FACULDADE DE TEOLOGIA
TESTEMUNHASHOJE
CURSO LIVRE
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
CONCEITO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
O termo “administração” vem do latim ad
(direção, tendência para) e minister
(subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção dos
assuntos de um grupo.
O conceito de Administração
é bastante amplo, mas em todas as definições existem duas palavras-chave:
gerenciamento e organização. Isso pode ser comprovado nas palavras dos
estudiosos Stoner e Feeman, os quais ensinam que Administração é o "processo de planejar, organizar,
liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os
recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”.
A administração é uma
ciência social que está relacionada a todas as atividades que envolvem
planejamento, organização, direção e controle. [...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos
pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio de
planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados
em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais
objetivos de maneira mais adequada à situação.
A administração já foi
chamada de “a arte de fazer as coisas através de pessoas”. Esta definição foi
dada por Mary Parker Follet.
A administração é essencial
em toda a cooperação organizada (e a igreja se enquadra), é a ação de dirigir o
bom andamento dos propósitos estabelecidos. Em nosso caso, como igreja, o
pastor tem que acompanhar os objetivos propostos pela igreja e transformá-los
em ação através de planejamento, organização, direção e controle de todos os
esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis a fim de atingir
tais objetivos.
I. ORIGEM
Desde o início dos primeiros
grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos, surgiu a necessidade de
estabelecer uma escala de comando
cuja função seria dirigir e gerir esses trabalhos coletivos. Diga-se de
passagem, que a Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a ser alcançado,
um propósito a ser atingido, um alvo para cumprir.
A administração é
necessária, pois desde muito cedo se verificou que é impossível ao homem
realizar a maioria das atividades que a própria sobrevivência lhe exigia, sem o
auxílio de outras pessoas. Mas esse auxílio só poderia ser eficaz em
determinadas circunstâncias, que pouco a pouco passou a conhecer. Como
resultado imediato, surgiu um conjunto de atividades e de atitudes que tomaria
o nome de administração e que, com o
decorrer do tempo, se transformou num campo definido de conhecimentos
científicos.
Muitos autores têm negado
que a administração constitua uma ciência na exata expressão da palavra. Na
verdade, toda ciência se caracteriza pelo conhecimento metodizado da verdade em
relação a um conjunto definido de fenômenos ou fatos. Se bem que, como todas as
ciências sociais, a administração apresente uma grande complexidade, devido aos
inúmeros fatores integrantes de seus fenômenos.
A administração apareceu como ciência independente no fim do século
XIX. “Todo homem procura obter o máximo com o mínimo de esforço”. Este
princípio determinou a procura do rendimento máximo para qualquer atividade
humana e, conseqüentemente, o estudo de como obter esse rendimento. Frederick
W. Taylor nos estados Unidos já no século XVIII comprovou que a baixa produção
em qualquer atividade se deve à falta de uma metodologia da produção.
ASPECTOS PRINCIPAIS
|
ABORDAGENS PRESCRITIVAS E NORMATIVAS DE
ADMINISTRAÇÃO
|
||
Teoria
|
TEORIA CLÁSSICA
|
TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
|
TEORIA NEOCLÁSSICA
|
Ênfase
|
Nas tarefas e na estrutura organizacional
|
Nas pessoas
|
No ecletismo: tarefas,
pessoas e estrutura
|
Abordagem da
Organização
|
Organização
formal exclusivamente
|
Organização
Informal exclusivamente
|
Organização formal e informal
|
Conceito de Organização
|
Estrutura formal como conjunto de órgãos, cargos
e tarefas
|
Sistema social como conjunto de papéis sociais
|
Sistema social com
objetivos a serem alcançados racionalmente
|
Principais
Representantes
|
Taylor, Fayol, Gilbreth, Gantt, Gulick,
Urwick, Mooney, Emerson
|
Mayo, Follet, Roethlisberger, Dublin,
Cartwright, French, Zalesnick, Tannenbaum, Lewin.
|
Drucker, Koontz, Jucius,
Newman, Odiorne, Humble, Gelinier, Schleh, Dale.
|
Característica Básica da Administração
|
Engenharia Humana e Engenharia de Produção
|
Ciência Social Aplicada
|
Técnica social básica e
administração por objetivos
|
Concepção do
Homem
|
Homo Economicus
|
Homo Social
|
Homem Organizacional e administrativo
|
Comportamento Organizacional do Indivíduo
|
Ser isolado que reage como indivíduo
(atomismo tayloriano)
|
Ser social que reage como membro de grupo social
|
Ser racional e social
voltado para o alcance de objetivos individuais e organizacionais.
|
Sistema de
Incentivos
|
Incentivos
materiais e salariais
|
Incentivos
sociais e simbólicos
|
Incentivos mistos, tanto materiais como sociais.
|
Relação entre Objetivos Organizacionais e
Objetivos Individuais
|
Identidade de interesses. Não há conflito
perceptível.
|
Identidade de interesses. Todo conflito é
indesejável e deve ser evitado.
|
Integração entre
objetivos organizacionais e objetivos individuais.
|
Resultados Almejados
|
Máxima eficiência
|
Satisfação do operário
|
Eficiência e eficácia.
|
Tabela 01: Esquema Comparativo das Teorias da Administração
Fonte: CHIAVENATO,1993, 627
|
A realização de um objetivo,
porém, se faz por meio de um processo divisível em partes ou etapas que, na sua
continuação, levam ao resultado final. Essas etapas podem ser definidas e caracterizadas por funções
específicas, marcadas por um grau maior ou menor de dificuldades que exigirão
um grau maior ou menor de especialização. Assim o processo de realização de um
objetivo pode ser estudado como uma série de funções especializadas; funções
que devem ser reunidas para se obter, da forma mais eficiente, o resultado
almejado. Veja abaixo as diversas teorias da administração.
II. A ADMINISTRAÇÃO
ECLESIÁSTICA
Embora possamos adotar
alguns princípios da administração secular, não obstante, a Igreja precisa ser
norteada por outros princípios. Em virtude de sua natureza, a Igreja não se confunde
com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua corporalidade, organicidade,
fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se perpetuam
na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos santos.
A missão da igreja é ser serva
de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à Trindade; pelo amor
interno, que confraterniza seus membros; pela fidelidade às Escrituras; pela
igualdade de seus componentes; pela missão evangelizadora entre todos os povos;
pelo incansável testemunho cristão.
1)
O Termo Bíblico para Administração
A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no
Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou
“administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou
“curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por
“administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4). O
conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a
gerência de um lar, e oikonomos
denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro
equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de
uma casa grande (Cf. Isaias 22:19, 21; Lc 16:1-17).
No Novo Testamento,
despenseiro (oikonomos) refere-se ao
administrador da casa e das
propriedades de um Senhor. No Evangelho de Lucas, o termo se emprega
alternadamente com “escravo” (Gr. doulos).
O despenseiro ou mordomo tinha direito legal de agir em nome do seu senhor, e
deveria ser fiel e prudente (Lc 12.42, 1Co 4.2). Um período de tempo
determinado era concedido ao despenseiro, embora ele não soubesse por quanto
tempo haveria de durar a sua administração.
Deus permite aos homens,
enquanto suas criaturas, serem despenseiros. Somos despenseiros sobre a criação
de Deus. Ao criar o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, Deus os fez
responsáveis. Na qualidade de criatura de Deus, o homem deveria cuidar da
criação que Deus colocou diante dele e à sua disposição, e desenvolvê-la. Isso
fez o primeiro casal responsável diante do Criador no exercício de domínio e
sujeição da natureza, assim como no relacionamento com outros homens e também
no seu relacionamento com Deus. “E Deus os abençoou e lhes disse: Sede
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes
do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra”.
Isso mostra o papel central que Deus havia reservado para o ser humano, dentro
de sua criação. Obedecendo ao Criador o ser humano estaria desenvolvendo seu
relacionamento com ele e sendo fiel. O homem estaria cumprindo o seu mandato
(Gn 1.26, 28, 2.15). O homem deveria tomar tempo para cultivar o solo, exercer
o domínio e, conseqüentemente, desfrutar do trabalho de suas mãos. Fazendo
assim, também estaria obedecendo ao Criador que o havia criado e equipado para
tais coisas. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, deveria, em
certo sentido, representar o Criador e fazer cumprir a sua soberana vontade.
Assim, exerceria uma espécie de papel de “gerência” ou de “mordomo”. Um dos
mais proeminentes ensinos da Bíblia é que o homem responde perante Deus. É
responsabilidade inescapável do homem que algum dia ele deve prestar contas ao
Criador.
Na sua inaudita graça, Deus
permite aos seus filhos serem despenseiros. Somos mordomos sobre a Casa de
Deus. “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10). O povo de Deus, a
comunidade de Deus, é sua casa (1Tm 3.15). Assim, o Novo Testamento, a partir
dos ensinos de Jesus Cristo, adverte-nos que a mordomia sábia e diligente, a
serviço do Mestre, é importante. Os despenseiros não devem considerar as
questões da casa como sendo assuntos particulares deles; são meramente
despenseiros dos dons que lhes foram confiados, e devem prestar contas de sua
administração. E a fiel administração determina que Deus confiará ao
despenseiro as riquezas maiores, verdadeiras.
O pastor possui funções
privativas e atribuições, que quando desenvolvidas, demonstram que está sendo
um bom administrador, um bom mordomo dos bens que pertencem ao Senhor:
2)
Funções privativas.
a)
Administrar os sacramentos (cerimônias).
b)
Invocar a Benção Apostólica sobre o povo de Deus.
c)
Celebrar casamento religioso com efeito civil.
d)
Orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor.
3)
Atribuições.
a)
Orar com o rebanho e por ele.
b)
Apascentá-lo na doutrina Cristã.
c)
Exercer as suas funções com zelo.
d)
Orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a
vida espiritual do povo de Deus.
e)
Prestar assistência pastoral.
f)
Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância, à adolescência, à mocidade,
bem como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados.
g)
Exercer, juntamente com outros presbíteros, o poder coletivo de governo.
III. FUNÇÕES PRECÍPUAS DOS
ADMINISTRADORES
Podemos identificar alguns
deveres em nossa responsabilidade como despenseiros de Deus? Tomamos como
referência os nossos (já assumidos) compromissos confessionais, para
identificar sete compromissos nos quais o administrador, individualmente, e a
Igreja, corporativamente, devem estar envolvidos. São deveres do crente e de
sua igreja, que aqui selecionamos, numa lista que não pretende ser exaustiva.
Para isto, vamos inicialmente oferecer citações da Confissão de Fé,
identificando a referência de capítulo e seção; a seguir, destacamos alguns
textos bíblicos relacionados ao compromisso em questão.
Como despenseiro da
multiforme graça de Deus, você deve:
1.
PROMOVER A PREGAÇÃO DO EVANGELHO AOS INDIVÍDUOS E ÀS NAÇÕES
A revelação do evangelho a
pecadores – para nações e indivíduos... Em todas as eras, a pregação do
evangelho tem sido feita em grande variedade de extensão ou limitação, a
indivíduos e a nações, de acordo com o conselho da vontade de Deus (20.3).
O evangelho é o único meio
externo de revelação de Cristo e da graça salvadora, e, como tal, é
abundantemente suficiente para isso (20.4).
No exercício desse poder de
que está investido, o Senhor Jesus chama a si aqueles que deste mundo lhe foram
dados pelo pai, através do ministério da Palavra, e por seu Espírito, a fim de
que possam caminhar diante dEle, em todos os caminhos que Ele lhes prescreve na
Palavra (26.5).
• João 10.16 – Ainda tenho
outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a
minha voz; então haverá um rebanho e um pastor.
• Mateus 28.19,20 – Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.
• Marcos 16.15 – E
disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
• Atos 1.8 – Mas recebereis
poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto
em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
• Romanos 10.14,15,17 –
Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem
nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não
forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam
cousas boas! E, assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de
Cristo.
O que você tem feito em prol
da pregação do evangelho aos indivíduos e nações? Você crê que tem
responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como você
tem se colocado na igreja diante deste dever?
2.
BATALHAR PELA PRESERVAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS, E TAMBÉM PARA QUE ELA SEJA
TRADUZIDA E DISSEMINADA NA LÍNGUA DE CADA NAÇÃO
Visto que as Línguas Originais
não são conhecidas de todo o povo de Deus – que tem direito e interesse nas
Escrituras, e que é ordenado a ler e examinar as Escrituras no temor de Deus –
os Testamentos devem ser traduzidos para a língua de cada nação, a fim de que,
permanecendo a Palavra no povo de Deus, abundantemente, todos adorem a Deus de
maneira aceitável, e pela paciência e consolação das Escrituras possam ter
esperança (1.18).
• 2 Timóteo 3.15-17 – E que
desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para salvação
pela fé em Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim
de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra.
• Isaías 8.20 – À lei e ao
testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva.
• Lucas 16.29,31 – Respondeu
Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos... Abraão, porém, lhe
respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão
persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.
• Romanos 15.4 – Pois tudo
quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela
paciência, e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
• 2 Pedro 1.19-21 – Temos
assim tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la,
como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a
estrela da alva nasça em vossos corações; sabendo, primeiramente, isto, que
nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca
jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens
[santos] falaram de parte de Deus movidos pelo Espírito Santo.
• Lucas 24.27,44 – E,
começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha¬lhes o que a
seu respeito constava em todas as Escrituras... A seguir Jesus lhes disse: São
essas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco; que importava se
cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos
Salmos.
• 2 Tessalonicenses 2.13 –
Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados pelo
Senhor, por isso que Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela
santificação do Espírito e fé na verdade.
• João 16.13,14 – Quando
vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as
cousas que hão de vir. Ele me glorificará porque há de receber do que é meu, e
vo-lo há de anunciar.
• João 6.45 – Está escrito
nos Profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da
parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.
• Colossenses 3.16 – Habite
ricamente em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai¬vos mutuamente
em toda sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais,
com gratidão, em vossos corações.
• Mateus 22.29 –
Respondeu-lhes Jesus: Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.
O que você tem feito a fim de
que a Palavra de Deus seja traduzida e disseminada na língua de cada nação?
Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem
feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?
3.
PROMOVER A ADORAÇÃO A DEUS, DO MODO PRESCRITO NAS SAGRADAS ESCRITURAS, O QUE
INCLUI O CULTO PÚBLICO E A CELEBRAÇÃO DAS ORDENANÇAS
[O Senhor Jesus] manda que
as pessoas assim chamadas caminhem juntas, formando sociedades locais, as
igrejas, para a edificação mútua e a devida performance do culto público que
Ele requer dos seus neste mundo (26.5).
Todos os crentes têm a
obrigação de congregar-se em igrejas locais, no lugar que lhes seja possível, e
quando lhes seja possível (26.12).
A adoração religiosa deve
ser dada a Deus (22.2), com a “oração com ações de graças” (22.3), “a leitura
das Escrituras; a pregação e o ouvir da Palavra de Deus; o ensino e a
advertência mútua; o louvor, com salmos, hinos e cânticos espirituais... a
administração do batismo, e a Ceia do Senhor: todos são partes da adoração
religiosa, que devem ser cumpridos em obediência a Deus, com entendimento, fé,
reverência e temor piedoso. Além disso, em ocasiões especiais devem ser usados
a humilhação solene, com jejuns, e as ações de graças, de uma maneira santa e
reverente” (22.5).
Deus deve ser adorado...
muito mais solenemente nos cultos públicos, os quais não devem ser intencional
ou inconseqüentemente negligenciados ou esquecidos, pois Deus mediante sua
Palavra e providência, nos conclama a prestá-lo (22.6).
O Batismo e a Ceia do Senhor
são ordenanças que foram instituídas de maneira explícita e soberana, pelo
próprio Senhor Jesus – o único que é legislador. Ele determinou que sejam
continuadas em sua igreja estas ordenanças, até o fim do mundo (28.1).
No cumprimento da ordenança
[da Ceia do Senhor], o Senhor Jesus determinou que seus ministros orem e
abençoem os elementos, pão e vinho, separando-os de seu uso comum para um uso
sagrado. Os ministros devem tomar e partir o pão; tomar o cálice e,
participando eles mesmos desses elementos, dá-los também, ambos, aos demais
comungantes (30.3).
• João 4.23 – Mas vem a
hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito
e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
• Romanos 1.25 – ...pois
eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura, em
lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém.
• Salmo 95.1-7 – Vinde,
cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o rochedo da nossa salvação. Saiamos
ao encontro, com ações de graça, vitoriemo-lo com salmos. Porque o Senhor é o
Deus supremo, e o grande rei acima de todos os deuses. Nas suas mãos estão as
profundezas da terra, e as alturas dos montes lhe pertencem. Dele é o mar, pois
ele o fez; obras de suas mãos os continentes. Vinde, adoremos e prostremo-nos,
ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós povo do
seu pasto, e ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirdes a sua voz...
• 1 Timóteo 4.13 – Até a
minha chegada, aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino.
• Colossenses 3.16 – Habite
ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai¬vos mutuamente
em toda sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais,
com gratidão, em vossos corações.
• Efésios 5.19 – ... falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e
cânticos espirituais...
• Atos 2.42 – E perseveravam
na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
• Atos 20.7 – No primeiro dia
da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia
seguir de viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até a
meia-noite.
• Marcos 16.16 – Quem crer e
for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.
• Mateus 26.26,27 – Enquanto
comiam, tomou Jesus um pão, abençoando-o, o partiu e o deu aos seus discípulos,
dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir tomou um cálice e, tendo
dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos.
• 1 Coríntios 11.26 – Porque
todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do
Senhor, até que ele venha.
O que você tem feito no
sentido de promover a adoração a Deus, do modo prescrito nas Sagradas
Escrituras? O que você tem feito pela manutenção do culto público e das
Ordenanças de Cristo? Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E
sua igreja, o que tem feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste
dever?
4.
PRESTAR ASSISTÊNCIA MATERIAL AOS MINISTROS DA IGREJA
Uma Igreja local, reunida e
completamente organizada de acordo com a mente de Cristo, consiste de membros e
oficiais. Os oficiais designados por Cristo serão escolhidos e consagrados pela
igreja congregada. São eles os anciãos (ou bispos) e os diáconos (26.8).
A incumbência dos pastores é
atender constantemente à obra de Cristo nas igrejas, no ministério da Palavra e
da oração, zelando pelo bem espiritual das almas que lhes foram confiadas, e
das quais terão de prestar contas a Cristo. As igrejas têm a incumbência de
prestar todo o respeito que é devido aos seus ministros; e fazê-los
participantes de todas as boas coisas materiais, de acordo com as
possibilidades de cada igreja, para que os ministros possam viver
confortavelmente e não tenham que emaranhar-se em ocupações seculares, podendo
também exercer hospitalidade para com os outros. Isto é requerido pela própria
lei da natureza, e pelo mandato expresso de nosso Senhor Jesus, que ordenou
“aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (26.10).
Embora a tarefa de serem
diligentes na pregação da Palavra seja, por definição de ofício, uma
incumbência dos bispos (os pastores) das igrejas, a pregação da Palavra não
está confinada exclusivamente a eles. Outras pessoas, que tenham sido dotadas e
preparadas pelo Espírito Santo, e que também tenham sido convocadas pela
igreja, podem e devem ocupar-se com a obra da pregação (26.11).
• Atos 6.4 – e, quanto a
nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.
• Hebreus 13.17 – Obedecei
aos vossos guias, e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas,
como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo;
porque isto não aproveita a vós outros.
• 1 Timóteo 5.17,18 – Devem
ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem
bem, com especialidade os que afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura
declara: Não amordaces o boi, quando pisa o grão. E ainda: O trabalhador é
digno do seu salário.
• Gálatas 6.6,7 – Mas aquele
que está sendo instruído na palavra faça participante de todas as cousas boas
aquele que o instrui. Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que
homem semear, isso também ceifará.
• 2 Timóteo 2.4 – Nenhum
soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é
satisfazer àquele que o arregimentou.
• 1 Timóteo 3.2 – É
necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher,
temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar...
• 1 Coríntios 4.1 – Assim
pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e
despenseiros dos mistérios de Deus.
• 1 Coríntios 9.6-14 – Ou
somente eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais vai
à guerra à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou
quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? Porventura
falo isto como homem, ou não o diz também a lei? Porque na lei de Moisés está
escrito: Não atarás a boca ao boi que debulha. Acaso é de bois que Deus se
preocupa? Ou é seguramente por nós que ele o diz? Certo que é por nós que está
escrito, pois o que lavra cumpre fazê-lo com esperança; o que debulha, faça-o
na esperança de receber a parte que lhe é devida. Se nós vos semeamos as cousas
espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais? Se outros participam
desse direito sobre vós, não o temos nós em maior medida? Entretanto não usamos
desse direito; antes suportamos tudo, para não criarmos qualquer obstáculo ao
evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados, do
próprio templo se alimentam; e quem serve ao altar, do altar tira o seu
sustento? Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam
do evangelho.
O que você tem feito no
sentido de assistir materialmente os ministros da Igreja? Em termos práticos,
qual a importância atribuída por você ao Ministério da Palavra? Você tem
contribuído para a manutenção de um Ministério fiel da Palavra em sua Igreja?
Você crê que tem responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem
feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?
5.
EXPRESSAR A COMUNHÃO DOS SANTOS, INCLUINDO A ASSISTÊNCIA AOS “DOMÉSTICOS DA FÉ”
Estando unidos uns aos
outros no amor, [todos os santos] têm comunhão nos dons e nas graças de cada
um; e têm a obrigação de cumprir os deveres públicos ou particulares que, de
uma maneira ordeira, conduzam ao bem-estar comum, tanto em questões espirituais
quanto materiais (27.1).
Os santos, ao fazerem sua
profissão de fé, comprometem-se a manter uma santa associação e comunhão para
adorar a Deus e prestar outros serviços espirituais, que tendam à sua mútua
edificação; também têm compromisso de socorrer uns aos outros em coisas
materiais, de acordo com as habilidades e as necessidades de cada um.
Esta comunhão, segundo a
norma do evangelho, deve especialmente ser exercida no âmbito familiar e nas
igrejas; mas, conforme Deus ofereça oportunidade para isso, também deve ser
estendida a toda a família da fé, a todos os que, em todo lugar, invocam o nome
do Senhor Jesus.
Entretanto, a comunhão de
uns com os outros, como santos, não destrói nem infringe o direito ou a
propriedade de cada pessoa, seus bens e possessões (27.2).
• 1 João 3.17,18 – Ora,
aquele que possuir recursos deste mundo e vir a seu irmão padecer necessidade e
fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos,
não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade
• Gálatas 6.10 – Por isso,
enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos
da família da fé.
• Hebreus 10.24,25 –
Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns, antes, façamos
admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.
• 1 Pedro 4.10,11 – Servi
uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da
multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de
Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que em todas as
cousas seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo a quem pertence a glória
e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.
• Tiago 2.14-17 – Meus
irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras?
Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem
carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós
lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o
necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não
tiver obras, por si só está morta.
• 2 Coríntios 9. 1,5-15 –
Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos...
Julguei conveniente recomendar-vos aos irmãos que me precedessem entre vós e
preparassem de antemão a vossa dádiva já anunciada, para que esteja pronta como
expressão de generosidade e não de avareza. E isto afirmo: aquele que semeia
pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também
ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza
ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos
abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência,
superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres,
a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá semente ao que semeia e
pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará
os frutos da vossa justiça; enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade,
a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. Porque o
serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também
redunda em muitas graças a Deus, visto como, na prova desta ministração,
glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de
Cristo e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos, enquanto
oram eles a vosso favor, com grande afeto, em virtude da superabundante graça
de Deus que há em vós. Graças a Deus pelo seu dom inefável!
O que você tem feito no
sentido de expressar a comunhão dos santos, com a beneficência aos “domésticos
da fé”? Em sua prática, isto é algo regular e freqüente? Você crê que tem
responsabilidades pessoais com isto? E sua igreja, o que tem feito? Como você
tem se colocado na igreja diante deste dever?
6.
BATALHAR PELA PROSPERIDADE E EXPANSÃO DE TODAS AS IGREJAS DE CRISTO, EM TODO
LUGAR E EM TODAS AS OCASIÕES
Os membros de cada igreja
local devem orar continuamente pelo bem e pela prosperidade de todas as igrejas
de Cristo, em todo lugar. E devem trabalhar para a expansão da Igreja, em todas
as ocasiões, exercendo cada um os seus dons e graças, na sua área de atuação, e
de acordo com o seu chamamento (26.14).
As igrejas – quando
dispostas pela providência de Deus de uma maneira em que isto seja possível
– devem desfrutar da
oportunidade e vantagens de manterem comunhão entre si, a fim de promoverem a
paz, o amor, e a edificação mútua (26.14).
(...) Segundo a mente de
Cristo, muitas igrejas devem reunir-se em comunhão, mediante representantes,
para considerar e opinar sobre o assunto de divergência; e o seu parecer deve
ser comunicado a todas as igrejas envolvidas (26.15).
• Romanos 16.1,2 – Recomendo-vos
a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de Cencréia, para que a recebais
no Senhor como convém a santos, e a ajudeis em tudo que de vós vier a precisar;
porque tem sido protetora de muitos, e de mim inclusive.
• Atos 11.29,30 – Os discípulos,
cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que
moravam na Judéia; o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros
por intermédio de Barnabé e de Saulo.
• 1 Coríntios 16.1,2 –
Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da
Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa,
conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas
quando eu for.
• 2 Coríntios 8.1-4, 11 –
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus concedida às igrejas da
Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram
abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande
riqueza da sua generosidade. Porque eles, testemunho eu, na medida de suas
posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos
rogos, a graça de participarem da assistência aos santos... Completai, agora, a
obra começada, para que, assim como revelastes prontidão no querer, assim a
leveis a termo, segundo as vossas posses.
• Filipenses 4.10, 14-17 –
Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a
meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava
oportunidade... Fizestes bem, associando-vos na minha tribulação. E sabeis bem
vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia,
nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente
vós outros; porque até Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o
bastante para minhas necessidades. Não que eu procure o donativo, mas o que
realmente me interessa é o fruto que aumente o vosso crédito. Recebi tudo e
tenho abundância; estou suprido, desde que Epafrodito me passou às mãos o que
me veio de vossa parte como aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível
a Deus.
O que você tem feito em prol
da prosperidade e expansão das igrejas de Cristo, em todo lugar? Tem batalhado
sempre, e em todas as ocasiões? Você crê que tem responsabilidades pessoais com
isto? E sua igreja, o que tem feito? Como você tem se colocado na igreja diante
deste dever?
7.
EXERCER OS “DEVERES DE NECESSIDADE E DE MISERICÓRDIA”
O dia de descanso é
santificado ao Senhor quando os homens... ocupam o tempo em... deveres de
necessidade e de misericórdia (22.8).
As boas obras, feitas em
obediência aos mandamentos de Deus, são os frutos e a evidência de uma fé
verdadeira e viva (16.2).
• Mateus 12.12-13 – Ora,
quanto mais vale um homem que uma ovelha? Logo, é lícito fazer bem aos sábados.
Então disse ao homem: Estende a tua mão. Estendeu-a, e ela ficou sã como a
outra.
• Tiago 1.27 – A religião
pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.
• Mateus 25.35-36 – Porque
tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era
forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me
visitastes; preso, e fostes ver-me.
• Mateus 6.2-4 – Quando, pois,
deres esmola... Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que
faz a tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que
vê em secreto, te recompensará.
• Atos 10.2, 4 – ...piedoso
e temente a Deus com toda a sua casa, e que fazia muitas esmolas ao povo e de
contínuo orava a Deus... E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas
subiram para memória diante de Deus.
• Efésios 4.28 – Aquele que
furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é
bom, para que tenha com que acudir ao necessitado.
O que você tem feito no
sentido de cumprir seus deveres “de necessidade e de misericórdia”? Isto se
constitui algo regular, um estilo de vida? Você crê que tem responsabilidades
pessoais com isto? Você crê que deveria canalizar este esforço, tanto quanto
possível, por meio do Corpo de Cristo, que é a Igreja? E sua igreja, o que tem
feito? Como você tem se colocado na igreja diante deste dever?
Ao nos referirmos a crentes
e igrejas confessionais, devemos nos lembrar que a questão, em rigor, não é:
Cremos que temos tais deveres? Tais deveres já estão pressupostos quando
fizemos a confissão pública de nossa fé naqueles termos, tanto como membros
individualmente, quanto também na comunhão do Corpo. Mas uma questão é
certamente pertinente: Quão importantes tais deveres têm sido para você e sua
igreja? Você tem dado de si mesmo, na proporção do dom de Deus, ou ainda acima
das suas posses, a fim de que, para a glória de Deus, tais propósitos sejam atingidos?
Em termos práticos, o quanto lhe tem custado regularmente, de tudo quanto Deus
lhe tem colocado para administrar? Ao recolher os frutos do sustento que Deus
lhe tem dado regularmente, você se reconhece despenseiro da graça de Deus?
No que diz respeito à
contribuição financeira, o princípio bíblico de uma participação regular,
sistemática, deveria ser assumido. Por que deveríamos pressupor que podemos
receber o sustento do Senhor e não contribuir regularmente, na mesma freqüência
e regularidade, para a obra do Senhor? Precisamos patentear o compromisso do
discípulo com seu Mestre, do membro com o Corpo, das ovelhas com os pastores,
da comunidade pactual com os pobres (especialmente os da família da fé), da
igreja local diante do mundo sem Cristo... Não deveríamos simplesmente
negligenciar nossos compromissos. E o seu compromisso com a Casa de Deus também
passa pelo fator financeiro. E neste caso, o desafio básico tem sido o mesmo em
toda a Bíblia: a sua renúncia e generosidade, e a priorização do reino de Deus
e sua justiça. E a expressão deste compromisso do crente, individualmente, e de
nossas famílias, coletivamente, deveria ser tão regular quanto o dom recebido,
e tanto quanto a medida de graça e generosidade que Deus coloca em nosso
coração. Esse nos parece um bom princípio. O Senhor e Mestre disse: “Porque
onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21). Onde está o
seu tesouro?
Devemos reconhecer a suprema
verdade de que somos despenseiros, e procurar exercer sabiamente a nossa
administração, com o auxílio do Pai. No reconhecimento desta verdade o crente
deve entregar-se ao Mestre e pôr tudo à sua disposição para o crescimento do
seu Reino. Assuma um compromisso de ser um melhor despenseiro, achado fiel e
prudente pelo Senhor.
IV. FUNÇÕES PRECÍPUAS DA
ADMINISTRAÇÃO
Como já afirmamos
anteriormente, Stoner e Feeman, ensinam que Administração é o "processo de
planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização,
e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os
objetivos definidos”.
Veremos agora, quatro
aspectos do processo da administração secular e que são também importantes na
vida da igreja:
1)
Planejar: Significa estabelecer os objetivos da igreja,
especificando a forma como eles serão alcançados. Parte de uma sondagem do
presente, passado e futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir os
objetivos traçados. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à
operacionalização das outras funções. Ao fazer o planejamento perguntamos: o
que queremos, quais são os nossos objetivos, qual nossa missão; que recursos
dispomos e quais deveremos buscar; quem nos irá ajudar nesta tarefa, etc.
2)
Organizar: É a forma de coordenar todos os recursos da igreja,
sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o
planejamento estabelecido.
3)
Dirigir ou liderar: Contrate e forme líderes que administrem a
igreja. Guardada as devidas proporções, é como um jogo de futebol, que em cada
jogo (obstáculo) tenha que ser vencido para que se ganhe o campeonato
(planejamento). Motivar e incentivar a equipe.
Delegue autoridade e
responsabilidade e cobre resultados. Elogie, premie, e comemore. Lidere a
equipe motivada e satisfeita para que o time alcance os objetivos. O trabalho
em equipe é que leva a igreja a ter sucesso pois acabou a era do “eu sozinho”.
Não acredito na administração democrática, mas sim na participativa, onde as
equipes envolvidas nos processos eleitos para se atingir os objetivos do planejamento
buscam juntas as soluções.
4)
Controle ou Coordenação: O que não é medido é difícil de ser
avaliado. O que não é cobrado não é feito. Esta atividade é que nos permite
dirigir e corrigir os trabalhos que não estão sendo feitos dentro do nosso planejamento.
Com o controle o líder pode premiar as equipes que atingem os objetivos.
V. A ADMINISTRAÇÃO DO
TEMPO
“Ponha as primeiras coisas em primeiro lugar e
teremos as segundas a seguir; ponha as segundas coisas em primeiro lugar e
perderemos ambas” C.S. Lewis
“Que
insensatez temer o pensamento de desperdiçar a vida de uma só vez, mas por
outro lado, não ter nenhuma preocupação em jogá-la fora aos poucos” John Howe
Nada caracteriza melhor a
vida moderna do que o lamento, “Se eu tivesse tempo...”
Esta é uma frase muito comum
em nosso dia a dia. Aqueles que estão sempre reclamando de falta de tempo
geralmente não têm métodos para utilizá-lo e, somente, comprovam que a
problemática do tempo é não saber o que fazer com ele.
Uma análise das tarefas
realizadas pelo pastor nos leva a fazermos a seguinte lista: as inúmeras e
cobradas visitas pastorais nos lares, reuniões com os presbíteros, reuniões
para discussões sobre os planos de trabalho, 4 ou cinco sermões semanais,
estudos bíblicos, cada um com uma média de duas a três horas de preparação, o
boletim semanal, compromissos para falar em outras igrejas, casamentos,
funerais, colocar em dia a leitura, visitas aos hospitais, algumas prioritárias
(especialmente os idosos) etc.
Normalmente, o resultado
desta correria para atender a tantos compromissos da agenda é a constante
tirania do urgente. Uma coisa é planejar nosso trabalho; outra é trabalhar
nosso plano.
Perguntas
para reflexão:
1) Quais tarefas inacabadas
são motivo de grande preocupação para você neste instante?
2) Faça uma lista de dois ou
três objetivos mais importantes em sua vida para as duas próximas semanas.
3) Quando foi a última vez
que você separou ao menos uma hora para analisar a direção em que você está
indo?
Há uma grande diferença entre
estar muito ocupado e ser produtivo. Claramente, podemos observar que existem
pessoas que se esgotam trabalhando e não conseguem progresso algum, enquanto
outras, com menor esforço, atingem objetivos e são bem sucedidas. Não podemos
esquecer também aqueles que vencem na vida trabalhando tanto que chegam a
sacrificar alguns valores extremamente importantes como o lazer, a família e,
às vezes, até a saúde. Há também aqueles que estão sempre girando em torno de
tudo, como verdadeiros furacões, em grande movimento. Contudo, quando
analisados com profundidade, pouca coisa apresentam de produtivo.
É provável que você já tenha
ouvido o termo "workaholic".É uma expressão americana que teve origem
na palavra alcoholic (alcoólatra). Serve para denotar uma pessoa viciada, não
em álcool, mas em trabalho. As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram,
no entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta
competição, necessidade (talvez mais adequado seria dizer obsessão) por
dinheiro, vaidade, sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar
algo a alguém ou a si mesmo. Podemos encontrar esta figura também no Ministério
pastoral.
Veja como podemos
caracterizar o "workaholic":
1. Trabalha mais que onze
horas
2. Almoça trabalhando
3. Não tira férias de vinte
dias há três anos
4. Eternamente insatisfeito
5. Acha que trabalha mais
que os outros
6. Fala ao telefone mais de
uma hora por dia (13% do dia)
7. Avalia as pessoas pelo
seu aspecto profissional e, depois, pelo pessoal
Em corolário das
características acima, podemos antever alguns sintomas geralmente
diagnosticados:
1. Ambiente tenso no lar;
2. Sensação de fracasso
pessoal;
3. Dificuldades financeiras;
4. Exigência de um padrão de
vida sempre superior, ou melhor.
Para não recebermos o rótulo
de "workaholic", primeiramente, necessitamos nos organizar melhor em
relação ao tempo e, dessa forma, conhecer os tipos de "ladrões ou
desperdiçadores de tempo", e como podemos resolvê-los. Mas antes, precisamos
entender que o tempo é :
Tempo:
uma estrutura teológica
O Salmo 118:24 não deveria
ser apenas um fato, mas nosso alvo em
nosso uso do tempo: este é o dia que o Senhor
fez. Nosso alvo é que nosso uso do tempo deste dia reflita uma genuína autoria
de Deus. O puritano Jeremiah Burroughs estabeleceu um excelente princípio:
Esteja
certo de seu chamado para todo empreendimento que você tiver à frente. Mesmo
que seja o menor empreendimento, esteja certo de seu chamado para o mesmo.
Então, com o que for que se encontrar, você pode aquietar seu coração com isto:
eu sei que estou onde Deus gostaria que eu estivesse. Nada no mundo aquietará o
coração tanto quanto isto: quando me encontro com alguma cruz, eu sei que estou
onde Deus gostaria que eu estivesse, em meu lugar e em meu chamado: estou no
trabalho que Deus estabeleceu para mim.10
Claramente isto envolve
considerar antecipadamente o que Deus nos tem chamado a fazer, confiante de que
este será o mais feliz e satisfatório uso de nosso tempo.
Um princípio semelhante
chega até nós através de Efésios 5:16, traduzido como ‘remindo o tempo’ e
‘fazendo o melhor de cada oportunidade’. O verbo é exagorazo. O ágora era o
mercado onde se comprava mercadorias e escravos. Exagorazo é fazer sua seleção a partir das opções disponíveis. Em
Efésios 5:16 o que está disponível é ton
kairon: o tempo, mas tempo de um certo tipo (pois existem duas palavras
para tempo em grego): o tempo de hoje visto como oportunidade, cheio de
possibilidades de realizações ou perdas ressentidas.
Se
combinarmos as palavras chegamos a este pensamento. Procuramos assegurar, como
visto tão extraordinariamente na vida de nosso Senhor, a autoria de Deus de
nosso tempo de tal forma que possamos dizer com confiança, ‘Este dia, o modo
como está rendendo, é o dia que o Senhor
fez; alegro-me e regozijo-me nele.’ É para esta tarefa que nos voltamos.
O
gerenciamento do tempo é tanto uma arte quanto uma ciência, e tem uma
literatura profusa. Uma grande quantidade de cursos sobre isto está disponível
tanto nas organizações seculares como nas cristãs.
Nas páginas a seguir daremos
algumas dicas que serão úteis para que possamos gerenciar melhor o nosso tempo:
1. Mitos sobre a
administração do tempo.
2. Razões para administrar o
tempo:
3. Desperdiçadores e
economizadores de tempo;
4. Dicas para se economizar
tempo;
5. Soluções práticas para
economizar tempo;
6. Como fazer reuniões
criativas.
I.
Mitos sobre Administração do Tempo
Comecemos por analisar
alguns mitos acerca da administração do tempo.
1)
O primeiro é que quem administra o tempo torna-se escravo do relógio. A
verdade é bem o contrário. Quem administra o tempo coloca-o sob controle,
torna-se senhor dele. Quem não o administra é por ele dominado, pois acaba
fazendo as coisas ao sabor das pressões do momento, não na ordem e no momento
em que desejaria.
A verdade é que administrar
o tempo não é programar a vida nos mínimos detalhes: é adquirir controle sobre
ela. É necessário planejar, sem dúvida. Mas é preciso ser flexível, saber fazer
correções de curso. Se você está fazendo algum trabalho e está inspirado,
produzindo bem, não há razão para parar, simplesmente porque o tempo alocado
àquela tarefa expirou. Se a tarefa que viria a seguir, em seu planejamento,
puder ser re-agendada, sem maiores problemas, não interrompa o que você vem
fazendo bem. Administrar o tempo é fazer o que você considera importante e
prioritário, é ser senhor do próprio tempo, não é programá-lo nos mínimos
detalhes e depois tornar-se escravo dele.
2)
O segundo mito é que a gente só produz mesmo, ou então só trabalha melhor, sob
pressão. Esse é um mito criado para racionalizar a preguiça, a
indecisão, a tendência à procrastinação. Não há evidência que o justifique, até
porque os que assim agem poucas vezes tentam trabalhar sem pressão para
comparar os resultados -sobre si mesmos e sobre os que os circundam. A
evidência, na verdade, justifica o contrário daquilo que expressa o mito. Em
contextos escolares, por exemplo, quem estuda ao longo do ano, com calma e sem
pressões, sai-se, geralmente, muito melhor do que quem deixa para estudar nas
vésperas das provas e, por isso, vê-se obrigado a passar noites em claro para
fazer aquilo que deveria vir fazendo durante o tempo todo. Nada nos permite
concluir que o que vale no contexto escolar, a esse respeito, não valha em
outros contextos.
3)
O terceiro mito é que administrar o tempo é algo que se aplica apenas à vida
profissional. Falso. Certamente há muitas coisas em sua
vida pessoal e familiar que você reconhece que deve e deseja fazer mas não faz
-"por falta de tempo". Você pode estar querendo, há anos, reformar
algumas coisas em sua casa, escrever um livro ou um artigo, aprender uma outra
língua, desenvolver algum hobby, tirar duas semanas sem perturbações para
descansar, curtir os filhos que estão crescendo, tudo isso sem conseguir. A
culpa vai sempre na falta de tempo. A administração do tempo poderá permitir
que você faça essas coisas em sua vida pessoal e familiar.
4)
O quarto mito é que ter tempo é questão de querer ter tempo.
Você certamente já ouviu muita gente dizer isso. De certo modo essa afirmação é
verdadeira -até onde ela vai. Normalmente damos um jeito de arrumar tempo para
fazer aquilo que realmente queremos fazer. Mas a afirmação não diz tudo. Não
basta simplesmente querer ter tempo para ter tempo. É preciso também querer o
meio indispensável de obter mais tempo -e esse meio é a administração do tempo.
Contrária a esses mitos, a
verdade é que administrar o tempo é saber usá-lo para fazer aquelas coisas que
você considera importantes e prioritárias, tanto no ministério pastoral, quanto
na vida pessoal. Administrar o tempo é organizar a sua vida de tal maneira que
você obtenha tempo para fazer as coisas que realmente gostaria de estar
fazendo, e que possivelmente não vem fazendo porque anda tão ocupado com
tarefas urgentes e de rotina (muitas delas não tão urgentes nem tão
prioritárias) que não sobra tempo.
Quem tem tempo não é quem
não faz nada: é quem consegue administrar o tempo que tem. Todos nós conhecemos
pessoas (um tio idoso, uma prima) que (pelos nossos padrões) não fazem nada o
dia inteiro e, no entanto, constantemente se dizem sem tempo.
Por outro lado, quem
administra o tempo não é quem está todo o tempo ocupadíssimo. Pelo contrário.
Se você vir algum que trabalha o tempo todo, fica até mais tarde no serviço,
traz trabalho para casa à noite e no fim de semana, pode concluir, com certeza,
que essa pessoa não sabe administrar o tempo. Quem administra o tempo
geralmente não vive numa corrida perpétua contra o tempo, não precisa trabalhar
horas extras -e, geralmente, produz muito mais!
Mas não se engane: o
processo de administrar o tempo não é fácil. É preciso realmente querer
tornar-se senhor de seu tempo para conseguir administrá-lo.
II.
Razões para administrar o tempo
1)
Tempo é Vida: o tempo é o recurso fundamental da nossa
vida, a matéria prima básica de nossa atividade.
Quando o nosso tempo
termina, acaba a nossa vida. Não há maneiras de obter mais. Por isso, tempo é
vida. Quem administra o tempo ganha vida, mesmo vivendo o mesmo tempo.
Prolongar a duração de nossa vida não é algo sobre o qual tenhamos muito
controle. Aumentar a nossa vida ganhando tempo dentro da duração que ela tem é
algo, porém, que está ao alcance de todos.
O tempo é um recurso não
renovável e perecível. Quando o tempo acaba, ele acaba mesmo. E o tempo não
usado não pode ser estocado para ser usado no futuro. O tempo não é como
riquezas, que podem ser acumuladas para uso posterior. Quem não administra o
seu tempo joga sua vida fora, porque um dia só pode ser vivido uma vez. Se o
tempo de um dia não for usado sabiamente, não há como aproveitá-lo no dia
seguinte. Amanhã será sempre um novo dia e o hoje perdido terá sido perdido
para sempre.
Mas o tempo, embora não
renovável e perecível, é um recurso democraticamente distribuído. A capacidade
mental, a habilidade, a inteligência, as características físicas são muito
desigualmente distribuídas entre as pessoas. O tempo, porém, enquanto estamos
vivos, é distribuído igualmente para todos. O dia tem 24 horas tanto para o
mais alto executivo como para o mais pobre desempregado.
Todos recebemos 24 horas de
tempo por dia. Na verdade, temos todo o tempo que existe: não existe tempo que
alguém possa guardar para si, em detrimento dos outros. Alguém pode roubar meu
dinheiro, os objetos que possuo. Mas ninguém consegue roubar meu tempo: outra
pessoa só conseguir determinar como eu vou usar meu tempo se eu o consentir.
Se é assim, devemos nos
perguntar por que alguns produzem tanto com o tempo de que dispõem e outros não
conseguem produzir nada -no mesmo tempo. Não é que os últimos não façam nada
(não são daqueles que se levantam mais cedo apenas para ter mais tempo para não
fazer nada): às vezes são ocupadíssimos, e, no entanto, pouco ou mesmo nada
produzem. A explicação está no seguinte: o importante é o que fazemos com nosso
tempo.
2)
Tempo é Dinheiro
É importante se compenetrar
do fato de que nosso tempo é valioso. Há pessoas e instituições que estão
dispostas a pagar dinheiro pelo nosso tempo. Por isso é que se diz que tempo é
dinheiro . Quem administra o tempo, na verdade, ganha não apenas vida: pode
também transformar esse ganho de vida em ganho de dinheiro.
Para alcançar um determinado
resultado ou produzir alguma coisa, com determinado nível de qualidade,
precisamos investir fundamentalmente tempo e/ou dinheiro.
Imaginemos exemplos
corriqueiros. Seu carro está precisando de uma limpeza. Ou é preciso consertar
a instalação elétrica de sua casa. Suponhamos que você saiba lavar um carro e
fazer um conserto elétrico com um nível de qualidade aceitável, e que em ambos
os casos o serviço vai levar cerca de uma hora de seu tempo.
Independentemente de quanto
valha a hora de seu tempo, se você não tem mais nada que realmente queira fazer
(como dormir, assistir a um jogo de futebol na TV, etc.), provavelmente vai
concluir que vale mais a pena você mesmo lavar o carro, ou consertar a
instalação elétrica, do que pagar um lava-carro ou um eletricista para fazer o
serviço. O uso de seu tempo economiza dinheiro, nesse caso. Se, porém, você
pode empregar seu tempo ganhando mais dinheiro do que você vai economizar, ou,
então, se há coisas que você queira fazer que são mais importantes, para você,
do que o dinheiro que irá gastar, provavelmente vai concluir que vale mais a
pena pagar um lava-carro ou um eletricista para fazer o serviço.
Por outro lado, mesmo que
você tenha tempo, se você deseja um trabalho de melhor nível de qualidade do
que aquele que é capaz de produzir, pode valer mais a pena pagar um bom
profissional para fazer o serviço.
A questão a manter em mente
é que o tempo tem um valor monetário para quem tem objetivos: a decisão de
empregá-lo ou não em determinada tarefa deve levar em consideração esse valor.
Se lavar o carro leva uma hora e você economiza dez reais fazendo, você mesmo,
a tarefa, então seu tempo, naquela situação, vale dez reais por hora. Por outro
lado, se você não tem nada mais a fazer, além da tarefa que está contemplando
realizar, então o fator tempo deixa de ser uma variável relevante.
Um outro exemplo pode
ajudar. Suponhamos que você não possua nem bicicleta, nem carro, nem
helicóptero e queira ir a uma certa cidade. Você pode ir a pé (e levar três
dias), alugar uma bicicleta (e levar várias horas), ir de ônibus (e levar cerca
de três horas, ponto a ponto), tomar um taxi (e levar um hora), ou fretar um
helicóptero (e levar quinze minutos). Cada uma dessas opções envolve um certo
uso de tempo e um determinado dispêndio de dinheiro. Se você tem pouco tempo e
bastante dinheiro, pode decidir gastar mais dinheiro e fretar o helicóptero. Se
você tem pouco dinheiro e bastante tempo, pode decidir ir a pé. Dependendo da
"mistura", você pode escolher uma das opções intermediárias.
A qualidade do resultado,
porém, também precisa ser levada em consideração. Indo a pé, você vai chegar à
cidade cansado, sujo, estropiado. Indo de helicóptero, você vai chegar como
saiu. Isso pode eventualmente pesar na decisão.
Digamos, portanto, que um
investimento de tempo T e de dinheiro $ produz um resultado com um determinado
nível de qualidade Q.
Se continuarmos a investir a
mesma quantidade de tempo e de dinheiro, é de esperar que a qualidade vai se
manter a mesma. Se aumentarmos o investimento de tempo, podemos manter a
qualidade diminuindo o investimento de dinheiro, ou vice versa.
Se aumentarmos o
investimento de tempo, mantendo o investimento de dinheiro estacionário, ou
vice-versa, podemos melhorar a qualidade, que pode ser mais melhorada ainda se
aumentarmos ambos os investimentos. Se diminuirmos o investimento de tempo, mantendo
o investimento de dinheiro estacionário, ou vice-versa, iremos piorar a
qualidade, que pode ser pior ainda se reduzirmos ambos os investimentos.
Por aí você vê que pode
trocar seu tempo por dinheiro. Na verdade, o trabalho é uma permuta de tempo por
dinheiro: alguém me paga pelo meu tempo (isto é, pelo meu tempo produtivo). E
isso nos traz à questão da produtividade.
3)
Administração do Tempo e Produtividade
Quem administra o tempo,
aumenta sua produtividade. Produtividade é o produto da eficácia pela
eficiência.
Ser eficaz é fazer as coisas
certas, isto é, fazer aquilo que consideramos importante e prioritário. Ser
eficiente é fazer as coisas certo, isto é, com a menor quantidade de recursos
possível.
Ser produtivo é fazer certo
as coisas certas, isto é, fazer aquilo que consideramos importante e
prioritário com a menor quantidade de recursos possível. E tempo é um recurso
fundamental: nada pode ser feito sem tempo. Por isso ele é freqüentemente
escasso e caro.
É possível ser eficaz, isto
é, fazer o que precisa ser feito, sem ser eficiente. Todos conhecemos pessoas
que fazem o que devem fazer, mas levam tempo demasiado, ou gastam muito
dinheiro, para fazê-lo. Essas pessoas são eficazes mas ineficientes.
Por outro lado, todos
conhecemos pessoas que fazem, de maneira extremamente eficiente, coisas que não
são essenciais, que não têm a menor importância. Quem consegue colocar cem mil
pedras de dominó em pé‚ sem derrubar nenhuma, possivelmente seja muito
eficiente nessa tarefa, mas extremamente ineficaz.
Vemos, talvez até mais
freqüentemente, pessoas que são ineficazes e ineficientes. Todos já vimos o
balconista de loja ou o caixa de banco que tenta atender a mais de um freguês
ou cliente ao mesmo tempo, que simultaneamente tenta responder às perguntas de
outro, conversar com colegas que vêm pedir informações ou jogar conversa fora,
etc. Esse indivíduo parece ocupado, na verdade está ocupado, mas é improdutivo:
no mais das vezes não consegue fazer as coisas que devem ser feitas nem fazer o
que faz de maneira correta.
Tornar mais eficiente quem é
ineficaz (por exemplo, dando-lhe um computador) às vezes até piora a situação.
Um exemplo exagerado pode ajudar. Um bêbado a pé é ineficaz e (felizmente)
ineficiente. Se o colocarmos ao volante de um automóvel, poderá tornar-se muito
mais eficiente em sua ineficácia (isto é, fazer muito mais rapidamente o que
não deveria fazer, causando um dano muito maior).
Ser produtivo, portanto, não
é a mesma coisa que ser ocupado. Está errado o ditado americano que diz:
"Se você quer algo feito, dê isso para uma pessoa ocupada". A pessoa
pode ser ocupada e não produtiva, em cujo caso não fará a tarefa adicional que
lhe está sendo pedida.
4)
Administração do Tempo e Redução de Stress
Quem administra o tempo
reduz o stress causado pelo mau uso do tempo. Aqui também a idéia de mau uso ou
desperdício do tempo pressupõe a noção de objetivos.
Se não tenho nenhum
objetivo, seja profissional, seja pessoal, então provavelmente vou deixar o
tempo fluir, despreocupadamente, como um rio que passa por debaixo de uma
ponte. Não há como avaliar meu uso do tempo nesse caso. A única coisa que posso
querer fazer é "matar o tempo". Numa situação como essa,
provavelmente não vou ter stress.
O tempo aparece como bem ou
mal usado apenas para a pessoa que tem objetivos, que quer realizar alguma
coisa. O bom ou mau uso do tempo depende do que se pretende alcançar . O mau
uso do tempo causa stress porque tempo mal usado é tempo usado para fazer
aquilo que não consideramos importante e prioritário.
Usar o tempo de forma não
planejada não equivale, necessariamente, a fazer mau uso do tempo (como já se
indicou). Freqüentemente temos que alterar nosso planejamento, fazer coisas que
não estavam na nossa agenda. Nosso tempo só terá sido desperdiçado se essas
alterações nos levarem a fazer coisas que não consideramos importantes.
Mau uso do tempo não é ficar
sem fazer nada, gastar tempo no lazer, dedicar tempo a hobbies ou à família, se
é isso que julgamos importante e queremos -e todos nós desejamos isso em
determinados momentos. Se, entretanto, num dado momento, você realmente quer
estar lendo um livro, ou trabalhando num relatório, e se vê obrigado a fazer um
passeio com as crianças, ou a entreter familiares, você se sente tenso, porque
o tempo não estará sendo utilizado para aquilo que você considera importante e
prioritário naquele momento -e, portanto, não estará sendo bem usado.
É sempre bom lembrar que, da
mesma forma que o mau uso do tempo causa stress, o bom uso do tempo normalmente
traz satisfação, sentido de realização e felicidade.
III.
LADRÕES E ECONOMIZADORES DE TEMPO
Entendemos por
"desperdiçadores de tempo" disfunções que provocam o uso inadequado
ou insatisfatório do tempo na perspectiva do pastor e líder ou da igreja.
Uma pesquisa feita em vinte
e um países, com aproximadamente dois mil executivos de várias organizações,
apresentou como desperdiçadores de tempo mais comuns, trinta e sete itens.
Vamos detalhar abaixo os
principais desperdiçadores de tempo que tenho visto no meu pastorado:
1. Falta de Planejamento;
2. Telefonemas
3. Distrações
4. Visitas inesperadas;
5. Tarefas inacabadas ou
falta de disciplina no cumprimento da agenda;
6. Definição clara de
objetivos na execução das tarefas;
7. Falta de delegação ou
Centralização de poder. Excesso de compromissos: Incapacidade de dizer
"não": O excesso de tarefas freqüentemente paralisa: a pessoa não
sabe por onde começar e acaba ficando imobilizada.
8. Menosprezo ou ênfase
inadequada em certas atividades;
9. Indefinição de
prioridades e cobrança incompleta e descontínua;
10. Fragmentação e
superficialidade;
11. Excesso de reuniões
(algumas desnecessárias) e burocracia interna;
12. Indefinição de
prioridades;
13. Má utilização dos
recursos (telefone, fax, computador, Internet,);
14. Mesa entulhada ou
desorganização pessoal;
15. Arquivamente ineficiente
16. Proscrastinação: É
preciso distinguir a tendência à procrastinação do bom senso que recomenda não
tomar uma decisão no calor de uma discussão, ou quando não há informações
suficientes, ou coisa equivalente.
Por outro lado, você poderá
utilizar-se dos “economizadores de tempo” através da:
IV.
DICAS PARA SE ECONOMIZAR TEMPO
A seguir, apresentamos sete
técnicas eficazes, atitudes e comportamentos que podem economizar seu tempo:
Planejamento:
toda hora aplicada em planejamento eficiente poupa três ou quatro na execução e
produz melhores resultados.
Organização: a
organização é um outro fator facilitador na execução das tarefas; uma aliada do
tempo. Ela deve existir principalmente nas informações.
Delegação:
atribuição de tarefas para outras pessoas a fim de liberar o tempo para tarefas
mais importantes. É a chave da administração eficaz.
Benefícios
da delegação:
1) A delegação facilita o
trabalho do pastor;
2) A delegação aumenta a
produtividade,
3) A delegação dá
oportunidade a outros de desenvolver a capacidade de liderança,
4) A delegação dá ao líder
mais tempo de desenvolver sua vida espiritual.
Telefone:
use-o para evitar deslocamento desnecessário para obter informações.
Comunicação: a
linguagem simples, concisa e isenta de ambigüidades assegura a compreensão e
poupa o tempo com mal-entendidos.
Tomada
de decisões: a análise de decisão tem que ser precisa e
baseada em informações seguras para que o problema possa ser atacado de forma
imediata.
Concentração:
tempo mínimo (anterior a ação) que se julgar necessário para conseguir
progresso em menos tempo.
Enumeramos
abaixo soluções práticas que o ajudarão a economizar tempo:
1. Estabeleça metas: anuais,
mensais, semanais e diárias;
2. Programe suas tarefas e
atividades da semana e do dia, em função dessas metas;
3. Faça as coisas em ordem
de prioridade;
4. Saiba onde seu tempo é
realmente empregado;
5. Estabeleça data e hora
para início e fim de cada atividade;
6. Elimine desperdiçadores
de tempo;
7. Utilize uma agenda ou um
calendário de reuniões;
8. Crie uma lista de
afazeres;
9. Organize as tarefas;
10. Organize seu acesso com
rapidez de informações usadas com freqüência.
VI. COMO FAZER REUNIÕES
CRIATIVAS
Vamos a algumas dicas que
tornarão suas reuniões mais criativas e geradora de resultados:
1. Só convoque uma reunião
quando totalmente indispensável;
2. Estabeleça os objetivos;
3. Elabore uma pauta,
fixando tempo para cada assunto;
4. Coloque só as pessoas às
quais o assunto interessa;
5. Mantenha o rumo da
discussão;
6. Sintetize as conclusões;
7. Faça o acompanhamento de
todas as decisões tomadas.
CRITÉRIOS
DE CLASSIFICAÇÃO DAS TAREFAS E COMPROMISSOS
Os critérios de
classificação das tarefas e compromissos são pontos fundamentais para
corrigirmos nossos desperdiçadores de tempo. Quantas vezes não nos deparamos
com situações em que determinado compromisso era considerado como urgente?
Geralmente os critérios são distorcidos. Algumas tarefas são importantes e não
urgentes; outras, são importantes e urgentes; algumas, não são nem importantes
nem urgentes, de acordo com o quadro abaixo.
|
URGENTE
|
NÃO
URGENTE
|
IMPORTANTE
|
-Crises
Maiores - Pressão dos Projetos -Limite Crítico no Projeto -Emergências Familiares
-Desastres Naturais
|
-Preparação
- Planejamento -Prevenção de Crises -Criando Relacionamento -Manutenção
|
NÃO
IMPORTANTE
|
-Interrupções
- Alguns e-mails e telefonemas -Algumas reuniões -Pressão nos projetos devido
à proximidade dos prazos
|
-Dia-a-dia
- Alguns e-mails e telefonemas -Algumas reuniões -Pressão nos projetos devido
à proximidade dos prazos
|
Tendo em vista a otimização
do tempo, a idéia principal não é conseguir corrigir todos os itens que nos
levam ao desperdício de tempo. Até porque isso é impossível, visto que muitos
destes itens decorrem de fatores que não correspondem apenas ao lado pessoal,
como o ambiente de trabalho, por exemplo. Se focarmos em tentar resolver quatro
ou cinco pontos que consideramos críticos na nossa rotina cotidiana, teremos
uma considerável melhoria nos resultados, aumentando, assim, a produtividade.
Ratificando as citações
acima relatadas, denota-se que o tempo é distribuído democraticamente para
todos, sem distinção alguma. Percebemos vinte e quatro horas, igualitárias, a
fim de utilizarmos da maneira mais apropriada e conveniente. Infelizmente, não
temos muito controle para prolongarmos a nossa vida. O que podemos fazer, é
aumentarmos a vida, ganhando tempo dentro dela. E isso está ao alcance de
todos, basta um pouco de esforço e determinação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário