nossa total concordância a isto, os olhos dele iluminaram e ele prometeu vender a nós com a condição de que nós tratássemos o tefillin com cuidado e respeito. A preocupação dele mostra a reverência extrema e profundidade de convicção que os judeus têm para o conceito de um único Deus. Também revela que uma razão principal para a rejeição judia do Cristianismo ao longo de história é a distorção percebida da mensagem de monoteística.
Muitos outros versos da Bíblia no Velho Testamento afirmam enfaticamente o monoteísmo estrito. Os Dez Mandamentos começam com, “Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3; Deuteronômio 5:7). Deus enfatizou este comando declarando que Ele é um Deus zeloso (Êxodo 20:5). Em Deuteronômio 32:39, Deus disse que não há nenhum outro deus com ele. Não há nenhum deus semelhante ao SENHOR e não há nenhum Deus ao lado d’Ele (II Samuel 7:22; I Crônicas 17:20). só Ele é Deus (Salmo 86:10). Há enfáticas declarações de Deus em Isaias.
"Antes de mim Deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. Eu, eu, sou o SENHOR; e fora de mim não há salvador" (Isaias 43:10-11).
"Eu sou o primeiro, e eu sou o último; e ao lado de mim não há nenhum Deus" (Isaias 44:6).
"Há outro Deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça" (Isaias 44:8).
"Eu sou o SENHOR que faço todas as coisas; que sozinho estendi os céus; e sozinho espraiei  a terra " (Isaias 44:24).
Além  de mim não há outro. Eu sou o SENHOR e não há nenhum outro" (Isaias 45:6).
Não há outro Deus senão eu; um Deus justo e Salvador; não há além de mim. Olhai para mim, e sede salvos, vós todos os termos da terra: porque eu sou Deus, e não há nenhum outro" (Isaias 45:21-22).
"Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; porque eu sou Deus, e não há nenhum outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim" (Isaias 46:9).
"Eu não darei minha glória a outrem" (Isaias 48:11; veja também Isaias 42:8).
“Ó SENHOR dos exércitos, Deus de Israel que estás entronizado acima dos querubins, tu somente és o Deus de todos os reinos da terra, tu só fizestes os céus e a terra (Isaias 37:16)”.
Há somente um Deus que é o Criador e Pai da humanidade (Malaquias 2:10). Durante o Reinado do Milênio, haverá um só SENHOR com um só nome (Zacarias 14:9).
Em resumo, o Velho Testamento fala de Deus como sendo único. Muitas vezes a Bíblia chama Deus de o Santo de  Israel (Salmo 71:22; 78:41; Isaias 1:4; 5:19; 5:24), mas nunca de " santo dois, santo três," ou " muitos santos."
Uma observação comum feita por alguns  trinitarianos sobre a doutrina do Velha Testamento da unicidade de Deus é que Deus teria apenas pretendido dá ênfase à sua unicidade em oposição aos deuses pagãos, embora  Ele ainda existisse como uma pluralidade. Porém, se esta conjetura fosse verdade, por que Deus não fez isto claro? Por que os judeus não entenderam uma teologia de " pessoas" mas insistiu em um monoteísmo absoluto? Nos deixe olhar para isto do ponto de vista de Deus. Suponha  que Ele quis excluir qualquer crença na pluralidade da  Divindade. Como Ele poderia fazer usando terminologia então-existente assim? Que palavras Ele poderia usar, fortes bastante, para comunicar sua mensagem ao seu povo? Pensando sobre isso, nós perceberemos que Ele usou a linguagem mais forte possível capaz de descrever a unicidade absoluta. Nos versos antes citados em Isaias, nós notamos o uso de palavras e frases como" nenhum, não há outro, nenhum semelhante, nenhum ao lado de mim, só, sozinho," e" um só." Seguramente, Deus não pôde fazer isto mais claro que não existe nenhuma pluralidade na Divindade. Em resumo, o Velho Testamento afirma que Deus é absolutamente um, em número.
O NOVO TESTAMENTO ENSINA QUE
NÃO HÁ SENÃO UM DEUS
Jesus ensinou enfaticamente Deuteronômio 6:4, chamando-o de primeiro de todos os mandamentos (Marcos 12:29-30). O Novo Testamento pressupõe o que ensina o Velho Testamento de que há um só Deus e explicitamente repete esta mensagem muitas vezes.
"Visto que Deus é um só o qual justificará" (Romanos 3:30).
 “Não há senão um só Deus” (I Corintios 8:4).
"Para nós há um só Deus, o Pai" (I Corintios 8:6).
"Mas Deus é um" (Gálatas 3:20).
"Um só Deus e Pai de todos" (Efésios 4:6).
"Porquanto há um só Deus" (I Timóteo 2:5).
"Tu crês que há um só Deus; fazes bem: os demônios também acreditam, e tremem" (Tiago 2:19).
Novamente, a Bíblia chama Deus de o Santo (I John 2:20). Há um trono no céu e apenas um senta nele (Apocalipse 4:2).
O monoteísmo do Novo Testamento, mais os vários versículos da Bíblia são suficientes para estabelecer que tanto Velho Testamento quanto o Novo Testamento ensina que Deus é um.
Como nós vimos, a Bíblia inteira ensina um monoteísmo estrito. O povo de Deus sempre foi identificado com a mensagem de um - único Deus. Deus escolheu Abraão por sua disposição de abandonar os deuses de sua nação e do seu pai e adorar o único Deus verdadeiro (Gênese 12:1-8). Deus castigou Israel todas as vezes que o povo começou a adorar outros deuses, e adoração politeísta foi uma das principais razões para que Deus finalmente os enviasse para o cativeiro (Atos 7:43). O Salvador veio ao mundo através de uma nação (Israel) e através de uma religião (o Judaísmo) cujo povo tinha se libertado finalmente do politeísmo. Eles eram completamente monoteístas.
Hoje, Deus ainda exige para Ele uma adoração monoteísta. Nós na igreja somos os herdeiros de Abraão pela fé, e essa posição de honra exige que tenhamos a mesma fé monoteísta no Deus de Abraão (Romanos 4:13-17). Como cristãos no mundo jamais temos que deixar de exaltar e proclamar a mensagem de que há apenas um único e verdadeiro Deus vivo.
DEUS É ESPÍRITO
Jesus proclamou esta verdade em João 4:24. A Bíblia revela se maneira consistente, desde Gênese 1:2 (" E o Espírito de Deus movia sobre a face das águas") até Apocalipse 22:17 (" E o Espírito e a noiva dizem, Vem"). Hebreus 12:9 chama Deus de Pai dos espíritos.
O que é um espírito? O Dicionário de Webster inclui em sua definição da palavra o seguinte": UM ser sobrenatural, um ser incorpóreo, racional. geralmente invisível aos seres humanos mas que tem o poder para ficar visível segundo  à sua vontade. um ser que tem uma natureza incorpórea" ou imaterial. [2] a palavra hebraica traduzida como espírito é ruwach, e pode significar vento, respiração, vida, raiva, sopro, sem substancialidade, região do céu, ou espírito de um ser racional. A palavra grega traduzida por espírito, pneuma, pode significar uma corrente de ar, respiração, sopro, explosão, vento, brisa, espírito, alma, princípio vital, disposição, anjo, demônio, ou Deus. [3] todas essas definições enfatizam que um espírito não tem carne e ossos (Lucas 24:39). Semelhantemente, Jesus indicou que o Espírito de Deus não tem carne e sangue (Mateus 16:17). Assim, quando a Bíblia diz que Deus é Espírito, significa que Ele não pode ser visto ou pode ser tocado fisicamente por seres humanos. Como um Espírito, ele é um Ser inteligente, sobrenatural que não tem um corpo físico.
DEUS É INVISÍVEL
Considerando que Deus é um Espírito, Ele é invisível a menos que Ele escolha se manifestar em alguma forma visível para homem. Deus falou para Moises, “Tu não poderás ver a minha face: porquanto nenhum homem verá a minha face, e viverá" (Êxodo 33:20). "Ninguém jamais viu a Deus” (João 1:18; I João 4:12). Não apenas ninguém jamais viu a Deus, como algum homem é capaz de ver Deus (I Timóteo 6:16). Várias vezes a Bíblia descreve Deus como invisível (Colossenses 1:15; I Timóteo 1:17, Hebreus 11:27). Embora o homem possa ver Deus quando Ele aparece em várias formas, nenhum homem pode ver o Espírito invisível de Deus diretamente.
DEUS É ONIPRESENTE
(Presente Em todos Os lugares)
Porque Deus é um Espírito Ele pode estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele é o único Espírito que é verdadeiramente onipresente; para todos os outros espíritos como demônios, anjos e o próprio Satanás podem ser limitados, a locais específicos (Marcos 5:10; Judas 6; Apocalipse 20:1-3).
Embora Deus seja onipresente, nós não O podemos comparar com a natureza, substância, ou forças do mundo (o que seria panteísmo), porque Ele tem individualidade, personalidade, e inteligência reais.
Salomão reconheceu a onipresença de Deus quando orou na dedicação do Templo, dizendo: “Veja, o céu e até o céu dos céus não podem conter” (I Reis 8:27; veja II Crônicas 2:6; 6:18). Deus declarou sua onipresença dizendo: “O céu é meu trono, e a terra é o estrado dos meus pés" (Isaias 66:1; veja também Atos 7:49). Paulo pregou que o Senhor não está “longe de cada um de nós: Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (Atos 17:27-28). Talvez a mais bela descrição da onipresença de Deus encontramos no Salmo 139:7-13: “Para onde ausentarei do teu espírito? Para onde eu fugirei de tua presença? Se eu subo aos céus, tu lá estás: se eu arrumar minha cama no mais profundo do abismo, veja, tu lá estás também. Se tomar às asas da alvorada, e me detenho nos confins dos mares; Ainda lá me conduzirá, e a tua mão direita me segurará. Se eu disser, Seguramente a escuridão me cobrirá; até mesmo a noite estará clara sobre mim. Até as próprias trevas não te serão escuras: a escuridão e a luz são ambos semelhante para ti. Pois tu formaste o meu interior: tu me teceste no” útero de minha mãe.
Se Deus é onipresente, por que a Bíblia O descreve como estando no céu? Há  várias razões. (1) Esse fato ensina que Deus é transcendental. Em outras palavras, Ele está além da compreensão humana e Ele não está limitado a esta terra.
(2) Essa descrição se refere ao centro do raciocínio e atividade de Deus  - sua própria matriz, por assim dizer.
(3) Ele se refere à presença imediata de Deus; quer dizer, a totalidade da glória e do poder Deus a que nenhum homem mortal pode ver e ainda pode continuar vivo (Êxodo 33:20).
(4) , pode se referir também à manifestação visível de Deus aos anjos nos céus. Não significando isso, no entanto que Deus não esteja onipresente, não que esteja limitado a um lugar, ou é limitado a um corpo.
Semelhantemente, quando a Bíblia diz que Deus veio para terra ou se apareceu a um homem, ele não nega a sua onipresença. Ela simplesmente significa que o foco da sua atividade se deslocou para a terra pelo menos no que se refere a determinado indivíduo ou uma certa situação. Quando Deus vem à terra, o céu não se torna vazio. Ele continua no céu como sempre. Ele pode agir simultaneamente no céu e na terra, ou em vários locais em terra. É muito importante que reconheçamos a magnitude da onipresença de Deus e não a limitemos à nossa experiência humana.
DEUS TEM CORPO?
Sendo Deus um Espírito invisível e onipresente, Ele certamente não tem um corpo do modo como entendemos que um corpo seja. Ele realmente assumiu várias formas e manifestações temporárias ao longo do Velho Testamento de forma que o homem pudesse vê-lo. (Veja a seção depois em teofanías neste capítulo.) Porém, a Bíblia não registra qualquer manifestação corpórea permanente de Deus até o nascimento de Jesus Cristo. Claro que, em Cristo, Deus teve um corpo humano e agora tem um glorificou, corpo humano imortal.
Fora das manifestações temporárias de Deus e fora da revelação de Deus em Cristo no Novo Testamento, acreditamos que as referências bíblicas encontradas aos olhos, mãos, braços, pés, coração, e outras partes do corpo de Deus sejam exemplos de linguagem figurativa ou antropomorfismos (interpretações de algo não humano em termos humanos de forma que homem possa entender).
Em outras palavras, a Bíblia descreve o Deus infinito em termos humanos finitas, para que nós O possamos compreender melhor. Por exemplo, o coração de Deus denota seu intelecto e as suas emoções, não um órgão bombeador  do sangue- (Gênesis 6:6; 8:21). Quando Deus disse que o céu era o seu trono e terra era estrado de seus pés, Ele descreveu a sua onipresença, não um par de pés literalmente sustentados sobre o globo (Isaias 66:1). Quando Deus disse que a sua mão direita estendeu os céus, Ele descreveu o seu grande poder e não uma grande mão desdobrando os céus (Isaias 48:13). "Os olhos do SENHOR estão em todo lugar" não signifique que Deus tem olhos físicos em todos os locais, mas indica sua onipresença e onisciência (Provérbios 15:3). Quando Jesus expulsou demônio pelo dedo de Deus, Ele não baixou um dedo gigantesco vindo dos céus, mas Ele exercitou o poder de Deus (Lucas 11:20). O refolgar das narinas de Deus não era partículas literais emitidas por narinas divinas gigantescas, mas o vento oriental forte enviado por Deus para separar o Mar Vermelho (Êxodo 15:8; 14:21). Na realidade, a interpretação literal de todas as visões e descrições físicas de Deus nos levariam a acreditar que Deus tem asas (Salmo 91:4) ou rodas (Daniel 7:9). Em resumo, nós acreditamos em Deus como um Espírito não tem corpo a menos que Ele escolha se manifestar em uma forma corpórea como Ele o fez na pessoa de Jesus Cristo.
Alguns dizem que no Testamento Velho Deus tinha um corpo espiritual visível aos outros seres espirituais como os anjos. Eles levantam esta hipótese porque os espíritos humanos parecem ter uma forma capaz de ser reconhecida pelos outros espíritos (Lucas 16:22-31) e porque algumas passagens indicam que os anjos e Satanás presenciaram uma manifestação visível de Deus no Velho Testamento (I Reis 22:19-22; Jó 1:6). Porém, Deus não precisava de um corpo espiritual para fazer isto porque Ele perderia ter se manifestado por várias vezes a outros espíritos da mesma maneira como se manifestou ao homem. Um verso fundamental da Bíblia insinua que comumente Deus não é mesmo visível aos seres espirituais a menos que Ele escolha se manifestar de algum modo": Deus foi manifesto na carne. "contemplado por anjos (ITimóteo 3:16). Finalmente, se Deus tivesse mesmo algum tipo de corpo espiritual Ele certamente não estaria limitado a isto como outros seres espirituais estão confinados a seus corpos; para então Ele não seria verdadeiramente onipresente.
Por exemplo, a onipresença de Deus significa que Ele poderia ter aparecido simultaneamente aos homens na terra e aos anjos nos céu. Precisamos ter em mente, Também, que nos tempos do Novo Testamento Deus escolheu se revelar completamente através de Jesus Cristo (Colossenses 2:9). Não há nenhuma possibilidade de separar Deus e Jesus, e não há outro Deus visível fora de Jesus.
DEUS É ONISCIENTE
(Conhece Tudo)
Salmo 139:1-6 nos ensina que Deus sabe todas as coisas, inclusive nossos movimentos, pensamentos, caminhos, modos, e palavras. Jó confessou: " Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus pensamentos pode ser frustrados " (Jó 42:2). Deus tem o conhecimento completo de todas as coisas, inclusive o conhecimento antecipado do futuro (Atos 2:23). Como a onipresença, onisciência são  atributos que pertence somente a Deus. Ele é “o único Deus sábio" (I Timóteo 1:17). A Bíblia não identifica nenhum outro ser (inclusive Satanás) que possa ler todos os pensamentos do homem, pode prever o futuro com exatidão, ou pode saber tudo que há para ser conhecido.
DEUS É ONIPOTENTE
(Todo Poderoso)
Muitas vezes ao longo da Bíblia, Deus chama a si mesmo de Todo-poderoso (Gênesis 17:1; 35:11, etc.). Ele tem todo o poder que existe, e nenhum ser pode exercer qualquer poder a menos que Deus permita isto (Romanos 13:1). Novamente, só Deus é onipotente, pois só um ser pode ter todo o poder. I Timóteo 6:15 descreve Deus como “Bendito e único soberano, o Rei dos reis, e Senhor dos senhores”. Os santos de Deus nos céus proclamarão “Aleluia: pois reina o Senhor nosso Deus o Todo-poderoso" (Apocalipse 19:6). Deus descreve sua grande onipotência maravilhosamente em Jó, capítulos 38 a 41.
As únicas limitações que Deus tem são aquelas que Ele coloca de boa vontade em si mesmo ou aquelas sendo o resultado de sua natureza moral. Considerando que Ele é santo e sem pecado, Ele permanece dentro de suas próprias limitações morais. Então, é impossível, portanto para Deus mentir ou contradizer Sua própria Palavra (Tito 1:2; Hebreus 6:18).
DEUS É ETERNO
Deus é eterno, imortal, e perpétuo (Deuteronômio 33:27; Isaias 9:6; I Timóteo 1:17). Ele é o primeiro e o último (Isaias 44:6). Ele não tem começo e não terá fim; outros seres espirituais, inclusive o homem, são imortais no que se refere ao futuro, mas só Deus é eterno no passado e no futuro.
DEUS É IMUTÁVEL
(Não Muda)
O caráter e os atributos de Deus nunca mudam “: Porque eu sou o SENHOR, não mudo (Malaquias 3:6). É verdade que Deus às vezes se arrepende (muda seu curso de ação em relação ao homem), mas isso acontece porque o homem muda suas ações. A natureza de Deus permanece a mesma; apenas Seu futuro curso de ação se modifica para responder às mudanças do homem. Por exemplo, o arrependimento de Nínive fez Deus mudar seus planos de  destruir aquela cidade (Jonas 3:10). A Bíblia também, às vezes fala do arrependimento de Deus no sentido de comover-se ou entristecer-se mas do que no sentido de mudança no seu pensamento (Gênesis 6:6)”.
DEUS TEM INDIVIDUALIDADE, PERSONALIDADE, E RACIONALIDADE
Deus é um ser inteligente com vontade (Romanos 9:19) e capacidade de raciocinar (Isaias 1:18). Ele tem uma mente inteligente (Romanos 11:33-34). O fato de o homem ser capaz de ter emoções  indica que Deus tem emoções, pois o homem foi criado por Deus à sua própria imagem (Gênese 1:27). A natureza emocional essencial de Deus é o amor, mas Ele tem muitas emoções tais como prazer, piedade ou compaixão, ódio ao pecado e zelo pela retidão (Salmo 18:19; Salmo 103:13; Provérbios 6:16; Êxodo 20:5). Ele demora enfurecer, mas Ele pode ter sua ira  provocada (Salmo 103:8; Deuteronômio 4:25). Deus pode ser afligido (Gênese 6:6) e santificado (Salmo 103:1). Claro que, suas emoções transcendem nossas emoções, mas podemos descrevê-lo usando condições que descrevem emoções humanas. (Para mais prova del que Deus é um ser individual com personalidade e racionalidade, veja as discussões neste capítulo a respeito da onisciência de Deus e seus atributos morais.)
OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
"Deus é amor" (I John 4:8, 16). Amor é a essência de Deus; ele é sua mesma natureza. Deus tem muitas outras qualidades e atributos muitos dos quais prolongamentos do seu amor.
Tabela 1: A Natureza Moral de Deus
1      Amor       I João 4:8
2      Luz  I João 1:5
3      Santidade       I Pedro 1:16
4      Misericórdia    Salmo 103:8
5      Bondade Salmo 18:35
6      Retidão   Salmo 129:4
7      Bondade Romanos 2:4
8      Perfeição Mateus 5:48
9      Justiça    Isaias 45:21
10    fidelidade        I Corintios 10:13
11    Verdade  João 17:17
12    Graça      Salmo 103:8
Estes atributos morais de Deus não são contraditórios, antes operam em harmonia. Por exemplo, a santidade de Deus exigiu uma separação imediata entre Deus e o homem quando o homem pecou. Então, a justiça e a retidão de Deus exigiam a morte como a penalidade do pecado, mas o amor e a misericórdia de Deus procuraram o perdão. Deus satisfez tanto a justiça quanto a misericórdia pela morte de Cristo no Calvário e do plano de salvação que daí resultou.
Nós desfrutamos os benefícios da misericórdia de Deus quando nós aceitarmos a obra expiatória de Cristo e a aplicamos à nossas vidas pela fé. Quando nós aceitamos e obedecemos pela fé o plano de salvação de Deus, Deus imputa a retidão de Cristo a nós (Romanos 3:21-5:21). Então, Deus pode nos perdoar justamente do pecado (I João 1:9) e pode nos restabelecer a comunhão com Ele sem violar sua santidade.
A morte do Cristo inocente, e sem pecado e a imputação da justiça de Cristo em nós satisfizeram à justiça e à santidade de Deus. Porém, se nós rejeitarmos a expiação de Cristo, seremos deixados sós para enfrentar o julgamento de Deus. Neste caso sua santidade exige separação do homem pecador e sua justiça exige a morte para o homem pecador. Assim justiça e misericórdia são aspectos complementares, não contraditórios, da natureza de Deus, como é a santidade e o amor. Se nós aceitamos o amor e a misericórdia de Deus Ele nos ajudará a satisfazer a sua justiça e santidade. Se nós rejeitamos o amor de Deus e a sua misericórdia nós temos que enfrentar sozinhos a sua justiça e santidade (Romanos 11:22).
Claro que, a lista anterior não contém naturalmente de modo exaustivo as qualidades de Deus. Deus é transcendental e nenhum ser humano pode compreendê-lo completamente. "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos são meus caminhos, diz o SENHOR. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, assim são meus caminhos mais alto que vossos caminhos, e meus pensamentos mais altos que os vossos pensamentos" (Isaias 55:8-9). "Ó profundidade das riquezas tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?” (Romanos 11:33-34).
TEOFANÍAS
Um meio pelo qual Deus se revelava ao nível do homem e tratava com eles no Velho Testamento era através da teofanías. Uma teofanía é uma manifestação visível de Deus, e nós normalmente pensamos nelas como de natureza temporária. Como temos visto, Deus é invisível ao homem. Ele se manifestou em uma forma física. Embora ninguém possa ver o Espírito de Deus, podemos ver uma representação de Deus. Aqui segue alguns modos nos quais Deus escolheu se manifestar no Velho Testamento.
A Abraão Deus apareceu em uma visão, como um fogareiro de fumegante como uma tocha de fogo, e como um homem (Gênesis 15:1; 15:17; 18:1-33). Neste último exemplo, Deus e dois anjos apareceram na forma de três homens (18:2) e comeram comidas providas por Abraão. Os dois anjos partiram para Sodoma enquanto Deus permaneceu para falar com Abraão (Gênesis 18:22; 19:1).
Deus apareceu a Jacó como um homem e com um sonho (Gênesis 28:12-16; 32:24-32). Na ocasião posterior Jacó lutou com o homem e proclamou, “eu vi Deus cara a cara”. A Bíblia também descreve essa aparição como" o anjo" (Oséias 12:4).
Deus apareceu a Moises em uma nuvem de glória e como fogo no Monte Sinai, falou cara a cara com ele no Tabernáculo, e revelou a ele sua parte de trás (glória parcial), mas não sua face (toda Sua glória) (Êxodo 24:12-18; 33:9-11; 33:18-23). Estas referências à face de Deus e a glória de Deus provavelmente são metáforas da presença de Deus e poderia aplicar a muitos tipos diferentes de manifestações.
Deus se manifestou à vista de todo o Israel por trovão, raios, nuvem, e voz de trombeta, fumaça, fogo, e terremotos (Êxodo 19:11-19; Deuteronômio 5:4-5, 22-27). Ele também mostrou a sua glória e enviou fogo de sua  presença à vista de todo o Israel (Leviticos 9:23-24; 10:1-2).
Jó viu Deus em um vendaval (redemoinho) (Jó 38:1; 42:5).
Vários profetas tiveram visões de Deus (Isaias 6; Ezequiel 1:26-28; 8:1-4; Daniel 7:2, 9; Amos 9:1). A Ezequiel Ele apareceu na forma de um homem, envolto em fogo. Para Daniel Ele apareceu em uma visão noturna como o Ancião de Dias. Muitos outros versos da Bíblia nos falam que Deus apareceu a alguém mas não descreve de que maneira que Ele o fez. Por exemplo, Deus apareceu a Abraão, Isaque, Jacó, e Samuel (Gênesis 12:7; 17:1; 26:2, 24; 35:9-15; I Samuel 3:21). Semelhantemente, Deus desceu sobre o  Monte Sinai e permaneceu com Moises, revelou-se a setenta e quatro líderes de Israel, desceu em um pilar de nuvem e se levantou em frente a Moises, Arão, e Miriã, encontrou-se com Balaão à noite, e em mais duas outras ocasiões (Êxodo 34:5; 24:9-11; Numeros12:4-9; 23:3-10, 16-24).
Além dos aparecimentos mencionados acima, a Bíblia registra outras manifestações que muitos acreditam ser o próprio Deus. Em Josué 5:13-15, um homem que trazia uma espada na mão, apareceu a Josué e se identificou como o" príncipe do exército  do SENHOR." Esse título e o fato de que ele não repreendeu Josué por adora-lo (diferente de Apocalipse 19:9-10; 22:8-10) sugerem que esta foi realmente uma manifestação de Deus. Por outro lado, o teor desta passagem abre a possibilidade de que Josué não adorou o príncipe, mas a Deus por causa do aparecimento do príncipe.
O ANJO DO SENHOR
Algum dos numerosos aparecimentos do “anjo do SENHOR" parecem ser teofanías. O anjo do SENHOR apareceu a Hagar, falou como se fosse Deus, e foi chamado Deus por ela (Gênesis 16:7-13). A Bíblia diz o anjo do SENHOR aparecido a Moises no arbusto ardente, mais a seguir afirma que Deus falou com Moises naquela ocasião (Êxodo 3; Atos 7:30-38). Êxodo 13:21 diz que o SENHOR ia adiante de Israel em uma coluna de nuvem, enquanto Êxodo 14:19 diz que o anjo de Deus era a coluna de nuvem. O anjo do SENHOR apareceu a Israel em Juízes 2:1-5 e falou como Deus. Juízes 6:11-24 descrevem o aparecimento do anjo do SENHOR a Gideão e a seguir diz que o SENHOR olhou para Gideão. Novamente, o anjo do SENHOR apareceu a Manoá e à sua esposa, e eles acreditaram ter visto a Deus (Juizes 13:2-23).
Em outras visitações do anjo do SENHOR não encontramos indícios de que fossem manifestações do próprio Deus, mas frequentemente as pessoas entendem que sim. Exemplos disso são os aparecimentos a Abraão no Monte Moriá e a Balaão (Gênesis 22:11-18; Números 22:22-35). Às vezes o anjo do SENHOR não é claramente uma manifestação de Deus, mas um anjo identificado como um outro ser separado diferente do SENHOR Deus. Exemplos disso são os aparecimentos a Davi e a Zacarias (II Samuel 24:16; I Crônicas 21:15-30; Zacarias 1:8-19).
O anjo do Senhor no Novo Testamento é aparentemente nada além de um anjo, e com certeza não se trata de Jesus Cristo (Mateus 1:20; 2:13; 28:2; Atos 8:26).
Analisando todos estes versos da Bíblia, dizem alguns que o anjo do SENHOR sempre é uma manifestação direta de Deus. Porém, alguns dos exemplos mencionados acima não apoiam de fato esta visão e dois deles contradizem isto. Outros dizem o anjo do SENHOR é uma manifestação de Deus em alguns exemplos e não em outros. Esta segunda visão parece ser consistente com a Bíblia.
Porém, uma terceira visão é que o anjo do SENHOR nunca é o SENHOR, mas sempre literalmente um anjo. Para apoiar esta última visão, dando ênfase que anjos são porta-vozes, mensageiros, e agentes de Deus. Em outras palavras, esta visão sustenta ser apropriado dizer" o SENHOR disse" ou" o SENHOR fez" embora Ele dissesse ou fizesse pela intervenção de um anjo. De acordo com esse ponto de vista, a descrição de um ato de Deus relatado como um aparecimento angelical é um modo resumido de dizer que Deus agiu através do anjo. Desde que os escritores bíblicos deixaram claro desde os princípios dos relatos, que um anjo foi o agente direto, nenhuma ambiguidade ou discrepância precisa existir. Sob esse raciocínio, as pessoas que reconheceram a visitação de Deus ou estavam enganadas na sua crença que tinham visto o próprio Deus ou, mais plausivelmente, reconheceram que Deus estava usando um anjo para falar com eles e então se dirigiu a Deus pelo anjo. Não há outro modo para reconciliar esta terceira visão com versos de Bíblia que identifica o anjo do SENHOR com o próprio SENHOR: isto é, o anjo apareceu visivelmente, mas o SENHOR também estava presente de maneira invisível. Assim sendo, as referências ao SENHOR agindo ou falando podem significar literalmente o SENHOR e não o anjo.
Resumindo, é evidente que o anjo do SENHOR no Velho Testamento não era sempre Deus mesmo. Uma pessoa pode argumentar plausivelmente que o anjo do SENHOR nunca era uma real teofanía, mas não pode combater seriamente que o anjo do SENHOR era sempre uma teofanía.
A explicação mais simples é que a expressão, “O anjo do SENHOR”, às vezes se refere a uma teofanía de Deus, mas outras vezes denota nada além de um simples anjo.
Um estudioso trinitariano resume assim o ponto de vista predominante como segue:
"No Velho Testamento o anjo do SENHOR poderia ser apenas um mensageiro de Deus (a própria palavra em hebraico  significa mensageiro), distinto do próprio Deus (2 Sam. 24:16), ou ele poderia ser identificado com o próprio SENHOR que fala na primeira pessoa. é típico das teofanías do Velho Testamento o fato de Deus não poder ter sua forma delineada. Deus é livre para tornar sua presença conhecida, mesmo quando os seres humanos precisam ser protegidos de sua presença imediata".

MELQUESEDEQUE
Muitos consideram Melquesedeque como um teofanía (Gênesis 14:18). Hebreus 7:3 diz que ele era sem pai, mãe, e sem genealogia. Isto poderia significar que ele era Deus em forma humana, ou simplesmente poderia significar que a origem genealógica dele não foi registrada. Hebreus 7:4 o chama de homem. Indiferentemente ao fato de ser considerado um homem comum ou uma teofanía de Deus em forma de homem, ele foi um tipo ou símbolo de Cristo (Hebreus 7:1-17).
O QUARTO HOMEM NO FOGO
Uma suposta teofanía é o quarto homem que apareceu no fogo quando foram lançados Sadraque, Mesaque, e Abedenego na fornalha (Daniel 3:24-25). O rei pagão que Nebucodonozor disse, “Eu, porém vejo quatro homens soltos... e o aspecto do quarto é semelhante a um Filho dos deuses" (Daniel 3:25). Algumas versões dizem “Ao Filho de Deus” Porém, no idioma original (aramaico) não existe o artigo definido antes da palavra Filho; quer dizer, não há o artigo o antes de Filho nesta passagem. O NIV e ABA fazem esta frase como “um filho dos deuses”.O rei estava usando terminologia pagã e não tinha nenhum conhecimento da vinda do único Filho de Deus. Provavelmente o rei viu um anjo, porque ele descreveu esta manifestação como um anjo (Daniel 3:28). Parece que a expressão “um filho dos deuses" pode se referir a seres angelicais (Jó 38:7). No máximo, o que Nebucodonozor viu pode ter sido apenas uma temporária teofanía de Deus. Certamente, esta não era uma visão do Filho de Deus descrita no Novo Testamento, porque o Filho ainda não tinha nascido e a filiação não tinha ainda começado.
HÁ TEOFANÍAS NO NOVO TESTAMENTO?
O Novo Testamento não registra nenhuma teofanías de Deus em forma humana a não ser Jesus Cristo. Claro que, Cristo era mais que uma teofanía; Ele não era só Deus aparecendo-se na forma de um homem, mas Ele era Deus vestido com verdadeiro corpo e natureza humana. O anjo do Senhor em Mateus 1:20, 2:13, 28:2 e Atos 8:26 parece ser apenas um anjo e nada mais; não há evidência em contrário. Está claro nessas passagens que o anjo não é Jesus Cristo. Isto está de acordo com a conclusão de que o anjo do SENHOR no Velho Testamento não era sempre o próprio SENHOR. A único possível teofanía do Novo Testamento é a pomba no batismo de Cristo.
OS EVANGELHOS
para um estudo completo a respeito da pomba e a razão especial para seu aparecimento).
Por que essa falta de teofanías no Novo Testamento? A razão é que não há nenhuma necessidade delas. Deus se revela completamente em Jesus Cristo. Jesus descreve e revela completamente o Pai (João 1:18). Jesus é a imagem expressa do Deus invisível, o brilho de sua glória, e a imagem expressa de sua pessoa (Colossenses 1:15; Hebreu 1:3).
JESUS É DEUS
"Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9).
O fato que Jesus é Deus está tão firmemente estabelecido nas Escrituras quanto o fato de que Deus é único. A Bíblia ensina que Jesus é totalmente Deus e Totalmente Homem; neste capítulo estudarmos a primeira afirmativa e a seguinte, estudaremos posteriormente no Capítulo 
O FILHO DE DEUS.
O Velho Testamento Testifica Que Jesus É Deus, as  provas bíblicas que Jesus é Deus.
1. Isaias 9:6 é um das provas mais poderosas de que Jesus é Deus": Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, O Pai da Eternidade O Príncipe da Paz." Os termos menino e filho se referem à Encarnação ou manifestação do "Deus Todo-poderoso" e" do Pai eterno."
2. Isaias profetizou que o Messias seria chamado Emanuel, isso é, Deus conosco (Isaias 7:14 Mateus 1:22-23).
3. Isaias descreveu o Messias como rebento do trono de Jessé (o pai de Davi) e como renovo das raízes de Jessé (Isaias 11:1, 10; veja também Apocalipse 22:16). De acordo com a carne Ele era um descendente (rebento do tronco) de Jessé e Davi, mas de acordo com o Seu Espírito Ele era Seu Criador e fonte de vida (raiz). Jesus usou este conceito para confundir os Fariseus quando Ele citou Salmo 110:1 e perguntou, em essência, “Se Davi, pois lhe chama Senhor, como é ele seu filho (o descendente) de Davi?" (Mateus 22:41-46).
4. Isaias 35:4-6 mostra que Jesus é Deus: Veja, seu Deus. “Ele virá e vos salvará”. Nessa passagem encontramos que quando Deus vier, os olhos dos cegos se abrirão, os ouvidos do surdo serão desimpedidos, os mancos saltarão, e as línguas dos mudos falarão. Jesus aplicou essa passagem das Escrituras a Si próprio (Lucas 7:22) e, claro que, em Seu ministério todas essas coisas aconteceram.
5. Isaias 40:3 declara que alguém clamaria no deserto: “Preparai o caminho do SENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus." João Batista cumpriu esta profecia quando ele preparou o caminho para Jesus (Mateus 3:3); Jesus portanto é o SENHOR (Jeová) e nosso Deus.
6. Miquéias 5:2 prova que o Messias é Deus. "Mas tu, Belém Efrata... de ti me sairá o que de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
Assim o Velho Testamento afirma claramente que o Messias e Salvador que estava para vir seria o próprio Deus.
O Novo Testamento Proclama Que Jesus é Deus
1. De acordo com Atos 20:28, a igreja foi comprada com o próprio sangue de Deus, isto é o sangue de Jesus.
2. Tomé confessou que Jesus era Senhor e Deus (João 20:28).
3. Paulo descreveu Jesus como" nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo" (Tito 2:13;  a NIV diz:" nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo").
4. Pedro O descreveu como “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" (II Pedro 1:1; as versões NIV e TAB ambos registram," nosso Deus e Salvador o Jesus Cristo").
5. Nossos corpos são templos de Deus (I Corintios 3:16-17), contudo nós sabemos que Cristo mora em nossos corações (Efésios 3:17).
6. A carta aos Colossenses, enfatiza a divindade de Cristo fortemente. "Porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Colossenses 2:9; veja também 1:19). De acordo com estes versos da Bíblia, Jesus não é só uma parte de Deus, mas a totalidade de Deus reside nele. Se houvesse várias pessoas na Divindade, de acordo com Colossenses 2:9 todas eles habitariam na forma corpórea de Jesus. Nós nos aperfeiçoamos nele (Colossenses 2:10). O que quer que seja que precisamos de Deus podemos achar em Jesus Cristo sozinho. (Para um estudo mais completo de  Colossenses 2:9 e outras provas da divindade de Cristo em Colossenses, o Novo Testamento testifica a completa Divindade de Jesus Cristo.

DEUS SE MANIFESTOU NA
CARNE COMO JESUS
A afirmação de que Jesus é Deus implica necessariamente em que Deus assumiu a carne humana. Isso é na realidade o que a Bíblia diz.
1. "Aquele que foi manifestado na carne, foi justificado em Espírito, visto por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido em cima na glória" (I Timóteo 3:16; veja o verso 15 para confirmação adicional de que Deus é o assunto do verso 16). Deus foi manifestado (feito visível) na carne; Deus foi justificado (manifestado justo) no Espírito; Deus foi visto por anjos; Deus foi crido no mundo; e Deus foi recebido em cima na glória. Como e quando tudo isto aconteceu? Em Jesus Cristo.
2. "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e O Verbo era Deus. E o Verbo foi feito carne”.(João 1:1, 14). Literalmente, o Verbo (Deus) foi obrigado ou habitou como em tenda na carne. Quando Deus se abrigou ou se vestiu de carne? Em Jesus Cristo. Ambos os versos da Bíblia provam que Jesus é Deus  - que Ele é Deus manifestado (revelado, feito conhecido, tornado evidente, exibido, mostrado) em carne.
Deus é Espírito sem carne e sangue e invisível ao homem. Para se tornar visível ao homem e para derramar sangue inocente pelos nossos pecados, Ele tinha que se tornar carne.
Jesus não é um outro Deus ou uma parte de Deus, mas Ele é o Deus do Velho Testamento encarnado. Ele é o Pai; Ele é Jeová que veio em carne para servir de ponte no abismo existente entre o homem e Deus e criado pelo pecado do homem. Ele vestiu carne como um homem veste um manto.
Muitos versos da Bíblia declaram que Jesus Cristo é o Deus do Velho Testamento revestido de carne com a finalidade de auto-revelação e reconciliação.
3. "A saber, que Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo” (II Corintios 5:19).
4. "Ninguém jamais viu a Deus; o Filho unigênito que está no seio do Pai é quem o tem revelado [falado, revelou]” (João 1:18).
5. "Deus que há vários tempos falou muitas vezes e de muitas maneiras aos pais pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho. O brilho de sua glória, e uma imagem expressa de sua pessoa". (Hebreus 1:1-3).
6. Jesus é “a imagem do Deus invisível" (Colossenses 1:15; II Corintios 4:4).
7. Ele é Deus ocultou em carne (Hebreus 10:20). Como profetizou Abraão, provavelmente sem entender o significado completo de suas próprias palavras, “Deus proverá um cordeiro para Si meu filho" (Gênesis 22:8). Deus realmente providenciou um corpo para Si mesmo “: Sacrifício e oferta não quiseste, antes corpo tu me" preparou (Hebreus 10:5).
8. Jesus foi o construtor da casa (Deus o Pai e Criador) e também um filho com maior honra que a própria casa que estabeleceu (Hebreus 3:3-6).
9. Ele veio para sua própria criação e para seu próprio povo escolhido, mas eles não O reconheceram nem O receberam (João 1:10-11).

O VERBO
João capítulo 1 ensina de modo maravilhoso o conceito de Deus manifesto em carne. No princípio era o Verbo (em grego, Logos). O Verbo não era uma pessoa separada ou um deus à parte, assim como a palavra de um homem não é uma pessoa separada dele. O Verbo era antes, o pensamento ou um plano, na mente de Deus. A Palavra estava no princípio de fato com Deus era o próprio Deus (João 1:1). A Encarnação existiu na mente de Deus antes do mundo existir. Na verdade, na mente de Deus o Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo (I Pedro 1:19-20; Apocalipse 13:8).
No grego, logos pode significar a expressão ou o plano tal como existe na mente do proclamador  - como uma peça na cabeça de um autor  - ou pode significar o pensamento como proferido ou caso contrário fisicamente expresso  - como uma peça encenada em um palco. João 1 diz que o Verbo existia na mente de Deus desde o começo dos tempos. Quando chegou a hora, Deus pôs Seu plano em ação. Ele pôs carne naquele plano na forma do homem Jesus Cristo. O Logos é Deus expresso. Como diz John Miller, o Logos é “Deus anunciando a Si mesmo".  De fato, a versão TAB traduz  a última frase de João 1:1 como: "O Verbo era o próprio Deus." Flandres e Cresson afirmam," O Verbo era a intenção de Deus de Se auto-revelar". Esse pensamento é destacado posteriormente pelo versículo 14, que diz que o Verbo encarnado tinha a glória como do unigênito do Pai, e pelo versículo 18, que afirma que o Filho revelou o Pai.
Na filosofia grega, o Logos passou a significar razão ou sabedoria como o princípio controlador do universo. Nos dias de João, alguns filósofos gregos e teólogos judeus influenciados pelos pensamentos grego (especialmente o pensador judeu, Philo de Alexandria) considerou no Logos como uma divindade inferior ou secundária, ou o aceitavam como uma emanação de Deus no tempo.  Algumas heresias cristãs, inclusive uma forma emergente de Gnosticismo, já estavam incorporando essas teorias em suas doutrinas, e portanto relegando Jesus então a um papel inferior. João usou deliberadamente a terminologia própria desses pensadores para refutar estas doutrinas e declarar a verdade. O Verbo não era inferior a Deus; Ele era Deus (João 1:1). O Verbo não emanou durante um certo tempo de Deus; estava no princípio com Deus (João 1:1-2). Jesus Cristo, o Filho de Deus, não era outro senão o Verbo, ou Deus, revelado na carne. Também note que a palavra grego pros, traduzida como " com" no verso 1, é a mesma palavra traduzida como " pertencendo a" em Hebreus 2:17 e 5:1. João 1:1 poderia incluir em seus significados, então, o seguinte": O Verbo se referia a Deus e a Palavra era Deus," ou," O Verbo pertencia a Deus e era Deus."
JESUS ERA DEUS DESDE O
PRINCÍPIO DE SUA VIDA HUMANA
Deus foi manifestado na carne através de Jesus Cristo, mas a que ponto de sua vida Deus realmente habitou o Filho? A Bíblia declara inequivocamente que a plenitude de Deus estava em Jesus desde o momento que sua vida humana começou.
1. Mateus 1:23 diz, “Veja, uma virgem conceberá, e dará a luz um filho, e ele será chamado pelo nome dele Emanuel que quer dizer, Deus conosco". Ele era “Deus conosco" desde o Seu nascimento.
2. Os anjos O adoraram em seu nascimento (Hebreus 1:6), Simeão reconheceu a criança como sendo o Cristo (Lucas 2:26), Ana viu o bebê como sendo o redentor de Israel (Lucas 2:38), e os magos adoraram a criança (Mateus 2:11).
3. Miquéias 5:2 atribuía divindade ao Messias em seu nascimento em Belém, não depois de sua vida em Nazaré ou Seu batismo no Jordão.
4. Lucas 1:35 explica porque Jesus era Deus desde o princípio de sua vida humana. O anjo disse a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamada Filho de Deus”. Jesus nasceu de uma virgem, sua concepção sendo efetuado pelo Espírito Santo. Por causa disto (“então"), Ele era o Filho de Deus. Em outras palavras, Jesus é o Filho de Deus porque Deus, e não um homem, foi responsável por sua concepção. Deus era literalmente seu Pai. "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito". (João 3:16). Gerar significa procriar, ser o genitor, ou produzir. Jesus foi gerado por Deus no útero da virgem a Maria.
Isaias 7:14 também liga a concepção da virgem com o reconhecimento que o Filho assim nascido seria Deus. Em outras palavras, no momento da concepção, Deus colocou sua natureza divina na semente da mulher. A criança que nasceria recebeu de Deus naquele momento sua vida e o lado paterno de sua natureza. Do lado da mãe recebeu a natureza humana de Maria; do lado do pai (Deus, não José) recebeu a natureza de Deus. Jesus obteve a natureza divina pelo processo de concepção; Ele não se tornou divino por algum ato posterior de Deus. Seu nascimento de uma virgem, Jesus estabelece sua divindade.
Alguns acreditam que Jesus recebeu a plenitude de Deus em algum momento posterior na vida dele, como, por exemplo, pela ocasião do seu batismo. Porém, levando em conta o nascimento de uma virgem e Lucas 1:35 isso não pode ser assim. Jesus recebeu Sua natureza de divindade como também a natureza de humanidade no momento de Sua concepção. A descida do Espírito Santo como uma pomba no batismo de Jesus não era um batismo do Espírito Santo; Jesus já trazia dentro de Si toda plenitude de Deus (Colossenses 2:9). Antes, Seu batismo, entre outras coisas, aconteceu como uma unção simbólica para o início de seu ministério terrestre e como uma confirmação para João Batista de Sua divindade (João 1:32-34).
O MISTÉRIO DA PIEDADE
O fato de Deus ter se tornado carne que é uma das coisas mais maravilhosas e  incompreensíveis sobre Deus. "E sem controvérsia grande é o mistério de piedade: Deus foi manifestado na carne…” (II Timóteo 3:16).  Jesus é diferente de qualquer outro homem que já existiu, ou que jamais existirá. Ele tem duas naturezas; Ele é completamente Deus e completamente homem.
A maior parte dos problemas na mente das pessoas relativos à Divindade, vem deste grande mistério. Eles não conseguem entender a dualidade da natureza de Cristo e não podem separar corretamente esses dois papéis.  Eles não podem compreender como Deus poderia assumir a forma de um bebê e habitar entre os homens. 
É verdade que nós não podemos compreender completamente o milagre da concepção - a união de Deus e o homem - no útero de Maria, mas podemos aceitá-lo pela fé. Na realidade, se nós não acreditamos que Jesus veio em carne, temos um espírito de anticristo (II João 7), mas se  aceitamos realmente essa doutrina de Cristo,  teremos o Pai e o Filho (II João 9). Ambos, o Pai e Filho são revelados em Cristo (João 10:30; 14:6-11). 
O mistério de Deus em carne foi uma grande pedra de tropeçando para os judeus. Eles nunca poderiam entender como Jesus, sendo um homem, poderia também ser Deus (João 10:33). Porque Ele afirmava ser Deus, eles O rejeitaram e buscaram matá-lo (João 5:18; 10:33).
Mesmo hoje, muitos judeus não aceitam a Jesus por esse motivo. Em uma conversa, um rabino judeu Ortodoxo nos falou que nunca poderia aceitar a Jesus como Deus.  Ele sentia que sendo  Deus  um Espírito onipresente, invisível  Ele nunca poderia ser visto pelo homem e não podia se tornar visível em carne. O raciocínio dele nos fez lembrar dos judeus nos dias de Jesus. Como este rabino muitos tentaram limitar Deus por suas próprias ideias preconceituosas de como Deus poderia, ou não agir. Além disso, eles não tiveram um conhecimento completo das Escrituras do Velho Testamento que proclamam a divindade do Messias. 
Embora seja humanamente difícil entender como Deus infinito poderia habitar na carne, ainda assim, é isso que as Escrituras afirmam. Fizemos o rabino se lembrar de como Deus apareceu a Abraão na forma de  homem em  Gênese 18. Ele admitiu que era um problema pessoal para ele, mas  tentou explicar isso em termos de um antropomorfismo  ou linguagem figurativa. Então nos referimos a outros versos da Bíblia como Isaias 7:14, 9:6, Jeremias 23:6, e Miquéias 5:2 para mostrar que o Messias seria Jeová Deus. O rabino não teve nenhuma resposta a não ser dizer que nossas traduções destes versos da Bíblia estavam possivelmente incorretas. Ele prometeu estudá-las melhor. 
Jamais houve um mistério quanto às "pessoas" na Divindade. A Bíblia claramente afirma que há apenas um Deus, e isso pode ser facilmente entendido por todos. O único mistério a respeito da Divindade é como Deus pôde vir em carne, como Jesus pôde nascer tanto Deus quanto homem. Mas a verdade deste mistério tem sido revelada àqueles que crerem. O mistério de Jesus Cristo foi mantido em segredo desde que o mundo foi fundado, mas foi revelado na era do Novo Testamento (Romanos 16:25-26; Colossenses 1:25-27). UM mistério no Testamento Novo é simplesmente um plano de Deus que não foi compreendido no Velho Testamento  mas que foi feito conhecido a nós. "Nós podemos entender… o mistério de Cristo que em outras gerações não foi feito conhecido aos filhos dos homens, como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas pelo Espírito" (Efésios 3:4-5). 
Podemos conhecer o mistério de Deus e do Pai que é Cristo (Colossenses 2:2; também veja as versões NIV e TAB). Na realidade, Paulo explicou este mistério dizendo que em Jesus Cristo estão todos os tesouros da sabedoria, conhecimento, e plenitude de Deus (Colossenses 2:3, 9). O mistério de Deus foi revelado a nós pelo Espírito de Deus (I Corintios 2:7-10). Esta revelação vem a nós pela Palavra de Deus que é iluminada pelo Espírito Santo (I Corintios 2:7-10). A luz de Cristo que é a imagem de Deus brilhou em nossos corações (II Corintios 4:3-4). Não há, portanto nenhum mistério bíblico sobre a Divindade e certamente nenhum mistério sobre o número de pessoas na Divindade. O único mistério é Cristo, e Ele nos foi revelado! O mistério de Deus e o mistério de Cristo convergem na Encarnação. É que simplesmente o único Deus de Israel veio a terra em carne. Este mistério foi revelado e a Palavra de Deus declara que ele se tornou conhecido a nós hoje.
JESUS É O PAI
Se há somente um Deus sendo Deus o Pai (Malaquias 2:10), e se Jesus é Deus, então logicamente segue-se o fato de que Jesus é o Pai. Para esses que de alguma maneira pensam que Jesus pode ser Deus e ainda não pode ser o Pai, nós ofereceremos provas bíblicas adicional que o Jesus é o Pai. Elas servirão também como maior evidência que Jesus é Deus. Na verdade dois versículos da Bíblia são suficientes para provar este ponto de vista.
1. Isaias 9:6 chama o Filho de Pai da eternidade. Jesus é o Filho profetizado e há somente um Pai (Malaquias 2:10; Efésios 4:6), assim Jesus deve ser Deus o Pai.
2. Colossenses 2:9 proclama que toda a plenitude da Divindade habita em Jesus. A Divindade inclui o papel do Pai, assim o Pai deve habitar em Jesus.
3. Além destes dois versículos, o próprio Jesus ensinou que Ele era o Pai. Uma vez, quando Jesus estava falando sobre o Pai, os Fariseus perguntaram: “Onde está teu Pai? Jesus respondeu, não me conheceis a mim, nem a meu Pai: se tivessem me conhecido, também" deveriam ter conhecido meu Pai (João 8:19). Jesus continuou dizendo: “porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados" (João 8:24).
Em algumas versões aparece “ele” em itálico após eu “sou”, fato que indica que “ele” foi acrescentado pelos tradutores, não existindo no original grego. Jesus estava na verdade se identificando como o “Eu SOU" de Êxodo 3:14. Os judeus que não entenderam o Ele queria dizer perguntaram: “Quem és tu?" Jesus respondeu, “Que é que desde o princípio vos tenho dito?” (João 8:25). Porém, “eles não entenderam que ele lhes falava do Pai" (João 8:27). Em outras palavras, Jesus tentava dizer-lhes que Ele era o Pai e o Eu SOU, e que se eles não O aceitassem como Deus morreriam em seus próprios pecados.
4. Em outro lugar Jesus disse: “Eu e meu Pai somos um" (João 10:30). Alguns tentam dizer que Ele era um com o Pai assim como um marido e a esposa são um ou como dois homens podem ser um quando concordam. Esta interpretação tenta debilitar a afirmativa de Jesus. Porém, outros versos sustentam de nodo completo que Jesus não era somente o Filho em Sua humanidade, mas também o Pai em sua divindade.
5. Por exemplo, Jesus declarou em João 12:45, “E quem me vê a mim vê aquele que me enviou". Em outras palavras, se uma pessoa ver Jesus no que diz respeito a sua divindade, vê o Pai.
6. Em João 14:7 Jesus disse a seus discípulos: “Se vós me tivessem conhecido, conheceríeis também a meu Pai. E desde agora o conheceis e o tendes visto”. Ao ouvir esta declaração, Filipe replicou: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta" (João 14:8). Em outras palavras, ele pediu que Jesus lhes mostrasse o Pai e então eles ficariam satisfeitos. A resposta de Jesus foi: “Há tanto tempo estou convosco e não me tendes conhecido Filipe? Quem me vê a mim, vê o Pai; e como dizes tu então, mostra-nos o Pai? Tu não crês que eu estou no Pai, e o Pai em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em mim, é quem faz as obras. Crede-me que eu estou no Pai e o Pai em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras” (João 14:9-11). Esta declaração vai além de um simples relacionamento harmonioso; ela pode ser visto como nada menos que a afirmação de Cristo de ser o Pai manifestado em carne. Como muitas pessoas hoje, Filipe não tinha compreendido que o Pai é um Espírito invisível e que o único modo de alguém jamais O ver, seria através da pessoa de Jesus Cristo.
7. Jesus disse: “O Pai está em mim, e eu nele" (João 10:38).
8. Jesus prometeu ser o Pai de todos os vencedores (Apocalipse 21:6-7).
9. Em João 14:18 Jesus disse: “Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós outros”. A palavra grega traduzida para órfãos é orphanosque a Concordância Exaustiva de Strong, define como “despojado (' órfãos), i.e. sem pais”. Jesus estava dizendo: “eu não os deixarei como órfãos" (NIV e TAB), ou “eu não o deixarei órfão: Voltarei para vós”. Jesus, falando como o Pai, prometeu que Ele não deixaria seus discípulos órfãos.
Abaixo se seguem algumas comparações que oferece prova adicional de que Jesus é o Pai.
10. Jesus profetizou que Ele haveria de ressuscitar Seu próprio corpo da morte, em três dias (João 2:19-21), todavia Pedro pregou que Deus ressuscitou Jesus de entre os mortos (Atos 2:24).
11. Jesus disse que nos mandaria o Consolador (João 16:7), mas disse, também, que o Pai enviaria o Consolador (João 14:26).
12. O Pai, sozinho, pôde trazer os homens a Deus (João 6:44), ainda assim, Jesus disse que Ele atrairia todos os homens (João 12:32).
13. No último dia, Jesus ressuscitará a todos os que crerem (João 6:40), embora Deus o Pai vivifique (dê vida) aos morto e nos levantará (Romanos 4:17; I Corintios 6:14).
14. Jesus prometeu responder às orações daqueles que crêem (João 14:14), mas também disse que o Pai responderia as orações (João 16:23).
15. Cristo é nosso purificador (Efésios 5:26), mas o Pai também nos santifica (Judas 1).
16. I João 3:1, 5 afirma que o Pai nos amou e se manifestou para retirar os nossos pecados, contudo nós sabemos que era Cristo que foi manifestado no mundo para tomar pecado (John 1:29-31).
Podemos compreender facilmente tudo isso se atentarmos para o fato de que Jesus tem uma dupla natureza. Ele é tanto Espírito como carne, Deus e homem, Pai e Filho. No lado humano Ele é o Filho do homem; em seu lado divino Ele é o Filho de Deus e é o Pai habitando em carne.
JESUS É JEOVÁ
As passagens das Escrituras demonstrando que Jesus é o Pai não enfraquecem nossa prova de que o Jesus é o único Deus.
Abaixo seguem doze versículos das Escrituras provando especificamente que Jesus é Jeová  - o único Deus do Velho Testamento.
1. Isaias 40:3 profetizou que uma voz clamaria no deserto: “Preparai o caminho do SENHOR" (Jeová); Mateus 3:3 diz que o João Batista é o cumprimento desta profecia. Sabemos que João preparou o caminho do Senhor Jesus Cristo. Uma vez que o nome Jeová era o nome sagrado para o único Deus, a Bíblia não aplicaria a nenhum outro que não o Santo de Israel; aqui ele se refere a Jesus.
2. Malaquias 3:1 afirma, “De repente virá ao seu templo o SENHOR, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança". Isto foi cumprido por Jesus, seja significando o Templo, literalmente, ou seja, significando o templo do corpo de Jesus (João 2:21).
3. Jeremias 23:5-6 fala de um Renovo justo de Davi  - uma clara referência ao Messias  - e o chama de “SENHOR JUSTIÇA NOSSA." (Também veja JeremiaS 33:15-16.) Em outras palavras, Jesus é "Jeová Justiça Nossa."
4. Falando de Jeová Isaías diz: "Pelo que o seu próprio braço lhe trouxe salvação" (Isaías 59:16), “e o seu braço dominará" (Isaías 40:10). Isaías 53:1-2 descreve o Messias como a revelação do braço do SENHOR. Então, Jesus o Salvador não é outro Deus, mas uma extensão de Jeová em carne humana, para trazer salvação ao mundo.
5. Isaías profetizou que a glória do SENHOR seria revelada a toda a carne (Isaías 40:5). Tendo Jeová dito que não daria a sua glória a nenhum outro (Isaías 42:8; 48:11), sabemos que Ele poderia cumprir essa profecia apenas através da revelação de Si mesmo. De fato, no Novo Testamento encontramos que Jesus tinha a glória do Pai (João 1:14; 17:5). Ele é o Senhor da glória (I Corintios 2:8). Quando Jesus vier novamente, Ele virá na glória do Pai (Mateus 16:27; Marcos 8:38). Se Jesus tem a glória de Jeová, Ele tem que ser Jeová.
6. Jeová disse: “Por isso o meu povo saberá o meu nome: portanto naquele dia saberá que eu sou quem fala: Eis-me aqui" (Isaías 52:6). Ainda assim sabemos que Jesus é o único que revelou o Pai, manifestou o nome do Pai, e tornou conhecido o nome do Pai (João 1:18; 17:6; 17:26). Jesus declarou o nome do Senhor (Salmos 22:22; Hebreus 2:12). Portanto, Ele tem que ser Jeová.
7. O SENHOR disse, “Diante de mim se dobrará todo joelho, toda língua jurará" (Isaías 45:23). Paulo citou este versículo das Escrituras para provar que todos permanecerão diante do trono de julgamento de Cristo (Romanos 14:10-11). Paulo escreveu, também: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho” (Filipenses 2:10).
8. Zacarias oferece prova convincente que Jesus é Jeová. Na passagem começando com Zacarias 11:4, “Assim diz o SENHOR meu Deus": “Pesaram, pois por meu preço trinta moedas de prata”.Em Zacarias 12:10 Jeová afirmou: “olharão para mim a quem transpassaram”. Claro que, foi Jesus que foi vendido por trinta moedas de prata e quem foi perfurado (Mateus 26:14-16; João 19:34). Zacarias 12:8 diz com referência ao Messias, “a casa de Davi será como Deus”. Zacarias escreveu, também “Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos com ele" e O descreve lutando contra muitas nações e diz que naquele dia seus pés estarão sobre o Monte das Oliveiras (Zacarias 14:3-5). Sabemos que Jesus é aquele que virá de volta ao Monte das Oliveiras como Rei dos reis e Senhor dos senhores para guerra contra as nações (Atos 1:9-12; I Timóteo 6:14-16; Apocalipse 19:11-16).
9. Quando Paulo, judeu instruído, fariseu dos Fariseus, perseguidor fanático do Cristianismo, foi ferido na estrada de Damasco por uma luz ofuscante de Deus, ele perguntou, “Quem és tu, Senhor?" Como um judeu, ele sabia que havia só um Deus e Senhor, e ele estava perguntando: “Quem és tu, Jeová?" O Senhor respondeu, “eu sou Jesus" (Atos 9:5).
10. Embora Moises tratasse com Jeová Deus, Hebreus 11:26 diz que o Moises considerou o opróbrio de Cristo como maiores riquezas que os tesouros do Egito. Assim o Deus de Moises era o Jesus Cristo.
11. O Salmo 68:18 descreve uma cena na qual Jeová ascende ao alto e conduz cativo o cativeiro, contudo nós sabemos que Jesus ascendeu às alturas e levou cativo o cativeiro. Na realidade, Efésios 4:7-10 aplica essa profecia a Jesus.
12. Apocalipse 22:6 diz: “o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas enviou seu anjo" a João, mas verso 16 diz, “eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas”.
Ainda há muito mais passagens da Bíblia que identifica Jesus com o único Jeová Deus. Abaixo encontramos uma lista de versículos que lado a lado descrevem Jeová de determinadas maneiras com versos que descrevem Jesus da mesma maneira. Assim, todos esses versículos das escrituras provam que Jesus é Jeová.
o Livro do Apocalipse nos fala que quando chegarmos ao céu, veremos Jesus sozinho no trono. Jesus é a única manifestação visível de Deus que jamais veremos no céu.
A REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO
O Livro do Apocalipse contém muitas outras afirmações valiosas a respeito da divindade de Jesus. O propósito de Deus ao fazer com que João escrevesse o livro, era revelar ou desvelar Jesus Cristo, não somente revelar os acontecimentos futuros. Na realidade, todas as escritas de João enfatizam a unidade de Deus, a deidade de Cristo, e a natureza dual de Cristo. João escreveu o Evangelho de João de forma que crêssemos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (João 20:31). Aceitar Jesus como Filho de Deus significa aceitá-lo como Deus, porque o título “Filho de Deus" significa simplesmente Deus manifestado na carne. (Veja Capítulo 5 - O FILHO DE DEUS para discussões adicionais.) João identificou Jesus como Deus, o Verbo, o Pai, e Jeová (o Eu sou). Todas as escritas de João elevam a divindade de Jesus; o Livro do Apocalipse não é nenhuma exceção.
Apocalipse 1:1 nos fala que o livro é a revelação de Jesus Cristo. A palavra grega para revelação é apokalupsis do qual nós obtemos a palavra apocalipse. Significa literalmente um desvendar ou um descobrir. Certamente o livro é uma profecia de coisas por vir, mas um das principais razões para esta profecia é revelar Cristo  - mostrar quem Ele realmente é. O estudante zeloso da Bíblia deve buscar entender as predições no livro; mas, mais importante, ele deverá buscar compreender a razão dessas profecias. Ele deve buscar entender a revelação de Jesus Cristo nestes eventos futuros.
O Livro do Apocalipse apresenta Jesus tanto em sua humanidade quanto em Sua divindade. Ele é o Cordeiro por causa de nossos pecados, mas Ele é também o Deus Todo-poderoso no trono. Abaixo temos uma lista de algumas das maneiras pelas quais o livro apresenta Cristo.
JESUS NO LIVRO DO APOCALIPSE
        Título       Comentário     Passagem do Apocalipse
1      Testemunha fiel        - O profeta e apóstolo   1:5
2      Primogênito dos mortos         1:5
3      Soberano dos reis          1:5
4      Alfa e Omega  1:8, 11; 21:6; 22:13
5      Princípio e Fim               1:8; 21:6;
6      Aquele que é, que era, e que há de vir  1:8; 4:8
7      O Todo-poderoso           1:8; 4:8
8      Filho do homem      O mesmo que Ancião de Dias em Daniel 7:9        1:13
9      Primeiro e último            1:17; 22:13
10    Aquele que vive, esteve morto, está vivo pelos séculos dos séculos          1:18
11    Possuidor dos sete Espíritos         3:1; 5:6
12    Único no trono                4:2
13    Deus               4:8; 21:7
14    Criador            4:11
15    Leão da tribo de Judá    Humanidade   5:5
16    Raiz de Davi   O criador de Davi    5:5; 22:16
17    Cordeiro  Sacrifício pelos pecados        5:6
18    Redentor         5:9
19    Fiel          19:11
20    Verdadeiro              19:11
21    Verbo de Deus               19:13
22    Rei dos reis            19:16
23    Senhor dos senhores             19:16
24    Geração de Davi     Humanidade   22:16
25    Brilhante estrela d'alva           22:16
Cada um destes títulos e papéis é uma revelação maravilhosa de Jesus. Junto, eles representam um retrato daquele que veio em carne, morreu, e ressuscitou, mas, também, o Único que vive pelos séculos dos séculos o Senhor Deus Todo-poderoso.
O último capítulo do Apocalipse descreve Deus e o Cordeiro no singular (Apocalipse 22:3-4) e identificam o Senhor Deus dos santos profetas como Jesus (Apocalipse 22:6, 16). Essas referências nos dizem que o Jesus é o Deus da eternidade e que Ele aparecerá com Seu corpo humano glorificado (o Cordeiro) por toda a eternidade. A glória de Deus será a luz da Nova Jerusalém brilhando através do corpo glorificado de Jesus (Apocalipse 21:23). Estes capítulos finais do Livro de Apocalipse descrevem como Deus revelará (desvendará) a Si mesmo em toda a Sua glória para todos eternamente. Eles nos contam que Jesus é o Deus eterno e que Jesus se revelará como Deus pelos séculos dos séculos. Então, o livro realmente é a revelação de Jesus Cristo.
JESUS TEM TODOS OS ATRIBUTOS
E PRERROGATIVAS DE DEUS
Se mais alguma prova for necessária para demonstrar que Jesus é Deus, podemos comparar os atributos de Jesus com os atributos de Deus. Fazendo assim nós descobriremos que Jesus possui todos os atributos e prerrogativas de Deus, particularmente aqueles que podem pertencer apenas a Deus. Em Sua humanidade, Jesus é visível, limitado a um corpo físico, fraco, imperfeito em poder, e assim por diante. Em Sua natureza divina, porém, Jesus é Espírito; pois Romanos 8:9 fala do Espírito de Cristo. Em Sua divindade, Jesus era e é onipresente. Por exemplo, em João 3:13 Jesus se referiu ao “Filho do homem que está no céu" embora Ele ainda estivesse na terra. Sua onipresença explica porque Ele podia dizer ainda na terra usando o tempo presente do verbo: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles" (Mateus 18:20). Em outras palavras, enquanto a plenitude do caráter de Deus estava localizado no corpo humano de Jesus, o Espírito onipresente de Jesus não podia estar assim limitado. Enquanto Jesus caminhava pela terra como homem, Seu Espírito estava em todos os lugares ao mesmo tempo.
Jesus também é onisciente; porque Ele podia ler pensamentos (Marcos 2:6-12). Ele conheceu Natanael antes que ele O conhecesse (João 1:47-50). Ele sabe todas as coisas (João 21:17), e toda a sabedoria e conhecimento estava escondidos n’Ele (Colossenses 2:3).
Jesus é onipotente; Ele tem todo o poder, é o cabeça de todo o principado e potestade, e é o Todo-poderoso (Mateus 28:18; Colossenses 2:10; Apocalipse 1:8).
Jesus é imutável (Hebreus 13:8). Ele é eterno e também imortal (Hebreus 1:8-12; Apocalipse 1:8, 18).
Somente Deus deveria receber adoração (Êxodo 20:1-5; 34:14), contudo Jesus recebeu adoração em muitas ocasiões e será adorado de toda a criação (Lucas 24:52; Filipenses 2:10; Hebreus 1:6). Somente Deus pode perdoar pecado (Isaias 43:25), contudo Jesus tem poder para perdoar pecados (Marcos 2:5). Deus recebe os espíritos dos homens (Eclesiastes 12:7), contudo Jesus recebeu o espírito de Estevão (Atos 7:59). Deus é o edificador dos céus (Hebreus 11:10), contudo Jesus é o edificador dos céus (João 14:3). Então, nós vemos que Jesus tem todos os atributos e prerrogativas que pertencem apenas a Deus.
Além disso, Jesus demonstra todas as outras características que Deus possui. Por exemplo, enquanto na terra Jesus demonstrava emoções piedosas como alegria, compaixão, e tristeza (Lucas 10:21; Marcos 6:34; João 11:35). A Bíblia testifica também que Ele tem os atributos morais de Deus. Abaixo encontramos uma lista de alguns atributos morais de Jesus que corresponde a esses de Deus.
JESUS TEM A NATUREZA MORAL DE DEUS
1      amor        Efésios 5:25
2      luz   João 1:3-9
3      Santidade       Lucas 1:35
4      Misericórdia    Hebreus 2:17
5      Bondade II Corintios 10:1
6      Retidão   II Timothy 4:8
7      bondade  Mateus 19:16
8      Perfeição Efésios 4:13
9      Justiça    Atos 3:14
10    Fidelidade       Apocalipse 19:11
11    Verdade  João 14:6
12    Graça      João1: 16-17
O Jesus é tudo que a Bíblia descreve que Deus é. Ele tem todos os atributos, prerrogativas, e características do próprio Deus. Para colocar de modo bem simples, tudo o que Deus é, Jesus é também. Jesus é o único Deus. Não há melhor modo de sintetizar tudo que dizer com o inspirado Apóstolo Paulo: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. Também nele estais aperfeiçoados" (Colossenses 2:9-10).
O FILHO DE DEUS
 “Vindo, porém a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gálatas 4:4).
O SIGNIFICADO DE JESUS CRISTO
O significado das duas palavras, Jesus e Cristo. JESUS é a versão grega da palavra hebraica Jehoshua, que significa Jeová--Salvador, o Jeová e a salvação. É o nome escolhido por Deus para seu filho-e-o nome através do qual Deus revelou a si mesmo, no Novo testamento. É o nome que o Filho recebeu por herança (Hebreus 1:4).
CRISTO é o equivalente grego para a palavra hebraica Messias; a, mas as palavras significam "O ungido". Especificamente falando, Cristo é um título, não um nome. Entretanto, nas epístolas e no uso comum hoje em dia, Cristo é usado muitas vezes, como simplesmente outro nome para Jesus, uma vez que Jesus é o Cristo. Em muitos casos, Jesus e Cristo são apenas dois nomes usados indiferentemente para se referir a mesma pessoa sem distinção intencional de significado.
A DUALIDADE DA NATUREZA DE CRISTO
 Na Bíblia, vemos que Jesus Cristo tinha duas naturezas distintas, de um modo como nenhum outro ser humano jamais teve. Uma natureza é humana ou carnal; a outra é divina ou Espírito. Jesus era completamente homem e completamente Deus. O nome Jesus se refere ao eterno Espírito de Deus (o Pai) habitando na carne. Podemos usar o nome Jesus para descrever uma de suas duas naturezas, ou ambas. Por exemplo, quando dizemos que Jesus morreu na cruz, queremos dizer que sua carne morreu na cruz. Quando dizemos que Jesus vive em nossos corações, queremos dizer que Seu Espírito mora lá.


A DUALIDADE DA NATUREZA
DE JESUS CRISTO
Podemos resolver a maior parte das questões a respeito da Divindade se compreendermos apropriadamente a dualidade da natureza de Jesus. Quando lemos uma afirmativa a respeito de Jesus, devemos determinar se ela descreve Jesus como um homem ou como Deus. Além disso, sempre que Jesus fala, nas Escrituras, devemos determinar se Ele está falando como homem ou como Deus. Sempre que vemos uma descrição das duas naturezas, com respeito a Jesus, não devemos pensar em duas pessoas na Divindade, ou dois deuses, mas devemos pensar em Espírito e carne.
Às vezes, é fácil ficar confundido quando a Bíblia descreve Jesus nesses dois diferentes papéis, especialmente quando ela o descreve atuando em ambos os papéis, na mesma história.  Por exemplo: Ele podia dormir, num momento, e acalmar a tempestade no minuto seguinte. Ele podia falar como homem, num momento, e, então, como Deus no momento seguinte. Entretanto, precisamos nos lembrar, sempre, que Jesus é totalmente Deus se não, apenas, um homem ungido.  Ao mesmo tempo, ele era completamente homem, não tinha apenas a aparência de um homem. Ele tinha uma dupla natureza, como  nenhum de nós tem, e não podemos comparar adequadamente nossa existência e experiência com a Dele. O que poderia parecer estranho ou impossível se aplicado a meros seres humanos, o que se torna compreensível quando visto no contexto do único que é tanto Deus completamente quanto completamente homem, ao mesmo tempo.
DOUTRINAS HISTÓRICAS A
RESPEITO DO CRISTO
Através de toda a história da igreja, a dualidade da natureza de Cristo, tem sido vista de muitas maneiras. Vamos ver esses variados pontos de vista, de modo breve e geral. Para referência e estudo posterior concluímos entre parênteses, vários nomes históricos associados a essas crenças. Para conhecer mais a respeito desses termos e doutrinas, procure qualquer boa obra a respeito da história do dogma, especialmente a história do trinitarianismo e da ciência cristã.
Alguns acreditam que Jesus foi apenas um homem grandemente ungido e usado pelo Espírito (Ebionismo veja também Unitarismo). Esse ponto de vista errônea ignora completamente a natureza de seu Espírito. Outros têm afirmado que Jesus era apenas um ser espiritual (Docetismo, uma doutrina do Cnosticismo). Esse modo de pensar ignora Sua natureza humana. João escreveu que aqueles que negam que Jesus Cristo veio na carne não são de Deus, mas tenho espírito do anticristo (I João 4:2 e 3).
Há Muitas crenças erradas, mesmo entre aqueles que acreditam na dupla natureza de Jesus Cristo. Alguns tentam fazer distinção entre Jesus e Cristo dizendo que Cristo era um ser divino que habitou temporariamente em Jesus a partir do seu batismo, mas se apartando do homem Jesus na ocasião de sua morte (doutrina do Gnosticismo). De modo semelhante, alguns dizem que Jesus era um homem que se tornou o Deus apenas a partir de determinado ponto de sua vida adulta--por exemplo, no batismo--como resultado de um ato de adoção por parte de Deus (monarquianismo dinâmico, Adocionismo). Em outras palavras; e esses pontos de vista afirmam que Jesus era humano e que foi, eventualmente, dei ficado. Outros veem Jesus como uma divindade criada, uma divindade como o pai, mas inferior ao pai, um semi-deus (Arianismo). Outros, ainda, acreditam que Jesus tem a mesma essência do pai, embora não seja o pai, mais subordinado ao pai em divindade. (Subordinacionismo).
Refutamos essas falsas doutrinas usando referências das escrituras. E observamos que Jesus é totalmente Deus (como demonstra colossenses 2:9) e que Jesus era completamente Deus desde o começo de sua existência humana (como fica demonstrado por seu nascimento de uma virgem, em Lucas 1:35).
O Espírito inspira João e Paulo a refutarem muitas dessas doutrinas errôneas, particularmente as crenças gnósticas de que Cristo era apenas um ser espiritual e de que Cristo era um ser inferior ao Deus supremo. Entre outras coisas, os gnósticos criam que toda a matéria era má. Portanto, eles raciocinavam, Cristo, como um Espírito divino, não poderia ter um corpo humano real. Sustentando que o Deus supremo era tão transcendental e santo que não poderia manter contato direto com o mundo depravado da matéria, eles ensinavam que de Deus partir uma série de emanação, uma das quais o ser-espiritual Cristo, que veio a este mundo. O livro de Colossenses refuta essas doutrinas e estabelece que Jesus é o Deus todo-poderoso encarnado.
Apesar de a Bíblia ser clara ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus, ela não descrevem em pormenores como essas duas naturezas estão unidos na pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa de ele diretamente. Na verdade, se há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou a natureza de Cristo é chamado de Cristologia.
Apesar de a Bíblia ser clara ao enfatizar tanto a completa divindade quanto à completa humanidade de Jesus, ela não descrevem em pormenores como essas duas naturezas estão unidos na pessoa única de Jesus Cristos. Isso, também, tem sido objeto de muita especulação e debate. Talvez haja espaço para pontos de vista diferentes a esse respeito, uma vez que a Bíblia não se ocupa de ele diretamente. Na verdade, se há algum mistério a respeito da divindade, esse será determinar precisamente como Deus se manifestou em carne (veja I Timóteo 3:16). O estudo da natureza ou a natureza de Cristo é chamado de Cristologia.
Muitos teólogos, no entanto, inclusive Martinho Lutero, tem ensinado que Nestório, o principal expoente dessa doutrina, não acreditava numa separação tão drástica, mas que seus oponentes distorceram e deturparam suas opiniões. Aparentemente, ele negou que dividisse Cristo em duas pessoas. O conceito principal expresso por Nestório, era o seguinte: ele pretendia diferenciar as duas naturezas de Cristo, a fim de que ninguém pudesse chamar Maria de mãe de Deus, como era prática comum naqueles dias.
No outro ponto de vista, dentro da Cristologia, afirma que o aspecto humano e divino de Cristo era tão intermeadas que havia apenas uma natureza dominante e esta é divina (Monofisismo). Uma crença semelhante que a que afirma que Jesus não tinha duas  vontades, mas apenas uma vontade divina- humana. outros acreditam que Jesus tinha uma natureza humana incompleta (Apolinarianismo); isto é, Jesus tinha um corpo humano e alma, mas em vez de um espírito humano, ele tinha apenas espírito de Deus habitando nele. Outros modos de manifestar essa crença afirmam que Jesus era um corpo humano animado apenas pelo Espírito de Deus, ou que Jesus não tinha mente humana, mas, apenas, a mente divina (o logos).
De um lado temos  um ponto de vista que enfatiza a separação entre as duas naturezas de Cristo. De outro lado, temos várias opiniões que descrevem uma natureza divina, totalmente dominante, natureza totalmente unificada, ou uma natureza humana e incompleta.
Jesus Tinha Uma Natureza Humana Completa, Mas Sem Pecados
A verdade pode estar entre esses vários pontos de vista expressos pelos teólogos. O ensinamento das escrituras é que Jesus tinha uma natureza humana completa e, ao mesmo tempo, uma natureza divina completa, mas não podemos separar essas duas naturezas em sua vida terrena. E evidente que Jesus tinha vontade, mente, espírito, alma e corpo humanos, mas é igualmente evidente que Ele tinha a plenitude  da Divindade residindo naquele corpo. De nosso ponto de vista finito, seu espírito humana e seu espírito divino eram inseparáveis
O Espírito divino poderia ser separado do humano pela morte, mas Sua humanidade era mais que um corpo humano -- um invólucro humano -- com Deus dentro, Ele era humano em corpo, alma e espírito, com a plenitude do Espírito de Deus habitando naquele corpo, alma e espírito. Jesus diferia de um outro ser humano comum (que pode estar pleno do Espírito de Deus) no fato de que Ele tinha toda a natureza de Deus dentro dele. Ele possuía o poder ilimitado, a autoridade o caráter de Deus. Além disso, em contraste com alguém nascido de novo, e pleno do Espírito, o Espírito de Deus estava inextrincável e inseparável mente ligado à humanidade de Jesus. Sem o espírito de deus teria existido apenas um ser humano inanimado, sem vida, que não teria sido Jesus Cristo. Somente nesses termos podemos descrever e distinguir as duas naturezas de Jesus; sabemos que ele agia e falava em um papel, ou outro, mas sabemos, também, que as duas naturezas não estavam realmente separadas nele. Com nossas mentes limitadas podemos fazer apenas uma distinção, não há uma separação das duas naturezas que se fundiam, perfeitamente, nele.
Embora Jesus tivesse uma natureza humana completa, ele não tinha a natureza pecadora da humanidade decaída. Se ele tivesse tido uma natureza pecadora, ele teria pecado. Sabemos, no entanto, que não teve nem uma natureza pecadora nem cometeu pecado. Ele era sem pecado, ele não pecou, e o pecado não estava nele (Hebreus 4:15; I Pedro 2:22; I João 3:5). Não tendo pai humano ele não herdou natureza pecaminosa  de Adão. Em vez disso, ele veio como o segundo Adão, com natureza inocente como a de Adão antes do pecado (romanos 5:12-21; I Corintios 15:45 a 49). Jesus tinha uma natureza humana completa, mas sem pecado
A Bíblia afirma que Jesus tinha vontade humana e vontade Divina. Ele orou ao pai, dizendo: "Não se faça a minha vontade, e sim, a tua" (Lucas 22:42). João 6:38 mostra a existência de duas vontades: ele veio não para fazer sua própria vontade (vontade humana), mas para fazer a vontade do pai (a vontade divina).
Que Jesus tinha um espírito humano parece evidente, quando ele falou, na cruz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu Espírito!" (Lucas no 23:46). Embora seja difícil distinguir entre as naturezas humana e divina de seu espírito, algumas referências aparentemente enfocam um aspecto humano. Por exemplo, "Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido" (Marcos 8:2), "Crescia o menino... enchendo-se de sabedoria" (Lucas 2:40), "Exultou Jesus no Espírito Santo" (Lucas 10:21), "Agitou-se no espírito" (João 11:33) e "Angustiou-se Jesus em Espírito" (João 13:21).
Jesus tinha alma, porque ele disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mateus 26:38; veja marcos 14:34 é) e "Agora está angustiada a minha alma" (João 12:27). Após sua morte, sua alma visitou o inferno (do grego Hades -- sepultura o lugar das almas que partiram), como acontecia com todas as almas antes do calvário (Atos 2:27-30); mas ele venceu o inferno (outra vez, Hades) e a morte (Apocalipse 1:18).
A alma de Jesus tinha que estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8).
A alma de Jesus tinha que estar inseparavelmente ligada ao Espírito divino de Jesus. De outro modo, Jesus teria vivido como homem, mesmo com o Espírito eterno afastado dele. Isso não aconteceu, nem podia ter acontecido, tendo em vista que Jesus é Deus tornado conhecido na carne. Sabemos que Jesus, como Deus, nunca muda (Hebreus 13:8).
Se não aceitarmos o fato de que Jesus era completamente humano, então as passagens das escrituras referentes à sua tentação perdem o sentido (Mateus 4:1-18; Hebreus 2:16-18; 4:14-16). Assim também a descrição de sua luta e a agonia no Getsêmani (Lucas 22:39-44). Duas passagens em Aos Hebreus destacam o fato de que Jesus foi tentado como somos, ele se qualifica como o nosso sumo sacerdote, nos entende perfeitamente, e nos ajuda em nossas enfermidades: “convinha que em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos" (Hebreus 2:17) ; "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa comparecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado (Hebreus 4:15). Hebreus 5:7 e 8, diz:” Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade, embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu “. Esses versículos não apresentam o retrato de alguém que não tenha sido afetado  pelas emoções, temores e dúvidas. Descrevem, antes, alguém sofrendo essas fraquezas humanas; ele teve que superar a vontade humana e se submeter ao Espírito eterno”.
A humanidade de Cristo orou, chorou, aprendeu a obedecer, e sofreu. A natureza divina estava no controle e Deus era fiel a seu próprio plano, mas a natureza humana tinha que buscar auxílio novo Espírito e, aprender a obedecer ao plano divino. Todos esses versículos das escrituras, com certeza, mostram que Jesus era completamente humano-- que ele tinha todos os atributos da humanidade  exceto a natureza pecadora herdada por ocasião da queda. Se negar amos a humanidade de Jesus, que encontraremos em choque com o conceito de redenção e expiação. Não sendo completamente humano, poderia ser o sacrifício suficiente para redimir a humanidade? Poderia ele nos servir de verdadeiro substituto da morte? Poderia ele, realmente, se qualificar como nosso redentor?
JESUS PODIA PECAR?
A afirmação de que Jesus era perfeito em humanidade, nos leva a questão: Jesus podia pecar?
Essa é, realmente, uma pergunta abstrata e enganosa, pois sabemos que Jesus não pecou (Hebreus 4:15). A resposta é mais acadêmica que prática, mais especulativa que consistente. Em sua humanidade, Jesus foi tentado por Satanás e lutou contra sua própria vontade, no Getsêmani. Embora não tivesse nossa natureza depravada-ele tinha a mesma natureza inocente sem pecado de Adão, originalmente-ele tinha a mesma capacidade de ir contra a vontade de Deus, como a tinham Adão e Eva .
A parte divina de Jesus, certamente, não podia pecar e nem mesmo ser tentada a pecar (Tiago 1:13) . A parte humana de Jesus, quando vista sozinha, tinha, teoricamente, a capacidade de pecar. Mas isso é apenas teórico, não o real. Vista sozinha, parece que a humanidade de Cristo tinha capacidade para optar pelo pecado. Entretanto, sua natureza humana estava sempre voluntariamente submissa à natureza divina, à qual não poderia pecar. Assim, de modo prático Jesus Cristo-visto como a combinação da humanidade e divindade que ele era -- não podia pecar. O espírito estava sempre no controle e à humanidade controlada pelo espírito não comete o pecado (veja I JOÃO 3:9, para uma analogia).
O que teria acontecido se a humanidade de Jesus estivesse rebelada contra a liderança divina? Essa é outra questão totalmente teórica, porque tal coisa não aconteceu e, na prática, não pode acontecer. Essa questão não leva em conta a presciência e o poder de Deus. Ainda assim, se alguém insiste em obter uma resposta, podemos dizer que se a humanidade de Jesus tivesse tentado pecar (uma suposição tola), 0 Espírito divino de Jesus teria se separado  imediatamente do corpo humano, deixando-o  sem vida. Esse corpo inanimado não seria Jesus Cristo, portanto tecnicamente, Cristo não poderia ter pecado, embora o plano de Deus tivesse sido temporariamente frustrado.
Uma vez que Jesus não poderia ter pecado,  isso significa que as tentações foram sem valor? Não. Sendo Jesus, também, completamente humano ele era realmente capaz de sentir a força e a atração da tentação. Ele venceu a tentação, não como o próprio Deus, mas como ser humano com todo o poder de Deus à sua disposição. Ele sabe, agora, por experiência, o que sentimos quando somos tentados. Naturalmente, ele sabia que seria vitorioso pelo espírito, mas nós podemos ter a mesma segurança, poder e Vitória, confiando no mesmo Espírito que estava em Cristo.
Então, porque Satanás tentou Jesus? Aparentemente, ele não sabia que Jesus seria vitorioso, inevitavelmente, e não compreendeu, naquela hora, todo o mistério do Deus encarnado. Se tivesse compreendido, jamais teria incitado o povo à crucificação. Talvez ele pensasse ter destruído o plano de Deus, com a crucificação, mas, em vez disso ele realmente o cumpriu. É, também,  provável que o Espírito de Deus tenha permitido que Satanás tentasse Jesus para que Jesus pudesse sentir a tentação, como nós a sentimos. Foi-nos dito que o Espírito levou Jesus ao deserto para que fosse tentado (Mateus 4:1; Lucas 4:1).
Vamos apresentar algumas considerações a esse respeito para aqueles que entendem que nossa posição deprecia, de algum modo, a realidade das tentações de Cristo. Sabemos que Jesus não tinha uma natureza pecaminosa. Sabemos que ele não tinha a inclinação e a compulsão para pecar que temos por causa da nossa natureza decaída. Ainda assim, esses fatos não desmerecem  a realidade da aquilo que ele experimentou. Ele vivenciou a mesma luta que temos vivenciado. Do mesmo modo, fato de que, como Deus, Jesus não poderia ter pecado não tira o mérito  da realidade de suas tentações: ele sentiu as mesmas lutas e provações que nós sentimos. Por outro lado, se dissemos que Jesus podia pecar estamos desmerecendo sua divindade absoluta, porque estaremos indicando que, de alguma maneira, Deus existe separado de Jesus e vice-versa.
 Concluímos que a natureza humana de Jesus podia ser, e foi, tentada. Uma vez que a divina natureza estava no controle, entretanto, Jesus não podia pecar e nem pecou. Se Jesus tivesse uma natureza humana incompleta, a realidade e o significado das tentações e da agonia no Getsêmani seriam reduzidos. Acreditamos que ele tinha, realmente, uma natureza humana completa. Ele experimentou exatamente, aquilo que o homem experimenta quando é tentado e luta contra  a tentação. O fato de Jesus saber que venceria pelo Espírito, não diminui o valor da realidade das tentações.
 A questão toda, sobre se Jesus poderia ou não pecar, é abstrata como já observamos antes. Ela se esgota na afirmativa de que a natureza humana de Jesus era como a nossa em todos os pontos, exceto quanto ao assunto do pecado original. Ele foi tentado em tudo, como nós, e, ainda assim, o espírito de Deus, esteve sempre controlando tudo. O fato mais relevante para nós, é que ele foi tentado, e, mesmo assim, não pecou.
O FILHO NA TERMINOLOGIA BÍBLICA
Devemos considerar a dualidade da natureza de Cristo enquadrada na estrutura da terminologia bíblica. O termo Pai se refere a Deus mesmo -- Deus em toda  a sua divindade. Quando falamos do eterno Espírito de Deus, queremos falar de Deus mesmo, o Pai. Deus Pai, portanto, é um termo bíblico perfeitamente aceitável para se usar para Deus (Tito 1:4). A Bíblia, no entanto, não usa nem uma só vez o termo "DEUS FILHO". Não é um termo correto porque filho de Deus se refere à humanidade de Jesus Cristo. A Bíblia define o Filho de Deus como a criança nascida de Maria, não como o Eterno Espírito de Deus (Lucas 1:35). Filho de Deus pode se referir apenas a natureza humana ou pode se referir ao Deus manifestado em carne -- o que significa divindade na natureza humana.
Filho de Deus nunca significa o incorpóreo Espírito, sozinho, entretanto. Não podemos, jamais, usar o termo "FILHO", corretamente, separado da humanidade de Jesus Cristo. Os termos "FILHO de DEUS", "FILHO do HOMEM" e "FILHO", são apropriados e bíblicos. No entanto, o termo "Deus FILHO", não é apropriado porque, iguala o filho com a divindade única, e está, portanto em desacordo com as escrituras.
O filho de Deus não é uma pessoa separada da divindade, mas é a expressão física do único Deus. O filho  é "Imagem do Deus invisível" (Colossenses 1:13-15) e "A expressão exata do seu ser (Deus)" (Hebreus 1:2 e 3), como um carimbo deixa no papel uma assinatura exatamente igual, ou como um sinete marca o lacre com a impressão exata, quando pressionado contra a cera, assim o Filho de Deus é a expressão exata do Espírito de Deus, na carne. O homem não podia ver o Deus invisível, assim Deus fez uma semelhança exata de si mesmo na carne, imprimiu sua verdadeira natureza na carne, veio ele mesmo na carne, para que o homem pudesse vê-lo e conhecê-lo.
Muitos outros versículos das escrituras revelam que podemos usar o termo "Filho de DEUS", corretamente, apenas quando ele inclui a humanidade a Jesus. Por exemplo, o Filho nasceu de uma mulher (Gálatas 4:4), o Filho era unigênito (João 3:16), o Filho nasceu (Mateus 1:21-23; Lucas 1:35), o Filho não sabia quando aconteceria a segunda vinda  (Marcos 13:32), o Filho não podia fazer nada de si mesmo (João 5:19), o Filho comia e bebia (Mateus 11:19), o Filho sofreu (Mateus 7:12), uma pessoa pode blasfemar contra o Filho e ser perdoada, mas não contra o Espírito (Lucas 12:10), o Filho foi crucificado (João 13:14; 12:30-34) e o Filho morreu (Mateus 27:40-54; Romanos 5:10). A morte de Jesus é um exemplo particularmente bom. Seu Espírito divino não morreu mas seu corpo humano morreu. Não podemos dizer que Deus morreu, portanto, não podemos dizer que "DEUS FILHO" morreu. Por outro lado, podemos dizer que o Filho de Deus morreu,  que Filho se refere à humanidade.
 Como ficou afirmado acima, "FILHO" nem sempre se refere apenas à humanidade, mas a divindade e humanidade juntas, como existem na única pessoa de Cristo. Por exemplo, o Filho tem poder para perdoar pecados (Mateus 9:6). O Filho estava no céu e na terra, ao mesmo tempo (João 3:13), o Filho subiu ao céu (João 6 : 62), e o Filho vai voltar, em glória, para julgar e governar (Mateus 25:31).
FILHO DE DEUS
Uma observação deve ser acrescentada a nossa discussão a respeito da expressão "DEUS FILHO". Em João 1:18 a versão King James usa a frase, "O filho unigênito" e a versão RSV diz "O único Filho". Entretanto, a NIV diz "Deus o único Filho", e a TAB". Essas duas últimas versões são baseadas em variadas leituras de alguns textos gregos. Não acreditamos que estejam corretas. Se pudéssemos justificar o uso da expressão "DEUS FILHO", de algum modo seria para destacar, como temos feito, que "Filho de Deus", pode significar não apenas à humanidade de Jesus mas também, a divindade enquanto habitando a humanidade. Entretanto, João 1: 18  FILHO para se referir à humanidade, porque ele disse que o Pai a divindades de Jesus) é revelado pelo Filho. Esse versículo das escrituras não significa que Deus é revelado por Deus, mas que Deus é revelado na carne através da humanidade do Filho.
Qual é o significado do título "FILHO DE DEUS?” Ele enfatiza a natureza divina de Jesus e o fato de ter nascido de uma virgem. Ele é o Filho de Deus porque ele foi concebido pelo Espírito de Deus, o que tornou Deus, literalmente, seu Pai (Lucas 12. 35). Quando Pedro confessou que Jesus era "O Cristo, o Filho de Deus vivo", reconheceu o papel messiânico e a divindade de Jesus (Mateus 16: 16). Os judeus compreenderam o que Jesus queria dizer quando chamava a si próprio de Filho de Deus e quando chamava Deus seu pai, porque tentaram matá-lo por afirmar ser Deus (João 5: 18; 10: 33). Resumindo: o título "Filho de Deus" reconhece a humanidade e chama a atenção para a divindade de Jesus. Ele significa queDEUS manifestou a si mesmo na carne.
Devemos notar que os anjos são chamados filhos de Deus (38: 7) por que Deus os criou diretamente. Do mesmo modo, Adão era o filho de Deus pela criação (Lucas 3:38). Os santos (membros da igreja de Deus) também são filhos de Deus, porque ele nos adotou em seu parentesco (Romanos 8:18 a 19). Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, tendo todos os direitos de filiação. Jesus, entretanto, é o Filho de Deu no sentido em que nenhum outro ser ou é ou pode ser, porque Jesus é o unigênito Filho de Deus (João 3:16). Ele é o único jamais concebido ou gerado pelo Espírito de Deus. Assim a sua filiação única atesta sua divindade.
FILHO DE HOMEM
O termo "FILHO do HOMEM" chama a atenção primeiramente para a humanidade de Jesus Cristo; ele faz alusão ao fato de que ele é o rebento da humanidade. O Velho Testamento usa essa expressão, muitas vezes para se referir à humanidade. Os seguintes versículos das escrituras, por exemplo, o usa para significar a humanidade em geral, ou qualquer homem, sem identificação específica: Salmos 146:3; Isaías 51:12; Jeremias 49:18 (o Salmo 8:4 tem o significado suficiente que se refere profeticamente ao Messias, como é mostrado em Hebreus 6 e 7).
O termo “FILHO do HOMEM" se refere, também muitas vezes, a um homem específico, especialmente em Ezequiel, onde ele designa o profeta (Ezequiel 2:1, 3,6,8; Daniel 8:17). Em alguns versículos das escrituras ele a indica um homem a quem Deus deu soberania e poder (Salmos 80:17; Daniel 7:13). Esses últimos significados aparecem frequentemente na literatura apocalíptica judaica do período intertestamental.
Jesus usou o termo “FILHO do HOMEM" referindo-se a si mesmo, muitas vezes. Na maior parte das ocasiões, ele o usou como sinônimo de que "Eu" ou como um título, dando ênfase à sua humanidade. Em alguns exemplos, a expressão implica não simples fato de sua humanidade, bem como o poder e a autoridade outorgada ao Filho pelo eterno Espírito de Deus (Mateus 24:30; 25:32). Para resumir: Jesus abordou o título, com suas conotações de poder e de soberano do mundo, mas aplicou-o a si mesmo em todas as situações. O título serve para nos lembrar que Jesus era, realmente, um homem.
APENAS O VERBO
Vamos, olhar novamente para esse termo, a fim de distingui-lo, no uso, do termo Filho, o Verbo ou Logos pode significar o plano ou pensamento, como ele existia na mente de Deus. Esse pensamento era um plano predestinado -- um acontecimento futuro absolutamente certo e -- e, portanto, tinha  uma realidade ligada a ele que nenhum pensamento humano poderia jamais possuir. O verbo pode, também significar o plano ou pensamento de Deus enquanto expresso na carne, quer dizer no Filho. Qual é a diferença, portanto, entre os dois termos, VERBO e FILHO. O verbo tinha preexistência e o Verbo era Deus (O Pai), assim, podemos usá-lo sem nos referir à humanidade. Entretanto, o Filho se refere sempre a encarnação e não podemos usá-lo na ausência do elemento humano. Exceto como um plano preestabelecido na mente de Deus, o Filho não tinha pré-existência antes da concepção no ventre de Maria. O Filho de Deus preexistia em pensamento, mas não em substância. A Bíblia chama de Verbo, esse plano preestabelecido. (João 01:1 e 14).
FILHO UNIGÊNITO OU O FILHO ETERNO?
João 3:16 chama Jesus de Filho unigênito de Deus. Muitas pessoas, entretanto, usam a expressão "FILHO Eterno". Esta expressão é correta?
Não.  A Bíblia não a usa nunca e  ela expressa um conceito desmentido pelas Escrituras. A palavra gênito vem do verbo gerar, que significa "Procriar, da existência, ser o pai". Desse modo, genito, indica um momento definido no tempo -- o instante quando a concepção se deu. Por definição, o genitor (pai) sempre existe antes do gerado (rebento). Deve haver um tempo quando o genitor  existe e o gerado ainda não tenha existência, e deve haver um instante no tempo quando o ato de geração ocorre. De outro modo a palavra unigênito não tem sentido. Assim, as próprias palavras gênito e filho contradizem, cada uma, palavra eterno quando aplicada ao Filho de Deus.
Já discutimos que "FILHO DE DEUS", se refere à humanidade de Jesus. Está claro que a humanidade de Jesus não é eterna, mas nasceu em Belém. Só podemos falar de eternidade-passado, presente e futuro-com referência a Deus. Uma vez que "FILHO de DEUS" se refere a uma humanidade ou divindade enquanto manifestada em carne, a ideia de um Filho eterno se torna incompreensível. O filho de Deus teve um começo.
O COMEÇO DO FILHO
A filiação -- ou o papel de filho -- o que começou com a concepção da criança no ventre de Maria. As escrituras deixam isso completamente claro. Gálata 4:4 diz: "Vendo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei". O filho veio na plenitude do tempo -- não na eternidade passada. O filho foi nascido de mulher e-não gerado eternamente  o filho foi nascido sob a lei-não antes da lei (veja, também, Hebreus 7:28). O termo unigênito se refere a concepção de Jesus, descrita em Mateus 1:18-20 e Lucas 1:35. O filho de Deus foi gerado quando o Espírito Santo, miraculosamente, fez com que acontecesse a concepção no ventre de Maria. Isso fica evidente no próprio significado da palavra unigênito de, também, do relato de Lucas 1:35, que explica que, porque o Espírito Santo envolveria Maria com sua sombra, por isso, sua criança seria filho o de Deus. Devemos observar o tempo futuro do verbo nessa frase: "O ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus".
 Hebreus 1:5-6 revela também que a geração do filho ocorreu em um determinado instante do tempo em que o filho teve um começo no tempo: "Pois a qual dos anjos disse jamais: tu és meu filho, eu hoje te gerei? E outra vez: eu lhe serei pai, e ele me será filho? E, novamente, ao introduzir o primogênito no mundo, diz: e todos os anjos de Deus o adorem". Desses versículos,  podemos concluir o seguinte: o Filho foi gerado em um determinado dia, no tempo; houve um tempo quando Filho não existia;  Deus profetizou a respeito da futura existência do Filho ("Será"); e Deus trouxe o Filho ao mundo algum tempo após a criação dos anjos.
Outros versículos das escrituras  enfatizam o fato de que o Filho foi gerado num determinado dia do tempo -- "Eu hoje te gerei" (Salmos 2:7; Atos 13:33). (Todos versículos do Velho Testamento que mencionam o Filho são claramente proféticos, prevendo o dia quando o Filho de Deus seria gerado Salmos 2:7 e 12; Isaías 7:14; 9:6).  Daniel 3:25 se refere a um anjo. Mesmo se de fato descrevesse  uma teofanía de Deus, não poderia significar o então inexistente corpo de Jesus Cristo).
 A partir desses versículos, fica fácil ver que o Filho não é eterno, mas foi gerada por Deus a mais de 2000 anos atrás. Muitos teólogos que não tem aceitado completamente a grande verdade da unicidade de Deus, tem ainda, rejeitado a doutrina do "FILHO ETERNO", como  auto contraditória, em desacordo com as escrituras e falsa. São exemplos: Tertuliano (pai da doutrina do trinitarianismo, na história da igreja primitiva), Adam Clarke (o conhecido comentarista bíblico), e Finis Dake (anotador  da Bíblia pentecostal, que é essencialmente triteistico).
O TÉRMINO DA FILIAÇÃO
A Filiação não apenas teve um começo, mas terá, em pelo menos sentido, um fim. Isso se torna evidente a partir de I Corintios  15: 23-28 particular o verso 24, que diz: "E então virá o fim, quando Ele (Cristo entregar o Reino ao Deus e Pai...” o versículo 28 diz: "Quando porém, todas as cousas lhe estiverem sujeitas, então o próprio filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos". Esse versículo das escrituras se torna  inexplicável se pensarmos em um " Deus filho" equiparado e co-eterno com Deus Pai. Mas ele se torna facilmente explicável se nos dermos conta de que "Filho de Deus" se refere a um papel específico que Deus assumiu temporariamente com o propósito de redenção. Quando as razões da filiação deixarem de existir Deus (Jesus) deixará de assumir seu papel de Filho e a filiação será, outra vez, absorvida pela grandeza de Deus, que retornará a seu papel original como Pai, criador e  soberano de tudo. Efésios 5:27 descreve essa mesma cena em termos diferentes: "Para apresentar a si mesmo (Cristo) igreja gloriosa...”, Jesus  apresentará a igreja a si mesmo! Como pode ser isso à luz de I Corintios 15:24, que descreve o filho apresentando o reino ao Pai? A resposta é clara: Jesus em seu papel de filho, e como seu ato final como filho, apresentará a igreja a si mesmo em seu papel de Deus Pai”.
Encontramos, ainda, outra indicação de que a Filiação terá  um fim. Em atos 2:34 e 35. Pedro citou Davi no salmo 110:1: "Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta ti à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés". Devemos notar a palavra até. Essa passagem descreve a natureza dual de Cristo, com o Espírito de Deus (o senhor) falando profeticamente a manifestação  humana de Cristo (o Senhor). A mão direita de Deus representa o poder e autoridade de Deus. Fazer dos inimigos estrado para os pés significa derrotar completamente o inimigo e tornar bem clara essa derrota. Nos tempos antigos, o vitorioso, muitas vezes, fazia isso literalmente, pisando sobre a cabeça o pescoço de seus inimigos (Josué 10:24). Portanto, a profecia de Salmos 110 é a seguinte: o Espírito de Deus dará poder e autoridade ao homem Cristo Jesus, o Filho de Deus, até que o Filho tenha conquistado completamente os inimigos, o pecado e o mal. O Filho  terá poder até que faça isso. O que acontece ao Filho depois disso? Isso significa que uma pessoa terna da trindade deixará de estar assentada à direita de Deus e perderá todo o poder? Não. Isso significa simplesmente que o papel do Filho como soberano cessará. Deus usará seu papel como Filho -- Deus manifestado em carne -- para vencer Satanás, cumprindo assim, Gênesis 3:15  onde Deus afirmou que a semente da mulher  esmagaria  a cabeça do mal. Depois disso, Deus não precisará mais do papel humano para governar.
Depois que satanás for lançado no lago de fogo, e todo o pecado for julgado no último juízo (Apocalipse 20), não mais será necessário que o Filho use o trono do poder. Jesus Cristo deixará de atuar em sua Filiação e será Deus para sempre.
Isso significa que Deus deixará de usar o corpo ressurreto e glorificado de Cristo? Acreditamos que Jesus continuará a usar seu corpo glorificado por toda a eternidade. Isso está indicado em Apocalipse 22:3 e 4, que descreve um Deus visível mesmo após o último dos juízos e após a criação do novo céu e da nova terra: "Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela  estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e nas suas frontes estará o nome dele". Jesus é sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquesedeque (Hebreus 7:21), mesmo que ele deixe de atuar em seu papel de sacerdote, após o último julgamento. O corpo humano glorificado do Senhor é imortal, assim como serão imortais os nossos corpos (I João 3:2; I Corintios 15:50-54). Embora o corpo glorificado de Cristo continue a existir, todas as razões para o reinado da filiação terão deixado de existir e todos os papéis atuados pelo Filho e estarão cumpridos. Mesmo o Filho será colocado sobre  sujeição para que Deus possa ser tudo em todos. É nesse sentido que a filiação deixará de existir.


O PROPÓSITO DO FILHO
Sendo o papel de Filho de Deus temporário, não eterno, por que escolheu  Deus manifestar-se através do Filho? Por que ele gerou o Filho? O propósito primário do Filho é ser nosso Salvador. A obra da salvação  exigia muitos papéis que só um ser humano  poderia cumprir, incluindo  os papéis de sacrifício, propiciação, substituto, parente-resgatador, reconciliador, mediador, advogado, sumo sacerdote, segundo  dão e exemplo. Esses termos se sobrepõem de muitas maneiras, mas cada um representa um aspecto importante da obra de salvação que, de acordo com o plano de Deus, poderia ser cumprida por um ser humano.
De acordo com o plano de Deus, era necessário que o sangue os derramado para remissão dos pecados do homem (Hebreus 9:22). O sangue de animais não removeria o pecado do  porque os animais são inferiores ao homem (Hebreus 10:4). Nenhum ser humano poderia resgatar o pecado de outro ser humano, porque todos pecaram e todos trouxeram para si mesmos a penalidade para morte (Romanos 3:23; 6:23). Apenas Deus era sem pecado, mas ele não tinha carne e sangue. Assim, Deus preparou um corpo  para Si mesmo (Hebreus 10:5), para que ele pudesse viver uma vida sem pecado na carne, que pudessem derramar sangue inocente para salvar a humanidade. Ele se tornou carne e sangue para poder, através da morte, vencer o mal e de bem-estar à humanidade (Hebreus 2:14 e 15). Desse modo, Cristo é nossa propiciação -- o modo pelo qual obtemos perdão, a satisfação da justiça de Deus, o apaziguamento da santa ira de Deus (Romanos 3:25. O sacrifício de Cristo é o meio pelo qual Deus perdoa nossos pecados sem comprometer sua justiça. Somos salvos, hoje, pelo sacrifício de Jesus Cristo -- pela oferta do Filho de Deus (Hebreus 10:20; João 3:16). Assim, o Filho é o sacrifício e a propiciação pelos nossos pecados).
 Quando Filho de Deus se tornou um sacrifício, ele se tornou, também, o nosso substituto. Ele morreu em nosso lugar, levou sobre se os nossos pecados, que pagou à pena de morte pelos nossos pecados (Isaías 53:5 e 6 ; I Pedro 2:24). Ele foi mais que um Marte; ele realmente tomou o nosso lugar. Ele provou a morte por todos os homens (Hebreus 2: 9). Naturalmente, a única maneira pela qual Jesus poderia ser nosso substituto e morrer em nosso lugar, seria através de sua vida em carne.
 O papel de Cristo como nosso parente-resgatador se torna possível através da filiação. No Velho Testamento, se um homem vendesse sua propriedade. Ou se vendesse como escravo, um parente próximo tinha o direito de  comprar de volta à propriedade daquele homem , ou de compra sua liberdade, em seu lugar (Leviticos 25:25; 47:49). Vindo em carne Jesus se tornou nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). Assim, ele qualificou se a si mesmo como nosso parente-resgatador. A Bíblia o descreve como nosso redentor (Romanos 3:24; Apocalipse 5:9) .
 Por sua humanidade, Jesus Cristo é capaz de mediar, quer dizer, ficar entre o homem e Deus, e representar o homem diante de Deus. Como mediador Jesus reconcilia o homem com Deus. Ele traz um homem de volta à comunhão com Deus (II Corintios 5:18-19). O abismo existente entre o Deus santo e o homem pecador encontrou uma ponte m sem pecado, Jesus Cristo: "Por quanto a um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o homem" (1 Timóteo 2:5). Devemos observar com que cuidado Paulo manteve a unicidade de Deus, esse versículo. Não há distinção em Deus, mais uma distinção entre Deus e o homem Jesus Cristo. Não há duas personalidades em Deus a dualidade existe em Jesus como Deus e Jesus como homem. Não é o Deus  intermediário entre Deus e o homem; nem é "Deus Filho". É, antes, o homem Jesus que o mediador; somente um homem sem pecado poderá se aproximar de um Deus Santo, em favor da humanidade.
Estreitamente ligado com o papel de Cristo como mediador sendo papel de sumo sacerdote (Hebreus 2:16-18; 4:14-16). Em sua humanidade Jesus foi tentado como nós somos; e por causa de sua experiência humana que ele pode nos ajudar como um sacerdote chefe de compaixão. Ele penetrou o tabernáculo celestial, esteve atrás do véu, dentro do mais santo dos lugares e lá ofereceu seu próprio sangue (Hebreus 6:19; 9:11 e 12). Através de seu sacrifício de morte, nós temos acesso direto ao trono de Deus (Hebreus 4:16; 6:20). O filho é nosso sumo sacerdote, através de quem pode nos chegar, corajosamente, diante de Deus.
 Do mesmo modo, a filiação permite que Cristo seja nosso advogado, alguém chamado para nos ajudar (I João 2:1). Se pecarmos, mesmo após a conversão, temos  alguém que pedirá misericórdia, por nós, diante de Deus. É mais uma vez, o papel do filho que conseguE isso, porque, quando confessando os nossos pecados, o sangue de Cristo é aplicado sobre esses pecados tornando possível sua  defesa, em nosso favor.
Através de sua humanidade. Jesus é o segundo Adão (I Corintios 15:45-47). Ele veio para conquistar e condenar o pecado na carne, e para vencer a própria morte (Romanos 8:3; I Corintios 15: 55-57) ele veio como Homem para que pudesse recolocar Adão como representante da raça humana. Agindo assim, ele anulou todas as consequências  da queda de Adão, para todos aqueles que crêem nele (Romanos 5:12-21). Tudo aquilo que a humanidade perdeu por causa do pecado de Adão, Jesus contestou de volta, como o segundo Adão o novo representante da raça humana.
Há um outro aspecto da vitória de Cristo sobre o pecado na carne. Jesus não apenas feio na carne para morrer, mas, também, para nos dar o exemplo de uma vida vitoriosa, para que pudéssemos seguisse os passos (I Pedro 2:21). Ele nos mostrou como viver de modo a vencer o pecado na carne. Ele se tornou o Verbo de Deus interpretado em carne (João 1:1). Ele se tornou o Verbo vivo para que pudéssemos compreender claramente como Deus queria que fôssemos. Naturalmente, ele nos dá poder para seguir seu exemplo. Assim como somos reconciliados pela sua morte, somos salvos por sua vida (Romanos 5:10). Seu Espírito nos dá poder para viver a vida justa que Ele quer que vivamos (Atos 1:8; Romanos 8:4). O Filho não apenas apresenta o homem a Deus, como ele, também, apresenta Deus ao homem. Ele é um apóstolo, alguém escolhido por Deus e enviado por Deus com um propósito específico (Hebreus 3:1). Ele é um profeta, apresentando Deus ao homem e revelando a palavra de Deus ao homem (Atos: 3:20-23; Hebreus1: 1 e 2). Sua humanidade é crucial a esse respeito, por que Deus usou a humanidade do Filho para alcançar o homem, no nível do homem.
Além de proclamar a palavra de Deus, o Filho revelou o homem à natureza de Deus. Através do Filho, Deus comunicou seu grande amor pelo homem e demonstrou seu grande poder, de um modo que o homem pode entender. Deus usou o nome de Jesus como a revelação culminante de sua natureza e a pessoa de Jesus como a culminação profética das teofanías do Velho Testamento. Esse propósito da filiação se expressa em muitos versículos das escrituras que ensinam a manifestação de Deus na carne. João 1:18 descreve esse propósito do filho: "Ninguém jamais viu a Deus o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou". Isaías profetizou que essa revelação aconteceria: "A glória do Senhor se manifestará, e da carne a verá" (Isaías 40:5). Paulo escreveu, que isso, realmente, aconteceu em Cristo: "Por que Deus que disse: das trevas resplandeça a luz -- ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (II Corintios 4:6). Em outras palavras, o Filho de Deus se tornou um meio pelo qual o Deus invisível e incompreensível se revelou ao homem.
Um  outro propósito do Filho é providenciar o cumprimento de muitas promessas do Velho Testamento, feitas a Abraão, e Isaque, Jacó, a nação de Israel e a Davi. Jesus Cristo cumprirá as promessas relativas aos descendentes desses homens, e ele fará isso durante o Reino do milênio na terra o (Apocalipse 20:4). Ele será, literalmente, o rei de Israel e de toda a terra (Zacarias 14:16 e 17; João 1:49). Deus prometeu a Davi que sua casa e trono seriam estabelecidos para sempre (II Samuel 7:16). Jesus cumprirá isso, literalmente, em si mesmo, da verdadeira linhagem de Davi, através de Maria. E sendo herdeiro do trono de Davi o seu pai legal José (Mateus 1).
 A filiação permite a Deus, também, a julgar o homem. Deus é justo e bom. Ele é, também, misericordioso. Em sua justiça e misericórdia ele resolveu não julgar o homem até que ele tivesse, realmente, experimentado todas as tentações e problemas da humanidade e até que tivesse demonstrado que é possível viver justamente na carne (com poder divino, naturalmente, mas com mesmo poder que ele tem colocado à nossa disposição). A bíblia afirma, especificamente, que o Pai não jogará ninguém; somente o Filho será um juiz (João 5:22 e 27). Deus jogará através de Jesus Cristo (Romanos 2:16). Em outras palavras, Deus (Jesus) julgará o mundo no papel daquele que viveu na carne, que venceu o pecado na carne, e que tornou possível que o mesmo poder vencedor estivesse disponível a toda a humanidade.
 Em resumo, ha muitos propósitos para o Filho. No plano de Deus o Filho era necessário para trazer a salvação ao mundo. Isso incluem os papéis de:
1) sacrifício,
2) substituto
3) parente-redentor,
4) e conciliador,
5) mediador,
6) sumos sacerdotes,
7) advogado,
8) segundo Adão,
9) exemplo de retidão.
 A filiação também tornou possível para Cristo ser:
10) apóstolo,
11) profeta,
12) revelador da natureza de Deus,
13) rei e
14) juiz.
Todos esses papéis exigiam um ser humano para que fossem realizados; a partir deles vemos por ter deus vê o mundo, em carne, como Filho.
Após estudamos os propósitos da filiação, é fácil ver por que o Filho veio a  existir em um determinado instante do tempo, em vez de existir desde toda a eternidade. Deus simplesmente esperou a plenitude do tempo, quando todos esses propósitos poderiam, de modo melhor, serem postos em ação (Gálatas 4:4). Assim, o Filho não tinha existência substancial até o momento da concepção de Cristo, no ventre de Maria.
Após o reinado do milênio e do último julgamento, os propósitos da filiação estarão cumpridos e o reinado do Filho terá fim. Quando temos em vista o propósito do Filho, podemos entender que a filiação é temporária e não eterna: a Bíblia nos diz quando a filiação começou e quando o ministério da filiação acabará.
Para recordar e para obter maiores explicações sobre alguns conceitos a respeito do filho, podemos estudar Hebreus 1, que contém várias referências  interessantes a esse respeito. O versículo 3 descreve o Filho como brilho da glória de Deus e a imagem expressa de sua pessoa. A palavra hypostasis, traduzida como "Pessoa" na versão King James, significa substância, natureza ou ser. A NIV traduz o versículo 3, da seguinte maneira: "O Filho é a radiação da glória de Deus e a representação exata de seu ser". Numa passagem similar, Colossenses 1:15 diz que o filho é a imagem do Deus invisível. Vemos, outra vez, que o Filho é uma manifestação visível do Pai, em carne. O Filho é uma representação exata ou imagem de Deus, com toda a glória de Deus. Em outras palavras, o Deus invisível (Pai) se manifestou em carne visível, como o Filho, para que os homens pudessem contemplar a glória de Deus e pudessem entender como Deus realmente é Hebreus 1 pode ser visto como uma reafirmação de João 1, passagem na qual lemos que Deus pai foi feito carne. Hebreus 1:2 diz que Deus nos falou através do Filho; João 1: 14 diz que o Verbo se fez carne, e João 1:18 afirma que o Filho revelou Deus o Pai. desses versículos compreendemos que o Filho não é distinto do Pai em personalidade, mas é o modo pelo qual o Pai revelou a Si mesmo ao homem.

O FILHO E A CRIAÇÃO
Hebreus 1:2 afirma que Deus criou o universo através do Filho. Do mesmo modo, Colossenses  1:13-17 diz que todas as coisas foram criadas pelo Filho, e Efésios 3:9 diz que todas as coisas foram criadas por Jesus Cristo. O que significam criadas "Pelo Filho", uma vez que o Filho não tinham uma pré-existência substancial, antes da encarnação?
Naturalmente, sabemos que Jesus, como Deus, pré existiu a encarnação uma vez que a divindade de Jesus não é outro senão a do próprio Pai. Reconhecemos que Jesus (o Espírito divino de Jesus) é realmente o criador. Esses versículos descrevem o Espírito eterno que estava no Filho -- a divindade que mais tarde foi encarnada como o Filho -- como o criador. A humanidade de Jesus não poderia criar, mas Deus, que veio no Filho como Jesus Cristo, criou o mundo. Hebreus 1:10 declara que Jesus, como o Senhor, foi o criador.
Essas passagens das escrituras talvez tenham, ainda, um significado mais profundo: embora o Filho não existisse no tempo da criação, exceto como o Verbo na mente de Deus, Deus usou seu preconhecimento do Filho, quando criou o mundo. Sabemos que ele criou o mundo pela palavra de Deus (Hebreus 11:3 ele criou o mundo tendo em sua mente o conhecimento de seu plano para a encarnação de redenção na cruz. Talvez, com esses mesmo preconhecimento eles usassem a filiação para criar o mundo. Quer dizer, ele fundamentou toda a criação na futura vinda de Cristo. Como John Miller explica: embora ele não manifestasse sua humanidade até a plenitude do tempo, ainda assim ele a usou e agiu com ela, desde toda a eternidade". [16] Romanos 5:14 afirma que Adão três figurava aquele que havia de vir, a saber, Cristo; pois Deus, e evidentemente tinha o Filho em mente, quando criou Adão.
Sabemos que Deus não vive no tempo e que ele não é limitado pelo tempo como nós somos. Ele conhece o futuro com certeza e pode, com certeza, predeterminar um plano. Assim, ele pode exigir em um acontecimento futuro porque ele sabe o que vai acontecer. Ele pode ver coisas que não existem, como se existissem (Romanos 4:17). Assim foi o cordeiro sacrificado antes da criação do mundo (Apocalipse 13:8), e é por isso que o homem Jesus pode orar: "E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo" (João 17:5). Embora Deus criar o homem para que o amasse e adorasse (Isaías 43:7; Apocalipse 4:11), o pecado do homem teria contrariado propósito de Deus na criação, não tivesse tido Deus o plano de restauração homem através do Filho. Deus previu a queda do homem, mas, não obstante, ele criou o homem uma vez que tinha predestinado o Filho e o futuro plano da redenção (Romanos 8:29-32). O plano a respeito do Filho estava na mente de Deus no momento da criação e era necessário para que a criação tivesse bom êxito. Portanto, ele criou o mundo através do Filho.
Sabemos que os versículos das escrituras que fala da criação pelo Filho não podem significar que o Filho existia substancialmente no momento da criação, como pessoa separada do Pai. O Velho Testamento proclama que um ser individual nos criou, e ele é Jeová, o Pai: "Não temos nós todos um mesmo pai? Não nos criou o mesmo Deus?" (Malaquias 2:10); "Assim diz o SENHOR, que te redime, o mesmo que formou desde o ventre materno: eu sou o SENHOR que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus, e sozinho espraiei a terra" (Isaías 44:24).
Jesus não foi crucificado, num sentido físico, antes da criação, o Filho não foi gerado antes da criação, e o homem Jesus não existia para ter glória, antes da criação. (nota: Jesus falou como homem, em João 17:5, porque por definição, Deus não ora nem tem necessidade de orar). Como pode abrir descrever todas essas coisas como existindo antes da criação? Elas existiam na mente de Deus como um plano futuro e predeterminado. Aparentemente, os versículos das escrituras, que fala de Deus criando o mundo pelo Filho, querem dizer que Deus usou e aproveitou seu futuro plano de filiação quando ele criou o mundo. Com certeza o plano para o Filho e para a redenção e existiu na mente de Deus, antes e durante a criação. (para maior esclarecimento do assunto, veja o tratamento que demos a Gênesis 1:26, Resumindo, podemos olhar a criação pelo Filho, de duas maneiras:
1) o próprio espírito de Deus, que mais tarde se encarnou como Filho, era o criador.
2) embora o filho não existisse fisicamente, Deus tinha o plano do Filho em sua mente, no momento da criação e. Ele confiou naquele plano -- ele confiou na filiação -- para cumprir seu propósito na criação, apesar de seu preconhecimento do pecado do homem.
O PRIMOGÊNITO
Hebreus 1:6 chama o  Filho de primogênito. E isso não significa que o Filho foi o primeiro ser criado por Deus, nem mesmo que ele foi criado pois esse mesmo a versículo indica que a "genitura" ocorreu depois da criação dos anjos. Com certeza, o Filho não foi "Gerado eternamente", porque o versículo 5 descreve a genitura acontecendo a um determinado momento no tempo: "Tu és meu Filho, eu hoje te gerei". Portanto, em que o Filho é o "Primogênito"?
 O termo tem vários sentidos. Em um sentido da palavra, o Filho não era apenas o primeiro gerado como também o único gerado (João 3:16). Isso quer dizer, o Filho é a única pessoa, literalmente, concebida pelo Espírito Santo (Deus); seu nascimento de uma virgem tornou possível que a completa divindade e a completa humanidade se unissem em uma pessoa. Ainda mais, o Filho é o primogênito no sentido de que ele foi planejado na mente de Deus antes de qualquer outra coisa. Além disso, o Filho é o primogênito por ter sido o primeiro a conquistar o pecado e a morte. Ele é "O primogênito dos mortos" (Apocalipse 1:5), "O primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8:29) e "O primogênito de entre os mortos". (Colossenses 1:18).
Todos esses versículos usam a mesma palavra grega Prototokos, como em Hebreus 1:6. Cristo era as primícias da ressurreição, uma vez que ele foi o primeiro a ser fisicamente ressuscitado e o primeiro a receber um corpo glorificado (I Corintios 15:20).
 Sendo Jesus Cristo o cabeça da igreja, que é chamada a "Igreja dos (pertencentes) primogênitos" (Hebreus 12:23), podemos interpretar a designação de Cristo como "O primogênito (prototokos) de toda a criação", em Colossenses 1:15, como significando primeiro nascido da família espiritual de Deus a ser escolhido de toda criação. Pela fé nele, podemos nos tornar filhos de Deus, pelo novo nascimento (Romano 8:14-17 de). Jesus é o autor e consumador de nossa fé (Hebreus 12:2 ), o capitão de nossa salvação (Hebreus 2:10), o apóstolo e o sumo sacerdote de nossa confissão (Hebreus 3:1), e nosso irmão (Hebreus 2:11 e 12). É em seu papel redentor que ele pode ser chamado de primogênito ou primeiro nascido entre muitos irmãos.
O título de Cristo, de primogênito, tem significado não apenas no sentido de primeiro em ordem, mas, também, de primeiro em poder, autoridade e primazia, assim como o irmão mais velho tem primazia entre seus irmãos. Enquanto aplicado a Cristo, primogênito não significa que ele foi o primeiro homem fisicamente nascido, mas que ele é o primeiro em autoridade. Esse é o significado I  Colossenses 1:15, quando diz que ele é "O primogênito de toda a criação", como vemos nos versículos subsequentes. Os versículos 16-18 descrevem Jesus como criador de todas as coisas, o detentor de todo o poder e a cabeça da igreja. Em particular, o versículo 18 disse que ele é "O primogênito de entre os mortos, para em todas as cousas ter a primazia".
 Para resumir, Jesus é o primogênito ou o primeiro nascido, em vários sentido .
1) Ele é o primeiro e único Filho gerado por Deus, pois foi concebido pelo Espírito Santo.
2) o plano da encarnação existia na mente de Deus desde o princípio, antes de qualquer outra coisa .
3) que em sua humanidade, Jesus é o primeiro homem a conquistar o pecado e ele é, portanto, o primeiro nascido da família espiritual de Deus.
4) em sua humanidade, Jesus é o primeiro homem a vencer a morte e, assim, Ele é as primícias da ressurreição ou primogênito dos mortos.
5) Jesus é a cabeça de toda a criação e a cabeça da igreja, portanto, Ele é o primogênito no sentido de ter primazia e autoridade sobre todas as coisas, assim como irmão mais velho, tradicionalmente, tem primazia entre seus irmãos. Os quatro primeiros pontos se referem a ser o primeiro em ordem, enquanto o quinto se refere a ser o primeiro em poder e grandeza.
 A designação de Cristo como o primogênito não significa que ele foi criado ou gerado por um outro Deus. Significa, antes, que como homem, Cristo é o primeiro e o mais velho dos irmãos, na família espiritual de Deus, em que Ele tem autoridade e poder sobre toda a criação.
HEBREUS 1:8-9
"Mas, acerca do Filho: o teu  trono, ó Deus, é para todo o sempre... Deus, o teu Deus, de ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos seus companheiros." a primeira parte desta passagem se refere claramente à divindade do Filho, enquanto a segunda parte se refere à humanidade do Filho. O escritor de Hebreus está citando uma passagem profética que encontramos no Salmo 45:6 e 7. Esse assunto não é sobre a Divindade, mas  uma afirmação profética inspirada por deus e tendo em vista a futura encarnação de Deus. Deus estava falando profeticamente, através do salmista, para se revelar num futuro papel. temos aprendido que o termo "Filho de Deus" se refere a encarnação, ou a manifestação de Deus com em carne. Deus planejou  o Filho   antes do começo do mundo, mas o Filho não teve real existência substancial até a plenitude do tempo. O Filho teve um começo  porque o Espírito de Deus gerou (concebeu) o Filho no ventre de Maria. O reinado do Filho terá um fim porque quando a igreja for apresentada a Deus e quando Satanás, o pecado e a morte, tiverem sido julgados e dominados, o papel do Filho cessará. O Filho cumpre muitos papéis que no plano de Deus poderiam ser cumpridos apenas por um ser humano sem pecados. Naturalmente, o definitivo propósito do Filho e providenciar os meios de salvação para a humanidade decaída.
 Concluímos três coisas a respeito do uso da expressão "Filho de Deus".
1) não podemos usá-la separadamente da humanidade de Cristo, porque ela se refere, sempre, a carne ou ao Espírito de Deus em carne.
2) Filho é sempre usado com referência ao termo, porque a filiação teve um começo e terá um fim .
3) como Deus, Jesus tem todo o poder, mas como Filho ele era limitado em poder. Jesus era tanto o homem quanto Deus.
 A doutrina bíblica do Filho é uma verdade maravilhosa. Ela apresenta algumas ideias complexas, principalmente porque é difícil para a mente humana compreender  um ser que tenha uma natureza tanto humana quanto divina. Através do Filho, Deus apresenta vivida- mente sua natureza ao homem, particularmente seu amor incomparável.
A doutrina do Filho não ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que enviou outra pessoa, "Deus Filho", para morrer e reconciliar o mundo como Pai. Pelo contrário, ela ensina que Deus Pai amou o mundo de tal maneira que Se vestiu em carne e deu a Si mesmo, como Filho de Deus, para reconciliada consigo o mundo (II Corintios 5:19).
O único Jeová de Deus, do Velho Testamento, o grande criador do universo, o humilhou-se a Si mesmo, na forma de um homem para que o homem pudesse vê-lo, compreendê-lo e se comunicar com ele. Ele fez um corpo para si mesmo, chamado Filho de Deus.
 Deus mesmo providenciou meios para redimir a humanidade. "Viu que não havia  ajuda dor algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor pelo que o seu próprio braço      lhe trouxe a salvação" (Isaías  59:16). Para seu próprio braço providenciou salvação . Uma compreensão correta do Filho tem, portanto, o efeito de engrandecer e glorifica o Pai. De seu papel como Filho, Jesus orou ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra... manifestei o teu nome... eu lhes fiz conhecer o teu nome" (João 17 4,6 e 26.) O Pai revelou a Si mesmo ao mundo e reconciliou consigo mundo, através do Filho.     

PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO
"Eu e o Pai somos um" (João 10:30).
"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolado... o Espírito da verdade" (João 14:16 e 17).
No significado dos termos Pai e Espírito Santo, enquanto aplicados a Deus. Vamos, ver os relacionamentos e as distinções existentes entre os três termos: Pai, Filho e Espírito Santo. Será que esses termos identificam, realmente, três pessoas diferentes ou três personalidades na divindade? Ou será que eles indicam três papéis, modos, funções ou ofícios diferentes, pelos quais o único deus opera e revela a si próprio?
O PAI
A expressão "Deus Pai" é bíblica e se refere ao próprio Deus(Gálatas 1:1-4).  Deus é o Pai; ele não é meramente Pai do filho,mas o Pai de toda a criação (Malaquias 2:10; e Hebreus 12:9). Eleé, também, nosso pai, em razão do novo nascimento (Romanos8:14-16).
O título pai indica relacionamento entre Deus e o homem, particularmente entre Deus e seu Filho e entre Deus e o homem regenerado. Jesus ensinou, muitas vezes, que Deus é nosso pai(Mat. 5:16,45 e 48). Ele nos ensinou orar: "Pai nosso que estados nos céus" (Mateus 6:9). Como homem, no entanto, Jesus tinha, ainda, um relacionamento especial com Deus de um modo que nenhum outro homem jamais teve. Ele era a único filho gerado pelo Pai (João 3:16), o único que foi realmente concebido pelo Espírito de Deus e o único que tinha a plenitude de Deus, sem limites.
A Bíblia ensina claramente que há apenas um Pai (Malaquias 2:10,Efésios 4:6). Ela também afirma que Jesus é o único Pai (Isaías 9:6;João 10:30). O Espírito que habitava o Filho de Deus não era outro senão o Pai.
É importante observar que o nome do pai é Jesus, porque esse nome expressa e revela plenamente o Pai. Em João 5:43, Jesus disse: "Eu vim em nome de meu Pai". De acordo com hebreus 1:4, ofilho "Herdou mais excelente nome". Em outras palavras, o filho herdou o nome de seu pai. Assim, entendemos por que Jesus disseque ele manifestou e declarou o nome do pai (João 17:6 e 26). Ele cumpriu a profecia do velho testamento que afirma que o Messias declararia o nome do Senhor (Salmos 22:22; Hebreus 2:12).  Em nome de quem veio o filho? Que nome ele obteve de seu pai, por herança?  Que nome o filho manifestou? A resposta é clara. O único nome que ele usou foi o nome de Jesus, o nome de seu pai.
O FILHO
Basicamente, a expressão "Filho de Deus" se refere a Deus quando manifestado em carne, na pessoa de Jesus Cristo, para a salvação da humanidade. O nome do filho é Jesus: "Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus" (Mateus 1:21). Uma vez que vai se refere apenas à divindade, ao passo que "Filho de Deus" se refere à divindade enquanto encarnada em humanidade, não cremos que o Pai seja o filho. Embora não acreditamos que o Pai seja o filho, acreditamos, com certeza, que o Pai está no Filho (João 14:10).Sendo Jesus o nome do Filho de Deus, tanto em relação à sua divindade como Pai quanto à sua humanidade como filho, Jesus é o nome de ambos, do Pai e do Filho.
O ESPÍRITO SANTO
Esse  termo "Espírito Santo", no KJV é traduzido  da palavra grega pneuma.
O Espírito Santo é, simplesmente, Deus. Deus é santo (Leviticos 11:44; I Pedro 1:16). De fato, apenas Ele é santo em Si mesmo. Deus é também Espírito (João 42: 4) e há somente um Espírito de Deus (I Corintios 12:11; Efésios 4:4). Portanto, "Espírito Santo" é um outro termo para o único Deus.
Fica evidente que o Espírito Santo é Deus se compararmos Atos 5:3com 5:4, e se compararmos I Corintios 3:16 com 6:19. Essas passagens identificam o Espírito Santo com o próprio Deus.
Não podemos limitar os termos "Espírito Santo" e "O Espírito de Deus" ao Novo Testamento, nem limitar, do mesmo modo, o papel ou manifestação de Deus que eles descrevem. Encontramos o Espírito mencionado através de todo o Velho Testamento, a partir de Gênesis 1:2. Pedro nos diz que os profetas antigos foram movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1:21).
Se Espírito Santo é simplesmente Deus, porque há necessidade desse termo? O motivo é que ele dá ênfase a um aspecto particular de Deus: Ele enfatiza que ele, que é um Espírito Santo, onipresente e invisível, opera entre todos os homens, em todos os lugares, e pode preencher os corações dos homens. Quando falamos do Espírito Santo, estamos lembrando a nós mesmos da obra invisível de Deus entre os homens e de seu poder para ungir, batizar, tornar plenas, e a habitar as vidas humanas. O termo fala de Deus em atividade." E o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gênesis 1:2).

Ele se refere a Deus agindo entre os homens a fim de regenerar sua natureza decaída e capacitá-los a realizar a vontade sobrenatural de Deus no mundo. Observamos que o Espírito é o agente do novo nascimento (João 3:5; Tito 3:5).
Uma vez que o Espírito é o próprio Deus, o modo correto de usarmos os pronomes Ele e Seu para nos referimos ao Espírito será com letras maiúsculas. Muitas vezes os amos "Espírito Santo" como uma forma abreviada de nos referir ao "Batismo (ou dom) Espírito Santo", e, em tais casos, podemos, a também, apropriadamente, usar ele e seu com letras minúsculas. Quando fazemos isso, temos que nos lembrar, no entanto, que o Espírito Santo é Deus e não simplesmente uma força ou fluído sem inteligência. Os versículos seguintes revelam que o Espírito Santo é, de fato, Deus e não uma força sem inteligência: Atos 5:3 e 4, 9; 20:23 e 28; 21:11.
Pelo nome de Jesus o Espírito é revelado e recebido. Ele não é uma pessoa à parte, com identidade separada, que vem em outro nome. Jesus disse: "O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome..." (João 14:26). O Espírito Santo vem, portanto, em nome de Jesus.
O PAI É O ESPÍRITO SANTO
O único Deus é Pai de todos, é Santo, e é Espírito. Portanto, os títulos Pai e Espírito Santo descrevem o mesmo ser. Para dizer de outro modo, o único Deus pode realmente cumprir dois papéis, de Pai e Espírito Santo. As escrituras atestam isso.
1- João 3: 16 diz que Deus é o Pai de Jesus Cristo e Jesus se referiu ao Pai como seu próprio Pai, muitas vezes (João 5:17 e 18). Ainda Mateus 1:18-20 e Lucas 1: 35 revelam, claramente, que o Espírito Santo é o Pai de Jesus Cristo. De acordo com esses versículos das escrituras, Jesus foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu, Filho de Deus.
O único que faz com que haja a concepção é o Pai. Como todos os versículos das escrituras, que se referem à concepção ou genitura do Filho de Deus, fala do Espírito Santo como sendo o agente da concepção, fica evidente que o Pai do corpo humano de Jesus é o Espírito e é lógico concluímos que o Espírito Santo é o Pai de Jesus Cristo, o filho de Deus.
2 - Joel 2: 27-29 registram as palavras de Jeová Deus: "Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne". Pedro aplicou esses versículos ao batismo do Espírito Santo, obviamente o Espírito de Jeová tem que ser um Espírito Santo.
3 - A bíblia chama o Espírito Santo de "O Espírito do Senhor" (Isaías 40:13), o Espírito de Deus (Gênesis 1: 2), o Espírito do Pai (Mateus 10:20). Havendo um único Espírito, todas essas expressões devem se referia ao mesmo ser. O Espírito Santo não é outro senão Jeová Deus, nem outro senão o Pai.
Para uma visão mais completa da identificação do Espírito Santo com o Pai, considere as seguintes comparações da Bíblia:
1- Deus Pai ressuscitou Jesus dos mortos (Atos 2:24; Efésios 1:17-20), todavia o Espírito ressuscitou Jesus de entre os mortos (Romanos 8:11).
2 - Deus Pai vivifica (dá vida) aos mortos (Romanos 4:17; I Timóteo 6:13), no entanto Espírito também o faz (Romanos 8:11).
3 - O Espírito nos adota, o que significa que Ele é o nosso Pai (Romanos 8:15 e 16).
4 - O Espírito habita a vida de um cristão (João 14:17; Atos 4:31), o Espírito do Pai habita os corações dos homens (Efésios 3:14-16). É o pai que vive em nós (João 14:23).
5 - O Espírito Santo é nosso condicionador (João 14:26, em grego parakletos), mas Deus Pai é o Deus de toda consolação (paraklesis) que nos conforta (parakaleo) em toda tribulação (II Corintios 1:3 e 4).
6 - O Espírito nos retifica (I Pedro 1:2), também o Pai nos santifica (Judas 1).
7 - Toda a escritura é dada por inspiração de Deus (II Timóteo 3:16), ainda assim, os profetas do Velho Testamento eram movidos pelo Espírito Santo (II Pedro 1: 21).
8 - Nossos corpos são templos de Deus (I Corintios 3:16 e 17), são, também, templos do Espírito Santo (I Corintios 6:19).
9 - O Espírito do Pai nos dirá o que dizer em tempos de perseguição (Mateus 10:20), mas o Espírito Santo, também (Marcos 13:11).
 De todos esses versículos das Escrituras, concluímos que o Pai e o Espírito Santo são, simplesmente, duas descrições diferentes de um único Deus. Os dois termos descrevem um mesmo ser, mas dão ênfase ou esclarecem diferentes aspectos, papéis ou funções que Ele possui.
A DIVINDADE DE JESUS CRISTO É O PAI
A divindade residente em Jesus não é senão o Pai. Em outras palavras, o Espírito no Filho é o Pai. A Divindade de Jesus Cristo é o Espírito Santo.
O Espírito Santo é chamado de o Espírito de Jesus Cristo (Filipenses 1:19), e de o Espírito do filho (Gálatas 4:6). 2 Corintianos 3:17 fala do único Espírito: "Ora o Senhor é o Espírito", e "O Senhor que é o Espírito" (versículo 18). Em resumo, o Espírito que habita em Jesus Cristo não é outro senão o Espírito Santo. O Espírito no filho é o Espírito Santo.
 Veja o paralelismo de alguns versículos das Escrituras que revelam que o Espírito de Cristo é o Espírito Santo.
1 - O Espírito de Cristo estava nos profetas do passado (1 Pedro 1: 10 e 11), embora saibamos que eles vieram movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:21).
2 - Jesus ressuscitará os crentes da morte (João 6:40), ainda assim, o Espírito vivificará (dará vida) os mortos (Romanos 8:11).
3 - O Espírito ressuscitou a Cristo de entre os mortos (Romanos 8:9-11), embora Jesus afirmasse que Ele ressuscitaria a Si mesmo de entre os mortos (João 23:19-21).
4 – João 14:16 diz que o Pai enviaria outro Consolador, a saber, o Espírito Santo, embora, em João 14:18, Jesus tenha dito: "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros". Em outras palavras, o outro consolador é Jesus em uma outra forma __em Espírito, e não em carne. Jesus explicou isso no versículo 17, dizendo que o Conservador já habitava entre os discípulos de que Ele logo estaria neles. Quer dizer, o Espírito Santo estava com eles na pessoa de Jesus Cristo, mas o Espírito Santo, o Espírito de Jesus Cristo, logo estaria neles. Jesus explicou mais sobre esse ponto em João 16:7,dizendo que ele tinha que partir, pois, se não, o outro consulado não viria. Por que? Enquanto Jesus estivesse junto deles em carne não poderia estar presente espiritualmente em seus corações, mas depois que partisse fisicamente ele enviaria de novo seu próprio Espírito para estar com eles.
5 – O Espírito Santo habita o coração dos cristãos (João 14:16), e ainda assim Jesus prometeu que a habitaria seus seguidores até o fim do mundo (Mateus 28:20). Do mesmo modo, os crentes são plenos do Espírito Santo (Atos 2:4 e 38), e ainda é Cristo que habita em nós (colossenses. 1: 27).
6 - Efésios 3:16 e 17 dizem que tendo Espírito no homem interior, temos Cristo em nossos corações.
7 - Cristo Santifica a Igreja (Efésios 5: 26), mas também o Espírito o faz (1 Pedro 1:2).
8 - O Espírito Santo é o prometido parakletos de João 14:26 (palavra grega traduzida como "Consolador" na versão King James), e ainda Jesus é o nosso parakletos em 1 João 2:1 (a mesma palavra grega traduzida como "Advogado", na versão King James). Devemos notar que o mesmo autor - o apóstolo João - escreveu ambos os versículos, devendo, presumivelmente, estar atento ao paralelismo.
9 – O Espírito é nosso intercessor (Romanos 8:26), mas Jesus é, também, nosso intercessor (Hebreus 7:25).
10 - O Espírito Santo nos dirá o que falar em tempos de perseguição (Marcos 13:11), embora Jesus tenha dito que ele o faria (Lucas 21:15).
11 - Em Atos 16:6 e 7, a RSV e a NIV igualam, amos, o Espírito Santo ao Espírito de Jesus.


PAI, FILHO, E ESPÍRITO SANTO
Está claro que os termos Pai, Filho e Espírito Santo não pode implicar em três pessoas, personalidades, vontade ou serem separados. Eles podem significar, apenas, aspecto ou papéis diferenciados de um ser - Espírito - o único Deus. Eles descrevem o relacionamento de Deus com o homem, não pessoas existentes numa Divindade. Usamos Pai para enfatizar o papel de Deus como Criador, Pai de espíritos, Pai dos crentes regenerados e Pai da humanidade de Jesus Cristo. Usamos Filho para significar ambos, a humanidade de Jesus Cristo e Deus como ele se manifestou na carne com o propósito de salvar o homem. Usamos Espírito Santo para enfatizar o poder ativo de Deus no mundo, e entre os homens, particularmente sua obra de regeneração.
 Devemos observar que esses três títulos não são os únicos que deus possui. Muitos outros títulos com nomes usados para deus são significativos e aparecem frequentemente na bíblia, inclusive termos com SENHOR (Jeová), senhor, palavra, deus Todo-Poderoso, e o único santo de Israel. A unicidade, como ponto de vista, não nega o pai, o filho e o Espírito Santo, mas rejeita que esses termos sirvam para designar pessoas da divindade. Deus tem muitos títulos, mas ele é um único ponto ele é indivisível quanto à sua existência, mas sua revelação de si mesmo a humanidade tem sido expressa através de muitos meios, inclusive sua revelação como o pai, no filho, e como Espírito Santo.
Efésios 3:14-17, que, citamos, várias vezes, neste capítulo, demonstra que o pai, o espírito e Cristo são um, no sentido descrito. "Por esta causa nem ponha de joelhos diante do pai, de quem toma o nome de toda a família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que seja mais fortalecido com poder, mediante o seu espírito no homem interior; e assim habita Cristo nos vossos corações, pela fé..." a versão King James é ambígua quanto à "Seu espírito" se referia ao espírito do pai ou espírito de Cristo. As versões NIV, TAB, RS e o texto grego de Nestle, todos, tornam claro que "Seu" se refere ao "Pai". Essa passagem e identifica, portanto, o Espírito que está no coração do cristão como o Espírito do pai e, também, como Cristo. O pai, Cristo e o Espírito se referem, todos, a um único Deus  indivisível.
O que podemos comentar a respeito de passagens das Escrituras que parecem descrever mais que uma pessoa na Divindade? Isso acontece apenas por causa dos anos que têm sido usadas como argumentos por parte daqueles que acreditam em mais de uma pessoa da Divindade. Quando uma pessoa liberta sua mente de todas as interpretações, conotações e doutrinas forjadas pelos homens, vendo esses versículos do ponto de vista dos seus autores originais (que eram judeus monoteístas devotos), compreendemos que esses versículos descrevem os títulos atributos e papéis de Deus ou a dualidade da natureza de Jesus Cristo. 
Apenas dois versículos das escrituras, em toda a bíblia, mencionam Pai, Filho (ou Verbo) e Espírito Santo, de modo a sugerir três pessoas, o significado especial ao número três em relação à Divindade. São, Mateus 28:19 e 1 João 5:7. Ambas as passagens, no entanto, apresentam sérios problemas para o trinitarianismo.
Mateus 28:19
 “Ide, portanto, fazer discípulos de todas as nações, batizando os em nome do pai e do filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19).
Nessa passagem, Jesus ordenou a seus discípulos que batizar sem "Em nome do pai e do filho e do Espírito Santo". No entanto, esse versículo o não ensina que o pai, o filho e o Espírito Santo seja três pessoas separadas. Ele ensina antes, que os títulos de pai, filho e Espírito Santo identificam um nome e, portanto, um ser. O versículo diz, explicitamente, "Em nome", não "nos nomes".
Para dirimir qualquer dúvida de qualquer a distinção singular plural seja significativa o tenha sido deliberadamente por deus, precisamos, apenas, ler Gálatas 3:16, onde Paulo dá ênfase ao significado do singular “teu descendente", referindo-se a Gênesis.22:17. Muitos estudiosos trinitárianista têm reconhecido, ao menos parcialmente, o significado do singular, em Mateus 28:19. Por exemplo, o professor presbiteriano James Buswell afirma: “O nome, não nomes do Pai, do Filho e do Espírito Santo, no qual devemos ser batizados, deve ser entendido como Jahweh, o nome do Deus-Triúno." [17] Essa maneira de ver o singular está correta, embora sua identificação do nome singular esteja errada. Jeová ou Yahweh era o nome de Deus revelado no Velho Testamento, mas Jesus é o nome de Deus revelado no Novo Testamento. Entretanto, o nome Jesus inclui Jeová, uma vez que Jesus significa Jeová-Salvador”.
Pai, Filho e Espírito Santo descrevem todos, o único Deus; portanto a frase em Mateus 28:19 descreve, simplesmente, o único nome do único Deus. O Velho Testamento prometeu que viria um tempo quando Jeová teria um nome e esse único nome se tornariaconhecido (Zacarias 14:9; Isaías 52:6). Sabemos que o único nomede Mateus 28:19 é Jesus, por que Jesus é o nome do pai (João5:43; Hebreus 1: 4), do Filho (Mateus 1:21 e do  Espírito Santo (João 14:26). A igreja do Novo testamento entendeu assim, pois batizava no nome de Jesus Cristo (Atos 2:38;8:16;10:48;19:5; 22:16; 1 Corintios 1:13).  O próprio Mateus confirmou essa interpretação permanecendo ao lado de Pedro e dos outros apóstolos durante o sermão no qual Pedro ordenou que o povo fosse batizado em nome de Jesus Cristo (Atos 2:14-38).
Alguns afirmam que as referências em atos não significam que o nome de Jesus fosse pronunciado oralmente como  parte forma do batismo. Entretanto, isso parece ser uma tentativa de torcer a linguagem para adaptá-la à uma doutrina e prática errôneas. Atos22:16 diz: "Levanta-te, recebe o batismo e lavo os teus pecados, invocando o nome dele". O Novo testamento interlinear Greco-Inglês diz:" Invocando o nome". Esse versículo indica, portanto, que o nome de Jesus era invocado oralmente por ocasião do batismo. Tiago 2:7,diz:"Não são eles os que blasfemam ao bom nome que sobre vós foi invocado?" a frase elogia grega indica que o nome era invocado sobre os cristãos, num momento específico. A bíblia amplificada diz: "Não são eles que caluniam e blasfemam aquele nome precioso pelo qual são distiguídos  e chamados (o nome de Cristo invocado no batismo)?"
Para termos um exemplo do que significa “Em nome de Jesus”, precisamos apenas da história de cura do coxo, em atos 3. Jesus disse para pelos enfermos em seu nome “Marcos 16:17 (e 18), e Pedro disse ao coxo que ele estava curado em nome de Jesus (atos4:10).  Como isso aconteceu? Pedro, realmente, pronunciou as palavras: em” nome de Jesus Cristo “(atos 3:6). O nome Jesus, invocado com fé, conseguiu o milagre. O nome significa poder ou autoridade, mas se significado não afastam o fato de que Pedro tenha invocado, moralmente, o nome de Jesus ao efetuar a cura”.
 Si as muitas passagens, em atos, que se referem ao batismo pela água, em nome de Jesus, não descrevem uma formula batismal, então a verdade é que Mateus 28:19 também não indicam uma fórmula. Essa interpretação deixaria a igreja sem qualquer fórmula batismal para distinguir o batismo cristão do batismo judaico e do batismo pagão. Mas, o senhor não nos deixou sem uma fórmula batismal; a igreja cumprir corretamente as instruções dadas por Jesus em Mateus 28:19, quando os apóstolos e usavam o nome de Jesus no batismo pela água.
Muitas enciclopédias e muitos historiadores da igreja concordam que a fórmula de batismo original usada na história da igreja primitiva era" Em nome de Jesus". O professor luterano Otto Heick, por exemplo, diz: no princípio, o batismo era administrado em nome de Jesus, mas, gradualmente, passou a ser administrado em nome do Deus-Triúno: Pai, filho e Espírito Santo".  Essa não foi uma afirmativa impensada, porque ele, mais tarde, reafirmou seu ponto de vista:" No princípio o batismo era em nome de Cristo".
Essa interpretação de que nome, Jesus, em Mateus 28:19, em contrato maior apoio na completa descrição dos acontecimentos, dos quais esse versículo é uma parte. Em Mateus 28:18 e 19, Jesus disse: “Ou dá à autoridade me foi dada no céu e na terra.  I de, portanto, fazer discípulos de todas as nações, batizando as em nome..." em outras palavras Jesus disse: “Eu tenho todo o poder, portanto batizar aí em meu nome". Toda a lógica da passagem seria distorcida, se a lêssemos como o: “Eu tenho todo o poder, portanto, batizar em nome de três pessoas diferentes".  Nos outros registros da grande comissão, o nome de Jesus figura com destaque (marcos16:17; Lucas 24:47). O de Mateus diz: “Em nome do pai e do filho e do Espírito Santo". Marcos: o "Em meu nome". E Lucas: o "Em seu nome". Todos se referem ao nome de Jesus.
 Devemos nos lembrar que o batismo pela água é administrado por causa de nossa vida passada, de pecado; para a "Remissão 2... Pecados" (atos 2:38). Sendo nome de Jesus o único que salva (atos4:12) ,é lógico que seja o nome usado no batismo. Jesus mesmo ligou seu nome a remissão dos pecados: “E que em seu nome sepegasse arrependimento para remissão de pecados, a todas as nações, começando de Jerusalém" (Lucas 24:47).
Mateus 28:19 não ensina que há três pessoas em um único Deus, mais dá, antes, três títulos de Deus todos eles, apropriadamente aplicados a Jesus Cristo. Esses títulos resumem os diferentes papéis de Deus ou modos de sua revelação; por sua referência ao" nome", no singular, a passagem chama a atenção para o único nome de Deus que é revelado no Novo testamento. Esse nome é Jesus.
 Maior luz sobre a interpretação de que o nome de Deus e Jesus vem de uma comparação entre apocalipse 14 :1 e apocalipse 22:3 e4. Há um nome para o Pai, Deus, e o cordeiro. O cordeiro Jesus, assim Jesus é o nome de Deus e do Pai
I João 5:7
"Pois a três que se dão testemunho no céu; que o pai, a palavra, e oEspírito Santo; e esses três são um”. (I João 5:7)
Embora esses versículos das escrituras sejam, muitas vezes, usado por aqueles que acreditam na existência de três pessoas em deus, ele, na realidade, refuta a esse ponto de vista, pois afirma: "Esses três são um". Alguns interpretam esse texto como significando um em união como marido e esposa são um. Mas é preciso destacar que esse ponto de vista é essencialmente politeísta.  Se a palavra um se refere à união, em vez de uma designação numérica, então à divindade pode ser vista como muitos deuses em um conselho ou governo unido. Se devesse significar união, o versículo deveria ser: "Estes três concordam entre si, como um".
É, também, interessante notar que si versículo não usa a palavra Filho, mas palavra. Se Filho era o nome especial de uma pessoa distinta na Divindade, e se esse versículo estivesse tentando ensinar que há pessoas separadas, porque usa a palavra em lugar de Filho? Filho não se refere, primária mente, à divindade, mas palavra, sim. A palavra não é uma pessoa separada do pai, assim como homem e sua palavra não são pessoas separadas. A palavra é, antes, o pensamento o plano na mente de deus e também a expressão de Deus.
De modo semelhante, o Espírito Santo não é uma pessoa separada do Pai, como um homem e seu espírito não são pessoas distintas. O Espírito Santo apenas descreve o que Deus é. 1 João 5:7, disse que os três dão testemunho no céu; que dizer, Deus testemunhou a si mesmo em três maneiras de atividade ou revelou a si mesmo de três modos. Ele tem, pelo menos, três papéis celestiais: Pai, palavra(e não Filho), e Espírito Santo. Além disso, esses três papéis descrevem um Deus:" Estes três são um".
* Apenas explicamos 1 João 5:7 de modo coerente com o resto das escrituras. Há, entretanto, concordância praticamente unânime, entre os estudiosos da bíblia, de que esse versículo não faz, é realmente, de modo algum, parte em da bíblia! Todas as principais traduções desde a versão King James tem omitido esse versículo, inclusive revised standard version the Amplified Bible, o a new International version, bem como o texto grego (texto de Nestle), amplamente aceita. A NIV traduz 1 João 5:7 e 8 como o:"Por que a três que testemunham: o espírito, água e o sangue; e  estes três estão em acordo".
A versão King James inclue o versículo 7 apenas porque a edição de 1522 do texto grego compilado por Erasmo, o incluía. Anteriormente, Erasmo tinha a excluído essa passagem de suas edições de 1516 e  1519, porque ela não estava em  Nenhum dos 5.000 manuscritos gregos, mas apenas nos últimos manuscritos da vulgata- a versão latina usada, pela a igreja católica romana. Quando a igreja católica pressionou Erasmo para que ele incluísse esse versículo, ele prometeu que o faria se eles pudessem contra apelo menos um manuscrito que o registrasse. Finalmente conseguiram um e, então, com relutância, Erasmo acrescentou o versículo, embora o manuscrito apresentado fosse datado de 1520.(veja Norma Geisler e William Nix, em uma introdução geral para a Bíblia, Chicago: Moody Press), 1968,p.  (370). Assim, parece plausível que algum copista super zeloso tenha visto "ha três que dão testemunho" e tenha decidido inserir uma explicação própria a respeito. Na realidade, a passagem em questão está completamente desligada do resto do discurso de João, I e interrompe o fluxo lógico de sua argumentação.
 Embora toda a evidência indique que esta passagem não fazia parte  originariamente de 1 João, Deus protege e preserva com sua mão, a sua palavra. Apesar dos esforços do homem, Deus não permitiu que a passagem viesse a contradizer Sua palavra. Quer alguém acredite que 1 João 5:7 fosse parte original da Bíblia, quer acredite que tenha sido inserida mais tarde, ela não ensina que existem três pessoas em Deus, mas, sim, reafirma o ensino bíblico de um Deus indivisível, com várias manifestações.
DEUS SE LIMITA A TRÊS MANIFESTAÇÕES?
Discutimos, neste capítulo, três principais manifestações de deus. Isso significa que deus se limita a três papéis? Os termos pai, filho e Espírito Santo  englobam tudo aquilo que deus é? Apesar da importância que essas manifestações têm no plano de redenção e salvação do Novo testamento, e não parece que deus possa ser limitado a esses três papéis, títulos ou manifestações. Deus manifestou assim mesmo de muitas maneiras, no velho testamento. Ele se revelou em muitas teofanías, inclusive em forma humana e em forma angelical. A Bíblia usa muitos outros nomes e títulos para Deus. Por exemplo: SENHOR (JEOVÁ) e SENHOR, aparecem frequentemente na Bíblia. Deus se revelou ao homem em muitos outros relacionamentos, também. Ele é, por exemplo, Rei, Senhor, e Noivo, o Marido, Irmão, Apóstolo, Sumos Sacerdotes, Cordeiro, Pastor e o Verbo embora Pai, Filho e Espírito Santo representem  importantes papéis, títulos ou manifestações de Deus, não se limita a esses três, nem o número três tem qualquer significado especial, com relação a Deus.
Uma explicação popular de Pai, Filho e Espírito Santo é de que há um Deus que se revelou como Pai na criação, Filho na redenção e Espírito Santo na regeneração. O reconhecimento destas três manifestações não implica em que Deus seja limitado às três ou que exista uma tríade na natureza de Deus. Além disso, não há uma distinção total entre uma manifestação e outra. Por exemplo, Deus era o Espírito Santo, anteriormente, na criação e usou seu papel como espírito na criação (Gênesis 1: 2). Mais ainda, Deus usou seu papel como filho--quer dizer, ele dependia de seu plano para a futura filiação--antes, na criação (Hebreus 1:2).
Deus é nosso pai na regeneração tanto quanto na criação, porque pelo novo nascimento nós nos tornamos filhos espirituais de Deus.
Não podemos confinar Deus a três ou a qualquer número de papéis ou títulos nem podemos. Dividi-lo, porque ele é um. Mesmo porque seus títulos e papéis se sobrepõem. Ele pode se manifestar de muitos modos, mas ele é um e apenas um ser.
 Como podemos, então, nos referir a Deus o de um modo que descreva tudo que ele é? Que nome inclui os muitos papéis e atributos de Deus? Podemos, naturalmente usar simplesmente o termo deus ou nome do Velho Testamento-- JEOVÁ. Temos, no entanto, um novo nome que nos foi revelado--o nome de Jesus. Quando usamos o nome de Jesus, abrangemos tudo que Deus é. Jesus é o Pai e, o Filho, e o Espírito Santo. Jesus resume todos os nomes compostos de Jeová. Jesus é tudo que Deus é. Quaisquer que sejam os papéis ou manifestações de Deus, estão todos em Jesus (Colossenses 2: 9). Podemos usar o nome de Jesus para o próprio Deus, pois ele representa a totalidade do caráter de Deus, seus atributos e sua auto-revelação.
A Bíblia fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo como diferentes manifestações, papéis, modos, títulos, atributos, relacionamento com o homem, as funções de um Deus, mas ela não se refere ao Pai, Filho e Espírito Santo como três pessoas, personalidades, vontades, mentes os deuses. Deus é o Pai de todos nós e de um modo um ímpar, é o pai do homem Jesus Cristo. Deus se manifestou em carne, na pessoa de Jesus Cristo, chamado o Filho de Deus. Deus é, também, chamado de Espírito Santo, o que enfatiza sua atividade na as vidas e assuntos do homem.
Deus não está limitado a essas três manifestações. Entretanto, na gloriosa revelação do único Deus, o Novo testamento não se desviado Monoteísmo estrito do Velho Testamento. Antes, a Bíblia apresenta Jesus como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Jesus não é apenas a manifestação de uma de três pessoas da à divindade, mas ele é a encarnação do Pai, o Jeová do Velho Testamento. Na realidade, em Jesus habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.
AS OBRAS DE DEUS
Os decretos divinos em geral
O termo decreto de Deus tem por significado o propósito ou determinação em relação a acontecimentos futuros, ou seja, que as coisas acontecem de acordo com o propósito de Deus e não pelas leis fixas da natureza, destino ou por acaso.
A Negativa desses decretos ou a pré-ordenação divina, seria como que negar a atividade de Deus, é quase como que destroná-Lo, colocando-O como mero espectador, impossibilitando-O de agir. Berkhof (2009) sobre os decretos diz: Os decretos divinos constituem essa classe de obras divinas.
NATUREZA DOS DECRETOS DIVINOS
O Decreto Divino é somente um- embora seja muitas vezes citado no plural a natureza do decreto é um único ato de Deus, as Sagradas Escrituras o apresentam como prothesis, um propósito ou conselho, deduzindo também da própria natureza de Deus.
Com relação ao conhecimento de Deus seu decreto tem estreita relação, o decreto Deus é o fundamento de seu livre conhecimento.
O decreto divino tem relação tanto com Deus quanto com o homem, referindo-se primeiramente as obras de Deus, limitando-se as opera ad extra (criação) de Deus, ou seus atos transitivos.
OS DECRETOS DE DEUS E O LIVRE ARBÍTRIO
Os decretos divinos determinam as livres ações dos homens, ou seja, o decreto faz com que as ações humanas sejam certas, porém não necessárias. Os decretos de Deus não são executados pelo apelo a vontade humana, portanto, não sendo, inconsistentes com o livre agir da liberdade do homem. Berkhof (2009) acerca dos decretos e livre arbítrio diz: ... a Bíblia certamente não parte da suposição de que o decreto divino é incoerente com a livre ação de homem. Ela revela claramente que Deus decretou os atos livres do homem, mas também os que os praticam não são menos livres e, portanto responsáveis por seus atos. Gn 50:19-20, At 2:23, 4:27-28.
OS DECRETOS DE DEUS SÃO ETERNOS
Tendo Deus propósito nos acontecimentos do universo, esse propósito teria que ser por necessidade, eterno. A negativa deste fato seria supor que algum evento não previsto fez com que Deus mudasse Seu propósito, sabemos que todos os propósitos de Deus foram feitos com sabedoria, com todo o poder necessário para executá-los, e, portanto, não há necessidade de muda-los. “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras”, Atos 15:18. “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e na há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade”. Isaías 46:9-10.


VALOR PRÁTICO DA DOUTRINA
Ela magnifica a Deus em toda Sua sabedoria, poder e soberania. Ela O coloca sobre o trono onde deve estar e sempre estará. Não existem crises com Deus, nem problemas perplexos O incomodam, nem forças além de Seu controle. Ele Se move com passos majestosos até a consumação de Seu eterno propósito em Cristo para o louvor de Sua glória. O crente deve se sentir humilde ao ver tão grandioso Deus, e sua alma se encurva em admiração e adoração. A doutrina guardará o crente de uma familiaridade desnecessária para com Deus em oração e em outros atos de devoção. Alguns homens oram como se Deus estivesse no seu nível; para tais Ele não é este ser Augusto de Quem falam as Escrituras. Muitas poesias e outros tipos de literatura que saem desta batalha são desapropriados e meras representações de Deus como um camarada de armas. Mas as Escrituras dizem que Deus deve ser no extremo tremendo na assembleia dos santos e grandemente reverenciado por todos que O cercam. Salmo 89:7.
Esta doutrina é um daqueles ensinos avançados das Escrituras que exigem uma mente madura e uma experiência profunda. O principiante na vida cristã talvez não veja o valor nem mesmo a verdade desta doutrina, mas com o passar dos anos ela tornar-se-á num cajado de apoio. Em tempos de aflições, reprovações, e perseguição, a igreja tem encontrado nos decretos de Deus, e nas profecias onde se encontram estas doutrinas, uma forte consolação. É somente sobre este fundamento dos decretos que podemos acreditar que “todas as coisas são para o bem” (Romanos 8:28) e orar “seja feita a tua vontade” (Mateus 6:10). A. H. Strong.
PREDESTINAÇÃO
A doutrina da predestinação na história
A predestinação não ocupou importante assunto para discussão na história até o tempo de Agostinho no inicio ele defendia a ideia dos pelagianos que consideravam a predestinação como a presciência de Deus com relação aos atos humanos para determinar seu futuro, mas após refletir sobre o caráter o soberano beneplácito de Deus passou a ver que a predestinação não dependia de modo algum da presciência divina, em algumas de suas declarações ora firmava que há Deus sabe previamente o que Ele mesmo fará ou pré-conhece o que não fará, falando dos eleitos como sendo predestinados a salvação e dos reprovados predestinados para condenação por presciência divina. Embora houvesse essa ambiguidade de pensamentos pode-se perceber que ele ensinava uma dupla predestinação, ele sabia da diferença entre ambas. Tais pensamentos encontraram muita oposição na França pelos semipelagianos, que defendiam a doutrina de uma predestinação baseados na presciência. Surgiram inúmeras controvérsias e defensores de Agostinho entre estes Tomaz de Aquino, porém os semipelagianismo passou a dominar entre os líderes das igrejas, somente no final da idade média é que a Igreja Católica Romana passou a dar maior divulgação à doutrina da predestinação, dando vasão tanto ao semipelagianismo ensinado por Molina quanto ao agostinianismo divulgado por Tomaz de Aquino. Porém tanto a doutrina de um quanto do outro com relação a predestinação não poderia ser posta como fator determinante para o restante da Teologia.
A doutrina da predestinação foi estritamente defendida pelos reformadores do século XVI, sendo aceita por Martin Lutero se bem que no final de sua existência passou a defender uma convicção de que Deus queria que todos os homens fossem salvos algo que enfraqueceu um pouco a doutrina de predestinação, por esta razão ela foi gradativamente da teologia luterana, Calvino entretanto, defendeu a doutrina agostiniana, mas se opôs a doutrina de Pighius que defendia que o decreto concernente à entrada do pecado do mundo foi um decreto permissivo, e que o decreto de reprovação deve ter sido elaborado de maneira que Deus não fosse o autor do pecado, nem responsável por este, de modo nenhum, em contrapartida as confissões reformadas (calvinistas) se incorporaram a esta doutrina sem contudo incorporá-las igualitariamente em são plenitude e precisão. Com a investida arminiana contra a doutrina, os Cânones de Dort apresentam uma minuciosa exposição dela. A doutrina da predestinação as igrejas do tipo arminiano, foi suplantada pela doutrina da predestinação condicional.
A doutrina da predestinação a partir da época de Schleiermacher passou a ter uma formação completamente diversa e desde então a religião passou a ser considerada como um sentimento de dependência absoluta, possuidora de leis invariáveis e causas secundárias, predeterminando todas as resoluções e ações humanas, a predestinação passou a ser identificada com esta predeterminação feita pela natureza ou pela conexão causal universal que existe no mundo.
Barth em tempos atuais dirigiu sua atenção à doutrina da predestinação, mas sua elaboração referente a ela nem de longe tem relação com a de Agostinho e Calvino. Com os reformadores ele apresenta esta doutrina acentuando a soberana liberdade de Deus em Sua eleição, revelação, vocação, e assim por diante, simultaneamente não vê na predestinação uma predeterminada separação feita entre os homens, e também não entende a eleição como uma eleição particular, conforme entendia Calvino. Barth entende que o homem não é objeto de eleição ou reprovação, mas, que em ambas as condições o homem é o campo da eleição ou da reprovação e onde elas se encontram dentro do mesmo indivíduo, sendo reprovado pela ótica humana e eleita sob a ótica divina, a base da eleição é a fé.
TERMOS BÍBLICOS PARA PREDESTINAÇÃO
Yada’ (hebraico) conhecer (ideia de amor eletivo) Gn 18;19, Am 3:2 Os 13:5, ginoskein proginoskein e prognosis (grego) conhecimento seletivo (idéia de predeterminação) At 2:23. 4:28, Rm 8:29, 11:2, I Pe 1:2) , tais passagens perdem o sentido se forem entendidas apenas como sentido de conhecer alguém previamente. Conhecer previamente traz uma idéia bem próxima de predestinação.
Bachar (hebraico), Seklegethai e ekloge (grego) escolha ou seleção do decreto divino do concernente ao destino eterno dos pecadores, escolha acompanhada por beneplácito por vezes a ideia de um chamamento para a salvação, Rm 9.11; 11.5; Ef 1.4; 2 Ts 2.13.
Proorizein e proorismos( grego) predestinação absoluta, predeterminação do homem para certo fim, a Bíblia deixa evidente que o fim pode ser bom ou mau, At 4.28; Ef 1.5, sem poder o fim a que se referir-se não é necessariamente o fim último At 4.28; Rm 8.29; 1 Co 2.7; Ef 1.5, 11.
Protithenai e prothesis (grego) plano definido ou propósito de Deus de predestinar certos homens para a salvação, Rm 8.29; 9.11; Ef 1.9, 11; 2 Tm 1.9.
OS OBJETOS DA PREDESTINAÇÃO
A predestinação é destinada às criaturas racionais de Deus, referindo-se mais aos homens decaídos, entretanto o termo é empregado num sentido mais amplo, no intuito de incluir todos os objetos da predestinação, neste caso as criaturas racionais: A Predestinação é destinada a todos os homens tanto os bons quanto maus (At 4.28; Rm 8.29, 30; 9.11-13; Ef 1.5, 11), ela também é destinada aos anjos tanto bons (Mc 8.38; Lc 9.26) quanto maus que não conservaram o seu estado original, (2 Pe 2.4; Jd 6) a Bíblia também faz explícita menção de anjos eleitos (1 Tm 5.21) com isso que também menção de que há anjos não eleitos. Existem pontos de diferentes entre predestinação dos homens e dos anjos: Enquanto se pode pensar na predestinação dos homens como infralapsária (Criar, Permitir a queda, Eleger alguns, ignorar o restante, Providenciar salvação para os eleitos) a dos anjos só pode ser entendida como supralapsária (Eleger alguns, reprovar o restante, Criar Permitir a queda, Providenciar salvação para os eleitos, Chamado do eleito à salvação) Deus não escolheu apenas certo número de anjos dentre toda uma multidão de anjos decaídos, os anjos não foram eleitos ou predestinados em Cristo como Mediador, e sim, como Chefe, para estarem em relação ministerial com Ele (serviço).
Cristo, objeto da predestinação no sentido de que: tem um amor especial do pai, diferente do Seu usual amor pelo Filho, estava sobre Ele, desde a eternidade (1 Pe 1.20; 2.4) na Sua qualidade de mediador, é objeto do beneplácito do Pai (1 Pe 2.4) e também como Mediador sendo adornado com a imagem especial de Deus Pai, a quem os crentes devem conformar-se (Rm 8.29) e o Reino, com toda a sua glória, e os meios concernentes `a sua posse, ordenados para Ele, para que Ele transmita aos crentes (Lc 22.29).
ELEIÇÃO E REPROVAÇÃO
Duas partes estão inclusas na predestinação: a eleição e a reprovação, onde há a predeterminação de um fim definitivo tanto para os bons quanto dos maus.
Eleição- A Bíblia ao falar de eleição o faz em mais de um sentido: fala da eleição de Israel como povo, separando-o para privilégios e serviços especiais (Dt 4.37; 7.6-8; 10.15; Os 13.), elegendo-os para realizar algum ofício, ou serviço especial, como Moisés Ex 3, os sacerdotes, Dt 18.5, os reis, 1 Sm 10.24; Sl 78.70, os profetas, Jr 1.5, e os apóstolos, Jo 6.70; At 9.15, e a eleição do homem para ser feito filho de Deus e herdeiro da glória eterna, Mt 22.14; Rm 11.5; 1 Co 1.27, 28; Ef 1.4; 1 Ts 1.4; 1 Pe 1.2; 2 Pe 1.10. Esta última é a eleição pode ser considerada como parte da predestinação, pode-se então dizer que a eleição é o propósito de Deus, de salvar raça humana, em Jesus Cristo e por meio dele.
As características da eleição e as dos decretos em geral são semelhantes:
O decreto da eleição- pode-se dizer que é expressão da vontade soberana de Deus, Cristo é o Mediador Ele mesmo é objeto da predestinação e eleição, quando Ele realizou Sua obra mediatória já fora fixado o número dos que Lhe foram dados. A eleição é precedente ao Conselho de paz, o amor de Deus na eleição precede ao envio do Seu filho, Jo 3.16; Rm 5.8; 2 Tm 1.9; 1 Jo 4.9. A eleição é: É eterna (Rm 8.29, 30; Ef 1.4, 5), É incondicional (Rm 9.11; At 13.48,2 Tm 1.9; 1 Pe 1.2, Ef 2.8, 10; 2 Tm 2) , É irresistível (Sl 110.3; Fp 2.13), Não merece a acusação de injustiça ( Mt 20.14, 15; Rm 9.14, 15).
O propósito da eleição eterna é duplo: O propósito próximo é a salvação dos eleitos ( Rm 11.7-11; 2 Ts 2.13), O objetivo final é a glória de Deus ( Ef 1.6, 12,14).
O decreto da reprovação: pode ser definida como o decreto eterno de Deus onde ele determinou deixar de aplicar as operações de Sua graça especial à um certo número de indivíduos, punindo-os pelos seus pecados e delitos, para manifestar a Sua justiça, da mesma forma que há a eleição para salvação há também a eleição para reprovação em vista da negação do indivíduo em reconhecer o sacrifício vicário de Cristo, somente por intermédio Dele Deus é possível o livramento da condenação eterna.
Vale ressaltar que Deus não elegeu alguns para salvação e outros para a condenação, tanto uma condição quanto a outra está no uso do livre arbítrio do homem, se este decide-se em viver uma vida de pecado algo que o distancia de Deus que é Santo, e a negação em receber a Cristo como Seu Salvador leva-o a reprovação / condenação (Jo 1:12) e o fato de recebê-Lo como Seu Senhor e Salvador e afastamento de pecado o torna digno de livramento da condenação e eleito para salvação.
A CRIAÇÃO EM GERAL
Ao estudarmos sobre os Decretos de divinos somos conduzidos naturalmente ao estudo de suas execuções tendo como ponto de a obra da criação, ela dá origem a toda revelação divina constituindo-se também a base de toda a vida ética e religiosa da humanidade. Essa doutrina ao ser apresentada nas Sagradas Escrituras mostra que seu principal objetivo é a exposição de uma revelação da relação do homem com Deus. (Gn. 1.1-31; Sl 102.26, 27; Is 40.12-14, 26, 28; 42.5; 43.7; 45.18; Jr 10.12-16; Am 4.13; Jo 1.3; At 17.24; Rm 1.25; Cl 1.16; Ap 4.11; 10.6, etc 16.1.
DEFINIÇÃO
A palavra criação nas Sagradas Escrituras é representada em dois sentidos: A Criação (imediata ou primária) onde Deus cria “do nada” do hebraico Bara ( Gn 1:1) Berkhof (2009) sobre a criação imediata diz: o ato livre de Deus pelo qual Ele, segundo a Sua vontade soberana e para a Sua própria glória, produziu no princípio todo o universo, visível e invisível, sem uso de material preexistente, e assim lhe deu uma existência distinta da Sua própria e, ainda assim, dele dependente, e a Criação que Deus faz de materiais preexistentes como a criação dos vegetais, dos animais e do próprio homem (Gn 1.11, 12, 24, 25; 2.7; 22). A Criação é um ato do Deus Trino-A Escritura nos ensina que o trino Deus é o Autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). A Criação é um ato livre de Deus- A Bíblia nos ensina que Deus criou todas as coisas segundo o conselho da sua vontade (Ef 1.11; Ap 4.11); sendo Ele autossuficiente e independente de suas criaturas (Jó 22.2, 3; 35.6-8; At 17.25). A Criação é um ato temporal de Deus- A Bíblia relata o princípio de todas as coisas (Gn 1.1; Mt 9.4, 8; Mc 10.6; Jo 1.1, 2; Hb 1.10), falando também da eternidade (Sl 90.2; Pv 8.22; Mt 13.35; 25.34; Jo 17.24; E f 1.4; 2Tm 1.9; Hb 4.3; IPe 1.20; Ap 13.8). Sobre a criação a maioria dos os teólogos a distinguem entre criação ativa e passiva, a primeira indicando a criação como um ato de Deus, e a última, seu resultado, o mundo criado. A Criação é um ato divino onde o universo é produzido do nada- Deus criou o mundo com sem material preexistente, produziu todas as coisas pela palavra do Seu poder, por um simples ato divino. (Gn 1:1 Sl 33:6, 9 e 148:5), Hebreus 11:3 descreve a criação como um fato que apreendemos somente pela fé, Romanos 4:17 vem complementar essa passagem de hebreus.
A Criação é distinta de Deus, mas sempre dependente dEle- O universo tem existência distinta de Deus sem todavia ser independente Dele . (Is 42.5; At 17.24, Sl 102.27; Ml 3.6; Tg 1.17, Sl 90.2: 102.25-27; 103. 15-17; Is 2.21; 22.17, Rm 1.18-32; 1 Jo 2.15-17, etc.). Deus ao criar o mundo manteve sua conexão com ele (Sl 139.7-10; Jr 23.24), Ele habita e age nas pessoas (Sl 51.11; Is 57.15 1 Co 3.16; 6.19; Ef 2.22; 4.6) e sustentando toda a criação (Ne 9.6; At 17.28, Sl 104.30). O fim último de Deus na Criação- O fato de Deus receber glorificação através de louvores direcionados a Ele por Suas criaturas morais é a finalidade que esta inclusa no fim supremo, sem constituir em si mesmo esse fim, pois Deus não criou primeiramente no intuito de receber glória mas para tornar Sua glória manifesta através de sua criação, constituindo-se assim o que pode-se ser considerado como fins subordinados, a felicidade e salvação da Suas criaturas, e o recebimento de louvor de corações gratos e desejosos de adorá-lo. (Is 43.7; 60.21; 61.3; Ez 36.21, 22; 39.7; Lc 2.14; Rm 9.17; 11.36; 1 Co 15.28; Ef 1.5, 6, 9, 12, 14; 3.9, 10; Cl 1.16).
A CRIAÇÃO DO MUNDO ESPIRITUAL
A doutrina dos anjos na história
No início da era cristã existem claras evidências da crença na existência dos anjos desde o início da era cristã sendo alguns considerados bons, e outros maus. A ideia dos primeiros era de possuidores de alta estima, seres pessoais de elevada categoria, dotados de liberdade moral, sendo engajados no serviço de divino, para atender ao bem-estar dos homens. Segundo alguns dos primeiros pais da igreja, os anjos eram possuidores de corpos perfeitos e etéreos. Havia a convicção geral de que os anjos forma criados bons, porém alguns abusaram da sua liberdade decaíram dando ouvidos a Satanás que se rebelou contra a autoridade e Deus, e este tornou-se seu chefe. A idéia geral neste período é de que os anjos bons são instituídos para atenderem às necessidades e ao bem-estar dos crentes, esta visão sobre os ofícios exercidos pelos anjos em favor dos crentes deu uma errônea crença de que a noção havia anjos da guarda para igrejas individuais e pessoas individuais.
Os anjos continuaram, com o passar do tempo a serem considerados como espíritos bem-aventurados, superiores aos homens em tanto no conhecimento como no fato de serem livres de corpos materiais. Apesar de alguns atribuírem a eles excelentes corpos etéreos, houve certas dúvidas sobre o fato de eles terem algum tipo de corpo. Foi feita por Dionísio Areopagita uma divisão três classes de anjos:
1ª tronos, querubins e serafins (gozam de estrita comunhão com Deus),
2ª domínios e poderes (iluminados pelos primeiros),
3ª principados, arcanjos e anjos (iluminados pelos segundos),
Esta foi a classificação adotada por muitos escritores posteriormente. Sobre a classificação dos anjos Agostinho deu ênfase ao fato de que os anjos bons devidos a sua obediência, obtiveram a recompensados do dom da perseverança, dom este que lhes permitiu a segurança de que eles jamais cairiam. Durante este período da era cristã considerava-se ainda o orgulho como a causa da queda de Satanás, havia ainda a ideia de que os demais anjos caíram em devido da sua cobiça pelas filhas dos homens, embora ainda defendida, mas este pensamento foi desaparecendo após a influência de uma melhor exegese de Gn 6.2. Aos anjos que não caíram atribuiu-se uma influência benéfica, acreditando-se que os anjos decaídos corrompiam os corações dos homens, estimulavam a heresia e gerando moléstias e calamidades. Muito novos convertidos ao cristianismo com tendências politeístas inclinavam-se a cultuar anjos, tenso esta prática condenada pelo concílio de Laodiceia no século VI.
Alguns na Idade Média inclinavam-se acreditar que os anjos possuíam corpos etéreos (espirituais, sublimes), mas a maioria cria que os anjos eram incorpóreos, a explicação para as aparições angélicas seria a de que os anjos adquiriam formas corporais temporárias, com o propósito de revelação. Havia nesta época muita discussão principalmente entre os escolásticos entre estas opinavam que quanto a criação os anjos foram criados ao mesmo tempo da criação do universo material, outros já opinavam que foram criados no estado de graça, mas o que comumente se acreditava era que foram criados somente num estado de perfeição natural, quanto ao lugar onde ocupavam a opinião pouco se divergia acreditava-se que a presença deles no espaço não é limitada mas definitiva, tendo-se em vista que corpos é que ocupam lugar de forma definitiva, os tomistas e os scotistas discordavam dessa concepção, quanto ao fato dos anjos receberem conhecimento infuso (que receberam diretamente de Deus sem necessitar aprender) todos estavam de acordo apenas Tomaz de Aquino discordava assegurando que este conhecimento era intuitivo enquanto que Duns Scotus acreditava que eles podiam adquirir novo conhecimento através da sua atividade intelectual conhecimento este que pode ser discursivo (raciocínio).Neste período a crença da existência de anjo da guarda teve considerável apoio.
No período da Reforma a concepção da doutrina dos anjos permaneceu a mesma, Lutero como Calvino quanto ao ministério dos anjos tinham uma vívida concepção, em particular da presença e poder de Satanás. Calvino ressaltava que Satanás está debaixo do controle divino, sendo às vezes instrumento de Deus para Seus desígnios, tendo permissão só para agir dentro de limites permitidos (como no caso de Jó). Com relação a obra realizada pelos anjos bons, a maioria acreditava que seu ofício especial atender os salvos, quanto a existência de anjos da guarda ainda havia muitas discussão.
Quanto aos demônios são definidos como anjos caídos, seres depravados e inimigos de Deus e de todo bem, que militam para arruinarem a igreja de seus membros, e destruí-los, usando de todo tipo de vis estratagemas. Devido sua iniquidade estão sentenciados à perdição eterna e em contínua expectação dos seus horríveis tormentos.
A EXISTÊNCIA DOS ANJOS
Existe em todas as religiões o reconhecimento da existência de um mundo espiritual. Suas crenças suas mitológicas falam de deuses, semi-deuses, espíritos, demônios, etc. A doutrina dos anjos foi especialmente disseminada entre os persas e muitos críticos especialistas acreditam que os judeus desenvolveram sua crença nos anjos dos persas, porém essa afirmativa não foi comprovada sendo bastante duvidosa, não estando em harmonia com a Palavra de Deus, pois nos relatos bíblicos os anjos aparecem desde o princípio, estudos específicos feitos sobre o assunto, concluíram de que a angelologia persa proveio da que era comum entre povo hebreus.
A crença a na existência dos anjos sempre existiu na igreja cristã, a teologia liberal moderna, todavia descartou tal crença, considerando apena a ideia-anjo útil, que age em nosso favor idéia esta que imprime o cuidado de Deus para conosco. Alguns filósofos entre eles Kant tentaram admitir a existência do mundo angélico, mas a filosofia não pode provar essa existência e muito menos a sua inexistência, o que se deve levar em conta sobre a existência dos anjos é a autoridade da Bíblia que notadamente comprova a existência do mundo espiritual e da ação dos anjos em inúmeras passagens.
A NATUREZA DOS ANJOs
Os anjos são seres criados- existem negativas acerca da criação dos anjos, mas nas Sagradas Escrituras relatam com muita sua criação. As passagens de Gênesis 2.1; Salmos 33.6 e Neemias 9,6 se referem à criação dos anjos, e não do exército de astros como alguns alegam, mas Salmos 148.2,5 e Colossences 1.16 falam claramente da criação dos anjos (comp. 1 Rs 22.19; Sl 103.20,21). Não tem como precisar exatamente a ocasião em que foram criados, alguns, defendem a idéia de que foram criados antes de todas as outras coisas, baseados em Jó 38.7 porém tal pensamento não tem o apoio da Escritura. Até onde sabemos e tomando como base a Bíblia nenhuma obra criadora precedeu à criação dos céus e da terra. Na passagem do Livro de Jó (38.7) há uma descrição poética, de que eles estivessem presentes na fundação do mundo, assim como também as estrelas estavam, mas não de que eles existissem antes da criação dos céus e da terra. Há ainda idéia de que a criação dos céus foi concluída no primeiro dia foi completada no primeiro dia e que anjos foram criados foi simplesmente como uma parte da obra do dia, esta é suposição sem comprovação, muito embora o fato de que a declaração de Gn 1.2 só seja aplicado à terra pareça favorecê-la, o que pode-se entender é que possivelmente a criação dos céus não foi concluída em um só momento, nem tampouco a da terra. A única afirmação mais segura sobre a criação dos anjos é de que foram criados antes do sétimo dia, algo que se deduz de passagens como Gn 2.1; ex 20.11; Jó 38.7; Ne 9.6.
CARACTERÍSTICAS DOS ANJOS
Os anjos são seres espirituais e incorpóreos- quanto a esta definição sempre foi alvo de debate, tanto os judeus e quanto muitos dos primeiros “pais da igreja” lhes concordavam que os anjos eram possuidores de corpos tênues ou ígneos; porém a igreja da Idade Média chegou concluiu que eles são seres espirituais puros, e mesmo após isso alguns teólogos católicos romanos, arminianos, e luteranos e reformados (calvinistas), conferiram certa aos anjos corporalidade, intensamente sutil e pura, acreditavam na concepção de uma natureza puramente espiritual e incorpórea metafisicamente inconcebível, e incompatível com a noção de criatura. Havia também a concepção de que anjos estão sujeitos a limitações espaciais, que podem mover-se de lugar a lugar, e por vezes serem pelos homens. Todavia estas argumentações praticamente neutralizadas diante do que diz as Sagradas Escrituras que em inúmeras passagens afirmam que os anjos são pneumata (espirituais), Mt 8.16; 12.45; Lc 7.21; 8.2; 11.26; At 19.12; Ef 6.12; Hb 1.14. Não possuem carne e ossos, Lc 24.39, não se casam, Mt 22.30, grandes números deles podem estar num espaço muito limitado, Lc 8.30, e são seres invisíveis, Cl 1.16. Passagens como Sl 104.4 (comp. Hb 1.7); Mt 22.30; e 1 Co 11.10 não comprovam que os anjos tenham forma corpórea. Descrições simbólicas da aparição dedo anjos na profecia de Ezequiel e no Livro de Apocalipse, e relatos de aparecimentos em formas corporais, também não comprovam corporalidade nos anjos mesmo seja difícil afirmar se os corpos que eles assumiram em certas ocasiões eram reais ou apenas aparentes. É claro que eles são criaturas, limitados e finitos, mas que têm mais livre relação com o espaço e o tempo do que o homem. Não podemos atribuir-lhes uma localização definida (ubi definitivum), vale ressaltar que os anjos não podem estar em dois ou mais lugares ao mesmo tempo.
Os anjos são seres racionais, morais e imortais- são seres pessoais, dotados de inteligência e volição (vontade própria). Por serem dotados de inteligência pode-se inferir imediatamente do fato de que são espíritos; mas também a Bíblia ensina isso de forma explícita (2 Sm 14.20; Mt 24.36; Ef 3.10; 1 Pe 2.11), mesmo que não sejam oniscientes, são superiores aos homens em conhecimento, Mt 24.36, têm natureza moral estando sob obrigação moral; e são recompensados por sua obediência, e punidos pela desobediência. As Sagradas Escrituras falam dos anjos que permaneceram leais como “santos anjos”, Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At 10.22; Ap 14.10, e retratando os desobedientes que caíram como mentirosos de pecadores como mentirosos Jo 8.44; 1 Jo 3.8-10. A imortalidade é também uma atribuição dos anjos bons, no sentido de que não estão sujeitos à morte, quanto a isso se diz que os santos do céu (os que dormem no Senhor) são semelhantes a eles, Lc 20.35, 36. Os anjos são possuidores de grande poder, e formam o exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos a cumprir as ordens de Deus, Sl 103.20; Cl 1.16; Ef 1.21; 3.10; Hb 1.14; os anjos maus formam o exército de Satanás, empenhados em destruir a obra do Senhor, Lc 11.21; 2 Ts 2.9; 1 Pe 5.8.
Existem os anjos bons e os anjos maus- Na Bíblia há pouca informação no que diz ao respeito do estado original dos anjos, há apenas o registro de que ao Deus ao término de Sua obra viu que tudo quanto fizera, era muito bom, podemos então deduzir que os anjos estão nesta conclusão. Há ainda as passagens de João 8.44; 2 Pedro 2.4; Judas 6 que pressupõem uma boa condição original de todos os anjos. Os anjos bons são chamados de “anjos eleitos” (1 Tm 5.21) além da graça de que foram dotados todos os anjos no princípio, estes receberam graça suficiente para habitá-los a manter a sua posição, sendo esta uma graça especial, possuidora de perseverança, na qual mantiveram sua condição. Diante de muita especulação inútil acerca do tempo e do caráter da queda dos anjos a teologia protestante em geral ateve-se apenas em saber que os anjos bons conservaram o seu estado original, sendo confirmados em sua condição, e que agora são incapazes de pecar, sendo não somente santos anjos, mas também anjos de luz, 2 Co 11.14. Sempre contemplam a face de Deus, Mt 18.10, são de exemplos para os cristãos na prática da vontade de Deus, Mt 6.10, e são possuidores de vida imortal, Lc 20.36.
O NÚMERO E A ORGANIZAÇÃO DOS ANJOS
O número- não há na Bíblia qualquer definição quanto ao número dos anjos, mas relata com muita clareza que eles constituem um poderoso exército, sendo por várias vezes mencionados como exército dos céus ou de Deus, e estais expressões já indicam serem numerosos. Deuteronômio 33.2 dá uma ideia da grandiosidade de sua quantidade O Senhor veio de Sinai... das miríades de santos, Salmos 68.17 diz: Os carros de Deus são vinte mil, sim, milhares de milhares. No meio deles está o Senhor: o Sinai tornou-se em santuário. Quando Jesus pergunta a um espírito imundo o seu nome, a resposta foi: Legião é o meu nome, porque somos muitos, Mc 5.9, 15, as legiões romanas variavam de 3000 a 6000 legionários pode-se ter uma ideia da quantidade. No Getsêmani Jesus disse a um dos seus discípulos que queria defende-Lo dos que vieram prendê-lo: Acaso pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Mt 26.53. Apocalipse 5.11 também fala sobre a grande quantidade deles: Vi, e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares. Em vista desses dados todos, é perfeitamente seguro dizer que os anjos constituem uma imensurável companhia, um poderoso exército. Eles não formam um organismo como acontece com a raça humana, pois são espíritos que não se casam e não nascem uns dos outros. Seu número total e completo foi criado no princípio; não há mais aumento em suas fileiras.
Suas ordens- mesmo que os anjos não constituam um organismo, estão organizados de algum modo, pode-se perceber esta organização porque ao lado do nome geral “anjo”, a Bíblia emprega certos nomes específicos para como indicativo das diferentes classes de anjos. O nome “anjo”, com o qual designamos de maneira geral os espíritos superiores, não é um nome natural (nomem naturae) nas Sagradas Escrituras, mas, sim, um nome que indica ofício (nomem officii). No hebraico a palavra mal’ak significa mensageiro, e servindo para designar alguém que é enviado por homens, Jó 1.14; 1 Sm 11.3, ou por Deus, Ag 1.13; Ml 2.7; 3.1. No grego o termo angelos também é comumente aplicado a homens, Mt 11.10; Mc 1.2; Lc 7.24; 9.51; Gl 4.14.
Não há um nome específico na  Escrituras para designar todos os seres espirituais. Eles são chamados filhos de Deus, Jó 1.6; 2.1; Sl 29.1; 89.6, espíritos, Hb 1.14; santos, Sl 89.5, 7; Zc 14.5; Dn 4.13, 17, 24. Mas existem ainda diversos nomes específicos para indicar diferentes classes de anjos.
Querubins- Há menção nas Sagradas Escrituras dos querubins repetidas vezes, deles guardando a entrada do paraíso, Gn 3.24, observando o propiciatório, Êx 25.18, 20; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16; Hb 9.5, eles também constituem a carruagem de que Deus se serve para descer à terra, 2 Sm 22.11; Sl 18.10. Em Ez 1 e Ap 4 são também representados como seres vivos em variadas formas, tais representações simbólicas servem simplesmente para demonstrar o seu extraordinário poder e majestade. Mais do que quaisquer outras criaturas, eles foram destinados para revelar o poder, a majestade e a glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no tabernáculo, no templo e na descida de Deus a terra.
Serafins- constituem uma classe de anjos que se relaciona com a classe dos querubins. Eles são mencionados apenas em Is 6.2-6, sendo representados simbolicamente em forma humana, mas com seis asas, duas cobrindo o rosto, duas os pés, e duas para a pronta execução das ordens do Senhor e diferentemente dos querubins eles permanecem servindo em torno do trono do Rei celestial, cantando incessantemente louvores a Ele e estão sempre prontos a fazer o que Ele ordenar. Enquanto que os querubins são considerados os anjos poderosos, os serafins são classificados como os nobres entre os anjos. Ao passo que aqueles defendem a santidade de Deus, estes atendem ao propósito da reconciliação, e assim preparam os homens para aproximar-se apropriadamente de Deus.
Principados, potestades, tronos e domínios- em acréscimo as classes anteriores, a Bíblia fala de certas classes de anjos, que ocupam lugares de autoridade no mundo angélico, como archai e Exouxiai (principados e potestades), Ef 3.10; Cl 2.10, thronoi (tronos), Cl 1.16, kyreotetoi (domínios), Ef 1.21; Cl 1.16 (nesta passagem, traduzido por “soberanias”, Almeida. Autorizada), e dynameis (poderes), Ef 1.21; 1 Pe 3.22. Estes nomes não indicam exista diferentes espécies de anjos, mas serve para diferenciar classe ou de dignidade e funções entre eles.
Gabriel e Miguel- Diferentemente de todos os outros anjos, há nas Escrituras a menção destes dois anjos de foram. Gabriel é mencionado em Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26. Há maior parte dos comentadores o considera ele como um anjo criado, porém alguns negam que o nome Gabriel seja um nome próprio, relacionando-o a um substantivo comum, de sentido de homem de Deus – um sinônimo de anjo, todavia esta posição é incabível, outros comentadores antigos e recentes veem nele um ser incriado, alguns sugerem que ele poderia ser a terceira pessoa da Trindade Santa, e Miguel a segunda. Mas ao fazer-se simples leitura das passagens acima citadas observa-se claramente a impossibilidade dessa interpretação. Gabriel possivelmente seria um dos sete anjos aos quais se acham diante de Deus conforme é citado em Apocalipse 8.2 e Lucas 1.19, aparentemente sua função principal seria servir de intermediário e intérprete das revelações divinas.
O nome Miguel tem como significado literalmente: “quem como Deus?” Tem sido interpretado como um designativo da segunda pessoa da Trindade. Tal concepção não é mais sustentável que a identificação de Gabriel com o Espírito Santo. Miguel é mencionado em Daniel 10.13, 21; é chamado “o arcanjo” em Judas 9, sendo esta expressão usada também em Apocalipse 12.7, indicando que ele ocupa uma importante posição entre os anjos. No livro de Daniel algumas passagens também indicam o fato de que ele seja um príncipe entre eles, ele é apresentado como valente guerreiro a liderar as batalhas de Jeová contra os inimigos de Israel e contra os poderes malignos do mundo espiritual. O título de “arcanjo” também pode aplicado a Gabriel e a uns poucos anjos mais.
O SERVIÇO DOS ANJOS
Quanto ao serviço dos anjos pode-se distinguir entre o serviço comum e o serviço extraordinário dos anjos:
O serviço comum dos anjos- a priori consiste em seus louvores a Deus dia e noite, Jó 38.7; Is 6.3; Sl 103.20; 148.2; Ap. 5.11. A Bíblia denota que eles cumprem esse ofício audivelmente, como por exemplo, no nascimento de Jesus, embora não haja como precisar como os anjos falam e cantam. Eles são enviados para dar assistência aos herdeiros da salvação, desde quando o pecado entrou no mundo, Hb 1.14. Há regozijo entre eles na conversão de um pecador, Lc 15.10, exercem vigilante proteção sobre os crentes, Sl 34.7; 91.11, protegem os pequeninos,


Mt 18.10, se fazem presentes na igreja, 1 Co 11.10; 1 Tm 5.21, apreendem das multiformes riquezas da graça de Deus, Ef 3.10; 1 Pe 1.12, e conduzem os cristãos ao seio de Abraão, Lc 16.22.
O serviço extraordinário dos anjos- com a queda do homem foi necessário o serviço extraordinário dos anjos, constituindo um importante componente da revelação especial de Deus, eles são por vezes intermediários das revelações especiais de Deus, comunicando as bênçãos ao Seu povo e executando juízo sobre os Seus inimigos. Sua atividade é mais relevante é no que diz respeito a salvação tais como nos dias dos patriarcas, da entrega da lei, no período do cativeiro e da restauração, e no nascimento, na ressurreição e na ascensão de Jesus. Com a cessação do período da revelação especial de Deus, cessou-se também o serviço extraordinário dos anjos, sendo retomado somente por ocasião da volta do Senhor Jesus.
OS ANJOS MAUS
Sua origem- não foram criados como anjos maus, são criaturas de Deus, porém seu prazer constitui-se em opor-se a Deus e combater Sua obra. Deus ao criar todas as coisas viu tudo que tinha criado, e tudo era muito bom, Gn 1.31. Existem duas passagens das Sagradas Escrituras que explicam que alguns anjos não mantiveram a sua condição original, mas caíram do estado em que tinham sido criados, 2 Pe 2.4; Jd 6. Não há uma especificação exata quanto ao pecado desses anjos, mas subentende-se que constituiu no fato de em se exaltarem contra Deus e aspirarem à autoridade suprema, tal ambição levou Satanás à queda, e exatamente com este mesmo pecado ele tentou o homem, tentando envolvê-lo para destruí-lo levando-o a uma possível ambição como sua.
Alguns dos primeiros “pais da igreja” faziam certa distinção entre a queda de Satanás e os demônios a ele subordinados, acreditavam que a queda de Satanás foi orgulho, e os demais do mundo angélico a luxúria carnal, Gn 6.2, tal interpretação de Gn 6.2 foi sendo aos poucos repudiada, durante a Idade Média. Em vista disto, alguns comentadores modernos acabaram reiterando tal concepção em sua interpretação de 2 Pe 2.4 e Jd 6, como o fazem, por exemplo, Meyer, Alford, Mayor e Wohlenberg. Tal idéia é totalmente descartada em Mt 22.30 onde Jesus afirma que os anjos não se casam e portanto pode-se entender que não há vida sexual entre os eles e que portanto essa não seria a causa de sua queda, tal interpretação daria margem para admitir uma duplicidade de queda no mundo angélico – primeiramente Satanás e posteriormente o exército de demônios que agora presta serviço a Satanás. O que se pode deduzir é que Satanás levou consigo em sua queda uma terça parte dos anjos conforme Apocalipse 12:4.
Seu chefe- As Sagradas Escrituras reconhecem Satanás como chefe dos anjos decaídos, pode-se deduzir que originariamente ele seria um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e tornou-se o líder dos que se rebelaram contra Deus e caíram. O nome “Satanás” significa “o Adversário”, primordialmente de Deus e depois do homem, mas de Deus. Ele investiu contra Adão como o coroa da criação de Deus, sendo o causador de toda destruição, razão pela qual é chamado Apoliom (destruidor), Ap 9.11, ataca a Jesus quando Ele empreende Sua obra de restauração. Após o pecado ter entrado no mundo, Satanás se tornou Diabolos (Acusador), pois continuadamente acusa o povo de Deus, Ap 12.10. Nas Sagradas Escrituras Ele é apontado como o originador do pecado, Gn 3.1,4; Jo 8.44; 2 Co 11.3; 1 Jo 3.8; Ap 12.9; 20.2, 10, e aparecendo reconhecido chefe dos que caíram, Mt 25.41; 9.34; Ef 2.2, e segue como o líder das hostes espirituais da maldade, como as quais utiliza como resistência a Cristo e ao Seu reino. Satanás também é chamado repetidas vezes como “príncipe deste mundo” (não “do mundo”*), Jo 12.31; 14.30; 16.11, e é chamado também como “Deus deste século”, 2 Co 4., essa atribuição não quer dizer que ele controla o mundo porque de Deus é o controle sobre todas as coisas e Ele deu toda a autoridade a Cristo, porém o controle de Satanás é este mundo mau, e sobre tudo em que está separado de Deus, em Efésios 2.2, vê-se claramente que ele é chamado “príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência”. Ele possui atribuições sobre-humanas, porém não é divino; tem grande poder, sem ser onipotente; exerce influência em grande escala, mas restrita, Mt 12.29; Ap 20.2, seu destino final é lançado no abismo, Ap 20.10.
Sua atividade- sendo possuidor de poder sobre-humano utiliza-os em contraste com os anjos bons, enquanto estes servem a Deus com fidelidade, lutando em Seu favor, os anjos decaídos tratam de maldizer a Deus, pelejando contra ele procurando cegar e desviar os salvos, animando os pecadores o mal que eles mesmos praticam. Trata-se de espíritos perdidos e sem esperança pois sabem que a sua condenação é eterna. II Pe 2:4, Jd 6.
CRIAÇÃO DO MUNDO MATERIAL
Descrição bíblica da criação
A obra da criação sob a ótica bíblica- na narrativa da criação dos céus não enfoca o mundo espiritual, o intuito é destacar o mundo material, apresentando-o como a habitação do homem e como o palco para suas atividades, tratando das coisas visíveis e por serem apalpáveis aos sentidos humanos, são objeto de discussão, tanto da teologia como das outras ciências e da filosofia, enquanto esta última tenciona usar a razão para entender, a teologia toma o seu ponto parte do princípio de Deus criou todas as coisas. A narrativa da criação é o princípio da auto revelação de Deus, onde ele nos declara sua relação com todas as coisas inclusive do homem. Esta narrativa mostra a posição originária do homem, para que este entenda todas as fazer da revelação até a revelação redentiva. Apesar de não pretender dar-nos uma completa cosmologia filosófica, contém elementos importantes para a elaboração de uma cosmogonia correta.
Origem da narrativa da criação- Em Gênesis há o relato de Deus chamando a existência o universo e todas as coisas criadas pela simples palavra do Seu poder. Alguns estudiosos quando descobriram um relato babilônico sobre a criação do mundo acreditaram que os hebreus a usaram como fonte para sua narrativa de Gênesis devido algumas semelhanças em alguns pontos, porém se esqueceram de que existem duas possibilidades 1) que a narrativa babilônica é uma reprodução pervertida da narrativa de Gênesis; ou 2) que ambas originam de uma fonte comum, porém primitiva, independente de qual seja a resposta para a questão isto não resolverá o problema da origem da narrativa. Quanto a isto surgem a questões como: Como ou onde surgiu a fonte original, escrita ou oral, dessas narrativas? Como veio a existência? Alguns a consideram apenas como fruto da reflexão do homem sobre a origem das coisas, mas tal explicação é extremamente improvável, devido dos seguintes fatos: a ideia da criação é incompreensível (e só pode ser entendida e aceita pela fé), há oposição igualitária entre a ciência e a filosofia quanto à doutrina da criação do nada; a fé é o fundamento para a crença de os mundos foram estruturados pela palavra de Deus conforme diz Hebreus 11.3, podemos então concluir que Portanto, chegamos o relato da história da criação foi divinamente revelada a Moisés ou a um dos patriarcas anteriores e repassada por transmissão oral fidefigna de geração a geração a Moisés para registro. Se esta revelação foi pré-mosaica, passou como tradição (oral ou escrita) sendo incorporada em forma pura, sob a direção do Espírito Santo, para constituir o primeiro livro da Bíblia.
Interpretando Gênesis 1:1, 2- Existe considerações que atribuem o relato de Gn 1.1 como sobrescrito ou título da narrativa completa da criação, todavia isso é objetável, por três razões: (a) por que a narrativa subsequente está ligada ao versículo primeiro pela conjunção hebraica waw, ou vav (e), o que não aconteceria se o versículo primeiro fosse um título; (b) porque, com base nessa suposição, não haveria relato de nenhuma espécie da criação original e imediata; e (c) visto que os versículos subsequentes não contém nenhum relato da criação dos céus. ( Berkhof 2009 p. 140). A interpretação mais aceita de Gn 1.1 é que registra a criação original e imediata do universo, de forma hebraica chamando “céus e terra”, tal expressão faz referência a ordem invisível das coisas onde a glória de Deus se revela de maneira mais perfeita. Não se pode considerar que o termo céus utilizado na narrativa seja céus cósmicos, nuvens astros, pois a criação destes se deu no segundo e no quarto dia da obra criadora e no versículo 2, há a descrição a condição originária da terra (comp. Sl 104.5, 6).
O Hexameron, ou a Obra dos Dias Separados. Após criar o universo do nada, o caos existente foi sendo transformado, dando ao poucos lugar ao cosmos, a um mundo habitável, criado em seis dias consecutivos, tal indicativo da obra realizada dia por dia requer breve exame.
Consideração da teoria de que foram longos períodos- Alguns estudiosos acreditam que o relato dos dias de Gn 1 foram prolongados períodos de tempo, com intuito de encaixá-los aos períodos geológicos. Havia também a ideia de que não eram dias comuns de vinte e quatro horas não era totalmente alheia à teologia cristã primitiva, alguns dos “pais da igreja” que acreditavam que esses dias provavelmente não seriam dias comuns, sua opinião seria criação foi toda concluída num só momento, e que os dias citados em Gênesis seria apenas uma estrutura simbólica para facilitar o relato criação de maneira mais ordenada, permitindo melhor entendimento para as mentes finitas. Os dias da criação de longos períodos passou a vir para o primeiro plano em anos recentes, sem ter sido feitos estudos exegéticos, tendo influência de declarações da científicas. Durante o século dezenove, considerou se os dias da criação como dias literais, mas a interpretação humana é falível, e poderia ser revista à luz de novas descobertas. Alguns eruditos cristãos, como Harris, Miley, Bettex e Geesink, supõem que os dias de Gênesis são dias geológicos, e tanto Shedd como Hodge chamam a atenção para o extraordinário acordo existente entre o registro bíblico da criação e o testemunho das rochas, e tendem a considerar os dias de Gênesis como períodos geológicos. (Berkhof 2009p.141)
Pode-se levantar a questão sobre se será exegeticamente possível conceber os dias de Gênesis como longos períodos de tempo. E então se deve admitir que a palavra yom nem sempre indica um período de vinte e quatro horas na Escritura, e nem sempre é empregada no mesmo sentido, mesmo na narrativa da criação. Pode significar o período de claridade, em distinção das trevas, Gn 1.5, 16, 18; dia e noite juntos, Gn 1.5, 8, 13 etc.; os seis dias juntos, Gn 2.4; e um período indefinido, assinalado em toda a sua extensão por algum traço característico, como tribulação, Sl 20.1, ira, Jó 20.28, prosperidade, Ec 7.14, ou salvação, 2 Co 6.2. Pois bem, alguns sustentam que a Bíblia favorece a idéia de que os dias da criação foram períodos indefinidos de tempo, e chamam a atenção para o seguinte: O sol não foi criado antes do quarto dia e, portanto, a extensão dos dias anteriores ao quarto ainda não poderia ser determinada, mesmo antes do quarto dia, e não há base para a suposição de que os dias assim mensurados tinham duração mais prolongada que os dias posteriores. Por que haveríamos de admitir que Deus grandemente a velocidade das revoluções da terra depois que a luz foi concentrada no sol, Os referidos dias são dias de Deus, dias arquetípicos, dos quais os dias dos homens são meras copias ectípicas; e para Deus, mil anos são como um dia, Sl 90.4; 2 Pe 3.8. Mas este argumento se funda numa confusão do tempo e a eternidade. Deus adintra (interiormente) não tem dias, mas habita na eternidade, exaltado muito acima, além de todas as limitações de tempo, ideia que se confirma em Sl 90.4 e 2 Pe 3.8. Os únicos dias reais de que Deus tem conhecimento são os dias deste mundo temporal-espacial. Como poderá seguir-se do fato de que Deus é exaltado acima das limitações de tempo, como existem neste mundo, onde o tempo é medido por dias, semanas, meses e anos – sim, como poderá resultar daí que um dia tanto pode ser um período de 100.000 anos como um período de vinte e quatro horas? O sétimo dia, dia em que Deus descansou da Sua obra criadora, continua, segundo se diz, até à época atual e, portanto, deve ser considerado como um período de mil anos. É o sábado (sabbath, repouso), e esse repouso sabático jamais termina. Este argumento representa uma confusão semelhante à anterior. ( Berkof 2009 p. 143) Toda a concepção de que Deus tenha principiado Sua obra criadora num certo ponto do tempo e cessando depois de um período de seis dias, não pode ser aplicada a Deus pelo fato de Ele ser o que é em Si mesmo, e sim aos resultados de tempo da Sua atividade criadora. Deus é o mesmo em todos os tempos, imutável. Seu descanso não é um período de tempo indefinidamente prolongado; mas eterno. Todavia, o sétimo da criação teve duração semelhante aos demais dias, além de descansar no sábado, Deus o abençoou e o santificou, separando-o para dia de descanso do homem, Êx 20.11, seria um tanto difícil aplicar o período que se estende da época da criação até aos dias atuais.
O fato de se fazer uma exegese para conceber dias como longos períodos no livro de Gênesis é uma questão possível, pode-se admitir que palavra yom nem sempre é um indicativo de um período de vinte e quatro horas e nem sempre é empregada no mesmo sentido, mesmo na narrativa da criação. Numa observação mais apurada pode-se dizer que tem sentido de um período de claridade, em distinção com as trevas, Gn 1.5, 16, 18; dia e noite juntos, Gn 1.5, 8, 13 etc.; os seis dias juntos, Gn 2.4; e um período indefinido, assinalado em toda a sua extensão por algum traço característico, como tribulação, Sl 20.1, ira, Jó 20.28, prosperidade, Ec 7.14, ou salvação, 2 Co 6.2. ( Berkof 2009 p.) Existem algumas concepções de que a Bíblia favorece a ideia de que os dias mencionados em Gênesis foram períodos indefinidos de tempo, e chamam a atenção para a seguinte lógica: a criação do sol se deu no quarto dia e, portanto, não há como precisar a extensão dos dias anteriores, entretanto, mas isso não prova a questão. Deus estabeleceu uma alternância rítmica entre de luz e trevas, antes mesmo do quarto dia, e não há uma base concreta se supor que os dias assim citados como tendo uma duração mais prolongada que os dias posteriores, pois desta forma teríamos que admitir que Deus aumentou grandemente a velocidade das revoluções da terra depois que houve a concentração da luz foi no sol. Esses dias são dias de Deus, dias modelo, dos quais os dias dos homens são simplesmente cópias ectípicas (cunho); e para Deus, mil anos são como um dia, Sl 90.4; 2 Pe 3.8. Há neste argumento certa confusão entre o tempo e a eternidade. Deus ad intra (interiormente) não tem dias, habita na eternidade, exaltado muito acima, além de todas as limitações de tempo, tal concepção é confirmada em Sl 90.4 e 2 Pe 3.8. Os únicos dias reais de que Deus tem conhecimento são os dias deste mundo temporal-espacial. Como poderá seguir-se do fato de que Deus é exaltado acima das limitações de tempo, como existem neste mundo, onde o tempo é medido por dias, semanas, meses e anos – sim, como poderá resultar daí que um dia tanto pode ser um período de 100.000 anos como um período de vinte e quatro horas? O sétimo dia, dia em que Deus descansou da Sua obra criadora, continua, segundo se diz, até à época atual e, portanto, deve ser considerado como um período de mil anos. É o sábado (sabbath, repouso), e esse repouso sabático jamais termina. Este argumento representa uma confusão semelhante à anterior.
Toda a ideia de Deus iniciado a obra da criação num certo ponto do tempo e cessando depois de um período de seis dias, não se aplica a Deus como ele é em Si mesmo, mas somente aos resultados temporais da Sua atividade criadora. Ele é imutavelmente o mesmo por todas as eras. Seu repouso não é um período de tempo indefinidamente prolongado; é eterno. Por outro lado, o sábado da semana da criação teve duração igual à dos outros dias. Deus não somente descansou naquele dia, mas também o abençoou e o santificou, separando-o como dia de descanso para o homem, Êx 20.11. Dificilmente se aplicaria a todo o período que se estende da época da criação até aos dias atuais. Criação dos dias separados- na criação há uma escala definida, pois, cada ato criativo de Deus em cada dia se encaminha para a obra do dia seguinte e a prepara; concluindo-se na criação do homem, a coroa das obras das mãos de Deus e aquém foi confiada a tarefa de fazer que toda a criação fosse subserviente à glória de Deus. O primeiro dia- A luz foi criada no primeiro dia, havendo separação entre luz e trevas, dia e noite, uma alternância entre ambas instituídas por Deus, essa narrativa não fala da criação do sol e sim da luz passando a ideia de uma evasão de luminosidade em meio as trevas a ciência define que a luz não emana do sol e sim por ondas de éter produzidas por de partículas de elétrons, portanto não emana do sol. O relato da obra de cada dia termina com estas palavras: “houve tarde e houve manhã”. Os dias não são computados de tarde a tarde, mas de manhã a manhã. Depois de doze horas houve tarde, e depois doutras doze horas houve manhã. (Berkhof 2009 p.) O segundo dia- no segundo dia houve a separação entre as águas de cima (nuvens) para alguns, o mar de vidro, Ap 4.6; 15.2, e o rio da vida, Ap 22.1. Há uma suposição de alguns que desacreditam do relato mosaico de uma abobada sólida; porém pois a palavra hebraica raqia não indica em absoluto uma abobada sólida, mas sim o equivalente ao termo “expansão”.
O terceiro dia- separação entre o mar e a terra seca, cf. Sl 104.8, a sucessivamente o reino vegetal de plantas e arvores. Há a menção de grandes classes de vegetais são mencionadas, a deshe’ (plantas que não dão flores), que não frutificam umas das outras da maneira usual; ’esebh, (vegetais e grãos que dão semente); e ’ets peri (arvores frutíferas), que dão frutos segundo a sua espécie. Quando Deus disse, “Produza a terra relva” e assim por diante, não tem equivalência de dizer: desenvolva-se a matéria inorgânica, pela sua própria energia inerente, para se tornar vida vegetal.
Deus por sua palavra de poder implantou o princípio de vida na terra, e assim capacitando- a para produzir relva, ervas e árvores. Em Gênesis 2.9 a narrativa que se trata-se de uma palavra criadora. Todas as diferentes espécies de plantas foram criadas por Deus, e não que se desenvolveram umas das outras. O quarto dia- Sol, lua e estrelas foram chamados a existência como luzeiros ou portadores de luz para a uma variedade de propósitos: fazer divisão entre dia e noite; para sinais (indicar os pontos cardeais) pressagiar mudanças nas condições climáticas, e servir de sinais de importantes eventos futuros e juízos vindouros; para estações e para dias e anos, isto é, para atender ao propósito de efetuar a mudança das estações, a sucessão dos anos e a regular ocorrência de dias festivos especiais; e servir como luzes para a terra possibilitando o desenvolvimento da vida orgânica na terra. O quinto dia- Deus chama à existência as aves e dos peixes (habitantes das águas e dos ares), ambos foram criados juntos pela grande similaridade em sua estrutura orgânica, sendo também a caracterização por uma instabilidade e mobilidade que têm em comum com o elemento em que se movem, distintos do terreno sólido, outra semelhança está na reprodução em seu processo de procriação. O sexto dia- o clímax da obra da criação. Em conexão com a criação dos animais, Deus usa mais uma vez a expressão, “Produza a terra”, indicando que animais não se desenvolveram naturalmente da terra, mas foram produzidos pelo fiat (haja) criador de Deus. Há a distinção na criação do home com as demais obras com a seguinte afirmativa: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”; e assim Deus encerra seu ato criativo ao formar o homem, a coroa da obra de Deus. Quando na narrativa de Gênesis se diz que o homem foi criado à imagem de Deus, significa que Deus é o modelo do qual o homem é a cópia; e quando se acrescenta que ele foi criado conforme a semelhança de Deus, o homem em todo o seu ser é a própria imagem de Deus. Vale ressaltar a semelhança notável que existe entre as obras dos primeiros três dias da criação e os últimos três dias:

Observe o quadro abaixo:
1 A criação da luz
4 A criação dos luzeiros
2 Criação da expansão e separação das águas
5 Criação das aves dos ares e dos peixes do mar.
3 Separação entre as águas e a terra seca, e preparação da terra como habitação de homens e animais.
6 Criação dos animais selváticos, dos animais domésticos, e dos répteis; e do homem O sétimo dia- O descanso de Deus no sétimo dia contém, antes de tudo, um elemento negativo. Deus cessou a Sua obra criadora. Mas a isso deve ser acrescentado um elemento positivo, a saber, que Ele teve prazer em Sua obra completa. Seu repouso foi o repouso do artista que, após haver completado a sua obra prima, agora a observa com profunda admiração e deleite, e se satisfaz perfeitamente contemplando sua produção. “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”. Ela respondeu ao propósito de Deus e correspondeu ao ideal divino. Daí, Deus se regozija com a Sua criação, pois reconhece nela o reflexo das Suas gloriosas perfeições. Seu resplandecente semblante brilha sobre ela e lhe derrama chuvas de bênçãos.
NÃO HÁ UM SEGUNDO RELATO DA CRIAÇÃO EM GÊNESIS 2
Existem suposições de que Gênesis 2 contenha um segundo e independente relato da criação. O primeiro relato é considerado como obra do autor eloísta (Derivado de Elohim- Deus Criador) e o segundo, do jeovista (derivado de Iahweh-Eu Sou) ambos discordam dessa concepção, porém se conflitam em outros pontos. Segundo os Jeovistas relato, em distinção aos Eloístas, a terra ficou seca antes da criação dos vegetais; sendo o homem criado antes dos animais, e somente o homem, não o homem e a mulher; posteriormente Deus criou os animais para ver se eles serviriam de companheiros para o homem; porém viu que falharam nisso, então Deus criou a mulher para auxiliadora do homem; para então colocar o homem no jardim que preparara para ele. Tais concepções contrapõem totalmente a narrativa de das Sagradas Escrituras, pois Gênesis começa com a descrição da história do homem dispõe o seu material com vistas a adequá-lo a esse propósito, e do capitulo primeiro se repete o necessário para cumprir o propósito do autor, repetindo-se sem levar em conta a ordem cronológica, Gênesis capítulo1 seria um resumo da Criação e o capítulo 2 uma descrição mais detalhada da criação.
PROVIDÊNCIA
A concepção teísta cristã opõe-se a uma separação entre Deus e o mundo como a uma confusão panteísta de Deus com o mundo. Devido tal concepção a doutrina da criação é seguida imediatamente pela Doutrina providência, para defir claramente o conceito bíblico da relação de Deus com o mundo, mesmo que não haja o termo “providência” (latim- providentia, grego- pronoia) na Bíblia, a doutrina da providência, não obstante, pertencentes às Sagradas Escrituras, e tem sentido de presciência ou previsão, mas adquirindo gradativamente outros sentidos. A previsão por um lado está associada a planos para o futuro e por outro, à realização concreta desses planos. Assim, a palavra “providência” significa então, a provisão que Deus faz para os fins do Seu governo, bem como assim como a preservação e governo de todas as suas criaturas.
PROVIDÊNCIA GERAL
História da doutrina da providência
A doutrina da providência na igreja levou-a se se posicionar contra ao pensamento dos epicureus que acreditavam que o mundo é governado pelo acaso, e contra a ideia estoica (pensamento filosófico de fidelidade ao conhecimento) de que ele é governado pelo destino. A posição dos Teólogos desde o princípio é de que Deus preserva e governa o mundo, todavia essa ideia nem sempre foi absoluta devido a estreita conexão da providência com a doutrina da predestinação. Contudo, nem sempre tiveram eles uma concepção igualmente absoluta do domínio divino sobre todas as coisas. Devido à estreita conexão em ambas, a história da doutrina da providência segue, no essencial, a da doutrina da predestinação.
Na Idade Média controvérsia sobre o tema da providência divina eram poucas, não houve qualquer expressão desta doutrina em nenhum concílio, prevalecendo o conceito de Agostinho, que sujeitava tudo à vontade de Deus, todavia, haviam ideias divergentes. Os pelagianos e semipelagianos limitavam a providência à vida natural, e excluindo a vida ética, enquanto que alguns dos escolásticos acreditavam na conservação feita por Deus sendo continuação da Sua atividade criadora, outros faziam distinção entre ambas. Em Tomaz de Aquino segue o a concepção Agostinho, enquanto que Duns Scotus e nominalistas como Biel e Occam afirmam que tudo depende da vontade arbitrária de Deus, sendo isso uma virtual introdução do governo do acaso.
A doutrina agostiniana da providência divina foi subscrita pelos reformadores, diferindo nos pormenores. Lutero cria na providência geral, sem dar ênfase à preservação e ao governo divino do mundo em geral, defendido por Calvino, considerando a doutrina primordialmente em seus suportes soteriológicos. Socinianos e arminianos, embora não no mesmo grau, salientavam o poder de independência do homem de tomar a iniciativa na ação controlando assim a sua vida sem o domínio de Deus, tal pensamento nos séculos dezoito e dezenove a providência foi virtualmente eliminada por um deísmo que descrevia que Deus havia afastado do mundo após a obra da criação; e pelo panteísmo que identificava Deus com o mundo, excluía a distinção entre a criação e a providência e negando a realidade das causas secundárias. O deísmo hoje é considerado uma coisa do passado, mas seu conceito do domínio e direção do mundo tem tido continuidade na posição das ciências naturais, a teologia liberal moderna, devido a sua concepção panteísta da imanência de Deus, também tende a eliminar a doutrina da providência divina.
A IDEIA DA PROVIDÊNCIA
A providência pode ser definida como o permanente exercício da energia divina, onde o Criador preserva todas as Suas criaturas, operando em tudo que se passa no mundo, dirigindo todas as coisas para o seu determinado fim, onde se observa que tal definição indica três elementos na providência: a preservação (conservatio, sustentatio), a concorrência ou cooperação (concursus, co-operatio), e governo (gubernatio), mesmo que se distinga três elementos na providência, devemos lembrar que estes três nunca estão separados, na obra de Deus. Embora a preservação se refira à existência, a concorrência à atividade e ao governo à direção de todas as coisas, jamais se deve entender isso num sentido exclusivo. Na preservação há também um elemento de governo, no governo um elemento de concurso, e no concurso em elemento de preservação.
CONCEITOS ERRÔNEOS CONCERNENTES À NATUREZA DA PROVIDÊNCIA
O erro de limita-la à presciência ou à presciência mais predestinação- concepção de alguns dos primeiros “pais da Igreja”, a verdade na doutrina da providência é que, não há como fazer uma clara definição presciência nem a predestinação, apenas afirmar uma contínua atividade no mundo para a realização do plano divino
O conceito deísta da providência divina- O deísmo define que o interesse de Deus pelo mundo não é universal, especial e perpétuo, mas de natureza geral, infundindo em todas as Suas criaturas certas propriedades intransmissíveis, colocando-as sob leis inalteráveis e para que cumprissem o seu destino pelos seus próprios poderes inerentes, entretanto exercendo apenas uma supervisão geral, das leis gerais que Ele estabeleceu.
A ideia panteísta da providência divina- No panteísmo não há reconhecimento da distinção que há entre Deus e o mundo, os panteístas falam de providência, porém para eles a providência, assim chamada, é idêntica ao curso da natureza, e este não é nada mais nada menos que a auto revelação de Deus, que não dá lugar para a independente operação das causas secundárias, em qualquer sentido da palavra. A teologia resguarda-se dos perigos do panteísmo, mas durante o século passado a ideia panteísta aninhou-se em muita teologia liberal moderna com disfarçando-se da doutrina da imanência de Deus.
OBJETOS DA PROVIDÊNCIA DIVINA.
Os ensinamentos da Escritura sobre este ponto- As Sagradas Escrituras ensinam claramente sobre Bíblia o governo providencial de Deus sobre o universo em geral, Sl 103.19; Dn 5.35; Ef 1.11; sobre o mundo físico, Jó 37.5; Sl 104.14; 135.6; Mt 5.45; sobre a criação inferior, Sl 104.21, 28; Mt 6.26; 10.29; sobre os negócios das nações, Jó 12.23; Sl 22.28; 66.7; At 17.26; sobre o nascimento do homem e sua sorte na vida, 1 Sm 16.1; Sl 139. 16; Is 45.5; Gl 1.15, 16; sobre as vitórias e fracassos que sobrevêm às vidas dos homens, Sl 75.6, 7; Lc 1.52; sobre coisas aparentemente acidentais ou insignificantes, Pv 16.33; Mt 10.30; (8) na proteção dos justos, Sl 4.8; 5.12; 63.8; 121.3; Rm 8.23; no suprimento das necessidades do povo de Deus, Gn 22.8, 14; Dt 8.3; Fp 4.19; nas respostas à oração, 1 Sm 1.19; Is 20.5, 6; 2 Cr 33.13; Sl 65.2; Mt 7.7; Lc 18.7, 8; e no desmascaramento e castigo dos ímpios, Sl 7.12, 13; 11.6.
Providência geral e especial- os teólogos distinguem a providência entre geral e especial, a primeira indica o governo de Deus sobre o universo todo, e a última, o Seu cuidado de cada parte dele em relação ao todo, todavia não existem duas espécies de providência, e sim a mesma providência exercida em duas diferentes relações.
Negação da providência especial- existem aqueles que admitem uma providência geral, onde a administração está sob um sistema fixo de leis gerais, negando uma providência especial onde Deus se interessa pelos pormenores da história, e por assuntos da vida humana em particular pelas experiências dos justos, entretanto alguns afirmam que Deus é grande demais para preocupar-se com coisas menores da vida, enquanto outros acreditam que Ele não pode fazê-lo, devido as leis da natureza que Lhe amarram as mãos e, razão esta que os fazem desconsiderar que Deus responde as orações, entretanto a Bíblia ensina todos os pormenores da vida pertencem à ordenação de Deus. Em conexão com a questão, se podemos harmonizar a operação das leis gerais da natureza com a providência geral, só podemos indicar o seguinte:
a) As leis da natureza não podem ser descritas como a natureza tivesse poderes para governarem em absoluto todos os fenômenos e operações.
b) A concepção materialista de que as leis da natureza como um sistema entrelaçado e fechado que age independente de Deus, impossibilitando-O de interferir no curso do mundo, é totalmente errônea, pois, o universo possui uma base pessoal. E tudo o que ocorre na natureza é simplesmente o método ordenado por um Ser pessoal em ação.
c) As leis da natureza, produzem os mesmos efeitos desde que todas as condições sejam as mesmas, os efeitos não são resultados de uma força única, e sim de uma combinação de forças naturais, inclusive o homem pode modificar os efeitos combinando uma força da natureza com outra da própria natureza ou de outras forças de origem humana, podendo cada uma destas forças operar em estrita harmonia com suas leis. E se o homem consegue fazê-lo, Deus que infinitamente mais tudo é possível. Com todos os tipos de combinação existentes, Deus pode leva a efeito os mais variados resultados.
PRESERVAÇÃO
Base da doutrina da preservação- A prova da doutrina da preservação pode ser é direta e por dedução.
Prova direta. A divina preservação está em inúmeras passagens das Sagradas Escritura: Dt 33.12, 25-28; 1 Sm 2.9; Ne 9.6; Sl 107.9; 127.1; 145.14, 15; Mt 10.29; At 7.28; Cl 1.17; Hb
1.3. Muito numerosas são as passagens que falam de Deus preservando o Seu povo. Exemplos: Gn 28.15; 49.24; ex 14.29, 30; Dt 1.30, 31; 2 Cr 20.15, 17; Jó 1,10; 36.7; Sl 31.20; 32.6; 34.15, 17; 37.15, 17, 19, 20; 91.1, 3, 4, 7, 9, 10, 14; 121.3, 4, 7, 8; 125.1, 2; Is 40.11; 43.2; 63.9; Jr 30.7, 8, 11; Ez 34.11, 12, 15, 16; Dn 12.1; Zc 2.5: Lc 21.18; 1 Co 10.13; 1 Pe 3.12; Ap 3.10.
Prova por dedução- A ideia da preservação divina intervém com a da doutrina da soberania de Deus, sendo absoluta, e sustentada com a condição de que todo o universo e tudo que nele há são em seu ser e em sua ação dependente totalmente de Deus, inferindo também o caráter dependente da criatura. Somente quem criou todas as coisas pela palavra do Seu poder, pode sustentá-lo por Sua onipotência.
O correto conceito da preservação divina- doutrina que parte pressuposto de que todas as substâncias criadas, sejam espirituais ou materiais, têm existência real e permanente, totalmente distinta da existência de Seu Criador, e só possuem propriedades ativas e passivas provindas de Deus; tendo esses ativos com eficiência real, e não aparente, como causas secundárias, produzindo os efeitos que lhe são próprios. O poder de Deus age para a sustentação de todas as coisas sendo positivo como o poder exercido na criação. A precisão da natureza da Sua obra na sustentação de todas as coisas, tanto no ser como no agir é um mistério, entretanto pode-se dizer que, em Suas operações providenciais, Deus se acomoda à natureza das Suas criaturas. A preservação pode ser definida como a obra contínua de Deus pela qual Ele mantém as coisas que criou, juntamente com as propriedades e poderes de que as dotou.
Conceitos errôneos da preservação divina- Há duas concepções sobre a preservação que devem ser evitadas: Que é puramente negativa- o deísmo, defende a ideia que na preservação divina que Deus não destrói a obra das Suas mãos, e por causa da criação, Deus dotou a matéria de certas propriedades, colocando-as sob leis inalteráveis e depois deixou que ela se movesse por si mesma, independente de todo suporte ou direção de fora, tal concepção é irracional, irreligiosa e antibíblica, pois não se pode admitir que Deus comunicou autossubsistência à criatura, quando a auto existência e auto sustentação são propriedades impossíveis de se comunicar, algo que caracterizam somente ao Criador, a criatura jamais pode ser auto sustentadora, porém precisa mantida continuamente pelo poder absoluto do Criador. Outra concepção é de que é uma criação contínua- para panteísmo a preservação seria uma criação contínua, de modo que as criaturas ou causas secundárias são entendidas como não tendo existência real ou contínua, mas como emanando em cada momento sucessivo daquele misterioso Absoluto que é a base oculta de todas as coisas.
CONCORRÊNCIA
A ideia da concorrência divina e sua prova bíblica
Definição e explicação- A concorrência pode ser definida como poder que coopera com todos os outros poderes a ele subordinados, estando em harmonia com as leis pré-estabelecidas de sua operação (estabelecidas na criação), fazendo-os agir precisamente como agem. Vale ressaltar que esta doutrina implica duas coisas: as forças da natureza não podem agir por si mesmas, mas Deus opera de forma imediata em cada ato da criatura, e que as causas secundárias existem, sendo reais, e, portanto, não devem ser consideradas somente como o poder operativo e Deus.
Prova bíblica da concorrência divina- as Sagradas Escrituras ensinam que a providência de Deus pertence tanto à existência, quanto às ações ou operações da criatura, e que os homens não agem de forma independente, mas são governados pela vontade de Deus, Ele age em diversas situações na vida dos homens, sendo esta verdade notória em diversas passagens bíblicas. Gn 45.5, Ex. 4.11, 12, Js 11.6 Ele dá a Josué a certeza de que o livrará dos inimigos de Israel. Provérbios 21.1, Ed 6.22, Dt 8.18 2 Sm 16.11, Is 10.5. Além disso, Ele pôs um espírito mentiroso na boca dos profetas de Acabe, 1 Rs 22.20-23.
ERROS QUE DEVEM SER EVITADOS
Existem erros que devem ser evitados em conexão com esta doutrina:
Que ela consiste somente numa comunicação geral de poder, sem determinar de forma alguma a ação específica de Deus, onde o homem estivesse de posse do governo. Se isso fosse verdade não haveria providência divina.
Que é de tal de natureza, que o homem realiza parte da obra, enquanto Deus realiza também uma parte dela esta é uma visão equívoca da distribuição da obra embora, cada realização de Deus como da criatura, é uma realização onde tudo depende da vontade de Deus, e é uma realização do homem onde Deus leva a efeito por meio da atividade própria do homem, sem, entretanto, haver nenhuma limitação mútua, e sim uma interpretação dessa realização.
De que a obra de Deus e do homem na concorrência, são planejadas, tal concepção pode ser excluída, pois a obra de Deus sempre tem prioridade e o homem depende de Deus em tudo que faz.
CARACTERÍSTICAS DA CONCORRÊNCIA DIVINA.
A concorrência Divina é prévia e predeterminante, não num sentido temporal, mas, sim, num sentido lógico, ou seja, na criatura não existe princípio de atividade autônoma à qual possa ser juntada a atividade divina. Em ambos os caso, o impulso para a ação e movimento procede de Deus, há uma influência da energia divina antes de poder agir sobre criatura, e tal influência não termina na atividade da criatura, mas na própria criatura, tudo que existe na natureza Deus faz com que haja e se mova na direção de um fim predeterminado, desta forma Ele capacita e ajuda as Suas criaturas racionais, como causas secundárias para funcionar, não concedendo-lhe apenas energia, mas dando-lhes essa energia para certos atos específicos. Ele opera tudo em todos, 1 Co 12.6, e também neste caso, opera tudo conforme o conselho da sua vontade, Ef 1.11. Ele deu a Israel a capacidade de obter riqueza, Dt 8.18, e opera nos crentes tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade, Fp 2.13. Os pelagianos e semipelagianos de todo tipo geralmente se dispõem a admitir que a criatura não pode agir sem um influxo do poder divino, mas sustentam que este não é tão específico que chegue a determinar o caráter da ação de algum modo. (Berkhof 2009 p.159)
A concorrência é também simultânea, pois após o início da atividade da criatura, a vontade eficaz de Deus irá acompanhá-la em todo tempo, sem que esta possa agir independente da vontade e poder de Deus. É só nele que vivemos e nos movemos e existimos, At 17.28. Esta atividade divina acompanha o homem em todo e qualquer ponto sem, todavia, privá-lo de um ato pelo qual ele é responsabilizado. O homem é e permanece sendo o verdadeiro sujeito da ação.
A concorrência é imediata, Deus ao governar o mundo utiliza toda sorte de meios para a obtenção dos Seus fins; sem, todavia, operar deste modo na concorrência divina, Deus dota o homem de poder e determina suas ações sustentando as suas atividades em todo tempo.
A CONCORRÊNCIA DIVINA E O PECADO
Há uma séria objeção por parte dos pelagianos, os semipelagianos e os arminianos acerca da doutrina da providência, pois eles acreditam que a concorrência seja prévia, e não geral, mas que determinando o homem a ações específicas, fazendo de Deus o autor e responsável pelo pecado, Os teólogos reformados (calvinistas) sabem não que podem negar uma dificuldade sobre esta concepção aparentemente plausível porém, não ase sentem livres para dissimulá-la negando o absoluto domínio de Deus sobre as livres ações das Suas criaturas morais, pois as Sagradas Escrituras o ensina claramente, Gn 45.5; 50.19, 20; Êx 10.1, 20; 2 Sm 16.10, 11; Is 10. 5-7; At 2.23; 4.27, 28. Há certo constrangimento da parte dele em ensinar que: que os atos pecaminosos estão sob o governo divino e ocorrendo de acordo com a predeterminação e o propósito divino, mas somente pela permissão de Deus, de modo que Ele não leva os homens a pecarem, Gn 45.5; 50.20; Êx 14.17; Is 66.4; Rm 9.22; 2 Ts 2.11; que Deus reprime as obras pecaminosas do homem, Gn 3.6; Jó 1.12; 2.6; Sl 76.10; Is 10.15; At 7.51; e também que Deus, para o cumprimento do Seu propósito, dirige o mal para o bem, Gn 50.20; Sl 76.10; At 3.13.
Nem todos concordam com esta reposta, a grande maioria concorda com a concepção de Dabney que defende uma concorrência física na criação inferior negando a relação aos agentes livres, concordando que o governo de Deus sobre todos os atos das Suas criaturas é certo, soberano e eficaz; por esta razão tenha que responsabilizar-se como os demais sobre a questão de Deus ser responsável pelo pecado, entretanto, sobre a concorrência a maior parte dos teólogos reformados (calvinistas) sustentam tal questão, e buscando a solução da dificuldade distinguindo matéria e forma do ato pecaminoso, e atribuindo a forma do ato pecaminoso sendo exclusivo ao homem, não há como dizer que estas soluções tragam uma resposta satisfatória de modo que o problema da relação de Deus com o pecado continua sendo um mistério.
GOVERNO
Natureza do governo divino.
O governo divino pode ser definido como a atividade contínua de Deus onde Ele rege todas as coisas teleologicamente com a finalidade de garantir que o Seu propósito divino seja realizado, Este governo não é uma simplesmente parte da providência divina, mas, como no caso da preservação e da concorrência, é toda essa atividade, sendo considerada agora sob o ponto de vista do fim para o qual Deus guia todas as coisas da criação, a saber, para glória do Seu nome.
O governo de Deus é como o Rei do universo- Nos dias atuais muitos consideram a ideia de Deus como Rei como sendo esta uma noção veterotestamentária obsoleta, e querem substituir pela ideia neo testamentária de Deus como Pai, onde ideia da soberania de Deus deva dar lugar à do amor divino acreditando que esta se harmoniza com a concepção progressiva de Deus nas Sagradas Escrituras, porém é uma ideia errônea, pensar que a revelação divina ao passo que se eleva a níveis mais altos, tem o intuito de fazer com que nos desapeguemos aos poucos da ideia de Deus como de Deus como Rei conforme apresentado no V.T e a substituamos pela ideia de Deus como Pai como é descrito no NT. Contra essa concepção está a proeminência da ideia do reino de Deus conforme ensinou Jesus. E se se disser que isto envolve apenas a ideia de uma especial e limitada realeza de Deus, pode-se replicar que a ideia da paternidade de Deus nos evangelhos está sujeita às mesmas restrições e limitações. Jesus não ensina uma paternidade universal de Deus. Além disso, o Novo Testamento também ensina a realeza universal de Deus em passagens como Mt 11.25; At 17.24; 1 Tm 1.17; 6.15; Ap 1.6; 19.6. Ele é igualmente Rei e Pai, e é a fonte de toda autoridade no céu e na terra, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. (Berkhof 2009, p.161)
O governo de Deus está adaptado à natureza das criaturas que Ele governa- Deus estabeleceu as leis da natureza e através delas Ele exerce Seu governo do universo físico, enquanto que o mundo mental Ele exerce o Seu governo de forma mediata, através das propriedades e leis da mente, e de forma imediata, pela direta operação do Espírito Santo. No governo e domínio dos agentes morais Deus utiliza-se de toda classe de influência moral, como as circunstâncias, os motivos, a instrução, a persuasão e o exemplo, porém age diretamente, pela operação pessoal do Espírito Santo no intelecto e na vontade e no coração.


A EXTENSÃO DESTE GOVERNO
As Sagradas Escrituras afirmam claramente que este governo divino é universal, Sl 22.28, 29; 103.17-19; Dn 4.34, 35; 1 Tm 6.15, sendo a execução do propósito eterno de Deus, alcançando todas as Suas obras, desde o princípio, tudo que foi, é e será para sempre, embora seja geral, inclui também a particularidades e as coisas de maior significação, Mt 10.29-31, aquilo que previsivelmente é acidental, Pv 16.33, as boas ações dos homens, Fp 2.13, como também as suas más ações, At 14.16 tudo está sob o governo e direção de Deus.
Deus é o Rei de Israel, Is 33.22, mas Ele também domina entre as nações, Sl 47.9, nada pode escapar ao Seu governo.



PROVIDÊNCIAS EXTRAORDINÁRIAS OU MILAGRES
Natureza dos milagres.
Entre providencia ordinária e providencia extraordinária usualmente se faz certa distinção, na providencia ordinária, há a ação de Deus através de causas secundárias em completo acordo com as leis da natureza, apesar de que alguns resultados podem variar, com combinações diferentes, na providencia extraordinária, Deus age imediatamente ou sem a mediação de causa secundárias, em sua operação ordinária. Algo que distingue a característica do feito miraculoso é que ele é o resultado do exercício do poder sobrenatural de Deus, isso quer dizer que o milagre não é ocasionado por causas secundárias que operam conforme as leis da natureza, se isto ocorresse não seria milagre. Se Deus ao realizar um milagre, algumas vezes utilizou-se das forças presentes na natureza, o fez de modo totalmente distante do comum, com o desígnio de produzir resultados não esperados pelo homem, e é exatamente isso que constitui o milagre. Todo milagre está além da ordem estabelecida nas leis que regem a natureza, podemos distinguir diferentes classes, entretanto não o grau dos milagres, existem milagres que sobrepõem a natureza, não estando desta forma ligados, a quaisquer meios, porém existem milagres que são contra media, onde os meios são utilizados, entretanto, o resultado é algo inteiramente diverso do resultado habitual daqueles meios.
POSSIBILIDADE DE MILAGRES.
Existem oposições aos milagres, principalmente quando ocorre uma violação das leis da natureza. Alguns fogem desta dificuldade alegando que os milagres apenas exceções da natureza, como a conhecemos, afirmando que se tivéssemos um real conhecimento da natureza, teríamos como explicar o milagre de forma perfeitamente natural, tal posição é inaceitável, pois pressupõe duas ordens da natureza, reciprocamente contrárias, esse conceito priva o milagre do seu caráter excepcional, pois os milagres mostram-se como eventos excepcionais das Sagradas Escrituras.
Existe com certeza uniformidade na natureza; há leis para a operação das causas secundárias no mundo físico, entretanto vale lembrar que elas representam simplesmente o método comum onde Deus age na natureza, é da vontade boa vontade Dele agir de forma ordenada e por através de causas secundárias. Porém isto não quer dizer que Ele não possa deixar de lado a ordem que estabeleceu, produzindo um efeito extraordinário, que não seja resultado de causa naturais, por um ato único de Sua própria vontade, se o julgar desejável para o fim em vista. Quando Deus opera milagres, produz efeitos extraordinários de maneira extraordinária. Quer dizer que os milagres estão acima da natureza (Berkhof 2009, p. 163).
PROPÓSITO DOS MILAGRES NAS ESCRITURAS
Os milagres da Escritura não foram realizados arbitrariamente, pode-se presumir que cada milagre realizado tem um propósito definido. Não são simples maravilhas e exibições de poder, para serem admiradas, mas têm significado de revelação. Devido a entrada do pecado no mundo foi necessária a intervenção sobrenatural de Deus no decurso dos eventos, com a finalidade de destruir o pecado e para a renovação da criação. Foi por intermédio de milagres que Deus nos concedeu a Sua revelação especial e verbal nas Sagradas Escritura, bem como a Sua revelação suprema e real em Jesus Cristo. Os milagres relacionam-se com a economia da redenção, redenção esta que constantemente eles prefiguram e simbolizam. Não visam a uma violação, e sim a uma restauração da obra criadora de Deus. Diante disto pode-se observar ciclos de milagres ligados a períodos especiais da história da redentiva, em especial no período do ministério público de Jesus Cristo e da fundação da igreja, todavia estes milagres ainda não resultaram na restauração do universo físico, mas, quando chegar o fim dos tempos, haverá uma outra série de milagres, que resultarão na renovação da natureza, afim de que o Nome de Deus seja glorificado. Constituindo-se assim o estabelecimento final do reino de Deus em novo céu e nova terra.

CONCLUSÃO
Diante do estudo apresentado podemos concluir que Deus só pode ser conhecido à medida em que Ele se auto-revela, e é seu propósito fazer-se conhecido ao homem, através de sua criação, da manifestação seus atos, de Seus decretos, atributos, providência, governo e milagres, todos são instrumentos que Ele utiliza para comunicar a humanidade sobre Sua existência, Soberania, Poder e Majestade.
A Teonlogia se empenha em trazer esse conhecimento de Deus naquilo em que Ele se permite conhecer, ao homem é impossível descrevê-Lo em Sua totalidade pois Deus é infinito e ilimitado enquanto que o homem finito e limitado, mas a busca do conhecimento de Deus está incutida no homem, e mesmo que não possa chegar a uma plena definição acerca de Deus, o que se pode apreender nesta busca é o que o próprio Deus define sobre Si mesmo: “EU SOU O QUE SOU”, e esta afirmativa do Todo-Poderoso já basta para aqueles que pela fé creem neste Deus que tem o prazer em fazer-Se conhecido ao alvo de Seu amor: o homem, coroa de Sua criação.
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The Oneness of God
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QUESTIONARIO
Nome___________________________________________ Nota_______________
Prova nº 17- QUESTIONÁRIO 1) Muitas são as ideias que almejam trazer uma definição exata ou racional da existência de Deus, a teologia define como: a) ( ) Ele é um Ser Pessoal, auto-preexistente b) ( ) Ele é um Ser Pessoal, auto-existente c) ( ) Ele é um Ser Pessoal, auto-resistente, 2) Falando sobre uma definição para os atributos de Deus assinale a alternativa correta: a) ( ) Os atributos de Deus são unidades, características atribuídas ao caráter de Deus. b) ( ) Os atributos de Deus são qualidades, características retribuídas ao caráter de Deus. c) ( ) Os atributos de Deus são qualidades, características atribuídas ao caráter de Deus.
3) Com relação ao ato criativo de Deus como podemos definir a criação através dos seus atos? Assinale a alternativa correta
a) ( ) Ato do Deus Trino, Ato livre de Deus, Ato atemporal, Ato divino, ato distinto de Deus , mas sempre dependente dEle.
b) ( ) Ato do Deus Trino, Ato livre de Deus, Ato temporal, Ato divino, ato distinto de Deus , mas sempre dependente dEle.
c) ( ) Ato do Deus Trino, Ato livre de Deus, Ato temporal, Ato divino, ato distinto de Deus , mas independente dEle.
4) Quanto à existência dos anjos quem crê na autoridade da Palavra de Deus não pode duvidar que eles existam, com base no material de estudo, quais as características dos anjos?
a) ( ) Os anjos são seres espirituais, incorpóreos, racionais, morais e imortais.
b) ( ) Os anjos são seres espirituais, corpóreos, racionais, morais e imortais.
c) ( ) Os anjos são seres espirituais, incorpóreos, irracionais, morais e imortais.
5) Com relação a milagres e propósito pode-se dizer que:
( ) cada milagre realizado tem um propósito indefinido.
( ) cada milagre realizado tem um propósito deferido.
( ) cada milagre realizado tem um propósito definido

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