FACULDADE
DE TEOLOGIA TESTEMUNHAS HOJE
CURSO LIVRE
O CÂNON SAGRADO E SUA FORMAÇÃO NA SOCIEDADE
INTRODUÇÃO
Durante a formação do
Cânon Sagrado e sua história na sociedade, ocorreram alguns problemas na
formação e composição porque naquele período surgiram muitos livros, que deram
origem a questionamentos e contestações de seus conteúdos, suas origens e
autenticidades quanto à inspiração do Espírito Santo, conforme os princípios
doutrinários que norteiam nossa fé, cujos livros são chamados apócrifos. Quando
Deus criou o homem, ele o criou segundo a sua imagem e semelhança.
Posteriormente, em função da sua queda no Jardim do Éden com a consequente
perda de aliança e da comunhão com o Criador, houve a necessidade do homem se
religar a Deus, observando os seus estatutos, preceitos e seus mandamentos. Por
causa do pecado do homem, Deus manifestou a excelência de sua graça e os
benefícios da sua misericórdia em favor da salvação da humanidade. Agora, é sua
vontade e propósito prover todos os meios para redimir a humanidade decaída,
revelando-se ao homem através da sua palavra.
A formação do Cânon
Sagrado e sua história contribuem com clareza e propósito para o significado do
poder de transformação da humanidade, consignando-lhe o direito de voltar a
desfrutar da presença real do Criador. O nosso assunto é o estudo introdutório
e auxiliar das Sagradas Escrituras, para sua melhor compreensão por parte do
leitor. É também chamado Isagoge nos cursos superiores de teologia. Este estudo
auxilia grandemente a compreensão dos fatos da Bíblia. Um ponto saliente nele é
a história da Bíblia mostrando como chegou ela até nós. A necessidade desse
estudo é que, sendo a Bíblia um livro divino, veio a nós por canais humanos,
tornando-se, assim, divino-humana, como também O é a Palavra Viva - Cristo, que
tornou também divino-humano (Jô 1.1; AP 19.13). Pela Bíblia, Deus fala em
linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Por essa razão, a Bíblia
faz alusão a tudo que é terreno e humano. Ela menciona países, montanhas, rios,
desertos, mares, climas, solos, estradas, plantas, produtos, minérios, comércio,
dinheiro, línguas, raças, usos, costumes, culturas, etc. Isto é, Deus, para
fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do nosso
modo de pensar. Se Deus usasse sua linguagem, ninguém O entenderia. Ele, para
revelar-se ao homem, adaptou a Bíblia ao modo humano de perceber as coisas.
Destarte, o autor da Bíblia é Deus,mas os escritores foram homens. Na linguagem
figurada dos Salmos e das diversas outras partes da Bíblia, Deus mesmo é
descrito e age como se fosse homem. A Bíblia chega a esse ponto para que o
homem compreenda melhor o que Deus lhe quer dizer. Isto também explica muitas
dificuldades e aparentes contradições do texto bíblico.
O ÂMBITO DESTE
ASSUNTO
A Bibliologia estuda a Bíblia sob os seguintes pontos de
vista:
1. Observações gerais
sobre sua leitura e estudo.
2. Sua estrutura,
considerando sua divisão, classificação dos livros, capítulos,Versículos, particularidades
e tema central.
3. A Bíblia considerada
como o Livro Divino, isto é, como a Palavra escrita de Deus.
4. O Cânon sagrado:
sua formação e transmissão até nós.
5. A preservação e
tradução do texto da Bíblia. Isto aborda as línguas originais e os manuscritos
bíblicos.
6. Inclui ainda
elementos de história geral da Bíblia, inclusive o Período Interbíblico. Ou
Intertestamentário, e de auxílios externos no estudo da Bíblia: geografia
bíblica, usos e costumes antigos orientais, sistemas de medidas, pesos e
moedas; cronologia bíblica geral, história das nações antigas contemporâneas;
estudos das personagens e dos livros da Bíblia e das dificuldades bíblicas.
A RAZÃO DA
NECESSIDADE DAS ESCRITURAS
Deus se tem revelado
através dos tempos por meio de suas obras, isto é, da criação (SI.19.1-6; Rm
1.20). Porém, na Palavra de Deus temos uma revelação especial e muito maior. É dupla
esta revelação:
a) na Bíblia, que é a
PALAVRA DE DEUS ESCRITA, e b) Em Cristo, que é PALAVRA DE DEUS VIVA (Jo 1.1).
Esta dupla revelação é especial, porque se tornou necessária devido à queda do
homem. A necessidade do estudo das escrituras Isto está implícito em Salmo
119.130; Isaías 34.16; 2 Timóteo 2.15; 1 Pedro 3.15, e nos conduz a dois pontos
de suma importância:
(a) porque devemos
estudar a Bíblia, e
(b) como devemos
estudar a Bíblia. Estudar é mais que ler; é aplicar a mente a um assunto, de modo
sistemático e constante.
POR QUE DEVEMOS
ESTUDAR A BÍBLIA?
A. Ela é o único manual
do crente na vida cristã e no trabalho do Senhor. O crente foi salvo para
servir ao Senhor (Ef 2.10; 1 Pe 2.9). Sendo a Bíblia o livro texto do cristão, é
importante que ele a maneje bem, para o fiel desempenho de sua missão (2 Tm.2.15).
Um bom profissional sabe empregar com eficiência as ferramentas de seu ofício.
Essa eficiência não é automática: vem pelo estudo e prática. Assim deve ser o crente
com relação ao seu manual - a Bíblia. Entre as promessas de Deus nesse sentido,
temos uma muito maravilhosa em Isaías 55.11. Deus declara aí que sua Palavra
não voltará vazia. Portanto, quando alguém toma tempo para estudar com propósito
a Palavra de Deus, o efeito será glorioso quanto à edificação espiritual e ao engrandecimento
do reino de Deus.
B. Ela alimenta
nossas almas (Jr 15.16; Mt 4.4; 1 Pe 2.2). Não há dúvida de que o estudo da
Palavra de Deus traz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável
à alma, como o pão ao corpo. Nas passagens acima, ela é comparada ao alimento, porém,
este só nutre o corpo quando é absorvido pelo organismo. O texto de 1 Pedro.2.2
fala do intenso Apetite dos recém-nascidos; assim deve ser o nosso desejo pela Palavra.
Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual. Como está o seu apetite pela
Bíblia, leitor?
C. Ela é o instrumento
que o Espírito Santo usa (Ef.6.17). Se em nós houver abundância da Palavra de
Deus, o Espírito Santo terá o instrumento com que operar. É preciso, pois,
meditar nela (Js.1.8; SI.1.2). É preciso deixar que ela dominasse todas as esferas
da nossa vida. Nossos pensamentos, nosso coração e, assim, molde todo o nosso
viver diário. Em suma: precisamos ficar saturados da Palavra de Deus. Um
requisito primordial para Deus responder às nossas orações é estarmos saturados
da sua Palavra (Jô.15.7). Aqui está, em parte, a razão de muitas orações não
serem respondidas: desinteresse pela Palavra de Deus. (Leia o texto outra vez.)
Pelo menos três fatos estão implícitos aqui:
a) Na oração
precisamos apoiar nossa fé nas promessas de Deus, e essas promessas estão na
Bíblia,
b) Por sua vez, a
Palavra de Deus produz fé em nós (Rm.10.17). c) Devemos fazer nossas petições
segundo a vontade de Deus(1 Jo.5.14), e um dos meios de saber-se a vontade de
Deus é através da sua Palavra. Na vida cristã, e no trabalho do Senhor em
geral, o Espírito Santo só nos lembrará do texto bíblico preciso, se de antemão
o conhecermos (Jo 14.26). - É possível o leitor ser lembrado de algo que não
sabe? Pense se é possível! Portanto, o Espírito Santo quer não somente encher o
crente, mas também encontrar nele o instrumento com que operar a palavra de
Deus.
D. Ela enriquece
espiritualmente a vida do cristão (SI 119.72). Essas riquezas vêm pela revelação
do Espírito, primeiramente (Ef 1.17). O leitor que procurar entender a Bíblia somente
através do intelecto, muito cedo desistirá do seu intento. Só o Espírito de Deus
conhece as coisas de Deus (1 Co.2.10). Um renomado expositor cristão afirma que
há 32.000 promessas na Bíblia toda! Pensai que fonte de riqueza há ali! Entre
as riquezas Derivadas da Bíblia está a formação do caráter ideal, bem como a
moldagem da vida cristã. Como um todo. É a bíblia a melhor diretriz de conduta
humana; a melhor formadora do Caráter. Os princípios que modelam nossa vida
devem proceder dela. A falta de uma correta e pronta orientação espiritual
dentro da Palavra de Deus, especialmente quanto a novos convertidos, tem
resultado em inúmeras vidas desequilibradas, doentes pelo resto da existência.
Essas, só um milagre de Deus pode reajustá-las. Pessoas assim ferem-se a
revelação de Deus à humanidade. Tudo que Deus tem para o homem e requer do si
mesmas e aos que as rodeiam. A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo
que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber
espiritualmente da parte de Deus quanto à sua redenção, conduta cristã e
felicidade eterna estão reveladas na Bíblia. Deus não tem outra revelação
escrita além da Bíblia. Tudo o que o homem tem a fazer é tomar o Livro e
apropriar-se dele pela fé. O autor da Bíblia é Deus, seu real intérprete é
o Espírito Santo, e Seu tema central é o
Senhor Jesus Cristo. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia
para ser salvo, e praticar a Bíblia para ser santo.
COMO DEVEMOS ESTUDAR
A BÍBLIA?
A. Leia a Bíblia
conhecendo seu autor. Isto é de suprema importância, é a melhor maneira de
estudar a Bíblia. Ela é o único livro cujo autor está sempre presente quando é
lida. O autor de um livro é a pessoa que melhor pode explicá-lo. A Bíblia é um
livro fácil e ao mesmo tempo difícil; simples e ao mesmo tempo complexo. Não basta
apenas ler suas palavras e analisar suas declarações. Tudo isso é
indispensável, mas não basta. É preciso conhecer e amar o Autor do Livro.
Conhecendo o Autor, a compreensão será mais fácil. Façamos como Maria, que
aprendia aos pés do Mestre(Lc 10.39). Esse é ainda o melhor lugar para o aluno.
B. Leia a Bíblia
diariamente (Dt 17.19). Esta regra é excelente. Presume-se que 90% dos Crentes
não leem a Bíblia diariamente: não é de admirar haver tantos crentes frios nas igrejas.
Não somente frios, mas anãos, raquíticos, mundanos, carnais, indiferentes.
Sem crescimento
espiritual, Deus não nos pode revelar suas verdades profundas (Mc.4.33; Jo
(16.12; Hb 5.12). É de admirar haver pessoas na igreja que acham tempo para ler,
ouvir e ver tudo, menos a Palavra de Deus. Motivo: Comem tanto outras coisas que
perdem o apetite pelas coisas de Deus! É justo ler boas coisas, mas, é imprescindível
tomar mais tempo com as Escrituras. É também de estarrecer o fato de que muitos
líderes de igrejas não levam seus liderados a lerem a Bíblia. Não basta assistir
aos cultos, ouvir sermões e testemunhos, assistir a estudos bíblicos, ler boas obras
de literatura cristã: é preciso a leitura bíblica individual, pessoal. Há
crentes que só comem espiritualmente quando lhes dão comida na boca: é a colher
do pastor, do professor da Escola Dominical, etc. Se ninguém lhes der comida
eles morrerão de inanição.
C. Ler a Bíblia com a
melhor atitude mental e espiritual. Isto é de capital importância para o êxito
no estudo bíblico. A atitude correta é a seguinte: a) Estudar a Bíblia (Como a
Palavra de Deus, e não como uma obra literária qualquer b) Estudar a Bíblia com
o coração, em atitude devocional, e não apenas com o intelecto. As riquezas da Bíblia
são para os humildes que temem ao Senhor (Tg 1.21). Quanto maior for a nossa comunhão
com Deus, mais humilde será. Os galhos mais carregados de frutos são os que
mais abaixam! É preciso ler a Bíblia crendo, sem duvidar, em tudo que ela
ensina, inclusive no campo sobrenatural. A dúvida ou descrença, cega o leitor
(Lc 24.25).
D. Leia a Bíblia com
oração, devagar, meditando. Assim fizeram os servos de Deus no passado: Davi
(SI 119.12,18); Daniel (Dn 9.21-23). O caminho ainda é o mesmo. Na presença do
Senhor em oração, as coisas incompreensíveis são esclarecidas (SI.73.16,17). A
meditação na Palavra aprofunda a sua compreensão. Muitos leem a Bíblia somente
para estabelecerem recordes de leitura. Ao ler a Bíblia, aplique-a primeiro a
si próprio, senão não haverá virtude nenhuma.
E. E. Leia a Bíblia
toda. Há uma riqueza insondável nisso! É a única maneira de conhecermos a
verdade completa dos assuntos nela contidos, visto que a revelação de Deus que
nela temos é progressiva. - Como o leitor pensa compreender um livro que ainda
não leu do princípio ao fim? Mesmo lendo a Bíblia toda, não a entendemos completamente.
Ela, sendo a Palavra de Deus, é infinita. Nem mesmo a mente de um gênio poderia
interpretá-la sem erros. Não há no mundo ninguém que esgote a Bíblia.
Todos somos sempre
alunos (Dt.29.29; Rm.11.33,34; 1 Co.13.12). Portanto, na Bíblia há
dificuldades, mas o problema é do lado humano. O Espírito Santo, que conhece as
profundezas de Deus, pode ir revelando o conhecimento da verdade, à medida que buscamos
a face de Deus e andamos mais perto Dele. Amém.
1. O QUE É A CÂNON
SAGRADO?
As escrituras
sagradas recebem o título de Bíblia, palavra grega que significa “livros” pelo conjunto
de 66 livros que ela reúne todos inspirados e, chamados livros canônicos,
formando assim o “Cânon Bíblico Sagrado”. É uma palavra de origem latina que significa
“modelo”, termo derivado do grego Cânon, de “cana” instrumento de medida usado
nos tempos bíblicos no lugar do nosso “metro” atualmente.
O Cânon Bíblico,
portanto, é a lista de livros inspirados que formam a Bíblia Sagrada, os quais
dão testemunho da revelação de Deus, servindo como norma de conduta e procedimento
cristão, e como critério e única regra de fé, através dos quais se mede e julga
correto e justamente em pensamento ou doutrina. Os livros inspirados, como
expressão da palavra de Deus, que formam o Cânon Bíblico original como regra de
fé e doutrina, é 39 da escritura hebraica do antigo testamento, e 27 do novo
testamento, totalizando os 66 livros canônicos que com verdade incontestável e
eterna, possuem autoridade final
2. OS LIVROS ANTIGOS
2.1 Sua formação e
transmissão até nós - A Bíblia é um livro antigo. E, os livros antigos tinham a
forma de rolos conforme descritos no livro de Jeremias 36.2. Eram feitos de
papiro ou pergaminho. O papiro é uma planta aquática que cresce junto aos rios,
lagos e banhados, no Oriente Próximo, cuja entrecasca era utilizada para
escrita da época. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, na Galileia Superior
e no vale de Sarom.
CÂNON SAGRADO –
Pergaminho As tiras extraídas do papiro eram coladas umas sobre outras até
formarem um rolo de qualquer extensão. Este material gráfico primitivo é mencionado
muitas vezes na Bíblia, exemplos: Êxodo.2.3; Jó.8.11; Isaías 18.2. Em certas
versões da Bíblia,o papiro é mencionado como junco; de fato, é um tipo de junco
de grandes proporções. De papiro, deriva-se a nossa palavra papel. Seu uso na
escrita vem de 3.000 a.C. Pergaminho, é pele de animais, curtida e polida, utilizada
na escrita antiga. É material gráfico melhor que o papiro. Seu uso é mais
recente que o do papiro. Vem dos primórdios da Era Cristã, apesar de já ser conhecido
antes. É também mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo.4.13.
A Bíblia foi
originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos
que, em princípio, os livros sagrados não estavam unidos uns aos outros como os
temos agora em nossas Bíblias. O que tornou isso possível foi a invenção do
papel no Século II, pelos chineses, bem como a do prelo, de tipos móveis,
inventada em 1450, pelo Alemão Gutemberg. Até então, era tudo manuscrito pelos
escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difusão
de sua Palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente, de maneira que, hoje
milhões de exemplares das Escrituras Sagradas são impressos com rapidez e
facilidade em muitos pontos da terra. Também, graças aos progressos alcançados
no campo das invenções e da tecnologia, podemos hoje, transportar com toda
comodidade um exemplar da Bíblia, coisa impossível nos tempos primitivos. Ainda
hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das Escrituras hebraicas
continuam em uso nas sinagogas judaicas.
3. O VOCÁBULO
"BÍBLIA"
Este vocábulo não se
encontra no texto original das Sagradas Escrituras. Consta apenas na capa.
Então de onde vem o vocábulo “Bíblia”? Vem do grego, a língua original do Novo
Testamento. É derivado do nome que os gregos davam à folha, de papiro preparada
para a escrita - "biblos". Um rolo de papiro de tamanho pequeno era
chamado "bibliôn." e vários destes eram uma "bíblia".
Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer "coleção de livros
pequenos". Com a invenção do papel, desapareceram os rolos, e a palavra
biblos deu origem a "livro", como se vê em biblioteca, bibliografia,
bibliófilo, etc. É consenso geral entre os mestres no assunto, que o nome
Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo,
patriarca de Constantinopla, no Século IV.
E PORQUE AS
ESCRITURAS FORMAM UMA PAPIRO
Pergaminho unidade
perfeita, a palavra Bíblia, sendo um plural, como acabamos de ver, passou a ser
singular, significando o LIVRO, isto é, o Livro dos livros. O Livro por
excelência como Livro divino, a definição canônica da Bíblia é "A
revelação de Deus à humanidade". Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a si
mesma, isto é, a seus nomes canônicos, são:
- Sagradas
Escrituras: Aos Romanos 1.2.
- Livro do Senhor:
Isaias 34.16.
- A Palavra de Deus:
Marcos 7.13; Hebreus 4.12.
- Os Oráculos de
Deus: Romanos 3.2.
- Escrituras: Mateus
21.42.
4. A ESTRUTURA DA
BÍBLIA
Estudaremos neste
ponto, a estrutura e composição da Bíblia, isto é, a sua divisão em partes
principais e seus livros quanto à classificação por assuntos, divisão em
capítulos e versículos e, certas particularidades indispensáveis. A Bíblia
divide-se em duas partes principais: ANTIGO e NOVO TESTAMENTO. Tendo ao todo 66
livros: sendo 39 no AT e 27 no NT. Estes 66 livros foram escritos num período
de 16 séculos por cerca de 40 escritores. Aqui, está um dos milagres da Bíblia.
Esses escritores pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram
e escreveram em países, regiões e continentes distantes uns dos outros, em
épocas e condições diversas, entretanto, seus escritos formam uma harmonia
perfeita. Isto prova que um só os dirigia no registro da revelação divina: Deus!
A palavra testamento
vem do termo grego "diatheke", e significa:
(a) Aliança ou concerto
(b) Testamento, isto
é, um documento contendo a última vontade de alguém quanto à distribuição de
seus bens, após sua morte. Esta é a palavra empregada no Novo Testamento, como
por exemplo, em Lucas 22.20.
No Antigo Testamento,
a palavra usada é "berith" que significa apenas concerto. O duplo
sentido do termo grego nos mostra que a morte do testador(Cristo) ratificou ou
selou a Nova Aliança, garantindo-nos toda a herança com Cristo Romanos 8.17;
Hebreus 9.15-17. O título Antigo Testamento foi primeiramente aplicado aos 39 livros
das Escrituras hebraicas, por Tertuliano, e Orígenes. Na primeira divisão
principal da Bíblia, temos o Antigo Concerto (também chamado pacto, aliança),
que veio pela Lei, feito no Sinai e, selado com sangue de animais (Êxodo.24.3-
8; Hebreus.9.19,20).
Na segunda divisão
principal (o NT), temos o Novo Concerto, que veio pelo Senhor Jesus Cristo,
feito no Calvário e selado com o seu próprio sangue (Lucas.22.20; Hebreus.9.11-15).
É, pois um concerto superior. Nas Bíblias de edição da Igreja Romana, o total
de livros é 73. Os sete livros a mais, são chamados apócrifos. Além dos livros
apócrifos, as referidas Bíblias têm mais quatro acréscimos a livros canônicos.
Trataremos disto no capítulo que estudará o Cânon das Escrituras.
4.1 Antigo Testamento
O antigo testamento
tem 39 livros, e foi escrito originalmente em hebraico, com exceção de pequenos
trechos que o foram em aramaico. O aramaico foi a língua que Israel trouxe do
seu exílio babilônico. Há também algumas palavras persas. Seus 39 livros estão classificados
em quatro grupos, conforme os assuntos a que pertencem: Lei, História, Poesia (também
conhecido por devocional) e Profecia. Vejamos os livros por cada grupo:
a. LEI. São cinco
livros:
De Gênesis a
Deuteronômio. É comumente chamado de Pentateuco. Esses livros tratam da origem
de todas as coisas, da Lei, e do estabelecimento da nação israelita.
b. HISTÓRIA. São doze
livros:
De Josué a Ester.
Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos:
- Teocracia, sob os
juízes;
- Monarquia, sob
Saul, Davi e Salomão;
- Divisão do reino e
cativeiro, contendo o relato dos reinos de Judá e Israel, este levado em
Cativeiro para a Assíria, e aquele para Babilônia;
- Pós-cativeiro, sob
Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.
c. POESIA. São cinco
livros:
De Jó a Cantares de
Salomão. São chamados poéticos, não porque sejam cheios de imaginação e
fantasia, mas devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados devocionais.
d. PROFECIA. São
dezessete livros:
De Isaías a
Malaquias. Estão subdivididos em: Profetas Maiores: Isaías a Daniel (cinco
livros). Profetas Menores: Oséias a Malaquias (doze livros). Os nomes maiores e
menores não se referem ao mérito ou notoriedade do profeta, mas ao tamanho dos
livros e extensão do respectivo ministério profético. A classificação dos
livros do AT, por assunto, vem da versão Septuaginta, através da Vulgata, e não
leva em conta a ordem cronológica dos livros, o que, para o leitor menos
avisado, dá lugar a não pouca confusão, quando procura agrupar os assuntos
cronologicamente. Na Bíblia hebraica (que é o nosso AT), a divisão dos livros é
bem diferente. Nas Bíblias de edição católico-romana, os livros de 1 e 2 Samuel
e, 1 e 2 Reis são chamados 1,2,3 e 4 Reis, respectivamente. 1 e 2 Crônicas são
chamados 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados 1 e 2 Esdras.
Também, nas edições católicas de Matos Soares e Figueiredo, o Salmo 9
corresponde na vers. Almeida aos Salmos 9 e 10. O de número 10 é o nosso 11.
Isso vai assim até os Salmos 146 e 147, que nas nossas Bíblias é o de número
147. Deste modo, os três salmos finais são idênticos em qualquer das versões acima
mencionadas. Essas diferenças de numeração em nada afetam o texto em si, e não poderia
ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor!
4.2 Novo Testamento
O Novo Testamento tem
27 livros e foi escrito em grego; não no grego clássico dos eruditos, mas na
linguagem do povo comum, chamado Koiné. Seus 27 livros também estão classificados
em quatro grupos, conforme o assunto a que pertencem: Biografia, História, Epístolas
e Profecia. O terceiro grupo é também chamado Doutrina.
a. BIOGRAFIA. São os
quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena do Senhor Jesus e seu glorioso ministério.
Os três primeiros são chamados sinópticos, devido a certo paralelismo que têm
entre si. Os Evangelhos são os livros mais importantes da Bíblia. Todos os que
os precedem tratam da preparação para a manifestação de Jesus Cristo, e os que
se lhes seguem são explicações da doutrina de Cristo.
b. HISTORIA. É o
livro de Atos dos Apóstolos
Registra a história
da igreja primitiva, seu viver, a propagação do Evangelho; tudo através do
Espírito Santo, conforme Jesus prometera.
c. EPÍSTOLAS. São
vinte e uma epístolas ou cartas
Vão de Romanos a
Judas, e contêm a doutrina da Igreja: Nove, são dirigidas as igrejas(Romanos a
2ª Tessalonicenses). Quatro, são dirigidas a indivíduos (1ª Timóteo a Filemon).
Uma é dirigida aos hebreus cristãos. Sete, são dirigidas a todos os cristãos, indistintamente
(Tiago a Judas). Estas últimas são também chamadas universais, católicas ou gerais,
apesar de duas delas (2ª e 3ª João) serem dirigidas a pessoas.
d. PROFECIA. É o
livro de Apocalipse ou Revelação
Trata da volta
pessoal do Senhor Jesus a terra e das coisas que precederão esse glorioso
evento. Nesse livro vemos o Senhor Jesus vindo com seus santos para: a)
destruir o poder gentílico mundial sob o reinado da Besta; b) livrar Israel,
que estará no centro da Grande Tribulação; c) julgar as nações; d) estabelecer
o seu reino milenar. Oh! Como desejamos que Ele venha! Os livros do Novo
Testamento também não estão situados em ordem cronológica, pelas mesmas razões
expostas ao tratarmos do Antigo Testamento.
5. O TEMA CENTRAL DA
BÍBLIA
Jesus é o tema
central da Bíblia. Ele mesmo declara em Lucas 24.44 e João 5.39. (Ler também
Atos 3.18; 10.43; Apocalipse 22.16). Se olharmos de perto, veremos que, em
tipos, figuras, símbolos e profecias, Ele ocupa o lugar central das Escrituras,
isto além da sua manifestação como está registrada em todo o Novo Testamento.
Em Gênesis, Jesus é o
descendente da mulher (Genesis 3.15).
Em Êxodo, é o
Cordeiro Pascoal.
Em Levítico, é o
Sacrifício Expiatório.
Em Números, é a Rocha
Ferida.
Em Deuteronômio, é o
Profeta.
Em Josué, é o Capitão
dos Exércitos do Senhor.
Em Juízes, é o
Libertador.
Em Rute, é o Parente
Divino.
Em Reis e Crônicas, é
o Rei Prometido.
Em Ester, é o
Advogado.
Em Jó, é o nosso
Redentor.
Nos Salmos, é o nosso
socorro e alegria.
Em Provérbios, é a
Sabedoria de Deus.
Em Cantares de
Salomão, é o nosso Amado.
Em Eclesiastes, é o
Alvo Verdadeiro.
Nos Profetas, é o
Messias Prometido.
Nos Evangelhos, é o
Salvador do Mundo.
Nos Atos, é o Cristo
Ressurgido.
Nas Epístolas, é a
Cabeça da Igreja.
No Apocalipse, é o
Alfa e o Ômega; é o Cristo que volta para reinar. Tomando o Senhor Jesus como o
centro da Bíblia, podemos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a
Ele, assim:
- PREPARAÇÃO - Todo o
AT, pois trata da preparação para o advento de Cristo.
- MANIFESTAÇÃO - Os
Evangelhos, que tratam da manifestação de Cristo.
- PROPAGAÇÃO - O
Livro de Atos, que trata da propagação de Cristo.
- EXPLANAÇÃO - As
Epístolas, que são a explanação da doutrina de Cristo.
- CONSUMAÇÃO - O
Livro de Apocalipse, que trata da consumação de todas as coisas preditas,
através de Cristo. (Dr. Cl. Scofield). Portanto, as Escrituras sem Jesus seriam
como a Física sem a matéria ou a Matemática sem os números.
6. FATOS E
PARTICULARIDADES DA BÍBLIA
Antes, a Bíblia não
era dividida em capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi feita no ano
1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras.
A divisão em versículos foi feita de duas vezes. O AT em 1445, pelo Rabi
Nathan; o NT e 1551, por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou
a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555.
O AT tem 929 capítulos e 23.214 versículos. O NT tem 260 capítulos e 7.959
versículos. A Bíblia toda tem 1.189 capítulos e 31.173 versículos. O número de
palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo
119, e o menor, o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor, em
Êxodo 20.13. (Isso, nas versões portuguesas e com exceção da chamada
"Tradução Brasileira", onde o menor é Lucas 20.30). Em certas
línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contêm a palavra
Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados,
mormente, no livro de Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes
divinos, e 177 menções do Diabo, sob seus vários nomes. A vinda do Senhor é
referida direta e indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no AT e 318 no NT. -
Não é esse um assunto para séria meditação? O Salmo 119 tem em hebraico 22
seções de 8 versos cada uma. O número 22 corresponde ao número de letras do
alfabeto hebraico. Cada uma das 22 seções inicia com uma letra desse alfabeto,
e, dentro de cada seção, todos os versículos começam com a letra da respectiva seção.
Caso semelhante há no livro de Lamentações de Jeremias. Ali, em hebraico, os capítulos
1, 2,4, têm 22 versículos cada um, compreendendo as 22 letras do alfabeto, de
álefe a tau. Porém o capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, a
mesma letra do alfabeto. Há outros casos assim na estrutura da Bíblia. Isso
jamais poderia ser obra do acaso. A frase "não temas" ocorre 365
vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano!
O capítulo 19 de 2º
Reis é idêntico ao 37 de Isaías. O AT encerra citando a palavra “maldição”; o
NT encerra citanda a expressão: "a graça do Nosso Senhor Jesus
Cristo."
A Bíblia foi o
primeiro livro impresso no mundo após a invenção do prelo; isso se deu em 1452,
em Mogúncia, Alemanha. Os números 3 e 7 predominam admiravelmente em toda a
Bíblia. O nome de Jesus consta do primeiro e dos últimos versículos do NT. As
traduções da Bíblia(Toda ou em parte) até 1984, atingiram a 1796 línguas e
dialetos. Restam ainda cerca de 1.000 línguas em que ela precisa ser traduzida.
QUE ESTÁ O IRMÃO
FAZENDO PARA
DIFUNDIR A BÍBLIA - O
LIVRO QUE O SALVOU?
7. OBSERVAÇÕES ÚTEIS
NO MANUSEIO E ESTUDO DA BÍBLIA
7.1 Apontamentos
individuais
Habitue-se a tomar
notas de suas meditações na Palavra de Deus. A memória falha com o tempo. Distribua
seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e destacados uns dos
outros. Use, para isso, um livro de folhas soltas (livro de argola) com
projeções e índice. Se não houver organização nos apontamentos, eles pouco
servirão.
7.2 Aprenda a ler e
escrever referências bíblicas - O sistema mais simples e rápido para escrever
referências bíblicas é o adotado pela Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras
sem ponto abreviativo para cada livro da Bíblia. Entre capítulo e versículo
põe-se apenas um ponto. No índice das Bíblias editadas pela SBB Sociedade
Bíblica do Brasil), pode-se ver a lista dos livros assim abreviados. Exemplos
de referências por esse sistema.
7.3 Diferença entre
texto, contexto, referência, inferência.
- Texto são as
palavras contidas numa passagem.
- Contexto é a parte
que fica antes e depois do texto que estamos lendo. O contexto pode
ser imediato ou
remoto.
- Referência é a
conexão direta sobre determinado assunto. Além de indicar o livro, capítulo e
versículo, a referência pode levar outras indicações como:
a) Indicando a parte
inicial do versículo: (Romanos.11.17a).
b) Indicando a parte
final do versículo: (Romanos.11.17b).
- “Ss”, indicando os
versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo: (Romanos.11.17ss).
- “Q.V.”,
significando que veja. Recomendação para não deixar de ler o texto indicado. Vem
da expressão latina quod vide = que veja.
- “Cf”, significando
compare, confirme confronte. Vem do latim confere.
- "i.e.",
significando isto é. Vem do latim id est.
As referências também
podem ser verbais e reais. As primeiras são um paralelismo de palavras; as
segundas, de assuntos. Inferência é uma conexão indireta entre assuntos. É uma
ilação, dedução ou ideias.
8. OS LIVROS
APÓCRIFOS
Etimologicamente, o
termo “apócrifo” significa: “oculto”, “escondido”. É usado para designar os 14
ou 15 livros, ou partes de livros que, em algum tempo, foram colocados entre os
livros do Antigo e do Novo Testamento. Eles aparecem anexados nas versões
Septuaginta e Vulgata Latina. O vocábulo tem sido empregado de forma diferente
por católicos e protestantes:
Para os protestantes
“apócrifos” designa o conjunto de livros ou porções de livros que não fazia
parte do cânon (lista de livros inspirados) hebraicos;
Para os católicos
“Apócrifo” se refere aos livros que os estudiosos protestantes chamam de
pseudoepígrafos.
Os livros que os
protestantes chamam de “apócrifos”, os católicos chamam de “Deutero
-canônicos”. Para os protestantes, os livros apócrifos não foram inspirados por
Deus. São importantes fontes documentais para o conhecimento da história,
cultura e religião dos Judeus. Também muito úteis para nossa compreensão dos
acontecimentos intertestamentários (entre o Antigo e o Novo Testamento). Mas
não para estarem lado a lado com a literatura canônica (inspirada por Deus),
pois ao compararmos uma literatura com a outra, logo percebemos profunda e
radical diferença no estilo, na autoridade e até nos ensinamentos.
A igreja Católica só
se lembrou de incluí-los no Cânon (lista de livros inspirados por Deus) em 15
de abril de 1546, no Concílio de Trento, impondo-os aos seus fiéis como livros inspirados.
Quem não aceitasse a decisão da igreja, seria por ela amaldiçoado.
POR QUE REJEITAMOS OS
APÓCRIFOS?
Se a mente divina
inspirou a cada escritor, o produto destes diferentes autores deve estar em
harmonia entre si. Portanto, os primeiros livros se constituem o critério para
todos os demais livros que se consideram ou são chamados de inspirados. Mas os
livros conhecidos
como apócrifos:
- Não se harmonizam
em ensino e doutrina com Moisés e outros profetas canônicos;
- Nem Jesus, nem os
apóstolos citaram os livros apócrifos como fonte de autoridade.
Por que então, a
Igreja Católica continua apegada aos livros apócrifos?
Porque as doutrinas
fictícias dos apócrifos confirmam falsos ensinos da igreja, como por exemplo:
oração pelos santos, falsas curas, dar esmolas para libertar da morte e do pecado,
e salvação pelas obras.
Eis alguns ensinos de
apócrifos:
1. Ensino da Arte
Mágica – Tobias 6:5-8. (Refutação bíblica: Marcos 16:17; Atos.16:18).
2. Dar Esmolas
Purifica do Pecado – Tobias.12: 8 e 9; Eclesiástico 3:33. ( Refutação bíblica:
1 Pedro.1:18 e 19; Judas 24).
3. Pecados Perdoados
pela Oração – Eclesiástico 3:4. (Refutação bíblica: Prov. 28:1;1;João.1:9; 2: 1
e 2).
4. Orações pelos
Mortos – 2 Macabeus 12: 42-46. (Refutação bíblica: Atos 2:34; Isaías.38:18;
Lucas 16:26; Isaías 8:20).
5. Ensino do
Purgatório – Sabedoria 3:1-4 (imortalidade da alma). Refutação bíblica: 1 João.1:7.
6. O Anjo Relata uma
Falsidade – Tobias.5:1-19. Refutação bíblica: Lucas.1:19
7. Uma mulher
jejuando toda a sua vida – Judith 8: 5 e 6. Esta é uma história parecida com
outras lendas católicas com respeito a seus santos canonizados. Uma mulher
dificilmente jejuaria por toda sua vida. Jesus, mesmo sendo divino-humano,
jejuou 40 dias, não pela vida toda.
8. Simeão e Levi
mataram os habitantes de Siqueia por ordem de Deus – Judite.9:2. (Refutação
bíblica: Deus não tinha nada a ver com isto: Gênesis.34:30; 49:5-7; Romanos.12:19,
17).
9. A Imaculada
Conceição – Sabedoria.8:19 e 20. Este texto é usado pelos católicos para
sustentar a doutrina de que Maria nascera sem pecados. (Refutação bíblica:
Lucas.1: 30-35; Salmo 51:5; Romanos.3:23).
10. Ensinos da
Crueldade e do Egoísmo – Eclesiástico 12:6. Refutação bíblica: Provérbios.25:21,22;
Romanos.12:20;João.6:5; Marcos.6:44-48.
Há muitos outros
ensinamentos errados, mas, creio serem estes suficientes para aceitarmos que
tais livros devem realmente ficar fora da lista de livros inspirados.
LISTA DOS APÓCRIFOS
DO ANTIGO TESTAMENTO
a. O 1º Livro de
Esdras;
b. 2º Livro de
Esdras;
(Na versão Vulgata: O
Esdra Canônico é chamado de 1º Esdras e Neemias de 2º Esdras; enquanto o 1º
Livro de Esdras apócrifo é chamado de 3º Esdras).
c. Tobias;
d. Judite;
e. Adições ao Livro
de Ester;
f. A Sabedoria de
Salomão;
g. A Sabedoria de
Jesus o filho de Sisaque, ou Eclesiástico;
h. Baruque;
i. A Carta de
Jeremias;
j. A oração de
Azarias e o Canto das Três Jovens;
k. Susana;
l. Bel e o Dragão;
m. A oração de
Manasses;
n. 1º Livro de
Macabeus;
o. 2º Livro de
Macabeus;
LISTA DOS APÓCRIFOS
DEUTERO-CANÔNICOS
a. Tobias;
b. Judite;
c. Adições ao Livro
de Éster (10:4 – 16:22);
d. Sabedoria;
e. Eclesiástico;
f. Baruque;
g. Susana (Daniel
13);
h. Bel e o Dragão
(Daniel 14);
i. 1º Macabeus;
j. 2º Macabeus;
8.1 Apócrifos do
Antigo Testamento.
Os apócrifos do
Antigo Testamento podem ser facilmente identificados comparando os livros das
Bíblias utilizadas pela maioria das “Sociedades Bíblicas” com uma Bíblia Católica.
Na comparação abaixo,
os livros em negrito constituem os apócrifos (chamados de Deutero-canônicos
pelos Católicos). Aqueles não negritados são aceitos como canônicos por protestantes
e Católicos.
Pentateuco: Gênesis,
Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio;
Históricos: Josué,
Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas,
Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester (com acréscimos), 1 Macabeus, 2 Macabeus.
Sapienciais: Jó,
Salmos Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico.
Proféticos: Isaías,
Jeremias, Lamentações, Baruque, Ezequiel, Daniel (com acréscimo), Oséias, Joel,
Amós, Abdias (Obadias), Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias, Malaquias.
Total: 46 Livros - 39
Canônicos + 7 Deutero-canônicos ( = aqueles em negrito)
8.2 Apócrifos do Novo
Testamento
Os apócrifos do Novo
Testamento não oferecem problema porque são rejeitados por todas as igrejas
cristãs. E não podia ser diferente. Observe o ensino, como por exemplo, do evangelho
de São Tomé: “Jesus atravessava uma aldeia e um menino que passava correndo, esbarra-lhe
no ombro. Jesus irritado, disse: Não continuarás tua carreira. Imediatamente o menino
caiu morto. Seus pais correram a falar com José, este repreende a Jesus que
castiga os reclamantes com terrível cegueira.” Tal relato não é compatível com
a sublimidade dos ensinos de Cristo e é suficiente para provar que este evangelho
é espúrio. “Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as
mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, disse: Deixai os
pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.
E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.” Mateus.19:13-15.
LISTA DOS APÓCRIFOS
DO NOVO TESTAMENTO
Evangelhos
a. Evangelho Segundo
Hebreus;
b. Evangelho dos
Egípcios;
c. Evangelhos dos
Ebionitas;
d. Evangelho de
Pedro;
e. Evangelho de
Tiago,
f. Evangelho de Tomé;
g. Evangelho de
Filipe,
h. Evangelho de
Gamaliel;
i. Evangelho da
Verdade.
Epístolas:
a. Epístola de
Clemente;
b. As 7 Espístolas de
Inácio aos Efésios, aos Magnésios, aos Trálios, aos Romanos, aos Filadélfios,
aos Esmirnenses e a Policarpo;
c. Epístola de
Policarpo aos Filipenses;
d. Epístola de
Barnabé.
Atos:
a. Atos de Paulo, Atos
de Pedro,
b. Atos de João, Atos
de André,
c. Atos de Tomé.
Apocalipses:
a. Apocalipse de
Pedro,
b. Apocalipse de
Hermas,
c. Apocalipse de
Paulo,
d. Apocalipse de
Tomé;
e. Apocalipse de
Estevão.
Manuais de Instrução:
a. Didaquê ou Ensino
dos 12 Apóstolos,
b. 2 de Clemente
c. Pregação de Pedro.
Total: 34 livros –
são mais do que os Canônicos do Novo Testamento (que somam27).Muitos destes
livros disputaram um lugar junto ao Cânon Bíblico, mas graças a Deus, foram
rejeitados pela Igreja Cristã, assessorada pelo Espírito Santo. Se estes livros
pertencessem à lista de livros inspirados por Deus, certamente manchariam a
beleza da sã e pura Palavra de Deus. Devemos, portanto, nos apegar apenas aos
66 livros como dignos de confiança em termos da revelação de Deus ao homem.
Nestes livros, 39 no
Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, temos toda a revelação necessária
para a salvação do homem. A Sociedade Bíblica do Brasil – com razão – adota
estes 66 livros como padrão para as Bíblias que produz.
9. A VERSÃO DE ALMEIDA
Até o último quarto
do século XVI não havia versão alguma completa e impressa das Escrituras em
português. A zelosa rainha D. Leonor, mulher de D. João II, tentou vulgarizar as
Escrituras. Ela mandou traduzir e imprimir, em 1495, a expensas suas, a Vida de
Cristo, que foi originalmente escrita na língua latina pelo Dr. Ludolfo, de
Saxônia, e que continha muitas citações da Bíblia. Dez anos depois ela mandou
publicar na língua lusitana os Atos dos Apóstolos e as epístolas universais de
Tiago, Pedro, João e Judas. Esta nobre senhora faleceu em 1525, e por uma
reação do clero essas obras desapareceram das bibliotecas. Uma segunda edição
da Vida de Cristo foi publicada em 1554; porém esta teve a mesma sorte. Nesta
época,organizaram-se diversas companhias comerciais para o desenvolvimento das
várias colônias dos países europeus. Entre estas, a Companhia Holandesa das
índias Orientais, que se organizou em 1602, cuja carta patente exigiu que
cuidasse em plantar a Igreja entre os povos e procurasse a sua conversão nas
possessões tomadas aos portugueses nas índias Orientais. Foi esta companhia que
mais tarde patrocinou a revisão do Novo Testamento de João Ferreira de Almeida,
em 1693. João Ferreira de Almeida nasceu em 1628 no local chamado Torre de
Tavares, Portugal. Em 1642, encontrando-se na Indonésia, aceitou a fé da Igreja
Reformada Holandesa pela profunda impressão que causou em seu espírito a leitura
dum folheto espanhol. Desde o princípio da sua conversão, mostrou a sua aptidão
para o estudo eclesiástico. Ignoram-se as circunstâncias que o fizeram
transportar-se à Batávia, onde se tornou muito ativo e zeloso no trabalho da
evangelização, pregando nas línguas portuguesa, espanhola, francesa e
holandesa. Durante a sua longa vida
pastoral escreveu e publicou várias obras de caráter religioso, entre as quais.
sobressai a versão portuguesa da Bíblia. Deixou completa a coleção de todos os
livros do Novo Testamento, não logrando, porém, concluir a tradução do Antigo
Testamento, que só chegou até o livro de Ezequiel, capítulo 48, versículo 21.
Ele foi casado, e teve uma filha e ainda um filho chamado Mateus. Faleceu em
Batávia no segundo semestre do ano de 1691.
Aos 16 anos Almeida
iniciou sua obra de tradução do Novo Testamento, usando as versões italiana,
francesa, espanhola e latina. Este trabalho perdeu-se. A tradução definitiva que
foi publicada em 1681 foi feita diretamente do grego. Seguindo a versão
holandesa como modelo, acrescentou os textos paralelos da Escritura na margem,
e, no princípio de cada capítulo, pôs o sumário ou os artigos de que nele
tratava.
Em 1681, começou a
publicação da Bíblia de Almeida pelo Novo Testamento. A primeira edição foi
feita em Amsterdam, por ordem da Companhia Holandesa das índias Orientais, para
circular entre as igrejas evangélicas portuguesas, que está companhia estabelecera
nas suas feitorias asiáticas. Eis o título: Novo Testamento, isto é, todos os sacrossantos
livros e escritos evangélicos e apostólicos do Novo Concerto de nosso fiel Senhor,
Salvador e Redentor Jesus Cristo, agora traduzidos em português pelo Padre
1João Ferreira de Almeida, pregador do Santo Evangelho. Com todas as licenças
necessárias. Em
1 Os missionários
holandeses de Tranquebar se intitularam a si próprios de padres dominicanos,
mas não tinham ligação com a ordem dominicana católica. É bem provável que
eles, sendo «pouco conhecedores do idioma, julgassem que o adjetivo dominicano
era derivado de Dominus, e ingenuamente supusessem que se dizerem ministros do
Senhor ou Padres Dominicanos era uma e a mesma coisa» (A bíblia em Portugal,
G.L. Santos Ferreira, p. 42). Amsterdam, pela viúva J. V. Someren.
ANO 1681.
No reverso do
frontispício vem esta declaração: Este SS. Novo Testamento é imprimido por
mandado e ordem da ilustre Companhia da índia Oriental das Unidas Províncias, e
com o conhecimento da Reverenda Classe da cidade de Amsterdam, revisto pelos
ministros pregadores do Santo Evangelho, Bartolomeus Heynen, Johannes de
Vaught.
O trabalho
tipográfico continha muitos erros e o próprio autor revoltou-se contra a
incapacidade dos revisores. E publicaram, periodicamente diversas partes das
Escrituras. Pela intervenção amigável de Theodoro van Cloon, um oficial holandês
em Batávia, receberam eles os originais (Gên- Ez. 48:21) de Almeida em 1731.
Quando o Sr. Cloon foi nomeado governador de Negapatão, interessou-se na obra
da tradução pelos missionários dinamarqueses e prometeu mandar-lhes a versão de
Almeida logo que chegasse à Batávia para ocupar o seu novo cargo, o que efetivamente
fez no ano seguinte. Com os manuscritos, ele mandou a quantia de oitocentos
escudos para ajudar nas despesas da impressão. Ao ouvir que existiam os
manuscritos de Almeida, apressaram-se em traduzir os profetas menores para que pudessem
publicar a Bíblia completa; porém, ao receber os originais, repararam que a
revisão do mesmo seria muito demorada, razão porque publicaram os Profetas
Menores só em 1732.
Saiu esta obra em
Tranquebar, com este título: Os doze profetas menores, convém saber:
Oséias, Joel, Amós,
Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
Com toda diligência
traduzidos na língua portuguesa pelos padres missionários de Tranquebar, na
oficina da Real Missão de Dinamarca. Ano de 1732. Foram publicados os demais
livros do Antigo Testamento na seguinte ordem:
Os livros históricos
- Josué a Ester - em 1738, revistos de acordo com o texto original pelos missionários
holandeses de Tranquebar.
Em 1740, saíram os
Salmos, revistos e conferidos com os livros históricos de 1738. Quatro anos
depois, foram publicados os livros dogmáticos
— Jó a Cantares de
Salomão. Em 1751, saíram os quatro profetas maiores — Isaías a Daniel.
Os três primeiros,
por Almeida, e o quarto, por Cristóvão Theodósio Walther.Simultaneamente, em
Batávia estava sendo publicado o Antigo Testamento, traduzido por Almeida, até
o final de Ezequiel, e por Jacobus op den Akker, que fez a tradução dos
Profetas Menores.
O primeiro tomo saiu
do prelo em 1748 e o segundo em 1753. Assim a Bíblia em português estava
completa. Estes dois volumes têm todas as páginas numeradas e, depois da do
título, vem uma folha, dizendo:
«Esta primeira
impressão do Antigo Testamento sai à luz às custas da ilustre Companhia Holandesa
da Índia Oriental, por mandado do Ilmo. Sr. Gustavo Guilherme, Barão d'Imhoff,
Governador-Geral, e dos Nobilíssimos Srs. Conselheiros da Índia... “Deste
trabalho escreve o Dr. Teófilo Braga: É esta tradução o maior e mais importante
documento para se estudar o estado da língua portuguesa no século XVII: o Padre
João Ferreira de Almeida, pregador do evangelho em Batávia, pela sua longa
residência no estrangeiro, escapou incólume à retórica dos seiscentistas; a sua
origem popular e a sua comunicação com o povo levaram-no a empregar formas vulgares,
que nenhum escritor cultista do seu tempo ousaria escrever. Muitas vezes o esquecimento
das palavras usuais portuguesas leva-o a recordar-se de termos equivalentes, e
é esta uma das causas da riqueza do seu vocabulário. Além disto, a tradução
completa da Bíblia presta-se a um severo estudo comparativo com as traduções do
século XIV e com a tradução do Padre Figueiredo do século XVIII. É um
magnífico, monumento literário.”
Para a2 o fim do
século XVIII, e o princípio do XIX, a coroa britânica incorporou Tranquebar aos
seus domínios, e o idioma português foi gradualmente abandonado como a língua
comercial, e consequentemente banido do uso das igrejas reformadas. Porém a
divina providência estava preparando outro meio para a evangelização das terras
do velho Portugal e a conservação da Bíblia portuguesa. Portugal, até então
mergulhado nas densas trevas da
superstição romana,
experimentou uma renascença. Isto veio por uma série de acontecimentos. Pela
opressão política, umas pessoas refugiaram-se em Plymouth e em outras cidades
da Inglaterra, o território nacional foi ocupado por tropas inglesas e o
exército lusitano organizado segundo o gênio disciplinador "inglês, as relações
comerciais e políticas foram estreitadas com Grã-Bretanha, e propagou-se
rapidamente por todo o reino o sentimento de tolerância religiosa. Isso, com as
facilidades de comunicação com as ilhas e colônias portuguesas, induziu a
Sociedade Bíblica Britânica a publicar uma edição do Novo Testamento em
português da versão de João Ferreira de Almeida em 1809. Desde então esta sociedade
tem publicado muitas edições, e, sob a mão de Deus, tem sido usada maravilhosamente
para a disseminação da Bíblia em português. Em 1819 a Bíblia completa de João
Ferreira de Almeida foi publicada em um só volume pela primeira vez, com este título:
“A Bíblia Sagrada,
contendo o Novo e o Antigo Testamentos, traduzida em português pelo Padre João
Ferreira de Almeida, ministro pregador do Santo Evangelho em Batávia - Londres,
na oficina de R. e A. Taylor, 1819 - 8o gr. de IV - 884 pp., a que se segue,
com rosto e numeração o Novo Testamento, contendo IV - 279 páginas.” Desde essa
data tem sofrido várias revisões. A primeira, em 1840, foi chamada de Revista e
Emendada. Em 1847 foi novamente revisada, e chamada de Revista e Reformada.
A revisão de 1875 foi chamada de Revista e
Conecta. Depois, sofreu a correção de vários “erros óbvios” e algumas
modificações ortográficas e recebeu o nome de Revista e Corrida, que é essencialmente
a Bíblia de uso popular ainda. Esta última revisão data de 1898.A Bíblia por João
Ferreira de Almeida que atualmente temos, não é realmente dele, por causa das
diversas correções e versões por que tem passado; entretanto, o texto original
era dele e as modificações foram feitas devido às exigências da língua, e à luz
dos textos originais, e, sendo o primeiro a dar ao protestantismo português as
sagradas letras, é digno de ser reconhecido como o autor da Bíblia que tem o
seu nome. Mon. da História da LU. Portuguesa, Cap. 16, pp. 350 e 351.
10. A VERSÃO DE
FIGUEIREDO
Durante o tempo do
Papa Benedito XIV, por um decreto da Cong. do Index, de 13 de julho de 1757, a
Bíblia foi reconhecida como útil para robustecer a fé dos crentes pelas cerebrinas
anotações. Esta nova atitude da Igreja Católica Romana deu um impulso à
tradução da Bíblia, tomando-se a Vulgata como base. Entre os redatores mais
fervorosos estava Antônio Pereira de Figueiredo, nascido em Tomar, perto de
Lisboa, em 1725, que se tornou um padre secular, e morreu num convento em
Lisboa, em 1797, onde tinha estado por doze anos. Afamado como latinista,
historiador e, sobretudo, como teólogo com ideias liberais, ele estava
habilitado para a tarefa da tradução. A sua versão da Bíblia foi feita da
Vulgata, com referência aos textos gregos originais. Por dezoito anos ele se
ocupou com esta obra, a qual foi submetida a duas revisões cuidadosas antes de
ser publicada. A primeira edição saiu em 1781 pelo Novo Testamento, em seis
volumes, de cerca de 400 páginas, com este título: “O Novo Testamento de Jesus
Cristo, traduzido em português segundo a Vulgata, com várias anotações
históricas, dogmáticas e morais, e apontadas as diferenças mais notáveis do
original grego. Por Antônio Pereira de Figueiredo, deputado ordinário da Real
Mesa Censória.”
Em1782, foi publicada
a tradução do Saltério, com uma nota assinada pelo tradutor, que se acha no fim
do segundo volume, dando a data em que ele começou a obra, nestas palavras:
Comecei a tradução do Saltério a 22 de outubro de 1779 e acabei-a a 12 de
janeiro de 1780. Seja Deus bendito para sempre. O Antigo Testamento de
Figueiredo foi publicado em dezessete tomos seguidamente desde 1783 a 1790, com
o seguinte título: Testamento Velho, traduzido em português, segundo a Vulgata
latina, ilustrado de prefações, notas e lições variantes. Por Antônio Pereira
de Figueiredo, deputado ordinário da Real Mesa Censória. Contém, este Antigo
Testamento, além dos livros canônicos, geralmente recebidos todos os livros
apócrifos, de que foi esta a primeira impressão regular em língua portuguesa. Cada
livro é precedido de uma prefação, em que o talento e a erudição do autor se manifestam
a cada passo. A edição de sete volumes, completada em 1819, é considerada o padrão
das versões de Figueiredo e inclui uma prefação importante. O primeiro volume
traz o retrato de D. João, príncipe do Brasil, que se tornou D. João VI, rei de
Portugal em 1799. Eis o seu título: A Bíblia Sagrada, traduzida em português
segundo a Vulgata latina. Ilustrada com prefações, notas, lições variantes.
Dedicada ao príncipe Nosso Senhor, por Antônio Pereira Figueiredo, deputado da
Real Mesa da Comissão Geral sobre o exame e censura dos livros Edição nova,
pelo texto latino que se ajuntou e pelos muitos lugares que vão retocados na
tradução e notas.
A Bíblia de Figueiredo
em um só volume foi publicada pela primeira vez em 1821, com o seguinte título:
A Santa Bíblia, contendo o Antigo e o Novo Testamentos. Traduzidos em português
pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo — Londres: impresso na oficina de B.
Bensley, em Bolt-Coult, Fleet-Street. 1821.Há duas coisas notáveis na edição de
1828, que foi preparada por Bagster, o grande editor inglês de Bíblias, a saber:
ela não contém os Livros Apócrifos e foi aprovada em 1842 pela rainha D. Maria II,
com a consulta do patriarca arcebispo eleito de Lisboa. Em 1840, uma cópia
desta Bíblia foi oferecida ao governador de Terceira, uma ilha dos Açores, pelo
vice-cônsul britânico, em nome da Sociedade Bíblica Britânica, junto com um
pedido para uma licença de distribuir cópias similares a esta entre os pobres.
Este pedido foi transmitido ao governo central em Lisboa. Consequentemente uma
ordem real foi obtida para os oficiais da Alfândega do porto de Angra do
Heroísmo, para deixar entrar, livre de, impostos, a remessa das Bíblias, e que,
antes de distribuí-las, um exemplar fosse enviado a Lisboa para um exame
oficial. Conforme esta ordem, uma cópia da Bíblia foi remetida a Lisboa em
1842, a qual foi submetida ao patriarca arcebispo eleito de Lisboa, Francisco
de S. Luiz (mais tarde Cardeal Saraiva), que deu um parecer favorável sobre o
livro, com o resultado que em outubro do mesmo ano uma ordem real foi enviada à
Terceira, exprimindo a aprovação do livro pela rainha de Portugal, baseada
sobre a sanção do patriarca e licenciando a distribuição gratuita, que se
tornou efetiva antes do fim do mesmo ano com o auxílio dos oficiais e para a
satisfação geral da população. A distribuição foi feita aos professores da
instrução primária e secundária, uma para cada professor e duas para dois dos
seus educandos dos mais pobres, e um apelo foi feito ao vice-cônsul britânico
para que ele empregasse os seus esforços para que fosse entregue mais uma
remessa de Bíblias. Devido a esta ordem real, a Sociedade Bíblica Britânica tem
publicado, no frontispício da Bíblia de Figueiredo, desde 1890, estas palavras:
Da edição aprovada em 1842 pela rainha D. Maria II, com a consulta do patriarca
arcebispo eleito de Lisboa. Esta frase se encontra nas edições atuais.
11. A EDIÇÃO
BRASILEIRA
Em 1879, uma edição
do Novo Testamento foi publicada pela Sociedade de Literatura Religiosa e Moral
do Rio de Janeiro, que foi anunciada como A Primeira Edição Brasileira. Porém
foi a versão de Almeida revista pelos Srs. Dr. José Manoel Garcia, lente do
Colégio D. Pedro II; Rev. M. P. B. de Carvalhosa, ministro do evangelho em
Campos, e Rev. A. L. Blackford, ministro do evangelho no Rio de Janeiro e o
primeiro agente da Sociedade Bíblica Americana no Brasil.
As Sociedades
Bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil reuniram-se, em 1902,
para nomear uma comissão para traduzir os textos hebraico e grego em português.
A comissão tradutora foi composta de três estrangeiros, missionários das
diversas juntas operando no Brasil, e diversos brasileiros, os quais foram: Dr.
W. C. Brown, da Igreja Episcopal; J.R. Smith, da Igreja Presbiteriana Americana
(Igreja do Sul); J. M. Kyle, da Igreja Presbiteriana (Igreja do Norte); A. B.
Trajano, Eduardo Carlos Pereira e Hipólito de Oliveira Campos. Estes foram
auxiliados na sua tarefa por diversos pregadores e leigos das igrejas evangélicas
e alguns educadores eminentes do Brasil. Além do texto grego e de todas as
versões portuguesas existentes, a comissão tinha ao seu dispor muitos
comentários e obras críticas que contêm os mais novos e mais úteis resultados
da investigação e estudo moderno do Novo Testamento. Em 1904, edições de tentativa
dos dois primeiros Evangelhos foram publicadas e, depois de alguma crítica e revisão,
o Evangelho Segundo Mateus saiu em 1905.
Os Evangelhos e o livro
dos Atos dos Apóstolos foram publicados em 1906, e o Novo Testamento completo,
em 1910. A Bíblia inteira apareceu em 1917 3. As autoridades católicas romanas,
incitadas pela obra das Sociedades Bíblicas, na publicação das Sagradas
Escrituras no vernáculos na divulgação delas em toda parte do país, têm
publicado diversas edições dos Evangelhos e do Novo Testamento. Porém não é
mister tratá-las aqui.
12. COMO A BÍBLIA
CHEGOU AO BRASIL
É difícil narrar com
veracidade a origem do uso da Bíblia no Brasil, por falta de pormenores. Pelos
três primeiros séculos da história do Brasil a Bíblia era proibida e negligenciada.
Ela não estava na lista dos livros autorizados pela coroa de Portugal a circularem
no Brasil durante os dias coloniais. Só no meado do século XIX a leitura dela
foi permitida.
O célebre
Villegaignon, depois duma experiência dolorosa, resolveu dedicar-se mais ao
estudo da Palavra de Deus, e convidou a Igreja Reformada na França a enviar
ministros do evangelho para evangelizar a sua colônia. Porém desta resolução
não houve bons resultados, e, certamente, ela não fez parte do início da disseminação
da Bíblia no Brasil. Entre os colonos holandeses em Recife havia dirigentes de
classes religiosas, e estes, de quando em quando, dirigiam preleções sobre a
Palavra de Deus. Em uma das reuniões tomou-se esta resolução:
Fica entendido que se
deve requisitar 20 grandes Bíblias para a introdução da nova tradução para o
uso de cada um. Não podemos dizer se os pregadores conseguiram traduzir
qualquer parte em português. Somos obrigados a examinar a história das Sociedades
Bíblicas Britânica e Americana para a nossa informação. Antes de 1836, estas duas
Sociedades despacharam exemplares das Escrituras aos negociantes estrangeiros residentes
na costa oriental do Brasil, para distribuição.
Num livro velho há
uma citação em uma carta do Rio de Janeiro, de 23 de dezembro de 1837, do Rev.
Justin Spauding, na qual diz que já distribuiu todas as Bíblias e Novos Testamentos
enviados e que tem a certeza de que a Sociedade Bíblica Americana remeterá mais.
No mesmo livro se refere às cartas escritas pelo Rev. Dr. D. P. Kidder, do Rio
de Janeiro, em 13 e 29 de janeiro de 1838, em que relatou as vendas das Bíblias
em português e latim.
3 (*) Nota do DPG — A
Bíblia da Edição Brasileira, considerada muito boa por vários eruditos, deixou
de ser reeditada, para dar lugar à edição de Almeida, mais popular e por isso
mais aceita.
Em 9 de março de
1838, a Sociedade Bíblica Americana mandou 75 Bíblias e 25 Novos Testamentos à
Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Metodista Episcopal, para o uso dos
seus missionários no Brasil. Naquele tempo isto era um presente liberal, e os
livros foram espalhados logo.
O Estado de São
Paulo, em 1839, patrocinou a propaganda bíblica. O Rev. Dr. Kidder, pela sua
influência e dedicação, ganhou a cooperação de algumas autoridades daquela província,
e o Sr. Antônio Carlos, relator da Comissão da Instrução Pública, apresentou à Assembleia
Provincial uma proposta para que fosse aceita uma oferta de Bíblias, dizendo:
Eu me proponho garantir da parte da Sociedade Bíblica Americana a doação de
exemplares do Novo Testamento em português pelo Padre Antônio Pereira de
Figueiredo em número suficiente para fornecer a cada escola primária na
província uma biblioteca de uma dúzia, sob a simples condição de que esses
exemplares sejam recebidos como entregues à Alfândega do Rio de Janeiro, a fim
de serem distribuídos entre as ditas escolas e usados pelas mesmas como livros
de leitura geral e instrução, para os alunos das mesmas escolas. Esta oferta
foi recebida com satisfação, e é bem patente que nos primeiros dias da propagação
da Bíblia ela teve boa aceitação. As Sociedades Bíblicas continuaram a mandar
remessas das Escrituras para diversas pessoas no Brasil, até que se
estabeleceram elas mesmas no país. Frequentemente se encontram Bíblias nas
cidades à beira-mar e nas do interior mais longínquo, que foram distribuídas
antes que estas Sociedades fossem estabelecidas em território brasileiro. Os primeiros
missionários protestantes chegaram ao Brasil em 1855, e no ano seguinte a Sociedade
Britânica estabeleceu a sua agência no Rio.
Em 1876 fundou-se a
Sociedade Americana também no Rio. Só na eternidade se revelará o benefício que
estas sociedades têm trazido ao Brasil.
13. A SOCIEDADE
BÍBLICA DO BRASIL
Este nome, Sociedade
Bíblica do Brasil, é relativamente novo, mas significa muita coisa, como
explicaremos. Em 10 de junho de 1948 foi fundada a Sociedade Bíblica do Brasil.
Antes houve Sociedades Bíblicas Unidas que representavam duas Sociedades já existentes,
que se fundiram numa só: Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira e Sociedade Bíblica
Americana.
O trabalho que as
Sociedades faziam era muito importante; mas eram Sociedades estrangeiras -
inglesa e americana. Sociedades que se esforçavam para divulgar a Bíblia, sem, contudo,
certas disposições para que a nossa nacionalidade, por si mesma, pudesse
facilitar, com respeito aos propósitos e limitações, a obra divulgadora da
Bíblia. Ninguém se esqueça, todavia, do grande trabalho iniciado no Brasil e
nele continuado por essas Sociedades, até que, no dia 10 de junho de 1948, se
criou a Sociedade Bíblica do Brasil e aquelas desapareceram. Instituição, cujo
campo de trabalho era o Brasil todo, é certo, que suas responsabilidades eram
grandes, definidas e urgentes. Nomeou-se, pois, sua primeira diretoria, sendo
presidente o Rev. Bispo César Dacorso Filho, que permaneceu até 1957, quase dez
anos, com exemplar diligência, de vivas lições e proveito, sendo eleito
presidente de honra.
De 1957 até hoje está
na presidência o Rev. Benjamin Moraes. Substituiu o Rev. Bispo César, e vem
sendo reeleito, graças ao seu merecimento e vivo empenho pela Sociedade Bíblica
do Brasil. Além do presidente, indispensável na diretoria de tão importante instituição,
nomeou-se o Secretário-Executivo, Rev. Egmont Machado Krischke. Atribuições especiais,
por sua natureza e responsabilidades, o Secretário-Executivo tinha encargos definidos
e inadiáveis. Estava ele em auspicioso começo de apenas um ano e meio, quando, eleito
bispo de sua, igreja, teve de deixar o cargo. Mas a Causa não sofre. Sem
detença, providencialmente, é eleito (1950) o Rev. Ewaldo Alves, que assume a
posição de Secretário-Geral da Sociedade Bíblica do Brasil e nela permanece. Nesta
breve referência damos nota de quando e como apareceu a Sociedade Bíblica do Brasil,
sua presidência e secretária-geral. Mas a Sociedade é do Brasil, e o Brasil é consideravelmente
grande. Para que a Sociedade o sirva e lhe atenda aos razoáveis reclamos, organizou
logo suas secretarias regionais, seis, cada uma servida por seu Secretário-
regional, respectivamente: no Rio-RJ, em São Paulo (Capital), no Recife-PE, em
Porto Alegre-RS, em Belém-PA e na Capital Federal, Brasília-DF.A Sociedade
Bíblica do Brasil tem seu Estatuto; é declarada de Utilidade Pública (Dec.
57.171 de 4 de novembro de 1965); tem por lema Dar a Bíblia à Pátria; publica,
desde sua fundação, a revista A Bíblia no Brasil, seu órgão oficial; adota
colportagem, mediante centenas de obreiros; tem seu Departamento Feminino
Auxiliar; apresenta programas regionais de rádio e mantém Boletins regionais de
informações. Tudo isto, com seus funcionários e cooperadores outros de todas as
igrejas evangélicas, para que traduza, revise, edite e divulgue a Bíblia, o
livro por excelência do ensino revelado de Deus para o homem.
14. A SOCIEDADE
BÍBLICA DO BRASIL E SUA EDIÇÃO REVISTA E ATUALIZADA
Felizmente, as
edições da Bíblia se sucedem. A princípio, a Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira; a seguir, a Americana; mais adiante, as duas já fundidas; e,
afinal, criada a Sociedade Bíblica do Brasil (10-6-1948), apenas esta... todas,
porém, se mantiveram, cada uma em seu prazo, para editar e divulgar a Bíblia em
português. A considerável a publicação da Bíblia na tradução de João Ferreira
de Almeida, ao mesmo tempo que se editava na do Pe. Antônio Pereira de
Figueiredo.
Em 1917, deu-se
pronta no Brasil a tradução chamada Brasileira. Preciosa, fiel aos originais e
nossa, do Brasil, como lhe chamavam, teve grande apreciação dos mais
conhecedores, que lhe sentiam o mérito da fidelidade à fonte: hebraico e grego.
Mas a generalidade dos leitores teve suas reservas, quase embaraço, por motivo
da transliteração dos nomes próprios no Antigo Testamento, desfigurando—lhes dificultosamente,
assim, a grafia como a pronúncia. Em vez de dizer facilmente Nabucodonosor,
dizia Nebuchadnezzar; em vez de Sin-sai, escrevia Shimshai; em vez de Afarsaquitas
registrava Apharsathchitas: em lugar de Sesbazar, Shesbazzar; e assim todos, centenas
deles.
Em todo o Antigo
Testamento, os nomes próprios, procurando figurar o hebraico, desfiguravam,
realmente, o português. Leitura particular tinha seus reclamos; leitura
pública, seus tropeços; leitura, voz audível, reciprocamente, seus desencontros
e tartamudez. Em vista, pois, de a Versão Figueiredo, vinda do latim, com linguagem
clássica, menos fiel aos originais, e a Tradução Brasileira, fiel ao texto
hebraico e ao grego, mas tanto quanto estranha com a grafia e prosódia dos
nomes próprios do Antigo Testamento, tornarem- se difíceis para a generalidade
dos leitores, vingou preferência a Tradução de João Ferreira de Almeida. Esta, muito
apreciada no Brasil, bom vernáculo, menos clássica que a de Figueiredo, era já
a de maior uso entre nós. Mesmo assim, para que satisfizesse, a um tempo, aos
estudiosos da tradução e aos leitores na sua generalidade, estava merecendo
certa atualização da linguagem. A tradução antiga de Almeida, em suas
sucessivas edições, desde o começo, teve na linguagem suas mudanças, para, sem
perder a fidelidade, facilitar mais compreensivamente a mensagem. E isto, é
fácil de se entender, teria de continuar, pelas mesmas razões. A última
atualização da linguagem foi a da Sociedade Bíblica do Brasil, que veio a nomear-se
por Edição Revista e Atualizada no Brasil e perdura ainda. Dizemos ainda,
porque, com o passar dos anos, as palavras mudam de sentido, mas a verdade
bíblica não pode mudar.
Ora, se muitas
palavras, com o tempo, mudam de sentido, é necessário, por vezes, que na linguagem
bíblica se mudem palavras para que a mensagem não mude de significação. Vem
daqui o que, de longe em longe, se faz sob o título de revisão: rever e mudar a
linguagem, para manter e não mudar a mensagem e seu sentido. A Edição Revista e
Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil teve por base a edição de João
Ferreira de Almeida (1940). Foi esta que a Comissão Revisora estudou e
repassou, com certo reajuste vocabular quanto aos originais e atualização da
linguagem. Comissão composta de hebraístas e helenistas competentes, e de
vernaculistas e seu relator, durante alguns anos processou a obra zelosamente,
com vistas na realidade que se impunha: falar a linguagem de hoje, português mais
nosso do Brasil, já mui diferente do de Portugal, e, por isso mesmo, esperado
no livro por excelência — a Bíblia — de considerável divulgação em nosso país. O
secretário da Comissão Revisora foi o Rev. Antônio de Campos Gonçalves, que, ao
lado de seus nobres colegas, redigiu o texto de toda a Bíblia; foi ele o seu
relator: grande tarefa que realizou, do começo ao fim, responsavelmente, com
fidelidade e gosto. A Bíblia hoje, da Edição Revista e Atualizada no Brasil, da
Sociedade Bíblica do Brasil, é de geral aceitação. Seu Novo Testamento mereceu,
recomendação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (1968), e vem sendo
largamente divulgado.
15. A IMPRENSA
BÍBLICA BRASILEIRA
O dia 2 de julho de
1940 marca a data histórica na vida evangélica brasileira, pois neste dia
reuniram-se seis dedicados obreiros batistas para iniciar a obra da Imprensa
Bíblica Brasileira. Esta reunião foi resultado de uma decisão tomada pela
Missão Batista do Sul do Brasil em sua assembleia anual no mês de junho de
1940, quando votou recomendar a criação de uma entidade que teria como
finalidade imprimir e distribuir a Bíblia no Brasil. Já havia muitos anos,
obreiros evangélicos vinham sentindo falta de Bíblias, e a procura estava sendo
maior do que os estoques enviados para o Brasil. Em 1930 o Dr. H. C. Tucker, da
Sociedade Bíblica Americana, declarou que poderia ter distribuído quatro vezes
o número de Bíblias vendidas naquele ano, se tivesse estoques suficientes. Ele
estava muito interessado em conseguir a impressão das Escrituras no Brasil. Já
por aquela ocasião havia um esforço unido neste sentido.
A Casa Publicadora
Batista se ofereceu para imprimir as Bíblias, se pudesse receber da América as
chapas já preparadas. Receberia o pagamento da mão de obra em Bíblias. Porém não
houve resultado positivo, e os anos se passaram, com a necessidade sempre
crescente. A guerra no Oriente já envolvia recursos britânicos, o que vinha
prejudicar o fornecimento da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, e o
resultado foi que na assembleia anual da Missão Batista do Sul, em junho de
1940, houve pleno apoio à ideia da criação de uma nova entidade que imprimiria
a Bíblia no Brasil. Naquela primeira reunião da Imprensa Bíblica foram tomadas
três decisões: iniciar imediatamente a impressão da Bíblia na tradução de Almeida,
com a ortografia oficial; iniciar os planos para o preparo de uma nova tradução
da Bíblia e nomear comissões para trabalharem tanto no Antigo quanto no Novo
Testamento; e prosseguir com o preparo do estatuto oficial. Em 2 de junho de
1942, o presidente, T. B. Stover, informou à Imprensa que os quatro Evangelhos
já estavam compostos e prontos para serem impressos; os livros de Atos e as
duas cartas aos Tessalonicenses estavam prontos para revisão pela comissão de
redação. O anteprojeto do estatuto foi examinado. O Dr. Stover também informou
que o grupo havia recebido ofertas no total de US$ 5.946,42 para iniciar a
obra.
Em 14 de julho de
1942 os estatutos receberam a sua aprovação final, e logo foram registrados.
Ali a Imprensa Bíblica Brasileira tomou personalidade jurídica e veio a existir
formal e oficialmente.25 de junho de 1943 foi o dia do início da impressão da
Bíblia no Brasil. A Segunda Guerra Mundial já estava envolvendo a vida de
muitas nações. Alguns navios com carregamentos de Bíblias para o Brasil foram a
pique, e já se estava tornando séria a falta de Bíblias no país. Alguns já
tinham conseguido a impressão do Novo Testamento no Brasil, mas a Bíblia ainda
não tinha sido produzida aqui.
Em 1944 a impressão
termina. Logo são encadernadas Bíblias pelos preços de dez cruzeiros (cruzeiros
velhos em substituição ao mil réis) para a Bíblia popular e cinquenta cruzeiros
(US$ 2,50) para a Bíblia encadernada a couro. Devido à guerra, era impossível importar
papel para esta primeira edição, assim foi impresso em papel brasileiro
fornecido pela Fábrica Piraí, que tinha a capacidade técnica de produzir este
papel para Bíblias por ser fornecedora de papel para cigarros. Aparece, então,
na Bahia o mercado negro de Bíblias. A procura era tão grande que a Bíblia de
Cr$ 50,00 estava sendo vendida por Cr$ 80,00 e até Cr$ 100,00. Enquanto as
Bíblias da primeira impressão estavam sendo distribuídas, a segunda edição já
estava em processo de execução. E assim se sucediam, edição após edição. Tão grande
foi o impulso dado com a impressão de Bíblias que a Casa Publicadora Batista
foi obrigada a comprar mais um prelo grande. Também foi necessário construir
mais um pavimento no seu prédio, para acomodar a seção de encadernação.
Em 1948 já não havia
mais espaço para se expandir. Deus apontou a direção a tomar através de J. J.
Cowsert, secretário da Imprensa Bíblica e pastor da Igreja Batista em Tomás Coelho,
e o resultado foi a compra, em 1948, do terreno ocupado agora pela oficina
gráfica da Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista
Brasileira, antiga Casa Publicadora Batista. Um novo prédio para a oficina foi
terminado em 1949, novas máquinas instaladas, e a obra começou a expandir-se.
Na providência de Deus, muito se deve a um ilustre crente presbiteriano,
turista da outra América.
Depois de visitar o
Brasil, depois de ver tantas oportunidades para a proclamação do evangelho,
escreveu ao seu amigo particular, presidente da Junta de Missões Estrangeiras
da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos, insistindo em que aquela Junta
apoiasse condignamente o trabalho que estava sendo feito, qual seja, a
impressão da Palavra de Deus no Brasil. Logo chegaram ofertas para a compra do
terreno para a construção da oficina e para a aquisição de algumas máquinas.
Edições várias se sucederam, dentro das possibilidades financeiras da Casa
Publicadora. Algumas ofertas vieram dos irmãos batistas dos Estados Unidos para
ajudar na impressão. Porém a grande maioria das Bíblias era vendida abaixo do seu
custo, e é óbvio que somente se pode garantir a continuidade da impressão se o
dinheiro que voltar for suficiente para imprimir e distribuir a Bíblia novamente.
A política financeira da Imprensa Bíblica tem sido a da autonomia, isto é,
preços de venda que permitam a reposição de estoques.
A expansão da obra
depende de ofertas do “Dia da Bíblia” e de outros irmãos e amigos. Até o fim de
1977 a Imprensa Bíblica completou 35 impressões diferentes da Bíblia na
tradução da antiga de Almeida, num total de 2.573.504, fora os Novos
Testamentos e alguns milhões de Evangelhos. O ano de 1971 marcou época na
história da Imprensa Bíblica, pois a Junta de Educação Religiosa e Publicações
recebeu nesse ano outra doação vultosa, que possibilitou a renovação da oficina
gráfica. O alvo imediato da Imprensa Bíblica é elevar as tiragens da Bíblia até
1.000.000 por ano. O desenvolvimento do país, o aumento da população,
justificam um esforço redobrado no sentido de imprimir até 100.000.000 de
Bíblias e de distribuí-las às multidões que ainda não conhecem a Cristo.
16. A TRADUÇÃO
REVISADA DA IMPRENSA BÍBLICA BRASILEIRA
Na primeira reunião
da Imprensa Bíblica Brasileira, em 2 de julho de 1940, a primeira decisão
tomada foi de iniciar imediatamente a impressão da Bíblia no Brasil. A segunda decisão
foi a de iniciar a revisão do texto da tradução de Almeida. Comissões foram nomeadas
para iniciar os trabalhos e foi eleito presidente da comissão revisora o Dr. S.
L. Watson, diretor do Colégio e Seminário Batista do Rio de Janeiro, em 1917-18
e 1935-36; diretor do Seminário Teológico Batista do Recife, em 1941; diretor
da Casa Publicadora Batista várias vezes e professor e autoridade na língua
hebraica. 0 Pastor Manoel Avelino de Souza, o Dr. W. E. Allen, professor de
Grego no Seminário Batista do Sul do Brasil, o Dr. A. R. Crabtree, professor de
Hebraico, e outros fizeram parte dessas comissões. Já havia muitos anos,
sentia-se a necessidade de uma revisão na tradução de Almeida. As modificações
naturais do sentido de certas palavras através de muitos anos, e, especialmente,
o progresso nos estudos do texto grego exigiam modificações no texto antigo, que
tanto havia servido ao povo do idioma português.0 primeiro resultado do
trabalho da comissão apareceu em A Harmonia dos Evangelhos, de Watson e Allen,
sendo impresso em 1942, com o texto revisado. Um trabalho desta natureza, que
implica em tanta responsabilidade, não pode ser feito com pressa. E, assim, os
anos passaram, com a comissão continuando suas pesquisas, seus estudos, e a
revisão prosseguindo com firmeza. A comissão usou os melhores textos gregos, pois
têm havido milhares de manuscritos descobertos e grande progresso no estudo
crítico, textual desde os dias de Erasmo. Pois a velha tradução de Almeida, na
parte do Novo Testamento, foi feita do Textus Receptus, Novo Testamento Grego,
compilado por Erasmo e publicado em 1516, baseado em manuscritos gregos eivados
de modificações, acréscimos e omissões, dependendo da capacidade e do zelo dos
copistas daqueles dias. A tendência de muitos copistas era sempre “melhorar” ou
“revisar” o texto, como muitas “comissões de redação’ revisam o texto de
estatutos de nossas organizações hoje em dia. O resultado do zelo destes
copistas geralmente foi acrescentar ao texto original uma palavra ou uma
expressão, quando o copista achava por bem harmonizar os textos ou às vezes, e
isto raramente, omitir. Podemos citar vários exemplos deste tipo de modificação.
Temos o acréscimo à oração de Jesus em Mateus 6:13. Esta frase não estava na Bíblia
de S. Jerônimo, baseado em texto grego mais antigo, e consequentemente não está
na Bíblia católica. Em Colossenses.1:14, um copista acrescentou a expressão
“pelo seu sangue”, copiada da passagem paralela em Efésios.1:7. Em Mateus.1:25
o escriba acrescentou ‘o primogênito”, copiado de Lucas.2:7, onde realmente
está. Em Colossenses 1:2 “... e da do Senhor Jesus Cristo”, copiado de I
Tessalonicenses.1:1. Em Mateus 19:16, 17 temos a referência do mancebo de
qualidade, que chamou Jesus de “Mestre”. O copista, no entanto, querendo fazer
o texto conforme o Evangelho de Marcos.10:17,18), acrescentou o adjetivo “bom”.
Em Lucas.11:2-4 a oração dominical é mais curta que em Mateus 6:9-13. Portanto,
o copista, querendo harmonizar o texto, acrescentou a última frase “mas
livra-nos do mal”.
Apresentamos também
mais uma ilustração, que, para a revisão em português, é uma das mais
interessantes, por causa da repercussão da omissão no texto certo. Trata-se de
Apocalipse.22:14. João escreveu em Apocalipse 7:14 que aqueles que vieram da
tribulação lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”
Vulgata no Latim, reparou que em Apocalipse 22:14 havia uma expressão semelhante.
Querendo esclarecer melhor, acrescentou ao texto latino a expressão ”no sangue
do Cordeiro”. Aparece pela primeira vez no Códex de Armachanus, no ano 812.
Copiado daí, foi introduzido na Vulgata aprovada mais tarde pelo Papa Sixto V,
no ano 1590, e também nas edições oficiais de Clementine de 1592-1598.
Em 1888 foi nomeada
uma comissão especial em Portugal com a finalidade de fazer uma revisão da
versão chamada Revista e Conecta. Recebeu instruções de aproveitar o melhor da
versão de Figueiredo, versão essa traduzida da Vulgata, e que levava a frase
“no sangue do Cordeiro” . A comissão inseriu a frase na tradução de Almeida, e
desde o final do século XIX, aparece na Versão Revista e Corrigida, nome da
versão dado naquela ocasião. Portanto, este como alguns outros versículos
trazem acréscimos colocados por copistas zelosos muitos séculos antes. Esta
expressão não aparece em nenhum texto grego, nem nas margens aparece como
possível variante, e não aparece em nenhuma tradução baseada nas línguas
originais feitos nos últimos anos. Outro princípio básico da revisão da
Imprensa Bíblica Brasileira é o de modificar o mínimo possível a tradução
antiga. Modificações foram introduzidas somente quando necessárias. A grande
comissão de Jesus em Mateus 28:18-20 serve de exemplo. A antiga Almeida diz:
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho
e do Espírito Santo: ensinando-as a guardar...” . A revisão diz com precisão, o
que modifica realmente o sentido da expressão, “Portanto, ide, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os...”.Como resolver o problema das modificações textuais quando se
deve omitir expressão tradicional?
A Imprensa Bíblica
concluiu pelo uso de colchetes para indicar aquelas palavras ou expressões, e
anota ainda na margem o fato. O ideal será o texto limpo, sem colchetes, como está
na Bíblia de Púlpito, publicada em 1968, e naturalmente, chegará o dia quando
isto será possível para todas as edições. Contudo, por enquanto há muitos
crentes que não conhecem os problemas envolvidos numa revisão. Um monge,
copiando a, das Escrituras e não entendem o significado da eliminação de um
verso ou de palavras que representam um acréscimo ao texto. Eles recordam a
advertência de João no Apocalipse 22:19, mas esquecem a advertência do versículo
18. Não podemos tirar qualquer palavra da Bíblia, mas não podemos acrescentar
também. Precisamos confiar nos homens de Deus que têm estudado com tanta
dedicação e tanto amor as questões do texto, para que tivéssemos a Palavra de
Deus na sua pureza. A Imprensa Bíblica Brasileira tinha pronta sua revisão do
Novo Testamento em 1949, a qual apareceu em edição especial naquele ano. Essa
edição mereceu a consulta de outros, como subsídio para ajudar no trabalho da
“Edição Revista e Atualizada no Brasil” da Sociedade Bíblica do Brasil.
A revisão do Antigo
Testamento foi muito mais difícil e mais árdua. O texto hebraico era mais
difícil, e há três vezes o volume em número de páginas. No entanto, o trabalho
foi terminado em 1960, justamente na ocasião quando a Sociedade Bíblica do
Brasil estava lançando a sua revisão.
A Imprensa Bíblica
achou que não ficaria muito bem aparecerem as duas revisões na mesma ocasião, e
resolveu então aguardar alguns anos. Já passaram vários anos desde o aparecimento
daquela edição revista e atualizada, e a Imprensa Bíblica julgou oportuno
lançar a sua revisão, fruto de 20 anos de trabalho dedicado e cuidadoso. Em
1968, foi publicada a revisão da Imprensa Bíblica Brasileira em forma de Bíblia
de Púlpito. No princípio de 1972 apareceu a tradução de Almeida em revisão da
Imprensa Bíblica no formato comum. Esperamos que venha ajudar a todos os
crentes a compreenderem melhor a Palavra de Deus, a ser instrumento do Espírito
Santo para a edificação dos santos e o crescimento do Reino de Deus na terra.
As linhas mestras que
orientaram esta revisão foram:
1) fidelidade aos
textos mais antigos existentes, por serem os mais próximos dos originais;
2) fidelidade, até
onde possível, às expressões e linguagem do texto da primeira revisão de
Almeida publicada no Brasil;
3) linguagem
vernacular expressiva e escorreita, ainda que simples.
17. CRITÉRIOS PARA A
CANONIZAÇÃO
De modo sintético os
critérios usados para a canonicidade foram os seguintes:
1ª) Inspiração dos
livros que estavam sendo considerados, I Pedro 1:21. Após a leitura do livro,
este era julgado pelo próprio conteúdo.
2ª) Catolicidade do livro. Escrito para todas as
pessoas da época. Deveria também ser conhecido universalmente, isto é, ter sido
aceito por todas as igrejas.
3ª) Coerência na
doutrina. Graças a este critério alguns livros foram deixados de fora.
4ª) Apostolicidade do
Escrito. Deveria ser de fonte apostólica ou de assessor direto do apóstolo.
17.1 Quatro
Evangelhos ou Um?
Desde o fim do
segundo século os Pais da Igreja sentenciaram que só existe um único evangelho,
por isso, devemos dizer: Evangelho "segundo" São Mateus,
"segundo" São Marcos, "segundo" São Lucas,
"segundo" São João, a fim de bem assinalar que se trata de um único
comunicado aos homens, segundo manifestações diversas.
17.2 Livros Não
Introduzidos no Cânon
Até meados do quarto
século alguns livros eram agregados aos demais do NovoTestamento, mas que
posteriormente foram retirados como nos provam manuscritos antigos.
O Códice Sináptico,
mais ou menos do ano 350 A.D., incluía a Epístola de Barnabé e o Pastor de
Hermas, obra escrita mais ou menos no ano 110. O manuscrito Alexandrino contém
a Primeira e a Segunda Epistola de Clemente. A colocação destes escritos é uma
prova de que naqueles idos lhe atribuíam certo grau de canonicidade. Pela leitura
atenta da Bíblia se conclui da existência de outros livros que se perderam, mas
estão mencionados nos livros canônicos. Dizem os eruditos, que destes pelo
menos 16 foram citados em Josué 10:13; II Samuel.1:18; I Reis.4:32, 33; 11:41;
14:29; II Reis.1:18; I Crônicas.29:29; II Crônicas.9:29; 12:15; 20:34; 26:22;
Judas 14, 15. Estes livros foram escritos para situações especiais, com aplicações
locais, e em virtude destas circunstâncias não foram introduzidos no cânon.
Suas mensagens, embora úteis para necessidades locais, não foram reputadas de
transcendental importância para as gerações futuras.
18. ORDEM CRONOLÓGICA
DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO
“A familiarização com
a ordem” cronológica dos livros do Antigo Testamento é desejável, a fim de
obter um acurado conhecimento do tempo ou colocação do ministério de cada
profeta em relação com os movimentos e crises principais em Israel, juntamente
com os das nações vizinhas. Segundo as autoridades mais dignas de confiança, é
geralmente aceito que o livro de Jó seja o mais antigo do Antigo Testamento,
escrito por volta do ano 1600 A.C.; e Malaquias, o último dos profetas do
Antigo Testamento a escrever, ao passo que Neemias provavelmente escreveu bem
pouco antes de Malaquias – mais ou menos em 400 A.C.
JÓ. – "Antes que
os primeiros poetas do mundo houvessem cantado, o pastor de Midiã registrou as
palavras de Deus a Jó." – Educação, pág. 158. A autoria de Moisés lhe é amplamente
atribuída pelos exegetas. Supõe-se ser o mais antigo dos livros da Bíblia. A composição
é inteiramente patriarcal. É inconcebível que, tratando do pecado, do governo divino
e da relação do homem para com Deus, nenhuma alusão à lei e ao sistema mosaico nele
aparecesse, se já estes houvessem sido dados. Quanto ao tempo, vem
cronologicamente depois de Gênesis 11. Há uniformidade da parte de todas as
autoridades no tocante à ordem dos livros do Pentateuco, chamado pelos judeus
"A Lei" ou "torah", a primeira seção dos sagrados escritos.
PENTATEUCO. – A
autoria mosaica do Pentateuco é reconhecida por todos os exegetas
conservadores. "O Pentateuco, como obra de Moisés, formou uma divisão do
cânon e em conformidade cronológica ocupou o primeiro lugar na coleção." –
Davis. "Nas cópias do manuscrito, que antecedem a era da imprensa, a ordem
dos livros da Torah . . . é universalmente a mesma:" – Margolis.
Assim se chamavam
eles: Gênesis (princípio das coisas); Levítico (Levitas, Sacerdotes, Leis e Ordenanças);
Números (Recenseamento e Peregrinações); e Deuteronômio (Repetição da Lei).
JOSUÉ. – Primeiro
livro da segunda divisão judaica: "Os profetas" ou Nebilim, os quais,
por sua vez, estão divididos em "Primeiros" (Josué, Juízes, Samuel e
Reis) e "Últimos." "A ordem dos primeiros profetas é
universalmente a mesma." Margolis, pág. 13. "Não há variação na
sequência de Josué, Juízes, Samuel e Reis." Enciclopédia Judaica, vol. 3,
pág.144.
JUÍZES. – Este livro
cita os nomes dos juízes que se levantaram para livrar a Israel do declínio na
desunião que seguiram à morte de Josué. Registra sete apostasias, sete
servidões a sete nações pagãs, e sete livramentos. Autor desconhecido, mas
possivelmente Samuel.
RUTE. – O tempo dos
eventos é afirmado ser "nos dias em que julgavam os juízes" (cap.1:1).
Deveria ser lido em conexão com a primeira metade de Juízes. A genealogia termina
com Davi. Autor: possivelmente Samuel.
I e II SAMUEL. – No
cânon hebraico os dois são considerados um só. I Samuel 1 a 24, escritos por
Samuel; o restante, provavelmente por Natã e Gade (I Crôn. 29:29). Registam o
estabelecimento do centro político de Israel em Jerusalém (II Sam. 5:6-12) e o
centro religioso em Sião (II Sam. 6:1-17; comparar com o Cap. 5:17). Sião e
Moriá eram eminências distintas. II Samuel marca a restauração da ordem por intermédio
da entronização de Davi como rei. Com Samuel começa notável linha de
profetas-escritores, que continua até
Malaquias.
I e II REIS. – Também
considerado outrora um livro em duas partes. Registam os reinados de todos os
reis, de Salomão até o cativeiro. Elias, Eliseu, Jonas, Joel, Amós, Oséias, Isaías,
Miquéias, Obadias, Naum, Jeremias, Sofonias e Habacuque profetizaram durante
esse período. Também aparece dentro desse período um grupo inteiro de profetas
orais. Não se descobre a identidade do autor, possivelmente tenha sido
Jeremias.
I e II CRÔNICAS. –
Semelhantemente, um só e livro no cânon judaico. Conquanto sejam principalmente
uma repetição, suplementam o relato dos Reis, omitindo certos aspectos, mas
apresentando registro mais completo de Judá e, por assim dizer, nenhuma história
de Israel. Supõem muitos haver sido Esdras o, compilador. O livro de Isaías já
existia quando estes foram escritos (II Crôn. 32:32). Provavelmente o último
dos livros históricos, com exceção de Esdras, Neemias e Ester. Fazem uma série de
monografias de Natã, Samuel, Gade, Ido, Jeú e numerosos outros profetas orais.
Cumpre observar que os eventos e seu registro nem sempre são sincrônicos, como
no caso de Gênesis e Jó. As Crônicas são colocadas em último lugar no cânon
judaico.
SALMOS. – O nome
significa "louvores". Pertence à terceira seção conhecida entre os judeus
por "Os Escritos" ou kethubhim. Muitos deles têm que ver com
experiências especais ou crises. Vinte e um se referem definidamente a
episódios na história de Israel, desde Moisés até a Restauração. Davi é o autor
da grande maioria, apesar de os títulos no alto dos capítulos atribuírem salmos
a Moisés, Salomão, filhos de Asafe e Etã. Autoridades declaram que estes títulos
são parte integrante dos salmos.
CANTARES DE SALOMÃO.
– "Cânticos" é outro título. Este livro acha-se em todas as listas
antigas. Atribuído a Salomão (Cap. 1:11).
PROVÉRBIOS –
Pronunciados e compilados por Salomão. Ele os colocou em ordem. Os capítulos
25-29 foram transcritos no tempo de Ezequias. Os capítulos 30 e 31 são, respectivamente,
de Agur e Lemuel.
ECLESIASTES – O nome
significa "O Pregador", Indubitavelmente, foi escrito perto do fim da
vida de Salomão, e trata do problema da vida.
JONAS. –
Provavelmente o primeiro dos profetas "menores" (assim chamados porque
seus escritos são mais curtos do que os dos profetas "maiores", e não
por serem de menor importância, ou por haverem profetizado depois destes).
Viveu e profetizou durante o reinado de Jeroboão II (II Reis 14:25).
JOEL. – Começa a
grande era da composição poética. Um dos primeiros dentre os profetas"menores".
Não existe indicação
direta quanto à data. O peso da evidência haveria de colocá- lo pouco antes do
ano 800 A.C. Possivelmente contemporâneo de Eliseu, e não muito distante do
período de Oséias e Amós.
AMÓS – Escrito quando
Uzias era rei de Judá e Jeroboão II, de Israel (Cap. 1:1). Ambos os monarcas
tiveram reinados longos. Limitando sua profecia ao reinado destes reis, a data
mais provável de sua autoria deve ser, aproximadamente, de 780-730 A.C.
OSÉIAS. –
Contemporâneo mais novo de Amós, continuando até depois do cativeiro de Israel.
Seu ministério foi longo. Profetizou no reinado de Uzias, João, Acaz e
Ezequias, de Judá, e Jeroboão II, de Israel (Cap. 1:1). Uzias e Jeroboão foram
contemporâneos por vários anos. Colocado entre os profetas menores em primeiro
lugar, porque seu escrito é um dos maiores.
ISAÍAS – O primeiro
dos profetas "maiores". A visão inaugural data do ano da morte de
Uzias. Seus trabalhos se estenderam através de longo período – cerca de
sessenta anos. Contemporâneo de vários profetas.
MIQUÉIAS. –
Contemporâneo mais novo de Isaías (Cap. 1:1; comparar com Isa. 1:1). Profetizou
antes da queda de Samaria (1:1 e 6; Jer. 26:18), e durante o reinado de Peca e Oséias,
em Israel, e de Jotão, Acaz e Ezequias, em Judá,
NAUM. – Profetizou
pouco antes da queda de Nínive, ou apenas bem pouco antes do ano 600 A.D.
Relata a destruição de Nô-Amom (Tebas), ocorrida cerca de meio século antes dessa
data.
SOFONIAS. – Viveu na
primeira parte do reinado de Josias (Cap. 1:1) e foi contemporâneo, em parte,
de Jeremias. Fala da destruição de Nínive como estando no futuro (2:13).
JEREMIAS. – Recebeu o
chamado para profetizar quando ainda jovem no décimo terceiro ano de Josias (1:
2), enquanto Sofonias estava proclamando mensagens vibrantes. Durante anos seus
ensinos foram orais; então lhe foi ordenado que escrevesse (36:1 e 2).
Trabalhou durante
longo período – mais que quarenta anos. Contemporâneo de Habacuque, Ezequiel e
Daniel. Testemunhou o fim de Judá e a queda de Jerusalém.
LAMENTAÇÕES. – Hinos
fúnebres de Jeremias, quando em meio às ruínas de Jerusalém, e
testemunhando-lhe a subversão, com a alma comovida à vista dessa desolação.
HABACUQUE. –
Profetizou nos últimos anos de Josias, na véspera do cativeiro, isto é, pouco
antes de 600 A.C.
EZEQUIEL. – Levado
para Babilônia durante a segunda parte do cativeiro, no reinado de Joaquim
(cap. 1:2), pouco depois da deportação de Daniel. Profetizou durante vinte e
dois anos (1:2 e 29:17). Contemporâneo de Jeremias e Daniel.
DANIEL. – Levado para
Babilônia durante o reinado de Joaquim (1:1). Profetizou durante o período do
cativeiro. contemporâneo de Ezequiel e Jeremias . Provavelmente, sua profecia
foi colocada entre "Os Escritos" porque, embora Daniel tivesse o dom
de profecia, não exercia oficialmente o cargo de profeta. "Em todos os catálogos
dos escritos do Antigo Testamento, fornecidos pelos primeiros Pais, até o tempo
de Jerônimo, Daniel é classificado entre os profetas, geralmente na posição que
ocupa na versão comum. Na Versão dos Setenta, também é classificado entre os
profetas, depois de Ezequiel. . . . O lugar designado a Daniel não foi, pois, .
. , o que teve no período precedente ou o que ocupou originalmente." – McClontock
e Stong.
OBADIAS. – É difícil
precisar a data: antes ou pouco depois da queda de Jerusalém. As evidências
internas dão preferentemente crédito à última.
ESDRAS – História
parcial da restauração depois do Exílio. Primeiramente unido a Neemias como um
só livro, em duas partes. Cronologicamente, segue pouco depois de Daniel.
Abrange a História desde a queda de Babilônia até 456 A.C., ao passo que
Neemias narra os eventos ocorridos até perto de 432 A.C. Evidentemente, o cânon
foi organizado no tempo de Esdras.
AGEU – Profetizou aos
restantes depois do Exílio, a data exata é o segundo ano de Dario (1:1).
ZACARIAS – Começou
logo depois de Ageu (comparar o Cap. 1:1 com Ageu 1:1), e certamente sobreviveu
a seu contemporâneo. A primeira data que aparece no livro é o segundo ano de
Dario (1:1 e 7); a última, é o quarto ano do reinado do mesmo rei (7:1).
ESTER –
Cronologicamente, o livro segue Esdras 6. Os eventos deram-se no reinado de
Xerxes I, entre as duas expedições. Autor desconhecido.
NEEMIAS –
Provavelmente escreveu pouco antes de Malaquias, seu contemporâneo. Continua e
completa o registro de Esdras. O uso da primeira pessoa denota sua autoria.
MALAQUIAS – O último
dos profetas do Antigo Testamento que se dirigiu aos restantes vindos do
exílio, como Neemias é o último dos historiadores desse período. Contemporâneo
de Esdras e Neemias. Profetizou durante a ausência deste último que estava na
Pérsia.
19. A BÍBLIA COMO O
PALAVRA DE DEUS
Em resumo, notam-se
na Bíblia duas coisas: o Livro e a Mensagem. No capítulo anterior, estudamos a
Bíblia como livro; agora a estudaremos como a palavra ou mensagem.
De Deus. O estudo da
Bíblia tem por finalidade precípua o conhecimento de Deus. Isso é visto desde o
primeiro versículo dela, do qual se nota que tudo tem o seu centro em Deus. Portanto,
a causa motivou de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-los a
conhecer a Deus. Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a
Deus, erramos no nosso propósito, e também o propósito de Deus por meio do seu
Livro seria baldado que as Escrituras são de origem divina é assunto resolvido.
Deus, na sua palavra, é testemunha concernentemente a si mesmo. Quem tem o Espírito
de Deus deposita toda a confiança nela como a Palavra de Deus, sem exigir
provas nem argumentos. Portanto, sob o ponto de vista legal, a Bíblia não pode
estar sujeita a provas e argumentos. Apresentamos algumas provas da Bíblia como
a Palavra de Deus, não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela
é divina. É satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências
externas daquilo que cremos internamente, no coração.
O presente século é
caracterizado por ceticismo, racionalismo, materialismo e outros. "ismos"
sem conta. A Bíblia, em meio a tais sistemas, sempre sofre grandes ameaças. Até
há Pouco tempo, a luta do Diabo visava destruir o próprio Livro, mas vendo que
não conseguia. Isso mudou de tática e agora procura perverter a mensagem do
Livro. Seitas e doutrinas falsas proliferam por toda parte coadjuvadas pelo
fanatismo e ignorância prevalecentes em Muitos lugares. Nossa crença na Bíblia
deve ser convicta, sólida e fundamental; não deve ser jamais um eco ou reflexo
dos outros. Se alguém lhe perguntar, leitor: "Por que você crê que a
Bíblia é a Palavra de Deus?”- saberá você responder adequadamente? Muitos
crentes têm sua crença na Bíblia desde a infância, através dos pais, etc., mas
nunca fizeram um estudo profundo e acurado para verificarem a realidade da
origem divina da Bíblia. Apresentamos agora algumas provas da origem divina da
Bíblia, as quais evidenciam esse. Livro como a Palavra de Deus.
19.1 A inspiração
divina da bíblia
O que diferencia a
Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração Divina (Jó 32.8; 2
Tm 3.16; 2 Pe 1.21). É devido à inspiração divina que ela é chamada a Palavra
de Deus. (Ver 2 Timóteo 3.16 no original.) - Que vem a ser "inspiração
divina"? - Para melhor compreensão, vejamos primeiro o que é inspiração.
No sentido
fisiológico, é a inspiração do ar para dentro dos pulmões. É pela inspiração do
ar que temos fôlego para falar. Daí o ditado "Falar é fôlego". Quando
estamos falando, o ar é expelido dos pulmões: é o que chamamos de expiração. Pois
bem, Deus, para falar a sua Palavra através dos escritores da Bíblia, inspirou
neles o seu Espírito! Portanto, inspiração divina é a influência sobrenatural
do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os
a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro. A própria Bíblia
reivindica a si a inspiração de Deus, pois a expressão "Assim diz o “Senhor”,
como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros;
isso além de outras expressões equivalentes.
Foi o Espírito de
Deus quem falou através dos escritores. (Ver 2 Crônicas 20.14; 24.20; Ezequiel
11.5). Deus mesmo dá testemunho da sua Palavra. (Ver Salmo 78.1; Isaías
51.15,16; Zacarias 7.9,12). Os escritores, por sua vez, evidenciam ter
inspiração divina. (Ver 2 Reis.17.13; Neemias.9.30; Mateus.2.15;
Atos.1.16;3.21; 1 Coríntios,2.13; 14.37; Hebreus.1.1; 2 Pedro.3.2.).
19.2 Siglas das
diferentes versões em vernáculo.
O uso dessas siglas
poupa tempo e trabalho.
- ARC = Almeida
Revisada e Corrigida. É a Bíblia de Almeida antiga, impressa pela
Imprensa Bíblica
Brasileira.
- ARA = Almeida
Revisada e Atualizada. É a Bíblia de Almeida revisada e publicada
pela Sociedade
Bíblica do Brasil, completa, a partir de 1958.
- FIG = Antônio
Pereira de Figueiredo. Atualmente é impressa pela Sociedade Bíblica
Britânica e
Estrangeira, Londres.
- SOARES = Matos
Soares. Versão popular dos católicos brasileiros.
- RHODEN as Humberto
Rhodes. Versão particular desse ex-padre brasileiro.
- CBSP = Centro
Bíblico de São Paulo. Edição católica popular da Bíblia é Paulo. -
TRAD. BRÁS. Tradução
Brasileira, 1917.
19.3 O tempo antes e
depois de Cristo é indicado pelas letras
- A.C. = antes de
Cristo, isto é, antes do nascimento de Cristo.
- D.C. = depois de
Cristo, isto é, o tempo depois do nascimento de Cristo. Também aparece em
algumas obras, "AD", que vem da expressão latina: "Ano Domini",
ou seja, ano do Senhor, em alusão ao nascimento de Cristo.
19.4 Manuseio do
volume sagrado
Obtenha completo
domínio do manuseio da Bíblia, a fim de encontrar com rapidez qualquer
referência bíblica, Jesus fazia assim. Em Lucas 4.17 diz que Ele "achou o
lugar onde estava escrito". Ora, naquele tempo, isso era muito mais difícil
do que hoje com o progresso da indústria gráfica.
19.5 Livros da Bíblia
e Abreviaturas
As abreviaturas dos
livros consistem de duas letras sem ponto abreviativo. Procure memorizá-las de
vez.
19.6 Antigo
Testamento
ÍNDICE DOS LIVROS
BÍBLICOS ANTIGO
TESTAMENTO
Livro Abrev Caps
Livro Abrev Caps
Gênseis Gn 50
Eclesiastes Ec 12
Êxodo Ex 40 Cantaraes
de Salomão Ct 8
Levítico Lv 27 Isaías
Is 66
Número Nm 36 Jeremias
Jr 52
Deuteronômio Dt 3
Lamentações de Jeremias Lm 5
Josué Js 24 Ezequiel
Ez 48
Juizes Jz 21 Daniel
Dn 12
Rute Rt 4 Oséias Os
14
1 Samuel 1Sm 31 Joel
Jl 3
2 Samuel 2Sm 24 Amós
Am 9
1 Reis 1 Rs 22
Obadias Ob 1
2 Reis 2 Rs 25 Jonas
Jn 4
1 Crônicas 1 Cr 29
Miquéias Mq 7
2 Crônicas 2 Cr 36
Naum Na 3
Esdras Ed 10
Habacuque Hc 3
Neemias Ne 13
Sofonias Sf 3
Ester Et 10 Ageu Ag 2
Jó Jó 42 Zacarias Zc
14
Salmos Sl 150
Malaquias Ml 4
Provérbios Pv 31
19.7 Novo Testamento
ÍNDICE DOS LIVROS
BÍBLICOS
NOVO TESTAMENTO
Livro Abrev Caps
Livro Abrev Caps
Mateus Mt 28 1
Tessalonicenses 1 Tm 6
Marcos Mc 16 2
Tessalonicenses 2 Tm 4
Lucas Lc 24 Tito Tt 3
João Jo 21 Flemon Fm
1
Atos dos Apóstolos At
28 Hebreus Hb 13
Romanos Rm 16 Tiago
Tg 5
1 Coríntios 1 Co 16 1
Pedro 1 Pe 5
2 Coríntios 2 Co 13 2
Pedro 2 Pe 3
Gálatas Gl 6 1 João 1
Jo 5
Efésios Ef 6 2 João 2
Jo 1
Filipenses Fp 4 3
João 3 Jo 1
Colosenses Cl 4 Judas
Jd 1
1 Tessalonicenses 1
Ts 5 Apocalipse Ap 22
2 Tessalonicenses 2
Ts 3
CONCLUSÃO
Cânon ou Escrituras
canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados, que
constituem a Bíblia. Cânon é palavra grega, e significa, literalmente,
"vara reta de medir", assim como uma régua de carpinteiro. No Antigo
Testamento, o termo aparece no original em passagens como Ezequiel 40.5:
"Vi um muro exterior que rodeava toda a casa e, na mão do homem, uma cana
de medir, de seis côvados, cada um dos quais tinha um côvado e um palmo; ele
mediu a largura do edifício, uma cana, e a altura, uma cana.".
No sentido religioso,
cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com
este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo
Testamento: "E a todos quantos andarem de conformidade com esta regra, paz
e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus" (Gálatas.6.16).
"Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos o limite da
esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós" (2ª
Coríntios.10.13). "Não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios,
e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos
entre vós, dentro da nossa esfera de ação” (2ª Coríntios.10.15). "Todavia,
andemos de acordo com o que já alcançamos" (Filipenses 3.16).
A Bíblia, como o
cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. Diz-se dos livros da
Bíblia que são canônicos para diferencia-los dos apócrifos. O emprego do termo
cânon foi primeiramente, aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254
D.C.)
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
BÍBLIA SAGRADA. A
Bíblia João Ferreira Almeida Revista e Corrigida. São Paulo:
Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999. 220.61 Silva, Antônio Gilberto da, 1929 -
BÍBLIA. Português. A
Bíblia de Jerusalém. Nova edição rev. e ampl. São Paulo: Paulus,1985.
BÍBLIA, Português. A
Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João Ferreira de Almeida.
Edição rev. e atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblia do Brasil, 1969.
SILVA, Antônio
Gilberto. A Bíblia através dos séculos: uma introdução. Rio de Janeiro: Casa Publicadora
das Assembleias e Deus, 1986.
BÍBLIA, Português. A
Bíblia em Ordem Cronológica . Tradução de João Ferreira de Almeida.: Editora
Vida, 1997.
EALE E.Cairns.
Geografia. I - O cristianismo através dos séculos uma história da igreja cristã.
Título. CDD - 220.61.
GUNDRY, Roberto H.
Panorama do novo testamento. Tradução de João Marques Bentes. São Paulo: Vida
Nova, 2008.
ZUCK, Roy B. A
interpretação bíblica: meios de descobrir a verdade da Bíblia. Tradução de
Cesar de F. A Vieira. São Paulo: Vida Nova, 1994.
QUESTIONÁRIO
Nome:________________________________________________nota___________
Prova n°01 –
QUESTIONÁRIO
1. Como devemos
estudar a Bíblia? Assinale (V) para Verdadeiro e (F) para falso
a) ( ) Leia a Bíblia
conhecendo seu autor.
b) ( ) Leia a Bíblia
diariamente
c) ( ) Leia a Bíblia
somente a noite.
d) ( ) Leia a Bíblia
com oração, devagar, meditando.
2. O que é a cânon
sagrado?
a) ( ) O Cânon
Bíblico é a lista de livros inspirados que formam a Bíblia Sagrada, os quais
dão
testemunho da
revelação de Deus, servindo como norma de conduta e procedimento cristão, e
como critério e única
regra de fé, através dos quais se mede e julga correto e justamente em
pensamento ou
doutrina.
b) ( ) O Cânon
Bíblico é a lista de livros inspirados que formam o Antigo Testamento, os quais
dão testemunho da
revelação de Deus, servindo como norma de conduta e procedimento
cristão, e como
critério e única regra de fé, através dos quais se mede e julga correto e
justamente em
pensamento ou doutrina.
c) ( ) O Cânon
Bíblico é a lista de livros inspirados que formam o Novo Testamento, os quais
dão testemunho da
revelação de Deus, servindo como norma de conduta e procedimento
cristão, e como
critério e única regra de fé, através dos quais se mede e julga correto e
justamente em pensamento
ou doutrina.
d) ( ) NDA.
3. Este vocábulo não
se encontra no texto original das Sagradas Escrituras. Consta apenas na capa.
Então de onde vem o
vocábulo “Bíblia”?
a) ( ) o vocábulo
“Bíblia” vem do hebraico.
b) ( ) o vocábulo
“Bíblia” vem do aramaico
c) ( ) o vocábulo
“Bíblia” vem do latin
d) ( ) o vocábulo
“Bíblia” vem do grego
4. Qual o tema
central da bíblia?
a) ( ) Israel é o
tema central da Bíblia.
b) ( ) Jesus é o tema
central da Bíblia.
c) ( ) Salvação é o
tema central da Bíblia.
d) ( )Pecado é o tema
central da Bíblia.
5. A Bíblia, como o
cânon sagrado para o cristão deve ser:
a) ( ) ... o nosso
manual quando precisamos
b) ( ) ... a nossa
referência para a salvação
c) ( )... a nossa
norma ou regra de fé e prática
d) ( ) ... uma
biografia que apresenta Jesus.
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