FACULDADE DE TEOLOGIA TESTEMUNHAS HOJE
CURSO LIVRE
PANORAMA
BÍBLICO
CONCEITO GERAL
Ao lermos a Bíblia
nos deparamos com milhares de termos e expressões de época que torna o texto
por vezes indecifrável, isto se deve ao fato de que a Bíblia foi escrita a
dezenas de séculos atrás, em uma sociedade de hábitos peculiares, ou seja,
próprios da época e dos costumes desse tempo.
Entre o homem moderno
e os escritos bíblicos existem diversos abismos: culturais, geográficos,
sociais, tecnológicos, religiosos, econômicos, etc.
O ignorar que o
conhecimento dos contextos dos tempos bíblicos (a este contexto chamamos
de Panorama) é uma necessidade faz com que muitas pessoas obtenham a pior
interpretação possível de suas leituras bíblicas.
Mesmo vivendo na
mesma época é bem provável que pessoas de diferentes regiões do mundo não se
entendam mesmo falando a mesma língua, pois as expressões que usam são
diferentes; neste caso existem bem menos abismos entre estas duas pessoas do
que entre um escritor bíblico e nós.
Um missionário quando
vai a campo já sabe antecipadamente que sofrerá um choque cultural e terá um
tempo de adaptação na nova cultura em que vive, terá de compreendê-la para
fazer com que aquelas pessoas compreendam o evangelho.
Imagine você
conversando com um cidadão inglês, você diz a ele que vai "tomar o
ônibus", então ele responde "como pode? Em um ônibus caber muito
líquido", ele entendeu que você iria beber (tomar) um ônibus; então ele
lhe pergunta "você quer dizer que vai ter um ônibus" e você responde
"não eu não vou comprar um". A confusão aconteceu porque o brasileiro
diz que vai tomar um ônibus já o americano diz "I will have a
bus", ou seja, eu vou ter um ônibus.
Aqui está o porquê
desta Disciplina, ela lhe dará conhecimento sobre os contextos sociais,
econômicos, culturais, tecnológicos, religiosos, etc. que você necessitará ter
para compreender muitas coisas ao ler a Bíblia. Se às vezes é difícil
conversar com um vizinho que veio de outra região do mesmo país por que você
não conhece a sua sociedade, imagine então que para compreender muitas coisas
escritas há dezenas de séculos atrás é realmente necessário um estudo das sociedades
dos tempos bíblicos.
Para se realizar este
estudo é necessário ter a mente aberta para poder compreender a mente de outras
pessoas que viveram na antiguidade, muita pesquisa, assim como também é
necessário saber de antemão que nunca se obterá um sucesso absoluto neste tipo
de pesquisa.
Esta disciplina, de
certo modo lhe introduzirá em meio a tais sociedades, após cumprir esta disciplina você poderá ler a Bíblia quase como uma
pessoa da época, e isto é de suma importância, pois você deve primeiramente
compreender o que o texto bíblico dizia ao homem na época, para depois poder
compreenderam o que ele diz para o homem contemporâneo.
Como exemplo veja um
estudo sobre a sétima igreja de Apocalipse que é Laodicéia e para que as
pessoas compreendam o conteúdo desta sétima carta tivemos que fazer um estudo
dos contextos da região na época para que todos possam dessa
maneira compreender ao lerem o que João escreveu, confira a importância disto,
o estudo vai abaixo em cor azul:
LAODICÉIA
Texto
(Ap 3.14-22): “Trinitarian Bible Society”
em português.
14 E ao
anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha
fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
15
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou
quente!
16
Assim, porque és morno, e não és frio
nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
17 Como
dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és
um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
18
Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e
roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e
para ungires os teus olhos com colírio, para que vejas.
19 Eu
repreendo e castigo a todos quanto amo; sê, pois, zeloso, e arrepende-te.
20 Eis
que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, eu
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
21 Ao
que vencer eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu
venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
22 Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
A
cidade:
Laodicéia
era uma cidade rica da Ásia menor (atual Turquia), fundada por Antioco II em
aproximadamente 250 a .C.,
era situada ao lado sul de uma das grandes estradas comerciais da Ásia menor,
localizava-se nela o encontro de três grandes estradas comerciais, por isto tinha
sua prosperidade garantida.
Era
também um importante centro bancário, foi ali que Cícero viajando para assumir
o governo da província da Cicília em 51 a . C., sacou suas ordens de pagamento, tais
bancos financiaram a reconstrução da cidade depois de um terremoto que a
destruiu em 60 d. C.; nesta época, Laodicéia de tão rica que era recusou por
orgulho uma verba especial votada e liberada pelo senado romano para sua
reconstrução, não precisada realmente de coisa alguma.
Muitas
atividades e produtos faziam Laodicéia famosa, dentre elas se destacam, a lã
negra e lustrosa produzida no vale do Lico da qual eram produzidos finas capas
e tapetes, ela tinha também uma ótima escola de medicina, uma indústria de
colírios, famosas águas mornas carregadas de sódio que vinham da vizinha
Hierápolis eram impossíveis de beber sem causar vomito, e outras.
Sob o
imperador Diocleciano foi elevada a situação de capital da província da Frigia.
Interpretação:
14 E ao
anjo da igreja que está em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha
fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
FIEL -
Nesta carta Jesus se autodenomina deste modo, isto serve para contrastar com a
infidelidade desta igreja. Apesar daquela comunidade não ser fiel, Deus estava
dizendo que Ele era.
15 Eu
conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou
quente!
16
Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
MORNA -
Morna é a condição da igreja que vive em harmonia com o mundo, assemelhasse em
comportamento com as pessoas ímpias ao seu redor; professa o cristianismo, mas,
na verdade é miserável na fé. Assim como suas águas eméticas eram recusadas
como nojo até por viajantes sedentos, o Senhor recusava Laodicéia com o mesmo
nojo, e usava a imagem destas águas para que pudessem entender.
17 Como
dizes: Rico eu sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que
tu és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
GANANCIOSA
E ORGULHOSA – No comentário sobre a cidade, já lemos sobre seu contexto
econômico e cultural. Laodicéia era uma cidade mergulhada na ganância e na
comodidade, imaginava que possuía riquezas espirituais e virtudes cristãs, e
isto a cegava para o entendimento da doutrina cristã que é simples. Mas como
poderiam ser pobres se eram ricos, cegos se tinham o melhor colírio e nus se
produziam tecidos finíssimos?
Todo
cristão que diz: eu não preciso de coisa alguma, engana-se gravemente, pois
todos somos miseráveis sem Jesus na retaguarda, precisamos Dele em todos os sentidos.
Deus é nossa fonte de fé, de graça, de sabedoria, de amor, precisamos do Seu
amor, da Sua proteção, do Seu espírito, da comunhão com os irmãos, etc. Este
mesmo sentimento de auto-suficiência foi o principio da queda de satanás, e
busca-la foi o principio da queda do homem. Tinham tudo e não tinham nada eram
miseráveis, pobres, cegos e nus.
18 Eu
te aconselho que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e
roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e
para ungires os teus olhos com colírio, para que vejas.
Laodicéia
tinha em abundancia cada produto citado aqui: ouro, finos tecidos e colírio,
mas o que o Senhor quis dizer com “de mim compres” é que não se tratava dos
produtos da cidade, pois estes eles já tinham, mas de ouro, roupas e colírio do
Senhor. No versículo anterior o
Senhor os chamava de pobres cegos e nus, e para estes Ele diziam eu tenho ouro
para vossa pobreza, colírio para vossa cegueira, e roupas para sua nudez.
Estes
produtos que o Senhor oferece de graça são adquiridos com a prática da fé.
Os
produtos de Laodicéia não traziam a verdadeira riqueza.
19 Eu
repreendo e castigo a todos quantos eu amo; sê pois zeloso, e arrepende-te.
Misericordioso
que é o Senhor repreende seus filhos para que não os perca, e este pedido de
arrependimento vem após o conselho sobre como proceder corretamente. Ele diz vou castiga-los, para que se voltem
a mim, arrependam-se. Isto também denota que Deus castiga o homem com pesar.
Todavia note-se que a repreensão vem antes do castigo, se não há uma resposta
do homem à repreensão divina, certamente virá o castigo.
20 Eis
que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, eu
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
Esta
frase para mim é triste, Cristo é mal quisto, mas, Ele esta sempre pronto a ser
aceito novamente, o pecador que se arrepende tem livre acesso à Cristo que
sempre rejeitou. O povo da rica cidade de Laodicéia sentindo-se bem
materialmente e farto, não sente necessidade de Jesus e trocou-o por conforto e
comodidade. Mas o Senhor esta dizendo “estou aqui a vossa disposição, se me
procurarem terei prazer em vocês novamente, cearei convosco”, talvez até esta
ceia refira-se à ceia das bodas do cordeiro.
21 Ao
que vencer eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu
venci, e me assentei com meu Pai no seu trono.
Para
cada igreja há uma promessa distinta; esta promessa de certo vem ao encontro do
interesse deste povo, para Laodicéia o senhor promete que o vencedor (aquele
que guardar seus preceitos) sentar-se-á num trono. Pensando na população rica
de uma cidade, isto poderia vir ao encontro de cada um, mas este trono não era
nos padrões humanos, e sim nos celestiais; o que está assentado nele é um
soberano rico, mas humilde, poderoso, mas amoroso, reto e justo.
Vemos neste breve
estudo o Senhor Jesus usando os próprios elementos da cidade na época para
falar com seus cidadãos, se lêssemos simplesmente sem conhecer nada disto o que
iríamos entender?
Este tipo de
conhecimento é importante também para que você comece a "sentir" como
um homem da época, pois pesquisar sobre aspectos físicos pode ser de certo modo
fácil, mas tentar entender os sentimentos de um homem da época isto sim é muito
difícil, o que lhe provocaria ódio, esperança, patriotismo, choro, angústia,
alegria, quais os fatos, aromas, paisagens, cerimônias que poderiam mexer com
seus sentimentos e de que modo. Não é suficiente você entender de que consistia
o ofício de pastor, mas o sentimento que ele trazia consigo por ter a profissão
mais desqualificada de toda uma sociedade; como se sentia um pescador que
passou a noite toda deslocando um pesado barco a remo e puxando e redes pesadas
e ásperas ao chegarem em casa cansado e encontrar-se com sua família?
Este tipo de estudo
não nos leva somente a compreendemos melhor o texto bíblico, mas também os
personagens bíblicos, tal como o próprio Jesus que era um judeu e vivia em meio
a esta mesma sociedade alimentando-se e vestindo o que era comum.
Não conhecer este
tipo de estudo foi o que instituiu em muitas igrejas pesadas tradições que
tornou a vida cristã em uma masmorra, a maioria das tais igrejas apóiam-se nas
epístolas aos Coríntios sem saber que o apóstolo Paulo estava em meio a uma
sociedade completamente mergulhada na imoralidade, onde a prostituição é uma
das fontes de renda da região.
HABITAÇÃO
CASAS E TELHADOS
Nos tempos bíblicos
as casas eram constituídas de somente um cômodo, e eram pequenas tinham
aproximadamente 15 m
quadrados, uma escada lateral e externa levava ao telhado que era normalmente
um segundo cômodo de toda casa naquela época, todas as atividades da família
eram realizadas fora da casa, portanto à moradia era usada somente para dormir
e para as refeições. Por dentro o piso tinha dois níveis no mais alto dormia
toda a família, todos juntos e no mais baixo poderia dormir alguns animais e
estimados pela família, se a família tivesse poucos animais todos dormiam
dentro da casa. No telhado da casa muitas atividades eram feitas, por exemplo:
reuniões de família, atividades sociais e em noites mais quentes a família toda
dormia no telhado, nele era comum haver tantas atividades que em Deuteronômio
22:8 manda que se construam parapeitos nele, que geralmente eram grades de
madeira.
Como as diferenças
sociais eram poucas em meio a sociedade judaica então as moradias não mudavam muito,
eram quase todas iguais.
A vida do povo judeu
era tranqüila, havia muito carinho e aconchego familiar, os pães eram assados
em fornos de barro, à noite instrumentos musicais eram tocados na área de fora
e as casas iluminadas pelas lamparinas de azeite.
Os tais telhados que
eram planos, exigiam do construtor da casa cuidados especiais, pois era a sala
de estar da família, era armado com pesadas vigas de madeira sobre as quais se
colocavam varetas e depois tudo era recoberto com uma mistura de barro e palha
picada.
Já as famílias com
melhores condições financeiras aplicavam ladrilhos sobre o barro para o
conservarem das chuvas que os desgastavam, outros plantavam grama para os
protegerem da erosão, regulamente era preciso lixá-lo para mantê-lo impermeável
e apesar de todos os cuidados as goteiras eram inevitáveis, mais cedo ou mais
tarde sempre apareciam.
As mulheres quase
sempre trabalhavam no telhado, amassando pão, tecendo, secando frutas como
figo, tâmaras, catando cereais, lavando ou secando roupas, etc.
Certa vez em Atos
10:9 Pedro foi orar no telhado; ele também era usado para anunciar coisas
importantes em alta voz, veja em Mateus 10:27, Lucas 12:3.
As construções dos
dois cômodos naqueles tempos eram raras, era mais comum fazerem pequenos
cômodos no telhado que serviam de quartos para hóspedes ou de aposento para
oração, em Mateus 6:6 Jesus disse que ao orar deveriam entrar no quarto ao invés
de exibir sua religiosidade.
Talvez num destes
aposentos Jesus celebrou a ceia com seus discípulos (Lucas 22:12), neste caso
tratava-se de um lugar espaçoso e mobiliado; também após sua ascensão os seus
discípulos tivessem se reunido num lugar semelhante (Atos 1:13).
Em alguns locais as
casas eram ligadas umas às outras em meia parede, portanto os telhados também
eram ligados formando uma grande passarela isto na época era chamado como uma
rua de telhados que por muitos eram usadas como ruas comuns.
Jesus certa vez disse
que no dia do juízo quem estiver no telhado não deveria descer para pegar nada
em casa (Mateus 24:17).
ENCANAMENTOS
As técnicas de
encanamento são tão antigas quanto a fundação das primeiras cidades, mas, foi
só na época de Jesus que estavam tomando providências para se instalar vasos
sanitários.
Para os romanos era
comum banheiro e água encanada em casa, em algumas das cidades mais
sofisticadas já havia fossas com esgoto encanado ou valas, os canos eram de
cerâmica semelhante aos nossos. No primeiro século as casas de pessoas mais
ricas possuíam até banheiras e sistemas de aquecimento de água.
ILUMINAÇÃO
Nos tempos bíblicos
além das casas hebraicas serem pequenas eram também escuras, pois, a janelas
eram poucas, pequenas e localizadas no alto das paredes.
Os modos que haviam
de iluminar a casa eram geralmente à luz do fogão, lampiões ou lamparinas;
naquela época não havia as velas, portanto quando na Bíblia se lê a palavra
castiçal é um erro de tradução, o que havia aparecido com castiçal era o
menorá, um candelabro de ouro que tinha pavios mergulhados em azeite de oliva.
O que era chamado
lâmpada naquele tempo eram tigelas de azeite com uma depressão na borda onde se
colocava o pavio que geralmente era de linho ou algodão.
As lâmpadas mais
simples eram feitas de barro e outras mais sofisticadas de bronze ou outro
metal, as lâmpadas podiam ser adornadas com desenhos ou mesmo terem formatos de
animais, os judeus não gostavam de lâmpadas com formatos, pois, abominava a
idolatria.
Mesmo que fosse de
dia a casa deveria ter sempre algo aceso dentro, pois eram realmente escuras, e
o azeite era barato, também deveria se deixar a lâmpada sempre acesa, pois, era
realmente difícil obter fogo o que faziam atritando pedras.
Certa vez Jesus
contou a parábola da dracma perdida (Lucas 15:8), as pessoas da época
entenderam facilmente que o fato da mulher ter pego a candeia para procurar a
moeda foi uma tarefa difícil, pois procurava em um ambiente escuro com auxílio
de uma luz muito fraca, além do que uma dracma era muito dinheiro para época; e
na parábola das dez virgens (Mateus 25:1-4) eles também entenderam muito bem o
drama que é deixar uma lâmpada apagar, e agora você também pode compreender
estas coisas como uma pessoa da época.
A mulher que sempre
fazia o papel de dona-de-casa tinha inúmeros deveres, dentre os quais manter a
lâmpada acesa, se você for mulher agradeça a Deus de não ter nascido naquela
época.
Haviam lâmpadas fixas
que ficavam instaladas nas paredes internas ou externas da casa sobre os
veladores que eram pequenas prateleiras, dependendo da necessidade podia-se ter
uma ou muitas destas instaladas, havia também as portáteis.
Disse certa vez Jesus
que ao acender uma lâmpada deveríamos colocá-la no velador para que tivesse
utilidade (Mateus 5:15), agora conhecemos porque disse isto.
AS MOBÍLIAS
Como o a maioria das
casas eram pequenas e só possuíam um cômodo também não tinham muitas mobílias,
o que só iria atrapalhar o pouco espaço.
As refeições eram
feitas em cima de uma pele ou esteira que se estendia no chão, as mesas e
cadeiras eram coisas de pessoas ricas, nem sequer uma banqueta era utilizada
entre os hebreus.
Quando Jesus celebrou
a páscoa com seus discípulos muito provavelmente utilizou-se de uma pequena
mesa que ficava a poucos centímetros do chão coberto por uma esteira ou tecido,
a possibilidade de ter usado mesa e cadeira vai de acordo com o nível do local
em que a ceia foi celebrada, alguns dos seguidores de Jesus eram pessoas ricas,
portanto, se a ceia foi celebrada na casa de alguém rico usaram realmente mesa
e cadeira, o que não está de acordo com a realidade no quadro de Leonardo da
Vinci foi o fato de terem usado um lado somente da mesa.
Normalmente as
pessoas faziam suas refeições sentados em cima das esteiras como os orientais
ou deitados de lado apoiados no cotovelo.
Uma mobília que era
comum era o baú onde se guardavam coisas de diversas naturezas e ficava no
canto da casa, famílias mais ricas possuíam camas e armários, no Salmo 110:1
quando se lê "colocaria os teus inimigos por escabelo dos teus pés",
poucos sabem que escabelo é um pequeno baú cuja tampa é forrada para servir de
assento, era também usado para se colocar os pés em cima para descansa-los.
Os colchões eram
também esteiras ou peles de animais, pela manhã eram enrolados e colocados nos
cantos das paredes, mas também havia os estrados de madeira que na época eram
coisas sofisticadas.
Não havia cobertores,
pois as pessoas dormiam com a mesma roupa que usava um dia todo, se estivessem
um pouco mais frio colocavam uma túnica a mais.
Os travesseiros eram
feitos de pelo de cabra com enchimento de lã ou penas.
Havia também os
tapetes, que era coisa de casas mais ricas, assim como divãs.
Os vasilhames eram
tigelas ou jarras geralmente de barro colocadas em rentes prateleiras, onde
guardava de tudo, desde substâncias medicinais, azeite, a água e outros; em
casas mais ricas os vasilhames poderiam ser de materiais mais caros tais como
cobre, bronze, porcelana, e até decorados.
OS ALICERCES
Geralmente o piso das
casas era de cerâmica ou terra batida. Também era usado barro endurecido ou
argamassa na construção do piso. Em casas mais ricas às vezes faziam-se pisos
de pedra calcária que era mais fácil de limpar.
O terreno onde era
construída a casa era escolhido, pois, deveria ser firme (Mateus 7:24-27),
naquele tempo havia ameaças de terremotos, ventos fortes e tempestades seguidas
de erosões, eram comuns as fundações profundas para fincar a construção em
camadas de argila ou a rocha; as paredes e o reboco da casa durava muito menos
que os seus alicerces, portanto quando uma casa estava muito velha era
derrubado, mas, o alicerce era aproveitado para a reconstrução.
AS PORTAS
Nas casas hebraicas
que eram pequenas havia somente uma porta geralmente feita de madeira, não utilizavam
dobradiças, eram presas em um caixa de pedras e se moviam facilmente, e apesar
de serem pequenas e estreitas a sua soleira era sagrada e construída com muito
cuidado, esta soleira era de pedra e durante a páscoa se passava sangue nela
por causa da ocasião em que foram libertados do cativeiro egípcio.
Nas regiões rurais
elas ficavam sempre abertas, mas na cidade aonde havia constantes perigos de
furto possivelmente ela deveria permanecer fechada.
Na ombreira da porta,
ficava fixado o mezuzá, que era um tubo de metal ou uma caixinha que tinha um
pergaminho contendo o texto de Deuteronômio 6:4-9, este trecho bíblico era
chamado de Shema ou credo; o mezuzá é usado até hoje pelos judeus.
O mezuzá tinha um
orifício, pois quando o Shema era colocado dentro dele, era dobrado de um tal
modo que o termo "todo-poderoso" ficasse à vista através deste
orifício.
O propósito do Mezuzá
era identificar a fé dos moradores daquela casa, e proteger a casa também,
quando se saía o entrava em casa era normal beijar os dedos e tocar no mezuzá.
Havia fechaduras e
chaves que eram imensas, as pessoas costumavam carregá-la penduradas no
pescoço, também se trancava a porta com uma viga de madeira atravessada por
dentro.
AS JANELAS
Como a região do
oriente médio é bastante quente a janelas da casa tinham o único objetivo da
ventilação, e não iluminação, portanto eram construídas no alto das paredes, a
outra função da janela era de chaminé, portanto havia sempre uma acima e na
direção do fogão, eles não utilizava vidraças embora já existissem.
Apesar das casas
serem escuras nestas janelas ainda utilizavam um gradeamento de madeira tipo
uma persiana para controlar a entrada de luz, tais persianas eram fechadas em
noites frias.
Haviam casas
construídas sobre as muralhas da cidade, portanto suas janelas que eram altas
em relação ao solo eram usadas também para fugas (2º Coríntios 11:33), o jovem
Êutico que caiu do terceiro andar em (Atos 20:9) deve ter caído de uma destas
janelas.
PAREDES
As paredes das casas
hebraicas eram lisas e não podiam ter adornos, pois a lei mosaica proibia o uso
de imagens, em algumas sinagogas as paredes eram decoradas com imagens que
retratavam passagens da história.
As paredes ou eram
construídas com barro seco ou com tijolos, estes eram fabricados em buracos no
chão onde era prensado barro úmido com palha seca, após os elementos misturados
eram colocados para secar em formas de madeira, aonde o sol forte do oriente
médio o secava rapidamente.
Os oleiros faziam
tijolos mais sofisticados para palácios de moradias mais ricas e estes tijolos
além de possuírem estampas eram cozidos em fornos. A qualidade do tijolo
variava muito de acordo com a fórmula, e os preços variavam proporcionalmente
também, os melhores tijolos tinham mistura de areia, cal e até gesso, o mesmo
poderiam ter outros materiais melhores tais como betume ou piche.
Depois de preparadas
as paredes geralmente eram caiadas.
Quanto pior era o
material mais trabalho dava para conservá-la, pois, poderiam sofrer desgaste
até mesmo como o vento, o poderiam sofrer rachaduras ou aparecer orifícios por
onde animais poderiam entrar (Amos 5:19).
Geralmente os hebreus
davam mais atenção aos alicerces do que ao acabamento.
QUINTAIS
Os quintais eram sem
dúvida a parte da casa que a família mais apreciava, o tamanho dele, o que
possuía, e de que modo eram decorados variavam de acordo com a condição
financeira da família, mas a maioria das casas tinham quintal pequeno.
Geralmente era
bastante utilizado pela família, um centro de atividades, alguns eram calçados
com ladrilhos, e a maioria deles possuía um poço, quem não possuísse um tinha
de buscar água no Rio mais próximo.
Pessoas mais ricas
tinham água encanada e cidades mais sofisticadas tais como Cesáreia e
Tessalônica, possuíam uma ampla rede de esgoto.
Pouquíssimas eram as
casas que possuíam hortas e jardins, em sua maioria cultivavam apenas algumas
folhagens. As plantações que deveriam suprir a necessidade da cidade eram
feitas do lado de fora dos muros em hortas extensas, e Getsemani, por exemplo,
onde de Jesus foi traído por Judas é uma plantação de oliveiras. Até mesmo
tempo as refeições eram preparadas no quintal antes de serem levadas ao fogão
que eram de barro. As festas das famílias eram realizadas ali também, eles
faziam fogueiras tocavam instrumentos dançavam e cantavam alegremente.
CIDADES E POVOADOS
Nos tempos bíblicos
as casas não eram isoladas uma das outras a não ser que fosse em território
agrícola, mas a grande maioria delas estavam agrupadas em povoados, sempre
localizados próximos a nascentes ou rios, nos dias de Jesus Cristo havia
aproximadamente 240 cidades somente na Galiléia.
Estes povoados eram
bastante pequenos não tinham sinagogas nem tribunais, Belém e Emaús são
exemplos dessas cidades, já Nazaré pelo seu tamanho nem era considerada nas listas
oficiais tanto dos judeus como dos romanos. Mesmo assim muitos preferiam viver
nestas cidades pequenas, pois havia a possibilidade de terem seu jardim ou
horta em seu próprio quintal além de mais privacidade, além do que quanto maior
a cidade maior era o custo de vida.
As cidades grandes
eram geralmente cercadas com muralhas, Jerusalém é um exemplo de uma destas,
estas muralhas tinham grandes portões, e o fluxo de pessoas durante o dia era
muito intenso através dos mesmos, portanto boa parte do comércio da cidade
localizava nestes portões, ali os mercadores montavam seus negócios e
contratavam funcionários.
Por volta do primeiro
século foi criada uma lei interessante que desobrigava a esposa de seguir o
marido se este resolvesse mudar de uma cidade para um povoado vice-versa por
causa da mudança drástica de hábitos que sofreria.
HOSPITALIDADE
A hospitalidade era
uma característica marcante do povo judeu, sempre que chegava uma visita a uma
casa judaica esta deveria ser recebida com toda atenção os seus pés deveriam
ser lavados coisa que geralmente é feito pela esposa do anfitrião, nas casas de
pessoas mais ricas os escravos faziam isso.
A maioria seguia à
risca este tipo de tradição enquanto uma pequena minoria era realmente
indissociável, a hospitalidade já estava tão arraigada na sociedade judaica que
a generosidade entre eles era franca.
Não receber uma
visita era considerado paganismo (Lucas 16:19-25).
Jesus mesmo nos
ensinou que deveríamos abrir a porta de nossa casa para os pobres e aleijados
(Lucas 14:13).
Tudo o que a casa
poderia oferecer deveria ser compartilhado com a visita, e alguns
aproveitadores exageravam por causa desta liberdade. A hospitalidade parece ser
um dos alicerces da fé tanto no judaísmo quanto no cristianismo.
Todo forasteiro
deveria ser recebido como amigo, e lhe deveria ser dado abrigo, alimento e
roupa se fossem necessário.
Algumas passagens do
Novo testamento falam claramente sobre isso (Romanos 12:12; Tito 1:8; 1º Pedro
4:9), e até três epístolas inteiras do Novo Testamento são dedicadas a este assunto:
Filemom, 2º e 3º João.
O gesto de tirar o
sapato ao entrar numa casa além de servir para não trazer sujeira para dentro
da casa era uma preparação também para que seus pés fossem lavados.
AS BARRACAS
Na época dos
patriarcas era comum a vida em barracas, eram acampamentos fáceis de montar e
desmontar, pois eles constantemente viajavam de uma região a outra em busca de
boas pastagens para os gados de ovelhas, naqueles tempos até mesmo os homens
que viviam nas tais tendas almejavam um dia habitar em residências fixas, morar
em barracas não era algo desejável.
Algumas passagens
bíblicas usam as barracas com algum significado: 2º Pedro 1:13; 2º Coríntios
5:1-4.
Os hebreus não tinham
natureza nômade nem se habituavam a morara em barracas, mais desde o início a
história deles vem sendo marcada por este tipo de habitação, antes mesmo de
Abraão algumas pessoas já vivem em barracas, um personagem antediluviano
"Jabal" foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado (Gênesis
4:20), talvez ele tenha sido o primeiro nômade.
As barracas ou tendas
em sua maioria eram feitas com pele de animais costuradas umas às outras e
estendidas sobre mourões de madeira, depois as pontas das tendas eram amarradas
às placas fincadas no solo.
Todos os mantimentos
da barraca também eram armazenados em grandes sacos feito com peles de animais,
utensílios de cozinha, lâmpadas, almofadas, etc., e carregados em lombos de
jumentos.
A tenda sempre era
armada em locais que pudessem oferecer sombra, a água e pastagem para seus
animais.
Enquanto a vida em
barracas era ruim e muito simples para alguns, para os patriarcas tal como o
Abraão era bastante suntuosa, pois, ele era um homem muito rico e possuíam
muitos escravos e pastores, nada lhes faltava de tudo tinham em abundância.
Foi com a ida da
família de Jacó para o Egito que terminou a fase da vida em barraca por
séculos, tal o hábito só reiniciou com a peregrinação do povo hebreu pelo
deserto, pois durante os 40 anos habitaram barracas novamente, e novamente chegou
o fim com a entrada na terra de Canaã sob a liderança de Josué.
Em Jó 4.21, fala-se
"Deus arrancar a corda da tenda", você pode entender agora o que
significa isto? Seria soltar toda a lona
da tenda, cair tudo. Se a lona se soltasse poderia causar um incêndio por causa
das lamparinas de azeite, assustar as pessoas, ou mesmo ser levada pelo vento.
Alguns povos da
antiguidade assim como alguns outros da atualidade optaram pela vida entendidas
por motivos econômicos ou religiosos.
O apóstolo Paulo
segundo o texto bíblico era "fabricante de tendas", mas esta
expressão na época não significava unicamente a fabricação de tendas, e sim era
o modo de se designar o um artesão que trabalhava com couro, portanto Paulo
além de tendas fabricava chinelos, bolsas, selas para carga ou montar, além de
muitos outros utensílios.
Na época de Paulo o
povo habitava em casas fixas, mas a demanda por tendas era grande, pois eram
usadas em festejos e ocasiões especiais, assim como hoje é divertido acampar em
barracas, na época de Paulo também era diferente sair de suas casas fixas para
habitar em barracas por alguns dias.
Paulo, Aquila e
Priscila viviam do ofício de "fazer tendas" (Atos 18:3).
Paulo talvez não
soubesse só trabalhar com couro, pois, ele era da cidade de Tarso, famosa pela
produção do Cillicium, tecido feito com pelo de cabra.
FAMÍLIA
Durante todo o
período bíblico de gênesis a apocalipse, a família sempre foi muito valorizada,
isto foi tanto influência da lei mosaica quanto dos ensinamentos de Jesus, o
cenário mais natural para o judeu era a família constituída pelo pai pela mãe e
pelos filhos.
O apóstolo Paulo ao
descrever o relacionamento carinhoso que os crentes deveriam ter entre si usou
a imagem da família em Gálatas 6:10.
Mas estas famílias
também tinham seus problemas assim como as atuais. Havia problemas de
maus-tratos, conflitos entre pai e filho em entre irmãos, também havia
adultério, filhos não concordavam com a opinião dos pais, mas apesar destes
problemas corriqueiros e relativos ao ser humano a família sempre foi a
instituição mais importante da Bíblia.
Nos tempos do Novo
testamento a estrutura familiar já havia sofrido muitas alterações, os pais
tinham dificuldades em manter intactas suas tradições, a Palestina já havia
sofrido diversas mudanças culturais por causa dos gregos e agora com os
romanos, tinham recebido forte influência externa, pais e filhos não
concordavam sobre cosméticos, práticas esportivas, vestimentas, práticas
religiosas e outras coisas mais, tínhamos uma sociedade modernista. E o que
mais contribuiu para este modernismo foram os novos meios de comunicação e de
transporte, se tornou mais fácil viajar e a correspondência era remetida com
mais facilidade e chegavam ao destinatário mais rapidamente. As tais estradas
traziam viajantes de todas as partes cada um com suas idéias e seus costumes,
eram mercadores, operários, filósofos, etc.
Quando Jesus apareceu
suas idéias sociais chocaram tantos liberais quanto os preconceituosos, pois ao
passo que ele pregava uma volta aos valores tradicionais buscava também uma
atitude de mais compaixão e compreensão entre as pessoas.
Sua receptividade
para com as mulheres e para com as crianças deixava as pessoas admiradas e
escandalizadas (João 4:27; Marcos 10:13), e alguns de seus ensinamentos sobre perdão
e divórcio eram bastante diferente do que as pessoas estavam acostumadas.
O PAI
Na sociedade judaica
o pai geralmente era compassivo e amoroso e não uma espécie de tirano diante do
qual todos se curvavam, na família hebraica havia conflitos normais do
dia-a-dia mas raramente haviam conflitos graves pois autoridade do pai sempre
prevalecia.
Ele realmente exercia
autoridade suprema em seu lar, poderia, por exemplo, divorciar-se de sua esposa
sem sofrer com isto nenhum se conseqüência (Deuteronômio 24:1); o conceito
judaico de pai achava-se fortemente associado a paternidade de Deus, por isto o
pai era visto como alguém justo e misericordioso; Jesus quando se dirigia em
oração a Deus o chamava de "Aba", que em hebraico significa papai,
uma expressão usada por crianças; Paulo de Tarso afirma que a nossa adoção como
filhos nos dá o direito de poder chamar a Deus de papai (Romanos 8:15; Gálatas
4:6).
A maioria dos judeus
amava muito seu pai e a sua admiração por ele era profunda, assim também tinham
leal obediência, a expressão mais usada para a morte era: ele descansou com
seus pais (1º Reis 2:10), pois se reunir com os pais após a morte era uma das
coisas mais preciosas para os judeus.
José como pai de
Jesus foi um homem paciente e compreensivo (Mateus 1:18-20), o pai descrito na
parábola do filho pródigo (Lucas capítulo 15) é a imagem típica do pai judeu,
pois deu liberdade ao filho para que fizesse escolha errada, mas vendo-o sofrer
as conseqüências acolheu-o de volta com amor.
Em Atos 16:31 é
bastante curioso, pois, nós lemos Paulo dizer - "crê no senhor Jesus
Cristo e serás salvo tú e tua casa"; pois sabemos que a fé daquele homem
não salvaria a sua casa, mas somente a si mesmo; o significado dessa passagem é
que se aquele homem se convertesse ao cristianismo toda a sua casa o seguiria
nesta nova fé, e a obediência e a admiração ao pai era tanta que sua família se
converteria verdadeiramente.
O pai tinha a
responsabilidade de prover para as necessidades de sua família, se não quisesse
sustentá-la, seria considerado o pior do que um incrédulo (1ª Timóteo 5:8), a
não ser que fosse fisicamente incapacitado; tinha também de providenciar a
educação dos filhos e lhes ensinar o ofício, nas famílias mais pobres os
próprios pais se incumbiam disto.
O pai judaico era um
homem de diálogo, estava sempre conversando com seus filhos durante todo o dia,
durante as refeições, trabalho, atividades sociais, durante descanso noturno,
nestas famílias não faltavam o diálogo e todos eram muitos amigos; deste modo o
pai passava os filhos todas as suas convicções religiosas, sociais e políticas.
Havia também em raros
casos pais e filhos que não se gostavam, mas mesmo assim era obrigatória a
reverencia.
O relacionamento
entre marido e esposa era também muito amoroso, mas o homem judaico entendia
que a sua mulher era sua propriedade como uma casa ou uma cabeça de gado por
causa da interpretação errada de Êxodo 20:17.
A MÃE
A mulher hebréia era
treinada desde criança para ser dona-de-casa, aprendia com a mãe a lavar
roupas, costurar, fazer deliciosos alimentos e sobremesas e a cuidar dos
filhos.
Durante séculos a
mulher dependeu destes conhecimentos para o seu sucesso pessoal, e além de
fazer tudo o que está citado acima na maioria das vezes trabalhava também nos
campos.
A sua liberdade
dependia da sua criatividade ela poderia exercer atividades profissionais como
mulher de Provérbios 31, mas se casada, então a sua liberdade deveria ser
estabelecida pelo marido, que quase sempre era muito amigo.
O Antigo Testamento
não obriga mulher a ter uma vida restrita a casa e a família, muito pelo
contrário o próprio livro de Provérbios 31 a estimula a negociar e a ter liberdade, as
limitações que as mulheres sofriam tinha como origem a tradição criada por
maridos autoritários; o antigo testamento somente dava realmente mais regalias
ao homem, que poderia divorciar-se de sua mulher somente apresentando lhe um
"termo de divórcio" por motivos banais tal como não gostar mais de
sua comida (Dt 24.1), enquanto a mulher não poderia fazer nada mesmo que fosse
traída pelo marido.
Um dos motivos dos
judeus não teria gostado das pregações de Jesus, foi porque o senhor
estabelecia igualdade entre os cônjuges, negando o homem o direito de proceder
deste modo (Mateus 19:9).
FILHOS
Era um desejo de todo
casal ter muitos filhos os que não podiam ter filhos eram vistos com olhos de
piedade e todos perguntavam - "por que razão Deus não os abençoa?", a
culpa de um casal não tem filhos era sempre dada à mulher, ao homem nunca era
atribuído a esterilidade.
O casal só se sentirá
realmente satisfeito se tivesse um filho do sexo masculino, e as meninas
sentiam-se menos queridas que os meninos em quase todas as casas; os judeus
tinham até uma oração na qual agradecia se a Deus por não ter nascido mulher.
Quando havia alguma
separação a mulher ficava com a custódia das filhas e o homem com custódia dos
filhos, em raros casos o juiz quebrava este protocolo.
Cuidar bem dos filhos
para o casal era modo de obedecer a Deus e demonstrar à sociedade a sua
competência.
A criança menino ou
menina nos primeiros anos de vida ficava inteiramente sob cuidados da mãe, mas
o menino quando um pouco crescido já começava a ser cuidado instruído pelo pai
que já o ensinava um ofício e já o educava, assim como a menina continuando sob
os cuidados da mãe aprendia todas as coisas relativas às atividades femininas.
É incrível a noção de
educação que tinham judeus na época dos tempos bíblicos, pois davam as crianças
a possibilidade de crescerem de um modo muito sadio, creio que isto seja
conseqüência da observância das leis dadas por Deus; a criança tinha obrigação
de fazer pequenas tarefas em casa, ou com o pai se fosse menino deste modo
adquiriam senso de responsabilidade. As crianças tinham tempo para aprenderem
nas sinagogas, de aprenderem com o pai ou com a mãe a sua profissão, tinham
suas ocupações que nunca tomavam muito tempo, pois, o tempo dado a elas para
brincar também era importante. A proximidade com os pais é muito importante
pois estas crianças viviam numa sociedade pluralista, e sofriam influência de
outros povos e outras culturas, seus pais sabiam que ao sentir-se bem em seu
meio as crianças não um optariam por um caminho diferente.
As crianças judias
brincavam muito e os brinquedos eram construídos pelos próprios pais, eles
brincavam de casamentos, sacrifícios, funerais, êxodo, guerras, e tudo o mais
que lembrava a sua religião e a sua história, também tinham brinquedos simples
tais como apitos, chocalhos, carrinhos de madeira com rodinhas e cordinha para
puxar, bolas, balances, bonecas, bolinhas de gude, marionetes, miniaturas de
mobílias e vasilhas e talheres para brincar com bonecas, etc. Tinham também
muitos jogos tais como amarelinha, jogo de dados e xadrez. Praticavam esportes
tais como o arco e flecha, luta romana, além de manejar em bem uma funda. Até
que ponto uma família adotava os jogos gregos dependia da opinião do pai.
As crianças eram bem
tratadas e amadas, mas também castigadas se fosse necessário (Provérbios
22:15).
Mas apesar de todo
este aspecto positivo, como em nossos dias havia os maus pais, que poderiam até
mesmo matar seus filhos (Levítico 20:9), o mesmo vendê-los como escravos (Êxodo
21:7; Gênesis 31:15).
Mas por que os
apóstolos tentavam afastá-las em Lucas 18:15-17? Porque eles achavam que elas
iam importunar o Rabi, que lhes disse: - "deixai vir a minhas criancinhas,
pois delas é o reino dos céus em verdade em verdade vos digo que todo aquele
que não for como uma destas criancinhas não herdará o reino dos céus".
A família hebraica
sempre foi muito numerosa, e geralmente todos sempre moravam na mesma
localidade, as crianças geralmente sempre se davam muito bem como era o caso de
João e Tiago, mas em outros casos tal o de Esaú e Jacó havia uma certa
rivalidade, que na maioria das vezes é causada pela atenção excessiva ao
primogênito.
Os idosos geralmente
viúvos ou não ainda procuravam prover o sustento para sua própria casa, mesmo
depois dos filhos se casarem e morarem em outras casas com suas famílias; mas
quando do idoso não tinha mais condições de trabalhar, então era obrigação dos
filhos perante Deus perante a sociedade de arcar com o sustento dos pais do
melhor modo que pudesse faze-lo.
AS VIÚVAS
Geralmente quando uma
mulher ficava viúva ela recebia uma herança do marido que poderia ser rica ou
pobre, mas se a viúva fosse muito idosa e não pudesse mais administrar os seus
bens, o herdeiro era então o primogênito que também tinha por obrigação cuidar
de sua mãe, o antigo testamento tinha advertências graves para que tentassem
aproveitar-se de uma viúva (Ezequiel 22:7), em Salmo 68:5 Deus apresenta-se
como o protetor das viúvas.
Se uma mulher jovem
ficasse viúva, deveria se casar de novo, mas se ela não tivesse filhos a lei
obrigava o irmão do marido a casar-se com ela.
Mas havia pessoas
ruins que se aproveitavam delas, e justamente os que faziam isso eram os que se
passavam por religiosos, Jesus acusou os fariseus de agirem deste modo, pois
organizavam estruturas criminosas dentro da religião judaica com finalidade de
furtar as viúvas (Mateus 12:40), agiam como age hoje o crime organizado; eles
apelavam para o corbã ao recusarem-se sustentar suas mães idosas, diziam
que como haviam se dedicado ao templo, o templo agora deveria sustentar seus
pais (Marcos 7:11); a rejeição a esta responsabilidade para os cristãos é uma
atitude pagã (Tiago 1:27).
As viúvas eram tão
desamparadas que a igreja primitiva teve de assumir o sustento de muitas delas
(Atos 6:1), por isto o apóstolo Paulo em diversas passagens de suas cartas
trata do assunto das viúvas, tal como em 1ª Timóteo 5:11; na igreja cristã
primitiva uma mulher só era considerada viúva se tivesse 60 anos ou mais.
Em Gênesis 38:14
fala-se de uma veste típica de viuvez, não sabemos se este costume se estendeu
até os tempos de Jesus.
O LAR
A casa era sagrada
para o judeu, era o seu pequeno reino mesmo que fosse pequena e simples, a
santidade no lar era muito fácil de manter, pois todas as vestes eram descentes
e as pessoas eram dedicadas umas às outras e a sociedade não era liberal, pelo
menos entre judeus; já os gregos tinham como comum a prática de esportes nu
dentro dos estádios, e as mulheres gregas e romanas eram mais audaciosas.
A igreja primitiva
nasceu dentro dos lares, ás atividades inicialmente era feita dentro dos mesmos
(Atos 2:46), Paulo, por exemplo: batizou na casa de Estéfanas (1ª Coríntios
1:16), mandou saudações para casa de Onesíforo (2ª Timóteo 4:19), etc. Os lares
foram o início das congregações durante os primeiros séculos, e até hoje
continuam sendo.
Certa vez Jesus usou
a figura do dono da casa em Lucas 13:25 para falar sobre o reino dos céus.
VESTIMENTA E VAIDADE
As vestes já nos
tempos do antigo testamento não eram sem graça, mas bonitas e bem elaboradas,
desde os tempos de Moises até Jesus o traje hebreu era a túnica, que melhorou
de qualidade e aspecto sensivelmente, pois sempre foram muito bonitos.
Haviam muitos
pigmentos de tecidos, a túnica poderia ser toda pigmentada para receber
decorações feitas com fios pigmentados de outras cores, como bordados; ou mesmo
já ser feita com os fios pigmentados formando as decorações que não poderiam
retratar homem ou animal algum por causa do perigo da idolatria.
Era importante que as
vestes fossem confortáveis, pois as pessoas passavam o dia inteiro e dormiam a
noite com a mesma túnica.
Nos tempos de Jesus
com a influencia grega e romana nos costumes judaicos, a túnica poderia ter
sofrido também influencias.
Quanto a origem do
tecido haviam de dois tipos: animal e vegetal; os de origem animal eram por
exemplos os feitos com lã de carneiro ou pelo de cabras ou camelos, ou de couro
de camelo que era uma peça bastante grande.
A seda já existia e
era famosa e cobiçada, mas somente poderia ser adquirida por alguém muito rico,
pois era caríssima, importada do extremo oriente.
Os de origem vegetal
eram o linho e algodão, mas este último somente chegou à Palestina após o
cativeiro babilônico, portanto já era abundante nos tempos de Jesus.
As tinturas tinham
origem animal, vegetal e mineral; eram extraídas de insetos tal como o carmim,
ou de romãs tal como o rosa, o amarelo do açafrão, etc.
Havia uma verdadeira
industria que gerava muito capital no campo da produção de matéria prima, fios,
tecidos, pigmentos e no serviço de pigmentação, a arqueologia tem encontrado
grandes estruturas em todo o mundo antigo.
Dorcas (Atos 9:36-41)
era hábil no oficio de tear.
O tecido mais
utilizado era o linho.
TECIDOS FINOS E CAROS
Nos antecipamos
antecipei um pouco ao escrever sobre a seda, mas haviam outros tecidos luxuosos
e pigmentos raros que davam status a vestimenta.
A cor roxa e suas variantes
eram muito apreciada em todo o mundo “conhecido”, esta tinta era obtida de um
caramujo; O rei Salomão mandou trazer homens de Tiro que soubessem trabalham
com obras de púrpura para a construção do templo.
Lídia moradora de
Filipos, uma das primeiras pessoas a se converterem ao cristianismo (Atos
16:11-15) era vendedora de roupas de púrpura, e Filipos era uma região
conhecida pela produção deste pigmento. Ao lermos a Bíblia pensávamos que ela
era pobre, mas agora sabemos que ela trabalhava com material de luxo, o que
comparado aos nossos dias, ela era a dona daquela boutique chique.
Jesus quando narrou a
parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16:19) ressaltou que o rico egoísta usava
roupas de púrpura e linho finíssimo, isto significa que era muito rico, pois se
sua roupa era púrpura então o tecido era caro, pois ninguém usaria um pigmento
raro para tingir um tecido comum, esta veste era exterior. A veste de linho era a interior, e era
semelhantemente muito cara, tratava-se de um tecido amarelo importado do Egito
chamado de Bisso e era tão delicioso de se vestir que as pessoas o chamavam de
tecido feito de ar.
A VESTIMENTA COMUM OU
POPULAR
As peças de roupas
básicas do judeu consistiam em: bolsa de dinheiro, xale, calçados e calcados
extras, túnica exterior, túnica ou veste interior, cinto, chapéus ou adornos
para a cabeça, isto não significa que ele andava com tudo isto de uma vez, o
normal era vestir as sandálias as vestes interiores, a exterior (túnica) e o
cinto, além disto somente seus apetrechos de trabalho, por exemplo se fosse um
pastor teria a funda e o cajado.
A TÚNICA EXTERIOR
Também era chamada de
capa, era um tecido grande, quadrado ou retangular com uma abertura que seria a
gola, e era usada também como agasalho para dormir a noite, aliás, você deve
estar pensando porque se cobrir a noite em um lugar tão quente, mas no deserto
as noites são muito frias, sabia?
As túnicas eram
listradas, tingidas com cores alegres e listradas, o tecido usado para faze-las
poderia ser muito caro ou rústico, as melhores túnicas (ou capas) eram usadas
para se ir ao templo ou as sinagogas.
A capa era um motivo
de orgulho, pois tinha grande valor, assim como hoje em dia mostramos nossa
condição financeira pelo nosso automóvel, naqueles tempos a capa é que denotava
a condição financeira de seu possuidor.
A túnica servia
também para ser empenhada em troca de dinheiro, pois eram muito valorizadas,
mas a lei obrigava que a túnica mesmo empenhada deveria ser devolvida ao
anoitecer para o seu dono, pois ele a utilizava também como cobertor.
Agora sabemos que o
fato das pessoas ter colocado suas capas no chão na entrada triunfal de Jesus
para serem pisadas pelo burrinho que o carregava demonstra o quanto ele era
amado, pois a túnica era uma peça muito estimada, isto deve ter causado uma
tremenda inveja nos fariseus.
A capa era tão
importante que em Êxodo 22:26, 27 temos um dispositivo para a proteção da
mesma.
Algumas túnicas
tinham como decoração franjas na bainha e mais tarde as túnicas internas
ganharam também tal decoração e também por último os xales de oração,
Inicialmente estas franjas eram pressas as roupas com cordões azuis, e tinham
como objetivo lembrar os mandamentos de Deus (Números 15:37-41).
Depois de algum tempo
muitos hipócritas passaram a exagerar nas tais franjas e as faziam bastante
grande e vistosa para parecer mais religioso, isto chamou a atenção do mestre
Jesus que em Mateus 23:5 fala sobre tais franjas, e agora podemos saber o que
quis dizer com – “E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens;
pois trazem largos filactérios e alargam as franjas de suas vestes”.
Agora podemos
compreender também que quando Jesus disse em Mateus 5:40 ou em Lucas 6:29, que
deveríamos dar a capa e alguém que a queira, isto é semelhante a você dar o seu
melhor terno a alguém que o queira; o que ele quis dizer não é literal, mas sim
que os seus direitos são menos importantes que a necessidade dos outros.
Em Lucas 20:46 o
mestre critica a vaidade dos fariseus ao ostentarem capas caríssimas.
O manto colocado no
nosso Senhor era de cor púrpura, e digno de um rei, e os soldados estavam
certos, ele era realmente rei, mas o fizeram por zombaria.
A capa que Jacó fez
para o seu filho José era muito especial e poderia ser de um tipo até que tinha
mangas compridas, que mostravam que o seu usuário era importante e não poderia
fazer serviços corriqueiros.
A capa de Golias (1º
Samuel 17:5) tinha 55 quilos aproximadamente e era coberta de centenas de
escamas metálicas, o que era também comum como veste de campo de batalha.
A TÚNICA INTERIOR OU
INTERNA.
A veste interior não
diferia muito da exterior, era geralmente uma túnica e feita dos mesmos
materiais, talvez fosse menos decorada, pois não seria vista e maioria era
feita de uma cor só, também deveram ser mais leves e confortáveis. Mas outras
eram decoradas e bordadas.
Em Lucas 3:11, João
batista disse que se alguém tivesse duas capas deveria dar uma a quem não tem
nenhuma, isto é abrir mão de alguns bens para beneficiar a outros.
Por varias vestes na
Bíblia lemos que as pessoas rasgavam suas vestes quando revoltadas ou
indignadas, isto significa tanta indignação aponto de destruir algo de valor
pessoal, nós não faríamos isto, mas eles faziam. Era um modo de demonstrar ao
publico o quanto estava revoltado.
A túnica de Jesus que
foi tirada e dividida entre os soldados (João 19:23), deveria ser de boa
qualidade, senão não teriam interesse nela, isto fez cumprir a profecia do
salmo (Salmo 22.18).
As vestes de pano de
saco que o povo vestia em sinal de arrependimento, eram feitas de pelos de
cabras, e muitos desconfortáveis, ao vesti-las queriam dizer que estavam no pó,
humilhados e envergonhados, era um sinal humilhação voluntária diante de Deus.
O CINTO
Cinto ou cinta? Nas
varias traduções encontramos as duas palavras, que são a mesma coisa.
A cinta também com o
tempo mudou de forma e se tornou mais bela e decorada, e também podiam ser
trançadas ou bordadas.
O material do qual
era feito também podia ser pouco ou muito caro de acordo com o poder aquisitivo
do comprador, podiam ser de seda ou terem até decorações com materiais
preciosos como o ouro, assim como podiam ser de linho bruto.
Mas sua função sempre
foi a mesma que era prender as túnicas longas subindo-as um pouco para
facilitar a caminhada ou a corrida, neste caso as pessoas ou subiam um pouco a
túnica (ficando folgada do cinto para cima), ou pegavam a barra da túnica e
enfiavam no cinto subindo uma das laterais e folgando o movimento das pernas.
Muitas vezes uma
corda amarrada na cintura substituía o cinto, mas o cinto feito de pano de saco
(1º Reis 20:32) era sinal de luto.
O cinto não tinha
fivelas, era na verdade uma tira pouco ou muito larga amarrada na cintura para
ajustar ao corpo as túnicas que eram folgadas.
Quando um cinto
possuía uma fivela esta servia somente para decoração e não para prender.
A cinta também era
usada para portar objetos, nela eram colocados punhais, facas, facões, espadas,
tinteiros, bolsas de dinheiro, etc.
Cingir os lombos,
expressão muito usada significa por o cinto e preparara-se para alguma
atividade, pois o cinto era tirado somente em momentos de folga, como alguém
que chega em casa e afrouxa a gravata.
CHAPÉUS E COBERTURAS
PARA A CABEÇA
A cobertura mais
comum que os judeus usavam servia para proteger a cabeça e a nuca do forte sol
do deserto, constituía-se num lenço quadrado e grande dobrado em dois de modo a
formar um triangulo (como usamos os lenços atualmente), ele era colocado na
cabeça com as três pontas para traz e caídas em cima da nuca, este lenço era
fixado com uma corda amarrada no alto da cabeça.
Assim como em todas
as outras peças de roupa este lenço poderia ser simples ou de nobre confecção,
liso ou decorado.
O lenço poderia ser
usado para proteger os olhos ou o rosto do sol, e servia de proteção eficiente
em uma tempestade de areia.
Jesus provavelmente
usava um destes além de um xale que era necessário para ir a sinagoga.
Algumas mulheres
judias usavam véu enrolado em torno da cabeça.
O turbante também era
usado.
CALÇADOS
Existiam dois tipos
de calçados, os sapatos e as sandálias.
As sandálias eram bem
simples e parecidas com o que temos hoje, a sola era feita com algum material
resistente tal com o couro e tinham tiras que se amarravam aos pés, poderiam
ser usadas com ou sem meias.
Já os sapatos eram
semelhantes as nossas botas de cano médio, o couro era macio e geralmente de
chacal ou de hiena.
Não é preciso mais
dizer que também os calcados poderiam ser simples ou sofisticados.
Não era permitido
calçar um sapato no dia de sábado, pois, o seu principal objetivo era as
grandes caminhadas ou mesmo viagem e por ser o sábado dia de descanso era então
proibido o uso de botas nesse dia. Algumas botas tinham um solado grosso e
resistente.
Nos tempos bíblicos
todas estas coisas eram artesanais, por isto muito valorizadas, uma industria
não significava automatização, e sim muitos artesãos trabalhando juntos.
O profeta Amós fala
que em seu tempo o povo tinha se tornado tão corrupto que os juizes aceitavam
um par de sandálias como suborno em seus julgamentos.
Ao se entrar em algum
lar uma pessoa da casa sempre retirava as sandálias do visitante e lavava seus
pés, o costumes de lavar os pés dos visitantes, trazia grande conforto a quem
tivesse feito grandes caminhadas e estivesse com os pés doloridos ou feridos,
mas também era sinal de reverencia. Quando o Senhor lavou os pés dos seus
discípulos fez o papel deste que deveria ser sempre o servo da casa, ou o menor
de todos.
PERFUMES, COSMÉTICOS E ADORNOS.
CREMES E ÓLEOS
HIDRATANTES
Israel é um país
quente e seco e com pouco suprimento de água, portanto o perfume era geralmente
usado no lugar do banho após o dia de trabalho intenso e cansativo. A maioria
das pessoas passava dos desodorantes pelo corpo ao invés de tomar banho, mas
também se perfumavam mesmo quando tomavam banho; o uso do perfume faz-se a
parte dos costumes do povo israelita, Jesus quando esteve entre nós naquela
época não fez nenhuma proibição quanto ao uso do perfume.
Os cremes também eram
bastante usados e não só por mulheres, mas, também por homens para hidratar a
pele, por causa do clima seco e quente a pele ficava geralmente ressecada e
rachada; para hidratar a pele se usavam cremes e óleos especiais. Tanto homens
quanto mulheres os usavam em abundância, eram bastante cuidadosos com relação à
sua aparência.
O INCENSO
O incenso era
largamente utilizado na época de Jesus Cristo para se perfumar o ambiente das
casas judaicas, muitas eram as fragrâncias. Eles queimavam incenso dentro de
casa para afastar os insetos e perfumarem o ambiente.
Alguns homens e
mulheres antes de saírem de casa sentavam-se ao lado do incensário para
perfumarem-se com sua fumaça, mas antes passavam óleo na pele para absorverem
melhor o perfume, assim pele, os cabelos e as roupas ficavam impregnados do
aroma, algumas pessoas usavam saches debaixo das roupas para se perfumarem e,
esse sache na maioria das vezes era feito com material do incenso.
O incenso e a mirra
eram tão preciosos que as pessoas os consideravam ofertas dignas de serem dadas
a Deus. O incenso entrava na composição dos perfumes do tabernáculo (Êxodo
30:34-38), também era usado na oferta de manjares (Levítico 2:15,16).
O incenso e a mirra
também são citados em várias passagens românticas do livro Cantares de Salomão.
OS PERFUMES
Assim como os
perfumes eram usados para adorar a Deus, eram usados também em situações
indignas como em provérbios 7:17 onde a prostituta perfuma sua cama com mirra,
aloés e cinamomo.
O corpo do senhor
Jesus Cristo foi perfumado com mirra e aloés (João 19:39).
Na cidade de Betânia,
Maria derrama sobre a cabeça de Jesus um frasco cheio bálsamo de nardo puro, um
dos perfumes mais caros da época, fabricado a partir de uma flor rosada
cultivada no norte da Índia. Ela pegou um pequeno frasco cheio deste bálsamo
quebrou o gargalo dele e derramou sobre Jesus, ao ver isto Judas ficou
transtornado, pois o valor daquele frasco equivalia a um ano de trabalho para
um trabalhador comum.
O Aloés também eram
perfumes extraídos de flores, é produzido a partir de uma planta da família do
lírio, normalmente também era misturado com mirra.
Uma das formas usadas
para se extrair o perfume era mergulhar as flores em gordura quente.
A produção dos
perfumes óleos de cremes era em larga escala visto que eram muito consumidos,
havia uma verdadeira indústria de cosméticos e perfumaria.
OS UNGÜENTOS
Quando alguém recebia
uma visita em casa era um costume da época que o dono da casa ungisse a cabeça
do convidado com óleo, isto geralmente era feito em banquetes.
Para isto, colocavam
na cabeça do visitante um pequeno cone feito com algum perfume, este cone era
feito à base de óleo e em contato com o calor da cabeça e ele ia se derretendo
e o perfume e a sendo espalhado pela cabeça do convidado e até pingava em suas
roupas.
Apesar deste costume
ser dispendioso, era uma tradição de muito valor por causa da importância da
hospitalidade para o povo judaico, por isto até as famílias mais pobres tinham
ungüentos muito valiosos guardados para momentos especiais.
Eles eram guardados
em vidros, caixas, garrafas ou sacos.
O tipo mais comum era
o feito com óleo de azeitona.
As fórmulas para
fabricação de estas substâncias eram passadas de pai para filho em caráter de
segredo.
O incenso e a mirra
são fabricados a partir da seiva de arbustos, o seu tronco é ferido com fendas
das quais escorre seiva que é colhida em pequenos potes, esta seiva cristaliza-se após uns quatro meses, quando
então é transformada em pó e vendida para aromatizar óleos, incensos, cremes,
cosméticos, etc.
OS COSMÉTICOS
Todos os tipos de
cosméticos que temos hoje em dia já existiam na Antiguidade, e eram bastante
apreciados tanto por gentios como por judeus.
As mulheres pintavam
as unhas das mãos e dos pés e usavam batom, também pós faciais, rouge, e
maquiagem para os olhos.
Em 870 Ac a rainha Jesabel já
se maquiava de acordo com o estilo das mulheres fenícias, os profetas Jeremias
e Ezequiel falam dos cosméticos de forma depreciativa (Jeremias 4:30; Ezequiel
23:40), mas Jesus nada observou sobre isto.
AS JÓIAS
As jóias eram
bastante comuns também naquela época, as mulheres e homens judeus as usavam.
Grandes grampos eram
feitos só para prender o cabelo, como em nossos dias.
Os acabamentos de
algumas das jóias eram feitos de forma delicada e detalhada, e também havia
jóias caras e bem elaboradas e outra simples, algumas feitas de material
precioso e outras não.
O brinco era muito
apreciado, era usado tanto por homens quanto por mulheres, eles eram usados
pelos judeus como objetos decorativos, mas por outras civilizações como espécie
de amuletos.
Os brincos no nariz
também eram muito apreciados por mulheres de outras nações, os judeus não
tinham este costume.
Os judeus e cristãos
tinham restrições quanto ao uso de jóias, pois os pagãos lhe atribuíam poderes
sobrenaturais a elas, o que na época caracterizava seu uso como uma prática
pagã, por isto Paulo e Pedro condenavam o uso (1ª Timóteo 2:9; 1ª Pedro 3:3), e
o comparavam a doutrina.
Os egípcios usavam
jóias bastante extravagantes como largos colares, mais os judeus gostavam de
correntinhas, colares, anéis e pulseiras.
As jóias também eram
usadas como sinal de riqueza, os anéis dos homens deveriam ser usados na mão
esquerda, somente mulheres punham anéis da mão direita.
Os braceletes também
eram bastante usados desde a época do rei Saul (2º Samuel 1:10).
As mulheres judias
tinham o costume de confeccionar um colar com dez moedas de dracma, que era
usado na ocasião de seu casamento, talvez daí venha o significado da parábola
da dracma perdida (Lucas 15:8).
Os espelhos na época
eram de metal polido ou de vidro, eram baratos, pois havia em abundância.
CABELO E BARBA
Jesus usava barba,
embora isto não tem nenhuma importância teológica, pois se tratava de um
costume de seu povo, na época de Jesus a barba raspada significava que o povo
fora derrotado.
Os sacerdotes não
poderiam entrar no templo se a barba estivesse aparada.
Mas havia os judeus
que sofreram influência greco-romana que usavam sua barba raspada.
Jesus cresceu em
Nazaré, e de acordo com alguns documentos históricos o cabelo e a barba nesta
região eram usados penteados divididos no meio, e os cabelos compridos até os
ombros.
Desde a época do
império grego já havia na palestina, pessoas com a profissão de cabeleireiro e
massagista, alguns judeus não se acostuma com o esta ideia.
As mulheres usavam
alguns penteados diferentes tais como coques no alto da cabeça, caixilhos,
trancinhas ou uma trança única. As mulheres mais ricas prendiam o cabelo com
redes de ouro. A bela mulher de cantar de cantares usava tranças no cabelo.
Apesar dos cabelos
brancos serem bastante respeitados entre os judeus, alguns preferiam tingidos,
pois preferiam parecerem mais jovens do que as honrarias que são atribuídas aos
anciãos; o rei Herodes pintava seus cabelos de preto.
Na época de Jesus
Cristo havia vários cortes de cabelos masculinos, os gregos o usavam bem
aparados, já os judeus os usavam compridos até os ombros ou muito comprido.
Existiam já também as
perucas postiças feitas com pêlos de animais e até mesmo com cabelo natural.
Geralmente tanto
gentio como judeu gostavam sempre de estar com o cabelo muito bem arranjado
penteado e perfumado.
Jesus também não fez
nenhuma proibição quanto a este assunto.
COZINHA
Nos tempos bíblicos
as famílias tinham alimento em abundância, eles tinham hortas nos quintais,
criavam galinhas, e gados, tinham árvores frutíferas, e sempre uma vinha.
O que faltava era
adquirido na maioria das vezes em permutas, com negociantes de outros tipos de
mercadorias, tais como peixes e cereais.
Outras coisas
poderiam ser adquiridas por permuta com alimentos tais como túnicas, perfumes,
etc. Mas estas coisas eram mais comum de serem compradas mesmo!
Para quem tivesse
melhores condições financeiras, haviam também os alimentos importados.
A alimentação de quem
havia saído do judaísmo para o cristianismo sofria uma forte mudança, pois, ao
passo que os judeus tinham muitas restrições para alimentarem-se os cristãos
gozavam de uma ampla liberdade, principalmente após os escritos de Paulo.
Para os judeus, comer
e beber bem eram uma das alegrias da vida que devia ser muito cultivada, a
maioria dos lideres religiosos deliciavam-se de bons alimentos em quantidade e
qualidade.
Jesus apreciava
bastante as refeições e os banquetes, e por isto era criticado por seus
adversários (Mateus 11:19; Lucas 7:34).
PEIXES
Como naquela época
não havia refrigeração os pescados deveriam ser consumidos frescos ou salgados,
o processo de salgar era muito comum, havia muitas salgas.
Alguns tipos de
peixes eram consumidos somente por gentios, pois, os judeus pela lei de Moises
somente poderiam comer peixes de escamas, então as raias, bagres e enguias eram
consumidas somente por gentios.
Alguns pescados
Israel exportava para regiões distantes.
A pesca descrita pela
Bíblia era feita tanto no mar da Galiléia quanto no rio Jordão.
Os crustáceos eram
proibidos pela lei, talvez fosse pelo fato de ser difícil de conservar, mas
eram também exportados. As perolas eram comercializadas, mas, as ostras não
podiam ser consumidas.
A pesca não acontecia
somente em água doce, mas no mar mediterrâneo também.
A pesca era abundante
e gerava divisas para o estado, pois havia uma porta de Jerusalém conhecida
como a porta do peixe, e era por lá que os peixes entravam após serem comprados
no porto, lá também ficava sempre um dos coletores de impostos do estado
romano.
A forma mais comum de
preparar o peixe era assa-lo sobre braseiro e isto é muito saudável, é o que
conhecemos por churrasco.
O peixe mais comum do
cardápio judaico era um pequeno parecido com uma sardinha, que se costumava
comer com pães de centeio.
SAL
1.
O
sal nos tempos bíblicos era usado por todos os povos de várias maneiras:
2.
Para
salgar alimentos, conservando-os.
3.
As
ofertas queimadas e de manjares deveriam ter sal (Levítico 2:13; Ezequiel
43:24).
4.
Para
esfregar em recém nascidos como anti-séptico. Embora outros povos tinham com isto
uma intenção supersticiosa, que o sal representava alguma espécie de proteção
espiritual.
5.
Inutilizar
a terra semeando sal nela (Juízes 9:45), sabemos que se o sal for espalhado
sobre a terra nada mais poderá nascer neste lugar. Isto era feito por exércitos
inimigos para enfraquecer por longíssimo prazo a nação invadida, ao deixa-la
saberiam que não se recuperaria e não representaria ameaça nunca mais.
6.
Era
usada em alimentos em geral, e até amassa do pão tinha sal,
7.
O
Judeu não tinha problemas em encontrar sal, muito pelo contrário tinham em
abundancia no mar morto, e até exportavam.
8.
Jesus
citou diversas vezes o sal em seus ensinamentos (Mateus 5:13; Marcos 9:50;
Lucas 14:34, 35).
MEL
O mel é um alimento
usado pelos judeus desde os tempos mais antigos, os irmãos de José levaram mel
ao Egito em Gênesis 43:11.
Ele era ingerido como
remédio, usado como adoçante, no confeito de doces, em bolos, etc.
Calcula-se que
deveria haver muito mel em Israel, pois em Êxodo 3:8 foi descrita como a terra
que emana leite e mel, e não se sabe se havia apicultura naquela época em Israel
ou se todo mel era selvagem.
Os escritores de
salmos e provérbios usaram a figura do mel para ilustrar verdades espirituais
(Salmo 19:10; Provérbios 16:24).
Nem sempre quando a
Bíblia fala sobre mel trata-se de mel de abelhas, pois algumas vezes o termo
mel refere-se a um néctar doce retirado de uvas e tâmaras, e este tipo era
exportado em sua maioria.
Quando lemos que João
Batista se alimentava de mel silvestre e gafanhotos, logo pensamos – “pobrezinho!”,
mas na verdade gafanhotos com mel eram prato muito apreciado e tinha na
natureza, não era necessário compra-lo, os gafanhotos eram muito consumidos,
João não os comia porque não tinha o que comer.
O mel costumava ser
consumido com quase tudo, com gafanhotos ou com peixe (Lucas 24:42).
FIGOS
O figo era muito
apreciado não somente nos tempos de Jesus, mas em toda história bíblica, ele já
estava presente no jardim do Éden (Gênesis 3:7).
Nos dias de Jesus era
uma fruta muito apreciada e facilmente encontrada, era muito cultivada em
plantações próprias e sua produção visava não somente o consumo da fruta
fresca, mas também a produção de pastas, figos secos e vinho coisas que eram
exportadas.
O sicômoro, árvore em
que Zaqueu subiu para ver Cristo era uma espécie de figueira.
A figueira era
plantada em meio aos outros cultivos por causa de sua enorme sombra e delicioso
fruto. O homem do campo de vez em quanto necessitava de uma sombra para
refrescar-se do Sol escaldante do oriente médio, e a figueira não somente davam
uma sombra extensa (pois seus galhos estendem-se para os lados), mas tem um
fruto muito delicioso.
LEITE
O leite sempre foi um
alimento muito consumido mundialmente em todas as eras.
Nos tempos bíblicos o
povo consumia leite de vaca, cabra, ovelha e camelo (fêmea).
Como não havia um
modo de conservar o leite, ele era consumido em forma de coalhadas, iogurtes e
queijos.
Também costumavam
coser cabrito em leite, mas a lei proibia coser cabrito no leite de sua mãe
(Deuteronômio 14:21).
TÂMARAS
As tâmaras eram
também muito consumidas, e dela era feito xarope, mel, vinho ou pasta, ou
tâmaras secas, era um dos alimentos básicos.
A região de Jericó
era famosa por sua produção, quase tudo era exportado após a secagem.
OVOS
Os ovos eram um alimento
comum, nos tempos de Jesus quase todos judeus tinham suas galinhas no quintal
(Mateus 23:37; Marcos 13:35).
Os comiam fritos ou
cozidos como fazemos hoje, e também passavam ovos mexidos sobre peixes ao
fritá-los os assa-los.
AZEITONAS
O óleo de oliva era
utilizado para diversos fins:
1.
Na
preparação de alimentos.
2.
Para
banhos de óleo.
3.
Tratamento
de doenças.
4.
Iluminação.
5.
Temperar
saladas.
6.
Untar
assadeiras para pães ou bolos.
7.
O
óleo era encontrado em quase todas as casas de Israel.
As oliveiras crescem
lentamente e demoram quinze anos para começarem a dar frutos, mas depois
produzem por séculos, um exemplo disto são as oliveiras do Getsemani, algumas são dos tempos de Jesus e continuam
produzindo até hoje.
Elas adaptam-se
perfeitamente ao clima do oriente médio seco e rochoso.
Algumas delas foram
derrubadas, pois sua madeira é de primeira qualidade.
A oliveira brava
citada por Paulo em Roamnos 11:17-24 era uma espécie semelhante a oliveira
comum, mas não dava frutos, algumas traduções as chamam de zambujeiro.
GAFANHOTOS
Nos tempos de Jesus,
os gafanhotos eram muito apreciados.
Após remover as asas,
patas e cabeças, eles eram consumidos crus, refolgados, assados, cosidos ou
secos.
Ao ser cosido com
água e sal o seu sabor lembra muito o do camarão.
Era também triturado e
misturado com a massa do pão.
Os gafanhotos mais
comuns eram verdes e grandes.
VINHO
O vinho era muito
apreciado por muitos e rejeitado por outros.
Ele sempre foi alvo
de muitas discussões, alguns os proíbem terminantemente e outros os consomem
moderadamente.
Acontece que muitos
são os termos bíblicos que designam os vinhos, pois os vinhos eram feitos de
muitas frutas (uvas, tâmaras figos, romãs, etc).
Os judeus
consideravam o vinho uma dádiva de Deus, e criam que o próprio Deus ensinou a Noé
o segredo de sua fabricação.
Após serem recolhidas
as uvas eram deixadas expostas ao sol, isto aumentava seu teor de açúcar,
depois eram esmagadas com pés e seu suco escoria para pequenos tanques onde era
deixado para fermentar durante uns 50 dias, depois era colocado em talhas (João
2:6) de pedras ou odres (Mateus 9:17).
Os trabalhadores que
pisavam as uvas faziam isto em clima de festa, dançando e cantando alegremente.
Jesus não teve
nenhuma atitude contrária ao vinho, mas João Batista não o consumia; em João
2:1-9 Jesus transforma água em vinho de muito boa qualidade, a prova disto esta
na declaração do mestre-sala que disse ao noivo – “Todo homem põe primeiro o
vinho bom e, quando já tem bebido bem então o inferior, mas tu guardaste até
agora o bom vinho”.
Jesus foi criticado
por beber vinho (não teria sido criticado por beber suco), como lemos em Mateus
11:18, 19 os fariseus o criticavam por uma suposta embriagues, Provaria isto
que o vinho era fermentado?
Assim como em toda a
história, naqueles tempos muitos não sabiam aprecia-lo e se embriagavam, por
isto a Bíblia traz inúmeras advertências (Efésios 5:18).
Jesus o usa em Mateus
9:17 como figura para ilustrar ensinamentos.
Com tudo isto, nos da
Faculdade Teológica de São Mateus, não queremos dizer que aprovamos ou
desaconselhamos o uso de bebidas alcoólicas, queremos nos ausentar disto,
somente queremos dizer que, qualquer que seja a postura de uma determinada
Igreja ou Comunidade em relação a este assunto eles hão de ter suas razões em
fortes e profundas evidências bíblicas.
VERDURAS
Nos tempos bíblicos
eram usados a cebola, alface, alho, beterraba, pepino, vagens, lentilhas e alho
porro. Estas verduras eram consumidas cruas cozidas ou temperadas em saladas.
Podia-se também
utiliza-los para temperar outros alimentos ou mistura-los.
CARNE
Já as carnes não eram
muito consumidas, as carnes vermelhas eram mais utilizadas em banquetes,
casamentos e festas.
Eles evitavam abater
os animais por causa dos seus outros produtos e utilidades, tais como leite,
lã, transporte, etc.
As carnes consumidas
eram de vacas, ave domestica, cabras, cordeiros, ou aves selvagens como
codornas, perdizes e gansos, também comiam caças como veados, gazelas, corça,
etc.
Os Judeus não
poderiam comer carne de porco, lebre, camelo e muitos outros animais.
TEMPEROS
Os judeus apreciavam
bastante os temperos, os mais usados eram o alho, mostarda, hortelã e canela.
Costumavam misturar
condimentos na massa de pães e bolos.
Tudo era bem
temperado, todo os alimentos tinham seu modo especial de ser temperado.
CEREAIS
Os cereais mais
comuns eram o trigo, a cevada, o centeio e o painço (uma espécie de capim
comestível). Quase todos os pães eram feitos de trigo e cevada, também eram
feitos pães de centeio.
FRUTAS
Muitas frutas eram
consumidas, tais como uva, figo, romã, tâmara, amora, pistácio (uma espécie de
noz), castanhas, melão, melancia, etc.
REFEIÇÕES
Os judeus oravam
antes e depois das refeições, era uma exigência da lei (Dt 8.10), não havia um
procedimento exato para esta oração, o pai orava ou todos juntos ou mesmo o
convidado.
Alguns em vez de
orarem, rezavam, pois assim como os católicos eles também tinham suas rezas já
pré escritas, uma destas orações é repetida até hoje entre os judeus –“Bendito
sejas, Jeová, nosso Deus, Rei do mundo, que fazes o pão brotar da terra”.
Jesus sempre orava
antes das refeições (Mateus 26:26; Lucas 24:30).
O alimento era
servido na mesma vasilha em que era preparado, não havia talheres e todos
comiam com as mãos, mas não havia contato, pois os alimentos eram pegos com
pedaços de pães e comidos com os mesmos, ou os pães eram apreciados depois de
mergulhados em deliciosos molhos.
O comer na mesma
vasilha era para eles importante, um sinal de união, e se houvesse um
convidado, era um gesto cordial o anfitrião pegar um bocado de alimento da
vasilha e dar-lhe; eles pegavam o pão com a mão e introduzindo-o na vasilha
pegavam o seu bocado.
Era sinal de muita má
educação levar a mão a vasilha junto com outra pessoa, faziam como fazemos hoje
–“primeiro você por favor”, então imagine só Judas levando a mão a vasilha
junto com o mestre (Mateus 26:23), isto denota a tremenda falta de consideração
de Judas para com Jesus.
LAVAGEM DAS MÃOS
Para os judeus era
muito importante lavar as mãos antes e depois das refeições, já que pegavam os
alimentos com as mãos.
Pelo regulamento
judeu tinha de se lavar as mãos jogando água nos dedos e deixa-la escorrer até
os pulsos, o que era para ser um ato simples de higiene virou um ritual
religioso, e tudo isto deveria ser feito com uma quantidade de água igual a um
ovo a meio.
Quando os fariseus
criticaram Jesus por não ter lavado as mãos (Lucas 11:38), na verdade o
criticaram por não ter lavado as mãos segundo este critério. Você poderia tomar
um banho, mas se não cumprisse este ritual para eles você estava de mãos sujas.
PREPARO DOS ALIMENTOS
Preferencialmente
preparavam seus alimentos no quintal, para isto possuíam até pequenos fogões
portáteis, que poderiam ser retirados para fora de casa, desta forma a casa não
ficava enfumaçada e cheirando a comida.
Muitos eram os tipos
de combustíveis que usavam: lenha, esterco seco e gravetos.
A lenha era mais rara
e quando a achavam geralmente a vendiam, o que era mais comum era o esterco
seco, pois incendiava com muita facilidade e mantinha chama por um bom tempo.
Quem possuía mais
condições poderia comprar carvão vegetal.
Os fogões tinham uma
abertura embaixo onde se punha lenha ou esterco, e em cima um orifício por onde
saia um vapor muito quente onde era colocada a vasilha.
Um problema sério era
os insetos: mosquitos, moscas e pulgas, a água para o consumo tinha de estar
sempre bem tampada e apesar disto os insetos sempre entravam nas vasilhas, por
isto a água antes de ser consumida era coada; por isto o povo entendeu
claramente quando Jesus falou em coar mosquitos (Mateus 23:24).
MEDICINA
Naqueles tempos,
(assim como hoje) existiam os médicos formados em escolas altamente capacitadas
o que equivaleria para a época a um curso superior, mas também havia os
charlatões que ministravam porções mágicas e outras coisas mais.
Quem necessitasse de
um atendimento deveria confiar sua vida na mão de um médico, e eles eram muito
mal vistos, pois, a medicina na época era muito limitada e não tinha cura para
muitas doenças, o que o médico podia fazer na maioria das vezes era melhorar o
padrão de vida de um enfermo, mas não cura-lo.
Nos evangelhos vemos
que naquela época não faltavam os doentes, aonde Jesus ia faziam-se filas de
enfermos para serem curados.
Também naquela época
quem tinha melhores condições financeiras era melhor e mais rapidamente
atendido, enquanto que os pobres morriam e acabavam vitimas de suas
enfermidades.
Algumas pessoas
apreciavam os médicos, mas a maioria tinha medo ou desprezo por eles, muitos os
achavam os piores criminosos da terra.
Havia provérbios
naquela época que mostravam bem isto:
a)Todos os médicos até
mesmo os melhorem mereciam o geena (inferno).
b)Não more numa cidade
governada por um médico.
c)
Médico
cura-te a ti mesmo (este era um ditado conhecido até entre os chineses, gregos,
egípcios, etc, e foi usado pelo Senhor Jesus em Lucas 4:23).
d)Abençoados sejam os
médicos que não cobram preços elevados.
Havia também os
céticos que não criam que os médicos pudessem curar, mas o fato é que já havia
na época conhecimento para a cura de várias enfermidades.
O honorário do médico
era uma questão delicada, muito achavam que eles não deviam cobrar pelo seu
trabalho, o talmude expressa esta idéia.
Os rabinos
aconselhavam o povo que não utilizassem médicos caros demais.
Havia um médico muito
famoso chamado Umna que não cobrava por seus serviços, mas ele tinha uma caixa
onde pedia que cada um colocasse lá o que poderia pagar.
ESCOLAS DE MEDICINA
Havia muitas e boas
escolas de medicinas, Israel tinha escolas em Tessalônica, Laodicéia, e outras
cidades, mas a maior e melhor era a de Alexandria no Egito que foi fundada em 300 Ac . Os professores de
Alexandria tinham muitas instruções especificas acerca de muitas enfermidades.
O papiro médico de
Edwin Smith contém muitas informações sobre conhecimentos médicos do antiugo
Egito, cita quarenta e oito tipos de lesões e seus tratamentos, indica também
tratamentos para dez males em que se suspeitava ter havido lesões cerebrais.
Para as fraturas já
havia os moldes de gesso, o óleo de rícino era laxante, o uso de ervas
medicinais era muito comum.
Mas os médicos não
eram todos clínicos gerais, pois já havia também os especialistas, que também
viajavam para fazer cursos, dar aulas ou clinicar, já havia os dentistas,
psiquiatras, ginecologistas, obstetras, etc.
Na Palestina o
governo exigia do médico uma licença especial para clinicar, que era ignorada
pela maioria.
Era uma profissão
muito difundida, pois em todas as cidades havia pelo menos um médico. Os
rabinos exerciam a medicina também, muitos deles estudavam medicina.
OPERAÇÕES
Havia também muitos
instrumentos cirúrgicos, tais como: Serras, pinças, bisturis, grampos, etc. com
os quais se faziam muitos tipos de cirurgias diferentes.
Os judeus chagavam a
remover cataratas dos olhos e cirurgias no cérebro através de aberturas
quadradas no crânio. Muitas cirurgias cerebrais tinham sucesso.
Muitos ossos já foram
descobertos com placas de metal inseridos.
A cirurgia mais comum
era a circuncisão, todo menino ao completar o oitavo dia era circuncidado, a
operação consiste na retirada do prepúcio, esta pequena cirurgia era feita com
uma faca de pedra (pederneira) que era um instrumento de corte afiadíssimo como
uma gilete.
Mas as facas eram
geralmente de metal.
Em Gênesis 17:12 Deus
ordena que a criança fosse circuncidada ao oitavo dia, o curioso é que isto
esta absolutamente correto no ponto de vista cientifico, pois é no oitavo dia
que a criança já possui a quantidade de vitamina K (produzida pelo fígado) para
que ocorra a coagulação do sangue. Como iriam saber disto? Deus revelou!
Obs: Quando o Senhor
Jesus disse em (Mateus 12:5) que aos sábados os sacerdotes violam a lei e ficam
sem culpa, ele se referiu a lei de Moisés que proibia o trabalho no sábado e a
circuncisão, pois se o menino completa-se o seu oitavo dia no sábado, então a
lei deveria ser desobedecida, pois deveriam trabalhar, catando lenha para
acender fogo e ferver água para esterilizarem os equipamentos cirúrgicos, e
depois da circuncisão também deveriam fazer os curativos no menino.
A ANESTESIA
Eram drogas, tais
como ó ópio ou soníferos, que eram ministrados em mais ou menos quantidade
dependendo da necessidade.
PRÓTESES
Já faziam pernas e
braços postiços, pois em muitos casos a medicina limitada da época somente
achava a solução em uma amputação, os rabis proibiam as pessoas de andarem com
suas próteses no sábado, pois carrega-las poderia significar trabalho.
Havia as dentaduras e
os dentes postiços, e eram muito usados, pois os judeus gostavam muito de doces
o que estragava seus dentes rapidamente. Para amenizar as dores de dentes, os
dentistas usavam o alho, raiz de parietária, esfregavam sal ou fermento nas
gengivas para melhorarem as dores. Os dentes postiços eram feitos de madeira,
marfim, ossos, prata, ouro, etc.
PESQUISAS
Muitos médicos e
cirurgiões eram pesquisadores respeitados, um deles chamado Mar Samuel,
inventou um aparelho com o qual podia examinar estômagos por dentro. Tais médicos utilizavam animais como cobaias,
dissecavam cadáveres, etc.
SANGRIAS.
Faziam-se muitas
sangrias naquela época, porque muitos pensavam que as doenças estavam no sangue
do paciente. Elas eram feitas com o auxilio de sanguessugas que eram colocadas
em várias partes do corpo ou com pequenos cortes, eles pesavam que eliminando
parte do sangue estariam eliminando parte da doença também.
Esta prática perdurou
até por volta de 1800 D.C, mas hoje em dia muitos médicos pensam em trazer de
volta tal tratamento, pois a ciência já sabe que a saliva das sanguessugas
contém um forte analgésico que age também sobre as dores do paciente, e também
outras substâncias benéficas.
Era até aconselhado
que mensalmente se fizesse uma sangria para permanecer mais saudável, ou por
prevenção.
MEDICAMENTOS
Para perda de peso
era indicado o leite de cabra.
Para alguns males
orgânicos era indicado o mingau de cevada misturado a outros ingredientes.
Verduras e legumes
eram usados também no tratamento de enfermidades.
Para impotência a
folha da mandrágora era a indicada.
O mel era utilizado
para dores de garganta, era também colocado diretamente sobre as feridas.
Para dores no
estomago utilizavam o alecrim, hissopo, arruda, erva de bicho, etc.
Para irregularidades
nas batidas cardíacas era indicado um copo de cevada com leite coalhado.
O azeite e o vinho
eram os remédios caseiros mais conhecidos, o bom samaritano aplicou óleo e
vinho nos ferimentos.
O vinho era também
usado em casos de nervoso ou perturbação, pois possui um efeito relaxante.
Paulo de Tarso
receitou este remédio a Timóteo (1ª Timóteo 5:23).
Médicos respeitados
Muitos médicos eram
amados pelo povo, tal como Lucas o médico amado, muitos deles eram chamados de
anjos de Deus.
Estes eram chamados
para servirem de testemunhas em tribunais em julgamentos.
Também presenciavam
execuções de condenados para verificarem se estava tudo sendo feito de modo
correto.
FARMÁCIAS
Os farmacêuticos na
época fabricavam medicamentos, cosméticos, perfumes, tinturas de cabelo,
preservativos, e outras substâncias.
Muitos enfermos os
procuravam direto por não poderem pagar os médicos, então seriam duas despesas,
o médico e o remédio.
Os preservativos eram
feitos com a membrana do intestino do porco, um dos lados era amarrado
firmemente com um nó, e segundo conta a história Cleópatra já os usava no
Egito, os judeus não os usavam, mas as mulheres gregas e romanas usavam como
ferramenta de planejamento familiar.
MATRIMÔNIO
A maioria das pessoas
busca o casamento, porque necessitam da companhia da pessoa amada, porque
desejam se satisfazerem sexualmente e também porque desejam constituir família.
Apesar do casamento
ser uma instituição estabelecida por Deus, ele tem tido diversos problemas ao
longo da história, e tem sido constantemente maculado pela humanidade, pois,
muitos traem o cônjuge, e muitos outros casados se tratam mal ou com
indiferença. Mas o fato é que muitas pessoas casam-se sem se conhecerem bem, ou
sem saberem que uma vida a dois inclui ambas as partes abrirem mão de algumas
coisas, ai é que surgem os desacordos.
Um casal cristão é
diferente (pelo menos deveria ser), pois, conta com a orientação bíblica para
sua vida, onde é exigidos fidelidade, compreensão, respeito mútuo, amor, etc.
Nos tempos bíblicos o
casamento era tão importante que quem não se casasse ficava levemente excluído
da sociedade, desconfiava-se que aquela pessoa tinha problemas físicos ou
mentais, e as mulheres solteiras tinham suas vidas seriamente limitadas; mas
Paulo ao aceitar a ajuda de solteiros e casados ajudou a quebrar muito desde
estigma dentro da comunidade cristã.
A família de lá para
cá sofreu muitas mudanças em suas bases, mas o objetivo central permanece até
nossos tempos que é uma união para toda a vida.
A família mudou
devido à evolução da sociedade. A mulher finalmente passou a ter seus direitos
garantidos em igualdade aos homens, trabalha, vota, dirige carros, pilota
avião, concorre a cargos sofisticados com homens, assume cargos de destaque nos
três poderes, e na comunidade cristã pode ser pastora, etc. A influencia disto
na família (ou no casamento) foi a mulher também ter de trabalhar para ajudar
no orçamento doméstico, as crianças não gozam mais tanto da companhia dos pais,
só os vêem a noite depois da escolinha, ou ficam com os avós. Pais e filhos,
mães e filhas não trabalham mais juntas, mas cada um trabalha ou estuda tendo
em vista ou boas colocações profissionais ou o sustento para poder pagar as mil
despesas que o viver gera, não sobra muito tempo mais para diálogos; temos
então uma família muito diferente dos tempos bíblicos onde os indivíduos são
criados de forma independente, mas há um perigo de isto gerar também
indiferença.
POLIGAMIA
Nos tempos do AT isto
era uma prática comum, todos os homens mais ilustres tinham mais de uma esposa,
e os que não tinham era somente por motivos financeiros, porque não podiam
sustentar mais de uma família, já que Deus exigia que todas as esposas e os
filhos fossem tratados com a mesma dignidade e importância (Deuteronômio
21:15-17; Êxodo 21:10).
O problema não era a
poligamia, mas tratar os filhos de uma melhor que os da outra, ou uma ter mais
ou melhores mantimentos que a outra, etc.
A poligamia era normal
e legal Deuteronômio 25:5-10.
O costume era tão
comum que a própria Sara, mulher de Abraão lhe sugeriu que tomasse a Hagar (a
escrava egípcia) por mulher, havia também uma forte pressão cultural para que o
homem tivesse muitos filhos.
Este costume não
durou somente até os tempos de Salomão ou Davi, mas alem dos dias de Cristo,
nos dias de Jesus era bem provável que um homem com melhores condições tivesse
duas ou mais esposas, mas os lideres judaicos protestavam contra esta prática,
os lideres e o povo não tinham uma opinião unânime sobre o assunto.
Ter duas esposas
significava muitas coisas boas e más, ao passo que se tinham mais filhos e
bocas para comer, tinha-se também mais braços para trabalhar, duas esposas
significava mais amor e companhia, mas também um clima de rivalidade dentro de
casa, a palavra hebraica que significa segunda esposa tem o sentido de “rival”.
Jacó casou-se com
Raquel e Lia porque não queria perder o seu verdadeiro amor que era Raquel.
Já Davi e seu filho
Salomão, casaram-se com muitas mulheres e um dos motivos foram as alianças
políticas, Salomão chegou a ter 700 esposas de nobre nascimento e mais de 300
concubinas.
Em uma passagem
retratada por Mateus 19:6 e Marcos 10:8, Jesus dá a entender que o ideal para a
vida cristã é a monogamia.
Esposas e concubinas
eram coisas diferentes, as concubinas eram o que hoje em dia seriam as amantes,
elas geralmente eram mulheres pobres que entravam para a família por algum
motivo, geralmente como servas ou prisioneiras de guerra ou simplesmente
presentes de outros homens, e passado um tempo já tinham relações como os seus
senhores, os filhos das concubinas deveriam ter os mesmos direitos dos filhos
da esposa, herdavam os bens em igualdade. O Rei Salomão possuía 300 concubinas.
A lei mosaica protege
também as concubinas Êxodo 21:7-11 e Deuteronômio 21:10-14.
Estes são fatos que
devemos aceitar, apesar de Deus ter criado um homem para uma mulher (Adão e
Eva), Ele também deu a Davi as mulheres de Saul (2º Samuel 12:8), isto tudo nos
perece estranho, mas estamos diante de um assunto que não vamos compreender
perfeitamente.
O DOTE
Eram três os tipos de
dotes que se praticavam nos tempos bíblicos.
A)
Poderia
ser um presente de grande valor dado pelo noivo ao pai da noiva.
B)
O
pai dava um presente a filha que saia de casa e geralmente 10% deste dote era
usado pela noiva no ato, para comprar para si presentes, roupas, perfumes,
jóias, etc.
C)
O
noivo e a noiva trocavam presentes, e este era o dote mais comum dos três.
Antes do casamento
era comum não somente uma reunião onde se combinava o dote, mas também era
decidida a porcentagem que voltaria a ambas as partes se o casamento viesse a
ser dissolvido.
Os jovens casavam-se
muito cedo, num determinado momento os rabis decidiram que a idade mínima para
a mulher era de 12 anos e para o homem de 13 anos, mas algumas crianças
casavam-se até antes disto e algumas meninas, já com seis anos, estavam
comprometidas.
Na maioria das vezes
o casamento era decidido sem uma consulta a ambos, mas havia as exceções em que
os jovens mesmos escolhiam seus cônjuges; e mesmo quando os pais decidiam sobre
a união, se os filhos não se agradassem da escolha e decisão dos pais não se
concretizava, pois o amor era uma questão primordial para os judeus.
Em contrapartida para
os noivos a aprovação dos pais era tão importante, que apesar de se amarem
alguns optavam por não se casarem mais, se os pais não concordassem. Isto se
deve ao fato de que as famílias eram muito próximas e unidas, eles não queriam
somente constituir suas família, mas, queriam que seu filho e esposa estivessem
perfeitamente integrados com o resto da família. Esta era a idéia da família
judaica nos tempos bíblicos, isto era tão importante que muitos jovens faziam
questão de deixarem a decisão a cargo de seus pais.
A influencia que a
cultura grega e romana trouxe não foi boa para a família judaica, pois os
gregos não eram tão apegados a família e o homossexualismo era comum na
sociedade grega desde antes de Sócrates, alguns cultos gregos como por exemplo
ao deus Baco terminavam em orgias que eram freqüentadas por pais mães e filhos.
O NOIVADO
O noivado geralmente
acontecia em um período de um ano, e para que este compromisso fosse
oficializado era então feita uma grande festa (de acordo com as possibilidades
financeiras dos pais) e uma cerimônia.
Nesta cerimônia
também havia uma troca de presentes, e o rapaz que ficasse noivo era dispensado
do serviço militar para que não viesse a morrer antes do casamento
(Deuteronômio 20:7).
Após o noivado o moço
e a moça já eram chamados de esposa e marido, mas somente um ano após o noivado
é que passavam a viver juntos.
Se um homem viesse a
ter relações com a noiva de outro, devia ser apedrejado até a morte por crime
de adultério (Deuteronômio 22:23, 24), mas se a moça não fosse comprometida
devia pagar ao pai dela a indenização, o dote e se casar com ela.
Os casamentos mistos
eram mal vistos, principalmente porque se deveria manter a pureza religiosa,
filhos de casamentos mistos seguiriam a que Deus? Mas mesmo assim os casamentos
mistos aconteciam para o desespero dos pais judeus, que iam vendo suas gerações
se desfazendo em meio a povos de outras raças, seus filhos não eram mais
judeus! Estas uniões aconteceram nos exílios do Egito e da Babilônia, o rei
Salomão tomou para si muitas esposas de outras nacionalidades e elas traziam
para dentro de suas casas seus deuses estrangeiros.
A VIRGINDADE
Em sua noite de
núpcias, o noivo esperava ver sangue nas roupas de cama e se isto não
acontecesse a noiva poderia ser apedrejada, ou o casamento anulado o que iria
expor a família da noiva a um terrível constrangimento, por este motivo muitas
noivas guardavam seus lençóis de núpcias para mostrar a quem pudesse acusa-las
no futuro; esta pratica vem desde os tempos de Moisés (Deuteronômio 22:13-21).
Ainda hoje em muitos
lugares do mundo se observa esta prática, mas em outros locais de cultura mais
atrasada é costume expor o lençol sujo de sangue na janela para que todos na
vizinhança possam testemunhar.
Se não houvesse sangue
nas núpcias os pais da noiva poderiam contestar se eles tivessem certeza de que
sua filha casara virgem, e isto acontecia muitas vezes, pois sabemos que nem
sempre o hímem se rompe na primeira relação. Se o marido duvidasse injustamente
os anciãos da cidade lhe imporiam uma multa de cem ciclos de prata (a prata nos
tempos bíblicos era mais cara e rara que o ouro) e depois disso ele nunca mais
poderia se separar dela em nenhuma circunstancia, portanto, o noivo deveria
pensar muito antes de proceder com a acusação.
O CASAMENTO
Um ano após o noivado
outra grade festa acontecia, era o casamento, esta festa era geralmente marcada
para o outono (depois da colheita) para que todos pudessem comparecer até os
parentes que morassem nos locais mais distantes.
Esta festa poderia
durar uma semana ou mais, as testemunhas de ambas as partes eram muito
numerosas e o noivo tinha por costume escolher um amigo para ser seu padrinho
que o novo testamento chama de “o amigo do noivo” (João 3:29).
Era um casamento sem
nenhum sacerdote; a noiva saia de sua casa acompanhada de muitas pessoas amigas
e era carregada numa liteira, ela ia ao casamento enfeitada, perfumada e com
lindas roupas, este grupo ai em festa cantando e dançando até a casa do pai do
noivo; o grupo do noivo saia de outro local que poderia ser a casa de seu
padrinho, e ia também em clima de festa até a casa de seu pai; a noiva usava um
véu no rosto que somente poderia ser retirado pelo noivo quando estivessem a
sós.
Esta cerimônia era
chamada de Huppah, que em hebraico significa Toldo, e os noivos ficavam
sentados debaixo do toldo durante um determinado momento da festa, não havia a
presença de um juiz ou sacerdote, pois estes casamentos faziam um paralelo da
união entre Isaque e Rebeca, pois ele simplesmente pegando-a pela mão conduziu
a sua amada para tenda de sua mãe e assim se tornaram marido e mulher.
Todos os votos
matrimoniais já eram feitos no noivado, portanto, tudo isto era dispensado,
agora a prática do ato sexual deveria selar o casamento.
Quando o casal estava
debaixo da tenda muitos amigos e parentes recitavam passagens das escrituras e
Salmos e Provérbios.
Depois os noivos eram
deixados a sós para consumarem o ato sexual em uma tenda ou quarto já
anteriormente preparado para recebe-los, enquanto isto a comemoração
continuava, os convidados continuavam a cantar, tocar instrumentos e dançar, as
pessoas da época eram muito mais extrovertidas que nós. Nestes casamentos
sempre havia muito vinho e comidas e todas as naturezas.
Na noite de núpcias o
casal deveria sair da tenda com as provas de que a noiva era virgem.
Havia um costume
supersticioso de jogar sementes sobre os noivos para que o casamento fosse
frutífero.
Foi num destes
casamentos que pediram para que o Senhor Jesus providenciasse vinho (João 2:1-11).
SEPARAÇÃO
O VT estabelece uma
regra geral para o divorcio em Deuteronômio 24:1, mas o caso relatado por esta
passagem não engloba todos os motivos que realmente poderiam surgir.
Nos dias Jesus havia
duas interpretações acerca desta passagem; A escola do Rabi Shammai
interpretava que Deuteronômio 24:1 referia-se somente a casos de adultério, já
a escola do Rabi Hillel dizia que Deuteronômio 24:1 permitia ao homem
separar-se por qualquer motivo, até mesmo se queimasse a sopa ou simplesmente
se encontrasse outra que lhe agradasse mais.
Apesar da igreja
evangélica não permitir o divorcio, Jesus abordou esta questão em Mateus
5:27-32; 19:3-12 e Marcos 10:2-12, passagens onde parece que aprova somente em
casos de adultério, mas isto também é condicional porque a parte prejudicada
pode optar pelo perdão.
Falar sobre um
assunto deste e interpretar tais passagens requer que deixemos de lado tudo o
que nos foi dito ou explicado sobre tal assunto, para que ao ler a Palavra
sejamos instruídos por ela, ao ler não devemos ser influenciados pelos nossos
próprios preceitos.
A carta de divorcio
de que fala Moisés e Jesus, dava direito à mulher casar-se novamente.
Os divórcios eram
muito comuns entre os gregos e romanos.
O AMOR
Não devemos pensar
que os Judeus daquela época amavam como nós amamos, geralmente o que acontece
entre nós é um amor que surge de repente sem controle, de forma surpreendente.
Mas naqueles tempos o
amor estava sob controle de cada um, e eles é que decidiam a quem iriam amar,
isto nos parece muito estranho e frio, mas era assim, eles mantinham os
sentimentos sob controle.
Portanto, todos
esperavam que o casal “viesse a ser amar” depois de casados, amar tal pessoa ou
não era uma questão de decisão pessoal.
Sendo assim eles
tinham muitas possibilidades de serem felizes e de que seus relacionamentos
fossem duradouros; o que não acontece na sociedade ocidental atual que não sabe
distinguir amor de paixão.
O SEXO
Nos tempos bíblicos
os casais tinham uma vida sexual satisfatória, praticavam sexo por desejo de procriação
e por prazer também.
A Bíblia trata do
assunto do sexo abertamente, muito mais do que é tratado hoje em muitas
igrejas, talvez isto seja uma preocupação de Deus em instruir o homem sobre
este assunto e apesar disto ela não toca no assunto da masturbação, talvez isto
se deva pelo fato de que os jovens casavam no inicio ou no meio da
adolescência. Tudo leva a crer que os
pais judeus instruíam bem seus filhos nestes assuntos devido ao longo tempo que
pais e filhos passavam juntos e também ao clima de amizade entre eles.
Há algum tempo atrás
aqui no ocidente havia um clima de extrema severidade entre pais e filhos, a
educação era muito dura, muito rígida, não havia amizade, havia somente medo,
por isto, quando pensamos em educação antiga fazemos a mesma imagem, mas o
clima que havia entre pais e filhos naqueles tempos, é o mesmo que a maioria
das pessoas civilizadas terá com seus filhos nesta próxima geração.
O prazer sexual para
alguns povos era o objetivo supremo da vida, mas para os Judeus não, eles
tinham outros objetivos maiores, tais como o sustento da família, a adoração a
Deus, o trabalho, etc; mas também não eram frios, os judeus viam o sexo como
uma benção de Deus e não como um problema.
Para designar os
órgãos sexuais a Bíblia traz alguns termos simbólicos: ventre, lombos (Gênesis
35:11), órgãos não decorosos (1ª Coríntios 12:23, 24), entre outros; os termos
citados podem ser usados para se referirem a outras coisas também, para
referir-se a prostituição masculina o termo usado é sodomia, isto é uma
referencia a Sodoma (Gênesis 23:18) o termo carne também era empregado para
designar atração física, sexo e contraste com o espiritual.
Em 1ª Coríntios
7:1-7, Paulo aconselha que o casal deveria manter relações sexuais, recomendou
o domínio próprio e também aconselhou que a o homem deveria satisfazer a mulher
e vice versa.
O livro bíblico que
mais expressa livremente acerca do sexo é Cantares, nele podemos ler que “ele
admira os seios de sua amada”, “fica fascinado com seus doces beijos”, “ ela
admira suas pernas” e “aprecia seus abraços”. Não há na Bíblia restrições sobre
sexo para pessoas casadas.
O PAGANISMO E O SEXO
As religiões das
outras civilizações que conviviam com os judeus, sempre promoviam alguma
espécie de prostituição cultual, esta atividade sempre estava associada ao
conceito de fertilidade, quando um agricultor queria obter colheitas mais
fartas ou rebanhos mais produtivos ele necessitava recorrer aos deuses da
fertilidade, se o casal não pudesse ter filhos deveria fazer o mesmo. E a forma
de agradar ou estar em harmonia com os deuses da fertilidade era ter relações
sexuais com as prostitutas ou prostitutos cultuais, eles estavam no tempo para
servir a estes deuses e sua função era manter relações com todos que fossem
procura-los.
De acordo com Números
25:1-8; Juízes 8:33 e 1º Crônicas 5:25 os hebreus já se deixavam seduzir por
este tipo de paganismo, o que era proibido pela lei (Deuteronômio 23:17, 18).
Mas não era somente
com o sexo que se “agradavam estes deuses” (não se pode agradar o que não
existe), mas também com sacrifícios que na maioria das vezes eram de crianças,
eram sacrifícios feitos a Baal, a Moloque ou a Quemós (deus moabita).
Moloque por exemplo
era uma imagem meio homem meio peixe, que ficava em pé com as caudas curvadas
para trás, ele tinha as duas mãos a frente do corpo em forma de concha (como
fazemos para pegar água para beber), fazia-se então uma fogueira em torno desta
imagem de modo que ela ficasse no meio do fogo, e em um determinado momento do
ritual uma criança era colocada em suas mãos que estavam a uma temperatura
elevadíssima, esta criança geralmente se debatia muito pois queimava-se toda
mas morria rapidamente. Talvez este seja um dos motivos pelos quais Deus
ordenou a Josué que dizima-se todos os cananeus, pois eles praticavam tais
coisas.
Havia povos onde
todas as mulheres tinham de passar um tempo de suas vidas em um templo
prostituindo-se para servir a Vênus, então temos algumas civilizações onde todas
as mulheres eram prostitutas.
Na época em Que Paulo esteve em
Corinto havia mil prostitutas no templo da deusa Afrodite, um templo conhecido
com Acrocorinto. O povo associava a prosperidade da cidade com a prática deste
culto; a cidade vivia mergulhada numa tamanha devassidão que o termo “mulher de
Corinto” significava prostituta.
Naquela época, aquela
sociedade não dava nenhuma conotação moral ao sexo, ser virgem ou prostituta
era estado moralmente neutro, o que Paulo pregou por lá, que a prostituição era
imoral, que as pessoas deveriam ter um cônjuge e ser fiel a eles eram conceitos
absolutamente diferentes; tudo o que é considerado imoral hoje naqueles tempos
era absolutamente normal. As pessoas eram instruídas a se entregarem
completamente a todo desejo sexual, mas Jesus pregou o extremo oposto (Mateus
5:28).
Para os israelitas
homens e mulheres é extremamente importante casarem-se virgens, mas pela lei
somente a moça tinha de comprovar sua virgindade durante as núpcias
(Deuteronômio 22:15), o que poderia dar alguma liberdade a mais para o moço, mas
entre eles era fácil manter a virgindade até o casamento, pois se casavam muito
jovens ainda, mal entravam na adolescência e já eram casados.
O HOMOSSEXUALISMO.
O homossexualismo é
praticamente quase tão antigo quanto a humanidade, principalmente também porque
era visto como uma forma de prazer e não davam-lhe nenhum caráter moral ou
imoral, para que entendamos em nossos dias era como “andar a cavalo”, não há
nisto nenhuma ligação com a moral.
Os hebreus não
desconheciam o problema, pois nos tempos de Abraão as cidades de Sodoma e
Gomorra foram destruídas por causa de sodomia (Gênesis 18 e 19 (ver 19:5) / este
nome é derivado de Sodoma).
Em Deuteronômio Deus
preocupa-se com a questão e adverte os Hebreus em 23:17, pois todas as nações
vizinhas já possuíam a prostituição cultual, e o Senhor sabia que isto poderia
seduzi-los.
E realmente foram
seduzidos por tais práticas, pois nos tempos de Roboão havia templos com
prostitutos cultuais (1º Reis 14:24); no reinado de Asa ele procurou acabar com
tais práticas, mas os homossexuais somente foram exterminados no reinado de
Josafá (1º Reis 22:47) somente reaparecendo no tempo do rei Josias.
A palavra é clara
quando proíbe o homossexualismo, leia Romanos 1:18-32 e 1ª Coríntios 6:9, 10.
O império romano
estava perdido nesta prática, na verdade os romanos e os gregos ao que parece
disputavam quem poderia ser os mais devassos, as mulheres gentias simplesmente
tinham liberdade de ter relações com qualquer um a qualquer momento (mesmo que
fossem casadas) sem ser com isto desmoralizada, pois o sexo não possuía
conotação moral, imagine então o esforço de Israel para permanecer limpo em
meio a estes visinhos “festivos”; na verdade, a grande parte dos imperadores
romanos eram homossexuais.
Na verdade os
cristãos viviam em meio a um mar de lama, mas não poderiam se sujar, ser crente
hoje não é mais difícil que nos tempos bíblicos, pois já sabemos que o sexo e o
homossexualismo naquela época era muito mais liberado do que é hoje.
Conta a história que
a imperatriz Agripina esposa de Cláudio e mãe de Nero certa vez sentido-se um
pouco estressada foi se divertir num bordel próximo onde manteve relações com
muitos homens durante toda a noite.
A PEDOFILIA
A nossa policia tem
muito se esforçado no sentido de coibir a pedofilia que para a nossa sociedade
é algo horrendo e indesculpável, nos tempos bíblicos ter relações com crianças
poderia ser um crime, o que variava era a idade.
Para os judeus a
idade mínima de uma menina casar era de 12 anos e para o menino 13, isto para
nós seria pedofilia, mas se uma menina de 12 anos se casasse já deveria satisfazer
seu marido e ter filhos.
Seguindo a narrativa
história, tudo nos leva a crer que para as pessoas da época, surgindo as
mudanças físicas da pré adolescência, já consideravam estes indivíduos
preparados para uma vida sexualmente ativa.
Então para os judeus
já poderiam se casar, e para os gentios, as crianças já poderiam se prostituir.
Talvez fosse
considerado crime entre os judeus ter relações com crianças abaixo da idade
estipulada, ou com crianças muito pequenas causando lesões físicas ou não, mas
entre os gentios, sinceramente ficamos em duvida visto que os pais tinham até o
direito de matar os filhos.
Até hoje no mundo
existem entre as sociedades menos evoluídas casamentos em plena infância, mas
também precisamos estar entre eles para saber o porque disto, pois, as meninas
indianas de 14 anos já têm uma mente adulta de mulher e estão prontas para
assumir um lar, já no ocidente as meninas de 14 anos estão descobrindo o mundo;
sociedades diferentes, costumes diferentes!
A NUDEZ
A nudez sempre foi
abominada pelos judeus, eles se vestiam com muita decência, mas em compensação
era muito comum entre os gentios, pois os gregos praticavam esportes nos
ginásios nus, por isto havia uma controvérsia se os jovens judeus poderiam
praticam esportes.
No jardim do Éden
Adão e Eva viviam nus, pois estavam na dispensação da inocência.
Entre os judeus a
nudez era sinal de vergonha, os prisioneiros de guerra, repatriados e os
condenados eram despidos para serem envergonhados; não sabemos exatamente até
que ponto eles eram despidos, pois o termo nu para a época poderia significar
também semi-nu, Jesus foi despido na cruz, certamente para ser humilhado. Apesar
de tudo isto Isaías andou três anos nu por ordem de Deus – Isaías 20:3.
INCESTO
Quando Deus criou
Adão e Eva as primeiras uniões deveriam ocorrer entre irmãos, e posteriormente
entre parentes de 2º grau, tios, sobrinhos, primos, etc., pois todos eram
descendentes de um só casal, mas com o passar do tempo, o próprio Deus proibiu
esta prática em Levítico 18:6-18; isto foi feito por Deus no momento oportuno.
Um exemplo disto era Abraão casado com sua meia-irmã Sara.
Esta prática era
proibida pela lei romana, tudo poderia ser comum, homossexualismo, prostituição,
pedofilia, mas incesto era proibido, mas apesar disto os imperadores a
praticavam, somente eles podiam o povo não!
O levirato (casamento
de um homem com a viúva de seu irmão) não era considerado incesto, mas servia
para proteger esta viúva, pois a mulher viúva se não pudesse se casar novamente
ou voltar a casa dos pais (se jovem ainda) dependeria de esmolar para viver.
O LEVIRATO
Muitos têm procurado
interpretar o caso de Onã (Gênesis 38:1-11) de modo que apóie as suas tradições
que dizem que o sexo deve ser praticado somente para procriação.
O irmão de Onã tinha
morrido e deixado Tamar viúva, e Judá seu pai ordenara a ele que cumprisse a
lei do levirato e que assumisse Tamar como esposa, mas Onã ao ter relações com
Tamar deixava o sêmem cair em terra para não lhe dar descendência e Deus o
matou por sua desobediência.
Deus não o matou por
evitar a gravidez ou por masturbação, mas por evitar o levirato. Ao não dar filhos a ela, ele a estava
recusando, não podemos entender isto como ocidentais do Século XXI. Podemos e
devemos praticar o planejamento familiar de modo tranqüilo e em paz com Deus.
ZOOFILIA
Engana-se quem pensa
que esta prática não é antiga, ela estava presente nas mais antigas civilizações
e permanece até nossos dias.
Praticar sexo com
animais nem pensar, isto para os hebreus sempre foi um horror, mas entre os
gentios acontecia sim, e não era uma coisa que deveria acontecer de modo mais
reservado, lembre-se o sexo não tinha nenhuma conotação com imoralidade apara
os gentios, estas coisas aconteciam em publico mesmo, em orgias que eram
organizadas em vários lugares. A lei é clara sobre isto em Deuteronômio 18:23;
20:15, 16.
A MENSTRUAÇÃO
A lei proibia as
relações sexuais com mulheres menstruadas (Levítico 18:19), ela era considerada
impura durante este período, e se estando assim, tocasse em algum objeto de
casa ou sentasse sobre algo, isto também ficaria impuro (Levítico 15:19-24),
algumas traduções usam o termo “imundo”.
A lei sempre zelava
pelo bem estar de todos os indivíduos, e se não fosse ela os maridos
procurariam as esposas neste momento desconfortável, para a mulher este item da
lei era um tremendo beneficio.
Não sabemos
exatamente se era somente por razões de higiene, ou por motivos doutrinários
também; mas sabemos que como a água era um item de luxo para eles, talvez a
relação sexual com uma mulher menstruada, e a impossibilidade de lavar-se em
seguida poderia acarretar enfermidades, naqueles tempos eles não podiam entrar
debaixo de uma ducha assim como nós.
ADULTÉRIO
Enquanto esta era uma
pratica comum entre os gentios, entre os israelitas era considerado crime, e o
crime era a execução. Se um marido desconfiasse que sua mulher o havia traído,
então ela deveria se submeter ao humilhante ritual descrito em Número 5:16-31.
Se um homem fosse
pego em traição com a esposa de outro, ou uma mulher com o marido de outra,
ambos deveriam ser executados, e na maioria das vezes isto era feito por
apedrejamento. Os israelitas eram o povo da época que tinham mais noção de
família, devido as inúmeras leis que proibiam todas as atividades imorais
pagãs.
Nos dias de Jesus os
adúlteros sofriam outras penas e não eram mais punidos com execução, portanto o
caso da mulher adultera que iria ser apedrejada foi criado como cilada para
tentar pegar o Senhor em alguma contradição, mas Jesus colocou cada um daquela
multidão diante de um espelho, e com isto esvaziou o caso, nada respondeu sobre
a questão, somente disse para aquela mulher que não pecasse mais, não aprovou o
pecado dela e nem a atitude deles. Com isto ele nos mostrou que podemos perdoar
uma pessoa adultera.
A MULHER
Estamos no Século XXI
e muitos ao lerem a Bíblia pensam se tratar de um livro que assume uma
personalidade machista, mas não é verdade; nos tempos bíblicos, a mulher não
tinha os mesmos direitos do homem, mas isto variava muito dependendo da
liberdade que o homem dava a ela, e também de suas qualidades de liderança e
habilidades, a sociedade israelita sabia das qualidades da mulher e do que elas
seriam capazes de fazer se fosse necessário, pois em Provérbios 31 escrito a
aproximadamente 800 anos antes de Cristo já falava sobre a mulher virtuosa.
Mas as mulheres se
incomodavam com isto? Não é a resposta, ou talvez um pouco! O que era mais
importante que tudo para uma pessoa (homem ou mulher) judaica era a união
familiar, era ter certeza que de todos estavam sadios e felizes, o pensamento
girava em torno da comunidade e não do individual. Mas não pensemos que isto
não era uma situação incomoda.
Outro fator era a lei
judaica que punha sempre a mulher abaixo do homem, ao passo também que zelava
pelo seu bem estar.
Alguns judeus
consideravam que o homem e a mulher juntos (humanidade) eram considerados a
imagem de Deus, portanto a mulher não seria uma criação secundaria e por estes
a mulher era muito bem tratada, mas havia um outro grupo tendencioso que
julgava ser o homem a imagem de Deus e não a mulher.
Mas mesmo os deste
segundo grupo tinham de aturar as mulheres que dispunham de liberdade para
produzir, negociar, prestar serviços, expressar suas opiniões ou mesmo serem
usadas por Deus como profetizas, ou lideres.
A história hebraica e
a cristã conta com mulheres fascinantes cuja atividade foi decisiva em momentos
importantes, tal como: as parteiras hebraica que desobedeceram ao decreto do
faraó (Êxodo 1), Joquebede mãe de Moisés que salvou sua vida (Êxodo 2), Débora
que foi juíza e comandou um exército quando Baraque se acovardou (Juízes
4:6-9), Éster que arriscou-se para salvar o seu povo, a profetiza Hulda (2º
Reis 22:14-20) ; No NT só na carta aos romanos temos Priscila, Trifena e
Trifosa, Maria, Julia e Olimpas; e na lista dos heróis da fé em Hebreus 11
constam duas mulheres Sara e Raabe. Aliás, um dos grandes atrativos do
cristianismo para as mulheres era a liberdade da qual agora gozariam.
Algumas das
restrições impostas as mulheres na lei estão em: Números 27:8; Números
30:10-12; Gênesis 30:1, 2, 22; Deuteronômio 22:20, 21 ; Levítico 27:1-8 ; e
muitas outras mais.
Apesar disto as
filhas eram na maioria das vezes muito amadas pelo pai, e quando um marido
destratava ou humilhava sua esposa o pai e os irmãos dela vinham em sua defesa
e advertiam seriamente o seu marido. Muitas mulheres também eram muito amada
pelos maridos, como Jacó amou a Raquel e Isaque amou a Rebeca.
As mulheres tinham
uma vida muito ativa entre os cristãos elas trabalhavam no grupo e eram muito
bem consideradas, tudo isto porque Jesus quebrou muitos tabus com relação as
mulheres, ele falava com elas, as tratava bem, muitas eram seguidoras e
aceitava suas contribuições.
As mulheres também
tiveram o privilégio de serem as primeiras a saberem da sua ressurreição.
O cristianismo nasceu
já dando a mulher muita estima e admitindo-as trabalhando ativamente em meio a
comunidade, isto se deve ao fato de Jesus quebrar todas as barreiras sociais,
ele falava com elas, as admitia como seguidoras, aceitava suas contribuições,
etc. Neste aspecto (dentre muitos) o cristianismo representava uma revolução
social; Jesus pregou o reino de Deus em igualdade para homens e mulheres, onde
a fé e as atitudes tornavam as pessoas muito ou pouco dignas da salvação. Jesus não só deu muitos direitos as
mulheres, mas também as prostitutas que se convertiam e eram admitidas em seu
grupo; por estas e outras foi alvo de muitos comentários ruins. As prostitutas
eram tratadas como cães pelos religiosos, eles achavam que elas não deveriam
ter nenhum apoio ou direito, mas de modo bastante enrustido utilizavam-se de
seus serviços.
Em meio aos judeus
mais rígidos as mulheres não podiam participar do culto e deveriam sentar no
fundo e manter distancia dos homens, não podia ler na sinagoga, não tinham
direito a educação, não eram consideradas inteligentes, e tinham no templo uma
área destinada a elas chamada “pátio das mulheres”.
Seguindo o pensamento do mestre, o apostolo
Paulo de Tarso também observa que as mulheres deveriam ser amadas e agradadas
(1ª Coríntios 7:1-7; Efésios 5:25), já Pedro declara que se o homem não tratar
bem sua esposa Deus não atenderia as suas orações (1ª Pedro 3:7).
O fato de Paulo ter
instituído coisas diferentes em Corinto, não invalida todo o resto do NT, mas
agora sabemos porque foi feito isto lá.
É interessante ver os
efeitos deste estudo na mente do leitor da Bíblia, certa vez (em outra
faculdade) eu havia dado um estudo destes durante algumas semanas; e depois de
alguns dias um aluno me disse que ao ler Lucas 10:38 sentiu-se chocado por
Jesus ter entrado na casa de uma mulher, e percebeu que devido ao estudo de
contextos bíblicos já podia sentir como um homem da época, ao se deparar com
algumas situações; e este é o objetivo, conhecer o significado na época e local
e transportar este significado para os nossos dias de modo atualizado. Cada um
fato bíblico tinha um significado para a sua época, e tem em si também um significado
para os nossos dias, isto é chamado de “principio eterno”, o estudo desta
Matéria será precioso para a disciplina que é hermenêutica.
TRABALHO
Nos tempos do Brasil
colônia a palavra “negocio” tinha uma conotação ruim, pois significava “negar o
ócio”, naqueles tempos o ócio deveria ser praticado como sinal de se ter boas
condições financeiras e não precisar trabalhar, mas se você trabalhasse então
era visto como servo por aqueles que poderiam ter o privilégio de praticar o
ócio.
Mas nos tempos bíblicos
era justamente o inverso, quem não trabalhasse e muito era mal visto, você até
poderia ser um negociante de sucesso, mas deveria trabalhar do amanhecer ao
anoitecer; os judeus consideravam que o homem foi feito para o trabalho.
Se você fosse um
oleiro e trabalhasse o dia inteiro fazendo objetos e potes de cerâmica e barro,
ao chegar em casa a noite era uma dádiva poder ajudar a esposa a amassar o pão
ou a cuidar dos filhos, O conceito de que trabalhar é honroso manteve-se no
NT veja o que Paulo aconselha em Colossenses 3:22 era mais trabalho, na
mente israelita isto agradava a Deus e, portanto, sempre trabalhavam louvando e
agradecendo ao Senhor.
Mas como sempre havia
os “espertos”, que preferiam utilizar-se de truques para viver, faziam negócios
na base do “muito para mim e pouco para você”, “o meu é sempre melhor”, etc.
Não preciso me prolongar todos nós conhecemos alguém assim.
Nos dias de Jesus, já
havia na Palestina aproximadamente 500 mil pessoas e em Jerusalém umas 25 mil,
mas estes números podem ser maiores, era uma sociedade complexa que consumia
muitos tipos de produtos e serviços.
Havia corporações
para cada tipo de atividade, elas funcionavam como sindicatos e também como
cooperativas, havia várias corporações para cada atividade, mas a maioria se
concentrava nas mais conceituadas.
Era melhor para um
trabalhador qualquer estar associado, mesmo se morasse longe e isolado estariam
associados, pois através disto tinham muitos benefícios, tais como compra de
matéria prima mais barata; maior facilidade de vender sua produção, cursos onde
se aprendiam novas técnicas, seguro contra roubo de ferramentas, terceirização
da produção, seguro desemprego, tumulo para sepultamento, a corporação poderia
comprar toda a produção para renegociar, poderiam exportar por estas
instituições, e muitas outras vantagens. José com certeza devia ser membro a
alguma associação de carpinteiros, pois o incomum era não ser. Se o trabalhador
não fosse autônomo, mas um funcionário deveria estar também associado, pois
estas corporações estabeleciam os pisos salariais.
A origem desta,
instituições perde-se no tempo, a 24 séculos antes de Cristo já havia uma
corporação em Sumer.
Geralmente a presença
de matéria prima em uma determinada região fazia dela centro de alguma
atividade e, portanto, era um centro de várias corporações especificas.
Estas corporações com
o tempo passaram a se tornar tão ricas que o próprio governo romano
preocupou-se com ela, mas elas também enriqueciam o império que sempre cobrava
altas taxas para tudo o que se fazia, nesta ocasião o governo passou a exercer
poder sobre elas.
As corporações
passaram a ser motivo de rivalidades, e muitos associados impediam membros de
outras associações de instalarem-se ou morarem em suas cidades.
Havia também as
greves contra as corporações, patrões e até contra o governo, a história conta
muita delas, em uma delas os pedreiros da Babilônia pararam suas atividades
enquanto não recebessem do rei por seus serviços, aliás, tais pedreiros em
nossos dias seriam considerados finos escultores, no 1º século houve uma greve
de padeiros que faziam os pães para o cerimonial judaico; mas eram muito raras.
Havia uma certa
pressão de caráter ameaçador para quem, tentado fugir das associações
contratassem trabalhadores estrangeiros não sindicalizados, tais pessoas
acabavam tendo de despedir estes funcionários e readmitir os ex-empregados
pagando o dobro por seus serviços; e ninguém era poupado, certa vez isto
aconteceu com o próprio templo judaico.
Este assunto era tão
importante para o povo judeu que Jesus não poderia deixar de se manifestar,
certa vez disse que todo trabalhador honesto é digno de seu salário (Lucas
10:7), o problema de maus patrões que não pagavam seus funcionários sempre
houve (Tiago 5:4).
Jesus era carpinteiro
e todos os seus apóstolos tinham uma profissão, e existe uma grande
possibilidade de todos eles trabalharem associados a tais corporações.
Em todas as
atividades descritas abaixo havia (como há hoje) os bons e os maus
profissionais, portanto o preço dos serviços e qualidade dos produtos variava
muito de acordo com a capacidade do profissional.
CARPINTEIROS
Os carpinteiros não fabricavam somente móveis,
mas muitos objetos e utensílios, faziam tambores e tamboretes, carros de bois,
portas, arados, baús, carroças, grades, janelas, e havia os que sabiam fazer
dentes postiços.
Suas ferramentas de
trabalho eram machados de todos os tamanhos, serrote, facas, esquadro, plaina,
martelos e pregos de bronze.
Como as casas não
eram de madeira, eles não eram construtores.
CURTIDORES
O couro era um
produto essencial para os judeus, com ele fabricavam-se sandálias, tendas,
bolsas, recipientes, peças de vestuário, membranas de instrumentos de
percussão, armadura, pergaminho, etc.
Mas o curtidor apesar
de importante para a sociedade era mal visto, pois trabalhava com animais
mortos, e segundo a lei estava constantemente impuro. Os curtidores sempre
moravam longe das cidades por causa de sua impureza, porque a sua atividade
necessita de muita água e porque as substancias que usavam tinham um odor forte
e desagradável.
Em Atos 10:6 Pedro
estava na casa de Simão o curtidor que morava a beira mar em Jope, não sabemos
se estava lá simplesmente ou se estava hospedado, mas isto era inovador, porque
estar na casa de Simão era tornar-se imundo também juntamente com ele, Pedro
sabia que as leis sobre impureza haviam caído.
Por coincidência é lá
que Pedro tem a visão do lençol que desce com toda espécie de animais para
serem consumidos.
CORREIOS
Já no século VI Ac
haviam serviços organizados de correio, os persas tinham correios, onde as
correspondências iam em longos de animais ou em pequenas ou grandes carroças
(conforme a conveniência). As estações dos correios ficavam a um dia de viagem
uma das outras e eram estações próprias para a colher os mensageiros.
Nestas estações os
mensageiros poderiam dormir, alimentar-se, trocarem os animais se fosse
necessário (pois todos eram propriedade dos correios), ou mesmo serem
substituídos se estivessem enfermos ou machucados.
Este serviço foi se
aperfeiçoando com passar do tempo e no império romano já tínhamos um serviço de
muita qualidade
Mas muitas cartas
eram levadas por amigos e mercadores em viagem para não pagarem taxas.
Como o numero de
alfabetizados era grande havia sempre muito serviço para os correios.
FILÓSOFOS
Já nos tempos de
Sócrates (IV ac) e muito antes disso, havia os filósofos que ganharam dinheiro
ensinado as pessoas sua sabedoria, o próprio Paulo de Tarso foi criado aos pés
de Gamaliel, talvez fosse um filosofo, talvez um rabino, ou mesmo os dois.
Eles eram bem pagos
por pais de jovens que tinham boas condições, financeiras para conviverem com
seus filhos, e lhe ensinassem parte de suas sabedorias.
Eram procurados
também como conselheiros. Nero e Aurélio muitas vezes recorriam a eles que em
sua maioria eram gregos.
Sócrates, aliás, foi
condenado a tomar cicuta (veneno) por estes tais filósofos, que ram conhecidos
como sofistas, eles não sabiam muitas coisas, mas “sabiam fingir que sabiam”,
já Sócrates dizia – “a minha ignorância é de melhor qualidade, porque
enquanto eles nada sabendo dizem que sabem, eu tenho certeza de que nada sei.
Os sofistas diziam
coisas incoerentes de modo sofisticado e assim se passavam por sábios.
Sócrates viajava por
toda a Grécia e debatia em publico com todos os que se achavam sábios e os
fazia um a um cair em graves contradições, inclusive os grandes homens do
governo, por isto, passou a ser inconveniente e odiado, mas na verdade as
pessoas não estavam interessadas em sabedoria e sim em status, por isto desenvolviam
filosofias fracas. Já Platão espelhando-se em seu mestre Sócrates aprendeu a
submeter a sabedoria ao exame e entrou para a história, Aristóteles (seguidor
de Platão) também.
Sócrates não ensinou
nada diretamente, ele andava buscando quem o ensinasse algo realmente de
qualidade, e em seus debates criou um método conhecido como maiêutica, onde,
através de simples questões ia anotando na mente tudo o que significasse algum
conceito de modo classificado como se fosse em uma tabela, num determinado ponto
do debate em que surgia algum conflito nesta “tabela” ele procurava confirmar
os conceitos contrastantes e expunha a contradição. Quem o estudou sabe que sua
mente era muito sofisticada, não sabemos ao certo como ele organizava estas
idéias e informações, ninguém permanecia sem ser humilhado. E apesar de ser um filosofo andava
pela Grécia pedindo as pessoas que desviassem a atenção do cosmo para dentro de
si mesmos.
Paulo de Tarso quando
esteve em Atenas teve lá um certo conflito com os filósofos, pois a filosofia
busca conhecer para crer, já a teologia crer para conhecer,
por isto Paulo advertiu os cristãos de Colossos que tivessem cuidado com os
filósofos, pois seus ensinos eram contrários aos das escrituras.
Em Atos 17:18, Paulo
é mal visto entre os filósofos estóicos e epicureus, pois pegava a ressurreição
de Cristo o que para os Gregos era sinal de piorar de situação, voltar a carne;
para os gregos quando alguém morria evoluía, pois se libertava da carne, além
do que a ressurreição não poderia ser lógica.
AÇOUGUEIROS
Era uma profissão
muito comum, em todas as cidades tinham alguns, e eles tinham sua própria
corporação, já que algumas corporações englobavam algumas atividades.
BANQUEIROS
Os bancos começaram a
surgir dois séculos antes de Cristo e apesar de serem simples escritórios já se
faziam neles muitas operações financeiras:
a)Recebiam investimento
em depósitos e pagavam juros aos depositantes (Lucas 19:23).
b)Emprestavam dinheiro
a juros
c)
Já
havia as poupanças.
d)Faziam hipotecas.
e)Expediam cartas de
crédito.
f)
Depósitos
e empréstimos internacionais.
g)Havia também o
serviço de aluguel de cofres.
Se o banqueiro fosse
um israelita ele deveria observar a lei se fosse emprestar para um pobre, pois
era proibido cobrar juros destes, mas os pobres enterravam suas moedas para coloca-las
a salvo dos ladrões.
Os empréstimos de
emergência cujos juros chegavam a 12% ou 13%, e em alguns casos 50%. Os
banqueiros deveriam trabalhar honestamente, pois segundo a lei quem não pagasse
suas dividas iria para a cadeia, mas em nome do lucro, sempre que possível
passavam sobre todas as leis e regras.
Os historiadores
afirmam que quando João escreveu Apocalipse, havia cidades que eram grandes
centros bancários, aliás, a carta para Laodicéia mostra que a cidade estava em
ruim estado espiritual por causa da riqueza.
Jesus teve um
confronto com os cambistas (banqueiros) no templo, pois as pessoas que vinham
de longe precisavam cambiar o dinheiro que traziam, mas aqueles homens estavam
cobrando preços elevadíssimos pela moeda local.
EUNUCOS
Nem todos eunucos
eram castrados, alguns simplesmente assumiam este papel, eles deveriam ser
sexualmente inativos, pois eram os guardas e servos dos haréns.
Muitos deles exerciam
pouca ou muita influencia nos governos por serem servos de confianças de reis e
imperadores.
HOTELEIROS
Nos tempos mais
antigos da Bíblia quando as pessoas viajavam pernoitavam em tendas, mas nos
tempos de Jesus a vida já tinha se tornado um pouco mais complexa e já havia as
hospedarias. Nesta época as pessoas alugavam o teto de suas casa ou outro
cômodo para visitantes dormirem.
Elas geralmente
ficavam na beira das estradas que eram muitas, havia grandes e pequenas
hospedarias, simples e sofisticadas.
Os dias de melhor
movimento eram os de festas religiosas, muitas pessoas deslocavam-se para
Jerusalém e era difícil achar vaga nestes dias, talvez por isto José e Maria
não conseguiram achar uma vaga na noite em que o Senhor nasceu.
JARDINEIROS
A Bíblia fala pouco
desta profissão, mas, ela já existia, o jardineiro também era chamado de
hortelão (João 20:15).
MARINHEIROS
Os grandes
navegadores da época eram os fenícios, os israelitas não tinham muito contato
com o mar, e só passaram a arriscarem-se a medida que a nação enriquecia e que
o transporte de materiais e passageiros passou a aumentar.
Os marinheiros
fenícios às vezes ficavam três anos longe de casa e por causa do apelo a
família os israelenses não tinham atração por esta profissão.
MENDIGOS
Mendicância não é
profissão é situação, quem escolheria para si ser mendigo?
Mas devido ao grande
numero de lesões, defeitos de nascença e desemprego isto teria se tornado uma
forma de vida comum, alguns até nasciam e morriam na mendicância.
A lei e as festas
religiosas favoreciam os mendigos e de um certo modo até os incentivava, pois
dar esmolas era uma prática tradicional e quando era época de alguma festa
religiosa então as pessoas se tornavam mais piedosas.
Às vezes a renda
obtida era, e muitos mendigos ganhavam mais do que alguns trabalhadores e por
causa disto muitos se fingiam de aleijados para receberem esmolas. O trajeto
dos mendigos era de uma cerimônia a outra, cultos, enterros, casamentos, etc.
MERCADORES
Havia basicamente
dois tipos de mercadores, o primeiro produzia e vendia seus produtos e já o
segundo comprava no atacado para vender no varejo.
No AT o que promoveu
o comercio em Israel foi a grande urbanização feita por Salomão, já alguns
séculos depois foi no exílio babilônico que o povo judeu não tendo terras para
produzir tiveram de se tornar hábeis comerciantes, quando voltaram a terra de
Israel para reconstruí-la, tiveram de se dedicar a obras e agricultura mas já
trouxeram no sangue o comercio, afinal foram 80 anos de cativeiro e
praticamente a grande maioria que retornou já havia nascido na babilônia.
Jerusalém tinha
setores comerciais e as lojas de determinado produto localizavam-se todas
naquela rua, por exemplo, havia a “rua dos açougueiros”, já o comercio de peixe
localizava-se na “porta dos peixes”, portanto se algum comerciante tivesse
alguma filial de sua loja então deveria ou ter esta filia na mesma rua ou em
outra cidade.
Já os mascates, eles
não tinham local fixo para vender seus produtos, montavam suas bancas de manhã
e de noite já as recolhiam, não trabalhavam com um tipo de produto especifico,
mais exatamente compravam de tudo, o produto que parecesse melhor para o
momento ou que tivesse boa oferta era adquirido para ser vendido, mas isto não
impedia alguns de terem seus produtos de preferência.
Havia também os
comerciantes que viajavam de cidade em cidade atravessando o deserto em camelos
e nas grandes festas religiosas praticamente quase todos eles se deslocavam até
Jerusalém, estes comerciantes eram os que traziam mercadorias de longe,
geralmente seus produtos eram cobiçados, quase sempre tinham seda para vender,
e para os ladrões eles eram uma presa preciosa.
E para que o comercio
fosse incentivado o império romano construía muitas e boas estradas, que,
aliás, estão em muito bom estado de conservação até hoje. Os consumidores eram
exigentes, ao comprarem roupas examinavam as costuras e o acabamento, os
alimentos deveriam estar bem conservados, conferiam o peso e faziam pesquisas
de preços. A margem de lucro dos comerciantes variava em torno de 20 a 30% dependendo da
atividade, e em alguns casos poderia chagar até 100%, dependendo da habilidade
e conhecimento do mercador em comprar e vender. Em Atos 16:14 temos Lídia a
comerciante de púrpura, já falamos sobre ela. Existiam também aqueles que não
eram comerciantes, mas que nas épocas de festas religiosas montavam também suas
barracas para venderem coisas que produziam como pães ou outras mercadorias.
OLEIROS
Esta é uma profissão
muito antiga, tais objetos são sempre achados nas ruínas das mais antigas
civilizações.
Os hebreus preferiam
os potes de cerâmica por serem mais resistentes que os outros, mas os oleiros
fabricavam potes de diversos materiais tais como argila, barro e cerâmica; os
produtos que fabricavam eram também variados: talhas para água, lâmpadas de
azeite, potes para trigo, vasilhas para azeite, (sempre com tampas para
proteger tais produtos de insetos) placas para escrever, epitáfios, bonecas,
dentes, etc. E podiam também fabricar muitos produtos por encomenda.
Obs: Como os
pergaminhos eram caros muitos preferiam escrever nas baratas placas de cerâmica
ou argila. Exatamente como em nossos dias, depois que era dada forma a massa o
objeto tinha de ser levado a um forno para ser cozido, em Neemias 3:11 lemos
sobre uma “torre dos fornos” e talvez ela tivesse tal utilidade.
O oleiro preferencialmente
também deveria morar longe da cidade pois a fumaça dos tais fornos eram muito
incômoda.
PADEIROS
Se ninguém gostava do
odor das químicas do curtidor nem do forno do oleiro, isto com certeza não
acontecia com os padeiros.
Após a urbanização
promovida por Salomão, boa parte da sociedade tornou-se urbana, o que tornou
necessário o surgimento dos padeiros profissionais e das padarias, assim como
hoje em dia, o povo da cidade não tinha tempo de fazer o seu pão em casa.
Mas antes de Salomão
a mulher fazia o pão da família diariamente.
Antes de Salomão
somente os reis tinham padeiros, vemos em Gênesis 40:2 que o faraó tinha alguns
em seu palácio, pois, havia um padeiro mor.
Havia também a rua
dos padeiros
METALURGIA
Também o trabalho
artesanal no metal é muito antigo e apreciado, os artesãos trabalhavam com
ouro, prata, ferro, bronze, chumbo cobre, latão, e outros metais,
Eles fabricavam
muitos produtos tais como: Imagens religiosas, jóias (pulseiras, anéis,
brincos, etc), bandejas, armas (espadas, facas, lanças), anzóis, adornos de
casas e prédios, ferramentas de trabalho (serrotes, martelos, pregos, brocas,
machados, etc), ferramentas médicas (pinças, bisturis, etc), alguns tipos de
próteses, e muitas outras coisas mais.
Em Éfeso os
fabricantes de imagens da deusa Diana se revoltaram com a pregação do
evangelho, pois isto estavam levando as suas fabricas a falência (Atos 19:24).
EDUCAÇÃO
A maioria do povo, em
Israel, eram alfabetizados, e isto era assim pelo forte desejo de buscarem a
Deus, sabiam que se não soubessem ler não poderiam passar as próximas gerações
o conhecimento da Palavra de Deus e também a história de seu povo, já na época
de Josué todos dominavam a leitura; e o interesse nisto era tão concentrado que
não davam atenção a outras ciências tais como matemática, engenharia,
filosofia, etc.
Nos tempos de Jesus
os jovens recebiam educação nas letras e filosofia, mas ainda sim a maior parte
de seu tempo de estudo era dedicado às leis, salmos e profetas.
As escavações têm
encontrado evidências claras da existência de escolas em Ur, no Egito e na
Mesopotâmia nestes locais são encontrados placas de barros com exercícios de
gramática e geometria.
Algumas famílias
tinham exemplares da Torá em suas casas, com as quais ensinavam diariamente aos
seus filhos, possivelmente não havia analfabetismo em Israel e nos tempos de
Jesus a maioria do povo sabia ler e escrever em grego e na sua língua local, em
alguns locais era comum que todos soubessem três línguas.
O AIO
O aio era um servo
incumbido de cuidar da educação dos filhos (de sexo masculino) de seu senhor, e
na maioria das vezes era uma pessoa culta. Isto era comum nas culturas gregas e
romanas, não entre os judeus onde os filhos conviviam com os pais.
Além do aio ensinar
os seus futuros senhores (Gálatas 4:1), os levavam as escolas, os buscavam e
complementavam seus estudos, podendo alguns também encarregarem-se da formação
total das crianças.
Naqueles tempos ser
educado por um aio era um privilegio, alias para você que leu este parágrafo
fica uma pergunta – “como é possível um homem culto ser um escravo (servo)?” a
resposta para esta questão esta no próximo capitulo deste estudo.
AS BIBLIOTECAS
Nos tempos de Jesus
havia centenas de bibliotecas pelo mundo conhecido e em cada uma destas
bibliotecas centenas ou milhares de livros, havia bibliotecas de literaturas de
vários assuntos, e também nelas guardavam-se contratos, cartas, recibos,
registros de transações comerciais, etc.
Na biblioteca de
Sargão rei da Assíria (governou de 722 a 705Ac – Isaías 20:1). Arqueólogos
encontraram 25.000 volumes; Já o rei Assurbanipal (662Ac) possuía 20.000 placas
escritas. A biblioteca de Nippur (400Ac) possuía 50.000 volumes. A maior
biblioteca de todas da antiguidade era a de Alexandria que segundo alguns
historiadores possuía em torno de 250.000 volumes e sua destruição implicou na
perda de informações preciosas que nunca mais serão recuperadas.
Estas casas onde os volumes escritos iam sendo
guardados e organizados iam surgindo aos poucos, mas foi no império romano que
ganharam uma organização especializada e multiplicaram-se aos milhares e também
foi nesta época que surgiram as salas de leitura que poderiam ser freqüentadas
pelo publico.
A grande maioria dos
estudiosos acha que os pergaminhos do mar morto pertenciam a biblioteca dos
essênios, estes volumes foram guardados em potes e escondidos em uma caverna.
AS ESCOLAS
Nos dias anteriores a
Moisés, já havia escolas no Egito (Atos 7:22), mas em meio ao povo de Israel
não temos certeza em que época começaram a existir, ou se não havia ainda nos
tempos de Jesus.
A maioria dos jovens
judeus era alfabetizados e educados em sua própria casa por seus pais, onde
também lhes era ensinada uma profissão, mas algumas famílias de melhores
condições financeiras inscreviam seus filhos nas escolas gregas e romanas, para
que fossem sábios na aritmética, matemática, filosofia, retórica, etc., e isto
poderia ser ruim, pois, ao passo que se tornavam conhecedores eram
influenciados por culturas que negavam a fé no Deus de Abraão.
Com o advento do
cativeiro babilônico muita coisa mudou, a língua hebraica foi aos poucos sendo
substituída pelo aramaico (língua babilônica), o ponto central do judaísmo
passou do templo para a lei, é bem capaz que nesta época tenham sido fundadas
escolas pelos judeus. Esdras preparou escribas para que fossem mestres da lei
(Esdras 7:6).
Quando os gregos
assumiram o poder de toda a região, os judeus foram obrigados a dar mais
atenção a instrução, pois, os gregos eram dedicados e apaixonados pela cultura,
a difusão da cultura grega com suas escolas foi logo contra atacada pelos
judeus com a criação de escolas judaicas que ensinavam as mesmas ciências mas
sem a influencia dos costumes gentios. No ano de 175Ac foi fundada uma escola
grega perto de templo de Jerusalém que foi freqüentada por muitos judeus, e foi
motivo de grande preocupação e também pânico por parte de outros.
O rabi Simom bem
Shetach era considerado o pai deste novo tipo de sistema escolar, que de inicio
era chamada de casa do livro (em hebraico beit [casa] sefer [livro]), depois
de algum tempo a freqüência se tornara obrigatória e havia punições para quem
faltasse muitas vezes às aulas. Nesta época a formação começava aos cinco anos
e terminava aos 15, mas haviam também cursos organizados para quem quisesse ir
além disto, o que era o caso de poucos.
Muitas destas escolas
funcionavam em sinagogas que também nasceram no exílio babilônico, pois como lá
não havia o templo, então iam construindo casas de oração.
Nos tempos de Jesus
então já havia muitas estruturas pára o ensino.
OS MESTRES
No inicio os pais
eram os professores dos filhos e lhes ensinavam tudo o que sabiam e levavam
isto muito a sério, isto era um ponto de honra visto que seria uma grande
humilhação um filho crescer ignorante. Não ser ignorante, ou ter sido bem
ensinado no conceito de um judeu significa um sujeito que conhece bem a sua
história, seus livros sagrados, é bem alfabetizado na sua língua e em outra,
sabe executar bem todas as atividades referentes a sua profissão, e algumas
coisas a mais.
Até a época do exílio
babilônico os levitas eram os principais mestres na educação que era dada fora
do lar, depois do exílio os escribas assumiram este papel, tais homens eram os
responsáveis pela interpretação da Palavra.
O titulo de rabi
(mestre) não era somente dado aos escribas ou sacerdotes, mas a todos os judeus
que de alguma forma eram importantes, mais tarde passou a significar professor,
senhor, digníssimo, doutor, sábio, etc. Quem era assim chamado sentia-se muito
honrado. Jesus era assim chamado por todos, pois era considerado por todos como
mestre e profeta.
Na época de Jesus
havia alguns mestres famosos em meio aos judeus que ram muito admirados:
Hillel – Nasceu na
babilônia, mas foi a Palestina divulgar seus ensinos, ele criou sete princípios
de interpretação das Escrituras e fundou sua escola Beit Hillel, onde
lecionava, a ele foi dado o titulo de nasi que significa o mestre
principal do templo, e era conhecido por sua grande inteligência. Ele era mais
liberal na interpretação que Shammai.
Shammai – era outro
mestre famoso e respeitado, mas muito radical, ele defendia a idéia de que o
homem poderia separar-se de sua mulher simplesmente se ela queimasse o
feijão.
Gamaliel – Foi um dos mais famosos mestres
do 1º século e muitos de seus ensinos foram preservados até hoje no Misná.
Puxava um pouco as
idéias de Hillel, seu mais famoso aluno foi Paulo de Tarso, que o denota a
capacidade dele em ensinar; Gamaliel em Atos 5:34-39 convencia o sinédrio com
sua astúcia a não matar os apóstolos. Suas idéias eram largamente aceitas por
todos.
IDIOMAS
Nos dias de Cristo,
as pessoas normalmente falavam aramaico e grego e conheciam palavras ou
expressões de outros idiomas, o hebraico era o idioma natural dos judeus que
foi trocado pelo aramaico nos cativeiro babilônico, portanto o hebraico já
havia se tornado uma língua presente somente nas sinagogas, era o idioma
oficial do culto. Só se podia ler as
escrituras em hebraico, e todo o culto era nesta língua, por isto havia os
tradutores que traduziam o culto para o aramaico ou grego para que todos
entendessem. O aramaico era a língua mais comum entre os judeus antes de
Cristo, mas na época de Jesus o povo falava mais o aramaico, com alguma exceção
o grego (koiné) já era a língua comum mais culta e se tornava cada vez mais
popular.
Para que o povo da
época pudesse ler as escrituras sagradas elas foram traduzidas do hebraico para
o aramaico e para o grego. A versão em aramaico causou muito desprazer em
algumas pessoas, Gamaliel, por exemplo, chegou a esconder um exemplar numa
parede. A versão em grego era chamada se
Septuaginta e foi feita por setenta tradutores no Egito em II Séc Ac, esta
tradução foi rejeitada por todos os judeus e rabinos, pois, nela foram
acrescentados os livros apócrifos presentes hoje na Bíblia católica.
O grego falado por
toda a Palestina era o coiné ou koiné (simples ou popular), este era uma
variação do grego clássico sujeito a regionalismos por isto era muito dinâmica,
ele incorporava palavra estrangeiras qualquer termo novo neste grego se pudesse
ser entendido estava certo. Este
dinamismo e simplicidade do koiné eram útil nas relações comerciais
estrangeiras e também foi na pregação do evangelho, a única carta do NT que foi
escrita em grego clássico foi a carta aos Hebreus.
O latim era uma
língua pouco falava na Palestina, mas popular nas imediações de Roma, ela era
usada para tratar de assuntos do governo.
CIÊNCIAS
Apesar das Escrituras
serem a base da educação do povo judeu, eles estudavam também em suas escolas
ciências, engenharia, escrita, música, matemática, direito e outros idiomas. As
tentativas feitas de se estudar ciências eram restringidas por conceitos
teológicos que lhes ordenavam não sondar o desconhecido. Já os gregos e romanos
tinham mais liberdade para vasculhar o cosmos e fazer observações cientificas
em diversas experiências.
CRIANÇAS
O normal era os pais
darem a melhor e mais complexa educação possível aos meninos e não as meninas,
mas isto variava muito dependendo da família, havia pais que se importavam com
a educação das suas filhas e as ensinavam a ler e em outras ciências.
Apesar das mulheres
serem, às vezes esquecidas algumas delas se destacaram na Bíblia, e
demonstraram conhecimento da escrituras tal como Maria mãe de Jesus que em seu
cântico (Lucas 1:46-55) demonstrou conhecer as Escrituras. Mas infelizmente a
maioria das meninas era educada somente nos afazeres domésticos.
O MESTRE JESUS
O fato do povo
chamá-lo de Rabi denotava que era tido como um mestre ou doutor, alguém
que fosse digno de respeito.
Mas provavelmente ele
fosse mais conhecido como professor, pois na maioria das vezes em que Jesus é
citado no NT ele estava sempre ensinando, fazia isto sem cessar.
Jesus falava com
autoridade e isto ficava notório ao povo, pois era do povo que vinha este comentário
(Mateus 7:28-29; João 7:46). Jesus pregava o que vivia e quando falava algo
falava seguro de si, e este era um tremendo contraste entre ele e os mestres e
religiosos. Ele utilizava as coisas do cotidiano para ilustrar seus ensinos,
eram citações acerca de profissões, natureza, família, etc.
ESCRAVOS
Para o homem moderno
pensar em escravatura, ele logo visualiza um homem (negro, índio ou outro
qualquer) amarrado em um tronco apanhando de chicotes ou trabalhando de forma
exaustiva sem direito a descanso, sendo mutilado ou assassinado por seu senhor,
e logo uma questão vem a mente – “porque a Bíblia não proíbe terminantemente
a escravatura ao invés de garantir os direitos dos escravos?”.
Mas o que muitas
pessoas não sabem é que a escravatura dos tempos bíblicos era muito diferente
da que havia a alguns séculos atrás, era muito mais humana, e entre os judeus
alguns escravos eram tratados até como filhos ou amigos, este tipo de
escravatura tinha um papel muito importante e positivo para toda a sociedade da
época, para os indivíduos e para o governo, mesmo os prisioneiros de guerra que
eram vendidos como escravos tinham muitos direitos garantidos. Mas veja bem, estamos falando de algumas
sociedades não de todas; ao passo que os gregos e romanos tratavam bem seus
escravos e os judeus melhor ainda, os egípcios e assírios os tratavam muito
mal, com crueldade. Mas ainda que
fossem bem ou mal tratados haviam os que eram trazidos de lugares distantes e
nada poderia lhes minimizar o sofrimento por estarem longe de suas famílias,
tal como José filho de Jacó quando foi vendido ao Egito. Mas vamos nos ater as
sociedades que fazem parte do texto bíblico.
Os escravos faziam
parte do cenário da época, e muitos homens viviam de comercializa-los, pois
muitos vinham de longe e eram vendidos a mercadores que iam de cidade em
cidade.
Mas a escravatura
entre os israelitas apresentava inúmeras vantagens, tais como:
A) Se uma pessoa
tivesse muitas dividas e não pudesse paga-las, poderia dar-se voluntariamente
de escravo ao seu credor e assim pagar suas dividas, ao invés de serem presos,
e muitos requeriam este direito, que muitas vezes não era vantagem ao credor,
neste tipo de escravatura combinava-se o tempo em que se ia trabalhar.
B) O credor nunca
ficava sem receber, pois recebia suas dividas em forma de serviços.
C) Se alguém caísse
na mendicância ou se tornasse muito pobre poderia optar por dar-se de escravo
(Levítico 25:39) e assim teria moradia, vestes e alimentos em troca de seus
serviços, mas pela lei deveria ser tratado como um empregado comum, e no ano do
jubileu deveria ser liberto. (Jubileu - remissão de servidão dividas e culpa de
50 em 50 anos).
D) Se um Judeu se
entregasse a escravatura deveria ser libertado com seis anos de trabalho.
E) Se um devedor se
entregasse para ser escravo, a noite poderia esta de volta em casa com sua família,
não era como uma cadeia.
F) Um escravo poderia
prosperar tanto que alguns compravam sua liberdade (Levítico 25:49), ou mesmo
tinham para si outros escravos, Ziba o servo do rei Saul, por exemplo, tinha
ele mesmo vinte escravos (2º Samuel 9:10). Mas não era necessário ser servo de
um rei para prosperar, pois muitos servos tinham a liberdade de negociar.
G) A lei de Moisés
tinha inúmeros dispositivos que davam uma série de direitos ao escravo.
H) O estado lucrava,
pois, com esta mão de obra barata muitos produtos eram fabricados, e na sua
comercialização o estado recolhia seus impostos.
Muitos judeus após
vencerem os seis anos de trabalho, optavam por ficarem com seus senhores pelo
resto de suas vidas, se casassem poderiam fazer esta opção (Êxodo 21:5, 6),
então teriam de furar a orelha para ficarem caracterizados como escravos.
O que a lei de Moisés
protegia, nas nações vizinhas eram a constituição que protegiam, pois se devia
garantir os direitos de quem ficasse pobre e sendo honesto tivesse o desejo de
saudar suas dividas. Havia também os que se tornavam escravos contra vontade (a
força), pois tinham cometido um furto ou contraído dividas e não queriam
trabalhar de servos para pagar. Os servos poderiam ser vendidos como escravos a
outros senhores.
Nos dias de Neemias
(5:1-5) alguns tinham se tornado tão pobres (ou cruéis), que venderam seus próprios
filhos como escravos.
A história do profeta
Eliseu envolve uma mulher que teve seus filhos quase levados como escravos por causa
de dividas (2º Reis 4:1).
Israel comprava uma
grande quantidade de escravos estrangeiros, mas quase nenhum judeu era vendido
como escravo, pois, a lei em Deuteronômio 24:7 condenava a morte quem vendesse
um irmão seu como escravo.
Mas os judeus
entendiam que a lei de Moisés somente protegia os escravos judeus e por isto
não estendiam tais direitos aos escravos estrangeiros, que na maioria das vezes
permaneciam na escravatura durante toda a vida e até eram deixados como herança
aos filhos.
Mas, contudo, havia
mendigos, havia os que estavam nesta situação por estarem inutilizados
fisicamente, havia os malandros como já vimos e os que não gostavam de fazer
nada mesmo!
Apesar da lei de
Moisés tornar o cidadão judeu mais justo e decente que os povos em seu redor,
eles também ao derrotarem uma nação inimiga, traziam muitos escravos; em
Números 31:11, 12 ao derrotarem os midianitas trouxeram muitos despojos e
escravos para Arão e Moisés. Muitas
pessoas procuram uma justificativa para tal ato, uns dizem que isto era comum
no contexto da época, outros que era um ato de misericórdia, pois, a outra
providencia seria matar.
Em 2º Crônicas 28:9,
10 há uma passagem onde o povo de Israel (reino do norte) derrota o povo de
Judá (reino do sul), e tenta levar muitos deles como escravos.
Grande parte do
sucesso financeira de Salomão deveu-se ao trabalho de escravos estrangeiros que
haviam sido derrotados em guerra, Salomão não tinha escravos hebreus, mas
milhares de estrangeiros (1º Reis 9:21).
Determinações da lei
que protegiam os escravos, leia com atenção, nos detalhes do texto.
Êxodo 21:1-11
1 Estes são os
estatutos que lhes proporás.
2 Se comprares um
servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de
graça.
3 Se ele entrou só
com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher
sairá com ele.
4 Se seu senhor lhe
houver dado uma mulher e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus
filhos serão de seu senhor, e ele sairá sozinho.
5 Mas se aquele servo
expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus
filhos; näo quero sair livre,
6 Então seu senhor o
levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu
senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre.
7 E se um homem
vender sua filha para ser serva, ela não sairá como saem os servos.
8 Se ela não agradar
ao seu senhor, e ele não se desposar com ela, fará que se resgate; não poderá
vendê-la a um povo estranho, agindo deslealmente com ela.
9 Mas se a desposar
com seu filho, fará com ela conforme ao direito das filhas.
10 Se lhe tomar
outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação
marital.
11 E se lhe não fizer
estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro.
Levítico 25:39-55
39 Quando também teu
irmão empobrecer, estando ele contigo, e vender-se a ti, näo o farás servir
como escravo.
40 Como diarista,
como peregrino estará contigo; até ao ano do jubileu te servirá;
41 Então ele sairá do
teu serviço, ele e seus filhos com ele, e tornará à sua família e à possessão
de seus pais.
42 Porque são meus
servos, que tirei da terra do Egito; não serão vendidos como se vendem os
escravos.
43 Não te
assenhorearás dele com rigor, mas do teu Deus terás temor.
44 E quanto a teu
escravo ou a tua escrava que tiveres, serão das nações que estão ao redor de
vós; deles comprareis escravos e escravas.
45 Também os
comprareis dos filhos dos forasteiros que peregrinam entre vós, deles e das
suas famílias que estiverem convosco, que tiverem gerado na vossa terra; e vos
serão por possessão.
46 E possui-los-ei
por herança para vossos filhos depois de vós, para herdarem a possessão;
perpetuamente os fareis servir; mas sobre vossos irmãos, os filhos de Israel,
não vos assenhoreareis com rigor, uns sobre os outros.
47 E se o estrangeiro
ou peregrino que está contigo alcançar riqueza, e teu irmão, que está com ele,
empobrecer, e vender-se ao estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou a
alguém da família do estrangeiro,
48 Depois que se
houver vendido, haverá resgate para ele; um de seus irmãos o poderá resgatar;
49 Ou seu tio, ou o
filho de seu tio o poderá resgatar; ou um dos seus parentes, da sua família, o
poderá resgatar; ou, se alcançar riqueza, se resgatará a si mesmo.
50 E acertará com
aquele que o comprou, desde o ano que se vendeu a ele até ao ano do jubileu, e
o preço da sua venda será conforme o número dos anos; conforme os dias de um
diarista estará com ele.
51 Se ainda faltarem
muitos anos, conforme a eles restituirá, para seu resgate, parte do dinheiro
pelo qual foi vendido,
52 E se ainda
restarem poucos anos até ao ano do jubileu, então fará contas com ele; segundo
os seus anos restituirá o seu resgate.
53 Como diarista, de
ano em ano, estará com ele; não se assenhoreará sobre ele com rigor diante dos
teus olhos.
54 E, se desta sorte
não se resgatar, sairá no ano do jubileu, ele e seus filhos com ele.
55 Porque os filhos
de Israel me são servos; meus servos são eles, que tirei da terra do Egito. Eu
sou o SENHOR vosso Deus. Não são somente estes os versículos que falam de
escravos, existem muitos outros também.
A ORELHA FURADA
Após seis anos de
trabalho se um escravo decidisse ficar com o seu senhor por toda a vida então
deveria ser marcado, ele deveria encostar a orelha no batente da porta para que
sua orelha fosse furada com um pequeno golpe de martelo numa sovela de
carpinteiro, era rápido; a dor vinha depois do ato, mas por um dia somente,
este furo tinha aproximadamente uns 5 mm de diâmetro.
Em outros povos se
marcavam os escravos com tatuagens nas mãos, testa, etc; no antigo Egito
algumas dançarinas, prostitutas cultuais, sacerdotes eram marcados também, já
na antiga historia das ilhas polinésias somente os nobres podiam se tatuar.
ESCRAVIDÃO NO NT
Em Delfos
praticava-se a venda de escravos para deuses como modo de liberta-los, quando o
escravo já tinha o valor para pagar por sua euforia, ele ia no templo e
depositava este valor no tesouro do templo, depois o seu dono ai lá e o vendia
a um deus e recebia por esta venda o mesmo valor depositado pelo escravo ; na
verdade era o escravo que pagava por sua liberdade. Delfos era uma cidade
vizinha a Corinto perto da península de Acáia.
Alguns
membros da igreja primitiva eram escravos (1º Coríntios 7:21).
Na carta a Filemom
Paulo envia Onésimo de volta para seu Senhor, ou seja, não se opõe a tal
prática, mas aconselha inúmeras vezes que Onésimo seja bem tratado, talvez não
se opôs, pois sabia que esta atividade era necessária.
Havia em Jerusalém um
mercado próprio para o comercio de escravos, eles eram comprados diretamente ou
em leilão, o valor de um escravo podia ser alto, dependendo de quem fosse ou do
que sabia fazer, quando alguém queria se entregar como escravo preferia ser
escravo de um judeu, pois, isto significava ser melhor tratado, e por isto
chegavam em Jerusalém muitas pessoas de outras nações.
O preço que se pagava
por um escravo era muito alto, e um escravo estrangeiro poderia custar até cem
vezes mais que um judeu, pois ele era um escravo por toda a vida, enquanto o
judeu por seis anos.
Mas a escravatura
gerava um problema para as pessoas livres que não tinham uma profissão, pois
tinham aceitar salários baixíssimos para trabalhar.
A escravatura era tão
comum que houve uma época em que quase a metade da população do império romano
era constituída de escravos.
O tratamento dado a
um escravo variava muito dentro da mesma região, pois um escravo pessoal era
sempre tratado com mais afeição do que um escravo que trabalhava em grupo; na Babilônia
enquanto Daniel e seus três amigos eram servos do rei a maioria fazia trabalhos
braçais.
Podemos considerar as
concubinas como escravas também, escravas sexuais.
Nem sempre o termo
“servo” largamente utilizado na Bíblia significa escravo, pois também se
chamavam os empregados assim.
Pedro instrui que os
escravos deveriam se submeter aos seus senhores (1ºPe 2.18-25), Paulo ensinava
que senhores e escravos crentes deveriam tratar-se com respeito (1ª Timóteo
6:1, 2), e que se um escravo pudesse ter a oportunidade de se libertar que
aproveitasse isto (1ª Coríntios 7:20, 21).
Quando Paulo se diz
escravo de Cristo, agora podemos imagina-lo pensando em um senhor bondoso (1ª
Coríntios 7:22).
Em Romanos 6:22 e
outras passagens Paulo usa a expressão: “servos de Deus”, e isto quer dizer
também que quem é servo não pode desobedecer a seu senhor, era uma condição,
Deus é Senhor.
POBREZA
O povo de Israel era
em sua maioria pobre, podemos dizer que 50% tinham o suficiente para viver e
que mais 40% não tinha nem este suficiente e viviam em condições de extrema
pobreza.
A Bíblia traz várias
passagens marcantes onde Deus condiciona o sucesso de Israel a obediência, tal
como Deuteronômio 15:4; Ageu 1:1-11, e outros, então perguntamos: - seria um
erro associar a pobreza deste povo a sua desobediência?, Acreditamos que não.
Na maioria da
história bíblica a pobreza sempre foi o cenário mais comum na maioria do
território, mas também sempre houve os locais que gozavam de abundancia.
Na verdade, estes
parecem fazer um papel importante na missão de Jesus, visto que a Palavra frisa
que o evangelho deveria ser pregado aos pobres e isto nos
parece bastante estranho, pois Jesus pregou para pobres e ricos; O texto
profético de Isaias (61:1, 2) lido por Jesus afirma que ele deveria vir
evangelizar os pobres Lucas 4.18. Quando João Batista lhe enviou mensageiros
para se certificar de que Ele era o Messias, Jesus mandou lhe responder que o
evangelho estava sendo pregado aos pobres Mateus 11:5. Qual a razão disto? Será
que é porque os pobres aceitam mais facilmente o cristianismo por causa de sua
vida sofrida em contraste com a mensagem de conforto eterno que está inserido
no cerne desta doutrina? Quem sabe é isto mesmo! Pois, no tempo (três anos) em que Jesus demorou para
angariar uma multidão de podres, teria conseguido convencer poucas pessoas
ricas, mas ao passo que a Bíblia declara isto, no mesmo versículo também temos
outras informações que tornam o evangelho mais universal e mesmos exclusivo:
Lucas 4.18,19 –
Seis declarações
|
||
1º
|
Evangelizar
|
Os pobres
|
2º
|
Curar
|
Os quebrantados de
coração
|
3º
|
Pregar liberdade
|
Aos cativos
(escravos e encarcerados? / liberdade física ou espiritual?)
|
4º
|
Restaurar da vista
|
Aos cegos (só cego
de olhos?)
|
5º
|
Pôr em liberdade
|
Os oprimidos
|
6º
|
Anunciar o ano
aceitável do Senhor – Possivelmente a todos
|
E possivelmente cada
pessoa da humanidade esteja inserida numa destas linhas, você já parou para
pensar nisto?
Sobre os pobre ainda,
Jesus em Lucas 14:12-14 pede que o invés de gastar dinheiro com festas (ou
quando gastar) nos lembremos sempre de repartir com os pobres os suprimentos.
Alguns dispositivos
da lei que protegiam aos pobres:
1º) A cada três anos,
todos os dízimos e ofertas de produtos recolhidos deveriam ser distribuídos
entre os pobres – Deuteronômio 14:28, 29.
2º) A cada sete anos
todos os credores deveriam perdoar as dividas de seus devedores para que
pudessem recomeçar suas vidas – Deuteronômio 15:1-4.
3º) Nas colheitas os
pobres poderiam apanhar nos campos particulares tudo o que quisessem para comer
– Levítico 19:9, 10.
4º) Qualquer escravo
deveria ser liberto com seis anos de serviço – Deuteronômio 15:12-18.
5º) Se alguém
emprestasse dinheiro a um pobre não poderia cobrar dele os juros – Êxodo 22:25.
Todas estas leis
tinham como um dos seus objetivos uma distribuição de renda mais justa, mas os
profetas foram testemunhas de que as pessoas ignoravam estas leis nome do
lucro; geralmente um pobre era tão mal recebido por um agiota que não se atrevia
a ir lá pedir um empréstimo.
AS CAUSAS DA POBREZA.
Muitos eram os
fatores que causavam a pobreza naquela época:
IMPOSTOS.
Os pesados impostos
cobrados eram um grande problema para todos os que poderiam produzir ou vender
alguma coisa, o império cobrava seus impostos para financiar suas construções e
investimentos militares, também haviam os impostos de Herodes, os das
autoridades do templo, e os das cooperativas, ao todo chagavam a mais de 50% do
lucro. E toda esta despesa gerava salários menores, gerava mais escravos e alto
custo das mercadorias, etc.
A MÃO DE OBRA
ESCRAVA.
Isto diminuía demais
os salários de quem podia trabalhar, nas regiões rurais o problema não era tão
grave, pois se morava junto às plantações, mas nas cidades onde as pessoas
deveriam comprar tudo o que comer o problema tornava-se grave. O preço de um servo judeu era tão baixo
que muitas pessoas possuíam um para fazerem afazeres tolos.
ENFERMIDADES E
DEFICIÊNCIAS.
Já vimos que a
medicina da época era muito limitada, e que na maioria das vezes ela procurava
melhorar o padrão de vida de pessoas com graves enfermidades ou deficiências.
Nos templos bíblicos
o numero de deficientes físicos era muito grande, pois em casos de acidentes
graves de trabalho, ferimentos de guerra ou enfermidades sem cura esta pessoa
estava inutilizada. Atualmente temos uma medicina avança da que é capaz de
identificar um numero grande de enfermidades, que esta envolvida com
nanotecnologia, utiliza recursos eletrônicos sofisticados e medicamentos
elaborados por profissionais em sofisticadíssimos laboratórios, próteses
eletrônicas, etc. ; mas naqueles tempos não, e muitos acidentes resultavam em aleijões. Na maioria
da história bíblica uma característica que marcou muito o povo foi a dureza de
coração que somente era minimizada com a proximidade de festas religiosas (mas
mesmo nos tempos destas muitos só pensavam nos lucros), ou com o surgimento de
algum profeta, que logo era assassinado, por isto muitos que ficavam
inutilizados passavam a ser rejeitados pela família que agora deveriam lhes
sustentar, eram obrigados a ir as ruas pedir esmolas e viver nelas.
O que chama a atenção
era a quantidade de cegos que havia na época!
A PERDA DO PAI
Se um chefe de
família morresse ou ficasse inutilizado, toda sua família ai a miséria.
CALAMIDADES NATURAIS
Se algo havia em
abundancia era isto, e me faz lembrar Ageu 1.1-11 (leia), eram secas rápidas e
fatais, chuvas torrenciais e destruidoras, excesso de pragas, etc. Havia normalmente quatro meses que poderia se
prolongar ou ser muito quente, isto poderia se somar a um forte e quente vento
de leste.
A AGIOTAGEM.
Os agiotas nem
tomavam conhecimento das leis de Moisés, isto é o que posso dizer claramente,
eles as desobedeciam em todos os sentidos e não eram punidos, pois por serem
ricos eram amigos das autoridades e dos sacerdotes do templo.
Se um pobre quisesse
um empréstimo deveria paga-lo com juros, e se ele se demorar em pagar a divida
o credor geralmente cobrava com violência, ou lhe tomava algum objeto de valor.
Por lei um credor não
poderia entrar na casa do devedor para tomar-lhe algo, mas tinha de esperar na
porta com testemunhas (Deuteronômio 24:10, 11) e também não poderiam aceitar em
pagamento objetos essenciais para a vida diária (Deuteronômio 24:6), mas não
somente entravam nas casas como aceitavam até roupas como pagamento (Amós 2:8).
As taxas de juros poderiam chegar até os 50%.
A obediência a lei
era cobrada somente dos pobres, eles não tinham como se defender. Certa vez, um
mestre do Talmude chegou a fazer o seguinte comentário a alguns agiotas – “Se
Moisés tivesse a idéia do quanto vocês podem ganhar com seus empréstimos a
juros, nunca o teria proibido”.
Ao narrar a parábola
do credor sem compaixão (Mateus 18.30), Jesus conta que este credor lançou o
devedor na cadeia, e segundo a história era comum naquelas épocas, o credor
poderia cobrar simplesmente, tomar o devedor como servo ou prende-lo; e muitos
preferiam serem escravos a ser encarcerados.
Se o dia do perdão
estivesse perto, então eles tomariam seus credores como servos depois.
Dai a importância que
Jesus dava a perdão de dividas, quando ele disse em sua oração – “Perdoa as
nossas dividas assim como nos perdoamos aos nossos devedores” (Mateus
6:9-13) e - “Perdoa-nos os nosso pecados, pois também nós perdoamos a
qualquer que nos deve” (Lucas 11:2-4), talvez isto para você não tenha o
mesmo significado para uma pessoa da época, mas agora poderá entender como eles
entendiam! Quem estivesse devendo estava
na eminência de perder até tudo e até os seus direitos, sentia-se escravizado,
era viver sob pressão.
Alguns homens
curiosamente em meio a todo este contexto de caráter torto optavam por uma vida
de pobre, mesmo sendo bem sucedidos, eram pessoas hábeis nos negócios, ou que
produziam coisas cuja qualidade era conhecida, ou agricultores, etc., que
empregavam boa parte de seus ganhos para gerar recursos para os pobres, como o
caso de Barnabé que vendeu um terreno seu para distribuir o dinheiro entre os
pobres (Atos 4:36-37).
Mas seja lá qual
forem os fatores que causavam a pobreza, mesmo que fossem desastres naturais,
os israelitas culpavam-se a si mesmos por tais eventos ou fatores, eles
procuravam sempre em si a culpa por suas desgraças e nunca culpavam a
Deus. Sabiam que viviam
erroneamente.
ÓRFÃOS
Para que alguém fosse
considerado órfão bastava que perdesse seu pai, pois esta era quem sustentava a
família, por isto eles eram muitos, e o grande problema deles era não ter
ninguém para lhes ensinar uma profissão, quando se tornavam adolescentes
estavam condenados a serem servos ou trabalhadores miseráveis.
Se um chefe de
família morresse ou viesse a ser inutilizado por algum acidente de trabalho,
guerra ou enfermidade a família toda ficava gravemente comprometida.
Se fosse uma órfã
tinha três opções: a) ser adotada por um tio, irmão maior ou por alguém que
poderia utiliza-la como concubina, b) ser uma prostituta cultual ou comum ou c)
mendiga. Contudo havia os que até os espoliavam e depois os matavam (Salmo
94:6; Isaías 10:2), mas Deus advertiu que aquele que afligisse a um órfão que
enviaria a espada contra ele – Êxodo 22:22-24.
Já no cristianismo
havia uma orientação clara para cuidar dos órfãos.
Em Deuteronômio
14:28, 29 os órfãos também estão incluídos nesta lista.
JESUS ERA POBRE?
José que era
responsável por Jesus, era carpinteiro e provavelmente gozava da vantagem de
ter uma profissão especializada, mas quando José e Maria levaram no templo a
oferta pelo nascimento de Jesus, eles levaram um par de rolas ou pombinhos
(Lucas 2:24) e isto nos faz pensar que talvez fossem pobres, pois a lei
determinava que se o casal não pudesse oferecer um cordeiro, então deveriam
oferecem duas rolas ou pombinhos (Levítico 12:8).
Jesus era o
primogênito (1º filho) de Maria (Mateus 1:25) e além dele a Bíblia enumera mais
quatro: Tiago, José, Simão e Judas alem de irmãs (Mateus 13:55, 56), que era
comum na época, um casal judeu geralmente tinha muitos filhos; e talvez tantas
bocas para sustentar também pudesse baixar o padrão de vida da família.
É obvio, ele sempre
teve uma casa enquanto estava com sua família, mas quando saiu a fazer sua
missão vemos na Bíblia que quando ele não se hospedava na casa de alguém então
dormia com seus seguidores em locais públicos mesmo, tal como no jardim das
oliveiras.
Sabemos que durante
sua pregação ele não teve nenhuma atividade profissional, mas era sustentado
pelo auxilio financeiro de seus seguidores.
A POBREZA NA IGREJA.
A igreja apostólica
vivia em sistema de cooperativa, o trabalho de todos era revertido em recursos
financeiros que era então retornado a comunidade, nesta cooperativa todos
viviam em iguais condições (Atos 4:32). E esta cooperativa atraia também muitas
pessoas, pois o numero de miseráveis era grande, eles chegavam a eram
evangelizados. Esta divisão de bens e recursos baixou o padrão de vida de
muitos profissionais que se convertiam, mas também subiu o padrão de quem não
tinha nada.
Logo no primeiro século já havia perseguições
a nível particular com relação aos seguidores de Jesus, por isto muitos ao se
converterem logo perdiam seus empregos ou eram expulsos da família.
Mas ao se iniciar as
perseguições mais pesadas isto realmente proibiu as pessoas de trabalharem ou
congregarem.
Muitos desonestamente
largavam seus empregos, pois, diziam que Jesus voltaria por aqueles dias para
lhes arrebatar, por isto Paulo de Tarso advertiu tais pessoas em 2ª
Tessalonicenses 3:6-15, Paulo diz duramente, que se alguém se recusasse a
trabalhar também não poderia comer.
Muitos miseráveis
vinham a Cristo, pois, estavam cansados de ser desprezados ela encontravam o
amor de todos, e muitos ricos vinham também e entregavam todas as suas posses
aos apóstolos para que distribuíssem aos pobres; mas hoje em dia muitos
pastores têm usado desonestamente tais passagens bíblicas em suas pregações
tentando retirar de uma vez tudo o que algumas pessoas possuem; tais passagens
não devem ser usadas para pregar estas coisas; a não ser que um grupo de
cristãos vivam em cooperativa.
A cooperativa não
incluía só os cristãos locais, mas todo a comunidade cristã espalhada por todo
o império, uma vez os cristãos de Antioquia enviaram suprimentos aos cristãos
de Jerusalém - Atos 11:27-30, também em Atos 27:17 vemos algo semelhante.
Haviam espalhadas por
todo o império associações de caridade e programas de ajuda aos pobres, mas em
Jerusalém havia muitas delas, por isto muitos pobres dirigiam-se para lá. No
ano 23 Ac
Herodes o Grande vendeu uma grande quantidade de ouro e prata de seu luxuoso
palácio particular para financiar muitos destes programas, ele fazia por vezes
sacrifícios heróicos para distribuir alimentos a famílias pobres, aliás Herodes
foi um dos melhores administradores que o império romano já possuiu, ele fazia
grandes estoques de cereais em épocas de colheita para ter certeza de quem
ninguém passaria fome em épocas de estiagem, e também reformou e decorou o
templo judaico de tal modo que os judeus diziam – “quem nunca viu o templo
de Herodes não viu o que é belo”, este rei era odiado pelos muitos
impostos, mas amado pelas muitas e pesadas caridades.
Quando Jesus falou de
dar esmolas em secreto (Mateus 6:4), talvez tenha se referido a “sala de
segredos” onde o doador podia entrar e depositar suas esmolas, que depois
eram distribuídas aos pobres pelos sacerdotes.
AGRICULTURA
O povo de Israel em
sua maior parte vivia da agricultura, por isto muitos de seus conceitos sobre
Deus estavam relacionados com esta atividade, se houvesse chuva ou seca
atribuíam a Deus estes fatores. A agricultor fazia o melhor que podia por sua
plantação, mas eles criam que o resultado da colheita dependeria de Deus, se
fosse ruim era sinal que Deus estava desagradado.
Alguns de seus
festejos relacionavam-se a agricultura, de toda a produção 20% era atribuída a
Deus.
Deus prometeu a
Abraão a terra que emana leite e mel, e devido à proximidade deste povo com a
terra, Jesus por várias vezes usou figuras provenientes destas atividades em
seus ensinos.
Mas um dos grandes
problemas de Israel é com água, hoje em dia não, pois eles possuem mais
tecnologia do que seria preciso para aproveitarem e distribuírem bem a água,
mas nos tempos bíblicos dois eram os grandes problemas:
A)
A
irregularidade de chuvas no território – Enquanto que da região do mar morto
registra um índice pluviométrico de 0Cm/ano, temos uns 20 cm no lado oeste do rio
Jordão e uns 100 cm
no mar da Galiléia, uma verdadeira enxurrada! Já em Jerusalém nos últimos 1000
anos temos um índice aproximado de 62 Cm/ano.
B)
A
outra dificuldade é que a maioria das chuvas se precipita em forma de
tempestade e escoa rapidamente causando erosão e destruindo plantações.
Em Israel existia e
ainda existem duas épocas de chuvas. Em Maio e Outubro, em Dt 1.14 estão
registradas como “primeiras chuvas” e “últimas chuvas”; as chuvas de outubro
eram a época do plantio e as de maio tinham sua importância, pois era época de
colheita.
Outras fontes de água
que eles possuíam eram: nascentes, rios, poços e orvalho.
O orvalho por vezes
era o fator decisivo para o sucesso de uma colheita, pois apesar da pouca
quantidade de água esta garoa umedecia as plantas e a terra, eles aconteciam
mais intensamente em agosto e setembro.
Com o passar do tempo
eles perceberam que deviam armazenar as águas das chuvas para época da estiagem
e começaram a cavar muitos poços e construir reservatórios por toda a região,
muito desses reservatórios ficavam na beira de locais por onde a água escorria,
eram poços imensos cavados em rocha.
O rei Uzias
(oitocentos anos antes de Cristo) mandou cavar muitos poços (2º Crônicas
26:10), em Gibeom uma obra surpreendente foi encontrada, um imenso açude
construído debaixo da cidade; para se chegar a tal açude se deveria descer uma
larga escada que dava acesso a um imenso vão subterrâneo, deste partia um túnel
que dava acesso ao açude, calcula-se que foi preciso remover 3 milhões de Kg
(75 carretas) de rocha para fazer tal obra, e talvez este fosse o Açude Gibeom
(2º Samuel 2:13).
Os poços da fortaleza
de Massada possuíam grande capacidade, pois 900 homens os usaram por três anos.
Quando se fala em
poço na Bíblia pode ser tanto um tipo de poço que visa retirar água do fundo
(subsolo), quanto um outro cujo objetivo é ser abastecido de água pela boca,
com as águas que escorrem das chuvas, este segundo também é chamado de açude,
tanques ou cisterna. Podemos ler sobre os tanques de Betesda (João 5:2), e de
Siloé (João 9:7-11). Muitos destes tanques construídos na antiguidade são
importantes para o abastecimento de água até hoje em Israel.
Agora você pode
compreender o que está escrito no Salmo 84:6?
Mas água não era
simplesmente armazenada para ser retirada com baldes (em alguns locais sim), da
maioria dos açudes partiam estruturas de irrigação que aproveitavam a força de
gravidade para distribuir as águas, isto era o mais racional e sempre que se
podia usava-se isto, mas em algumas outras regiões a água poderia ser levada
até os lares e plantações em lombos de animais ou carregados por escravos.
Não era todos os
agricultores que podiam usar de irrigação, somente os mais abastados usavam
isto, a maioria ficava na dependência das chuvas e orvalhos.
Israel localizasse na
ponta do crescente fértil, que compreende desde a nascente até a desembocadura
dos rios Tigre e Eufrates fazendo uma faixa curva até o mar mediterrâneo
(estudos de – geografia bíblica), a sudeste compreende a Mesopotâmia, chegando
até o golfo pérsico, ao norte uma cadeia de montanhas a milita, e a sudeste
Gaza.
Os egípcios chamam
esta região de “terra onde o Nilo cai do céu”, pois as chuvas lá também em suas
maioria ocorrem em forma de tempestade, mas também existem as épocas de
estiagem.
O norte de Israel
esta dentro da ponta deste crescente fértil e isto garante tempestades menos
intensas que me seu meio. Este nome “crescente fértil” foi dado a esta região,
pois, tem o formato de uma lua crescente.
Uma solução prática
para o plantio de em meio a tais condições climáticas foi a construção de
patamares nas montanhas, são cortes longitudinais nas encostas das montanhas
formando grandes e largos degraus com muros de rocha, a água escorre de degrau
em degrau, mas o muro de rocha impede a erosão do solo, calcula-se que 60% das
montanhas a oeste de Jerusalém já encontram-se cortadas em patamares, e toda
estas obras não são recentes mas provem da antiguidade, já no ano 800 Ac muitas das terras já
estavam sendo exploradas por este tipo de irrigação.
TERRENOS ROCHOSOS
Um grande problema
para os agricultores em Israel é o terreno rochoso, são pedras de mármore,
granito, basalto ou enxofre, e quando ocorrem acomodações geológicas mais
rochas ainda afloram à superfície, e as chuvas torrenciais levando a camada de
terra na enxurrada fazem também mais rochas aflorarem.
Estas pedras são
removidas nos locais que serão utilizados para plantações, e o povo já se
habituou a fazer uso de forma criativa com essas pedras, construindo muros,
represas, ou seja, elas são bem aceitas na liga do concreto e são bastante úteis
em grandes construções.
Se o terreno possui
pequenas pedrinhas isto não constitui um obstáculo para as plantações de
vinhas, mas em outros locais para se retirar em todas as rochas as vezes isto
gera muita despesa.
O que mais prejudica
as plantações é que um terreno com muitas pedras não têm capacidade de reter
água, a semente pode brotar, mas a planta não se desenvolve o suficiente.
O PLANTIO
O plantio possui duas
etapas principais para se obter uma boa colheita, mas a variedade de solos
diferentes impede que os mesmos procedimentos sejam utilizados por todo o
território de Israel, por vezes o plantio era feito nos patamares, em terra
úmida, em terra seca, em solo pedregoso ou não, etc.
Na Antiguidade os
agricultores usavam arados de madeira ou ferro puxados por bois, em Dt 22.10 e
era proibido juntar dois animais diferentes para puxar o arado, mas é desde
aquela época até hoje se juntam bois e jumentos para a arar a terra.
Jugo significa
escravidão, ou peça com a qual se prende algum animal para ele trabalhar
puxando algo, na época de Cristo dois animais diferentes puxando um arado era
conhecido por julgo desigual, e o apóstolo Paulo aproveitou este conceito para
ilustrar o fato de que os crentes não deveriam se colocar em jugo desigual com
incrédulos (2ª Coríntios 6:14), acontece que quando se coloca um boi e um
jumento juntos para puxar o arado praticamente o boi sempre faz muito mais
força que o jumento e o arado não sai reto, ou o jumento é sacrificado em um
serviço muito mais forçado para acompanhar o boi; não será nunca algo
harmonioso.
Em Mateus 11:28-30,
quando Jesus disse "vinde a mim todos os que estais cansados de oprimidos
e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo...". Alguns estudiosos
interpretam que ele quis dizer que possuía um jugo que não estava mais
submetido às leis rigorosas do Antigo Testamento, outros entendem que Jesus
quis dizer que ao deixarem a lei rigorosa o homem deveria vestir o jugo que ele
lhe daria.
Estes jugos eram
feitos ou de madeira pesada e forte ou de metal, havia jugos para dois animais
ou para um só, do jugo para um animal saíam duas cordas laterais até o arado,
mas do jugo para dois saía uma corda do meio da barra até o arado.
Em Lucas 9:6 Jesus
usa a figura do arado e diz - "ninguém que lança mão do arado e olha para
trás, e apto para o reino de Deus", ele usou a figura do arado de novo,
pois, desde os tempos bíblicos até os nossos atuais sempre que se vai arar a
terra, quem estiver com a mão no arado ou no volante de um trator, para fazer
um traço reto no solo deve fixar o olhar em algum ponto distante e ir ao
encontro deste ponto sem desviar os olhos, qualquer olhar para outro local que
não seja este ponto, produz um corte torto na terra. Devemos então está com os
olhos fixos no nosso alvo que é Cristo, devemos arar a terra sem vacilações.
O que se usava para
cultivar a terra em pequenas plantações tais como hortas, eram instrumentos que
de um lado era pá e de outro uma enxada.
Este solo rochoso,
quando bem arado e regado tinha uma cor de vermelho a vermelho arroxeado.
O Aguilhão com o qual
Sangar feriu 600 filisteus, era uma vara de aproximadamente 2 m de comprimento com uma
ponta de metal afiada com a qual o lavrador cutucava os animais que puxavam o
arado, Eclesiastes 12:11 usa a figura deste instrumento; em Atos 26:14 quando
Deus diz a Paulo - "dura coisa a de recalcitrar contra os aguilhões"
isto denota que Deus já a algum tempo vinha tocando Paulo para seguir Jesus.
A SEMEADURA
Depois de cortar a
terra com o arado, o agricultor percorria toda a terra com as sementes numa
sexta a tiracolo, daí ele pegava sementes e contando os passos as jogava na
mesma distância uma da outra dentro do sulco na terra. Depois percorriam o tudo
de novo jogando terra em cima das sementes (ou faziam isto com os pés no mesmo
momento), para que não fossem comidas por pássaros.
Na época de Isaías
(25:10) misturava-se palha com esterco para adubar a terra, outra forma também
era misturar sal ao esterco este era muito usado pelos egípcios, para adubar
uma videira cavavam um buraco ao redor dela e ali depositava se o estrume. O
calcário que havia em abundância no solo era adubo natural para plantações de
cereais.
CULTURAS
Uma grande variedade
de cultura era cultivada no território de Israel, cereais, verduras, legumes,
frutas e linho.
Havia muitos cereais,
alguns eram considerados mais importantes tais como o trigo que é plantado na
Galiléia e às margens do rio e Jordão, já a cevada era considerada de segunda
qualidade por isto é plantada em solo mais pobre, ela era colhida um mês antes do
trigo, a cevada é recolhida em abril e o trigo em maio e junho.
Havia também os
cereais considerados mais inferiores tais como a espelda e o endro e estes eram
plantados nas beiras dos Campos de trigo e cevada.
O feijão era muito
cultivado pelo povo, mas apesar de ser um alimento de grande valor por ter uma
porcentagem grande de proteínas era desvalorizado, e sendo um alimento barato
era consumido somente pelos pobres. Os israelitas faziam deliciosos pães de
feijão, e outros tipos de comidas. Ele era cultivado em grandes plantações e
também de pequenos quintais.
A lentilha foi
cultivada por todo o território de Israel durante muito tempo, e não só em
Israel mais por todo o crescente fértil e também no Egito, e era considerado um
alimento de primeira qualidade.
Outras variedades
muito apreciadas eram o alho, cebola, melão, alho poro, pepino, abóbora,
alface, pimentão e berinjela, o alho poro da época era uma variedade de cebola.
A cabaça era também
cultivada, pois se via para transportes de pequenas quantidades de líquidos
tais como água, vinho ou azeite.
O linho também era
muito cultivado e servia para a confecção de tecidos e cordas, ele desempenhava
um papel importante na economia, depois de colhido os talos eram submetidos a
um processo para que suas fibras se soltassem que pudessem ser fiadas.
DESTRUIÇÃO DAS
PLANTAÇÕES
Apesar de todo o
trabalho que cada agricultor tinha com sua lavoura, o resultado da sua
plantação dependia de Deus ser generoso e não mandar sobre o campo uma longa
estiagem ou tempestades. O vento quente que vinha em outubro e poderia durar de
três dias a uma semana chamava-se sicoro, ele fazia com que a umidade do ar
baixasse tremendamente e a temperatura subisse em até 20 °.
As pragas de insetos
eram outra grande ameaça, e de todos eles o gafanhoto era o mais destruidor.
Havia também a seca,
e a Bíblia e a história também registram muitas delas, algumas devastadoras, a
história registra uma grande seca em 24 Ac no o reinado de Herodes, e a Bíblia
registra outra grande seca no reinado de Acabe, quando profeta Elias determinou
que não haveria mais chuvas - 1º Rs 17:1.
A plantação também
poderia ser atacada por fungos se a umidade estivesse excessiva.
O CALENDÁRIO DE GEZER
Este calendário
trazia as épocas de plantio e colheita e vem do século XX Ac, por vezes o povo
usava de expressões relacionadas a período das plantações, tal como -
"após a colheita do trigo" que poderia ser julho. Linho:
março e abril; Cevada: abril e maio; Trigo: maio e junho; Figos
e uvas: agosto e setembro.
A foice para usada na
colheita dos cereais poderia ser de metal ou de pederneira, que era uma pedra
bastante dura a onde podia se fazer um fio como no metal, a pederneira também
era chamada de pedra de fogo, pois se a atritada uma na outra produziu faíscas
facilmente, e era o modo de se fazer fogo naquela época.
DEBULHA E ARMAZENAGEM
A debulha do grão era
feita de três modos diferentes, após o grão ser colhido ele era levado para a
eira, que era uma área plana, o primeiro modo é bater com varas no cereal para
que soltasse da casca, o segundo modo era fazer animais pesados caminharem
sobre os grãos, e outro método era fazer um animal puxar troncos de árvores por
cima dos grãos. E para se separar a casca do grão eles usavam pás com as quais
jogavam para o alto as palhas juntamente com os grãos, os grãos pesados caiam
rapidamente enquanto a palha era levada pelo vento, por isso João Batista disse
que Jesus era aquele que estava com a pá na mão para separar o joio do trigo -
Lucas 3:17, o povo que escutou entendeu, pois puderam visualizar exatamente o
que os agricultores faziam; e agora você também já pode!
O armazenamento da
produção de cereais era feito de diversos modos, se fosse uma produção pequena
poderia ser guardada em casa para a própria família do agricultor, o se uma
produção pouco maior parte dela poderia ser vendida. Geralmente o estado
guardava parte de sua produção por prevenção, além de comprar estoques de
colheitas particulares. O trigo armazenado para uso próprio era colocado numa
vasilha de barro de diversos tamanhos, e aquele trigo armazenado para a
população era colocado em grandes silos subterrâneos, alguns tinham mais de 7 m de largura e 6 m de profundidade. A
quantidade de cereais que era armazenada poderia ser imensa, o rei Salomão
certa vez designou algumas cidades para serem cidades armazéns - 1ºRs 9.19, seu
pai Davi também fizera a mesma coisa (1º Crônicas 27:25). As primeiras cidades
celeiros eram egípcias e foram construídas por trabalho escravo - Êxodo 1:11.
Tais métodos de armazenagem eram perfeitos, pois, até hoje muitos arqueólogos
têm achados grande silos com estoque de cereais em perfeito estado de
conservação.
AS VIDEIRAS
O cultivo da uva é um
dos mais antigos da história da humanidade (Gênesis 9:20), Noé tinha uma vinha
e os povos da terra de Canaã também (Números 13:23, 24).
Israel possui
excelente local para a plantação de uvas, mas o seu cultivo é muito trabalhoso,
primeiro o agricultor deve limpar o terreno a ser plantado de todas as rochas e
pedregulhos, e muitas vezes é tanta quantidade de pedras que é possível se
construir altos muros ao redor da vinha; as mudas eram implantadas a distância
de 2 m e
meio umas das outras, e planta por planta deveria ser escorada com varetas,
além do que deveria ser podada logo depois da época das flores quando estavam
ainda pequenos os frutos, pois os galhos sem frutos deveriam ser cortados, o
solo e as plantas deveriam ser limpos duas vezes por ano, e seus galhos que
fossem crescendo deveriam ser re-dirigidos, por isto era fácil ver se uma vinha
estava sendo bem tratada ou não. Seis anos poderiam plantar e cuidar da
plantação, mas no sétimo ano não, o agricultor não podia trabalhar na vinha (Lv
25:3, 4).
Não se poderia colher
os frutos dos três primeiros anos (Levítico 19:23), e quando se colhia uma porcentagem
deveria ser deixada para os pobres. O colhedor não poderia passar de novo pela
plantação para verificar o que esqueceu de colher, pois esta parte era também
dos pobres; as colheitas em pequenas plantações eram feitas pelo agricultor e
sua família, já nas grandes plantações particulares ou do estado às vezes
centenas de pessoas trabalhavam na colheita.
Alguns proprietários
podiam arrendar suas vinhas, e após isto ganhavam parte do que ela produzia, e
de vez em quando iam verificar o estado de conservação dela, Jesus usou isto em
uma parábola em Marcos 12.
Uma boa produção de
uvas significava uma grande quantidade de vinhos, passas, mel de uva, e muita
produção para exportação.
Era também muito
comum construírem se "torres de vigia de vinhas", nestas torres
ficavam os vigias das linhas que as protegiam de ladrões e animais. Tais torres
eram construídas de pedra que havia em abundância, algumas torres eram altas e
tinham três ou quatro andares, possui um pavimento para a armazenagem de uva e
outros pavimentos para o pernoite do vigia, nas plantações mais pobres nem se
faziam torres, mas cabanas para o guarda. O rei Uzias construiu algumas delas -
2º Crônicas 26:10. Deus usa em Isaías figura do guarda da vinha em suas
profecias - Isaías 27:3.
Agora podemos
entender o que está escrito em Marcos 12:1.
AS OLIVEIRAS
As oliveiras são as
árvores que produz azeitonas e elas tinham um papel muito importante na vida
pessoal e religiosa das pessoas e também para o estado por causa dos seus produtos
e da exportação dos mesmos.
As primeiras
oliveiras de Israel não foram plantadas pelos hebreus, mas já estavam lá quando
Josué entrou com o povo de Israel na terra Santa.
A oliveira requer
muita paciência por parte do agricultor, pois somente após 15 anos é que árvore
começa a produzir, neste meio tempo deve ser bem tratada; a colheita da
azeitona se dá no outono, e nos tempos bíblicos eles as colhiam batendo com
bastões nos galhos da oliveira, os frutos maduros caiu no chão e eram de
colhidos, assim como no caso das videiras todos frutos da árvore não deveriam
ser colhidos mas uma parte deveria sobrar para os pobres, viúvas e órfãos.
Após iniciar sua
produção, apesar de ter início demorado a oliveira pode produzir por séculos,
ainda existem em Jerusalém oliveiras da época de Jesus Cristo.
Esta árvore se
adapta, facilmente ao clima da região, suas raízes se aprofundam no solo
pedregoso, e o forte calor da região assim como as variações bruscas de
temperatura geralmente não e afetam (Gêneis 31:40), também pode sobreviver no
deserto com um mínimo de água; a única coisa que pode matá-la é uma geada muito
forte.
A principal utilidade
da azeitona esta ação do azeite, a fruta era também consumida crua ou cozida,
mas o azeite tinha muitas utilidades era usado em rituais religiosos, nas
lâmpadas de iluminação, para fazer pães, como remédio, na indústria de
cosméticos, etc.
O jardim das
oliveiras para onde Jesus ia freqüentemente as tardes, pela tinha o nome de
Getsemani (prensa de azeite) devido à grande quantidade destas árvores que
estavam plantadas lá, era um grande pomar.
Como o azeite de
oliveira era produzido sempre em grandes quantidades, ele era exportado e os
lucros gerados faziam diferença para economia do estado, desde os tempos de
Salomão Israel produz grandes quantidades de azeite.
As azeitonas eram
esmagadas com os pés ou com pedras, existiam moinhos próprios para azeitonas,
alguns pequenos que poderiam ser movidos por homens ou mulheres, outros grandes
que deveriam ser puxados por animais; isto produzia uma mistura de óleo e
poupa, a poupa era retirada numa peneira, e o líquido era deixado em repouso
até que o óleo viesse a superfície, então a camada superior deste líquido
(azeite), era retirado e o restante do líquido tinha outros usos.
Em Romanos 11:17, o
apóstolo Paulo diz que o cristão é um galho de zambugeiro (oliveira brava) que
é enxertado por Deus na oliveira verdadeira para que dê frutos, é por causa
disto muitas pessoas tentaram fazer tal enxerto, na verdade isto nunca foi
feito nem nunca deu certo; Paulo somente criou uma figura imaginária.
FIGOS
Esta fruta sempre foi
e ainda é comum na paisagem de Israel, tanto hoje quanto nos tempos bíblicos
existem muitas figueiras cultivadas em fazendas e também nativas da vegetação.
Ter uma figueira em
casa era sinal de felicidade, pois as suas grandes folhas dava uma excelente
sombra (o que é precioso em climas quentes), ela também normalmente frutifica
durante séculos e sua manutenção não dá quase nenhum trabalho e também se
adapta perfeitamente ao solo árido, duas são as safras anuais, a primeira em
julho é a segunda em setembro.
O sicômoro tão citado
na Bíblia era uma espécie de figo, mas inferior, o seu fruto não tem o mesmo
sabor delicioso do figo, mas mesmo assim muitos o preferiam, foi num sicômoro
que Zaqueu subiu para ver a Jesus (Lucas 19:4), o profeta Amós era boiadeiro e
cultivador de sicômoros (Amos 7:14), Salomão também tinha muitos sicômoros 1º
Reis 10:27.
Em Marcos 11:1 os
discípulos foram buscar um jumento na cidade e de Betfagé que significa a casa
dos figos, talvez fosse uma cidade dedicada ao cultivo desta fruta.
A CASTANHA
As frutas secas eram
muito apreciadas pelo povo de Israel, e dentre elas destacam-se três: amendoim,
pistácio e nozes.
O amendoim já era o
alimento comum desdenha época do antigo Egito (Gênesis 43:11), eles eram
consumidos com os torrados, e também usados na fabricação de cosméticos; e já o
pistácio, era também muito cultivado em Israel e fazia parte também da lista de
presentes que Jacó enviou ao Egito.
As nozes normalmente
eram cultivadas próximo ao mar da Galiléia e também eram muito consumidas.
TÂMARA E MAÇÃS
Muitos escritores
estudiosos concluem que os israelitas consumiam tâmaras e maçãs apesar destas
frutas não constatarem no texto bíblico.
Quanto as tâmaras,
eles concluem que haviam naquela época, pois hoje existem muitas em estado
nativo e em plantações organizadas, a Bíblia por muitas vezes fala em palmeiras
e muitos são os tipos de palmeiras frutíferas.
Pela história sabemos
que os antigos egípcios apreciavam muito as maçãs, muitos estudiosos hoje dizem
que em certos trechos da Bíblia ao onde se encontra a palavra Damasco a melhor
tradução seria maçã.
ROMÃS
A romã é uma fruta
deliciosa muito parecida com laranjas, mas com muito mais sementes, sua árvore
é um arbusto de pequeno porte assim como a laranjeira.
Quando o povo hebreu
saiu do Egito já conheciam bem as romãs, pois em Êxodo (28:33, 34) Deus manda
que sejam bordadas romãs na roupa do sacerdote, e, em Números (13:23), nos
vemos que o povo ficou muito feliz por saber que haviam romãs na terra
prometida, e em 1º Reis 7:18, 20, 42 vemos a importância da figura da romã na
construção do templo. Em Deuteronômio 8:8 vemos que ela é uma das frutas
prometidas por Deus, de certo além de ter uma importância como alimento deveria
também ser importante a sua figura nas questões religiosas.
PECUÁRIA
A pecuária nos tempos bíblicos
em sua grande maioria criação de ovelhas, mas de um modo geral quem
optar se por essa atividade estaria escolhendo para se uma atividade muito
trabalhosa, pois todos os tipos de animais davam e ainda dão hoje muito
trabalho para serem mantidos saudáveis.
De todos os animais
que se poderia criar a ovelha era a mais trabalhosa, pois ela é absolutamente
inofensiva, se atacada não se defende, se perde com facilidade, poderia ser
facilmente roubada e não tem capacidade para encontrar alimento por si, mas
devem ser levadas pelo pastor a algum lugar que tenha pasto.
Durante muitos
séculos a pecuária constituiu uma atividade importante para economia de Israel,
ela produzia carne, leite, ovos, lã, couro, subprodutos, etc.
OVELHAS
Não estaríamos
exagerando se calculássemos a quantidade de ovelhas e existentes em Israel na
cifra de milhões, pois a própria Bíblia dar essa idéia: em Nm 31:32 quando o
povo hebreu derrotou os midianitas levou como despojo 675.000 delas; Em 1ºRs
8:63 vemos Salomão dando 120.000 ovelhas para o sacrifício; o rei Asa também
ofereceu 7.000 delas em sacrifício (2º Crônicas 15:11).
O pastor de ovelhas
cuidava delas como um pai, pois são animais muito afetuosos e se apegam em seu
pastor como uma criança, e inocentes também a ponto de chegarem perto de um
precipício e caírem dele, alguns pastores preferiu criar bodes ou bois que eram
animais mais espertos independentes; para ser um pastor de ovelhas o homem deve
ter o perfil afetuoso, pois seus animais exigem isto dele.
Esta dependência da
ovelha para com o pastor é usada por Jesus freqüentemente, ele dizia que as
multidões eram ovelhas exausta e desorientada que precisavam de um pastor que
pudesse orientá-las (Mateus 9:36); Ele se dizia também o bom pastor.
Os currais para onde
as ovelhas eram levadas nos fins de tarde deveriam ser o mais bem guardado
possível, pois eram animais muito indefesos, já vimos no estudo das moradias
que geralmente as famílias pobres que tinham poucos animais os levavam para
dormir dentro da casa com a família, agora sabemos porque.
Mas os criadores mais
ricos construíam grandes currais, que no texto bíblico são chamados de
apriscos, como muros altos e guardas (que sempre eram os pastores) que se
alojavam junto aos animais, a chegada da noite representava perigo para as
ovelhas, eram os ladrões, animais selvagens, tempestades, etc.
Em alguns apriscos se
alojavam alguns pastores com suas criações e apesar dos animais de misturarem
para dormir, de manhã era fácil para o pastor separar os seus animais, pois, a
ovelha conhece a voz de seu pastor e não atende ao chamado de outra pessoa
qualquer, os pastores também dão nome a cada uma de suas ovelhas e isto é comum
até hoje; agora podemos entender o que Jesus quis dizer em João 10:1-5; leia
também João 10:16 e veja se pode entender agora!
Tais apriscos não
tinham porta, na verdade a tal porta era um pastor que assumia seu posto na
entrada do aprisco, eles eram homens carinhosos com suas ovelhas, mas poderiam
lutar valentemente contra animais ou ladrões que tentassem entrar, aliás, eram
os ladrões que tinham medo dos pastores – Veja o que Jesus diz em João 10:9.
Esta criação era tão
numerosa e importante para a economia que havia em Jerusalém a porta das
ovelhas – João 5:2.
A tosquia das ovelhas
ocorria em clima festivo, pois representava além de lucros, as bênçãos de Deus,
havia até a festa da tosquia. Esta poderia ser feita pelo dono do rebanho se a
criação fosse pequena, mas havia também os tosquiadores profissionais, que
trabalhavam somente na época da tosquia que era após a primavera e mesmo nesta
época as fêmeas prenhas somente eram tosquiadas depois de terem tido suas
crias, após feita a tosquia deveria ser dada a Deus as primícias da lã –
Deuteronômio 18:4.
Os tosquiadores
profissionais eram aos milhares, e trabalhavam para grandes criações
particulares ou para o estado, na verdade eram trabalhadores de época.
Leia agora, por
favor, todo o capitulo 10 do Evangelho de João e veja como você já o pode ler
com outra perspectiva.
OS PASTORES
Pelo modo como os
pastores deveriam cuidar das ovelhas fazia com que somente homens com tais
características se dispusessem a tal serviço, outros homens que não tivessem o
dom de cuidar de animais como se cuida de uma criança poderiam escolher muitas
outras espécies de criação: bodes, camelos, cavalos, bois, etc.
Isto fez com que o
Antigo Testamento estivesse repleto do conceito de Deus como pastor, o que foi
confirmado por Jesus em João 10:11-14.
Mas se em nossos
tempos admiramos estes homens, nos tempos bíblicos eles eram mal vistos por
muitos que os consideravam simplesmente homens iletrados, sujos e sem ideais,
mas na verdade esta atividade incluía não ter tempo para si, eles levavam um
saco de couro chamado de embornal que continham a merenda, que podia ser pães,
frutas, passas, queijo, etc.
A arma mais poderosa
do pastor era a funda, uma atiradeira com duas cordas e no meio uma tira de
couro mais larga onde se punha uma pedra, ela era girada e pegava grande
velocidade, então uma das cordas era solta e a pedra saia com grande força,
alguns eram tão hábeis que poderiam atingir um alvo com grande potencia e
precisão, e se era capaz de machucar um leão não me admira que tenha matado a
Golias. As pedras arremessadas chegam até 150Km/h, e até hoje muitos utilizam a
funda para caçar.
Muitos punham também
no cajado pontas de metal, para que pudessem enfrentar animais menores, mas
sempre alguns animais eram perdidos e o pastor não podia fazer nada (Gênesis
31.39). O cajado tinha sua ponta curvada para que o pastor pudesse puxar as
ovelhas que estivessem por perto, para a tosquia, para examina-la ou outra
coisa qualquer. O cajado do pastor era sinal de tranqüilidade para a ovelha
(Salmo 23:4).
Uma diversão para os
pastores era tocar flauta e harpa, de preferência a noite no aprisco e alguns
as tocavam belamente como Davi.
AS CABRAS
As cabras também eram
muito numerosas, mas, nem tanto quanto as ovelhas, seus produtos eram muito
importantes, couro, leite, manteiga e carne e havia que os apreciasse
muito. O pelo de cabra era usado para
se fazer tapetes ou tecido grossos e resistentes.
O BOI
Aqui esta um animal
que além de muito prezado era muito bem tratado, a maior utilidade do boi para
grande parte de população era o trabalho pesado e não sua carne ou produtos.
Eles carregavam carga, puxavam o arado, o trenó na debulha, a roda d’água, as
carroças, etc. Eles eram bem tratados, pois ter um significava mais
produtividade e lucros, e a perda de um boi significava a perda de um trator
hoje em dia. Por isto que Jesus disse
em Lucas 13:14-16 que um ser humano deveria ser tratado bem, pelo menos como se
tratava um boi; e também em Lucas 14:1-6, Jesus respondeu que assim como eles
trabalhariam no sábado para tirar um boi de um poço, era licito curar no
sábado.
OBS: Aliás, já foi
possível notar por estes estudos, que os lideres religiosos eram as piores
pessoas da época, capazes de quaisquer coisas em nome do lucro por mais
terrível que fosse, matar, furtar, escravizar, passar por cima da lei, etc.
O povo comumente só
comeria carne de boi, se fosse em uma ocasião especial, casamento, festa, etc.
Era um prato muito caro.
No palácio de Salomão
eram servidos dez bois diariamente – 1º Reis 4:22, 23.
JUMENTOS, CAVALOS E
BURROS.
A Bíblia traz
inúmeras referencias a estes animais, mas muitas pessoas os confundem, por isto
vamos trará de classifica-los antes de mais nada.
*Jumento – Animal de
menor porte, existe na natureza naturalmente e são dóceis, no Brasil também são
chamados de jegue ou asno, em Isaías 30:24 vemos jumentinhos arando a terra, e
o jumentinho mais ilustre da história foi aquele que carregou o Senhor na
entrada triunfal em Jerusalém para cumprir a profecia de Zacarias 9:9. O
jumento resistia bem a trabalhos pesados com pouca água e qualquer alimentação.
*Burro (macho) ou
mula (fêmea) – São híbridos e estéreis, pois são o cruzamento do cavalo com o
jumento, por causa desta mistura não poderiam ser criadas em Israel (Levítico
19:19), poderia se conseguir no cruzamento diferentes variedades. Eles não
poderiam criar, mas o importavam para trabalho, pois, eram mais fortes que os
jumentos e mais dóceis que os cavalos, além de possuírem excelente resistência
física.
*Os cavalos eram
criados com fins militares, e lê era pouco relacionado a agricultura, em sua
maioria eram propriedades dos nobres, do estado, ou de patentes do estado, os
judeus não poderiam ter grandes criações deles (Deuteronômio 17:16), mas apesar
disto supõe-se que Salomão chegou a ter 12.000 (1º Reis 10:26). Possivelmente
também eram usados pelos correios do império. Sua carne não poderia ser
consumida pelos hebreus (Levítico 11:4).
Estes seriam os
animais mais fortes para o trabalho pesado do campo, mas as condições
climáticas do deserto logo lhes roubaria as forças, para o agricultor a cavalo
não tinha muito valor.
O CAMELO
O camelo era muito
importante para quem vivia no deserto, fosse um nômade ou um daqueles
comerciantes que viajavam de cidade em cidade, mas para a agricultura não tinha
utilidade.
Ele transporta
facilmente cargas pesadas e ele pode ficar muitos dias sem água e alimento,
pois, acumula nutrientes em sua corcova e água em uma bolsa no ventre, além
disto ele ainda fornece leite para o consumo humano e esterco para combustível.
Ele não era morto por causa de seu
couro, mas quando já muito velho podia ser abatido com este fim.
Em falar em nômades,
alguns pastores o eram, pois viviam no deserto levando seus rebanhos de
pastagens em pastagens e vivendo em tendas, mas eles não vagavam sem rumo e
eles tinham rotas conhecidas de acordo com as estações, tais homens viajavam
com todas sua família e alguns deles chegavam a enriquecer.
SUÍNOS
Pelas leis de Moisés,
o israelita não podia comer carne de porcos, mas nada os impedia de cria-los
comercializa-los a gentios ou a outros povos (exporta-los). Em Israel havia
porcos selvagens (javalis) e também domesticados, em Mt 8:30 lemos a narrativa
sobre uma grande manada de porcos.
CÃES
Sempre que o Bíblia
cita os cães faz isto em tom pejorativo, pois não eram animais muito
apreciados, os cães que havia em Israel eram dois os selvagens e os de pastores
que cuidavam dos rebanhos, e provavelmente ao se falar em cães o povo lembra-se
daqueles animais perigosos e selvagens; Veja em Mateus 7:6; Lucas 16:21;
Filipenses 3:2; 2ª Pedro 2:22 e Apocalipse 22:15.
Mas é possível que os
outros povos apreciassem a companhia dos cães domésticos, uma pista disto foi o
modo afetuoso com o qual Jesus se referiu a cães domésticos ao falar com uma mulher
cananéia em Mateus 15:26.
AVES
Nos tempos de Jesus
havia em Israel galinhas, patos, pombos, gansos e provavelmente outras espécies
criadas em cativeiro. Os ovos eram muito apreciados, e eles consumiam ovos não
só de aves, mas de réptil também.
A MÚSICA
Os israelitas eram
povos que sempre gostaram imensamente de musica, e naqueles tempos qualquer
espécie de reunião já era motivo para tocarem e dançarem a noite toda, até
mesmo durante o trabalho eles cantavam coletivamente.
Eles tocavam seus
instrumentos e cantavam todos juntos, não havia ninguém para assistir, mas
todos eram participantes, talvez os muito idosos assistiam, era assim, pois a
lei de Moisés incentivava o divertimento.
Posso visualizar os
filhos crescendo e semanalmente dançando e cantando com pais e vós em divertidas
festas, eram, portanto, famílias mais unidas. Eram mais apegados entre si.
As musicas aconteciam
nas festas, nas ruas e também em forma de corais de modo ensaiado e organizado.
O próprio Deus
providenciou isto desde o inicio, veja em Gênesis 4:20-22.
Os israelitas muitas
vezes expressavam seus sentimentos em poemas que deveriam ser cantados ou
recitados.
Veremos na disciplina
“Livros Poéticos” que a poesia hebraica possuía uma estrutura impar, baseada em
idéias e não em rimas, a harmonia ou antítese das idéias fazia o significado
das poesias.
Toda esta importância
dada a musica faziam dos músicos profissionais bastante queridos, embora isto
não esteja registrado na Bíblia, mas todos os reis daqueles tempos, israelitas
ou não, tinham os músicos oficiais de seus palácios; Davi e Salomão tinham os
seus – veja em 1º Crônicas 25:1-7. Só os de Davi eram 288 músicos, todos
mestres de musica.
Os músicos de Israel
eram muito apreciados por outros povos.
Por várias vezes no
texto bíblico podemos ver que os israelitas louvaram a Deus coletivamente, veja
em Números 21:16, 17; Esdras 3:10, 11; 2º Crônicas 20:20, 21; Êxodo 15; 1º
Crônicas 16:4-7, etc.
Obs: Conhecemos poucas
das composições e provérbios de Salomão – 1º Reis 4:32.
OS INSTRUMENTOS
MUSICAIS
Havia muitos
instrumentos musicais na época, aqui vamos apresentar alguns citados na Bíblia.
A flauta antiga era
de madeira e tinha somente um orifício por ando de controlada o volume e timbre
do som.
O saltério era uma
espécie de harpa, parecia um U cortado em cima por uma barra onde se esticavam
as cordas, e poderia ter de 3 a
12 cordas.
A harpa possuía um
bojo de vidro ou pele e era feita de madeira ou metal.
Trombeta era um tudo
longo com as extremidades alargadas em formato de sino, e extremidade onde se
soprava era pequena, mas a oposta por onde o som saia era maior, eram feitas de
prata ou cobre. Em 2º Crônicas 5:12 os sacerdotes tocaram 120 delas.
O Shofar era um
instrumento feito do chifre do carneiro, e tinha um significado religioso muito
forte, pois os israelitas tocaram alguns deles na queda das muralhas de Jericó
m Josué 6.20. Ele também esta presente na derrota que Gideão infringiu aos
midianitas (Juízes 7:16-22).
O tamboril era uma
espécie de pandeiro, ele somente não era tocado no templo, mas em todas as
festas e danças.
Os címbalos eram
pratos de metal, usado tanto nas ruas como no templo.
DANÇAS
Não havia entre os
israelitas pessoas introvertidas, mas crescendo neste contexto festivo todos
eles gostavam muito de dançar e expressar seus sentimentos deste modo, ninguém
reparava como o outro dançava, na verdade dançar corretamente era dançar para
Deus. Não só dançavam, mas gritavam de felicidade! Davi dançou livremente e
alegremente perante o Senhor em 2º Samuel 6:14.
Toda esta alegria
associada às danças e cânticos foi uma das boas heranças judaicas dentro do
cristianismo, Paulo e Silas louvavam a Deus no cárcere em Filipos (Atos 16:25).
Os cânticos alegres e
extrovertidos somente voltaram a igreja pela reforma protestante, onde o povo
pode ver uma igreja comandada pela Bíblia e não por homens, e o conhecimento da
Bíblia que prega toda esta alegria passou a ser uma regra. Paulo aconselhava os
crentes a cantarem ao Senhor – Efésios 5:18, 19; 1ª Coríntios 14:15;
Colossenses 3:16.
E pelo que parece
conviveremos na eternidade com isto, pois no livro de Apocalipse muitas
manifestações relacionadas com a eternidade estão ligadas aos cânticos,
amem! Vamos ter muito tempo para cantar!
Agora você pode
fechar os olhos e visualizar o que estava acontecendo em 2º Samuel 6:5?
OS FUNERAIS
O povo israelita
tinha um profundo respeito pelos seus mortos; não praticavam o desprezo que os
gregos tinham pelo corpo nem também cultuavam seus mortos como os egípcios.
O método de
sepultamento em meio ao povo de Israel foi se modificando vagarosamente ao longo do tempo, e na época
de Cristo a lavagem e preparação para o sepultamento era bastante importante
nos costumes judeus.
Para os israelitas o
morto deveria ser enterrado no prazo de tempo mais rápido possível, o corpo não
era embalsamado, pois, eles entendiam que deveria se tornar em pó naturalmente,
já no Egito o período para o embalsamamento era de 40 dias.
Entre os judeus o
cadáver era lavado, e enfaixado com tiras de linho juntamente com especiarias e
perfumes.
O luxo com que era
feito o sepultamento variava de acordo com as condições financeiras, o que
podia variar era a qualidade das tiras de linho, a quantidade e qualidade dos
perfumes, a caixa ossaria, a procissão com músicos e carpideiras, etc.
O corpo era carregado
num féretro também chamado de andor, que nada mais era que uma tábua aonde o
corpo ia em cima enfaixado e a multidão o carregava, alguns féretros eram
muitos luxuosos já outros simples tábuas.
Não havia caixões
naqueles tempos, mas sim caixas ossuárias, o morto era deixado em cima de uma
laje com muito perfume para tentar neutralizar o odor, e depois de feita a
decomposição, os ossos eram recolhidos em uma caixa e estas eram guardadas nos
túmulos, que continham diversas delas.
Tais caixas eram
feitas de cerâmica e mediam aproximadamente 60 a 90 cm de comprimento, 30 cm de altura e 30 cm de largura, muitas
destas caixas são encontradas até hoje por arqueólogos; elas eram geralmente
bastante decoradas, geralmente o nome do morto estava gravado nela.
As procissões não
eram silenciosas, lembre-se de que os judeus extravasavam seus sentimentos e
não os guardavam, eles choravam e gritavam em alta voz e batiam no peito.
OS PRANTEADORES
Por incrível que
pareça, havia este costume nos tempos bíblicos, as famílias dos mortos
contratavam pranteadores profissionais que eram especializados em aumentar a
tristeza do enterro, gritando nome de antepassados e criando um clima cada vez
mais depressivo, as famílias mais pobres às vezes contratavam somente um
destes, mas famílias ricas, dezenas. Os pranteadores recebiam seus pagamentos
no fim do enterro.
OS CANTORES
Também não podiam
faltar, eles entoavam lindos cantos e salmos cujas letras se encaixavam bem
para a ocasião, as letras tinham o objetivo de consolar.
Na retaguarda da
procissão vinham os músicos, e o instrumento estabelecido pelos rabinos
para o funeral era a flauta.
Os primeiros túmulos
eram cavernas, com o tempo foram se criando sepulcros mais elaborados até que
surgiram as criptas, e depois as gavetas como caixas de ossos. Havia também
sepulturas subterrâneas onde se tinha acesso por meio de escadas. Geralmente
uma grande pedra fechava a porta dos túmulos para proteger os corpos de animais
carniceiros, de dependendo das condições da família estas portas poderiam ser
até entalhadas. Os túmulos eram por fim caiados como mais um recurso para se
preservar a higiene.
VELÓRIOS
Hoje em dia nós temos
os velórios, e poucas pessoas sabem que isto é um costume pagão que a igreja
protestante herdou da católica. Velório significa velar ou tomar conta da “alma
do morto” ou “de seu corpo”, até que o padre chegue e encomende a alma.
Mas é duro demais
querer explicar isto no momento de um enterro, a igreja evangélica deveria
tratar de livrar o seu povo disto, instruindo.
Se você tiver de
dirigir um velório, aproveite a ocasião e pregue o evangelho sutilmente e ore
pelo consolo dos familiares.
TRANSPORTE E COMUNICAÇÕES
Viajar nos tempos
bíblicos representava muito esforço e (dependendo da distância do trajeto)
risco.
Alguns tinham o
privilégio de viajar a cavalo ou a camelo, mas a grande maioria viajava a pé
mesmo.
Os riscos durante as
viagens eram muitos: ataques de animais selvagens tais como leões e ursos,
ladrões (que eram muitos), os fortes ventos quentes que elevavam a temperatura
para quase 50°C .
Quando a viajem era
longa o melhor que se podia fazer era levar tudo o que fosse indispensável para
não ser pego de surpresa: tendas para acampar as noites, armas, estoque de água
e alimento, etc. E quem tivesse melhores condições poderia até levar dinheiro a
guardas consigo e pernoitar nas estalagens do trajeto.
Apesar dos riscos
todo o povo estava habituado as viagens por causa da obrigatoriedade de viajar
a Jerusalém para as festas religiosas; mas durante estas épocas os riscos eram
menores, pois, com as estradas lotadas as pessoas ajudavam-se umas as outras em
suas dificuldades.
Quem viajasse a pé
andaria aproximadamente 30 km
ao dia, isto dependia das condições da pessoa, do tempo, etc.
O que amenizava o
esforço das viagens eram as centenas de milhares de quilômetros de estradas
muito bem pavimentadas que já tinham sido construídas pouco antes de Cristo,
tais estradas começaram a ser construídas pelo governo dos reinos mais antigos
e com o passar do tempo estradas melhores eram construídas, mas foi o império
romano que se tornou famoso pela construção de largas e longas estradas
construídas cuidadosamente para serem duráveis e a maioria delas, estão
perfeitas até hoje. Após a terraplanagem colocava-se uma camada de areia, e
depois duas camadas de cimento com pedras britadas, e por fim pedras planas
para o acabamento, nas laterais eram feitas muitas valetas para se prevenir a
erosão com os fluxos de água. E nos pontos por onde se formavam fortes
correntes de água, eles construíam pontes, isto significa que os riscos na
viagem eram amenizados mesmo durante os temporais.
A rede de estradas
principais construídas pelos romanos somava um total de 118.000 km , sendo que 80.000 km eram estradas
principais e 38.000 estradas de importância secundária, mas muitas outras já
haviam sido construídas antes.
A Via Ápia que liga
Roma a Cápua era conhecida como a rainha das estradas, ela foi feita 300 anos
antes de Cristo e está bem conservada até nossos dias. A sua construção se deu
durante o reinado de diversos imperadores, ela tem 6 m de largura e 580 km de extensão. Alguns
caminhos que na verdade eram trilhas também eram chamados de estradas, eram
muito usados e poderiam cobrir um longo trajeto, mas em mau tempo de tornavam
intransitáveis.
Tais estradas, ao
passo que facilitavam a vida de todos era uma faca de dois gumes no sentido
espiritual em todas as épocas:
No AT elas
facilitavam as peregrinações até Jerusalém para as festas religiosas, mas
também traziam a influencia religiosa e social de outros povos para dentro do
povo israelita, e os mais fracos de mente e menos convictos de sua fé se
deixavam seduzir, e isto ia implantando aos poucos dentro do povo de Israel
novos costumes.
No NT ao passo que os
cristãos as utilizavam para viajarem e pregarem as boas novas de Cristo, os
hereges e perseguidores também, e eles eram muitos, desde o livro de Atos até
nossos dias, a igreja tem procurado combater os que trazem idéias contrárias ao
cristianismo. Mas a obra de Deus não pode ser impedida, e os cristãos chegaram
a ser acusados de alvoroçarem o mundo Atos 17:6.
Em Números 20:17
podemos ler que Moises (3700
Ac ) pedia passagem para os edomitas para de deslocar com
o seu povo através da estrada real, ela ia de Damasco até o golfo de Acaba.
A Via Maris era outra
estrada que sai de Megido e seguindo a costa do mar mediterrâneo ai até o
Egito.
A estrada de Jericó a
Jerusalém, foi a estrada mencionada na parábola do bom samaritano, era pequena
e irregular e abrigava muitos ladrões, o império romano tinha de colocar nela
muitos soldados ao longo de seu trajeto, ela também tinha o apelido de estrada
sangrenta e tinha 25 km
de extensão.
De Jerusalém ao mar
da Galiléia temos 130 km
e Jesus fez este trajeto.
ROTAS MARÍTIMAS
Sendo estes estudos
dedicados aos contextos bíblicos, tratemos de falar sobre a navegação dentro do
mar mediterrâneo, pois foi lá o cenário onde aconteceram todos os fatos bíblicos
relacionados a navegação.
As viagens de navios
eram muito comuns naquela época, mas comumente somente navios cargueiros eram
construídos, por isto as pessoas somente conseguiam embarcar se houvesse
espaço, ou interesse da parte do comandante.
O navio de Alexandria
(egípcio) onde Paulo estava preso em Atos 27:6, talvez tivesse sido confiscado
pelo centurião para transportar presos, já que eram muitos (Atos 27:42), mas é
possível também que o transporte dos presos tenha sido exigido pelo centurião;
este navio alexandrino não devia ser pequeno, pois transportava 266 pessoas; o
passageiro que embarcasse deveria cuidar de suas próprias necessidades, não
havia serviço de bordo.
É obvio que havia
navios cujos objetivos eram o transporte de passageiros, mas eram somente para
transportar pessoas de alta patente do governo, o que nos faz crer também que
muitos ricos poderiam ter seus navios particulares, naquela época alguém que
fosse rico teria seus negócios centrados em uma região, mas seu dinheiro
poderia estar investido em outros países.
As tempestades eram a
maior ameaça aos navios, temos até em Atos 27:14 em diante, a narrativa de uma
destas tempestades causada pelo vento Euro-aquilão; aliás, quem vê no mapa o
mar Mediterrâneo tão pequeno não acredita que lá possam haver tempestades tão
fortes – Atos 27:20, 27.
Dependendo da direção
para onde se fosse viajar, esperava-se o vento certo em aquela direção (Atos
27:13), se naquela época este vento fosse comum, caso contrario não ficariam
parado esperando por algo improvável; os navios também eram movidos a remos,
geralmente eram de 40 a
50 remadores, que impulsionavam o navio quando não tinha vento, ou contra o
vento desde que fosse fraco, uma tempestade arrasta até nossos navios modernos
com 2 motores de 100.000 cavalos!
O verão era uma época
de calmaria e o inverno era de tempestades continuas, mas mesmo nas duas épocas
poderiam ser surpreendidos por tempestades, que vindo repentinamente, poderia
até causar um naufrágio, o que, aliás, era comum.
Os piratas, já haviam
sido dizimados pelas embarcações romanas, o governo romano levava a sério sua
idéia de paz em seu território; a época de Jesus foi chamada de “Pax Romana”,
os piratas não eram mais ameaça, eles eram perseguidos e mortos. Como os
israelitas não se sentiam atraídos para o mar, porque isto os iria distanciar
de suas famílias, eles não se incomodavam em despachar suas exportações em
navios estrangeiros. Se a viagem fosse de oeste para leste poderia ser rápida,
mas se na direção contrária poderia demorar até dez vezes mais.
Devido à importância
da navegação comercial alguns portos eram abertos, havia um grande interesse em
qualquer região por possuir um porto, pois eles traziam grande progresso a
cidade, por isto bons e grandes portos foram construídos, e alguns até
fortificados e policiados pela guarda romana.
Os marinheiros
gentios criam na proteção dos deuses romanos, os irmãos chamados: Castor e
Polux alguns os consideravam gêmeos; a imagem deles era geralmente esculpida em
barcos, mas em Atos 28:11 vemos um navio alexandrino que os tinha por nome.
TRANSPORTE EM
ANIMAIS.
Muitos animais eram
usados no transporte de cargas arrastando carroças ou carregando a carga em
seus lombos. O camelo era também conhecido como o navio do deserto, poderia
percorrer um trajeto de 40 km carregando
500 kg’s, era um animal dócil, somente tinha a desvantagem de empacar.
O jumento era mais comum
e barato, era fácil de cuidar e resistente, poderia carregar até uns 150 kg .
O cavalo não era
usado muito para carga, mas para fins militares, pois era muito forte e ágil.
Os elefantes eram
usados de diversos modos, para arrastar cargas pesadas, como tanques de guerra,
etc. Mas eram muito incomuns na paisagem de Israel, ou talvez nem existissem.
Talvez eles fossem usados em Israel para transporte de grandes volumes de
materiais, tais como os da construção do templo de Salomão, pois um elefante
poderia carregar em seu lombo duas toneladas por um longo trajeto, então
deveria puxar muito mais que isto sobre rodas. As grandes construções eram
sempre comuns.
Grandes quantidades
de carga iam aos portos para serem embarcadas ou vinham deles, por isso eram comuns
as caravanas de cargas, sempre policiadas.
GUIAS TURÍSTICOS.
O leitor destes
estudos por vezes fica surpreso com a quantidade de informações que aproxima os
tempos bíblicos dos nossos, existia até o guia turístico, na forma de mapas,
com informações sobre as atrações de cada cidade e região, hospedarias, comidas
típicas da região, serviços, etc. Não existia somente na palestina, mas até
fora do império romano em todos os países: China, Escandinávia, África, etc.
Tudo isto porque as pessoas adoravam viajar, qualquer coisa era desculpa para
uma viagem, que sendo bem planejada e usando rotas policiadas não tinham nenhum
imprevisto. Motivos para viagens mais comuns: Peregrinações, visitar parentes,
competições esportivas, estudos, tratamento médico, negócios e investimentos,
etc.
AS HOSPEDARIAS
Havia muitas espécies
de hospedarias naqueles tempos, havia até as indecentes onde tinham prostitutas
a serviço dos clientes, era muito comum.
Muitas delas tinham
muitos serviços, tais como alimentação, banhos, cama, currais para pastores,
etc.
Mas outras
hospedarias poderiam ser lugares ruins e covil de ladrões, exatamente o que se
chama de “boca do lixo” hoje em dia, e quem se hospedasse nestes
locais poderia ser assaltado e morrer lá mesmo.
E havia também as
familiares, com até mesmo com guardas.
Daí uma das
importâncias dos guias turísticos, eles informavam isto também.
JUDAÍSMO
Estudaremos neste
capítulo tudo o que se refere a cultura e religião judaica, suas festas,
seu culto, partidos políticos e religiosos, sua musica, etc.
Como nossa intenção
não é somente conhecer sua cultura, mas seus sentimentos também, então
este capítulo é de vital importância.
FESTAS.
Como já sabemos, as
festas judaicas eram barulhentas e alegres onde todos dançavam e cantavam,
todos participavam e ninguém assistia.
Mas nem todas as
festas eram tão alegres, pois algumas eram uma espécie de culto, onde o povo
arrependido ai buscar perdão para os seus pecados, era um momento de
purificação, de reflexão.
As festas mais
alegres eram as festas da colheita onde o povo dançava a cantava alegremente
pelas ruas, tocando seus instrumentos, mas nestas também havia o momento de
silencio, oração e meditação.
Cada uma das sete
festas anuais, elas tinham também fins educativos, pois cada uma tinha em si
lições sobre a história da nação, suas vitórias, derrotas, esperança, etc.
A PÁSCOA
Esta festa esta
ligada a história do povo de Israel; páscoa é a transliteração da palavra
hebraica pessash que significa passar,
ou passar por cima.
A data em que ela é comemorada
é 14 de nisã, corresponde entre março e abril.
Ela relembra e
comemora o dia em que Deus livrou os israelitas da morte dos primogênitos e os
retirou do Egito livrando da escravidão, nesta ocasião Deus instruiu o povo de
Israel a passar o sangue do cordeiro que tinha sido morto nos batentes das
portas, para que o Senhor não matasse os primogênitos, isto está registrado em
Êxodo 12.
O cordeiro usado para
a páscoa deveria ser todo assado em fogo, inteiro com cabeça, patas, e nada
podia ser cortado ou quebrado, seu sangue deveria ser passado na verga da
porta, parte de cima do batente, ele deveria ser consumido a noite e
rapidamente acompanhado de pão sem fermento e ervas amargas. As pessoas
deveriam consumi-lo rapidamente, com os lombos cingidos, sandálias nos pés e
cajado na mão, para a saída rápida do Egito.
A páscoa era uma
festa familiar comemorada em casa e não comunitária, mas após 600Ac criaram
costume de imolar um cordeiro em Jerusalém, por causa disto esta festa foi
deixando de ser familiar e passou a ser comunitária.
AS FESTAS DOS PÃES
ASMOS
Ao passo que a páscoa
era uma festa comemorada dentro de casa pela família, a festa dos pães asmos
era uma festa comunitária, a páscoa era alegre só que mais em caráter de culto,
já a festas dos pães asmos relacionada a agricultura, tinha objetivo de cultuar
a Deus com alegres danças e cantos e agradecer pela produção do campo. Ela
começava também em 14 de Nisã, mas sua duração era de uma semana. Esta festa é
mais antiga que a da páscoa.
Como a páscoa passou
a ser comunitária também, então o povo comemorava as duas juntas, por isto
muitos pensam ser uma parte de outra, mas na verdade são duas festas separadas.
Jerusalém nestas festas se tornava um grande armazém, pois grandes carregamentos
de todos os tipos de suprimentos eram levados para lá, que deveria poder
abastecer seus visitantes. Por causa deste grande afluxo de peregrinos
Jerusalém se tornava um grande centro comercial, as mercadorias de várias
espécies e origens vinham de caravana pelas estradas.
Os animais para
sacrifício chegavam a 25.000 cabeças, as hospedarias ficavam lotadas e alguns
chegavam a alugar espaços dentro de suas casas os quintais para estrangeiros,
os campos pela cidade ficavam lotados de tendas montadas. Não é necessário dizer que ao fim destas
festas a cidade e seus habitantes estavam satisfeitos com os ganhos.
Nestas festas o ato
mais solene a sério era a cerimônia de abertura, mas durante o resto da semana
era muita festa alegria e cantos, eles compravam o melhor que o seu dinheiro
podia adquirir e se divertiam a vontade, tinham o incentivo da lei para isto –
veja Deuteronômio 14:26.
As mulheres queriam
comprar tecidos e perfumes e para os homens dentre muitas coisas o principal
era o vinho. Sobre a páscoa – Examine Êxodo 12:3-11 e veja se reconhece
neste cordeiro alguma semelhança com o Senhor Jesus.
PENTECOSTES
Cinqüenta dias após a
páscoa, tinha inicio a festa de pentecostes, que era a época da colheita do
trigo; pentecostes ou festas das semanas.
A lei manda que seja
cumprida em Êxodo 34:22.
Em Levítico 23:15-22
temos a especificação dos diversos componentes das ofertas e como e quando
deveriam ser oferecidos.
Era outra festa
alegre com muitas compras, comidas e bebidas.
A igreja nasceu
oficialmente no dia de pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre os que
estavam ali reunidos, apóstolos e seguidores de cristo – Atos 2:1-4; aliás,
gostaria de não afirmar que a igreja nasceu ali, isto é interpretação de
alguns, precisamos saber o dia que Deus considera como sendo o inicio da
igreja, mas se foi neste dia ou em outro, isto não tem tanta importância. É bem capaz que o Espírito tenha vindo no dia
de pentecostes para fazer um paralelo (simbologia) com o trigo sendo colhido.
FESTA DOS
TABERNÁCULOS.
Esta é a terceira
festa relacionada a agricultura, esta festa também tem os seguintes nomes :
Festa das tendas, Festa da colheita, e Festa do Senhor.
Comemorada no inicio
do Outono, ele celebra a colheita das uvas e azeitonas.
Não havia um dia
certo para começar, mas uma época, pois acontecia após a colheita que poderia
atrasar por causa do mau tempo e também após a prensagem do fruto colhido. Por
fim depois de algum tempo a data de 15 de Tishri foi estabelecida.
O povo era chamado as
ruas pelo toque das trombetas para assistirem a marcha dos sacerdotes que iam
ao tanque de Siloé colher água derrama-la no altar de Deus, para agradecer pela
água e pedir chuvas. O povo levava nas mãos ramos de palmeiras e a noite tochas
de fogo, sempre dançando a cantando pelas ruas, nestas festas não havia um
lugar para o festejo, vários grupos numerosos iam cantando e dançando pelas
ruas da cidade.
O ANO NOVO OU ROSH
HASHANA (CABEÇA DO ANO)
Não sabemos se nos
tempos bíblicos os judeus comemoravam o ano novo, mas hoje isto é um fato.
Moderno calendário
judaico de festas ano de 5762(2003)
As datas são também
modernas, mudaram um pouco.
|
||
Tu Bishvat
|
Ano novo das
árvores
|
28 / 01
|
Purim
|
Comemora a salvação
do povo judeu na pérsia antiga
|
25 e 26 / 02
|
Pessach - Páscoa
|
Comemora a
libertação do povo da escravidão do Egito
|
27/03 a 04/04
|
Yom Hashoah
|
Recorda o levante
do gueto de Varsóvia e do Holocausto
|
09 / 04
|
Yom Hazikaron
|
Dia de homenagem
aos soldados tombados do exercito de Israel
|
16 / 04
|
Yom Haatzmaut
|
Aniversário da
independência do estado de Israel.
|
17 / 04
|
Lag Baomer
|
Aniversário da
morte do Rabi Shimon bar Iochai.
|
30 / 04
|
Yom Yerushalaim
|
Dia da libertação
de Jerusalém.
|
10 / 05
|
Shavuot
|
Comemora o
recebimento das tábuas da lei e festa da colheita.
|
17 / 05
|
Tisha Be Av
|
Jejum – Destruição
dos templos.
|
18 / 07
|
Rosh Hashana
|
Ano novo Judaico –
5763.
|
06 / 09
|
Kol Nidrei
|
Véspera do Yom
Kipur.
|
15 / 09
|
Yom Kipur
|
Dia da Perdão – O
mais sagrado dia do judaísmo.
|
16 / 09
|
Sucot
|
Festa das cabanas e
das 4 espécies de plantas que expressam a união do povo.
|
21 / 09
|
Simcha Tora
|
Festa do
encerramento e inicio do ciclo anual da leitura da Torá.
|
29 / 09
|
Chanuka
|
Festa das luzes –
Vitória da luta pela liberdade religiosa.
|
29 / 11
|
Yom Kipur
Era comemorado pouco
dia antes da festa dos tabernáculos, ele era realizado em outubro.Esta era a
data mais importante para o judeu, a mais sagrada, quando um judeu queria se
referir a ele então bastava dizer “aquele dia”, era o dia nacional da
purificação dos pecados, também chamado de “o dia da expiação”.
Era uma ocasião de
arrependimento, o povo comportava-se discretamente.
Mas logo após, tudo o
remorso e a tristeza que eles sentiam por seus pecados, vinha uma verdadeira
festa, a dos tabernáculos.
Nesta festa os judeus
meditavam sobre os seus pecados particulares e coletivos (da nação), sobre a
condição espiritual em que viviam.
Era este o único dia
em que o sacerdote entraria do “Santo dos Santos”, ali ele deveria entregar uma
oferta que constava da mistura de sangue de boi e de bode; em seguida a
cerimônia do bode emissário era realizada, um bode era escolhido e o sacerdote
confessava os pecados de Israel com as mãos sobre a cabeça dele transferindo os
pecados de Israel para o bode, em seguida ele era removido para deserto, para
um local bem distante, isto simbolizava os pecados de Israel sendo removidos.
CHACUNÁ
Esta festa tem muitos
nomes: Festa da dedicação, Festa da luzes , Festa dos Macabeus, Festa da Iluminação
e Festa da Rededicação.
Comemora a data de 167 Ac quando Judas Macabeu
tomou o controle do templo das mãos de Antioco Epifânio, e o limpou e purificou
e os atos de adoração voltaram a ser celebrados nele.
Antioco líder o
reinado seleucida tentou fazer o mesmo que Hitler na 2º guerra, ele tentou
exterminar os judeus – quem quiser ler esta história ela esta registrada nos livros
apócrifos de 1º e 2º Macabeus que não são livros inspirados, mas são
considerados relatos históricos fiéis.
Esta festa não era
comemorada em Jerusalém, mas, dentro de cada casa, o objetivo era a família se
alegrar todos juntos e se lembrarem das vitórias dos macabeus.
Nesta festa acendesse
luzes por oito dias, pois a tradição diz que Judas encontrou um vazo com uma
quantidade de azeite para durar um dia mas ele durou oito, parece que hoje eles
acendem uma vela diariamente.
PURIM
Esta festa também alegre
comemora a ocasião em que eles foram libertos dos planos de Hamã para destruir
os judeus que ficaram na Babilônia (Ester). Uma linda história que fala dos
livramentos de Deus para o seu povo. Não era necessário ir a Jerusalém para a
comemoração.
Esta festa tem algo
de diferente, pois até mesmo na leitura do livro de Ester o povo acompanha de
modo alegre, não há uma posição concentrada e séria, quando se ouve o nome de
Hamã alguns gritavam – “que ele desapareça”, e quando se houve o nome de
Mordecai alguns também gritavam – “homem valoroso”, ou algo parecido.
SOBRE AS FESTAS
Falamos um pouco
sobre datas e modo como as tais festas eram comemoradas, mas isto mudou um
pouco dos tempos bíblicos para cá, as características principais permaneceram,
as mudanças foram realmente poucas.
GRUPOS RELIGIOSOS
Quando Jesus esteve
fisicamente entre nós haviam muitos grupos religiosos entre os judeus, tais
grupos eram considerados políticos e religiosos.
Estes grupos eram
muito fechados em si mesmos, e tiveram muita dificuldade em ver Jesus como o
Messias porque temiam mudanças; eles já tinham muitos problemas com os costumes
pagãos que insistiam em entram no judaísmo, Jesus para eles era somente mais
uma ameaça, era um forasteiro que tinha idéias novas, dizia ser filho de Deus e
possuir um reino ; por isto muitos o consideravam louco (Isaías 53:4b).
Alguns judeus aderiam
a estes grupos visando somente poder e prestigio, mas outros eram esperançosos
em fazer o bem ao seu povo.
JESUS ERA ADMIRADO E
TEMIDO ENTRE OS JUDEUS.
Admirado - pela
autoridade com que ensinava e pelos sinais que produzia, o povo o amava, mas os
políticos e sacerdotes se preocupavam com sua fama e prestigio que talvez
tirasse o poder de suas mãos, eles queriam continuar a dominar o povo
eternamente.
Temido – o povo
achava que Jesus era um profeta exatamente como aqueles que eles tinham
escutado falar que exista no Antigo Testamento, e também por causa disto os
políticos o temiam, pois se fosse profeta ela iria falar a verdade, e estava
fazendo isto, então deveria ser morto.
Para os políticos ele
era extremamente irritante, pois com toda sua influencia com relação ao povo,
ele não defendeu nenhuma causa política, mas ausentou-se disto; se Jesus
defende-se alguma causa política isto seria a garantia de ter todo o povo de
seu lado, mas durante toda sua pregação ele se ateve a causas espirituais.
OBS: A história conta que o Imperador Tibério César tinha
tanta curiosidade por Jesus que certa vez enviou a Palestina um proconsul com
nome de Públio Lentulus, para ver Jesus e descreve-lo; e isto gerou um lindo
documento histórico conhecido como “o retrato de Jesus”, onde seu rosto é descrito
como em um retrato falado.
Os judeus esperavam o
messias com ansiedade, mas nos seus padrões – ele deveria ser um líder político
e religioso poderoso que libertasse Israel das mãos do império romano; eles já
haviam passado por muitas coisas, foram inúmeras perseguições, exílios,
divisões, guerras e agora justamente quando zelavam por uma estabilidade muitos
homens chegavam afirmando que era o ungido de Deus (Atos 5:34-38), justamente
nesta mesma época Satanás já sabendo da encarnação do Messias começava a
levantar muitos homens que se diziam o Messias, tudo isto gerou um clima de
desconfiança e resguardo; estavam simplesmente fechados para qualquer novidade.
Mas eles tinham a esperança do Messias poder chegara qualquer instante – João
10:24.
Hoje em dia já existe
o movimento “Judaico Messiânico” com suas sinagogas messiânicas, trata-se se um
movimento judeu que já aceita o Senhor Jesus como Messias, e este movimento
esta se multiplicando, e hoje é tão grande que quase divide o judaísmo em 50%
messiânico! Se você tiver a oportunidade de ir a um culto numa destas
sinagogas, não perca, é parecido com um culto cristão, bem fundamentado no
texto bíblico, mas com inúmeras citações da Torá, Tamulde
e termos hebraicos.
PARTIDOS
Vamos estudar agora
alguns destes grupos e suas crenças, estes partidos eram também religiões ou
crenças, pois, na verdade os religiosos desejam sempre governar de acordo seus
conceitos mais significativos; e os conceitos de vida religiosa do judaísmo se
estendiam a administração publica.
ZELOTES
Os zelotes eram os
únicos que se sentiam livres para matar, nenhum judeu poderia fazer isto,
quando quiseram matar a Jesus o levaram para ser morto pelo governo romano,
Pilátos queria liberta-lo e achou que colocando a questão na mão do povo, iria
conseguir isto, mas foi o próprio povo que acabou o condenando.
Os zetotes lutavam
para libertar Israel e conservar sua cultura intacta.
O termo zelote na
época também se dava a alguém violento.
Eles com suas
atitudes violentas causaram muitos aborrecimentos ao império romano, que acabou
na guerra em que Jerusalém foi sitiada de 66 a 70 Dc e destruída.
Eles resistiram aos
romanos no forte de massada que em hebraico significa fortaleza na montanha até
o ano de 74Dc, (este mesmo forte fora usado pela família dos macabeus) quando
foram cercados pelas tropas romanas, então se suicidaram em massa
aproximadamente 900 homens.
Eles tinham tido
muita influencia dos macabeus que era um povo guerreiro, mas estes lutavam
porque eram perseguidos, lutavam para preservarem-se.
Muitos jovens se
aliavam a eles, e não estavam exatamente unidos em torno de uma associação
organizada, mas espalhados pelo território romano em pequenas células, eram os
terroristas da época.
Simão um dos doze
apóstolos de Jesus era um zelote (tinha sido um) – Lucas 6:15.
Assim como os zelotes
eram influenciados pelo farisaísmo, também
influenciavam aos fariseus, veja o exemplo de Paulo (Atos 8:.1-3) que
era um fariseu (Atos 23:6). Outro detalhe bastante interessante é que Barrabás
foi escolhido pelo povo no lugar de Jesus para ser solto, porque o povo amava
os zelotes, e tinham nele a esperança da libertação.
ESSÊNIOS
Estes nutriam a mesma
hostilidade dos zelotes pela adulteração da religião judaica, eles sonhavam que
fosse possível a sociedade voltar a ser o que era no passado quando os judeus
eram mais fieis as suas tradições e se deixavam influenciar menos pelas culturas
alheias.
Mas este grupo não
era violento, eles expressavam seu desprezo pela sociedade se isolando, eles
viviam afastados, achavam que a aproximação geraria a violência.
Foram eles que
produziram os pergaminhos do mar morto achados no século XX , na década de 50,
nas colina de Qumrã.
HASSIDIM
Hassidim significa “o
devoto”, eles não eram um partido, mas uma postura, uma condição de viver o
judaísmo. Não concordavam com a violência, eles observavam a lei a qualquer
custo.
OS MACABEUS
Devemos fazer aqui
uma pausa para estes heróis.
Os macabeus são
lembrados até hoje pelo povo judeu, por sua valentia.
Quando Alexandre o
grande imperador do império grego ia falecer chamou aos seus parentes e dividiu
o império entre eles. O Egito ficou com Ptolomeu e foi conhecido como império
Ptolomeu, sendo seu último chefe a rainha Cleópatra. Já a Síria ficou com Seleuco Nicanor, deste
veio Antioco Epifânio, e este reino ficou conhecido como Seleucida.
A revolta foi
iniciada pelo sacerdote Matatias, que se recusou a profanar o templo ao pedido
de Antioco Epifânio, então quando outros sacerdotes se apresentam para fazer
tal sacrifício, Matatias rapidamente toma a espada da mão de um dos guardas e
mata a estes sacerdotes e fugindo refugia-se com sua família nas colinas do mar
morto, juntamente com toda a sua família e outras pessoas simpatizantes.
Lá esta sociedade
multiplica-se e por muitas vezes fizeram frente às tropas do império seleucida, por várias vezes eles
desceram as colinas para lutarem e derrotarem em campo aberto as tropas
seleucidas. Por fim foram vencidos em 160Ac.
HERODIANOS
Eram muito odiados,
pois eram os judeus que estavam ao lado de Herodes concordando com suas
decisões ou trabalhando para ele. Os coletores de impostos eram herodianos
também, Levi (apostolo) era um herodiano. Esta era uma condição política que
não influenciava no modo de crer. Mesmo depois da morte de Herodes este termo
continuou a ser sempre usado.
SADUCEUS
Comparado com os
nossos dias, estes eram os maçons da época. Explico – Eles não eram numerosos,
mas era um grupo composto das pessoas mais ricas da sociedade. O poder político
e religioso estava nas mãos deles.
Este grupo nasceu
muito influenciado pelos macabeus, e tinha influencia sobre o modo de vida da
nação judaica e não seria errado dizer que tinha controle total.
Eles detinham o
controle do templo, o sumo sacerdote era um deles e sendo assim tinham também o
poder sobre o sinédrio que era poder judiciário e legislativo dos judeus, cabia
ao sumo sacerdote a chefia de todas estas instituições.
Sinceramente não sei
porque eram religiosos, pois não criam em vida após a morte, mas que a alma
morria junto com o corpo, ao passo que criam assim eram rigorosos na obediência
da lei; a ponto de recusarem os escritos de outros profetas para observarem
somente os de Moises.
Achavam que Deus não
se interessava pela vida diária do homem, e sim que os tinha criado e depois de
um certo modo se desinteressado por sua criação. Não criam também nos anjos.
Leia agora o conflito
que Jesus teve com os saduceus em Lucas 20:27-40, e entenda porque no versículo
37 Jesus fala propositalmente em Moisés.
O povo também estava
sob seu comando, pois se quisessem aos pouco mudavam a tradição e com isto os
costumes e opinião do povo.
Eram muito
ricos! Na época de Herodes quem deveria
indicar o Sumo Sacerdote era o Rei, então pare para pensar, quanto Herodes
deveria pedir para sua indicação – Já que os Sumo sacerdotes eram trocados num
prazo aproximado de quatro anos.Então podemos imaginar que o sinédrio também
era composto por inúmeros ex-sumo sacerdotes. Na época de Jesus o sumo
sacerdote era Caifás e foi ele que formulou o famoso argumento que resultou na
morte de Cristo que esta registrado em (João 11:49, 50).
Eles tinham realmente
preocupação que Jesus fosse iniciar um movimento que incomodasse ao império
romano, pois se isto acontecesse o exercito do império iria simplesmente
destruir a todos, zelotes junto a herodianos, a todos e a tudo, como aconteceu
mesmo em 70Dc.O império romano oferecia muitas vantagens, inclusive liberdade
religiosa, mas se fossem ameaçados reagiam com extrema violência dizimando
povos inteiros dentro de seus limites.
Os judeus estavam tão
preocupados com seus interesses que não pararam para perceber que Jesus nunca havia
se envolvido com política.
FARISEUS
O que causou a
constante indisposição entre Jesus os fariseus foi o modo como Jesus
interpretava as Escrituras.
Eles obedeciam a lei
de modo automático cumprindo procedimentos, mas Jesus apegava-se mais ao
espírito da lei. Deus para os fariseus era um Senhor severo e vingativo, mas
para Jesus um Pai amoroso.
Para Jesus a lei era
menos importante que o homem e a havia sido criada para ele, mas para os
fariseus o inverso.
O poder político dos
fariseus vinha da simpatia que tinham por parte do povo, que se simpatizava com
seus ideais, mas ainda sim os saduceus tinham o poder real.
A posição radical e
trabalhadora dos fariseus evitou a descaracterização do povo judeu por várias
vezes, durante os exílios eles mantinham o povo unido e separado da cultura
dominante, quando a septuaginta foi publicada eles não aceitaram os livros
apócrifos, aceitavam todo o AT, durante o império grego com a influencia de
suas escolas helenizantes, foram eles que fundaram as escolas judaicas pra
ensinar uma filosofia e ciências (submetidas às Escrituras, é obvio), criaram
as sinagogas, convertiam muitos gentios ao judaísmo,etc, mas contudo eram
pessoas más, leia o relato que Jesus faz de suas atividades em – Mateus 23.
Os fariseus pagavam
os dízimos nos menores detalhes até do endro a do cominho, que era fruto da
terra mais barato e desvalorizado, mas deixavam de cumprir a lei, eles
escravizavam o povo a rígida lei de Moisés, mas, eles mesmos eram os maiores
dês-cumpridores, mantinham perante o povo uma mascara de santidade que Jesus
começava a denunciar.
O sinédrio era
comandado como sabemos por saduceus, mas, composto em sua maioria por fariseus,
a autoridade do sinédrio, variou muito conforme a época, houve épocas em que
suas decisões influenciavam todo o judaísmo do mundo (conhecido), mas em outras
épocas só eram levados a sério por alguns habitantes da Judéia, já estava
ficando bastante patente para o povo que eram todos hipócritas.
Certa vez Herodes
quando subiu ao poder, querendo fazer uma modificação no sinédrio mandou matar
a todos os seus membros, assim ele mesmo pode apontar todos os membros do
concilio.
Herodes sempre foi
uma pessoa difícil de analisar, ao passo que era capaz de vender metade de sua
fortuna para obras de caridade, também certa vez mandou matar toda sua família
para se casar de novo e constituir uma nova família, nem Freud explica! Parece
que estamos diante de um caso de múltiplas personalidades, ou múltiplos
demônios. Em Roma (entre os feches do império) se dizia – “prefiro ser um porco
de Herodes do que um filho dele.”
O conselho do
sinédrio era composto por 70 homens além do sumo sacerdote.
Para haver uma sessão
era necessário um mínimo de 23 homens, mas se fosse o julgamento de um
criminoso, então com 12 votos poderia ser absolvido, e se fosse condenado
poderia apelar ao voto dos ausentes, neste caso o julgamento era adiado. O réu deveria comparecer de luto em respeito
ao tribunal. Jesus não foi julgado no sinédrio, como se fazia normalmente,
obedecendo a todos os procedimentos normais, mas foi acusado diretamente; eles
violaram o próprio sinédrio para condenarem a Jesus, mas Jesus tinha seus
admiradores lá que com certeza não participaram disto, tal como Nicodemos e
José de Arimatéia.
AS SINAGOGAS
As sinagogas tiveram
inicio no exílio babilônico, quanto o povo judeu estava sem poder ir ao templo
para orar, oferecer seus sacrifícios ou executar suas festas.
Eles criaram as
sinagogas com o intuito de terem um local comum para se reunirem, não sei se
elas já nasceram com caráter de sagradas, mas com o tempo se tornaram.
Era lá que os judeus
obtinham parte importante de sua formação religiosa, que seus pais talvez não
pudessem lhe dar em casa por ser muito profundo ou detalhado.
As sinagogas na época
tinham as mesmas diferenças que se encontram hoje entre as igrejas evangélicas,
eles se reuniam para adorar a Deus, mas, cada um templo era administrado de um
modo diferente. Elas eram independentes umas das outras.
Umas sinagogas eram
grandes construções, outras bastante simples e pequenas, uma quadrada outras
retangulares. Em algumas fervilhavam intrigas políticas, outras eram mais fieis
e tradicionais, portanto as comunidades variavam bastante também.
Em Atos 6:9 vemos
três diferentes sinagogas.
Os fariseus tentaram
em vão padroniza-las, mas não obtiveram sucesso.
Dez homens eram o
numero suficiente para se fundar uma sinagoga.
Todas as festas
judaicas se estendiam também as sinagogas, e algumas festas eram estabelecidas
por uma sinagoga separadamente para o povo da região onde ela se localizava.
As sinagogas foram
amplamente usadas pelos cristãos, em suas pregações, mas na grande maioria das
vezes suas idéias eram rejeitadas e acabavam expulsos. Jesus freqüentemente era convidado para
pregar nas sinagogas, pois o povo o queria.
PRECONCEITOS
Nos tempos bíblicos
sempre houve muito preconceito, e este sentimento parece fazer parte da
natureza decaída do ser humano, quando nós cristãos dizemos não sermos
preconceituosos na verdade se nos analisarmos veremos que nos somos apenas
“muito menos preconceituosos”, na verdade o ser humano sempre acaba sempre
agindo por instinto quando colocado diante de pessoas diferentes a si, e se
somos sábios e civilizados, então controlamos todo este instinto, pois sabemos
que Deus não faz acepção de pessoas. Mas nos tempos bíblicos, o preconceito
parece ter chegado ao extremo nos tempos de Jesus.
Para o Judeu o termo
gentio ou samaritano, gerava repulsa, eles tinham o pior tipo de conceito sobre
todos, não enxergavam que eram pecadores também. Para que se possa ter uma
idéia do preconceito, quando os judeus iam da Judéia para a Galiléia ao invés
de fazerem um caminho curto e rápido pela estrada que cortava a Samaria, eles
faziam um caminho muito maior por dentro de Peréia e Decápolis, para depois
chegarem lá. Devemos levar em conta também que um judeu viajando por Samaria
seria facilmente agredido e roubado e vice versa.
Após o reinado de
Salomão o reino de dividiu em reino do Norte (Israel) e reino do Sul (Judá); o
reino do Norte foi tomada pelos Assírios em 722 Ac e levados em cativo
nunca mais voltaram, e as pessoas que sobraram deste reino do norte, que se
esconderam e não foram deportadas se misturaram com outros povos colocados lá
pelos assírios. Portanto, eles eram filhos de Abraão, mas misturados, eram considerados
impuros.
Os judeus e os
samaritanos viviam em pequenas guerras esporádicas, onde muitas pessoas
morriam.
Este sentimento era
tão forte que certa vez os próprios discípulos de Jesus sugeriram a Ele mandar
fogo dos céus para que fossem exterminados – Lucas 9:51-56.
Mas foram justamente
estes que demonstraram maior fé (João 4:39-42), em todos os lugares em que
Jesus pregou, Ele nunca pode dizer abertamente ser o Messias, somente em Samaria
fez isto (João 4: 25, 26).
Quando o profeta
Jonas não quis ir a Ninive pregar a Palavra de arrependimento ao povo,
precisamos saber que os Assírios eram pessoas extremamente cruéis, eles até
torturavam crianças presas em guerra até a morte. Eles tinham um método de tortura conhecido
até hoje que consistia em abrir o abdômen de um homem colocar lá dentro um
gato, o animal ficava adormecido por drogas e o abdômen era fortemente
costurado com a cabeça do animal para fora, quando o gato acordava, então ele
ficava apavorado e rasgava a pessoa toda por dentro, não é necessário dizer que
devia doer um pouco!
Jonas foi chamado
para pregar para o povo mais cruel e sanguinário da terra, tinha preconceito,
mas o tal preconceito não era tanto culpa dele, já que os assírios causavam
esta impressão de si mesmos. Mas Deus quebrando todos os seus paradigmas o
libertou disto.
O sentimento de
exclusividade dos judeus pelo fato de terem sido escolhidos como o povo de
Deus, não devia gerar orgulho e ironia, mas humildade e agradecimento, já que
Deus iria abençoar todas as famílias da terra através de Abraão, como eles
poderiam ter preconceitos por outros povos que Deus queria beneficiar?
Na verdade aqui
também temos o fato de que os judeus mesmo sendo pecadores tinham a lei de
Moisés que os prendia a um padrão de conduta, enquanto todos
os outros povos ao seu redor eram extremamente pervertidos sexualmente. Eles
deveriam se separar para preservar sua cultura de melhor qualidade, mas amar
aos que seguiam deuses que não existiam.
OUTROS PRECONCEITOS
Não sabemos se
existia preconceito com relação a cor de pele, mas havia preconceito religioso,
e muito.
Os povos ao seu redor
também praticavam sacrifícios humanos e esses outros povos tinham também
prostitutas do culto, o conceito que os gregos e romanos tinham de religião era
justamente uma anti-religião para o judeu, e eles definitivamente não queriam
ver seus jovens influenciados por estes tipos de prática. Josué entrou na terra
de Canaã com o povo Hebreu, e desobedecendo as ordens de Deus não destruiu
todos os povos que havia ali, mas esta era sua missão, e isto sempre fez com
que a mente dos judeus associasse guerra e religião como coisas estreitamente
ligadas uma a outra.
Jesus também foi
temido por andar em meio a ladrões, cobradores de impostos, prostitutas e
miseráveis, falava com samaritanos, aceitava ser seguido por mulheres e as
instruía juntamente aos homens, etc., mas ele procurava a pessoa que pudessem
se reconhecer como pecadores. Ele não obedecia a nenhum preconceito
estabelecido pelo povo, mas parece que estava quebrando todas as regras de
conduta.
Uma coisa
interessante de se destacar é que o ambiente de conduta rígido em que viviam os
judeus era de certo modo invejado pelos romanos que os enxergavam como melhores
(moralmente), pois tinham a esperança de um dia sua sociedade voltar a ser
sóbria como era antes.
OS GALILEUS.
Os galileus eram um
povo decidido e com um forte espírito de independência religiosa de Jerusalém.A
interpretação que eles tinham da lei era bastante diferente do povo da Judéia.
Foi lá na Galiléia que brotaram muitos
movimentos de resistência a ocupação romana, o que os fazia ser mais mal vistos
ainda, pois isto punha em risco todo o povo judeu. Os zelotes foi um grupo
fundado por Judas um galileu. Eles eram considerados a dor de cabeça dos
romanos e geralmente punham a perder todo o trabalho de diplomacia feito pelos
fariseus.
Agora você já pode
entender o que Natanael disse em João 1:46.
Eles discordavam dos
judeus da Judéia pelo modo de celebrar as festas, pela maneira de se usar o
azeite, de comer de lavar as mãos, etc.
Ser um galileu era um
fato que poderia servir de acusação, por isto em Marcos 14:70 e Mateus 26:73 o
sotaque de Pedro é notado com tanta atenção. Jesus não era aceito também por
ser um galileu (Nazaré).
OS POBRES
Como sempre aconteceu
em todas as sociedades e épocas ao longo da história humana, na época havia uma
rivalidade entre pobres e ricos; ao passo que o pobre fazia queixas amargas
quanto aos ricos, trabalhavam para eles com muita dedicação.
Jesus nunca criticou
a riqueza, ele criticava o dar atenção especial aos ricos e alertava que a
riqueza pode por em risco sua salvação, veja Provérbios 30:8,9.
Jesus não via a riqueza como sinal da benção
de Deus, ao contrário de muitas igrejas evangélicas de hoje, a sua posição
diante deste tema sempre cética. Em sua visão uma pessoa seria abençoada se
fosse sedenta de Deus.
Muitos dos que criam
em Jesus eram ricos, tais como Zaqueu, Jose de Arimatéia e Nicodemos.
Jesus nunca disse que
os ricos não entrariam no reino dos céus, a salvação não depende da pobreza.
BASTARDOS
O termo refere-se
tanto a alguém que era filho de pais não casados ou filho de união com
estrangeiros, e a repulsa era tão grande que mesmo que fosse crianças não eram
toleradas.
É engraçado ver que a
lei de Moises apóia isto – Deuteronômio 23:2, não cabe a nós julgar; mas a lei
proíbe estas pessoas de entrarem na assembléia; ao nosso ver isto proibia os
hebreus de se aculturarem pelos povos pagãos logo na saída do Egito, pois eles
praticavam prostituição cultual, sacrifícios de crianças, pederastia e outras
coisas abomináveis ao Senhor. Se alguém tivesse um filho com estas pessoas,
seus filhos seriam rejeitados e isto era para um hebreu uma desgraça semelhante
a morte.
Eles mais tarde
criaram normas para regular a vida dos bastardos:
a) Não podiam se
casar a não ser com prosélitos, escravos emancipados e deformados.
b) Não podia ter
cargos importantes.
c) E muitas outras
exigências terríveis.
A MULHER
A mulher era
descriminada, e sempre rebaixada a uma posição inferior a dos homens, ao ponto
que conversar com uma mulher era considerado perda de tempo por muitos judeus.
Elas não eram
incentivadas a ler, estudar ou ter uma profissão, isto fazia com que elas se
tornassem mendigas se ficassem viúvas. As poucas mulheres que conseguiam entram
no mundo dos negócios se destacavam muito e provocavam ira dos fariseus.
Jesus também
incomodou por isto, as mulheres em seu ministério tinham liberdade e
trabalhavam ativamente.
PROFISSÕES
Muitos profissionais
sofriam preconceito por causa de suas atividades, tais como:
* Os coletores de
esterco de animal e pastores – por serem muito pobres.
*Coletores de
impostos, agiotas e ourives – por serem corruptos.
* Curtidores,
açougueiros – por trabalharem com animais mortos.
* Os médicos -
odiados por não poderem curar muitas enfermidades.
OS PROSÉLITOS
Quando um gentio se
convertia ao judaísmo, mesmo que fosse verdadeiramente convertido, sempre teria
de conviver com o preconceito, suas vidas eram pesadamente regradas pelos
fariseus.
Eram considerados geneticamente
impuros alguns os consideravam bastardos.
Pois por ser filho de
estrangeiros havia uma grande possibilidade de seus pais terem se prostituído,
no templo ou na sociedade.
Quando queriam
acusa-los os judeus lembravam seus passados.
OS CRISTÃOS
Jesus tinha sido
perseguido e morto, Estevão também, a assim foi ao longo dos séculos, muito
sofreram perseguições por causa da sua fé em Cristo.
No primeiro século
muitos foram mortos por causa da perseguição dos judeus, mas depois os judeus
forram perseguidos pelo império e os cristãos também, pois, eram considerados
pelo governo Romano como mais um partido judaico.
Foi sempre assim.
Hoje em dia a
perseguição é mais cultural.
PAGANISMO
Os judeus tinham
plena certeza da existência do mundo espiritual que o homem não poderia
explicar ou alcançar com sua mente limitada, que era um mundo onde as forças
que estavam em ação não poderiam ser dominadas.
Tanto os judeus
primitivos como os cristãos modernos eram muito parecidos com os cristãos de
hoje, muitos crêem em Deus, mas, por falta de informação acham por bem aplacar
forças sobrenaturais recorrendo a magia ou superstição.
Também, não era
possível saber se a maioria se tornava cristão por amor a Cristo ou por medo do
inferno.
Os judeus da
antiguidade usavam muitos objetos em seus cultos, que acabaram se tornando
amuletos, pois a partir do momento que você sente dependência de algum objeto
para cultuar ou aproximar-se de Deus, este objeto passa a ser um amuleto. E
isto veio até o judaísmo moderno; e também influenciou os primeiros cristãos,
que tinham dificuldade de se desvencilharem de seus objetos sagrados.
Os povos gentios
tinham muitos amuletos de diversas formas e utilidades.
Na tradição judaica,
o livro do Sabá aconselhava que se você fosse viajar deveria levar um pé de
raposa ou um ovo de gafanhoto, os macabeus tinham cada um o seu amuleto.
A igreja cristã ao
longo dos tempos não conseguiu se livrar disto, em poucos séculos os cristãos
já estavam adorando pedaços de madeira pensando serem pedaços da cruz de
Cristo, ossos pensando serem os ossos dos primeiros cristãos, e os bispos
também eram adorados ao passo que se atribuía a eles mais e mais poder. Foi a
reforma protestante que nos libertou de tudo isto.
OS TERAFINS
Eles eram os deuses
domésticos, era estatuetas que representavam a proteção no lar, a presença dos
poderes dos deuses, e para nosso espanto a grande maioria dos judeus tinha um
terafim que também era considerado o deus da casa ou da família, e não se
sentiam infringindo a lei.
A grande maioria
somente abandonou esta prática no exílio babilônico.
Havia outras formas
de paganismo, tais como encantamentos, magias, leitura de fígado de animais,
revisão pela água, tirar sortes, astrologia, etc.
Entre os apóstolos
havia a idéia de que Deus manifestaria sua vontade pelo recurso de tirar sortes
- Atos 1:26.
ASTROLOGIA.
Sobre a astrologia
temos alguns problemas a resolver: Gênesis 1:14 e Mateus 2:1-12 e em contraste
Isaías 47:13, 14 e Jeremias 10:2.
Sempre foi licito o
uso dos astros para viajar, quem sabe descolar-se orientado por eles nunca se
perde na face da terra, mas usa-los como a astrologia usa nunca foi aceito pela
Igreja de Deus, também não vemos isto com bons olhos pois pode gerar muitas
doutrinas extra bíblicas e uma certa mistura entre Bíblia e misticismo.
Que sinais seriam
estes declarados em Gênesis 1:14? Eles podem ser a contagem do tempo, ou pode
ser a estrela de Jacó de Nm 24.17, que é uma das profecias acerca de Jesus e
que se cumpriu em Mateus 2.
Mas os reis magos são
uma grande incógnita na Bíblia, segundo as pesquisas (que podem estar erradas)
falam que eles eram persas e babilônicos e eram astrólogos, mas segundo outros
eram considerados magos, pois, eram pesquisadores e conhecedores dos livros
sagrados de várias religiões, e em Mateus 2:3-6, eles realmente provaram que
conheciam bens as Escrituras hebraicas.
Por que magos
astrólogos ou pagãos ligados à história de Jesus?
Mas mesmo que fossem
pesquisadores não viriam de tão longe para adorar a um bebê judeu, mesmo que
soubessem que iria ser um rei.
Existe uma história
que diz que estes homens associavam o nascimento de uma estrela com o
nascimento de cada rei ou grande líder da terra, e pelo tamanho da estrela e
intensidade de seu brilho poderiam calcular o tamanho e duração do reinado
deste rei; e ao fazerem seus cálculos pela nova estrela que havia surgido
descobriram que o reinado deste rei era toda a terra e sua duração era eterna.
Mas contenha sua
emoção, e nem ouse achar uma legalidade nisto tudo, pois, Bíblia não se posiciona
definitivamente sobre a questão, e traz para isto mais um aspecto negativo do
que positivo.
O ALTAR AO DEUS
DESCONHECIDO – ATOS 17.23.
Este é outra grande
incógnita. Ao passo que a Bíblia manda que não se consultem adivinhos e nem vou
citar as passagens de tantas que são, o altar ao deus desconhecido (agnosto
theo) foi fruto da consulta ao oráculo de Delfos.
Delfos é uma cidade
grega que fica pouco antes de se entrar na península de Acáia, pouco antes de
Corinto.
A seis séculos antes
de Cristo a Grécia estava passando por uma grande seca, o estado já estava
enfraquecido, pois, a água estava sendo importada, e os gados e plantações
morrendo no campo, além das pessoas morrendo de fome e sede, eles já haviam
feito sacrifícios e cultos para vários deuses e a seca estava cada vez mais
devastadora.
Então em uma decisão
quase que unânime os governantes resolveram consultar o oráculo de Delfos,
aquele mesmo que, dois séculos mais tarde, diria que Sócrates era o homem mais
sábio da terra.
E este oráculo disse
que havia um Deus mais poderoso que todos os deuses gregos que deveria ser
apaziguado, e ordenou que fossem a Ilha de Creta, pois lá existia um homem
sábio chamado Epimenides que saberia como fazer isto.
Foram lá, encontraram
o tal homem e o trouxeram para Atenas, ao chegar na Grécia Epimenides perguntou
– “aqui existem mais deuses do que pessoas?” pois, naquela época os gregos
tinham 33.000 deuses, e suas estatuas estavam pelas ruas.
Ele pediu que se
separassem dois grupos de ovelhas famintas e as soltasse num dos poucos campos
verdes que ainda existiam, um grupo ira imediatamente começar a pastar,
enquanto o outro grupo faminto iria escolher um lugar para se deitarem todas
juntas, e neste lugar deveria ser levantado um altar ao “deus desconhecido” e
estas ovelhas, as que escolheram o local deveriam ser sacrificadas para este
deus.
Assim foi e a seca
imediatamente cessou, seis séculos depois, Paulo de Tarso usaria este altar
para pregar ao Senhor Jesus.
NECROMANCIA
Necromancia é a
pratica de consulta ou comunicação com os mortos.
Na verdade esta é uma
suposta comunicação, quando Deus proíbe de consultar os mortos, na verdade ele
proíbe esta tentativa.
Um sábio teólogo
certa vez disse – “nunca procure experiências espirituais fora da Bíblia, pois
o diabo está pronto para fazer com que você as ache”.
Mas em todos os
lugares do mundo pessoas procuram este tipo de coisas por diversos motivos:
saudades de entes queridos, para preverem o futuro, para pedir auxílios
diversos e ou mesmo com más intenções.
A comunicação
espiritual que Eva teve no jardim do Éden foi uma experiência que resultou na
desgraça da humanidade
Quando o rei Saul em
1º Samuel 28:7-20 consultou ama médium de En-Dor, o espírito de subiu lhe disse
três mentiras e nada do que foi dito se cumpriu.
Muitos católicos
discordam disso mais ao tentarem se comunicar com os cristãos do passado
(santos) eles também praticam necromancia.
Cuidado com muitos
rodapés que dizem que Saul realmente se comunicou com Samuel!
SONHOS
Os sonhos são até
hoje objetos de muitos e sérios estudos, por parte de místicos, de psicólogos,
psiquiatras, parapsicologistas, e religiosos de diversas origens. E a Bíblia
afirma que Deus também informa, orienta e previne através de sonhos em diversas
passagens, procure por este tema em sua concordância.
Mas a sabedoria para
interpreta-los vem do Senhor, José e Daniel foram usados por Deus com este
propósito.
AS VARAS LISTADAS DE
JACÓ – GÊNESIS 30:37-43
Que fizeram as
ovelhas conceber criar malhadas são conhecidas como simpatia por muitos teólogos,
mas se for assim então este tipo de magia funciona? É valido?
É licito? Pois Deus
ainda estava com Jacó! (Gênesis 31:3).
Acontece, caros
alunos, que alguns homens tendem para o ceticismo na medida em que eles se
tornam mais cultos e outros mais espirituais.
Na verdade Jacó
estava sugestionando as ovelhas, aquelas varas malhadas em frente ao bebedouro
onde as ovelhas passavam horas todos os dias, funcionavam como uma mensagem
subliminar, este tipo de mensagem não é recebida pelo consciente, mas, pelo subconsciente
diretamente e funciona como uma ordem; e se funciona com homens, quanto mais
com ovelhas.
Por várias vezes a
igreja cristã, logo em seu inicio teve de conviver com o paganismo e
combate-lo, já os casos de Simão o mágico (Atos 8:9-24), Elimás ou Barjesus
(Atos 13:6-12), a jovem de Filipos (Atos 16:16-19), e muitos outros que não
foram registrados; mas havia uma grande diferença, leia as passagens e veja que
o poder que havia nos cristãos superava em muito o de todos os magos e
feiticeiros, e aonde eles chegavam, por tanto poder eram até mesmo temidos.
Amem!
DELITOS E PUNIÇÕES
Nos tempos bíblicos
em meio ao povo de Israel, toda a espécie de crime era punido com rigor e para
alguns tipos de crime a sentença era a morte, por isto não havia muitos crimes,
eles não eram comuns.
Os crimes que eram
reprimidos pela lei eram os comuns: roubar, matar, caluniar, adulterar, etc,
mas se um judeu batesse e matasse um samaritano os homens do Sinédrio fingiam
que não houve nada, assim como se um rico desobedecesse à lei e cobrasse juros
de um pobre isto também era desconsiderado; e os saduceus estavam acima da lei,
eram os intocáveis.
O rigor na punição
(para o povo comum) devia-se ao fato de que as pessoas entendiam que Deus via e
julgava o povo como “um todo”, então qualquer crime era considerado
pecado contra Deus e ameaça contra a humanidade.
As leis de Moises
eram o código civil e foram instituídas por ocasião da aliança com o Senhor,
por isto eram imutáveis, isso no conceito judeu.
Para que a maioria do
povo vivesse em paz era necessário manter sob controle a minoria criminosa e
este sistema jurídico operava muito bem na maioria dos casos.
As penas geralmente
eram:
*Punição física, se
houvesse dano físico a vitima.
*Pena de morte, se
fosse pecado ou traição contra Deus.
*Indenizações – neste
caso o condenado continuava trabalhando e vivendo em sua comunidade para
indenizar a vitima.
Apesar de leis serem
imutáveis elas foram ganhando uma nova interpretação ao longo dos tempos e
modificando um pouco, isto fez com que de acordo com a época e conveniência
novas leis tenham sido acrescentadas a este código; não falamos do texto
bíblico, mas das leis civil de foram escritas de acordo com a lei de Moises.
CIDADES REFUGIO
Nos tempos bíblicos
foram criadas seis cidades refugio, que eram locais onde os criminosos podiam
refugiar-se e não podiam ser tocados enquanto estivessem lá; este era também um
modo de isolar o criminoso do povo comum.
Nos tempos bíblicos
se uma pessoa matasse alguém mesmo acidentalmente sua vida correria perigo,
pois se os parentes da vitima o encontrassem deveriam mata-lo, isto era um
costume do povo, era uma obrigação da família da vitima.
No entanto, o
assassino somente poderia se refugiar lá se fosse julgado e declarado inocente,
se fosse provado que a morte foi acidental; eles não poderiam simplesmente
matar e fugir para uma delas.
O assassino deveria
permanecer nesta cidade e se fosse encontrado fora de seus limites então
poderia ser morto, somente poderia sair de lá quando o sumo sacerdote morresse,
mas a lei não deixava claro que sumo sacerdote era esse (Nm 35.28), então
entendiam que era o sumo sacerdote que o tinha julgado.
Se então o sumo
sacerdote morresse, ele podia ser livre de novo e se fosse morto pela família
da vitima, os assassinos eram então considerados culpados e condenados a morte.
As seis cidades
refugio que consta em Números 35:28 e Josué 20:6 são: Quedes, Siquém, Hebrom,
Ramote, Golã e Bezer, sendo três de cada lado do rio Jordão, e para chegar a
elas haviam sido construídas ótimas estradas.
As cidades refugio
talvez tenham sido inspiradas pela lei, talvez já existisse no antigo Egito,
mas nos tempos bíblicos a maioria dos reinos as tinha, não cabe nesta
disciplina discorrer sobre como elas eram administradas, mas somente as de
Israel.
TRIBUNAIS
Ao longo de sua história Israel passou por
profundas modificações no seu sistema judiciário.
De inicio o povo
mesmo executava as punições segundo uma tradução literal da lei, depois veio
Moisés que julgava a todos no deserto até que seu sogro Jetro o aconselhou a
estabelecer anciãos que fizesse isto, e este sistema se estendeu até a época
dos juizes.
Já no reinado de Davi
e Salomão, eles eram a suprema autoridade judiciária e indicaram outros seis
mil juizes para cuidarem de todas as causas (1º Crônicas 23:4).
O rei Josafá incluiu
levitas, sacerdotes e chefes de família no sistema judiciário (2º Crônicas
19:8).
Na reconstrução de
Israel após o exílio babilônico, o rei Artaxerxes aconselhou a Esdras que
nomeasse juizes para ministrar a lei (Esdras 7:25).
E na época de Jesus o
Sinédrio era o tribunal, e lá havia setenta anciãos que julgavam, e como já
vemos havia muitos sumos sacerdotes entre estes 70. Estes sereuniam no templo
no salão das pedras polidas, e eles reivindicavam autoridade sobre todos os
judeus da terra, e enquanto isto os galileus chamados de “rústicos” e
“selgavens” ignoravam as decisões do sinédrio e continuavam a fazer justiça com
as próprias mãos.
Leia Atos 28:16-22.
Nas cidades mais
distantes havia os mini-sinédrios de 23 juizes para julgar causas menores e
nestes o castigo mais severo que se podia aplicar a um preso eram as 39
chicotadas.
Havia os tribunais
que julgavam as causas cíveis onde um cidadão comum poderia assumir o papel de
Juiz, e os tribunais de crimes que somente poderia ser julgados por sacerdotes
e levitas; cada juiz em cada um dos tribunais era auxiliado por um bom numero
de outros homens da justiça.
Quando uma pessoa
acusava uma outra ela deveria também sugerir a pena com a qual o acusado seria
punido, pois se ficasse provado que o acusado era inocente e que o acusador
havia levantado falso testemunho, então o acusador deveria sofrer a pena que
havia sugerido, e isto praticamente fazia com que o número de falsos
testemunhos fosse reduzidíssimo (Deuteronômio 19:16-21).
Nos tempos do império
romano, era dada muita autonomia a todos os povos de seu território, eles
tinham liberdade de culto, os governadores da região eram homens do povo, como
por exemplo, Herodes que era judeu, e podiam julgar aplicar as penas de acordo
com suas tradições, em nada disto o império romano interferia; mas se um
cidadão romano ao ser julgado apelasse para a justiça romana, então o caso
deveria sair das mãos do reino local e ir para Roma. Quando um cidadão romano
apelava para a justiça romana, isto causava grande irritação no tribunal local
que perderia aquela causa, e por muitas vezes o tal cidadão era assassinado
antes de chegar a Roma para ser julgado.
Apelar para a justiça
romana não era uma idéia muito boa, pois a pessoa demorava muito tempo para ser
julgada (Atos 28:16, 30), era muito severa, possuía penas de morte de dar
invejas aos nazistas e não estava preocupada nem com os seus cidadãos; na
verdade esta era uma mordomia providenciada pelo imperador Augusto séculos
antes.
Vamos lhe pedir agora
que leia uma passagem extensa, tenho certeza que a poderá entender um pouco
diferente, mas leia pausadamente, prestando muita atenção nos detalhes do texto
– Atos 21:27 até 25:12. Neste trecho estão contidos muitos elementos estudados
até agora.
Nos julgamentos na
maioria dos locais e povos havia as tomadas de depoimentos, e em Israel as
testemunhas juravam por Deus, pelo céu, pelo templo e pelo altar, (Atos
23:16-22), e não existiam os advogados de defesa no sentido atual, as testemunhas
e o acusado eram responsáveis pela defesa, mas se uma testemunha fosse alguém
douto ou não quisesse assumir o papel de defensor poderia fazer isto.
OS CRIMES
Crimes religiosos: Estes eram
considerados os mais perigos, pois, poderiam descaracterizar o judaísmo, pondo
tudo a perder, eram tratados com muita severidade, pois poderiam causar o desvio
espiritual de toda nação.
Crimes de violência: Israel tinha leis
rigorosas que puniam este tipo de crime, se um homem ferisse a outro, ele
deveria indeniza-lo e pagar as despesas médicas (Êxodo 21:18, 19). Se um homem
cavasse uma valeta e outro homem caísse nela, então também deveria ser
indenizado. Se dois homens estivessem brigando e isto causasse um aborto então
os dois deveriam indenizar o casal.
Se alguém agredisse o
pai ou a mãe, ou raptasse alguém a pena era a morte.
Para o estupro o
julgamento era complexo, se a vitima não tivesse gritado então os dois eram
apedrejados, mas se o homem fosse culpado, tinha de pagar a vitima 50 ciclos de
prata de casar-se com ela e não podia mais se separar.
Danos Materiais: Muitas eram as leis
que regulamentavam os vários crimes de danos materiais:
Quem roubasse uma
ovelha deveria devolver quatro.
Quem roubasse um boi
deveria devolver cinco.
Se o ladrão não
tivesse como pagar, deveria ser vendido como escravo, e o dinheiro desta venda
iria para a vitima.
Se um ladrão fosse
surpreendido assaltando pelo dono da casa e fosse de dia não poderia ser morto,
mas se fosse de noite sim.
Se um ladrão furtasse
um objeto deveria pagar o valor do objeto mais 20% a vitima.
Se alguém incendiasse
uma plantação vizinha, deveria pagar pelo valor dos produtos queimados.
E muito mais.
Crimes éticos: Tais crimes eram:
Mentir, enganar, avareza, adultério, prostituição, e muito mais, somente em
Levítico 18 existe uma grande lista de crime éticos de caráter sexual.
PUNIÇÃO
A lei do Talião, ou o famoso “olho
por olho e dente pó dente” não fazia parte somente da lei de Israel, mas de
muitos outros povos, tais como os babilônicos, assírios e muitos outros povos,
na lei está escrito em Êxodo 21:23, 24; Levítico 24:19, 20 e Deuteronômio
19:21. As autoridades exigiam que a lesão do agressor nunca fosse maior nem
menor do que e lesão por ele causada.
As chicotadas não poderiam
ultrapassar o numero de 40, por causa da lei (Deuteronômio 25:1-3), mas temendo
que a contagem pudesse errar e que este numero fosse ultrapassado, então
estabeleceram um numero máximo de 39, Paulo afirma que por cinco vezes recebeu
39 chicotadas, (2ª Coríntios 11:24). A vitima era deitada de bruços no chão e
tinha seus pés e mãos amarradas, para que tomasse as chicotadas. De inicio este
chicote era uma vara, mas com o tempo foi mudado para um chicote com tiras de
couro de bezerro, mas o chicote romano com o qual Jesus apanhou poderia matar
com facilidade, pois eram oitos tiras de couro com pequenas peças (15mm) de
metal na ponta.
Multas: havia crimes onde
em seu julgamento se criava uma divida que era assumida pelo criminoso para
indenizar a vitima, o valor era estabelecido pelo tribunal
Pena de morte : existiam muitos
crimes que eram punidos com morte.
*Se um homem se
casasse com uma moça e com sua mãe; ou uma filha de um sacerdote tivesse se
tornado uma prostituta – a pena era morrer queimado – Levítico 20:4.
*O apedrejamento
era outra forma de punição, e punia: adultério, sacrifício de crianças,
blasfêmia, feitiçaria, quebra de sábado, traição e rejeição dos pais – as
testemunhas deveriam atirar as primeiras pedras.
*Por espada:
esta era uma punição comum para a idolatria, mas bastantes cristãos foram
mortos a espada.
O império romano
tinha punição chamada de “o corpo da morte”, onde o corpo da
vitima era amarrado ao corpo de seu assassino, costa a costa, braços e pernas,
e enquanto entrava em decomposição o corpo da vitima contaminava o assassino
que em pouco tempo (1 mês) morria; Paulo usa a imagem desta execução para
comparar o corpo da morte ao velho homem já morto alertando que o
homem morto poderia contaminar ao novo homem renascido em cristo
– leia Romanos 7:20-24, e ele falava aos romanos que conheciam bem a esta
execução.
AS PRISÕES
As leis de Israel não
diziam nada sobre encarceramento, quem fosse julgado e não fosse condenado à
morte, era punido ou assumia uma divida e em seguida já estava em meio a sua
sociedade, a idéia era restaurar o criminoso.
O povo judeu começou a praticar o
encarceramento na época de Esdras, talvez já influenciados por outras culturas.
Outros povos já
possuíam suas prisões e alguns personagens bíblicos foram presos nelas, tais
como José no Egito, Sansão, Joaquim pelos babilônicos, etc.
O encarceramento
praticado pelos judeus era nos moldes das outras nações, eram locais úmidos,
escuros e fétidos, o preso ficava atado a troncos, trabalhava forçado, era
surrado, e a alimentação era o suficiente para manter a vida, por isto Jesus
disse aos seus discípulos – Mateus 5:25, 26.
E também foi muito
forte da parte do Senhor quando ele disse aos seus discípulos que eles seriam
presos em Lucas 21:12; e realmente todos os quase todos os seus apóstolos
experimentaram a prisão.
DESOBEDIÊNCIA A
AUTORIDADES
Apesar de na maioria
das igrejas ser pregado que isto é sempre pecado e uma atitude negativa, vemos
no texto bíblico e ao longo da historia que para Deus o importante é a situação
em que a pessoa esta inserida.
Em Êxodo 1:15-21, as
parteiras desobedeceram às ordens do Faraó e mentiram a ele e Deus se agradou
delas e as beneficiou.
Daniel desobedeceu às
ordens do rei e continuou com as suas orações diárias.
Vemos isto claramente
em muitas passagens onde os profetas eram condenados por seus pronunciamentos,
os discípulos de Jesus somente continuaram pregando o evangelho porque
aceitaram viver como “foras da lei” por amor a Cristo, a ordem era para que
parassem as pregações, mas contra a vontade das autoridades eles continuavam a
trabalhar e por isto eram presos e castigados.
E inclusive o próprio
Jesus foi preso por desobediência as autoridades.
Se não houvesse esta
desobediência, o cristianismo não tinha sido levado avante, pois foram muitos
séculos de perseguição.
Mas para o povo em
geral a desobediência provinha dos movimentos de libertação do domínio romano.
Havia algumas forças
policiais, a força policial particular de Herodes que entrava no meio do povo e
ouviam o que as pessoas diziam, e as delatavam para serem punidas ou mortas.
Existia também a força policial do templo que policiava o templo e executava as
ordens do sinédrio, prendiam, puniam ou matavam conforme a decisão do sinédrio.
Havia também as
forças policiais do império romano, que certa vez salvaram Paulo de um
linchamento – Atos 21:30-36.
Paulo, aliás, era
privilegiado por uma determinação baixada pelo imperador Augusto que
estabelecia que nenhum cidadão romano poderia ser preso nem chicoteado e esta
lei o beneficiou por inúmeras vezes, algumas delas foram registradas – Atos
16:35-40; Atos 22:25-29, estas lindas passagens vale a pena serem lidas.
A crucificação era
uma pena praticada por muitos povos, pelos fenícios, persas, romanos, gregos, e
outros; pela lei romana um cidadão romano também não podia ser crucificado. Os
homens eram crucificados de costas para a cruz e as mulheres de frente para
ela.
PESOS, MEDIDAS E VALORES
Este capítulo ao
passo que é surpreendente é decepcionante, pois achamos que os valores de pesos
e medidas se restringem apenas às tabelas que encontramos nas Bíblias, nos
encontramos muito mais do que isto e também nos deparamos com uma
impossibilidade de determinar exatamente os valores da época.
Além da Bíblia,
muitos outros documentos históricos nos fornecem informações sobre os valores
na Antiguidade, e a arqueologia nos tem dado uma imensa contribuição neste
campo, podendo os exegetas estabelecer uma tradução mais perfeita para alguns
termos por causa destas descobertas.
Não há nenhum valor
que possa ser calculado como definitivo, quando as pesquisas bíblicas informam
certos valores, todos eles são aproximados e podem variar muito, exemplo:
quando o texto grego fala em dracma (uma medida de peso) este dracma se for
grego de Atenas possui 4,37 g ,
mas se for de Corinto pesa 2,87
g ; se o dracma for o romano (usado em Israel - também
chamado de denário) equivale a 16 ceitis (judaicos) ou 16 asses de cobre
(romanos) que era a moeda de menor valor, suficiente para comprar dois pardais.
Os estudiosos
bíblicos têm esta questão como um grande problema, determinar o que significam
os padrões de medidas existentes das Escrituras pode ser um problema sem
solução.
As informações
bíblicas acerca das antigas medições são insuficientes, a confusão na época
bíblica era tanta, que muitos valores de comprimento, peso, área e capacidade
chegavam a variar de cidade para cidade.
A medida de
comprimento mais citada na Bíblia é o côvado, e quando o texto bíblico o cita,
não podemos determinar com exatidão qual seria, as pesquisas bíblicas
históricas e arqueológicas por enquanto nos informam a medida de sete côvados
diferentes dentro dos territórios bíblicos.
Muitas das medidas
podem ser até engraçadas, tal como calcular volumes pensando em ovos de
galinha, ou na quantidade de terra em que poderia se plantar com uma determinada
quantidade de sementes, etc.
Hoje em dia, temos
muitas dificuldades de um sistema métrico para o outro sistema, alguns países
não aderiram ao convênio internacional de medidas (o Brasil aderiu), por isto
em muitos países temos medidas tais como: pés, jardas, polegadas, nós,
diferentes minhas, etc. Converter pés em polegadas é algo praticamente
impossível e nunca se obtém uma medida exata.
Como era então
complicada a vida do fiscal, que deveria conviver com a confusão de números, e os
cambistas que padrões poderiam possuir para trabalhar?
Os sistemas de medida
mais antigos do oriente médio eram os egípcios cananeus e mesopotâmicos, e os
sistemas e israelitas estavam alicerçados neles; mais tarde vieram os persas,
gregos e romanos.
Em Israel os levitas
estavam oficialmente responsabilizados por toda sorte de peso em medida – 1º
Crônicas 23:29.
As outras literaturas
judaicas que falam de pesos e medidas são o Talmude, o tratado de Epifânio
sobre pesos e medidas publicado em 392Ac, os escritos de Heródoto, os escritos
de Flávio Josefo, e outras talvez menos importantes.
Quando a medida trata
de valores (dinheiro), ela representa peso em prata, por exemplo: 1 Beca = 5,85 gramas , de que? De
prata. Mas isto também não significa organização, visto que as mesmas moedas
variavam de peso de região para região. Este capítulo do estudo tem a intenção
de lhes servir como um manual de consultas de cabeceira.
Em diante, nos
começamos a trazer (ou tentar) muitas informações juntamente com tabelas.
Medidas de
comprimento
|
|||||||
*Côvado ou
cúbito (Hebraico – Ammah / Grego –
Pêchus / Latim – Cubitus) ; o côvado era o padrão, as outras medidas partiam
dele.
|
|||||||
Mesopotâmico –
|
Grego –
|
Israelita –
|
|||||
Côvado Real
|
|||||||
Egípcio –
|
O Côvado de
Ezequiel – Ez 40.5 –
|
||||||
Vara ou Cana
(hebraico – Qaneh / Grego – Kalamos)
|
|||||||
Equivale a seis
côvados – Se fosse uma vara israelita tinha 266,76cm, se fosse uma vara grega
tinha 266,52cm – Não sabemos se outras sociedades além destas usavam esta
medida.
|
|||||||
Palmo (Hebraico –
Zereth)
|
|||||||
½ Côvado – se for um palmo de Israel =
22,23cm
|
|||||||
Largura da mão (
Hebraico – tepach ou topach)
|
|||||||
1/6 côvado comum
–7,41cm ou 1/7 do côvado real – 7,42cm
|
|||||||
Dedo (Hebraico –
Etsba)
|
|||||||
¼ da largura da mão
– 1,85cm
|
|||||||
Gômede – (Hebraico
- gomed)
|
|||||||
Esta medida aparece
em Jz 3.16 quando supostamente é traduzido errado para “côvado”, pois esta
era a medida do punhal de Eude e ele não poderia ter 44,46cm, isto é muito
grande. A septuaginta traduz como spthithamês (palmo), e a vulgata latina
como palmae manus (palma de mão), alguns pensam ser um côvado mais curto, já
outros um punhal muito grande e fora dos padrões.
|
|||||||
Medidas greco
romanas
|
|||||||
Côvado – 44,42cm
|
Pé – 29,61Cm
|
Braça – 1,85cm
|
|||||
Estádio (Grego -
estadion), 400 côvados -
|
Milha oficial –
1560,
|
||||||
Milha romana –
(grego – Mílio), 8 estádios –
|
Schoinos –
|
||||||
Medida persa
|
|||||||
Parasang –
|
|||||||
Distancia entre
pontos
|
|||||||
Quando os
israelitas queriam se referir a alguma distancia entre cidades ou regiões
usavam certas expressões que eram entendidas, pois significavam distancias.
|
|||||||
Um dia de viagem (a
pé) de
|
Viagem de um sábado
–
|
Um tiro de flecha -
?
|
|||||
Outras
|
|||||||
Cordel – Am 7.17 ;
Zc 2.1
|
Cordel de linho –
Ez 40.3
|
||||||
Medidas de
capacidade
|
||||||
Líquidos – Litros
|
||||||
Muitas medidas de
capacidade serviam para líquidos (litros) e sólidos (peso – Kg), visto que o
mesmo recipiente as vezes era usado como medida para os dois, como no caso do
módio, em sua maioria eram tipos de recipientes (vasos, jarras, potes, etc)
feitos tradicionalmente de um mesmo formato e dimensão , assim como as nossas
frigideiras e chaleiras.
|
||||||
Bato (Hebraico –
bath / grego – bátos) –
|
Hômer –
|
|||||
Him (vaso) -
(Hebraico – him) – 1/6 de bato –
|
||||||
Logue (Hebraico
- Log / Grego – Kotúle / Ulgaritico –
Lg / Coptico – Lok) – 1/12 de him –
|
||||||
Líquidos no NT –
Litros
|
||||||
Chestes (grego –
Kséstes / Latim Sextárius ) –
|
||||||
Metretas ou Almude
– (Grego – metretes) – de
|
||||||
Módio ou Alqueire –
(Grego – módios / Latim – modius) –
|
||||||
Choiniks (Grego –
Idem) - Em alguns textos traduzido como “medida”.
|
||||||
Libra (Grego – lítra
/ Latim – libra ) –
|
||||||
Secos – Kilos ou
Litros que vem ser pensados como Cm3
|
||||||
Hômer ou coro –
(Hebraico – chomer) = Carga de um jumento – de
|
||||||
Leteque – (Hebraico
– letheck) – ½ ou 1½ hômer – nada
exato.
|
||||||
Efa (cesto) -
(Hebraico – Ephah / Egípcio – Pt) – 1/10 de Hômer = 18,9L
|
||||||
Frações – (1/16 -
Ez 45.13 ; 46.14)(1/10 – Lv 5.11 ; 6.20 ; Nm 5.15 ; 28.5)
|
||||||
Seah – Difícil de
determinar – de
|
||||||
Ômer (Hebraico –
ômer/Grego – gómor)(Não é o hômer) – 1/10 efa –
|
||||||
Issaron – igual a
um ômer
|
Cabe (Hebraico –
kab) – 1/18 efa –
|
|||||
Secos no NT – Kilos
ou Litros que vem ser pensados como Cm3
|
||||||
Choiniks (traduzido
como medida) – 1,1L
|
Libra –
|
|||||
Módio – (Grego -
Módios) –
|
||||||
Lomer (Feixe) – Um
feixe de cereais ou de outro vegetal – deveria ter um diâmetro ou peso
aproximadamente estabelecido.
|
||||||
Medidas romanas
|
||||||
Ânfora
|
Congius
|
Quartário
|
||||
Sextário
|
Urna
|
|||||
Medidas cananéias
|
||||||
Hmr – Hômer
|
Lth – Leteque
|
Lg - Loge
|
||||
Medidas
mesopotâmicas
|
||||||
Qa (Silá dos
sumérios) – de
|
Sutu – 10 Qas
|
|||||
Imeru – A carga de
um jumento
|
||||||
Medidas Egípcias
|
||||||
Hkt –
|
Him – 1/10 de Hkt
|
|||||
Pesos
|
||
As unidades
monetárias eram os pesos abaixo em prata, portanto um siclo equivalia a 11.76
gr’s de prata em forma de uma moeda.
Mas nem isto era exato, os governos começaram a imprimir moedas com
valores que não condiziam ao material empregado na própria moeda, exatamente
como temos hoje. Quando tratava-se
de uma moeda de ouro o seu valor era bem maior e o texto bíblico por vezes
define isto, por exemplo : 1 siclo de ouro = 11.76 gr’s de ouro. Portanto o valor a moeda era
considerado por seu peso e material.
|
||
Talento - (Hebraico
– Kikkar / Grego – tálanton / Babilônico – biltu) – de
|
||
Mina – (Hebraico –
Maneh) – Haviam minas de 60 e de 50 siclos – 585 gr’s e 702 Gr’s
|
||
Siclo (pesar
(verbo)) - (Hebraico – Shakal) – entre 11,3 e 11,
|
||
Siclo do templo –
de
|
Siclo ordinário –
11.76 gr’s
|
|
Gera – 1/20 de
siclo – na Babilônia 1/24 de siclo – 2,49 gr’s
|
||
Beca – (Hebraico –
beqa) – ½ siclo – 5,85 gr’s
|
||
Pim - 1Sm 13.21 – 7,8 gr’s
|
Quesita (Hebraico –
qesitah) – Valor ?
|
|
Arrátel ou Libra
- (Hebraico – maneh / Grego – Mnã) –
Valor 327,5 gr’s
|
||
Ceitil ou Asse de
cobre – Pequena moeda de cobre, menor valor entre as moedas – 1/16 de
denário.
|
||
Denário, dinheiro
ou Dracma – salário de um dia de trabalho – não possuímos um valor exato, mas
equivale a 16 ceitis que são pequenas moedas de 6 gr’s de cobre = 96 gr’s, mas de que ? de cobre ou de
prata ?
|
||
Pesos gregos
|
||
Denário
|
Estarter – 4
denários
|
|
Mina – 100 Dracmas
|
Talento – 60 minas
|
|
Dracma
|
||
Pesos romanos
|
||
Siclo
|
Mina
|
|
Talento
|
Dracma – comprava
uma ovelha.
|
|
Quadrante
|
Didracma – 2
dracmas
|
|
Aureus – 25
denários de ouro – 123,3 gr’s
|
||
Asse de cobre =
1/16 de denário – 6 gr’s – comprava dois pardais
|
||
Pesos babilônicos
|
||
Siclo – 20 geras –
11,7 gr’s
|
Gera (Acádio –
giru) – 0,57 gr’s
|
|
Mina – (Acádio –
manu / Hebraico – maneh) – 60 siclos
|
||
Talento – (Acádio –
biltu) – 60 minas –
|
||
Pesos Egipcios
|
||
Deben –
|
||
|
||
Um peso de ouro era
igual ao dez vezes o mesmo peso de prata.
|
||
Netsefe – Significa
a metade de alguma coisa e praticamente poderia servir para tudo.
|
||
Medidas de área
|
Egípcias
|
Côvado – (do
Egípcio Mh) – 1 côvado de área = 1 côvado de largura por 100 Côvados de
comprimento
|
St’t – 100 côvados
=
|
Mesopotâmicas
(Babilônia e Assíria)
|
A área que um boi
poderia arar em um dia =
|
Imeru – A área em
que poderia ser plantada uma determinada quantidade de sementes, que
quantidade? E que sementes? Em Lv 27.16 podemos ler “cevada”.
|
Romanas
|
Jugum ou Jugerum –
Área que um par de bois seria capaz de arar em um dia =
|
Sulco (feito na
terra pelo arado) –
|
1 Seah de sementes
=
|
Seah – Medida de
sementes.
|
Israelita
|
Seah – medida e
sementes –
|
Jeira – (Hebraico –
tsemed = vareta ou julgo) = área que um par de bois consegue arar em um dia
|
Ômer de cevada – L
27.16 - quantidade de área que poderia ser plantada por um ômer de sementes
de cevada =
|
|
OBS : As sementes
eram calculadas em peso, volume, ou quantidade ?
|
Vamos trocar a carga
de três jumentos de trigo pela terra que uma junta de bois consegue arar em
cinco dias? Hoje em dia não usamos mais estas medidas, mas pergunta seria
motivos de risos se fosse empregada por nós em alguma oportunidade.
Nem arriscamos em
calcular muitos dos valores aqui expressos, mas encontramos também muitas
pesquisas bíblicas que mostram valores fixos, sem terem para isto nenhuma base
segura para isto, portanto não se preocupe com os diferentes valores das
diferentes versões bíblicas.
GOVERNO ROMANO
Israel era uma nação
pequena, portanto, estava sujeita a ocupação de todos impérios que assumiam o
controle da região, e assim foi com os assírios, babilônicos, persas, gregos e
romanos; estes impérios não só ocupavam as terras, mas também maltratavam os
povos que já havia nelas.
Durante todo este
tempo pequeno uma pequena parcela da população de Israel se mesclou com outros
povos perdendo sua identidade, mas grande parte do povo judeu possuindo traços
morais e religiosos bem distintos dos outros povos, eles não tiveram
dificuldades em não aderir a nenhuma cultura.
Mas o domínio do
império romano apesar de ser opressor dava grande vantagem e econômicas a
Israel, além do que desenvolveu em Israel o comércio, transportes, educação,
segurança militar e outras vantagens; eles não possuíam independência
administrativa mais estavam inseridos dentro de um governo muito organizado.
No ano 63 Ac o império romano que
vinha avançando tomou a Judéia, antes disso, eles já haviam estado sob domínio
grego durante 250 anos, quando isto aconteceu numa grande parte da população
judaica chegou a apreciar o fato, pois os conflitos com os gregos já estavam
chegando ao extremo.
O general Pompeu foi
quem liderou as forças romanas na invasão de Jerusalém, ele deixou os judeus
muito revoltados, pois, era muito impiedoso, assassinou alguns sacerdotes no
momento de um culto no templo, e teve a audácia de penetrar no santo dos
santos, o judeus ficaram profundamente magoado com toda esta profanação, esta
magoa impediu eternamente de haver alguma amizade entre o povo judeu e o império
romano.
Pompeu resignou ao
seu cargo no ano 50 Ac ,
quando então de Júlio César passou a ser o general de Roma, mas Pompeu ainda
gozava de grande prestígio por isto Júlio César matou-o no Egito onde estava
refugiado com isto Júlio César passou a se tornar o único e grande imperador de
Roma.Após sua morte em 44Ac, Marco Antônio governou as Gálias até o ano de 31Ac
quando foi derrotado por Otaviano na batalha de Áccio; Otávio assumia agora o
nome de Augusto (divino) e este governou do ano 30 Ac ao ano 14 depois de
Cristo.
CÉSAR AUGUSTO
Governo de Caio Julio César,
chamado de César Augusto, que significa imperador divino - de 30Ac a
14Dc. Até a historia e passível de interpretação, alguns crêem que César
Augusto somente começou seu governo ou pode consagrá-lo após 27 Ac quando derrotou os
bretões, alguns colocam está data em 29 de Cristo, e outros tal como nos
colocam esta data em 30 Ac ,
pois foi com a derrota de Marco Antônio que ele passou a ser a máxima
autoridade de Roma. Sob seu comando as tropas romanas tomaram o Egito, foi ele
também que decretou o senso que obrigou José e Maria a viajarem para Belém,
pois José era cidadão de Belém (Lucas 2:1), seu objetivo era acertar as
questões de impostos, tornando os mais exatos.
TIBÉRIO CÉSAR
Governo de Tibério Júlio César
Augusto, chamado de Tibério César - De 14 a 37 Dc. Foi durante o seu
governo que aconteceu todo o ministério de Cristo e os quatro primeiros anos da
igreja dirigida pelo Espírito Santo; foi um homem muito inseguro que em sua
velhice sofreu de problemas mentais, ficou conhecido como um homem libertino que
era dado a excessos sexuais.
GAIO OU CALÍGULA
Governo de Caio Júlio César
Germânico, conhecido como Gaio ou Calígula - De 37 a 41. Este imperador
provavelmente era desequilibrado mental, ele tinha certeza de que era deus. Ele
chegou até encomendar a confecção de uma estátua dele para ser colocada no
templo judaico, no santo dos santos, mas um dos homens envolvidos no projeto
sabiamente ou atrasou bastante com muita astúcia, e Calígula morreu antes de
sua estátua ficar pronta.
CLÁUDIO
Governo de Tibério Cláudio Nero
Germânico, conhecido como Cláudio - De 41 a 54. Os primeiros anos deste
governo foram generosos para com os cristãos, porém mais tarde começou a ter
suspeitas contra eles e passou a restringir um pouco a igreja, a Bíblia
menciona judeus que se encontravam em Jerusalém, pois tiveram que sair de Roma
por ordens de Cláudio (Atos 18:1, 2). O governo de Cláudio pensava ser o
cristianismo mais uma seita judaica, por isto perseguia judeus e cristãos
juntos. A grande fome que ia atingir todo o mundo previsto pelo profeta Ágabo
ocorreu durante este reinado (Atos 11:28).
NERO
Governo de Nero Cláudio César,
conhecido como Nero - De 54
a 68. Os primeiros anos deste reinado foram muito
positivos, mas este imperador também louco, que mandou matar a própria mãe, não
fez quase nada que merecesse elogio.
A sua perseguição aos
cristãos foi a mais sangrenta de todas, muitos cristãos foram torturados e
queimados vivos. Ele mandava o queimar vivos cristãos para iluminar os seus
jardins à noite, ele também culpou os cristãos pelo incêndio de Roma; mas
alguns acham que ele matava para se divertir. Apesar disto tudo foi a Nero o
que Paulo apelou em (Atos 25:10-12), isto nos traz uma imagem mais clara de
quem eram os fariseus, pois Paulo tinha mais esperança em Nero do que eles.
Depois de Nero o
império estava destruído, nem havia mais governo, a guarda imperial queria
eleger como imperador alguns homens e a guarda pretoriana desejava eleger
outros homens. Foi um ano (69) de 4 imperadores, a saber: Virginio, Galba, Oto
e Vitélio.
VESPASIANO
(Tito Flávio Vespasiano)
havia sido um dos eleitos e se firmou dando inicio a outra era dentro do
império, governou de 69 a
79.
TITO
(Tito Flávio
Vespasiano) governou de 79 a
81.
DOMICIANO
(Tito Flávio Domiciano)
governou de 81 a
96.
Após estes governos
Roma teve os chamados cinco bons imperadores.
NERVA
Marco Cocceio Nerva -
conhecido como Nerva - de 96
a 98.
TRAJANO
Marco Úlpio Trajano -
conhecido como Trajano - de 98
a 117, durante este governo com a morte do apóstolo João
finda a era apostólica.
ADRIANO PUBLIO
Públio Élio Adriano -
conhecido como Adriano - 117
a 138.
ANTONINO O ANTONINO PIO
Tito Aurélio Boiônio
Antonino - conhecido como Antonino o Antonino Pio - de 138 a 161.
MARCO AURÉLIO
Marco Aurélio
Antonino - conhecido como Marco Aurélio, ou o imperador filósofo - de 161 a 180.
O CULTO AO IMPERADOR.
Geralmente os
imperadores eram elevados a condição de deuses de três modos: A) Um ato
espontâneo do povo, o próprio povo passava automaticamente a cultuar o
imperador, B) Um ritual ao som de um imperador era declarado deus depois de
morto, quando então passava a ser adorado, e C) O próprio imperador
declarava-se deus em vida e exigia adoração, esta terceira opção não era bem
aceita e o imperador passava a ter conflitos que poderia terminar com sua
morte.Isto não passava de uma jogada política para que o povo acreditasse que
era um deus governando, isto aumentava o prestígio e diminui a possibilidade de
desobediência; e não participasse do culto ao imperador corria risco de vida,
portanto judeus e cristãos poderiam ser mortos a qualquer instante, eles não
eram bem vistos pelos governos de Roma por não aceitarem cultuar ao imperador.
GOVERNOS REGIONAIS.
HERODES
Herodes - de 37Ac a 04Dc -
Antes de governar todo o estado da Judéia havia sido rei da Galiléia, e era um
hábito aliado de Bruto e de Cássio que assassinaram Júlio César em 44 Ac .Mais tarde quando
Antonio estava no poder subiu ao cargo de rei da Judéia, foi com muita
dificuldade que conseguiu chegar a esta posição, pois, teve de livrar-se das
acusações de Antônio e esmagar toda suposição, em 37 Ac estava livre para
governar. Apesar de ser judeu poderia fazer qualquer coisa para agradar ao
imperador romano, até mesmo matar seu próprio povo.Após sua morte o seu reinado
(Judéia) foi dividido entre os seus filhos.
PILÁTOS
Pilátos - de 26 a 36Dc - Este foi um
governante que desmoralizou a legislação judaica, ele fazia se de autoridade
suprema sobre o templo, se algo não lhe agradasse ele poderia cancelar as
reuniões e dispersar o povo, as vestes do sumo sacerdote ficavam em seu poder e
quando ia à Jerusalém por ocasião das festas sagradas ele as emprestava o sumo
sacerdote, ele também controlava todo o dinheiro do templo, e em certa ocasião
confiscou boa parte desse dinheiro para construir um aqueduto, o que provocou
uma grande cólera entre judeus. Ele procedia assim para deixar bem claro aos
judeus não estavam totalmente livres para nada, pois dentre os judeus haviam
muitos movimentos de libertação do império romano. Pilátos não morava em
Jerusalém, mas em Cesaréia.
Certa vez Pilátos
ordenou que se matassem alguns galileus que se encontravam no templo em pleno
ato de adoração (Lucas 13:1, 2), quando alguns soldados da guarda romana
entraram no templo vestidos de túnicas com cassetetes escondidos nas mangas, e
chegando aonde estavam os galileus os massacraram, este ato foi condenável. Por
causa da sua situação delicada para com judeus (já havia sido chamado em Roma
para justificar alguns atos) ele não quis julgar a Jesus e, mas tentou
transferir a responsabilidade para Herodes Antipas.
FÉLIX
Félix - Quando Paulo deu
início ao seu ministério o governador da região já era Antônio Felix, que
chegara a Cesaréia eu ocupar o pretório, um magnífico palácio que fora
construído por Herodes o grande, dali era governada toda Judéia. Foi conhecido
como o governador muito ruim e violento.
O apóstolo Paulo certa vez teve a possibilidade de pregar o evangelho a
Félix (Atos 24:26) que o escutava na intenção de retirar dele algum dinheiro,
ele deixou Paulo o preço por dois anos simplesmente para agradar os judeus (v
27).
FESTO
Festo - Festo foi o
governador que sucedeu Félix, e ele trouxe alívio na relação com judeus, pois
mandou prender criminosos comuns, melhorou as estradas, deu mais liberdade
religiosa; foi a Festo que Paulo apelou a César. Na época dos outros
governadores eles não se preocupavam com criminosos comuns, por isto Felix foi
considerado pelos judeus como um bom governante.
OS PUBLICANOS
A administração de um
império gigantesco como o romano exigia enormes somas de dinheiro, para
construção de portos, anfiteatros, estradas, manutenção do exército, navios,
etc. Por isto em todos os lugares que estavam sob seu domínio eles tinham os
coletores de impostos, que em sua maioria eram pessoas da região, elas eram
adiadas, mas, protegidas pelo império, ninguém podia tocá-las.
Na época de Herodes
os judeus que trabalhavam para o império eram chamados de herodianos, eles eram
considerados mercenários, traidores e desonestos.
Para arrecadarem o
que seria necessário, eles criaram o sistema de concessões na cobrança de
impostos, esse sistema começara a dois séculos antes de Cristo, a tributação é
pesado, mas, atendia bem as necessidades do império.Neste sistema o detentor da
franquia deveria entregar ao império romano um determinado valor anualmente, e
ele poderia cobrar a sua parte que dependendo da consciência dele poderia ser
muito mais. O contrato que lhe dava para tal direito era feito com um juiz, e
poderia ter vigência de vários anos; estes juízes geralmente vendiam este cargo
por uma boa soma de dinheiro.
Os cobradores de impostos
sabiam que não poderiam estar em todos os lugares ao mesmo tempo, por isto
muitos negócios eram feitos sem que fosse pago nenhum imposto, eles permaneciam
nos locais de maior movimento; por isto eles poderiam sublocar a sua área a
terceiros mediante pagamento de comissão, e contratavam a quantos quisessem.
Eles eram muito
odiados pelo povo, pois cobravam muito dos pobres e dos ricos aceitavam propina
para não cobrar o cobrar muito pouco.
Com tudo isto Jesus
teve um contato muito próximo com eles o que aumentava o ódio dos fariseus, o
apóstolo Mateus era um publicando (Mateus 9:9), Jesus comia com os publicamos
(Mateus 9:10), e Zaqueu "o maioral dos publicamos" recebeu Jesus como
visita sua casa e o resultado desta visita foi muito positivo (Lucas 19:1-10).
A CIDADANIA ROMANA
Mais de 4 milhões de
pessoas reivindicavam direitos e privilégios que a cidadania romana
representava, Paulo era cidadão romano de nascença ele era de Tarso (At 22.28)
O cidadão romano não
podia ser preso, ou castigado de algum modo, só poderia ser detido pelo guarda
romana e julgado pela justiça romana.
Paulo foi preso e
chicotado por algumas vezes as se ele tivesse dito que era romano não teria
sido castigado, então penso que isto foi uma tática dele para fazer de seus
agressores seus devedores, quem cometesse injustiça com um cidadão romano
poderia ser preso ou morto, e já sabemos como eram horrendas as prisões.
A DESTRUIÇÃO DE
JERUSALÉM.
Durante o reinado de
Nero os judeus já haviam deixado o império muito saturado com suas rebeliões
para libertação do domínio do império romano, isto fez com que Vespasiano logo
após a morte de Nero enviasse seu filho Tito à Jerusalém para tomá-la e, Tito
sitiou o Jerusalém de 66 a
70 e a cidade caiu, Flávio Josefo conta em sua obra "a história dos
hebreus" a horrenda história que se passou dentro das muralhas enquanto a
cidade estava sitiada, ele relata que as mães cozinhavam seus bebês mortos para
terem o que comer, e quando se abriram as portas para o exército entrar só
havia muitos mortos e pessoas extremamente debilitadas. Depois deste fato
Israel só veio a reerguer-se em 1948 quando foi reconstituído estado de Israel
pela ONU.
ESPORTES
Durante sua história
o povo de Israel teve de conviver com a prática de esportes, em sua grande
maioria eles não aderiam a isto, mas os povos vizinhos apreciavam muitos os
esporte.
Alguns enxergam que o
esporte para o cristão é errado. Outros têm a visão de que nada há de errado
com esportes, muito pelo contrário, pensam eles, que o nosso corpo nos foi dado
por Deus e que devemos cuidar bem dele, os esportes então passam a ser
importante na vida do cristão; mas os gregos associavam os esportes ao
nudismo, os atletas deveriam competir nus e isto escandalizava demais os
judeus, já aos romanos não apreciavam a nudez nos esportes mas os jogos romanos
eram violentos e sangrentos e dava uma conotação negativa ao esporte, os
romanos haviam aprendido a importância dos
esportes por influência grega, mais o espírito sádico dos romanos
modificou-os a seu gosto.
Além destes problemas
de moral havia também a forte conotação pagã presente nos jogos gregos e
romanos, os jogos simplesmente eram todos dedicados a deuses.
Uma pequena parte dos
jovens judeus, no entanto, deixaram-se seduzir pela beleza e pelo atrativo
físico dos torneios atléticos, pois o esporte sempre delineou o corpo humano,
um corpo atlético sempre foi mais belo.
Os israelitas não
tinham entre si competições organizadas mais apreciavam desafios a sua força e
habilidade física, disputavam a precisão dos tiros de funda, a distância em que
arremessavam as lanças, etc. Em juízes 20:16 se relata que na época haviam 700
canhotos que conseguiam acertar um fio de cabelo como uma funda.
A paixão que os
gregos tinham pelo esporte decorre de uma busca de condições ideais de vida, e
a prática do esporte tinha por objetivo a formação de um corpo ideal, não só na
aparência, mas também saudável. Os jogos gregos e existiam desde o ano 780 Ac e eram dedicados aos
deuses do Olimpo.
Herodes o grande era
um judeu de espírito romano, grande parte de seu programa de construções foi
dedicada a construção de ginásios para a realização de eventos esportivos, o
que revoltava muito os judeus, pois as verbas era dos impostos coletados deles
; ele apreciava as corridas de carruagens e lutas corporais, e portanto
construiu anfiteatros em diversos locais da palestina: Cesaréia, Tariquéia,
Samaria e Jericó.
Mas como o passar do
tempo cada vez mais os judeus passavam a apreciar os esportes, nos tempos de
Jesus esta aversão já não era tanta, houve até o sumo sacerdote chamado Josué
(conhecido como Jasão, o vil) quem incentivou as competições esportivas, e por
isto foi acusado de corromper a nação. A importância que se dava aos esportes
era imensa, muitos autores escreviam obras alertando a sociedade que estavam
dispensando muito tempo e verbas para as práticas esportivas, as maiores arenas
tinham capacidade para 40.000 espectadores, o imperador Nero fez um acréscimo
ao "circo máximo" uma imensa estrutura que passou a ter capacidade
para 350.000 pessoas.
Herodes o grande,
assim como os romanos, ele apreciava muito as lutas entre homens e animais, no
ano 10 Ac
e abriu as festividades populares de Cesáreia com horrendas lutas que
terminavam com pessoas despedaçadas, mas apesar disso as pessoas se comprimiam
na arena para se deliciarem com os espetáculos, os lutadores entravam vestidos
com couraças e armados de espadas e facas para lutar contra leões, ursos,
elefantes, crocodilos, etc. Na parte da manhã os lutadores lutavam de armadura,
mas à tarde desarmados ou as vezes nus, normalmente estes lutadores eram
prisioneiros ou gladiadores profissionais.
O pior de tudo é que as crianças eram levadas às arenas desde que
nasciam para apreciarem tal coisa. Muitos cristãos eram vestidos com peles de
animais, e levados às arenas para que fossem atacados por cães ou por outros
animais maiores. As lutas entre homens poderiam ser individuais ou em equipe,
até a morte ou não.
O mais famoso
gladiador que já surgiu foi um homem chamado Teógenes, que viveu mais ou menos
na época de Salomão, nesta época os lutadores costumavam lutar com luvas de
couro cravejadas de pregos; os dois lutadores sentavam-se um à frente do outro,
cada um em uma laje de pedra, e dado o sinal para o início da luta começavam a
esmurrarem-se um ou outro até que um caísse morto; Teógenes enfrentou 1425
homens e matou a todos. Este tipo de luta era ainda praticado em Israel na
época de Cristo.
A luta livre
praticada entre os gregos era um esporte organizado e não era sangrento, pois,
havia um juiz que preservava a integridade dos lutadores.
O boxe que havia
entre os gregos era também muito apreciado e era semelhante ao boxe atual, mas
os lutadores não usavam luvas somente suas mãos e braços eram protegidos com
tiras de couro; não havia categorias de peso nem hounds, eles simplesmente se
esmurravam até que um só pudesse permanecer em pé.
OS GINÁSIOS.
O termo ginásio vem
do grego e significa nu.
Os gregos davam
grande importância ao teatro, as artes, ao intelecto e ao esporte, por isto 400
anos antes de Cristo eles criaram um programa integrado que visava a trabalhar
o corpo e a mente, aonde eram ensinadas as quatro categorias acima descritas.
Surgiram então os
ginásios que eram grandes centros de aprendizagem e treinamento, nestes locais
os jovens estudavam faziam teatro, artes e praticavam esportes, havia também
nos ginásios as casas de banho. Platão, Aristóteles e Cinosarges foram alguns
dos grandes nomes que lecionavam nestes ginásios.
No ano 170 foi
construído um ginásio grego em Jerusalém, nesta época os judeus já podiam
aceitar um pouco melhor a novidade, já estavam mais influenciados que cultura
grega.
CORRIDAS DE
CARRUAGENS
Quem viu o filme
Ben-Hur pôde ver uma das mais belas cenas que o cinema já produziu para
retratar as corridas de carruagens que havia na época de Cristo, Ben-Hur significa
filho de Hur em hebraico.
No inicio as
carruagens eram pesadas e servia somente para carga, eram lentas e puxadas por
jumentos, mas por volta do ano 2000Ac na mesopotâmia começaram a se fabricar
carroças mais leves puxadas a cavalos que se movia com mais agilidade, assim
ela foi introduzida no cenário militar e posteriormente nos ginásios de
esportes.
CORRIDAS A PÉ
Nos dias de Cristo já
havia o pentatlo, tinha também uma corrida denominada dromos que era uma volta
em torno de uma pista de 600 m .
OS PRÊMIOS
Naturalmente havia
uma premiação maior para os esportes preferidos do público, os cavaleiros de
corridas de carruagens que recebiam bons prêmios e alguns se aposentar com em
excelente situação financeira. Competições que não faltavam naquela época havia
pelo menos 150 grandes jogos esportivos.
O atleta que vencesse
em qualquer competição ganhava prêmios valiosos e ao retornar a sua cidade, era
lhe prestadas grandes honrarias, isto é na época de Cristo, porque séculos
antes a única coisa que os atletas ganhava era uma coroa de folhas que eles
levavam para casa com muito orgulho e em pouco tempo se secava.
MODALIDADES EXTINTAS
Naquela época havia
muitas modalidades dos jogos olímpicos (do Olimpo), que não existem hoje tais
como competição de dança, cambalhota, salto, equilíbrio, subida de cordas, e
outros. Muitas outras atividades foram perdidas como o tempo.
Os sangrentos jogos
romanos cessaram na época do imperador Teodósio no ano de 392.
PAULO E OS ESPORTES
É interessante
conferir no texto bíblico como Paulo usa por diversas vezes termos esportivos
em suas cartas; ele os usa para criar simbologias para ilustrar uma idéia que
queria expor.
ESCOLAS EPISTOLARES
Nos não tínhamos
planos de fazer deste assunto um estudo separado, pois nós temos um outro
estudo denominado educação onde caberia este assunto, mas devido a sua
importância nos resolvemos então destaca-lo.
Nos tempos de Jesus,
escrever uma carta não era simples como em nossos dias, quase todos sabiam escrever,
mas escrever cartas era uma especialidade, era um procedimento diferente, em
nossos tempos podemos fazer a seguinte comparação: muitos sabem escrever, mas
muitos poucos poderiam escrever uma escritura, pois isto é especialização de um
escrevente de cartório.
Uma carta nos tempos
de Cristo era um documento que deveria ao ser escrito passar por todas as
etapas pré-definidas para sua construção, o apóstolo Paulo de Tarso foi
conhecido como um grande mestre na arte de escrever cartas, isto ajudou as suas
cartas a serem multiplicadas, pois, quando elas chegavam nas escolas
epistolares os alunos as copiavam para as ter como exemplo de uma carta bem
construída.
Antes de haver as
cartas, a mensagem (epistolé) eram enviadas pelo mensageiro (courier),
que deveriam ir até o destinatário e quando o encontrasse deveria primeiramente
falar a ele toda a carta decorada como se fosse uma gravação, o courier também
deveria saber explicar qualquer ponto da carta que parecesse obscuro,
geralmente enquanto viajava ele tinha a oportunidade de repetir a carta diversas
vezes para não esquece-la.
Mas foram os persas
que transformaram a mensagem oral em mensagem escrita, mesmo assim o courier
passou a ter a importância de poder entender e compreender a carta para poder
explicar qualquer ponto que parecesse obscuro, além de lê-la em voz alta para o
destinatário ele poderia explicá-la; portanto quando o remetente contratava o
courier ele não somente lhe dava carta para entregar, mas a lia e a explicava
ao destinatário.
As cartas faziam a
comunicação entre pessoas separadas por longa distância, a comunicação era algo
muito complicado, pois alguém que estivesse em Jerusalém e enviasse um
mensageiro até Corinto, este deveria demorar a cavalo aproximadamente uma
semana para fazer este trajeto, e se a carta tivesse algum ponto duvidoso,
outras cartas seriam necessárias para que se esclarecesse a tal duvida, era um
processo muito caro e demorado; hoje nós temos a Internet e enviamos cartas de
um lado para outro do mundo com extrema facilidade.
As regras que
estudaremos a seguir têm
o objetivo de tornar o conteúdo das cartas o mais claro possível pelas tais
regras tornavam a escrita da carta algo muito sofisticada e comparado hoje em
dia a uma dissertação de mestrado.
A carta poderia ter
três propósitos definidos:
a)
Fornecer
informações - Relatórios militar ou documentos da burocracia estatal.
b)
Fazer
petições ou dar ordens/instruções - Relações sociais entre inferiores e
superiores, entre iguais, entre mestres e alunos.
c)
Desenvolver
ou manter contato pessoal - Correspondências de amizade e familiar.
Para cada um destes
três propósitos, haviam regras definidas para construção de cartas, daqui
para diante vamos estudar somente a terceira categoria que visa desenvolver
ou manter contato pessoal.
Quem escrevesse a
carta deveria saber o nível de instrução e limitação em pedir esclarecimentos
do destinatário, pois a carta também era feita adaptada ao nível de instrução
do destinatário. Preferencialmente a carta deveria ser escrita na linguagem que
o destinatário, mas teria facilidade em ler.
Alguns elementos da
cultura do destinatário deveriam ser usados para produzir exemplificações,
portanto se você fosse procurar um secretário para escrever uma carta a um
amigo seu na Pérsia, ele deveria saber escrever na língua persa, e conhecer
esta cultura para poder escrever usando as terminologias típicas desta cultura,
como se fosse um cidadão persa se comunicando com ele.
Os estudantes destas
escolas se exercitavam copiando cartas, imitando estilos, aprendendo
formulações que respeitavam as exigências sociais estabelecidas e toda uma gama
de recursos retóricos; estes exercícios visavam dar flexibilidade ao aprendiz
de modo que fosse capaz de produzir qualquer tipo de carta que lhe pedissem. Quem
soubesse escreve-las corretamente tinha bons ganhos garantidos, e dependendo da
qualidade de suas cartas poderia até mesmo ser contratado pelo império ou pelo
governo local.
Alguns manuais com
importantes regras de procedimentos foram escritos, mas, as orientações destes
manuais, em termos práticos, somente eles eram obedecidos à risca por novatos,
quem tivesse já uma boa experiência em escrever cartas poderia desenvolver o
seu próprio estilo não se distanciando muito das regras mais importantes.
Qualquer tipo de escrito
poderia ser formatado numa carta, ela tinha amplas possibilidades.
Se uma carta
pertencesse a uma troca de cartas, ela poderia então ter em si trechos de
outras cartas, em forma de conversação imaginária, esta mesma regra valia
também para acrescentar na carta trechos de outros documentos; esta regra fazia
com que a carta pudesse assimilar textos pertencentes a outros gêneros (sermão,
poesia, documento, outra carta, narrativa, ensaio, etc.) sem que os tais
interferissem na própria carta.
Após ler e estudar
com atenção este capítulo você entenderá porque a epistola aos Hebreus que não
é uma epistola (carta), mas têm formato de sermão, muitos pensam que é errado
este tipo de afirmação, mas é absolutamente correto, o documento "aos
hebreus" que temos em nossa Bíblia não é uma carta.
Os dois manuais de
construção de cartas chamavam-se Pseudo-Libanius (que possuía 41 tipo de
cartas) e Pseudo-Demetrius (que possuía 21 tipos de cartas), este último é o
mais usado; cada um tipo de carta deveria ter uma finalidade e para se alcançar
esta finalidade deveria se obedecer a algumas regras. Pelo que parece o
apóstolo Paulo tinha conhecimento destas duas escolas, enquanto a maioria das pessoas
utilizava uma só delas. O destinatário não iria conferir o método ou procedimentos
com as quais a carta foi construída, simplesmente ele poderia ler uma carta
muito clara, e este era o objetivo final.
A lista das
classificações de Pseudo-Demetrius vai abaixo na tabela.
Escola de Pseudo
Demetrius – Tipos de cartas
|
|||
1- Amigável
|
2- Comendatória
|
3- Censura
|
4- Condenatória
|
5- Severa
|
6- Consolação
|
7- Admoestação
|
8- Ameaçadora
|
9- Vituperativa
|
10- Indagatória
|
11- Louvor
|
12- Réplica
|
13- Consultiva
|
14- Congratulatória
|
15- Suplicatória
|
16- Agradecimento
|
17- Alegórica
|
18- Irônica
|
19- Narrativa
|
20 - Apologética
|
21- Acusatória
|
|
A CARTA DE PARÊNESE.
De acordo com as
regras de Pseudo-Libanius a carta de parênese ou parenética é aquela com o qual
o exortamos alguém a perseguir o evitar alguma coisa, uma das características
desta carta é exortar para que se continue no certo modo de vida, ela não
serviria para aconselhar o leitor a abraçar um novo caminho, mas enfatiza o que
já é do conhecimento do leitor.
Outra característica
da carta de parênese é que ela deveria fornecer um modelo de comportamento o
qual o leitor deveria se necessariamente em incitado a imitar. O recurso mais válido para isso é o
comportamento do remetente, pois ele jamais poderia aconselhar algo que não
pudesse viver.
A carta parênetica
possuía uma ampla gama de possibilidades: mandamentos, proibições, conselhos,
advertências, máximas, preceitos, conselhos como declarações, comparações,
explicações, apelos para a ação, catálogos de vícios e virtudes, sofrimentos,
apelo para autoridade e conhecimentos comuns e técnicas retóricas como:
hipérbole, antítese, paradoxo e ironias; todos estes elementos faziam parte
deste tipo de carta, e os notamos facilmente nas epístolas de Paulo. Deveria se
acrescentar também o comportamento do oponente que deveria ser evitado.
Tendo como exemplo a
carta aos Tessalonicenses, notamos traços bastantes característicos do estilo
parênetico.
A)
Paulo
recorda aos seus leitores de como eles receberam a palavra do evangelho (1:6;
2:13).
B)
A
carta não apela para uma mudança (conversão), mas lembra que os leitores já se
converteram (1:9), demonstrando sua eleição pela suas obras (1:3, 4).
C)
O
próprio Paulo é exemplo a ser imitado bem como as igrejas da Judéia (1:6 ;
2:14), e seu comportamento é contrastado como o de pregadores desonestos
(2:1-12).
D)
O
tema do sofrimento apostólico está presente (2:2) e visa fortalecer a
comunidade em seus próprios sofrimentos (2:14).
E)
A
instrução contida na carta não é algo novo mais recordação da instrução
recebida (4:2, 9; 5:1) para que se continue a pratica-la (4:11).
F)
Paulo
não hesita em usar de advertência (4:6-8) e dar ordens (4:11).
G)
O
reconhecimento do progresso de seus leitores de uma palavra de incentivo ficou
evidente no texto: a) alegria pelas boas notícias do estado espiritual da
comunidade (3:6), b) oração da interseção pelo crescimento de amor mútuo
(3:13), c) vida agradável a Deus (4.1), d) prática do amor e recomendação para
seu contínuo desenvolvimento (4:10,11), e) a base deste último item é o
comportamento honroso para com os de fora (4:12).
H)
Em
uma intenção consoladora Paulo responde a dúvidas de seus leitores com respeito
aos mortos (4:13-18), e a vinda do Senhor (5:1-11).
I)
E
diversos outros preceitos alistados em 5:12-22.
A CARTA PROTRÉPTICA (PROTREPTIKOS)
Este tipo de carta
tinha o objetivo inverso da parenética, pois ela visava persuadir o
destinatário a abraçar o "novo e diferente caminho de vida".
Este tipo de carta
não só era apenas empregada pelos cristãos para pregar a Cristo, era também
usado pelos filósofos para persuadir as pessoas a aderirem à suas ideias. Esta
carta deveria aconselhar seus leitores a seguir a superioridade do caminho
proposto, e também mostrar os benefícios advindos deste novo caminho.
Deste modo ela
deveria ser escrita em termos de novidades, de um tal modo que ao ser recebida
produzisse entusiasmo em seu leitor.
Ela também deveria
mostrar que o estilo de vida que o leitor vive no momento é inferior, incerto e
obscuro, apelos emocionais eram bem-vindos.
Quando o pregador
chegava a uma região ele geralmente fazia um discurso Protréptico.
Paulo era tão genial
na escrita de cartas que ele conseguia colocar elementos protrépticos em suas
cartas perenéticas: 1ª Tessalonicenses – 2:2; 1:9, 10; 2:3-6, nos pensamos que
ele tinha capacidade para inserir na carta todas as informações que quisesse do
modo mais sutil e correto, sem afetar sua construção, era genial.
A ESTRUTURA DA CARTA
Todas as cartas de
qualquer estilo ou classificação tinham uma estrutura tripartida: a abertura,
corpo e encerramento.
Na abertura se
escreviam os nomes do remetente, do destinatário e uma saudação, Paulo com
freqüência expandia os elementos da abertura. Em algumas vezes ele adicionava
elementos pessoais de identificação de sua autoridade como apóstolo, bem como
adjetivos da comunidade destinatária. (Exemplos: Romanos 1:7; 1ª Coríntios
1:2), e modificava a saudação usual por uma combinação de elementos
helenísticos e judaicos.
O corpo é introduzido
por uma ação de graças, juntamente com a introdução deveria conter insinuado os
temas tratados na carta. Então o corpo
da carta em si deveria ser escrito.
O encerramento das
cartas constava de uma saudação final que, nas cartas comuns geralmente
constava um desejo de saúde. Nesta parte também Paulo adicionava projetos de
visitas (Romanos 15:22-19; 1ª Co 16:5-9), recomendação de alguém (Rm 16:1, 2),
nomes de colaboradores (Rm. 16:21-23), saudação de próprio punho (1ª Co 16:21),
saudações nominais (Rm 16:3-15), incentivo à prática do ósculo santo entre os
irmãos (Rm 16:16 ; 1ª Co 16:20 ; 2ª Co 13:12; 1ª Ts 5:26) e uma bênção cristã
(1ª Co 16:13, 14; 2ª Co 13:13; Gl 5:13; 1ª Ts 5:28) ou um comentário final
sobre Cristo (Rm 16.25-27).
Paulo conseguia
suavemente deslizar de um assunto para o outro se utilizando de formas de
transição (1ª Ts 2:1, 13, 17; 3.1, 6;
4.1-2, 9, 13; 5.1, 12, 23), ele desviava do assunto mas em seguida utiliza os
elementos contidos neste desvio para voltar ao tema principal, poucos
arriscavam isto!
Esta estrutura
pode-se notar claramente na primeira carta aos Tessalonicenses:
*Abertura (1.1)
Remetente e destinatário – 1:1
Saudação 1:1
*Corpo (1:2-5:22)
Ação de graças (1:2-3:10)
Oração (3:11-13)
Exortações (4:1-5.22)
Vida em santidade (4:1-12)
A espera do senhor (4:13-5.11)
Outras exortações (5:12-22)
*Encerramento (5:23-28)
Oração (5:23, 24)
Pedidos finais (5:25-27)
Bênção (5:28)
As alterações
efetuadas por Paulo tinham sua razão de ser, pois, as cartas tinham objetivos
litúrgicos, elas foram moderadas para o culto comunitário, o culto doméstico,
ao passo que deveriam ser exatas eram também espirituais.
Ficou pensando como
nosso Deus é fantástico, pois durante toda a vida de Paulo o Senhor lhe deu
tanta cultura, para que depois usasse todo este conhecimento para produzir a
maioria das cartas do Novo testamento que chegariam até nossos tempos de modo
claro, e estas cartas chegam a nós claramente por causa do uso das regras
epistolares. A história diz que Paulo era um dos homens mais cultos do império
romano.
Pensamos que daqui
para diante ficará bastante difícil aos alunos deste curso ler a Bíblia e não
repararem nestes elementos contidos nas “cartas”, e é assim mesmo! Com o tempo
a sensibilidade para identificar estes elementos vai aumentando, mas alguém que
está envolvido diretamente com este tipo de analise é obvio que percebe no
texto elementos que não percebemos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário